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Galeno Hipocrátes •O excesso de um ou mais humores leva a patologia; o tratamento depende da regulação do ambiente, aumentando ou diminuindo o calor, o frio, a umidade, ou a aridez •A patologia humoral também produziu a prática da sangria, com retirada de uma quantidade específica de sangue para “re- equilibrar os humores A “tra dição sobre natura l” •Cláudio Galeno (129-1 98 d. C.) - adotou algumas das ideias de Hipócrates, desenvolvendo a patologia humoral •O funcionamento normal do encéfalo está relacionado a quatro fluidos corporais, os humores: – Sangue (coração), Bile negra (baço), Bile amarela (fígado), Fleuma (encéfalo) Bile negra = m élas cholé; baço = spleen (A antroposofia e a pedagogia Waldorf ainda assumem esses modelos) •Hipócrates (460-377 a.C.) - “pai da medicina ocidental” •Considerava o encéfalo como a sede da sabedoria, da consciência, da inteligência e das emoções •Corpo hipocrático sugeria que os transtornos mentais: –Podem ser tratados como qualquer outra doença –Podem ser causados por patologias do cérebro ou por traumas –Podem ser influenciados por fatores hereditários •Estresse psicossocial •Histeria (aprendeu dos egípcios) para descrever sintomas físicos sem causa física aparente •Barlow & Durand: suposição de que agentes externos ao organismo influenciam o comportamento, pensamento, e emoções (divindades, demônios, espíritos, campos magnéticos, signos do zodíaco, etc.) •Millon (2 004): no Império Persa (900-600 a.C.), todas as doenças físicas e mentais eram consideradas atos dos demônios •Mais comumente identificado com o período medieval; como consequência, esses agentes externos também são agentes morais. História da Psicopatologia Patologia humoral e terapêutica Psicopatologia medieval •Nossas ideias sobre as doenças mentais na Idade Média baseiam-se na literatura médica que sobreviveu da época •Grande Cadeia do Ser: o papel social de cada um é intrínseco à estrutura e função da sociedade e da ordem divina –Alguns autores sugerem que, considerando o ajuste do camponês ‘médio’ ao seu ambiente social, “sua saúde mental era provavelmente melhor do que a nossa” (Huizinga) •É provável que existisse uma atitude “ambivalente que a Igreja manifestava perante o louco. Por um lado, eram considerados bestiais (….), por outro mereciam caridade especial” O que é definido como normal e o que é patológico é, em parte, contingente Foucault (1972): o discurso sobre a loucura durannte os séculos XV a XIX é um discurso sobre formas de poder, isolamento e punição. •Barlow e Durand: didaticamente, podemos identificar três teorias principais sobre a loucura: o modelo sobrenatural, o modelo biológico, e o modelo psicológico. . Significado e evolução dos conceitos de normalidade e patologia. Os modelos de doença mental tem um contexto histórico. Por milhares de anos, tentamos explicar e controlar o comportamento problemático. O que é definido como normal e o que é patológico é, em parte, contingente. Alessandra Tuma - Behaviorismo Um dos principais conselheiros do rei francês •Sugeriu que uma doença da bile negra, em vez de demônios, era a fonte de comportamentos desviantes •Argumentava que muito da evidência para a existência da bruxaria (principalmente entre os considerados insanos) foi obtida sob tortura, que confessariam qualquer coisa Estres se e m elanco lia na psicop atolog ia me dieval •Pobres, judeus, mendigos, homossexuais, hereges, estrangeiros, leprosos, e doentes mentais passam a ser considerados mais marginais e desviantes •Aumento do foco em supostas ações sobrenaturais sobre o mundo facilita a noção de que o comportamento “bizarro” dos que sofrem de transtornos mentais é causado por bruxas e demônios • “Seguiu-se que os indivíduos dominados por maus espíritos eram considerados responsáveis por qualquer infortúnio experimentado pelos moradores das cidades, o que inspirou uma ação drástica contra os possuídos” Grande Cisma do Ocidente: entre 1309 e 1377, residência do papa do foi alterada para Avignon (sul da França) •O papado foi restabelecido em Roma em 13 78, mas o papa eleito Urbano VI foi considerado muito autoritário, e o Colégio dos Cardeais anulou a votação, e o novo eleito Clemente VII passou a residir em Avignon •Papa e Antipapa reclamavam o poder sobre a Igreja Católica; a Igreja Romana afirmou que essa heresia se dava por ação do demônio Forte opinião de que alguns sintomas eram fenômenos naturais •Patologia humoral – herança clássica do corpo hipocrático –Soma-se um caráter moral: os melancólicos, fleumáticos, e coléricos são descritos como degenerados; os sanguíneos são descritos como representando o homem, como intentado por Deus durante a criação •Cassianus (séc. IV): acedia, um tipo de tédio inquieto acompanhado por um desejo de mudar de ambiente, descrito em monges de monastérios do deserto Bispo Nicole D ’Oresme Bruxas e demônios na psicopatologia do séc. XIV •A sistematização continuada da patologia humoral levou a uma acentuação das diferenças entre duas formas de melancolia: –Melancolia como excesso de bile negra natural –Melancolia como excesso de bile negra não-natural, resultante da combustão de um dos quatro fluidos •Nos pacientes do primeiro caso, “a meditação dá lugar à tristeza. Sua atitude antes sincera e carinhosa para com a vida imerge em uma atitude de ansiedade e pessimismo” •A combustão da bile negra gera humor mórbido, com preocupação com a morte; a combustão da bile amarela gera mania; a combustão do sangue produz sentimentos de alegria (euforia) ao invés de tristeza •A “etiologia” da combustão sugere que a algumas psicoses “funcionais” eram descritas como melancólicas, enquanto alguns estados psicóticos eufóricos estavam sob a rubrica da mania •Tanto a melancolia quanto a mania podem ter incluído condições relacionadas a fenômenos religiosos; Kroll e Bachrach (1982) estudaram 134 visões religiosas de franceses e ingleses, dos sécs. VIII a XII, mas só identificaram 4 com características psicóticas (em termos modernos) •O alcoolismo era menos comum antes do séc. XVI, quando bebidas destiladas baratearam Quai s tra nsto rnos e síndr ome s sã o des crito s? “A substituição do tema da morte pelo da loucura não marca uma ruptura, mas sim uma virada no interior da mesma inquietude. Trata-se ainda do vazio da existência, mas esse vazio não é mais reconhecido com termo exterior e final, simultaneamente ameaça e conclusão; ele é sentido do interior, como forma contínua e constante da existência. E enquanto outrora a loucura dos homens consistia em ver apenas que o termo da morte, agora a sabedoria consistirá em denunciar a loucura por toda parte, em ensinar aos homens que eles não são mais que mortos, e que se o fim está próximo, é na medida em que a loucura universalizada formará uma só e mesma entidade com a própria morte (Foucault, 1972, p. 16)” A tera pêutic a med ieval •Imagens altamente estilizadas na literatura e nas artes •Heróis do ciclo arturiano (Percival, Yvain, Lancelot, Tristão, Merlin) sofrem, como resultado de amores não-correspondidos, de episódios de loucura aguda; corriam nus na floresta, agindo de forma violenta e destrutiva (reminiscente de mania delirante) •Visio Willelmi de Petro Ploughman – poema dedicado aos mais pobres; descrição de uma correlação entre estados de ânimo e fases da lua (“lunático”) “Desde a Alta Idade Média, o louco é aquele cujo discurso não pode circular como o dos outros: pode ocorrer que sua palavra seja considerada nula e não seja acolhida não tendo verdade nem importância, não podendo testemunhar na justiça, não podendo autenticar um ato ou um contrato [...] Era através de suas palavras que se reconhecia a loucura do louco; elas eram o lugar onde se exercia a separação; mas não eram nunca recolhidas nem escutadas” (Foucault, 1996, p. 10–11). •Os dados sobre a terapêutica medieval são bastante escassos; alguns sugerem que os doentes erammantidos em suas casas ou nas casas de parentes e amigos da comunidade imediata. “De fato, durante os séculos XIV e XV, pessoas insanas, juntamente com as pessoas com deformidades físicas ou incapacitadas, eram transferidas de casa em casa nos vilarejos medievais, de forma que os vizinhos se revezavam para cuidar delas.” (Barlow & Durand, p. 9) Outros, entretanto, podem ter sido forçados à mendicância, sendo expulsos de um vilarejo a outro. •Existem evidências de que pessoas agressivas ou incontroláveis eram mandadas para igrejas, porque essas eram feitas de pedra e poderiam resistir mais à violência; no entanto, as igrejas também tinham a tradição de santuário. Figur as da louc ura n a Baixa Idad eMéd ia O discurso sobre o louco na Alta Idade Média •1255-1290, seções 11 e 12, dividia os doentes mentais em duas categorias: “tolos naturais” (problemas de desenvolvimento cognitivo) e “non compos mentis” (pessoas sofrendo com sintomas temporários e marcados por intervalos de lucidez) –O diagnóstico do primeiro caso baseia-se na capacidade de fazer cálculos numéricos simples; no segundo caso, baseia-se em problemas de memória e entendimento, e evidência de comportamento irracional Praero gativa Regis (Edua rdo II Inglat erra) •Por vezes, esse sistema podia ser baseado na transferência de direitos de custódia para sujeitos privados, que aceitavam a responsabilidade em troca de uma taxa –A obrigação de proteger os doentes mentais passa gradualmente dos parentes para uma autoridade pública •O rei deve proteger indivíduos dessas categorias (e a sua propriedade) da exploração alheia: no primeiro caso, o rei deve expropriar o insano e prover sustento; n o segundo caso, não há expropriação, mas o rei deve criar um sistema de manutenção mais extenso Os eventos do séc. XIV (peste, guerra perpétua, cismas) destruíram a visão teocêntrica da Grande Cadeia do Ser •Entre os sécs. XIII e XIV, a ascensão de uma ideologia baseada no trabalho e no comércio demoliu a Grande Cadeia do Ser •“Subjetividade privatizada” – início de uma concepção de individualidade, ainda que essencialmente calcada numa visão de mundo cristã – expressão dos sentimentos ganha aceitação social (amor cortês, relações maritais como fonte de gratificação) •A atividade (principalmente o trabalho) passa a ser o definidor do que se é, contribuindo enormemente para colocar aqueles que não se conformavam no papel de párias A louc ura na Idade Cláss ica: Fouca ult •A transição do cuidado privado para o público levou à centralidade do hospital • “Posteriormente, aparecem, na Europa, instituições hospitalares (muitas vezes filantrópicas) destinadas a dar tratamento médico a doentes sem recursos e que passam a acolher e tratar também os loucos. O tratamento da loucura nessas instituições ficava, geralmente, a cargo de pessoas sem formação médica, religiosos, quase sempre” (Pessotti, p. 152) •É provável que os pacientes – principalmente quando violentos – fossem mantidos em confinamento solitário em condições primitivas – tollkisten •Com a passagem dos séculos XVI e XVII, a experiência trágica perde sua força, dando espaço à figura da loucura como desrazão • “A experiência clássica da loucura nasce. A grande ameaça surgida no horizonte do século XV se atenua, os poderes inquietantes que habitavam a pintura de Bosch perderam sua violência. Algumas formas subsistem, agora transparentes e dóceis, formando um cortejo, o inevitável cortejo da razão. A loucura deixou de ser, nos confins do mundo, do homem e da morte, uma figura escatológica; a noite na qual ela tinha os olhos fixos e da qual nasciam as formas do impossível se dissipou. O esquecimento cai sobre o mundo sulcado pela livre escravidão de sua Nau: ela não irá mais de um aquém para um além, em sua estranha passagem; nunca mais ela será esse limite fugidio e absoluto. Ei-la amarrada, solidamente, no meio das coisas e das pessoas. Retida e segura. Não existe mais a barca, porém o hospital.” (FOUCAULT, 1972, p. 42) • “Os loucos tinham então uma existência facilmente errante. As cidades escorraçavam-nos de seus muros; deixava-se que corressem pelos campos distantes, quando não eram confiados a grupos de mercadores e peregrinos” (Foucault, 1972, p. 8). •Para Foucault, na Idade Clássica a exclusão não se dá pela simples indiferença à loucura, mas porque esta começa a se revelar como ameaça do desatino, do perigo constante identificado na ideia do mal. •Nas representações artísticas, aparecem “[a]s figuras da visão cósmica e os movimentos da reflexão moral, o elemento ‘trágico’ e o elemento ‘crítico’.” (Foucault, 1972, p. 27); a loucura representa o que há de trágico e defeituoso no homem. Os ho spita is me dieva is A loucura na Idade Moderna: Foucault •“No século XVII, na Itália e na França, os loucos tranquilos eram deixados em suas próprias casas ou perambulavam pelas estradas, expondo-se ao riso público. Quando eram perigosos ou agressivos, eram trancafiados junto com delinquentes comuns, acorrentados e entregues aos carcereiros. Simultaneamente, alguns loucos, mais afortunados, eram recolhidos por instituições de caridade, cujo número crescia no final do século XVII •Nas últimas décadas desse século, os alienados passaram a ser recolhidos sistematicamente em hospitais civis (gerais), mas sempre trancados nos locais mais apartados, lúgubres e insalubres dos hospitais. Frequentemente eram colocados junto aos pacientes com doenças incuráveis. Sem assistência médica, quase sempre. Eram confiados ao arbítrio de guardas rudes, munidos de chicote e bastão. De costume, eram presos a correntes, fixadas ao pavimento ou à parede” (Pessotti, 1995, p. 154 O sécu lo XVI I e a Grand e Inter nação A ascensão da ideologia burguesa e a mudança de perspectiva • “A internação é uma criação institucional própria a o século XVII. Ela assumiu, desde o início, uma amplitude que não lhe permite uma comparação com a prisão tal como esta era praticada na Idade Média. Com a medida econômica e precaução social, ela tem valor de invenção. Mas na história do desatino, ela designa um evento decisivo: o momento em que a loucura é percebida no horizonte social da pobreza, da incapacidade para o trabalho, da impossibilidade de integrar-se no grupo; o momento em que começa a inserir -se no texto dos problemas da cidade. As novas significações atribuídas à pobreza, a importância dada à obrigação do trabalho e todos os valores éticos a ele ligados determinam a experiência que se faz da loucura e modificam lhe o sentido.” (Foucault, 1972, p. 78). "Nosografia filosófica ou método de análise aplicada à medicina" •1793 – empossado como “médico das enfermarias” no Hospital de Bicêtre – 400 homens aprisionados, dos quais metade eram doentes mentais •Recrutou Jean-Baptiste Pussin, ex-paciente curado de tuberculose linfática •Aplica uma administração não-violenta, não-médica aos pacientes, que chamaria de “tratamento moral” O século XVII e aGrande Internação • “no século XVIII o internamento em casas reservadas estritamente aos loucos começa a ser praticado de modo regular [...]Esse é um dado quase inteiramente novo em relação ao século XVII. Muitos loucos, que cinquenta anos antes teriam sido encerrados nas grandes casas de internamento, encontram agora uma terra de asilo que é só deles.”(Foucault, 1972, p. 382 •Essas instituições caracterizam-se “por acolher apenas doentes mentais e dar-lhes tratamento médico sistemático e especializado (…). Existiam já antes do século XIX, embora sua função hospitalar ou médica fosse, então, reduzida a bem pouco, visto que a figura do médico especialista em tratar loucos, o alienista ou o freniatra, surgiria apenas no século XIX” (Pessotti, p. 152) O sur gime nto d a psiq uiatr ia no sé c. XV III •A psiquiatria surge nesse momento, com a transição do asilo custodial para o asilo terapêutico–Necessidade de estabelecer um corpo médico capacitado para administrar essas instituiçõesde uma forma que fosse benéfica ao paciente → conhecimento dos transtornos mentais, da terapêutica, e do uso benéfico do ambiente •William Battie (1760s), Vincenzo Chiarugi (1780s), Philippe Pinel (1790s) Phillipe Pinel Nosographie philosophique ou méthode de l'analyse app liquée à la médec ine” •Nosologia baseada nas ideias de William Cullen, aplicando uma taxonomia baseada na sistemática, com “gêneros” e “espécies” de transtornos •Cinco tipos básicos de transtornos mentais: 1.Melancolia - “taciturnidade, um ar pensativo, suspeitas mórbidas, e um amor pela solidão”; pode apresentar formas opostas (senso exaltado de auto importância e expectativas irrealistas, ou profundo desespero e grande depressão) 2.Mania sem delirium – paroxismos de fúria e violência, sem prejuízo das funções cognitivas; pode ser contínua ou cíclica 3.Mania com delirium – indulgência e fúria, com prejuízo das funções cognitivas; forte presença de delírios; pode ser contínua ou cíclica 4.Demência – “abolição do pensamento”; ausência de pensamento, incoerência extrema, anormalidades 5.Idiotismo - “obliteração das faculdades intelectuais e afetações” O crescimento no século XIX As ra ízes da psico patol ogia bioló gica Joha nn H einro th 1•Influências do Iluminismo francês – observação clínica em contexto hospitalar por um período longo, eventualmente com autópsia após a morte do paciente – Pinel, Esquirol, Escola de Medicina de Paris •Bayle, Calmeil – inflamação crônica da aracnoide nos encéfalos de pacientes com demência crônica –paralisia geral do insano: modelo paradigmático da doença mental → alguns psiquiatras passam a entender a insanidade como uma entidade única baseada em patologia orgânica e terminando em demência, aracnoidite, e atrofia cerebral. 1•Aumento rápido n o número de asilos, como resultado de crescente urbanização e aumento na incidência de transtornos •Aumento no número de clínicas e sanatórios privados, bem como de spas e centros de tratamento residencial •Antes de 1870, “a disciplina da psiquiatria estava confinada principalmente nas instituições: asilos para os pobres, clínicas privadas para os ricos (…)” •“No último quarto do século XIX, as clínicas particulares deslancharam, conforme a psiquiatria adquiria mais conhecimentos da psicologia” •Psiquiatra de Leipzig, contemporâneo de Pinel •Influência de uma “psicologia tripartite” de matriz kantiana (sensibilidade, entendimento, imaginação) e da ética alemã •Nosologia com três conjuntos de transtornos: –Insanidade (Wahnsinn), significando “falta de liberdade do humor ou sentimentos” (Gemüth), com delírios e alucinações psicóticas. Poderia transformar-se em melancolia. –Delírios (Verrücktheit), significando “falta de liberdade da mente”, com pensamentos desordenados. Poderia transformar-se em demência, com ausência de pensamentos. –Mania (Tollheit), significando “falta de liberdade da vontade”, com um desejo de destruição. Uma vontade “deprimida” seria incapaz de tomar decisões. •Consulta preliminar lançada em 1886 •Americanos, liderados por Clark Bel l, propõem uma nosologia de inspiração pineliana: mania, melancolia, demência, idiotia, neurossífilis, monomania •Belgas, liderados por Jules Morel de Ghent, propõem uma classificação mais sofisticada, incluindo a mania e melancolia, “psicose progressiva sistemática”, transtorno delirante crônico, “insanidades nervosas” (histeria, hipocondria, epilepsia), e “insanidade moral e impulsiva” A primeira Classificação Internacional de Doenças Joha nn H einro th •Psiquiatra de Leipzig, contemporâneo de Pinel •Influência de uma “psicologia tripartite” de matriz kantiana (sensibilidade, entendimento, imaginação) e da ética alemã •Nosologia com três conjuntos de transtornos: –Insanidade (Wahnsinn), significando “falta de liberdade do humor ou sentimentos” (Gemüth), com delírios e alucinações psicóticas. Poderia transformar-se em melancolia. –Delírios (Verrücktheit), significando “falta de liberdade da mente”, com pensamentos desordenados. Poderia transformar-se em demência, com ausência de pensamentos. –Mania (Tollheit), significando “falta de liberdade da vontade”, com um desejo de destruição. Uma vontade “deprimida” seria incapaz de tomar decisões. •Consulta preliminar lançada em 1886 •Americanos, liderados por Clark Bel l, propõem uma nosologia de inspiração pineliana: mania, melancolia, demência, idiotia, neurossífilis, monomania •Belgas, liderados por Jules Morel de Ghent, propõem uma classificação mais sofisticada, incluindo a mania e melancolia, “psicose progressiva sistemática”, transtorno delirante crônico, “insanidades nervosas” (histeria, hipocondria, epilepsia), e “insanidade moral e impulsiva” Wilhe lm G riesin ger •Oposição ao idealismo alemão presente; grande influência do método clínico pineliano; concepção dos transtornos mentais como transtornos neurológicos •Promulgação de reforma asilar eliminação da restrição física •Estabelecimento da psiquiatria acadêmica na Universidade de Berlim, criando um modelo de junção de psiquiatria e neurologia A primeira Classificação Internacional de Doenças •Psiquiatra em um asilo no leste prussiano •Primeiro a classificar doenças com base em curso temporal e desfecho 1.“Vesânias”: doenças com curso rapidamente progressivo e que afetam quase todas as funções; início com melancolia, progredindo para mania e psicose, e terminando em demência 2.“Vecordias”: doenças com início na puberdade que se estabilizam após alcançar um pico 3.“Disfrenias”: doenças somáticas, com curso com recuperação mas sujeitas a recaída Karl Ludwig Kahlbaum A asc ensão dos trans torno s das e moçõ es •Concepções da loucura na França focam-se em alterações da cognição e do pensamento (loucura como desrazão) •Na Alemanha, o termo Ge müth descreve o humor e suas alterações •Por volta de 1850, alterações de Gemüth figuram amplamente nas nosologias psiquiátricas alemãs, com “doenças emocionais” •Shorter: as doenças emocionais não eram encaradas como hereditárias, por exemplo, e os asilos privados e clínicas particulares rapidamente capitalizaram em cima desse prestígio: “Agora que tomamos o amplo campo dos transtornos emocionais [Gemüthskrankheitein] – histeria, hipocondria, neurastenia – em resumo, todas as doenças do sistema nervoso geral que raramente não tem influência sobre a função psíquica... o nome ‘asilo para insanos’ não mais corresponde a realidade” (Henrich Laehr, 1882) •O ataque de Hermann Helmholtz, Emil Du Bois-Reymond, e Ernst Brücke às teorias vitalistas de Johannes Müller, seu mentor. –Articulação de um materialismo germânico •Rudolf Virchow – teoria celular da doença (1858) → doenças caracterizadas por mudanças microscópicas demonstráveis na célula (omina cellule e cellula) –Patologia passa a ser conceitualizada por sistema orgânico e em termos de processos patológicos gerais (degeneração, inflamação, circulação, neoplasma, trauma, defeitos congênitos etc.) •Herbert Spencer (1855), Principles of Psychology → implementação do debate sobre evolucionismo à psicologia associacionista; organização hierárquica, com base evolutiva, dos processos psicológicos Emil Krae pelin •1856-1926 •1878: Hospital Mental Distrital de Munique •1883: professor em Leipzig, onde inicia interação profícua com Wilhelm Wundt •Escreve em 1883, sob influência de Wundt, seu Compendium der Psychiatrie: Zum Gebrauche für Studirende und Aertze •1903-1922: professor de psiquiatria em Munique, onde abre um hospital psiquiátrico •Sofre influência de Griesinger, Kahlbaum e Wundt Outros fatores na ascensão da psicopatologia biológica alemã •Realismo: em relação às categorias nosológicas, que seriam tipos naturais (ou “entidades naturais de doença” [“natürliche Krankheitseinheiten”]), existindo de forma independente do pesquisador ou do clínico; ceticismo em relação a métodos orientados heuristicamente •Empirismo: apoio ao desenvolvimento e implementaçãode experimentos psicológicos e psicofisiológicos na psiquiatria; aspectos subjetivos (em especial os autobiográficos) são vistos com ceticismo; entretanto, considerava a descrição clínica importante •Paralelismo psicofísico: fenômenos mentais e neurobiológicos são separados, mas ligados e agindo em “paralelo”; defesa da existência de fenômenos mentais contra “mitologias do cérebro” Posições filosóficas A nos ologi a de Krae pelin •Postulado central: realismo filosófico – os achados da anatomia patológica, da etiologia, ou da sintomatologia clínica (incluindo curso temporal) necessariamente convergem nas mesmas “entidades naturais de doença”, porque elas são tipos naturais •1880-1891 – busca por um sistema psiquiátrico válido e confiável, baseado em crenças naturalísticas e no arcabouço da psicologia wundtiana; –Ainda não havia dementia praecox –Wahnsinn (“insanidade”): Agrupamento de psicoses paranóides e alucinatórias clinicamente heterogênea, tendendo à cronicidade •1891-1915 – finalização do conceito de entidades naturais de doença; dicotomia das psicoses endógenas • “Dementia praecox” – prognóstico ruim; base orgânica postulada (“autointoxicação” levando à destruição de neurônios corticais); degeneração não é importante •Doença maníaco-depressiva – diagnóstico melhor; etiologia pouco clara; proposição de uma “irritabilidade geneticamente determinada do afeto”; degeneração é importante •Parafrenia – psicose com sintomatologia clínica aguda e heterogênea, com o desenvolvimento de deficits permanentes; ausência de alterações volitivas e baixo grau de embotamento afetivo •Paranóia: delírios severos e crônicos sem alteração da personalidade e da volição •Limitações técnicas fizeram com que a busca por marcadores biológicos (patologia) não fosse encontrada para a grande maioria das doenças postuladas –Nem mesmo para as psicoses, “menina dos olhos” da psiquiatria alemã, demonstrou-se patologia •Charcot (1870-1880) usa o conceito de neurose funcional para agrupar pacientes exibindo alterações que não eram factícias, nem apresentavam defeitos neurológicos demonstráveis –Introdução do termo “psiconeurose” (com etiologia psicológica) para diferenciar de neuroses surgindo de disfunções neurais •Reintrodução de um “dualismo prático”: como as tentativas de identificar a etiologia patológica não produziram sucesso, mudou-se o foco para a atenção ao que o paciente fazia e atribuir significado a isso, e então para afirmar que as experiências de vida eram causadoras de alterações mentais Karl Jaspe rs e a abor dage m fenom enoló gica e m psico patol ogia A nosologia das psicosesem Kraepelin A mudança para conceitos funcionais e ambientalismo •Graduado em Heidelberg em 1908 –Ampla disposição de casos para estudo na Clínica Psiquiátrica Universitária –Saúde frágil e inclinação filosófica sugeridas com os fatores para Jaspers ter escolhido trabalhar de forma aprofundada com casos individuais (Rodrigues, 2005) –Corpo clínico efervescente, liderança de Franz Nissl, forte influência kraepeliniana –Metodenstreit: discussão sobre a epistemologia das ciências humanas; será possível aplicar um modelo dedutivo-nomológico para as Carl Hempel? •Die Phä nomenologiche Forschungsrichtung in der Psychopathologie (1912): descrição do método fenomenológico e sua aplicação à psicopatologia •Allgemeine Psychopathologie (1913): descrições fenomenológicas de experiências específicas, com pouca referência ao método •Phänomenologiche Forschungsrichtung: crítica ao foco da “psicologia objetiva”: a abordagem exclusiva os elementos mensuráveis excluiriam a subjetividade da psicologia e da psicopatologia •Crítica também a “psicologia subjetiva”: alcance limitado da utilização da empatia como instrumento •Para Jaspers, a fenomenologia é a primeira etapa desse processo, distinguindo os fenômenos subjetivos, descrevendo-os e nomeando-os → posicionamento pré-teórico e livre de pressuposições •Além de trabalhar apenas com os fenômenos realmente vividos pelos pacientes, propunha que a descrição e delimitação deles deveria ser realizada por meio de parâmetros exteriormente observáveis – modo de surgir, contexto de aparecimento, conteúdo etc. •Os símbolos usados para a elaboração da psicopatologia deveriam corresponder aos referenciais utilizados na vida comum; assim, a estrutura da psicopatologia fenomenológica se sustentaria na intersubjetividade Ludwig Binswanger •Binswanger parte da Dasein heideggeriana para propor a descrição da experiência de mundo e as condições de existência tal como estas se dão nas condições particulares •Considerou importante, na clínica (que envolve principalmente a relação intersubjetiva médico-paciente), observar como o paciente vivencia os modos simultâneos de ser-no-mundo: –Umwelt: “o mundo ao redor”; mundo natural, biológico –Mitwelt: mundo com o outro; vida social –Eigenwelt: Auto-consciência, percepção de si mesmo • “Do ponto de vista da fenomenologia, o essencial de tais fenômenos psicopatológicos reside em que você não vê jamais um fenômeno isolado, mas aquele que se desenrola sobre um plano de fundo de um Eu, de uma pessoa, ou, dito de outra forma, nós o vemos sempre como expressão ou manifestação emanando de tal ou tal pessoa” (Binswanger, 19 71c, p. 105). •Influência de John Hughlings Jackson, Thomas Huxley, e da psicologia funcional americana •1928: concepção holística da psicobiologia (“ergasiologia”); todos os processos orgânicos, emocionais, e mentais do indivíduo contribuem à totalidade da pessoa •Substituição do conceito de doença pelo de “tipo de reação”, que exigia explicações fisiológicas e psicológicas •Grande influência sobre o DSM-I •Formação psiquiátrica junto a Bleuer e Jung no Hospital Burghölzli •Adesão inicial à psicanálise freudiana; afasta-se à medida em que estuda Husserl e Heidegger: “A direção de pesquisa analítico existencial em psiquiatria surgiu da insatisfação quanto aos projetos de compreensão científica da psiquiatria da época” (Binswanger 1970, p. 115) •Daseinanalyze: propõe que se examine a questão fundamental do Ser e das relações do fenômeno psicopatológico com a existência do sujeito que padece •O DSM-I (1952) foi uma classificação descritiva das síndromes mentais na qual as etiologias eram neurológicas ou psicobiológicas, dependendo do conhecimento da época •Conceitos etiológicos principais: tipos de reação (sensu Meyer) •O DSM-I apresenta diversas categorias nosológicas que são descritas como reações: –Reações psicofisiológicas do sistema nervoso –Reações esquizofrênicas –Reações psicóticas involucionais –Reações afetivas –Reações paranoicas Adolf Meyer Daseinanalyse epsicopatologia Adolf Meyer e o DSM -I •Apresentado como uma continuidade do DSM-I, por também refletir a tradição psicodinâmica e Meyeriana •No entanto, as definições das neuroses específicas (neurose de ansiedade, neurose histérica, e assim por diante) eram basicamente descritivas •De fato, traços “psicodinâmicos” só persistiram na definição geral de neurose, em que a ansiedade era considerada “a característica dominante” •A principal base para o DSM-II, na realidade, é o CID-8 (Spitzer, 1980) •O interesse renovado nas origens biológicas dos transtornos mentais levou ao desenvolvimento de novos tratamentos •von Jauregg (1917) – tratamento de 9 pacientes de neurossífilis com terapia de febre induzida por malária; respostas favoráveis em 6 deles → modelo paradigmático •Joseph von Meduna (década de 1920) – observação (falsa) de que a esquizofrenia não se desenvolve em indivíduos com epilepsia o leva a proporque a convulsão poderia curar a psicose – base da ECT •Coma insulínico – Manfred Sakel, 1927, usa insulina em pacientes psicóticos para estimular seu apetite; conforme aumenta a dose, os pacientes entravam em convulsão seguida de coma, e retornavam deste sem sintomas de psicose •Reserpina e neurolépticos usados, a partir da década de 1950, para diminuir sintomas das psicosesO DSM -II (19 68 ) A psicanálise e o DSM-I •A noção de que o DSM-I representa a decadência da psiquiatria biológica e a ascensão da psicanálise nos EUA é verdadeira somente em parte (Aragona, 2015) •Muitos fundadores da Sociedade Psicanalítica de Nova Iorque foram alunos de Meyer •A sobreposição entre as ideias de Meyer e a psicanálise pode ser visa na definição dos “transtornos psiconeuróticos”: “aquelas alterações nas quais a ‘ansiedade’ é a característica dominante, diretamente sentida e expressada, ou automaticamente controlada por defesas como depressão, conversão, dissociação, deslocamento, formação fóbica, ou pensamentos e atos repetitivos” (DSM-I, p. 12) O desenvolvimento de terapias biológicas Entretanto… –O objetivo do DSM-I era “prover um sistema de classificação consistente com os conceitos da psiquiatria e da neurologia modernas” (DSM-I) –O DSM-I não restringe os transtornos mentais às “doenças da unidade psicobiológica”, mas também considera em grande detalhe os transtornos mentais associados com alterações orgânicas do encéfalo –Esses transtornos mentais associados com alterações orgânicas do encéfalo não são reações psicodinâmicas –Conceitos psicodinâmicos utilizados somente no domínio dos transtornos psicóticos, neuróticos e de personalidade •Grupo “neo-Kraepeliniano” da Washington University (Robins, Guze, Spitzer): psiquiatria concebida como uma disciplina médica •Esse grupo introduziu o conceito de validade diagnóstica para descrever os programas de pesquisa de orientação nosológica •O conceito também era útil para responder às críticas da anti- psiquiatria sobre o “mito” dos transtornos mentais •Auto-definido com o “a-teórico” –Essa afirmação não deve ser “uma tentativa de ausência de teorias, mas com o uma postura de suspender o julgamento acerca da etiologia possível de transtornos fenomenalmente definidos” (Aragona, 2006, p. 48) •Spitzer propôs a utilização de critérios operacionais dos construtos diagnósticos (Critérios de Feighner) para avaliar a confiabilidade do diagnóstico (o grau com que psiquiatras diferentes concordam em relação ao diagnóstico do mesmo paciente) → critérios psicométricos (kappa de Cohen) –A validação desses construtos diagnósticos deveria seguir o proposto por Robbins e Guze (descrição clínica, testes laboratoriais, diagnóstico diferencial, estudos de prognóstico, e estudos familiais) •Teoria neo-positivista da classificação: –Distinção entre diagnósticos científicos e não-científicos •Diagnósticos não-científicos apoiam-se nos últimos resíduos psicodinâmicos não-testáveis ainda presentes no conceito geral de neurose do DSM-II –Exclusão dos diagnósticos não-científicos com o sem sentido –Crença na existência de uma base puramente observável –Introdução dos critérios diagnósticos operacionais com as regras de correspondência ligando o nível observacional dos sintomas ao nível abstrato dos transtornos mentais O DS M-III (198 0) •A lista de categorias diagnósticas proposta por Kraepelin e nos DSMs é muito semelhante; não é isso que torna o DSM-III “o mais kraepeliniano” dos DSMs •O ideal kraepeliniano era enuclear “entidades de doença” para além de síndromes; mas Kraepelin admitiu que, “ausente a informação etiopatogênica em muitos casos, a classificação sistemática dos transtornos psiquiátricos não era possível” (Aragona, 2015) → estratégia do DSM-III •Além da ausência de informação etiopatogênica, também não existiam achados consistentes e confiáveis em relação a testes laboratoriais, e, portanto, as características descritivas dos construtos ainda eram as principais característicasdefinidoras • “O que o DSM-III adiciona à aproximação Kraepeliniana de seus predecessores para torná-la mais Kraepeliniana são as seguintes características: a) medicina internacomo o modelo médico aspirado; b) a prioridade causal dos mecanismos cerebrais; c) etiologia como o fim ideal do processo científico; d) ênfase na descrição clínica rigorosa e diagnóstico diferencial para identificar transtornos mentais” (Aragona, 2015) A base kraepeliniana dos DSMs (Aragona, 201 5) DSM- III-R (1987 ), DSM -IV (1 994), DSM- IV-TR (200 0 ) •Poucas mudanças no DSM-III-R: retirada do termo “neurose”, uso extensivo de critérios politéticos (i.e., com muitos atributos ou características, todas possuídas por alguns membros da classe, mas nenhuma possuída por todos os membros) → mudança para um modelo de protótipo •O DSM-III era uma mistura de convencionalismo (concordância entre os especialistas) e empirismo (“ensaios de campo” para testar a confiabilidade das categorias) •O DSM-IV e sua versão revisada colocam mais ênfase sobre as evidências empírica, refletindo a ascensão de uma “psiquiatria baseada em evidências” I. Síndromes clínicas e Condições não-atribuíveis a transtornos mentais que são foco de atenção ou tratamento II.Transtornos de personalidade e Transtornos do desenvolvimento específicos III.Condições médicas agudas ou desordens físicas IV. Fatores ambientais ou psicossociais contribuindo para desordens V.Avaliação Global das Funções (Global Assessment of Functioni ng) ou Escala de Avaliação Global para Crianças (Children’s Global Assessment Scale ) para jovens abaixo de 18 anos (numa escala de 0 a 100) •Poucas mudanças no DSM-III-R: retirada do termo “neurose”, uso extensivo de critérios politéticos (i.e., com muitos atributos ou características, todas possuídas por alguns membros da classe, mas nenhuma possuída por todos os membros) → mudança para um modelo de protótipo •O DSM-III era uma mistura de convencionalismo (concordância entre os especialistas) e empirismo (“ensaios de campo” para testar a confiabilidade das categorias) •O DSM-IV e sua versão revisada colocam mais ênfase sobre as evidências empírica, refletindo a ascensão de uma “psiquiatria baseada em evidências” • “A esperança inicial do DSM-5 era a introdução de uma ‘mudança de paradigma” (Aragona) •Vários modelos revolucionários foram propostos: –Diagnósticos dimensionais –Espectros –Diagnósticos baseados em etiologia •Nenhum foi implementado •Retém a aproximação sindrômica das edições anteriores, com exceção de: a) Dimensionalização limitada (eliminação do sistema multiaxial; inclusão de medidas transversais de severidade de sintomas; perfil dimensional provisório de traços de personalidade patológicos na Seção III) b) Introdução do transtorno do espectro autista c) Desloca mento de alguns transtornos para outros grupos DSM-5-TR março/2022 EUA (341 diagnósticos) foi acrescentado 1 diagnóstico (transtorno do luto prolongado) DSM-IV-TR (2022) O sistema multiaxial (DSM-III e DSM-IV) DSM- V (20 13) DSM-1 -1952 (106 diagnósticos) DSM-2 - 1962 (182 diagnósticos) DSM-3 - 1980 (265 diagnósticos e pela primeira vez coordenado com o CID 9) -Rompe com o modelo psicodinâmico que existia no DSM I e III -DSM -III-TR na terceira edição revisada em 1987 foram para 292 os diagnósticos. DSM-4 -1994 (297 diagnósticos) DSM-4-TR - 2000 (297 diagnósticos) não houve acréscimo de diagnósticos DSM-5 - 2013 atual ( 340 diagnósticos) DSM-5-TR março/2022 EUA (não foi traduzido para o português até o momento) (341 diagnósticos) -Foi acrescentado 1 diagnóstico (transtorno do luto prolongado) Alessandra Tuma - Behaviorismo