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ARTRITE REUMATÓIDE É uma doença inflamatória crônica autoimune, por mais de 6 semanas com episódios de artrite e tem produção de autoanticorpos; Etiologia Boa parte da etiologia é desconhecida, mas tem alta predisposição genética (HLA DR4), o cigarro é um gatilho imunológico, exposição a luz solar para pacientes com lúpus, predominante no sexo feminino (hormonal?). Há uma resposta autoimune sistêmica decorrente da produção de 1 ou mais antígenos Há relação com a Chikungunya, Parvovírus B19, EBV, M. Tuberculosis, E. coli e Proteus mirabilis. Há fatores protetores como uso de aco, gravidez e a pré menopausa é um fator de piora da doença. Epidemiologia Doença de mulheres jovens por volta dos 30 a 50 anos, principalmente em mulheres mas pode afetar os homens também Fisiopatologia Na fisiopatologia, há um desequilíbrio entre citocinas pró inflamatórias e anti inflamatórias, levando a uma autoimunidade gerando infamação crônica e destruição articular e erosão; 1. Um estímulo antigênico leva a um recrutamento celular de células de defesa que se aderem ao endotélio, no espaço intrarticular. 2. Ao chegar na articulação, desencadeiam resposta tipo TH1 mediada por células levando produção de TNF alfa e IL-1 gerando inflamação; 3. Célula apresentadora de antígeno se ativa e faz a diferenciação do linfócito T (a partir do CD80 do macrófago e CD28 do linfócito T) AO acontecer isso, há proliferação e diferenciação em duas linhagens: TH1 e TH17; 4. TH1 vai fazer uma resposta adquirida que vai levar a produção de autoanticorpos (fator reumatoide e anti ccp) 5. TH17 vai fazer a produção de interleucinas, perpetuando a ativação de macrófagos, fazendo com que produzam inúmeros mediadores inflamatórios: IL-1, IL-6 e TNF alfa. 6. TNF alfa estimula proliferação e diferenciação das células responsáveis pela formação e degradação da matriz óssea Membrana sinovial que começa a ser atacada, e fica inflamada, e começa a ficar proliferada destrutiva e isso é chamado de pannus; Observações: - CD28 e 80 é um ponto de bloqueio - TNF alfa – principal ponto de bloqueio para tratar o paciente, que é o único produzido pelas duas células TH1 e TH17 . - Quem tem ANTI – CCP é um paciente de alto risco para desenvolver a patologia (TH1), ele é mais específico do que o fator reumatoide; Quadro clínico O paciente inicia com queixas inespecíficas como: fadiga, febre baixa, mialgia que precedem dos sintomas articulares. Manifestações articulares Dor e edema articular (artrite): Frequentemente é poliarticular acometendo pequenas e médias articulações (mãos e pés), geralmente são simétricas e aditivas associadas a rigidez matinal; Pode apresentar: alargamento dos punhos, nódulos, aumento das metacarpofalangianas, desvio ulnar dos dedos, deformidade em pescoço de cisne, dedo em abotoadura A dor piora ao repouso e melhora com a movimentação da articulação Manifestações extrarticulares Comprometimento cutâneo com presença de nódulos, olho seco com ou sem ceratoconjutivite, derrame pericárdico, miocardite, nódulos pulmonares... História clínica O paciente tem períodos de melhora e piora, exacerbações. É uma patologia de característica agressiva com deformidade e perda funcional. Diagnóstico O paciente deve ter 4 dos critérios abaixo para definir como doença, porém só é possível identificar em fases mais avançados da doença Mais de 6 pontos dessa tabela Exames complementares Os principais: fator reumatoide, anti CCP, radiografia simples; Achados radiológicos Podem estar presente em apenas fases avançadas: aumento de partes moles periarticulares, osteopenia periarticular, redução dos espaços articulares, erosões marginais, subluxações, anquilose óssea, distribuição simétrica; Tratamento Os objetivos do tratamento são: controle da dor, redução da inflamação e proteção e preservação das estruturas articulares; Anti - inflamatórios não hormonais É utilizado em fases ativas da doença por tempo longo, assim se atentando aos efeitos colaterais. Ter atenção nos pacientes que já tem algum dano renal, dispepsia ou ulcera e alto risco cardiovascular. Corticosteroides Usar em menor tempo possível, em baixas ou moderadas dose. Utilizar doses altas somente em manifestações sistêmicas graves. Se for usar por tempo prolongado fazer profilaxia de osteoporose. Agentes modificadores do curso da doença Alteram o curso clínico da doença, reduzindo dano radiográfico e estrutural preservando a integridade e a função articular. - Metotrexato Ação de antiproliferação de linfócitos e efeito anti inflamatório; Poupa uso de corticoesteroides nesses pacientes; - Leflunomida Bloqueia a síntese do DNA, mas por um mecanismo diferente do metotrexato. Age na síntese das pirimidinas, com ação antiproliferação de células T e mononucleares. Melhora a atividade da doença, a qualidade de vida e reduz a progressão radiológica da doença. - Sulfassalazina Ações moduladoras sobre os linfócitos B e T e várias outras células inflamatórias. - Antimaláricos Hidroxicloroquina é a droga de escolha Obrigatoriamente os pacientes devem realizar acompanhamento com oftalmologista e campimetria visual, pois possui impregnação no fundo ocular Agentes biológicos Medicamentos desenvolvidos e direcionados contra moléculas de superfície celular ou citocinas secretadas no espaço extracelular. Consistem em anticorpos monoclonais e antagonistas de receptores; Opções anti – TNF: infliximabe, etarnecept, adalimumabe, golimumabe, certolizumabe Esses medicamentos podem deixar o paciente susceptivel a infecções como TB, exacerbar IC... E tem rituximabe que é anti CD20 Em todas as fases da doença o paciente deve fazer atividade física, controlar o peso, dieta, analgesia... Como é feita a escolha dos medicamentos? Paciente diagnosticado -> metotrexato Se não responder bem a uma droga modificadora de doença associamos duas dessas modificadores de doença; Se ainda não responder bem -> considerar uso de biológicos Reavaliar a cada 3 meses