Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO 
SERVIÇO SOCIAL
Professor Esp. Irení Alves de Oliveira 
Reitor
Márcio Mesquita Serva
Vice-reitora
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. José Roberto Marques de Castro
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação 
Comunitária
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva
Pró-reitor Administrativo
Marco Antonio Teixeira
Direção do Núcleo de Educação a Distância
Paulo Pardo
Coordenação Pedagógica do Curso
Daniele Raineri Mesquita Serva Spressão
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico
B42 Design
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A 
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código 
Penal.
Universidade de Marília 
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 
CEP 17.525–902- Marília-SP
Imagens, ícones e capa: ©freepik, ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia
BOAS-VINDAS
Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos 
nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – 
Universidade de Marília.
Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não 
conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino 
superior bem feito. 
A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base 
na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão 
de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, 
capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, 
a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização 
e da solidariedade humanas.
A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos 
sonhos, conquistas e desafios.
A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 
350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também 
do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais 
de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram 
suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR.
Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR 
com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática 
e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa 
de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa 
está ligada de forma indissociável à educação.
Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, 
investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja 
ofertada e esteja acessível a todos. 
Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu 
futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos 
parceiros neste momento e não mediremos esforços para 
o seu sucesso!
Não vamos parar, vamos continuar com investimentos 
importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal, 
não é possível nunca parar de sonhar! 
Bons estudos!
Dr. Márcio Mesquita Serva
Reitor da UNIMAR
Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! 
Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado 
em um curso de ensino superior em uma Universidade de 
excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada 
minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, 
a pesquisa e a extensão universitária. 
Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as 
oportunidades, faça amizades e viva as experiências que 
somente um ensino superior consegue proporcionar.
Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede 
do campus universitário localizado na cidade de Marília, 
navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog 
e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR!
Muito obrigada por escolher esta Universidade para a 
realização do seu sonho profissional. Seguiremos, 
juntos, com nossa missão e com nossos valores, 
sempre com muita dedicação. 
Bem-vindo(a) à Família UNIMAR.
Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu 
projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as 
pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam 
se estiverem capacitadas para isso.
Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação 
pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, 
inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você 
tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, 
que você possa desenvolver as competências e habilidades 
necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu 
presente, neste momento mágico em que vivemos.
A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de 
sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para 
apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo 
seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você 
tem a gente para seguir junto com você. 
Sucesso sempre!
Profa. Fernanda 
Mesquita Serva
Pró-reitora de Pesquisa, 
Pós-graduação e Ação 
Comunitária da UNIMAR
Prof. Me. Paulo Pardo
Coordenador do Núcleo 
EAD da UNIMAR
007 Aula 01:
018 Aula 02:
030 Aula 03:
042 Aula 04:
Serviço Social: Histórico e Conceito
Normas e Órgãos Reguladores
Assistência Social: Identidade
O Serviço Social na Contemporaneidade
Introdução
Seja bem- vindo(a)!
Caro(a) aluno(a) é um enorme prazer trabalhar com você a disciplina de
Introdução ao Serviço Social, pois tenho certeza que os assuntos abordados
neste livro é de extrema importância para a sua formação acadêmica e
pro�ssional. A construção deste material tem com �nalidade compreender o
Serviço Social na contemporaneidade abordando assuntos relevantes tanto
para o processo formativo quanto na condução do exercício pro�ssional.
Sendo assim, na unidade I vamos conhecer o que vem a ser o Serviço Social,
suas origens e conceitos, considerado aspectos importantes na compreensão
das relações de trabalho e no surgimento da questão social no Brasil,
destacando o papel do Estado e das instituições religiosas antes do Serviço
Social se regulamentar enquanto pro�ssão. Já na unidade II será apresentado
os órgãos representativos que são o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e às normas que regulamenta
como o Código de Ética do Serviço Social; Constituição de 1988, mais
especi�camente sobre o artigo 203 e 204 e Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS).
Na unidade III iremos discutir sobre a formação, as competências e habilidades,
também será apresentado sobre os objetos de trabalho do assistente social, o
mercado de trabalho e o Projeto Ético Político da pro�ssão. Por �m na unidade
IV abordaremos o Serviço Social na contemporaneidade a proposta será de
abordar assuntos atuais e relevantes na formação compreendendo que o
pro�ssional em Serviço Social precisa conhecer todos os conceitos que serão
tratados ao longo deste livro, para que possa �car atento aos assuntos
contemporâneos postos na sociedade.
Espero que o conteúdo deste livro contribua no seu crescimento enquanto
futuro(a) assistente social. Bons estudos e até a próxima.
6
01
Serviço Social: 
Histórico e Conceito
Introdução
Caro(a) aluno(a) você deve estar se perguntando, mas o que é o Serviço Social,
qual a sua origem e a relação com a igreja católica e o Estado?
Partindo desta perspectiva, busquei sintetizar da forma mais clara possível sobre
os assuntos que normalmente os estudantes do Serviço Social se faz e é evidente
que se faça esses questionamentos, pois precisamos entender como tudo
aconteceu. Assim, para que você possa compreender todo o contexto, dividi esta
unidade em três momentos, os quais encontram da seguinte forma.
No primeiro momento, apresento o que vem a ser o Serviço Social, aqui, trago de
uma forma breve sobre a atualidade até para que você possa entender como
estaráinserido na sociedade após a sua formação, depois destaco separadamente
sobre a origem e o conceito da pro�ssão, me aprofundei nas ideias de grandes
autores referenciais da nossa pro�ssão como Iamamoto, Yazbek e Montaño.
Já no segundo momento, apresentarei sobre as relações de trabalho que são
consideradas importantes na vida do ser humano, mas que muitas vezes são
implicadas pelo sistema capitalista que reage na busca por aumento da riqueza
comprometendo as relações sociais gerando a desigualdade social e o que
chamamos de questão social, objeto de trabalho dos assistentes sociais outro
ponto abordado nesta unidade.
Por �m, apresento o Estado e o papel das instituições religiosas, antes do Serviço
Social se regulamentar enquanto pro�ssão. De um lado tínhamos o Estado que
não se preocupava com a classe trabalhadora e do outro a igreja que buscava nas
instituições um forma de ofertar as doutrinas religiosas.
Desejo bons estudos e que aproveite o conteúdo desta unidade.
8
O que é Ser�ço Social: Origens e
Conceito
O Serviço Social é uma pro�ssão inscrita na divisão social e técnica do trabalho.
Considerado como uma pro�ssão liberal, dispondo de estatutos legais e éticos, os
quais atribui autonomia em relação à condução do exercício pro�ssional e por
meio das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, é
que o assistente social torna-se habilitado para atuar tanto na esfera pública
quanto na esfera privada, nos mais diversos campos sócio ocupacionais.
A origem do Serviço Social sucedeu na sociedade capitalista madura,
conceituado como especialização do trabalho coletivo a partir da articulação no
processo de produção e reprodução das relações sociais, mas para entender a
origem e o conceito do Serviço Social no Brasil é necessário  apresentar de forma
separada, conforme vejamos a seguir.
Origem do Ser�ço Social
De acordo com Montaño (2007) a base da pro�ssão foi pautada no termo “ajuda”,
encontrada nas obras de Tomás de Aquino e Vicente de Paula, primeiros
precursores da assistência social. Os estudos do autor supracitado foram
embasados nas obras de grandes pensadores, como, Herman Kruse, Ezequiel
Ander-Egg, Natálio Kisnerman, Boris Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida,
Balbina Ottoni Vieira, José Lucena Dantas, entre outros, que em sua maioria
enfatizaram que o Serviço Social antecedeu na caridade e na �lantropia, tese
tratada como perspectiva endogenista.
No entanto, o autor destaca que considerar a origem do Serviço Social
exclusivamente pautada nas práticas da �lantropia e da caridade é um tanto
quanto arbitrárias, de fato as práticas exercidas tinha um cunho doutrinário,
muitas vezes com base na ajuda e caridade, mas a origem do Serviço Social
sucedeu a partir das desigualdades sociais (conhecida pelos pro�ssionais como
“questão social”), causadas a partir do período da Revolução Industrial.
Por tanto, a origem do Serviço Social enquanto pro�ssão �cou marcada com a
ascensão do capitalismo, principalmente no período de uma sociedade burguesa
mais madura, a qual gera a desigualdade social e a divisão de classes, além da
9
latente alienação e antagonismo social. E assim, surge a pro�ssão de Serviço
Social, articulada ao projeto hegemônico do poder burguês que tem estratégia
de controle social e a ilusão de servir a sociedade.
Em relação ao Brasil, Iamamoto (2006) destaca que a origem do Serviço Social
esteve vinculada a iniciativas da igreja católica, as quais as chamadas “moças
boazinhas” eram inseridas nos setores mais abundantes da sociedade, ou seja,
vinculados à classe burguesa, para colocar em ação a sua missão política de
apostolado social, juntamente às classes subalternas, em particular a família
operária.
Yazbek et. al. (2008) corrobora que a origem do Serviço Social no Brasil esteve
ligada a um pensamento conservador (doutrinário) da igreja católica, tinha cunho
de ação educativa, passando a atuar em entidades �lantrópicas com o apoio do
Estado, seguindo uma linha de prevenção aos problemas sociais, visto que a
questão social culminou na Revolução Industrial e era vista como um problema
causado pelo indivíduo que neste caso precisava de uma ação curativa,
trabalhando a moral e a religiosidade.
Figura 1 - Divisão de classes
Fonte: freepik.
10
Iamamoto (2002, p. 19) complementa que o “Serviço Social surge da iniciativa de
grupos e frações de classes dominantes, que se expressam através da Igreja,
como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo”. Com isso as
assistentes sociais acabava tendo contato direto com o operário, a qual atendia
diretamente no seu ambiente de habitação para renovar a moral da família,
atuando principalmente com as mulheres a as crianças por meio de ações
individuais.
Conceito do Ser�ço Social
O processo de industrialização no Brasil teve início no século XX marcando
profundamente a sociedade, com o desenvolvimento do capitalismo a todo
vapor, cresce o número da classe operária nos centros urbanos e com isso o
aumento da exploração do trabalho e a desigualdade social, condições propícias
para o Serviço Social se pro�ssionalizar, pois houve a necessidade de
institucionalizar e legitimar como um dos recursos mobilizadores tanto do Estado
quanto do capitalismo que tinha o suporte da igreja católica na perspectiva do
enfrentamento da questão social.
REFLITA
O trabalho do assistente social se insere numa relação de compra e
venda de mercadorias em que a sua força de trabalho é mercantilizada.
Aí se estabelece uma das linhas divisórias entre a atividade assistencial
voluntária, desencadeada por motivações puramente pessoais
idealistas e a atividade pro�ssional.
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e
Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-
metodológica. 16 ed. São Paulo. Cortez. 2006.
11
Fato este que só foi efetivo no ano de 1930 pelo o ex-presidente Getúlio Vargas,
que entendeu a questão social como dever do Estado e na intenção de legitimar
a relação entre o capital e trabalho criou a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), o salário mínimo, as legislações sindicais e entre outras legislações, de
cunho controlador e paternalista, o Estado transformou a questão social em um
problema de administração, desenvolvendo políticas públicas e agências estatais,
que se tornaram campos de atuação para os assistentes sociais (YAZBEK Et. Al,
2008, p. 8).
Não demorou muito para que a igreja católica se tornasse responsável pelo
conjunto de ideias e conteúdos para o processo de formação das primeiras
assistentes sociais, com isso surge no ano de 1932 o Centro de Estudo e Ação
Social (CEAS) no estado de São Paulo, considerada a entidade fundadora e
mantenedora das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil, que aconteceu
somente em 1936, mesclando as visões entre os estudos da França e Bélgica em
uma perspectiva social, ética e técnica em relação à formação pro�ssional.
As Relações de Trabalho e o
Surgimento da "Questão Social"
no Brasil
A evolução do capitalismo foi um marco para a sociedade e se analisarmos ao viés
da pro�ssão do Serviço Social pode-se considerar que a relação de trabalho em
meio às mudanças do capitalismo trouxe grandes implicações, pois o modo de
produção além de re�etir diretamente no cotidiano dos indivíduos, as
consequências foram irreversíveis, dentre as quais, o pauperização; o
desemprego; a precarização nas condições de trabalho, sem contar na
desigualdade social que foi gigantesca.
Marx (1989) destaca que a relação do homem com trabalho é o que transforma
enquanto ser humano, mas o processo de trabalho criado pelo sistema do
capitalista, nas condições de regulador de salários, impede que o trabalhador
eleve o valor da sua força de trabalho e mesmo com todo esse descompasso é
importante considerarmos que o modo de produção aproxima o ser humano
dele mesmo, mas que a forma como ele é desenvolvido pode afastar criando
con�itos nas relações de trabalho.
12
Iamamoto (2008)destaca que o trabalho produtivo e a base de toda a troca por
dinheiro em que o capital detém a força de trabalho humana para expandir seu
lucro, enquanto o trabalhador usa desta força para reproduzir o valor que de fato
pertencente ao capital, ou seja, tudo gira em torno do sistema capitalista e por
mais que o trabalhador vende a sua força de trabalho para garantir o mínimo a
sua sobrevivência ainda não é o su�ciente, pois o capital dispõe da maior parte de
todo o lucro da produção humana e à medida que o capitalismo expande a
produção do trabalho se torna cada vez mais inalienável ao sistema, tendo o
trabalho produtivo como um processo que repõem o capital e produz o consumo.
Contudo, este processo fez com que o capitalismo torna-se um sistema central e
dominante nas relações de trabalho, um sistema concentrado em grandes
margens de lucro reduzido em pequenos monopólios e exaustivamente rentável,
caracterizando assim o capitalismo dos monopólios, um sistema subdesenvolvido
capaz de sugar cada vez mais o modo de produção, a forma de trabalho e suas
condições para produzir em alta escala, tudo isso por deter a força produtiva do
trabalhador a seu favor, considerando que o trabalho e o produto é propriedade
do capitalismo, com isso gera-se a chamada questão social.
A questão social sempre esteve presente no processo das relações de trabalho. De
acordo com Santos (2017) a questão social surge no Brasil no período da
República Velha (1889 – 1930) com a superexploração da força de trabalho
marcando o país com uma jornada de trabalho exaustiva e com salários
SAIBA MAIS
A questão Social apreendida como um conjunto das expressões das
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz
comum: a produção social e cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se
mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos
mantém-se privada.
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na
contemporaneidade: trabalho e formação pro�ssional. 22 ed. São Paulo.
Cortez. 2012. p. 27.
13
degradantes, gerando manifestações por parte da classe trabalhadora devido à
desigualdade social, período este que a questão social não era reconhecida com
um dever estatal.
A autora supracitada nos apresenta que no período do governo Vargas (1930 –
1945) a valorização da produção agroexportadora era considerada forte deixando
as relações de trabalho uma lacuna seguida com a desigualdade social, com isso
o governo regulamentou os direitos trabalhistas e sociais e passou a controlar por
meio das entidades �lantrópicas criadas para atender os problemas sociais.
Porém, foi no período do regime militar que a questão social se intensi�cou, pois
tivemos uma forte repressão e criminalização contra as lutas sociais, com o
aumento da burocracia estatal a desigualdade social cresceu, outro fator
predominante foi à exclusão da classe trabalhadora no processo político decisório
do país, com isso o capitalismo monopolista se desenvolveu fortemente.
Ainda no período do regime militar tivemos salários reduzidos e um elevado
número de desemprego, com isso o Serviço Social passa a se deparar com as
mais diversas expressões da questão social, a qual re�ete até os dias atuais, sendo
este o objeto da pro�ssão em meio ao processo de produção e reprodução nas
relações sociais.
De acordo com Iamamoto (2012, p. 28) “os assistente sociais trabalham com a
questão social nas suas mais diversas expressões quotidianas”, sejam no trabalho,
no âmbito familiar, na saúde, educação, habitação entre outros fatores que
ocasionam os problemas sociais e que cabe ao assistente social atuar frente a
estas situações.
Antecedentes do Ser�ço Social
no Brasil: o Estado e o Papel
Caro(a) aluno(a), de acordo com os nossos estudamos, o Serviço social surgiu no
Brasil para atender as necessidades do sistema capitalista e do Estado, vinculada
nas iniciativas da igreja católica os pro�ssionais passaram a atuar nas expressões
das  questões sociais causadas nas relações antagônicas e contraditórias entre o
capital e o trabalho.
Partindo desta perspectiva é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade,
porém, vamos entender o Estado e o papel das instituições religiosas antes do
surgimento do Serviço social no Brasil. Cabe destacar que o Estado é o órgão que
14
mais contrata pro�ssionais para atuar frente às políticas públicas, seja na
condução e ou elaboração, sendo este fundamental para que o Serviço Social se
pro�ssionalizar e se desvinculasse do cunho doutrinário e do modo conservador.
Com o �m das oligarquias, a república velha foi importante para a formação do
Estado brasileiro, uma vez que trouxe consigo inúmeros avanços políticos que se
tornaria posteriormente importante para o Serviço Social. No início do século XX o
Estado deveria ser o intercessor entre o capital e o trabalho, porém não assumiu
as suas funções como deveria, com isso tivemos exploração da mão-de-obra e
jornada de trabalho exaustivo, além da precarização, neste período não tinha uma
legislação que respalda-se o trabalhador muito menos se tinha o Estado à
compreensão de que a desigualdade social era um dever governamental.
Com isso, temos a igreja católica que realizava as chamadas ações sociais para
atender a classe operária, além de promover o ensino e cultura baseado na
doutrina religiosa, conduzido pelas moças boazinhas vinculadas a igreja católica.
Como neste período a igreja não tinha o apoio do Estado, acabava realizando as
ações na própria igreja e ou nos lares dos operários, que atuava na perspectiva da
caridade, por meio da prática �lantrópica e moralista.
Mesmo o país sendo considerado um Estado laico, foi no governo Getulista que a
igreja católica teve uma relação mais estreita com o ex-governo, levando uma
grande massa da população a apoiar o governo e consequentemente tendo
medidas a seu favor, como por exemplo, o decreto que permite o ensino religioso
nas escolas públicas e a criação das instituições religiosas, consideradas como
entidades �lantrópicas para atender as necessidades da classe trabalhadora.
O papel das instituições religiosas era de ofertar serviços especializados para as
pessoas consideradas desassistidas pelo governo e a criação das instituições
religiosas passou a ser importante, tanto para a sociedade, quanto para a igreja,
pois de um lado tínhamos aqueles que lutavam por uma causa e do outro
aqueles que em um presente momento da vida necessitava de atenção. Mas nós
enquanto assistentes sociais devemos nos respaldar nos direitos humanos e
sociais, dando ao indivíduo autonomia sobre a sua vida e apresentando os seus
direitos enquanto cidadão.
15
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a) no decorrer desta unidade estudamos que o Serviço Social é
uma pro�ssão inserida na divisão social e técnica do trabalho, que atua na
perspectiva interventiva no processo das relações sociais, esta pro�ssão dispõe de
legislação que respalda os pro�ssionais a partir do seu exercício pro�ssional.
Porém, na origem do Serviço Social não tínhamos esta organização, isto porque o
Serviço Social se originou no Brasil para atender as necessidades do sistema
capitalismo tendo o Estado como um aliado, o qual buscou nos pro�ssionais do
Serviço Social uma forma de atender as necessidades da classe trabalhadora.
Com o sistema capitalista as relações do trabalho se tornou frágil  e com isso o
trabalhador era o que mais sofria diante das opressões vividas, gerando diversas
expressões da questão social, objeto principal para que o Serviço social se
fortalecesse enquanto pro�ssão.
De fato a origem e todo o processo da pro�ssão, as quais estudamos nesta
unidade nos faz perceber que assim como a sociedade o Serviço Social também
evoluiu na condução do seu trabalho e acredito que este processo de evolução
deve ser constante, tanto para você enquanto ao aluno e futuro assistente social.
Em relação ao Estado e as instituições religiosas podemos considerar que de uma
lado temos um Estado que transfere as suas obrigações paraas instituições
religiosas e do outro lado essas instituições que atuam com serviços
especializados, o que de certa forma torna dois grandes campos de atuação para
o pro�ssional de Serviço Social. Além do Estado exigir a pro�ssionalização dos
primeiros pro�ssionais que buscaram alternativas para institucionalizar a
pro�ssão sendo considerado um avanço para a categoria pro�ssional.
Leitura Complementar
A “Velha” e a “Nova” Questão Social
É sabido que, muitas foram às transformações que a sociedade sofreu, inclusive
no mundo capitalista, fazendo com que alguns autores de�niram a “velha
questão social” como sendo “nova questão social”. Fundamentando o novo: no
aumento do desemprego, na miséria, nas diversas formas de exclusão social, nos
novos sujeitos e principalmente em suas novas necessidades.
16
Sobre tais mudanças, Pastorini (2010), destaca que são muito importantes, porém,
que são novas formas de sua expressão e que mantém traços de sua origem. O
que há são diferentes versões da questão social para cada estágio capitalista,
diferentes reações da sociedade frente à ela, buscando estabilidade e
manutenção da ordem, além da preocupação com a reprodução das
desigualdades e contradições capitalistas e o do reconhecimento social como
partes fundamentais das diferentes versões da questão social.
Fonte: DAMASIO, Aline Medeiro. O Projeto Social como Resposta à Questão Social.
In: Simpósio Mineiro de Assistentes Sociais, 4., 2015, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo
Horizonte: CRESS, 2015.
17
02
Normas e Órgãos 
Reguladores
Introdução
Caro(a) aluno(a), como pode ter notado no título desta unidade, a partir de agora
você irá aprender um pouco sobre as normas e os órgãos que regulamenta a
pro�ssão e o serviço socioassistencial a qual estará inserido quando atuar
enquanto assistente social. Para entender os assuntos que serão abordados nesta
unidade (que considero importante para você enquanto aluno do curso de
Serviço Social), será necessário dividi-los em partes, mas já adianto que mesmo
conhecendo e se apropriando dos conteúdos desta unidade, espero que você
busque estudar mais sobre os assuntos, principalmente os órgão competentes e
a LOAS.
Logo no início apresento sobre o Conselho Federal de Assistência Social (CFESS)
  e em seguida o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), ambos
considerados como autarquias públicas que visam orientar, disciplinar,
normatizar, �scalizar e defender o exercício pro�ssional do(a) assistente social no
Brasil.
Depois, será abordado o assunto do Código de Ética pro�ssional, realizando um
contexto histórico e apresentando as alterações feitas desde a apresentação do
primeiro C.E que foi em 1947 até a última em 1993, marcando assim a pro�ssão
que foi considerado como uma das primeiras a ter legislação na área social,
regulamentando enquanto categoria pro�ssional.
Por �m, apresentarei de forma breve sobre a Constituição Federal de 1988, mais
especi�camente os artigos 203 e 204 e os impactos causados na área da
assistência social, levando a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social,
regulamentando tanto os serviços prestados quanto o direitos do cidadão ao
utilizar desses serviços ofertados pela política de assistência social. E enquanto
futuro assistente social é de extrema importância que você caro(a) aluno(a)
conheça tanto das atribuições dos órgãos representativos quanto da legislação
que regulamenta a pro�ssional e o serviço prestado. Desejo bons estudos e
sucesso!
19
CFESS (Conselho Federal de
Ser�ço Social)
Caro(a) aluno(a) conhecer os órgãos representativos da categoria é de extrema
importância para a formação acadêmica, neste sentido vamos nos aprofundar
sobre o papel de cada órgão. De acordo com site do CFESS, tanto este órgão
quanto o Conselhos Regionais de Serviço Social - CRESS (assunto que vamos nos
aprofundar mais a frente) são considerados uma autarquia pública federal que
tem a atribuição de orientar, disciplinar, normatizar, �scalizar e defender o
exercício pro�ssional do(a) assistente social no Brasil.
A criação do CFESS ocorreu no ano de 1950, período em que o Estado passa a
regulamentar pro�ssões consideradas como liberais. Nesta época os conselhos
tinham a função burocrática, ou seja, eram consideradas entidades sem
autonomia, pois foram criadas no intuito de exercer apenas o papel de
“controlador do Estado” em relação ao exercício pro�ssional. O Serviço Social foi
considerado uma das primeiras pro�ssões da área social a ter uma legislação que
regulamenta-se o exercício pro�ssional, porém foi com o decreto 994 de 15 de
maio de 1962 que o exercício pro�ssional passou a ser �scalizado pelo Conselho
Federal de Assistentes Sociais (CFAS), hoje denominado como CFESS.
20
De acordo com o site do CFESS, o conselho pro�ssional de modo geral em seus
primórdios era constituído como entidades autoritárias, não tinha aproximação
com os pro�ssionais da categoria muito menos era organizado como um espaço
coletivo de interlocução. A �scalização era restringida apenas na exigência da
inscrição do pro�ssional e pagamento do tributos, essas características também
marcaram a origem do conselho no âmbito do Serviço Social.
O processo de renovação do CFESS, tais como, mudança de nomenclatura e os
instrumentos normativos ocorreram com as atualizações do código de ética
pro�ssional e nos dias atuais este órgão constituído por lei tem funções que
garante o exercício pro�ssional dos assistentes sociais registrado no órgão
competentes da sua região conhecido como Conselho Regional de Serviço Social
- CRESS.
SAIBA MAIS
Por que se comemora o 15 de maio como o Dia do/a Assistente
Social?
O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a
pro�ssão do/a assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais
ter sido editado em 15 de maio de 1962. Assim, embora a pro�ssão tenha
sido legalmente reconhecida por meio da Lei nº 3252 de 27 de agosto
de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados e instituídos os
instrumentos normativos e de �scalização, na época Conselho Federal e
Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de
junho de 1993 - Conselho Federal e Regionais de Serviço Social.
21
https://go.eadstock.com.br/bGa
CRESS (Conselho Regional de
Ser�ço Social)
O surgimento do CRESS também ocorreu no ano de 1950, tendo a função
burocrática, assim como o CFESS, este órgão também teve mudanças tanto na
nomenclatura quanto às funções a partir das atualizações do Código de Ética
pro�ssional, considerado como uma autarquia de personalidade jurídica e de
direito público. Vinculado ao CFESS, este órgão de jurisdição estadual, ou seja, são
alocados nos estados federativos do país, com espaços considerados regionais e
seccionais para atender pro�ssionais com registro neste conselho.
Conforme previsto na Lei 8662/93, lei que vamos nos aprofundar mais a frente, o
CRESS tem autonomia administrativa e �nanceira em sua área de jurisdição,
podendo atuar na qualidade de órgão executivo de primeira instância, a qual
provém das seguintes atribuições.
organizar e manter o registro pro�ssional dos Assistentes Sociais e o
cadastro das instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de �ns
�lantrópicos;
�scalizar e disciplinar o exercício da pro�ssão de Assistente Social na
respectiva região;
expedir carteiras pro�ssionais de Assistentes Sociais, �xando a respectiva
taxa;
zelar pela observância do Código de Ética Pro�ssional, funcionando como
Tribunais Regionais de Ética Pro�ssional;
aplicar as sanções previstas no Código de Ética Pro�ssional;
�xar, em assembléia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos
Assistentes Sociais;
elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação
do fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/ CRESS.
Além de suas atribuições os CRESS regional deverá contar com membros
efetivos, sendo considerado, um presidente, um vice-presidente, dois secretários,
dois tesoureiros e três membrosdo Conselho Fiscal e nove suplentes. As pessoas
ocupantes destes cargos deverão ser assistentes sociais, eleitos de via direta, com
mandato de três anos. Cabe destacar que o CFESS também atua nesta
perspectiva.
22
Já as seccionais deverão contar com três membros efetivos, sendo um delegado,
um secretário e um tesoureiro, e três suplentes efetivos. Caro(a) aluno(a) é
importante destacar que os assistentes sociais eleitos devem ser da área de sua
jurisdição, ou seja, área que atuação e residência, normalmente são realizados
processos seletivos para a efetivação nas eleições.
Segundo Lima (2014) atualmente o CRESS atua em quase todos os estados do
país, considerado uma entidade de direito público tem o Tribunal de Contas da
União como responsável por analisar todos as contas e ao compreendermos a sua
plenitude entendemos a seriedade do CRESS e que os assistentes sociais devem-
se respaldar quando necessário. É importante salientar que o CFESS além de
orientar também �scaliza o exercício pro�ssional, podendo aplicar penalidades,
tais como, multa;  suspensão e até cancelamento do registro pro�ssional, além de
pena das medidas judiciais cabíveis para os infratores, o que nos leva a
compreender o quão competente são os órgão - CFESS e CRESS.
Código de Ética do Pro�ssional do
Ser�ço Social
Como estudamos anteriormente o Serviço Social foi uma das primeiras pro�ssões
a ter uma Lei de Regulamentação Pro�ssional, desde o sancionamento do
primeiro código de ética, esta Lei passou por diversas alterações e partindo deste
preceito é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade. E para que você
caro(a) aluno(a) possa entender sobre essas alterações irei apresentá-las, fazendo
um breve resgate histórico a partir das ideias da autora Barroco (2012) uma
referência para o Serviço Social.
O primeiro código foi em 1947, aqui tinha-se uma estreita vinculação com a igreja
católica, era atrelado especi�camente no aspecto doutrinário, sendo considerado
subordinado aos dogmas religiosos. Já o segundo foi em 1965, neste já podia
compreender um traço na renovação pro�ssional, principalmente no contexto da
modernização conservadora posta pela burguesia, porém aqui não houve o
rompimento com a base �losó�ca do neotomismo e do funcionalismo.
O terceiro foi em 1975, houve o suprimento das referências democráticas liberais
do código de ética anteriores, con�gurando com uma expressão da reatualização
do conservadorismo, eliminando o dever relativo ao pluralismo. O quarto foi em
1986, neste já podia observar a descaracterização a tendência legalista ao Código
anterior, construído coletivamente pela categoria por meio das entidades que os
23
representavam que hoje conhecemos como CFESS e CRESS. Além disso, o
Código de 1986, �cou considerado como parte do projeto pro�ssional, articulado
ao propósito da sociedade.
Devido a descaracterização que o Código de 1986 teve a autora Barroco acabou
dando mais destaque, isso porque houve um conjunto de conquistas, tais como:
rompimento com a pretensão perspectiva imparcial dos códigos de ética
anteriores, o desvelamento do caráter político da intervenção ética; a explicação
do caráter de classe dos usuários, entre outros fatores que culminou com esta
mudança, como por exemplo, a conjuntura de democratização que a sociedade
vivenciou no ano de 1980 e a dinâmica capitalismo no ano de 1970.
E por �m, tivemos a reformulação do Código de Ética em 1993, este que nos
respaldamos até os dias atuais, Lei nº 8.622/93. A autora supracitada nos
apresenta que a alteração do CE de 93 aconteceu em um cenário a qual se tinha
o enfrentamento do neoliberalismo em meio a discussão das questão ética, tema
que era debatido nas mobilizações políticas da sociedade, o que ocasionou ao
impeachment do presidente da república e um novo pensar para a pro�ssão,
levando a outro patamar.
O processo de debates que estava acontecendo ocasionou a aprovação do
Código de Ética de 1993, porém está aprovação levou aproximadamente 3 anos,
isso porque foi considerado como educativo e politizador. Portanto, pode-se
entender que o Código de Ética de 1986 e 1993 foram um avanço para a categoria
pro�ssional, pois temos o primeiro que mesmo tendo resquícios do
conservadorismo ainda foi uma evolução para a pro�ssão e o segundo traz a
proposta de valores emancipatórios que tem como proposta buscar estratégias
para o enfrentamento dos problemas sociais.
Constituição de 1988 e seus
Impactos para a Assistência
Social
Com o �m do regime militar e o anseio pela recuperação da liberdade de um
Estado de direito, o país passou pelo processo de redemocratização que ocorreu
com a Constituição Federal 1988 conhecida com “Carta Cidadã”. Assim instaura-se
a luta pelos direitos sociais e individuais na defesa de uma sociedade mais justa e
igualitária.
24
A Constituição Federal 1988 provém de direitos e garantias, além de deveres dos
órgão competentes para com a sociedade. Lima (2014) nos apresenta que a CF
nos trouxe inovações e avanços em relação a assistência social no Brasil, como a
promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), assunto que vamos
estudar mais a frente, mas que acabou regulamentando os artigos 203 e 204 da
Constituição Federal, o quais asseguram o  exercício dos direitos sociais como um
de seus valores supremos. Assim, a assistência social passou a ser reconhecida
como política pública, sendo integrada no tripé da seguridade social (Previdência
Social, Assistência Social e Saúde). Considerada como responsabilidade do Estado,
de gestão descentralizadas e participativa.
Em relação a assistência social a Constituição Federal de 1988, foi um divisor de
águas, pois trouxe impactos relevantes, principalmente para os pro�ssionais da
área social. Isto porque o Estado teve que assumir responsabilidades e adotar
medidas concretas para a redução da desigualdade econômica e social do país.
A partir disso, foi criado o programa transferência de Renda, a �m de combater a
pobreza e as diversas formas de desigualdade, visto que mesmo com os seus
altos e baixos este programa foi considerado positivo, assim o Programa Bolsa
Família passa a ser considerado como queda da desigualdade social e o aumento
da renda das pessoas consideradas “mais pobres”, ou seja, com uma renda
inferior a ¼ do salário mínimo por pessoa.
SAIBA MAIS
Previdência Social: mecanismo público de proteção social e
subsistência proporcionando mediante contribuição.
Assistência Social: política pública de proteção gratuita a quem dela
necessitar (não é contributiva).
Saúde pública: destinada a promover redução de risco de doenças e
acesso a serviços básicos de saúde e saneamento (não é contributiva).
Fonte: LIMA, 2014. p. 116.
25
Em linhas gerais podemos considerar que a Constituição Federal foi um marco
para a sociedade, principalmente para os assistentes sociais, pois seus impactos
foram importantes para concretizar as regulamentações das demais legislações,
como  a LOAS e Políticas Nacional da Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único
de Assistência Social.
Lei Orgânica da Assistência
Social de 1993 - LOAS/93 (Lei nº
12.435/11)
Em 07 de setembro de 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social
(LOAS) com a �nalidade de regulamentar os artigos 203 e 204 da Constituição
Federal de 1988, assuntos abordado anteriormente, mas que iremos nos
aprofundar nesta parte da Unidade.
De acordo com o que está previsto na LOAS, a assistência social tem como
objetivo, a proteção social, a qual deve garantir da vida, reduzindo os danos
causados e prevenindo os riscos gerados por algum problema social. Além da
proteção à família, seja na maternidade, na infância, adolescência ou na velhice.
@freepik
A Assistência Social foi de�nida na
LOAS como direito do cidadão e
dever do Estado, sendo considerada
como um política prevista dentro
da seguridade social, a qual tem
caráter não contributivo e o
cidadão só poderá utilizar dos
serviços prestados por esta política
quando necessitar,pois prevê o
mínimo social, ou seja, atende
somente as necessidades básicas.
26
Ainda nos objetivos da assistência social, deve-se ter o amparo às crianças e
adolescentes que são considerados carentes, a promoção ao mercado de
trabalho, a habitação e reabilitação às pessoas com de�ciência, a garantia de um
salário-mínimo para pessoas com de�ciência e ao idoso que não provém do seu
próprio sustento, a vigilância socioassistencial que visa analisar a territorialidade e
a capacidade protetiva das famílias, aqui podemos considerar os órgãos como
CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), o CREAS (Centro de
Referências de Especialização da Assistência Social) entre outros. E por �m a
defesa dos direitos, que deve garantir o acesso.
Na LOAS, também podemos encontrar, os princípios, as diretrizes e dos
programas e projetos da assistência social o Benefício de Prestação Continuada
(BPC), os benefícios eventuais, os serviços, os programas de assistência social e os
projetos de enfrentamento da pobreza, os quais concretiza o que está previsto
nos artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988.
De acordo com a Yazbek (2004) a LOAS veio para possibilitar o reconhecimento
da assistência social como política pública, a qual legitima as demandos dos
bene�ciados pelo serviço, bem como o próprio serviço que visa comprir o que
estava previsto na CF, assim a proposta da LOAS é estabelecer hegemonia estatal
a partir do gerenciamento das políticas pública e concretizar a assistência social
como política social.
REFLITA
Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de
forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e
provimento de condições para atender contingências sociais e
promovendo a universalização dos direitos sociais.
Fonte: BRASIL, 1993.
27
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a) ao longo desta unidade, estudamos os principais conceitos dos
órgãos representativos da categoria pro�ssional, bem como a legislação que
regulamenta a pro�ssão e o serviços prestados pelos assistentes sociais. Ao viés
da pro�ssão e você enquanto aluno de Serviço Social deve considerar as
normativas como assunto importante, pois é o que irá orientá-lo no campo de
atuação pro�ssional.  
Como estudamos nesta unidade, o CFESS e o CRESS são órgãos considerados
autarquias públicas, a qual tem um papel importante, pois não é somente
�scalizar o exercício pro�ssional, mas de respaldar e orientar o pro�ssional que
luta pelos direitos sociais e individuais, conforme previsto na Constituição Federal
de 1988 e no código de ética pro�ssional, que prevê os nosso direitos e deveres
dos assistentes sociais.
De fato, os assuntos apresentados nesta unidade são relevantes e importantes,
pois �deliza o fazer pro�ssional em meio a sociedade e conhecer as alterações
que aconteceram no Código de Ética pro�ssional e o avanço que a assistência
social teve com a Constituição Federal 1988, tornando-se reconhecida como
política pública e tendo o Estado como instituição de responsabilidade, a qual
necessitou adotar medidas concretas para atender as desigualdades sociais
tendo o impacto por meio da criação de programas sociais, reduzindo as mazelas
causadas pelo capitalismo.
Assim, acredito que conhecer as normativas e os órgão competentes no que se
refere a pro�ssão, nos faz entender que o Serviço Social ao longo de todos esses
anos se modi�cou em meio a sociedade, porém devemos sempre nos aprofundar
no fazer pro�ssional por meio dos estudos e aprendizagem tendo a certeza de
que assim como a sociedade evoluiu, o pro�ssional em Serviço Social também
precisa evoluir e entender os direitos do cidadão por meio das legislações é o que
nos diferencia em meio a categoria. Espero que os breve conceitos lhe estimule a
se apropria do que aprendemos nesta unidade. Bons estudos!
28
Leitura Complementar
A natureza da ética pro�ssional
A ética pro�ssional é uma dimensão especí�ca do Serviço Social, suas
determinações são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de
demandas e respostas que legitimam a pro�ssão na divisão social do trabalho da
sociedade capitalista, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica.
A ética pro�ssional se objetiva como ação moral, através da prática pro�ssional,
como normatização de deveres e valores, através do código de Ética Pro�ssional,
como teorização ética, através das �loso�as e teorias que fundamentam sua
intervenção e re�exão e como ação ético política. Cabe destacar que essas não
são formas puras e/ou absolutas e que sua realização depende de uma série de
determinações, não se constituindo na mera reprodução da intenção dos seus
sujeitos.
A moral pro�ssional diz respeito à relação entre a ação pro�ssional do indivíduo
singular (derivada de determinado comportamento prático objetivador de
decisões, escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos
(usuários, colegas, etc.) e o produto concreto da intervenção pro�ssional (avaliado
em função de suas consequências éticas, da responsabilidade pro�ssional, tendo
por parâmetros valores e referenciais dados pela categoria pro�ssional, como o
Código de Ética, etc.).
Fonte: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do Serviço Social. 2009.
Acesse o link disponível aqui
29
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8QQ0Gyz6x815V3u07yLJ.pdf
03
Assistência Social: 
Identidade
Introdução
Caro(a) aluno(a) a identidade pro�ssional deve ser considerado como um fator
importante na construção da sua formação enquanto futuro assistente social,
pois é a partir desta perspectiva que você conseguirá identi�car o campo de
atuação a qual tem interesse, além de construir o per�l pro�ssional a partir das
atribuições e competências, compreendendo a importância do Projeto Ético
Político.
Partindo desta análise que esta unidade tem como proposta apresentar alguns
pontos relevantes para que você consiga construir o seu per�l pro�ssional e
identi�car o campo de atuação a qual terá interesse, destacando que o
mercado de trabalho do assistente social tem expandindo constantemente a
partir das novas expressões da questão social.
Assim, na primeira parte desta unidade será apresentado o processo de
formação, destacando o motivo que devemos cursar Serviço Social e em qual
momento se materializou na pro�ssão, além de conhecer as atribuições e
competências privativas dos assistentes sociais. Já na segunda parte da
unidade será destacado os objetos pro�ssionais, sabendo que a questão social é
o objeto da pro�ssão, porém com o modelo societário atual existem novos
objetos da pro�ssão e que cabe ao assistente social identi�ca-los.
Na terceira parte tem como viés expor o mercado de trabalho e os espaços de
atuação que tem expandido constantemente devido às novas expressões da
questão social e por �m será apresentado o Projeto ético-político e os caminhos
para formação do assistente social, o que este projeto se difere no fazer
pro�ssional e como os assistente sociais atua mediante as bases que
fundamentam-o.
Assim, convido você a se apropriar dos conteúdos desta unidade e desejo bons
estudo e sucesso na sua escolha enquanto futuro assistente social.
31
Formação, Competências e
Atribuições
Caro(a) aluno(a), o assistente social enquanto pro�ssional inserido na divisão
social e técnica do trabalho precisa assumir alguns requisitos para exercer a sua
atuação nos mais diversos campos sócio ocupacionais. Como estudamos na
primeira e na segunda unidade, o Serviço Social passou por diversas mudanças
ao longo dos seus 90 anos de existência, surgindo como condutor das práticas
assistencialistas e se regulamentando enquanto pro�ssão, sendo considerado
como um pro�ssional liberal e interventivo nas relações sociais do trabalho.
Mas para entender tudo isso, é importante conhecer o processo formativo, as
competências e as atribuições que irá realizar quando solicitar a carteira
pro�ssional após a conclusão do curso, desta forma irei apresentá-los a seguirde forma separada.
Formação
De acordo com a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
(ABEPSS) O processo de consolidação das diretrizes de 1996, surgiu no debate
do III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), a qual foi realizado no
ano de 1979, que conhecemos como “Congresso da Virada”, neste congresso foi
discutido sobre a construção das bases para o currículo mínimo que aconteceu
em 1982, sendo considerado como um marco do projeto pro�ssional  que é a
formação pro�ssional.
Porém somente em 1996 é que tivemos a diretrizes gerais do curso de Serviço
Social, as quais dispõem dos pressupostos da formação, os princípios e
diretrizes da formação, a nova lógica curricular e as observações e
recomendações, nesta última, dispõem de que o curso de Serviço Social deve
ter duração de 4 anos, sendo considerado bacharel em Serviço Social.
De acordo com Iamamoto (2012) o debate sobre a formação pro�ssional que
ocorreu nos anos 1980 apresentou-se alguns eixos e dentre eles o de
fundamentos do processo formativo, o qual foi discutido ao longo de mais de
uma década a necessidade de direcionar a formação para a criação de um
32
per�l pro�ssional �rmado em competências teórico-crítica, aproximando as
principais matrizes do pensamento social, destacando na atualidade as
expressões teórico-prática no Serviço Social.
A autora supracitada ainda destaca que a necessidade de re-construir o projeto
de formação pro�ssional do assistente social requer entender o dilema da
sociedade contemporânea e para isso é exigido conciliar o projeto formativo
com a história, bem como as tendências contraditórias tanto de curto quanto
de longo prazo, exigindo do processo formativo a apropriação das informações
relacionadas a sociedade como um requisito primordial para concretizar o que
se pretende atingir na construção do projeto a qual está inserido, tendo a
capacidade de atuar nos diversos momento conjunturais e a capacidade de
antecipar os problemas posto diante da prática pro�ssional.
Competências
Como forma de compreender a competência pro�ssional, irei destacar na
íntegra o que o Código de Ética nos apresenta. Conforme previsto no Artigo 4º
que constituem competências do Assistente Social:
elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da
administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e
organizações populares;
elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da
sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar orientação social a
indivíduos, grupos e à população;
orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido
de identi�car recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na
defesa de seus direitos;
planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise
da realidade social e para subsidiar ações pro�ssionais;
prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias
relacionadas no inciso II deste artigo;
prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada
às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e
sociais da coletividade;
planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de
Unidade de Serviço Social;
33
realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para �ns de benefícios
e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta,
empresas privadas e outras entidades.
Atribuições
O Código de Ética também dispõem das atribuições privativas do assistente
social, prevista no artigo 5º que será apresentada na íntegra a seguir.
coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de
Serviço Social;
assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço
Social;
realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e
pareceres sobre a matéria de Serviço Social;
assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como
pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios
e adquiridos em curso de formação regular;
treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de
graduação e pós-graduação;
dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa
em Serviço Social;
elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados
sobre assuntos de Serviço Social;
�scalizar o exercício pro�ssional através dos Conselhos Federal e Regionais;
dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou
privadas;
ocupar cargos e funções de direção e �scalização da gestão �nanceira em
órgãos e entidades representativas da categoria pro�ssional.
34
Objetos de Trabalho do
Assistente Social
Caro(a) aluno(a) como estudamos na primeira unidade deste livro o objeto de
trabalho do Serviço Social é a questão social, porém nesta unidade vamos nos
aprofundar nas múltiplas expressões da questão social, a qual faz parte do
processo de produção e reprodução das relações sociais tendo o assistente
social como pro�ssional capacitado para atuar frente às diversas demandas
apresentadas na sociedade.
Segundo Yazbek (2001) o atual cenário que a sociedade está inserida apresenta
impactos devastadores, tais como, desemprego, a precarização no modo de
trabalho, a debilidade na saúde, moradia precária e muitas vezes insalubres,
fome, criminalidade, favelização, analfabetismo, diferenças sociais, pessoas em
situação de rua, pessoas usuárias de substâncias psicoativas, violência (idoso,
crianças, adolescentes, pessoa com de�ciência, mulheres, assaltos, mortes),
entre outros que leva ao pauperismo extremo. É evidente que os impactos
causados pelo sistema capitalista de certa forma foram destrutivos, marcando
profundamente a população empobrecida.
35
Já Iamamoto (2012, p 62) corrobora que “as expressões da questão social são a
matéria-prima ou o objeto do do trabalho pro�ssional. Pesquisar e conhecer a
realidade é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende
induzir ou impulsionar um processo de mudança”, ou seja, a ideia da autora vai
de encontro com a de Netto quando destaca que compreender as diferenças
expressões da questão social é conhecer a realidade, mas também ter a
possibilidade de   mudar a realidade e ou de transformar por meio da ação
realizada pelo trabalho pro�ssional
A autora supracitada ainda apresenta que conhecer as particularidades das
múltiplas expressões da questão social na história da sociedade brasileira é o
mesmo que esclarecer o processo social, o qual são produzidos e reproduzidos
nas relações sociais cotidianamente, cabendo ao assistente social aprender e
entender como as múltiplas expressões da questão social sucedem na
sociedade e quais as ações devem ser conduzidas para atender ao problema
posto ao pro�ssional.
Assim Netto (2011) completou que o capitalismo está em constante mudança,
ou seja, se reinventando frequentemente e com isso pode surgir novas
expressões da questão social, levando os assistentes sociais a re�etirem na
atuação pro�ssional frente a uma nova expressão da questão social. Segundo o
@freepik
Netto (2001, p. 41) destaca que “as
expressões da questão social não é
semanticamente unívoca; ao
contrário, registram-se em torno
dela compreensões diferenciadase atribuições de sentido muito
diversos”. Por tanto entender as
múltiplas expressões da questão
social deve ir além do que está
exposto, é preciso entender os
desdobramentos sócio-políticos
que envolve uma determinada
expressão da questão social, é para
isso preciso entender o contexto
histórico que ocasionou a situação
que muitas vezes leva o indivíduo
ou um grupo de pessoas a uma
condição degradante.
36
autor devemos investir para além da permanência de manifestação tradicional
e a cada novo estágio do desenvolvimento societário é necessário novos
estudos e aperfeiçoamentos, compreendendo o contexto a qual o pro�ssional
em Serviço Social está inserido.
Mercado de Trabalho: os Espaços
de Atuação
Com o aumento da desigualdade social e surgimento das múltiplas expressões
da questão social, houve uma ampliação no mercado de trabalho dos
pro�ssionais de Serviço Social nos últimos tempos. Assim, os assistentes sociais
passaram a ocupar os espaços que retratavam as particularidade e condições
no que se refere às relações de trabalho posta na sociedade brasileira, além de
passar por profundas mudanças na forma de atuação, mediante as inovações
tecnológicas.
Iamamoto (2009) destaca que além de ampliar o mercado de trabalho é
necessário que os assistente sociais  se reinventam no meio pro�ssional, pois o
próprio mercado exige novas habilidades; competências e atribuições, além das
privativas, impondo ao pro�ssional especialidades e capacitação acadêmica,
principalmente no que se refere ao direcionamento ético-político e técnico,
capaz de se impulsionar no mercado inserido.
O fato é que o mercado de trabalho para os assistentes sociais está em
constante mudança, surgindo novos campo para atuar frente às novas
expressões da questão social e cabe ao pro�ssional se destacar no mercado de
trabalho a partir de suas habilidades e competências. Mas para que você caro(a)
aluno(a) possa entender o mercado de trabalho do pro�ssional em Serviço
Social faz-se necessário destacar os principais espaços sócio ocupacionais,
considerados obrigatórios à contratação.
Assim, segundo Iamamoto (2012) o setor público é considerado o campo que
mais contrata assistente sociais, normalmente é realizado concurso público
para ocupar os espaços nas secretarias da assistência social, educação,
habitação, saúde, entre outros, inseridos nas esferas municipais, estaduais e
federal. Normalmente os pro�ssionais que exerce nos serviços públicos atuam
em territórios, seja na proteção básica e ou alta complexidade.
37
A autora ainda apresenta que temos uma outra fatia do mercado de trabalho
que mais contrata assistentes sociais, que são as Organizações da Sociedade
Civil (OSC’s) conhecidas como ONG’s. Para esta autora estes campos de atuação
necessita dos pro�ssionais maior atenção e quali�cação para lidar com as mais
diversas expressões da questão social.
Os assistentes sociais também são contratados para atuar nos serviços
ofertados pelo “sistema S” - SESC, SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE, SENAR, SEST,
SENAT E SESCOOP, seja como assistente social ou gestor de um determinado
serviço, normalmente os assistentes sociais são contratados por processo
seletivo.
A previdência social é outro campo de atuação, a qual também contrata por
meio de concurso público, sendo considerado um espaço de atuação com boa
remuneração, este campo também atua no enfrentamento da questão social
na perda dos direitos sociais universais, assegurados pela Constituição Federal
de 1988.
Não podemos deixar de destacar a atuação dos assistentes sociais nas
empresas com a proposta de eliminar o foco de tensões sociais e criar um
comportamento produtivo da força de trabalho, além dos assistentes sociais
atuando em universidades em cursos de graduação em Serviço Social e
especializações na área, bem como na publicação de livros e elaboração de
materiais de pesquisas voltados para o Serviço Social. Sem contar que os
assistentes sociais atuam na área jurídica nas diversas instâncias e nos
conselhos representativos.
É importante destacar que o pro�ssional em Serviço Social além de realizar um
trabalho socioeducativo, também é quali�cado para atuar nas diversas áreas
que de certa forma estão ligadas às políticas públicas e sociais, bem como as
privadas como destacado acima. Dentro do seu exercício pro�ssional deve
conter o planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa,
assessoria, consultoria entre outros requisitos conforme previsto no Código de
Ética Pro�ssional.
No exercício pro�ssional, o assistente social tem como objetivo responder às
demandas apresentadas pelos usuários dos serviços a qual atua, trabalhando
na perspectiva de garantias e acessos aos direitos, conforme previsto na
Constituição Federal de 1988, sendo necessário utilizar os instrumentos de
trabalho, tais como, entrevistas, relatórios, visitas domiciliares, laudos, pareceres
sociais, entres outros, sendo responsável por fazer análise da realidade social e
institucional, intervindo na melhoria das condições em que o usuário do serviço
se encontra e para que o trabalho possa acontecer é necessário a busca
constante de aperfeiçoamento, aprimorando os conhecimentos já adquiridos e
compreendendo a dinâmica do mercado de trabalho.
38
Projeto Ético-Político: Caminhos
para Formação do Assistente
Social
Caro(a) aluno(a) para compreender o Projeto Ético-Político (PEP) do Serviço
Social é necessário realizar uma breve contextualização do período que este
projeto começa a ser gestado dentro da categoria pro�ssional e como os
assistentes sociais devem priorizar seus objetivos e funções para que assim
possam formular requisitos teóricos e práticos em pleno exercício pro�ssional.
Assim, de acordo com Netto (2005) o processo de renovação do Serviço Social
surge entre os anos 1965 a 1985, período que temos a autocracia burguesa no
regime militar e a redemocratização do país. E é dentro deste contexto que
acontece o movimento de reconceituação, considerado emblemático e
importante para o Serviço Social, pois é a partir deste movimento que os
assistentes sociais se desvincula da base tradicionalista e conservadora,
passando a adotar uma postura mais teórica e re�exiva diante do cenário
societário e para explicar este processo o autor nos apresenta três direções
primordiais para tal feito.
A primeira é a perspectiva modernizadora que surgiu a partir dos estudos dos
dois primeiros seminários de teorização (Araxá e Teresópolis), a qual tinha a
intenção de   adequar o Serviço Social em relação aos instrumentos de
intervenção inserido em um conjunto de técnicas sociais, porém era uma
vertente tradicionalista. Já a segunda é a reatualização do conservadorismo,
que buscava compreender as tendências da pro�ssão no período do regime
militar, além de recuperar os componentes estagnados da herança histórica e
conservadora da pro�ssão.
Por �m, a terceira direção trata da perspectiva da intenção de ruptura,
diferente das anteriores esta tem o viés central criticar de forma sistemática o
desempenho tradicional, rompendo com a herança do pensamento
conservador e adotando uma postura crítica, pautada nos referenciais teóricos-
metodológicos da teoria marxista. E é nesta perspetiva que vamos nos pautar,
pois é a partir da intenção de ruptura que a categoria pro�ssional começa a
construir o Projeto Ético Político do Serviço Social.
39
Assim, o caminho para a formação pro�ssional do assistente social aconteceu
em 1979 com o Congresso da Virada é neste congresso que o Projeto Ético
Político é criado, tendo uma perspectiva crítica, atendendo tanto a categoria
pro�ssional quanto a construção de um novo projeto societário, a qual está
pautada em três perspectiva que é o Código de Ética Pro�ssional de 1993; as
Diretrizes Curriculares e a Lei que Regulamenta a Pro�ssão   8.662/93 e neste
sentido que os pro�ssionais do Serviço Social devem buscar as possibilidades
do enfrentamento das expressões da questão social que deve ir vai além do
sistema capitalista.Cabe destacar que o Projeto Ético Político da Pro�ssão não tem um parâmetro
a seguir, é evidente que temos as legislações e diretrizes curriculares que dão
um  norte no fazer pro�ssional, porém devemos considerar que o Projeto Ético
Político vai além da prática pro�ssional, pois segue no sentido de uma
sociedade mais justa e igualitária a qual os assistentes sociais que se
compromete no processo desta construção deve ser movido por uma postura
ética diante do seu exercício pro�ssional.
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a) chegamos ao �m de mais uma unidade e como pode
averiguar existem alguns fatores considerados importantes para a identidade
pro�ssional, assim aprendemos na primeira parte da unidade, que a formação
surgiu no Congresso da Virada, a qual foi discutido sobre a construção das
bases para o currículo mínimo, porém somente em 1996 é que esta discussão
foi concretizada e hoje temos as diretrizes que apresenta o currículo para
formação pro�ssional que devemos considerar como um marco para a
pro�ssão. Outro marco para a pro�ssão foi o Código de Ética da pro�ssão, a qual
apresenta as competência e atribuições privativas dos assistentes sociais, e na
primeira unidade os apresento na íntegra, mas é importante que você
enquanto futuro assistente social conheça e se apropria de tudo o que está
exposto em nosso Código de Ética.
Na segunda parte da unidade estudamos os objetos de trabalho do assistente
social, que nada mais é do que as expressões da questão social, ou seja, as mais
variadas desigualdades sociais gerada pelo capitalismo. Já na terceira parte da
unidade foi apresentado o mercado de trabalho do assistente social, os campo
de atuação que mais contrata o assistente social.
40
Finalizando assim a quarta parte desta unidade com o Projeto Ético-Político do
Serviço Social apresentando uma breve contextualização histórica para
compreender a importância deste projeto no processo de atuação pro�ssional
entendo que os assistentes sociais tem um Projeto Ético-Político, a qual deve
compreender o processo de construção da sociedade. Desta forma podemos
entender que os conteúdos aprendidos nesta unidade são relevantes, pois a
partir do que estudamos é que você caro(a) aluno(a) enquanto futuro assistente
social poderá escolher o campo de atuação a qual tem interesse e assim passar
a construir o per�l pro�ssional se diferindo dos demais pro�ssionais.
Leitura Complementar
A análise dos espaços ocupacionais do assistente social – em sua expansão e
metamorfoses – requer inscrevê-los na totalidade histórica considerando as
formas assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no
cenário da crise mundial. Sob a hegemonia das �nanças e na busca incessante
da produção de super lucros, aquelas estratégias vêm incidindo radicalmente
no universo do trabalho e dos direitos.
As medidas para superação da crise sustentam-se no aprofundamento da
exploração e expropriação dos produtores diretos, com a ampliação da extração
do trabalho excedente e a expansão do monopólio da propriedade territorial,
comprometendo simultaneamente recursos naturais necessários à preservação
da vida e os direitos sociais e humanos das maiorias.
Essas estratégias defensivas aliadas às características históricas particulares que
presidiram a revolução burguesa no Brasil (FERNANDES, 1975; IANNI, 1984,
2004) têm incidido na dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade de
classes, especialmente a partir da década de noventa do século XX, alterando a
forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo público; a tecnologia e as
formas de organização da produção de bens e serviços; o consumo e controle
da força de trabalho e as expressões associativas da sociedade civil, entendida
enquanto sociedade de classe.
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do
assistente social. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Pro�ssionais.
Edição CFESS e ABEPSS. 2009.
41
04
O Serviço Social na 
Contemporaneidade
Introdução
Caro(a) aluno(a) por incrível que pareça o Serviço Social na contemporaneidade é
um assunto pouco debatido ou não compreendido dentro da categoria
pro�ssional, entender as tendências na atualidade, bem como o mercado de
trabalho requer do assistente social pensar e repensar no seu agir pro�ssional,
rompendo com o conservadorismo instaurado em interior da pro�ssão e
partindo desta concepção que esta unidade se propõem a discorrer, desta forma
a dividimos em três partes.
Na primeira parte será abordado o Serviço Social na contemporaneidade, a qual
tem como intuito apresentar brevemente o momento que este assunto começou
a ser discutido no seio da categoria pro�ssional, ou seja, no movimento de
reconceituação, destacando os conceitos acerca do fazer pro�ssional e as
exigências que o mundo contemporâneo nos apresenta em relação à prática
pro�ssional e que cabe somente ao assistente social decifrar realidade, propondo
alternativa quanto a prática e o exercício pro�ssional.
Já na segunda parte pretende-se abordar um assunto que também não é muito
discutido dentro da categoria pro�ssional, a questão social na atualidade
brasileira, isto porque para entender este assunto deve-se compreender a
dinâmica da relação entre o Estado e o sistema capitalista, pois somente assim
que o assistente social conseguirá atuar frente a questão social e para isso nesta
parte da unidade foi apresentado quatro aspectos que a autora Iamamoto
considera relevantes ao atuar frente a questão social na atualidade. E por �m a
terceira parte será apresentado as tendências atuais para o Serviço Social, o
assunto abordado nesta parte da unidade confesso que é considerado um pouco
polêmico, pois são assuntos que gera divisão dentro da categoria pro�ssional,
porém necessário diante das mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e que
cabe ao assistente social se adequar sem perder o sentido da pro�ssão. Bons
estudos!
43
O Ser�ço Social na
Contemporaneidade
Caro(a) aluno(a) como estudamos na unidade anterior a intenção de ruptura foi
um marco para a categoria pro�ssional, principalmente com o movimento de
reconceituação, a qual tivemos novas perspectivas em relação à prática
pro�ssional e a postura ética política. Portanto, iniciar esta unidade sem trazer
esta informação não faz sentido, visto que o Serviço Social na
contemporaneidade é compreendido após o movimento de reconceituação.
Assim, o movimento de reconceituação trouxe fatores importantes que deram
base para a categoria pro�ssional, ou seja, entender o objeto de trabalho de
forma analitica, atribuindo a competência crítica em relação ao pensamento
social, tendo a objetividade re�exiva em decifrar a realidade da sociedade.
Com isso, o assistente social na atualidade tem a competência técnico-político,
que possibilita entender qualquer necessidade que a sociedade venha a
apresentar a partir das múltiplas expressões da questão social, que expressa em
nosso cotidiano nos mais distintos segmentos da classe trabalhadora, regido pelo
sistema capitalista.
Desta forma, o Serviço Social na contemporaneidade exige dos pro�ssionais
atenção no que se refere ao mundo contemporâneo, seja no âmbito econômico,
social, político, cultural, tecnológico entre outros, e para isso os assistentes sociais
precisam conhecer a realidade principalmente no enfrentamento e agravamento
da desigualdade social causada pelo acúmulo do capital que continua se
rea�rmando na atualidade, além de participar de criações ou inovações
modernizadoras que sejam favoráveis na atuação pro�ssional.
Neste sentido, Iamamoto (2012, p. 20) destaca que os assistentes sociais precisam
“romper com a visão endógena, focalista, uma visão “de dentro” do Serviço Social,
prisioneira em seu muros internos”, ou seja, expandir seus horizontes, ter uma
visão além do que está exposto no espaço sócio-ocupacional, buscando
alternativas para executar as competências e habilidades com excelência,
devendo “ decifrar a realidadee construir proposta de trabalho criativas e capazes
de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano”,
assim o assistente social deve ser um pro�ssional que busca soluções, ou seja,
propositivo e não executor da política a qual está inserido.
44
Diante desta a�rmação é importante considerar que o assistente social inserido
em um espaço sócio-ocupacional precisa romper com as atividades burocráticas
e rotineiras que de certa forma reduz a mero empregado ou um executor de
tarefas e cumpridor de carga horária, além de realizar múltiplas tarefas posta
pelo empregador com a visão de um pro�ssional que atua na perspectiva de
caridade ou ajuda, o que acaba não permitindo a este pro�ssional que exerça as
atribuições e competências privativas a qual se propôs a realizar.
Caro(a) aluno(a) entender o Serviço Social na contemporaneidade requer uma
análise minuciosa das possibilidades apresentadas na realidade atual,
considerando que o assistente social é um pro�ssional liberal, porém não deixa
de ser um trabalhador especializado, a qual vende a sua força de trabalho tanto
para entidades públicas quanto privadas, mas que cabe ao assistente social
apropriar-se das possibilidades transformando em projeto de trabalho em pleno
exercício pro�ssional.
Desta forma, o exercício pro�ssional na contemporaneidade precisa ir além do
simples fazer pro�ssional, Segundo Iamamoto (2012) o assistente social deve
aprender a negociar, apresentar condições favoráveis, defender a prática
pro�ssional Além das suas quali�cações, e com isso deve romper com a visão
tradicional e conservadora do Serviço Social, a qual impede de apresentar
possibilidades inovadoras e se destacar no mercado de trabalho, a qual pretende
ou esteja inserido.
45
Em suma, o Serviço Social é considerado uma pro�ssão especializada e inserida
na divisão social e técnica do trabalho e que a partir do movimento de
reconceituação os pro�ssionais precisaram rever seus conceitos tradicionais e
conservadores, tendo que adotar uma postura ética-política de competência
crítica, porém na sociedade contemporânea o assistente social deve entender a
dinâmica e a realidade a qual está inserido, propondo responder a necessidade
da sociedade em um processo evolutivo.
Figura 1 - Exercício Pro�ssional
Fonte: freepik.
46
A "Questão Social" na Atualidade
Brasileira
Caro(a) aluno(a) discutir a questão social na atualidade brasileira exige entender a
dinâmica entre o Estado e o sistema capitalista, está relação que se destaca em
prós e contra tanto para a sociedade quanto ao pro�ssional do Serviço Social, pois
de um lado temos o Estado que cria políticas públicas para minimizar a
desigualdade social advinda do capitalismo e do outro lado temos um sistema
monopolista que tem como parâmetro aumentar os lucros através do controle
dos mercados.
Desta forma Netto (2011, p 29) destaca que “o capitalismo monopolista pelas suas
dinâmicas e contradições, cria condições tais que o Estado por ele capturado, ao
buscar legitimação política através do jogo democrático, é permeável a
demandas das classes subalternas”. Ou seja, o capitalismo monopolista provoca a
desigualdade social e o Estado criar condições para atender as necessidades da
sociedade, porém como forma de manter a ordem econômica e política os
programas sociais, como minha casa minha vida, bolsa família, entre outros
desenvolvidos pelo governo ou até mesmo o incentivo pela recolocação no
mercado de trabalho acaba bene�ciando o sistema capitalista, pois eleva-se a
economia e ao mesmo tempo atende a questão social que por sua vez torna-se
uma intervenção contínua e sistemática do Estado.
Assim, Iamamoto (2013, p.332) corrobora enfatizando que “a raiz da questão social
na atualidade, encontram-se políticas governamentais favorecedoras da esfera
�nanceira e do grande capital produtivo”, ou seja, a causa da questão social
provocada pelo sistema capitalista é controlada pelo Estado por meio de políticas
governamentais, porém essas políticas favorecem mais o capital e seu sistema
produtivo que a própria sociedade que sofre pela desigualdade social originada
pelo capital.
De fato existe uma restrita relação entre o Estado e o capitalismo monopolista
que por sua vez atua no país com poucas regulamentações e controles, tendo o
lucro originário da produção e reprodução da sociedade valorizando o acúmulo
de riquezas e com isso temos as múltiplas expressões da questão social expressa
na sociedade atual, compreendendo o pauperismo e o desemprego como
fatores predominantes no Brasil, tendo as políticas sociais para minimizar os
problemas gerado pelo capital.
47
Caro(a) aluno(a) como forma de entender mais a fundo sobre a questão social,
vamos nos pautar em um dos estudos de Iamamoto (2001) a qual apresenta
quatro aspectos considerados importantes na intervenção da questão social na
atualidade brasileira, rea�rmando que cabe aos assistentes sociais entender os
problemas sociais posto na sociedade para atuar frente a política a qual está
inserido.
SAIBA MAIS
Através da política social, o Estado burguês no capitalismo monopolista
procura administrar as expressões da questão social de forma a atender
à demandas da ordem monopolista conformando, pela adesão que se
recebe de categorias e setores cujas as demandas incorpora, sistema
de consenso variáveis, mas operante.
Fonte: Netto, 2011, p. 30.
11
O primeiro é considerar a lógica �nanceira de ampliar a
desigualdade social distribuída territorialmente, ou seja,
podemos encontrar maior concentração de exploração de
mão de obra com rendimento salarial desproporcional em
algumas regiões do país, bem como o desemprego e a
busca por exército industrial de reserva como forma de
ampliar o lucro do capital.
48
22
No segundo é o modo de produção e a substituição da força
de trabalho por máquinas a qual proporciona ao sistema
capitalista a redução de custo, porém gera o desemprego,
com o enxugamento do quadro de funcionários as relações
de trabalho torna-se irreversíveis causando diversos
problemas na vida do trabalhador, que muitas vezes precisa
se quali�car e se especializar para se manter no mercado de
trabalho.
33
Já o terceiro é reconhecer que temos um Estado submetido
aos interesses econômicos e políticos dominantes, que
contrata assistente social para viabilizar os direitos, porém
busca alternativas para redução de despesas, como por
exemplo, a diminuição de atendimentos, restringindo
recursos para implementação de projetos em prol da
sociedade o que torna-se cada vez mais escasso os meios de
trabalho.
44
E por �m, o quarto aspecto trata-se do critério de
racionalidade do mercado que eleva a produtividade e
competitividade, reforçando o individualismo subordinado
  às leis mercantis que estimula atitudes isoladas, além de
assumir riscos de uma sociedade desigual, com isso surge
as diversas expressões da questão social, aspectos estes que
ainda re�ete na atualidade brasileira o que pode ser
considerado como novas expressões da questão social e que
cabe ao assistente social entender a dinâmica que está
inserido e atuar em prol da sociedade, na luta pelos direitos
e pela equidade.
49
Tendências Atuais para o Ser�ço
Social
Entender o Serviço Social na atualidade requer compreender alguns fatores
predominantes da pro�ssão, tais como, o contexto histórico do Serviço Social; a
relação do Estado com o capital; as condições que circunscrevem o trabalho do
assistente social nas relações sociais e as expressões da questão social, assuntos
que abordamos nas unidades anteriores.
Desta forma, para explanar as tendências para o Serviço Social, vamos nos pautar
na formação pro�ssional e no mercado de trabalho. Assuntos que vem sendo
discutido em congressos, seminários e debates do Serviço Social nos últimos
anos, isso porque a modalidade de ensino e o mercado de trabalho tornaram-se
assuntos da atualidade e pro�ssionais das mais diversas categoriasprecisam se
adequar ao novo formato instaurado na sociedade, principalmente os assistentes
sociais.
O processo formativo tem aumentado constantemente nos últimos anos, em
uma pesquisa realizada por Iamamoto (2014) no ano de 2011 o MEC autorizou 358
cursos de graduação, sendo que 18 instituições ofertavam cursos de graduação
em ensino à distância (EAD) com 68.742 vagas e 340 instituições ofertavam
cursos presenciais com 39.290 vagas. Como pode averiguar no ano de 2011 o
número de instituição de ensino e as vagas ofertadas em ambas as modalidades
é discrepante, porém esta diferença tem aumentado ainda mais nos último anos.
De acordo com o censo do INEP/MEC (2019, p. 22) “entre 2008 e 2018, as
matrículas de cursos de graduação à distância aumentaram 182,5%, enquanto na
modalidade presencial o crescimento foi apenas de 25,9% nesse mesmo período”
os motivos pela escolha do ensino à distância são diversos, porém o fato
predominante é as exigências do mercado de trabalho por especialização e com
isso tem causado uma divisão de opiniões dentro da categoria pro�ssional em
relação ao ensino à distância.
Ora, o Serviço Social, assim como qualquer pro�ssão é inscrita na divisão social e
técnica do trabalho, a prática pro�ssional depende da utilidade social e com isso
o assistente social precisa ter a capacidade de responder às necessidades sociais
que são as fontes da demanda pro�ssional e por mais que o processo formativo
atual gera debates acerca da modalidade de ensino, não devemos deixar de
enfatizar que o assistente social é um trabalhador assalariado e como os demais
50
pro�ssionais vende a sua força de trabalho para o mercado que exige
especialização para exercer as atribuições e competências (IAMAMOTO, 2012. P.
172).
Mas você caro(a) aluno(a) deve estar se perguntando. Por que alguns
pro�ssionais não são a favor do ensino à distância?
O projeto de formação pro�ssional foi idealizado no período ditatorial em um
processo de ruptura com o conservadorismo, as diretrizes curriculares do curso
de Serviço Social por sua vez foi aprovado em um momento que o ensino à
distância não existia como nos dias atuais e a evolução que o mercado de
trabalho tem se mostrado, acabou causando alguns pensares em relação à
prática pro�ssional, pois o assistente social precisa ter a capacidade de responder
de forma crítica o seu fazer pro�ssional além de ter a criatividade de atender aos
desa�os posto pelo sistema capitalista, o que gerou con�itos e divisão de
opiniões.
Figura 1 - Questionamento
Fonte: freepik.
51
Ou seja, de um lado temos pro�ssionais que compreendem o ensino à distância
como a extensão do próprio capital que passou a ser uma exigência para
aumentar o seu lucro e do outro lado temos pro�ssionais que analisam o
desvendar das tendências do Serviço Social na atualidade como reconhecer a
realidade exposta na sociedade percebendo que o fazer pro�ssional não
depende do “como”, mas da capacidade de decifrar a realidade de forma crítica e
interventiva.
Em relação ao mercado de trabalho as discussões são pautadas na evolução do
capital, a qual gera novas pro�ssões, entendendo que estas novas pro�ssões
pode desquali�car as pro�ssões já existentes ou até mesmo substituindo-as, o
que causa preocupação para muitos pro�ssões. Portanto podemos compreender
que na esfera do mercado de trabalho as refrações dessas mudanças indicam
uma tendência ao redimensionamento do per�l pro�ssional entendendo a
dinâmica da sociedade atual.
Partindo desta lógica é que Iamamoto (2012) destaca que deve haver uma
harmonia entre à formação pro�ssional e o mercado de trabalho, principalmente
nos dias atuais e que cabe ao assistente social entender a dinâmica e as
tendências contemporâneas, tendo como forma de preservar a própria
sobrevivência do Serviço Social, porém é evidente que diante das mudanças que
vem acontecendo na sociedade é necessário realizar uma revisão curricular,
pautada nas transformações societárias a partir do que está exposto no mercado
de trabalho.
Assim, autora supracitada corrobora que as mudanças no mercado de trabalho é
um processo que desa�a a sociedade como um todo, principalmente aos
assistentes sociais que atua frente às relações sociais nos mais diversos espaços
sócio-ocupacionais, seja na esfera pública ou privada, desta forma o Serviço
Social na contemporaneidade deve ser considerado mais que um simples título
formal, pois sintetiza no desa�o de decifrar a realidade compreendendo o seu
exercício pro�ssional a partir de uma análise crítica e interventiva.
52
SAIBA MAIS
O novo estágio do processo de desenvolvimento capitalista, cujas
tendências parecem ser irreversíveis - aqui apenas esboçado em largos
traços -, têm reforçado a fragmentação social, aumentando a
diferenciação das classes, ampliando as desigualdades sociais,
alterando radicalmente o mercado de trabalho.
Fonte: Iamamoto, 2012, p. 179.
Considerações Finais
Chegamos ao �m desta unidade e com isso aprendemos que o Serviço Social na
contemporaneidade passou a ser considerado após o movimento de
reconceituação que aconteceu no período do regime militar, com a intenção de
ruptura os assistentes sociais precisaram romper com a visão endógena e
conservadora que tinham na origem da pro�ssão. Porém a partir disso,
ocorreram muitas mudanças na sociedade, principalmente na atualidade, a qual
abordamos ao longo desta unidade.
Como  forma de recapitular os assuntos, tratarei de forma breve porém precisas
para que você caro(a) aluno(a) entenda que tanto a origem quanto a atualidade
da pro�ssão deve ser considerada para que assim possa forma o seu per�l
pro�ssional considerando que o Serviço Social é uma pro�ssão inscrita na divisão
social e técnica do trabalho que cabe ao assistente social atuar na perspectiva
interventiva e crítica.
Assim, na primeira parte tivemos como proposta abordar o Serviço Social na
contemporaneidade, trazendo assuntos atuais e relevantes para que consiga
re�etir no fazer pro�ssional durante o período da sua formação. Já na segunda
parte tratamos sobre a questão social na atualidade brasileira, um assunto pouco
53
discutido no meio acadêmico diante do cenário atual, falar da questão social
como objeto de trabalho deve ser re�etido sempre a partir do contexto histórico
atual.
E por último abordamos sobre as tendências atuais para o Serviço Social a qual
na introdução destaquei como um assunto polêmico dentro da categoria
pro�ssional, porém caro(a) aluno (a) o que deve ser considerado é o fazer
pro�ssional a partir do conceito pro�ssional em que o assistente social inserido
na sociedade contemporânea deve buscar alternativas para que a �nalidade da
pro�ssão não seja confundida com discurso ideológico, mas sim a partir de uma
análise crítica e investigativa considerando o contexto social atual a qual está
inserido.
Leitura Complementar
Porque processos de trabalho e Serviço Social?
(...)
Ao se falar em “prática pro�ssional” usualmente tem-se em mente “o que o
assistente social faz”, ou seja, o conjunto de atividades que são desempenhadas
pelo pro�ssional. A leitura hoje predominante da “prática pro�ssional” é de que
ela não deve ser considerada “isoladamente”, “em si mesmo”, mas em seus
“condicionantes” sejam eles “internos” - os que dependem do desempenho do
pro�ssional - ou “externos” - determinados pelas circunstâncias sociais nas quais
se realiza a prática do assistente social. Os primeiros são geralmente referidos a
competências do assistente social como, por exemplo, acionar estratégias e
técnicas; a capacidade de leitura da realidade conjuntural, a habilidade no trato
das relações humanas, a convivência numa equipe interpro�ssional etc. Os
segundos abrangem um conjunto de fatores que não dependem exclusivamente
do sujeito pro�ssional, desde as relações de poder institucional, os recursos
colocados à disposição para o trabalho pela instituição ou empresa que contrata
o assistente social; as políticas sociaisespecí�cas, os objetos e demandas da
instituição empregadora, a realidade social da população usuária dos serviços
prestados etc.
Em síntese, a prática pro�ssional é vista como a atividade do assistente social na
relação com o usuário, os empregadores e os demais pro�ssionais. Mas, como
esta atividade é socialmente determinada, consideram-se também as condições
sociais nas quais se realiza, distintas da prática e a ela externas, ainda que nela
inter�ram.
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade:
trabalho e formação pro�ssional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. p. 94.
54
Conclusão
Caro(a) aluno(a)!
Chegamos ao �nal de mais uma etapa. Espero que você tenha compreendido os
temas abordados nas quatro unidades do livro de Introdução ao Serviço Social. Os
assuntos tratados foram pensados no seu processo formativo. A intenção foi
apresentar fatores atuais, porém resgatando contextos históricos como forma de
compreender a pro�ssão.
Desta forma, destaco que o Serviço Social é uma pro�ssão inscrita na divisão social e
técnica do trabalho, habilitado para atuar na esfera pública e privada, sendo
considerado um pro�ssional liberal, analitico e crítico, que teve a sua origem nas
ações da igreja católica, mas regulamentou-se enquanto pro�ssão, além de atuar
nas relações sociais do trabalho, frente às mais diversas expressões da questão social
advinda do sistema capitalista.
Além de conceituar alguns contextos históricos, também foi apresentado as
alterações no Código de Ética do(a) Assistente Social que ocorreram nos anos de
1947, 1965, 1975, 1986 e o atual em 1993 e a Constituição Federal de 1988 e o LOAS que
rege o exercício pro�ssional frente às políticas públicas, além dos órgãos
representativos que �scaliza, orienta, disciplina e defende o exercício pro�ssional.
Também discutimos sobre a identidade pro�ssional em relação à formação
pro�ssional, as competências e habilidades do assistente social, apresentando o
mercado de trabalho e os principais campos de atuação pro�ssão, destacando que
devido às novas expressões da questão social está surgindo novos campos de
atuação e que cabe ao assistente social tem um Projeto Ético Político para atuar
frentes aos demais espaços sócio-ocupacionais, considerando o Serviço Social na
contemporaneidade, principalmente o processo formativo e o mercado de trabalho
a qual são tendências atuais da pro�ssão.
Um grande abraço e sucesso na sua vida acadêmica e pro ssional.
55
Livro
Livro
56
Livro
Livro
Filme
57
Filme
Filme
Filme
58
59
60
	Serviço Social: Histórico e Conceito
	Normas e Órgãos Reguladores
	Assistência Social: Identidade
	O Serviço Social na Contemporaneidade

Mais conteúdos dessa disciplina