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MEDICINA MAMÍFEROS

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Barbara Ellen

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Medicina de MaMíferos
Elaboração
Rafael Prange Bonorino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS .......................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
EXAME GERAL E CURIOSIDADES ............................................................................................ 11
CAPÍTULO 2
CONTENÇÃO FÍSICA E ESTRESSE ............................................................................................. 15
UNIDADE II
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS ................................................................................ 19
CAPÍTULO 1
MARSUPIAIS ........................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 2
CANÍDEOS ............................................................................................................................. 28
CAPÍTULO 3
FELÍDEO1 ............................................................................................................................... 34
UNIDADE III
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS ............................................ 47
CAPÍTULO 1
ROEDORES ........................................................................................................................... 47
CAPÍTULO 2
CLÍNICA ................................................................................................................................. 51
CAPÍTULO 3
LAGOMORPHOS ................................................................................................................... 68
UNIDADE IV
MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS ..................................................................................................... 81
CAPÍTULO 1
BIOLOGIA E MANEJO ............................................................................................................. 81
CAPÍTULO 2
CLÍNICA E CIRURGIA ............................................................................................................. 86
UNIDADE V
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES ............. 91
CAPÍTULO 1
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES ................................................................................ 91
CAPÍTULO 2
CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES .............................................................. 104
UNIDADE VI
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS ..................................................................................... 123
CAPÍTULO1
ELEFANTES ........................................................................................................................... 123
CAPÍTULO 2
GIRAFAS .............................................................................................................................. 129
CAPÍTULO 3
MEDICINA DE RINOCERONTES E HIPOPÓTAMOS ................................................................... 133
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 142
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Os animais silvestres vêm ganhando espaço nas residências como pets e, por essa razão, 
a disciplina de animais silvestres vem crescendo nos cursos de medicina veterinária 
pelo país. 
As possibilidades na área são inúmeras; não somente em zoológicos, outros locais 
também necessitam de profissionais veterinários, tais como centros de triagem, 
biotérios, criadores conservacionistas, comerciais e científicos. É, pois, fato que o 
mercado de animais silvestres e exóticos com finalidade pet expandiu-se nos últimos 
anos.
Nesse universo amplo de espécies, temos os animais silvestres, (provenientes da 
fauna brasileira) e os exóticos (provenientes da fauna exótica), os quais, dependendo 
da espécie, podem ser comercializados ou não. Entre as os comercializados (alguns 
legalizadas, outras não), há os pequenos primatas, por exemplo, o mico-estrela e o 
macaco-prego; o ouriço pigmeu africano (hedge hog); os roedores de pequeno porte 
(cobaias, hamster, mercol, topolino etc.), coelhos e muitos outros. 
Neste módulo, algumas espécies serão tratadas como animais de zoológicos, dada a 
impossibilidade de criação fora desses ambientes. 
No presente trabalho, vamos nos ater aos mamíferos silvestres ou exóticos e suas 
particularidades: manejo, semiologia, clínica e cirurgia.
O nosso intuito é não esgotar o assunto no tocante às inúmeras espécies de mamíferos. 
É, na verdade, concentrar-nos nas espécies mais comuns e prováveis de serematendidas 
nas clínicas. Para isso, o presente texto traz informações de um compilado de inúmeros 
artigos e livros dos principais profissionais da área de mamíferos silvestres, além da 
experiência vivida pelo autor em zoológico.
Bons estudos!
Objetivos
Esta apostila tem o objetivo de:
 » Demonstrar que a realidade de animais silvestres e exóticos não está 
restrita aos zoológicos e centros de triagem.
9
 » Atualizar o clínico veterinário em uma disciplina que teve, nos últimos 
anos, uma demanda expressiva nas clinicas veterinárias.
 » Abordar de forma direta, prática e objetiva, as principais enfermidades 
clínico-cirúrgicas, apontando aspectos anatômicos e fisiológicos, 
particularidades e curiosidades das espécies abordadas.
 » Apresentar as enfermidades de várias espécies de mamíferos silvestres 
e exóticos, ressaltando as patologias mais corriqueiras dos animais e 
possíveis tratamentos.
 » Estudar as espécies mamíferas mais atendidas nas clínicas como: coelhos, 
roedores de pequeno porte, além de animais criados em zoológicos como 
megamamíferos, canídeos e felídeos, ente outros. 
10
11
UNIDADE I
ANATOMIA E 
SEMIOLOGIA DE 
MAMÍFEROS
O objetivo desta unidade é apresentar as particularidades da anatomia e fisiologia dos 
animais silvestres correlacionando-os aos domésticos 
CAPÍTULO 1
Exame geral e curiosidades 
Biologia 
Os mamíferos são estimados em 6000 spp. O que os difere das outras classes são 
algumas características como presença de pelos e glândulas mamárias. Estão presentes 
em todo o planeta. São sociáveis e apresentam a endotermia, assim como as aves, ou 
seja, mantêm sua temperatura corporal independentemente de pequenas oscilações 
térmicas do ambiente. Habitam regiões terrestres, aquáticas e aéreas.
Sem aprofundar-nos em grupos taxonômicos, os mamíferos são separados em um 
primeiro grupo: os dos prototérios (monotremados), como o ornitorrinco e a équidna, 
animais primitivos que têm alguma semelhança com as aves, como oviparidade, 
ausência de gl. mamárias, bico com dentes e endorquidismo. No segundo grupo, temos 
os metatherias, como os marsupiais, que, como o nome diz, apresentam o marsúpio sem 
placenta, animais que nascem ainda em fase embrionária; neste grupo também pouco 
evoluído e como representante brasileiro, temos o saruê, animal cosmopolita presente 
em grandes cidades e que, em alguns casos, se torna dócil, sendo criado como animal 
pet. O último grupo é mais evoluído e com o maior número de espécies: os eutherias, 
(placentados), vivíparos e placentados. Este último será o foco de nosso estudo.
Outras características são:
1. sistema cardiovascular composto de coração tetracavitário, as hemácias 
são anucleadas;
12
UNIDADE I │ ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS
2. presença de diafragma e, consequentemente, subdivisão em cavidade 
abdominal e cavidade torácica com pressão negativa, auxiliando na 
respiração (única classe a apresentar o diafragma);
3. esqueleto bem desenvolvido com quatro membros para locomoção e 
sempre sete vértebras cervicais;
4. presença de arcada dentária bem desenvolvida, com exceção de alguns 
edentatas (tamanduás). 
Anamnese 
Na anamnese, o ideal é realizar: 
 » perguntas relacionadas com o responsável pelo animal e o ambiente/
local no qual está o recinto/gaiola do animal; 
 » perguntas referentes ao recinto do animal;
 » perguntas referentes ao animal; 
 » perguntas referentes à população; 
 » alimentação e mudanças de atividade do animal. 
É importante alertar ao proprietário que, em uma população, em caso de suspeita de 
alguma doença infecciosa, deve-se isolar esse animal dos outros até que se chegue ao 
diagnóstico.
Uma curiosidade: Muitas das patologias têm o manejo nutricional ou ambiental 
como causador; por isso, na anamnese, perguntas relacionadas a isso não podem 
ser negligenciadas. Por exemplo: excesso de couve, pode levar a cálculos renais em 
roedores. Muitos clientes acreditam que todos os animais são comedores de ração, o 
que não é verdade para os coelhos, que têm como base alimentar principalmente o 
material verde, como o feno, e verdes escuros. 
Ainda em relação aos coelhos, é normal eles produzirem acidose lática pós-captura. Na 
experiência deste autor que lhes fala, é comum relatos de animais da casa como cães 
perseguirem esses herbívoros, o que lhes causas essa síndrome que lhes praticamente 
fatal, cujo sintomas são torcicolo, olhar perdido, estado semicomatoso. Por isso, a 
própria contenção deve ser rápida com pouco e estresse; caso contrário, produzirá os 
mesmos efeitos da perseguição comentada.
13
ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS │ UNIDADE I
Assim como nas aves, o ideal é realizar várias contenções, se for preciso, em vez de uma 
contenção prolongada. Isso é válido para as aves, coelhos e animais de zoológico, como 
cervídeos.
Vacinação geral em mamíferos 
Quanto ao questionamento sobre a prática vacinal em mamíferos silvestres, isso 
praticamente não é realizado. Ao longo dessa apostila, observar-se-ão os porquês:
1o A indústria não produz vacinas para esse grupo de mamíferos, com raras exceções, 
como para o coelho (seu calendário profilático com vacinas contra hemorragia viral e 
mixomatose não é encontrado facilmente no Brasil). Mesmo a vacina para a raiva, que 
pode afetar qualquer mamífero, não se aplica em outros animais senão os domésticos.
2o Vacinas como cinomose para canídeos e tríplice felina para felídeos silvestres ainda 
são polêmicas por causa da possível não produção de anticorpos, ou pior, por poder 
induzir a doença no animal que se pretende proteger, ou mesmo lhes causar a morte!
Poderíamos pensar que, perante esse cenário, teríamos uma epidemia, o que não é 
verdade. Embora doenças infectocontagiosas circulem entre animais domésticos e 
silvestres, não se encontram com facilidade nesses últimos. Isso pode ser confirmado 
em Centros de Triagem de Animais Silvestres e Zoológicos que atendem animais de 
vida livre. 
Inspeção local 
Em casos de populações, realizar visita ao recinto dos animais é fundamental para 
esclarecer e complementar a anamnese que possa ter sido incompleta pelo relato do 
proprietário. 
Inspecionar in locu: as grades, telas, pontos de fuga, piso do recinto, bebedouro e 
comedouro (é comum a entrada de aves sinantrópicas, que causam patologias aos 
animais cativos). Inspecionar os outros animais e a alimentação, animais segregados, 
além de observação do animal à distância. 
Observação quanto ao comportamento, interação ao ambiente; para isso, deixar o 
animal à vontade. Estado nutricional e qualidade do pelo (uma das causas de pelo ruim 
têm origem na má nutrição ou alimentação pouco variada). 
14
UNIDADE I │ ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS
Características dos pets estudados
Tem crescido a demanda nas clínicas veterinárias pelo atendimento de roedores em 
geral, como hamster e porquinho da índia. 
Esses são animais de baixa expectativa de vida e com metabolismo acelerado. O futuro 
especialista de silvestres se espantará com a questão da farmacodinâmica e os cálculos 
dos fármacos especificamente quanto às altas doses aplicadas a esse grupo de animais. 
Acompanham essa dinâmica as aves de pequeno e médio porte.
Curiosamente, embora os pequenos roedores tenham metabolismo mais alto se 
comparado aos mamíferos de porte médio, eles têm temperatura corporal mais baixa, 
algo em torno de 35.5–37ºC. 
A indústria de rações, que cresceu muito nos últimos anos, tem buscado captar o 
mercado de pets exóticos e silvestres. Portanto, já temos ração para todos os roedores e 
lagomorphos herbívoros (como a chinchila, coelho e hamster); onívoros, como os ratos 
e camundongo. Também já se encontram ração para primatas, como macaco prego e 
mico-estrela, que estão sendo comercializados de forma legal (e ilegal!).
Legislação 
Mencionamos somente os animais legalizado... e os ilegais? Estes aumentam a variedade 
de espécies atendidas nas clínicas. Os clientes ficam temerosos pela denúncia. E qual o 
papel do médicoveterinário neste caso? 
Atender!
Segundo a Resolução no 829 de 25/4/2006 do CFMV, disciplina o atendimento 
médico veterinário a animais silvestres/selvagens, em seu artigo 1o diz: “Os animais 
silvestres/ selvagens devem receber assistência médica veterinária independente 
de sua origem.” 
(Seja legal ou não.)
O que é obrigatório ao profissional é elaborar o prontuário de atendimento, contendo 
informações de identificação do animal e seu tutor. A normativa respalda o veterinário 
e percebe que a prioridade é o atendimento do animal, sem necessidade de denúncia 
posterior (o que não faria sentido!). 
Porém, para o tutor do animal ilegal, é diferente: ele responde por posse ilegal e outros 
artigos, segundo a Lei no 9605/1998 sobre Crimes Ambientais.
15
CAPÍTULO 2
Contenção física e estresse
Objetivos 
Os métodos de contenção física são os mais variados e têm a finalidade não só de 
proteger a equipe envolvida, mas também o paciente de injúrias que o animal se 
inflige ao tentar livrar-se da condição de captura, evento que desencadeia o estresse e 
a miopatia de captura, fatal para muitos animais. O evento estressor pode ocorrer em 
situações agudas e perdurar de forma crônica até o desfecho letal. 
Orsini e Bondan (2006) citam em seus estudos três formas com as quais o organismo 
animal pode responder aos agentes estressores: pelo sistema motor voluntário, no qual 
o agente estressor causa impulsos nervosos que são transmitidos ao sistema nervoso 
central e serão assimilados, gerando uma resposta por parte do animal que as expressa 
com postura de fuga, defesa ou proteção. Pelo sistema nervoso autônomo, em que o 
agente estressor age de modo a causar impulsos no sistema nervoso autônomo simpático 
e este libera catecolaminas no sangue que atingirão órgãos alvo levando os animais a 
um estado de alerta e os preparando para possíveis danos físicos. 
Outro mecanismo é o do sistema neuroendócrino, empregado em situações de 
estresse crônico, em que o hipotálamo é estimulado pelo agente estressor levando-o 
à síntese de corticotropinam que atua sobre a adeno-hipofise, induzindo à liberação 
de adrenocorticotrópico, hormônio que atua sobre o córtex adrenal intensificando, à 
liberação de cortisol e corticosterona de modo a preparar o organismo a uma possível 
agressão.
Equipamentos de contenção física 
Na contenção física, os equipamentos são: luvas raspa de couro, puçás, redes, cambão, 
pau de couro, tubos de pvc ou transparentes, além do cambeamento e da gaiola com 
grade móvel.
16
UNIDADE I │ ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS
Figura 1. Luvas de raspa de couro.
Fonte: Arquivo pessoal.
As luvas de raspa de couro são ideais para pequenos mamíferos e, em alguns casos, 
amenizam a injúria.
Figura 2. Puçás, ideais para pequenos mamíferos.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 3. Cambão, usados para canídeos, tamanduás.
Fonte: Cubas, 2014.
17
ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS │ UNIDADE I
Figura 4. redes, usadas para cervídeos.
 
Fonte: Arquivo pessoal.
As redes são usadas para cervídeos e outros animais que não permitem aproximação.
Cuidado! Não usar pau de couro/cambão para felídeos, pois podem fraturar a 
cervical do animal! 
Figura 5. Contenção com ouriço caixeiro em tubo.
Fonte: Cubas, 2014.
Figura 6. Caixa de transporte e puçá.
Fonte: Cubas, 2014.
18
UNIDADE I │ ANATOMIA E SEMIOLOGIA DE MAMÍFEROS
Uso de puçá e caixa de transporte madeira com porta em guilhotina, a tendência é o 
animal entrar de forma tranquila para a caixa. 
O padrão das caixas de transporte e a entrada de cambeamento são feitos com portas 
em guilhotina. 
Figura 7. Gaiola com grade móvel, ideal para mamífeosferais de porte médio a grande. O sistema de manivela 
movimenta a grade e restringe o movimento dos animais.
Fonte: Arquivo pessoal.
19
UNIDADE II
MEDICINA DE 
MARSUPIAIS,CANÍDEOS 
E FELÍDEOS
A presente unidade tem a finalidade de apresentar a biologia e medicina dos marsupiais, 
particularmente o saruê, animal comum em centros urbanos.
CAPÍTULO 1
Marsupiais 
Biologia 
Os marsupiais neotropicais ocupam os mais diversos nichos e estão bem distribuídos, 
desempenhando um papel importante no ecossistema. Ocupam biomas de florestas, 
cerrado e a caatinga brasileira. Os representantes desse grupo, além do conhecido 
canguru australiano: é a cuíca-de-quatro-olhos, as catitas e os saruês, estes últimos 
bastante comuns nas cidades brasileiras. (EMMONS, 1997).
Em relação aos mamíferos, há algumas poucas diferenças, como os ossos epibúbicos, que 
se projetam anteriormente à articulação do púbis e à musculatura ventral abdominal, 
sendo os músculos oblíquos internos e externos aderidos a ele (DAWSON, 1989).
São pentadáctilos, o que facilita a escalada em árvores e obstáculos. 
Movimentam-se por quadrupedalismo tanto terrestre como arborícola. 
Quanto à alimentação são frugívoros/onívoros, sendo os saruês também 
predadores, cosmopolitas e sinantrópicos. 
20
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Figura 8. Dedos pentadáctilos – Adaptados à escalada.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 9. Ossos epipúbicos de gambá-de-orelha-preta (Didelphis aurita), visualizados em radiografia lateral.
Fonte: Cubas, 2014.
Figura 10. Gambá de orelha preta (Didelphis aurita).
Fonte: Cubas, 2014.
21
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Figura 11. Cauda longa, preênsil e desnuda de cuíca lanosa (Calluromys philander).
Fonte: Cubas, 2014.
Reprodução 
Uma das curiosidades nesse grupo que destoa dos mamíferos clássicos está na sua 
reprodução. A gestação é dividida em 2 fases; a primeira etapa ocorre no útero do 
animal; a final, no marsúpio, onde o feto termina seu desenvolvimento. Nos machos, o 
pênis é bifurcado e a bolsa escrotal está localizada na frente do pênis. (GONÇALVES, 
2009).
Figura 12. Pênis duplo de gambá de orelha preta (Didelphis aurita) posicionado caudalmente à bolsa escrotal.
Fonte: Arquivo pessoal.
Os marsupiais evolutivamente adotaram uma estratégia reprodutiva diferenciada dos 
outros mamíferos: priorizaram a lactação, em vez da gestação prolongada. O gasto 
energético durante a gestação é menor se comparado ao gasto energético da lactação e 
da criação dos filhotes. Desse modo, é possível gerar um maior número de descendentes, 
em um menor tempo e com gasto reduzido de energia. No caso de abortamento e morte 
dos filhotes, a fêmea rapidamente poderá iniciar nova gestação. 
Gestação: +/- 14 dias, maturidade sexual: 6-8 meses, poliestrais, 7 ciclos/ano em média 
(HURLEY, 2000). 
22
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Após o parto, ainda imaturos, os fetos deslocam-se para a bolsa onde se grudam aos 
mamilos. Aos 50 dias saem da bolsa e com 80 dias alimentam-se de sólidos e andam 
nas costas da mãe. Longevidade de 3- 5 anos.
Figura 13. Filhotes no marsúpio de uma fêmea de Gambá de orelha preta (Didelphis aurita). Prole numerosa.
Fonte: Cubas, 2014.
Nutrição
Sistema digestório 
O sistema digestório dos marsupiais varia de acordo com a dieta. Nos carnívoros, não há 
ceco; o trato gastrintestinal é curto e simples, o que proporciona um trânsito alimentar 
rápido pelo intestino. Já os animais com hábitos onívoros apresentam glândulas 
salivares proeminentes, o ceco e cólon bastante desenvolvidos, com grande lubrificação 
e microbiota bacteriana exuberante. (DAWSON, 1989).
Dieta
Sua dieta é bastante variada: desde frutos, flores, néctar até carniça e predação. Além 
do cativeiro, deve levar-se em consideração a taxa metabólica basal baixa nessas 
espécies, razão por que se evita a alimentação hipercalórica. O gasto ocorre para as 
necessidades reprodutivas e termorregulação. Essa adaptação torna possível ao animal 
reservar energia para sobreviver em condições adversas; desse modo, como exigem 
uma baixa demanda alimentar, consequentemente exibem uma tolerância ambiental 
maior. Algumas espécies podem entrar em estado de torpor para preservar energia 
(DAWSON, 1989).
Um exemplo de dieta recomendada: 70%(1 parte de ração de gato, 1 parte de vegetais 
frescos, 1/4 de iogurte), 20% de frutas variadas e 10% de proteínas diversas (frango, 
codorna, peixe, ovos cozidos, iogurte, fígado de frango cozido). Devem ser oferecidos 
insetos vivos.
23
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Instalações 
Segundo Ibama, IN 3/2002 e IN 169/2008, as instalações para o Didelphis devem ser 
pelo menos 4 m2, com altura de 2 m e piso de terra. Deve conter tanques de água e 
uma toca para o animal esconder-se, repousar e procriar. Esta deve estar em local alto. 
Para as espécies com hábito semiaquático, deve haver espelho d´água. Para as espécies 
terrestres, a toca deve estar no substrato e ter no recinto troncos e galhos. 
Para evitar a monotonia e o estresse do cativeiro, o enriquecimento ambiental deve ser 
utilizado.
Com filhotes recém-nascidos, utiliza-se uma fórmula 1 gema de ovo crua, 100 ml de 
leite (sucedâneo comercial de cães e gatos) e 1 colher (café) de mel. Para os filhotes 
mais velhos, acrescenta-se ração de filhotes de gatos. Quanto aos filhotes pouco 
desenvolvidos, é necessário amamentá-los com uma frequência inicial a cada hora, 
aumentando o intervalo à medida que o animal cresce. Quando o filhote apresenta a 
dentição, podem ser oferecidos os itens da dieta de um indivíduo adulto, intercalados 
com a amamentação. 
Figura 14. Filhote de gambá de orelha preta (Didelphis aurita) mamando em uma seringa com scalp adaptado.
Fonte: Cubas, 2014.
Clínica de marsupiais
A maioria dos marsupiais pode ser contida manualmente, embora também se utilizem 
luvas e toalhas. Conter os animais pela cauda não é indicado, pois eles conseguem 
flexionar seu corpo, alcançando a mão de quem os segura. 
Os animais maiores, principalmente os do gênero Didelphis, podem ser capturados 
com puçá ou cambão e contidos manualmente utilizando-se luvas de raspa de couro. 
Apoiar a mão na base da cabeça e do pescoço.
24
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Figura15. Contenção de marsupial.
Fonte: Cubas, 2014.
Anestesiologia 
Quanto ao protocolo anestésico, os tranquilizantes fenotiazínicos têm baixa 
metabolização em marsupiais e seus efeitos podem durar de dois a três dias. Por 
essa razão, os tranquilizantes benzodiazepínicos, como o midazolam (0,2 mg/kg/
pela via intramuscular – IM), são considerados uma classe farmacológica segura para 
a tranquilização dos animais; esses tranquilizantes podem ainda ser associados ao 
cloridrato de cetamina. 
Alternativamente para procedimentos não dolorosos, podemos utilizar cloridrato de 
cetamina (20 mg/kg/IM) ou tiletamina/zolazepam (5 a 10 mg/kg/IM) ou a associação de 
cloridrato de cetamina (20 a 25 mg/kg/IM), fentanila (0,75 a 1 mg/kg/IM) e droperidol 
(20 mg/kg/IM) (CARPENTER, 2007). 
Os didelfídeos são seguramente anestesiados com isoflurano (5% na indução e 1% a 3% 
na manutenção) e sevoflurano. Os animais podem ser anestesiados diretamente com 
câmara anestésica ou com máscara.
Outros protocolos para anestesia em procedimentos cirúrgicos são a associação de 
cloridrato de cetamina (20 a 30 mg/kg/IM) e cloridrato de xilazina (5 mg/kg/IM) 
e alfaloxona-alfadolona (3 a 6 mg/kg/IM ou 1 a 2 mg/kg/pela via intravenosa – IV. 
(CARPENTER, 2007).
Semiologia e anamnese 
Ao levar em consideração a baixa taxa metabólica, alguns de seus parâmetros fisiológicos 
também acompanham essa queda, por isso a frequência cardíaca deve estar entre 70 e 
25
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
100 bpm; a frequência respiratória, entre 25 e 40 movimentos respiratórios por minuto 
e a temperatura corporal, entre 32,5 e 35°C. O volume sanguíneo é de 5,7% do peso 
corporal. 
Diagnóstico
Para a colheita de sangue, a veia de predileção é a veia lateral caudal. Outros locais 
de acesso: artéria coccígea ventral, veia e artéria femorais, veia metatársica medial 
(safena), veia cefálica, veia jugular, sendo essas pouco frequentes.
Figura 16. Acesso venoso pela veia lateral coccígea em gambá da orelha preta (Didelphis aurita).
Fonte: Cubas, 2014.
Quadro 1. Valores de referência hematológica e bioquímica de gambá de orelha branca (Didelphis albiventris).
Hematologia
Eritrócitos (x 10 6/ mm3) 4,16 (+/-1)
Hematócrito 24,35 (+/-7,8)
Hemoglobina 10,3(+/-2,35)
Leucócitos (x 10 3/ mm3) 9,48( +/- 2,2)
Bastonetes (%) 4,6 (+/-3,1)
Segmentados (%) 47,4(+/-14,8)
Linfócitos (%) 41,5 (+/-5,5)
Eosinófilos (%) 3,5 (+/- 0,8)
Monócitos (%) 3,2 (+/- 2,8)
Basófilos (%) 1 (+/- 0,56)
Bioquímicos
Albumina (g/dl) 2,75 (+/- 0,2)
AST (U/l) 83 (+/- 26,5)
Colesterol (mg/ dl) 213 (+/- 55,9)
Creatinina (mg/ dl) 0,5 (+/- 0,1)
Fosfatase alcalina (U/l) 11,9 (+/-4,2)
Glicose (mg/dl) 57,6
 
Fonte: Malta e Luppi, adaptado, 2007.
26
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Clínica
Terapêutica 
As afecções não infecciosas mais comuns são: os traumas, atropelamentos e ataques 
por outros predadores como os cães, quando os marsupiais invadem seus territórios. O 
protocolo terapêutico praticamente não difere dos carnívoros. São utilizados fármacos 
como meloxican, tramadol e antibióticos nas mesmas doses. Considera-se que o 
atendimento dos animais nessas condições elencadas, urgem cuidados de estabilização. 
Aquecimento com bolsas de água quente, controle da temperatura e cuidados com 
choque hipovolêmico são prioritários. 
A manutenção de um acesso para fluidoterapia não é fácil; pode-se usar a veia coccígea, 
outro acesso muito utilizado em aves e que funciona em todas as espécies é o intraósseo, 
tão eficiente quanto o venoso. Praticamente todos os fármacos de uso venoso, exceto 
os mielotóxicos, podem ser introduzidos por essa via. E em caso de choque, uma 
abordagem interessante é a fluidoterapia morna glicosada que ajuda a restabelecer a 
temperatura.
O protocolo ABC (airbreathcirculation): vias respiratórias, respiração, alteração da 
circulação e controle da hemorragia, déficit neurológico, avaliação da dor e realização 
de exames complementares. 
Enfermidades 
Entre as doenças metabólicas mais comuns está a obesidade. Esses animais costumam 
aceitar guloseimas dos seus tutores, quando criados como animais pets, assim como 
síndromes de stress de cativeiro.
Osteodistrofias fibrosas também são patologias comuns a essas e outras várias espécies 
carnívoras, principalmente quando a alimentação é prioritariamente a base de carne 
muscular ou visceral, o que pode levar ao desbalanceamento de Ca: P. Essa patologia 
leva a deficiências hormonais e renais, fazendo o tecido ósseo ser substituído por 
material fibroso, o que pode ser presenciado em animais com “mandíbula de borracha”, 
ossos valgos, entortamento de coluna e estreitamento de pelve dificultando a evacuação 
(LONG, 1975). 
Em relação a doenças infecciosas e parasitárias, essa espécie (D. albiventris) é o mais 
sinantrópico entre os marsupiais criados como animal de estimação na América do Sul, 
podendo albergar alguns vírus, como: pseudorraiva, encefalomiocardite, estomatite 
27
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
vesicular e várias outras encefalites. Inacreditavelmente, são resistentes ao vírus da 
raiva.
Quanto às doenças bacterianas, são portadores assintomáticos da salmonella e podem 
ter boa resistência à leptospira (FARIAS, 2008).
Os gambás podem albergar tanto os agentes da leishmaniose tegumentar como os 
agentes da leishmaniose visceral, sendo potenciais reservatórios da doença.
Os gambás são considerados os mais comuns e antigos reservatórios selvagens 
conhecidos para T. cruzi. O agente pode desenvolver, além das formas amastigotas no 
sangue, formas epimastigotas nas glândulas anais ou acessórias de gambás -Didelphis 
spp (DEANNE, 1984).
Uma gama de doenças parasitárias ecto e endoparasitas são atribuídas a essas espécies 
diversas protozooses, como a toxoplasmose e muitos nematódeos. 
Vias de administração 
As vias escolhidas para administração de medicamentos são intramuscular, 
intraperitoneal, subcutânea,oral e intraóssea, sendo essa última muito comum em 
mamíferos pequenos eleves, dada a facilidade de atingir a cavidade medular de ossos 
longos. 
O local da administração pela via intramuscular é na região glútea, entre os músculos 
semimembranoso e semitendinoso, e na região do tríceps, com volume de até 1 ml nas 
espécies maiores e de 0,1 a 0,2 para as espécies menores. Pela via intraperitoneal podem 
ser administrados de 10 a 20 ml nos gambás (Didelphis spp.) e 5 ml nos animais com 
mais de 100 g. Pela via subcutânea podem ser administrados medicamentos na região 
escapular e na área do flanco, entre 100 e 200 ml nas espécies maiores e de 6 a 10 ml 
nas espécies menores.
A via endovenosa mais fácil é a ventral da cauda e a via intraóssea é usada quando não 
se consegue acesso vascular, por exemplo, em casos de desidratação extrema. Essa via 
faz com que o fluido alcance os sinusoides e condutos venosos medulares, apresentando 
rapidamente a dispersão do fluido ou fármaco. O acesso melhor são os ossos longos 
como tuberosidade da tíbia, fossa trocantérica do fêmur, asa do ílio e tuberosidade 
maior do úmero. 
Alguns autores utilizam as dosagens de cães e gatos para os marsupiais, porém levando-
se em consideração que seu metabolismo é mais baixo em relação aos outros mamíferos, 
com T.retal de 37,7º, FC de 205 Bpm e FR 37 movimentos/m e longevidade de até 5 
anos. 
28
CAPÍTULO 2
Canídeos
Biologia 
Há no Brasil seis espécies de canídeos silvestres, que serão chamados neste capítulo 
de canídeos silvestres brasileiros, apesar de algumas delas viverem também em outros 
países da América do Sul (BRASIL, 2003).
O cachorro vinagre (Speothos venaticus), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) 
e o cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis) são considerados pela 
International Union for Conservation of Nature (IUCN) quase ameaçados de extinção. 
Por estarem na mesma família do cão doméstico, apresentam muitas semelhanças, não 
só físicas mas também em relação a doenças infecciosas que se intercambiam, valores 
de referência hematológicas e bioquímicas e dosagens equivalentes de medicamentos. 
Por isso, a conduta no tratamento de enfermidades é equivalente à que é realizada nos 
cães domésticos, assim como as agentes infecciosos: cinomose, leptospirose, hepatite e 
leishmaniose podem ocorrer com alto grau de morbidade e letalidade.
Figura 17. Lobo-guará.
Fonte: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/lobo-guara-e-destaque-em-tividades-do-zoologico-de-curitiba/53057.
Animais como esses, eventualmente são avistados em regiões urbanas do Cerrado 
brasileiro, sendo vítimas frequentes de atropelamento, ataques de cães, incêndios e 
doenças infecciosas dos cães domésticos como a cinomose, fatal para essa espécie. 
Em sua maioria, são onívoros e têm uma alimentação variada de insetos, frutas e 
pequenos vertebrados.
Assim como nos canídeos domésticos, os neotropicais selvagens apresentam a mesma 
fórmula dentária I 3/3, C 1/1, P 4/4 e M 3/3 e têm cinco dedos nas patas dos membros 
29
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
torácicos e quatro dedos nas patas dos membros pélvicos. As unhas não são retráteis. 
Alguns estão em florestas como o cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus 
microtis) e outros também no cerrado brasileiro como o cachorro-do mato (Cerdocyon 
thous) (CUBAS, 2014).
Figura 18. Cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis) obtida em armadilha fotográfica.
Fonte: Cubas, 2014.
Figura19. Raposa-do-campo (Lycalopex vetulus).
Fonte: Cubas, 2014.
Algumas outras características da ordem carnívora são: corpo longo, orelhas retas, o 
que lhes confere uma excelente audição, e osso peniano. Hábitos crepusculares, em sua 
maioria, e furtivos. Com expectativa de vida superior aos 10 anos são muito comuns em 
zoológicos brasileiros, cuja intenção é estudá-los. Sua manutenção em cativeiro tem o 
objetivo evitar a extinção de uma determinada espécie em seu meio, ou se ocorrer uma 
drástica diminuição populacional. Por isso, há programas de reintrodução de indivíduos 
criados em cativeiro com o objetivo de restabelecer populações viáveis in situ.
Para planejar e administrar os cruzamentos de animais em cativeiro, especialmente 
de espécies ameaçadas de extinção, foram criados os Planos de Manejo de Fauna em 
Cativeiro. Eles contêm recomendações de manejo reprodutivo baseadas no registro 
30
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
genealógico dos animais mantidos em cativeiro, denominado registro genealógico ou 
Studbooks (CHIEREGATTO, 2006).
Essas informações são atualizadas periodicamente com os dados fornecidos pelas 
instituições mantenedoras, por meio de questionários. Apenas com elas é possível 
determinar quais indivíduos devem ou não ser reproduzidos e quais devem ser os 
pareamentos. De modo geral, existem Studbooks internacionais, que incluem indivíduos 
de determinada espécie mantidos em zoológicos do mundo todo, e Studbooks regionais, 
que incluem a população de cativeiro de determinada região ou país. Lobos guarás e 
cachorros vinagres têm Studbooks com informações de indivíduos dessas espécies em 
zoológicos e criadouros brasileiros. (CHIEREGATTO, 2006).
Dieta e nutrição 
Segundo Lima (2009), os canídeos silvestres brasileiros têm hábitos onívoros, com 
exceção do cachorro-vinagre, classificado como exclusivamente carnívoro. A dieta do 
lobo guará tem maior predominância de itens vegetais, além de frutas com os da lobeira 
(ALLEN, 1995). Em cativeiro, alguns canídeos silvestres podem adquirir cistinúria, 
devido a uma dieta com elevado teor de proteína animal, principalmente em lobos-
guarás, o que lhes compromete o sistema urinário com cálculos vesicais e uretrais, 
causando obstrução nos machos em sua uretra peniana. Por isso, a dieta dessa espécie 
é de moderada proteína animal, em torno de 20/25%, sendo as rações caninas cada vez 
mais frequente no cardápio, além de uma boa oferta de frutas (MUSSART, 1999).
Contenção e anestesia 
Na maioria das vezes, em recintos fechados, é suficiente o uso de cambão ou pau de 
couro visto que o animal não costuma atacar o ser humano ao sentir-se acuado. Já 
a contenção química, eventualmente é necessária em casos de animais que estejam 
em espaço aberto em distâncias que não permitem a aproximação. Os dardos podem 
ser disparados com armas adaptadas, rifles, pistolas ou zarabatanas, sendo os dois 
últimos os mais indicados por causarem menos traumas nos animais. Os equipamentos 
utilizados e os fármacos serão abordados no capítulo VIII, sobre contenção química. 
31
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Clínica 
Exame físico e anamnese
O exame clínico externo em canídeos silvestres é bastante semelhante ao de cães 
domésticos, com trº de 38/39º, FC de 70/100 Bpm e FR 35/45 min. As patologias 
orais são comuns e envolvem: fraturas dentárias e cálculos periodontais. Os valores 
de referência para hemograma e bioquímicos são semelhantes aos usados em cães 
domésticos
Doenças infecciosas mais frequentes
Cinomose 
Como já mencionado, a cinomose afeta os canídeos neotropicais de forma agressiva, 
também podendo acometer outros mamíferos, como felídeos exóticos, mustelídeos 
como o ferrets, furões e ariranhas e procionídeos como o quati e o guaxinim. É uma 
enfermidade que tem o cão doméstico o seu principal disseminador, e que permite 
classificá-la como uma das mais preocupantes enfermidades para a conservação das 
populações de vida livre e de cativeiro. 
Lembre! O vírus da cinomose é transmitido pela via oronasal por meio de aerossóis ou 
pelo contato com secreção ocular, respiratória ou genital. Os sinais, assim como ocorre 
nos cães domésticos, são: depressão, secreção mucopurulenta oculonasal, dermatites 
e hiperqueratose dos coxins, febre, anorexia, vômitos e diarreia. Como o vírus tem 
neurotropismo, rapidamente pode evoluir para encefalite, convulsões, ataxia, paralisia, 
mioclonias, trismo mandibular e outros sinais neurológicos (notado autor).
A vacinação em canídeos neotropicais com vacinas de cães domésticos apresentou 
resultados variáveis, desde: reações vacinais, baixas taxas de imunidade até produção 
de anticorpos. Na prática, pela inexistência de vacinas para animais silvestres, 
circulação de cães errantes em zoológicos e o alto grau de letalidade da doença, usa-se 
com cautela. O tratamento para essas espécies baseia-se no uso de fluidos, antibióticos, 
anticonvulsivantes e tratamento de suporte (nota do autor). 
Outras doenças infectocontagiosas
Outras enfermidades infecciosas são: a parvovirose e a raiva com a mesma sintomatologia 
e letalidade conhecidas nos animais domésticos.
32
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Uma patologia emergente, tanto em canídeos domésticos quanto os silvestres 
neotropicais, é a leishmania visceral (LV), causada pelo protozoário Leishmania chagasi 
(também conhecido como L. infantum), transmitido pela picada do mosquito palha 
(Lutzomyia longipalpis). O principal reservatório é o cão doméstico. Até pouco tempo, 
o programa de controle era baseado na eutanásia de cães soropositivos e na aplicação de 
inseticidas de efeito residual; porém com a não obrigatoriedade de eutanásia associada a 
um tratamento que não cura e ainda mantém portadores assintomáticos, o protozoário 
torna-se um problema para os canídeos silvestres (COURTENAY, 2002).
Pela circulação de cães errantes associada à proximidade das matas, alguns zoológicos 
têm relatado canídeos soropositivos à doença, os quais desenvolveram sintomas 
clínicos, o que os levou a óbito. 
A notificação ao serviço de saúde oficial de diagnóstico positivo de canídeos silvestres de 
cativeiro para infecção por Leishmania chagasi é compulsória, segundo o Decreto 123 
no 51.838, de 1963; sendo assim, deve-se estabelecer a comunicação com o Ministério 
da Saúde e com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros 
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (CENAP/ICMBio) para 
que o caso seja avaliado e as decisões sejam tomadas em conjunto. 
Assim como nos animais domésticos, o protocolo é feito com milteforan, alopurinol e 
cetoconazol, com resultados variáveis.
Doenças parasitárias 
Os ectoparasitos são de grande importância, principalmente em animais de cativeiro, 
como sarna sarcóptica e pulgas, muito frequentes em lobos guarás. 
Na experiência deste autor, em zoológicos do Cerrado, em época de seca, é muito 
comum esses animais encontrarem-se excessivamente infestados por esses parasitas. 
Em muitos casos, os animais necessitam de transfusão sanguínea, antibióticos contra 
hematozoários, além de tratamento convencional com parasiticidas orais e tópicos, 
vaso sanitário nos recintos, uso de cal virgem e vassoura de fogo.
Profilaxia 
Quarentena de pelo menos 30 dias para animais recém-chegados, exames clínicos, 
sorologia para leishmaniose, vermifugação, exame dentário e de sangue como 
hemograma e bioquímicos. 
33
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
A vacinação, como mencionado, tem efeitos variáveis, sendo ideal a utilização de 
vacinas monovalentes recomendados pelos protocolos internacionais; no entanto, em 
geral, essas vacinas não estão comercialmente disponíveis no Brasil, por não atenderem 
aos interesses comerciais das empresas que as produzem, as quais são voltadas ao 
mercado de proprietários de cães domésticos. Uma vacina polivalente contendo vírus 
da cinomose atenuado por passagens em ovos embrionados de galinha e parvovírus vivo 
modificado, que imuniza também contra leptospirose, hepatite e raiva (Eurican®), foi 
testada em lobos-guará em zoológicos brasileiros. A vacina foi considerada segura para 
todos os agentes e imunogênica para os vírus da cinomose e parvovírus (MAIA, 1999). 
O protocolo de vacinação recomendado para canídeos em geral é: filhotes devem 
receber três doses da vacina com intervalos de 21 a 30 dias, iniciando o protocolo em 
animais com idade entre 45 e 60 dias; em adultos que não foram vacinados, devem ser 
aplicadas duas doses com intervalo de 21 a 30 dias; adultos vacinados anteriormente, 
devem receber anualmente uma dose da vacina; em fêmeas, deve-se aplicar a vacina 
no período pré-cobertura para maximizar a chance de proteção passiva aos filhotes 
(MAIA, 1999).
34
CAPÍTULO 3
Felídeo1
Biologia 
Na Taxomomia, a família Felidae compreende 2 subfamílias (felinae e pantherinae), 13 
gêneros e 36 espécies.
Das 10 espécies neotropicais, 8 encontram-se no Brasil; são eles: 
Quadro 2. Felídeos neotropicais brasileiros.
Gênero Leopardus Leopardus pardalis Jaguatirica
Leopardus wiedii Gato-maracajá
Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno
Leopardus geoffroyi Gato-do-mato-grande
Leopardus colocolo Gato-palheiro
Gênero Puma Puma yagouaroundi Gato-mourisco
Puma concolor Suçuarana
Gênero Panthera Panthera onça Onça-pintada
 
Fonte: arquivo pessoal.
OBS.: No Gênero Panthera, estão incluídos os exóticos: leão (Panthera leo) e tigre 
Panthera tigris). 
Entre a maioria dos neotropicais, o gato-mourisco é o único que não se encontra em 
extinção. As justificativas são várias, desde: o Declínio na natureza, ameaça de extinção 
com a fragmentação do seu habitat, em consequência do desenvolvimento agropecuário, 
mineração, hidrelétricas, além do tráfico ilegal. Consequentemente a diminuição da 
variabilidade genética- endogamia (NASCIMENTO, 2010).
 Esses animais têm pesagens que variam desde 1,5 até 300 Kg. 
Outra característica dos felídeos é a presença das doenças infecto parasitárias 
com a aproximação dos animais domésticos. Atualmente, há bancos genéticos 
in vitro p/ a manutenção das espécies ameaçadas como em alguns zoológicos 
brasileiros que mantém convênios com órgãos como a Embrapa.
35
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Jaguatirica 
Esse animal, que pode pesar entre 7 a 16 Kg, tem pelagem em rosetas que se unem na 
lateral do corpo, formando listras horizontais, correndo em cadeias paralelas. Animal 
solitário e noturno, são escaladores. Expectativa de vida de 21 anos em cativeiro.
Estão localizados em todos os países da América Central e do Sul, ocupando cerrados, 
caatinga, pantanal, pampas, florestas tropicais e subtropicais e matas ciliares 
(OLIVEIRA, 2005).
Gato-maracajá
Encontra-se no mesmo grupo da jaguatirica, sendo semelhante a ela. De menor porte, 
com peso médio de 3,3 kg, cauda comprida, focinho saliente, patas e olhos grandes. 
Tem a pelagem muito parecida com à da jaguatirica e à do gato-do-mato-pequeno, com 
coloração amarelo-dourada com rosetas escuras dispostas principalmente nas laterais 
do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras que vão do topo dos olhos à 
base da cauda (CUBAS, 2014).
Suçuarana
Segunda maior espécie de felídeo no Brasil. Peso entre 34 a 72 Kg, coloração marrom 
acinzentado claro ao marrom avermelhado. Adaptadas em vários ambientes e climas, 
diurnas e noturnas, vivem acima dos 20 anos em cativeiro. Presentes em toda a América. 
Figura 20. Suçuarana.
Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/sussuarana.htm.
36
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Maturidade sexual de 2 para 3 anos. Gestação de 90 a 96 dias. Números de filhotes: de 
01 a 04, nascem pintados com manchas escuras no corpo.
Hábitos: Crepuscular, noturno, arborícola e terrestre. Hábitos alimentares carnívoros 
e ictiófago.
Habitat: campo, floresta e montanha. Comportamento solitário em par e sedentário. 
Seu pelo é em geral bege rosado, mais pode ser cinza, marrom ou cor de ferrugem. O 
comprimento do pelo varia conforme o habitat, vai de curto a muito longo.
Categoria/Critério: Espécie ameaçada de extinção de acordo com a lista oficial do 
IBAMA. Apêndice I da CITES. Ameaçada criticamente em perigo-destruição de habitat, 
caça, populações pequenas, isoladas e em declínio (CUBAS, 2014).
Gato-do-mato-pequeno 
É o menor gato selvagem da América do Sul. A pelagem é similar à da jaguatirica e à dogato-maracajá com presença de estrias transversais escuras circulares na porção lateral 
do corpo.
São consideradas altamente ameaçadas devido à perda de habitat e à captura ilegal 
para a comercialização de peles; apresenta-se como um animal solitário, noturno, que 
se alimenta de pequenos roedores e aves, caçados preferencialmente durante a noite. 
Utilizam como abrigo tronco de árvores caídas. O período de gestação dura entre 70 a 
74 dias, tendo ninhadas de 2 a 4 filhotes. (CUBAS, 2014).
Onça-pintada 
Figura 21. Onça-pintada.
Fonte: https://jornaldebrasilia.com.br/nahorah/cenas-fortes-peao-e-atacado-por-onca-pintada/.
37
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Maior felídeo neotropical; a característica marcante dessa espécie é ela não miar como os 
felinos. Emite uma série de roncos muito fortes que são chamados esturro. Suas presas 
naturais consistem de animais silvestres como catetos, capivaras, peixes, queixadas, 
jacarés, veados, tatus. (OLIVEIRA, 2005).
A fêmea pode ter de dois a quatro filhotes, que nascem cegos e só abrem os olhos depois 
de 13 dias. Filhotes permanecem com a mãe até 2,5 anos de idade e a maturidade sexual 
é alcançada mais cedo pelas fêmeas (2 a 2,5 anos). Machos estão sexualmente maduros 
entre três e quatro anos. Esses animais têm hábitos noturnos. Na onça-pintada, ocorre 
também o fenômeno do melanismo, comum aos leopardos asiáticos (pantera-negra) e 
outros felinos. 
A coloração amarela, nesse caso, é substituída por uma pelagem preta ou quase preta. 
Dependendo da incidência da luz, percebe-se o mesmo tipo de manchas oceladas 
encontradas nas onças comuns.
O animal na forma melânica é chamado de onça-preta e em tupi-guarani recebe o nome 
de Jaguará-pichuna. O melanismo é herdado por um gene dominante, o albinismo 
também é relatado. 
Pela sua raridade, a onça-preta é animal que desperta grande procura por parte dos 
zoológicos de todo o mundo (OLIVEIRA, 2005).
Figura 23. melanismo em onça pintada. São a mesma espécie, muda a quantidade de melanina.
Fonte: esquerda: https://detvsites-ibama.webnode.com.br/products/on%C3%A7a-preta%20/; e direita: https https://www.
infoescola.com/wp-content/uploads/2008/05/onca-pintada-591459416.jpg.
Gato-palheiro (Leopardus colocolo)
Tem pelagem longa com coloração variando geograficamente do vermelho-alaranjado 
ao cinza com listras irregulares nas laterais do corpo e das patas. Apresenta uma faixa 
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/05/onca-pintada-591459416.jpg
https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/05/onca-pintada-591459416.jpg
38
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
de pelos mais longos que vai da cabeça à base da cauda, que se eriça quando o animal 
se sente ameaçado.
É usualmente associado a habitats com vegetação aberta, mas também pode ser 
encontrado em ambientes florestados. Tem hábitos crepusculares e noturnos.
Jaguarundi (Puma yagouaroundi)
Seu corpo é delgado e alongado. A cabeça é pequena e achatada, as orelhas curtas e 
arredondadas, as pernas curtas e a cauda muito longa. Tem coloração variando do 
preto ou castanho escuro ao avermelhado. Os indivíduos de coloração mais escura 
estão comumente associados a florestas, enquanto que os mais claros são encontrados 
em ambientes mais secos (OLIVEIRA, 2005).
Obs.: Em praticamente todos os seus representantes, o pouco conhecimento sobre 
a biologia das espécies limita a possibilidade de estratégias de conservação eficazes. 
Muitos são classificados pelo IBAMA como ameaçado de extinção. A destruição de 
hábitats costuma ser a principal causa de ameaça desses animais. (ADANIA, 2005).
Características gerais/Manejo nutricional 
Manejo nutricional é importante; oferecer a carne misturada a ração de gatos e presas 
inteiras: cobaias, coelhos. Evitar oferecer animais abatidos sem inspeção: risco de 
Toxoplama gondii. Oferta de presas vivas: enriquecimento e equilíbrio Ca:P, também 
vitaminas e minerais.
OBS: Carne: muito P e pouco Ca: osteodistrofia e fraturas espontâneas, oferecer cálcio 
extra. Ainda oferecer algum tipo de capimevita a liberação de bolas de pelo, a êmese. 
Vivem longos anos em cativeiro, muitos chegam da natureza e abarrotam os zoos 
(CUBAS, 2014).
 Resumindo:
 » maneira geral: aves, répteis, capim, insetos, anfíbios; 
 » quanto maior o felídeo, maior o animal ingerido; 
 » onça-pintada: antas, jacarés, queixada, veados;
 » capins ingeridos: pé de galinha, fino, napiê e marmelada;
 » êmese: liberação de pelos. 
39
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Felídeos de porte grande alimentam-se a cada 2 dias; felídeos de porte médio e 
pequeno, diariamente. Filhotes (1–20 dias) criados na mão, suscedâneo de leite Royal 
Canin na mamadeira, após inserir carne com cálcio e banhos de sol. Em alguns casos, 
há constipação: dar óleo mineral, caminhadas p/ estimular a evacuação, além de 
probióticos. Mamadas a cada 2 horas nos 1os 10 dias, 20 – 40 ml/Kg. (CUBAS, 2014).
Em cativeiro: carne de gado, pintos, pescoço de frango. Ideal oferecer ração de gatos 
(com melhores valores nutricionais), acostumar desde filhote. Animais de vida livre 
inseridos ou não em cativeiro, não aceitam a ração. Misturar a ração – 30 a 40 % com 
carne moída e suplemento de cálcio. As carnes devem ser congeladas em pequenos 
pedaços por pelo menos 5 dias a 12° C negativos. Optar pela variedade: material vegetal, 
evitar osteodistrofia e fraturas espontâneas (NOTA DO AUTOR).
Filhotes: durante a mamada, manter o animal em posição quadrúpede. Em seguida, 
massagear o abdômen e ânus p/estimular a defecação. Com 1 mês, observar o 
desenvolvimento motor e a dentição p/começar a inserir a dieta sólida (CUBAS, 2014).
Alimentação para filhotes:
 » Pet milk®, Cálcio de ostra oscal® Aminomix®;
 » 2 meses: coração bovino, aminomix, cálcio. 
Exames sorológicos
Coleta de sangue: Toxoplasmose, Retrovirus (FIV e FELV), hemograma, ureia, 
creatinina e perfil hepático.
Instalações 
1. Animais grandes: fosso com cambeamento de grade móvel individual, 
árvores de porte médio no centro do recinto, vegetação, tocas, cocho 
de alimentação, piscinas com peixes para enriquecimento. Piso pouco 
abrasivo, areia, troncos área de sombra e ponto de fuga.
2. Animais de porte médio e pequenos, os mesmos itens não precisando 
manter em fossos: podem ficar em recintos envidraçados no horizonte do 
visitante.
40
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Figura 24. Cama feita de mangueira de bombeiro.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 25. Fosso para grandes felinos/Zoo de Brasília.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 26. Recinto envidraçado para pequenos felídeos. 
Fonte: Arquivo pessoal.
41
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Figura 27. Gaiola de restrição com grade móvel.
Fonte: Arquivo pessoal.
A grade móvel de restrição com portas tipo guilhotina localizam-se embaixo do fosso, 
longe do público. Com isso, alguns exames clínicos podem ser feitos sem a necessidade 
de anestesia, como também a coleta de sangue pela veia lateral da cauda. 
Figura 28. Retirada de miíase em pálpebra superior em leão de 22 anos.
.
Fonte: Arquivo pessoal.
Medicina preventiva
Quarentena: 30 dias para adaptação, vermifugação, vacinação, aclimatação, biometria, 
marcação, (microchip ou tatuagem). Coleta de material biológico. Exames sorológicos 
FIV/ FELV.
42
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Controle parasitário: exames coproparasitológico e vermífugo a cada 6 meses, cuidar 
ectoparasitos (NOTA DO AUTOR).
Programa de vacinação: 
 » tríplice felina (fel- o – vax, Fort Dodge) – panleucopenia, calicivirose e 
rinotraqueíte felina, 3 doses em filhotes e uma dose anual - 45, 75, 105 
dias; 
 » raiva anual (acima de 4 meses de idade); vacinar em áreas endêmicas – 
vacinas inativadas; 
 » Felv – evitar vacinar. 
Quadro 3. Características reprodutivas dos felídeos neotropicais brasileiros. 
Parâmetros/
Espécie
jaguatirica
Gato
maracajáGato do 
mato 
pequeno
Gato do 
mato 
grande 
Gato 
palheiro 
Gato 
mourisco 
Suçuarana onça
Longevidade (a) 20 13 20 - - - 20 22
Início da vida 
Reprodutiva Macho 
–meses
30 24-36 - 24 18-24 24-36 36
36-
48
Início vida 
Reprodutiva
Fêmea – meses
18-22 24-36 18-24 18 18-24 24-36 30
24-
36
Maturidade 
Sexual 
 2- 3 anos 11 m 12-15 m 36 m 
36-48 
m 
Estro – dias 32- 36 16,4 +-1,2 20 55 28 22-65
Gestação ( dias) 70-85 81-84 73-78 72-76 80-85 72-75 84-98 90-111
Ninhada 1-2(1,5) 1-2 1-4(1,1) 1-3 1-3 1-4 1-6 1-4
Peso ao nascer 160-170 90-130 90-120 130 220-440 850
Abertura dos olhos 12 14
Desmame –semanas 3-9 7-8 5-7 8-10 3-4 6meses 5-6m
 
Fonte: Cubas, 2014.
Contenção física e química
Marcação de felinos, com tinta de impressora e microship interescapular em 
mamíferos.
43
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Figura 29. microchip, aplicador e leitor.
Fonte: http://www.animalltag.com.br/includes/exibeProduto.php?item=8&language=pt-br.
Figura 30. Contenção de gato maracajá em puçá.
Fonte: Cubas, 2014.
Puçá: Enrolar o animal. Usado para animais com o porte limite de uma jaguatirica. 
Obs.: Não se usam puçás para animais maiores, e sim a anestesia em gaiolas de restrição 
ou dardo à distância.
Evitar o uso de cambão ou pau de couro em felídeos menores, risco de traumas 
com fratura de pescoço. 
O assunto referente à anestesia será abordado em capítulo próprio.
Estresse e itens de enriquecimento
Estresse: conjuntos de reações de um organismo em face de estímulos externos de 
ordem física, psíquica, infecciosa ou outras capazes de perturbar a homeostase; esse 
é um fenômeno adaptativo, cumulativo, resultante da interação do organismo como 
meio por meio de receptores.
44
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
Comportamentos estereotipados: andar em rotas fixas, arrancar os próprios pelos, 
lamber excessivamente as patas e cauda, automutilação (CUBAS, 2014).
Itens de enriquecimento: picolé de carne, ração espalhada, trilhas de odores, estímulo 
olfativo com pimenta ou canela, caixa com algum conteúdo, animais vivos, cama de 
capim, cama feita com mangueira de bombeiro etc.
Análises de cortisol: resposta ao estresse em felídeos selvagens em cativeiro a partir da 
análise dos metabólitos em amostras do plasma sanguíneo e amostras fecais. Alguns 
estudos com saliva em pedaços de pano (CUBAS, 2014).
Clínica 
Locais de punção de sangue jugular, safena, cefálica, cauda. Esta última é usada em 
grandes felídeos quando contidos em gaiolas de restrição.
Temperatura retal, em média de 38-39 ºC, sendo maior em felídeos menores e maior 
em felídeos menores.
Doença periodontal em felídeos 
Patofisiologia:
 » formação da placa bacteriana;
 » gengivite; 
 » mineralização da placa bacteriana;
 » afecção do ligamento periodontal e do osso alveolar;
 » exfoliação dentária. 
Doenças infecciosas em felinos neotropicais
Virais
 » Rinotraqueíte: contagiosa, infecção respiratória.
Sinais: rinite, úlceras orais, conjuntivite, traqueíte, salivação, espirros e 
febre.
45
MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS │ UNIDADE II
Evolução: geralmente autolimitante, raramente evolui para pneumonia e 
peritonite. Trat: antibiótico, fluidoterapia. O gato doméstico é transmissor. 
 » Panleucopenia 
Vacinação felina protege. Doença semelhante à parvovirose canina, 
com rápida desidratação. Propicia infecção bacteriana secundária 
Sinais: vômitos, diarreia hemorrágica, desidratação Trat: sintomático: 
fluidoterapia, atbs, suporte nutricional.
 » Retrovirus: FIV e FELV (vírus da imunodeficiência felina e vírus da 
leucemia felina. 
 » Transmissão: saliva, mordidas. Leões de circo/gatos domésticos 
 › Fiv: distúrbios neurológicos e hematológicos. 
 › Diagnóstico: PCR, sorológico sangue/teste rápido, hemograma e 
bioquímicos.
 › Sem vacinação. Cuidar com fômites.
Felv: Manifestações neoplásicas (linfomas).
Prevenção: vacinação – Tetra felina (com ag felv). Trat: cirúrgia? Eutanásia? 
Diag: PCR, sorológico, hemograma e bioquímicos. Prevenção: cuidar com 
fômites.
Outros vírus: cinomose, raiva, peritonite infecciosa felina, calicivirose. 
Bacterianas: Salmonelose, leptospirose.
O vírus da cinomose afetou felídeos em zoológicos norte-americanos (tigres, 
leões, leopardos e onças-pintadas). Esses animais manifestaram os mesmos 
sintomas dos canídeos. (KENNEDY STOSKOPF, 1999) 
Doença não infecciosas 
Osteometabólica
Comum em animais em crescimento principalmente carnívoros que se alimentam 
basicamente de tecido muscular e visceral. Neles, estão presentes altas quantidades de 
46
UNIDADE II │ MEDICINA DE MARSUPIAIS,CANÍDEOS E FELÍDEOS
fósforo, podendo produzir uma desproporção de CA:P no sangue, quando o normal é de 
2 :1. Para compensar, haverá retirada de cálcio do osso para equilíbrio sanguíneo, o que 
tornará os ossos frágeis, tortos e fraturáveis com aumento de volume das articulações. O 
diagnóstico é radiográfico, sendo que valores sanguíneos deCA:P podem estar normais. 
O tratamento está na correção alimentar ofertando presas inteiras, aporte de cálcio e 
radiação solar para a conversão da vitamina D.
Figura 31. Ossos valgos em felídeo com doença osteometabólica.
Fonte: Arquivo pessoal.
intussuscepção 
Outra patologia comumente relatada em felídeos de zoológicos é a intussuscepção; suas 
causas são inúmeras: a dieta normalmente constipativa a base de tecidos musculares 
e ossos, pouco exercício, típico de animais cativos, em espécies maiores como o leão e 
tigre, além das habituais lambeduras e ingestão de pelos e, por fim, recintos pequenos 
e inadequados sem enriquecimento ambiental.
Os sinais variam desde vômitos, inapetência a constipação. O tratamento é com 
óleo mineral e correção da causa. Ofertar ração e material verde misturados à carne. 
Aumentar o espaço, o que muitas vezes é difícil em muitos zoos. Em alguns pontos do 
recinto, poderá ser plantado capins que são costumeiramente ingeridos pelos animais 
como: napiê, marmelada e pé de galinha. Em alguns casos, é necessária cirurgia de 
gastro/enterotomia. 
Piometra e insuficiência renal também ocorrem com certa frequência em razão da idade 
avançada que esses animais atingem.
47
UNIDADE III
MEDICINA E 
MANEJO DE 
ROEDORES DE 
COMPANHIA E 
LAGOMORPHOS
CAPÍTULO 1
Roedores 
Características 
São os mamíferos de pequeno porte como as cobaias (porquinho da Índia), chinchilas, 
ambos cavimorfos e os mimimorfos: os ratos (mercol), camundongos, gerbil e hamster 
de várias espécies. Esses roedores exóticos foram utilizados há muito tempo como 
animais em laboratório ou em criações comerciais, tendo sido consequência natural 
deste vínculo o surgimento de laços de afetividade entre pessoas e animais. Essa 
popularização dos roedores exóticos de companhia trouxe demanda para as clínicas 
veterinárias.
Os cavimorfos têm as seguintes características: são espécies originárias das planícies 
elevadas do deserto andino. Apresentam longo período de gestação em relação aos 
outros roedores. Suas crias são recobertas de pelos e nascem com os olhos abertos. Os 
dentes incisivos, molares e pré-molares têm crescimento contínuo. Frequentemente 
são sujeitos à patologia dentária (QUINTON, 2005).
Anatomia e fisiologia
A capacidade de abertura da boca é restrita na maioria dos pequenos roedores de 
estimação, particularmente na chinchila e no porquinho da índia. Esta capacidade é 
limitada devido às pregas grossas de mucosa que invadem a cavidade oral e que são a 
continuação dos lábios inferior e superior: por isso a entubação traqueal para anestesia 
ou emergências torna-se muito difícil.
48
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Os dentes incisivos, características que os define, têm crescimento contínuo, o que 
os faz procurar sempre uma superfície para desgaste, portanto não existem nessas 
espécies dentes decíduos, além de terem diastema, ou seja, um espaço entre os incisivos 
e os molares. Este espaço é perceptívele grande o suficiente a ponto de possibilitar 
a movimentação das bochechas dentro dele e efetivamente fechar a porção caudal 
da cavidade oral. Isso torna possível que mastiguem sem consumir o material que 
estão roendo. Ainda nesse espaço, alguns roedores iniciam uma pré-fermentação dos 
alimentos. 
Fisiologia digestiva
Os caviomorfos são herbívoros estritos que praticam cecotrofagia; isso é comum nas 
espécies exóticas e possibilita a absorção de vitaminas do complexo B e aumenta a 
digestibilidade da dieta. Apresentam trato digestivo muito longo, comparado ao de 
outros roedores (cerca de 2,5m, na cobaia!). O trânsito digestivo é lento (de 13h a 30h, 
em média; eventualmente pode demorar até uma semana). É adaptado à digestão de 
alimentos pouco energéticos e ricos em celulose. Um aporte insuficiente de celulose na 
alimentação desses animais causa, rapidamente, estase intestinal (QUINTON, 2005).
Mamíferos herbívoros têm intestinos mais comprido do que os carnívoros; quanto 
aos onívoros, apresentam tamanho intermediário. O ceco, muito volumoso, é o 
principal órgão de digestão da celulose. 
A microbiota digestiva é composta principalmente por bactérias anaeróbicas 
Gram-positivas (cocos e Lactobacillus spp.). A população de bacilos Gram-negativos, 
como E. coli, é muito pequena. (QUINTON, 2005).
Essa flora cecal faz toda a diferença na decisão de ministrar antibióticos orais que 
possam comprometer essa flora e provocar enterites. O mesmo acontece nos 
coelhos, que serão estudados na próxima unidade. 
49
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Quadro 4. Em anexo, dados biomédicos mais importantes das espécies de roedores exóticos.
 Preá chinchila Camundongo Rato hamster Gerbil
Expectativa de vida 3-8 8-10 1-3 2-4
Síro:3
Chinês:2
2- 5
Peso adulto (g)
F:600/900
M:400/500
F:400/600
400/500
20/40
400
800 
S: 80/150
C:35/40
F: 55/100
m: 65/120
FC (bat/min) 230/300 100/150 300/750 250/450 300/600 200/360
FR (mov/min)
70/
130
40/80 100/250 70/150 75 90/140
TRº (C) 38,5 38 37,5 38 36/37.5 38
Vol. Sangue(ml) 24 a 45 24 a 45 2,5 a 3 25 a 35 7 7
Maturidade
Sexual
F:2 a 3 m
M:3 a 4 m
7 a 9 m 6 a 7 semanas 6 a 10 semanas 45 a 75 dias
F:12/14 s
M:10/12s
Ciclo (dias) 16 24 a 45 4 a 5 4 a 5 3 a 4 4 a 6
Cio (horas) 50 1 a 2 12 12 6 12 a18
1o cio pós-parto < 24 h 24 a 48 h 18 a 24 h 18 a 24 h 4 a 6 dias 24 a 48 h
Idade limite p/ 
reproduzir
3 anos 10 anos 12 a 18 meses 12 a 16 meses 10 a 18 meses
F: 18 m
M; 24 m
Gestação (d) 63 a 68 105 a 111 19 a 21 21 a 24
Sírio:15/17
C:21 
24 a 26 42(cio 
pós-parto)
No filhotes 2 a 4 1 a 4 4 a 12 6 a 14 4 a 12 4 a 7
Peso ao nascer 70 a 100 30 a 40 1 a 2 5 a 10 2 a 5 1 a 3
Abertura de olhos (d) _ _ 12 a 14 10 a 16 10 a 14 10 a 12
Desmame 21 a 45 d 6 a 8 sem. 20 dias 20 a 30 d 20 a 25 d 21 a 28 d
 
Fonte: Banks, 2010.
50
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Figura 32. Espécies de roedores exóticos mantidos como animais de estimação. O Camundongo (Mus musculus). 
B. Rato (Rattus rattus). C.Hamste rsírio(Mesocricetus auratus). D. Hamster chinês (Cricetulus griseus). E. Gerbilo 
(Meriones unguiculatus). F. Porquinho-da-índia (Cavia porcellus). G. Chinchila (Chinchilla lanigera).
Fonte: Pessoa, 2014.
*Obs.: Nota-se claramente uma elasticidade muito grande entre os valores mínimos 
máximos de muitas enzimas. É provável que o número de amostras analisadas tenha 
sido pequeno, o que comprometeu o valor final. Esse quadro serve apenas de referência 
para o clínico (NOTA DO AUTOR).
51
CAPÍTULO 2
Clínica
Valores biológicos
Bioquímica sanguínea
Na cobaia, há discreta atividade de ALT nos hepatócitos. Portanto, essa enzima não é 
considerada um indicador de lesão hepática nessa espécie. Como nos outros roedores, 
os constituintes do sangue dos caviomorfos diferem daqueles de carnívoros pela 
predominância da população de linfócitos. Quanto à urina, essa se apresenta com 
pH alto entre 8,5 a 9 nos roedores herbívoros e mais neutro nos roedores onívoros 
(QUINTON, 2005).
Quadro 5. Parâmetros hematológicos e bioquímicos. 
Preá Chinchila camundongo Rato Hamster gerbil
Hematócrito % 32 a 50 25 a 54 42 a 44 39 a 55 45 a 50 35 a 45
Hemáceas 106/mm3 3.2 a 8 6.6 a 10,7 8,7 a 12 ,5 6 a 10 5.5 a 9 7.5 a 9
Hemoglobina 10 a 17 11.7 a 13,5 10 a 16.2 11 a 19,5 14.5 a 18 13 a 15 
Leucócitos 10 6/mm3 5, 5 a 17,5 7,6 a 11.5 5 a 12 6 a 15 6 a 10 9 a 12
Neutrófilos% 22 a 48 23 a 45 7 a 40 * 9 a 34 * 18 a 40 20 a 25
 Linfócitos % 39 a 72 51 a 73 55 a 95 65 a 85 56 a 80 75
Monócitos% 1 a 10 1 a 4 0,1 a 3, 5 0 a 4 1,4 a 2,5 0 a 4
Eosinófilos% 0 a 7 0 a 3 0 a 4 0 a 3 0 a 1 0 a 3 
Basófilos % 0 a 3 0 a 1 0 a 1,5 0 a 1,2 0 a 1 0 a 1 
Plaquetas
(103/mm3)
260 a 740* 254 a 298 100 a 1000* 500 a 1300 300 a 500 400 a 600
Glicose (mg/dl) 60 a 125 60 a 125 73 a 183 80 a 300* 60 a 160 47 a 135
Uréia(mg/dl) 9 a 31,5 10 a 40 18 a 31 15 a 21 14 a 27 17 a 31 
Creatinina
Mg/dl
0,6 a 2,2 0,8 a 2,3 0,48 a 1.1 0,2 a 0,8 0,4 a 1 0,5 1.4 
ALT (ul/l) 25 a 99 10 a 35 44 a 87 17 a 224 * 21 a 134 _
AST(ul/l) 26 a 68 15 a 100 55 a 251 39 a 92 53 a 124 --
Prot total (g/dl) 4.2 a 6.8 5 a 8 42 a 103 5,6 a 7,6 5.5 a 7.2 4.3 a 14 
 
Fonte: Quinton, 2005.
*Obs.: Nota-se claramente uma elasticidade muito grande entre os valores mínimos 
máximos de muitas enzimas. É provável que o número de amostras analisadas tenha 
52
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
sido pequeno, o que comprometeu o valor final. Esse quadro serve apenas de referência 
para o clínico (NOTA DO AUTOR).
Alimentação
Cobaia/porquinho-da-índia 
As cobaias não têm enzima necessária para a síntese de vitamina C.A carência dessa 
vitamina é responsável por afecções dentárias, musculares e cutâneas. Mesmo nas 
rações destes animais, a vit C é volátil no processo de produção e armazenamento do 
pacote de ração, por isso a necessidade de suplementar com vit, pode ser ofertada em 
gotas na água de beber ou direto na boca do animal. Também pode-se colocar de 50 a 
100 mg/kg na água de bebida (GIRLING, 2003).
Dieta: 3 a 4 colheres de sopa de ração para cobaia (20% de proteínas e 16% de fibras), 
Quantidade generosa de verduras e legumes, feno de boa qualidade, à vontade, pois é o 
alimento que mais ingere e água fresca em bebedouro adaptado (tipo niple).
O vegetal grosseiro (feno) faz gastar o dente, mantém a flora mutualística gastro/
intestinal viva e funcional e é a base da alimentação de roedores herbívoros. Outros 
verdes ofertados, (inclusive para outros roedores herbívoros) como o coelho e hamster 
são: espinafre, salsinha, cebolinha, cenoura, chicória e outros verdes escuros.
Chinchila
É um pouco semelhante à alimentação das cobaias: evita-se verduras frescas, porém se 
mantém a ração e o feno. O excesso de proteína para esse animal provoca alteração do 
pelame da chinchila, que se torna fraco e ondulado (síndrome do pelame de algodão). 
As fibras grosseiras estimulam o peristaltismo e auxiliam na prevenção de disfunções 
digestivas, como amolecimento de fezes, acúmulo de tricobezoares no estômago e estase 
intestinal (GIRLING, 2003).
Ratos e camundongos 
São onívoros, ração peletizada específica, frutas, verduras e legumes.
A importância da fibra para os roedores herbívoros é porque ela é essencial para 
estímulo da motilidade intestinal. Essas espécies são fermentadoras intestinais e 
dependem de microbiota, que auxilia na quebra da celulose. A fibra é convertida 
53
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
pela microbiota em ácidos graxos voláteis, que diminuem o pH do ceco e do 
intestino grosso, prevenindo a superpopulação de bactérias indesejáveis e 
minimizando os problemas de enterite. Sem a quantidade suficiente de fibras, 
as espécies que têm ceco fermentador desenvolvem enteropatia mucoide com 
constipação intestinal intermitente, diarreia e cólica (CUBAS, 2014). 
Contenção física
Toalhas e luvas como materiaispara contenção são desejados, pois diminuem o estresse, 
amplia a área de captura e evita mordidas indesejadas. Camundongos e ratos podem 
morder quando não familiarizados. Os camundongos devem ser inicialmente seguros 
pela cauda, próximo à sua inserção, e então são posicionados em uma superfície não 
escorregadia. Enquanto se segura a cauda, a prega do pescoço é contida firmemente 
entre o polegar e o indicador da mesma mão.
Figura 33. Contenção física de camundongo (Mus musculus). Após suspender o animal pela base da cauda, ele 
pode ser colocado sobre uma superfície não escorregadia.
Fonte: Pessoa, 2014.
Já os ratos são contidos adequadamente se forem segurados ao redor do peito, 
imediatamente atrás dos braços com o polegar e o indicador de uma das mãos e 
suportando os membros pélvicos com a outra mão. Ratos mais agressivos podem ser 
contidos temporariamente segurando a prega do pescoço com o polegar e o indicador e 
a base da cauda com a outra mão. 
Sob nenhuma circunstância ratos e camundongos devem ser contidos pela ponta da 
cauda, pois lesão e avulsão podem ocorrer.
54
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Se o hamster for relativamente dócil, pode-se formar uma concha com a mão e colocá-
lo na palma da mão. Alguns animais são mais agressivos e, neste caso, recomenda-se 
colocar o animal em superfície lisa e firme e com pressão gentil, mas firme, segurar a 
prega do pescoço com o polegar e o indicador. Deve-se ter cuidado ao segurar apenas a 
prega da pele, pois hamsters podem ter os globos oculares prolapsados. Outra maneira 
é conter o animal com uma das mãos, pondo os dedos indicador e médio atrás de cada 
lado da cabeça e apoiando o dorso do animal na palma da mesma mão.
Figura 34. Contenção física de hamster sírio (Mesocricetus auratus). O animal é suspenso pela prega do pescoço 
entre o indicador e o polegar do manipulador.
Fonte: Pessoa, 2014.
Figura 35. Contenção física de gerbilo (Meriones unguiculatus).
Fonte: Cubas, 2014.
As chinchilas podem estressar-se com facilidade e a redução da luz e do barulho 
facilitam a captura. Não devem ser contidas pela prega da nuca, pois pode ocorrer 
perda de pelos, que levam semanas para crescer. As chinchilas perdem pelos durante o 
estresse da contenção, mesmo que não sejam seguras pela pele.
55
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Figura 36. Contenção física de porquinho-da-índia (Cavia porcellus). 
Fonte: Pessoa, 2014.
Figura 37. Contenção física de chinchila (Chinchilla lanigera).
Fonte: Cubas, 2014.
Observações: 
1. A maioria desses roedores respira pelas narinas com os palatos moles 
permanentemente fechados ao redor da epiglote. Dessa maneira, se 
o paciente estiver com as narinas obstruídas por secreção, sangue ou 
tumor, pode ocorrer parada respiratória.
2. Esses pequenos mamíferos são propensos à hipotermia durante o 
procedimento anestésico. Os gases anestésicos reduzem a temperatura 
corporal e a atividade muscular, aumentando o risco anestésico para o 
paciente que se apresenta hipotérmico (QUINTON, 2005).
56
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Contenção química 
A contenção química pode ser necessária para colheita de amostras (citologia, biopsia, 
sangue e urina), realização de procedimentos (diagnóstico por imagem e cirurgias) e 
exame clínico (até mesmo da cavidade oral).
A pesagem é fundamental para cálculos farmacológicos e, principalmente, anestésicos, 
uma vez que erros de pesagens podem ser fatais aos animais 
Diferentemente dos mamíferos de porte médio, o jejum pré-anestésico é curto. Para 
porquinhos da índia e chinchilas, recomenda-se jejum de 3h a 6h antes da cirurgia. 
Para gerbilos e hamsters, o tempo de 45min costuma ser suficiente.
A indução pode ser realizada por fármacos injetáveis ou em câmaras anestésicas com 
anestesia inalatória, usando-se principalmente o isoflurano. 
A colocação de um tubo endotraqueal requer prática. Abaixo, uma lista de pré-
anestésicos e anestésicos mais utilizados (TEIXEIRA, 2014).
Quadro 6. Doses anestésicas usados para pequenos roedores de estimação em mg/kg.
Preá Chinchila camundongo Rato hamster Gerbil
Acepramo
Mazina
0,5 a 1,5 0,5 a 1 0,05 a 2,5 0,5 a2,5 0,5 a 5 Não usar
Diazepan 1 a 5 2,5 3 a 5 3 a 5 3 a 5 3 a 5 
Meperidina 10 a 20 10 a 20 10 a 20 10 a 20 10 a 20 10 a 20
Xilazina 1 a 5 2 a 10 10 a15 10 a 15 8 a 10 5 a 10
Acepram+
Cetamina
0,5 +20/40 0,5 +20/40 5 + 150
 2,5 a 5 +50 
/150
2,5 a 5 +50 /150 Não usar
Diazepan+ cetamina 3 a 5 +20/40 1 a 5 +20/40 2 + 70 3 a 5 + 40/100 5 + 40/150
3 a 5+
40/150
Xilazina +
Cetamina
3 a 5 +
20 /40
4 a 8 + 30/ 40 10 + 200 5 a 10 +50 /150 5 a 10 
50/150
2 a 3 +50/70
Tiletamina +zolazepan 20 a 40 20 a 40 50 a 80 50 a 80 50 a 80 50 a 80
 
Fonte: Quinton, 2005.
Obs.: Notam-se as altas doses de alguns fármacos, como a cetamina, xilazina e a 
tiletamina /zolazepan em função do alto metabolismo desses animais. 
Alguns cuidados devem-se ter em relação à anestesia, pois os gases anestésicos esfriam 
o paciente rapidamente pelas mucosas orais e respiratórias, efeito que é agravado 
em procedimentos prolongados, aumentando assim, a hipotermia, por isso algumas 
sugestões a serem tomadas:
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1. realizar antissepsia sem molhar excessivamente o animal; 
2. depilar apenas a área da cirurgia e não usar álcool, que causa rápido 
esfriamento da pele;
3. manter a temperatura da sala confortavelmente aquecida;
4. posicionar o paciente sobre um colchão aquecido ou improvisado 
com luvas de látex ou garrafas e bolsas cheias de água morna, mas 
evitar contato direto com a pele, pois se a água estiver muito quente 
pode provocar queimadura;
5. o uso de papel laminado ou plástico bolha para enrolar o paciente 
inibe a perda de temperatura;
6. administrar fluidos isotônicos aquecidos por via subcutânea antes e 
durante a cirurgia. (TEIXEIRA, 2014).
A reposição hidroeletrolítica pré, trans e pós-cirúrgica é muito importante em pequenos 
mamíferos, mesmo para cirurgias de rotina, e a razão entre área de pele e volume 
corporal favorece uma rápida desidratação. A administração de fluidos de manutenção 
para pequenos mamíferos durante ou imediatamente após a cirurgia de rotina aumenta 
os níveis de segurança da anestesia.
Em função de pequeno tamanho e os aparelhos que mensuram a função cardiovascular 
em animais de porte médio não servirem a esses animais, lança-se mão de algumas 
sugestões: Acompanhamento da função cardiovascular pode ser feito de maneira 
convencional, com estetoscópio e avaliação do pulso femoral. Como em cães e gatos, o 
aumento da frequência cardíaca e respiratória pode indicar superficialização do plano 
anestésico. 
Equipamentos mais sofisticados, como oxímetros de pulso, podem ser usados para 
monitorar a frequência cardíaca e a saturação da hemoglobina. Sondas lineares 
podem ser usadas no aspecto ventral da cauda, quando possível. Outras maneiras 
incluem eletrocardiograma, adaptado para minimizar o traumatismo com pinças, que 
são substituídas por agulhas. Um aparelho de monitoramento extremamente útil é o 
doppler, que pode detectar o fluxo de sangue em vasos menores. 
Caso seja necessário o uso de doxapram, a dose preconizada é 10 mg/kg em hamster 
(RICHARDSON, 2003).
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Exame físico 
Temperatura retal em torno de 37-38 ºC para a maioria das espécies, estetoscópio 
neonatal, de preferência, sendo para essas espécies a FR entre 60/70 movimentos 
respiratórios e FC entre 180/250 BPM. Alguns animais utiliza-se uma caixa para 
pesagem. 
Examina-se a cavidade oral, pois, em muitas vezes, a inapetência tem como causa dentes 
quebrados. O uso de otoscópio auxilia a visualizar os molares dos animais. Abscessos 
são comuns na cavidade oral devido à cama e ao alimento que pode ter inoculado 
alguma bactéria. Qualidadeda pelagem é muito importante e suas falhas têm como 
causas distúrbios nutricionais ou doenças sistêmicas quando essas vêm acompanhada 
de outras sintomatologias.
Coleta de sangue 
A coleta de sangue em pequenos roedores é um pouco trabalhosa, sendo o local mais 
indicado as veias laterais da cauda. Em ratos, pode ser tentado a veia femural. Para 
acesso da veia jugular, em função do pequeno espaço e profundidade da veia, o animal 
deve ser sedado, para evitar o estresse de uma contenção demorada. A veia safena lateral 
pode ser usada em porquinhos da índia e chinchilas. O volume de retirada sanguínea 
é calculado de acordo com o peso do animal, podendo retirar-se de 1 a 2 % de volume 
deste peso (LYON, 2010; HUDSON, 2010).
Figura 38. Pesagem do animal, descontando-se a caixa.
Fonte: Teixeira, 2014.
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Figura 39. Coleta de sangue pela veia safena lateral em chinchila (Chinchilla lanígera).
Fonte: Cubas, 2014.
Lembre! Vias de administração de fármacos (TEIXEIRA, 2014).
 » Via oral: via útil para a maioria das medicações administradas, 
particularmente fácil em chinchilas que aceitam ingerir espontaneamente 
a maioria dos medicamentos.
 » Via subcutânea: é a principal via de administração de fármacos e fluidos, 
pois suporta grandes volumes.
 » Via intramuscular: a musculatura dos membros pélvicos e torácicos 
suporta pequenos volumes injetados. É muito frequente ocorrer dor 
após a aplicação e necrose muscular após a administração de fármacos 
irritantes como enrofloxacino, sulfa e tetraciclina.
 » Via intravenosa: são usadas as veias safena e cefálica, principalmente 
após contenção química. O acesso intravenoso pode ser muito difícil em 
animais hipotensos.
 » Via intraperitoneal: é usado o quadrante caudal esquerdo, com risco de 
perfuração de vísceras.
 » Via intraóssea: com as mesmas características da via intravenosa, são 
usados o fêmur ou a crista da tíbia.
Fluidoterapia 
A perda de líquidos pelo suor é pouco evidente porque os roedores têm poucas ou 
nenhuma glândula sudorípara e não conseguem ofegar. O equilíbrio hidroeletrolítico 
está relacionado com as altas taxas metabólicas e, consequentemente, com a alta taxa 
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de filtração glomerular. Como os roedores de companhia são pequenos e têm grande 
superfície pulmonar em relação ao volume corporal, grandes quantidades de fluidos 
são perdidas durante a respiração. Essas características fazem com que as necessidades 
diárias de fluido por quilograma sejam próximas do dobro do indicado para animais 
maiores (QUINTON, 2014). 
Quadro 8. terapêutica em roedores (mg/kg).
Preá chinchila camundongo Rato Hamster gerbil
Amicacina 10a 15 1xdia 2 
3x dia
10 
2x dia
2 a 5
2x dia
5 a 10 
2 x dia 
5 a 10 
1 x dia
ampicilina Não usar Não usar 20 a 50
3 x dia
50 a 150 Não usar Não usar
Cloranfenicol 50 
2 x dia
50 
2 x dia
50 a 200
2 x dia
50a 200
2 x dia
50a 200
2 x dia
50a 200
2 x dia
Doxiciclina 2,5 
2 x dia
50 
2 xdia
5
2 x dia
5
2 x dia
2,5 
2 x dia
2,5 
2 x dia
Enrofloxacina 5 a 15 
2 x dia
2.5 a 15 2 x dia 5 a 10 
2 x dia
2.5 a 10 2 x dia 5 a 15 
2 x dia
5 a 10 
Gentamicina 5 a 8 
1x dia
2 a 4 
3 x dia
5 a 10 
2 x dia
5 a 8 
1x dia
3 a 5 
3 x dia
5
1 x dia
metronidazol 20 
2 x dia 
10 a 25
2 x dia 
10 a 40
1 xdia 
20 a 60 20 a 60 20 a 60
2 xdia
 
Fonte: Quinton, 2005.
Obs.: Para pesquisa de outros fármacos, consultar o Guia Bretas, disponível em: https://
www.vetarq.com.br/2017/05/pdf-guia-terapeutico-veterinario.html.
Enfermidades 
Em cobaias, um motivo de consulta comum é a anorexia, sintoma com frequência 
relacionado à má oclusão bucal ou à estase digestiva. A vida do animal corre risco a 
partir do momento em que ele para de alimentar-se, pois, nessa condição, a lipidose 
hepática instala-se rapidamente. As infecções pulmonares requerem tratamento de 
longa duração e, no caso de cobaias, o prognóstico é sempre reservado. 
Com frequência, as cobaias estão sujeitas à dermatofitose e, em geral, são parasitadas 
por um parasita específico, o Trixacarus caviae.
Hipovitaminose C
Como mencionado, as cobaias e hamster não sintetizam a enzima que permite a 
transformação de glicose em ácido ascórbico. Sem o ácido ascórbico, torna-se impossível 
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a síntese de colágeno pelo organismo. O colágeno é indispensável para a formação 
e manutenção da integridade dos vasos sanguíneos. Ele participa na formação dos 
ligamentos das articulações e dos ligamentos que mantêm os dentes presos à gengiva. 
Portanto, carência de ácido ascórbico na dieta ocasiona desorganização progressiva 
dessas estruturas. Em animais jovens, ocorre uma dificuldade de deambular devido às 
articulações estarem doloridas e edemaciadas. Além disso, os dentes podem amolecer 
e a abertura da boca pode ser dolorosa. Já os sintomas em animais adultos são mais 
inespecíficos. É possível notar animais letárgicos, com anorexia e secreção ocular 
e nasal. As fezes podem estar amolecidas e fétidas em razão da deficiência de ácidos 
biliares. Má oclusão dentária e pododermatite também são sintomas de carência 
de vitamina C. O tratamento consiste na administração diária de 50 a 100mg/kg de 
vitamina C (VO ou SC), durante 7 dias e manter em doses menores diariamente ad 
eternun (RICHARDSON, 2003).
Patologias respiratórias 
São comuns e têm como fatores predisponentes: épocas de seca, quedas na temperatura, 
superpopulação, má ventilação uso de maravalha ou serragem e excesso de amônia no 
substrato. As bactérias mais comumente descritas são: Streptococcus spp., Mycoplasma, 
Pseudomonas e Pasteurella. Os sinais respiratórios são espirros, rinite e conjuntivite 
que pode evoluir para pneumonia quando apresenta dispneia, sibilos, corrimento muco 
purulento, letargia e inapetência (QUINTON, 2014).
O tratamento consiste em antibióticos orais ou injetáveis e tratamento de suporte. 
Uma alternativa é usar um nebulizador ultrassônico com antibiótico geralmente 
enrofloxacina. Coloca-se o animal em uma caixa de tupperware e o nebulizador dentro, 
ou na gaiola, veda-se com plástico e fixa-se a máscara do aparelho, com isso, a fumaça 
de nebulização se espalha pelo interior do ambiente fechado. O animal costuma não se 
incomodar com essa terapia (NOTA DO AUTOR). Limpeza das narinas com solução 
fisiológica e oxinenoterapia são necessárias. 
Quanto à inapetência, deverá ser usada alimentação forçada, um alimento de fácil 
assimilação, digestão e administração são os queijos pettit suisse, que passam com 
facilidade na seringa e são aceitos pelos animais. Para os roedores herbívoros ainda 
podem ser administrados papinha de bebês sem carne; no caso dos roedores onívoros, 
a mesma papinha com carne (NOTA DO AUTOR).
As cobaias são muito sensíveis às infecções respiratórias causadas por Bordetella 
bronchiseptica e Streptococcus pneumoniae. O coelho, com o qual acobaia 
costuma coabitar, em geral é portador sadio da Bordetella. O prognóstico sempre é 
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reservado; o tratamento é demorado e nem sempre é efetivo. Sintomas de anorexia, 
dispneia, sibilos respiratórios, secreção naso-ocular. Antibióticos mais utilizados: 
oxitetraciclina (50mg/kg, VO, duas vezes ao dia), tetraciclina (10 a 20mg/kg, VO, 
duas vezes ao dia) – medicamentos geralmente eficazes, porém podem induzir 
enterotoxemia em cobaias –, fluoroquinolonas (por exemplo, 2 a 5mg/kg/dia de 
marbofloxacina), sulfonamida-trimetoprim (30mg/kg, VO, duas vezes ao dia), 
tilosina (10mg/kg, duas vezes ao dia). E, em alguns casos, usa-se medicamentos em 
aparelhos de nebulização com razoáveis resultados (RICHARDSON, 2003).
Dermatologia
Dermatite 
Uma das lesões mais comuns em roedores é pododermatite, que não costuma ser uma 
doença bacteriana primária de pele. Aumentosde volume ocorrem nos calcanhares 
de animais mais velhos, comprometendo o suprimento sanguíneo para os locais de 
pressão e possibilitando infecção bacteriana secundária. As causas incluem osteoartrite, 
obesidade e substrato inadequado, particularmente em ambientes com higiene precária, 
além de deficiência de vitamina C. Gaiolas com grades podem lesionar os calcanhares de 
porquinhos da índia; Um ou mais membros podem estar afetados, sendo mais comum 
nos membros pélvicos. As superfícies palmares e plantares tornam-se inicialmente 
eritematosas, podendo evoluir para edema, ulceração, sangramento e necrose dos 
tecidos moles das extremidades dos membros. Se o processo evoluir pela persistência 
dos fatores predisponentes, aliados à infecção bacteriana, haverá a complicação óssea e 
articular (GIRLING, 2003).
A patologia não fica restrita à pele, podendo tornar-se crônica responsável por amiloidose 
e falência de múltiplos órgãos, tais como fígado: rins, adrenais e pâncreas. As bactérias 
mais comuns são: E. coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus spp. O tratamento 
consiste em mudar o substrato das gaiolas com fundo macio, sólido, sem grades, sem 
substrato abrasivo e com boa higienização (TEIXEIRA, 2014).
Em casos graves de pododermatite, nos quais a terapia com a mudança do ambiente e 
antissépticos tópicos não surte efeito, o desbridamento cirúrgico pode ser necessário, 
além de analgesia (meloxicam ou carprofeno), gel hidratante e melhoria das condições 
higiênicas da gaiola e dos substratos. A forma inflamatória e não ulcerada pode ser 
tratada com uma pomada que associe antibióticos e corticóides (Cortanmycetine 
pomada, por exemplo). Pode-se instaurar antibioticoterapia parenteral (por exemplo, 
10mg/kg de tilosina, VO, duas vezes ao dia). A perda de peso é recomendável em animais 
obesos. O prognóstico é reservado, em especial quando há ulceração (HUDSON, 2010).
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Figura 40. Lesões na superfície palmar de um porquinho da índia (Cavia porcellus) com pododermatite, 
mostrando calosidade e necrose de tecidos.
 
Fonte: Teixeira, 2014.
Lembre! Uma das causas mais comuns de pododermatite é o piso gradeado ou sujo.
Alopecia
Alopecia não pruriginosa pode ter, essencialmente, duas origens:
 » Comportamental:
 › os animais dominados são obrigados a comer os pelos por seus 
congêneres dominantes;
 › os filhotes não desmamados tendem a engolir os pelos de sua mãe;
 › o animal ansioso pode ter um comportamento de automutilação.
 » Hormonal:
 › Alopecia transitória em fêmeas no final da gestação. - Alopecia bilateral 
simétrica em fêmea idosa, secundária ao hiperestrogenismo induzido 
por cistos ovarianos. Indica-se ovariectomia. Também é possível 
aplicar duas injeções de HCG (1.000UI, IM), com intervalo de 7 dias, 
ou administrar acetato de clormadinona -10mg/kg de Luteran, VO, a 
cada 6 meses (QUINTON, 2014).
Dermatofitose
Trichophyton mentagrophytes é o fungo mais comum; o Microsporum canis também 
pode ser isolado. A dermatofitose é uma infecção frequente em porquinhos da índia 
jovens mantidos em condições ambientais inadequadas. Em geral, as lesões iniciam-
se na cabeça e nas orelhas, na forma de pequenas áreas de alopecia, com escamas e 
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crostas. Complicações como hipersensibilidade e infecções bacterianas secundárias são 
frequentes; nesses casos, as lesões tornam-se pruriginosas. 
Diagnóstico por citologia ou cultura para identificação do agente. O tratamento 
consiste em griseofulvina (25mg/kg/dia, VO, durante 3 semanas). O lufenuron 
(Program) é uma alternativa interessante. Pode ser utilizado por via oral, na dose de 
80 a 100mg/kg, durante 3 dias consecutivos e, em seguida, com intervalos de 15 dias. 
O itraconazol tem sido usado com êxito, na dose de 5 mg/kg, 1 vez/dia durante 30 
dias (JEPSON, 2010).
As chinchilas podem apresentar os pelos roídos por contactantes ou por automutilação. 
Esse fenômeno é mais comum em animais estressados e agitados, e os locais mais 
afetados são áreas atrás dos ombros e na lateral do corpo. Os pelos ficam com aspecto 
quebrado e pode haver áreas de exposição de pele. As causas não são completamente 
elucidadas, porém considera-se um componente hereditário relacionado com o 
comportamento mais estressado dos animais. 
Quando não se consegue descobrir a causa, considera-se que seja vício ou 
comportamento obsessivo compulsivo. Como prevenção, deve-se cuidar do ambiente 
para reduzir o estresse, possibilitando o exercício, oferecendo esconderijo, manutenção 
do ciclo circadiano, temperatura e umidade em níveis aceitáveis para a espécie, além 
de oferecer dieta adequada com altos níveis de fibra. Se for constatado que o problema 
é comportamental, sugere-se terapia com fluoxetina na dose de 5 a 10 mg/kg, 1 vez/
dia até o crescimento dos pelos, porém pode haver necessidade de terapia contínua. 
(RICHARDSON, 2003).
Ácaros e outros ectoparasitas 
A sarna é um dos principais ectoparasitas em roedores, atingindo pescoço e escápulas, 
abdome e pernas. Ocorre prurido intenso e o animal pode causar lesões traumáticas 
pela coceira, e, em cobaias, a intensidade do prurido pode provocar-lhes convulsões. 
No raspado de pele, eventualmente não são encontrados os agentes, pela profundidade 
em que se encontram. O tratamento consiste em ivermectina (0,5 mg/kg, SC) ou 
selamectina na forma de spot-on. A doramectina também pode ser usada. Piolhos e 
pulgas também podem ser visualizadas e o tratamento é o mesmo (QUINTON, 2014).
Doenças do trato digestório
São muito frequentes as causas que produzem afecções digestórias. As doenças dentárias 
são mais comuns em chinchilas e raras nos outros roedores. Nas chinchilas, o problema 
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está relacionado com a má oclusão dos dentes posteriores, que ocorre principalmente 
pela falta de alimentos abrasivos na dieta e possivelmente combinado com a falta de 
cálcio e vitamina D3 durante o crescimento. Esse quadro é conhecido como síndrome 
da doença dentária progressiva adquirida - SDDPA (RIGGS, 2009).
O alongamento das coroas dos dentes maxilares ocorre lateralmente e eles penetram 
na mucosa das bochechas, com as coroas dos dentes mandibulares se alongando 
medialmente formando uma ponte sobre a língua. 
O diagnóstico desses problemas pode ser realizado pelos sinais clínicos e radiografia. 
Clinicamente, a chinchila é vista com salivação e pode apresentar anorexia, perda de 
peso e preferência por alimentos mais macios. É necessário alterar a dieta para verduras 
abrasivas e desgastar os molares a cada 6 a 8 semanas, sob anestesia. 
Tratar as infecções orais com base na sensibilidade da cultura. Analgesia com meloxicam 
(0,1 mg/kg, por via oral, 1 vez/dia durante no máximo 3 dias) ou tramadol (7,5 mg/kg 
por via oral ou injetável, 3 vezes/dia) (TEIXEIRA, 2014).
Figura 41. Ponte sobre a língua de um porquinho da índia (Cavia porcellus) causada pelo alongamento coronal 
dos dentes posteriores em consequência da SDDPA.
Fonte: Teixeira, 2014.
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Figura 42. Vista ventral da cavidade abdominal de rato aberta. 1. fígado, 2. estômago, 3. ceco, 4. baço, 5. 
pâncreas, 6. Jejuno.
Fonte: https://pt.slideshare.net/gustavofarias562114/atlas-de-anatomiadorato.
Figura 43. Radiografia lateral do crânio de uma chinchila (Chinchilla lanigera) com SDDPA. Alongamento dos 
ápices dos dentes posteriores mandibulares e maxilares, ultrapassando a linha da tábua óssea da mandíbula e 
dos seios nasais; contato entre os ápices dos dentes posteriores com os tecidos oculares; perda da linha oclusal 
entre os dentes posteriores; afastamento entre a mandíbula e maxila pelo alongamento das coroas de reserva e 
perda do ângulo oclusal dos incisivos inferiores.
Fonte: Teixeira, 2014.
Deve-se ter cuidado em estabelecera antibioticoterapia oral em roedores. Flora 
bacteriana é composta de bactérias gram-positivas e, uma vez administrados antibióticos 
orais contra essas bactérias como eritromicina, penicilina, lincomicina, cefalosporina 
e estreptomicina, poderá alterar a microbiota intestinal possibilitando a proliferação 
de Clostridium difficile; haverá, assim, redução de pH, enterite fatal e diarreia e 
consequentemente absorção de enterotoxinas e o animal pode entrar em choque e óbito 
(RICHARDSON, 2003).
Por isso, o ideal para uso oral são os antibióticos de amplo espectro como enrofloxacino, 
tetraciclina, metronidazol e neomicina. Quando se usa antibióticos, recomenda-se a 
administração de probióticos e vitamina B. Nesses casos, fluidoterapia e carvão ativado 
(HEATLEY, 2009).
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Neuropatias 
Quanto às doenças neurológicas nos roedores, algumas particularidades: O gerbil 
tem uma predisposição genética à epilepsia com tratamento à base de fenobarbital e a 
síndrome vestibular do rato geralmente está relacionada à infecção da bolha timpânica 
por micoplasma. Síndrome vestibular geralmente está relacionada à infecção do 
ouvido interno (infecções da bolha timpânica por micoplasma são frequentes em ratos) 
(QUINTON, 2014).
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CAPÍTULO 3
Lagomorphos 
Características 
Coelhos, lebres, tapitis e lebres assobiadoras pertencem à família Leporidade, ordem 
Lagomorpha. O coelho doméstico (Oryctolagus cuniculus) teve seus ancestrais 
provenientes do oeste da Europa e nordeste da África. Existem mais de 50 raças de 
coelho (ALVES, 2008). 
Diferentemente dos roedores, que contam com um par superior de incisivos e outro 
par inferior, os lagomorfos têm dois pares de incisivos superiores (PESSOA, 2008). Os 
leporídeos têm 28 dentes (2× I 2/1, C 0/0, P 3/2, M 3/3). 
Além da função óbvia das orelhas na captação de sons emitidos por predadores, 
desempenham função importante no controle térmico corpóreo, graças à vasodilatação 
e vasoconstrição periférica. Portanto, o animal não deve ser segurado pelas orelhas, que 
não devem ser obstruídas durante a contenção física.
Comparando-se a massa óssea de um coelho com a de um gato, a do coelho é 
consideravelmente menor, o que o torna mais predisposto a fraturas. (PESSOA, 2014).
Figura 44. Toca natural (a). Gaiola inadequada o piso gradeado - Provoca pododermatite severa (b).
 
 
a b 
Fonte: Pessoa, 2014.
Diferenças entre roedores e lagomorfos: (QUINTON, 2014).
 » Dois incisivos superpostos em cada hemiarcada superior nos Lagomorfos; 
um único incisivo por hemiarcada nos Roedores.
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 » Maxilar mais largo que a mandíbula, nos Lagomorfos (o crânio do coelho 
pode lembrar o de um cavalo miniatura); maxilar menos largo que a 
mandíbula, nos Roedores.
 » Movimento látero-lateral natural dos maxilares, nos Lagomorfos; 
movimento anteroposterior dos maxilares, nos Roedores.
Figura 45. Coelhos 2 pares de dentes incisivos superiores.
Fonte: Cubas, 2007.
Fisiologia 
A expectativa de vida dos coelhos, em média, é de 6 a 8 anos. Os recordes de longevidade 
não ultrapassam 12 anos. 
Um adulto de raça anã pesa de 1 a 2kg, sendo a variedade anã do coelho Belier 
ligeiramente mais pesada (2 a 3kg). As raças gigantes (Belier, Gigante de Flandres) 
podem facilmente atingir 6kg.
Quadro 9. Constantes fisiológicas dos coelhos.
Temperatura corporal (°C) 37,8 – 39,5
Freqüência cardíaca (batimentos/min) 180 – 300
Freqüência respiratória (movimentos/min) 30-60
Volume sanguíneo total (ml/kg) 55-70
Número de cromossomos 44
Longevidade 6–13 anos 
Receptividade sexual 14–16 dias 
Gestação 30–33 dias 
Ninhada 4–10 filhotes 
Desmame 4/6 semanas 
Puberdade 4/8 meses 
 
Fonte: Arquivo pessoal.
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UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Há três glândulas odoríferas: submentonianas, perianais e inguinais, situadas nas 
pregas cutâneas de ambos os lados do orifício genital.
Algumas particularidades anatômicas como:
 » O esqueleto do coelho é frágil, mas sua massa muscular é vigorosa. 
Durante um exame, o coelho pode fraturar a coluna vertebral cravando 
violentamente seus membros posteriores na mesa.
 » O timo persiste por toda a vida do animal.
 » O coelho é monogástrico; o órgão digestivo mais volumoso é o ceco.
 » O útero tem dois cornos e dois colos bem distintos.
 » A conformação anatômica do coelho o obriga a respirar apenas pelo 
nariz. Um coelho que tenta respirar pela boca apresenta uma patologia 
respiratória cujo prognóstico é, em geral, reservado.
 » A audição e o olfato são bem desenvolvidos. As orelhas também auxiliam 
na termorregulação (QUINTON, 2014).
Em lagomorfos e roedores, o sistema urinário está envolto no metabolismo do cálcio. 
Nessas ordens, o cálcio sérico está diretamente relacionado com o cálcio existente na 
dieta, não sendo regulado pela vitamina D ou pelo paratormônio. O sistema urinário 
faz a excreção de cálcio e magnésio, o que torna a vesícula urinária e os rins órgãos 
favoráveis à formação de cálculo. Por isso, dietas com altos teores de cálcio podem 
causar calcificação ou mineralização do arco aórtico e da aorta torácica (MITCHELL, 
2009). Como exemplo, excesso de couve.
O coelho produz tanto as fezes quanto os cecotrófos (alimentos processados no ceco 
a partir da celulose). A microbiota cecal, formada por Bacteroides sp., estreptococos, 
colibacilos, Clostridium perfringens, protozoários ciliados e Cyniclomydes guttulatulus, 
é responsável pela fermentação da ingesta. Os cecótrofos são ricos em nutrientes 
essenciais como ácido fólico, vitaminas C, B e K e aminoácidos. 
A cecotrofagia é necessária, pois a síntese bacteriana desses nutrientes ocorre nas 
porções finais do intestino, local com pouca absorção de nutrientes. Por outro lado, 
as fezes são o subproduto da digestão e absorção dos nutrientes e não é o mesmo que 
cecótrofos. (QUINTON, 2014).
71
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
 Portanto, lagomorfos realizam cecotrofagia e não coprofagia! 
Figura 46. fezes à esquerda e cecotrófos à direita.
Fonte: http://coelhomaniajlle.blogspot.com/2012/08/cecotrofia_16.html.
Nutrição 
Verduras escuras devem compor o cardápio principal, grande quantidade de grama 
(capim elefante, pangola etc.), ração peletizada de excelente qualidade (1% a 2% do 
peso vivo/dia). Frutas devem ser fornecidas apenas como petiscos, pois a frutose pode 
causar disbiose. 
Lembre! A ração em excesso pode ser prejudicial a flora cecal e provocar diarreias 
Instalações
Podem ser criados em ambiente interno ou externo. Utiliza-se como recintos caixas 
plásticas grandes; os aquários grandes têm o inconveniente de ter ventilação inadequada. 
As gaiolas com piso telado podem causar pododermatites, por isso usar cama de feno 
ou chapa metálica como fundo.
Animais territorialistas agem agressivamente à introdução de outros animais.
Substrato para cama: feno, palha, jornal grama sintética, evitar serragem e maravalha 
pelo risco de problemas respiratórios e ingestão causando obstrução. 
72
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Figura 48. Sistema de criação interno com gaiolas (D) e a coelheira (A), 
suspensa do chão para evitar ataques de predador.
Fonte: Pessoa, 2014.
Figura 49. Contenção dos coelhos.
 
 
Contenção ideal de coelho 
Fonte: Cubas, 2007.
Figura 50. Outras formas de contenção A. Por “hipnose”, mantendo a cabeça fora da mesa B. Contenção 
pela região lombar. D. Apoiando os membros pélvicos, torácicos e cabeça no antebraço do manipulador. E. 
“Hipnose” com a cabeça apoiada sobre a mesa.
Fonte: Pessoa, 2014.
73
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Nunca tentar segurar os membros pélvicos, risco de fraturas e luxações! Os 
coelhos têm ossos de cortical fina! 
Deve-se ter cuidado, pois os coelhos são extremamente sensíveis ao estresse,sendo 
relatado problemas até em animais que são banhados em pet shops. Nessa situação, 
inicialmente há liberação de catecolaminas, com reações fisiológicas que podem ser 
deletérias ao paciente, em que os animais se mostram em estado de estupor, tomam a 
posição de decúbito lateral, olhos “vidrados” e torcicolo evidenciando um prognóstico 
desfavorável apesar da terapêutica instituída (NOTA DO AUTOR).
Clínica
Imunoprofilaxia 
Vacinam-se os coelhos contra doença hemorrágica viral (VHD) e mixomatose, vacina 
mista contra as duas doenças, (Dercunimix, 0,2mL, ID) na prega da orelha somente 
para coelhos com acesso a ambientes externos. Na prática, para coelhos criados em 
ambientes internos, não se vacina, pois é rara a incidência da doença; além disso, a 
referida vacina é pouco encontrada no Brasil (QUINTON, 2014).
Vermifugação com mebendazol 10 mg/kg 1 x dia por 5 dias (BRETAS, 2007).
Anestesia 
Dependendo do estado de ansiedade do animal, a contenção química é necessária para 
evitar o estresse e fraturas por contenção inadequada e realizar exame físico criterioso 
e cavidade oral. O piloro muito estreito não permite que o coelho vomite. Realiza-se 
jejum de 4h a 5h, mantém-se um pouco de feno porque o ceco não pode ficar totalmente 
vazio de alimentos.
O coelho, assim como os roedores, é muito sensível à hipotermia durante a cirurgia; 
por isso, o aquecimento é fundamental, usando luvas, colchão térmico e salas com 
temperatura amena. O aquecimento pode ser atingido via fluidoterapia aquecida.
74
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Quadro 9. Fármacos anestésicos mais utilizados em coelhos.
Fármaco Dose (mg/ kg) Frequência 
acepromazina 0,5 a 2 Sc --
Butorfanol 0,1 a 1 A cada 4h
Carporfeno 2 a 4 1 a 2 x dia 
Cetamina 0 a 50 ---
Cetamina + diazepan 20 a 40 + 1 a 5 ---
Cetamina + medetomidina 5 + 0,25 ou 25 + 0,5 __
Cetamina + xilazina 0 a 50 + 3 a 10 --
Cetprofeno 1 a 3 1 a 2 x dia 
Diazepan 0,5 a 10 ---
Flunixin meglumine 1 a 2 2 x dia por 3 dias
Haloperidol* 0,2 a 0,2 2 x dia 
Tiletamina +zolazepan 10 --
 
Fonte: Pessoa, 2014.
*Obs.: O haloperidol, além de tranquilizante préoperatório, também é usado para 
animais com distúrbios psicopáticos, como agressões gratuitas, automutilação e outras 
psicopatias.
Intubação 
Pela comissura labial ser estreita, a intubação é difícil, devendo ser utilizados em alguns 
casos, um videoendoscópio para acessar a traqueia. Em alguns casos, pode se proceder 
a aplicação de anestésico intranasal. Pelo porte pequeno, é possível utilizar o sistema de 
baraka para anestesia volátil (PESSOA, 2014).
Coleita de sangue 
Acesso pelas veias: marginal da orelha (a mais utilizada), jugular – difícil; o animal 
deve ser sedado. A cefálica tem calibre pequeno e a safena lateral. O mesmo não se 
procede para fluidoterapia, visto que não se consegue manter um cateter nesses locais, 
com exceção da veia auricular. 
75
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Figura 51. Colheita de sangue na veia marginal da orelha.
Fonte: Arquivo pessoal.
Exame clínico
Particularidades 
 » O coelho respira obrigatoriamente pelo nariz; qualquer movimento 
respiratório oriundo da boca é patológico.
 » O estado de hidratação não se avalia pelo beliscamento da prega cutânea, 
mas sim pelo grau de retração do globo ocular na órbita.
 » Não há reflexo ocular de piscar frente a uma ameaça.
 » Assim como nos gatos, a anorexia leva a lipidose.
Para aplicação de injeções:
 » Via subcutânea: Entre a escapula ou sobre o flanco.
 » Via muscular: O local de preferência são os músculos lombares. Na coxa, 
risco de lesão do ciático.
 » Via intraperitoneal; para filhotes, 1cm acima do umbigo.
 » Via venosa: Veia marginal da orelha.
 » Via intraóssea: Em emergência, animais debilitados. 
76
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Clínica e Terapêutica 
Para reidratação, usa-se o ringer lactato na dose de 75 a 150mL/kg. A medicação oral 
usa-se por suspenção, bem aceita pelos coelhos. Se precisar de alimentação forçada: 
papinhas de legumes para bebês e purê de abobrinha cozida no forno de micro-ondas 
10mL, três vezes ao dia. 
A antibioticoterapia em coelhos deve ser feita com cautela, pois os coelhos têm ceco 
e uma flora bacteriana presente e importante; assim como em alguns roedores, o uso 
de determinados antibióticos pode levar a enterotoxemia fatal pela morte bacteriana, 
como os betalactâmicos que são absorvidos pelo ceco. Os fármacos orais tolerados 
são os mesmos usados para roedores: fluorquinolonas, sulfas, metronidazol. Não há 
restrição para o uso de qualquer antibiótico injetável. 
Abscessos 
Odontopatias, subnutrição, animais criados de maneira intensiva (corte), ventilação 
inadequada, substrato impróprio, condições sanitárias insatisfatórias e feridas 
traumáticas são os principais fatores predisponentes.
Abscessos internos podem ser diagnosticados como massas abdominais (palpáveis), 
torácicas ou faciais (retrobulbar). Muitas vezes, pode ser necessário realizar uma 
incisão para drenar a abscessos caseoso. As bactérias envolvidas são as Pasturelas e 
Bordertelas (JEPSON, 2010).
Má oclusão
As causas são múltiplas e associadas. Têm origem genética, traumática, alimentar e 
metabólica. Uma das causas mais comuns é o desgaste insuficiente dos dentes: a 
dieta que privilegia mistura de grãos e ração granulada, em detrimento ao feno e à 
verdura fresca, induz à rápida sensação de saciedade que não incita o coelho a mastigar 
continuamente,como é necessário para o desgaste dos dentes.
O Desgaste incorreto dos dentes: os movimentos mastigatórios efetuados para ingerir 
as rações são incompletos em relação aos necessários para a ingestão de alimentos 
fibrosos. O tratamento é cirúrgico, desgastando ou retirando o dente problemático 
(QUINTON, 2014).
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MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Figura 51. Exame de cavidade oral, mostrando dentes incisivos disformes e não gastos.
Fonte: Pessoa, 2014.
Ácaros em ouvido de coelhos – otite externa por 
ectoparasitos
Psoroptes Cuniculi é o ectoparasito mais comum em coelho. Lesões confinam-se à 
superfície epitelial interna das orelhas. Começam na concha auditiva e estendem-se 
p/ a superfície interna do pavilhão auricular com Crostas espessas, secas floculentas de 
coloração cinza e castanho e pruriginosas. Normalmente não têm infecção secundária. 
Os animais balançam a cabeça e coçam com os pés. O diagnóstico é por exame direto 
ao microscópio. Tratamento é realizado com: ivermectina 1% 0,2 – 0,4 mg/kg semanal. 
Parar quando houver remissão das lesões. Limpeza das orelhas com substâncias 
otológicas: neomicina e dexametasona e soro. No local: vassoura de fogo, limpeza e 
higienização dos fômites.
Figura 52. Lesões crostosas, floculentas. O ácaro é visível a olho nu treinado - Psoroptes Cuniculi.
Fonte: Á esquerda: Cubas, 2007, à direita; http://www.vevet.com.br/2014/02/psoroptes-cuniculi-em-coelhos.html.
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UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
Figura 53. Ácaro ao microscópio.
Fonte: Cubas, 2007.
Enfermidades virais 
Mixomatose 
Causada por um Mixomavirus, a mixomatose é endêmica em lagomorfos em países 
da América do Sul. É uma doença fatal para o coelho europeu. A transmissão ocorre 
principalmente por insetos hematófagos. O tempo de incubação da doença em coelhos 
varia de 5 a 14 dias.
Na forma aguda, os animais apresentam formações edematosas ao redor dos olhos, 
na base das orelhas e áreas genitais; blefaroconjuntivite, que progride para cegueira, 
hiporexia progressiva até anorexia e infecção secundária concomitante, ocorrendo a 
morte.
Na forma crônica ou nodular, podem aparecer pseudo-tumores, principalmente nas 
orelhas, nariz e patas, 15 dias após a infecção, podendo haver resolução espontânea.
Os sinais clínicos incluem nódulos cutâneos, sem edema palpebral. Tais pacientes 
respondem bem ao tratamento desuporte e à antibioticoterapia, podendo levar até 10 
semanas para a completa recuperação.
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, microscopia eletrônica, ELISA, fixação de 
complemento e PCR. Em surtos graves, a taxa de mortalidade pode chegar a 100%, e 
nas formas graves deve-se entrar com tratamento de suporte intensivo e antibióticos 
para o controle de infecções secundárias (experiência do autor). Okerman, (1988) 
recomenda que coelhos infectados sejam submetidos à eutanásia para eliminar a 
fonte de infecção. O prognóstico é ruim, pois não há tratamento específico, portanto 
tratamento conservativo ou eutanásia são as opções indicadas. A vacina confere boa 
imunidade, a 1a dose é feita a partir de 6 semanas (RICHARDSON, 2000).
79
MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS │ UNIDADE III
Figura 54. Mixomatose em coelhos: blefaroconjuntivite e edema de face.
Fonte: Cubas, 2007.
Quadro 10. Dosagens de alguns antibióticos em coelhos.
Antibiótico Doses (mg/ kg) Frequência
Amicacina 10 2/3 x dia 
Cefalexina 15 /20 1 x dia 
Cefalotina 13 4 x dia 
Ciprofloxacina 40/ 50 3 x dia 
Doxiciclina 2,5 2 x dia 
Enrofloxacina 5/ 10 1/2 x dia 
Metronidazol 20 2 x dia 
Oxitetraciclina 15/ 30 1 3 x dia 
Peniclina procaínica 40.000/60.000ui/kg A cada 7 dias 
Sulfadiazina+ trimetropim 40 2 x dia 
Sulfadimetoxina 12.5 a 100 1/ 2 x dia 
Tetraciclina 20 2 x dia 
Tilosina 10 2 x dia 
Vancomicina 50 3 x dia 
Fonte; Bretas, 2014.
Obs.: Para pesquisa de outros fármacos, consultar o Guia Bretas, disponível em: https://
www.vetarq.com.br/2017/05/pdf-guia-terapeutico-veterinario.html.
Procedimentos cirúrgicos 
Orquiectomia e histerectomia 
O acesso aos testículos pode ser pela bolsa escrotal caudal, medial ou cranial e por 
acesso abdominal. A técnica pode ser aberta ou fechada; a síntese pode ser com fio não 
absorvível monofilamentar, absorvível ou com grampo vascular (hemoclip); e a sutura 
80
UNIDADE III │ MEDICINA E MANEJO DE ROEDORES DE COMPANHIA E LAGOMORPHOS
de pele é feita em um, dois ou mais planos, com pontos simples interrompidos, sutura 
contínua ou intradérmica (PESSOA, 2014).
A ovariosalpingo – histerectomia segue o padrão das gatas. Recomenda-se não colocar 
bandagem; a coelha pode ingeri-la, automutilar-se e tornar-se incomodada. É preferível, 
por segurança, efetuar um padrão de sutura intradérmica com fio absorvível e, em 
seguida, utilizar pontos simples separados cutâneos, externamente (JEPSON, 2010).
Outros procedimentos 
Outra possibilidade cirúrgica é a produção de urólitos pela não metabolização adequada 
do cálcio que podem ser renais ou vesicais.
Problemas ortopédicos também podem ocorrer como fraturas de membros pélvicos, 
muito comuns pela fragilidade óssea já relatada. Há relatos do estresse associado à má 
contenção produzirem lesões de coluna cujo tratamento é cirúrgico.
Obs.: Coelhos não costumam permitir roupas cirúrgica, o mesmo acontece com 
implantes ortopédicos externos como fixadores, o que torna o tratamento muitas vezes 
um desafio (NOTA DO AUTOR).
Figura 55. Visualização do ceco nos coelhos.
Fonte: Pessoa, 2014. 
81
UNIDADE IV
MANEJO E 
MEDICINA DE 
PRIMATAS
CAPÍTULO 1
Biologia e manejo
Características
Existem 2 grupos principais de primatas: os platirrinos, ou primatas neotropicais, e 
os catarrinos, ou velho mundo. Os primeiros são animais de porte pequeno a médio, 
apresentam as narinas voltadas para baixo em um focinho longo e cauda preênsil, 
ou não; os platirrinos apresentam as narinas voltadas para os lados, em um focinho 
mais curto, sem cauda como os: babuínos, gorilas, chipanzés, mandris, orangotangos 
(LOOMIS, 2003).
Os platirrinos, que serão estudados neste capítulo, são animais em que há interesse 
pelos programas de conservação in situ e ex situ visto a sua vulnerabilidade e status no 
meio ambiente; como o exemplo, a conservação do mico-leão-dourado. Atualmente, é 
permitido o comércio legal em alguns locais, mas é necessário consultar a secretaria do 
meio ambiente estadual e conferir quais são os estabelecimentos e espécies autorizados. 
Esses animais são separados, entre outras, em 2 famílias, segundo alguns autores: 
os cebidae e os callitrichidae. Nos primeiros, temos p macaco-prego e o saimiris; nos 
segundos, os micos, o callimico, o aotus e outros (BECK, 1972).
Aspectos biológicos 
 » maior volume cerebral;
 » visão estereoscópica;
 » habilidade de uso com as mãos e pés;
 » cauda preênsil;
 » maior movimentação com os braços com a braquiação. 
82
UNIDADE IV │ MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS
Assim como peso altura entre as famílias cebidae e caliitriquidae podem variar os 
parâmetros biológicos também o podem.
Quadro 11. parâmetros fisiológicos de pequenos primatas.
Callithrix 
jacchus
Leontopithecus Sp Saguinus sp Cebus Sp Allouatta Sp Ateles Sp
Peso Médio (g) 261/323 600 a 800 510 a 450
1200
a 4500
3500 a 11100
5800 a 
8000
TRº 35,4 a 39,7 37.2 a 39.6 39.3 a 40.1 37 a 38.5 37 a 38 36 a 39.4
F.C 240 a 350 180 a 260 __ 165 a 225 __ 160 a 210 
F.R 20 a 50 20 a 50 __ 30 a 50 __ 18 a 30 
Estimativa de vida(anos) 12 17 13 46 15 20
 
Fonte: Verona, 2014 (adaptado).
Obs.: Nota-se, no quadro, a alta expectativa dos macacos pregos.
Como representantes dos primatas, temos: o callithrix (mico-estrela ou sagui ), ateles 
(macaco-aranha), alouatta (bugio) cebus (macaco-prego). 
Quadro 12. Parâmetros reprodutivos de primatas neotropicais.
Gestação(d) Peso ao
Nascer (g)
Desmame
(Meses)
Maturidade
Sexual (m)
Cebuella 140 15 2 18 a 24 
Callithrix 125 a 130 30 2 14 a 18
Saguinus 130 a 135 40 a 45 2 a 3 16 a 20
Leontopithecus 125 a 130 40 a 55 2 a 3 16 a 20
Callimico 155 50 3 14
Aotus 126 a 133 90 a 105 5 a 12 24
Callicebus 136 70 5 36 a 60
Saimiri 152 a 172 72 a 144 5 a 10 36 a 60
Cebus 180 220 10 36(f)48(m)
Pithecia 163 a 176 120 4 a 6 48(f)84(m)
Chiropotes 150 115 6 a 12 48
Cacajao 160 90 13 a 22 36(f)72(m)
Alouatta 190 125 18 a 24 60(f)84(m)
Ateles 210 a 225 340 18 a 25 48 a 60 
Lagothrix 207 a 211 125 12 48 a 60 
Brachyteles 230 320 12 48 a 60 
 
Fonte: Verona, 2014 (adaptado).
83
MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS │ UNIDADE IV
Nutrição
A alimentação em cativeiro de primatas ainda deixa a desejar, em razão do 
desconhecimento e da variedade alimentar de cada espécie. Enquanto os calitrichideos 
necessitam de uma dieta rica em proteína, os cebídeos e atelideos alimentam-de de 
uma variedade de formas vegetais maduras. Já os bugios (Alouatta sp.) são animais 
folívoros e frugívoros. Os pequenos primatas como os Sanguinus, Leontopithecus, 
Callithrix e Cebuella tendem à predação além de buscar vários tipos de alimentos como 
gomas e exsudatos como alimento (LOWENSTINE, 1992). 
Em termos práticos, os zoológicos brasileiros oferecem uma variedade de alimentos, 
mantendo um aporte maior de proteína para os pequenos, como também frutas e 
verduras para os bugios e macaco aranhas: tubérculos, verduras, frutas com alguma 
proteína animal. 
Atualmente, temos ração para primatas herbívoros de cativeiro (macaco-prego, guariba, 
macaco-aranha).
Instalações 
Para os primatas, devido a seu alto grau de complexidade, o recinto deve mimetizar 
o ambiente, com: troncos, folhagens, arbustos, casinhas, cordas giral, árvores etc. O 
risco do estresse de cativeiro deve ser minimizado com enriquecimento ambiental seja 
com garrafas de plástico com alimento escondido, brinquedos dos mais diversos que 
despertam a curiosidade dos animais. O estresse ou o tédio de cativeiro podem ser 
notados por brigas, apatia, falta de interesse em interagir, inapetência, automutilação, 
coprofagia e muitas outras formas. Essas manifestações podem ter como consequências: 
gastrite, úlceras e óbito de forma crônica (NOTA DO AUTOR).
Lembrando que a própria visitação é um fator estressante, que pode ser atenuado com 
algumas recomendações:
 » colocar janelas para a visualização dos recintos em locais altos, de modo 
que apenas a cabeça e ombro dos visitantes possam ser visíveis pelosanimais;
 » aumentar a altura das paredes dos recintos e, desse modo, a arrumação 
interna dos poleiros, de modo a simular condição arbórea;
 » colocação de passagens dos visitantes em posições bem baixas, de modo 
que pareçam pequenos para os primatas (VERONA, 2014).
84
UNIDADE IV │ MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS
Figura 56. Recinto para pequenos primatas (micário): cordas, mangueira, casinhas, rede, troncos. 
Fonte: Arquivo pessoal.
Pequenos primatas podem-se ser colocados em micários, conforme o da figura acima, 
onde há aproximação de pessoas e o risco de fuga é baixo. Para animais de porte médio, 
existe a opção das ilhas, pois, em regra, os primatas não nadam. Isso já foi contestado 
em alguns zoológicos brasileiros onde ocorreram fugas a nado em lagos onde o animal 
consegue ficar em pé; portanto, ao pensar em colocar primatas em ilhas, o lago deve ser 
profundo. Para animais grandes como gorilas e chipanzés, o ideal é o fosso, o mesmo 
onde se colocam os grandes felinos, devido ao risco da segurança pública ser maior. 
Figura 57. Ilhas para primatas de porte médio no Zoo de Brasilia.
Fonte: Arquivo pessoal.
Deve-se evitar colocar animais sozinhos porque os primatas são muito sociais, embora 
eventualmente haja o isolamento de algum membro do bando. Também se deve instalar 
cordas, galhos, giral para a escalada dos animais.
85
MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS │ UNIDADE IV
Figura 58. Corredor de segurança é fundamental para evitar fugas de animais.
Fonte: Arquivo pessoal.
Em animais criados em casa como o sagui ou macaco-prego, legalizado ou não, o ideal 
é a colocação desses animais em viveiros adaptados para pássaros. 
86
CAPÍTULO 2
Clínica e cirurgia 
Captura, contenção e anestesia 
Indivíduos em vida livre são capturados por armadilhas (modelo Tomahawk); os 
decativeiro, com puçás, redes e luvas. Já os maiores, pelo risco de agressão, com 
zarabatanas, pistolas e rifles anestésicos. Em alguns casos, a gaiola de contenção 
poderá ser usada, porém há um risco grande de estresse e lesões a esse equipamento 
(VERONA, 2014). 
Lembrar que o local de aplicação do dardo só poderá ser feito na musculatura da coxa 
e escápula; visto que os primatas são muito ágeis e rápidos, isso se torna uma tarefa 
às vezes difícil e perigosa para esses animais. Não são incomuns aplicações erradas 
no tórax e abdome causando lesões severas e até a morte. Há relatos de primatas que 
conseguem retirar o dardo de sua musculatura antes do medicamento ser inoculado 
(NOTA DO AUTOR).
Figura 59. Contenção física em pequenos primatas.
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-25- Contencao-fisica-de-primatas-de-medio-porte_fig11_305562039.
Coleta de material biológico e exame clínico
A coleta de sangue nos primatas é realizada geralmente no plexo arteriovenoso, 
inguinal, sendo, muitas vezes, de difícil visualização; normalmente o animal precisa 
https://www.researchgate.net/figure/Figura-25-Contencao-fisica-de-primatas-de-medio-porte_fig11_305562039
87
MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS │ UNIDADE IV
estar sedado. É conveniente lembrar da regra do 1% do peso vivo para coleta de sangue, 
ou seja, em um animal de 150 g, pode-se retirar tranquilamente, sem risco de choque, 
1,5 ml de sangue.
Quarentena 
A quarentena para animais recém-chegados é fundamental. Entre outros exames, 
como os de sangue para hemograma e bioquímicos, o exame de cavidade oral pode ser 
revelador. Primatas padecem com doenças periodontais, cáries, fraturas e má oclusão. 
Outra patologia oral, relevante zoonótica e fatal, é a herpes. 
Teste de tuberculina também deve ser realizado na chegada dos animais ao novo 
cativeiro, visto ela ser, assim como a herpes, fatal ao primata, além de zoonótica. O 
teste é feito com aplicação de tuberculina ppd (aviária e bovina) intradermopalpebral 
com resultados entre 24/72 horas. O resultado positivo revela edemaciamento e rubor 
de pálpebras, além de necrose, corrimento purulento e febre. Não há vacinação, pois a 
vacina humana confere poucos meses de imunidade, além de anular a tuberculinização. 
Os animais podem ser tratados com isoniaziada por até 2 anos, ou eutanasiados, 
o que normalmente acontece. As lesões podem atingir: pulmão, fígado, baço, rins e 
mesentério. 
Figura 60. Colheita de sangue artéria femoral.
Fonte: Cubas, 2014.
88
UNIDADE IV │ MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS
Figura 61. (A) Bugio após aplicação intradermopalpebral e chipanzé no momento da aplicação (B).
 
 
A B 
Fonte: A (arquivo pessoal), B ( Cubas, 2014).
Figura 62. Animal positivo à tuberculização: edema palpebral (A), intestinais mesentéricas (B), lesões esplênicas(C) 
E intestinais (D).
 
 
 
A B 
C D 
Fonte: Cubas, 2014.
Contenção anestésica e cirurgias
O diazepam é utilizado na forma oral, oferecido em suco de laranja, o que é aceito pelos 
primatas e, assim, facilita manejos sem estresse. A cetamina é o neuroléptico mais 
89
MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS │ UNIDADE IV
utilizado, visto que pode ser usada por qualquer via, assim como a tiletamina-zolazepan 
(VERONA, 2014).
Procedimentos cirúrgicos mais corriqueiros são as vasectomias, que reduzem a 
população e mantêm a liderança do macho alfa sem o risco de reprodução indesejada. 
É importante lembrar que as suturas de pele, de preferência, devem ser invaginantes 
ou intradérmicas, uma vez que, na curiosidade, o animal poderá soltar os pontos (Nota 
do autor). 
Quadro 11. Doses de fármacos mais usados em primatas do novo mundo.
Nome genérico Doses Via de administração 
Aminofilina 25 a 100/mg animal v.o
Atropina 0 2 a 0,05 mg/ kg IM, SC, IV
aptopril 1 mg/kg VO
Carporfeno 2 a 4 mg/ kg VO
dexametasona até 2 mg/kg IV
Furosemida 2 mg/kg VO
ibuprorfeno 20 mg/ Kg VO
Cetoporfeno 5 mg/kg IM
prednisolona 1 a 15 mg/kg VO
 
Fonte: Verona, 2014 (adaptado).
Obs.: Para pesquisa de outros fármacos, consultar o Guia Bretas, disponível em: 
https://www.vetarq.com.br/2017/05/pdf-guia-terapeutico-veterinario.html.
Enfermidades 
As mais frequentes enfermidades em primatas de pequeno porte de cativeiro são as 
orais: cáries, cálculos, fraturas dentais, má oclusão, entre outras, algo que não costuma 
ocorrer com animais de vida livre. Isso ocorre justamente pela oferta de alimentação 
errada, doces e outras guloseimas que são aceitas pelos animais e acabam funcionando 
como uma premiação. 
Esses animais padecem de vários parasitas protozoários, como a malária, a tripanossoma 
e a toxoplasmose, além de doenças infecciosas humanas como: febre amarela, raiva, 
sarampo e herpes.
A febre amarela tem impacto importante, causando mortalidade em animais de vida 
livre, assim como é endêmica em zoológicos brasileiros principalmente quando eles 
estão próximos à mata, causando-lhes perda de alguns indivíduos. Os animais do velho 
mundo são imunes ao agente viral. Ela é causada por um flavivirus, sendo carreada 
90
UNIDADE IV │ MANEJO E MEDICINA DE PRIMATAS
pelo aedes aegypti. Os gêneros Alouatta, Callithrix e Ateles são muito sensíveis ao vírus 
e apresentam taxa de letalidade elevada, porém o gênero Cebus, apesar de infectar-
se facilmente, apresenta baixa taxa de letalidade e geralmente desenvolve imunidade. 
Para humanos, existe a vacinação obrigatório, para os primatas não. Netes, ocorre CID, 
icterícia, esteatose hepática e hepatite necrótica. Não há tratamento. As medidas são 
preventivas com o uso de tela nos recintos e de forma empírica; alguns veterinários 
estão usando os repelentes top spot como vectra®. sob a pele. A vacinação de antígenos 
utilizados em seres humanos não confere imunidade aos primatas (KALTER, 1971).
Quanto à toxoplasmose, esta também grassa de forma intermitente em primatas, 
sendoesses sensíveis ao agente, o que não ocorre na maioria dos animais e no homem. 
Nas infecções em que a imunidade não é adequada, os taquizoítas continuam a 
multiplicar-se destruindo um número excessivo de células e produzindo lesões em 
múltiplos órgãos, sendo a pneumonia, a hepatite e encefalite as principais causas dadoença e morte.
Em zoológicos, alguns desses animais tiveram morte súbita sem sinais clínicos. 
Os achados post-mortem mais comuns foram congestão e edema pulmonares, 
esplenomegalia e linfadenite mesentérica. Os achados histopatológicos mais comuns 
foram hepatite necrótica multifocal, linfadenite, pneumonia intersticial e esplenite 
necrótica (CATÃO DIAS, 2013).
Os ectoparasitas são raros nessas espécies por conta de os animais terem o hábito da 
catação. 
91
UNIDADE V
RADIOLOGIA 
DE MAMÍFEROS 
SILVESTRES E 
CONTENÇÃO 
QUÍMICA DE 
MAMÍFEROS 
SILVESTRES
CAPÍTULO 1
Radiologia de mamíferos silvestres
Particularidades 
Diferente de répteis e aves de porte não muito grandes, na maioria das vezes, as tomadas 
radiológicas em mamíferos são restritas a algumas partes dos animais, havendo a 
possibilidade de realizar imagens radiológicas em todo o seu corpo, o que só é possível 
em animais de porte médio/pequeno. Projeções em grandes animais se restringem aos 
dedos, como no caso dos elefantes.
Figura 63. Tomada radiológica de falanges de elefante.
Fonte: Reprodução / Wildlife SOShttps://noticias.r7.com/internacional/fotos/india-inaugura-seu-primeiro-hospital-veterinario-
para-elefantes-18112018.
https://noticias.r7.com/internacional/fotos/india-inaugura-seu-primeiro-hospital-veterinario-para-elefantes-18112018
92
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
As necessidades de radiografias nos dedos desses animais devem-se às possibilidades de 
pododermatite por problemas de piso em zoológicos como também o não casqueamento 
periódico, o que leva às ostoemielites nas falanges. Essas lesões de pododermatites 
também ocorrem em porquinhos da índia e coelhos por causa de pisos úmidos e sujos, 
assim como pisos gradeados.
Em Ferrets, o abdome é maior e a visualização das estruturas abdominais é mais fácil. 
O baço apresenta-se também visualizável com tamanho maior se comparado a outros 
roedores.
A radiologia em mamíferos silvestres e exóticos, além das espécies de zoológicos, 
popularizou-se entre os roedores, lagomorphos e os mustelídeos como os ferrets, que 
eventualmente são comercializados no Brasil.
Radiografias em roedores e lagomorphos 
Para podermos interpretar uma imagem, devemos conhecer da anatomia radiológica 
do grupo que a espécie pertence. Por exemplo, nos roedores, o tórax apresenta-se 
largo, mas curto no seu eixo craniocaudal, com silhueta cardíaca globosa e larga em 
comparação à largura do tórax (diferente do que vemos em felídeos e canídeos, que têm 
silhueta cardíaca piriformes). Margem cranial da silhueta cardíaca, bem como parte do 
mediastino cranial, sofrem a sobreposição da musculatura dos membros torácicos, e o 
ápice cardíaco sobrepõe-se ao diafragma (SILVERMAN, 1993, p. 1287).
O abdômen oferece-se pobre quanto a detalhes radiográficos. Na maioria, o estômago 
apresenta uma quantidade de gás, a depender da espécie estudada.
Lembre! Em espécies como coelhos e outros animais que têm ceco, haverá uma produção 
de gás maior do que o normalmente conhecido.
Em espécies monogástricas e sem o ceco, é aceitável fisiologicamente encontrar na 
imagem uma quantidade de gás gastrointestinal em torno de 15- 20% (NOTA DO 
AUTOR).
Outra particularidade anatomo-radiológica está na chinchila e seu crânio, cujas bulas 
timpânicas apresentarem-se de 4 a 5 vezes maiores se comparadas às de outros roedores 
como hamster e porquinho-da-índia. Lembre-se de que a visualização de bula timpânica 
permite a percepção de otite média interna devido à opacidade que esta apresenta; 
além de espessamento da parede, opacificação e mineralização, eventualmente essa 
infecção pode estender-se para os ossos do crânio, mandíbulas e maxilas, estendendo 
a infecção nesses ossos, produzindo um aspecto lítico com reação periostal exuberante 
(SILVERMAN, 1993).
93
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Figura 64. Radiografias em projeções laterolateral (A) e dorsoventral (B) de um coelho (Oryctolagus cuniculus), 
verificando-sereação osteolítica e osteo proliferativa expansiva com aumento de volume de tecidos moles em 
região mediorrostral do corpo da mandíbula esquerda, sugestivos de osteomielite.
Fonte: Cubas, 2014.
Devido às frequentes patologias respiratórias, digestórias e ortopédicas em coelhos e 
roedores, as tomadas radiológicas são fundamentais para diagnóstico e prognóstico das 
enfermidades. 
Figura 65. Fixador externo em coelho.
Fonte: Quinton, 2005.
94
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Em coelhos e chinchilas, em função de terem ossos com cortical fina, é comum 
ocorrerem fraturas de membros que podem ocorrer também na contenção 
inadequada ao segurar os animais pelos membros pélvicos. Essa mesma 
contenção poderá provocar traumas irreversíveis de coluna. 
Figura 66. Radiografia em projeção laterolateral da coluna torácica de um porquinho-da-índia (Cavia porcellus), 
na qual se observa fratura/luxação entre T8T9, com deslocamento dorsal de T8 em relação à T9.
Fonte: Cubas, 2014.
Figura 67. Íleo cecal em coelhos.
Fonte: Quinton, 2005.
Como mencionado, os coelhos padecem com certa frequência de alterações digestórias 
que lhes ocasionam diarreia. As causas são variadas, sendo as mais comuns não as 
infecto-parasitárias como se imagina, mas sim as de origem metabólica, entre elas: 
excesso de ração, antibióticos orais, que matam flora gram-positiva, e alface como dieta 
principal. 
É comum, de forma inadvertida, proprietários ministrarem antibióticos orais sem 
conhecimento dessas espécies, o que lhes provoca íleo cecal paralítico com alta produção 
de gases como mostra a figura 5. As dilatações de alças intestinais por gases são 
95
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
aspectos radiográficos que costumam caracterizar um processo obstrutivo ou enterite, 
independentemente da espécie avaliada; todavia, tendo em vista a grande variação de 
aspectos associados a processos não obstrutivos em mamíferos de porte intermediário, 
às vezes é impossível a diferenciação entre doença gastrintestinal obstrutiva e não 
obstrutiva, devendo, para tanto, ser realizado exame contrastado. O ceco, quando se 
apresenta distendido de forma significativa, ocupa a maior parte da porção ventral 
direita do abdome. Deve-se suspeitar de processo obstrutivo intestinal quando se vê, 
ao exame radiográfico, dilatação de alças e ceco ou cólon sem dilatação (SILVERMAN, 
1993).
Quanto a imagens abdominais em roedores, em cobaias, os rins são observados de forma 
incompleta, enquanto o estômago e segmentos das alças intestinais exibem moderada a 
pequena quantidade de gás, respectivamente. Os coelhos mostram uma variedade muito 
grande de aspectos radiográficos normais para a cavidade abdominal, por exemplo, um 
tricobezoar gástrico pode ser considerado normal em coelhos saudáveis (SILVERMAN, 
1993). 
Roedores em função do crescimento de seus dentes de forma contínua podem produzir 
diversas lesões orais como; má oclusão, fraturas dentárias, abscessos dentários o que 
os leva a parar de se alimentar e se tornarem prostrados. Radiografias de crânio são 
essenciais para examinar o plano oclusal. 
Autores propõem, por meio das projeções laterolateral e dorsoventral, o uso de linhas 
de referência anatômica para a determinação da extensão de más oclusões em pequenos 
mamíferos. (BOEHMER, 2009, pp. 250/260).
96
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Figura 68. Radiografias em projeção laterolateral (A e B) do crânio de chinchilas (Chinchilla laniger). Nota-se 
alteração de oclusão dentária devido ao crescimento exagerado dos dentes.
Fonte: Cubas, 2014.
Figura 69. Radiografia de ferret sadio; notar coração globoso e deitado Tórax estreito. Animal sem alteração 
radiológica.
Fonte: Quinton, 2005.
97
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROSSILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Figura 70. Osso epipúbico em marsupiais.
Fonte: Arquivo pessoal.
Curiosidades! O saruê (marsupial) apresenta ossos epipúbicos que sustentam as 
musculatura e pregas de pele do marsúpio, como visto na figura 70.
Figura 71. Membro torácico de macaco prego, sem alteração.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 72. Imagem de tatu peba; nota-se ao fundo as placas dérmicas.
Fonte: Arquivo pessoal.
98
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Em Alguns animais, é interessante realizar uma sedação leve ou relaxante 
muscular para proceder às imagens radiológicas, evitando fraturas ou estresse, 
muito comuns em coelhos. Neles, pode ocorrer fraturas da 7a vértebra torácica 
ao segurá-lo de forma errada. 
Patologias radiológicas
Doença osteometabólica
Com grande frequência, doenças osteometabólicas, que afetam inúmeras espécies em 
seu crescimento, são observáveis com maior nitidez no exame radiológico. Avalia-se, 
nesses casos, a quantidade de fraturas espontâneas, assim como desvios de coluna e 
entortamento de pelve que leva à dificuldade de eliminação das fezes. As alterações 
radiográficas abrangem: 
 » diminuição generalizada da radiopacidade óssea;
 » adelgaçamento de corticais ósseos;
 » deformidades angulares de ossos longos ou, mais raramente, de costelas e 
coluna vertebral, e/ou fraturas patológicas das metáfises (SILVERMAN, 
1993).
Pode-se observar a perda da radiopacidade ao comparar-se a densidade de tecidos 
moles ao tecido ósseo. 
Figura 73. Doença osteometabólica em mustelídeo, entortamento de ossos longos; nota-se ossos valgos.
Fonte: Arquivo pessoal.
99
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Figura 74. Doença osteometabólica em mustelídeo, entortamento de coluna vertebral.
Fonte: Arquivo pessoal (Zoológico de Brasília).
Artrites 
Nas artrites, que podem ocorrer em qualquer animal, principalmente com o avançar da 
idade, o exame se revela: 
 » fase aguda; pouca evidência radiográfica de artrite: Efusão articular;
 » fase crônica: diminuição da interlinha articular, osteólise e reação do 
periósteo nas regiões epifisária e metafisária, esclerose subcondral e 
aumento de volume de tecidos moles.
Osteomielite
 » Pode atingir diversos ossos do sistema esquelético, sendo mais frequente 
nas extremidades dos membros.
 » Ossos do crânio: resultado infecções crônicas localizadas no trato 
respiratório superior, como rinite e sinusite.
 » Rx: Aumento de radiopacidade nas cavidades nasais e seios infraorbitários 
estágio avançado: reação osteolítica nos ossos adjacentes.
Figura 75. Fratura em maxilar de lobo-guará.
Fonte; Arquivo pessoal.
100
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Figura 76. Fratura de cabeça de fêmur em cachorro do mato.
Fonte; Arquivo pessoal.
Diferente dos cães, em que se mensura as dimensões cardíacas pelo exame radiológico, 
com as dimensões das cervicais, nos mamíferos silvestres, essa avaliação é muito 
subjetiva, uma vez que existem animais de diferentes ordens com diferentes tamanhos 
e particularidades. Porém, para canídeos e felídeos silvestres, pode-se extrapolar essa 
avaliação, pelo o que se conhece da radiologia de cães e gatos domésticos. 
Para espécies multíparas, a avaliação radiológica é melhor que a ultrassonográfica para 
observação de quantitativo fetal; uma vez que algumas espécies como roedores costuma 
conceber ninhada numerosa, o exame radiológico permite dizer a quantidade de fetos. 
Em casos de morte fetal, a radiologia também é útil, pois há produção de gases em volta 
do feto morto.
Ainda como possibilidades radiológicas: piometra, comum em coelhas, canídeos e 
felídeos, testículos ectópicos, massas sugestivas de neoplasias; em coelhas, os carcinomas 
uterinos podem estar mineralizados, com visibilidade ao RX (FEENEY, 2003).
Em alguns lagomorfos, é possível observar o hemipênis em projeção dorsoventral, 
como duas estruturas calcificadas localizadas caudalmente à pelve, uma de cada lado 
da coluna vertebral (SILVERMAN, 1993).
Lembre-se de que, assim como em cães e gatos, os cálculos da vesícula urinária, também 
presentes em porquinhos-da-índia, têm sua radiopacidade observada por imagem 
radiológica. (FARROW, 2009).
O exame radiográfico auxilia em muito a avaliação do sistema digestório, oferecendo 
informações importantes sobre localização, radiopacidade, dimensões do lúmen, 
conteúdo, distribuição das alças intestinais etc. A indicação a animais exóticos dá-
se especialmente para pesquisa de corpos estranhos, dilatações gástricas, enterites e 
processos intestinais obstrutivos ou para exclusão de envolvimento do trato digestório 
(SILVERMAN, 1999).
101
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Radiologia odontológica em mamíferos
Indicações 
Entre as indicações para confecção de radiológicas: avaliação geral, fratura dentária, 
doença periodontal, troca dentária, crescimento dentário, abscesso periapical, 
endodontia, exodontia, neoplasia, edema facial e fraturas mandibulares e maxilares 
(GIOSO, 2007). 
Os procedimentos odontológicos em animais selvagens são sempre realizados com os 
animais anestesiados ou sedados, para que permaneçam imóveis e para assegurar a 
segurança do paciente e da equipe veterinária. 
Os aparelhos usados para confecção da radiologia odontológica são os mesmos usados 
em odontologia humana: aparelhos com 70 kV e 7, 10 ou 15 mA, com capacidade de 
variação no tempo de exposição. Os modelos atuais têm seus comandos em mostrador 
digital, no qual o operador determina o ajuste conforme o objeto a ser radiografado. 
(GIOSO, FECCHIO, MARTINEZ, 2014).
Com braços articulados possibilitando angular em todas as direções, os equipamentos 
podem ser de dois tipos: analógicos e digitais, permitindo estes últimos uma melhor 
visualização e qualidade da imagem.
Figura 77. Aparelho de radiografia odontológica fixado à parede sendo usado em chimpanzé (Pan troglodytes).
Fonte: Cubas, 2014. Laboratório de Odontologia Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da 
Universidade de São Paulo.
102
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Filmes e técnica intraoral 
Os filmes intraorais têm diferentes tamanhos: periapical (nos 0, 1, 2), interproximal (no 
3) e oclusal (no 4). Os mais utilizados na prática veterinária são os periapicais número 
0 (odontopediatria), indicados para pequenos felídeos e pequenos primatas; o número 
2, utilizados em animais de médio porte, como canídeos e felídeos de porte médio; e o 
número 4 (oclusal), adequados para grandes felídeos e ursídeos (LASCALA, 2006).
Figura 78. Imagem radiográfica de pré-molares e molares mandibulares de bugio (Alouatta caraya). Note as 
setas indicando lise óssea alveolar decorrente de doença periodontal. 
Lise Óssea.
Fonte, Gioso, Fecchio, Martinez, 2014.
 Lembrete! Respeitar técnicas de projeção e posicionamento. 
1. Paralelismo: O filme é posicionado paralelamente ao eixo longitudinal 
do dente e o feixe de raios X incide em sentido perpendicular ao longo eixo 
do dente e ao filme, possibilitando uma imagem radiográfica isométrica 
do dente radiografado
Ângulo da bissetriz 
Devido à forma do crânio nos carnívoros, não é possível, para a maioria dos dentes, 
o posicionamento do filme em paralelo ao seu eixo longitudinal. Recorre-se, então, à 
imagem que se forma no eixo da bissetriz do ângulo entre o longo eixo do dente e o 
plano do filme. A fonte de raios X deve ser posicionada perpendicularmente à linha da 
103
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
bissetriz (ângulo médio entre o longo eixo do dente e o plano do filme odontológico) 
para obter-se uma imagem isométrica do dente. (NIEMIEC, 2004).
Figura 79. Técnica radiográfica dabissetriz. Plano do dente (a), plano do filme (b) e a bissetriz (c), ilustrados em 
crânio de cão (Canis familiaris). Note que o feixe de raios X é perpendicular (90°) à bissetriz.
Fonte: Gioso, Fecchio, Martinez, 2014.
104
CAPÍTULO 2
Contenção química de mamíferos 
silvestres
Analgésicos em silvestres
Reconhecimento da dor em pequenos mamíferos 
Há um desconhecimento sobre a terapêutica analgésica em pequenos animais se 
comparados aos cães e gatos. Leva-se em consideração a elevada taxa metabólica dos 
pequenos animais em relação aos grandes, o que os faz receber maiores dosagens de 
fármacos, e, por sua vez, anestésicos por kg/peso vivo.
Atenção! Pequenos animais, maiores taxas metabólicas, maiores dosagens de fármacos!
A avaliação da dor em animais é cercada de um grau de subjetividade e conta com 
diferenças de espécies e tamanhos e particularidades individuais, o que exige experiência 
e tempo para reconhecimento.
Alguns sinais clínicos são associados à dor são universais em quaisquer animais, tais 
como: alterações de temperamento (tanto agressivo como passivo), agitação, redução 
da mobilidade ou relutância em ficar de pé, letargia, posicionamento arqueado, 
constipação intestinal/redução na defecação, estase gastrintestinal, aumento da 
frequência respiratória e claudicação. Redução no consumo de alimentos e/ou de água 
pode ocorrer em animais com dor. 
Coelhos, furões e alguns roedores muitas vezes rangem os dentes quando apresentam 
dor abdominal. Como acontece com outras espécies, animais exóticos podem apresentar 
tensão abdominal, ficando em posição curvada ou arqueada quando apresentam dor 
abdominal (HAWKIN, 2014). Ainda naqueles que costumam se assear arrumando os 
pelos, diminuem essa atividade o que provoca uma pelagem sem brilho e gordurosa. 
Analgésicos
Opioides 
Esses fármacos são mais utilizados nos animais para dor moderada a grave e nas 
situações ortopédicas. São usados para todos os animais levando-se em consideração 
105
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
dosagens maiores para pequenos animais. Efeitos adversos foram relatados como 
depressão cardiorrespiratória, constipação ou diminuição da motilidade intestinal, o 
que pode ser evidenciado pela produção exacerbada de gás principalmente em espécies 
com ceco como o coelho e o porquinho-da-índia, que produzem timpanismo pela 
diminuição de trânsito (HAWKIN, 2014).
Os efeitos dos opioides podem variar entre as espécies; efeitos melhores ocorrem quando 
ministrados parenteralmente, pois, por via oral, para esses medicamentos ainda não se 
tem conhecimento dos efeitos para espécies silvestres.
Na dúvida, prefira administrar medicamentos por via injetável. 
Para aprofundamento, consulte o guia terapêutico veterinário Bretas. 
Em furões, estudos com buprenorfina mostraram resultados razoáveis, como 
hidromorfona e oximorfona, os quais também foram usados em coelhos. Esses opioides 
são muito eficazes para dor pós-operatória -, porém em furões podem produzir sedação 
profunda. Deve-se monitorar o apetite pois é comum episódios de inapetência pelo uso 
de opioides em alguns animais (JOHNSTON, 2005). 
Fentanil 
Esse fármaco tem ação curta quando aplicado de forma intravenosa, por isso seu uso é 
melhor em infusão contínua durante o transoperatório e, nesse caso, é preciso manter 
acesso seguro das vias respiratórias pela possibilidade de depressão respiratória que 
pode ocorrer na aplicação deste fármaco. O uso de fentanila transdérmica por adesivos 
também foi testada mantendo animais sedados (FOLEY, 2001).
Tramadol
Recentes estudos apontam doses acima de 4 mg/kg para cães para um melhor efeito 
analgésico a depender da intensidade da dor. Seguindo essa linha raciocínio, os 
pequenos silvestres exigem doses maiores para suprimir suas dores. Houve relatos em 
que dose de 10 mg/kg de tramadol VO não proporcionou analgesia suficiente para ratos 
após incisão cirúrgica (MCKEON, 2011). Em ratos, o tramadol promoveu analgesia em 
casos de osteoartrite, o que, porém, não ocorreu em casos de dor aguda.
106
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Quadro 12. dosagens de analgésicos em pequenos mamíferos exóticos (doses em mg/kg).
Fármaco Coelho Ferret Cobaia Chinchila Rato Camundongo Comentários 
Carpro Feno
1,5 a 5 
12 ou 24h
2 a 5
12 ou 24h
2 a 5 
12 ou 24 h
2 a 5 
12 ou 24 h
2 a 5 
12 ou 24 h 
2 a 5 
12 ou 24 h 
-
Cetoprofeno
1 a 3 
12 ou 24 h 
1 a 3 
12 24 h
1 a 2 
12 ou 24 h
1 a 2 
12 ou 24 h
2 a 5 
12 ou 24 h 
2 a 5 
12 ou 24 h
-
Meloxican 0,1 a 0,3 24h
0,1 a 0,3 
24h
0,1 a 0,3 24h 0,1 a 0,3 24h
0,5 a 2 
24 h 
1 a 5 
24 h 
-
Bubrenorfina
0,01 a 0,05 
6 a 12h
0,01 a 0,03 
6 a 12h
0,01 a 0,05 
6 a 12h
0,01 a 0,05 
6 a 12h
0,05 a 0,1 
6 a 12h 
0,05 a 0,1 
6 a 12h
-
Butorfanol
0,2 a 2 2 a 
4 h 
0,05 a 0,4 
2 a 4 h 
0,2 a 0,5 a 
4 h
0,2 a 2 2 a 4 h 
1 a 2 
2 a 4 h 
1 a 2 
2 a 4 h
-
Fentanil
- - - - - 0,025 a 0,2 -
Hidromorfona
0,025 a 0,2
6 a 8 h 
0,1 a 0,2 
6 a 8 h 
0,2 a 0,5 
6 a 8 h 
0,2 a 0,5 
6 a 8 h
0,2 a 0,5 
6 a 8 h
0,2 a 0,5 
6 a 8 h
Morfina 0,2 a 2 4 h
0,2 a 2 
2 h
2 a 5 
2 a 4 h 
2 a 5 
4 h
2 a 5 
4 h
2 a 10 
4 h
Usada como dose 
única
Nalbufina
1 a 2 
2 a 4 h
0,5 a 1,5 
2 a 4 h 
1 a 2 
2 a 4 h 
-
1 a 2 
2 a 4 h
2 a 4 
2 a 4 h 
-
Naloxona 0,001 a 0,1 0,001 a 0,1 0,001 a 0,1 0,001 a 0,1
0,001 a 
0,1
0,001 a 0,1
Oximorfona
0,05 a 0,2 
6 a 8h
0,05 a 0,2 
6 a 8h
0,2 a 0,5 
6 a 8h 
0,2 a 0,5 
6 a 8h
1,2 a 1,5 0,2 a 4 
Tramadol
2 a 5 
4 a 8 h
- - - 5 a 20 5 a 40 
Fonte: Hawkin, 2014.
Buprenorfina 
Tem ação prolongada e de eleição para analgesia pós-operatória. Efeitos adversos 
no TGI são os mais comumente relatados com a buprenorfina. Hábito alimentar 
pervertido (pica) pode ocorrer quando ratos são alojados em ambientes com 
certos tipos de substratos, particularmente maravalha e madeira. A buprenorfina 
transmucosa oral é usada em gatos e empiricamente em furões. A buprenorfina 
administrada como pré-anestésico pode não fornecer analgesia adequada para 
procedimentos cirúrgicos e pode prolongar a recuperação; assim, é geralmente 
administrada para tratar a dor pós-operatória (SHARP, 2003).
Butorfanol
É comumente utilizado em pequenos mamíferos para contornar distúrbios 
gastrintestinais potenciais e, geralmente, não produz depressão respiratória 
107
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
dose-dependente. Em coelhos, 0,4 mg/kg de butorfanol por via SC prolongou a 
anestesia cetamina/medetomidina. (HEDENQVIST, 2002). Também podem ser 
usados com infusão continua. 
Aines (anti-inflamatório não esteroidal)
Efeitos adversos são relatados como úlceras gastrointestinais e lesões renais em todas 
as espécies de mamíferos estudadas, sendo o meloxican o anti-inflamatório universal 
para todas as espécies com menores efeitos adversos. Esse AINE e outros podem ser 
manipulados visando a ministrar doses orais por cápsulas ou comprimidos. É possível 
que as doses tenham que ser ajustadas caso a caso devido à insuficiência de estudos e 
variações individuais entre as espécies, portanto não é incomum o aumento de doses 
para determinadas situações.
Analgesia epidural 
Muito comum para mamíferos de grande porte, diminui a dose de anestésicos gerais e 
assim aumenta a segurança e custo dos procedimentos anestésicos gerais. Atualmente, 
popularizou-se em mamíferos pequenos, embora com um certo grau de dificuldade 
como também de experiência (MORIMOTO, 2001).
O local de junção lombossacral é o mais comumente utilizado e a técnica de administração 
é semelhante às realizadas em cães e gatos.
A morfina é o opioide mais utilizado, pois apresenta elevado potencial de ação e efeito 
de longa duração analgésica (18 a 24 h); no entanto, a oximorfona e a buprenorfina 
apresentam efeitos e durações semelhantes. Bupivacaína epidural em ratos promoveupotentes efeitos antinociceptivos por apenas 20 a 30 min. Bupivacaína epidural em 
ratos promoveu potentes efeitos antinociceptivos por apenas 20 a 30 min (MORIMOTO, 
2001). Há um sinergismo do espaço epidural entre analgésicos locais e opioides: a 
combinação dos medicamentos reduz as doses e minimiza os efeitos adversos potenciais 
de cada medicamento.
Infusão contínua 
Microdoses de cetamina já foram usadas produzindo uma boa analgesia, além de 
opioides como a fentanila, que pode ser usada em associação com a cetamina. Alguns 
veterinários usam o butorfanol, embora não haja relatos científicos, e o propofol, muito 
108
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
comum em infusões contínuas em cães e gatos, já foram relatados óbitos em coelhos 
(ROZANSKA, 2009).
Anestesia injetável e inalatória
Farmacodinâmica 
Anestésicos dissociativos, como cetamina e tiletamina, devem ser usados com cautela, 
pois são eliminados por via renal de forma inalterada; portanto, em pacientes nefropatas, 
poderá provocar períodos longos de recuperação anestésica, ou mesmo a morte deste.
Uma boa anestesia propicia: inconsciência ou hipnose, relaxamento muscular e 
analgesia. Para uma breve contenção, sem produção de dor, a analgesia pode ser 
suprimida do protocolo anestésico. 
Os anestésicos podem ser aplicados sem associações, o que não é o mais indicado, ou vir 
acompanhado por fármacos que promovam tranquilização ou sedação, possibilitando 
uma série de procedimentos médicos e de manejo, principalmente em animais pequenos. 
Quando associados a anestésicos, incrementam a qualidade da contenção química ou 
anestesia (VILANI, 2014). 
 Em alguns animais doentes, idosos ou neonatais, alfa2 agonistas (xilazina), 
fenotiazínicos (acepromazina) e butirofenonas (azaperona) devem, 
preferencialmente, ser substituídos por benzodiazepínicos (midazolam), que 
promovem menos efeitos adversos. 
Benzodiazepínicos 
Agem modulando a neurotransmissão mediada pelo ácido gama-aminobutírico (GABA), 
o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central (SNC). A ativação 
dos receptores benzodiazepínicos promove tranquilização ou sedação, conforme a 
espécie. Produzem uma pequena alteração no comportamento e na ansiedade, sendo 
indicada no estresse de captura, além de promover um razoável efeito de relaxamento 
muscular e agem como anticonvulsivantes (TANELIAN, 1993).
Pouco indicados para nefropatas, aumentando o tempo de anestesia, porém são raros 
os efeitos adversos. No universo veterinário, temos: diazepam, midazolam e zolazepam.
O diazepam é muitas vezes associado à cetamina, ao propofol, ao etomidato e a 
opioides para indução anestésica. Midazolam tem efeitos mais interessantes para ser 
109
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
introduzido em protocolos anestésicos para animais selvagens. Tem potência para 
promover analgesia superior ao diazepam, além de não ter efeito irritante quando 
administrado por via intramuscular, ser absorvido mais rapidamente e ter duração 
menor. O zolazepan é geralmente associado com outros anestésicos e tem o mesmo 
efeito do midazolan (VILANI, 2014). 
Curiosidades!
Tanto o midazolan quanto o zolazepan podem ser concentrados em estufa, sem 
perder sua eficácia anestésica, com o propósito de aumentar suas concentrações 
e assim poderem ser aplicados em poucos dardos em animais de grande porte. 
Mais detalhes sobre concentração, neste capítulo!
Fenotiazínicos e butirofenonas 
Em doses terapêuticas, promovem tranquilização, efeito ansiolítico e relaxamento 
muscular, observando-se também efeitos antiarrítmicos cardíacos e anti-histamínicos. 
Pode promover hipotensão e hipotermia pela perda do controle termorregulatório. 
Também podem facilitar convulsão em animais predispostos (REDMAN, 1973).
O tempo de duração dependerá do fármaco, no caso, a acepromazina tem efeito curto de 
1 hora, já o azaperona e o lactato de haloperidol apresentam ação normalmente maior 
que 6 h. Com o decanoato de haloperidol, a diminuição da ansiedade e a tranquilização 
podem perdurar por 30 dias. Tal fármaco é muito usado em animais com comportamento 
maníaco – compulsivo que se automutilam ou que têm graves distúrbios mentais.
A acepromazina é normalmente utilizada com anestésicos, o que reduz a dose desses 
para indução a anestesia. Haverá redução da pressão arterial. Assim, a acepromazina 
deve ser evitada em pacientes com grave comprometimento hemodinâmico e não deve 
ser aplicada isoladamente em procedimentos dolorosos.
A azaperona é uma butirofenona ainda pouco utilizada na anestesia de animais selvagens 
no Brasil, porém bastante difundida em outros países. Tem efeitos cardiovasculares e 
respiratórios semelhantes quando comparados à acepromazina (LEMKE, 2007).
α - 2 agonistas adrenérgicos 
São os adjuvantes anestésicos mais utilizados na medicina veterinária de selvagens. Eles 
inibem a liberação de catecolaminas na fenda sináptica e a neurotransmissão. Apesar 
110
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
de seu interessante efeito clínico, promovem acentuada hipotensão por bradicardia e 
inotropismo negativo, depressão respiratória e hipotermia. 
Fármacos deste grupo: Xilazina, detomidina e medetomidina podem ser utilizadas 
isoladamente para promover sedação ou então associadas à anestesia dissociativa, 
incrementando o grau de inconsciência e conferindo analgesia e relaxamento muscular. 
Para procedimentos de uma única aplicação, não costumam causar problemas, o que 
não ocorre em procedimentos prolongados quando usados em doses repetidas o que 
leva a uma insuficiência renal aguda.
Esses fármacos, por terem afinidade por receptores α1, podendo promover excitação, 
hipertensão, aumento da atividade motora e convulsão.
Pacientes estressados, com grande liberação de catecolaminas, podem ser refratários ao 
efeito sedativo, como relata o autor desta apostila, que, ao aplicar dardos com xilazina 
em um cervídeo com alto nível de estresse, não conseguiu atingir o resultado, o que o 
levou a mudar protocolo anestésico (LEMKE, 2007).
A medetomidina, ainda indisponível no mercado brasileiro, e a detomidina são mais 
potentes que a xilazina, promovendo efeito analgésico mais prolongado. São mais 
indicadas para uso em carnívoros e perissodátilos, respectivamente.
Uma vantagem do uso dos α - 2 agonistas é a possibilidade de reversão dos seus efeitos 
com a tolazolina e a ioimbina já o atipamezol é indicado para a medetomidina. O único 
comercializado no Brasil por manipulação é a ioimbina. 
Opioides 
Podem ser utilizados na pré-anestesia ou com anestesia dissociativa para promover 
analgesia e potencializar o efeito sedativo de outros medicamentos, como por infusão 
contínua intravenosa transoperatória. Promovem analgesia, sedação, efeito ansiolítico, 
sensação de bem-estar e depressão respiratória.
Alguns opioides, como morfina, podem ainda ter efeito emético e induzir liberação de 
histamina.
Entre os opioides, temos: a morfina, a meperidina, a metadona e o butorfanol. Os 
opioides utilizados na anestesia intravenosa total são fentanila e seus derivados 
alfentanila, sufentanila e remifentanila.
111
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
A morfina, entre os outros opioides, tem grande potência analgésica e duração, atuando 
por 4 -6 h, diferente da meperidina, que atua por 2 horas e tem potência menor, porém 
produz melhor sedação e diminuição dos vômitos, comum no uso da morfina. 
A metadona é cada vez mais utilizada em animais selvagens devido à sua longa duração, 
potência analgésica e capacidade de sedação adequada, porém, como a maioria dos 
opioides, produz bradicardia e hipotensão (VILANI, 2014). 
O butorfanol é uma alternativa para aves, além de produzir pouca alteração respiratória, 
obtém pequeno efeito analgésico, e com curta duração, porémboa sedação
Etorfina e carfentanila são muito usados em megamamíferos zoológicos de fora do Brasil, 
com relevante sedação e em volumes muito baixos, mas com efeitos cardiorrespiratórios 
relevantes e por isso seu uso está proibido no Brasil.
O antagonista dos opioides é a naloxona.
A anestesia dissociativa 
São as mais empregadas para contenção de animais selvagens e muitas vezes usadas 
na manutenção anestésicas em bolus ou em infusão quando não se disponibiliza de 
anestésicos inalatórios.
Os fármacos mais usados, dada a sua facilidade em encontrar no mercado, é cetamina 
e tiletamina, ambas podem ser associadas com outros fármacos na mesma seringa ou 
dardo disparado por arma quando se deseja aplicar por via muscular.
Outra vantagem, já mencionada, é a possibilidade de concentrar o sal (cloridrato) quando 
colocados em estufa de secagem ou micro-ondas, transformando as apresentações 
comerciais de 100 mg/ml em 250 mg/ml, sem perder sua eficácia (experiência do autor).
Tanto cetamina quanto tiletamina nunca podem ser usadas sozinhas, em razão da 
possibilidade de não produzir uma boa sedação e relaxamento.
Curiosidades!
Anestésicos/sedativos que têm o sal como cloridratos como: xilazina, midazolan, 
tiletamina e cetamina; podem ser desidratados até a formação do sal puro, o 
que eleva a sua concentração sem perda de efeito anestésico e, assim, pode-se 
diminuir o volume para uso em poucos dardos. 
112
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
A dissociação anestésica promove inconsciência e analgesia e rápido início de ação. 
Catalepxia com olhos abertos e fixos. Sua ação ocorre por depressão seletiva da função 
neuronal do eixo neocórticotalâmico e do núcleo central do tálamo, com estimulação 
concomitante de partes seletivas do sistema límbico, incluindo o hipocampo.
A utilização de cetamina em infusão intravenosa, além da aplicação intramuscular, é 
amplamente utilizada. Em bolus, pode provocar convulsão, principalmente em animais 
com histórico convulsivo (LIN, 2007).
Anestesia inalatória 
Normalmente usada como manutenção após a indução anestésica por fármacos 
dissociativos. Promovem a inconsciência, analgesia e relaxamento muscular sendo 
dose-dependente. Como os anestésicos inalatórios, necessitam ser administrados de 
forma contínua, conferem maior praticidade na manutenção do plano anestésico, 
podendo ser superficializado ou aprofundado rapidamente conforme necessário, sendo, 
portanto, agentes seguros e objetivos.
Várias espécies podem usar dos agentes voláteis inalatórios como indução anestésica, 
sendo por máscara ou caixas transparentes (câmaras anestésicas) em pequenos 
roedores, por exemplo. 
As vantagens da anestesia inalatória na rápida recuperação anestésica devem-se às 
características farmacocinéticas. O anestésico, após ser inspirado, alcança concentrações 
alveolares, é absorvido por vasos sanguíneos e atinge o SNC, promovendo seu início de 
ação. Após a interrupção da administração, o anestésico atinge novamente os alvéolos 
e é eliminado pela expiração. 
Os fármacos mais utilizados são: halotano, isoflurano, sevoflurano e óxido nitroso. Esse 
último não promove inconsciência e devem ser usados sempre associado com outro 
fármaco halogenado. Quanto a esses, o isoflurano, tem substituído o halotano, por esse 
fármaco ser potencialmente hepatotóxico, promotor de arritmias cardíacas e redutor 
de pressão arterial (STEFFEY, 2007).
O sevoflurano é mais caro do que o isoflurano e confere maior consumo pela baixa 
potência anestésica. 
Em face desses fatos, o isoflurano popularizou-se pelo custo benefício e pela experiência 
de vários anestesistas. Tem menor capacidade de propiciar arritmias quando comparado 
ao halotano e boa estabilidade cardiovascular em concentrações adequadas, sendo um 
fármaco relativamente seguro (REILLY, 1985).
Técnicas de bloqueio de membros, anestesia local ou quando associados a uso de opioides 
diminuem em muito o uso de anestésicos voláteis/dissociativos o que interessante pela 
diminuição de custo e do risco.
113
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Anestesia intravenosa total 
A administração contínua dos medicamentos por via intravenosa é realizada por meio 
de bombas de infusão. Apesar de ser possível seu uso por diluição em frascos de fluidos, 
há muitas situações que podem variar a velocidade de infusão, não sendo aconselhável 
essa forma de administração.
A cateterização venosa é necessária para manutenção, seja por aplicação em bolus 
anestésico, que não é muito indicada, seja por infusão contínua de fármaco. 
Em particular aos mamíferos, animais como a roedores, ou outro animal muito pequeno, 
a via intraóssea é uma opção de manutenção de fluido e aplicação de fármaco. 
Propofol
Pode-se usar pela via intraóssea o propofol, embora sua indicação inicial seja por 
uso venoso. Sua natureza lipofílica confere rápido início de ação. A duração de seu 
efeito é curta após uma única aplicação em bolus e a recuperação é rápida e suave. O 
retorno anestésico, que na maioria dos mamíferos acontece entre 12 e 15 min após sua 
administração, ocorre pela redistribuição do medicamento para outros tecidos. Pode 
ser observado apneia transitória e diminuição da pressão arterial por vasodilatação 
periférica (MURPHY, 1992).
Em procedimentos cirúrgicos prolongados, após medicação pré-anestésica constituída 
de um opioide, como morfina ou meperidina, associada a um medicamento neuroléptico 
(fenotiazínico, butirofenona ou benzodiazepínico) ou então, após captura com anestesia 
dissociativa, a anestesia pode ser induzida e mantida, respectivamente, com bolus e 
infusão contínua de propofol. Ele não promove analgesia o que torna necessário o uso 
de um opioide (ENGELHARD, 2004).
Anestesia em mamíferos
Felídeos 
A anestesia nesse grupo pode ser administrada tendo como base o gato doméstico com 
os mesmos resultados. Há de se considerar os diferentes tamanhos (1.5 kg-300kg) e por 
isso é fundamental que se aumente as doses nos pequenos e se diminua nos grandes. 
Leva-se em consideração, por questões óbvias, que pelo risco de segurança, os animais 
grandes devem estar profundamente anestesiados.
114
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Normalmente, os menores são inicialmente capturados com um puçá para posterior 
aplicação por seringa intramuscular; já os grandes estarão cambeados por gaiola de 
restrição e a aplicação poderá ser intramuscular ou intravenosa na cauda. Nesses, 
também são disparados dardos à distância por rifles ou pistola própria.
Associações mais usadas: grandes: cetamina 6- 8 mg/kg + xilazina 1-1.5 mg/kg, cetamina 
6- 8 mg/kg + midazolan 1mg/kg ou detomidina a 0,5 mg/kg. 
Felídeos toleram bem jejum de 12h a 24h.
Alguns autores, por experiência própria, usam uma associação de cetamina 10 mg/kg + 
midazolan 1 mg/kg por via oral para animais irascíveis, produzindo uma leve sedação, 
o que facilita uma captura, porém não indicado para grandes animais, preferindo para 
estes a aplicação parenteral.
Figura 80. Captura de leão (Panthera leo) com anestesia dissociativa por meio de dardo anestésico artesanal.
Fonte: Cubas, 2014.
Associações farmacológicas
Cetamina + α - 2 agonistas 
A cetamina isolada não é uma boa alternativa, pois promove efeito cataléptico com 
rigidez muscular, além de excessiva salivação, possibilidade de convulsão e recuperação 
traumática, ela deve ser sempre associada a benzodiazepínicos, α2 agonistas 
adrenérgicos ou opioides (VILANI, 2014). 
A associação mais comum, como já mencionado: cetamina + xilazina. A primeira nas 
doses que podem variar de 3 a 10 mg/ kg e a segunda oscilando de 0,3 a 1.5 mg/ kg a 
depender do tamanho, idade e condições de saúde, como doenças renais e hepáticas 
prévias. 
115
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Lembre! Animais maistranquilos recebem doses menores, o que lhes confere 
uma boa profundidade anestésica e analgesia.
Figura 81. Dardo caseiro: há uma câmara de ar/ gás pressurizado (G) e uma câmara com medicamento (H).
 
Fonte: Arquivo pessoal. 
Legenda:
A – êmbolo fixo;
B – estabilizador de voo;
C – êmbolo móvel;
D – orifício lateral da agulha;
E – capa para orifício lateral;
F – ponta da agulha obstruída;
G – câmara de ar;
H – câmara de medicamentos.
Como se observa na figura 3, o bisel da agulha é lacrado (F), ex: cola epóxi abre-se 
com uma lima pequena e triangular, um orifício lateral (D), coloca-se uma borracha, 
apertada na agulha (E). No corpo da seringa de 3/ 5 ml, usam-se duas borrachas do 
êmbolo (C e A). Fixa-se a borracha (A) com agulhas atravessadas em cruz 
para fixá-la, enquanto a borracha (C) está livre. Coloca-se o anestésico/fármaco na 
câmara (H). Acopla a agulha com a borracha (E) sobre o orifício (D). instila-se ar ou 
gás comprimido de isqueiro na câmara (G). Com isso, o fármaco estará sobre pressão. 
Penachos em fio de lã serão colocados na parte posterior do dardo (NOTA DO AUTOR).
116
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
O dardo penetrará na musculatura do animal, a borracha se deslocará e liberará o 
conteúdo da câmara (H). Existem os dardos prontos que são comercializados. 
A xilazina vem sendo substituída pela medetomidina (difícil encontrar no Brasil) 
promovendo indução e recuperação mais suaves, com menor volume de aplicação e 
contenção mais prolongada, porém mantendo os efeitos adversos, com doses que 
podem variar de 0,02 a 0,08 mg/kg, a depender do porte do felídeo. Associação com 
midazolan (pode-se colocar os 3 fármacos no mesmo dardo/ seringa), são usadas para 
minimizar os efeitos convulsivos e a depressão causada pela xilazina (GUNKEL, 2007).
A romifidina, costumeiramente usada para equinos, também já foi usado em felídeos e 
antílopes (PACHALY, 2006). Tanto a romifidina quanto a xilazina, ambas α - 2 agonistas 
adrenérgicos, podem ser revertidas pela ioimbina, atipamezol e tolazolina. Doses de 0,1 
e 0,15 mg/kg de ioimbina foram utilizadas com sucesso para reverter a ação da xilazina 
na associação cetamina e xilazina em grandes felídeos. 
Flumazenil pode ser utilizado na dose de 0,01 a 0,2 mg/kg para reverter benzodiazepínicos 
e para opioides a naloxona (0,002 a 0,04 mg/kg), porém reverte os efeitos desejáveis 
da analgesia.
Tiletamina/zolazepan 
Ambas vêm associadas; O período de metabolização dos dois medicamentos é maior, 
conferindo tempo de recuperação mais prolongado. São utilizadas doses de 2 a 5 
mg/kg para grandes felídeos e 5 a 12 mg/kg para pequenos (GRASSMAN, 2004). 
Em tigres, há uma polêmica no uso deste fármaco, o que causaria convulsões e 
mioclonias, porém outros estudos mostraram que os efeitos adversos estão na mesma 
intensidade que em outros felídeos (KREEGER, 2010).
Canídeos 
Segue a mesma regra dos cães domésticos; nesse caso, a oscilação de dose é menor 
se comparado aos felídeos, dada a diferença entre os portes não serem tão grandes. 
Contudo, o uso de dardos é restrito quando se quer capturar à distância, sendo que, na 
maioria das vezes, a contenção é realizada por puçás ou pau-de-couro.
Os mesmos fármacos e associações de felídeos podem ser utilizados em canídeos, além 
do uso da acepromazina para efeito sedativo na dose de 0,05 mg a 0,1 mg / kg. Há casos 
de hipertermia pelo uso desse fármaco.
117
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
As associações também são as mesmas, porém com um aumento das doses de xilazina, 
(pode chegar a 3 mg/kg), lembrando de seus efeitos deletérios cardiorrespiratórios. 
Tiletamia-zolazepan nas doses que variam de 4 a 8 mg/Kg. Cetamina (3 /10mg/ kg) + 
xilazina (0,5 /1 mg/ kg) propiciam um bom efeito anestésico-relaxante (experiência do 
autor). 
Mustelídeos (Furão, ferret, ariranha, lontras) e 
procionídeos (guaxinim, quati, jupará)
Protocolos com acepromazina (0,1 mg/kg) e morfina (0,5 mg/kg), meperidina (2 a 
5mg/kg) ou butorfanol (0,2mg/kg) promove sedação suficiente para cateterização 
da veia cefálica. A veia da cauda é outra alternativa. Quanto à anestesia dissociativa, 
usam-se as mesmas doses e associação dos felídeos (VILANI, 2014).
Resumindo: Carnívoros (felídeos, canídeos, procionídeos, mustelídeos) têm 
basicamente o mesmo protocolo anestésico, tanto em relação a doses quanto a 
associações.
Primatas
Considerações anestésicas 
Restrição alimentar de 6h a12h para grandes e de 3 horas para pequenos. 
Uma grande preocupação para a anestesia de grandes primatas é o nível de estresse 
a que o indivíduo está submetido antes do procedimento. O animal deve ser avaliado 
previamente e o procedimento planejado no dia anterior à contenção. A administração de 
tranquilizantes, especialmente benzodiazepínicos, por via oral, antes da indução diminui, 
a ansiedade, facilita a administração do agente indutor por via intramuscular e promove 
amnésia. Isso impede que o animal reconheça a equipe médica como agressora, o que 
facilita contenções futuras. Em alguns casos, quando possível, o animal vem sendo 
tranquilizado com haloperidol dias antes da anestesia.
Primatas de médio e pequeno porte podem ser capturados fisicamente com rede ou 
puçá para administração intramuscular direta. Anestesia dissociativa aplicada por via 
intramuscular é uma opção para a contenção (VILANI, 2009).
Medicação pré-anestésica 
Diferentemente do uso em cães e gatos, em que pouco ou nenhum efeito tranquilizante 
é observado, os benzodiazepínicos em primatas chegam a produzir sedação ou até sono 
leve. Promovem também grande relaxamento muscular com mínimas alterações nas 
118
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
funções cardiovascular e respiratória. Diazepam (0,2 mg/kg) e midazolam (0,2 a 0,4 
mg/kg) são administrados para grandes primatas previamente à captura. Xilazina 
também pode ser utilizada, na dose de 0,25 a 0,5 mg/kg (VILANI, 2009).
Dissociativos 
Tiletamina–zolazepan de 4 a 6mg/kg para procedimentos clínicos e entre 8 e 15 mg/kg 
para planos anestésicos profundos (VILANI, 2009). Essa dose aumenta para 20 mg/kg 
para primatas pequenos.
Cetamina (10 a 15 mg/kg) e diazepam (0,2 a 0,36 mg/kg) ou midazolam 
(0,6 mg/kg) possibilitam contenção de primatas de pequeno e médio 
portes, suficientes para procedimentos clínicos e colheita de material biológico, com 
curta duração ou indução anestésica. 
Importante! Ao levar o animal para viveiro para retorno anestésico, retirar cordas 
e outros objetos altos que possa estimular o animal escalar e manter o animal 
afastado dos outros e deixá-los em ambiente quieto. 
Figura 82. Anestesia intravenosa total com infusão contínua de propofol em exemplares de macaco verde 
africano (Chlorocebus aethiops) (A) e mico de cheiro (Saimiri sciureus) (B) e com uso de máscara facial.
 
 
A B 
Fonte: Vilani, 2014.
Para animais menores que 2 kg, a capnometria para avaliação do estado ventilatório 
pode ser dificultada assim como a possibilidade de hipotermia, por isso o uso de bolsa 
de água quente, colchões térmicos e fluido aquecido.
119
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Roedores e lagomorphos 
Considerações 
Animais com alta taxa metabólica e grande consumo de oxigênio. Jejum máximo de 30 
minutos. Lembrar de retirar os alimentos que permanecem na cavidade oral em suas 
bochechas para evitar aspiração na anestesia. Procedimentos longos podem promover 
hipoglicemia, por isso o controle transoperatório (aplicações durante a anestesia/
cirurgia são recomendáveis). Essa aplicação pode ser por via endovenosa ou mucosa 
oral (HEARD, 2007).
Obs. 1: A hipotermia também é relatada nesse grupo e deve ser monitorada, mantendo 
a sala aquecida ou uso de colchões aquecidos. 
Obs. 2: A fluidoterapia aquecida é muito benéfica! 
Anestesiadissociativa 
Em roedores, Cetamina (50 mg/kg) + xilazina (5 mg/kg) são razoáveis para indução 
anestésica – embora alguns autores prefiram doses maiores! 
Em coelhos essas doses são menores, em torno de 20/40 mg/kg de cetamina e 3/5 mg/
kg xilazina. Podem ser associados também o midazolan – 2 mg/kg e o butorfanol (0.5 
a 2 mg/kg). 
A tiletamina zolazepan também pode ser usada nesse grupo, com doses que variam de 
10 mg/ kg para os ratos, cobaias e hamster - a 50/80 mg/kg, chinchila 20/40 mg/kg 
(Bretas, 2007).
Anestesia inalatória 
A dificuldade da intubação pode ocorrer pela pequena abertura de boca musculatura 
mandibular desenvolvida, excesso de secreção salivar e respiratória, por isso muitos 
anestesistas preferem o uso da máscara ao traqueotubo. A visualização direta da glote 
pela laringoscopia só é possível em animais grandes roedores. Caso se prefira entubar 
pequenos roedores e coelhos, pode-se usar sonda uretrais e às cegas, entubar o animal 
– ao tato, sentir se o tubo embaça à respiração e se o mesmo não está percorrendo o 
esôfago; são métodos que auxiliam na rotina (HEARD, 2007).
120
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
Marsupiais
Gambá e cuíca são os mais comuns. Esses animais apresentam temperatura corporal 
mais baixa e menor habilidade termorregulatória. Eles não têm capacidade de produzir 
calor pela gordura, mas tremendo o corpo. Podem perder temperatura com respiração 
ofegante e lambendo o corpo. Assim, deve-se dar atenção especial para a manutenção 
da temperatura corporal e o controle da temperatura ambiente. Hipotermia pode 
prolongar desastrosamente a duração da anestesia. Associação de cetamina (10 a 
40 mg/kg) e xilazina (5 a 10 mg/kg) ou medetomidina (0,1 mg/kg) (NUNES, 2007). 
Assim como tiletamina/ zolazepan na dose de 15 mg/kg. A anestesia inalatória, nessas 
espécies, também com bons resultados (HOLZ, 2007). 
Equipamentos para contenção farmacológica
Equipamentos 
Para aplicação a uma certa distância, pode-se utilizar de zarabatanas, pistolas ou rifles 
anestésicos. As zarabatanas produzem menor potência, maior segurança e alcançam 
curtas distâncias (5 a 8 m). No mercado (zoottech®), já existem zarabatanas pneumáticas 
com manômetros e acopladas a uma bomba de bicicleta, o que aumentam o alcance 
do dardo. Indicado para animais menores, porém o disparo pode ser impreciso, daí a 
sugestão que seja realizado de perto do animal.
Pistolas e rifles são fabricados no mercado com intuito de projetar os dardos; eles 
alcançam distâncias mais longas, com maior pressão e precisão de disparo, porém têm 
menor segurança e são normalmente usados para animais maiores, devido à força de 
penetração do dardo. Dependendo da pressão calculada no dardo – pela possibilidade 
de regular o manômetro, pode-se infligir danos teciduais e ósseos, além de necrose, 
principalmente quando o dardo não foi autoclavável, uma vez que eles são reutilizados.
Poucos são os locais de aplicação, sendo restrito à musculatura da coxa, braços e 
alguns animais maiores, como antílopes, pode-se aplicar no pescoço e glúteos. 
121
RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES │ UNIDADE V
Figura 83. Zarabatana pneumática, manômetro Bomba de pedal, dardo, líquido de isqueiro e gatilho.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 84. Rifle anestésico: dardo duralumínio, cápsulas de gás.
Fonte: Arquivo pessoal.
Conforme se observa na figura 5, há outro tipo de dardo, mais resistente de duralumínio, 
normalmente usado para grandes mamíferos. Nesse dardo, a eliminação do conteúdo 
líquido é feita mediante uma pequena explosão que ocorre internamente no dardo, por 
uma cápsula de pólvora. À frente da cápsula, um anel de borracha que empurrará o 
liquido para fora. Não há uma pressão prévia como ocorre no dardo de plástico. 
Monitoração do paciente anestesiado a campo: 
Registro anestésico, frequência cardíaca. Frequência respiratória. Temperatura 
corporal Resposta a estímulos Mucosas e tpc. Outros: estetoscópios, ECG, 
pressão sanguínea. 
122
UNIDADE V │ RADIOLOGIA DE MAMÍFEROS SILVESTRES E CONTENÇÃO QUÍMICA DE MAMÍFEROS SILVESTRES
 Lembrando! 
Reversores 
Atropina
 » prevenção de bradicardia e hipotensão; 
 » evita sialorreia e excesso de secreção em nível pulmonar;
 » preventivo na bradicardia colinérgica (estresse de captura);
 » pode ser usado no mesmo dardo/injeção com outras drogas;
 » doses: mamíferos 0,05 mg/kg.
Antagonistas
Flumazenil (Antagoniza efeitos dos 
benzodiazepínicos)
 » can/fel: 0,1 mg/kg ev;
 » equ: 0,005- 0,015 mg/ kg ev;
 » pri: 0,025 mg/Kg EV.
 » 12.2 Lombina (Reversor dos efeitos da xilazina, detomidina e amitraz)
 » can: 0,11 mg/kg ev;
 » equ: 0,075 mg/kg ev;
 » fel: 0,25 – 0,5 mg/ kg ev;
 » rum: 0,125 mg/kg ev.
123
UNIDADE VI
MANEJO E 
MEDICINA DE 
MEGAMAMÍFEROS
CAPÍTULO1
Elefantes 
Introdução
Ao falar de megamíferos, incluímos os elefantes (asiáticos e africanos), rinocerontes, 
girafas e hipopótamos. Todos os animais, de particular interesse em alguns 
zoológicos que os mantém. É uma clínica muito peculiar e de pouco conhecimento 
entre os veterinários de silvestres/exóticos pela dificuldade de acesso, assim como os 
desafios de se realizar um exame clínico adequado. Muitos zoos não têm um sistema 
de contenção/bretes adequados a essas espécies, o que torna o exame arriscado. 
Em particular, os elefantes estão em risco de extinção na natureza, devido à sua pequena 
distribuição africana, associada à rivalidade de tribos humanas, assim como o tráfico 
pelo marfim que dizima muito essa espécie. A dificuldade ainda é maior quando se trata 
do elefante africano, animal não domesticado, imprevisíveis e extremamente perigoso 
ao homem, o que lhes deu a pecha de ser o animal de cativeiro que mais matou seres 
humanos. Quanto ao elefante asiático, esse se torna mais calmo e semidomesticado 
(FOWLER, 1993).
Anatomia e fisiologia 
Os elefantes são proboscídeos, ou seja, o músculo da narina estende-se e assim se torna 
um meio de sucção e apreensão de objetos. A ponta da tromba do elefante asiático 
tem uma única projeção (funciona como um dedo). Já o elefante africano tem 
duas projeções na tromba, o que lhes permite apreender objetos muito pequenos 
(FOWLER, 1993).
124
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Os marfins, presentes nos machos de ambos grupos (africano e asiático) e na fêmea 
africana, são dentes modificados compostos de dentina sem o esmalte. Os dentes 
crescem na parte caudal da maxila e vão migrando no sentido cranial, substituindo 
esses.
Elefantes são paquidermes (pele grossa) e seu estômago é simples e a fermentação 
ocorre no ceco e cólon.
Problemas de dilatação gástrica são frequentes em animais de zoo! As causas são: 
cambeamento prolongado e alimentos excessivamente fermentativos.
Têm pés com dígitos e com base solar cornificada, flexível e macia (coxim), o que 
faz amortecer seu grande peso. Problemas relacionados a seus pés são relevantes, 
devido à possibilidade de pododermatites. 
O elefante asiático (Elephas maximus) pode atingir 4 ou 5 toneladas nos machos e 
fêmeas até 4t, enquanto nos africanos (Loxodonta africana) são maiores, machos 
passando de 6t e fêmeas até 4t. Existe um terceiro membro, o elefante africano da 
floresta (Loxodonta cyclotis).
Com gestação que pode durar 22 meses, o elefante macho pode produzir o musth, 
que é uma modificação de comportamento quando manifesta agressividade e 
hipersecreção de glândulas nas têmporas, gotejamento de urina, e vocalização 
intensa. Mesmo em animais de cativeiro, quando os animais estão sob esse efeito, 
há relatos de ataques aos tratadores com os quais estão acostumados (LENHARD, 
2006).
Para um adulto, a alimentação desse animal fermentador é composta por 50kg feno, 
tubérculos, frutas e ração de equinos em pequena quantidade. Cuidar com a ração, 
pois é comum episódios de cólica, assim como vegetais que possam produzir gases. 
Esse fenômeno também estápresente em animais que ficam estabulados por muito 
tempo (FOWLER, 2014). 
As instalações compreendem um espaço de terra, com fosso ao redor de 3m 
profundidade X 3m largura, piscinas e ambiente com lama, árvores, cabeamento 
com barras de vigas de trem. 
A caça predatória diminui consideravelmente a população: africanos: pelo marfim; 
asiáticos: adestramento, turismo, zoológicos, lazer, atividades circenses. 
125
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Exame clínico
Pulso arterial em artéria de orelha, tr 36/37ºC. Essa mensuração pode ser feita por 
intermédio da inserção do termômetro em bolo fecal recém-eliminado. A colheita 
sanguínea é feita pela orelha ou veia safena, bem pronunciada nos membros pélvicos.
Contenção física e farmacológica
Física
Evita-se ao máximo o contato direto entre os profissionais e o elefante, mesmo que se 
conheçam. Elefantes asiáticos são mais previsíveis e o acesso é mais tranquilo, porém 
em relação aos africanos, como já mencionado, deve-se ter uma barreira entre animal 
e o tratador ou veterinário. Esse aprendizado deve ser iniciado na infância por meio de 
técnicas de condicionamento, em que se estimula o reforço positivo. Visto que se trata 
de um animal com uma memória extraordinária e uma capacidade de aprendizado 
muito superior a muitos animais, o convívio com o animal se torna facilitado, assim 
como seu exame clínico.
Figura 85. Elefante condicionado a mostrar o pé para exame e aparamento de unhas.
Fonte: Fowler, 2014.
Ainda como forma de contenção, temos o comando de voz, útil quando o animal já se 
acostumou ao treinamento/condicionamento e também a corrente presa a membros 
superiores. Outra forma de contenção é a ERD, (elephant restraint device), este é um 
tronco de imobilização que mantém o animal suspenso por um elevador hidráulico 
apresenta várias janelas de acesso ao animal (OLSON, 2005).
126
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Contenção química 
Grandes animais sempre são mais arriscados de anestesiar. O tempo de anestesia, 
associado ao decúbito, faz com que o animal produza isquemia do órgão pressionado. Por 
isso, a decisão de ministrar anestésicos gerais em megamamíferos deve ser consensual 
entre todos os envolvidos. 
Algumas particularidades devem ser observadas, como: pele grossa (6 a 8 cm), necessita 
de dardos compridos. Esses serão aplicados nos membros pélvicos e toráxicos. Abaixo a 
tabela de doses anestésicas:
Quadro 13. Fármacos empregados para sedação em pé em elefantes.
Fármacos Dose/via 
Acepromazina 30 mg em adultos 10/20 mg em jovens (total)
Azaperone 0,017/0,09 mg /kg 
Haloperidol Asiático 40/100 mg (dose total)
Africano 40/120mg 
Butorfanol 0,01 a 0,12 mg/kg
Xilazina 0,04 a 0,08 mg/ kg
Medetomidina 0,005 mg/kg
Detomidina 0,0055mg/kg 
 
Fonte: Fowler, 2006.
Quadro 14. Fármacos usados para imobilização de elefantes.
Etorfina 
Asiático: 0,002/0,004 mg/ kg 
 Africano: 0,0015/0,003 mg/ kg
Carfentanila Mesma dose etorfina 
Xilazina + quetamina 
Asiático 0,12 +0,12 mg/kg
Africano 0,2 mg/kg + 1 mg/kg
Medetomidina + cetamina 0,005 mg/kg + 1 mg/kg
 
Fonte: Fowler, 2006.
Quadro 15. Fármacos reversores.
Narcóticos opioides
Diprenorfina 2 x dose de etorfina 
Naloxona -
Naltraxeno 15 x dose de etorfina 
Antagonistas a 2 – agonistas
Loimbina 0,2 mg/kg
Tolazolina 2 mg por mg de xilazina 
Atipamezol 0,1 mg por mg de xilazina 
Benzodiazepínicos
Flumazenil - 
 
Fonte: Fowler, 2006.
127
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
OBS.: Notam-se as baixas doses de fármacos quando comparados aos mamíferos 
de porte médio em virtude de uma relação de uma pequena superfície corpórea 
com uma grande massa corporal. 
 Etorfina: opiáceo analgésico 10.000 vezes mais potente que a morfina. 
Fármaco perigoso! Cuidado ao manipular, provoca depressão dos centros 
respiratórios! 
Cirurgia 
Procedimentos cirúrgicos são raramente descritos em elefantes. Os poucos relatos 
mencionam a necessidade de instrumental em equinos, assim como um padrão de 
sutura similar como as suturas de tensão como as de colchoeiro vertical e horizontal 
para aproximar as margens da grossa epiderme (FOWLER, 2006).
Em elefantes, procedimentos cirúrgicos como: castração, problemas dentais, abscessos, 
pododermatite. Sendo essas últimas as mais comuns por piso não adequado que gera 
rachaduras nas unhas, falanges infeccionadas, abscessos nos coxins. Nos problemas 
dentais, ocorre a pulpite no marfim.
Nos procedimentos em que seja necessário manter o animal em decúbito prolongado 
(de 1 a 3 h), é necessário colocar um colchão sob a cabeça, o corpo e os membros. 
Camas de água devem ser confeccionadas exclusivamente para elefantes. O animal 
deve ser treinado para ficar de pé em uma cama de água vazia e então deitar-se. Quando 
a anestesia é iniciada, o colchão é inflado com água de rede hidráulica doméstica 
(FOWLER, 2014).
Terapêutica 
Medicamentos orais são facilmente aceitos por meio de frutas como melão e mamão e 
calculados por alometria. O enriquecimento facilita manejo e procedimentos clínicos e 
indolores. 
Patologia 
Doenças por bactérias gram, como pasteurelose, salmonelose e colibacilose já forma 
relatadas em filhotes de elefantes. Além de outras como o botulismo, leptospirose e 
128
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
tuberculose. Observa-se que patologias comuns aos equinos e aos ruminantes também 
grassam nos paquidermes, como o tétano, aftosa, raiva, carbúnculo hemático, e outras 
que afetam muitos animais de sangue quente como a encefalomiocardite, sendo essa 
uma doença viral que pode causar morte súbita em várias espécies de animais de 
zoológico (FOWLER, 2006). 
Tuberculose 
Relatos dessa patologia em animais de cativeiro, sendo isolados os M. tuberculosis, 
M. bovis, M. africanum. A transmissão da TB entre elefantes é feita por aerossóis de 
secreções respiratórias, que são produzidos durante a vocalização ou quando borrifam 
água uns nos outros ou quando se cumprimentam. Apesar de não tossirem, os elefantes 
apresentam espirros, roncos, grunhidos e respiração ofegante. Os animais apresentam 
a perda de peso como sintoma mais comum. Diagnóstico por injeção intradérmica 
de tuberculina não é confiável nos elefantes. O método primário de diagnóstico é 
por isolamento do organismo em secreção do trato respiratório colhido da tromba. A 
amostra é enviada a um laboratório para cultura por técnica microbiológica padrão 
(MIKOTA, 2006).
Assim como em outros animais (ex., primatas), o tratamento pode levar de meses a 
anos. Com isoniazida 4/5 mg/kg e rifampicina 10 mg/kg. Não há um protocolo de 
vacinação para essa espécie (FOWLER, 2014).
129
CAPÍTULO 2
Girafas
Introdução 
 Os quatro grandes: hipopótamos, girafas, rinocerontes e elefantes. Para qualquer um 
desses, o desafio cirúrgico – anestésico ainda requer cuidados, em face da dificuldade 
de conseguir os fármacos (proibido no Brasil), seja pelo risco em manter-se animais 
desse porte deitados por mais de 40 minutos sem comprometimento de sua saúde. 
Biologia 
Mamíferos artiodáctilos (dedos pares, pisam no 3o e 4o dedos), as girafas pertencem 
à subordem ruminantia; é de vital importância conhecer sua alimentação, fisiologia e 
patologias muito similares aos dos ruminantes domésticos. 
Embora altos, os machos não passam dos 1000 KG; quanto as fêmeas, 700 kg. A 
frequência cardíaca varia de 40 a 50 bpm, a frequência respiratória de 12 a 20 rpm, e 
a temperatura retal de 38 a 38,8°C. A longevidade em zoológicos alcança os 30 anos.
As girafas, como a maioria dos mamíferos, apresentam sete vértebras cervicais, porém 
muito longas, compondo o longo pescoço do animal. Em função do comprimento do 
pescoço, as girafas têm pressão sanguínea carotídea elevada, na faixa de 300 mm/Hg. 
A ocorrência de isquemia cerebral é evitada por valvas localizadas na veia jugular, da 
mesma forma que valvas na artéria carótida evitam hipertensão cerebral quando o 
animal baixa a cabeça.
Tanto os machos quanto asfêmeas apresentam projeções ósseas cranianas cobertas de 
pele. 
As manchas pardas têm um padrão único para cada indivíduo e o auxilia a se mimetizar 
por entre as sombras das árvores onde habita. Essas manchas também concentram, 
debaixo da pele, vasos sanguíneos e são responsáveis pela manutenção da temperatura 
corporal adequada das girafas (PACHALY; LANGE, 2014).
130
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Figura 86. Projeção corneana óssea, dentição semelhante às dos ruminantes domésticos.
Fonte: Pachaly, 2014.
Curiosidades: O pescoço longo da girafa apresenta 7 vértebras cervicais. As 
fêmeas têm gestação de 420/568 dias. 
Nutrição
Se alimentam de folhas e brotos de leguminosas arbóreas; devem receber feno de alfafa 
como complemento alimentar. Os alimentos devem ficar suspensos no alto, em posição 
elevada mimetizando o ambiente natural. 
Figura 87. Comedouros e bebedouros Suspensos.
Fonte: Pachaly, 2014.
Contenção e anestesia 
O condicionamento desses animais em bretes costuma ser fácil, desde que iniciados 
na infância, o que facilita para procedimentos simples como exame clínico, coleta de 
sangue, apara de casco e pequenas intervenções sem necessidade de anestesia geral.
131
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Na experiência do autor, foi realizada lavagem com tergenvet ® e curetagem uterina 
pós-aborto natural e retenção de placenta. No procedimento, foi aplicado somente 
xilazina em doses alométricas. 
As associações anestésicas usadas são as mesmas dos elefantes, com doses um pouco 
maiores, visto o seu menor peso. Dada a frequência de óbitos dos grandes animais pelo 
uso de anestesia, é sempre recomendado usar aqueles que tenham o reversor como os 
opioides, α 2 agonistas e benzodiazepínicos (Pachaly, 2000).
Patologias 
Transtornos podais, fraturas de ossos longos e distocias. Relatos de morte súbita em 
zoológicos brasileiros. A tuberculose, assim como nos elefantes, afeta as girafas e o 
exame realizado é o de tuberculinização. Pestivírus e aftosa já foram isolados (PACHALY; 
LANGE, 2014).
Para animais domésticos, não há permissão de tratamento para tuberculose, 
porém, em animais selvagens, o IBAMA não produziu regulamentação específica 
para essa e para outras doenças zoonóticas. 
Para raiva e clostridioses, aplicam-se vacinas de ruminantes de forma empírica, sem 
comprovação científica.
Figura 88. Lesão de casco em girafa.
Fonte: Cubas, 2014. 
132
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Figura 89. Lesão traumática na articulação metatársica falangeana e tratamento com unguento.
Fonte: Cubas, 2014.
133
CAPÍTULO 3
Medicina de rinocerontes e 
hipopótamos
Rinocerontes 
São perissodáctilos, que têm 1 dígito (equídeos) ou 3 (rinocerontes e antas). A família 
Rhinocerothidae tem cinco espécies, sendo duas africanas e três asiáticas. As africanas 
são rinocerontes pretos (Diceros bicornis) e brancos (Ceratotherium simum). As 
asiáticas são rinocerontes indianos (Rhinoceros unicornis), de Java (Rhinoceros 
sondaicus) e de Sumatra (Dicerorhinus sumatrensis) (NOWAK, 1999).
As populações estão ameaçadas pela pressão de caça, pouca proteção e área inadequada, 
o que fez diminuir drasticamente suas populações. Estima-se que haja 25.000 destes 
animais e 1250 em cativeiro. (I.R.F, 2019). Sendo 18.000 para os rinocerontes-branco, 
preto :4240, para os indianos: 2800, os de Sumatra:200 e de 40 a 50 indivíduos de 
Java.
Anatomia e fisiologia 
Animais com corno atípico e ausência de núcleo córneo na região frontal, derivado de 
base epidérmica composta por células queratinizadas embebidas em matriz amorfa. 
Essas células crescem a partir de uma camada germinativa, o stratum germinativum; e 
após a queratinização completa, as células morrem, portanto todo o crescimento ocorre 
na direção da base para o ápice (HIERONYMUS, 2006). Essa estrutura justaposta 
queratinizada e com presença de pelos, dá uma aparência óssea e dura. 
Embora pertença ao mesmo grupo dos equídeos, os rinocerontes têm ceco reduzido 
praticamente afuncional, ou seja, sem funcionalidade fermentativa (ENDO, 1999).
Reprodução 
Os rinocerontes são monomórficos e poligâmicos. Normalmente dão à luz apenas um 
filhote após 15 a 16 meses de gestação e acredita-se que a vida reprodutiva vá até os 30 
a 35 anos e que vivam dos 30 aos 50 anos, conforme a espécie. 
O ciclo reprodutivo das fêmeas dura em média 25 dias, podendo variar em alguns 
indivíduos. De maneira geral, o estro dura 24 h. O filhote recém-nascido pesa em média 
134
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
35kg, desmama por volta dos 2 anos de idade e pode permanecer com a mãe até os 3 ou 
4 anos de idade, quando normalmente nasce outro filhote (MALTA, 2014).
Nutrição 
Em vida livre, esses animais consomem uma grande quantidade de material vegetal, 
o que muitas vezes é difícil oferecer em cativeiro. Os rinocerontes são herbívoros 
monogástricos, com intestino grosso, especialmente cólon, bem desenvolvido, 
portanto, sua digestão baseia-se em fermentação posterior (MILLER, 2003). O modelo 
baseado para equinos domésticos é válido para os rinocerontes que se alimentam de 
gramíneas, como os rinocerontes brancos e indianos. Entretanto, as demais espécies de 
rinocerontes alimentam-se exclusivamente de arbustos, folhas e ramos, e por isso, são 
chamados de browsers (MALTA, 2014).
Instalações 
Segundo o IBAMA, o recinto deve ter no mínimo 600 m2 com tanque e lamaçal para o 
animal proteger-se de ectoparasitos e controle de temperatura. Área de cambeamento. 
Piso de terra e grama e outra vegetação que mimetize o ambiente savânico. Vegetação 
arbórea para sombra e como ponto de fuga do animal.
Os rinocerontes são animais que aceitam o condicionamento, o que facilita 
procedimentos simples sem necessidade de contenção. Para isso, usa-se brete 
de ferro com janelas para ter acesso ao animal com segurança. 
Figura 90. Recinto amplo e adequado para rinocerontes, no Zooparque Itatiba/SP. Note a existência de tanque 
d’água, apreciado pelos animais para banhos.
Fonte: Cubas, 2014.
135
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Figura 91. Área de abrigo e cambiamento para rinocerontes no Zooparque Itatiba/SP. Note que as estruturas de 
construção devem ser sólidas para suportar a força e o peso dos animais.
Fonte: Cubas, 2014.
Há relatos sobre a sensibilidade à luz pelo rinoceronte-de-Sumatra, podendo-
lhes ocasionar cegueira e, por isso, esses animais devem ter local bem sombreado 
(KRETZSCHMAR, 2009).
Contenção e anestesia 
Contenção 
Existe a preocupação de evitar contenção em dias com temperaturas acima de 30°C, já 
que a hipertemia é uma condição comum em animais induzidos com opioides. Nesses 
casos, banhos e/ou enemas com grandes quantidades de água fria serão necessários 
para equilibrar a temperatura corporal. Alguns animais podem passar por uma fase 
de excitação durante a indução anestésica, por isso é recomendado que as pessoas se 
afastem no momento de aplicação de anestesia. A sugestão é que se treine o animal 
conforme mencionado para aceitar perfurações por agulhas, uma vez que a aplicação 
de dardos à distância poderá irritar o animal. Jejum hídrico de 12 h, pois há relatos de 
regurgitação e 24h dos sólidos. 
Como todo megamamífero, evitar o decúbito prolongado, em função da miosite e 
compressão de órgãos. 
136
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Fármacos 
Como já mencionado, fármacos como etorfina são proibidos no Brasil, porém associações 
como tartarato de butorfanol (52 a 80 mg/kg) e o azaperone (70 a 107 mg/kg), foram 
bem razoáveis. O butorfanol é um opioide 3 a 5 vezes mais potente que a morfina, com 
efeitos cardiorrespiratórios colaterais menos pronunciados que outros opioides. Para 
a manutenção dessa sedação, infusão contínua intravenosa de tartarato de butorfanol 
(0,6 a 18 mg/min) pode ser utilizada de acordo com a reposta do animal. O tartarato 
de butorfanol (120 mg) com detomidina (80 mg) é amplamente utilizado quandose 
almeja sedação em estação (RADCLIFFE, 2000).
Clínica 
Nos rinocerontes, a colheita de sangue pode ser feita pela punção das veias auricular, 
coccígea, cefálica, radial ou metatársica dorsal. A colheita deve ser feita de preferência 
realizada em brete.
Doenças virais como cowpox, que causam lesões pustulares em zoológicos fora do 
Brasil. Entre as bacterianas: salmonela, leptospira e tuberculose.
Babésia e theileria já foram associados à morte de rinocerontes-pretos, causando-lhes 
hemoglobinúria (NIJHOF, 2003). 
Entre as doenças não infecciosas nesses animais, já foi observado dermatopatia vesicular 
e ulcerativa, além de pododermatite. 
Vacinação 
Entre as doenças cuja vacinação pode ser recomendada na região e na 
ocasião, estão: tétano, raiva, herpesvírus equino tipo1, antraz, clostridiose, leptospirose, 
influenza equina, encefalomielite equina, garrotilho, botulismo, encefalite equina 
oriental e ocidental (MALTA, 2014).
Lembrar que a vacina usada em animais silvestres tem efeitos variados nos silvestres! 
137
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Figura 92. Punção da veia metatársica dorsal esquerda em rinoceronte branco. A. Evidenciação dos vasos (seta). 
B. Punção venosa com agulha hipodérmica 40 × 12 (18G 1 1/2), com o animal no brete de contenção. C. 
Colheita por gotejamento em tubo seco.
Fonte: Cubas, 2014.
Cirurgia 
Descorna do chifre é um procedimento comum para evitar traumas por brigas ou 
fraturas. O procedimento é realizado por serra em arco ou moto serra com a devida 
anestesia (KOCK, 1993).
Úlceras de córnea costumam ser frequente, assim como o prolapso da glândula de 
Hardner vem sendo tratado com terapia conservativa no Zoológico de Brasília (nota do 
autor).
Medicina de hipopótamos
Introdução
A família Hippopotamidae compreende duas espécies: o hipopótamo comum 
(Hippotamus amphibius, também chamado de hipopótamo do Nilo, e o hipopótamo 
pigmeu (Hexaprotodon liberiensis), bem menor e muito raro. São mamíferos 
artiodátilos não ruminantes da família Hippopotamidae, que a classificação zoológica 
tradicional agrupa na subordem Suiformes, juntamente com as famílias Suidae e 
Tayassuidae (PACHALY, 2014).
138
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Anatomia e Fisiologia 
Animais que nascem entre 27 e 50 kg e atingem até 2 toneladas para machos e 1700 Kg 
nas fêmeas. Sua longevidade atinge os 40 anos. Fórmula dentária: 2 × (I 2/2, C 1/1, PM 
3 a 4/3 a 4, M 3/3) = 36 a 40. Os dentes incisivos e caninos têm crescimento contínuo o 
que torna um problema em zoológicos porque obriga a serem cortados periodicamente, 
quando os animais não conseguem desgastá-los naturalmente.
As extremidades dos membros dos hipopótamos são providas de quatro dedos, 
finalizados por unhas em vez de cascos, com coxins palmares e plantares macios.
A Temperatura retal é baixa e varia entre 35 a 35.8°C. Sua epiderme é composta de uma 
espessa camada de gordura que atua como isolante térmico. Os animais têm hábito 
semiaquáticos e precisam ficar boa parte do dia dentro da água para evitar a dessecação.
Figura 93. (A) Extremidade do membro torácico e (B) Extremidade do membro pélvico.
Fonte: Pachaly, 2000.
Os hipopótamos não têm glândulas sebáceas como outros mamíferos, mas têm glândulas 
profundas que liberam uma secreção viscosa de tonalidade marrom avermelhada, com 
propriedade bactericida e fungicida, e atua na termorregulação e na proteção da pele 
contra os efeitos do sol. 
O estômago desses animais é compartimentado em quatro câmaras, sendo duas 
anteriores habitadas por microbiota diversificada, em que ocorre fermentação, uma 
câmara média, e uma câmara final, glandular, em que acontece a digestão química. Por 
isso, são elevados à categoria de pseudorruminantes, o que justifica a grande ingestão 
de material vegetal (HASHIMOTO, 2007).
139
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Figura 94. Área da orelha direita de um hipopótamo adulto com a secreção.
Fonte: Cubas, 2014.
Instalações 
O tanque deve ser grande e o bastante para o animal submergir. Se possível de uma 
fonte corrente, uma vez que os animais os usam para evacuar e urinar. Uma rampa deve 
dar acesso a água.
Contenção e anestesia 
Hipopótamos podem ser sedados em estação pelo uso isolado de xilazina ou detomidina, 
azaperone ou butorfanol, pela associação de dois desses fármacos ou de todos. Uma 
indicação bastante comum na literatura para a sedação suave em estação é o uso isolado 
de azaperone, em doses totais de 400 a 800mg para um animal adulto. Assim como 
associação de cetamina e xilazina (ou midazolan), sempre por alometria.
Alguns cuidados devem ser tomados durante o procedimento anestésico, pois 
deve-se distanciá-lo do tanque de água para evitar afogamentos, assim como: 
o dardo, caso seja aplicado para anestesia, deve ser longo, pois o fármaco deve 
penetrar a musculatura, caso contrário, a indução poderá levar mais de 30 
minutos. Preferencialmente uma duração anestésica curta em função dos efeitos de 
esmagamento, típico dos grandes animais, da hipertermia e do ressecamento pelo 
sol (o procedimento anestésico-cirúrgico deve ser realizado em local sombreado). 
Por isso, panos molhados e banhos deverão ser ministrados enquanto o animal 
estiver deitado (PACHALY, 2014).
140
UNIDADE VI │ MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS
Figura 95. Hipopótamo adulto apresentando três dardos metálicos cravados na face externa do membro 
torácico direito durante procedimento de contenção farmacológica.
Fonte: Pachaly, 2000.
Clínica e cirurgia 
Os mesmos pontos de colheita de sangue dos rinocerontes, servem para os hipopótamos, 
sendo as veias da cauda, face caudal do carpo e femural direita as mais utilizadas. 
Problemas dentais são os mais comuns, sendo o crescimento exacerbado do canino, o 
que obriga, na maioria das vezes, o corte com anestesia. 
Figura 96. Colheita de sangue em hipopótamo adulto na linha média ventral da cauda.
Fonte: Pachaly, 2000.
141
MANEJO E MEDICINA DE MEGAMAMÍFEROS │ UNIDADE VI
Figura 97. (A) animal com dentição normal (B) canino inferior esquerdo. Nota-se o crescimento excessivo do dente 
e seu trajeto em direção à perfuração do lábio superior ipsilateral.
Fonte: Pachaly, 2000.
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	Apresentação
	Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
	Introdução
	Unidade I
	Anatomia e Semiologia de Mamíferos
	Capítulo 1
	Exame geral e curiosidades 
	Capítulo 2
	Contenção física e estresse
	Unidade II
	Medicina de marsupiais,canÍdeos e felÍdeos
	Capítulo 1
	Marsupiais 
	Capítulo 2
	Canídeos
	Capítulo 3
	Felídeo1
	Unidade III
	Medicina e manejo de roedores de companhia e lagomorphos
	Capítulo 1
	Roedores 
	Capítulo 2
	Clínica
	Capítulo 3
	Lagomorphos 
	Unidade IV
	Manejo e Medicina de primatas
	Capítulo 1
	Biologia e manejo
	Capítulo 2
	Clínica e cirurgia 
	Unidade V
	Radiologia de Mamíferos silvestres e Contenção química de mamíferos silvestres
	Capítulo 1
	Radiologia de Mamíferos silvestres
	Capítulo 2
	Contenção química de mamíferos silvestres
	Unidade VI
	Manejo e Medicina de Megamamíferos
	Capítulo1
	Elefantes 
	Capítulo 2
	Girafas
	Capítulo 3
	Medicina de rinocerontes e hipopótamos
	Referências

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