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SISTEMA ESQUELÉTICO Anatomia do Braço: Cada membro superior apresenta 30 ossos distribuídos em três locais: o úmero no braço; a ulna e o rádio no antebraço; e os 8 ossos carpais no punho, com 5 ossos metacarpais na palma, com 14 falanges na mão. O osso do braço é chamado de úmero, e consiste no maior e mais longo osso do membro superior. Sua extremidade proximal se articula com a escápula, e distal com dois ossos – a ulna e o rádio – formando o cotovelo. A extremidade proximal do úmero apresenta uma cabeça arredondada que se articula com a cavidade glenoidal (depressão rasa localizada inferiormente ao acrômio) da escápula para formar a articulação do ombro. Na extremidade proximal do úmero são distinguidos dois segmentos definidos como colo, caracterizados sob os pontos de vista anatômico e clínico: o colo anatômico e o colo cirúrgico. O colo anatômico é visível como um sulco oblíquo e se encontra entre a cabeça do úmero e o tubérculo maior – disposto lateralmente – e o tubérculo menor – disposto anteriormente. Vale ressaltar que entre os dois tubérculos, há um sulco chamado sulco intertubercular. O colo cirúrgico é uma constrição no úmero imediatamente distal aos tubérculos, local onde a cabeça se afila de maneira gradativa até a diáfise. Esse colo é assim denominado devido a ocorrência comum de fraturas nesse local. O corpo do úmero é chamado de diáfise, e é praticamente cilíndrico em sua extremidade proximal, porém, de maneira gradativa, se torna triangular até ficar achatado e largo em sua extremidade distal. É na parte média da diáfise que se encontra a tuberosidade para o músculo deltoide – área rugosa em forma de V –, local de inserção para os tendões desse músculo. Na face posterior do úmero, há o sulco do nervo radial, percorrendo a tuberosidade deltoide e contendo o nervo. A extremidade distal do úmero é formada pelo côndilo do úmero, o qual contém as duas superfícies da articulação do cotovelo, a tróclea do úmero (em posição medial/ulnar e se articula com a incisura troclear da ulna) e o capítulo do úmero (em posição lateral/radial e se articula com a cabeça do rádio). Além disso, há a fossa radial é uma depressão anterior acima do capítulo que se articula com a cabeça do rádio quando o antebraço é flexionado. Já a fossa coronóidea é uma depressão anterior a tróclea, que recebe o processo coronoide da ulna quando o antebraço é flexionado. Enquanto a fossa do olécrano é uma grande depressão posterior que recebe o olécrano da ulna quando o antebraço é estendido. Próximo ao côndilo, tem-se o epicôndilo lateral e epicôndilo medial, os quais são projeções rugosas nos dois lados da extremidade distal do úmero nas quais os tendões da maioria dos músculos do antebraço estão inseridos. Anatomia do Ombro: Os cíngulos dos membros superiores e inferiores são responsaveis por ligar os membros ao esqueleto axial. No caso o cíngulo dos membros superiores é composto pela escápula e pela clavícula, formando a articulação do ombro. A clavícula é o osso anterior do tórax, tendo formato de S, devido a sua metade medial ser convexa e a metade lateral côncava. A extremidade medial da clavícula, chamada de extremidade esternal, articula-se com o manúbrio do esterno para formar a articulação esternoclavicular. A extremidade lateral da clavícula, chamada de extremidade acromial, articula-se com o acrômio da escápula para formar a articulação acromioclavicular. Na face inferior da extremidade lateral do osso é encontrado o tubérculo conoide, o qual consiste no local de inserção do ligamento conoide, que liga a clavícula à escápula. Além disso na face inferior do terço lateral se localiza uma depressão, o sulco do músculo subclávio, em que o músculo subclávio insere no osso. Já na face inferior da extremidade lateral, há a impressão do ligamento costoclavicular, o qual é o local de inserção do ligamento costoclavicular, que conecta a clavícula à primeira costela. Vale ressaltar que a clavícula se forma, predominantemente, por ossificação membranosa e é o primeiro elemento do esqueleto do embrião a ossificar, na 7ª semana de desenvolvimento. No que se refere a escápula, é dito a sua localização na região posterior do tórax e com sua superfície anterior voltada para o tórax, tendo um formato triangular e plano. Devido ao seu formato triangular, distinguem-se três margens (margens lateral, medial e superior) e três ângulos (ângulos lateral, inferior, e superior). A margem medial (vertebral) e a margem lateral (axilar) se unem no ângulo inferior. Já a margem superior e a margem medial se unificam no ângulo superior; enquanto o ângulo lateral fica localizado no colo da escápula, onde a cavidade gleinoidal (forma o encaixe articular para a cabeça do úmero) se aprofunda. Uma crista proeminente chamada espinha passa diagonalmente pela face posterior da escápula, sendo que a extremidade lateral dessa espinha se projeta como um processo achatado e expandido chamado acrômio (ponto mais alto do ombro). o acrômio se articula com a extremidade acromial da clavícula para formar a articulação acromioclavicular. Na extremidade superior e inferior da cavidade glenoidal são encontradas duas pequenas proeminências, os tubérculos supraglenoidal e infraglenoidal, como locais de origem para as cabeças longas do músculo bíceps braquial e do músculo tríceps braquial, respectivamente. Na margem superior da escápula, encontra-se o processo coracoide, no qual tendões e ligamentos se inserem. Além disso, a incisura da escápula é encontrada medialmente ao processo coracoide, e consiste em um entalhe proeminente ao longo da margem superior da escápula pelo qual passa o nervo supraescapular. Na face posterior da escápula há a fossa supraespinhal (local de inserção do músculo supraespinhal do ombro) e a fossa infraespinal (local de inserção do músculo infraespinal do ombro). Já na face anterior, tem-se a fossa subescapular (local de inserção do músculo subescapular). Articulações do Cíngulo dos Membros Superiores Existem duas articulações do cíngulo dos membros superiores: a articulação esternoclavicular e articulação acromioclavicular. A articulação esternoclavicular é a única verdadeira conexão articular entre o membro superior e o tronco. Além disso as superfícies articulares da extremidade esternal da clavícula e da incisura clavicular do manúbrio do esterno são, ambas, ligeiramente em formato de sela (superfícies de articulações esferoides). Um disco articular, em geral, divide completamente a articulação, a qual possui um forte sistema de ligamentos na sua sustentação. Ligamentos esternoclaviculares anterior e posterior, nas faces anterior e posterior da articulação. Ligamento interclavicular, que mantém ambas as clavículas unidas, uma à outra, ao longo da face superior do esterno Ligamento costoclavicular, que se estende da cartilagem da primeira costela até a extremidade medial da clavícula. O músculo subclávio, que se projeta da primeira costela até a clavícula, também sustenta a fixação da clavícula ao gradil costal e atua ativamente como um ligamento. A articulação acromioclavicular é uma articulação plana e une a extremidade lateral da clavícula ao acrômio da escápula, e possui três ligamentos para sua estabilização. Sendo que os ligamentos trapezoide (lateralmente) e conoide (medialmente) se unem para formar o ligamento coracoclavicular. Ligamento acromioclavicular, que atua como um reforço da cápsula articular. Ligamento trapezoide, que se estende da linha trapezóidea da clavícula até o processo coracoide. Ligamento conoide, que se estende do tubérculo conoide da clavícula até o processocoracoide. Três outros ligamentos não possuem relação direta com a articulação acromioclavicular: O ligamento coracoacromial conecta o processo coracoide ao acrômio e, juntamente com estas estruturas, forma o chamado teto do ombro. O ligamento transverso superior da escápula passa sobre a incisura da escápula. Um ligamento transverso inferior da escápula está presente apenas de modo inconstante e está localizado diretamente abaixo da extremidade lateral da espinha da escápula. Referências: WASCHKE, Jens. Sobotta Anatomia Clínica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. Lyzandra Linhares