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Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro 
SME-RJ
Professor de Ensino Fundamental – Ciências
MA084-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se você 
conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.
www.novaconcursos.com.br
sac@novaconcursos.com.br
OBRA
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro - SME-RJ
Professor de Ensino Fundamental – Ciências
Edital CVL/SUBSC Nº 104 de 16 de Maio de 2019.
AUTORES
Específico da Disciplina - Pro Ana Luisa M. da Costa Lacida, Renata Benito, Janaina Lopes e Profo Bruno Chieregatti
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Fundamentos Teórico Metodológicos e Político Filosóficos da Educação - Profª Ana Maria B. Quiqueto
PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Leandro Filho
DIAGRAMAÇÃO
Thais Regis
CAPA
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.
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SUMÁRIO
ESPECÍFICO DA DISCIPLINA
O Universo – origem; o Sistema Solar; o Sol como fonte de energia; movimentos da Terra e da Lua e suas conse-
quências............................................................................................................................................................................................................. 01
Rochas e solos - origem e estrutura da Terra; origem, tipos, composição e modificações das rochas; minérios, jazi-
das e minas; formação e tipos de solos; práticas agrícolas; erosão; doenças relacionadas com o solo; exploração e 
conservação do solo; combustíveis fósseis............................................................................................................................................ 10
Ar atmosférico – composição; relações com os seres vivos; poluição do ar; doenças transmissíveis pelo ar; pressão 
atmosférica e suas variações; ventos; noções básicas de meteorologia................................................................................... 18
Camadas atmosféricas................................................................................................................................................................................... 25
Água - propriedades físicas e químicas; ciclo da água; relações com os seres vivos; pressão na água; flutuação 
dos corpos; vasos comunicantes; poluição da água; purificação da água; doenças relacionadas com a água; tra-
tamento de água e esgoto.......................................................................................................................................................................... 28
Citologia: Bioquímica celular; doenças carenciais; A base molecular da vida; Constituintes da matéria viva; célula 
(características, propriedades físicas e químicas); Organelas e suas funções. Transporte de substâncias através da 
membrana.......................................................................................................................................................................................................... 35
Metabolismo energético; Fotossíntese: etapas, equações e fatores influenciadores; Ácidos nucleicos: estrutura e 
função, síntese proteica, Atividades celulares; reprodução e desenvolvimento................................................................... 43
Divisão Celular.................................................................................................................................................................................................. 35
Histologia animal e vegetal. Seres vivos: Características gerais; semelhanças e diferenças entre os seres vivos; 
constituição dos seres vivos - níveis de organização: células, tecidos, órgãos e sistemas e os grandes grupos ve-
getais e animais (classificação, características básicas dos grandes reinos, representantes); classificação e carac-
terização geral (filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies); funções vitais; adaptações ao ambiente e re-
presentantes mais característicos............................................................................................................................................................. 57
Os Vírus e seres de organização mais simples (procariontes, protistas e fungos)........................................................................... 71
Ecologia / Meio Ambiente e Sociedade: conceitos ecológicos; ciclos biogeoquímicos; estudo das populações; 
sucessão ecológica; interações; cadeias, teias e pirâmides ecológicas; relações entre os seres vivos; reciclagem; 
energias alternativas; poluição e desequilíbrio ecológico; biodiversidade e distribuição dos organismos na bio-
sfera; biociclos, principais biomas e ecossistemas brasileiros e terrestres.............................................................................. 43
Fisiologia humana: nutrição, digestão, respiração, circulação; coração, vasos sanguíneos, composição e tipagem 
sanguínea e excreção; locomoção, ossos, músculos e percepção sensorial; desvios da coluna, coordenação nervosa 
e hormonal; reprodução vegetal e animal............................................................................................................................................. 81
Reprodução humana: anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano, gametogênese, gravidez e parto, em-
briogênese, controle da reprodução e métodos anticoncepcionais, doenças sexualmente transmissíveis e drogas. 81
Genética - Leis de Mendel; análise de heredogramas, genealogias e probabilidades; polialelia; grupos sanguíne-
os; sexo e herança genética; anomalias cromossomiais;................................................................................................................. 124
Biotecnologia, clonagem, transgenia e novas tecnologias............................................................................................................. 139
Preservação da Saúde: Defesas do organismo e imunização; doenças adquiridas não transmissíveis; doenças 
adquiridas e transmissíveis; (principais viroses, bacterioses, protozooses, helmintoses e micoses), vacina, soro 
e saneamento básico...................................................................................................................................................................................... 142
Evolução: origem da vida; teoria e evidências da evolução; mecanismos de especiação; evolução do homem........ 151
Fundamentos de Química - estrutura e propriedades da matéria;estrutura atômica; elementos químicos; tabela 
periódica; íons; moléculas; substâncias químicas; misturas e combinações: separação de misturas; reações químicas 
(tipos e equações); óxidos, bases, ácidos e sais; eletroquímica; termoquímica; equilíbrio químico. Ligações químicas. 164
Química Orgânica: cadeia carbônica; fórmulas estruturais; classes de compostos orgânicos......................................... 226
SUMÁRIO
Fundamentos de Física – estados físicos da matéria e mudanças de estado; leis de Newton; força; movimento; energia 
cinética e potencial; gravidade; massa e peso; Gravitação universal e movimentos planetários; Leis de Kepler................. 247
Trabalho e potência; máquinas simples; hidrostática; movimentos ondulatórios; fenômenos luminosos; espelhos, 
lentes e problemas visuais; temperatura, calor e termodinâmica; escalas termométricas; eletricidade, circuitos 
elétricos e magnetismo................................................................................................................................................................................ 274
Mecânica - cinemática: o movimento e suas causas; referencial, trajetória, posição, velocidade, aceleração........... 247
Tipos de movimentos retilíneos: queda livre. Pressão e flutuação dos corpos........................................................................ 305
LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura e compreensão de textos variados ............................................................................................................................................ 01
Modos de organização do discurso: descritivo, narrativo, argumentativo ................................................................................ 44
Gêneros do discurso: definição, reconhecimento dos elementos básicos ............................................................................... 44
Métodos de argumentação: indução, dedução, dialética ................................................................................................................ 44
Coesão e coerência: mecanismos, efeitos de sentido no texto .................................................................................................... 44
Relação entre as partes do texto: causa, consequência, comparação, conclusão, exemplificação, generalização, 
particularização ................................................................................................................................................................................................ 44
Conectivos: classificação, uso, efeitos de sentido. Coordenação e subordinação: classificação, usos no texto .......... 44
Verbos: pessoa, número, tempo e modo ............................................................................................................................................... 44
Vozes verbais .................................................................................................................................................................................................... 01
Transitividade verbal e nominal ................................................................................................................................................................ 72
Estrutura, classificação e formação de palavras .................................................................................................................................... 01
Metáfora, metonímia, hipérbole, eufemismo, antítese, ironia ........................................................................................................ 63
Gradação, ênfase .............................................................................................................................................................................................. 63
Acentuação ........................................................................................................................................................................................................ 69
Pontuação: regras, efeitos de sentido ...................................................................................................................................................... 72
Recursos gráficos: regras, efeitos de sentido ........................................................................................................................................ 63
FUNDAMENTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS E POLÍTICO FILOSÓFICOS 
DA EDUCAÇÃO
Fundamentos legais da educação brasileira:
Lei Federal nº 9.394 de 20/12/1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira........................................................... 01
Diretrizes Curriculares Nacionais: Parecer 04 CNE/SEB/98 e Resoluções 02 CNE/SEB/98 e 01 CNE/SEB/06................... 20
Lei Federal nº 10.793, de 01/12/2003 – Altera a redação do art. 26, § 3º, e do art. 92 da Lei 9.394/96, que estabelece 
as Diretrizes e Bases da Educação Nacional......................................................................................................................................... 24
Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras 
providências....................................................................................................................................................................................................... 24
SUMÁRIO
Lei Federal nº 10.639/03 – Altera a Lei no 9.394,de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases 
da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História 
e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.......................................................................................................................... 41
Lei Federal nº 11.645, de 10/03/08 – Altera a Lei 9.394/96, modificada pela Lei 10.639/03, que estabelece as Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática 
“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”..................................................................................................................................... 43
Lei Federal nº 12.976, de 04/04/2013 - Altera a Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dá outras 
providências....................................................................................................................................................................................................... 43
Lei Federal nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis 
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1o de maio de 1943, e o Decreto-Lei no 236, de 28 de 
fevereiro de 1967; revoga a Lei no11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação 
de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral................................................................................................................................ 44
Lei Federal nº 13.478, de 30 de agosto de 2017. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional), para estabelecer direito de acesso aos profissionais do magistério a cursos de 
formação de professores, por meio de processo seletivo diferenciado.................................................................................... 46
Resolução nº 4/10 - Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica......................................... 47
Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017 - Institui e orienta a implantação daBase Nacional Comum 
Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da 
Educação Básica................................................................................................................................................................................................ 67
Fundamentos teóricos da educação:
Perspectiva Histórica da Educação. Aspectos filosóficos e sociológicos da Educação. Aspectos psicológicos do 
desenvolvimento humano e teorias da aprendizagem. Teorias de Currículo, na perspectiva pós-crítica de currículo. 
Concepções de aprendizagem na perspectiva histórico-cultural................................................................................................. 70
Instrumentos pedagógicos do ensino e da aprendizagem:
Projeto Político Pedagógico. Planejamento. Avaliação: função, objetivos e modalidades. Projeto didático. 
Metodologias de Ensino...................................................................................................................................................................... 95
Letramento como processo de apropriação da leitura e da escrita presente em todas as áreas de ensino:
Conceitos de letramento. O letramento e as diversas áreas do conhecimento..................................................................... 113
ESPECÍFICO DA DISCIPLINA
ÍNDICE
O Universo – origem; o Sistema Solar; o Sol como fonte de energia; movimentos da Terra e da Lua e suas consequên-
cias................................................................................................................................................................................................................................. 01
Rochas e solos - origem e estrutura da Terra; origem, tipos, composição e modificações das rochas; minérios, jazidas 
e minas; formação e tipos de solos; práticas agrícolas; erosão; doenças relacionadas com o solo; exploração e conser-
vação do solo; combustíveis fósseis.................................................................................................................................................................. 10
Ar atmosférico – composição; relações com os seres vivos; poluição do ar; doenças transmissíveis pelo ar; pressão 
atmosférica e suas variações; ventos; noções básicas de meteorologia............................................................................................. 18
Camadas atmosféricas............................................................................................................................................................................................. 25
Água - propriedades físicas e químicas; ciclo da água; relações com os seres vivos; pressão na água; flutuação dos 
corpos; vasos comunicantes; poluição da água; purificação da água; doenças relacionadas com a água; tratamento 
de água e esgoto....................................................................................................................................................................................................... 28
Citologia: Bioquímica celular; doenças carenciais; A base molecular da vida; Constituintes da matéria viva; célula (ca-
racterísticas, propriedades físicas e químicas); Organelas e suas funções. Transporte de substâncias através da mem-
brana............................................................................................................................................................................................................................. 35
Metabolismo energético; Fotossíntese: etapas, equações e fatores influenciadores; Ácidos nucleicos: estrutura e fun-
ção, síntese proteica, Atividades celulares; reprodução e desenvolvimento.................................................................................... 43
Divisão Celular............................................................................................................................................................................................................ 35
Histologia animal e vegetal. Seres vivos: Características gerais; semelhanças e diferenças entre os seres vivos; cons-
tituição dos seres vivos - níveis de organização: células, tecidos, órgãos e sistemas e os grandes grupos vegetais e 
animais (classificação, características básicas dos grandes reinos, representantes); classificação e caracterização geral 
(filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies); funções vitais; adaptações ao ambiente e representantes mais ca-
racterísticos................................................................................................................................................................................................................ 57
Os Vírus e seres de organização mais simples (procariontes, protistas e fungos)........................................................................... 71
Ecologia / Meio Ambiente e Sociedade: conceitos ecológicos; ciclos biogeoquímicos; estudo das populações; suces-
são ecológica; interações; cadeias, teias e pirâmides ecológicas; relações entre os seres vivos; reciclagem; energias 
alternativas; poluição e desequilíbrio ecológico; biodiversidade e distribuição dos organismos na biosfera; biociclos, 
principais biomas e ecossistemas brasileiros e terrestres.......................................................................................................................... 43
Fisiologia humana: nutrição, digestão, respiração, circulação; coração, vasos sanguíneos, composição e tipagem 
sanguínea e excreção; locomoção, ossos, músculos e percepção sensorial; desvios da coluna, coordenação nervosa e 
hormonal; reprodução vegetal e animal.......................................................................................................................................................... 81
Reprodução humana: anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor humano, gametogênese, gravidez e parto, em-
briogênese, controle da reprodução e métodos anticoncepcionais, doenças sexualmente transmissíveis e drogas...... 81
Genética - Leis de Mendel; análise de heredogramas, genealogias e probabilidades; polialelia; grupos sanguíneos; 
sexo e herança genética; anomalias cromossomiais;................................................................................................................................... 124
Biotecnologia, clonagem, transgenia e novas tecnologias...................................................................................................................... 139
Preservação da Saúde: Defesas do organismo e imunização; doenças adquiridas não transmissíveis; doenças adquiri-
das e transmissíveis; (principais viroses, bacterioses, protozooses, helmintoses e micoses), vacina, soro e saneamento 
básico............................................................................................................................................................................................................................. 142
Evolução: origem da vida; teoria e evidências da evolução; mecanismos de especiação; evolução do homem................ 151
Fundamentos de Química - estrutura e propriedades da matéria; estrutura atômica; elementos químicos; tabela 
periódica; íons; moléculas; substâncias químicas; misturas e combinações: separação de misturas; reações químicas 
(tipos e equações); óxidos, bases, ácidos e sais; eletroquímica; termoquímica; equilíbrio químico. Ligações químicas. 164
Química Orgânica: cadeia carbônica; fórmulas estruturais; classes de compostos orgânicos.................................................... 226
ESPECÍFICO DA DISCIPLINA
ÍNDICE
Fundamentos de Física – estados físicos da matéria e mudanças de estado; leis de Newton; força; movimento; ener-
gia cinética e potencial; gravidade; massa e peso; Gravitação universal e movimentos planetários; Leis de Kepler........ 247
Trabalho e potência; máquinas simples; hidrostática; movimentos ondulatórios;fenômenos luminosos; espelhos, len-
tes e problemas visuais; temperatura, calor e termodinâmica; escalas termométricas; eletricidade, circuitos elétricos e 
magnetismo................................................................................................................................................................................................................ 274
Mecânica - cinemática: o movimento e suas causas; referencial, trajetória, posição, velocidade, aceleração..................... 247
Tipos de movimentos retilíneos: queda livre. Pressão e flutuação dos corpos.................................................................................. 305
1
ES
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CÍ
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A
 O UNIVERSO – ORIGEM; O SISTEMA 
SOLAR; O SOL COMO FONTE DE ENERGIA; 
MOVIMENTOS DA TERRA E DA LUA E SUAS 
CONSEQUÊNCIAS.
O universo é, provavelmente, uma das grandezas 
mais complexas que existem, afinal, absolutamente tudo o 
que podemos imaginar está inserido nele. Mas como algo 
de magnitude tão grande pode ter simplesmente surgido? 
O que havia em seu lugar antes dele? Há quanto tempo se 
formou e como foi esse processo?
Em noites sem lua, em locais pouco iluminados por 
casas, ruas e edifícios, podemos ver uma infinidade de pe-
quenos pontos luminosos no céu: são as estrelas. Ao ob-
servar o céu a olho nu, conseguimos ver uma parte mínima 
do que chamamos de Universo. Já na observação do céu 
feita com o auxílio de um telescópio, é possível perceber 
que o número de corpos celestes é muito maior e também 
pode-se ver detalhes das formas e da cor dos astros. 
A atmosfera da Terra, contudo, limita a atuação dos te-
lescópios terrestres, por este motivo são utilizados telescó-
pios espaciais, como o telescópio Hubble, para as pesquisas 
astronômicas mais sofisticadas. Além destes instrumentos 
para o estudo do Universo, os cientistas contam com equi-
pamentos de informática para cálculos, tratamento de da-
dos e imagens recebidas dos telescópios, simulações etc.
Esses recursos possibilitaram responder à questão: o 
que compõe o Universo?
O Universo é composto por aglomerados de galáxias, 
com nebulosas, estrelas, cometas, planetas e seus satéli-
tes, e tudo que neles existe - no caso do planeta Terra, por 
exemplo, plantas, animais, rochas, água, ar, etc. 
Existem várias explicações sobre a origem do Univer-
so. Há, sobre esse assunto, as explicações religiosas e as 
científicas. Trataremos aqui da visão científica, ou seja, de 
como os cientistas procuram explicar os fenômenos que 
observam no Universo. 
Não se sabe ao certo, mas os cientistas calculam que o 
Universo tenha começado a existir há cerca de 15 bilhões 
de anos. Parece impossível afirmar uma coisa dessas - 15 
bilhões de anos é muito tempo!
O que levou os cientistas a pensarem que o Univer-
so tenha tido um começo?
O telescópio Hubble consegue captar a luz de estrelas 
e mostra como elas eram há bilhões de anos. Analisando 
a luz das estrelas é possível saber a velocidade com que 
elas estão se afastando ou se aproximando de nós, sua 
composição química, idade, temperatura e massa, entre 
outros aspectos. 
Descobriu-se, então, algo inesperado: as galáxias estão 
se afastando da Terra!
Para entender melhor o que está acontecendo, faça vá-
rias bolinhas de tinta com uma caneta sobre a borracha de 
uma bexiga (balão de aniversário) e comece a soprar. Veja 
o que acontece com a distância entre as marcas de tinta. 
A análise da luz das estrelas mostra que as galáxias 
estão se afastando uma das outras, assim como as mar-
cas feitas na bexiga. Isso acontece porque o Universo, 
como a bexiga de nosso exemplo, está se expandindo. 
Mas se eles está se expandindo, podemos concluir que, 
no passado, as galáxias estavam mais próximas. Quanto 
mais voltarmos no tempo, mais próximas elas estavam.
Podemos supor um momento em que toda a maté-
ria do Universo estava compactada em um único ponto, 
infinitamente comprida em temperaturas enormes. Foi 
então o que aconteceu o que os cientistas chamam de “a 
grande explosão” ou, em inglês, o big-bang. Era o início 
do Universo, que teria ocorrido há, mais ou menos, 15 
bilhões de anos.
Depois da explosão, a temperatura inicial, que era de 
mais de um trilhão de graus Celsius, começou a diminuir. 
Os átomos como formam a matéria hoje se originaram a 
partir dos prótons, elétrons e outras partículas. 
Primeiro, os átomos se agruparam em nuvens de ga-
ses. Cerca de um bilhão de anos depois, as primeiras es-
trelas e galáxias surgiram.
E antes do big-bang? 
Os cientistas não sabem dizer. Como não havia nem 
tempo nem espaço antes da grande explosão, alguns 
acham difícil afirmar que havia alguma coisa anterior. Se-
gundo eles, todo o Universo passou a existir só a partir 
da grande explosão.
Mas a ciência ainda não tem uma resposta para essa dis-
cussão. Como também não tem para o futuro do Universo.
Estrelas
As estrelas “nascem” a partir de nebulosas constituídas, 
em grande parte, por gases, poeira e partículas sólidas. 
Os cientistas explicam que existe uma atração recí-
proca entre as partículas de matéria que compõe a gran-
de nuvem – a nebulosa. Essa atração é denominada força 
de gravidade. Em razão da força de gravidade, a matéria 
que constitui uma nebulosa se agrupa, compondo uma 
massa compacta e formando os astros.
Nebulosa
Alguns astros alcançam um tamanho gigantesco, e a 
temperatura no seu interior é elevadíssima. A pressão e 
o aquecimento se tornam tão intensos no centro desses 
astros que uma grande quantidade de energia é liberada 
sob forma de calor e luz. 
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É essa propriedade de produzir o próprio calor 
e a própria luz o que diferencia as estrelas dos 
planetas e de outros astros. 
O brilho das estrelas é produzido por parte de sua 
energia, que se irradia pelo espaço sob a forma de luz. As 
estrelas não duram para sempre. Elas “nascem”, evoluem 
e “morrem”. Esse mesmo processo ocorre com o Sol, pois 
ele também é uma estrela.
A luz das estrelas 
Pode parecer estranho, mas quando olhamos para as 
estrelas, estamos vendo o passado delas. Se a estrela esti-
ver bem longe, bem longe mesmo, ela pode até nem mais 
existir da forma como a conhecemos hoje – e inclusive ter 
se transformado em outro corpo celeste. Quando obser-
vamos uma estrela, estamos captando a luz que ela emitiu 
para o espaço. A luz é uma forma de energia que viaja com 
a incrível velocidade de cerca de 300 mil quilômetros por 
segundo. Mas como a distância entre os corpos celestes 
também é grande, pode levar um bom tempo para que a 
luz da estrela chegue até nós. 
Veja o exemplo:
A estrela mais próxima de nós, depois do Sol, cha-
mada Próxima do Centauro, está a uma distância de 40 
trilhões de quilômetros da Terra. Isso quer dizer que a luz 
dessa estrela leva cerca de 4,2 anos ou 4,2 anos-luz para 
chegar até aqui. Então quando observamos essa estrela, 
estamos vendo, nesse momento, a luz que ela emitiu há 
4,2 anos atrás. Se, neste momento, essa estrela deixasse 
de existir ela só “se apagaria” e sua luz deixaria de chegar 
até nós apenas daqui há 4,2 anos. Só então percebería-
mos que ela deixou de existir. 
O brilho das estrelas é ofuscado durante o dia pela 
luz do Sol, que é a estrela mais perto da Terra. Por isso, 
percebemos as estrelas no céu somente à noite, mes-
mo que elas permanecendo lá durante o dia. 
Cor das estrelas
A olho nu é difícil distinguir a cor das estrelas. Em 
razão das grandes distâncias que elas estão de nós, a 
quantidade de luz que chega aos nossos olhos é muito 
pequena e não percebemos cores quando há pouca luz. 
A cor das estrelas depende do calor que chega do nú-
cleo à superfície delas e tem, portanto, relação com a sua 
temperatura. As estrelas com superfície mais quente apre-
sentam cores branca ou azulada, já aquelas de cor averme-
lhada são as que têm a superfície menos quente. Com o 
telescópio é possível observar a cor das estrelas com mais 
nitidez.
Nas estrelas menos quentes,a temperatura da super-
fície chega a 3.000ºC, enquanto nas mais quentes chega 
a 50.000ºC. 
O Sol tem a cor amarelada e, comparado com as ou-
tras estrelas, possui uma temperatura média. 
Figura: O azul representa o gás interestelar quente. Das 
estrelas surge a cor verde, já a poeira quente é verme-
lha. As estrelas supergigantes vermelhas são as estrelas 
de maior brilho ao centro.
Porque as estrelas piscam?
Olhando para o céu à noite, podemos ver que o bri-
lho das estrelas muda: elas “piscam”. Mas estrelas estão 
sempre emitindo a mesma luz. O piscar é provocado por 
mudanças no ar da atmosfera que a luz atravessa. 
Constelações
A posição de uma estrela em relação a outra nos pa-
rece fixa. No entanto, as estrelas estão se movendo, ge-
ralmente em grande velocidade. 
Em razão da imensa distância entre as estrelas e nós, 
só é possível perceber essa movimentação com o uso 
de instrumentos apropriados ou no decorrer de séculos.
Por parecer que as estrelas estão fixas no céu, con-
seguimos imaginar um agrupamento delas formando 
constelações. Nesses agrupamentos, as estrelas pare-
cem, para nós que as observamos da Terra, estar próxi-
mas entre si. Na verdade, elas podem estar muito distan-
tes umas das outras, às vezes separadas por dezenas de 
anos-luz.
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Na constelação do Cruzeiro do Sul, por exemplo, 
para o observador situado na Terra, as estrelas parecem 
formar uma cruz. Mas, se um observador, localizado em 
outro ponto do espaço visse essa constelação, provavel-
mente não conseguiria perceber a figura da cruz.
Durante o ano, percebemos o Cruzeiro do Sul em di-
ferentes posições com relação ao observador terrestre; 
no entanto, sempre mantém a mesma posição com rela-
ção às demais constelações. Na realidade, é a Terra – nos-
so ponto de observação – que está se movimentando. 
Os povos de várias civilizações observavam que, na épo-
ca em que suas terras áridas eram atacadas por pragas de 
escorpião, um determinado conjunto de estrelas surgia no 
céu. Na imaginação deles, tratava-se de um grande escor-
pião celeste. Baseados no surgimento da constelação de Es-
corpião, os povos mesopotâmicos previam a época da seca.
As constelações serviam de referência para delimitar 
as estações do ano, distinguir as épocas da seca e de 
plantio, construir calendários e identificar estrela-guia 
para as navegações.
Os povos indígenas brasileiros, da mesma forma que 
outros povos, imaginavam figuras no céu ao olhar para 
as estrelas. Cada cultura tem, portanto, as suas próprias 
constelações. 
Oficialmente, em 1888, os astrônomos agruparam 
as estrelas e dividiram o céu em 88 constelações oficiais 
com fronteiras precisas. Desta forma, cada direção no 
céu pertence necessariamente a uma (e apenas uma) de-
las. Elas foram batizadas, em sua maioria, de acordo com 
a tradição proveniente da Grécia antiga, e seus nomes 
oficiais são sempre em latim. As mais conhecidas, por 
exemplo, são as que compõe o Zodíaco: Áries (carneiro), 
Taurus (o touro) etc.
 
Galáxias
Galáxia é um termo que se origina da palavra gala, 
que significa “leite”, em grego. Inicialmente, era a deno-
minação da nossa galáxia, a Via Láctea, e, depois, se ge-
neralizou como denominação de todas as demais.
As galáxias são compostas por nuvens de gás e poei-
ra, um grande número de estrelas, planetas, cometas e 
asteroides e diversos corpos celestes unidos pela ação da 
força gravitacional. 
Numa noite estrelada podemos ver uma faixa esbran-
quiçada que corta o céu. Essa “faixa” de astros é apenas 
uma parte da galáxia onde está localizado o planeta Ter-
ra. Os antigos a denominaram Via Láctea, cujo significa-
do em latim é “caminho de leite”.
A Via Láctea pertence a um conjunto, ou seja, um 
aglomerado de diversas galáxias. O Universo contém 
mais de 200 bilhões de galáxias de tamanho e formas va-
riadas. Há galáxias de forma elíptica, outras são espirais 
e muitas são as galáxias irregulares, ou seja, que não tem 
forma específica.
Representação da galáxia de Andrômeda
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Representação da Via Láctea vista de perfil (acima) e 
vista de cima (abaixo)
O SISTEMA SOLAR
O sistema solar é um conjunto de planetas, asteroi-
des e cometas que giram ao redor do sol. Cada um se 
mantém em sua respectiva órbita em virtude da intensa 
força gravitacional exercida pelo astro, que possui massa 
muito maior que a de qualquer outro planeta.
Os corpos mais importantes do sistema solar são os 
oito planetas que giram ao redor do sol, descrevendo 
órbitas elípticas, isto é, órbitas semelhantes a circunfe-
rências ligeiramente excêntricas. 
Os planetas que compõem o sistema solar
O sol não está exatamente no centro dessas órbitas, 
como pode-se ver na figura abaixo, razão pela qual os 
planetas podem encontrar-se, às vezes, mais próximos 
ou mais distantes do astro.
Órbitas elípticas dos planetas do Sistema Solar
Origem do Sistema Solar
O Sol e o Sistema Solar tiveram origem há 4,5 bilhões 
de anos a partir de uma nuvem de gás e poeira que gira-
va ao redor de si mesma. Sob a ação de seu próprio peso, 
essa nuvem se achatou, transformando-se num disco no 
qual ao centro formou-se o sol. Dentro desse disco, ini-
ciou-se um processo de aglomeração de materiais sóli-
dos, que, ao sofrer colisões entre si, deram lugar a corpos 
cada vez maiores, os outros planetas.
A composição desses aglomerados relacionava-se 
com a distância que havia entre eles e o sol. Longe do as-
tro, a temperatura é muito baixa, e os planetas assim lo-
calizados possuem matéria gasosa ou gelo, como o caso 
de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Já os planetas perto 
do sol, ao contrário, tiveram, em geral, o gelo evaporado, 
restando apenas rochas e metais, é o caso de Mercúrio, 
Vênus, Terra e Marte.
Os componentes do Sistema Solar
O sol
O Sol é a fonte de energia que domina o sistema so-
lar. Sua força gravitacional mantém os planetas em órbita 
e sua luz e calor tornam possível a vida na Terra. A Ter-
ra fica, em média, aproximadamente há 150 milhões de 
quilômetros do Sol (distância percorrida pela luz em 8 
minutos). Todas as demais estrelas estão localizadas em 
pontos muito mais distantes.
As observações científicas realizadas indicam que o 
Sol é uma estrela de luminosidade e tamanho médios. 
No céu existem incontáveis estrelas maiores e mais bri-
lhantes, mas para nossa sorte, a luminosidade, tamanho 
e distância foram exatos para que em nosso planeta se 
desenvolvessem formas de vida como a nossa. 
O Sol possui 99,9% da matéria de todo o Sistema So-
lar. Isso significa que todos os demais astros do sistema 
juntos somam apenas 0,1%.
Composição do Sol
O Sol é uma enorme esfera de gás incandescente com-
posta essencialmente de hidrogênio e hélio, com um diâ-
metro de 1,4 milhões de quilômetros. 
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O volume do Sol é tão grande que em seu interior caberiam mais de 1 milhão de planetas do tamanho do nosso. 
Para igualar seu diâmetro, seria necessário colocar 109 planetas como a Terra um ao lado do outro. No centro da es-
trela encontra-se o núcleo, o qual a temperatura alcança os 15 milhões de graus centígrados e onde também ocorre 
o processo de fusão nuclear, por meio do qual o hidrogênio se transforma em hélio. Já na superfície a temperatura 
do Sol é de cerca de 6.000 graus Celsius.
Os planetas do Sistema Solar
São oito os planetas clássicos do Sistema Solar. Na ordem de afastamento do Sol, são eles: Mercúrio, Vênus, Terra, 
Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A partir dos avanços tecnológicos que possibilitaram a observação do céu com instrumentos ópticos como lunetas, 
telescópios e outros, os astrônomos vêm obtendo informações cada vez mais precisas sobre os planetas e seus satélites. 
Outros astros do Sistema Solar
Satélites
Até 1610, o único satélite conhecido era o da Terra, a Lua. Naquela ocasião, Galileu Galilei (1564-1642), com a sua 
luneta, descobriu satélites na órbita do planeta Júpiter.Hoje se sabe da existência de dezenas de satélites.
Na Astronomia, satélite natural é um corpo celeste que se movimenta ao redor de um planeta graças a força gravi-
tacional. Por exemplo, a força gravitacional da Terra mantém a Lua girando em torno do nosso planeta. 
Os satélites artificiais são objetos construídos pelos seres humanos. O primeiro satélite artificial foi lançado no es-
paço em 1957. Atualmente há vários satélites artificiais ao redor da Terra. 
O termo “ lua” pode ser usado como sinônimo de satélite natural dos diferentes planetas.
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• Cometas 
Um cometa é o corpo menor do sistema solar, semelhante a um asteroide. Possui uma parte sólida, o núcleo, com-
posto por rochas, gelo e poeira e têm dimensões variadas (podendo ter alguns quilômetros de diâmetro). Geralmente 
estão distantes do Sol e, nesse caso, não são visíveis. 
Eles podem se tornar visíveis à medida que, na sua longa trajetória, se aproximam do Sol sublimando o gelo do nú-
cleo e liberando gás e poeira para formar a cauda e a “cabeleira” em volta do núcleo. O mais conhecido dele é o Halley, 
que regularmente passa pelo nosso Sistema Solar. De 76 em 76 anos, em média, ele é visível da Terra. Ele passou pela 
região do Sistema Solar próxima do nosso planeta, em 1986, o que possibilitou a sua visibilidade, portanto, o Halley 
deverá estar de volta em 2062.
Cometa Halley
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• Asteroides
Um asteroide é um corpo menor do sistema solar, ge-
ralmente da ordem de algumas centenas de quilômetros 
apenas. 
São milhões de corpos rochosos que giram ao redor 
do Sol. Da Terra, só podem ser observados por meio de 
telescópio. Entre as órbitas dos planetas Marte e Júpiter, 
encontra-se um cinturão de asteroides e outro após a ór-
bita de Netuno.
• Meteoroides, meteoros e meteoritos
São fragmentos de rochas que se formam a partir 
de cometas e asteroides. O efeito luminoso é produzi-
do quando fragmentos de corpos celestes se incendeiam 
em contato com a atmosfera terrestre devido ao atrito. 
Esses rastros de luz são denominados meteoros e popu-
larmente conhecidos como estrelas cadentes, mas não 
são estrelas. 
Quando caem sobre a Terra, atraídos pela força gra-
vitacional, são chamados de meteoritos. Na maioria das 
vezes, eles são fragmentos de rochas ou de ferro. Os 
meteoritos têm forma variada e irregular, e o tamanho 
pode variar de micro fragmentos a pedaços de rochas de 
alguns metros de diâmetro.
O maior meteorito brasileiro (pesando mais de 5000 
quilos), o Bendegó, foi encontrado no interior da Bahia 
em 1784 e encontra-se em exposição no Museu Nacional 
do Rio de Janeiro.
Meteorito Bendegó
A LUA
A Lua é o satélite natural da Terra. Consiste em um 
corpo rochoso com 3. 476 km de diâmetro, quase um 
terço do tamanho da Terra. A distância média da Terra à 
Lua é de 384. 400 km. O nosso satélite não tem atmos-
fera para proteger o ser humano ou outro ser vivo da 
exposição direta às radiações solares, como a radiação 
ultravioleta. 
Também não existe água e nem vulcões porque, ao 
contrário da Terra, a Lua tem a parte mais interna em 
estado sólido (não apresenta magma). Mas há muitas 
crateras, geralmente formadas pelo impacto de corpos 
celestes no passado. As colisões derreteram rochas e for-
maram lavas, que esfriam e aparecem como áreas escu-
ras na Lua, chamadas mares. 
A temperatura na sua superfície varia, em média, de 
100ºC a -150ºC. Todas essas condições não permitem a 
existência de seres vivos na Lua. O observador terrestre 
percebe o movimento aparente da Lua e dos demais as-
tros visíveis no céu à noite no sentido leste para oeste.
Os principais movimentos da Lua são: de translação 
ao redor da Terra e de rotação sobre seu próprio eixo. 
Esses dois movimentos têm praticamente o mesmo tem-
po de duração: aproximadamente 27 dias e 8 horas. Por 
esse motivo, a Lua mantém sempre a mesma face voltada 
para a Terra.
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As fases da Lua 
O brilho da Lua é reflexo da luz do Sol. Da mesma forma que os planetas, ela não tem luz própria. 
O observador terrestre vê partes diferentes da Lua iluminadas pelo SoL, enquanto ela se movimenta ao redor da 
Terra. Esses diferentes aspectos, denominados fases da Lua, são: Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Min-
guante.
Quarto: significa 1/4. O Sol ilumina a metade da esfera lunar e, daqui da Terra, vemos apenas a metade da porção 
iluminada pelo Sol, isto é, 1/4 da Lua. 
A fase de Lua Nova é quando a sua face iluminada está do lado oposto à Terra. Para nós está voltada a face não 
iluminada. Nessa fase a Lua não é vista no céu noturno.
Nos dias seguintes, a Lua tem a aparência de um arco iluminado e, às vezes, pode ser vista à tardinha. À medida 
que a Lua translada ao redor da Terra aumenta a parte que vemos iluminada. Após cerca de sete dias, ela está na sua 
fase Quarto Crescente. 
A Lua segue a sua órbita. A cada dia aumenta a sua região iluminada vista da Terra. Quando a Lua está em posição 
oposta à posição do Sol em relação à Terra, a Lua fica com a face voltada para nós completamente iluminada. É a fase 
da Lua Cheia. Nesse período a Lua surge no céu no início da noite.
Nas noites seguintes, podemos observar que a parte iluminada da Lua começa a diminuir até que só a metade da 
sua face é vista. Ela parece no céu bem mais tarde da noite e pode ser vista ao amanhecer. É a fase Quarto Minguante.
A Lua segue na sua translação, mudando de posição em relação à Terra e ao Sol. Para quem a observa da Terra, vai 
diminuindo a parte iluminada, até que ela novamente não é vista no céu. A Lua, então, completa o seu ciclo e retorna 
à fase de Lua Nova.
As quatro fases da Lua acontecem em ciclos contínuos, num período de 29 dias e 12 horas.
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Eclipses
Os eclipses são fenômenos que ocorrem devido à posição entre a Lua, a Terra e o Sol. 
Às vezes, esses astros se alinham, bloqueando parte da luz solar que ilumina a Terra ou a Lua. Os eclipses podem 
ser lunares ou solares.
Eclipse Lunar
O eclipse lunar acontece na fase da Lua Cheia. Ocorre quando a Terra fica entre o Sol e a Lua, que passa pela região 
da sombra da Terra. A Terra, nessa ocasião, bloqueia os raios solares que iluminam a Lua. A sombra da Terra se projeta 
na Lua, cobrindo-a parcial (eclipse parcial) ou totalmente (eclipse total). 
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Eclipse solar
Ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, ou seja, 
na fase de Lua Nova. E todos ficam alinhados em uma 
reta só. Nessa ocasião, a Lua bloqueia os raios solares 
que iluminam parte da Terra.
O eclipse solar pode ser parcial para algumas regiões. 
Esse fenômeno ocorre pelo menos duas vezes ao ano; 
no entanto, ocorre raramente num mesmo local da Terra.
A influência da Lua sobre a Terra
A Lua é a principal causa dos fenômenos das marés. 
A força de atração entre a Terra e a Lua e entre a Terra 
e o Sol (em menor grau) provoca a subida e a descida 
do nível das águas do mar. A subida é a maré alta ou a 
preamar. A descida é a maré baixa ou a baixa-mar.
As marés acontecem porque a força gravitacional é 
maior no lado da Terra que está mais próximo à Lua do 
que no lado oposto, mais afastado. Mas a influência da 
atração gravitacional da Lua e dos planetas sobre o cor-
po humano pode ser desprezada diante da influência do 
planeta Terra e até de corpos muito mais leves, porém 
muito mais próximos. 
 ROCHAS E SOLOS - ORIGEM E ESTRUTURA 
DA TERRA; ORIGEM, TIPOS, COMPOSIÇÃO 
E MODIFICAÇÕES DAS ROCHAS; 
MINÉRIOS, JAZIDAS E MINAS; FORMAÇÃO 
E TIPOS DE SOLOS; PRÁTICAS AGRÍCOLAS; 
EROSÃO; DOENÇAS RELACIONADAS COM 
O SOLO; EXPLORAÇÃO E CONSERVAÇÃO 
DO SOLO; COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS. 
A crosta terrestre possui várias camadas compostas 
por três tipos de rochas, que são formadas pela mistura 
de diferentes materiais. Essas rochas podem ser mag-
máticas, também chamadas de ígneas, sedimentares ou 
metamórficas.Rochas magmáticas ou ígneas
As rochas magmáticas ou ígneas (ígneo vem do latim e 
significa “fogo”) são originadas do interior da Terra, onde 
são fundidas em altíssima temperatura. Nas erupções de 
vulcões essas rochas são lançadas do interior da Terra para 
a superfície. Sofrem, então, resfriamento rápido e se solidi-
ficam. Outras vezes, ficam nas proximidades da superfície, 
onde se resfriam lentamente e, também, se solidificam.
1) Rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas: são aque-
las que surgem a partir do resfriamento do magma 
expelido em forma de lava por vulcões, formando 
a rocha na superfície e em áreas oceânicas. Como 
nesse processo a formação da rocha é rápida, ela 
apresenta características diferentes das rochas in-
trusivas. Um exemplo é o basalto.
2) Rochas ígneas intrusivas ou plutônicas: são aquelas 
que se formam no interior da Terra, geralmente nas 
zonas de encontro entre a astenosfera e a litosfe-
ra, em um processo constitutivo mais longo. Elas 
surgem na superfície somente através de aflora-
mentos, que se formam graças ao movimento das 
placas tectônicas, como ocorre com a constituição 
das montanhas. Exemplo: gabro.
O basalto é uma rocha escura muito utilizada na pavi-
mentação de calçadas, ruas e estradas e são advindas do 
resfriamento rápido do magma.
No Rio Grande do Sul, encontramos as falésias de Tor-
res, formadas de basalto.
As faixas escuras das famosas calçadas de Copacabana, 
no Rio de Janeiro, são formadas por basalto.
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A pedra-pomes, gerada após rápido resfriamento em 
contato com a água formando uma rocha cheia de poros 
ou buracos devido à saída de gases. Parece uma “espuma 
endurecida”. 
A pedra-pomes é utilizada para polir 
objetos e amaciar a pele.
O granito (vem do latim granum, que significa “grão”) 
se forma no interior da crosta terrestre por resfriamento 
lento e solidificação do magma. É muito utilizado em re-
vestimento de pisos, paredes e pias. O granito é formado 
por grãos de várias cores e brilhos: são os minerais.
Uma rocha é formada de um ou mais minerais. A 
maioria das rochas compõe-se de vários tipos de mine-
rais. Minerais são elementos ou compostos químicos, ge-
ralmente sólidos, encontrados naturalmente no planeta.
Há mais de dois mil tipos diferentes de minerais. 
Eles são formados pela união de vários tipos de átomos, 
como silício, oxigênio, alumínio, cálcio e ferro. As dife-
renças entre os minerais devem-se aos diferentes tipos 
de átomos que os formam e também à maneira como os 
átomos estão “arranjados”.
Pedaço de granito
O Granito é usado para fazer
 bancada de pias, pisos, etc.
O granito é formado principalmente por três tipos de 
minerais: o quartzo, o feldspato e a mica. 
Os grãos que aparecem em cor cinza no granito cor-
respondem a grãos de quartzo. Veja na figura a seguir 
que o quartzo, como a maioria dos minerais, é formado 
por uma série de partes que lembram figuras geométri-
cas. Dizemos então que o quartzo, como a maioria dos 
minerais, forma cristais.
Cristal de rocha formado por uma variedade de quartzo 
transparente. Veja acima a forma cristalina típica desse 
cristal. Há também formas coloridas de quartzo, como a 
ametista.
O outro tipo de mineral presente no granito é o felds-
pato, que pode apresentar diversas tonalidades: amarelo, 
branco, rosa, verde.
A decomposição desse mineral pela água da chuva for-
ma a argila que é usada para fazer tijolos, cimento, concreto 
e diversos objetos. A cor preta ou cinza-escura e brilhan-
te presente no granito corresponde a pequenos grãos de 
mica. Existem também outros tipos de mica, de cores dife-
rentes. A mica é um bom isolante de calor de eletricidade; 
por isso é utilizada no ferro elétrico de passar roupa. 
Rochas sedimentares
Observe na figura a seguir que a rocha é formada por 
camadas (ou estratos). 
Esse tipo de rocha é chamado de rocha sedimentar e se 
forma a partir de mudanças ocorridas em outras rochas. 
Chuva vento, água dos rios, ondas do mar: tudo isso 
vai, aos poucos, fragmentando as rochas em grãos de 
minerais. Pouco a pouco, ao longo de milhares de anos, 
até o granito mais sólido se transforma em pequenos 
fragmentos. Esse processo é chamado de intemperismo.
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Os fragmentos de rochas são transportados pelos ventos ou pela água da chuva até os rios, que, por sua vez, os 
levam para o fundo de lagos e oceanos. Lá os fragmentos vão se depositando em camadas. É assim que se formam, por 
exemplo, terrenos cobertos de areia, como as praias.
Esses fragmentos ou sedimentos vão se acumulando ao longo do tempo. As camadas de cima exercem pressão 
sobre as camadas de baixo, compactando-as. Essa pressão acaba por agrupar e cimentar os fragmentos e endurece a 
massa formada. é assim que surgem as rochas sedimentares. Tudo isso, não se esqueça, leva milhares de anos.
Desse modo, a areia da praia transforma-se, lentamente, em uma rocha sedimentar chamada arenito. Sedimentos 
de argila transformam-se em argilito. As camadas vão cobrindo também restos de plantas e animais.
Por isso é muito comum encontrar restos ou marcas de animais e plantas em rochas sedimentares: o animal ou 
planta morre e é coberto por milhares de grãos de minerais. Os restos ou marcas de organismos antigos são chamado 
de fósseis. Analisando os fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida no passado em nosso planeta.
Formação das rochas sedimentares
• A origem do arenito
O arenito se forma quando rochas como o granito se desintegram aos poucos pela ação dos ventos e das chuvas. 
Os grãos de quartzo dessas rochas formam a areia. Areias e dunas de areia, porém não são rochas: são fragmentos de 
rochas. A areia pode se depositar no fundo do mar ou em depressões e ficar submetida a um aumento de pressão ou 
temperatura. Assim cimentada e endurecida, forma o arenito – um tipo de rocha sedimentar. O arenito é usado em pisos.
 Rocha de arenito
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Dunas de areia no Vale da Morte, Califórnia
O Calcário
O acúmulo de esqueletos, conchas e carapaças de 
animais aquáticos ricos em carbonato de cálcio, que é 
um tipo de sal, podem formar outra variedade de rocha 
sedimentar, o calcário.
O calcário também se forma a partir de depósitos de 
sais de cálcio na água. O calcário é utilizado na fabricação 
de cimento e de cal. A cal serve para pintura de paredes 
ou para a fabricação de tintas. A cal ou o próprio calcário 
podem ser utilizados para neutralizar a acidez de solos.
Cascatas de calcário na Turquia, Egeu.
Rochas metamórficas
Você já viu pias, pisos ou esculturas de mármore? O már-
more é uma rocha formada a partir de outra rocha, o calcário. 
É um exemplo de rocha metamórfica.
As rochas metamórficas são assim chamadas porque 
se originam da transformação de rochas magmáticas ou se-
dimentares por processos que alteram a organização dos 
átomos de seus minerais. Surge, então, uma nova rocha, 
com outras propriedades e, às vezes, com outros minerais.
Muitas rochas metamórficas se formam quando ro-
chas de outro tipo são submetidas a intensas pressões 
ou elevadas temperaturas. Quando, por exemplo, por 
mudanças ocorridas na crosta, uma rocha magmática é 
empurrada para regiões mais profundas e de maior pres-
são e temperatura, alterando a organização dos minerais.
Ardósia é usada como piso
Outra rocha metamórfica é a ardósia, originada da ar-
gila e usada em pisos.
Pias e pisos também podem ser feitos de gnaisse, uma 
rocha metamórfica originada geralmente do granito. O 
Corcovado e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e a maio-
ria das rochas da serra do Mar também são de gnaisses.
Vista da praia do morro do Pão de Açucar (RJ), formado 
de gnaisse
Gemas ou pedras preciosas 
As gemas são rochas muito duras. São riquezas exis-
tentes no subsolo, comumente conhecidas como pedras 
preciosas. As jazidas de esmeralda, rubi, diamante e outras 
são raras por isso essas pedras têm grande valor comercial.
No subsolo,também são encontradas jazidas de me-
tais, por exemplo, ouro, ferro, manganês, alumínio, zinco, 
cobre, chumbo.
Há ainda as jazidas de material de origem orgânica, 
conhecidas como combustíveis fósseis – formadas a par-
tir da transformação de restos de plantas e animais. O 
carvão-de-pedra (hulha) e o petróleo são exemplos des-
ses combustíveis, recursos energéticos, ou seja, substân-
cias utilizadas na produção de energia.
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Algumas gemas ou pedras preciosas
O CICLO DAS ROCHAS
Você viu que as rochas magmáticas são formadas tanto pela cristalização do magma no interior da terra como pela 
lava liberada dos vulcões. 
Mas as rochas magmáticas – e também as metamórficas – podem ser quebradas em pequenos pedaços ou frag-
mentos que se acumulam em camadas de sedimentos e acabam se transformando, por compressão, em rochas sedi-
mentares. 
Finalmente, você viu também que as rochas sedimentares e também as magmáticas, sob a ação de altas temperatu-
ras e pressão, podem se transformar em rochas metamórficas. Mas, se uma rocha metamórfica for derretida, ela pode 
novamente se tornar uma rocha magmática. Essas mudanças formam, portanto, um ciclo em que uma rocha, ao longo 
de muito tempo, pode se transformar em outra. É o ciclo das rochas.
COMO O SOLO SE FORMOU
A camada de rochas na superfície da Terra está, há milhões de anos, exposta às mudanças de temperatura e à ação 
da chuva, do vento, da água dos rios e das ondas do mar. Tudo isso vai, aos poucos, fragmentando as rochas e pro-
vocando transformações químicas. Foi assim, pela ação do intemperismo, que, lentamente, o solo se formou. E é dessa 
mesma maneira que está continuamente se remodelando.
Os seres vivos também contribuem para esse processo de transformação das rochas em solo. Acompanhe o esque-
ma a seguir.
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A chuva e o vento desintegram as rochas. Pedaços de liquens ou sementes são levados pelo vento para uma região 
sem vida. A instalação e a reprodução desses organismos vão, aos poucos, modificando o local. Os liquens, por exem-
plo, produzem ácidos que ajudam a desagregar as rochas. As raízes de plantas que crescem nas fendas das rochas irão 
contribuir para isso. 
A medida que morrem, esses organismos enriquecem o solo em formação com matéria orgânica e, quando ela se 
decompõe, o solo se torna mais rico em sais minerais. Outras plantas, que necessitam de mais nutrientes para crescer, 
podem então se instalar no local. Começa a ocorrer o que se chama de sucessão ecológica: uma série de organismos 
se instala até que a vegetação típica do solo e do clima da região esteja formada.
O que existe no solo?
Há muitos tipos de solo. A maioria deles é composta de areia e argila, vindas da fragmentação das rochas, e de 
restos de plantas e animais mortos (folhas, galhos, raízes, etc.). Esses restos estão sempre sendo decompostos por bac-
térias e fungos, que produzem uma matéria orgânica escura, chamadas húmus. À medida que a decomposição continua, 
o húmus vai sendo transformado em sais minerais e gás carbônico. Ao mesmo tempo, porém, mais animais e vegetais se 
depositam no solo e mais húmus é formado. 
A decomposição transforma as substâncias orgânicas do húmus em substâncias minerais, que serão aproveitadas 
pelas plantas. Desse modo, a matéria é reciclada: a matéria que formava o corpo dos seres vivos acabará fazendo no-
vamente parte deles depois se decomposta.
Vemos, então, que o solo é formado por uma parte mineral, que se originou da desagregação das rochas, e por uma 
parte orgânica, formada pelos restos dos organismos mortos e pela matéria orgânica do corpo dos seres vivos que es-
tão sofrendo decomposição. Vivem ainda no solo diversos organismos, inclusive as bactérias e os fungos, responsáveis 
pela decomposição da matéria orgânica dos seres vivos.
Nos espaços entre os fragmentos de rochas, há ainda água e ar – ambos importantes para o desenvolvimento das 
plantas.
Por baixo da camada superficial do solo encontramos fragmentos de rochas. Quanto maior a profundidade em 
relação ao solo, maiores são também os fragmentos de rocha.
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O ser humano retira recursos minerais das camadas 
abaixo do solo. Parte da água da chuva, por exemplo, se 
infiltra no solo, passando entre os espaços dos grãos de 
argila e de areia. Outra parte vai se infiltrando também 
nas rochas sedimentares e em fraturas de rochas, até 
encontrar camadas de rochas impermeáveis. Formam-se 
assim os chamados lençóis de água ou lençóis freáticos, 
que abastecem os poços de água.
Finalmente, na camada mais profunda da crosta ter-
restre, encontramos a rocha que deu origem ao solo – a 
rocha matriz. 
Tipos de solo 
O tipo de solo encontrado em um lugar vai depender 
de vários fatores: o tipo de rocha matriz que o originou, 
o clima, a quantidade de matéria orgânica, a vegetação 
que o recobre e o tempo que se levou para se formar.
Em climas secos e áridos, a intensa evaporação faz a 
água e os sais minerais subirem. Com a evaporação da 
água, uma camada de sais pode depositar-se na superfí-
cie do solo, impedindo que uma vegetação mais rica se 
desenvolva. Já em climas úmidos, com muitas chuvas, a 
água pode se infiltrar no solo e arrastar os sais para re-
giões mais profundas. 
Alguns tipos de solo secam logo depois da chuva, 
outros demoram para secar. Por que isso acontece? E 
será que isso influencia na fertilidade do solo?
• Solos arenosos: são aqueles que têm uma quantida-
de maior de areia do que a média (contêm cerca de 70% 
de areia). Eles secam logo porque são muito porosos e 
permeáveis: apresentam grandes espaços (poros) entre 
os grãos de areia. A água passa, então, com facilidade 
entre os grãos de areia e chega logo às camadas mais 
profundas. Os sais minerais, que servem de nutrientes 
para as plantas, seguem junto com a água. Por isso, os 
solos arenosos são geralmente pobres em nutrientes uti-
lizados pelas plantas.
• Solos argilosos: contêm mais de 30% de argila. A ar-
gila é formada por grãos menores que os da areia. 
Além disso, esses grãos estão bem ligados entre si, 
retendo água e sais minerais em quantidade neces-
sária para a fertilidade do solo e o crescimento das 
plantas. Mas se o solo tiver muita argila, pode ficar 
encharcado, cheio de poças após a chuva. A água 
em excesso nos poros do solo compromete a circu-
lação de ar, e o desenvolvimento das plantas 
fica prejudicado. Quando está seco e compacto, sua 
porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e 
ainda menos arejado.
Solo argiloso
Solo argiloso compactado pela falta de água
• Terra preta: também chamada de terra vegetal, é 
rica em húmus. Esse solo, chamado solo humífe-
ro, contém cerca de 10% de húmus (composto de 
materiais orgânicos, ou seja, restos de animais e 
plantas mortas) e é bastante fértil. O húmus ajuda 
a reter água no solo, torna-se poroso e com boa 
aeração e, por meio do processo de decomposição 
dos organismos, produz os sais minerais necessá-
rios às plantas.
Os solos mais adequados para a agricultura possuem 
uma certa proporção de areia, argila e sais minerais uti-
lizados pelas plantas, além do húmus. Essa composição 
facilita a penetração da água e do oxigênio utilizado pe-
los microrganismos. São solos que retêm água sem ficar 
muito encharcados e que não são muito ácidos. 
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• Terra roxa: é um tipo de solo bastante fértil, caracterizado por ser o resultado de milhões de anos de decom-
posição de rochas de arenito-basáltico originadas do maior derrame vulcânico que este planeta já presenciou, 
causado pela separação da Gondwana – América do Sul e África – datada do período Mesozoico. É caracterizado 
pela sua aparência vermelho-roxeada inconfundível, devido a presença de minerais, especialmente Ferro.
No Brasil, esse tipo de solo aparece nas porções ocidentais dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, 
Paraná, São Paulo e sudestedo Mato Grosso do Sul, destacando-se, sobretudo, nestes três últimos estados por sua 
qualidade.
Historicamente falando, esse solo teve muita importância, já que, no Brasil, durante o fim do século XIX e o início do 
século XX, foram plantadas nestes domínios grandes lavouras de café, fazendo com que surgissem ferrovias, propician-
do o crescimento de cidades, como São Paulo, Itu, Ribeirão Preto e Campinas. Atualmente, além do café, são plantadas 
outras culturas.
O nome terra roxa é dado a esse tipo de solo, em razão dos imigrantes italianos que trabalhavam nas fazendas de 
café, referindo-se ao solo com a denominação Terra rossa, já que rosso em italiano significa vermelho. E, devido à simi-
laridade entre essa palavra, e a palavra “roxa”, o nome “Terra roxa” acabou se consolidando. 
O solo de terra roxa também existe na Argentina, aonde é conhecida como “ tierra colorada”, bastante presente nas 
províncias de Misiones e Corrientes.
• O solo é um grande filtro
Para que se obtenham plantas saudáveis e uma horta produtiva é necessário que o solo contenha água. A capaci-
dade de retenção de água depende do tipo de solo. A água, por ser um líquido solvente, dissolve os sais existentes no 
solo e, assim, as plantas podem absorvê-los.
Nem toda a água da chuva flui diretamente para os córregos, riachos e rios. Quando chove, parte da água infiltra-se 
e vai penetrando na terra até encontrar uma camada impermeável, encharcando o solo. Por exemplo, 1 metro cúbico 
(1m³) de areia encharcada pode conter até 400 litros de água. 
O ar também ocupa os poros existentes entre os grãos de terra. As raízes das plantas e os animais que vivem no 
solo precisam de ar para respirar.
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Esquema mostrando camadas do solo e subsolo, em corte
Quando o solo se encharca, a água ocupa o lugar antes ocupado pelo ar, dificultando o desempenho das raízes e 
a vida dos animais no solo.
Se o solo estiver muito compactado, não filtrará a água com facilidade. Acontecerão, por exemplo, as grandes 
enxurradas após uma forte chuva. A urbanização, com a pavimentação de ruas e estradas, a canalização de rios e o 
desmatamento de grandes áreas dificultam o escoamento da água das chuvas.
AR ATMOSFÉRICO – COMPOSIÇÃO; RELAÇÕES COM OS SERES VIVOS; POLUIÇÃO DO AR; 
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS PELO AR; PRESSÃO ATMOSFÉRICA E SUAS VARIAÇÕES; VENTOS; 
NOÇÕES BÁSICAS DE METEOROLOGIA. 
O ar atmosférico que envolve a Terra é uma mistura de gases, vapor de água e partículas suspensas (poeira, fuligem, 
produtos químicos, entre outros). Os elementos que compõem o ar são essencialmente o nitrogênio (78%) e o oxigênio 
(21%) e em pequena quantidade argônio (0.94%), gás carbônico (0,03%), neônio (0,0015%), entre outros.
1. Propriedades Físicas do Ar
O ar tem algumas características que nos ajuda a perceber sua existência, já que não o vemos ou sequer podemos 
tocá-lo. São suas propriedades físicas:
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2. Matéria e Massa
Como todas as coisas que conhecemos, o ar é com-
posto de matéria, afinal é formado por diversos gases, 
que por sua vez são formados por átomos. Então, o ar 
tem massa e ocupa espaço. Exemplo: Ao soprarmos um 
balão de aniversário ele fica cheio de ar e ocupa mais 
espaço.
3. Pressão
O ar atmosférico exerce pressão sobre a superfície 
terrestre, é a chamada pressão atmosférica. Quanto mais 
próximo da superfície maior é a pressão (o ar tem mais 
massa e pesa mais) e à medida que aumenta a altitude 
diminui a pressão, pois tem menos ar acima e ele fica 
mais leve.
4. Densidade
O ar tem peso graças à gravidade, a força que atrai 
todas as coisas para o centro da Terra, por isso a con-
centração dos gases é maior próximo ao nível do mar, 
consequentemente mais denso. Então o ar que respira-
mos é mais denso do que o ar das montanhas, porque 
em altitudes maiores a densidade do ar diminui e ele se 
torna rarefeito.
5. Resistência
O ar se contrapõe ao movimento porque ele tem re-
sistência. Quanto mais rápido for o deslocamento (maior 
a velocidade) maior será a resistência. Exemplo: quanto 
mais depressa andamos de bicicleta, maior será a resis-
tência do ar. Por esse motivo que carros, aviões, barcos 
e outros tipos de veículos são projetados para diminuir a 
resistência do ar, pois dessa maneira ele gastará menos 
energia (combustível) e sofrerá menor desgaste.
6.Compressibilidade, Expansibilidade e Elasticida-
de
O ar pode sofrer compressão ou expansão e depois 
retornar ao estado em que estava.
• Quando é comprimido ele diminui o seu volume 
(Compressibilidade). Exemplo: apertar o êmbolo da 
seringa até o fim, tapando o orifício. O ponto até 
onde vai o êmbolo mostra o quanto o ar foi compri-
mido.
• Se parar de acontecer compressão, o ar volta a 
ocupar o espaço que ocupava antes (Elasticidade). 
Exemplo: quando apertamos o êmbolo da seringa, 
tapando o orifício e depois soltamos, o êmbolo re-
torna à posição anterior.
• Quando o ar se expande aumenta o seu volume 
(Expansibilidade). Exemplo: um vidro com perfume 
é aberto e o cheiro se espalha pelo ambiente, pois 
o aroma volátil misturado com o ar ocupa um es-
paço maior.
POLUIÇÃO DO AR
A Poluição do Ar ou Poluição Atmosférica é o resulta-
do do lançamento na atmosfera de grandes quantidades 
de gases ou partículas líquidas e sólidas, que provocam 
impacto ambiental e problemas de saúde humana.
Dentre as substâncias poluentes temos as poeiras in-
dustriais, aerossóis, fumaças negras, solventes, ácidos e 
hidrocarbonetos.
Em diversos países, o nível de poluição do ar está 
acima do considerado aceitável pela OMS (Organização 
Mundial da Saúde).
Apesar da China ser frequentemente lembrada como 
um desses países, estão a ser realizados muitos esforços 
para que esse grave quadro seja revertido.
Na lista dos países que liberam a maior quantidade 
de dióxido de carbono, o Brasil aparece nas primeiras co-
locações.
Poluição atmosférica: uma paisagem comum em muitos países
Causas
A poluição do ar pode ser causada por fontes naturais 
ou por atividades humanas.
Fontes naturais
 
A atividade vulcânica libera gases poluentes
Alguns processos naturais são responsável pela libe-
ração de gases poluentes na atmosfera:
- Atividade de vulcões
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- Liberação de metano por animais durante o proces-
so de digestão
- Poeira de desertos
- Decomposição
Atividades humanas
 
Os carros podem liberar grande quantidade de gases 
poluentes
As atividades humanas ou antropogênicas também 
liberam grande quantidade de gases tóxicos e poluentes:
- Industrialização
- Queimadas
- Veículos e queima de combustíveis fósseis
- Mineração
- Uso de aerossóis
- Produção de energia elétrica
Principais Poluentes
Dentre os principais poluentes que causam o dese-
quilíbrio no ar atmosférico temos:
- Monóxido de carbono: Produto resultante da quei-
ma incompleta dos combustíveis.
- Dióxido de enxofre e óxidos de azoto: produtos da 
combustão do enxofre presente nos combustíveis 
fósseis.
- Dióxido de carbono: Produto resultante da queima 
de qualquer matéria orgânica. É encontrado natu-
ralmente na atmosfera, mas quando lançado em 
grande quantidade, provoca desequilíbrios, entre 
eles, o efeito estufa.
- Chumbo: Produto usado na gasolina para aumentar 
sua octanagem. No Brasil, o chumbo foi substituí-
do pelo álcool etílico anidro, como aditivo à gaso-
lina com essa mesma finalidade.
- Ozônio: O gás ozônio apresenta diferentes funções 
conforme o local onde é encontrado. Quando en-
contra-se na troposfera, causa poluição e chuva 
ácida, sendo prejudicial para plantas e saúde hu-
mana.
- Clorofluorcarbonos: Esses gases são responsáveis 
por destruir a camada de ozônio.
- Material particulados: Resultado da queima de com-
bustíveis fósseis, como a fuligem. Esses materiais 
são extremamente poluentes.
As principais doenças causadas pelo ar
 
As doenças respiratórias podem atingir as pessoas 
através da poeira, pelos de animais, fumaça, odorese 
perfumes que atuam como agentes alérgicos. Além dis-
so, a poluição do ar também contribui para a causa dessas 
doenças, ao passo que prolifera partículas e fungos tóxicos. 
Dentre as doenças respiratórias algumas delas são:
Sarampo – Provocado pelo vírus Morbili virus, o seu 
contágio é por meio de saliva ou secreções respiratórias 
das pessoas. Os sintomas são manchas avermelhadas 
pelo corpo, febre, tosse, mal estar, conjuntivite, perda de 
apetite e coriza. Para recuperação, é necessário repouso, 
alimentação leve e muito líquido.
Bronquite Asmática – Também chamada de Bronqui-
te Alérgica, é dada por conta da inflamação dos brôn-
quios, ramificações do pulmão onde o ar passa. Causada 
por alergias, pode ser curada quando o agente alérgico 
for identificado e o medicamento agir no pulmão para 
desinflamar a região acometida, facilitando a passagem 
do ar. Seus sintomas são: dificuldade para respirar, tosse 
com catarro, boca e ponta dos dedos arroxeados.
Asma – Causa inchaço e estreitamento das vias do 
pulmão havendo dificuldade respiratória, falta de ar, 
aperto no peito e tosse. Para as pessoas que têm asma, 
a poluição é um agravante; e para quem não tem, a ex-
posição excessiva às áreas poluídas pode desencadear a 
doença.
Câncer de pulmão – Pessoas que cresceram em áreas 
de grande poluição estão mais propensas a desenvolver 
esse tipo de doença. O acúmulo de partículas pode dar 
origem a um broto canceroso, o início da doença no cor-
po do paciente. É comprovado que a poluição aumenta e 
risco de câncer, tanto quanto o fumo passível.
Em todos os casos é fundamental a procura de um 
médico para um diagnóstico correto. Além disso, a auto-
medicação é arriscada, visto que para cada doença existe 
uma medicação específica e controlada por receita mé-
dica. 
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EXERCÍCIO COMENTADO
1. (Exercicios.brasilescola.uol.com.br) A água relacio-
na-se com diversas doenças, entretanto, não está asso-
ciada apenas àquelas transmitidas pela ingestão e con-
tato, por exemplo. Doenças transmitidas por vetores que 
se desenvolvem em ambiente aquático também estão 
relacionadas com a água. Sendo assim, analise as alter-
nativas e marque aquela em que não há um vetor que 
apresenta parte do ciclo de vida na água.
a) Malária.
b) Zika.
c) Leptospirose.
d) Dengue.
e) Chikungunya
Resposta: Letra C. A leptospirose é transmitida pelo 
contato com água contaminada, geralmente, com a 
urina de rato.
A meteorologia é a ciência que estuda as condições 
atmosféricas e, com isso, auxilia na previsão do tempo.
Os técnicos fazem a previsão do tempo estudando vários 
aspectos da atmosfera: massas de ar, frentes frias ou quentes, 
umidade do ar, temperatura do lugar, pressão atmosférica, etc.
Tempo e clima
É comum as pessoas confundirem os termos tempo e 
clima. Afinal, o que significa cada um deles?
O termo tempo corresponde a uma situação de mo-
mento. Indica o estado atmosférico em determinado tem-
po e lugar. Hoje, onde você mora pode estar chovendo, 
mas amanhã poderá estar ensolarado. Pela manhã, pode 
estar muito calor e pela tarde todos serem surpreendidos 
pela chegada de uma frente fria.
O termo clima corresponde ao conjunto de condições 
atmosféricas que ocorrem com mais frequência em uma 
determinada região. Por exemplo, na Caatinga, no Nor-
deste brasileiro, o clima é quente e seco, podendo ocorrer 
chuvas. Mesmo quando o tempo está chuvoso, o clima 
permanece o mesmo (quente e seco).
Fatores relacionados à previsão do tempo
• As nuvens
O tipo de nuvem presente na atmosfera é uma pista para 
a previsão do tempo. Quando olhamos para o céu e vemos 
nuvens escuras, geralmente cinzentas, logo achamos que vai 
chover. A nuvem escura possui gotículas de água tão próxi-
mas umas das outras que a luz do Sol quase não consegue 
atravessá-las. E a chuva pode se formar justamente quando 
as gotículas se juntam e formam gotas maiores, que não fi-
cam mais suspensas na atmosfera e caem.
As nuvens podem ficar em diferentes altitudes e variar 
nas suas formas, que dependem de como a nuvem sobe e 
da temperatura do ar. São utilizadas palavras que vieram 
do latim para descrever os vários tipos de nuvens.
Cirros: Nuvens altas e de cor branca. Cirru significa 
“caracol” em latim. Muitas vezes essas nuvens se parecem 
com cabelos brancos. Podem ser formadas por cristais de 
gelo.
Cúmulos: Nuvens brancas formando grandes grupos, 
com aspecto de flocos de algodão. Cumulu em latim sig-
nifica “pilha”, “montão”. 
Estratos: Formam grandes camadas que cobrem o céu 
como se fossem um nevoeiro, tornando o dia nublado. 
Estratu significa “camada”. 
Para descrever as nuvens usamos ainda os termos 
nimbos e altos. Nimbos são nuvens de cor cinza-escuro. 
A presença de nimbos no céu é sinal de chuva. Nimbos 
significa “portador de chuva”. E altos são nuvens eleva-
das. 
Esses dois termos podem ser combinados para descre-
ver os vários tipos de nuvens. Cúmulos-nimbos, por exem-
plo, são nuvens altas que costuma indicar tempestade. 
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As massas de ar
A massa de ar é um aglomerado de ar em determi-
nadas condições de temperatura, umidade e pressão. As 
massas de ar podem ser quentes ou frias. As quentes, 
em geral, deslocam-se de regiões tropicais, e as frias se 
originam nas regiões polares.
As massas de ar podem ficar estacionadas, em de-
terminado local, por dias e até semanas. Mas quando se 
movem, provocam alteração no tempo, havendo cho-
ques entre massas de ar quente e frio: enquanto uma 
avança, a outra, recua.
O encontro entre duas massas de ar de temperaturas dife-
rentes dá origem a uma frente, ou seja, a uma área de transição 
entre duas massas de ar. A frente pode ser fria ou quente. 
Uma frente fria ocorre quando uma massa de ar frio 
encontra e empurra uma massa de ar quente, ocasionan-
do nevoeiro, chuva e queda de temperatura. 
E uma frente quente ocorre quando uma massa de ar 
quente encontra uma massa de ar frio que estava estaciona-
da sobre uma região, provocando aumento da temperatura.
OS VENTOS
O ar em movimento se chama vento. Sua direção e 
velocidade afetam as condições do tempo. Para se pre-
ver quando uma massa de ar chegará a uma determina-
da localidade é fundamental conhecer a velocidade dos 
ventos.
O movimento do ar, em relação à superfície da Terra, 
pode variar desde a calmaria e falta de vento até a for-
mação de furacões que provocam a destruição em razão 
de ventos a mais de 120 quilômetros por hora.
A velocidade dos ventos é medida com um aparelho 
denominado anemômetro, que é, basicamente, um tipo 
de cata-vento, como se pode ver abaixo.
No anemômetro, as pequenas conchas giram quando o 
vento bate nelas, fazendo toda a peça rodar. Um ponteiro 
se movimenta em uma escala graduada, em que é registra-
da a velocidade do vento.
Nos aeroportos, é comum ver instrumentos, como, 
por exemplo, a biruta, que é muito simples, usada para 
verificar a direção do vento. Também podemos encon-
trar birutas na beira de praias, para orientar pescadores, 
surfistas etc.
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Os aeroportos, atualmente têm torres de controle, 
nas quais as informações sobre velocidade e direção dos 
ventos obtidas por instrumentos são processadas por 
computadores, que fornecem dados necessários para o 
pouso e decolagem.
Agora vamos pensar: Em dias quentes, à beira-mar, 
algumas horas depois do amanhecer, pode-se sentir uma 
brisa agradável vinda do mar. Como podemos explicar 
isso?
O Sol aquece a água do mar e a terra. Mas a terra 
esquenta mais rápido que o mar. O calor da terra aquece 
o ar logo acima dela. Esse ar fica mais quente, menos 
denso e sobe. A pressão atmosférica nessa região se tor-
na menor do que sobre o mar. Por isso, a massa de ar 
sobre o mar, mais fria, mais densa e com maior pressão, 
se desloca, ocupando o lugar do ar que subiu. Então esse 
ar aquece, e o processo se repete.
O movimento horizontal de ar do mar para a terra é 
chamado brisamarítima e acontece de dia.
De noite ocorre o contrário: a terra esfria mais rápido 
que o mar, já que a água ganha e perde calor mais lenta-
mente que a terra. O ar sobre o mar está mais aquecido 
(o mar está liberando o calor acumulado durante o dia) 
e sobe. Então, o ar frio da terra se desloca para o mar. É 
a brisa terrestre.
Temperatura do Ar 
A temperatura do ar é medida por meio de termô-
metros. Os boletins meteorológicos costumam indicar as 
temperaturas máxima e mínima previstas para um deter-
minado período.
O vapor de água presente no ar ajuda a reter calor. 
Assim verificamos que, em lugares mais secos, há me-
nor retenção de calor na atmosfera e a diferença entre 
temperatura máxima e mínima é maior. Simplificando, 
podemos dizer que nesses locais pode fazer muito calor 
durante o dia, graças ao Sol, mas frio à noite como, por 
exemplo, nos desertos e na caatinga. 
Roupas típicas de habitantes do deserto costumam 
ser de lã, um ótimo isolante térmico, que protege tanto 
do frio quanto do calor excessivo. Além disso, as roupas 
são bem folgadas no corpo, com espaço suficiente para 
criar o isolamento térmico.
Umidade do Ar 
A umidade do ar diz respeito à quantidade de vapor 
de água presente na atmosfera – o que caracteriza se o 
ar é seco ou úmido – e varia de um dia para o outro. A 
alta quantidade de vapor de água na atmosfera favorece 
a ocorrência de chuvas. Já com a umidade do ar baixa, é 
difícil chover. 
Quando falamos de umidade relativa, comparamos 
a umidade real, que é verificada por aparelhos como o 
higrômetro, e o valor teórico, estimado para aquelas con-
dições. A umidade relativa pode variar de 0% (ausência 
de vapor de água no ar) a 100% (quantidade máxima de 
vapor de água que o ar pode dissolver, indicando que o 
ar está saturado).
Em regiões onde a umidade relativa do ar se mantém 
muito baixa por longos períodos, as chuvas são escassas. 
Isso caracteriza uma região de clima seco. A atmosfera 
com umidade do ar muito alta é um fator que favorece a 
ocorrência de chuva. Quem mora, por exemplo, em Ma-
naus sabe bem disso. Com clima úmido, na capital ama-
zonense o tempo é frequentemente chuvoso.
Como já vimos, a umidade do ar muito baixa causa 
clima seco e escassez de chuvas.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saú-
de), valores de umidade abaixo de 20% oferecem risco 
à saúde, sendo recomendável a suspensão de atividades 
físicas, principalmente das 10 às 15horas. A baixa umida-
de do ar, entre outros efeitos no nosso organismo pode 
provocar sangramento nasal, em função do ressecamento 
das mucosas.
No entanto, também é comum as pessoas não se sen-
tirem bem em dias quentes e em lugares com umidade 
do ar elevada. Isso acontece porque, com o ar saturado 
de vapor de água, a evaporação do suor do corpo se tor-
na difícil, inibindo a perda de calor. E nosso corpo se re-
fresca quando o suor que eliminamos evapora, retirando 
calor da pele.
Pressão atmosférica
Como já vimos, a camada de ar que fica em contato 
com a superfície da Terra recebe o nome de troposfera 
que tem uma espessura entre 8 e 16 km. 
Devido aos fatores naturais (tais como as erupções 
vulcânicas, o relevo, a vegetação, os oceanos, os rios) e 
fatores humanos (como as indústrias, as cidades, a agri-
cultura e o próprio homem) o ar sofre, até uma altura de 
3 km, influências nas suas características básicas.
Todas as camadas que constituem nossa atmosfera 
possuem características próprias e importantes para a 
proteção da terra. Acima dos 25 km, por exemplo, exis-
te uma concentração de ozônio (O3) que funciona como 
um filtro, impedindo a passagem de algumas radiações 
prejudiciais à vida. Os raios ultravioletas que em grandes 
quantidades poderiam eliminar a vida são, em boa parte, 
filtrados por esta camada de ozônio. 
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A parcela dos raios ultravioletas que chegam a terra é 
benéfica tanto para a eliminação de bactérias como na pre-
venção de doenças. Nosso ar atmosférico não foi sempre as-
sim como é hoje, apresentou variações através dos tempos. 
Provavelmente o ar que envolvia a Terra, primitivamente, era 
formado de gás metano (CH4), amônia (NH3), vapor d’água e 
hidrogênio (H2). Com o aparecimento dos seres vivos, princi-
palmente os vegetais, a atmosfera foi sendo modificada. 
Atualmente, como já sabemos, o ar é formado de 
aproximadamente 78% de nitrogênio (N2), 21% de oxigê-
nio, 0,03% de gás carbônico (CO2) e ainda gases nobres 
e vapor de água. Esta composição apresenta variações de 
acordo com a altitude.
Fatores que provocam alterações no ar
A alteração na constituição química do ar por meio 
dos tempos indica que ele continua se modificando à me-
dida em que o homem promove alterações no meio am-
biente. Até agora esta mistura gasosa e transparente tem 
permitido a filtragem dos raios solares e a retenção do 
calor, fundamentais à vida. Pode-se dizer, no entanto, que 
a vida na Terra depende da conservação e até da melhoria 
das características atuais do ar.
Os principais fatores que têm contribuído para provo-
car alterações no ar são:
• A poluição atmosférica pelas indústrias, que em al-
gumas regiões já tem provocado a diminuição da 
transparência do ar;
• o aumento do número de aviões supersônicos que, 
por voarem em grandes altitudes, alteram a cama-
da de ozônio;
• os desmatamentos, que diminuindo as áreas ver-
des causam uma diminuição na produção de oxi-
gênio;
• as explosões atômicas experimentais, que liberam 
na atmosfera grande quantidade de gases, de resí-
duos sólidos e de energia;
• os automóveis e indústrias, que consomem oxigê-
nio e liberam grandes quantidades de monóxido 
de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2).
Todos estes fatores, quando associados, colocam em 
risco o equilíbrio total do planeta, podendo provocar 
entre outros fenômenos, o chamado efeito estufa, que 
pode provocar um sério aumento da temperatura da ter-
ra, o que levará a graves consequências.
NOÇÕES BÁSICAS DE METEOROLOGIA. 
Quem de nós já não perguntou em casa ou para um 
colega na escola sobre a previsão do tempo?
Quando vamos viajar no final de semana ou vamos 
ao clube praticar alguma atividade, não ficamos ansiosos 
para saber se vai chover ou fazer sol? Se vai fazer frio ou 
calor? Dar uma olhadinha na previsão do tempo é fun-
damental para qualquer um. No âmbito pessoal, ajuda a 
escolher a roupa, decidir se vai levar ou não o guarda-
-chuva, marcar ou não compromissos e escolher o desti-
no no fim de semana.
A meteorologia tornou-se fundamental para a agri-
cultura, para as navegações marítimas e aéreas, assim 
como para o estudo cada vez mais importante das mu-
danças climáticas.
Atualmente, as previsões do tempo são anunciadas 
diariamente na televisão. Todos os jornais e alguns sites 
da internet também trazem informações confiáveis sobre 
a previsão do tempo.
A meteorologia é, portanto, a ciência que estuda os 
fenômenos atmosféricos. Seus campos de estudo mais 
conhecidos são a previsão do tempo e a climatologia. 
Tempo e Clima
Para muita gente, esses dois termos são utilizados 
com o mesmo sentido, mas na verdade não significam 
a mesma coisa.
É comum dizermos: “hoje, o tempo está ótimo para 
passear”, “nesse fim de semana, o tempo estará péssimo 
para ir a praia”, “ontem, o tempo esteve nublado, mas 
amanhã fará sol”. Repare que nessas frases estamos nos 
referindo à situação da atmosfera hoje, ontem, amanhã 
ou nos próximos dias.
O “tempo meteorológico” pode mudar de um dia 
para o outro, ou mesmo de uma hora para outra.
E o que queremos dizer com a palavra clima? Quando 
dizemos que “o clima dessa região é péssimo” ou que 
ele “é maravilhoso”, não estamos nos referindo apenas a 
hoje ou aos próximos dias.
Estamos nos referindo à situação mais ou menos per-
manente da atmosfera de certo lugar.
Na Amazônia, chove (quase) todos os dias; seu clima 
é úmido. Nos desertos, quase nunca chove; seu clima, 
portanto, é chamado desértico. Em alguns lugares, nunca 
chove demais, nem fazmuito calor; dizemos, então, que 
esse clima é temperado. As condições climáticas variam 
com:
- as quatro estações do ano;
- a altitude;
- a proximidade do mar ou dos rios; ou
- a localização dessa região no planeta.
Claro que, ao longo de uma estação do ano, o tempo 
pode variar. Haverá dias mais quentes ou mais frios, mais 
úmidos ou mais secos, mais longos ou mais curtos. Mas, 
na média, por exemplo, durante o verão haverá mais dias 
quentes do que frios. E, no inverno, mais dias frios do que 
quentes. O clima é o resultado dessa média.
Você percebeu a diferença entre tempo e clima?
Tempo: é o estado da atmosfera em determinado lu-
gar e momento. Em um mesmo dia, podem ocorrer dife-
rentes comportamentos da atmosfera, diferentes estados 
do tempo meteorológico.
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Clima: é a sucessão habitual dos estados do tempo 
observados durante um longo período, vários anos, per-
mitindo criar um padrão de comportamento da atmosfe-
ra para determinado lugar. 
Ciclone, Furacão e Tornado
Muito se ouve falar sobre ciclones, furacões e torna-
dos. Todos são fenômenos naturais com características 
próprias.
Os ciclones são tempestades violentas em regiões 
tropicais e subtropicais, com ventos acima de 50 km/h. 
Os ciclones extratropicais têm origem não tropical e es-
tão sempre associados às frentes frias.
Os fenômenos mais temidos são furacões e tornados. 
Ambos são redemoinhos de ar, mas têm características 
muito diferentes. Um furacão é um ciclone tropical que 
se tornou muito intenso, com ventos superiores a 119 
km/h, girando ao redor de um centro de baixa pressão. 
Normalmente, bem no centro do furacão há uma região 
sem nuvens e com ventos calmos, chamada “olho do fu-
racão”. Esse fenômeno ganha o nome de tufão quando 
se forma no sul da Ásia e na parte ocidental do Oceano 
Índico, entre julho e outubro. Os furacões têm origem no 
mar da China e atingem o leste asiático.
Normalmente, surgem sobre os oceanos, onde a tem-
peratura está acima de 26 graus Celsius. Podem ter até 
900 km de diâmetro e milhares de metros de altura. São 
capazes de se deslocar por vários dias, conforme deter-
minado pelo encontro de ventos que eles mesmos ge-
ram. Os furacões se classificam em 5 categorias, de acor-
do com sua velocidade, que varia entre 120 e 250 km/h. 
Tornado é o mais forte dos fenômenos meteorológi-
cos. Trata-se de um redemoinho de vento, com veloci-
dades que podem chegar a 500 km/h; forma-se em con-
dições especiais em um ambiente de tempestade muito 
forte. É um fenômeno tipicamente continental, formado 
pela chegada de frentes frias a regiões onde o ar está 
mais quente. A coloração cinza ou marrom se deve aos 
detritos que o tornado suga do chão.
O redemoinho, que se forma muitas vezes, atinge o 
solo, arrasando casas, arrancando árvores e levantando 
grandes e pesados objetos. A dimensão espacial do tor-
nado é de centenas de metros, e ele, normalmente, dura 
poucos minutos e percorre uma extensão de 500 a 1.500 
metros. 
Fonte: http://www.objetivo.br/conteudo.asp?ref=-
contF&id=7258
CAMADAS ATMOSFÉRICAS. 
A atmosfera terrestre é formada por diversas camadas 
de gases que contornam a Terra devido aos efeitos do 
campo gravitacional.
Cada camada possui uma composição específica de 
gases que são organizados conforme suas densidades. 
Os gases mais densos são puxados para mais perto da 
superfície terrestre enquanto os outros permanecem mais 
distantes do planeta.
Devido aos diferentes atributos que os gases apresen-
tam, as camadas da atmosfera possuem características 
próprias e desempenham papéis específicos na sua rela-
ção com a Terra.
As cinco camadas que formam a atmosfera terrestre 
são: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e 
exosfera.
Camadas da Atmosfera
Troposfera
A troposfera é a camada mais densa da atmosfera, e 
por isso a mais próxima da superfície terrestre. Estima-se 
que o total da massa atmosférica seja de 5x1018 kg, e que 
75% desse montante esteja localizado na troposfera.
A espessura da troposfera varia de 8 km a 14 km, de-
pendendo da região da Terra. Os pontos mais finos (em 
que a espessura atinge 8 km) são nos polos norte e sul.
Por ser a camada mais baixa da atmosfera, a troposfe-
ra é responsável por abrigar a vida no planeta, e também 
é onde ocorrem quase todos os fenômenos climáticos. O 
termo troposfera é derivado do grego tropos (mudança) 
para refletir a natureza dinâmica das mudanças climáticas 
e do comportamento dessa camada da atmosfera.
A região da troposfera que delimita seu fim e o início 
da estratosfera se chama tropopausa. A tropopausa é fa-
cilmente identificável através dos diferentes padrões de 
pressão e temperatura de cada uma das camadas.
Composição da troposfera
Em termos de volume, a troposfera é composta por 
78.08% de nitrogênio, 20,95% de oxigênio, 0.93% de ar-
gônio e 0.04% de dióxido de carbono. O ar também é 
composto por uma porcentagem variável de vapor de 
água que entra na troposfera através do fenômeno de 
evaporação.
Temperatura na troposfera
Assim como a pressão, a temperatura na troposfera 
também diminui conforme a altitude aumenta. Isso corre 
porque o solo absorve a maior parte da energia solar e 
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aquece os níveis mais baixos da troposfera. Dessa forma, 
considerando que a evaporação é maior nas áreas mais 
quentes, os vapores de água são mais presentes ao nível 
do mar e mais raros em maiores altitudes.
O que pode ser encontrado na troposfera?
Alguns exemplos do que pode ser encontrado na tro-
posfera são:
- Clima
- Precipitações como chuva, neve e granizo;
- Gases como nitrogênio, oxigênio, argônio e dióxido 
de carbono
- Nuvens
- Aves
Estratosfera
A estratosfera é a segunda maior camada da atmos-
fera e também a segunda mais próxima da superfície ter-
restre. Estima-se que ela contenha cerca de 15% da massa 
total da atmosfera da Terra.
A espessura da estratosfera é de 35 km contados a 
partir da tropopausa, significando que ela se localiza en-
tre a troposfera e a mesosfera. O termo estratosfera é 
derivado do grego strato (camada), para designar o fato 
de que a própria estratosfera se subdivide em outras ca-
madas menores.
As camadas da estratosfera se formam devido à au-
sência de fenômenos climáticos que misturem o ar. As-
sim, ocorre uma clara divisão entre o ar frio e pesado, 
que se localiza embaixo e o ar quente e leve, que se lo-
caliza em cima. Dessa forma, em termos de temperatura, 
a estratosfera funciona de forma exatamente contrária à 
troposfera
Por ser uma região altamente estável (por não haver 
trocas de ar), pilotos de avião tendem a manter-se no iní-
cio da estratosfera para evitar turbulências. É nessa alti-
tude que aviões e balões atingem sua eficiência máxima.
Avião - Estratosfera
Algumas aeronaves, especialmente aviões a jato, sobem 
até a estratosfera para evitar o atrito e as trocas de ar.
A estratosfera também contém a conhecida camada 
de ozônio, responsável por absorver a maior parte da 
radiação ultravioleta emitida pelo sol. Sem a camada de 
ozônio, a vida na Terra, na forma que conhecemos, não 
seria possível.
Assim como a troposfera, a estratosfera também pos-
sui uma região que delimita seu fim e marca o início da 
mesosfera, chamada estratopausa.
Composição da estratosfera
A maioria dos elementos encontrados na superfície 
terrestre e na troposfera não alcançam a estratosfera. Em 
vez disso, é comum que eles:
- se decomponham na troposfera
- sejam eliminados pela luz solar
-sejam levados de volta à superfície da Terra através 
da chuva ou outras precipitações
Por causa da inversão na dinâmica de temperaturas entre a 
troposfera e a estratosfera, quase não existe troca de ar entre as 
duas camadas, fazendo com que vapores de água existam so-
mente em quantidades diminutas na estratosfera. Por esse moti-
vo, a formação de nuvens nessa camada é extremamente difícil.
Com relação aos gases, a estratosfera é formada predo-
minantemente por ozôniopresente na camada de ozônio. 
Acredita-se que 90% de todo o ozônio existente na atmos-
fera se encontra nessa região. Além disso, a estratosfera 
contém elementos levados através de erupções vulcânicas 
como óxidos de nitrogênio, ácido nítrico, halogêneos, etc.
Temperatura na estratosfera
A temperatura na estratosfera aumenta conforme a al-
titude aumente, variando entre -51°C no ponto mais bai-
xo (tropopausa) e -3ºC no ponto mais alto (estratopausa).
O que pode ser encontrado na estratosfera?
Alguns exemplos do que pode ser encontrado na es-
tratosfera são:
- Camada de ozônio
- Aviões e balões climáticos
- Algumas aves
Mesosfera
A mesosfera é a última camada atmosférica em que 
os gases ainda estão misturados no ar e não organizados 
pela sua massa. É considerada pela ciência a camada mais 
difícil de se estudar, por isso existem poucas informações 
confirmadas sobre ela.
A espessura da mesosfera também é de 35 km, conta-
dos a partir da estratopausa, significando que ela se loca-
liza entre a estratosfera e a termosfera. O termo mesos-
fera é oriundo do grego mesos (meio), por ser a terceira 
entre as cinco camadas da atmosfera terrestre
Balões climáticos e aeronaves não são capazes de 
chegar tão alto a ponto de atingir a mesosfera. Ao mesmo 
tempo, satélites só são capazes de orbitar acima dela de 
forma que não conseguem medir, de forma apropriada, 
as características da camada. A única forma de estudar a 
mesosfera, atualmente, é através da utilização de fogue-
tes sônicos que recolhem poucas informações por missão.
É na mesosfera que ocorre a combustão de corpos ce-
lestes que entram na atmosfera terrestre, dando origem a 
fenômenos como as chuvas de meteoros.
Chuva de Meteoros
A chuva de meteoros ocorre quando um corpo celeste 
entre na atmosfera terrestre. Devido à altíssima tempera-
tura, o corpo celeste entra em combustão e geralmente 
se dissolve em vários pedaços menores.
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Composição da mesosfera
A porcentagem de oxigênio, nitrogênio e dióxido de 
carbono na mesosfera é essencialmente a mesma das ca-
madas situadas abaixo. Vapores de água são ainda mais 
raros do que na estratosfera que, por sua vez, transfere 
uma parcela de ozônio para a mesosfera.
A mesosfera também possui material oriundo de me-
teoros que se vaporizam ao entrar na atmosfera. Assim, a 
mesosfera também é composta por uma parcela relativa-
mente alta de ferro e outros metais.
Temperatura na mesosfera
A temperatura na mesosfera diminui conforme a alti-
tude aumenta, variando entre -3°C no ponto mais baixo 
(estratopausa) e -143ºC no ponto mais alto, a mesopausa, 
a região mais fria de toda a atmosfera terrestre.
O que pode ser encontrado na estratosfera?
Alguns exemplos do que pode ser encontrado na es-
tratosfera são:
Meteoros em combustão
Nuvens noctilucentes (um tipo especial de nuvens que 
brilham à noite)
Termosfera
A termosfera está localizada acima da mesosfera e 
abaixo da exosfera. Sua espessura é de aproximadamente 
513 km, ou seja, muito maior do que todas as camadas 
inferiores combinadas.
Embora a termosfera seja considerada parte da at-
mosfera terrestre, a densidade do ar é tão baixa que a 
maior parte da camada é vista, erroneamente, como es-
paço sideral. Essa ideia é reforçada pelo fato de que a 
camada não possui moléculas suficientes para que ondas 
de som viagem.
Na termosfera, a radiação ultravioleta causa os fenô-
menos de fotoionização de moléculas, ou seja, a criação 
de íons através do contato entre um fóton e um átomo. 
Esse fenômeno é responsável pela criação da ionosfera, 
localizada dentro da termosfera. A ionosfera desempenha 
papel importante na propagação de ondas de rádio para 
regiões distantes da Terra.
É na termosfera que orbitam os satélites e a Estação 
Espacial Internacional (ISS). Além disso, é na termosfera 
que ocorre a aurora boreal.
Aurora Boreal
A aurora boreal acontece com a colisão de partículas 
solares com a densidade atmosférica terrestre.
A palavra termosfera é originária do grego thermos 
(calor), refletindo o fato de que as temperaturas são ex-
tremamente altas nessa camada.
A fronteira entre a termosfera e a exosfera é chamada 
termopausa.
Composição da termosfera
Diferente das camadas situadas abaixo, nas quais os 
gases se misturam, na termosfera as partículas raramente 
se colidem, resultando em uma divisão uniforme de ele-
mentos. Além disso, grande parte das moléculas presen-
tes na termosfera são quebradas pela luz solar.
Nas partes superiores da termosfera são compostas 
por oxigênio atômico, nitrogênio atômico e hélio.
Temperatura na termosfera
A temperatura na termosfera pode variar de 500ºC a 
2000ºC. Isso ocorre pois grande parte da luz solar é ab-
surda nessa camada.
O que pode ser encontrado na termosfera?
Alguns exemplos do que pode ser encontrado na ter-
mosfera são:
- Satélites
- Antigamente, o ônibus espacial
- ISS
- Aurora boreal
- Ionosfera
Exosfera
A exosfera é a maior e mais exterior camada da at-
mosfera terrestre. Ela se estende por 600 km até afinar 
e se misturar com o espaço interplanetário. Isso faz com 
que sua espessura seja de 10000 km. A fronteira mais dis-
tante da exosfera chega à metade do caminho para a lua.
O termo exosfera vem do grego exo (exterior), mar-
cando o fato de que esta é a última camada atmosférica 
antes do vácuo do espaço.
Composição da exosfera
As partículas na exosfera são extremamente afastadas 
e, por isso, não são classificadas como gases pois a den-
sidade é baixa demais. É possível que uma partícula viaje 
por centenas de quilômetros até colidir-se com outra. Elas 
também não são consideradas plasma pois não são eletri-
camente carregadas.
Nas regiões mais baixas da exosfera, é possível en-
contrar hidrogênio, hélio, dióxido de carbono e oxigênio 
atômico, mantendo-se minimamente presos à Terra pelo 
campo gravitacional.
Temperatura na exosfera
Devido ao fato de que a exosfera é quase vácuo (pela 
ausência de interação entre as moléculas) a temperatura 
na camada é constante e fria.
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O que pode ser encontrado na exosfera?
Alguns exemplos do que pode ser encontrado na 
exosfera são:
- Telescópio espacial Hubble
- Satélites 
Fonte: https://www.significados.com.br/camadas-da-
-atmosfera/
ÁGUA - PROPRIEDADES FÍSICAS E 
QUÍMICAS; CICLO DA ÁGUA; RELAÇÕES 
COM OS SERES VIVOS; PRESSÃO NA 
ÁGUA; FLUTUAÇÃO DOS CORPOS; 
VASOS COMUNICANTES; POLUIÇÃO 
DA ÁGUA; PURIFICAÇÃO DA ÁGUA; 
DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA; 
TRATAMENTO DE ÁGUA E ESGOTO. 
A ÁGUA
A água no planeta 
Cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por 
água em estado líquido. Do total desse volume, 97,4% 
aproximadamente, está nos oceanos, em estado líquido.
A água dos oceanos é salgada: contém muito cloreto 
de sódio, além de outros sais minerais. 
Mas a água em estado líquido também aparece nos 
rios, nos lagos e nas represas, infiltrada nos espaços do 
solo e das rochas, nas nuvens e nos seres vivos. Nesses 
casos ela apresenta uma concentração de sais geralmen-
te inferior a água do mar. É chamada de água doce e 
corresponde a apenas cerca de 2,6% do total de água 
do planeta.
Cerca de 1,8% da água doce do planeta é encontra-
do em estado sólido, formando grandes massas de gelo 
nas regiões próximas dos polos e no topo de montanhas 
muito elevadas. As águas subterrâneas correspondem a 
0,96% da água doce, o restante está disponível em rios 
e lagos. 
Oceanos e mares - 97%
Geleiras inacessíveis - 2%
Rios, lagos e fontes subterrâneas - 1%
A presença de água nos seres vivos
Um dos fatores que possibilitaram o surgimento e a 
manutenção da vida na Terra é a existência da água. Ela 
é um dos principais componentes da biosfera e cobre a 
maior parte da superfície do planeta. 
Na Biosfera, existem diversos ecossistemas, ou seja, 
diversos ambientes na Terra que são habitados por seres 
vivos das mais variadas formas e tamanhos. Às vezes, nos 
esquecemos que todos esses seres vivos têm em comum aágua presente na sua composição. Veja alguns exemplos:
Água viva
Melancia
A água-viva chega a ter 95% de água na composição do 
seu corpo. A melancia e o pepino chegam a ter 96% de água 
na sua composição. Portanto, a água não está presente apenas 
nas plantas; ela também faz parte do corpo de muitos animais.
É fácil comprovar que o nosso corpo, por exemplo, con-
tém água. Bebemos água várias vezes ao dia, ingerimos 
muitos alimentos que contém água e expelimos do nos-
so corpo vários tipos de líquidos que possuem água, por 
exemplo, suor, urina, lágrimas etc.
O que é a água?
 
A água é uma das substâncias mais comuns em nosso 
planeta. Toda a matéria (ou a substância) na natureza é 
feita por partículas muito pequenas, invisíveis a olho nu, 
os átomos. Cada tipo de átomo pertence a um determi-
nado elemento químico. Os átomos de oxigênio, hidro-
gênio, carbono e cloro são alguns exemplos de elemen-
tos químicos que formam as mais diversas substâncias, 
como a água, o gás carbônico etc. 
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Os grupos de átomos unidos entre si formam moléculas. Cada molécula de água, por exemplo, é formada por dois 
átomos de hidrogênio e um de oxigênio. A molécula de água é representada pela fórmula química H2O. Em cada 1g 
de água há cerca de 30. 000. 000. 000. 000. 000. 000. 000 (leia: “trinta sextilhões”) de moléculas de água.
Representação da molécula de água com os dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. As cores são meramente 
ilustrativas e o tamanho não segue as proporções reais.
Estados físicos da matéria
Quando nos referimos à água, a ideia que nos vem de imediato é a de um líquido fresco e incolor. Quando nos referimos 
ao ferro, imaginamos um sólido duro. Já o ar nos remete à ideia de matéria no estado gasoso.
Toda matéria que existe na natureza se apresenta em uma dessas formas – sólida, líquida ou gasosa. É o que chama-
mos de estados físicos da matéria.
No estado sólido, as moléculas de água estão bem “presas” umas às outras e se movem muito pouco: elas ficam 
“balançando”, vibrando, mas sem se afastarem muito umas das outras. Não é fácil variar a forma e o volume de um 
objeto sólido, como a madeira de uma porta ou o plástico de que é feito uma caneta, por exemplo. 
O estado líquido é intermediário entre o sólido e o gasoso. Nele, as moléculas estão mais soltas e se movimentam mais 
que no estado sólido. Os corpos no estado líquido não mantêm uma forma definida, mas adotam a forma do recipiente 
que os contêm, pois as moléculas deslizam umas sobre as outras, na superfície plana e horizontal. A matéria, quando em 
estado líquido, também se mantém na forma plana e horizontal. 
No estado gasoso a matéria está muito expandida e, muitas vezes, não podemos percebê-la visualmente. Os corpos 
no estado gasoso não possuem volume nem forma próprias e também adotam a forma do recipiente que os contém. 
No estado gasoso, as moléculas se movem mais livremente que no estado líquido, estão muito mais distantes umas 
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das outras que no estado sólido ou líquido, e se movimentam em todas as direções. Frequentemente, há colisões entre 
elas, que se chocam também com a parede do recipiente em que estão. É como se fossem abelhas presas em uma 
caixa voando em todas as direções. 
Em resumo: no estado sólido as moléculas de água vibram em posições fixas. No estado líquido, as moléculas vi-
bram mais do que no estado sólido, mas dependente da temperatura do líquido (quanto mais quente, maior a vibração, 
até se desprenderem, passando para o estado gasoso, em um fenômeno conhecido como ebulição). Consequentemen-
te, no estado gasoso (vapor) as moléculas vibram fortemente e de forma desordenada.
Propriedades da água
A água é um solvente
No ambiente é muito difícil encontrar água pura, em razão da facilidade com que as outras substâncias se misturam 
nela. Mesmo a água da chuva, por exemplo, ao cair, traz impurezas do ar nela dissolvidas. 
Uma das importantes propriedades da água é a capacidade de dissolver outras substâncias. A água é considerada 
solvente universal, porque é muito abundante na Terra e é capaz de dissolver grande parte das substâncias conhecidas.
Se percebermos na água cor, cheiro ou sabor, isso se deve a substâncias (líquidos, sólidos ou gases) nela presentes, 
dissolvidas ou não.
As substâncias que se dissolvem em outras (por exemplo, o sal) recebem a denominação de soluto. A substância que 
é capaz de dissolver outras, como a água, é chamada de solvente. A associação do soluto com o solvente é uma solução.
A propriedade que a água tem de atuar como solvente é fundamental para a vida. No sangue, por exemplo, várias 
substâncias – como sais minerais, vitaminas, açucares, entre outras – são transportadas e dissolvidas na água.
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Porcentagem de água em alguns órgãos do corpo 
humano.
Nas plantas, os sais minerais dissolvidos na água são 
levados das raízes às folhas, assim como o alimento da 
planta (açúcar) também é transportado dissolvido em 
água para todas as partes desse organismo.
No interior dos organismos vivos, ocorrem inúme-
ras reações químicas indispensáveis à vida, como as que 
acontecem na digestão. A maioria dessas reações quími-
cas no organismo só acontece se as substâncias químicas 
estiverem dissolvidas em água. 
• A água como regulador térmico
A água tem a capacidade de absorver e conservar ca-
lor. Durante o dia, a água absorve parte do calor do Sol e 
o conserva até a noite. Quando o Sol está iluminando o 
outro lado do planeta, essa água já começa a devolver o 
calor absorvido ao ambiente.
Ela funciona, assim, como reguladora térmica. Por 
isso, em cidades próximas ao litoral, é pequena a dife-
rença entre a temperatura durante o dia e à noite. Já em 
cidades distantes do litoral, essa diferença de temperatu-
ra é bem maior.
É essa propriedade da água que torna a sudorese (eli-
minação do suor) um mecanismo importante na manu-
tenção da temperatura corporal de alguns animais. 
Quando o dia está muito quente, suamos mais. Pela 
evaporação do suor eliminado, liberamos o calor exce-
dente no corpo. Isso também ocorre quando corremos, 
dançamos ou praticamos outros exercícios físicos.
Flutuar ou afundar?
Você já se perguntou por que alguns objetos afun-
dam na água? Porque um prego afunda e um navio flu-
tua na água? O que faz com que a água sustente alguns 
objetos, de forma que eles consigam flutuar nela?
Entender porque alguns objetos afundam na água en-
quanto outros flutuam é muito importante na construção 
de navios, submarinos etc. Se na água um prego afunda 
e um navio flutua, está claro que isso não tem nada a ver 
com o fato de o objeto ser leve ou pesado, já que um pre-
go tem algumas gramas e um navio pesa toneladas.
Na água, podemos erguer uma pessoa fazendo pou-
co esforço, enquanto fora dela não conseguiríamos se-
quer movê-la do chão. Isso acontece porque a água em-
purra o corpo de uma pessoa para cima. A força que a 
água exerce nos corpos mergulhados de baixo para cima 
(como um “empurrão”), é denominada empuxo.
A quantidade de água deslocada pelos corpos é um 
importante fator para a flutuação ou afundamento dos 
objetos. O prego, por ter pouco volume, desloca um mí-
nimo de água quando mergulhado. Já o navio por ser 
muito volumoso, desloca uma grande quantidade de 
água. Então seu “peso” fica equilibrado pela força com 
que a água o “empurra”, ou seja, pelo empuxo.
Quando o empuxo (E) é igual ao peso (P) 
o objeto flutua, porém quando o peso é maior 
que o empuxo o objeto afunda. O submarino 
quando quer afundar aumenta seu peso enchendo seus 
tanques de água do mar.
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A água exerce pressão
Você já tentou segurar com o dedo o jato de água que 
sai de uma mangueira? O que aconteceu? A água impedi-
da pelo dedo de fluir, exerce pressão e sai com mais força. 
Todos os líquidos em geral exercem pressões. Uma 
maneira de demonstrar a pressãoexercida por uma co-
luna de “líquido” é efetuar orifícios numa garrafa plástica 
de 2 litros (destas de refrigerante) e enchê-la de água. 
A experiência ilustrada abaixo indica que a pressão 
exercida por um líquido aumenta com a profundidade, 
pois a vazão do primeiro furo é menor que a vazão dos 
outros dois. Pode-se verificar que quanto maior a pro-
fundidade ou altura de líquido, o filete de água atinge 
uma maior distância. Diz-se que a pressão é maior e de-
pende da profundidade do orifício considerado.
Pressão e mergulho 
Quando uma pessoa mergulha pode sentir dor na 
parte interna da orelha. Você sabe por que isso aconte-
ce? Novamente, a explicação está relacionada à pressão 
que a água exerce.
Quando mergulhamos, à medida que nos desloca-
mos para o fundo, aumenta a altura da coluna líquida 
acima de nós. Quanto maior a altura dessa coluna, maior 
será a pressão exercida pelo líquido sobre nós. Por essa 
razão, nas profundezas dos oceanos a pressão da água 
é grande e o homem não consegue chegar até lá sem 
equipamentos de proteção contra a pressão.
• Tensão superficial
Uma outra característica da água no estado líquido é 
a tensão que ela representa em sua superfície. Isso acon-
tece porque as moléculas da água se atraem, manten-
do-se coesas (juntas), como se formassem uma finíssima 
membrana da superfície, como na figura a seguir:
• O princípio de Pascal
Pascal foi um cientista francês que viveu de 1623 a 
1662. Entre muitas colaborações para a ciência, formu-
lou o seguinte princípio: “A pressão exercida sobre um 
líquido é transmitida integralmente para todos os pontos 
do líquido”. Observe a figura a seguir:
Quando empurramos fortemente uma rolha para 
dentro de uma garrafa que contém líquido, essa pres-
são é transmitida integralmente ao líquido existente 
no recipiente. A pressão da água dentro da garrafa au-
menta e empurra a outra rolha para fora. 
O ciclo da água
A água no estado líquido ocupa os oceanos, lagos, 
rios, açudes etc. De modo contínuo e lentamente à tem-
peratura ambiente, acontece a evaporação, isto é, a água 
passa do estado líquido para o gasoso.
Quanto maior for a superfície de exposição da água 
(por exemplo, um oceano ou nas folhas de árvores em 
uma floresta), maior será o nível de evaporação. Quando 
o vapor de água entra em contato com as camadas mais 
frias da atmosfera, a água volta ao estado líquido, isto é, 
gotículas de água ou até minúsculos cristais de gelo se 
concentram formando nuvens.
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O vapor de água, quando resfriado, pode também 
formar a neblina (nevoeiro), ou seja, aquela “nuvem” que 
se forma perto do solo.
Ao se formar nas nuvens um acúmulo de água muito 
grande, as gotas tornam-se cada vez maiores, e a água 
se precipita, isto é, começa a chover. Em regiões muito 
frias da atmosfera, a água passa do estado gasoso para o 
estado líquido e, rapidamente, para o sólido, formando a 
neve ou os granizos (pedacinhos de gelo).
A água da chuva e da neve derretida se infiltra no 
solo, formando ou renovando os lençóis freáticos. As 
águas subterrâneas emergem para a superfície da terra, 
formando as nascentes dos rios. Assim, o nível de água 
dos lagos, açudes, rios etc, é mantido.
A água do solo é absorvida pelas raízes das plantas. 
Por meio da transpiração, as plantas eliminam água no 
estado de vapor para o ambiente, principalmente pelas 
folhas. E na cadeia alimentar, as plantas, pelos frutos, 
raízes, sementes e folhas, transferem água para os seus 
consumidores.
Além do que é ingerido pela alimentação, os animais ob-
têm água bebendo-a diretamente. Devolvem a água para o 
ambiente pela transpiração, pela respiração e pela elimina-
ção de urina e fezes. Essa água evapora e retorna à atmosfe-
ra. No nosso planeta, o ciclo de água é permanente. 
Ciclo da água
A qualidade da água
A vida humana, assim como a de todos os seres vivos 
depende da água. Mas a nossa dependência da água vai 
além das necessidades biológicas: precisamos dela para 
limpar as nossas casas, lavar as nossas roupas e o nosso 
corpo. E mais: para limpar máquinas e equipamentos, 
irrigar plantações, dissolver produtos químicos, criar no-
vas substâncias, gerar energia.
É aí que está o perigo: a atividade humana muitas ve-
zes compromete a qualidade da água. Casas e indústrias 
podem despejar em rios e mares substâncias que preju-
dicam a nossa saúde. Por isso, escolher bem a água que 
bebemos e proteger rios, lagos e mares são cuidados 
essenciais à vida no planeta.
Água potável
A água potável é aquela popularmente chamada água 
pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor, insí-
pida (sem sabor) e inodora (sem cheiro). Ela deve estar livre 
de materiais tóxicos e microorganismos, como bactérias, 
protozoários etc., que são prejudiciais, mas deve conter 
sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde.
A água potável é encontrada em pequena quantidade 
no nosso planeta e não está disponível infinitamente. Por ser 
um recurso limitado, o seu consumo deve ser planejado.
Água destilada
A água potável deve ter certa quantidade de alguns 
sais minerais dissolvidos, que são importantes para a 
nossa saúde. A água sem qualquer outra substância dis-
solvida é chamada de água destilada. Veja como se con-
segue água destilada.
Para retirar sais minerais e outros produtos dissolvi-
dos na água, utiliza-se um processo chamado destilação. 
O produto dessa destilação, a água destilada, é usado 
em baterias de carros e na fabricação de remédios e ou-
tros produtos. Não serve para beber, já que não possui 
os sais minerais necessários ao nosso organismo.
Veja como funciona o aparelho que produz água des-
tilada, o destilador:
Observe que a água ferve (1) com ajuda do (2) Bico de 
Bunsen (chama que aquece a água), transformando-se 
em vapor (3), e depois se condensa (4), voltando ao es-
tado líquido. Os sais minerais não vaporizam, mas ficam 
dentro do vidro onde a água foi fervida (chamado balão 
de destilação).
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Água mineral
A água do mar é salgada porque tem muito cloreto de 
sódio, que é o sal comum usado na cozinha. Justamente 
por ter tanto sal, não é potável. Se bebermos água do mar, 
o excesso de sal nos fará eliminar mais água na urina do 
que deveríamos, e começamos, então, a ficar desidratados.
Já a água doce, dos rios, lagos e fontes, tem menos sal 
que a água do mar e pode ser bebida –desde que esteja 
sem micróbios e produtos tóxicos ou que tenha sido trata-
da para eliminar essas impurezas.
A chamada água mineral é água que brota de fon-
tes do subsolo. Ela costuma ter alguns sais minerais em 
quantidade um pouco maior que a água utilizada nas re-
sidências e, às vezes, outros sais.
A água mineral é, em geral potável e pode ser bebida 
na fonte ou engarrafada – desde que a fonte esteja pre-
servada da poluição e da contaminação ambiental e que 
o processo de engarrafamento seja feito com higiene.
O mar pode “morrer”?
Na Ásia, há o famoso mar Morto, que é um exemplo 
de que um mar pode “morrer”. O mar “morre” e os lagos 
também quando o nível de salinidade, isto é, a concen-
tração de sais da sua água, é tão alto que não permite 
que os peixes, a flora e outros seres vivam nele. Esse fe-
nômeno ocorre por vários fatores, entre eles: pouca chu-
va aliada à evaporação intensa (clima quente e seco) e 
corte ou diminuição do regime de escoamento de rios.
Açude no Acre secando.
A consequência da falta de tratamento de esgoto
O grande número de dejetos dos populosos núcleos 
residenciais, descarregado em córregos, rios e mares 
provoca a poluição e a contaminação das águas. Febre 
tifoide, hepatite, cólera e muitas verminoses são doen-
ças transmitidas por essas águas.
Há rios como o Tietê e o Guaíba – nas quais, às mar-
gens, surgiram a cidade de São Paulo e Porto Alegre – 
que já estão comprometidos. Além desses, há vários rios 
expostos à degradação ambiental.
 A MINERAÇÃO, A EXTRAÇÃO E O TRANSPORTE 
DE PETRÓLEO
Atividadeseconômicas importantes têm causado 
inúmeros acidentes ecológicos graves. O petróleo ex-
traído dos mares e os metais ditos pesados usados na 
mineração (por exemplo, o mercúrio, no Pantanal), lan-
çados na água por acidente, ou negligência, têm pro-
vocado a poluição das águas com prejuízos ambientais, 
muitas vezes irreversíveis.
Derramamento de petróleo ocorrido 
na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, Jun. 2000
A poluição causada pelas indústrias
Mesmo havendo leis que proíbam, muitas indústrias 
continuam a lançar resíduos tóxicos em grande quanti-
dade nos rios. Na superfície da água, é comum formar-se 
uma pequena espuma ácida, que, dependendo da fonte 
de poluição, pode ser composta principalmente de chum-
bo e mercúrio. Essa espuma pode causar a mortandade 
da flora e da fauna desses rios. E esses agentes poluido-
res contaminam também o organismo de quem consome 
peixes ou quaisquer outros produtos dessas águas. 
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Acidente no rio dos Sinos onde milhares 
de peixes morreram pela contaminação do
 rio com dejetos químicos lançados pelas empresas, Rio 
Grande do Sul, outubro, 2006.
As estações de tratamento da água
 
Muitas casas das grandes cidades recebem água enca-
nada, vinda de rios ou represas. Essa água é submetida a 
tratamentos especiais para eliminar as impurezas e os mi-
cróbios que prejudicam a saúde.
Primeiramente, a água do rio ou da represa é leva-
da por meio de canos grossos, chamados adutoras, para 
estações de tratamento de água. Depois de purificada, a 
água é levada para grandes reservatórios e daí é distri-
buída para as casas. 
Na estação de tratamento, a água passa por tanques 
de cimento e recebe produtos como o sulfato de alumínio 
e o hidróxido de cálcio (cal hidratada). Essas substâncias fa-
zem as partículas finas de areia e de argila presentes na água 
se juntarem, formando partículas maiores, os flocos. Esse 
processo é chamado floculação. Como essas partículas são 
maiores e mais pesadas, elas vão se depositando aos poucos 
no fundo de outro tanque, o tanque de decantação. Desse 
modo, algumas impurezas sólidas da água ficam retidas.
Após algumas horas no tanque de decantação, a água 
que fica por cima das impurezas, e que está mais limpa, 
passa por um filtro formado por várias camadas de peque-
nas pedras (cascalho) e areias. À medida que a água vai 
passando pelo filtro, as partículas de areia ou de argila que 
não se depositaram vão ficando presas nos espaços entre 
os grãos de areia. Parte dos micróbios também fica presa 
nos filtros. É a etapa conhecida como filtração.
Mas nem todos os micróbios que podem causar doen-
ças se depositam no fundo do tanque ou são retidos pelo 
filtro. Por isso, a água recebe produtos contendo o ele-
mento cloro, que mata os micróbios (cloração), e o flúor, 
um mineral importante para a formação dos dentes.
A água é então levada por meio de encanamentos 
subterrâneos para as casas ou os edifícios. 
Mesmo quem recebe água da estação de tratamen-
to deve filtrá-la para o consumo. Isso porque pode haver 
contaminação nas caixas d’água dos edifícios ou das casas 
ou infiltrações nos canos. As caixas-d’água devem ficar 
sempre bem tampadas e ser limpas pelo menos a cada 
seis meses. Além disso, em certas épocas, quando o risco 
de doenças transmitidas pela água aumenta, é necessário 
tomar cuidados adicionais.
Doenças transmitidas pela água
A falta de água potável e de esgoto tratado facilita a trans-
missão de doenças que, calcula-se, provocam cerca de 30 mil 
mortes diariamente no mundo. A maioria delas acontece entre 
crianças, principalmente as de classes mais pobres, que morrem 
desidratadas, vítimas de diarreia causadas por micróbios. No 
Brasil, infelizmente mais de 3 milhões de famílias não recebem 
água tratada e um número de casas duas vezes e meia maior 
que esse não tem esgoto. Isso é muito grave.
Estima-se que o acesso à água limpa e ao esgoto re-
duziria em pelo menos um quinto a mortalidade infantil. 
Para evitar doenças transmitidas pela água devemos 
tomar os seguintes cuidados:
• Proteger açudes e poços utilizados para o abaste-
cimento;
• Tratar a água eliminando micróbios e impurezas no-
civas à saúde humana;
• Filtrar e ferver a água;
• Não lavar alimentos que serão consumidos crus com 
água não tratada como verduras, frutas e hortaliças.
As principais doenças transmitidas pela água são:
• Diarreia infecciosa;
• Cólera;
• Leptospirose;
• Hepatite
• Esquistossomose
Água, mosquitos e doenças
Muitos mosquitos põem ovos na água parada. Dos ovos 
saem larvas, que depois se tornam mosquitos adultos. 
Uma forma de combater as doenças transmitidas por 
mosquitos é justamente evitar o acúmulo de água parada 
em vasos de plantas, latas vazias, pneus velhos, garrafas etc. 
Caixas-d’água, tanques e outros reservatórios devem ficar 
sempre tampados.
Veja a seguir algumas doenças transmitidas por mosquitos.
- Dengue
- Febre amarela
- Malária
 CITOLOGIA: BIOQUÍMICA CELULAR; 
DOENÇAS CARENCIAIS; A BASE 
MOLECULAR DA VIDA; CONSTITUINTES 
DA MATÉRIA VIVA; CÉLULA 
(CARACTERÍSTICAS, PROPRIEDADES 
FÍSICAS E QUÍMICAS); ORGANELAS E SUAS 
FUNÇÕES. TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS 
ATRAVÉS DA MEMBRANA. DIVISÃO 
CELULAR. 
BIOLOGIA CELULAR
Espera-se que a candidata e o candidato reconheçam 
a inter-relação das funções celulares, relacionando-as às 
estruturas celulares, e identifique a importância funcio-
nal das substâncias químicas para a manutenção da ho-
meostase celular. 
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CONCEITUAÇÃO 
Biologia Celular ou Citologia é o ramo da biologia 
que estuda as células, quanto a sua forma, componentes, 
funções e importância na complexidade dos seres vivos. 
Esse estudo só foi possível após o desenvolvimento 
de instrumentos ópticos como o microscópio composto, 
inventado em 1590. A primeira observação de uma célu-
la foi feita em 1665 pelo cientista inglês Robert Hooke, 
ao examinar uma delgada fatia de cortiça (tecido vegetal 
morto). Hooke observou a presença de pequenas cavida-
des semelhantes às celas onde viviam os monges, e por 
isso as denominou células.
Porém, o trabalho de Hooke ficou esquecido até 
1838, quando os naturalistas alemães Schleiden e Sch-
wan verificaram a presença de células em todos os teci-
dos vegetais e animais. Dessa forma, eles estabeleceram 
a Teoria Celular que afirma: 
“Todo ser vivo é formado por células e essas, originá-
rias de células preexistentes.”
Estrutura e função dos componentes das células. 
A célula é a unidade morfofisiológica dos seres vi-
vos. Ou seja, é a menor estrutura viva onde as reações 
metabólicas ocorrem de maneira organizada e eficiente. 
É composta por três partes fundamentais: membrana 
plasmática, citoplasma e núcleo.
Componentes fundamentais da célula.
Disponível em: http://www.aplicaciones.info/naturales/natu-
ra15e.htm
A membrana plasmática desempenha diversas fun-
ções, dentre as quais se destacam a permeabilidade se-
letiva e o transporte de substâncias.
O citoplasma é a região da célula entre o núcleo e 
a membrana plasmática, sendo constituído pelo citosol, 
fluido onde as organelas citoplasmáticas ficam mergu-
lhadas, e pelo citoesqueleto, estrutura responsável por 
dar forma e sustentação à célula.
O núcleo coordena as atividades celulares e armazena 
o material genético. Nos organismos eucariontes é en-
volto por uma membrana, a carioteca, e apresenta o nu-
cléolo – ambas as estruturas ausentes nos procariontes, 
que não possuem núcleo organizado, estando o material 
genético disperso no citoplasma.
 
Comparação entre uma bactéria e o núcleo de um 
eucarionte.
Disponível em: http://blogcientistabiologia.blogspot.
com/2017/04/reino-monera.html
https://www.passeidireto.com/arquivo/23216320/biologia--ce-
lulas
Organização molecular e bioquímica da célula.
As células são constituídas por compostos orgânicos 
– ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos e lipídeos; e 
por compostos inorgânicos – água e sais minerais.
Esta composiçãomolecular da célula é o que permi-
te a ocorrência de milhares de interações bioquímicas, 
garantindo assim sua atividade metabólica. Tais reações 
químicas acontecem em meio aquoso, posto que a água 
é o solvente universal. Por isso, a água, com poucas ex-
ceções (célula óssea), é o componente encontrado em 
maior quantidade na célula, sendo indispensável para o 
seu metabolismo.
Estão presentes na célula os sais minerais: sódio (prin-
cipal íon extracelular, osmorregulação); potássio (princi-
pal íon intracelular, osmorregulação); cálcio (coagulação 
sanguínea); fósforo (constituinte da ATP e do nucleotí-
deo); iodo (hormônios da tireoide); ferro (constituinte da 
hemoglobina e dos citocromos); magnésio (constituinte 
da clorofila e dos ribossomos), entre outros oligoelemen-
tos que atuam como co-fatores enzimáticos.
Em relação aos compostos orgânicos, há pequenas 
moléculas que constituem os substratos e os produtos 
das vias metabólicas, fornecendo energia para a célula e 
podendo também ser as unidades formadoras das ma-
cromoléculas. 
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Existem basicamente, os seguintes tipos de macromoléculas: ácidos nucleicos – formados pelos nucleotídeos; pro-
teínas – formadas pelos aminoácidos, são os compostos orgânicos em maior quantidade; carboidratos ou polissa-
carídeos – formados pelos açúcares ou monossacarídeos; trigliceróis – macromoléculas de lipídios mais complexas 
formadas por sua forma mais simples e abundante, os ácidos graxos.
Quanto a função na célula, os ácidos nucleicos portam a informação genética e participam da síntese proteica; as 
proteínas apresentam papel estrutural e, no caso específico das enzimas, catalisador; os carboidratos são a principal 
fonte de energia celular (glicose), podendo ainda ser armazenados como reserva energética (amido e glicogênio), além 
de serem constituintes estruturais da parede celular vegetal (celulose); os lipídios também possuem múltiplas funções, 
como composição de hormônios (esteroides), reserva energética e constituintes estruturais da bicamada da membrana 
plasmática e das fibras do citoesqueleto.
Composição bioquímica da célula.
Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/3160419/11/images/3/Composi%C3%A7%C3%A3o+Qu%C3%ADmica+da+C%C3%A9lula.
jpg
Fisiologia celular.
A fisiologia celular estuda, basicamente, o funcionamento das célula como estrutura viva. 
A membrana plasmática, por ser uma membrana semipermeável, possibilita que a célula se comunique com o 
meio exterior e, assim, receba nutrientes e elimine seus resíduos metabólicos – mas apresentando uma permeabilidade 
seletiva. A membrana permite a passagem livre de água e de pequenas moléculas, como o oxigênio; porém dificulta, 
ou mesmo impede, a passagem de moléculas grandes, como as proteínas. 
Para que isso seja possível, a membrana é composta por uma bicamada fosfolipídica – estrutura conhecida como 
modelo do mosaico fluido, onde estão mergulhadas as proteínas transmembrana que fazem a ligação do meio ex-
tracelular com o meio intracelular.
Modelo do mosaco fluido.
Disponível em: https://www.colegioweb.com.br/biologia/principais-funcoes-da-membrana-plasmatica.html
Os transportes através da membrana podem ser agrupados em três categorias:
1) Transporte Passivo – ocorre sem gasto de energia, a favor do gradiente de concentração, de um meio hipotô-
nico para um meio hipertônico: difusão (transporte do soluto), difusão facilitada (difusão auxiliada por uma 
proteína transmembrana) e osmose (transporte do solvente);
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2) Transporte Ativo – ocorre com gasto de energia, contra o gradiente de concentração, de um meio hipertônico 
para um meio hipotônico: bomba de sódio e potássio;
3) Transporte em Bloco – entrada e a saída de substâncias grandes demais para atravessarem a membrana. Nesse 
caso, as partículas são englobadas através de projeções citoplasmáticas. Envolve os processos de endocitose 
(fagocitose, com partículas sólidas e pinocitose, com partículas líquidas) e exocitose.
As únicas organelas citoplasmáticas presentes nas células procariontes são os ribossomos, responsáveis pela 
produção (síntese) de proteínas. Já as células eucariontes apresentam diversas organelas no citoplasma, cada uma 
desempenhando funções específicas. São as principais: ribossomos; retículo endoplasmático granular (transporte de 
substâncias); retículo endoplasmático liso (síntese de lipídios); complexo golgiense (armazenamento e secreção de 
substâncias); lisossomos (digestão celular) e mitocôndria (respiração celular).
Existem organelas exclusivas das células animais e outras, exclusivas das células vegetais!
#FicaDica
Observe as diferenças entre os dois tipos de células, representadas abaixo:
Comparação entre a célula animal e a célula vegetal.
Disponível em: https://significados.online/estudiar/celula/
Ciclo de vida celular.
Compreende toda a vida da célula. Nele podemos distinguir o período em que a célula não está se dividindo (in-
térfase) e o período em que ocorre a divisão celular (mitose e meiose).
Intérfase – apresenta os seguintes períodos:
G1: (do inglês gap, intervalo) fase que antecede a duplicação do material genético da célula;
S: fase em que ocorre a síntese, ou seja, a duplicação do DNA;
G2: fase posterior à duplicação do material genético celular.
Mitose
Processo de divisão celular equacional; produz células-filhas idênticas à célula-mãe, contendo exatamente o mesmo 
número de cromossomos. Apresenta as seguintes fases:
Prófase – Ou fase anterior, de “mobilização” para a ação. Os cromossomos condensam-se, tornando-se visíveis; a 
carioteca e os nucléolos desintegram-se; os centríolos dividem-se e dirigem-se para os polos da célula; é formado o 
fuso mitótico a partir dos centríolos.
Metáfase – Ou fase do meio, a mais propícia para estudos da morfologia dos cromossomos, pois estes apresentam 
o grau máximo de condensação. Os cromossomos, presos às fibras do fuso, migram para a zona equatorial da célula. No 
final da metáfase, os centrômeros se duplicam e se partem longitudinalmente, de modo a liberar as cromátides-irmãs.
Anáfase – Ou fase de oposição. As cromátides-irmãs, agora como novos cromossomos, afastam-se e migram para 
os polos da célula, puxados pelos respectivos centrômeros, devido ao encurtamento das fibras do fuso.
Telófase – Ou fase mais distante. Os dois cromossomos aproximam-se dos polos e se agregam. Ocorre o inverso à 
Prófase: os cromossomos descondensam- se (tornando-se pouco visíveis); os nucléolos reaparecem; duas novas cario-
tecas são constituídas a partir das vesículas do retículo endoplasmático. Terminadas a divisão do núcleo (cariocinese), 
desaparecem as fibras do fuso, ocorre a distribuição das organelas e a divisão do citoplasma (citosinese), que isola as 
duas células-filhas. Estas entram em intérfase e se preparam para uma nova divisão. 
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Fases da mitose. 
Disponível em: https://aprovadonovestibular.com/mitoses.html
Meiose
Processo de divisão celular reducional; produz células-filhas diferentes da célula-mãe, contendo metade do número 
de cromossomos. Apresenta as seguintes fases:
Prófase I – Os cromossomos condensam-se e os homólogos se juntam formando tétrades; a carioteca e os nucléo-
los se desintegram; os centríolos duplicam e dirigem-se para os polos da célula; forma-se o fuso mitótico. Esta é a fase 
mais longa e nela ocorrem os eventos mais importantes da meiose. Subdivide-se em cinco períodos:
Leptóteno – Os cromossomos condensam-se e tornam-se visíveis.
Zigóteno – Os cromossomos homólogos juntam-se aos pares.
Paquíteno – Os cromossomos tornam-se mais curtos e espessos, formando tétrades.
Diplóteno – Os cromossomos homólogos iniciam a separação; podem ser observados os quiasmas, que eviden-
ciam trocas de pedaços entre os homólogos, processo conhecido como permuta ou crossing-over.
Diacinese – Os cromossomos migram para o equador da célula.
Metáfase I – As tétradesse distribuem-se no equador da célula.
Anáfase I – Os cromossomos homólogos separam-se e migram para os polos da célula.
Telófase I – Ocorre a citocinese e formam-se duas células-filhas com número igual de cromossomos.
Intercinese – Curto intervalo entre as duas etapas da divisão. 
Prófase II – Os centríolos se dividem e formam-se novos fusos de divisão nas duas células-filhas. 
Metáfase II – Os cromossomos dispõem-se no equador das células. 
Anáfase II – Os centrômeros dividem-se, as cromátides-irmãs se separam migrando para os polos das células. 
Telófase II – O citoplasma se divide e os núcleos reconstituem-se nas quatro células-filhas.
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Fases da meiose.
Disponível em: http://professor-adelson.blogspot.com/2012/08/roteiro-programatico-prova-parcial-9.html
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (UNIFESP-SP) Considere as três afirmações:
I. Somos constituídos por células mais semelhantes às amebas do que às algas unicelulares.
II. Meiose é um processo de divisão celular que só ocorre em células diploides.
III. Procariontes possuem todas as organelas citoplasmáticas de um eucarionte, porém não apresentam núcleo.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Resposta: Letra D. Amebas são organismos eucariontes heterótrofos, assim como os animais. Meiose é um processo 
de divisão celular reducional, no qual uma célula-mãe diploide (2n) origina quatro células-filhas haplóides (n). Pro-
cariontes possuem os ribossomos como únicas organelas citoplasmáticas.
2. (UNIFESP-SP) A sonda Phoenix, lançada pela NASA, explorou em 2008 o solo do planeta Marte, onde se detectou a 
presença de água, magnésio, sódio, potássio e cloretos. Ainda não foi detectada a presença de fósforo naquele planeta. 
Caso esse elemento químico não esteja presente, a vida, tal como a conhecemos na Terra, só seria possível se em Marte 
surgissem formas diferentes de
a) DNA e proteínas.
b) ácidos graxos e trifosfato de adenosina.
c) trifosfato de adenosina e DNA.
d) RNA e açúcares.
e) Ácidos graxos e DNA 
Resposta: Letra C. O fósforo está presente na composição das moléculas de DNA (como o fosfato que constitui o 
nucleotídeo) e de ATP ( trifosfato de adenosina, principal combustível celular).
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3. (UNIFESP-SP) O uso de vinagre e sal de cozinha em 
uma salada de alface, além de conferir mais sabor, serve 
também para eliminar microorganismos causadores de 
doenças, como as amebas, por exemplo. O inconvenien-
te do uso desse tempero é que, depois de algum tempo, 
as folhas murcham e perdem parte de sua textura. Esses 
fenômenos ocorrem porque
a) as amebas morrem ao perderem água rapidamente 
por osmose. Já as células da alface possuem um en-
voltório que mantém sua forma mesmo quando per-
dem água por osmose e, por isso, murcham mais len-
tamente.
b) tanto as amebas quanto as células da alface não pos-
suem barreiras para a perda de água por difusão sim-
ples. Ocorre que, no caso da alface, trata-se de um 
tecido e não de um único organismo e, portanto, a 
desidratação é notada mais tardiamente.
c) as amebas morrem ao perderem água por osmose, um 
processo mais rápido. Em contrapartida, as células da 
alface perdem água por difusão facilitada, um proces-
so mais lento e, por isso, percebido mais tardiamente.
d) o vinagre, por ser ácido, destrói a membrana plasmá-
tica das amebas, provocando sua morte. No caso da 
alface, o envoltório das células não é afetado pelo vi-
nagre, mas perde água por difusão simples, provoca-
da pela presença do sal.
e) nas amebas, a bomba de sódio atua fortemente captu-
rando esse íon presente no sal, provocando a entrada 
excessiva de água e causando a morte desses orga-
nismos. As células da alface não possuem tal bomba e 
murcham por perda de água por osmose.
Resposta: Letra A. Trata-se de um processo de os-
mose – perda de água para o meio extracelular por 
este estar mais concentrado. É portanto um transpor-
te passivo, com o solvente indo a favor do gradiente 
de concentração – do meio hipotônico para o hiper-
tônico.
4. (UEL-PR) Considere as seguintes fases da mitose:
I. telófase
II. metáfase
III. anáfase
Considere também os seguintes eventos:
a. As cromátides-irmãs movem-se para os pólos opostos 
da célula.
b. Os cromossomos alinham-se no plano equatorial da 
célula.
c. A carioteca e o nucléolo reaparecem.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente cada 
fase ao evento que a caracteriza.
a) I - a; II - b; III - c
b) I - a; II - c; III - b
c) I - b; II - a; III - c
d) I - c; II - a; III - b
e) I - c; II - b; III – a
Resposta: Letra E. A telófase é a última fase da mi-
tose, sendo portanto quando as estruturas do núcleo 
reaparecem. O principal evento da metáfase é o des-
locamento dos cromossomos para a região central da 
célula; assim como o da anáfase é o fato dos cromos-
somos distanciaram-se ao máximo, migrando para as 
extremidades opostas da célula puxados pelos respec-
tivos centrômeros, devido ao encurtamento das fibras 
do fuso mitótico.
5. (SEDUC-AM – FGV – 2014) A Teoria do Big Bang ou 
“grande explosão”, ocorrida a aproximadamente 15 bi-
lhões de anos, é uma das teorias que explica a origem do 
universo. Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir.
I – No momento da explosão todas as partículas da ma-
téria se encontravam em um estado de dissociação com-
pleta e permanente, em função do calor extremo. Esse 
momento pode ser considerado como o “caos primor-
dial”. 
II – Logo após a ocorrência do Big Bang o universo se 
expandiu e, como consequência, a temperatura começou 
a baixar. 
III – Cerca de 1 milhão de anos depois da grande explo-
são formaram-se os primeiros átomos. 
Assinale: 
a) se somente a afirmativa I estiver correta. 
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Resposta: Letra B. Afirmativa I – Certo – A expres-
são caos primordial representa esse momento em que 
tudo era um vazio primordial, um “abismo” desconhe-
cido, denso E profundo, o qual nada de “vida” podia 
existir.
Afirmativa II – Certo – Até a temperatura era de mais 
de um trilhão de graus Celsius. Com a expansão, ela 
começa a diminuir.
Afirmativa III – Errado – Depois da explosão, a tem-
peratura inicial começou a diminuir. Os átomos como 
formam a matéria hoje se originaram a partir dos pró-
tons, elétrons e outras partículas.
6. (PREFEITURA DE SANTANA DO JACARÉ-MG – REIS 
& REIS – 2015 Como é chamado o conjunto de planetas, 
cometas e satélites que se movimentam ao redor do sol? 
a) Sistema solar; 
b) Lua e Sol; 
c) Galáxia; 
d) Habitat. 
Resposta: Letra A. Em “b”: Errado – A Lua é um satéli-
te e o Sol é uma estrela.
Em “c”: Errado – É um gigantesco sistema formado por 
milhões, bilhões ou trilhões de estrelas e outros cor-
pos celestes.
Em “d”: Habitat – É um local específico ou região onde se 
desenvolvem ou vivem seres vivos de forma organizada.
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7. (PROVA OBA) Ser um observador atencioso das coi-
sas é muito importante, principalmente em astronomia. 
Esperamos que você seja um atento observador. Pois 
bem, você já deve ter observado que a Lua muda de apa-
rência toda noite. À aparência da Lua chamamos de fase. 
Tem quatro noites nas quais a fase (aparência) da Lua 
recebe nome especial.
a) Quais são os nomes das fases da Lua nas quatro noites 
em que damos nomes especiais para as fases?
b) Para a Lua repetir a MESMA fase ela gasta 29,5 dias 
(este tempo chamamos de mês sinódico), mas ela gas-
ta 27,3 dias (que chamamos de mês sideral) para dar 
uma volta completa ao redor da Terra. Por que existe 
esta diferença?
Respostas: 
a) Lua Nova, Lua Quarto Crescente, Lua Cheia e Lua 
Quarto Minguante.
b) A diferença entre o período sideral e o sinódico da 
Lua deve-se ao fato de que, enquantoa Lua dá uma 
volta completa em torno da Terra, a Terra também se 
desloca no seu movimento de translação ao redor do 
Sol. Assim, a Lua precisa caminhar um pouco mais 
para chegar até a mesma fase novamente.
8. (EAM – MARINHA – 2015) Considere uma certa quan-
tidade de água, inicialmente no estado sólido. Aquecendo 
gradativamente de forma homogênea toda essa quanti-
dade de água, ela passa para o estado liquido e, manten-
do-se o mesmo regime de aquecimento, a mesma passa 
do estado liquido para o gasoso. Sobre as propriedades 
da água nos referidos estados físicos e sobre os processos 
de mudança de estado físico pode-se afirmar que: 
a) o processo de mudança do estado sólido para o esta-
do líquido chama-se fusão.
b) o processo de mudança do estado sólido para o esta-
do líquido chama-se líquefação.
c) a densidade da água no estado sólido é maior que no 
estado líquido.
d) o processo de mudança do estado líquido para o esta-
do gasoso chama-se condensação.
e) no processo de mudança do estado líquido, a água 
perde calor. sólido para o estado líquido, a água perde 
calor.
Resposta: Letra A. Os processos de mudança do es-
tado da água são:
Fusão – Mudança do estado sólido para o líquido. 
Vaporização – Mudança do estado líquido para o ga-
soso. 
Liquefação ou condensação – Mudança do estado ga-
soso para o líquido. 
Solidificação – Mudança do estado líquido para o só-
lido. 
Sublimação – Mudança do estado sólido para o gaso-
so e vice-versa.
9. (PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS-SC – FGV – 2014) 
A cidade de Florianópolis é constituída, geologicamente, 
por duas formações básicas: os terrenos rochosos, cha-
mados cristalinos, e os terrenos sedimentares de forma-
ção recente. As rochas cristalinas estão no embasamento 
Cristalino ou Escudo Catarinense que ocorre em toda a bor-
da leste do estado de Santa Catarina. Os terrenos sedimenta-
res estão em áreas baixas e planas com a cobertura sedimen-
tar Quaternária onde são denominadas “Planícies Costeiras”. 
Nessas formações podem ser encontrados um ou mais tipos 
de rochas, a saber, ígneas, metamórficas ou sedimentares. 
Sobre esses tipos de rochas, é correto afirmar que: 
a) as rochas ígneas formam-se pela cristalização do mag-
ma, uma massa de rocha fundida que se origina em 
profundidade na crosta e no interior. Podem ser do 
tipo intrusiva e extrusiva. Elas se distinguem pela tex-
tura, composição mineralógica e química;
b) as rochas sedimentares foram uma vez sedimentos e, 
por isso, são o registro das condições da superfície 
terrestre da época e do lugar onde eles foram deposi-
tados. O intemperismo e a erosão são processos que 
pouco influem no estágio sedimentar, predominando 
o processo de deposição;
c) as rochas metamórficas são produzidas quando as al-
tas temperaturas e as baixas pressões do interior da 
Terra atuam em qualquer tipo de rocha para mudar 
sua textura, mineralogia, composição química e sua 
forma e condição sólida;
d) as rochas ígneas e metamórficas apresentam o mesmo 
processo de formação e estão localizadas nas bordas 
dos continentes que sofreram intensa orogenia. A tex-
tura, a composição mineralógica e química são afeta-
das pela temperatura e pressão;
e) as rochas sedimentares são formadas a partir de sedi-
mentos, encontrados na superfície terrestre como ca-
madas de partículas soltas. Essas partículas se formam 
a grandes profundidades à medida que as rochas vão 
sendo transformadas e sedimentadas.
Resposta: Letra A. Em “b”: Errado – As rochas sedi-
mentares são rochas formadas através da deposição, 
e consequente cimentação ou consolidação de frag-
mentos provenientes de material mineral ou material 
orgânico. No caso do material mineral, os respetivos 
fragmentos, denominados de detrito geológico, são 
provenientes do intemperismo e da erosão.
Em “c”: Errado – as rochas metamórficas são rochas ori-
ginadas de outros tipos de rochas que, longe de seus 
locais de formação e submetidas à pressão e tempe-
raturas diferenciadas, transformaram-se e modificaram 
suas características em um processo denominado por 
metamorfismo.
Em “d”: Errado – as rochas metamórficas e ígneas não 
possuem o mesmo processo de formação.
Em “e”: Errado – As rochas sedimentares formam-se por 
três processos principais: pela deposição das partículas 
originadas pelo intemperismo de outras rochas (rochas 
sedimentares clásticas ou detríticas), pela precipitação 
de substâncias em solução (rochas sedimentares qui-
miogénicas) e pela deposição dos materiais de origem 
biológica (rochas sedimentares biogénicas).
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METABOLISMO ENERGÉTICO; FOTOSSÍNTESE: ETAPAS, EQUAÇÕES E FATORES 
INFLUENCIADORES; ÁCIDOS NUCLEICOS: ESTRUTURA E FUNÇÃO, SÍNTESE PROTEICA, 
ATIVIDADES CELULARES; REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO. ECOLOGIA / MEIO 
AMBIENTE E SOCIEDADE: CONCEITOS ECOLÓGICOS; CICLOS BIOGEOQUÍMICOS; ESTUDO 
DAS POPULAÇÕES; SUCESSÃO ECOLÓGICA; INTERAÇÕES; CADEIAS, TEIAS E PIRÂMIDES 
ECOLÓGICAS; RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS; RECICLAGEM; ENERGIAS ALTERNATIVAS; 
POLUIÇÃO E DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO; BIODIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DOS 
ORGANISMOS NA BIOSFERA; BIOCICLOS, PRINCIPAIS BIOMAS E ECOSSISTEMAS 
BRASILEIROS E TERRESTRES. 
Podemos definir metabolismo como o conjunto das atividades metabólicas da célula relacionadas com a transfor-
mação de energia. A fotossíntese e a respiração são os processos mais importantes de transformação de energia dos 
seres vivos, mas a fermentação e a quimiossíntese também são processos celulares desse tipo importantes para alguns 
seres vivos.
→ Seres autotróficos e heterotróficos
Todos os seres vivos gastam energia para manter suas diversas atividades celulares, e a fonte de energia mais impor-
tante para os seres vivos é a luz solar. Luz solar, água e gás carbônico são os ingredientes necessários para os seres cloro-
filados realizarem a fotossíntese e produzirem moléculas orgânicas, como a glicose. Esses seres, chamados de autótrofos 
(que produzem o próprio alimento), servem de alimento a diversos outros, os heterótrofos (que não são capazes de 
produzir o próprio alimento). Quando se alimentam dos autótrofos, os seres heterótrofos introduzem em seus corpos a 
matéria orgânica, que é degradada dentro das células, liberando a energia necessária para a execução das funções vitais.
Essa cadeia formada entre os seres vivos pode ser facilmente observada na natureza. Os vegetais servem de alimento 
para os animais herbívoros, que, por sua vez, servem de alimento para animais carnívoros. Nessa sequência chamada de 
cadeia alimentar, ocorre a transferência de matéria e de energia para os seres vivos, pois, como diz a Primeira Lei Física da 
Termodinâmica: “nos processos físicos e químicos, a energia pode ser ganha ou perdida, transferindo-se de um sistema 
para outro, mas não pode ser criada nem destruída”.
→ Reações de síntese e degradação
Geralmente, as reações metabólicas são classificadas em dois tipos: as reações de síntese e as reações de degradação.
Nas reações de síntese, moléculas mais simples são unidas para formar outras de maior complexidade, como ocorre 
com a união de aminoácidos para formar as proteínas. Já nas reações de degradação, ocorre o contrário: as moléculas 
mais complexas são quebradas, transformando-se em moléculas mais simples, como ocorre na quebra do glicogênio 
em glicose.
Todas as reações de síntese – por meio das quais os organismos vivos constroem as complexas moléculas orgânicas 
que formam o seu corpo – são chamadas de anabolismo, e as reações de degradação de moléculas constituem o ca-
tabolismo. Dessa forma, podemos concluir que é pelas reações anabólicas que o ser vivo constrói seu corpo e é pelas 
reações catabólicas que os seres vivos conseguem a matéria-prima e a energia necessárias à vida. 
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/metabolismo-celular.htm
– Fotossíntese: processo no qual a energia solar é transformada pela planta em energia química por meio da 
fixação de carbono através da clorofila. Ocorre no interiordos cloroplastos e, portanto, é realizada em maior intensi-
dade nos tecidos ricos nessa organela, como o parênquima clorofiliano encontrado nas folhas. O processo pode ser 
dividido em duas etapas principais: a fase clara, que ocorre na membrana do tilacoide, e a fase escura, que ocorre no 
estroma do cloroplasto. 
Sua equação geral balanceada é:
12 H2O + 6 CO2 → 6 O2 + C6H12O6 + 6 H2O
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Processo de fotossíntese.
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-F2Mfy7QJc_U/UBs-
DlIEIyxI/AAAAAAAAADY/HPMg5Vo2iA4/s1600/Fotossintese-esque-
ma-plantas.jpg
– Nutrição vegetal: difere da nutrição dos animais, pois 
a planta é autótrofa e produz o próprio alimento, através 
da absorção dos nutrientes presentes de forma inorgânica 
no ambiente – água e sais minerais. Estes são conduzidos 
das raízes até as folhas pelo vaso condutor denominado 
xilema – é a seiva bruta ou mineral; e o produto da fotos-
síntese, a seiva elaborada ou orgânica, é conduzido pelo 
floema das folhas para todos os tecidos da planta.
Transporte de seiva pelos tecidos vasculares vegetais.
Disponível em: http://www.cientic.com/imagens/qi/transplan-
tas/transplantas_10.png
– Hormônios vegetais: também chamados fitormô-
nios, atuam na divisão e na diferenciação celular – esti-
mulando o crescimento e o desenvolvimento dos órgãos 
vegetais, a germinação, a floração e a maturação dos 
frutos (auxinas, citocininas, giberelinas e etileno), ou 
inibindo todos esses processos (ácido abscísico).
Atuação dos fitormônios nos processos vitais das 
plantas.
Disponível em: https://scontent-atl3-1.cdninstagram.com/
vp/488058475e85ba7b74a62994737ea7e8/5D4E4BE0/t51.2885-
15/e35/44303633_1177347605760108_3458205520856165400_n.
jpg?_nc_ht=scontent-atl3-1.cdninstagram.com
ECOLOGIA
Espera-se que a candidata e o candidato identifiquem 
o papel de cada ser vivo na manutenção do equilíbrio do 
ecossistema.
Conceituação 
A Ecologia estuda as as interações entre os seres vivos 
e o meio ambiente onde vivem, buscando compreender 
suas relações de formar a preservar e manter o seu equi-
líbrio.
Ecossistema e seus componentes.
Espécie (organismo): unidade fundamental da eco-
logia, consiste em indivíduos semelhantes, capazes de se 
cruzar em condições naturais, produzindo descendentes 
férteis. 
População: seres da mesma espécie que habitam de-
terminada região em um mesmo período. 
Comunidade (biocenose): populações de diversas 
espécies que habitam uma mesma região. 
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Níveis de organização biológica estudados pela Eco-
logia.
Disponível em: http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/gale-
ria/uploads/1/thumb_1organizacao.jpg
Ecossistema: Conjunto dos fatores abióticos (am-
biente físico) e bióticos (seres vivos). 
Exemplo de ecossistema.
Disponível em: 
http://2.bp.blogspot.com/-umgPyAZQaYw/UiqfvbsB9KI/
AAAAAAAAAGk/-CCRtzM9LYI/s1600/mapa-conceptual-de-ecosiste-
mas-2jnng7s.jpg
Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas da Terra. 
Relações tróficas entre os seres vivos – fluxo de 
matéria e energia. 
Cadeias alimentares: também chamadas de cadeias 
tróficas, são uma sequência de seres vivos relacionados 
entre si através da alimentação. Representam, portanto, 
o fluxo de energia (unidirecional) e de matéria (cíclico 
– ciclo do carbono).
Exemplo de cadeia alimentar – as setas indicam a 
direção do fluxo de energia.
Disponível em: https://megaarquivo.files.wordpress.
com/2012/03/cadeia-alimentar.jpg?w=700
Os elos que unem a cadeia alimentar são os níveis 
tróficos, representados por:
– Produtores: organismos autótrofos fotossintetizan-
tes, transformam a matéria inorgânica presente no 
ambiente em matéria orgânica;
– Consumidores primários: heterótrofos herbívoros, 
isto é, os seres que se alimentam dos produtores;
– Consumidores secundários: carnívoros que se ali-
mentam dos herbívoros. 
– Poderá, ainda, haver consumidores terciários e qua-
ternários que se alimentam, respectivamente, de 
consumidores secundários e terciários. 
– Decompositores: bactérias e fungos que reciclam 
a matéria ao se alimentar dos restos de plantas 
e animais, devolvendo-a ao ambiente. Estes mi-
crorganismos, conhecidos como saprófitos, trans-
formam matéria orgânica em matéria inorgânica, 
reduzindo compostos complexos em moléculas 
simples, de modo que retornem ao solo para se-
rem utilizados novamente por outro organismo 
produtor, originando assim uma nova cadeia ali-
mentar.
Exemplo de cadeia alimentar com 4 níveis tróficos.
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/--cOK5Z45HHk/
VknDJjo_s4I/AAAAAAAAAX8/evw1xcmAhN8/w1200-h630-p-k-no-
-nu/535ff540c062e-cadeia-alimentar-large.jpg
Teias alimentares: reunião das diversas cadeias ali-
mentares existentes nos ecossistemas; a posição de al-
guns consumidores pode variar de acordo com a cadeia 
alimentar da qual participam – é o caso dos organis-
mos onívoros, que podem se alimentar tanto de plantas 
quanto de animais. 
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Teia alimentar com consumidores onívoros ocupando 
diferentes níveis tróficos.
Disponível em: https://tse3.mm.bing.net/th?id=OIP.iP1ZhJa-
P05PVi9M0cvwGeAHaHX&pid=15.1
Ciclos biogeoquímicos.
São a transferência contínua de elementos químicos 
que ocorre entre os seres vivos e o meio ambiente. Ob-
serve abaixo os principais.
Ciclo da água:
Fenômenos físicos e processos vitais do ciclo da água.
Disponível em: http://www.daev.org.br/educacao/ciclodaagua.asp
Ciclo do carbono:
Fenômenos atmosféricos e processos vitais do ciclo 
do carbono.
Disponível em: https://image.slidesharecdn.com/ciclos-bio-
-geo-qui-1232218901783376-2/95/ciclos-bio-geo-qui-4-728.jpg?-
cb=1232197598
Ciclo do oxigênio:
Fenômenos físicos e processos vitais do ciclo do oxi-
gênio.
Disponível em: https://image.slidesharecdn.com/ciclo-
doox-160829012650/95/ciclo-do-ox-4-638.jpg?cb=1472434054
Ciclo do nitrogênio:
Fenômenos atmosféricos e processos vitais do ciclo 
do nitrogênio.
Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/upload/conteu-
do_legenda/c622d68255c0a55c84e768aea6b794b8.jpg
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Ciclo do fósforo:
Fenômenos físicos e processos vitais do ciclo do fós-
foro.
Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/figu-
ras/bio_ecologia/ciclo_fosforo.jpg
Sucessão ecológica
Desenvolvimento de uma comunidade, compreen-
dendo a sua origem, crescimento, até o alcance de um es-
tado de equilíbrio dinâmico com o meio ambiente. Tal di-
namismo é uma característica essencial das comunidades.
Estágios da sucessão ecológica
A sucessão não surge repentinamente, de forma 
abrupta, mais sim em um aumento crescente de espé-
cies da comunidade, até atingir uma situação que não 
mais se modifica com o ambiente, mantendo-se estável 
– quando então é denominada comunidade clímax. 
Tipos de sucessão ecológica
1) Sucessões ecológicas primárias: instalações dos 
seres vivos em um ambiente que nunca foi habi-
tado. 
2) Sucessões ecológicas secundárias: surgem em 
um meio que já foi povoado, mas em que os seres 
vivos foram eliminados por modificações climáti-
cas (glaciações, incêndios), geológicas (erosão) ou 
pela intervenção do homem. Uma sucessão secun-
dária leva muitas vezes à formação de um disclí-
max, diferente do clímax que existia anteriormente.
Sucessão primária
Uma sucessão pode iniciar-se de diversas maneiras: 
numa rocha nua, numa lagoa, num terreno formando por 
sedimentação etc. Exemplificaremos através das suces-
sões que ocorrem nas rochas.
Sucessão numa rocha nua
O primeiro passo é a migração de espécies vegetais 
de outras áreas para a região onde irá iniciar-se a suces-
são. As espécies chegam a essa região através dos ele-
mentos de reprodução (esporos ou sementes).
As condições desfavoráveis – excesso ou falta de ilu-
minação, solo muito úmido ou seco, temperatura eleva-
da do solo – só permitem o desenvolvimento de algumas 
espécies.
Essas espécies que se desenvolvem inicialmente no 
ambienteinóspito são chamadas de pioneiras. São es-
pécies de grande amplitude, isto é, não são muito exi-
gentes, não tolerando apenas as grandes densidades.
Os organismos pioneiros são representados pelos lí-
quens (associação entre fungos e algas) – o tipo mais 
simples de produtores. Através de ácidos orgânicos pro-
duzidos pelos líquens, a superfície da rocha vai sendo de-
composta. A morte destes organismos, associada à de-
composição da rocha, forma um substrato, deixando-o 
úmido e rico em sais minerais.
 A partir de então as condições, já não tão desfavo-
ráveis, permitem o aparecimento de plantas de pequeno 
porte, como musgos, que necessitam de pequena quan-
tidade de nutrientes para se desenvolverem e atingirem 
o estágio de reprodução. Novas e constantes modifica-
ções se sucedem permitindo o aparecimento de plantas 
de maior porte como samambaias, bromélias, gramíneas 
e arbustos. Também começam a aparecer pequenos ani-
mais como insetos e moluscos (consumidores primá-
rios). Estes, por sua vez, permitem o aparecimento de 
espécies maiores, de consumidores secundários, terciá-
rios e quaternários.
Dessa forma, etapa após etapa a comunidade pionei-
ra evolui, até que a velocidade do processo começa a 
diminuir gradativamente, chegando a um ponto de equi-
líbrio, no qual a sucessão ecológica atinge seu desenvol-
vimento máximo compatível com as condições físicas do 
local (solo, clima, umidade). Essa comunidade é a etapa 
final do processo de sucessão, a comunidade clímax. 
Cada etapa intermediária entre a comunidade pioneira e 
a clímax é chamada de série.
Características de uma sucessão ecológica
Em todas as sucessões, pode-se observar que:
- aumenta a biomassa e a diversidade de espécies;
- nos estágios iniciais, a atividade autotrófica supera 
a heterotrófica. Daí a produção bruta (P) ser maior 
que a respiração (R) e a relação entre P e R ser 
maior do que 1;
- nos estágios de clímax há equilíbrio e a relação P/R 
= 1.
O ecótono
Geralmente a passagem de um ecossistema para ou-
tro nunca ocorre de forma abrupta; costuma haver uma 
zona de transição, designada ecótono. Em tal região o 
número de espécies é grande, existindo, além das espé-
cies próprias, outras provenientes das comunidades li-
mítrofes.
Pirâmides ecológicas
Pirâmides ecológicas representam, graficamente, a 
estrutura trófica de um ecossistema. Para tal, cada retân-
gulo representa, de forma proporcional, o parâmetro a 
ser analisado. 
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As pirâmides ecológicas podem ser de três tipos prin-
cipais: 
1) Pirâmides de número
2) Pirâmides de biomassa
3) Pirâmides de energia.
Pirâmides de número
Quando falamos em pirâmides de números, estamos 
nos referindo ao número de indivíduos envolvidos em 
uma cadeia alimentar. Nessa representação gráfica, são 
indicados quantos indivíduos existem em cada nível tró-
fico.
Suponhamos que sejam necessárias cinco mil plan-
tas para alimentar 500 insetos. Esses insetos servirão de 
alimento para 25 pássaros, que, por sua vez, serão co-
midos por uma única cobra. Nesse exemplo, você pode 
perceber que a base apresenta um número maior de in-
divíduos, quando comparado aos outros níveis tróficos. 
Quando isso acontece, dizemos que a pirâmide é direta.
Algumas vezes, a base não se apresenta larga, como 
nos casos em que um único produtor serve de alimento 
para uma grande quantidade de consumidores primários. 
Ela ocorre normalmente quando há poucos produtores 
ou o produtor apresenta grande porte – uma árvore, por 
exemplo. Nesses casos, temos uma pirâmide invertida.
Pirâmides de biomassa
Quando nos referimos a uma pirâmide de biomassa, 
estamos falando da quantidade de matéria orgânica dis-
ponível em cada nível trófico. A biomassa é expressa em 
massa do organismo por unidade de área, por exemplo, 
kg/m2 ou g/m2.
A pirâmide de biomassa só se apresenta invertida nos 
ecossistemas aquáticos, onde os produtores possuem 
uma vida muito curta, são pequenos e multiplicam-se ra-
pidamente, acumulando, assim, pouca matéria.
Pirâmides de energia
A pirâmide de energia representa a quantidade de 
energia distribuída em cada nível trófico. Esse tipo, dife-
rentemente dos outros apresentados, não pode ser re-
presentado de forma invertida. Ele é sempre direto, pois 
representa a produtividade energética em cada ecossis-
tema.
Os produtores sempre representam o nível energé-
tico mais elevado, sendo que os outros seres da cadeia 
ficam dependentes dessa energia. Conclui-se, portanto, 
que parte da energia dos produtores será transmitida 
para os herbívoros e apenas parte da energia destes pas-
sará para os carnívoros. Sendo assim, cadeias alimentares 
menores possuem um maior aproveitamento de energia. 
Representamos a quantidade de energia disponível em 
cada nível trófico por Kcal/m2.ano. 
Relações entre os seres vivos
Nos ecossistemas, os fatores bióticos são constituí-
dos pelas interações que se manifestam entre os seres vi-
vos que habitam um determinado meio. Essas interações 
são classificadas da seguinte maneira:
1. Relações harmônicas
Nas relações harmônicas não existe desvantagem 
para nenhuma das espécies consideradas e há benefício 
pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser di-
vididas em intra-específicas e interespecíficas. 
1.1 Relações harmônicas intraespecíficas
Ocorrem entre organismos da mesma espécie. São as 
colônias e as sociedades.
1.1.1 Colônias
São organismos da mesma espécie que se mantêm 
anatomaticamente unidos entre si. 
1.1.2 Sociedades
São associações de indivíduos das mesma espécie 
que não estão unidos anatomicamente e formam uma 
organização social que se expressa através do coopera-
tivismo.
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas 
entre os chamados insetos sociais, representados por 
cupins, vespas, formigas e abelhas.
Na sociedades das abelhas, por exemplo, distinguem-
-se três castas: a rainha, o zangão e as operárias. A rainha 
é a única fêmea fértil da colmeia; os zangões são os ma-
chos férteis, enquanto as operárias são fêmeas estéreis. 
As operárias são encarregadas de obter o alimento (pólen 
ou néctar) e produzir a cera e o mel; a cera é usada para 
construir as celas hexagonais, onde são postos os ovos; o 
mel é fabricado por transformação do néctar. A única ati-
vidade dos zangões é a fecundação da rainha; após o voo 
nupcial, são expulsos da colmeia.
1.2 Relações harmônicas interespecíficas
Ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes. São 
o mutualismo, a protocooperação e o comensalismo.
1.2.1 Mutualismo
Relação obrigatória, sendo necessária à sobrevivência 
das espécies envolvidas, que não podem viver isolada-
mente. 
Como exemplo, há os líquens, constituídos por algas 
clorofiladas e fungos que vivem em estreita associação. 
As algas, por meio da fotossíntese, fornecem alimento 
ao fungo. Por sua vez, o fungo consegue reter umidade e 
nutrientes que a alga utiliza, além de lhe conferir prote-
ção. O mutualismo entre a alga e o fungo permite que os 
líquens sobrevivam em ambientes em que nem a alga e 
nem o fungo conseguiriam sobreviver sozinhos.
1.2.2 Protocoperação
Relação facultativa, podendo cada espécie viver iso-
ladamente.
Como exemplo, o pássaro-palito se alimenta dos res-
tos alimentares e de vermes existentes na boca do croco-
dilo. A vantagem é mútua, porque, em troca do alimento, 
o pássaro livra o crocodilo dos parasitas.
1.2.3 Comensalismo
Nessa relação, a primeira espécie, chamada de co-
mensal, é a única beneficiada na relação, já a segunda 
espécie, chamada de hospedeira, não recebe vantagem, 
mas também não é prejudicada.
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Como exemplo, a rêmora se fixa no tubarão por meio 
de sua ventosa, e ali se alimenta dos restos alimentares 
do tubarão, além de economizar energia no deslocamen-
to; para o tubarão, este processo da rêmora não lhe é 
vantajoso, nem prejudicial.
2. Relações desarmônicas
Nas relações desarmônicas há prejuízo para uma das 
espécies consideradas. Taisrelações também podem ser 
divididas em intra-específicas e interespecíficas. 
2.1 Relações desarmônicas intra-específicas
Ocorrem entre organismos da mesma espécie. São o 
canibalismo e a competição.
2.1.1 Canibalismo
Relação em que um animal se alimenta de outro da 
mesma espécie. Ex: viúva-negra fêmea que, após o ato 
reprodutivo, arranca e devora a cabeça do macho. Fê-
meas de louva-a-deus também devoram seus machos.
2.1.2 Competição intra-específica
Indivíduos da mesma espécie competem por um ou 
mais recursos que, na maioria das vezes, não estão dis-
poníveis em quantidade suficiente no ecossistema. Pode 
delinear uma população, principalmente em seu tama-
nho. Quando o ambiente não permite a migração de 
indivíduos e o alimento começa a ficar escasso, natural-
mente os mais velhos e os menos aptos são prejudicados 
e acabam morrendo. 
2.2 Relações desarmônicas interespecíficas
Ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes. São 
a competição interespecífica, o amensalismo, o pre-
datismo e o parasitismo.
2.2.1 Competição interespecífica
Ocorre quando diferentes espécies, com o mesmo 
hábitat e o mesmo nicho ecológico, competem pelos 
mesmos recursos.
2.2.2 Amensalismo 
Associação em que uma espécie, chamada de amen-
sal, é inibida no crescimento ou na reprodução por subs-
tâncias secretadas por uma outra espécie, chamada ini-
bidora. 
Como exemplo, há os fungos que produzem substân-
cias antibióticas que inibem o crescimento de bactérias. 
2.2.3 Predatismo
Associação em que os consumidores de uma cadeia 
alimentar, alocados em um nível trófico superior (preda-
dores), se alimentam do nível trófico inferior – a presa, em 
se tratando de carnivoria, ou o produtor, na herbivoria.
2.2.4 Parasitismo
Associação em que uma espécie se instala no organis-
mo de outra, dela retirando matéria para a sua nutrição 
e causando-lhe, em consequência, danos cuja gravidade 
pode ser muito variável, desde pequenos distúrbios até 
a própria morte do indivíduo parasitado. Dá-se o nome 
de hospedeiro ao organismo que abriga o parasita. De 
um modo geral, a morte do hospedeiro não é conve-
niente ao parasita. Mas, a despeito disso, muitas vezes 
ela ocorre.
Reciclagem
O termo reciclar significa transformar objetos mate-
riais usados em novos produtos para o consumo. Esta 
necessidade foi despertada pelos seres humanos, a partir 
do momento em que se verificaram os benefícios que 
este procedimento traz para o planeta Terra. 
Histórico
Após a década de 1980, a produção de embalagens e 
produtos descartáveis aumentou significativamente, as-
sim como a produção de lixo, principalmente nos países 
desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobran-
do de empresas posturas responsáveis: o crescimento 
econômico deve estar aliado à preservação do meio am-
biente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de 
lixo e reciclagem de alumínio e papel, já são comuns em 
várias partes do mundo.
Benefícios
No processo de reciclagem, que além de preservar o 
meio ambiente também gera riquezas, os materiais mais 
reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. 
Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa 
da poluição do solo, da água e do ar. Muitas indústrias 
estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os 
custos de produção.
Outro benefício da reciclagem é a quantidade de em-
pregos que ela tem gerado nas grandes cidades. Muitos 
desempregados estão buscando trabalho neste setor e 
conseguindo renda para manterem suas famílias. Coo-
perativas de catadores de papel e alumínio já é realidade 
nos centros urbanos do Brasil.
Além de ser extremamente importante para reduzir 
a extração de recursos naturais para atender à crescente 
demanda por matéria prima das indústrias, a reciclagem, 
ajuda a amenizar um dos maiores problemas da atualida-
de: o lixo. Estima-se que o Brasil produz 240 mil tonela-
das de lixo por dia. Destes, apenas 160 mil são coletados 
e o destino de 76% desses restos tidos como “inúteis” e 
“indesejáveis” ainda são os lixões a céu aberto.
Produtos recicláveis
Muitos materiais como, por exemplo, o alumínio 
pode ser reciclado com um nível de reaproveitamento 
de quase 100%. Derretido, ele retorna para as linhas de 
produção das indústrias de embalagens, reduzindo os 
custos para as empresas.
Assim como nas cidades, na zona rural a reciclagem 
também acontece. O lixo orgânico é utilizado na fabrica-
ção de adubo orgânico para ser utilizado na agricultura.
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É importante destacar que a reciclagem é um processo 
em que determinados tipos de materiais, que no cotidiano 
são reconhecidos como lixos são reutilizados como maté-
ria-prima para a criação e\ou fabricação de novos produtos. 
Além de se apresentarem com propriedades físicas diferen-
tes, estes também possuem uma nova composição química 
– fator principal que difere o reaproveitamento da recicla-
gem, conceitos esses muitas vezes confundidos.
Tempo de vida dos produtos
Na natureza todas as plantas e animais mortos apo-
drecem e se decompõe. São destruídos por larvas mi-
nhocas, bactérias e fungos, e os elementos químicos que 
eles contêm voltam a terra. Podem ficar no solo, nos ma-
res ou rios e serão usados novamente por plantas e ani-
mais. É um processo natural de reutilização de materiais.
Enquanto a natureza se mostra eficiente em reapro-
veitamento e reciclagem, os homens o são em produ-
ção de lixo. Uma grande parte deste lixo sobrecarrega o 
sistema. O problema se agrava porque muitas das subs-
tâncias manufaturadas pelo homem não são biodegra-
dáveis, isto é não se decompõe facilmente. Vidros, latas e 
alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos 
anos para se decompor.
São grandes os problemas gerados pelo lixo que pro-
duzimos diariamente em quantidades imensas. Atual-
mente, costuma-se dizer que os inconvenientes do lixo 
podem ser solucionados a partir da regra dos quatro Rs: 
reduzir, reutilizar, reciclar e repensar. 
Reduzir e reutilizar são soluções que acontecem 
quase paralelamente. Trata-se da redução da quantida-
de de lixo produzida, principalmente evitando produtos 
descartáveis e dando preferência aos que podem ser reu-
tilizados. Ao mesmo tempo, a questão implica também a 
melhor utilização dos diversos objetos de que nos vale-
mos no dia-a-dia, para adiar sua transformação em lixo. 
Repensar 
O problema do lixo - assim como os diversos proble-
mas ambientais relacionados à organização socioeconô-
mica da humanidade - deve ser constantemente repen-
sado - daí outro dos “R”, para que se encontrem novas 
soluções que minimizem o problema - cuja solução defi-
nitiva pode até não existir. 
Reciclar
O “R” de reciclagem, ao menos até o momento, tem 
se revelado muito eficaz e já tem produzido uma série de 
resultados concretos em diversos lugares do Brasil e do 
mundo. Basicamente são reciclados os seguintes mate-
riais: vidros, alumínio, plásticos, papel e papelão. 
Poluição e desequilíbrio ecológico
1. Poluições
A poluição sonora afeta a saúde mental (irritabilida-
de) e, a longo prazo, provoca diminuição da audição e 
até surdez.
A poluição visual, sendo a degradação do ambien-
te natural ou artificial, como, por exemplo, o excesso de 
outdoors, propagandas, cartazes etc. Além do incômodo 
visual, contribui com uma maior produção de lixo. 
A poluição térmica consiste no aumento da tempe-
ratura da água, que provoca alteração no meio e pode 
causar doenças de origem fúngica e bacteriana em pei-
xes e outros organismos, além de diminuir o teor de oxi-
gênio dissolvido na água, o que pode causar morte de 
animais aeróbios. A poluição térmica pode ser causada 
por usinas elétricas e atômicas que usam sistemas de res-
friamento de reatores durante a geração de energia com 
água retirada (e posteriormente devolvida) de ambientes 
naturais. Quando esta água retorna aquecida ao ambien-
te natural, o problema se instala.
A poluição atmosférica consiste no aumento da 
quantidade de gás carbônico (CO2),na introdução de 
partículas que ficam em suspensão no ar e de outros 
gases poluentes, como o monóxido de carbono (CO), o 
dióxido de enxofre (SO2), o ozônio (O3), o dióxido de ni-
trogênio (NO2) e hidrocarbonetos, liberados por diversos 
agentes poluidores. Essa modificação na composição da 
atmosfera causa prejuízo ao equilíbrio do meio ambiente 
e, consequentemente, à saúde dos seres vivos.
Entre as mais graves consequências da poluição atmos-
férica, podemos citar a chuva ácida, o efeito estufa, a re-
dução da camada de ozônio e o aquecimento global.
A poluição por radioatividade causa mutações ge-
néticas que podem desencadear doenças como o câncer. 
Além disso, mutações que ocorrem nas células produ-
toras de gametas podem ser transmitidas ao longo das 
gerações. Ex.: Chernobyl, Goiânia e Japão.
A poluição por substâncias não biodegradáveis, 
ou seja, produtos que não sofrem decomposição (como 
as substâncias organocloradas e os metais pesados) faz 
com que esses produtos se acumulem nos tecidos dos 
organismos ao serem consumidos e vão se concentran-
do ao longo das cadeias alimentares, acarretando sérios 
problemas aos organismos. Ex.: DDT, metilmercúrio.
A poluição por derramamento de petróleo ocorre 
quando o petróleo derramado forma extensas manchas 
na camada superficial das águas e, com isso, bloqueia a 
passagem de luz, afetando a fotossíntese; também im-
pede as trocas de gases entre a água e o ar. O petróleo 
se impregna na superfície dos corpos dos animais ma-
rinhos, matando-os por intoxicação. Se a impregnação 
ocorre nas brânquias, há morte por asfixia. As aves ma-
rinhas perdem a capacidade de voar e de realizar a ter-
morregulação, morrendo em seguida ao contato com o 
óleo. Dentre os maiores desastres ambientais causados 
por derramamento de petróleo estão os do Golfo do Mé-
xico e da Bacia de Campos, ambos em 2010; e os da Baía 
de Guanabara (1975, 1997 e 2000).
A poluição por eutrofização ocorre em ambientes 
aquáticos pelo aumento excessivo de nutrientes na água, 
especialmente fosfatos e nitratos. Pode ser natural ou 
provocada por resíduos urbanos. 
A poluição da água, não só das águas superficiais 
como também das subterrâneas. Uma das principais fon-
tes de poluição das águas são os resíduos urbanos – do-
mésticos (esgoto), industriais e rurais.
A poluição do solo ocorre pela infiltração de resíduos 
e efluentes industriais, agrotóxicos e a deposição de lixo.
Os lixões a céu aberto são responsáveis pela intensa 
proliferação de insetos e outros animais que transmitem 
diversas doenças, além da contaminação dos lençóis 
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freáticos. Algumas alternativas aos lixões são os aterros 
sanitários (o solo é preparado de modo a receber uma 
impermeabilização e impedir que o lixo o contamine), a 
incineração (usada em casos de lixo contaminado) e a 
compostagem (transforma parte do lixo orgânico em 
um composto que pode ser utilizado como fertilizante 
para o solo –adubação).
2. Impactos agrícolas
A agricultura moderna está baseada na monocultura. 
O padrão de produção de monocultura provoca impac-
tos ambientais com a destruição das florestas e da biodi-
versidade genética, esgotamento e erosão dos solos e a 
contaminação dos recursos hídricos (eutrofização) e dos 
alimentos (agrotóxicos).
Os desmatamentos, as queimadas e o uso de subs-
tâncias não-biodegradáveis, na maior parte pesticidas, 
são algumas das práticas agrícolas associadas a esses ti-
pos de impactos ambientais.
3. Silvicultura
Devido à grave situação ambiental causada pelo 
desmatamento, o governo passou a incentivar o reflo-
restamento. Concomitante a isso, houve grande desen-
volvimento da silvicultura, voltada para a produção de 
matéria-prima para as fábricas de papel, papelão, resinas, 
madeira aglomerada e móveis. Geralmente, o plantio de 
árvores é feito em terrenos desfavoráveis à agricultura, 
como encostas de vales e áreas de solos pobres, pedre-
gosos e arenosos. As espécies preferidas para o reflo-
restamento têm sido o eucalipto, o Pinus eliotti e a acá-
cia-negra, diferentes das que formavam matas originais, 
sendo consideradas exóticas.
Sob o ponto de vista econômico, o reflorestamento 
tem trazido bons resultados. O Pinus eliotti, por exemplo, 
cresce mais rapidamente que o pinheiro-do-paraná e sua 
madeira dá bons lucros aos produtores. No entanto, esse 
tipo de reflorestamento não restaura o antigo ambiente 
ecológico, com sua biodiversidade original. Numa plan-
tação de eucaliptos, por exemplo, não se ouve o canto 
de aves.
4. Categorias de conservação
A União Internacional para a Conservação da Natu-
reza e dos Recursos Naturais (IUCN) criou, em 1964, o 
maior catálogo sobre o estado de conservação de or-
ganismos vivos de todo o planeta: a Lista Vermelha de 
Espécies Ameaçadas (em inglês, IUCN Red List ou Red 
Data List). O objetivo é fornecer informações com base 
científica sobre o estado das espécies em um nível glo-
bal; chamar a atenção do público para a magnitude e 
a importância da biodiversidade ameaçada; influenciar 
legislações e políticas nacionais e internacionais; e forne-
cer informações para orientar as ações para conservar a 
diversidade biológica.
As principais categorias, em ordem crescente de cri-
ticidade, são: pouco preocupante, quase ameaçada, vul-
nerável, em perigo, criticamente em perigo, extinto da 
natureza e extinto. Os critérios para a classificação envol-
vem a redução da população, fragmentação de habitats, 
distribuição restrita, além de análise quantitativa de risco 
de extinção.
Tomemos como exemplo o lobo-guará, canídeo bra-
sileiro que é encontrado, principalmente, no Cerrado e 
no Pampa, sendo classificado como Vulnerável e Criti-
camente em Perigo, respectivamente. Isso se dá através 
da análise do tempo de geração da espécie, a taxa de 
degradação do bioma, os atropelamentos e as doenças. 
A estimativa é de que 30% da população seja reduzida 
até 2034.
5. Sustentabilidade
É extremamente necessário, então, que a visão dos 
seres humanos em relação ao meio ambiente e à natu-
reza mude. Precisamos perceber que também fazemos 
parte da natureza e tudo que fazemos afeta a nós, a 
todos os outros seres vivos e ao meio ambiente. É pre-
ciso rever hábitos, mudar pensamentos e compartilhar 
conhecimentos para um modo de vida mais sustentável, 
em harmonia com o meio ambiente e os outros seres 
vivos.
Nessa linha de pensamento, existe um modelo eco-
nômico que acredita na conversação da biodiversidade e 
em uma convivência melhor entre a economia, os seres 
humanos e o planeta. É o desenvolvimento sustentável. 
Neste modelo de desenvolvimento, considera-se que 
o avanço econômico e a conservação da natureza são 
compatíveis e devem estar intimamente relacionados, to-
mando medidas que modifiquem a economia consumis-
ta que conhecemos hoje e contribuam para uma melhor 
qualidade de vida às gerações futuras e ao planeta.
6. Agroecologia
A proposta agroecológica defende técnicas e for-
mas de cultivo em harmonia com o meio ambiente. Com 
uma abordagem consciente na dinâmica da natureza, a 
agroecologia permite a recuperação da fertilidade dos 
solos sem o uso de fertilizantes minerais, assim como o 
cultivo sem o uso de agrotóxicos. A agroecologia per-
mite uma atividade economicamente viável e ecologica-
mente sustentável.
Os termos “agricultura orgânica” ou “agricultura bio-
lógica” são utilizados para descrever a produção de pro-
dutos alimentícios e vegetais sem o uso de fertilizantes, 
pesticidas, reguladores de crescimento e outros produ-
tos químicos ou sintéticos. Geralmente também aderem 
a outras práticas como banimento de organismos gene-
ticamente modificados (transgênicos), além de conside-
rarem os princípios da agricultura sustentável. Em diver-
sos países, estas práticas estão sendo regulamentadas e 
amplamente adotadas.
Alguma das técnicas são possíveis graças ao uso de 
esterco animal, adubação “verde”, controles biológicos 
para combate de doenças e pragas, compostagem ero-
tação de culturas.
6.1 Sistemas agroflorestais
Os sistemas agroflorestais (SAF’s) são consórcios de 
culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem 
ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas 
degradadas. A tecnologia ameniza limitações do terre-
no, minimiza riscos de degradação inerentes à ativida-
de agrícola e otimiza a produtividade a ser obtida. Há 
diminuição na perda de fertilidade do solo e no ataque 
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de pragas. A utilização de árvores é fundamental para a 
recuperação das funções ecológicas, uma vez que possi-
bilita o restabelecimento de boa parte das relações entre 
as plantas e os animais. Os componentes arbóreos são 
inseridos como estratégia para o combate da erosão e 
o aporte de matéria orgânica, restaurando a fertilidade 
do solo.
Na mesma área, é possível estabelecer consórcios 
entre espécies de importância econômica: frutíferas e 
hortaliças. Podem ser introduzidas espécies de legumi-
nosas para uso como adubo verde, as quais são roçadas, 
e espécies de leguminosas arbóreas, que, com a mesma 
finalidade, são podadas, visando à deposição de material 
orgânico sobre o solo.
7. Saneamento básico
Como consequência da utilização da água para abas-
tecimento, há a geração de esgotos. Caso não seja dada 
uma destinação adequada aos mesmos, estes acabam 
poluindo o solo, contaminando as águas superficiais e 
subterrâneas e frequentemente passam a escoar a céu 
aberto, constituindo-se em perigosos focos de dissemi-
nação de doenças.
8. Desmatamento
O desmatamento é um processo que ocorre no mun-
do todo, resultado do crescimento das atividades pro-
dutivas e econômicas e, principalmente, pelo aumento 
da densidade demográfica em escala mundial, pois isso 
coloca em risco as regiões compostas por florestas. A 
exploração que naturalmente propicia devastação atra-
vés das atividades humanas já dizimou, em cerca de 300 
anos, mais de 50% de toda área de vegetação natural em 
todo mundo.
O desmatamento de florestas tropicais no Brasil é o 
maior do mundo (em termos absolutos), de acordo com 
dados do relatório da Organização das Nações Unidas 
para a Agricultura e a Alimentação (Fao) sobre a avaliação 
dos recursos florestais mundiais (Global Forest Resources 
Assessment). Apesar dos avanços obtidos pelo país no 
combate à destruição da Floresta Amazônica, nesta úl-
tima década a Amazônia brasileira perdeu em média, a 
cada ano, 17.600 km2 de florestas. Essa área equivale à de 
Taiwan e é pouco maior do que o Havaí, ou mais da me-
tade da Holanda (no Brasil, é quase do tamanho do es-
tado de Sergipe ou três vezes a área do Distrito Federal).
Na época do seu “descobrimento”, a vegetação do 
Brasil se caracterizava pelas formações florestais, que co-
briam cerca de 90% do seu território. Elas eram represen-
tadas nas tipologias equatorial, tropical, subtropical, 
cerrado e caatinga. Os 10% restantes eram basicamente 
formações campestres. 
 Segundo dados do IBGE e MMA (Ministério do Meio 
Ambiente) o Bioma Caatinga é um dos mais alterados 
pelas atividades humanas. As áreas extremamente antro-
pizadas na Caatinga correspondem a 35,5% e as muito 
antropizadas chegam a 13,7%. Entre as principais causas 
de degradação ambiental da Caatinga estão o desma-
tamento, especialmente para a obtenção de lenha, e a 
agricultura de irrigação, que avança ao longo do rio São 
Francisco. Os principais efeitos desta degradação se dão 
no assoreamento de áreas especificas, tal como o pólo 
gesseiro da Chapada do Araripe (CE), e no processo de 
desertificação nas regiões de Gilbués (PI), Seridó (RN), 
Irauçuba (CE) e Cabrobó (PE). 
No Bioma Cerrado, dados sobre o estado da cober-
tura vegetal apontam para uma perda de vegetação na-
tiva entre 38,9% e 54,9% até o ano 2002. Conforme ISA 
(2008), a diferença entre estes dados se relaciona à di-
ficuldade de mapeamento dos diferentes ecossistemas 
do Cerrado, sobretudo na diferenciação entre pastagens 
naturais e plantadas. A dinâmica do desmatamento no 
Cerrado inicia-se pela associação entre fazendeiro e car-
voeiro, na qual o segundo é pago com a vegetação usada 
para o fabrico de carvão vegetal, e o primeiro é benefi-
ciado pela remoção a vegetação, o que diminui os seus 
custos de incorporação de terras para cultivo. 
A Mata Atlântica é o segundo bioma mais ameaçado 
do planeta, perdendo apenas para as florestas de Ma-
dagascar. Desde o período colonial, a concentração de-
mográfica e econômica da sociedade brasileira na costa 
atlântica resultou na quase completa destruição da Mata 
Atlântica. Os fragmentos remanescentes não chegam 
a mais de 7% da cobertura original e não estão distri-
buídos de forma equilibrada entre as várias fisionomias 
do bioma. Considerando áreas que passam por estágios 
médios de regeneração, os remanescentes saltam de 7% 
para 27%. 
O Bioma Pampa fica restrito ao estado do Rio Grande 
do Sul, ocupando 63,17% da área do estado e 2,08% do 
território nacional. O Pampa já perdeu quase a metade 
da cobertura vegetal nativa dos seus 178.243 km² ori-
ginais, sendo o segundo bioma brasileiro mais antropi-
zado. O avanço do cultivo de exóticas (principalmente 
Pinus e eucalipto) e a contaminação biológica promovida 
por elas e a expansão da cultura da soja e do arroz são 
os principais promotores do desmatamento no Pampa. O 
avanço da soja convencional e transgênica reduz o espa-
ço dos campos naturais e podem degradar o solo com o 
uso de herbicidas. O cultivo do arroz muitas vezes é feito 
com a drenagem de banhados (charcos), espaços prote-
gidos pela legislação e fundamentais para a reprodução 
e a alimentação de várias espécies da fauna silvestre.
O bioma Pantanal é a maior planície inundável do 
mundo. No Brasil ele se estende por 150.689 km², reu-
nindo um mosaico de diferentes ambientes que abrigam 
rica biota terrestre e aquática. Dos biomas extra-amazô-
nicos, é o mais preservado, com 86,8% de sua cobertura 
nativa intacta, muito embora o seu frágil equilíbrio esteja 
ameaçado pelas novas tendências do desenvolvimento 
econômico regional. Os modelos tradicionais de pesca 
e pecuária estão sendo substituídos pela exploração in-
tensiva, acompanhada de desmatamentos e alteração de 
áreas naturais. 
A Amazônia tem como vocação o uso sustentável 
baseado no aproveitamento de recursos madeireiros e 
não-madeireiros, e não a conversão de florestas ainda 
existentes em áreas abertas. Já nos biomas de formações 
abertas, como o Pampa e o Pantanal, têm como vocação 
o uso sustentável dos seus campos em atividades pas-
toris, com o aproveitamento dos recursos forrageiros de 
espécies herbáceas nativas. Por sua vez, os biomas Cerr-
rado e Caatinga apresentam perdas de cobertura natural 
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mais acelerada que a Amazônia sem que haja uma prévia 
discussão mais aprofundada de como poderia se dar a 
sua utilização de modo a conciliar a uso econômico com 
a preservação.
PRINCIPAIS BIOMAS E ECOSSISTEMAS BRASI-
LEIROS E TERRESTRES
Bioma é conceituado no mapa como um conjunto de 
vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de 
tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala 
regional, com condições geoclimáticas similares e histó-
ria compartilhada de mudanças, o que resulta em uma 
diversidade biológica própria. 
1. Biomas mundiais
Os principais biomas do ambiente terrestre são:
- Tundra;
- Taiga ou Floresta de Coníferas ou Floresta Boreal;
- Floresta Caducifólia ou Floresta Decídua Temperada;
- Floresta Tropical ou Floresta Pluvial ou Floresta La-
tifoliada;
- Campos;
- Deserto;
- Savanas.
1.1 Tundra
Localiza-se no Círculo Polar Ártico. Compreende Nor-
te do Alasca e do Canadá, Groelândia, Noruega, Suécia, 
Finlândia, Sibéria. Recebe pouca energia solar e pouca 
precipitação, esta ocorre geralmente sob forma de neve 
e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Du-
rante a curta estação quente (2 meses) ocorre o degelo 
da parte superior, rica em matéria orgânica, permitindo 
o crescimentodos vegetais. O subsolo fica permanente-
mente congelado (permafrost).
A Tundra caracteriza-se por apresentar poucas espé-
cies capazes de suportar as condições desfavoráveis. Os 
produtores são responsáveis por capim rasteiro e com 
extensas áreas cobertas por camadas baixas de liquens e 
musgos. Existem raras plantas lenhosas (de porte arbó-
reo), como os salgueiros, mas são excessivamente bai-
xas (rasteiras). As plantas completam o ciclo de vida num 
espaço de tempo muito curto: germinam as sementes, 
crescem, produzem grandes flores (comparadas com o 
tamanho das plantas), são fecundadas e frutificam, dis-
persando rapidamente as suas sementes. 
No verão, com as condições ambientais mais favo-
ráveis, a Tundra fica mais repleta de animais exclusiva-
mente homeotérmicos (que mantém a temperatura do 
organismo constante, independente da temperatura do 
ambiente): aves, raposas, doninhas, renas, caribus, ursos 
polares, entre outros.
1.2. Taiga
Localiza-se no norte do Alasca, Canadá, sul da Groe-
lândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria. Par-
tindo-se da Tundra, à medida que se desloca para o sul 
a estação favorável torna-se mais longa e o clima mais 
ameno. Em consequência, a vegetação é mais rica, sur-
gindo a Taiga.
 Na Taiga os abetos e os pinheiros formam uma densa 
cobertura, impedindo o solo de receber luz intensa. A 
vegetação rasteira é pouco representada. O período de 
crescimento dura 3 meses e as chuvas são poucas. Os 
animais são representados principalmente por homeo-
termos: aves, alces, lobos, martas, linces, roedores, entre 
outros.
1.3. Floresta Caducifólia ou Decídua Temperada
Esse tipo de bioma é predominante do hemisfério 
norte, leste dos Estados Unidos, oeste da Europa, leste 
da Ásia, Coreia, Japão e partes da China. A quantidade 
de energia radiante é maior e a pluviosidade atinge de 
750 a 1.000 mm, distribuída durante todo o ano. Nítidas 
estações do ano. Neste Bioma, a maioria dos arbustos 
e árvores perde as suas folhas no outono e os animais 
migram, hibernam ou apresentam adaptações especiais 
para suportar o frio intenso. As plantas são representa-
das por árvores angiospermas dicotiledôneas como no-
gueiras, carvalhos, faias. Os animais são representados 
por alguns invertebrados, como artrópodes, e os homeo-
termos – aves, roedores, cervos, ursos, lobos, linces, ente 
outros.
1.4. Floresta Tropical, Pluvial ou Latifoliada 
As florestas tropicais situam-se na região intertropi-
cal. A maior área encontra-se na Amazônia, a segunda 
nas Índias Orientais e a menor na Bacia do Congo (Áfri-
ca). O suprimento de energia e as chuvas são regulares 
e abundantes – estas podendo ultrapassar 3.000 mm 
anuais. 
A principal característica da floresta tropical é a sua 
estratificação. A parte superior é formada por árvores 
que atingem 40 m de altura ou mais, formando um dos-
sel espesso de ramos e folhas. No topo a temperatura é 
alta e seca. Debaixo desta cobertura ocorre outra camada 
de árvores, que chegam a 20 m de altura, outras a 10 m e 
5 m de altura. Este estrato médio é quente, mais escuro e 
mais úmido, apresentando pequena vegetação. O estrato 
médio caracteriza-se pela presença de cipós e epífitas. 
A diversificação de espécies vegetais e animais é muito 
grande. Os animais, dependendo da região, podem ser: 
artrópodes, anfíbios, répteis, aves, tigres, leopardos, roe-
dores, macacos, entre outros.
1.5. Campos
Os campos são biomas que se caracterizam por apre-
sentarem um único estrato de vegetação. O número de 
espécies é muito grande, mas representado por peque-
no número de indivíduos de cada espécie. A localização 
dos campos é muito variada: centro-oeste dos Estados 
Unidos, centro-leste da Eurásia, parte da América do Sul 
(Brasil, Argentina e Uruguai) e Austrália.
Durante o dia a temperatura é alta, porém a noite 
a temperatura é muito baixa. Muita luz e vento, pouca 
umidade. Predominam as gramíneas. Os animais, depen-
dendo da região, podem ser: bisões, cervos, pumas, roe-
dores, aves de rapina, entre outros.
1.6. Deserto
Os desertos apresentam localização muito variada e 
se caracterizam por apresentar vegetação muito esparsa 
e rara. O solo é muito árido e a pluviosidade baixa e irre-
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gular, abaixo de 250 mm de água anuais. Durante o dia 
a temperatura é alta, mas à noite ocorre perda rápida de 
calor, que se irradia para a atmosfera e a temperatura 
torna-se excessivamente baixa. 
As plantas que se adaptam ao deserto geralmente 
apresentam um ciclo de vida curto. Durante o período 
favorável (chuvoso) germinam as sementes, crescem, 
florescem, frutificam, dispersam as sementes e morrem. 
As plantas perenes como os cactos apresentam sistemas 
radiculares superficiais que cobrem grandes áreas. Es-
tas raízes estão adaptadas para absorver as águas das 
chuvas passageiras. O armazenamento de água é muito 
grande (parênquimas aquíferos). As folhas são transfor-
madas em espinhos e o caule passa a realizar fotossín-
tese. No hemisfério norte é muito comum encontrar-se, 
nos desertos, arbustos distribuídos uniformemente, 
como se tivessem sido plantados em espaços regulares. 
Este fato explica-se como um caso de amensalismo, isto 
é, os vegetais produzem substâncias que eliminam ou-
tros indivíduos que crescem ao seu redor. Os consumi-
dores obtém água do próprio alimento que ingerem ou 
do orvalho. São predominantemente aracnídeos, répteis 
e roedores, além de alguns poucos carnívoros, como 
coiotes e chacais. 
1.7. Savanas 
Savana é nome dado a um tipo de cobertura vegetal 
constituída, em geral, por gramíneas e árvores espar-
sas. A topografia geralmente é plana com clima tropical, 
apresentando duas estações bem definidas, sendo uma 
chuvosa e uma seca. As Savanas ocorrem, principalmen-
te, na zona intertropical do planeta, por esse motivo re-
cebe uma enorme quantidade de luz solar. 
A espécie de savana mais conhecida é a africana, 
no entanto, há outras: savanas tropicais (cerrado, por 
exemplo), savanas subtropicais, savanas temperadas, 
savanas mediterrâneas, savanas pantanosas e savanas 
montanhosas. 
Os animais, dependendo da região, podem ser: aves, 
répteis, mamíferos herbívoros e carnívoros de grande 
porte.
2. Biomas brasileiros
O Brasil possui um território de dimensões continen-
tais, apresentando diversos tipos de vegetação, clima, 
relevo e hidrografia. Cada região possui uma variação 
correspondente à interrelação entre todos estes fatores 
abióticos. Observe no mapa abaixo os biomas existentes 
no país.
2.1 Floresta Amazônica
Corresponde à mata fechada com árvores de gran-
de, médio e pequeno porte, a densidade da vegetação 
sendo proveniente do clima quente e úmido que favo-
rece o desenvolvimento da biodiversidade. Na Floresta 
Amazônica prevalece o relevo plano, clima com eleva-
das temperaturas com baixa amplitude térmica e chuvas 
frequentes bem distribuídas durante todos os meses do 
ano. As temperaturas mantém-se elevadas a maior parte 
do tempo e os índices pluviométricos são superiores a 
2.000 mm.
Calcula-se que dentro da floresta amazônica con-
vivem em harmonia mais de 20% de todas as espécies 
vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 
1400 de peixes, 300 de mamíferos e 1300 de pássaros, 
sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos 
e outros invertebrados. Para se ter ideia do que isso sig-
nifica, existem mais espécies vegetais em um hectare de 
floresta amazônica do que em todo o território europeu. 
A castanheira é o exemplo mais típico de árvore amazô-
nica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda 
essa variedade, metade permanece ainda desconhecida 
da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, 
que vivem apenas numa localidade restrita, não ocorren-
do em outras regiões. 
A vegetação pode ser classificada em: mata de iga-
pó (sempre alagada), mata de várzea (que se alaga na 
época das chuvas) e mata de terra firme (sempre seca). 
Existem, também, em menor quantidade, áreas de cerra-do, campos e vegetação litorânea. 
Mata de Igapó: Essa composição vegetativa ocorre em 
áreas de baixo relevo próximas a rios e por causa disso 
permanecem perenemente alagadas; as árvores dessas 
áreas apresentam estatura máxima de 20 metros, além 
de haver cipós e plantas aquáticas.
Mata de Várzea: Vegetação que se estabelece em 
áreas mais elevadas em relação às matas de igapó; mes-
mo assim sofre inundações, porém somente nos perío-
dos de cheias. Plantas de porte arbóreo e arbustivo.
Mata de Terra Firme ou Mata Verdadeira (Caaeté): 
Ocorre nas regiões que não sofrem com as ações das 
cheias. Nessa parte da floresta as árvores apresentam al-
turas que alcançam de 30 a 60 metros e se desenvolvem 
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com pouca distância entre si – fato que dificulta a inser-
ção de luz nos substratos inferiores, quase não existindo 
vegetação arbustiva.
2.2 Mata Atlântica
Considerada um dos biomas mais ameaçados do 
planeta, a Mata Atlântica é o domínio de natureza mais 
devastado do Brasil. Estende-se por quase toda a costa 
litorânea, do Piauí ao Rio Grande do Sul. Correspondia 
a, aproximadamente, 15% do território nacional. No en-
tanto, a intensa devastação pela ação antrópica reduziu 
drasticamente essa cobertura vegetal, restando, atual-
mente, apenas 7% da mata original, localizada principal-
mente na Serra do Mar. Da área original desse bioma (1,3 
milhão de km2) só restam 52.000 km2.
A Mata Atlântica é composta por um conjunto de 
fisionomias e formações florestais, com estruturas e in-
terações ecológicas distintas em cada região, estando 
na faixa de transição com os demais biomas brasileiros. 
Seu clima predominante é o tropical úmido, no entanto, 
existem outros microclimas ao longo da mata. Apresenta 
temperaturas médias elevadas durante o ano todo; a mé-
dia de umidade relativa do ar também é elevada. As pre-
cipitações pluviométricas são regulares e bem distribuí-
das nesse bioma. Quanto ao relevo, é caraterizado por 
planaltos e serras. A importância hidrográfica da Mata 
Atlântica é grande, pois essa região abriga sete das nove 
maiores bacias hidrográficas do país, entre elas estão: Pa-
raná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São 
Francisco.
A Mata Atlântica possui uma das maiores biodiversi-
dades do planeta. Suas fauna e flora apresentam grande 
quantidade de espécies endêmicas e ameaçadas de ex-
tinção. 
Das 200 espécies vegetais brasileiras ameaçadas, 117 
são desse bioma – árvores de grande porte como pero-
ba, ipê, quaresmeira, jambo, jatobá, imbaúba, jequitibá-
-rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. 
Dos animais ameaçados, 383 das 633 espécies com 
risco de extinção pertencem a esse bioma: anfíbios,onça-
-pintada,suçuarana, jaguatirica, mico-leão, saguis, anta, 
bicho-preguiça, araponga, jacutinga, jacu, macuco, entre 
tantos outros.
2.3 Mata dos Pinhais ou Floresta de Araucária
As Matas de Araucárias são encontradas na Região 
Sul do Brasil e nos pontos de relevo mais elevado da Re-
gião Sudeste. Essa cobertura vegetal se desenvolve em 
regiões nas quais predomina o clima subtropical, que 
apresenta invernos rigorosos e verões quentes, com ín-
dices pluviométricos relativamente elevados e bem dis-
tribuídos durante o ano. O Pinheiro-do-Paraná ou Arau-
cária (Araucaria angustifolia), encontrado em abundância 
no passado, atualmente corre sério risco de extinção, res-
tando apenas 3% da cobertura vegetal original.
2.4 Mata dos Cocais
A Mata dos Cocais ocorre entre as regiões norte e 
nordeste do Brasil. Corresponde a uma área de transição 
entre a Amazônia e a Caatinga denominada de meio-
-norte, compreendendo vegetações distintas e climas to-
talmente diferentes, como o equatorial superúmido e o 
semiárido. Sua flora é composta por espécies endêmicas 
altamente ameaçadas de extinção pela ação antrópica – 
como as árvores de grande porte carnaúba e oiticica; e 
palmeiras como babaçu, açaí e buriti. 
2.5 Matas-Galerias ou Matas Ciliares
São vegetações associadas a cursos d´agua, acompa-
nhando os rios de médio e grande porte, geralmente em 
terrenos acidentados, constituindo uma mata estreita.
A mata de galeria possui dois subtipos, a não-inun-
dável e a inundável. Há maior resistência das folhas nas 
estações secas. É comum a existência de plantas epífitas, 
que utilizam uma árvore como suporte ao seu crescimen-
to – como, por exemplo, as bromélias e orquídeas.
2.6 Caatinga 
A caatinga – palavra originária do tupi-guarani, que 
significa “mata branca” – é o único sistema ambiental 
exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 
734.478 quilômetros quadrados, correspondendo a cerca 
de 10% do território nacional, estando presente nos esta-
dos do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, 
Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais. As 
temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 
25° C e 29° C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedre-
goso, é composto por vários tipos diferentes de rochas. 
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original 
da caatinga, que atualmente tem menos de 1% de sua 
área protegida em 36 unidades de conservação, que não 
permitem a exploração de recursos naturais.
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de 
maneira direta na vida de uma população de, aproxima-
damente, 25 milhões de habitantes. As chuvas ocorrem 
no início do ano e o poder de recuperação do bioma 
é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores 
ficam cobertas de folhas. 
As plantas da caatinga são xerófilas, ou seja, adapta-
das ao clima seco e à pouca quantidade de água. Algu-
mas armazenam água, outras possuem raízes superficiais 
para captar o máximo de água da chuva. E há ainda as 
que contam com recursos pra diminuir a perda de água 
por transpiração, como espinhos e poucas folhas. A ve-
getação é formada por três estratos: o arbóreo, com ár-
vores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vege-
tação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. 
Entre as espécies mais comuns estão a amburana, o um-
buzeiro e o mandacaru. 
A fauna da caatinga é bem diversificada, também 
composta por animais adaptados ao ambiente semi-á-
rido – répteis (principalmente lagartos e cobras), roedo-
res, insetos, aracnídeos, cachorro-do-mato, ararinha-azul 
(praticamente extinta, com menos de uma dezena de 
indivíduos restantes) sapo-cururu, asa branca, cutia, can-
gambá, preá, veado catingueiro, tatupeba, sagui-do-nor-
deste, entre outros.
2.7 Cerrado (ou Savana brasileira)
Esse bioma já ocupou 25% do território brasileiro, 
fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura 
vegetal do país, superada somente pela floresta Amazô-
nica. No entanto, com a ação antrópica, a extensão do 
Cerrado diminuiu significativamente. Dos 2 milhões de 
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km2 originais, hoje restam aproximadamente 800 mil 
km2. A vegetação do Cerrado se encontra em uma região 
onde o clima que predomina é o tropical, com duas esta-
ções bem definidas: uma chuvosa, entre outubro e abril; 
e outra seca, entre maio e setembro. O Cerrado abrange 
os Estados da região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul e Distrito Federal), além do sul do 
Pará e Maranhão, interior do Tocantins, oeste da Bahia e 
Minas Gerais e norte de São Paulo.
A vegetação predominante é constituída por espé-
cies do tipo tropófilas (vegetais que se adaptam às duas 
estações distintas, como ocorre no Centro-Oeste), além 
disso, são caducifólias (que caem as folhas no período 
de estiagem) com raízes profundas. A vegetação é, em 
geral, de pequeno porte com galhos retorcidos e folhas 
grossas. Apesar dessa definição generalizada, o cerrado é 
constituído por várias caraterísticas de vegetação, sendo 
classificado em subsistemas: de campo, de cerrado, de 
cerradão, de matas, de matas ciliares e de veredas e am-
bientes alagadiços. Em geral, os solos são pobres e mui-
to ácidos. Apresentam fauna endêmica – por exemplo, o 
lobo-guará, o cachorro-vinagree o tamanduá-bandeira.
2.8 Campos (ou Estepes Brasileiros)
Os campos são formados por herbáceas, gramíneas e 
pequenos arbustos esparsos com caraterísticas diversas, 
conforme a região. Esse bioma pode ser classificado da 
seguinte forma: 
- Campos limpos – Predomínio das gramíneas. 
- Campos sujos – Há a presença de arbustos, além 
das gramíneas. 
- Campos de altitude – Áreas com altitudes supe-
riores a 1,4 mil metros, encontrados na serra da 
Mantiqueira e no Planalto das Guianas.
- Campos da hileia – É um tipo de formação rasteira 
encontrado na Amazônia, é caraterizado pelas áre-
as inundáveis da Amazônia oriental, como a ilha de 
Marajó, por exemplo.
- Campos meridionais – Não há presença arbustiva, 
predomina uma extensa área com gramíneas, pro-
pícia para o desenvolvimento da atividade agro-
pecuária. Destaca-se a Campanha Gaúcha, no Rio 
Grande do Sul e os Campos de Vacaria, no Mato 
Grosso do Sul. Os campos ocupam áreas descon-
tínuas do Brasil, na Região Norte esse bioma está 
presente sob a forma de savanas de gramíneas 
baixas, nas terras firmes do Amazonas, de Roraima 
e do Pará. Na Região Sul, surge como as pradarias 
mistas subtropicais.
Os campos do Sul são formados principalmente pelos 
pampas gaúchos, com clima subtropical, região plana de 
vegetação aberta e de pequeno porte que se estende do 
Rio Grande do Sul à Argentina e ao Uruguai. A vegetação 
campestre forma um tapete herbáceo com menos de 1 
metro de altura, com pouca variedade de espécies. A ter-
ra possui condições adequadas para o desenvolvimento 
da agricultura, além de comportar água em abundância. 
Em decorrência, muitas áreas desse bioma já foram de-
gradadas em razão da interferência humana no ecossis-
tema. Alguns animais característicos são a ema e o vea-
do-campeiro.
2.9 Pantanal 
O Brasil apresenta ao longo de seu território diver-
sas composições vegetais, dentre elas o Pantanal, que é 
conhecido também por Complexo do Pantanal; sua for-
mação vegetal recebe influência da floresta Amazônica, 
Mata Atlântica, Chaco e do Cerrado. Ocupando uma área 
de 210 mil km2, o Pantanal é considerado a maior planície 
alagável do mundo, estando situado sobre uma enorme 
depressão cuja altitude não ultrapassa os 100 metros em 
relação ao nível do mar. Esse domínio encontra-se ao sul 
do Estado de Mato Grosso e noroeste do Mato Grosso 
do Sul. O alagamento do Pantanal acontece no período 
chuvoso; nas épocas de estiagem formam-se pastagens 
naturais, situação que favorece a ocupação para criação 
de gado. A inundação do Pantanal acontece por causa 
das cheias do rio Paraguai e afluentes.
As superfícies pantaneiras mais elevadas abrangem a 
vegetação do Cerrado e, em áreas mais úmidas, apre-
sentam florestas tropicais do tipo arbóreas. Essa parte 
da fitogeografia brasileira foi reconhecida pela UNESCO 
como um Patrimônio Natural da Humanidade, devido ao 
fato de ser um dos ecossistemas mais bem preservados 
do mundo. Além disso, abriga uma imensa biodiversida-
de – são cerca de 670 espécies de ves, 242 de peixes, 110 
de mamíferos, 50 de répteis – como exemplo podemos 
citar o tuiuiú, o jacaré-do-papo-amarelo, a ariranha e o 
ratão-do-banhado. Apresenta ainda aproximadamente 
1500 espécies de plantas. 
2.10 Manguezais
Composição característica de áreas costeiras e es-
tuarinas, compreende uma faixa de transição entre am-
bientes terrestres e marinhos. Ocorre em todo o litoral 
brasileiro, do Amapá até Santa Catarina. O clima predo-
minante é o tropical e o subtropical. 
Os mangues, por se encontrarem em ambientes ala-
gados com águas salobras, são árvores com raízes-escora 
proporcionando maior fixação (mangue-vermelho e man-
gue-branco) e pneumatóforos, raízes aéreas que favorecem 
uma maior retirada de oxigênio (mangue-preto).
Essa composição vegetal é fundamental na produ-
ção de alimentos para suprir as necessidades de diversos 
animais marinhos. São extremamente importantes para 
a preservação da biodiversidade, servindo de “berçário” 
para diversas espécies aquáticas e terrestres. Seus ani-
mais mais característicos são os caranguejos.
Apesar da importância dos manguezais na manuten-
ção da vida marinha, esse ambiente tem sofrido profun-
das alterações promovidas principalmente pela urbani-
zação das regiões litorâneas, especialmente para atender 
a especulação imobiliária. Dos 172.000 km2 de mangue-
zais existentes no mundo, o Brasil responde por 15% do 
total, ou seja, 26.000 km2.
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HISTOLOGIA ANIMAL E VEGETAL. SERES VIVOS: CARACTERÍSTICAS GERAIS; SEMELHANÇAS 
E DIFERENÇAS ENTRE OS SERES VIVOS; CONSTITUIÇÃO DOS SERES VIVOS - NÍVEIS 
DE ORGANIZAÇÃO: CÉLULAS, TECIDOS, ÓRGÃOS E SISTEMAS E OS GRANDES GRUPOS 
VEGETAIS E ANIMAIS (CLASSIFICAÇÃO, CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS GRANDES 
REINOS, REPRESENTANTES); CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GERAL (FILOS, CLASSES, 
ORDENS, FAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES); FUNÇÕES VITAIS; ADAPTAÇÕES AO AMBIENTE E 
REPRESENTANTES MAIS CARACTERÍSTICOS. 
A histologia representa o estudo da anatomia microscópica de células e tecidos de plantas e animais. A análise 
celular e dos tecidos acontece por seccionamento e coloração, seguida por exame microscópio de luz ou eletrônico. 
Estudos histológicos podem ser conduzidos através da cultura de tecidos em que as células vivas estão isoladas e man-
tidas. A habilidade de visualizar ou identificar estruturas microscópicas acontece com auxílio da utilização de manchas 
de histológicos. Histologia simboliza ferramenta essencial de biologia e medicina.
Significado de Histopatologia?
Histopatologia estuda o tecido doente. Significa ferramenta importante na patologia anatômica, pois o diagnós-
tico preciso do câncer e outras doenças geralmente requer exame histopatológico das amostras. Médicos treinados 
e credenciados como patologistas são as pessoas que realizam o exame histopatológico e fornecem informações de 
diagnóstico com base nas observações.
Fixação e Histologia
Fixadores químicos são utilizados para preservar tecidos biológicos. O fixador mais comum para a microscopia de 
luz é de 10% de formalina neutra tamponada (4% de formaldeído em solução salina feita com fosfato). Para a micros-
copia eletrônica o fixador possui solução em média de 2,5% de solução salina tamponada com fosfato.
Estes fixadores preservam os tecidos ou células. A principal ação dos fixadores aldeídos está em reticular os grupos 
de amino das proteínas através da formação de CH2 (metileno), de ligação, no caso de formaldeído.
O processo que preserva a integridade estrutural das células e dos tecidos pode ao mesmo tempo danificar a fun-
cionalidade biológica de proteínas, particularmente enzimas. Isso pode ser prejudicial a certas técnicas histológicas. 
Fixadores suplementares são utilizados para o diagnóstico feito à microscopia.
Congelação e Histologia Animal
A congelação representa maneira rápida de corrigir e montar cortes histológicos. Utilizado em remoções cirúrgicas 
de tumores. Feito com dispositivo de refrigeração chamado criostato. O tecido congelado é cortado usando um mi-
crótomo e as fatias congeladas são montadas sobre lâmina de vidro e coradas da mesma forma que outros métodos. 
Simboliza maneira necessária para corrigir o tecido como mancha de anticorpo.
Técnicas e Tecnologias
Processamento: Desidratação, Limpeza e Infiltração!
O objetivo do processamento de tecidos está na remoção de água a partir de tecidos e substituição por meio da 
solidificação para permitir o corte nas secções finais. O tecido biológico deve ser suportado em matriz com 05 ^ m (mi-
crômetros; 1,000 micrômetros = 1 mm) de espessura para microscopia de luz e 80/100 NM (nanômetros; nanômetros 
1000000 = 1 mm) de espessura nas microscopias eletrônicas.
Para microscopia de luz a cera de parafina é mais utilizada. As amostras são transferidas através de banhos concen-
trados de etanol para remover a água. Isto é seguido por um agente de compensação hidrofóbico (tal como xileno) no 
sentido de fazer a remoção do álcool.Interessante notar que a cera de parafina não fornece matriz dura o suficiente para cortar seções finas à microsco-
pia eletrônica. Em vez disso, as resinas são utilizadas. As resinas epóxi são mais utilizadas nos meios de incorporação. 
Secções mais espessas de resina incorporada no tecido também podem ser cortadas por microscopia de luz.
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Processo de Incorporação
Durante o processo as amostras de tecidos são colo-
cadas dentro de moldes, junto com o material de incor-
poração de líquido que é então endurecido. Isto é obtido 
por arrefecimento. As resinas acrílicas são polimerizadas 
por calor, luz ultravioleta, ou catalisadores químicos. Os 
blocos endurecidos possuem amostras de tecidos.
A incorporação também pode ser realizada utilizan-
do procedimento congelado, com tecido não fixado em 
meio à base de água. Pré-congelados, os tecidos são co-
locados em moldes com o material de incorporação de 
líquido, normalmente alguma espécie de glicol à base de 
água, OCT, TBS ou resina, que é em seguida congelada 
para formar blocos endurecidos.
Seccionamento: Histologia Animal e Vegetal
Pode ser feito de forma limitada. O método usual traz 
corte vertical para a superfície do tecido. Seccionamento 
horizontal muitas vezes é feito na avaliação dos folículos 
pilosos. Para a microscopia de luz, uma faca de aço mon-
tado em um micrótomo é usada para cortar 10 micróme-
tros de espessura.
Para a microscopia electrónica de transmissão, uma 
faca de diamante montado em um ultramicrótomo é 
usada para cortar 50 nanômetros de espessura nas sec-
ções de tecido que são montadas sobre grelha de cobre 
com três milímetros de diâmetro.
Coloração na Histologia Animal e Vegetal
Os tecidos biológicos possuem pouco contraste ine-
rente em qualquer microscópio de luz ou de elétrons. A 
coloração é empregada para dar contraste tanto para o 
tecido, bem como realçar as características particulares. 
Existem várias centenas de outras técnicas utilizadas para 
corar células e componentes celulares. Outros compos-
tos utilizados para secções de tecido de cor incluem sa-
franina, o óleo vermelho do Congo, corantes artificiais e 
naturais.
Importância da Histoquímica
Ciência que estuda as reações químicas entre os 
produtos de laboratório e componentes no interior do 
tecido. Amostras histológicas são examinadas por téc-
nicas radioativas. De maneira comum os anticorpos são 
usados para visualizar proteínas, hidratos de carbono e 
líquidos específicos.
Um Pouco de História
No século 19, a histologia já era disciplina acadêmica 
específica. O Prêmio Nobel 1906 de Fisiologia ou Medici-
na foi atribuído aos histologistas Camillo Golgi e Ramon 
y Cajal Santiago. Eles apresentaram interpretações confli-
tantes da estrutura neural do cérebro com base em dife-
rentes interpretações das mesmas imagens. Cajal ganhou 
o prêmio por sua teoria correta e Golgi para a técnica de 
coloração que ele inventou para tornar isso possível.
Artefato e Histologia Animal / Vegetal
Artefatos são estruturas ou características do tecido 
que interferem no exame histológico normal. Estes não 
estão sempre presentes no tecido normal e podem vir de 
fontes externas. Eles interferem na histologia, alterando 
a aparência dos tecidos e escondendo estruturas. Estes 
podem ser divididos em duas categorias:
01 – Pré-histologia: Estas são características e estru-
turas que foram introduzidas antes da coleta dos 
tecidos. Exemplos comuns incluem: Tinta de tatua-
gens e sardas (melanina) em amostras de pele.
02 – Pós-histologia: Artefatos resultantes de proces-
samento de tecidos que levam em conta mudan-
ças como encolhimento, lavagem de determinados 
componentes celulares, mudanças de cor em dife-
rentes tipos de tecidos e alterações das estrutu-
ras no tecido. Uma vez que estas são provocadas 
por laboratório, a maioria dos artefatos pode ser 
evitada ou removida depois de descoberta pelos 
especialistas. 
Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/gestao-
-ambiental/histologia-animal-e-vegetal-caracteristicas-
-basicas
SERES VIVOS
Conceituação 
Os seres vivos podem ser diferenciados da matéria 
bruta por apresentarem as seguintes propriedades: ciclo 
de vida (nascem, crescem, se reproduzem e morrem); 
metabolismo próprio (transformações químicas autore-
guladas no interior do seu organismo); nutrição (obtém 
sua energia se alimentando de outros seres vivos – he-
trótrofos – ou produzindo seu próprio alimento a partir 
da matéria disponível no ambiente – autótrofos). Distin-
guem-se também por serem organismos celulares, tendo 
a célula como sua unidade fundamental. Assim, existem 
seres unicelulares (formados por uma única célula) e 
pluricelulares (formados por várias células).
Dessa forma, os vírus, por serem acelulares, não po-
dem ser considerados seres vivos, e, por não possuirem 
metabolismo próprio, são parasitas intracelulares obri-
gatórios.
Variedade dos seres vivos – sistemas de classifica-
ção e níveis de organização.
Os níveis de organização biológica correspondem a 
uma hierarquia na qual todos os seres vivos e sua com-
posição estão relacionados, desde os átomos até o uni-
verso.
Começando do nível microscópico, a matéria viva é 
formada de átomos, que se reúnem formando as molé-
culas das diversas substâncias orgânicas. As moléculas 
orgânicas estão organizadas de modo a formar diversos 
tipos de organelas celulares que se integram na forma-
ção das células. Nos organismos pluricelulares, as célu-
las se especializam e se juntam formando os tecidos. Os 
tecidos se organizam para formar os órgãos, unidades 
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anatômicas e funcionais essenciais à manutenção da vida. Os órgãos funcionam integrados uns aos outros para o 
desempenho de determinadas funções do corpo, constituindo um sistema. Em conjunto, os sistemas constituem um 
organismo. O conjunto de organismos individuais de uma mesma espécie que habitam uma determinada região 
geográfica ao mesmo tempo constitui uma população biológica. As populações diferentes que coexistem em deter-
minado lugar, interagindo direta ou indiretamente, formam uma comunidade biológica. O conjunto formado pelas 
comunidades e pelo ambiente em que vivem recebe o nome de ecossistema. Ao conjunto que reúne todos os ecos-
sistemas da Terra dá-se o nome de biosfera – a camada do planeta que ocorre todas as vidas.
Níveis de organização biológica. 
A classificação biológica ou taxonomia é um sistema que organiza os seres vivos em categorias, agrupando-os de 
acordo com suas semelhanças, bem como por suas relações de parentesco evolutivo. Seu precursor foi o naturalista 
sueco Carl von Linnée (1707-1778), mais conhecido como Lineu, que utilizou como critério de classificação as caracte-
rísticas estruturais e anatômicas. Lineu desenvolveu também um método para nomear as espécies – a nomenclatura 
binomial, publicada no seu livro Systema Naturae em 1735 eque é aceita até hoje, por facilitar a identificação dos 
organismos em qualquer parte do mundo. 
A nomenclatura binomial é composta por dois nomes, sendo o primeiro escrito em letra maiúscula, definindo o 
gênero; e o segundo em letra minúscula, definindo a espécie. Os nomes científicos devem ser escritos em latim e des-
tacados em itálico ou grifados.
Assim, por exemplo, o nome científico do cão é Canis familiaris. O nome Canis também pode ser usado sozinho, 
indicando somente o gênero, sendo portanto comum aos animais que tenham relação de parentesco, nesse caso po-
dendo ser o cão ou o lobo (Canis lupus).
A categoria taxonômica básica é, portanto, a espécie, que se define como os seres semelhantes entre si capazes de 
se reproduzir naturalmente e gerar descendentes férteis. 
Organismos da mesma espécie são reunidos na outra categoria que compõe a nomenclatura binominal, o gênero. 
Todos que pertencem ao mesmo gênero são agrupados em famílias, que são agrupadas em ordens, que por sua vez se 
reúnem em classes, reunidas em filos e por fim, emreinos. Dessa forma, temos a classificação taxonômica em ordem 
decrescente:
Reino ⇒ Filo ⇒ Classe ⇒ Ordem ⇒ Família ⇒ Gênero ⇒ Espécie
Até recentemente, era adotado pela maioria da comunidade científica o sistema de classificação proposto pelo 
microbiólogo Carl Woese (1977), que divide, acima do nível taxonômico de reino, os seres vivos em três domínios: 
Archaea, Bacteria e Eukarya. Estes são diferenciados quanto à composição do RNA ribossômico, estrutura da parede 
celular e metabolismo.
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Classificação dos seres vivos.
Caracterização dos principais grupos de organismos.
Em 2015, o biólogo inglês Cavalier-Smith revisou a classificação taxonômica, propondo o sistema aceito atualmente 
com 7 reinos: Archaea, Bacteria, Protozoa, Chromista, Fungi, Plantae e Animalia.
Reinos Archaea e Bacteria – compreendem todos os organismos procariontes existentes, ou seja, todos aqueles 
que não apresentam núcleo delimitado por membrana nuclear. Nesse grupo, todos os representantes também são 
unicelulares. As Archaea diferem das bactérias principalmente em características moleculares, adaptações relacionadas 
à sobrevivência em ambientes extremos.
Protozoa – anteriormente conhecidos como Protoctistas. São os protozoários – eucariontes, heterótrofos e 
unicelulares; incluem ainda algumas algas.
Chromista – um dos reinos mais recentemente determinados, inclui os organismos que fizeram endossimbiose 
duas vezes, tendo uma membrana extra ao redor do cloroplasto inicial. Dentro desse grupo estão as diatomáceas, as 
algas marrons e douradas.
Fungi – organismos eucariontes e heterótrofos, podendo ser unicelulares ou pluricelurares. Diferem dos animais por 
não apresentarem tecidos verdadeiros e a nutrição ser por absorção; e das algas e plantas, por não serem fotossintetizantes.
Plantae – organismos eucariontes, autótrofos e pluricelurares.
Animalia – organismos eucariontes, heterótrofos e pluricelurares.
Reinos dos seres vivos.
Tipos de reprodução
Entre os seres vivos há dois tipos de reprodução: reprodução sexuada e reprodução assexuada. É através da 
reprodução que cada espécie garante sua sobrevivência e que o indivíduo transmite suas características aos seus des-
cendentes. 
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Reprodução assexuada – é a forma mais simples de reprodução, característica dos organismos unicelulares, cuja 
única célula se divide em duas (divisão binária ou cissiparidade). 
Ocorre também em organismos pluricelulares de diversas formas – brotamento; regeneração; esporulação; 
gemulação. 
O organismo gerado por essa forma de reprodução é sempre um clone natural, geneticamente idêntico ao seu 
progenitor, sendo a mutação sua única fonte de variabilidade.
Reprodução sexuada – é a responsável pela grande diversidade de seres vivos existentes, devido à fusão dos ga-
metas e as diversas combinações possíveis entre os materiais genéticos dos progenitores. Assim, o organismo gerado 
por essa forma de reprodução é sempre geneticamente diferente do seu progenitor.
Apresenta os seguintes tipos: com gametas isogâmicos (iguais) ou heterogâmicos (diferentes); indivíduos mo-
noicos (hermafroditas) ou dioicos (com macho e fêmea); fecundação interna (dentro do organismo) ou externa (no 
ambiente – água); desenvolvimento direto (sem metamorfose) ou indireto (com fase larval).
Tipos de reprodução: assexuada por bipartição, por brotamento e reprodução sexuada.
Desenvolvimento embrionário
A embriologia estuda o processo de formação e desenvolvimento do indivíduo desde o zigoto ou ovo (célula 
resultante da fusão dos gametas masculino e feminino) até o nascimento. Ao longo do crescimento embrionário alguns 
genes são ativados e outros desativados. Dessa maneira surge a diferenciação celular, ou seja, tipos celulares com for-
matos e funções distintos, que organizam os diversos tecidos e posteriormente formarão os órgãos.
As principais fases do desenvolvimento do embrião são a clivagem ou segmentação, gastrulação e organogênese.
 Durante a clivagem as divisões mitóticas são rápidas e dão origem a células chamadas blastômeros. O primeiro 
estágio da clivagem é a mórula, um maciço celular originado entre o terceiro e quarto dia após a fecundação. Na 
segunda e última etapa ocorre a blástula, onde as células delimitam uma cavidade interna chamada blastocele. Até 
a fase de blástula as células embrionárias são chamadas de células-tronco, pois são indiferenciadas e podem originar 
todos os diferentes tipos de célula do organismo.
A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, com o surgimento do arquêntero (intestino primitivo) e ocorre a 
diferenciação dos folhetos germinativos ou embrionários. Os folhetos darão origem aos diferentes tecidos do corpo 
e se dividem em ectoderme, endoderme e mesoderme. Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula. 
A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos. 
O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso 
central. Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula. Do final da organogênese até o nascimento o 
indivíduo em formação passa a ser chamado de feto. 
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Fases do desenvolvimento embrionário.
Estrutura e função dos tecidos: características principais dos tecidos vegetais e animais.
Histologia é a ciência que estuda os tecidos biológicos, desde a sua formação (origem), estrutura (tipos diferen-
ciados de células) e funcionamento.
O corpo de um organismo pluricelular é constituído por diferentes tipos de células, especializadas em realizar di-
versas funções. As células com determinado tipo de especialização organizam-se em grupos, constituindo os tecidos.
Tipos de tecidos em vertebrados.
Nos animais vertebrados há quatro grandes grupos de tecidos: muscular, nervoso, conjuntivo (subdividido em 
frouxo, denso, adiposo, ósseo, cartilaginoso e sanguíneo) e epitelial, constituindo subtipos específicos que irão 
formar os órgãos e sistemas corporais.
Funções dos tecidos.
Nos invertebrados estes tipos de tecido são basicamente os mesmos, porém com organizações mais simples. A 
maioria dos tecidos apresentam substâncias intracelulares (intersticiais). A única exceção são os Poríferos (esponjas), 
que não possuem tecidos verdadeiros.
Fisiologia animal e vegetal. 
Fisiologia animal e humana
A Fisiologia estuda a função das diversas estruturas do organismo. No nível de organização dos sistemas é possível 
analisar como estes trabalham de forma integrada para garantir o perfeito funcionamento do organismo.
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Sistemas presentes no organismo humano.
 Sistema digestório: responsável pela digestão, que consiste na transformação dos alimentos em suas molécu-
las constituintes, os nutrientes, para que possam ser absorvidos pelo organismo. A digestão pode ser: intracelular, 
ocorrendo exclusivamente no interior das células – é o caso dos poríferos (nos coanócitos); extra e intracelular, 
ocorrendo em parte no interior de uma cavidade digestiva e em parte no interior das células – é o caso dos cnidários; 
extracelular, ocorrendo somente fora das células, no interior de uma cavidade digestiva – é o caso dos platelmintos, 
nematelmintos, anelídeos, moluscos, artrópodes, equinodermos e cordados.
Tubo digestivo incompleto de um platelminto.
– Sistema digestório humano: divide-se em duas partes: tubo digestivo (boca, faringe, esôfago, estômago, intestino 
delgado, intestino grosso, reto e ânus) e órgaos anexos (língua, dentes, glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar).
Sistema digestório humano
Sistema respiratório: responsável pelas trocas gasosas com o meio ambiente. Através da respiração aeróbica, 
os animais obtém oxigênio e eliminam o gás carbônico no meio externo. A respiração pode ser: traqueal, no caso 
dos insetos; branquial, ocorrendoem ambientes aquáticos (peixes, moluscos e crustáceos); pulmonar, ocorrendo 
em ambientes terrestres (mamíferos, aves, répteis, alguns moluscos gastrópodes e anfíbios – nestes últimos, em 
conjunto com a respiração cutânea); tegumentar (cutânea), ocorrendo como único tipo em poríferos, cnidários, pla-
telmintos, nematelmintos e anelídeos.
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Respiração traqueal de um inseto
– Sistema respiratório humano: constituído por um 
par de pulmões e pelos seguintes órgãos que conduzem 
o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares, 
constituindo as vias aéreas: fossas nasais, faringe, larin-
ge, traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos – estes 
três últimos localizados nos pulmões.
Sistema respiratório humano
Sistema circulatório: responsável pelo transporte de 
substâncias entre todas as células do organismo. Pode 
ser de dois tipos: aberto (quando o fluido circulante sai 
dos vasos e se difunde por entre as células) – é o caso 
dos moluscos e artrópodes; ou fechado (quando o flui-
do permanece nos vasos) – é o caso dos anelídeos, mo-
luscos cefalópodes e todos os vertebrados.
Sistema circulatório de um inseto
– Sistema circulatório humano: também chamado 
de sistema cardiovascular, por ser composto pelo cora-
ção e pelos vasos sanguíneos. Divide-se em circulação 
pulmonar (entre o coração e os pulmões), responsável 
por realizar as trocas gasosas, e circulação sistêmica 
(entre o coração e todas as células do organismo), res-
ponsável por levar através do sangue todas as substân-
cias necessárias para a sobrevivência celular, bem como 
remover os resíduos e toxinas.
Sistema circulatório humano
Sistema excretor: responsável por manter a ho-
meostase (constância do meio interno), através de dois 
mecanismos principais: eliminação de resíduos metabóli-
cos e osmorregulação. São exemplos de órgãos excre-
tores: células-flama (platelmintos); nefrídios (anelí-
deos); túbulos de Malpighi (insetos); sistema urinário 
(vertebrados).
Sistema excretor de um platelminto
 – Sistema excretor ou urinário humano: é for-
mado por um par de rins (compostos por milhares de 
unidades filtradoras, os néfrons), que filtram o sangue, 
produzem e excretam a urina – esta é transportada pelos 
ureteres até a bexiga, onde fica armazenada até sair do 
organismo através da uretra.
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Sistema excretor humano
Sistema locomotor: responsável pelos movimen-
tos, sustentação e proteção dos órgãos internos. São 
exemplos de aparelhos locomotores nos invertebrados: 
tentáculos (cnidários e moluscos cefalópodes); para-
pódios (anelídeos poliquetas); apêndices articulados 
(artrópodes) e asas de quitina (insetos); sistema am-
bulacrário (equinodermos). Já os vertebrados apresen-
tam trabalhando em conjunto o sistema esquelético e o 
sistema muscular.
Sistema locomotor de um equinodermo.
Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_04-EtYIW2qw/Ss_lKP-
26gWI/AAAAAAAAAA4/l1NhXwBh0cQ/s400/untitled.bmp
– Sistema esquelético humano: constituído de os-
sos, cartilagens, ligamentos (junção entre dois oosos) 
e tendões (junção entre um osso e um músculo). Além 
das funções características como integrante do sistema 
locomotor, também é responsável por produzir células 
sanguíneas na medula óssea e armazenar sais minerais, 
como o cálcio. Em um indivíduo adulto é formado por 
206 ossos. Estes podem ser classificados quanto a sua 
forma em: longos (fêmur), curtos (calcâneo) ou chatos 
(escápula).
Sistema locomotor humano
Disponível em: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?-
q=tbn:ANd9GcQua8TmEvVtjNFhyHzMCfuRmz6795pMOqv0JI0pA-
QJbf8ClQYTNvQ
– Sistema muscular humano: constituído de fibras 
musculares contráteis (filamentos de actina e miosi-
na). Além das funções características como integrante do 
sistema locomotor, também auxilia a manter a tempe-
ratura corpórea e o fluxo sanguíneo. Em um indivíduo 
adulto é formado por cerca de 650 músculos, compondo 
cerca de 40% do peso total do corpo. Quanto ao tipo de 
contração, os músculos podem ser classificados como: 
liso (contração lenta e involuntária) – é o caso dos 
músculos que realizam os movimentos peristálticos nos 
órgãos digestivos, conduzindo o alimento; estriado es-
quelético (contração rápida e voluntária) – é o caso 
dos músculos das pernas e dos braços, que movimenta-
mos conforme nossa vontade; e estriado cardíaco (con-
tração ritmada e involuntária) – trata-se do miocárdio, 
ou músculo cárdiaco.
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Tipos de músculos do sistema muscular humano
Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/figuras/Corpo/
musculo2.jpg
Sistema nervoso: responsável pela coordenação in-
terna do organismo (através da transmissão de impulsos 
nervosos) e o seu relacionamento com o ambiente que o 
cerca (por meio dos órgãos sensoriais). Pode ser difuso 
– é o caso dos cnidários, os primeiros a apresentar sis-
tema nervoso na escala evolutiva, mas ainda como uma 
rede desordenada de nervos; ganglionar – característico 
da maioria dos invertebrados (platelmintos, nematel-
mintos, moluscos, artrópodes, anelídeos e equinoder-
mos), sendo os gânglios um princípio de centralização 
do comando nervoso; e, nos vertebrados, atinge maior 
complexidade, sendo dividido em sistema nervoso so-
mático e sistema nervoso autônomo.
Sistema nervoso ganglionar de um platelminto
Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiolo-
giaanimal/nervoso.jpg
– Sistema nervoso humano: Divide-se em sistema 
nervoso somático (controle voluntário) e autônomo 
(involuntário). O somático, por sua vez, é constituído 
pelo sistema nervoso central (medula espinhal e encé-
falo – este, composto por cérebro, cerebelo e tronco 
encefálico) e pelo sistema nervoso periférico (nervos 
cranianos e espinhais formados por prolongamentos de 
neurônios sensoriais e efetuadores).
Sistema nervoso somático humano
Disponível em: http://correio.rac.com.br/_midias/jp-
g/2015/05/06/301x271/1_sistema_nervoso_humano-3898769.jpg
O sistema nervoso autônomo é dividido em simpá-
tico e parassimpático, com ações antagônicas um do 
outro.
Sistema nervoso autônomo humano.
Disponível em: https://i0.wp.com/enfermagemcomamor.com.br/
wp-content/uploads/2018/05/Autonomo.jpg?resize=605%2C494
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Sistema endócrino: conjunto de glândulas respon-
sáveis pela produção dos hormônios que são lançados 
no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-
-alvo sobre os quais atuam; atua junto com o sistema 
nervoso, regulando todas as funções do organismo. Nos 
invertebrados, o principal exemplo é o da muda ou ecdi-
se dos insetos, processo regulado pelo hormônio ecdi-
sona.
Controle hormonal da metaformose (ecdise) em in-
setos.
Disponível em: 
https://4.bp.blogspot.com/-hho4In9vZdM/V4wiOnpLTAI/
AAAAAAAACog/kbuBpUQuQpYF0zYyuOkHDrJshc_KYXxwgCLcB/
s1600/metamorfosis%2Ben%2Binsectos..%2Bhormonas%2By%2B-
glandulas.png
– Sistema endócrino humano: consiste nas glân-
dulas endócrinas e os hormônios que estas secretam, 
controladas pela hipófise, considerada por isso a glân-
dula-mestre que, por sua vez responde a uma estrutura 
neurosecretora do sistema nervoso – o hipotálamo. 
Glândulas endócrinas com seus respectivos hormô-
nios.
Disponível em: https://www.bbc.com/bitesize/guides/z8t47p3/
revision/1ema%20endocrino.jpg&w=600&h=350&c=FFFFFF&t=1
O controle da secreção hormonal ocorre através de 
um mecanismo de retroalimentação, ou feedback, no 
qual a concentração do respectivo hormônio na corrente 
sanguínea estimula ou inibe sua secreção por parte da 
glândula.
Mecanismo de feedback do sistema endócrino.
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:-
Thyroid_system-IT.png
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Fisiologia vegetal: parte da botânica que estuda os 
processos vitais das plantas, entre os quais destacam-se: 
fotossíntese, nutrição vegetal e hormônios vegetais.
– Fotossíntese: processo no qual a energiasolar é 
transformada pela planta em energia química por meio 
da fixação de carbono através da clorofila. Ocorre no in-
terior dos cloroplastos e, portanto, é realizada em maior 
intensidade nos tecidos ricos nessa organela, como o 
parênquima clorofiliano encontrado nas folhas. O pro-
cesso pode ser dividido em duas etapas principais: a fase 
clara, que ocorre na membrana do tilacoide, e a fase 
escura, que ocorre no estroma do cloroplasto. 
Sua equação geral balanceada é:
12 H2O + 6 CO2 → 6 O2 + C6H12O6 + 6 H2O
Processo de fotossíntese.
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/-F2Mfy7QJc_U/UBs-
DlIEIyxI/AAAAAAAAADY/HPMg5Vo2iA4/s1600/Fotossintese-esque-
ma-plantas.jpg
– Nutrição vegetal: difere da nutrição dos animais, 
pois a planta é autótrofa e produz o próprio alimento, 
através da absorção dos nutrientes presentes de forma 
inorgânica no ambiente – água e sais minerais. Estes são 
conduzidos das raízes até as folhas pelo vaso condutor 
denominado xilema – é a seiva bruta ou mineral; e o 
produto da fotossíntese, a seiva elaborada ou orgânica, 
é conduzido pelo floema das folhas para todos os teci-
dos da planta.
Transporte de seiva pelos tecidos vasculares vege-
tais.
Disponível em: http://www.cientic.com/imagens/qi/transplan-
tas/transplantas_10.png
– Hormônios vegetais: também chamados fitormô-
nios, atuam na divisão e na diferenciação celular – esti-
mulando o crescimento e o desenvolvimento dos órgãos 
vegetais, a germinação, a floração e a maturação dos 
frutos (auxinas, citocininas, giberelinas e etileno), ou 
inibindo todos esses processos (ácido abscísico).
Atuação dos fitormônios nos processos vitais das 
plantas.
Disponível em: https://scontent-atl3-1.cdninstagram.com/
vp/488058475e85ba7b74a62994737ea7e8/5D4E4BE0/t51.2885-
15/e35/44303633_1177347605760108_3458205520856165400_n.
jpg?_nc_ht=scontent-atl3-1.cdninstagram.com
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FUNÇÕES VITAIS 
Há dois tipos de células eucarióticas: animais e ve-
getais. Apesar de terem três partes bem diferenciadas e 
comuns a todas elas (a membrana plasmática, o citoplas-
ma e o núcleo), apresentam diferenças: existem estrutu-
ras exclusivas das células animais e outras exclusivas da 
células vegetais.
Célula Animal
Seja qual for o tipo de ser vivo que apresenta células 
como a dos animais, essas células têm uma série de ca-
racterísticas que as distinguem das plantas. Por exemplo, 
são desprovidas de parede celular e de cloroplastos, mas 
apresentam centríolos, estruturas ausentes nas plantas 
mais complexas.
Partes de uma célula animal:
Em praticamente todas as células podemos distinguir 
três partes: a membrana plasmática, o citoplasma e o nú-
cleo. A membrana celular ou plasmática é uma estrutura 
que delimita a célula e a separa do meio onde se encon-
tra, mas não isola completamente a célula, pois permite 
o intercâmbio de substâncias do interior ao exterior e 
vice-versa.
O citoplasma ocupa o espaço situado entre a mem-
brana e o núcleo. Esse espaço está preenchido de um 
fluido, o hialoplasma (ou citosol), no qual se encontram 
os orgânulos celulares ou citoplasmáticos e o citoesque-
leto (uma série de microfilamentos e microtúbulos que 
dão forma à célula).
O núcleo é uma estrutura mais ou menos esférica que 
se encontra no interior da célula, delimitado por uma es-
trutura membranosa (o envoltório nuclear). Assim como 
a membrana celular, o envoltório nuclear permite o in-
tercâmbio de determinadas substâncias entre o núcleo 
e o citoplasma.
Cada uma das partes tem sua função. A célula é uma 
unidade biológica de funcionamento: realiza as três fun-
ções vitais (nutrição, relação e reprodução). Caso uma 
célula pertença a um ser pluricelular, ela pode ser espe-
cializada no desempenho de uma determinada função.
ESTRUTURA DE UMA CÉLULA ANIMAL:
As partes de uma célula animal
1. Membrana celular. É formada por uma camada du-
pla de fosfolipídios, com colesterol e proteínas. É 
uma capa dinâmica e flexível, na qual podem ser 
formadas vesículas para englobar substâncias; es-
sas vesículas podem se unir a outras no interior da 
célula. Substâncias podem atravessar a membrana 
celular por simples difusão (como o gás oxigênio) 
ou mediante transporte ativo, com consumo de 
energia.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma; imersos 
nele encontram-se os orgânulos celulares.
3. Núcleo. Delimitado por um envoltório nuclear, no 
interior do núcleo há o nucléolo e os filamentos de 
material genético.
4. Retículo endoplasmático. Conjunto de membranas 
que formam sáculos e tubos conectados entre si 
com a membrana celular e o envoltório nuclear. Há 
dois tipos: o RE rugoso, que tem ribossomos, e o 
RE liso, sem eles. Transporta, armazena e modifica 
proteínas e lipídios pela célula.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sácu-
los achatados. Realiza secreção celular.
6. Centríolos. Presentes em células animais e ausen-
tes em plantas mais complexas, são formados por 
tubos de proteínas; estão relacionados à organi-
zação do citoesqueleto e aos movimentos (cílios 
e flagelos).
7. Vesículas. Estruturas membranosas pequenas que 
transportam substâncias, podem se unir à mem-
brana e eliminar seu conteúdo para fora da célula.
8. Ribossomos. Pequenos orgânulos cuja função é 
produzir proteínas. Na ilustração, aparecem for-
mando cadeias.
9. Citoesqueleto. Filamentos proteicos que consti-
tuem uma rede, dão forma à célula e participam 
do transporte de substâncias.
10. Mitocôndrias. Encarregadas de realizar respiração 
celular, um conjunto de reações químicas median-
te as quais a célula obtém energia.
Algumas células animais também possuem estrutu-
ras relacionadas com movimento (cílios ou flagelos), que 
não existem em plantas mais complexas.
Célula Vegetal
Elas constituem o organismo das plantas. Células ve-
getais têm uma parede celular que recobre sua superfí-
cie, proporcionando proteção e resistência. No citoplas-
ma, abrigam orgânulos exclusivos delas, os cloroplastos, 
responsáveis pela fotossíntese.
Estruturas únicas das células vegetais:
Parece celular: a parede das células vegetais é uma 
parte essencial delas, além de ser um elemento diferen-
ciador em relação às células animais. Tem funções de 
proteção e sustentação. Embora seja formada por celulo-
se, há casos em que se apresenta impregnada com uma 
substância mais rígida, a lignina. Isso ocorre em muitas 
células componentes da madeira do tronco das árvores. 
Em razão de sua presença na parede das células vegetais, 
a celulose é, sem dúvida, o polissacarídio mais abundan-
te na Terra.
Além da parede celular, as células vegetais caracte-
rizam-se pela presença de orgânulos chamados plastos 
(ou plastídios) e pela existência de grandes vacúolos.
Os plastos são característicos de células vegetais e 
das algas; podem ser de vários tipos e realizam muitas 
funções. Os amiloplastos, por exemplo, são importantes, 
pois armazenam amido como substância de reserva. Os 
plastos mais importantes, contudo, são os cloroplastos, 
os orgânulos que realizam fotossíntese. Têm um pig-
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mento verde, a clorofila, substância-chave na captação 
de luz solar. A maioria das plantas é verde em razão da 
presença desse pigmento. As células vegetais também 
se distinguem das animais pela presença de estruturas 
com forma de bolsas, os vacúolos, que podem apresen-
tar grande volume.
Os vacúolos armazenam substâncias (água, moléculas 
orgânicas, substâncias residuais). A célula vegetal adulta 
tem a presença de um único vacúolo central e o núcleo 
deslocado para a periferia.
As partes de uma célula vegetal:
De modo semelhante ao das células animais, nas cé-
lulas vegetais podem-se distinguir três partes.
A membrana é muito parecida com a das células ani-
mais e apresenta as mesmas funções, ainda que esteja 
recoberta pela parede celular. A rigidez dessa cobertu-
ra complexa exige mecanismos de união e comunicação 
entre as células vegetais que constituem um tecido.
O citoplasmacontém diversos orgânulos e é preen-
chido pelo fluido chamado citosol.
No interior celular encontra-se o núcleo, que realiza 
exatamente as mesmas funções desempenhadas pelo 
núcleo das células animais.
ESTRUTURA DE UMA CÉLULA VEGETAL:
As partes de uma célula vegetal
1. Conjunto de membrana celular e parede celular. 
Na ilustração, aparecem também as paredes das 
células vizinhas, assim como as estruturas que per-
mitem a união das células e a passagem de deter-
minadas substâncias entre elas.
2. Citosol. Fluido que ocupa o citoplasma, similar ao 
das células animais. Em razão da existência do 
grande vacúolo, o espaço ocupado pelo citosol é 
proporcionalmente menor em determinadas célu-
las vegetais.
3. Vacúolo. É uma grande vesícula que armazena 
substâncias. Por exemplo, na epiderme da laran-
ja, o vacúolo acumula o óleo essencial responsável 
pelo odor característico do fruto. Em outros casos, 
simplesmente armazena água. Nas células animais, 
encontram-se pequenas vesículas, envolvidas com 
empacotamento de materiais, seu transporte e se-
creção.
4. Cloroplastos. São orgânulos com uma membrana 
que os separa do citoplasma e em cujo interior há 
acúmulos de sáculos formados também por mem-
branas; nesses sáculos encontra-se a clorofila. Os 
cloroplastos estão presentes em células de partes 
verdes das plantas – folhas e caules jovens – e não 
são encontrados em outras regiões da planta. Em 
órgãos destinados a armazenar reservas (como os 
tubérculos das batatas), os plastos presentes são 
chamados amiloplastos, orgânulos especializados 
em acumular glicídios na forma de amido.
5. Complexo golgiense. Conjunto de cinco a dez sácu-
los achatados, com as mesmas funções principais 
executadas nas células animais.
6. Mitocôndrias. Como ocorre em células animais, es-
ses orgânulos encarregam-se da respiração celular.
A diferença é que, nas células vegetais, os glicídios 
que participam das reações da respiração celular 
provêm do metabolismo autótrofo e não da maté-
ria orgânica conseguida no ambiente.
7. Retículo endoplasmático. Com as mesmas funções 
que desempenha em células animais, também se 
distinguem o retículo endoplasmático liso e o ru-
goso. No rugoso, aderidos às membranas encon-
tram-se ribossomos, cuja função é a síntese de 
proteínas.
8. Núcleo celular. De mesma estrutura e função que 
nas células animais. Em células vegetais, não se 
encontra no centro celular, mas deslocado para a 
periferia, como consequência do crescimento do 
vacúolo.
Diferenças entre a célula animal e a célula vegetal
As células vegetais possuem uma pare de celular for-
mada de um material re sistente, chamado celulose, en-
volvendo a membrana plasmática. Essa parede dá pro-
teção e sustentação à célula. A célula animal não possui 
essa camada de celulose.
No citoplasma da célula vegetal, existe uma (ou mais) 
bolsa chamada vacúolo. Nas células jovens, os vacúolos 
são pe quenos e numerosos; já nas células adul tas, é co-
mum a presença de um único vacúolo volumoso ocu-
pando um grande espaço. Esse vacúolo é cheio de água 
com nutrientes.
As células vegetais possuem, no seu inte rior, corpús-
culos chamados cloroplastos, ricos em um pigmento ver-
de chamado clo rofila. A clorofila absorve a energia solar 
necessária para a realização da fotossínte se, processo 
pelo qual os seres clorofilados produzem seu próprio 
alimento. As célu las animais não possuem cloroplastos. 
REFERÊNCIAS
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images/os-rins-sao-os-responsaveis-por-filtrar-sangue-
-reabsorver-agua-outras-moleculas-uteis-ao-nosso-or-
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OS VÍRUS E SERES DE ORGANIZAÇÃO 
MAIS SIMPLES (PROCARIONTES, 
PROTISTAS E FUNGOS). 
Parasitologia é uma ciência que se baseia no estudo 
dos parasitas e suas relações com o hospedeiro, englo-
bando os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista 
e Nematoda e Platyhelminthes (platelmintos) e Arthro-
poda (artrópodes), do reino Animal.
Ao iniciar o estudo da parasitologia é conveniente 
que você se lembre de alguns dos conceitos básicos uti-
lizados na Parasitologia. Portanto, vamos a eles:
Agente etiológico = é o agente causador ou o res-
ponsável pela origem da doença. pode ser um vírus, 
bactéria, fungo, protozoário ou um helminto. endemia 
- quando o número esperado de casos de uma doen-
ça é o efetivamente observado em uma população em 
um determinado espaço de tempo. doença endêmica - 
aquela cuja incidência permanece constante por vários 
anos, dando uma idéia de equilíbrio entre a população e 
a doença. epidemia - é a ocorrência, numa região, de ca-
sos que ultrapassam a incidência normalmente esperada 
de uma doença.infecção - é a invasão do organismo por 
agentes patogênicos microscópicos.infestação - é a inva-
são do organismo por agentes patogênicos macroscópi-
cos. vetor- organismo capaz de transmitir agentes infec-
ciosos. 0 parasita pode ou não desenvolver-se enquanto 
encontra-se no vetor.hospedeiro - organismo que serve 
de habitat para outro que nele se instala encontrando as 
condições de sobrevivência. o hospedeiro pode ou não 
servir como fonte de alimento para a parasita. hospedei-
ro definitivo - é o que apresenta o parasito em fase de 
maturidade ou em fase de atividade sexual. hospedeiro 
intermediário - é o que apresenta o parasito em fase lar-
vária ou em fase assexuada.profilaxia - é o conjunto de 
medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle 
das doenças ou de fatos prejudiciais aos seres vivos.
CONCEITOS GERAIS EM PARASITOLOGIA 
As primeiras conceituações de parasitismo o caracte-
rizavam como uma relação desarmônica, portanto unila-
teral, onde o parasita obrigatoriamente trazia prejuízos 
ao seu hospedeiro. Como esta definição se mostrou fa-
lha, principalmente em razão de nem sempre se conse-
guir demonstrar danos determinantes de sinais e/ou sin-
tomas, no hospedeiro, a mesma foi sendo abandonada 
pela maioria dos profissionais da área e substituída por 
outras mais coerentes com os conceitos mais modernos.
Atualmente, parasitismo é principalmente conceitua-
do como a “relação entre dois elementos de espécies (ou 
grupo e espécie, no caso dos vírus) diferentes onde um 
destes, apresenta uma deficiência metabólica (parasita) 
que faz com que se associe por período significativo a 
um hospedeiro (hospedador), visando suprir tal carên-
cia”.
CAMPO DA PARASITOLOGIA
1- Sentido amplo (lato senso): Fazem parte, todos os 
vírus, algumas espécies de: Bactérias, Fungos, Pro-
tozoários, Platelmintos, Nematelmintos,Artrópo-
des e de Algas microscópicas.
2 - Sentido estrito (estrito senso): Onde por razões 
convencionais são alocados somente algumas es-
pécies de: Protozoários, Helmintos e Artrópodes 
compreendendo também em algumas instituições 
de ensino o estudo dos Fungos parasitas.
ADAPTAÇÃO PARASITÁRIA
A perda parcial de um ou mais sistemas metabóli-
cos e da capacidade de utilizar outra fonte nutricional 
no meio ambiente externo, em todo seu ciclo de vida 
ou em parte dele, faz com que o parasita se instale em 
seu hospedeiro e dependa da sobrevida deste, princi-
palmente se tratando dos endoparasitas, em que, caso 
ocorra morte do hospedador, o parasita normalmente 
também sucumbe. Como estratégia de sobrevivência e 
transmissão, o parasita “busca” reduzir sua capacidade 
de agressão em relação ao seu hospedeiro, o que se dá 
por seleção natural, no sentido de uma melhor adapta-
ção a determinado(s) hospedeiro(s). Neste caso, quanto 
maior for à agressão, menos adaptado é este parasita 
a espécie que o hospeda, e consequente possibilidade 
de morte deste, o que tende com o passar dos anos à 
seleção de amostras (cepas) menos virulentas para este 
hospedador.
HABITAT PARASITÁRIO
Tal como acontece com os seres de vida livre, que 
têm um habitat definido em determinada área geográ-
fica estudada, a localização de um parasita em seu hos-
pedeiro não se dá ao acaso, mas sim é conseqüência 
de uma adequação parasitária a determinado segmento 
anatômico que passa a ser assim o seu ecossistema in-
terno, em decorrência sofre as conseqüência das ações 
naturais de resistência de seu hospedeiro. Podemos por 
assim dizer que o “habitat” parasitário é o local mais 
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provável de encontro de determinado parasita em seu 
hospedeiro, sendo que para os helmintos normalmente 
consideramos, quanto não se especifica a fase de desen-
volvimento em questão, o habitat da forma adulta.
ORIGEM DO PARASITISMO DO HOMEM E OS 
PRINCIPAIS CONCEITOS DE PARASITISMO
A origem do parasitismo do homem pode ser dedu-
zida a partir de vários dados, onde se destacam achados 
paleoparasitológicos, comparações genéticas e afinida-
des entre diferentes hospedeiros comuns. Quando o ho-
mem e outros animais se apresentam como diferentes 
hospedeiros de um mesmo ciclo (Definitivo e Interme-
diário), como é o caso dos ciclos encontrados nos gê-
neros Taenia e Echiniococcus, é deduzido que ambos 
sofreram processo parasitário acontecido em mesmo 
momento. Por outro lado, alguns seres de vida livre 
como é o caso de nematóides, paulatinamente após en-
trar em contato com o homem, devem ter se adaptados 
a esse suporte nutricional em razão de perda de auto-
nomia metabólica, se tornando parasitadas do homem 
ou espécie filogenticamente próximas, com é o caso do 
parasitismo por Enterobiusvermicularis, que podem pa-
rasitar além da espécie humana, símios antropóides.
PRINCIPAIS TIPOS DE PARASITISMO
1- Acidental - Quando o parasita é encontrado em 
hospedeiro anormal ao esperado. P.e. Adulto de 
Dipylidiumcaninum parasitando humanos.
2- Errático - Se o parasita se encontra fora de seu ha-
bitat normal. P.e. Adulto de Enterobiusvermicularis 
em cavidade vaginal.
3- Obrigatório - É o tipo básico de parasitismo, onde 
o parasita é incapaz de sobreviver sem seu hospe-
deiro P.e. A quase totalidade dos parasitas.
4- Proteliano - Expressa uma forma de parasitismo 
exclusiva de estágios larvares, sendo o estágio 
adulto de vida livre.P.e. Larvas de moscas produ-
toras de miíases.
5- Facultativo - É o caso de algumas espécies que podem 
ter um ciclo em sua integra de vida livre e opcional-
mente podem ser encontrados em estado parasitário. 
P.e. Algumas espécies de moscas que normalmente 
se desenvolvem em materiais orgânicos em decom-
posição no solo (cadáveres ou esterco), podem sob 
determinadas condições, parasitar tecidos em necrose, 
determinando o estado de miíasesnecrobiontófagas.
TIPOS DE HOSPEDEIRO
1- Ciclo heteroxeno:
*Definitivo: Quando o parasita se reproduz neste, 
de forma sexuada e/ou é encontrado em estágio 
adulto.
*Intermediário: Se o parasita no hospedeiro só se re-
produz de forma assexuada ou se encontra exclu-
sivamente sob forma larvar (helmintos).
Obs.: Se um protozoário não apresenta em seu ciclo 
reprodução sexuada em nenhum dos hospedeiros, estes 
são conhecidos como hospedeiro vertebrado e inverte-
brado respectivamente.
2- Paratênico ou de transporte - Quando no mesmo, 
não ocorre evolução parasitária, porém, o hospe-
deiro não esta apto a destruir o parasita rapida-
mente, podendo assim, ocorrer posterior transmis-
são em caso de predação por espécie hospedeira 
natural. Obs. Não é um verdadeiro caso de para-
sitismo.
3. Reservatório: É representado pelo (s) hospedeiro (s) 
vertebrado (s) natural (is) na região em questão.
Obs.: O termo vetor é utilizado como sinônimo de trans-
missor, representado principalmente por um artrópode ou 
molusco ou mesmo determinado veículo de transmissão, 
como água ou alimentos, que possibilite a transmissão pa-
rasitária. Alguns autores utilizam o termo vetor biológico 
quando ocorre no interior deste animal a multiplicação e/ou 
o desenvolvimento de formas do parasita (se constituindo 
em hospedeiro) e vetor mecânico nas situações onde não 
existem tais condições, transmitindo assim o parasita com a 
mesma forma de desenvolvimento de ciclo que chegou ao 
mesmo, não sendo portanto um hospedeiro.
CONCEITOS BÁSICOS DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
1. EPIDEMIOLOGIA
De origem grega, a palavra epidemiologia pode ser 
conceituada como a ciência que estuda a frequência, a 
distribuição e os fatores determinantes das doenças que 
afetam a população.
No passado, a epidemiologia se concentrava nas 
doenças infecciosas que atingiam um grande número de 
pessoas em um curto espaço de tempo.
Ao longo dos anos, com as modificações no perfil 
de adoecimento e morte da população, a epidemiologia 
passou a dar mais atenção as doenças não contagiosas 
(doenças crônicas). Essa modificação foi chamada de 
“transição epidemiológica”.
1.1 Doenças
De modo simplificado, o termo doença se refere a um 
estado de desequilíbrio físico, mental ou social que resul-
ta na perda da saúde. 
Normalmente acompanhadas de sinais e sintomas, as 
doenças podem ser basicamente classificadas em infe-
ciosas ou não infecciosas.
Segundo a Organização Mundial da Saú-
de (OMS), “saúde é o estado de comple-
to bem-estar físico, mental e social”. Em 
outras palavras, trata-se de uma condição 
individual proporcionada por fatores como 
alimentação equilibrada, prática regular 
de atividades físicas, meio ambiente, em-
prego, segurança, lazer, educação, renda, 
transporte, boas condições de moradia, sa-
neamento básico e acesso aos bens e ser-
viços essenciais.
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Quando um ou mais desses fatores deixam de existir, 
o indivíduo ou a população ficam sujeitos ao surgimento 
de doenças.
1.1.1 Doenças infecciosas
As doenças infecciosas, popularmente conhecidas como 
doenças transmissíveis, são aquelas causadas por agentes 
como vírus, bactérias, protozoários, fungos e vermes. 
São transmissíveis porque podem ser passadas de um 
indivíduo para o outro, geralmente, por meio do contato 
direto com secreções infectadas (saliva, sangue, esperma, 
secreção nasal etc.) ou pela ingestão de água e alimentos 
contaminados. 
1.1.1.1 Doenças infecciosas virais
As doenças infecciosas virais, mais conhecidas como 
viroses, são causadas pelos vírus. Os vírus são seres muito 
pequenos e simples, formados apenas por uma cápsula 
proteica (cápsula composta por proteínas) e material ge-
nético (DNA ou RNA ou os dois juntos).
ESTRUTURA BÁSICA DE UM VÍRUS.
Algumas viroses que acometem os seres humanos são: 
AIDS, dengue, febre amarela, gripe e raiva. A seguir, estão 
as principais características dessas doenças.
a) AIDS: causadas pelo vírus HIV, a AIDS, também co-
nhecida como Sida (Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida), é umadoença grave que atinge pessoas 
do mundo todo. 
A principal forma de transmissão da doença ocorre 
pelo contato direto com secreções contaminadas pelo ví-
rus, como esperma, secreção vaginal, sangue e leite mater-
no, mas também pode acontecer pela recepção de órgão ou 
sangue contaminado, pelo compartilhamento de seringas 
e agulhas e por acidentes com materiais perfurocortantes 
contaminados. A AIDS também pode ser transmitida duran-
te a gestação, quando a mãe é portadora do vírus.
Após infectar organismo, o vírus HIV ataca as células 
de defesa do organismo (linfócitos), comprometendo de 
forma significativa o sistema imunológico do indivíduo 
doente. Esse é um dos principais sinais da doença.
O diagnóstico da AIDS pode ser feito por exames la-
boratoriais e pela observação de manifestações clínicas. O 
tratamento empregado para a doença visa reduzir a quan-
tidade de vírus no sangue e melhorar/prolongar a qualida-
de de vida do paciente. As principais medidas preventivas 
envolvem o uso de preservativos e a triagem/testagem 
dos doadores de sangue, esperma e órgãos.
FIQUE ATENTO!
O comprometimento do sistema imunoló-
gico favorece o surgimento de uma série de 
doenças oportunistas, causadas por:
a) outros vírus (herpes, citomegalovirose);
b) bactérias (tuberculose, pneumonia, sal-
monelose);
c) fungos (candidíase, pneumocistose, crip-
tococose);
d) protozoários (toxoplasmose, isosporía-
se).
Também podem aparecer neoplasias como 
sarcoma de Kaposi, linfomas não Hodgkin e 
câncer de colo de útero.
b) Dengue: a dengue é uma virose causada por um 
vírus transmitido pela picada da fêmea do mosqui-
to Aedes aegypti.
Normalmente a doença se manifesta por sinais e sin-
tomas como febre alta, dores musculares, dor de cabeça, 
dor atrás dos olhos, náuseas, vômito, diarreia e outros.
FIQUE ATENTO!
Alguns sinais podem indicar dengue he-
morrágica (dor abdominal, vômito persis-
tente, hemorragia, sonolência, queda da 
temperatura corporal, diminuição de pla-
quetas, entre outros) ou choque (pressão 
arterial baixa, mãos e pés frios e pulso rá-
pido).
O diagnóstico da dengue é realizado a partir dos sin-
tomas apresentados pelo paciente em conjunto com a 
prova do laço e com a confirmação laboratorial.
É importante realizar a prova do laço em 
todos os casos de suspeita de dengue. 
Para isso, basta:
a) desenhar um quadro de 2,5 x 2,5 no an-
tebraço do indivíduo;
b) verificar a pressão arterial (PA) com o in-
divíduo deitado ou sentado;
c) calcular o valor médio da PA com o se-
guinte cálculo (pressão arterial sistólica + 
pressão arterial diastólica / 2);
d) insuflar novamente o manguito até atin-
gir o valor médio obtido com o cálculo e 
manter por 5 minutos (adultos) ou 3 mi-
nutos (crianças) até o aparecimento de 
petéquias (pequenos pontos vermelhos ou 
roxos);
e) contar o número de petéquias no in-
terior do quadrado. A prova do laço será 
positiva para dengue se o número de peté-
quias for igual ou maior que 20 em adultos 
ou 10 em crianças.
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O tratamento da doença visa aliviar os sintomas por 
meio do uso de analgésicos e antitérmicos. Manter a in-
gestão de bastante líquido também é importante para 
evitar a desidratação.
A dengue pode ser facilmente prevenida com a adoção 
de medidas simples que impeçam o desenvolvimento do 
mosquito Aedes aegypti, como evitar o acúmulo de água 
parada em vasos, garrafas, pneus, latas de lixo e outros. 
c) Febre amarela: doença caracterizada principal-
mente por febre alta, calafrios, prostração, dor de 
cabeça, náuseas e vômito. Pode evoluir em poucos 
dias para cura ou para sua forma grave com sin-
tomas como manifestações hemorrágicas e insufi-
ciência hepática/renal.
É causada pelo vírus amarílico, transmitido pela pica-
da do mosquito Haemagogus janthinomys (febre amarela 
silvestre) ou do mosquito Aedes aegypti (febre amarela 
urbana).
Formas leves e moderadas da febre amarela podem 
ser confundidas com outras doenças virais. Assim, o 
diagnóstico da doença deve levar em conta não só os 
sinais clínicos apresentados pelo paciente, mas também, 
as características epidemiológicas e os resultados de exa-
mes laboratoriais.
O tratamento visa apenas amenizar os sintomas, já 
que não existe medicamento específico para a doença. 
A principal medida para a prevenção da febre amarela é 
a vacinação.
d) Influenza: mais conhecida como gripe, a influenza 
é uma doença viral altamente contagiosa que aco-
mete o sistema respiratório, causando sintomas 
como febre, dores musculares, tosse seca, dor de 
cabeça, calafrios, espirros e coriza.
Causada pelo vírus Influenza, a infecção é transmitida 
de uma pessoa para outra por meio do contato direto 
entre gotículas de saliva ou secreções contaminadas com 
as mucosas oral (mucosa da boca), nasal (mucosa do na-
riz) ou ocular (mucosa dos olhos). Embora a transmis-
são de humano para humano seja mais comum, também 
existem registros de transmissão do vírus de aves e suí-
nos para o homem (gripe suína ou H1N1 e gripe aviária).
Como possui sintomas semelhantes a de outras en-
fermidades causadas por vírus respiratórios, o diagnós-
tico da gripe só pode ser confirmado com exames labo-
ratoriais.
O tratamento dos doentes inclui medidas simples 
como repouso e hidratação, além do uso de antitérmicos 
e outros medicamentos. 
A principal forma de prevenção contra a gripe é vaci-
nação. Outra ação bastante eficaz, é a higienização ade-
quada das mãos antes de tocar a boca, o nariz e os olhos.
e) Raiva: conhecida desde a antiguidade, a raiva é 
uma doença viral altamente letal. Trata-se de uma 
zoonose (doença que normalmente acomete ani-
mais, mas pode ser transmitida para os seres hu-
manos) caracterizada pela ocorrência de encefalite 
aguda (inflamação aguda do cérebro). 
Além da encefalite, a infecção também produz sinto-
mas como mal estar, aumento de temperatura corporal, 
anorexia, dor de cabeça, náuseas, irritabilidade e sen-
sação de angústia. Com sua evolução, também podem 
ocorrer manifestações como delírios, espasmos muscula-
res involuntários (contrações musculares involuntárias) e 
convulsões. Normalmente, os espasmos musculares pro-
gridem para paralisia, causando retenção urinária, prisão 
de ventre e alterações cardiorrespiratórias, evoluindo 
para a morte em poucos dias.
Causada pelo Vírus da Raiva Humana, a doença re-
presenta um grande problema de saúde, principalmen-
te porque pode ser transmitida por animais domésticos 
como cães e gatos. A transmissão ocorre por meio de 
mordidas e arranhões produzidos por animais infectados. 
A doença é facilmente diagnosticada quando os si-
nais e sintomas se manifestam após o contato do pacien-
te com um animal doente. A confirmação do diagnóstico 
é feita com exames sorológicos.
Casos suspeitos e confirmados de raiva são tratados 
com base no protocolo de tratamento de raiva humana, 
elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde. Esse 
protocolo envolve a indução ao coma, o uso de antivirais, 
a reposição de enzimas e a manutenção das funções vitais 
do paciente.
A principal medida para prevenção da doença é a va-
cinação.
Outras doenças importantes causadas 
por vírus são: hepatite (A, B e C), sarampo, 
catapora, rubéola, caxumba, poliomielite, 
ebola, meningite etc.
#FicaDica
 
1. Doenças infecciosas bacterianas
As doenças bacterianas são causadas por bactérias. 
As bactérias são microrganismos procariontes, formados 
por uma única célula composta basicamente por quatro 
componentes: membrana plasmática, hialoplasma, ribos-
somos e cromatina (material genético da bactéria).
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Estrutura básica de uma bactéria.
Vivendo de forma isolada ou agrupada (formando co-
lônias), as bactérias são capazes de causar uma grande 
variedade de doenças como cólera, difteria, sífilis, han-
seníase e tuberculose, que serão descritas com maiores 
detalhes a seguir.
a) Cólera: infecção intestinal caracterizada por sinais 
e sintomas leves ou graves comodiarreia, vômito, 
dor abdominal, câimbras, desidratação e insuficiên-
cia renal. 
Causada pela bactéria Vibrio cholerae, a cólera acon-
tece pela ingestão de agua e/ou alimentos contaminados 
por fezes ou vômito de doentes.
Seu diagnóstico é realizado a partir dos sintomas ca-
racterísticos da doença e da identificação da bactéria em 
amostras de fezes analisadas.
O tratamentos dos indivíduos doentes inclui o uso de 
antibióticos e a ingestão de bastante líquido para impedir 
a desidratação.
A cólera pode ser facilmente evitada com medidas de 
saneamento básico. Outras maneiras de prevenir a doen-
ça é higienizar adequadamente as mãos e os alimentos, 
além de realizar a desinfecção de roupas de cama e ves-
tuário dos doentes.
b) Difteria: doença infecciosa que atinge o nariz, a 
laringe, a faringe (garganta) e as amigdalas, cau-
sando o aparecimentos de placas brancas e dor na 
garganta. Em casos mais graves pode haver tam-
bém o aumento do pescoço (pescoço taurino).
Causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, a 
difteria ou crupe acontece pelo contato direto com se-
creções contaminadas, eliminadas quando o doente tos-
se, espirra ou fala.
Geralmente, a doença é diagnosticada pela observa-
ção de sinais e sintomas em conjunto com a identificação 
da bactéria em amostras de secreção do doente.
O tratamento da difteria é realizado com o uso do 
soro antidiftérico (SAD) e antibióticos associado a medi-
das como repouso. 
A principal medida de prevenção contra a doença é 
a vacinação.
c) Hanseníase: a hanseníase, lepra ou Mal de Han-
sen é uma doença bacteriana, causada pelo bacilo 
Mycobacterium leprae, uma micobactéria capaz de 
infectar um grande número de indivíduos.
Assim como acontece com diversas doenças, a hanse-
níase é transmitida pelo contato com as secreções conta-
minadas eliminadas pelo doente.
O diagnóstico da doença é realizado com base nos 
sinais clínicos, visando identificar áreas ou lesões na pele 
com alterações de sensibilidade. Também podem ser fei-
tos exames laboratoriais para confirmar a presença da 
micobactéria.
Geralmente, o tratamento da hanseníase é feito em 
regime ambulatorial com a associação de vários medica-
mentos, selecionados conforme a classificação do doen-
te, paucibacilar (apresenta poucos bacilos) ou multibaci-
lar (apresenta muitos bacilos).
A doença pode ser facilmente prevenida com medi-
das como a vacinação BCG (bacilo de Calmette-Guërin) e 
a identificação e tratamento precoce dos doentes.
d) Sífilis: a sífilis é infecção causada pela bactéria Tre-
ponema pallidum, caracterizada por manifestações 
cutâneas temporárias. 
A doença pode ser adquirida (transmitida pelo conta-
to sexual ou transfusão sanguínea) ou congênita (trans-
mitida da mãe doente para o feto durante a gestação). 
FIQUE ATENTO!
A sífilis congênita pode ser transmitida em 
qualquer momento da gestação. O quadro clí-
nico da doença irá depender de fatores como 
o tempo de exposição do feto ao agente pa-
tológico, mas geralmente, a sífilis congênita 
pode causar desde aborto até malformações 
como surdez e cegueira.
Após a transmissão, a sífilis se manifesta conforme 
sua fase de desenvolvimento: sífilis primária, sífilis secun-
dária, período latente e sífilis terciária ou tardia. 
O desenvolvimento da sífilis ocorre em fases 
distintas: 
1) Sífilis primária: nessa primeira fase surge 
uma lesão indolor denominada cancro duro, 
que desaparece em 4 semanas sem deixar 
marcas. 
2) Sífilis secundária: essa fase ocorre de 4 a 
8 semanas após o aparecimento com can-
cro duro. Nela, a bactérias causadora da 
doença é disseminada pela corrente sanguí-
nea promovendo o aparecimento de lesões 
pelo corpo, além do inchaço de linfonodos. 
Ainda nessa fase podem ocorrer sintomas 
como febre, mal estar, náuseas, cansaço, dor 
de cabeça, distúrbios visuais etc.
3) Período latente: nessa fase, geralmente 
o paciente não apresenta sinais e sintomas, 
apenas a presença de anticorpos para sífilis. 
Em períodos de recaída, as lesões podem 
voltar a aparecer.
4) Sífilis terciária ou tardia: nessa fase, parte 
dos pacientes não tratados passam a apre-
sentar manifestações ósseas (ossos), car-
diovasculares (coração e vasos) e nervosas 
(sistema nervoso).
#FicaDica
O diagnóstico da doença é realizado com base nos si-
nais cínicos apresentados pelo paciente e nos resultados 
de exames laboratoriais. Já o tratamento se na baseia no 
uso de antibióticos.
A principal medida para prevenção da doença é a 
educação em saúde com aconselhamento sobre as situa-
ções de risco e a importância do tratamento correto.
e) Tuberculose: causada pela Mycobacterium tuber-
culosis, também conhecida como bacilo de Koch 
(BK), a tuberculose é uma doença que acomete o 
pulmão e atinge pessoas de todas as idades, prin-
cipalmente os indivíduos do sexo masculino.
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Com episódios de febre, sudorese e emagrecimento, 
a infecção causa o comprometimento do estado geral do 
paciente. Quando atinge os pulmões, o indivíduo doente 
pode apresentar dor no tórax e tosse acompanhada ou 
não por escarro com sangue. 
A tuberculose pulmonar é forma mais frequente da 
doença. Já a forma mais grave é a tuberculose miliar, carac-
terizada pelo alto risco de desenvolvimento de meningite.
Assim como outras doenças, a tuberculose é transmi-
tida de pessoa para pessoa através do ar contaminado 
por gotículas de saliva e secreção eliminadas pelo doente 
ao falar, espirrar ou tossir.
O diagnóstico da doença é realizado a partir dos si-
nais e sintomas apresentados pelo paciente e do resulta-
do de exames laboratoriais.
Os casos confirmados da doença são tratados em re-
gime ambulatorial por vários meses com o uso de anti-
bióticos.
A medida mais eficaz para a prevenção da doença 
é a vacinação. Identificar e tratar os indivíduos doentes 
também contribui para a redução do número de casos 
da doença.
A vacinação é uma das melhores estra-
tégias para evitar doenças contagiosas. 
Atualmente no Brasil são oferecidas 15 va-
cinas gratuitas. São elas:
1) BCG: previne a tuberculose.
2) HPV: protege contra o vírus do papiloma 
humano.
3) Pneumocócica: protege contra pneumo-
nia.
4) Meningocócica C: protege contra me-
ningite.
5) Febre Amarela: previne a febre amarela.
6) VIP/VOP: previne a poliomielite.
7) Hepatite B: previne a hepatite B.
8) Penta: protege contra difteria, tétano, 
meningite, coqueluche e hepatite B.
9) Rotavírus: previne doenças causadas 
pelo rotavírus.
10) Influenza: protege contra gripe.
11) Hepatite A: protege contra hepatite A.
12) Tetra viral: previne varicela-catapora, 
sarampo, caxumba e rubéola.
13) Tríplice viral: previne sarampo, caxumba 
e rubéola.
14) Dupla adulto: previne difteria e tétano.
15) dTpa: protege contra difteria, tétano e 
coqueluche.
#FicaDica
1. Doenças causadas por protozoários 
Os protozoários são seres vivos microscópicos forma-
dos por uma única célula do tipo eucarionte. Sua prin-
cipal característica é a presença de diversas organelas 
(pequenas estruturas funcionais das células), além de um 
núcleo celular envolvido por uma membrana.
ESTRUTURA BÁSICA DE UM PROTOZOÁRIO
Assim como as bactérias, os protozoários podem vi-
ver isolados ou na forma de colônias, causando doenças 
como amebíase, doença de chagas, giardíase, malária e 
toxoplasmose, descritas com maiores detalhes a seguir.
a) Amebíase: a amebíase é uma infecção comum de 
regiões pobres e áreas com saneamento básico 
precário. Quando não diagnosticada e tratada a 
tempo, pode até levar a morte.
Causada pela Entamoeba histolytica, também conhe-
cida como ameba, a doença é adquirida com a ingestão 
de água ou alimentos contaminados pelo protozoário. 
Embora seja rara, a transmissão sexual também pode 
ocorrer por meio do contato oral-anal.
FIQUE ATENTO!
Muitos portadores da amebíase não pos-
suem sintomas (portadores assintomáticos). 
Isso, em conjunto com a falta de higiene 
durante a preparação de alimentos, aumen-
ta de forma considerável o risco de trans-
missãoda doença.
O diagnóstico da amebíase é feito com base na ob-
servação de cistos ou trofozoítos de ameba em amostras 
de fezes, tecidos ou raspados de abcessos. O diagnóstico 
de abcessos amebianos também pode ser feito por meio 
da dosagem de anticorpos e de exames como ultrasso-
nografia e tomografia computadorizada.
A doença é tratada com medicamentos como metro-
nidazol, secnidazol, tinidazol e teclozam. O tipo de me-
dicamento, assim como a dosagem e o tempo de trata-
mento irão depender da forma apresentada pela doença 
(forma intestinal, forma grave ou forma extra intestinal). 
No caso dos abcessos, além de medicamentos, é preciso 
realizar a aspiração ou drenagem cirúrgica.
A prevenção da amebíase envolve medidas de con-
trole gerais (saneamento básico, educação em saúde e 
outras estratégias que evitem a contaminação de água e 
alimentos por fezes) e específicas (lavar corretamente as 
mãos após usar o banheiro, higienizar e desinfetar ade-
quadamente os vegetais com água potável e hipoclorito 
de sódio, tratar os portadores da doença e fiscalizar os 
prestadores de serviços na área de alimentos).
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b) Doença de chagas: causada pelo protozoário 
Trypanosoma cruzi, a doença de chagas ou tripa-
nossomíase americana é uma infecção que se ma-
nifesta em duas fases: aguda e crônica. 
A fase aguda é caracterizada por problemas cardía-
cos, dor de cabeça, febre, inchaço da face e membros, 
aumento do fígado e do baço, ascite (acúmulo de água 
no interior do abdomen), vômito, diarreia, anemia e ou-
tros. 
Já a fase crônica pode se apresentar sob as seguintes 
formas:
1) forma indeterminada: o indivíduo doente apresen-
ta exame sorológico positivo para a doença, porém 
sem nenhum sintoma. Pode durar para o resto da 
vida ou evoluir para outras formas.
2) forma cardíaca: caracterizada por alterações cardía-
cas, causando sintomas como tosse, tontura, des-
maios e falta de ar.
3) forma digestiva: caracterizada por alterações gas-
trointestinais, podendo haver dificuldade para engo-
lir e distensão abdominal.
4) forma associado: acontece quando o indivíduo doen-
te possui duas formas crônicas da doença, cardíaca e 
digestiva (cardiodigestiva).
5) forma congênita: ocorre quando nascem crianças de 
mães com a doença. Pode gerar prematuridade, bai-
xo peso, aumento do fígado e até a morte da criança.
A transmissão da doença pode acontecer de várias ma-
neiras:
1) vetorial: o barbeiro (inseto) pica o homem e ao mes-
mo tempo, elimina fezes com o protozoário que con-
tamina a ferida formada no ato da picada. 
2) oral: o indivíduo ingere alimentos contaminados com 
o protozoário.
3) por transplante de órgãos: o indivíduo recebe um ór-
gão contaminado.
4) vertical: os protozoários passam diretamente da mãe 
para o bebe durante a gestação.
5) acidental: a pele lesionada entra em contato direto 
com secreções contaminadas (sangue e fezes).
Após a transmissão, a doença pode ser diagnosticada 
a partir dos sintomas da doença e da identificação do pro-
tozoário em amostras de sangue do doente na fase aguda 
ou pela presença de anticorpos contra o parasita na fase 
crônica.
Os casos confirmados da doença são tratados com me-
dicamentos específicos para aliviar os sintomas apresenta-
dos.
A doença de chagas pode ser prevenida com medidas 
como o uso de inseticidas contra o barbeiro, a realização 
de triagem sorológica de doadores de sangue e órgãos, a 
identificação e tratamento precoce de gestantes doentes, a 
manutenção dos cuidados com a higiene na preparação de 
alimentos e o uso de equipamentos de proteção individual 
(luvas, aventais e outros).
c) Giardíase: causada pelo protozoário Giardia lamblia, 
a giardíase ou enterite por giárdia é uma infecção 
que acomete principalmente o intestino delgado de 
adultos e crianças, podendo causar sintomas como 
diarreia, dor abdominal, flatulência, anorexia, perda 
de peso e anemia, além da eliminação de fezes amo-
lecidas com aspecto gorduroso.
A infecção pode ser adquirida de forma direta (conta-
minação das mãos com seguinte ingestão dos cistos) ou 
indireta (ingestão de cistos presentes em água e alimentos).
Normalmente, o diagnóstico dos casos suspeitos é fei-
to por exames parasitológicos com a pesquisa de cistos e 
trofozoítos em amostras de fezes ou fluido duodenal do 
paciente.
O tratamento da giardíase é realizado com o uso de 
medicamentos.
FIQUE ATENTO!
Durante os 4 primeiros dias após o trata-
mento da giardíase, é fundamental que o 
paciente não faça uso de álcool para evitar 
o efeito antabuse (reação do organismo 
com vômito, dor de cabeça, queda de pres-
são arterial, dificuldade respiratória e palpi-
tações).
A doença pode ser prevenida com medidas como lavar 
bem as mãos após o uso do banheiro, filtrar a água po-
tável e higienizar bem os alimentos. Além disso, é impor-
tante isolar e tratar os doentes até a confirmação de cura.
d) Malária: a malária, também chamada febre inter-
mitente ou febre terçã, é uma doença infecciosa 
caracterizada principalmente por episódios suces-
sivos de febre alta (pode atingir até 41ºC) interca-
lados com períodos de melhora. Normalmente, a 
febre é acompanhada por calafrios, sudorese in-
tensa, dor de cabeça, náuseas, mal estar, dor mus-
cular e vômito.
Causada por protozoários do gênero Plasmodium, 
doença ocorre após a picada da fêmea do mosquito 
Anopheles (anófeles) contaminada e é diagnosticada por 
exames laboratoriais que mostrem a presença do micror-
ganismo ou de anticorpos relacionados a ele.
Assim como acontece com outras enfermidades, a 
malária é tratada com o uso de medicamentos.
Para prevenir a doença, é importante usar mosqui-
teiros, telas em portas e janela, repelentes e roupas que 
protejam os braços e as pernas. Outra medida importan-
te é controlar o mosquito que transmite o protozoário 
(mosquito anófeles). 
e) Toxoplasmose: a toxoplasmose ou doença do 
gato é uma infecção causada pelo protozoário 
Toxoplasma gondii. Pode tanto se manifestar sem 
sintomas quanto com sinais graves variados, que 
se relacionam com diferentes formas da doença:
1) Toxoplasmose febril aguda: pode ser assintomática 
ou apresentar exantema (erupções cutâneas), além 
de sinais de comprometimento pulmonar, hepáti-
co, cardiovascular e cerebral.
2) Linfadenite toxoplásmica: forma caracterizada pela 
alteração de gânglios linfáticos do pescoço, se as-
semelhando a mononucleose infecciosa.
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3) Toxoplasmose ocular: nessa forma ocorre a infla-
mação de estruturas do olho, podendo levar a ce-
gueira. 
4) Toxoplasmose neonatal: nessa forma da doença, 
ocorre a infecção do feto durante a gestação, po-
dendo causar vários problemas de saúde e até a 
morte do bebe.
5) Toxoplasmose no paciente imunodeprimido: os 
cistos do protozoário podem permanecer no orga-
nismo por períodos indefinidos, causando a doen-
ça no momento em que a imunidade do paciente 
estiver debilitada.
A forma mais comum de transmissão da doença ocor-
re pela ingestão de oocistos do protozoário presentes 
no solo e na areia, mas também pode acontecer durante 
a gestação quando a mãe passa a doença diretamente 
para o feto. 
Normalmente, o diagnóstico da toxoplasmose é feito 
com base nos sinais apresentados pelo paciente e confir-
mado por exames laboratoriais. Já o tratamento é reali-
zado com o uso de medicamentos.
A toxoplasmose pode ser facilmente prevenida com 
a eliminação adequada das fezes de gato. Para garan-
tir, mulheres gravidas devem evitar o contato com esses 
animais.
1. Doenças causadas por fungos e ácaros
Conhecidos popularmente por mofos, bolores, cogu-
melos, levedos e trufas, os fungos são seres importan-
tes responsáveis pela degradação de matérias orgânicas, 
como os alimentos.
Pão com a presença de bolores (fungos).
Embora sejam amplamente utilizados nos processos 
de fabriacação de bebidas, pães e queijos, muitos fungos 
podem causar doenças no homem como a candidíase e 
a criptococose.
a) Candidíase:a candidíase, também conhecida 
como sapinho ou candidemia, é uma micose que 
afeta homens e mulheres, podendo atingir a mu-
cosa oral (candidíase oral), a mucosa vaginal (can-
didíase vaginal), as áreas com dobras como virilha 
e axila (intertrigo), as áreas ao redor da unha, (pa-
roníquia) e as unhas (onicomicose). 
Caracterizada por lesões semelhantes a placas bran-
cas na boca (aftas) ou placas vermelhas, a doença é cau-
sada pelo fungo Candida albicans e pode ser adquirida 
pelo contato direto com a mucosa ou com as secreções 
infectadas do doente.
O diagnóstico da infecção é feito com base na ob-
servação de lesões características da candidíase e na 
identificação laboratorial do microrganismo em tecidos 
contaminados.
Assim como acontece com outras enfermidades, o 
tratamento da candidíase é medicamentoso e a escolha 
do medicamento é feita conforme a forma de apresen-
tação da doença.
A candidíase pode ser prevenida com medidas como 
o tratamento precoce dos indivíduos doentes e a desin-
fecção de secreções e objetos contaminados.
b) Criptococose: a criptococose é outra infecção 
causado por fungo que pode atingir tanto o ho-
mem quanto animais como gatos, cavalos e vacas.
Caracterizada por sinais e sintomas como o surgi-
mento de lesões cutâneas, febre, dor de cabeça, vômito, 
fraqueza, rigidez de nuca e sudorese noturna, a doen-
ça pode ser adquirida pelo contato direto com o fungo 
Cryptococcus neoformans (fungo saprófita encontrado 
no solo, em árvores, frutas secas, cereais e fezes de pom-
bos).
O diagnóstico da criptococose é realizado a partir 
dos sintomas da doença e da identificação do fungo em 
amostras de secreção do doente. Já o tratamento é feito 
com medicamentos.
A principal medida de prevenção contra a doença é a 
redução a população de pombos.
Outro organismo também capaz de causar doenças 
importantes é o ácaro, um aracnídeo minúsculo que per-
tence à mesma família da aranha e do carrapato.
1.1. Ácaros
Os ácaros causam doenças como a escabiose.
a) Escabiose: mais conhecida como sarna, a escabio-
se é uma infecção caracterizada pelo surgimento 
de lesões cutâneas e coceira intensa.
Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, a doença pode 
ser adquirida pelo contato direto com o doente e com 
objetos contaminados (roupa de cama, vestuário, toalha 
etc.).
Seu diagnóstico é feito a partir dos sintomas apre-
sentados e da observação do ácaro na análise (biópsia) 
das lesões presentes na pele.
O tratamento é realizado com o uso de antibióticos e 
medicamentos específicos para aliviar a coceira.
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As principais medidas de prevenção contra a doença 
são tratar os doentes, desinfetar os objetos contamina-
dos com água quente e manter o doente afastado da 
escola ou trabalho por até 24 horas após o fim do tra-
tamento.
2. Doenças causadas por vermes
Os vermes são seres de corpo mole e alongado que 
se alojam principalmente no intestino do homem e de 
outros animais, causando verminoses como ascaridía-
se, enterobíase, esquistossomose, elefantíase, teníase e 
cisticercose. Essas doenças são apresentadas com mais 
detalhes a seguir.
Corpo humano infestado por vermes.
a) Ascaridíase: a ascaridíase é uma doença parasi-
tária que atinge o homem podendo até provocar 
obstrução intestinal (quando a quantidade de ver-
mes é muito elevada).
Causada pelo Ascaris lumbricoides, helminto popular-
mente conhecido como lombriga, a doença é adquirida 
com a ingestão de água e alimentos contaminados com 
ovos do parasita.
Após a ingestão dos ovos, pode ocorrer abcesso he-
pático (cavidade com pus localizada no fígado), perfu-
ração intestinal, pancreatite aguda (inflamação do pân-
creas) e obstrução do intestino. Esses sinais e sintomas 
auxiliam no diagnóstico da infecção, que pode ser confir-
mada com a realização de exames parasitológicos.
Geralmente, o tratamento da ascaridíase, assim como 
o de suas complicações é feito com a utilização de me-
dicamentos.
Para evitar que a doença aconteça, são recomenda-
das medidas como lavar bem as mãos antes das refei-
ções, higienizar adequadamente e desinfetar verduras 
cruas, instalar sistemas sanitários para eliminação ade-
quada das fezes e tratar as pessoas doentes.
b) Enterobíase: causada pelo verme Enterobius ver-
micularis, conhecido popularmente como oxiúro, 
a enterobíase é uma verminose que se caracteriza 
principalmente por coceira na região anal. Essa co-
ceira geralmente ocorre durante a noite e provoca 
muito desconforto e irritação.
A infecção acontece pela ingestão de ovos do para-
sita. Nesse caso, essa contaminação pode ocorrer por:
1) autoinfecção externa ou direta (ingestão de ovos 
presentes em mãos sujas, comum em crianças).
2) autoinfecção indireta (ingestão de alimentos con-
taminados com ovos eliminados pelo próprio do-
ente).
3) heteroinfecção (ingestão de alimentos contamina-
dos por ovos eliminados por outra pessoa).
4) retroinfecção (migração de larvas do verme da re-
gião anal para o intestino grosso, onde se tornam 
adultas e passam a eliminar ovos).
5) autoinfecção interna (eclosão de ovos dentro do 
intestino, gerando vermes adultos).
Após a contaminação pelos ovos do parasita, o diag-
nóstico da doença pode ser feito a partir da observação 
de sinais e sintomas característicos e confirmado por 
exames parasitológicos. Já o tratamento é realizado com 
medicamentos próprios.
Para prevenir a enterobíase, é indicado manter a 
unhas limpas e aparadas, lavar sempre as mãos e evitar 
coçar a região anal. Durante o tratamento é fundamental 
garantir que o vestuário, as roupas de cama e as instala-
ções sanitárias estejam sempre limpas para impedir uma 
nova contaminação.
Lavar as mãos frequentemente, com água 
e sabão, e da forma correta é uma das es-
tratégias mais eficazes para impedir e in-
terromper a transmissão de doenças con-
tagiosas. 
#FicaDica
O processo deve ser repetido sempre: 
1) antes e depois do contato com pessoas doenças;
2) ao entrar e sair do ambiente de trabalho;
3) antes e após usar o banheiro;
4) antes e depois de calçar as luvas.
O passo a passo correto para a higienização das mãos 
é ilustrado e descrito a seguir:
a) Umedecer as mãos com água.
b) Aplicar e espalhar sabão em quantidade suficiente 
em toda a superfície das mãos.
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c) Esfregar as palmas das mãos.
d) Esfregar o dorso da mão esquerda com a palma da 
mão direita, entrelaçando os dedos e em seguida 
repetir o movimento com a outra mão.
e) Esfregar palma com palma, entrelaçando os dedos.
f) Esfregar o dorso dos dedos com a palma da mão 
oposta.
g) Esfregar os polegares com movimentos de rotação.
h) Esfregar as pontas dos dedos.
i) Enxaguar as mãos em água corrente.
j) Enxugar as mãos com o auxílio de uma tolha de 
papel descartável.
k) Fechar a torneira com a ajuda do papel toalha.
l) Verificar se as mãos estão completamente limpas.
c) Esquistossomose mansônica: causada pelo 
verme Schistosoma mansoni, a esquistossomose 
mansônica é uma doença que ocorre em duas fases 
distintas, fase aguda e fase crônica.
A fase aguda pode apresentar sintomas ou não. Nor-
malmente é caracterizada por dermatite cercariana (re-
giões avermelhadas com intensa coceira), febre, anorexia, 
dor abdominal e dor de cabeça. Também pode haver diar-
reia, náuseas, vômitos, tosse seca e aumento do fígado. 
Após seis meses de infecção, a doença pode evoluir 
para a fase crônica, cujas formas são:
1) hepatointestinal: apresenta diarreias e dor de estô-
mago. Com a apalpação do fígado, é possível sentir 
nodulações (áreas de fibrose).
2) hepática: o fígado se apresenta endurecido e com 
área de fibrose.
3) hepatoesplênica compensada: caracterizada pelo 
aumento do baço (esplenomegalia) e o apareci-
mento de varizes no esôfago. Também pode haver 
dores abdominais, alterações intestinais e hemor-
ragia digestiva.
4) hepatoesplênica descompensada: forma grave em 
que ocorre diminuição significativa do funciona-
mento do fígado, causandosurtos de hemorragia 
digestiva e falta de fornecimento de sangue para 
o fígado.
A doença pode ser adquirida pelo homem através do con-
tato direto com fontes de água contaminadas por cercarias. 
O ciclo de vida do Schistosoma mansoni 
tem início quando um indivíduo doente eli-
mina fezes com ovos do parasita. Ao atingir 
a água, esses ovos eclodem e liberam uma 
larva ciliada conhecida como miracídio. 
O miracídio infecta caramujos do gênero 
Biomphalaria e após um período de 4 a 6 
semanas, os abandonam na forma de uma 
outra larva chamada cercaria. Caso entre 
em contato com a água contaminada por 
cercarias, o homem adquire a doença, rei-
niciando o ciclo.
#FicaDica
O diagnóstico de casos suspeitos da doença é feito 
a partir dos sintomas apresentados e da realização dos 
exames parasitológico das fezes e ultrassonografia do 
fígado. Os indivíduos doentes são tratados com medica-
mentos próprios.
As principais medidas de prevenção contra a infecção 
são garantir o saneamento básico, identificar e tratar os 
doentes, manter a educação em saúde e fazer o controle 
dos hospedeiros intermediários (caramujos).
d) Filaríase por Wuchereria bancrofti: causada pelo 
verme Wuchereria bancrofti, a filaríse, filariose ou 
elefantíase é uma parasitose que pode ou não 
apresentar sintomas como febre, fraqueza, dor de 
cabeça, dor muscular e sensibilidade à luz.
O homem adquire a doença por meio da picada do 
mosquito Culex, contaminado por larvas infectantes do 
parasita.
Após a contaminação, o diagnóstico da infecção é fei-
to pela pesquisa de microfilárias no sangue do homem. 
Ultrassonografias (da bolsa escrotal nos homens e da 
mama ou região axilar nas mulheres) e exames soroló-
gicos também podem ajudar a confirmar o diagnóstico.
Assim como acontece com outras verminoses, na ele-
fantíase o tratamento envolve o uso de medicamentos.
Para prevenir a doença, é necessário lançar mão de 
medidas como tratar as populações que vivem em áreas 
de risco, controlar o mosquito Culex e manter a educação 
em saúde, informando a população sobre as característi-
cas da verminose e os cuidados necessários para evita-la.
e) Teníase e cisticercose: a teníase e a cisticercose 
são duas doenças diferentes causadas pelo mes-
mo parasita em distintas fases do seu ciclo de vida 
(verme adulto e larva).
A teníase é causada pela presença do verme adulto 
(Taenia solium ou Taenia saginata) no intestino do ho-
mem. Apresenta sintomas como dor abdominal, perda 
de peso, diarreia, flatulência e náuseas. Normalmente, a 
infecção pode ser percebida pela eliminação de partes 
do verme nas fezes. A doença é adquirida pela ingestão 
de carne crua ou mal cozida contaminada por cisticercos 
de Taenia solium (porco) ou de Taenia saginata (boi). O 
diagnóstico da teníase é feito com exames parasitológi-
cos das fezes do paciente.
Já a cisticercose é causada pela presença de cisticer-
cos (larvas do verme) nos tecidos do hospedeiro. Os sin-
tomas irão depender da localização e da quantidade de 
larvas existentes. Na forma mais grave da doença, a larva 
está localizada no sistema nervoso, provocando distúr-
bios de comportamento e convulsões. A doença é ad-
quirida quando o homem ingere ovos eliminados pelos 
vermes adultos de Taenia solium. O diagnóstico da cisti-
cercose é realizado por exames sorológicos, tomografia 
computadorizada, ressonância magnética e biópsia dos 
tecidos afetados.
A cisticercose pela ingestão de ovos da 
Taenia saginata é muito rara no homem.
#FicaDica
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Tanto a teníase quanto a cisticercose são tratadas com o uso de medicamentos. Em alguns casos de cisticercose, o 
uso de anticonvulsivantes também é necessário.
A prevenção da doença envolve o consumo de carnes de boa procedência, sempre bem cozidas. Além disso, é fun-
damental identificar e tratar os doentes para interromper o ciclo da doença.
FISIOLOGIA HUMANA: NUTRIÇÃO, DIGESTÃO, RESPIRAÇÃO, CIRCULAÇÃO; CORAÇÃO, 
VASOS SANGUÍNEOS, COMPOSIÇÃO E TIPAGEM SANGUÍNEA E EXCREÇÃO; LOCOMOÇÃO, 
OSSOS, MÚSCULOS E PERCEPÇÃO SENSORIAL; DESVIOS DA COLUNA, COORDENAÇÃO 
NERVOSA E HORMONAL; REPRODUÇÃO VEGETAL E ANIMAL. REPRODUÇÃO HUMANA: 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR HUMANO, GAMETOGÊNESE, 
GRAVIDEZ E PARTO, EMBRIOGÊNESE, CONTROLE DA REPRODUÇÃO E MÉTODOS 
ANTICONCEPCIONAIS, DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS E DROGAS. 
Nutrição é um processo biológico utilizado pelos seres vivos (animais, vegetais, fungos e microrganismos) para 
obter os nutrientes necessários para a manutenção de funções vitais, como a respiração, a digestão e a reprodução. 
Na maior parte das vezes, esses nutrientes são obtidos de forma natural, ou seja, com a ingestão de alimentos. Em 
alguns casos, quando a pessoa não consegue se alimentar de forma convencional, os nutrientes precisam ser forneci-
dos por nutrição enteral ou parenteral.
A nutrição enteral consiste na ingestão controlada de nutrientes (na forma líquida) por via oral ou por 
sondas que levam o alimento diretamente ao estômago ou ao intestino. Já na nutrição parenteral, os nu-
trientes são administrados por via intravenosa, isto é, diretamente na veia.
#FicaDica
1. Alimentos
Alimento é todo e qualquer produto de origem animal (carnes, leite e ovos), vegetal (frutas e legumes) ou mineral 
(água e sais minerais) que, ao ser ingerido, fornece nutrientes para o crescimento, manutenção e reparo do organismo.
Os nutrientes presentes nos alimentos estão divididos em dois grandes grupos:
a) macronutrientes: carboidratos, gorduras e proteínas. 
b) micronutrientes: vitaminas e minerais. 
De acordo com a função que desempenham, os nutrientes são classificados como:
a) energéticos (carboidratos e gorduras): fornecem energia para o corpo. 
b) reguladores (proteínas): essenciais para a construção de tecidos como ossos, pele e músculos. 
c) construtores (vitaminas e minerais): auxiliam na prevenção de doenças e no crescimento do corpo.
2. Grupos alimentares
Do ponto de vista nutricional, os alimentos estão divididos em oito grupos que, juntos, formam a pirâmide alimentar.
A pirâmide alimentar funciona como um guia da alimentação saudável. Ela mostra, de forma gráfica, quais alimentos 
devem ser consumidos diariamente e em que proporções. 
Pirâmide alimentar (Fonte: Mesa Brasil SESC)
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a) Grupo 1 (energético): composto por cereais (arroz, 
milho, cevada, aveia, centeio), pães, raízes (ce-
noura, beterraba, rabanete) e tubérculos (batata, 
inhame, mandioca). Esses alimentos são ricos em 
fibras e carboidratos (principal fonte de energia do 
corpo).
b) Grupo 2 (regulador): composto por verduras (al-
face, couve, brócolis, repolho, rúcula, espinafre) e 
legumes (abobrinha, pimentão, pepino, quiabo). 
Esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais 
e fibras.
c) Grupo 3 (regulador): composto pelas frutas (maçã, 
banana, mamão, laranja, morango, abacaxi, melan-
cia, melão, jabuticaba, uva e outros) e seus sucos. 
Esses alimentos também são fontes de vitaminas, 
minerais e fibras, essenciais para o bom funciona-
mento do organismo.
d) Grupo 4 (construtor): composto por leite e deri-
vados (queijos, manteiga, iogurte). Esses alimentos 
são fontes de proteínas, gorduras e minerais como 
o cálcio.
e) Grupo 5 (construtor): composto pelas leguminosas 
(feijão, lentilha, soja, ervilha). Esses alimentos for-
necem fibras e proteínas de origem vegetal.
f) Grupo 6 (construtor): composto por carnes (aves, 
boi, porco) e ovos. Esses alimentos fornecem gor-
duras, vitaminas e proteínas de origem animal.
g) Grupo 7 (extra energético): composto por alimen-
tos ricos em óleos e gorduras (óleos vegetais, azei-
te, castanha, linhaça e amêndoas). Fornecem ener-
gia para o corpo.
h) Grupo 8 (extra energético): composto por alimen-
tos ricos e açúcar, como mel, balas e chocolates. 
Não possuem fibras e fornecem poucos nutrientes. 
Por isso, devem ser consumidos com moderação.
Para garantir a ingestão de todos os nutrientes essen-
ciaispara o bom funcionamento do organismo, é reco-
mendado o consumo diário de:
a) 8 porções de alimentos energéticos (como pães, 
cereais, massas e tubérculos).
b) 6 porções de alimentos reguladores (3 porções de 
frutas e 3 porções de hortaliças).
c) 6 porções de alimentos construtores (2 porções de 
carnes e ovos, 1 porção de leguminosas e 3 por-
ções de leite e derivados).
d) 4 porções de alimentos extra energéticos (2 por-
ções de óleos e gorduras e 2 porções de açúcares).
3. Como escolher os alimentos
A qualidade de um alimento pode ser influenciada 
por vários fatores. Por isso, na hora da compra, é preciso 
estar atento a algumas orientações para escolher alimen-
tos nutritivos e saudáveis.
Para alimentos embalados, por exemplo, é importan-
te observar:
a) o prazo de validade e outras informações presentes 
no rótulo (ingredientes, composição nutricional, 
modo de conservação e forma de preparo);
b) a integridade da embalagem (não pode estar ras-
gada, amassada, enferrujada ou estufada);
c) as características do alimento (cor, cheiro e consis-
tência);
d) as condições de armazenamento do alimento em 
prateleiras, refrigeradores e freezers.
Alimentos de origem animal (carnes, peixes e ovos) 
precisam ter o selo de garantia do Serviço de Inspeção 
Federal (SIF) do Ministério da Agricultura. Além disso:
a) carne bovina ou de porco devem apresentar cor 
vermelho brilhante, cheiro agradável e consistên-
cia firme e compacta;
b) aves precisam ter superfície brilhante, cor entre 
amarelo e branco, cheiro agradável e consistência 
firme;
c) peixes e frutos do mar devem ter cheiro suave, a 
superfície brilhante, escamas firmes, consistência 
firme, olhos arregalados e guelras vermelhas;
d) ovos precisam estar com casca limpa e sem racha-
duras;
e) miúdo como fígado, coração e língua devem ter 
cheiro suave, cor regular, consistência firme, super-
fície brilhante e sem pontos brancos;
f) embutidos como salame, salsicha e presunto não 
podem ter a presença de bolores ou áreas endu-
recidas.
Frutas e hortaliças não devem apresentar:
a) partes ou casca amolecidas ou mofadas;
b) alteração de cor, consistência ou cheiro;
c) polpa amolecida com mofo;
d) talos, folhas ou raízes murchas ou mofadas;
e) superfície com perfurações;
f) falta ou excesso de umidade.
Embora exista uma grande quantidade de alimentos 
naturais (frutas, verduras e outros alimentos retirados di-
retamente da natureza), grande parte do que é consumi-
do pela população precisa passar por processos indus-
triais antes de chegar até a mesa do consumidor.
Por isso, a legislação determina que todos os alimen-
tos embalados na indústria apresentem uma série de in-
formações em seus rótulos que permitam ao consumidor 
fazer escolhas mais conscientes e seguras, garantindo a 
promoção e a proteção de sua saúde. 
Dentre essas informações, devem estar: 
a) Denominação de venda do produto: indica a natu-
reza e as características do produto.
b) Origem do produto: nome e endereço do fabri-
cante.
c) Conteúdo: indica a quantidade de produto presen-
te na embalagem.
d) Número de registro: registro do produto no Minis-
tério da Saúde e carimbo de inspeção do Minis-
tério da Agricultura (alimentos de origem animal).
e) Lista de ingredientes: indica todos os ingredientes 
e ativos presentes no produto.
f) Instruções para uso e preparo: informa a forma de 
uso e preparo quando necessário.
g) Modo de conservação: indica as condições neces-
sárias para a conservação da qualidade e integri-
dade do produto.
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h) Prazo de validade: informa o tempo máximo que o 
produto pode ser consumido com segurança, ou 
seja, sem o risco de causar problemas para a saúde 
ou de ter suas características alteradas.
i) Número de lote: mostra o código presente em um 
conjunto de produtos processados por um mes-
mo fabricante em mesmas condições e espaço de 
tempo.
j) Informações nutricionais: informa as quantidades 
de carboidrato, proteína, gordura, fibra e sódio 
presentes no produto.
k) Advertências: indica a presença de substâncias capa-
zes de causar alergias ou prejuízos para pessoas por-
tadoras de certas doenças (hipertensão, diabetes etc.).
4. Como conservar os alimentos
A conservação de um alimento é influenciada por fato-
res como temperatura e umidade. Por isso, é indicado que:
a) Alimentos não perecíveis: sejam armazenados à 
temperatura ambiente (25 º C), em local limpo, are-
jado e sem umidade. Nesse grupo estão alimentos 
como arroz, milho, aveia, feijão, lentilha, farinha, 
biscoitos, óleos, açúcares e produtos enlatados.
b) Frutas e hortaliças: sejam armazenadas em local 
seco, fresco, livre de insetos e protegido da luz do 
sol. Podem ser mantidas na geladeira para evitar o 
ressecamento.
c) Carnes, ovos, embutidos, leites e derivados: sejam 
armazenados em geladeira. Nesse caso, é preciso 
separar os alimentos crus para evitar a contami-
nação dos já cozidos. Carnes, leites e derivados 
devem ser mantidos nas prateleiras mais altas que 
são mais frias.
d) Produtos congelados: sejam conservados em tem-
peraturas mais baixas (-18 º C) para evitar sua de-
terioração. Carnes já descongeladas não devem ser 
congeladas novamente.
Para aproveitar ao máximo, o valor nutritivo 
de frutas e verduras, é recomendado:
a) consumir produtos frescos;
b) ingerir o alimento inteiro ou em pedaços;
c) cozinhar as verduras no vapor;
d) não cozinhar demais os vegetais;
e) aproveitar a água de cozimento dos ve-
getais na preparação de outros pratos;
f) não usar substâncias para realçar a cor 
dos vegetais (bicarbonato de sódio, por 
exemplo);
g) cozinhar os vegetais em fogo brando;
h) conservar os alimentos de forma ade-
quada.
#FicaDica
5. Higiene dos alimentos
Manusear e preparar os produtos em boas condições 
de higiene evita a contaminação do alimento e uma série 
de doenças. 
Normalmente, a contaminação do alimento acontece 
durante as etapas de sua preparação e pode ser biológi-
ca, química ou física. 
a) Contaminação biológica: acontece pela presença 
de microrganismos (como fungos, vírus, bactérias 
e parasitas) nos alimentos. Esses microrganismos 
sobrevivem e se multiplicam na presença de fato-
res como calor, umidade e nutrientes.
Os microrganismos podem ser classificados em bons 
(utilizados na produção de queijos, iogurtes e bebidas), 
maus (estragam os alimentos, os deixando com cheiro 
e aparência desagradáveis) e perigosos (não modificam 
o sabor nem a aparência dos alimentos e podem causar 
doenças). 
b) Contaminação química: é provocada pela presença 
de produtos químicos como agrotóxicos e ferti-
lizantes (utilizados no cultivo de alimentos como 
frutas verduras e cereais); medicamentos (usados 
para tratar e prevenir doenças em aves, porcos e 
bois que fornecem alimentos como carnes, leites e 
ovos); e produtos de limpeza (quando os alimentos 
são armazenados juntamente como sabão, água 
sanitária e desinfetantes).
c) Contaminação física: causada pela presença de pe-
dras, ossos, vidro, madeira, metal e outros mate-
riais que possam contaminar os alimentos.
Dentre as principais doenças causadas pela ingestão 
de alimentos contaminados, estão:
a) Intoxicação estafilocócica: causada pela ingestão 
de bolos e tortas com recheio e/ou cobertura, con-
taminados pela bactéria Staphylococcus aureus.
b) Salmonelose: causada pela ingestão de carnes e 
ovos contaminados por bactérias do gênero Sal-
monella.
c) Clostridiose: causada pela ingestão de alimentos 
como caldos, molhos, sopas e carnes malcozidas, 
contaminados pela bactéria Clostridium perfrin-
gens.
d) Botulismo: causado pela ingestão de alimentos em 
conserva contaminados pela bactéria Clostridium 
botulinum.
e) Intoxicação por bacilo cereus: causada pela inges-
tão de alimentos à base de arroz, amido e cereais 
contaminados pela bactéria Bacillus cereus.
f) Shigelose: causada pela ingestão de alimentos 
como saladas e mariscos contaminados por bacté-
rias do gênero Shigella.
g) Colibacilose: causada pela ingestãode água ou sa-
ladas cruas contaminadas pela bactéria Escherichia 
coli.
h) Infecção por rotavírus: causada pela ingestão de 
água e alimentos contaminados por vírus do gê-
nero Rotavirus.
5.1 Como evitar a contaminação dos alimentos
Para reduzir a quantidade de microrganismos e evitar 
a contaminação dos alimentos durante seu manuseio e 
preparo, é necessário combinar medidas de higiene pes-
soal e ambiental.
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Todas as pessoas envolvidas nas etapas da prepara-
ção dos alimentos, precisam:
a) tomar banho todos os dias;
b) escovar os dentes após as refeições;
c) manter as unhas limpas, curtas e sem esmalte;
d) manter os cabelos presos ou protegidos e a barba 
aparada;
e) lavar as mãos.
Os manipuladores de alimentos devem lavar as mãos, 
sempre:
a) antes de pegar ou comer o alimento;
b) depois de ir ao banheiro ou tocar em dinheiro, par-
tes do corpo, objetos sujos e animais;
c) toda vez que trocar de atividade no trabalho;
d) depois de fumar ou assoar o nariz;
e) depois de manipular alimentos crus;
f) antes de entrar na área de preparação dos alimen-
tos.
g) retirar brincos, anéis, relógios e outros acessórios 
antes de iniciar o preparo do alimento;
h) usar roupas limpas e sapatos fechados;
i) usar máscaras e luvas no preparo de alimentos ser-
vidos crus.
Além de todos esses cuidados, é recomendado que o 
ambiente utilizado para preparo dos alimentos seja sem-
pre mantido em boas condições de higiene. Ou seja, é 
preciso limpar:
a) equipamentos e utensílios após o uso;
b) bancadas e pisos após o preparo de cada refeição;
c) refrigeradores a cada 15 dias;
d) portas e janela uma vez ao mês;
e) latas de lixo (devem ter tampa e estar longe dos 
alimentos).
Outras orientações importantes, são:
a) tocar nos alimentos, com as mãos limpas, somente 
na hora de lavá-los ou prepara-los;
b) usar apenas água filtrada ou fervida;
c) lavar bem frutas, verduras e legumes em água cor-
rente, usando sabão, água sanitária ou vinagre;
d) preparar os alimentos perto do horário de consu-
mo;
e) usar somente produtos de origem animal que con-
tenham o selo do SIF;
f) cozinhar bem as carnes, aves e peixes (usar tempe-
ratura maior que 70 º C);
g) descongelar bem os produtos congelados antes de 
prepara-los;
h) preparar a quantidade adequada para evitar so-
bras;
i) guardar as sobras de alimento na geladeira em po-
tes fechados;
j) aquecer os alimentos refrigerados por igual;
k) não misturar alimentos crus e cozidos;
l) evitar o uso de utensílios de madeira;
m) guardar os alimentos em potes fechados, prote-
gendo de insetos e animais;
n) não falar, tossir ou espirrar perto dos alimentos;
o) não consumir alimentos com aparência, textura ou 
cheiro alterado;
p) ler atentamente as informações presentes no rótu-
lo do alimento;
q) sempre verificar o prazo de validade do alimento;
r) conservar o alimento em local apropriado.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (COMLURB-RJ – AGENTE DE PREPARO DE ALIMEN-
TOS – FUNDAMENTAL – CESGRANRIO – 2009) O Mi-
nistério da Saúde vem alertando para a necessidade de 
uma alimentação saudável, divulgando orientações apli-
cáveis a pessoas com mais de dois anos de idade. Uma 
dessas orientações é que se deve consumir, por dia,
a) 1 porção de fruta.
b) 1 porção de leites e derivados.
c) 2 porções de manteiga.
d) 3 porções de legumes e verduras.
e) 4 porções de cereais.
Resposta: Letra D. Para garantir o consumo de todos 
os nutrientes essenciais, é necessário consumir, por 
dia, 3 porções de verduras e legumes.
2. (PREFEITURA DE PORTO VELHO-RO – COZINHEIRO 
– FUNDAMENTAL – CONSULPLAN – 2012) Analise as 
afirmativas.
I. Ovos frescos têm a casca porosa, fosca e afundam 
quando colocados em uma vasilha com água.
II. O leite pasteurizado é isento de germes patogênicos, 
causadores de doenças.
III. Os ovos, apesar de bastante proteicos, não devem 
substituir a carne nas refeições.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
a) I
b) II
c) I e II
d) II e III
e) I, II e III
Resposta: Letra C. Uma alimentação saudável deve 
ser variada e colorida para garantir o consumo de to-
dos os nutrientes necessários. Por isso, embora seja 
um alimento de alto valor nutritivo, o ovo não deve 
substituir outros alimentos proteicos, como legumino-
sas, carnes, leite e seus derivados.
3. (SES-DF – TÉCNICO EM NUTRIÇÃO – MÉDIO – IA-
DES – 2014) Considerando a contaminação cruzada em 
unidades de alimentação e nutrição, assinale a alternativa 
correta.
a) Esse conceito abrange apenas as operações de pré-
-preparo e de distribuição dos alimentos, em que não 
se permite que o produto acabado tenha qualquer 
forma de contato com a matéria-prima.
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b) Cuidados higiênicos com o manipulador e constante vigilância das suas condições de saúde e da existência de por-
tadores assintomáticos são medidas importantes para evitar a contaminação cruzada
c) O conceito não se aplica ao pessoal encarregado de reparos em equipamentos e em instalações.
d) É possível que os operadores das zonas consideradas limpas trabalhem nas zonas consideradas sujas, desde que 
sejam tomadas medidas preventivas.
e) Temperatura, umidade e ventilação adequadas no ambiente evitam a contaminação cruzada.
Resposta: Letra B. Para reduzir a quantidade de microrganismos e evitar a contaminação dos alimentos durante 
seu manuseio e preparo, é necessário combinar medidas de higiene pessoal e ambiental. Além de manter boas con-
dições de higiene, os manipuladores de alimentos precisam estar em boa saúde e fazer o uso de equipamentos de 
proteção individual como luvas, toucas e máscaras.
FISIOLOGIA
A Fisiologia é a parte da Biologia que estuda o funcionamento do corpo como um todo. Ao estudar Fisiologia, com-
preendemos melhor como cada órgão e sistema funcionam para garantir o equilíbrio do organismo.
Sistemas que constituem o corpo humano.
1. Sistema Digestório
O sistema digestório tem a função primordial de promover nutrientes para o corpo. O alimento, após passar pela 
boca, é propelido, por meio do esôfago, para o estômago e, em seguida para os intestinos delgado e grosso, antes 
de ser esvaziado pelo ânus. O sistema digestório prepara o alimento para ser usado pelas células por meio de cinco 
atividades básicas.
1.1 Boca
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os dentes e a língua, que pre-
param o alimento para a digestão, por meio da mastigação. Os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedaços, 
misturando-os à saliva, o que irá facilitar a futura ação das enzimas.
Os dentes
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a 
mastigação.
A língua
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da lín-
gua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), 
azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição 
dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea.
As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, 
que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e 
outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glân-
dulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual.
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Os sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e 
mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente áci-
do (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que 
se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela lín-
gua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o 
esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas, levando 
entre5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através 
dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, 
mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em 
ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o 
alimento penetre nas vias respiratórias.
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, 
permite a passagem do alimento para o interior do es-
tômago.
1.2 Faringe e esôfago
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um 
canal comum aos sistemas digestório e respiratório: por 
ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, 
que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, lo-
caliza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa 
o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. 
1.3 Estômago e suco gástrico
O estômago é uma bolsa de parede musculosa, loca-
lizada no lado esquerdo abaixo do abdome, logo abaixo 
das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esô-
fago ao intestino delgado. Sua função principal é a diges-
tão de alimentos proteicos. Um músculo circular, que existe 
na parte inferior, permite ao estômago guardar quase um 
litro e meio de comida, possibilitando que não se tenha 
que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, 
transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorí-
drico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém 
o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0 (ácido). 
Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos 
alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada 
pela mastigação.
A pepsina, promove o rompimento das ligações pep-
tídicas que unem os aminoácidos e o resultado do tra-
balho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos 
livres.
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de 
muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bas-
tante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa 
densa camada de muco, as células da mucosa estomacal 
são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco 
gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regene-
rada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja to-
talmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente 
ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que 
resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou 
mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que san-
gram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, 
necessário à absorção da vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por 
até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástri-
co, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, 
transforma-se em uma massa acidificada e semilíquida, 
o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o qui-
mo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, 
onde ocorre a maior parte da digestão.
1.4 Intestino delgado
O intestino delgado consiste em um tubo com pouco 
mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e 
pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 
cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).
A porção superior ou duodeno tem a forma de ferra-
dura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte 
inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteú-
do no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no 
duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duo-
deno atua também o suco pancreático, produzido pelo 
pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra 
secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fí-
gado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila 
entre 8,0 e 8,5 (básico). Os sais biliares têm ação deter-
gente, emulsificando (quebrando) as gorduras.
O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém 
água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de 
sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua 
secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maio-
ria das moléculas de alimento, como carboidratos, pro-
teínas, gorduras e ácidos nucleicos.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco enté-
rico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente 
neutro. 
No intestino, os movimentos peristálticos das pare-
des musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tem-
po em que este é atingido pela bile, enzimas e outras 
secreções, sendo transformado em quilo.
A absorção dos nutrientes ocorre nas regiões do 
jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, des-
sas regiões, apresenta, além de inúmeros dobramentos 
maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 milhões), 
chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a super-
fície de absorção intestinal. As membranas das próprias 
células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, do-
brinhas microscópicas denominadas microvilosidades. O 
intestino delgado também absorve a água ingerida, os 
íons e as vitaminas.
Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do 
intestino passam ao fígado para serem distribuídos pelo 
resto do organismo. Os produtos da digestão de gor-
duras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) 
chegam ao sangue sem passar pelo fígado, como ocorre 
com outros nutrientes. 
1.5 Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quan-
to a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe cerca de 
1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de 
água das secreções. Glândulas da mucosa do intestino 
grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando 
seu trânsito e eliminação pelo ânus.
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1.6 Glândulas anexas
1.6.1Pâncreas
O pâncreas é uma glândula de aproximadamente 15 
cm de extensão e se localiza atrás do estômago, entre o 
duodeno e o baço. Ele é tanto exócrino (secretando suco 
pancreático, que contém enzimas digestivas) quanto en-
dócrino (produzindo hormônios como insulina, glucagon 
e somatostatina). O suco pancreático atua no processo 
digestivo e, através do ducto pancreático é lançado na ca-
vidade do duodeno. Sua secreção digestiva é responsável 
pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como 
carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. O pH 
do suco pancreático oscila entre 8 e 8,3.
O pâncreas tem as seguintes funções: 
- Dissolver carboidrato (amilase pancreática);
- Dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxi-
peptidase e elastáse);
- Dissolver triglicerídios nos adultos (lípase pancreá-
tica);
- Dissolver ácido nucleicos (ribonuclease e desoxirri-
bonuclease).
1.6.2 Fígado 
O fígado é uma das glândulas anexas do sistema di-
gestório do corpo humano e se localiza no abdômen, sob 
o diafragma, e é a maior glândula do corpo. Ele armaze-
na substâncias, como glicose, ferro e vitaminas; sintetiza 
proteínas; inativa produtos tóxicos; metaboliza e elimina 
resíduos gerados no próprio corpo (como a ureia, o áci-
do úrico e o ácido lácteo). 
A bile é um fluido produzido pelo fígado, que fica ar-
mazenada na vesícula biliar e atua na digestão de gor-
duras, de alguns alimentos e na absorção de substâncias 
nutritivas da dieta ao passarem pelo intestino. Ela é ex-
cretada pelo fígado, segue pelos ductos biliares, passa à 
vesícula, indo ao intestino, onde emulsiona as gorduras. 
A vesícula biliar tem de 7 a 10 cm de comprimento e 
tem capacidade para até 50 ml de bile. 
2. Sistema respiratório 
O sistema respiratório humano é constituído por um 
par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar 
para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Es-
ses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a 
laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os 
alvéolos – estes três últimos localizados nos pulmões.
2.1.1 Fossas nasais
As fossas nasais são duas cavidades paralelas que 
começam nas narinas e terminam na faringe. Elas são 
separadas uma da outra por uma parede cartilaginosa 
denominada septo nasal. Em seu interior possuem um 
revestimento dotado de células produtoras de muco e 
células ciliadas, também presentes nas porções inferio-
res das vias aéreas, como traqueia, brônquiose porção 
inicial dos bronquíolos. No teto das fossas nasais existem 
células sensoriais, responsáveis pelo sentido do olfato. 
Têm as funções de filtrar, umedecer e aquecer o ar.
2.1.2 Faringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestório 
e respiratório e comunica-se com a boca e com as fossas 
nasais. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa 
necessariamente pela faringe, antes de atingir a laringe.
2.1.3 Laringe
A laringe é um tubo sustentado por peças de cartila-
gem articuladas, situado na parte superior do pescoço, 
em continuação à faringe. 
A entrada da laringe chama-se glote. Acima dela en-
contra-se a epiglote, que funciona como válvula. Quando 
nos alimentamos, a laringe sobe e sua entrada é fechada 
pela epiglote. Isso impede que o alimento ingerido pene-
tre nas vias respiratórias.
O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as 
cordas vocais, capazes de produzir sons durante a pas-
sagem de ar.
2.1.4 Traqueia
Consiste em um tubo de aproximadamente 1,5 cm de 
diâmetro por 10-12 centímetros de comprimento, cujas 
paredes são reforçadas por anéis cartilaginosos. Bifurca-
-se na sua região inferior, originando os brônquios, que 
penetram nos pulmões. Seu epitélio de revestimento 
muco-ciliar adere partículas de poeira e bactérias pre-
sentes em suspensão no ar inalado, que são posterior-
mente varridas para fora (graças ao movimento dos cí-
lios) e engolidas ou expelidas.
2.1.5 Pulmões
Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com 
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo en-
volvidos por uma membrana serosa denominada pleura. 
Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, 
dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquío-
los. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos é a 
árvore brônquica ou árvore respiratória. Cada bronquíolo 
termina em pequenas bolsas formadas por células epite-
liais achatadas recobertas por capilares sanguíneos, de-
nominadas alvéolos pulmonares.
O diafragma serve como base de cada pulmão. Este 
fino músculo que separa o tórax do abdômen (presen-
te apenas em mamíferos) promove, juntamente com os 
músculos intercostais, os movimentos respiratórios. 
2.2 Mecânica da respiração 
Os pulmões ocupam a maior parte da cavidade to-
rácica. Neles ocorre o processos de renovação do ar co-
nhecido como mecânica da respiração. 
2.2.1 Movimentos respiratórios
Na inspiração, os músculos da caixa toráxica (dia-
fragma e músculos intercostais) se contraem e se acha-
tam; o tórax se expande, a pressão interna diminui em 
relação a atmosférica, e o ar entra. 
Na expiração, todos os músculos relaxam, voltando 
a posição inicial, a pressão interna na da caixa torácica 
aumenta, e o ar é expelido.
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2.2.2 Regulação dos movimentos respiratórios
Os movimentos respiratórios são involuntários, mas 
podem ser alterados de forma voluntária.
O centro nervoso, que controla os músculos do tórax 
e o diafragma, localiza-se numa parte do sistema nervo-
so central denominado bulbo. 
3. Sistema Cardiovascular 
O principal órgão desse sistema é o coração, que 
bombeia o sangue, de forma que ele possa circular por 
todas as células do organismo pelos vasos sanguíneos, 
levando oxigênio; e retorne ao coração trazendo gás car-
bônico. O tempo médio para que o sangue complete um 
ciclo completo de circulação é de um minuto.
Os nutrientes, hormônios e resíduos metabólicos 
também tem a contribuição do sistema cardiovascular 
para serem transportados aos órgãos de destino.
3.1 Circulaçõoes 
O sangue flui por duas circulações: a circulação pul-
monar e a circulação sistêmica.
A Pequena Circulação ou Circulação Pulmonar é 
o caminho que o sangue percorre do coração aos pul-
mões, e dos pulmões ao coração. Assim, o sangue ve-
noso é bombeado do ventrículo direito para a artéria 
pulmonar que se ramifica de maneira que uma segue 
para o pulmão direito e outra para o pulmão esquerdo. 
Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos al-
véolos libera o gás carbônico e absorve o gás oxigênio. 
Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pul-
mões ao coração, através das veias pulmonares, que se 
conectam no átrio esquerdo.
A Grande Circulação ou Circulação Sistêmica é o 
caminho do sangue que sai do coração até as demais 
células do corpo, e vice-versa. No coração, o sangue ar-
terial, vindo dos pulmões, é bombeado do átrio esquer-
do para o ventrículo esquerdo e deste para a artéria 
aorta responsável por transportar esse sangue para todo 
o organismo.
Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos 
tecidos, os vasos capilares refazem as trocas dos gases: 
absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tor-
nando o sangue venoso. Por fim,o sangue venoso faz o 
caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito pe-
las veias cavas superiores e inferiores, completando o 
sistema cardiovascular.
3.2 Componentes do Sistema Cardiovascular
3.2.1 Sangue
O sangue é um tecido conjuntivo líquido altamente 
especializado, produzido na medula óssea vermelha, que 
flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos. O sangue é 
formado por alguns tipos de células (parte figurada) disti-
bruídas em um meio liquido chamado de plasma.
Os constituintes celulares são os glóbulos vermelhos 
(eritrócitos ou hemácias), os glóbulos brancos (leu-
cócitos) e as plaquetas (trombócitos). O plasma com-
põe-se principalmente de água com diversas substâncias 
dissolvidas, que são transportadas através do corpo.
Hemácias
Continuamente produzidas pela medula vermelha 
(tecido hematopoiético) dos ossos longos; são armaze-
nadas no baço, destruídas no fígado e na medula óssea. 
Tem duração média de 120 dias. Na fase embrionária, são 
produzidos pelo fígado. Contêm hemoglobina, pigmento 
vermelho que tem função de se combinar e transportar 
oxigênio.
Leucócitos
Continuamente produzidos pela medula óssea, baço 
e gânglios linfáticos, apresentam grande variedade mor-
fológica,relacionada a função exercida no sistema de de-
fesa do organismo. Os mais frequentes são os neutrófi-
los (70%), que defendem o organismo contra os agentes 
estranhos, como fungos e bactérias; em seguida há os 
linfócitos, que participam do sistema imunológico com a 
produção de anticorpos.
Plaquetas
Produzidas pela medula óssea, têm um papel impor-
tante na coagulação do sangue.
3.2.2 Coração
O coração é um órgão muscular do sistema cardio-
vascular, que se localiza na caixa torácica entre os pul-
mões e funciona como uma bomba dupla de modo que 
o lado esquerdo bombeia o sangue arterial para diver-
sas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia 
o sangue venoso para os pulmões. O coração funciona 
impulsionando o sangue por meio de dois movimentos: 
de contração, denominado sístole e de relaxamento, de-
nominado diástole.
Estrutura do Coração
- Átrios: cavidades superiores por onde o sangue 
chega ao coração.
- Ventrículos: cavidades inferiores por onde o sangue 
sai do coração.
- Válvula Tricúspide: impede o refluxo de sangue do 
átrio direito para o ventrículo direito.
- Válvula Mitral: impede o refluxo de sangue do átrio 
esquerdo para o ventrículo esquerdo.
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Os batimentos cardíacos
Os batimentos cardíacos tem origem num impulso rít-
mico que partem de um grupo de células especializadas da 
própria parede muscular do coração, chamado de nódulo 
sino-atrial, que funciona como um marca-passo. Entretanto, 
o ritmo das pulsações é controlado pelo sistema nervoso 
autônomo, através de um nervo inibidor que libera acetilco-
lina, e de um acelerador, que libera adrenalina.
3.2.3 Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos do sistema cardiovas-
cular, distribuídos por todo o corpo, por onde circula o 
sangue. São formados por uma rede de artérias e veias 
que se ramificam formando os capilares.
Artérias
As artérias são vasos do sistema cardiovascular, que 
saem do coração e transportam o sangue para todas as 
células do corpo. A parede da artéria é espessa e forma-da de tecido muscular elástico, que suporta a pressão 
do sangue. O sangue venoso, rico em gás carbônico, é 
bombeado do coração para os pulmões através das ar-
térias pulmonares; enquanto o sangue arterial, rico em 
gás oxigênio, é bombeado do coração para os tecidos do 
corpo, através da artéria aorta. As artérias se ramificam 
pelo corpo, ficam mais finas, formam as arteríolas, que se 
ramificam ainda mais, originando os capilares.
Veias 
As veias são vasos do sistema cardiovascular, que 
chegam ao coração trazendo de volta sangue dos te-
cidos do corpo. Suas paredes são mais finas que as arté-
rias e apresentam válvulas para evitar o retorno do fluxo 
sanguíneo devido a gravidade. O sangue venoso, rico em 
gás carbônico, é levado do corpo para o coração através 
das veias cavas; enquanto o sangue arterial, rico em gás 
oxigênio, é transportado dos pulmões para o coração 
através das veias pulmonares. As veias, ao se aproxima-
rem do coração, ficam mais espessas, sendo formadas 
pela junção das vênulas, provenientes dos capilares.
Capilares
Os capilares são ramificações microscópicas de ar-
térias e veias do sistema cardiovascular. Suas paredes 
apresentam apenas uma camada de células, que permi-
tem a troca de substâncias entre o sangue e as células. 
4. Sistema linfático
O sistema linfático está representado por um sistema 
de vasos que recolhe o liquido intercelular e o devolve ao 
sangue. O líquido intercelular (intersticial) é semelhan-
te ao plasma sanguíneo, embora contenha bem menos 
proteínas. A pressão sanguínea faz com que o plasma 
sanguíneo atravesse a parede dos capilares, com exceção 
das proteínas de grande peso molecular, e passe para os 
espaços intercelulares. 
O liquido intercelular é mantido normalmente em 
equilíbrio entre o sangue e o fluido dos tecidos, uma vez 
que ele é continuamente reconduzido à corrente san-
guínea pelo sistema de vasos linfáticos. O fluido, agora 
dentro dos vasos passa a ser chamado de linfa e, ao con-
trário do sangue, circula em apenas um sentido, isto é, da 
periferia em direção ao coração. 
De acordo com o calibre, os canais do sistema são 
chamados capilares (menor calibre), vasos e ductos lin-
fáticos (maior calibre).A parede dos dutos linfáticos tem 
estrutura semelhante à das veias.
No trajeto dos vasos linfáticos, encontram-se dila-
tações denominadas gânglios linfáticos ou linfonodos. 
Tais gânglios são constituídos de tecido conjuntivo he-
matopoiético linfoide. Por sua riqueza em macrófagos os 
linfonodos representam filtros para a linfa, fagocitando 
elementos estranhos. Neles, formam-se glóbulos bran-
cos do tipo monócitos e, principalmente, linfócitos. Além 
disso, por sua riqueza em plasmócitos, representam lo-
cais de formação de anticorpos.
As proteínas plasmáticas desempenham um papel 
importante na transferência de liquido através da pare-
de do capilar. O líquido pode sair da corrente sanguínea 
para o liquido intercelular e também pode passar dos es-
paços intercelulares para a corrente sanguínea. O sentido 
da passagens desses líquidos é determinado pela pres-
são sanguínea dos capilares e pela pressão osmótica das 
proteínas do plasma.
Pressão sanguínea: em razão da sístole ventricular, o 
sangue é bombeado pelo sistema arterial sob alta pres-
são. Essa pressão decresce à medida que o sangue se 
distancia do coração, de tal modo que, ao passar das ar-
teríolas para os capilares, atinge valores de 35 mmHg. 
Na saída dos capilares, o valor da pressão sanguínea é 
de apenas 15mmHg, em média. Desse modo, a pressão 
sanguínea média nos capilares é da ordem de 25 mmHg. 
Esta pressão é suficiente para fazer o líquido extravasar 
o plasma sanguíneo (sem a maior parte das proteínas) e 
chegar aos espaços intercelulares (interstício). 
Em virtude da maior concentração do plasma sanguí-
neo (apresenta proteínas) em relação ao liquido interce-
lular, há uma maior pressão osmótica no interior do vaso. 
Em consequência dessa diferença, tem-se movimento 
do liquido dos espaços intercelulares para o interior da 
parede capilar (semipermeável). A pressão osmótica das 
proteínas plasmática é da ordem de 25mmHg. Desse 
modo, observa-se um equilíbrio dinâmico do movimento 
do liquido entre o sangue dos capilares e do liquido in-
tercelular dos tecido.
A pressão sanguínea força o fluido para fora do capi-
lar, de maneira decrescente, da terminação arterial para 
a terminação venosa. A pressão osmótica das proteínas 
força o fluido dos espaços intercelulares para o interior 
do capilar. Na terminação arterial sai mais fluido do que 
entra e, na terminação venosa, verifica-se o contrário. 
5. Sistema excretor
O sistema excretor é formado por um conjunto de ór-
gãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina 
- o principal líquido de excreção do organismo. É consti-
tuído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga 
urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo 
abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna verte-
bral.Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sus-
tenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões 
de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região 
renal.
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O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica 
que possui, em uma das extremidades, uma expansão em 
forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se 
conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua 
pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este 
desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela 
filtração do sangue e remoção das excreções.
5.1 Funcionamento dos rins
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se 
ramifica muito no interior do órgão, originando grande 
número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-
-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, forman-
do um enovelado de capilares denominado glomérulo. 
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos ca-
pilares do glomérulo. Essa pressão tem intensidade sufi-
ciente para que parte do plasma passe para a cápsula de 
Bowman, processo denominado filtração. Essas substân-
cias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem 
o filtrado glomerular, que é semelhante, em composição 
química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que 
não possui proteínas, incapazes de atravessar os capila-
res glomerulares.
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbu-
lo contorcido proximal. Nesse túbulo, ocorre reabsorção 
ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção 
de cloro, fazendo com que a concentração do líquido 
dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do 
plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando 
o líquido percorre o ramo descendente da alça de Hen-
le, há passagem de água por osmose do líquido tubular 
(hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) 
– ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente 
percorre regiões do rim com gradientes crescentes de 
concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais 
água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça 
de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percor-
rer o ramo ascendente da alça de Henle, que é formado 
por células impermeáveis à água e que estão adaptadas 
ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção 
ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao 
passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à 
água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares 
sanguíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos 
coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados 
cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são for-
mados apenas 1 a 2 litros de urina por dia.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao 
longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoá-
cidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, 
essas substâncias já não são mais encontradas.
5. 2 Regulação da função renal
Aregulação da função renal relaciona-se basicamen-
te com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. 
Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, 
a urina fica mais concentrada, em função da maior reab-
sorção de água; havendo excesso de água no corpo, a 
urina fica menos concentrada, em função da menor reab-
sorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico 
no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), 
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A 
concentração do plasma sanguíneo é detectada por re-
ceptores osmóticos localizados no hipotálamo. Haven-
do aumento na concentração do plasma (pouca água), 
esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. 
Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre 
os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do né-
fron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à 
água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a 
urina fica mais concentrada. Quando a concentração do 
plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do 
ADH e, consequentemente, menor absorção de água nos 
túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do 
excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
6. Sistema nervoso
A coordenação nervosa refere-se ao controle de fun-
ções de um organismo, desempenhado pelo sistema 
nervoso.
6. 1 A célula nervosa
O sistema nervoso é constituído por elementos alta-
mente diferenciados, as células nervosas, ou neurônios. 
Os neurônios podem variar em forma e tamanho. Todos 
tem em comum, entretanto, um corpo celular, os den-
dritos e o axônio. 
Os dendritos e o axônio são prolongamentos do cor-
po celular. Os dendritos são, geralmente, expansões cur-
tas e muito ramificadas (dendron = árvores). O axônio é 
geralmente longo e pouco ramificado. 
Há neurônios cujo axônio apresenta um envoltório 
chamado bainha de mielina. Esta bainha é formada por 
células especiais, as células de Schwann, que envolvem 
os axônio e os revestem com várias camadas de proteí-
nas e lipídeos. A bainha funciona como isolante elétrico 
e permite condução mais rápida de impulso. 
Os corpos celulares dos neurônios se localizam no cen-
tros nervosos, como o cérebro, a medula e os gânglios; os 
nervos por exemplo, são formados por feixes de axônios. 
 As células nervosas se comunicam umas com as ou-
tras através de seus prolongamentos: as terminações dos 
axônios com as ramificações dos dendritos, sendo este o 
sentido obedecido na propagação do impulso nervoso.
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6.1.2 Tipos de neurônios
Os neurônios sensitivos conduzem o impulso nervo-
so das células para o Sistema Nervoso Central.
Os neurônios motores conduzem o impulso nervoso 
do Sistema Nervoso Central para os músculos ou glândulas.
Os neurônios de associação encontram-se no Siste-
ma Nervoso Central e servem de ligação entre os neuró-
nios sensitivos e os motores que processam e coorde-
nam a informação.
6.1.3 Sinapse
As sinapses são regiões de conexão química estabe-
lecidas entre um neurônio e outro; entre um neurônio e 
uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula 
glandular.
O impulso nervoso
Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre 
no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos, se-
guem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extre-
midade deste, são passados à célula seguinte (dendrito 
– corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se pro-
paga através do neurônio é de origem elétrica e resulta 
de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa 
e interna da membrana celular.
A membrana de um neurônio em repouso apresenta-
-se com carga elétrica positiva do lado externo (voltado 
para fora da célula) e negativa do lado interno (em conta-
to com o citoplasma da célula). Quando essa membrana 
se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. 
Essa diferença de cargas elétricas é mantida pela bomba 
de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétri-
cas estabelecem uma energia elétrica potencial através 
da membrana: o potencial de membrana ou potencial de 
repouso (diferença entre as cargas elétricas através da 
membrana).
Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico 
chega ao neurônio, pode ocorrer a alteração da permea-
bilidade da membrana, permitindo grande entrada de 
sódio na célula e pequena saída de potássio dela. Com 
isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa 
membrana, que fica despolarizada gerando um potencial 
de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio 
caracterizando o impulso nervoso.
Imediatamente após a passagem do impulso, a mem-
brana sofre repolarização, recuperando seu estado de 
repouso, e a transmissão do impulso cessa.
O estímulo que gera o impulso nervoso deve ser for-
te o suficiente, acima de determinado valor crítico, que 
varia entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir 
a despolarização que transforma o potencial de repouso 
em potencial de ação. Esse é o estímulo limiar. Abaixo 
desse valor o estímulo só provoca alterações locais na 
membrana, que logo cessam e não desencadeiam o im-
pulso nervoso.
Qualquer estímulo acima do limiar gera o mesmo po-
tencial de ação que é transmitido ao longo do neurônio. 
Assim, não existe variação de intensidade de um impulso 
nervoso em função do aumento do estímulo; o neurônio 
obedece à regra do “tudo ou nada”.
De um ponto de vista funcional o sistema nervoso hu-
mano está dividido em somático e autônomo.
6.2 Sistema Nervoso Somático
A porção somática do sistema nervoso compreende 
todas as partes envolvidas no controle voluntário. Dos 
organismos. Compreende o sistema nervoso central, 
formado pelo encéfalo e pela medula nervosa, onde 
ocorrem a interpretação e a integração dos impulsos ner-
voso, e de onde partem ordens para todo o organismo. O 
sistema nervoso central é protegido por um sistemas de 
membranas, as meninges: pia-mater, em contato direto 
com os órgãos do sistema nervoso; dura-máter, sob os 
ossos do crânio e da coluna vertebral e aracnoide, que 
situa-se entre as duas anteriores.
O sistema nervoso somático inclui, também, o sis-
tema nervoso periférico, que compreende os nervos 
formados por prolongamentos de neurônios sensoriais e 
efetuadores, que conduzem, respectivamente, impulsos 
dos receptores sensoriais ao sistema nervoso central e, 
deste, de volta para as parte periféricas do corpo, onde 
estão os efetuadores de respostas.
O encéfalo forma-se a partir de um dilatação do tubo 
neural, que se subdivide em três porções: anterior, poste-
rior e médio. Num estágio posterior, a porção anterior do 
encéfalo se subdivide, constituindo o cérebro (grande-
mente expandido sob a forma de hemisférios cerebrais) e 
o diencéfalo (tálamo, hipotálamo e hipófise posterior).
O cérebro é a sede de todas as ações voluntárias e 
cognitivas, como raciocínio e memória.
O diencéfalo estabelece numerosas conexões com 
outras partes do encéfalo. O tálamo contém feixes as-
cendentes e descendentes que ligam o cérebro a me-
dula. O hipotálamo engloba os centros que controlam o 
sono, vigília, fome, sede, osmorregulação, temperatura, 
instinto sexual, prazer e dor. A parte superior da hipófi-
se, considerada a glândula mestra do sistema endócrino, 
é formada por uma projeção do diencéfalo, abaixo do 
hipotálamo. Ela armazena secreções produzidas por cé-
lulas neuro-secretoras.
O cerebelo é o órgão responsável pela coordenação 
das atividades dos músculos esqueléticos, do tato, visão 
e audição, em nível inconsciente, a partir de informações 
recebidas. Indivíduos com lesão no cerebelo exibem fra-
queza e perda do tônus muscular, assim como movimen-
tos descoordenados. Suas atividades estão relacionadas 
com o equilíbrio e postura corporal. O cerebelo trabalha 
em conexão com o córtex cerebral e o tronco encefá-
lico.
O bulbo, além de ser caminho para todos os feixes 
nervosos que ligam a medula espinhal ao cérebro, con-
têm centros de controle das funções vegetativas,como 
respiração, deglutição e circulação.
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A medula espinhal é uma extensão do encéfalo, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das costelas. E 
uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu comprimento, que contém o líqui-
do céfalo-raquidiano, e coloração branca por fora e cinzento por dentro. É uma importante via de comunicação com os 
centros nervosos superiores, contendo inúmeros feixes ascendentes e descendentes. Além disso, atua como centro de 
coordenação autônoma, que controlam algumas ações reflexas.
6.3 Sistema nervoso autônomo
O sistema nervoso autônomo controla a função involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua ativida-
de não chega ao córtex. Divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Estes trabalham 
de forma antagônica, podendo-se afirmar que o sistema parassimpático restaura os níveis de equilíbrio alterados pelo 
simpático.
A função do sistema nervoso simpático (SNS) é a de preparar o corpo para uma emergência, de responder a um 
estímulo do ambiente quando o organismo se encontra ameaçado, excitando e ativando os órgãos necessários às 
respostas.
Já o sistema nervoso parassimpático (SNP) visa reorganizar as atividades desencadeadas pelo SNS, relaxando as 
atividades. Relaciona-se diretamente com a capacidade de regulação do organismo face às condições ambientais em 
que se encontra – homeostasia, equilíbrio interno mantido pelo hipotálamo. Por exemplo, se o SNS faz com que o ritmo 
cardíaco acelere, a função do SNP é estabilizar esse ritmo.
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7. Sistema sensorial
O Sistema sensorial consiste nos receptores senso-
riais, nos neurônios aferentes, e nas partes do cérebro 
envolvidas no processamento da informação. 
Os sentidos são os meios através dos quais se per-
cebem e reconhecem os estímulos do ambiente em que 
se encontram – em outras palavras, são as traduções do 
mundo físico para a mente. Os mais conhecidos são cin-
co: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato; haven-
do ainda outros mais, como a propiocepção, as percep-
ções térmicas e de pressão, entre outras.
Os estímulos provenientes do ambiente são captados 
através de células altamente especializadas, chamadas 
de células sensoriais; ou através de simples terminações 
nervosas dos neurônios. Essas células ou terminações 
nervosas podem ser encontradas espalhadas pelo corpo 
e nos órgãos dos sentidos (olfato, paladar, tato, visão e 
audição), formando o sistema sensorial.
Embora cada órgão do sentido apresente um tipo 
de célula sensorial diferente, elas funcionam de maneira 
muito semelhante. Ao serem estimuladas, ocorre uma al-
teração na permeabilidade da membrana plasmática da 
célula sensorial, gerando impulsos nervosos que chegam 
até o sistema nervoso central, onde serão interpretados. 
Esses impulsos nervosos gerados pelas células sensoriais 
(através de uma luz que atinge os olhos ou de um odor 
que chega às narinas) são muito semelhantes. Somente 
quando chegam às áreas do cérebro responsáveis, nesse 
caso, pela visão e pelo olfato, é que os impulsos serão 
interpretados como sensações visuais e olfativas. Dessa 
forma, quem na verdade vê e cheira não são os olhos e o 
nariz, e sim o cérebro.
A nossa pele é responsável pelo tato e nela podemos 
encontrar mecanoceptores que captam estímulos mecâ-
nicos, transmitindo-os ao sistema nervoso central.
Em nossa língua estão as papilas gustativas, que são 
as responsáveis pelo nosso paladar. Há papilas gustativas 
especializadas na percepção dos quatro sabores (azedo, 
salgado, doce e amargo). O olfato também tem papel 
importante na percepção dos sabores, pois também 
apresenta quimiorreceptores.
Nossas narinas são as responsáveis pelo sentido do 
olfato. Nelas está o epitélio olfativo, um tecido especia-
lizado onde encontramos milhares de células olfativas, 
que possuem pelos que captam moléculas dissolvidas no 
ar que respiramos.
Os ouvidos são os órgãos responsáveis pela audição 
e pelo equilíbrio. Nele encontramos mecanoceptores 
que captam estímulos mecânicos retransmitindo-os ao 
sistema nervoso central.
Já nos olhos encontramos células sensoriais que são 
estimuladas pela luminosidade, chamadas de fotocepto-
res, responsáveis pelo sentido da visão. Essas células são 
encontradas na retina e podem ser do tipo cone ou bas-
tonete. Os bastonetes são muito sensíveis a variações na 
luminosidade, mas não distinguem cores, enquanto que 
os cones as distinguem.
8. Sistema Endócrino
O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas res-
ponsáveis pela produção dos hormônios que são lan-
çados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos 
órgãos-alvo sobre os quais atuam. Junto com o sistema 
nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções 
do nosso corpo. O hipotálamo, grupo de células nervosas 
localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre 
esses dois sistemas.
8.1 Controle hormonal
Hormônios são substâncias produzidas por glându-
las endócrinas. Eles são liberados dessas glândulas dire-
tamente no sangue e atuam em células-alvo geralmente 
distantes do seu local de produção. Uma vez recebidos 
pelo alvo, os hormônios desencadeiam uma série de rea-
ções químicas, regulando o metabolismo das células; seu 
efeito pode ser imediato ou levar vários dias para apare-
cer, persistindo por meses ou até anos, dependendo do 
hormônio.
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas 
exócrinas não produzem hormônios e liberam suas se-
creções por dutos ou canais, como é o caso das glându-
las lacrimais, sudoríparas e salivares. Existe ainda glându-
la mista, representada pelo pâncreas, que apresenta uma 
porção endócrina que secreta hormônios e uma porção 
exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno atra-
vés do duto pancreático.
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que 
também secretam hormônios, como é o caso do coração, 
do estômago, do intestino delgado e dos rins. Os hormô-
nios secretados por esses órgãos geralmente apresen-
tam efeitos locais. 
O controle hormonal é realizado por um sistema de 
retroalimentação (feedback). Observe no exemplo abaixo 
como ocorre esse processo.
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8.2 Glândulas do Sistema Endócrino
As glândulas endócrinas estão localizadas em dife-
rentes partes do corpo: hipófise, tireoide e paratireoi-
des, suprarrenais, pâncreas e as glândulas sexuais.
Hipófise
A hipófise também denominada glândula pituitária, 
é uma pequena glândula com cerca de 1 cm de diâme-
tro localizada na base do cérebro. A hipófise é conside-
rada uma glândula mestra, pois secreta hormônios que 
controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo 
grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.
A hipófise é dividida anatomicamente e funcional-
mente em duas partes (anterior e posterior). Cada parte 
será responsável por funções fisiológicas diferenciadas. 
Sendo assim, reconhece -se na hipófise:
Adeno-hipófise (hipófise anterior):Secreta os hor-
mônios que controlam o funcionamento de outras glân-
dulas endócrinas, quando estimuladas a fazer isso pelo 
hormônios do hipotálamo.
- TSH (hormônio tireotrófico): estimula e regula a ati-
vidade da tireoide na produção dos hormônios T3 
e T4;
- ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): controla a 
atividade do córtex da glândula suprarrenal, esti-
mulando a liberação de cortisol e aldosterona;
- LH (hormônio luteinizante): regula as atividades das 
gônadas masculinas e femininas, como a produção 
de testosterona nos testículos e estrogênio nos 
ovários, indução da ovulação e formação do corpo 
lúteo.
- FSH (hormônio folículo-estimulante): atua na produ-
ção dos folículos, nos ovários; e dos espermatozoi-
des, nos testículos.
- Prolactina: promove a produção de progesterona 
nos ovários femininos e também a produção de 
leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e 
a amamentação.
- Somatotrofina, hormônio do crescimento ou GH: hor-
mônio que promove a captação de aminoácidospara a formação de proteínas. Com isso, esse hor-
mônio atua no crescimento de todo o organismo, 
incluindo tecidos, ossos e cartilagens, promovendo 
o aumento na estatura principalmente dos jovens 
na puberdade. Após a puberdade, a produção des-
se hormônio cai consideravelmente. 
Há casos em que, em virtude de uma disfunção na hi-
pófise, a pessoa continua a produzir esse hormônio mes-
mo após a puberdade. Quando isso ocorre, há aumento 
da estatura, mas os ossos do crânio, da face, das mãos e 
dos pés aumentam, causando uma doença que chama-
mos de acromegalia.
O excesso do hormônio do crescimento provoca o 
aumento exagerado no tamanho do corpo, o que chama-
mos de gigantismo; já a sua deficiência (que geralmen-
te é causada por fatores genéticos), provoca o nanismo. 
Algumas crianças que têm deficiência na produção do 
hormônio do crescimento podem ser tratadas com inje-
ções desse hormônio para promover o seu crescimento.
Neuro- Hipófise (hipófise posterior): Só armazena 
hormônios produzido pelo hipotálamo.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são:
- Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do 
útero durante o parto, estimulando a expulsão do bebê. 
Também promove a liberação de leite durante a ama-
mentação.
- ADH (hormônio antidiurético): esse hormônio atua 
no controle da eliminação de água pelos rins, portan-
to tem efeito antidiurético, ou seja, é liberado quando 
a quantidade de água no sangue diminui, provocando 
uma maior absorção de água no túbulo renal e diminuin-
do a urina. Quando o nível desse hormônio está acima 
do normal, ocorre a contração das arteríolas, provocando 
um aumento da pressão arterial, por isso o outro nome 
que esse hormônio é conhecido – vasopressina. Há casos 
em que a quantidade de ADH no organismo da pessoa é 
deficiente, provocando excesso de urina e muita sede. A 
esse quadro damos o nome de diabetes insípida.
Tireoide
Glândula localizada na parte anterior pescoço. Age na 
função de órgãos importantes como o coração, cérebro, 
fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e de-
senvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação 
dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memó-
ria; na concentração; no humor; e no controle emocional. 
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios 
vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4) e a trii-
odotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pelo 
nosso metabolismo basal, ou seja, estimulam as células a 
trabalharem e garantem que tudo funcione corretamen-
te no corpo.
A função da tireoide, bem como das demais glândulas 
endócrinas, é regulada por um mecanismo de auto con-
trole que envolve o cérebro – o feedback ou retroalimen-
tação. Quando os níveis de hormônios da tiroide estão 
baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio 
conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), que faz 
com que a adenoipóifise libere o hormônio estimulador 
da tireoide (TSH).
Problemas relacionados a tireoide
Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glân-
dula para de funcionar corretamente, podendo produzir 
mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez 
que a glândula tireoide é controlada pela hipófise e pelo 
hipotálamo, distúrbios nestes órgãos endócrinos tam-
bém podem afetar a função da tireoide.
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Hipertireoidismo
O hipertiroidismo, também conhecido como hiper-
funcionamento da tiroide, é uma doença metabólica 
caracterizada pela produção excessiva de hormônios 
tireoidianos (chamados T3 e T4). Esses hormônios de-
sempenham um papel fundamental da regulação do me-
tabolismo, incluindo funções vitais como as frequências 
cardíaca e respiratória. 
Hipotireoidismo
Assim como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo 
também causa um aumento de volume da tireóide (bó-
cio). Contudo, esse aumento não é acompanhado de 
mais produção dos hormônios tireoidianos, mas sim pela 
queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e 
T4 (tiroxina).
Paratireoide
As paratireóides são quatro pequenas glândulas que 
se localizam atrás da glândula da tireoide, na região do 
pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chama-
do de paratormônio (PTH) e são responsáveis pelo equi-
líbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmá-
tico, o hormônio da paratireóide reduz a concentração 
de fosfato sanguíneo. Este efeito resulta da atividade do 
paratormônio em células dos túbulos renais, diminuindo 
a reabsorção de fosfato e aumentando sua excreção na 
urina. O paratormônio aumenta indiretamente a absor-
ção de Ca2+ no trato digestivo, estimulando a síntese de 
vitamina D, que é necessária para esta absorção. A se-
creção das células paratireóides é regulada pelos níveis 
sanguíneos de Ca2+.
Hipoparatireoidismo
É a doença resultante da falta de produção de pa-
ratormônio pelas glândulas paratireóides. A falta desse 
hormônio causa a redução do cálcio no sangue.
Hiperparatireoidismo
É a doença resultante do excesso de produção de 
paratormonio pelas glândulas paratireóides. O excesso 
deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue 
e na urina.
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista situada acima do 
estômago, que pode ser classificado de acordo com seu 
funcionamento:
Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos di-
gestivos e enzimas que ajudam a partir em pedaços me-
nores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que 
possam passar para o intestino, auxiliando na digestão 
dos alimentos e metabolismo dos nutrientes;
Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na 
produção de hormônios, como a insulina e glucagon, 
os quais regulam a forma como o organismo utiliza os 
açúcares.
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino 
e endócrino são formados por células diferentes, por 
exemplo, o pâncreas endócrino é formado por conglo-
merados de células chamadas ácinos que irão produzir 
o suco pancreático. Misturados com os ácinos, encon-
tram-se os Ilhotas de Langerhans, que são grupos iso-
lados de células que produzem os hormônios que fazem 
o controle dos níveis de açúcar no sangue.
Insulina
A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, 
que promove a entrada de glicose nas células e também 
desempenha papel importante no metabolismo de lipí-
deos e proteínas. Existem algumas patologias relaciona-
das à função da insulina no corpo, como: diabetes, resis-
tência à insulina e hiperinsulinemia. Conheça agora um 
pouco mais sobre a importância deste hormônio para 
nossa saúde.
Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos 
através dos alimentos (pão, massas, açúcares, cereais) 
são mais rapidamente convertidos em glicose quando 
precisamos de energia. Para a glicose penetrar em cada 
célula do corpo é necessário que haja insulina circulante, 
que faz com que o hormônio chegue aos receptores de 
insulina nas células.
Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) au-
menta após uma refeição, a quantidade de insulina tam-
bém aumenta para que o excesso de glicose possa ser 
rapidamente absorvido pelas células.
Diabetes
O diabetes é uma síndrome metabólica de origem 
múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da inca-
pacidade de a insulina exercer adequadamente seus 
efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no 
sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é 
capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade 
suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou 
porque este hormônio não é capaz de agir de maneira 
adequada (resistência à insulina). A insulina promove a 
redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está 
presente no sangue possa penetrar dentro das células, 
para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se 
houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir 
corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, 
consequentemente, o diabetes.
As células do pâncreas são incapazes de produzir in-
sulina e se não há insulina circulante a absorção de gli-
cose fica prejudicada e ocorre o aumento deglicose no 
sangue. Neste caso é necessário injetar insulina subcutâ-
nea para que possa ser absorvida pelo sangue.
Diabetes tipo II
As células musculares e adiposas são incapazes de 
utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, a 
glicose no sangue é pouco aproveitada por essas células.
Hiperinsulinemia
Algumas das causas da hiperinsulinemia são: obesi-
dade, sedentarismo e consumo elevado de carboidratos 
refinados, que provoca aumento de glicose no sangue 
e consequentemente aumento na produção de insulina.
Resistência à insulina
Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas cé-
lulas e dessa forma é produzido mais insulina, já que este 
é o seu papel, levar glicose à célula, só que devido a essa 
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dificuldade este hormônio não atua de forma ideal, não 
desempenha sua função por completo. Esse excesso de 
insulina pode gerar um estado de pré-diabetes ou dia-
betes mesmo.
Suprarrenais
As glândulas supra-renais têm este nome devido ao fato 
de se situarem sobre os rins, apesar de terem pouca relação 
com estes em termos de função. As supra-renais são glându-
las vitais para o ser humano, já que possuem funções muito 
importantes, como regular o metabolismo do sódio, do po-
tássio e da água, regular o metabolismo dos carboidratos e 
regular as reações do corpo humano ao stress.
Hormônios produzidos pelas suprarrenais:
- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a re-
tenção de sódio. Onde há sódio, estão associados íons 
e água. Portanto, a aldosterona age profundamente no 
equilíbrio dos líquidos, afetando o volume intracelular e 
extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudorípa-
ras também são influenciadas pela aldosterona para reter 
sódio. O intestino aumenta a absorção de sódio como 
reação à aldosterona.
- Adrenalina e Noradrenalina: Tais hormônios são se-
cretados em resposta à estimulação simpática e são con-
siderados como hormônios gerais. Liberados em grandes 
quantidades depois de fortes reações emocionais como, 
por exemplo, susto ou medo, estes hormônios são trans-
portados pelo sangue para todas as partes do corpo, 
onde provocam reações diversas, principalmente cons-
trição dos vasos, elevação da pressão arterial, aumento 
dos batimentos cardíacos, etc.
Tais reações resultam no aumento do suprimento de 
oxigênio às células. Além disso, a adrenalina, que au-
menta a glicogenólise hepática e muscular e a liberação 
de glicose para o sangue, eleva o metabolismo celular. 
A combinação dessas reações possibilita, por exemplo, 
reações rápidas de fuga ou de luta frente a diferentes 
situações ameaçadoras. 
 Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a con-
trolar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o fun-
cionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar 
no sangue constantes, assim como a pressão arterial.
Glândulas sexuais / aparelho reprodutor
O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-
-hipófise a liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão sobre 
as gônadas, estimulando a produção de testosterona, es-
trógeno e progesterona.
Testículos
Os hormônios do sistema genital masculino são 
produzidos nas gônadas masculinas, conhecidas como 
testículos. São os hormônios que determinam as carac-
terísticas sexuais secundárias, induzem a formação dos 
gametas masculinos e promovem o impulso sexual.
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 
14 anos, que começam a ocorrer as mudanças fisioló-
gicas no corpo dos meninos. Nessa fase da vida, dois 
hormônios produzidos pela adeno-hipófise agem sobre 
os testículos, estimulando a produção de testosterona. 
Esses hormônios são o hormônio folículo-estimulante 
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados 
de gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas.
No homem, o hormônio luteinizante também pode 
ser chamado de hormônio estimulador das células in-
tersticiais (ICSH), porque age estimulando as células in-
tersticiais, ou de Leydig, a produzirem testosterona. A 
testosterona e os hormônios gonadotróficos FSH e LH 
atuam juntos na ativação da espermatogênese (produ-
ção de espermatozoides).
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela 
determina o desenvolvimento dos órgãos genitais, a des-
cida dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento 
das características sexuais secundárias masculinas, como 
a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da 
voz, desenvolvimento dos músculos e dos ossos, entre 
outras. Também é a testosterona que induz o amadureci-
mento dos órgãos genitais, além de promover o impulso 
sexual.
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase 
embrionária e é a presença dela que determina o de-
senvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. Se hou-
ver ausência desse hormônio, ou a falta de receptores 
compatíveis a ele nas células do embrião, o sexo que se 
desenvolverá será o feminino.
Ovários
Na mulher o aumento de LH e FSH é o estímulo para 
a maturação folicular. O folículo, em processo de ama-
durecimento, passa a secretar estrógeno, o qual prepara 
o útero para receber o embrião, provocando espessa-
mento da parede do endométrio, aumento da irrigação 
sanguínea e da produção de muco. Quando o folículo 
rompe, o nível de estrógeno cai e, como ele tem efeito 
inibitório sobre a secreção de LH e FSH, esses hormônios 
têm um pico, provocando a liberação do óvulo de 16 a 
24 horas depois. Forma-se, então, o corpo lúteo, que co-
meça a secretar progesterona. 
Caso haja a fecundação, os níveis de estrógeno e de 
progesterona seguem aumentando, inibindo o eixo hi-
potálamo-hipófise ao longo da gestação. Assim, nesse 
período, o LH e o FSH se mantêm baixos, e a mulher se 
torna anovulatória. Se não houver a fecundação, o óvulo 
entra em involução em até 72 horas. A progesterona e o 
estrógeno começam a cair e o estímulo para manutenção 
da parede do endométrio cessa, provocando sua desca-
mação, caracterizando a menstruação. Então, o LH e o 
FSH, que estavam baixos, começam a subir novamente, 
iniciando um novo ciclo.
A Ovulação
A ovulação é a liberação de um óvulo maduro feita 
por um dos ovários por volta do 14º dia do ciclo mens-
trual, contado a partir do primeiro dia de menstruação. 
No ovário (o local de onde sai o óvulo) surge o corpo 
lúteo ou amarelo – uma estrutura amarelada que passa a 
produzir o estrogênio e progesterona. Esses hormônios 
atuam juntos, preparando o útero para uma possível gra-
videz, além disso, o estrogênio estimula o aparecimen-
to das características sexuais femininas secundárias. O 
óvulo liberado é “captado” por uma das tubas uterinas, 
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que ligam os ovários ao útero. Revestindo essas tubas 
internamente, existem células com cílios que favorecem 
o deslocamento do óvulo até a cavidade do útero.
A Fecundação
A mulher pode ficar grávida se, quando o óvulo es-
tiver nesses tubos, ela mantiver relação sexual com o 
parceiro e um espermatozoide (célula reprodutora mas-
culina) entrar no óvulo. O encontro de gametas (óvulo e 
espermatozoide), na tuba uterina, chama-se fecundação. 
Apenas um dos milhões de espermatozoides contidos 
no esperma penetra no óvulo, na fecundação. Depois da 
fecundação, ocorre então a formação da célula-ovo ou 
zigoto. Essa primeira célula de um novo ser sofre divisões 
durante o seu trajeto pelo tubo até o útero. O sexo bio-
lógico desse novo ser humano – ou seja, o sexo do bebê 
– é definido na fecundação pelos cromossomos X ou Y.
Os seres humanos, salvo raras exceções possuem 46 
cromossomos, sendo que dois deles são os cromosso-
mos sexuais (que definem o sexo). As mulheres possuem 
dois cromossomos X (portanto ela á XX) e os homens, um 
X e um Y (portanto XY).
 Na divisão celular (meiose) para a formação dos ga-
metas (óvulo e espermatozoide) a mulher só gera game-
tas (óvulos) X enquanto que o homem pode gerar game-
tas (espermatozoides) X e Y. Então:
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo X 
fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo femi-nino (XX).
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo Y 
fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo mas-
culino (XY).
 A Menstruação
A menstruação ocorre quando não há fecundação e 
o óvulo é eliminado pelo canal vaginal com o sangue e 
o material resultante da descamação da mucosa uteri-
na. O ciclo menstrual é o período entre o início de uma 
menstruação e outra. Esse período dura, em média 28 
dias, mas pode ser mais curto ou mais longo. A primeira 
menstruação se chama menarca e, na maioria das vezes 
ocorre entre 11 e 13 anos, embora não exista uma idade 
determinada para isso. A menstruação representa o iní-
cio da vida fértil, isto é, o período em que a mulher pode, 
se não houver problemas, engravidar.
Por volta dos 50 anos o “estoque” de óvulos se esgo-
ta, pois alguns foram liberados nas ovulações e outros se 
degeneraram. Cessam as menstruações e, com isso a fer-
tilidade da mulher −essa fase é denominada menopausa.
9. Sistema tegumentar
O sistema tegumentar reveste o corpo, protegendo-o 
contra o atrito, a perda de água, a invasão de micro-or-
ganismos e a radiação ultravioleta. Tem papel na percep-
ção sensorial (tato, calor, pressão e dor), na síntese de 
vitamina D, na termorregulação, na excreção de íons e na 
secreção de lipídios protetores e de leite.
Constituintes
O sistema tegumentar (ou tegumento) é constituído 
pela pele e os seus anexos: pelos, unhas, glândulas sebá-
ceas, sudoríparas e mamárias. 
A pele é o maior órgão do corpo. É composta pela 
epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso quera-
tinizado, e pela derme, de tecido conjuntivo. Subjacente, 
unindo-a aos órgãos, há a hipoderme (ou tecido sub-
cutâneo), de tecido conjuntivo frouxo e adiposo. 
A pele apresenta diferenças segundo a sua localização. 
A palma das mãos e a planta dos pés, que sofrem um atrito 
maior, possuem uma epiderme constituída por várias cama-
das celulares e por uma camada superficial de queratina bas-
tante espessa. Esse tipo de pele não possui pelos e glândulas 
sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. A 
pele do restante do corpo tem uma epiderme com poucas 
camadas celulares e uma camada de queratina delgada. A 
epiderme da pele grossa mede 0,8 a 1,4mm, enquanto a da 
pele fina, 0,07 a 0,12mm.
Epiderme
A epiderme é constituída de tecido epitelial, cujas cé-
lulas apresentam diferentes formatos e funções. Na ca-
mada mais superficial (camada córnea) as células estão 
mortas (e sem núcleo) e são compostas em grande parte 
por queratina. 
Derme
Também chamada de pele verdadeira, a derme é elás-
tica, rija e flexível. É a camada intermediária da pele que 
fica abaixo da epiderme. Nela encontra-se a elastina e o 
colagénio responsáveis pela elasticidade.
Tecido Subcutâneo 
Esse parte não é considerado como parte da pele e 
por isso recebe o nome de hipoderme ou tecido sub-
cutâneo. Ele é formado essencialmente pelo tecido adi-
poso e tecido conjuntivo frouxo. Possui as seguintes fun-
ções: fixar a pele e isolar o corpo de mudanças extremas 
no meio ambiente.
10. Sistema esquelético
O sistema esquelético é constituído de ossos e carti-
lagens, além dos ligamentos e tendões. O esqueleto sus-
tenta e dá forma ao corpo, além de proteger os órgãos 
internos e atua em conjunto com os sistemas muscular e 
articular para permitir o movimento. Outras funções são 
a produção de células sanguíneas na medula óssea e ar-
mazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso é 
uma estrutura viva, muito resistente e dinâmica pois tem 
a capacidade de se regenerar quando sofre uma fratura.
Tipos de células do osso
As células ósseas quando jovens são chamadas os-
teoblastos. Quando a célula óssea se torna madura, 
transforma-se em osteócito. Existem outras células im-
portantes no tecido ósseo: os osteoclástos. Essas células 
são especialmente ativas na destruição de áreas lesadas 
ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a rege-
neração do tecido pelos osteoblastos. 
Estrutura dos Ossos
A estrutura óssea é constituída de diversos tipos de 
tecido conjuntivo (denso, ósseo, adiposo, cartilaginoso e 
sanguíneo) e de tecido nervoso.
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Os ossos longos são formados por distintas camadas, 
sendo estas:
- Periósteo: a mais externa, é uma membrana fina 
e fibrosa (tecido conjuntivo denso) que envolve o 
osso, exceto nas regiões de articulação (epífises). 
É no periósteo que se inserem os músculos e ten-
dões.
- Osso compacto: O tecido ósseo compacto é com-
posto de cálcio, fósforo e fibras de colágeno que 
lhe dão resistência. É a parte mais rígida do osso, 
formada por pequenos canais que circulam nervos 
e vasos, entre estes canais estão espaços onde se 
encontram os osteocitos.
- Osso esponjoso: o tecido ósseo esponjoso é uma 
camada menos densa. Em alguns ossos apenas 
essa estrutura está presente e pode conter medula 
óssea.
- Canal medular: é a cavidade onde se encontra a 
medula óssea, geralmente presente nos ossos lon-
gos.
-Medula óssea: A medula vermelha (tecido sanguí-
neo) produz células sanguíneas (processo chama-
do de hematopoiese), mas em alguns ossos deixa 
de existir e há somente a medula amarela (tecido 
adiposo) que armazena gordura.
Esqueleto
É o conjunto formado pelos 206 ossos que consti-
tuem o Sistema Esquelético humano, sendo estes:
Classificação dos ossos:
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma 
em: 
- Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo 
do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise 
fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ós-
seo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por 
tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.
- Curtos: têm as três extremidades praticamente 
equivalentes e são encontrados nas mãos e nos 
pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. 
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
-Planos ou Chatos: são formados por duas camadas 
de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma 
camada de tecido ósseo esponjoso e de medula 
óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da 
bacia, escápula.
11. Sistema muscular
A nossa capacidade de locomoção depende da ação 
conjunta de ossos, articulações e músculos, sob o con-
trole do sistema nervoso.
O corpo possui mais de 600 músculos, que, além de 
promoverem a movimentação do corpo, também apre-
sentam outras importantes funções, tais como a manu-
tenção da temperatura corporal (por isso que trememos 
de frio) e garantir o fluxo sanguíneo.
Os músculos são classificados em:
- Liso ou visceral: é composto por células fusiformes 
com apenas um núcleo, apresenta contração invo-
luntária e é encontrado na parede de vasos sanguí-
neos, bexiga, intestino e útero, ou seja, estruturas 
ocas do corpo. Responsável pela impulsão de lí-
quidos como sangue, urina, bile, entre outros. As 
células do músculo liso reagem a sinais químicos 
oriundos de outras células ou hormônios. A princi-
pal das funções desse músculo é a compressão do 
conteúdo das cavidades a que pertencem, partici-
pando, assim, de processos como digestão e regu-
lação da pressão arterial. São chamados de lisos 
porque suas fibras não apresentam estriações.
-Estriado cardíaco: Formado por uma rede de fibras 
conjugadas e ramificadas que compõe o miocár-
dio, revestimento muscular do coração. Produz 
contrações involuntárias, sendo controlado pelo 
sistema nervoso vegetativo.
-Estriado esquelético: formado por fibras muscula-
res, apresenta terminações nervosas e está direta-
mente ligado ao movimento e à postura corporal. 
Recebe esse nome por apresentar estriações for-
madas pelas proteínas actina e miosina.
A contração muscular
-Os miofilamentos: actina e miosina
Toda a célula muscular contém filamentos protéicos 
contráteis de dois tipos: actina e miosina. Esses miofila-
mentos (ou miofibrilas) são diferenciados um do outro 
pelo peso molecular, maior no filamento de miosina. Ao 
microscópio eletrônico, a actina aparece sob a forma de 
filamentos finos, enquanto a miosina e representada por 
filamentos grossos.A interação da actina com a miosina 
é o grande evento desencadeador da contração muscu-
lar. A disposição regular dessas proteínas ao longo da fi-
bra produz o padrão de faixas claras e escuras alternadas, 
típicas do músculo estriado.
As unidades de actina e miosina que se repetem ao 
longo da miofibrila são chamadas sarcômeros. As faixas 
mais externas dos sarcômeros, claras, são denominadas 
de banda I e contêm apenas filamentos de actina. A faixa 
central mais escura é denominada banda A. As extremi-
dades da banda A são formadas por filamentos de actina 
e miosina sobrepostos, enquanto a sua região mediana 
mais clara, denominada banda H, contém apenas mio-
sina.
DOENÇAS 
1. Doenças transmitidas pela água
As principais doenças causadas pela falta de trata-
mento da água são:
Leptospirose
A infecção humana na maioria das vezes está asso-
ciada ao contato com água, alimentos ou solo contami-
nados pela urina de animais portadores do Leptospira. 
As bactérias são ingeridas ou entram em contato com a 
mucosa ou pele que apresentem solução de continuida-
de. Os animais classicamente lembrados são os roedo-
res mas bovinos, equinos, suínos, cães, e vários animais 
selvagens são responsabilizados pela difusão da doença. 
A contaminação entre pessoas doentes é absolutamente 
rara.
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Cólera
O cólera é uma doença infectocontagiosa do intesti-
no delgado causada pela bactéria Vibrio cholerae, geral-
mente transmitida por meio de alimento ou água conta-
minados.
Amebíase e giardíase
São infecções intestinais parasitária causadas, respecti-
vamente, pelos protozoários Entamoeba histolytica e Giar-
dia sp. São bastante comuns em áreas do mundo onde o 
saneamento básico é deficiente, permitindo que alimen-
tos e água sejam expostos à contaminação fecal.
Esquistossomose
A esquistossomose é uma doença que leva a proble-
mas de saúde crônica. A infecção é adquirida quando 
as pessoas entram em contato com água doce que está 
infectada com as formas larvais de vermes platelmintos 
da espécie Schistosoma mansoni. Os vermes adultos mi-
croscópicos vivem nos vasos linfáticos do trato urinário 
e dos intestinos. A maioria de seus ovos fica presa nos 
tecidos e a reação do corpo a eles pode causar grandes 
danos à saúde.
Quando uma pessoa infectada urina ou defeca na 
água, ela contamina o líquido com os ovos de Schistoso-
ma. Esses ovos eclodem e invadem os tecidos de caracóis 
que vivem naquele lago ou rio. Os parasitas então cres-
cem e se desenvolvem no interior desses animais. Após 
crescerem, as larvas deixam o caracol e penetram na 
água, onde podem sobreviver durante cerca de 48 horas. 
O Schistosoma é capaz de penetrar na pele de pessoas 
que pisam descalças, nadam, tomam banho ou lavam 
roupas e objetos na água infectada.
Dentro de algumas semanas, os vermes crescem no 
interior dos vasos sanguíneos do corpo e produzem 
ovos. Alguns desses ovos viajam para a bexiga ou intes-
tinos e são passados para a urina ou fezes.
2. Doenças transmitidas por mosquitos
Malária
Malária ou paludismo é uma doença infecciosa trans-
mitida por mosquitos e provocada por protozoários pa-
rasitários do gênero Plasmodium. A doença é geralmente 
transmitida através da picada de uma fêmea infectada do 
mosquito Anopheles, a qual introduz no sistema circula-
tório do hospedeiro os microrganismos presentes na sua 
saliva, os quais se depositam no fígado, onde maturam e 
se reproduzem. A malária manifesta-se através de sinto-
mas como febre e dores de cabeça, que em casos graves 
podem progredir para coma ou morte. A doença encon-
tra-se disseminada em regiões tropicais e subtropicais ao 
longo de uma larga faixa em redor do equador, englo-
bando grande parte da África subsariana, Ásia e América.
A malária é prevalente em regiões tropicais e subtro-
picais devido à chuva abundante, temperatura quente e 
grande quantidade de água estagnada, o que proporcio-
na habitats ideais para as larvas do mosquito. A transmis-
são da doença pode ser combatida através da prevenção 
das picadas de mosquito, usando redes mosquiteiras ou 
repelente de insetos, ou através de medidas de erradi-
cação, como o uso de inseticidas ou o escoamento de 
águas estagnadas.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, fe-
bril, de natureza viral, encontrada em países da África e 
Américas Central e do Sul. Caracteriza-se clinicamente 
por manifestações de insuficiência hepática e renal, que 
pode levar à morte, em cerca de uma semana. Apresen-
ta-se como febre amarela urbana ou febre amarela sil-
vestre.
O vírus infecta humanos e outros vertebrados, princi-
palmente macacos. Os vetores são fêmeas de pernilon-
gos.
Na febre amarela urbana das Américas, o vírus é 
transmitido de um homem a outro pela picada de fêmeas 
infectadas de Aedes aegypti. Este mosquito de hábitos 
predominantemente urbanos, procria-se ao redor das 
habitações, em recipientes que acumulam água parada. 
É condição necessária para a ocorrência de transmissão 
urbana natural de febre amarela a existência de um caso 
pelo menos, de portador da forma silvestre proveniente 
de área endêmica brasileira ou de um caso importado de 
outro país em área infestada pelo A. aegypti. Os mosqui-
tos pertencentes ao gênero Aedes apresentam duas fases 
de vida. Uma que envolve ovos, larvas e pupas e se passa 
na água e outra que compreende os mosquitos adultos.
Dengue
A dengue é um dos principais problemas de saúde 
pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se 
infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos 
os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doen-
tes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em 
consequência da dengue. Em nosso país, as condições 
socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti 
possibilitaram a dispersão do vetor, principalmente nas 
áreas urbanas.
Sua forma de transmissão e seus sintomas são simi-
lares aos de várias outras infecções virais que possuem 
mosquitos como vetores: febre amarela, zika e chikun-
gunya – todas estas epidêmicas no Brasil.
Filariose ou elefantíase
 A filariose ou elefantiase é a doença causada pelos 
parasitas nemátodes da espécie Wuchereria bancrofti, 
comumente chamados filária, que se alojam nos vasos 
linfáticos, cujo inchaço levou a denominação popular 
desta doença como elefantíase. Tem como transmissor 
os mosquitos dos gêneros Culex, Anopheles ou Aedes e a 
mosca Chrysomya ,conhecida como varejeira, presentes 
nas regiões tropicais e subtropicais.
 O mosquito é infectado quando pica um ser humano 
doente. Dentro do mosquito as microfilárias modificam-
-se ao fim de alguns dias em formas infectantes, que mi-
gram principalmente para a cabeça do mosquito.
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EXERCÍCIO COMENTADO
1. (ENEM - 2011) Durante as estações chuvosas, au-
mentam no Brasil as campanhas de prevenção à dengue, 
que têm como objetivo a redução da proliferação do 
mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. 
Que proposta preventiva poderia ser efetivada para di-
minuir a reprodução desse mosquito?
a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosqui-
to necessita de ambientes cobertos e fechados para a 
sua reprodução.
b) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria, 
haja vista que o mosquito se reproduz na parede das 
casas de barro.
c) Remoção dos recipientes que possam acumular água, 
porque as larvas do mosquito se desenvolvem nesse 
meio.
d) Higienização adequada de alimentos, visto que as lar-
vas do mosquito se desenvolvem nesse tipo de subs-
trato.
e) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a 
reprodução do mosquito acontece em águas conta-
minadas.
Resposta: Letra C. Essa questão é uma dentre várias 
que abordam problemas de saúde pública – forma 
como as doenças são cobradas no ENEM. Observe que 
o que você precisa saber para responder a essa ques-
tão é que o mosquito da dengue coloca seus ovos em 
águaparada. 
Reprodução vegetal e animal: 
Reprodução vegetal representa a produção de novos 
indivíduos ou filhos das espécies de plantas, que podem 
ser realizada via meio sexual ou assexual. Reprodução se-
xual produz pela fusão de gametas, resultando em des-
cendências geneticamente diferentes do pai ou pais. Por 
outro lado, a reprodução assexuada produz novos indi-
víduos sem a fusão de gametas, geneticamente idêntico 
aos da planta-mãe, exceto quando ocorrem mutações. 
Em plantas de semente a descendência pode ser emba-
lada como formas de proteção, que é usado como um 
agente de dispersão.
• Reprodução Vegetal Assexuada
A reprodução “vegetativa” engloba pedaços vege-
tativos da planta original. A apomixia ocorre em muitas 
espécies de plantas. Espécie que persiste em local por 
propagação vegetativa de indivíduos constitui em colô-
nia clonal, com indivíduos idênticos a todos os outros da 
mesma colônia. A distância que uma planta pode se mo-
ver durante a reprodução vegetativa é limitada, embora 
algumas plantas produzam ramificações rizomas que co-
brem a grande área, muitas vezes, em apenas algumas 
estações de crescimento. Quando o indivíduo aumenta 
de tamanho através da multiplicação celular o processo 
é chamado de “crescimento vegetativo”. 
 Rizoma e Reprodução
Rizoma é o caule subterrâneo modificado que ser-
ve como órgão de reprodução vegetativa. As pontas de 
crescimento do rizoma podem separar as plantas novas. 
Prostrados ramos aéreos, chamados de corredores ou 
estolões, são importantes aos órgãos de reprodução ve-
getativa em algumas espécies, como morangos, gramí-
neas e samambaias.
Plantas, caso da cebola, jacinto, narciso e tulipas se 
reproduzem dividindo os subterrâneos. Espécies como 
a batata e Dália, se reproduzem por um método seme-
lhante, envolvendo tubérculos subterrâneos. Gladíolos e 
açafrão (açafrão) reproduzem de forma similar com as 
cebolas. 
Reprodução Assexuada e Seres Humanos
A forma mais comum da reprodução vegetal utilizada 
pelas pessoas é a semente. Porém, séries de métodos as-
sexuados são utilizadas para as melhorias de processos 
naturais, incluindo:
- Corte;
- Enxertia;
- Brotação;
- Camadas;
- Divisão;
- Secção de rizomas;
- Raízes;
- Tubérculos;
- Bulbos;
- Estolões;
- Brotos;
Métodos assexuados são frequentes para propagar 
cultivos com características desejáveis, individuais, que 
não se tornam realidade a partir da semente. Propaga-
ção de frutíferas é realizada por brotamento ou enxertia.
Na horticultura, o “corte” é um ramo que foi cortado 
da mãe planta, por vezes com a ajuda de líquido ou pó 
de enraizamento que contém hormônios. Quando uma 
raiz cheia se forma as folhas começam a brotar de novo. 
Exemplos incluem os cortes das hastes de amoras, vio-
letas africanas e verbenas para produzir novas plantas.
O uso das estacas é enxerto, com caule ou raiz que 
se unem em um tronco diferente. Viveiros oferecem à 
venda árvores enxertadas com hastes que podem produ-
zir quatro ou mais variedades de frutas relacionadas. Os 
usos mais comuns da enxertia é a propagação de cultivos 
sobre as plantas já enraizadas. 
• Reprodução Sexual Do Vegetal
A reprodução sexual engloba dois processos funda-
mentais: Meiose e fertilização. A primeira reorganiza os 
genes e reduzem o número de cromossomos. Ao passo 
que o segundo restaura o cromossomo da diploide. En-
tre esses dois processos, os diferentes tipos de plantas 
e algas variam, mas muitos deles, incluindo os vegetais 
terrestres, sofrem alternância de gerações.
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Gametófitos são estruturas multicelulares que pos-
suem único conjunto de cromossomos em cada célula. 
O gametófito produz machos ou fêmeas de gametas (ou 
ambos), por um processo de divisão celular chamado mi-
tose. Em plantas vasculares, com gametófitos separados, 
os femininos são conhecidos como MEGA.
A fusão dos gametas masculinos e femininos produz 
um diploide no zigoto e se desenvolvem por divisões ce-
lulares em mitoses no esporófito multicelular. Ao passo 
que o esporófito maduro produz esporos por meiose, 
por vezes referida como “divisão de redução”, porque os 
pares de cromossomos são separados para formar con-
juntos individuais.
Em musgos e hepáticas o esporófito simboliza es-
trutura nunca separada do gametófito. Em samambaias, 
gimnospermas e plantas com flores (angiospermas) os 
gametófitos são relativamente pequeno e os esporófito 
possuem maior tamanho. Em gimnospermas e plantas 
floridas o gametófito MEGA está contido dentro do óvu-
lo (que pode tornar-se uma semente) e o micro gametó-
fito tem contenção dentro do pólen de grãos. 
História Da Reprodução Sexual
Ao contrário dos animais, as plantas são imóveis e 
não podem buscar parceiros sexuais para a reprodução. 
Na evolução, os meios abióticos, incluindo água e vento, 
são transportados para o esperma da reprodução. As pri-
meiras plantas foram aquáticas, elas lançaram espermas 
livremente na água.
Plantas terrestres primitivas e musgos tinham esper-
matozoides móveis que nadavam em finas películas de 
água. As plantas de sementes, incluindo samambaias, 
coníferas e cordaites, evoluíram há 350 milhões de anos. 
Tinham grãos de pólen para conter os gametas para a 
proteção dos espermatozoides durante o processo de 
transferência do sexo masculino para femininos.
Plantas produtoras de sementes, que incluem as an-
giospermas e as gimnospermas, possuem alternância de 
gerações com esporófitos heteromórficos grandes con-
tendo gametófitos reduzidos. Angiospermas possuem 
órgãos distintos e reprodutivos chamados de flores. 
Reprodução Vegetal: Plantas Com Flores
Plantas com flores são formas vegetais dominantes 
na terra e se reproduzem por meio sexuado e assexuado. 
Reprodução sexual engloba a produção de gametas ma-
chos e fêmeas. A transferência dos gametas masculinos 
aos óvulos femininos acontece em processo denomina-
do polinização.
Na sequência, tem a fertilização e os óvulos crescem 
em sementes dentro do fruto. Após as sementes estarem 
prontas para a dispersão, a fruta amadurece e as semen-
tes são libertadas a partir da fruta. Após várias quantida-
des de tempo e com condições específicas as sementes 
germinam e crescem para a geração seguinte.
- Reprodução Vegetal: Plantas Com Flores
- Reprodução Vegetal
A antera produz machos gametófitos, o esperma é 
produzido em grãos de pólen, aos quais se ligam ao es-
tigma no topo do carpelo em que os gametófitos femi-
ninos (dentro dos óvulos) estão localizados. O tubo po-
línico cresce através do estilo do carpelo, o núcleo do 
sexo das células do grão de pólen migra para o óvulo no 
sentido de fertilizar os gametófitos femininos em proces-
so chamado de dupla fertilização.
O zigoto resultante se desenvolve em embrião, en-
quanto que o endosperma triploide (uma célula de es-
perma, mais duas células do sexo feminino) se origina 
aos tecidos circundantes da semente em desenvolvi-
mento. O ovário que produziu o gametófito feminino se 
transforma na fruta, que rodeia as sementes. 
Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/nature-
za/reproducao-vegetal-assexuada-e-sexuada
GAMETOGÊNESE E EMBRIOGÊNESE:
Gametogênese é a produção de gametas. O gameta 
masculino é o espermatozoide, e o gameta feminino é 
o óvulo. A produção de espermatozoides é chamada de 
espermatogênese e ocorre nos testículos. A gametogê-
nese feminina é a oogênese e se dá nos ovários.
É durante a gametogênese humana que 
acontece a formação de gametas. Existem 
dois tipos de gametogênese: a espermato-
gênese e a ovogênese. A meiose no homens 
irá resultar na formação dos espermatozoi-
des enquanto nas mulheres a meiose irá re-
sultar na formação dos óvulos.
#FicaDica
Espermatogênese e Ovogênese
Como já foi dito, a gametogênese se divide em Esper-
matogênese e Ovogênese. A ilustração abaixo mostra de 
forma resumida uma comparação entre esses dois proces-
sos.
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Fases da Espermatogênese e da Ovulogênese
Esquema da estrutura do

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