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2 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOMA CAATINGA 
Ecologia, Diversidade, Educação 
Ambiental e Práticas Pedagógicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Francisco José Pegado Abílio 
Organizador 
 
 
 
 
 
 
 
BIOMA CAATINGA 
Ecologia, Diversidade, Educação 
Ambiental e Práticas Pedagógicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editora Universitária da UFPB 
João Pessoa 
2010 
 
 
5 
 
 
 
 
 
6 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Capítulo I – Bioma Caatinga: caracterização e aspectos gerais. Francisco 
José Pegado Abílio, Camila Simões Gomes, Antônio Carlos Dias de Santana 
 ......................................................................................................................... 06 
 
Capítulo II – Vegetação da Caatinga. Maria Regina de Vasconcellos Barbosa, 
Francisco José Pegado Abílio, Zelma Glebya Maciel Quirino. ........................ 20 
 
Capítulo III – Fauna da Caatinga. Francisco José Pegado Abílio, Thiago Leite 
de Melo Ruffo. ................................................................................................. 38 
 
Capítulo IV – Impactos ambientais na Caatinga. Francisco José Pegado 
Abílio, Hugo da Silva Florentino. ..................................................................... 52 
 
Capítulo V – Conservação da Caatinga. Francisco José Pegado Abílio, Hugo 
da Silva Florentino, Thiago Leite de Melo Ruffo. ............................................. 78 
 
Capítulo VI – Corpos aquáticos da Caatinga paraibana. Francisco José 
Pegado Abílio, Maria Cristina Crispim, Jane Enisa Ribeiro Torelli de Souza, 
José Etham de Lucena Barbosa. ..................................................................... 90 
 
Capítulo VII – Convivência no semi-árido: as populações humanas no 
contexto do bioma Caatinga. Francisco José Pegado Abílio, Aparecida de 
Lourdes Paes Barreto, Antonia Arisdélia Fonseca M. A. Feitosa. ................. 116 
 
Referências. ................................................................................................. 135 
 
Sobre os Autores. ....................................................................................... 157 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos este livro: 
 
À Profa. Drª. Takako Watanabe pela sua contribuição 
aos estudos e pesquisas no semi-árido paraibano. 
 
 
Gostaríamos de agradecer: 
 
Ao Projeto PELD/CNPq – Bioma Caatinga: Estrutura e Funcionamento, 
pelo financiamento das pesquisas no Cariri paraibano; 
À Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFPB, 
pelo Auxílio à Editoração, através do edital 01/2008/PRPG/UFPB. 
Aos Biólogos Thiago Leite de Melo Ruffo e Hugo da Silva Florentino 
e a professora Drª. Cristina Crispim pelas 
contribuições na formatação e revisão geral dos textos; 
Ao Professor e amigo Nivaldo Maracajá pelo seu apoio e parceria no 
Projeto de Educação Ambiental em São João do Cariri; 
Aos docentes e educandos da Escola Estadual de Ensino 
Fundamental e Médio José Leal Ramos, município de 
São João do Cariri – Paraíba, pelo apoio e amizades. 
 
 
8 
APRESENTAÇÃO 
 
O efeito combinado entre as condições climáticas da região semi-árida 
paraibana e as práticas inadequadas de uso e aproveitamento do solo e 
demais recursos naturais, tem acentuado o desgaste da paisagem natural, 
provocando a perda da biodiversidade e o esgotamento dos recursos naturais, 
além de acentuar o processo de desertificação nas áreas susceptíveis. Buscar 
a Conservação pela gestão não é algo facilmente executável, principalmente 
quando as propostas de intervenção apresentadas se contrapõem aos padrões 
comportamentais da comunidade (1). A mudança de comportamento está 
diretamente relacionada com a elevação do nível de consciência dos grupos 
humanos envolvidos. 
A Escola representa um espaço de trabalho fundamental para iluminar o 
sentido da luta ambiental e fortalecer as bases da formação para a cidadania(2). 
Assim, a análise da prática da Educação Ambiental na escola é importante à 
medida que procura desvendar a natureza do trabalho educativo e como ele 
contribui no processo de construção de uma sociedade sensibilizada e 
capacitada a enfrentar o desafio de romper os laços de dominação e 
degradação que envolve as relações humanas e as relações entre a sociedade 
e natureza. 
Os movimentos de reforma educativa da última década têm contribuído 
para o estudo da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, e muitos 
investigadores focalizam a atenção sobre a capacidade docente e sobre a 
necessidade de tornar mais atraente e prazerosa a prática pedagógica, tanto 
para educadores quanto para educandos (3). Portanto, adequar o ensino a essa 
realidade é incentivar os professores e educandos a serem praticantes da 
investigação em suas aulas, estabelecendo um sentido maior de valor e 
dignidade à prática docente. 
 
1
 GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000. 
2
 SEGURA, D.S.B. Educação Ambiental na Escola Pública: da curiosidade ingênua à consciência 
crítica. São Paulo: Annablume / Fapesp, 2001. 
3
 ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
 
 
 
9 
Neste sentido, faz-se necessário levar em consideração as percepções 
e concepções dos docentes e educandos para organizarmos uma nova ação 
educativa, que venha resolver ou amenizar os problemas que o homem tem em 
relação ao ambiente, para que estes atores sociais percebam o ecossistema 
em que estão inseridos, e assim, sensibilizados e/ou conscientizados, possam 
melhorar sua qualidade de vida, assim como contribuir para a conservação do 
bioma Caatinga. 
Encontramo-nos, neste caso, diante de uma proposta de mudanças. 
Portanto, nada mais adequado que buscarmos o desenvolvimento da cidadania 
e formação da consciência ambiental dentro das escolas, sendo a mesma o 
local adequado para a realização de um ensino ativo e participativo, buscando 
o conhecimento e a importância da Biodiversidade do Bioma Caatinga e das 
problemáticas ambientais da bacia hidrográfica do rio Taperoá, no Cariri 
paraibano, região semi-árida. 
A produção deste livro é resultado de estudos e pesquisas da equipe do 
Sub-Projeto “Ecologia Humana e Educação Ambiental”, coordenado pelo Prof. 
Dr. Francisco José Pegado Abílio (DME/CE/UFPB), vinculado ao PELD 
(Programa Ecológico de Longa Duração)/CNPq “Bioma Caatinga: Estrutura e 
Funcionamento” coordenado pela Profa. Dra. Maria Regina de Vasconcellos 
Barbosa (DSE/CCEN/UFPB). 
Este livro tem um caráter paradidático e pretende contribuir para ampliar 
o conhecimento e entendimento do Bioma Caatinga, assim como servir de 
material didático e de pesquisas para os professores de escolas de ensino 
fundamental e médio que estão inseridos no referido ambiente, uma vez que 
neste você vai poder encontrar desde uma caracterização geral do bioma, sua 
fauna e vegetação, corpos aquáticos, impactos ambientais e conservação, 
assim como a questão da convivência com o semi-árido na busca de uma 
sustentabilidade ambiental, com ênfase a exemplos do estado da Paraíba. Ao 
final de cada capítulo é possível encontrar sugestões de atividades educativas 
que podem ser aplicadas no âmbito da sala de aula. 
Boa leitura. 
 
 
 
10 
CAPÍTULO I 
BIOMA CAATINGA: CARACTERIZAÇÃO E 
ASPECTOS GERAIS 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
CAMILA SIMÕES GOMES 
ANTÔNIO CARLOS DIAS DE SANTANA 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
Aproximadamente 40% dos solos do planeta Terra correspondem às 
zonas áridas e semi-áridas e de 20% a 40% da população humana vive nessas 
regiões. A região semi-árida brasileira representa aproximadamente 13,5% do 
país e 74,3% da região Nordeste (DINIZ, 1995). 
O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região 
Nordeste, ocupa uma área de aproximadamente 800.000 km2 (PRADO, 2005), 
dos quais 200.000 km2 foram reconhecidoscomo Reserva da Biosfera. 
O conceito de bioma está representado pela interação recíproca dos 
fatores bióticos e abióticos, na qual a formação vegetal clímax possui 
características uniformes, como por exemplo, a Floresta Amazônica, a Mata 
Atlântica, o Cerrado e a própria Caatinga. O bioma inclui não somente a 
vegetação, como também o clímax edáfico (ou seja, do solo) e as etapas de 
desenvolvimento, os quais são dominados, em muitos casos, por outras formas 
de vida (LIMA-E-SILVA et al., 2002). 
O bioma Caatinga estende-se pelos estados de Sergipe, Alagoas, Bahia, 
Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, parte do Maranhão 
e a região norte de Minas Gerais (BERNARDES, 1999). Este termo é originário 
 
 
11 
da língua Tupi-Guarani, que significa Mata Branca (4), esse nome, define com 
primazia/veracidade o aspecto da vegetação desta região durante a época da 
seca, quando suas folhas caem e apenas os troncos branco-acinzentados das 
árvores e arbustos destacam-se na paisagem (PRADO, 2005). 
A Caatinga é o mais negligenciado dos biomas brasileiros, nos mais 
diversos aspectos, embora sempre tenha sido um dos mais ameaçados em 
decorrência dos vários anos de exploração e uso inadequado dos seus solos e 
recursos naturais (VELLOSO et al., 2002). Tendo como apoio para a 
visualização deste fato, Cortez et al. (2007), afirma que menos de 2% da área 
de Caatinga remanescente está protegida por entidades governamentais e/ou 
não-governamentais, mostrando assim, a grande necessidade de conservação 
dos seus sistemas naturais, bem como, da ampliação do conhecimento 
científico direcionado a este ecossistema. 
Localizada em uma área de clima semi-árido (Figura 1), o bioma 
Caatinga apresenta uma ampla variedade de paisagens e significativa riqueza 
biológica. As plantas e animais deste bioma possuem propriedades diversas 
que lhes permitem viver nessas condições aparentemente desfavoráveis. O 
conjunto de interações entre eles é adaptado de tal maneira que o total de 
plantas, animais e suas relações formam um bioma especial e exclusivo no 
planeta. 
 
 
Figura 1. Localização do Semi-árido brasileiro (esquerda) e a distribuição do bioma 
Caatinga (direita) (Fonte: Embrapa). 
 
(4)
 A etimologia Tupi-Guarani da palavra Caatinga consiste das partículas ca’a, planta ou 
floresta; ti, branco e o sufixo ‘ngá, que lembra, perto de. Assim, “a mata esbranquiçada”. 
 
 
12 
Estudos demonstram que existe uma impressionante taxa de 
endemismo no bioma Caatinga, ou seja, uma biodiversidade que ocorre 
exclusivamente desta região, desmistificando a idéia geralmente disseminada 
de que essa região é “o que sobrou da Mata Atlântica” (MAIA, 2004) ou que 
seja um ambiente pobre e sem vida. 
A Caatinga é dominada por tipos de vegetação com características 
xerofíticas (que apresentam adaptações ao clima seco), entre as quais 
podemos destacar as folhas, que de um modo geral são finas, inexistentes ou 
modificadas em espinhos para evitar a predação e diminuir a transpiração. 
Algumas plantas, como as cactáceas (cactos), possuem raízes rasas, 
praticamente na superfície do solo, para maximizar a absorção da água da 
chuva. Estas plantas podem ainda armazenar água em seus caules. 
A vegetação da Caatinga (Figura 2) é composta basicamente por 
arbustos e árvores de porte baixo ou médio (3 a 7 metros de altura), com folhas 
caducas (caducifólias, folhas que caem) e com grande quantidade de plantas 
espinhosas, como as leguminosas e as cactáceas. Possui uma elevada 
diversidade e um alto nível de endemismo, o que mostra sua importância para 
a biodiversidade brasileira (COSTA et al., 2009). Para mais detalhes sobre a 
vegetação da Caatinga veja o Capítulo II. 
 
 
Figura 2. Gravura representando a vegetação do Bioma Caatinga - Bico de pena de 
Percy Lau de 1940. (Fonte: BERNARDES, 1999). 
 
 
13 
 
CARACTERÍSTICAS DO CLIMA E SOLO DA CAATINGA 
 
O clima semi-árido caracteriza-se pelas altas temperaturas, com média 
anual de 25ºC, baixa pluviosidade (entre 250 e 800 mm anuais) e a presença 
bem definida de duas estações distintas durante o ano (Figura 3): a estação 
chuvosa, pode variar de 3 a 5 meses, com chuvas bastante irregulares e locais; 
e a estação seca, que dura entre 7 e 9 meses, praticamente sem chuvas 
(CALDEIRON, 1992, MAIA, 2004). 
Paradoxalmente, neste longo período de secura com forte acentuação 
de calor, está inserido o inverno meteorológico. Mas o povo que sente na pele 
os efeitos deste calor, em virtude da ausência de perenidade dos rios e de 
água nos solos, não tem dúvidas em designá-lo simbolicamente por “verão”; 
em contrapartida, chama o verão chuvoso de “inverno” (AB’SÁBER, 2003). O 
autor ainda ressalta que os conceitos tradicionais para as quatro estações são 
válidos apenas para as regiões que vão dos trópicos até a faixa dos climas 
temperados, tendo quase nenhuma validade para as regiões tropicais, como é 
o caso do bioma Caatinga. 
 
 
 
 
Figura 3. Paisagem da vegetação Caatinga. A) Durante a época chuvosa; B) durante 
a época seca. Fotos do município de Boa Vista – Cariri paraibano (Fonte: acervo do 
grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
Nos anos em que o índice pluviométrico se mantém muito baixo, 
podemos encontrar o fenômeno das “secas” (VELLOSO et al., 2002), situação 
que é agravada pela grande insolação e pela presença de ventos fortes e 
 
 
14 
secos, contribuindo assim, para a aridez da região. A região apresenta ainda a 
mais alta taxa de radiação solar - 2800 a 3200 h/ano, com a umidade relativa 
variando acentuadamente e elevada evapotranspiração (REIS, 1976). 
Os Solos são freqüentemente rasos e muito pedregosos, quase ou 
totalmente desprovidos de matéria orgânica, isto é devido principalmente à 
presença marcante de afloramentos rochosos na região. Uma outra 
característica marcante dos solos da Caatinga é a sua acidez, que pode ser 
explicada pela grande abundância de Rochas Calcárias na região, associadas 
ao acúmulo de sais da água devido à alta evaporação. 
Segundo Ab’Sáber (2003), em relação aos solos no domínio típico das 
áreas de caatingas, impera a seguinte combinações de fatos: alteração muito 
superficial das rochas, não raro com afloramentos de lajedos (irregulares e 
superfícies rochosas); solos rasos e variados, raras vezes salinos; pode 
apresentar também campos de inselbergs (5) (por exemplo, morrotes ou colinas 
sertanejas). 
Durante muito tempo, todas estas características da região semi-árida 
foram utilizadas como justificativa para a falta de investimento no 
desenvolvimento regional ou mesmo pela falta de gerenciamento efetivo das 
ações desenvolvimentistas tendo os fenômenos ambientais usados como 
explicação para os alarmantes indicadores sociais, fazendo com que o 
Nordeste brasileiro sustentasse por muito tempo o título de ”inviável” em quase 
todos os sentidos (SOUZA, 2005), além de ser palco de disputas políticas que 
deram origem ao termo “indústria da seca”. 
No Cariri paraibano a Caatinga é do tipo hiperxerófila, decorrente do tipo 
climático que envolve a região, BSh – semi-árido quente com chuvas de verão, 
segundo Köppen e um bioclima do tipo 2b (9 a 11 meses secos) - subdesértico 
quente de tendência tropical, mediante classificação de Gaussen. Nesta região, 
a umidade relativa é de aproximadamente 70% e a evapotranspiração é de 
2.000 mm/ano (PARAÍBA, 1985). 
 
(5)
 Inselbergue: Elevação que aparece em climas áridos quentes e semi-áridos. Caracteriza-se 
por seu isolamento, remanescente de uma superfície mais elevada que ocorria no passado 
geológico da área, onde a erosão o modelou. (LIMA-E-SILVA et al. 2002). 
 
 
15 
Diante da importância e das peculiaridades da Caatinga, é fundamental 
que a escola, em suas atividades pedagógicas diárias, incorpore conteúdose 
discussões relacionados com a realidade da Caatinga, buscando assim, 
reverter a visão apresentada na maioria dos Livros Didáticos de que este 
ecossistema é pobre em biodiversidade e com pouca importância biológica. 
Para tanto, é necessário que haja a implementação de práticas 
pedagógicas voltadas para um despertar da consciência ambiental entre todos 
os atores sociais relacionados com a escola. Porém, a falta de integração entre 
as disciplinas ainda é uma fonte de sérios problemas no planejamento e 
aprendizado dos conteúdos referentes ao Meio Ambiente e à Educação 
Ambiental (BRASIL, 1998). Os professores de ensino fundamental e médio 
precisam buscar alternativas e/ou instrumentos para desenvolver estes 
conteúdos no seu cotidiano escolar, com o intuito de promover um aprendizado 
significativo (GUERRA; ABÍLIO, 2006). 
A seguir, são apresentadas algumas sugestões de atividades 
relacionadas com o bioma Caatinga e a região semi-árida que podem ser 
trabalhadas no dia a dia da escola. 
 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
Atividade 1: Trabalhando com poemas 
 
 A Poesia é um instrumento educativo e, quando bem trabalhado, é uma 
atividade que irá atrair e motivar a participação do aluno. Segundo Zóboli 
(2004), a poesia apresenta valores como: aprimora a linguagem; desenvolve e 
enriquece as experiências culturais dos alunos; leva o indivíduo a apreciar o 
belo; despertam bons sentimentos e emoções; eleva espiritualmente o 
declamador e os ouvintes; desenvolve a memória e a imaginação, estimulando 
a criatividade do aluno. 
Além disso, o poema é uma arte que opera na recriação da realidade, 
possibilitando aos seres humanos o conhecimento de si e dos outros; daí a 
consideração sobre a experiência criadora e estética que é capaz de 
 
 
16 
proporcionar na educação escolar (JOSÉ, 2006). Para Fronckowiak e Richter 
(2005), o poema deve abordar diferentes perspectivas de uma mesma 
temática, desde temas folclóricos a temas mais globais, facilitando assim o 
melhor entendimento e a apreensão daquilo que deve ser transmitido. 
 É possível encontrar uma grande quantidade de poemas que retratam 
e/ou descrevem o semi-árido nordestino e o bioma Caatinga. A seguir, 
apresentamos dois exemplos de poemas que podem ser trabalhados em 
qualquer disciplina com diferentes enfoques. 
Exemplo 1: O cheiro da Caatinga (Autoria de Alexandre Eduardo de Araújo) 
 
Senti o cheiro da Caatinga 
Da fulô da Catingueira 
Da casca do Cumaru 
Do Pau Pedra e da Aroeira 
Na "carta" de Severino 
Eu voltei a ser menino 
Descendo em minha ribeira 
Ribeira das Espinharas 
De Mofumbo e de Favela 
De Mulungus e Oiticicas 
Ipês de flor rocha e amarela 
Da moita de Jaramataia 
Na beira do rio se "espaia" 
Só restam saudades dela. 
 
 
Exemplo 2: Caatinga: Nossa Terra, Nosso Lugar (Autoria de Tânia Cristina 
da Silva): 
 
A cultura Nordestina, 
Estamos aqui pra mostrar, 
O valor da Caatinga, 
Nossa terra, nosso lugar. 
Onde o sol é causticante, 
Morre planta, morre gente. 
Mas o homem não desiste, 
Porque ele é persistente. 
 
Convivendo com o Clima 
Que castiga a região, 
O nordestino arruma um jeito 
De reverter a situação. 
Cria meios, inventa técnicas 
Para viver na sua terra 
Que não é só seca, não! 
 
Mesmo com as chuvas escassas 
E a falta de fontes perenes, 
Ainda se encontra jeito 
De ajudar toda essa gente, 
Que não perde a esperança 
E tem fé em Deus presente. 
 
Captando a água das chuvas, 
Valorizando a Vegetação, 
Criando animais 
Típicos da região. 
O homem vai aprendendo 
A conviver com o Semi–Árido, 
Não deixando sua cultura 
Viver só de passado 
 
Basta apenas os governantes 
No Sertão acreditar, 
Fazendo com que o homem do campo 
Permaneça no seu lugar, 
Planejando e desenvolvendo ações 
Para sua vida melhorar. 
 
 
17 
Sugestão de leitura: “Plantas, Prosa e Poesia do Semi-árido” (PEREIRA, 2005), 
na qual há diferentes poemas e músicas com a temática do sertão e da 
Caatinga, que podem ser utilizadas de forma interdisciplinar e multidisciplinar 
no contexto da sala de aula. 
 
Atividade 2: Uso e Produção de Vídeos Educativos sobre a Caatinga 
 
Possíveis observações poderão ser realizadas diretamente no mundo 
concreto e representadas em articulação com as perguntas levantadas a partir 
do programa visto pela Televisão. Na educação, cada meio expressivo tem um 
caminho e aplicações concretas, e o Vídeo Educativo luta para encontrar sua 
identidade específica como meio expressivo integrado no processo educativo 
(FERREIRA; SILVA-JÚNIOR, 1986). 
A televisão pode ser aplicada na educação quando ela se presta como 
fonte de ampliação de conhecimentos, como motivação da aprendizagem ou 
mesmo como veículo de formação e instrução (ZÓBOLI, 2004). 
A transposição de uma linguagem para outra realizada com emoção e 
reflexão são importantes para o processo de transmissão e assimilação de 
conhecimentos, atitudes, valores e informações do mundo. As representações 
em imagens e sons aproximam-se mais do mundo real do que somente as 
representações verbais, orais ou escritas e, portanto, a utilização do vídeo 
permite integrar essas representações (FERRÉS, 1996). 
Os filmes oferecem vantagens quanto à observação dos acontecimentos 
de uma maneira altamente significativa, pois, através destes, fatos históricos, 
sistemas de vida, mensagens, arte, recreação são oferecidos de forma 
atraente, constituindo-se num incentivo visual, sensitivo e auditivo 
(SANT´ANNA; SANT´ANNA, 2004). 
 
Sugestões de Vídeos Educativos: Tv Escola, o programa Globo Ecologia (rede 
Globo de Televisão), a Tv Cultura, a Tv Educativa e o canal Futura produziram 
alguns vídeos sobre a Caatinga, os quais podem ser utilizados como recurso 
didático para ilustrar e ampliar os conhecimentos sobre o bioma. 
 
 
18 
Dependendo do acervo tecnológico (filmadoras, DVD player, televisão, 
etc.) da escola é possível produzir vídeos sobre a Caatinga. O uso do 
computador (ou até mesmo, câmeras digitais ou celulares) também pode ser 
incentivado no contexto da sala de aula, utilizando imagens deste bioma com 
intuito de produzir pequenos vídeos. 
 
Atividade 3: Leitura de Imagens 
 
Quando não é possível a realização da excursão didática e para 
aproximar os alunos de situações do meio, é possível utilizar a técnica da 
Leitura de Imagens. 
Como afirma Carlos (2008), em um cenário histórico-cultural, marcado 
pelo signo da imagem e da cultura visual, pelo imperativo da aquisição da 
informação, por meio do jogo das cores, das formas e dos movimentos 
iconográficos, é imprescindível que os indivíduos aprendam a lidar com essa 
realidade. Com efeito, o exercício da cidadania contemporânea demanda a 
aprendizagem de novas competências, exige uma educação do olhar, do ver e 
do analisar criticamente o mundo pela mediação da Imagem. 
O uso de fotografias e gravuras retiradas de revistas e jornais, materiais 
didáticos pouco dispendiosos, simples e acessíveis, pode favorecer a 
motivação dos alunos, ajudando no desenvolvimento da observação, 
complementam e enriquecem as aulas expositivas, assim como despertam e 
mantêm o interesse dos alunos nas atividades propostas (ZÓBOLI, 2004). 
A percepção dos elementos visuais abstraídos de uma imagem requer 
não apenas um olhar aguçado sobre o objeto, mas um conhecimento prévio 
das categorias ali representadas. Portanto, essa é uma atividade que poderia 
ser perfeitamente aplicada para o fechamento de um tema ou assunto 
previamente trabalhado com os alunos, comportando-se inclusive, como um 
instrumento de avaliação. Se utilizada como ponto de partida para determinado 
tema ou assunto, deverá ser retomada ao final, de modo que os alunos 
percebam os equívocos da primeira leitura da imagem. 
 
 
 
19 
Objetivos da atividade: Aguçar a percepção ambiental; Exercitar o diálogo; 
trabalhar conceitos e desenvolver conteúdos; relacionar áreas de estudo; 
integrar as idéias no sentido de ampliara visão de mundo e da vida; 
Reconhecer os diferentes usos dos recursos naturais e os diversos tipos de 
ocupação do espaço geográfico. 
 
Categorias a serem analisadas nas imagens: Elementos físicos e biológicos: o 
natural (lagoas, rio, riachos, açudes, vegetação, fauna, etc.); Elementos 
culturais: o construído (cidade, bairro, casas, pessoas, modo de vida, cultura). 
 
Procedimento: Distribua diferentes “imagens”, fotos e/ou esquemas gráficos de 
paisagens; discuta com o grupo sua percepção sobre o que vê e tente 
descrevê-la enfocando os aspectos elencados nas categorias; reflita sobre 
suas características e os problemas (impactos) ambientais e socialize as 
discussões entre os grupos. 
 
Observação: É importante selecionar fotos e imagens de ecossistemas de sua 
cidade ou região próxima (Figura 4), a fim de facilitar o processo de 
aprendizagem. 
 
Figura 4. Discussões sobre as imagens e montagem de um painel com fotografias da 
Caatinga, trabalho resultante de oficinas pedagógicas com professores da Escola 
Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Leal Ramos, São João do Cariri – PB 
(Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
20 
Atividade 4: Leitura da Paisagem, Estudos do Meio e Trilhas Ecológicas 
Interpretativas 
 
Objetivos da atividade: Despertar a necessidade de conservação do bioma 
Caatinga; Reconhecer diferentes elementos da natureza, tais como, tipos de 
vegetação e grupos animais da Caatinga. 
 
Procedimento: Os professores podem selecionar uma área próxima à escola ou 
uma reserva ecológica para desenvolver estas atividades (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Trilhas interpretativas e estudos da paisagem no entorno do açude 
Namorados, realizados com professores e alunos da Escola Estadual de Ensino 
Fundamental e Médio José Leal Ramos, São João do Cariri – PB (Fonte: acervo do 
grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
Através da Leitura da Paisagem podemos relacionar a escola com a 
comunidade onde vive o educando, para que ele se torne consciente da 
realidade que o circunda e da qual ele deve participar. 
 A realização de Estudos do Meio é motivadora para os alunos, pois 
desloca o ambiente de aprendizagem para fora da sala de aula (BRASIL, 
2002b). Permite a aquisição de atitudes de observação crítica da realidade e 
despertar da sua curiosidade assim como possibilita a percepção integral da 
realidade local e obtenção de dados informativos sociais, políticos, históricos, 
geográficos, econômicos, que o ajudarão a analisar melhor a realidade que o 
rodeia (ZÓBOLI, 2004). 
 
 
21 
Quando falamos em Trilhas Ecológicas e Interpretativas (Figura 5), 
estamos falando de um instrumento importante para o desenvolvimento da 
Educação Ambiental, como forma de despertar a consciência, trazendo à tona 
a importância de se conservar, por meio de atividades ou dinâmicas que 
aproximam o público das realidades sobre as questões ambientais, sociais, 
culturais, históricas e artísticas. Visa à sensibilização do indivíduo, sobre o seu 
papel como cidadão, garantindo uma atitude consciente no meio em que vive e 
colaborando para um meio ambiente equilibrado para atuais e futuras gerações 
(MAMEDE, 2003). 
 
Atividade 5: Construindo conhecimento socializado sobre o semi-árido e 
a Caatinga através do uso de jornais no contexto da sala de aula. 
 
Objetivos da atividade: Desenvolver a capacidade criativa do aluno; Selecionar 
conteúdos referentes ao semi-árido e a Caatinga no contexto dos jornais 
locais/nacionais; Utilizar uma técnica lúdica-construtiva-interacionista através 
da produção de um recurso didático inovacional-alternativo; Aplicar o uso de 
uma Metodologia da Descoberta/Redescoberta no contexto da sala de aula. 
 
Procedimento: Utilizar jornais de circulação local/nacional e através destes 
produzir cartazes referentes à temática estudada (Figura 6). O aluno deve 
utilizar as figuras e/ou gráficos dos jornais e produzir um recurso didático 
criativo (Cartaz, Painel, etc.), contextualizado e adequado ao tema proposto. 
 
Observações: É interessante que sejam seguidas às normas de elaboração de 
um recurso visual, evitando colocar muito texto (colar reportagens inteiras), 
produzir o recurso com título, figuras, etc. 
Após a elaboração do recurso (que pode ser realizadas em grupos), 
estes devem discutir e apresentar seu recurso à turma, explicando o conteúdo 
deste. 
 
 
22 
 
Figura 6. Oficina de produção e apresentação de cartazes utilizando jornais realizada 
com professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Leal 
Ramos, São João do Cariri – PB (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação 
ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
Atividade 5: Caatinga: temática multidisciplinar 
 
Em geral, a pouca discussão existente sobre o bioma Caatinga está 
restrita aos livros didáticos de Biologia ou de Geografia, sem haver qualquer 
relação com as demais disciplinas do currículo escolar. Desta forma, se torna 
cada vez mais difícil transmitir para os educandos a realidade desta região, 
criando-se uma barreira para o despertar do interesse pela conservação deste 
ecossistema. 
Dentro desta perspectiva de integração entre as disciplinas, é totalmente 
possível que um texto de um livro didático de Biologia, por exemplo, seja 
utilizado por um professor de Português, Inglês ou Matemática como texto-
base para discussões em sala de aula. 
A seguir, apresentamos uma sugestão de um texto retirado de um livro 
de Biologia e traduzido para o Inglês, para que a temática da Caatinga seja 
abordada de forma multidisciplinar e/ou interdisciplinar. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Exemplo: O bioma Caatinga (Texto retirado de: AMABIS, J.M ; MARTHO, G.R. 
Biologia: Biologia das populações, São Paulo: Moderna, 2004, v. 3, 2 ed. ). 
 
A Caatinga é um bioma que ocupa cerca de 10% do território brasileiro, 
estendendo-se pelos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais. A Caatinga tem 
índices pluviométricos baixos, em torno de cerca de 500 mm a 700 mm anuais. Em 
certas regiões do Ceará, por exemplo, embora a média para anos ricos em chuva 
seja de 1000 mm, pode chegar a chover apenas 200 mm, nos anos secos. A 
temperatura situa-se entre 24 e 26 ºC, variando pouco ao longo dos anos. Além de 
suas condições climáticas serem rigorosas, a região das Caatingas está submetida 
a ventos fortes e secos, que contribuem para a aridez da paisagem nos meses de 
seca. 
A vegetação é formada por plantas com marcantes adaptações ao clima 
seco, como folhas transformadas em espinhos, cutículas altamente impermeáveis, 
caules que armazenam água, etc. essas adaptações compõem o aspecto 
característico das plantas da Caatinga, denominadas xeromórficas (do grego 
xeros, seco, e morphos, forma aspecto). São plantas cactáceas, como Cereus sp. 
(mandacaru e facheiro) e Pilocereus sp. (xiquexique), e também arbustos e 
árvores baixas, como mimosas, acácias, amburanas (leguminosas), que em sua 
maioria perdem as folhas (caducifólias) na estação das secas, conferindo à região 
seu aspecto típico, espinhoso e agreste. Entre as poucas espécies da Caatinga 
que não perdem as folhas na época da seca, destaca-se o juazeiro (Zizyphus 
joazeiro), uma das plantas mais típicas desse bioma. 
 
The Caatinga biome (Texto traduzido por Camila Simões Gomes) 
 
The Caatinga is a biome that occupies about 10% of Brazilian territory, 
extending the state of Piaui, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, 
Sergipe, Alagoas, Bahia and North of Minas Gerais. The pluviometric indices in 
Caatinga are generally low, around 500 mm to 700 mm per year. In certain regions 
of Ceará, for example, although the medium precipitations for rainy year is around 
1,000 mm, during doughty years can reach only 200 mm per year. The temperature 
is between75 and 79º F, showing a little variation over the years. Aside from its 
rigorous climatic conditions, the region of the Caatingas is subjected to strong and 
dry winds, contributing to the dryness of the scenery in the months of drought. 
The vegetation is formed by plants with outstanding capacity of adaptations 
to the dry climate, such as leaves turned into thorns, highly waterproof cuticles, 
stems that store water and so on. These adaptations compose the characteristic 
aspect of the plants of the Caatinga, so-called xeromorphics (from the greek xeros, 
dry and morphos, shape, aspect). They are cactaceous plants, like Cereus sp. 
(mandacaru and facheiro) and Pilocereus sp. (xiquexique), and also shrubs and 
low trees, like mimosas, acacias, amburanas (leguminous plants), which in its 
majority lose the leaves (caducifólias) in the dry station, giving the region its typical, 
thorny and rural aspect. Among few sorts of the Caatinga species that do not lose 
the leaves in the time of the drought, it stands out the Juazeiro (Zizyphus joazeiro), 
one of the most typical plants of this biome. 
 
 
24 
CAPÍTULO II 
VEGETAÇÃO DA CAATINGA 
 
 
MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
ZELMA GLEBYA MACIEL QUIRINO 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
A vegetação de Caatinga ocupa a maior parte do semi-árido nordestino 
estendendo-se, porém, até o norte de Minas Gerais. Um conjunto de 
características básicas comuns define a Caatinga como uma vegetação 
caducifólia, com plantas xerófitas (adaptadas à deficiência hídrica), 
apresentando acúleos, espinhos ou suculência (RODAL; SAMPAIO, 2002). As 
ervas são anuais e efêmeras, aparecendo apenas na curta estação chuvosa, 
predominando arbustos e árvores de pequeno porte, sem formar um dossel 
contínuo. Cactos e bromélias terrestres são elementos importantes da 
paisagem da Caatinga. 
As espécies, em geral, possuem folhas pequenas ou com lâminas 
subdivididas existindo, inclusive, algumas sem folhas (áfilas), como os cactos 
(Figura 1) nos quais estas estão transformadas em espinhos para reduzir ao 
máximo a perda de água por transpiração. 
Existem vários subtipos de Caatinga, sendo a principal diferença 
fisionômica entre eles a predominância de arbustos ou árvores, distinguindo-se 
dessa forma: Caatinga arbustiva, Caatinga arbustiva-arbórea ou Caatinga 
arbórea. A densidade de indivíduos arbustivos ou arbóreos por sua vez define 
se aquela é uma vegetação aberta, quando rala, ou fechada, quando mais 
densa. Assim, como por exemplo, poderíamos ter tanto uma Caatinga 
arbustiva-arbórea aberta quanto uma Caatinga arbustiva-arbórea fechada. 
 
 
25 
 
Figura 1. (A) Representação da vegetação e paisagem típica da Caatinga no Cariri 
Paraibano e algumas espécies nativas: (B) Mandacaru, (C) Coroa-de-frade (D) e 
Macambira. (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido 
paraibano). 
 
 
A primeira é a mais comum e compreende as áreas com vegetação 
lenhosa aberta, onde o estrato dominante é o arbustivo, podendo ocorrer 
indivíduos arbóreos esparsos. 
Embora a precipitação seja o principal fator determinante nas variações 
em porte e biomassa das comunidades vegetais na Caatinga, a profundidade 
do solo associada à sua permeabilidade secundariamente explicariam grande 
parte da variação encontrada (SAMPAIO et al., 1981). 
A vegetação de Caatinga, segundo Sampaio e Rodal (2000), ocupava 
uma área de aproximadamente 935 mil km2, sendo 297 mil com Caatinga 
hiperxerófila (característica de áreas extremamente secas); 247 mil com 
Caatinga hipoxerófila (em áreas um pouco mais úmidas). Os restantes 391 mil 
km2 correspondiam a áreas mescladas ou em contato com florestas secas (169 
mil), cerrado (110 mil km2), floresta e cerrado (101 mil km2) e campos de 
altitude (22 mil km2). No entanto, estas são áreas de ocupação potencial, 
sendo grande parte delas já desmatadas ou muito antropizadas. 
 
 
26 
Estudos recentes sobre o bioma Caatinga identificaram uma ampla 
diversidade de espécies vegetais (Quadro I). Considerando que as estimativas 
para a flora do Brasil estão em torno de 60 mil espécies, a região Nordeste 
compreende cerca de 15% do total da flora brasileira (BARBOSA et al., 2006). 
No semi-árido encontram-se 5.344 espécies, dessas ocorrem na Caatinga 
aproximadamente 28% (QUEIROZ et al., 2006a). 
 
Quadro I. Resumo da diversidade vegetal para o bioma Caatinga no Nordeste 
brasileiro e no estado da Paraíba (Fonte: GIULIETTI et al. 2002, BARBOSA et al. 
2006, QUEIROZ et al. 2006b, BARBOSA, 2007). 
 
LOCALIDADE NÚMERO DE ESPÉCIES 
Flora Total do Nordeste 
8.026 espécies em 177 famílias de 
Angiospermas 
Flora da Caatinga 1.512 espécies, sendo 318 endêmicas 
Flora do Cariri Paraibano 
400 espécies em 85 famílias de 
Angiospermas 
 
 
Todavia, diversas espécies já se encontram ameaçadas de extinção, 
como a Aroeira, Jaborandi e a Baraúna. 
As famílias arbóreas e arbustivas mais diversas são: Leguminosae 
(exemplos: catingueira - Caesalpinia pyramidalis Tul., juremas - Mimosa spp., 
mulungu – Erythrina velutina Willd.); Euphorbiaceae (exemplo: o marmeleiro – 
Croton sonderianus Müll. Arg.); Cactaceae (exemplo: mandacaru - Cereus 
jamacaru DC.) e Bromeliaceae (exemplo: macambira), tradicionalmente 
associadas à fisionomia da Caatinga, também estão bem representadas nessa 
vegetação, todavia, mais em função do número de indivíduos do que 
propriamente do número de espécies. 
A catingueira, as juremas e os marmeleiros são as plantas mais 
abundantes na maioria dos trabalhos de levantamento realizados em 
remanescentes de Caatinga. Outras espécies comuns à Caatinga arbustivo-
arbórea podem ser citadas, tais como: facheiro (Pilosocereus pachycladus 
F.Ritter); xique-xique (Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & 
G.D.Rowley); macambira (Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. f.) e caroá 
(Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez). 
 
 
27 
Agra (1997) apresentou uma estimativa de 150 espécies de plantas que 
são empregadas para fins medicinais na Caatinga Para o Cariri paraibano, em 
dados mais recentes, Agra et al. (2007) registrou 70 espécies de plantas de 
uso etnomedicinais. No quadro II apresentamos alguns exemplos de 
Angiospermas da Caatinga e seus usos. 
 
Quadro II. Algumas espécies de angiospermas e seus respectivos usos medicinais 
(Retirado e adaptado de Agra et al., 2007). 
 
Algumas espécies de 
Angiospermas 
Alguns tipos de usos medicinais 
Myracrodruon urundeuva Allemão 
(Aroeira) 
A casca do caule é usada como 
antiinflamatório ovariano, uso tópico contra 
úlceras externas. 
Spondias tuberosa Arruda 
(Umbuzeiro) 
A casca do caule é empregada como 
oftálmico; Os frutos oferecem grande 
quantidade de vitaminas. 
Aspidosperma pyrifolium Mart. 
(Pereiro, Pau-Pereiro) 
A casca do caule é utilizada contra 
inflamações do trato urinário, e externamente 
contra dermatites. 
Tabebuia aurea (Silva-Manso) Benth. 
& Hook.f. ex S. Moore (Craibera) 
O xarope da casca do caule é indicado no 
tratamento de gripes e bronquites. 
Bromeilia laciniosa Mart. ex schult. f. 
(Macambira) 
O chá da raiz é empregado no tratamento de 
hepatites; a “farinha” da macambira é 
utilizada como fonte de proteína. 
Commiphora leptophloeos (Mart.) J. 
B. Gillett (Imburana, Umburana) 
O lambedor da casca do caule é empregado 
no tratamento de gripes, tosses e bronquites. 
Licania rigida Benth. (Oiticica) 
O macerado das folhas é utilizado no 
tratamento do diabetes. 
Combretum leprosum Mart. 
(Mofumbo) 
O xarope das folhas e cascas do caule é 
usado como expectorante, contra tosses e 
coqueluches. 
Cnidoscolus quercifolius Pohl 
(Favela) 
O macerado da casca do caule é utilizado 
contra inflamações dos ovários e próstatas. 
Caesalpinia pyramidalis Tul. 
(Catingueira) 
O macerado do caule, misturado em vinho ou 
cachaça é indicado como afrodisíaco; O 
xarope do caule é empregado como 
expectorante e indicado contra bronquitese 
tosses. 
Ziziphus cotinifolia Reiss. 
Ziziphus joazeiro Mart. 
(Juazeiro) 
A parte mais utilizada desta planta é a casca 
do caule, que é utilizada para a escovação 
dentária e contra caspas e seborréia. A partir 
desta pode-se ainda fazer um xarope, que 
pode ser utilizado no tratamento da tosse. 
Anadenanthera colubrina var. cebil 
(Griseb.) Altschul (Angico) 
O xarope da casca do caule é empregado no 
tratamento de tosses, coqueluches e 
bronquites. 
 
 
28 
Dentre as plantas da Caatinga, as Cactáceas se destacam como um 
grupo predominante na sua fisionomia, apresentando importância econômica, 
com várias espécies sendo cultivadas como ornamentais, forrageiras, 
medicinais e/ou alimentícias (Quadro III). 
 
Quadro III. Alguns tipos de cactáceas e seus respectivos usos. (ANDRADE, 2008, 
AGRA et al., 2007). 
 
Cactácea Alguns tipos de usos 
Melocactus zehntnerii Britton & 
Rose 
(Coroa-de-Frade, Cabeça-de-
Frade) 
Medicinal: a raiz é utilizada como remédio para 
“quentura”; a polpa do caule misturado ao açúcar 
ou mel é indicada no tratamento de bronquites, 
tosses e debilidades físicas; O cacto integral é 
utilizado para ornamentar casas; O fruto serve 
para alimentação humana; Culinária: serve para 
fazer doces. 
Cereus jamacaru DC. 
(Mandacaru-de-Boi, 
Mandacaru) 
Medicinal: a raiz serve para gripe, sífilis, 
problema de uretra, dor nos rins, etc.; a polpa do 
caule misturado ao açúcar, é indicada no 
tratamento de úlceras do estômago; O espinho, 
dentre outras funções, pode ser utilizado para 
costurar roupas; Ornamental e alimentação 
humana e animal. 
Pilocereus catingicola (Guerke) 
Byles & Rowley 
(Mandacaru-Babão, 
Mandacaru-de-facho) 
A planta integral é utilizada para fazer cerca viva; 
A medula serve para fazer ripas de casas e para 
alimentação humana; O fruto é utilizado para 
alimentação humana e animal. 
Opuntia ficus-indica (L.) Mill. 
(Palma-de-Gado, Palma-
forrageira) 
Medicinal: a raiz é utilizada para inflamação na 
vagina e no útero, gripe e chá “pra quentura”; do 
cladódio (caule) pode-se fazer chá para dor de 
barriga; Alimentação humana e animal. 
Opuntia dillenii (Ker-Gawler) 
Haworth - (Palma-de-Espinho) 
Serve para alimentação animal; A planta integral 
é utilizada para fazer cerca viva. 
Opuntia palmadora Britton e 
Rose - (Palmatória) 
A planta inteira é utilizada para fazer cerca viva; 
O cladódio (caule) é utilizado para alimentar 
seres humanos. Medicinal: a raiz é utilizada para 
fazer chás para “quentura” e problemas na 
uretra. 
Harrisia adscendens (Gürke) 
Britton & Rose 
(Rabo-de-Raposa) 
Medicinal: a raiz serve para gripe, sífilis, 
problema de uretra, dor nos rins e coluna. Serve 
também para fazer “bochechada” para dor de 
dente; O fruto é utilizado é utilizado para 
alimentação humana e animal; A planta inteira é 
utilizada na ornamentação de casas. 
Pilosocereus gounellei (F.A.C. 
Weber) Byles & G.D. Rowley 
(Xique-Xique) 
O fruto é utilizado é utilizado para alimentação 
humana e animal; A planta inteira é utilizada na 
ornamentação de casas e para fazer cerca viva; 
 
 
 
29 
Na Paraíba, a família Cactaceae está representada por 17 espécies 
subordinadas a nove gêneros, que se encontram distribuídas nas diversas 
microrregiões do Estado (ROCHA et al. 2006). Para o Cariri paraibano, são 10 
espécies registradas (BARBOSA et al. 2007). 
Nas áreas onde as condições edafo-climáticas são menos favoráveis 
como no caso da região do Seridó, a Caatinga constitui-se praticamente de um 
estrato herbáceo quase contínuo de capim panasco (Aristida setifolia Kunth), 
com esparsas touceiras de xique-xique e alguns indivíduos de catingueira e 
jurema, bem separados entre si. 
Já nas áreas onde a umidade é mais elevada e os solos mais profundos, a 
Caatinga era originalmente do tipo arbórea. Deveriam ser comuns espécies de 
porte elevado como a baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.), a aroeira 
(Myracrodruon urundeuva (Allemão) Engl.), o angico (Anadenanthera colubrina 
(Vell.) Brenan) dentre outras, hoje bastante raras. Todavia, em função do 
elevado grau de antropização, predomina hoje nessas áreas uma vegetação de 
porte arbustivo com domínio de favela (Cnidosculos quercifolius Pohl), pereiro, 
marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.), jurema preta (Mimosa tenuiflora 
(Willd.) Poir.), e outras espécies do gênero Mimosa. 
Ao longo das margens de alguns rios ocorrem oiticicas (Licania rigida 
Benth.), craibeiras e indivíduos de carnaúba (Copernicea prunifera (Mill.) 
H.E.Moore) representando os restos de antigas matas ciliares. 
As principais espécies forrageiras (6), segundo Maia (2004), são o 
angico, o pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul.), a catingueira, a aroeira, 
canafístula (Senna spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby), o 
marizeiro (Geoffroea spinosa Jacq.), o juazeiro, e outras espécies arbóreas, 
como a Jurema Preta, além de frutíferas como o umbuzeiro, que servem de 
alimento à população local. De fato, o umbuzeiro é de grande importância para 
as populações rurais das regiões mais secas do Nordeste, fornecendo frutos 
 
(6)
 Qualquer espécie de vegetação, natural ou plantada, que cobre uma área e é utilizada para 
alimentação de animais, seja ela formada por espécies de gramíneas, leguminosas ou plantas 
produtoras de grãos. Disponível em 
<http://www.zootecniabrasil.com.br/sistema/modules/tiny1/.>. Acesso em 31 jul. 2009. 
 
 
30 
saborosos e nutritivos e túberas radiculares (“batatas do umbuzeiro”) doces e 
ricas em água (MENDES, 2001). 
A Caatinga, através da sua cobertura vegetal, presta inúmeros serviços 
ambientais em escala global, como o seqüestro de carbono, a manutenção de 
padrões regionais de clima, a preservação do solo e da água. 
 
FENOLOGIA, POLINIZAÇÃO E DISPERSÃO NA CAATINGA 
 
A fenologia compreende uma área da Ecologia a qual estuda o 
funcionamento dos ecossistemas e seus eventos biológicos cíclicos, como 
períodos de floração e frutificação, queda de folhas e brotamento das espécies. 
Observações sobre épocas de floração e frutificação das espécies existem 
desde antiguidade, por estarem diretamente relacionados com alimentação da 
humanidade. 
O conhecimento sobre o período vegetativo (brotamento e queda de 
folhas) e reprodutivo (floração e frutificação) das espécies fornece informações 
sobre a disponibilidade de recursos para polinizadores e dispersores, assim 
como a organização temporal destes, dentro das comunidades e ecossistemas 
(NEWSTRON et al. 1991; MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1990). 
 Atualmente, o conhecimento fenológico vem sendo reconhecido como 
importante parâmetro a ser utilizado para caracterizar ambientes (LIETH, 
1974). Segundo Bowers; Dimmitt (1994), o tempo de floração e frutificação 
afeta aspectos críticos do ciclo de vida das plantas, particularmente a 
polinização e a dispersão de sementes, estabelecendo, desta forma, as 
próximas fases do ciclo de vida (germinação das sementes e estabelecimento 
das plântulas). 
No caso das regiões áridas, como a Caatinga, ocorre sazonalidade, isto 
é, uma diferença marcante entre as estações seca e chuvosa, o que interfere 
no comportamento fenológico das populações vegetais, que estão submetidas 
a longos períodos de seca. A maioria das plantas apresenta comportamento 
decíduo (perdem as folhas) na estação seca, mas também podem ser 
encontradas espécies perenes (sempre apresentam folhas). 
 
 
31 
A existência de ritmos periódicos para as fenofases vegetativas e 
reprodutivas em florestas tropicais tem sido ressaltada especialmente para 
savanas tropicais (SARMIENTO; MONASTÉRIO, 1983; MANTOVANI; 
MARTINS, 1988; BATALHA; MANTOVANI, 2000; BATALHA; MARTINS, 2004) 
e Caatinga (BARBOSA et al. 1989; MACHADO et al. 1997; QUIRINO, 2006). 
De maneira geral, as fenofases no bioma Caatinga ocorrem de maneira 
concentrada, caracterizando um padrão sazonal nas comunidadesjá 
estudadas (MACHADO et al. 1997; QUIRINO, 2006). 
A queda de folhas, por exemplo, ocorre durante a estação seca, em 
meados de setembro, de forma quase sincrônica, ou seja, com todos os 
indivíduos perdendo as folhas no mesmo período. A proporção de espécies 
decíduas é de 85 a 90%, valores maiores que o de outras florestas secas (ex. 
Costa Rica e Chaco Argentino). Porém, a intensidade de queda foliar pode 
variar entre os anos, com espécies decíduas comportando-se como semi-
decíduas (perdendo apenas parte das folhas), por exemplo, Aspidosperma 
pyrifolium (Pereiro), Caesalpinia ferrea (Pau-ferro) e Ceiba glaziovii (Kuntze) 
K. Schum. (Barriguda). A intensidade de perda de folhas esta diretamente 
relacionada com a variação do estado hídrico, ou seja, em anos com estação 
chuvosa mais longa, menor a perda de folhas. Segundo Reich; Borchert (1984) 
e Borchert et al. (2002), a queda foliar representa uma resposta ao estresse 
hídrico, estando, portanto, envolvida na capacidade de suportar a perda de 
água, capacidade esta que varia de espécie para espécie. 
A fase de brotamento também é marcadamente sazonal, ocorrendo no 
final da estação seca, possivelmente sendo induzida pela perda de folhas, 
principalmente nas espécies arbóreas. Segundo Borchert (1994) e Reich; 
Borchert (1984), a perda de folhas permite redução na taxa de transpiração, 
possibilitando assim a reidratação de ramos sem folhas e, a partir disto, o início 
da produção de novas folhas, ainda na estação seca. 
O padrão sazonal para floração não é encontrado para as comunidades 
de Caatinga em geral. O período de floração ocorre em três grupos: um 
pequeno número de espécies floresce no início da estação chuvosa, um 
segundo grupo na transição entre chuvosa e seca e o ultimo grupo formado 
 
 
32 
principalmente por árvores florescendo na durante a estação seca (Quadro IV). 
Com a floração na comunidade ocorrendo de maneira contínua (sensu 
Newstrom et al. 1994), embora apresentando dois períodos principais de 
produção de flores, este padrão facilita a manutenção de polinizadores, e, em 
se tratando de ambientes sazonais, além da manutenção, reduz a competição 
por polinizadores. 
A frutificação apresenta-se durante todo o ano, com maior concentração 
de frutos maduros na estação chuvosa. O período de frutificação também está 
associado às características como: tipo de fruto, modo de dispersão e melhor 
período de germinação das sementes. O amadurecimento dos frutos 
zoocóricos (dispersos por animais) ocorre no período úmido e dos 
anemocóricos (dispersos pelo vento) na estação mais seca (Quadro IV). Uma 
pequena proporção de espécies zoocóricas apresenta frutos maduros na 
estação seca, e este fato deve estar relacionado à disponibilidade de água no 
solo, ajudando na manutenção da fauna, disponibilizando recursos alimentares 
em períodos de escassez. 
A distribuição de espécies com flores e frutos ao longo das estações 
possibilita a existência de recursos disponíveis durante todo o período para 
polinizadores e dispersores, embora se tratando de uma região com uma 
grande sazonalidade climática. 
As flores da Caatinga apresentam uma grande variedade de forma, 
tamanho e cores, isso faz com que várias espécies de animais polinizadores 
possam estar envolvidas nos mecanismos de polinização da flora. 
A existência de adaptações entre flores e animais polinizadores foi 
inicialmente relatada por Christian Konrad Sprengel em 1793 (ENDRESS, 
1994). Tais adaptações são definidas como síndromes de polinização, ou seja, 
o estudo das características florais e a identificação do possível vetor de pólen, 
que acaba nos levando a uma melhor compreensão da relação planta-
polinizador. 
Os polinizadores buscam diversos recursos florais, como néctar, pólen, 
óleo, resina e odores. O mais abundante nas espécies de Caatinga é o néctar, 
 
 
33 
o qual serve de alimento para abelhas, borboletas, mariposas, beija-flores e 
morcegos. 
Após o início da estação chuvosa encontramos diversas espécies em 
floração, como a Aroeira, a qual possui flores claras e com odor adocicado, 
sendo visitadas por abelhas. Na estação seca uma das espécies mais 
conhecidas é o Umbuzeiro, cuja floração ocorre na estação seca, sendo, 
portanto, um importante recurso para as abelhas neste período. Os exemplos 
acima citados são plantas conhecidas como melitófilas, ou seja, que possuem 
características morfológicas que facilitam a polinização por abelhas. 
Na Caatinga podemos encontrar também espécies ornitófilas 
(polinizadas por pássaros) como o Caroá. Outro tipo de polinizador bastante 
conhecido são espécies de morcegos nectarívoros, os quais visitam 
frequentemente espécies de Cactaceae, como o Facheiro (Pilosocereus 
piauhiensis) e o (Xique-xique), sendo denominadas de flores polinizadas por 
morcegos ou quiropterófitas. 
As espécies com antese noturna, ou seja, que disponibilizam os 
recursos de suas flores durante a noite, como o Mandacaru e a Pata-de-vaca 
(Bauhinia cheilantha (Bong) Steud), são visitadas frequentemente por espécies 
de mariposas, são denominadas plantas esfingófilas. A Caatinga possui 
diferentes síndromes de polinização, com uma distribuição temporal. A 
manutenção destes recursos contribui, portanto, para a manutenção das 
interações existentes ente plantas e animais. 
É necessário ressaltar que ainda é necessário obtenção de mais dados 
sobre a fenologia na Caatinga, com o acompanhamento de vários anos, talvez 
com auxílio de informações das comunidades locais, para que conclusões mais 
completas sobre as interações entre o clima e vegetação possam ser obtidas. 
 
 
34 
Quadro IV. Lista de espécies da Caatinga, hábito e estação de floração e frutificação 
(seca - estação seca; chuvosa - estação chuvosa; transição - na transição entre as 
estações seca e chuvosa) e dispersão (zoo - zoocórica; ane - anemocórica e aut - 
autocórica). Fonte: Barbosa et al. 1989; Machado et al. 1997; Quirino, 2006. 
 
Família / Espécie Hábito Floração Frutificação Dispersão 
ANACARDIACEAE 
 Spondias tuberosa Arruda 
(Umbuzeiro) 
árvore seca chuvosa zoo 
 Myracrodruom urundeuva Fr. 
Allen (Aroeira) 
árvore seca chuvosa zoo 
ANNONACEAE 
 Rollinia leptopetala R. E. Fr 
(Pinha Brava) 
 
árvore 
 
seca 
 
chuvosa 
 
ane 
APOCYNACEAE 
 Aspidosperma pyrifolium Mart 
(Pereiro) 
 
árvore 
 
seca 
 
seca 
 
zoo 
 Allamanda blanchetti DC. 
(Pente-de-macaco ou Quatro 
pataca) 
erva chuvosa seca ane 
BORAGINACEAE 
 Cordia leucocephala Moric. 
(Moleque duro) 
 
arbusto 
 
chuvosa 
 
chuvosa 
 
zoo 
BROMELIACEAE 
 Bromelia laciniosa Mart. ex 
Schultf. (Macambira) 
 
arbusto 
 
transição 
 
seca 
 
ane 
BURSERACEAE 
 Commiphora leptophloes 
(Mart.) J. B. Gillett (Amburana ou 
Imburana) 
 
árvore 
 
chuvosa 
 
transição 
 
zoo 
CACTACEAE 
 Cereus jamacaru DC. 
(Mandacaru) 
 
arbusto 
 
início 
chuvosa 
 
chuvosa 
 
zoo 
 Melocactus zehntneri (Britton & 
Rose) Luetzelburg (Coroa-de-
frade) 
- ano todo ano todo zoo 
 Pilosocereus catingolas 
(Facheiro) arbusto chuvosa 
chuvosa 
e transição 
zoo 
 Opuntia inamoema K. Schum 
(Combeba) 
 transição ano todo zoo 
 Pilosocereus gounellei (Weber) 
Byl. Et Rowl. (Xique-xique) 
arbusto chuvosa chuvosa zoo 
COCHLOSPERMACEAE 
 Cochlospermum sp. (Algodão 
bravo) 
 
 
arbusto 
 
seca 
 
seca 
 
ane 
 
 
35 
COMBRETACEAE 
 Combretum leprosum Mart. 
(Mofumbo) 
 
arbusto 
 
chuvosa 
 
transição 
 
ane 
 Combretum pisonioides Taub. 
(Canela-de-veado) 
arbusto chuvosa transição ane 
EUPHORBIACEAE 
 Jatropha molissima (Pohl) Baill 
(Pinhão) 
 
arbusto 
 
chuvosa e 
seca 
 
transição 
 
aut 
 Manihot caricaefolia Pohl 
(Maniçoba) 
arbusto chuvosa chuvosa aut 
 Croton rhamnifolioides Pax & 
H. Hoffm. (Marmeleiro branco) 
arbusto chuvosa chuvosa aut 
 Croton sonderianusMuell. Arg. 
(Marmeleiro) 
arbusto chuvosa chuvosa aut 
FABACEAE (Leguminosas) 
 Amburana cearensis (Allemão) 
A.C. Smth (Cumaru) 
 
árvore 
 
chuvosa 
 
chuvosa 
 
aut 
 Anadenanthera colubrina (Vell.) 
Brenan (Angico) árvore seca 
final da seca 
seguinte 
aut 
 Bauhinia cheilantha (Bong) 
Steud. (Mororó) 
árvore chuvosa chuvosa aut 
 Dioclea grdiflora Mart. Ex 
Benth. (Mucunã) 
trepadeira chuvosa chuvosa aut 
 Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul. 
(Pau-ferro) 
árvore chuvosa transição aut 
 Caesalpinia pyramidalis Tul 
(Caatingueira) árvore 
chuvosa e 
seca 
chuvosa 
e seca 
aut 
 Piptadenia stipulaceae (Benth) 
Ducke (Jurema branca) 
árvore transição transição aut 
 Mimosa sp. (Jurema vermelha) 
árvore 
chuvosa e 
seca 
seca aut 
 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 
(Jurema preta) 
árvore seca seca aut 
MALVACEAE 
 Ceiba glaziovii (Barriguda) 
 
árvore 
 
transição 
 
seca 
 
ane 
NICTAGINACEAE 
 Guapira sp. (João mole) 
 
árvore 
 
transição 
 
transição 
 
zoo 
RHAMNACEAE 
 Ziziphus joazeiro Mart. 
(Juazeiro) 
 
árvore 
 
chuvosa 
 
chuvosa 
 
zoo 
RUBIACEAE 
 Tocoyena formosa (Cham. & 
Schltdl) Schum. (Jenipapo) 
 
árvore 
 
chuvosa 
 
transição 
 
zoo 
 
 
 
 
36 
SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
Atividade 1: Elaboração de calendário das flores 
 
Objetivos da atividade: Desenvolver a curiosidade e a investigação sobre a 
paisagem; Reconhecer e classificar as plantas da Caatinga quanto ao período 
de floração e frutificação. 
 
Procedimento: Os professores podem sugerir aos alunos que elaborarem um 
calendário, verificando a cada mês as espécies que se encontram em período 
de floração. 
 
Sugestão: De forma multi-interdisciplinar os docentes das diferentes disciplinas 
podem sugerir atividades tais como: o professor de artes pode produzir uma 
oficina de desenhos e pinturas sobre as flores da Caatinga; o professor de 
português pode solicitar a produção de textos e/ou poemas relacionados à 
cores e cheiros da flora; etc. 
 
ATIVIDADE 2: Trabalhando com a produção de textos na sala de aula 
 
Objetivo da atividade: Desenvolver a criatividade e a capacidade de escrita dos 
educandos. 
 
Procedimento: A partir de palavras chaves sobre a Caatinga, elencadas pelos 
alunos, é possível construir textos sobre o bioma. No exemplo abaixo é 
possível ver a produção de um texto de alunas de uma escola pública do Cariri 
paraibano. 
 
Exemplo: A seca e a chuva na Caatinga (de autoria das alunas Ingrid Renaly 
Ramos Cantalice e Maria Nazaré Alves da Silva; trabalho orientado pela 
professora Maria Stela Maracajá – Escola Estadual de Ensino Fundamental e 
Médio Jornalista José Leal Ramos). 
 
 
37 
Um retrato da Caatinga 
 
 O solo da Caatinga é um solo com muita pedra, um solo meio 
avermelhado e muito difícil para escavação. No Cariri, tem uma vegetação que 
no período da seca as árvores perdem as folhas para diminuírem o gasto de 
água para que ela possa resistir à seca. 
 O período da chuva da Caatinga é de março em diante, mas costuma 
chover no mês de dezembro. As árvores predominantes da Caatinga são: o 
umbuzeiro, o juazeiro, o xique-xique e o mandacaru. De animais a gente tem a 
ema, a seriema, o tatu e a juriti. 
 A Caatinga é uma região muito quente com uma evaporação muito 
grande de água, chegando a faltar na seca. Quando chove, as plantas 
estabelecem as suas folhas, e a mata volta a ser verdinha de novo. 
 
A seca e a chuva 
 
 Na seca, eu vi que tudo é mais difícil. Os animais ficam mais magros, 
outros morrem, pois seus donos não podem dar água pra eles beberem porque 
eles não têm. Muitas famílias perdem plantações, pois não chove e às vezes 
até passam fome e sede, pois não podem vender o milho que plantaram 
porque não choveu e eles perdem toda a plantação, e o calor aumenta cada 
vez mais. 
 Mas quando chega a chuva tudo melhora. Muitas crianças vão tomar 
banho de chuva, suas mães colocam baldes nas bicas para encher, o rio 
Taperoá se enche, as árvores ficam mais verdes, as famílias podem vender 
seu milho, os animais ficam mais gordos e o calor diminuí, muitos homens 
saem para pescar e pegam muitos peixes. 
A chuva transforma a paisagem, tudo melhora e voltamos a “viver”. 
 
 
 
 
 
 
38 
Atividade 3: Trabalhando com Poemas 
 
Objetivos da atividade: Desenvolver a temática a partir de uma atividade lúdica; 
Sensibilizar os diferentes atores sociais para a necessidade da conservação da 
diversidade tanto biológica quanto cultural. 
 
Procedimento: A partir do poema abaixo, discutir na sala de aula aspectos 
relacionados com um exemplo de planta típica da Caatinga “aroeira” e suas 
propriedades medicinais, assim como é possível analisar aspectos da cultura 
local. 
 
AROEIRA-DO-SERTÃO - (Autoria de Mary Anne M. Bandeira) 
 
 
Aroeira, dádiva da natureza 
Abrigo onde a Arara se deleita, 
És bênção nativa do nosso sertão, 
És sombra e luz 
Do pobre sem proteção. 
 
És pau para toda obra. 
Estruturas uma casa, 
Como se fosses uma rocha. 
E, se por necessidade, 
Te põem fogo, 
No fogão, és tição 
Que pernoita e não se apaga, 
Como o amor no coração 
De quem ama. 
 
 
 
 
Árvore forte e firme, 
Como o sertanejo 
Que contigo convive. 
Mas se nele aparece a ferida, 
A inflamação, 
Em nome de Deus, 
Tu és a salvação. 
Após preparado, no teu sumo, 
A mulher se assenta. 
Tu saras as partes escondidas. 
Tu estancas a criança que vaza. 
A fêmea que parir tu lavas. 
 
Aroeira-do-sertão, 
Em nossas mãos serviste 
De experiência. 
Agora, tu és ciência. 
A ti, a nossa gratidão.
 
ATIVIDADE 4: Trabalhando com Músicas 
 
Dependendo do conteúdo a ser ensinado, a música pode ser uma boa 
ferramenta para uma maior aprendizagem do ensino, estimulando por sua vez 
a participação do aluno nas atividades programadas. Através da música, os 
alunos também têm oportunidade de recreação, quando o professor utiliza o 
 
 
39 
canto coletivo, os brinquedos cantados, as histórias cantadas, as danças e o 
teatro musicado (ZÓBOLI, 2004). 
 
Objetivos da atividade: Tornar a aula dinâmica e levar o aluno a participar 
durante as atividades desenvolvidas pelo professor; Contribuir para uma 
aprendizagem significativa dos conteúdos através de uma técnica lúdico-
pedagógica. 
 
Procedimentos: Acompanhar a letra da música durante a execução do áudio; 
reconhecer na letra os diferentes vegetais nativos (e não exóticos e/ou 
introduzidos) que ocorrem na Caatinga. 
 
Exemplos de músicas que discutem a flora da Caatinga: 
 
CATINGUEIRA (Autoria de Onildo Almeida e José Maria Assis) 
 
Catingueira, catingueira 
diz o segredo que existe 
que somente a catingueira 
enfeita a paisagem triste 
 
Catingueira se és feliz 
não zombes nunca 
deste teu contraste 
segura tua raiz e pede a Deus 
que ela nunca se gaste 
 
Tão resseca a Imburana 
a terra quente e rachada 
o Marmeleiro se enrama 
mas não agüenta a queimada 
sentindo como quem ama 
a terra quente pede invernada 
quanto mais seca a ribeira 
a catingueira fica enfolharada 
 
Catingueira se um vintém 
puder se tornar um milhão 
pede a Deus por quem não tem 
prá cair chuva no chão 
pois somente a catingueira 
enfeita a seca lá no meu Sertão 
sertanejo não quer nada 
vê na invernada a maior benção 
 
 
40 
 
A música MATANÇA (Autoria de Augusto Jatobá - Interpretação: 
Jatobá/Geraldo Azevedo), retirado de Parâmetros em Ação – PCN Meio 
Ambiente na Escola (BRASIL, 2001), apresenta ao longo de sua letra espécies 
típicas da Caatinga. 
 
Quem Hoje é Vivo corre Perigo... 
Cipó caboclo tá subindo na Virola 
Chegou a hora do Pinheiro balançar 
Sentir o cheiro do mato da Imburana 
Descansar morrer de sono na sombra da Barriguda 
 
 
De nada vale tanto esforço do meu canto 
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar 
Tal Mata Atlântica e a próxima Amazônica 
Arvoredos seculares impossível replantar 
 
 
Quetriste sina teve Cedro nosso primo 
Desde de menino que eu nem gosto de falar 
Depois de tanto sofrimento seu destino 
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar 
Quem por acaso ouviu falar da Sucupira 
Parece até mentira que o Jacarandá 
Antes de virar poltrona, porta, armário 
Morar no dicionário vida eterna milenar 
Quem hoje é vivo corre perigo 
E os inimigos do verde da sombra o ar 
Que se respira e a clorofila 
Das matas virgens destruídas vão lembrar 
Que quando chega a hora 
É certo que não demora 
Não chame Nossa Senhora 
Só quem pode nos salvar: 
 
 
É Caviúna, Cerejeira, Baraúna 
Imbuía, Pau-d’arco, Solva 
Juazeiro, Jatobá, Gonçalo-Alves, 
Paraíba, Itaúba, Louro, Ipê, 
Paracaúba, Peroba, Maçaranduba 
Carvalho, Mogno, Canela, Imbuzeiro 
Catuaba, Janaúba, Aroeira, Araribá 
Pau-ferro, Angico, Amargoso, 
Gameleira, Andiroba, Copaíba, 
Pau-brasil, Jequitibá. 
 
 
 
41 
ATIVIDADE 3: O Jogo – Caça palavras 
 
Objetivos da atividade: Dinamizar a aula e levar a participação de todos no 
contexto da sala de aula; Contribuir para uma aprendizagem significativa dos 
conteúdos através de uma técnica lúdico-pedagógica; 
 
Procedimento: A partir dos nomes das plantas grifadas na letra da música 
“Matança” (de autoria de Augusto Jatobá) sugerir aos educandos a procura e o 
destaque da palavra no jogo. 
 
 
 
 
 
 
 
42 
CAPÍTULO III 
FAUNA DA CAATINGA 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
THIAGO LEITE DE MELO RUFFO 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
O conhecimento sobre a biodiversidade da Caatinga ainda é insuficiente. 
Isto pode ser justificado pelo fato de que há poucos recursos financeiros 
alocados para estudos neste bioma, bem como pela falta de interesse de 
alguns pesquisadores em estudá-lo. Dentre os poucos estudos já realizados, 
constata-se que mais de 40% da região não foi amostrada e cerca de 80% das 
áreas estudadas foram sub-amostradas. 
Diante disso, existe um preconceito em relação à riqueza da 
biodiversidade da Caatinga, onde muitas pessoas acreditam que este bioma 
apresenta poucas espécies vegetais e animais. Todavia, apesar de apresentar 
um número reduzido de espécies quando comparada a ambientes de maior 
pluviosidade, como a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, a biodiversidade 
da Caatinga, ao contrário do que muitos pensam, também é bem elevada. 
Considerando todas as regiões semi-áridas do planeta, o bioma 
Caatinga é um dos mais ricos (se não o mais rico) em biodiversidade. Para 
Mendes (1997), onde existem matas e/ou afloramentos de rochas 
intemperizadas, muitas vezes ocorrem micro-climas mais úmidos que 
sustentam comunidades mais diversificadas e com maiores densidades de 
povoamento. Estas informações tornam evidente e urgente a necessidade de 
ampliar o conhecimento e os estudos dos recursos biológicos da Caatinga. 
 
 
 
 
43 
OS ANIMAIS DA CAATINGA 
 
A fauna da Caatinga é constituída basicamente por organismos de 
pequeno porte. Muitos destes são essencialmente noturnos, fugindo da 
insolação diurna. Neste bioma, podemos encontrar diversas espécies de 
mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados. 
Em relação à Mastofauna (mamíferos) da Caatinga, esta tem sido 
geralmente reconhecida como depauperada, representativa de apenas um 
subconjunto da fauna de mamíferos do Cerrado, proposição esta, longe de ser 
verdadeira (BRASIL, 2002a). Revisões taxonômicas recentes envolvendo 
amostras de mamíferos da Caatinga têm revelado sua distinção com relação a 
populações de outros ecossistemas. Estes achados sugeriram a necessidade 
de uma reavaliação da relevância dessa mastofauna à luz destes novos 
conhecimentos (OLIVEIRA et al., 2005). 
Inventários taxonômicos recentemente publicados sobre a diversidade 
da mastofauna do bioma Caatinga desmistificam a pobreza relativa e o baixo 
grau de endemismo das espécies de fauna da Caatinga. Todavia, apesar de se 
tratar um dos grupos de vertebrados mais representativos, os estudos sobre os 
mamíferos deste bioma ainda são escassos. 
Até o momento, são 148 espécies registradas de mamíferos, sendo 19 
consideradas endêmicas. Os grupos representativos (número de espécies) são 
os quirópteros (organismos da ordem Chiroptera, que incluem os morcegos) e 
os roedores (ordem Rodentia, entre os quais podemos citar o preá, mocó e o 
rato-bico-de-lacre). Outros exemplos de mamíferos da Caatinga são o veado 
catingueiro, o gato-maracajá, o tatu-bola e o tatu-peba. De acordo com a 
literatura científica, até o momento tem-se o número de 19 espécies de 
mamíferos da Caatinga. 
Em relação à Ornitofauna (aves) já são 510 espécies registradas, sendo 
91,96% destas (469 espécies) residentes na Caatinga, ou seja, se reproduzem 
comprovadamente ou potencialmente nesta região; destas 469 espécies, 284 
(60,5%) são dependentes ou semi-dependentes, isto é, só ocorrem em 
ambientes florestais ou em mosaicos formados pelo contato entre florestas e 
 
 
44 
formações vegetais abertas e semi-abertas, demonstrando assim a importância 
das florestas da região para este grupo de vertebrados (SILVA et al., 2005). 
Entre os vários representantes da avifauna da Caatinga estão o Carcará, a Asa 
branca, a Coruja-buraqueira e a Seriema. 
Um dos problemas para definir quais são as aves endêmicas da 
Caatinga é determinar os limites deste bioma (OLMOS et al., 2005). Além 
disso, existe na Caatinga um número bastante elevado de espécies de aves 
migrantes, o que torna ainda difícil identificar quais as espécies são endêmicas 
deste bioma. De acordo com Silva et al. (2005) a migração sazonal é a 
resposta mais comumente observada na avifauna da Caatinga em resposta à 
semi-aridez, onde os indivíduos seguem para áreas de maior umidade e com 
oferta abundante de recursos. 
No que se refere aos répteis e anfíbios (Herpetofauna), foram 
registradas até o momento 157 espécies, sendo os grupos mais 
representativos os Anura (sapos, rãs e pererecas) e os Squamata (cobras e 
lagartos); contudo, pouco ainda se conhece sobre a diversidade destes grupos 
no Bioma Caatinga (RODRIGUES, 2005). 
De acordo com Freitas e Silva (2007), fatores como baixos índices 
pluviométricos e irregularidade das chuvas acarretam uma menor diversidade 
de anfíbios na Caatinga, quando comparamos com outros biomas brasileiros. 
Com fisiologia totalmente dependente de constante umidade na pele, os 
anfíbios estão em desvantagem em relação aos répteis. Como adaptação ao 
clima semi-árido, estes organismos podem se enterrar em locais úmidos a 
espera de um novo período de chuvas. 
Assim, os anfíbios que vivem na Caatinga apresentam, até o momento, 
a menor diversidade de espécies entre todos os biomas encontrados no Brasil. 
No entanto, a diversidade deste grupo, assim como os demais grupos de 
vertebrados, ainda é pouco conhecida. O exemplo mais representativo de 
anfíbios da Caatinga é o sapo-cururu, que representa a maior espécie de sapo 
encontrada no Brasil. Em geral, os adultos desta espécie atingem cerca de 10 
a 15 centímetros de comprimento. 
 
 
45 
Por apresentarem uma fisiologia mais independente da água em relação 
aos anfíbios, os répteis ocupam com maior sucesso os ambientes semi-áridos 
do Nordeste brasileiro. Assim sendo, os répteis podem ser observados com 
freqüência durante todo o ano, pois a pele escamosa destes animais está 
adaptada ao ambiente semi-árido da Caatinga. 
Portanto, no bioma Caatinga, a diversidade deste grupo é bastante 
significativa, havendo um número proporcionalmente maior de espécies que os 
anfíbios e também uma maior taxa de endemismos, o que reflete uma maior 
complexidade adaptativa a este ambiente semi-árido (FREITAS; SILVA, 2007). 
Assim sendo, temos uma fauna de répteis bastante diversificada no 
bioma Caatinga, onde podemos encontrar um grande número de lagartos e 
cobras. Os representantes mais conspícuos são o teju (teiú), o calango-verde e 
a jararaca. 
Sobre os invertebrados do bioma Caatinga, agrande maioria dos 
pesquisadores indica a Caatinga como ambiente menos conhecido para todos 
os grupos de invertebrados. Além disso, uma boa parcela das publicações 
referentes aos invertebrados da Caatinga trata de trabalhos restritos ao estudo 
de uma determinada família, o que torna difícil fazer uma avaliação deste grupo 
de animais para o bioma Caatinga. 
Entretanto, a grande heterogeneidade ambiental e a singularidade de 
certos ambientes permitem predizer que a fauna de invertebrados deste bioma 
deve ser riquíssima, com várias espécies endêmicas (BRASIL, 2002a). 
Estudos recentes têm demonstrado que a riqueza biológica do bioma é 
bastante superior à descrita na literatura, e que os invertebrados, 
especialmente insetos, parecem ter sido subestimados nos poucos estudos de 
campo conduzidos na região até o momento. 
A enorme importância econômica e ecológica dos invertebrados revela-
se nos agroecossistemas, onde estes atuam como “pragas” de plantas 
cultivadas e grãos armazenados, como agentes polinizadores e de controle 
biológico de insetos, ou ainda como bioindicadores. Tais papéis biológicos são 
mais evidenciados em ambientes expostos à intensa ação antrópica, como é o 
caso do bioma Caatinga (IANNUZZI et al., 2006). 
 
 
46 
Neste bioma, os grupos mais estudados são os Coleoptera (besouros) e 
Hymenoptera (abelhas e formigas). De acordo com Ianuzzi et al. (2006), a 
caracterização da diversidade de Coleoptera da Caatinga é importante para 
subsidiar estudos de impacto ambiental, para contribuir no conhecimento da 
biodiversidade local e para detectar espécies com potencial status de “praga”. 
Zanella e Martins (2003) constataram que a fauna de abelhas no bioma 
Caatinga ainda está subamostrada. 
Por se tratar de uma região semi-árida, as condições da Caatinga são 
um pouco desfavoráveis para a sobrevivência dos animais neste ambiente. 
Assim sendo, alguns animais da Caatinga possuem adaptações fisiológicas 
e/ou comportamentais que permitem que estes sobrevivam neste local. Por 
exemplo, Mendes (1997) afirma que durante os estios anuais, conhecidos 
como verão, muitos animais abandonam a região voltando na época das 
chuvas, chamada de inverno, ou então quando amadurecem os frutos, em 
busca de sementes. Assim sendo, pode-se dizer que as secas diminuem a 
biodiversidade de maneira direta, negando alimento e água aos animais 
nativos, que migram, morrem ou deixam de se reproduzir nestes períodos. 
Diante do exposto, podemos concluir que o conhecimento sobre a 
composição da fauna de invertebrados na Caatinga é extremamente 
importante, não apenas por este ser o bioma menos conhecido para este 
grupo, mas também pelo fato que um inventário desta fauna forneceria 
subsídios para possíveis programas de conservação e manejo de espécies. 
Logo abaixo, no Quadro I, apresentamos um resumo da diversidade 
faunística do bioma Caatinga. Tais informações desmentem o mito de que este 
é um bioma pobre em biodiversidade. 
 
 
47 
Quadro I. Resumo da diversidade faunística da Caatinga registrada até o momento a 
partir de diversas fontes pesquisadas (*). 
 
GRUPOS ANIMAIS DISTRIBUIÇÃO DE TÁXONS POR GRUPOS 
Anelídeos Estimativa de 15-20 espécies de Oligoquetos (minhocas). 
Aracnídeos Estimativa de 30-40 espécies de Aranhas. 
Insetos 
Estimativa de 28 espécies de Cupins. 
Estudos apontam 42 famílias de Coleoptera, 1/4 do total de 
famílias registradas para esta ordem de Besouros. 
187 espécies, distribuídas em 77 gêneros de Abelhas; 
61 espécies, distribuídas em cinco subfamílias de Formigas. 
Anfíbios 
48 espécies de Anfíbios Anuros (sapos, pererecas e rãs); 
03 espécies de Gymnophiona (conhecidos popularmente 
por cecílias ou cobras-cega). 
Répteis 
47 espécies de Lagartos (teiú ou teju; calango-verde, bico-
doce ou bebe-ovo; calanguinho), sendo 25 endêmicos; 
10 espécies de Anfisbenídeos (lagartos geralmente sem 
patas, conhecidos como cobra de duas cabeças); 
52 espécies de Serpentes (salamanta-da-Caatinga, cobra 
cipó, cobra-verde, jararaca, coral falsa e coral verdadeira); 
04 espécies de Quelônios (cágados); 
03 espécies de Crocodilos (jacaré-do-papo-amarelo, por 
exemplo). 
Aves 
510 espécies distribuídas em 62 famílias, das quais 469 se 
reproduzem na região; 
15 espécies são endêmicas e cerca de 30 estão ameaçadas 
de extinção; 
Como exemplos de aves da Caatinga, podemos citar: 
seriema, carcará, coruja-buraqueira, asa branca ou arribaçã, 
fogo-apagou, periquito da Caatinga, rola-caldo-de-feijão, 
tetéu ou quero-quero. 
Mamíferos 
148 espécies, sendo 19 endêmicas e sete ameaçadas de 
extinção; 
10 espécies de Marsupiais (exemplo: catita); 
09 espécies de Edentados (exemplos: tamanduá mirim, 
tatu-bola e tatu-peba); 
69 espécies de Quíropteros (morcegos); 
34 espécies de Roedores (exemplos: mocó, preá, rato-bico-
de-lacre); 
01 espécie de Lagomorfo (exemplo: tapiti); 
14 espécies de Carnívoros (exemplos: gato-do-mato, gato-
maracajá e raposa); 
05 espécies de Ungulados (cateto, queixada, veado 
catingueiro, veado-mateiro e anta); 
06 espécies de Primatas (exemplos: macaco guariba, 
macaco-prego e sagüi). 
 
(*) Fontes pesquisadas: Brandão; Yanamoto (2003), Zanella; Martins (2005), 
Rodrigues (2005), Silva et al. (2005), Oliveira et al. (2005), Iannuzzi et al. (2005), Leal 
et al. (2005), Rosa et al. (2005), Freitas; Silva (2007), Fabián (2008). 
 
 
 
48 
FAUNA DA CAATINGA: UTILIZAÇÃO, IMPORTÂNCIA E IMPACTOS 
 
A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza e 
fonte de imenso potencial de uso econômico; é base das atividades agrícolas, 
pecuárias, piscícolas, florestais, assim como a base para a estratégica indústria 
da biotecnologia. No Brasil, apesar da riqueza de espécies nativas, a maior 
parte das atividades econômicas está baseada em espécies exóticas (ROCHA, 
2007), inclusive no bioma Caatinga. 
A fauna da Caatinga vem sendo bastante utilizada pela população local 
para diversos fins, como por exemplo, para alimentação e transporte. As 
espécies mais utilizadas são exóticas, como é o caso dos caprinos, bovinos, 
alguns peixes, algumas espécies de abelhas e do jumento, este último bastante 
utilizado como meio de transporte. Os caprinos e bovinos são os mais 
utilizados na pecuária, uma das atividades principais das populações inseridas 
na Caatinga. 
De acordo com Drumond et al. (2000), em função das condições 
edafoclimáticas desfavoráveis, a pecuária se constituiu ao longo do tempo 
como atividade principal de uma grande parcela das comunidades rurais, 
todavia, fatores como condições de semiaridez predominante nas áreas de 
Caatinga, associado às irregularidades das chuvas limitam o desenvolvimento 
desta atividade no bioma Caatinga. 
Os caprinos ainda são ícones de festas populares, como é o caso da 
festa do Bode-Rei, realizada no município de Cabaceiras-PB. O Capítulo IV 
(Impactos Ambientais da Caatinga) traz outras informações sobre a pecuária 
no bioma Caatinga. 
Em relação à fauna nativa da Caatinga, atualmente esta se encontra 
bastante escassa, isto em função da caça e pesca predatória, dos 
desmatamentos e das queimadas e da superexploração dos recursos naturais, 
que, ao longo dessas últimas décadas, vêm comprometendo a biodiversidade. 
A exploração predatória dos recursos faunísticos da Caatinga sempre foi 
a prática corrente na região semi-árida, sendo responsável pelo 
desaparecimento de algumas espécies, como é o caso do jacaré-do-papo-
 
 
49 
amarelo (Caiman latirostris), do jacú-verdadeiro (Penelope jacucaca), da arara-
azul-de-lear (Anodorhynchus leari), do gato-do-mato (Leopardus trigrinus) e da 
onça-parda (Puma concolor), que já se encontram ameaçadas de extinção 
neste bioma. Algumas espécies, como a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) já foi 
extinta oficialmente da natureza. Estima-se que haja no mínimo 34 espécies de 
fauna ameaçadas de extinção no bioma Caatinga (7), sendo os mamíferos o 
grupo mais ameaçadode extinção neste bioma. 
 
SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
Atividade 1: Trabalhando com Desenhos esquemáticos, Ilustrações, 
Fotografias e Modelos Tridimensionais de Animais (Brinquedos). 
 
Para estudos da biodiversidade (fauna e flora) na educação ambiental é 
possível trabalhar com desenhos esquemáticos e pranchas dos principais 
representantes dos seres vivos que ocorrem em uma determinada área, 
permitindo assim uma melhor aprendizagem e familiarização da biocenose 
local (ARAÚJO, 1991). 
 
Objetivo da atividade: Trabalhar, a partir das concepções prévias, o conteúdo 
de fauna da Caatinga, reconhecendo os diversos tipos de animais aquáticos e 
terrestres do Bioma. 
 
Procedimento: Os educandos devem reconhecer e dar nomes aos animais nos 
desenhos esquemáticos, pranchas, ilustrações e/ou modelos (concepções 
prévias). Posteriormente, classificam os animais (brinquedos) segundo as 
normas da Nomenclatura Zoológica. Podem também ilustrar em modelos 
tridimensionais uma determinada área da Caatinga e a ocorrência e 
distribuição da fauna aquática e terrestre. Dependendo da criatividade e 
habilidade dos participantes das oficinas, pode-se utilizar massa de modelar 
para a confecção de animais (Figuras 1 e 2). 
 
(7)
 Disponível em <http://www.biosferadacaatinga.org.br/biodiversidade.php>. Acesso em 18 
jul.2009. 
http://www.biosferadacaatinga.org.br/biodiversidade.php
 
 
50 
 
 
 
Figura 1. Animais (brinquedos em plástico) que podem ser utilizados como recurso 
didático na atividade sugerida. (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação 
ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
Figura 2. Desenhos esquemáticos e ilustrações de animais e vegetais que podem ser 
utilizados como recurso didático na atividade sugerida. (Fonte: acervo do grupo de 
estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
51 
Atividade 2: Produção de Jogos Didáticos 
 
Os Jogos Didáticos ampliam experiências e contribuem para o 
desenvolvimento do raciocínio, da atenção e do interesse pela realização das 
tarefas escolares. Favorecem também a integração social e individual, 
permitindo aos estudantes maior índice de aprendizagem ao realizarem 
atividades lúdicas e competitivas (PEREIRA, 1998). Estes podem ser utilizados 
com a função de ajudar a memorizar fatos e conceitos. 
Entre alguns exemplos destes jogos podemos citar jogo da memória, 
palavras cruzadas, bingo educativo, etc. Estes proporcionam, ao mesmo 
tempo, momentos de aprendizado e diversão aos educandos, incentivando-os 
nas atividades escolares. 
 
Objetivos da atividade: Favorecer a integração social e individual, permitindo 
aos estudantes maior índice de aprendizagem ao realizarem atividades lúdicas 
e competitivas; Contribuir para o desenvolvimento do raciocínio, da criatividade, 
da atenção e do interesse pela realização das tarefas escolares; Construir, a 
partir de materiais baratos e acessíveis, um recurso didático para ser utilizado 
nas aulas pelos professores. 
 
Sugestão: confecção do Jogo da Memória 
 
Material necessário: Folha de isopor, palitos de churrasco, cola de isopor, 
folhas de cartolina e figuras de animais. 
 
Procedimento: Primeiramente o professor deve explicar os conceitos básicos 
referentes ao tema: cadeia alimentar, relações tróficas, níveis tróficos 
(produtores, consumidores e decompositores), fluxo de energia, etc. 
Após o assunto ter sido lecionado em sala de aula, será iniciada a 
confecção do jogo (ver confecção do jogo abaixo), utilizando figuras com todos 
os elos da cadeia alimentar de ambientes da Caatinga. Para esta etapa, 
 
 
52 
sugere-se que o professor elabore o jogo juntamente com os alunos, para que 
estes participem mais ativamente da aula. 
O jogo conterá nove placas de isopor que giram em torno da folha por 
meio do palito de churrasco; cada placa possui uma figura de um animal de um 
lado e um número em seu verso. 
O jogo tem início com a exposição das figuras dos animais por certo 
tempo para que estes memorizem em que posição está cada animal. 
Posteriormente, as placas são viradas, ficando exposta a face que contém o 
número para os alunos. Estes irão escolher um número e terão que adivinhar 
qual animal está por trás da placa; não acertando a resposta, passa-se a vez 
para outro aluno; estando certa a resposta, deve-se pedir que o aluno indique o 
nível trófico do animal correspondente. Com a aparição de outros animais, 
monta-se a teia alimentar do jogo da memória, tornando possível a explicação 
do assunto de forma mais prazerosa. 
Pode-se colar cartolina colorida em cima das partes do jogo que não 
contém figuras, a fim de deixá-lo mais bonito. O material utilizado, as figuras, 
bem como o número de placas fica a critério de cada professor; isto irá 
depender das condições encontradas em sala de aula. 
Após a aplicação do momento lúdico os alunos podem construir, com a 
orientação do professor, diversas teias alimentares, as quais podem ser 
esquematizadas em cartolinas. 
 
 
Figura 3. Exemplo de um Jogo Didático produzido, utilizando figuras com todos os 
elos da cadeia alimentar. (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental 
no semi-árido paraibano). 
 
 
 
53 
Atividade 3: Produzindo Álbum Seriado, Cartazes, Painéis e Murais 
didáticos sobre a Caatinga 
 
O Álbum Seriado é uma seqüência de páginas, desenvolvendo uma só 
mensagem em forma progressiva e lógica. Compõe-se basicamente de 
ilustrações (devem ser simples, atraentes e visíveis) e texto (frases-chave com 
letras grandes) (ZÓBOLI, 2004). 
Os Cartazes, Painéis e Murais Didáticos têm como objetivo informar e 
motivar os alunos. O texto, em letras grandes, deve ser simples, direto, 
resumindo de maneira objetiva a mensagem e que prenda o interesse do 
público (SANT´ANNA; SANT´ANNA, 2004). Devem ser incluídas ilustrações e 
ter muito cuidado com a cor e o layout. No entanto, o mural didático diferencia-
se do cartaz pelo fato deste necessitar de explicações, comparações e deve 
permanecer em sala de aula por tempo suficiente para a aprendizagem 
acontecer, já o cartaz transmite a mensagem de uma idéia de maneira mais 
rápida (ZÓBOLI, 2004). 
 
Objetivos da atividade: Reconhecer a ampla diversidade animal; Desenvolver a 
capacidade criativa e a integração entre os educandos, permitindo um maior 
índice de aprendizagem; Contribuir para o desenvolvimento do raciocínio, da 
atenção e do interesse pela realização das tarefas escolares; Construir, a partir 
de materiais baratos e acessíveis, um recurso didático para ser utilizado nas 
aulas pelos professores. 
 
Sugestão: Montando um Álbum Seriado sobre a fauna da Caatinga. 
 
Material necessário: Folhas de cartolina, jornais e/ou revistas com figuras de 
animais, tesoura, cola branca, canetas hidrocor. 
 
Procedimento: Selecionar e recortar as figuras dos diferentes grupos animais 
(que ocorrem na Caatinga) contidos nos jornais e/ou revistas; posteriormente, 
deve-se preparar um painel para os diferentes grupos (invertebrados e 
 
 
54 
vertebrados), colando as figuras nas cartolinas e transcrevendo as 
características principais de cada grupo. Após isso, deve-se seqüenciar os 
painéis e montar o álbum seriado, utilizando barbante ou qualquer outro tipo de 
material para prender as folhas de cartolina. 
É importante que seja montado vários álbuns com os diferentes grupos 
animais (um álbum apenas sobre répteis, outro com anfíbios, mamíferos, 
insetos, etc.), para estimular o trabalho em grupo e abordar o maior número de 
grupos animais. Por fim, deve ocorrer a apresentação dos álbuns seriados 
pelas equipes para o restante da turma com posterior discussão em sala de 
aula. 
 
Observação: Após a confecção do álbum, é importante que se coloquem títulos 
e legendas (usar canetas hidrocor) obedecendo aos critérios para a elaboração 
de Recursos DidáticosVisuais (evitando poluição visual, muita informação – 
textos extensos, figuras demasiadas, etc.). 
 
Atividade 4: Trabalhando com textos literários, por exemplo, “Os Sertões” 
de Euclides da Cunha (8): 
 
Objetivo da atividade: Trabalhar o conteúdo de fauna da Caatinga de forma 
inter e/ou multidisciplinar. 
 
Procedimento: Os alunos podem ler o texto em grupos, discutindo e analisando 
os diferentes termos e/ou palavras que eles não conhecem. O professor pode 
solicitar a classificação dos animais que aparecem no texto. 
 
Sugestão: O professor pode sugerir discussões e inter-relações com outras 
disciplinas, por exemplo: discutir aspectos da Geografia do bioma; Analisar 
quais as espécies estão em perigo de extinção e sugerir aos alunos pesquisas 
 
(8)
 Os Sertões - Euclides da Cunha - Fonte Digital: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro 
[http://www.biblivirt.futuro.usp.br] USP / São Paulo: Domínio Público - Disponível em 
<http://www.euclidesdacunha.org.br/digitalizada2.htm>, Acesso em 20 set. 2007. 
 
http://www.euclidesdacunha.org.br/digitalizada2.htm
 
 
55 
sobre a biologia e ecologia dos animais que aparecem no texto (disciplinas de 
Ciências ou Biologia); os alunos podem também pesquisar sobre as palavras 
que eles desconhecem e que não são muito usadas no Português atual. 
 
 
"E o sertão é um paraíso... Ressurge ao mesmo tempo a Fauna 
resistente das Caatingas: disparam pelas baixadas úmidas os 
Caititus esquivos; passam em varas, pelas trigueiras, num estrídulo 
estrepitar de maxilas percutindo; os Queixadas de canela ruiva; 
correm pelos tabuleiros altos, em bandos, esporeando-se com os 
ferrões de sob as asas, as Emas velocíssimas; e as Seriemas de 
vozes lamentosas, e as Sericóias vibrantes, cantam nos balsedos, à 
fímbria dos banhados onde vem beber o tapir estacando um 
momento no seu trote, brutal, inflexivelmente retilíneo, pela 
Caatinga, derribando árvores, e as próprias Suçuaranas, aterrando 
os Mocós espertos que se aninham aos pares nas luras dos 
fraguedos, pulam, alegres, nas macegas altas, antes de quedarem 
nas tocaias traiçoeiras aos Veados ariscos ou Novilhos 
desgarrados..." (Os Sertões - Euclides da Cunha). 
 
 
56 
CAPÍTULO IV 
IMPACTOS AMBIENTAIS NA CAATINGA 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
HUGO DA SILVA FLORENTINO 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 
001 de 23/01/86 define Impacto Ambiental como: Qualquer alteração das 
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por 
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, 
direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da 
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas 
e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais 
(BRASIL, 1986). 
Entretanto de acordo com a Norma ISO 14001, citado pelo Centro de 
Informação Metal Mecânico (CIMM, 2008), Impacto Ambiental é qualquer 
modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou 
em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. 
Juridicamente, o conceito de impacto ambiental refere-se exclusivamente aos 
efeitos da ação humana sobre o meio ambiente. Portanto, fenômenos naturais 
como tempestades, enchentes, incêndios florestais por causa natural, 
terremotos e outros, apesar de provocarem as alterações ressaltadas não 
caracterizam um impacto ambiental. 
No Brasil, os primeiros estudos de impactos ambientais foram 
elaborados na década de 70, como uma das exigências do Banco Mundial, 
frente à acelerada degradação ambiental. No entanto, o primeiro dispositivo 
legal relacionado à Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) foi à lei n° 6.938 de 
 
 
57 
31/08/1981 do CONAMA, regulamentado dois anos depois com o decreto n° 
88.351 de 01/06/1983, vinculando sua utilização aos sistemas de licenciamento 
de atividades poluidoras ou modificadoras do meio ambiente, a cargo de 
órgãos ambientais dos governos estaduais e federais competentes (SILVA, 
1994). 
O estudo de impactos ambientais consiste num instrumento de política 
ambiental, formado por um conjunto de procedimentos capazes de identificar, 
prever, interpretar e transmitir informações de forma sistêmica sobre os 
possíveis impactos benéficos e/ou adversos, existentes ou que possam existir 
pela execução de um projeto, programa, plano ou política numa perspectiva 
espaço-temporal. 
 A Avaliação de Impactos Ambientais tem como objetivo prevenir e 
minimizar as alterações que podem ocorrer na elaboração de um projeto ou 
determinada atividade econômica. No entanto, não contempla o que é o 
desafio dos técnicos sobre o assunto, ou seja, a avaliação de impactos 
ambientais de ações repetitivas ou continuas, já em transcurso, como as 
atividades da agricultura, mineração e pecuária (CLAÚDIO, 1987). 
Para um estudo de Impacto Ambiental são necessários dois 
procedimentos ou documentos básicos: um Estudo de Impactos Ambientais 
(EIA), onde se analisará o meio físico, biótico e antrópico utilizando termos 
técnico-científicos e será destinado aos técnicos dos órgãos licenciadores, e 
um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), onde deve refletir as conclusões do 
EIA, sendo apresentado em geral para o público leigo, evitando sempre que 
possível o emprego de terminologia técnica. 
Não obstante, a Caatinga representa um dos biomas brasileiros mais 
alterados pelas atividades humanas, contudo não há levantamentos 
sistemáticos sobre a evolução de sua cobertura vegetal ao longo do tempo. 
Entretanto, estima-se que 45 % da área total do bioma tenham sido alterados, 
colocando-o como o terceiro bioma brasileiro mais modificado pelo homem, 
sendo ultrapassado apenas pela Mata Atlântica e o Cerrado. Todavia, se além 
do nível de alteração, for considerado que menos de 2% do bioma é protegido 
 
 
58 
legalmente por unidades de conservação de proteção integral, a Caatinga 
assume a posição do bioma brasileiro menos protegido (LEAL et al., 2005a). 
Assim, o bioma Caatinga sofre historicamente por ter sido considerado 
erroneamente pobre por parte da população e governantes locais, e pela 
enorme carência de conhecimento técnico-científico sobre seu verdadeiro valor 
biológico, paisagístico e aproveitamento econômico sustentável da sua 
biodiversidade, ofuscando assim, as riquezas que realmente representa. 
 Além disso, o crescimento da população e da densidade populacional 
contribui para a exploração dos recursos naturais para além de sua capacidade 
de suporte. O aumento da população, assim como das demandas por 
alimentos, energia e outros recursos naturais vêm provocando importantes 
impactos na base de recursos naturais das regiões semi-áridas. 
Neste cenário, o habitat pode ser degradado quando existem 
perturbações, tais como alterações do regime de fogo ou a sua utilização 
excessiva como pastagem por animais domésticos, como as cabras (Figura 1) 
e as ovelhas. Por vezes, parcelas de habitat são mesmo completamente 
eliminadas por ações tais como o corte de florestas ou a secagem de áreas 
alagadas. 
 
 
 
Figura 1. Criação de cabras no semi-árido paraibano, São João do Cariri, Paraíba. 
(Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
59 
Além da substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e 
pastagens, temos o desmatamento e as queimadas que são ainda práticas 
comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a 
cobertura vegetal, prejudica a manutenção de populações da fauna silvestre, a 
qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. 
Mais de 60% da área total da Caatinga já foram drasticamente alteradas 
pelas ações do homem. Dados recentes estimam que nos últimos 15 (quinze) 
anos, 40.000 Km² (4 milhões de hectares) de Caatingaforam devastados 
devido à interferência do homem na região. 
No estado da Bahia, conforme Alves (2007), a interferência do homem 
tem devastado 100. 000 hectare anualmente, o que indica que muitas áreas 
consideradas primárias são, na verdade, produtos de interação do homem 
nordestino com o seu ambiente, ou seja, fruto de uma exploração que se 
estende por séculos. 
 Devido à biodiversidade, fontes energéticas e recursos minerais, todo o 
domínio Caatinga é alvo desta intensa exploração, com freqüentes e presentes 
ameaças aos recursos naturais. E atualmente, as conseqüências da 
exploração desenfreada não se confinam apenas aos limites e domínios de 
certos estados ou regiões, mas ultrapassam fronteiras e, atingem regiões cada 
vez mais distantes. 
Com a colonização do semi-árido pelo homem, o bioma Caatinga além 
da esta inserida numa conjuntura de condições climáticas desfavoráveis, 
passou a conviver, obrigatoriamente, com problemas complexos de origem 
antrópico, resultando numa interação complexa entre seus componentes 
biótipos e abióticos, o que se denomina sistema agro-silvo-pastoril. 
Segundo Pereira (2006), o Cariri Paraibano esta localizado em áreas 
consideradas como de alta susceptibilidade e alta ocorrência do processo de 
Desertificação (Quadro I), além de sofrer a ação dos processos naturais de 
degradação, passa por níveis intensos de antropização principalmente no que 
se refere aos processos de agriculturização e pecuarização. 
 
 
 
 
60 
Quadro I. Grau de susceptibilidade à desertificação em municípios do Cariri Paraibano 
(Fonte: SUDEMA, 2002). 
 
GRAU / CATEGORIA MUNICÍPIOS DO CARIRI PARAIBANO 
Muito Alta (fenômeno 
ocorrendo na área total dos 
municípios) 
۰ 03 municípios do Cariri Ocidental (Assunção, 
Taperoá e Livramento) atingindo 1.102,7 km2 
e cerca de 22.603 habitantes 
۰ 
Alta Susceptibilidade 
(fenômeno atingindo a área 
total dos municípios) 
۰ 14 municípios no Cariri Ocidental (por exemplo, 
São José dos Cordeiros) - atingindo 5.963,4 
km2 e cerca de 87.880 habitantes. 
۰ 11 municípios no Cariri Oriental (por exemplo, 
São João do Cariri) - atingindo 4.859,4 km2 e 
cerca de 59.008 habitantes 
 
PRINCIPAIS AÇÕES DE IMPACTOS AMBIENTAIS SOBRE A CAATINGA 
 
Fragmentação e Destruição dos hábitats 
 
A fragmentação e a destruição de hábitats produzem perdas 
irrecuperáveis, com conseqüências imediatas como à subdivisão e redução da 
área de habitat disponível, o que leva a uma drástica redução da 
biodiversidade local, quer seja imediatamente, através da perda da área, onde 
exclui espécies raras ou distribuídas em manchas, quer seja em longo prazo, 
através dos efeitos do isolamento. Além disso, os pequenos tamanhos 
populacionais das espécies remanescentes as tornam vulneráveis à extinção 
através de processos ambientais que ocorrem ao acaso, como por exemplo, as 
catástrofes e também devido aos efeitos genéticos resultantes do cruzamento 
de indivíduos muito próximos geneticamente (LECP-UFRJ, 2008). 
Outra conseqüência da fragmentação é um aumento no total de bordas 
de habitat devido à transição acelerada entre a floresta e o habitat ao redor. A 
proliferação das bordas gera um conjunto de alterações bióticas e abióticas 
conhecidas como "efeitos de borda". 
A persistência de uma determinada espécie em um dado fragmento 
também vai depender da sua tolerância aos efeitos de borda, que incluem o 
aumento das temperaturas do ar e do solo, a diminuição da umidade do ar e 
uma maior exposição aos ventos (levando a queda de árvores), entre outras 
 
 
61 
alterações. Todas essas mudanças, por sua vez, vão afetar os organismos 
presentes nos fragmentos, dando origem a uma série de mudanças bióticas 
que incluem, por exemplo, a proliferação de espécies adaptadas às novas 
condições ambientais, que competem com as espécies nativas e/ou 
endêmicas, podendo culminar na extinção (LECP-UFRJ, 2008). 
Mendes (1997) ressalta que a alteração da cobertura vegetal primitiva, 
promove também mudanças na capacidade de manutenção da fauna, e 
conseqüentemente modifica o número de espécies da área como o número de 
indivíduos de cada espécie. 
Além disso, as conseqüências do desequilíbrio ambiental põem em risco 
a própria sociedade. A falta de planejamento racional do uso do solo promove 
diversos impactos negativos, resultando em degradação ambiental e redução 
da qualidade de vida, não só para a comunidade rural, mas também para toda 
a população (PEDRON et al., 2006). 
 
Erosão do solo 
 
A erosão é um processo natural de desagregação, decomposição, 
transporte e deposição de materiais de rochas e solos sobre a superfície 
terrestre. Entretanto, a exploração humana de forma inadequada provocado 
pelo desmatamento, agricultura, pecuária e irrigação intensiva tem contribuído 
para a aceleração do processo erosivo trazendo uma série de conseqüências 
como: a perda de solos férteis, a poluição das águas, a degradação e redução 
da produtividade dos ecossistemas terrestres e aquáticos (IPT, 1989). 
 No semi-árido nordestino, o clima, aliado à litologia, relevo, solo e 
cobertura vegetal, causa um processo natural de perda de solo que tem sido 
acelerado devido á ocupação humana em áreas consideráveis vulneráveis. 
As áreas onde ocorre atividade humana, como solo exposto, culturas 
anuais e pastagens, possuem um alto valor de vulnerabilidade aos processos 
de perda de solo, devido à baixa cobertura do solo (Figura 2) e ao constante 
preparo para a agricultura. 
 
 
 
62 
 
 
Figura 2. Aspectos da erosão do solo no município de São João do Cariri, Paraíba. 
(Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
Assim, indiretamente as secas tornam mais nocivas o superpastoreio 
dos animais domésticos e os agentes do intemperismo (chuva e vento), além 
disso, somado as causas naturais, a erosão em áreas degradadas atenuam 
processos que afetam a fertilidade do solo e a quantidade e qualidade de água, 
devido à aceleração da oxidação da matéria e salinização (MENDES, 1997). 
Portanto, o uso e o manejo inadequado dos solos são apontados como 
uma das principais causas de origem antrópica relacionadas com a 
desertificação. Segundo Accioly (2000) o extrativismo vegetal e mineral, o 
superpastoreio das pastagens nativas ou cultivadas, e o uso agrícola por 
culturas que expõem os solos aos agentes da erosão podem contribuir para a 
desertificação na região. 
 
Pecuarização 
 
O superpastoreio de Ovinos, Caprinos, Bovinos e outros herbívoros tem 
contribuído para uma modificação drástica na vegetação da Caatinga, dada à 
importância que a Caprinocultura representa para o Nordeste brasileiro. 
Inclusive, segundo Leal et al. (2005b) vários projetos de desenvolvimento da 
região semi-árida estimulam esse tipo de atividade devido as vicissitudes 
climáticas. 
A região Nordeste detém 89% do rebanho caprino, 49,8% do rebanho 
ovino e 17,9% do rebanho bovino nacional (ARAUJO-FILHO; CRISPIM, 2002), 
 
 
63 
isto devido à rusticidade e adaptabilidade destas espécies às condições 
edafoclimáticas da região, favorecendo assim a exploração destas espécies em 
micro-regiões como a do Cariri e Sertão paraibano. Entretanto existe evidência 
que a herbivoria por caprinos pode afetar a estrutura, a capacidade de 
regeneração da vegetação e alterar drasticamente os padrões de ciclagem de 
nutrientes e de fluxo de energia nos ecossistemas, além de eliminar a 
vegetação em virtude da compactação do solo devido ao pisoteio excessivo. 
Segundo Alves (2007) algumas espécies de vegetais são eliminadas 
rapidamente pelo rebanho logo após as primeiras chuvas. Dessa maneira a 
pecuária é responsável por modificações profundas nas Caatingas por 
modificar o microclima de seus estratos inferiores e seus ecótopos, 
principalmente pelo excesso de pisoteio que torna os solos compactos, 
impedindo a infiltração das águas, contribuindo com oaumento da energia de 
escoamento superficial e, conseguintemente provocando erosão. 
É oportuno ressaltar, que a caprinocultura pode ser uma prática 
sustentável, menos agressora ao meio ambiente, e geradora de fonte de renda 
para a população nordestina, a exemplo da produção de queijo, leite e carne. 
Entretanto, para ser uma atividade sustentável e conservacionista deve ser 
realizada de forma racional, não ultrapassando a capacidade máxima de 
regeneração, e que as áreas destinadas para a pecuária possam ser 
recuperadas depois de uma pastagem através de técnicas adequadas de 
manejo, evitando assim, a utilização contínua que leva a degradação do bioma. 
Não obstante, em função da falta de manejo adequado na pecuária, as 
Caatingas vêm se exaurindo, uma vez que, os criadores aumentam o número 
de bovinos, caprinos e ovinos em limites superiores à capacidade de suporte, 
que inclusive é muito baixa, cerca de 20 hectares por unidade animal (5 a 15 
Kg de peso vivo por ha) (MEDEIROS et al., 2000). 
Agravando ainda mais a situação desta atividade, acrescenta-se a 
prática dos pastos naturais melhorados pela utilização do fogo que sem 
nenhuma vigilância nem método, em um só dia, reduz a cinzas centenas de 
hectares de Caatinga. 
 
 
64 
 Explorada extensivamente ou semi-extensivamente, este tipo de prática 
é responsável por uma forte concentração de terras e, atualmente, substituem 
espécies nativas por plantas forrageiras, tais como: gramíneas exóticas, 
algaroba e palmas forrageiras. Todavia, vale ressaltar que apesar de exótica, a 
palmas forrageiras não são consideradas invasoras, e desde que manejadas 
de forma correta podem inclusive ser utilizadas para o controle da erosão e a 
recuperação de áreas degradadas. 
Segundo Simões et al. (2005), há evidências de que a palma pode 
desempenhar importante papel para a proteção e a conservação do solo nas 
zonas áridas e semi-áridas devido a fatores como: crescimento relativamente 
rápido sob condições climáticas rigorosas, capacidade de formar barreiras de 
retenção de água e solo, quando plantada de forma adensada em curvas de 
nível. Além disso, o cultivo deste vegetal pode reduzir a exploração de vegetais 
nativos da Caatinga como: cardeiros, facheiros e mandacaru, utilizados na 
alimentação de animais durante os períodos de seca. 
 
Agriculturização 
 
 O desmatamento e queimadas para ampliação de extensas áreas com 
monoculturas, tais como o mamão e outras frutíferas vêm sendo responsáveis 
pela mudança da paisagem da região semi-árida do nordeste brasileiro. 
 As atividades agrícolas acentuam-se com o progressivo aumento da 
população, transformando, por vezes completamente, a fisionomia original da 
Caatinga naqueles trechos onde as condições de solo e água são mais 
favoráveis. O que aí se encontra, então, é uma vegetação secundária de 
capoeiras, bem diferente da vegetação primitiva. Este fato levou à fantasiosa 
idéia de que as Caatingas teriam sido originalmente florestas, em delicado 
equilíbrio com as condições do meio, que se degradaram pelas repetidas 
queimadas para o estabelecimento de roçados ou para a melhoria de 
pastagens nativas (BERNARDES, 1999). 
 A agricultura de forma indiscriminada traz sérios danos para o bioma 
Caatinga, como a erosão e compactação do solo, poluição do solo, redução 
 
 
65 
dos recursos hídricos, perda de matéria orgânica do solo, inundação e 
salinização de terras irrigadas. Além disso, o uso de pesticidas para o controle 
de ervas daninha, insetos e outras pragas agrícolas trazem sérios danos para a 
saúde humana, pois o uso de agrotóxicos libera substâncias tóxicas, Poluentes 
Orgânicos Persistentes (POPs) que se espalham pelo meio ambiente e se 
acumulam nos tecidos orgânicos de peixes, aves, mamíferos, entre outros, com 
sérios danos para a biodiversidade da Caatinga, bem como para a saúde 
humana. 
 
Projetos de Irrigação 
 
 Denomina-se irrigação o conjunto de técnicas destinadas a deslocar a 
água no tempo ou no espaço para modificar as possibilidades agrícolas de 
cada região. A irrigação visa corrigir a distribuição natural das chuvas (LIMA et 
al., 2004). 
 A irrigação de forma inadequada e sem o recurso à drenagem produz 
impactos indesejáveis em qualquer área semi-árida. Muitas regiões do 
Nordeste já se encontram salinizadas, devido a projetos de irrigação mal 
planejados (BRASIL, 2004). 
 Os principais impactos ambientais devido ao uso da irrigação são: 
modificação do meio ambiente, consumo exagerado da disponibilidade hídrica 
da região, saturação, contaminação dos recursos hídricos, salinização do solo 
nas regiões áridas e semi-áridas e problemas de saúde pública. 
 Os danos à saúde pública gerado pela irrigação se referem à 
contaminação da população que vive em seu entorno e do consumidor dos 
produtos irrigados, em virtude da propagação de doenças como a 
esquistossomose, proliferação de mosquitos e a ocorrência de verminoses. 
 Outro dano causado pela irrigação e drenagem inadequadas é a 
saturação do solo, que acabam por provocar a concentração elevada de sais 
adsorvidos no perfil do solo na zona das raízes das plantas, causando a 
desestruturação e impermeabilização do solo, e conseqüentemente, o atraso 
 
 
66 
e/ou estagnação no crescimento das plantas com a redução da produtividade 
(COSTA, 2003). 
 Os projetos de irrigação interferem em diversas áreas, necessitando 
muitas vezes de infra-estruturas de apoio, externas aos sistemas de irrigação, 
tais como: represas, reservatórios, açudes, poços, estações de bombeamento, 
canais de transporte d’água, desvio e retificação de corpos d’água etc., que 
resultam em mudanças nas zonas afetadas, especialmente nas bacias 
hidrográficas. 
 Um exemplo clássico da irrigação mal planejada sem levar em 
consideração os problemas futuros, ocorreu em 1970, por ocasião da grande 
estiagem de 1970, onde o governo federal implantou programas, como o 
Plurianual de Irrigação (PPI) (VALADALLES; FARIA, 2004). Assim, foram 
criados e ampliados, na região Nordeste, áreas irrigadas como o Perímetro 
Irrigado de Sumé, com o objetivo de desenvolver a produção agrícola na região 
(SILVA-NETO, 2004). 
 No inicio da criação do perímetro, realizou-se um planejamento sobre as 
características dos solos, preocupando-se em diversificar as atividades 
agrícolas, para garantir uma renda familiar mais segura, e assim promover a 
sustentabilidade econômica da região. 
 No entanto, com o passar do tempo os perímetros foram intensamente 
explorado, exigindo, desta forma, que a irrigação, fosse uma prática 
descontrolada, ininterrupta, e sem preocupação com a sustentabilidade do 
sistema, a qual promovia um uso indiscriminado das águas, manejo 
inadequado da irrigação e a drenagem insuficiente, desencadeando a médio e 
longo prazo um processo de salinização dos solos e elevação do lençol freático 
a níveis críticos (QUEIROZ et al., 1997, BARRETO et al., 2006). Devido a isto, 
nestes últimos vinte anos, o perímetro de Sumé, por exemplo, ficou 
praticamente inoperante (CHAVES, 2007). 
 Macêdo e Santos (1992) estudando solos irrigados com água salina na 
bacia Sucuru/Sumé, no estado da Paraíba, verificaram que a salinidade natural 
dos solos e o uso contínuo da irrigação aumentaram o risco de salinização, 
sendo que uma forma para melhorar a qualidade da água foi à utilização de 
 
 
67 
gesso agrícola. No perímetro irrigado de Custódia-PE, solos aluviais tiveram 
seu processo de uso agrícola interrompido por problemas de salinidade, 
causado principalmente pela baixa qualidade da água de irrigação (OLIVEIRA 
et al., 2002). Segundo os autores a reutilização desses solos para irrigação 
deve ser precedida com o uso de corretivos e de eficientes sistemas de 
drenagem. 
 Oliveira (1996) destaca que as seguintes medidas poderiam ser tomadas 
para reduzir os processos de salinização dos solos: melhoria dos sistemas de 
drenagem;observações periódicas do nível do lençol freático; análises 
periódicas do solo e das águas de irrigação e do lençol freático; uso de práticas 
agrícolas adequadas e de culturas selecionadas em função de suas tolerâncias 
à salinidade; assistência técnica permanente aos irrigantes. 
 Portanto, o manejo racional da irrigação demanda estudos que 
considerem os aspectos sociais, econômicos, técnicos e ecológicos da região. 
Assim, deve-se aglomerar esforços no sentido de obter dados confiáveis que 
permitam quantificar com precisão a magnitude do impacto ambiental 
ocasionado pela irrigação, de modo a ser considerado na implantação de 
projetos. Não obstante, estes cuidados possibilitarão um crescimento saudável 
da irrigação na região semi-árida, evitando, assim, um crescimento baseado 
exclusivamente em benefícios financeiros, sem considerar os problemas 
relacionados ao meio ambiente. 
 
Produção de energia: retirada de lenha e carvoarias 
 
 A extração madeireira, para obtenção de lenha e carvão, tem sido 
considerada mais danosa que a própria agricultura segundo diversos 
pesquisadores. Com a crise mundial do petróleo, a partir de 1974, por decisão 
governamental, alguns setores industriais tiveram que buscar fontes 
alternativas de energia, concentrando-se na órbita da biomassa (BENEVIDES, 
2003). Além disso, a lenha e o carvão vegetal ainda são as fontes de energia 
mais importantes para as famílias nordestinas. Segundo Braid (1996) a energia 
da biomassa florestal representa a segunda fonte de energia do Nordeste. 
 
 
68 
 A dependência direta ou indiretamente da população por matriz 
energética, somado ao manejo incorreto e ao consumo em níveis que superam 
a capacidade de regeneração torna ainda mais intenso a degradação da 
Caatinga. 
 Neste cenário, as Indústrias alimentícias, de gesso, mineradoras 
calcinadoras, curtumes, cerâmicas, olarias, panificadoras, reformadoras de 
pneus e pizzarias (Figura 3) utilizam espécies nativas como jurema preta, 
catingueira, baraúna, umburana-de-cambão, angico, sete-cascas, dentre 
outras, o que modifica a fitofisionomia da Caatinga. 
 Segundo dados do Balanço Energético do Nordeste (período de 1080 a 
1989) o estado da Paraíba contribuiu com 40% da lenha e do carvão vegetal da 
matriz energética dos estados nordestinos (DRUMMOND et al., 2008). Assim, a 
degradação da vegetação nativa, em função de atividades agrícolas e pastoris, 
além do corte raso para a produção de carvão e abastecimento das indústrias, 
tem acarretado graves problemas ambientais para o semi-árido nordestino, 
entre os quais se destacam: a redução da biodiversidade, a degradação dos 
solos, o comprometimento dos sistemas produtivos e colocam esta área entre 
aquelas com níveis mais acentuados de desertificação (CÂNDIDO et al., 2002). 
 Desta forma, tanto a exploração de subsistência, relacionado ao homem 
sertanejo que busca suprir suas necessidades básicas, quanto à exploração 
econômica intensiva que atende a demanda dos grandes centros urbanos são 
responsáveis pelo processo de degradação dos ecossistemas do semi-árido 
nordestino, porém, na exploração intensiva á extensão de áreas exploradas é 
muito maior 
 Ressalta-se ainda que a utilização dos recursos da Caatinga puramente 
extrativistas, sem a perspectiva de um manejo sustentável, acarreta perdas 
irrecuperáveis na diversidade florística e faunística, como conseqüência da 
simplificação da rede alimentar, redução da resiliência e da estabilidade do 
ambiente diante dos fatores do meio (DRUMOND et al., 2000). Desta forma, 
nos tempos atuais, a Caatinga tem sido favorecida pela expansão de estrato 
arbustivo em detrimento do arbóreo, que diminui gradualmente, e assim, a 
Caatinga arbórea é rasa, esparsa e fragmentada (PRADO, 2005). 
 
 
69 
 Agravando-se ainda mais a situação da Caatinga, o reflorestamento 
realizado nos últimos anos, como forma de amenizar os impactos decorrentes 
do desmatamento, foi com espécies forrageiras e frutíferas que não serão 
utilizadas em grande escala como energéticos, o que torna ainda mais 
vulnerável espécies nativas de valor energético como, por exemplo, o angico, 
muito utilizado como matriz energética. Nessa perspectiva, estima-se para o 
futuro da Caatinga um aumento de área desmatada, resultado da tendência do 
aumento do consumo de carvão e lenha, e reestruturação fundiária da região. 
 
 
 
Figura 3. Lenha utilizada como matriz energética no processo de beneficiamento de 
minérios no município de Boa Vista, Paraíba. (Fonte: acervo do grupo de estudos de 
educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
Exploração Mineral 
 
A Caatinga, ao longo de muitas décadas, foi degradada pela exploração 
mineral, uma vez que, os órgãos de controle e fiscalização não impedia a 
consumação dos impactos ambientais, seja por não implementar uma política 
 
 
70 
preventiva em relação aos danos, ou porque não exigiu a implantação de 
mecanismos de controle de poluição. 
Apesar de não existir estimativas oficiais da exploração de minérios na 
Caatinga, extensas áreas no nordeste têm sido degradadas ocasionadas pela 
exploração mineral, a exemplo da retirada irracional do granito, bentonita e 
ocorrências pegmatíticas no Cariri (Figura 4) e no Seridó Paraibano (SAMPAIO 
et al., 2001), o que gera fortes impactos ambientais para o bioma Caatinga. 
A extração mineral pode causar diversas formas de impacto ambiental, a 
exemplo da remoção total da vegetação das camadas superficiais do solo, com 
a extinção de vários animais e vegetais nativos; rebaixamento de lençóis 
freáticos; assoreamento e contaminação das águas, do solo e do ar nos 
processos de extração e processamento mineral; utilização de carvão vegetal e 
lenha como fontes energéticas na extração e processamento mineral, 
causando impacto indireto, porém muito intenso sobre o bioma, como por 
exemplo, o uso de biomassa florestal como energia pelas indústrias do gesso, 
cerâmicas, calcinação do calcário, beneficiamento da bentonita, entre outras 
(CRUZ et al., 2005). 
Como conseqüência do processo de extração e beneficiamento de 
minérios, somado à incipiente legislação ambiental existente até o inicio da 
década de 80 e ao descaso com o cumprimento das normas reguladoras do 
setor, as mineradoras na Paraíba, bem como em todo o domínio Caatinga 
provocou, após décadas de exploração, um efeito degradativo direto e/ou 
indireto em várias áreas do bioma Caatinga. 
Embora atualmente, de acordo com o artigo 225, em seu parágrafo 
único da Constituição Federal de 1988, aquele que explorar recursos minerais 
fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, extensas áreas da Caatinga 
continuam a ser degradadas sem nenhum projeto de recuperação, frutos de 
uma mineração clandestina desenvolvida sem nenhum critério técnico-
ambiental. 
É oportuno ressaltar que a atividade mineral não pode deixar de existir, 
uma vez que seus produtos são de grande importância para a sociedade. 
 
 
71 
Todavia, tal exploração deve agredir o mínimo possível o meio ambiente e ser 
acompanhado de estudos e planos de uma posterior recuperação da área 
degradada, bem como melhor aproveitamento dos recursos minerais e 
minimização de danos indiretos, como o desmatamento, para a produção de 
biomassa energética na obtenção de produtos minerais. 
A aquisição de lenha, para uso energético das indústrias mineradoras, 
se oriunda de biomassa de reflorestamento, reduziria o desmatamento de 
extensas áreas de mata nativa, e minimizaria os danos ao bioma Caatinga, 
como perda de solos e fertilidade agrícola, e esgotamento da biodiversidade 
animal e vegetal, além de reduzir os altos investimentos econômicos para a 
recuperação das áreas degradadas. 
 
 
Figura 4. Exploração de minérios no município de São João do Cariri, Paraíba. (Fonte: 
acervo do grupo de estudosde educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
Introdução de espécies exóticas 
 
 As alterações impostas nos ecossistemas pela ação antrópica são 
profundas e geram impactos, muitos considerados irreversíveis. Dentre os 
problemas da atualidade que causam desequilíbrio no meio biofísico, destaca-
 
 
72 
se a introdução de espécies exóticas, que está sendo apontada como a 
segunda causa de extinção de espécies no planeta (VILAR, 2006). 
As espécies exóticas, introduzidas intencionalmente ou acidentalmente 
nos ecossistemas, não apenas sobrevivem, mas se adaptam e passam a 
competir com as espécies nativas, desencadeando problemas gravíssimos, 
como a alteração das características naturais e o funcionamento de processos 
ecológicos, afetando diretamente a resiliência dos ecossistemas, a redução de 
populações autóctones e perda de biodiversidade (ZILLER, 2001). 
 Na grande maioria das propriedades do Cariri Paraibano, dificilmente se 
encontra mata ciliar original, os poucos fragmentos ainda existentes 
apresentam reduzida diversidade florística e, em alguns casos, são totalmente 
representados pela Algaroba (Prosopis juliflora) (estima-se em mais de 15 mil 
hectares de áreas reflorestadas no Cariri paraibano), que introduzida de forma 
intensiva na região nas décadas de 70-80, invadiu as áreas de várzea e as 
margens dos cursos de água e reservatórios, não permitindo, devido ao seu 
papel alelopático (fenômeno, geralmente de ordem química, que evita a 
presença de outras espécies ou a mesma espécie junto a ela no que se refere 
à competição por água, nutrientes, luminosidade, etc.), que as espécies nativas 
típicas destes ecossistemas pudessem ocupar as áreas antes dominadas pela 
agricultura e/ou pecuária (PEREIRA, 2006). 
Existem poucas informações sobre espécies introduzidas na Caatinga, 
no entanto, vale destacar as abelhas africanizadas (Apis melifera), que 
competem com as espécies de abelhas nativas podendo levar a extinção das 
mesmas. Segundo Aquino (1997), várias espécies de abelhas silvestres nativas 
do Cariri paraibano estão ameaçadas de extinção, devido ao desmatamento de 
vegetais que lhes proporcionam alimento e abrigo; à competição com as 
abelhas africanizadas, que são mais agressivas e com colônias bem maiores; e 
à ação predatória dos “meleiros” que retiram o mel destruindo completamente 
suas colônias. 
É oportuno ressaltar que as espécies nativas exercem um papel 
fundamental na polinização da Caatinga, além disso, segundo diversos 
pesquisadores, o mel dessas abelhas pode ser até 10 vezes mais caro que o 
 
 
73 
das abelhas africanas, a exemplo da jandaira (Melipona rufiventris), abelha 
endêmica do semi-árido brasileiro. Outra vantagem, é que a criação de abelhas 
independe das condições climáticas do semi-árido e das dimensões da 
propriedade, o que pode representar uma alternativa sustentável para o 
pequeno proprietário. 
 
Superexploração dos Recursos Bióticos 
 
 A superexploração dos recursos bióticos sempre foi uma prática 
constante na Caatinga, seja na forma de alimentação para o homem do campo 
ou caçadas pelo elevado valor comercial de sua pele. Segundo Aquino (1997), 
diversos felinos na Paraíba como as onças e os gatos-maracajás; répteis como 
tejuaçú e jibóia foram caçados intensamente para a retirada de sua pele e 
comercialização no mercado internacional. Ainda nos dia atuais, animais 
ameaçados de extinção continuam a ser utilizados na alimentação da 
população que vive na Caatinga. 
É oportuno ressaltar que a biodiversidade da Caatinga é fundamental 
para o equilíbrio econômico da população local devido ao seu potencial 
forrageiro, frutífero, medicinal, madeireiro e faunístico, mas muitas práticas têm 
contribuído para uma insustentabilidade e perda de biodiversidade. 
 A exploração dos recursos bióticos de forma intensa promove um 
esgotamento total da diversidade florística e faunística do bioma Caatinga, fato 
este não obstante, uma vez que a cada dia são mais evidentes as estimativas 
de perda de biodiversidade, seja de forma direta ou indireta. 
 É oportuno ressaltar também que neste cenário da superexploração da 
Caatinga, vários exemplares da Biodiversidade deste bioma desapareceu como 
exemplo, a espécie de ave ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), extinta 
oficialmente da natureza. Não obstante, as listas divulgadas de espécie em 
risco de extinção não contemplam a verdadeira situação do bioma Caatinga, 
uma vez que, as espécies listadas são desatualizadas e irrisórias. 
 Dentre as alternativas que poderia minimizar a superexploração da 
fauna da Caatinga, podemos citar a criação em cativeiro de animais como 
 
 
74 
exemplo da ema (Rhea americana), maior ave da América do Sul, que ocorria 
em abundância na região semi-árida e praticamente desapareceu. 
Segundo Aquino (1997), a criação de emas na Caatinga apresenta 
várias vantagens como: auxiliar no controle biológico natural, pois pequenos 
vertebrados e insetos fazem parte de sua alimentação, e desta forma controlam 
diversas pragas, a exemplo dos gafanhotos, que destroem plantações; animais 
que se integra ao hábito alimentar do semi-árido; sua pele é superior em 
qualidade à pele do avestruz; suas penas podem ser utilizadas na indústria de 
utensílios domésticos, vestuário e decoração; seus ovos podem ser 
aproveitados na gastronomia e podem servir de matéria prima para artesãos; 
importante disseminadora de sementes em áreas degradadas. 
 
O BIOMA CAATINGA E O PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO DO SEMI-
ÁRIDO 
 
Desertificação, segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à 
Desertificação (UNCCD), é a degradação de terras nas zonas áridas, semi-
áridas e sub-úmidas secas do planeta. Significa a destruição da base de 
recursos naturais, como resultado da ação do Homem sobre o seu ambiente, e 
de fenômenos naturais, como a variabilidade climática e condições edáficas 
locais. É um processo, quase sempre lento, que corrói pouco a pouco a 
capacidade de sobrevivência de uma comunidade, produzindo redução da 
biodiversidade, perda de produtividade agrícola, instabilidade econômica e 
política e, por vezes, chegando a contribuir com as mudanças climáticas do 
planeta. 
Este processo pode ser considerado como um problema global devido a 
sua ocorrência em mais de 100 países. Na região Nordeste, este processo vem 
se intensificando ao longo dos anos, e, conforme Viana (1999), ocupa uma 
área de aproximadamente 181.000 Km², abrangendo mais de 1.000 
municípios, com perdas econômicas em torno de 100 milhões de dólares 
anuais. 
 
 
75 
As áreas seriamente comprometidas com o processo de desertificação 
são: Gilbués, no Piauí; Inhamuns, no Ceará; Seridó, no Rio Grande do Norte; 
Cariris Velhos, na Paraíba; Sertão Central de Pernambuco; e Sertão do São 
Francisco, na Bahia. Todavia, de todos os estados nordestinos, a Paraíba 
apresenta o maior índice de desertificação, e, estudos relatam que dos 56.372 
km² da área total do estado (mais de 70%) encontra-se em processo de 
desertificação (FRANCO et al., 2007), o que equivale a cerca de 15% da área 
total da Caatinga (DRUMOND et al., 2000). 
No entanto, pouco se tem feito para amenizar o problema, uma vez que 
a falta de articulação entre as diversas esferas da sociedade, o desinteresse 
político, e principalmente a falta de sensibilização das comunidades locais 
dificulta o controle dos processos degradativos. 
Segundo Corrêa (1999), a cerca de um século foi citada a ação 
antrópica como gerador do processo de desertificação e degradação dos 
recursos naturais do Nordeste. No entanto, apenas na década de 30, com a 
destruição dos solos e da vegetação que ocorreu no Meio Oeste americano, 
que o problema passou a ser caracterizado de forma mais abrangente 
(VALADALLES; FARIA, 2004). 
Assim, além da ação dos rigores climáticos sobre a cobertura vegetal, o 
manejo inadequado da Caatinga, em particular, os desmatamentosem grande 
escala; a irrigação mal controlada, que provoca a salinização dos solos; a 
extração de madeira; as monoculturas, a exemplo da soja, mamona, eucalipto 
e bambu que causam extinção da biodiversidade e proliferação de pragas; a 
mineração; e a pecuária, praticada de forma extensiva e descontrolada como 
sendo os fortes agentes degradativo da Caatinga (LUNA; COUTINHO, 2007). 
No início dos anos 80, o incentivo financeiro e a divulgação do 
“reflorestamento” com algaroba (Prosopis juliflora), árvore exótica levaram os 
fazendeiros a desmatar, eliminando árvores nativas, como marmeleiro, 
juazeiro, craibera, jurema, umburana, catingueira, baraúna, jurema, entre 
outras, além disso, o algarobeiro suga muito a umidade do solo e não permite o 
crescimento da vegetação nativa perto dela, levando assim a perda da 
Biodiversidade. 
 
 
76 
Neste cenário, as conseqüências da degradação e da desertificação 
são, freqüentemente, a diminuição da produtividade agrícola, e, portanto 
diminuição da qualidade de vida, elevação da mortalidade infantil e redução da 
expectativa de vida da população. Assim, os prejuízos sociais refletem nas 
unidades familiares, provocando as migrações que por sua vez, impactam as 
zonas urbanas, que quase sempre não estão em condições de oferecer 
serviços ao elevado contingente populacional que para lá se deslocam 
(BRASIL, 2004). 
Quando da elaboração do Programa de Ação Nacional de Combate à 
Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil), foram delimitadas 
as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD) no Brasil, de acordo com os 
pressupostos da UNCCD. Como tal, estão caracterizadas aquelas que 
apresentam Índice de Aridez entre 0,21 e 0,65, essas áreas compreendem 
porções territoriais dos Estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais, acrescidos, em caráter 
preliminar, de mais 281 municípios situados no entorno daquelas áreas, 
englobando, além dos estados já citados, parte dos estados do Maranhão e 
Espírito Santo (BRASIL, 2004). 
 Assim, as áreas susceptíveis à desertificação no Brasil caracterizam-se 
por longos períodos de seca, seguidos por outros de intensas chuvas. Ambos 
os processos, secas ou chuvas intensas, costumam provocar significativos 
prejuízos econômicos, sociais e ambientais, que tendem a atingir com maior 
rigor a parcela da população menos favorecida (CARVALHO; OLIVEIRA, 
2006). 
Neste cenário, a Paraíba é o estado brasileiro que possui o maior 
percentual de área com nível de desertificação muito grave (29 %), afetando o 
dia-a-dia de mais de 653 mil pessoas residentes nessas localidades (Figura 5). 
Segundo dados de Brasil (2004), o estado da Paraíba apresenta 208 
municípios com áreas susceptíveis à desertificação. 
As principais áreas afetadas no estado da Paraíba são: os Cariris, o 
Seridó, uma parte do Curimatáu, a Depressão do Alto Piranhas, dentre outras. 
(SCHENKEL; MATALLO-JÚNIOR, 2003). Porém, dentre as áreas, se destaca 
 
 
77 
a micro-região dos Cariris Velhos, que apresenta o menor índice de chuvas do 
país (240 mm por ano), e consequentemente torna os processos antrópicos 
ainda maior rigorosos. 
Souza (2008), utilizando como base o processo histórico de ocupação e 
povoamento do Cariri, a análise qualitativa da vegetação (diversidade, 
densidade e estratos) e o uso de técnicas de sensoriamento remoto e 
geoprocessamento mapeou a desertificação na região. Entre os resultados 
encontrados pelo autor, foi verificado que no período de 2005-2006, a área 
atingida por esse processo, em todos os níveis analisados (Moderado, Grave e 
Muito Grave), correspondeu a 77,4% de toda a região. Inclusive, no período 
compreendido entre 1989 a 2006, houve um aumento aproximado de 15% em 
relação a esse tipo de degradação na região do Cariri. 
Melo (2000) e Pachêco et al. (2006) identificou duas causas principais 
para a desertificação na região dos Cariris da Paraíba: 
1) A predisposição geoecológica ou o equilíbrio instável resultante dos 
fatores climáticos, edáficos e topográficos; 
2) As diferentes modalidades das ações antrópicas, diretas ou indiretas, 
que começam pela eliminação ou degradação do revestimento vegetal, 
chegando a desencadear o comprometimento dos outros componentes do 
ecossistema e dando início à formação de núcleos de desertificação. 
Portanto, não existe um único fator que pode ser desencadeador do 
processo de desertificação, mas sim múltiplas causas, que vai desde a 
predisposição natural do ambiente, até as diferentes modalidades de ações 
antrópicas, já discutidas neste capítulo. 
 
 
 
78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Localização do Semi-árido e da Caatinga e as áreas susceptíveis à 
desertificação e as afetadas por processos de desertificação (Fonte: Programa de 
Combate à Desertificação - Proágua Semi-Árido – Antidesertificação, OTAMAR, 2006. 
Disponível em <http://www.iicadesertification.org.br/lendo.php?sessao=MTA3> Acesso 
em 10. jun. 2008. 
 
 
79 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
ATIVIDADE 1: Jogo da Cruzadinha sobre as principais ações de impactos 
ambientais no Bioma Caatinga. 
 
Objetivos da atividade: Desenvolver a capacidade do pensar e do agir; 
Contribuir para o desenvolvimento do raciocínio e da participação ativa dos 
educandos ao realizarem uma atividade lúdica. 
 
Procedimento: A partir das alternativas abaixo, encontrar a resposta para os 
diferentes tipos de impactos ambientais sobre o bioma Caatinga e preencher a 
cruzadinha. 
 
1 - Apropriação e/ou Tráfico ilegal de animais ou vegetais, de uma dada região 
para outra, visando lucro econômico; 
2 - Espécies que ocorrem em uma área geográfica, fora de seu limite natural 
historicamente conhecido, como resultado de dispersão acidental ou 
intencional por atividades humanas; 
3 – Prática de aplicar água no solo, de modo artificialmente e de modo 
controlado, a fim de possibilitar o cultivo agrícola; 
4 - Retirada ou utilização dos recursos naturais de uma determinada área de 
forma exagerada, sem levar em conta sua capacidade de regeneração ou 
reposição do ambiente; 
5 - Processo de devastação ou extração de parte ou de todo um determinado 
ambiente (resposta: Destruição); 
6 - Conjunto de processos técnicos usados na domesticação e produção de 
animais com objetivos econômicos; 
7 - Lugar onde se fabrica ou armazena carvão; 
8 - Ramos, troncos, toras ou quaisquer pedaços de madeira utilizados como 
fonte de energia; 
9 - Processo pelo qual a concentração de sais dissolvidos aumenta no solo ou 
na água; 
 
 
80 
10 - Conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de 
obter alimentos, fibras, energia, matéria-prima, etc.; 
11 - Destruição do solo e seu transporte em geral feito pela água da chuva ou 
pelo vento; 
12 - Extração de substâncias minerais a partir de depósitos ou jazidas minerais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Respostas da cruzadinha: 1. Biopirataria; 2. Espécies exóticas; 3. Irrigação; 4. 
Superexploração; 5. Destruição; 6. Pecuária; 7. Carvoaria; 8. Lenha; 9. Salinização; 
10. Agricultura; 11. Erosão do solo; 12. Mineração. 
 
 
Outras atividades que podem ser desenvolvidas 
 
 Excursão Didática: uma aula de campo para analisar áreas degradadas no 
semi-árido paraibano e susceptíveis à desertificação; 
 Leitura de Imagens: análise de imagens e fotografias de áreas degradadas 
do semi-árido; 
 
 
81 
 Pesquisas em revistas, jornais e sites educativos, sobre os diferentes 
impactos ambientais no bioma Caatinga, para a produção de cartazes e 
Murais Didáticos; 
 Seminários temáticos com os alunos; 
 Oficinas de Produção de textos e desenhos (Figura 6), representando a 
Caatinga e os impactos ambientais que a acometem. 
 
 
Figura 6. Desenho/pintura representando a paisagem da Caatingae do rio Taperoá, 
elaborado pelo aluno João Paulo da Silva Queiroz e orientado pela professora Maria 
do Socorro Cordeiro Ramos – Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 
Jornalista José Leal Ramos. (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação 
ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
CAPÍTULO V 
CONSERVAÇÃO E USO SUSTENTÁVEL DA 
CAATINGA 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
HUGO DA SILVA FLORENTINO 
THIAGO LEITE DE MELO RUFFO 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
Nas últimas décadas, o número de espécies que se têm extinguido, ou 
que se encontram ameaçadas de extinção a curto ou médio prazo, tem 
aumentado extraordinariamente, fato que deve trazer graves conseqüências 
para a sociedade humana. Como resposta, surgiu um ramo das ciências 
biológicas, a Biologia da Conservação (PRIMACK; RODRIGUES, 2001), que 
visa compreender os fenômenos de extinção, e, principalmente, estudar a 
biodiversidade, o uso e manejo sustentável dos recursos naturais. Ela procura 
entender a distribuição e abundância da fauna e flora, como esses organismos 
são mantidos pelos processos naturais e como o Homem pode utilizá-los de 
maneira sustentável. 
A Caatinga é uma importante região para ser conservada, por motivos 
que vão além da riqueza e diversidade de espécies (SANTOS; TABARELLI, 
2005). Ela é uma das regiões semi-áridas mais populosas do mundo; estima-se 
que mais de 25 milhões de pessoas habitam este local, sendo que a maioria 
possui condições de vida inadequadas e acabam utilizando os recursos 
naturais de forma equivocada. 
De um modo geral, nas regiões semi-áridas, os crescentes índices de 
devastação e degradação dos recursos naturais vêm tornando a Caatinga 
 
 
83 
bastante vulnerável. De acordo com Leal et al. (2005a), atividades humanas 
não sustentáveis, como a agricultura de corte e queima (que converte 
anualmente remanescentes de vegetação em culturas de ciclo curto), o corte 
de madeira para lenha, a caça de animais e a contínua remoção da vegetação 
para a criação de bovinos e caprinos tem levado ao empobrecimento ambiental 
em larga escala deste bioma. 
Neste sentido, o bioma vem sofrendo historicamente drásticas 
modificações devido às ações humanas. Atualmente, a região da Caatinga tem 
menos de 50 unidades de conservação (menor número dentre os biomas 
brasileiros) com variados regimes de gerenciamento (federais, estaduais e 
particulares). No entanto, apenas 11 áreas, cobrindo menos de 1% da região 
são de proteção integral, como parques nacionais, estações ecológicas e 
reservas biológicas (LEAL et al., 2005a). 
Estudos realizados pelo Banco Mundial e a World Wildlife Fund (WWF) 
definem prioridades para a conservação da biodiversidade, as quais são 
estabelecidas em seis níveis por ordem de relevância, assim estipulados: 
prioridades I, II, III, IV, V e VI. O ecossistema Caatinga está classificado no 
nível I. Esta alta prioridade é alcançada quando se considera que além da 
situação de vulnerabilidade do ecossistema, deva ser acrescentada a sua 
representatividade para a ecorregião. 
Com efeito, "os domínios de Caatinga" estão presentes em quase todo o 
Nordeste brasileiro (VARELA-FREIRE, 2002), ou ainda, mais precisamente, na 
área denominada de “Polígono das Secas”, que inclui também parte do Norte 
do estado de Minas Gerais. A essa representatividade, somam-se os aspectos 
físicos e as formas de exploração econômica do ecossistema, resultando daí a 
sua vulnerabilidade (LEAL et al., 2005a, 2005b). 
Realmente, a forma de exploração adotada através dos tempos 
contribuiu fortemente para que o Nordeste se tornasse, hoje, a área mais 
vulnerável do país à incidência da degradação ambiental: meio ambiente frágil, 
fundamentado em grande parte sobre um embasamento cristalino, com solos 
rasos, com amplas zonas tropicais semi-áridas e forte pressão demográfica. 
 
 
84 
Além disso, a questão econômico-social da grande parcela da população 
nordestina, residente no semi-árido de dominação da Caatinga é, sem dúvida, 
a causa principal de degradação do ecossistema. O uso dos recursos da flora e 
da fauna pelas necessidades do homem nordestino é uma constante, já que 
ele não encontra formas alternativas para o seu sustento (DRUMOND et al., 
2000, DRUMOND, 2004). 
A cobertura vegetal está reduzida a menos de 50% da área dos estados 
e a taxa anual de desmatamento é de aproximadamente meio milhão de 
hectares. Por outro lado, o desmatamento e a caça de subsistência são os 
principais responsáveis pela extinção da maioria dos animais nativos do semi-
árido de médio e grande porte (LEAL et al., 2005b). 
O hábito de consumir animais da fauna autóctone é antigo, vindo desde 
antes da colonização e, ainda hoje, é grande a importância social da fauna 
nativa nordestina. As principais fontes de proteína animal das populações 
sertanejas continuam sendo a caça e a pesca predatórias (DRUMOND et al., 
2000), e, durante as grandes secas periódicas, quando as safras agrícolas são 
frustradas e os animais domésticos dizimados pela fome e pela sede, tais 
atividades desempenham importante papel social na região, por fornecer carne 
de alto valor nutritivo às famílias do sertão. 
Mesmo com todas essas ameaças, o percentual de áreas protegidas 
e/ou sob forma de unidades de conservação é insignificante, sendo ainda a 
maior parte destas protegendo habitats de transição entre a Caatinga e outros 
biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica. 
 
ECORREGIÕES DA CAATINGA 
 
 As ecorregiões são unidades de paisagem que servem de base para o 
planejamento da conservação da biodiversidade. De acordo com o CNRBC 
(2004), estas são unidades relativamente grandes de terra e água delineadas 
pelos fatores bióticos (ex: padrões de distribuição de taxa de organismos vivos) 
e abióticos (ex: clima, história geomorfológica) que regulam a estrutura e 
função das comunidades naturais que lá se encontram. 
 
 
85 
A principal vantagem para o uso das ecorregiões como unidade 
biogeográfica é por possuir limites naturais bem definidos, ao contrário de 
outras divisões biogeográficas alternativas baseadas nas distribuições de 
espécies de alguns grupos de organismos cujos limites ainda não são bem 
conhecidos (SEPLAN, 2003). 
Para o bioma Caatinga, Velloso et al. (2002) identifica oito ecorregiões: 
Depressão Sertaneja Setentrional, Depressão Sertaneja Meridional, Planalto da 
Borborema, Complexo da Chapada Diamantina, Complexo de Campo Maior, 
Complexo Ibiapaba – Araripe, Dunas do São Francisco e Raso da Catarina 
(Quadro I), das quais as Depressões Sertanejas e o Planalto da Borborema 
são as mais alteradas pela ação antrópica e que possuem as menores áreas 
protegidas, em termos de número, área total e/ou categoria de proteção. 
Todavia, as áreas pertencentes às Depressões Sertanejas, ainda possuem 
áreas razoavelmente extensas com possibilidades de recuperação, 
diferentemente do Planalto da Borborema, onde restam apenas pequenas ilhas 
e algumas formações vegetais originais. 
 
Quadro I. Ecorregiões da Caatinga e sua vulnerabilidade (Fonte: Velloso et al., 2002). 
 
ECORREGIÕES DA CAATINGA 
 
 Depressão Sertaneja Setentrional 
 Depressão Sertaneja Meridional 
 Planalto da Borborema 
 Complexo da Chapada Diamantina 
 Complexo de Campo Maior 
 Complexo Ibiapaba - Araripe 
 Dunas do São Francisco 
 Raso da Catarina 
 
 
 
 
USO SUSTENTÁVEL E CONSERVAÇÃO DA CAATINGA 
 
O Nordeste brasileiro apresenta diversos problemas quanto à 
sustentabilidade dos sistemas de produção, que aliados às condições 
climáticas, dificultam a manutenção e desenvolvimento destas áreas. Ainda 
hoje, a utilização da Caatinga tem suas bases nos processos extrativistas para 
 
 
86 
obtenção de produtos de origens pastoril, agrícola e madeireiro, e as 
conseqüências desse modelo se fazem sentir com o esgotamento dos recursos 
naturais renováveis destebioma. 
O desenvolvimento sustentável para a região semi-árida nordestina faz-
se então necessário, por envolver muitas variáveis que estão estreitamente 
inter-relacionadas como a questão de condições climáticas adversas 
(CARVALHO et al. 2007). 
Assim, buscar a conservação do bioma Caatinga através do uso 
sustentável é indispensável para a sobrevivência do homem neste 
ecossistema. Segundo Martí (2006), a primeira providência a se tomar para se 
alcançar a sustentabilidade é mudar a forma de produção agropecuária, que 
até hoje não corresponde às necessidades básicas da maioria da população. 
Leal et al. (2005a) ressaltam que uma estratégia regional que busque a 
conservação da Caatinga deve abranger três objetivos principais: (1) evitar 
maiores perdas de habitat e desertificação; (2) manter os serviços ecológicos-
chave necessários para melhorar a qualidade de vida da população; e (3) 
promover o uso sustentável dos recursos naturais da região. Na escala local, o 
maior desafio é a criação e implementação de Unidades de Conservação (UC) 
em áreas identificadas como prioritárias. 
A criação de UC na Caatinga deve ser uma meta a ser alcançada, pois 
existe um leque de prioridades, a destacar a elevada densidade populacional 
com condições de vida inadequada, o que torna a exploração dos recursos 
naturais de forma insustentável uma prática constante (SAMPAIO; MAZZA, 
2000). Além disso, o número de UC no domínio Caatinga é muito reduzido, o 
que aumenta o risco de perda de Biodiversidade e outros problemas 
decorrentes do manejo inadequado. 
Apesar da criação de UC na Caatinga envolver uma série de fatores que 
devem ser considerados em conjunto, devido ao acelerado ritmo de 
devastação que este bioma esta inserido, talvez não haja tempo suficiente para 
pesquisas que mensurem áreas para a criação de UC, antes que muitos 
organismos desapareçam por completo. 
 
 
87 
Como se não bastasse à falta de proteção, a Caatinga enfrenta pelo 
menos outros dois inimigos, tão ou talvez até mesmo mais perigosos. Primeiro, 
a indiferença: embora seja a paisagem natural típica do interior do Nordeste, 
ela ocupa apenas um de cada cinco hectares protegidos na região – isto é, 
quase 80% dos hectares ocupados pelas reservas e parques nordestinos 
protegem outros biomas que não a Caatinga. Um segundo inimigo é a 
desinformação: como as universidades e os pesquisadores nordestinos estão 
concentrados no litoral, a grande maioria das pesquisas de campo em geral é 
conduzida nos domínios de outros biomas – notadamente habitats marinhos e 
fragmentos remanescentes de Floresta Atlântica (COSTA, 2002). Além disso, 
como a baixa condição sócio-econômica da população é considerada o 
principal desafio na Caatinga, a criação de UC neste bioma está entre as 
menores prioridades de investimento. 
Um outro aspecto que dificulta a conservação da Caatinga são os 
critérios utilizados para a criação de UC, que se baseiam no número, tamanho, 
desenho e distribuição espacial, que em uma ultima análise determinam se a 
heterogeneidade e a riqueza biológica de uma região serão ou não 
efetivamente protegidas em níveis mínimos de representatividade. A criação de 
UC baseada nestes critérios apresenta nível de abrangência relativa, pois 
devido as diferentes ecorregiões e transições com outros biomas, muitas áreas 
representativas ficam de fora da proteção (LEAL et al. 2005a). 
As Unidades de Conservação são divididas em duas áreas : 
 Proteção Integral, onde não é permitida a utilização dos recursos 
naturais, a exemplo da Estação Ecológica (ESEC), Reserva Biológica 
(REBIO), Parque Nacional (PARNA), Monumento Natural (MN) e Refúgio da 
Vida Silvestre (REVIS); 
 Uso sustentável, onde é permitida a utilização dos recursos naturais 
renováveis de forma racional e através de um manejo adequado, a exemplo 
das Áreas de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante interesse 
Ecológico (ARIE), Floresta Nacional (FLONA), Reserva Extrativista 
(RESEX), Reserva de Fauna (REFAU), Reserva de Desenvolvimento 
 
 
88 
Sustentável (RDS) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) 
(Quadro II). 
 
Quadro II. Exemplos de algumas Unidades de Conservação (UC) de Uso Sustentável 
no Bioma Caatinga, com destaque para as áreas do estado da Paraíba. (Fonte: 
Velloso et al., 2002). 
 
UC TAMANHO LOCALIZAÇÃO 
APA Serra da Ibiapaba 1.592.550 ha CE e PI 
Parque Nacional Serra da 
Capivara 
100.000 ha PI 
Parque Nacional Serra das 
Confusões 
502.411 ha PI 
APA da Chapada do Araripe 1.063.000 ha CE, PI e PE 
APA Serra da Ibiapaba 1.592.550 ha CE e PI. 
FLONA Assú 215 ha Assú, RN 
APA Delta do Parnaíba 313.800ha PI, CE e MA 
ARIE Vale dos Dinossauros Mais de 70.000 ha 
Sousa e municípios 
circunvizinhos-PB 
RPPN Fazenda Tamanduá 325 ha Santa Terezinha, PB 
RPPN Fazenda Santa Clara 750 ha São João do Cariri, PB 
RPPN Fazenda Almas 3.505ha 
São José dos Cordeiros 
e Sumé-PB 
RPPN Fazenda Pedra de 
Água 
170ha Solânea, PB 
RPPN Fazenda Várzea 390ha Araruna, PB 
RPPN Major Badú Loureiro 186,31 ha Catingueira, PB 
Parque Nacional da 
Chapada Diamantina 
152.000 ha 
Região central da 
Bahia. 
Parque Estadual Morro do 
Chapéu 
6.000 ha Morro do Chapéu, BA 
Estação Ecológica do Raso 
da Catarina 
99.772 ha 
Jeremoabo, Paulo 
Afonso e Rodelas, BA 
Parque Estadual de 
Canudos, Estação Biológica 
de Canudos 
1.481ha no total Canudos, BA 
 
Legenda: APA - Área de Proteção Ambiental; ARIE - Área de Relevante Interesse 
Ecológico; FLONA - Floresta Nacional; RPPN - Reserva Particular do Patrimônio 
Natural). 
 
 Diante da realidade em que se encontra o bioma Caatinga e da 
necessidade da população local pela utilização dos recursos naturais, 
enfocaremos as UC de Uso Sustentável, a exemplo, da RPPN Fazenda Almas 
(7° 28’ 15” S, 36° 53’ 51” W), localizado no município de São José dos 
Cordeiros, com uma pequena parte no município de Sumé, no Cariri ocidental 
 
 
89 
do estado da Paraíba, que apresenta, segundo Barbosa et al. (2007), a 
vegetação mais preservada do Cariri. 
As RPPN são áreas de domínio privado (propriedade particular) 
possuindo como princípio legal de manejo a proteção integral e o uso indireto 
dos recursos naturais nas atividades de turismo ecológico, educação ambiental 
e pesquisa científica que podem proporcionar novas opções de geração de 
renda (9). Para se tornar uma RPPN, os proprietários devem procurar garantir a 
diversidade biológica local, através da manutenção da biodiversidade, manejo 
adequado e conservação de parte dos recursos naturais, recebendo em troca, 
incentivos fiscais, como a isenção de impostos. 
 O manejo sustentável tem como objetivo a conservação e constante 
renovação da base de produção, a exemplo do fornecimento de lenha oriundo 
de reflorestamento. Este tipo de sustentabilidade parte do princípio que para se 
manter a produtividade de um ambiente, não se podem esgotar os recursos. 
Assim, a exploração é uma prática contrária ao manejo sustentável, pois neste 
tipo de atividade retira-se tudo sem repor, sem se preocupar com a renovação 
dos recursos naturais utilizados. 
O turístico ecológico nas regiões semi-áridas pode ser uma das 
alternativas para a conservação da Caatinga, pois gera mais uma opção de 
fonte de renda para as comunidades locais (ver capítulo VII para mais 
detalhes). Todavia, vale ressaltar que a exploração do potencial turístico não 
pode ser de forma irracional provocando danos ao meio ambiente, mas sim de 
maneira sustentável, mostrando que as potencialidades da região do Cariri 
tornam-se capazes de promover por si só o desenvolvimento sustentável 
dentro de uma perspectiva harmônica entre sociedade e natureza. Portanto, a 
preocupação com a conservação da Caatinga será condição indispensável 
para a sustentabilidade no semi-árido. 
 Outro exemplo de atividade sustentável é a criação de cisternas para a 
captação de água da chuva aproveitando-anos períodos de seca para fins de 
 
(9)
 FREPESP. FEDERAÇÃO DAS REVERAS ECOLÓGICAS PARTICULARES DO ESTADO 
DE SAO PAULO. O que é RRPN. Disponível em: <http://www.frepesp.org.br/nova/oque.asp> 
Acesso em: 15 jul.2009. 
 
 
 
90 
consumo humano, animal e irrigação de pequenas áreas, evitando assim as 
perdas totais e parciais de lavouras devido à irregularidade pluviométrica. 
Segundo Gnadlinger (2006), apesar do problema de distribuição irregular 
das chuvas e do subsolo desfavorável, sempre é possível captar a água 
quando chove, armazená-la e, com isso, ter uma fonte segura durante o 
período seco, não somente como água potável, mas também para uso animal e 
na agricultura. 
Um outro problema na Caatinga é o desmatamento para suprir as 
necessidades energéticas, assim, ainda que a lenha, na forma predatória em 
que atualmente se processa sua exploração seja um dos fatores de 
degradação ambiental, é possível e necessário alterar esse paradigma, 
implementando modelos de sistemas sustentáveis, através da produção 
racional de lenha e aumentar a disponibilidade desta através do manejo 
florestal sustentável com reflorestamento (NOGUEIRA; SILVA, 2003, MARTÍ, 
2006). Todavia, as áreas destinadas a esse fim não podem ser incentivadas 
em detrimentos às regiões de vegetação nativa. 
Ainda com relação ao uso da lenha como matriz energética, a simples 
utilização de métodos melhorados nas carvoarias poderia reduzir a metade da 
demanda por madeira. Segundo Nogueira e Silva (2003), os processos 
tradicionais de produção de carvão, necessitam de aproximadamente 7m3 de 
lenha para gerar um 1m3 de carvão, enquanto que através de métodos mais 
modernos só se necessitaria de no máximo 4m3. Esta eficiência consiste em 
procedimentos de combustão e recuperação térmica mais eficiente, reduzindo 
as perdas de calor. 
Portanto, não existe uma única forma, mas várias para se praticar a 
sustentabilidade na Caatinga, basta querer. Como afirma Maia (2004), 
conservar ou recuperar as riquezas naturais da Caatinga não é complicado, a 
pessoa não precisa saber ler e nem ter estudado, não precisa de plantas ou 
sementes exóticas, e tão pouco necessita de programas governamentais ou de 
dinheiro emprestado para realizar o manejo adequado. É essencial que seja 
criada a consciência que temos que repor o que foi tirado da Caatinga e a 
vontade de colocar isso em prática. É oportuno esclarecer, que todos nós 
 
 
91 
somos responsáveis pela conservação da Caatinga, quer seja sociedade ou 
poder público. 
E assim, conforme a Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio 
Ambiente (SECTMA) (10), construir a sustentabilidade do desenvolvimento do 
bioma constitui um enorme desafio, pois é urgente a necessidade de incorporar 
a população na economia e na oferta de serviços básicos, gerando renda e 
trabalho. No tocante, o alcance dessas demandas sociais e econômicas não 
pode ser atingida ao custo da degradação do meio ambiente, decorrente de 
processos de crescimento econômico predatório, como os que têm dominado 
na região das Caatingas. 
Um dos processos mais importantes que contribuirá para a conservação 
do bioma Caatinga será a implementação de programas e projetos de 
Educação Ambiental (EA) no âmbito da educação formal, informal e não-
formal. No entanto, acreditamos que a escola seja um local propício para o 
desenvolvimento de atividades vivenciais e integradoras de EA relacionadas ao 
ambiente em que vivemos. 
Neste sentido, é fundamental o estabelecimento de políticas públicas 
que fortaleçam as escolas de Educação Básica, tendo em vista a importância 
que exercem no processo de formação social, cultural, humana e ética da 
sociedade (GUERRA; ABÍLIO, 2006). De fato, experiências exitosas têm sido 
desenvolvidas em escolas da Caatinga paraibana por meio do 
“PELD/CNPq/UFPB Bioma Caatinga: Estrutura e Funcionamento”, 
sensibilizando os diferentes atores sociais para necessidade e urgência da 
conservação da Caatinga. 
 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
ATIVIDADE 1: Trabalhando com poemas 
 
Objetivo da atividade: Desenvolver atividades lúdico-pedagógicas, contribuindo 
para um aprendizado significativo e integrador. 
 
(10)
 SECTMA. Cenários para o Bioma Caatinga. Disponível em: 
<http://www.biosferadacaatinga.org.br/downloads.html> Acesso em: 31 mar. 2007. 
 
 
92 
 
Procedimento: A turma pode ler o poema em grupos e discutir aspectos da 
caracterização da Caatinga. Uma leitura dinâmica na turma pode ser 
valorizada, em forma de jogral, por exemplo. No poema a seguir é possível 
perceber o valor cultural da região semi-árida. 
 
Caatinga: nossa terra, nosso lugar 
(Autoria deTânia Cristina da Silva) 
 
 
A cultura nordestina, 
Estamos aqui pra mostrar, 
O valor da Caatinga, 
Nossa terra, nosso lugar. 
Onde o sol é causticante, 
Morre planta, morre gente. 
Mas o homem não desiste, 
Porque ele é persistente. 
 
Convivendo com o clima 
Que castiga a região, 
O nordestino arruma um jeito 
De reverter a situação. 
Cria meios, inventa técnicas 
Para viver na sua terra 
Que não é só seca, não! 
 
Mesmo com as chuvas escassas 
E a falta de fontes perenes, 
Ainda se encontra jeito 
De ajudar toda essa gente, 
Que não perde a esperança 
E tem fé em Deus presente. 
Captando a água das chuvas, 
Valorizando a vegetação, 
Criando animais 
Típicos da região. 
O Homem vai aprendendo 
A conviver com o Semi – Árido, 
Não deixando sua cultura 
Viver só de passado 
 
Basta apenas os governantes 
No sertão acreditar, 
Fazendo com que o homem do campo 
Permaneça no seu lugar, 
Planejando e desenvolvendo ações 
Para sua vida melhorar. 
 
 
ATIVIDADE 2: Aulas de Campo ou Excursão Didática 
 
As aulas de campo devem ter objetivos específicos que demandem a 
busca de informações em ambientes naturais sem o artificialismo dos 
experimentos de laboratório. Nestas aulas deve ser coletado apenas o material 
estritamente necessário, minimizando ao máximo as alterações no local 
causadas pela visita (BLAUTH; MIGOTTO, 1988). O professor deve procurar 
fazer trabalhos de campo em locais perto da escola. A familiaridade com o local 
 
 
93 
e a proximidade da escola diminui a ansiedade do professor. Faz-se necessário 
que os alunos tenham um problema para resolver, observar e coletar dados. 
Segundo Krasilchik (2004) e Zóboli (2004), a organização de uma 
Excursão inclui: reconhecimento do local escolhido para o trabalho e a 
identificação dos problemas que serão investigados; elaboração do roteiro de 
trabalho contendo as instruções para o procedimento dos alunos e as 
perguntas que eles devem responder; trabalho de campo propriamente dito; 
trabalho em classe para organização dos dados e exame do material coletado; 
discussão dos dados para elaboração de uma discussão geral do sítio visitado 
e uma síntese final. 
Dentre os obstáculos à organização das Excursões podemos destacar: 
complicação para obter autorização dos pais e direção da escola, dos colegas 
que não querem ceder seu tempo de aula; medo de possíveis acidentes e os 
problemas de transporte; insegurança e o temor de não reconhecer os animais 
e plantas que forem encontrados (KRASILCHIK, 2004). 
 
Sugestão: as escolas inseridas na Caatinga podem organizar uma excursão 
didática a uma das Unidades de Conservação contidas no bioma. 
 
 
 
 
 
94 
CAPÍTULO VI 
CORPOS AQUÁTICOS DA CAATINGA 
PARAIBANA 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
MARIA CRISTINA CRISPIM 
JANE ENISA RIBEIRO TORELLI DE SOUZA 
JOSÉ ETHAM DE LUCENA BARBOSA 
 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
No estado da Paraíba, mais de 90% dos seus municípios sofrem com o 
problema da estiagem prolongada. Neste contexto, estudos sobre os corpos 
aquáticos dessa região são de extrema importância para a manutenção de 
suas populações, sendo estes ecossistemas utilizados na irrigação, produção 
de peixes, abastecimentode cidades e outros (ABÍLIO, 2002). No entanto, 
muitos desses sistemas aquáticos apresentam alguns problemas tais como: 
salinização, eutrofização, propagação de doenças veiculadas à água e 
problemas sanitários que tornam a água imprópria para estes fins. 
No Estado da Paraíba, o processo desordenado de ocupação urbana, a 
elevada densidade populacional registrada em várias cidades, o alto índice de 
desmatamento e conseqüente redução da fertilidade potencial dos solos, os 
altos índices de analfabetismo e outros indicadores rebaixam o estado a um 
dos mais pobres da união. 
A esta conjuntura culturalmente desfavorável ao uso e exploração 
racional dos recursos hídricos do estado, somam-se os complexos efeitos 
econômicos, sociais e climáticos da estiagem, fenômeno natural que, apesar 
de sua periodicidade, contrasta com muitas medidas assistencialistas e 
paliativas que até o momento não têm solucionado devidamente as impiedosas 
conseqüências deste flagelo. 
 
 
95 
 Os programas orientados ao fornecimento de água de melhor qualidade 
para consumo, piscicultura e irrigação, na sua ampla maioria são 
desestruturados, visto que, o gerenciamento dos mananciais é desvinculado de 
estudos básicos que analisem de forma integrada variáveis sociais e 
ambientais que influenciam na qualidade das águas. 
Os ecossistemas aquáticos das regiões semi-áridas sofrem fortes 
flutuações no nível da água, causadas principalmente pela alta taxa de 
evaporação, temperaturas elevadas e irregularidade da pluviosidade. Estes 
ecossistemas podem ser classificados em três tipos, segundo Willians (1997): 
 
1. INTERMITENTES: quando são teoricamente previsíveis os períodos de 
cheia e seca (exemplo: açudes) (Figura 1); 
 
 
Figura 1. Açude Taperoá II no município de Taperoá/PB nos períodos de seca 
(janeiro/1999) e cheia (março/1999) (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação 
ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
2. TEMPORÁRIOS: quando são previsíveis os períodos de seca e cheia, mas a 
lâmina d’água não resiste a três meses (exemplo: lagoas, barreiros, alagados e 
poças) (Figura 2); 
 
 
Figura 2. Lagoa do Serrote, no município de Boa Vista/PB nos períodos de seca 
(dezembro/2003) e cheia (agosto/2003) (Fonte: acervo do grupo de estudos de 
educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
96 
3. EPIZÓICAS: quando se é imprevisível determinar as flutuações no nível da 
lâmina d’água, já que os volumes podem variar em horas, dias ou poucas 
semanas (exemplo: riachos e alguns rios) (Figura 3); 
 
 
Figura 3. Rio Taperoá, no município de São João do Cariri/PB, nos períodos de seca 
(outubro/2007) e cheia (abril/2005) (Fonte: acervo do grupo de estudos de educação 
ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
A escassez de água na região Nordeste fez com que a construção de 
açudes aumentasse ultimamente, sendo estes ambientes utilizados para 
abastecimento de cidades, consumo humano, dessedentação de animais, 
irrigação, recreação, etc. (ABÍLIO, 2002). 
Em decorrência da prática de açudagem, foram criados refúgios para a 
vida selvagem no semi-árido nordestino. Na dependência dos açudes vive hoje 
quase toda a fauna regional de vertebrados terrestres protegidos contra os 
rigores da seca. A fauna aquática também encontrou nos açudes núcleos 
ecológicos estáveis, amplos e dispersos por toda a semi-aridez nordestina. 
Tais ambientes são, portanto, poderosos elementos de melhoria das condições 
de vida da fauna regional, permitindo a sua permanência no domínio das 
Caatingas e a manutenção de maiores populações de espécies aquáticas e 
terrestres. 
 
PRINCIPAIS CAUSAS DA DEGRADAÇÃO NAS BACIAS HIDROGRÁFICAS 
 
Ocupação Urbana desordenada: Ocupação de áreas de várzea e 
aterramento das áreas alagadas (zonas úmidas do semi-árido); Aumento na 
concentração de poluentes domésticos e ou industriais; Redução da fertilidade 
do solo e terraplanagem sem controle. 
 
 
97 
 
Eutrofização: Aumento da concentração de nutrientes em águas naturais, 
principalmente compostos fosfatados e nitrogenados (ESTEVES, 1998), que 
favorecem a proliferação do fitoplâncton e de plantas aquáticas (aumento da 
produtividade). 
Como decorrência deste processo, o ecossistema aquático passa da 
condição de oligotrófico para eutrófico ou até mesmo hipereutrófico. O aumento 
considerável da biomassa fitoplanctônica aumenta a turbidez das águas e 
dificulta a penetração da luz. Conseqüentemente, a zona eufótica fica reduzida 
às camadas superficiais do lago. 
 
Práticas agrícolas inadequadas (irrigação, erosão, salinização): segundo 
Lacerda (2003), o processo de salinização dos açudes depende dos seguintes 
fatores: da qualidade da água escoada e da qualidade da água no açude; taxa 
de evaporação do espelho d´água; superdimensionamento do açude; número 
de açudes a montante; idade do açude; geometria do açude e ainda 
características da bacia hidrográfica contribuinte ao açude como relevo e uso 
do solo. 
 
Desmatamento e redução da cobertura vegetal (Mata Ciliar): o uso e 
ocupação dos ambientes ribeirinhos realizados de maneira desordenada ao 
longo da escala evolutiva humana fizeram com que as matas ciliares fossem 
um dos primeiros ambientes a sofrer degradação pelo estabelecimento do 
homem (LACERDA; BARBOSA, 2006). 
Na região do Cariri paraibano, as áreas onde o processo de 
desertificação está mais acentuado e concentrado localizam-se nas terras 
próximas das maiores bacias hidrográficas da região (Paraíba e Taperoá), 
devido a presença de várzeas expressivas que favorecem o processo de 
ocupação que vem se desenvolvendo a séculos na região (SOUZA, 2008). 
A recuperação das matas ciliares dos cursos de água na região da 
Caatinga é uma missão importantíssima a ser realizada, uma vez que estas 
contribuem para a conservação da água, aumentando sua quantidade 
disponível, durante mais tempo e com maior qualidade (MAIA, 2004). 
 
 
 
98 
 A SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ, SEMI-ÁRIDO 
PARAIBANO 
 
A sub-bacia do rio Taperoá (Figura 4) situa-se na parte central do 
Estado da Paraíba, entre as latitudes 6º 51’ 31’’ e 7º 34’ 21’’ Sul e longitudes 
36º 0’ 55’’ e 37º 13’ 9’’ a Oeste de Greenwich. Limita-se com as sub-bacias do 
Espinharas e do Seridó a Oeste, com a do Alto Paraíba ao Sul, com as bacias 
do Jacu e Curimataú ao Norte, e com a bacia do Médio Paraíba a Leste. Seu 
principal Rio é o Taperoá, de regime epizóico, que nasce na Serra do Teixeira 
e desemboca no rio Paraíba, no açude de Boqueirão – Presidente Epitácio 
Pessoa. 
 
 
Figura 4. Mapa da Paraíba, com destaque para a Bacia Hidrográfica do rio Taperoá 
(Fonte: Barbosa et al., 2006). 
 
 
A sub-bacia drena uma área aproximada de 7.316 Km2 e recebe 
contribuições de cursos d’água como os rios São José dos Cordeiros, Floriano, 
 
 
99 
Soledade e Boa Vista e dos riachos Carneiro, Mucuim e da Serra. Assim, a 
sub-bacia do Taperoá está inclusa nas Mesoregiões do Agreste Paraibano, 
Borborema e Sertão, abrangendo ainda as microrregiões do Curimataú 
Ocidental, Seridó Oriental Paraibano, Seridó Ocidental Paraibano, Cariri 
Ocidental, Cariri Oriental, Campina Grande e Serra de Teixeira. A sub-bacia 
hidrográfica do rio Taperoá é formada por outras nove bacias e no seu interior 
distribuem-se completa e parcialmente um total de 19 municípios. 
Estudos recentes apontam que a cobertura vegetal nativa nas sub-
bacias Hidrográficas do Alto Paraíba e Taperoá é de aproximadamente 30%, 
composta por Caatinga Arbórea e Arbustiva, podendo ser aberta ou fechada. 
Desse modo, a vegetação natural dominante na área da bacia do rio Taperoá é 
tanto de Caatinga Hiperxerófila, Hipoxerófila, Floresta Caducifólia e 
Subcaducifólia. 
Uma das peculiaridades do rio Taperoá é a intermitência de suas águas. 
Assim, afora a presença de poças d’água permanentes, num ciclo hidrológico 
anual, suas águas superficiais podem permanecer por um período de atéquatro meses, distribuídas em fases hidrológicas típicas: uma fase de fluxo 
contínuo de água superficial e uma fase do tipo secando, com formação de 
poças temporárias e posterior ausência completa de águas superficiais. 
Com referência aos açudes, a sub-bacia do Rio Taperoá conta com 
valores superiores a 250 pequenos açudes, apresentando no total uma 
capacidade de acumulação da ordem de 71.168.256 m3. 
Dos 47 maiores açudes públicos do Estado da Paraíba, a Bacia do rio 
Taperoá conta com cinco destes (Soledade, Taperoá II, Serra Branca II, Lagoa 
do Meio e Jeremias), sendo estes com uma capacidade total de acumulação 
avaliada em 67.594.364 m3. 
De modo geral, os açudes presentes na sub-bacia do Rio Taperoá 
servem essencialmente para abastecimento da população humana, sendo 
alguns destes utilizados ainda para irrigação de áreas de pequena dimensão. 
Outras características da Bacia Hidrográfica do rio Taperoá estão 
explicitadas no quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
100 
 
Quadro I. Algumas características da Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá (PARAÍBA, 
1985). 
 
CLIMA TIPO BSWH’ - SEMI-ÁRIDO QUENTE 
Pluviosidade 
Precipitação média anual varia entre 350 e 600 mm. A maior 
concentração de pluviosidade ocorre em um período 
aproximado de dois a quatro meses, correspondendo a 65% 
do total das chuvas anuais. 
Temperaturas 
Mínimas variam de 18 a 22ºC (meses de julho e agosto) e 
as máximas situam-se entre 28 e 31ºC (meses de novembro 
e dezembro). 
Evaporação 
Os dados obtidos a partir de tanque classe A, variam entre 
2.500 a 3.000 mm, sendo os valores decrescentes de oeste 
para leste. 
Umidade relativa do 
ar 
Valores médios anuais variam de 60% a 75%; os valores 
máximos ocorrem no mês de junho e os mínimos no mês de 
novembro. 
Insolação 
Apresenta uma variação; nos meses de janeiro a julho de 
07-08 horas diárias e nos meses de agosto a dezembro de 
08-09 horas diárias. 
Velocidade média 
dos ventos 
Não apresenta valores significativos, ou seja, oscila entre 
dois a quatro m/s; 
Tipos de solos 
Classificados de acordo com o tipo de escoamento 
superficial: Solos rasos (afloramento de rocha); Solos de 
escoamento superficial elevado; Solos de escoamento 
superficial médio (por exemplo, solos Podzólico com textura 
argilosa e Cambissolos com textura argilosa); Solos de 
escoamento superficial fraco (por exemplo, Podzólicos com 
textura arenosa e Cambissolos com textura média) e 
Aluviões. Relacionando a questão da pedologia com o 
processo erosivo, tem sido constatado que na bacia 
predominam solos rasos, altamente susceptíveis à erosão, 
com presença de pedregosidade e rochosidade e alto risco 
de salinização. 
 
 
BIODIVERSIDADE NOS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA BACIA 
HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ, SEMI-ÁRIDO PARAIBANO 
 
 No trecho a seguir são descritos os diferentes componentes de um 
ecossistema aquático, assim como é apresentado um quadro resumo (Quadro 
II) da biodiversidade de alguns corpos aquáticos da Bacia Hidrográfica do rio 
Taperoá. 
 
 
 
 
101 
FITOPLÂNCTON 
 
O fitoplâncton (fito = planta, plâncton = vaguear) é o componente 
fotossintético do plâncton, sendo constituído por um conjunto de organismos 
microscópicos aquáticos (cianobactérias procariontes e muitos grupos de algas 
eucariontes) que vivem dispersos flutuando na coluna d’água. As algas 
constituem uma das comunidades biológicas mais diversas, composta por 
centenas de gêneros e milhares de espécies. 
 O fitoplâncton tende a ocorrer em maior abundância nas camadas 
superiores do reservatório, diminuindo o número de indivíduos conforme 
aumenta a profundidade (ESTEVES, 1998). Por serem o elo com o ambiente 
abiótico, o fitoplâncton é a principal porta de entrada da matéria e da energia, 
através da produção primária, na cadeia trófica das regiões de águas abertas, 
constituindo-se um componente ecológico de potencial importância na 
caracterização e mesmo definição da fisiologia ambiental dos sistemas 
aquáticos. Além disto, desempenham importante papel (MARGALEF, 1983) 
nos ciclos biogeoquímicos, onde atuam como assimiladores de dióxido de 
carbono (70% do oxigênio liberado na atmosfera), contribuindo, portanto, na 
atenuação do efeito estufa. 
 O fitoplâncton tem grande importância como um bioindicador em 
potencial das condições ambientais vigentes em que se encontram os corpos 
aquáticos, sendo também responsável por alguns problemas ecológicos 
quando se desenvolve demasiadamente: numa situação de excesso de 
nutrientes (especialmente fósforo e nitrogênio) e de temperatura favorável, 
estes organismos podem multiplicar-se rapidamente formando o que se 
costuma chamar florescimento. Portanto, essa diversidade que responde as 
modificações ambientais, propicia o processo de eutrofização de ecossistemas 
aquáticos. 
 Na bacia do rio Taperoá foram identificados 235 táxons, representadas 
em 8 divisões (classes) taxonômicas Chlorophyceae 74 (31,5%), 
Cyanophyceae 48 (20,4%), Euglenophyceae 46 (19,6%), Zignemaphyceae 31 
(13,2%), Bacillariophyceae 30 (12,8%), Chlamydophyceae 3 (1,3%), 
Dynophyceae 2 (0,8%) e Xanthophyceae 1(0,4%). 
 
 
 
102 
Chlorophyceae: as clorófitas (Figura 5) têm a capacidade de crescer em 
qualquer momento durante o ano e podem ser encontradas em qualquer corpo 
de água doce, mesmo que em densidades reduzidas. Reynolds (1984) 
comentou que as clorófitas ocorrem em diversas temperaturas, 
preferencialmente em lagos eutróficos, sendo por isso abundantes tanto em 
ambientes temperados quanto tropicais. Estas algas podem se apresentar 
isoladas ou formando colônias. Os fatores que afetam as clorófitas são: 
estratificação, circulação e concentração de nutrientes na coluna de água. 
 
 
Figura 5. Espécies de Chlorophyceae encontradas em ambientes aquáticos do semi-
árido paraibano (Dictyosphaerium pulchellum à esquerda e Oocystis borgei à direita). 
(Fonte: José Etham de Lucana Barbosa). 
 
Bacillariophyceae: as diatomáceas (Figura 6) são organismos dependentes 
de turbulência (REYNOLDS; IRISH, 1997), sendo por isso mais abundantes 
durante os períodos de inverno. Muitas delas usam espinhos ou setas para 
flutuar, reduzindo a taxa de sedimentação e até mesmo para causar rotação. A 
mucilagem também é um aparato para evitar a sedimentação (SOMMER, 
1988). Em geral estas algas apresentam hábito cocóide, ainda que possam 
formar colônias. 
 
Figura 6. Espécies de Bacillariophyceae encontradas em ambientes aquáticos do 
semi-árido paraibano (Cyclotella meneghiniana à esquerda e Aulacoseira granulata à 
direita). (Fonte: José Etham de Lucana Barbosa). 
 
 
103 
Euglenophyceae: são dotadas de dois flagelos, um emergente e outro não, 
através dos quais se locomovem com grande agilidade. Sua coloração 
(euglenófitas pigmentadas) também é variável passando por tonalidades 
esverdeadas, amareladas ou acastanhadas. Muitas formas apresentam 
mancha ocelar constituída por um pequeno glóbulo de pigmento fotossensível, 
avermelhado, cuja função é orientar a alga na procura de luz para realização 
da fotossíntese. Não ocorre parede celular no grupo e o principal produto de 
reserva de carboidratos é o paramido (RAVEN et al., 2001). A Figura 7 traz 
imagens de duas euglenófitas. 
 
Figura 7. Espécies de Euglenophyceae encontradas em ambientes aquáticos do semi-
árido paraibano (Euglena oxyuris à esquerda e Trachelomonas armata à direita). 
(Fonte: José Etham de Lucana Barbosa). 
 
Cyanophyceae: também conhecidas como algas azuis ou cianobacterias, as 
cianofíceas (Figura 8) são bem representadas em ambientes lacustres e 
podem apresentar dominância, especialmente em lagos eutrofizados devido as 
suas estratégias de sobrevivência. Águas alcalinas (pH 7-9) localizadas em 
regiões de altas temperaturas e enriquecidas com nitrogênio e fósforo são 
propicias ao desenvolvimento de florações destas microalgas. 
As cianobactérias produzem em seu metabolismo substâncias 
potencialmentetóxicas a biota, as cianotoxinas, que podem causar sérios 
danos a comunidade local. 
Florações de Cianobactérias são frequentemente encontradas no 
Açude Soledade, o que provoca um grave problema de saúde pública, uma vez 
que de acordo com Soares (2003) as florações de cianobactérias, em 
reservatório destinado ao abastecimento público, podem resultar numa enorme 
perda financeira, pois as populações algais podem bloquear os filtros de 
 
 
104 
tratamento fazendo com que seja necessário interditar o reservatório, às vezes 
por várias semanas, por não ser possível tratar a água. Por outro lado, as algas 
de menor tamanho podem passar pelos processos de tratamento, 
decompondo-se nos condutores de água, conferindo-lhe mau cheiro e gosto. 
 
 
Figura 8. Espécies de Cyanophyceae encontradas em ambientes aquáticos do semi-
árido paraibano (Microcystis aeruginosa à esquerda e Cylindrospermopsis raciborskii à 
direita). (Fonte: José Etham de Lucana Barbosa). 
 
MACRÓFITAS 
 
O semi-árido brasileiro abriga um grande número de corpos aquáticos 
lênticos, sendo a maioria temporária, uns poucos duradouros e raros os 
permanentes. Devido aos rigores dos longos períodos de estiagem, tornou-se 
comum o represamento de pequenos cursos d'água, geralmente temporários. 
Os açudes originados destes represamentos acabaram sustentando uma flora 
vascular bastante diversificada (FRANÇA; MELO, 2006). 
Ao contrário da maioria dos levantamentos florísticos terrestres do semi-
árido, os ambientes aquáticos não apresentam Leguminosae e Euphorbiaceae 
como as principais famílias em riqueza de espécies, apesar destas possuírem 
representantes também em ambientes aquáticos. Nestes ecossistemas, 
Cyperaceae e as Poaceae (gramíneas) são as famílias mais importantes em 
riqueza (FRANÇA et al., 2003). As gramíneas compõem o grupo vegetal mais 
importante em termos econômicos, pois muitos dos seus representantes estão 
na base da alimentação humana, como o trigo, a aveia e o arroz. 
Dentre as espécies de macrófitas, Pistia stratiotes (conhecida por alface-
d'água) às vezes forma populações que ocupam toda a lâmina de água; 
Nymphaea ampla, muitas vezes chamadas de lírios-d'água ou de vitória-régia, 
 
 
105 
é uma espécie bem adaptada ao ambiente aquático e também forma grandes 
populações nestes ambientes, sendo a beleza de suas flores muito apreciada 
(FRANÇA; MELO, 2006). 
Barreto (2001), estudando 252 lagoas no semi-árido paraibano, registrou 
18 espécies de macrófitas, distribuídas em 14 famílias, sendo Nymphaea sp. 
(Figura 9) um dos táxons de maior representatividade. 
 
 
Figura 9. Nymphaea sp. na lagoa temporária Panati, no município de Taperoá/PB. 
(Fonte: acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
ZOOPLÂNCTON 
 
 Os ambientes aquáticos são extremamente importantes, não apenas 
como recursos para o homem, mas principalmente como ambiente. Nas 
lagoas, rios, barreiros e açudes, encontrados no semi-árido, uma grande 
quantidade de espécies ocupa o ecossistema aquático, entre eles, os 
organismos zooplanctônicos. 
 Zooplâncton são considerados todos os organismos que vivem na 
coluna de água e que apesar de possuírem movimentação própria, não 
conseguem superar a força da correnteza. Entre principais os organismos 
zooplanctônicos encontramos os Rotifera (Asquelmintos) (Figura 10A), 
Cladocera (Crustacea) (Figura 10B) e Copepoda (Crustacea) (Figura 10C). 
 Os organismos zooplanctônicos são extremamente importantes nas 
cadeias alimentares, por servirem de elo entre os produtores (fitoplâncton) e os 
organismos maiores, como larvas de insetos e peixes. 
 
 
 
106 
 
 A B C 
Figura 10. Espécies de organismos zooplanctônicos encontradas no semi-árido 
paraibano. A) Keratella tropica (Rotifera), B) Ceriodaphnia cornuta (Cladocera), C) 
Thermocyclops crassus (Copepoda Cyclopoida). (Fonte: Cristina Crispim). 
 
 No semi-árido, em conseqüência das poucas e concentradas chuvas 
anuais, associado com as elevadas taxas de evaporação, os ambientes 
aquáticos rapidamente diminuem o seu volume chegando a secar 
completamente. A evaporação da água faz com que os sais minerais se 
concentrem alterando o estado trófico para eutrofização ou hipereutrofização 
(CRISPIM et al., 2000). Nestas condições ambientais, pela presença de maior 
quantidade de nutrientes por volume de água, a produção primária aumenta, 
fazendo com que a quantidade dos organismos zooplanctônicos, que se 
alimentam do fitoplâncton (parte vegetal do plâncton) aumentem também, por 
passarem a ter mais alimento. Nessa altura, verificamos a substituição dos 
grandes filtradores (Cladocera e Copepoda Calanoida) pelos pequenos 
filtradores (Rotifera e Copepoda Cyclopoida), que deixam de ser efetivos no 
controle do crescimento algal, e a água passa a ter uma cor esverdeada, 
característica da eutrofização. Mas quando o período chuvoso recomeça, mais 
água entra nos ambientes aquáticos e isso faz com que haja a diluição dos 
nutrientes, fazendo diminuir o estado trófico novamente. Desta forma, o estado 
trófico tende a ser cíclico (MARTINEZ et al., 1991, CRISPIM et al., 2000, 
VIEIRA et al., 2000), ao contrário dos ambientes que não sofrem tantas 
alterações nos seus volumes de água, que tendem a crescer o estado trófico 
de uma forma linear. 
 
 
107 
 Os organismos zooplanctônicos para conseguirem manter-se em 
ecossistemas tão instáveis, têm de possuir estratégias de vida que lhes permita 
suportar estas grandes oscilações ambientais. Eles possuem estágios de 
diapausa (dormência), que lhes permite manterem-se em estado inativo 
durante os períodos em que o ambiente não se apresenta propício (CRISPIM; 
WATANABE, 2001). Muitos animais como crustáceos (FRYER, 1996, CRISPIM 
et al., 2003) e rotíferos (KING; SNELL, 1980, GILBERT, 1995) têm a 
capacidade de produzir estas formas de diapausa. Ovos de resistência 
(diapausa) permitem que haja a recolonização dos ambientes, inclusive após a 
sua seca completa, quando estes ambientes recebem água novamente. 
 De acordo com Hairston e Cáceres (1996) espécies de crustáceos que 
habitam ambientes de águas continentais, que secam com freqüência, têm 
uma maior probabilidade de apresentar formas de resistência ao longo do seu 
ciclo de vida, do que os que habitam no oceano aberto. A indução desses 
estágios de diapausa é causada por fatores ambientais, como a diminuição de 
alimento, de temperatura, ou outros fatores ambientais. 
 Os organismos zooplanctônicos apresentam uma dinâmica populacional 
muito influenciada por parâmetros ambientais, sejam físicos e químicos como 
bióticos, assim como são fortes controladores do crescimento algal. Brandorff 
(1977, apud ESTEVES, 1988) verificou que as algas do fitoplâncton são 
fortemente controladas pelos copépodos, bem como a competição de 
cladóceros e rotíferos pelos recursos planctônicos compartilhados, em que é 
evidenciado o inverso de abundância entre eles (FUSSMAN, 1996). Desta 
forma, as densidades dos organismos zooplanctônicos são importantes na 
qualidade da água, controlando o excesso de produção primária quando os 
grandes filtradores se encontram presentes, tornando-a mais transparente. 
 Por possuírem curtos ciclos de vida, estes organismos respondem muito 
rapidamente às mudanças ambientais, e muitas das espécies zooplanctônicas 
são oportunistas, o que significa que permanecem no ambiente apenas quando 
as condições são propícias. Assim a comunidade zooplanctônica pode ser 
usada como bioindicadora da qualidade ambiental, mesmo em águas que 
apresentam apenas diferenças sutis nas características físicas e químicas 
(GANNON; STEMBERGER, 1978). 
 
 
108 
Com o crescente desenvolvimento da aqüicultura, estudos e pesquisas 
que abordam a produção de fitoplâncton e do zooplâncton em grande escala 
são muito relevantes, pois o plâncton constitui a unidade básica deprodução 
de matéria orgânica (SIPAÚBA-TAVARES; ROCHA, 2003). Todo o interesse 
no estudo das relações recíprocas entre fitoplâncton e zooplâncton é justificado 
pelo ponto de vista científico e mais amplamente pelo ponto de vista econômico 
tendo em conta que os animais aquáticos que formam o nécton, sobretudo as 
espécies de interesse comercial se alimentam diretamente de plâncton em pelo 
menos uma das fases de sua vida. 
 
MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS (ZOOBENTOS) 
 
Os invertebrados bentônicos compõem um grupo de grande importância 
ecológica em ambientes aquáticos continentais, participando das cadeias 
alimentares e sendo um dos elos principais da estrutura trófica do ecossistema. 
Diversos estudos têm sido desenvolvidos sobre a comunidade zoobentônica, 
uma vez que esta pode ser utilizada em avaliações de monitoramento 
ambiental, fornecendo dados relevantes que podem contribuir para uma 
diagnose da qualidade sanitária dos corpos aquáticos (EATON, 2003, 
SILVEIRA; QUEIROZ, 2006). 
A macrofauna bêntica de corpos aquáticos continentais é composta por 
uma variedade de grupos taxonômicos (Figura 11), incluindo insetos, 
moluscos, crustáceos, anelídeos, entre outros, sendo a sua distribuição e 
abundância influenciadas por fatores biogeográficos e características do 
ambiente, tais como, o tipo de sedimento, teor de matéria orgânica, 
profundidade, variáveis físicas e químicas da água, presença de macrófitas, 
etc. (SMITH et al., 2003, VIDAL-ABARCA et al., 2004, CARVALHO; UIEDA, 
2004). Assim, esses organismos têm sido utilizados como bioindicadores da 
qualidade da água, pois em condições ambientais específicas, como níveis 
diferenciados de poluição, os grupos mais resistentes podem se tornar 
dominantes e os mais sensíveis, raros ou ausentes. 
 
 
 
109 
 
 
Figura 11. Representação da fauna de macroinvertebrados de água doce que 
ocorrem no semi-árido paraibano. (Fonte: desenho adaptado e modificado de 
McCafferty, 1981). 
 
Segundo Bicudo e Bicudo (2004) os invertebrados bentônicos são mais 
utilizados nas avaliações de efeitos de impactos antrópicos sobre o 
ecossistema aquático, pois apresentam uma série de vantagens tais como: 
diversidade de formas de vida e de habitats, podendo ser encontrados em 
praticamente todos os tipos de ambientes aquáticos; mobilidade limitada, 
fazendo com que a sua presença ou ausência esteja associada às condições 
do habitat; presença de espécies com ciclo de vida longa em relação a outros 
organismos, possibilitando somatória temporal dos efeitos antropogênicos 
sobre a comunidade; facilidade de uso em manipulações experimentais, o que 
poderá resultar em previsões mais precisas. 
Os corpos dulceaqüícolas de regiões semi-áridas apresentam flutuações 
no nível da água, o que caracteriza a natureza temporária de muitos deles. Tais 
flutuações ocorrem principalmente pelos baixos índices de precipitação 
pluviométrica, irregularidade das chuvas e altas taxas de evaporação, sendo 
estes fatores determinantes para o processo de colonização e adaptação da 
macrofauna bentônica nestes ambientes. No período de cheia, ocorre uma 
 
 
110 
homogeneização e diluição das condições físicas, químicas e biológicas pelo 
aumento do volume da água e o aumento da turbidez pela entrada de matéria 
orgânica e nutrientes de origem alóctone (11) (ABÍLIO, 2002). 
A condição de seca, no entanto, pode levar a um aumento nas 
populações de invertebrados e, segundo Extence (1981), as possíveis razões 
são: (1) aumento no suplemento alimentar, na forma de detritos e material de 
plantas, possibilitando o ambiente suportar uma grande densidade de 
indivíduos do que o normal; (2) a ausência das inundações aumenta a 
estabilidade do substrato e sua biota associada; (3) um maior aquecimento e 
fotoperíodo podem contribuir para o aumento das taxas reprodutivas dos 
indivíduos; (4) a redução na profundidade da coluna de água pode favorecer 
algumas espécies de larvas de insetos que se alimentam por filtração, além de 
provocar um efeito de concentração, diminuir a área de colonização, resultando 
em maiores densidades. 
A biodiversidade das zonas úmidas dentro das regiões áridas e semi-
áridas é significativamente elevada (SILVA-FILHO, 2004). Nestas áreas, as 
espécies são muitas vezes endêmicas e possuem uma distribuição geográfica 
restrita. Os fatores determinantes dessa riqueza de espécies são: o tamanho 
do sistema aquático e o ciclo hidrológico da região (estiagem e estação 
chuvosa). 
Além disso, os estágios e o grau de resistência das espécies permitem 
com que estas colonizem águas temporárias e determinem as dinâmicas 
ecológicas e evolutivas das comunidades (BRENDONCK; WILLIAMS, 2000, 
WILLIAMS, 2000a), portanto os ecossistemas temporários têm importante valor 
na conservação da biodiversidade (WILLIAMS, 2000b). 
Muitos organismos são adaptados a sobreviver em ambientes 
intermitentes através de algumas estratégias morfo-fisiológicas e/ou 
comportamentais para resistir aos períodos de estiagem (ABÍLIO et al., 2007). 
Essas adaptações são de suma importância para as espécies de Zoobentos de 
regiões semi-áridas, pois permitem a recolonização quando as condições 
ambientais tornarem-se favoráveis novamente. 
 
(11)
 Alóctone: Diz-se da matéria transportada de fora para dentro de um sistema, 
particularmente minerais e matéria orgânica trazidos para as águas correntes e lagos (LIMA-E-
SILVA et al. 2002). 
 
 
111 
A exemplo destas adaptações, podemos citar: o gênero Biomphalaria, 
gastrópode pulmonado que apresenta lamelas; os Ostracoda e Conchostraca 
que produzem ovos de resistência, permitindo a viabilidade dos mesmos por 
longos períodos de estiagem; o gastrópode afro-asiático Melanoides 
tuberculata que possui capacidade de se enterrar no sedimento fechando o 
opérculo. Segundo Abílio (2002), em condições laboratoriais, M. tuberculata 
apresenta uma grande capacidade de resistir à dessecação, sobrevivendo por 
até 26 meses em estivação. 
 
ICTIOFAUNA (PEIXES) 
 
Os peixes, devido à sua grande diversidade de espécies, abundância e 
mobilidade, é um grupo de grande importância nas cadeias alimentares dos 
ecossistemas aquáticos. No entanto, estima-se que este grupo vem reduzindo 
sua diversidade mundial, principalmente pela introdução de espécies exóticas, 
degradação do habitat e a sobrepesca dos estoques pesqueiros (FERNANDO, 
1991; LATINI, 2001). 
Segundo Agostinho e Júlio (1996), a região Neotropical, apesar de 
conter a maior diversidade de peixes, recebeu a maior quantidade de espécies 
exóticas (25,3% do total mundial), e entre os países, o Brasil foi onde ocorreu 
em maior número, com auge a partir da década de 70, ao contrário da 
tendência mundial que diminuiu esta prática a partir desta década, devido aos 
insucessos econômicos, pressões de ambientalistas e à saturação das 
espécies introduzidas. 
Dentre as espécies introduzidas no Nordeste do Brasil, destaca-se a 
tilápia nilótica - Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) que tem a sua origem 
no continente Africano, e que foi incorporada aos ecossistemas brasileiros 
desde a década de 30 por Rodolfo Von Ihering. A partir da década de 70, foi 
introduzida pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) 
nos açudes do Nordeste, com a finalidade de aumentar a produção pesqueira, 
suprimento das necessidades nutritivas da população local, bem como, para 
incrementar a pesca esportiva em pesque-pague da região (GURGEL, 1998). 
Assim, essas espécies acabam, em muitos casos, incorporando-se aos 
ambientes acidentalmente, através do rompimento e transbordamento de 
 
 
112 
barragens e tanques, e da sua dispersão através do uso de tanques-rede 
dentro das próprias represas (FERNANDES, 2003). 
A diversidade de peixes da Caatinga é resultado de processos históricos 
de especiação vicariante, possivelmente determinados por transgressõesmarinhas, expansões do clima semi-árido e reordenações nas redes de 
drenagens de processos ecológicos que determinaram a adaptação de 
espécies às condições climáticas e ao regime hidrológico da região e, 
finalmente, aos processos antrópicos, como as alterações ambientais e os 
programas de erradicação e introdução de espécies (ROSA et al., 2005). 
A ictiofauna (peixes) da Caatinga é composta por cerca de 240 espécies 
(estimativa de pelo menos de 56 espécies endêmicas, de acordo com Santos; 
Zanata, 2006), distribuídas em sete ordens, sendo Siluriformes (exemplo: 
Cascudinho) e Characiformes (exemplo: Traíra) as mais representativas, 
somando 190 espécies (101 e 89, respectivamente). Assim como os demais 
grupos, ainda falta um conhecimento mais profundo sobre a fauna de peixes da 
Caatinga, principalmente nas áreas afastadas do curso principal dos rios 
(ROSA et al. 2005). 
Todavia, a diversidade de peixes dos rios do semi-árido paraibano ainda 
é considerada baixa, principalmente, devido à variação no fluxo de água 
superficial destes ecossistemas, em que a cheia influencia no aumento dessa 
diversidade, permitindo a entrada de novas espécies nesses ambientes 
(espécies exóticas) (MALTCHIK, 1999; TORELLI et al, 2005; MARINHO et al., 
2005). 
É importante ressaltar que o grau de ameaça da ictiofauna deste bioma 
tem aumentado de forma significativa desde a primeira metade do século XX, 
quando se intensificou a ocupação humana de áreas interiores, o que 
contribuiu para a redução e degradação dos hábitats disponíveis para os 
peixes de água doce (BRANDÃO; YANAMOTO, 2003). 
Dentre os ambientes aquáticos do semi-árido paraibano, os açudes 
Taperoá II e Namorados se destacam-se por apresentar maior riqueza de 
espécies nativas (Figuras 12A e B), enquanto que, o açude Soledade e a 
lagoa Serrote restringem sua diversidade quase que exclusivamente à espécie 
exótica Oreochromis niloticus (tilápia nilótica) (TORELLI et al., 2007). 
 
 
 
113 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Freqüência relativa da composição da ictiofauna dos açudes (A) Taperoá II 
e (B) Namorados, semi-árido paraibano. (Fonte: Torelli et al., 2007). 
 
 
A redução na composição das espécies nativas nesses ambientes, além 
de outros fatores, deve estar relacionada com a freqüente introdução de 
espécies exóticas, a exemplo da tilápia nilótica, que ocasiona a competição 
intra e inter-específica, gerando uma redução dos recursos alimentares e do 
espaço físico (CARDOSO, 2005). 
 Nos dois últimos anos, no açude Taperoá II foram registradas nove 
espécies de peixes, com predominância de Astyanax fasciatus (piaba do rabo 
vermelho), A. bimaculatus (piaba do rabo amarelo), seguido de Leporinus cf. 
piau (piau verdadeiro). Enquanto que, o açude Namorados está representado 
por cinco espécies, com maior ocorrência de Cichlassoma orientale (cara), 
seguido de Steindachnerina notonota (sagüiru), deste modo, essas espécies 
levam a uma maior uniformidade na estrutura populacional destes 
ecossistemas (TORELLI et al., 2007) (Figura 13). 
 
0
20
40
60
out/06 fev/07 abr/07 jul/07
F
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u
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ci
a
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o
co
rr
ên
ci
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 (
%
)
A. bimaculatus A. fasciatus S. notonota
C. orientale H. malabaricus L. piau
C. bimaculatum P. vivipara O. niloticus
 
0
20
40
60
80
100
out/06 fev/07 abr/07 jul/07
F
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u
e
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c
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e
 
o
c
o
rr
ê
n
c
ia
 (
%
)
C. orientale S. notonota O. niloticus
H. malabaricus A. bimaculatus
A 
B 
 
 
114 
 
 
Figura 13. Espécies mais freqüentes em ambos os açudes. (A) Astyanax bimaculatus; 
(B) A. fasciatus; (C) Cichlassoma orientale; (D) Steindachnerina notonota; (E) 
Leporinus cf. piau (Fonte: Jane Torelli). 
 
 
Logo abaixo, no Quadro II, é apresentado um resumo da diversidade 
dos organismos de alguns corpos aquáticos da sub-bacia do rio Taperoá. 
 
Quadro II. Resumo da biodiversidade dos organismos de alguns corpos aquáticos da 
sub-bacia Hidrográfica do rio Taperoá, região semi-árida paraibana (Fonte: Abílio, 
2002, Abílio et al., 2007, Barbosa, 2002, Barbosa et al., 2006, Crispim et al., 2000, 
Crispim; Watanabe, 2001, Torelli et al., 2005, Torelli et al., 2007, Vieira et al., 2000). 
 
GRUPO TAXONÔMICO NÚMERO DE TÁXONS 
Fitoplâncton 
 
 Clorofíceas 
Bacilariofíceas 
 Cianofíceas 
Euglenofíceas 
Outros grupos de algas 
125 táxons, distribuídos em 58 gêneros 
 
48 táxons 
43 táxons 
15 táxons 
10 táxons 
09 táxons 
Zooplâncton 
 Microcrustáceos 
 Cladocera 
 Copepoda 
 Rotíferos 
(Asquelmintos) 
 
 
15 espécies 
08 espécies 
68 espécies 
 
 
115 
PEIXES 
Characidae 
 
 
 
 
 Crenuchidae 
 
Curimatidae 
 
 
 
 
Erythrinidae 
 
Loricariidae 
 
Poecilidae 
 
Prochilodontidae 
 
Anostomidae 
 
Cichlidae 
 
Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) - (piaba-do-rabo 
amarelo) 
Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) - (piaba-do-rabo 
vermelho) 
 
Characidium bimaculatum (Fowler, 1941) - (canivete) 
 
Steindachnerina notonota (Miranda-Ribeiro, 1937) - 
(saguirú) 
Psectrogaster rhomboides (Eigenmann & Eigenmann, 
1889) 
 
Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) - (traíra) 
 
Hypostomus sp. - (cascudinho, chupa-pedra) 
 
Poecilia vivipara (Bloch & Schneider, 1801) - (guaru) 
 
Prochilodus cf. brevis (Steindachner, 1875) - (cutimatã) 
 
Leporinus cf. piau (Fowler, 1941) - (piau verdadeiro) 
 
Cichlassoma orientale (Kullander, 1983) - (cará) 
Cichlassoma bimaculatum (Linnaeus, 1758) - 
(cará) 
Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) - (tilápia 
nilótica) 
INVERTEBRADOS 
 
 Insetos 
 Coleoptera 
 Heteroptera 
 Odonata 
 Diptera 
 Ephemeroptera 
 Trichoptera 
 Lepidoptera 
 
 Moluscos 
 Gastropoda 
 Bivalvia 
 
Crustáceos 
 Ostracoda 
 Conchostraca 
 Decapoda 
 
Anelídeos 
 Hydracarina 
 Nematoda 
 Collembola 
 
 
 
06 famílias 
08 famílias 
03 famílias 
06 famílias 
04 famílias 
07 famílias 
01 família 
 
 
06 espécies 
02 gêneros 
 
 
 01 táxon 
01 táxon 
01 família 
 
02 taxa 
01 táxon 
01 táxon 
01 táxon 
 
 
 
 
116 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
ATIVIDADE 1: Construindo um Modelo Tridimensional da Bacia 
Hidrográfica do Rio Taperoá (Adaptado de Almeida, 2003). 
 
Estudos ambientais de bacias hidrográficas podem ser melhor 
conduzidos por um modelo tridimensional da área na qual a bacia se localiza. 
Neste caso, faz-se necessário a confecção de maquetes para melhor 
representar o relevo local (ALMEIDA, 2003). 
 
Objetivos da atividade: Analisar, interpretar e visualizar a Geografia, Biologia e 
Ecologia da Paisagem da região semi-árida paraibana, com ênfase na Bacia 
Hidrográfica do Rio Taperoá (São João do Cariri). 
 
Material Necessário: Mapa topográfico na escala adequada; papel transparente 
(seda, manteiga ou vegetal); alfinetes, placas de isopor, cola para isopor, 
estiletes; tinta látex (tecido e/ou guache), e outros detalhes que ficam a critério 
dos elaboradores do modelo. 
 
Procedimento: 
 Delimitar a área de estudo e preparar a base cartográfica (carta topográfica 
– mapas em grande escala, ex. 1: 100.000); 
 O modelo tridimensional será elaborada a partir de mapas no qual o Relevo 
é representado por meio de curvas de nível; 
 Após delimitar a área a ser estudada, geralmente faz-se necessário a 
ampliação xerográfica; 
 Colar um mapa base sobre uma folha de isopor de maior espessura; 
 Transferir as curvas de nível do mapa ampliado para outra folha de papel 
transparente; 
 Fixar com alfinetes a folha com o traçado do contorno sobre uma placa de 
isopor; 
 Perfurar os traçados das curvas de níveis com alfinete, produzindo um 
pontilhado no isopor; recortar as placas com auxílio de estiletes;117 
 Conferir o recorte das placas com o mapa-base e em seguida colar a placa 
sobre a curva de nível correspondente; 
 Pintar a maquete e incluir os detalhes necessários: anotar o título, a 
legenda e as escalas no modelo tridimensional (Figura 14). 
 
 
 
 
Figura 14. Modelo tridimensional da bacia hidrográfica, confeccionada com os 
professores de ensino fundamental e médio da Escola Estadual de Ensino 
Fundamental e Médio José Leal Ramos, São João do Cariri. (Fonte: acervo do grupo 
de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
ATIVIDADE 2: Trabalhando com Poemas-Cordéis. 
 
Objetivo da atividade: Contribuir para uma participação dos alunos nas 
atividades previstas, através de uma técnica lúdica pedagógica. 
 
Procedimento: Ler o cordel em grupo de estudos e pesquisar sobre a 
biodiversidade citada no cordel e classificar; é possível também sugerir aos 
alunos a leitura na forma de jogral ou como repente. 
 
Abaixo, segue alguns exemplos de cordéis que tratam de corpos 
aquáticos e de sua biodiversidade e que podem ser utilizados em sala de aula. 
 
 
 
118 
Exemplo 1: O rio Taperoá (Autoria de Marielena Ferreira Guimarães, aluna da 
Escola José Leal Ramos – São João do Cariri. Trabalho orientado pela 
Professora Olga Pequeno). 
 
Falar do rio Taperoá 
É se banhar de alegria 
É brincar na sua areia 
Sentir o encanto e a magia 
De um patrimônio tão nosso 
Quero cuidar mais não posso 
É o seu clamor todo dia 
 
Estão matando o nosso rio 
Bonito e tão encantador 
Jogam lixo no seu leito 
Sem consciência e nem pudor 
O nosso rio está tão triste 
Mesmo assim, ele resiste 
Sofrendo tamanha dor 
 
São muitas coisas lançadas 
Garrafas, vidros, papelão 
E o povo inconsciente 
E com falta de Educação 
Falta um pouco de cuidado 
Pra não matar sufocado 
O rio com a poluição 
 
Somos nós todos culpados 
Por tudo isso acontecer 
Ficamos de braços cruzados 
Vendo o nosso rio morrer 
E o tempo vai se passando 
E a poluição aumentando 
Sem ter muito o que fazer 
 
Terminando a poesia 
Quero meu recado deixar 
Descruzemos nossos braços 
Pois não é hora de chorar 
Cantemos nosso hino 
Para não nos tornarmos assassinos 
Do rio Taperoá 
 
 
 
 
 
 
 
119 
Exemplo 2: Cordel dos Invertebrados Aquáticos (Autoria de Francisco José 
Pegado Abílio): 
 
 
No Bioma Caatinga você vai se admirar 
Com a Fauna Exuberante 
Que você vai encontrar 
De Seriema a Mocó 
Teju a Carcará 
 
Mas não podemos esquecer 
Dos organismos aquáticos de lá 
Que muita importância eles tem 
Que você vai se encantar 
Vou ilustrar essa história 
Falando do açude Soledade 
Que eu tenho na memória 
Das pesquisas desta cidade 
 
Na água daquele açude 
Você pode encontrar 
Do peixe Tilápia, Piau, Curimatã 
Da Bionfalária ao Aruá 
 
Na seca de 97 
O leito do açude secou 
Formando uma crosta na terra 
Do sal que lá virou 
 
Com a falta de chuva na Região 
Acelera a Salinização 
Um fenômeno preocupante 
Do Cariri ao Sertão 
 
Outra coisa que se vê 
Na época de pouca chuva 
É o “verdume” causado pelas algas 
Nas águas daquele açude 
 
Mas voltando pro nosso assunto 
Que quero apresentar com propriedade 
Da importância dos bichos 
Aquáticos do Soledade 
 
Tem as Libélulas zig-zag 
E o Camarão acizentado 
As larvas de Quironomídeo 
E o caramujo Tiarídeo 
 
Não podemos esquecer 
De falar das Bionfalárias 
Que podem transmitir 
A doença barriga d´água 
 
O causador da doença 
É chamado de Schistossoma 
Que pode infestar o homem 
Através de suas Cercárias 
 
Tem também o caramujo Aruá 
Que você pode se alimentar 
E os ovos desse molusco 
Pode até lhe curar 
 
Os animais que na lama vivem 
São chamados de Zoobentos 
Os peixes que lá habitam 
Utilizam como alimento 
 
Há ainda os invertebrados 
Que são muito sensíveis 
Podendo ser utilizados 
Como indicador ambiental 
 
Eu só posso ter cuidado 
Daquilo que eu Conhecer 
Daí a importância da Educação 
Como processo do Saber 
 
Finalizo esse cordel 
Com o intuito de Sensibilizar 
Da importância desses organismos 
Pra a Caatinga nós Conservar! 
 
 
 
 
120 
 CAPÍTULO VII 
CONVIVÊNCIA NO SEMI-ÁRIDO: 
AS POPULAÇÕES HUMANAS NO 
CONTEXTO DO BIOMA CAATINGA 
 
 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO 
APARECIDA DE LOURDES PAES BARRETO 
ANTONIA ARISDELIA FONSECA M. A. FEITOSA 
 
 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA 
 
A degradação ambiental evidenciada, atualmente, no bioma Caatinga 
depreende-se da pressão antrópica exercida ao longo dos anos, como 
conseqüência do processo de ocupação e organização sócio-econômica das 
populações humanas nestes ambientes. Desta forma, a implementação de 
projetos para o desenvolvimento sustentável na região semi-árida precisa estar 
ancorada na perspectiva cultural, política e econômica dos grupos humanos 
envolvidos (COSTA-NETO, 2006). 
O bioma Caatinga vem sofrendo com a pressão antrópica e projetos de 
desenvolvimento sustentável necessitam ser planejados para a região semi-
árida. Entretanto, eles devem estar baseados na perspectiva cultural, política e 
econômica de cada grupo humano envolvido (COSTA-NETO, 2006). 
Entendemos que as formas de organização social e econômica da 
região estão diretamente relacionadas com o processo histórico de ocupação 
do espaço e com as transformações por estas geradas (sofridas) ao longo do 
tempo. A ocupação fez-se com base em duas atividades principais, a pecuária 
e a produção do algodão (cotonicultura), complementadas pela produção de 
alimentos. 
 
 
121 
Estes três sistemas agrícolas dominaram (comandaram) a economia 
regional até à segunda metade do século XX, apresentando ora avanços ora 
recuos, em função das oscilações de mercado, dos incentivos do Governo e 
das secas. 
A partir de 1985, o potencial econômico da cotonicultura, que 
desempenhou historicamente um importante papel na organização econômico-
social da região, foi interrompido pela invasão biológica do bicudo (12). A ação 
devastadora do bicudo pôs fim ao binômio gado-algodão que caracterizou a 
economia nordestina desde os primórdios da ocupação a organização social do 
semi-árido nordestino. Por outro lado, a repetição mais amiudada dos períodos 
de seca por sua vez, além de agravar o quadro já precário da produção 
algodoeira também incidiu sobre a atividade pecuária, que sofreu também com 
os efeitos da redução dos incentivos fiscais e creditícios. 
A conjugação desses fatores contribuiu, concomitantemente, para o 
arrefecimento da modernização da pecuária e para a atenuação do ritmo e da 
intensidade do processo de expansão desta atividade a partir da segunda 
metade dos anos 80 do século XX. A persistência dessa situação repercute 
sobre as relações de trabalho do tipo arrendamento e parceria tradicionais da 
região, dado ao fato de que essas formas de trabalho se alicerçaram, 
historicamente, com base na combinação Gado - Algodão - Policultura de 
subsistência (COSTA, 2006). 
Leve-se ainda em conta que, sendo o algodão a principal fonte de renda 
monetária do pequeno produtor rural, a erradicação provocada (promovida) 
pelo bicudo incidiu negativamente sobre as condições de vida nesta região. Por 
sua vez, como a alternativa encontrada pela grande propriedade para a crise 
do algodão foi à expansão das áreas de pastagem, as oportunidades de 
ocupação alternativa do parceiro e do arrendatário reduziram-se drasticamente. 
Deste modo, a quase que completa extinção da cotonicultura modificou 
 
(12)
 Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é um besouro da família dos curculionídeos, 
originário da América Central, possui mandíbulas afiadas, utilizadas para perfurar o botão floral 
e a maçã dos algodoeiros. É tido como uma importante praga agrícola nos E.U.A., e a espécie 
foi introduzida no Brasil em 1983, causando prejuízos nas plantações de algodão do Nordeste. 
Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicudo-do-algodoeiro>. Acesso em 12 jul. 2008. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicudo-do-algodoeiro122 
profundamente as formas tradicionais de organização econômica e social do 
semi-árido nordestino, contribuindo, de modo particular, para o declínio da 
parceria e do arrendamento. 
Eram essas relações de trabalho que, bem ou mal, mantinham a base 
da reprodução de um número significativo de unidades de produção familiar 
sertanejas. Por outro lado, e estreitamente vinculado ao problema do algodão e 
ao das estiagens periódicas, verifica-se também o declínio das lavouras 
alimentares. A retração das lavouras alimentares, ao fragilizar ainda mais a 
pequena produção contribui para agravar a situação migratória regional. As 
mudanças na organização agrária conjugadas com a seca e associadas a uma 
estrutura fundiária altamente concentrada, tem se constituído historicamente 
num fator de intensificação do êxodo rural no semi-árido. 
Durante muito tempo, os fluxos migratórios sertanejos estimulados, 
intensificados (tangidos) pela seca dirigiam-se ao centro-sul do país e tinham 
caráter até certo ponto temporário. Passado o período de estiagem, parcela 
dos migrantes retornavam aos seus lugares de origem e ao trabalho na terra. 
Os fatores que contribuíam para tal retorno eram: a crise da economia nacional 
e o retraimento do mercado de trabalho no Centro-Sul culminando, inclusive, 
com uma migração de retorno para o Nordeste e; de outro lado, a violência das 
grandes metrópoles, difundida pelos meios de comunicação, provocando uma 
quebra da “miragem da cidade grande”. O êxodo rural na região semi-árida foi 
também muito influenciado pela modernização agrícola (COSTA, 2006). 
A partir dos anos 80 - 90, mudanças significativas vêm se percebendo 
acerca deste processo entre elas destacamos: 
 
 A população tem abandonado a zona rural de forma definitiva em 
direção às cidades da região e aos maiores centros urbanos, 
promovendo um verdadeiro esvaziamento do campo na região semi-
árida do Nordeste. Aponta-se como explicação para esse processo o 
amiudamento dos períodos de estiagem conjugado à crise da economia 
agrícola e pecuária regional que reduziu as possibilidades de emprego 
no campo e contribuiu para a retração dos sistemas de arrendamento e 
 
 
123 
de parceria tradicionais daquelas áreas, são fatores freqüentemente 
referenciados como alimentadores da expulsão da população da zona 
rural. 
 
 A busca de alternativas de superação dos limites impostos pelas 
condições naturais e pela organização sócio-econômica do semi-árido, 
foi responsável pelo surgimento de áreas de exceção representadas 
pelos perímetros irrigados (13), do qual o exemplo mais significativo é o 
do Vale do São Francisco e por formas alternativas de produção mais 
resistentes às condições de semi-aridez e às secas (caprinocultura, 
cultivo de culturas secas). 
 
Recentemente a caprinocultura e a ovinocultura semi-intensivas e a 
tentativa de exploração do turismo têm sido incentivados. Tem crescido 
também a conquista de terra pela reforma agrária, sobretudo em torno das 
áreas de barragem. 
Diante do crescente esvaziamento do campo, do aumento da população 
urbana, associados ao processo de desertificação gerado pela antropização 
desordenada, pensar o semi-árido na perspectiva de encontrar alternativas 
para uma convivência sustentável, tornou-se um desafio crescente. 
 
AGRICULTURA FAMILIAR NA CAATINGA: UMA ALTERNATIVA À 
SUSTENTABILIDADE 
 
A preocupação com o ambiente semi-árido e o desenvolvimento de 
tecnologias adequadas estão ganhando mais atenção pelo avanço da 
desertificação e da desestruturação social das áreas rurais. A demanda por 
tecnologias adaptadas e de baixo custo tem seu foco na Agricultura Familiar, 
que ainda prevalece no Nordeste brasileiro. Cerca da metade das 4 milhões 
 
(13)
 Os perímetros de irrigação são áreas extensas que permitem o desenvolvimento e o plantio 
de várias culturas, como uva, manga, acerola e outras. Disponível em 
<http://www.codevasf.gov.br/galeria/2006/05_setembro/60450011.jpg/view>. Acesso em 12 jul. 
2008. 
 
 
 
124 
unidades produtivas da agricultura familiar em todo o Brasil se encontram no 
Nordeste, a maior parte desses em condições de sustentação social e 
econômica difíceis (KÜSTER et al., 2006). 
No Brasil, definimos o agricultor familiar como aquele que cultiva sua 
terra (própria ou arrendada) com ajuda de sua família, contratando mão-de-
obra externa apenas para complementar o trabalho familiar (por exemplo para 
colheita) (DUQUE, 2006). 
É no semi-árido que se encontram o maior número de estabelecimentos 
agrícolas familiares do Brasil: cerca de dois milhões. Correspondem a 42% do 
número total de unidades agrícolas do país, mas ocupam apenas 4,2% de sua 
área agrícola, segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) realizado no período de 1995 a 1996. 
O cuidado com a preservação do patrimônio, indica o produtor familiar 
como o melhor defensor do meio ambiente, embora, às vezes, a falta de 
conhecimento ou circunstâncias de força maior acabem quebrando essa lógica 
(DUQUE, 2006). 
A agricultura familiar pratica a diversificação das culturas (feijão, milho, 
batata, tomate, frutas, etc), o consorcio de plantas que se beneficiam 
mutuamente (umas fixando o nitrogênio no solo, outras afastando os 
predadores, pela simbiose e antibiose, respectivamente.) e a integração entre 
tratos culturais e pecuária (após a colheita, a folhagem das plantas alimenta os 
animais e o esterco destes serve para adubar as plantações). Todas essas 
práticas favorecem uma gestão racional, econômica, da produção, bem como a 
manutenção do jogo equilibrado entre as forças da natureza (DUQUE, 2006). 
Na proposta de Convivência com o semi-árido, o conceito de 
desenvolvimento sustentável aponta para a necessidade de fortalecimento e 
melhoria nas relações humanas, e destas com o meio em que vivem, no 
sentido de que, se estas relações forem mais solidárias e de cunho coletivo, 
poderão desenhar um novo modelo de sociedade (SOUZA, 2005). 
 
 
 
 
 
125 
CENÁRIO TURÍSTICO NO SEMI-ÁRIDO PARAIBANO 
 
 A atividade turística mobiliza populações, promove a integração cultural, 
gera renda, ampliando o potencial econômico da região. Seja qual for o 
empreendimento turístico, este se constitui numa atividade sócio-espacial de 
fortes impactos sobre os ambientes que pode se revelar boa ou ruim de acordo 
com a perspectiva ideológica de desenvolvimento embutida no projeto 
empreendido. 
É importante entender que o turismo em si, gera, simultaneamente, 
impactos econômicos, culturais, social-psicológicos e ambientais. Concebendo 
a atividade turística sob esta ótica, nos propomos a refletir acerca do turismo 
no contexto do semi-árido paraibano, especificamente como atividade 
alternativa para o desenvolvimento local. Defendemos que a exploração do 
potencial turístico das regiões se converta em benefícios para suas 
comunidades. Portanto, é necessário estarmos atentos às possibilidades de 
efeitos que são geradas a partir de tal empreendimento. 
Por outro lado, se percebemos o turismo como uma atividade que requer 
conservação ambiental e preservação do Patrimônio Histórico-Cultural, 
identificamos que, ao gerar degradação ambiental estará se autodestruindo, 
uma vez que até mesmo os turistas que contribuem para a degradação tendem 
a não retornar ao lugar e também a não indicá-los a seus parentes e amigos 
(COUTINHO et al., 2003). Contudo, o Turismo pode e deve contribuir para a 
conservação ambiental e a preservação do patrimônio desde que realizado de 
forma adequada. 
No contexto do semi-árido paraibano, as características particulares dos 
diversos ambientes revelam vocações turísticas que, atualmente, estão sendo 
desenvolvidas seja através políticas públicas ou sob a condução de 
Organizações Não-Governamentais (ONGs). 
Dentre as atividades de potencial turístico importantesna Paraíba, 
destacamos: 
A produção de diferentes tipos de Artesanatos tem caracterizado a 
principal atividade econômica de várias comunidades, gerando renda e 
 
 
126 
empregando mão-de-obra local (VIRGÍLIO-FILHO, 1996). Recebendo 
capacitação, assessoria administrativa e apoio de políticas públicas, poderão 
representar uma importante base de recuperação da economia local, além da 
consolidação dos valores culturais locais. 
A Festa do Bode Rei (Cabaceiras), o Bode na Rua (Gurjão), o Bode na 
Praça (Prata), a Exposição e Feira de Boa Vista e a Exposição de Caprinos de 
Taperoá, compõe o elenco de atividades ligadas ao setor Caprinovinocultura, 
prevalecendo o caráter comercial, cultural e festivo dos criadores do Cariri 
paraibano (GALVÃO et al., 2006). 
O clima, as belezas naturais, a cozinha regional, os Monumentos 
Históricos, o artesanato e o Folclore constituem outra atividade de grande 
potencial para o semi-árido (VIRGÍLIO-FILHO, 1996). 
O Turismo Religioso tem sido também muito valorizado na região semi-
árida Nordestina, como por exemplo, as visitas ao Santuário da Cruz da 
Menina em Patos-PB. 
A Caatinga também tem sido amplamente retratada no Cinema, com 
diversas obras que ressaltam sua cultura e tradição. Entre as obras recentes 
mais conhecidas, podemos citar o filme “O Auto da Compadecida” (1999, 
dirigido por Guel Arraes com roteiro de Guel Arraes, Adriana Falcão e João 
Falcão), da obra do paraibano Ariano Suassuna, onde várias temáticas podem 
ser exploradas no contexto da sala de aula tais como, aspectos da paisagem, 
históricos e da cultua local. As cenas externas do filme, foram gravadas no 
município de Cabaceiras, na região do Cariri, semi-árido paraibano, também 
conhecida como a “Roliúde Nordestina” e onde se localiza o Lajedo de Pai 
Mateus, local turístico muito procurado na região. 
A Reserva Arqueológica da região do Cariri se verifica através de 
inúmeros sítios arqueológicos que se encontram na região. Inscrições na forma 
de “itaquatiaras” (inscrições em rochedos e paredes de cavernas) e pinturas 
rupestres são abundantes nas formações rochosas do Cariri (CABRAL, 1997) 
Ainda de acordo com a autora, estes registros podem estimular os crescentes 
estudos de arqueologia, antropologia e mitologia dos povos primitivos, podendo 
 
 
127 
também contribuir para a revelação das origens das populações indígenas que 
habitaram a região Cariri. 
Em relação ao Cariri paraibano, as Inscrições e Pinturas Rupestres 
encontradas (Figura 1) poderiam se constituir em um “museu vivo” para a visita 
e valorização, assim como a conservação, desse acervo do patrimônio 
nacional. Como afirma, Azevedo-Netto e Kraisch (2007), a importância do 
patrimônio arqueológico na construção da memória de um determinado local se 
faz necessária, pois, através dela, procuramos entender a história local, fazer 
parte dela, valorizando o passado como instrumento de compreensão do 
mundo em que se vive. A construção das identidades locais demonstra a 
importância de sabermos a nossa origem e como a nossa cultura se 
desenrolou durante o passar dos anos. Desta forma, a história e a arqueologia 
são colocadas, aqui, como forma de uma dar suporte à outra, na compreensão 
destas populações pretéritas e na formação dessas identidades locais. 
Portanto, a partir destes e de outros estudos arqueológicos, espera-se 
que sejam desenvolvidas políticas públicas adequadas para o turismo cultural e 
ecológico no bioma Caatinga, bem como, atividades de Educação Ambiental 
para conservação deste patrimônio. 
 
 
Figura 1. Pinturas rupestres encontradas no "Sítio Arqueológico Muralha do Meio do 
Mundo (Sitio Picoito)” localizada no município de São João do Cariri – Paraíba. (Fonte: 
acervo do grupo de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
 
 
128 
Turismo paleontológico: O Parque dos dinossauros, localizado no 
município de Sousa-PB possui uma área de mais 700 km2 e é considerado um 
dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo. O local dispõe de um 
Centro de Atendimento e Apoio ao Turista, sendo aberto para estudos e 
visitação. No local há diversas pegadas de dinossauros, por exemplo as do 
tiranossauro rex. 
 
 
CULTURA: MITOS E FÁBULAS NA CAATINGA 
 
A valorização de culturas locais é essencial para a incorporação da 
população ao processo de desenvolvimento sustentável. No bioma, há muitos 
valores culturais que precisam ser descobertos e valorizados. 
Segundo Borba (2006) a Cultura é o acervo de valores artísticos e 
espirituais conquistados pela humanidade, ao longo de sua história. Ela é a 
própria alma de um povo, posto que dá vida a uma civilização. 
Se Cultura é tudo aquilo que nos transforma e nos humaniza, como 
afirma Whitaker e Bezzon (2006), precisamos então resgatar os fenômenos 
culturais locais com intuito de ressignificar o papel da cidadania dos diferentes 
atores sociais no ambiente onde estão inseridos. 
Além do Artesanato, uma das mais genuínas fontes de cultura popular 
no estado da Paraíba (BORBA, 2006), uma das principais expressões artístico-
literárias, em todo o Nordeste brasileiro, tem sido a Literatura de Cordel. 
Muitos autores têm explorado e divulgado as culturas e mitos da 
Caatinga na Literatura através dos cordéis. A riqueza da fauna e flora, os 
“causos”, as fábulas, as severas secas que assolam esta região e o cangaço 
são muito freqüentes. Por exemplo, no trecho do cordel “O Império da 
Caatinga” de autoria de José M. Lacerda, é possível observar a caracterização 
do bioma e discutir aspectos dos impactos ambientais que tem acometido este 
ecossistema: 
 
 
 
 
129 
“(....) Os sertanejos sedentos 
Muitas cacimbas cavava 
No leito seco dos rios 
Que mais e mais afundava 
Nesse cenário infeliz 
Até a própria raiz 
Do Umbuzeiro ajudava. 
 
Caatinga significava 
Mata branca ou capoeira 
Pela vegetação baixa 
E muitas vezes rasteira 
Sendo assim quase um deserto 
Muito espaço a céu aberto 
Com muita serra e pedreira. (...)” 
 
 
EDUCAÇÃO CONTEXTUALIZADA PARA O AMBIENTE SEMI-ÁRIDO 
NORDESTINO 
 
“Nenhuma ação educativa pode prescindir de 
uma reflexão sobre o homem e de uma 
análise sobre suas condições culturais” 
(FREIRE, 1979, p. 61). 
 
A educação se constitui no processo de formação e desenvolvimento do 
ser humano capaz de torná-lo sujeito de sua ação/condição de ser e estar no 
mundo. Os processos educativos que se pretendem revelar exitosos precisam 
pautar-se na idéia de que o homem deve tornar-se, de acordo com Freire 
(1979) “um ser capaz de relacionar-se; de sair de si, de projetar-se nos outros; 
de transcender.” 
 Desta forma, os diferentes espaços educativos se configuram o locus da 
construção de cidadãos conscientes e críticos. Diante das possibilidades 
educacionais instituídas no seio da sociedade, nossa atenção se volta à escola, 
percebida como um campo dinâmico sócio-educativo, no interior do qual 
ocorrem interpenetrações de informações, conteúdos, conhecimentos, valores, 
ideologias e dos demais aspectos, formais e não-formais, que situam o homem 
no e com o mundo. 
 
 
130 
 Nossa perspectiva neste texto é enfocar o caráter ambiental na 
educação e, de modo específico, sobre a educação para o ambiente semi-árido 
nordestino. Justificamos nossa pretensão tanto pela relevância creditada as 
questões ambientais em nível mundial, quanto pela necessidade atual de 
pensar uma educação contextualizada, considerando as particularidades 
pertinentes ao semi-árido nordestino. 
 Neste sentido, converge aos educadores o desafio de tornar o ato 
educativo um campo de possibilidades/responsabilidades no sentido de 
construir cidadãos para uma sociedade mundo composta por sujeitos 
protagonistas, conscientes e críticamente comprometidos com a construção de 
uma civilização planetária (MORIN et al., 2007). 
 Pautamos nossa reflexão no ambiente escolar enquanto espaço para 
desenvolver umensino educativo capaz de permitir a compreensão de nossa 
condição e de nos ajudar a viver e que ao mesmo tempo, favoreça um modo de 
pensar aberto e livre (MORIN, 2006). 
 No âmbito da educação no semi-árido nordestino, Ab’Saber (1999) 
enfatiza a necessidade da valorização do conhecimento do mundo real, 
centralizado na área de vivências dos professores, alunos e seus familiares, 
para o reconhecimento do mundo físico, ecológico e cultural regional. Ainda de 
acordo com o autor, na conjuntura particular da região semi-árida, estes atores 
sociais - por necessidade de sobrevivência, práticas de natureza ecológica, 
educação familiar de cotidiano repetitivo – já possuem um razoável e/ou 
significativo estoque de conhecimentos loco-regionais. 
 É fundamental o estabelecimento de políticas públicas que fortaleçam as 
escolas de Educação Básica, tendo em vista a importância que exercem no 
processo de formação social, cultural, humana e ética da sociedade. Mesmo 
tendo alcançado grandes avanços, no que se referem aos seus objetivos, 
conteúdos, estratégias metodológicas e materiais didáticos, o universo escolar 
ainda necessita de caminhos que lhe permitam contemplar dimensões 
relevantes do conhecimento (GUERRA; ABÍLIO, 2006). Dimensões essas que, 
muitas vezes, são enfraquecidas pela ênfase no tecnicismo e pela falta de uma 
 
 
131 
formação holística que inter-relacione as diferentes potencialidades do ser 
humano. 
 A questão está além dos programas curriculares fragmentados e 
conteudistas. É essencial que os professores reconheçam que a atividade 
docente vai além do domínio dos conteúdos específicos, e, portanto, incorporar 
em sua práxis valores humanistas, éticos, conhecimento interdisciplinar e 
compromisso político configurando-se assim como um dos maiores desafios 
para o desenvolvimento da Educação Ambiental na escola básica (LOZANO; 
MUCCI, 2005). 
 Faz-se necessário perseguir uma educação contextualizada, na qual os 
processos de ensino-aprendizagem se coadunem com a realidade 
local/regional, onde o planejamento das atividades a serem desenvolvidas leve 
em consideração a historicidade dos atores sociais, compreendendo a 
complexidade, na qual os arranjos sócio-culturais se estabeleceram ao longo 
do tempo. Entendemos que somente através desta prática educativa podemos 
avançar na construção de um conhecimento pertinente (14). 
Neste sentido, defendemos que a teoria biorregionalista é a que melhor 
atende aos desafios teórico-metodológicos para uma educação contextualizada 
no ambiente semi-árido nordestino. O biorregionalismo, segundo Sato (2001) é 
uma tentativa de resgatar uma conexão intrínseca entre comunidades humanas 
e a comunidade biótica de uma dada realidade geográfica. O critério para 
definir as fronteiras de tais regiões pode incluir similaridades do tipo de terra, 
flora, fauna ou bacias hidrográficas. A recuperação histórica, simbólica e 
cultural estabelece valores de cooperação, solidariedade e participação, 
permitindo desenvolvimento entre a comunidade e o meio biofísico. 
Uma proposta de educação contextualizada no semi-árido não pode 
limitar-se somente aos aspectos pedagógicos, precisa assumir um caráter 
político-pedagógico de transformação. Não pode ser um processo educativo 
desenvolvido de forma mecânica e dentro de quatro paredes sem considerar e 
envolver os elementos sociais e culturais, que tanto influenciam a vida dos 
 
(14) 
O conhecimento pertinente é o conhecimento capaz de situar qualquer informação em seu 
contexto e, se possível, no conjunto em que está inserido (MORIN, 2006, p.15). 
 
 
 
132 
sujeitos sociais. Deve ser uma educação construída e discutida no contexto 
histórico dos sujeitos sociais envolvidos com a proposta pedagógica (LIMA, 
2008). 
 
SUGESTÕES DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS 
 
ATIVIDADE 1: Dramatização na sala de aula 
 
Na educação científica a Dramatização pode ser um recurso 
indispensável para a melhor compreensão de temas da ciência. O uso 
simultâneo de diferentes recursos e Linguagens Teatrais possibilitam 
concretizar episódios do mundo real, reproduzindo, com riqueza de 
informações, diferentes ambientes e circunstâncias. 
Segundo Sant’Anna e Menegolia (2002) a dramatização na escola ou 
sala de aula não apresenta os mesmos objetivos que o teatro propriamente 
dito. Em sala, a representação se processa de forma simplificada, porém com 
grandes vantagens do ponto de vista educativo, principalmente no sentido de 
desinibir o aluno e prepara-lo para vivenciar situações de vida com maior 
segurança. 
A partir do teatro, os estudantes podem, ainda, presenciar a 
confrontação entre conceitos prévios formulados e conceitos adequados do 
ponto de vista da Ciência, em um ambiente interativo e lúdico, e, portanto, 
propício à construção e reformulação de novas concepções (LOPES, 2000). 
É possível concretizar personagens e cenas históricas que normalmente 
estão distantes e dissociados da realidade atual (SANT’ANNA; SANT’ANNA, 
2004). A associação entre a linguagem teatral e os temas científicos contribui 
para gerar uma atitude crítica no público, atitude esta fundamental para a 
construção ativa do conhecimento e para o exercício pleno da Cidadania. Na 
escola, as dramatizações podem se realizar com máscara, através da mímica, 
com uso de fantoches, com teatro de sombra ou da maneira tradicional, através 
de diálogos entre os atores (SANT’ANNA; MENEGOLIA, 2002). 
 
 
133 
Na escola, as dramatizações podem se realizar com: máscara, através 
da mímica, com uso de fantoches, com teatro de sombra, através de diálogos 
entre os atores. 
O teatro de fantoches é o que mais alegra e sensibiliza a criançada por 
transmitir, de uma forma simples e direta, a mensagem de cuidar do nosso 
ambiente e do nosso planeta. De acordo com Galvão (1996), “as crianças 
parecem receber bem melhor e armazenar com mais facilidade as imagens, 
quando são apresentadas através de algo que as encante emocionalmente 
como é o caso do Teatro de Bonecos”. 
Mamede (2003), diz que “a interpretação ambiental é uma forma de 
despertar a consciência, trazendo à tona a importância de se conservar através 
de atividades ou dinâmicas que aproximem o público das realidades sobre as 
questões ambientais, sociais, culturais, históricas e artísticas.” Ainda segundo a 
mesma autora, “Por ser o teatro a arte de interpretar (representar)...é uma 
forma descontraída de levar a informação e, ao mesmo tempo que informa, 
também interage, ao mesmo tempo que diverte, ensina”. 
 
Atividade 2: Construindo bonecos com materiais reutilizados 
 
Objetivos da atividade: Discutir alguns conceitos de educação ambiental e do 
bioma Caatinga partindo do teatro de bonecos; Aprender a manipular o 
fantoche realizando cenas rápidas com uma metodologia que parte dos temas 
geradores tendo como base a teoria freireana, possibilitando uma metodologia 
crítica e criativa através da arte; Utilizar elementos lúdicos para sensibilizar e 
discutir nossa relação com o ambiente; Fazer com que os estudantes analisem 
as implicações sócio-ambientais do desenvolvimento da Ciência e da 
Tecnologia, baseando-se na realidade loco-regional; 
 
Materiais Necessários: A quantidade de material utilizado dependerá do 
número de participantes da oficina. Por exemplo: Cola branca e cola de isopor, 
tinta de parede lavável branca, tintas acrilex (diversas cores), novelos de lã 
 
 
134 
(diversas cores), retalhos de tecido coloridos (20 cm2), tesoura para tecido, 
pincéis, garrafas pet, jornal, massa epox (tipo durepox); papelão fino. 
 
Procedimento: 
 
Etapa 1: Para construir a cabeça do boneco é preciso: utilizar uma Garrafa Pet 
(de tamanho variável) e em seguida efetuar um corte mediano, encaixar as 
duas partes para diminuir o tamanho da garrafa para que a cabeça do boneco 
fique proporcional ao corpo; envolver todaa superfície da garrafa com papel 
jornal. Usar cola branca. 
 Após secar a cola, pintar a cabeça de boneco com tinta de parede, 
lavável branca, e deixar secar; Modelar as partes da face do boneco (boca, 
olhos, orelhas, nariz, sobrancelha) utilizando para isso a Massa Epox; a cor da 
pele do boneco e olhos deve ser variada para (branca, rósea, preta, marrom, 
azul, verde, etc.); cortar fios de lã, de cores e tamanhos variados, para montar 
o cabelo. Utilizar colar de isopor. 
 
Etapa 2: Para construir o corpo do boneco é preciso: Cortar o tecido de 
algodão, de cores variadas, no formato de túnica (T); Deixar o formato do 
pescoço para encaixar a cabeça do boneco (utilizar a boca da garrafa pet); 
Utilizar cola de isopor e se necessário amarrar o molde da roupa junto a boca 
da garrafa com lã; construir o molde das mãos, utilizando papelão fino. 
 
Etapa 3: Técnica da Dramatização: na sala de aula, utilizando bonecos, 
fantoches ou o próprio aluno, Dramatizar um texto que aborde uma 
determinada problemática ambiental sobre a Caatinga. 
O texto pode ser extraído de um livro, uma revista ou pode ser produzido 
pelo professor ou pelos alunos;Pode se utilizar a literatura de Cordel e músicas 
regionais;Se faz necessário uma Reflexão e Discussão dos temas nos grupos e 
depois em toda a classe. 
 
 
 
135 
Observações: Dependendo da criatividade dos participantes da oficina o cabelo 
do boneco pode ser confeccionado com algodão, bucha vegetal ou palha de 
aço; o seu fantoche pode ser incrementado com chapéus, brincos, óculos, 
entre outros acessórios; diferentes materiais reutilizáveis podem ser utilizados, 
tais como: caixa de ovo, arame, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Resultado da Oficina Ecopedagógica “A sensibilização ambiental através da 
dramatização: o teatro de bonecos em atividades de educação ambiental” 
desenvolvida com os professores na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 
José Leal Ramos, São João do Cariri - PB em Julho de 2007. (Fonte: acervo do grupo 
de estudos de educação ambiental no semi-árido paraibano). 
 
 
ATIVIDADE 3: Trabalhando com a literatura de Cordel 
 
Objetivo da atividade: Trabalhar temáticas sobre o Cariri a partir de uma 
atividade lúdica-educativa. 
 
Procedimento: a partir do cordel, discutir aspectos do Cariri e valorizar a cultura 
local; podem ser sugeridas a preparação de esquetes teatrais para dramatizar 
as histórias. 
 
Exemplo: História do carro malassombroso ou batuque encantado (Autoria 
de Manoel Baltazar Maracajá) 
 
 
 
 
 
 
 
136 
Quem é médium ou vidente 
Tem visões e sonho certo 
Dar-me razões também; 
No sertão ou no deserto 
Há sempre ao nosso redor 
Fantasmas que rondam perto 
 
Aparecendo as pessoas 
Em forma de uma luz 
Outros aparecem chorando 
Chamando até por Jesus 
Outros em forma de bichos 
Cavalo, cobra e avestruz 
 
Alguns se personificam 
Querem imitar as pessoas 
Trajando roupas ou vestidos 
Seja nova, velha e boas 
Uns dão micoco de quem anda a toas 
 
Outros aparecem zoando 
Imitando um caminhão 
Que as luzes iluminam a estrada 
De longe se vê o clarão 
Fazendo zoada e batucada 
Igual a esta aparição 
 
Que apareceu a muitos 
Nas estradas de São João 
Assombrando os moradores 
Em toda a região 
Fazendo assombrações 
De Cabaceiras a Gurjão 
 
Naquela Fazenda Arara 
De mistério e tradição 
Foi ali que aconteceu 
Toda aquela confusão 
Dando a primeira carreira 
No caboclo Zé Romão 
 
Também o caboclo Menô 
Foi vítima da aparição 
Vinha de Malhada de Roça 
No seu cavalo Lazão 
 
O cavalo assombrado 
Sacudiu Menô no chão 
Antônio Rosendo morava 
Lá na Fazenda Mineiro 
Ouviu o carro soar 
Por aqueles tabuleiros 
E com mede ele correu 
E se embrenhou no Marmeleiro 
No casarão alguém viu 
Um ancião nele entrar 
Todo vestido de branco 
Alegre assobiar 
Outros ouviram cavalos 
Velozes a galopar 
 
O cabra sendo medroso 
Não andava prá colar 
Pois se ouvisse a zoada 
Não podia mais falar 
E cagava na cueca 
Pra mulher cedo lavar 
Eu nunca ouvi tal zoada 
Pois não ouço nem trovão 
Fui dar uma passeada 
Pertinho do casarão 
Os fantasmas não gostaram 
Me deram três beliscão 
 
Este fenômeno transcende 
Nossa visão natural 
Sabemos que tudo aquilo 
Vem do espiritual 
Ele tem conotação com mistério 
Assim nos revela pelo pendulo sideral 
 
No nosso século passado 
Tudo isso aconteceu 
Centenas presenciaram 
E o poeta descreveu 
Para a geração presente 
Pelo dom que Deus lhe deu 
 
Existem muitas versões 
Sobre esta aparição 
Porém uma está mais perto 
Da sua elucidação 
E a do tesouro enterrado 
Perto da estrada de São João 
 
Dizem que o fazendeiro 
A tal fortuna guardou 
Porém com o passar dos anos 
Do local não mais se lembrou 
E o preto velho morreu e o segredo 
Para o túmulo ele levou 
 
Dizem que na noite de lua cheia 
Ele o dinheiro enterrou 
Quando os escravos dançavam 
Seus rituais de Changô 
Originais da sua terra natal 
África do Sul e Nangô 
 
 
 
137 
Aquela Fazenda Arara 
Nos idos tempos de outrora 
Foi uma fazenda de renome 
De um passado de glória 
Assim se encontra 
Nos anais que descrevem sua história 
 
Havia muita tristeza 
Gado, ovelhas, criação 
Cavalo, burro e jumento 
Galinha, pato e pavão 
Escravos e muito dinheiro 
Guardado em uns botijão 
 
A caça ali abundava 
Veado, mocó, preá 
Porco do mato e gazela 
Tatu e tamanduá 
Ema e seriema 
Se ouviam o canto por lá 
 
No poço grande da serra 
Havia peixe demais 
Um dos pratos prediletos 
Dos nossos ancestrais 
Bebendo um saboroso vinho 
Em taças especiais 
 
Os donos dessa fazenda 
Foram ricos demais 
Tinham até coloniais 
Comercializavam produtos da cidade 
Por produtos naturais 
 
Transportavam suas cargas 
Nos burros tropeiros que se originou 
Da musica que Rosil Calvalcante compôs 
E Luiz Gonzaga cantou 
Tropeiros da Borborema 
Que se imortalizou 
 
As cenas desse passado 
O tempo não apagou 
Resolvi fazer meus versos registrados 
Para a memória que o passado levou 
Uma homenagem a esse povo 
Que para o além Deus levou 
Arara, Poço das Pedras 
Caroá e Gamileira 
Santana e Maracajá 
Pedrinhas e Cabaceiras 
Lucas e Curral de Baixo 
Riacho Fundo e Moreira 
 
Me desculpem as brincadeiras 
O carro Malassombroso 
É história verdadeira 
Todos comprovam os fatos 
Das cenas que se passaram 
De São João a Cabaceiras 
 
 
ATIVIDADE 4: Trabalhando o bioma Caatinga de forma inter e 
transdisciplinar 
 
Objetivo da atividade: Desenvolver conteúdos referentes à Caatinga na 
educação básica de forma inter e transdisciplinar. Integrar docentes e discentes 
na busca de um conhecimento socializado e crítico-reflexivo em relação à 
temática proposta. 
 
Procedimento: Em uma reunião pedagógica na escola, o corpo docente pode 
discutir diferentes ações para serem executadas na escola (Quadro I). 
 
 
 
138 
Quadro I. Diferentes atividades que podem ser executadas pelos professores e 
alunos na educação básica. 
 
Disciplinas Atividades 
Inglês 
Trabalhar a interpretação de textos em Inglês sobre a Caatinga – 
formular questões sobre o texto em inglês e solicitar respostas em 
português. 
 
Matemática 
Analisar aspectos da área inundada, volume do açude Namorados (São 
João do Cariri-PB) antes e depois da chuva. Determinar e comparar a 
densidade de plantas (número de espécies/100m2, por exemplo) em 
uma região de Caatinga protegida e uma outra degradada. 
 
História 
Analisar aspectos históricos da ocupação no cariri paraibano. Realizar 
um estudo do meio para reconhecer as pinturas e inscrições rupestres, 
além de escavações arqueológicas como acontece no município de São 
João do Cariri. 
 
Geografia 
Analisar aspectos da geografia espacial e distribuição do semi-árido 
brasileiro. Realizar uma aula de campo para identificar alguns tipos de 
minérios/rochas e os impactos que a extração destes podem provocar no 
bioma. 
 
Português 
Produzir uma redação, poemas, cordéis sobre o rio Taperoá, a partir de 
10 palavras chaves sobre o ambiente. 
 
Ciências - 
BiologiaTrabalhar aspectos ecológicos da Caatinga. Discutir sobre a introdução 
de espécies exóticas na Caatinga: impactos e conseqüências. 
 
Artes 
Produzir desenhos coloridos representando as fases de seca e chuvosa 
da Caatinga. Produzir espetáculos teatrais utilizando diferentes 
linguagens, tais como: teatro de bonecos, fantoches, ou com o aluno 
como ator do processo. 
 
Física 
Discutir aspectos da radiação solar, evaporação e descargas elétricas 
(raios) no Cariri paraibano. 
 
Química 
Discutir aspectos químicos de plantas da Caatinga, discutindo sua 
importância medicinal e/ou tóxica. 
 
Educação 
Física 
Trilha ecológica e caminhada na Caatinga. Prática de esportes radicais 
na Caatinga. 
 
 
 
 
139 
REFERÊNCIAS 
 
 
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Ática, 2004. 
 
 
Sugestões de sites para pesquisa: 
 
 Os sites abaixo listados contêm informações importantes sobre o bioma 
Caatinga e podem servir de fonte de pesquisa para professores e alunos. 
 
www.dse.ufpb.br/peldcaatinga 
www.ambientebrasil.com.br 
www.bdt.fat.org.br 
www.biosferadaCaatinga.org.br 
www.brazadv.com/brasil/Caatinga.htm 
www.brazilnature.com 
www.conservation.org.br 
www.ibama.gov.br 
www.ibge.gov.br 
www.mre.gov.br 
www.nature.org 
www.planetaverde.org 
www.plantasdonordeste.org 
www.rbma.org.br 
www.wwf.org.br 
 
 
 
 
 
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./natural/index.html&conteudo=./natural/biomas/caatinga.html
http://www.bdt.fat.org.br/workshop/caatinga/
http://www.biosferadacaatinga.org.br/
http://www.brazadv.com/brasil/caatinga.htm
http://www.brazilnature.com/caatinga.html
http://www.conservation.org.br/onde/caatinga/
http://www.ibama.gov.br/ecossistemas/caatinga.asp
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169&id_pagina=1
http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/meioamb/ecossist/caatinga/index.htm
http://nature.org/wherewework/southamerica/brasil/work/art13080.html
http://www.planetaverde.org/teses/183-204.pdf
http://www.plantas/
http://www.rbma.org.br/mab/unesco_03_rb_caatinga.asp
http://www.wwf.org.br/bioma/bioma.asp?item=8
 
 
161 
SOBRE OS AUTORES 
 
ANTONIA ARISDÉLIA FONSECA MATIAS AGUIAR FEITOSA, Professora do 
Centro de Formação de Professores/UFCG. Mestre em Desenvolvimento e 
Meio Ambiente (PRODEMA/UFPB). Doutoranda em Educação (PPGE/UFPB) e 
Pesquisadora do Projeto Bioma Caatinga: estrutura e funcionamento – 
CNPq/PELD/UFPB. E-mail: <arisdelfeitosa@gmail.com>. 
 
 
ANTONIO CARLOS DIAS DE SANTANA, Bacharel e Licenciado em Ciências 
Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba (2006). Atualmente é 
estagiário voluntário da UFPB na área de ensino de Ciências. Tem experiência 
na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas. E-mail: 
<acbiologo@hotmail.com>. 
 
 
APARECIDA DE LOURDES PAES BARRETO, Bióloga, Mestre em 
Desenvolvimento e Meio Ambiente, Professora da Área de Ciências Naturais 
do Departamento de Metodologia da Educação/Centro de Educação da UFPB. 
Pesquisadora na área de Educação, Ecologia e Educação Ambiental. 
Doutoranda em Educação (PPGE/UFPB) e participa dos Projetos “Escola e 
Modernidade da Paraíba – 1910-1930” e “Bioma Caatinga: estrutura e 
funcionamento” PELD/CNPq/UFPB na linha de pesquisa Ecologia Humana e 
EA. E-mail: <aparecida@ce.ufpb.br>. 
 
 
CAMILA SIMÕES GOMES, Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela 
Universidade Federal da Paraíba (2009). Bolsista do Projeto PELD/CNPq – 
Bioma Caatinga: estrutura e funcionamento. E-mail: 
<milagomesjp@gmail.com> 
 
 
mailto:arisdelfeitosa@gmail.com
mailto:aparecida@ce.ufpb.br
mailto:milagomesjp@gmail.com
 
 
162 
FRANCISCO JOSÉ PEGADO ABÍLIO, Professor Adjunto IV do Departamento 
de Metodologia da Educação, CE/UFPB. Bacharel e Licenciado em Ciências 
Biológicas pela UFPB. Mestre em Ciências Biológicas, área de concentração 
em Zoologia pela UFPB. Doutor em Ciências, área de concentração em 
Ecologia e Recursos Naturais pela UFSCar, São Carlos-SP. Atua em projetos 
de pesquisas sobre a Ecologia de Invertebrados aquáticos do semi-árido 
paraibano (Projeto PELD/CNPq). Participa de projetos de Extensão sobre 
Ensino de Biologia e Ciências (Formação de Professores) e PROLICEN 
(Educação Ambiental). Orienta alunos de Mestrado e Doutorado em Educação 
(PPGE/UFPB) e alunos de Mestrado no PRODEMA (UFPB). Líder do Grupo de 
Pesquisa “Educação Ambiental e Ensino de Ciências” cadastrado no CNPq e 
reconhecido pela UFPB. E-mail: <chicopegado@hotmail.com>. 
 
 
HUGO DA SILVA FLORENTINO, Licenciado em Ciências Biológicas pela 
Universidade Federal da Paraíba. Integrante do Projeto PELD/CNPq – Bioma 
Caatinga: estrutura e funcionamento. Participa dos grupos de pesquisas: 
Educação Ambiental e Ecologia Aquática cadastrado no CNPq. Tem 
experiência na área de Ecologia de Ecossistemas e Invertebrados Aquáticos, 
Ecologia Humana e Educação Ambiental. E-mail: <hugoxtr@hotmail.com>. 
 
. 
JANE ENISA RIBEIRO TORELLI DE SOUZA, possui graduação em Ciências 
Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba (1992) e mestrado em 
Zootecnia [Areia] pela Universidade Federal da Paraíba (2001). Atualmente é 
bióloga da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de 
Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas, atuando principalmente 
nos seguintes temas: represa, rios, peixes água doce, peixes, biodiversidade, 
piscicultura e diversidade, riqueza de peixes, como também, desenvolve 
atividades de extensão universitária. E-mail: <janetorelli@yahoo.com.br> 
 
 
mailto:chicopegado@hotmail.com
mailto:hugoxtr@hotmail.com
 
 
163 
JOSÉ ETHAM DE LUCENA BARBOSA, Possui graduação em Ciências 
Biológicas pela Universidade Estadual da Paraíba (1989), mestrado em 
Criptógamos (área de concentração ficologia) pela Universidade Federal de 
Pernambuco (1996) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela 
Universidade Federal de São Carlos (2002). Atualmente é professor titular da 
Universidade Estadual da Paraíba. Tem experiência na área de Ecologia com 
ênfase em ecologia de ecossistemas aquáticos do trópico semi-árido, atuando 
principalmene nos seguintes temas: taxonomia e ecologia do fitoplâncton, 
eutrofização, algas perifíticas e funcionamento e processos ecológicos em 
açudes. E-mail: <ethambarbosa@hotmail.com>. 
 
 
MARIA CRISTINA CRISPIM, possui graduação em Ciências Biológicas pela 
Universidade Federal da Paraíba (1987) e doutorado em Ecologia e 
Biossistemática pela Universidade de Lisboa (1997). Atualmente é professora 
titular da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de 
Ecologia, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas, atuando principalmente 
nos seguintes temas: zooplâncton, semi-árido, biodiversidade, conservação de 
espécies, aquicultura, gestão ambiental e educação ambiental. E-mail: 
<ccrispim@hotmail.com> 
 
 
MARIA REGINA DE VASCONCELLOS BARBOSA, possui graduação em 
Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1980), 
mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (1985) e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual 
de Campinas (1996). Atualmente é professor associado da Universidade 
Federal da Paraíba e professor colaborador do Programa de Pós-Graduação 
em Biologia Vegetal da Universidade Federal de Pernambuco. Atua 
principalmente nos seguintes temas: flora do nordeste, taxonomia e diversidade 
de Rubiaceae, florística de mata atlântica e caatinga. E-mail: 
<mregina@dse.ufpb.br>. 
mailto:ethambarbosa@hotmail.com
 
 
164 
 
 
THIAGO LEITE DE MELO RUFFO, Bacharel e Licenciado em Ciências 
Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba; Mestrando em 
Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFPB); Tutor à distância do 
curso de Licenciatura em Ciências Naturais à distância (UFPB Virtual). 
Participante do Projeto PELD/CNPq – Bioma Caatinga: estrutura e 
funcionamento. E-mail: <thiagoruffo@yahoo.com.br>. 
 
ZELMA GLEBYA MACIEL QUIRINO, possui graduação em Ciências 
Biológicas pela Universidade Federal do Ceará (1995), mestrado em Biologia 
Vegetalpela Universidade Federal de Pernambuco (1998) e doutorado em 
Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Pernambuco (2006). Atualmente 
é professor adjunto I da Universidade Federal da Paraíba. Campus IV- Litoral 
Norte. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Biologia Floral, 
atuando principalmente nos seguintes temas: fenologia, Caatinga, polinização, 
dispersão e anatomia vegetal. E-mail: <zelmaglebya@yahoo.com.br>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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