Prévia do material em texto
QUÍMICA CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Antonio César Baroni Santoro O principal objetivo deste caderno é reconhecer, compreender e aplicar as consequências das reações químicas que envolvem transferências de elétrons e fenômenos radioativos. Na página 97, propomos uma pesquisa a partir da seguinte questão orientadora: Crise na Coreia: haverá um fi m? Nela discutimos desdobramentos do uso de energia nuclear. ELETROQUÍMICA E RADIOATIVIDADE Capítulo 1 Número de oxidação e reações de oxirredução 2 Capítulo 2 Pilhas 23 Capítulo 3 Eletrólise 52 Capítulo 4 Radioatividade 70 A V S -I m ag e s/ S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 1 9/19/18 8:11 AM ► Determinar como é feito o cálculo do número de oxidação. ► Reconhecer fenômenos de oxidação/redução e agentes oxidante e redutor. ► Compreender o mecanismo das reações que envolvem transferência de elétrons. Principais conceitos que você vai aprender: ► Eletronegatividade ► Número de oxidação ► Oxidação ► Redução ► Agente oxidante ► Agente redutor ► Reação de oxirredução 2 OBJETIVOS DO CAPÍTULO au _u h o o /S h u tte rs to ck 1 NÚMERO DE OXIDAÇÃO E REAÇÕES DE OXIRREDUÇÃO As células vivas presentes em uma atmosfera rica em oxigênio estão constantemente expostas aos possíveis danos causados por espécies reativas de oxigênio (ROS – reactive oxygen species), que podem ser originadas tanto exógena quanto endogenamente. As fon- tes exógenas de ROS incluem luz ultravioleta (UV), principalmente nos comprimentos de onda maiores que 280 nm – UVA e UVB, irradiação ionizante e agentes químicos. Já as ROS formadas intracelularmente podem ser originadas como consequência do próprio meta- bolismo celular, uma vez que elétrons provenientes da cadeia de transportes de elétrons, localizada na mitocôndria, podem interagir com várias moléculas intracelulares. ROS são também produzidas durante processos patológicos, como o que ocorre em uma resposta infl amatória celular. Danos no DNA DNA Sinalização Modificações estruturais intrínsecas Parada do ciclo celular Apoptose Transcrição dos genes correspondentes ao sinal Reparo de DNA Agentes químicos Agentes físicos Sensores Transdutores Efetores Esquema geral dos mecanismos propostos para sinalização da presença de danos no DNA. As setas representam eventos de ativação, enquanto que a seta cortada representa evento de inibição. BERRA, C. M.; MENCK, C. F.; DIMASCIO, P. Estresse oxidativo, lesões no genoma e processos de sinalização no controle do ciclo celular. Qu’mica Nova, v. 29, n. 6, 1340-1344, 2006. • A luz ultravioleta pode provocar lesão oxidativa no DNA, levando ao envelhecimen- to precoce e até mesmo ao surgimento de cânceres nos organismos vivos. Mas existem outros fatores capazes de lesar as células e tecidos. Quais poderiam ser esses fatores? Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 2 9/19/18 8:11 AM 3 Q U ÍM IC A Número de oxidação Quer saber como surgem as cores dos fogos de artifício? Sua existência é baseada em dois processos fundamentais: incandescência e luminescência. Para produzir os pon- tos de luz que explodem no céu – chamados “estrelas” –, geralmente se necessita de um oxidante, de um combustível, de um invólucro (no qual tudo é colocado) e de um produ- tor de cor. A tabela a seguir relaciona a cor com a substância correspondente para se obtê-la. Cor Substância Vermelho Sais de estrôncio ou lítio, geralmente carbonatos Laranja Cloreto ou sulfato de cálcio Dourado Ferro incandescente e carvão Amarelo Sais de sódio Branco brilhante Metal aquecido como alumínio e magnésio Verde Cloreto ou nitrato de bário Azul Compostos de cobre Violeta Misturas de compostos de estrôncio (vermelho) e cobre (azul) Prateado Queima de fl ocos de alumínio, titânio ou magnésio O oxidante mais comumente usado nos fogos de artifício é o perclorato de potássio (KClO 4 ). Apesar de ser altamente explosivo, sua estabilidade é maior que a do clorato de potássio (KClO 3 ), que, eventualmente, também é usado para produzir fogos de artifício. Para compreender as reações que produzem as cores dos fogos de artifício, é funda- mental o estudo do termo oxidante. Para isso, é necessário analisar o comportamento dos átomos nas ligações químicas. 1 Observe o caso dos átomos do elemento cloro, que podem formar, entre outros, dois compostos de fórmulas muito parecidas – o KClO 4 e o KClO 3 –, oxidantes usados em fogos de artifício. Há outros membros dessa família: KClO e KClO 2 . É possível perceber que o cloro se comporta de maneira diferente nesses compostos, ora está ligado a somente um átomo de oxigênio, ora a dois, três ou até quatro átomos de oxigênio. Começaremos nossa análise por um composto mais simples: o cloreto de potássio (KCl), formado por um metal alcalino, o potássio, e um halogênio, o cloro. A ligação entre eles é do tipo iônica, isto é, acontece pela transferência de elétrons do átomo menos eletronegativo para o mais eletronegativo. K+Cl–K Cl a a a mais eletronegativo recebe um elétron menos eletronegativo doa um elétron A doação e/ou recepção de elétrons de um átomo para outro pode ser representada ou quantifi cada por um número chamado número de oxidação (nox). Nesse caso, como o potássio perdeu um elétron, dizemos que seu número de oxidação é +1, e o do cloro, como ganhou um elétron, é –1. 2 Portanto, em um composto iônico, o nox será positivo se o átomo perder elétrons, e negativo se o átomo ganhar elétrons, sendo seu valor igual ao número de elétrons cedi- dos ou recebidos, isto é, o nox será igual à própria carga do íon formado. Já no composto hipoclorito de potássio (KClO), além da ligação iônica entre potássio e oxigênio, existe uma ligação covalente (compartilhamento de elétrons) entre cloro (halo- gênio) e oxigênio (calcogênio). O ClK K+ [O — Cl ]– Nesse caso, qual é o nox do cloro? E o do oxigênio? Para situações que envolvem liga- ções covalentes, os químicos fi zeram uma adaptação. Para explicá-la, vamos considerar o ácido clorídrico (HCl), que é um composto molecular. Defi nições Incandescência : luz produzida pelo aquecimento. A temperatura elevada torna determinada substância quente e incandescente. Inicialmente, essa substância pode emitir luzes vermelha, laranja, amarela e branca, que se intensifi cam conforme aumenta a temperatura. Ao se controlar a temperatura no fogo de artifício, componentes incandescentes, como o carvão, podem ser manipulados de modo a se ter a cor desejada na hora certa. Metais como alumínio, magnésio e titânio se queimam, produzindo uma luz muito brilhante, e são úteis para aumentar a temperatura do fogo de artifício. Luminescência : emissão de luz por determinada substância. Esse processo ocorre quando um elétron de um átomo ou molécula absorve certa quantidade de energia e vai para o seu estado excitado (instável). Ao retornar para o estado com menos energia, emite energia sob a forma de luz (fóton). A quantidade de energia do fóton determina o comprimento de onda da luz. A luminescência pode ocorrer em temperatura igual ou até menor que a ambiente. Por isso, ela pode ser chamada “luz fria”. Observações 1 Para a fabricação de fogos de artifício poderiam também ser usados perclorato de sódio (NaClO 4 ) e clorato de sódio (NaClO 3 ). Entretanto, os sais de sódio são muito higroscópicos, isto é, absorvem umidade do ar, o que diminui sensivelmente o tempo de estocagem dos fogos. 2 K doou 1 elétron s carga = = +1 s nox = +1 Cl recebeu 1 elétron s carga = = –1 s nox = –1 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 3 9/19/18 8:11 AM 4 CAPÍTULO 1 Entre os átomos de cloro e hidrogênio ocorre compartilhamento do par eletrônico (liga- ção covalente). O par de elétrons aproxima-se mais do átomo de cloro pelo fato de ele ser mais eletronegativo que o átomo de hidrogênio. Isso provoca uma distribuiçãodesigual de cargas e resulta em um polo negativo e em outro positivo (ligação polar). Dizemos que o cloro tem uma carga elétrica parcial negativa, e o hidrogênio, uma carga elétrica parcial positiva. H — Cl δ = carga parcial δ + δ – Assim, o nox dos átomos será a carga que o átomo iria adquirir se, em vez de fazer li- gação covalente, fi zesse ligação iônica, sendo o elemento mais eletronegativo o receptor de elétron(s). Assim, adotamos o número de oxidação positivo para o elemento menos eletronegativo e o número de oxidação negativo para o elemento mais eletronegativo. 1 H Ñ Cl Se a ligação fosse iônica, o cloro – elemento mais eletronegativo – fi caria com o elétron do hidrogênio. Nas ligações químicas, em que as eletronegatividades dos elementos são iguais (como nos casos entre ligações de átomos de mesmo elemento), não existe transferência de elé- trons; portanto, o número de oxidação dos átomos envolvidos é zero. Um exemplo é o gás cloro. Cl — Cl Como os dois átomos têm a mesma eletronegatividade, ambos apresentam nox = 0. 1 Agora, observe como fi cam os números de oxidação dos átomos que compõem o hipoclorito de potássio: K+ [O — Cl ]– nox: +1 –2 +1 O potássio doa um elétron, e o seu número de oxidação fi ca sendo +1. O oxigênio, que é mais eletronegativo que o cloro, atrai para si o par de elétrons da ligação covalente e, so- mado ao que foi doado pelo potássio (ligação iônica), adquire nox –2. Já o cloro, que atrai menos o par de elétrons da ligação covalente, adquire nox +1. Observe outros exemplos: –2+3 Al 2 O 3 3+ 2– O OC –2–2 +4 –2 +1 +1 O H H –1+2 Mg2+ –Br 2 +1 –2 –2 –2 –2 K+ –O* OCl O O +7 O potássio doa seu elétron (ligação iônica) para o O*. Lembre-se de que a ligação dativa (w) é feita com um par de elétrons. O — O HH –1 –1 +1+1 +1 +1 –1 –1 +3 –3 –2 –2 H — C — C O — H –2 –2 +1 +1 +1 +1 +1 –1 +2–1 –1 H H O O nox de cada átomo de oxigênio é –1 porque na ligação entre oxigênios não há diferença de eletronegatividade. Note a diferença dos estados de oxidação do carbono. Essa mudança ocorre por causa dos diferentes elementos químicos ligados a cada átomo. Assim, podemos defi nir que o número de oxidação indica a carga elétrica real (ligação iônica) ou aparente (ligação covalente) adquirida por um átomo quando este participa de uma ligação química. 2 Observações 1 H menos eletronegativo (“perderia” um elétron para o cloro) s nox = +1 Cl mais eletronegativo (“ganharia” um elétron do hidrogênio) s nox = –1 2 Perceba que o somatório do nox total de cada elemento em todas as substâncias é igual a zero. Veja o caso do NaClO 4 : Fórmula Na Cl O 4 nox individual de cada átomo +1 +7 –2 nox total para cada elemento +1 +7 –8 Somatório do nox +1 + (+7) + + (–8) = 0 Atenção 1 Escala de eletronegatividade dos ametais segundo Pauling: F > O > N ~– Cl > Br > I = S = = C > P = H Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 4 9/19/18 8:11 AM 5 Q U ÍM IC A Com base nos exemplos apresentados, podemos concluir que: • a soma dos números de oxidação de todos os átomos em um composto neutro é sem- pre zero, assim como a soma das cargas dos íons em uma substância iônica. Isso acon- tece porque o número de elétrons doados é igual ao número de elétrons recebidos; • átomos de um mesmo elemento podem assumir diferentes valores de número de oxi- dação, dependendo da eletronegatividade do(s) outro(s) átomo(s) que constitui (em) a substância. Observe: +7 –1 O O H — O — Cl OH — Cl Regras práticas para se determinar o nox Vimos que, por meio de uma análise da fórmula estrutural, é possível determinar o nú- mero de oxidação dos elementos em qualquer substância. Como consequência, algumas regras que facilitam a determinação do nox, sem construir as fórmulas estruturais das substâncias, podem ser estabelecidas. • O nox de um elemento em uma substância simples é zero, uma vez que todos os átomos envolvidos apresentam a mesma eletronegatividade. Exemplos: H 2 , O 2 , O 3 , Fe, Al, P 4 , S 8 • Em geral, o nox do hidrogênio é +1 (exemplos: H 2 O, CH 4 , HNO 3 , H 2 SO 4 ), com exceção dos hidretos metálicos, cujo nox é –1 (exemplos: NaH, CaH 2 e KH). • O nox do oxigênio geralmente é –2, por ser um calcogênio muito eletronegativo (exem- plos: H 2 O, SO 2 , H 3 PO 4 , KClO 4 ). Entretanto, se estiver ligado ao fl úor – único elemento mais eletronegativo que o oxigênio –, seu nox será +2 no composto OF 2 ou poderá ser +1 no composto O 2 F 2 . Nos peróxidos, que apresentam em sua estrutura o grupo O — O, como H 2 O 2 , Na 2 O 2 , CaO 2 , o nox do oxigênio é –1 e, nos superóxidos, compostos binários com ânions (O 4 )2–, por exemplo, K 2 O 4 , o nox é – 1 2 . • Os metais alcalinos na forma de íon (grupo 1: Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) têm sempre nox = +1, pois perdem seu único elétron na última camada quando fazem ligação iônica. • Já os metais alcalinoterrosos na forma de íon (grupo 2: Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) têm sem- pre nox = +2, pois perdem seus dois elétrons da última camada ao fazerem a ligação iônica. • A prata (Ag), o zinco (Zn) e o alumínio (Al), na forma de íons, apresentam números de oxidação +1, +2 e +3, respectivamente. • Calcogênios (grupo 16) em compostos químicos, quando estiverem à direita da fórmu- la, terão nox = –2. • Halogênios (grupo 17) em compostos químicos, quando estiverem à direita da fórmu- la, terão nox = –1. • Em íons poliatômicos, a soma dos números de oxidação de todos os átomos presentes é igual à carga do íon. Com base nessas regras, podemos determinar o nox de alguns elementos da seguinte maneira: +2 + x + (–8) = 0 x = +6 H 2 O 4 S +1 x –2 +2 x –8 +4 + 2y + (–14) = 0 y = +5 H 4 O 7 P 2 +1 y –2 +4 2y –14 +2 + 2z + (–12) = 0 z = +5 Mg (N O 3 ) 2 +2 z –2 +2 2z –12 +2 + k – 6 = 0 k = +4 C O 3 Na 2 +1 k –2 +2 k –6 Fórmula Nox individual de cada átomo Nox total para cada elemento Determinação do nox Defi nição Hidreto metálico : substância binária em que o hidrogênio recebe elétron de um metal. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 5 9/19/18 8:12 AM 6 CAPÍTULO 1 Observe o exemplo do ânion sulfato (SO 4 2–): +6 + (–8) = –2 SO 4 2– Fórmula Nox individual de cada átomo Nox total para cada elemento S +6 +6 Determinação de nox Carga do ânion sulfato O 4 –2 –8 Na + 2 S O O O OO O O S Na Na O +6 –2 –2 –2 2– –2 Assim, podemos determinar o nox de íons da seguinte maneira: Fórmula Nox individual de cada átomo Nox total para cada elemento x + (–6) = –1 x = +5 O– 3 N x –2 x –6 Determinação do nox y + (–6) = –2 y = +4 S O 3 2– –2 –6 y y C 2 O 4 2– 2z + (–8) = –2 z = +3 –2 –8 z 2z Cr 2 O 7 2– 2k + (–14) = –2 k = +6 –2 –14 k 2k Defi nição de reações de oxirredução Nos espetáculos dos fogos de artifício, uma das imagens mais bonitas é aquela forma- da por uma grande bola que explode em raios de intensa luminosidade branca, produzin- do um imenso clarão. Uma das formas de se obter a imagem de fogos coloridos é reagir o oxidante perclora- to de potássio com alumínio em pó. Pode-se representar esse processo de forma simplifi - cada pela seguinte equação química: 3KClO 4 + 8Al w 3KCl + 4Al 2 O 3 + energia luminosa Observe o que ocorreu com os números de oxidação dos elementos cloro e alumínio: • antes da reação, o nox do cloro é +7, e o do alumínio é zero; • depois da reação, o nox do cloro é –1, e o do alumínio é +3. Por que houve essa variação? Se o nox do alumínio aumentou, é porque ele perdeu elétrons. O processo de perda de elétrons é chamado oxidação. Se o nox do cloro diminuiu, é porque ele ganhou elétrons. O processo de ganho de elétrons é chamado redução. É fácil concluir, então, que aconteceu uma transferência de elétrons do alumínio para o cloro. Reações químicas que ocorrem com transferência de elétrons são denominadas rea- ções de oxidorredução, ou oxirredução, ou somente redox.1 Observação 1 Desvios na aplicação das regras pr‡ticas Aplicando as regras práticas que acabamos de estudar, podemos encontrar um número de oxidação que não corresponde ao valor verdadeiro. Usando o procedimento mencionado anteriormente para o composto de fórmula C 2 H 4 O, obtemos para o carbono o nox igual a –1. No entanto, usando a fórmula estrutural, temos: H — C1 — C2 — H H O H O carbono 1 (C 1 ) tem nox igual a –3, e o carbono 2 (C 2 ) tem nox igual a +1. Qual dos dois resultados está correto? Os dois! Acontece que o primeiro resultado não é capaz de nos fornecer individualmente o nox de cada átomo de carbono, mas apenas a média aritmética dos dois: o chamado nox médio (–1). Algumas vezes podem aparecer valores fracionários de nox. No composto Fe 3 O 4 , por exemplo, o nox do elemento ferro é + 8 3 (na verdade, a média aritmética de +3, +3 e +2), porque esse óxido é um óxido duplo (ou misto), ou seja, é uma mistura de FeO e Fe 2 O 3 e, no composto C 3 H 4 (H 3 C — C CH), o nox do carbono é – 4 3 , média de –3, 0 e –1. A R E N A C re a ti v e /S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 6 9/19/18 8:12 AM 7 QU ÍM IC A Interação Os ciclos biogeoquímicos, estudados em Biologia, apresentam diversas reações de oxirredu- ção. Além dessas transformações, a Fisiologia animal e vegetal também é fonte de reações em que ocorrem variações nos estados de oxidação. Os ciclos biogeoquímicos foram estudados em Biologia, caderno 10, capítulos 2, 3 e 4. Como saber se uma reação é ou não de oxirredução? Basta determinar o nox de todos os elementos, antes e depois da reação. Se houver variação do nox de, pelo menos, um elemento químico que participa da reação, ela é de oxirredução. Oxidação e redução são fenômenos simultâneos, ou seja, não existe oxidação sem re- dução nem redução sem oxidação. Agentes redutores e agentes oxidantes Na reação apresentada anteriormente, o alumínio, ao perder elétrons, faz com que o cloro sofra uma redução; dizemos, então, que o alumínio é um agente redutor, ou simples- mente redutor. Ao analisarmos a mesma reação química, percebemos que o cloro, ao receber elétrons, faz com que o alumínio sofra oxidação. Dizemos, então, que o perclorato de potássio – substância que contém o cloro – é um agente oxidante, ou simplesmente oxidante. É importante saber que, para ser agente redutor, a substância tem de se oxidar. E, se- guindo o mesmo raciocínio, para ser um agente oxidante, a substância tem de se reduzir. Existem substâncias que podem atuar como oxidante ou redutor, dependendo com quem interagem. É o caso do peróxido de hidrogênio (água oxigenada). 2H 2 O 2 2H 2 O + O 2 0+1+1 –2–1 nox aumentounox aumentou OxidaçãoOxidação nox diminuiunox diminuiu ReduçãoRedução Note que um dos oxigênios da água oxigenada se oxidou e o outro sofreu redução, ao mes- mo tempo. Assim, nas reações em que a água oxigenada age como redutora, há formação de gás oxigênio (O 2 ), e nas reações em que ela age como oxidante, haverá formação de água. 1 Outra substância capaz de atuar simultaneamente como oxidante e redutor é o gás cloro. Veja na equação química a seguir. Cl 2 + H 2 OGás cloro: +1 0 nox aumentounox aumentou OxidaçãoOxidação –2 +1 nox diminuiunox diminuiu ReduçãoRedução +1 –2 –1 +1 HCl + HClO Essa reação acontece quando o cloro gasoso é borbulhado na água, em uma das fases fi nais de seu tratamento nas estações de tratamento de água. Nesse caso, é o íon hipoclo- rito o responsável pela ação antisséptica desse tipo de tratamento. 2 A tabela a seguir indica as principais características que diferenciam a redução e a oxidação. Redução Oxidação Ato de ganhar elétrons Ato de perder elétrons Nox diminui Nox aumenta Agente oxidante Agente redutor Ganha elétrons e se reduz Perde elétrons e se oxida Nox diminui Nox aumenta Defi nições Agente redutor : substância que doa elétrons e provoca a redução de outra espécie química. Agente oxidante : substância que ganha elétrons e provoca a oxidação de outra espécie química. Curiosidades 1 Na decomposição do peróxido de hidrogênio (água oxigenada), note que há liberação de oxigênio molecular. Quando essa substância é jogada sobre um ferimento, pela reação com uma enzima denominada catalase, ela libera oxigênio, responsável pela ação antisséptica da água oxigenada. Isso ocorre porque a maioria dos microrganismos patogênicos não suporta atmosfera com excesso de O 2 (são anaeróbios). 2 O termo antioxidante refere-se a uma substância que sofre oxidação. Quando um alimento sofre alguma degradação que altera suas propriedades organolépticas, é porque sofreu oxidação, principalmente por causa da presença de oxigênio atmosférico. Para evitar essa reação indesejada, são acrescentados os antioxidantes – compostos químicos inofensivos à saúde humana e que não alteram as propriedades organolépticas dos alimentos. Esses compostos são mais suscetíveis à reação de oxirredução, evitando que o alimento entre em contato com o oxigênio e, portanto, se degrade. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 7 9/19/18 8:12 AM 8 CAPÍTULO 1 Decifrando o enunciado Lendo o enunciado Uma das habilidades do Enem (H9) trata-se de ciclos biogeoquímicos. Logo, um dos itens da prova trará uma questão desse assunto. O enunciado cita “a forma mais oxidada”, ou seja, a espécie química com o maior número de oxidação. Entre as fornecidas na fi gura ,os números de oxidação do nitrogênio serão: N 2 = 0; NH 3 = –3; NH+ 4 = –3; NO– 2 = +3; NO– 3 = +5. Portanto, a espécie química mais oxidada é o íon nitrato. O enunciado cita ainda “ação de microrganismos que promovem a reação de redução dessa espécie”, ou seja, o íon nitrato sofrerá redução, transformando-se em N 2(g) . (Enem) A aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados na agricultura pode acarretar altera- ções no solo e na água pelo acúmulo de compostos nitrogenados, principalmente a for- ma mais oxidada, favorecendo a proliferação de algas e plantas aquáticas e alterando o ciclo do nitrogênio, representado no esquema. A espécie nitrogenada mais oxidada tem sua quantidade controlada por ação de microrganismos que promovem a reação de redução dessa espécie, no processo denominado desnitrifi cação. O processo citado está representado na etapa: a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V. Resolução Resposta: E Biologicamente pode-se afi rmar que o nitrogênio atmosférico é reposto pelo processo de desnitrifi cação, feito por bactérias anaeróbicas, representado no esquema pela etapa V. Quimicamente a desnitrifi cação é a redução do nitrato (NO– 3 ) a nitrogênio (N 2 ), como mos- tra o esquema a seguir: NO3 – w N 2 +5 →redução 0 R e p ro d u ç ã o / E n e m , 2 0 1 4 . Atividades 1. (Vunesp) O nitrogênio pode existir na natureza em vários estados de oxidação. Em sistemas aquáticos, os compostos que predominam e que são importantes para a qualidade da água apresentam o nitrogênio com números de oxida- ção –3, 0, +3 ou + 5. Assinale a alternativa que apresenta as espécies contendo nitrogênio com os respectivos nú- meros de oxidação, na ordem descrita no texto. a) NH 3 , N 2 , NO – 2 , NO – 3 b) NO – 2 , NO – 3 , NH 3 , N 2 c) NO – 3 , NH 3 , N 2 , NO – 2 d) NO – 2 , NH 3 , N 2 , NO – 3 e) NH 3 , N 2 , NO– 3 , NO 2. (Unisc-RS) Assinale, entre os óxidos anfóteros CrO, Cr 2 O 3 e CrO 3 , qual o número de oxidação do cromo, respectiva- mente, desses compostos. a) +1; +2; +3 b) +2; +3; +6 c) +2; +2; +4 d) +2; +3; +4 e) +3; +2; +6 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 8 9/19/18 8:12 AM 9 Q U ÍM IC A 3. Muitas plantas absorvem nitratos existentes no solo para produzirem compostos orgânicos nitrogenados. Entretan- to, por falta de aeração ou por drenagem defeituosa,os íons NO– 3 podem ser transformados em N 2 para prejuízo dos vegetais. Nessa transformação, o átomo de nitrogênio tem número de oxidação que varia de: a) +5 para –3. b) +5 para –2. c) +5 para zero. d) 1 para zero. e) –1 para +2. 4. (Fuvest-SP) A pólvora é o explosivo mais antigo conhecido pela humanidade. Consiste na mistura de nitrato de potássio, enxofre e carvão. Na explosão, ocorre uma reação de oxirre- dução, formando-se sulfato de potássio, dióxido de carbono e nitrogênio molecular. Nessa transformação, o elemento que sofre maior variação de número de oxidação é o: a) carbono. b) enxofre. c) nitrogênio. d) oxigênio. e) potássio. 5. (Vunesp) A formação de imagem num fi lme fotográfi - co envolve a reação de oxirredução entre o sal de prata contido no fi lme e a substância que constitui o revelador. Genericamente, o processo pode ser representado por: AgX (s) + revelador w Ag (s) + X– (aq.) + outros produtos Indique a afi rmação correta: a) AgX é o agente redutor. b) O revelador sofre redução. c) O revelador é o agente oxidante. d) O íon Ag+ é reduzido no processo. e) Neste processo ocorre alteração do número de oxida- ção do elemento X. 6. (UFJF-MG) Na molécula de C 2 F 4 , o número de oxidação do carbono é: a) –4 b) –2 c) zero d) +2 e) +4 7. (UFRGS-RS) O nitrito de sódio é um aditivo utilizado em alimentos industrializados à base de carnes, que atua na fi xação da cor e na prevenção do crescimento de certas bactérias, apresentando elevado fator de risco toxicológi- co. A identifi cação de ânions nitritos pode ser realizada pela adição de um sal ferroso em meio ácido, produzindo óxido nítrico, que, por sua vez, se combina com o excesso de íons ferrosos para formar um complexo de cor marrom que identifi ca a presença de nitrito. A primeira etapa do processo de identifi cação de nitritos é representada pela reação a seguir. 2FeSO 4 + 2NaNO 2 + 2H 2 SO 4 w w Fe 2 (SO 4 ) 3 + 2NO + 2H 2 O + Na 2 SO 4 . Pode-se afi rmar que, nessa etapa do processo: a) ocorre redução dos ânions nitritos por ação do sal ferroso. b) ocorre oxidação dos íons H+ do ácido por ação do sal ferroso. c) o íon H+ do ácido atua como agente redutor dos ânions nitritos. d) o nitrogênio, no óxido nítrico, está em um estado mais oxidado do que no ânion nitrito. e) o ferro no FeSO 4 está em um estado mais oxidado do que no Fe 2 (SO 4 ) 3 . 8. +Enem [H23] O iodo, ametal fundamental na síntese de hormônios tireoidianos, pode ser encontrado na forma de ânions oxigenados distintos, como o periodato (IO )4 1– e o iodato (IO )3 1– . O número de oxidação do iodo no periodato é: a) +7, menor do que no iodato. b) +5, menor do que no iodato. c) +7, maior do que no iodato. d) +5, maior do que no iodato. e) +7, igual ao iodato. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 9 9/19/18 8:12 AM 10 CAPÍTULO 1 Complementares Tarefa proposta 1 a 12 11. (Uerj) Nesta equação não balanceada: KBr + K 2 Cr 2 O 7 + H 2 SO 4 w Br 2 + K 2 SO 4 + Cr 2 (SO 4 ) 3 + H 2 O os agentes redutor e oxidante são, respectivamente: a) K 2 Cr 2 O 7 e KBr b) KBr e H 2 SO 4 c) KBr e K 2 Cr 2 O 7 d) H 2 SO 4 e K 2 Cr 2 O 7 12. (UFRRJ) O permanganato de potássio é utilizado como antimicótico em certos tratamentos e podemos afi rmar, observando a equação a seguir, que o permanganato é: MnO– 4 + 8H+ + 5 e– w Mn2+ + 4H 2 O a) um agente redutor. b) um agente oxidante. c) uma forma reduzida. d) uma forma oxidada. e) um íon positivo. 9. (FGV-SP) O molibdênio é um metal de aplicação tecnoló- gica em compostos como MoS 2 e o espinélio, MoNa 2 O 4 , que, por apresentarem sensibilidade a variações de campo elétrico e magnético, têm sido empregados em dispositivos eletrônicos. Os números de oxidação do molibdênio no MoS 2 e no MoNa 2 O 4 são, respectivamente: a) +2 e +2 b) +2 e +3 c) +4 e +3 d) +4 e +4 e) +4 e +6 10. (Fuvest-SP) Na reação de oxirredução H 2 S + I 2 x S + 2HI, as variações dos números de oxidação do enxofre e do iodo são, respectivamente: a) +2 para zero e zero para +1. b) zero para +2 e +1 para zero. c) zero para –2 e –1 para zero. d) zero para –1 e –1 para zero. e) –2 para zero e zero para –1. Balanceamento de rea•›es de oxirredu•‹o Balancear uma equação química consiste em igualar o número de átomos presentes nos reagentes com o dos produtos. No entanto, o método que usamos até então – o das tentativas – pode não ser muito prático no caso de reações de oxirredução. 1 Assim, o método que vamos descrever agora se baseia no princípio das reações de oxirredução, isto é, na transferência de elétrons: o número de elétrons cedidos em uma oxidação é igual ao número de elétrons recebidos na redução, que ocorre simultaneamente. Para entender melhor, vamos usar a equação que representa a reação entre o perclo- rato de potássio e o alumínio e defi nir um procedimento que poderá ser empregado em qualquer caso. Passo 1. Determine o nox de todos os elementos que aparecem na equação, no rea- gente e no produto, e identifi que os elementos que sofreram variação do nox. Depois, trace os ramais de oxidação e de redução, conforme exemplifi cado. +1 +7 –2 0 +1 –1 +3 –2 K Cl O 4 + Al K Cl + Al 2 O3 Redução: ganho de 8 elétrons Oxidação: perda de 3 elétrons Passo 2. Escolha uma substância do ramal de oxidação (Al/Al 2 O 3 ) e outra do ramal de redução (KClO 4 /KCl), dando preferência para a que apresentar maior atomicidade no elemento que sofrer variação de nox (por exemplo: entre Al e Al 2 O 3 , escolha Al 2 O 3 , que apresenta dois átomos de Al), e calcule o total de elétrons cedidos e recebidos (∆) pelos elementos que sofreram oxidação e redução, respectivamente. Importante: a variação de número de elétrons (∆) será sempre em módulo. ∆ = variação do nox · número de átomos do elemento: ∆ do Al 2 O 3 = 3 ⋅ 2 = 6 ∆ do KClO 4 = 8 ⋅ 1 = 8 Observação 1 Balancear uma equação que representa uma reação de oxirredução é fazer com que o total de elétrons cedidos pelo agente redutor seja igual ao total de elétrons recebidos pelo agente oxidante; ou seja, em uma reação química, o número de elétrons doados é sempre igual ao número de elétrons recebidos. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 10 9/19/18 8:12 AM 11 Q U ÍM IC A Passo 3. Adote o ∆ de redução como coefi ciente da substância escolhida no ramal de oxidação, e vice-versa. Para isso, inverta o produto do ∆ obtido no passo 2. Dessa ma- neira, estabelecemos que o número de elétrons cedidos na oxidação é igual ao número de elétrons recebidos na redução. 8Al 2 O 3 ∆ = 6 ∆ = 8 6KClO 4 Al 2 O 3 KClO 4 Passo 4. Finalize o balanceamento, calculando os demais coefi cientes por tentati- vas. Deixe sempre para o fi nal o hidrogênio e o oxigênio. O resultado será: 6KClO 4 + 16Al w 6KCl + 8Al 2 O 3 ou 3KClO 4 + 8Al w 3KCl + 4Al 2 O 3 Agora, vamos balancear outra equação, cuja reação envolve um número maior de substâncias. KNO 2 + KMnO 4 + H 2 SO 4 w K 2 SO 4 + MnSO 4 + KNO 3 + H 2 O Passo 1 +3+1 –2 +7+1 –2 +6+1 –2 +6+1 –2 +6+2 –2 +5+1 –2 +1 –2 K K 2 K OH 2 O 3 NS SSH 2 O 4 O 4 O 4 O 4 Mn MnKO 2 + + +N Redução: ganho de 5 elétrons Oxidação: perda de 2 elétrons Passo 2 ∆ do KNO 2 = 2 · 1 = 2 ∆ do KMnO 4 = 5 · 1 = 5 Passo 3 5KNO 2 ∆ = 2 ∆ = 5 2KMnO 4 KNO 2 KMnO 4 Passo 4 5KNO 2 + 2KMnO 4 + 3H 2 SO 4 w 1K 2 SO 4 + 2MnSO 4 + 5KNO 3 + 3H 2 O Balanceamento de reações de oxirredução na forma iônica Muitas vezes, as equações se apresentam na forma iôni- ca, e o procedimento para balanceá-las é igual ao empregado nos casos anteriores. Veja o exemplo em que suco de espinafre industrial é titulado com o íon permanganato. Isso acontece porque o es- pinafre – e a maioria dos vegetais de folhas verde-escuras – contém ácido oxálico (H 2 C 2O 4 ), que é tóxico, mas bem tolerado pelo organismo humano em baixas concentrações. Por isso, as indústrias desses sucos, por meio de titulação, exercem um controle rigoroso em seus produtos para evitar concentrações acima dos limites de segurança. A equação que representa a reação é a seguinte: H 2 C 2 O 4(aq.) + MnO– 4(aq.) + H+ (aq.) w CO 2(g) + Mn2+ (aq.) + H 2 O (,) Espinafre, uma fonte natural de ‡cido ox‡lico. Binh Thanh B u i/S h u tte rs to c k Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 11 9/19/18 8:12 AM 12 CAPÍTULO 1 Aplicando-se o procedimento já conhecido, temos que: Passo 1. +3+1 –2 +7 +1–2 +4 –2 +1+2 –2 H 2 H+ (aq.) O– 4(aq.) MnO 4(aq.) + + + +C 2 C O (,) H 2 Mn2+O 2(g) Redução: ganho de 5 elétrons Oxidação: perda de 1 elétron (aq.) Passo 2. ∆ do H 2 C 2 O 4 = 1 · 2 = 2 ∆ do MnO– 4 = 5 · 1 = 5 Passo 3. 5H 2 C 2 O 4 ∆ = 2 ∆ = 5 2MnO– 4 H 2 C 2 O 4 MnO– 4 Passo 4. 5H 2 C 2 O 4(aq.) + 2MnO– 4(aq.) + 6H+ (aq.) w 10CO 2(g) + 2Mn2+ (aq.) + 8H 2 O (,) Observe que o total de cargas do reagente é igual ao do produto, uma vez que o total de elétrons continua igual durante todo o processo. 5H 2 C 2 O 4(aq.) + 2MnO– 4(aq.) + 6H+ (aq.) w 10CO 2(g) + 2Mn2+ (aq.) + 8H 2 O (,) 5 ⋅ 0 + 2 ⋅ (–1) + 6 ⋅ (+1) = 10 ⋅ 0 + 2 ⋅ (+2) + 8 ⋅ 0 = + 4 Essa observação poderá ser extremamente útil. No próximo exemplo, vamos balan- cear a equação. Bi3+ + SnO 2 2– + OH– wSnO 3 2– + Bi + H 2 O Passo 1. Sn H 2 BiO 3 2– Redução: ganho de 3 elétrons Oxidação: perda de 2 elétrons Bi 3+ + + + +H – O OO 2 2– Sn +3 +2 +1–2 –2 +4 –2 +1 –20 Passo 2. ∆ do SnO 2 2– = 2 · 1 = 2 ∆ do Bi3+ = 3 · 1 = 3 Passo 3. 3SnO 2 2–∆ = 2 ∆ = 3 2Bi3+ SnO 2 2– Bi3+ Passo 4. Como não é possível, a não ser por tentativas, determinar os coefi cientes do OH– e da água por falta de uma referência, tanto para o oxigênio como para o hidro- gênio, vamos precisar de uma quinta etapa. 2Bi3+ + 3SnO 2 2– + OH– w 3SnO 3 2– + 2Bi + H 2 O Passo 5. Iguale a soma das cargas dos reagentes e dos produtos. Nos produtos, a carga já está defi nida porque o único íon presente já tem coefi ciente. Veja como fi caria no caso da nossa equação. 2Bi3+ + 3SnO 2 2– + xOH– w 3SnO 3 2– + 2Bi + yH 2 O Reagentes Σ cargas Produtos Σ cargas Σ cargas reagentes = (2 ⋅ (+3)) + (3 ⋅ (–2)) + (x ⋅ (–1)) Σ cargas produtos = (3 ⋅ (–2)) = –6 Assim: (2 ⋅ (+3)) + (3 ⋅ (–2)) + (x ⋅ (–1)) = –6 s x = 6 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 12 9/19/18 8:12 AM 13 Q U ÍM IC A O coefi ciente y será calculado por tentativas. Como o número de hidrogênios do lado dos reagentes é seis, o lado dos produtos terá de ter a mesma quantidade de átomos. Assim, o número de moléculas de água será três, e a equação fi nalmente fi cará total- mente balanceada: 2Bi3+ + 3SnO 2 2– + 6OH– w 3SnO 3 2– + 2Bi + 3H 2 O Reações envolvendo o peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) O peróxido de hidrogênio, ou água oxigenada, é considerado um caso importante, que merece atenção, por ser uma substância que pode atuar tanto como oxidante quanto como redutor. Essa versatilidade faz com que essa substância tenha muitas apli- cações. Uma delas, de grande importância ambiental, é a remoção de metais de águas e efluentes. Para entender seu caráter oxidante e redutor, observe o que acontece quando a água oxigenada é de- composta: 2H 2 O + 1O 2 2H 2 O 2 OxidaçãoOxidação +1 –1 ReduçãoRedução +1 –2 0 Parte dos átomos de oxigênio se oxida e parte se reduz, ao mesmo tempo. Assim, nas reações em que a água oxigenada age como redutor, há formação de gás oxigênio (O 2 ). Nas reações em que age como oxidante, não há formação desse gás. O procedimento de acerto de coefi cientes é igual ao anterior. Para exemplifi car o uso do H 2 O 2 , observe as reações de remoção de metais apresentados: • H 2 O 2 : agente redutor (remoção do metal cromo) Cr 2 O 7 2– + 3H 2 O 2 + 8H+ 2Cr3+ + 7H 2 O + 3O 2 (ganho de 3 elétrons) : ∆ = 3 · 2 = 6 (perda de 1 elétron): ∆ = 1 · 2 = 2 OxidaçãoOxidação +6 +3–1 ReduçãoRedução 0 • H 2 O 2 : agente oxidante (remoção do metal ferro) (ganho de 1 elétron): ∆ = 1 · 2 = 2 H 2 O 2 + 2Fe2+ + 2H+ 2Fe3+ + 2H 2 O (perda de 1 elétron): ∆ = 1 · 1 = 1 OxidaçãoOxidação +2–1 ReduçãoRedução –2+3 Na sequência, os íons Cr3+ e Fe3+, obtidos no tratamento com H 2 O 2 , são tratados com uma base solúvel, e ocorre precipitação dos respectivos hidróxidos, Cr(OH) 3 e Fe(OH) 3 , que podem ser filtrados. Esse processo retira esses metais eventualmente presentes na água. 1 Reações de auto-oxirredução Vimos que a água oxigenada ora se comporta como agente oxidante, ora como agente redutor, dependendo da substância com a qual ela vai reagir. Existem, porém, reações em que uma substância, na mesma reação, é ao mesmo tempo agente redutor e oxidante. Acompanhe o que acontece quando o clorato de potássio reage com ácido sulfúrico. B IP Observação 1 Nos casos em que a água oxigenada age como agente redutor, os coefi cientes de balanceamento dela própria (H 2 O 2 ) e do O 2 serão sempre iguais. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 13 9/19/18 8:12 AM 14 CAPÍTULO 1 (ganho de 1 elétron): ∆ = 1 · 1 = 1 (perda de 2 elétrons): ∆ = 2 · 1 = 2 K Cl O 3 + H 2 S O 4 K 2 S O 4 + Cl O 2 + H Cl O 4 + H 2 O OxidaçãoOxidação +1 –2 ReduçãoRedução +1 +1 +4 +1 +1+7+6+6+5 –2 –2 –2 –2 –2 Repare que só os átomos de cloro têm variação no nox. Isso signifi ca, como mostra o esquema, que parte dos átomos de cloro presente no KClO 3 se oxida e outra parte se reduz. Assim, para se efetuar o balanceamento da reação, as variações dos números de oxidação (∆) devem ser relacionadas aos coefi cientes dos produtos. Então: KClO 3 + H 2 SO 4 w K 2 SO 4 + 2ClO 2 + 1HClO 4 + H 2 O Agora procede-se como nos casos anteriores, completando-se os outros coefi cientes por tentativas. O resultado é: 3KClO 3 + 3 2 H 2 SO 4 w 3 2 K 2 SO 4 + 2ClO 2 + 1HClO 4 + 1H 2 O Respeitando-se os valores de ∆, surgiram coefi cientes fracionários, o que não é ne- nhum problema. Todavia, como é habitual representar os coefi cientes nos menores nú- meros inteiros, multiplicamos todos eles por dois. A equação fi ca: 6KClO 3 + 3H 2 SO 4 w 3K 2 SO 4 + 4ClO 2 + 2HClO 4 + 2H 2 O Reações desse tipo, em que parte dos átomos de um mesmo elemento se oxida e outra parte se reduz, são classifi cadas como reações de auto-oxirredução ou desproporcionamento. Balanceamento de equações químicas pelo método do íon-elétron Em algumas situações propostas, os métodos convencionais para se efetuar o balan- ceamento de equações de reações químicas de oxirredução que envolvem substâncias químicas eletricamente neutras e/ou íons não são capazes de chegar ao resultado corre- to, algumas vezes por causa da falta de substâncias que não foram citadas. Nessas situa- ções, o balanceamento pode ser feito com base no método do íon-elétron, que fornecerá dados qualitativos e quantitativos sobre as substâncias que foram omitidas. Observe as regras: 1. Escrever as semirreações de oxidação e redução. 2. Calcular a quantidade de elétrons cedidos e recebidos nas semirreações. 3. Acertar a quantidade de átomos, que não sejam hidrogênio ou oxigênio, nas semir- reações. Para isso, seguem-se estes procedimentos: • Para os átomos de oxigênio: acrescentar tantas moléculas de água quanto(s) for(em) o(s) átomo(s) de oxigênio que falta(m) no(s) reagente(s) ou no(s) produto(s). • Para os átomos de hidrogênio: acrescentar tantos íons H+ quanto(s) for(em) o(s) átomo(s) de hidrogênio que falta(m) no(s) reagente(s) ou no(s) produto(s). 4. Acertar a quantidade de elétrons doados e recebidos por multiplicação das semirrea- ções, se houver necessidade. 5. Adicionar as duas semirreações, obtendo a reaçãototal, corretamente balanceada. Se, porventura, a reação ocorrer em meio básico, adicionar íons OH– em ambos os lados, lembrando que cada H+ é neutralizado por um OH–, formando uma molécula de água. Para ilustrar esse procedimento, vamos efetuar o balanceamento da equação química iônica a seguir, que acontece no interior dos antigos bafômetros e que o fazem mudar de cor de laranja para verde, quando um motorista bêbado expira ar impregnado com etanol dentro do aparelho. H 3 C — CH 2 — OH + Cr 2 O 7 2– w H 3 C — COOH + Cr3+ Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 14 9/19/18 8:12 AM 15 Q U ÍM IC A Passo 1. Semirreação de oxidação H 3 C — C — OH e– + H 3 C — C H H OH O e nox s oxidação ∆ = 4 –1 +3 Passo 2. Semirreação de redução e– r nox s redução ∆ = 3 á 2 = 6 Cr3+Cr 2 O 7 2– + +3+6 Passo 3. Reescrevendo as semirreações e acertando a quantidade de átomos, teremos: OH O H 3 C — CH 2 — OH w 4 e– + H 3 C — C Cr 2 O 7 2– + 6 e– w 2Cr3+ Passo 4. Acertando a quantidade de hidrogênios com H+. + 4H+H 3 C — CH 2 — OH + H 2 O w 4 e– + H 3 C — C Cr 2 O 7 2– + 6 e– + 14H+ w 2Cr3+ + 7H 2 O OH O Passo 5. Para acertar o número de elétrons doados e recebidos, multiplicar a semir- reção de oxidação por 3 e a semirreação de redução por 2. 3H 3 C — CH 2 — OH + 3H 2 O w 12 e– + 3H 3 C — C 2Cr 2 O 7 2– + 12 e– + 28H+ w 4Cr3+ + 14H 2 O + 12H+ OH O Passo 6. 3H 3 C — CH 2 — OH + 3H 2 O w 12 e– + 3H 3 C — C 2Cr 2 O 7 2– + 12 e– + 28H+ w 4Cr3+ + 14H 2 O 3H 3 C — CH 2 — OH + 2Cr 2 O 7 2– + 16 H+ w 4Cr3+ + 3H 3 C — C + 12H+ + 11H 2 O + Equa•‹o global 1116 OH O OH O Nesse caso, a mudança de cor acontece porque o íon dicromato (Cr O ) 2 7 2Ð é laranja e, ao reagir com o etanol exalado por uma pessoa que tenha ingerido álcool, forma o íon Cr3+, que é verde. Note que essa reação acontece em meio ácido, o que é evidenciado pela necessidade da presença de íons H+ na equação química. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 15 9/19/18 8:12 AM 16 CAPÍTULO 1 Conexões A mudança do estado de oxidação de uma espécie química altera a cor do sistema? Observação: Faça esse experimento somente sob a supervisão de seu professor. Pelo experimento descrito a seguir, será possível acompanhar o que acontece em um sistema aquoso em que aconte- cem diferentes reações de oxirredução. Material • sulfato de cobre (II) • soda cáustica • palha de aço • 4 seringas descartáveis de 10 mL • colher de chá de material plástico • copos de vidro • espetos de madeira para churrasco Procedimento 1. Dissolver dentro de um copo 5 colheres de chá de sulfato de cobre em 100 mL de água. 2. Dissolver dentro de um copo 1 colher de chá de soda cáustica em 50 mL de água. 1ª experiência: com o auxílio de uma seringa, separar 2,5 mL da solução de sulfato de cobre e 12,5 mL da solução de soda cáustica. Adicione-as em um copo com 10 mL de água. Misture com o auxílio de um espeto de madeira por cinco minutos. Com- pare com a cor da solução de cobre pura. 2ª experiência: coloque 50 mL da solução de sulfato de cobre em outro copo e vá acrescentando palha de aço, mistu- rando com o auxílio de um espeto de madeira até que a cor azul da solução de cobre tenha se tornado incolor ou esteja levemente amarelada. Com o auxílio de uma seringa, colete 10 mL dessa solução que você acabou de fazer em um copo e acrescente 2,5 mL da solução de soda cáustica. Agite lentamente com um espetinho de madeira durante 10 minutos, observando as mudan- ças de cor que acontecerão durante esse tempo. Anote suas observações. Com o auxílio de seu professor, responda às questões a seguir. 1. O que motivou a mudança do aspecto da solução de cobre na 1a experiência? 2. Qual é a equação iônica que acontece entre a solução de cobre e a palha de aço? 3. Explique a mudança de cor observada após os dez minutos da 2a experiência. Atividades 13. (Vunesp) Considere a reação representada pela equação química não balanceada: H 2 S + Br 2 + H 2 O w H 2 SO 4 + HBr Neste processo, pode-se afi rmar que: a) o Br 2 é o agente redutor. b) o H 2 SO 4 é o agente oxidante. c) a reação é de dupla troca. d) para cada mol de Br 2 consumido é produzido um mol de HBr. e) os menores coefi cientes de H 2 S e Br 2 , na equação balanceada, são 1 e 4, respectivamente. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 16 9/19/18 8:12 AM 17 Q U ÍM IC A 14. (IME-RJ) É dada a equação química, não ajustada, a seguir: KClO 3 + H 2 SO 4 w HClO 4 + ClO 2 + K 2 SO 4 + H 2 O Determine os seus coefi cientes, considerando os menores números inteiros possíveis. 15. (UEFS-BA) PbO 2(s) + Pb (s) + HSO– 4(aq.) + H+ (aq.) w PbSO 4(s) + H 2 O (,) A equação química, não balanceada, representa a reação global da pilha de chumbo e ácido, que produz energia utilizada em veículos automotivos. A partir dessa equação química balanceada com os me- nores coefi cientes estequiométricos inteiros, é correto afi rmar: a) o Pb (s) é oxidado pelo hidrogenossulfato. b) o PbO 2(s) é o agente redutor na equação química. c) a soma dos elétrons recebidos e doados durante a rea- ção química representada é igual a zero. d) a soma das cargas elétricas no primeiro membro é dife- rente daquela no segundo membro da equação química. e) a quantidade de matéria de átomos, no primeiro e no segundo membros da equação química, é igual, de acordo com o princípio de conservação de massa. 16. (Vunesp) Em leite adulterado, é comum encontrar peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ), substância adicionada pelo frauda- dor com a fi nalidade de diminuir o desenvolvimento de micro-organismos provenientes de manipulação e esto- cagem inadequadas do produto. Um teste simples para a detecção dessa substância consiste em gotejar solução aquosa de iodeto de potássio em uma amostra acidifi cada do leite a ser analisado. Caso contenha H 2 O 2 , a amostra adquirirá coloração amarelada devido à formação de iodo, uma molécula diatômica. Escreva a equação química que representa a reação entre o peróxido de hidrogênio e o iodeto em meio ácido, com produção de iodo e água, apresentando os números de oxidação para o iodo no reagente (íon iodeto) e no pro- duto (iodo molecular). 17. (Unisa-SP) Observe a equação da reação que se segue: H 2 S + MnO 4 2– + H+ w S + Mn2+ + H 2 O A soma dos coefi cientes das espécies presentes é igual a: a) 2 b) 15 c) 26 d) 28 e) 30 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 17 9/19/18 8:12 AM 18 CAPÍTULO 1 18. (UEFS-BA) FeS (s) + H 2 O (,) + O 2(g) w Fe(OH) 3(s) + S 8(s) No laboratório, às vezes ocorrem acidentes por conta da falta de atenção em determinados procedimentos, a exemplo do descarte, em cesta de lixo comum, de sulfe- to de ferro (II) úmido, recém-produzido em uma reação. Na presença de ar, a reação entre essa substância e a água, de acordo com a equação química representada não balanceada, produz calor, que pode inflamar o enxo- fre elementar e causar incêndio. A partir dessas informa- ções e da equação química balanceada com os menores coeficientes estequiométricos inteiros, é correto afirmar: a) A água é o agente oxidante na equação química. b) A reação representada é classificada como de decom- posição. c) O total de elétrons transferidos durante a reação quí- mica representada é 24. d) O enxofre no sulfeto de ferro (II) é reduzido a zero durante a reação química. e) O oxigênio é o agente redutor na reação química, e a soma do coeficiente estequiométrico dessa substância com o de Fe(OH) 3 é 5. 19. Reações de oxirredução ocorrem com transferência de elétrons: um elemento sofre oxidação (perde elétrons) e outro, redução (ganha elétrons), sendo que a quantidade de elétrons transferidos deve ser a mesma. Na equação Cu + HNO 3 w Cu(NO 3 ) 2 + H 2 O + NO 2 , o coe- ficiente estequiométrico do agente oxidante é: a) 1 b) 2 c) 3d) 4 e) 5 20. +Enem [H24] Observe a equação não balanceada a seguir. Bi 2 O 3 + NaClO + NaOH w NaBiO 3 + NaCl + H 2 O Nela: a) o bismuto no Bi 2 O 3 sofre oxidação, logo o Bi 2 O 3 atua como oxidante. b) o cloro no NaClO perde dois elétrons. c) o número de oxidação do bismuto varia de +3 para +5. d) a soma dos menores coeficientes inteiros do balancea- mento dos sais é seis vezes maior que a dos óxidos metálicos. e) o NaCl atua como redutor, pois o átomo de cloro apre- senta-se com seu número de oxidação máximo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 18 9/19/18 8:12 AM 19 QU ÍM IC A Complementares Tarefa proposta 13 a 24 d) O elemento metálico arsênio é muito utilizado na produ- ção de computadores e calculadoras, pois apresenta boa condutibilidade elétrica, porém má condutividade térmica. e) Os elementos químicos arsênio e enxofre reduzem-se, enquanto o elemento químico nitrogênio oxida-se. 23. (UEPB) O cúrio metálico pode ser produzido por redução do trifl uoreto de cúrio, com vapor de bário. Com base nisso, apresente a equação química balanceada que repre- senta a dada reação. a) Cm3+ + Ba0 w Cm0 + Ba3+ b) Cm + Ba2+ w Cm3++ Ba c) Cu3+ + Ba0 w Cu0 + Ba3+ d) 2Cm3+ + 3Ba0 w 2Cm0 + 3Ba2+ e) Cm3+ + 3Ba2+ w Cm + 3Ba3+ 24. (Unioeste-PR) Com base na reação abaixo, determine: a espécie oxidada e reduzida e o agente oxidante e redutor, respectivamente. , w w )( + + − + + 2Mn + 5NaBiO + 14H 2MnO + 5Bi + 5Na + 7H O (aq.) 2 3(s) (aq.) 4(aq.) (aq.) 3 (aq.) 2 a) Na, Mn, NaBiO 3 , Mn2+ b) Mn, Bi, NaBiO 3 , Mn2+ c) H, Bi, NaBiO 3 , H+ d) Bi, Mn, NaBiO 3 , Mn2+ e) Mn, Na, Mn2+, NaBiO 3 21. (FEI-SP) Dada a equação de oxirredução não balanceada: KMnO 4 + H 2 SO 4 + KI w MnSO 4 + K 2 SO 4 + I 2 + H 2 O Após balanceamento, a relação entre o coefi ciente do re- dutor e do oxidante será: a) 2 d) 1 3 b) 1 5 e) 5 c) 3 4 22. (Unicentro-PR) No preparo de uma salada de frutas, costu- ma-se colocar também um pouco de suco de laranja ou de limão sobre pedaços de pera ou maçã. Esse procedimento evita o escurecimento dessas frutas, pois a vitamina C, presente nesses sucos, atua como antioxidante. As reações de oxirredução são largamente estudadas na química em decorrência de suas diversas aplicações. Analise a reação a seguir e o estudo das reações de oxir- redução e assinale a alternativa correta. As 2 S 3 + HNO 3 + H 2 O w H 2 SO 4 + H 3 AsO 4 + NO a) O elemento arsênio sofre redução, enquanto o ele- mento nitrogênio sofre oxidação. b) O agente redutor é a espécie química HNO 3 , e o agen- te oxidante é a espécie química As 2 S 3 . c) Realizando o balanceamento pelo método redox, a soma dos coeficientes mínimos e inteiros é igual a 78. Tarefa proposta 1. (Cesgranrio-RJ) Dado o grupo de compostos ou íons clo- rados apresentados a seguir, os números de oxidação do cloro são, respectivamente: KClO 4 , Mg(ClO 3 ) 2 , NaClO, ClO– 2 e Cl 2 a) +7, +6, +2, +3, 0 b) +7, +5, +1, +3, 0 c) +7, +5, –1, +1, –1 d) +5, +3, +1, +3, 0 e) +3, –3, +1, +1, 0 2. (Cesgranrio-RJ) Identifi que, entre as opções a seguir, qual dos compostos apresenta o elemento fósforo com maior nox. a) H 3 PO 3 b) H 2 PO 3 c) H 3 PO 2 d) H 4 P 2 O 5 e) HPO 3 3. (PUC-MG) Nos compostos CCl 4 , HCCl 3 , H 2 CCl 2 , H 3 CCl e CH 4 , os números de oxidação dos carbonos são, respectivamente: a) +4; +2; 0; –2; –4 b) +4; +2; 0; +2; +4 c) +4; +2; +1; +2; +4 d) –2; +4; 0; +2; +4 4. (Unifesp-SP) O nitrogênio se apresenta na natureza em espécies bastante variadas, em que seu número de oxi- dação varia de –3 a +5. Em sistemas aquáticos, as formas que predominam e que são importantes para a avaliação da qualidade da água são as que apresentam número de oxidação –3, 0, +3 e +5. Um rio, inicialmente não poluí- do, recebe dois despejos, um de uma indústria de proces- samento de peixe (rico em proteínas e aminas) e outro de uma fábrica de fertilizantes (rico em nitrato e sais de amônio). Lembrando que proteínas e aminas podem ser consideradas derivados da amônia, a água desse rio fi cará rica em espécies em que o nitrogênio se apresenta nos números de oxidação: a) +3 e +5 b) +3, –3 e +5 c) –3, +4 e +5 d) –3 e +3 e) –3 e +5 5. (Vunesp) No mineral perovskita, de fórmula CaTiO 3 , o nú- mero de oxidação do titânio é: a) +4 b) +2 c) +1 d) –1 e) –2 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 19 9/19/18 8:12 AM 20 CAPÍTULO 1 6. (Vunesp) Compostos de crômio têm aplicação em muitos processos industriais, como, por exemplo, o tratamento de couro em curtumes e a fabricação de tintas e pigmentos. Os resíduos provenientes desses usos industriais contêm, em geral, misturas de íons cromato (CrO )4 2– , dicromato e crômio, que não devem ser descartados no ambiente, por causarem impactos significativos. Sabendo que no ânion dicromato o número de oxidação do crômio é o mesmo que no ânion cromato e que é igual à metade desse valor no cátion crômio, as representações químicas que corres- pondem aos íons de dicromato e crômio são, correta e respectivamente: a) Cr 2 O 5 2– e Cr4+ b) Cr 2 O 9 2– e Cr4+ c) Cr 2 O 9 2– e Cr3+ d) Cr 2 O 7 2– e Cr3+ e) Cr 2 O 5 2– e Cr2+ 7. (Unifran-RS) Analise as proposições e assinale a alternativa incorreta. a) As reações de oxidação e redução ocorrem simulta- neamente. b) A substância oxidada é o agente redutor, a substância reduzida é o agente oxidante. c) O flúor tem um número de oxidação –1 em todos os seus compostos. d) O número de oxidação de metais ligados a hidrogênio em compostos binários é –1. e) Na maioria de seus compostos, o nox do oxigênio é –2, exceto no peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) e no íon peróxido (O 2 2–), em que o número de oxidação é –1. 8. (UFMG) A produção de energia é um tema crucial nos dias de hoje. As células de combustível convertem energia quí- mica em energia elétrica. As células que usam o hidrogênio como combustível oferecem a vantagem de gerar água como produto, não contaminando o meio ambiente. A equação que representa areação global para esse tipo de célula de combustível é: 2H 2(g) + O 2(g) w 2H 2 O (,) Considerando-se essas informações, é correto afirmar que: a) o oxigênio oxida e ganha elétrons. b) o oxigênio reduz e perde elétrons. c) o hidrogênio reduz e ganha elétrons. d) o hidrogênio oxida e perde elétrons. 9. (UFU-MG) Entende-se por corrosão de um material a sua deterioração ou destruição, causada por uma reação quí- mica com o meio no qual se encontra. Essas reações são de oxidação e redução. Na reação química de oxidação e redução, representada pela equação: Al + 3AgNO 3 w Al(NO 3 ) 3 + 3Ag a) o alumínio é o oxidante, porque é oxidado. b) o alumínio é o redutor, porque é oxidado. c) a prata do nitrato de prata é o oxidante, porque ela é oxidada. d) a prata do nitrato de prata é o redutor, porque ela é reduzida. 10. (Unimontes-MG) Uma das características do nitrogênio é a ampla diversidade dos seus compostos. A hidrazina, N 2 H 4 , por exemplo, é usada no tratamento da água das caldeiras de usinas geradoras em que o oxigênio (O 2 ), dissolvido na água, pode contribuir para a corrosão do metal do casco e tubos das caldeiras. O tratamento da água pode ser expresso pela equação: N 2 H 4(g) + O 2(g) w N 2(g) + 2H 2 O (,) concluindo-se, assim, que a hidrazina, na água das caldeiras, a) oxida o metal do casco e tubos. b) remove o metal do casco e tubos. c) reduz o oxigênio dissolvido. d) facilita a corrosão dos tubos. 11. (UFRGS-RS) A cebola, por conter derivados de enxofre, pode escurecer talheres de prata. Este fenômeno pode ser representado pela equação: 4Ag (s) + 2H 2 S (g) + O 2(g) w 2Ag 2 S (s) + 2H 2 O (,) A respeito deste fato, pode-se afirmar que: a) a prata sofre redução. b) a prata é o agente redutor. c) o oxigênio sofre oxidação.d) o H 2 S é o agente oxidante. e) o enxofre sofre redução. 12. +Enem [H24] Uma das maneiras que os trabalhadores de minas usavam para esconder pequenas pepitas de ouro encontradas era a dissolução desse metal em água-régia (uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico). A reação ocorre segundo a equação química: Au (s) + NO– 3(aq.) + 4H+ (aq.) + 4Cl– (aq.) w AuCl– 4(aq.) + 2H 2 O (,) + NO (g) Em que: a) o nitrato atua como agente oxidante. b) o estado de oxidação do N passa de +5 para –3. c) o cloreto atua como agente redutor. d) o oxigênio sofre oxidação de 2 elétrons. e) o íon hidrogênio atua como agente redutor. 13. (Uepa) Equação 1: NO 2(g) + H 2 O (,) w HNO 2(aq.) + HNO 3(aq.) Equação 2: SO 2(g) + H 2 O (,) + O 2(g) w H 2 SO 3(aq.) + H 2 SO 4(aq.) Ao realizar o balanceamento das equações 1 e 2, os coe- ficientes estequiométricos obtidos são, respectivamente: a) 2, 2, 1, 1 e 4, 4, 3, 2, 2. b) 2, 2, 2, 1 e 4, 1, 4, 2, 2. c) 1, 1, 2, 2 e 4, 4, 1, 2, 1. d) 2, 1, 1, 1 e 4, 4, 1, 2, 2. e) 2, 1, 1, 1 e 4, 4, 1, 1, 1. 14. (USJT-SP) O fósforo branco (P 4 ) é uma substância muito empregada para finalidades bélicas, na confecção de bom- bas incendiárias e granadas luminosas. Ele é obtido pelo aquecimento, em forno elétrico, de fosfato de cálcio, areia e coque. A equação química (não balanceada) é: Ca 3 (PO 4 ) 2 + SiO 2 + C w CaSiO 3 + CO + P 4 Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 20 9/19/18 8:12 AM 21 Q U ÍM IC A Os coefi cientes estequiométricos da equação, respectiva- mente, são: a) 1, 3, 2, 3, 2 e 1 b) 2, 6, 10, 6, 8 e 1 c) 1, 3, 5, 3, 5 e 1 d) 2, 6, 10, 6, 10 e 1 e) 4, 12, 20, 12, 10 e 1 15. (Ufscar-SP) O peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) dissolvido em água é conhecido como água oxigenada. O H 2 O 2 é um agente oxidante, mas pode também atuar como agente redutor, dependendo da reação. Na equação: KMnO 4 (aq.) + H 2 O 2(aq.) + H 2 SO 4(aq.) w w MnSO 4(aq.) + K 2 SO 4(aq.) + O 2(g) + H 2 O (,) a soma dos coefi cientes estequiométricos, após o balan- ceamento, e o agente oxidante são: a) 26 e KMnO 4 . b) 24 e KMnO 4 . c) 26 e H 2 O 2 . d) 24 e H 2 O 2 . e) 23 e O 2 . 16. (UFG-GO) Após incineração de lixo, faz-se a determinação de carbono não queimado e matéria fermentável por um método que se fundamenta na equação de reação seguinte: Na 2 C 2 O 4 + KMnO 4 + H 2 SO 4 w w K 2 SO 4 + Na 2 SO 4 + MnSO 4 + CO 2 + H 2 O A respeito dessa equação de reação, pedem-se: a) o agente oxidante e o agente redutor. b) o balanceamento da equação. 17. (Ufes) KI + KIO 3 + HCl w ICl + KCl + H 2 O Balanceando a equação dada por oxirredução, obtere- mos, respectivamente, os índices: a) 2; 1; 6; 3; 3; 3 b) 3; 8; 5; 6; 15; 3 c) 5; 5; 15; 15; 10; 15 d) 10; 2,5; 30; 15; 10; 5 18. (PUCC-SP) Os fi ltros contendo carvão ativo procuram eli- minar o excesso de cloro na água tratada. Pode ocorrer a reação: Cl 2(g) + C (s) + H 2 O (,) w CO 2(g) + H 3 O+ (aq.) + Cl– (aq.) Balanceando-se essa equação com os menores números inteiros possíveis, qual a soma dos coefi cientes do primei- ro membro? a) 5 b) 6 c) 7 d) 8 e) 9 19. (UFSE) Certos “bafômetros”, utilizados pela polícia rodo- viária quando há suspeita de embriaguez, baseiam-se na oxidação do etanol pelo dicromato de potássio em meio aquoso ácido. Quando há sufi ciente etanol para reduzir todo o dicromato, a cor da solução muda de laranja, Cr 2 O 7 2–, para verde, Cr3+. 3C 2 H 5 OH + xCr 2 O 7 2– + yH+ w 3CH 3 CHO + ... Cr3+ + ... H 2 O Na equação representada acima, quando corretamente balanceada, x e y valem, respectivamente: a) 1 e 8 b) 1 e 10 c) 2 e 5 d) 2 e 10 20. (UFMG) As células a combustível constituem uma impor- tante alternativa para a geração de energia limpa. Quando o combustível utilizado é o hidrogênio, o único produto da reação é o vapor de água. Nesse caso, as semirreações que ocorrem são: H 2 w 2H+ + 2 e– O 2 + 4H+ + 4 e– w 2H 2 O Considerando-se essas informações, é correto afi rmar que a equação da reação global do processo descrito é: a) 2H+ + 1 2 O 2 w H 2 O b) 2H+ + 1 2 O 2 + 2 e– w H 2 O c) 1 2 H 2 + 1 2 O 2 + H+ + e– w H 2 O d) H 2 + 1 2 O 2 w H 2 O 21. (Unicamp-SP) No início das transmissões radiofônicas, um pequeno aparelho permitia a recepção do sinal emitido por estações de rádio. Era o chamado rádio de galena, cuja peça central se constituía de um cristal de galena, que é um mineral de chumbo, na forma de sulfeto, de cor preta. O sulfeto de chumbo também aparece em quadros de vários pintores famosos que usaram carbonato básico de chumbo como pigmento branco. Com o passar do tempo, este foi se transformando em sulfeto de chumbo pela ação do gás sulfídrico presente no ar, afetando a luminosidade da obra. Para devolver à pintura a luminosidade original que o artista pretendeu transmitir, ela pode ser tratada com peróxido de hidrogênio, que faz com que o sulfeto de chumbo se transforme em sulfato, de cor branca. a) Escreva os símbolos químicos do chumbo e do enxofre. Lembre-se de que os símbolos químicos desses elemen- tos se originam de seus nomes latinos plumbum e sulfur. b) Escreva a equação química que representa a transfor- mação do sulfeto de chumbo em sulfato de chumbo pela ação do peróxido de hidrogênio. c) Entre as transformações químicas citadas nesta ques- tão, alguma delas corresponde a uma reação de oxirre- dução? Responda sim ou não e justifi que sua resposta. 22. (UFRJ) Os fogos de artifício também devem conter rea- gentes capazes de sofrer uma reação redox com rápida liberação de grandes quantidades de energia. Uma possi- bilidade é reagir nitrato de potássio e enxofre, segundo a equação: 4KNO 3 + 5S w 2K 2 O + 5SO 2 + 2N 2 Escreva as semirreações de redução e oxidação e identifi - que o agente redutor e o agente oxidante. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 21 9/19/18 8:12 AM 22 CAPÍTULO 1 23. (Uerj) Para prevenção do bócio, doença causada pela falta de iodo no organismo, recomenda-se a adição de 0,005%, em massa, de iodato de potássio ao sal de cozinha. O iodato de potássio é produzido pela reação entre o iodo molecular e o hidróxido de potássio, que forma também água e iodeto de potássio. Escreva a equação química completa e balanceada para a obtenção do iodato de potássio e determine a massa, em gramas, do íon iodato presente em 1 kg de sal de cozinha. 24. +Enem [H23] O alumínio metálico é um metal relativamente leve muito usado na a fabricação de utensílios de cozinha para substituir utensílios mais pesados, formados por outros metais, como ferro. Em contrapartida, o alumínio é muito suscetível à corrosão pelo ácido sulfúrico, de acordo com a reação: Al (s) + H 2 SO 4(aq.) w Al 2 (SO 4 ) 3(aq.) + H 2(g) A partir da qual afirma-se que: a) o alumínio sofre uma redução. b) o alumínio é o agente oxidante. c) o maior estado de oxidação do Al é Al2+. d) a soma dos coeficientes mínimos e inteiros das espécies envolvidas é igual a 9, quando balanceada. e) o alumínio não tem valor comercial real, já que o sal formado, sulfato de alumínio, é insolúvel em água, sendo, portanto, difícil a recuperação do alumínio. Vá em frente Leia BURRESON, J.; LE COUTER, P. Os botões de Napoleão: as 17 moléculas que mudaram a história. São Paulo: Jorge Zahar, 2006. O livro relata o desenvolvimento da Ciência em razão de acontecimentos históricos, apresentando vários processos de oxirredução. Autoavaliação: Vá até a página 103 e avalie seu desempenho neste capítulo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c01_01a22.indd 22 9/19/18 8:12 AM ► Prever a espontaneidade dos processos de oxidação/ redução. ► Compreender o funcionamento de uma célula galvânica (pilha). Principais conceitos que você vai aprender: ► Diferença de potencial elétrico ► Pilha ► Cátodo ► Ânodo► Ponte salina ► Semicela ► Eletrodo de referência ► Potencial eletroquímico ► Variação de potencial eletroquímico ► Força de oxidantes e redutores ► Metal de sacrifício ► Células de combustível 23 2 PILHAS OBJETIVOS DO CAPÍTULO Q U ÍM IC A Flegere/S hu tte rsto ck Reciclar pilhas e baterias de telefone celular não é um processo economicamente barato. A reciclagem de 10 toneladas, por exemplo, custa cerca de R$ 1 000. Pode ser caro. Mas des- cartar conscientemente esses materiais é importante para o ambiente. Baterias e pilhas têm elementos químicos pesados, como níquel, cádmio, chumbo, zinco e mercúrio, que intoxicam o solo, os rios, os vegetais e os animais. E o pior: o ser humano não metaboliza essas substân- cias, o que pode causar graves danos ao sistema nervoso e até câncer. Por outro lado, pilhas e baterias recicladas viram pigmentos que dão cor a fogos de artifício, pisos cerâmicos, vidros e tintas. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/como-e-feita-a-reciclagem-de-pilhas-e-baterias/>. Acesso em: 23 jun. 2018. • Quais são os aspectos que podem ser importantes e devem ser considerados nos pro- cessos de reciclagem de pilhas, baterias e outras substâncias potencialmente nocivas ao meio ambiente e ao ser humano?? R A T T _ A N A R A C H /S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 23 9/19/18 8:11 AM 24 CAPÍTULO 2 Forma met‡lica e forma oxidada Os metais, em sua maioria, são encontrados em combinação com outros elementos e, nessa forma, são classificados como substâncias compostas. Outros – como ouro, prata, mercúrio e cobre – podem ser encontrados sem essa combinação e denominados subs- tâncias simples. Uma dúvida frequente é por que poucos metais são encontrados puros na natureza. A maioria, como o ferro, é encontrada combinada com, por exemplo, o oxigê- nio, como a hematita – principal minério de ferro (Fe 2 O 3 ). Outro exemplo é o estanho, que é encontrado combinado com o oxigênio, na cassiterita – minério de fórmula SnO 2 . Para entender o que ocorre, é preciso recordar a diferença existente entre a forma metá- lica e a forma oxidada de um metal. O ferro usado nas vigas da construção civil, por exemplo, é o ferro metálico – sua simbologia química é Fe0, ou somente Fe. Já o ferro presente na hema- tita apresenta número de oxidação +3. Isso significa que, quando esse metal é encontrado na natureza, ele já está oxidado (perceba o aumento do nox de 0 para +3). Isso também acontece com o estanho; na sua forma metálica (Sn0) – aquela presente nos objetos de bronze (uma liga metálica de estanho com cobre) –, ele apresenta nox zero. Já na cassiterita, seu nox é +4. Observe a tabela a seguir, que apresenta a fórmula e o nome dos principais minérios. Metais Fórmula química Nome mineralógico Minério de ferro Fe 2 O 3 Hematita Fe 2 O 3 ⋅ 3H 2 O Limonita Fe 3 O 4 Magnetita FeCO 3 Siderita FeS 2 Pirita Minério de cobre Cu Nativo CuS 2 Calcocita CuFeS 2 Calcopirita CuO 2 Cuprita Minério de prata Ag Nativo AgCl Clorargita Minério de mercúrio HgS Cinábrio Minério de estanho SnO 2 Cassiterita Minério de chumbo PbS Galena Minério de zinco ZnS Blenda Minério de cromo Cr 2 FeO 4 Cromita Minério de alumínio Al 2 O 3 ⋅ H 2 O Bauxita d a n i3 3 1 5 /S h u tt e rs to c k Retrato de um mineiro no interior da mina de prata de Cerro Rico, em Potosi, Bolivia. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 24 9/19/18 8:11 AM 25 Q U ÍM IC A É interessante o fato de que, se o ferro metálico for exposto ao ar atmosférico por um longo período, ele se oxida, isto é, transforma-se em ferrugem. A substância predominante na ferrugem é o óxido de ferro III (Fe 2 O 3 ), cuja fórmula química é a mesma da hematita, o principal minério de ferro. É como se houvesse uma tendência natural para o ferro estar sempre na forma oxidada. A natureza fornece-nos o ferro oxidado; os químicos reduzem-no, transformando-o em ferro metálico, mas sua tendência natural o leva de volta à forma oxidada. Potenciais de oxidação e redução Para entender o que são potenciais de oxidação e de redução dos metais, observe a ilustração a seguir, que representa uma encosta na beira da praia. Grupo 1 Grupo 2 Al Zn Fe Sn Pb H Cu Ag Au Pt Nesse desenho, foram colocados apenas os metais mais comuns em nosso cotidiano. Esses metais foram distribuídos de maneira que, quanto mais alto eles estiverem locali- zados na montanha (ou encosta), maior é seu potencial de oxidação, isto é, maior é sua tendência em sofrer oxidação (perder elétrons). Observe que o ferro está localizado bem acima da platina, o que comprova sua maior incli- nação em sofrer oxidação e torna mais difícil a possibilidade de encontrá-lo puro na natureza. Já com a platina ocorre o oposto. Percebe-se que, pela sua posição, no fundo do mar, a sua propensão é permanecer na forma reduzida (Pt0). Na natureza, o sódio não é encontrado em sua forma metálica, e sim combinado. Na água do mar, o sódio é abundante na forma de cloreto de sódio (NaCl), sal de cozinha. É encontrado ainda como sal-gema (também NaCl) e thenardita (Na 2 SO 4 ). É comum apare- cer na forma de sais nas águas minerais. Em todos esses casos, o sódio está sempre na sua forma oxidada, com nox = +1. 1 1 No sal de cozinha não há sódio metálico, apenas sódio com nox +1. A n d re y A rm y a g o v /S h u tt e rs to ck Observação 1 A Química costuma usar semirreações para apresentar as oxidações e as reduções. Observe os exemplos a seguir. Redução do ferro III (da hematita) a ferro metálico: Fe3+ + 3 e– w Fe0 (signifi cado: o ferro III captura três elétrons e é reduzido a ferro metálico). Oxidação do ferro metálico de volta a ferro III (processo inverso): Fe0 w Fe3+ + 3 e– (signifi cado: o ferro metálico perde três elétrons e é oxidado a ferro III). Ainda persistem as dúvidas: por que a platina é tão diferente? Por que ela é encontrada na natureza já na forma metálica (Pt0) e não sofre oxidação, como acontece com o ferro, quando exposta à atmosfera do nosso planeta? A resposta a essas perguntas está nos potenciais de oxidação (E0 oxi. ) e de redução (E0 red. ) desses metais. Curiosidade 1 O nome platina vem do espanhol e seu signifi cado é “prata de pouco valor”. Na América espanhola, a platina era frequentemente encontrada com o ouro, mas era desprezada porque, na ingênua opinião dos exploradores, não havia “maturado” o sufi ciente para fi car amarela. Era então devolvida à terra para “amadurecer” até que a cor amarela aparecesse, o que, obviamente, não acontecia. Na natureza, a platina é encontrada na forma metálica, geralmente com os metais rutênio, ródio, paládio, ósmio e irídio. Na forma combinada (extremamente rara), o representante mais importante é a sperrylita, um arseneto de platina. Essa substância é usada em joalherias, instrumentos de laboratório, contatos elétricos, preparações odontológicas, pinos cirúrgicos e aparelhagens resistentes à corrosão. Atualmente, é mais cara que o ouro. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 25 9/19/18 8:11 AM 26 CAPÍTULO 2 A tabela dos potenciais Os químicos já foram capazes de quantifi car a tendência que os metais têm de sofrer oxidação e redução. Com isso, foi criada a tabela dos potenciais-padrão de oxidação (E0 oxi. ) e de redução (E0 red. ). Potenciais-padrão (em volts) de oxidação redução +3,05 Li+ + e– x Li –3,05 +2,93 K+ + e– x K –2,93 +2,93 Rb+ + e– x Rb –2,93 +2,92 Cs+ + e– x Cs –2,92 +2,92 Ra2+ + 2 e– x Ra –2,92 +2,91 Ba2+ + 2 e– x Ba –2,91 +2,89 Sr2+ + 2 e– x Sr –2,89 +2,87 Ca2+ + 2 e– x Ca –2,87 +2,71 Na+ + e– x Na –2,71 +2,36 Mg2+ + 2 e– x Mg –2,36 +1,66 Al3+ + 3 e– x Al –1,66 +1,18 Mn2+ + 2 e– x Mn –1,18 +0,76 Zn2+ + 2 e– x Zn –0,76 +0,74 Cr3+ + 3 e– x Cr –0,74 +0,44 Fe2+ + 2 e– x Fe –0,44 +0,40 Cd2+ + 2 e– x Cd –0,40 +0,28 Co2+ + 2 e– x Co –0,28 +0,23Ni2+ + 2 e– x Ni –0,23 +0,14 Sn2+ + 2 e– x Sn –0,14 +0,13 Pb2+ + 2 e– x Pb –0,13 +0,00 2H+ + 2 e– x H 2 –0,00 –0,34 Cu2+ + 2 e– x Cu +0,34 –0,79 Hg 2 2+ + 2 e– x 2Hg +0,79 –0,80 Ag+ + e– x Ag +0,80 –1,20 Pt2+ + 2 e– x Pt +1,20 –1,40 Au3+ + 3 e– x Au +1,40 Fonte: ATKINS, P.; PAULA, J. Atkins’ Physical-Chemistry. 8. ed. Oxford University. Press: Oxford, 2006. Posteriormente, veremos de que maneira esses valores foram determinados. Note as setas (x) de “ida e volta” presentes na tabela. O sentido de “ida” indica a redução do cátion metálico a sua forma metálica. A “volta” indica a oxidação do metal. Observe que o valor do potencial de redução é igual ao de oxidação, mas com o sinal invertido. Por exemplo, se o potencial de oxidação do lítio é de +3,05 volts, seu potencial de redução será –3,05 volts. Sendo este último um valor muito baixo, confi rma-se a alta inclinação do lítio a se apresentar sempre na forma oxidada (nox = +1). 1 Vamos exemplifi car de que maneira essa tabela pode ser útil. Considere a seguinte experiência. Magnésio (Mg0) Ferro (Fe0) Cobre (Cu0) Solução de ácido clorídrico ([H+] = 1 mol/L) Atenção 1 Encontradas jazidas de sódio metálico no triângulo mineiro Qual sua opinião: a manchete anterior poderá, um dia, aparecer na primeira página de um jornal ou é absolutamente fi ctícia? Essa é uma pergunta interessante que vai nos ajudar a entender os conceitos dos potenciais de oxidação e de redução. Observe que o sódio é um metal alcalino, portanto um “morador” do pico da “montanha” dos potenciais. Jazidas de sódio metálico implicam a existência de Na0 na natureza. Ora, se o sódio apresenta um alto potencial de oxidação, a sua propensão é sofrer oxidação: ► semirreação de oxidação do sódio: Na0 w Na+ + 1 e– Portanto, se o ferro metálico já praticamente inexiste na natureza, o que podemos dizer do sódio metálico? Perceba, pelas posições na “montanha” dos potenciais, que o potencial de oxidação do sódio é ainda maior que o do ferro. Isso signifi ca que a possibilidade de existirem jazidas de sódio metálico na natureza é totalmente absurda, mesmo porque esse metal reage explosivamente com a água. Note a oxidação do sódio nessa reação. Seu nox sobe de 0 para +1: 2Na0 (s) + 2H 2 O (,) w 2NaOH (aq.) + H 2(g) Essa reação é rápida e libera um volume considerável de gás hidrogênio. Isso gera uma onda de choque que, dependendo da quantidade de sódio empregada, resulta numa pequena explosão. Por isso, é comum que, algumas vezes, o recipiente em que a reação é feita se quebre. Sem falar no fato de o gás hidrogênio ser infl amável, o que aumenta ainda mais o perigo. Podemos concluir que não há sódio metálico na natureza; ele é produzido pelos químicos e deve ser armazenado em líquidos como a gasolina, que evitam seu contato com a umidade do ar. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 26 9/19/18 8:11 AM 27 Q U ÍM IC A Em qual (ou quais) desses casos a lâmina sofrerá corrosão, isto é, oxidação? Note que tanto o magnésio (E0 oxi. = +2,37 V) quanto o ferro (E0 oxi. = +0,44 V) apresentam um potencial de oxidação maior que o do hidrogênio (E0 oxi. = 0,00 V). Já o do cobre (E0 oxi. = –0,34 V) é menor. Isso signifi ca que o magnésio e o ferro sofrerão corrosão (oxidação) na presença do íon H+, e nada ocorrerá com o cobre. Isso pode ser observado experimentalmente. Observe a seguir. Magnésio ou ferro Bolhas de gás H 2 (Fe0)(Mg0) HCl = 1 mol/L 1 Agentes oxidantes ou redutores mais efi cazes Para saber quais eram os agentes redutores nas duas reações de oxirredução ocorri- das na experiência anterior, observe a seguir a reação global (soma das semirreações de oxidação e de redução). Mg0 + 2H+ w Mg2+ + H 2 Como vimos, o Mg0 sofreu oxidação, portanto é o agente redutor da reação. Analoga- mente, conclui-se que, na experiência da lâmina de ferro, o ferro metálico (Fe0) é o agente redutor. Para obter o melhor agente redutor – aquele que é mais efi ciente em causar a redução da outra espécie química envolvida na reação, ou seja, aquele que se oxida mais facilmente –, acompanhe este raciocínio: Menor E0 ox. Menor E0 red. Ótimo agente oxidante Ótimo agente redutor Apresenta forte inclinação para oxidar outras espécies Apresenta forte inclinação para reduzir outras espécies Apresenta alta tendência em sofrer redução Apresenta alta tendência em sofrer oxidação Espécie química com alto potencial de redução Espécie química com alto potencial de oxidação Com esse raciocínio, conclui-se que o elemento que apresentar potencial de oxidação mais alto será o melhor agente redutor. No caso da experiência anterior, é o magnésio (Mg0), cujo E0 oxi. = +2,37 V. Como descobrir a variação do potencial eletroquímico (∆E0) em uma reação de oxirredução A variação do potencial eletroquímico (∆E0) (diferença de potencial (ddp) ou força ele- tromotriz (fem)) poderá ser calculada pela adição das semirreações que ocorrem no pro- cesso de oxirredução. Voltemos à experiência da lâmina de magnésio. As semirreações do processo espontâneo são: Oxidação: Mg0 w Mg2+ + 2 e– E0 oxi. = 2,37 V Redução: 2H+ + 2 e– w H 2 E0 red. = 0,0 V Adicionando as equações e os valores de E oxi. + E red. , teremos: Mg0 + 2H+w Mg2+ + H 2 ∆E = 2,37 + 0 s ∆E = 2,37 V Em reações de oxirredução, cujas semirreações que envolvem o processo não apre- sentam o mesmo número de elétrons cedidos (ou recebidos), deve-se multiplicar conve- nientemente a semirreação de modo a igualar o número de elétrons, sem multiplicar o valor do potencial eletroquímico, pois o potencial eletroquímico é uma propriedade in- tensiva da matéria. 2 1 Observações 1 Se as abreviações red. e oxi. forem omitidas e somente aparecer o símbolo E0, convenciona-se adotá-lo como potencial-padrão de redução, ou seja, E0 red. O hidrogênio é a “praia” da eletroquímica Da mesma maneira que foi necessário determinar em qual região a altitude seria considerada zero para que pudéssemos dizer a altitude de uma montanha, por exemplo, de 2 000 metros (isto é, seu cume está a 2 000 metros acima do nível do mar), os químicos tiveram de escolher uma espécie química que teria potencial de oxidação igual a zero – escolheram o hidrogênio (H 2 ), a 25 °C. Assim, todos os outros valores de potenciais foram medidos em relação ao hidrogênio, de acordo com um esquema que será mostrado em breve. 2 Propriedades intensivas são as que não dependem da quantidade de matéria. Exemplos: potencial de eletrodo, densidade, etc. Propriedades extensivas são as que dependem da quantidade de matéria. Exemplo: quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química, volume, etc. Atenção 1 Sempre que a diferença de potencial (ddp) de uma reação de oxirredução é positiva, tem-se um processo espontâneo. A variação do potencial eletroquímico também pode ser calculada usando-se a igualdade a seguir: ∆E0 = E0 maior – E0 menor Lembramos que, se for usado o potencial maior de redução, devemos usar também o potencial menor de redução. Raciocínio idêntico vale para os valores de potencial de oxidação. Quando a variação do potencial eletroquímico é calculada com base nessa equação, obrigatoriamente, o valor será positivo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 27 9/19/18 8:11 AM 28 CAPÍTULO 2 Como foi produzida a tabela com os potenciais eletroquímicos? No caso das reações de oxidação/redução, podemos medir a diferença de potencial usando um voltímetro. Logo, não há como medir o valor de um potencial isoladamente. Para determinar o potencial de um eletrodo, os químicos atribuíram ao potencial eletroquímico do eletrodo de hidrogê- nio o valor zero (lembrem que o hidrogênio é o nosso “litoral” da eletroquímica) e, a partir dele, foram efetuados experimen- tos para determinação dos demais potenciais.Observe o experimento a seguir. Nesse caso, temos uma campânula, no qual há um fi o de platina – material quimicamente inerte – mergulhado em uma solução ácida com concentração de 1 mol/L, em que há injeção contínua de gás hidrogênio, a 25 °C sob pressão de 100 kPa. Tecnicamente, o eletrodo padrão de hidrogênio tem o seguinte aspecto: Para o circuito externo Fio de Pt H 2(g) 100 kPa 25 °C H+ (aq.) 1 mol/L Eletrodo de Pt Solução 1,0 mol/L de H+ (aq.) Na solução, o hidrogênio pode sofrer redução ou oxidação de acordo com o equilíbrio: 2H+ (aq.) + 2 e– x H 2(g) Assim, para determinação dos potenciais de outras espécies químicas, basta conectar o eletrodo de hidrogênio ao ele- trodo de interesse. Veja como fi caria a determinação do potencial da prata: 0,80 V 25 ¡C Voltímetro H 2(g) 100 kPa e– Oxidação Polo Eletrodo de Pt Redução Polo Ag (s) e– + H 2(g) w 2H+ (aq.) + 2 e– Ag+ (aq.) + e– w Ag0 H+ (aq.) 1,0 mol/L Ag+ (aq.) 1,0 mol/L ∆E0 = E0 redução – E0 oxidação 0,80 V = E0 (Ag+/Ag0) – E0 (H+/H 2 ) 0,80 V = E0 (Ag+/Ag0) – 0 E0 (Ag+/Ag0) = +0,80 V Para determinação do potencial do zinco: 0,76 V 25 ¡C Voltímetro H 2(g) 100 kPa e– Oxidação Polo Zn (s) Eletrodo de Pt e– Redução Polo + Zn2+ 1,0 mol/L H+ 1,0 mol/L Zn0 w Zn (aq.) + 2 e– 2+ 2H (aq.) + 2 e– w H 2(g) + ΔE0 = E0 redução – E0 oxidação 0,76 V = E0(H+/H 2 ) – E0 (Zn2+/Zn0) 0,76 V = 0 – E0 (Zn2+/Zn0) E0 (Zn2+/Zn0) = –0,76 V Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 28 9/19/18 8:11 AM 29 Q U ÍM IC A Outros exemplos As reações de oxirredução não envolvem somente metais. Se adicionarmos raspas de magnésio a uma solução de tintura de iodo, conforme o tempo passa, a coloração caracte- rística da tintura de iodo vai desaparecendo; adicionando-se algumas gotas de água sani- tária, a solução retoma sua coloração original. Para entender essas reações químicas, é preciso considerar a tabela de potenciais de oxidação e de redução para outras espécies químicas, além das já estudadas. Potenciais-padrão (em volts) de oxidação redução +0,56 O 2 + e– x O– 2 –0,56 +0,48 S 0 + 2 e– x S2– –0,48 +0,41 Cr3+ + e– x Cr2+ –0,41 –0,14 2H+ + S0 + 2 e– x H 2 S +0,14 –0,15 Sn4+ + 2 e– x Sn2+ +0,15 –0,20 SO2– + 4H+ + 2 e– x SO 2 + 2H 2 O +0,20 –0,40 H 2 O + 1 2 O 2 + 2 e– x 2OH– +0,40 –0,52 Cu+ + e– x Cu0 +0,52 –0,54 I 2 + 2 e– x 2I– +0,54 -0,60 MnO 4 2– + 2H 2 O + 2 e– x MnO 2 + 4OH– +0,60 –0,68 O 2 + 2H+ + 2 e– x H 2 O 2 +0,68 –0,77 Fe3+ + e– x Fe2+ +0,77 –0,80 NO– 3 + 2H+ + e– x NO 2 + H 2 O +0,80 –0,89 ClO– + H 2 O + 2 e– x Cl– + 2OH– +0,89 –1,09 Br 2 + 2 e– x 2Br– +1,09 –1,23 MnO 2 + 4H+ + 2 e– x Mn2+ + 2H 2 O +1,23 –1,33 Cr 2 O 7 2– + 14H+ + 6 e– x 2Cr3+ + 7H 2 O +1,33 –1,36 Cl 2 + 2e– x 2Cl– +1,36 –1,51 MnO– 4 + 8H+ + 5 e– x Mn2+ + 4H 2 O +1,51 –1,78 H 2 O 2 + 2H+ + 2 e– x 2H 2 O +1,78 –2,07 O 3 + 2H+ + 2 e– x O 2 + H 2 O +2,07 –2,87 F 2 + 2 e– x 2F- –2,87 Fonte: ATKINS, P.; PAULA, J. Atkins’ Physical-Chemistry. 8. ed. Oxford University Press: Oxford, 2006. Se consultarmos uma tabela de potenciais, notaremos que o magnésio apresenta alta propensão para oxidar-se. No entanto, para que isso aconteça, outra espécie química deve se reduzir, uma vez que não há oxidação sem redução, e vice-versa. A outra espécie pode ser o iodo (I 2 ). Por isso, sua cor desaparece com a adição de raspas de magnésio. Observe a seguir o que ocorre. Oxidação: Mg0 w Mg2+ + 2 e– E0 oxi. = +2,36 V Redução: I 2 + e– w 2I– E0 red. = +0,54 V Equação global: Mg0 (s) + I 2(aq.) w2I– (aq.) + Mg2+ (aq.) ∆E = +2,90 V I 2(aq.) s amarelo/castanho I– (aq.) s incolor A cor desaparece porque a responsável por ela é a espécie química I 2 , que, aos pou- cos, vai sendo consumida. Já as espécies produzidas Mg2+ e I–, que fi cam em solução, são incolores. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 29 9/19/18 8:11 AM 30 CAPÍTULO 2 Como a coloração pode ser restabelecida? Um dos procedimentos que pode ser ado- tado é a adição de água sanitária – cujo agente oxidante é o ânion hipoclorito (ClO–) –, que produzirá novamente a espécie I 2 , confi rmada quando analisamos os potenciais de oxidação e de redução envolvidos. Oxidação: 2I– w I 2 + 2 e– E0 oxi. = –0,54 V Redução: ClO– + H 2 O + 2 e– w Cl– + 2OH– E0 red. = +0,89 V Equação global: 2I– (aq.) + ClO– (aq.) + H 2 O (,) w I 2(aq.) + Cl– (aq.) + 2OH– (aq.) ∆E = +0,35 V Note que a variação do potencial eletroquímico da reação apresenta sinal positivo, o que signifi ca um processo espontâneo. Com o iodo regenerado, a cor reaparece. Forma•‹o da ferrugem Por que o cadeado da foto a seguir, o qual contém ferro, enferrujou? Porque, se consultarmos uma tabela de potenciais, notaremos que o potencial de oxi- dação do ferro é razoavelmente alto, o que é uma tendência natural desse metal. A seguir, vamos estudar melhor as reações químicas envolvidas na formação da ferrugem. Calcula-se que 20% do ferro metálico produzido mundialmente sejam utilizados ape- nas para repor o que já enferrujou, o que gera um enorme prejuízo. A primeira etapa da corros‹o – oxidação indesejada de um objeto metálico – do ferro é: Fe0 w Fe2+ + 2 e– E0 oxi. = +0,44 V Se o ferro está sendo oxidado, qual elemento está sofrendo redução? Para responder, observe o seguinte experimento: Prego feito de ferro (Fe0) Água com O 2 dissolvido Água sem O 2 dissolvido Material secante Rolha de borracha Antes 1 2 3 4 1 2 3 4 Prego feito de ferro (Fe0) Água com O 2 dissolvido Água sem O 2 dissolvido Material secante Depois Z e n S P ra ro m /S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 30 9/19/18 8:11 AM 31 Q U ÍM IC A A ferrugem surge apenas nos tubos de ensaio 1 e 2, que têm em comum a presença de água e oxigênio (O 2 ). No tubo 1, o oxigênio tem entrada livre, bem como a umidade contida no ar. No tubo 2, o contato do prego de ferro com a água e o O 2 é mais intenso (já que o pre- go está mergulhado em água), e a ferrugem se forma mais rapidamente. Como os tubos 3 e 4 estão fechados, a entrada de oxigênio não é permitida, e o pouco O 2 contido nos tubos não é sufi ciente para uma oxidação signifi cativa do prego. O tubo 3 contém água sem O 2 dissolvido – que pode ser obtida com um simples aquecimento. Apesar de haver água, o prego não enferruja, sinal de que a presença de O 2 é funda- mental para a corrosão do ferro. No tubo 4, sem O 2 e sem água, o material secante (por exemplo, cloreto de cálcio) absorve a umidade do ar, e o prego não se oxida. Isso nos leva à conclusão de que não há corrosão do ferro sem a presença da dupla oxigênio e água. Assim, no processo de formação da ferrugem, ocorre a redução do gás oxigênio quan- do existe água presente. O 2 + 2H 2 O + 4 e– w 4OH– E0 red. = +0,40 V A equação global, com a indicação dos estados físicos, fi ca: 2Fe (s) + O 2(g) + 2H 2 O (,) w 2Fe(OH) 2(s) ∆E = +0,84 V A variação do potencial eletroquímico positivo (+0,84 V) da reação de corrosão do ferro confi rma a espontaneidade do processo. Na sequência, o Fe2+ sofre nova oxidação, formando o Fe3+, de acordo com a equação: 2Fe(OH) 2(s) + 1 2 O 2(g) + H 2 O (,) w 2Fe(OH) 3(s) Ferrugem (ou Fe 2 O 3 ⋅ 3H 2 O (s) ) Ao ocorrer essa reação, forma-se o sólido laranja-avermelhado que chamamos ferrugem. O grande problema da ferrugem é que ela não adere à superfície metálica do ferro; pelo contrário, ela se solta, expondo mais superfície metálica para o ataque da dupla corrosiva O 2 /H 2 O, fazendo com que essa dupla oxide todo o ferro presente. Combatendo a formação da ferrugem A seguir, são citadas algumas formas de combater a formação da ferrugem. Usando pinturas protetoras A maneira mais simples para evitar a corrosão de um metal é não expô-lo à umidade e ao oxigênio, protegendo sua superfície com uma camada de tinta. O zarcão, um óxidode chumbo (Pb 3 O 4 ) de coloração alaranjada, é uma substância frequentemente adicionada às tintas por auxiliar no combate à ferrugem. Usando a galvanização O recobrimento de uma peça de ferro ou aço (liga de ferro com carbono) com zinco (metal mais usado nesses casos), chamado galvanização, é muito efetivo no combate à formação da ferrugem. A princípio pode parecer estranho, pois o po- tencial de oxidação do zinco (+0,76 V) é superior ao do ferro (+0,44 V). Por isso, é comum pensar que o zinco deveria sofrer uma corrosão mais acentua- da que o ferro, o que não ocorre, pois, ao iniciar o processo de corrosão do zinco, forma-se uma pelí- cula de óxido de zinco (“ferrugem do zinco”), que, ao contrário da ferrugem – que se desprende do objeto de ferro, expondo-o a novos ataques do O 2 e da umidade –, adere à peça galvanizada, protegen- do-a da oxidação. A abraçadeira do cabo de aço passou pelo processo de galvanização. W ic h ie n T e p s u tt in u n /S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 31 9/19/18 8:11 AM 32 CAPÍTULO 2 Com o ferro protegido pelo zinco, a peça metálica não enferruja, mesmo que seja ris- cada e o ferro fique exposto, porque ele sofrerá a oxidação inicial (Fe0 w Fe2+ + 2 e–), mas, imediatamente, o zinco exposto (metal com maior propensão a se oxidar) também se oxi- da (Zn0 w Zn2+ + 2 e–) e devolve ao ferro os elétrons perdidos, reduzindo-o (Fe2+ + 2 e– w Fe0). Isso significa que o zinco tem a função de agente redutor. Usando um metal de sacrifício Como não é possível galvanizar estruturas de maior porte, como pontes, encanamen- tos, tanques de combustível e até mesmo cascos de navios, usa-se um recurso eletroquí- mico mais barato: o metal de sacrifício. Esse metal deve apresentar um potencial de oxi- dação superior ao do ferro, de maneira que, conectado a ele, sofra oxidação no lugar do metal que se quer proteger. Observe a foto a seguir. A parte indicada pela seta é o metal de sacrifício, colocado para evitar a corrosão do motor de popa. Um metal de sacrifício muito usado é o magnésio (E 0 oxi. = +2,37 V), que funciona da seguinte maneira: quando a dupla H 2 O/O 2 entra em ação na tentativa de oxidar o fer- ro, o magnésio se oxida (Mg0 w Mg2+ + 2 e–), fornecendo os elétrons necessários para a redução do oxigênio (O 2 + 2H 2 O + 4 e– w 4OH–). Dessa maneira, o ferro fica intacto, sem ser atacado. Com o tempo, o bloco do metal de sacrifício deve ser trocado, o que é muito mais bara- to que trocar toda uma tubulação ou todo o casco de um navio, por exemplo. Usando o estanho Quando uma chapa de ferro ou de aço é revestida de estanho, temos a chamada folha de flandres. Ela também auxilia no combate à corrosão do ferro. Nesse caso, porém, o estanho não age como metal de sacrifício, pois seu potencial de oxidação (+0,14 V) é menor que o do ferro (+0,44 V). Sua função é meramente de revestimento e consequente proteção do ferro. Como a tendência do estanho em oxidar-se é baixa, a durabilidade desse material é grande, a não ser que a camada de estanho seja riscada. Nesse caso, o ferro exposto à atmosfera passa a agir como metal de sacrifício do estanho, sendo sua corrosão extrema- mente acelerada. Em poucos dias, o objeto estará totalmente enferrujado. A n t™ n io S a n to ro Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 32 9/19/18 8:11 AM 33 Q U ÍM IC A Atividades 1. (Unicid-SP) Dados: Ni2+ + 2 e– w Ni E0 red. = –0,25 V Zn2+ + 2 e– w Zn E0 red. = –0,76 V Mg2+ + 2 e– w Mg E0 red. = –2,37 V Fe2+ + 2 e– w Fe E0 red. = –0,44 V Ag+ + 1 e– w Ag E0 red. = +0,80 V Hg2+ + 2 e– w Hg E0 red. = +0,85 V Ca2+ + 2 e w Ca E0 red. = –2,87 V Sn2+ + 2 e– w Sn E0 red. = –0,14 V Pb2+ + 2 e– w Pb E0 red. = –0,13 V Cu2+ + 2 e– w Cu E0 red. = +0,34 V Al3+ + 3 e– w Al E0 red. = –1,66 V Com base nos potenciais-padrão de redução, prevê-se que, quando imersos em uma solução de NiSO 4 1,0 mol/L, sofrem oxidação os metais: a) zinco e magnésio. b) ferro e prata. c) mercúrio e cálcio. d) estanho e chumbo. e) cobre e alumínio. 2. (PUC-RS) Com base nos seguintes potenciais de redução: Mg2+ (aq.) + 2 e– w Mg (s) E0 = –2,37 V Ni2+ (aq.) + 2 e– w Ni (s) E0 = –0,25 V Fe3+ (aq.) + e– w Fe2+ (aq.) E0 = 0,77 V Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu (s) E0 = 0,34V A equação que corresponde à única reação espontânea é: a) Mg2+ (aq.) + Ni (s) w Mg (s) + Ni2+ (aq.) b) Cu2+ (aq.) + Mg (s) w Cu (s) + Mg2+ (aq.) c) Ni2+ (aq.) + 2Fe2+ (aq.) w Ni (s) + 2Fe3+ (aq.) d) Cu2+ (aq.) + 2Fe2+ (aq.) w Cu (s) + 2Fe3+ (aq.) e) Ni2+ (aq.) + Cu (s) w Ni (s) + Cu2+ (aq.) 3. (Univaço-MG) A proteção contra corrosão em embarca- ções marítimas, que são constituídas basicamente de aço, é feita atualmente com revestimentos tradicionais, alguns deles contendo cromatos em suas formulações, que foram proibidos em diversos países por sua toxicidade. Considere as semirreações: Sn2+ (aq.) + 2 e– x Sn (s) E0 = –0,14 V Ni2+ (aq.) + 2 e– x Ni (s) E0 = –0,24 V Fe2+ (aq.) + 2 e– x Fe (s) E0 = –0,41 V Pb2+ (aq.) + 2 e– x Pb (s) E0 = –0,13 V Com base nessas informações, é correto afi rmar que os elementos mais viáveis para substituir os cromatos são: a) Sn e Ni. b) Fe e Pb. c) Sn e Pb. d) Ni e Fe. 4. (UFC-CE) Considere as seguintes reações de oxidação-re- dução, as quais representam processos espontâneos: Na (s) + Ag+ (aq.) w Na+ (aq.) + Ag (s) Li (s) + Na+ (aq.) w Li+ (aq.) + Na (s) Li (s) + Ag+ (aq.) w Li+ (aq.) + Ag (s) Assinale a alternativa que contém as relações corretas de ordem de grandeza dos potenciais de redução (E0) para os processos acima relacionados. a) E0 (Na+/Na) . E0 (Ag+/Ag) . E0 (Li+/Li) b) E0 (Ag+/Ag) . E0 (Na+/Na) . E0 (Li+/Li) c) E0 (Li+/Li) . E0 (Na+/Na) . E0 (Ag+/Ag) d) E0 (Li+/Li) . E0 (Ag+/Ag) . E0 (Na+/Na) e) E0 (Ag+/Ag) . E0 (Li+/Li) . E0 (Na+/Na) Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 33 9/19/18 8:11 AM 34 CAPÍTULO 2 5. (UFMG) Um fio de ferro e um fio de prata foram imersos em um mesmo recipiente contendo uma solução de sul- fato de cobre (II), de cor azul. Após algum tempo, obser- vou-se que o fio de ferro ficou coberto por uma camada de cobre metálico, o de prata permaneceu inalterado e a solução adquiriu uma coloração amarelada. Com relação a essas observações, é correto afirmar que: a) a oxidação do ferro metálico é mais fácil que a do co- bre metálico. b) a solução ficou amarelada devido à presença dos íons Cu2+. c) a substituição do sulfato de cobre (II) pelo cloreto de cobre (II) não levaria às mesmas observações. d) o cobre metálico se depositou sobre o ferro por este ser menos reativo que a prata. 6. (Fuvest-SP) Um método de recuperação de Cu2+, contido em soluções aquosas, consiste em sua transformação em cobre metálico. Isso se consegue adicionando-se raspas de ferro as soluções, sob agitação. a) Escreva as semirreações de oxidação e de redução que ocorrem nesse processo. b) Qual dos pares, Cu2+/Cu ou Fe2+/Fe, deve ter maior po- tencial de redução? Justifique com base na informa- ção dada. 7. (Unimontes-MG) As semiequações de redução da reação das formas alotrópicas do oxigênio em meio ácido e do gás cloro são dadas a seguir, assim como os respectivos potenciais-padrão de redução. Cl 2 + 2 e– w 2Cl– E0 = +1,36V O 2 + 4H+ + 4 e– w 2 H 2 O E0 = +1,23V O 3 + 2H+ + 2 e– w O 2 + H 2 O E0 = +2,07V Considerando-se que a ação bactericida dos três compos- tos está relacionada com o seu poder oxidante, pode-se afirmar sobre as propriedades do O 2 , O 3 e Cl 2 que: a) a ação bactericida do ozônio é maior que a do gás cloro. b) a molécula do oxigênio tem poder redutor menor que a de ozônio. c) o gás cloro é um agente oxidante mais forte que o ozônio. d) a força oxidante do O 2 e O 3 não se altera em solução aquosa de pH = 7,0. 8. +Enem [H24] Para armazenaruma solução de sulfato de níquel (NiSO 4 ), uma indústria metalúrgica considerou as possibilidades de recipientes. Consultando uma tabela de potenciais-padrão de redução, um funcionário encontrou: Ag+ + e– w Ag0 E0 = +0,79 volts Cu2+ + 2 e– w Cu0 E0 = +0,34 volts Ni2+ + 2 e– w Ni0 E0 = –0,25 volts Fe2+ + 2 e– w Fe0 E0 = –0,44 volts Zn2+ + 2 e– w Zn0 E0 = –0,76 volts A partir de que se conclui que para armazenar a solução do sulfato referido, pode ser utilizado: a) apenas Zn. b) Ag, Cu, Fe ou Zn. c) Ag ou Cu. d) apenas Ag. e) Fe ou Zn. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 34 9/19/18 8:11 AM 35 QU ÍM IC A Complementares Tarefa proposta 1 a 12 9. (UFRJ) O contato com certos metais (como o cobre e o estanho) pode acelerar a corrosão do ferro e torná-la mais intensa, enquanto o contato com outros metais (como o zinco e o magnésio) pode impedir ou retardar a formação de ferrugem. Levando-se em conta os valores dos poten- ciais (E0) das semirreações abaixo: Mg2+ (aq.) + 2 e– w Mg (s) –2,37 V Zn2+ (aq.) + 2 e– w Zn (s) –0,76 V Fe2+ (aq.) + 2 e– w Fe (s) –0,44 V Sn2+ (aq.) + 2 e– w Sn (s) –0,14 V Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu (s) +0,34 V 1 2 O 2(g) + 2 e– + H 2 O (,) w 2 OH– (aq.) +0,41 V a) Calcule o ∆E0 da reação formada por ferro e oxigênio em meio aquoso e o ∆E0 da reação formada por ferro e zinco em meio aquoso. b) Explique o fato de o oxigênio ser o oxidante mais forte da série apresentada. 10. (UnB-DF) Alguns trocadores de calor utilizam tubos de alu- mínio por meio dos quais passa a água utilizada para a refrigeração. Em algumas indústrias, essa água pode conter sais de cobre. Sabendo que o potencial-padrão de redução para o alumínio (Al3+ para Al0) é de –1,66 V e, para o cobre (Cu2+ para Cu0), é de + 0,34 V, julgue os itens a seguir. (1) A água contendo sais de cobre acarretará a corrosão da tubulação de alumínio do trocador de calor. (2) Na pilha eletroquímica formada, o cobre é o agente redutor. (3) Se a tubulação do trocador fosse feita de cobre, e a água de refrigeração contivesse sais de alumínio, não haveria reação eletroquímica entre essas espécies metálicas. (4) O valor, em módulo, do potencial-padrão para a reação eletroquímica formada é igual a 1,32 V. 11. (UFJF-MG) A vitamina C, ácido ascórbico, presente em grande concentração nos frutos cítricos, e essencial para os seres humanos. Suas propriedades redutoras (ou antioxi- dantes) são bastante conhecidas e podem ser evidenciadas pela sua reação com iodo (I 2 ). A solução de iodo, de coloração castanha, torna-se inco- lor após a adição de suco de limão, por causa da forma- ção de íon iodeto. Assinale a alternativa que apresenta a afi rmativa errada. a) A reação de redução do iodo pode ser representada por: I 2 + 2 e– w 2I–. b) O iodo tem maior potencial de redução que a vitamina C. c) A vitamina C oxida o iodo a iodeto. d) O caráter redutor da vitamina C deve ser maior que o caráter redutor do iodo. e) A vitamina C perde elétrons na reação mencionada. 12. (UFC-CE) A hidrazina, N 2 H 4 , é um produto altamente tóxico e explosivo. Dadas as semirreações de redução apresenta- das a seguir, responda ao que se pede. ClO– + H 2 O + 2 e– w 2OH– E0 = +0,90V N 2 H 4 + 2H 2 O + 2 e– w 2 NH 3 + 2OH– E0 = –0,10V a) Explique por que não é aconselhável misturar água sa- nitária, uma solução a base de NaClO, com soluções de limpeza de vidros a base de NH 3 . Justifi que sua res- posta por meio das reações químicas envolvidas. b) Apresente as estruturas de Lewis das espécies neutras envolvidas nas reações. Hist—ria das pilhas A história das pilhas começou em 1800, quando o cientista italiano Alessandro Volta (1745-1827) cons- truiu a primeira delas. Volta simplesmente “empilhou” (daí a origem do termo pilha) pequenos discos de zin- co e cobre, separando-os com pedaços de um material poroso – como o feltro – embebido em uma solução diluída de ácido sulfúrico (solução que conduz bem a corrente elétrica). Lâmpada acesa Fio metálico Zinco Cobre Zinco Cobre Zinco Cobre Material poroso embebido em solução de ácido sulfúrico Esquema da pilha de Volta. A le s s a n d ro V o lt a 's . T h e i n v e n ti o n o f th e fi r s t e le c tr ic b a tt e ry , 1 8 0 0 Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 35 9/19/18 8:11 AM 36 CAPÍTULO 2 Na pilha de Volta, acontece uma reação de oxidação do zinco, que libera elétrons. Estes fl uem por um fi o metálico, o que estabelece um fl uxo de elétrons e constitui a cor- rente elétrica. Simultaneamente, ocorre uma redução do cobre para capturar esses elé- trons. Lembre-se de que o zinco se oxida porque tem um potencial de oxidação maior que o do cobre. Algo semelhante acontece quando mergulhamos uma placa de zinco em solu- ção de sulfato de cobre. Trata-se de uma reação de deslocamento (todo deslocamento é também uma reação de oxirredução). Veja: Zinco Zinco Cu 2+ Cu 2+ Cu 2+ Zn 2+ Zn 2+ Reduz Oxida Oxida Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 2+ Zn 2+ Cu 2+ Cu 2+ Cu 2+ Zinco Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 Zn 0 ZnZnZnZn 0 00 Zn 0 Cu 2+ Cu 2+ Cu 2+2+ ZnZnZnZn 0 0000 Cu 2+ ZnZnZnZn 0 Início Durante Final Cu 0Cu 2+ Cu 0 Início: Além dos íons Cu2+ (azuis) na solução, há também íons sulfato, que foram omitidos por uma questão de simplifi cação. Durante: Enquanto o zinco se oxida para formar os incolores Zn2+ que passam para a solução, os íons Cu2+ se reduzem para formar os átomos de cobre metálico (Cu0), que é vermelho. Final: A placa de zinco, corroída, apresenta um depósito avermelhado de cobre metálico que também aparece no fundo do béquer. Já a solução perde praticamente toda a sua coloração azulada, uma vez que há poucos íons Cu2+ em solução. Nessa experiência, o zinco sofre oxidação, doando elétrons para os íons cobre II se re- duzirem. Como vimos, todas as reações de oxirredução envolvem troca de elétrons entre o elemento que sofre oxidação (agente redutor) e o que sofre redução (agente oxidante). As pilhas são simplesmente aparelhos construídos de modo que os elétrons transferidos de uma espécie química para outra possam fl uir por meio de um fi o metálico e, conse- quentemente, ser aproveitados para a produção de corrente elétrica (energia). 1 Em 1836, o cientista inglês John Frederic Daniell (1790-1845) teve a ideia de separar fi - sicamente os metais zinco e cobre da experiência descrita anteriormente. Ele criou dois compartimentos: um com uma placa de zinco imersa em uma solução de sulfato de zinco (eletrodo de zinco) e outro com uma placa de cobre imersa em uma solução de sulfato de cobre (eletrodo de cobre). Conectou as duas placas com um fi o metálico adaptado a uma lâmpada, a qual se acendeu, indicando a passagem de corrente (o fl uxo de elétrons pelo fi o produziu a corrente elétrica). Com isso, foi criada uma pilha, denominada pilha de Daniell. Fio metálico Semicela Zn (aq.) /Zn (s) Semicela Cu (aq.) /Cu0 (s) Solução aquosa de ZnSO 4 1,0 mol/L (incolor – aqui representada por um tom de azul bem claro) Solução aquosa de CuSO 4 1,0 mol/L (azul) Lâmina de cobreLâmina de zinco Placa porosa (permite a passagem de íons para manter o equilíbrio de cargas em solução) 2+ 2+0 Observação 1 As pilhas, ou células voltaicas (homenagem a Volta), ou ainda células galvânicas (homenagem a Luigi Galvani), utilizam uma reação química de oxirredução espontânea para produzir corrente elétrica. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 36 9/19/18 8:11 AM 37 Q U ÍM IC A Para entendermos melhor a origem da corrente elétrica na pilha de Daniell, vamos observar a aparência dessa pilha depois de algum tempo. Lâmina de cobreLâmina de zinco Na ilustração, é possível perceber que a lâmina de zinco está corroída. Isso acontece porque ela sofre oxidação, de acordo com a semirreação: Zn0 (s) w Zn2+ (aq.)+ 2 e– O eletrodo em que ocorre a oxidação é chamado ânodo da pilha. Os átomos de zinco metálico (Zn0) fi cam dispersos na solução na forma de cátions Zn2+, o que explica a diminuição de tamanho da lâmina, isto é, sua corrosão. Os elétrons libera- dos na oxidação do zinco percorrem o fi o condutor (exatamente como na pilha de Volta), passando pela lâmpada, que se acende. O eletrodo de zinco é, portanto, aquele que for- nece os elétrons – partículas de carga negativa – que constituem a corrente elétrica. Por essa razão, esse eletrodo é chamado polo negativo da pilha. Quando os elétrons chegam à lâmina de cobre, eles começam a reduzir os íons cobre II dissolvidos na solução: Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu0 (s) O eletrodo em que ocorre redução é chamado cátodo da pilha. Isso explica por que a lâmina de cobre aumenta sua massa – por causa da deposição de mais átomos de cobre metálico (Cu0) a sua estrutura. É também por essa razão que a co- loração azul da solução perde intensidade, pois o que confere essa cor são os íons cobre II, que estão deixando a solução para formar cobre metálico. Na pilha de Daniell, o polo po- sitivo – para onde se dirigem os elétrons – é o eletrodo de cobre. O acúmulo de cátions Zn2+ na solução do eletrodo de zinco poderia se tornar um pro- blema para o funcionamento da pilha, porque a alta concentração desses íons começaria a “forçar” a reação inversa da oxidação (a redução) do zinco: Zn2+ (aq.) + 2 e– w Zn0 (s) Isso não acontece graças à presença da placa porosa que divide os dois eletrodos. Ela permite a passagem dos íons Zn2+ para o outro lado da pilha (o eletrodo de cobre), en- quanto os íons sulfato SO 4 2– fazem o caminho inverso. Assim, o equilíbrio elétrico da pilha é mantido. Alternativamente, no lugar da placa porosa, poderia ser usada uma ponte salina, como indica a fi gura a seguir. Ponte salina Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 37 9/19/18 8:12 AM 38 CAPÍTULO 2 A ponte salina é constituída de um tubo em “U” preenchido por uma gelatina com, nor- malmente, cloreto de potássio. A função da ponte salina é a mesma da placa porosa: permi- tir o escoamento de íons de uma solução para outra e a consequente manutenção do bom funcionamento da pilha. No caso da pilha de Daniell, como já estudamos, o excesso de cá- tions Zn2+ “dirige-se” para o eletrodo de cobre (chamado cátodo – para onde se “dirigem” os cátions) e, para contrabalançar, os íons SO 4 2– fazem o caminho inverso: “vão” para o eletrodo de zinco (chamado ânodo – para onde se “dirigem” os ânions). 1 Interação Os capítulos 2 e 3 estão intimamente ligados aos fenômenos elétricos e seus elementos como geradores (as pilhas são geradores de corrente contínua) e receptores – como as eletrólises ígnea e aquosa – que serão objeto de estudo na área da Física, caderno 10, capítulos 1 a 4. Tensão elŽtrica de uma pilha A tensão elétrica de uma pilha pode ser denominada diferença de potencial (ddp), “voltagem”, ou ainda força eletromotriz (fem). Na verdade, a fem corresponde à ddp da pilha quando esta não estiver em funcionamento. É preciso lembrar que a tendência que o zinco apresenta em sofrer oxidação pode ser quantifi cada em +0,76 V (potencial de oxidação). Já a tendência do cobre II em sofrer redu- ção é quantifi cada em +0,34 V (potencial de redução). Na pilha de Daniell, esses efeitos se somam: o zinco “doa” seus elétrons pelo fi o em direção ao eletrodo de cobre, onde eles são “capturados” pelos íons cobre II. A soma desses efeitos é a ddp da pilha. Nesse caso: +0,76 V + 0,34 V = +1,10 V 1,10 V Voltímetro Placa de zinco (Zn0) Placa de cobre (Cu0) Assim, podemos calcular a ddp de uma pilha pela fórmula: ddp = E0 oxi. do ânodo + E0 red. do cátodo Para determinar o potencial de oxidação do zinco, por exemplo, basta montar uma pi- lha semelhante à de Daniell, sendo o outro eletrodo o de hidrogênio. Logo será observada a corrosão da lâmina de zinco, o que evidencia sua oxidação (ânodo). Mede-se, então, a ddp da pilha comum voltímetro. 0,76 V Voltímetro 1 mol Zn2+/L 1 mol H+/L H 2(g) (1 atm) Placa de zinco (Zn0) Observação 1 A representação simplifi cada da pilha de Daniell é: Zn0|Zn2+||Cu2+|Cu0 É importante observar que o zinco sofre oxidação (passa de zinco metálico para cátion zinco), correspondendo ao ânodo e ao polo negativo da pilha, e que no eletrodo de cobre acontece a redução (transformação de cátion cobre II para cobre metálico), correspondendo ao cátodo e ao polo positivo da pilha. O fl uxo de elétrons acontece do eletrodo de zinco para o de cobre. Por convenção, considera-se o sentido da corrente elétrica como o inverso do caminho percorrido pelos elétrons. Nesse caso, então, o sentido da corrente é do cobre para o zinco. e– Corrente elétrica ( i ) Placa de zinco (Zn0) Placa de cobre (Cu0) Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 38 9/19/18 8:12 AM 39 Q U ÍM IC A Como a ddp da pilha pode ser calculada por E0 oxi. do ânodo + E0 red. do cátodo , temos: +0,76 V = E0 oxi. do ânodo + 0,0 V w E0 oxi. do ânodo = +0,76 V Portanto, o potencial do Zn0|Zn2+ vale +0,76 V. Dependendo do metal que estiver conectado ao fi o de platina do eletrodo de hidrogê- nio, neste último poderá ocorrer também oxidação (nesse caso, o eletrodo de hidrogênio será o ânodo): H 2(g) w 2H+ (aq.) + 2 e– E0 oxi. = 0,0 V O metal sofrerá redução (cátodo), e o seu potencial de redução poderá ser cal- culado de maneira análoga ao cálculo do potencial de oxidação do zinco, descrito anteriormente. Conforme a pilha vai funcionando, percebe-se pelo voltímetro que sua ddp vai se aproximando do zero, até zerar completamente. Isso acontece porque, no início, tem-se uma concentração de 1 mol/L dos íons Cu2+ na solução do eletrodo de cobre. Esses íons, por terem uma razoável tendência em sofrer redução, capturam os elétrons que vêm da oxidação do zinco. Conforme os íons Cu2+ vão sendo consumidos, sua concentração na solução diminui (fi ca abaixo de 1 mol/L), e o valor do potencial de redução também diminui (que não é mais o valor-padrão de +0,34 V, pois a concentração dos íons Cu2+ não é mais 1 mol/L). Simultaneamente, o potencial de oxidação do zinco diminui até que a ddp da pilha fi que praticamente igual a zero. Isso não signifi ca que os reagentes das reações de redução e de oxidação acabaram, mas apenas que a possibilidade de o zinco metálico restante doar seus elétrons para os poucos cátions Cu2+ remanescentes fi cou praticamente nula. 1 Decifrando o enunciado Lendo o enunciado O texto I diz que o acetato sofrerá oxidação. Veja dois trechos: “Em uma biocélula microbiológica, bactérias catalisam reações de oxidação...” “Uma reação típica que ocorre em biocélulas microbiológicas utiliza o acetato como substrato.” Assim, deve-se usar a expressão: ∆E0 = E0 maior – E0 menor Lembre-se de que são quatro pilhas ligadas em série. Portanto, o valor obtido de ∆E0 deve ser multiplicado por quatro. (Enem) Texto I Biocélulas combustíveis são uma alternativa tecnológica para substituição das baterias convencionais. Em uma biocélula microbiológica, bactérias catalisam reações de oxidação de substratos orgânicos. Liberam elétrons produzidos na respiração celular para um eletrodo, onde fl uem por um circuito externo até o cátodo do sistema, produzindo cor- rente elétrica. Uma reação típica que ocorre em biocélulas microbiológicas utiliza o acetato como substrato. AQUINO NETO, S. Preparação e caracterização de bioanodos para biocélula a combustível etanol/O 2 . Disponível em: <www.teses.usp.br>. Acesso em: 23 jun. 2015. (Adaptado.) Texto II Em sistemas bioeletroquímicos, os potenciais-padrão (E0’) apresentam valores caracte- rísticos. Para as biocélulas de acetato, considere as seguintes semirreações de redução e seus respectivos potenciais: 2CO 2 + 7H+ + 8 e– w CH 3 COO– + 2H 2 O E0’= –0,3 V O 2 + 4H+ + 4 e– w 2H 2 O E0’ = 0,8 V SCOTT, K.;YU, E. H. Microbial electrochemical and fuel cells: fundamentals and applications Wood- head Publishing Series in Energy, n. 88, 2016. (Adaptado.) Nessas condições, qual é o número mínimo de biocélulas de acetato, ligadas em série, necessárias para se obter uma diferença de potencial de 4,4 V? a) 3 b) 4 c) 6 d) 9 e) 15 Resolução Resposta: B Pelos potenciais de redução, o oxigênio reduzirá e o acetato oxidará segundo a adição das semirreações de redução e oxidação a seguir: Polo (+): redução: 2O 2 + 8H+ + 8 e– w 4 H 2 O E0’ = 0,8 V Polo (–): oxidação: CH 3 COO– + 2H 2 O w 2CO 2 +7H+ + 8 e– E0’ = 0,3 V Equação global: CH 3 COO– + 2O 2 + H+ w 2 H 2 O + 2CO 2 ∆E0’ = 1,1 V Sabendo que uma pilha fornece 1,1 V, para obter uma diferença de potencial de 4,4 V, serão necessárias quatro pilhas ligadas em série. Curiosidade 1 A ddp da pilha, além de depender da quantidade de espécies químicas no equilíbrio, também é dependente da temperatura. A equação de Nernst mostra essa relação: ∆E = ∆E0 – F ⋅ ⋅ R T n ⋅ ,n Q Como essa equação não é estudada no Ensino Médio, vamos fi car atentos apenas que os parâmetros ∆E e T ⋅ ∆E é a variação do potencial eletroquímico em determinada concentração e temperatura, e T é a temperatura absoluta. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 39 9/19/18 8:12 AM 40 CAPÍTULO 2 Funcionamento de uma pilha caseira Observe a montagem de uma pilha caseira. Suco de laranja Cobre MagnŽsio A pilha caseira, feita com suco de laranja, apresenta duas barras metálicas: uma de magnésio e outra de cobre. Entre esses dois metais, o magnésio é o de maior potencial de oxidação. Portanto, a semirreação de oxidação que ocorre é: Mg0 (s) w Mg2+ (aq.) + 2 e– Dessa semirreação, surgem os elétrons que constituirão a corrente elétrica, permitin- do que o relógio funcione perfeitamente. Com o tempo, poderemos observar a corrosão do eletrodo de magnésio. Como já estudamos, toda oxidação é acompanhada de uma re- dução. Entretanto, apesar de existir uma lâmina de cobre (Cu0), não há íons cobre II (Cu2+) no suco de laranja para que a sua redução aconteça. O problema, nesse caso, é saber o que está se reduzindo. Para isso, é preciso lembrar que o suco de laranja é conhecido por sua acidez, o que signifi ca que ele tem íons H+ (H 3 O+), prontos para sofrerem redução: 2H+ (aq.) + 2 e– w H 2(g) A maior prova de que isso realmente acontece são as bolhas de gás hidrogênio que se formam ao redor da lâmina de cobre. É assim que funciona a pilha caseira: com o magnésio fornecendo elétrons e os íons H+ capturando-os do outro lado, o fl uxo de elétrons é contínuo, e o relógio pode, por algum tempo, funcionar normalmente. Da pilha de Volta às pilhas modernas Acompanhe a seguir a evolução das pilhas ao longo dos anos. Pilhas modernas não recarregáveis Estudaremos a seguir as pilhas classifi cadas como não recarregáveis: pilha de Leclan- ché, pilha alcalina, pilha de lítio-iodo e pilha de mercúrio-zinco. Pilha de Leclanché Em 1866, o engenheiro francês George Leclanché criou a pilha seca. Essa designação é para diferenciá-la das pilhas que usavam soluções aquosas, como a pilha de Daniell. No entanto, a pilha de Leclanché não é totalmente seca. Dentro dela há uma pasta aquosa que contém prin- cipalmente cloreto de amônio (NH 4 Cl), cloreto de zinco (ZnCl 2 ) e dióxido de manganês (MnO 2 ). Observe o esquema simplifi cado dessas pilhas, tão comuns em nosso dia a dia. A parede externa da pilha é composta de zinco, um metal com um potencial de oxi- dação razoavelmente alto. Assim, é o zinco que sofre oxidação, sendo o ânodo (polo negativo) da pilha: Zn0 (s) w Zn2+ (aq.) + 2 e– E0 oxi. = +0,76 V Na superfície do bastão central de grafi te (polo positivo/ cátodo), ocorre a reação de redução: 2MnO 2(s) + 2NH+ 4(aq.) + 2 e– w Mn 2 O 3(s) + 2NH 3(g) + H 2 O (,) E0 red. = +0,74 V Essa segunda reação é irreversível. Por isso, esta não é uma pilha recarregável. Cálculo da ddp da pilha seca: E0 oxi. do ânodo + E0 red. do cátodo = +0,76 V + 0,74 V = 1,50 V Se você montar um relógio de parede conforme mostra a fi gura, ele funcionará normalmente. Para entender como isso é possível, vamos estudar de que forma as pilhas geram energia elétrica. Separador de papel Pasta úmida de ZnCl 2 e NH 4 Cl Camada de MnO 2 Grafite (cátodo) Zinco (ânodo) + – Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 40 9/19/18 8:12 AM 41 Q U ÍM IC A Independentemente de se considerar a pilha pequena, média ou grande, a ddp dessas pilhas caseiras será sempre de +1,5 V (consulte a embalagem de uma delas), porque as substâncias presentes serão sempre as mesmas e, portanto, os potenciais de oxidação e redução também. Lembrando que esses potenciais não dependem da quantidade usada das substâncias, e sim de suas concentrações. A ddp de 1,5 V é capaz de fornecer uma corrente de 0,5 A por seis horas, aproximada- mente. Contudo, alternando-se períodos de uso com alguns períodos de repouso, pode-se melhorar esse desempenho. Acontece que, com o uso ininterrupto, um fato indesejável acontece: o gás amônia (NH 3 ) formado no cátodo pode envolver a barra de grafi te de ma- neira que a reação de redução seja difi cultada e a pilha pare de funcionar. No entanto, nos períodos de descanso, a amônia vai, lentamente, reagindo com os cátions zinco formados no ânodo (polo negativo). O consumo da amônia “libera” a bar- ra de grafi te para que a reação de redução volte a acontecer e a pilha possa voltar a funcionar por mais algum tempo. Essa reação, chamada complexação, não é estudada detalhadamente no Ensino Médio. Você já percebeu que algumas pessoas colocam pilhas gastas na geladeira, alegando que assim elas serão recarregadas? Contudo, a reação do cátodo é irreversível, portanto esse raciocínio não é verdadeiro. É fato que, às vezes, uma pilha gasta guardada na geladeira parece “adquirir nova carga” por algum tempo. Isso acontece porque a baixa temperatura favorece a solubilização do gás amônia – aquele que prejudica o bom funcionamento da pilha por recobrir o bastão de grafi te – na pasta aquosa contida na pilha. Isso, porém, é sufi ciente para dar “nova vida” à pilha somente por alguns poucos minutos. Pilha alcalina As reações de uma pilha alcalina são muito semelhantes às da pilha de Leclanché. A diferença principal é a troca do eletrólito cloreto de amônio (NH 4 Cl, um sal com caracte- rísticas ácidas) por hidróxido de potássio (KOH), uma substância básica, ou alcalina, o que explica a designação pilha alcalina. As reações dessa pilha: Ânodo: Zn0 (s) w Zn2+ (aq.) + 2 e– Cátodo: 2MnO 2(s) + H 2 O (,) + 2 e– w Mn 2 O 3(s) + 2OH– (aq.) A ddp dessa pilha é a mesma da pilha de Leclanché. É fato, porém, que as pilhas alcalinas têm melhor desempenho e duram mais. A seguir, são apresentadas algumas razões. • O hidróxido de potássio é melhor condutor de eletricidade que o cloreto de amônio e impõe menor resistência à passagem interna dos íons, o que melhora o desempenho da pilha. • A ausência do cloreto de amônio elimina o problema da formação do gás amônia, que prejudica o bom funcionamento da pilha. • A ausência de meio ácido na pasta (uma vez que não há mais cloreto de amônio) dá vida mais longa ao zinco (metal do ânodo), que é corroído pela acidez. 1 Pilha de lítio-iodo Essa pilha é muito leve e pode funcionar – gerando uma voltagem de 2,8 V – por apro- ximadamente dez anos. Por isso, é a pilha usada nos marca-passos cardíacos. As semirreações são: Ânodo: Li w Li+ + e– Cátodo: I 2 + 2 e– w 2I– Pilha de mercúrio-zinco Essa pilha é também conhecida por pilha de Ruben-Mallory. É constituída por zinco me- tálico e uma pasta aquosa com hidróxido de potássio (KOH) e óxido de mercúrio II (HgO). Normalmente é produzida em tamanhos bem pequenos (chamada pilha-botão) e, por isso, é muito útil para os aparelhos de dimensões reduzidas, como calculadoras,relógios de pulso, agendas eletrônicas, aparelhos de surdez, etc. As reações envolvidas são: Ânodo: Zn (s) + 2OH– (aq.) w ZnO (s) + H 2 O (,) + 2 e– Cátodo: HgO (s) + H 2 O (,) + 2 e– w Hg (,) + 2OH– (aq.) Atenção 1 Por que o cloreto de amônio apresenta características ácidas? Lembre-se de que alguns sais podem sofrer hidrólise. Na água pura, além das moléculas de H 2 O, existem os íons H+ (responsáveis pela acidez) e OH– (responsáveis pela alcalinidade na mesma concentração. Ao se dissolver o NH 4 Cl em água, o NH+ 4 , por ser derivado de uma base fraca (NH 4 OH), “captura” os íons OH–. Já os íons Cl–, por serem derivados de um ácido forte (HCl), não são “captores” de H+. Assim, ocorre uma sobra de H+ na solução, que se torna ácida. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 41 9/19/18 8:12 AM 42 CAPÍTULO 2 Pilhas recarregáveis Quando as reações de oxidação e de redução de uma pilha são reversíveis, tem-se uma pilha recarregável. A recarga consiste em se instalar um gerador de eletricidade capaz de fornecer uma ddp maior que a da pilha em questão. Conectando-o à pilha, as semirrea- ções acontecerão em sentido oposto ao que ocorre quando a pilha está em funcionamen- to. Dessa maneira, os reagentes são regenerados, e a pilha estará pronta para ser usada novamente. Pilha de níquel-cádmio (NiCd) Essa pilha foi muito usada em telefones celulares. Atualmente, está sendo substituída por outras mais modernas. Suas reações são: Ânodo: Cd (s) + 2OH– (aq.) w Cd(OH) 2(s) + 2 e– Cátodo: 2NiO(OH) (s) + 2H 2 O (,) + 2 e– w2Ni(OH) 2(s) + 2OH– (aq.) Bateria de automóvel Só se poderá dar partida no motor de um automóvel com o auxílio de uma peça que apresenta seis pilhas ligadas em série, isto é, uma bateria de seis pilhas. Com isso, fi ca cla- ro o uso do termo bateria. Cada uma dessas pilhas apresenta uma voltagem de 2 V; juntas, totalizam 12 V. Cátodo H 2 SO 4(aq.) Placas de chumbo recobertas com chumbo esponjoso Placas de chumbo recobertas com PbO 2 Ânodo – + As reações que ocorrem são: Ânodo: Pb (s) + HSO– 4(aq.) w PbSO 4(s) + H+ (aq.) + 2 e– Cátodo: PbO 2(s) + 3H+ (aq.) + HSO– 4(aq.) + 2 e– w PbSO 4(s) + 2H 2 O (,) Global: Pb (s) + PbO 2(s) + 2H+ (aq.) + 2HSO– 4(aq.) x 2PbSO 4(s) + 2H 2 O (,) A reação global é reversível, o que faz com que as baterias dos automóveis possam ser recarregadas. De fato, isso acontece toda vez que o motor do carro está ligado, quando a bateria recebe energia elétrica de uma peça chamada alternador. Você já viu alguma vez um mecânico testar “a carga” de uma bateria usando um densímetro? Isso acontece porque o ácido sulfúrico é mais denso que a água; conforme a bateria vai funcionando, o ácido vai sendo consumido e a água sendo produzida (consulte as rea- ções anteriores). Isso signifi ca que, quanto menor for o valor da densidade da solução contida na bateria, mais descarregada ela estará. Valores inferiores a 1,20 g/mL indicam uma bateria que só poderá ser recarregada em ofi cinas especializadas. Pilhas, baterias e metais pesados A quantidade de telefones celulares espalhados pelo país trouxe um problema que ainda chama pouco a atenção, mas tende a se tornar uma tremenda dor de cabeça. Desde 2003, o número de telefones celulares no Brasil ultrapassou o número de fi xos. O país tem 283,5 milhões de celulares (abril de 2015). O que fazer com as baterias velhas de telefo- ne celular, cuja matéria-prima são metais pesados de alto teor tóxico, como o cádmio e o níquel? Metais pesados não são degradados pelos microrganismos e se acumulam no ambiente. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 42 9/19/18 8:12 AM 43 Q U ÍM IC A Com o passar do tempo, as baterias descartadas deixam vazar um líquido que pode contaminar rios e lençóis freáticos. Quando ingeridos, acumulam-se no organismo e causam, em longo prazo, doenças no sistema nervoso, nos rins e nos ossos. Poucos usuários estão informados sobre o que fazer com as baterias antigas. E há poucos da- dos sobre o nível de comprometimento de revendedores e assistências técnicas com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Sabe-se, no entanto, que é considerável o número de celulares com baterias de níquel-cádmio que ainda circula pelo país. A deposição desse tipo de bateria no lixo comum pode gerar danos à saúde e ao meio ambiente. Os metais pesados podem causar diversos riscos à saúde. Observe alguns exemplos. • Cádmio. É um agente cancerígeno e teratogênico (acarreta mutação genética); causa disfunção renal e problemas nos pulmões. Quando inalado, é fatal. • Mercúrio. Os sais de mercúrio são venenos cumulativos. Isso signifi ca que o corpo humano só consegue eliminar esse metal aos poucos. Ele causa intoxicação aguda: efeitos corrosivos na pele e nas mucosas, náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia com sangue. São comuns danos aos rins e morte em poucos dias; intoxicação crônica: são comuns tremores, descoordenação motora, vertigens, irritabilidade e depressão, além de perda de visão, audição e deterioração mental. • Chumbo. Afeta seriamente os rins e os sistemas digestório, reprodutor e nervoso. É co- mum causar convulsões, náuseas, vômitos, psicose e anemia (inibe a produção de he- moglobina), além de elevar a pressão arterial. É um agente teratogênico. A intoxicação por chumbo chama-se saturnismo ou plumbismo. • Níquel. Ainda que importante para o organismo na concentração de três partes por milhão, o seu contato com a pele provoca dermatites acompanhadas de queimação, podendo formar feridas. Algumas pessoas são mais sensíveis a esse metal, por isso sentem coceiras e desenvolvem eczemas quando usam pulseiras de aço inoxidável (que contém níquel, além de ferro e cromo). O maior perigo, contudo, é a sua inalação frequente, que pode causar câncer de pulmão. Procure jogar suas pilhas e baterias em lixos próprios para isso. Existem alguns estabe- lecimentos que oferecem coletores seletivos. Construção de uma pilha com materiais de baixo custo Vamos realizar um experimento que permite criar uma pilha caseira. Essa pilha forne- cerá energia sufi ciente para operar relógios, calculadoras ou outros equipamentos que usem pilhado tipo AA (ou necessitem de energia máxima equivalente a 1,5 V). A pilha utilizará eletrodos de cobre (que podem ser compostos por cabos de cobre ou barras de cobre, ambos com diâmetro mínimo de 0,5 cm, encontrados em lojas de mate- riais de construção, ou ainda moedas de 5 ou 10 centavos) e de magnésio (liga de magné- sio, encontrada em lojas de material de soldagem e/ou em ofi cinas que consertam rodas esportivas) ou de zinco (clipes de papel). Para a conexão dos eletrodos ao aparelho escolhido, o diâmetro do fi o deverá estar entre 0,4 e 0,8 mm. O circuito interno será uma fruta cítrica (pode ser laranja, limão, aba- caxi, melancia, etc.). Os eletrodos deverão perfurar a fruta de modo que no interior dela se forme suco livre, que servirá como meio eletro- lítico, de acordo com o esquema a seguir. Essa pilha envolve as seguintes semirreações com seus respectivos potenciais-padrão, a 25 °C e 1 atm: Mg2+ + 2 e– w Mg E0 = –2,36 V 2H 2 O + 2 e– w H 2 + 2OH- E0 = –0,83 V 2H+ + 2 e– w H 2 E0 = 0 V Após a montagem da pilha, meça, usando um voltímetro, a diferença de potencial fornecida pelo sistema e compare com o valor teórico. Avalie também o tempo que um relógio trabalha e se trabalha corretamente (observe se o relógio adianta ou atrasa). +– Mg M Cu Fruta cítrica Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 43 9/19/18 8:12 AM 44 CAPÍTULO 2 Conexões Células ou pilhas de combustível: será o fim do uso, como combustível, dos derivados do petróleo? As células de combustível são dispositivos que convertem energia química em energia elétrica, a partir de reações quími- cas de oxirredução. Funciona como se fosse uma pilha, mas se diferencia no fato de que as espéciesquímicas envolvidas são fornecidas continuamente. Existem diversas alternativas que podem ser usadas para esse fi m, mas a mais atraente é a que usa hidrogênio e oxigênio, que podem ser obtidos da decomposição da água. Na parte interior da pilha, o eletrólito pode ser formado por diversos materiais, sendo que, na maioria das vezes, é usado o íon H+. A fi gura a seguir mostra o diagrama esquemático de uma célula de combustível com as reações que ocorrem no ânodo e no cátodo. Carga e– +– Eletrodos H+ M e m b ra n a d e tr o ca d e p ró to n s (E le tr ó lit o ) Reciclagem do H 2 que não reagiu H 2 combustível Saída de vapor de H 2 O O 2 BAIRD, C., CANN, M. Química ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. O uso desses dispositivos é muito sustentável por diversas razões, entre elas: • Maior efi ciência energética: os veículos movidos a combustíveis fósseis têm efi ciência entre 15-25%, para os veículos a gasolina, e 30-35%, para os veículos a diesel. As células a combustível apresentam em torno de 50-55%. • Redução da poluição atmosférica: veículos movidos a combustão interna emitem diferentes poluentes atmosféricos, entre eles óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono, compostos orgânicos voláteis, etc. O único produto da célula de combustível a hidrogênio é a água. • Redução das emissões de dióxido de carbono: as células de combustíveis a hidrogênio não usam compostos orgâni- cos durante seu funcionamento. Cada célula de combustível é capaz de fornecer 0,8 V quando em operação a 80 °C. Assim, para movimentar um veícu- lo, muitos desses dispositivos deverão ser associados em série. Pesquisadores no mundo todo desenvolvem trabalhos relacionados a esse tipo de geração de energia – para melho- rar o desempenho e diminuir os custos – com o intuito de um maior uso pela nossa sociedade. A respeito da pilha de combustível movida a hidrogênio, escreva: a) a equação da reação que acontece no polo negativo; b) a equação da reação que acontece no polo positivo; c) a equação global da célula de combustível. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 44 9/19/18 8:12 AM 45 Q U ÍM IC A Atividades 13. (UEPG-PR) Sobre a pilha esquematizada abaixo, assinale o que for correto. (01) Seu funcionamento diminui a concentração de íons B3+. (02) O eletrodo B sofre oxidação. (04) O eletrodo A é denominado cátodo. (08) A equação global é dada por 2B (s) + 3A2+ (aq.) w 2 B3+ (aq.) + + 3A (s) . (16) O eletrodo B sofre corrosão. Some os números dos itens corretos. 14. (Uece) Um estudante de química da FECLESC – unidade da Uece que em 2013 completou 30 anos – está tentando fabricar uma pilha usando prata e cobre, a partir da reação 2Ag (s) + Cu2+ w 2Ag1+ + Cu (s) Considerando as semirreações Ag1+ w Ag (s) e Cu2+ w Cu (s) , bem como os potenciais de redução E0 = 0,80 V e E0 = 0,34 V, marque a alternativa que preenche adequa- damente as lacunas da frase a seguir. E correto afi rmar-se que a pilha tem ddp de volts, e a reação no sentido indicado é . a) +1,14; espontânea b) –1,14; não espontânea c) –0,46; não espontânea d) +0,46; espontânea R e p ro d u • ‹ o / U E P G -P R . 15. (Ufal) Os potenciais de eletrodo padrão de três reações são: Zn2+ (aq.) + 2 e– x Zn (s) E0 = –0,76V Fe2+ (aq.) + 2 e– x Fe (s) E0 = –0,44V Fe3+ (aq.) + e– x Fe2+ (aq.) E0 = +0,76V A voltagem de uma célula galvânica envolvendo zinco e ferro e 0,32 V. Qual das notações químicas a seguir defi ne corretamente essa célula? a) Zn|Zn2+|Fe b) Zn|Fe2+|Fe3+, Fe3+|Pt c) Zn|Zn2+|Fe2+|Fe d) Zn|Zn2+|Fe3+|Fe e) Zn|Zn2+|Fe2+, Fe3+|Pt 16. (UFT-TO) A fi gura a seguir representa uma célula galvânica conhecida como a pilha de Daniell. No compartimento da esquerda, tem uma placa de zinco mergulhada em solução de sulfato de zinco a 1,00 mol/L e, no compartimento da direita, tem uma placa de cobre mergulhada em uma solução de sulfato de cobre 1,00 mol/L. As placas estão interligadas por um fi o condutor (circuito externo), e as soluções estão unidas por uma ponte salina que é uma solução saturada de cloreto de potássio. O potencial-pa- drão de redução do Zn2+ é – 0,76V e do Cu2+ é + 0,34V. KCl Zn2+ SO 4 2– Cu2+ SO 4 2– Voltímetro Ânodo Cátodo Placa de zinco (Zn0) Placa de cobre (Cu0) Analise as afi rmações a seguir em relação ao funciona- mento dessa pilha. I. No ânodo ocorre a oxidação do zinco e no cátodo, a redução do cobre. II. A carga do ânodo é positiva, e a do cátodo, negativa. III. O fl uxo de elétrons ocorre do ânodo para o cátodo através do circuito externo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 45 9/19/18 8:12 AM 46 CAPÍTULO 2 IV. Na placa de zinco, ocorre corrosão, liberando íons Zn2+ para a solução, enquanto que, na placa de cobre, ocorre deposição de Cu metálico. V. A função da ponte salina é balancear as cargas, sendo que os cátions K+ migram para a solução de sulfato de zinco e os ânions Cl– migram para a solução de sulfato de cobre. VI. O potencial-padrão dessa pilha é 1,10 volts. VII. O Zn2+ é o agente oxidante, e o Cu2+ é o agente redutor. A alternativa que indica todas as afirmações corretas é: a) II, III e IV apenas. b) I, III, IV e VI apenas. c) I, II, III, V e VI apenas. d) II, III, IV, V, VI e VII apenas. e) I, II, III, IV, V, VI e VII. 17. (UFSC) Na pilha esquematizada a seguir, é fornecido o sentido do fluxo de elétrons. Dados os valores dos poten- ciais-padrão de redução (a 25 °C e 1 atm) do eletrodo de cobre (E red. = 0,34 V) e do eletrodo de prata (E red. = 0,80 V), indique a(s) proposição(ões) correta(s): (01) No eletrodo de cobre ocorre a redução. (02) Os elétrons fluem do eletrodo de cobre para o ele- trodo de prata. (04) O cobre é o agente redutor. (08) A reação global da pilha é: Cu (s) + 2Ag1+ (aq.) w Cu2+ (aq.) + 2Ag (s) . (16) A diferença de potencial da pilha é +0,46 V, nas condições indicadas. (32) A representação correta da pilha é: Ag1+ (aq.) |Ag (s) ||Cu (s) |Cu2+ (aq.) . Dê a soma dos números dos itens corretos. R e p ro d u ç ã o / U F S C -S C , 2 0 0 2 . 18. (PUC-RS) É possível sentir uma “dor fina” ao encostar, em uma obturação metálica (amálgama de mercúrio e prata), um talher de alumínio ou mesmo uma embalagem que seja revestida pelo alumínio e a obturação. Consideran- do as informações a seguir, a afirmação correta é a da alternativa: Al3+ + 3 e– w Al0 E0 = –1,66 V Hg 2 2+ + 2 e– w 2 Hg0 (liga com prata) E0 = +0,85 V a) O cátodo é o alumínio e o ânodo é o mercúrio. b) O alumínio se reduz e o mercúrio se oxida. c) O alumínio funciona como agente oxidante e o mercú- rio como agente redutor. d) O potencial da pilha é –0,81 volts. e) O potencial da pilha é +2,51 volts. 19. (UFJF-MG) Um professor de Química montou no labora- tório uma pilha na qual as duas semirreações são: Fe0|Fe2+ e Cu2+|Cu0. Foram usados materiais de baixo custo, mais precisamente um prego (contendo ferro) e uma barra de cobre, como eletrodos, mergulhados nas respectivas solu- ções de sulfato de ferro II e sulfato de cobre II. O professor lançou o seguinte desafio aos alunos: “O que devo fazer para aumentar a vida útil desta pilha?” Várias respostas foram dadas: I. Usar uma solução de sulfato de ferro II mais concentrada. II. Retirar a ponte salina entre as soluções. III. Usar uma solução de sulfato de cobre II mais concentrada. IV. Usar um prego maior. Dados: Fe2+ (aq.) + 2 e– x Fe (s) E0 = –0,440V Cu2+ (aq.) + 2 e– x Cu (s) E0 = –0,337V Marque a alternativa que contém as afirmativas corretas. a) Somente I e II estão corretas. b) Somente III está correta. c) Somente II e IV estão corretas. d) Somente III e IV estão corretas. e) I, II, III e IV estão corretas. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 46 9/19/18 8:12 AM 47 QU ÍM IC A 20. +Enem [H25] A presença de restaurações metálicas na boca pode levar o indivíduo a sentir um pequeno choque ao colocar na boca pedaçosde metal, como o papel laminado de alumínio que envolve uma barra de chocolate. O alumínio, com meio ácido da boca, provoca a transferência de elétrons para o metal da restauração, causando esse choque. Com base no fenômeno descrito, pode-se afi rmar que o alumínio: a) sofre redução, funcionando como cátodo. b) provoca a oxidação do metal da restauração. c) é o agente oxidante, pois sofre redução. d) é o agente redutor, pois sofre redução. e) sofre oxidação, funcionando como ânodo. Complementares Tarefa proposta 13 a 24 21. (Udesc) Um dos mais promissores sistemas de células de combustível envolve a reação entre o gás hidrogênio e o gás oxigênio para formar água como único pro- duto. Essas pilhas geram eletricidade duas vezes mais eficiente que o melhor motor de combustão interna. As semirreações envolvidas na célula de combustível de hidrogênio e os seus respectivos potenciais-padrão de redução são: I. 4 e– + O 2(g) + 2H 2 O (,) w 4OH– (aq.) E0 = +0,40 V II. 4H 2 O (,) + 4 e– w 2H 2(g) + 4OH– (aq.) E0 = –0,83 V Assinale a alternativa correta em relação às semirreações (I) e (II). a) A força eletromotriz da célula é de –1,23 V; a semirrea- ção (I) ocorre no ânodo, e a semirreação (II) ocorre no cátodo. b) A força eletromotriz da célula é de –0,43 V; a semirrea- ção (I) ocorre no cátodo, e a semirreação (II) ocorre no ânodo. c) A força eletromotriz da célula é de +1,23 V; a semir- reação (I) ocorre no cátodo, e a semirreação (II) ocorre no ânodo. d) A força eletromotriz da célula é de +1,23 V; a semir- reação (I) ocorre no ânodo, e a semirreação (II) ocorre no cátodo. e) A força eletromotriz da célula é de –0,43 V; a semirrea- ção (I) ocorre no ânodo, e a semirreação (II) ocorre no cátodo. 22. (Fuvest-SP) A bateria comum de automóvel e constituída de ânodos de chumbo e cátions de óxido de chumbo. Esses eletrodos são imersos em uma solução de ácido sulfúrico de título 38%. Na bateria em operação ocorre a seguinte reação: Pb (s) + PbO 2(s) + 2H+ (aq.) + 2HSO– 4(aq.) w 2PbSO 4(s) + 2H 2 O (,) a) Escreva as semirreações de oxidação e de redução que ocorrem em cada um dos eletrodos, sabendo que em ambos se forma PbSO 4 sólido. b) Explique por que a determinação da densidade da so- lução de ácido sulfúrico permite estimar a carga da bateria. 23. (Vunesp) Quando se coloca um pedaço de zinco metálico numa solução aquosa diluída de cloreto de cobre (II), de cor azul, observa-se que a intensidade da cor da solução vai diminuindo até se tornar incolor. Ao mesmo tempo, observa-se a deposição de cobre metálico sobre o zinco metálico. Ao término da reação, constata-se que uma par- te do zinco foi consumida. a) Explique o fenômeno observado. Escreva a equação química correspondente. b) O que acontecerá quando um pedaço de cobre metáli- co for colocado em uma solução aquosa de cloreto de zinco? Justifi que a resposta. 24. (FEI-SP) Com relação a uma pilha eletroquímica, são feitas as seguintes afi rmações: I. No cátodo ocorre redução dos íons da solução. II. A passagem de elétrons, no circuito externo, é do cá- todo para o ânodo. III. O ânodo sofre redução de massa. São verdadeiras as seguintes sentenças: a) I e II. b) II e III. c) I e III. d) todas. e) somente I. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 47 9/19/18 8:12 AM 48 CAPÍTULO 2 Tarefa proposta Para reduzir o íon nitrato, deve-se reagi-lo com: a) cloreto de sódio. b) cloro gasoso. c) sulfato de zinco. d) zinco em pó. e) cloreto de zinco. 5. (Cesgranrio-RJ) Uma indústria que necessita estocar solu- ções de nitrato de níquel de concentração molar igual a 1 mol/L, a 25 °C (Ni2+/Ni: – 0,25 V), dispõe dos tanques I, II, III e IV relacionados a seguir. Tanque I: construído de ferro (Fe2+/Fe: –0,44 V) Tanque II: construído de chumbo (Pb2+/Pb: –0,13 V) Tanque III: construído de zinco (Zn2+/Zn: –0,76 V) Tanque IV: construído de estanho (Sn2+/ Sn: –0,14 V) Quais os tanques que poderão ser usados para que a so- lução a ser estocada não se contamine? a) Somente I e IV. b) Somente II e III. c) Somente II e IV. d) Somente III e IV. e) Somente I e III. 6. (Fuvest-SP) Deseja-se distinguir, experimentalmente, o es- tanho do zinco. Para tal, foram feitos três experimentos. I. Determinou-se a densidade de um dos metais, a 20 °C, com margem de erro de 3%, e achou-se o valor 7,2 g/cm3. II. Colocou-se, separadamente, cada um dos metais em uma solução aquosa de ácido clorídrico, de concentra- ção 1 mol/L. III. Colocou-se, separadamente, cada um dos metais em uma solução aquosa de sulfato ferroso, de concentra- ção 1 mol/L. Para cada um dos experimentos, com base nos dados fornecidos, explique se foi possível ou não distinguir um metal do outro. Dados: Metal (Me) Densidade a 20 oC (g/cm3) E0 red. (Me2+, Me) V Sn 7,29 –0,14 Zn 7,14 –0,76 Fe — –0,44 7. (Faap-SP) Uma indústria dispõe de dois tanques para esto- car uma solução de sulfato de níquel II, de concentração 1 mol/L. Um deles é construído em ferro e outro tem um revestimento interno de chumbo. Relativamente à conta- minação da solução a estocar, por parte do material de construção do tanque, podemos concluir que: Dados: Pb2+ + 2 e– w Pb0 E0 = –0,13V Ni2+ + 2 e– w Ni0 E0 = –0,25V Fe2+ + 2 e– w Fe0 E0 = –0,44V 1. (Fuvest-SP) Considere os seguintes potenciais-padrão de redução: Semirreação (em solução aquosa) Potencial (volt) Ce4+ + 1 e– w Ce3+ 1,61 Sn4+ + 2 e– w Sn2+ 0,15 a) Representar a reação que ocorre numa solução aquosa que contenha essas espécies químicas, no estado-padrão. b) Na reação representada, indicar a espécie que age como oxidante e a que age como redutora. 2. (ITA-SP) Considere as semirreações representadas pelas semiequações abaixo e seus respectivos potenciais-padrão de eletrodo. Fe 2+ (aq.) + 2 e– w Fe (s) E0 = –0,44V 1 3 IO– 3(aq.) + H 2 O (,) + 2 e– w 1 3 I– (aq.) + 2OH– (aq.) E0 = +0,26V Ag+ (aq.) + e– w Ag (s) E0 = +0,80V Com base nas informações acima, qual das opções abaixo é relativa à equação química de uma reação que deverá ocorrer quando os reagentes, nas condições padrão, fo- rem misturados entre si? a) Fe 2+ (aq.) + 1 3 I– (aq.) + 2OH– w Fe (s) + 1 3 IO– 3(aq.) + H 2 O (,) b) 2Ag (s) + 1 3 IO– 3(aq.) + H 2 O (,) w 2Ag+ (aq.) + 1 3 I– (aq.) + 2OH– (aq.) c) 1 3 I– (aq.) + 2OH– (aq.) + 2Ag+ (aq.) w 2Ag (s) + 1 3 IO– 3(aq.) + H 2 O (,) d) Fe (s) + 1 3 I– (aq.) + 3H 2 O (,) w Fe2+ (aq.) + 1 3 IO– 3(aq.) + 2OH– (aq.) + 2H 2(g) e) 2Ag (s) + 1 3 I– (aq.) + 3H 2 O (,) w 2Ag+ (aq.) + 1 3 IO– 3(aq.) + 2 OH– (aq.) + + 2H 2(g) 3. (Unimontes-MG) Os cascos de navios e a canalização de oleodutos são feitos de ferro protegidos com plaquetas de magnésio. Fe w Fe2+ + 2 e– E0 = +0,44 V Mg w Mg2+ + 2 e– E0 = +2,37 V As plaquetas de magnésio são utilizadas como eletrodo de sacrifício, pois: a) o magnésio, na célula eletroquímica, atua como metal de sacrifício. b) o eletrodo de magnésio tem maior tendência a ganhar elétrons. c) o eletrodo de ferro, na célula, apresenta maior facilida- de de oxidação. d) o magnésio usado como eletrodo de sacrifício e o agente oxidante. 4. (Fuvest-SP) Considere os potenciais-padrão de redução: Semiequações Potenciais-padrão Cl 2 + 2 e– x 2Cl– E0 = +1,35V NO– 3 + 3H+ + 2 e– x HNO 2 + H 2 O E0 = +0,94V Zn2+ + 2 e– x Zn E0 = –0,76V Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 48 9/19/18 8:12 AM 49 Q U ÍM IC A a) em qualquer dos recipientes ocorre contaminação. b) haverá contaminação por parte do chumbo. c) não haverá contaminação por parte do ferro. d) não haverá contaminação por parte do chumbo. e) é impossível concluir sobre a referida contaminação. 8. (Fuvest-SP) Um tipo de bafômetro usado pela polícia rodoviária para medir o grau de embriaguez dos mo- toristas consiste em uma pilha eletroquímicaque gera corrente na presença de álcool (no ar expirado) devido à reação: 2CH 3 CH 2 OH (g) + O 2(g) w 2CH 3 CHO (g) + 2H 2 O (,) O “suspeito” sopra através de um tubo para dentro do aparelho onde ocorre, se o indivíduo estiver alcoolizado, a oxidação do etanol à etanal e a redução do oxigênio à água, em meio ácido e em presença de catalisador (platina). a) Sabendo-se que a semirreação que ocorre em um dos eletrodos é: CH 3 CH 2 OH w CH 3 CHO + 2H+ + 2 e– Escreva a semirreação que ocorre no outro eletrodo. b) Sendo E0 1 e E0 2 , respectivamente, os potenciais-padrão de redução, em meio ácido, dos eletrodos (CH 3 CHO, CH 3 CH 2 OH) e (O 2 , H 2 O), para que a reação da pilha ocorra é necessário que E0 1 seja maior ou menor do que E0 2 ? Explique. 9. (Fuvest-SP) Panelas de alumínio são muito utilizadas no cozimento de alimentos. Os potenciais de redução (E0) indicam ser possível a reação desse metal com água. A não ocorrência dessa reação é atribuída à presen- ça de uma camada aderente e protetora de óxido de alumínio formada na reação do metal como oxigênio do ar. a) Escreva a equação balanceada que representa a for- mação da camada protetora. b) Com os dados de E0, explique como foi feita a previsão de que o alumínio pode reagir com a água. Semiequações E0 (volt) Al3+ + 3 e– x Al E0 = –1,66 2H 2 O + 2 e– x H 2 + 2OH– E0 = –0,83 10. (UFU-MG) São dadas as seguintes semirreações com os respectivos potenciais de eletrodos: Mg w Mg2+ + 2 e– E0 = +2,34 V Ni w Ni2+ + 2 e– E0 = +0,25 V Cu w Cu2+ + 2 e– E0 = –0,35 V Ag w Ag+ + e– E0 = –0,80 V Considere agora as seguintes reações: I. Mg + Ni2+ w Mg2+ + Ni II. Ni + Cu2+ w Ni2+ + Cu III. 2Ag+ + Mg w Mg2+ + 2Ag IV. Ni2+ + 2Ag w Ni + 2Ag+ A análise das equações I, II, III e IV nos permite concluir que: a) somente II e III são espontâneas. b) somente III e IV são espontâneas. c) somente I e II são espontâneas. d) somente I, II e III são espontâneas. 11. (UEL-PR) Os talheres de prata, embora considerados va- liosos e prazerosos ao olhar, tem como inconveniente o escurecimento. Sabe-se que o contato desses utensílios com alimentos que contém enxofre, como ovos ou cebola, escurece a prata através da formação do sal insolúvel de cor preta, o Ag 2 S. Em um laboratório, duas experiências foram realizadas com o intuito de recuperar o brilho da prata. A primeira delas, realizada com efi ciência, consistiu do uso de H 2 O 2 para oxidar o S2–, na forma de Ag 2 S, em Ag 2 SO 4 de coloração branca. Na segunda experiência, recobriu-se o fundo de uma cai- xa de plástico com uma folha de alumínio, acrescentou-se água quente e uma colher de sopa de sal de cozinha; de- pois depositou-se os talheres enegrecidos de tal maneira que fi caram em contato com o alumínio. Dados: I. Al3+ + 3 e– w Al (s) E0 = −1,67 V II. Ag+ + e– w Ag (s) E0 = 0,80 V III. H 2 O 2 + 2 e– + 2H+ w 2H 2 O E0 = 1,78 V a) Escreva a equação química balanceada do processo de transformação do Ag 2 S em Ag 2 SO 4 por meio do uso de H 2 O 2 . b) Analise se a segunda experiência pode ser usada com efi ciência para recuperar o brilho dos talheres de pra- ta. Justifi que sua resposta. 12. +Enem [H25] Uma liga metálica, ao ser mergulhada em ácido clorídrico, pode permanecer inalterada, sofrer dis- solução parcial ou dissolução total. Observe as reações e os potenciais-padrão de redução: I. Cl 2 + 2 e– w 2Cl– E0 = +1,36 V II. Cu2+ +2 e– w Cu E0 = +0,34 V III. 2H+ + 2 e– w H 2 E0 = 0,00 V IV. Zn2+ + 2 e– w Zn E0 = –0,76 V Ao ser mergulhada em uma solução de HCl, uma liga de cobre e zinco: a) terá o cobre e o zinco sofrendo redução. b) terá o cobre e o zinco sofrendo oxidação. c) terá o cobre permanecendo inalterado e o zinco so- frendo oxidação. d) terá o cobre sofrendo oxidação e o zinco sofrendo re- dução. e) terá o cobre sofrendo redução e o zinco permanecen- do inalterado. 13. (UAM-SP) Nas pilhas comuns, não alcalinas, o ânodo é o eletrodo Zn/Zn2+, ou seja, é o polo: a) negativo, no qual o metal Zn sofre oxidação. b) positivo, no qual íons Zn2+ sofrem redução. c) positivo, no qual o metal Zn sofre redução. d) negativo, no qual íons Zn2+ sofrem oxidação. e) negativo, no qual íons Zn2+ sofre redução. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 49 9/19/18 8:12 AM 50 CAPÍTULO 2 14. (Unicentro-PR) Analise o esquema montado pelo circuito de eletrodos a seguir e assinale a alternativa correta. Voltímetro Ponte salina Cu (aq.) Cu (s) Ni (aq.) Ni (s) 2+ 2+ Cu2+ + 2 e– w 2Cu E0 = +0,34 V Ni2+ + 2 e– w 2 Ni E0 = –0,25 V a) A equação global referente à pilha montada no esque- ma é representada por: Cu2+ + Ni w Ni2+ + Cu, sendo a diferença de potencial igual a 0,59 V. b) A pilha montada no esquema refere-se à pilha de Daniell. c) O eletrodo de cobre sofrerá corrosão ao fi nal do processo. d) O polo positivo, representado pela lâmina de níquel, é denominado de cátodo. e) Analisando a fi gura, na qual está representada a mon- tagem da pilha, pode-se afi rmar que a movimentação dos elétrons ocorre da esquerda para a direita, assim também como o sentido da corrente elétrica. 15. (Unifesp) Ferro metálico reage espontaneamente com íons Pb2+, em solução aquosa. Essa reação pode ser represen- tada por: Fe + Pb2+ w Fe2+ + Pb Na pilha, representada pela fi gura: Ponte salina Solução aquosa contendo Fe2+ Solução aquosa contendo Pb2+ Fe Pb em que ocorre essa reação global: a) os cátions devem migrar para o eletrodo de ferro. b) ocorre deposição de chumbo metálico sobre o eletro- do de ferro. c) ocorre diminuição da massa do eletrodo de ferro. d) os elétrons migram através da ponte salina do ferro para o chumbo. e) o eletrodo de chumbo atua como anodo. 16. (Vunesp) Dados os potenciais-padrão de redução: Zn2+ + 2 e– w Zn (s) E0 = –0,76 V Ag+ + e– w Ag (s) E0 = +0,80 V 2H+ + 2 e– w H 2(g) E0 = 0,00 V Assinale a afi rmativa incorreta, considerando os sistemas no estado-padrão. a) Uma lâmina de zinco imersa numa solução de íons Ag+ será recoberta por um depósito de prata metálica. b) Se uma lâmina de prata for mergulhada numa solução de HCl 1,0 mol/L, não haverá desprendimento de H 2(g) . c) Na pilha formada pela conexão adequada dos eletro- dos de zinco e de prata ocorrerá oxidação no eletrodo de zinco e redução no eletrodo de prata. d) A voltagem da pilha formada pela conexão adequada dos eletrodos de zinco e de prata será de +2,36 V. e) Conectando-se os eletrodos de zinco e de prata de forma adequada, o fl uxo de elétrons pelo condutor metálico externo sairá do eletrodo de zinco e se dirigi- rá para o eletrodo de prata. 17. (Vunesp) Mergulha-se uma lâmina limpa de níquel em uma solução azul de sulfato de cobre. Observa-se que a lâmi- na fi ca recoberta por um depósito escuro e que, passado algum tempo, a solução se torna verde. Explique o que ocorreu: a) na lâmina de níquel; b) na solução. 18. Dado o esquema da pilha: Pergunta-se: a) qual é o cátodo e o ânodo? b) equacione as semirreações de oxidação e redução. c) onde existe a maior concentração de massa na placa? d) quais os íons que irão passar pela parede porosa? 19. (Uneb-BA) A equação a seguir representa uma reação re- versível que ocorre na bateria de um carro. Pb + PbO 2 + 2 H 2 SO 4 w 2 PbSO 4 + H 2 O Assinale a alternativa correta. a) O chumbo metálico é reduzido durante a descarga. b) O número de oxidação do chumbo no dióxido de chumbo é +2. c) O sulfato de chumbo é um sal solúvel de chumbo. d) Durante a reação inversa, o chumbo sofre redução e oxidação. e) A equação apresentada não representa uma reação de oxirredução. 20. (UFPI) Pilhas são dispositivos nos quais energia química é convertida em energia elétrica, por meio de oxirredução. Dada a série eletroquímica em ordem crescente de reativi- dade como se segue: ouro, prata, cobre,hidrogênio, níquel, ferro, zinco e manganês, analise as afi rmativas a seguir. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 50 9/19/18 8:12 AM 51 Q U ÍM IC A I. Espécies químicas situadas antes do hidrogênio têm caráter anódico em relação as que o seguem. II. A maior diferença de potencial (ddp) na série é entre os elementos zinco e manganês. III. A energia química da pilha Zn-Ni é maior que a da pilha Zn-Fe. Dentre as afi rmativas apresentadas, marque a opção correta: a) Apenas I é verdadeira. b) Apenas II é verdadeira. c) I e II são verdadeiras. d) II e III são verdadeiras. e) Apenas III é verdadeira. 21. (PUC-MG) Em uma pilha galvânica, um dos eletrodos é cobre imerso em uma solução de Cu2+ 1,0 mol/L, e o outro é chumbo imerso em uma solução 1,0 mol/L de íons Pb2+. Baseando-se nos potenciais de redução padrão, a afi rma- tiva correta é: Cobre: Cu2+ + 2 e– w Cu0 E0 = + 0,34 volt Chumbo: Pb2+ + 2 e– w Pb0 E0 = – 0,13 volt a) O chumbo cede elétrons ao cobre. b) O eletrodo de chumbo funciona como o cátodo da pilha. c) O eletrodo de cobre funciona como ânodo da pilha. d) A representação da reação da pilha é Cu0/Cu2+//Pb2+/Pb0 e) A diferença de potencial da pilha é de +0,21 volt. 22. (PUCC-SP) Baterias e pilhas usadas são, em geral, jogadas no lixo comum e, nas grandes cidades, acabam indo para aterros sanitários, onde causam problemas ambientais principalmente porque: a) aceleram a decomposição do restante do lixo. b) contém íons de metais pesados. c) são fontes do gás metano. d) contém ferro metálico. e) se degradam antes dos materiais orgânicos. 23. (UFF-RJ) Uma pilha galvânica padrão foi construída usan- do-se, como eletrodos, um fi o de zinco metálico mergu- lhado em solução contendo íons zinco II e um fi o de prata metálica mergulhado em solução contendo íons prata I. Considerando as semirreações: Zn2+ (aq.) + 2 e– w Zn0 (s) E0 = –0,76 V Ag+ (aq.) + e– w Ag0 (s) E0 = +0,80 V Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o ânodo, o cátodo e o potencial-padrão da pilha. a) Zn; Ag; 0,04 V b) Ag; Zn; – 1,56 V c) Zn; Ag; 1,56 V d) Ag; Zn; 2,36 V e) Ag; Zn; – 2,32 V 24. +Enem [H23] Considere as seguintes equações: Zn2+ (aq.) + 2 e– x Zn (s) Cu2+ (aq.) + 2 e– x Cu (s) A reação global da célula galvânica correspondente, gera- dora de eletricidade, é: Zn (s) + Cu2+ (aq.) x Zn2+ (aq.) + Cu (s) A partir disso, conclui-se que: a) o fl uxo de elétrons se dá do zinco para o cobre. b) o zinco possui maior potencial de redução do que o cobre. c) o processo da célula galvânica é não espontâneo. d) o cobre possui maior tendência de doar elétrons. e) ocorre deposição de zinco no cátodo. Vá em frente Acesse <www.youtube.com/watch?v=-zVb1gPZLUs>. Acesso em: 13 abr. 2018. Neste vídeo você poderá aprender como montar a notação resumida para as pilhas. Autoavalia•‹o: V‡ atŽ a p‡gina 103 e avalie seu desempenho neste cap’tulo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c02_23a51.indd 51 9/19/18 8:12 AM ► Conceituar eletrólise. ► Diferenciar eletrólise ígnea e aquosa. ► Efetuar a previsão dos produtos formados em uma eletrólise. Principais conceitos que você vai aprender: ► Eletrólise ígnea ► Eletrólise aquosa ► Prioridade de descarga ► Eletrodo inerte e ativo ► Refi no eletrolítico ► Lei de Faraday 52 OBJETIVOS DO CAPÍTULO K im C hriste n se n /S h u tte rsto ck 3 ELETRÓLISE Laudo confi rma vazamento de rejeitos de mineradora em Barcarena, no PA Fotos feitas no município mostram uma alteração na cor da água do rio, que seria a lama vermelha, provocada pelo vazamento das barragens de rejeitos de bauxita e soda cáustica, na operação da fábrica. O anúncio da confi rmação do vazamento foi feito pelo pesquisador em saúde pública do IEC, Marcelo de Oliveira Lima, contra- riando a versão divulgada pela empresa, que negou a contaminação. “Foi constatado que houve vazamento das bacias de rejeitos da bauxita. Fotografamos os efl uentes invadindo a área ambiental”, afi rmou o pesquisador. [...] Alto nível de chumbo De acordo com o laudo do IEC, a análise das amostras também revela um nível alto de chumbo, que, com o consumo contínuo, pode gerar câncer. “Essa contaminação é nociva às comunidades que utilizam os igarapés e rios em busca de alimento, com a pesca, e também para o lazer. Além disso, há a contaminação do meio am- biente, como os seres vivos e plantas”, alerta o pesquisador. [...] Disponível em: <https://g1.globo.com/pa/para/noticia/laudo-confi rma-vazamento-de-rejeitos-de- mineradora-em-barcarena-no-pa.ghtml>. Acesso em: 1º maio 2018. • Qual é a região brasileira que apresenta as maiores reservas de bauxita? E d it o ri a d e A rt e /F o lh a p re s s E d u a rd o A n iz e lli /F o lh a p re s s Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 52 9/19/18 8:11 AM 53 Q U ÍM IC A Defi nição de eletrólise A eletrólise é um processo eletroquímico que converte energia elétrica em energia química por meio de uma reação não espontânea de oxirredução. Esse processo pode ser usado para diversos fi ns, entre eles para a obtenção de substâncias que não existem na natureza ou ainda quando a quantidade existente na natureza não é sufi ciente para aten- der à demanda industrial. Outra aplicação está associada ao processo de recobrimento de superfícies metálicas, com outro metal, como o “banho de ouro” ou a galvanização. Observe esta aparelhagem: Bateria Cátodo Âno do Solução azul de sulfato de cobre II Chave de latão Tubo de cobre e– e– Béquer Depois de alguns minutos de funcionamento da bateria, o processo da eletrólise – reação de oxirredução não espontânea, forçada a acontecer pela passagem de uma cor- rente elétrica – fará com que a chave de latão receba uma cobertura de cobre metálico, fi cando mais bonita, mais resistente à corrosão e até mesmo mais valiosa. Um exemplo de eletrólise é a do sal de cozinha, que, espontaneamente, jamais se transformaria em sódio metálico (Na0) e em gás cloro (Cl 2 ). Em um processo eletrolítico, contudo, isso pode acontecer. Com a eletrólise, é possível revestir quaisquer peças (metálicas ou não) com cobre (cobreação), zinco (zincagem), cromo (cromação), prata (prateação), ouro (douração), etc. Costuma-se chamar esse processo que produz um revestimento metálico de galvaniza- ção. É também pela eletrólise que se obtêm muitos metais importantes a partir dos seus minérios, como o alumínio, que vem da bauxita. Eletrólise ígnea Vamos estudar a eletrólise ígnea do sal de cozinha, citada anteriormente. Toda eletró- lise requer uma aparelhagem, como mostra a fi gura a seguir. 1 Líquido que será eletrolisado Eletrodo geralmente inerte (feito de grafite ou platina) Gerador de corrente contínua Para que a eletrólise ocorra, o líquido contido na cuba eletrolítica deve ser condutor de corrente elétrica. Por isso, não se pode usar o NaCl, que é sólido, em temperatura am- biente. O que se pode fazer é fundi-lo – nesse caso, tem-se a eletrólise ígnea. A fusão do NaCl ocorre a 808 °C. Nessa temperatura, os íons Na+ e Cl– podem movimen- tar-se livremente – uma vez que estão em estado líquido –, e a eletrólise pode acontecer. 1 A experiência inicia-se ligando um gerador de corrente contínua ou com o uso de pilhas, como as estudadas no capítulo anterior. O gerador fornecerá elétrons pelo seu polo negativo. Esses elétrons, ao atingirem o eletrodo de platina (ou grafi te), defi nirão qual será o polo negativo da cuba eletrolítica. Esse polo, por ser negativo, atrairá os cátions – no caso, cátions Na+ – presentes no líquido que está sendo eletrolisado. Por essa razão, nas cubas ele- trolíticas, o polo negativo é o cátodo. No cátodo da cuba eletrolítica, os cátions (Na+) presentes Muitas peças adquirem aspecto dourado devido ao processo de eletrólise. Observação 1 Os eletrodos podem ser classifi cados em: ► Inertes: eletrodos que não participam da reação.Servem exclusivamente como condutores de energia elétrica. Exemplo: eletrodos de grafi te. ► Ativos: eletrodos que, além de conduzirem eletricidade, participam da reação, sofrendo oxidação ou redução. Atenção 1 Enquanto as pilhas geram corrente elétrica, a eletrólise consome essa mesma corrente. Isso causa uma diferença na defi nição de “quem” será o cátodo e “quem” será o ânodo. Observe a seguir: Polo positivo Polo negativo Pilha Cátodo Ânodo Eletrólise Ânodo Cátodo Além disso, podemos generalizar também: Cátion sofre redução no cátodo. Ânion sofre oxidação no ânodo. V e n u s A n g e l/ S h u tt e rs to ck Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 53 9/19/18 8:11 AM 54 CAPÍTULO 3 no líquido que está sendo eletrolisado recebem elétrons – que estão em falta na composi- ção desses íons – e sofrem redução. Redução (no cátodo, polo negativo): Na+ + 1 e– w Na0 Enquanto isso, no polo positivo – que atrai os ânions (e, por isso, é chamado ânodo) – os íons cloreto (Cl–) liberam os elétrons (que estão sobrando na composição desses íons) e sofrem oxidação: Oxidação (no ânodo, polo positivo): 2Cl– w Cl 2 + 2 e– Esses elétrons liberados no ânodo (polo positivo) voltam a fl uir pelo fi o metálico até atingirem o cátodo (polo negativo) do gerador, fechando o circuito. Portanto, têm-se uma corrente formada por elétrons no fi o metálico e uma corrente formada por íons no líquido eletrolisado. Observe o esquema a seguir, que indica o fl uxo de elétrons do processo rela- tivo a uma pilha e uma cuba eletrolítica. Cátodo Polo (redução) Fluxo de elétrons Ânodo Polo (oxidação) Cátodo, polo (redução) Pilha Cuba eletrol’tica Ânodo, polo (oxidação) e– e– e– Observe na fi gura que, tanto na pilha quanto na cuba eletrolítica, no cátodo sempre ocorre redução e no ânodo, oxidação. De acordo com a terminologia química, dizemos que, na eletrólise ígnea do cloreto de sódio, o sódio metálico foi descarregado (depositado) no cátodo e o cloro gasoso foi descarregado (liberado) no ânodo. A equação global da eletrólise ígnea do NaCl será ob- tida pela soma das equações que representam as descargas catódica e anódica, desde que o número de elétrons doados seja igual ao número de elétrons recebidos, condição fundamental dos processos de oxidação e redução. l l s w s w + + +Descarga catódica 2Na 2 e 2Na Descarga anódica 2C 2 e C – 0 – – 2 Equação global s 2Na+ + 2Cl– w 2Na0 + Cl 2 ou 2NaCl w 2Na0 + Cl 2 Uma eletr—lise ’gnea extremamente importante O alumínio tem uma grande relevância econômica e é encontrado em vários utensílios de cozinha, em latinhas de refrigerante, na construção civil, etc. As ligas desse metal são muito importantes na produção de automóveis, navios, aviões e foguetes. É o terceiro elemento químico mais abundante do planeta, atrás apenas do oxigênio e do silício. No entanto, o alumínio não existe puro na natureza. Sua produção acontece a partir da eletrólise ígnea de seu principal minério: a bauxita (mistura rica em Al 2 O 3 ). Veja as reações da eletrólise do Al 2 O 3 : Cátodo (redução): Al3+ (,) + 3 e– w Al0 (,) Ânodo (oxidação): 2O2– (,) w O 2(gasoso) + 4 e– Acertando a quantidade de elétrons dosados e recebidos, temos: + + + + + + + l l l l l Reação anódica polo (–) : 4A 12e 4A (foi multiplicada por 4) Reação anódica polo ( ) : 6O 3O 12e (foi multiplicada por 3) Reaçãoglobal 4A 6O 4A 3O 3 – 0 2– 2 – 3 2– A O 0 2 2 3 w w s w 1 24 34 Assim, a equação global fi cará: 2Al 2 O 3(s) w 4AI0 (s) + 3O 2(g) Defi nição Descarregar : tirar a carga. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 54 9/19/18 8:11 AM 55 Q U ÍM IC A Eletrólise aquosa É possível eletrolisar uma solução aquosa com cloreto de sódio dissolvido (eletrólise aquosa). Porém, os produtos são diferentes daqueles formados pela eletrólise ígnea. A eletrólise da solução aquosa de NaCl ocorre por causa da dissociação iônica do sal, que produz uma solução boa condutora de eletricidade: NaCl (s) H O 2 → Na+ (aq.) + Cl– (aq.) Surge, porém, uma nova situação: a presença das moléculas de água e de seus íons: H 2 O (,) � ⇀��↽ ��� H O 2 H+ (aq.) + OH– (aq.) A redução ocorrida no cátodo A redução do cátion Na+ ou do H+ dependerá dos potenciais de redução dessas espé- cies. O cátion Na+, por ter baixo potencial de redução (E0 red. = –2,71 V), não será reduzido. Portanto, quem se reduz é o cátion H+: 2H+ (aq.) + 2 e– w H 2(g) E0 red. = 0 V Será possível perceber que há produção de bolhas de hidrogênio gasoso no cátodo, enquanto os cátions Na+ permanecem em solução. Lembre-se de que, nas eletrólises, os íons envolvidos não precisam obrigatoriamente apresentar-se nas condições-padrão (concentração 1 mol/L e temperatura de 25 °C). Por isso, em vez de uma consulta à tabela de potenciais-padrão (que poderia nos induzir a alguns enganos), devemos usar outra tabela, determinada experimentalmente, que de- monstra a descarga preferencial. Observe: Ordem decrescente de facilidade em sofrer descarga no cátodo (redução) Cátions dos metais: – do grupo 1 (alcalinos) – do grupo 2 (alcalinoterrosos) – alumínio Os demais cátions metálicos Exemplos: Zn2+, Pb2+, Fe2+, Cu2+, Ag+, etc. H + Espécies químicas com baixíssima tendência a sofrer redução Note que, no sentido da seta, diminui a tendência da espécie química a receber elétrons. A oxidação ocorrida no ânodo Por meio de um raciocínio análogo ao anterior, conclui-se que o ânion Cl– sofre oxi- dação preferencial em relação ao OH–. Veja como funciona a prioridade de descarga no ânodo. Ordem decrescente de facilidade em sofrer descarga no ânodo (oxidação) Fluoretos (F–) e todos os ânions oxigenados Exemplos: sulfato (SO 4 2–), nitrato (NO– 3 ), carbonato (CO 3 2–), etc. Ânions não oxigenados Exemplos: cloreto (Cl–), brometo (Br–), iodeto (I–), etc. OH– Espécies químicas com baixíssima tendência a sofrer oxidação Note que, no sentido da seta, diminui a tendência da espécie química a doar elétrons. Assim, a reação de oxidação na eletrólise da solução aquosa de cloreto de sódio é: 2Cl– (aq.) w Cl 2(g) + 2 e– 1 Observação 1 Os produtos da eletr—lise Quando um cátion sofrer descarga no cátodo, a reação de redução sempre será: Mx+ + x e– w M0 ou, no caso do íon H+: 2H+ (aq.) + 2 e– w H 2(g) Quando um ânion sofrer descarga no ânodo, será produzida a substância simples feita pelo mesmo elemento: 2Y– w Y 2 + 2e– ou, no caso do íon OH–: 2OH– (aq.) w H 2 O (,) + 1 2 O 2(g) + 2 e– Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 55 9/19/18 8:11 AM 56 CAPÍTULO 3 A equação global para a eletrólise da solução aquosa de NaCl Cl 2(g) + 2 e–2Cl – (aq.) 2H + (aq.) + 2 e – 2NaOH (aq.) + H 2(g) + Cl 2(g) Dissociação do sal: 2NaCl 2Na + (aq.) + 2Cl – w Ionização da água: 2H 2 O 2H + (aq.) + 2OH – (aq.) w Redução (cátodo): H 2(g) w Oxidação (ânodo): Permanece dissociado na solução Liberado no cátodo Liberado no ânodo w 2NaCl + 2H 2 OEquação global: w Três substâncias extremamente importantes são obtidas a partir dessa eletrólise: a soda cáustica (NaOH), o gás hidrogênio (H 2 ) e o gás cloro (Cl 2 ). 1 Eletrólise ígnea × eletrólise aquosa Há uma diferença signifi cativa entre a eletrólise ígnea do cloreto de sódio e a eletróli- se de sua solução aquosa. Os produtos obtidos não são exatamente os mesmos. O quadro a seguir explicita essas diferenças. Cátodo w obtenção Ânodo w obtenção Eletrólise ígnea do NaCl sódio metálico (Na0) Gás cloro (Cl 2 ) Eletrólise aquosa do NaCl gás hidrogênio (H 2 ) Gás cloro (Cl 2 ) Com isso, conclui-se que, como o íon H+ tem preferência em ser descarregado no cáto- do antes dos cátions dos metais dos grupos 1 e 2 e do alumínio, esses metais nunca pode- rão ser obtidos por uma eletrólise aquosa, mas sempre por uma eletrólise ígnea. Eletrólise aquosa da solução de iodeto de potássio (KI) Uma das eletrólisesmais interessantes de serem visualizadas é a de solução aquosa de iodeto de potássio. Uma forma de se efetuar essa eletrólise e as alterações visuais que acontecerão durante seu funcionamento estão no equipamento a seguir. Aparecimento da cor rosa Aparecimento da cor azul Bateria e– i Redução (cátodo) Oxidação (ânodo) Solução aquosa de iodeto de potássio + fenolftaleína + solução de amido Cuba para efetuar a eletrólise de solução aquosa de KI. Os eletrodos são inertes. Para explicarmos as colorações rosa e azul, uma em cada polo da cuba eletrolítica, vamos analisar o que aconteceu no cátodo. Lembre-se de que há dois cátions competin- do: K+ e H+. Consultando-se tabela com a prioridade de descarga, conclui-se que a redução será a do H+: 2H+ (aq.) + 2 e– w H 2(g) Curiosidade 1 Utilidades de algumas subst‰ncias qu’micas NaOH: o hidróxido de sódio, ou soda cáustica, é matéria-prima essencial para a produção de sabões. Está presente também na composição de produtos desentupidores de pia. Gás hidrogênio: extremamente útil na transformação de óleos vegetais, como o de milho, e em margarina, quando participa de uma reação que leva seu nome (hidrogenação). Gás cloro: é matéria-prima para a produção do íon hipoclorito (ClO–), agente ativo da água sanitária. Observe a reação: Cl 2(g) + 2NaOH (aq.) w NaCl (aq.) + + NaClO (aq.) + H 2 O (,) Além disso, ao reagir com o gás hidrogênio, produz o ácido clorídrico. Os tubos de PVC também contam como uso do gás cloro na sua produção. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 56 9/19/18 8:11 AM 57 Q U ÍM IC A Ao redor do cátodo, a concentração de H+ diminui, o que gera “sobra” de íons OH– em relação aos íons H+. Assim, a solução ao redor do polo negativo fica básica, e a fenolftaleína adquire coloração rosada. Para entender o que aconteceu no ânodo (polo positivo), é necessário saber que há dois íons competindo, I– e OH–. Consul- tando a tabela com a prioridade de descarga no ânodo, conclui-se que a oxidação será a do I–: 2I– (aq.) w I 2(aq.) + 2 e– O iodo formado (I 2 ) é o responsável pela coloração marrom-amarelada do polo po- sitivo. A presença do iodo é confirmada pela adição de algumas gotas de amido e o subsequente surgimento de uma tonalidade azulada. A reação global do processo é a seguinte: 1 I 2(aq.) + 2 e – 2I – (aq.) 2H + (aq.) + 2 e – 2KOH (aq.) + H 2(g) + I 2(aq.) Dissociação do sal: 2KI 2K + (aq.) + 2I – (aq.) w Ionização da água: 2H 2 O 2H + (aq.) + 2OH – (aq.) w Redução (cátodo): H 2(g) w Oxidação (ânodo): w 2KI + 2H 2 OEquação global: Revestimento da chave de lat‹o com cobre Conhecendo melhor os processos eletrolíticos, podemos entender exatamente o que aconteceu na experiência demonstrada no início deste capítulo: o revestimento de uma chave de latão com cobre metálico. A formação do cobre metálico surge da reação de redução dos íons cobre II: Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu0 (s) Portanto, a chave deverá ser colocada no cátodo da cuba eletrolítica (lembre-se de que a redução é sempre um fenômeno catódico) no lugar dos eletrodos de platina ou grafi te que usamos até então. Isso signifi ca que a chave será o polo negativo. Os íons cobre II, reagentes da semirreação de redução, vêm de duas fontes: da solução azul de sulfato de cobre II dissolvida na água, presente na cuba, e da oxidação dos átomos de cobre metálico do tubo usado como ânodo. Esse é um caso chamado eletr—lise com eletrodos ativos. O próprio cobre metálico sofre oxidação, pois, mesmo sendo um metal nobre, seu po- tencial de oxidação ainda é superior ao dos ânions sulfato (SO 4 2–) ou hidróxido (OH–), que teoricamente também poderiam sofrer essa transformação no ânodo, mas apresentam tendências menores que a do cobre a oxidar-se. Essa oxidação fornece os íons cobre II, que serão reduzidos aos átomos de cobre que recobrirão a chave de latão. Ânodo polo oxidação Cu0 w Cu2+ + 2 e– (tubo sofrerá corrosão) Bateria Cátodo polo redução Cu2+ + 2 e– w Cu0 (chave receberá um depósito de cobre metálico) Cátions movem-se em direção ao cátodo Cu0 Cu2+ Observação 1 Outra maneira de “enxergar” as descargas do H+ e do OH– Por questões didáticas, costuma- -se considerar a redução do íon H+ como aquela que acontece no cátodo. No entanto, por meio de uma visão química mais completa, podemos dizer que o que acontece é a redução da própria molécula da água, produzindo o gás hidrogênio. Isso pode ser comprovado pela adição de equações a seguir: , w w + + + + 2H O 2 H 2OH 2 H 2 e H 2 ( ) (aq.) (aq.) – (aq.) – 2(g) 2H 2 O (,) + 2 e– wH 2(g) + 2OH– (aq.) s s Equação global Presença de excesso de OH–, o meio fi ca básico ao redor do cátodo (polo negativo). Assim, fi ca evidente a formação do meio básico ao redor do polo negativo da eletrólise. Isso pode ser encarado como a redução da água. Isso também pode ser feito com relação à reação de oxidação do ânion OH–. Veja as equações que comprovam esse fato. , , w w + + + +2H O 2H 2 OH 2 OH 2 e 1 2 O H O 2 ( ) (aq.) (aq.) – (aq.) – – 2(g) 2 ( ) H 2 O (,) w 2 e– + 1 2 O 2(g) +2H+ (aq.) Equação global Presença de excesso de H+, o meio fi ca ácido ao redor do ânodo (polo positivo). Ou seja, nesse caso pode-se “enxergá-la” como uma oxidação da própria água. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 57 9/19/18 8:11 AM 58 CAPÍTULO 3 Decifrando o enunciado Lendo o enunciado Nesse caso, é uma eletrólise aquosa. Portanto, deve-se verifi car a prioridade de descarga. O carbono representa os eletrodos desse processo. Portanto, não participam do processo de oxirredução; são apenas condutores de eletricidade. O diafragma de amianto é para impedir o contato do gás cloro com o NaOH, fornecendo hipoclorito de sódio. (Enem) A eletrólise é um processo não espontâneo de grande importância para a indústria quí- mica. Uma de suas aplicações é a obtenção do gás cloro e do hidróxido de sódio, a partir de uma solução aquosa de cloreto de sódio. Nesse procedimento, utiliza-se uma célula eletroquímica, como ilustrado. SHREVE, R. N.; BRINK JR., J. A. Indœstria de processos qu’micos. Rio de Janeiro: Guanabara Kroogan, 1997. (Adaptado.) No processo eletrolítico ilustrado, o produto secundário obtido é o: a) vapor de água. b) oxigênio molecular. c) hipoclorito de sódio. d) hidrogênio molecular. e) cloreto de hidrogênio. Resolução Resposta: D NaCl (s) w Na+ (aq.) + Cl– (aq.) Reação que ocorre no catodo: H 2 O (,) + e– w 1 2 H 2(g) + OH– (aq.) Reação que ocorre no anodo: Cl– (aq.) w 1 2 Cl 2(g) + e– Equação global da reação eletrólise: NaCl (aq.) + H 2 O (,) w 1 2 H 2(g) + 1 2 Cl 2(g) + Na+ (aq.) + OH– (aq.) Portanto, o produto secundário citado no desenho é o gás hidrogênio: H 2(g) R e p ro d u ç ã o / E n e m , 2 0 1 7. Atividades 1. (Acafe-SC) Sobre a eletroquímica, julgue os itens a seguir. I. Em uma cuba eletrolítica, no cátodo (polo positivo) ocorrem reações de redução. II. A eletrólise ígnea do cloreto de sódio produz Na e Cl 2(g) . III. Em uma pilha, no cátodo ocorrem reações de redução e no ânodo, reações de oxidação. IV. Em uma pilha, o sentido da corrente elétrica (i) é do ânodo para o cátodo. Todas as afi rmações corretas estão nos itens: a) III e IV. b) II e III. c) II, III e IV. d) I e II. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 58 9/19/18 8:11 AM 59 Q U ÍM IC A 2. (Cefet-MG) O alumínio, com várias aplicações em nosso cotidiano, pode ser obtido pela eletrólise ígnea do óxido de alumínio fundido a 1 000 °C, usando-se eletrodos de grafi te. Quando se fornece energia elétrica à célula eletrolítica: a) os íons alumínio são oxidados. b) o alumínio é produzido no ânodo. c) a reação ocorre espontaneamente. d) o gás oxigênio é formado no eletrodo positivo. e) a energia química é transformada em elétrica.3. (FEI-SP) Na eletrólise de uma solução aquosa de hidróxido de sódio, libera(m)-se: a) oxigênio e sódio. b) óxido de sódio e hidrogênio. c) hidrogênio e oxigênio. d) hidrogênio e sódio. e) apenas hidrogênio. 4. (UFG-GO) Por meio da eletrólise da água do mar, é pos- sível obter três substâncias comercialmente importantes: o hidróxido de sódio (NaOH) e os gases hidrogênio (H 2 ) e cloro (Cl 2 ).Utilizando os seguintes materiais: uma cuba de vidro, dois eletrodos de platina, um fi o de cobre, uma bateria e solução aquosa de sal de cozinha, responda ao que se pede. a) Faça um esquema do arranjo experimental que repre- sente a eletrólise da solução aquosa de sal de cozinha. b) Indique o cátodo, o ânodo e suas polaridades. c) Indique qual é o gás produzido em cada eletrodo. d) Escreva a equação que representa a reação da eletróli- se da solução salina. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 59 9/19/18 8:11 AM 60 CAPÍTULO 3 5. (UFU-MG) No processo de galvanoplastia de um anel de alumínio com uma fi na camada de ouro, insere-se o mate- rial em uma solução aquosa de Au(NO 3 ) 3 que possui uma placa de ouro ligada a um gerador. (Dados: potencial-padrão de redução, E0 (25 °C, 1 atm, [íons] = 1 mol ⋅ L–1) Semirreação de redução E0 (V) Al3+ + 3 e– w Al Ð1,66 Au3+ + 3 e– w Au +1,50 Nessa reação de galvanoplastia: a) a placa de ouro será o cátodo. b) o anel deverá ser ligado ao polo negativo de um gera- dor elétrico. c) a solução eletrolítica será condutora de elétrons. d) o potencial da cuba eletrolítica será de +3,16 V. 6. (Fuvest-SP) Escreva as semirreações catódica, anódica e a equação global na eletrólise do cloreto de sódio fundido em cadinho de platina e com eletrodos de platina. 7. (Fuvest-SP) Michael Faraday (1791-1867), eletroquímico cujo 2o centenário de nascimento se comemora este ano, comentou que “uma solução de iodeto de potássio e ami- do é o mais admirável teste de ação eletroquímica” pelo aparecimento de uma coloração azul, quando da passa- gem de corrente elétrica sobre o iodeto. a) Escreva a equação que representa a ação da corrente elétrica sobre o iodeto. b) Em que polo surge a coloração azul? Justifi que sua resposta. 8. +Enem [H23] Na indústria, a obtenção de lítio metálico e bromo gasoso é feita aplicando-se uma corrente elétrica no brometo de lítio, LiBr, no estado líquido. Esse processo necessita de uma quantidade imensa de energia, neces- sária para a aplicação da corrente e a: a) condensação do sal, em um processo conhecido como osmose. b) fusão do sal, em um processo conhecido como eletrólise. c) condensação, em um processo conhecido como hidrólise. d) fusão do sal, em um processo conhecido como pirólise. e) vaporização do sal, em um processo conhecido como corrosão. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 60 9/19/18 8:11 AM 61 QU ÍM IC A Complementares Tarefa proposta 1 a 12 9. (UEL-PR) O alumínio é obtido industrialmente a partir da bauxita (Al 2 O 3 ⋅ x H 2 O) por: a) redução eletrolítica. b) redução catalítica. c) oxidação anódica. d) redução com monóxido de carbono. e) redução com carvão mineral. 10. (Ufop-MG) Um estudante resolveu folhear sua chave com prata, utilizando a seguinte montagem: Ag+ (aq.) Chave Bateria Nessa célula, a chave corresponde ao: a) ânodo, que é o polo positivo. b) ânodo, que é o polo negativo. c) cátodo, que é o polo positivo. d) cátodo, que é o polo negativo. 11. (Unicamp-SP) O uso mais popular do cloreto de sódio é na cozinha, onde é utilizado para acrescentar sabor a uma infi - nidade de alimentos e também como conservante e material de limpeza. É na indústria química, no entanto, que ele é mais consumido. São inúmeros os processos que fazem uso de pro- dutos do processamento desse sal. O uso industrial do cloreto de sódio se dá principalmente no processo de obtenção de alguns importantes produtos de sua eletrólise em meio aquo- so. Simplifi cadamente, esse processo é feito pela passagem de uma corrente elétrica em uma solução aquosa desse sal. Pode-se afi rmar que, a partir desse processo, seriam obtidos: a) gás hidrogênio, gás oxigênio e ácido clorídrico. b) gás hidrogênio, gás cloro e ácido clorídrico. c) gás hidrogênio, gás cloro e hidróxido de sódio em solução. d) gás hidrogênio, gás oxigênio e hidróxido de sódio em solução. 12. (Vunesp) Uma solução aquosa de CuCl 2 é submetida a uma eletrólise, utilizando-se eletrodos de platina. A afi rmação correta é: a) No cátodo ocorre redução do íon Cu2+. b) No ânodo ocorre oxidação do íon Cu2+. c) No cátodo ocorre formação de cloro gasoso. d) Parte do ânodo de platina se dissolve formando Pt2+. e) Os produtos desta eletrólise seriam diferentes se a ele- trólise do CuCl 2 fosse ígnea (fusão). A estequiometria e a eletr—lise No início do século XX, o físico estadunidense Robert Millikan determinou que a carga elétrica de um elétron equivale a aproximadamente 1,6 ⋅ 10–19 C. Portanto, podemos calcu- lar a carga, em coulombs, correspondente a 1 mol de elétrons. Veja: 1 mol de e– ——— 6 ⋅ 1023 e– ——— x C s x = 9,6 ⋅ 104 C = 96 500 C 1 mol de elétrons “carrega” uma quantidade de carga correspondente a 96 500 C. Essa quantidade é conhecida por constante de Faraday, isto é, 1 faraday (F) = 96 500 C/mol = = carga elétrica “carregada” por 1 mol de elétrons. Para calcular a massa de cobre que foi depositada sobre a superfície da chave na sua galvanização (na experiência citada no início deste capítulo), analise a reação responsável pela deposição de cobre sobre a chave: Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu0 (s) Conclui-se que, quando 2 mol de elétrons são fornecidos pelo gerador elétrico, há for- mação de 1 mol de cobre metálico, isto é, 63,5 g (massa molar do cobre). Portanto, se descobrirmos quantos mols de elétrons foram fornecidos pelo gerador durante a eletrólise, uma simples proporção direta resolve o problema. Sendo assim, bas- ta saber qual a corrente elétrica fornecida pelo gerador e qual a duração da eletrólise. Sabemos, pelo estudo da Física, que a intensidade da corrente elétrica (i) é determina- da pelo quociente entre a quantidade de carga fornecida (Q) e o tempo decorrido (∆t), em segundos. Assim, matematicamente, temos: i = ∆ Q t ou Q = i ⋅ ∆t A unidade mais usada para a medida da corrente elétrica é o ampère (A), que corres- ponde à quantidade de carga, em coulomb (C), fornecida pelo gerador a cada segundo. Se na eletrodeposição de cobre sobre a chave de latão a corrente elétrica foi de 3,86 A e durou 13 minutos e 20 segundos (800 segundos), temos: Q = 3,86 ⋅ 800 = 3 088 C Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 61 9/19/18 8:11 AM 62 CAPÍTULO 3 O problema está praticamente resolvido. Observe: Cu2+ (aq.) + 2 e– w Cu0 (s) Pela equação dada, conclui-se que a cada 2 mol de elétrons, isto é, 2 ⋅ 96 500 C, forneci- dos pelo gerador, forma-se 1 mol de cobre (63,5 g). Como já sabemos a carga fornecida pelo gerador durante nossa eletrólise, temos: 2 ⋅ 96 500 C ——— 63,5 g de cobre metálico 3 088 C ——— massa de cobre (?) Massa de cobre = 1,016 g Conclui-se que a chave foi revestida de uma película de 1,016 g de cobre metálico. Desenvolva H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elŽtricos de uso cotidiano. (Fuvest-SP) Um estudante realizou um experimento para verificar a influência do arranjo de células eletroquímicas em um circuito elétrico. Para isso, preparou 3 células idênticas, cada uma contendo solução de sulfato de cobre (II) e dois eletrodos de cobre, de modo que houvesse corrosão em um eletrodo e deposição de cobre em outro. Em seguida, montou, sucessivamente, dois circuitos diferentes, conforme os Arranjos 1 e 2 ilustrados. O estudante utilizou uma fonte de tensão (F) e um amperímetro (A), o qual mediu uma corrente constante de 60 mA em ambos os casos. a) Considere que a fonte foi mantida ligada, nos arranjos 1 e 2, por um mesmo período de tempo. Em qual dos arranjos o estudante observarámaior massa nos eletrodos em que ocorre deposição? Justifi que. b) Em um outro experimento, o estudante utilizou apenas uma célula eletroquímica, contendo 2 eletrodos cilíndricos de cobre, de 12,7 g cada um, e uma corrente constante de 60 mA. Considerando que os eletrodos estão 50% submersos, por quanto tempo o estudante pode deixar a célula ligada antes que toda a parte submersa do eletrodo que sofre cor- rosão seja consumida? Note e adote: Considere as três células eletroquímicas como resistores com resistências iguais. Massa molar do cobre: 63,5 g/mol 1 A = 1 C/s Carga elétrica de 1 mol de elétrons: 96 500 C R e p ro d u ç ã o / F u v e s t- S P, 2 0 1 8 . Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 62 9/19/18 8:11 AM 63 Q U ÍM IC A Eletrólise com cubas em série Quando duas ou mais cubas estiverem ligadas em série, o tempo e o número de elé- trons que circulam em cada cuba são iguais; logo, a quantidade de carga que passa em cada cuba também é igual. O processo de refi no eletrolítico do cobre Depois de o cobre ser obtido de seus minérios (os principais são óxidos como a cupri- ta – Cu 2 O –, carbonatos como a azurita – 2CuCO 3 ⋅ Cu(OH) 2 –, sulfetos como a calcopi- rita – CuFeS 2 – e malaquita – CuCO 3 ⋅ Cu(OH) 2 –, podendo também ser encontrado, em pequenas quantidades, em sua forma metálica em alguns locais do planeta), ele passa por processos de separação primários, como a fusão e a lixiviação, para posteriormente sofrer eletrólise para remover as impurezas (de 1% a 5%), que podem inviabilizar seu uso como condutor elétrico. Após a purifi cação, o grau de pureza passa a ser da ordem de 99,95%, e esse cobre pas- sa a ser chamado de cobre eletrolítico. A eletrólise é feita a partir de uma solução aquosa de sulfato de cobre, empregando-se como ânodo (polo positivo) cobre (impuro) e como cátodo (polo negativo) um pequeno pedaço de cobre puro, que nesse caso é um eletrodo ativo. As impurezas do cobre impuro são prata, ouro e platina, todos na forma metálica (es- ses metais são chamados de nobres por causa de seu alto potencial de redução – somente em condições específi cas podem sofrer oxidação), não se oxidam no ânodo e se deposi- tam formando a “lama anódica”. Se outros metais fi zerem parte das impurezas, eles terão menor potencial de redução que o do cobre; logo, oxidarão no ânodo e permanecerão em solução, porque não têm potencial de redução sufi ciente para se reduzirem no cátodo. Veja os esquemas a seguir. Solução de CuSO 4(aq.) Cobre impuro Cobre puro Cu2+ (aq.) Situação inicial Situação final Cu2+ + 2 e– w Cu0Cu0 w Cu2+ + 2 e– Oxidação w ânodo Polo negativo Redução w cátodo Polo positivo Cobre impuro Cobre puro Cu2+ Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 63 9/19/18 8:11 AM 64 CAPÍTULO 3 Contextualize Os metais valiosos contidos em seu smartphone – e por que ele pode se tornar um problema ambiental Um iPhone incrustado com diamantes pode custar milhões de dólares. Mas se isso está bem além de seu poder aquisitivo, não fi que aborrecido. Afi nal, todo smartphone contém metais preciosos – entre eles ouro, prata e platina. [...] Um iPhone, por exemplo, pode conter 0,034 g de ouro, 0,34 g de prata, 0,015 g de paládio e menos de um miligrama de platina. E também contém metais mais mundanos, mas também signifi cativos, como o alumínio (25 g) e cobre (15 g). E isso é apenas o começo: os smartphones contêm ainda uma série de elementos conhecidos como terras-raras (abundantes na crosta terrestre, mas de extração extremamente difícil e cara), como lantânio, térbio, neodímio, gadolínio e praseodímio. Isso sem falar no plástico, vidro, a bateria... É uma longa lista de ingredientes. [...] Riscos ˆ saœde [...] Trata-se, literalmente, de uma mina de ouro em armários, caixas e lixões. Em uma era de discussões sobre “picos” no uso de uma série de recursos naturais, faz senso em termos econômicos e ambientais evitar o desperdício desses materiais. O desafi o é como recuperá-los de maneira segura e economicamente viável. [...] O ideal é que parássemos de trocar de telefone mais rápido do que nossas roupas íntimas. Mas já que isso não parece muito viável do ponto de vista comercial, então é melhor encontrarmos outra solução. [...] Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/vert-fut-38092622>. Acesso em: 13 abr. 2018. Após leitura do texto, responda aos itens a seguir. a) Qual é o dano ambiental provocado pelo descarte inadequado do lixo eletrônico no ambiente? b) Leia com atenção e discuta a seguinte frase: “A China é um dos países que mais importa lixo eletrônico, por isso deve ser usada como um exemplo para os demais países.”. Atividades 13. (FEI-SP) Pela lei de Faraday, a massa de ouro produzida, em gramas, a partir da reação submetida a uma carga elétrica total de 289 500 C, é de: (Dados: Au = 197; 1 F = 96 500 C/mol; Au3+ +3 e– w Au) a) 394 b) 591 c) 65,7 d) 197 e) 985 A n d ri i Z h e z h e ra /S h u tt e rs to c k M O H A M E D A B D U L R A H E E M /S h u tt e rs to c k Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 64 9/19/18 8:11 AM 65 Q U ÍM IC A 14. (UFPI) Há uma grande demanda por hidrogênio na indús- tria, especialmente para a produção de amônia. A fonte mais comum de hidrogênio é a água, da qual ele pode ser obtido por eletrólise. A quantidade de carga, em Faraday (F), necessária para eletrólise completa de 36 g de água é: a) 0,5 F b) 1 F c) 3 F d) 4 F e) 8 F 15. (Enem) A eletrólise é muito empregada na indústria com o objetivo de reaproveitar parte dos metais sucateados. O cobre, por exemplo, é um dos metais com maior ren- dimento no processo de eletrólise, com uma recuperação de aproximadamente 99,9%. Por ser um metal de alto valor comercial e de múltiplas aplicações, sua recuperação torna-se viável economicamente. Suponha que, em um processo de recuperação de cobre puro, tenha-se eletroli- sado uma solução de sulfato de cobre II (CuSO 4 ) durante 3 horas, empregando-se uma corrente elétrica de inten- sidade igual a 10 A. A massa de cobre puro recuperada é de aproximadamente: (Dados: constante de Faraday (F) = 96 500 C/mol; massa molar em g/mol: Cu = 63,5) a) 0,02 g b) 0,04 g c) 2,40 g d) 35,5 g e) 71,0 g 16. (UFRGS-RS) A obtenção de metais puros por eletrode- posição é uma das aplicações práticas da eletroquímica. A eletrodeposição pode ser entendida como uma reação entre elétrons e íons. Sabendo-se que um mol de elétrons tem a carga de 96 500 C (constante de Faraday), a massa de alumínio que será depositada a partir de uma solução de Al 2 (SO 4 ) 3 por uma corrente de 1,0 A fl uindo durante 3 horas é de aproximadamente: a) 1,0 g b) 2,0 g c) 3,0 g d) 9,0 g e) 27,0 g 17. (FEI-SP) Duas cubas eletrolíticas dotadas de eletrodos iner- tes, ligadas em série, contêm, respectivamente, solução aquosa de AgNO 3 e solução aquosa de Kl. Certa quantida- de de eletricidade acarreta a deposição de 108 g de prata na primeira cuba. Em relação às quantidades e à natureza das substâncias liberadas, respectivamente, no cátodo e no ânodo da segunda cuba, pode-se dizer (massas atômicas (u): H = 1; O = 16; K = 39; Ag = 108; I = 127): a) 39 g de K e 8 g de O 2 b) 11,2 L (CNTP) H 2 e 127 g de I 2 c) 11,2 L (CNTP) H 2 e 5,6 g de O 2 d) 39 g de K e 127 g de I 2 e) 1 g de H 2 e 254 g de I 2 Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 65 9/19/18 8:11 AM 66 CAPÍTULO 3 18. (UEL-PR) A carga elétrica necessária para transformar, por eletrólise, 2 mols de íons Cu2+ em cobre metálico é igual a: a) 1 Faraday. b) 2 Faradays. c) 3 Faradays. d) 4 Faradays. e) 5 Faradays. 19. (UFES-ES) A quantidade de metal depositado pela passa- gem de 0,4 Faraday através de uma solução de um sal de zinco é igual a: (Dado: Zn = 65) a) 13 g b) 43 g c) 74 g d) 26 g e) 3,6 g 20. +Enem [H24] Foi realizado um processo de deposição de prata sobre uma bijuteria de um metal menos nobre a fi m de aumentaro seu valor comercial. Nesse processo, a bijuteria foi imersa em solução aquosa de nitrato de prata (AgNO 3 ), e circulou no sistema uma corrente com intensidade de 4,60 A durante 7 minutos. A massa de Ag depositada sobre a bijuteria, nesse caso, é: Dados: • 1 F (carga de 1 mol de elétrons) = 96 500 C • Massa atômica da prata = 108 u a) 1,08 g. b) 2,16 g. c) 4,32 g. d) 8,64 g. e) mais de 10 g. Complementares Tarefa proposta 13 a 24 21. (FCC-SP) Admita que o cátodo de uma pilha A seja uma barra de chumbo mergulhada em solução de Pb(NO 3 ) 2 . Quando o aumento de massa for de 2,07 g, isso signifi ca que circulou pelo fi o: (Dado Pb = 207 u) a) 0,01 mol de elétrons. b) 0,02 mol de elétrons. c) 0,03 mol de elétrons. d) 0,04 mol de elétrons. e) 0,05 mol de elétrons. 22. (UPM-SP) Utilizando eletrodos inertes, foram submetidas a uma eletrólise aquosa em série duas soluções aquosas de nitrato, uma de níquel (II) e outra de um metal Z, cuja carga catiônica é desconhecida. Após 1 hora, 20 minutos e 25 segundos, utilizando uma corrente de 10 A, foram obtidos 14,500 g de níquel (II) e 25,875 g do metal Z. De acordo com essas informações, é correto afi rmar que a carga iônica do elemento químico Z é igual a: (Dados: massas molares (g/mol) Ni = 58 e Z = 207;1 Fara- day = 96 500 C) a) +1 b) +2 c) +3 d) +4 e) +5 23. (Unimep-SP) 19 300 C são utilizados na eletrólise do clo- reto de sódio fundido. A massa de sódio produzida será igual a: (Dados: 1 F = 96 500 C; massa atômica: Na = 23 u; Cl = 35,5 u) a) 1,15 g b) 2,30 g c) 3,60 g d) 4,60 g e) 5,20 g 24. (Fuvest-SP) Alumínio é produzido pela eletrólise de Al 2 O 3 fundido. Uma usina opera com 300 cubas eletrolíticas e corrente de 1,1 ⋅ 105 ampères em cada uma delas. A massa de alumínio, em toneladas, produzida em um ano é de aproximadamente: (Dados: 1 ano = 3,2 ⋅ 107 segundos; carga elétrica ne- cessária para neutralizar um mol de íons monovalentes = = 9,6 ⋅ 104 coulombs/mol; massa molar do Al: 27 g/mol) a) 1,0 ⋅ 105 b) 2,0 ⋅ 105 c) 3,0 ⋅ 105 d) 1,0 ⋅ 108 e) 2,0 ⋅ 108 Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 66 9/19/18 8:11 AM 67 QU ÍM IC A Tarefa proposta 6. (Vunesp) O íon magnésio está presente na água do mar em quantidade apreciável. O íon Mg2+ é precipitado da água do mar como hidróxido, que é convertido a cloreto por trata- mento com ácido clorídrico. Após a evaporação da água, o cloreto de magnésio é fundido e submetido à eletrólise. a) Escreva as equações de todas as reações que ocorrem. b) Quais os produtos da eletrólise e seus estados físicos à temperatura ambiente? 7. (UFMG) O sódio é obtido pela eletrólise de cloreto de sódio fundido segundo a equação: 2NaCl (,) w 2Na (s) + Cl 2(g) Para abaixar o elevado ponto de fusão do cloreto de só- dio, adiciona-se cloreto de cálcio, que é eletrolisado si- multaneamente segundo a equação: CaCl 2(,) w Ca (s) + Cl 2(g) Em relação a esse processo, todas as alternativas estão corretas, exceto: a) A produção de um mol cloro requer um mol de elétrons. b) A redução do íon sódio é um processo endotérmico. c) O cloro é obtido no ânodo. d) O estado de oxidação do cálcio varia na eletrólise. e) Uma mistura de cálcio e sódio é obtida no cátodo. 8. (PUCC-SP) Se, na aula sobre eletrólise, um aluno tiver de exemplifi car um produto que é, industrialmente, obtido por tal processo, poderá citar: I. a soda cáustica; II. o ferro; III. o alumínio. Desses exemplos, somente: a) I é correto. b) II é correto. c) III é correto. d) I e III são corretos. e) II e III são corretos. 9. (Unifenas-MG) Na eletrólise de uma solução aquosa de cloreto férrico, obtém-se no ânodo um produto que apre- senta a característica de: a) ser um gás imiscível com o ar. b) ser um metal bastante utilizado na metalurgia. c) ser um metal que reage com o oxigênio do ar, forman- do a ferrugem. d) ser um gás combustível. e) ser um gás esverdeado e irritante. 10. (PUC-SP) A reação de eletrólise de brometo de potássio, em solução aquosa diluída, feita com eletrodos inertes e separados entre si, é: a) 2KBr w 2K + Br 2 b) 2H 2 O w 2H 2 + O 2 c) KBr + H 2 O w KOH + HBr d) 2KBr + 2H 2 O w 2KOH + H 2 + Br 2 e) 4KBr + 2H 2 O w 4K + 4HBr 2 + O 2 1. (UEPG-PR) Com relação às células eletrolíticas, assinale o que for correto. (01) Em uma célula eletrolítica, a corrente elétrica de uma fonte externa pode ser utilizada para que uma reação não espontânea ocorra. (02) Em uma célula eletrolítica, a oxidação ocorre no ânodo. (04) Uma solução eletrolítica possui apenas cátions dis- solvidos. (08) Na célula eletrolítica, os ânions migram do cátodo para o ânodo. (16) O ânodo na célula eletrolítica constitui o eletrodo positivo, enquanto o cátodo é o eletrodo negativo. Dê a soma dos números dos itens corretos. 2. (Ufscar-SP) Escreva equações químicas balanceadas para os seguintes casos: a) I. Reação de lítio metálico com cloro gasoso II. Queima de enxofre ao ar b) I. Eletrólise de iodeto de potássio fundido II. Reação de óxido de cobre (II) com ácido sulfúrico 3. (UFRGS-RS) Na eletrólise de nitrato de ferro II, em solução aquosa, ocorre: a) redução no polo negativo, com formação de ferro me- tálico. b) oxidação no polo negativo, com liberação de gás oxi- gênio. c) redução no polo positivo, com liberação de gás oxigênio. d) oxidação no polo positivo, com formação de gás NO 2 . e) redução no polo negativo, com formação de gás hi- drogênio. 4. (PUC-RJ) A eletrólise é um fenômeno que pode ser defi nido como sendo reação de: a) oxirredução. b) dupla-troca. c) precipitação eletrolítica. d) volatização catódica e anódica. e) deslocamento. 5. (Cefet-MG) Para revestir com prata um objeto metálico a partir de um processo eletrolítico: a) a prata metálica deve ser o cátodo e o objeto, o ânodo. b) os dois eletrodos devem estar em compartimentos se- parados. c) o ânodo deve ser ligado ao polo positivo do gerador de corrente. d) o elemento prata estará, no eletrólito, no seu estado reduzido. e) a ddp gerada pela fonte externa é menor que a produ- zida pela reação inversa. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 67 9/19/18 8:11 AM 68 CAPÍTULO 3 11. +Enem [H22] Para escolher a matéria prima para a pro- dução de sódio metálico (Na0), foram apresentadas três opções ao engenheiro químico: I. cloreto de sódio fundido II. solução aquosa de cloreto de sódio III. hidróxido de sódio fundido Entre as opções fornecidas, o engenheiro eliminou aque- la(s) que não seria(m) capaz(es) de fornecer sódio pelo processo de eletrólise. Assim, a(s) opção(ões) eliminada(s): a) foi apenas a I. b) foi apenas a II. c) foi apenas a III. d) foram apenas a I e a II. e) foram apenas a II e a III. 12. (Fuvest-SP) As etapas fi nais de obtenção do cobre a partir da calcosita, Cu 2 S, são sequencialmente: I. ustulação (aquecimento ao ar); II. refi nação eletrolítica (esquema a seguir). CuSO 4(aq.) Cobre impuro Cobre puro Chave Bateria a) Escreva a equação da ustulação da calcosita. b) Descreva o processo da refi nação eletrolítica, mostran- do o que ocorre em cada um dos polos ao se fechar o circuito. c) Indique, no esquema dado, o sentido do movimento dos elétrons no circuito e o sentido do movimento dos íons na solução, durante o processo de eletrólise. 13. (ITA-SP) Uma cuba eletrolítica com eletrodos de cobre e contendo solução aquosa de Cu(NO 3 ) 2 é ligada em série a outra provida de eletrodos de prata e contendo solução aquosa de AgNO 3 . Este conjunto de cubas em série é liga- do a uma fonte durante certo intervalo de tempo. Nesse intervalo de tempo, um dos eletrodos de cobre teve um incremento de massa de 0,64 g. O incremento de massa em um dos eletrodos da outra célula deve ter sido de: (Massas molares (g/mol): Cu = 64; Ag = 108) a) 0,32 g b) 0,54 g c) 0,64 g d) 1,08 g e) 2,16 g 14. (UFRGS-RS) A quantidadede eletricidade, expressa em faradays, necessária para eletrodepositar 28 g de Fe2+ é igual a: (Dado: Fe = 55,8 u) a) 1 b) 2 c) 22,4 d) 28 e) 56 15. (FEI-SP) Para a obtenção de sódio metálico (Na) a partir de NaCl, faz-se a eletrólise de uma solução aquosa desse sal. Qual a carga elétrica (em C) necessária para a obtenção de 230 g de Na? (Dados: Na = 23; 1 F = 96 500 C/mol; NaCl w Na+ + 1 2 Cl 2 ) a) 42 000 b) 32 000 c) 48 250 d) 96 500 e) 965 000 16. (UFMG) Na eletrólise (eletrodos inertes), em série de solu- ções aquosas de Hg(NO 3 ) 2 e CuSO 4 , foram formados 50 g de mercúrio metálico no cátodo da primeira cuba. A massa de cobre depositada na segunda cuba é: (Dados: Hg = 200 u; Cu = 64 u) a) 128 g b) 64 g c) 32 g d) 16 g e) 8 g 17. (Unicid-SP) Em uma eletrólise de solução aquosa de cloreto de ouro (III), realizada durante 100 minutos sob corrente elétrica de 500 mA, foram depositados no cátodo 1,97 g de ouro metálico. O valor da constante de Faraday, em C/mol, calculada a partir desses dados é: a) 90 000 b) 110 000 c) 120 000 d) 100 000 e) 80 000 18. (Unicamp-SP) A galvanoplastia consiste em revestir um metal por outro a fi m de protegê-lo contra a corrosão ou melhorar sua aparência. O estanho, por exemplo, é utilizado como re- vestimento do aço empregado em embalagens de alimentos. Na galvanoplastia, a espessura da camada pode ser controla- da com a corrente elétrica e o tempo empregados. A fi gura abaixo é uma representação esquemática desse processo. Considerando a aplicação de uma corrente constante com intensidade igual a 9, 65 · 10–3 A, a massa depositada de estanho após 1 min 40 s será de, aproximadamente: (Dados: 1 mol de elétrons corresponde a uma carga de 96 500 C; Sn: 119 g · mol–1) a) 0,6 mg e ocorre, no processo, a transformação de energia química em energia elétrica. b) 0,6 mg e ocorre, no processo, a transformação de energia elétrica em energia química. c) 1,2 mg e ocorre, no processo, a transformação de energia elétrica em energia química. d) 1,2 mg e ocorre, no processo, a transformação de energia química em energia elétrica. R e p ro d u ç ã o / U n ic a m p -S P, 2 0 1 8 . Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 68 9/19/18 8:11 AM 69 Q U ÍM IC A 19. (Faap-SP) Uma peça de ferro constitui o cátodo de uma célula eletrolítica, que contém uma solução aquosa de íons níquel (Ni2+). Para niquelar a peça, faz-se passar pela célula uma corrente de 19,3 A. Calcule o tempo, em segundos, necessário para que seja depositada, na peça, uma camada de níquel de massa 0,59 g. (Dado: Ni = 59 g/mol) 20. (Vunesp) No laboratório, foi feita a montagem esque- matizada na fi gura, utilizando-se placas de cromo e de cobalto, dois eletrodos inertes, uma chave interruptora e uma bateria. Os dois recipientes contêm, respectivamente, soluções aquosas de sais de cromo e de cobalto. Chave Solução de CrCl 3 Solução de CoCl n Cr Co O circuito foi ligado durante certo tempo, após o qual se verifi caram aumentos de massa de 0,3467 g na placa de cromo e de 0,5906 g na placa de cobalto. Com base nes- ses resultados, um estudante fez as seguintes afi rmações: a) A carga de cobalto em seu sal é igual a +2. b) Considerando-se a efi ciência do processo igual a 100%, pode-se calcular que circulou uma carga igual a 1 930 coulombs pela montagem. (Dados: 1 faraday = 96 500 coulombs/mol; massas mola- res, em g/mol: Cr = 52, Co = 59) Com base nos dados fornecidos, discuta e justifi que se as afi rmações do estudante são verdadeiras ou falsas. 21. (Unimontes-MG) Em três células eletrolíticas operando nas mesmas condições durante o período de 1 dia (86 400 s), com uma corrente de 1 000 A, obtiveram-se os metais alu- mínio, cobre e prata a partir dos compostos AgCl, CuCl 2 , AlCl 3 e NiCl 2 . A maior massa produzida foi de: a) Al b) Ag c) Ni d) Cu 22. (UFSE) Numa célula eletrolítica contendo solução aquosa de nitrato de prata fl ui uma corrente elétrica de 5,0 A durante 9 650 s. Nessa experiência, quantos gramas de prata metálica são obtidos? (Ag = 108 u) a) 108 b) 100 c) 54,0 d) 50,0 e) 10,0 23. (ITA-SP) Uma fonte de corrente contínua fornece corrente elétrica a um sistema composto por duas células eletrolí- ticas, ligadas em série através de um fi o condutor. Cada célula é dotada de eletrodos inertes. Uma das células con- tém somente uma solução aquosa 0,3 molar de NiSO 4 e a outra, apenas uma solução aquosa 0,2 molar de AuCl 3 . Se durante todo o período da eletrólise as únicas reações que ocorrem nos cátodos são as deposições dos metais, qual das opções corresponde ao valor da relação: massa de níquel depositado/massa de ouro depositado? (Dados: Ni = 59 u, Au = 197 u) a) 0,19 b) 0,45 c) 1,0 d) 2,2 e) 5,0 24. +Enem [H25] Com o objetivo de produzir pelo menos 2 g de gás cloro, um engenheiro de produção sugeriu que se passasse uma corrente elétrica de 1 ampère durante duas horas em uma solução aquosa de NaCl. Dados: • Massas atômicas: H = 1 u; O = 16 u; Na = 23 u; Cl = 35,5 u • 1 Faraday = 96 500 C Aplicando o processo sugerido: a) foi possível produzir exatamente 2,0 g de gás cloro. b) foi possível produzir a quantidade sufi ciente, com ex- cesso de 0,68 g. c) foi possível produzir a quantidade sufi ciente, com ex- cesso de 1,30 g. d) não foi possível produzir a quantidade sufi ciente, fal- tando 0,68 g. e) não foi possível produzir a quantidade sufi ciente, fal- tando 0,34 g. Vá em frente Assista <https://sites.google.com/site/tecnologiaprocessometalurgico/fundicao-i/2-fornos/9-f-especiais>. Acesso em: 23 mar. 2018. Neste vídeo você verá como funciona um forno industrial para produção de alumínio. Autoavalia•‹o: V‡ atŽ a p‡gina 103 e avalie seu desempenho neste cap’tulo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c03_52a69.indd 69 9/19/18 8:12 AM ► Descrever como são e as principais características das radiações naturais. ► Avaliar como é a cinética das desintegrações radioativas. ► Diferenciar processos de fi ssão e fusão nucleares. Principais conceitos que você vai aprender: ► Radiação alfa, beta e gama ► Tempo de meia-vida ► Transmutação nuclear ► Fusão nuclear ► Fissão nuclear ► Nas páginas 84 e 85, acompanhe o infográfi co que projetamos sobre a criação do Universo. 70 OBJETIVOS DO CAPÍTULO S atakorn/S h u tte rsto ck 4 RADIOATIVIDADE Por que todo mundo está falando desse reator de fusão nuclear alemão? Demorou 19 anos, mas fi cou pronto. No mês passado foi anunciado que a construção do reator de fusão nuclear Wendelstein 7-X (pode chamar de W7-X) fi nalmente foi concluída. O anúncio estava sendo muito aguardado, pois essa é uma tecnologia ainda em fase experi- mental e o W7-X pode representar um importante avanço na sua utilização em larga escala. Um equipamento como esse procura simular o que acontece dentro de uma estrela. O rea- tor de fusão nuclear comprime dois átomos de hidrogênio até que eles formem um átomo de hélio, liberando uma grande quantidade de energia. Essa tecnologia superaria todas as antigas formas de gerar energia (carvão, petróleo, usinas nucleares ou hidrelétricas, etc.), só que tem um probleminha: para que ela se desenvolva é preciso atingir uma temperatura de mais de 99 milhões °C. Como é de se imaginar, esse calor não se produz (nem se confi na) com um estalar de dedos, e esse é o principal fator que impede a distribuição em larga escala desse tipo de energia, fato que só deve ocorrer depois de 2050. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2015/11/ por-que-todo-mundo-esta-falando-desse-reator-de-fusao-nuclear-alemao.html>. Acesso em: 1º maio 2018. • As usinas termonucleares que operam gerando energia elétrica a partir da radioati- vidade funcionam como reatores de fi ssão nuclear. Qual seria a principal diferença entre reatores de fi ssão nuclear e fusão nuclear em relaçãoa forma de obter energia ? S te fa n S a u e r/ p ic tu re a lli a n c e /d p a /A G B P h o to L ib ra ry Interior do W7-X no período em que o reator estava sendo construído. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 70 9/19/18 8:10 AM 71 Q U ÍM IC A Um pouco de história A história da radioatividade tem seu início em 1895, época em que o físico alemão Wilhem Roentgen investigava o fenômeno da luminescência. Para seus estudos, Roentgen usava um aparelho chamado tubo de raios catódicos (hoje sabemos que os raios catódicos produzidos no interior desse aparelho eram apenas feixes de elétrons; foi, aliás, com base no estudo desse aparelho que os elétrons foram descobertos). Algo impressionante acontecia toda vez que ele ligava o aparelho: uma fo- lha de papel revestida por uma substância química (platinocianeto de bário) que ele vinha estudando apresentava luminescência, isto é, emitia luz. Mesmo estando a folha na sala ao lado e o tubo de raios catódicos envolto por um pano escuro, a folha brilhava quando o aparelho era acionado. Tinha de haver alguma relação. Roentgen concluiu que algum tipo de raio era emitido pelo aparelho para o meio externo, de modo a causar a luminescência. Por não saber que raios eram aqueles, o cientista batizou-os de “raios X”. Filme Feixe de raios X Revestimento de chumbo Carcaça metálica Âmpola de vidro Janela Feixe de elétrons CátodoÂnodo Raios X Óleo Roentgen descobriu também que esses raios podiam ser invisíveis, mas manchavam chapas fotográfi cas. Aproveitando essa característica dos raios X, menos de dois meses depois de sua descoberta, Roentgen tirou a primeira radiografi a da história – da mão de sua esposa. Apenas quatro dias depois da revelação de sua descoberta à comunidade científi ca, Roentgen viu médicos usarem a radiografi a para determinar a posição de uma bala na perna de um paciente. Acontecia uma verdadeira revolução na ciência, principal- mente na área da Medicina. S ir a d a W ic h it a p h o rn k u n /S h u tt e rs to ck As partes mais claras da radiografi a indicam a presença dos ossos, que, por serem muito densos, impedem a passagem dos raios X. Já as regiões mais escuras correspondem às áreas menos densas do corpo, por onde a radiação passa sem problemas, escurecendo a chapa fotográfi ca. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 71 9/19/18 8:10 AM 72 CAPÍTULO 4 Em 1896, Antoine Becquerel também entrou para a história da radioatividade. Fasci- nado pelos raios X, o cientista começou a estudar a possibilidade de certos compostos químicos os emitirem, assim como fazia o tubo de raios catódicos. Enquanto esperava um dia ensolarado, Becquerel guardou em uma gaveta um sal de urâ- nio posicionado sobre uma chapa fotográfi ca (na época, Becquerel tinha razões para acredi- tar que o sucesso da experiência dependia de a luz do Sol incidir sobre o composto químico). Dias depois, mesmo sem expor o material ao sol, o cientista fi cou muito surpreso ao encon- trar as chapas manchadas. Seriam os raios X que tinham sido emanados pelo urânio? Estudos posteriores mostraram semelhança entre os raios emitidos pelo urânio e os raios X, mas eles não eram idênticos. Foram então chamados de raios Becquerel. E muitas dúvidas ainda persistiam. Em 1891, Marya Sklodowska, uma humilde polonesa de 24 anos, chegou a Paris para estudar na Sorbonne. Já casada, e sob o nome de Marie Curie, iniciou em 1897 seu doutoramento sobre os raios Becquerel. Durante esses estudos, ela descobriu com seu marido – o cientista Pierre Curie – os elementos polônio (nome dado em homenagem à Polônia) e rádio, que recebeu esse nome por ser altamente radioativo (ambos os elemen- tos também eram emissores dos raios Becquerel). Foi o casal Curie o primeiro a empregar o termo radioatividade. A descoberta do elemento rádio valeu a madame Curie o Prêmio Nobel de Química de 1911. No fi m do século XIX, simultaneamente ao casal Curie, o cientista neozelandês Ernest Rutherford iniciou seus estudos para descobrir qual a composição dos raios Becquerel. Ele chegou a conclusões importantes para que a radioatividade começasse a ser mais bem compreendida. A experiência de Rutherford Auxiliado pelo químico inglês Frederick Soddy, Rutherford publicou em 1902 um artigo intitulado “A causa e a natureza da radioatividade”, que esclarecia alguns pontos sobre a diferenciação entre os raios X e os raios Becquerel – agora simplesmente chamados de radioatividade. Dizia o artigo que, enquanto a radioatividade ocorria espontaneamente, sendo emanada de alguns elementos químicos, os raios X apenas eram emitidos quando um material fosse bombardeado por um feixe de raios catódicos (que hoje sabemos ser um feixe de elétrons). No artigo, eles concluíram que a radioatividade parecia ser um fenômeno de origem atômica. Tudo indicava que átomos pesados se tornavam mais leves e, com isso, emitiam radiação. Por meio de uma experiência, Rutherford começou a desvendar a composição das ra- diações. Ele submeteu as emissões radioativas de um minério de urânio – daquele usado por Becquerel – a um campo elétrico. Veja o que foi observado: + + + + + + + – – – – – – – Emissão β Emissão γ Placa positiva Chapa fotográfica Placa negativa Emissão α Material radioativo Bloco de chumbo com abertura para a passagem das emissões radioativas Rutherford constatou que havia dois tipos de emissão radioativa: a de carga positiva – mais pesada, já que sofrera menor desvio de trajetória —, que ele denominou alfa (α), e a de carga negativa – mais leve, já que sofrera um desvio mais intenso em sua trajetória –, que ele chamou de beta (β). Pouco tempo depois, Paul Villard identifi cou um terceiro tipo de radiação: assim como os raios X, esta não sofria desvio quando submetida ao campo elétrico. Foi chamada radiação gama (γ). 1 Defi nição Radioatividade : propriedade apresentada por alguns elementos químicos – como rádio e urânio – de emitir partículas e ondas, transformando-se espontaneamente em isótopos ou outros elementos químicos mais estáveis. Ernest Rutherford (1871-1937) Observação 1 A radioatividade é um fenômeno nuclear, ou seja, ocorre no núcleo do átomo. É a emissão de partícula e/ou onda de um núcleo instável que emite radiação, até que este adquira estabilidade. A emissão da radiação depende apenas da instabilidade do nuclídeo (núcleo radioativo), e independe de outros fatores, como pressão e temperatura. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 72 9/19/18 8:10 AM 73 Q U ÍM IC A A partícula alfa (α) Ao identifi car a presença do gás nobre hélio (4 2 He) em recipientes que continham mi- nérios de urânio, Rutherford propôs em 1906 que as partículas alfa emitidas pelo urânio seriam semelhantes aos átomos de hélio e seriam responsáveis pelo surgimento do gás nobre nessa situação. Hoje, essa hipótese está comprovada. Uma partícula alfa é um conjunto de 2 prótons e 2 nêutrons, ou seja, é idêntica ao núcleo do átomo de hélio. Portanto, uma partícula alfa apresenta número atômico (Z) igual a 2 (seu número de prótons) e número de massa (A) igual a 4 (soma dos números de prótons e nêutrons). Sua representação é: 2 α4 Atualmente, temos as seguintes informações sobre essas partículas: sua velocidade é de aproximadamente 30 000 km/s e apresentam baixo poder de penetração na matéria, podendo ser detidas por poucos centímetros de ar (do qual capturam elétrons para for- marem átomos “completos” de hélio) ou simplesmente por uma folha de papel. Incidindo sobre o corpo humano, não passam da pele. O núcleo remanescente de uma emissão alfa apresenta 2 prótons e 2 nêutrons a menos do que possuía originalmente (está localizado duas casas à esquerda na tabela periódica, em relação ao átomo emissor da radiação alfa). Por exemplo, se um átomo de urânio-238 (238 92 U) emite radiação alfa, ele perde 2 de seus prótons e 2 de seus nêu- trons. Resultado:seu número atômico diminui em 2 unidades, e seu número de massa, em 4. 1 Observe a representação usada: 92 U 238 90 Th 234 ou+ 2 α 4 90 234 Th+ 2 4 α 92 U 238 Observe que o átomo de um novo elemento químico foi formado – nesse caso, um áto- mo de tório. Dizemos que o átomo de urânio-238 sofreu decaimento radioativo, emitindo partícula alfa, o que acabou por gerar o isótopo de tório-234. A representação de uma emissão α pode ser dada por: Z XA w 2 α4 + Z – 2 YA – 4 Essa equação é chamada de primeira lei da radioatividade ou lei de Soddy. Nos estudos de radioatividade, é comum empregarmos o termo isótopo como sinô- nimo de átomo (às vezes, o termo nuclídeo (ou radionuclídeo) também é usado para esse fi m). Portanto, ao nos referirmos ao átomo de urânio de número de massa 235 (urânio-235), podemos dizer: o isótopo de urânio-235. Assim, informa-se também que há outros átomos de urânio com números de massa diferentes daquele citado. Lembre-se: o urânio apresen- ta-se naturalmente na forma de três isótopos: 92 U238, 92 U234 e 92 U235 – átomos com mesmo número de prótons, mas diferentes números de massa. Um núcleo atômico, ao emitir uma partícula alfa, forma um novo núcleo com 2 nêutrons e 2 prótons a menos que o núcleo original. A partícula beta (β) No início do século XX, Becquerel constatou que as partículas beta eram, na verdade, elétrons. Para isso, o cientista comparou os desvios que os elétrons – descobertos alguns anos antes por J. J. Thomson – sofriam quando submetidos a um campo elétrico e verifi cou que as partículas beta se comportavam de maneira idêntica. Atualmente, temos mais informações sobre essas partículas: sabemos que elas são bem mais rápidas que as partículas alfa – sua velocidade de deslocamento pode atingir os 290 000 km/s! Por atingirem mais de 90% da velocidade da luz, têm alto poder de penetração na ma- téria: são até cem vezes mais penetrantes que as partículas alfa. São capazes de se des- locar por até um metro no ar. Para detê-las, é necessária uma chapa de chumbo de 2 mm. Incidindo sobre o corpo humano, penetram até 2 cm. Atenção 1 O número de massa pode ser colocado no canto superior direito ou esquerdo do símbolo do elemento químico. As duas representações são usadas. Antoine Henri Becquerel (1852-1908) Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 73 9/19/18 8:10 AM 74 CAPÍTULO 4 Como Rutherford havia constatado, ao estudar as partículas alfa, que a radiação é um fenômeno nuclear, surge uma pergunta: como elétrons podem ser originados do núcleo de um átomo, onde há apenas prótons e nêutrons? Só se respondeu a essa pergunta de- pois de 1932, ano em que a existência dos nêutrons foi efetivamente comprovada por Ja- mes Chadwick. Hoje sabemos que um nêutron pode desintegrar-se em um próton e um elétron, além de um neutrino (partícula mais leve que o elétron). Representação: 0 n1 w 1 p1 + –1 e0 + 0 ν0 Desintegração Nêutron Próton Elétron (partícula β) Neutrino Quando ocorre a desintegração do nêutron, o próton formado permanece no nú- cleo, mas o elétron não, passando a ser chamado de partícula beta. Como consequên- cia disso, o número atômico (número de prótons) do átomo aumenta uma unidade – forma-se um elemento químico localizado uma casa à direita da posição do átomo de origem na tabela periódica. Como a soma do número de prótons e de nêutrons per- manece a mesma, não há alteração no número de massa. Veja a representação desse fenômeno: 55 Cs137 w –1 β0 + 56 Ba137 Veja a alteração da posição do elemento na tabela periódica: Grupo 1 2 3 4 5 6º período Cs Ba La Ce Pr Emissão de uma partícula β Z XA w –1 β0 + (Z + 1) YA Essa equação é chamada de segunda lei da radioatividade ou lei de Soddy-Fajans e Russel. A emissão de uma partícula beta causa perda de um nêutron e ganho de um próton pelo núcleo do átomo que a emitiu. A radiação gama (γ) A emissão gama não é feita de partículas (e, portanto, não apresenta massa) como as emissões alfa e beta, mas, sim, de radiação eletromagnética, assim como os raios X. A pequena diferença entre os raios X e os raios γ está em seus comprimentos de onda. Enquanto os raios X apresentam comprimentos de onda de 10–10 a 10–8 m, os raios γ apresentam comprimentos abaixo de 10–11 m. A emissão gama não é afetada por campos elétricos (ou magnéticos), uma vez que não apresenta carga elétrica. Sua velocidade é igual à da luz (300 000 km/s) e seu poder de penetração é altíssimo, podendo atravessar milhares de metros no ar. Para detê-las, são necessários mais de 5 cm de chumbo ou largas paredes feitas de concreto. Apesar de serem perigosíssimas para o ser humano, são muito usadas no tratamento do câncer e na esterilização de alimentos perecíveis. Quando um átomo radioativo emite radiação gama, ele não sofre alteração em seu número atômico nem em seu número de massa. A emissão gama costuma ocorrer simul- taneamente com as emissões alfa e beta. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 74 9/19/18 8:10 AM 75 Q U ÍM IC A 92 U + +2α 238 90 Th 2344 0 γ 0 55 Cs + +–1β 137 56 Ba 1370 0 γ 0 Veja no desenho a seguir uma comparação entre o poder de penetração das radiações α, β e γ. α β γ Folha de papel Folha de chumbo Placa de madeira de 2,5 cm Chapa de aço com 15 cm de espessura Chapa de chumbo com mais de 5 cm Veja o espectro eletromagnético com os diferentes comprimentos de onda: Penetra na atmosfera? Prédios Pessoas Borboletas Ponta de agulha Células Moléculas Átomos Núcleos Tipo de radiação Comprimento de onda (m) Escala do comprimento de onda Rádio 103 Micro-onda 10–2 Infravermelho 10–5 Visível 0,5 · 10–6 Ultravioleta 10–8 Raios X 10–10 Raios gama 10–12 SIM NÃO SIM NÃO Defi nição Meia-vida : tempo para que metade dos núcleos de determinada amostra radioativa sofra decaimento, isto é, se desintegre. Desintegrações radioativas Considere uma amostra de 100 g de urânio-238, um isótopo radioativo emissor alfa. Para sabermos com que velocidade essa amostra de urânio emite radiação e se todos os átomos de urânio sofrem decaimento ao mesmo tempo, devemos estudar a cinéti- ca dessa transformação. A emissão das partículas alfa pelos átomos de urânio-238 não ocorre simultaneamente por todos os átomos, assim como numa reação química as moléculas não reagem todas ao mesmo tempo. Na verdade, para alguns dos isótopos radioativos existentes, o decaimento radioativo pode durar bilhões de anos (caso do urânio-238). Para defi nirmos a velocidade de decaimento de um isótopo radioativo, usamos o con- ceito de meia-vida t 1 2 ( ) ou período de semidesintegração radioativa (P). Pelo conceito de meia-vida, podemos desenvolver uma equação (cuja demonstração não é objeto de estudo no Ensino Médio) para calcularmos a quantidade de átomos res- tantes após determinado tempo. Essa equação é: N = N 2 0 x , em que: N = número de núcleos fi nal N 0 = número de núcleos inicial x = número de meias-vidas E o tempo para que N0 passe a ser N é dado por: t = P ⋅ x Como o número de núcleos é diretamente proporcional à massa da amostra, podemos escrever, por analogia, que: m = m 2 0 x Observação 1 Os efeitos biológicos da radiação As radiações alfa, beta e gama são ionizantes, ou seja, quando entram em contato com o corpo humano retiram elétrons dos tecidos, provocando alterações celulares, podendo causar anomalias, como o câncer. 1 Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 75 9/19/18 8:11 AM 76 CAPÍTULO 4 Assim, considerando a amostra de 100 g de urânio-238, passada uma meia-vida, resta- rão 50 g. Depois de mais uma meia-vida, teremos ainda 25 g. Outra meia-vida decorrida, sobrarão 12,5 g, e assim por diante. Grafi camente, temos: 100% 50% 25% P o rc e n ta g e m d e U -2 3 8 r e m a n e sc e n te Número de meias-vidas decorridas 12,5% 6,25% 1 2 3 4 Amostra de U-238 O valor de uma meia-vida depende do isótopo radioativoque está sendo estudado. Observe a tabela a seguir: Isótopo radioativo Tempo de meia-vida Criptônio-93 1,3 segundo Urânio-239 23,5 minutos Iodo-131 8 dias Carbono-14 5 730 anos Plutônio-239 2,4 ⋅ 104 anos Urânio-238 4,5 ⋅ 109 anos As reações de transmutação artifi cial Algumas desintegrações α e β geralmente são emissões naturais e descontroladas, ou seja, são, na maior parte, explosões nucleares em que nada pode ser feito para que sejam impedidas. A transmutação artifi cial consiste na transformação de um átomo de determi- nado elemento químico em outro átomo de outro elemento químico diferente do inicial, sendo essa transformação provocada pelo ser humano. 1 Em 1919, Rutherford pensou que, ao fazer colidir uma partícula com alta velocidade e determinada massa com um núcleo maior que a partícula emitida, poderia produzir uma partícula maior ou partir o núcleo da partícula. Em uma experiência, Rutherford colocou uma amostra de Po (α emissor) em um re- cipiente contendo nitrogênio e obteve oxigênio, produzindo assim a primeira reação de transmutação artifi cial. Veja a seguir: 2 α4 + 7 N14 w 8 O17 + 1 p1 Na onda das transmutações, em 1932, o físico James Chadwick descobriu o nêutron pela seguinte transmutação nuclear: 4 Be9 + 2 α4 w 6 C12 + 0 n1 Outra transmutação artifi cial historicamente importante foi feita pelo casal Curie, que produziu o primeiro elemento radioativo artifi cial e ainda descobriu o pósitron ( +1 e0 ou +1 p0). 1 Veja as equações a seguir: 5 B10 + 2 α4 w 7 N13 + 0 n1 7 N13 w 6 C13 + 1 e0 Atenção 1 Nas reações de transmutação artifi cial, assim como nas emissões radioativas naturais, deve haver conservação de massa e carga. Veja a seguir a transmutação provocada por um próton: 4 Be9 + 1 p1 w 3 Li6 + Z XA Para conhecermos X, faremos: Balanço de massa: 9 + 1 = 6 + A s A = 4 Balanço de carga: 4 + 1 = 3 + Z s Z = 2 ∴ 2 X4 Logo, X é uma partícula α. Curiosidade 1 O pósitron é um elétron com carga positiva, ou seja, uma antipartícula que, embora estável, sobrevive até encontrar um elétron. Quando encontra, dá-se a seguinte reação: Pósitron (antipartícula) f elétron com carga positiva –1 β 0 + +1 e 0 w 0 γ 0 Elétron Partícula f Radiação gama f onda eletromagnética de alta energia Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 76 9/19/18 8:11 AM 77 Q U ÍM IC A Decifrando o enunciado Lendo o enunciado Atenção às unidades de tempo: o número de emissões em vida de um ser vivo é de 15 emissões beta/(min/g). O número de emissões do fóssil é de 6 750 emissões beta por hora. A quantidade em massa de cada situação também deve ser analisada. Quando em vida, a quantidade de massa analisada é de 1 g, na amostra do fóssil é de 30 g. Meia-vida ou período de semidesintegração radiotiva são termos sinônimos, e referem- -se ao tempo necessário para que metade dos núcleos de determinada amostra sofram desintegração. (Enem) A técnica do carbono-14 permite a datação de fósseis pela medição dos valores de emis- são beta desse isótopo presente no fóssil. Para um ser em vida, o máximo são 15 emissões beta/(min/g). Após a morte, a quantidade de 14C se reduz pela metade a cada 5 730 anos. A prova do carbono 14. Disponível em: <http:///noticias.terra.com.br.> Acesso em: 9 nov. 2013. (Adaptado.) Considere que um fragmento fóssil de massa igual a 30 g foi encontrado em um sítio arqueológico, e a medição de radiação apresentou 6 750 emissões beta por hora. A idade desse fóssil, em anos, é: a) 450 b) 1 433 c) 11 460 d) 17 190 e) 27 000 Resolução Resposta: C Determinando o número de emissões beta em 30 g de um ser vivo: 15 emissões beta/min ——— 1 g x ——— 30 g ∴ x = 450 emissões beta/min Determinando o número de emissões beta/min em 30 g de amostra de fóssil: 6 750 emissões beta ——— 1 h ——— 60 min y ———————— 1 min ∴ y = 112,5 emissões beta/min Logo, podemos raciocinar: t t t t 0 11460 anos 450 emissões /min 225 emissões /min 112,5 emissões /min 1 5730 1 5730 1 2 1 2 = = β → β → β Desenvolva IC A H25 Caracterizar materiais ou substâncias, identifi cando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. (Unicamp-SP) A 2,5-dimetoxi-4-bromoanfetamina, DOB, é um potente alucinógeno comercializado dentro de cápsulas, em doses de 1,5 mg. Essa quantidade é tão pequena que a droga é conhecida como “cápsula do vento” ou “cápsula da mor- te”. A literatura não traz informações sobre valores de dose letal, mas a ingestão de duas cápsulas da droga tem grandes chances de levar o usuário a uma overdose. a) Se o volume interno da cápsula em que se comercializa a droga é de 1,0 cm3, quanto vale a relação m DOB /m ar no interior da cápsula? Considere desprezível o volume ocupado pelo DOB sólido, considere a pressão interna de 100 000 Pa e a temperatura de 25 °C. b) Imagine que um indivíduo ingere uma cápsula contendo 1,5 mg de DOB, ao mesmo tempo que outro indivíduo ingere um comprimido contendo 10 mg de ecstasy. Baseando-se apenas no fato de que a meia-vida do DOB no organismo é de 12 horas e a do ecstasy é de 1,5 horas (uma hora e meia), qual dos dois indivíduos teria maior massa do princípio ativo da droga após 12 horas? Na fi gura apresentada no espaço para resolução, construa as curvas de decaimento das duas drogas no organismo para justifi car sua resposta. Dados: m DOB (massa de DOB); m ar (massa de ar no interior da cápsula); massa molar do ar = 29 g ⋅ mol–1, R = 8,3 Pa ⋅ m3 ⋅ K–1 ⋅ mol–1, T/K = 273 + t/°C. R e p ro d u ç ã o / U n ic a m p .S P, 2 0 1 6 . Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 77 9/19/18 8:11 AM 78 CAPÍTULO 4 Atividades 1. (FEI-SP) Um átomo X, de número atômico 92 e número de massa 238, emite uma partícula alfa, transformando-se num átomo Y, o qual emite uma partícula beta, produzin- do um átomo Z. Então: a) os átomos Y e X são isótopos. b) os átomos X e Z são isótonos. c) os átomos X e Y são isóbaros. d) o átomo Z possui 143 nêutrons. e) o átomo Y possui 92 prótons. 2. (UFSM-RS) O isótopo 60 do cobalto e o isótopo 131 do iodo são utilizados na medicina para o tratamento de cé- lulas cancerosas. O decaimento radiativo desses radioisó- topos pode ser representado por: 60 27 Co w 60 28 Ni + X 131 53 I w 131 54 Xe + Y Assinale se as afi rmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) As partículas X e Y emitidas durante os decaimentos não apresentam carga. ( ) O isótopo 131 do iodo emite radiação gama. ( ) No decaimento radiativo do cobalto, o nuclídeo “pai” e o nuclídeo “fi lho” apresentam o mesmo nú- mero de massa. A sequência correta é: a) V – F – F b) F – F – V c) V – V – F d) F – V – V e) F – V – F 3. (FGV-SP) O isótopo de massa 226 do elemento químico radio 88 Ra226 é produzido naturalmente a partir do decai- mento radioativo do 92 U238. Os números de partículas alfa e beta, emitidas para a obtenção de um átomo de 88 Ra226, a partir do 92 U238 são, respectivamente: a) 2 e 3 b) 3 e 1 c) 3 e 2 d) 3 e 3 e) 4 e 1 4. (Fatec-SP) Considere que o 82 Pb210 sofra a seguinte sequên- cia de decaimento radioativo: 210 82 Pb w 210 83 Bi w 210 84 Po Considere também o gráfi co, que relaciona massa do nu- clídeo x tempo. Massa do nuclídeo Tempo A B C As curvas A, B e C correspondem, respectivamente, a: Curva A Curva B Curva C a) 21082Pb 210 83 Bi 210 84 Po b) 21084Po 210 82 Pb 210 83 Bi c) 21083Bi 210 82 Pb 210 84 Po d) 21084Po 210 83 Bi 210 82 Pb e) 21082Pb 210 84 Po 210 83 Bi 5. (Acafe-SC) Quanto tempo levará para a atividade do ra- dioisótopo Cs137 cair para 3,125% de seu valor inicial? (Dado: Considere que o tempo de meia-vida do radioisó- topo Cs137 seja de 30 anos) a) 150 anos b) 0,93 anos c) 180 anos d) 29 anos 6. (Vunesp) No processo de desintegração natural de 92 U238,pela emissão sucessiva de partículas alfa e beta, forma-se o 88 Ra226. Os números de partículas, alfa e beta, emitidas neste processo são, respectivamente, a) 1 e 1. b) 2 e 2. c) 2 e 3. d) 3 e 2. e) 3 e 3. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 78 9/19/18 8:11 AM 79 QU ÍM IC A 7. (FEI-SP) Ao estudar a desintegração radioativa de um ele- mento, obteve-se uma meia-vida de 4 h. Se a massa inicial do elemento é 40 g, depois de 12 h, teremos (em gramas): a) 10 b) 5 c) 8 d) 16 e) 20 8. +Enem [H23] A seguir encontra-se um gráfi co que re- presenta o decaimento radioativo de uma amostra de cé- sio-137, nuclídeo que foi responsável pelo maior acidente nuclear brasileiro até hoje. 100 80 200 60 40 20 0 40 60 C é si o -1 3 7 ( % ) Tempo (anos) 80 100 Afi rma-se que níveis aceitáveis de radiação decorrem de uma massa que pode ser, no máximo, de 7 g de Cs-137. Supondo que tenha ocorrido a exposição de uma amostra com 80 g de Cs-137 no acidente mencionado, os níveis de radiação nas proximidades do nuclídeo isolado serão aceitáveis após aproximadamente: a) 16 anos. b) 30 anos. c) 40 anos. d) 80 anos. e) 120 anos. Complementares Tarefa proposta 1 a 12 9. (Cesgranrio-RJ) Após algumas desintegrações sucessivas, o 90 Th232, muito encontrado na orla marítima de Guarapari (ES), se transforma no 82 Pb208. O número de partículas α e β emitidas nessa transformação foi, respectivamente, de: a) 6 e 4 b) 6 e 5 c) 5 e 6 d) 4 e 6 e) 3 e 3 10. (PUCC-SP) Um ambiente foi contaminado com fósforo radioativo, 15 P32. A meia-vida desse radioisótopo é de 14 dias. A radioatividade por ele emitida deve cair a 12,5% de seu valor original após: a) 7 dias b) 14 dias c) 42 dias d) 51 dias e) 125 dias 11. (Famerp-SP) O câncer de mama é o mais reincidente nas mulheres. Por essa razão, mesmo quando é feita a retirada cirúrgica do tumor, a radioterapia externa (teleterapia) é frequentemente indicada para tratar a doença residual. Em geral, utiliza-se como fonte radioativa o cobalto-60 que, em seu processo de decaimento, emite partícula beta negativa e raios gama. O gráfi co mostra a atividade apro- ximada do 60Co em função do tempo. 90 80 70 20 60 50 40 30 10 20 0 4 6 A ti vi d a d e ( G B q ) Tempo (anos) 8 10 161412 a) Determine a meia-vida do radionuclídeo 60Co. Justifi - que sua resposta. b) Escreva a equação de desintegração do cobalto-60 e identifi que o elemento químico resultante. 12. (UFPI) A análise de uma amostra de um meteorito indicou que ele contém três átomos de chumbo para cada átomo de urânio. Considerando que nenhum chumbo estaria pre- sente na formação do meteorito e que este é formado pelo decaimento radioativo, cuja meia-vida é de 4,5 ⋅ 109 anos, marque a alternativa correta para a idade do meteorito: a) 4,5 ⋅ 109 anos b) 9,0 ⋅ 109 anos c) 13,5 ⋅ 109 anos d) 18,0 ⋅ 109 anos e) 22,3 ⋅ 109 anos Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 79 9/19/18 8:11 AM 80 CAPÍTULO 4 Fissão nuclear A estabilidade nuclear está relacionada à razão entre o número de nêutrons (n) e o de prótons (p) contidos no núcleo. Para átomos com número atômico igual ou inferior a 20, por exemplo, os isótopos mais estáveis apresentam a razão n p igual ou próxima a 1. Assim, considerando os isótopos do hidrogênio, temos: • 1 H1 (prótio): apesar de não ter nêutrons, é estável; • 1 H2 (deutério): como n p = 1, é estável; • 1 H3 (trítio): como n p = 2, é radioativo (instável). Do mesmo modo, o isótopo de carbono-14 ( 6 C14) = n p 1,33 é radioativo, enquanto o carbono-12 ( 6 C12) = n p 1 é estável. Concluímos, portanto, que a adição de nêutrons pode transformar um núcleo estável em um núcleo instável. Em 1938, o cientista alemão Otto Hahn e seu auxiliar Fritz Strassmann realizaram um experimento que mudaria o rumo dos estudos de radioatividade. Até então, todos os fenômenos relacionados a esse tema, tanto os que ocorriam de forma natural como os que eram provocados artifi cialmente, envolviam quantidades pequenas de energia. No entanto, o experimento rea- lizado no laboratório de Hahn, em Berlim, liberava uma quantidade muito maior de energia que os experimentos anteriores. Hahn e Strassmann bombardearam urânio com nêutrons. A introdução dos nêutrons desestabilizou o núcleo, o que resultou na quebra do núcleo de urânio em fragmentos menores. Entre eles, Hahn identifi cou a presença de um isótopo de bário, um elemento que tem 36 prótons a menos que o urânio. A quebra de um núcleo grande em fragmentos menores, como a que ocorreu nesse caso, foi denominada fi ssão nuclear pela cientista austríaca Lise Meitner. A quantidade de energia envolvida em uma fi ssão nuclear motivou o crescimento das pesquisas do núcleo do átomo. Imaginava-se que uma sequência de fi ssões nucleares poderia liberar energia sufi ciente para provocar grandes explosões (era a época da Segunda Guerra Mundial). Os estudos mostraram que um material adequado para uma fi ssão nuclear efi ciente seria o isótopo de urânio-235. Tal fi ssão pode ocorrer de diferentes formas, entre elas, podemos citar duas nas seguintes equações: 92 U235 + 0 n1 w 56 Ba141 + 36 Kr92 + 3 0 n1 + energia 92 U235 + 0 n1 w 42 Mo103 + 50 Sn131 + 2 0 n1 + energia A razão da efi ciência do urânio-235 são os nêutrons produzidos na sua fi ssão. Tais nêutrons podem provocar a fi ssão de outros núcleos. Essas novas fi ssões, por sua vez, produzem nêutrons. Estes, então, provocam novas fi ssões, que produzem mais nêutrons, que provocam mais fi ssões… é a chamada reação em cadeia. 92Kr 36 92Kr 36 141Ba 56 n n n n n n n n n n n n 235U 92 235U 92 235U 92 235U 92 92Kr 36 90Sr 38 144Xe 54 141Ba 56 141Ba 56 Para que a reação em cadeia ocorra, é necessário que os nêutrons produzidos em uma reação sejam absorvidos por ou- tros núcleos antes que escapem do material. Portanto, deve haver uma quantidade mínima de urânio-235, que é chamada massa crítica. O isótopo de urânio-238 não sofre fi ssão em cadeia. Além do urânio-235, o plutônio-239, existente em quan- tidade muito pequena na natureza, também sofre fi ssão em cadeia. A fi ssão nuclear desse elemento libera 20% a mais de energia que a do urânio-235. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 80 9/19/18 8:11 AM 81 Q U ÍM IC A O projeto Manhattan O projeto dos Estados Unidos de desenvolvimento de uma bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial recebeu o nome de projeto Manhattan. A ideia de se produzir uma arma atômica o mais rápido possível foi estimulada, por um lado, pelo conhecimento de que esse tipo de arma poderia determinar o resultado da guerra e, por outro, pelo receio de que a Alemanha estivesse à frente no processo de fabricação de uma bomba atômica. 1 Com todas as condições políticas e econômicas, o Exército americano tratou de providen- ciar o explosivo nuclear: o urânio-235. O problema é que apenas 0,7% do urânio existente na na- tureza corresponde a esse isótopo; o restante é de urânio-238, que não sofre fi ssão em cadeia. Era necessário, então, aumentar a proporção de urânio-235 na mistura. Para isso, a mistura de isótopos de urânio foi convertida em UF 6 , que é um gás. Como as moléculas de UF 6 que contêm o urânio-235 são mais leves, elas se movimentam um pouco mais rápido que as que contêm o urânio-238. Assim, as moléculas mais leves, com urânio-235, conseguem atravessar os pequenos orifícios de uma placa porosa mais rapidamente, fazendo com que a mistura do outro lado da placa contenha mais urânio-235 que urânio-238, conforme mostra o esquema a seguir: 238UF 692 235UF 692 Como naquela época não havia a certeza de que o processo de enriquecimento de urânio daria certo, foi desenvolvida, simultaneamente, a fabricação de plutônio-239 como uma alter- nativa ao urânio-235. Nesse processo, o plutônio-239 foi gerado de uma reação controlada que envolvia a absorçãode nêutrons pelo urânio-238, de acordo com a sequência de equações: 92 U238 + 0 n1 w 92 U239 92 U239 w 93 Np239 + –1 β0 93 Np239 w 94 Pu239 + –1 β0 Resolvido o problema do explosivo, passou-se à construção da bomba. Para evitar que a reação em cadeia ocorresse, ou seja, que a bomba explodisse antes da hora certa, o ex- plosivo foi dividido em dois blocos. Cada um desses blocos continha uma massa inferior à massa crítica, necessária para a reação em cadeia. Para se juntarem esses dois blocos e se atingir a massa crítica, seria provocada uma explosão dentro da bomba, empregando-se um explosivo comum, não nuclear. Finalmente, atingida a massa crítica, a bomba seria detonada por nêutrons fornecidos por uma mistura de berílio e polônio-210, a mesma mis- tura usada por James Chadwick na descoberta do nêutron em 1932. No dia 16 de julho de 1945, no deserto de Los Alamos, Novo México, foi realizado o pri- meiro teste nuclear: a detonação de uma bomba contendo cerca de 6 kg de plutônio. Para detonar uma bomba de plutônio, são necessários apenas 10 nêutrons! Em 6 de agosto de 1945, foi lançada uma bomba atômica contendo urânio (apelidada de Little boy) sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. Essa bomba matou mais de 100 mil pessoas em poucas horas. Temperaturas superiores a 3 000 °C mataram pessoas num raio de 3 quilômetros do local da explosão. Três dias depois, foi lançada uma bomba de plutônio (apelidada de Fat man) sobre a cidade de Nagasaki. A escolha dessas duas cidades envolveu diversos fatores. Entre eles, estava o fato de que elas ainda não haviam sido atacadas durante a guerra. Assim, poderia ser feita uma estimativa do efeito das bombas atômicas sem a interferência de danos anteriores provocados por bombas convencionais. Ao todo, cerca de 200 mil pessoas morreram. Em poucos dias, o Japão rendeu-se incondicionalmente, dando fi m à Segunda Guerra Mundial. Reatores nucleares Um reator nuclear é um sistema em que é realizada uma fi ssão nuclear de forma con- trolada, com a fi nalidade de obter-se energia elétrica. O controle do processo de fi ssão depende da velocidade e do número de nêutrons, que deve ser sufi ciente para manter a fi ssão em cadeia, mas não deve ser muito alto a ponto de provocar uma explosão. Curiosidade 1 A energia liberada na fi ssão de 1 g de 92 U235 é igual a 2,0 ⋅ 1010 cal. Essa energia é equivalente à liberada na queima de cerca de seis toneladas de carvão! Reconvertendo o UF 6 (localizado à direita da placa) em urânio, teremos uma mistura com concentração maior de urânio-235: o chamado urânio enriquecido. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 81 9/19/18 8:11 AM 82 CAPÍTULO 4 Ao contrário do que se imagina, uma usina nuclear não pode explodir como uma bomba atômica, já que a quantidade de combustível usada é sempre inferior à massa crítica. 1 Interação A radioatividade será vista aos olhos da Física em energia nuclear, caderno 12, capítulos 3 e 4. As consequências desse fenômeno nuclear, como uso bélico – as armas nucleares – desde a Segunda Guerra Mundial até o fi m da Guerra Fria, serão discutidos em História, caderno 10, capítulos 3 e 4. Observe a fi gura, que mostra o esquema de uma usina termonuclear: Bomba Bomba Água fria Turbina VaporEdifício do reator Gerador Água pressurizada Núcleo radioativo Condensador Água de circulação Trocador de calor Gerador de vaporContêiner de pressão Entre os componentes de um reator nuclear, estão: • material que sofrerá fi ssão, por exemplo, urânio enriquecido; • um moderador, responsável pelo controle da velocidade dos nêutrons produzidos na reação sem, contudo, absorvê-los. Entre os moderadores usados, estão grafi te e água; • uma blindagem, a fi m de proteger os trabalhadores da radiação; • água para resfriar o sistema. E se fosse possível? Tema integrador Trabalho, ciência e tecnologia. Leia o texto a seguir: “Reator nuclear” é todo sistema no qual, sob condições efetivamente controláveis, se pode produzir reação em cadeia de mate- rial físsil: urânio-235, plutônio, urânio-233. Tal designação está sendo largamente usada hoje, de preferência ao nome “pilha atômi- ca”, ainda em voga, sugerido pela estrutura dos primeiros sistemas postos em funcionamento, como o de Chicago (conhecido como “CP-1” = Chicago Pile One), realizado pela equipe de Fermi. Nas bombas atômicas, a reação em cadeia processa-se integralmente durante tempo muitíssimo curto, o que libera de modo explosivo toda a energia armazenada no material fi ssionável, urânio ou plutônio, consumindo-se todo ele de uma vez. O processo é propositalmente violento e não sujeito a controle algum, salvo no que respeita ao início da reação: aparentemente, numa bom- ba atômica, a matéria ativa é conservada em porções de tamanho subcrítico, incapazes de “infl amarem” assim separadamente. No momento oportuno, as porções são reunidas de repente e desencadeia-se a explosão. Nos reatores nucleares, pelo contrário, a libertação da energia faz-se com velocidades que podem ser modifi cadas pela in- tervenção de elementos reguladores adrede previstos. As maiores velocidades de reação até agora postas em jogo, nas pilhas experimentais, desprendem energia à razão de 30 000 quilowatts (reator de Brookhaven, LongIsland, EUA), o que corresponde ao consumo de 36,2 g de U-235 por dia, [...] Disponível em: <www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm>. Acesso em: 13 abr. 2018. E se fosse possível trocar o urânio-235 usado em um dia, no reator de Brookhaven, Long Island, por carvão? Qual seria a massa de carvão, em toneladas, necessária para gerar a mesma quantidade de energia, sabendo que 1 g de 235U gera a mesma quantidade de energia que 120 kg de carvão? Curiosidade 1 O primeiro reator foi construído por Enrico Fermi, em 1942, na Universidade de Chicago, fruto do projeto Manhattan. O calor liberado na fi ssão transforma água em vapor. O vapor, então, movimenta a turbina, que transforma energia mecânica em energia elétrica. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 82 9/19/18 8:11 AM 83 Q U ÍM IC A Problemas relacionados à energia nuclear A energia elétrica produzida nas usinas nucleares apresenta como principal vantagem o fato de a poluição atmosférica ser muito menor que a produzida em usinas que usam combustíveis fósseis, como o carvão. Entretanto, o uso da energia nuclear deve ser bem avaliado, pois pode provocar diversos problemas, como: • contaminação de grandes regiões por causa de um possível vazamento de mate- rial radioativo, como o que aconteceu na usina de Chernobyl, no dia 26 de abril de 1986; • armazenamento do resíduo radioativo das usinas nucleares, o chamado lixo atô- mico. Entre os produtos da fissão do urânio-235, já foram identificados mais de 200 isótopos de 35 elementos diferentes. Entre eles, muitos ainda são altamente radioativos e, por apresentarem meias-vidas longas, devem ser acondicionados e isolados do meio ambiente por até centenas de anos para evitar problemas com a radiação. Em 11 de março de 2011, um terremoto de 8,9 graus na escala Richter provocou um tsunami, o qual foi responsável por um grave acidente nuclear, desencadeando uma sé- rie de eventos. Apesar de os mecanismos de desligamento automático em caso de sismo terem extinguido a reação nuclear em cadeia, como o previsto, os radioisótopos contidos nos elementos combustíveis continuaram a emitir radiação, gerando “calor residual”, que deveria ser removido por mecanismos dependentes de energia elétrica. No entanto, toda a rede elétrica no local foi cortada, em razão do terremoto, e os geradores a diesel foram inundados pelo tsunami. Apesar dos esforços para a remoção desse calor residual, ele for- neceu energia sufi ciente para a explosão de hidrogênio no interior da usina, provocando um vazamento de material radioativo para o meio ambiente e uma contaminação que deverá durar muito tempo. 1 Fus‹o nuclearFusão nuclear é o nome dado à união de núcleos pequenos para formar um único núcleo maior. Uma fusão nuclear libera energia superior a uma fi ssão nuclear e, para que ocorra, necessita de temperaturas entre 10 milhões e 100 milhões de graus Celsius. Um exemplo de fusão nuclear é a união de quatro átomos de hidrogênio, formando um átomo de hélio e duas partículas denominadas pósitrons: 4 1 H1 w 2 He4 + 2 1 e0 São reações desse tipo que produzem a energia emitida pelo Sol. A fusão de 1 g de hidrogênio produz energia igual a nove vezes a energia produzida pela fi ssão de 1 g de urânio-235. A primeira aplicação da fusão nuclear foi a chamada bomba de hidrogênio, que lite- ralmente vaporizou o atol de Bikini em 1952. Para se ter uma ideia do poder destrutivo dessa bomba, é necessária uma bomba atômica como a de Hiroshima para iniciar o pro- cesso de fusão. A reação que ocorreu nessa bomba foi: 1 H2 + 1 H3 w 2 He4 + 0 n1 Atualmente, estão sendo realizadas pesquisas para desenvolver equipamentos que permitam efetuar fusões nucleares controladas e, dessa forma, aproveitar a energia li- berada nesses processos. A fusão nuclear controlada apresentará diversas vantagens em relação à fi ssão nuclear, como: • produtos que não são radioativos; • os reagentes são materiais abundantes na natureza ou de fácil obtenção; • quantidade de energia produzida muito maior que a obtida em um reator de fi ssão nuclear. Curiosidade 1 O acidente de Goi‰nia Em setembro de 1987, um aparelho de radioterapia contendo césio-137, que estava abandonado havia cerca de dois anos no prédio do desativado Instituto Goiano de Radioterapia, foi recolhido por dois homens que haviam invadido o local à procura de sucata. O dono de um ferro-velho, então, comprou o aparelho e começou a desmontá-lo. Ao abrir o aparelho, encontrou cerca de 20 g de cloreto de césio-137, um pó branco semelhante ao sal de cozinha, mas que brilha no escuro com uma coloração azulada. Fascinado com o brilho do material, começou a mostrá-lo e a distribuí-lo a amigos e vizinhos. Apesar de os primeiros sintomas da contaminação (tonturas, náuseas, vômitos, diarreias) terem surgido algumas horas depois, só foi descoberta a real causa, ou seja, exposição excessiva à radiação, 16 dias depois, quando a esposa do dono do ferro-velho levou parte do aparelho até a vigilância sanitária. Quatro pessoas morreram e 129 pessoas apresentaram contaminação corporal. A partir de cerca de 20 g de cloreto de césio-137, foram recolhidas mais de 13 toneladas de lixo contaminado durante os trabalhos de descontaminação. Esse material só apresentará radiação tolerável para os seres humanos por volta do ano de 2170. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 83 9/19/18 8:11 AM INFO + ENEM 84 CAPÍTULO 4 É impossível saber com exatidão a maneira como o Universo começou a existir. No início, de acordo com a teoria do big-bang, a mais aceita entre a comunidade científi ca, apareceu uma bola de fogo, infi nitamente pequena e densa, que deu origem ao espaço, a matéria e a energia. Isso aconteceu há 13,7 bilhões de anos. A grande incógnita que ainda continua sem resposta é o que possibilitou a origem de um diminuto ponto de luz carregado de energia concentrada, a partir do qual foram criadas de forma espontânea a matéria e a antimatéria. Em muito pouco tempo, o Universo jovem começou a se expandir e a esfriar, e ao longo de bilhões de anos adquiriu o aspecto que hoje conhecemos. A criação do Universo ASSIM CRESCEU O que gerou a infl ação foi a expansão de cada região do Universo jovem. A vizinhança galáctica onde está a Terra aparece como uniforme: não importa de onde se olha, são vistos os mesmos tipos de galáxias, e a temperatura de fundo é a mesma. PARTÍCULAS ELEMENTARES Na fase inicial, o Universo era uma “sopa de partículas” que interagiam umas com as outras pela elevada radiação. Mais adiante, com o Universo expandido, os quarks formaram os núcleos dos elementos e com os elétrons formaram-se átomos. TEMPERATURA – Radia•‹o energŽtica A bola incandescente que deu origem ao Universo era uma fonte de radiação permanente. Partículas subatômicas e antipartículas se aniquilavam umas às outras. A alta densidade gerava criação e destruição espontânea de matéria. Se tivesse permanecido nesse estado, o Universo jamais teria experimentado o crescimento que, como se acredita, ocorreu depois da expansão cósmica. Galáxia 1 Galáxia 2 Galáxia 3 Galáxia 4 Galáxia 5 Tempo 0 10–43 s 10–38 s 1032 °C 1029 °C 1 A teoria sustenta a ideia de que do nada surgiu algo infi nitamente pequeno, denso e quente. O que hoje existe estava comprimido em um tamanho menor do que o núcleo de um átomo. 2 No momento mais próximo ao tempo “zero” que a Física conseguiu chegar, a temperatura é muito alta. Antes da infl ação, uma força muito forte governava o Universo. 3 O Universo é instável. 10-38 segundos depois do Big Bang, cresce 100 000 trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de vezes. Começa a infl ação e a separação de forças. Elétron Partícula elementar de carga negativa. Fóton Partícula elementar luminosa sem massa. Glúon Responsável pela interação entre os quarks. Quark Partícula elementar leve. Gráviton Acredita-se que transmite a gravidade. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 84 9/19/18 8:11 AM 85 Acesse a questão Info + Enem e mais conteúdos do exame utilizando seu celular. Saiba mais em <www.plurall.net>. © S o l 9 0 I m a g e sA teoria da expans‹o c—smica Embora os teóricos do big-bang não tinham dúvidas do começo do Universo a partir de uma bola condensada, quente e extremamente pequena, não conseguiram entender certamente o porquê do crescimento desmedido e o tamanho alcançado pelo Universo na sua evolução. O físico Alan Guth, em 1979, chegou a resolver o problema com sua teoria da Expansão. Em um lapso extremamente pequeno (menos de um milésimo de segundo), o Universo cresceu 100 000 trilhões de trilhões de trilhões de trilhões de vezes. Perto do fi m do período de expansão, a temperatura alcançou quase zero absoluto. WMAP (WILKINSON MICROWAVE ANISOTROPY PROBE) O projeto WMAP da Nasa permite ver a radiação de fundo do Universo. Na imagem observam-se áreas mais quentes (vermelho-amareladas) e mais frias (verde-azuladas). O WMAP permitiu determinar a quantidade de matéria escura. A SEPARAÇÃO DAS FORÇAS Antes da infl ação, na era de radiação, havia apenas uma força unifi cada que governava todas as interações. A primeira em se separar foi a gravidade, depois a força eletromagnética e, por último, as interações nucleares. Com a separação das forças, criou-se a matéria. DA PARTÍCULA À MATÉRIA Os quarks, uma das partículas mais velhas, interagem uns com os outros graças à força transmitida pelos glúons. Mais adiante formarão, com os nêutrons, os núcleos. Os neutrinos se desprendem da “sopa de partículas inicial”, pela desintegração dos nêutrons. Com uma massa muito pequena, os neutrinos formariam a maior parte da matéria escura do Universo. ASSIM NÃO CRESCEU Se não tivesse acontecido a infl ação, o Universo seria um conjunto de regiões diferentes e claramente distintas umas das outras. Estaria composto de “fragmentos”, cada um distinguível por ter certos tipos de galáxias. Região 1 Região 3 Região 2 Região 5 Região 4 Super força Infl ação Gravidade Nuclear forte Nuclear fraca Força eletromagnética 10–12 s 10–4 s 5 s 3 min 1015 °C 1012 °C 1 s 5 · 109 °C 109 °C 4 O Universo experimenta um esfriamento gigantesco. Separada a gravidade, também aparecem a força eletromagnética, a interação nuclear forte e a fraca. 5 Nascem os prótons e os nêutrons, formados por três quarks cada um. O Universo ainda é escuro: a luz fi ca presa no emaranhado de partículas. 6 Os elétrons e suas antipartículas, os pósitrons, se aniquilam mutuamenteaté que os pósitrons desaparecem. Fica um resto de elétrons que formará os átomos. 7 Criam-se os núcleos dos elementos mais leves: hélio e hidrogênio, mediante fusões nucleares. Cada núcleo é composto de prótons e nêutrons . Glúon Quark Próton Nêutron 1 2 3 Um glúon interage com um quark. Os quarks se unem aos glúons para formar prótons e nêutrons. Os prótons e nêutrons se unem para criar núcleos. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 85 9/19/18 8:11 AM 86 CAPÍTULO 4 Contextualize Mecanismos de um reator nuclear natural Há 2 bilhões de anos, partes de um depósito de urânio na África sofreram fi ssão nuclear espontânea. Os detalhes desse fenômeno notável só agora são esclarecidos Alex P. Meshik Em maio de 1972, o funcionário de uma usina de processa- mento de combustível nuclear da França percebeu algo suspeito. Ele fazia uma análise rotineira do urânio proveniente de uma fon- te aparentemente normal de minério. [...] O material em estudo continha três isótopos, ou seja, três formas do mesmo elemento com diferentes massas atômicas: urânio-238, a variedade mais abundante; urânio-234, a mais rara; e urânio-235, a mais cobiça- da, pois pode sustentar uma reação nuclear em cadeia. Em todos os outros lugares da crosta terrestre, na Lua e mesmo em me- teoritos, os átomos de urânio-235 perfazem 0,72% do total. Mas nessas amostras, que vinham do depósito de Oklo, no Gabão (ex-colônia francesa na África equatorial), o urânio-235 constituía 0,717%. Essa pequena discrepância, porém, foi o bastante para intrigar os cientistas franceses. Outras análises mostraram que o minério de pelo menos uma parte da mina tinha bem pouco urâ- nio-235: pareciam estar faltando cerca de 200 quilos do material, sufi cientes para produzir meia dúzia de bombas nucleares. Durante semanas, os especialistas da Comissão de Energia Atômica (CEA) da França permaneceram perplexos. A resposta veio apenas quando alguém se lembrou de uma previsão publica- da 19 anos antes. Em 1953, George W. Wetherill, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e Mark G. Inghram, da Univer- sidade de Chicago, alertaram que alguns depósitos naturais de urânio poderiam ter operado como versões naturais dos reatores de fi ssão nuclear que estavam então se tornando populares. Pouco depois, Paul K. Kuroda, químico da Universidade do Arkansas, especulou sobre o que seria preciso para que um corpo de minério de urânio sofresse espontaneamente a fi ssão nuclear. Nesse processo, um nêutron livre ocasiona a quebra no núcleo de um átomo de urânio-235, o que gera mais nêutrons, fazendo com que outros desses átomos se quebrem, em uma reação nu- clear em cadeia. [...] Provas sutis Os físicos confi rmaram a ideia básica de que reações naturais de fi ssão eram as responsáveis pela escassez de urânio-235 em Oklo logo após a descoberta da quantidade anômala. Uma prova irrefutável veio da verifi cação dos elementos mais leves que são gerados quando um núcleo pesado se quebra em dois. A abundância desses produtos de fi ssão se mostrou tão alta que não era possível tirar nenhuma outra conclusão. [...] Gás nobre e revelador Nosso trabalho recente sobre um dos reatores de Oklo se concentrou na análise do xenônio, um gás inerte e pesado, que pode fi car aprisionado dentro de minerais por bilhões de anos. O xenônio tem nove isótopos estáveis, produzidos em várias propor- ções por diferentes processos nucleares. Sendo um gás nobre, ele evita se ligar a outros elementos e, portanto, é fácil de ser purifi cado para análise isotópica. O xenônio é extremamente raro, o que permite que os cientistas o usem para detectar e rastrear reações nucleares, mesmo aquelas que ocorreram nos meteoritos primitivos antes que o Sistema Solar viesse a existir.[...] Nossa primeira surpresa foi a localização do xenônio. Ele não foi encontrado, como esperávamos, em quantidade signifi cativa nos grãos minerais ricos em urânio. Em vez disso, a maior parte estava aprisionada em minerais de fosfato de alumínio, que não contêm urânio nenhum. Impressionantemente, esses grãos mostravam a concentração mais alta de xenônio já encontrada em qualquer material natural. A segunda revelação foi que o gás extraído tinha um padrão isotópico de forma signifi cativa, diferente daquele que normalmente é produzido em reatores nucleares. Ele tinha, ao que parecia, perdido uma porção grande de xenô- nio-136 e 134, que certamente teria resultado da fi ssão. Ao mesmo tempo, possuía apenas pequenas alterações de quantidade nas variedades mais leves do elemento. A vala escavada na mina de urânio de Oklo, no Gabão, revelou uma dúzia de áreas onde a fi ssão nuclear ocorreu. D iv u lg a ç ã o /C O M U F Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 86 9/19/18 8:11 AM 87 Q U ÍM IC A Como poderia ter aparecido uma mudança como essa na composição isotópica? As reações químicas não dariam conta do recado, já que todos os isótopos são quimicamente idênticos. Talvez fossem reações nucleares, como a captura de nêutrons, mas uma análise cuidadosa permitiu que rejeitássemos essa possibilidade também. Pensamos ainda em um rearranjo físico de diferentes isótopos que às vezes acontece: os átomos mais pesados movem-se um pouco mais lentamente que seus cor- respondentes mais leves e podem, portanto, separar-se deles. Usinas de enriquecimento de urânio – instalações industriais cuja construção requer certa habilidade técnica – tiram proveito dessa propriedade para produzir combustível nuclear. Mas mesmo se a natureza pudesse criar por milagre um processo similar em escala microscópica, os isótopos de xenônio nos grãos de fosfato de alumínio estariam diferentes da situação medida. Por exemplo, comparado com a quantidade de xenô- nio-132 presente, o xenônio-134 (sendo duas unidades de massa mais pesado) seria duas vezes mais abundante do que o xenônio-136 (quatro unidades de massa mais pesado) se tivesse ocorrido esse rearranjo físico, mas não notamos esse padrão no mineral. Nosso entendimento da composição anômala do xenônio só veio depois de nos concentrarmos em como esse gás apareceu ali. Nenhum dos isótopos de xenônio que medimos era o resultado direto de fi ssão do urânio. Em vez disso, eram o produto do decaimento de isótopos radioativos de iodo, que por sua vez foram formados a partir de telúrio radioativo e assim por diante, de acordo com uma sequência bem conhecida de reações nucleares que dá origem ao xenônio estável. [...] Disponível em: <www2.uol.com.br/sciam/reportagens/mecanismos_de_um_reator_nuclear_natural.html>. Acesso em: 13 abr. 2018. Após análise do texto e consultando a tabela periódica, responda aos itens a seguir. a) Determine o número de nêutrons do isótopo mais cobiçado do urânio. b) Qual é o tipo de radiação emitida para formação do gás nobre presente nas amostras analisadas pelos cientistas que estudavam o reator natural? Atividades 13. (UEPG-PR) A energia nuclear, apesar de todos os riscos que oferece, tem sido vista como uma alternativa menos danosa ao meio ambiente e proposta como forma de evitar o aquecimento global. Sobre essa energia e os processos para obtê-la, assinale o que for correto. (01) As reações em cadeia que ocorrem nos reatores nu- cleares são semelhantes às reações que ocorrem na bomba H. (02) A geração de grande quantidade de energia nas usinas termonucleares está baseada no processo de fi ssão nuclear. (04) O processo de produção de energia em usinas ter- monucleares é semelhante ao que ocorre no Sol, a partir de átomos de hidrogênio. (08) Núcleos do átomo de urânio são fonte de energia em usinas termonucleares. Dê a soma dos números dos itens corretos. 14. O acidente do reator nuclear de Chernobyl, em 1986, lançou para a atmosfera grande quantidade de 38 Sr90 ra- dioativo, cuja meia-vida é de 28 anos. Supondo ser esse isótopo a única contaminação radioativa e sabendo que o local poderá ser considerado seguro quando a quantidade de 38 Sr90 se reduzir,por desintegração, a 1 16 da quantidade inicialmente presente, o local poderá ser habitado nova- mente a partir do ano de: a) 2014 b) 2098 c) 2266 d) 2986 e) 3000 Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 87 9/19/18 8:11 AM 88 CAPÍTULO 4 15. (Unicentro-PR) No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Cher- nobyl, na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Con- tudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Euro- peu. Entre outros erros, os funcionários envolvidos no epi- sódio interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo ope- rando com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo anunciava a explosão do reator rico em césio-137, elemento químico de grande poder radioativo. Com o ocorrido, a usi- na de Chernobyl liberou uma quantidade letal de material radioativo que contaminou uma quilométrica região atmos- férica. Em termos comparativos, o material radioativo disse- minado naquela ocasião era assustadoramente quatrocentas vezes maior que o das bombas utilizadas no bombardeio às cidades de Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda Guerra Mundial. Por fim, uma nuvem de material radioativo tomava conta da cidade ucraniana de Pripyat. Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso em: 23 jun. 2012. (Adaptado.) Em relação aos fenômenos radioativos e seus conceitos, assinale a alternativa correta. a) Fissão nuclear é o processo em que ocorre ruptura do núcleo atômico por meio de bombardeamento com partículas atômicas. b) Na decomposição de um nêutron, existe a formação de próton, elétron e pósitron. c) As partículas alfa são átomos de hélio, pois apresen- tam massa atômica igual a quatro e número atômico igual a dois. d) Fusão nuclear que ocorre no Sol, onde núcleos de hidrogênio se fundem, formando núcleos de hélio, consome uma grande quantidade de energia liberada pelo Sol. e) A desintegração do elemento radioativo radio ( 88 Ra226) no elemento químico chumbo ( 82 Pb210) emite três par- tículas alfa e duas partículas beta. 16. (Enem) A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um material radioativo e quais os efeitos, consequências e usos da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões equivocadas, como a apresentada no exemplo a seguir. Uma companhia aérea negou-se a transportar ma- terial médico por este portar um certificado de esteriliza- ção por irradiação. F’sica na Escola, v. 8, n. 2, 2007. (Adaptado). A decisão tomada pela companhia é equivocada, pois: a) o material é incapaz de acumular radiação, não se tor- nando radioativo por ter sido irradiado. b) a utilização de uma embalagem é suficiente para blo- quear a radiação emitida pelo material. c) a contaminação radioativa do material não se prolifera da mesma forma que as infecções por microrganismos. d) o material irradiado emite radiação de intensidade abaixo daquela que ofereceria risco à saúde. e) o intervalo de tempo após a esterilização é suficiente para que o material não emita mais radiação. 17. (Uema) Leia o texto que se refere ao acidente causado por uma reação nuclear que caracteriza o fenômeno da radioatividade. Um estudo publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o acidente nuclear na usina ja- ponesa de Fukushima, causado por um tsunami em 2011, oferece apenas riscos baixos para a população em geral, tanto no Japão quanto nos países vizinhos. No entanto, para quem vivia em regiões muito próximas à usina, o risco estimado para alguns tipos de câncer é maior. Nas áreas que realmente foram contaminadas, o risco é alto, mas ele já reduz drasticamente mesmo em outros pontos do município de Fukushima. O relatório da OMS destaca a necessidade de monitoramento de saúde em longo prazo para quem tem alto risco, assim como a provisão de con- trole médico e serviços de apoio, completou Maria Neira, diretora de saúde pública e meio ambiente da OMS. A or- ganização destacou ainda que é preciso oferecer suporte psicossocial às populações afetadas pelo acidente. Disponível em: <www.g1.globo.com>. Acesso em: 12 jul. 2013. A radioatividade é a capacidade que os átomos de de- terminados elementos químicos apresentam de emitir es- pontaneamente energia sob a forma de partículas ou de radiação eletromagnéticas. Em uma reação nuclear, há: a) participação somente de elétrons da última camada do átomo. b) dependência da pressão e temperatura na velocidade do processo. c) identificação da estabilidade do núcleo atômico por meio do número de prótons. d) decomposição radioativa de núcleos e formação de novos núcleos mais estáveis. e) modificação e formação de substâncias, ocorrendo apenas um reagrupamento de átomos. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 88 9/19/18 8:11 AM 89 Q U ÍM IC A 18. (Enem) O acidente nuclear de Chernobyl revela brutalmente os limites dos poderes técnico-científi cos da humanidade e as “marchas-à-ré” que a “natureza” nos pode reservar. É evidente que uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a fi nalidades mais humanas. GUATTARI, F. As tr•s ecologias. São Paulo: Papirus, 1995. (Adaptado.) O texto trata do aparato técnico-científi co e suas conse- quências para a humanidade, propondo que esse desen- volvimento: a) defi na seus projetos a partir dos interesses coletivos. b) guie-se por interesses econômicos, prescritos pela ló- gica do mercado. c) priorize a evolução da tecnologia, se apropriando da natureza. d) promova a separação entre natureza e sociedade tec- nológica. e) tenha gestão própria, com o objetivo de melhor apro- priação da natureza. 19. (Fuvest-SP) A seguinte declaração foi divulgada no jornal eletrônico Folha.com Ð Mundo em 29 maio 2010: A vontade do Irã de enriquecer urânio a 20% em seu território nunca esteve sobre a mesa de negociações do acordo assinado por Brasil e Turquia com Teerã, afi rmou nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores brasi- leiro, Celso Amorim. Enriquecer urânio a 20%, como mencionado nessa notÍ- cia, signifi ca: (Dado: as porcentagens aproximadas dos isótopos 238U e 235U existentes em uma amostra de urânio natural são, respectivamente, 99,3% e 0,7%.) a) aumentar, em 20%, as reservas conhecidas de urânio de um território. b) aumentar, para 20%, a quantidade de átomos de urâ- nio contidos em uma amostra de minério. c) aumentar, para 20%, a quantidade de 238U presente em uma amostra de urânio. d) aumentar, para 20%, a quantidade de 235U presente em uma amostra de urânio. e) diminuir, para 20%, a quantidade de 238U presente em uma amostra de urânio. 20. +Enem [H24] O gráfi co a seguir mostra a quantidade de nêutrons em função da quantidade de prótons para átomos estáveis. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 Número de prótons (Z) N ú m e ro d e n ê u tr o n s (N ) 0 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 20 Z = N para os núcleos sobre esta linhaZ = N para os núcleos sobre esta linha 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 Núcleos estáveisNúcleos estáveis KAPLAN, I. F’sica nuclear. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978. (Adaptado.) Um elemento químico que possua 50 prótons, de acordo com o gráfi co, existirá na forma de vários isótopos, devi- do a números diferentes de nêutrons possíveis. Sobre esse elemento, percebe-se que: a) os isótopos têm entre 12 e 24 nêutrons a menos que o número de prótons. b)todos os isótopos terão exatamente o mesmo número de prótons e nêutrons. c) os isótopos têm entre 0 e 12 nêutrons a mais que o número de prótons. d) os isótopos têm entre 12 e 24 nêutrons a mais que o número de prótons. e) os isótopos têm entre 0 e 12 nêutrons a menos que o número de prótons. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 89 9/19/18 8:11 AM 90 CAPÍTULO 4 Complementares Tarefa proposta 13 a 24 21. (UPE) Os impactos de um terremoto e de um tsunami sobre a costa norte do Japão, em 2011, danifi caram um reator nuclear da cidade de Fukushima. Esse reator produz energia por meio de um processo, envolvendo uma reação em cadeia, em que um nêutron com alta energia colide como núcleo de U-235. Com isso, transforma-o em U-236, bastante instável, que leva a formação de Ba-142, de Kr-92 e de outros nêutrons. Embora o reator tenha sido desligado após o terremoto, o seu sistema de resfriamento deixou de funcionar, e as reações nucleares continuaram acontecendo. A temperatura subiu muito, e o núcleo do reator, onde se encontra o urânio, começou a fundir. O calor do reator decompôs a água em hidrogênio e oxigênio, provocando a explosão do hidrogênio que derru- bou parte do edifício. Uma nuvem de materiais radioativos, contendo Cs-137 (meia-vida de cerca de 30 anos) e I-131 (meia-vida de cerca de 8 dias), que emitem radiações gama, escapou do prédio, contaminando o ar e a água do mar. A seguir, são feitas algumas considerações envolvendo a recente tragédia que acometeu o Japão: I. O urânio natural existente no núcleo do reator fun- diu, vaporizou-se e liberou elementos radioativos na atmosfera, decorrentes do processo de fusão nuclear. II. A fusão nuclear, constatada em Fukushima, foi resul- tante dos impactos de eventos naturais que atingiram a costa norte do país. III. O uso do processo de fi ssão nuclear em usinas nuclea- res pode causar contaminação ambiental, conforme observado em Fukushima. IV. O acidente nuclear em Fukushima liberou espécies ra- dioativas danosas aos seres humanos, como o I-131, que permanece no meio ambiente por até 30 anos. V. O Cs-137 e o I-131, liberados pela explosão no edifício do reator, emitem radiação gama e são capazes de pro- vocar mutações genéticas e câncer nos seres humanos. Estão corretas: a) I e II. b) II e V. c) I e IV. d) III e V. e) III, IV e V. 22. (UFG-GO) Em junho de 2013, autoridades japonesas re- lataram a presença de níveis de trítio acima dos limites tolerados nas águas subterrâneas acumuladas próximo à central nuclear de Fukushima. O trítio, assim como o deutério, é um isótopo do hidrogênio e emite partículas beta (β). Ante o exposto: a) escreva a equação química que representa a fusão nu- clear entre um átomo de deutério e um átomo de trítio com liberação de um nêutron (n); b) identifi que o isótopo do elemento químico formado após o elemento trítio emitir uma partícula beta. 23. (Enem) A energia geotérmica tem sua origem no núcleo derre- tido da Terra, onde as temperaturas atingem 4 000 °C. Essa energia é primeiramente produzida pela decomposição de materiais radiativos dentro do planeta. Em fontes geo- térmicas, a água, aprisionada em um reservatório subter- râneo, é aquecida pelas rochas ao redor e fi ca submetida a altas pressões, podendo atingir temperaturas de até 370 °C sem entrar em ebulição. Ao ser liberada na superfície, à pressão ambiente, ela se vaporiza e se resfria, formando fontes ou gêiseres. O vapor de poços geotérmicos é sepa- rado da água e é utilizado no funcionamento de turbinas para gerar eletricidade. A água quente pode ser utilizada para aquecimento direto ou em usinas de dessalinização. HINRICHS, Roger A. Energia e Meio Ambiente. São Paulo: Pio- neira Thomson Learning, 2003. (Adaptado.) Sob o aspecto da conversão de energia, as usinas geo- térmicas: a) funcionam com base na conversão de energia poten- cial gravitacional em energia térmica. b) transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, depois, em energia térmica. c) podem aproveitar a energia química transformada em térmica no processo de dessalinização. d) assemelham-se às usinas nucleares no que diz respeito à conversão de energia térmica em cinética e, depois, em elétrica. e) utilizam a mesma fonte primária de energia que as usi- nas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os riscos decorrentes de ambas. 24. (Enem) Um poeta habitante da cidade de Poços de Caldas-MG assim externou o que estava acontecendo em sua cidade: Hoje, o planalto de Poços de Caldas não serve mais. Minério acabou. Só mancha, “nunclemais”. Mas estão “tapando os buracos”, trazendo para cá “Torta II”, aquele lixo do vizinho que você não gostaria de ver jogado no quintal da sua casa. Sentimentos mil: do povo, do poeta e do Brasil. Hugo Pontes. In: M.E.M. Helene. A radioatividade e o lixo nuclear. São Paulo: Scipione, 2002. p. 4. * Torta II – lixo radioativo de aspecto pastoso. A indignação que o poeta expressa no verso “Sentimentos mil: do povo, do poeta e do Brasil” está relacionada com: a) a extinção do minério decorrente das medidas adota- das pela metrópole portuguesa para explorar as rique- zas minerais, especialmente em Minas Gerais. b) a decisão tomada pelo governo brasileiro de receber o lixo tóxico oriundo de países do Cone Sul, o que caracteriza o chamado comércio internacional do lixo. c) a atitude de moradores que residem em casas próxi- mas umas das outras, quando um deles joga lixo no quintal do vizinho. d) as chamadas operações tapa-buracos, desencadeadas com o objetivo de resolver problemas de manutenção das estradas que ligam as cidades mineiras. e) os problemas ambientais que podem ser causados quando se escolhe um local para enterrar ou depositar lixo tóxico. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 90 9/19/18 8:11 AM 91 QU ÍM IC A Tarefa proposta a) Na equação nuclear, a letra x corresponde a que tipo de partícula? b) Considerando o número de partículas nucleares, o que o átomo de carbono-14 tem em comum com os áto- mos de carbono-12 e nitrogênio-14, respectivamente? 5. (Unirio-RJ) Na usina coreana de Wolsung, cerca de 50 litros de água pesada vazaram (...), e puderam ser recuperados sem maiores danos logo após o incidente. JB, 6 out. 1999. A água pesada (D 2 O) é constituída por deutério e oxigê- nio, e é um subproduto das usinas nucleares, sendo obti- da através do bombardeamento do núcleo de hidrogênio. 1 1 H + X w 2 1 H De acordo com a reação acima, X é um(a): a) elétron. b) nêutron. c) partícula α. d) partícula β. e) partícula γ. 6. (UFPI) Na indústria nuclear, os trabalhadores utilizam a re- gra prática de que a radioatividade de qualquer amostras e torna inofensiva após dez meias-vidas. Indique a fração que permanecerá após esse período. a) 0,098% b) 0,195% c) 0,391% d) 1,12% e) 3,13% 7. O físico brasileiro César Lattes desenvolveu importantes pesquisas com emulsões nucleares contendo átomos de boro ( 5 B10) bombardeados por nêutrons. Quando um nêutron, em grande velocidade, atinge o núcleo de um átomo de 5 B10, e é por ele absorvido, dá origem a dois áto- mos de um certo elemento químico (X) e a um átomo de trítio ( 1 H3). O número atômico e o número de massa do elemento X são, respectivamente: a) 1 e 1 b) 1 e 2 c) 1 e 3 d) 2 e 3 e) 2 e 4 8. (Acafe-SC) O I131 e um radioisótopo usado na área médica. Um indivíduo sob procedimentos médicos recebeu de- terminada dose desse radioisótopo. Quantos dias levarão para reduzir a atividade radioativa em 93,75% no orga- nismo desse indivíduo? (Dado: Considere que o tempo de meia-vida do I131 no organismo humano seja de 8 dias) a) 33,3 dias b) 0,74 dias c) 32 dias d) 15 dias 1. (Ceub-DF) A partir de um átomo radioativo (X), chega-se ao elemento 86 Rn 220 por meio de duas emissões alfa (α) e duas emissões (β). Os números atômico e de massa do átomoradioativo são, respectivamente: a) 92 e 224 b) 92 e 228 c) 88 e 228 d) 88 e 224 e) 90 e 226 2. (Vunesp) Água coletada em Fukushima em 2013 revela radioatividade recorde A empresa responsável pela operação da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), informou que as amostras de água coletadas na central em julho de 2013 continham um nível recorde de radioatividade, cinco ve- zes maior que o detectado originalmente. A Tepco explicou que uma nova medição revelou que o líquido, coletado de um poço de observação entre os reatores 1 e 2 da fábrica, continha nível recorde do isótopo radioativo estrôncio-90. Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. (Adaptado.) O isótopo radioativo Sr-90 não existe na natureza, sua formação ocorre principalmente em virtude da desinte- gração do Br-90 resultante do processo de fi ssão do urâ- nio e do plutônio em reatores nucleares ou em explosões de bombas atômicas. Observe a série radioativa, a partir do Br-90, ate a formação do Sr-90: 90 35 Br w 90 36 Kr w 90 37 Rb w 90 38 Sr A análise dos dados exibidos nessa série permite concluir que, nesse processo de desintegração, são emitidas: a) partículas alfa. b) partículas alfa e partículas beta. c) apenas radiações gama. d) partículas alfa e nêutrons. e) partículas beta. 3. (Fepar-PR) Família ou série radioativa é o nome dado ao conjunto de nuclídeos relacionados por sucessivos decai- mentos radioativos. Com base nessa informação e em seus conhecimentos de radioatividade, quantas partículas α e β são emitidas, respectivamente, quando ocorre a trans- formação do 92 U235 em 84 Po215? a) 2 e 5 b) 2 e 0 c) 5 e 0 d) 5 e 2 e) 3 e 3 4. (Unifei-SP) A técnica de datação por carbono-14 (14C) é uti- lizada para determinar a idade de fósseis. Isso só é possível porque a quantidade de 14C nos tecidos orgânicos mortos diminui a uma taxa constante com o passar dos anos. Essa técnica foi empregada para determinar a idade dos manus- critos do Mar Morto, escritura antiga do Velho Testamento. O 14C pode ser produzido na atmosfera a partir do nitrogê- nio, reação nuclear que está representada na equação. 14N + x w 14C + 1H Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 91 9/19/18 8:11 AM 92 CAPÍTULO 4 9. (Uepa) Uma explosão na usina nuclear de Fukushima no Japão, devido a um tsunami, evidenciou o fenômeno da radiação que alguns elementos químicos possuem e a qual, acidentalmente, podemos ser expostos. Especialis- tas informaram que cesio-137 foi lançado na atmosfera. Sabendo-se que o cesio-137 tem tempo de meia-vida de 30 anos, depois de 90 anos, em uma amostra de 1,2 g de cesio-137 na atmosfera, restam: a) 0,10 g b) 0,15 g c) 0,25 g d) 0,30 g e) 0,35 g 10. (USal-BA) Na fissão nuclear: o número de massa e o número atômico de X são, res- pectivamente: a) 129 e 47 b) 130 e 48 c) 131 e 47 d) 131 e 50 e) 133 e 50 11. (UFRJ) Glenn T. Seaborg é um renomado cientista que foi agraciado com o Prêmio Nobel de Química em 1951, por seus trabalhos em radioquímica. Em 1974 foi sintetizado, nos Estados Unidos, o elemento de número atômico 106 que, em sua homenagem, teve como nome proposto Seaborgium ( 106 Sg). a) O bombardeio do 98 Cf249 por um elemento X produz o 106 Sg263 e 4 nêutrons. Determine o número atômico e o número de massa do elemento X. b) Sabendo que um determinado isótopo do 106 Sg perde 50% de sua massa inicial em 10 segundos, calcule a massa final de uma amostra de 800 gramas deste isó- topo após 30 segundos. 12. +Enem [H25] De acordo com uma regra prática, nos locais em que ocorreu liberação de isótopos radioativos para o ambiente, é considerado seguro a habitação, uma vez que a massa da amostra seja reduzida a 1 16 da massa inicial. Um acidente ocorreu em uma usina nuclear no interior da França em 2004, e lançou para a atmosfera, entre outros isótopos, grande quantidade de 38 Sr90 radioativo, que tem uma meia-vida de 28 anos. Se considerarmos apenas a presença deste isótopo, o local poderia teoricamente ser habitado a partir de: a) 2014 b) 2116 c) 2266 d) 2486 e) 3126 Utilize o texto abaixo e a tabela periódica para responder aos enunciados 13 e 14. Com a poluição do meio ambiente, os organismos vivos, às vezes, concentram em seus corpos elementos químicos nocivos que os rodeiam. Uma forma de polui- ção ambiental é aquela ocasionada pelo estrôncio-90, é R e p ro d u ç ã o / U S A L- B A . uma das maneiras em que se dá a sua contaminação é pelo leite de vaca, segundo a rota: Capim w vaca w leite w homem. Se a forma radioativa do estrôncio-90 entrar no organismo animal, este será quase que totalmente fixado e aí permanecerá emitindo radiações capazes de matar o tecido vivo ou produzir mutações, incluindo danos cro- mossômicos. 13. (UGF-RJ) Considere que um certo organismo vivo fixou 0,08 mg de estrôncio-90, e que a sua meia-vida é igual a 28 anos. O tempo necessário em anos para reduzir essa quantidade de isótopo radioativo a 0,02 mg é: a) 112 b) 56 c) 28 d) 14 e) 7 14. (UGF-RJ) O fenômeno da fixação do radioisótopo citado no texto é devido ao seu comportamento químico, que é semelhante ao do elemento químico: a) césio. b) selênio. c) potássio. d) chumbo. e) cálcio. 15. (UEPG-PR) Com relação aos processos de fusão e fissão nuclear, assinale o que for correto. (01) Fusão nuclear consiste na junção de núcleos pe- quenos formando núcleos maiores e liberando uma grande quantidade de energia. (02) Fissão nuclear é o processo de quebra de núcleos grandes em núcleos menores, liberando grande quantidade de energia. (04) A fusão nuclear exige grande quantidade de energia para ocorrer. (08) O processo de fissão nuclear é aproveitado pelo ser humano para a geração de energia elétrica a partir da energia nuclear em usinas termonucleares. (16) O processo de fusão nuclear ocorre naturalmente no Sol, onde a temperatura é suficientemente alta para que ocorra a fusão dos átomos de hidrogênio formando átomos mais pesados. De a soma dos números dos itens corretos. 16. (UEM-PR) Sobre radioatividade e os seus desdobramentos, assinale o que for correto. (01) Somente no fim do século XIX, com o aprofunda- mento das descobertas no campo da radioativida- de, foi possível datar as rochas e estimar a idade da Terra. (02) Um acidente nuclear que liberou doses elevadas de radioatividade para além das vizinhanças de uma usina nuclear, causando consequências fatais aos hu- manos e ao meio ambiente, ocorreu em Chernobyl, na Ucrânia. (04) A radioatividade é um fenômeno restrito a labora- tórios de alta tecnologia, sendo produzida somente por metais pesados radioativos. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 92 9/19/18 8:11 AM 93 Q U ÍM IC A (08) Todo elemento radioativo sofre um processo de de- sintegração natural, chamado de transmutação. O período em que metade dos átomos de um elemento químico radioativo, presente em uma rocha, sofre a transmutação é chamado de meia- -vida. (16) A grande vantagem do uso de usinas nucleares, como Angra I e Angra II, localizadas na região Cen- tro-Oeste, é que elas utilizam fontes radioativas se- cundárias. Dê a soma dos números dos itens corretos. 17. (Uece) Associe as reações nucleares cujas equações se encontram listadas na coluna 1: Reações nucleares (de I a IV), com os nomes dos fenômenos listados na coluna 2: Nome do fenômeno (de a a d): Coluna 1: Reações nucleares I. 4 1 H1 w 2 He4 + 2 +1 β0 + 0 γ 0 II. 92 U235 + 0 n1 w 56 Ba140 + 36 Kr94 + 2 0 n1 III. 13 Al27 + 2 α4 w 15 P30 + 0 n1 IV. 90 Th232 w 88 Ra228 + 2 α4 Coluna 2: Nome do fenômeno a) Transmutação artifi cial b) Desintegração radioativa espontânea c) Fusão nuclear d) Fissão nuclear 18. (FGV-SP) Fissão nuclear e fusão nuclear: a) os termos são sinônimos. b) a fusão nuclear é responsável pela produção de luz e calor noSol e em outras estrelas. c) apenas a fi ssão nuclear enfrenta o problema de como dispor o lixo radioativo de forma segura. d) a fusão nuclear é atualmente utilizada para produzir energia comercialmente em muitos países. e) ambos os métodos ainda estão em fase de pesquisa e não são usados comercialmente. 19. (Enem) O debate em torno do uso da energia nuclear para produção de eletricidade permanece atual. Em um encontro internacional para a discussão desse tema, foram colocados os seguintes argumentos: I. Uma grande vantagem das usinas nucleares é o fato de não contribuírem para o aumento do efeito estufa, uma vez que o urânio, utilizado como “combustível”, não é queimado, mas sofre fi ssão. II. Ainda que sejam raros os acidentes com usinas nu- cleares, seus efeitos podem ser tão graves que essa alternativa de geração de eletricidade não nos permite fi car tranquilos. A respeito desses argumentos, pode-se afi rmar que: a) o primeiro é válido e o segundo não é, já que nunca ocorreram acidentes com usinas nucleares. b) o segundo é válido e o primeiro não é, pois de fato há queima de combustível na geração nuclear de eletricidade. c) o segundo é válido e o primeiro é irrelevante, pois ne- nhuma forma de gerar eletricidade produz gases do efeito estufa. d) ambos são válidos para se compararem vantagens e riscos na opção por essa forma de geração de energia. e) ambos são irrelevantes, pois a opção pela energia nu- clear está se tornando uma necessidade inquestionável. 20. (Unifacs-BA) A conversão de energia nuclear em energia elétrica, por meio da fi ssão do 92 U235, constitui um pro- cesso caro que oferece riscos de vazamento de material radioativo em casos de acidente. A quantidade de energia produzida por 1,0 g de 92 U235 é equivalente a 13,7 barris de petróleo, de cerca de 160,0 L. Entre os aspectos de- correntes da utilização da energia nuclear, na geração de energia elétrica, é correto destacar: a) a origem de fonte renovável de energia do combustí- vel nuclear 92 U235. b) a transformação do radionuclídeo 92 U235 em 90 Th232 ao liberar uma partícula 2 α4. c) a energia equivalente a 4 mil barris de petróleo, libera- da na fi ssão de 1,0 mol de 92 U235. d) os perigos gerados pelo maior poder de penetração das radiações γ, em relação ao das partículas α e β. e) o processo exotérmico no momento de geração de va- por de água que movimenta as turbinas de uma usina nuclear. 21. (Enem) Um problema ainda não resolvido da geração nu- clear de eletricidade é a destinação dos rejeitos radiativos, o chamado “lixo atômico”. Os rejeitos mais ativos fi cam por um período em piscinas de aço inoxidável nas próprias usinas antes de ser como os demais rejeitos, acondiciona- dos em tambores que são dispostos em áreas cercadas ou encerrados em depósitos subterrâneos secos, como an- tigas minas de sal. A complexidade do problema do lixo atômico, comparativamente a outros lixos com substâncias tóxicas, se deve ao fato de: a) emitir radiações nocivas, por milhares de anos, em um processo que não tem como ser interrompido artifi - cialmente. b) acumular-se em quantidades bem maiores do que o lixo industrial convencional, faltando assim locais para reunir tanto material. c) ser constituído de materiais orgânicos que podem contaminar muitas espécies vivas, incluindo os pró- prios seres humanos. d) exalar continuamente gases venenosos, que tornariam o ar irrespirável por milhares de anos. e) emitir radiações e gases que podem destruir a camada de ozônio e agravar o efeito estufa. 22. (UFRGS-RS) Em recente experimento com um acelerador de partículas, cientistas estadunidenses conseguiram sin- tetizar um novo elemento químico. Ele foi produzido a partir de átomos de cálcio (Ca) de número de massa 48 e de átomos de plutônio (Pu) de número de massa 244. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 93 9/19/18 8:11 AM 94 CAPÍTULO 4 Com um choque efetivo entre os núcleos de cada um dos átomos desses elementos, surgiu um novo elemento químico. Sabendo-se que nesse choque foram perdidos apenas três nêutrons, os números de prótons, nêutrons e elétrons, respectivamente, de um átomo neutro desse novo elemento são: (Dado: números atômicos: Ca = 20, Pu = 94) a) 114; 178; 114 b) 114; 175; 114 c) 114; 289; 114 d) 111; 175; 111 e) 111; 292; 111 23. (Enem) Para se obter 1,5 kg do dióxido de urânio puro, matéria-prima para a produção de combustível nuclear, ne- cessário extrair-se e tratar-se 1,0 tonelada de minério. Assim, o rendimento (dado em %, em massa) do tratamento do minério até chegar ao dióxido de urânio puro é de: a) 0,10% b) 0,15% c) 0,20% d) 1,5% e) 2,0% 24. +Enem [H25] O urânio enriquecido, utilizado em diversos processos nucleares, pode existir em qualquer concentra- ção possível. Em uma usina nuclear, o material físsil tem uma concentração de 4%; nas bombas atômicas, essa concentração atinge valores próximos a 20%. Uma alter- nativa encontrada para a produção de material físsil de maior concentração é o plutônio, que é produzido em reações que ocorrem nos próprios reatores nucleares que utilizam urânio. Isso significa que: a) a disponibilidade do urânio na natureza está ameaça- da devido à sua utilização em armas nucleares. b) a proibição de se instalarem novas usinas nucleares não causará impacto na oferta mundial de energia. c) a existência de usinas nucleares possibilita que um de seus subprodutos seja utilizado como material bélico. d) a obtenção de grandes concentrações de urânio físsil é viabilizada em usinas nucleares. e) a baixa concentração de urânio físsil em usinas nuclea- res impossibilita o desenvolvimento energético. Vá em frente Acesse <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/category/chemistry>. Acesso em: 13 abr. 2018. Este link traz um vídeo com simulações de decaimento alfa e beta, além de uma demonstração de como ocorre uma fissão nuclear e o funcionamento de uma usina termonuclear. Autoavalia•‹o: V‡ atŽ a p‡gina 103 e avalie seu desempenho neste cap’tulo. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 94 9/19/18 8:11 AM LÍ N G U A P O RT U G U ES A 95 GabaritoooGabarito Q U ÍM IC A Capítulo 1 Complementares 9. e 10. e 11. c 12. b 21. e 22. c 23. d 24. b Tarefa proposta 1. b 2. e 3. a 4. e 5. a 6. d 7. d 8. d 9. b 10. c 11. b 12. a 13. d 14. d 15. a 16. a) Agente oxidante: KMnO 4 Agente redutor: Na 2 C 2 O 4 b) 5Na 2 C 2 O 4 + 2KMnO 4 + 8H 2 SO 4 w K 2 SO 4 + 5Na 2 SO 4 + + 2MnSO 4 + 10CO 2 + 8H 2 O 17. a 18. e 19. a 20. d 21. a) Chumbo = Pb; Enxofre = S b) PbS + 4H 2 O 2 w PbSO 4 + 4H 2 O c) Sim, porque ocorre variação do número de oxidação. 22. Semirreação de redução: 2NO– 3 + 10 e– w N 2 + 6O2– Semirreação de oxidação: S + 2O2– w SO 2 + 4 e– Agente redutor: S Agente oxidante: KNO 3 23. 3I 2 + 6KOH w 1KIO 3 + 3H 2 O + 5KI 0,0 4 g IO– 3 24. d Capítulo 2 Complementares 9. a) ∆E0 Fe/O = +0,85 V ∆E0 Fe/Zn = +0,32 V b) O oxigênio tem o maior potencial de redução entre os apresentados. 10. V – F – V – F 11. c 12. a) Poderá ocorrer a formação de hidrazina, N 2 H 4 . b) H 2 O s OH H N 2 H 4 s N H N H H H NH 3 s N H H H ;; 21. c 22. a) Ânodo: Pb (s) + HSO– 4(aq.) w PbSO 4(s) + H+ (aq.) + 2 e– Pb (s) + SO2– 4(aq.) w PbSO 4(aq.) + 2 e– Cátodo: PbO 2(s) + 3H+ (aq.) + HSO– 4(aq.) + 2 e– w PbSO 4(s) + 2H 2 O (,) PbO 2(s) + SO2– 4(aq.) + 4H+ (aq.) + 2 e– w PbSO 4(s) + 2H 2 O (,) b) A medida que a bateria sofre descarga, o H 2 SO 4(aq.) é consumido. 23. a) O cobre tem maior potencial de redução do que o zinco. Cu2+ + Zn0 w Cu0 + Zn2+ b) Nada ocorrerá. 24. c Tarefa proposta 1. a) 2Ce4+ + 2e– w 2Ce3+ +1,61 V (redução) Sn2+ w Sn4+ + 2e– –0,15 V (oxidação) + ++ + + +2Ce Sn Sn 2Ce(aq.) 4 (aq.) 2 (aq.) 4 (aq.) 3 w b) Agenteoxidante : Ce4+ Agente redutor: Sn2+ 2. c 3. a 4. d 5. c 6. Experimento I: não permitirá a distinção entre estanho e zinco. Experimento II: também não permitirá a distinção. Experimento III: permite a identifi cação do zinco em rela- ção ao estanho. 7. d 8. a) O 2 + 4 e– + 4H+ w 2 H 2 O b) E0 1 < E0 2 > 0 , porque quem sofre redução (O 2 ) deve apre- sentar maior potencial de redução. 9. a) 4Al0 (s) + 3O 2(g) w 2Al 2 O 3(s) b) A reação entre alumínio e água seria espontânea. 10. d 11. a) 4H 2 O 2 + Ag 2 S w Ag 2 SO 4 + 4H 2 O b) Como o potencial de redução da prata é maior que o do alumínio, a 2a experiência será efi ciente. 12. c 13. a 14. a 15. c 16. d Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 95 9/19/18 8:11 AM 96 17. a) O cobre apresenta maior potencial de redução do que o níquel, reduzindo quando a lâmina de níquel é mergulhada. b) O níquel sofre oxidação e os íons Ni2+ apresentam aspecto esverdeado. 18. a) Cátodo: Y. Ânodo: X. b) Oxidação: X0 w X2+ + 2 e– Redução: 2Y1+ + 2 e– w 2Y0 c) No cátodo. d) Os íons X2+ vão passar para a solução da direita, e os íons B2– vão passar para a solução da esquerda. 19. d 20. e 21. a 22. b 23. c 24. a Capítulo 3 Complementares 9. a 10. d 11. c 12. a 21. b 22. d 23. d 24. a Tarefa proposta 1. Soma = 27 (01 + 02 + 08 + 16) 2. a) I. 2Li + Cl 2 w 2LiCl II. S + O 2 w SO 2 b) I. 2KI w 2K + I 2 II. CuO + H 2 SO 4 w CuSO 4 + H 2 O 3. a 4. a 5. c 6. a) Mg2+ (aq.) +2OH– (aq.) w Mg(OH) 2(s) Mg(OH) 2(s) + 2HCl (aq.) w MgCl 2(aq.) +2H 2 O (,) b) Magnésio metálico (Mg0), um sólido, e cloro (Cl 2 ), um gás. 7. a 8. d 9. e 10. d 11. b 12. a) Cu 2 S (s) + O 2(g) w 2Cu (s) + SO 2(g) b) No anodo há oxidação do cobre, e no cátodo há redução do íon Cu2+. c) Os cátions (Cu2+) dirigem-se ao cátodo (cobre puro) e os ânions (SO 4 2–) para o ânodo (cobre impuro). CuSO 4(aq.) +– Cobre puro (cátodo) Cobre impuro (ânodo) e–e– e– Cu2+ Cu2+ SO2–4 13. e 14. a 15. e 16. d 17. d 18. b 19. t = 100 s 20. Ambas as afi rmações são verdadeiras. 21. b 22. c 23. b 24. b Capítulo 4 Complementares 9. a 10. c 11. a) 5 anos b) 28 Ni60 12. b 21. d 22. a) + +H H n He1 2 Deutério 1 3 Trítio 0 1 Nêutron 2 4 Hélio w b) 3 1 H w –1 0β + 3 2 He (isótopo do áto- mo de hélio) 23. d 24. e Tarefa proposta 1. c 2. e 3. d 4. a) 1 0 X = 1 0 n (nêutron) b) Carbono-14 e carbono-12 são isótopos. Carbono-14 e nitrogê- nio-14 são isóbaros. 5. b 6. a 7. e 8. c 9. b 10. d 11. a) 8 X18 b) 100 g 12. b 13. b 14. e 15. Soma = 31 (01 + 02 + 04 + 08 + 16) 16. Soma = 11 (01 + 02 + 08) 17. I. c II. d III. a IV. b 18. b 19. d 20. d 21. a 22. b 23. b 24. c Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 96 9/19/18 8:11 AM QUESTÃO ORIENTADORA 97 QU ÍM IC A Avaliação da pesquisa Depois de concluída toda a pesquisa e apresentação, discu- ta se agora você é capaz de en- tender a crise na península co- reana, o funcionamento de um reator nuclear e os problemas ambientais provocados pelos acidentes relacionados à ener- gia nuclear. Objetivo geral de formação da área de Ciências da Natureza envolvido nesta pesquisa Tomar decisões de modo pessoal e coletivo com autonomia, responsabilidade, fl exibilidade, resiliência e determinação, usando os conhecimentos adquiridos na escola, utilizando princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. Objetivos específi cos desenvolvidos 1 Analisar perturbações ambientais, identifi cando fontes, transporte e (ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. 2 Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais. 3 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específi cos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. 4 Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas. Crise na Coreia: haverá um fim? Tema de pesquisa Neste capítulo estudamos as ra- diações naturais e as interações em diferentes sistemas, além das desin- tegrações radioativas e gráfi cos das semidesintegrações. Analisamos tam- bém como é possível obter energia a partir das reações de fusão e fi ssão nucleares, as consequências ambien- tais e o uso para fi ns bélicos. Na proposta de pesquisa a seguir, estudaremos a geopolítica da penín- sula coreana e os possíveis desdobra- mentos do uso da energia nuclear em um confl ito armado entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul e seus aliados. O fi lme O início do fi m (título em inglês Fat Man & Little Boy), direção: Roland Joffé, Estados Unidos, 1989, mostra como foi o início do projeto Manhattan que acelerou a construção das bombas atômicas usadas na Segunda Guerra Mundial e Fukushima – a nuclear history que mos- tra o que aconteceu na usina nuclear de Fukushima após o terremoto seguido de tsunami. Em grupos, pesquisem tópicos relacionados à crise geopolítica na península coreana desde 1953, acidentes com usinas nucleares em Three Miles Island, Chernobyl e Fukushima, além do va- zamento acidental de radiação que ocorreu na cidade de Goiânia, em 1987. Separem reportagens em jornais, revistas e outros periódicos, anote, se houve dano ambiental e/ou vítimas e quais ações foram tomadas para minimizar os efeitos decorrentes do vazamento. Relacionem esses aconteci- mentos à crise na Coreia, as razões e consequências do confl ito e como está a situação hoje. Os alunos deverão ser divididos em dois grupos. Um grupo deverá focar na questão geopo- lítica e outro grupo na questão nuclear. O grupo da questão geopolítica deverá ser subdividido para tratar de temas como razões, consequências e a crise na Coreia nos dias de hoje e quais as perspectivas futuras para esse país. O grupo da questão nuclear deverá ser subdividido para tra- tar temas sobre acidentes nucleares, funcionamento de reatores nucleares, e apresentar como está hoje o programa nuclear da Coreia do Norte e quais os planos para o futuro. Produtos e resultados da pesquisa 1 Selecionar ao menos três reportagens envolvendo acidentes nucleares para pesquisar. 2 Entrevistar/conversar com professores de Geopolítica e/ou História para saber onde começou a crise na península coreana. 3 Após a seleção dos textos e a realização das entrevistas, orientem-se pelos objetivos específi cos fornecidos para analisar o material escolhido e produzido por vocês. Des- taquem, por exemplo, os problemas ambientais causados nos acidentes nucleares e como minimizar os problemas ambientais causados por eles. 4 Elaborem um relatório com os principais pontos de cada tópico de pesquisa e façam uma apresentação oral. 5 Sugestão de cronograma para a pesquisa: tempo estimado para a conclusão das pesqui- sas de texto e entrevistas: duas a três semanas; tempo estimado para a apresentação oral: duas aulas, no fi m do bimestre, sendo 15 a 20 minutos em média para cada grupo. (A) Os especialistas podem identifi car pela cor das chamas qual combustível está sendo usado no míssil. (B) Pelo menos 116 mil pessoas foram evacuadas às pressas da cidade de Pripyat. (C) Lixo radioativo é transportado em Goiânia, após abertura de cápsula contendo césio-137. A B C K C N A /R E U T E R S /L a ti n s to ck A la m y /F o to a re n a L u iz N o v a e s /F o lh a p re s s Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 97 9/19/18 8:11 AM 98 HIA V II IA o u 0 II A II IA IV A V A V IA V II A II IB IV B V B V IB V II B 8 V II IB 10 IB II B 1 18 2 13 14 15 16 17 3 4 5 6 7 9 11 12 1 H ID R O G ÊN IO [1 ,0 07 ; 1 ,009 ] L i 3 LÍ TI O [6 ,9 38 ; 6 ,9 97 ] B e 4 S ím b o lo N úm er o at ôm ic o B ER ÍL IO 9, 01 2 N O M E M as sa a tô m ic a N a 11 SÓ D IO 22 ,9 9 M g 12 M A G N ÉS IO 24 ,3 1 K 19 PO TÁ SS IO 39 ,1 0 C a 20 C Á LC IO 40 ,0 8 R b 37 R U B ÍD IO 85 ,4 7 S r 38 E ST R Ô N C IO 87 ,6 2 C s 55 C ÉS IO 13 2, 9 B a 56 BÁ R IO 13 7, 3 F r 87 FR  N C IO 22 3, 01 97 R a 88 R Á D IO 22 6, 02 54 S c 21 E SC  N D IO 44 ,9 6 Y 39 ÍT R IO 88 ,9 1 57 – 7 1 LA N TA N ÍD EO S 89 – 1 03 A C TI N ÍD EO S T i 22 TI T N IO 47 ,8 7 Z r 40 ZI R C Ô N IO 91 ,2 2 H f 72 H Á FN IO 17 8, 5 R f 10 4 RU TH ER FÓ RD IO 26 1, 10 88 V 23 VA N Á D IO 50 ,9 4 N b 41 N IÓ B IO 92 ,9 1 Ta 73 T N TA LO 18 0, 9 D b 10 5 D Ú B N IO 26 2, 11 41 C r 24 C R Ô M IO 52 ,0 0 M o 42 M O LI B D ÊN IO 95 ,9 6( 2) W 74 TU N G ST ÊN IO 18 3, 8 S g 10 6 SE A B Ó R G IO 26 6, 12 19 M n 25 M A N G A N ÊS 54 ,9 4 Tc 43 TE C N ÉC IO 97 ,9 07 2 R e 75 R ÊN IO 18 6, 2 B h 10 7 B Ó H R IO 26 4, 12 F e 26 FE R R O 55 ,8 5 R u 44 R U TÊ N IO 10 1, 1 O s 76 Ó SM IO 19 0, 2 H s 10 8 H Á SS IO 27 7 C o 27 C O BA LT O 58 ,9 3 R h 45 R Ó D IO 10 2, 9 Ir 77 IR ÍD IO 19 2, 2 M t 10 9 M EI TN ÉR IO 26 8, 13 88 D s 11 0 D A R M ST Á D IO 27 1 R g 11 1 R O EN TG ÊN IO 27 2 C n 11 2 C O PE R N ÍC IO 27 7 N i 28 N ÍQ U EL 58 ,6 9 P d 46 PA LÁ D IO 10 6, 4 P t 78 PL A TI N A 19 5, 1 C u 29 C O B R E 63 ,5 5 A g 47 PR A TA 10 7, 9 A u 79 O U R O 19 7, 0 Z n 30 ZI N C O 65 ,3 8( 2) C d 48 C Á D M IO 11 2, 4 H g 80 M ER C Ú R IO 20 0, 6 G a 31 G Á LI O 69 ,7 2 A l 13 A LU M ÍN IO 26 ,9 8 B 5 B O R O [1 0, 80 ; 1 0, 83 ] S i 14 SI LÍ C IO [2 8, 08 ; 2 8, 09 ] G e 32 G ER M  N IO 72 ,6 3 A s 33 A R SÊ N IO 74 ,9 2 S b 51 A N TI M Ô N IO 12 1, 8 Te 52 TE LÚ R IO 12 7, 6 P o 84 PO LÔ N IO [2 08 ,9 82 4] A t 85 A ST A TO [2 09 ,9 87 1] I 53 IO D O 12 6, 9 B r 35 B R O M O 79 ,9 0 S e 34 SE LÊ N IO 78 ,9 6( 3) C l 17 C LO R O [3 5, 44 ; 3 5, 46 ] S 16 EN X O FR E [3 2, 05 ; 3 2, 08 ] P 15 FÓ SF O R O 30 ,9 7 F 9 FL Ú O R 19 ,0 0 N e 10 N EÔ N IO 20 ,1 8 H e 2 H ÉL IO 4, 00 3 A r 18 A R G Ô N IO 39 ,9 5 K r 36 C R IP TÔ N IO 83 ,8 0 X e 54 X EN Ô N IO 13 1, 3 R n 86 R A D Ô N IO [2 22 ,0 17 6] O 8 O X IG ÊN IO [1 5, 99 ; 1 6, 00 ] N 7 N IT R O G ÊN IO [1 4, 00 ; 1 4, 01 ] C 6 C A R B O N O [1 2, 00 ; 1 2, 02 ] In 49 ÍN D IO 11 4, 8 T l 81 TÁ LI O [2 04 ,3 ; 2 04 ,4 ] S n 50 ES TA N H O 11 8, 7 P b 82 C H U M B O 20 7, 2 L v 11 6 LI V ER M Ó R IO 29 3 F l N h M c Ts O g 11 4 FL ER Ó V IO 28 9 11 3 N IH Ô N IO 11 5 M O SC Ó V IO 11 7 TE N N ES SI N O 11 8 O G A N ES SÔ N IO B i 83 B IS M U TO 20 9, 0 L u 71 LU TÉ C IO 17 5, 0 L r 10 3 LA U R ÊN C IO [2 62 ,1 09 7] Y b 70 IT ÉR B IO 17 3, 1 N o 10 2 N O B ÉL IO [2 59 ,1 01 0] T m 69 TÚ LI O 16 8, 9 M d 10 1 M EN D EL ÉV IO [2 58 ,0 98 4] E r 68 ÉR B IO 16 7, 3 F m 10 0 FÉ R M IO [2 57 ,0 95 1] H o 67 H Ó LM IO 16 4, 9 E s 99 E IN ST ÊN IO [2 52 ,0 83 0] D y 66 D IS PR Ó SI O 16 2, 5 C f 98 C A LI FÓ R N IO [2 51 ,0 79 6] T b 65 TÉ R B IO 15 8, 9 B k 97 B ER Q U ÉL IO [2 47 ,0 70 3] G d 64 G A D O LÍ N IO 15 7, 3 C m 96 C Ú R IO [2 47 ,0 70 4] E u 63 EU R Ó PI O 15 2, 0 A m 95 A M ER ÍC IO [2 43 ,0 61 4] S m 62 SA M Á R IO 15 0, 4 P u 94 P LU TÔ N IO [2 44 ,0 61 4] P m 61 P R O M ÉC IO [1 44 ,9 12 7] N p 93 N ET Ú N IO [2 37 ,0 48 2] N d 60 N EO D ÍM IO 14 4, 2 U 92 U R  N IO 23 8, 0 P r 59 PR A SE O D ÍM IO 14 0, 9 P a 91 PR O TA C TÍ N IO 23 1, 0 C e 58 C ÉR IO 14 0, 1 T h 90 TÓ R IO 23 2, 0 L a 57 LA N T N IO 13 8, 9 A c 89 A C TÍ N IO [2 27 ,0 27 7] Ta b e la p e ri ó d ic a d o s e le m e n to s Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 98 9/19/18 8:11 AM REVISÃO1-2 Nome: Data: Turma:Escola: 99 Química – Eletroquímica e radioatividade Capítulo 1 – Número de oxidação e reações de oxirredução Capítulo 2 – Pilhas H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às fi nalidades a que se destinam. 1. (Vunesp) Uma medida adotada pelo governo do estado para amenizar a crise hídrica que afeta a cidade de São Paulo envolve a utilização do chamado “volume morto” dos reservatórios do Sistema Cantareira. Em artigo publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, três especialistas alertam sobre os riscos trazidos por esse procedimento que pode trazer à tona poluentes deposi- tados no fundo das represas, onde se concentram contaminantes que não são tratados por sistemas convencionais. Entre os poluentes citados que contaminam os mananciais há compostos inorgânicos, orgânicos altamente reativos com os sistemas biológicos, microbiológicos e vírus. Segundo as pesquisadores, “quanto mais baixo o nível dos reservatórios, maior é a con- centração de poluentes, recomendando maiores cuidados”. Disponível em: <http://sao-paulo.estadao.com.br>. (Adaptado.) De modo geral, em sistemas aquáticos a decomposição de matéria orgânica de origem biológica, na presença de oxigênio, se dá por meio de um processo chamado degradação aeróbica. As equações representam reações genéricas envolvidas na degradação aeróbica, em que: “MO” – Matéria Orgânica contendo nitrogênio e enxofre (CH 2 O) n + nO 2 w nCO 2 + nH 2 O MO (C, H, N, S) + nO 2 w CO 2 + H 2 O + NO– 3 + SO 4 2– Analisando as equações apresentadas, é correto afi rmar que no processo de degradação aeróbica ocorrem reações de: a) decomposição, em que o oxigênio não sofre alteração em seu número de oxidação. b) oxirredução, em que o oxigênio atua como agente redutor. c) decomposição, em que o oxigênio perde elétrons. d) oxirredução, em que o oxigênio sofre oxidação. e) oxirredução, em que o oxigênio atua como agente oxidante. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 99 9/19/18 8:11 AM 100 H23 Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específi cos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas. 2. No campo da Odontologia, as reações de oxirredução têm papel importante. O amálgama usado em obturações é obtido misturando uma parte de mercúrio a uma parte de liga metálica que contém prata, estanho, cobre e zinco. Com esse tipo de obturação, pode-se sentir um choque no dente, caso se morda, acidentalmente, um pedaço de papel-alumínio, fenômeno que pode ser explicado pela equação: 2Al0 + 3Sn2+ + 9Ag0 w 2Al3+ + 3Ag 3 Sn Sabe-se que os potenciais eletroquímicos envolvidos nesse processo são: E0 Al = –1,66 V; E0 Sn = –0,14 V; E0 Ag = 0,80 V a) Determine o ânodo e o cátodo dessa reação. b) Em uma célula eletrolítica baseada na prata e no estanho, como se daria o fl uxo de elétrons? Seria um fl uxo espontâ- neo? c) Determine a ddp da pilha alumínio/prata. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 100 9/19/18 8:11 AM REVISÃO Nome: Data: Turma:Escola: 101 Química – Eletroquímica e radioatividade Capítulo 3 – Eletrólise Capítulo 4 – Radioatividade 3-4 H8 Identifi car etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos. 1. (Vunesp) Nas salinas, o cloreto de sódio é obtido pela evaporação da água do mar em uma série de tanques. No primei- ro tanque, ocorre o aumento da concentração de sais na água, cristalizando-se sais de cálcio.Em outro tanque ocorre a cristalização de 90% do cloreto de sódio presente na água. O líquido sobrenadante desse tanque, conheci- do como salmoura amarga, é drenado para outro tanque. É nessa salmoura que se encontra a maior concentração de íons Mg2+ (aq.) , razão pela qual ela é utilizada como ponto de partida para a produção de magnésio metálico. A obtenção de magnésio metálico a partir da salmoura amarga envolve uma série de etapas: os íons Mg2+ presen- tes nessa salmoura são precipitados sob a forma de hidró- xido de magnésio por adição de íons OH–. Por aquecimen- to, esse hidróxido transforma-se em óxido de magnésio que, por sua vez, reage com ácido clorídrico, formando cloreto de magnésio que, após cristalizado e fundido, é submetido a eletrólise ígnea, produzindo magnésio metálico no cátodo e cloro gasoso no ânodo. Dê o nome do processo de separação de misturas empregado para obter o cloreto de sódio nas salinas e informe qual é a propriedade específi ca dos materiais na qual se baseia esse processo. Escreva a equação da reação que ocorre na primeira etapa da obtenção de magnésio metálico a partir da salmoura amarga e a equação que representa a reação global que ocorre na última etapa, ou seja, na eletrólise ígnea do cloreto de magnésio. Ricardo Azoury/olharimagem (www2.uol.com.br/Sciam. Salina da região de Cabo Frio. R e p ro d u ç ã o / V u n e s p , 2 0 1 7. Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 101 9/19/18 8:11 AM 102 H17 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráfi cos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. 2. (Uerj) O berquélio (Bk) é um elemento químico artifi cial que sofre decaimento radioativo. No gráfi co, indica-se o compor- tamento de uma amostra do radioisótopo 249Bk ao longo do tempo. Sabe-se que a reação de transmutação nuclear entre o 249Bk e o 48Ca produz um novo radioisótopo e três nêutrons. Apresente a equação nuclear dessa reação. Determine, ainda, o tempo de meia-vida, em dias, do 249 Bk e escreva a fór- mula química do hidróxido de berquélio II. Se necessário, consulte uma tabela periódica. R e p ro d u ç ã o / U e rj , 2 0 1 6 . Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 102 9/19/18 8:11 AM Atribua uma pontuação ao seu desempenho em cada um dos objetivos apresentados, segundo a escala: 4 para excelente, 3 para bom, 2 para razoável e 1 para ruim. Escala de desempenho Agora, somando todos os pontos atribuídos, verifi que seu desempenho geral no caderno e a recomendação feita a você. Entre 48 e 36 pontos, seu desempenho é satisfatório. Se julgar necessário, reveja alguns conteúdos para reforçar o aprendizado. Entre 35 e 25 pontos, seu desempenho é aceitável, porém você precisa rever conteúdos cujos objetivos tenham sido pontuados com 2 ou 1. Entre 24 e 12 pontos, seu desempenho é insatisfatório. É recomendável solicitar a ajuda do professor ou dos colegas para rever conteúdos essenciais. Procure refl etir sobre o próprio desempenho. Somente assim você conseguirá identifi car seus erros e corrigi-los. Avalie seu desempenho no estudo dos capítulos deste caderno por meio da escala sugerida a seguir. 103 Q U ÍM IC A Autoavaliação Número de oxidação e reações de oxirredução 4 3 2 1 Distingui com facilidade o número de oxidação de qualquer átomo presente em qualquer espécie química? 4 3 2 1 Identifi ca os agentes oxidante e redutor em todos os processos de oxirredução? 4 3 2 1 Consegue manipular facilmente os números de oxidação para efetuar o balanceamento de equações químicas de oxirredução? Pilhas 4 3 2 1 É capaz de calcular a variação do potencial eletroquímico de uma pilha a partir dos po- tenciais de eletrodo? 4 3 2 1 A partir dos potenciais de eletrodo consegue defi nir quais são os polos de uma célula galvânica? 4 3 2 1 Compreendeu qual é a função da ponte salina em uma pilha? Eletrólise 4 3 2 1 Consegue defi nir quais são os produtos que serão formados em qualquer eletrólise, seja ígnea, seja aquosa? 4 3 2 1 Monta facilmente a estequiometria da quantidade de carga que circula na eletrólise em função da quantidade de substâncias consumida e/ou necessária? 4 3 2 1 É capaz de identifi car se determinado sistema eletroquímico é uma eletrólise ígnea ou aquosa? Radioatividade 4 3 2 1 Relaciona facilmente os tipos de radiações nucleares que são emitidas por um rádionúclideo? 4 3 2 1 Olhando para uma curva de semidesintegração radioativa de determinado isótopo, con- segue determinar qual é a sua meia vida? 4 3 2 1 É capaz de diferenciar os processos de fi ssão e fusão nucleares? Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 103 9/19/18 8:11 AM 104 Revise seu trabalho com este caderno. Com base na autoavaliação, anote abaixo suas conclusões: aquilo que aprendeu e pontos em que precisa melhorar. Conclus‹o Direção geral: Guilherme Luz Direção editorial: Luiz Tonolli e Renata Mascarenhas Gestão de projetos editoriais: João Carlos Puglisi (ger.), Renato Tresolavy, Thaís Ginícolo Cabral, João Pinhata Edição e diagramação: Texto e Forma Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga Planejamento e controle de produção: Paula Godo, Adjane Oliveira e Mayara Crivari Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Brenda T. de Medeiros Morais, Carlos Eduardo Sigrist, Célia Carvalho, Celina I. Fugyama, Gabriela M. de Andrade e Texto e Forma Arte: Daniela Amaral (ger.), Catherine Saori Ishihara (coord.), Daniel de Paula Elias (edição de arte) Iconografi a: Sílvio Kligin (ger.), Denise Durand Kremer (coord.), Monica de Souza/Tempo Composto (pesquisa iconográfi ca) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), Tempo Composto – Monica de Souza, Catherine Bonesso, Maria Favoretto e Tamara Queiróz (licenciamento de textos), Erika Ramires, Luciana Pedrosa Bierbauer e Claudia Rodrigues (analistas adm.) Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin Ilustrações: Luis Moura e Marcelo Almeida Cartografi a: Eric Fuzii (coord.), Mouses Sagiorato (edit. arte), Ericson Guilherme Luciano Design: Gláucia Correa Koller (ger.), Aurélio Camilo (proj. gráfi co) Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro São Paulo – SP – CEP 04755-070 Tel.: 3273-6000 © SOMOS Sistemas de Ensino S.A. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ético Sistema de Ensino : ensino médio : livre : química : cadernos 1 a 12 : aluno / obra coletiva : responsável Renato Luiz Tresolavy. -- 1.ed. -- São Paulo : Saraiva, 2019. Bibliografi a. 1. Química (Ensino médio) I. Tresolavy, Renato Luiz. 18-12930 CDD-540.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Química : Ensino médio 540.7 2019 ISBN 978 85 5716 324 9 (AL) Código da obra 2150673 1a edição 1a impressão Impressão e acabamento Uma publicação 629056 Et_EM_2_Cad8_Qui_c04_70a104.indd 104 9/19/18 8:12 AM