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PRO Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente Curso de Engenharia Civil Trabalho de Conclusão de Curso APLICAÇÃO DO BUILDING INFORMATION MODELING (BIM) E DA INTEROPERABILIDADE EM PROJETOS ESTRUTURAIS Autor: Igor de Almeida Barreto Bontempo Orientador: MSc. Carlos Henrique de Moura Cunha Brasília - DF 2017 IGOR DE ALMEIDA BARRETO BONTEMPO APLICAÇÃO DO BUILDING INFORMATION MODELING (BIM) E DA INTEROPERABILIDADE EM PROJETOS ESTRUTURAIS Artigo apresentado ao curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção de Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: MSc. Carlos Henrique de Moura Cunha Brasília 2017 Artigo de autoria de Igor de Almeida Barreto Bontempo, intitulado “Aplicação do Building Information Modeling (BIM) e da interoperabilidade em projetos estruturais”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, em (28/11/2017), defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: __________________________________________________ Prof. MSc. Carlos Henrique de Moura Cunha Orientador Curso de Engenharia Civil – UCB __________________________________________________ Prof. Dr. Li Chong Lee Bacelar de Castro Examinador Curso de Engenharia Civil – UCB Brasília 2017 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus, a minha família e a minha namorada, por terem me dado todo o apoio para que eu pudesse chegar até aqui. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me proporcionado saúde e inteligência para superar todas as dificuldades e conseguir chegar onde estou hoje. Agradeço ao meu orientador Carlos Henrique, por ter me dado suporte e me guiado nesta trajetória, tornando este trabalho uma realidade. A minha querida namorada Bruna, que sempre de forma especial е carinhosa me deu forças е coragem, me apoiando e ajudando nos momentos de dificuldades. Agradeço a minha tia Núbia, pelo carinho, ajuda e disposição nos momentos em que precisei. E de forma especial a minha mãe e ao meu pai, pelo amor, carinho, paciência, pelos seus ensinamentos e por não medirem esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante. APLICAÇÃO DO BUILDING INFORMATION MODELING (BIM) E DA INTEROPERABILIDADE EM PROJETOS ESTRUTURAIS IGOR DE ALMEIDA BARRETO BONTEMPO Resumo: O Building Information Modeling (BIM) reflete o estado da arte na concepção, execução e acompanhamento de edificações e instalações. Esta tecnologia permite a construção em ambiente computacional do modelo BIM, que representa a estrutura física do empreendimento, fazendo que com este modelo não seja uma simples representação 3D, mas que carregue informações como geometria, materiais, desempenho energético e térmico, instalações que compõem o sistema, custos, vida útil da edificação, operação, manutenção, entre outros. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos da utilização do BIM na elaboração de projetos estruturais e como a interoperabilidade entre softwares pode contribuir a este processo. Para a elaboração deste trabalho, em um primeiro momento, foram realizadas consultas nas literaturas disponíveis à cerca do tema, para que assim pudessem ser embasadas questões referente ao tema, em seguida, partiu-se para a aplicação do BIM na elaboração de projetos estruturais por meio de algumas ferramentas disponíveis no mercado. Algumas limitações são constatadas, como em relação a interoperabilidade, porém, muitos dos benefícios da utilização da tecnologia são mantidos. Devido a abrangência, complexidade e crescente demanda pelo BIM, novas questões irão surgir com o decorrer dos próximos anos, podendo se tornar objeto de uma nova pesquisa. O BIM apresenta grandes benefícios como a automação de processos, diminuição de tempo gasto, elaboração de uma base de dados sólida e intercâmbio de dados entre ferramentas, oferecendo uma maior assertividade e transparência nas decisões tomadas pelos projetistas. Palavras-chaves: Building Information Modeling. Interoperabilidade. Projetos Estruturais. 1 1. INTRODUÇÄO O processo de elaboração de um projeto estrutural é considerado como um trabalho diferenciado e importante, envolvendo certas particularidades, além de que o profissional envolvido neste processo deve projetar a estrutura para suportar os carregamentos aplicados com segurança e que este sistema seja funcional. Este processo tradicionalmente pode ser subdividido em quatro etapas, sendo elas concepção estrutural, análise da estrutura, dimensionamento e detalhamento. Todas estas etapas envolvem grandes responsabilidades e desafios. Há algum tempo atrás, os escritórios cálculo estrutural, por exemplo, elaboravam projetos estruturais a partir de plantas impressas de arquitetura, onde a fase de concepção estrutural era feita manualmente, utilizando folhas de papel manteiga, que quando posicionado por cima das plantas de arquitetura permitiam uma boa visualização, tornando assim possível o lançamento dos pilares. Com a evolução da informática, o uso de ferramentas computacionais, como as ferramentas Computer Aided Design1 (CAD), tornou-se mais que necessário para a realização destes processos de forma mais precisa. Além de que, há algum tempo atrás seria praticamente impossível que uma mesma edificação fosse calculada por diversas vezes, pois os métodos de cálculo eram demasiadamente lentos, e muitas simplificações eram necessárias. O Building Information Modeling (BIM), tem se mostrado como uma das mais promissoras tecnologias desenvolvidas para a indústria da construção, arquitetura e engenharias. Com a tecnologia é possível a construção de um modelo preciso de um edifício ou instalação em ambiente virtual, de forma que o mesmo carregue informações como sobre sua geometria, propriedades, materiais, características térmicas, desempenho energético, custos, operação, manutenção, vida, entre outras, necessárias para dar suporte a todo o ciclo de vida de um empreendimento. O BIM pode ser comparado conceitualmente a uma modelo físico em escala, porém, um de seus diferencias é que além de carregar informações à cerca da geometria do modelo, existem uma infinidade de informações que podem ser vinculadas, além da opção de detalhamentos automáticos, realização de análises, extração de quantitativos e outras funcionalidades que serão apresentadas e 1 Pode ser definido como o uso de sistemas informáticos para auxiliar na criação, modificação, análise ou otimização de um projeto (NARAYAN; RAO; SARCAR, 2011). 2 discutidas nas próximas seções ao longo do artigo, funcionalidades estas que não podem ser obtidas em modelos físicos ou simples representações 2D e 3D. Ainda hoje, o processo de elaboração de projetos, execução, operação e manutenção de empreendimentos em sua grande maioria são baseados apenas em documentação impressa e no sistema CAD. Este tipo de processo tem se mostrado mais propício de erros e omissões, o que acaba por gerar custos adicionais, atrasos e no pior dos casos, podem comprometer o funcionamento da edificação. Além de que o processo de comunicação entre os participantes muitas vezes é comprometido, devido ao tempo considerável gasto para o levantamento de informações críticas. Este artigo tem como objetivo analisar como a interoperabilidade entre um software2 de modelagem e um software de cálculo estrutural podem impactar na elaboração de projetos estruturais, a fim de verificar a integridade e qualidade das informações do projeto no processo de transição de dados, avaliar se existem limitações referentes a interoperabilidade nas plataformas, estabelecer diretrizes para o uso mais eficiente entre as ferramentas, além de levantar quais os tipos contribuição a associação destes recursos podem gerar. 2. MATERIALE MÉTODOS A elaboração do artigo se divide basicamente em revisão de literatura, aplicação dos conhecimentos adquiridos e utilização de softwares. Para a elaboração deste artigo foram realizadas consultas em livros, artigos científicos, teses, revistas especializadas e páginas da internet. A revisão de literatura foi utilizada para composição e desenvolvimento da compreensão à cerca do tema estudado. O passo seguinte foi organização de algumas ideias expressas pelos diversos autores, de forma que houvesse uma convergência entre a base teórica e o tema do artigo. Para demonstrar o processo de aplicação do BIM em projetos estruturais, fez- se necessário a utilização de algumas das ferramentas BIM disponíveis hoje no mercado, para a elaboração do modelo a ser utilizado como objeto de estudo. As ferramentas utilizadas foram o Autodesk Revit® 2018.2 e o CAD/TQS V19.2. 2 É a manipulação, instrução de execução, redirecionamento e execução das atividades lógicas das máquinas (DANTAS, 2017). 3 2.1 BUILDING INFORMATION MODELING - BIM Por definição, o BIM pode ser aplicável em todo o ciclo de vida de um empreendimento (Ver Figura 1), partindo da fase de concepção, desenvolvimento do projeto e construção, até mesmo o pós-obra, como ocupação e manutenção. O BIM é um conjunto de ações e tecnologias que combinados possibilitam a modelagem, o armazenamento, o intercâmbio de informações, o gerenciamento, a consolidação e o fácil acesso aos vários tipos de informações à cerca de uma edificação que se deseja construir, utilizar e manter (EASTMAN et al, 2011). Figura 1 – Ciclo de aplicações BIM Fonte: Narke (2016) A aplicação do BIM se materializa através das novas ferramentas disponíveis no mercado, que apresentam novas funcionalidades e que a partir da modelagem paramétrica dos elementos possibilitam que os processos atuais, sejam realizados de outras maneiras, embasados em modelos muito mais refinados. Ao contrário do que se pensa, a tecnologia não deve ser considerada como algo novo, embora o termo BIM seja relativamente novo (EASTMAN et al, 2011). Esforços para alcançar a interoperabilidade e a colaboração de informações são objetos de estudo a algumas 4 décadas, o que é novo é o acesso da indústria às ferramentas, que se tornou possível pelo aumento da facilidade na aquisição de novos hardwares3 e softwares. O fato do BIM ser aplicável a todas as fases de um empreendimento, torna-o muito abrangente, fazendo com que este seja um dos principais motivos que dificultam uma adequada compreensão à cerca do assunto. Como dito anteriormente, novas formas de realizar processos são possíveis, agora baseadas em modelos constituídos de objetos paramétricos e inteligentes, não apenas em documentos, como os desenvolvidos pela tecnologia predecessora CAD (CBIC, 2016). Muitos são os benefícios que esta nova tecnologia pode gerar, porém, serão destacados principalmente os pontos referentes à área de projetos. Dentre os pontos de destaque da aplicação do BIM em projetos, o primeiro ponto em destaque é a possibilidade de visualização antecipada e de forma precisa do projeto (EASTMAN et al, 2011). Correções automáticas também são uma realidade oferecida com esta tecnologia, já que os objetos constituintes do projeto são inteligentes e obedecem a regras paramétricas, garantindo assim a possibilidade de realizar uma alteração em qualquer instancia do projeto, seja uma vista, corte, visualização 3D ou 2D, etc. (CBIC, 2016). Este tipo de recurso evita a redundância de informações e a necessidade de gerenciamento das mudanças feitas no projeto. A partir do modelo desenvolvido em uma plataforma BIM, existe a possibilidade de extração de documentação 2D com a garantia das representações serem precisas e consistentes (CBIC, 2016). Esta funcionalidade reduz o número de pessoas envolvidas na elaboração de pranchas e a quantidade de erros e imprecisões associadas a este processo. Além de que qualquer modificação que se faça necessária, será feita simultaneamente na documentação vinculada ao projeto, evitando retrabalhos. Um dos principais pontos que o BIM apresenta é a capacidade colaborativa entre as múltiplas disciplinas envolvidas no projeto. A fase de projeto é onde existe o maior número de informações, das mais variadas disciplinas e envolvendo diversos profissionais, partindo desta premissa, o BIM facilita a troca de informações entre estes profissionais, através da vinculação dos projetos autorais a um mesmo modelo (CBIC, 2016). 3 A parte física do computador, ou seja, o conjunto de aparatos eletrônicos, peças e equipamentos que fazem o computador funcionar (DANTAS, 2017). 5 Por trabalhar com objetos paramétricos, é possível a extração de todos os quantitativos e espaços que podem ser utilizados na estimativa dos custos (EASTMAN et al, 2011). Esta função permite que todos os participantes da equipe colaborativa tenham noção dos custos referentes as soluções propostas, além de que os quantitativos extraídos são mais precisos e detalhados, dados estes que podem embasar melhor os orçamentos e o planejamento construtivo. O BIM oferece inúmeras possibilidades de vinculação dos modelos, propicia oportunidade a realização de diversas simulações, análises e oportunidades de melhorar a qualidade das edificações. Portanto, é imprescindível que a utilização do BIM seja crescente para o desenvolvimento contínuo desta tecnologia (CBIC, 2016). O aprimoramento dos processos realizados em cada fase de projeto, como consequência trarão uma redução dos problemas relacionados às práticas ainda hoje adotadas. A implementação inteligente do BIM, causará grandes impactos na maneira em que as partes envolvidas se relacionam (EASTMAN et al, 2011). Devido a necessidade de alimentação do modelo BIM com intenso número de informações, o processo colaborativo começa mais cedo entre os arquitetos, engenheiros e outras partes envolvidas, já que a fase em que demanda o maior fluxo de informações é a de projeto. O BIM torna possível a colaboração de informações de maneira mais efetiva, porém, está abordagem introduz novas questões que dizem respeito ao desenvolvimento de equipes colaborativas dentro de um empreendimento e diretrizes para o uso e compartilhamento adequado das informações inerentes ao modelo. Essas questões podem ser reduzidas com a utilização de padrões Industry Foundation Classes (IFC)4 e outros formatos, com a finalidade de possibilitar intercâmbio de dados, servidores também devem ser utilizados para o compartilhamento dos modelos autorais com toda equipe colaborativa (EASTMAN et al, 2011). 2.1.1 Processo colaborativo A fase de projeto pode reunir uma grande diversidade de profissionais, de acordo com o tamanho da edificação e das intenções relacionadas ao empreendimento. Estes profissionais constituem as equipes de projeto, e estas 4 É um padrão global usado para descrever, compartilhar e trocar de informações gerenciais de construções e de instalações (MCPARTLAND, 2017). 6 equipes são compostas por arquitetos, engenheiros, técnicos, entre outros. Cada equipe é responsável pelo desenvolvimento de um ou mais projetos autorias, que serão parte da solução adequada (CBIC, 2016). No processo tradicional, existe uma hierarquia para a elaboração e as colaborações se baseiam em reuniões, ligações e documentos. Com o advento dos documentos eletrônicos e popularização da internet novas opções puderam ser inseridas neste processo, como a troca de e-mails, conferências e videoconferências pela web (CBIC, 2016; EASTMAN et al, 2011). O problema deste tipo de processo é que muitas das vezes as decisões são centralizadas devido a hierarquia entre os envolvidos, e um único profissional é responsável por gerenciar o desenvolvimento e a compatibilização do projeto. Este tipode sistema hierárquico pode diminuir o comprometimento de alguns participantes da equipe colaborativa. Os baixos índices de interação entre os membros das equipes podem resultar em inconsistências, incompatibilidades ou até mesmo erros. Com o crescimento do uso do BIM a maneira em que as equipes de projeto se relacionam também é afetado. Os chamados processos colaborativos, proporcionam um melhor acesso às várias informações, além de agilizar as trocas entre os membros da equipe de projeto. A colaboração oferecida com o BIM descentraliza o poder sobre as decisões, portanto as responsabilidades passam a ser distribuídas por toda equipe (CBIC, 2016). Ela permite aos projetistas trabalharem juntos livremente, apresentando soluções integradas para os seus sistemas e extraindo o máximo potencial de toda equipe. Os processos tradicionais de colaboração resultam em interações mais longas, que em geral resultam em multitarefas nas duas direções, multitarefas resultam em perda de tempo, pois é necessário lembrar-se do contexto em que cada projeto está inserido e questões relacionadas ao empreendimento, este tipo de interação pode resultar em erros com mais frequência, portanto, podem gerar custos adicionais (EASTMAN et al, 2011). O modelo proposto de informações compartilhas, por sua vez, tem como resultado interações mais rápidas entre projetistas, que elevam a qualidade dos projetos e processos realizados, como resultado gasta-se menos tempo na realização das tarefas. Além de que interações mais rápidas proporcionam aprimoramento e inclusão de novas técnicas e métodos. Para que o processo colaborativo funcione de maneira adequado, diversas questões devem ser levadas em consideração, no artigo são tratadas apenas algumas 7 questões básicas. Uma destas questões é a modelagem paramétrica, que consiste em como informações inerentes as diferentes disciplinas podem ser definidas e vinculadas a objetos. Por fim, a interoperabilidade entre os diferentes softwares e sistemas, que fará intercâmbio dos dados contidos no modelo (CBIC, 2016). 2.1.2 Modelagem paramétrica As primeiras formas de modelagem paramétrica baseada em objetos foram desenvolvidas originalmente nos anos 1980. Ela não representa objetos com geometria e propriedades fixas (EASTMAN et al, 2011). Diferentemente de outros tipos de representação, ela representa objetos regidos por parâmetros e regras que definem a geometria, bem como características não geométricas e propriedades. Essas características permitem a atualização automática dos mesmos, de acordo com as mudanças feitas pelo usuário. No projeto paramétrico, o usuário define as famílias ou classes de elementos, que é um conjunto de interações responsáveis por controlar os parâmetros de cada objeto, de acordo com o contexto de cada um. Objetos são definidos usando parâmetros envolvendo distancias, ângulos e regras como vinculado a, paralelo a e distância de (EASTMAN et al, 2011). Essas interações permitem que cada instância varie de acordo com as regras que regem seus parâmetros e contexto inserido. Estas regras também podem ser definidas como requisitos, dando ao usuário a possibilidade de realizar modificações posteriores, enquanto estas regras são atualizadas em todas as instâncias do projeto de maneira automática. Portanto, são permitidas ambas as interpretações para modelagem paramétrica. Estas propriedades incluem as mais variadas informações, como materiais necessários para a confecção de elementos estruturais, resistência do aço, especificações técnicas, propriedades construtivas, comportamento estrutural, questões ligadas a sustentabilidade, entre outros. As propriedades são organizadas bibliotecas dentro das ferramentas BIM de acordo com suas características e funções. Os modelos paramétricos são baseados em objetos com um conjunto predefinido de famílias de objetos. Um edifício modelado em ambiente BIM nada mais é do que a junção de vários elementos, onde cada elemento é constituído de diversos esquemas de dados (EASTMAN et al, 2011). O processo de modelagem é realizado através ferramentas hoje oferecidas no mercado, cada ferramenta varia nas famílias 8 de objetos oferecidas, nas regras que as regem e em seu comportamento no contexto inserido. Hoje já é possível obter diversas famílias de objetos, seja através dos próprios distribuidores de softwares BIM ou navegando na internet. Uma característica importante é que todas as ferramentas BIM possibilitam a definição de famílias de objetos personalizados, de acordo com a necessidade do usuário. Está sendo desenvolvida a primeira Norma BIM brasileira pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)5, a Norma Brasileira (NBR)6 15965 (CBIC, 2016). A norma consiste em um sistema de classificação e padronização dos diversos tipos de informações que um modelo BIM pode conter. Observando as principais características da modelagem paramétrica, ela se torna um poderoso recurso na criação e edição de geometrias. Uma edificação por exemplo contém inúmeros elementos, algumas das vezes esse número passa de um milhão de objetos, tornando praticamente inviável a criação e edição de tantos elementos sem uma ferramenta BIM. Mesmo com todas as possibilidades de visualização em um modelo BIM, ainda existe a necessidade da elaboração de documentos, contendo especificações, propriedades, relatórios e detalhamentos. As burocracias que envolvem cada fase do ciclo de vida de uma obra, é baseada principalmente em documentação impressa. Com a modelagem da informação da construção, cada instancia de objeto da construção, sua forma, propriedades e posicionamento no modelo, é definida somente uma vez. Desta maneira, todos os desenhos, relatórios e conjuntos de dados para análises são consistentes se retirados da mesma versão do modelo de construção (JUNIOR, 2017). A modelagem paramétrica trará grandes impactos a todos aspectos da indústria da construção civil, ela resolve questões algumas fundamentais ligadas a vários processos, como extração de informações geométricas e propriedades, análises e simulações, planejamento executivo e representações. A extensão de todo o potencial 5 Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. Consiste, em particular, na elaboração, difusão e implementação das Normas (ABNT, 2014). 6 Norma é o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto (ABNT, 2014). 9 da modelagem paramétrica baseada em objetos só será conhecida há alguns anos, pois, novas aplicações ainda estão sendo desenvolvidas (EASTMAN et al, 2011). 2.1.3 Interoperabilidade Um dos grandes incentivos ao desenvolvimento de ferramentas BIM é a modelagem paramétrica dos objetos, que podem ser utilizados em inúmeras atividades de suporte e construção (EASTMAN et al, 2011). Há várias aplicações disponíveis hoje, que realizam análises estruturais, dimensionamento de tubulações hidrossanitárias, estudo de luminotécnica, uso de energia solar, entre outras inúmeras possiblidades, que podem fornecer diversas informações entre si. Portanto, a necessidade de interação entre estas aplicações é um requisito fundamental para o BIM. Figura 2 – Fluxos de interações Tradicional vs. BIM Fonte: ACCA software (2017) A interoperabilidade pode ser compreendida com a capacidade que dois ou mais sistemas (informatizados ou não) possuem de trocar informações e utiliza-las. Pode ser compreendida como a necessidade de interação entre diferentes usuários, aplicações e sistemasoperacionais, para a elaboração de um produto final, resultado da comunicação entre diversos meios e usuários, conforme mostrado na figura 2 10 (AZEVEDO, 2015; CBIC, 2016). A interoperabilidade ainda é um dos maiores desafios encontrados no desenvolvimento de processos completamente colaborativos entre equipes, muito têm se empenhado para o desenvolvimento de padrões, protocolos e diretrizes para o uso em toda indústria da arquitetura, construção e engenharia. Os principais segmentos de formatos de intercâmbio de informações entre ferramentas BIM podem ser divididos basicamente em três grupos, formatos proprietários, formatos públicos específicos e formatos públicos abertos (CBIC, 2016). Formatos proprietários são utilizados unicamente para o intercâmbio de informações pelo quais foram desenvolvidos, não havendo interação com nenhum outro tipo de sistema ou aplicação, viabilizando apenas a comunicação entre softwares específicos. As conexões estabelecidas através destes formatos geralmente são de alta qualidade e confiáveis, pois os desenvolvedores conseguem prever as condições em que estes arquivos poderão ser utilizados, evitando inconsistências, perdas de dados ou falhas (CBIC, 2016; EASTMAN et al, 2011). Os desenvolvedores de softwares, de certa forma preferem o estabelecimento de conexões proprietárias, além das ferramentas as suportarem de maneira mais eficiente, este tipo de conexão garante que os usuários não utilizem ferramentas dos concorrentes. Em contrapartida, existe um desejo natural, principalmente em empreendimentos que envolvem grandes equipes, pela integração e combinação dos diversos recursos oferecidos pelas diferentes aplicações dos desenvolvedores variados (CBIC, 2016). Entre os formatos públicos específicos se destaca o Steel Integration Standard (CIS/2), este formato é destinado especificamente ao desenvolvimento de projetos de estruturas metálicas (EASTMAN et al, 2011). O CIS/2 é um formato neutro e viabiliza o intercâmbio de dados referentes a estruturas metálicas pode meio de diferentes aplicações, como por exemplo, softwares de análises e dimensionamento, softwares CAD e outras aplicações especificas a este segmento (CBIC, 2016). O formato é voltado para a troca de dados relacionados ao desenvolvimento de modelos estruturais e é considerado como referência no segmento de formatos públicos específicos. Dentre os formatos públicos abertos, o Industry Foundation Classes (IFC) é o principal representante. O IFC é importante para descrever, trocar e compartilhar informações utilizadas na indústria da construção civil e também no setor de 11 gerenciamento (PETRIE, 2008). É fruto do esforço feito pela comunidade internacional de padronização International Organization for Standardization - STandard for the Exchange of Product model data (ISO-STEP)7, foi desenvolvido com base na linguagem de modelagem de dados EXPRESS8. A linguagem EXPRESS possui diversas aplicações, incluindo um formato compacto, bancos de dados de objetos, Structured Query Language (SQL)9 e Extensible Markup Language (XML)10 (CBIC, 2016; EASTMAN et al, 2011). O setor público deseja evitar uma solução proprietária que daria a uma única plataforma o monopólio. Somente o IFC e o CIS/2 são padrões públicos e internacionalmente reconhecidos. Portanto, o modelo de dados IFC será provavelmente o formato padrão para o intercâmbio de dados e integração dentro das industrias de construção de edificações (CBIC, 2016). O IFC consiste em um formato com estrutura extensível que tem como objetivo poder tratar todas as informações utilizáveis em todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a concepção inicial a operação (MANZIONE, 2016). O formato é fundamental para o processo colaborativo e para a interoperabilidade entre as plataformas BIM, portanto, o formato é aberto e pode ser utilizado por qualquer um desenvolvedor que se interessar em adaptar suas aplicações para ler e gravar o IFC. Cada aplicação BIM apresenta sua própria estrutura de dados nativa para a que possa ser realizada a representação do modelo dentro da interface do software. Cada uma delas trabalha os dados de uma maneira, utilizando internamente diferentes tipos de representações. Algumas destas ferramentas simplesmente guardam todos os dados, propriedades e relações, no entanto outras aplicações apenas avaliam essas informações sob demanda (EASTMAN et al, 2011). Um ficheiro IFC deve ser capaz de representar uma ampla gama de informações referentes a geometria, relações, propriedades e meta-propriedades dos objetos que constituem o modelo. O formato pode ser lido pelos mais variados tipos de softwares BIM, portanto, inúmeras informações referentes aos processos 7 Trata-se da norma ISO 10303, referente a representação e troca de dados de fabricação de produtos, seu uso não se limita apenas a construção civil (EASTMAN et al, 2011). 8 Esta linguagem adota muitos conceitos de orientação a objetos, incluindo a herança múltipla, portanto, o objeto se refere a um conceito de linguagem computacional (EASTMAN et al, 2011). 9 É uma linguagem de programação padronizada usada para gerenciar bancos de dados relacionais e executar várias operações nos dados neles (SIRKIN, 2016). 10 O padrão XML é uma maneira flexível de criar formatos de informação e compartilhá-los por meio eletrônico de dados estruturados através da Internet pública, bem como através de redes corporativas (DOSZKOCS et al., 2014). 12 realizados em um modelo podem ser carregadas. Estas informações, como referentes aos modelos de arquitetura, estruturas, instalações, etc., podem ser facilmente filtradas e identificadas por um software que suporte o IFC. A cobertura de dados cresce a cada nova versão, de acordo com o uso crescente e as necessidades e limitações encontradas pelos usuários e desenvolvedores (CBIC, 2016; EASTMAN et al, 2011). Devido a variação das representações dos objetos, alguns esforços estão sendo realizados para que os subconjuntos do IFC possam ser definidos com uma maior precisão. Estes esforços envolvem o desenvolvimento de tradutores de dados baseados em fluxos de trabalhos específicos. Estão sendo desenvolvidos fluxos de trabalho para o uso mais eficiente do IFC, umas operam com uma única passagem de dados em conjunto, enquanto outras estão antecipando múltiplos intercâmbios de maneira iterativa. Estes fluxos proporcionaram um aumento significativos na robustez do intercâmbio de dados com o IFC, além de eliminar a necessidade da realização de testes, como é feito hoje em dia (EASTMAN et al, 2011). Ainda que os padrões IFC tenham sido amplamente empregados em diversas aplicações e evoluído significativamente, a cobertura total dos intercâmbios no ciclo de vida um empreendimento, a definição de inúmeros fluxos de trabalho demandará um certo tempo, o uso exclusivo do IFC ainda não é suficiente, o formato ainda apresenta algumas limitações e para alcançar o trabalho colaborativo desejado, o uso de outros recursos para viabilizar este processo ainda é necessário (CBIC, 2016). 2.2 MODELO DE ESTUDO Para demonstrar a aplicação do BIM em projetos estruturais, optou-se por utilizar um modelo arquitetônico já pronto, com o intuito de simular o processo em que o engenheiro calculista recebe do arquiteto o projeto arquitetônico. Nos próximos itens serão apresentados o modelo arquitetônico, juntamente com suas principais características, as ferramentas utilizadas e o modelo estrutural, abordando os materiais utilizados, carregamentos e combinações consideradas, o desenvolvimento do modelo estrutural em ambiente BIM, o dimensionamento da estrutura em um software de cálculo estrutural e os fluxos de dados utilizados estabelecidos. É importante salientar que este artigo não tem como objetivo comparar as capacidadese características oferecidas pelos softwares utilizados à outras 13 ferramentas disponíveis no mercado. Porém, serão levantadas as vantagens, dificuldades e limitações encontradas no decorrer dos processos inerentes ao modelo estudado neste artigo. 2.2.1 Características gerais O modelo arquitetônico escolhido trata-se de edifício multifamiliar de quatro pavimentos, desenvolvido pelo próprio autor, no componente referente à arquitetura do Autodesk Revit® 2018. O edifício possui um nível térreo, mais três pavimentos tipo e uma cobertura. O nível térreo e os pavimentos tipo possuem quatro apartamentos de aproximadamente 70 m², todos os pavimentos possuem as mesmas características, mudando apenas na cobertura, onde há uma platibanda de um metro de altura em volta de todo o contorno da edificação, um telhado metálico e um reservatório localizado no centro do edifício, conforme mostrado na figura 2. Figura 3 - Modelo Arquitetônico Fonte: Elaborado pelo autor A versão do Autodesk Revit® utilizada neste artigo conta com três módulos, Architecture, Structure e MEP, destinadas respectivamente a elaboração de projetos de arquitetura, estruturas e elétricos, hidráulicos e mecânicos. Todos estes módulos compartilham a mesma base, mudando apenas a interface de trabalho da ferramenta, de acordo com as funcionalidades e as necessidades apresentadas pelo usuário, além 14 de que podem fazer integração direta entre si (AUTODESK, 2016). Optou-se por utilizar o Revit® 2018 pelo fato da Autodesk disponibilizar versões educacionais de seus produtos, garantindo mais facilmente o acesso a estre tipo ferramenta. 2.2.2 Critérios de projeto Um projeto estrutural deve garantir segurança, durabilidade e funcionalidade da estrutura. A elaboração deste tipo de projeto divide-se basicamente em quatro etapas, sendo elas concepção estrutural, análise estrutural, dimensionamento e detalhamento (KIMURA, 2007), devido à complexidade e quantidade de questões que podem ser levantadas nas etapas de análise e dimensionamento e pelo fato que essas implicações não resultam em prejuízos para o desenvolvimento dos objetivos relacionados a este artigo, estas etapas sofreram simplificações. Porém, atentou-se para que alguns critérios estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em especial as normas NBR 6118 e NBR 6120, fossem levados em consideração. Para a elaboração do modelo estrutural serão consideradas como carregamentos permanentes o peso próprio da estrutura (PPest), que é calculado pelo próprio pelo Revit® de acordo com a peso específica dos materiais utilizados em cada elemento da estrutura, as cargas de alvenaria, as cargas de revestimento e as cargas provenientes do telhado, de acordo com os valores estabelecidos pela NBR 6120, outros tipos de carga não serão considerados na fase de modelagem estrutural. Como carregamentos variáveis serão considerados os valores recomendados pela NBR 6120 de uso e ocupação e sobrecargas. Todos os carregamentos utilizados no modelo estão resumidos na tabela 1, localizada logo abaixo. No modelo de estruturas não serão utilizados carregamentos provenientes do vento, apenas para que o número de combinações de carga seja reduzido, não comprometendo em nada os resultados que serão obtidos, porém, este tipo de prática não é recomendável. A partir da definição dos carregamentos atuantes na estrutura, são definidas as combinações de cargas. Uma combinação de cargas pode ser entendida como a combinação de ações que têm probabilidade não desprezíveis de atuarem em conjunto sobre a estrutura durante um período preestabelecido (CARVALHO; FILHO, 2016). Nos itens 11.1 e 11.2 da NBR 6118 estão os valores dos coeficientes de combinações últimas e de serviço e no item 11.8 são definidas as verificações 15 necessárias para a definição das combinações referentes aos Estados Limites Últimos (ELU)11 e de Serviço (ELS)12. As combinações últimas e de serviço que serão utilizadas no modelo estrutural estão descritas na tabela 2, devido ao fato das combinações serem inseridas manualmente pelo usuário, inserir todas as possíveis combinações possíveis dentro de uma estrutura pode ser considerado um processo inviável. Portanto, no modelo de estruturas desenvolvido no Revit® só serão levadas em considerações as combinações últimas normais (concreto armado) e combinações quase permanentes de serviço. Tabela 1 – Carregamentos considerados no modelo de estruturas Cargas permanentes Fg1k - Paredes de Alvenaria 9,73 KN/m Fg2k – Platibanda 3,04 KN/m Fg3k - Revestimento + Piso 2,85 KN/m² Fg4k - Telhado metálico 1,5 KN/m² Cargas Variáveis Fq1k - Dormitórios, salas, copa, cozinhas e banheiros 1,5 KN/m² Fq2k - Despensa, área de serviço e lavanderia 2 KN/m² Fq3k – Corredores 3 KN/m² Fq4k - Cobertura sem acesso ao público 2 KN/m² Fonte: Elaborado pelo autor Tabela 2 - Combinações últimas e de serviço Combinações últimas normais Fd1 = (1,4 x PPest.) + (1,4 x Fg1k) + (1,4 x Fg2k) + (1,4 x Fg3k) + (1,4 x Fg4k) + 1,4 x (Fq1k + (0,5 x Fq2k) + (0,5 x Fq3k) + (0,5 x Fq4k)) Fd2 = (1,4 x PPest.) + (1,4 x Fg1k) + (1,4 x Fg2k) + (1,4 x Fg3k) + (1,4 x Fg4k) + 1,4 x (Fq2k + (0,5 x Fq1k) + (0,5 x Fq3k) + (0,5 x Fq4k)) Fd3 = (1,4 x PPest.) + (1,4 x Fg1k) + (1,4 x Fg2k) + (1,4 x Fg3k) + (1,4 x Fg4k) + 1,4 x (Fq3k + (0,5 x Fq1k) + (0,5 x Fq2k) + (0,5 x Fq4k)) Fd4 = (1,4 x PPest.) + (1,4 x Fg1k) + (1,4 x Fg2k) + (1,4 x Fg3k) + (1,4 x Fg4k) + 1,4 x (Fq4k + (0,5 x Fq1k) + (0,5 x Fq2k) + (0,5 x Fq3k)) Combinações de serviço quase permanentes Fdserv.1 = PPest + Fg1k + Fg2k + Fg3k + Fg4k + (0,3 x Fq1k) + (0,3 x Fq2k) + (0,3 x Fq3k) + (0,3 x Fq4k) Fonte: Elaborado pelo autor 11 É aquele relacionado ao colapso ou a qualquer outra forma de ruína estrutural que determine a paralisação, no todo ou em parte, do uso da estrutura (CARVALHO; FILHO, 2016). 12 É relacionado à durabilidade das estruturas, à aparência, ao conforto do usuário e à boa utilização funcional das mesmas (CARVALHO; FILHO, 2016). 16 Conforme o item 6.1 da NBR 6118, as estruturas devem ser projetadas conforme as condições ambientais em que ela está inserida, portanto, apenas para fins didáticos a estrutura utilizada será classificada como Classe de Agressividade Ambiental II, ambiente urbano, grau de agressividade moderado e risco de deterioração da estrutura pequeno. Os cobrimentos nominais de armadura para pilares e vigas é de 30 mm e de lajes, 25 mm. Por fim, o sistema estrutural utilizado consistirá em lajes maciças, vigas, pilares e blocos de fundação, todos de concreto armado. A resistência característica a compressão adotada para os blocos é de 25 Mpa e para lajes, vigas e pilares, de 35 Mpa. O aço utilizado em todos os elementos estruturais é o CA50. Para as lajes adotou-se espessuras de 12 cm e 15 cm. O quadro estrutural de vigas é composto por vigas de 19x40 cm, 19x50 cm e 19x60 cm, os pilares por sua vez, apresentam três tipos de seções, sendo estas, 19x40 cm, 19x60 cm e 19x90 cm, já os blocos de fundação utilizados possuem a dimensão de 150x150x90 cm. 2.2.3 Modelo estrutural O modelo utilizado neste artigo foi desenvolvido no componente destinado ao projeto de estruturas, o Revit Structure®. Esta versão permite o lançamento da estrutura diretamente sobre a arquitetura, que pode ser inserida por meio da importação de arquivos 2D, no caso em formatos .DWG13, ou sobre o modelo de arquitetura, do componente Revit Architecture®, que pode ser vinculado ao modelo estrutural (RENDEIRO, 2016). A segunda opção mostrou ser mais interessante, portanto, este será o tipo de conexão entre os modelos utilizados, pelo fato do modelo estar diretamente vinculado ao modelo de arquitetura, trazendo assim maior assertividade nas decisões tomadas pelo projetista,além de que o vínculo oferece a possibilidade de atualizações automáticas, de acordo com as alterações impostas sob o modelo de arquitetura. Após o vínculo estabelecido com o modelo de arquitetura, foram criados os níveis dentro de uma janela de elevação. Pelo fato do modelo estar vinculado ao modelo de arquitetura, o Revit® dispõe da opção de “copiar/monitorar”, localizada na aba “Colaborar”, esta opção permite que os níveis presentes no componente 13 Refere-se a um ambiente de tecnologia e arquivos .dwg, o formato nativo de arquivo para o software AutoCAD® da Autodesk (AUTODESK, 2016). 17 arquitetônico sejam colaborados com o modelo que está sendo desenvolvido, além de que este tipo de conexão atualiza automaticamente os níveis caso seja realizada alguma alteração no modelo arquitetônico. Portanto, esta opção foi empregada no desenvolvimento do modelo estrutural, somente um nível independente foi criado para a fundação, com um deslocamento de 60 cm em relação ao nível Térreo. Após a criação dos níveis que serão utilizados, a cada um destes níveis o Revit® atribuiu uma planta estrutural, conforme definido pelo usuário. Em seguida foram configurados os elementos e os materiais utilizados, conforme especificado na seção 2.2.2. Com as plantas e os elementos estruturais configurados, deu-se início ao lançamento dos eixos, de acordo com o modelo arquitetônico subjacente à planta. Estes eixos irão servir de base para que os elementos que compõem a estrutura possam ser lançados, conforme mostrado na figura 3. Figura 3 - Detalhe de eixos e lançamento da estrutura Fonte: Elaborado pelo autor Logo após o lançamento de todos os elementos em apenas um quadrante da edificação, por se tratar de uma edificação totalmente simétrica, os elementos foram copiados para os outros três quadrantes através do comando “Espelhar”, disponível na aba “Modificar” e no grupo “Modificar”. Em seguida todos os elementos do sistema estrutural lançados no nível “Pav. 1” são selecionados e copiados para os níveis “Pav. 2, Pav. 3 e Cobertura”, que apresentam a mesma disposição dos elementos, através 18 dos comandos presentes na aba “Modificar” > “Área de transferência” > “Cópia alinhada para os níveis selecionados”. Devido os pilares terem sido lançados intencionalmente no nível “Pav. 1” para que pudessem ser copiados, após este procedimento todos os pilares estruturais do nível são selecionados e copiados para os outros níveis, o nível de origem é alterado para o nível “Fundação”. Em seguida, são lançados os blocos de fundação e as vigas baldrames, este processo é similar aos outros descritos anteriormente. Após a realização do lançamento completo da estrutura, já é possível ter uma noção completa do modelo geométrico que representa a concepção estrutural utilizada no edifício, conforme mostrado na figura 4. Figura 4 - Lançamento estrutural finalizado Fonte: Elaborado pelo autor O Revit Structure® introduz um conceito de representação física e analítica da estrutura. O modelo geométrico é a representação do modelo da estrutural do edifício, já o modelo analítico transfere esses dados às informações de interesse ao projeto estrutural. Fundamentalmente, tanto as representações físicas como analíticas da estrutura são podem ser plenamente associadas no Revit Structure®, facilitando a integridade do BIM (RENDEIRO, 2016). A partir do modelo geométrico da estrutura se obteve o modelo analítico (Ver Figura 5). 19 Figura 5 - Modelo analítico da estrutura Fonte: Elaborado pelo autor O processo para obter o modelo analítico muita das vezes necessita que se realizem ajustes manuais, principalmente se pequenos desníveis, inclinações ou excentricidades, estiverem presentes no modelo estrutural, gerando a necessidade de criar “vínculos analíticos” entre os elementos. Um vínculo analítico é um elemento conectando dois nós analíticos separados. A criação de vínculos analíticos simplifica e acelera a análise estrutural do modelo, afetando os resultados para a extensão aceitável (AUTODESK, 2016). Portanto, é fundamental que todo o modelo analítico seja verificado antes que siga para um software de dimensionamento. No modelo utilizado, as verificações foram realizadas visualmente e por meio dos mecanismos do grupo “Ferramentas de modelo analítico”, encontradas na aba “Analisar”. Estas verificações garantem a integridade e consistência do modelo analítico Concluídas as verificações do modelo analítico, foram inseridos os casos de carga e combinações, conforme especificado na seção 2.2.2., este tipo de procedimento foi utilizado apenas para que possa ser verificado o intercâmbio destas informações com a ferramenta de dimensionamento e normalmente é utilizado apenas para que possam ser retiradas algumas impressões iniciais sobre o comportamento da estrutura. Mesmo com o número de carregamentos reduzido, a densidade de informações no modelo analítico pode se tornar muito grande, dificultando a navegação e o entendimento da disposição das cargas, conforme é mostrado na figura 6. 20 Figura 6 - Detalhe do modelo analítico com os carregamentos Fonte: Elaborado pelo autor 2.3 FLUXO DE DADOS ENTRE AS PLATAFORMAS A capacidade de interoperabilidade entre o Revit® e o CAD/TQS será analisada por meio da transposição do modelo estrutural, desenvolvido no componente destinado ao projeto de estruturas, Revit Structure®, para dentro o TQS. A estrutura será submetida a análise e dimensionamento dos elementos estruturais, cujos detalhes serão mostrados de maneira simplificada, de maneira a evidenciar os processos de tratamento das informações e propriedades inseridas na ferramenta de modelagem BIM dentro da aplicação computacional de cálculo. Após o processamento da estrutura, a mesma irá voltar para o Revit®, onde será analisado o fluxo reverso de informações entre as plataformas. Na etapa seguinte, serão modeladas as armaduras, de acordo com as respectivas taxas obtidas no TQS e realizada a compatibilização da arquitetura. A conexão entre as ferramentas será realizada por meio do plug-in TQS-Revit® desenvolvido pela TQS Informática Ltda., este é um tipo de conexão proprietária entre ferramentas. O aplicativo é acoplado a interface de trabalho do Revit® com a finalidade de executar a importação e exportação de modelos para o TQS (BELK; SILVA, 2011). Além da definição geométrica precisa de cada um dos elementos, também um conjunto de informações complementares são exportados em forma de atributos (TQS INFORMÁTICA, 2015). 21 2.3.1 Fluxo entre Revit® e TQS Após a instalação do plug-in TQS-Revit®, disponível para download no próprio site da TQS, a interface de trabalho do Revit Structure® conta com uma nova aba, chamada “TQS”, conforme apresentado na Figura 7, a partir desta aba é possível o que modelo estrutural desenvolvido seja exportado em forma de um ficheiro .RTQ, que poderá ser lido e carregado pelo CAD/TQS. A aba TQS ainda conta com possibilidade de importação de arquivos .TQR, que será utilizada na próxima seção para analisar o fluxo reverso de exportação, além de outras possibilidades intercâmbio que não serão discutidas neste trabalho. Figura 7 - Interface de trabalho da aba TQS dentro do Revit® Fonte: Elaborado pelo autor Dentro da interface de trabalho do CAD/TQS, acessando o menu “Arquivo”, em seguida selecionando a opção “Edifício”, logo após a opção “Exportar/importar projeto”, onde pode ser selecionada a opção de importação do modelo elaborado no Revit®. A importação ocorre por meio da seleção do arquivo gerado pelo plug-in, que será carregada. Na figura 8 já é possível observar a estrutura lançada no Revit® dentro do CAD/TQS. Com o modelo já carregado no software de dimensionamento,são verificados os atributos e a geometria referentes aos elementos que compõem o sistema estrutural lançado no Revit®. Após a etapa de verificação, a estrutura está apta para a análise e dimensionamento. Dentre os parâmetros verificados, destacam-se os materiais utilizados no lançamento estrutural que foram substituídos pelos materiais 22 pré-definidos do TQS, os elementos de fundação que não foram carregados, alguns pilares tiveram seus eixos rotacionados e algumas vigas foram invertidas, portanto, correções manuais tiveram que ser efetuadas e novas fundações tiveram que ser lançadas e desta vez optou-se por lançar sapatas de 200 x 300 cm, apenas para diferenciação entre os modelos. Os carregamentos e combinações vinculados ao modelo analítico apresentaram problemas e não puderam ser utilizados, o que exigiu que estes carregamentos fossem lançados novamente dentro do CAD/TQS, que a princípio apresenta uma maior robustez e automatização no processo se comparado ao Revit®. Figura 8 – Modelo estrutural dentro do CAD/TQS Fonte: Elaborado pelo autor A estrutura então é submetida a análise e dimensionamento dos elementos estruturais e com isso são obtidas as respectivas taxas de armadura de cada elemento. O CAD/TQS gera automaticamente todo o detalhamento da estrutura, que pode ser facilmente exportado para uma ferramenta de detalhamento, como é o caso do AutoCAD®. Os critérios estabelecidos pela norma NBR 6118 são verificados automaticamente pelo CAD/TQS, pois o software oferece suporte as normas brasileiras (TQS INFORMÁTICA, 2017). Porém, não foram verificados 23 minuciosamente se todos os critérios foram atendidos pela estrutura, por não comprometer os objetivos analisados neste artigo. 2.3.2 Fluxo entre TQS e Revit® Após a realização das correções e dimensionamento da estrutura, o fluxo de comunicação entre as ferramentas apresentado, agora partindo de dentro do CAD/TQS, é bem semelhante ao descrito na seção 2.3.1. Dentro da interface de trabalho do CAD/TQS, abrindo a aba “arquivo” > “edifício” > “exporta/importar projetos”, desta vez será selecionada a opção “Exportar/sincronizar modelo para o Revit®”, conforme apresentado na figura 9. Será gerado um arquivo .TQR, carregando as informações selecionadas referentes ao modelo gerado pela ferramenta de cálculo estrutural, podendo conter informações sobre os elementos e atributos, como resistência característica a compressão do concreto e taxas de armadura. Figura 9 – Mecanismo de exportação/importação CAD/TQS Fonte: Elaborado pelo autor Já dentro da ferramenta Revit® ocorre o processo de importação do arquivo fornecido pelo CAD/TQS, que é inserido através da aba “TQS” > “Importar .TQR”, realizados estes passos, será aberta uma janela de busca onde o arquivo em questão poderá ser selecionado. Em seguida uma nova janela se apresenta, disponibilizando as opções referentes a importação dos elementos O processo de comunicação entre as plataformas é bem simples e não apresenta grandes dificuldades, com as informações obtidas no CAD/TQS, se necessário, conforme mostrado na figura 10, é possível modelar as armaduras de acordo com as respectivas taxas encontradas, levando em consideração detalhes construtivos. O processo de modelagem de armaduras utilizado encontra-se 24 disponível na aba “Extensões > “Armadura”, onde é possível selecionar o tipo de elemento que deseja armar e realizar a modelagem de acordo com as necessidades apresentadas. Apenas para que se pudesse visualizar o modelo arquitetônico já compatibilizado com o estrutural, foram realizados vínculos, porém desta vez o novo modelo estrutural foi vinculado ao arquitetônico, que pôde receber as alterações, conforme mostrado na figura 11. Estes são alguns dos produtos que o BIM pode trazer, além destes apresentados, muitos outros podem ser oferecidos de acordo com as necessidades apresentadas pelo projeto. Figura 10 – Exemplo de trecho com armaduras Fonte: Elaborado pelo autor Figura 11 – Arquitetura compatibilizada com a estrutura Fonte: Elaborado pelo autor 25 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste capítulo são apresentadas as impressões e análises encontradas referentes a interoperabilidade entre as ferramentas estudadas, ferramentas que são amplamente utilizadas em território nacional, porém, nem sempre seu uso é associado. São apontadas as principiais questões levantadas no desenvolvido e manipulação do modelo estrutural, sem qualquer intenção de denegrir a imagem dos softwares utilizados. No processo de comunicação idealizado entre as plataformas, todas as informações referentes ao modelo estrutural, modelado no Revit Structure®, seriam perfeitamente reconhecidas pelo CAD/TQS e todas as modificações realizadas no CAD/TQS seriam perfeitamente lidas pelo Revit®, além de que deveriam ser totalmente adaptáveis e editáveis, partindo das premissas básicas do BIM, porém, em alguns momentos puderam ser observadas algumas limitações e incongruências no fluxo de informações entre os softwares, exigindo que o fossem realizadas intervenções manuais. Uma das principais limitantes encontradas é o fato do modelo não suportar a atualizações automáticas em ambas as partes, isto é, alterações realizadas dentro do Revit Structure® não repercutem automaticamente dentro do CAD/TQS e modificações realizadas pelo CAD/TQS não são automaticamente identificadas pelo Autodesk Revit®, já que o fluxo estabelecido é baseado apenas em arquivos .RTQ e .TQR, fazendo com que após algum tipo de alteração em uma das partes, um novo modelo deve ser criado a partir da versão mais atual dos arquivos. Portanto o fluxo estabelecido entre as duas ferramentas não pôde ser considerado bidirecional, como seria o desejável para plataformas BIM. Se tratando das características físicas e mecânicas dos materiais utilizados na elaboração do modelo estrutural, os valores referentes à resistência a compressão, o coeficiente de Poisson e de dilatação térmica e os módulos de elasticidade e de distorção, a comunicação entre as ferramentas permite apenas que sejam exportadas peças de concreto, outros materiais que compõem a estrutura como as armaduras não podem ser exportados. As características dos materiais foram substituídas, quando exportadas para o CAD/TQS, por uma classe de material correspondente, porém, tendo os valores substituídos pelos valores padrão da ferramenta de cálculo estrutural. Este tipo de manipulação de informações não pode ser considerado como 26 um problema de interoperabilidade, uma vez que pode ser facilmente modificado pelo usuário e pelo fato dos valores fornecidos estarem em concordância com as normas brasileiras, portanto, existe uma pequena redundância de informações inseridas. No fluxo reverso, o Revit Structure® por sua vez conseguiu identificar os materiais que foram alterados no CAD/TQS, sendo possível a sua visualização na biblioteca de materiais. O intercâmbio referente aos níveis da estrutura se comportou de maneira satisfatória em ambos os fluxos de comunicação, porém, informações como eixos e o nome dos elementos estruturais não puderam ser lidos pelas duas ferramentas, porém, este tipo de problema não compromete o fluxo de trabalho, uma vez que toda a estrutura já se encontra modelada, não sendo necessário o lançamento de novos componentes. Em relação as ações e combinações atuantes na estrutura, o intercâmbio destas informações apresentou problemas de interoperabilidade, de maneira que os carregamentos lançados no Revit® não foram lidos corretamente pelo CAD/TQS, porém, o software de dimensionamento apresenta ferramentas mais robustas, que tornam este processo mais rápido e eficaz. O processo de comunicação entre as ferramentas apresentou alguns problemas referentes a interoperabilidade, especificamente, em relação a existência,geometria, posicionamento e orientação dos elementos que compõe o sistema estrutural utilizado. Para uma melhor compreensão sobre os reais níveis de interoperabilidade apresentados no modelo estudado, no que diz respeito ao intercâmbio de elementos, foram divididos por grupo os elementos estruturais lajes, vigas, pilares e fundações e a partir dessa divisão, levando em consideração apenas a existência, geometria, posicionamento e orientação dos elementos puderam ser elaborados os gráficos 1 e 2, representando o percentual de eficiência atingido pelos fluxos apresentados nas seções 2.3.1 e 2.3.2, através da relação entre o número total de elementos inseridos por grupo e o número total de elementos que não apresentaram problemas, as tabelas utilizadas estão no Apêndice C - Tabelas utilizadas para a elaboração dos gráficos 1 e 2 . No fluxo entre as ferramentas Revit Structure® e CAD/TQS, dos elementos estruturais modelados somente os elementos lajes não apresentaram nenhuma das falhas destacadas para a elaboração do gráfico, nas vigas foram observados problemas em relação a vinculação, ao posicionamento e orientação. Os pilares por sua vez apresentaram problemas somente referentes a orientação de alguns 27 elementos. Já as fundações, assim como os carregamentos não puderam ser carregados e tiveram de ser lançados no CAD/TQS. As vinculações dos elementos lidos não apresentaram problemas. Já no fluxo reverso entre as ferramentas CAD/TQS e Revit Structure®, os elementos estruturais modelados e lidos pela plataforma no caso em questão não apresentaram problemas de interoperabilidade, observou-se que os elementos estruturais exportados do CAD/TQS não possuem representação analítica. Gráfico 1 – Níveis de eficiência encontrados no intercâmbio de elementos estruturais entre Revit Structure® e CAD/TQS Fonte: Elaborado pelo autor Gráfico 2 – Níveis de eficiência encontrados no intercâmbio de elementos estruturais entre CAD/TQS e Revit Structure® Fonte: Elaborado pelo autor 0 20 40 60 80 100 Lajes Vigas Pilares Fundações Eficiência de intercâmbio de dados 0 20 40 60 80 100 Lajes Vigas Pilares Fundações Eficiência de intercâmbio de dados 28 As metodologias utilizadas pelas plataformas ainda apresentam algumas lacunas no diz respeito a interoperabilidade, que ainda conta com algumas limitações como sentindo unidirecional de fluxo, ao tipo de elementos que podem ser transferidos, incapacidade de transferência de eixos, restrições referentes aos elementos estruturais e não reconhecimento de carregamentos e combinações. Contudo, a utilização destas ferramentas ainda assim pode ser considerada como vantajosa. O processo de modelagem dentro do Autodesk Revit® ajuda a construir um modelo de estruturas consistente de acordo com as necessidades importas pelos componentes arquitetônicos, e eventualmente aos outros sistemas que compõem uma edificação, portanto, este procedimento antecipa os possíveis problemas de incompatibilidade, além de melhorar a qualidade das soluções propostas. Ainda assim, pôde se observar uma diminuição no tempo total gasto com o projeto, já que alguns dos principais processos oferecidos por cada ferramenta são potencializados através da comunicação entre as plataformas, além do aumento no nível de qualidade das informações referentes aos elementos modelados, ou seja, a quantidade de erros e inconsistências é reduzida se comparada aos métodos baseados em documentação 2D e CAD. Portanto, a utilização destas duas ferramentas pode gerar um aumento da qualidade e eficiência na elaboração e acompanhamento de projetos estruturais. 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O desenvolvimento deste artigo possibilitou analisar os impactos da utilização do Building Information Modeling na elaboração de projetos estruturais, uma reflexão acerca dos benefícios e das falhas encontradas pela questão da interoperabilidade entre as ferramentas utilizadas, além disso, também permitiu um aprofundamento maior no nível de conhecimento sobre esta promissora tecnologia, que reflete o estado da arte na elaboração, acompanhamento e gestão de projetos. De um modo geral, os profissionais envolvidos na indústria da construção demonstram interesse em trabalhar com o tema e buscam meios para se manterem atualizados, porém, o BIM ainda apresenta algumas limitações, como em relação a interoperabilidade. No entanto, os problemas apresentados são de certa forma tido como aceitáveis, pelo fato da tecnologia ainda estar em fase de desenvolvimento dos métodos e padrões utilizados para a manipulação dos dados oriundos das diversas 29 plataformas, além de que, estas pequenas falhas de comunicação não comprometeram uma grande quantidade de informações referentes aos elementos utilizados, portanto, muitos dos benefícios da utilização do BIM são mantidos. Embora existam alguns quesitos que precisam ser desenvolvidos em ambas as ferramentas para uma perfeita adequação ao BIM, como a questão de atualizações automáticas nos modelos em desenvolvimento, os níveis de interoperabilidade entre apresentados foram satisfatórios e a combinação de uso destas ferramentas agrega valores e qualidade aos projetos desenvolvidos, se comparado aos fluxos de trabalho tradicionais. Portanto, ficou evidente que os objetivos propostos pelo artigo foram realmente alcançados e os resultados encontrados neste artigo podem ser facilmente extrapolados à aplicação em estruturas similares. Apesar de responder à algumas questões fundamentais sobre o conceito BIM e sua aplicação à elaboração de projetos estruturais, este artigo abriu espaço para o desenvolvimento de novas problemáticas sobre o tema BIM. Existe a possibilidade de dar prosseguimento ao artigo desenvolvido, de forma a aprofundar-se mais no tema e expandir o número de ferramentas utilizadas, aumentando assim a possibilidade de possíveis cenários de intercâmbio entre aplicações, bem como de analisar os fluxos de trabalho com ferramentas BIM ou até mesmo de realizar um estudo sobre a aplicação do BIM em todas as fases do ciclo de vida de um empreendimento. Devido a abrangência, complexidade e crescente demanda pelo BIM, novas questões irão surgir com o decorrer dos próximos anos, podendo se tornar objeto de uma nova pesquisa. Conclui-se que o BIM apresenta grandes benefícios como a automação de processos, diminuição de tempo gasto, elaboração de uma base de dados sólida e intercâmbio de dados entre ferramentas, consequentemente, os custos totais referentes ao empreendimento diminuem, não se resumindo apenas à área de projetos, conforme destacado neste artigo, devido a maior assertividade das decisões tomadas pelos projetistas e também na maior transparência destas decisões. Portanto, além de contribuir para uma melhora da eficiência de toda a cadeia da indústria da construção, a eficácia das ferramentas utilizadas tende a aumentar a medida o BIM se torna uma realidade mais frequente, especificamente, no sentido do desenvolvimento de uma comunicação universal entre todos os tipos de plataformas utilizadas no âmbito BIM. Application of Building Information Modeling (BIM) and interoperability in structural projects Abstract: Building Information Modeling (BIM) reflects the state of the art in the design, execution and monitoring of buildings and facilities. This technology allows the construction in the computational environment of the BIM model, which represents the physical structure of the project, making this model not a simple 3D representation, but which carries information such as geometry, materials, energy and thermal performance, system, costs, service life of the building, operation, maintenance, among others. This article aims to analyze the impacts of the use of BIM in the elaboration of structural projects and how the interoperabilitybetween software can contribute to this process. For the preparation of this work, in a first moment, consultations were carried out on the literature available on the theme, so that questions could be based on the theme, then the application of BIM in the elaboration of structural projects by some tools available in the market. Some limitations are noted, as with interoperability, however, many of the benefits of using the technology are maintained. Due to the breadth, complexity and increasing demand for BIM, new issues will arise over the next few years and may become the subject of a new research. BIM presents great benefits such as process automation, reduced time spent, building a solid database and exchanging data between tools, offering greater assertiveness and transparency in the decisions made by designers. Keywords: Building Information Modeling. Interoperability. Structural Projects. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normalização. 2014. 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APÊNDICE A – Modelo Arquitetônico 0, 19 1 ,1 50, 19 3, 29 0, 19 6, 3 0, 19 3, 97 0, 19 6, 3 0, 19 3, 29 0, 19 1 ,1 50, 19 0,19 2,91 0,19 1,41 0,19 2,4 0,19 2,41 0,19 4, 63 1, 2 1, 92 1, 53 3, 44 1 4,51 1, 64 32,61 4,51 1, 2 0, 39 2, 8 4, 63 1, 2 1, 921, 53 3, 44 1 4,51 1, 64 32,61 4,7 1, 2 0, 39 2, 8 0,19 2,91 0,19 1,41 0,19 2,4 0,19 2,41 0,19 2,81 2, 5 1, 47 11 ,4 9 3, 97 6, 68 4, 82 13 ,4 7 13 ,4 7 10,99 2,81 10,99 24,78 1, 60 x1 ,4 0 1,60x1,40 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 0,61x0,61 4, 63 1, 2 1, 92 1, 53 3, 44 1 4,51 1, 64 3 2,614,51 1, 2 0, 39 2, 8 4, 63 1, 2 1, 92 1, 53 3, 44 1 4,51 1, 64 3 2,614,7 1, 2 0, 39 2, 8 2,81 2, 5 1, 47 3,41 2,81 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 2, 30 x2 ,2 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 1, 60 x1 ,4 0 1,60x1,40 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 0,61x0,61 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 2, 30 x2 ,2 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 1, 60 x1 ,4 0 1,60x1,40 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 0,61x0,61 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 2, 30 x2 ,2 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 1, 60 x1 ,4 0 1,60x1,40 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 0,61x0,61 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 0, 70 x2 ,1 0 2, 30 x2 ,2 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 0, 72 x2 ,1 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 1, 60 x1 ,4 0 Co rt e A- A FL 05 Co rt e B- B FL 06 Co rt e B- B FL 06 ES C: 1 : 1 60 Pl an ta B ai xa - Pa v. T ér re o, 1 a 3 0, 19 4, 63 0, 19 6, 3 0, 19 1, 98 26 ,9 5 0,19 0,71 0,19 9,7 0,19 2,81 0,19 9,7 0,19 0,71 0,19 0,32,810,3 0, 19 4, 63 0, 19 6, 3 0, 19 1, 98 10,99 2,81 10,99 24,78 11 ,4 9 3, 97 11 ,4 9 6% 6% 6% 6% Co rt e A- A FL 05 Co rt e B- B FL 06 Co rt e B- B FL 06 ES C: 1 : 1 60 Pl an ta d e Co be rt ur a ES C: 1 : 10 0 El ev aç ão F ro nt al ES C: 1 : 10 0 El ev aç ão L at er al ES C: 1 : 10 0 Co rt e A- A ES C: 1 : 10 0 Co rt e B- B APÊNDICE B – Modelo Estrutural A B C D 1 2 3 H G F E 654 1 9 x 4 0 P 1 1 9 x 6 0 P 2 1 9 x 6 0 P 3 1 9 x 6 0 P 7 1 9 x 9 0 P 8 1 9 x 9 0 P 9 1 9 x 4 0 P 1 3 1 9 x 6 0 P 1 4 1 9 x 6 0 P 1 5 1 9 x 9 0 P 1 6 1 9 x 4 0 P 6 1 9 x 6 0 P 5 1 9 x 6 0 P 4 1 9 x 6 0 P 1 2 1 9 x 9 0 P 1 1 1 9 x 9 0 P 1 0 1 9 x 4 0 P 2 0 1 9 x 6 0P 1 9 1 9 x 6 0 P 1 8 1 9 x 9 0 P 1 7 1 9 x 4 0 P 3 5 1 9 x 6 0 P 3 6 1 9 x 6 0 P 3 7 1 9 x 6 0 P 2 9 1 9 x 9 0 P 3 0 1 9 x 9 0 P 3 1 1 9 x 4 0 P 2 1 1 9 x 6 0 P 2 2 1 9 x 6 0 P 2 3 1 9 x 9 0 P 2 4 1 9 x 4 0 P 4 0 1 9 x 6 0 P 3 9 1 9 x 6 0 P 3 8 1 9 x 6 0 P 3 4 1 9 x 9 0 P 3 3 1 9 x 9 0 P 3 2 1 9 x 4 0 P 2 8 1 9 x 6 0 P 2 7 1 9 x 6 0 P 2 6 1 9 x 9 0 P 2 5 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 B .1 470519300519470 4 8 1 .5 3 4 9 .5 2 9 9 .0 1 4 1 5 .9 8 2 9 9 .0 1 3 4 9 .5 4 8 1 .5 0 5 1 0 41 1 : 1 7 5 P la n ta d e L o c a ç ã o d o s P ila re s - B a ld ra m e /T é rr e o A B C D 1 2 3 H G F E 654 1 9 x 4 0 P 1 1 9 x 6 0 P 2 1 9 x 6 0 P 3 1 9 x 6 0 P 7 1 9 x 9 0 P 8 1 9 x 9 0 P 9 1 9 x 4 0 P 1 3 1 9 x 6 0 P 1 4 1 9 x 6 0 P 1 5 1 9 x 9 0 P 1 6 1 9 x 4 0 P 6 1 9 x 6 0 P 5 1 9 x 6 0 P 4 1 9 x 6 0 P 1 2 1 9 x 9 0 P 1 1 1 9 x 9 0 P 1 0 1 9 x 4 0 P 2 0 1 9 x 6 0 P 1 9 1 9 x 6 0 P 1 8 1 9 x 9 0 P 1 7 1 9 x 4 0 P 3 5 1 9 x 6 0 P 3 6 1 9 x 6 0 P 3 7 1 9 x 6 0 P 2 9 1 9 x 9 0 P 3 0 1 9 x 9 0 P 3 1 1 9 x 4 0 P 2 1 1 9 x 6 0 P 2 2 1 9 x 6 0 P 2 3 1 9 x 9 0 P 2 4 1 9 x 4 0 P 4 0 1 9 x 6 0 P 3 9 1 9 x 6 0 P 3 8 1 9 x 6 0 P 3 4 1 9 x 9 0 P 3 3 1 9 x 9 0 P 3 2 1 9 x 4 0 P 2 8 1 9 x 6 0 P 2 7 1 9 x 6 0 P 2 6 1 9 x 9 0 P 2 5 1 9 x 6 0 V B 0 4 19x60 VB25 1 9 x 6 0 V B 0 1 19x60 VB12 19x60 VB14 19x60 VB23 1 9 x 6 0 V B 0 2 19x60 VB21 19x60 VB16 1 9 x 6 0 V B 0 6 19x60 VB24 1 9 x 6 0 V B 1 0 19x60 VB11 19x60 VB13 19x60 VB17 19x60 VB19 19x60 VB22 1 9 x 6 0 V B 0 9 19x60 VB20 19x60 VB15 1 9 x 6 0 V B 0 5 1 9 x 6 0 V B 0 7 1 9 x 6 0 V B 0 3 1 9 x 6 0 V B 0 8 1 : 1 7 5 P la n ta d e F o rm a s - B a ld ra m e /T é rr e o 1 9 x 6 0 V 1 0 1 1 9 x 6 0 V 1 0 2 1 9 x 6 0 V 1 0 3 1 9 x 4 0 V 1 0 6 1 9 x 4 0 V 1 0 5 1 9 x 4 0 V 1 0 7 1 9 x 4 0 V 1 0 8 1 9 x 4 0 V 1 0 9 1 9 x 4 0 P 1 1 9 x 6 0 P 2 1 9 x 6 0 P 3 1 9 x 6 0 P 7 1 9 x 9 0 P 8 1 9 x 9 0 P 9 1 9 x 4 0 P 1 3 1 9 x 6 0 P 1 4 1 9 x 6 0 P 1 5 1 9 x 9 0 P 1 6 1 9 x 6 0 V 1 0 4 19x60 V141 19x60 V142 19x60 V145 19x60 V143 1 : 7 5 P la n ta d e F o rm a s - P a v . ti p o B a ld ra m e /T é rr e o 0 .0 0 P a v . 0 1 3 .2 0 P a v . 0 2 6 .4 0 P a v . 0 3 9 .6 0 C o b e rt u ra 1 2 .8 0 F u n d a ç ã o -0 .6 0 1 : 1 5 0 E le v a ç ã o F ro n ta l B a ld ra m e /T é rr e o 0 .0 0 P a v . 0 1 3 .2 0 P a v . 0 2 6 .4 0 P a v . 0 3 9 .6 0 C o b e rt u ra 1 2 .8 0 F u n d a ç ã o -0 .6 0 1 : 1 5 0 E le v a ç ã o L a te ra l APÊNDICE C – Tabelas utilizadas para a elaboração dos gráficos 1 e 2. Tabela 1 – Relação de elementos modelados e elementos exportados e lidos corretamente do fluxo entre Revit Structure® e CAD/TQS Grupo Número de elementos modelados Número de elementos exportados e lidos corretamente Eficácia (%) Lajes 264 264 100,0 Vigas 188 172 91,5 Pilares 40 36 90,0 Fundações 40 0 0,0 Fonte: Elaborado pelo Autor Tabela 2 - Relação de elementos modelados e elementos exportados e lidos corretamente do fluxo entre CAD/TQS e Revit Structure® Grupo Número de elementos modelados Número de elementos exportados e lidos corretamente Eficácia (%) Lajes 264 264 100,0 Vigas 188 188 100,0 Pilares 40 40 100,0 Fundações 40 40 100,0 Fonte: Elaborado pelo Autor