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CURSO PREPARATÓRIO PARA 1ª FASE DA OAB (XXIX EXAME) 
Professores: André Dafico e Thiago Peres | Matéria: CDC 
 
Curso Proordem – Unidade Goiânia |(62) 3932 0765 - 3087 2536 | www.proordem.com.br 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI N.º 8.078/90) 
 
A matéria é extremamente tranquila, uma vez que a maioria dos institutos é de fácil associação à realidade 
fática. Só quero que vejam, antes de iniciarmos os estudos, as alterações e inserções feitas pelo novo CPC 
e pelo Estatuto da pessoa com deficiência (Leis n.º 13.105 e 13.146, ambas de 2015). 
 
Art. 6º. 
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa 
com deficiência, observado o disposto em regulamento. 
 
Art. 43, § 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em 
formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. 
 
Art. 82 do CDC, referido no artigo 139, inciso X do novo CPC: 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, 
de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, 
promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 
Vejam ainda as alterações de 2017: 
 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou 
segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua 
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias 
e adequadas a seu respeito. 
 
 § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere 
este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela 
Lei nº 13.486, de 2017) 
 
 § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utilizados no fornecimento de 
produtos ou serviços, ou colocados à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva e 
adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei nº 13.486, de 2017) 
 
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade 
competente: 
 
 Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. 
 
 § 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. 
(Redação dada pela Lei nº 13.425, de 2017) 
 
 § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também caracteriza o crime previsto no 
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO PREPARATÓRIO PARA 1ª FASE DA OAB (XXIX EXAME) 
Professores: André Dafico e Thiago Peres | Matéria: CDC 
 
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I - Características do CDC: 
 
1) norma de ordem pública: o que é isso? É uma norma de aplicação obrigatória, uma norma cogente. 
Não é uma norma meramente programática; 
2) norma de interesse social: trata-se de uma lei de função social, ou seja, é uma lei que se preocupa com 
os interesses dos particulares, mas não apenas com eles, mas também com interesses da coletividade 
(interesses metaindividuais). Ex: art. 2º, p.u, equipara a consumidores a coletividade de pessoas; art. 6º, 
VI (reparação integral dos danos) fala de dano moral coletivo. 
 
3) microssistema jurídico: o CDC veio tutelar os desiguais, o elo mais fraco da relação de consumo, que é 
consumidor. Os iguais são protegidos pelo Código Civil. O CDC nasceu para tutelar o vulnerável 
(vulnerabilidade não significa hipossuficiência. Vulnerabilidade é um conceito ligado ao direito material 
enquanto hipossuficiência é ligado ao direito processual). 
 
4) norma multidisciplinar: no CDC, temos normas de direito administrativo, penal, processual. 
 
5) norma principiológica: ela visa a proteger, por meio de seus princípios, o consumidor. 
 
 
II – Elementos da relação de consumo: 
 
1) subjetivos 
 
1.1) consumidor: art. 2º. É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza, como destinatário final, 
um produto ou serviço. O importante é que ele seja o destinatário final (para fins pessoais). A teoria 
adotada pelo Código é a teoria finalista, também chamada de teoria subjetiva. O STJ também adota a 
teoria finalista, que entende que destinatário final é o consumidor econômico (o que dá fim à cadeia de 
consumo) e o consumidor fático (aquele que retira o produto ou serviço do mercado). 
 
OBS: Em certos casos, o STJ vem abrandando esse critério subjetivo estabelecido pela lei. Ex: empresários 
individuais e microempresários vem sendo entendidas como consumidor em determinadas situações. 
 
O STJ e a Lei são finalistas, mas o STJ abranda o conceito de consumidor para abranger os empresários 
individuais e microempresários. Veja: 
 
“Direito do consumidor. Consumo intermediário. Vulnerabilidade. 
Finalismo aprofundado. Não ostenta a qualidade de consumidor a 
pessoa física ou jurídica que não é destinatária fática ou econômica do 
bem ou serviço, salvo se caracterizada a sua vulnerabilidade frente ao 
fornecedor. A determinação da qualidade de consumidor deve, em 
regra, ser feita mediante aplicação da teoria finalista, que, numa 
exegese restritiva do art. 2º do CDC, considera destinatário final tão 
somente o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele 
pessoa física ou jurídica. 
Dessa forma, fica excluído da proteção do CDC o consumo 
intermediário, assim entendido como aquele cujo produto retorna para 
as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, 
o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser 
considerado consumidor, para fins de tutela pelo CDC, aquele que 
exaure a função econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma 
definitiva do mercado de consumo. 
Todavia, a jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de 
consumidor por equiparação previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído 
para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas 
jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando “finalismo 
aprofundado”. Assim, tem se admitido que, em determinadas 
hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço possa 
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ser equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente ao 
fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da 
política nacional das relações de consumo, premissa expressamente 
fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao 
consumidor. A doutrina tradicionalmente aponta a existência de três 
modalidades de vulnerabilidade: técnica (ausência de conhecimento 
específico acerca do produto ou serviço objeto de consumo), jurídica 
(falta de conhecimento jurídico, contábil ou econômico e de seus 
reflexos na relação de consumo) e fática (situações em que a 
insuficiência econômica, física ou até mesmo psicológica do 
consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor). 
Mais recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade 
informacional (dados insuficientes sobre o produto ou serviço capazes 
de influenciar no processo decisório de compra). 
Além disso, a casuística poderá apresentar novas formas de 
vulnerabilidade aptas a atrair a incidência do CDC à relação de 
consumo. Numa relação interempresarial, para além das hipóteses de 
vulnerabilidadejá consagradas pela doutrina e pela jurisprudência, a 
relação de dependência de uma das partes frente à outra pode, 
conforme o caso, caracterizar uma vulnerabilidade legitimadora da 
aplicação do CDC, mitigando os rigores da teoria finalista e 
autorizando a equiparação da pessoa jurídica compradora à condição 
de consumidora. Precedentes citados: REsp n. 1.196.951-PI, DJe de 
09.04.2012, e REsp n. 1.027.165-ES, DJe de 14.06.2011. REsp n. 
1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13.11.2012. 
 
Esse conceito do artigo 2º é o denominado consumidor padrão, ou consumidor strictu sensu. O 
consumidor por equiparação (ou equiparado) encontra previsão nos artigos 2º, p.u., art. 17 e art. 29. 
 
Ex: eu estou caminhando pela rua e um ônibus me atropela. Eu não paguei passagem, não estava 
utilizando o serviço, logo, sou consumidor? Sim, por equiparação. 
 
 
Rodrigo comprou uma máquina de café para o Proordem. A máquina explodiu e causou lesões não só em 
Rodrigo, mas em Lucas Vander. Rodrigo é consumidor strictu sensu, ao passo que Lucas Vander é 
consumidor por equiparação (art. 17), uma vez que, embora não faça parte da relação de consumo, é 
atingido por uma situação decorrente da relação de consumo. 
 
Raquel ganhou um sapato de André, comprado nas Lojas Renner. Ela é consumidora padrão ou por 
equiparação? Padrão... A pergunta que se faz é: quem é a destinatária final daquele sapato? Raquel. Logo, 
ela é a consumidora padrão. 
 
 
1.2) fornecedor: art. 3º. São aqueles que atuam no mercado de consumo com habitualidade. Uma família 
que costura, que vende brigadeiro na feira, sem registro... Eles são considerados fornecedores? Sim, em 
virtude da habitualidade. Aquela mulher que vende salgados lá no seu bairro, ela também é fornecedora 
e pelo mesmo motivo: habitualidade. São entes despersonalizados, mas que são fornecedores. 
 
Não precisa ter registro. Não precisa ser empresa. O que a lei exige é a habitualidade. 
 
Se eu, André, vender o meu carro para o Rodrigo, trata-se de uma relação de consumo? Não, uma vez 
que André não vende carro com habitualidade. Para que haja uma relação de consumo, é preciso que haja 
a figura do fornecedor e do consumidor. André não é fornecedor, uma vez que ele não faz isso de forma 
habitual. Logo, essa venda será regida pelo CC e não pelo CDC. 
 
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Imagine uma questão assim. Se a questão não trouxer dados sobre a habitualidade, o fundamento estará 
no artigo 482 e seguintes do CC, uma vez que não se tratará de relação de consumo. 
 
Conceito da lei: art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos 
ou prestação de serviços. 
 
2) objetivos: 
 
2.1) produto: art. 3º, § 1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
 
2.2) serviço: art. 3º, § 2º - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes 
das relações de caráter trabalhista. 
 
Há outras situações que não se enquadram como relação de consumo. Ex: lei de locação (lei n.º 8.245/91). 
 
 
O serviço, para caracterizar uma relação de consumo, deve ser remunerado. A remuneração pode ser 
direta (paga e leva) ou indireta (camuflada). Ex: você vai a um supermercado e procura um produto 
determinado, que não é encontrado. O estacionamento é grátis nos primeiros trinta minutos e você, ao 
voltar lá, verifica que quebraram o vidro do seu carro e levaram seu notebook. Você tem direito a ser 
indenizado? 
 
Nem vou falar do “não nos responsabilizamos por objetos deixados no interior do veículo, uma vez que 
isso está tratado na Súmula 130 do STJ - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano 
ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento. Essa cláusula é abusiva, nos termos do artigo 51 do 
CDC. 
 
Mas e aí, cabe indenização, mesmo não tendo havido qualquer pagamento, uma vez que, além de você 
não ter encontrado o produto que procurava, não houve pagamento por você não ter demorado trinta 
minutos? 
- 
Claro que sim. O preço do estacionamento está embutido no valor dos produtos. Claro que, mesmo não 
tendo havido remuneração direta, houve remuneração indireta. O mesmo raciocínio se aplica a um idoso 
em relação a uma empresa de ônibus. 
 
Não há de se falar em relação de consumo quando o produto é puramente gratuito. 
 
Para que haja uma relação de consumo, é preciso que haja elementos subjetivos e objetivos. 
 
SÚMULAS DO STJ: 
 
Súmula n. 297. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. 
 
Súmula n. 469. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. 
 
Súmula 563. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência 
complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. 
 
Súmula 595-STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados 
pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o 
qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. 
 
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Súmula 597-STJ: A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para utilização dos serviços 
de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado 
o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação. 
 
Súmula 601- STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, 
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço 
público. 
 
Súmula 602- STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais 
promovidos pelas sociedades cooperativas. 
 
Súmula 603- STJ: É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos 
e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula 
contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial consignável, com desconto 
em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a retenção de percentual. 
 
Súmula 608- STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os 
administrados por entidades de autogestão. 
 
Súmula 609- STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não 
houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fé do segurado. 
 
Súmula 610- STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de 
vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
 
Súmula 616- STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado 
acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou 
resolução do contrato de seguro. 
 
Súmula 620- STJ: A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização 
prevista em contrato de seguro de vida. 
 
DIREITOS BÁSICOS 
 
Estão elencados, de forma exemplificativa, no artigo 6º (artigo importante). Há alguns incisos que 
merecem destaque: 
 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçamprestações desproporcionais ou sua revisão 
em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
 
Danos materiais compreende os danos emergentes (perda já ocorrida) e os lucros cessantes (aquilo que 
você deixou de ganhar). Os danos morais, por sua vez, são diferentes. Dano Moral se caracteriza quando 
há a violação de um dos direitos da personalidade. 
 
Na sua prova, com relação ao dano moral, você deve ter conhecimento das principais súmulas do STJ 
sobre o tema: 
 
Súmula 37 – São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 
 
Súmula 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. (em total consonância ao artigo 52 do CC) 
 
Súmula 370 - Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. (art. 4º da LINDB 
– o famoso “cheque pré-datado” é um costume. O dano moral é presumido (in re ipsa) caso o fornecedor 
apresente o cheque antes da data avençada. 
 
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Como houve o rompimento da boa-fé objetiva, há que se falar aqui em dano moral in re ipsa. 
 
Súmula 385 - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano 
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
 
Cuidado: não significa que seu nome nunca pode ter sido inscrito. O que não pode haver é uma inscrição 
anterior, legítima. Se você devia, pagou, seu nome foi retirado e, depois, uma outra empresa faz a 
inscrição irregular, cabe reparação por danos morais. 
 
Súmula 387 - É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
Dano estético não precisa ser algo visível. O STJ já entendeu ser cabível dano estético pela perda do 
apêndice. O que é necessário é que a lesão seja de caráter duradouro, irreversível. 
 
Súmula 388 - A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
 
Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem 
de pessoa com fins econômicos ou comerciais. (dano presumido) 
 
Súmula 479: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito 
interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
 
Súmula 532 - Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa 
solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa 
administrativa. 
 
O dano moral tem duas funções: compensatória e pedagógica/punitiva. 
 
Art. 6º, VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu 
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 
 
Haverá inversão do ônus da prova quando o consumidor alegar algo verossímil ou quando ele for 
hipossuficiente (conceito ligado ao direito processual). Como é algo que fica a critério do julgador, fala-se 
em inversão ope judicis. O juiz vai poder inverter quando a seu critério entender que o que o consumidor 
alegou é verdade, ou quando entender que o consumidor não terá condições de provar o que alegou 
(hipossuficiência). 
 
A inversão ope legis é totalmente diferente. Nela, não há exame a ser feito pelo julgador. Se houver 
requisitos, o juiz tem que conceder. Ela está prevista nos artigos 12, § 3º, 14, § 3º e 38. 
 
Ex: Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a 
quem as patrocina. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC 
 
A responsabilidade civil no CDC se dá por vício ou fato: 
 
Vício – arts. 18, 19, 20, 23 e 26. 
 
Fato – arts. 12, 13, 14 e 27. 
 
Vício é a impropriedade ou a inadequação que recai sobre o produto ou sobre o serviço. Ele tem natureza 
intrínseca. Ex: comprei um IPAD novo, tirei da caixa e ele não funciona. O produto tem um vício. 
 
Fato é tido como “acidente de consumo”, ou seja, é o dano que recai sobre a pessoa do consumidor. Ele 
não recai sobre o produto ou o serviço, mas sobre o consumidor. Por isso, ele tem natureza extrínseca. 
 
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Existe o vício sem o fato, mas não existe o fato sem o vício. 
 
Comprei o IPAD, quando eu liguei, ele explodiu e eu fiquei cego, ou tive o rosto queimado. Nesse caso, 
houve um fato do produto. 
 
O fato se sujeita a prazo prescricional, enquanto o vício se sujeita a prazo decadencial. O vício, assim como 
o fato, pode recair sobre um produto ou sobre um serviço. 
 
 
Vício do produto pela falta de qualidade – artigo 18 
 
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis 
respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os 
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes 
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com 
as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou 
mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, 
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. 
 
Quase sempre que o CDC fala em “os fornecedores”, ele se refere a todos os integrantes da cadeia 
produtiva, estabelecendo responsabilidade solidária entre eles. Ex: comprei um Iphone no Fujioka e ele 
não funciona. Eu posso processar a Apple e o Fujioka. 
 
CUIDADO! Existe uma hipótese de rompimento da solidariedade (art. 18, § 5º). 
 
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante 
o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente 
seu produtor. 
Produtos in natura são aqueles que não sofreram processo de industrialização: ex: repolho. 
 
A responsabilidade civil prevista no caput do artigo 18 é objetiva, tendo em vista o risco da atividade. (ver 
artigo 927, p.u. do CC). 
 
Veja artigo 18, § 1º 
 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço. 
 
Sempre tem que esperar os 30 dias? Não... há uma exceção: 
 
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste 
artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes 
viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, 
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. 
 
As partes podem modificar esse prazo de 30 dias? 
 
 
 
 
 
 
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Claro que sim... Veja: 
 
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo 
previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior 
a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão (art. 54 do CDC), a cláusula 
de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação 
expressa do consumidor. 
 
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas 
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo 
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidorpossa discutir ou 
modificar substancialmente seu conteúdo. 
 
 
Para terminar: 
 
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: 
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; 
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, 
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, 
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, 
distribuição ou apresentação; 
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a 
que se destinam. 
 
Vício do produto pela falta de quantidade – artigo 19 
 
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de 
quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de 
sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do 
recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo 
o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
 
I - o abatimento proporcional do preço; 
 
II - complementação do peso ou medida; 
 
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios; 
 
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos. 
 
Como o artigo começa com os fornecedores, lembre-se: a responsabilidade é de todos da cadeia produtiva 
e é solidária. A exceção está no § 2º desse artigo: 
 
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a 
medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões 
oficiais. 
 
O fornecedor vai responder de forma objetiva, também em virtude do risco da atividade (art. 927, p. u. 
do CC) 
 
Nesse artigo, caso haja um vício do produto em virtude da falta de quantidade, o consumidor não terá 
que esperar os 30 dias a que se refere o artigo 19. Ele pode exigir na hora. É alternativa, mas não é de 30 
dias. 
 
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Vício do serviço – artigo 20 (pela falta de qualidade ou de quantidade) 
 
A responsabilidade aqui também é objetiva em virtude do risco da atividade, e é solidária, caso haja mais 
de um fornecedor na cadeia de consumo. Aqui, ao contrário das duas anteriores, não há exceção quanto 
à regra da solidariedade. Não precisa esperar prazo de 30 dias. 
 
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os 
tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta 
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e 
à sua escolha: 
 
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço. 
 
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente 
capacitados, por conta e risco do fornecedor. 
 
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que 
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as 
normas regulamentares de prestabilidade. 
 
O artigo 21 é muito importante... 
 
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de 
qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de 
empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que 
mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes 
últimos, autorização em contrário do consumidor. 
 
Não se pode colocar uma peça remanufaturada. E se o fornecedor não sabia do vício? Ele responde? 
 
Sim. Eis o disposto no artigo 23: 
 
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por 
inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade. 
 
É o famoso risco da atividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO 
 
É o acidente de consumo. É o dano que recai sobre o consumidor. 
 
Produto (art. 13 e 27) e serviço (art. 27). 
 
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo 
anterior, quando: 
 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser 
identificados; 
 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá 
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua 
participação na causação do evento danoso. 
 
Vinícius comprou um carro, zero km, e num determinado momento, o pneu estourou em virtude da alta 
temperatura do asfalto. Nesse caso, houve fato do produto? 
 
Claro que sim, afinal, o produto deve ter sido testado em diversas temperaturas e deve ser resistente para 
tal fim. Houve um dano causado pela explosão do pneu (ex: capotou o carro). 
 
Ex: o Fox, por exemplo, decepava o dedo do consumidor quando ia lidar com o porta-malas. 
 
Mulheres que vão fazer progressiva e tem seu cabelo queimado pelo produto utilizado. Claro que se trata 
de fato do produto. 
 
Diante do acidente de Vinícius, você proporá uma ação, é claro. Quem é o responsável? 
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o 
importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de 
projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, 
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
 
A responsabilidade, quanto ao fato do produto, é objetiva. Lembre-se que, quanto ao vício (seja do 
produto ou do serviço), a responsabilidade também é objetiva, não porque a lei diz, mas em virtude do 
risco da atividade. Quanto ao fato, a lei é expressa. 
 
Como fica o comerciante quanto ao fato do produto? Ele responde? 
 
A doutrina e a jurisprudência majoritárias entendem que o comerciante, no fato do produto, irá responder 
de forma subsidiária, nos termos do artigo 13: 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo 
anterior, quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser 
identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, 
construtor ou importador; 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá 
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua 
participação na causação do evento danoso. 
 
É A ÚNICA HIPÓTESE DE RESPONSABILIDADE CIVIL SUBSIDIÁRIA NO CDC. Em todas as outras hipóteses, 
a responsabilidade é solidária. O comerciante, em todas as outras hipóteses, responde de forma solidária. 
Só no fato do produto que o comerciante responde de forma subsidiária (embora seja objetiva). 
 
O que é um produto defeituoso? Art. 12: 
 
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele 
legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais: 
 
I - sua apresentação; 
II - o uso e os riscosque razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi colocado em circulação. 
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor 
qualidade ter sido colocado no mercado. 
 
O direito de regresso a que o parágrafo único do artigo 13 se dará como? Denunciação à lide? 
Veja o artigo 88 do CDC: 
 
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de 
regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a 
possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da 
lide. 
 
Fique atento, uma vez que o art. 101, inciso II do CDC admite o chamamento ao processo. 
 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE 
 
O art. 12, § 3º prevê: 
 
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será 
responsabilizado quando provar: 
 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
Trata-se de um caso de inversão ope legis, ou seja, compete ao requerido o ônus da prova. Em se tratando 
de fato do produto, nós temos 4 excludentes. Note que 2 excludentes clássicas não foram acrescidas... o 
caso fortuito ou força maior. 
 
Entretanto, a doutrina e a jurisprudência entendem que essas duas excludentes devem ser acrescidas aí 
no § 3º, passando o rol do § 3º a ser exemplificativo. 
 
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Apesar de não haver previsão expressa no § 3º do artigo 12, o posicionamento majoritário do STJ é no 
sentido de que o caso fortuito e a força maior também são excludentes. Somente o caso fortuito externo 
é causa que exclui a responsabilidade civil. 
 
Qual é a diferença entre fortuito externo e fortuito interno? 
 
O fortuito externo é uma causa desconexa com a atividade desenvolvida. O fortuito interno não é causa 
de exclusão de responsabilidade, porque estamos diante de uma causa conexa com a atividade. 
 
FATO DO SERVIÇO 
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos 
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos 
 
Veja a diferença entre o início do artigo 12 (fato do produto) com o do artigo 14 (fato do serviço). 
 
“O fornecedor do serviço” responde... Quando se fala em fornecedor apenas, é porque toda a cadeia de 
consumo volta a responder e de forma solidária, inclusive o comerciante. 
 
A única hipótese no CDC de responsabilidade subsidiária do comerciante é quanto ao fato do produto 
(art. 13). 
 
O artigo 14 também prevê responsabilidade objetiva. Esse artigo, todavia, traz uma exceção no § 4º: 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada 
mediante a verificação de culpa. 
 
A responsabilidade do profissional liberal quanto ao fato do serviço é subjetiva. É o único artigo que fez 
uma observação quanto ao profissional liberal. 
 
O que é um serviço defeituoso? 
 
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor 
dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, 
entre as quais: 
I - o modo de seu fornecimento; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi fornecido. 
 
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 
 
O § 3º trata das causas excludentes de responsabilidade: 
 
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
Lembre da mesma observação do 12, § 3º. Majoritariamente, entende-se que o rol é meramente 
exemplificativo, já que o caso fortuito (apenas o externo) e a força maior também excluem a 
responsabilidade. 
 
 
 
 
 
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Qual é o prazo para a propositura da ação em se tratando de fato do produto ou fato do serviço? 
 
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos 
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, 
iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua 
autoria. 
 
PERCEBA que o prazo é prescricional de 5 anos em se tratando de fato do produto ou de fato do serviço. 
No vício, o prazo é decadencial - art. 26 (30 e 90 dias). 
 
O artigo 27 prevê a teoria da actio nata – o prazo só começa a contar quando houver o conhecimento do 
dano e de sua autoria. 
 
GARANTIAS 
 
Tem por fundamento os artigos 24 (garantia legal) e 50 (garantia contratual) do CDC: 
 
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de 
termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor. 
 
Ela não precisa de termo escrito. Ela é implícita em todo produto ou serviço. Qual é essa garantia? O STJ 
vem utilizando o prazo do artigo 26, qual seja, 30 dias, para produtos ou serviços não-duráveis, e de 90 
dias para produtos ou serviços duráveis. 
 
E a garantia contratual? Ah... é diferente. Ela exige termo escrito, porque ela não é obrigatória, mas uma 
vez ofertada, ela passa a ser obrigatória. 
 
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida 
mediante termo escrito. 
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e 
esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem 
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo 
do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo 
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, 
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações. 
 
A garantia contratual é dada para que haja a fidelização dos consumidores. O consumidor sempre busca 
uma maior proteção. Se a oferta for suficientemente precisa, ela integra o contrato. O STJ entende que 
primeiro conta-se a garantia legal e depois a garantia contratual. 
 
Ex: comprei um IPAD e a Apple deu garantia de 1 ano (contratual). Como se trata de produto durável, 
tem-se 90 dias de garantia legal. Depois de exaurido esse prazo, começa a contar a garantia contratual de 
1 ano. CUIDADO! O fornecedor pode estabelecer que no prazo por ele concedido de garantia contratual 
já está computado o período de garantia legal (30 dias para não-duráveis e 90 dias para duráveis). 
Isso tem que vir de forma muito transparente para o consumidor. Se está na caixa que há 1 ano de garantia 
e só no manual do usuário constava que um prazo absorvia o outro, prevalece a interpretação mais 
favorável ao consumidor, dispondo ele de 1 ano + 90 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRAZOS PARA O INGRESSO DA AÇÃO DIANTE DE VÍCIO 
 
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação 
caduca em: 
 
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não 
duráveis; 
 
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos 
duráveis. 
 
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do 
produto ou do término da execução dos serviços. 
 
§ 2° Obstam a decadência: 
 
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o 
fornecedor de produtos e serviçosaté a resposta negativa correspondente, 
que deve ser transmitida de forma inequívoca; 
 
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. 
 
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em 
que ficar evidenciado o defeito. 
 
Vício de fácil constatação é aquele que pode ser aferido mediante simples manuseio do produto ou 
serviço. Por sua vez, o vício aparente é aquele que se dá com o mero olhar. 
Vício oculto é aquele que não é aparente, nem de fácil constatação. Ele só pode ser aferido em um 
momento posterior. Ele tem previsão no § 3º do artigo 26. 
 
CUIDADO! O CC só protege o vício redibitório (arts. 441 a 446). O CDC protege o vício de fácil constatação, 
o aparente, e o oculto. O CDC é bem mais amplo, mais protetivo que o CDC. 
O CDC apresenta prazos decadenciais para a propositura da ação. Decadência é a perda de um direito 
potestativo. Ela não é interrompida, suspensa ou impedida (207 do CC). Só que o § 2º do artigo 26 trouxe 
duas hipóteses de suspensão do prazo decadencial (incisos I e III). 
 
Em se tratando de defeito oculto, começa o prazo a partir do momento em que ficar evidenciado o 
defeito. Não há prazo para descobrir. Descoberto, começa o prazo decadencial para a propositura da 
ação. 
 
Há, então, é perpétuo? Claro que não. A doutrina e a jurisprudência tratam, quanto a isso, da teoria da 
vida útil do produto ou do serviço. Todo produto ou serviço apresenta um desgaste. Aqui, você deve 
observar a proporcionalidade e a razoabilidade sobre esse assunto. 
 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade 
quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de 
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato 
social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, 
estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica 
provocados por má administração. 
 
Desconsideração não é extinção (despersonalização). Desconsideração é a suspensão da eficácia do ato 
constitutivo. 
 
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Desconsiderar é levantar o véu da empresa e penetrar no patrimônio particular dos sócios (teoria da 
penetração – STJ). 
 
Pessoa jurídica é um ente moral, criado pela vontade do ser humano, ao qual o ordenamento jurídico 
confere personalidade. (teoria afirmativista – ela existe, conforme uma realidade técnica). 
 
A pessoa jurídica tem que exercer uma função social. Se ela deixa de cumprir, pode se dar essa 
desconsideração. 
 
O tema é tratado no art. 28 do CDC e no art. 50 do CC. 
 
O CC a prevê em caso de abuso de personalidade, causado pelo desvio de finalidade, ou confusão 
patrimonial, mediante pedido expresso. O STJ acrescenta que, além disso, é necessário que haja 
insolvência quanto ao cumprimento de suas obrigações. 
 
Já o CDC prevê a possibilidade de desconsideração em caso de mera insolvência quanto ao cumprimento 
obrigacional (RESP 279.273/SP). 
 
Esse RESP apresenta as diferenças entre a desconsideração no CC e no CDC. O primeiro adota a teoria 
maior, enquanto o CDC adota a teoria menor (tem menos complexidade para que possa ocorrer a 
desconsideração). A teoria maior exige requerimento expresso (CC), enquanto na teoria menor o juiz pode 
aplicar a desconsideração de ofício (CDC). 
 
A mera insolvência já serve como fundamento para a ocorrência da desconsideração da personalidade 
jurídica. (CDC). 
 
 
 
Queridos, o objetivo desse material não é exaurir o conteúdo, mas focar nos pontos mais cobrados nos 
últimos exames. Tentei escrever da forma mais clara possível, evitando formalismos. Espero tê-los 
ajudado. Grande abraço. Seguem alguns exercícios de fixação. Leiam com atenção, sobretudo os 
comentários das assertivas, que estão em vermelho, logo após as questões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1) Carmen adquiriu veículo zero quilômetro com dispositivo de segurança denominado airbag do 
motorista, apenas para o caso de colisões frontais. Cerca de dois meses após a aquisição do bem, o veículo 
de Carmen sofreu colisão traseira, e a motorista teve seu rosto arremessado contra o volante, causando-
lhe escoriações leves. A consumidora ingressou com medida judicial em face do fabricante, buscando a 
reparação pelos danos materiais e morais que sofrera, alegando ser o produto defeituoso, já que o airbag 
não foi acionado quando da ocorrência da colisão. A perícia constatou colisão traseira e em velocidade 
inferior à necessária para o acionamento do dispositivo de segurança. Carmen invocou a inversão do ônus 
da prova contra o fabricante, o que foi indeferido pelo juiz. Analise o caso à luz da Lei nº 8.078/90 e 
assinale a afirmativa correta 
 
a) Cabe inversão do ônus da prova em favor da consumidora, por expressa determinação legal, não 
podendo, em qualquer hipótese, o julgador negar tal pleito. 
b) Falta legitimação, merecendo a extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que o 
responsável civil pela reparação é o comerciante, no caso, a concessionária de veículos. 
c) A responsabilidade civil do fabricante é objetiva e independe de culpa; por isso, será cabível indenização 
à vítima consumidora, mesmo que esta não tenha conseguido comprovar a colisão dianteira 
d) O produto não poderá ser caracterizado como defeituoso, inexistindo obrigação do fabricante de 
indenizar a consumidora, já que, nos autos, há apenas provas de colisão traseira. 
 
Correta – letra “d”. Na forma do art. 12, § 1º, do CDC, “o produto é defeituoso quando não oferece a 
segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, 
entre as quais: I – sua apresentação; II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III – a época 
em que foi colocado em circulação”. No caso em tela, os fatos comprovam que o automóvel não 
apresentou defeito, pois o airbag foi instalado com a finalidade de proteger o consumidor das colisões 
frontais 
 
 
 
 
2) Roberto, atraído pela propaganda de veículos zero quilômetro, compareceu até uma concessionária a 
fim de conhecer as condições de financiamento. Verificando que o valor das prestações cabia no seu 
orçamento mensal e que as taxas e os custos lhe pareciam justos, Roberto iniciou junto ao vendedor os 
procedimentos para a compra do veículo. Para sua surpresa, entretanto, a financeira negou--lhe o crédito, 
ao argumento de que havia negativação do nome de Roberto nos cadastros de proteção ao crédito. 
Indignado e buscando esclarecimentos, Roberto procurou o Banco de Dados e Cadastro que havia 
informado à concessionária acerca da suposta existência de negativação, sendo informado por um dos 
empregados que as informações que Roberto buscava somente poderiam ser dadas mediante ordem 
judicial. Sobre o procedimento do empregado do Banco, assinale a afirmativa correta. 
 
a) O empregado do Banco de Dados e Cadastros agiu no legítimo exercício de direito ao negar a prestação 
das informações, já que o solicitado pelo consumidor somente deve ser dado pelo fornecedor que 
solicitou a negativação, cabendo a Roberto buscar uma ordem judicial mandamental, autorizando a 
divulgação dos dados para ele diretamente. 
b) O procedimento do empregado, ao negar as informações que constam no Banco de Dados e Cadastros 
sobre o consumidor, configura infração penal punível com pena de detenção ou multa, nos termos 
tipificados no Código de Defesa do Consumidor. 
c)A negativa no fornecimento das informações foi indevida, mas configura mera infração administrativa 
punível com advertência e, em caso de reincidência, pena de multa a ser aplicada ao órgão, não ao 
empregado que negou a prestação de informações 
d) Cuida-se de infração administrativa e, somente se cometido em operações que envolvessem alimentos, 
medicamentos ou serviços essenciais, configuraria infração penal, para fins de incidência da norma 
consumerista em seu aspecto penal. 
 
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B - Alternativa correta. Configura crime previsto no art. 72 do Código de Defesa do Consumidor “impedir 
ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de 
dados, fichas e registros” e a pena prevista é de detenção de seis meses a um ano ou multa. 
A - Errado. É direito do consumidor o acesso às informações em banco de dados e cadastros, na forma do 
art. 43 do Código de Defesa do Consumidor. 
C - Alternativa incorreta. Configura crime previsto no art. 72 do Código de Defesa do consumidor 
D -Alternativa incorreta pelos mesmos motivos expostos na alternativa “C 
 
3) Um homem foi submetido a cirurgia para remoção de cálculos renais em hospital privado. A 
intervenção foi realizada por equipe médica não integrante dos quadros de funcionários do referido 
hospital, apesar de ter sido indicada por esse mesmo hospital. Durante o procedimento, houve perfuração 
do fígado do paciente, verificada somente três dias após a cirurgia, motivo pelo qual o homem teve que 
se submeter a novo procedimento cirúrgico, que lhe deixou uma grande cicatriz na região abdominal. O 
paciente ingressou com ação judicial em face do hospital, visando a indenização por danos morais e 
estéticos. Partindo dessa narrativa, assinale a opção correta. 
 
a) O hospital responde objetivamente pelos danos morais e estéticos decorrentes do erro médico, tendo 
em vista que ele indicou a equipe médica. 
b) O hospital responderá pelos danos, mas de forma alternativa, não se acumulando os danos morais e 
estéticos, sob pena de enriquecimento ilícito do autor. 
c) O hospital não responderá pelos danos, uma vez que se trata de responsabilidade objetiva da equipe 
médica, sendo o hospital parte ilegítima na ação porque apenas prestou serviço de instalações e 
hospedagem do paciente. 
d) O hospital não responderá pelos danos, tendo em vista que não se aplica a norma consumerista à 
relação entre médico e paciente, mas, sim, o Código Civil, embora a responsabilidade civil dos 
profissionais liberais seja objetiva. 
 
Gabarito “a” 
 
 
 
 
 
Processo REsp 1216424 / MT 
RECURSO ESPECIAL 
2010/0182549-7 Relator(a)Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) Órgão JulgadorT3 - TERCEIRA TURMA. Data 
do Julgamento09/08/2011Data da Publicação/Fonte DJe 19/08/2011. Ementa: 
 
CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. MÉDICO 
PARTICULAR. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. HOSPITAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. LEGITIMIDADE 
PASSIVA AD CAUSAM. 
1. Os hospitais não respondem objetivamente pela prestação de serviços defeituosos realizados por 
profissionais que nele atuam sem vínculo de emprego ou subordinação. Precedentes. 
2. Embora o art. 14, § 4º, do CDC afaste a responsabilidade objetiva dos médicos, não se exclui, uma vez 
comprovada a culpa desse profissional e configurada uma cadeia de fornecimento do serviço, a 
solidariedade do hospital imposta pelo caput do art. 14 do CDC. 
3. A cadeia de fornecimento de serviços se caracteriza por reunir inúmeros contratos numa relação de 
interdependência, como na hipótese dos autos, em que concorreram, para a realização adequada do 
serviço, o hospital, fornecendo centro cirúrgico, equipe técnica, medicamentos, hotelaria; e o médico, 
realizando o procedimento técnico principal, ambos auferindo lucros com o procedimento. 
4. Há o dever de o hospital responder qualitativamente pelos profissionais que escolhe para atuar nas 
instalações por ele oferecidas. 
5. O reconhecimento da responsabilidade solidária do hospital não transforma a obrigação de meio do 
médico, em obrigação de resultado, pois a responsabilidade do hospital somente se configura quando 
comprovada a culpa do médico, conforme a teoria de responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais 
abrigada pelo Código de Defesa do Consumidor. 
 
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4) O fornecimento de serviços e de produtos é atividade desenvolvida nas mais diversas modalidades, 
como ocorre nos serviços de crédito e financiamento, regidos pela norma especial consumerista, que 
atribuiu disciplina específica para a temática. A respeito do crédito ao consumidor, nos estritos termos do 
Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta. 
 
a) A informação prévia ao consumidor, a respeito de taxa efetiva de juros, é obrigatória, facultando-se a 
discriminação dos acréscimos legais, como os tributos e taxas de expediente. 
b) A liquidação antecipada do débito financiado comporta a devolução ou a redução proporcional de 
encargos, mas só terá cabimento se assim optar o consumidor no momento da contratação do serviço. 
c) As informações sobre o preço e a apresentação do serviço de crédito devem ser, obrigatoriamente, 
apresentadas em moeda corrente nacional. 
d) A pena moratória decorrente do inadimplemento da obrigação deve respeitar teto do valor da 
prestação inadimplida, não se podendo exigir do consumidor que suporte cumulativamente a incidência 
dos juros de mora. 
 
Gabarito – letra “c”. Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou 
concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo 
prévia e adequadamente sobre: 
 
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; 
 
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; 
 
III - acréscimos legalmente previstos; 
IV - número e periodicidade das prestações; 
 
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. 
 
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não poderão ser 
superiores a dois por cento do valor da prestação. 
 
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante 
redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
 
5) Eliane trabalha em determinada empresa para a qual uma seguradora apresentou proposta de seguro 
de vida e acidentes pessoais aos empregados. Eliane preencheu o formulário entregue pela seguradora e, 
dias depois, recebeu comunicado escrito informando, sem motivo justificado, a recusa da seguradora para 
a contratação por Eliane. Partindo da situação fática narrada, à luz da legislação vigente, assinale a 
afirmativa correta. 
 
a) Eliane pode exigir o cumprimento forçado da obrigação nos termos do serviço apresentado, já que a 
oferta obriga a seguradora e a negativa constituiu prática abusiva pela recusa infundada de prestação de 
serviço. 
b) Trata-se de hipótese de aplicação da legislação consumerista, mas, a despeito das garantias conferidas 
ao consumidor, em hipóteses como a narrada no caso, é facultado à seguradora recusar a contratação 
antes da assinatura do contrato. 
c) Por se tratar de contrato bilateral, a seguradora poderia ter se recusado a ser contratada por Eliane nos 
termos do Código Civil, norma aplicável ao caso, que assegura que a proposta não obriga o proponente. 
d) A seguradora não está obrigada a se vincular a Eliane, já que a proposta de seguro e acidentes pessoais 
dos empregados não configura oferta, nos termos do Códigodo Consumidor. 
 
Gabarito “a”. De acordo com o CDC: 
 
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou 
publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
 
 I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; 
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C/C 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
 
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los 
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais 
 
6) Mauro adquiriu um veículo zero quilômetro da fabricante brasileira Surreal, na concessionária Possante 
Ltda., revendedora de automóveis que comercializa habitualmente diversas marcas nacionais e 
estrangeiras. Na época em que Mauro efetuou a compra, o modelo adquirido ainda não era produzido 
com o opcional de freio ABS, o que só veio a ocorrer seis meses após a aquisição feita por Mauro. Tal 
sistema de frenagem (travagem) evita que a roda do veículo bloqueie quando o pedal do freio é pisado 
fortemente, impedindo com isso o descontrole e a derrapagem do veículo. Mauro, inconformado, aciona 
a concessionária postulando a substituição do seu veículo, pelo novo modelo com freio ABS. Diante do 
caso narrado e das regras atinentes ao Direito do Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Mauro tem direito à substituição, pois o fato de o novo modelo ter sido oferecido com o opcional do 
freio ABS, de melhor qualidade, configura defeito do modelo anterior por ele adquirido. 
b) Se o veículo adquirido por Mauro apresentar futuro defeito no freio dentro do prazo de garantia, a 
concessionária Possante Ltda. é obrigada a assegurar a oferta de peças de reposição originais enquanto 
não cessar a fabricação do veículo. 
c) Somente quando cessada a produção no país do veículo adquirido por Mauro, a fabricante Surreal ficará 
exonerada do dever legal de assegurar o oferecimento de componentes e peças de reposição para o 
automóvel. 
d) Havendo necessidade de reposição de peças ou componentes no veículo de Mauro, a fabricante Surreal 
deverá, ainda que cessada a fabricação no país, efetuar o reparo com peças originais por um período 
razoável de tempo, fixado por lei. A reposição com peças usadas só é admitida pelo Código do Consumidor 
quando houver autorização do consumidor. 
 
Gabarito “d”. Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer 
produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição 
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto 
a estes últimos, autorização em contrário do consumidor. 
 
Para melhores esclarecimentos, temos também o artigo. 12, § 2º do Código de Defesa do Consumidor, in 
verbis: 
 
Art. 12. § 1º (...) 
 
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado 
no mercado. 
 
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição 
enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. 
 
 Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável 
de tempo, na forma da lei. 
 
7) O Banco XYZ, com objetivo de aumentar sua clientela, enviou proposta de abertura de conta corrente 
com cartão de crédito para diversos estudantes universitários. Ocorre que, por desatenção de um dos 
encarregados pela instituição financeira da entrega das propostas, o conteúdo da proposta encaminhada 
para a estudante Bruna, de dezoito anos, foi furtado. O cartão de crédito foi utilizado indevidamente por 
terceiro, sendo Bruna surpreendida com boletos e ligações de cobrança por compras que não realizou. O 
episódio culminou com posterior inclusão do seu nome em um cadastro negativo de restrições ao crédito. 
Bruna nunca solicitou o envio do cartão ou da proposta de abertura de conta, e sequer celebrou contrato 
com o Banco XYZ, mas tem dúvidas acerca de eventual direito à indenização. Na qualidade de Advogado, 
diante do caso concreto, assinale a afirmativa correta. 
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a) A conduta adotada pelo Banco XYZ é prática abusiva à luz do Código do Consumidor, mas como Bruna 
não é consumidora, haja vista a ausência de vínculo contratual, deverá se utilizar das regras do Código 
Civil para fins de eventual indenização. 
b) A pessoa exposta a uma prática abusiva, como na hipótese do envio de produto não solicitado, é 
equiparada a consumidor, logo Bruna pode postular indenização com base no Código do Consumidor. 
c) A prática bancária em questão é abusiva segundo o Código do Consumidor, mas o furto sofrido pelo 
preposto do Banco XYZ configura culpa exclusiva de terceiro, excludente da obrigação da instituição 
financeira de indenizar Bruna. 
d) O envio de produto sem solicitação do consumidor não é expressamente vedado pela lei consumerista, 
que apenas considera o produto como mera amostra grátis, afastando eventual obrigação do Banco XYZ 
de indenizar Bruna. 
Gabarito “b” 
 
a - Bruna é equiparada à consumidora, seja por que haja intervindo na relação de consumo, conforme 
preceitua o art. 29 do CDC. 
c - Não é qualquer culpa exclusiva de terceiro que inibe o banco da ação de indenização. Deve-se 
observar que está dentro da atividade da empresa correr o risco de, se enviar um cartão por meio dos 
correios, a carta poder ser interceptada. Portanto, tal fato decorre da organização da atividade do banco, 
devendo ser considerada a letra "c" como errada. 
d - Conforme já explicado, a entrega de produto ou serviço sem a solicitação do consumidor configura 
prática abusiva. 
 
8) Maria e Manoel, casados, pais dos gêmeos Gabriel e Thiago que têm apenas três meses de vida, residem 
há seis meses no Condomínio Vila Feliz. O fornecimento do serviço de energia elétrica na cidade onde 
moram é prestado por uma única concessionária, a Companhia de Eletricidade Luz S.A. Há uma semana, 
o casal vem sofrendo com as contínuas e injustificadas interrupções na prestação do serviço pela 
concessionária, o que já acarretou a queima do aparelho de televisão e da geladeira, com a perda de todos 
os alimentos nela contidos. O casal pretende ser indenizado. Nesse caso, à luz do princípio da 
vulnerabilidade previsto no Código de Proteção e Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa correta. 
 
a) Prevalece o entendimento jurisprudencial no sentido de que a vulnerabilidade no Código do 
Consumidor é sempre presumida, tanto para o consumidor pessoa física, Maria e Manoel, quanto para a 
pessoa jurídica, no caso, o Condomínio Vila Feliz, tendo ambos direitos básicos à indenização e à inversão 
judicial automática do ônus da prova. 
b) A doutrina consumerista dominante considera a vulnerabilidade um conceito jurídico indeterminado, 
plurissignificativo, sendo correto afirmar que, no caso em questão, está configurada a vulnerabilidade 
fática do casal diante da concessionária, havendo direito básico à indenização pela interrupção imotivada 
do serviço público essencial. 
c) É dominante o entendimento no sentido de que a vulnerabilidade nas relações de consumo é sinônimo 
exato de hipossuficiência econômica do consumidor. Logo, basta ao casal Maria e Manoel demonstrá-la 
para receber a integral proteção das normas consumeristas e o consequente direito básico à inversão 
automática do ônus da prova e a ampla indenizaçãopelos danos sofridos. 
d) A vulnerabilidade nas relações de consumo se divide em apenas duas espécies: a jurídica ou científica 
e a técnica. Aquela representa a falta de conhecimentos jurídicos ou outros pertinentes à contabilidade e 
à economia, e esta, à ausência de conhecimentos específicos sobre o serviço oferecido, sendo que sua 
verificação é requisito legal para inversão do ônus da prova a favor do casal e do consequente direito à 
indenização. 
 
Gabarito “b”. 
 
a - A vulnerabilidade é sempre presumida pela lei (questão material) para a pessoa física, teoria finalista. 
Excepcionalmente, quando se verifica que a parte, embora não seja a destinatária final do produto, se 
encontre em situação de vulnerabilidade (como pode ocorrer com a Pessoa Jurídica), aplica-se a teoria 
finalista mitigada ou apurada. O erro da questão também está em afirmar que a inversão do ônus da 
prova é automática, o que não corresponde aos ditames do CDC. A inversão somente ocorrerá quando 
verossímeis os fatos ou o consumidor estiver em situação de hipossuficiência. 
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c - vulnerabilidade (questão material e que se presume a todos) não se confunde com hipossuficiência 
(questão processual e que deve ser analisada casuisticamente). Impende observar ainda que a 
hipossuficiência do CDC não se confunde com aquela a qual se prova para ser concedida a gratuidade de 
justiça. 
 
d - vulnerabilidade técnica: o consumidor não tem aprofundado conhecimento sobre o produto. Jurídica: 
o fornecedor/comerciante possui um maior conhecimento jurídico, econômico, de contabilidade e etc. 
Informacional: o produto nunca contém todas as informações necessárias. Fática: o poder de 
manipulação, de estabelecimento de cláusulas do fornecedor/comerciante é muito maior que o do 
consumidor. 
 
9) O Mercado A comercializa o produto desinfetante W, fabricado por “W.Industrial”. O proprietário do 
Mercado B, que adquiriu tal produto para uso na higienização das partes comuns das suas instalações, 
verifica que o volume contido no frasco está em desacordo com as informações do rótulo do produto. Em 
razão disso, o Mercado B propõe ação judicial em face do Mercado A, invocando a Lei n. 8.078/90 (CDC), 
arguindo vícios decorrentes de tal disparidade. O Mercado A, em defesa, apontou que se tratava de 
responsabilidade do fabricante e requereu a extinção do processo. A respeito do caso sugerido, assinale 
a alternativa correta. 
 
a) O processo merece ser extinto por ilegitimidade passiva. 
b) O caso versa sobre fato do produto, logo a responsabilidade do réu é subsidiária. 
c) O processo deve ser extinto, pois o autor não se enquadra na condição de consumidor. 
d) Trata-se de vício do produto, logo o réu e o fabricante são solidariamente responsáveis. 
 
A: incorreta; no caso temos um vício do produto (do tipo vício de quantidade – art. 19 do CDC) e não um 
defeito do produto (art. 12 do CDC), já que se trata de um problema interno do produto (quantidade 
díspare do rótulo) e não de um problema externo do produto (que é aquele problema que acontece 
quando se atinge a segurança do consumidor); nesse sentido, e considerando que o comerciante só está 
a princípio liberado de responder no caso de defeito (art. 12 do CDC – só respondem o fabricante, o 
produtor, o construtor e importador), mas responde quando se trata de vício (pois aqui todos os 
fornecedores respondem, inclusive o comerciante – art. 19 do CDC), não há que se falar em ilegitimidade 
passiva do comerciante (“Mercado A”), que tem o dever de responder no caso; 
 
B: incorreta, pois o caso trata de vício do produto, e não de fato do produto (= a defeito do produto ou 
acidente de consumo), hipótese em que a responsabilidade dos fornecedores é solidária (art. 19, caput, 
do CDC) e não subsidiária; 
C: incorreta, pois o produto em questão não foi adquirido para revenda ou para servir de insumo para a 
produção (casos em que fica afastada a aplicação do CDC, salvo se se tratar de um adquirente vulnerável), 
tratando-se de produto de uso interno, no caso, para higienização do local de trabalho; 
 
D: correta, tratando de vício de quantidade, com responsabilidade solidária expressamente mencionada 
na lei (art. 19, caput, do CDC). 
 
10) Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez, decidiram ingressar no ramo das festas de 
casamento, produzindo os chamados “bem-casados”, deliciosos doces recheados oferecidos aos 
convidados ao final da festa. Saulo e Bianca não possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, 
sendo essa a fonte única de renda da família. No mês passado, os noivos Carla e Jair encomendaram ao 
casal uma centena de “bem-casados” no sabor doce de leite. A encomenda foi entregue conforme 
contratado, no dia do casamento. Contudo, diversos convidados que ingeriram os quitutes sofreram 
infecção gastrointestinal, já que o produto estava estragado. A impropriedade do produto para o consumo 
foi comprovada por perícia técnica. Com base no caso narrado, assinale a alternativa correta. 
a) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do Código do Consumidor, pois fornecem 
produtos com habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na qualidade de consumidores 
indiretos, poderão pleitear indenização. 
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b) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente registrada na Junta Comercial, pode 
ser considerada fornecedora à luz do Código do Consumidor, e os convidados do casamento, na qualidade 
de consumidores por equiparação, poderão pedir indenização diretamente àqueles. 
c) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo certo que tanto Carla e Jair quanto seus 
convidados intoxicados são consumidores por equiparação e poderão pedir indenização, porém a 
inversão do ônus da prova só se aplica em favor de Carla e Jair, contratantes diretos. 
d) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está oficialmente registrada na Junta Comercial 
e, portanto, por ser ente despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de fornecedor da lei do 
consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes aos vícios redibitórios do Código Civil. 
 
Gabarito “b”. 
 
11) (XX Exame de Ordem) Amadeu, aposentado, aderiu ao plano de saúde coletivo ofertado pelo sindicato 
ao qual esteve vinculado por força de sua atividade laborativa por mais de 30 anos. Ao completar 60 anos, 
o valor da mensalidade sofreu aumento significativo (cerca de 400%), o que foi questionado por Amadeu, 
a quem os funcionários do sindicato explicaram que o aumento decorreu da mudança de faixa etária do 
aposentado. A respeito do tema, assinale a afirmativa correta. 
 
a) O aumento do preço é abusivo e a norma consumerista deve ser aplicada ao caso, mesmo em se 
tratando de plano de saúde coletivo e, principalmente, que envolva interessado com amparo legal no 
Estatuto do Idoso. 
b) O aumento do preço é legítimo, tendo em vista que o idoso faz maior uso dos serviços cobertos e o 
equilíbrio contratual exige que não haja onerosidade excessiva para qualquer das partes, não se aplicando 
o CDC à hipótese, por se tratar de contrato de plano de saúde coletivo envolvendo pessoas idosas. 
c) O aumento do valor da mensalidade é legítimo, uma vez que a majoração de preço é natural e 
periodicamente aplicada aos contratos de trato continuado, motivo pelo qual o CDC autoriza que o critério 
faixa etária sirva como parâmetro para os reajustes econômicos. 
d) O aumento do preço é abusivo, mas o microssistema consumerista não deve serutilizado na hipótese, 
sob pena de incorrer em colisão de normas, uma vez que o Estatuto do Idoso estabelece a disciplina 
aplicável às relações jurídicas que envolvam pessoa idosa. 
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