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Romantismo: segunda e terceira fase
Ultrarromantismo: a segunda geração dos poetas românticos:
· Melancolia, tédio, vazio, nostalgia, aborrecimento e boêmia eram caracteristicas que traduzem bem os poetas da segunda geração romântica. Os ‘filhos do século’ eram poetas mais voltados para seus próprios sentimentos do que para o mundo exterior. Esses poetas apresentavam as características do espírito romântico que mais ficaram conhecidas, como a atração pela morte, a autodestruição e o sentimento de desajuste em relação ao mundo.
· Abandonando o caminho ufanista, a poesia brasileira começou a se enveredar por temas sombrios, fúnebres, macabros e melancólicos. Os poetas dessa época, denomidados ultrarromânticos, projetaram em seus versos a visão pessimista que possuíam acerca da vida e do mundo burguês.
· O artista romântico possui uma postura ambígua: se, por um lado há a questão coletiva (da identidade, do nacional), por outro lado, há um aprofundamento na individualidade, o que leva ao mergulho nas profundezas das relações humanas- amorosas e sociais.
· Na literatura, o inglês Lord Byron é a principal referência dessa estética, inclusive o termo ‘byronismo’ é usado como sinônimo para ‘mal do século’.
A influência de Lord Byron:
· Exaltando o melancólico, o macabro e o decadente, os versos satíricos do poeta inglês serviram de modelo para os jovens poetas do Rio de Janeiro e de São Paulo e foram essenciais para a constituição do ultrarromântismo no Brasil.
Tédio, sofrimento e culpa:
· A segunda geração romântica caracterizou-se pelo exagero do subjetivismo e pelo excesso de sentimentalismo- como o tédio, a melancolia, o amor e a tristeza. Os jovens poetas desse contexto tinham o lirismo voltado para o próprio coração. Desse modo, não exaltavam mais o patriotismo. A poesia ultrarromântica, diferente da indianista, volta-se mais para o ‘eu’, deixando de lado questões coletivas, nacionais.
· Descontentes com a realidade social burguesa e impregnados pelo pessimismo e pela desilusão, os ultrarromânticos buscavam refugiar-se na subjetividade, nas fantasias, na solidão, nas lembranças e, em tantos casos, na própria morte, a qual se apresentaria como solução definitiva para o tédio instaurado em suas vidas (escapismo). O sujeito lírico, angustiado com a vida terrena, enxerga na morte a possibilidade de escapar do sofrimento no qual se encontra. Por isso, a morte não é retratado como um acontecimento sofrível ou trágico, mas sim como algo aprazível, desejado.
Locus horrendus: 
· Os cenários dos poemas assumem, nos textos, contornos simbólicos, metaforizando, assim, a melancolia, a tristeza e o pessimismo do eu lírico. A atmosfera decadente que perspassa alguns textos dos escritores desse período recebe o nome de locus horrendus- lugar horrendo.
· Muitos textos e telas românticos estão ambientados em paisagens tempestuosas, nas quais as forças incontroláveis da natureza metaforizem os sentimentos arrebatadores do artista.
Idealização, amor e medo:
· Em muitos textoa dessa geração de poetas, é possivel encontrar o eu lírico buscando na fantasia, no sonho e na imaginação uma compensação para aquilo que lhe falta e que lhe é interditado no mundo vivido.
· Nos poemas, então, a figura feminina aparece, normalmente, associada a imagens vagas, incorpóreas ou assexuadas, tais como anjo, criança, etc. Por idealizarem e valorizarem a mulher virginal, os poetas ultrarromânticos, em seus versos, acabavam revelando um medo de amar, de realizar no plano carnal seus desejos amorosos.
Álvares de Azevedo:
· O paulista Manuel Antônio Álvares de Azevedo é a principal expressão da literatura ultrarromântica brasileira.
· Ele ora explorou os conflitos amorosos do ser humano, ora os ridicularizou.
Cassimiro de Abreu:
· Cassimiro de Abreu foi uma figura entre os poetas mais populares da história da literatura brasileira.
· Não explorou os temas macabros e os cenários sombrios comumente encontradis nos textos dos poetas de sua geração.
· Seus poemas destacam-se também pela abordagem de assuntos que agradavam, de modo geral, o público leitor da época, tais como infância, saudade, amor e pátria.
Fagundes Varela:
· O poeta carioca abordou em suas obras os temas mais caros aos ultrarromânticos- solidão, morte, tédio e amor. No entanto, em alguns de seus poemas, é possível encontrar a preocupação com problemas sociais e políticos do Brasil.
Condoreirismo: a terceira geração dos poetas românticos:
· Nos poetas da terceita geração, encontraremos orientação poética a densa atmosfera política da década de 1860, as lutas liberais na Europa, abolicionismo no Brasil, e o amadurecimento da nossa literatura. Os sentimentos efêmeros e subjetivos da segunda geração cedem lugar a sentimentos preciosos de inspiração política e social.
Poesia social: o voo libertário dos versos:
· Os poetas da terceira geração romântica preocupavam-se, sobretudo com a denúncia de problemas sociais brasileiros Inseridos em um contexto caracterizado pela decadência da monarquia, pelas lutas abolicionistas e republicanas, trouxeram para seus textos assuntos que questionavam a realidade sociopolítica nacional.
O poeta-orador: a linguagem grandiloquente:
· Os poetas dessa época utilizavam uma linguagem exclamatica, repleta de imagens hiperbólicas (grandiosas), vocativos e interjeições.
Castro Alves:
· O poeta baiano é considerado pela crítica literária a principal expressão condoreira da poesia nacional. Republicano e antiescravista, recebeu a alcunha de ‘poeta dos escravos’.
· Substituiu as idealizações amorosas e o ufanismo ingênuo das gerações românticas anteriores por uma visão mais crítica e realista da realidade.
· A maioria dos poemas amorosos de Castro Alves são caracterizados por uma sensualidade explícita, diferente dos poetas ultrarromânticos, que cultuavam o feminino divinizado, intocável e distante.
Sousândrade:
· Joaquim de Sousa Andrade foi incompreendido pelos críticos e leitores de sua época. Foi autor de uma obra inovadora e complexa, que mescla traços do byronismo com o indianismo de Gonçalves Dias, ideia abolicionistas com um americanismo crítico.

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