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ANATOMIA GERAL E 
PRIMEIROS SOCORROS
Maurício Mandalozzo Ruppel 
Samia Moreira Akel
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagens de capa: © stihii // Shutterstock; © elenabsl // Shutterstock; © Tefi // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
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Prof. Maurício Mandalozzo Ruppel e 
Profa. Samia Moreira Akel
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Bianca de Brito Nogueira
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e Silvia Mara Hadas
Valdir de Oliveira
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
R946 Ruppel, Maurício Mandalozzo
 Anatomia geral e primeiros socorros [recurso eletrônico]. / 
 Maurício Mandalozzo Ruppel, Samia Moreira Akel. – Curitiba : 
 Universidade Positivo, 2016. 
 218 p. : il.
 Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.
 Modo de acesso: <http://www.up.edu.br>
 Título da página da Web (acesso em 25 out. 2016).
 ISBN: 978-85-8486-255-9
 1. Anatomia humana. 2. Primeiros socorros.
 I. Akel, Samia Moreira. II. Título. 
CDU 611:616-083.98
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Capítulo 5 
Sistema digestório .............................................................................................................7
5.1 Cavidade oral e faringe ................................................................................................9
5.1.1 Aspectos anatômicos da boca.................................................................................................................................. 9
5.1.2 Aspectos anatômicos da faringe .............................................................................................................................11
5.1.3 Deglutição ...............................................................................................................................................................12
5.2 Esôfago e estômago ..................................................................................................13
5.2.1 Aspectos anatômicos do esôfago ..........................................................................................................................15
5.2.2 Aspectos anatômicos do estômago ......................................................................................................................15
5.2.3 Esfíncteres e suas funções ......................................................................................................................................17
5.3 Intestino delgado e intestino grosso .........................................................................18
5.3.1 Aspectos anatômicos do intestino delgado ...........................................................................................................19
5.3.2 Aspectos anatômicos do intestino grosso ............................................................................................................. 21
5.3.3 Interações anatômicas com órgãos anexos ........................................................................................................... 22
5.4 Órgãos anexos ...........................................................................................................24
5.4.1 Glândulas salivares ..................................................................................................................................................24
5.4.2 Fígado e vesícula biliar ........................................................................................................................................... 25
5.4.3 Pâncreas................................................................................................................................................................. 28
Referências .....................................................................................................................30
Capítulo 6 
Sistema geniturinário ......................................................................................................31
6.1 Sistema urinário .........................................................................................................31
6.1.1 O rim ...................................................................................................................................................................... 32
6.1.2 Estruturas de transporte, armazenamento e eliminação da urina ........................................................................ 34
6.2 Sistema genital masculino ........................................................................................35
6.2.1 Testículos e estruturas associadas ......................................................................................................................... 36
6.2.2 Pênis ...................................................................................................................................................................... 37
6.2.3 Ductos ................................................................................................................................................................... 37
6.2.4 Glândulas sexuais acessórias ................................................................................................................................. 38
6.3 Sistema genital feminino ..........................................................................................38
6.3.1 Genitais externos .................................................................................................................................................. 39
6.3.2 Genitais Internos ................................................................................................................................................... 39
6.3.3 Períneo e estruturas associadas ............................................................................................................................ 43
6.3.4 Glândulas mamárias .............................................................................................................................................. 43
6.4 Gestação ....................................................................................................................44
6.4.1 Alterações anatômicas durante a gravidez ............................................................................................................ 44
6.4.2 A placenta .............................................................................................................................................................. 46
6.4.3 Cordão umbilical ....................................................................................................................................................46
6.4.4 Fases da gestação .................................................................................................................................................. 47
Referências .....................................................................................................................50
5 Sistema digestório
O sistema digestório é responsável pelos processos de digestão e absorção dos 
mais diversos nutrientes. Da boca até o intestino grosso, possui aproximadamente 
7 metros e é composto por diversos órgãos, cada um com funções específicas para 
garantir o melhor aproveitamento dos alimentos ingeridos.
A imagem a seguir mostra o sistema digestório e servirá como referência ao 
longo de todo o capítulo.
Visão geral do sistema digestório
Nariz Palato duro
Língua
Osso hióide
Cartilagem tireóidea
Esôfago
Estômago
Vesícula biliar
Baço
Colo transverso
 Intestino grosso
Reto
Ânus
Lábios
Músculo
genioglosso
Traqueia
Fígado
Duodeno
Pâncreas
Colo ascendente
Intestino delgado
Apêndice
Sistema digestivo
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Antes de estudarmos a anatomia de cada órgão, precisamos ver uma breve intro-
dução sobre a função de cada um, pois o posicionamento, a sequência e interação 
entre órgãos e estruturas dependem desse conhecimento. 
O sistema digestório desempenha seis processos básicos, segundo Tortora e 
Derrickson (2012) e Widmaier et al. (2013):
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 8
Captação dos alimentos e líquidos pela boca.
Ingestão
Por meio das células localizadas nas paredes internas do trato gastrintestinal e dos órgãos 
acessórios, aproximadamente 7 litros de substâncias são secretadas diariamente, principal-
mente: água, ácidos, tampões e enzimas;
Secreção
Contração e relaxamento alternado do músculo liso.
Motilidade
Processos químico (enzimas) e mecânico (por exemplo, mastigação e motilidade), que 
promovem a quebra em moléculas de grandes partículas ingeridas, para que possam ser absor-
vidas pelo sistema. 
Digestão
Passagem de fluidos, íons e pequenas partículas para o líquido intersticial e depois para 
corrente linfática ou para a corrente sanguínea.
Absorção
Materiais digeridos que não foram absorvidos formam as fezes e são eliminados do organismo 
por meio da defecação. 
Excreção
Agora que já conhecemos brevemente as funções do sistema digestório, 
podemos estudar seus órgãos e sua anatomia, iniciando pela cavidade oral e a faringe. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 9
5.1 Cavidade oral e faringe
A cavidade oral e a faringe são as primeiras estruturas que entram em contato 
com o alimento. A boca inicia o processo de digestão e preparo do alimento para conti-
nuidade dos processos digestórios. Já a faringe, comum ao sistema respiratório e ao 
digestório, faz a ligação com demais estruturas para dar seguimento às vias aéreas e à 
via esofágica.
5.1.1 Aspectos anatômicos da boca
A cavidade oral é revestida por tecido mucoso, protegendo-a contra o atrito dos 
alimentos ingeridos, e a contenção dos alimentos na boca se dá pela ação das bochechas, 
que atuam como as paredes laterais da cavidade oral e são formadas essencialmente pelo 
músculo bucinador. Seu volume é marcado também pela presença de alguma quantidade 
de tecido adiposo. Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Silverthorn (2010), o 
espaço entre as bochechas, os lábios e os dentes é chamado de vestíbulo oral.
O palato duro separa a cavidade oral da cavidade nasal, impedindo que o 
alimento suba para a cavidade nasal ao ser engolido (deglutido). Junto com o palato 
mole, forma o teto da boca, também conhecido como céu da boca, e sua localização 
pode ser vista na figura a seguir. 
Palato mole: sua função na deglutição
Palato mole
Língua
Faringe 
Epiglote 
Laringe
(presença de
 pregas vocais)
Esôfago
Traqueia ©
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A úvula palatina está localizada pendente no teto da boca, em posição posterior 
ao palato mole, e sua função está associada ao impedimento da passagem prematura 
à faringe de algum alimento ingerido. Abaixo da língua, fica o músculo milo-hióideo, 
que promove maior sustentação ao limite inferior da cavidade bucal. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 10
A língua, por sua vez, auxilia na digestão mecânica (compressão e manipulação 
do alimento), na digestão química por meio da produção de mucina (enzima que digere 
lipídeos, evitando a formação de uma película de gordura na língua) e análise sensi-
tiva dos alimentos ingeridos (receptores de tato, gustação) (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009). Essas estruturas podem ser visualizadas na imagem a seguir.
Anatomia oral (vista anterior)
Gengiva
Lábio
Úvula
Dente
Palato mole
Tonsila palatina
Língua
A língua está presa a uma pequena prega denominada frênulo da língua, e os 
músculos que a compõem são inervados pelo nervo hipoglosso. 
A cavidade oral é constantemente banhada pela saliva, que, de acordo com 
Tortora e Derrickson (2012), é uma secreção das glândulas salivares, consideradas 
órgãos anexos (ou acessórios). A saliva contém água, alguns íons e enzimas, formando 
um muco. O maior destaque é a enzima amilase salivar, que dá início à digestão 
química dos carboidratos na boca. Esse muco facilita a lubrificação das estruturas 
presentes na boca, conferindo também aspecto mais gelatinoso ao alimento ingerido, 
e, segundo Silverthorn (2010), Tortora e Derrickson (2012) e Widmaier et al. (2013), a 
lubrificação favorece o processo de deglutição.
Outras enzimas também são produzidas na boca, como a lisozima, que atua 
como a primeira defesa contra bactérias que tenham sido ingeridas e também a lipase 
salivar, que inicia a digestão de lipídeos (especificamente, triglicerídios) e também 
evita a formação de uma capa gordurosa na língua (SILVERTHORN, 2010).
A digestão é controlada pelo Sistema Nervoso Autônomo. O parassimpático promove os proces-
sos e secreções de forma contínua (saliva, por exemplo). Durante intenso estresse, é ativado o 
sistema simpático, diminuindo a função (o que resulta, por exemplo, no ressecamento da boca).
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 11
Os dentes, assim como a língua, são considerados órgãos acessórios. Auxiliam 
na digestão mecânica, triturando os alimentos, estão inseridos nos alvéolos dentais, 
tanto na mandíbula como na maxila, e são cercados por tecido mucoso e pela gengiva 
e presos internamente por ligamentos periodontais. Conforme Tortora e Derrickson 
(2012) anatomicamente, o dente pode ser dividido em três partes: coroa (parte mais 
externa), raiz (porção intra-óssea) e colo (limite entre coroa e raiz), como pode ser 
visto na imagem a seguir. 
Anatomia do dente
Coroa
Colo
Raiz
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Os dentes possuem diferentes estruturas conforme sua função, como cortar, 
lacerar, esmagar e triturar os alimentos (TORTORA; DERRICKSON, 2012). Nós desen-
volvemos dois conjuntos de dentes ao longo da vida. O primeiro é vulgarmente conhe-
cido como dentes de leite e na anatomia corresponde aos dentes decíduos, que 
surgem por volta dos 6 meses de idade e perfazem um total de 20 dentes. O segundo 
conjunto corresponde aos dentes permanentes, que tomam lugar entre os 6 e 18 anos 
de idade, totalizando 32 dentes. 
5.1.2 Aspectos anatômicos da faringe
A faringe é tida como a continuação da boca. A parte oral da faringe tem início 
posterior ao palato mole e é comum ao sistema respiratório e ao digestório, servindo 
como passagempara os alimentos e líquidos ingeridos, bem como para o ar durante a 
inspiração/expiração (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 12
Músculos da faringe
Músculo levantador
do véu palatino
Músculo constritor
superior da faringe
Músculo salpingofaríngeo
Músculo palatofaríngeo
Músculo constritor
médio da faringe
Músculo estilofaríngeo
Músculo constritor
inferior da faringe
Esôfago
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 270. (Adaptado).
A faringe está diretamente envolvida com o processo de deglutição, e os 
músculos envolvidos são: constritores da faringe, que empurram o bolo formado em 
direção ao esôfago, palatofaríngeo e estilofaríngeo, que elevam a faringe, a laringe e 
o palato mole. Sendo assim, segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009), sua porção 
muscular eleva a própria estrutura. 
5.1.3 Deglutição
Abordamos as estruturas envolvidas no processo de deglutição, e agora estudaremos 
como ele ocorre. Deglutir é uma ação mais complexa do que parece, pois envolve a ação de 
diversos músculos e uma sequência perfeita para que o alimento siga o trajeto correto. De 
início voluntário, porém de continuação involuntária, a deglutição é basicamente dividida 
em três fases, segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Silverthorn (2010):
É a fase voluntária, na qual o alimento é empurrado contra o palato 
duro, e a língua, então, segue empurrando o alimento em direção à 
faringe, elevando assim o palato mole.
Fase oral
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 13
Ocorre quando o bolo alimentar alcança a faringe, e a elevação da faringe 
e laringe (ação dos músculos palatofaríngeo e estilofaríngeo) permite, 
além do abaixamento da epiglote, a passagem do alimento para a parte 
denominada laríngea da faringe. A constrição da faringe impulsiona o 
bolo alimentar em direção ao esôfago, interrompendo a respiração.
Fase faríngea
Inicia-se com a abertura do esfíncter esofágico superior e compreende 
a passagem do bolo por todo o esôfago.Fase esofágica
A chegada do bolo alimentar no esôfago depende da conclusão de todas etapas 
da deglutição. Dessa forma, podemos concluir que a deglutição é um processo funda-
mental para a nutrição do ser humano, uma vez que, se qualquer fase for prejudicada, 
o aproveitamento dos nutrientes será danificado. 
5.2 Esôfago e estômago
Após a deglutição, o bolo alimentar se desloca pelo trato gastrintestinal. Nesse 
caminho, ele percorre o esôfago até chegar ao estômago. Composto por músculo liso, 
o esôfago é o elo de ligação da faringe com o restante do sistema digestório. 
De acordo com Tortora e Derrickson (2012), a partir do esôfago e até o final do 
trato intestinal, existem quatro camadas de tecidos, de dentro para fora: túnica mucosa, 
túnica submucosa, túnica muscular e túnica serosa, ilustradas na imagem a seguir.
Camadas do estômago
Túnica mucosa
Túnica submucosa
Túnica muscular
Túnica serosa
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 497. (Adaptado).
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 14
Membrana de revestimento mais interno, formada por uma camada de epitélio, uma camada 
de tecido conjuntivo areolar (lâmina própria) e uma camada de músculo liso (lâmina muscular). 
Na mucosa, há nódulos linfáticos que a protegem da entrada de patógenos. As pregas da 
lâmina muscular aumentam a superfície de contato, favorecendo a digestão e absorção (nos 
respectivos órgãos que realizam absorção).
Túnica mucosa
Formada por tecido conjuntivo, promove a união da camada mucosa à muscular. Contém vasos 
sanguíneos e linfáticos, além de uma rede neuronal que é controlada pelo Sistema Nervoso 
Autônomo (SNA), também descrito como Sistema Nervoso Entérico (SNE). Considerados o 
“encéfalo do intestino”, esses neurônios regulam as secreções do trato gastrointestinal.
Túnica submucosa
 
É uma camada formada por músculo, parte esquelético (boca, faringe, parte inicial do esôfago 
e esfíncteres externos), que permite o controle voluntário, e parte liso (restante do trato), 
responsável por contrações involuntárias reguladas pelo SNE.
Túnica muscular
É a parte mais externa, que secreta líquidos que permitem o movimento dos órgãos em 
relação aos demais. É também conhecida como peritônio visceral e reveste os órgãos. O peri-
tônio parietal, por sua vez, reveste a parede da cavidade abdominal.
Túnica serosa (peritônio) 
Constatamos, então, que as diferentes camadas possuem funções distintas. 
Também é importante ressaltar que no esôfago e no estômago praticamente não há 
absorção de nutrientes, uma vez que a túnica mucosa dessas regiões é pouco permeável. 
Apenas alguns fármacos e álcool conseguem atravessá-la, causando a irritação da 
mucosa gástrica, dependendo da quantidade e do estado de enchimento gástrico.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 15
5.2.1 Aspectos anatômicos do esôfago
O esôfago pode ser comparado a um tubo de aproximadamente 25 cm, formado 
por músculo liso e, por ele, o alimento é projetado graças aos movimentos peristál-
ticos, isto é, contrações que ocorrem em ondas. Situado posteriormente à traqueia, 
atravessa o diafragma (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). Sua localização pode 
ser vista na imagem a seguir.
Esôfago e estômago: perspectiva anterior
Esôfago
Estômago
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O esôfago possui esfíncteres em seu início e final: esfíncter esofágico superior 
e inferior, respectivamente. Quando aberto/relaxado, o esfíncter superior permite 
a passagem do bolo alimentar para o lúmen (orifício de passagem) do esôfago. Em 
seguida, a abertura do esfíncter inferior gera a passagem do bolo para o estômago 
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
5.2.2 Aspectos anatômicos do estômago
O estômago se localiza na cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma e à 
esquerda da linha média, e sua parede possui diversas pregas, dando um aspecto 
rugoso a seu interior, configuração que se altera à medida que o órgão enche. 
Assimétrico, o estômago apresenta uma concavidade à margem medial (lado direito) 
e é convexo a esquerda (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009), e seu tamanho é 
variável, uma vez que possui grande capacidade de expansão. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 16
Anatomia do Estômago
Esse órgão pode ser dividido em quatro regiões principais: 
Cárdia 
Recebe esse nome devido a sua proximidade com o coração, na parte superomedial. 
O esôfago se insere nessa região. 
1
Fundo gástrico 
Faz contato direto com a superfície inferoposterior do diafragma.2
Corpo gástrico 
É a maior parte do estômago, onde de fato há armazenamento do bolo, permitindo a 
mistura com o suco gástrico. 
3
Piloro 
É a última porção do estômago e pode ser subdividida em antro pilórico (continuação 
do corpo gástrico) e canal pilórico (término no duodeno/intestino delgado).
4
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 17
Além disso, o estômago possui quatro tipos de células principais: 
• parietais: produzem ácido clorídrico (HCl) e fator instrínseco; 
• principais: produzem a enzima pepsinogênio (forma inativa), envolvida na di-
gestão de proteínas); 
• mucosas: produzem muco e bicarbonato para proteger a parede do estômago 
contra o ácido então produzido; 
• enteroendócrinas: são as células G, que produzem o hormônio gastrina, que, 
segundo Widmaier et al., é um dos mais fortes reguladores da produção de HCl.
O fator intrínseco é uma glicoproteína secretada por células parietais, e, em sua ausência, não 
há absorção de vitamina B12 pelo intestino delgado.
Estudar a anatomia do estômago é fundamental para a melhor compreensão de 
suas funções,como a digestão de macronutrientes, especialmente proteínas. 
5.2.3 Esfíncteres e suas funções
Os esfíncteres podem ser definidos como pequenos anéis formados por músculo 
liso, com intuito de separar os tubos do sistema digestório em segmentos, cada um 
com uma função diferente. 
Os esfíncteres presentes nesse sistema são: esfíncter esofágico superior, 
esfíncter esofágico inferior (localizado na região da cárdia), esfíncter pilórico (ou 
apenas piloro), válvula íleo cecal (não é exatamente um esfíncter, mas por exercer a 
mesma função é considerada como um) e esfíncter anal (composto por dois esfínc-
teres: um interno e outro externo). Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e 
Tortora e Derrickson (2012), o esfíncter anal interno é controlado pelo sistema nervoso 
autônomo, ou seja, involuntário, enquanto o esfíncter anal externo é voluntário, 
conforme inervação somática. 
Podemos observar na imagem a seguir os principais esfíncteres.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 18
Esfíncter esofágico superior, inferior e pilórico
Esfíncter
esofágico
superior
Esfíncter
esofágico
inferior
Esfíncter
pilórico
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Compreendemos até então as primeiras etapas da digestão e as estruturas 
associadas, iniciando pela boca e faringe, passando pelo esôfago, pelo estômago 
e chegando aos esfíncteres. Agora, estudaremos a etapa seguinte, que envolve a 
absorção dos nutrientes, que é função dos intestinos.
5.3 Intestino delgado e intestino grosso
O bolo alimentar se torna quimo ao sair do estômago e ter contato com mais 
sucos do sistema digestório. O quimo seguirá pelo trato digestório, chegando ao intes-
tino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão e absorção, transitando final-
mente pelo intestino grosso, onde também há mecanismos absortivos, principalmente 
água e eletrólitos (SILVERTHORN, 2010; WIDMAIER et al., 2013).
De acordo com Silverthorn (2010), a entrada do quimo no intestino delgado 
provoca a secreção de sucos e a participação de órgãos anexos. Essa movimentação 
ocorre devido às contrações musculares, que denominamos peristaltismo.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 19
5.3.1 Aspectos anatômicos do intestino delgado
O intestino delgado tem comprimento médio de 6 m, e seu diâmetro varia, 
aumentado próximo ao esfíncter pilórico e diminuído perto da valva ileocecal 
(TORTORA; DERRICKSON, 2012). De acordo com Silverthorn (2010) e Widmaier 
et al. (2013), as funções desse órgão se relacionam à digestão e absorção de nutrientes, 
representando cerca de 90% da absorção total. 
O mesentério (porção do peritônio) fixa o intestino delgado à parede posterior do 
tronco, gerando estabilidade e sustentação ao órgão, que tem movimentação restrita 
entre o intestino grosso, o estômago e a parede abdominal. 
Diferentemente das pregas estomacais, as pregas observadas no intestino não 
se desfazem com a expansão, não são flexíveis. Segundo Martini, Timmons e Tallitsch 
(2009), Silverthorn (2010) e Widmaier et al. (2013), sua formação pretende aumentar a 
área de contato com os nutrientes circulantes, favorecendo a absorção. 
O intestino delgado é divido em três partes: duodeno, jejuno e íleo, como 
mostra a figura a seguir. 
Anatomia do intestino delgado
Estômago
Duodeno
Jejuno
Íleo
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O duodeno é o mais curto dos segmentos, e seu formato lembra a letra C. Nele, 
são despejados sucos produzidos por órgãos anexos. Quando o quimo passa pelo 
esfíncter pilórico, secreções digestivas são liberadas provenientes do fígado e do 
pâncreas, sendo que a maior parte das enzimas presentes no duodeno são produzidas 
pelo pâncreas, de acordo com Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Silverthorn (2010). 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 20
Duodeno e pâncreas: posição anatômica
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Na camada epitelial do duodeno, entre as vilosidades (pregas da túnica mucosa), 
há glândulas intestinais responsáveis pela produção de hormônios que auxiliam na 
regulação da saciedade pelo Sistema Nervoso Central e, segundo Widmaier et al. 
(2013), também sinalizam a chegada do quimo para os demais órgãos envolvidos no 
processo de digestão. Podemos observar essas vilosidades na imagem a seguir.
Vilosidade
Intestinal
Vilosidade
Intestinal
Muscular
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Anatomicamente, o final do duodeno é marcado por uma flexura duodenojejunal. 
O jejuno tem extensão muito maior que a do duodeno, com aproximadamente 
2,5 m de comprimento. É onde ocorre a maior parte da digestão química e absorção 
dos nutrientes. Na absorção, as partículas passam pelo epitélio, chegando ao compar-
timento extracelular para serem transportadas via vasos sanguíneos (sistema portal 
hepático) ou vasos linfáticos para o fígado, e então, para todo o corpo. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 21
A última parte do intestino delgado é o íleo, a maior porção do órgão, com 3,5 m. 
Essa parte termina na região de esfíncter válvula ileocecal, segundo Silverthorn (2010) 
e Tortora e Derrickson (2012). Embora tenha também funções absortivas, a maior 
parte da absorção já ocorreu quando o quimo chega ao íleo.
5.3.2 Aspectos anatômicos do intestino grosso
O intestino grosso é marcado pela valva ileocecal, entre a porção final do íleo e 
a primeira porção do intestino grosso. Possui diâmetro maior que o intestino delgado, 
próximo a 7,5 cm contra 4 cm do delgado. Com aproximadamente 1,5 m de compri-
mento, está alojado na cavidade abdominal, abaixo do estômago, ao redor do intes-
tino delgado, e tem formato que lembra o de uma ferradura. Seu início é marcado pela 
válvula ileocecal, e seu término ocorre no ânus (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 
2009).
As funções do intestino grosso, assim como do intestino delgado, estão relacio-
nadas com a absorção de água, eletrólitos e de algumas vitaminas (resultado da ação 
bacteriana). Além disso, segundo Silverthorn (2010), o órgão armazena o bolo fecal.
De acordo com Tortora e Derrickson (2012), o intestino grosso é vascularizado 
por ramos das artérias mesentéricas (superior e inferior) e drenado pelas veias mesen-
téricas (superior e inferior). Além disso, é dividido em três partes: o ceco (atua como 
uma bolsa), o colo (maior parte) e o reto (porção final). Essas partes são subdivididas 
conforme posição anatômica e função.
O ceco atua como um grande receptor e dá início ao processo de compactação 
do material residual. Anexo a ele, fica o apêndice vermiforme. Com aproximadamente 
9 cm de comprimento, seu tamanho varia muito de pessoa para pessoa (MARTINI; 
TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
A inflamação do apêndice resulta na apendicite. Quando não tratada, a estrutura pode rom-
per, culminando num quadro crítico, uma vez que o intestino possui diversas bactérias.
O colo apresenta maior diâmetro que o ceco, e suas paredes formam bolsas mais 
delgadas (saculações). Podemos dividir o colo em quatro regiões, ilustradas na imagem 
a seguir.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 22
Anatomia Detalhada do Intestino Grosso
Colo
transverso
Colo
descendente
Colo
sigmoideReto
Ânus
Apêndice
Ceco
Colo
ascendente
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• colo ascendente: é a lateral direita, partindo do ceco e que chega à face visce-
ral do fígado, na flexura hepática;
• colo transverso: inicia-se na flexura hepática (direita) e cruza todo o abdome 
até chegar ao lado esquerdo, próximo ao baço; passa, então, inferiormente ao 
estômago e termina formando a flexura esplênica(esquerda);
• colo descendente: desce pela margem esquerda do abdome, fixo à parede ab-
dominal posterior; 
• colo sigmoide: no formato da letra S, tem aproximadamente 15 cm de compri-
mento e passa posteriormente à bexiga urinária, com a função de conduzir as 
fezes ao reto.
O reto é a última parte do intestino grosso e é curto como o colo sigmoide. A 
expansão de sua parede sinaliza por meio do SNE a necessidade de defecar, arma-
zenando temporariamente as fezes. Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e 
Tortora e Derrickson (2012), o canal anal termina no ânus, onde há presença de dois 
esfíncteres: interno e externo.
5.3.3 Interações anatômicas com órgãos anexos
Descreveremos nesta seção as especificidades anatômicas dos órgãos anexos 
e suas interações com os órgãos principais do sistema digestório. As funções de tais 
órgãos anexos serão abordadas adiante.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 23
As três glândulas salivares possuem ductos que desembocam na cavidade oral 
e são os primeiros órgãos anexos a entrar em funcionamento após a ingestão de 
alimentos (WIDMAIER et al., 2013). O pâncreas, por sua vez, está localizado poste-
riormente ao estômago, e seu suco (rico em bicarbonato e enzimas) desemboca 
no duodeno por meio da abertura da papila duodenal, com intuito de auxiliar a os 
processos digestivos e absortivos (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Interação entre pâncreas e duodeno
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O fígado, outro órgão anexo, possui ductos comuns com a vesícula biliar (órgão 
de armazenamento) para despejar bile no duodeno. Segundo Martini, Timmons e 
Tallitsch (2009) e Widmaier et al. (2013), a bile é formada por sais minerais e tem a 
função de emulsificar gorduras, facilitando a digestão. 
Interação do fígado, vesícula e pâncreas com o duodeno
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 24
Agora que conhecemos os órgãos anexos e entendemos sua localização em nosso 
corpo, podemos aprofundar nossos estudos. Sendo assim, detalharemos a partir de 
agora a formação e as funções de cada um desses órgãos.
5.4 Órgãos anexos
São considerados órgãos anexos aqueles que participam indiretamente da digestão. 
Logo, o alimento não entra em contato diretamente com eles, porém as secreções que 
são produzidas e liberadas pelos mesmos ajudam na quebra química dos macronutrientes 
para que os processos digestivos e absortivos ocorram com o máximo aproveitamento 
(TORTORA; DERRICKSON, 2012). Estudaremos nesta seção esses órgãos, iniciando pelas 
glândulas salivares, passando pelo fígado e a vesícula biliar, até chegar ao pâncreas.
5.4.1 Glândulas salivares
Ao todo, contamos com três pares de glândulas salivares: parótidas, sublinguais 
e submandibulares, que podem ser vistas na imagem a seguir. Sua principal função é a 
secreção de saliva, regulada pelo Sistema Nervoso Autônomo. 
Posição anatômica das glândulas salivares
Glândula
sublingual
Artéria
sublingual
Artéria
lingual
Glândula
parótida
Artéria carótida interna
Artéria carótida externa
Glândula submandibular
Artéria carótida comum
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 25
As maiores são as parótidas, localizadas entre a pele e o músculo masseter, late-
ralmente à face e anteriores em relação às orelhas. O par de submandibulares está 
compreendido entre os ossos que formam a mandíbula. Por fim, as sublinguais estão 
situadas abaixo da língua, acima das submandibulares (TORTORA; DERRICKSON, 2012). 
5.4.2 Fígado e vesícula biliar
O fígado é a maior glândula do corpo humano, com peso aproximado de 1,5 kg. 
Revestido por uma cápsula fibrosa, é formado por células denominadas hepatócitos e 
está localizado abaixo do diafragma, sustentado pelo ligamento coronário, ocupando o 
quadrante superior direito do abdome. Possui quatro lobos (direito, esquerdo, quadrado 
e caudado), e as metades direita e esquerda estão unidas pelo ligamento falciforme, 
que dá origem ao ligamento redondo do fígado. Esse ligamento redondo corresponde 
à veia umbilical fetal oclusa, ou seja, após o parto e o corte do cordão umbilical, a veia 
antes que ligava mãe e filho não é mais necessária e é incorporada, formando esse liga-
mento (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). Essas estruturas estão representadas 
nas imagens a seguir.
Lobos, ligamentos e vesícula na superfície anterior (face diafragmática)
Lobo
hepático
direito
Lobo
hepático
esquerdo
Ligamento coronário
do fígado
Ligamento coronário
do fígado
Ligamento redondo do fígado
Vesícula biliar
Superfície anterior (face diafragmática)
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 683. (Adaptado). 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 26
Lobos, ligamentos e vesícula na superfície inferoposterior (face visceral)
Lobo
hepático
direito
Lobo hepático
esquerdo
Veia cava inferior
Veia porta do fígado
Porta do fígado
Lobo quadrado
Vesícula biliar
Artéria hepática
própria
Lobo caudado
Ducto colédoco
Ligamento coronárioVeia hepática
esquerda
Superfície interior posterior (face visceral)
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 683. (Adaptado). 
A superfície do fígado é marcada pelos órgãos que o circundam, sendo assim, 
as superfícies superior, anterior e posterior são próximas ao diafragma, enquanto a 
inferior e posterior apresentam impressões do estômago, da veia cava inferior (lobo 
esquerdo), dos intestinos delgado e grosso e do rim direito (lobo direito). 
O aporte sanguíneo é realizado pela artéria hepática, que deriva diretamente da 
porção abdominal da artéria aorta, e suas ramificações. Já a drenagem é realizada pela 
veia hepática, que transporta o sangue até a veia cava inferior (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009).
Lobos do fígado
Veia cava inferior
Ligamento
coronário
Ligamento
falciforme
Ligamento teres
(ligamento redondo)
Vesícula
biliar
Lobo
direito
Lobo
esquerdo
Aorta
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 27
É importante destacar a veia porta, ilustrada na imagem a seguir. Ela é uma 
porta de entrada para estruturas que vêm carregadas de nutrientes do intestino (vasos 
sanguíneos e vasos linfáticos). Esse sangue, após sua passagem pelo fígado, retorna 
à circulação sistêmica, saindo pela veia hepática e seguindo para a veia cava inferior 
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Veia porta
Veia cava inferior
Estômago
Baço
Pâncreas (atrás
do estômago)
Intestino grosso
Íleo
Apêndice vermiforme
Ceco
Intestino grosso
VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR
Intestino delgado
Vesícula biliar
VEIA PORTA DO FÍGADO
Fígado
Veia hepática
VEIA ESPLÊNICA
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 422. (Adaptado). 
O fígado ainda possui ductos, que são especificados na figura a seguir.
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 28
Principais ductos do fígado
Fígado
Ductos
hepáticos
 Ducto
hepático
comum
Duodeno
Pâncreas
Bile
Massa de
alimento do
estômago
Esfíncter
de OddiDucto
cístico
Vesícula
biliar
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Os canalículos biliares (ductos pequenos) têm a função de drenar a bile produ-
zida pelos hepatócitos até os ductos biliares. A união desses dutos forma os ductos 
hepáticosdireito e esquerdo, que, segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e 
Tortora e Derrickson (2012), saem do fígado como um só ducto hepático comum.
A vesícula despeja a bile pelo ducto cístico, que, quando encontra o ducto hepá-
tico comum, forma o ducto colédoco, que permite a entrada da bile no duodeno. De 
acordo com Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Tortora e Derrickson (2012), quando 
o intestino está vazio, o esfíncter desse ducto (esfíncter de Oddi) se fecha provocando 
o retorno da bile até a vesícula, onde ficará armazenada. Sendo assim, a vesícula 
desempenha a função de armazenar a bile até que seja necessário liberá-la novamente. 
5.4.3 Pâncreas
O pâncreas é uma glândula popularmente conhecida por sua função endó-
crina (de produzir hormônios como a insulina e o glucagon, despejados na corrente 
sanguínea) estar ligada a doenças como o diabetes. Entretanto, no sistema diges-
tório, sua função é exógena, ou seja, realiza a produção de um suco rico em enzimas e 
bicarbonato que será despejado no interior do duodeno, um alvo certo, sem entrar em 
contato com a corrente sanguínea (WIDMAIER et al., 2013).
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 29
O pâncreas tem aspecto anatômico rugoso, aproximadamente 15 cm de compri-
mento e está localizado posteriormente ao estômago, no quadrante abdominal 
esquerdo. Dividido em cabeça, pescoço, corpo e cauda, partes ilustradas na figura a 
seguir, seu suco é despejado no interior do duodeno por meio de ductos e esfíncteres 
comuns ao fígado e à vesícula biliar (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
Anatomia do Pâncreas
Vesícula
biliar
Ducto
pancreático
acessório
Papila
duodenal
Ducto biliar
comum
Cabeça
Pescoço Corpo
Duodeno
Ducto pancreático
Ductos
pancreáticos
Partes do
pâncreas
Calda
Uncinado
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Como pudemos observar neste capítulo, o sistema digestório é composto por 
diversos órgãos que agem em sincronia para que seja possível captar o máximo 
dos alimentos que ingerimos. Esse sistema se inicia na boca, por onde ingerimos os 
alimentos, e termina nos intestinos, que absorvem os nutrientes e finalizam o processo 
de digestão.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 30
Referências 
MARTINI, F., TIMMONS, J.; TALLITSCH, B. Anatomia Humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. 
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisio-
logia. 8. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2012. 
WIDMAIER, P. et al. Fisiologia Humana: os mecanismos das funções corporais. 12. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
6 Sistema geniturinário
Neste capítulo, estudaremos as estruturas do sistema geniturinário, composto 
pelos órgãos responsáveis pela formação e excreção da urina e pela reprodução 
humana. Desse modo, veremos o sistema urinário e o sistema genital.
Também compreenderemos as diferenças entre os sistemas genitais masculino 
e feminino. Além disso, veremos algumas particularidades sobre a gestação, uma vez 
que esse processo impacta diretamente as estruturas desse sistema ou associadas a 
ele, devido a alterações nos órgãos genitais localizados na região abdominal. 
Iniciaremos observando a anatomia do sistema urinário, estudando os rins e a 
bexiga. Depois, abordaremos os sistemas genitais masculino e feminino e faremos 
algumas considerações sobre a gestação e suas fases.
6.1 Sistema urinário
O sistema urinário realiza a filtração do sangue, auxiliando na manutenção da 
homeostase corporal, e é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma 
uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2012). Essas estruturas podem ser observadas na 
imagem a seguir.
A homeostase corporal é o equilíbrio interno dinâmico do organismo, ou seja, a manutenção 
da quantidade de íons, água, temperatura etc. que oscilam numa faixa compatível com a vida, 
não sendo, portanto, valores absolutos fixos.
Sistema urinário (vista anterior)
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 32
O primeiro órgão que estudaremos é o rim, onde se forma a urina, que é trans-
portada pelos ureteres até a bexiga e, então, secretada pela uretra. 
6.1.1 O rim
Nosso corpo conta com dois rins, que têm como funções principais realizar a 
filtração do sangue e a remoção de resíduos.
Com formato similar ao de um feijão, cada rim tem aproximadamente 10 cm de 
comprimento, e estão encapsulados um à direita e outro à esquerda da coluna vertebral. 
Anatomicamente, ambos estão localizados na porção retroperitoneal, entre a décima 
segunda vértebra torácica e a terceira vértebra lombar, sendo que as últimas duas costelas 
protegem a parte superior dos rins. De acordo com Tortora e Derrickson (2012) e Hammer 
e McPhee (2015), o rim direito fica um pouco mais abaixo que o esquerdo, porque boa 
porção do fígado divide o espaço superiormente no quadrante direito abdominal.
 A anatomia externa do rim nos permite verificar pontos importantes para 
compreensão futura da função renal. Na porção superior de cada rim, estão as glân-
dulas suprarrenais, que são responsáveis pela produção de importantes hormônios 
e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina, por exemplo). Na concavidade, porção 
medial, fica o hilo renal, que é a porta de entrada e saída do rim para as seguintes 
estruturas: artéria renal, veia renal, pelve renal, nervos e vasos linfáticos. 
Partindo para a anatomia interna do rim, podemos dividi-lo em duas porções: 
córtex e medula. 
Anatomia do rim
Aorta
descendente
Glândula
adrenal
Rim
direito
Hilo
Rim
esquerdoArtéria
renal
Cápsula
renal
Medula
Córtex
Pirâmide
renal
Veia 
renal
Veia
renal Ureter
Pelve
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No córtex, estão localizados os néfrons, unidades funcionais dos rins. Conforme 
Tortora e Derrickson (2012) e Silverthorn (2010), cada néfron é composto por duas 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 33
partes: o corpúsculo renal, onde ocorre a filtração do plasma sanguíneo, e os túbulos 
renais, responsáveis pela reabsorção de materiais úteis e secreção de resíduos. 
O corpúsculo renal é formado pela cápsula renal ou cápsula de Bowman e glomé-
rulo. O filtrado (líquido formado após a filtração) segue para os túbulos: a primeira 
parte é designada túbulo contorcido proximal, seguido pela alça de Henle e então o 
túbulo contorcido distal. As porções distais de diversos túbulos desembocam num 
único túbulo coletor, na medula do rim. Estruturas cônicas formam as pirâmides renais, 
e nos espaços entre elas ficam as colunas renais (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
O adjetivo distal, segundo o dicionário Aurélio, “Diz-se do ponto em que uma estrutura ou um 
órgão fica afastado de seu centro ou de sua origem.” (DISTAL, 2010).
Segundo Hammer e McPhee (2015), o fluxo sanguíneo renal segue da porção 
mais externa (córtex) para a mais interna (medula). 
Anatomia do rim e néfron
Túbulo contorcido proximal
Vaso capilar peritubular
Cápsula �brosa
Corpúsculo renal:
Cápsula glomerular
(de Bowman)
Glomérulo
Arteriola eferente
Túbulo contorcido distal
Arteríola aferente
Artéria interlobular
Veia interlobular
Veia arqueada
Artéria arqueada
Junção corticomedular
Alça de Henle
Ramo descendente
da alça de Henle
Ramo acencendente
da alça de Henle
Túbulo coletor
Córtex renal
Medula renal
Papila renal
Cálice menor
Cápsula glomerular (de Bowman)
Papila renal
Cálice menor
Urina
Néfron e suprimento vascular
Túbulo contorcido proximal
Ramo descendente
da alça de Henle
Ramo ascendente
da alça de Henle
Túbulo contorcidodistal
(drena no túbulo coletor)
Córtex renal
Medula renal
Rim
Fluxo de �uídos através
de um néfron cortical
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 542. (Adaptado).
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 34
Em um indivíduo sem comprometimento (ou seja, sem nenhuma patologia renal), 
esses órgãos filtram 1,2 L de sangue por minuto. Esse sangue advém da porção abdo-
minal da artéria aorta, que se ramifica nas artérias renais, que adentram o rim e se 
dividem em artérias segmentares, que por sua vez, se subdividem em artérias inter-
lobares, dando origem às artérias arqueadas. Ocorre então uma nova ramificação, 
gerando as artérias interlobulares, que se dividem nas pequenas arteríolas glomeru-
lares aferentes, responsáveis por suprir a demanda sanguínea de cada néfron.
Após alcançar os néfrons, o sangue passa para uma densa rede de vênulas que 
formarão as veias interlobulares e, posteriormente, as veias arqueadas. O processo 
de saída é reverso: a partir das veias arqueadas, o sangue será drenado para as veias 
interlobares, que se fundem formando a veia renal, caindo na circulação sistêmica por 
meio da veia cava inferior (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
Segundo Tortora e Derrickson (2012), a urina formada pelo processo de filtração, 
absorção e secreção será drenada até a pelve renal, que é formada pelos cálices 
menores e maiores e é o início do ureter. O trajeto da urina até sua eliminação será 
elucidado a seguir.
6.1.2 Estruturas de transporte, armazenamento e eliminação da urina
A urina, após passar pelos cálices maiores, desemboca na pelve renal, marcando o 
início de cada ureter. Os ureteres são estruturas que lembram tubos, e há um em cada 
rim, com aproximadamente 30 cm de comprimento. Partem da região do hilo renal até 
sua inserção na lateral da bexiga urinária (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
A bexiga urinária é formada principalmente por musculatura lisa e é um órgão 
oco que funciona como reservatório da urina até a eliminação desse líquido. A 
posição e as dimensões da bexiga diferem entre homens e mulheres. A bexiga mascu-
lina é maior que a feminina e está situada entre a sínfise púbica e o reto, enquanto 
na mulher esse órgão fica abaixo do útero e anteriormente á vagina. Dependendo do 
nível de distensão, quando cheia, pode conter até 1 L de urina. A bexiga é revestida 
pelo peritônio, no qual se inserem vários ligamentos, visando estabilizar sua posição. 
Entre eles, segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009), há dois ligamentos umbilicais 
mediais, que passam pela lateral da bexiga e chegam ao umbigo. 
A uretra parte da bexiga urinária, na região denominada óstio interno da uretra, 
onde se localiza o esfíncter interno e segue até o óstio externo, onde tem contato 
com o exterior. Podemos observar essas estruturas na imagem a seguir. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 35
Bexiga urinária, esfíncteres e uretra
O esfíncter interno, quando aberto, permite a passagem da urina para a uretra, e a 
eliminação da urina depende, então, exclusivamente da abertura do esfíncter externo. 
O controle do esfíncter interno é involuntário, comandado pelo Sistema Nervoso 
Autônomo Parassimpático, enquanto o esfíncter externo é de controle voluntário, iner-
vado pelo ramo perineal do nervo pudendo (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
No homem e na mulher, o comprimento da uretra varia; na mulher é mais curta, 
com 5 cm, e segue até o vestíbulo vaginal (parede anterior), enquanto no homem a 
uretra tem 20 cm segue por toda porção peniana. As diferenças entre os sistemas 
geniturinários dos homens e mulheres serão abordadas a seguir. 
6.2 Sistema genital masculino
O sistema genital masculino é composto pelos testículos , ductos (como o 
ducto ejaculatório e a uretra), glândulas sexuais acessórias e estruturas como o pênis 
e a bolsa escrotal ou escroto (TORTORA; DERRICKSON, 2012). 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 36
Sistema genital masculino
Sín�se púbica
Uretra, parte prostática
Corpo cavernoso do pênis
Corpo esponjoso do pênis
Uretra, parte esponjosa
Ducto deferente
Pênis
Epididimo
Testículo
Óstio externo da uretra
Escroto
Bexiga urinária
Glândula seminal
Reto
Próstata
Ducto ejaculatório
Glândula bulbouretral
Ânus
Ureter
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 716. (Adaptado).
Estudaremos detalhadamente os componentes do sistema genital masculino e 
suas funções ao longo desta seção, iniciando pelos testículos.
6.2.1 Testículos e estruturas associadas
Os testículos são os responsáveis pela produção dos gametas masculinos, ou 
seja, os espermatozoides, e se localizam na bolsa escrotal, formada por músculo liso 
disposto de maneira frouxa. A exteriorização da bolsa se deve às condições de sobre-
vivência e produção dos espermatozoides, consideradas ideal em temperaturas entre 2 
a 3 graus abaixo da temperatura corporal normal. Por essa razão, na exposição ao frio, 
há contração e leve recolhimento da bolsa com o objetivo de preservar calor, enquanto 
em temperaturas mais altas, o músculo relaxa, com a descida dos testículos, para faci-
litar a perda de calor. 
Os testículos, por sua vez, são duas glândulas ovais, que se desenvolvem durante 
o período embrionário na parede posterior do abdômen e começam a descer para a 
bolsa escrotal em torno do 7° mês de gestação (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
O suprimento sanguíneo da bolsa escrotal é proveniente das artérias ilíacas 
internas (as artérias pudendas internas) e de ramos das artérias femorais (arté-
rias pudendas externas). Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009), esse supri-
mento também conta com as artérias cremastéricas, que são ramificações das artérias 
epigástricas inferiores (derivações das artérias ilíacas externas).
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 37
6.2.2 Pênis
A interação do sistema geniturinário masculino com o sistema reprodutor é realizada 
por meio do trajeto da uretra, pois ela percorre toda a extensão do pênis e serve como via 
de saída tanto para a urina quanto para o sêmen (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
A base do pênis é denominada porção fixa, enquanto o restante do órgão 
é composto por duas massas de tecido. São duas massas, formadas por tecidos 
eréteis, ricamente irrigados por vasos sanguíneos e localizadas dorsolateralmente. 
Mais externamente, estão os corpos cavernosos. A outra porção é o corpo espon-
joso, que abriga a uretra. Distalmente, encontra-se a glande e, numa porção dila-
tada em relação ao corpo peniano, está a o óstio externo da uretra (abertura da uretra) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).
O prepúcio reveste a glande e é removido durante o processo de circuncisão.
6.2.3 Ductos
O epidídimo é formado por diversos ductos com formato de espiral e está loca-
lizado acima do testículo, na porção posterior. Feito de músculo liso, é tido como um 
órgão no formato de vírgula. Esse local é onde os espermatozoides se desenvolvem, 
aumentando sua motilidade, e onde os já maduros ficam armazenados e são impulsio-
nados para o ducto deferente (TORTORA; DERRICKSON, 2012). 
O diâmetro do epidídimo aumenta conforme chega à espiral final, desembocando 
no ducto deferente. Posterior ao testículo, o ducto deferente segue até penetrar o 
canal inguinal, entrando na cavidade pélvica e seguindo para baixo, posteriormente à 
bexiga. A função desse ducto é armazenar espermatozoides por vários meses, condu-
zindo-os do epidídimo até o canal da uretra durante a excitação. O homem conta 
ainda com os ductos ejaculatórios, que são formados pela união dos ductos defe-
rentes e ductos das glândulas seminais, que serão explicadasmais adiante. Segundo 
Tortora e Derrickson (2012), a função dos ductos ejaculatórios é ejetar os gametas 
masculinos para dentro do canal da uretra.
Os espermatozoides que não são ejaculados após alguns meses de sua produção são fagocita-
dos e reabsorvidos.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 38
Também considerada ducto, a uretra é a porção terminal do sistema genital 
masculino. Sua função envolve a passagem tanto dos gametas como da urina. No 
homem, a uretra atravessa a próstata (glândula exclusiva masculina), a musculatura 
perineal profunda e o pênis. O contato com o meio externo ocorre por meio da aber-
tura do óstio externo da uretra (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
6.2.4 Glândulas sexuais acessórias
Após a concepção, armazenamento e transporte dos espermatozoides, é 
formado, então, o sêmen, e são as glândulas sexuais que secretam a maior parte 
líquida dele. 
Os homens possuem duas glândulas seminais, que se localizam posteriormente 
à base da bexiga urinária e anteriormente ao reto (porção final do intestino grosso) e 
secretam um líquido viscoso com pH alcalino, no intuito de neutralizar o meio ácido 
da uretra masculina. Segundo Tortora e Derrickson (2012), esse líquido ainda contém 
frutose e prostaglandinas, que contribuem para a produção de energia e mobilidade 
dos espermatozoides.
A glândula masculina mais conhecida é a próstata. Ímpar, tem formato anelar 
e está localizada abaixo da bexiga urinária, porém superior à uretra, e cresce expo-
nencialmente até o homem completar seus 30 anos. Essa glândula produz um líquido 
leitoso, com pH próximo a 6,5, que também auxilia no fornecimento de energia 
para os espermatozoides e na produção de antígenos específicos prostáticos (PSA) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).
Existe também um par de glândulas denominadas bulbouretrais, localizadas 
junto a ̀ raiz do pênis. Essas glândulas têm formato arredondado, com diâmetro 
próximo a 10 mm, e sua função é secretar um muco alcalino e viscoso, para neutra-
lizar ácidos residuais da uretra e ofertar lubrificação à extremidade do pênis 
(MARTINI; TIMMONS; TALITSCH, 2009).
6.3 Sistema genital feminino
O sistema genital feminino é formado pelos seguintes órgãos: ovários, tubas 
uterinas, útero, vagina e órgãos genitais femininos externos (grupo conhecido 
como pudendo feminino ou vulva) (TORTORA; DERRICKSON, 2012). As mamas 
também fazem parte desse sistema.
Outra estrutura é o períneo, presente tanto no homem quanto na mulher. 
Entretanto, a abordaremos junto ao sistema geniturinário feminino por ser mais estu-
dado nas alterações clínicas que ocorrem nas mulheres.
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 39
6.3.1 Genitais externos
Pudendo feminino ou vulva são termos utilizados para descrever o conjunto de 
órgãos genitais externos da mulher, ilustrados na imagem a seguir. 
Pudendo feminino
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O monte do púbis, porção mais dilatada onde estão os pelos pubianos, protege a 
sínfise púbica, e a vista inferior permite a visualização de duas dobras longitudinais de 
pele: os lábios maiores do pudendo. Essas estruturas se alongam no sentido posterior 
e são desenvolvidas a partir do mesmo tecido embrionário que forma a bolsa escrotal 
no homem. Medialmente aos lábios maiores, encontram-se os lábios menores do 
pudendo. Na junção anterior dos lábios menores, fica o clitóris, que, segundo Tortora 
e Derrickson (2012), é uma massa de tecido erétil e ricamente inervada.
6.3.2 Genitais Internos
Entre os genitais internos, estão um par de ovários, que tem como função 
produzir os gametas femininos (ovócitos) e diversos hormônios. Formados a partir do 
mesmo tecido que no homem dá origem aos testículos, cada um deles mede aproxi-
madamente 5 cm de comprimento, 2,5 cm de largura e 8 mm de espessura, segundo 
Martini, Timmons e Tallitsch (2009). Situam-se na região pélvica, um do lado esquerdo 
e outro do lado direito e se ligam ao útero por meio das tubas uterinas.
Também em par, as tubas uterinas (chamadas também de trompas de Falópio) se 
estendem lateralmente, fazendo a ligação do ovário ao útero, e têm uma extremidade 
aberta que lembra um formato de funil com “franjas”, que são as fimbrias. De acordo 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 40
com Tortora e Derrickson (2012), essas tubas são formadas por musculatura lisa, e as 
contrações do tecido e das franjas promovem o deslocamento do ovócito até o útero.
A fertilização do ovócito por um espermatozoide ocorre nas tubas, e, conforme Tortora e 
Derrickson (2012), o óvulo fecundado leva em torno de sete dias para se estabelecer no útero.
Estruturas internas (visão posterior)
Infundibulo
da tuba
uterina
Vista
Fundo
do útero
Fímbrias da 
tuba uterina
Ligamento
suspensor
do ovário
Tuba uterina
(de falócio)
Ovário
Ligamento
útero-ovárico
Corpo do útero
Ureter
Vagina
Parte lateral
do fórmice
da vagina
Colo do útero
Miométrio
Endométrio
Cavidade do útero
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 582. (Adaptado).
O útero tem aproximadamente 5 cm de diâmetro por 7 cm de comprimento, pesa 
em torno de 40 g e é formado por musculatura lisa. Situado superior e posteriormente 
à bexiga urinária, lembra o formato de uma pera invertida e pode ser dividido em três 
segmentos, conforme Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Tortora e Derrickson (2012): 
É a parte mais superior às tubas uterinas.
Fundo do útero
É a porção central que termina no colo.
Corpo do útero
É a porção estreita que termina na vagina.
Colo do útero
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Ao redor do colo do útero, existe um breve espaço denominado fórnice da vagina. 
A vagina é um tubo muscular elástico, com comprimento que varia entre 7 e 9 cm, 
inicia-se no final do colo do útero e segue até o vestíbulo da vagina. Assim, seu final 
é delimitado pela presença genitais externos. A vagina está situada entre a bexiga 
urinária e o reto e é o principal órgão receptor para o pênis quando há relação sexual. 
Também é a via de saída do fluxo menstrual e de passagem do feto no momento do 
parto natural (TORTORA; DERRICKSON, 2012). A próxima figura mostra estruturas 
externas e internas do sistema genital feminino.
Sistema genital feminino
Plano sagital
Folículo ovárico
Colo sigmóide
Escavação
retouterina
Fórnice da vagina
Colo do útero
Vagina
Reto
Ânus (Abertura
do canal anal)
Ovário
Tuba uterina
Escavação
vesicouterina
Bexiga urinária
Sín�se púbica
Uretra
Glândulas uretrais
Glândula
vestibular
maior
Miométrio
Perimétrio
Endométrio
Útero
Clitóris
Lábio menor do pudendo
Lábio maior do pudendo
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 728. (Adaptado).
As particularidades da parede uterina merecem destaque, assim como as estru-
turas de sustentação desse sistema. 
A camada mais interna do útero é o endométrio, formado por tecido glandular 
e conhecido como uma túnica mucosa. A camada muscular externa é o miométrio, 
porção de musculatura lisa. Há ainda uma camada externa, o perimétrio, descrito 
como uma túnica serosa, uma porção incompleta do peritônio que reveste o fundo do 
útero e suas faces anterior e posterior (MARTINI; TIMMONS; TALITSCH, 2009).
A cavidade uterina é o local de implantação do óvulo fertilizado e do desenvolvi-
mento do feto durante a gestação. A cada ciclo menstrual, quando o ovócito não é fecun-
dado, descama sua camada mais interna, ou seja, o endométrio (SILVERTHORN, 2010).
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 42
Quanto à sustentação e anatomia específica da organização abdominal, os 
ovários, as tubas uterinas e o útero estão associadosa diversos ligamentos, ilustrados 
na figura a seguir.
Ligamento largo e demais estruturas
Ligamento largoLigamento
uterossacro
(retouterino)
Ligamento
transverso
Útero Tuba uterina
Ligamento
redondo
Ovário
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O ligamento largo do útero é uma projeção do peritônio e impede principal-
mente movimentos de rotação. As tubas seguem pela margem superior desse liga-
mento, lateralmente aos ovários. Os ovários, por sua vez, são sustentados por pregas 
largas desse mesmo ligamento, denominadas mesovário. 
De acordo com Martini, Timmons e Tallitsch (2009), outros três pares de liga-
mentos suspensos auxiliam na sustentação e estabilização da posição do útero e 
demais órgãos genitais associados, evitando principalmente movimentos verticais. O 
par de ligamentos uterossacros (retouterinos) se estende desde a superfície lateral 
do útero até a face anterior do osso sacro e restringe principalmente a movimentação 
inferior. O par de ligamentos redondos parte das margens laterais do útero (inferiores 
à porção de fixação das tubas uterinas) e seguem anteriormente até os tecidos conec-
tivos dos órgãos genitais externos (lábios maiores do pudendo), restringindo princi-
palmente os movimentos posteriores do útero. Por fim, os ligamentos transversos 
partem da altura do colo do útero e da vagina lateralmente para as paredes da pelve 
e evitam movimentos inferiores. A musculatura esquelética adjacente e as fáscias do 
diafragma da pelve proporcionam uma sustentação adicional.
Quanto ao suprimento sanguíneo do útero, segundo Martini, Timmons e Tallitsch 
(2009), ele provém dos ramos das artérias uterinas, que se originam das artérias ilíacas 
internas e de ramos das artérias ováricas (originadas da porção abdominal da aorta). 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 43
6.3.3 Períneo e estruturas associadas
O períneo, presente tanto no homem quanto na mulher, é uma área em forma de 
losango localizada entre as coxas e nádegas, onde estão contidos os genitais externos 
e o ânus, e se divide em dois trígonos: urogenital (anterior) e anal (posterior).
Conforme Martini, Timmons e Tallitsch (2009), os músculos do períneo partem 
do sacro e do cóccix até o ísquio e o púbis e atuam na sustentação dos órgãos alojados 
na cavidade pélvica. Esses músculos estão divididos em superficiais e profundos. 
Destacam-se no sistema geniturinário os músculos superficiais do trígono 
urogenital, que estão relacionados aos órgãos genitais externos e se sobrepõem aos 
músculos profundos que dão sustentação ao assoalho pélvico e circundam a uretra. De 
acordo com Martini, Timmons e Tallitsch (2009), os esfíncteres externos permitem o 
controle voluntário dos atos de micção e defecação.
6.3.4 Glândulas mamárias
As mamas estão situadas sobre os músculos peitoral maior e serrátil anterior, 
fixadas por meio de tecido conjuntivo bilateralmente no tórax, e nelas estão as glân-
dulas mamárias, que são glândulas sudoríferas modificadas, isto é, produzem leite em 
vez de suor (MARTINI; TIMMONS; TALITSCH, 2009).
Estrutura da mama (mama esquerda)
Músculo peitoral maior
Tecido adiposo da mama
Ligamentos suspensores
da mama
Lobos das glândulas mamárias
Ducto lactífero
Aréola da mama
Papila mamária
Seio lactífero
Fonte: MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 740. (Adaptado).
Cada glândula conta com entre 15 e 20 lobos, divididos em pequenos lóbulos secre-
tores. Ao ser produzido, o leite passa pelos ductos lactíferos, que drenam o conteúdo em 
direção a uma mesma saída: a papila mamária. Nessa região, os ductos se expandem, 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 44
formando uma câmara denominada seio lactífero. A aréola da mama possui tecido 
rugoso e glândulas sebáceas e circunda a papila mamária, que forma uma projeção cônica. 
De acordo com Martini, Timmons e Tallitsch (2009) e Tortora e Derrickson (2009), a 
irrigação sanguínea mamária se dá por ramos da artéria torácica. As funções primordiais 
das glândulas mamárias envolvem a produção e ejeção de leite (lactação) e estão direta-
mente relacionadas à gravidez e ao parto, assunto que estudaremos na próxima seção. 
6.4 Gestação
A gestação marca o processo de criação de nova vida, pois um novo ser humano 
será gerado no ventre de uma mulher. Embora o processo possa ser descrito com foco 
no bebê, precisamos atentar para as alterações que a mulher passa durante a gestação, 
pois é uma fase delicada, na qual as alterações anatômicas, apesar de transitórias, 
podem causar mudanças permanentes caso complicações ocorram nesse período.
6.4.1 Alterações anatômicas durante a gravidez
A gestação é um momento que traz grandes alterações para diversos sistemas 
corporais na mulher. Behnke (2015) afirma que esse processo comumente gera distúr-
bios musculoesqueléticos e pode gerar desde pequenos desconfortos até incapacita-
ções diversas.
As alterações mais evidentes se iniciam com alterações morfológicas (forma e 
tamanho) nos órgãos internos do sistema genital feminino quando, após o processo 
de implantação do óvulo fecundado, o útero passa a ser o abrigo do embrião e feto 
pelos próximos nove meses. Por essa razão, o útero sofre grande expansão durante 
a gestação. O miométrio, formado por músculo liso, se expande conforme neces-
sário para abrigar o bebê na cavidade abdominal da mãe, e, no momento do parto, as 
contrações da musculatura uterina auxiliam na saída do feto. 
Segundo Tortora e Derrickson (2012), como o útero está situado superiormente à 
bexiga urinária, a vontade constante de urinar se justifica pela compressão da estrutura 
nos meses mais avançados da gestação. Além disso, o aumento do volume abdominal 
prejudica a expansão do diafragma durante a respiração, dificultando a inspiração. 
Outra alteração no corpo da mulher é o ganho de peso, referente à presença do 
feto, do líquido amniótico, da placenta, do aumento do volume do útero e do volume 
de água corporal total. Assim, ocorre o crescimento da circunferência abdominal e das 
mamas, resultando, em alguns casos, em estrias, causadas pela distensão da pele. O 
sistema cardiovascular também é afetado pelo aumento do volume corporal (água 
corporal + volume sanguíneo), e a maior parte das alterações é notada a partir do 
segundo trimestre de gestação (TORTORA; DERRICKSON, 2012). 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 45
Podemos compreender melhor o impacto da gravidez no corpo da mulher obser-
vando a imagem a seguir. 
Modelo do útero gravídico e alterações anatômicas
Não-gestante
Intestino delgado
EstômagoColo transverso
Fundo do útero
Cordão umbilical
Placenta
Bexiga urinária
Sín�se púbica
Vagina
Uretra
Pâncreas
Aorta
Veia misca
comum
Tampão (mucoso)
do colo do útero
Óstio do útero
Reto 
Gestante a termo (feto a termo)
Fígado
Fonte:MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009, p. 761. (Adaptado).
Como verificamos na imagem, a projeção do abdome altera também a biomecâ-
nica da coluna vertebral, impactando diretamente a postura da gestante. Segundo 
Behnke (2015), essa alteração promove aumento da curvatura lombar, com maior sobre-
carga nas vértebras da região. Sob esse aspecto, a musculatura também é mais exigida, 
uma vez que, para manter o equilíbrio, a gestante está constantemente contraindo os 
músculos posteriores do tronco para evitar a tendência de cair para frente pelo peso do 
abdome. Ainda conforme o autor, todas essas alterações podem acarretar contraturas 
musculares, dores localizadas na coluna e compressões de nervos da região lombar.
O períneo, como já estudamos neste capítulo, é a área que contém os órgãos geni-
tais externos e o ânus. Desse modo, é uma das estruturasmais comprometidas durante 
a gestação e após o parto natural, uma vez que a sustentação do peso do feto e dos 
órgãos abdominais sobrecarregam diretamente esses músculos, provocando fadiga. 
Ainda, no caso de parto natural, a passagem pelo canal vaginal durante o nascimento 
pode levar a uma grande distensão e, em casos mais graves, à ruptura do tecido.
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Outra alteração diz respeito à nutrição do neonato, que não possui estruturas 
desenvolvidas para mastigação de alimentos, portanto, depende inteiramente do alei-
tamento materno. As glândulas mamárias das mulheres gestantes também sofrem 
grande alteração, tendo em vista que sua função é a lactação, ou seja, síntese e ejeção 
de leite. Durante a gestação, a produção é realizada a partir do estímulo hormonal da 
prolactina (adenohipófise). Na amamentação, a ejeção do leite é estimulada a partir da 
sucção realizada pelo bebê na papila mamária da mãe, com consequente liberação do 
hormônio ocitocina (neurohipófise) (TORTORA; DERRICKSON, 2012). 
6.4.2 A placenta
Como vimos, a implantação do óvulo no útero dá início a uma cadeia de alte-
rações. Uma delas é a formação da placenta, vital à sobrevivência do feto, pois sua 
função é ligar o sistema materno ao embrionário, provendo suprimentos respiratórios 
e nutricionais fundamentais para a nova vida que se formará pelos próximos meses. 
A placenta permite a troca de gases, nutrientes e resíduos entre as correntes 
sanguíneas da mãe e do feto e atua como um órgão endócrino, ou seja, como uma 
glândula, produzindo hormônios (gonadotrofina coriônica humana) que preservam a 
estrutura em desenvolvimento até sua estabilização, após o terceiro mês de gestação. 
Segundo Martini, Timmons e Tallitsch (2009), também produz hormônios impor-
tantes (relaxina) que auxiliam na distensão do colo do útero no momento do parto e no 
preparo das glândulas mamárias para a produção de leite.
6.4.3 Cordão umbilical
O cordão umbilical é o elo físico entre mãe e feto. A estrutura envolve duas arté-
rias umbilicais que fluem do feto para a placenta e uma veia umbilical que retorna da 
placenta para o feto (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
A placenta fornece oxigênio e nutrientes, eliminando o dióxido de carbono e resí-
duos metabólicos. O sangue oxigenado passa para o feto por meio da veia umbilical, 
que chegará ao fígado do feto (TORTORA; DERRICKSON, 2012).
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 47
Átrio
direito
Ventrículo
direito
Circulação fetal
Circulação ao nascer
Sangue oxigenado
Mistura de sangue
oxigenado e desoxigenado
Sangue desoxigenado
Arco da aorta
Veia cava superior
Pulmão
Coração
Fígado
Veia porta do fígado
Umbigo
Veia cava inferior
Parte abdominal da aorta
Artéria ilíaca comum
Bexiga urinária
Uretra
Placenta
CORDÃO UMBILICAL
Artéria pulmonar
Veias pulmonares
Átrio
esquerdo
Ventrículo
esquerdo
DUCTO ARTERIAL
transforma-se em
Ligamento arterial
FORAME OVAL
DO CORAÇÃO
transforma-se
em Fossa oval
DUCTO VENOSO
transforma-se em
Ligamento venoso
VEIA UMBILICAL
transforma-se
em Ligamento
redondo do fígado
ARTÉRIAS UMBILICAIS
transformam-se em
Ligamentos umbilicais
mediais
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 423. (Adaptado).
Enquanto feto, as duas artérias umbilicais que conduzem o sangue para a placenta 
formam o cordão umbilical. Após o nascimento, elas se transformam em dois cordões 
fibrosos, os ligamentos umbilicais, que partem das artérias ilíacas mediais, passam pela 
lateral da bexiga urinária e se fixam no umbigo. No adulto, a veia umbilical se torna o 
ligamento redondo do fígado (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
6.4.4 Fases da gestação
O início da gravidez é marcado pela nidação, termo utilizado para descrever a 
implantação do óvulo fecundado no útero. A partir do 9° dia de implantação até a 12ª 
semana, dizemos que existe um embrião, fase da formação inicial e complexa dos prin-
cipais sistemas orgânicos, principalmente do sistema nervoso. Esse é o período de maior 
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AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 48
risco para o embrião, por isso, há diversas recomendações de cuidados para as mães 
nesse período. No final dessa fase, o embrião se torna um feto e, segundo Martini, 
Timmons e Tallitsch (2009), mede em torno de 75 mm e pesa aproximadamente 14 g.
Após a 12a semana, a formação de ossos do crânio está em pleno funcionamento, 
e os sistemas seguem seu desenvolvimento, pois, no último trimestre, todos são 
funcionais, exceto o respiratório, uma vez que o feto não utiliza suas vias respiratórias 
para obtenção de oxigênio. Conforme Martini, Timmons e Tallitsch (2009), é no último 
trimestre que ocorre o maior ganho de peso, em torno de 2,6 kg.
Podemos visualizar a formação do embrião e do feto nas imagens a seguir.
Fases da gestação
Encéfalo em
desenvolvimento
Proeminência
cardíaca
Medula espinal em
desenvolvimento
(b) Embrião de 24 dias
(c) Embrião de 32 dias
Placódio da lente
Proeminência
cardíaca
Broto do membro
superior
Cauda
Broto do membro
inferior
(d) Embrião de 44 dias
Placódio ótico
Membro superior
Membro inferior
Cordão umbilical
Nariz em
desenvolvimento
(f) Feto de 10 semanas
Olho
Nariz
Orelha
Membro
superior
Saco
vitelino
Costela
Placenta
Cordão
umbilical
Membro
inferior(e) Embrião de 52 dias
Orelha
Olho
Nariz
Membro
superior
Cordão
umbilical
Membro
inferior
(g) Feto de 13 semanas
Orelha
Olho
Nariz
Boca
Membro superior
Cordão umbilical
Membro inferior
(h) Feto de 26 semanas
Orelha
Olho
Nariz
Membro superior
Boca
Membro inferior
Placa neural
(a) Embrião de 20 dias
Sulco neural
Saco vitelino
Margem
seccionada
do âmnio
Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 612. (Adaptado).
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À medida que as semanas passam, o crescimento fica mais lento. E mesmo após 
o bebê nascer, seus sistemas não estão completamente formados. Segundo Tortora e 
Derrickson (2012), o sistema nervoso, por exemplo, sofre grandes alterações de desen-
volvimento ao longo do primeiro ano de vida. Os autores ainda destacam que a chance 
de sobrevida de bebês prematuros é maior quando nascem após o período entre a 
26ª e 29ª semana de gestação, pois nessa fase os pulmões já estão aptos a fornecer a 
ventilação necessária e o sistema nervoso está suficientemente desenvolvido para que 
haja controle da respiração e da temperatura do organismo. 
Neste capítulo, estudamos o sistema urinário, que filtra nosso sangue e elimina a 
urina, e os sistemas genitais masculino e feminino, relacionados à reprodução humana. 
Também compreendemos as alterações que ocorrem no corpo da gestante e vimos as 
fases da gestação, cujos acontecimentos principais determinam todo desenvolvimento 
futuro da vida gerada. 
AnAtomiA gerAl e primeiros socorros 50
Referências 
BEHNKE, R. S. Anatomia do Movimento. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
DISTAL. In: FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Eletrônico Aurélio. 4. ed. Curitiba: 
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HAMMER, D.; MCPHEE, G. Fisiopatologia da Doença. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
MARTINI, F., TIMMONS, J.; TALLITSCH, B. Anatomia Humana. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009. 
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisio-
logia. 8. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2012.

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