Logo Passei Direto
Buscar
Material
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Botânica
Organografia
Organizadores
Maria Rita Cabral Sales de Melo 
Rafaela Alves Pereira-Silva 
Autores
Maria Rita Cabral Sales de Melo 
Rafaela Alves Pereira-Silva 
Tianisa Prates Boeira 
Diagramação e capa
Melquíades Henrique Barbosa da Silva 
Ilustração
Edilton Vital de Oliveira Neto
Prefácio
Ednaldo José da Silva 
Reitor: Prof. Marcelo Brito Carneiro Leão 
Vice-Reitor: Prof. Gabriel Rivas de Melo 
Conselho Editorial 
Bruno de Souza Leão 
: 
Maria Wellita Santos 
 Editora Universitária da UFRPE 
–
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Sistema Integrado de Bibliotecas da UFRPE 
Biblioteca Central, Recife-PE, Brasil 
M528b Melo, Maria Rita Cabral Sales de
 Botânica: organografia / Maria Rita Cabral Sales de Melo, 
Rafaela Alves Pereira da Silva. – 1. ed. - Recife: EDUFRPE, 2021.
108 p. : il.
Ebook:PDF
ISBN: 978-65-86547-35-1
1. Botânica - Morfologia 2. Raízes (Botânica) 3. Folhas
4. Flores 5. Fruto 6. Sementes 7. Caule I. Silva, Rafaela Alves
Pereira da II. Título
CDD 581
 
 
 
 
Sobre as autoras 
 
Maria Rita Cabral Sales de Melo 
 
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas, especialista em 
Docência do Ensino Superior, Mestre e Doutora em Botânica, 
professora de Anatomia, Morfologia e Sistemática de 
Fanerógamas, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, 
curadora do Herbário PEUFR-UFRPE. Responsável pela 
idealização deste livro, escrita e revisão. 
 
Rafaela Alves Pereira-Silva 
 
Pós-doutora em Botânica pelo Programa de Pós-Graduação em 
Botânica da UFRPE. Tem experiência com a linha de Pesquisa de 
Taxonomia de fanerógamos. Responsável pela escrita, 
formatação e revisão. 
 
Tianisa Prates Boeira 
 
Mestre em Sistemática e Evolução, atualmente é técnica em 
laboratório no Herbário Professor Vasconcelos Sobrinho 
(PEUFR), no Departamento de Biologia da Universidade Federal 
Rural de Pernambuco (UFRPE). Responsável pela escrita do 
capítulo de Semente deste livro. 
 
 
 
 
 
 
 
Prefácio 
Conhecemos as plantas e sua importância através do 
senso comum, de nossas experiências pessoais com elas e a 
partir de suas utilidades enquanto supridoras das necessidades 
humanas seja por serem utilizadas na construção de casas, 
móveis ou na indústria de papel; ou como fontes de nutrientes e 
usadas na alimentação humana e animal; ou por seus usos como 
chás e banhos em rituais religiosos; ou por seus efeitos 
alucinógenos ou curativos os quais estima-se terem sido 
utilizados desde pelos Neanderthais há aproximadamente 
60.000 anos até os dias atuais. 
Em “A Mandrágora” de Nicolau Maquivel, Calímaco trama 
seu plano para deitar-se com a linda Lucrécia, esposa de Messer 
Nicia, utilizando os poderes promotores da fertilidade 
(afrodisíacos) da Mandrágora, uma planta típica da Eurásia 
pertencente à família Solanaceae. A mesma Mandrágora foi 
emprestada a lendas e a outras obras como em Harry Potter e a 
Câmara Secreta onde a planta, além de possuir efeitos curativos, 
apresentam feições humanas e o grito de suas raízes seriam 
insuportáveis ao ser humano quando expostas. Ainda, plantas 
insetívoras são representadas em filmes “hollywoodianos” como 
sendo monstros cheios de dentes dispostos a devorador a mais 
inocente das crianças. 
Ainda que as plantas possam ser personificadas e a elas 
sejam atribuídas características motoras e sensoriais 
tipicamente humanas na literatura e cinema, ao depararmos com 
as plantas desde as algas aos Jatobás, vemos seres que sabemos 
serem vivos, mas que diferentemente dos animais que se movem, 
elas assemelham-se muito mais à matéria bruta inerte que algo 
com vida. Assumimos que o pressuposto da vida está atrelado ao 
movimento e à capacidade de comunicar algo através de uma 
 
 
 
linguagem a que estamos acostumados. Logo, se compreender as 
plantas como seres vivos já é difícil de aceitar através do senso 
comum, imagine associá-las a comportamentos e mecanismos de 
comunicação fora do sobrenatural “hollywoodiano”! 
Retirando os excessos que o glamour literário e 
cinematográfico dá às plantas, assim como os animais, elas 
apresentam uma fisiologia e estruturas morfoanatômicas que 
possibilitam comportamentos e mecanismos de comunicação 
diferentes aos que estamos acostumados a identificar em 
animais, mas que as permitem interagir com todos os 
componentes bióticos e abióticos das comunidades onde então 
inseridas com sucesso. 
Quem nunca viu um coqueiro com seu caule retorcido e 
não se perguntou o porquê desse comportamento; ou o porquê 
de as folhas de Mimosa fecharem ao serem tocadas, ou as raízes 
de Avicennia que emergem do mangue em direção às nuvens; ou 
ainda, o estranho caso das espécies de plantas “carnívoras” como 
a Drosera que, longe de serem devoradoras de crianças indefesas, 
realmente capturam pequenos insetos. 
Embora a compreensão das plantas parta do senso 
comum através de mitos e conhecimentos tradicionais de suas 
utilidades para o ser humano, a compreensão dos vegetais deve 
envolver um olhar direcionado à planta e sua sobrevivência no 
meio ambiente para além do senso comum e de sua utilidade 
para o homem. 
 Ainda que possamos listar muitas das diferentes formas 
inusitadas de comportamentos apresentados pelas plantas, aqui 
serão abordadas as características morfológicas e adaptações 
para viverem nos mais variados ambientes. 
 
Ednaldo José da Silva 
 
 
 
Sumário 
 
 Apresentação 1 
CAPÍTULO 1 Raiz 3 
 Partes constituintes de uma raiz 6 
 Classificação das raízes 7 
 1 - Quanto a sua origem 7 
 2 - Quanto ao meio em que se encontram 8 
 3- Principais adaptações 13 
 4 - Modificações radiculares 14 
CAPÍTULO 2 Caules 16 
 Classificação dos caules 14 
 1 - Quanto à ramificação 17 
 2 - Quanto à consistência 18 
 
3 - Quanto à localização no meio 
ambiente 
19 
 4 - Modificações caulinares 26 
CAPÍTULO 3 Folha 30 
 
 
 
 Adaptações foliares 30 
 
As folhas apresentam diversas 
classificações 34 
 
1- Quanto às suas partes: 
 
34 
 2 - Quanto à subdivisão do limbo 35 
 3 - Quanto à sua inervação 37 
 4 – Quanto à consistência 38 
 5 - Quanto à coloração 
38 
 
 
6 - Quanto à filotaxia (distribuição das 
folhas no caule) 
39 
CAPÍTULO 4 Flor 44 
 Partes constituintes 44 
 As flores apresentam diversas classificações 45 
 
1- Quanto ao pedúnculo 
45 
 2 - Quanto ao número de peças florais 46 
 
3 - Quanto à homogeneidade das peças 
florais 
46 
 Classificação do cálice 47 
 1 - Quando a soldadura de suas sépalas 47 
 
 
 
 2- Quanto ao número de sépalas 48 
 3 - Quanto à duração das sépalas 49 
 Classificação da corola 51 
 1 - Quanto à soldadura de suas pétalas 51 
 2 - Quanto ao número de pétalas 51 
 3 - Quanto à duração das pétalas 52 
 4 - Quanto à simetria 53 
 5 – Quanto ao formato das pétalas 54 
 
Classificação das flores em 
relação ao sexo 55 
 Androceu 56 
 Classificação do androceu 56 
 1 – Quanto ao tamanho dos estames 56 
 2 – Quanto à soldadura 57 
 
3 – Quanto ao tipo de abertura da antera 
(deiscência), para saída do pólen 
58 
 4 – Quanto à inserção do filete na antera 59 
 5 – Quanto à sua posição na flor 60 
 
 
 
 
6 - Quanto ao número de estames em 
relação ao de pétalas 
61 
 Gineceu 60 
 Classificação do gineceu 62 
 
1 – Quanto à posição do ovário no 
receptáculo 62 
 2 - Quanto ao número de carpelos 63 
 Inflorescência 65 
 Tipos de Brácteas 65 
 
Classificação das inflorescências 
de acordo com o crescimento do 
eixo central 
66 
 
Inflorescências Definidas ou Cimeiras ou 
Inflorescências Simpódicas 66 
 Inflorescências Indefinidas ou racimosas 69 
CAPÍTULO 5 Fruto 74 
 Função 75 
 Classificação dos frutos 76 
 1 – A consistência do mesocarpo 76 
 2– A sua deiscência 76 
 3 – O tipo de abertura 77 
 
 
 
 4 - A ontogenia, origem 78 
 
5 - A consistência do mesocarpo e suadeiscência 
80 
CAPÍTULO 6 Semente 84 
 Constituição da semente 84 
 1-Envoltórios 84 
 
2-Quanto ao número de tegumentos 
 
85 
 3-Tegumento suplementar 86 
 4-Reservas 86 
 5-Embrião 88 
 6-Germinação 91 
 7- Tipos de Germinação 92 
 
8- Dispersão de sementes e frutos 
(diásporos) 
92 
 9- Síndrome de dispersão 93 
 Leituras adicionais recomendadas 94 
 
1 
 
Apresentação 
 
A colaboração entre Maria Rita, Rafaela e Tianisa, duas 
Biólogas e uma Gestora Ambiental, com formações amplas, 
aprofundadas e complementares nos premiou com uma obra de 
suma importância para iniciantes na Botânica, seja para 
estudantes de Agronomia, Biologia, Veterinária, Zootecnia, 
Ciências ambientais, ou, para estudantes de Pós-graduações das 
diferentes áreas das Ciências biológicas, Biodiversidade e 
Ciências Agronômicas como para profissionais de diversas áreas 
das Ciências Naturais. 
O Resultado desta colaboração foi um livro completo que 
traz a estrutura do corpo vegetal desde a germinação da semente 
nas plantas fanerogâmicas, quando a semente germina e a 
radícula se distende por divisões e ocorre o alongamento celular 
originando a raiz primária, e o caulículo se desenvolve formando 
o caule até chegar aos tipos de germinação de sementes 
passando pelas diferentes partes da planta. Capítulo a Capítulo 
observamos o cuidado das autoras com o texto, com as 
ilustrações, com as belíssimas fotografias e, com a apresentação 
de um glossário tão útil e importante ao entendimento desta 
ciência maravilhosa. 
O capítulo inicial apresenta conceitos importantes de 
tipos de crescimento em função de estímulos externos, passa 
para as funções e suas partes e, entra nas classificações das 
raízes em função de vários aspectos, adaptações e modificações 
das raízes, as funções, formas, classificações, localizações do 
caule em diferentes ambientes e as nos encontramos com as 
curiosidades dos caules. No capítulo seguinte somos 
apresentados ao mundo das folhas, suas partes constituintes, 
tipos de folhas, na filotaxia e nas suas adaptações e classificações, 
seguimos então para a organografia das flores, o capítulo mais 
colorido, o “mundo” belíssimo e fascinante das flores. Neste 
capítulo encontramos a importância deste órgão e aprendemos 
sobre as partes que as compõem uma flor completa, pedúnculo, 
receptáculo, cálice, corola e as classificações das flores em função 
 
2 
 
da presença, forma, número, soldadura e simetrias das peças 
florai e classificação quanto ao sexo, aprendemos sobre gineceu e 
androceu e finalizamos o capítulo com o conhecimento das 
inflorescências. O “saboroso” capítulo de frutos vem para nos 
“enlaçar” na organografia. É um capítulo de “dar água na boca”! 
Sim! Somos apresentadas as características do fruto, as origens 
dos frutos, partes de frutos, classificações dos frutos e 
finalizamos nosso produtivo e necessário conhecimento sobre a 
organografia de plantas com o detalhado e, maravilhoso estudo 
das sementes. Logo no início do capítulo, as autoras nos 
informam que esta estrutura está “envolvida na disseminação, 
proteção e reprodução de vegetais terrestres pertencentes ao 
grupo das Espermatófitas (plantas com sementes): as 
Gimnospermas e Angiospermas”, seguimos aprendendo sobre as 
partes constituintes, classificações e entramos nos tipos de 
disseminação das sementes. Uma viagem linda, uma obra 
maravilhosa para todos que amam a ciência Botânica. Este livro 
vai fazer a diferença para quem gosta ou precisa estudar a 
organografia de plantas. 
 Ariadne do Nascimento Moura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 Raiz 
Raiz (do latim “radix”) é a estrutura do corpo vegetal 
especializada na fixação da planta a um substrato, absorção e 
condução de água e sais minerais do ambiente para as demais 
partes da planta. As raízes são geralmente estruturas 
aclorofiladas, não segmentadas, desprovidas de folhas e gemas 
(exceto as raízes gemíferas). 
Nas sementes das fanerógamas 
em germinação, encontra-se o embrião, 
que apresenta uma raiz embrionária 
(radícula), um eixo caulinar embrionário 
(hipocótilo-epicótilo) e uma ou duas 
folhas embrionárias, os cotilédones 
(Figura 1). 
Quando a semente germina, a radícula se distende por 
divisões e alongamento celular originando a raiz primária, e o 
caulículo se desenvolve formando o caule. Dessa forma, é 
possível observar que a raiz é a primeira estrutura a emergir da 
semente na geminação, auxiliando a plântula na fixação ao solo, 
na absorção da água e posteriormente na condução de sais 
minerais para o topo da planta, permitindo colonizar o ambiente 
(Figura 1). Algumas raízes são órgãos de reserva e são utilizadas 
pelo homem para alimentação, tais como a cenoura, batata-doce, 
macaxeira e beterraba. 
Se a planta apresentar raízes terrestres, estas terão 
geotropismo positivo, crescem em direção ao solo e o caule 
geotropismo negativo, crescem em direção contrária ao solo. 
Funções da raiz: 
Fixação, absorção, 
condução e 
armazenamento. 
 
4 
 
Se a planta for uma Monocotiledoneae, as células do ápice 
radicular se degeneram e surgem várias raízes da base do caule, 
colo ou coleto, não havendo uma raiz principal. Nas 
Dicotiledoneae a radícula irá produzir a raiz axial ou pivotante, 
em geral, esse tipo de raiz atinge maiores profundidades no solo 
do que a raiz fasciculada, entretanto esta última é bastante 
utilizada na prevenção de erosão devido à facilidade de se 
fixarem ao solo. 
 
 
 
 
As raízes podem se apresentar de diversas formas, 
subterrâneas, aéreas, aquáticas, coletoras e pnematóforos, cada 
qual com suas adaptações que permitem as plantas 
sobreviverem aos diferentes ambientes e suportarem bem as 
vulnerabilidades de seus habitats. 
 
 
Tropismo é o crescimento da planta em resposta a um 
estímulo externo. Geotropismo é uma das formas de tropismo. 
Sementes 
Arilo 
Hipocótilo 
Cotilédones 
Eófilo 
Radícula 
Raízes 
 
5 
 
 
 
Figura 1 – A e B. Fases de germinação de uma semente de angiosperma. 
 
 
6 
 
 
Partes constituintes de uma raiz 
 
Em sua extremidade (região terminal) encontramos uma 
estrutura resistente em forma de cone (coifa ou caliptra) que 
protege a região do meristema primário (tecido de crescimento), 
seguida por uma zona de alongamento (zona lisa), responsável 
pelo crescimento, em comprimento, das células radiculares. 
Acima da zona lisa, observamos a presença de pêlos absorventes 
(zona pilífera), região que proporcionalmente aumenta a área de 
absorção de nutrientes. A zona de ramificação é a zona mais 
velha da raiz e promove a formação das raízes laterais (Figura 2). 
Colo ou Coleto: região de transição entre caule e raiz. 
Diferencia-se pelo tipo de tecido que passa a ter o floema e 
xilema, originalmente alternados na raiz em feixes (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 – Esquema de uma raiz com destaque para seus elementos 
constituintes. 
Colo 
Raizes laterais 
Raiz axial 
Pelos radiculares 
Coifa 
 
7 
 
Classificação das raízes 
 
1 - Quanto a sua origem: 
 
A - Pivotante ou Axial: Característico das dicotiledôneas; se 
origina do ápice da radícula (Figura 3A). Ex.: Goiabeira, 
mangueira, etc. 
 
B - Fasciculada ou Cabeleira: Característico das 
monocotiledôneas, não apresenta um eixo principal (Figura 3B). 
Origina-se do colo ou coleto do embrião, a região apical da 
radícula se degenera e surgem varias raízes da base do caule; 
apresenta a forma de cabeleira. Ex.: Capins, cana-de-açúcar, etc. 
 
Tanto as raízes axiais como as fasciculadas podem acumular 
substâncias de reserva. Passam, então, a ser chamadas de 
tuberosas. Ex.: Cenoura, beterraba, aipim, nabo, rabanete. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Tipos de raiz quanto a sua origem. A – Raiz pivotante de alface 
(Lactuta sativa – Asteraceae). B – Raiz fasciculada de clorofito (Chlorophytum 
comosum – Asparagaceae). 
 
Raiz principal Raizes laterais 
Raiz fasciculada 
A B 
Raiz principalRaízes laterais 
Raiz fasciculada A B 
 
8 
 
2 - Quanto ao meio em que se encontram: 
 
A - Terrestres: São raízes subterrâneas, a maioria dos vegetais 
apresenta este tipo de raiz. Como um tipo especial de raiz 
terrestre tem-se: 
 
A.1 - Raiz contrátil: São raízes ocorrentes em algumas plantas 
do cerrado, é um subterfúgio da planta, já que permite o 
aprofundamento de cormos, bulbos e rizomas mantendo suas 
gemas protegidas de possíveis adversidades, como o fogo que 
ocorra na superfície. Geralmente as raízes contráteis são as 
primárias, permitindo o aprofundamento de sementes que caem 
de suas plantas mãe (Figura 4). 
 
 
 
Figura 4 – Raiz contrátil de dente-de-leão (Taraxacum officinale – Asteraceae). 
 
B - Aéreas: São raízes que se encontram expostas ao ar, tem-se: 
 
 
9 
 
B.1 - Raiz Adventícia: São todas aquelas que, secundariamente, 
independentes da raiz primária do embrião, nascem nos caules 
ou nas folhas de qualquer vegetal, geralmente, muito frágeis para 
dar sustentação. 
 
B.1.1 - Raiz Escora: Servem para auxiliar a sustentação, como as 
do milho e coco (Figura 5A). 
 
B.1.2 - Raiz Estranguladora: Raiz que se enrola nas árvores que 
lhe serve de suporte provocando posteriormente o 
estrangulamento delas (Figura 5B). Ex.: Cipós-mata-pau. 
 
B.1.3 - Raiz Tabular ou Sapopema: Tem o aspecto de tábuas ou 
pranchas verticais dispostas radialmente em torno da base do 
caule (Figura 5C). Ex.: Árvores de grande porte. 
 
B.1.4 - Raiz Grampiforme: Apresentam grampos, que fixam o 
vegetal em muros e outras superfícies. Ocorre em várias 
trepadeiras. Ex.: Hera. Ocorre também em algumas epífitas 
(Figura 5D). 
 
B.1.5 - Raiz Sugadora ou Haustório: São encontrados em 
plantas parasitas retirando seiva do vegetal hospedeiro. Os 
haustórios penetram no eixo do hospedeiro para dali retirar sua 
nutrição. 
 
Ex.1: Cipó-chumbo (Cuscuta), planta holoparasita, quase 
completamente aclorofilada, heterótrofa, caule volúvel com 
apressórios que se adere ao hospedeiro indo até seu floema 
retirar a seiva elaborada (Figura 6A). 
 
Ex.2: Erva de passarinho (Psitacanthus), planta hemiparasita, 
clorofilada, autótrofa, seus apressórios vão até o xilema, 
retirando assim a seiva bruta, já que ela faz fotossíntese (Figura 
6B). 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Tipos de raízes adventícias. A – Raiz escora de coqueiro (Cocos 
nucifera – Arecaceae). B – Raiz estranguladora de gameleira (Ficus lyrata – 
Moraceae). C – Raiz tabular de faveira-benguê (Parkia multijuga – Fabaceae). D 
– Raiz grampiforme de singônio (Syngonium angustatum – Araceae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Tipos de raízes sugadoras. A – Raiz sugadora holoparasita de cipó-
chumbo (Cuscuta racemosa – Convolvulaceae). B – Raiz sugadora hemiparasita 
de erva-de-passarinho (Psittacanthus calyculatus – Loranthaceae). 
 
 
C - Aquáticas: Nadante em macrófitas flutuantes e lodosa em 
macrófitas fixas em fundo lodoso. Em todas há uma estrutura 
protetora para o meristema apical que impede o ataque de 
herbívoros a estes tecidos jovens (Figura 7A). 
 
As raízes aquáticas apresentam sua coifa com duas camadas de 
células, pois necessitam de uma proteção extra, já que existem 
muitos animais herbívoros no meio aquático. 
 
D - Coletoras: Emaranhadas em volta do caule do forófito retêm 
matéria orgânica. Comuns em plantas epífitas (Figura 7B). 
 
E - Pneumatóforos ou Respiratórias: Ocorrem em plantas que 
tem suas raízes submersas em água, emitindo então raízes para a 
superfície, que através de seus orifícios há a penetração de ar e 
consequente aeração do sistema radicular. Apresenta 
A B 
 
12 
 
geotropismo negativo, isto é, crescem para cima. Ex.: Plantas de 
mangue (Avicenia) (Figura 7B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – A - Raiz aquática de aguapé (Eichhornia crassipes – Pontederiaceae). 
B – Raiz coletora de bromélia-amarela (Guzmania scherzeriana – 
A 
B 
Pneumatódio 
(poro) 
Pneumatóforo 
Raiz 
subterrânea 
C 
 
13 
 
Bromeliaceae). C – Raiz respiratória de mangue-branco (Avicennia germinans – 
Acanthaceae). 
 
 
3- Principais adaptações: 
 
A – Velame: Tecido especializado em reter água e 
fotossintetizante (também chamadas de assimiladoras). Ex.: 
Raízes das orquídeas (Figura 8A). 
 
B - Nódulos Radiculares: Surgem nas raízes, principalmente das 
plantas de Leguminosae, originados a partir das infestações de 
bactérias fixadoras de N2 (forma utilizada, do nitrogênio, pela 
planta), beneficia a planta já que permite retirar com mais 
eficiência o nitrogênio do solo (simbiose) (Figura 8B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Tipos de adaptações radiculares. A – Velame de chuva-de-ouro 
(Cattleya trianaei – Orchidaceae). B – Nódulos radiculares de soja (Glycine max 
– Fabaceae). 
 
 
A B 
 
14 
 
C - Raízes Tuberosas: São raízes especializadas como órgão de 
reserva, podendo ser pivotante (nabo, cenoura) ou lateral 
(macaxeira, batata doce). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Tipos de raízes tuberosas. A – Raiz tuberosa pivotante de cenoura 
(Daucus carota – Apiaceae). B – Raiz tuberosa lateral de batata-doce (Ipomoea 
batatas – Convolvulaceae). 
 
4 - Modificações radiculares: 
 
A – Gavinhas: Se enrolam a um suporte, seguindo o estímulo de 
contato. Ex.: Vanilla (Baunilha) (Figura 10A). 
 
B – Espinhos: As raízes se transformam em espinhos. Ex.: 
Buritirana (Palmeira) (Figura 10B). 
 
 
 
 
 
A 
B 
Raiz principal 
(tuberosa) 
Raízes laterais 
Raízes laterais 
(tuberosas) 
Raiz lateral 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Tipos de modificações radiculares. A – Gavinhas de baunilha 
(Vanilla planifolia – Orchidaceae). B – Espinhos de buritirana (Mauritiella 
aculeata – Arecaceae). 
 
Você sabia? 
Sabia que as plantas se interconectam através das raízes da 
mesma forma que nós estamos interconetados através do 
Wolrd Wide Web (WWW)? 
As raízes subterrâneas desenvolvem uma espécie de redes de 
comunicação de uma planta com as outras em uma comunidade 
vegetal, elas mantêm uma relação harmoniosa com fungos do 
solo, essa associação simbiótica é chamada de micorrizas. A 
presença do fungo na raiz aumenta a área de absorção de água e 
nutrientes enquanto os fungos recebem da planta compostos 
orgânicos utilizados para o crescimento das hifas e suas 
estruturas de reprodução 
 
Folha 
Gavinhas 
A 
B 
 
16 
 
 
Caule 
 
O sistema caulinar se origina durante o desenvolvimento 
do embrião e é composto pelo caule e suas folhas. O ápice do 
sistema caulinar é responsável pelo crescimento da planta, tanto 
através da produção de folhas quanto das gemas axilares os 
quais formam os ramos. O caule apresenta duas funções muito 
importantes para a planta: a função mecânica que dispõe folhas 
e flores em posição favorável à iluminação e à agentes 
polinizadores e dispersores; e a função fisiológica que é a da 
condução de água e sais minerais das raízes para as folhas e a 
distribuição dos açucares, hormônios para todas as partes da 
planta. 
Assim como ocorre com 
algumas raízes, certos caules 
acumulam reservas nutritivas (como o 
inhame, bata inglesa e cará), ou água 
(plantas de ambientes áridos, como as 
cactáceas e barriguda) e podem realizar fotossíntese (Cactáceas), 
além de apresentarem estruturas de propagação vegetativa 
como a bananeira. 
Os caules possuem formas variadas, podendo ser aéreos, 
aquáticos ou subterrâneos. Estes últimos são comumente 
confundidos com as raízes. Entretanto, podem ser reconhecidos 
por apresentarem-se como um eixo com nós e entrenós e 
apresentarem gemas e as folhas em sua porção terminal, 
diferindo da organização das raízes que não as apresentam. 
Dessa forma, ao contrário das raízes, os caules possuem 
ramificações exógenas, que são promovidas pelas gemas axilares 
ou laterais, permitindo o crescimento contínuoao longo de toda 
a vida da planta, formando gemas que darão origens às folhas, 
ramos e estruturas reprodutivas. 
 
 
Caule é órgão da planta 
que fornece suporte 
mecânico e fisiológico 
para a planta. 
 
17 
 
 
Você sabia? 
Sabia que alguns caules são coloridos? Eucalyptus 
deglupta (Blume) uma espécie da família Myrtaceae, conhecido 
como arco-íris eucalipto, é cultivado em todo o mundo como 
árvore ornamental e se destaca pela beleza do seu caule multi-
colorido, durante o descascamento natural do caule, vai sendo 
revelada as cores amarelo, vermelho, azul, laranja, verde, roxo, 
marrom e cinza. 
A coloração do caule, por sua vez, pode estar associada a 
uma estratégia adaptativa, como é o caso de algumas plantas da 
Caatinga que apresentam caules acinzentados. Essa coloração do 
caule nessas plantas se dá devido às camadas de cera ou 
tricomas que ajudam no isolamento dos raios solares 
 
 
Classificação dos caules 
 
1 - Quanto à ramificação: 
 
A - Simples ou não ramificado: São caules que não possuem 
gemas laterais ou elas não se desenvolvem em ramos laterais, 
podendo, em alguns casos, originar inflorescências (Figura 11A). 
Ex.: Palmeiras, mamoeiros. 
 
B - Ramificação Monopodial: São plantas que o seu eixo 
principal é facilmente reconhecido por apresentar crescimento 
vertical, os demais apresentam crescimento obliquo e mais 
vagaroso, essas plantas apresentam sua copa em forma de cone 
(Figura 11B). 
 
C - Ramificação Simpodial: São plantas que apresentam várias 
gemas participando ao mesmo tempo na formação de vários 
eixos, não existe um eixo principal, pois ele perdeu sua 
preponderância sobre os demais ou cessou sua atividade, 
 
18 
 
deixando assim que vários se desenvolvam, essas plantas 
apresentam sua copa arredondada (Figura 11C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Tipos de caule quanto à ramificação. A – Caule simples de 
mamoeiro (Carica papaya – Caricaceae). B – Caule monopodial de araucária 
(Araucaria excelsa – Araucariaceae). C – Caule simpodial de jaqueira 
(Artocarpus heterophyllus – Moraceae). 
 
2 - Quanto à consistência: 
 
A - Herbáceo: São caules flexíveis, tenros, suculentos o tecido de 
sustentação predominante é o colênquima (Figura 12A). 
 
B - Sublenhoso: Caules lignificados apenas na região basal, mais 
velha, junto às raízes e tenros no ápice. Ocorrem em muitos 
subarbustos. Ex.: Coroa-de-cristo (Euphorbia milii – 
Euphorbiaceae); arroz (Oryza sativa – Poaceae) (Figura 12B). 
 
C - Lenhoso: São caules rígidos ou flexíveis, porém consistentes, 
o tecido de sustentação predominante é o esclerênquima, com 
células ricas em lignina (Figura 12C). 
A B C 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 – Tipos de caule quanto à consistência. A – Caule herbáceo de 
manjericão (Ocimum basilicum – Lamiaceae). B – Caule sublenhoso de arroz 
(Oryza sativa – Poaceae). C – Caule lenhoso de cajueiro (Anacardium occidentale 
– Anacardiaceae). 
 
3 - Quanto à localização no meio ambiente: 
 
A – Aéreos: 
 
A.1 - Aéreos erguidos 
A B 
C 
 
20 
 
A.2 - Aéreos rasteiros 
A.3 - Aéreos trepadores 
 
B - Subterrâneos 
 
C - Aquáticos 
 
A.1 - Aéreos erguidos: 
 
Haste: São caules tenros, não lenhosos, geralmente verdes, 
característico de plantas herbáceas (ervas) (Figura 13A). 
 
Tronco: Ocorre na maioria das árvores, robusto, lenhoso, 
ramificado (Figura 13B); algumas espécies como a barriguda e o 
baobá que apresentam um intumescimento devido ao acúmulo 
de água. 
 
Estipe: Ocorre nas palmeiras, geralmente cilíndricos e sem 
ramificações, apresenta entrenós curtos e folhas apenas no ápice 
(Figura 13C). 
 
Colmo: São caules cilíndricos, com nós e entrenós evidentes, 
ramificação monopodial ou sem ramificações, podem apresentar 
o entrenó cheio (cana de açúcar) sendo denominado de colmo 
cheio ou cálamo, quando oco (bambu), denominado de colmo oco 
ou fistuloso (Figura 13D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Tipos de caules aéreos erguidos. A – Haste (Oxalis 
barrelieri – Oxalidaceae). B – Tronco de jambeiro (Syzygium 
jambos – Myrtaceae). C – Estipe de palmeira-imperial (Roystonea 
oleracea – Arecaceae). D – Colmo de cana-de-açúcar (Saccharum 
officinarum – Poaceae). 
 
 
 
A B 
C D 
 
22 
 
 
A.2 - Aéreos rasteiros: 
 
Estolho, radicante: Cresce paralelo ao solo, apresenta entrenó 
alongado, dos nós surgem raízes e ramos. Ex.: Morangueiro 
(Figura 14A). 
 
Prostrado, rastejante: Cresce paralelo ao solo, porém não 
emitem raízes adventícias, fixo ao solo apenas num ponto. Ex.: 
Melancia, jerimum (Figura 14B e C, respectivamente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Tipos de caules aéreos rasteiros. A – Caule estolonífero de 
morangueiro (Fragaria vesca – Rosaceae). B – Caule prostrado de melanceira 
Gavinha 
caule 
A B 
C 
 
23 
 
(Citrullus lanatus – Cucurbitaceae). C – Caule prostrado de Jerimum. 
 
A.3 - Aéreos trepadores: 
 
Sarmento: Cresce paralelo ao solo, porém ao encontrar um 
suporte sobem, emitem gavinhas para fixação. Ex.: Chuchu 
(Figura 15 A), maracujá, uva. 
 
Volúvel, liana ou cipó: Cresce se enrolado a um suporte, não 
apresenta órgão de fixação, quando se enrolam da direita para a 
esquerda são ditos sinistrogiros, e da esquerda para a direita, 
denominados de dextrogiros. Ex.: Trepadeiras e cipós de um 
modo geral (Figura 15B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15 – Tipos de caules aéreos trepadores. A – Sarmento de chuchuzeiro 
(Sechium edule – Cucurbitaceae). B – Liana de feijoeiro (Phaseolus vulgaris – 
Fabaceae). 
 
B – Subterrâneos: De um modo geral os caules subterrâneos 
acumulam água e nutrientes e apresentam potencial de 
propagação vegetativa. 
 
Gavinha 
caule 
A B 
 
24 
 
B.1 - Tubérculo: Caule hipertrofiado por acúmulo de 
substâncias nutritivas. Apresentam suas gemas protegidas por 
catafilos. Ex.: Batata-inglesa (Figura 16A). 
 
B.2 - Rizoma: Cresce paralelo à superfície do solo, emite raízes 
adventícias, em sua maioria apresentam ramificação simpodial. 
Ex.: Bananeira (Figura 16B). 
 
B.3 - Bulbo: Caule reduzido a um disco com vários catafilos; os 
bulbos podem ser tunicados quando os catafilos mais externos 
recobrem os mais externos (cebola), ou escamosos quando os 
catafilos mais externos não recobrem totalmente os mais 
internos (lírio) (Figura 16C). 
 
B.4 - Xilopódio: Caule encontrado nas plantas de cerrado, que 
após as queimadas eles rebrotam novamente; sua estrutura pode 
ser formada por caule e raiz (Figura 16D). 
 
B.5 - Cormo: Caule também envolvido por catafilos, porem 
difere do bulbo por se apresentar mais desenvolvido e com 
menos catafilos e difere do tubérculo por apresentar sua base 
enlanguescida. Ex.: Gladíolo (Figura 16E). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 – Tipos de caules subterrâneos. A - Tubérculo de batata-inglesa 
(Solanum tuberosum – Solanaceae). B – Rizoma de bananeira (Musa acuminata 
– Musaceae). C – Bulbo de cebola (Allium cepa – Alliaceae). D – Xilopódio de 
imbuzeiro (Spondias tuberosa – Anacardiaceae). E – Cormo de palma-de-Santa-
Rita (Gladiolus grandiflorus – Iridaceae). 
 
 
Raízes 
Tubérculos 
Parte aérea 
Rizoma 
Parte aérea 
(pseudocaule) 
Planta 
 jovem 
Raízes 
adventícias 
Parte aérea 
Botão vegetativo 
Catáfilos 
Prato 
Raízes 
A 
B 
C 
D E 
 
26 
 
C - Aquáticos: Geralmente são caules herbáceos e ficam 
submerso nas águas de açudes e lagos. 
 
 
Figura 17 – Caule aquático de elódea (Elodea canadensis – Hydrocharitaceae, 
Figura 17). 
 
4 - Modificações caulinares: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabia? 
Sabia que caule também é casa de formiga?! 
E estas protegem o caule contra ataques de inimigos naturais. 
Modificações estruturais no caule que permitam abrigar 
animaissão chamadas de Domácias. 
 
A B 
 
27 
 
Figura 18. Modificação estrutural no caule da embaúba (Cecropia sp) 
denominada Domácia. A – Formigas saindo do interior do caule da embaúba. B 
– Hábito da embaúba. 
 
A – Suculento: Caule muito consistente e com o interior úmido, 
capazes de armazenar grandes quantidades de água. São 
encontrados em plantas como as cactáceas (Figura 19A). 
 
B - Cladódio e Filocládio: Ambos são caules aéreos e achatados, 
muito semelhantes à folhas. A diferença entre eles é que o 
cladódio o seu crescimento é indeterminado, (palma forrageira 
Figura 19B). Já o filocládio, possui ramos axilares e delgados com 
o crescimento determinado. É comum em aspargo (Figura 19C). 
 
C - Gavinha: Estruturas com função de fixar a planta a um 
substrato; se enrolam graças a estímulos de contato. Ex.: 
Maracujazeiro (Figura 19D). As gavinhas podem também se 
originar a partir dos tecidos foliares. 
 
D - Espinho: Estruturas desenvolvidas com a finalidade de 
proteger a planta contra possíveis predadores. Ex.: Espinho das 
laranjeiras (Figura 19E). 
 
E - Domácia: Estruturas desenvolvidas para abrigar animais. Ex.: 
Embaúba, que aloja formigas no interior dos caules (Figura 18 e 
19F). 
 
F – Pseudobulbo: É um tipo de bulbo aéreo encontrado em 
orquídeas (Figura 19 G). 
 
G – Alado: É uma haste com expansão lateral do caule, tem o 
formato de lâmina e não possui a função de reserva. Podemos 
encontrar em carqueja (Figura 19H). 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
C D 
E F 
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Tipos de modificações caulinares. A – Caule suculento de cacto-bola 
(Echinocactus grusonii – Cactaceae). B – Cladódio de palma-brava (Opuntia 
microdasys – Cactaceae). C – Filocládio de aspargo (Asparagus officinalis – 
Asparagaceae). D – Gavinha de maracujazeiro (Passiflora edulis – 
Passifloraceae). E – Espinho de laranjeira (Citrus x sinensis – Rutaceae). F – 
Domácia de embaúba (Cecropia peltata – Urticaceae). G – Pseudobulbo de coélia 
(Coelia bella – Orchidaceae). H – Caule alado de carqueja (Baccharis trimera – 
Asteraceae). 
 
 
Quem nunca usou casca de árvore para tratar 
alguma doença? Diversos caules de plantas possuem 
propriedades medicinais e são bastante utilizados na medicina 
popular, dentre tantos, podemos falar do Barbatimão, 
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, planta da família 
Fabaceae, cujas cascas do caule são utilizadas para tratar feridas. 
 
 
 
 
 
G 
Botão 
Folha 
Raízes 
adventícias 
Rizoma 
Pseudobulbo 
H 
 
30 
 
 
 
Folha 
 
As folhas têm sua formação 
no meristema apical, originadas das 
camadas superficiais, então podemos 
dizer que são apêndices caulinares, 
diferindo da raiz que são apêndices 
radiculares (as raízes laterais). As 
folhas têm origem exógena e as 
raízes origem endógenas. De acordo 
com a teoria da enação, a formação 
das folhas se deu após diversos passos evolutivos. De forma 
simplista, essas folhas denominadas microfilas seriam resultado 
de brotos provenientes dos caules que apresentavam um único 
feixe vascular; enquanto a teoria telômica defende que os 
telomas terminais de um sistema caulinar ramificado sofreriam 
um achatamento e posterior união desses eixos, resultando em 
uma estrutura foliar com sistema vascular ramificado, as 
megafilas, que apresentam nervuras paralelas. 
As folhas desempenham duas funções principais no 
vegetal, são elas: fotossíntese e respiração; apresentam formas 
bastante variadas, geralmente apresentam bainha, pecíolo e 
limbo ou lâmina foliar, dita completa, quando falta pecíolo ou 
bainha é denominada incompleta, podendo ainda apresentar 
estípulas, que estão situadas na base do pecíolo, em par e em 
posição lateral, comum nas Leguminosae, sua função é proteger 
o primórdio foliar, podendo cair logo após o desenvolvimento da 
folha (caduca), maioria, ou persistir e se desenvolver juntamente 
com a folha, são as ditas persistentes (ex.: ervilha). 
Além disso, os vegetais apresentam tipos especiais ou 
adaptações foliares com funções diversas (figura 20), que 
geralmente não são exercidas pelas folhas, são elas: 
 
Folha é um apêndice 
caulinar e desempenha 
importantes funções como: 
respiração, transpiração, 
reserva de nutrientes, 
atração e proteção, 
reprodução assexuada, 
armadilha e defesa. 
 
31 
 
A – Cotilédones: São as primeiras folhas formadas no embrião, 
apresentam a função de reserva nutricional para o embrião 
(Figura 20A). 
 
B - Hipsofilos ou Brácteas: São folhas modificadas com a função 
de atrair agentes polinizadores e dispersores ou proteger as 
flores (Figura 20B). 
 
C – Catafilos: São folhas sésseis que não possuem pecíolo e 
bainha, onde o limbo insere-se diretamente no caule, apresenta 
função de reserva e de proteção, a cebola é um exemplo (Figura 
20C) 
 
D – Espinhos: Comum nas Cactaceae; ocorre redução foliar com 
intuito de diminuir a perda de água, neste caso a fotossíntese 
passa a ser realizada pelo caule. (Figura 20D) 
 
E – Folhas Insetívoras: Tem a função de capturar insetos 
(Figura 20 E). Estas, devido à pobreza mineral do solo em que 
ocorrem, desenvolveram ao longo de sua evolução folhas 
modificadas em armadilhas capazes de capturar principalmente 
insetos, digeri-los para absorver sais minerais, isso ocorre 
através da ação de enzimas. Ex.: Drosera, Nepenthes. 
 
F – Folhas Coletoras: Ocorre em plantas epífitas principalmente 
as bromélias onde suas folhas são arranjadas de uma maneira 
que armazene água em sua base, lá existem escamas peltadas 
que absorvem a água com seus nutrientes, geralmente as raízes 
destas plantas só funcionam para fixação da planta ao substrato, 
a absorção da água é feita quase na sua totalidade por estas 
folhas. Ex.: Bromélias epífitas (Figura 20F). 
 
G – Folhas Suculentas: Folhas com parênquima aquífero bem 
evoluído (Figura 20G). Ex.: Babosa e Bola-de-neve-mexicana. 
 
 
32 
 
H - Reprodução Vegetativa: As folhas de algumas plantas 
podem ter a função de reprodução como é o caso das begônias e 
flor-da-fortuna (Figura 20H). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antófilos são elementos florais que representam folhas que se 
transformam adaptavelmente para a sua reprodução; e gavinhas 
podem ser formadas por modificações de todo o limbo ou por 
apenas o prolongamento do pecíolo, geralmente encontrado em 
plantas sarmentosas. Ex.: Chuchu. 
 
Eófilos 
Cotilédones 
Inflorescência 
Bráctea 
Folha 
A B 
C D 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20 – Tipos de adaptações foliares. A – Cotilédone de lentilha (Lens 
culinaris – Fabaceae). B – Bráctea de mussaenda (Mussaenda alicia – 
Rubiaceae). C – Catafilo de alho (Allium sativum – Liliaceae). D – Caule suculento 
de coroa-de-frade (Melocactus zehntneri – Cactaceae). E – Folha insetívora de 
planta-jarro (Nepenthes rafflesiana – Nepenthaceae). F – Folha coletora de 
gravatá (Vriesea incurvata – Bromeliaceae). G – Folha suculenta de bola-de-
neve-mexicana (Echeveria glauca – Crassulaceae). H – Folha reprodutora de 
flor-da-fortuna (Kalanchoe blossfeldiana – Crassulaceae). 
 
 
 
 
 
E 
F 
G 
Tampa 
Ascídio 
(vaso) Pelos 
Filamento 
H 
 
34 
 
Você sabia? 
A Vitória-régia possui uma boa adaptação ao ambiente 
aquático, suas folhas têm margens voltadas para cima, nervuras 
espessas e compartimentos de ar, o que permite sua flutuação 
sem que haja inundação de sua superfície o que dificultaria as 
trocas gasosas. 
 
As folhas apresentam diversas classificações 
 
1- Quanto às suas partes: 
 
A – Completa: Uma folha é considerada completa quando 
apresenta três partes (limbo, pecíolo e bainha) (Figura 21A). 
 
B – Incompleta: Quando falta uma ou mais de suas partes. 
 
B.1 – Séssil: Quando não apresenta pecíolo (Figura 21C). 
 
B.2 – Peciolada: Quando apresenta pecíolo e lâmina, sem a 
bainha(maioria das folhas) (Figura 21B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21 – Tipos de folhas quanto às suas partes. A – Folha completa. B – Folha 
incompleta peciolada. C – Folha incompleta séssil. 
Limbo 
Pecíolo 
Bainha 
Pecíolo 
Bainha 
A B C 
 
35 
 
2 - Quanto à subdivisão do limbo: 
A - Folha Simples: Quando o limbo não é subdividido em 
folíolos. A lâmina foliar pode ser: 
 
A.1 – Inteira: Sem recortes (Figura 22A). 
 
A.2 – Lobada: Com recortes superficiais (não atinge a metade da 
borda para a nervura central) (Figura 22B). 
 
A.3 - Fendida ou Partida: Recortes profundos, porém sem 
chegar à nervura central. Ex.: Mamoeiro; carrapateira (Figura 
22C). 
 
A.4 – Secta: Recortes mais profundos, chegando à nervura 
central (Figura 22D). Ex.: Algumas palmeiras, rúcula. 
 
B - Folha Composta: Quando o limbo foliar apresenta-se 
dividido em folíolos. A folha pode ser denominada: 
 
B.1 – Bifoliada: A lâmina foliar é dividida em dois folíolos 
(Figura 22E). Ex.: Jatobá. 
 
B.2 – Trifoliada: A lâmina foliar é dividida em três folíolos. Ex.: 
Sombreiro (Figura 22F); feijão. 
 
B.3 - Digitada ou Palmada: O limbo é dividido em subunidades 
em número geralmente igual a cinco ou sete, distribuídos de 
forma semelhante aos dedos de uma mão. Ex.: Cheflera (Figura 
22G). 
 
B.4 - Pinada: Folha que seus folíolos são distribuídos ao longo de 
um eixo (raque) formado pela nervura principal da folha de 
maneira alterna ou oposta. Ex.: Cássia (Figura 22H). 
 
 
36 
 
B.5 - Bicomposta ou Bipinada ou Recomposta: Quando a limbo 
foliar apresenta-se duplamente recortado, isto é, os folíolos 
apresentam-se subdividido em foliólulos. Podemos ter: Pau-
brasil (Figura 22I). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 – Tipos de folha quanto à subdivisão do limbo. A – Folha inteira de 
pimenta-malagueta (Capsicum frutescens – Solanaceae). B – Folha lobada de 
algodoeiro (Gossypium hirsutum – Malvaceae). C – Folha fendida de carrapateira 
(Ricinus communis – Euphorbiaceae). D – Folha secta de bolsa-de-pastor 
(Capsella bursa-pastoris – Brassicaceae). E – Folha bifoliada de óleo-comumbá 
(Macrolobium latifolium – Fabaceae). F – Folha trifoliada de sombreiro (Clitoria 
fairchildiana – Fabaceae). G – Folha digitada de cheflera (Schefflera arboricola – 
Araliaceae). H – Folha pinada de Canafístula (Cassia fistula – Fabaceae). I – 
Folha bicomposta de catanduva (Piptadenia moniliformis – Fabaceae). 
 
 
 
A B C 
D E F 
G H I 
 
37 
 
3 - Quanto à sua inervação: 
 
A - Anérvia ou Enervada: Quando o limbo foliar é espesso, não 
apresentando nervuras aparentes, comum nas plantas de folhas 
carnosas ou grassas. Ex.: Babosa (Figura 23A). 
 
B - Uninérvia: Folha que apresenta apenas a nervura principal 
aparente (Figura 23B). 
 
C - Reticulada: Nervura principal de onde saem nervuras 
secundárias (Figura 23C). 
 
D - Curvinérvia: Quando as nervuras se apresentam em curvas, 
acompanhando a margem e a nervura principal, geralmente 
saindo do pecíolo (Figura 23D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 – Tipos de folha quanto á sua inervação. A – Folha anérvia de babosa 
(Aloe vera – Asphodelaceae). B – Folha uninérvia de suriana (Suriana maritima 
– Surianaceae). C – Folha reticulada de cacauzeiro (Theobroma cacao – 
Malvaceae). D – Folha curvinérvia de quaresmeira (Tibouchina granulosa – 
Melastomataceae). 
 
 
 
 
 
A B C D 
 
38 
 
4 - Quanto à consistência: 
 
A - Membranácea: As folhas se apresentam tenras, delgadas e 
maleáveis, geralmente não se quebram quando amassadas 
(Figura 24ª). Ex.: Maioria das folhas. 
 
B - Coriácea: Folhas rígidas, consistentes e quebradiças quando 
amassadas com nossas mãos (Figura 24B). Ex.: Folha do cajueiro. 
 
5 - Quanto à coloração: 
 
A - Maculada: As folhas possuem manchas, geralmente brancas. 
Ex.: Comigo-ninguém-pode (Figura 25A). 
 
B - Bicolor: As faces do limbo apresentam colorações distintas 
(Figura 25B). 
 
C - Listrada: O limbo apresenta riscas de cores ou tonalidades 
diferentes (Figura 25C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24 – Tipos de folha quanto à consistência. A – Folha membranácea de 
mangarito (Xanthosoma violaceum – Araceae). B – Folha coriácea de marolinho 
(Annona coriacea – Annonaceae). 
A B 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 25 – Tipos de folha quanto à coloração. A – Folha maculada de comigo-
ninguém-pode (Dieffenbachia seguine – Araceae). B – Folha bicolor de 
trapoeraba-peluda (Siderasis fuscata – Commelinaceae). C – Folha listrada de 
cróton (Codiaeum variegatum – Euphorbiaceae). 
 
 
6 - Quanto à filotaxia (distribuição das folhas no 
caule): 
 
A - Alterna: 
 
A.1 – Dística (Figura 26A) 
 
A.2 – Espiralada (Figura 26B) 
 
B - Oposta: 
 
B.1 – Dística (Figura 26C) 
 
B.2 – Cruzada (Figura 26D) 
 
C – Verticilada (Figura 26E) 
A B C 
 
40 
 
 
D - Fasciculada: Quando três ou mais folhas saem do em um 
mesmo ponto do nó, formando um feixe ou fascículo de folhas 
(Figura 26F). Ex.: Pinus sp. 
 
E - Rosulada ou em Roseta: Ocorre em plantas que possuem 
caule curtíssimo, com entrenós reduzidos, nós muito próximos 
uns dos outros, assim as folhas aparentam estar inseridas em um 
mesmo nível do caule. Ex.: Repolho, abacaxi, alface. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26 – Tipos de folha quanto à filotaxia. A – Alterna dística. B – Alterna 
espiralada. C – Oposta dística. D – Oposta cruzada. E – Verticilada. F – 
Fasciculada. 
 
A B C 
D E F 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 – Tipos de folha quanto ao formato. A – Orbicular. B – Oval. C – 
Oblonga. D – Elíptica. E – Rômbica. F – Deltiforme. G – Cordiforme. H – 
Espatulada. I – Lanceolada. J – Linear. K – Reniforme. L – Acicular. M – 
Sagitiforme. N – Falciforme. O – Assimétrica. 
 
A B C D 
E F G H 
I J K L 
M N O 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28 – Tipos de folha quanto ao ápice/base. A – Ápice agudo. B – Ápice 
obtuso. C – Ápice acuminado. D – Ápice eciso. E – Ápice truncado. F – Ápice 
mucronado. G – Base aguda. H – Base obtusa. I – Base cordiforme. J – Base 
sagitada. K – Base reniforme. L – Base atenuada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B C 
D E F 
G H I 
J K L 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 29 – Tipos de folha quanto à margem. A – Denteada. B – Serreada. C – 
Ondulada. D – Crenada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B C D 
 
44 
 
 
 
Flor 
 
Órgão que é responsável pela reprodução sexual nas 
Angiospermae, podendo estar organizado de diversas maneiras, 
inclusive, formando um conjunto denominado inflorescência. A 
flor é constituída por caule curto com nós e entrenós, 
receptáculo e peças florais que são folhas modificadas, 
especializadas. Quando especializada em proteção, as peças 
florais são denominadas de verticilos protetores (clames): cálice 
e corola. Quando responsáveis pela reprodução, são 
denominadas de verticilos reprodutores ou folhas férteis: 
androceu (♂) (constituído pelos estames) e gineceu (♀) 
(constituído das folhas carpelares). 
Existem muitas variações em uma estrutura floral, seja 
por apresentarem diferentes cores, formatos e tamanhos 
variados, exalarem aromas ou mesmo por refletirem ou não 
radiação ultravioleta como em Caltha palustris, mas todas estas 
características surgiram, modificaram-se ou mantiveram-se nas 
plantas ao longo de sua história evolutiva por torná-las mais bem 
sucedidas na conquista dos ambientes onde colonizam. 
A presença de determinado carácter na flor está 
diretamente associado ao processo de reprodução e ou dispersão 
das sementes. Muitas têm sua morfologia adaptada para atrair e 
usar os animais para polinizar outras flores e ou levar seus frutos 
para longe da planta mãe, o que tem permitido maior sucesso 
reprodutivo e a abundância das angiospermas. 
 
Partes constituintes: 
 
1 – Pedúnculo: Eixo de sustentação da flor (Figura 30). 
 
 
452 – Receptáculo: Extremidade do pedúnculo (porção dilatada do 
caule) onde se inserem as peças florais (Figura 30). 
3 – Cálice: Constituído pelas sépalas (Figura 30). 
4 – Corola: Constituída pelas pétalas (Figura 30). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 30 – Esquema de uma flor completa com destaque para seus elementos 
constituintes. 
 
As flores apresentam diversas classificações 
 
1 – Quanto ao pedúnculo: 
 
A – Pedunculada ou Pedicelada: Quando apresenta pedúnculo 
ou pedicelo (Figura 31A). 
 
B – Séssil: Sem pedúnculo ou pedicelo. Ex.: Flores de jabuticaba 
(Figura 31B). 
 
. 
Estame 
Corola 
Pistilo 
Receptáculo 
Cálice 
Pedúnculo 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31 – Tipos de flores quanto ao pedúnculo. A – Flor pedunculada de 
Cássia-de-sião (Senna siamea – Fabaceae). B – Flor séssil de jabuticabeira 
(Plinia cauliflora – Myrtaceae). 
 
 
2 - Quanto ao número de peças florais: 
 
A - Aclamídea ou Nua: Quando a flor não apresenta verticilos 
protetores, nem cálice nem corola. 
 
B – Monoclamídea: Ausência de um dos verticilos protetores - 
seja o cálice ou então a corola. 
 
C – Diclamídea: Presença de cálice e corola. Ex.: A maioria das 
plantas. 
 
3 - Quanto à homogeneidade das peças florais: 
 
A – Homoclamídea: Apresenta o cálice e a corola semelhantes 
em número, formato e cor (Tépalas) (Figura 32A). 
 
A B 
 
47 
 
B – Heteroclamídea: Quando o cálice apresenta-se diferente da 
corola (Figura 32B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 32 – Tipos de flores quanto à homogeneidade das peças florais. A – Flor 
homoclamídea de lírio (Lilium hybrid – Liliaceae). B – Flor heteroclamídea de 
flox-de-verão (Phlox paniculata – Polemoniaceae). 
 
Cálice: Apresenta geralmente a coloração verde, porém quando 
colorido é denominado de cálice petaloide. 
 
Classificação do cálice 
 
1 - Quando a soldadura de suas sépalas: 
 
A – Dialissépalo: Quando as sépalas estão livres entre si (Figura 
33A). 
 
B – Gamossépalo: Quando as sépalas estão soldadas entre si, 
total ou parcialmente (Figura 33B). 
 
 
 
A B 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 33 – Tipos de flor quanto á soldadura do cálice. A – Flor com cálice 
dialissépalo de jatobá (Hymenaea courbaril – Fabaceae). B – Flor com cálice 
gamossépalo de dedal-de-dama (Allamanda cathartica – Apocynaceae). 
 
2 - Quanto ao número de sépalas: 
 
A – Trímero: Quando apresenta 3 sépalas ou múltiplo de 3 
(Figura 34A). 
 
B – Tetrâmero: Quando apresenta 4 sépalas ou múltiplo de 4 
(Figura 35B). 
 
C – Pentâmero: Quando apresenta 5 sépalas ou múltiplo de 5 
(Figura 35C). 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34 – Tipos de flor quanto ao número de sépalas. A – Flor com cálice 
trímero de coração-roxo (Tradescantia pallida purpurea – Commelinaceae). B – 
Flor com cálice tetrâmero de brinco-de-princesa (Fuchsia hybrida – 
Onagraceae). C – Flor com cálice pentâmero de chanana (Turnera guianensis – 
Turneraceae). 
 
3 - Quanto à duração das sépalas: 
 
A – Caduco: Ocorre a queda das sépalas antes da flor ser 
fecundada. 
Ex.: Papoula (Figura 35A). 
 
B – Decíduo: Ocorre a queda das sépalas quando as pétalas 
caírem. 
Ex.: Mostarda (Figura 35B). 
 
C – Persistente: As sépalas persistem no fruto ainda com sua 
coloração. 
Ex.: Laranja, limão (Figura 35C). 
 
D – Marcescente: Apesar de persistir no fruto as sépalas 
encontram-se murchas. 
Ex.: Goiaba (Figura 35D). 
A B C 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 35 – Tipos de flor quanto à duração das sépalas. A – Flor com cálice 
caduco de papoila-dormideira (Papaver somniferum – Papaveraceae). B – Flor 
com cálice decíduo de mostarda-branca (Sinapis alba – Brassicaceae). C – Flor 
com cálice persistente de limoeiro (Citrus limonum – Rutaceae). D – Flor com 
cálice marcescente de goiabeira (Psidium guajava – Myrtaceae). 
 
Corola: Apresenta-se geralmente colorida ou branca, existe uma 
intimidade entre a coloração das pétalas e o agente polinizador 
da flor. Quando verde é dita sepalóide. 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
C D 
 
51 
 
Classificação da corola 
 
1 - Quanto à soldadura de suas pétalas: 
 
A – Dialipétala: Quando as pétalas estão livres entre si (Figura 
36A). 
 
B - Gamopétala: Quando as pétalas estão soldadas entre si, total 
ou parcialmente (Figura 36B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 36 – Tipos de flor quanto à soldadura das pétalas. A – Flor com corola 
dialipétala de flor-leopardo (Belamcanda chinensis - Iridaceae). B – Flor com 
corola gamopétala de amarelinha (Thunbergia alata – Acanthaceae). 
 
2 - Quanto ao número de pétalas: 
 
A – Trímera: Quando apresenta 3 pétalas ou múltiplo de 3 
(Figura 37A). 
 
B – Tetrâmera: Quando apresenta 4 pétalas ou múltiplo de 4 
(Figura 37B). 
 
A B 
 
52 
 
 
C – Pentâmera: Quando apresenta 5 pétalas ou múltiplo de 5 
(Figura 37C). 
 
]]]] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 37 – Tipos de flor quanto ao número de pétalas. A – Flor com corola 
trímera de íris-amarela (Iris pseudacorus – Iridaceae). B – Flor com corola 
tetrâmera de rabanete (Raphanus sativus – Brassicaceae). C – Flor com corola 
pentâmera de bela-emília (Plumbago auriculata – Plumbaginaceae). 
 
3 - Quanto à duração das pétalas: 
 
A – Caduca: Ocorre a queda das pétalas antes da flor ser 
fecundada (Figura 38A). 
 
B – Marcescente: Apesar de persistir no fruto as pétalas 
encontram-se murchas (Figura 38B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B C 
A B 
 
53 
 
Figura 38 – Tipos de flor quanto à duração das pétalas. A – Flor com corola 
caduca de coca (Erythroxylum coca – Erythroxylaceae). B – Flor com corola 
marcescente de algodão-do-cerrado (Cochlospermum regium – 
Cochlospermaceae). 
 
4 - Quanto à simetria: 
 
A - Simétrica: 
 
A.1 – Actinomorfa: Apresenta mais de um plano de simetria 
(Figura 39A). 
 
A.2 – Zigomorfa: Apresenta apenas um plano de simetria (Figura 
39B). 
 
B - Assimétrica: Quando não apresenta nenhum plano de 
simetria (Figura 39C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 39 – Tipos de flor quanto à simetria das pétalas. A – Flor com corola 
simétrica zigomorfa de ervilha (Pisum sativum – Fabaceae). B – Flor com corola 
simétrica actinomorfa de vitória-régia (Victoria amazonica – Nymphaeaceae). C 
– Flor com corola assimétrica de cana-da-índia (Canna brasiliensis – 
Cannaceae). 
 
 
 
 
A B C 
 
54 
 
5 – Quanto ao formato das pétalas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 40 – Tipos de flor quanto ao formato de suas pétalas. A – Corola 
crucífera de rúcula (Eruca sativa – Brassicaceae). B – Corola rosácea de 
pessegueiro (Prunus persica – Rosaceae). C – Corola cariofilácea de craveiro 
A B C 
D E F 
G H I 
J K L 
M N O 
 
55 
 
(Dianthus caryophyllus – Caryophyllaceae). D – Corola orquidácea de olho-de-
boneca (Dendrobium nobile – Orchidaceae). E – Corola carenal de acácia-rubra 
(Delonix regia – Fabaceae). F – Corola vexilar de amendoim (Arachis hypogaea – 
Fabaceae). G – Corola tubulosa de girassol (Helianthus annuus – Asteraceae). H 
– Corola rotácea de manacá-de-jardim (Brunfelsia uniflora – Solanaceae). I – 
Corola infundibuliforme de corda-de-viola (Ipomoea indica). J – Corola 
campanulada de campânula (Campanula rapunculus – Campanulaceae). K – 
Corola urceolada de queiró (Erica cinerea – Ericaceae). L – Corola 
hipocrateriforme de jasmim-dos-poetas (Jasminum polyanthum – Oleaceae). M 
– Corola labiada de alegria-de-jardim (Salvia splendens – Lamiaceae). N – Corola 
personada de boca-de-leão (Antirrhinum majus – Plantaginaceae). O – Corola 
ligulada de margarida (Leucanthemum vulgare - Asteraceae). 
 
Classificação das flores em relação ao sexo 
 
1 - Andrógina: Apresenta os dois verticilos sexuais, androceu e 
gineceu (Figura 41A). 
2- Unissexual Masculina ou Feminina: Apresenta apenas um 
verticilo sexual ou androceu ou gineceu (Figura 41B e C).Figura 41 – Tipos de flor quanto ao sexo. A – Flor andrógina de crino-cor-de-
rosa (Crinum erubescens – Amaryllidaceae). B – Flor unissexual feminina e C – 
masculina de pepineiro (Cucumis sativus - Cucurbitaceae). 
 
A B C 
 
56 
 
Androceu: Órgão masculino da flor, formado pelo conjunto de 
estames. Os estames correspondem aos microsporófilos. Cada 
estame é normalmente constituído por um filete e uma antera 
(Figura 42). A antera contém tecas que em seu interior 
encontramos os sacos polínicos onde se formam os grãos de 
pólen. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 42 – Esquema de um estame com destaque para seus elementos 
constituintes. 
 
Classificação do androceu 
 
1 – Quanto ao tamanho dos estames: 
 
A – Homodínamo: Quando os estames são todos do mesmo 
tamanho (Figura 43A). 
 
B – Didínamo: Quando a flor apresenta 4 estames, 2 maiores e 2 
menores. (Figuras 43B). 
 
C – Tetradínamo: Quando a flor apresenta 6 estames, 4 maiores 
e 2 menores (Figura 43C). 
 
D – Heterodínamo: Quando os estames são todos de tamanho 
diferente (Figura 43D. 
Antera 
Conectivo 
Filete 
 
57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 43 – Tipos de androceu quanto ao tamanho dos estames. A – Androceu 
homodínamo de gloriosa (Gloriosa rothschildiana – Colchicaceae). B – Androceu 
didínamo de ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus – Bignoniaceae). C – 
Androceu tetradínamo de couve (Brassica oleracea – Brassicaceae). D – 
Androceu heterodínamo de azulzinha (Evolvulus glomeratus – Convolvulaceae). 
 
2 – Quanto à soldadura: 
 
A – Dialistemone: Os estames são todos livres entre si (Figura 
44A). 
 
B – Gamostemone: Os estames estão com seus filetes soldados 
entre si formando 1 ou mais feixes. 
 
B.1 – Monadelfo: Estames unidos em um só feixe (Figura 44B). 
 
B.2 – Diadelfo: Estames unidos em dois feixes (Figura 44C). 
 
C – Anteras conatas: Quando as anteras se apresentam unidas 
(Figura 44D). 
 
A B 
C D 
 
58 
 
D – Anteras coniventes: Anteras juntas, porém não soldadas 
(Figura 44E). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 44 – Tipos de androceu quanto à soldadura dos estames. A – Androceu 
dialistemone de meninas-pra-escola (Amaryllis belladonna – Amaryllidaceae). B 
– Androceu gamostemone monadelfo de mimo-de-vênus (Hibisco rosa-sinensis 
– Malvaceae). C – Androceu gamostemone diadelfo de tremoceiro (Lupinus 
albus – Fabaceae). D – Androceu com anteras conatas de gérbera (Gerbera 
jamesonii – Asteraceae). E – Androceu com anteras coniventes de jiló (Solanum 
gilo – Solanaceae). 
 
3 – Quanto ao tipo de abertura da antera 
(deiscência), para saída do pólen: 
 
A - Longitudinal ou Rimosa: Por meio de uma fenda 
longitudinal, em cada teca (Figura 45A). 
 
B – Poricida: Por meio de poros apicais (Figura 45B). 
 
C – Valvar: Por meio de pequenas válvulas (Figura 45C). 
 
 
 
 
 
 
 
A B C D E 
 
59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 45 – Tipos de androceu quanto à deiscência dos estames. A – Androceu 
com deiscência longitudinal de sete-copas (Terminalia catappa – 
Combretaceae). B – Androceu com deiscência poricida de berinjela (Solanum 
melongena – Solanaceae). C – Androceu com deiscência valvar de canela 
(Cinnamomum verum). 
4 – Quanto à inserção do filete na antera: 
A – Basifixa (Figura 46A) 
B – Dorsifixa (Figura 46B) 
C – Apicefixa (Figura 46C) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abertura 
Abertura 
Abertura 
A B C 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 46 – Tipos de androceu quanto à inserção do filete na antera. A – 
Androceu basifixo de ruélia-azul (Ruellia coerulea – Acanthaceae). B – Androceu 
dorsifixo de açucena-vinho (Hippeastrum reginae – Amaryllidaceae). C – 
Androceu apicefixo de ipê-de-jardim (Tecoma stans – Bignoniaceae). 
 
5 – Quanto à sua posição na flor: 
 
A - Estames alternipétalos: Quando eles estão inseridos 
alternadamente, entre as pétalas (Figura 47A). 
 
B - Estames epipétalos: Quando eles estão inseridos sobre as 
pétalas (Figura 47B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 47 – Tipos de androceu quanto à posição dos estames na flor. A – 
Androceu alternipétalo de poaia-branca (Richardia grandiflora – Rubiaceae). 
Androceu epipétalo de chapéu-de-napoleão (Thevetia peruviana – 
Apocynaceae). 
 
A B C 
A B 
 
61 
 
6 - Quanto ao número de estames em relação ao de 
pétalas: 
 
A – Oligostêmones: O número de estames é menor que o 
número de pétalas (Figura 48A). 
 
B – Isostêmones: O número de estames igual ao número de 
pétalas (Figura 48B). 
 
C – Diplostêmones: O número de estames é o dobro do número 
de pétalas (Figura 48C). 
 
D – Polistêmones: O número de estames é maior que o número 
de pétalas (Figura 48D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 48 – Tipos de androceu quanto ao número de estames em relação ao de 
pétalas, ilustrado em plantas da família Fabaceae. A – Androceu oligostêmone 
A B 
C D 
 
62 
 
de tamarindo (Tamarindus indica – Subfamília Caesalpinioideae). B – Androceu 
isostêmone de pata-de-vaca (Bauhinia variegata – Subfamília Cercideae). C – 
Androceu diplostêmone de alfafa (Medicago sativa – Subfamília Faboideae). D – 
Androceu polistêmone de dormideira (Mimosa pudica – Subfamília 
Mimosoideae). 
Gineceu: Os carpelos correspondem aos macrosporófilos. Cada 
carpelo é normalmente constituído pelo ovário, estilete e 
estigma. O estigma é a região do carpelo receptiva ao pólen. Por 
vezes o estilete pode faltar, ficando o estigma diretamente sobre 
o ovário. Dentro do ovário encontram-se um ou mais óvulos. O 
termo pistilo é utilizado como unidade estrutural do gineceu 
(Figura 49). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 49 – Esquema de um pistilo com destaque para seus elementos 
constituintes. 
 
Classificação do gineceu 
 
1 – Quanto à posição do ovário no receptáculo: 
 
A - Ovário súpero: Quando o ovário estiver acima do cálice e da 
corola (Figura 50A). 
 
Estigma 
Estilete 
Ovário 
Óvulo 
Lóculo 
 
63 
 
B - Ovário ínfero: Quando o ovário estiver inserido no 
receptáculo, isto é abaixo do ponto de inserção do cálice e da 
corola (Figura 50B). 
 
2 - Quanto ao número de carpelos: 
 
A – Unicarpelar (Figura 51A) 
 
B – Bicarpelar (Figura 51B) 
 
C – Tricarpelar (Figura 51C) 
 
D – Pluricarpelar (Figura 51D) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 50 – Tipos de gineceu quanto à posição do ovário no receptáculo. A – 
Gineceu com ovário súpero de pau-jangada (Apeiba tibourbou – Tilicaceae). B – 
Gineceu com ovário ínfero de abobrinha (Cucurbita pepo – Cucurbitaceae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 51 – Tipos de gineceu quanto ao número de carpelos, com corte transversal 
do ovário. A – Gineceu unicarpelar de algarobeira (Prosopis juliflora – Fabaceae). 
B – Gineceu bicarpelar de urucu (Bixa orellana – Bixaceae). C – Gineceu tricarpelar 
de mandioca (Manihot esculenta – Euphorbiaceae). D – Gineceu pluricarpelar de 
gota-de-sol (Oenothera biennis – Onagraceae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você sabia? 
Sabia que as primeiras angiospermas a surgirem geralmente 
apresentavam grande número de peças florais, as quais eram 
soltas e com o passar do tempo esse número foi reduzindo em 
flores mais derivadas, bem como o surgimento da corola tubular 
que é característica de muitas famílias? 
A maior parte das famílias botânicas passaram a ter 
padrões florais mais fixos, isto é, sem muitas variações 
morfológicas; o eixo floral foi encurtado, o ovário passou a ser 
ínfero no lugar do súpero e isso conferiu uma grande vantagem 
reprodutiva, pois representou uma maneira a mais para impedir 
que os óvulos fossem consumidos por herbívoros; o cálice e a 
corola passaram a ser distintos, tendo o cálice assumido o papel 
de proteção e as pétalas de atração de polinizadores, e a simetria 
actinomorfa foi substituída pela zigomorfa. Portanto, a evolução 
da flor foi um dos principais fatores que determinou o sucesso e 
grande diversidade das Angiospermas. 
 
A B C D 
 
65 
 
Inflorescência 
 
Definida comoum conjunto de flores ao redor de um eixo, as 
inflorescências podem ser simples, solitárias ou compostas, 
agrupadas, geralmente as inflorescências apresentam brácteas, 
que são folhas de proteção, elas apresentam aspecto bastante 
diversificado. 
 
Tipos de Brácteas: 
 
A – Espata: Bráctea, de rígida a razoavelmente rígida, que 
envolve totalmente a inflorescência, ocorre geralmente nas 
inflorescências das Arecaceae (palmeiras) e na inflorescência 
feminina do milho (Figura 52A). 
 
B – Glumas: Bráctea que envolve as inflorescências das Poaceae 
(Gramineae) e das Cyperaceae. São razoavelmente rígidas 
(Figura 52B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A.1 
A 
A.2 
Gineceu 
Antécio (flor) 
Primórdio 
Antécio joven 
Pálea 
Arista 
Lema 
Ráquila 
Gluma superior 
Ráquis 
Gluma inferior 
Androceu 
B 
 
66 
 
Figura 52 – Tipos de brácteas em inflorescências. A – Bráctea do tipo espata 
envolvendo uma inflorescência de açaí (Euterpe oleracea – Arecaceae). A.1 – 
Flor masculina. A.2 – Flor feminina. B – Brácteas do tipo glumas envolvendo 
uma inflorescência de sorgo (Sorghum bicolor – Poaceae). 
 
Classificação das inflorescências de acordo com o 
crescimento do eixo central: 
 
A - Inflorescências Definidas ou Cimeiras ou Inflorescências 
Simpódicas: O eixo principal termina em uma flor. 
 
A.1 - Monocásio: Possui um eixo primário que termina em uma 
flor e, logo abaixo, surge um eixo secundário lateral que também 
é formado por uma flor, e assim sucessivamente. Podem ser do 
tipo escorpióide, helicóide e cíncino. 
 
A.1.1 - Escorpióide: quando os eixos secundários surgem do 
mesmo lado (Figura 53A). 
 
A.1.2 - Helicóide: quando os eixos secundários emergem 
alternadamente, de um lado e do outro (Figura 53B). 
 
A.1.3 - Cíncino: quando os eixos laterais não estão todas no 
mesmo plano (Figura 53C, 54A). 
 
A.2 - Dicásio: é a cimeira que apresenta abaixo da flor terminal 
do eixo primário, dois eixos laterais opostos que também 
terminam em flor. Há casos em que o eixo primário carece de flor 
terminal (Figura 53D). 
 
A.3 - Pleiocásio: também chamada de cimeira multípara, pois do 
eixo primário com flor, surgem vários eixos secundários 
terminados por flor (Figura 53E, 54 C). 
 
A.4 - Glomérulo: flores sésseis ou subsésseis, aglomeradas, 
possui um aspecto semelhante a um globo (Figura 53F, 54D). 
 
 
67 
 
A.5 Ciátio: formada por uma flor feminina central, nua, 
pedicelada, cercada por várias flores masculinas, esse conjunto 
de flores é envolto por brácteas (Figura 53G, 54E). 
 
A.6 Sincônio: flores unissexuais inseridas em um receptáculo 
escavado, carnoso, que se fecha sobre elas (Figura 53H, 54F). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 53 – Tipos de inflorescências definidas. A – Monocásio do tipo drepânio 
(ou escorpioide). B – Monocásio do tipo bóstrix (ou helicoide). C – Monocásio 
do tipo cíncino. D – Dicásio. E – Pleiocásio. F – Glomérulo. G – Ciátio. H – Sicônio. 
 
 
A B C 
D E F 
G H 
 
68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 54 – Exemplos de inflorescências definidas. A – Cíncino de pássaro-de-
fogo (Heliconia bihai – Heliconiaceae). B – Dicásio de jurubeba (Solanum 
paniculatum – Solanaceae). C – Pleiocásio de cupá (Cissus campestris – 
A B 
C D 
E F 
 
69 
 
Vitaceae). D – Glomérulo de vassourinha-de-botão (Borreria verticillata – 
Rubiaceae). E – Ciátio de Coroa-de-cristo (Euphorbia milii – Euphorbiaceae). F – 
Sincônio de árvore-da-borracha (Ficus elastica – Moraceae). 
 
B - Inflorescências Indefinidas ou racimosas: O eixo principal 
tem meristema apical ativo, sempre surgindo novas flores. 
 
B.1 - Cacho ou Racemo: As flores são pediceladas e estão 
inseridas num eixo ou ráquis não ramificado (Figuras 55A, 56A). 
 
B.2 - Panícula: Tipo de cacho em que o eixo da inflorescência é 
ramificado (cacho composto), apresentando uma forma cónica 
ou piramidal (Figuras 55B, 56B). 
 
B.3 - Tirso: Cacho composto com forma fusiforme e zona de 
maior largura a cerca de 1/3 da base (Figuras 55C, 56C). 
 
B.4 - Corimbo: Tipo de cacho em que as flores, apresentando 
pedicelos de comprimento desigual, se situam ao mesmo nível; 
pode ser simples ou composto (Figuras 55D, 56D). 
 
B.5 - Espiga: Inflorescência de flores sésseis dispostas sobre um 
eixo ou ráquis (Figuras 55E, 56E). 
 
B.6 - Espádice: O eixo da espiga é carnudo, frequentemente com 
flores unissexuais masculinas (geralmente na zona superior) e 
femininas (na zona inferior) (Figura 56F). 
 
B.7 - Amentilho: Inflorescência com flores unissexuadas. 
Frequentemente se desarticula após a liberação do pólen (♂) ou 
após a maturação (♀) (Figura 55G). 
 
B.8 - Espigueta: Pequena espiga, cujo eixo se designa ráquila. 
Nas gramíneas cada espigueta possui geralmente duas brácteas 
(glumas) na base e cada flor da espigueta é protegida por duas 
bractéolas (glumelas) (Figuras 55G,56G). 
 
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/digitalis.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/panicula.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/phalaris.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/corimbo.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/hordeum.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/espadice.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/castanheiro-amentos.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/espigueta.html
 
70 
 
B.9 - Umbela Simples: Inflorescência em que os pedicelos longos 
e com aproximadamente o mesmo tamanho, estão inseridos num 
mesmo ponto do pedúnculo (Figuras 55H, 56H). 
 
B.10 - Umbela Composta: Inflorescência ramificada de 
umbelulas (Figuras 55I). 
 
B.11 - Capítulo: Inflorescência de flores, geralmente sésseis, 
reunidas num receptáculo comum discóide e rodeada por um 
invólucro de brácteas (Figura 55J, 56I). 
 
 
Você sabia? 
Sabia que as flores mais especializadas em termos de 
evolução dentre as eudicotiledôneas estão as da família 
Asteraceae? As flores dessa família funcionam como uma única 
flor para seu polinizador, mas na realidade elas estão reunidas 
em uma inflorescência chamada capítulo, cada flor possui 
características próprias como ovário ínfero, estames em número 
reduzido (cinco) e fundidos entre si e a corola que também 
possui pétalas unidas (gamopétalas), sendo algumas com 
simetria bilateral. As flores estão organizadas de duas formas: as 
flores do disco (parte central) e as flores do raio (parte 
periférica), essas últimas são geralmente flores pistiladas 
estéreis. Nas Asteraceae, o capítulo amadurece em uma 
sequência espiralada, primeiro as flores da periferia em seguida 
as do centro, dessa forma, aumentam as possibilidades de 
polinização por diferentes doadores. 
 
 
 
 
 
 
 
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/umbela-simples.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/umbela-composta.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/girassol-capitulo.jpg
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/Imagens/bracteas.jpg
 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 55 – Tipos de inflorescências indefinidas. A – Cacho. B – Panícula. C – 
Tirso. D – Corimbo. E – Espiga. F – Amentilho. G – Espigueta. H – Umbela 
Simples. I – Umbela composta. J – Capítulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B C D 
E F G H 
I J K 
 
72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B 
C D 
E F 
 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 56 – Exemplos de inflorescências indefinidas. A – Cacho de barba-de-
barata (Caesalpinia pulcherrima – Fabaceae). B – Panícula de sete-marias 
(Tarenayahassleriana – Cleomaceae). C – Tirso de árvore-de-júpiter 
(Lagerstroemia indica – Lythraceae). D – Corimbo de leia-alaranjada (Leea 
guineensis – Vitaceae). E – Espiga de pingo-de-ouro (Duranta erecta – 
Verbenaceae). F – Espádice de Anthurium sp (Araceae) G – Espigueta de pé-de-
galinha (Chloris gayana – Poaceae). H – Umbela de ixora-coral (Ixora coccinea – 
Rubiaceae). I – Capítulo de mal-me-quer (Sphagneticola trilobata – Asteraceae). 
 
A B 
C 
 
74 
 
 
Fruto 
 
O fruto é resultado do ovário desenvolvido, formado a 
partir do óvulo fecundado; representa a continuação de uma 
estrutura da flor, o ovário, que persistiu após a antese (abertura 
da flor), polinização e fecundação, sofreu uma série de 
modificações para compor a estrutura auxiliar de proteção e 
dispersão da semente. Após a fecundação da flor, paralelamente 
há o desenvolvimento da semente e do ovário, a parede do 
ovário, o carpelo, transforma-se em pericarpo (parede do fruto) 
na qual geralmente distinguem-se em três camadas: 1 - 
Exocarpo/ Epicarpo: corresponde a epiderme superior da folha; 
2 – Mesocarpo: corresponde ao mesofilo da folha, parênquima 
paliçádico e parênquima lacunoso; 3 – Endocarpo: corresponde à 
epiderme inferior da folha (Figura 57). 
 Com o surgimento do fruto, as sementes nuas passaram a 
ser protegidas pelas folhas carpelares, a enorme variedade delas 
permitiu a diversidade dos frutos, esse avanço evolutivo 
contribuiu significativamente para a colonização dos ambientes 
pelas plantas. Podemos dizer que as flores evoluíram para seus 
polinizadores e os frutos para seus dispersores. Dessa forma, 
várias são as formas de dispersão dos frutos e 
consequentemente de suas sementes como pelo vento, pela água 
ou através de animais. Para um fruto ser disperso pelo vento ele 
precisa ser leve, possuir alas (comum em frutos esquizocárpicos) 
ou pappus (fruto de dente-de-leão, Asteraceae). Para aqueles 
frutos que crescem próximos a ambientes aquáticos ou próximos 
dele, estes devem ser adaptados para a flutuação, como possuir 
estruturas aeríferas para reter o ar e flutuarem. Agora, para que 
um fruto seja disperso por um animal, ele deve ser atrativo, seja 
pela coloração, textura (frutos carnosos) ou apresentar sabor 
adocicado. 
Além dos frutos que possuem comumente as sementes, 
existem aqueles sem sementes, formados a partir de um ovário 
 
75 
 
sem que haja fecundação, são os parternocárpicos, estes podem 
ser formados de forma natural (como a banana, limão taiti e 
laranja baiana) ou artificial (melancia, mamão e tomate), É 
importante ressaltar que o fruto partenocárpico é diferente do 
pseudofruto, este também é conhecido como falso fruto ou fruto 
acessório é desenvolvido no eixo de sustentação da flor, o qual 
também segura o fruto, o pedúnculo ou receptáculo e não em um 
ovário como nos demais frutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 57 – Esquema de um fruto com destaque para seus elementos 
constituintes. 
 
 
Sua função: 
 
1 - Proteger a semente. 
 
2 - Armazenar reservas nutritivas. 
 
3 - Facilitar sua disseminação. 
 
 
Pedúnculo 
Epicarpo 
Semente 
Mesocarpo 
Endocarpo 
 
76 
 
Classificação dos frutos 
 
1 - A consistência do mesocarpo: 
 
A - Carnoso: Apresenta acúmulo de substâncias de reserva no 
seu mesocarpo (Figura 58A). 
 
B - Seco: Não apresenta acúmulo de substâncias de reserva 
(Figura 58B). 
 
2 - A sua deiscência (os frutos carnosos e secos podem 
apresentar deiscência), denomina-se deiscência a abertura 
natural de qualquer órgão vegetal: 
 
A - Indeiscentes: Não se abrem para liberar sementes (Figura 
59A). 
 
B - Deiscentes: Abrem para liberar as sementes (Figura 59B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 58 – Tipos de fruto quanto à consistência/deiscência. A – Fruto carnoso 
indeiscente de pitangueira (Eugenia uniflora – Myrtaceae). B – Fruto seco 
deiscente de chichá-fedorento (Sterculia foetida – Malvaceae). 
 
A B 
 
77 
 
3 – O tipo de abertura: 
 
A - Longitudinal: Quando a abertura se dá ao longo do maior 
eixo (Figura 59A). 
 
B - Transversal ou Pixidiária: Abertura circular ao longo do 
eixo transversal (Figura 59B). 
 
C - Poricida: Abrem-se poros nas paredes do pericarpo (Figura 
59C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 59 – Tipos de fruto quanto à abertura. A – Fruto com abertura 
longitudinal de baunilha (Vanilla planifolia – Orchidaceae). B – Fruto com 
abertura transversal de sapucaia (Lecythis pisonis – Lecythidaceae). C – Fruto 
com abertura poricida de papoula-do-campo (Papaver rhoeas – Papaveraceae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abertura 
Abertura 
Ânfora 
Opérculo 
Abertura 
A 
B 
C 
 
78 
 
4 - A ontogenia, origem: 
 
A - Fruto Simples: Proveniente de uma única flor e de um único 
ovário. Pode ser súpero ou ínfero, seco ou carnoso, uni ou 
pluricarpelar, sincárpico, deiscente ou indeiscente quando 
maduros (Figura 60A). 
 
B - Fruto Agregado: Proveniente de vários ovários de uma única 
flor; o gineceu é apocárpico multicarpelar. Ex.1: Morango que é 
um pseudofruto, pois se origina de um receptáculo que nele 
estão agregados os diversos ovários, a parte comestível é a do 
pseudofruto. Ex.2: Pinha, a parte comestível é a dos frutos 
(Figura 60B). Ex.3: Jaca, parte comestível é o fruto. 
 
C - Fruto Múltiplo ou Infrutescência: Proveniente de uma 
inflorescência onde suas flores, em razão da proximidade 
concrescem numa só estrutura. Ex. Amora, abacaxi (Figura 60C). 
 
D - Pseudofruto: Proveniente de outra parte floral, não do 
ovário. Podendo ser do pedúnculo ou do receptáculo floral 
 
D.1 - Simples: Originado a partir de uma única flor. Ex.: Parte 
comestível da maçã. No cajueiro suas flores apresentam ovário 
súpero, então o fruto (castanha) encontra-se sobre o receptáculo 
(caju). Na maçã o ovário é ínfero, então o fruto encontra-se 
inserido no receptáculo (Figura 60D,E). 
 
D.2 - Composto: Originado de um receptáculo desenvolvido, 
onde são inseridas várias flores. Ex1.1: Morango, o receptáculo 
dilatado é o pseudofruto e os “pontinhos” ao redor são os frutos 
verdadeiros que são denominados aquênios (Figura 60F). Ex2: 
Figo, o receptáculo dilatado é o pseudofruto, que é a parte 
comestível, porém os frutos estão inseridos neste receptáculo, 
então os frutos estão dentro do pseudofruto. 
 
 
 
79 
 
 
 
 
 
Figura 60 – Tipos de fruto quanto à ontogenia. A – Fruto simples de meloeiro 
(Cucumis melo – Cucurbitaceae). B – Fruto agregado de graviola (Annona 
muricata – Annonaceae). C – Fruto múltiplo de abacaxizeiro (Ananas comosus – 
Bromeliaceae). D – Pseudofruto simples inteiro e E – cortado longitudinalmente 
de macieira (Malus sylvestris – Rosaceae), com destaque para o par de aquênios 
escuros internos. E – Pseudofruto composto de morangueiro (Fragaria x 
ananassa – Rosaceae). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
5 - A consistência do mesocarpo e sua deiscência: 
 
A – Carnosos: 
 
A.1 – Indeiscentes: 
 
Baga: Pericarpo carnoso apresenta várias sementes no interior 
(Figura 60A). Ex.: Tomate, uva, mamão, maracujá. 
 
Drupa: Fruto de mesocarpo carnoso e uma única semente, 
proveniente de um ovário súpero (Figura 60B). Ex.: Manga, 
abacate 
 
Hesperídio: Tem o epicarpo delgado, com numerosas câmaras 
secretórias, o mesocarpo é brando, subcoriáceo, e o endocarpo é 
membranáceo, sendo internamente cada porção do endocarpo, 
resultante de cada um dos carpelos, é revestido de pêlos 
intumescidos e sucosos que é a única parte comestível do fruto 
(Figura 60C). Ex.: Limão, laranja, tangerina. 
 
A.2 – Deiscente: 
 
Cápsula Carnosa: Fruto carnoso deiscente com várias sementes. 
Ex.: pepino-selvagem, melão-de-são-caetano (Figura 60D). 
 
B – Secos: 
 
B.1 – Indeiscentes: 
 
Aquênio: Fruto proveniente de um ovário unicarpelar, com uma 
única semente presa ao pericarpo apenas pelo funículo (Figura 
60E). 
 
Sâmara: Geralmente com uma só semente e pericarpo com 
expansões aliformes (Figura 60F). 
 
 
81 
 
 
Cariopse: É um tipo de aquênioligado ao pericarpo em toda a 
extensão (Figura 60G). Ex.: Gramíneas. 
 
Noz: Fruto com pericarpo muito duro e uma única semente, é 
proveniente de um ovário composto (Figura 60H). Ex.: Avelã, 
noz. 
 
 
B.2 – Deiscentes: 
 
Balaústra: É um tipo de cápsula com deiscência septícida 
(Figura 60I). Ex.: Romã. 
 
Cápsula: Apresenta abertura por fendas longitudinais ou poros 
(Figura 60J). Ex.: Bixa, açafrão, beijinho, amor-perfeito. 
 
Pixídio: Fruto capsular de deiscência transversal (Figura 60K). 
Ex.: Eucalipto. 
 
Folículo: É unicarpelar com várias sementes, apresenta abertura 
nas bordas do carpelo (Figura 60L). Ex.: Peroba. 
 
Legume ou Vagem: Unicarpelar com várias sementes; abre-se 
pela sutura e pela nervura principal (Figura 60M). Ex.: Feijão, 
amendoim. 
 
Síliqua: Apresenta dois carpelos e abertura em quatro lugares 
(Figura 60N). Ex.: Couve. 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 60 – Tipos de fruto quanto à consistência do mesocarpo e sua 
deiscência. A – Baga de videira (Vitis vinífera – Vitaceae). B – Drupa de 
abacateiro (Persea americana – Lauraceae). C – Hesperídio de toranjeira (Citrus 
x paradisi – Rutaceae). D – Cápsula carnosa de melão-de-são-caetano 
(Momordica charantia – Cucurbitaceae). E – Aquênio de serralha (Sochus 
oleraceus – Asteraceae). F – Sâmara de pau d’alho (Gallesia integrifolia – 
Phytolaccaceae). G – Cariopse de aveia (Avena sativa – Poaceae). H – Noz de 
nogueira (Juglans regia – Juglandaceae). I – Balaústra de papo-de-peru 
(Aristolochia gigantea – Aristolochiaceae). J – Cápsula de paineira (Ceiba 
speciosa – Malvaceae). K – Pixídio de jequitibá-branco (Cariniana estrellensis – 
Lecythidaceae). L – Folículo de peroba (Aspidosperma polyneuron – 
Apocynaceae). M – Legume de leucena (Leucaena leucocephala – Fabaceae). N – 
Síliqua de agrião (Nasturtium officinale – Brassicaceae). 
A B C D 
E F G H 
I J K L 
M N 
 
83 
 
 
 
Você sabia? 
Sabia que amendoins são frutos e não raízes? 
 
 
Figura 61- A- Hábito e B- Fruto de Arachis hypogaea L. 
(Amendoim). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
Semente 
Tianisa Prates Boeira 
A semente é o óvulo desenvolvido após a fecundação, e 
sua estrutura básica é constituída pelo embrião, reserva nutritiva 
(às vezes ausente), e envoltório (tegumento ou casca). As 
sementes são unidades estruturais envolvidas na disseminação, 
proteção e reprodução de vegetais terrestres pertencentes ao 
grupo das Espermatófitas (plantas com sementes): as 
Gimnospermas e Angiospermas. Muitas vezes, o termo semente é 
aplicado impropriamente para designar alguns tipos de frutos 
secos monospérmicos, tais como cariopses, aquênios ou, ainda, 
propágulos vegetativos como esporos de samambaias e de 
cogumelos. 
Quanto aos grupos de Espermatófitas, as Gimnospermas 
apresentam múltiplos cotilédones, enquanto dentro das 
Angiospermas, as monocotiledôenas apresentam um único 
cotilédone e endosperma abundante, e as eudicotiledôneas 
apresentam dois cotilédones e o endosperma pode estar ausente 
em alguns casos. Sementes de eudicotiledôneas geralmente 
apresentam dois tegumentos (testa e tégmen) 
 
 
Constituição da semente 
 
1- Envoltórios 
 
Os envoltórios da semente desenvolvem-se a partir dos 
integumentos do óvulo. Geralmente o óvulo apresenta dois 
integumentos e, desse modo, as sementes também podem 
apresentar dois tegumentos: testa (tegumento externo, originado 
da primina) e tégmen (tegumento interno, originado da 
 
85 
 
secundina). No entanto, é possível que a semente apresente 
apenas um tegumento, a testa. 
 variações dos envoltórios da semente dependem de 
características específicas do óvulo, principalmente no que diz 
respeito ao número e espessura dos integumentos e das 
modificações sofridas por ele(s) durante o desenvolvimento e 
maturação da semente. 
 Quando o óvulo apresenta apenas um integumento, a semente 
também poderá apresentar um único envoltório. O grau com que 
os integumentos do óvulo contribuem para a formação da testa 
madura é extremamente variado e só pode ser determinado 
através de estudos ontogenéticos. Em muitos casos, os 
integumentos do óvulo se simplificam durante o 
desenvolvimento da semente, podendo reduzir-se a uma 
epiderme delgada, ou desaparecer totalmente, como, por 
exemplo, no milho (Zea mays - Poaceae), onde a semente aparece 
firmemente aderida ao pericarpo delgado do fruto. 
Freqüentemente, esses envoltórios tornam-se secos e 
duros, protegendo o embrião das radiações solares que podem 
causar danos ao material genético, das oscilações térmicas e da 
ação de organismos decompositores. 
 
2- Quanto ao número de tegumentos 
 
As sementes podem ser classificadas em: 
 
Bitegumentadas: constituídas pelos dois tegumentos (testa e 
tégmen). As Angiospermas, em geral, apresentam sementes 
bitegumentadas. 
 
Unitegumentadas: constituídas por apenas um tegumento. 
Comum entre as Gimnospermas. 
 
Ategumentadas: ausência de tegumentos. A semente é 
protegida diretamente pelo pericarpo do fruto. Comum em 
espécies das famílias Poaceae (gramíneas) e Loranthaceae. 
 
86 
 
 
3- Tegumento suplementar 
 
Algumas estruturas especiais que podem aparecer na superfície 
de certas sementes. 
 
A – Arilo: excrescência carnosa que circunda a semente parcial 
ou completamente, como um terceiro tegumento. Um exemplo é 
a substância mucilaginosa que envolve a semente de maracujá 
(Passiflora sp. - Passifloraceae) e da pitomba (Talisia esculenta). 
 
B– Carúncula: excrescência carnosa originada do tegumento 
externo, presente na extremidade da micrópila em muitas 
sementes de Euphorbiaceae. Além de atuar na dispersão, a 
carúncula tem papel na germinação por absorver água do solo 
para o embrião. 
 
C – Sarcotesta: quando a testa da semente (ou parte dela) se 
torna polposa e comestível. Exemplo: mamão (Carica papaya - 
Caricaceae). 
 
D – Estrofíolos: quando os tecidos carnosos estão restritos a 
cristas ao longo da rafe. 
 
4- Reservas 
 
O endosperma é o tecido nutritivo da semente, resultante 
da fecundação dos núcleos polares (do saco embrionário) por um 
dos gametas masculinos, o que leva à formação de uma estrutura 
triplóide (3n). Dois tipos básicos de desenvolvimento do 
endosperma são reconhecidos: endosperma nuclear e 
endosperma celular. No caso do endorperma nuclear, os núcleos 
se dividem várias vezes, sem que ocorram divisões do 
citoplasma. Após as divisões, todas as paredes celulares se 
formam simultaneamente. Este é o tipo mais comum. Exemplo: 
 
87 
 
coco (Cocos nucifera - Arecaceae). No endosperma celular, cada 
divisão nuclear é seguida de divisão do citoplasma, com a 
formação da parede celular. 
Apesar do desenvolvimento do endosperma ocorrer de 
diferentes maneiras, a função do tecido resultante é a mesma: 
prover nutrição para o embrião em desenvolvimento e, em 
muitos casos, também para a plântula. Em algumas 
Angiospermas, especialmente as eudicotiledôneas, o embrião em 
desenvolvimento digere todo o endosperma. O embrião dessas 
sementes normalmente forma cotilédones carnosos que 
armazenam substâncias nutritivas e ocupam o maior volume da 
semente. Nas eudicotiledôneas com grandes quantidades de 
endosperma, os cotilédones apresentam-se delgados e 
membranosos e servem para absorver as substâncias de reserva 
do endosperma. Em outros grupos, particularmente nas 
monocotiledôneas, o endosperma existe em quantidades 
variáveis na semente e é utilizado pelo embrião quando este 
retoma seu crescimento, durante a germinação. Nesses casos, o 
único cotilédone geralmente desempenha mais uma função de 
absorção do que de armazenamento de substâncias. Mergulhado 
no endosperma, o cotilédone absorve os nutrientes armazenados 
por meio de atividade enzimática. Os nutrientes são então 
transportados, por meio do cotilédone, até as regiões de 
crescimento do embrião. As sementes que não apresentam 
endosperma (no caso de as reservas serem completamente 
absorvidas pelo embrião durantesua formação), são 
denominadas exalbuminosas ou exospermadas (Fabaceae, 
Orchidaceae e Asteraceae), enquanto aquelas que apresentam 
endosperma são chamadas albuminosas ou endospermadas 
(mamona, Ricinus communis - Euphorbiaceae). 
As substâncias de reserva acumuladas tanto no 
endosperma quanto nos cotilédones variam muito: podem ser 
encontradas na forma de amido (feijão, cereais), óleos 
(amendoim, girassol) ou proteínas (soja). O endosperma é bem 
desenvolvido nas sementes das gramíneas, algumas das quais 
são fontes essenciais da alimentação humana, como arroz (Oryza 
 
88 
 
sativa), milho (Zea mays), trigo (Triticum vulgare) e centeio 
(Secale cereale). O endosperma é geralmente triplóide e tem 
papel nutritivo para o embrião. 
 
5- Embrião 
 
O embrião se desenvolve no interior do óvulo, 
geralmente a partir da oosfera fertilizada ou zigoto. O embrião 
maduro das Angiospermas consiste de um eixo semelhante a um 
caule, com um ou dois cotilédones, que são as primeiras 
estruturas foliares da planta. Nos primeiros estágios de 
desenvolvimento, os embriões das eudicotiledôneas e 
monocotiledôneas passam por uma seqüência de divisões 
celulares semelhantes e se transformam em corpos 
aproximadamente esféricos. Posteriormente, começam a se 
diferenciar: enquanto o embrião das eudicotiledôneas 
desenvolve dois cotilédones em posição lateral (em formato 
cordiforme), o embrião das monocotiledôneas permanece 
cilíndrico, formando um cotilédone apenas. Desse modo, o 
meristema apical caulinar nas eudicotiledôneas se encontra 
entre os dois cotilédones, enquanto que nas monocotiledôneas 
ocupa uma posição apical. A poliembrionia (mais de um embrião 
numa semente) ocorre em algumas espécies, como Poa alpina - 
Poaceae, Opuntia spp. - Cactaceae, sendo comum em frutas 
cítricas (Citrus spp. - Rutaceae) e em manga (Mangifera indica - 
Anacardiaceae). 
O crescimento da futura planta, a partir do embrião, só é 
possível pela presença dos meristemas apicais. Estes meristemas 
aparecem nos dois pólos do eixo embrionário: pólo proximal 
(gema da raiz) e pólo distal (ou gema apical) do caule. O 
meristema apical do caule nas eudicotiledôneas pode ser visto 
como um resíduo de tecido embrionário, entre os dois 
cotilédones. Algumas vezes, uma gema apical pequena com um 
eixo de entrenós bem curtos, com um ou mais primórdios 
foliares, desenvolve-se a partir deste meristema, conjunto este 
que é chamado de plúmula. A porção desta gema é denominada 
 
89 
 
epicótilo. A porção do eixo do embrião entre o ápice da raiz e os 
cotilédones, recebe a denominação de hipocótilo. Em algumas 
plantas, a extremidade inferior do eixo do embrião já apresenta 
características nítidas de raiz, sendo denominada radícula. 
Quando não é possível distinguir nenhuma radícula no embrião, 
o eixo abaixo dos cotilédones é denominado eixo 
hipocótiloradicular. Mesmo que o meristema apical da raiz 
embrionária ainda não tenha assumido a mesma organização 
celular da raiz em crescimento, a coifa já está presente. Em 
algumas espécies podem ser vistos primórdios de raízes 
adventícias no hipocótilo do embrião. 
Na semente de mamona (Ricinus communis - 
Euphorbiaceae), existe uma região saliente na base, a carúncula, 
que corresponde a uma excrescência do tegumento externo; o 
hilo e a micrópila abaixo da carúncula e a rafe que se estende ao 
longo da semente. A reserva é representada pelo endosperma no 
qual o embrião fica mergulhado. O primórdio do sistema caulinar 
com nervuras conspícuas, um epicótilo bem reduzido, 
apresentando apenas o meristema apical, e um eixo hipocótilo-
radicular muito curto, com uma radícula reduzida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 62 -A- Morfologia externa da semente da mamona (Ricinus communis -
Euphorbiaceae ) e B e C do feijão (Phaseolus vulgaris – Fabaceae). 
Hilo 
Micrópila 
Rafe 
Carúncula 
Rafe 
Folhas da gêmula 
Caulículo 
Radícula 
Cotilédones 
Tegumento 
A B 
C 
 
90 
 
Dentre os embriões das monocotiledôneas, o das 
gramíneas é o mais altamente diferenciado. Um embrião de 
gramínea, quando totalmente formado, possui um cotilédone 
maciço, o escutelo, estreitamente aderente ao endosperma. O 
escutelo encontra-se preso a um lado do eixo do embrião que 
possui uma radícula em sua extremidade inferior e uma plúmula 
em sua extremidade superior. Tanto a radícula quanto a plúmula 
são envolvidas por estruturas protetoras, semelhantes à bainhas, 
denominadas coleorriza e coleóptilo, respectivamente. A 
semente do milho (Zea mays - Poaceae) (Figura 63), e das demais 
gramíneas em geral, está sempre associada à parede do fruto. O 
endosperma constitui a maior parte do conteúdo do grão. Este 
endosperma é formado de uma região mais externa à camada de 
aleurona e uma camada amilácea. As células da camada de 
aleurona contêm proteínas e gorduras, mas pouco ou nenhum 
amido. As células contêm, além do amido, grânulos de proteína e 
de carboidratos. As células externas do escutelo (cotilédone 
maciço) produzem enzimas que digerem os alimentos 
armazenados no endosperma. O coleóptilo pode permanecer 
durante os primeiros dias da germinação da semente, sendo 
rompida posteriormente, para dar passagem às folhas novas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 63. Partes constituintes da semente do milho (Zea mays – Poaceae). 
 
No embrião do feijão (Phaseolus vulgaris - Fabaceae) 
pode-se distinguir um primórdio do sistema caulinar, formado 
por: dois cotilédones com material de reserva, um eixo curto (o 
hipocótilo) abaixo dos cotilédones, um eixo curto (o epicótilo) 
Albume 
Embrião 
 
91 
 
com alguns primórdios de folhas acima dos cotilédones e o ponto 
vegetativo que constituem a plúmula. Também pode ser 
distinguida uma radícula, mas como em geral é difícil determinar 
os limites entre hipocótilo e radícula, denomina-se eixo 
hipocótilo-radicular. 
 
6- Germinação 
 
Após a dispersão, caso estejam em meio favorável e 
úmido, as sementes passam a absorver água e germinam. A 
primeira fase do processo de germinação é caracterizada por um 
grande aumento do volume da semente, decorrente da 
embebição (processo físico de entrada de água na semente). Com 
o aumento de volume, o tegumento da semente rompe-se e então 
o embrião pode crescer (Figura 64B). Geralmente a primeira 
parte a sair é a raiz primária (formada a partir da radícula), que 
penetra no solo por geotropismo positivo (crescimento em 
direção ao solo, a favor da gravidade), e ramifica-se para formar 
o sistema radicular da nova planta. No extremo oposto à raiz, 
outro eixo se desenvolve, geralmente com geotropismo negativo 
(crescimento em direção oposta ao solo, contra a gravidade), 
originando o caule e as folhas (Figura 64B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 64- A- Semente do feijão aumentada de volume decorrente da 
embebição. B- Plântula do feijão. 
 
 
 
 
A 
B 
 
92 
 
7- Tipos de germinação 
 
A germinação das sementes pode ser de dois tipos: 
 
A – Epígea: os cotilédones são elevados a certa distância do solo, 
graças a uma distensão do hipocótilo. Exemplos: feijão 
(Phaseolus vulgaris - Fabaceae) e mamona (Ricinus communis - 
Euphorbiaceae). 
 
B – Hipógea: os cotilédones permanecem no interior do solo. 
Exemplo: milho (Zea mays - Poaceae). 
 
 
8- Dispersão de sementes e frutos (diásporos) 
 
Processo pelo qual sementes e frutos são dispersados, 
isto é, transportados ou lançados a uma certa distância da planta 
que os originou. Os diásporos são as unidades orgânicas 
(sementes, frutos ou propágulos) destinadas à propagação das 
plantas. 
 
9- Síndromes de dispersão 
 
As sementes e frutos podem ser dispersos de diversas maneiras, 
associadas à própria planta, a outros organismos vivos ou fatores 
abióticos do meio. 
 
A–Antropocoria: feita pelo homem, acidental ou 
espontaneamente. 
 
B–Zoocoria: feita por meio de animais; geralmente são frutos e 
sementes com tricomas e espinhos que aderem ao corpo ou pêlo 
dos animais (ex.: carrapicho). Pode haver, ainda, ingestão por 
avese mamíferos, disseminando as sementes juntamente com as 
fezes (ex.: erva-de-passarinho). 
 
93 
 
 
C–Anemocoria: feita por meio do vento; geralmente são 
sementes e frutos leves ou muito pequenos (ex.: sementes de 
orquídeas), ou que apresentem expansões/pêlos (ex.: dente-de-
leão, paineira). 
 
D–Hidrocoria: feita por meio da água; são sementes e frutos que 
apresentam cutícula impermeável (ex.: coco). É comum 
apresentarem flutuadores, como tecido esponjoso ou sacos 
aeríferos. 
 
E–Autocoria: feita pela própria planta, por meio de frutos com 
deiscência (abertura) explosiva, lançando as sementes (ex.: 
algumas leguminosas e orquídeas). 
 
F–Barocoria: feita pela ação da gravidade em sementes ou 
frutos pesados (ex.: abacate). 
 
G–Geocarpia: os frutos são enterrados no solo, onde 
amadurecem (ex.: amendoim, Fig. 61B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
Leituras adicionais recomendadas 
 
Araguaia, M. Vitória Régia. Disponível em: 
<https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/vitoriaregia.htm> 
Acesso em: abril de 2021. 
 
Chien-Chang, S.; Ragasa, C. Y.; Ebajo Jr., V. D.; De Los Reyes, M. M. 
A flavone from Eucalyptus deglupta. A Journal of Pharmaceutical, 
Biological and Chemical Sciences, v. 6, n. 2, p. 1149-1153, 2015. 
 
Gonçalves, E. G. Lorenzi, H. Organografia e Dicionário Ilustrado 
de Morfologia das Plantas Vasculares, 2° ed. São Paulo: Instituto 
Plantarum, 2011. 
 
Marshall, C. WWW, a intricada rede de raízes, fungos e bactérias 
que interliga as plantas nas florestas, 2019. Disponível em: 
<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-
48310974>Acesso em abril de 2021. 
 
Matos, C. H. C.; Pallini, A.; Freitas, R. C. Domácias e seu papel na 
defesa das plantas, Ciência Rural, v.36, n.3, 1021-1026, 2006. 
 
Raven, P.H.; Eichhorn, S.E.; evert, R.F. Biologia Vegetal. 8ª Edição. 
Guanabara Koogan, 867p, 2014. 
 
Rodrigues, D. F.; Mendes, F. F.; Feitosa, A. D.; Filho, N.; J. A.; Silva, 
L. A. F. Silva. O extrato da casca de barbatimão, Stryphnodendron 
adstringens (Martius) Coville, na cicatrização de feridas em 
animais. Enciclopédia Biosfera, v. 9, n. 16, p. 1583-1601, 2013. 
 
Vidal, W.N.; Vidal, M.R.R. Botânica – Organografia: Quadros 
Sinóticos Ilustrados de Fanerógamos. 4.ed. Viçosa: UFV, 2000. 
 
 
 
 
 
95 
 
ROTEIRO PARA DESCRIÇÃO DE AMOSTRAS VEGETAIS 
 
1. Quanto ao porte da planta 
Erva, arbusto, árvore. 
 
2. Quanto ao tipo de raiz 
 
3. Quanto ao tipo de caule 
Aéreo, subterrâneo, aquático. 
 
4.Órgãos de defesa 
Apresenta: espinho, acúleo ou outro? Qual? 
 
5. Folha 
 
5.1 Filotaxia (disposição das folhas no caule) alterna, oposta 
dística ou cruzada, verticilada, geminada, fasciculada etc. 
 
5.2 Quanto as suas partes: 
a) Completa; b) Incompleta: peciolada, séssil ou invaginante 
 
 5.3 Tipo de folha: 
a).Simples. 
b).Composta: geminada, trifoliolada, paripenada, imparipenada, 
digitada ou outra, qual?. 
 
5.4 Quanto à bainha: aberta ou fechada? 
 
5.5Quanto ao tamanho do pecíolo: longo-peciolado: médio-
peciolado; curto-peciolado. 
 
5.6 Quanto ao limbo, verificar o tipo de ápice: agudo, acuminado, 
truncado, mucronado, obtuso, outro, qual? 
 
Tipo de base: aguda, arredondada, atenuada, reniforme, 
assimétrico. 
 
96 
 
 
Tipo de margem: lisa, crenada. Denteada, partida aculeada, 
lobada, ripada, fendida ou outra qual? 
 
Forma: acicular, cordiforme, deltóide, lanceolada... outra qual? 
 
Nervura: uninervia, paralelinervia, curvinervia.... outra qual? 
 
Cor; consistência; superfície. 
 
5.7. Quanto à ausência ou presença de estípulas. 
 
6. Flores 
6.1 quanto à simetria podem ser: Simétrica: quando apresenta 
plano de simetria. Podendo ser: 
a) actinomorfa quando apresenta mais de um plano 
b) Zigomorfa, quando apresenta apenas um plano. 
 
Assimétrica: quando não apresenta nenhum plano de simetria. 
 
6.2 Flores em inflorescência? 
Que tipo? racemosa ou cimosa? 
 
6.3 Quanto aos verticilos protetores: 
Aclamídea, monoclamídea, diclamídea. 
 
6.4 Quanto ao cálice: 
N° de sépalas: 1,2,3.......... 
Concrescência: a) unidas (sinsépalas) b) livres (dialisépalas) 
 
6.5 Quanto à corola: 
N° de pétalas: 1,2,3.......... ou trímera, tetrâmera pentâmera..... 
Concrescência: a) unidas (simpétalas) b) livres (dialipétalas) 
 
6.6 Quanto aos verticilos reprodutores: Unissexuada (um sexo) 
ou andrógina (2 sexos) 
 
97 
 
 
6.7 Quanto aos estames: verticilos masculinos 
a) Livres 
b) concrescidos 
b1. em um só feixe = monoadelfos 
b2. em dois feixes = diadelfos 
b3. em três feixes = triadelfos 
 
6.8 quanto à antera: 
N° de tecas: 1, 2, 3....... 
Deiscência: rimosa ou longitudinal; poricida; valvar 
 
6.9 Quanto ao gineceu (verticilo feminino) 
Posição do ovário: supero ínfero ou semi-infero. 
 
6.10 Quanto ao número de carpelos do ovário: monocarpelar, 
bicarpelar, tricarpelar ...etc 
 
6.11 Quanto ao nº de lóculos do ovário: monolocular, bilocular 
etc 
 
6.12 Quanto ao nº de óvulos do ovário: 1,2,3.... 
 
6.13 Quanto ao nº de estigma do ovário; unífido, bífido trífido... 
 
6.14 Qual o tipo de fruto: baga legume, drupa outro? Qual? 
 
	Botanica-Organografia-ebook 1
	Botanica-Organografia-ebook 3
	LIVRO FINAL_19_08_Atualizado.pdf
	Botanica-Organografia-ebook 108