Leia os textos a seguir: 

Texto I: 

A Era de Ouro, por sua vez, ‘é quando o rádio informativo e, consequentemente, a notícia realmente se implantam e passam a se desenvolver utilizando características e recursos do veículo mais adequados à transmissão de informações jornalísticas, entre os quais a rapidez e o imediatismo’ (Zuculoto, 2012a, p. 28-29). É em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, que passa a ser irradiado o Repórter Esso, nas ondas da recém-estatizada Rádio Nacional. O Repórter Esso, nos moldes da rádio estadunidense, distancia-se da forma como se transmitiam notícias no rádio brasileiro. Em apenas cinco minutos era apresentada o que a autora chama de síntese noticiosa, com textos estruturados em ordem direta e em frases curtas. “Após o noticiário, com as informações internacionais e nacionais, era transmitido, via telégrafo, para cada uma das rádios que irradiava o Esso, contendo um espaço para a introdução de notícias locais”. 

Fonte: ZUCULOTO, 2012a, p. 87 apud SILVA, 2020, pág. 206-207. In: RADDATZ, V. L. S. [et al.]. Rádio no Brasil: 100 anos de história em (re) construção. Ijuí, RS: Ed. Unijuí, 2020. 

Texto II: 

Às 12h55 de 28 de agosto de 1941, fanfarra e clarins, transformados em marca registrada do noticiário, tocaram para a estreia do Repórter Esso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro: Prezado ouvinte, bom dia. Aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história, apresentando as últimas notícias da UPI.  

Fonte: JUNG, M. Jornalismo de Rádio. São Paulo: Contexto, 2004, pág. 31.

A partir da leitura dos textos, considerando as informações e reflexões propostas pelos autores, e, também sobre a “Era de Ouro” do rádio no Brasil, a ascensão e importância do radiojornalismo nesse período, assinale a alternativa correta. 

Grupo de escolhas da pergunta

O Repórter Esso, em sua fase no rádio brasileiro, trazia uma síntese informativa de agências internacionais, com notícias a partir da ótica norte-americana e europeia, traduzidas para a realidade brasileira, representando uma estratégia de empresas estrangeiras em vincularem sua marca a programas radiofônicos.

Embora os programas jornalísticos radiofônicos pioneiros do rádio brasileiro, como o Repórter Esso e o Jornal Falado Tupi, tenham criado fórmulas de sucesso tanto para a síntese jornalística quanto para o radiojornal, influenciando durante décadas o radiojornalismo no país, esses formatos já não são mais vigentes hoje nas emissoras.

Um modelo de radiojornal, com maior duração e diferente da síntese noticiosa do Repórter Esso, é implantado no Brasil a partir do Jornal Falado Tupi, na rádio de mesmo nome do grupo dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, depois aperfeiçoado no Grande Jornal Falado Tupi, ambos um contraponto ao jornalismo impresso da época.

Os primeiros radiojornais brasileiros, na chamada Era de Ouro do rádio, nas décadas de 1930 e 1940, buscaram desde o início uma identidade radiofônica para além da simples leitura de notícias em voz alta a partir dos textos publicados nos jornais impressos, explorando e construindo as características principais do jornalismo de rádio.

O formato de síntese jornalística implantado pelo Repórter Esso no Brasil, influenciou outras emissoras e criou um modelo de noticiário radiofônico organizado a partir das características próprias do veículo, com notícias curtas, redigidas e apresentadas de forma direta, objetiva, em textos curtos e sem adjetivação.