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(MPE – SP – Promotor de Justiça – PR/2008) Ivo estabeleceu união estável com Ada, a qual possuía um filho de dois anos de idade, Pio fruto de outra união, registrado apenas pela mãe. Espontaneamente, por escritura pública, Ivo reconheceu Pio como filho, acrescentando o sobrenome paterno no assento de nascimento da criança. Passados doze anos, desfeita a união estável, o perfilhado promoveu ação de alimentos ante o perfilhante, que, em contrapartida, aforou ação negatória de paternidade cumulada com anulação do registro civil, calcada no fato de não ser o verdadeiro pai do menor, e alegou ter sido forçado pela companheira a reconhecê-lo. As provas confirmaram a inexistência de vínculo biológico entre Ivo e Pio, seja pelo exame de DNA seja pela confissão de Ada, vindo os autos ao Ministério Público para alegações finais. Como promotor de justiça, aponte os fundamentos do parecer sobre a procedência ou não da ação negatória de paternidade cumulada com anulação do registro civil.
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Gabriela Manica da Costa

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No caso apresentado, a análise da ação negatória de paternidade cumulada com anulação do registro civil deve considerar alguns pontos fundamentais: 1. Reconhecimento Voluntário: Ivo reconheceu Pio como filho de forma espontânea e por escritura pública. O reconhecimento de paternidade é um ato jurídico que, em regra, gera efeitos legais, incluindo a obrigação de prestar alimentos. 2. Inexistência de Vínculo Biológico: As provas, como o exame de DNA e a confissão de Ada, demonstram que não há vínculo biológico entre Ivo e Pio. Isso é um fator relevante, mas não é o único a ser considerado. 3. Efeitos do Reconhecimento: O reconhecimento de paternidade, uma vez realizado, cria uma relação jurídica que não pode ser desfeita apenas pela ausência de vínculo biológico, salvo em casos excepcionais, como erro ou coação. 4. Interesse do Menor: O princípio do melhor interesse da criança deve ser considerado. A anulação do registro pode trazer prejuízos para Pio, que já possui um vínculo afetivo e social com Ivo, além de direitos decorrentes desse reconhecimento. 5. Possibilidade de Ação: A ação negatória de paternidade pode ser procedente se ficar comprovado que o reconhecimento foi feito sob coação ou erro, mas a simples alegação de que foi forçado não é suficiente sem provas concretas. Diante desses pontos, o parecer do promotor de justiça poderia concluir que a ação negatória de paternidade deve ser analisada com cautela, levando em conta não apenas a inexistência de vínculo biológico, mas também os efeitos do reconhecimento e o interesse da criança. A procedência da ação dependerá da comprovação de coação ou erro no reconhecimento.

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