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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE 
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA 
DIRECÇÃO NACIONAL DE TERRAS E FLORESTAS 
 
Estudo do impacto do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de 
Maio sobre os mecanismos que regulam a canalização dos 20% 
das taxas de exploração florestal e faunística às comunidades. 
 
Relatório Preliminar 
 
 
Maputo, Fevereiro de 2012 
 
2 
 
Equipa técnica 
 
Coordenação e Redacção 
• Catarina Chidiamassamba 
 
Recolha e compilação da informação de campo, imagens e elaboração dos relatórios 
provinciais 
• Catarina Chidiamassamba, 
• Esmeralda Lúcia Francisco, 
• Célia Enosse e 
• Alberto Chidiamassamba 
 
Estatística 
• José Bonifácio 
 
Análise legal 
• Abílio Diole 
 
Organização e facilitação das entrevistas 
• Altino Januário – SPFFB/Cabo Delgado 
• Carlos Langa- SPFFB/Niassa 
• João Machel- SPFFB/ Zambézia 
• Aly Awasse-SPFFB/Nampula 
• Alferes Simbi- SPFFB/Tete 
• José Almeida-SPFFB/Manica 
• Silvestre Santos-SPFFB/Sofala 
• Morgado Mussengue- SPFFB/Inhambane 
• Arsénio Chilengo- SPFFB/Gaza 
• António Bope- SDAE/ Matutuine/ Maputo 
 
Colaboradores: Teresa Nube, Osvaldo Manso, Eugénio Manhiça / DNTF. 
3 
 
Índice 
 
Agradecimento ........................................................................................................................... 5 
Lista de Acronómios .................................................................................................................. 7 
Sumário executivo ...................................................................................................................... 9 
1. Introdução ............................................................................................................................. 14 
1.1. Objectivos do estudo .................................................................................................. 15 
1.2. Metodologia de trabalho ............................................................................................ 16 
1.2.1. Revisão bibliográfica ............................................................................................. 17 
1.2.2. Planificação do trabalho de campo ........................................................................ 19 
1.2.4. Trabalho de campo ................................................................................................. 20 
1.2.5. Alguns constrangimentos durante o trabalho de campo ........................................ 22 
1.2.6. Mapa ilustrativo dos distritos visitados .................................................................. 22 
2. A génese do Diploma Ministerial 93/2005 de 4 de Maio ................................................. 24 
2.1. Conteúdo do Diploma Ministerial 93/2005 de 4 de Maio ................................................. 26 
3. Apresentação das constatações ............................................................................................. 29 
3.1. Estágio actual do processo de canalização e entrega de 20% das taxas de exploração 
florestal e faunística; ............................................................................................................ 29 
3.1.1. Conhecimento e a percepções dos diferentes actores sobre o Diploma 
Ministerial 93/2005 de 4 Maio ......................................................................................... 29 
3.1.2. Papel dos diferentes intervenientes na aplicação do Diploma Ministerial 
93/2005. ............................................................................................................................ 33 
3.1.3. Valores transferidos e comunidades beneficiárias ................................................. 39 
3.1.4. Comunicação sobre a transferência dos 20% aos beneficiários ............................. 47 
3.1.5. Documentação e arquivos comprovativos do processo de canalização dos 20%
 ................................................................................................................................50 
3.2. A planificação e utilização dos 20%, assim como a implementação de projectos 
financiados pelos referidos fundos ........................................................................................... 53 
3.3. A participação e o papel da mulher nas comunidades em todo o processo de canalização 
dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística............................................................59 
3.4. Impactos ............................................................................................................................ 62 
3.4.1. Os impactos sociais nas comunidades beneficiárias dos 20%.......................................77 
3.4.2. Os impactos sociais nas comunidades beneficiárias dos 
20%.......................................778 
4 
 
3.4.3.Os impactos ambientais nas comunidades beneficiárias dos 20%.. ................................ 79 
4. Os desafios, constrangimentos e oportunidades encontrados ao longo do processo de 
implementação do Diploma Ministerial 93/2005 de 4 de Maio ............................................... 80 
5. Proposta com acções concretas para a DNTF com vista a melhorar o processo de 
canalização e uso dos 20% das taxas de exploração dos recursos naturais .............................. 88 
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 98 
7. Anexos. Anexo 1. Amostra do estudo ................................................................................ 101 
Anexo 2. Lista de participantes nas entrevistas ...................................................................... 103 
Anexo3. Província de Niassa. Ponto de situação dos projectos visitados .............................. 145 
Anexo 4. Província de Cabo Delgado. Ponto de situação dos projectos visitados ................. 146 
Anexo.5. Província de Nampula. Ponto de situação dos projectos visitados ......................... 152 
Anexo 6. Província da Zambézia. Ponto de situação dos projectos visitados ........................ 155 
Anexo 7. Província de Tete. Ponto de situação dos projectos visitados ................................ 158 
Anexo 8. Província de Sofala. Ponto de situação dos projectos visitados ............................. 159 
Anexo 9. Província de Manica. Ponto de situação dos projectos visitados ............................ 160 
Anexo 10. Província de Inhambane. Ponto de situação dos projectos visitados .................... 162 
Anexo 11. Província de Gaza. Ponto de situação dos projectos visitados ............................. 164 
Anexo 12. Província de Maputo. Ponto de situação dos projectos visitados ......................... 165 
Anexo. 13. Fotos de alguns projectos visitados durante o estudo...........................................175 
 
 
 
 
5 
 
Agradecimento 
 
Este trabalho não seria possível sem a paciência e a especial atenção que as comunidades 
locais das províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala, Manica, Tete, 
Inhambane, Gaza e Maputo, reservaram à equipa de consultores nas suas missões de campo. 
Aos homens, mulheres, jovens e adultos, destas comunidades, alguns deles citados ao longo 
do presente relatório mas muitos deles anónimos, vão as nossas primeiras e sinceras palavras 
de agradecimento. 
 
Os nossos agradecimentos especiais vão para o pessoal da Direcção Nacional de Terras e 
Florestas, Chefes, técnicos e motoristas dos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia 
das dez províncias visitadas e do Programa de Apoio ao Sector Florestal em Moçambique que 
dedicaram igualmente uma atenção especial a este estudo desde o momento da concepção e 
preparação, da sua implementação e da condução das entrevistas no terreno e discussão dos 
resultados. 
 
A todos os nossos interlocutores junto dos serviços do Estado ligados à administração e gestão 
dos recursos florestais e faunísticosno país em especial aos Senhores Administradores 
Distritais, aos Senhores Directores dos Serviços Distritais das Actividades Económicas, aos 
Senhores Chefes dos Postos Administrativos e das Localidades, aos Senhores Directores 
Provinciais de Turismo com que tivemos a oportunidade de discutir o processo de canalização 
dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística, vão os nossos sinceros agradecimentos 
pelo apoio e disponibilidade de informação relevante para a realização com sucesso do 
presente trabalho. 
 
Também vão os nossos agradecimentos a todas as Organizações Não Governamentais, 
Agências de Cooperação e Associações, pela oportunidade que deram a equipa de consultores 
de conhecer o esforço que está sendo empreendido na implementação do Diploma Ministerial 
n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os mecanismos que regulam a canalização dos 20% das taxas 
de exploração florestal e faunística às comunidades, objecto do presente estudo, com vista a 
atingir os impactos sociais, econômicos e ambientais efectivos a nível das comunidades locais 
e famílias rurais de Moçambique. 
6 
 
 
Dedicatória 
 
Os consultores dedicam este trabalho a mulheres e homens, raparigas e rapazes, crianças e 
velhos deste imenso país que têm nos recursos naturais a fonte principal da sua sobrevivência 
e a base da sua realização como indivíduos e como grupos sociais. 
 
É importante destacar que os consultores estão cientes das expectativas e esperanças que este 
trabalho criou tanto junto das comunidades locais visitadas assim como das várias instituições 
ligadas à questão de canalização dos 20% das taxas de exploração em Moçambique e espera-
se que o presente relatório irá servir de um instrumento de base para uma reflexão sobre uma 
nova abordagem do processo passados 5 anos após a aprovação do Diploma Ministerial n° 
93/2005 de 4 de Maio acima referido. 
 
Entretanto, a equipa de consultores reconhece a complexidade do presente trabalho e espera a 
compreensão e o benefício da dúvida pelos erros e omissões que eventualmente possam ser 
encontrados ao longo do presente relatório em face das expectativas criadas. 
Os Consultores 
Alberto Chidiamassamba 
Abílio Diole 
Catarina Chidiamassamba 
Célia Enosse 
Esmeralda Francisco 
José Bonifácio 
7 
 
Lista de Acronimos 
 
ADEL Agência para o Desenvolvimento Local de Sofala 
ACODEMAZA Associação Comununitária para o Desenvolvimento da Zambézia 
APRONAF Apoio ao Sector Florestal de Moçambique CAMPFIRE Community 
Areas Management Programme for Indigenous Resources, do 
Zimbabwe 
CGRN Comité de Gestão dos Recursos Naturais 
COGEP Conselhos de Gestão Participativa dos Recursos Naturais 
CONCERN Organização não Governamental para o Desenvolvimento Local 
COCIM Constituindo Cidadania em Moçambique 
DNAC Direcção Nacional das Áreas de Conservação 
DNTF Direcção Nacional de Terras e Floresta do Ministério da Agricultura 
DPA Direcção Provincial de Agricultura 
DPCAA Direcção Provincial de Coordenação da Acção Ambiental 
DPT Direcção Provincial de Turismo 
DM Diploma Ministerial 
DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra 
ESTAMOS Organização não Governamental para o Desenvolvimento Local 
FAEF-UEM Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal- Universidade 
Eduardo Mondlande 
FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação 
FORASC Fórum das Organizações da Sociedade Civil de Cuamba 
FT Fórum Terra 
iTC Iniciativa para Terras Comunitárias 
LFFB Lei das Florestas e Fauna Bravia 
KSM Kwaedza Simukai Manica 
KPMG Empresa de Consultoria e Auditoria 
KULIMA Organização não Governamental para o Desenvolvimento Local 
GCRN Gestão Comunitária dos Recursos Naturais 
MAGARIRO Organização não Governamental para o Desenvolvimento Local 
MCA Milénium Challenge Account 
MCRN Maneio Comunitário dos Recursos Naturais 
8 
 
MINAG Ministério da Agricultura 
MITUR Ministério do Turismo 
Mt Meticais 
OCB Organização Comunitária de Base 
ONG Organização Não Governamental 
ORAM Associação de Ajuda Mutua Rural 
RADEZA Rede de Organizações para Ambiente e Desenvolvimento Comunitária 
Sustentável da Zambézia 
ROADS Rede de Organizações para Ambiente e Desenvolvimento Sustentável 
RN Recursos Naturais 
SDAE Serviços Distritais das Actividades Económicas 
SPFFB Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia 
UCA União dos Camponeses e Associações de Niassa 
UCASM União de Camponeses e Associações do Sul de Niassa 
UICN União Internacional de Conservação da Natureza 
UNAC União Nacional de Camponeses 
UPMC Unidade Provincial de Maneio Comunitário dos Recursos Naturais 
UPCN União Provincial dos Camponeses de Niassa 
SCDS Norconsult Group – Empresa de Consultoria 
WWF Fundo Mundial para a Natureza 
 
 
9 
 
Sumário executivo 
 
Moçambique ocupa uma área de cerca de 799.380 Km2 (cerca de 79,9 Milhões de hectares), 
com uma fronteira terrestre de 4.330 km e uma extensão da costa de 2.400 km. 
 
Cerca de 78% da superfície do país é ocupada por florestas 1. A área coberta de floresta 
potencialmente produtiva, contendo espécies de valor comercial, é de cerca de 20 milhões de 
hectares. Esta área corresponde cerca de 24% da superfície total do país. O volume comercial 
existente nesta área é de cerca de 22 milhões de metros cúbicos de árvores em pé com um 
DAP 2
 
 acima de 40 cm e possui cerca de 9 milhões de hectares de parques nacionais e áreas 
de reservas de fauna bravia. 
Estes recursos naturais representam um grande capital para a sobrevivência da população rural 
em Moçambique. Assim, a aprovação de um quadro legal sobre a gestão dos recursos naturais 
particularmente a Política e Estratégia de Florestas e Fauna Bravia, a Lei de Florestas e Fauna 
Bravia e o respectivo regulamento e a Política do Turismo e estratégia da sua Implementação 
veio enaltecer os princípios e normas básicas sobre a protecção, conservação e utilização 
sustentável dos recursos florestais e faunísticos e desenvolvimento local. 
 
A aprovação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os mecanismos que 
regulam a canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística às comunidades, 
veio reforçar a salvaguarda do direito das comunidades locais sobre os recursos naturais e 
assegurar a implementação de iniciativas locais para o melhoramento da vida das 
comunidades locais e apoiar e incentivar o desenvolvimento local. 
 
O presente estudo enquadra-se nas actividades do Programa de Apoio ao Sector Florestal de 
Moçambique - APRONAF da Direcção Nacional de Terras e Florestas - DNTF, a ser 
implementado particularmente nas Províncias de Niassa, Cabo Delgado, Zambézia e Nampula 
com vista a uma capacitação instituicional através da aplicação efetiva da legislação florestal e 
faunística. 
 
 
1 Saket, 1994. 
2 DAP: diâmetro à altura do peito. 
10 
 
Assim, o Estudo do impacto do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os 
mecanismos que regulam a canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística 
às comunidades vem responder a necessidade do acompanhamento da aplicação dos 
dispositivos legais na administração e gestão dos recursos florestais e faunísticos em 
Moçambique. Contudo, o estudo tem como abjectivo principal avaliar os impactos sociais, 
econômicos e ambientais da implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
 
O estudo teve um horizonte temporal de 2005 à 2011 e foi realizado em todas as províncias do 
país com excepção da Cidade de Maputo, cobrindo no total 26 distritos e 116 comunidades, 
das quais 88 entrevistadas em encontros realizados com a participação dos membros das 
comunidades, CGRN, líderes comunitários e 28 entrevistadas através dos seus representantes 
(membros dos CGRN e Conselhos de GRN). O trabalho de campo decorreu durante 56 diastendo sido percorridos cerca de 14.650 kilometros. 
 
Neste contexto foi feita uma revisão exaustiva da bibliografia existente no país referente ao 
processo de canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística, incluindo 
relatórios, Leis e outros dispositivos legais ligados a gestão e administração dos recursos 
naturais e processos de descentralização em Moçambique. 
 
Para uma melhor triangulação da informação foram feitas, para além da revisão bibliográfica, 
as entrevistas aos principais actores no processo, destacando os sectores ligados a gestão e 
administração dos recursos naturais em Moçambique a nível central, provincial, distrital, 
Posto Administrativo, Localidade e comunitário, entre organizações governamentais e não 
governamentais, organizações de base e sector privado. Foram entrevistados homens, 
mulheres, jovens, grupos vulneráveis das comunidades locais e Comitês de Gestão dos 
Recursos Naturais-CGRN. As entrevistas foram feitas com base em duas fichas sendo uma 
para as comunidades locais e outra para as instituições. 
 
Assim o estudo constatou que: 
 
O conhecimento e percepção sobre o Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio ainda são 
muito diferenciados em todos os níveis de intervenção, ocorrendo menor domínio sobre o 
processo ao nível local (Postos Administrativos e comunidades). Esta situação é consequência 
da falta e/ou fraca divulgação do instrumento por parte das entidades responsáveis pelo 
11 
 
licenciamento da utilização dos recursos florestais e faunísticos, criando assim dificuldades de 
ordem operacional na implementação do referido diploma. 
 
Os SPFFB, DPT, Administrações distritais, ONGs, CGRN, instituições bancárias e 
operadores são os principais intervenientes na implementação do Diploma Ministerial n° 
93/2005 de 4 de Maio. Esses participam no licenciamento, na facilitação da criação dos 
CGNR, no registo das comunidades locais beneficiárias, na abertura das contas bancárias, na 
transmissão da informação sobre as transferências dos fundos, na movimentação bancária, etc. 
As ONGs, jogam também um papel muito importante na capacitação dos CGRN para a gestão 
dos recursos naturais e as respectivas receitas provenientes dos 20%. Entretanto, existem 
poucas ONGs a trabalhar especificamente na canalização dos 20%, sendo as províncias de 
Maputo e Inhambane e Tete as que não possui actualmente alguma ONGs a intervir no 
processo. 
 
Até 2011 foram canalizados 103.908.364,00 Mt (cento e três milhões, novecentos e oito mil, 
trezentos sessenta e quatro meticais) para 861 comunidades beneficiárias em todo o país, 
desde a aprovação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Foram identificadas 
1089 comunidades com direito de se beneficiar do fundo dos 20%. As províncias de Cabo 
Delgado, Nampula, Tete e Sofala são as que mais fundos transferiram para as comunidades, 
enquanto que as província de Gaza e Niassa são as que tranferiram menos. No entanto há 
ainda valores elevados a serem entregues às comunidades com destaque para Sofala e Tete. O 
processo de transferência é efectuado quer através das contas bancárias das Administrações 
dos Distritos e SDAE quer através das contas das comunidades locais directa e 
indirectamente. 
 
Apesar, do nº 2, do artigo 4 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio referir-se da 
necessidade de dar informações sobre a transferência e origem das referidas receitas às 
próprias comunidades e a Administração do Distrito, ainda o sistema de comunicação às 
comunidades é deficiente conforme foi claramente constatado na maioria das comunidades 
visitadas onde a informação sobre os 20% está focalizada para os líderes comunitários e 
membros dos CGRN. Esta situação tem consequências negativas na planificação dos projectos 
comunitários e respectiva gestão de fundos. 
 
12 
 
Existe pouca documentação e arquivos a nível do distrito e das comunidades locais devido a 
falta de prática, conhecimento e exigência sobre prestação de contas, de gestão transparente de 
gestão dos bens públicos e a falta de monitoria na implementação do processo de canalização 
dos 20%. Esta situação cria muitas vezes desconfiança nas comunidades locais em relação aos 
gestores de fundos e até origina conflitos entre os intervenientes. 
 
A planificação dos projectos é realizada fundamentalmente pelos membros dos CGRN e 
líderes comunitários, sendo fraco o envolvimento dos membros das comunidades locais 
beneficiárias. As mulheres são o grupo social que menos participam no processo de 
planificação devido a sua fraca presença nos CGRN e nos cargos de decisão. O maior volume 
dos fundos recebidos é utilizado para a construção de infra-estruturas sociais tais como 
escolas, postos de socorro, casa mãe espera fontes de água. Uma parte significativa dos fundos 
é utilizada para a implementação de projectos de geração de rendimento e sendo muito poucos 
os valores utilizados para projectos de conservação ambiental. Ademais, existe também o uso 
dos fundos dos 20% para benefícios próprios por parte de alguns membros dos CGRN, líderes 
comunitários e representantes locais do Estado. Isto ocorre por falta da assistência e fraca 
capacitação às comunidades beneficiárias na planificação e gestão dos fundos. A exiguidade 
de recursos financeiros, materiais e humanos é apontada como a principal limitante por parte 
do sector de maneio comunitário dos recursos naturais nas províncias. 
 
Apesar de terem sido canalizados 103.908.364,00 meticais, ainda existe o sentimento 
generalizado nas comunidades locais segundo o qual os projectos implementados não tiveram 
grandes efeitos sobre a vida das famílias e da comunidade em geral. Entretanto, são apontados 
os projectos sociais como os únicos que de facto contribuíram até ao momento para a 
mudança da vida social nas comunidades, contribuindo na melhoria das condições de ensino e 
aprendizagem das crianças e de acomodação dos professores, na melhoria das condições 
sanitárias, maior acesso e facilidade aos cuidados e assistência materno infantil, melhoria do 
acesso à água para consumo e higiene e facilidade de processamento de cereais nas famílias, 
dando maior oportunidade as mulheres para outras tarefas e para o repouso. 
 
Embora com pouca relevância existe uma dinâmica de pequenos negócios envolvendo mais 
homens que mulheres resultado da facilidade de micro-crédito com os fundos dos 20%, 
permitindo assim o acesso a produtos básicos em zonas onde antes não existiam. Em relação 
ao impacto ambiental ainda são insignificantes as acções que concorrem para a preservação do 
13 
 
meio ambiente, particularmente em relação a reposição dos recursos florestais como resultado 
da utilização dos fundos dos 20%. Esta situação é devido a falta de conhecimento, a falta de 
assistência e capacitação às comunidades, ausência de monitoria dos projectos e até a 
predominância dos interesses políticos a nível das comunidades. 
 
 Assim o presente estudo recomenda a DNTF que faça uma reflexão urgente e profunda para 
tomar medidas que permitem a operacionalização do processo de canalização dos 20% 
segundo as acções concretas inseridas no presente relatório, tendo como o enfoque os 
seguintes aspectos: (i) Reforço institucional, (ii) Estabelecimento da base de dados; (iii) 
Coordenação institucional e parcerias com outras instituições; (iv) Estabelecimento de 
mecanismos de descentralização, capacitação, sensibilização e educação pública; (v) 
Desenvolvimento de modelos de canalização dos fundos incluindo a revisão das taxas de 
exploração para as comunidades e (vi) Estabelecimento de mecanismo de monitoria do 
processo. 
14 
 
1. Introdução 
 
O presente estudo do impacto do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os 
mecanismos que regulam a canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística 
às comunidades enquadra-se nas actividades do Projecto de Apoioao Sector Florestal de 
Moçambique – APRONAF da Direcção Nacional de Terras e Florestas - DNTF. 
 
O APRONAF, faz parte dos esforços do governo de Moçambique com vista a assegurar a 
utilização sustentável dos recursos naturais, particularmente os recursos florestais e 
faunísticos e a melhoria da vida das comunidades rurais. 
 
Os objectivos principais da APRONAF são: (i) Promover o maneio florestal sustentável; (ii) 
Capacitar a Direcção Nacional de Terras e Florestas e os Serviços Provinciais de Florestas e 
Fauna Bravia- SPFFB para melhor gerir os recursos florestais e fauníscicos; (iii) Apoiar a 
indústria florestal com finalidade de produzir produtos de qualidade e melhor gestão das 
concessões; (iv) Capacitar instituições de pesquisa e formação para melhor implementarem 
estudos relacionados com florestas e mudanças climáticas e (v) Promover a efectivação de 
negócios e parcerias relacionados com florestas e fauna em benefício das comunidades. 
 
O APRONAF está ser implementado particularmente nas Províncias de Niassa, Cabo 
Delgado, Zambézia e Nampula. 
 
Devido a dimensão e importância do presente estudo, o Ministério da Agricultura 
representada pela DNTF recomendou a realização do estudo em todo território Moçambicano 
com vista a uma melhor análise sobre os impactos sócio- econômicos e ambientais dos 20% 
das taxas de exploração dos recursos florestais e faunísticos nas comunidades beneficiárias. 
 
Entretanto, paradoxalmente a gestão dos recursos florestais e faunísticos em Moçambique 
estão também sob a responsabilidade, para além do Ministério da Agricultura- MINAG, do 
Ministério de Turismo que também faz a canalização dos 20% das taxas de exploração 
referentes às áreas de conservação sob a tutela daquela instituição. 
 
15 
 
Contudo, apesar do presente trabalho ter sido recomendado pelo MINAG-DNTF, também foi 
feita uma análise do processo de canalização do 20% nas áreas sob a responsabilidade do 
Ministério do Turismo. 
 
Estruturalmente, o presente relatório apresenta três partes fundamentais: (i) A parte analítica 
caracterizada por um conjunto de informação consistente desde o início do processo incluindo 
os seus antecedentes até ao momento da realização do estudo; (ii) A parte da avaliação 
caracterizada pelas constatações apresentadas duma maneira exaustiva baseada em evidências 
encontradas em cada área visitada e (iii) A parte das considerações finais e recomendações 
caracterizada pela apresentação dos constrangimentos, os pontos fortes, fracos, as 
oportunidades e ameaças do processo. 
 
1.1. Objectivos do estudo 
 
O objectivo fundamental do estudo é de avaliar o impacto econômico, social e ambiental da 
utilização dos 20% provenientes das taxas de exploração dos recursos florestais e faunísticos, 
consignados às comunidades. 
 
Especificamente, a DNTF pretende ter um documento de referência e de base sobre: 
• O estágio actual do processo de canalização e entrega de 20% das taxas de exploração 
florestal e faunística; 
• A planificação e utilização dos 20%, assim como a implementação de projectos 
geridos pelos referidos fundos; 
• Os impactos econômicos, sociais e ambientais nas comunidades beneficiárias dos 
20%; 
• A participação e o papel da mulher nas comunidades em todo o processo de 
canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística; 
• Os desafios, constrangimentos e oportunidades encontrados ao longo do processo de 
implementação do Diploma dos 20%; 
• Proposta com acções concretas para a DNTF com vista a melhorar o processo de 
canalização e uso dos 20% das taxas de exploração dos recursos naturais. 
 
 
16 
 
1.2. Metodologia de trabalho 
 
A metodologia de trabalho para o presente estudo foi caracterizada pelas seguintes fases: (i) 
Revisão bibliográfica; (ii) Planificação do trabalho de campo; (iii) Realização do trabalho de 
campo; (iv) Compilação e elaboração do relatório preliminar; (v) Realização do seminário e 
(vi) Produção do relatório final. 
 
Todas essas fases estão detalhadamente ilustradas no diagrama a seguir: 
 
 
Diagrama 1. Fases ilustrativas da metodologia usada para o presente estudo. 
 
17 
 
1.2.1. Revisão bibliográfica 
 
A revisão bibliográfica foi caracterizada pela leitura cuidadosa dos documentos relevantes 
sobre a gestão dos recursos naturais e o processo de canalização dos 20% das taxas de 
exploração dos recursos florestais e faunísticos, tais como: 
• A Política e Estratégia de Florestas e Fauna Bravia; 
• Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei nº 10/99, de 7 de Julho); 
• Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto nº 12/2002, de 6 de 
Junho; 
• Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os mecanismos que 
regulam a canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística às 
comunidades; 
• Relatórios de Balanço Anual da DNTF; 
• Relatórios de actividades do APRONAF; 
• Relatórios dos SPFFB e Maneio Comunitário dos Recursos Naturais; 
• Relatórios de estudos sobre a canalização dos 20% das taxas de exploração 
florestal e faunística às comunidades elaborados por diferentes actores. 
 
Alguns estudos sobre os mecanismos que regulam a canalização dos 20% das taxas de 
exploração florestal e faunística às comunidades foram realizados, destacando-se os seguintes: 
• Alternativas de canalização e gestão dos 20% das taxas de exploração dos recursos 
florestais e faunísticos. Estudo de caso de Cheringoma, realizado em 2008, pela UICN. 
Este estudo aponta dentre outras questões a utilização dos 20% para projetos sociais, a 
fraca capacidade local de gestão dos fundos, a fraca aplicação dos fundos para projetos 
de conservação dos recursos naturais e as dificuldades na abertura das contas bancárias 
aliados a falta de documentos de identificação por parte dos membros das 
comunidades, etc. 
 
• Moçambique. Perfil sobre MCRN. O estudo foi realizado em 2010 pela SCDS-
Norconsult. O documento faz referência da falta de informação sistemática sobre os 
20%, a falta de recursos financeiros e humanos para o sector de MCRN e as 
dificuldades constatadas pelo sector de Florestas e Fauna Bravia na implementação do 
Diploma Ministerial 93/2005, de 4 de Maio e da componente de MCRN em geral. 
18 
 
 
• Avaliação da implementação dos 20% destinados às comunidades locais pela 
exploração florestal e faunística em Moçambique. O estudo de Tese de Mestrado 
realizado em 2010 pela FAEF-UEM. Este estudo, realça os constrangimentos, 
verificados na abertura das contas bancárias das comunidades aliados a falta de 
Bilhetes de Identidade. e morosidade do processo. Também refere-se a fraca 
coordenação das instituições envolvidas a nível provincial e distrital e local incluindo 
a fraca participação dos SDAE no processo. E por último enaltece a importância da 
participação das ONGs e das autoridades administrativas do distrito, posto 
administrativo e localidade na planificação e utilização dos fundos. 
 
• Sistematização da experiência de maneio comunitário dos recursos naturais na 
província de Manica, realizado em 2008, pela FAO. O documento referencia os 
constrangimentos encontrados no processo da implementação dos 20% das taxas de 
exploração, destacando os seguintes: O fraco conhecimento do Diploma Ministerial 
93/2005, de 4 de Maio, aliado a fraca divulgação do instrumento ao nível provincial, 
distrital, posto administrativo, localidade e comunitário, as dificuldades encontradas na 
abertura de contas bancárias devido a falta de pessoas com documentos de 
identificação (B.I) na comunidade e em particular nos CGRN, a fraca transparência na 
gestão dos fundos e sua utilização em projectos sociais. O estudo ilustra também as 
vantagens do estabelecimento de parcerias entre comunidades e operadores florestais e 
faunísticos e em particular nas áreas de conservação. 
 
• Análise do mecanismo de canalização dos 20% das taxas de licenciamento da 
exploração de recursosflorestais e faunísticas às comunidades locais na província de 
Manica. Este estudo foi realizado em 2009, pelo Fórum Terra Manica. O estudo 
constatou que para além de haver constrangimentos operacionais dos CGRN, seu 
registro e respectiva abertura de contas bancárias há também uma fraca preparação 
social dos mesmos e das comunidades para participarem ativamente no processo de 
planificação dos fundos. 
 
• Os documentos das experiências sobre a canalização dos 20% e seu impacto nas 
comunidades, apresentados na IV conferência de Maneio Comunitário de Recursos 
Naturais, realizada em 2010, que, para além de apresentar dados detalhados sobre o 
19 
 
 
licenciamento e dedução dos 20%, faz uma análise dos impactos nas comunidades quer nas 
áreas de exploração florestal quer nas áreas de fauna e turismo. 
 
• O Estudo sobre Governação Florestal na Província do Niassa o caso de Muembe, 
Sanga, Lago e Cuamba, realizado pela ORAM em 2009, o Estudo de Avaliação 
Estratégica da Província do Niassa” realizado pela MCA/KPMG/Iniciativa de Terras 
Comunitárias (iTC), de Janeiro de 2011, ambos com algumas estáticas sobre a 
evolução temporal da canalização nas áreas de exploração florestal. 
 
Conforme se pode verificar são poucos estudos realizados sobre a implementação do Diploma 
Ministerial 93/2005, de 4 de Maio. A coordenação entre as instituições envolvidas em 
particular a DNTF, SPFFB, SDAE em coordenação com outras instituições governamentais e 
não governamentais, destacando-se a DNAC, direções provinciais de turismo e de meio 
ambiente, ONGs, é reportado como um grande desafio nos estudos acima referidos. 
 
Neste sentido, o presente estudo apresenta reflexões e propostas concretas sobre 
procedimentos operacionais para a implementação do Diploma Ministerial 93/2005, de 4 de 
Maio, com vista a tornar o processo de canalização dos 20% das taxas, mais célere, 
efetivamente participativo, transparente, inclusiva, dinâmico para melhorar a vida das famílias 
das comunidades beneficiárias e promoção do desenvolvimento local. 
 
1.2.2. Planificação do trabalho de campo 
 
A planificação do trabalho de campo foi caracterizada pela preparação da equipa dos 
entrevistadores e das fichas de inquérito para as comunidades e seus representantes e para as 
instituições públicas e privadas envolvidas no processo (DNTF, SPFFB, ONGs, Sector 
privado). 
 
Também nesta fase foi cuidadosamente preparado o material e equipamento para o campo, 
incluindo o envio às províncias do cronograma das actividades. 
 
20 
 
Com base na informação colhida durante a revisão bibliográfica foi preparada a amostra para 
cada província do estudo e harmonizada a metodologia de campo a nível dos inquiridores. 
1.2.3. A Amostra de estudo 
 
Critérios de selecção da amostra 
 
Tendo em conta os dados e informação disponibilizados, de um universo de 835 comunidades 
a nível de todo país foram seleccionadas 100 comunidades que constituiu a amostra para o 
estudo. A amostra teve uma margem de erro tolerável de 9% (d =9%) e um nível de confiança 
de 95% (ou seja, com %5=α ). Da amostra total, a selecção da amostra para cada província e 
para cada distrito foi proporcional ao número de comunidades existentes nessa província e 
nesse distrito, isto é, a província e o distrito com maior número de comunidades que 
receberam os 20% foram lhes atribuídos maior peso na selecção das comunidades. Por outro 
lado, na selecção das comunidades considerou-se um outro critério que foi, o de garantir que 
80% das comunidades seleccionadas sejam aquelas que de facto receberam os 20% e os 
restantes 20% comunidades as que não receberam os 20% ou então receberam poucos valores. 
(Ver a tabela 8 em anexo 1). 
 
Também foi tomado em consideração na selecção da amostra a facilidade de acesso às 
comunidades tendo em conta os recursos financeiros disponíveis para o estudo e recursos 
logísticos das províncias. 
 
1.2.4. Trabalho de campo 
 
O trabalho de campo foi caracterizado pela realização das entrevistas semi-estruturadas, `as 
instituições públicas e privadas e às comunidades e seus representantes. (Ver a tabela 8.1 em 
anexo 2). 
 
Responderam aos inquéritos a nível das comunidades, os membros das comunidades locais e 
dos Comitê de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN), membros e representantes das 
autoridades comunitárias entre régulos, chefes das aldeias e de povoação, homens, mulheres e 
grupos vulneráveis. 
 
21 
 
A nível das instituições públicas responderam aos inquéritos os chefes dos sectores a nível 
central da DNTF, chefes dos SPFFB e/ou seus representantes, os directores de SDAE, os 
Senhores. Administradores e chefes dos Postos Administrativos e das Localidade. 
 
A nível das instituições privadas responderam aos inquéritos os representantes das ONGs, dos 
operadores florestais e faunísticos, dos serviços bancários. 
 
Também durante o trabalho de campo, foram feitas visitas e observações de infraestruturas, 
serviços e bens resultantes da utilização dos 20% das taxas de exploração dos recursos 
florestais e faunísticos. 
 
Para uma melhor triangulação da informação, foram também tiradas fotografias e recolhidos 
os documentos relevantes do processo em cada comunidade visitada. As imagens a seguir 
ilustram alguns momentos das entrevistas realizadas a nível das comunidades. 
 
Exceptuando os SPFFB da província de Maputo, as visitas de campo foram acompanhadas 
pelos técnicos dos SPFFB ligado ao sector de MCRN de cada província visitada 
 
Fotos 1 e 2: As fotos ilustram as entrevistas realizadas a nível das comunidades. A esquerda é 
a comunidade de Buchane, distritos de Inhassoro, província de Inhambane. A direita ilustra a 
comunidade de Mecunica, distrito de Metarica, província de Niassa. 
 
22 
 
1.2.5. Alguns constrangimentos durante o trabalho de campo 
 
A realização do trabalho de campo numa época chuvosa dificultou bastante as visitas à 
algumas comunidades locais previamente seleccionadas, tendo sido imediatamente 
substituídas por outras. 
 
O fraco domínio da situação local sobre as comunidades beneficiárias dos 20%, aliado a fraca 
comunicação entre os SPFFB, SDAE, autoridades administrativas locais e as comunidades, 
em quase todas as províncias, fez com que o trabalho de campo levasse mais tempo do que o 
planificado exigindo assim, mais recursos financeiros. Por exemplo, as equipas de consultores 
de Cabo Delgado, Nampula, Sofala, Gaza, Zambézia, Tete, Gaza e Maputo não puderam 
visitar certas comunidades previamente seleccionadas mesmo depois de percorrer mais de 80 
km de distância. 
 
1.2.6. Mapa ilustrativo dos distritos visitados 
 
Foram visitadas todas as províncias do país com excepção da Cidade de Maputo, cobrindo no 
total 26 distritos e 116 comunidades, das quais 88 entrevistadas em encontros realizados coma 
participação dos membros das comunidades, CGRN, líderes comunitários e 28 entrevistadas 
através dos seus representantes (membros dos CGRN e Conselhos de GRN). Participaram nas 
entrevistas aproximadamente 1.000 pessoas, (homens, mulheres, jovens, idosos, grupos 
vulneráveis, etc.), dos quais 25% foram mulheres. (Ver os distritos visitados no mapa 1 e a 
lista de pessoas entrevistadas na tabela 8.1, em anexo 2.). O trabalho de campo decorreu 
durante 56 dias tendo sido percorridos cerca de 14.650 kilometros. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Legenda: Em amarelo os distritos visitadios 
24 
 
2. A génese do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio 
 
Logo após a independência de Moçambique em 1975, a gestão dos recursos naturais foi 
caracterizada por uma política centralizada. As decisões sobre a gestão dos recursos naturais 
eram focalizadas numa estrutura governamental e de fiscalização institucional centralizadas. 
(Matakala e Moshove, 2001). 
 
A introdução do Programa de Reforma Económica (PRE) nos anos 1987 marcou uma nova 
página de reforma no sectoragrário e na economia do país e consequentemente no sector de 
gestão dos recursos naturais, que culminou com a aprovação da Política e Estratégia de 
Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia em 1997. 
 
Os princípios fundamentais da Política e Estratégia de Desenvolvimento de florestas e Fauna 
Bravia assentam (i) Na Geração de benefícios económicos e sociais para a presente e futuras 
gerações; (ii) no envolvimento de pessoas dependentes dos recursos florestais na planificação 
e seu aproveitamento sustentável e (iv) na conservação dos recursos de base incluindo a 
diversidade biológica. É neste contexto que o objectivo social da Política e Estratégia de 
Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia, 1997, visa aumentar a participação da 
população rural e comunidades, como agentes directos no maneio integrado, protecção contra 
queimadas, uso e conservação dos recursos florestais e faunísticos. 
 
No quadro da reforma legal do sector de florestas e fauna bravia a Política e Estratégia de 
Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia de 1997, marca o início duma da abordagem de 
Maneio Comunitário dos Recursos Naturais em Moçambique – MCRN. Assim a Lei de 
Florestas e Fauna Bravia aprovada em 1999, através do seu artigo 35, o Estado introduz taxas 
pelo acesso e utilização dos recursos florestais e faunísticos, bem como pelo exercício do 
turismo contemplativo nos parques e reservas nacionais. Mais adiante, a Lei de Florestas e 
Fauna Bravia (10/99, de 7 de Julho), através do seu no 5 do artig o nᵒ 35, refere-se que por 
diploma específico, são fixadas as percentagens dos valores provenientes das taxas de 
exploração florestal e faunística, destinadas ao benefício das comunidades locais residentes 
nas respectivas zonas de exploração. 
 
O regulamento da referida lei, aprovado pelo Decreto nº.12/2002, de 6 de Junho, fixou, no 
nº.1 do artigo 102, a consignação de vinte por cento do valor das taxas a favor das 
25 
 
comunidades locais. Assim, consolida-se a abordagem da participação das comunidades locais 
na gestão dos recursos florestais e faunísticos. 
 
As experiências sobre MCRN, na região muito particularmente a República do Zimbabwe 
contribuíram bastante para introdução na Lei e no regulamento da necessidade da partilha 
20% das taxas de exploração florestal e faunístico. 
 
Foi neste sentido e baseado na experiência de CAMPFIRE-Community Areas Management 
Programme for Indigenous Resources, do Zimbabwe que o governo de Moçambique iniciou 
em 1994/1995 na província de Tete a implementação do Programa Tchuma –Tchato3
 
3 “Tchuma Tchato” significa na língua Nyungwe “A Nossa Riqueza”. 
 sob a 
responsabilidade da então Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia através dos Serviços 
Provinciais de Florestas e Fauna Bravia de Tete . (Catarina Chidiamassamba, 2011). 
 
Para a operacionalização do programa Tchuma Tchato foi aprovado o Diploma Ministerial 
92/95 de 12 de Julho que traduz o acordo formal e legal através do qual o Governo de 
Moçambique (Ministérios da Agricultura, Justiça e Plano e Finanças) canaliza uma parte das 
taxas resultantes da utilização da fauna bravia para as comunidades locais. De acordo com o 
Diploma acima referido, a distribuição das receitas provenientes da utilização da caça na área 
de Tchuma Tchato era feita da seguinte forma: (i) Fazenda do Estado, 35%; (ii) Governos 
Distritais de Mágoe e Zumbo, 33% e (iii) Comunidades locais, 32%. 
 
De facto, o Programa Tchuma Tchato serviu de aprendizagem e inspiração da reforma legal e 
consolidação dos mecanismos de partilha dos benefícios provenientes da exploração dos 
recursos florestais e faunísticos entre o Estado e as comunidades locais previsto no artigo 102 
do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia. Segundo este artigo, vinte por cento de 
qualquer taxa de exploração florestal ou faunística, destina-se ao benefício das comunidades 
da área onde foram extraídos os recursos, nos termos do nº 5 do artigo 35 da Lei nº 10/99 de 
7 de Julho. 
 
 
 
26 
 
2.1. Conteúdo do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio 
 
Com vista a um entendimento comum ao nível dos leitores do presente relatório, em seguida é 
apresentado a transcrição na íntegra do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio: 
 
“Tornando-se necessário adoptar os mecanismos de canalização e utilização destes fundos, e 
ao abrigo da competência conferida pelo nº.2 do artigo 102 do citado Regulamento, os 
Ministros de Agricultura, do turismo e das Finanças determinam: 
Artigo 1 
(objecto) 
O presente diploma ministerial tem por objecto a definição dos mecanismos de canalização e 
utilização dos vinte por cento do valor das taxas, consignadas a favor das comunidades 
locais, cobradas ao abrigo da legislação florestal e faunística, nomeadamente: 
- Lei nº. 10/99, de 7 de Julho e o respectivo Regulamento, aprovado 
pelo Decreto nº.12/2002, de 6 de Junho; 
- Decreto nº.27/2003, de 17 de Junho; 
- Diplomas Ministeriais nº.92/95 e nr.63/2003, de 12 de Junho e 18 de 
Junho, respectivamente; 
- Diploma Legislativo nº.2629, de 7 de Agosto de 1965, que aprova o 
Regulamento de Coutadas; e 
- Demais legislação aplicável. 
 
Artigo 2 
(Organização e representação das comunidades locais beneficiárias) 
1. Compete à entidade licenciadora promover a criação dos comités de gestão e o registo 
dos seus membros, em coordenação com a administração do distrito ou posto 
administrativo, as associações e organizações não governamentais, e os operadores ou 
requerentes, a partir do início do processo de identificação da área e dos recursos 
naturais, e da consulta, auscultação ou negociação com as comunidades locais. 
 
2. Para os efeitos do presente diploma ministerial, cada comunidade local beneficiária dos 
vinte por cento será representada por um comité de gestão, constituído por um número não 
27 
 
inferior a dez membros, homens e mulheres, que deverão registar, junto da administração 
do distrito ou posto administrativo, os seus nomes, idade, número e tipo de documento de 
identificação e respectivo cargo. 
Artigo 3 
(Registo das comunidades locais beneficiárias) 
A entidade licenciadora deverá proceder ao registo das comunidades locais beneficiárias 
num livro específico. 
Artigo 4 
(Requisição e canalização das receitas) 
1. A entidade licenciadora procederá à requisição das receitas consignadas a favor das 
comunidades locais, as quais serão depositadas numa conta bancária aberta para o 
efeito, com designação “Fundo Comunitário”, acompanhadas das especificações 
referentes às comunidades beneficiárias, a qual será movimentada pela referida entidade 
licenciadora. 
2. A entidade licenciadora deverá proceder à transferência trimestral das receitas 
consignadas para as contas das comunidades beneficiárias acompanhadas das 
informações sobre a origem das referidas receitas, informando do facto as próprias 
comunidades e a administração do distrito. 
 
Artigo 5 
(Distribuição dos fundos) 
1. Os fundos serão distribuídos às comunidades residentes nas áreas onde se 
localizam os recursos naturais objecto do licenciamento, através da divisão do valor 
pelo número de comunidades beneficiárias. 
2. Os comités de gestão deverão proceder à abertura duma conta bancária em 
nome da respectiva comunidade local, para depósito e movimento de fundos, cujo 
número e banco serão comunicados à entidade licenciadora. 
3. As comunidades locais deverão proceder à abertura das contas bancárias no 
prazo de três meses a partir da data de entrada em vigor do presente diploma 
ministerial, apresentando para o efeito a declaração que confirme o registo feito nos 
termos do nº.2 do artigo 2 do presente diploma ministerial, sendo este requisito 
condição para o acesso aos fundos. 
 
28 
 
 
Artigo 6 
(Movimentação das contas bancárias) 
1. As contas bancárias referidas no artigo anterior serãomovimentadas por pelo 
menos 3 assinantes, membros do comité de gestão. 
2. A movimentação das contas bancárias sujeita os seus assinantes e os restantes 
membros do comité de gestão às normas de auditoria e relatórios de contas vigentes 
sobre a matéria. 
3. O comité de gestão deverá apresentar publicamente à respectiva comunidade 
local, o relatório anual sobre as actividades realizadas, as operações de aquisição de 
bens ou serviços e os respectivos justificativos. 
 
Maputo, 31 de Março de 2005, - O Ministro da Agricultura, Tomás Frederico Mandlate, - O 
Ministro do Turismo, Fernando Sumbana Júnior, - O Ministro das Finanças, Manuel Chang. 
 
29 
 
4. Apresentação das constatações 
3.1. Estágio actual do processo de canalização e entrega de 20% das taxas de 
exploração florestal e faunística; 
 
3.1.1. Conhecimento e as percepções dos diferentes actores sobre o Diploma 
Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio 
 
O conhecimento e percepções sobre o Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio são 
diferenciados ao nível dos intervenientes no processo de canalização dos 20% das taxas de 
exploração florestal e faunística. Esta situação contribui também para as dificuldades que as 
comunidades enfrentam para receberem os fundos que têm direito incluindo a planificação e 
utilização dos mesmos. 
 
Assim, foi notado que existe um maior domínio e conhecimento sobre o diploma e 
mecanismo de funcionamento particularmente ao nível da DNTF, SPFFB, DPT, 
comparativamente às instituições do nível distrital, sobretudo ao nível de base, nos Postos 
Administrativos, Localidades e povoados. 
 
O presente relatório faz em seguida a apresentação de várias afirmações recolhidas durante a 
realização do presente trabalho, que reflectem as percepções e domínio do processo sobre o 
Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio e canalização dos 20% das taxas as 
comunidades: 
 
“Sou novo aqui e quando cheguei ouvi falar que receberam os tais 20% mas nada me foi 
comunicado e não tive mais detalhes”(homem, Presidente da Localidade de Muicuna em 
Cuamba, província de Niassa, 2011). 
 
“Sou nova aqui, ainda não ouvi falar sobre o Diploma e gostaria de tê-lo disponível. Este e o 
meu primeiro ano e desde que cheguei aqui não foi ainda disponibilizado algum valor dos 
20% às comunidades”. (Chefe do Posto Administrativo de Mucobela, na Maganja da Costa, 
província da Zambézia, 2011). 
 
“Não tenho o Diploma Ministerial, mas que gostaria de tê-lo”... (homem, Director do SDAE 
de Maganja da Costa, província da Zambézia). 
30 
 
 
“ Sou novo como chefe aqui em Moatize, ouvi falar sobre o Diploma Ministerail mas não 
tenho o documento e gostaria de tê-lo disponível. Como estou de férias, amanha vou procurar 
junto dos meus técnicos do sector de finanças para saber o tipo de documentação que existe 
sobre o assunto e depois digo. ” (homem, Director de SDAE de Moatize durante a entrevista, 
2012). 
 
“Eu conheço o conteúdo do Diploma Ministerial, entanto que mandatário e representante do 
Sr. Administrador neste assunto,...nós, nos concelhos consultivos costumamos tratar deste 
assunto para a aprovação das propostas de projectos das comunidades para o uso dos 
valores recebidos.” (Homem, Director do SDAE de Nhamatanda, 2012). 
 
No entanto, mais de 87% das comunidades inquiridas neste estudo, os comités de gestão e 
autoridades comunitárias (régulos, presidentes de localidade, secretários de bairro, chefes da 
aldeia), tem mais conhecimento sobre os 20%, como benefício resultante da presença de 
operadores florestais e sua comparticipação na conservação “ guardar/ controlar “ o recurso. 
 
Segundo os membros dos CGRN a informação lhes foi passada no início do processo aquando 
da divulgação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio e na mesma altura foi lhes 
dita a necessidade de se organizarem e abrirem contas bancárias para beneficiarem do mesmo. 
Afirmaram ainda que durante o processo de organização dos CGRN não ficou claro o valor a 
receber e regularidade de recepção. Esta situação é agravada nas comunidades onde a criação 
dos CGRN foi duma forma “had-doc” porque os SPFB se sentiam pressionados para transferir 
os fundos referentes aos 20%, tal como afirmaram algumas pessoas entrevistadas durante o 
presente trabalho: 
“ Chegaram aqui os técnicos da Agricultura e falaram com régulo para indicar pessoas para 
ir levantar o dinheiro na administração”(homem, Nacaca, distrito de Ancuabe, província de 
Cabo Delgado). 
 
No encontro realizado em Mecuinica distrito de Metarica, província de Niassa, dos cerca de 
60 participantes ao encontro, mais de 90% levantaram o braço afirmando nunca ter ouvido 
falar dos 20% e não tinham conhecimento sobre a sua comunidade ter se beneficiado deste 
valor. No que concerne as comunidades no geral, o conhecimento sobre os 20% é ainda muito 
fraco e as vezes ausente. 
31 
 
 
Outro exemplo é referente a comunidade de Nicocué, no distrito de Montepuez, província de 
Cabo - Delgado, onde mais de 89% dos 28 participantes no encontro com os consultores 
mostraram não ter conhecimento sobre os 20% das taxas de exploração dos recursos florestais 
e faunísticos, e nem sequer sabiam que a sua comunidade tinha recebido os fundos. Os que 
conheciam o processo eram membros do CGNR e líderes comunitários. 
 
Na província da Zambézia alguns lideres locais e membros das comunidades, incluindo os 
comités e/ou concelhos comunitários tem conhecimento que recebem os 20% por causa dos 
operadores que estão explorar recursos florestais nas suas zonas tendo afirmado o seguinte: 
“O nosso comité chama-se comité de gestão dos 20%”....(Presidente do CGRN de Inriba-
Namagoa no Distrito de Mocuba, 2011). 
 
“Até eu que sou chefe da aldeia não sei de nada o que aconteceu com os 20%. Ninguém me 
disse nada...tudo ficou com os 3 assinantes e o régulo...mesmo o povo não sabe o que 
aconteceu com o dinheiro...”.(homem, comunidade de Nacaca, Posto Administrativo de 
Mesa, Distrito de Ancuabe, Província de Cabo Delgado, 2011). 
 
“É uma forma que o Estado encontrou para nos dar também comer o dinheiro da nossa 
madeira” ( homem, membro da comunidade em Monga- Moatize, província de Tete, 2012). 
 
“ O Estado reconhece que estes recursos são também nossos por isso esta a dar também o 
dinheiro da nossa floresta” (homem, membro da comunidade em Mutocoma- Gondola, 
província de Manica, 2011). 
 
“Chegaram aqui os da Agricultura do Distrito e disseram que queriam pessoas para abrir 
conta no banco, passaram pelas nossas casas e assinamos uns documentos e ate agora não 
sabemos mais nada e nunca recebemos dinheiro” mulher, membro do comité em 
ChilumbeleB – Manjacaze, província de Gaza 
 
Para os operadores florestais inquiridos, prevalece a percepção de que os 20% são mais uma 
“taxa” que estes pagam ao governo para benefício às comunidades e que o governo exige 
ainda que tenham acordos de responsabilidade social com as comunidades, encarecendo assim 
os custos para os operadores. Esta percepção prevalece também em algumas Organizações da 
32 
 
Sociedade Civil, onde também tem sido comum afirmarem que as empresas/ investidores 
florestais (incluindo das florestas exóticas, plantações florestais) devem canalizar as 
comunidades os 20%. Este posicionamento tem sido verificado em vários seminários 
provinciais, particularmente nas províncias da Zambézia, Nampula, Sofala e Niassa e 
encontros de advocacia nas comunidades onde ocorrem estes tipos de investimentos o que tem 
contribuído para desinformação e expectativas nas comunidades sobre este benefício. 
 
“A canalização dos 20% é da responsabilidade íntegra do Governo e não do operador, pois, 
o valor é subtraído no valor total da taxa paga por um operador florestal” (mulher, 
coordenadora do Forum Terra, província de Nampula, 2012). 
 
As dinâmicas locais, as constantes movimentações e mudanças das lideranças, associadas a 
faltade cultura de transferência de conhecimentos e de arquivos justificam esta situação do 
fraco conhecimento sobre o Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio e a canalização dos 
20% ao nível das comunidades. 
 
O conhecimento e percepção sobre o Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio ainda são 
muitodiferenciados em todos os níveis de intervenção, ocorrendo menor domínio sobre o processo a 
nível local (Postos Administrativos e comunidades). Esta situação é consequência da falta e ou fraca 
divulgação do instrumento por parte das entidades responsáveis pelo licenciamento da utilização 
dos recursos florestais e faunísticos criando dificuldades de ordem operacional na implementação do 
referido diploma. 
 
33 
 
3.1.2. Papel dos diferentes intervenientes na aplicação do Diploma Ministerial 
n° 93/2005 de 4 de Maio 
 
Segundo o artigo 2 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio, compete à entidade 
licenciadora promover a criação dos comités de gestão e o registo dos seus membros, em 
coordenação com a Administração do Distrito ou Posto Administrativo, as associações e 
Organizações Não Governamentais e os operadores ou requerentes, a partir do início do 
processo de identificação da área e dos recursos naturais e da consulta, auscultação ou 
negociação com as comunidades locais. Ainda, o artigo 5 do mesmo diploma diz que os 
comités de gestão deverão proceder à abertura duma conta bancária em nome da respectiva 
comunidade local, para depósito e movimento de fundos, cujo número e banco serão 
comunicados à entidade licenciadora. Estes dois artigos ilustram claramente os principais 
intervenientes no processo da implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de 
Maio. 
 
Assim, DNTF-MINAG, a DNAC-MITUR são as principais entidades licenciadoras da 
exploração dos recursos naturais ao abrigo do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
Por exemplo, a DNTF em coordenação com instituições do Governo, Universidade, ONGs, 
doadores organizou a Conferência de MCRN, onde o tema sobre os 20% foi o epicentro das 
discussões. 
 
A repartição de MCRN da DNTF e o departamento/ Unidade de MCRN a nível dos SPFFB 
lidam directamente com os assuntos ligados com os 20%, dando alguma assistência técnica 
esporádica às comunidades. Os SPFFB participam na facilitação do processo de organização 
das comunidades locais e abertura de cantas bancárias, transmissão da informação sobre a 
canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística. 
 
Nas províncias de Manica e Tete os SPFFB, e as Direções Provinciais de Turismo têm 
participado também na facilitação de estabelecimento de parcerias entre comunidades e 
operadores das coutadas através de desenvolvimento de outros modelos de partilha de 
benefícios provenientes da exploração dos recursos faunísticos com são os casos das coutadas 
9 e 13 nos distritos de Macossa, Tambara, Guro em Manica e o Programa Tchuma Tchato em 
Tete. 
 
34 
 
As Administrações Distritais, Postos Administrativos e Localidade desempenham um papel 
importante no registo dos CGRN segundo o artigo 3 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 
de Maio. 
 
Os SDAE para além de desempenhar o papel de interlocutor entre os SPFFB e Administração 
do Distrito em alguns casos são chamados a intervir na resolução de conflitos, tal com 
aconteceu no distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado. 
 
Ficou observado durante as entrevistas efectuadas que no processo de canalização, o papel do 
distrito, sobretudo dos SDAEs se circunscreve apenas no acompanhamento da recepção dos 
valores e na avaliação e aprovação dos projectos nos concelhos consultivos. Por exemplo foi 
reportado pelos membros dos CGRN e líderes comunitários em Canda que, cabia aos SDAEs 
a aprovação das propostas de projectos das comunidades para a utilização dos fundos dos 
20%: “Já submetemos os nossos projectos ao governo do distrito já há muito tempo e estamos 
esperando pela resposta que não está a vir..., temos mesmo que esperar muito tempo?” 
(homem e mulheres, membros do CGRN de Canda, distrito de Gorongosa, província de 
Sofala, 2012). 
 
As organizações de sociedade civil a nível das províncias, distritos e comunidades jogam um 
papel crucial na capacitação das comunidades. Apesar de terem sido constatadas várias ONGs 
a intervir na área de terras e recursos naturais poucas são as Organizações directamente 
envolvidas no processo de canalização dos 20%. A tabela 1, indica as principais organizações 
que trabalham na canalização dos 20% no âmbito da implementação do Diploma Ministerial 
n° 93/2005 de 4 de Maio em cada província e destacam-se a ORAM, Fórum Terra, UCA – 
União das Cooperativas e Associações, iTC. WWF, MAGARIRO, ADEL, Kuaedza Simukai 
– Manica. Entretanto, segundo a mesma tabela, as províncias de Inhambane, Maputo e Tete 
não possuem, actualmente, organizações da sociedade civil que estejam a trabalhar junto as 
comunidades na implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
 
Na província de Niassa várias são as organizações de sociedade civil que intervêm na área de 
terras e recursos naturais como por exemplo a ROADS, a UCA, UPCN, WWF, CONCERN, 
ESTAMOS entre outras que vão surgindo, como a ORAM devido ao contexto actual de 
desenvolvimento da Província. Entretanto, poucas são as Organizações da Província 
directamente envolvidas no processo de canalização dos 20%, destacando-se a União das 
35 
 
Cooperativas e Associações de Lichinga, como a organização da sociedade civil que desde 
2007 tem apoiado na criação e capacitação de comités de gestão para se beneficiarem dos 
20%, com fundos da FAO. A UCA apoiou na formação de 11 comités de gestão na zona sul 
da província distritos de Cuamba, Metarica, Mandimba, Maua e Marrupa, capacitou ainda 
alguns comités em Cuamba sobre associativismo e como aplicar o fundo. Também esta 
organização, está no âmbito do Programa APRONAF, a trabalhar desde Dezembro de 2010 na 
formação e revitalização de comités de gestão de recursos naturais, tendo apoiado na criação 
de cerca de 10 comités e abertura de novas contas bancárias nos distritos de Marupa, Maua, 
Metarica, Lichinga e Nipepe para permitir a transferência `as comunidades dos valores 
acumulados de 2009 `a 2011. 
 
Documentos e relatórios de seminários analisados, incluindo algumas entrevistas com SDAE 
e técnicos dos SPFFB, indicam entretanto que outras Organizações como a WWF, FORASC e 
UCASM em Cuamba estiveram envolvidas no processo de canalização na fase inicial 
(2007/2008), sobretudo de divulgação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio e 
apoio a organização comunitária. A WWF, para além do apoio a comunidade do Programa 
Chipange Chetu coordenou a realização de vários encontros de ONGs para se integrarem no 
Processo entre 2007/2009. A IBIS, uma ONG Dinamarquesa a operar na área de boa 
governação, em oito distritos da Província e no Município de Cuamba e elaborou, no âmbito 
do Programa Construindo Cidadania em Moçambique, (COCIM), uma proposta de pesquisa 
sobre acesso e uso dos fundos dos 20% da taxa de exploração florestal mas não foi possível 
obter informação actualizada sobre o processo o referido estudo. 
 
De facto o papel das ONGs é fundamental no processo de canalização dos 20%. Foi neste 
sentido que um dos nossos entrevistados afirmou: “ Eu estou aqui na província há mais de 3 
anos e os meus técnicos fizeram 26 visitas de monitoria e assistência aos CGRN com fundos 
da ONGs que trabalha em parceria com o nosso sector,...entretanto não consigo mandá-los 
com fundos do Estado”...(homem, DPT, Província de Niassa). 
 
Na província da Zambézia a RADEZA, ORAM, PRODEA, FONGZA e ACODEMAZA tem 
feito a divulgação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio, participando na 
identificação das comunidades que podem se beneficiar dos valores dos 20%, apoiar as 
comunidades na constituição ou criacão? dos CGRN, treinar os respectivosmembros em 
aspectos de liderança e gestão participativa, apoiar os comités na abertura das contas e na 
36 
 
monitoria dos projectos implementados. Também, participam na realização de seminários 
sobre a divulgação dos 20%. 
 
Na província de Sofala, a ORAM, a Kulima, a ADEL e WWF têm estado envolvidos na 
delimitação das terras comunitárias, apoiar as comunidades na criacão dos CGRN e 
Associações, treinar os comités e Associações em aspectos de liderança e gestão participativa 
e também a divulgação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. O mesmo papel 
desempenha a Fórum Terra Manica. 
 
Nas províncias de Inhambane e Nampula os SDAEs, têm sido envolvidos na entrega dos 
cheques ou mesmo valores monetárias dos 20%, às comunidades que não possuem contas 
bancárias. 
 
Na província de Nampula a Fórum-Terra e a ORAM intervêm na capacitação das 
comunidades e membros dos CGRN, Administradores, chefes dos Postos Administrativos e 
de Localidades, líderes locais e trabalham directamente no processo de canalização dos 20%. 
Apoiam as comunidades locais na criação e capacitação dos CGRN, na planificação e 
implementação de projectos de geração de renda com vista a empodera-las em relação a 
canalização dos 20%. 
 
Outras organizações que desempenham também um papel relevante no processo de 
canalização dos 20% são as instituições bancárias, através das aberturas de contas solidárias 
de membros da comunidade no âmbito do nº 2 do artigo 5 do Diploma Ministerial n° 93/2005 
de 4 de Maio. 
 
As províncias de Inhambane, Maputo e Tete não possuem ONGs actualmente a intervir no 
processo de canalização dos 20%. 
 
37 
 
Os SPFFB, DPT, Administrações distritais, ONGs, CGRN, instituições bancárias e operadores são os 
principais intervenientes na implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Esses 
participam no licenciamento, na facilitação da criação dos CGNR, no registo das comunidades locais 
beneficiárias, na abertura das contas bancárias, na transmissão da informação sobre as transferências dos 
fundos, na movimentação bancária, etc. As ONGs, jogam também um papel muito importante na capacitação 
dos CGRN para a gestão dos recursos naturais e as respectivas receitas provenientes dos 20%. Entretanto, 
existem poucas ONGs a trabalhar especificamente na canalização dos 20%, sendo as províncias de Maputo e 
Inhambane e Tete as que não possuem actualmente nenhuma ONGs a intervir no processo. 
 
38 
 
Tabela 1. Intervenientes no processo de canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunístico em cada província: 
Intervenientes Nível Central Maputo Gaza Inhambane Sofala Manica Tete Zambézia Nampula Niassa Cabo 
Delgado 
DNTF/RMC  
DNAC  
SPFFB           
APRONAF     
SDAE            
iTC      
UCA  
ORAM       
Fórum Terra    
IBIS 
FAO  
ADEL  
WWF   
MAGARIRO  
Kwaedza 
Simukai-Manica 
  
KULIMA  
RADEZA  
PRODEA  
FONGZA  
ACODEMAZA  
 
 
39 
 
3.1.3. Valores Transferidos e Comunidades Beneficiarias 
 
O Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sobre os mecanismos que regulam a 
canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística às comunidades está sendo 
implementado em todo território de Moçambique. Desde a sua aprovação em 2005 até o 
momento da realização do presente estudo em 2011 tinham sido transferidos 103.908.364,00 
meticais (Cento e três milhões, novecentos e oito mil, trezentos, sessenta e quatro meticais), 
beneficiando a 861 comunidades organizadas em comitês de gestão dos recursos naturais, 
correspondendo 79% das comunidades locais beneficiárias dos 20%. (DNTF, 2011). (Ver a 
tabela 2). 
 
No entanto foram identificadas, em todo o País, 1.089 (mil e oitenta e nove) comunidades 
beneficiárias deste a aprovação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio até 2011 dos 
quais já foram organizadas 896 comunidades em comités de gestão de recursos naturais e 
tendo já sido beneficiadas dos 20%. (DNTF 2012). 
 
As províncias da Zambézia, Sofala Tete e Cabo Delgado são as que mais canalizaram fundos 
às comunidades, refletindo também o volume de exploração dos recursos florestais e 
faunísticos nestas províncias, tendo a província da Zambézia transferido 28.088.052,00 
meticais, a província de Sofala transferido 20.729.662,00 meticais a província de Cabo 
Delgado transferido 17.319.145,00 meticais e a província de Tete transferido 15.877.115,00 
meticais. Entretanto, Sofala e Tete têm muito fundo ainda por entregar às comunidades. (Ver 
a tabela 3). 
 
As províncias de Gaza e Niassa são as que transferiram menos dinheiro às comunidades tendo 
a província de Gaza transferido 159.000,00 meticais e Niassa transferido 745.865 meticais. 
 
A província da Zambézia é tida como a que menos fundo das comunidades tem nos seus 
cofres, tendo transferido quase todos os fundos das comunidades beneficiárias. 
 
Na província de Gaza, o processo de canalização dos valores dos 20% está parado desde 
princípios de 2009 embora a emissão das licenças e a exploração dos recursos florestais 
40 
 
estejam a ocorrer nas comunidades. Practicamente nos últimos três anos não efectuou 
canalização dos 20%. 
 
Tabela 2. Ponto de situação da canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e 
faunística (MCRN), 2005 – 2011 
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Maputo 43 41 0 28 28 1.074.121 1.074.121 
Gaza 97 59 12 47 0 0 159.000 
Inhambane 132 88 20 55 38 613662 4.655.527 
Sofala 92 22 0 43 SI SI 20.729.662 
Manica 98 75 13 75 20 808.859 7.289.686 
Tete 55 69 0 69 39 4.635.438 15.877.115 
Zambézia 118 125 0 127 0 411.239 28.088.052 
Nampula 168 321 0 321 47 874.623 7.970.191 
C. Delgado 215 72 0 72 0 4.361.927 17.319.145 
Niassa 71 24 0 24 0 0 745.865 
Total 1.089 896 45 861 172 12.779.869 103.908.364 
Fonte: DNTF, 2012. 
Legenda: SI- Sem informação 
 
Há comunidades com direito a receber os 20% das taxas de exploração que ainda não 
receberam os seus valores correspondentes. Esta situação está aliada a factores 
organizacionais, ligados a falta dos CGRN, a não abertura das contas bancárias, falta de 
assinantes, falta de motivação dos beneficiários devido aos valores inferiores, etc. 
 
41 
 
Tabela: 3. Valor total transferido e não transferido às comunidades em cada província 
- 
5.000.000,00 
10.000.000,00 
15.000.000,00 
20.000.000,00 
25.000.000,00 
30.000.000,00 
35.000.000,00 
M
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ga
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N
ia
ss
a
Valor total dos
20% 
Valor dos 20%
entrgue ás
comunidades
 
Fonte: DNTF - 2010 
 
Segundo o nº 2 do artigo 2, do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio, cada 
comunidade local beneficiária dos vinte por cento será representada por um comité de gestão, 
constituído por um número não inferior a dez membros entre homens e mulheres, que deverão 
registar, junto da administração do distrito ou posto administrativo, os seus nomes, idade, 
número e tipo de documento de identificação e respectivo cargo. 
 
Da análise feita da documentação disponível e das informações obtidas durante as entrevistas, 
é de notar que há três formatos de organização das comunidades para a canalização dos 
fundos nomeadamente: 
 
(i) Comitésde Gestão dos Recursos Naturais; 
(ii) Conselhos de Gestão dos Recursos Naturais e 
(iii) Comités ou grupo de Gestão dos 20% da exploração florestal. 
 
Por exemplo nas províncias da Zambézia e Cabo Delgado os valores dos 20%, para às 
comunidades beneficiárias são transferidos para às contas dos CGRN e Conselho de Gestão 
dos Recursos Naturais sendo estes muitos casos intermediários para comités sem contas 
bancárias e comunidades sem comités criados, como é o caso do Comité de Gestão de 
Recursos Naturais de Namajavira, em Mocuda, província da Zambézia que, recebeu em 2009, 
na sua conta bancária do BIM, 229.988,00 meticais para fazer chegar a mais 5 comunidades 
que não têm CGRN criados ou não têm contas bancárias ou não reúne ambos requisitos. 
42 
 
 
Na província de Cabo Delgado a comunidade de Katapua recebeu na sua conta bancárias um 
valor de 1.064.620,00 meticais, para distribuir a 21 comunidades beneficiárias dos distritos de 
Chiúre e de Ancabe conforme se pode observar na foto 1 e 2. Foi constatado durante a visita 
que esta situação criou muitos e sérios problemas `as comunidades de Namania, Micolene e 
Milapane as que até ao momento da realização do presente estudo não tinham recebido os 
fundos dos 20% apesar de estarem na lista da nota da DPA/SPFFB do dia 24 de Fevereiro de 
2009, indicando que os fundos já foram transferidos para a conta do CGRN de Katapua. Os 
membros dessas 3 comunidades referiram-se durante as entrevistas para o presente trabalho 
que o caso já foi apresentado aos Senhores Governador da província, Administrador e 
Director de SDAE do distrito de Chiúre durante as suas visitas de trabalho aquelas 
comunidades mas ainda nada foi feito. Entretanto acreditam que o dinheiro deles foi usado 
indevidamente por pessoas ligadas a administração do Estado conforme afirmaram alguns 
membros: 
 
“ Depositaram o dinheiro das comunidades na mesma conta e chamaram alguns membros do 
CGRN para ir a Sede do distrito levantar numa cerimónia pública. O nosso dinheiro foi 
levantado pelo Chefe do Posto de Chiúre Velho que foi transferido e quando chegou aqui não 
nos disse nada....e só no momento da sua transferência do Posto ele entregou- me este 
documento e disse: este é o documento sobre o vosso dinheiro...” (homem, chefe da 
Localidade de Micolene, distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, 2011). 
 
“Nós ainda não recebemos,...mas fomos informados pelo chefe do posto de Chiúre Velho 
transferido que tínhamos dinheiro dos 20% por levantar. Estamos a espera desde 2010..”. 
Homem, Líder comunitário de Milapane, disstrito de Chiúre, província de Cabo Delgado, 
2011) 
“Nós ainda não recebemos e até a administração de Chiúre sabe disso...e a população daqui 
de Namania está a reclamar muito,...fomos consultar ao SDAE de Chiúre e até chegamos ao 
Chefe do Posto de Chiúre Sede e nos disse para elaborarmos propostas de projectos para 
serem financiados...” (Homens, Líderes comunitários de Namina, distrito de Chiúre, 
província de Cabo Delgado, 2011). 
43 
 
 
Fotos 3 e 4, . A direita e a esquerda ilustram a carta e a respectiva lista das comunidades 
beneficiárias cujo fundo foi transferido para a conta bancária do CGRN de Katapua, distrito 
de Chiúre, província de Cabo Delgado. 
 
Na província da Zambézia, Nampula, nos primeiros anos do processo da implementação do 
Diploma Ministerial, alguns valores dos 20% foram transferidos para as contas das 
Administrações Distritais como via para chegarem as comunidades beneficiárias. Esta 
situação criou sérios problemas sendo alguns por resolver com vista a repor os fundos 
utilizados por pessoas fora da comunidade. No entanto este procedimento ainda continua 
actualmente como se pode confirmar pela foto 3. 
44 
 
 
Foto 5:. Nota de transferência dos fundos para as contas das Administrações dos distritos e 
SDAE em 2011. 
 
É de salientar que a transferência de fundos para as comunidades ocorre também através de 
contas das outras comunidades. 
 
O Comité de Gestão de Recursos Naturais de Chipembere em Changara e de Cachenga no 
distrito de Moatize, província de Tete, vão receber nas suas contas bancárias 117.750,00 e 
261.250,00 meticais respectivamente para fazer chegar a mais 3 comunidades que não têm 
contas bancárias. (fonte: Proposta de distribuição dos fundos de 20% para as comunidades 
referentes ao ano 2010 – DPA/SPFFB -Tete) 
 
45 
 
Na província de Sofala as comunidades estão organizadas em Comités de Gestão dos 
Recursos Naturais e Associações através dos quais os valores dos 20% são transferidos via 
contas bancárias. 
 
Na província de Manica os dados da Direcção Provincial de Turismo indicam que das áreas 
de conservação, entre 2006 e 2009, 9 comunidades receberam 928.365,62 meticais nos 
distritos de Guro, Machaze, Macossa e Tambara. 
 
Entretanto, devido aos baixos valores envolvidos e irregularidade de operadores no regime de 
exploração em licenças simples a abordagem dos SPFFB tem sido de acumulação dos valores 
por dois ou três anos para por um lado assegurar o valor mínimo necessário para abertura de 
contas bancárias e por outro assegurar a transferência de valores que permitam a realização de 
acções de impacto nas comunidades. Contundo, a transferência dos fundos dos 20% não 
obedece o estabelecido no nº 2 do artigo 4 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
Normalmente a transferência ocorre anualmente. Neste contexto, em quase todos os locais 
visitados os comunidades locais e seus representantes manifestaram o seu sentimento de 
apreensão em relação às·transferências em atraso dos 20%, tal como foi referido pelos nossos 
entrevistados: 
 
“Nós estamos a preparar os processos para transferirmos fundos referentes aos anos, 2009, 
2010 e 2011”. (homem, técnicos dos SPFFB, Nampula). 
 
“A província de Manica está em tramitação o processo para a transferência de valores 
referentes ao ano 2010 e 2011”. (mulher, chefe dos SPFFB, 2012). 
 
“Na província de Gaza a ultima canalização foi nos princípios de 2009 e até este momento 
não está ainda a ser efectuada a canalização dos 20% as comunidades, o assunto está sendo 
tratado” (homem, tecnico dos SPFFB – Gaza) 
 
“Sim, nós recebemos o dinheiro dos 20% aqui na povoação de Banga” (homem, membro da 
comunidade de Banga – Massingir – Gaza) 
 
A exploração em regime de concessão e corte de madeira são as que contribuem com maior 
valores dos 20%, como é o caso das províncias de Sofala, Zambézia, Cabo Delgado e 
46 
 
Nampula. Enquanto, que a exploração dos recursos em regime simples, particularmente para 
o corte e produção de estacas, carvão, lenha, etc., contribuem com valores menores para as 
comunidades. 
O diagrama a abaixo indicado ilustra as áreas de utilização dos recursos consagradas para a 
canalização dos 20% das taxas de exploração dos recursos florestais e faunísticos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte : DNTF, 2011. 
 
Até 2011 foram canalizados 103.908.364 meticais para 861 comunidades beneficiárias em todo o 
país desde a aprovação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Foram identificadas 
1089 comunidades com direito de se beneficiar dos 20%. As províncias de Cabo Delgado, 
Nampula, Tete e Sofala são as que mais fundos transferiram para as comunidades, enquanto que as 
províncias de Gaza e Niassa são as que transferiram menos. No entanto há ainda valores elevados 
a serem entregues às comunidades com destaque para Sofala e Tete. O processo de transferência é 
efectuado quer através das contas bancárias das Administrações dos distritos, SDAE quer através 
das contas das comunidades locais directa e indirectamente. 
 
Comunidades com direito dos 20% 
Comunidades dentro das áreas de 
exploracao comercial 
Comunidades dentros das áreas 
protegidas 
 
Concessões Florestais 
 
Licenças simples 
 
Fazendas do Bravio 
 
 
Zonas de MCRN 
 
Zonas de eco-turismo 
 
 
ParquesNacionais 
 
Reservas Nacionais 
 
Coutadas oficiais 
 
Reservas florestais 
 
47 
 
3.1.4. Comunicação sobre a Transferência dos 20% aos beneficiários 
 
O número dois do artigo 4 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio diz que a 
entidade licenciadora deverá proceder à transferência trimestral das receitas consignadas para 
as contas das comunidades beneficiárias acompanhadas das informações sobre a origem das 
referidas receitas, informando do facto as próprias comunidades e a administração do distrito. 
 
Nas províncias de Gaza, Inhambane, Niassa, Tete, Manica, Maputo e Sofala a comunicação 
sobre a transferência às comunidades é feita da seguinte forma: A DPA/SPFFB comunica por 
escrito aos Governos Distritais e SDAE, através de uma nota de transferencia dos fundos dos 
20%. Nestas províncias, mais de 94% das comunidades visitadas os líderes locais e membros 
dos comités disseram ter havido reuniões lideradas pelos Administradores Distritais ou dos 
seus representantes, SDAEs, DPAs/SPFFB com a participação dos membros das comunidades 
beneficiárias nas primeiras comunicações de transferência dos fundos acompanhadas de 
cerimónias públicas de entrega. 
 
A seguir é apresentado um exemplo da nota de comunicação sobre a transferência de fundos 
na província de Sofala à Associação Mucani Canda: 
 
Foto 6 Nota de comunicação sobre a transferência. Fonte: SPFFB, Sofala, 2012. 
 
Na Zambézia, para dar a conhecer as comunidades beneficiárias, a DPA/SPFFB comunica por 
escrito aos Governos Distritais, através de uma nota de termo de entrega ao CGRN ou 
Conselho de Gestão dos Recurso Naturais, cabendo aos Órgãos Locais do Estado fazer chegar 
esta informação aos comités e/ou conselho. Também, em 80% das comunidades visitadas os 
48 
 
líderes dos comités e Chefes das Localidades confirmaram ter havido reuniões publicas para 
dar a conhecer a recepção dos 20%.. No entanto, em todas as entrevistas onde houve presença 
dos membros das comunidades que não fazem parte dos CGRN, estas disseram não terem 
conhecimento dos valores recebidos. 
 
É prática corrente a maioria dos assinantes com ou sem informação da transferência dos 
valores, se deslocarem aos bancos e pedirem saldos como forma de verificar se na conta 
bancária teria sido depositado algum valor dos 20%. Por exemplo, os membros do CGRN e 
assinantes da conta da comunidade de Nanhupu no distrito de Montepuez, província de Cabo 
Delgado, viajaram mais de três vezes à sede do Distrito para verificar se tinham dinheiro na 
conta ou não. Entretanto estão em divida com os pequenos comerciantes locais porque 
tiveram que pedir empréstimo dinheiro para custear as despesas das deslocações, esperando 
que iriam devolver logo que tivessem o dinheiro dos 20% depositados na sua conta bancária, 
mas infelizmente ainda não aconteceu, só receberam os fundos dos 20% uma vez em 2008. 
Eles manifestaram a sua preocupação da seguinte maneira: “Nós temos dívidas aqui na 
comunidade, porque pedimos emprestado dinheiro e não sabemos como vamos pagar se a 
agricultura não depositar o nosso dinheiro...já abrimos a conta há bastante tempo e 
corremos risco de fecharem” (homem, membro do CGRN, comunidade de Nanhupu, distrito 
de Montepuez, província de Cabo Delgado, 2011). 
 
Na comunidade de Kwachy no distrito de Matutuine, província de Maputo foram canalizados 
cerca de 19,838.00, mas a comunidade nunca foi levantar o valor. Um dos entrevistados 
afirmou da seguinte maneira: “sabemos que temos 11.120.00 meticais, recebemos o papel 
com o homem do SDAE e fomos saber o saldo no banco em 2008 a gora vamos ver”. 
(homem, CGRN-Kwachy, distrito de Matutuine, província de Maputo). 
 
Na província de Nampula, quando os SPFFB efectuam as transferências para as contas das 
comunidades, estes primeiro enviam às ONGs que assistem as comunidades a lista contendo o 
nome da comunidade, o valor canalizado e em seguida enviam uma carta para os SDAE a 
comunicar sobre a transferência. Entretanto no início do processo a entrega do valor dos 20% 
era feita por via de cheques bancários do SDAE, passado em nome de um dos membros da 
comunidade para proceder o levantamento, em outras comunidades o valor foi entregue em 
numerário as comunidades por vezes sem nenhuma declaração para as comunidades 
assinarem o que criou alguma desconfiança por parte das comunidades sobre o real valor 
49 
 
recebido. Por exemplo um dos nossos entrevistados disse: “o Administrador do distrito trouxe 
o dinheiro aqui com os homens da agricultura mas não sabemos se o nosso valor era de facto 
ou não 26.000,00 meticais porque não nos deram a cópia do cheque ou nenhum papel para 
assinarmos ” (Presidente do GCRN, comunidade de Namede, distrito de Muecate, província 
de Nampula 2012). 
 
Entretanto, há comunidades que receberam os seus justificativos, conforme um dos membros 
da comunidade de Nacamo disse: “Em 2007, recebemos o nosso dinheiro via transferência 
bancária e respectivo comprovativo de depósito, no ano de 2008 recebemos um cheque 
passado pelo SDAE e em 2009 recebemos via transferência bancária e sempre tivemos um 
justificativo em que assinávamos os três assinantes de conta”. (homem, Presidente do CGRN, 
comunidade de Nacamo, distrito de Meconta, província de Nampula, 2012). 
 
O processo de canalização dos 20% implementado na província de Nampula no ano de 2008 
não era viável pois não beneficiava as comunidades “nessa altura nos não tínhamos nenhum 
envolvimento no processo e as comunidades não receberam aquele valor, porque este modelo 
não permitia que as comunidades fossem prioritárias no processo” (Homem, Oficial de 
Programa, ORAM-Nampula). 
 
Apesar, do nº 2, do artigo 4 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio referir-se da 
necessidade de dar informações sobre a transferência e origem das referidas receitas às próprias 
comunidades e a administração do distrito, ainda o sistema de comunicação às comunidades é 
deficiente conforme foi claramente constatado na maioria das comunidades visitadas onde a 
informação sobre os 20% está focalizada para os líderes comunitários e membros dos CGRN. Esta 
situação tem consequências negativas na planificação dos projectos comunitários e respectiva gestão 
de fundos. 
 
50 
 
3.1.5. Documentação & Arquivos Comprovativos do Processo de Canalização dos 20% 
 
Em geral, em todas as províncias visitadas existe a documentação comprovativa sobre o 
processo de canalização dos 20% de acordo com o estipulado no artigo 4 do Diploma 
Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Particularmente, os SPFFB possuem um arquivo 
(pastas) contendo informação sobre a dedução dos 20%, cartas de transferência, comités 
formados, conta bancária entre outros, assim como informação digitalizada que pode ser 
consultada junto aos técnicos de MCRN. 
 
Alguns SDAE contactados possuem informação sobre licenciamento proveniente dos SPFFB 
e algumas cartas de comunicação de transferência para as comunidades do distrito que já 
beneficiaram. A maioria desta informação não está disponível para consulta. 
 
Mais de 87% das comunidades inquiridas não possuem os documentos sobre os 20%, por isso 
muitos membros presentes nos encontros não sabiam o valor recebido, saldo e o seu ponto de 
situação. Nestas comunidades, os inquiridos afirmaram não ter alguma documentação, ou 
afirmaram terem as listas dos membros dos comités e outra documentação mas que não se 
encontravam na sua posse. Outros membros afirmaram o seguinte: “ficou com o técnico da 
agricultura...” (homem, membro da comunidade homem, província de Niassa). 
 
A ausência de documentação comprovativa da transferência ou outro tipo de arquivo sobre a 
utilização dos fundos e o ponto de situação da implementação dos projectos a nível dos 
CGRN, das autoridades comunitárias e responsáveis pela gestão dos fundos cria uma 
desconfiança a nível das comunidades locais sobre a utilização dos fundos emuitas vezes 
resulta em conflitos e mau relacionamento entre as partes envolvidas. Por exemplo a 
comunidade de Nacaca, distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado o régulo não se 
comunica com os membros do CGRN, tal como afirmou um dos membros do CGRN durante 
o encontro com os consultores do presente trabalho: “Não podemos falar mais com o régulo 
porque temos recebido ameaças..., ele é que levou o dinheiro para fazer a represa da 
comunidade que não chegou a funcionar...a comunidade está exigir contas mas nem ele e 
nem os antigos membros do CGRN apresentam justificativos...”. (homem, líder comunitário, 
comunidade de Nacaca, distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado, 2011). 
 
51 
 
“ Nos não temos nada de papéis aqui connosco, todos os documentos que assinamos foram 
com os técnicos da Agricultura do distrito que nos ajudaram a formar o Concelho de 
Desenvolvimento Florestal de Lenha” (mulher, membro do comité de Banze, distrito de 
Manjacaze, província de Gaza) 
 
Contudo, há CGRN que tem todo o registo sobre os 20% tal como foi constatado nalgumas 
comunidades das províncias visitadas. A foto 7. Ilustra o registo do CGRN, reportando todos 
os detalhes sobre a utilização dos 20%, (descrição das despesas e valores gastos incluindo as 
respectivas datas). 
 
Foto 7 : Notas de registo dos 20% da comunidade de Nanhupu, distrito de Montepuez, 
província de Cabo Delgado. 
 
Outro exemplo refere-se às comunidades de Mepuera no distrito de Metarica e comunidade de 
Muiterere no distrito de Cuamba ambas na província de Niassa, que possuem documentação 
dos SPFFB sobre comunicação (prova por escrito) da transferência dos 20% e do Banco 
(talões e números de conta bancárias. Particularmente a comunidade de Muitetere possui 
também um caderno de registo da aplicação dos 20% (moageira, créditos,) e sobre 
capacitação efectuada pela UCA/ SPFFB sobre associativismo e planificação. Também as 
comunidade de Nicaro e Meco ambas do distrito de Meconta, província de Nampula, 
Pindanyanga, Muda Sul, Mucorozi e Mutocoma no distrito de Gondola, província de Manica 
e comunidades de Zulo e Massingir, província de Gaza, possuem registos da aplicação dos 
52 
 
20%, desde o pagamento de deslocações dos membros a província até a aplicação final do 
dinheiro nos projectos escolhidos. 
 
Fotos 8 e 9 -: A esquerda e direita ilustram os arquivos dos CGRN de Miutetee e de Mepuera, 
no distrito de Cuamba e Metarica na província de Niassa, respectivamente. 
 
Foto 10 : Lista dos beneficiário de micro-credito, comunidade de Mutocoma, distrito 
de Gondola, província de Manica, 2012. 
 
Existe pouca documentação e arquivos a nível do distrito e das comunidades locais devido a falta de 
prática, conhecimento e exigência sobre prestação de contas, de gestão transparente de gestão dos 
bens públicos, e a falta de monitoria na implementação do processo de canalização dos 20%. Esta 
situação cria muitas vezes desconfiança nas comunidades locais em relação aos gestores de fundos e 
até origina conflitos entre os intervenientes. 
53 
 
3.2. A planificação e utilização dos 20%, assim como a implementação de 
projectos financiados pelos referidos fundos 
 
Em mais de 97% das comunidades visitadas, a planificação da utilização de fundos dos 20% é 
feita pelos membros dos CGRN, em colaboração com os líderes locais. Normalmente 
participam nos encontros de planificação mais homens que mulheres. Este grupo social faz 
uma lista das necessidades que acha importante para a comunidade e depois a lista é 
anunciada numa reunião pública com a comunidade. A comunidade apenas faz a priorização 
das necessidades alistadas tendo em conta o montante do dinheiro recebido e a esperança de 
vir a receber mais num futuro próximo. Estas situações foram sistematicamente confirmadas 
ao longo das entrevistas nas comunidades tendo alguns entrevistados afirmado o seguinte: 
“ouvi que receberam oito mil meticais mas não avisaram o que fizeram, quando perguntamos 
dizem que existe 3 mil meticais guardados no tesoureiro e 5 mil organizaram visita da 
governadora, desde 2008 até hoje não sabemos de nada”. (mulher, membro da comunidade 
Hindane, distrito de Matutuine, província de Maputo) 
 
“Nós membros do CGRN vamos receber o dinheiro na Sede do distrito, numa cerimónia 
liderada pelo Sr. Administrador e viemos aqui, sentamos entre nós e decidimos dividir o 
dinheiro para os membros do CGRN fazerem negócios de geração de rendimento, por 
exemplo abrir barracas. Mas, quando fomos apresentar a nossa proposta a comunidade não 
aceitou e tivemos que recolher o dinheiro que havíamos entregue aos membros do 
comité...(homens, comunidade Meculane, distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado). 
 
Na, comunidade de Mecuinica na província de Niassa, o CGRN, reuniu apenas as lideranças e 
membros dos comités e repartiram o valor por igual, posto isto, cada comité retomou a sua 
aldeia onde reuniu-se e planificou a aplicação do fundo. 
 
Em Inriba-Namagoa, no distrito de Mocuba, província da Zambézia a moageira da 
comunidade foi instalada na casa da Rainha e a sua gestão está sob responsabilidade do 
marido conforme ilustra a foto 8. 
54 
 
 
Foto 11 :. Moageira comprada com os 20%, instalada na casa da Rainha – Inriba-Mocuba, 
província da Zambézia. 
 
Em mais de 97% das comunidades visitadas os planos sobre a utilização dos 20% são feitos 
de forma “Ad- Hoc”, sem nenhuma base fundamentada. Em alguns casos os planos são feitos 
depois do valor chegar na comunidade e noutros casos, o plano é apresentado ao Chefe do 
Posto ou Localidade para a sua validação como um dos requisitos para o levantamento do 
valor. 
 
Muitas vezes os planos não condizem com o que realmente é aplicado nas comunidades, 
notando-se com frequência o desvio de aplicação dos fundos da comunidade. Na maioria dos 
casos esta situação deve-se a influência das autoridades locais e tradicionais e alguns 
membros dos CGRN na tomada decisão sobre o uso do valor e a falta de formação sobre a 
planificação e contabilidade. 
 
Entretanto, existem comunidades onde o processo de entrega dos 20% já tem uma 
recomendação por parte do governo para ser aplicado na construção de salas de aulas, ou 
cobertura das mesmas. 
 
A planificação e utilização de fundos para os projectos sociais é justificada pelas comunidades 
visitadas como sendo a forma de resposta comunitária face as dificuldades que governo 
apresenta em relação à satisfação das necessidades da população local tendo os entrevistados 
afirmado: 
55 
 
“nós estamos cansados de assistirmos os nossos filhos a estudar em condições precárias de 
ensino e aprendizagem,.. (homem, comunidade de Maputo Familiar, distrito de Montepuez, 
província de Cabo Delgado). 
 
“...Em todos os anos nós temos que cobrir as escolas com capim para os nossos filhos 
estudarem, o governo não faz nada, por isso quando recebemos o nosso dinheiro pensamos 
em beneficiar toda a comunidade através da escola para os nossos filhos” (homem, 
comunidade de Nicarro, província de Nampula. 
 
Em Inhambane, um dos entrevistados disse: “Passou ciclone aqui que destruiu as salas de 
aula na escola local e as crianças estudavam ao relento esperamos o governo não veio 
arranjar, dai que quando chegou o valor preferimos cobrir a escola,...(homem, membro do 
CGRN da comunidade de Cubimo, distrito de Guvuro, província de Inhamabane, 2011). 
 
Na província de Manica, nas comunidades visitadas, os CGRN afirmaram ter realizado 
encontros principalmente com participação dos dos chefes das localidades e líderes 
comunitários dos 1º, 2º e 3º escalões e secretários dos bairro, com presença de alguns 
membros das comunidades para a planificação. Nestes encontros foram discutidas e decidias 
as prioridades, sobretudo na área de infra-estruturas sociais e econômicas, actividades de 
geração de rendimentos muitas vezes sem ter em consideração o custo real da actividade a 
realizar.Embora alguns CGRN tenham tido algum tipo de formação, sobre obre associativismo, 
liderança e sobre planificação da aplicação dos fundos recebidos ou a receber, na pratica nota-
se uma aplicação financeira desorganizada e despesas repetidas em dois ou três ano para 
mesma actividade. Por exemplo em Mutocoma e Mucorozi os fundos recebidos foram usados 
para créditos para pequenos negócios, aquisição de bicicletas, telefones celulares, lanternas 
dentre outros bens para presidente do CGRN e para o Chefe da Localidade. Um dos membros 
do CGRN presente no encontro com os consultores afirmou: “Compramos bicicletas e 
telefones para os membros do comitês e chefe da Localidade”... (homem, Presidente do 
CGRN de Mutocoma, distrito de Gondola, província de Manica, 2012). 
56 
 
 
Foto 12 : Caderno de anotações indicando o uso indevido para fins pessoais na comunidade 
de Mutocoma, distrito de Gondola, província de Manica, 2012. No último parágrafo diz que o 
Sr. Chicopa recebeu o valor e comeu sozinho. 
 
Existe o uso indevido dos fundos dos 20% segundo foi afirmado pelos entrevistados durante 
o presente trabalho: “Os CGRN de Chiedera, Nhampoca e Mucombezi compraram motas 
para os régulos com os valores dos 20%”. (homem, SDAE de Nhamatanda, província de 
Sofala, 2012). 
 
“Agora estamos a mudar os membros do Comité/Associação em Juchenge, distrito de 
Gorongosa, província de Sofala, que comeram dinheiro, pois comer deve ser vez-vez” 
(homem, líder do 3º escalão, da comunidade de Juchenge, distrito de Gorongosa, província de 
Sofala, 2012). 
“O régulo da comunidade de Maneto no distrito de Marinhue, veio a cidade da Beira com 
mais três pessoas levantaram dinheiro e compraram roupa e outros bens...” (mulher, ORAM, 
província de Sofala, 2012) 
57 
 
 
Foto 13 : Escola construída com parte dos 20% - Comunidade de Nhambita, distrito 
de Gorongosa, província de Sofala (comparticipação da comunidade), 2012. 
 
 
Mais de 72% dos projectos planificados nas comunidades visitadas não tiveram sucesso. Foi 
apontada como causa principal desta situação a má planificação aliada a falta de capacidades 
na implementação dos projetos particularmente sociais e econômicos. Também em algumas 
comunidades visitadas os membros entrevistados lamentaram pelo fato do dinheiro recebido 
não ser suficiente para os projectos planificados, tendo afirmado o seguinte: “Queremos 3 
furos de água o dinheiro não chega em vez do dinheiro ficar parado fizemos empréstimos aos 
comerciantes locais que pagam juros mensais...” (homem, membro do CGRN de Corane, na 
província de Nampula, 2012). 
 
Um dos membros da comunidade de Nicarro afirmou: “Abrimos uma machamba associativa 
para o plantio de gergelim mas a chuva não caiu e perdemos tudo...” (homem, membro do 
CGRN de Nicarro, distrito de Meconta, província de Nampula, 2012). 
 
Os anexos 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 ilustram os projetos visitados em cada província e o 
seu respectivo ponto de situação. 
 
Entretanto, em algumas comunidades visitadas existe a percepção segundo a qual os membros 
dos CGRN em colaboração com os líderes locais, chefes das aldeias, localidade estão se 
aproveitar do fraco conhecimento da comunidade sobre a canalização dos 20% das taxas para 
benefícios próprios. Isto é: usam duas ou mais fontes financeiras para justificar a 
implementação dos mesmos projectos. Essa situação foi referida nos encontros com as 
58 
 
comunidades tendo manifestado a sua insatisfação da seguinte forma: “...o povo não tem 
conhecimento destes 20%. A verdade é que nós o povo fizemos a contribuição para abertura 
duma fonte de água,... agora estão a dizer que abriram o furo de água com dinheiro dos 20%. 
Então onde está o nosso dinheiro que contribuímos?...”(homem, membro da comunidade de 
Naquali, distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado). 
 
“O régulo não informou o que foi feito com o dinheiro recebido, nós não sabemos nada e 
queremos aproveitar hoje nesta reunião para pedir esclarecimento do nosso dinheiro” 
(homem, membro da comunidade de Banga, distrito de Massingir, província de Gaza). 
 
“Nós não sabemos o dinheiro que chegou no banco mas fomos levantar 50.000,00 meticais 
para comparar chapas para escolas e para construção da sala de reuniões da comunidade” 
(homem, membro do comité da comunidade de Zulo, distrito de Massingir, província de 
Gaza). 
 
A planificação dos projetos é realizada fundamentalmente pelos membros dos CGRN e líderes 
comunitários. Sendo fraco o envolvimento dos membros das comunidades locais beneficiárias. As 
mulheres são o grupo social que menos participam no processo de planificação devido a sua fraca 
presença nos CGRN e nos cargos de decisão. O maior volume dos fundos recebidos é utilizado para 
a construção de infra-estruturas sociais tais como escolas, postos de socorro, casa-mãe-espera e 
fontes de água. Uma parte significativa dos fundos é utilizada para a implementação de projetos de 
geração de rendimento e sendo muito poucos os valores utilizados para projectos de conservação 
ambiental. Ademais, existe também o uso dos fundos dos 20% para benefícios próprios por parte de 
alguns membros dos CGRN, líderes comunitários e representantes locais do Estado. Isto ocorre por 
falta da assistência e fraca capacitação às comunidades beneficiárias na planificação e gestão dos 
fundos. 
 
59 
 
3.3. A participação e o papel da mulher nas comunidades em todo o processo de 
canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística 
 
A participação das mulheres, na canalização dos 20% das taxas de exploração é extremamente 
reduzida comparativamente com a participação dos homens. De facto é evidente a relação 
desigual de género nos CGRN e projectos implementados no âmbito da implementação do 
Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
 
Em todos os comités de gestão de recursos naturais das comunidades visitados nas 10 
províncias, 93% dos homens exercem funções de presidente, vice-presidente, secretário, fiscal 
e tesoureiro. As mulheres são na sua maioria membros e participantes passivos no processo de 
canalização dos 20%. 
 
Na província de Inhambane das nove comunidades visitadas, nenhum CGRN tem as mulheres 
no cargo de liderança. Todas as são simplesmente membros ou conselheiras. 
 
Na província de Niassa, as duas mulheres membros do comité de Muicuna no distrito de 
Cuamba presentes no encontro, afirmaram não trem sido envolvidas em nenhum encontro 
após a formação do comité, nem terem participado no processo de tomada de decisão sobre os 
projectos a realizar. 
 
Em Gaza embora a tesoureira seja uma mulher em Chilumbele B, quando o presidente do 
CGRN foi ao SDAE na sede do Distrito para procurar saber da conta bancária e respectivos 
valores, não a levou para lá e nem sequer foi comunicada sobre este trabalho. 
 
Na província de Nampula, dos 17 CGRN entrevistados, nenhum possui mulher como 
presidente. Apenas em dois CGRN de Nicarro no distrito de Meconta e Mahula no distrito de 
Mogovolas tem as mulheres na posição de tesoureira. Mas durante as entrevistas os membros 
presentes no encontro afirmaram o seguinte: “Estas mulheres são familiares dos líderes 
locais (régulo), o que faz com que as suas decisões sejam discutidas pelos homens do 
regulado...” (homem, membro do CGRN, comunidade de Nicarro, distrito de Meconta, 
província de Nampula, 2012). 
 
60 
 
Outro membro da comunidade de Nicarro, presente do encontro continuou afirmando o 
seguinte: “Mesmo a mulher sendo tesoureira o dinheiro não fica na posse dela,...pois fica na 
posse dos homens”. (homem, membro do CGRN, comunidade de Nicarro, distrito de 
Meconta, província de Nampula, 2012). 
 
No encontro realizado em Meicuinica no distrito de Metarica, as mulheres presentes no 
encontro revelaram não serem activas nas actividades florestais (controle de operadores e 
furtivos nas comunidades, participação em reuniões sobre controlede madeira, etc.) por serem 
de carácter dominante ou da responsabilidade dos homens. 
 
Esta situação está aliada a vários factores tais como: 
(i) Carga horária. De facto as mulheres rurais estão extremamente ocupadas com tarefas 
domésticas e de rendimento (agricultura, cuidar dos filhos e da família, procura de 
lenha, cozinhar, lavar, pilar), etc. 
(ii) A fraca utilização dos métodos participativos e instrumento de género e diversidade no 
processo de canalização dos 20% e no MCRN em geral; 
(iii) O nível de analfabetismo nas mulheres também foi apontado como um dos factores da 
fraca participação e exclusão das mulheres no processo de canalização dos 20% e, 
(iv) Os aspectos sócios culturais. De facto foi constatado ao longo do presente estudo que 
os mitos, as percepções e os estereótipos de género representam um obstáculo 
muito sério em relação a participação das mulheres nas actividades de canalização 
dos 20% e de MCRN em geral. Este factor contribui bastante na exclusão das 
mulheres nos cargos de direcção dos CGRN e de tomada de decisão no processo 
de acesso e controlo dos recursos naturais e em particular na canalização dos 20%. 
No geral, pelas características e papel que socialmente é atribuído às mulheres, 
estas não são consideradas aptas para desempenhar algumas tarefas nas actividades 
de desenvolvimento local, incluindo as tarefas de direcção dos grupos 
comunitários segundo foi referido por um dos membros de comité na província de 
Cabo Delgado: “Aqui, quando uma mulher é vista no CGRN é logo conotada 
como mulher de má vida....e são as próprias mulheres que dizem isso...” ( homem, 
comunidade de Nacololo, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado. 
 
 
61 
 
Outra afirmação foi referida na província de Nampula da seguinte forma: “As nossa mulheres 
não estudaram, não sabem escrever, nem ler, como vão ser chefes dos CGRN ?”. (homem, 
distrito de Meconta, província de Nampula, 2012). 
 
“Foram escolhidas mulheres para tesoureiras talvez porque elas sabem guardar dinheiro e 
tem medo de usar dinheiro de donos de qualquer maneira”. (Membros das comunidades de 
Banze e ChilumbeleB no distrito de Manjacaze - Gaza 
 
Na província de Maputo, nenhum dos 3 CGRN entrevistados tem a mulher como presidente. 
Apenas o CGRN de Pochane existe uma mulher como tesoureira e mesmo assim ela não é 
confiada a posse dos fundos. O presidente (homem) do GGRN é que de facto executa a 
função de gestão dos fundos dos 20%. 
 
Conforme se pode observar, os factores acima referidos contribuem bastante na exclusão das 
mulheres em participar nas reuniões sobre a utilização dos 20% e do MCRN em geral, nas 
negociações e debates durante as consultas públicas e consequentemente as decisões finais 
sobre o processo de desenvolvimento local podem não reflectir os seus interesses. 
 
Perante esta situação, foi por várias vezes realçada durante as entrevistas, particularmente 
pelas ONGs e instituições públicas e privadas a necessidade de revitalização dos CGRN pelo 
menos de 3 em 3 anos e dando sempre a oportunidade às mulheres serem necessariamente 
componentes dos comités e ocupando cargos de liderança. 
 
A participação das mulheres no processo de canalização dos 20% é extremamente reduzida. 
Apenas 7% dos 116 CGRN entrevistados possuem mulheres nos cargos de direcção. Na 
maioria dos CGRN as mulheres tem o papel de simples membro. Esta situação é devido aos 
fatores sócio-culturais (mitos, esteroritipos), a carga horária, nível de analfabetismo. Mesmo 
nos casos em que elas assumem função de responsabilidade nos CGRN são na sua maioria os 
homens que tomam a lideraça da função. 
 
 
 
62 
 
3.4. Impactos 
 
Segundo Adriana Werneck Regina (2010), define o impacto como sendo o efeito ou a 
alteração no meio social, econômico e ambiental devido a uma determinada acção ou 
actividade. Essas alterações podem ser grandes ou pequenas, negativas ou positivas. 
 
Neste sentido o objectivo do presente estudo é estudar os impactos sociais, econômicos e 
ambientais que significa avaliar os da utilização dos 20% das taxas de exploração florestal e 
faunística pelas comunidades locais para uma melhor orientação e prevenção na aplicação do 
Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
 
Assim, o sentimento geral de mais de 77% das comunidades entrevistadas é que os 20% ainda 
não deram o impacto efectivo na vida social e econômica das populações e no 
desenvolvimento local adequado e muito menos no lado ambiental. O mesmo sentimento 
também existe nos membros do CGRN, representantes das ONGs, das instituições públicas e 
operadores contactados durante o presente trabalho. 
 
Contudo, acredita-se que a canalização dos 20% das taxas de exploração dos recursos 
florestais e faunísticos teve alguns efeitos na organização comunitária e contribuiu para a 
motivação e consciencialização das comunidades locais de que são parte integrante da gestão 
sustentável dos recursos nos seus territórios. Pois, algumas comunidades visitadas afirmaram 
ser elas as donas dos recursos e sentem a obrigação de estarem ao lado do governo, desde das 
consultas comunitárias, planificação da utilização dos recursos naturais através dos CGRN, 
controlo de queimadas e até a sua participação na fiscalização dos utilizadores/opradores 
ilegais. 
 
Assim, antes da apresentação dos impactos, sociais, económicos e ambientais é importante 
que os leitores do presente relatório tenham o conhecimento de tipos de projectos e 
actividades que estão a ser implementados com os fundos dos 20% das taxas de exploração. A 
taleba a seguir faz o resumo dos projectos sociais, económicos e ambientais implementados 
em cada comunidade visitada durante o estudo. 
 
 
63 
 
Tabela 4. Resumo dos projectos implementados nas comunidades entrevistadas em cada província 
Província Distrito 
Comunida
de 
Com. 
entrevi
stadas 
Projectos Sociais Projectos económicos Proje
ctos 
ambie
ntais 
Observa
ção 
 Escola Po
st 
So
cor
ro 
Cas
a 
Mà
e 
esp
era 
e 
Ido
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Campo 
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o de 
rendim
ento 
Prod
ução 
agríc
ola 
Fom
ento 
pecu
ário 
 
 
Niassa 
Metarica Mepuera 1.   
Mecuinica 2.  
Cumba Muitetere 3.   
Muicuna 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cabo 
Delgado 
 
 
 
Montepue
z 
Nacololo 5.       
Ntele 6.      
Nanhumpu 7.  
Natulo 8.    
Namoro 9.  
Nicocué 10.  
Maputo 
Familiar 
11.  
 Nacoja 12.  
 
4 São benefícios para os chefes das localidades, postos administrativos que inclui: compra de motorizadas, bicicletas, construção de casas, compra de cadeiras, mesas, etc. 
5 São benefícios para os membros do GGRN, que inclui, capacitação, construção de alpendres para as reuniões do CGRN, subsídios para os membros dos CGRN , deslocação 
para o banco e cerimónias para agradecer aos espíritos a recepção dos 20% . 
 
64 
 
 
Ancuabe 
Nacaca 13.  
Nanumi 14.  
Naquali 15.  
 
 
 
Chiúre 
Juravo 16.  
Milapani 17. Não recebeu os fundos mas foi transferido para a conta do Conselho do GRN do distrito. Exite notificação da 
transferência pelos SPFFB. 
Micolene 18. Não recebeu os fundos mas foi transferido para a conta do Conselho do GRN do distrito. Exite notificação da 
transferência pelos SPFFB. 
Matiquiti 19.  
Katapua 20.  
Meculane 
+ 
Nanvinchi 
21.    
Namania 22. Não recebeu os fundos mas foi transferido para a conta do Conselho do GRN do distrito. 
Existe notificação a transferênciapelos SPFFB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nampula 
 
 
 
Muecate 
Namede 23.   
 Gracio 24.  
Napai 25.  
Marcelino 26.  
Coropa 27.  
Massela 28.  
 
 
 
Mogovola
s 
Maiolela 29.  
Quonela 30.  
Mahula 31.  
Mbuva 32. Fundos ainda na posse do Chefe do Posto 
Ussene 33.   
 
65 
 
Natite 34.  
Meconta Japire 35.   
Nicaro 36.  
Meco 37.   
Natira 38. Houve exploração madeireira. Actualmente existe exploração de carvão, mas nunca recebeu os 20% das taxas 
Nacoma 39.   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zambézia 
 
 
 
 
Maganja 
da Costa 
Muedebo 40.    
Ginama + 
Mulati+Ca
nana+ 
Muitucula 
41.    
Mocubela- 
Sede 
42.     
Mucarrua 43.  
Maneia 44.   
Mucuna 45.    
 
Ile 
Namigonh
a-Sede 
46.     
Morrua 47.     
 
 
 
 
 
 
 
 
Mocuba 
Mipiode 
+Muaquina 
–Patela+ 
Muria+ 
Namaquita 
+Nigula-
Velho+ 
Mersa6
48. 
 
Concessão florestal comunitária. Existe exploração florestal mas ainda não receberam os 20%. 
Minhote 49.  
Mugeba-
Sede 
50.    
 
6 Representa as comunidades da Concessão Comunitária de Mocuba 
 
 
66 
 
Mocuba 
Sede+ + 
Mucharo + 
Julião + 
Mpuanha + 
Tonduê 
51.     7
Inriba 
Namagoa 
 
52.  
Namanjavi
ra + Alto 
Benfica + 
Mucamura 
53.     
 
 
 
 
Mopeia 
Campo-
Sede + 
Zuze 
+Mungom
a + 
Chiramua 
+ 
Mugurumb
a 
54. 
Campo- 
Sede / 
55.   
 Campo -
Raposo 
56.    
 
 
 
 
Tete 
Moatize Monga 57.   
Khokhwe 58.  
Madamba 59. O Presidente do CGRN e o respectivo tesoureiro receberam dinheiro dos 20% e mudaram de residência para Cidade de Tete 
 
 
Changara 
Nhamajane
la 
60.    
Chipember 61.  
 
7 O + significa que as comunidades foram representadas membros dos Comités e Conselhos de Gestão dos Recursos Naturais no momento da 
entrevista com os consultores 
 
 
67 
 
e 
Ntemagau 
+ 
Canhomba 
+ Chimoio 
+ Doca 
62.  
 
 
 
 
 
Manica 
 
 
 
 
Gondola 
Pindanyan
ga 
63.    
Muda - Sul 64.     
Mpumbuto
-Mucorozi 
65.   
Mutocoma 
+ Chissito 
+ Madore 
+Mueziwa
gara + 
Ingomai + 
Maparanha
nga 
66.    
 
 
Sofala 
Nhamatan
da 
Mocombez
i 
67.  
 
Gorongos
a 
Nhambita 68.  
Juchenge 69.   
Canda 70.   
Marringue Maneto 71.   
 
 
 
 
Inhamban
e 
Inhassoro Buchane 72. Ainda não foi usado. Os fundos estão guardados pelo tesoureiro 
Rumbatsat
sa 
73.   
Guvuro Cubimo 74.   
Chigamane 75.   
 
 
Vilanculo
s 
Querquer 
B 
76.     
Docolo 77.  
Macumene 78.  
 
68 
 
Muabsa 79.    
Murure-
Sede 
80. Ainda não tem conta bancária. Ainda não recebeu os 20%. O dinheiro ainda está nos cofres Estado na privíncia 
Gaza Guija Mpelane 81   8
Manjacaz
e 
 
 
 
Banze 82 Nunca recebram os 20% 
Chilumbel
eB 
83 Nunca receberam os 20% 
Massingir Zulo 84 
Banga 85  
Maputo Matutuine Kwachy 86 Dinheiro não foi levantado por achar pouco 
Ndane 87 Compra de produtos para a visita da Governadora 
Pochane 88  
% 46 6 3 28 3 1 4 10 15 10 25 9 10 4 
% 72% corresponde a projectos sociais 21% corresponde a 
projectos 
económicos 
7% 
correspond
e a 
projectos 
ambientais 
 
 
 
 
 
 
8 Trabalho de campo condicionado a transitabilidade aos distritos de Matutuine, Magude, Massingir, Chicualacuala e Mabalane segundo planificado no documento sobre a metodologia do 
estudo. 8 
 
 
69 
 
3.4.1. Os impactos sociais nas comunidades beneficiárias dos 20% 
 
Segundo a tabela nº 4, mais de 72% dos fundos dos 20% das taxas nas comunidades visitadas 
são utilizados para projetos sociais. Dos projectos sociais apertados na tabela 46% são 
referente a construção de salas de aulas nas escolas locais, 28% são referente a fontes de água, 
15% são referente a moageira e 10% são referente ao CGRN, 6% referente a construção de 
posto de socorro, 4% referente às autoridades administrativas locais, 3% referente a 
construção de mesquitas e casa mãe espera e idosa espera e 1% para atividades desportivas. 
 
Questionados sobre a razão da utilização dos 20%, para mais projectos sociais e em particular 
para a construção de infra-estruturas como por exemplo escola e fontes de água, quase 100% 
dos intervistados neste trabalho afirmaram que estão cansados de esperar que o governo 
construa e também não querem continuar a assistir o sofrimento dos seus filhos a estudar em 
baixo das árvores e as vezes sem ter aulas devido a chuva, sol, vento, etc. Foi neste sentido 
que alguns intrevistados afirmaram o seguinte: “Os nossos filhos estudavam em baixo do 
cajueiro e não havia uma boa concentração às aulas e afectava o aproveitamento pedagógico 
das crianças...” (homem, comunidade de Nacololo, província de Cabo Delgado). 
 
Outros entrevistados afirmaram: “Construímos escola, porque no dia que recebemos o 
dinheiro fomos informados que devíamos cada comunidade devia construir escola para o seu 
futuro,..” (homem, comunidade Maputo Familir, distrito de Montepuez, província de Cabo 
Delgado). 
 
Também, os fundos dos 20% são utilizados para tratar questões ligadas a movimentação da 
conta bancária, cerimómias da comunidade para agradecer os espíritos, compra de material 
para o registo da informação, construção de casas para chefes das Localidades, chefes das 
aldeias e alpendres para as reuniões e respectiva mobília para os encontros dos CGRN e 
comunidade em geral. 
 
As imagens a seguir ilustram alguns exemplos de projetos sociais implementados com os 
fundos dos 20% das taxas de exploração dos recursos florestais e faunísticos. 
 
 
70 
 
 
Fotos 14 e 15: A esquerda o furo de água na comunidade de Naquali, no distrito de Ancuabe, 
e a direita construção de 3 salas de aulas na escola EPC de Nacololo no distrito de Montepuez 
ambos projetos na província de Cabo Delgado. 
 
Nas comunidades agora com moageiras, as mulheres passaram ter mais tempo para outras 
actividades domesticas e ate para o devido descanso por terem unidades moageiras nas suas 
aldeias/povoacoes. 
“Aqui nós as mulheres somos deixadas pelos nossos maridos por ter passado dois dias fora 
de casa a procuarar moagem”. (Mulher, membro do comite em Nhambita, distrito de 
Gorongosa, Sofala) 
 
 
 
 
71 
 
Tabela 5. Impacto social 
Resultado da 
aplicação dos fundos 
dos 20%. 
Impacto social positivo Impacto social negativo 
Criação dos CGRN • As comunidades beneficiárias, ganharam uma nova forma de 
oganização social para a gestão de um bem comum; 
• As comunidades ganharam uma nova forma de comunicação 
entre o Estado e população local na gestão dos RN. 
• Em alguns casos aumentou o relacionamento entre o CGRN e 
as autoridades locais administrativas e comunitárias. Particularmente 
os régulos sãos membros conselheiros dos CGRN. 
• Aumento do conhecimento sobre a gestão sustentável dos 
recursos naturais. 
• Maior prestígio social dos membros dos CGRN. 
Conflitos entre os CGRN e autoridades comunitárias. 
Particularmente os Régulos temem perder o poder 
sobre acomunidade, olhando para a figura de CGRN 
como uma ameaça. 
Divulgação da 
legislação florestal e 
fauníca incluindo o 
DM 93/20005 
• Maior conhecimento sobre a gestão sustentável dos recursos 
naturais. 
• Maior apropriação sobre os RN. 
• Maior controlo na utilização dos recursos naturais incluindo o 
surgimento dos fiscais comunitários em algumas comunidades 
beneficiárias. 
• As comunidades começam a exigir os seus direitos em relação a 
 
 
72 
 
partilha dos benefícios provenientes da exploração dos recursos 
naturais. 
Entrega de fundos dos 
20% às comunidades 
• As comunidades começam a despertar atenção de participar na 
gestão dos recursos naturais para receber mais fundos para 
implementar projectos para melhorar o estado da sua vida. 
• As comunidades participam na planificação de projectos 
imediatos e estratégicos para melhoramento da vida das famílias e para 
o desenvolvimento local. 
• Surgimento expontâneo de capacidades locais para 
democratização e boa governação no processo de utilização do bem 
comum. 
• Surgimento de conflitos devido a má 
gestão dos fundos. 
• Mudança de residência de membros 
de família duma zona para outra devido ao 
seu envolvimento na má gestão dos fundos. 
Construção de salas de 
salas de aulas e casas 
para os professores ou 
aquisicao material de 
construcao. 
• Melhoria das condições de ensino e aprendizagem para as 
crianças. 
• Melhoria das condições de acomodação para os professores 
para uma melhor preparação das aulas e melhor transmissão da 
informação no processo de ensino e aprendizagem. 
• Redução da carga de trabalho dos pais e encarregados de 
educação através da construção de infraestruturas mais sólidas e 
duradouras. 
• Aumento do prestígio social da população local por ter 
construído a sua propria escola e por ter dado melhores condições de 
Dinheiro gasto para infraestruturas adequadas e 
douradoras. Algumas salas de aulas destroem-se em 
menos de 2 – 3 anos ou nao garantem seguranca para 
as criancas e professores 
 
73 
 
ensino e aprendizagem aos seus filhos. 
Fontes de água • Melhoria da qualidade da água para consumo para as famílias. 
• Melhoria das condições de higiene. 
• As mulheres particularmente ja nao percorrem longas distâncias 
à procura de água e tem mais tempo para cuidar dos filhos, da família e 
para outras actividades. 
 
Moageira para 
processamento de 
cere-iais 
• Melhoria das condições de processamento de cereais, rapidez e 
melhor higiene. 
• As mulheres, particularmente têm mais tempo para cuidar dos 
filhos e realizar outras actividades domésticas, porque as moageiras 
estão nas suas aldeias ou próximas. 
• Maior prestígio social da comunidade pela colocação da 
moageira com dinheiro deles (20%) e ter reduzido o sofrimento que as 
famílias, particularmente às mulheres) tinham no processamento 
manual dos cereiais e também porque outras comunidades vizinhas 
utilizam as moageiras. 
• Surgimento de conflitos pela má 
gestão de fundos da moageira. 
• Mais de 85% das moagens visitadas 
estão inoperacionais. 
• Aumento de preocupação do pessoal 
responsável pela gestão das moageiras para 
encontrar peças para a manutenção das 
moagens. 
Construção de Posto 
de Socorro 
• Melhoria das condições de assistência sanitária a nível da 
comunidade. 
• Aumento do prestígio social. Até comunidades vizinhas são 
assistidas em alguns postos de socorro construídos. 
• Aumento da preocupação do pessoal 
responsável em relação à disponibilização do 
pessoal treinado para assistência e 
medicamentos para primeiro socorro. 
Construção casa mãe • Mulheres a realizam partos nas Unidades Sanitárias, 
 
74 
 
espera • Melhoria da assistência pré natal às mulheres. 
• Redução de risco de mortalidade da mãe e filhos (as) durante o 
parto. 
• Aumento de prestígio social. 
Construção da casa 
idosa espera 
• Melhor higiene e saúde para às idosas. 
 
 
Abertura de contas 
bancárias 
• Maior relação e conhecimento com as instituições bancárias. 
• Maior conhecimento das grandes cidades. 
• Aumento de prestígio social. 
• Pessoas da comunidade a prestar serviços para a movimentação 
bancária às comunidades. 
• Surgimento de pessoas que prestam 
serviços para a movimentação bancária. 
• Endividamento local e conflitos por 
falta de devolucao dos valores dados por 
emprestimo. 
• Criar mau habito de pedir sem 
devolver, nao honrar os comprimissos 
Abertura de campo de 
futebol e respectivo 
material 
disponibilizado 
• Jovens praticam desporto num espaço adequado. 
• Jovens com conhecimento sobre a modalidade. 
• Maior prestígio social 
 
 
 
 
 
75 
 
3.4.2. Os impactos económicos nas comunidades beneficiárias dos 20% 
 
A tabela 4, ilustra que apenas 21% dos projectos implementados com fundos dos 20% das 
taxas de exploração florestal e faunística são referentes a actividades econômicas, 
nomeadamente: projectos de crédito para pequenos negócios, produção agrícola, e fomento 
pecuário. 
 
Os projectos de créditos para pequenos negócios, são caracterizados por, construção de 
pequenas banca/cantinas comerciais habilitados para vender diversos tipos de mercadorias e 
bens de utilidade local como por exemplo: insumos agrícolas, produtos alimentares, roupa, 
fabrico e venda de tijolos, moageiras9
Em nenhum projecto de crédito visitado os beneficiários haviam devolvido o crédito, embora 
alguns tenham iniciado a devolução. Muitos beneficiários dos créditos receberam os fundos 
há mais de dois anos. Essa situação é agravada pelo facto dos membros dos CGRN não terem 
estabelecido previamente as normas de devolução. Mas também existe poucos casos de 
registo sobre o processo dificultando o seu acompanhamento. Para alguns entrevistados 
comparam o crédito dos 20% a do fundos das iniciativas locais (vulgo sete milhões). Outros 
acreditam que os 20% contribuíram para o melhoramento da vida das famílias como afirmou 
um dos entrevistados: “Os 20% estão a mudar a vida das famílias,... veja em 2007 antes de 
recebermos os fundos tínhamos aqui no Posto Administrativo de Katápua apenas 7 
motorizadas, 3 geradores de energia elétrica e até para comprar sal, açúcar, sabão as 
pessoas tinham que viajar para Chiúre Sede. Mas agora já temos 300 motorizadas e 50 
 e outros. 
 
Os projectos de produção agrícola são caracterizados por abertura de machambas, na sua 
maioria colectivas e geridas pelos membros dos CGRN, compra de insumos agrícolas e 
respectiva comercialização. 
 
 
Os projectos de fomento pecuário são caracterizados por compra e venda ou distribuição de 
animais, na sua maioria caprinos, aos membros da comunidade beneficiária. As famílias 
beneficiárias entregam o mesmo número de animais que recebeu a outras famílias logo que há 
multiplicação dos mesmos. 
 
 
 
9 Estas moageiras são normalmente geridas por indivíduos que que beneficiaram do crédito. 
 
76 
 
geradores e cantinas (barracas locais). Estou muito satisfeito com os 20%. O nosso desafio 
hoje é trabalhar para que os beneficiários de crédito devolvam para dar oportunidades de 
negócio a outras pessoas na comunidade”. (homem, chefe do Posto Administrativo de 
Katápua, distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado). 
 
As imagens a seguir ilustram cantinas locais e comercialização de roupa no distrito de Chiúre, 
província de Cabo Delgado. 
 
 
Fotos 16 e 17: A esquerda o beneficiário em plena actividade de venda de roupa da segunda 
mão e a direita o beneficiário na sua cantina vendendo vários artigos e bens de uso local 
ambos da comunidade de Matiquiti, distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado. 
 
77 
 
Tabela 6. Impacto Económico 
Resultado da aplicação 
dos fundos dos 20% 
Impacto económico positivo Impacto econômico negativo 
Projectos de crédito para 
pequenos negócios 
• Membros da comunidade commaior renda familiar. 
• Aumentou o prestígio social dos homens porque compram mais e 
melhores capulanas para as suas esposas incluindo capulanas (de Tanzânia). 
• Maior poder de compra nas famílias rurais (mais bicicletas, 
motorizadas, cantinas comerciais, construção de melhores casas de 
habitação). 
• Melhoria da vida familiar. 
• Maior prestígio social dentro das famílias e comunidades. 
• Conflitos entre os membros do CGRN e os 
beneficiários de crédito, porque não devolvem o valor 
recebido . 
• Surgimento de mau (mão) relacionamento 
entre membros do CGRN e comunidade porque há 
desconfiança que os membros da CGRN estão a 
partilhar os fundos dos 20% pela posição passiva que 
apresentam na cobrança do crédito 
Projectos de produção 
agrícolas 
• Membros da comunidade com maior renda familiar. 
• Aumento de prestígio social. 
• Melhoria da dieta alimentar e menos gastos com a assistência medica 
 
Projectos de fomento 
pecuário 
• Aumento de prestígio social 
• Particularmente a compra de gado bovino para tracção animal e 
burros para o apoio no transporte dos produtos agrícolas melhorou a 
produção das comunidades e aumentou o excedente agrícola. 
• Melhorou a renda familiar. 
• Transporte dos membros das comunidades doentes para postos de 
socorro ou de saúde usando tracção animal resultante do fomento. 
• Conflitos entre os membros do CGRN e os 
beneficiários de crédito, porque não devolvem o 
crédito e os animais de fomento. 
• Surgimento de mão relacionamento entre 
membros do CGRN e comunidade porque há 
desconfiança que os membros da CGRN estão a 
partilhar os fundos dos 20% pela posição passiva que 
apresentam na cobrança do crédito. 
 
78 
 
3.4.3. Os impactos ambientais nas comunidades beneficiárias dos 20% 
 
Segundo a tabela 4, apenas 7% dos projectos implementados com fundos dos 20%, referem-se 
aos projectos ambientais. Estes são na sua maioria caracterizados por estabelecimento de 
viveiros e compra de mudas para o reflorestamento no âmbito da iniciativa presidencial: “Um 
Líder. Uma Floresta”. Esta situação resulta do fraco conhecimento sobre a implementação do 
diploma e na percepção de que o reflorestamento é a actividade fundamental para a 
conservação ambiental. Contudo existe também uma percepção generalizada de que a 
aplicação efectiva do artigo 101 do Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia referente 
ao repovoamento florestal e faunístico poderá contribuir para aumentar os impactos 
ambientais nas áreas de exploração. 
 
Nestas comunidades os entrevistados disseram que houve a redução da caça furtiva, redução 
das queimadas descontroladas, do abate ilegal de árvores, redução dos conflitos entre 
operadores e comunidades, apesar de não ter sido verificadas evidências no terreno. 
 
Existe maior prestígio social porque as comunidades responderam positivamente a solicitação 
da presidência. 
 
Entretanto, 30% das comunidades entrevistadas compraram bicicletas para os membros das 
comunidades, chefes dos postos administrativos, localidades, régulos, mas apenas de 7% de 
disseram comprar bicicletas, botas, lanternas e outro tipo de material para o trabalho dos 
fiscais comunitários. 
 
Foto 18 : viveiro de plantas nativas para reposição – Comunidades Muda-Sul, Distrito de 
Gondola, província de Manica 
 
79 
 
Apesar de terem sido canalizados 103.908.364,00 meticais, ainda existe o sentimento 
generalizado nas comunidades locais que os projectos implementados não tiveram grandes 
efeitos sobre a vida das famílias e da comunidade em geral. Entretanto, são apontados os 
projectos sociais como os únicos que de facto contribuíram até ao momento para a mudança 
da vida social nas comunidades, contribuindo na melhoria das condições de ensino e 
aprendizagem das crianças e de acomodação dos professores, na melhoria das condições 
sanitárias, maior acesso e facilidade a assistência materno infantil, melhoria do acesso à água 
para consumo e higiene e facilidade de processamento de cereais nas famílias, dando maior 
oportunidade as mulheres para outras tarefas e para o repouso. Embora com pouca relevância 
existe uma dinâmica de pequenos negócios envolvendo mais homens que mulheres resultado 
da facilidade de micro-crédito com os fundos dos 20%, permitindo assim o acesso a produtos 
básicos em zonas onde antes não existiam. Em relação ao impacto ambiental ainda são 
insignificantes as acções que concorrem para a preservação do meio ambiente, 
particularmente em relação a reposição dos recursos florestais como resultado da utilização 
dos fundos dos 20%. Esta situação é devido a falta de conhecimento, a falta de assistência e 
capacitação às comunidades, ausência de monitoria dos projectos e até a predominância dos 
interesses políticos a nível das comunidades. 
 
80 
 
4. Os constrangimentos, oportunidades encontrados ao longo do 
processo de implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 
de Maio e desafios 
 
Ao nível da DNTF e dos SPFFB 
 
Em relação a priorização do plano das actividades do sector de MCRN 
 
• O sector de MCRN é o que menos recursos humanos têm. Em quase todos os SPFFB 
visitados, as UPMCRN recebem menos recursos financeiros e materiais tornando o 
sector fragilizado. Apenas nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula e 
Zambézia, o sector tem um reforço institucional através do projecto APRONAF, 
referido na parte introdutória do presente relatório. 
 
• Todos os SPFFB, visitados manifestaram a sua preocupação em relação, a falta de 
fundos para o sector de MCRN agravado com a falta de priorização de alocação de 
fundos, tal como se pode constatar nas afirmações dos técnicos do sector: 
“Nós planificamos todos os anos actividades para a assistir os CGRN e para o MCNR, mas 
os fundos não são desembolsados...sempre dizem que não há dinheiro para essas actividades. 
Por exemplo este ano de 2011, nós só visitamos 3 comunidades em toda a província”. 
(homem, SPFF, Niassa). 
 
“Nos não temos visitado as comunidades com a devida regularidade por falta de recursos 
então não sabemos o que está acontecendo nas comunidades beneficiárias” (homens e 
mulheres, técnicos SPFFB) 
 
Em relação aos procedimentos para a operacionalização do Diploma Ministerial 
 
• Um constrangimento verificado na canalização dos 20%, e sistematicamente referido 
pelos actores envolvidos no processo durante o presente estudo foi a ausência de 
procedimentos orientadores para a implementação do Diploma n° 93/2005 de 4 de 
Maio. Pois, afirmam que o Diploma não é suficiente para operacionalizar o processo. 
 
 
81 
 
• Um outro factor considerado constrangimento foi a questão do conceito e definição de 
comunidades beneficiárias em relação as áreas de corte que tem resultado numa 
distribuição não equitativa do beneficio às comunidades de povoados vizinhos aos que 
receberam os 20% e que participaram nos encontros de consulta. Estas comunidades 
afirmaram ter sido excluídas do processo apesar de haver nas suas áreas corte de 
madeira. Por exemplo, a comunidade de Nicocué e Maputo Familiar, no distrito de 
Montepuez, província de Cabo Delgado, diz estar a partilhar os 20% com mais 3 
comunidades que na sua opinião aquelas comunidades não fazem parte da área de 
corte, Assim afirmou um dos nossos entrevistados: 
As comunidades de Cuanana, Tivira e Xipembe Sede, estão a receber os 20%, mas isso não 
devia acontecer..., a área de corte é só de duas comunidade e a consulta comunitária foi feita 
na nossa área... queremos que agricultura resolva essa questão.” (homem, distrito de 
Montepuez, província de Cabo Delgado). 
 
Ao nível das Comunidades locais 
 
Em relação a organização, registro e abertura de contas bancárias 
 
• Devido ao carácter de comités formados (para responder a necessidades imediatas – 
transferência dos 20%) e do longo período sem actividades uma vez não existindo os 
20%,) muitos dos comités formadosnão se encontram a funcionar, na maior parte dos 
casos apenas o corpo directivo tem se reunido por solicitação de uma instituição ou 
para atender visitantes interessados (equipa de consultores para o presente estudo, 
equipa de trabalho dos SPFFB ou da APRONAF nas 4 província de Norte como foi 
constatado. “Os comités estão a funcionar informalmente aqui no distrito, não existe 
um registo aqui na Administração”,(Homem, membro do Governo Distrital em Guija 
– Gaza -2012) 
 
• A questão de legitimidade e representação das comunidades locais constitui um 
obstáculo, pois muitas vezes os comités formados e régulos eximem-se do seu papel 
de representantes das comunidades locais, promovendo actos de “exclusão social, 
egoísmo, oportunismo, elitismo e monopólios nas comunidades”. Há uma tendência 
de alguns líderes comunitários, sobretudo régulos e alguns membros dos comités que 
ocupam os cargos de direcção, “ assumirem a liderança “ de todo o processo, 
 
82 
 
incluindo a tomada de decisão sobre a aplicação do fundo sem consultar as 
comunidades o que tem resultado em questionamentos e conflitos de interesse nas 
comunidades. 
 
• Existência de pessoas sem alguma documentação de identificação para a abertura de 
contas bancárias (BI e outros). Cerca de 90% das comunidades visitadas apresentaram 
a questão do BI e outro tipo de documentação como um constrangimento. Alguns 
casos, como por exemplo na comunidade de N´tele no distrito de Montepuez, 
província de Cabo Delgado teve que negociar com as comunidades vizinhas de Natulo 
e Chissano para ter pessoas com BI e que sabem escrever para assinar a sua conta 
bancária. Como, consequência desta negociação a comunidade de N’tele paga 
750,00MTN para cada assinante da conta por cada vez que faz a movimentação. Esta 
situação está a criar mão relacionamento entre membros do CGNR e comunidade. 
Pois a comunidade local diz estar a perder muito dinheiro com o pagamento dos 
assinantes da conta. Um dos entrevistados afirmou o seguinte: “A comunidade já 
começou a murmurar, acha que nós os membros do CGNR estamos a comer dinheiro 
da comunidade com os assinantes da conta bancária”.(homem, comunidade de 
N’tele, Distrito de Montepuez, Província de Cabo Delgado). 
 
• Prevalece ainda a dificuldade de abertura de contas bancárias em nome das 
comunidades por não estarem formalmente legalizadas. Essa situação contribui para 
que muitas comunidades recebam o seu dinheiro através das contas bancárias dos 
Conselhos de Gestão dos Recursos Naturais criados a nível do distrito. 
 
• Em caso de morte ou mudança de residência de alguns assinantes sem nenhuma 
comunicação prévia as comunidades encontram dificuldades de ter informação sobre o 
número, localização de suas contas, saldos e se estas continuam funcionais. 
 
• Ausência ou fraca prestação de contas às comunidades e circulação da informação 
sobre o processo criando desconfiança entre os intervenientes. 
 
• Ausência de uma planificação integrada no contexto de desenvolvimento da 
comunidade/ posto/ distrito constitui uma das grandes fraquezas do processo e um dos 
 
83 
 
factores que contribui para o desvio da aplicação do valor “ distribuição pelos régulos, 
pagamento de deslocações e refeições dos assinantes de contas entre outros sem 
consulta e consenso dos outros membros dos comitês e das comunidades no geral. 
 
Em relação ao conhecimento sobre a implementação do Diploma Ministerial, n° 93/2005 
de 4 de Maio 
• Ausência ou fraco conhecimento sobre o processo, incluindo procedimentos de 
canalização dos 20% das taxas de exploração dos recursos florestais e faunísticos. O 
fraco conhecimento está aliado a falta de transmissão da informação e divulgação 
efectiva do Diploma Ministerial em áreas com potencial de exploração florestal e 
faunístico. 
 
• Uso dos 20% das taxas de exploração para fins sociais imediatas e muito pouco para 
fins de conservação dos recursos naturais e projectos sustentáveis que garantem a 
multiplicação a longo prazo. 
 
Em relação a documentação e arquivos 
 
• Ausência de registro sobre as despesas feitas na utilização dos 20% das taxas de 
exploração a nível dos comitês. 
 
Em relação a utilização ilegal dos recursos florestais e faunísticos 
 
• A exploração não licenciada “ ilegal” de recursos florestais e faunísticos, (lenha e 
carvão, caca furtiva) constituem também um factor de conflito e desafio a nível das 
comunidades e para os SPFFB. Muitas vezes cria conflitos pois, as comunidades em 
alguns momentos não distinguem operadores legais dos não legais, reduzindo assim as 
oportunidades das comunidades a volta das áreas onde são explorados estes recursos, 
de se beneficiarem dos 20%. 
 
• Esta situação é agravada pela existência de membros da comunidade que colaboram 
com furtivos, exploradores ilegais, que em troca recebem dinheiro e ou bens em 
benefício de um grupo pequeno de indivíduos. 
 
84 
 
 
Em relação a exploração por licenças simples 
 
• Há prevalência do regime de exploração com licenças simples em detrimento de 
conceções florestais, com poucos volumes. Os operadores entrevistados afirmaram 
que no geral tem sido concedidos entre 150-300m3/ano o que leva a que os valores a 
deduzir das taxas de exploração, para as comunidades locais, sejam exíguos. Assim, 
há comunidades que receberam apenas uma vez os 20% das taxas de exploração 
florestal e faunística e até a altura da realização do presente estudo ainda não tinham 
recebido mais. Este factor poderá a longo prazo ser uma ameaça para a 
sustentabilidade e a comparticipação deste fundo no processo de desenvolvimento 
local. 
• Por outro lado, a redução ou ausência de operadores nas comunidades com potencial 
de recurso naturais devido a limitação do mercado e capacidade técnica dos mesmos 
poderá determinar a sustentabilidade e a comparticipação do fundo no processo de 
desenvolvimento local a longo prazo 
 
Em relação ao acompanhamento da implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 
de 4 de Maio 
 
• Existe uma fraca monitoria do processo de canalização dos 20% havendo um 
reconhecimento geral por parte dos SPFFB, SDAEs e ONGs que a assistência às 
comunidades é limitada apenas às fases de criação de comités e aberturas de contas 
bancárias. Muito pouco se tem feito para apoiar as comunidades na capacitação, 
gestão e prestação de contas sobre a aplicação dos fundos e muito menos no 
acompanhamento durante a implementação dos projectos. 
 
 
 
85 
 
Tabela 7. Resumo dos pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças. 
PONTOS FORTES PONTOS FRACOS 
• Existência do potencial florestal e faunístico; 
• Surgimento de operadores em regime de concessões florestais que 
poderão assegurar a sustentabilidade do processo no país; 
• Existência do valor no fundo comunitário; 
• Existência de necessidades nas comunidades; 
 
 
• Lentidão na transferência dos fundos às comunidades; 
• Prevalência de exploração em regime de licenças simples com valores 
exíguos; 
• Fraco domínio do diploma; 
• Falta de fluxo de informação sobre a canalização dos 20% a nível dos 
intervenientes; 
• Má aplicação e desvio dos fundos por parte das lideranças e responsáveis 
dos CGRN; 
• CGRN orientados apenas para os 20% e com fraca capacidade de gestão 
dos fundos; 
• Falta de fundos nas instituições (SPFFB, SDAEs e ONGs) para dar 
seguimento ao processo dos 20%; 
• Poucas ONG na província directamente envolvidas no processo dos 20%; 
• Fraca coordenação entre as instituições envolvidas no processo; 
• Deficiente acompanhamento junto às comunidades 
OPORTUNIDADES AMEAÇAS 
• Elevada sensibilidade dos diversos sectores sobre os 20% e a 
necessidade de fortalecimento dos CGRN; 
• Existência de operadores dispostos a se envolver e apoiar as 
• A“elitização do processo” pelas autoridades locais e tradicionais; 
• O enfoque do MCRN centralizado nos 20%; 
• Usodos recursos florestais e faunísticos em grande escala por pessoas 
 
86 
 
comunidades e interessados nas espécies florestais nativas; 
• Uso das OCBs, Conselhos Consultivos nos distritos e postos 
administrativos para apoiar na gestão dos 20% e RN; 
• Existência de ONG que poderão apoiar na mobilização de recursos 
necessários para formação, capacitação dos CGRN; 
• Existência de outras iniciativas tais como: O Fundo para iniciativas 
locais (os sete milhões) que podem ser usados para complementar as 
necessidades das comunidades; 
• Existência da APRONAF, particularmente nas províncias de Niassa, 
Nampula, Cabo Delgado e Zambézia. 
residentes nas aldeias sem nenhuma licença; 
• A colaboração dos membros do CGNR, na exploração ilegal dos recursos 
naturais; 
• Floresta nativa pouco produtiva, com madeira com baixo valor comercial; 
• Perda de ecossistema habitual com a introdução de plantas exóticas em 
forma de mosaico florestal, agricultura itinerante, queimadas 
descontroladas e outras; 
• Elevados custos envolvidos para organização das comunidades e abertura 
de contas; 
• Conflitos nas comunidades resultantes da má gestão dos 20%; 
• Fraca participação das comunidades na gestão e conservação de recursos 
naturais; 
• Desmotivação das comunidades sobre o processo; 
• Ausência de mecanismos de registo controlo e licenciamento dos 
operadores de combustível lenhoso; 
• Fraca capacidade para realizar inventários florestais para determinar o real 
potencial para consulta comunitária, licenciamento e exploração dos 
recursos. 
 
 
87 
 
 
Foto 19 : A foto ilustra parte do cenário encontrado ao longo da estrada Pemba- Montepuez e 
Metorro Chiúre. Residentes fazem a produção e venda de carvão em grandes quantidades sem 
licença de exploração. 
 
 
 
88 
 
5. Considerações finais e proposta de acções concretas para a DNTF 
com vista a melhorar o processo de canalização e uso dos 20% das 
taxas de exploração dos recursos naturais 
 
Tendo em conta os constrangimentos acima referidos urge a necessidade de recomendar 
acções concretas e procedimento para uma maior operacionalização do processo de 
canalização dos 20% a médio e longo prazos. 
 
Ao nível da DNTF e dos SPFFB 
 
Reforço institucional 
 
O Ministério de Agricultura em particular a DNTF precisa de reforçar o sector de MCRN a 
nível central, provincial com recursos humanos, financeiros e materiais. Isto significa dar 
prioridade ao sector de MCRN na planificação institucional e disponibilizar de meios para 
assistir às comunidades locais na canalização dos 20% e no MCRN em geral. 
 
Estabelecimento de banco de dados 
 
Estabelecer um banco de dados que visa a uma organização sistemática e consistente de 
informação existente em cada província tendo em conta os seguintes aspectos: 
(i) Distritos, Postos Administrativos, Localidades abrangidos pelo processo de 
implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio; 
(ii) Empresas e tipo de licença de exploração dos recursos; 
(iii) Comunidades beneficiárias; 
(iv) Nome do CGRN e seus constituintes, incluindo a desagregação de dados por 
sexo; 
(v) Data da sua criação e registo a nível das autoridades locais segundo o art. 2 do 
 Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio; 
(vi) Data da abertura da conta bancária e seu respectivo número segundo o art. 5 do 
Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio e nomes dos assinantes da conta; 
(vii) Valor consignado para cada comunidade; 
(viii) Valor recebido de facto por cada comunidade; 
(ix) A forma como a comunidade utilizou os fundos; 
 
89 
 
(x) A organização que está facilitar a comunidade na implementação do Diploma 
Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio; 
 
Este banco de dados deve estar disponível para todos os intervenientes e permitir que a DNTF 
e outros actores façam o devido acompanhamento do processo e implementação do Diploma 
Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Também vai permitir aos SPFFB, conhecer de facto as 
comunidades, seus projectos e até as necessidades de assistência de cada CGRN e para uma 
melhor capacitação local e divulgação da informação sobre o processo a população. 
 
Reforço na coordenação institucional 
 
A DNTF e SPFFB devem realizar encontros sistemáticos de coordenação entre as instituições 
envolvidas no processo a nível nacional, provinciais e distritais para uma troca de 
experiências e apresentações de relatórios, e lições apreendidas com vista a melhorar a 
canalização dos 20% das taxas. 
 
Reforço nos mecanismos de descentralização e capacitação 
 
Reforçar os mecanismos de descentralização do processo de canalização dos 20% das taxas 
para o nível distrital através da capacitação de recursos humanos e disponibilização de 
recursos materiais e financeiros. A descentralização vai permitir que os SDAE estejam a 
acompanhar de perto o processo de canalização dos 20% e que estejam habilitados para 
resolver eventuais problemas que surgir no processo localmente e em tempo adequado. 
 
Realizar cursos de capacitação e participação e facilitação comunitária para a canalização dos 
20% das taxas incluindo o MCRN como a estratégia para a sustentabilidade dos fundos 
recebidos pelas comunidades provenientes da exploração dos recursos naturais. Esta acção vai 
permitir que os técnicos do sector dos SPFFB e de MCRN tenham um entendimento comum 
sobre a implementação do diploma. Também vai permitir que os procedimentos sobre a 
implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio sejam adequadamente 
observados e interpretados duma forma harmonizada. 
 
 
 
90 
 
Reforço na sensibilização, divulgação e educação pública 
 
Fazer uma divulgação, sensibilização e educação contínua do Diploma Ministerial n° 93/2005 
de 4 de Maio aos diferentes actores em todos os níveis (central, provincial, distrital e local). 
Esta acção irá permitir uma harmonização de conceitos e procedimentos sobre a 
implementação do processo de canalização das taxas de exploração; uma consciencialização 
dos actores envolvidos particularmente as autoridades governamentais sobre o seu papel no 
processo. A divulgação, sensibilização e educação pode ser feita através de seminários de 
capacitação aos senhores. administradores distritais, chefes dos postos administrativos, chefes 
das localidades, técnicos dos SDAEs, fiscais de florestas e fauna Bravia, extensionistas, 
Organizações da sociedade civil. 
 
Deverá ser transmitida a informação correcta e adequada sobre o diploma e mecanismos de 
funcionamento às comunidades, seu papel no processo de canalização incluindo na 
planificação e utilização dos fundos e respectiva monitoria. Também deverá ser transmitida a 
informação sobre as autoridades locais podem assistir as comunidades beneficiárias a forma 
como podem usar outras oportunidades de desenvolvimento para melhor capitalizar os fundos 
dos 20% das taxas. 
 
Associada a divulgação, sensibilização e educação pública a DNTF, SPFFB, devem 
sistematizar os casos de estudo sobre o processo de canalização dos 20% para uma melhor 
aprendizagem e atualização dos procedimentos em cada momento e contexto de 
desenvolvimento. 
“Aqui no distrito precisamos urgentemente de capacitações para os membros do governo 
locais, dos lideres comunitários e até dos operadores e também reuniões periódicas de 
avaliação do processo”( mulher, Chefe do Posto Administrativo – Manjacaze, Gaza 2012). 
 
Testagem e desenvolvimento de modelos sobre a canalização dos 20% e MCRN em geral 
 
Capitalizar as iniciativas locais de participação comunitária tais como às Consultas 
Comunitárias como ponto de partida para a exploração florestal na linha do estabelecido no 
Regulamento e Anexo técnico da Lei de Terras e no Decreto 43/2010 de 20 de Outubro que 
reforça o papel do “ Administrador Distrital, ou seu representante, os Serviços de Cadastro, 
os membros dos Conselho Consultivo da Povoaçãoe Localidade, os membros da comunidade 
 
91 
 
local, os ocupantes dos terrenos limítrofes, e o requerente ou seu representante “. Neste 
sentido é importante a participação do técnico de MCRN dos SPFFB no processo de 
reconhecimento das comunidades beneficiárias. Isto irá permitir que se reduza os conflitos 
existente de comunidades que não estão a receber os 20% mas que nas suas áreas encontram-
se operadores a explorar o recurso. 
 
Abrir espaços para testar modelos que sejam adequados para os diferentes contextos e 
especificidade: O Diploma Ministerial foi elaborado no contexto de uma visão “inclusiva” – 
responsabilização das comunidades para gestão sustentável do recurso com benefícios 
mútuos, entretanto, o seu conteúdo não prevê algumas especificidades e contextos, urge a 
necessidade de simplificação dos procedimentos de canalização sobretudo para as áreas/ 
distritos de exploração em regime de licenças simples cujos valores das comunidades são 
relativamente baixos. 
 
Assim, os SPFFB devem avaliar junto a DPA alternativas de entrega dos fundos dos 20% para 
as comunidades com valores muito reduzidos, como por exemplo igual ou abaixo 10.000,00 
meticais. A experiência em curso implementada pelo sector de Turismo pode ser uma 
alternativa através de entrega de Cheques bancários às comunidades beneficiárias em 
detrimento de aberturas de contas. Este processo deve ser cuidadosamente analisado e levar a 
discussão com a DNTF como experiências modelos conducentes a adaptação do diploma as 
diferentes realidades. 
 
A entrega de Cheques bancários a essas comunidades deve ser condicionada apresentação de 
um plano de utilização a projectos devidamente aprovados pela comunidade e conhecidos 
pelas autoridades administrativas locais. Os projectos aprovados devem contribuir para o 
impacto social, econômico e ambiental das famílias e comunidades em geral. 
 
Esta alternativa é para permitir que todas as comunidades beneficiárias dos 20% recebam os 
seus fundos independentemente do valor, protegendo assim os direitos de todos os 
beneficiários no âmbito da implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. 
 
A DNTF, SPFFB, sector de turismo e parceiros precisam de iniciar urgentemente reflexões 
sobre a revisão das taxas das receitas a beneficiar as comunidades, sector de MCRN a nível 
 
92 
 
provincial e distrital-SDAE. As experiências de Tchuma Tchato, e outros países da região 
podem servir de base para a reflexão e capitalizar as boas práticas. 
 
Estabelecer parceria com as instituições bancárias e Direcção de Identificação Civil para 
promover campanhas de registo e pedido de bilhetes de identificação massificado nas 
comunidades com direito dos 20%. Existem experiências com algumas instituições bancárias 
e recomenda-se a sua capitalização para a emissão de BI para as populações a nível dos 
distritos, incluindo a criação de brigada móveis de registro. 
 
Ao nível Distrital – SDAE 
 
Dever ser indicado e capacitado um técnico em cada SDAE para responder e assistir as 
comunidades beneficiárias na implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de 
Maio e incluindo o MCRN em geral. Em caso de disponibilidade de recursos é recomendado 
a indicação de dois técnicos, sendo um de sexo feminino e outro de sexo masculino. Este 
técnico servirá de ponte entre o distrito e a província dando informações básicas e 
actualizadas sobre o que está acontecer em cada comunidade, possíveis conflitos, parceiros 
existentes, operadores, projectos implementados, CGRN e respectivos membros, conta 
bancária e seus assinantes, etc. 
 
Neste sentido o SDAE, deverá ter o seu arquivo da informação sobre o Diploma Ministerial n° 
93/2005 de 4 de Maio para melhor acompanhamento do processo. 
 
O técnico a nível do distrito deverá visitar as comunidades beneficiárias sempre que for 
necessário para a devida assistência em coordenação com o sector de MCRN a nível dos 
SPFFB segundo o fluxograma de canalização dos 20% apresentado na página 98 deste 
relatório. 
 
93 
 
Ao nível Comunitário 
 
Reforçar os mecanismos de organização e representação das comunidades locais 
 
Criação dos CGRN 
A criação dos CGRN deve obedecer os procedimentos participativos, segundo descrito no 
fluxograma sobre a canalização dos 20%, apresentado na página 98 deste relatório. A 
fundamentação do fluxograma é para assegurar que sejam criados CGRN efectivos, 
legitimados pela comunidade local, segundo o artigo 2 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 
4 de Maio. 
 
Cada CGRN deve abrir a conta bancária em nome da respectiva comunidade segundo o nº 2 
do artigo 5 do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. A conta bancária deve ser 
movimentada por pelo menos 3 assinantes, membros do CGRN, sendo constituídos por pelo 
menos uma mulher. 
 
Reforçar os mecanismos de documentação e partilha de informação: 
 
Cada comunidade deve ter uma pasta de arquivo dos documentos organizados sobre a 
canalização dos 20%, tais como: notas de transferências enviadas pelos SPFFB, notas do 
Banco, incluindo as movimentações, declarações e justificativos sobre a utilização dos 
fundos. Também é importante a documentação dos encontros com parceiros, instituições 
destacando os objectivos do encontro e as datas e os acordos celebrados. Esta acção vai 
permitir que as autoridades da administração distrital e dos SDAEs, posto administrativo, 
localidade, tenham o conhecimento do que está acontecer em cada uma comunidade para uma 
melhor assistência e maior defesa e protecção dos direitos das comunidades locais. 
 
A partilha de informação deve ser incluir também a divulgação dos relatórios de trabalho dos 
CGRN, apresentação pública do relatório sobre as contas bancárias e implementação de 
projectos. 
 
Particularmente, para a prestação de contas recomenda-se a capitalização do modelo de 
Caderno Comunitário introduzido nos anos 2000 pela DNTF no âmbito da implementação das 
iniciativas de MCRN em Moçambique. O Caderno Comunitário vai permitir que 
 
94 
 
sistematicamente cada comunidade faça o registo de qualquer negócio incluindo a 
contabilidade básica para o efeito e melhor acompanhamento da execução dos projectos. Por 
outro lado vai permitir que especificamente para os projectos de crédito para o negócio os 
membros do CGRN possam fazer o acompanhamento necessário sobre os reembolsos do 
crédito comunitário. 
 
Tornar os fundos dos 20% como parte integrante do processo de desenvolvimento rural. 
 
A utilização dos 20% deve ser orientada para os projetos e iniciativas com o impacto social, 
econômico e ambiental. A construção de infra-estruturas sociais, como escola, fontes de água, 
postos de saúde, etc, deve ser só depois de esgotadas outras formas de financiamento a nível 
do governo do local. 
 
Parte do valor recebido, deve ser utilizado para projectos e iniciativas com impacto ambiental, 
tais como: (i) Estabelecimento de viveiros florestais com plantas nativas; (i) Realização de 
encontros de capacitação da comunidade e membros dos CGRN, fiscais comunitários; (iii) 
visitas de troca de experiência; (iv) Compra de meios de trabalho para os fiscais comunitários, 
por exemplo, bicicletas, lanternas, ou mesmo para o controlo dos animais problemáticos, etc; 
(v) Realização de campanhas de reposição florestal; (vi) Realização de campanhas de 
sensibilização e educação pública, etc. 
 
Para isso acontecer é importante que as autoridades técnicas de planificação local assistam as 
comunidades locais a utilizarem duma forma adequada os fundos trazendo mais-valia para 
ambas. Particularmente para os projectos sociais é importante que os sectores disponibilizem 
modelos de escolas, postos de socorro, mercados locais e planos de utilização de território 
para uma implantação ordenada das infra-estruturas socais. 
 
Também há uma necessidade dos intervenientes sobretudo as Organizaçõesda Sociedade 
Civil que trabalham na área de desenvolvimento rural e a extensão incorporarem os 20% nas 
suas agendas como estabelecer ligações com a questão de desmatamento, queimadas 
descontroladas, incluindo os programas de reflorestamento local, etc. 
 
 
95 
 
Reforçar a capacitação contínua a nível das comunidades e respectivos CGRN. 
 
A capacitação pode ser feita em sessões de encontro de meio a um dia ou mais, focalizando os 
seguintes aspectos: 
• Maneio Comunitário dos Recursos Naturais; 
• Lei e Regulamento de Florestas e Fauna Bravia; 
• Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio; 
• Planificação integrada e participativa; 
• Mecanismos simplificados de registo sobre a aplicação dos fundos e 
elaboração de relatórios que permitem que os CGRN prestem as contas às 
comunidades locais duma forma adequada; 
• Normas sobre crédito e respectiva devolução; 
• Introdução ao Caderno Comunitário. 
• Associativismo e liderança 
 
Os cinco últimos temas devem ser orientados para os membros dos CGRN, enquanto os 
primeiros são para a comunidade em geral. 
 
Em todas as capacitações deverão ser divulgadas as boas práticas para uma melhor 
aprendizagem do processo. A massificação da informação sobre o Diploma Ministerial n° 
93/2005 de 4 de Maio e do processo de canalização dos 20%, vai permitir mais transparência 
na gestão dos fundos e maior responsabilização dos intervenientes. 
 
Reforçar os mecanismos de monitoria dos projectos 
 
A monitoria da implementação dos projectos e iniciativas com fundos dos 20% é muito 
importante e deve partir da base. Os membros dos CGRN devem ter no seu Caderno 
Comunitário a lista de todos os projectos, sua localização, nome do beneficiário, montante e 
ponto de situação em cada período de monitoria. 
 
Este processo de monitoria vai permitir que, em caso de problemas, os membros do CGRN e 
os respectivos beneficiários tomem as devidas medidas de correcção e podendo também 
receber a assistência técnica necessária no momento adequado. 
 
96 
 
 
A informação contida no Caderno Comunitário sobre a monitoria dos projectos também deve 
ser divulgada nas reuniões de prestação de contas à comunidade. Isso vai permitir uma 
transparência na gestão de fundos da comunidade. 
 
Assim, a canalização dos 20% das taxas de exploração deverá seguir o fluxograma 
apresentado na página 98: 
 
97 
 
 
98 
 
Referências Bibliográficas 
 
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Ministério da Agricultura. Relatório de Balanço (2006). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Ministério da Agricultura. Relatório de Balanço (2007). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Ministério da Agricultura. Relatório de Balanço (2008). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Ministério da Agricultura. Relatório de Balanço (2009). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Ministério da Agricultura. Relatório de Balanços (2010). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Ministério da Agricultura. Relatório de Balanço (2011). Direcção Nacional de Terras e 
Florestas. Maputo 
 
Marcelino Foloma, Maria Juleita e Teresa Nube. (2008). Alternativa de canalização e Gestão 
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MCA/ KPMG, Janeiro 2011 
 
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Investimento no Sector Agrário e Análise Sócio -Económico da Província do Niassa”, Rural 
Consult, Ltd & Indufor, Maputo, 2007 
 
Sitoe, Almeida: Governação Florestal em Niassa: O Caso de Muembe, Sanga, Lago e 
Cuamba, ORAM, 2009 
 
101 
 
Anexo1. Amostra do estudo 
Tabela 8. Distribuição das comunidades por província 
 
Província Número de comunidades 
que recebeu os 20% (2005-
2010) 
Amostra 
(Comunidades) 
Distritos a visitar Comunidades a 
entrevistar 
Maputo 28 5 Matutuine 1.Pochane 
2.Ncassane 
 Magude 1.Mahel 
2.Matsanzane 
3.Mundjingi 
 
 Massingir 1.Banga 
2.Decada da Vitoria 
Gaza 40 7 Chicualacuala 1.Chic. Rio 
2.Gadice 
3.ChicualaculaB 
 Mabalane 1.Combomune 
2.Tindzawene 
 
 Govuro 1.Cubimo 
2.Chigamane 
Inhambane 63 9 Inhassoro 1.Rumbatsatsa 
2.Buchane 
 Vilanculo 1.Queuqer B 
2.Docolo 
3.Macumene 
4.Muabsa 
5.Murere-sede 
 
 Cheringoma 1.Ass.Pistswa Pia 
Matondo 
2.Ass. Nfuma Irintaka 
Mwa Tsotse 
Sofala 42 7 Gorongosa 1.Ass. Mucani Canda 
2.Ass. Tiphedzene 
Timale Ucherengue 
Muadjchenge 
 Nhamatanda 1.CGRN de 
Mucombezi 
2.Ass. Kubassira de 
Cheadeia 
3.Ass. Sakamakaliro 
Bebedo 
 
Manica 32 6 Gondola 1.Muda Sul 
2.Pindanyanga 
 Sussundenga 1.Chibui 
2.Machamba 
3.Nhambiriri 
4.Coua 
 
Tete 35 6 Moatize 1.Calambo 
2.Madamba 
 Changara 1.Nhamajanela 
2.Chipembere 
3.Nhanzigogodzo 
4.Birira 
 
 Mocuba 1.Minhote 
2.Mugeba-sede 
3.Mutucua 
4.Alto Benfica 
 
102 
 
5.Muca 
6.Namagi 
7.Chimbua 
8.Machemba 
9.Mutilima 
10.Albino 
11.Naciaia 
12.Morruo 
Zambezia 109 19 Maganja Costa 1.Mocubela 
2.Muedebo 
3.Maneia 
4.Missale 
 Ile 1.Mucata 
2.Gunguro 
3.Morroa 
 
 Mogovolas 1.Mahula 
2.Natite 
3.Maioela 
4.Chapala/Ussene 
5.Mahula 
6.Muva Maquiqueza 
7.Maioela 
Nampula 116 20 Monapo 1.Muezia 
2.Tamela 
3.Sanhote,Niviria 
 Muecate 1.Massela 
2.Damasio 
3.Inxiquixe 
4.Coropa 
5.Namahia/Gracio 
6.Macela 
7.Napai 
8.Navurune 
9.Marcelino 
10Kuvula 
 
 Montepuez 1.Nacololo 
2.Natulo 
3.Ngoronge e Hassane 
4.Ntele 
5.Ncororo e Merenge 
6.Ncunama 
7.Familiar 
Cabo Delgado 107 19 Chiure 1.Nanvichi 
2.Namania 
3.Namingano 
4.Nampula e Napila 
5.Milacue 
6.Mepupeni 
7.Mahanrassi 
8.Muripa e Nacaria 
 Ancuabe 1.Nacoja 
2.Nacaca 
3.Nacuali 
4.Nauquini 
 
Niassa 11 2 Cuamba 1.Mitetere 
2.Muicuna 
 Metarica 
 
 
 
103 
 
Anexo 2. Lista de participantes nas entrevistas 
 
 Tabela 8.1. LISTA DOS PARTICIPANTES NAS ENTREVISTAS 
No Nome do Entrevistado Instituição Função Sexo 
Província de Niassa 
1. Júlio Cauchama Povoado de Mutara Secretario H 
2. Raite Namuio Povoado de Namoro Cabo H 
3. Luís Nuara Povoado de NtoroCabo H 
4. Armando Alama Povoado de Mecunica Cabo H 
5. Bissueque Muchiha Povoado de Mutara Chefe H 
6. Tomás Namarocolo Povoado de Murruma Chefe H 
7. Eusébio Assamo Macua Povoado de Macua Chefe H 
8. Alahuma Chicote Povoado de Nsala Chefe H 
9. Zozinho Jemossane Povoado de Amido Chefe H 
10. Leonardo Laimone Povoado de Marruro Chefe H 
11. Armando Muemela Povoado de Robate Chefe H 
12. Lourenço Corasse Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
13. Rosário Corasse Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
14. Equibal Cornel Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
15. Cantido Carlos Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
16. Biniasse Uatiue Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
17. Zozinho Ernesto Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
18. Jone Mopeliua Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
19. Alves Bissene Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
20. Martinho Jamissone Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
 
104 
 
21. Orlando Delfim Povoado de Mutara Adjunto do Povoado H 
22. Raimundo Chobra Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
23. Mário Uaeva Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
24. José Mepita Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
25. Felesmino Lancuane Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
26. Arlindo Francisco Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
27. Manuel António Povoade de Mutara Membro da Comunidade H 
28. Agostinho Afonso Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
29. André Monsse Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
30. Alfredo Diaz Bissueque Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
31. Sumair Lifa Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
32. Manuel Xavier Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
33. Pinto Cheremba Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
34. Simão Munaita Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
35. António Witimane Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
36. Alberto Mepita Povoado de Maruro Membro da Comunidade H 
37. Ernesto Victorino Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
38. Jaime Luís Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
39. Felesmino Adriano Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
40. Rosalina loja Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
41. Juliana Yohane Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
42. Luisa Mancopo Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
43. Lúcia Diesse Povoado de Maruro Membro da Comunidade M 
44. Amélia Zeta Povoado de Maruro Membro da Comunidade M 
45. Elisa Juma Povoado de Maruro Membro da Comunidade M 
 
105 
 
46. Faustino Racheliua Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
47. Marcelino Gimo Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
48. Gonsalves Saimone Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
49. Constantino Salvador Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
50. Ibraimo Bruhaia Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
51. Diolinda Jaquissone Povoado de Maruro Membro da Comunidade M 
52. Elisa António Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
53. Fátima Pedro Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
54. Lino Rabissone Povoado de Namoro Membro da Comunidade H 
55. Amir Sumair Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
56. Calevete Sauaia Povoado de Muhua Elapo Chefe H 
57. Robia Juriasse Povoado de Mulipa Cabo M 
58. Juliasse Mpuhua Povoado de Mulipa Chefe H 
59. Fátima Namuana Povoado de Mutara Membro da Comunidade M 
60. Issufo Jervácio Povoado de Mutara Membro da Comunidade H 
Província de Cabo Delgado 
61. Raul Messo DPA-SPFFB Chefe dos Serviços H 
62. Altino Januário DPA-SPFFB Técnico da UPMC H 
63. Alves Amaral DPA-SPFFB Chefe da UPMC H 
64. Angelo Levi iTC-Inicitivas para Terras 
Comunitárias 
Gestor Provincial H 
65. Constantino Augusto Fórum Terra Oficial de programa H 
66. André Zacarias Anune Nacololo- Distrito de Montepuez Chefe da Localidade H 
67. Artur Afonso Pelembe SDAE-Montepuez Director distrital H 
68. Mateus Roda BIM- Montepuez Gerente H 
 
106 
 
69. Lázaro Quissoale Posto Administrativo de Mesa Chefe H 
70. Afane Momade SDAE- Chiúre Director distrital H 
71. Abudo Arune Saíde Localidade de Micolene Chefe da Localidade H 
72. Mário Alide Posto Administrativo de Katapua Chefe do posto H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Nacololo 
73. Romano Almeida Raclide Comunidade de Nocololo Chefe da Localidade H 
74. Zacarias Pedro Comunidade de Nocololo Presidente do CGRN H 
75. Domingo Mariano Comunidade de Nocololo Membro do CGRN H 
76. Egas Selemane Muatuca Comunidade de Nocololo Assinante da conta do 
CGRN 
H 
77. Acácio Adamo Comunidade de Nocololo Membro do CGRN H 
78. Saide Amur Comunidade de Nocololo Membro do CGRN H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Ntele 
79. Gonçalves Bacor Comunidade de Ntele Líder da Aldeia H 
80. Júlio Furao Manlava Comunidade de Ntele Membro e chefe dos 
assinantes da Conta da 
Comunidade 
H 
81. João Paulo Amede Comunidade de Ntele Presidente do CGRN H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Nanhupu 
82. Dinis Atimo Comunidade de Nanhupu Presidente do Conselho 
do CGRN 
H 
83. Castelo Celemane Comunidade de Nanhupu Assinante da Conta do 
CGRN 
H 
84. António Manuel Comunidade de Nanhupu Membro da Comunidade H 
85. Joaquim Sumail Comunidade de Nanhupu Membro da Comunidade H 
86. Elias Jamota Comunidade de Nanhupu Membro da Comunidade H 
87. Canelvo Manuel Comunidade de Nanhupu Membro da Comunidade H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Natulo 
 
107 
 
88. Patricio Cuitaje Comunidade de Natulo Presidente e Assinante 
do CGRN 
H 
89. Francisco Amimo Comunidade de Natulo Presidente Adjunto e 
Assinante do CGRN 
H 
90. Janeno Issa Comunidade de Natulo Membro do CGRN H 
91. Benjamim Alves Comunidade de Natulo Membro do CGRN H 
92. Cristovão de Almeida Comunidade de Natulo Líder e Conselheiro 
CGRN 
H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Namoro 
93. Frederico da Costa 
Eugafalana 
Comunidade de Namoro Juiz da Aldeia H 
94. Joaquim Cassenhe Comunidade de Namoro Líder Comunitário e da 
Nanjeca 
H 
95. Xavier Amade Comunidade de Namoro Juiz Presidente 
Comunitário 
H 
Distrito de Montepuez – Comunidade de Nicocué 
96. João Dias Bacor Comunidade de Nicocué 
grau 
H 
97. Ernesto Mário Comunidade de Nicocué Régulo e Conselheiro H 
98. Ussene Imando Comunidade de Nicocué Membro da Comunidade H 
99. José Rachde Comunidade de Nicocué Muené Micocó H 
100. Danceli Issa Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
101. Jacinto Assimica Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
102. Bernerdo Benedito Neina Comunidade de Nicocué Chefe da Aldeia e 
Membro do CGRN 
H 
103. Rofino Saide Comunidade de Nicocué Juiz do Tribunal da 
Aldeia 
H 
104. Balina Mitulo Comunidade de Nicocué Muené Nicocué M 
105. Mussa Bacor Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
106. António Almasse Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
107. João Henrique Salimo Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
 
108 
 
108. Arlindo Amade Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
109. Abdul Ali Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
110. Abdul Armando Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
111. Dando Haimo Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
112. Constantino Dimo Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
113. João Suete Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
114. Patrício Muamade Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
115. Omar Francisco Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
116. Juma Rachide Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
117. Augusto Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
118. Ragalo Valente Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
119. Luis Rapé Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
120. Bacar Manuel Comunidade de Nicocué Membro do CGRN H 
Distrito de Montepuez – Comunidade Maputo Familiar 
121. Raclide Saide Comunidade Maputo Familiar Membro do CGRN H 
122. Francisco Luís Comunidade Maputo Familiar Chefe da Comunidade H 
Distrito de Ancuabe –Comunidade de Nacoja 
123. Jolita Wassiri Comunidade de Nacoja Membro do CGRN M 
124. Francisco Adriano Comunidade de Nacoja Membro do CGRN H 
125. Macário Bernardo Wassiri Comunidade de Nacoja Membro da Comunidade 
e do partido Frelimo e 
Chefe do Bairro 
H 
126. Salvador Wassiri Comunidade de Nacoja Presidente do CGRN H 
127. Alberto Lourenço Comunidade de Nacoja Membro do CGRN e 
sobrinho do Presidente 
do CGRN 
H 
128. Santos Toniqui Comunidade de Nacoja Assinante da conta H 
 
109 
 
129. Silvino da Silva Comunidade de Nacoja Tesoureiro H 
Distrito de Ancuabe – Comunidade de Nacaca 
130. Cornélio Victor Comunidade de Nacaca Chefe da aldeia e 
conselheiro do GCRN 
H 
131. Nazario Adolfo Comunidade de Nacaca Secretário do CGRN H 
132. Julião António Comunidade de Nacaca Tesoureiro H 
133. Rabson Damião Comunidade de Nacaca 1ᵒSecretário do círculo 
do partido Frelimo 
H 
134. Feliciana Lucas Comunidade de Nacaca Membro do CGRN M 
135. Alberto Feliciano Comunidade de Nacaca Membro da comunidade 
e Ex-membro do CGRN 
destituido 
H 
Distrito de Ancuabe – Comunidade de Campine 
136. Estefánia Amisse Comunidade de Campine Líder comunitária M 
137. Amido Arufu Rempo Comunidade de Campine Membro do CGRN H 
138. Calisto Faustino Comunidade de Campine Membro do CGRN H 
139. Maradona Simão Comunidade de Campine Membro do CGRN e 
chefe da produção 
H 
Distrito de Ancuabe – Comunidade de Naquali 
140. Naite Namia Comunidade de Naquaili Humo da Aldeia H 
141. Saíde Guerra Comunidade de Naquaili Régulo da Aldeia H 
142. Damião Omar Comunidade de Naquaili Secretário da Aldeia H 
143. Cane Lourenço Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
144. Raquina Soalé Comunidade de Naquaili Secretária da OMM H 
145. Atanga Amade Comunidade de Naquaili Membro da comunidade 
146. Fernando Satina Comunidade de Naquaili Secretário do Grupo 
dinamizador, conselheiro 
para o desenvolvimento 
comunitário 
H 
147. Nuro Crejú Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
 
110 
 
148. Saraiva Paissa Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
149. Jermite Raimundo Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
150. Sevene Abel Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
151. Belate Penur Comunidade de Naquaili Conselheiro do Tribunal 
Comunitário 
H 
152. Alfaiba Anetunha Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
153. Remos Amijia Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
154. Amada Seri Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
155. Armar Jona Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
156. Juma Bacar Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
157. Maito Vasco Comunidade de Naquaili Membro da comunidade H 
158. Maria Tresu Nojia Comunidade de Naquaili Rainha da Aldeia M 
159. Florindo Abdala Comunidade de Naquaili Membro do GCRN H 
160. Zacarias Penuri Comunidade de Naquaili Ex-Membro do CGRN H 
161. Hilário Lusaca Comunidade de Naquaili H H 
 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Juravo 
162. Manuel José Pintane Comunidade de Juravo Vice – Presidente do 
CGRN 
H 
163. Luís Minezes Comunidade de Juravo Presidente do tribunal H 
164. Jorge Assetane Comunidade de Juravo Membro do CGRN H 
165. Alberto Napira Comunidade de Juravo Membro do CGRMN H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Milapane 
166. Maximina Selemane Comunidade de Milapane Chefe da Aldeia H 
 
167. Martinho Saúde Comunidade de Milapane Juíz do Tribunal 
Comunitário 
H 
168. Canstantino João Comunidade de Milapane Líder comunitáriao H 
169. Mário Naquila Comunidade de Milapane Secretário do Partido 
Frelimo 
H 
 
111 
 
170. Casimiro Nalate Comunidade de Milapane Membro do partido 
Frelimo 
H 
 
171. Fernão Cesar Comunidade de Milapane Membro da Associação 7 
de Abril 
H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Micolene 
172. Abudo Arune Comunidade de Micolene Chefe da Localidade de 
Micolene 
H 
 
173. Fernando Boinia Comunidade de Micolene Secretário da Aldeia H 
 
174. Portugal Liquia Comunidade de Micolene Régulo da Aldeia H 
175. Samuel Prato Comunidade de Micolene Adjunto do Chefe da 
Aldeia 
H 
176. Artensa Mualaneque Comunidade de Micolene Secretária da OMM H 
177. Paulino Cipriano Comunidade de Micolene Chefe do Bairro H 
178. Raimundo Valério Comunidade de Micolene Chefe do Quarteirão H 
179. Baptista Saulé Comunidade de Micolene Socorista da Aldeia H 
180. António Mitona Comunidade de Micolene Membro do Tribunal 
Comunitário 
H 
181. Agostino Mero Comunidade de Micolene Chefe do Bairro H 
 
182. Xavier Namji Comunidade de Micolene Adjunto Chefe do Bairro H 
183. Francisco Pedro Comunidade de Micolene Polícia Comunitária 
(Comandante) 
H 
184. Raimundo José Comunidade de Micolene Escrivão da OJM H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Matiquiti 
185. Féliz Pariela Comunidade de Matiquiti Chefe da Aldeia H 
186. Augustinho Tica Comunidade de Matiquiti Membro da Comunidade H 
187. Austo Tumpela Comunidade de Matiquiti Membro da comunidade-
Beneficiário de crédido 
H 
 
188. Feliciano Leite Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
Beneficiário de Crédito 
H 
189. Mauridi Aly Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
H 
 
112 
 
Beneficiário de Crédito 
190. Raimundo Buanawasse Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
Beneficiário de Crédito 
H 
191. Falehara Nipeto Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
Beneficiário de Crédito 
H 
192. Branco Jassur Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
Beneficiário de Crédito 
H 
193. Calisto Timano Comunidade de Matiquiti Membro da 
Comunidade-
Beneficiário de Crédito 
H 
194. Santos Pedro Comunidade de Matiquiti Membro da Comunidade H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Katapua 
195. Afonso Alberto Comunidade de Katapua Membro do CGRN H 
196. Mahadre Sigali Comunidade de Katapua Membro do CGRN H 
197. Feliciano Justino Comunidade de Katapua Membro do CGRN H 
198. Cipriano Adamo Cassino Comunidade de Katapua Membro do CGRN H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Meculane 
199. Maria Mário Bacina Comunidade de Meculane Chefe da Localidade de 
Meculane 
 
M 
200. Carvalho Rato Comunidade de Meculane Presidente do CGRN H 
201. Januário Thoto Comunidade de Meculane 1ᵒ Secretário do Circulo 
e membro do CGRN 
H 
202. Ramadani Candido Comunidade de Meculane Membro da Polícia da 
Comunidade 
H 
Distrito de Chiúre – Comunidade de Namania 
203. Mariamo Pedro Comunidade de Namania Escrivão do Tribunal 
Comunitário 
H 
204. Mateus Namalaca Comunidade de Namania Chefe do Bairro H 
205. Maurício Wahossa Comunidade de Namania 1ᵒ Secretário do Circulo 
do partido da Frelimo 
H 
 
113 
 
206. Carlitos Namije Yowa Comunidade de Namania Chefe da Aldeia H 
207. Levira Pinto Comunidade de Namania Vice – Presidente da 
Ligação da 
Escola/Comunidade 
H 
208. Amisse Alide Comunidade de Namania Membro do Partido 
Frelimo e Conselheiro 
executivo da CGNR 
H 
Província de Inhambane 
209. Alberto Cadete Forquilha SPFFB Chefe dos Serviços H 
210. José Maduela SPFFB Chefe da UMC H 
211. Morgado Mussengue SPFFB Chefe da Fiscalização H 
212. Silvério Samuel Matavel Empresa privada - Guvuro Operador florestal H 
213. Joao Meque Empresa privada - Inhassoro Operador florestal H 
214. Jose Massangue Empresa privada -Inhassoro Operador florestal H 
215. Jose Nhane Empresa privada- Vilanculos Operador florestal H 
216. Ricardo Chongola BIM Gerente H 
217. Lucas Vilanculos SDAE-Inhassoro Chefe dos SDAE H 
218. Sebastião Tique Administração Chefe do Posto-
Mapinhane 
H 
219. Horacio Langa Administração Técnico agro-pecuário-
Guvuro 
H 
220. Manuel Bernardo SDAE-Inhassoro Tecnico do SDAE H 
221. Olga Mapukulani ONG- MAHLAHLE Coordenadora M 
222. Pascoal Mapilele ONG- MAHLAHLE Oficial de programas H 
Distrito de Inhassoro- Comunidade de Buchane 
223. Alfredo Banze Comunidade de BuchaneChefe do Posto H 
224. Marcos Chambe Comunidade de Buchane Secretario do CGRN H 
225. Francisco Nhanzane Comunidade de Buchane Membro do CGRN H 
 
114 
 
226. Gabriel Manhique Comunidade de Buchane Membro do CGRN H 
227. Filipe Silica Comunidade de Buchane Membro da Comunidade H 
228. Aurneta Jose Comunidade de Buchane Membro do CGRN M 
229. Feliciano Milane Comunidade de Buchane Secretário do CGRN H 
230. Lucas fionse Comunidade de Buchane Membro da comunidade H 
231. Assane Fabião Comunidade de Buchane Secretário do CGRN H 
232. Americo Xpanel Comunidade de Buchane Tesoureiro do CGRN H 
233. Elias lucase Comunidade de Buchane Membro da Comunidade H 
Distrito de Inhassoro- Comunidade de Rumbatsatsa 
234. Janane Chacatani Comunidade de Rumbatsatsa Líder comunitário e 
presidente do CGRN 
H 
235. Arrosi Faife Comunidade de Rumbatsatsa Vice-presidente do 
CGRN 
H 
236. Alberto Mendes Comunidade de Rumbatsatsa Membro do CGRN H 
237. Antonio Chaulani Comunidade de Rumbatsatsa Fiscal comunitario H 
238. Orlando Alfiado Comunidade de Rumbatsatsa Membro da Comunidade H 
239. Antonio Falani Comunidade de Rumbatsatsa Fiscal do CGRN H 
240. Juliao Hoze Comunidade de Rumbatsatsa Secretario do CGRN H 
241. Filimone Gove Comunidade de Rumbatsatsa Fiscal do CGRN H 
242. Juliana Zandamela Comunidade de Rumbatsatsa Membro do CGRN H 
243. Jaime Machiane Comunidade de Rumbatsatsa Membro do CGRN H 
Distrito de Govuro - Comunidade de Cubimo 
244. José Penda Comunidade de Cubimo Secretario do CGRN H 
245. Boaventura Suze Comunidade de Cubimo Tesoureiro do CGRN H 
246. Maria Rito Comunidade de Cubimo Membro da Comunidade M 
Distrito de Guvuro - Comunidade de Chigamane 
 
115 
 
247. Armando Luis Changue Comunidade de Chigamane Tesoureiro do CGRN H 
248. Ernesto Solumane Comunidade de Chigamane Presidente do CGRN H 
249. Joao Jutasse Comunidade de Chigamane Adjunto do president 
CGRN 
H 
250. Pascoal Armando Comunidade de Chigamane Tesoureiro do CGRN H 
251. Amelia Jussai Comunidade de Chigamane Membro da Comunidade M 
252. Teresa Simiao Comunidade de Chigamane Membro da Comunidade M 
253. Artur Luis Comunidade de Chigamane Membro da Comunidade H 
254. Samusson Langa Comunidade de Chigamane Membro da Comunidade H 
Distrito de Vilanculos - Comunidade de Quequer B 
255. Gonçalves Jossamo Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
256. José Silica Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
257. Alfredo Buquele Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
258. Jeremias Arume Comunidade de Quequer B Membro do CGRN H 
259. Dinis Gimo Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
260. Eugenio Amavel Comunidade de Quequer B Membro do CGRN H 
261. Ricardo Alexandre Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
262. Titos Fenias Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
263. Arnaldo Wanifa Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
264. Jose Alfiado Comunidade de Quequer B Membro do CGRN H 
265. Luis Rafael Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
266. Pedro Jose Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
267. Antonio Sinae Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
268. Jose Armando Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
269. Pedro Juliao Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade H 
 
116 
 
270. Isabel Alfeu Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
271. Marta Samseque Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
272. Elisa Samseque Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
273. Luisa Zacarias Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
274. Enia Jose Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
275. Aclena laisse Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
276. Elisa Facela Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
277. Joana Zacarias Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
278. Regina Juliao Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
279. Gilda Zacarias Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
280. Deolinda Araujo Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
281. Lord Armando Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
282. Gilda Abreu Comunidade de Quequer B Membro da Comunidade M 
Distrito de Vilanculos -Comunidade de Docole 
283. Manuel Vilanculos Comunidade de Docole Membro da Comunidade H 
284. Elias Chiamba Comunidade de Docole Membro da Comunidade H 
285. Januario Macome Comunidade de Docole Membro da Comunidade H 
286. Teresa Punguse Comunidade de Docole Membro da Comunidade M 
287. Teresa Nivoloe Comunidade de Docole Membro da Comunidade M 
288. Teresa Langa Comunidade de Docole Membro da Comunidade M 
289. Sofia Maculuve Comunidade de Docole Membro da Comunidade M 
290. Catigo Vilanculos Comunidade de Docole Líder Comunitário H 
Distrito de Vilaculos - Comunidade de Macumene 
291. Andre Cavila Anantha Comunidade de Macumene Líder comunitário H 
292. Fernando Chicuna Comunidade de Macumene Presidente do CGRN H 
 
117 
 
293. Reginaldo Kidlimuka Comunidade de Macumene Membro do CGRN H 
294. Simeão Semel Comunidade de Macumene Membro do CGRN H 
295. Florinda Mabanga Comunidade de Macumene Membro do CGRN M 
296. Isaura Alexandre Comunidade de Macumene Membro da Comunidade M 
297. André Avatha Comunidade de Macumene Fiscal H 
298. Alexandre Siquice Comunidade de Macumene Tesoureiro do CGRN H 
Distrito de Vilaculos- Comunidade Muabsa 
299. Orlando Luís Comunidade Muabsa Líder Religioso H 
300. Armando Landeni Comunidade Muabsa Tesoureiro do CGRN H 
301. Rafael Matsinhe Comunidade Muabsa Membro da Comunidade H 
302. Cândida Larusse Comunidade Muabsa Membro do CGRN M 
Distrito de Vilanculos- Comunidade de Murure-Sede 
303. Custodio Fudel Comunidade de Murure Presidente do CGRN H 
304. Alfredo Manhica Comunidade de Murure Tesoureiro do CGRN H 
305. Sandra Sebastião Comunidade de Murure Membro da Comunidade M 
306. Tomas Langa Comunidade de Murure Membro do CGRN H 
307. Teresa Simeão Comunidade de Murure Membro da Comunidade M 
308. Constância Martins Comunidade de Murure Membro do CGRN M 
309. Aurélia Azarias Comunidade de Murure Membro da Comunidade M 
Província de Nampula - Distrito de Mogovolas 
310. Antonio Pedro Alvez Comunidade de Quonela Regulo Nzeze H 
311. Anastacio Tome Comunidade de Quonela Membro da comunidade H 
312. Alberto Vagareio Comunidade de Quonela Membro do CGRN H 
313. Almeida Januário Comunidade de Quonela Presidente do CGRN H 
314. Fonseca Antonio Comunidade de Quonela Fiscal do CGRN H 
 
118 
 
315. Francisco Lopez Comunidade de Quonela Membro do CGRN H 
316. Rabia Artur Comunidade de Quonela Membro do CGRN M 
317. Albino Sande Comunidade de Quonela Membro do CGRN H 
318. Raja Amido Comunidade de Quonela Membro da comunidade H 
319. Antonio Agy Comunidade de Quonela Membro da comunidade H 
320. Eusebio Mono Comunidade de Quonela Membro da comunidade H 
321. Armando Touela Comunidade de Moiolela Regolo Moiolela H 
322. Alberto Moiolela Comunidade de Moiolela Presidente do comite H 
323. Bernardo Valentim Comunidade de Moiolela Tesoureiro H 
324. Carlos Nunes Comunidade de Moiolela Membro da comunidade H 
325. Armando Assane Comunidade de Mbuva Regulo Mahula H 
326. Ernesto Ibraimo Comunidade de Mbuva Membro do comité H 
327. Francisco Luanse Comunidade Ussene Regulo Ussene H 
328. Fabiao Moela Comunidade Ussene Chefe de Povoaocao H 
329. Armando cherane Comunidade Ussene Chefe da Localidade de 
Rieque 
H 
330. Manuel Relogio Comunidade de Natite Presidente do CGRN H 
331. Alberto Eduardo povoacao de Natite Tesoureiro H 
332. Januário Jereque povoacao de Natite Secretario H 
333. Zacarias Abacar povoacao de Natite Rei e chefe da povoacao H 
334. Arnaldo Ibraimo povoacao de Natite Membro da comunidade H 
335. Damasio Alberto povoacao de Natite Membro da comunidade H 
336. FranciscoJoao povoacao de Natite Membro da comunidade H 
337. Manuel Gabriel povoacao de Natite Membro de comunidade H 
338. Marciano Diolo povoacao de Natite Membro da comunidade H 
 
119 
 
339. Alfredo Albano povoacao de Natite Membro da comunidade H 
340. Francisco Armando povoacao de Natite Membro do CGRN H 
341. Amisse Joaquim povoacao de Natite Membro do CGRN H 
342. Francisco Real P.administrativo Nantira Extensionista H 
Cidade de Nampula 
343. Cantiflas Jeronimo ORAM Oficial de Programas H 
344. Aly Awasse SPFFB Chefe da UMRN H 
345. Rafael Tome Operador Florestal H 
346. Jose Jacinto Operador Florestal H 
347. Luiza Hoffman Fórum Terra Directora M 
348. Wally Manuel Fórum Terra Oficial de programas H 
349. Eusébio Assamo Macua Fórum Terra Oficial de programas H 
Distrito de Muecate 
350. Antonio Joaquim Povoado de Marcelino Chefe H 
351. Marciana Daniel Povoado de Marcelino Chefe H 
352. Daniel Manuel Povoado de Marcelino Chefe H 
353. Delfina Dereca Povoado de Marcelino Membro da Comunidade H 
354. Constâncio Fulica Povoado de Marcelino Secretario do CGRN H 
355. Samuel Sansao Povoado de Marcelino Tesoureiro do CGRN H 
356. Manuel Agostinho Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
357. Baptista Luciano Povoado de Napai President do CGRN H 
358. Manuel Muambo Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
359. Jose Manuel Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
360. Manuel Sitoe Povoado de Napai Tesoureiro do CGRN H 
361. Joaquim Malule Povoado de Gracio Presidente do CGRN- H 
 
120 
 
Massela 
362. Ernesto Sumbane Povoado de Gracio Secretario H 
363. Julio Caetano Povoado de Gracio Membro da Comunidade H 
364. Bernardo Faztudo Povoado de Gracio Chefe da Povoacao H 
365. Amelia Fernando Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
366. Luisa Manuel Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
367. Estrela Bonifecio Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
368. Julieta Carlos Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
369. Amelia horacio Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
370. Amelia Siveleque Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
371. Maria Moquinda Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
372. Julieta Caetano Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
373. Antonio Joaquim Povoado de Marcelino Chefe H 
374. Marciana Daniel Povoado de Marcelino Chefe M 
375. Daniel Manuel Povoado de Marcelino Chefe H 
376. Delfina Dereca Povoado de Marcelino Membro da Comunidade M 
377. Constâncio Fulica Povoado de Marcelino Secretario do CGRN H 
378. Samuel Sansao Povoado de Marcelino Tesoureiro do CGRN H 
379. Manuel Agostinho Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
380. Baptista Luciano Povoado de Napai President do CGRN H 
381. Manuel Muambo Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
382. José Manuel Povoado de Napai Membro da Comunidade H 
383. Manuel Sitoe Povoado de Napai Tesoureiro do CGRN H 
384. Joaquim Malule Povoado de Gracio Presidente do CGRN-
Massela 
H 
385. Ernesto Sumbane Povoado de Gracio Secretario H 
 
121 
 
386. Julio Caetano Povoado de Gracio Membro da Comunidade H 
387. Bernardo Faztudo Povoado de Gracio Chefe da Povoacao H 
388. Amelia Fernando Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
389. Luisa Manuel Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
390. Estrela Bonifecio Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
391. Julieta Carlos Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
392. João Noventa Povoado de Gracio Membro da Comunidade H 
393. Marta Joaquim Povoado de Gracio Membro da Comunidade M 
394. Stefane Afonso Povoado de Namede Presidente do 
CGRN_Namede 
H 
395. Francisco Armando Povoado de Namede Secretario H 
396. Muacigarro Cumaque Povoado de Namede Regulo H 
397. Clarinha Agusto Povoado de Namede Tesoureira M 
398. Acácio Napuere Povoado de Namede Membro da Comunidade H 
399. Lourenço Marques Povoado de Namede Membro da Comunidade H 
400. Angelina Eugenio Povoado de Namede Membro da Comunidade M 
401. Cristina Acacio Povoado de Namede Membro da Comunidade M 
402. António Julio Povoado de Namede Membro da Comunidade H 
403. Benedito Eduardo Povoado de Namede Membro da Comunidade H 
Distrito de Meconta 
404. Adriano Augusto Povoado de Nicarro Regulo-Nicarro H 
405. Francisco Antonio Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
406. Avelino Augusto Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
407. Icelina Arlindo Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
408. Helena Sapatinha Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
 
122 
 
409. Matilde Antonio Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
410. Elias Neves Povoado de Nicarro Presidente do CGRN H 
411. Celia Augusto Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
412. Feliciano Crisanto Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
413. Tingana Luis Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
414. Otilia Manuel Povoado de Nicarro Chefe H 
415. António Inácio Povoado de Nicarro Cabo H 
416. Francisco Silverio Povoado de Nicarro Chefe H 
417. Eusébio Armando Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
418. Joana Antonio Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
419. Felizmina Augusto Povoado de Nicarro Gestor Provincial M 
420. Manuel Rodriguez Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
421. Maria Bente Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
422. Dina marcelino Povoado de Nicarro Membro da Comunidade M 
423. Irondina Sapatinha Povoado de Nicarro Chefe da Localidade M 
424. João Miguel Povoado de Nicarro Membro da Comunidade H 
425. Abilio Nila Povoado de Nicarro Secretario do CGRN H 
426. Feliciano Josseque Comunidade de Meco-Naquile Presidente do CGRN-
Lider comunitario 
H 
427. Silverio Assane Comunidade de Meco-Naquile Vice-presidente do 
CGRN 
H 
428. Jacinto Pedro Comunidade de Meco-Naquile Secretario do CGRN H 
429. Alfredo Martiz Comunidade de Meco-Naquile Tesoureiro H 
430. Basilio Linha Comunidade de Meco-Naquile Vogal H 
431. Catarina Josseque Comunidade de Meco-Naquile Presidente do CGRN M 
432. Paula Amisse Comunidade de Meco-Naquile Presidente do Conselho 
do CGRN 
M 
 
123 
 
433. Amina Cassimo Comunidade de Meco-Naquile Assinante da Conta do 
CGRN 
M 
434. Diamantino Raile Comunidade de Meco-Naquile Membro da Comunidade H 
435. Marieta Linha Comunidade de Meco-Naquile Membro da Comunidade M 
436. Alzira Ernesto Comunidade de Meco-Naquile Membro da Comunidade M 
437. Teresa Araujo Comunidade de Meco-Naquile Membro da Comunidade M 
438. Felizberto Zacarias Comunidade de Meco-Naquile Presidente e Assinante 
do CGRN 
H 
439. João Evaristo Comunidade de Japire Presidente Adjunto e 
Assinante do CGRN 
H 
440. António Sanjala Comunidade de Japire Secretario H 
441. Aurélio celesino Comunidade de Japire Membro do CGRN H 
442. Agostinho Muassupaio Comunidade de Japire Func. administração H 
443. Geraldo Macheca Comunidade de Japire R. Agricultura H 
444. António Mário Comunidade de Japire Rep. Ag. Extencionista H 
445. Raul Estevão Comunidade de Japire Fiscal Florestal H 
446. Casimiro cardoso Comunidade de Nacoma-sede Presidente do CGRN H 
447. António Muacove Comunidade de Nacoma-sede Secretário do CGRN H 
448. Margarida Chissico Comunidade de Nacoma-sede Vogal M 
449. Vicenta Puaposseco Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
450. Vanessa antonio Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
451. Terlecia calieque Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
452. António Gaita Comunidade de Nacoma-sede Regulo Nacoma H 
453. Deolinda Lino Comunidade de Nacoma-sede Tesoureira M 
454. Amina Muagoveia Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
455. Rodrigues Tocaneque Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade H 
456. Olívia Joaquim Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
 
124 
 
457. Jaime Adriano Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade H 
458. Maria Xavier Comunidade de Nacoma-sede Membroda comunidade M 
459. Rosa João Comunidade de Nacoma-sede Membro da comunidade M 
Província de Sofala – Comunidade de Matanga 
460. Horácio Fibione Comunidade de Matanga Presidente do CGRN H 
461. Marcelo Alfieba Comunidade de Matanga Membro do CGRN H 
462. Baptista Jofrasse Comunidade de Matanga Chefe da H 
463. Victorino Fajanda Jassinsn Comunidade de Matanga Membro do CGRN H 
464. Ajusto Cravina Comunidade de Matanga Agente Comunitário 
Fiscal 
H 
465. Mariano Luís Gimo Comunidade de Matanga Membro do CGRN H 
466. Ajéria Jorge Joaquim Comunidade de Matanga Membro do CGRN M 
467. Zélia Francisco Almeida Comunidade de Matanga Membro do CGRN M 
468. Ramir Esmail Comunidade de Matanga Secretário do CGRN H 
469. Lucas Araújo Comunidade de Matanga Vice-presidente do 
CGRN 
H 
470. Borracha Comunidade de Matanga Agente Comunitário 
Fiscal 
H 
471. António Jaime Mafue Comunidade de Matanga Chefe do Grupo da 
Povoação 
H 
Província de Sofala – Comunidade de Nhambita 
472. Verónica Cadeado Comunidade de Nhambita Membro do CGRN M 
473. Cristina Saimone Comunidade de Nhambita Membro do CGRN M 
474. Farida Fernando Comunidade de Nhambita Membro do CGRN M 
475. Francisco Samajo Comunidade de Nhambita Presidente do CGRN H 
476. Saidique Araújo Comunidade de Nhambita Chefe do grupo ... da 
Carpintaria 
H 
477. Gonçalves Pedro Comunidade de Nhambita Membro do Comité-
formador 
H 
478. Manica Luís Chicale Comunidade de Nhambita Líder do 1º Escalão-
Régulo 
H 
Província de Sofala – Comunidade de Jachenge 
 
125 
 
479. Tembo Arnaldo Tomo Comunidade de Jachenge Régulo Jachenge H 
480. Leucastro Minez Comunidade de Jachenge Líder do 3º escalão – 
Nfumo 
H 
481. Agustinho 
DomingoTenasse 
Comunidade de Jachenge Líder do 3º escalão H 
482. Uerdiano Fazenda 
Chambo 
Comunidade de Jachenge Líder do 3º escalão H 
483. Samuel Bulaqui Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
484. Jardim Parapno Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
485. Elis Bulaqui Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
486. Tomé Bulaqui Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
487. Henrique Bulaqui Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
488. Mateus Laus Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
489. José Cabral Andissene Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
490. Zacarias Capitolo Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
491. Bechane Elias Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
492. Techa Luís Sande Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
493. Jariri Cabularu Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
494. Nsicugacucu da Chigamba Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
495. Bulaqui Xavier Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
496. Adelino Migairio Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
497. José Carlos Fazenda Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
498. Tomé Vasco Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
499. Domingo Daero Magaço Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade H 
500. Sarita Armado Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
501. Taguissa Maina Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
502. Custava Manuel Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
503. Maria Bengala Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
 
126 
 
504. Zita Zacarias Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
505. Fazminha Araújo Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
506. Fazminha Peusa Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
507. Aruanesse Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
508. Loçalinha Sabe Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
509. Rita Daimana Comunidade de Jachenge Membro da Comunidade M 
Província de Sofala – Comunidade de Maneto 
510. Luís Capesse Comunidade de Maneto Activista do CGRN H 
511. João Vasco Zuze Comunidade de Maneto Presidente da 
Assembleia do CGRN 
H 
512. Fernando José Comunidade de Maneto Formador H 
Província de Sofala – Comunidade de Canda 
513. Matias Panissa 
Miquichone 
Comunidade de Canda Presidente do CGRN H 
514. Fátima Vulande Comunidade de Canda Vice-Presidente do 
CGRN 
M 
515. Rosalina Chico Comunidade de Canda M 
516. Rosinha Manuel Comunidade de Canda M 
517. Albertino Micrisse Comunidade de Canda Fiscal H 
518. Modáncio Jaime Comunidade de Canda Fiscal H 
519. Costuecio Johane Comunidade de Canda Fiscal H 
520. Eugénio Almeida Comunidade de Canda Régulo – Líder do 1º 
escalão, Conselheiro 
H 
521. Isabel António Comunidade de Canda M 
522. Donita Sicardo Comunidade de Canda Membro da Comunidade M 
523. Simão Bernardo Comunidade de Canda Membro da Comunidade H 
524. Domingos Tomás Comunidade de Canda Membro da Comunidade H 
525. Simor Paulino Comunidade de Canda Membro da Comunidade H 
526. Choti Tomás Comunidade de Canda Membro da Comunidade H 
 
127 
 
Província de Tete – Comunidade de Monga 
527. Arlindo Manuel Teimoso Comunidade de Monga Secretário do CGRNFB 
de Monga 
H 
528. Maurício Gimo Manuel Comunidade de Monga Líder do 3º escalão H 
529. Rosário Simone Casaca Comunidade de Monga Membro da Comunidade H 
530. João Andicene Cuabuza Comunidade de Monga Membro do Comité H 
531. Ortêncio Mitoni Comunidade de Monga Membro da Comunidade H 
532. Manuel José Jemusse Comunidade de Monga Membro da Comunidade H 
533. Simbe Mitone Lobho Comunidade de Monga Membro da Comunidade H 
534. Luisa Almeida Comunidade de Monga Membro da Comunidade M 
535. Regina Joaquim Guenti Comunidade de Monga Adjunto do líder da 
comunidade Escola 
M 
536. Lídia Sainet Classafuca Comunidade de Monga Membro da Comunidade M 
537. Emília Basílio Comunidade de Monga Membro da Comunidade M 
Província de Tete – Comunidade de Cokwe 
538. Alberto Américo Bero Comunidade de Cokwe Membro do CGRN de 
Cokwe 
H 
539. Américo Bero Vaulo Comunidade de Cokwe Membro simples do 
Comité 
H 
540. Evaristo Proveir Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
541. Simão Fife Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
542. Domingos Miquitaio Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
543. Ramiro Raimundo Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
544. Kris Armando Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
545. Sérgio Jonasse Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
546. Tembo Guidisne Colher Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
547. Lucas Guidisne Colher Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
548. Carlos Jauluta Gueme Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
549. Manuel Carlos Manuel Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
 
128 
 
550. Jorge Arnaldo Damias Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
551. André Armando 
Arrumação 
Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
552. Joana António Maira Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
553. Rita Guidisne Colher Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
554. Anoris Chakala Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
555. Laura Bonje Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
556. Afelia Venanaio Chaola Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
557. Sara Jone Tobias Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
558. João Evaristo Porueira 
Ngunga 
Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
559. Contazão Américo Bero Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
560. Miguel Frauque Paguite Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
561. Domingos Américo Bero Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
562. Sérgio Virgílio Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
563. António Theko Gola Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
564. Chalosse Uastene Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
565. Zeca Evaristo Porueira 
Ngunga 
Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade H 
566. Josina Eusébio Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
567. Lúcia Sandulane Comunidade de Cokwe Membro da Comunidade M 
Província de Tete – Comunidade de Madamba 
568. DamásioAgusto Comunidade de Madamba Membro do CGRN H 
569. Francisco Mesa Comunidade de Madamba Membro do CGRN H 
570. David Paidjone Comunidade de Madamba Membro do CGRN H 
571. Johane Championi Gimo Comunidade de Madamba Líder do 2º escalão de 
Madamba 
M 
572. Laura Armando Comunidade de Madamba Membro da Comunidade M 
573. Ana Maria Tomás 
Chatima 
Comunidade de Madamba Membro da Comunidade M 
 
129 
 
574. Ernesto Championi Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
575. Stefano Coutinho Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
576. António Dimingo Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
577. Paulo Charle Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
578. Nelson Jaunario Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
579. Monis Luís Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
580. Morizave João Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
581. Bhola Moio Comunidade de Madamba Membro da Comunidade M 
582. Patrela Castomo Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
583. Marcelino Bauqueiro Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
584. José Assane Saúde Comunidade de Madamba Fiscal de Fauna Bravia H 
585. Abílio Sozinho Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
586. Mereci Mulatinho Comunidade de Madamba Membro da Comunidade H 
Província de Tete – Comunidade de Nhamaganela 
587. Araújo Comunidade de Nhamaganela Membro do CGRN H 
588. Lúcio Nguleta Comunidade de Nhamaganela Líder do 3º escalão – 
Conselheiro do Comité 
H 
589. Xivena Ngunani Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
590. Odália Teimoso Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
591. Felisberta Manuel Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
592. Constrúcia Araújo Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
593. Teresinha Sangulani Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
594. Armindo Vinte Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
595. Vanda Vergílio Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
596. Rubizasi Domingos Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
597. Letícia Padechi Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
 
130 
 
598. Charai Basílio Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
599. Lamina Gouveia Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
600. Regina Focoloni Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
601. Florinda Focoloni Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
602. Francisca Teimoso Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
603. Maria Rosa Artur Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
604. Mineia Aljero Chicuama Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
605. Zeca Chapani Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
606. António Cesário Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
607. Bernardino Bachani Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
608. Maurício Freujazani 
Taziazivo 
Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade H 
609. Orácia Conde Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
610. Saozinha Francisco Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
611. Marcelina Mário Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
612. Junia Vinho Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
613. Sarita Horácio Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
614. Felícia Mbiriakale Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
615. Rosina Primeiro Comunidade de Nhamaganela Membro da Comunidade M 
Província de Tete – Comunidade de Chipembere 
616. António Domingos 
Maudio 
Comunidade de Chipembere Assinante da Conta Do 
CGRN 
H 
617. Carlos Jorge Sore Comunidade de Chipembere Secretário DO CGRN H 
618. Armando Jorge Sore Comunidade de Chipembere Líder do 1º Escalão H 
619. José Marijacão Comunidade de Chipembere Presidente do CGRN H 
620. Mijuel Culazar Mbuuzi Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
621. Maria Fulede Cambamula Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
 
131 
 
622. Pinto Fulede Cambamula Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
623. Alberto Luís Chiria Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
624. Pedrito Faindane Sabão Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
625. Francisco Adrigo Sardinha Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
626. Pedro Joaquim Inácio Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
627. Felipe Elias Sapruene Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade H 
628. Anabela Fureda 
Cambamula 
Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
629. Tina Francisco Chachoca Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
630. Judite José Mauquezi Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
631. Isilda Óscar Jone Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
632. Celina Kaugachepe 
Kamueza 
Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
633. Quinerista Arguineiro 
raposo 
Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
634. Elene David Cerveja Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
635. Maria Fato Jone Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
636. Minista Jento Estevão Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
637. Cinéria Arginelo Cabajar 
Mbuzi 
Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
638. Inácia Levasse Jequissene Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
639. Meresta Jorge Mtepe Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
640. Berida Taibo Escova Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
641. Isabel Ndindo cofi Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
642. Ernita Jone Jogue Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
643. Fernanda dos Santos Jamo Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
644. Júlia dos Santos Jamo Comunidade de Chipembere Membro da Comunidade M 
Província de Tete – Comunidade de Cuverana 
645. Domingos Cubonera 
Cachave 
Comunidade de Cuverana Presidente do CGRN H 
 
132 
 
646. Elija Kepne Bande Comunidade de Cuverana Vice-Presidente do 
CGRN 
M 
647. Alfredo Johave Salari Comunidade de Cuverana Tesoureiro H 
648. Rosário Viera Taulo Comunidade de Cuverana Assinante da Conta H 
649. Miguel Chacanibuino Comunidade de Cuverana Líder do 1º escalão H 
650. Quitane Bande Comunidade de Cuverana Líder do 1º escalão H 
651. Pita Jone Tembo Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
652. Alguiar Sousa Comunidade de Cuverana Secretário do Bairro H 
653. João Chombe António Comunidade de Cuverana Director de Escola H 
654. Niquissene Rondani 
Thaundi 
Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
655. Bonaparte António 
Thaundi 
Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
656. Eusébio Augusto Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
657. José Pengamani Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
658. Tomé José Gabriel Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
659. Celestino Raimundo 
Cacheve 
Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
660. Elisa Paisone Dzimba Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade M 
661. Maria Bernardo 
Changanani 
Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade M 
662. Tito Kerue Bande Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
663. Domingo Kerue Bande Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
664. Abílio Nhancalizi Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
665. Mário Muampezani Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
666. Canísio Tienda Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
667. Butalo Samisane Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
668. Masdo Zerulane Shpanela Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
669. Mateus Augusto Laitone Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
670. Virgílio Tomás Foloma Comunidade de Cuverana Membro da Comunidade H 
 
133 
 
671. Bernardino Júlio SDAE - Distrito de Moatize Director de SDAE H 
672. Zacarias Nordine Cadre DPA/SPFFB- Tete Chefe do SPFFB H 
673. Alferes Tomás Simbi DPA/SPFFB/UPMC-TeteChefe da UPMC H 
Província de Manica – Chimoio 
674. Ângelo Bande Departamento de Turismo de 
Manica 
 H 
675. Ana Quiraque Departamento de Turismo de 
Manica 
 M 
676. Manuel Passar Fórum-Terra Secretário Executivo do 
Fórum Terra-Manica 
H 
677. Carmen Luísa DPA/SPFFB M 
678. José Mário Almeida DPA/SPFFB H 
679. Estrela Mboa ORAM/MANICA Delegada da ORAM M 
680. Odete Ocube BIM Gerente do BIM-
Chimoio 
M 
681. Giantuiju Bertuzzi AIMAIA-Associação Secretário Geral da 
Associação 
H 
Província de Manica – Localidade de Chiongo 
682. José Luís Maki Localidade de Chiongo Chefe da Localidade de 
Chiungo 
H 
683. Isabel Jamisso SDAE - Distrito de Gondola Directora do SDAE M 
684. José Mandevo Uchato SDAE - Distrito de Gondola Chefe do Licenciamento 
e Fiscalização 
H 
Província de Manica – Comunidade de Pyndanyanga 
685. Zacarias Bengano Comunidade de Pyndanyanga Presidente do CGRN H 
686. Manuel Pita Comunidade de Pyndanyanga Vice-Presidente do 
CGRN 
H 
687. Marazinho Sozinho Comunidade de Pyndanyanga Membro simples H 
688. Isabel Fajenda Comunidade de Pyndanyanga Membro simples M 
689. Félix Manuel Sementá Comunidade de Pyndanyanga Líder do 2º escalão e 
conselheiro 
H 
690. Banibay Raul Andicene Comunidade de Pyndanyanga Chefe do grupo da 
povoação 
H 
691. Raul Manuel Félix 
Sementá 
Comunidade de Pyndanyanga Membro da Comunidade H 
692. António Manensa Jacubo Comunidade de Pyndanyanga Agente Polivalente 
Elementar da Saúde 
H 
 
134 
 
693. Manuel Alberto Comunidade de Pyndanyanga Membro da Comunidade H 
694. Rogério Fajenda Comunidade de Pyndanyanga Vice-chefe de 
Fiscalização 
H 
695. Aida Jorge Comunidade de Pyndanyanga Membro da Comunidade M 
696. Francisco Manuel 
Nhempoca 
Comunidade de Pyndanyanga Fiscal H 
697. Zano Fortuna Comunidade de Pyndanyanga Membro do CGRN e 
Secretário de fiscais 
H 
698. Manuel José Maujema Comunidade de Pyndanyanga Chefe da fiscalização e 
membro do CGRN 
H 
699. Isafenil Baira Madeu Comunidade de Pyndanyanga Fiscal e Membro do 
CGRN 
M 
700. Felisberto André Charama Comunidade de Pyndanyanga Tesoureiro do CGRN H 
701. Salimo Armando José Comunidade de Pyndanyanga Secretário do CGRN H 
Província de Manica – Comunidades de Muda Sul 
702. Carlitos Alberto Chimoio Comunidade de Muda Sul Vice-presidente do 
CGRN 
H 
703. Calisto Lucas Maparaze Comunidade de Muda Sul Secretário do CGRN H 
704. Jerlião Longani Tivane Comunidade de Muda Sul Tesoureiro do CGRN H 
705. Fernando Museca 
Mabejane 
Comunidade de Muda Sul Membro do CGRN H 
706. Agusto Fajenda Comunidade de Muda Sul Líder do 2º escalão e 
conselheiro do comité 
H 
707. Joaquim Mavaisse Comunidade de Muda Sul Membro do Comité e 
chefe da Fiscalização 
H 
708. Celina Caudeiro Comunidade de Muda Sul Adjunto do Tesoureiro M 
709. Alexandre Fabião Comunidade de Muda Sul Membro do Comité H 
710. Cesaltina Luís Damião Comunidade de Muda Sul Membro do Comité M 
711. Biatriz Noé Comunidade de Muda Sul Membro do Comité M 
712. Vasco Muliuane Comunidade de Muda Sul Membro H 
713. José Queingondua Comunidade de Muda Sul Líder do 3º escalão H 
714. Armando João Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
715. Armando Chicocha Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
716. Fernando Raisse Nbunga Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
 
135 
 
717. Filipe Bila Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
718. Matias André Mataisse Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
719. Domingos dos Santos 
Oliveira 
Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
720. Filipe Siventeen Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
721. Jossias Chicocha Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
722. Noé Mulijo Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
723. Nelito José Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
724. Moisés Massue Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
725. Tomás Almeida Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
726. Paulo Jossias Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
727. Tomás Jossias Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
728. Luisa Merceta Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade M 
729. Raquel Penete Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade M 
730. Elisa Famiasse Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade M 
731. Maria Armando Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade M 
732. Marta Penete Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade M 
733. Rosário João Comunidade de Muda Sul Membro da Comunidade H 
Província de Manica – Comunidade de Mucorozi 
734. Fortunato Bizeque Bande Comunidade de Mucorozi Presidente do Comité H 
735. Ernesto Francisco Comunidade de Mucorozi Secretário do Comité H 
736. Joaquim Lino QUembo Comunidade de Mucorozi Fiscal e membro do 
Comité 
H 
737. António Américo Comunidade de Mucorozi Fiscal e membro do 
Comité 
H 
738. João Bernardo Tembo Comunidade de Mucorozi Fiscal e membro do 
Comité 
H 
739. Vasco Nhamitauibo Comunidade de Mucorozi Membro do Comité H 
740. Fernando Vinho Comunidade de Mucorozi Membro da Comunidade H 
 
136 
 
741. Quissimisse Gumundai Comunidade de Mucorozi Membro da Comunidade H 
742. Jorge Ndomesa Comunidade de Mucorozi Membro da Comunidade H 
743. Joaquim Felipe Comunidade de Mucorozi Membro da Comunidade H 
Província de Manica – Comunidade de Mutocoma 
744. Manuel Joquim Comunidade de Mutocoma Presidente do Comité H 
745. Fazenda Pedro Fazenda Comunidade de Mutocoma Tesoureiro do Comité H 
746. Manuel chaves Comunidade de Mutocoma Secretário do Comité H 
747. Eneassi Ibraimo Comunidade de Mutocoma Membro simples e 
Assinante da Conta 
H 
748. Vinho Zacarias Comunidade de Mutocoma Membro simples e 
Assinante da Conta 
H 
749. João Augusto Comunidade de Mutocoma Líder do 3º escalão H 
750. Fernando Henriques Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
751. Toni Bitoni Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
752. Milton Alberto Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
753. Armando Sebastião Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
754. Armando Bernardo Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
755. Joaquim Sementa Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
756. Francisco Alberto Comunidade de Mutocoma Membro da Comunidade H 
Província da Zambézia – Comunidade de Muidebo 
757. Cristovão Mário Bilate 
Mepala 
Comunidade de Muidebo Presidente da Localidade H 
758. Azevedo Sebastião Chefe Comunidade de Muidebo Secretário do povoado H 
759. Isac Muamaliua Kolongo Comunidade de Muidebo Tesoureiro do CGRN H 
Província da Zambézia – Comunidade de Ginama: Mulati, Canaua, Muitucula 
760. Pedro João Bilange Comunidade de Ginama Presidente do CGRN H 
761. Domingos Mutevule 
Migano 
Comunidade de Ginama Tesoureiro H 
762. Emília Alberto Comunidade de Ginama Tesoureira M 
 
137 
 
763. Pinto Nhalinha Comunidade de Ginama Régulo de Ginaua H 
764. Bernardo Mauia Zeca Comunidade de Ginama Presidente da Localidade 
de Maneia 
H 
Província da Zambézia – Comunidade de Mocubela-sede 
765. Bonifácio Armando 
Nicolela 
Comunidade de Mocubela Presidente do Comité H 
766. Jaime Joaquim Nafora Comunidade de Mocubela Secretário do Comité e 
Régulo do 1º escalão 
H 
767. Abibo Pedro Cassamo Comunidade de Mocubela Tesoureiro e Secretário 
do Povoado 
H 
768. Cássimo Sacur Comunidade de Mocubela Membro H 
Província da Zambézia – Comunidade de Mucarrua 
769. João Muabene Comunidade de Mucarrua Presidente do Comité H 
770. António Sacassina Dogoro Comunidade de Mucarrua Secretário do Comité e 
do Povoado 
H 
771. Armando Ferreira Comunidade de Mucarrua Tesoureiro do Comité e 
Régulo do 1º escalão 
H 
772. Gimo Muidera Comunidade de Mucarrua Membro da Comunidade 
de Mucarrua 
H 
Província da Zambézia – Comunidade de Maneia 
773. Mendes António Comunidade de Maneia Vice-presidente do 
Comité 
H 
774. Pinto Mucopeia Comunidadede Maneia Membro H 
775. Lúcia João Comunidade de Maneia Secretária do Comité M 
776. Carlitos Correcto Comunidade de Maneia Régulo do 1ºescalão H 
777. Samuel Caetano Comunidade de Maneia Tesoureiro H 
778. Maria de Lurdes Francisco 
Américo 
Posto Administrativo de Mucabela Chefe do Posto M 
Província da Zambézia – Comunidade de Namigonha-sede 
779. Pedro Damião Iusaua Comunidade de Namigonha-sede Presidente do Comité H 
780. Gonçalves Nipauge Comunidade de Namigonha-sede Secretário do Comité H 
781. Jorgina Santos Paiva Comunidade de Namigonha-sede Tesoureiro M 
Província da Zambézia – Comunidade de Morrua 
782. Gabriel Lucas Comunidade de Morrua Presidente do Comité H 
 
138 
 
783. Isabel Miguel Moronha Comunidade de Morrua Tesoureiro M 
784. Jerónimo Francisco 
Malavo 
Comunidade de Morrua Líder comunitário do 2º 
escalão 
H 
Província da Zambézia – Comunidade de Minhota 
785. Rosário Cristóvão Comunidade de Minhota Presidente do Conselho H 
786. Fátima Victor Comunidade de Minhota Tesoureiro do Conselho M 
787. Mário António Raul Comunidade de Minhota Conselheiro – Régulo 1º H 
788. Júlio Nacuatiana Comunidade de Minhota Conselheiro e Régulo do 
1º escalão 
H 
789. Francisco Simplício Comunidade de Minhota Conselheiro H 
790. Jacinto Alfredo João Comunidade de Minhota Secretário do 2º escalão H 
791. Júlio Motega Comunidade de Minhota Membro do Conselho H 
792. Júlios António Comunidade de Minhota Membro do Conselho H 
793. Gonçalves Félix Comunidade de Minhota Membro do Conselho H 
794. Ranete Fadiga Comunidade de Minhota Membro do Conselho M 
Província da Zambézia – Comunidade de Mipiode-Mocuba: Muaquina, Maria, Namaquila, Nigula 
Velho 
795. Marcos Victor Mualama Comunidade de Mipiode Presidente do Comité H 
796. Aurélio Raul Lourenço Comunidade de Mipiode Secretário do Comité H 
797. Agostinho Jaime Comunidade de Mipiode Membro Fiscal H 
798. Mário Amisse Comunidade de Mipiode Secretário Fiscal H 
Província da Zambézia – Comunidade de Mugeba-sede 
799. Fernando Nunes Manuel Comunidade de Mugeba Presidente do Comité H 
800. Ismael Inácio Sumeila Comunidade de Mugeba Secretário do Comité H 
801. Maria Elisa Emílio Comunidade de Mugeba Tesoureiro do comité, 
Régulo Mujema do 1º 
escalão, Líder Local 
M 
Província da Zambézia – Conselho Comunitário de Gestão de Recursos Naturais do Posto 
Administrativo de Mocuba-sede 
 
139 
 
802. Jorge Alfacate Manae Mocuba-sede Presidente do Conselho 
Comunitário 
H 
803. Carlos Fernando Ginove Mocuba-sede Tesoureiro H 
Província da Zambézia – Comunidade de Inriba-Namagoa 
804. Lázaro Jaunário 
Mussemelo 
Comunidade de Inriba-Namagoa Presidente do Comité H 
805. Verónica Aguachanco Comunidade de Inriba-Namagoa Régulo do 2º escalão M 
806. Adolfo Sozinho Niburura Comunidade de Inriba-Namagoa Secretário da Povoação H 
Província da Zambézia – Comunidade de Namanjavira 
807. João Segredo Mareço Comunidade de Namanjavira Presidente do Comité H 
808. Paulo Fernando Cachena Comunidade de Namanjavira Tesoureiro H 
Província da Zambézia – Posto Administrativo de Campo 
809. Zacarias Otela Campicula Posto Administrativo de Campo Presidente do Comité H 
810. Moisés Gimo Massica Posto Administrativo de Campo Secretário do Comité H 
811. António Samuel Messia Posto Administrativo de Campo Tesoureiro H 
Província da Zambézia – Conselho de Gestão de Floresta e Fauna Bravia de Campo-Sede 
812. Carlos Martins Guta Campo-sede Presidente do Comité H 
813. Zito Tomás Martins Campo-sede Secretário do Comité H 
Província da Zambézia – Distrito de Quelimane 
814. Tomás Bastique DPA/SPFFB Chefe dos Serviços 
Interino 
H 
815. Madalena Ernesto Uache DPA/APRONAF Técnica da APRONAF M 
816. João Machel DPA/SPFFB/UMC Chefe da Unidade de 
MCRN 
H 
817. Natalino Fernando Moisés SDAE-Agricultura Técnico Superior Agro-
pecuário 
H 
Província da Zambézia – Comunidade de Mucuna 
818. Amade José Nacumua Comunidade de Mucuna 2º Presidente do Comité H 
819. Campos Napiajano Comunidade de Mucuna Tesoureiro H 
820. Jorge Muhaniua Comunidade de Mucuna Líder do 3º escalão H 
 
140 
 
821. Alfredo José Victorino Posto Administrativo de Mulevala Chefe do Posto 
Administrativo de 
Mulevala 
H 
Província da Zambézia – Distrito de Mocuba 
822. Esmael Ibraimo SDAE-Mocuba Director H 
823. Estevão José Neves PRODEA Coordenador H 
824. Daniel Pecelira Maula RADEZA Director Executivo H 
Província de Gaza – Comunidade de Zulo 
826 Olímpio Salomão Ngruene Comunidade de Zulo Membro e Tesoureiro H 
827 Luís Penicela Ngovene Comunidade de Zulo Régulo e Líder do 1º 
escalão 
H 
828 Abílio Vasco Mate Comunidade de Zulo Chefe da Localidade 
Sede- Zulo 
H 
829 Quina Jossia Valoi Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
830 Zaltina Zamissa Valoi Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
831 Liliana Francisco 
Macovela 
Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
832 Penina Fabião Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
833 Maria Salomão Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
834 Requina Fauvel Ngulele Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
835 Arazonha Adriano Nauna Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
836 Marta Guejane 
Machavane 
Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
837 Nelson Salomão Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
838 Lourenço João Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
839 Alfredo Salomão Mate Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
840 Elmone Mabensene 
Ngovene 
Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
841 Duna Alemão Arone 
Ngovene 
Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
842 Gonçalves Fernando 
Nalovo 
Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
843 Nelson Júlio Guacube Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
844 Cheks Julião Ngruene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
845 Jonar Naftal Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
846 Alberto Mestel Cubaú Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
847 Mijuel Felissau Mate Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
848 Nelasco João pereche Comunidade de Zulo Membro da Comunidade H 
849 Alfina Naftal Ngovene Comunidade de Zulo Membro da Comunidade M 
Província de Gaza – Comunidade de Banga 
850 Ernesto Elias Machaule Comunidade de Banga Chefe do Bairro H 
851 Simão Abua Malunjave Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
 
141 
 
852 Jaime Laite Josefa Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
853 Amosse Julião Baloi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
854 Jacinto Jaime Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
855 Sérgio Jaime Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
856 Alcídio Jaime Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
857 Alex Fazmel Zita Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
858 Rui Jaime Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
859 Vativa Carlos Comunidade de Banga Membro da Comunidade M 
860 Sauleta Chiuguizave Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade M 
861 Cecília Sacidros ngoveni Comunidade de Banga Membro da Comunidade M 
861 Jorge Jaime Ngoveni Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
862 Alzira Jossias Nhati Comunidade de Banga Membro da Comunidade M 
863 Romina Mefue Manthosse Comunidade de Banga Membro da Comunidade M 
864 Elves Patson Ngoveni Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
865 Fagmar Juliasse Zita Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
866 Alfredo Munjuambe Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
867 Jamião Ernesto Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
868 David Alemão Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
869 Given Alção Valoi Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
870 Eduardo Malbaia Mativela Comunidade de Banga Membro da Comunidade H 
Província de Gaza – Comunidade de Mpelane 
871 Vicente Massuauganhe Comunidade de Mpelane Presidente do Comité H 
872 Simião Ernesto Homo Comunidade de Mpelane Chefe da Localidade H 
873 JoséMassuauganhe Comunidade de Mpelane Régulo e Líder do 1º 
escalão 
H 
874 Américo Fernando Sitoe Comunidade de Mpelane Assinante da Conta H 
875 Berta Chongo Comunidade de Mpelane Assinante M 
876 João mbenhane Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
877 Lourenço Licula Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
878 Fernando Bila Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
879 Paulo Valente Ngovene Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
880 Sebastião Cossa Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
881 Armando Ngovene Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
882 Armando Maguinga Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
883 Daniel Macamo Comunidade de Mpelane Membro da Comunidade H 
884 Francisco Chaúque Comunidade de Mpelane Membro do Comité H 
885 Saquina Muiaculo Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
886 Maria muiocha Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
887 Celesta Mucarre Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
 
142 
 
888 Paulina Cossa Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
889 Salmina Cuna Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
890 Amélia machauane Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
891 Leonor Sambo Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
892 Elisa Simango Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
893 Lurdes Ngovene Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
894 Marta Cuna Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
895 Alice Sitoe Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
896 Celesta Cutana Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
897 Generosa Boca Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
898 Joana Sitoe Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
899 Norte Salomão Comunidade de Mpelane Membro do Comité H 
900 Gilda Macamo Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
901 Maria Macacula Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
902 Savita Chaúque Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
903 Helena Tivane Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
904 Amélia Faustino Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
905 Roda Maclaila Comunidade de Mpelane Membro do Comité M 
Província de Gaza – Comunidade de Banze 
906 António Mbavene Comunidade de Banze Presidente do Conselho H 
907 Alice Moisés Matenzua Comunidade de Banze Tesoureiro M 
908 Ricardo Júlio Chicolo Comunidade de Banze Líder do 1º escalão H 
909 Américo Mecer Banza Comunidade de Banze Líder do 3º escalão H 
910 José Fabião Langa Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
911 Lazara Jaime Manhique Comunidade de Banze Chefe da Povoação M 
912 André Enoque Muhate Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
913 Tomás Simião Tandamela Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
914 António Salomão Bacejo Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
915 Abílio João Nhatuve Comunidade de Banze Secretário da localidade H 
916 Enatera Albino Nhampule Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
917 Lúcia Aurélio Valoi Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
918 Escolastião Júlio Munhoso Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
919 Felimene Estevão Simbine Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
920 Ana Salomão Langa Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
921 Regina Lucas Massanga Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
922 Lúcia Antónia Massango Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
923 Joana Anibal Bauze Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
924 Rosita Viante Sambo Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
 
143 
 
925 Gilda Alberto Nhantumbo Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
926 Enatro Jaime Maubefere Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
927 Celesta Noa Mazivila Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
928 Laurinda Joaquim 
Munguembe 
Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
929 Rosa Ernesto Manjate Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
930 Elivia Simião Banze Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
931 Analécia Bento Midime Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
932 Helena José Banze Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
933 Celesta Alfabeto Banja Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
934 Conatrécio Gabriel Banja Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
935 Olária Bazílio Nhancale Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
936 Gimilaria Gabriel Langa Comunidade de Banze Membro da Comunidade M 
937 António Fernando 
Ngovene 
Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
938 Salomão Enoque Cossa Comunidade de Banze Membro da Comunidade H 
Província de Gaza – Comunidade de Chilumbele 
939 Aurélio Simbana Comunidade de Chilumbele Presidente do Comité H 
940 Joaquim Manjate Comunidade de Chilumbele Secretário H 
941 Rosa Lúcio Simbene Comunidade de Chilumbele Tesoureiro M 
942 Samuel Alezandre Langa Comunidade de Chilumbele Líder do 2º escalão H 
943 Delfina Ernesto Langa Comunidade de Chilumbele Membro do Comité M 
944 Benta Monaze Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade M 
945 Rogério Alberto langa Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade H 
946 Cristina Manjate Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade M 
947 Fanisa Conjo Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade M 
948 Fátima Augusto Muchaufa Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade M 
949 Laura António Langa Comunidade de Chilumbele Membro da Comunidade M 
950 Pedro Jemusse Capinga Posto Administrativo de Zulo Chefe do Posto 
Administrativo de Zulo 
H 
951 Sr. Geral do Francisco 
Chaúque 
SDAE/Sector F.F.B- Distrito de 
Massingir 
Técnico do FFFB H 
952 Zacarias Aroni Sonto Administração de Guija Administrador H 
953 António Vasco Novele Serração E Carpintaria de Distrito 
de Mangacaze 
Operador Florestal H 
954 Samuel José da Conceição 
Chitambo 
Posto Administrativo de 
Mazucane de Distrito de 
Mangacaze 
Chefe do Posto 
Administrativo 
H 
955 Constantino Muianga ITC – Gaza, Xai -Xai Oficial de Campo do ITC H 
956 Mário Jerónimo Boane ITC – Gaza Associação para o 
Desenvolvimento para as 
Comunidades Rurais- 
ADCR 
H 
957 Arsénio Chalengo SPFFB- Gaza Chefe da UMPC H 
 
144 
 
Legenda: H- homem, M-mulher
958 Beatriz Essina António 
Joaquina Luís 
Posto Administrativo de Nguzene Chefe dp Posto M 
PROVINCIA DE MAPUTO 
959 Sandra Mucavele SPFFB Tecnica Reparticao de 
Maneio 
M 
960 António Bope SDAE Tecnico-Agropecuario H 
961 Wilson Tembe Comunidade de Pochane Regulo H 
962 Luis Jorge Pele Comunidade de Pochane Secretario da Povoacao H 
963 Julião Ngove Comunidade de Pochane Presidente-CGRN H 
964 Lucy Ngove Comunidade de Pochane Vive-presidente CGRN M 
965 Elisa Timane Comunidade de Pochane Tesoureira M 
966 Noa Machava Comunidade de Pochane Membro da Comunidade M 
967 Laison Tembe Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
968 Antonio Mabica Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
969 Noa Jacob Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
970 Argentina Tembe Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
971 Julieta Tome Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
972 Amélia Nhondo Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
973 Estevão Cornelio Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
974 José Ndlate Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
975 Filipe tembe Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
976 Linde Nambula Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
977 Paz Ramos Comunidade de Ndane Membro da Comunidade H 
976 Laura Antonio Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
976 Priscila Tembe Comunidade de Ndane Membro da Comunidade M 
977 Mário Cualo Comunidade de Kwachy President do CGRN H 
978 Simão Nhabimbe Comunidade de Kwachy Secretario-CGRN H 
979 Francisco Njhate Comunidade de Kwachy Membro da Comunidade H 
980 Sebastião Nuvunga Comunidade de Kwachy Membro do CGRN H 
981 Matilde Mundlovo Comunidade de Kwachy Membro do CGRN M 
982 Lizeta Tembe Comunidade de Kwachy Membro do CGRN M 
983 Patrício DNTF Chefe do Departamento 
de Normacão e Controlo 
H 
984 Hilário Akissa 
Ndyambawana 
DNTF-Departamento de Florestas Técnico H 
985 Darlindo Pechiço DNTF-Departamentode Florestas Técnico H 
986 Reiner Mikaela DNTF-APRONAF Coordenador da 
APRONAF 
H 
 
145 
 
Anexo3. Província de Niassa 
Tabela 8: Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor 
recebido 
(meticais) 
Projecto Situação Actual 
Cuamba Muitetere 85.000,00 Indústria moageira (compra e 
instalação) – 69.000,00mt 
Não funcional/ avariada após 04 
meses de funcionamento. 
Comité em revitalização 
Micro-crédito de 300 `a 500.00, a 8 
famílias locais,- 16.000,00 
Não houve desembolso 
devolução após 05 anos após 
empréstimo 
Muicuna 35.000,00 Distribuição pelo régulo, adjunto, 
secretario e assinante da conta 
Comité desfeito. Necessidade de 
revitalização 
 
 
Metarica 
Mecunica 80.000,00 Produção de gergelim em 4 
comunidades, (machambas de 2ha 
cada) 
Devido a chuvas intensas não 
houve produtividade, campos 
perdidos 
Mepuera 46.000,00 Comparticipação na abertura de 04 
furos de agua 
 03 funcionais, existe um 
sistema gestão das fontes 
Subsídio de deslocação dos 
assinantes ao Banco, Lichinga 
Comité já não funciona 
Distribuição pelos régulos locais e 
Chefe de localidade 
 
 
 
 
 
146 
 
Anexo 4. Província de Cabo Delgado 
Tabela 9: Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido 
(mt) 
Projecto implementado Situação Actual 
Montepuez Nacololo 125.500,00 Construção de 3 salas de aulas. Está a funcionar 
Compra de carteiras para as salas 
de aulas 
Construção de Mesquita Está a funcionar 
Construção de um mercado 
público 
Está a funcionar 
Comparticipação na abertura de 5 
furos de água 
3 a funcionar 2 avariados 
Compra de 4 redes para afugentar 
os macacos das machambas 
Encontram-se estragados. Os 
ratos roeram e a acção do sol 
contribuiu para a destruição 
das redes 
Construção da casa para o Chefe 
da Localidade 
Está a funcionar 
Compra e distribuição de um casal 
de cabritos à 40 famílias 
Nenhuma família devolveu os 
cabritos a outras famílias há 
mais de 2 anos. 
Ntele 150.000,00 Construção de uma mesquita Está a funcionar 
Construção de um Posto de Saúde Não está a funcionar, porque 
o agente de saúde afecto no 
local perdeu a vida. O 
edifício está se degradar há 
mais de um ano. 
Comparticipação de 2 furos de 
água 
Um está a funcionar. O 
segundo ainda não foi aberto, 
mas o Chefe do Posto que foi 
transferido para Quissanga, 
disse ter pago à empresa para 
abrir o segundo furo há mais 
de 2 anos. 
Fonte: SPFFB-Niassa, Dezembro 2011 
 
147 
 
Compra de 26 bicicletas 
distribuídas para os 14 clãs, chefe 
da aldeias e secretários do bairro, 
Está a funcionar 
Construção de um campo de 
futebol 
Está a funcionar 
Compra de material de futebol 
Compra de 28 sacos de sal 
distribuídos pelas famílias na 
comunidade 
Consumidos 
Compra de uma moageira para 
processamento de cereais10
Sem informação 
 
Nanhumpu11 68.000,00 Construção de 3 salas de aulas e 
duas casas para os professores. 
Está a funcionar 
Natulo12 114.000,00 13 Construção de mercado público A funcionar, mas os 
vendedores no mercado não 
querem pagar a taxas do 
mercado alegando que os 
fundos da construção do 
mercado são para a 
comunidade e não há motivos 
para uma outra contribuição. 
 Compra de duas mesas e 12 
cadeiras 
A ser usados pelos membros 
do GCRN 
Compra de 6 redes para 
afugentamento de macacos das 
machambas 
Distribuídos pelos membros 
da comunidade 
Namoro14 45.000,00 15 Construção de 3 salas de aulas e Está a funcionar 
 
10 Esta moageira foi entregue a comunidade de Nairotho. Os membros do CGRN e a comunidade local não 
receberam informação sobre a transferência de fundos dos 20% na conta bancária da outra comunidade. Assim, a 
comunidade de Ntele levantou e usou todo o dinheiro que havia na sua conta bancária. 
11 Os membros do CGRN entrevistados durante o presente trabalho manifestaram a sua preocupação em relação 
ao processo de canalização dos 20%. Pois, apesar de haver a exploração florestal não estão a receber os fundos 
há mais de 2 anos. Esta situação está inquietar a população em geral que pensa que os membros do CGRN estão 
a usar individamente os seus fundos. 
 
12 Apesar de haver exploração dos recursos não recebem os 20% há mais de 2 anos. Isto está criar desconfiça na 
população local, pensado que os membros do CGRN estão a usar o dinheiro para fins pessoais. 
13 Dinheiro dividido por duas povoações (Natulo Sede e Manine) 
14 A população diz ter recebido os 20% só em 2007, e até a altura da realização deste presente estudo ainda não 
tinam recebido mais, apesar de estarem operadores florestais a explorar o recurso. 
15 Dividido para duas aldeias (Namoro Sede e Gornja) 
 
148 
 
um escritório pedagógico 
Nicocué16 14.700,00 Nenhum projecto Dinheiro ainda não usado 
desde 2009. Os membros do 
CGRN dizem que está 
guardado por um cidadão e 
não se pode dizer o seu nome 
por razões de segurança. 
Maputo 
Familiar 
14.700,00 Construção de 2 salas de aulas Está a funcionar 
Ancuabe Nacoja 90.500,00 Compra de moageira para 
processamento de cereais e 
combustível 
Avariada há mais de 2 meses 
Construção de um alpendre para a 
moageira e manutenção da 
moageira 
A moageira está guardada no 
alpendre 
Nacaca 110.000,00 Construção duma represa para 
conservar água para o uso da 
população no tempo de seca 
Nunca funcionou. Não se 
sabe ao certo o paradeiro dos 
antigos membros do CGRN. 
 Nanuni 40.000,00 Construção de 2 salas de aulas Ainda não foi utilizada. 
Espera-se que seja utilizada 
no início de 2012. 
Naquali 10.000,00 Comparticipação para abertura do 
furo de água. 
 
Está a funcionar. A 
população consome água da 
fonte 
Compra de bambús para a 
construção das salas de aulas na 
escola local 
Não se sabe ao certo o que 
aconteceu 
Compra de 4 cadeiras para o 
partido Frelimo 
Chiúre Juravo 49.100,00 Limpeza duma área de 2,5ha para 
a produção agrícola 
Ainda não deu nenhum 
resultado 
Distribuição para cada membro do 
CGRN 
Não há nenhuma previsão da 
devolução17
 
16 A comunidade já tinha planificado o uso dos 20% para a comparticipação na abertura de dois furos de água e 
represa para conservar água para o uso no tempo seco pela população local. Também a comunidade acha que 
está partilhar o dinheiro dos 20% com comunidades que não estão na área de corte indicados durante a consulta 
comunitária. 
 
 
149 
 
Micro-credito que varia de 
500,00MTN à 700,00MTN por 
cada beneficiário 
Nenhum beneficiário devolve 
o micro- crédito 
Milapane 0 Não recebeu os fundos dos 
20% apesar de constar na 
lista da DPA-Cabo Delgado 
que o dinheiro foi transferido 
para comunidade um valor de 
15.000,00MTN. (Ver a 
foto,,,) 
Micolene 0 Não recebeu os fundos dos 
20% apesar de constar na 
lista da DPA-Cabo Delgado 
que o dinheiro foi transferido 
para comunidade um valor de 
55.000,00MTN dividido por 
duas comunidades (Ver a 
foto...) 
 Matiquiti 100.000,00MTN Micro – crédito, que varia de 
5.000,00 a 10.000,00 por cada 
beneficiário 
Nenhum beneficiário 
devolveu o dinheiro 
emprestado apesar de existir 
procedimento. Cada 
beneficiário deve entregar o 
empréstimo com uma taxa de 
juro de 500,00MTN. Não há 
previsão da devolução. Todos 
que receberam créditos 
presentes no encontro 
afirmaram não ter bons 
sucessos apesar de terem 
comprado motorizadas, 
bicicletas, construção de 
casas, construção e abertura 
de cantinas locais (barracas) 
para a venda de diversos 
 
17 Cada membro do CGRN recebeu 700,00MTN, para uso individual. 
 
150 
 
produtos e bens de uso local. 
Katapua 100.000,00MTN Micro – crédito,que varia de 
10.000,00 à 25.000,00 por cada 
beneficiário 
Nenhum beneficiário 
devolveu o dinheiro 
emprestado apesar de existir 
procedimento. Cada 
beneficiário deve entregar o 
empréstimo com uma taxa de 
juro de 500,00. Não há 
previsão da devolução. Todos 
que receberam créditos 
presentes no encontro 
afirmaram não ter bons 
sucessos apesar de terem 
comprado motorizadas, 
bicicletas, construção de 
casas, construção e abertura 
de cantinas locais (barracas) 
para a venda de diversos 
produtos e bens de uso local. 
 Meculane 100.000,00 Micro – crédito, que varia de 
10.000,00 à 15.000,00 por cada 
beneficiário 
Nenhum devolveu o crédito 
apesar de existir alguns 
procedimentos. Para cada 
5.000.00 emprestado o 
beneficiário deverá entregar 
uma taxa de juro de 500,00 
em cada fim do ano. 
 Construção da casa da Chefe da 
Localidade 
Em construção, ainda não foi 
coberto. A espera do outro 
dinheiro para terminar a 
cobertura. 
Construção da Sede do CGRN 
Tramitação dos documentos para 
a legalização do CGRN em 
Associação 
Em processo, com apoio da 
Fórum Terra de Cabo 
Delgado. 
Entrega à 2 régulos Para o uso individual 
Estabelecimento de um viveiro Ainda não sabem onde vão 
 
151 
 
florestal com 150 plantas nativas plantar. 
 
152 
 
Anexo.5. Província de Nampula 
Tabela 10: Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor 
recebido (mt) 
Projecto Situação Actual 
Meconta 
 
 
 
Nicarro 56,237.00 
 
Chapas de zinco e barrotes 
para a cobertura das salas de 
aulas 
A escola está em funcionamento 
Abertura de uma machamba 
associativa de 4ha 
A falta de chuva causou a perda 
total da plantação 
Micro-crédito para gerar 
lucros (juros para a compra da 
moageira) 
Bom nível de desembolso 
previsão para compra da 
moageira em junho de 2012 
Nacoma 134.000,00 Construção de uma cantina 
para a venda de produtos 
alimentares 
Não está em funcionamento- 
Cobertura de um posto de 
socorro local 
Posto funcional com cobertura 
de chapas de zinco 
Abertura de furos de água Furo de água não existente, 
dinheiro na posse do tesoureiro, 
que não existe por pagamento de 
viagens `a Nampula para saber 
do dinheiro de 2010. 
Japire 17.000,00 Abertura de um furo de água. Está a funcionar 
Compra de castanha para 
revender 
Obtiveram lucro de 12. 000,00 
Mt que tencionam construir o 
furo de água. Compra de gergelim dos 
moradores da comunidade 
Meco 28.007,00 Cobertura para sala de aula Sala de aula funcional 
Empréstimos rotativos Não houve nenhum reembolso 
Dinheiro gasto com viagens a 
cidade para saber se houve ou 
não outro depósito dos 20%. 
 
Natira Dinheiro gasto com viagens a 
cidade para saber se houve ou 
não outro depósito dos 20%. 
 
 
153 
 
O régulo local ficou com de 
parte do valor sem o 
consentimento da população. 
Muecate Namede 26.000.50 Reabilitação de 3 furos de 
agua estragados 
Furos em funcionamento 
Compra de 20 bancos para a 
escola. 
Bancos operacionais. As 
crianças utilizam os bancos para 
o processo de ensino e 
aprendizagem 
Gracio 20.392.500 ,00 Chapas de zinco para a 
cobertura de salas de aula 
Escola existente e sem coberta 
de chapas de zinco por falta de 
dinheiro para o pagamento do 
carpinteiro 
Napai 34.904.50 Construção de 2 furos de água Furos de agua em 
funcionamento 
Marcelino 13.377.00 Construção de 2 furos de água Furos de água em 
funcionamento 
Mogovolas Quonela 38.500.00 Construção de salas de aula 3 salas de aulas funcionais com 
cobertura de chapas de zinco 
Mahula 6.000.00 Furos de água 2 furos de água operacionais. A 
população consome a água. 
Ntite/ 
Mutolene 
3,500.00 Furo de água O dinheiro não foi suficiente e 
ficou com o presidente do 
CGRN 
 
154 
 
Mbuva 17.000.00 Construção de furos de água Não foi construído. O chefe do 
Posto Administrativo ficou com 
o dinheiro e foi transferido 
Ussene 51.000.00 Construção de uma sala de 
aula 
Sala de aula em funcionamento 
Construção de um furo de 
água 
Ainda em processo de 
negociação para a sua execução 
Natite 21.000.00 Construção de salas de aulas 
convencionais com blocos de 
cimento 
3 salas de aulas funcionais e um 
bloco administrativo funcional 
Moiolela 180.000.00 Cobertura de 4 salas de aula e 
um gabinete do director 
As quatro salas e o gabinete da 
direcção da escola estão em 
funcionamento 
 
 
155 
 
Anexo 6. Província da Zambézia 
Tabela 11. Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido 
(mt) 
Projecto Situação Actual 
Ile Morrua 563.100,00 
(Total 2007-
2009) 
Construção de uma escola A construção está por 
concluir 
Abertura de 4 fontes de água (poços) Dois furos estão a 
funcionar e dois não têm 
água 
 Aquisição de enxadas Distribuídas gratuitamente 
as pessoas da comunidade 
 Em 2006 receberam cabritos da sede 
e foram ditos que eram os 20% 
Ninguém sabe onde estão 
os cabritos distribuídos 
 Namigonha- 
sede 
Inturo 
Gunguro 
Morrua 
612.622,00 Fomento pecuário - 217cabritos Não se sabe da evolução 
dos animais. 
 Compra e distribuição de 
instrumentos agrícolas 
Distribuição gratuita 
 Construção de duas salas de aulas Não foi possível ver 
 Construção de uma cantina Não foi possível ver 
 
 
 
 
Maganja 
da Costa 
Maneia 52.000,00 Construção da casa mãe espera Está a funcionar embora 
ainda não totalmente 
concluída (Ver a foto:...) 
Ginama 
Mulati 
Canana 
Muitucula 
327.720,00 
(Total 2006-
2009) 
Fomento pecuário-cabritos para as 4 
comunidades 
 Não se sabe sobre a 
evolução da multiplicação 
dos cabritos entregues aos 
beneficiários 
Construção de cantina (banca) em 
Ginama 
Construção concluída mas 
não está a funcionar. A 
população leva os 
produtos a crédito e não 
 
156 
 
paga. 
Micro-crédito para compra de 
mercadoria para a cantina (banca) 
Sem informação. A 
cantina estava fechada no 
momento da visita ao 
local sem nenhuma pessoa 
para dar informação. 
 Muidebo Não tem registo Construção de uma escola Está concluída e a 
funcionar 
 Banca Está fechada e sem 
mercadoria 
 Fontes de água (poços) Estão sem água agora 
 Mocubela sede 839.509,00 Compra de 2 moageiras Uma não está a funcionar 
e não foi possível ver 
outra 
 Pagamento de fabrico de blocos e 
compra de barrotes para Posto de 
socorro 
 
Não foi possível ver o 
posto de socorro 
 Outros valores foram usados para as 
necessidades do Posto Administrativo 
e uma parte entregue a rainha para 
guardar na sua casa 
 
 Mucarrrua 30.000,00 Construção de uma sala anexa a EP1 Ainda não está concluída 
e não está sendo usada 
Mocuba Minhote 20.000,00 Fabrico de tijolo e material de 
construção para uma escola com 3 
salas de aulas 
Está concluída 
 Mugeba sede 74.000,00 Fomento pecuário – cabritos Não há registo da 
evolução do fomento 
pecuário 
 Abertura de uma machamba colectiva Não está a produzir nada 
 Abertura de uma carpintaria A informação sobre o 
estado actual da 
carpintaria não é 
consistente 
 
157 
 
 Concelho de 
Mocuba sede 
Inriba 
Micharo 
Julião 
Mpuanha 
Tondue 
Mude 
Bive 
Os informantes 
não tinham 
informação dos 
valores recebidos 
Abertura de fontes de água (poços) 
 
Não foi possível ver os 
poços e os informantes 
não sabiam dizer sobre o 
estado dos projectos 
implementados 
 Aquisição de material de construção 
para 3 escolas 
Não foi possível ver as 
escolas 
 Compra de caprinos para fomento 
pecuário 
Não há ainda a 
multiplicação dos animais 
 Aquisição de 2 moageiras Não sabem dizer se estão 
a funcionar, 
 Namanjavira-
sede 
Alto Benfica 
Mucamura 
229.320,00 em 
2008 e não sabem 
dizer os valores 
dos outros anos 
Aquisição de 2 moageiras Não estão a funcionar 
 Compra de material de construção 
para escola 
Está a funcionarAbertura de fontes de água (poços) Não estão a funcionar 
 Compra de 1 motorizada para o 
comité de gestão 
Não foi possível ver a 
motorizada 
Mopeia Campo-sede 942.052,00 Compra de material de construção 
para salas de aulas (escola) 
Em Mopeia, não foi 
possível ir ver os 
projectos implementados 
 Construção de Posto de socorro 
 Abertura de fontes de água 
 Raposo 229.900,00 Compra de caprinos para fomento 
pecuário 
Não se sabe sobre a 
evolução dos animais 
 Abertura de fontes de água (poços 
com bomba manual) 
Não estão concluídas 
 Aquisição de material de construção 
para escola 
Não está concluída 
 
 
158 
 
Anexo 7. Província de Tete 
Tabela 12. Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido (mt) Projecto Situação Actual 
Changara Nhamajanela Não se lembram Aquisição e montagem de uma 
Moageira 
Está a funcionar 
Compra de Chapas para a 
cobertura da escola feita com 
material local 
Está a ser usada pelas 
crianças 
 Compra de cabritos para 
fomento 
Nenhum dos beneficiários 
multiplicou os cabritos 
recebidos 
 Chipembere 
Nhacandenga 
Cangolo 
381.770,00 Micro-credito para negócio e o 
valor recebido em 2011 está no 
banco guardado. 
Os negócios estão a 
funcionar mas não há 
devolução dos valores. 
 Ntemangau 
Cahomba 
Chimoio 
Doca 
5.500,00 Micro-credito (xitique) Não há negócio visível e 
não estão a devolver os 
valores recebidos. 
Moatize Monga Os membros da 
comunidades e 
docomité presentes 
não souberam dizer os 
valores recebidos 
Construção de um Posto de 
Socorro 
Está concluído e a ser 
usado pela comunidade. 
No momento da visita o 
socorrista estava ausente 
Khokhue 62.500,00 Construção de uma escola com 
material convencional junto de 
uma antiga escola de construção 
com material local já degradado 
Está por concluir embora 
a ser já usada. As crianças 
já usam as salas para o 
processo de ensino e 
aprendizagem 
 Madamba 251.000,00 Não foi usado na comunidade O presidente e o 
tesoureiro mudaram de 
residência para cidade de 
Tete e não se sabe do 
paradeiro do valor 
recebido 
 
159 
 
Anexo 8. Província de Sofala 
Tabela 13. Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor 
recebido (mt) 
Projecto Situação Actual 
Gorongosa Canda 
 
286.665,97 
(Total 2007-
2009) 
Aquisição e instalação de uma 
moageira 
Está concluída e a 
funcionar bem 
Aquisição de chapas para a 
cobertura da escola a pedido do 
Posto Administrativo 
Salas danificadas agora 
cobertas 
 Aquisição de enxadas Distribuídas 
gratuitamente as pessoas 
da comunidade 
Juchenge 500.000,00 Aquisição e instalação de 3 
moageiras 
A moageira e a carrinha 
estao a funcionar e a 
escola esta coberta 
segundo informacao dos 
entrevistados. 
Compra de uma carrinha 
Compra de chapas de zinco para a 
cobertura de salas de aulas 
Nhambita 88.623,95 Contribuição para a construção de 
uma escola 
Está a funcionar 
Maringue 
 
 
Maneto - Aquisição de moageiras Sem informação. Não foi 
possível visitar as 
moageiras. 
Micro-crédito Não há negócio visível 
nem devolução dos 
valores recebidos 
Nhamatanda Mucombezi 120.000,00 
 
Pagar licenças e guias de 
exploração florestal 
 Continuam a explorar 
madeira e carvão. 
 
160 
 
Anexo 9. Província de Manica 
Tabela 14. Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido 
(mt) 
Projecto Situação Actual 
Gondola Pyndanyanga 563.100,00 
(Total 2007-
2009) 
Compra de chapas para a cobertura 
da casa dos professores 
Chapas ainda em bom 
estado. 
Compra de chapas para a cobertura 
da sede da Localidade 
Pagamento de guias e licenças de 
exploração de recursos florestais 
Continua o negócio do 
CGRN e da comunidade mas 
com gestão deficiente 
 Micro-credito Não são visíveis os 
resultados dos negócios 
individuais. 
 
 
 
Muda-Sul 257.000,00 Abertura de poço com bomba 
manual 
Está a funcionar 
 Aquisição de uma moageira Está a funcionar 
 Micro-credito Sem informação 
 Festa, viagem de troca de 
experiências, cursos de capacitação e 
fardamento para fiscais comunitários 
Fiscais fardados 
Mucorozi 71.000,00 
(Total 2006-
2009) 
Micro-credito para abertura duma 
machamba 
Não houve devolução dos 
valores concedidos e não 
houve produção 
Compra de telefones, bicicletas, 
lanternas, pilhas e candeeiros 
Estão com os membros do 
CGRN em casa para uso 
individual 
Participação em seminários e curso 
de capacitação 
Os membros da comunidade 
e CGRN capacitados 
 
 
Mutocoma 149.415,20 Micro-credito para o estabelecimento 
de cantinas (bancas) para a 
comercialização de produtos 
diversos 
Há algumas bancas a 
funcionarem mas não houve 
ainda devolução dos valores 
concedidos aos beneficiários 
 Compra de telefones para presidente 
do comité e chefe da Localidade e 
Os bens comprados estão 
operacionais e usados 
 
161 
 
bicicletas individualmente pelos 
beneficiários 
 Realização da cerimónia de 
agradecimento aos espíritos 
Realizada e comunidade 
satisfeita 
 Pagamento de mudas de eucaliptos 
para o reflorestamento 
As mudas ainda não foram 
recebidas na comunidade 
 Pagamento das despesas para a 
realização de um seminário 
Os membros da comunidade 
capacitados 
 
 
162 
 
Anexo 10. Província de Inhambane 
Tabela 15. Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor 
recebido 
(mt) 
Projecto Situação Actual 
Govuro 
 
 
 
Cubimo 315.000,00 
 
Compra de chapas de zinco e 
barrotes para a cobertura das salas 
de aulas 
A escola está a funcionar 
Abertura de um furo de agua 
Chigamane 60.000,00 Micro-crédito aos comerciantes 
locais 
Os comerciantes ainda estão a 
operar mas nenhum devolveu o 
valor concedido 
Construção da casa mãe idosa. Está a funcionar. O alpendre está 
em boas condições 
Inhassoro Rumbatsatsa 
 
 
 
75.000,00 Abertura e manutenção de bombas 
de água. 
12 furos de água assistidos e a 
funcionar 
Compra de uma Moageira a Diesel Moageira existente e a funcionar. 
Buchane 95.000,00 Nenhum O dinheiro não foi usado está na 
posse do tesoureiro 
Vilanculos Muabsa 46.350,00 Cobertura de sala de aula Sala de aula em funcionamento 
Construção de casa e cozinha para 
o chefe do Posto Administrativo 
Casa e cozinha do chefe do posto 
habitável 
Abertura de furo de água Furo de água em construção 
Quequer B 59.000,00 
Construção de sala de aula na 
escola A sala de aula existente e 
funcional 
Construção da sede do círculo 
Circulo existente onde realizam 
as reuniões 
 
163 
 
Compra de peças para a 
manutenção de furos de água Furos de água em funcionamento 
 Construções de uma barraca no 
mercado para os vendedores 
guardarem os seus materiais. 
Barraca em funcionamento no 
mercado local 
Macumene 230.000,00 Um valor 63.000.00Mt 
redistribuído por 3 comunidades 
 
Um valor de 78.000.00 Mt 
entregue a comunidade de 
Mbovane; 
 
Um valor de 21.000 Mt entregue a 
cada comunidade: Macumene, 
Chicomo, Mbuva 
 
Um valor de 110.000,00 meticais, 
utilizado na construção de 3 salas 
de aula, um Gabinete do director da 
escola e a casa do director da 
escola. 
Salas de aula e gabinete do 
director funcionais 
O director reside na casa 
Docolo 8.000,00 Manutenção de 2 furos de água Furos de água em funcionamento 
 Murure-sede Nunca se beneficiaram do valor por falta de conta bancária, mas existe um valor 
162.004,00 Meticais que pertence a comunidade segundo informação dos SPFFB de 
Inhambane. 
 
164 
 
Anexo 11. Província de Gaza 
Tabela 16: Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido 
(mt) 
Projecto Situação Actual 
Massingir Zulo Não sabe mas 
levantou 
50.000,00 
Construção de uma sala de 
reuniões da comunidadeEsta por concluir por falta de 
mais fundos 
Banga 55.000,00 Aquisição de uma motobomba e 
tubagem de rega para machamba 
e pomar 
Não se sabe onde esta a 
motobombas e a tubagem. 
Não há nem machamba nem 
pomar. 
Guija Mpelane 29.028,00 Compraram chapas para 
cobertura de uma sala de aula, 
casa do director da escola e um 
alpendre para reuniões para a 
comunidade 
Tudo está concluído e a ser 
utilizado. 
 
Manjacaze Banze Nunca 
receberam 
Nada feito estão esperando pelo 
valor dos 20% prometido. 
 
 ChilumbeleB Nunca 
receberam 
Nada feito, estão esperando pelo 
valor dos 20% prometido. 
 
 
 
165 
 
Anexo 12. Província de Maputo 
Tabela 17: Projectos implementados nas comunidades visitadas 
Distrito Comunidade Valor recebido 
(mt) 
Projecto Situação Actual 
Matutuine 
 
 
 
Kwachy Nunca foram 
levantar mas tem 
na conta 19.838,00 
 
Nenhum Desde 2008, que tomaram o 
conhecimento de que tinham 
11,120.00 meticais. Não 
levantaram o dinheiro porque 
acharam que é pouco não da para 
os projectos planificados 
Ndane Valor transferido 
na conta 41.282,00 
 
Levantaram apenas 
8.000,00 
5.000,00 compra de 
produtos para a 
visita da 
governadora em 
2008 
 
3.000,00 estão 
guardados pelo 
tesoureiro desde 
2008 
 
Pochane Valor transferido 
60.063,00 
 
Levantaram 
13.000,00 em 2008 
17.220,00 em 2009 
13.000,00 compra 
de vasos e mudas 
para o 
reflorestamento 
 
17.220,00 
compraram 
máquina para fazer 
bloco 
Desistiram de fazer os viveiros 
para fazer o reflorestamento; 
 
 
A máquina de fazer bloco existe, 
está ser usada pela comunidade. 
 
 
166 
 
Anexo. 12. Alguns projectos visitados durante o estudo 
 
Fotos 20 e 21 : Um dos furos de água de Mepuera e a moageira de Muitetere já 
avariada 
 
Foto 22. Beneficiários de micro-crédito. A motorizada comprada com o dinheiro resultante do 
negócio da cantina. 
 
 
Fotos 23 e 24 . Cobertura das salas de aula na comunidade de Nicarro e salas de aulas 
convencional na comunidade de Quonela-Mogovolas 
 
167 
 
 
 
Fotos 25 e 26 . Uma moageira avariada na comunidade de Mocubela-Sede e uma banca 
fechada na comunidade de Muedebo, negocio parado, na província da Zambézia. 
 
Fotos 27 e 28 . Moageira na comunidade de Nhamajanela, distrito de Changara. e uma escola 
melhorada que está sendo construída com os 20% em Khokhue- Moatize, província de Tete. 
 
 
Foto 29: Escola construída com parte dos 20% - Nhambita–Gorongosa-Sofala 
 
168 
 
 
 
Foto 30. Chapa para casa dos professores compradas com os 20% - Pyndanyanga –Gondola-
Manica 
 
 
Fotos 31 e 32. Cobertura das salas de aula na comunidade de Cubimo e um dos furos de água 
na comunidade de cubimo 
 
Fotos 33, 34 e 35 . Escola reabilitada, furo em construção e uma cozinha da casa do Chefe do 
Posto Administartivo. 
 
169 
 
 
Foto 36. Projecto da comunidade de Zulo, distrito de Massingir, província de Gaza, uma sala 
de reuniões comunitária não concluída. 
	Agradecimento
	Lista de Acronimos
	Sumário executivo
	Cerca de 78% da superfície do país é ocupada por florestas 0F . A área coberta de floresta potencialmente produtiva, contendo espécies de valor comercial, é de cerca de 20 milhões de hectares. Esta área corresponde cerca de 24% da superfície total do ...
	Estes recursos naturais representam um grande capital para a sobrevivência da população rural em Moçambique. Assim, a aprovação de um quadro legal sobre a gestão dos recursos naturais particularmente a Política e Estratégia de Florestas e Fauna Bravia...
	Assim o presente estudo recomenda a DNTF que faça uma reflexão urgente e profunda para tomar medidas que permitem a operacionalização do processo de canalização dos 20% segundo as acções concretas inseridas no presente relatório, tendo como o enfoque...
	1. Introdução
	Objectivos do estudo
	Metodologia de trabalho
	Revisão bibliográfica
	Planificação do trabalho de campo
	Trabalho de campo
	Alguns constrangimentos durante o trabalho de campo
	Mapa ilustrativo dos distritos visitados
	A génese do Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio
	Conteúdo do Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio
	Artigo 2
	Artigo 3
	Artigo 4
	Artigo 5
	Artigo 6
	Apresentação das constatações
	Estágio actual do processo de canalização e entrega de 20% das taxas de exploração florestal e faunística;
	Conhecimento e as percepções dos diferentes actores sobre o Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio
	Papel dos diferentes intervenientes na aplicação do Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio
	Valores Transferidos e Comunidades Beneficiarias
	O conhecimento e percepção sobre o Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio ainda são muitodiferenciados em todos os níveis de intervenção, ocorrendo menor domínio sobre o processo a nível local (Postos Administrativos e comunidades). Esta situação é consequência da falta e ou fraca divulgação do instrumento por parte das entidades responsáveis pelo licenciamento da utilização dos recursos florestais e faunísticos criando dificuldades de ordem operacional na implementação do referido diploma. 
	Os SPFFB, DPT, Administrações distritais, ONGs, CGRN, instituições bancárias e operadores são os principais intervenientes na implementação do Diploma Ministerial n° 93/2005 de 4 de Maio. Esses participam no licenciamento, na facilitação da criação dos CGNR, no registo das comunidades locais beneficiárias, na abertura das contas bancárias, na transmissão da informação sobre as transferências dos fundos, na movimentação bancária, etc. As ONGs, jogam também um papel muito importante na capacitação dos CGRN para a gestão dos recursos naturais e as respectivas receitas provenientes dos 20%. Entretanto, existem poucas ONGs a trabalhar especificamente na canalização dos 20%, sendo as províncias de Maputo e Inhambane e Tete as que não possuem actualmente nenhuma ONGs a intervir no processo. 
	O Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio sobre os mecanismos que regulam a canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística às comunidades está sendo implementado em todo território de Moçambique. Desde a sua aprovação em 2005 a...
	A planificação e utilização dos 20%, assim como a implementação de projectos financiados pelos referidos fundos
	Em todos os comités de gestão de recursos naturais das comunidades visitados nas 10 províncias, 93% dos homens exercem funções de presidente, vice-presidente, secretário, fiscal e tesoureiro. As mulheres são na sua maioria membros e participantes pass...
	Na província de Inhambane das nove comunidades visitadas, nenhum CGRN tem as mulheres no cargo de liderança. Todas as são simplesmente membros ou conselheiras.
	Impactos
	Os constrangimentos, oportunidades encontrados ao longo do processo de implementação do Diploma Ministerial n 93/2005 de 4 de Maio e desafios
	Por outro lado, a redução ou ausência de operadores nas comunidades com potencial de recurso naturais devido a limitação do mercado e capacidade técnica dos mesmos poderá determinar a sustentabilidade e a comparticipação do fundo no processo de desenv...
	Considerações finais e proposta de acções concretas para a DNTF com vista a melhorar o processo de canalização e uso dos 20% das taxas de exploração dos recursos naturais
	Referências Bibliográficas
	Anexo1. Amostra do estudo
	Anexo 2. Lista de participantes nas entrevistas
	Legenda: H- homem, M-mulher Anexo3. Província de Niassa
	Anexo 4. Província de Cabo Delgado
	Anexo.5. Província de Nampula
	Anexo 6. Província da Zambézia
	Anexo 7. Província de Tete
	Anexo 8. Província de Sofala
	Anexo 9. Província de Manica
	Anexo 10. Província de Inhambane
	Anexo 11. Província de Gaza
	Anexo 12. Província de Maputo
	Anexo. 12. Alguns projectos visitados durante o estudo

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