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A POESIA INFANTIL
Poesia: definição, linguagem e a relação com a criança
A poesia é uma modalidade literária ampla de gênero que remonta a Grécia Antiga.
 O termo poiesis quer dizer fabricar algo artístico, produzir, engendrar.
A POSEIA INFANTIL
 Os textos literários da antiguidade clássica eram produzidos em versos, metrificados e a intenção poética era a busca formal que demonstrasse empenho de sonoridade, musicalidade e ritmo. 
 A poesia é a mãe de todas as artes, porque há poesia não só na literatura, mas na pintura, na escultura, na música, na arquitetura e, nos últimos séculos, na fotografia, no cinema, no vídeo etc.
A POSEIA INFANTIL
 Ler poesia para crianças ou oferecer-lhes poemas que sejam prazerosos: 
 ajuda a desenvolver, construir e conscientizar a vivência afetiva da criança;
 permite alicerçar o mundo sensorial, perceptivo e afetivo delas.
A POSEIA INFANTIL
 A linguagem poética infantil contribui para a formação da criança como ser humano e cidadão.
Autores do século XX recomendados para o trabalho com poesia em sala de aula:
 Cecília Meireles
 Vinícius de Moraes
 José Paulo Paes
 Mário Quintana
A POSEIA INFANTIL
O Colar de Carolina (Cecília Meireles)
Com seu colar de coral, 
Carolina 
corre por entre as colunas 
da colina.
O colar de Carolina 
colore o colo de cal, 
torna corada a menina.
  
E o sol, vendo aquela cor 
do colar de Carolina, 
põe coroas de coral
nas colunas da colina. 
 
 
A POSEIA INFANTIL
NO poema O Colar de Carolina, Cecília Meireles
 metaforiza elementos da natureza envolventes na vivência de uma menina.
 "Colina", "coral", "cal" e "sol" são objetos vitais que contrastam com os produzidos pelo homem: "colunas", "colar", mais artificiais. 
A POSEIA INFANTIL
 personifica o colar, que ganha vida;
 trabalha as aliterações em "c"  /k/,  "r" /r/ e "l" /l/, cujo ritmo poético busca a sonoridade e a musicalidade do passeio da menina que atravessa as paisagens verde e marinha.
 Em rimas ricas "Carolina/colina" e cruzadas (abcb/bab), bem como repetições, constrói-se o ritmo poético do texto, importante recurso para a criança envolver-se nas intenções musicais e sonoras tão ricas criadas no poema. É o passeio da menina na paisagem mais natural. 
A POSEIA INFANTIL
 usa o jogo lúdico da paranomásia criado na distinção entre "colar" e "coral", justamente a dividir e destacar os dois mundos do poema: o natural e o artificial.
 faz o retrato de uma menina na paisagem mais lírica, a colina e o mar, o leitor criança, na leitura, é instigado a participar do movimento dinâmico de toda criança a brincar, a andar, a passear.
A POSEIA INFANTIL
 constrói quatro estrofes assim organizadas:
 1ª estrofe: um quarteto (conjunto de quatro versos);
 2ª estrofe: um terceto (conjunto de três versos);
 
 3ª estrofe: outro terceto; 
4ª estrofe: um monóstico (conjunto de um verso).
A POSEIA INFANTIL
rompe com a estrutura tradicional do poema, porque temos como se fosse o correr de Carolina engendrado no texto poético, metaforizado em verso, que se desgarra do possível quarteto final, e constrói o terceto da 3ª estrofe e o monóstico da última.
 Trata-se da liberdade de Carolina transfigurada na fluidez formal do poema.
A POSEIA INFANTIL
A poesia infantil dos autores da literatura moderna apresenta sempre essa qualidade estética, pois engendra imagens belas, tocantes e move-se, de modo sensível, no mundo da criança.
 Cecília Meireles, tanto quanto outros poetas, busca construir o eu lírico criança, para falar diretamente com o leitor infantil, o que significa buscar procedimentos de escrita poética que restituam e reinstaurem o lado mais perceptivo e sensorial desta. 
A POSEIA INFANTIL
 É uma poesia de surpresas, de sensações e, como diz José Paulo Paes, "uma brincadeira com as palavras".
CONCLUINDO
 O educador de início precisa aprender a gostar de poesia infantil, buscar os sentidos do texto a ser lido para as crianças, perceber, saborear e tentar passar, através da sua leitura modelar, o ritmos poéticos que os poemas pedem. Cada poema constrói o ritmo, a sonoridade e a musicalidade próprios e o educador deve, portanto, ir ao encontro das formas e sentidos originais de cada texto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANDIDO, Antonio. Textos de intervenção. São Paulo: Duas cidades, 2002.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000.
EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Ilustrações de Thais Linhares. 6. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
POUND, Ezra. ABC da Literatura. 14ª edição. São Paulo: Pensamento, 2002.
SAMUEL, Rogel (org). Manual da Teoria Literária. Petrópolis: Vozes, 1985.
SAYEG-SIQUEIRA, João. O texto. São Paulo: Selinute Editora, 1996.