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TEMA 1 – CONCEITOS INICIAIS AULA 1 - Dano, Nexo Causal e Conduta Reprovada pelo Direito. Danos – noções introdutórias - Cláusula penal de natureza acessória também é um dano passível de reparação. - Dano é um pressuposto do dever de reparar, que deve decorrer da lesão a um bem jurídico. Nexo Causal – introdução - Art. 403, CC - A doutrina e jurisprudência costuma trabalhar com duas teorias inerente ao nexo causal, quais sejam, causalidade adequada e dano direito e imediato. AULA 2 Nexo Causal – introdução - Liga o dano a uma conduta contrária ao direito - Concausas complementares: cada um responde por sua parte - Concausas concorrentes: podem ir ao mesmo sentido (solidariedade) ou podem se colidir (pode ter uma atenuação). - A atenuação pode ser verificar em perícia, que vai verificar eventual culpa concorrente da vítima. - Excludentes do dever de reparar: fato exclusivo da vítima (dano decorreu exclusivamente do comportamento da vítima), caso fortuito e força maior, fato de terceiro. Art. 393 – O devedor não responde pelos prejuízos resultado do caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. AULA 3 Fatores de atribuição do dever de reparar - O caso fortuito e força maior serão considerados como excludentes quando o fato gerador do dano não for conexo à atividade desenvolvida. - Só há exclusão ao dever de reparar na atividade empresária, se o fato decorrer de algo estranho a atividade explorada pela empresa, não está relacionada com o coração do negócio. - Negligência, imprudência, imperícia; - Responsabilidade objetiva - Conduta contrária ao direito - Comportamento contrário ao direito - Abuso de direito AULA 4 Unificação do Sistema de Responsabilidade Civil - A responsabilidade contratual consiste na violação de um dever pontual nascida na esfera de autonomia privada; - Há uma tendencia de ampliação dos contornos da responsabilidade contratual, pois tutela melhor a vítima. Elementos distintivos entre responsabilidade contratual e extracontratual: • Ônus probatório: na seara contratual, os ônus são mais leves. • Prescrição: prazo de 3 anos é para extracontratual; a responsabilidade contratual se sujeita ao prazo de 10 anos (relações civis) e 5 anos (CDC) • Ajuste de Cláusula Penal: só pode ser pactuada na autonomia privada. • Influência da capacidade civil: relação com nulidade e anulabilidade. • Responsabilidade subjetiva: identificada na responsabilidade extracontratual. • Foro competente: extracontratual (onde o fato aconteceu ou por outra previsão legal); contratual (pode ser escolhida pelas partes) TEMA 2 – RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL AULA 1 - Pode decorrer de declaração unilateral de vontade; - O pagamento atrai e polariza obrigacional, é o seu fim; - Não contratamos pensando em não cumprir o contrato; Princípios Estruturantes do Pagamento 1. Princípio da identidade, correspondência ou pontualidade Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. - Pontualidade diz respeito a exatidão ao que foi planejado (pactuado). - Correspondência entre o que se prometeu e o que se entregou. 2. Princípio da integralidade Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. - Pagamento não deve ocorrer nem antes, nem depois do projetado. AULA 2 3. Princípio da boa-fé - A boa-fé não está expressamente posta entre as regras do pagamento - Boa-fé é uma regra de interpretação dos contratos – Art. 187, 313 e 422 CC. - ínfimas incongruências entre o prometido e o que foi entregue, não devem autorizar a resolução do contrato. - Boa-fé quando há pagamento substancial da dívida. STJ entende que a tese não se aplica para alienação fiduciária com garantia. Modalidades do não Cumprimento - Inadimplemento - Mora (Atraso) - Cumprimento imperfeito, inexato ou adimplemento ruim - Violação de deveres gerais de conduta - Há uma discussão teórica sobre a violação positiva do contrato (se existe e se há legitimidade para eventual recurso). AULA 3 - Professor entende insustentável a tese de violação positiva do contrato, pois seriam casos de mora ou inadimplemento, vez que se volta ao cumprimento da prestação. - Seria o descumprimento de obrigações laterais (acessórias) do contrato. Deveres gerais de conduta que nascem da boa-fé. AULA 4 Culpa - Ao construir uma petição inicial que discute responsabilidade contratual, prescindível mostrar a culpa, desde que exista uma minuta particular ou instrumento público. - Professor sugere mostrar o dano e o nexo causal. - Cabe ao devedor mostrar que não agiu com culpa ou uma excludente de causalidade TEMA 3 – INADIMPLEMENTO ABSOLUTO Aula 1 - Inadimplemento é uma impossibilidade de cumprimento de uma obrigação imputável ao devedor. - Inadimplemento de uma conduta atribuída ao devedor. - Consequência do inadimplemento: resolução do contrato com indenização em perdas e danos. Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros, atualização monetária e honorários de advogado. - Impossibilidade: não há mais como se cumprir a obrigação, por força. Restitui-se o que se eventualmente se pagou, sem condenação em perdas e danos, em regra. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. - É possível, contratualmente, distribuir eventuais riscos inerentes aos casos fortuitos e força maior que venham a impossibilitar o cumprimento do contrato. - Não pode ser feito em desfavor da parte vulnerável. Ex.: Contrato de Adesão. Aula 2 - Nas obrigações negativas (de não fazer), o devedor se torna inadimplente quando realizada ato de que deveria se abster. - O devedor responde desde o dia que executou o ato. - Todos os bens do devedor respondem pelo inadimplemento, exceto os previstos no artigo 833 do CPC. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. - Situação em que recai a responsabilidade objetiva, não precisa demonstrar a culpa. - Culpa que está embutida no cumprimento da obrigação. - Cabe ao devedor comprovar o cumprimento da obrigação ou alguma exceção pelo contrato não cumprido. Aula 3 - Os contratantes só se responsabilizam pelos riscos que tiver culpa. DISTRIBUIÇÃO DE RISCOS. Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão por conta do dono. - Riscos que não estão ligados pela sua conduta, correm por conta do dono da obra. - Resp 1.290.383/SE - Esse julgado enfatiza a figura do cumprimento imperfeito, pois houve a entrega do imóvel, mas que tinha vícios construtivos. Não cumprimento das obrigações na Lei do Distrato - (Lei n. 13.786/2018) - Termo que põe fim a um contrato. - Resolução unilateral só é cabível quando tem arras com natureza penitencial. Aula 4 - A lei do distrato é uma norma com muitas imprecisões técnicas - É uma norma que não retroagiu e também não serve para violar direitos dos consumidores. - Estabelece os itens necessários nos contratos de incorporadoras que vendem unidades autônomas. - Indenização de 1% ao mês por não entrega do imóvel por prazo superior aos 180 dias. Doutrina entende que não pode cumular com juros moratórios, pois é uma indenização com naturezade juros. - Mesmo que a construtora alegue caso fortuito, será aplicada a sanção prevista, conforme jurisprudência uníssona dos tribunais. TEMA 4 – INADIMPLEMENTO RELATIVO E SEUS EFEITOS Aula 1 - A mora é mais que demora; é a demora qualificada que gera repercussões contratuais. - Haverá mora quando haja atraso no cumprimento da prestação e esse atraso possa ser imputável a uma das partes. - A mora pode se dar por conduta do devedor ou do credor. - O não cumprimento de uma obrigação negocial pode se dar com a violação de um dever de prestação ou na violação de um dever geral de conduta. - Na violação de um dever de prestação, temos inadimplemento, mora ou cumprimento imperfeito - Inadimplemento é a impossibilidade de cumprir a obrigação, enquanto a mora é o atraso, que poderá ser purgado. - Consequência da mora do devedor (art. 394 e 399) Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. - A redação do art. 394 excede aquilo que deveria se entender por mora. Equívoco no lugar e forma não deveria ser entendido como mora. - Consequências da mora do credor (art. 400) Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. - Purgação da mora: corrigido, sanado, adimplido. - Culpa e a mora: parte da doutrina entende que não precisa da culpa para caracterização da mora. Aula 2 Efeitos da Mora – Art. 395 Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários e honorários de advogado. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. - De acordo com a redação do parágrafo único, a mora se torna inadimplemento, dada a impossibilidade de cumprir a prestação. Caráter transformista. - Geralmente ocorre quando a obrigação deve ser cumprida em uma data determinada e o devedor não cumpre. Ex.: Casamento, aniversário, etc. - Art. 43-A, §1º da Lei do Distrato: entrega do imóvel ultrapassar o prazo estabelecido, o adquirente poderá requerer a resolução do contrato, desde que demonstre que a finalização da obra ainda vá demorar muito mais tempo. - AResp 2.167.902/RJ Aula 3 - A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização da mora do devedor. - Contratos com cláusulas abusivas não possibilita a caracterização da mora - Caso fortuito e força maior somente serão considerados como excludentes quando o fato gerador do dano não for conexo à atividade desenvolvida. - Art. 397 - O inadimplemento de obrigação positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor (mora ex re). Não precisa notificar o devedor. - Todavia, não havendo dia ajustado, necessária a interpelação ou notificação. DICA: usar telegrama. - Alienação Fiduciária: necessita notificar formalmente o devedor para realizar a consolidação da propriedade. - Art. 398 - Nas obrigações decorrentes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora desde que o praticou. Adimplemento Substancial - Tese: Foi paga parte substancial da dívida, logo o credor não poderia postular a resolução do contrato. - Contudo, não pode obrigar o credor a eternamente esperar para receber seu crédito. - Solução da doutrina: ação de cobrança - Jurisprudência: resolução do contrato, vide AResp 362.459/PR; AResp 382.989/MG Aula 4 - O devedor em mora responde pelas perdas e danos em virtude da impossibilidade de cumprir a obrigação, salvo se demonstrar que o dano sobreviria mesmo se a obrigação fosse adimplida. Mora do Credor - Credor deve cooperar com o adimplemento. - A mora do credor isenta o devedor da responsabilidade pela conservação da coisa e obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, bem como se sujeita a receber a coisa Purgação da Mora - Pelo devedor: oferece a pagar o que foi prometido, mais perdas e danos, juros, correção monetária, etc. Ver lei da locação. - Pelo credor: aceita receber o pagamento, sujeitando-se aos efeitos da mora; Obs.: Purgação da mora não se confunde com cessação demora, pois na cessação ocorre fato extintivo de fatos pretéritos e futuros, como se sucede na novação, remissão ou renúncia do credor quanto à dívida. TEMA 5 – CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO Aula 1 Violação dos Deveres Contratuais - Existem dois grandes deveres contratuais: os deveres de prestação (ligados ao coração do objeto) e os deveres laterais (ligados a boa-fé); - Quando um dever de prestação é desrespeitado, isso pode ser dar em três possibilidades: - Inadimplemento: impossibilidade de cumprimento do contrato. - Mora (Atraso) - Cumprimento imperfeito: Ex.: Vício redibitório; Violação de transparência; falha no dever de informação. Aula 2 Consequências no Universo dos Juros - Juros é diferente de correção monetária. A correção monetária é atualização do valor da moeda em virtude da inflação; Atualização do poder de compra; - Os juros são frutos civis. - Juros moratórios: decorrem da mora. São devidos também nas situações de inadimplemento. - Juros compensatórios: servem para remunerar um eventual “empréstimo” do dinheiro. Remuneração pelo fato do credor não ter o valor a sua disposição por certo período de tempo. - Taxa legal x Taxa Convencional: Há limites que podem ser convencionados pelas partes, mas que se não for, deve ser respeitado os limites legais. Lei 14.905/2024 alterou o artigo 406, CC, que passou a prever a seguinte redação Art. 406. Quando não forem convencionados, ou quando o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, os juros serão fixados de acordo com a taxa legal. § 1º A taxa legal corresponderá à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), deduzido o índice de atualização monetária de que trata o parágrafo único do art. 389 deste Código. § 2º A metodologia de cálculo da taxa legal e sua forma de aplicação serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional e divulgadas pelo Banco Central do Brasil. § 3º Caso a taxa legal apresente resultado negativo, este será considerado igual a 0 (zero) para efeito de cálculo dos juros no período de referência. - Selic é uma taxa de juros pré-fixada, mas que engloba correção monetária. (CONFUSO) - Os juros moratórios fluem desde a citação, vide art. 405, CC. Segundo o professor, essa regra desestimula a tentativa de conciliação extrajudicial, pois o credor perde períodos sem a incidência de juros. - Enunciado 427 das Jornadas de Direito Civil 27 – Art. 405: Os juros de mora, nas obrigações negociais, fluem a partir do advento do termo da prestação, estando a incidência do disposto no art. 405 da codificação limitada às hipóteses em que a citação representa o papel de notificação do devedor ou àquelas em que o objeto da prestação não tem liquidez. (V Jornada de Direito Civil, 2011) Aula 3 Cláusula Penal - Cláusula Penal é um ajuste contratual por meio de qual se antecipa o quantitativo de perdas e danos. Promover a liquidação antecipada das perdas e danos. - Também existiria uma função de constranger a parte ao inadimplemento. - Cláusula Penal Moratória:ligada ao atraso imputado a parte. - Cláusula Penal Resolutória: ligada ao inadimplemento (impossibilidade) que enseja a resolução do contrato. - Redução Judicial da Cláusula Penal: dever imposto ao juiz; Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo- se em vista a natureza e a finalidade do negócio. - Resp. 1.641.131/SP - Cláusula Penal ligada a um dever geral de conduta: pode ser exigida com a obrigação principal - O valor da cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. - O credor para exigir a clausula penal convencional, não necessita alegar o prejuízo. - Tema 971 do STJ No contrato de adesão firmado entre o comprador e a construtora/incorporadora, havendo previsão de cláusula penal apenas para o inadimplemento do adquirente, deverá ela ser considerada para a fixação da indenização pelo inadimplemento do vendedor. As obrigações heterogêneas (obrigações de fazer e de dar) serão convertidas em dinheiro, por arbitramento judicial. Aula 4 Perdas e Danos - Atraso de entrega de obra por incorporadora (Resp – Risco do negócio/da atividade) - Compromisso de Compra e Venda: atraso na entrega do imóvel acarreta a presunção dos lucros cessantes, vez que o bem poderia ser alugado. - Tema Repetitivo 996: As teses firmadas, para os fins do artigo 1.036 do CPC/2015, em contrato de promessa de compra e venda de imóvel na planta, no âmbito do Programa Minha Casa, Minha Vida, para os beneficiários das faixas de renda 1, 5, 2 e 3, foram as seguintes: 1.1. Na aquisição de unidades autônomas em construção, o contrato deverá estabelecer, de forma clara, expressa e inteligível, o prazo certo para a entrega do imóvel, o qual não poderá estar vinculado à concessão do financiamento, ou a nenhum outro negócio jurídico, exceto o acréscimo do prazo de tolerância; 1.2. No caso de descumprimento do prazo para a entrega do imóvel, incluído o período de tolerância, o prejuízo do comprador é presumido, consistente na injusta privação do uso do bem, a ensejar o pagamento de indenização, na forma de aluguel mensal, com base no valor locatício de imóvel assemelhado, com termo final na data da disponibilização da posse direta ao adquirente da unidade autônoma. 1.3. É ilícito cobrar do adquirente juros de obra, ou outro encargo equivalente, após o prazo ajustado no contrato para a entrega das chaves da unidade autônoma, incluído o período de tolerância. 1.4. O descumprimento do prazo de entrega do imóvel, computado o período de tolerância, faz cessar a incidência de correção monetária sobre o saldo devedor com base em indexador setorial, que reflete o custo da construção civil, o qual deverá ser substituído pelo IPCA, salvo quando este último for mais gravoso ao consumidor. - Perda de uma chance é um dano passível de valoração e critérios para imputação do aludido dever. TEMA 6 – Responsabilidade Civil Extracontratual (Aquiliana) Aula 1 - Há uma tendência de superação dessa divisão (contratual x extracontratual), dada a previsão do CDC que adota vício do produto ou do serviço. Ato ilícito puro - É o ato ilícito indenizante. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. - Soma de coisas: deve violar direito E deve ter dano. Ex.: Dirigir bêbado por si só não é ato ilícito. Ex.: Acidente em obra que não casou dano não é ato ilícito. Aula 2 Abuso de Direito Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. - “O meu direito termina onde começa o seu direito” - Não existe direito absoluto - Decorre do exercício imoderado (irregular) de um direito. - A ilicitude está na forma de execução do ato. É a prática de um ato lícito, mas de forma abusiva. Ex.: Publicidade abusiva (art. 37, §2º, CDC); Ex.: Abuso no exercício de propriedade (art. 1.228, §2º, CC) Ex.: Cláusulas abusivas ou antissociais. Aula 3 - O abuso de direito, segundo doutrina majoritária, exige o dano, pra fins de responsabilidade civil, por força do art. 927, CC. - Para outros fins, não. Ex.: Declarar a nulidade de cláusula abusiva. - O abuso de direito não exige culpa, dada a ausência de previsão no art. 187, CC e enunciado 37 da 1ª JDC. Atos lícitos – Excludentes do Ato ilícito Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. - Em regra, não há responsabilidade civil. - Inciso II corresponde a Estado de Necessidade. - Os atos praticados em Estado de Necessidade não podem ser abusivos. - Legitima Defesa: uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão contra si ou contra terceiros. - Legitima Defesa Putativa: falsa percepção da realidade. Pensa que estava em situação de perigo, mas não estava. Logo, era responsabilidade civil. - Legitima Defesa da Posse (art. 1.210, §1º, CC): mecanismo de autotutela civil. Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Aula 4 - Estado de Necessidade: pode ser agressivo ou defensivo. O agressivo gera responsabilidade civil por ato lícito. O defensivo não gera responsabilidade civil. Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes- á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). - A previsão indenizatória não se aplica se o “dano” foi criado por policial ou bombeiro, por estar em exercício regular das próprias funções. - Exercício Regular de Direito Súmula 359/STJ: Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição. Súmula 404/STJ: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros. - O que não se admite é a inscrição indevida, pois é ato ilícito. - A comunicação ao devedor, pelo credor, decorre da boa-fé objetiva. - Prazo máximo de cadastro: 5 anos. Se mantiver por prazo maior, trata-se de abuso de direito passível de indenização. TEMA 7 – Responsabilidade Civil Extracontratual Aula 1 – Elementos Fundamentais Elementos Estruturais: • Conduta • Culpa • Nexo de Causalidade • Dano ou Prejuízo - Alguns autores fundem conduta humana com culpa lato sensu sob o fundamento de que o Código Civil de 2002 teria adotado um sistemadual (responsabilidade com culpa e responsabilidade sem culpa). Conduta Humana - Pode ser por ação (comittendo) ou por omissão (omittendo). - Na omissão, para que o agente responda, dois elementos devem ser provados: 1. Que o ato deveria ser praticado (omissão genérica); 2. A omissão em si (omissão específica). Aula 2 Culpa Lato Sensu (sentido amplo) - Engloba dois conceitos, quais seja, dolo (intenção de causar prejuízo) e culpa stricto sensu (violação de um dever preexistente). - A culpa em sentido estrito decorre de ato praticado com imprudência (falta de cuidado), negligência (omissão) ou imperícia (falta de qualificação para praticar o ato). - A culpa grave equivale ao dolo, pelo qual se aplica o princípio da reparação integral dos danos. - Dolo Eventual ou Preterdolo, ambos institutos do direito penal, aplica-se a reparação integral dos danos, pois equivalem a culpa grave. - A conduta da vítima como fator atenuante do nexo, ou seja, há redução equitativa da indenização. Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. - Culpa Concorrente da vítima faz reduzir a indenização (quantum debeatur) Aula 3 - Culpa presumida: não é sinônimo de responsabilidade objetiva, apesar da semelhança quanto a inversão do ônus da prova. - Na culpa presumida, se o agente (autor da ação) comprovar que não teve culpa, o agente não responde. - Na responsabilidade objetiva, para não responder, deve comprovar uma excludente. Do contrário, responderá pelo dano independente de culpa. Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. - São hipóteses de responsabilidade objetiva. Nexo de Causalidade - É o elemento imaterial da responsabilidade civil. - É uma relação de causa e efeito entre a conduta e o dano. - Responsabilidade Subjetiva: Culpa Lato Sensu - Responsabilidade Objetiva: Lei ou por uma atividade de risco. Não é porque a responsabilidade é objetiva (responde independente de culpa), que não precisaria de nexo causal. - Existem três teorias do Nexo Causal: 1. Teoria do Histórico dos Antecedentes: afirma que todos os fatos correlatos, diretos ou indiretos, geram a responsabilidade civil. Responderia até Adão e Eva. Não foi adotada no Código Civil. 2. Teoria do Dano Direto e Imediato (art. 403, CC): somente é indenizável os danos que decorrerem diretamente do ato do agente. 3. Teoria da Causalidade Adequada (Art. 944 e 945, CC): indenização adequada as condutas dos agentes. Obs.: Professor entende que o CC adotou a teoria da causalidade, pois são artigos específicos que tratam de nexo causal. Aula 4 Excludentes de Nexo de Causalidade: obstam o dever de indenizar e se aplicam tanto para a responsabilidade subjetiva quanto para a responsabilidade objetiva. 1. Culpa ou Fato Exclusivo da Vítima: evento foi causado por conduta da vítima. 2. Culpa ou fato exclusivo de terceiro: o terceiro é o totalmente estranho a relação. 3. Caso fortuito e força maior: - Caso Fortuito: é o evento totalmente imprevisível, sendo irrelevante se é evento da natureza ou do homem. - Força Maior: evento até previsível, mas inevitável. - Eventos internos e Eventos externos: leva em conta o risco da atividade, do negócio ou do empreendimento. - Eventos internos: entram no risco e não são excludentes. - Eventos externos: não entram nesse risco e são excludentes. STJ: - Assalto a ônibus: evento externo, não enseja responsabilidade; - Assalto a banco: evento interno, ensejando dever de indenizar; - Assalto a “shopping” = evento interno, logo indenizável. - Ataque de psicopata a “shopping” = evento externo. - Súmula 479 Fraude Bancária praticada por terceiro + eletrônica = evento interno. Banco responde pela clonagem do cartão. TEMA 8 – Responsabilidade Civil Extracontratual Aula 1 Dano - É a diminuição direta ou indireta do patrimônio; - É a desvantagem suportada por um bem; - É a lesão a interesse digno de tutela. - Dano indenizável é o dano atual Dano Patrimonial • Lucro Cessante: aquilo que efetivamente deixou de ganhar. • Dano Emergente: o que foi efetivamente perdido como consequência indireta do ato ilícito. • Lucro de Intervenção: tem ligação com o uso de bens alheios que produz lucro e, portanto, deve ser restituído ao titular do bem utilizado. • Chances perdidas - Interesse positivo: aquilo que teria recebido se a obrigação tivesse sido comprida; - Interesse negativo: as despesas feitas para contratar. Geralmente ocorre na fase pré- negocial. Aula 2 Danos Extrapatrimoniais - Configuração: dor, sofrimento, angústia, náusea; - São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. - O dano moral não se caracteriza quando há mero aborrecimento inerente ao prejuízo material. - O dano extrapatrimonial passivo de reparação não pressupõe necessariamente a verificação de sentimentos humanos desagradáveis como dor ou sofrimento. CJF V, E 445. - CJF VII. E. 589. A compensação pecuniária não é o único modo de reparar o dano extrapatrimonial, sendo admitida a reparação in natura, na forma de retratação pública ou outro meio. Aula 3 Novos Danos? - Dano Estético; - Dano à privacidade; - Dano à intimidade; - Abandono afetivo; - Dano existencial; - Não tem necessidade de tantas categorias de danos. 1. Dano à Integridade Psicofísica Dano a integridade física ou a psique (mente); 2. Dano Psíquico É aquele resultante de transtornos mentais (confusão mental). Comportamentos patológicos. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 3. Dano à Esfera Sexual A conduta de terceiro que impede a pessoa casada com a vítima de ter vida sexual ativa com o cônjuge lesado dispara o dever de reparar o dano causo à esfera sexual. Ex.: ato de terceiro gera lesão ao órgão genital que impede a vítima de ter relação. 4. Choque nervoso ou lesão psiquiátrica Choque sofrido por alguém que presenciou uma situação de grande perigo à sua vida ou integridade física ou, ainda, relacionada à alguém próximo. Aula 4 Dano Existencial - Alteração prejudicial e involuntária do cotidiano da pessoa. - Pode ser uma atividade ou um conjunto de atividades que a vítima praticava no dia a dia e que, em razão do evento lesivo, precisou suprimir, modificar ou delegar sua realização. - Alteração no hábito de vida e sua maneira de viver socialmente. Dano Estético - Qualquer modificação duradoura ou permanente na aparência externa de uma pessoa, modificação esta que lhe acarreta um “enfeamento” e lhe causa humilhações e desgostos. - Se houver intervençãoplástica possível, não haverá dano estético. TEMA 9 – Classificação da Responsabilidade Civil Extracontratual Aula 1 - Responsabilidade Objetiva. - Responsabilidade Subjetiva. A responsabilidade civil pode ser subjetiva ou objetiva. Na responsabilidade subjetiva, é necessário comprovar a culpa ou dolo do agente causador do dano, isto é, é necessário comprovar que o agente agiu com negligência, imprudência ou imperícia. Já na responsabilidade objetiva, não é necessária a comprovação de culpa ou dolo, considerando somente a demonstração do nexo de causalidade entre o dano e a atividade empresarial. Obs.: Aula lixo – matéria repetida. Aula 2 - Art. 927, CC diz que há obrigação de reparar o dano decorrente de ato ilícito. Ainda, será independente de culpa, em virtude das previsões legais. Aula 3 - Art. 928, CC trata da responsabilidade por ato de incapaz e, se ele não tiver meios, será de responsabilidade dos pais. Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores. - Responsabilidade do dono ou detentor de animal é objetiva, salvo fato exclusivo de terceiro. Aula 4 - Cobranças indevidas: responsabilidade do credor e não depende de culpa. - Todos os bens do responsável pela ofensa ficam sujeitos à reparação do dano causado. - O direito a exigir e a responsabilidade a pagar indenização transmite com a herança. - É direito patrimonial - Direito extrapatrimonial não se transmite, salvo se a pessoa que sofreu o dano faleceu e não está aqui para exercer o direito. NÃO SE CONFUNDE COM LESÃO A IMAGEM E A HONRA DO FALECIDO. - LGPD: responsabilidade proativa TEMA 10 – A Responsabilidade Civil e o CDC Aula 1 - Art. 2º - conceito de consumidor. - Art. 3º - conceito de fornecedor. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. - Todo consumidor é vulnerável - Vulnerabilidade técnica: consumidor não conhece como funcionam os aspectos técnicos, comerciais, forma de industrialização, etc. - Vulnerabilidade Jurídica: o consumidor não tem tanto conhecimento jurídico quanto o fornecedor. - Vulnerabilidade fática: o consumidor não tem a mesma capacidade econômica do fornecedor - Vulnerabilidade Informacional: carência ou excesso de informações advindas do fornecedor. Aula 2 - Cláusulas Abusivas nos Contratos de Compra e Venda na incorporação imobiliária: a) Atraso na entrega da obra; b) Cláusula de Tolerância pelo atraso; c) Reajuste em caso de atraso na entrega d) presença de danos morais pelo atraso e) multas ou descontos excessivos em caso de resolução por inadimplemento f) devolução do valor pago que não seja em dinheiro g) devolução do valor pago somente após a conclusão da obra h) Cobrança de taxa em caso de cessão da posição contratual (contrato de gaveta); i) Repasse de comissão, especialmente da antes comentada SATI; j) cobrança de juros no pé, antes da entrega das chaves; k) correção pela tabela PRICE (promove anatocismo); l) entrega de área menor do que o prometido – art. 500, CC: venda ad corpus não se aplica o CDC; Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. m) não fixação de prazo para outorga da escritura definitiva; n) previsão de cláusula de eleição de foro e de arbitragem, em contrato de adesão e de consumo, sem os devidos destaques; o) presença de variadas formas de publicidade enganosa; p) imposição de penalidades excessivas ao adquirente, sem reciprocidade; q) constituição de garantias desproporcionais sobre a área construída, pela construtora, capazes de colocar em risco as unidades adquiridas; r) cobrança de constituição condominial antes da entrega das unidades; - Art. 51, CDC: são nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam obrigações consideradas iníquas abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com a boa-fé (lealdade) ou a equidade. Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; ... III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando- se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. Aula 3 Direitos Básicos do Consumidor - Principais Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências Teoria da Qualidade - Tem como principal função a proteção dos consumidores de produtos e serviços que apresentem defeitos ou não atendam às suas expectativas em termos de qualidade, devendo ser observado o dever de reparação com os pressupostos de dano, nexo causal e existência de defeito. - A teoria da qualidade possui três tipos de periculosidades que é uma condição de risco que deve ser analisado o caso prático para identificação de qual será aplicada. - A periculosidade inerente (latente) é aquela que está presente de forma natural, ou seja, é uma característica intrínseca e permanente. - Já a periculosidade adquirida é aquela que é obtida ao longo do tempo ou em decorrência de determinadas circunstâncias, ou seja, é uma característica extrínseca e pode ser temporária ou permanente. Problemas podem surgir na concepção (projeto), fabricação (construção), informação e armazenamento. - Na periculosidade exagerada em tese não poderiam ser comercializados. - Produto tem defeito quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera. Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. - Fato do produto: deve ser reparado por todo agente econômico envolvido no processo de circulação de mercadoria ou serviço, com exceção, em princípio, do comerciante. - Responsabilidade solidária. - Comerciante pode ser demandado quando o produtor for anônimo ou mal identificado ou produtomal conservado. Aula 4 - Resp 1306167/RS Excludentes do Fato do Produto • Não colocou o produto no mercado; • Que o defeito inexiste; • Fato exclusivo do consumidor ou de terceiro -Fato concorrente: divergência na doutrina, vez que boa parte fala que deve indenizar, outra que a excludente impacta nos fatos concorrentes - Força maior ou Caso fortuito também é uma excludente. Vício do Produto - Resp 1234549/SP - Informações claras e corretas na oferta e apresentação dos produtos e serviços. - Cláusulas contratuais serão sempre interpretadas em favor do consumidor. Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. - Contratos de adesão (regras pensadas de forma unilateral) deve ser redigidos em termos claros, ostensivos e legíveis. - Resp 1881806/SP TEMA ADICIONAL – LEI 14.905/2024 - Promove a alteração da Lei 10.406/2002 (Código Civil) para dispor sobre atualização monetária e juros; - Surge por iniciativa do Governo Federal sob a premissa de reduzir a taxa de juros no Brasil. - A taxa de juros ficou a SELIC, descontada a correção monetária. É uma taxa variável que não tem segurança jurídica. - É uma taxa baixa, que incentiva o inadimplemento.