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MUDE SUA VIDA! 
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do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a 
necessidade dos efeitos colaterais. 
Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem 
da ação do agente para que integre a vontade. Se o agente prevê o resultado e 
concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a 
sua vontade e são entendidos como dolo eventual. 
Se o agente prevê o resultado, mas não concorda com os efeitos possíveis e 
confia na sua qualidade pessoal para evitá-los ou que, ainda, os mesmos não 
acontecerão, esses efeitos não integram a vontade pessoal do agente e são 
entendidos como culpa consciente. Se, ainda, os efeitos possíveis sequer são 
representados pelo agente, eles não integram sua consciência e sua vontade e são 
entendidos como culpa inconsciente. 
Alternativo: é a aceitação, pelo agente, de lesão, alternativamente, a diversos 
bens jurídicos. Ex.: A atira em B para, alternativamente, matá-lo ou lesioná-lo. A se 
satisfaz com qualquer dos resultados típicos advindos da sua conduta. 
A punição a título culposo deve ser sempre expressa. Não havendo previsão de 
punição a título culposo, o crime só comporta a punição dolosa. É o caso dos crimes 
de tortura. 
No caso apresentado, o fim buscado pelo autor como certo ou possível é a 
tortura. O resultado morte ocorreu a título de culpa, sendo hipótese portanto de crime 
preterdoloso. 
Quando o legislador ordinário cria a figura da tortura-omissão, realiza quebra 
na teoria unitária de autor (ou teoria monista). Diversas são as teorias que tratam 
de autoria e participação. 
A teoria unitária de autor entende que é autor quem oferece qualquer 
contribuição causal para a ocorrência do injusto. Não há distinção entre autor e 
partícipe. Sua distinção só é feita quando da aplicação da pena. 
O conceito restritivo de autor (ou critério objetivo-formal) entende que ao 
autor é reservada a prática da ação típica enquanto ao partícipe é reservada a prática 
de ação extratípica. 
A teoria subjetiva de autor diferencia autor e partícipe a partir do elemento 
volitivo. Autor é quem realiza a contribuição causa com animus de autor. É dizer que 
quer o fato como próprio (animus auctoris), mesmo que não realize a ação típica. O 
partícipe realiza a contribuição causal com animus de partícipe. É dizer que quer o 
fato como alheio (animus socii) mesmo que realize ação típica. 
A teoria do domínio do fato (ou objetivo-subjetiva) parte do pressuposto de 
que as teorias objetivas ou subjetivas não são suficientes para aferir a autoria e 
participação. Essa teoria adota o critério objetivo do conceito restritivo (autor é 
aquele que pratica a ação típica) e o critério subjetivo da teoria subjetiva (elemento 
volitivo como caracterizadora do tipo). Essa teoria considera autor aquele que 
controla/domina a realização do injusto, tendo a seu dispor a continuidade ou 
paralisação da ação típica. O partícipe não domina a ação típica nem controla sua 
continuidade ou paralisação. 
Entretanto, essa teoria, embora absolutamente moderna, só é possível 
distinguir autoria e participação em crimes de autoria geral. Ou seja, aqueles que 
podem ser realizados por qualquer um. Não serve essa teoria para delitos de dever, 
crime próprio, culposo e omissivo impróprio. 
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