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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 33 do agente, mesmo que não desejado, se o mesmo realiza a ação compreendendo a necessidade dos efeitos colaterais. Eventual: os efeitos possíveis integram a consciência do autor, mas dependem da ação do agente para que integre a vontade. Se o agente prevê o resultado e concorda com os efeitos possíveis da sua conduta, esses efeitos integram também a sua vontade e são entendidos como dolo eventual. Se o agente prevê o resultado, mas não concorda com os efeitos possíveis e confia na sua qualidade pessoal para evitá-los ou que, ainda, os mesmos não acontecerão, esses efeitos não integram a vontade pessoal do agente e são entendidos como culpa consciente. Se, ainda, os efeitos possíveis sequer são representados pelo agente, eles não integram sua consciência e sua vontade e são entendidos como culpa inconsciente. Alternativo: é a aceitação, pelo agente, de lesão, alternativamente, a diversos bens jurídicos. Ex.: A atira em B para, alternativamente, matá-lo ou lesioná-lo. A se satisfaz com qualquer dos resultados típicos advindos da sua conduta. A punição a título culposo deve ser sempre expressa. Não havendo previsão de punição a título culposo, o crime só comporta a punição dolosa. É o caso dos crimes de tortura. No caso apresentado, o fim buscado pelo autor como certo ou possível é a tortura. O resultado morte ocorreu a título de culpa, sendo hipótese portanto de crime preterdoloso. Quando o legislador ordinário cria a figura da tortura-omissão, realiza quebra na teoria unitária de autor (ou teoria monista). Diversas são as teorias que tratam de autoria e participação. A teoria unitária de autor entende que é autor quem oferece qualquer contribuição causal para a ocorrência do injusto. Não há distinção entre autor e partícipe. Sua distinção só é feita quando da aplicação da pena. O conceito restritivo de autor (ou critério objetivo-formal) entende que ao autor é reservada a prática da ação típica enquanto ao partícipe é reservada a prática de ação extratípica. A teoria subjetiva de autor diferencia autor e partícipe a partir do elemento volitivo. Autor é quem realiza a contribuição causa com animus de autor. É dizer que quer o fato como próprio (animus auctoris), mesmo que não realize a ação típica. O partícipe realiza a contribuição causal com animus de partícipe. É dizer que quer o fato como alheio (animus socii) mesmo que realize ação típica. A teoria do domínio do fato (ou objetivo-subjetiva) parte do pressuposto de que as teorias objetivas ou subjetivas não são suficientes para aferir a autoria e participação. Essa teoria adota o critério objetivo do conceito restritivo (autor é aquele que pratica a ação típica) e o critério subjetivo da teoria subjetiva (elemento volitivo como caracterizadora do tipo). Essa teoria considera autor aquele que controla/domina a realização do injusto, tendo a seu dispor a continuidade ou paralisação da ação típica. O partícipe não domina a ação típica nem controla sua continuidade ou paralisação. Entretanto, essa teoria, embora absolutamente moderna, só é possível distinguir autoria e participação em crimes de autoria geral. Ou seja, aqueles que podem ser realizados por qualquer um. Não serve essa teoria para delitos de dever, crime próprio, culposo e omissivo impróprio. https://www.alfaconcursos.com.br/