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Introdução ao Direito Financeiro

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<p>Prof. Luiz Rezende</p><p>UNIDADE I</p><p>Direito Financeiro</p><p> Introdução ao Direito Financeiro</p><p> Atividade Financeira do Estado</p><p> Receita Pública</p><p>Sumário – Direito Financeiro – Unidade I</p><p>A que se presta o estudo do Direito Financeiro?</p><p> Esta é uma indagação introdutória essencial de um ramo muito relevante do D. Público.</p><p> É preciso compreender a estrutura fundamental a partir da regra mais importante no</p><p>ordenamento jurídico positivo: A Constituição da República.</p><p> Dica relevante: tenha sempre em mãos o texto atualizado da Constituição, principalmente até</p><p>a Emenda Constitucional de n. 132 de 2023.</p><p>Introdução ao Direito Financeiro</p><p> O direito é um conjunto de regras que orienta a vida em sociedade.</p><p> A Constituição da República – CF estabelece essencialmente: (i) estrutura e organização do</p><p>Estado; (ii) princípios e garantias fundamentais.</p><p> Os objetivos fundamentais da República estão previstos no art. 3º da CF, a saber: (i)</p><p>construir uma sociedade livre, justa e solidária; (ii) garantir o desenvolvimento nacional; (iii)</p><p>erradicar pobreza e marginalização; (iv) promover o bem sem preconceitos e discriminação.</p><p>Direito e Objetivos Fundamentais</p><p> Para atingir seus objetivos, o Estado (lato sensu) necessita de recursos sem os quais não</p><p>conseguirá implementar políticas públicas.</p><p> Segundo o prof. Kyoshi Harada, “a ciência das finanças tem por objeto o estudo teórico da</p><p>atividade financeira do Estado, que se desdobra em Receita, Despesa, Orçamento e Crédito</p><p>Público, visando municiar o agente público de elementos necessários à formulação da</p><p>política financeira do Estado” (“in” Curso de Direito Financeiro e Tributário – 30ª edição,</p><p>Editora Atlas, São Paulo/SP, 2021).</p><p>Ciência das Finanças</p><p>O que é atividade financeira do Estado?</p><p>O que o Estado faz com os recursos financeiros que obtém da chamada receita pública?</p><p>Atividade Financeira do Estado</p><p>A atividade financeira do Estado se desdobra em:</p><p> Prestação de serviços públicos;</p><p> Exercício regular do poder de polícia administrativa;</p><p> Intervenção estatal na atividade econômica.</p><p>Atividade Financeira do Estado</p><p>Para Celso Antônio Bandeira de Melo:</p><p> “Serviço público significa prestação de utilidade ou comodidade material fruível, diretamente</p><p>pelos administrados, prestados pelo Estado ou por quem faça suas vezes, sob regime de</p><p>direito público” (in Prestação de Serviço Público e Administração Indireta, São Paulo, Editora</p><p>Revista dos Tribunais, 1973, p. 20).</p><p> Atenção: prestados diretamente pelo Estado: Segurança, Educação, Saúde, Poder</p><p>Judiciário, ou sob regime de concessão ou permissão mediante licitação (art. 175 CF).</p><p>Prestação de Serviços Públicos</p><p> Art. 78 do Código Tributário Nacional.</p><p> Limitação da liberdade e da propriedade em razão de interesse público.</p><p> Autoriza a cobrança de taxa.</p><p>Exercício Regular do Poder de Polícia Administrativa</p><p> Liberdade econômica e livre-iniciativa (art. 1º – IV e art. 170 da CF).</p><p> Lei da liberdade econômica (Lei n. 13.874/2019).</p><p> Incentivo e planejamento como atividade estatal (art. 174 da CF).</p><p> Empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 173 da CF).</p><p> Repressão ao abuso do poder econômico (art. 173, §4º da CF e Lei n. 12.529/2011 – Cade –</p><p>Conselho Administrativo de Defesa Econômica).</p><p>Intervenção Estatal na Atividade Econômica</p><p>A respeito da Atividade Financeira do Estado, é correto dizer:</p><p>a) Está vinculado ao princípio do direito de propriedade e liberdade de iniciativa.</p><p>b) Pode ser interpretado como política pública governamental.</p><p>c) Engloba em seu conceito o exercício regular do poder de polícia administrativa.</p><p>d) É a mesma coisa que os objetivos e finalidades do Estado, conforme previsto na CF.</p><p>e) É apenas praticada pelo Poder Executivo Federal.</p><p>Interatividade</p><p>A respeito da Atividade Financeira do Estado, é correto dizer:</p><p>a) Está vinculado ao princípio do direito de propriedade e liberdade de iniciativa.</p><p>b) Pode ser interpretado como política pública governamental.</p><p>c) Engloba em seu conceito o exercício regular do poder de polícia administrativa.</p><p>d) É a mesma coisa que os objetivos e finalidades do Estado, conforme previsto na CF.</p><p>e) É apenas praticada pelo Poder Executivo Federal.</p><p>Resposta</p><p>Alberto Deodato, outro estudioso da matéria, assim discorre sobre a ciência das finanças:</p><p> “É a ciência que estuda as leis que regulam a despesa, a receita, o orçamento e o crédito</p><p>público” (in Manual da Ciência das Finanças, 11ª edição, Ed. Saraiva, São Paulo, 1968, p.1)</p><p> Dessa maneira, vamos ver que receita pública é o ingresso de dinheiro aos cofres públicos</p><p>para atendimento de suas finalidades (promover o bem comum).</p><p> Dica relevante: A norma geral de Direito Financeiro é a Lei n.</p><p>4.320 de 1964, base de consulta quando necessário, além da</p><p>Constituição Federal atualizada até a Emenda Constitucional</p><p>de n. 132 de 2023.</p><p>Receita Pública</p><p> Importante ver que não é toda entrada de dinheiro nos cofres públicos que caracteriza uma</p><p>receita pública, pois valores depositados (recebidos) a título de caução, de fiança, de</p><p>depósito para garantia de instância são representativos de entradas provisórias e não</p><p>propriamente de recursos disponíveis que o Estado pode fazer uso para realizar as suas</p><p>despesas públicas.</p><p> As receitas públicas são aqueles ingressos de dinheiro aos cofres do Estado em razão do</p><p>regime previsto em lei orçamentária (de D. Público) para atendimento das despesas públicas.</p><p>Ingresso de Recursos: diferença entre entrada e receita pública</p><p> Originária: são aquelas que têm sua origem no patrimônio estatal. Exploração de patrimônio</p><p>público, atuação na atividade econômica, operações de desestatização (privatização), venda</p><p>de algum bem público após autorização legal.</p><p> Derivada: são aquelas que têm origem no patrimônio do particular, que por força de algum</p><p>tipo de constrangimento é obrigado a transferi-lo ao Estado: (i) tributos, obrigação</p><p>compulsória prevista em lei – art. 145 e segs da CF) e (ii) expropriação de imóveis em que</p><p>haja cultura de drogas ou trabalho escravo (art. 243 da CF).</p><p>Classificação das Receitas Públicas</p><p> Extraordinárias: decorrem de um caráter excepcional diante de alguma conjuntura</p><p>específica, como empréstimo compulsório de guerra ou imposto extraordinário de guerra.</p><p> Ordinárias: são aquelas que ingressam com regularidade nos cofres públicos diante de sua</p><p>regular atividade financeira.</p><p>Classificação das Receitas Públicas</p><p> Art. 11, § 4º da Lei n. 4.320/64: Receitas Correntes e Receitas de Capital.</p><p> Receitas Correntes: dos tributos e da exploração de atividade econômica.</p><p> Receitas de Capital: da constituição de dívidas, recebidas de outras pessoas jurídicas de</p><p>direito público e de capital, do superavit do orçamento corrente.</p><p>Classificação das Receitas Públicas – Lei n. 4.320/1964</p><p> Preço Público: é a tarifa, ou seja, a contraprestação paga ao Estado (lato sensu) pelos</p><p>serviços por ele oferecidos direta ou indiretamente pelas concessionárias de serviço público,</p><p>que deverão seguir contrato de concessão e a política tarifária (art. 175, parágrafo único,</p><p>inciso III da CF). Será, portanto, uma receita originária.</p><p> Taxa: é um tributo, submetida a regras do regime tributário (art. 145-II da CF). Obrigação que</p><p>decorre da lei em duas situações: a) exercício regular do poder de polícia administrativa</p><p>(taxa de polícia); e b) taxa de serviço público específico e divisível (taxa de serviço).</p><p>Distinção entre Preço Público e Taxa</p><p>Art. 150 da CF: ... “É vedado à União, Estados, Distrito Federal e aos Municípios:</p><p>V. estabelecer limitações ao tráfego de pessoas e bens, por meio de tributos interestaduais e</p><p>municipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo</p><p>Poder Público.”</p><p>Dúvida: quem conserva a rodovia?</p><p> Se o Estado diretamente: é tributo (taxa).</p><p> Se é a concessionária: é tarifa.</p><p>Qual a Natureza do Pedágio? Taxa ou Tarifa?</p><p> A república federativa assegura a independência dos seus entes</p><p>(UF, Estados, DF e</p><p>Municípios) assegurando constitucionalmente que todos terão competência tributária, ou</p><p>seja, constranger por lei o cidadão a lhes transferir parte de sua riqueza para que cada ente</p><p>desempenhe sua atividade financeira.</p><p> Todavia, a mesma Constituição estabelece a obrigação da partilha da arrecadação entre a</p><p>União com Estados e Municípios e dos Estados com os Municípios: arts. 157, 159 e outros.</p><p> A EC 132/23 que instituiu novas competências tributárias tem expressivo número de regras</p><p>sobre a partilha da receita tributária do IBS.</p><p>Repartição da Receita Derivada</p><p>Não é considerada uma receita pública originária, ou seja, é uma receita pública derivada:</p><p>a) Os valores cobrados de pedágio quando o Estado (não a concessionária) atua diretamente</p><p>na conservação de estradas.</p><p>b) Taxa decorrente do serviço de iluminação pública.</p><p>c) O valor obtido no leilão de ações de empresa pública.</p><p>d) A receita da venda de títulos públicos.</p><p>e) O valor obtido com a licença de exploração de rádio e tv.</p><p>Interatividade</p><p>Não é considerada uma receita pública originária, ou seja, é uma receita pública derivada:</p><p>a) Os valores cobrados de pedágio quando o Estado (não a concessionária) atua diretamente</p><p>na conservação de estradas.</p><p>b) Taxa decorrente do serviço de iluminação pública.</p><p>c) O valor obtido no leilão de ações de empresa pública.</p><p>d) A receita da venda de títulos públicos.</p><p>e) O valor obtido com a licença de exploração de rádio e tv.</p><p>Resposta</p><p> BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Prestação de Serviços Públicos e Administração</p><p>Indireta. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,1973.</p><p> BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.</p><p> BRASIL. Lei n. 4.320/64 de 17 de março de 1964. Institui Normas Gerais de Direito</p><p>Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados,</p><p>dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília, 1964.</p><p> DEODATO, Alberto. Manual de Ciência das Finanças. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1968.</p><p> HARADA, Kyoshi. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2021.</p><p>Referências</p><p>ATÉ A PRÓXIMA!</p>