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APS - ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2020
23
COLABORADORES:
Fabiana Longo – RA D4173J5
Leticia Caroline Bellato Castilho – RA D362II8
Lucas Campos de Souza – RA N136936
Maria Julia Ribeiro – RA N144890
Mathews Lenon Leal Lemes Cardoso – RA D292EE8
APS- ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Atividade Prática Supervisionada,
trabalho apresentado como exigência
para avaliação do 7º semestre, do curso
de Fisioterapia da Universidade Paulista,
sob orientação da Professora Marcia Momesso.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO TRABALHO	4
2.1 As Revoluções Industriais	5
3 HISTÓRIA DA GINÁSTICA LABORAL	6
3.1 Profissionais de Ginástica Laboral	8
3.2 Definição de Ginástica Laboral	8
3.3 Benefícios da Ginástica Laboral	8
3.4 Atividades da Ginástica Laboral	9
4 ERGONOMIA E NORMAS REGULAMENTADORAS	9
4.1 Definições e Fundamentação	9
4.2 Norma NR17	10
 4.2.1 Estrutura da NR17...........................................................................................11 4.2.2 Fatores psicossociais no trabalho........................................................................11
5 LER/DORT	11
5.1 LER - Lesões por Esforços Repetitivos	11
5.2 DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho	11
5.3 Critérios para estabelecer risco	12
6 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA	13
7 PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL	15
7.1 Acompanhamento de um Programa de Ginástica Laboral	16
8 PROJETOS DE GINÁSTICA LABORAL	17
9 CONCLUSÃO	19
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	22
1 INTRODUÇÃO
Com a modernização da sociedade e das condições de trabalho, aumentou a necessidade de intervenções que amenizassem a alta exigência laboral e ajudassem na diminuição dos malefícios causados pelo trabalho.
Como resposta a tal premência, inúmeras ações estão sendo tomadas, entre elas a aplicação dos conceitos da ergonomia e da ginástica laboral e essas iniciativas tornam mais aceitáveis as exigências provenientes do trabalho, uma vez que buscam equilibrá-las e amenizá-las. Os profissionais da área da saúde habilitados para trabalhar com esses clientes (fisioterapeutas e educadores físicos) têm a responsabilidade de preparar-se para cumprir esse papel.
A ginástica laboral, aliada à ergonomia, vem se apresentando como a solução encontrada pelas empresas para lidar com as graves consequências desse contexto, pois elas perceberam que a melhor saída para evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, gastos com licenças e baixa produtividade decorrentes de fadiga e desmotivação dos trabalhadores é a prevenção mediante a educação no trabalho, que envolve a segurança e a boa qualidade de vida, associadas aos objetivos da empresa, bem como a atividade física orientada por profissionais qualificados.
Serão abordados nesta pesquisa as características das diversas condições de trabalho, as complicações advindos dessa necessidade e as possíveis intervenções profissionais para beneficiar os trabalhadores assim como as empresas.
2 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO TRABALHO
A perspectiva histórica da Ginástica Laboral se relaciona com a evolução do trabalho, da administração, competitividade, especialização e globalização. O trabalho pode ser definido como todo esforço humano que resulta em uma definição, já o emprego é uma relação jurídica que existe entre o empregador e o empregado.
O trabalho começou com a necessidade de sobrevivência do homem primitivo. O ser humano precisava realizar uma série de atividades diferentes para sobreviver, por exemplo, caça era a maneira de conseguir alimento. Com o domínio da técnica do cultivo, foi possível estabelecer e trabalhar em áreas com boa produtividade.
A organização em núcleos e tribos também colaborou no processo de evolução do trabalho. Com a evolução da sociedade em grupos, melhora da capacidade de produção através do aprimoramento da técnica de instrumentos e processos, foram organizando os indivíduos em grupos complexos, voltados para a produção de itens necessários para facilitar a vida.
A especialização, processo pelo qual os indivíduos exploram seu talento específico para produzir determinado item de interesse torna a troca, e posteriormente o comércio um elo importante nas relações sociais e de satisfação das necessidades. Artesãos capazes de produzir uma determinada peça conseguiam trocar a sua produção por outros itens de interesse, inicialmente através da troca e posteriormente através da equivalência em uma moeda de sua época. Com isso, o artesão passou a aumentar o número de unidades produzidas, bem como também precisou utilizar de "fornecedores", que por sua vez repetiam inúmeras vezes a mesma tarefa para suprir a demanda.
A mecanização da produção com o uso de pequenas máquinas manuais, seguido por implementos que utilizam força da tração animal, e em seguida a industrialização modificaram a exigência física do trabalhador, bem como a sobrecarga psicológica e pressão a que ele é submetido durante a jornada. A máquina a vapor foi o impulso na possibilidade de produzir em larga escala. Posteriormente, utilizou-se o motor a combustão interna (gasolina, diesel etc) e o motor elétrico nas indústrias.
2.1 As Revoluções Industriais
A Revolução Industrial iniciou-se na Inglaterra em meados do século XVIII, e ao longo do século XIX disseminou-se pela Europa e em seguida - no início do século XX - no restante do mundo. A partir dela inicia-se a remuneração pelo trabalho.
A sua primeira fase caracteriza-se pela organização da produção em unidades fabricas, com o grande uso de mão de obra operária e energia a carvão em sua implantação inicial. Também influenciou, além dos meios produtivos, na organização das cidades em torno de sua indústria, evidenciando a classe detentora do capital e o proletariado.
Os trabalhadores eram exigidos em jornadas desgastantes e repetitivas. Na segunda fase da Revolução Industrial, caracterizou-se a produção para venda em larga escala de bens mais complexos como automóveis, televisões etc.
Dentro da terceira fase da Revolução Industrial, iniciou-se o acesso à informação de modo amplo e difundido. O uso de computadores e meios de comunicação modificou não só a comunicação, mas a relação entre as populações, empresas, governos, pesquisadores e economia. A chamada Era da Informação estava implementada, levando à Globalização.
A relação de trabalho criou um trabalhador que utiliza o computador para várias tarefas ao longo do dia.  Por sua vez, esse trabalho especializado demanda uma postura, uso muscular e desgaste muito característicos.
3 HISTÓRIA DA GINÁSTICA LABORAL
O condicionamento físico apropriado sempre foi importante para cumprir uma tarefa a ser executada. Desde os primórdios os indivíduos com sucesso na sobrevivência eram os que melhor estavam preparados para caçar e lutar e com isso ter melhores expectativas de manutenção da vida e do grupo. Na história antiga, a atividade física era utilizada como preparação para a guerra, predominantemente de contato físico àquela época com o uso de luta corporal.
 A especialização, mecanização e posteriormente a Industrialização evidenciaram o desgaste físico e posteriormente o desgaste psicológico a que são submetidos trabalhadores em jornadas exigentes e repetitivas.
O inicio de atividades comparáveis à Ginástica Laboral ocorreu provavelmente na Polônia, em 1925.
Durante a 2ª guerra mundial, trabalhadores de fábricas japonesas recebiam treinamento físico para estarem preparados em caso de convocação. A "Rádio Taissô", método japonês de realização de atividades conjuntas de ginástica foi um grande passo na disseminação da ginástica como forma de intervenção de saúde nas empresas.
No Brasil, no início do século XX há relatos sobre atividades em fábricas e no Banco do Brasil, entretanto, o primeiro trabalho foi publicado apenas em 1973 pela FEEVALE (RS). Vale lembrar que os estudos de Anatomia se iniciaram antes da era cristã, e os estudos de Fisiologiano Brasil datam do Brasil de Dom Pedro I. Portanto, verdadeiramente, o estudo da Ginástica Laboral é muito recente e ainda precisa de muita pesquisa.
A Ginástica Laboral vem sendo atualmente procurada por empresas privadas e órgãos públicos para melhorar diversos aspectos físicos, psicológicos e sociais dentro das organizações. A busca é motivada pelo aumento de produtividade e diminuição de custos de saúde relacionados à função do trabalhador. Há estudos internacionais atribuindo uma economia de US$3.00 a US$8.00 para cada dólar investido em Ginástica Laboral e outras ações de saúde empresarial.
As empresas buscam a Ginástica Laboral por diversos motivos, entre eles: Representação externa da empresa, integração funcionário/empresa, proteção psicossomática, melhoria das relações entre funcionários, aumento de produtividade, redução de acidentes de trabalho entre outros motivos.
Cabe ao profissional de Ginástica Laboral elaborar programas que atendam às necessidades das empresas, embora nem sempre sejam objetivos visando a saúde física do funcionário, contendo alguns objetivos institucionais variados.
3.1 Profissionais de Ginástica Laboral
No Brasil, a atuação profissional em Ginástica Laboral vem sendo defendida por duas classes profissionais. O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), os quais vem emitindo pareceres e requisitando a exclusividade para atuar na área. Deve-se considerar que há uma grande valorização em equipes que tenham ambos os profissionais, pela complementariedade da abordagem.
 Ainda dentro desta discussão busca-se entender a atuação do Profissional de Educação Física e do Profissional de Fisioterapia em uma equipe multidisciplinar para cuidar da saúde do trabalhador nas empresas, da qual podem fazer parte o nutricionista, o médico do trabalho, o enfermeiro, o psicólogo entre outros profissionais.
3.2 Definição de Ginástica Laboral
A Ginástica Laboral pode ser definida como atividade motora dirigida, opcional e realizada dentro do local de trabalho, visando minimizar o impacto negativo do trabalho sobre o organismo do trabalhador. Em geral, não deve produzir sudorese nem dificultar o retorno ao trabalho logo após sua prática.
3.3 Benefícios da Ginástica Laboral
Diversos benefícios são atribuídos por diversos autores à prática de Ginástica Laboral, Em geral, os benefícios mais citados são divididos entre benefícios empresariais e benefícios individuais. Os benefícios individuais mais citados são a diminuição de dores, melhora da postura, maior disposição física e mental para o trabalho e menor predisposição a problemas de saúde relacionados ao trabalho.
Dentre os benefícios empresariais, como citado anteriormente nas razões pela implantação de programas nas empresas, em geral pode-se citar a melhoria da relação interpessoal, da relação empresa-funcionário, da imagem da empresa perante a comunidade e da diminuição dos índices de queda de produtividade como acidentes e afastamentos do trabalho e faltas.
3.4 Atividades da Ginástica Laboral
Geralmente denominados "exercícios", podem envolver diferentes objetivos envolvendo os segmentos corporais mais utilizados, ou menos utilizados durante a jornada de trabalho.
Alongamento, mobilização, fortalecimento, recreação e outras atividades podem ser escolhidas pelo profissional de Ginástica Laboral para compor sua sessão.
4 ERGONOMIA E NORMAS REGULAMENTADORAS
4.1 Definições e Fundamentação
A Ergonomia tem influência na vida diária de todas as pessoas. Desde o desenho de uma caneta, um cabo de vassoura, um controle remoto, até as dimensões e comandos de automóvel por exemplo.
No caso da influência da Ergonomia no trabalho, as principais preocupações referem-se ao mobiliário, instrumentos, tarefas, posições assumidas e repetições executadas ao longo da jornada diária. 
Dentre dezenas de autores com diferentes definições, uma boa definição de Ergonomia para nossos estudos pode ser: “O estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente” (Ergonomics Research Society) 
Sob esta análise, é importante depreender que os profissionais de saúde inseridos nas empresas devem analisar e garantir as melhores condições possíveis a partir de sua análise sobre o ambiente de trabalho, o equipamento utilizado e as funções desempenhadas. 
Ainda é importante salientar que a Ergonomia deve adaptar o ambiente, mobiliário, equipamentos e tarefas às características do trabalhador, respeitando suas possibilidades, limitações e saúde. O principal foco de atenção do Profissional de Ginástica Laboral que está avaliando as condições ergonômicas é identificar e entender os desvios da condição de neutralidade dos segmentos corporais e articulações durante o trabalho e o desgaste resultante. 
As principais quebras desse equilíbrio são:
· Realização de movimentos bruscos com picos de tensão;
· Postura assumida por longos períodos de tempo;
· Instrumental e mobiliário inadequado;
· Falta de atitude e conhecimento do funcionário;
· Execução de movimentos repetitivos.
4.2 Norma NR17
As Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho estabelecem referências sobre as quais a conduta do profissional deve ocorrer para preservar sua segurança e saúde. No caso da NR17, é tratada a Ergonomia. A NR17 “visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.” 
4.2.1 Estrutura da NR17
· Levantamento, transporte e descarga individual de materiais (adequação de postura);
· Mobiliário dos postos de trabalho;
· Equipamentos dos postos de trabalho; 
· Condições ambientais do trabalho;
· Organização do trabalho.
4.2.2 FATORES PSICOSSOCIAIS NO TRABALHO
· Ritmo de trabalho;
· Plano de carreira;
· Sobrecarga de trabalho;
· Competitividade;
· Pressão para produzir;
· Insatisfação x satisfação pelo trabalho.
5 LER/DORT
A denominação das afecções do sistema osteomuscular incluindo sistema articular, tendões pode ser encontrado em diferentes abordagens de autores que estudam Ginástica Laboral e Ergonomia. Essas abordagens vêm sendo adotadas de modo a tentar evidenciar os casos notáveis mais presentes em uma população estudada, o que varia de autor para autor. Portanto, é importante para o profissional de Ginástica Laboral entender e utilizar as abordagens que lhe sejam mais úteis em cada empresa e setor avaliado.
5.1 LER - Lesões por Esforços Repetitivos
O termo LER (Lesões por Esforços Repetitivos) é o mais antigo na literatura, e é definido segundo alguns autores: “Desordem musculotendinosa de origem ocupacional pelo uso forçado e repetido de grupos musculares ou em consequência de uma postura forçada” (Marano, 2007).
5.2 DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) é uma denominação atualizada mais recentemente, com duas vantagens sobre o termo anterior:
1. Não necessita ser caracterizado pela presença de lesão, ou seja, mesmo sem presença física de uma lesão, o médico pode diagnosticar um quadro como DORT, o que abrange uma série de afecções como distúrbios, mal funcionamentos, dores, síndromes etc. que não apresentam um quadro de lesão.
2. Identifica a causa (trabalho), ou seja, ao diagnosticar um quadro com o CID da DORT, o médico estará responsabilizando a empresa pela evolução do acometimento. 
Fatores biomecânicos relevantes para o acometimento por LER/DORT:
· Força excessiva exigida para desempenhar uma atividade;
· Adoção de postura incorreta ou forçada no desempenho de uma atividade;
· Exigência de alta repetitividade na execução de uma operação;
· Insuficiência de tempo para recuperação;
· Vibração presente na operação;
· Fatores coadjuvantes (estresses, etc).
5.3 Critérios para estabelecer risco
Segundo a OSHA (Ocupational Safety & Health Administration), é considerado um grupo de Alto Risco aquele que apresenta um dos fatores acimadurante 4h/dia ou mais de um fator por 2h/dia. 
Os principais quadros apresentados pelos funcionários dependem da natureza dos seus trabalhos. Alguns quadros típicos de atividades repetitivas já estabelecidos na literatura vão desde o cotovelo do tenista (uma epicondilite) até a Síndrome do Túnel do Carpo, em digitadores.
Abaixo, alguns exemplos de acometimentos ao trabalhador:
1. Epicondilites: Processo inflamatório nas inserções dos tendões dos músculos flexores de punho e dedos (essencialmente epicôndilo medial) e músculos extensores (essencialmente epicôndilo lateral); 
2. Bursistes: Inflamação geralmente presente na região da articulação escápulo-umeral, devido a fricção ou pressão local; 
3. Tendinites: Exercício muscular excessivo (atividades repetitivas) podem gerar quadros de tendinite, em geral encontrados em membros superiores devido à natureza da exigência do trabalho, mas também possível de ocorrer em membros inferiores caso a exigência local seja intensa;
4. Tenossinovites: Inflamação da bainha sinovial do tendão, gerando dor, crepitação, rubor e calor local, incapacidade funcional. Um quadro típico é a tenossinovite de Quervain;
5. Síndrome do "Dedo em Gatilho: quadro típico de super-utilização de flexão e extensão dos dedos da mão, quando há dificuldade na extensão do dedo;
6. Síndrome do Túnel do Carpo: é um quadro típico quando a compressão do nervo mediano na região do túnel do carpo devido a uma resistência aumentada da passagem dos tendões nessa região;
7. Síndrome da tensão no pescoço: ainda é discutida quanto ao quadro, muitas vezes sendo considerado o desencadeamento devido a fadiga muscular provocada pela contração estática na região cervical.
Esses são alguns dos quadros contra os quais o profissional de Ginástica Laboral deve agir, lembrando que, em caso de instalação prévia, o indivíduo necessitará de tratamento, e não mais de Ginástica Laboral para aquele membro ou região corporal podendo, contudo, realizar os exercícios para o restante do corpo propostos na sessão de Ginástica Laboral.
 
6 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 
Realizar uma avaliação diagnóstica é fundamental para termos um panorama da situação encontrada e das necessidades que se mostram. 
Avaliação inicial deve levar em conta a tarefa executada no trabalho, o ambiente e mobiliário utilizado, as características socioculturais e físicas do funcionário, as queixas relatadas por estes ou diagnosticadas pelos departamentos de pessoal e médico do trabalho, entre outros fatores de interesse.
Em geral, um questionário de avaliação pode conter os seguintes dados:
1. Idade;
2. Dados antropométricos (peso, altura, e em casos específicos diâmetros, perímetros e dobras);
3. Parâmetros fisicos como flexibilidade, força, resistência etc;
4. Hábitos de atividade física, percepção de estresse etc;
5. Queixas álgicas;
6. Profissão e quanto tempo de trabalho por dia.
Uma entrevista pode ser programada quando viável, possibilitando ao profissional de Ginástica Laboral obter um panorama da dinâmica do trabalho na empresa, e com isso poder melhor compreender as exigências a que um trabalhador é submetido.
A avaliação diagnóstica pode ainda contar com dados fornecidos pelos departamentos da empresa (RH, Medicina do Trabalho, CIPA, Dep. Jurídico etc.) como:
· Número de afastamentos por departamento e duração média do afastamento;
· Índice de faltas para consultas médicas;
· Quantidade e motivo de processos trabalhistas relacionados a LER/DORT.
Ao analisar o ambiente, é possível identificar:
· Fatores ambientais característicos de exigência estressora (temperatura, vibração, ruídos etc.);
· Posição que o trabalhador fica durante a jornada de trabalho (mobílias);
· Locais adequados para a prática de Ginástica Laboral.
Assim, o profissional de Ginástica Laboral deve buscar uma boa relação pautada na ética, para poder contar com esses dados se possível, pois provavelmente estes estão vinculados com a expectativa da empresa em melhorar tais parâmetros.
7 PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
O sucesso do programa de Ginástica Laboral reside em se atingir as metas desejadas pela empresa e planejadas pelo profissional de Ginástica Laboral, como:
· Diminuição do absenteísmo;
· Menor índice de acidentes e afastamento;
·  Aumento da produtividade, etc.
Para um planejamento de um programa de ginástica laboral é necessário:
· Entendimento dos objetivos da organização contratante;
· Recursos financeiros disponíveis;
· Espaço físico disponível;
· Motivação dos trabalhadores;
· Programa de exercícios;
· Definir frequência e duração das aulas;
· Material de apoio (bola, colchonete, etc.).
A Ginástica Laboral tem função preventiva, portanto iniciativas visando tratamento de lesões devem ser encaminhadas ao departamento médico, ambulatorial ou fisioterápico da empresa.
O processo preventivo pode ser analisado em três fatores principais: o reconhecimento dos processos fisiopatológicos associados ao trabalho, a sensibilização e conscientização e a intervenção em si, através das atividades de Ginástica Laboral.
Um programa de Ginástica Laboral deverá oferecer atividades para combater as condições detectadas como prejudiciais aos trabalhadores.
Depois de escolhidos os exercícios, verificará o ordenamento destes na sessão. Se houver possibilidade, deverá ordenar os exercícios de modo que aqueles que são simples sejam os primeiros a serem aplicados, os que demandam algum aquecimento ou preparação serão aplicados no meio do tempo da aula, e ao final podem ser colocados os exercícios que possuem uma característica de relaxamento e volta à calma.
Sessões de Ginástica Laboral frequentemente têm duração entre 10 e 15 minutos.
Em geral, as práticas que compõem um programa de Ginástica Laboral podem variar, entre mobilizações diversas (movimentações de segmentos corporais - flexões, extensões, circunduções etc), alongamentos estáticos e dinâmicos, exercícios envolvendo cargas através de resistência utilizando materiais diversos, atividades recreativas através de movimentos, atividades de coordenação etc. Também fazem parte de alguns programas a aplicação de massagem, tai-chi-chuan, liang-gong, entre outras práticas. 
Levando-se em conta os objetivos a serem atingidos, o profissional de Ginástica Laboral e sua equipe vão elaborar os planos de aula de acordo com cada necessidade, otimizando a adesão e motivação dos funcionários.
 
7.1 Acompanhamento de um Programa de Ginástica Laboral
Os principais aspectos que podem ser acompanhados são, dentre outros:
·  Benefícios físicos, psicológicos e sociais percebidos pelos praticantes;
· Benefícios físicos, psicológicos e sociais percebidos pelos chefes;
·  Aumento de produtividade;
· Diminuição do número de queixas álgicas;
·  Diminuição do número de dias de falta (absenteísmo);
Diminuição no índice de acidentes de trabalho e afastamentos. Para realizar tais acompanhamentos, o profissional de Ginástica Laboral pode reunir-se com a empresa para traçarem estratégias de verificação de resultados, e com isso acompanhar a eficácia do programa de Ginástica Laboral para eventuais correções ao longo do processo. 
8 PROJETOS DE GINÁSTICA LABORAL 
Um Projeto visa atender a solicitação de uma empresa para implantar a Ginástica Laboral. Pode partir de uma proposta já existente, fazendo adequações e melhorias para melhor se adaptar às necessidades peculiares de cada solicitante.
Um projeto de Ginástica Laboral deve considerar todas partes de sua futura implantação, iniciando pela avaliação diagnóstica, que possibilitará saber o panorama dos problemas a serem enfrentados, o planejamento que permite quantificar os recursos necessários para sua implantação e a avaliação periódica, que deve ser realizada com frequência para saber se os objetivos estão sendo atingidos
São partes iniciais de um Projeto de Ginástica Laboral as questões internas que possibilitarão a implantação efetiva e eficiente. A avaliação diagnóstica das condições presentes e a análise da estrutura da empresa, seu funcionamento, necessidadese possibilidades de atendimento são as principais considerações para iniciar o planejamento.
Deve ser então realizada a análise das funções e departamentos existentes na empresa, número de funcionários por departamento ou função, períodos do dia em que trabalham e intervalos que poderiam ser gerados ou aproveitados para a prática da Ginástica Laboral.
O levantamento da necessidade de implantação pode ser realizado por parecer dos responsáveis internos, por análise de documentação médica, informações do Departamento de Pessoal sobre queixas, acidentes, afastamentos etc.
O planejamento então terá início através da proposição de um plano de atendimento que cubra as necessidades existentes, dentro das possibilidades internas para a implantação em cada setor, de forma a atender aos objetivos mais importantes. E deve ser prevista uma avaliação periódica, para que seja verificado se a implantação está sendo efetivamente útil para reduzir os problemas encontrados na avaliação diagnóstica, ou se há necessidade de modificações no planejamento.
Um Projeto Piloto pode ser solicitado, uma vez que é uma forma de implantação parcial do projeto, para verificar as necessidades de ajuste. Por exemplo, a implantação em um departamento, verificando adesão, deslocamentos, tempo necessário, espaço a ser utilizado etc. Assim, pode-se utilizar estas informações de implantação controlada para evitar repetir os mesmos desajustes no restante da empresa, diminuindo tempo perdido, desperdício de recursos e aumentando a eficiência de implantação.
9 CONCLUSÃO
Desde a Revolução Industrial até hoje, a situação modifica-se, impondo cada vez mais sobrecargas ao trabalhador e gerando uma necessidade de cuidado com o fator humano na empresa, que é primordial para as operações. Assim, a saúde dos trabalhadores torna-se uma preocupação constante. As empresas modernas precisam otimizar seus recursos e produzir com mais eficiência.
A ergonomia e a ginástica laboral passam a ser ferramentas para amenizar tais sobrecargas, e cabe ao profissional habilitado, seja ele o fisioterapeuta ou o educador físico, atuar nessas áreas para abrir portas para o exercício e o crescimento profissional por meio do domínio técnico e do comportamento empreendedor.
9.1 Conclusão Fabiana
Este estudo teve como objetivo verificar a eficácia da atividade física na prevenção de LER/DORT através da busca de fundamentações teórico metodológicas. As diferentes formas de abordagens da ginástica laboral apresentadas pelos estudos investigados permitem a análise crítica do assunto, chegando a minha conclusão: a ginástica laboral apresenta benefícios primários ao trabalhador na prevenção das doenças ocupacionais, estando, associada a um programa mais individualizado, somado a melhoras ergonômicas e a participação voluntária do funcionário na terapia.
9.2 Conclusão Leticia
Ao decorrer desse trabalho observamos que a ginástica laboral e a ergonomia previnem doenças, e dá ao indivíduo melhor qualidade de vida, aumentando também sua autoestima e auto confiança do trabalhador, isso melhoraria no âmbito empresarial, ou seja, na empresa o indivíduo teria aumento do desempenho e da produtividade, menos falta no trabalho e menos afastamento por doenças ocupacionais. Ressalto que mesmo comprovado que a falta da ginástica laboral e a ergonomia estão muito ligadas a afastamento/faltas no trabalho e produtividade do trabalhador, são poucas as empresas que seguem as regras da ergonomia no trabalho, e menos ainda as que tem ginástica laboral para seus funcionários.
9.3 Conclusão Lucas
Com base na pesquisa feita para esse estudo e em aulas presenciais, podemos enxergar que o trabalhador vem sofrendo fisicamente e emocionalmente com o peso e stress adquiridos pela jornada de trabalho ao decorrer dos anos, ocasionando em problemas crônicos apresentados por muitos deles. Os mais comuns pelos trabalhadores apresentados são: Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT).
A ginastica laboral, sendo ela implantada no dia-a-dia dos trabalhadores, tem sido essencial para a prevenção de tais doenças advindas do esforço repetitivo e do mal posicionamento postural durando as horas de trabalho. Juntamente com a conscientização da ergonomia, a ginastica laboral, sendo aplicadas por profissionais de fisioterapia ou educadores físicos, é de grande ajuda no bem estar dos funcionários tanto durante quanto após a jornada diária de trabalho, gerando benefícios tanto para o empregado quanto para empresa, que tem seu rendimento maior por conta do bem-estar físico e emocional.
9.4 Conclusão Maria Julia 
Ao passar dos anos, a conscientização sobre ergonomia e a implantação de ginastica laboral nas grandes empresas tem sido cada vez mais essenciais para o nosso dia a dia, ajudando a prevenir acidentes de trabalho e afastamentos, sendo benéficos para a empresa e os funcionários. É importante ressaltar que poucas empresas estão dando a devida importância sobre o assunto, porém a tendência é mudar isso, e cabe a nós, fisioterapeutas, conscientizarmos as empresas dos benefícios que a implantação destes traz.
9.5 Conclusão Mathews
Conclui-se que este trabalho é de extrema importância para termos uma visão melhor do que é a adaptação do ambiente de trabalho do Ser humano (Ergonomia) e também sobre a Ginastica laboral da qual é muito importante não só para pessoas que fazem trabalhos repetitivos dentro da empresa como para manter o bem estar dos trabalhadores. Portanto o estudo é imprescindível para detalhar melhor as informações de Ergonomia e Ginastica Laboral.
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. A importância da ginástica laboral na diminuição das algias e melhora da qualidade de vida do trabalhador- Henrique Cinelli, Fisioterapia Brasil – 2018.
2. LONGEN, Willians Cassiano. Ginástica Laboral Na Prevenção De LER/DORT: Um Estudo Reflexivo em uma Linha de Produção - 2007.
3. Portal do aluno UNIP. Disciplinas On-line. Disponível em: <https://www.unip.br/presencial/central/Interna.aspx>.
4. Ministério do Trabalho e do Emprego. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. 2. ed. Brasília: MTE/SIT, 2002.
5. MARANO, V. P. Doenças ocupacionais. São Paulo: LTR, 2007.
6. Segurança e Saúde no Trabalho., 2018. Disponível em <https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu?view=default> 
7. Mendes, Rene. Patologia do trabalho. São Paulo: Ateneu, 2007;
8. Zavarizzi Camilla de Paula, Carvalho Regina Mituyo Matsuo de, Alencar Maria do Carmo Baracho de. Grupos de trabalhadores acometidos por LER/DORT: relato de experiência. Cad. Bras. Ter. Ocup.  [Internet]. 2019  Sep [cited  2020  Apr  03] ;  27( 3 ): 663-670. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2526-89102019000300663&lng=en.  Epub Aug 22, 2019.  https://doi.org/10.4322/2526-8910.ctore1756.
9. Paula Elaine Antonia de, Amaral Rosa Maria Monteiro Ferreira do. Atuação interdisciplinar em grupos de qualidade de vida para pacientes com Lesões por esforços repetitivos/Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho - LER/DORT. Rev. bras. saúde ocup.  [Internet]. 2019  [cited  2020  Apr  03] ;  44: e5. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572019000101601&lng=en.  Epub Feb 28, 2019.  https://doi.org/10.1590/2317-6369000013119.

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