Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
UNIDADE 3
DIREITO PRIVADO
ObjETIVOs DE APRENDIzAgEm
 Com o estudo desta unidade, o(a) acadêmico(a) estará apto a:
	compreender o Direito Privado e seus ramos;
	conhecer o Direito Civil, seu conteúdo, estrutura e ramos;
	conhecer outros ramos do Direito Privado, tais como o Direito 
Comercial.
TÓPICO 1 – DIREITO CIVIL - NOÇÕEs E EsTRUTURA
TÓPICO 2 – PARTE gERAL DO CÓDIgO CIVIL
TÓPICO 3 – PARTE gERAL - LIVRO II: DOs bENs
TÓPICO 4 – PARTE gERAL - LIVRO III: DOs FATOs 
jURÍDICOs
TÓPICO 5 – CÓDIgO CIVIL - PARTE EsPECIAL
TÓPICO 6 – OUTROs RAmOs DO DIREITO PRIVADO: 
DIREITO COmERCIAL E DIREITO 
INTERNACIONAL PRIVADO
PLANO DE EsTUDOs
 Esta unidade está dividida em seis tópicos, que trazem a parte 
teórica. Após cada tópico, você fará exercícios para a maior fixação 
do conteúdo.
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Como vimos na unidade1, o Direito Privado regulamenta as relações dos particulares, 
sejam pessoas físicas ou jurídicas, sem que o Estado seja parte desta relação. 
Neste primeiro tópico, entenderemos como está estruturado o Direito Civil. 
Antes, porém, vamos estudar o conceito deste ramo do Direito, que é tido como o 
principal ramo do Direito Privado, especialmente com a inserção do Direito Empresarial no 
Código Civil, que entrou em vigor em 2003.
2 NOÇÕEs E EsTRUTURA DO DIREITO CIVIL
Para iniciarmos o estudo do Direito Civil, vamos trazer um conceito da doutrina de 
Führer e Milaré (2005, p. 224):
DIREITO CIVIL - NOÇÕEs E EsTRUTURA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 3
DIREITO CIVIL é “O conjunto de normas que regulamentam 
as relações jurídicas dos particulares entre si.”
As normas de Direito Civil estão reunidas no Código Civil, Lei nº 10.406/02 de 2002, 
que entrou em vigor em 2003, e também em outras leis, como a lei de Locações Urbanas, 
Registros Públicos, Divórcio, entre muitas outras.
Neste momento do nosso estudo, concentrar-nos-emos no Código Civil. Ele inicia com a 
Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro LINDB (LICC), que traz importantes normas 
jurídicas sobre a aplicação da lei no tempo e no espaço, entre outras. Após a LICC, o Código 
Civil é dividido em duas partes, a parte geral e a parte especial. 
UNIDADE 3TÓPICO 1116
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Podemos então dizer que o Código Civil é dividido em duas grandes partes: 
	a parte geral (arts.1º ao 232) e;
	a parte especial (arts. 233 ao 2046). 
Na parte geral, encontraremos dispositivos legais sobre as pessoas, os bens e os fatos 
jurídicos. A parte geral é, assim, subdividida em três partes, chamadas “Livros”:
	Livro I - Das pessoas;
	Livro II - Dos bens e; 
	Livro III – Dos fatos jurídicos. 
Já na parte especial, vamos encontrar o Direito das Obrigações, o Direito da Empresa, 
o Direito das Coisas, o Direito de Família e o Direito das Sucessões.
EST
UDO
S F
UTU
ROS
! �
Você verá mais adiante um conceito de cada um deles.
A figura a seguir, ajudará a ter uma visão melhor desta divisão:
FONTE: A autora
FIGURA 17 – DIVISÕES E SUBDIVISÕES DO DIREITO CIVIL
UNIDADE 3 TÓPICO 1 117
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
DIC
AS!
Como sugestão, entre no site <www.planalto.gov.br>, e no link 
“legislação” e baixe uma versão atualizada do Código Civil e dê 
uma olhada nesta divisão de que tratamos anteriormente. Será 
importante para nosso estudo futuro e para sua vida.
UNIDADE 3TÓPICO 1118
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você estudou o Direito Civil e aprendeu que:
	O Direito Civil trata das relações entre particulares, sem que o Estado participe desta relação. 
	O Direito Civil é composto de uma parte geral e uma especial. A Parte Geral é precedida da 
LICC (Lei de Introdução do Código Civil).
REsUmO DO TÓPICO 1
UNIDADE 3 TÓPICO 1 119
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
1 Complemente a segunda coluna de acordo com a informação contida na primeira:
AUT
OAT
IVID
ADE �
Principal Objeto do Direito Civil.
Estrutura do Direito Civil (Código Civil).
Quantos e quais são os livros da parte 
geral do CC?
Cite os ramos do Direito que compõem a 
parte especial do Código Civil.
UNIDADE 3TÓPICO 1120
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
PARTE gERAL DO CÓDIgO CIVIL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 3
Agora que você já conhece a estrutura do Direito Civil, vamos estudar separadamente 
cada uma das suas partes. 
Como você já viu, a parte geral do Código Civil trata Das pessoas, Dos bens e Dos 
Fatos Jurídicos.
Importante ressaltar que esta parte geral do Código Civil traz regras que se aplicam 
a todos os ramos do Direito que compõem a parte Especial do Código e que também será 
aplicável nas organizações empresariais. 
O Código Civil é o principal instrumento do Direito Civil, que também tem como 
instrumentos a legislação esparsa, tais como a lei do Divórcio, Lei das Locações Urbanas, 
dos Registros Públicos. Contudo, para bem compreender o Direito Civil, precisamos conhecer 
bem o Código Civil. 
Então, vamos em frente.
2 PARTE gERAL DO CÓDIgO 
 CIVIL – LIVRO I: DAs PEssOAs 
No livro I do Código Civil encontramos as regras que disciplinam as pessoas. Estas são 
divididas em pessoas físicas e jurídicas, como veremos a seguir:
UNIDADE 3TÓPICO 2122
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
2.1 PESSOA FÍSICA 
Como já dissemos anteriormente, o Código Civil trata das pessoas no Livro I. Quando 
falamos em “pessoas”, podemos nos referir às pessoas físicas (naturais), ou às pessoas 
jurídicas. 
A pessoa física, também chamada de pessoa natural, é o ser humano. Diz-se natural, 
porque sua existência legal se inicia por um fato natural (o nascimento).
Na definição de Coelho (2006, p. 156), “homens e mulheres são todos considerados 
pessoas para o direito, isto é, aptos a titularizar direitos e obrigações e autorizados à prática 
dos atos jurídicos em geral”.
 Quando tratamos da prática destes atos jurídicos, precisamos entender que as pessoas 
físicas têm personalidade jurídica e capacidade jurídica.
Porém, personalidade jurídica e capacidade jurídica não se confundem. De uma 
forma simplificada, podemos dizer que:
A personalidade jurídica é a aptidão para ser titular de direitos e obrigações civis.
Fica, assim, a pessoa natural “autorizada a praticar qualquer ato jurídico que deseja, 
salvo se houver proibição expressa” (COELHO, 2006, p. 156). 
Toda pessoa natural tem personalidade jurídica, desde que nasça com vida, porém o 
Código Civil protege o nascituro (bebê em gestação) desde a concepção. Da personalidade 
decorrem vários direitos, tais como ao nome, ao corpo, à honra etc.
A capacidade jurídica, por sua vez,
Ou seja, uma pessoa física pode ter personalidade jurídica para praticar um determinado 
ato da vida civil, porém ser incapaz para praticá-lo por si só, ou “pessoalmente”, conforme diz 
o Código Civil. A capacidade é a regra, como nos ensina Coelho (2006, p. 160):
UNIDADE 3 TÓPICO 2 123
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
As pessoas são, por princípio, capazes e podem, assim, praticar os atos e negócios por 
si mesmas. A incapacidade é uma situação excepcional prevista expressamente em lei com 
o objetivo de proteger determinadas pessoas. Os incapazes são considerados, pela lei, não 
inteiramente preparados para dispor e administrar seus bens e interesses sem a mediação de 
outra pessoa (represente ou assistente).
Quando falamos em capacidade, é necessário, ainda, que se diferencie a incapacidade 
absoluta da incapacidade relativa. 
Os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente (por si) os atos da vida civil 
são entendidos pelo Direito como pessoas que não têm a mínima condição de decidir sobre 
seus direitos e interesses. Por isso, terão que ser representados. 
Já os relativamente incapazes, segundo o Direito, já têm algum discernimento e podem 
expressar sua vontade, que é levada em consideração. Por isso, diz-se que serão assistidos 
(ou seja, auxiliados). Para facilitar seu entendimento, elaboramoso quadro a seguir:
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
(SERÃO REPRESENTADOS)
MENORES DE 16 ANOS (CHAMADOS DE 
MENORES IMPÚBERES).
OS QUE POR ENFERMIDADE OU DOENÇA 
MENTAL NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA 
VONTADE.
OS QUE, MESMO POR CAUSA TRANSITÓRIA, 
NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE.
 
RELATIVAMENTE INCAPAZES
(SERÃO ASSISTIDOS)
MAIORES DE 16 E MENORES DE 18 ANOS 
(CHAMADOS DE MENORES PÚBERES).
OS ÉBRIOS HABITUAIS (ALCOÓLATRAS), OS 
VICIADOS EM TÓXICOS E OS QUE, POR DEFICIÊNCIA 
MENTAL, TENHAM O DISCERNIMENTO REDUZIDO.
OS EXCEPCIONAIS, SEM DESENVOLVIMENTO 
MENTAL COMPLETO.
OS PRÓDIGOS (AQUELES QUE SEMPRE 
GASTAM TUDO O QUE TÊM).
QUADRO 2 – INCAPACIDADE ABSOLUTA E RELATIVA
FONTE: A autora
Podemos ilustrar o que acabamos de ver através do seguinte exemplo: João, que é 
menor, com quinze anos de idade, recebeu um imóvel de herança de seu avô. Pode-se afirmar 
que João tem personalidade jurídica, porém o Código Civil dispõe que os menores de 16 anos 
são absolutamente incapazes de exercer atos da vida civil. Assim, não poderá vender “sozinho” 
o imóvel de que é titular, porque, apesar de ter personalidade jurídica, lhe falta “capacidade 
civil” para tal, sendo necessário, para que o negócio se concretize, que seja representado por 
UNIDADE 3TÓPICO 2124
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
seu pai, mãe ou por seu representante legal, na falta deles. 
A incapacidade civil em razão da menoridade cessa aos 18 anos. Porém, esta 
incapacidade poderá terminar antes, caso ocorram os casos previstos no Código Civil: 
a emancipação, que é concedida pelos pais ou pelo juiz nas condições previstas em lei; 
pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso superior; pelo 
estabelecimento civil ou comercial que garanta economia própria.
2.1.1 Domicílio e Residência da Pessoa Natural
 Outro tema de importância no estudo das pessoas naturais é o relativo ao domicílio e à 
residência. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as expressões não são sinônimas. O 
domicílio da pessoa natural é definido pelo próprio Código Civil, sendo o lugar onde a pessoa 
estabelece sua residência de forma definitiva. Assim, como regra geral, a pessoa natural terá 
um só domicílio e várias residências. Podemos citar como exemplo uma pessoa que mora em 
uma cidade com sua família (domicílio), mas três vezes por semana fica em cidades vizinhas 
onde tem filiais de sua empresa. Estas cidades podem ser consideradas como o local de suas 
residências.
2.1.2 Extinção da Pessoa Natural
Como já dissemos anteriormente, o nascimento com vida é o início da personalidade 
civil. Já a extinção da pessoa natural ocorre com a morte. Deste modo, “A morte implica o 
fim da pessoa natural. A partir desse fato jurídico, nenhum novo direito ou dever pode ser-lhe 
imputado” (COELHO, 2006, p. 215).
2.2 PESSOA JURÍDICA
A pessoa jurídica, por sua vez, “é a entidade constituída de homens ou bens, com vida, 
direitos, obrigações e patrimônios próprios” (RAPOSO E HEINE, 2004, p. 33). É constituída 
pelo homem, e nasce da junção da vontade destas pessoas. Segundo o dicionário jurídico De 
Plácido e Silva (1991, p. 368):
a expressão é utilizada para designar as “instituições, corporações, associa-
ções e sociedades, que por força ou determinação da lei, se personalizam, 
tomam individualidade própria, para constituir uma entidade jurídica, distinta 
das pessoas que a formam ou que a compõem. Diz-se jurídica porque se 
mostra uma encarnação da lei.[...]
UNIDADE 3 TÓPICO 2 125
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
2.2.1 Constituição da Pessoa Jurídica
Para a constituição da pessoa jurídica, o acordo de vontades de seus constituintes 
(que serão seus representantes legais) será materializado em um documento próprio, chamado 
estatuto ou contrato social, dependendo do tipo de sociedade. 
Este documento deverá ser redigido de acordo com o que dispõe a lei. Para que a 
pessoa jurídica exista juridicamente, passando assim a ser sujeito de direito, é necessário o 
registro deste documento no órgão competente (Junta Comercial ou Cartório de Registro de 
Pessoas Jurídicas ou Títulos e Documentos, conforme denominação em cada Estado), que 
também dependerá do tipo de sociedade. Neste órgão, deverão ser também registradas todas 
as alterações e modificações do contrato social ou do estatuto.
IMP
OR
TAN
TE! �
O Contrato Social das Sociedades Limitadas deverá ser vistado por 
um advogado em todas as suas páginas.
Uma vez constituída de acordo com o que determina a legislação, a pessoa jurídica 
passa a ter vida própria, sendo, portanto, sujeito de direito e, assim sendo, titular de direitos 
e obrigações. 
Apenas a pessoa jurídica responde por suas obrigações como regra geral, tendo 
existência e patrimônio próprios. Pode, contudo, ocorrer a desconsideração da pessoa jurídica, 
nos casos previstos em lei, tanto no Código Civil como no Código do Consumidor, em caso 
de abuso por parte dos seus componentes, a exemplo do que ocorre quando usam a pessoa 
jurídica para cometer fraudes. Quando houver a desconsideração da pessoa jurídica, os bens 
particulares de seus integrantes poderão responder por dívidas da empresa.
2.2.2 Classificação das Pessoas Jurídicas
As pessoas jurídicas podem ser classificadas, segundo Raposo e Heine (2004, p. 36), 
quanto à orbita de atuação: 
	pessoa jurídica de direito público externo, e de direito público interno. As pessoas jurídicas 
de direito público externo são os países estrangeiros, organismos internacionais e outros 
do gênero; e as de direito público interno: a União, Estados, Municípios, Distrito Federal, 
UNIDADE 3TÓPICO 2126
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
etc.
 
	pessoa jurídica de direito privado, que são as que interessam ao nosso estudo, uma vez 
que são regidas pelos princípios de direito privado. São elas: as sociedades, as associações 
e as fundações. 
De forma resumida, podemos dizer que as sociedades, são “pessoas jurídicas de fins 
econômicos” (COELHO, 2006, p. 253). Ou seja, o que motiva a constituição e a manutenção 
deste tipo de pessoa jurídica é a obtenção de lucro, sendo esta sua principal finalidade.
As sociedades, por sua vez, de acordo com o Código Civil, podem ser classificadas 
em empresárias ou simples.
Esta classificação decorre “de acordo com a forma como é organizada a exploração da 
atividade econômica” (COELHO, 2006, p. 254). O mesmo autor nos ensina que as sociedades 
empresárias são as que combinam os quatro fatores de produção (capital, mão de obra, 
consumo e tecnologia), organizando as atividades como empresa. Aponta como sociedades 
empresárias: um banco, um hospital, um supermercado, etc. Destas sociedades cuida o 
Direito Comercial. As “sociedades limitadas” e as “sociedades anônimas” que conhecemos 
são espécies de sociedades empresárias. 
Já nas sociedades simples, “o objetivo é a exploração de atividade econômica de 
atividade intelectual” (COELHO, 2006, p. 254), e que são estudadas pelo Direito Civil. 
A Associação, por sua vez, caracteriza-se como sendo “a pessoa jurídica em que se 
reúnem pessoas com objetivos comuns de natureza não econômica” (COELHO, 2006, p. 248). 
O mesmo professor exemplifica como associações as constituídas por moradores de um bairro, 
“Associação de Moradores”, ou uma “Associação de Lojistas” de uma cidade.
A Fundação, por fim, resulta da “afetação de um patrimônio a determinada finalidade 
[...]” (COELHO, 2006, p. 255). Uma determinada pessoa, chamada “instituidor” (pessoa 
física ou jurídica), escolhe bens do seu patrimônio (em vida ou por testamento) e “vincula a 
administração e os frutos destes bens à realização de objetivos (não econômicos) que gostaria 
de ver realizados. Diferem da sociedade e da associação por não possuir membros, pois nem 
mesmo o instituidor pode ser assim considerado. As fundações são fiscalizadas pelo Ministério 
Público, que é representado, em âmbito estadual, pelo Promotor de Justiça, que pode, inclusive, 
pedir a sua extinção judicial.
Podemos visualizar os diferentestipos e sociedade de forma esquematizada:
UNIDADE 3 TÓPICO 2 127
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
FONTE: A autora
2.2.3 O Domicílio da Pessoa Jurídica
O domicílio da pessoa jurídica é o local que for escolhido nos seus atos constitutivos, 
ou em não tendo havido esta escolha, será considerado como domicílio o local de sua sede, 
por ser este o local onde deverá cumprir suas obrigações.
2.2.4 Extinção da Pessoa Jurídica
A extinção da pessoa jurídica pode ser chamada de dissolução ou liquidação, 
dependendo do tipo de sociedade. De forma simplificada, podemos afirmar que a dissolução 
da pessoa jurídica pode ocorrer por vontade dos sócios (convencional), por determinação legal 
ou administrativa e, ainda, por decisão judicial.
FIGURA 18 – ESPÉCIES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
UNIDADE 3TÓPICO 2128
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você aprendeu que:
	O Livro I da Parte Geral do Código Civil trata das pessoas físicas e jurídicas.
	Personalidade e capacidade jurídica não se confundem.
	Existem os relativamente incapazes, que serão assistidos pelo seu representante legal, e 
os totalmente incapazes, que serão representados.
	Como nascem e se extinguem as pessoas físicas e jurídicas.
	Os diversos tipos de pessoa jurídica.
REsUmO DO TÓPICO 2
UNIDADE 3 TÓPICO 2 129
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Prezado(a) acadêmico(a). Fixe os conteúdos que você aprendeu neste tópico, 
correspondendo os grupos a seguir:
Grupo 1
(1) Personalidade civil.
(2) Capacidade civil.
(3) Totalmente incapaz.
(4) Relativamente incapaz.
(5) Emancipação.
(6) Domicílio.
(7) Estatuto ou contrato social.
(8) Desconsideração da pessoa jurídica.
(9) União, Estado ou Município.
(10) Sociedades.
(11) Sociedades simples.
(12) Forma de extinção das sociedades. 
Grupo 2
( ) É a aptidão para ser titular de direitos e obrigações civis.
( ) É a “aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil”.
( ) Menor de 16 anos.
( ) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
( ) Determina o fim da incapacidade jurídica.
( ) Lugar onde a pessoa estabelece sua residência de forma definitiva.
( ) Documento de constituição das sociedades.
( ) Consequência da utilização da pessoa jurídica para cometer fraudes.
( ) Pessoa jurídica de direito público interno.
( ) Esta pessoa jurídica tem como principal característica os fins econômicos.
( ) Nestas sociedades o objetivo é a exploração de atividade econômica e de atividade 
intelectual.
( ) Dissolução e Liquidação.
AUT
OAT
IVID
ADE �
UNIDADE 3TÓPICO 2130
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
PARTE gERAL - LIVRO II: DOs bENs
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 3
Os bens são estudados no Livro II da Parte Geral do Código Civil. Este tópico será 
dedicado ao seu estudo, especialmente conceitos e classificação. 
Então, vamos continuar?
2 CONCEITO DE “bEm”
 Para entendermos o conceito de bem, precisamos primeiro entender que, para o Direito, 
“bem” e “coisa” não se confundem. São bens apenas as coisas que têm valor econômico e que 
podem ser apropriados pelo homem.
Podemos, pois, chamar de “bem” “tudo aquilo que satisfaz uma obrigação” (GONÇALVES, 
2006, p. 238-239), podendo também ser considerados bens as “coisas materiais, concretas, 
úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apreciação, bem como as de 
existência imaterial economicamente apreciáveis”. 
Existem várias espécies de bens, previstas no Código Civil: bens considerados em si 
mesmos (imóveis, móveis, fungíveis e consumíveis, divisíveis e bens singulares e coletivos), 
bens reciprocamente considerados, bens públicos etc. Para a nossa disciplina, será suficiente 
conhecermos as principais divisões. Vamos ver cada conceito separadamente?
UNIDADE 3TÓPICO 3132
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
3 CLAssIFICAÇÃO DOs bENs
3.1 BENS MÓVEIS E IMÓVEIS
Inicialmente vamos estudar a clássica divisão entre bens móveis ou imóveis. O conceito 
de bens móveis é trazido pelo próprio Código Civil, em seu art. 82. Como o próprio nome diz, 
móveis são [...] “os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, 
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.” Os animais, chamados 
semoventes (porque se movem por si sós), são considerados pelo direito como bens móveis. 
Também são considerados bens móveis perante o direito civil as ações das sociedades, os 
papéis do mercado de valores, entre outros.
Os imóveis, como regra geral, são os bens “que se não se podem transportar, sem 
destruição, de um para o outro lugar” (BEVILÁCQUA apud GONÇALVES, 2006, p. 246). Assim, 
podemos considerar como bens imóveis o solo e seus componentes, o subsolo e o espaço 
aéreo. Porém, segundo o Código Civil, em seu art. 79, “são bens imóveis o solo e tudo quanto 
se lhe incorporar natural ou artificialmente” e, assim sendo, são imóveis as construções, as 
plantações, as árvores e os frutos etc. 
Esta distinção é de suma importância por diversos motivos. Por exemplo, a aquisição 
da propriedade de bens móveis se dá pela simples tradição (entrega), enquanto a dos bens 
imóveis só ocorre depois do registro da escritura pública no cartório do registro de imóveis. 
Para as pessoas casadas entregarem bens imóveis como garantia (ex.: hipoteca), dependem 
da autorização do cônjuge, o que não acontece nos bens móveis, entre outros.
3.2 BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS 
Outra classificação divide os bens em fungíveis ou infungíveis. Os bens fungíveis, 
conforme o art. 85 do Código Civil, são “os móveis que podem substituir-se por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade”, a exemplo do dinheiro e de alimentos. Ao contrário, os 
infungíveis são os que não têm as características acima. Porém, é interessante como um bem 
fungível pode se tornar infungível, como nos exemplos trazidos por Carlos Roberto Gonçalves 
(2006, p. 255), quando uma pessoa empresta a outra uma moeda rara de colecionador, ou 
um boi que, emprestado para serviços de lavoura, é infungível, enquanto o mesmo boi, se 
UNIDADE 3 TÓPICO 3 133
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
destinado ao corte, se torna fungível. 
Exemplo da importância desta distinção se dá no estudo dos contratos, pois é ela que 
vai determinar a espécie de contrato cabível. Por exemplo, no mútuo, o objeto deve ser coisa 
fungível, enquanto no comodato o bem será necessariamente infungível. 
3.3 BENS CONSUMÍVEIS OU INCONSUMÍVEIS
Os bens também podem ser classificados em consumíveis ou inconsumíveis, sendo 
que os bens consumíveis, segundo o art. 86 do Código Civil, são “os móveis cujo uso importa 
destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados 
à alienação, e inconsumíveis os que podem ser utilizados sem que haja destruição de sua 
substância.
3.4 BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
O conceito de bens divisíveis também consta do Código Civil em seu art. 87, que diz 
que bens divisíveis “são os que se podem fracionar sem alteração de sua substância, diminuição 
considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”, e indivisíveis, aqueles que não 
possuem esta qualidade, como exemplo, uma máquina, uma vez que se tirarmos uma peça, 
ela deixa de funcionar.
3.5 BENS SINGULARES E COLETIVOS
Conforme o art. 89 do Código Civil, são singulares os bens que, “embora reunidos se 
consideram de per si, (por si só) independente dos demais”. Assim, um carro é um bem singular 
quando considerado individualmente, como a maioria dos bens. Os bens coletivos, também 
chamados universalidades, são os que, “sendo compostos por várias coisas singulares se 
consideram em conjunto” (GONÇALVES, 2006, p. 260). Assim, o mesmo carro, que é um bem 
singular, pode integrar um conjunto e assim formar um bem coletivo, como uma frota. 
3.6 BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS
Os bens podem ser ainda principais ou acessórios.
UNIDADE 3TÓPICO 3134
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
 Os bens acessórios são assim chamados porque dependem da existência de outro,o 
principal para existirem. “Assim o solo é bem principal, porque existe sobre si, concretamente, 
sem qualquer dependência” (GONÇALVES, 2006, p. 261), enquanto a árvore é bem acessório, 
pois depende do solo onde está plantada para existir. Apesar desta relação de dependência, o 
Código Civil permite que os bens acessórios (frutos e produtos) sejam objeto de negócio jurídico.
Os bens acessórios são subdivididos em frutos, produtos, pertenças e benfeitorias.
 Os produtos se distinguem dos frutos porque não podem ser colhidos periodicamente, 
“como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas (BEVILÁCQUA apud 
GONÇALVES, 2006, p. 263). 
Já os frutos, segundo (Gonçalves, 2006, p. 264-265) “são utilidades que uma coisa 
periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo 
ou em parte [...]”. Os frutos são ainda classificados em naturais, como o fruto das árvores, 
industriais, como por exemplo “a produção de uma fábrica” (GONÇALVES, 2006, p. 264) e, 
também, civis, “que são os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização 
por terceiros, como os juros e os aluguéis” (GONÇALVES, 2006, p. 263). 
As pertenças, segundo o art. 93, ao contrário dos frutos e produtos, não são partes 
integrantes do bem, como os produtos e os frutos, mas se destinam, de modo duradouro, 
ao uso, serviço ou amorfoseamento de outro. Como exemplo, podem-se citar os “objetos de 
decoração de uma residência” (GONÇALVES, 2006, p. 265). Por fim, as benfeitorias “são os 
melhoramentos que podem ser inseridos na coisa” (GONÇALVES, 2006, p. 267). O tipo de 
melhoramento que for inserido na coisa determinará o tipo de benfeitoria, qual seja, necessárias, 
úteis ou voluptuárias.
A distinção entre os tipos de benfeitoria é encontrada no Código Civil em seu art. 96. 
Assim, de forma resumida, são necessárias aquelas destinadas à conservação do bem (ex.: 
manutenção de um telhado de uma casa), enquanto as necessárias são as que aumentam 
ou facilitam seu uso (ex.: instalação de um ar condicionado), e, por fim, as voluptuárias que 
são aquelas de mero deleite ou recreio, mas que não aumentam nem facilitam o uso do bem 
(como por exemplo um jardim). Vistas as diferenças entre as classes de bens principais e suas 
subdivisões, para uma melhor compreensão, de forma esquematizada, podemos visualizar o 
seguinte:
UNIDADE 3 TÓPICO 3 135
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
FONTE: Gonçalves (2006)
3.7 BENS PÚBLICOS E PRIVADOS
Já os bens públicos, conforme o art. 98 do Código Civil, são os “pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno”, como, por exemplo, as praias, as praças e outros 
bens pertencentes à União, Estados e Municípios, e os privados são os que pertencem aos 
particulares. Os bens públicos são inalienáveis, ou seja, a titularidade do direito de propriedade, 
como regra geral, não podem ser objeto de transferência. Somente em casos especiais, com 
regras específicas constantes do Direito Administrativo é que a alienação destes bens será 
permitida. Já os bens particulares, salvo as exceções previstas na lei civil, poderão ser alienados, 
e assim, transferido o direito de propriedade sobre eles, quando forem, por exemplo, objeto de 
contrato de compra e venda, doação, e outras transações imobiliárias.
FIGURA 19 – BENS PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS E SUAS SUBDIVISÕES
UNIDADE 3TÓPICO 3136
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você aprendeu que:
	Bens e coisas não se confundem.
	São diversas as classificações de bens e que esta classificação é importante.
REsUmO DO TÓPICO 3
UNIDADE 3 TÓPICO 3 137
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Caro(a) acadêmico(a), você compreendeu bem os conceitos trazidos neste 
tópico? Então, de acordo com as frases, escolha as palavras que completam o lacunas: 
Para o estudo do Direito, é importante conhecermos as diversas espécies de 
bens. Inicialmente, podemos dividi-los em bens móveis e __________________.
Por isso, podemos dizer que são bens _______________ aqueles “que não 
se podem transportar, sem destruição, de um para o outro lugar” (BEVILÁCQUA apud 
GONÇALVES, 2006, p. 246).
Outra classificação importante que devemos registrar é a que divide os bens em 
principais e _____________, que só existem mediante a existência dos bens principais, 
como, por exemplo, ocorre com a árvore em relação ao solo. 
Os bens _______________ são os bens móveis que não se podem substituir 
por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Outra classificação importante para o estudo do Direito é a que os divide em 
bens principais e acessórios. Estes, por sua vez, se subdividem em _____________, 
_______________, ____________ e benfeitorias. 
As benfeitorias podem ser úteis, necessárias ou _____________________, que 
são aquelas que apenas tornam o bem mais belo ou luxuoso. 
AUT
OAT
IVID
ADE �
UNIDADE 3TÓPICO 3138
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
PARTE gERAL - LIVRO III: DOs 
FATOs jURÍDICOs
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 4
UNIDADE 3
No Livro III do Código Civil, vamos encontrar a legislação referente aos fatos jurídicos. 
O entendimento deste conceito é também fundamental no estudo das relações entre o Direito 
e as atividades empresariais.
2 CONCEITO DE FATO jURÍDICO
Primeiramente, precisamos entender: o que é um fato jurídico? 
É qualquer acontecimento que tenha consequências no mundo jurídico, ou seja, todo 
acontecimento que produz efeito jurídico. Em outras palavras, fatos que “interessem” (sejam 
importantes) para o Direito, e assim:
Só é fato jurídico o acontecimento que produz efeitos no mundo jurídico.
Desta forma, 
Não é todo acontecimento que será um fato jurídico.
Para entendermos bem esta afirmação, podemos imaginar que o nascimento de 
uma pessoa é um fato jurídico, pois produz efeitos no mundo jurídico. Você se lembra que o 
nascimento com vida é o início da personalidade jurídica? Então, o nascimento é um fato que 
tem relevância para o Direito, e, por isso é considerado um fato jurídico.
UNIDADE 3TÓPICO 4140
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
3 CLAssIFICAÇÃO DOs FATOs jURÍDICOs
Os fatos jurídicos podem ser naturais, porque vêm da natureza (ex.: nascimento, morte, 
terremoto, raios etc.), e, assim, independem da vontade humana para ocorrerem; ou humanos, 
que dependem da vontade humana para se verificarem, que também são chamados atos 
jurídicos. Para o nosso estudo, é preciso que entendamos bem o conceito de ato jurídico. Mas 
antes, vamos visualizar de forma esquematizada o que vimos até agora?
FONTE: A autora
Os atos jurídicos são divididos em lícitos, quando seus efeitos são voluntários, e ilícitos, 
quando os efeitos são involuntários, conforme explica Gonçalves (2006, p. 278). 
Desta forma, um contrato de compra e venda, que seja firmado dentro do que dispõe a 
lei, será um ato jurídico lícito, pois seu efeito será aquele esperado, ou seja, o pagamento do 
preço resultará na transferência da propriedade. Já um acidente de trânsito será um ato ilícito, 
pois gerará efeitos não pretendidos pelas partes envolvidas.
4 NEgÓCIO jURÍDICO 
 
Dentre a classificação dos atos jurídicos, temos o NEGÓCIO JURÍDICO, como você 
pode ver do esquema anterior, tendo como característica principal a junção da vontade dos 
FIGURA 20 – FATOS JURÍDICOS E SUAS SUBDIVISÕES
UNIDADE 3 TÓPICO 4 141
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
agentes (particulares) que produzirá os efeitos pretendidos, ou seja, criar, modificar, transferir 
ou extinguir direitos. Por isso se diz que o contrato é seu símbolo (AMARAL apud GONÇALVES, 
2006, p. 281).
CONTRATO = NEgÓCIO jURÍDICO
IMP
OR
TAN
TE! �
Você entendeu por que este conceito é tão importante? Porque as 
transações empresariais geralmente envolvem contratos, que são 
as principais espécies de negócio jurídico.
4.1 REQUISITOS DE VALIDADE 
 DO NEGÓCIO JURÍDICO
Para que o negócio jurídico seja VÁLIDO, ou seja, para que possa produzir os efeitos 
de criar, modificar, transferirou extinguir direitos, é necessário que estejam presentes seus 
requisitos de validade, previstos no art. 104 do Código Civil:
NEgÓCIO jURÍDICO VÁLIDO
=
AgENTE CAPAz + ObjETO LÍCITO + FORmA PREsCRITA OU 
NÃO DEFEsA (PROIbIDA) Em LEI
Para que o agente seja CAPAZ, é preciso que tenha CAPACIDADE CIVIL, que é a 
aptidão para praticar por si os atos da vida civil. Esta incapacidade pode ser absoluta ou relativa, 
como vimos acima. Em caso de incapacidade absoluta do agente (por exemplo, menores de 
16 anos) ele será representado e em caso de incapacidade relativa (por exemplo, maior de 16 
e menor de 18 anos) o agente será assistido. 
O OBJETO LÍCITO é “o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes” 
(GONÇALVES, 2006, p. 320). Assim, como você já viu, os bens públicos não podem ser objeto 
de compra e venda, pois sua alienação não é permitida por lei.
UNIDADE 3TÓPICO 4142
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
A FORMA é a maneira pela qual o negócio jurídico se exterioriza. Segundo o Código Civil, 
a forma deve ser a prescrita (prevista) ou não defesa (proibida) em lei. Assim, por exemplo, 
falando em transações imobiliárias, podemos dizer que a compra e venda de um bem imóvel 
para ser válida DEVE NECESSARIAMENTE SER REALIZADA POR ESCRITURA PÚBLICA, 
e não apenas por contrato, pois assim exige o Código Civil.
4.2 NULIDADE E ANULABILIDADE 
 DO NEGÓCIO JURÍDICO
Quando faltarem os requisitos legais, o negócio jurídico será NULO, como previsto no 
art. 166 do Código Civil.
No negócio jurídico, a vontade é o elemento essencial, porque ele nasce da conjunção 
de duas vontades. Por isso, ela deve ser LIVRE, ou seja, não deve haver nada que influencie a 
manifestação desta vontade. Se assim não for, o negócio jurídico será viciado, e será anulável, 
no prazo de 04 anos (conforme art. 178, CC). 
Poderá também ser ANULÁVEL, em caso de incapacidade relativa do agente ou vício 
de consentimento, também chamado defeito do negócio jurídico que se originam da vontade 
viciada. 
São defeitos do ato jurídico os previstos nos artigos 138 ao 165 do Código Civil: o erro 
substancial, o dolo, a coação, o estado de perigo, a lesão e a fraude contra credores. 
De uma forma simplificada, podemos dizer que:
	No erro, a pessoa não tem noção da verdade, e, se soubesse, a manifestação da vontade 
seria diferente. 
	No dolo, há o emprego de um artifício para induzir alguém para realizar o negócio em benefício 
próprio ou de terceiro. 
	Na coação, há um fundado temor de dano próximo a acontecer (iminente) à pessoa, à família 
ou aos seus bens. 
	Na fraude a credores, o devedor se desfaz de seus bens, de forma maliciosa para escapar 
das dívidas. 
	No estado de perigo, ficará demonstrado quando alguém se obrigar por uma prestação 
muito onerosa, para salvar a si, pessoa de sua família, ou outro ente querido de grave dano 
conhecido da outra parte. 
UNIDADE 3 TÓPICO 4 143
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
	Por fim, haverá lesão quando uma pessoa, em razão de necessidade ou inexperiência se 
obriga por uma prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
Por exemplo, quando uma pessoa vende um bem por um valor muito inferior ao que ele 
realmente vale, por dificuldades financeiras. 
Assim, se um negócio jurídico for assinado por um menor de 16 anos, ele será nulo e 
não poderá produzir efeitos. Porém, se uma pessoa maior for coagida a assiná-lo, ele será 
anulável, só não produzindo efeitos depois desta declaração.
UNIDADE 3TÓPICO 4144
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você estudou que:
	O contrato é o principal símbolo do negócio jurídico que, para sua validade, depende da 
existência de agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei.
	Na falta dos requisitos legais ou em ocorrendo “defeito” no negócio jurídico, o ato poderá ser 
nulo ou anulável.
REsUmO DO TÓPICO 4
UNIDADE 3 TÓPICO 4 145
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Com base nos conhecimentos adquiridos neste tópico, responda ao questionário 
a seguir:
1 Qual a principal diferença entre fato e ato jurídico? 
2 Cite o principal exemplo de negócio jurídico.
3 Como se caracteriza a fraude a credores?
4 Qual o traço marcante da coação?
 
5 Caso um bem público seja vendido em afronta à lei, o que ocorrerá com o contrato? 
Por quê? 
6 Qual a principal característica do negócio jurídico?
AUT
OAT
IVID
ADE �
UNIDADE 3TÓPICO 4146
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
CÓDIgO CIVIL - PARTE EsPECIAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 5
UNIDADE 3
Agora sim podemos conhecer os ramos do Direito Civil que compõem a parte especial 
do Código Civil: Direito das Obrigações, Direito da Empresa, Direito das Coisas, Direito de 
Família e Direito das Sucessões. Cada um dos ramos específicos desta parte especial disciplina 
uma espécie de relação jurídica, como veremos nos próximos itens. 
2 sUbDIVIsÕEs DA PARTE 
 EsPECIAL DO DIREITO CIVIL
2.1 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O Direito das Obrigações “trata do vínculo pessoal que liga credores e devedores, 
tendo por objeto uma prestação patrimonial” (MAX; ÉDIS, 2005, p. 224).
2.1.1 Conceito de Obrigação
 Do conceito de Direito das Obrigações que estudamos anteriormente, podemos extrair 
o conceito de obrigação, que, como o próprio nome diz, é uma relação jurídica de natureza 
pessoal (você lembra o conceito de relação jurídica pessoal que vimos na Unidade 1?), de 
natureza patrimonial, em que o credor de um lado tem o direito de exigir do devedor, de outro, 
uma prestação de dar, fazer ou não fazer. Diniz (2008, p. 3) fornece como exemplos desta 
relação o locador, que tem o direito de exigir o preço do aluguel, e o do vendedor, que tem 
direito de exigir do comprador o preço. Veja a figura:
UNIDADE 3TÓPICO 5148
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
FONTE: A autora
Analisando este conceito, podemos ver que alguém se obriga a uma prestação que 
pode ter três modalidades, que correspondem ao tipo de obrigação: obrigação de dar, fazer 
ou não fazer.
A obrigação de é de dar (entregar) uma coisa quando este é o seu objeto, como no 
contrato de compra e venda. A obrigação de dar pode ser de dar coisa certa (específica, o 
carro X, o imóvel Y) ou incerta (ex: a venda de uma safra). Já a obrigação de fazer, como 
a que envolve um contrato de prestação de serviços, e de não fazer, quando as partes se 
obrigam a deixar de fazer alguma coisa, como, por exemplo, quando um vizinho se obriga a 
não construir um muro. Nas obrigações há três elementos: o sujeito ativo e o sujeito passivo 
e o objeto. O sujeito ativo, ou o credor, é aquele que pode exigir a prestação; o sujeito passivo, 
ou devedor, é o que deve cumprir a obrigação; e o objeto, a obrigação de dar, fazer ou não 
fazer, conforme vimos acima. 
2.1.2 Fontes das Obrigações
No nosso sistema, as fontes das obrigações são: os contratos e declarações 
unilaterais de vontade (obrigações contratuais) e as que nascem dos atos ilícitos (obrigações 
extracontratuais). Como exemplo desta última, podemos citar a indenização a que tem direito 
a vítima de um acidente de trânsito. 
2.1.3 Espécies de Obrigações
A obrigação será alternativa quando o devedor puder escolher entre cumprir uma 
obrigação ou outra. Por exemplo, poderá o devedor escolher entre entregar um carro OU o 
seu equivalente em dinheiro. 
A obrigação será cumulativa quando o devedor necessitar cumprir todas as obrigações 
FIGURA 21 – VÍNCULO JURÍDICO DA OBRIGAÇÃO
UNIDADE 3 TÓPICO 5 149
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
para que se libere. Exemplo: o devedor deverá construir e pintar um muro. Divisível será a 
obrigação que pode ser dividida entre os credores ou devedores. Por exemplo, a dívida é 
de R$ 1.500,00, e cada um dos devedores fica responsável pelo pagamento de R$ 500,00. 
Será indivisível quando essa divisão não for possível. Exemplo: dois devedores se obrigam 
a entregar uma casa ao credor. A obrigação será personalíssima, quando o cumprimento 
da obrigação só possa serexecutado pelo próprio devedor, de forma exclusiva e pessoal. 
Exemplo clássico deste tipo de obrigação é o pintor famoso contratado para pintar um quadro. 
2.1.4 Transmissão das Obrigações
As obrigações podem ser cedidas para outra pessoa que não o devedor ou o credor? 
Podem sim, através das figuras jurídicas que estudaremos a seguir: Cessão de Crédito e 
Assunção de Dívida.
A Cessão de Crédito “é a transferência de crédito de uma pessoa para a outra.” 
(RAPOSO; HEINE, 2004, p. 51). Esta transferência que parte do credor pode ou não envolver o 
pagamento de valores (onerosa), ou ser gratuita. Quem transfere se chama Cedente, e aquele 
que recebe o crédito se chama Cessionário. Já a Assunção de Dívida ocorre quando uma 
terceira pessoa, com a concordância do credor (por escrito) assume o lugar do antigo devedor, 
que fica então livre da dívida.
2.1.5 Cumprimento ou Pagamento da Obrigação
O cumprimento da obrigação é o ato que libera o devedor. Assim,
Pagamento do credor  satisfação da obrigação  liberação do 
devedor  extinção da obrigação.
Mas, para que o cumprimento ou pagamento da obrigação seja efetivo, temos que 
observar:
	Quem deve pagar  o próprio devedor, outra pessoa por ele, a não ser que a obrigação seja 
personalíssima (que só pode ser cumprida pelo próprio devedor), por exemplo, a obrigação 
de pintar um quadro.
	A Quem se deve pagar  a obrigação, como regra geral, deve ser paga ao próprio credor, 
ou pessoa por ele autorizada, para ter eficácia.
UNIDADE 3TÓPICO 5150
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
	A prova do pagamento  ao pagar, o devedor deverá exigir o recibo, que é seu direito e a 
única prova do pagamento, pois este não se presume. 
	Local do pagamento  a obrigação como regra geral, deve ser paga no local em que for 
convencionado. Na omissão, deverá ser cumprida no domicílio do devedor. Se a prestação for 
a entrega do imóvel ou prestação relativa a este, o local do pagamento será o da localização 
do bem.
	Data do pagamento  o pagamento deverá ser realizado na data convencionada, e se assim 
não acontecer, ficará o devedor sujeito aos encargos do não pagamento. Se não houver data 
convencionada, considera-se que o pagamento deve ser feito à vista.
Pode haver ainda o perdão da dívida, que se chama remissão.
 
2.1.6 Descumprimento da Obrigação
Pode acontecer de o devedor não cumprir a obrigação na data combinada. Então, 
diremos que o devedor é inadimplente. Porém, este não cumprimento sujeitará o devedor a 
algumas consequências, que vamos conhecer agora. 
A primeira consequência é a mora, que é o atraso ou o retardamento do pagamento. 
A mora tanto pode ser do devedor (que não paga) ou do credor (que se recusa a receber). O 
devedor poderá ficar assim sujeito ao pagamento de multa, juros, ou outros encargos previstos 
no contrato.
As perdas e danos se referem àquilo que o devedor perdeu (danos emergentes) e o 
que deixou de ganhar (lucros cessantes), em razão do descumprimento da obrigação.
Outra consequência é o pagamento de juros moratórios, que só podem ser estipulados 
no máximo em 12% ao ano, conforme o Código Civil. 
A cláusula penal, por sua vez, será aplicada quando houver descumprimento da 
obrigação, a exemplo do que acontece nos aluguéis quando o locador ou locatário quiser 
terminar antecipadamente o contrato, ficando sujeito ao pagamento de três meses de aluguel.
Por fim, temos as arras ou sinal de negócio. As arras são uma quantia que o comprador 
paga ao vendedor para garantir o negócio (arras compensatórias), ou como compensação pelo 
arrependimento (arras penitenciais). Conforme o Código Civil, quando o comprador desistir 
do negócio, perderá os valores das arras em favor do vendedor. Quando for o vendedor o 
desistente, este deve devolver o que recebeu em dobro. 
UNIDADE 3 TÓPICO 5 151
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
2.1.7 Obrigações Contratuais
As obrigações contratuais são aquelas que se originam de um contrato, que é uma 
espécie de negócio jurídico (como vimos acima), pois cria, modifica, conserva ou extingue 
direitos. 
As partes contratantes têm plena liberdade de contratar, que é o princípio conhecido 
como autonomia da vontade. 
Porém, costuma-se dizer que o Código Civil limitou este princípio quando exige que, 
quando as partes firmarem um contrato, será necessário haver a boa-fé objetiva (art. 422 do 
Código Civil), que significa que a parte deverá pensar e agir com probidade e honestidade. 
Também limitam a liberdade de contratar e a função social do contrato (art. 421 do Código 
Civil).
Podemos citar como exemplos de contratos que você poderá utilizar em sua atividade 
profissional: o comodato (empréstimo gratuito de bem infungível), a locação (cessão de uso 
mediante remuneração), o mútuo (empréstimo de bem fungível), mandato (concessão de 
poderes de representação através de uma procuração), entre outros.
2.2 DIREITO EMPRESARIAL
Já o Direito da Empresa “refere-se ao exercício profissional da atividade econômica 
organizada, para a produção ou circulação de bens e serviços” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 
224).
O Direito Empresarial envolve conceitos e matérias que antes pertenciam ao Direito 
Comercial e que, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, passaram a fazer parte do 
Direito Civil, tais como os tipos de sociedades, obrigações sociais, títulos de crédito, entre outros.
EST
UDO
S F
UTU
ROS
! �
Prezado(a) acadêmico(a). Diante da importância que o Direito 
Empresarial representa em sua futura atividade como Gestor ou 
Contador, seus conteúdos serão estudados em uma disciplina 
específica chamada “Direito Empresarial e Direito Tributário”, que 
você cursará mais adiante.
UNIDADE 3TÓPICO 5152
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
2.3 DIREITO DAS COISAS
O Direito das Coisas, por sua vez, disciplina a relação que “se estabelece entre as 
pessoas e os bens, como a propriedade, a posse ou a hipoteca” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 
224). Para nosso estudo, será suficiente conhecermos seus principais institutos. Iniciaremos 
pela posse e propriedade que são direitos reais.
O direito real é o direito que uma pessoa exerce sobre uma coisa, tendo o direito de 
buscar (através de uma ação judicial) esta coisa das mãos de quem quer que se encontre. 
A este poder chama-se “direito de sequela”, que cria um vínculo jurídico entre a pessoa e o 
bem e permite, por exemplo, que a pessoa entre na justiça para pedir uma reintegração de 
posse de suas terras invadidas. Além disso, tem efeito erga omnes, o que significa dizer que, 
estando devidamente registrado no Registro de Imóveis, tem validade contra todos, sem que 
se possa alegar desconhecimento da titularidade deste direito. 
Existem os direitos reais sobre as coisas próprias, como a propriedade e os direitos 
reais sobre as coisas alheias, tais como a hipoteca, o usufruto e o penhor. Iniciaremos pelo 
estudo da propriedade, principal objeto do Direito das Coisas.
2.3.1 Propriedade
Segundo o art. 1.228 do Código Civil, a propriedade ou domínio é o direito que seu titular 
possui de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la de quem injustamente a possua 
ou detenha. É garantido pela Constituição Federal, em seu art. 5º, XXII da Carta Magna, que, 
porém, diz que a propriedade deve atender sua função social. Esta limitação também está 
expressa no parágrafo primeiro do referido art. 1228 do Código Civil. 
2.3.1.1 Classificação da propriedade
 
Diz-se que a propriedade é plena quando todos estes direitos podem ser realizados 
pelo proprietário, sendo assim considerada até que se prove o contrário, conforme art. 1.231 
do Código Civil. A propriedade será limitada, quando sobre ela recair um direito real (ex.: 
hipoteca), ou for resolúvel, quando tem prazo certo para se extinguir. E como se adquire a 
propriedade imóvel? 
UNIDADE 3 TÓPICO 5 153
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
2.3.1.2 Formas de aquisição da propriedade
São várias as formas de se adquirir a propriedade:registro do título, usucapião e 
acessão. Vejamos cada um deles.
 A forma mais comum de aquisição da propriedade é o registro do título (art. 1.245 do 
CC) que transfere a propriedade do bem imóvel.
UNI
Você já ouviu dizer que quem não registra não é dono? Quer saber 
o que é este título e este registro? É o que vamos ver em seguida.
O título a que a lei se refere é a escritura pública, uma vez que, em se tratando de 
bens imóveis é obrigatório que esta seja lavrada em um cartório que se chama tabelionato.
É importante lembrar que “sobre a propriedade o mais importante é sabermos identificar 
quem realmente é o proprietário do bem” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 84). E acrescentam:
No caso de bens imóveis, só é proprietário aquele 
que figura como tal no Registro de Imóveis.
ATE
NÇÃ
O!
Você viu que para ser proprietário de um bem imóvel não basta ter 
um contrato ou uma escritura. É preciso que esta escritura esteja 
registrada no Registro de Imóveis. Assim, se um imóvel for vendido 
duas vezes, será considerado proprietário aquele que primeiro 
registrar a escritura.
O Registro de Imóveis é o cartório responsável por manter um cadastro, chamado 
“matrícula”, de todos os imóveis existentes na cidade. Na matrícula, consta um número, todos 
os dados do imóvel e o “histórico” de seus proprietários, ônus reais etc. É como se fosse uma 
“carteira de identidade” do imóvel. Nas cidades maiores, os registros de imóveis são geralmente 
divididos em regiões que se chamam “ofícios”. Assim, dependendo do endereço do imóvel, ele 
pertencerá ao 1º, ou 2º Ofício, e assim por diante.
Outra forma de aquisição da propriedade é a usucapião, que é o direito de propriedade 
UNIDADE 3TÓPICO 5154
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
que o possuidor da coisa que a possui como sua (animus domini), sem que haja oposição de 
ninguém durante um certo prazo de tempo, passa a ter. Este direito deve ser reconhecido 
em sentença judicial, que servirá como título de transferência da propriedade no Registro de 
Imóveis. Porém, o pedido deve obedecer a alguns requisitos legais, que variam de acordo com 
o prazo de ocupação, o tipo de área e a existência de justo título, ou seja, de um documento 
(ex.: contrato de compra e venda) que comprove a posse nos termos exigidos pelo Código 
Civil. Não entraremos aqui nas espécies de usucapião, por não ser objeto específico de nosso 
estudo, mas é importante que se deixe claro que o possuidor pode somar a sua posse a do 
seu antecessor, desde que seja de boa-fé e que os bens públicos não podem ser objeto de 
usucapião.
 Enfim, adquire-se a propriedade pela acessão, que quer dizer “agregar, unir. Logo, 
aquisição por acessão significa tudo aquilo que é acrescido ao imóvel, que pode se dar de 
forma natural ou artificial” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 87). De forma resumida, os mesmos 
autores esclarecem que:
A acessão ocorre de forma natural, quando há a formação de ilhas, pela aluvião 
(acréscimos sucessivos e imperceptíveis nas margens ou na foz de rios, de materiais trazidos 
pelas correntes), pela avulsão (acréscimo de porção de terra arrancada por força natural 
violenta) ou pelo álveo abandonado (leito de rio que secou). A acessão de forma artificial 
são as construções e as plantações que, segundo o art. 1.253 do CC, presumem-se feitas 
pelo proprietário às suas custas.
Já vimos como se adquire a propriedade. E como se perde a propriedade? Quanto à 
perda da propriedade, podemos dizer que os meios previstos no Código Civil são:
	Alienação  transferência voluntária da propriedade (ex.: a compra e a venda, a doação 
etc.).
	Renúncia  desistência do direito de propriedade sobre o imóvel.
	Abandono do imóvel.
	Perecimento da coisa.
	Desapropriação  quando o imóvel for de necessidade pública ou utilidade pública, hipótese 
em que a Constituição Federal garante a justa e prévia indenização.
Para a defesa da propriedade, o titular deverá entrar em juízo com uma ação 
reivindicatória.
2.3.2 Posse
Posse, segundo Raposo e Heine (2004, p. 81), é a ocupação de uma coisa. O Código 
UNIDADE 3 TÓPICO 5 155
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Civil considera, em seu art. 1196, como possuidor aquele que tem de fato ou não algum dos 
poderes relativos à propriedade. O locatário pode ser citado como exemplo de possuidor. Ele 
tem o poder de usar da coisa, e de buscá-la de alguém que injustamente a possua. 
2.3.3 Classificação da Posse
A posse pode ser classificada de diversas formas:
FONTE: A autora
Vamos ver os conceitos separadamente? 
	Direta ou indireta: A posse direta é aquela exercida efetivamente sobre o bem. Para 
entender seu conceito, podemos retomar o exemplo da locação. O proprietário transfere ao 
locador a posse direta. Porém, não perde sua posse, mas a exerce de forma indireta, o que 
lhe possibilita defender sua posse em juízo.
	justa ou injusta (violenta, clandestina ou precária): A posse justa é aquela que é 
amparada em um fato legal, de acordo com a lei, tais como a decorrente de um contrato, a 
ocupação de um imóvel como dono sem contestação (que depois pode originar o direito à 
usucapião, como vimos anteriormente) etc. Diz-se que não contém vícios. A posse justa dá 
direito ao possuidor de receber os frutos e o recebimento de uma indenização, caso venha 
a perder judicialmente esta posse. A posse injusta, ao contrário, tem como fato gerador 
um ato violento (ex.: invasão), clandestino (tomada da posse com utilização de artifícios) ou 
ainda a posse precária, que decorre da não devolução por uma pessoa que recebe o bem 
temporariamente. Um exemplo que pode ser citado é o do contrato de comodato, contrato 
imobiliário em que se empresta um bem infungível gratuitamente. Findo o prazo do contrato, 
o comodatário se recusa a devolver o bem. Sua posse, que era justa (porque amparada no 
contrato), torna-se injusta, porque viciada pela precariedade. A posse injusta não pode se 
transformar em justa.
FIGURA 22 - CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
UNIDADE 3TÓPICO 5156
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
	De boa-fé e de má-fé: O possuidor de boa-fé é aquele que “tem a posse com a plena 
convicção de ser legítima, desconhecendo eventual vício na aquisição”, ao contrário da de 
má-fé, onde o possuidor sabe que a posse é viciada. [...] Ele sabe que o bem não lhe pertence 
e mesmo assim o detém (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 83).
	Posse nova e posse velha: Diz-se posse nova aquela que é exercida pelo possuidor há 
menos de um ano e um dia, enquanto a posse velha é exercida há mais de um ano e um 
dia. Esta diferenciação é importante para a determinação do tipo de ação judicial que deverá 
ser ajuizada para a defesa da posse.
A posse pode ser esbulhada ou turbada. Quando o possuidor perde a posse, diz- 
-se que ocorreu esbulho possessório. Já quando não há perda da posse, mas apenas uma 
“perturbação”, diz-se que ocorreu turbação. 
Para ilustrar esta diferença, vamos pensar no seguinte exemplo: dois terrenos vizinhos. 
O dono de um deles, entendendo que a cerca divisória está errada e que sua área é maior, 
sem ter razão, derruba a cerca. Praticou um ato de turbação da posse. Já se, neste mesmo 
caso, ele mudar a cerca de lugar, “invadindo” o terreno do vizinho, ele praticará nítido ato de 
esbulho. Também a lei admite a possibilidade de o possuidor evitar a ocorrência de ato de 
esbulho ou turbação, por exemplo, evitando uma invasão, através de uma ação chamada 
interdito proibitório.
Para defender judicialmente a sua posse, o possuidor pode ajuizar as seguintes ações, 
dependendo do ato praticado: 
Reintegração de posse  quando houver perda da posse.
Manutenção de posse  quando houver turbação da posse.
Interdito proibitório  para evitar que haja a turbação ou o esbulho.
2.3.4 Direitos reais sobre as coisas alheias 
Como já dissemos, o direito real é aquele que a pessoa exerce sobre a coisa. Já 
vimos também que este direito real pode ser exercido sobre coisa própria, como ocorre com 
a propriedade. Contudo, este direito real também pode ser exercidosobre uma coisa de outra 
pessoa, ou seja, sobre coisa alheia. 
Estes direitos podem recair sobre coisas móveis, como, por exemplo, o penhor ou sobre 
UNIDADE 3 TÓPICO 5 157
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
imóveis, a exemplo da hipoteca. Os direitos reais sobre as coisas alheias serão apresentados 
a seguir. 
 
2.3.4.1 Direitos reais sobre 
 coisas alheias de gozo e fruição
Os direitos reais sobre coisas alheias de gozo e fruição são os que se referem à 
utilização da coisa alheia, sendo que são os seguintes que recaem sobre imóveis: superfície, 
servidão, usufruto, uso, e habitação.
O direito de superfície é o previsto no art. 1.369 do Código Civil e é aquele em que 
o proprietário concede a outra pessoa o direito de construir ou plantar em seu terreno, por 
prazo determinado. Esta concessão pode ser gratuita ou não. Aquele que recebe o imóvel tem 
nome de superficiário e ficará responsável pelo pagamento dos tributos relativos ao imóvel. 
Ao final, a construção ou plantação ficará para o proprietário, a não ser que haja um contrato 
estipulando uma indenização.
 
Já o direito de servidão consiste “na utilização do imóvel serviente por parte do imóvel 
dominante” (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 91). A servidão mais conhecida é a servidão de 
passagem, ou passagem forçada, em que parte de um terreno (imóvel serviente) serve de 
passagem para um outro (dominante). A servidão pode ser estabelecida por contrato, testamento 
ou decisão judicial e o proprietário do imóvel serviente é obrigado a respeitá-la. 
O usufruto, como o próprio nome diz, é o direito de “usar” e “fruir” da coisa. O proprietário, 
que passa a ser conhecido por “nu-proprietário”, transfere estes direitos ao “usufrutuário”. Utiliza-
-se muito o usufruto em nosso país em processos de separação e quando se realiza partilha 
em vida, para evitar o processo de inventário. Pelo usufruto, os pais passam a propriedade 
dos imóveis para os filhos, ficando-lhes reservado o usufruto. Como podem usar e fruir, podem 
morar no bem ou até mesmo alugá-lo, porque o aluguel é uma espécie de fruto, como vimos 
anteriormente. O nu-proprietário até pode vender o bem, mas este ônus real vai acompanhá-lo 
e o novo proprietário terá que aguardar a extinção deste direito real, pela morte do usufrutuário 
ou concordância deste em extinguir o usufruto.
Semelhante ao usufruto, há o direito de uso, com a diferença que, no uso, a pessoa 
usará a coisa e perceberá seus frutos de acordo com a necessidade de sua família. O Código 
Civil determina que se aplique ao uso, aquilo que for compatível às regras do usufruto.
Por fim, o direito de habitação é o de utilizar o imóvel para moradia, de forma gratuita, 
a exemplo do que ocorre no caso de falecimento de um dos cônjuges. Também se aplica a 
este direito real as disposições legais relativas ao usufruto.
UNIDADE 3TÓPICO 5158
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
UNI
Agora que você já conhece os direitos reais sobre coisas alheias de 
uso e gozo, vamos partir para os direitos de aquisição.
2.3.4.2 Direitos reais sobre coisas alheias de aquisição
Como direito real sobre coisa alheia de aquisição, temos o Direito de Promitente 
Comprador do Imóvel, previsto no Código Civil e também a promessa de cessão de direitos, 
relativos a imóveis não loteados, sem cláusula de arrependimento e com imissão de posse, 
inscrito no registro de imóveis – Lei n. 4.380/64 e art. 167, I, 9 (RAPOSO; HEINE 2004, p. 
99). São chamados de direitos reais sobre coisa alheia de aquisição, porque permitem ao 
comprador a possibilidade de exigir a concessão da escritura pública que transfere o direito 
de propriedade, sem que o vendedor possa “voltar atrás”. A Promessa de Venda ou Cessão 
de Unidades Condominiais (Lei n. 4591/64) e Propriedade Fiduciária de Imóveis também são 
apontados como direitos reais sobre coisas alheias (RAPOSO; HEINE, 2004, p. 100). 
2.3.4.3 Direitos reais sobre coisas alheias de garantia
Por fim, os direitos reais de garantia. Por este direito, o bem fica vinculado ao 
cumprimento de uma obrigação, por exemplo, uma dívida, mas desde que estejam presentes 
todos os requisitos exigidos pela lei, especificamente nos arts. 1.419 e seguintes do Código 
Civil. Porém, o credor não poderá ficar com o bem se a dívida não for paga, porque o artigo 
1.428 do Código Civil proíbe esta prática. O bem será vendido e o dinheiro entregue ao credor.
São direitos reais de garantia: o penhor, a hipoteca e a anticrese. O penhor tem por 
objeto bens móveis. 
O penhor, segundo o art. 1431 do CC, constitui-se quando uma pessoa transfere a 
posse de um bem móvel para o credor de uma dívida. Exemplo típico de penhor é o realizado 
com joias na Caixa Econômica Federal em garantia de dívida.
ATE
NÇÃ
O!
Cuidado para não confundir PENHOR e PENHORA. A penhora é a 
garantia dada em um processo judicial. Por isso, quando estiver 
falando sobre penhor, deve-se dizer que as joias foram EMPENHADAS 
(e não penhoradas, como se ouve frequentemente).
UNIDADE 3 TÓPICO 5 159
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Na hipoteca, o devedor permanece na posse do imóvel e somente o perderá se não 
cumprir a obrigação. Quando tiver por objeto bem imóvel (o art. 147 do CC traz uma lista de 
bens e direitos que podem ser objeto de hipoteca, além dos imóveis, tais como as estradas de 
ferro, os navios e as aeronaves), que é o tema do nosso estudo, a hipoteca abrange também 
seus acessórios. É importante dizer que, para efeito de hipoteca, os navios e as aeronaves 
são considerados imóveis, podendo assim haver uma hipoteca sobre estes bens.
No direito real de anticrese, o devedor ou outra pessoa em seu nome entrega ao credor 
um bem de sua propriedade para que este receba os frutos em pagamento da dívida e dos juros.
IMP
OR
TAN
TE! �
lembre-se de que os direitos reais sobre coisas alheias devem ser 
registrados no Registro de Imóveis do local onde se localiza o imóvel, 
para terem eficácia erga omnes (contra todos). Este registro seguirá 
a ordem em que são apresentadas, fazendo-se a prenotação.
Outro importante instituto do Direito das Coisas é o direito de construir.
2.3.5 O Direito de Construir
Este direito é previsto no art. 1299 do Código Civil: 
O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o 
direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Ou seja, podemos afirmar que o direito de construir e plantar é livre, porém não é pleno, 
pois sofre limitações previstas nos arts. 1.300 a 1.312 do Código Civil. Dentre as limitações 
ao direito de construir estão:
	não despejar água no terreno vizinho;
	não abrir janelas ou construir terraços a menos de um metro e meio do terreno vizinho;
	respeitar, na zona rural, a distância mínima de três metros entre as construções;
	não construir na parede confinante fornos, fogões, chaminés ou quaisquer outras construções 
que possam causar infiltrações ou interferências no terreno vizinho;
	cumprir outras disposições relativas ao terreno confinante (arts. 1.305, 1.306 etc.);
	não efetivar construções que possam poluir ou tirar poço ou nascente de outrem;
	não realizar obras ou escavações que possam comprometer a segurança do terreno vizinho. 
Assim sendo, o direito do proprietário construir é sempre limitado, podendo o proprietário 
UNIDADE 3TÓPICO 5160
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
ou possuidor ingressar na justiça para fazer cessar este uso anormal da propriedade. Neste 
caso, segundo o Código Civil (art. 1.312), o proprietário poderá exigir, além da demolição da 
construção, a reparação dos danos causados. 
Além das hipóteses referentes ao uso nocivo da propriedade, o direito de vizinhança 
trata ainda: das árvores limítrofes, que são as que ficam na linha divisória entre dois terrenos. 
Se o tronco estiver na linha divisória, esta será considerada como propriedade comum entre 
os vizinhos. Se houver invasão de raízes e galhos no terreno, poderão ser cortados até a 
linha divisória pelo proprietário do terreno invadido.Os frutos caídos serão de propriedade do 
proprietário do terreno onde caírem; da passagem forçada, permitindo ao vizinho que tenha 
acesso à via pública, mediante indenização; da obrigação do proprietário de permitir a 
passagem de tubos e tubulações de utilidade pública, mediante indenização; da passagem 
das águas e do direito de tapagem, tais como cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo 
o seu prédio urbano e rural.
2.4 DIREITO DE FAMÍLIA
O Direito de Família, segundo Gusmão (2006, p. 204), é “a parte do direito, norteado 
pelo interesse social, rege as relações jurídicas constitutivas da família e as dela decorrentes. 
Tem por matéria as relações jurídicas que formam a família, ou seja, as entre esposos, entre 
pais e filhos e entre parentes.”
Dentre os institutos do Direito de Família, destacamos: o casamento e seus regimes de 
bens, filiação, união estável, tutela e curatela. Entendemos ser importante para nossa disciplina 
o estudo dos regimes de bens no casamento.
2.4.1 Regime de Bens no Casamento
O regime de bens escolhidos no casamento trará as normas que vigorarão no que diz 
respeito à comunicabilidade ou não dos bens em caso de separação ou morte. O regime legal 
é o da comunhão parcial de bens, o que significa dizer que no silêncio das partes este será 
o regime de bens a ser observado. Vamos conhecer cada um dos regimes previstos no CC?
Segundo Hironaka (2003), resumidamente, são os seguintes os regimes de bens 
previstos no Código Civil:
[...]
UNIDADE 3 TÓPICO 5 161
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Do regime de comunhão parcial. 
Como já se disse, este é o regime oficial de bens, no casamento, selecionado, pois, 
pelo legislador pátrio, desde a promulgação da Lei do Divórcio, em 1977, pelo qual comunicar-
-se-ão apenas os bens adquiridos na constância do casamento, e revelando, por isso mesmo, 
um acervo de bens que pertencerão exclusivamente ao marido, ou exclusivamente à mulher, 
ou que pertencerão a ambos.
Com a dissolução da conjugalidade, restará comunicável, então – e por isso passível 
de partilha entre os cônjuges que se afastam – o acervo dos bens comuns, ficando excluídos, 
dessa partilha, os bens ressalvados pelos arts. 1659 e 1661 do novo Código Civil, dispositivos 
esses que repetem as mesmas exclusões já anteriormente previstas pelos arts. 269 e 272 do 
Código Civil de 1916. Excluídos estavam, e permanecem, então, os bens que cada cônjuge já 
possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do matrimônio por doação, sucessão 
ou sub-rogados em seu lugar (art. 269, inciso I, CC/1916 e 1659, inciso I, CC/2003). [...]
 Do regime de comunhão universal. 
 Este regime foi aquele que, entre nós, e até o advento da Lei do Divórcio, posicionou-
-se como o regime legal, casando-se sob sua regulamentação a esmagadora maioria de 
brasileiros, até 1977.
Conforme suas regras, comunicam-se entre os cônjuges todos os seus bens presentes 
e futuros, além de suas dívidas passivas, ocorrendo um enorme amálgama entre os bens 
trazidos para o casamento pela mulher e pelo homem, bem como aqueles que serão adquiridos 
depois, formando um único e indivisível acervo comum, passando, cada um dos cônjuges, a 
ter o direito à metade ideal do patrimônio comum e das dívidas comuns. 
No novo Código Civil, o regime da comunhão universal de bens, o regime da unificação 
patrimonial mais completa, encontra-se disciplinado entre os arts. 1667 a 1671.
Do regime de separação de bens. 
Relativamente a este regime de bens, isto é, o regime que visa promover a completa 
separação patrimonial do acervo de bens pertencente a cada um dos cônjuges [...]. Antes de 
encerrar a análise deste regime de bens do casamento, o regime da separação total, não devo 
esquecer de mencionar que ele pode ser adotado, pelos nubentes, como fruto da eleição ou 
escolha, convencionando-o por meio de pacto antenupcial. Se assim for, o regime em pauta vai 
se desvendar como um excelente regime patrimonial, no casamento, tendo em vista que ele 
representa exatamente o contrário disso, quer dizer, ele é a total ausência de regime patrimonial, 
mantendo bem separados e distintos os patrimônios do marido e da mulher.
Do regime de participação final nos aquestos.
Cria, o legislador civil nacional, outro regime de bens, que vem ocupar o lugar deixado 
pelo regime dotal, sem que, no entanto, guarde relativamente a este qualquer semelhança. 
Ocupa o lugar, não as características. Ao contrário, o regime da participação final nos aquestos 
guarda semelhanças e adquire características próprias a dois outros regimes, na medida em que 
se regulamenta, em seu nascedouro e sua constância por regras semelhantes às desenhadas 
pelo legislador para o regime da separação de bens, em que cada cônjuge administra livremente 
os bens que tenha trazido para a sociedade conjugal, assim como aqueles que adquirir, por si 
e exclusivamente, durante o desenrolar do matrimônio. Por outro lado, assume de empréstimo 
regras muito parecidas àquelas dispensadas ao regime da comunhão parcial, quando da 
dissolução da sociedade conjugal por separação, divórcio ou morte de um dos cônjuges.
Nesse sentido, cada cônjuge possui patrimônio próprio, que administra e do qual pode 
dispor livremente, se de bens móveis se tratar, dependendo da outorga conjugal apenas para 
UNIDADE 3TÓPICO 5162
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
EST
UDO
S F
UTU
ROS
! �
Caso queira se aprofundar mais neste assunto, sugiro a leitura do 
artigo “Alguns Efeitos do Direito de Família na Atividade Empresarial”, 
da autoria de Pablo Stolze Gagliano, Disponível em <http://www.
mundojuridico.adv.br/cgi-bin/upload/texto590.rtf>.
2.5 DIREITO DAS SUCESSÕES
 
Por fim, o Direito das Sucessões, tem por objetivo dispor sobre como ocorrerá a 
transmissão dos bens das pessoas falecidas” (FÜHRER; MILARÉ, 2005, p. 224).
Segundo o artigo 1.829 do CC, a ordem de vocação hereditária, ou seja, a preferência 
no recebimento da herança será o seguinte: primeiro os filhos, os pais, o cônjuge e por último 
os colaterais (ex.: irmãos). Neste sentido, é o art. 1829 do CC:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da se-
paração obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da 
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Interessante observar que o cônjuge, nas hipóteses do inciso I do art. 1829, além de 
meeiro (dependendo do regime de bens) será herdeiro, quando então concorrerá com os filhos, 
inovação trazida pelo Código Civil de 2003.
a alienação de eventuais bens imóveis (CC, arts. 1.672 e 1.673). Mas se diferencia do regime 
da separação de bens porquanto, no momento em que se dissolve a sociedade conjugal por 
rompimento dos laços entre vivos ou por morte de um dos membros do casal, o regime de 
bens como que se transmuda para adquirir características do regime da comunhão parcial, pelo 
que os bens adquiridos onerosamente e na constância do matrimônio serão tidos como bens 
comuns desde a sua aquisição, garantindo-se, assim, a meação ao cônjuge não proprietário 
e não administrador.
Desta feita e porque afastado um dos cônjuges da administração dos bens adquiridos, 
traça o Código Civil uma série de disposições que, pormenorizadamente, visam disciplinar a 
apuração dos bens partíveis em meação, pelo valor e no montante verificados na data em que 
cessou a convivência dos cônjuges (art. 1.683), tudo para evitar se consubstancie qualquer 
espécie de lesão ao direito do cônjuge que até então figurava como não proprietário e não 
administrador.
UNIDADE 3 TÓPICO 5 163
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você estudou que:
	O estudo dos institutos de Direito das Obrigações é muito importante no estudo do Direito, 
porque as transaçõesempresariais envolvem obrigações.
	Existem diversas espécies de obrigações, como dar, fazer ou não fazer.
	O não cumprimento das obrigações gera consequências.
	O direito de contratar sofre limitações por princípios como da função social do contrato e 
boa-fé objetiva.
	A propriedade é um direito que permite gozar, usar, dispor e reaver um bem de quem 
injustamente o possua.
	Os conceitos de posse e propriedade não se confundem.
	A posse se classifica em diversas espécies, como posse justa, injusta, precária, violenta, 
clandestina etc.
	Existem vários direitos reais sobre as coisas alheias, tais como a hipoteca, a anticrese etc.
	O direito do proprietário de construir é sempre limitado, podendo o proprietário ou possuidor 
ingressar na justiça para fazer cessar este uso anormal da propriedade, podendo ainda exigir, 
além da demolição da construção, a reparação dos danos causados. 
	O Direito de Família é “a parte do direito, norteado pelo interesse social, rege as relações 
jurídicas constitutivas da família e as dela decorrentes”.
	O Direito das Sucessões rege a transmissão dos bens das pessoas falecidas.
REsUmO DO TÓPICO 5
UNIDADE 3TÓPICO 5164
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
1 Preencha os campos em branco:
AUT
OAT
IVID
ADE �
1. Objeto do Direito das Obrigações. Relações ________________.
2. Modalidades das Obrigações. Dar, ______________, ou ____________.
3. Quando o devedor pode escolher a 
prestação que vai cumprir.
Obrigação ________________________.
4. ______________ das Obrigações. Contratos, declarações unilaterais de vontade e 
atos ilícitos.
5. Obrigação personalíssima.
6. Uma das formas de Transmissão das 
Obrigações é a Cessão de Crédito. A outra é _________________de Dívida.
7. Local do pagamento em havendo omissão 
do contrato.
8. Uma das consequências pelo 
inadimplemento. Significa atraso. Pode ser 
do devedor ou do credor.
9. São limitados em 12% ao ano, segundo o 
Código Civil.
10. Quando a desitência for do comprador, este 
perde o que pagou.
Quando for do vendedor, este devolve em do-
bro o que recebeu.
2 Assinale a alternativa CORRETA:
1 É o poder de o proprietário ou possuidor buscar a coisa de quem injustamente a possua 
ou detenha:
a) ( ) Usucapião.
b) ( ) Direito de sequela.
c) ( ) Propriedade.
d) ( ) Habitação.
2 Não se caracteriza como meio de perda da propriedade:
a) ( ) Usufruto.
UNIDADE 3 TÓPICO 5 165
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
b) ( ) Alienação.
c) ( ) Renúncia. 
d) ( ) Abandono.
3 Por meio desta ação o possuidor defende sua posse que foi perdida:
a) ( ) Ação de Reintegração de Posse.
b) ( ) Ação de Manutenção de Posse.
c) ( ) Ação de Usucapião.
d) ( ) Ação de Execução.
4 A posse injusta pode ser violenta, clandestina ou precária. Pode ser considerada 
posse clandestina:
a) ( ) A que decorre de ato violento.
b) ( ) A que decorre de utilização de artifícios.
c) ( ) A que decorre da não devolução do bem no prazo.
d) ( ) Nenhuma das alternativas.
5 É modo aquisitivo da propriedade:
a) ( ) Hipoteca.
b) ( ) Penhor.
c) ( ) Aluvião.
d) ( ) Usufruto.
6 Por este direito real sobre coisa alheia, o proprietário cede o imóvel a outra pessoa, 
que poderá usar o mesmo e até receber os aluguéis:
a) ( ) Usufruto.
b) ( ) Hipoteca.
c) ( ) Servidão.
d) ( ) Penhor.
7 A hipoteca, o penhor e a anticrese têm como característica comum:
a) ( ) Serem modos de aquisição da propriedade.
b) ( ) Serem direitos reais de aquisição.
c) ( ) Serem direitos reais de garantia sobre coisa alheia.
d) ( ) Terem por objeto bem imóvel.
8 Diz-se que a posse é velha quando:
a) ( ) O possuidor a exerce há menos de 1 ano e 1 dia.
b) ( ) O possuidor a exerce há mais de 1 ano e 1 dia.
c) ( ) O possuidor soma a posse a de seus antecessores para entrar com pedido de 
 usucapião.
d) ( ) Quando esta posse se origina no usufruto.
UNIDADE 3TÓPICO 5166
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
9 De acordo com a lei, não pode ser objeto de hipoteca:
a) ( ) Navio.
b) ( ) Aeronave.
c) ( ) Estradas de ferro.
d) ( ) Automóveis.
10 O compromisso de compra e venda, desde que atendidos os requisitos exigidos pela 
lei, é uma espécie de direito de aquisição da propriedade, porque:
a) ( ) Permite que o comprador exija na justiça a escritura de compra e venda para 
 transferir a propriedade.
b) ( ) Permite que o comprador requeira o usufruto do bem.
c) ( ) Garante o direito de moradia.
d) ( ) Permite a reintegração de posse.
11 Regime de bens pelo qual “comunicar-se-ão apenas os bens adquiridos na constância 
do casamento”:
a) ( ) Separação de bens.
b) ( ) Comunhão Universal de Bens.
c) ( ) Participação final nos aquestos.
d) ( ) Comunhão parcial de bens.
12 Conforme suas regras, “comunicam-se entre os cônjuges todos os seus bens 
presentes e futuros, além de suas dívidas passivas”:
a) ( ) Pacto antenupcial.
b) ( ) Separação de bens.
c) ( ) Participação final nos aquestos.
d) ( ) Comunhão Universal de Bens.
13 Classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) É obrigação do vizinho não construir obra que despeje água no terreno vizinho.
( ) A construção de janelas ou terraços a menos de um metro do terreno vizinho é 
permitida.
( ) Na zona rural a distância mínima entre as construções é de três metros.
( ) As árvores limítrofes são as que ficam na linha divisória entre dois terrenos. 
( ) Se o tronco estiver na linha divisória, a árvore limítrofe será considerada como 
propriedade do vizinho que a tiver plantado.
( ) Se houver invasão de raízes e galhos no terreno poderão ser cortados até a linha 
divisória pelo proprietário do terreno invadido. 
( ) Os frutos caídos serão de propriedade do proprietário da árvore.
( ) O direito de construir é também limitado por regulamentos administrativos, tais como 
o plano diretor de cada município.
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
OUTROs RAmOs DO DIREITO 
PRIVADO: DIREITO COmERCIAL E DIREITO 
INTERNACIONAL PRIVADO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 6
UNIDADE 3
Prezado(a) acadêmico(a). Chegamos ao último tópico desta unidade e também de 
nossa disciplina.
 
Vamos compreender quais são os conceitos e abrangência do Direito Comercial e 
Direito Internacional Privado.
2 DIREITO COmERCIAL
O Código Civil de 2002 revogou a primeira parte do Código Comercial (Lei n. 566/1850), 
passando então a regular vários institutos que eram do Direito Comercial, segundo Requião 
(2006). Por isso, alguns autores entendem que não há mais porque se distinguir o Direito 
Comercial, que passou a se denominar Direito Empresarial. 
Contudo, as demais partes do Código Comercial continuam em vigor, sendo que alguns 
autores, tais como Rubens Requião, apontando suas características próprias, que chama de 
“traços peculiares”: “cosmopolitismo, individualismo, onerosidade, informalismo, fragmentarismo 
e solidariedade presumida” (REQUIÃO, 2006, p. 31).
EST
UDO
S F
UTU
ROS
! �
Caso queira saber mais sobre este assunto, sugiro a leitura da 
seguinte obra: REQUIÃO, Rubens. Direito Comercial. vol. 1. Ed. 
Saraiva, 2006.
UNIDADE 3TÓPICO 6168
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Conforme Strenger (2003, p. 29), o Direito Internacional Privado:
Nasce do desenvolvimento tomado pelas relações de ordem privada entre os 
diferentes povos. Da diversidade de legislação surge o conflito, porquanto, 
cada vez mais se hesita na aplicação das leis dos diversos países põe-se 
em movimento o direito internacional privado, a fim de determinar em que 
condições legais o problema pode ser resolvido.
Assim sendo, seu principal campo de atuação é o conflito de leis no espaço, ou seja, 
ele determinará qual a lei aplicável em uma situação em que haja conflito.
Em nosso ordenamento jurídico, a LICC (Lei de Introdução as Normas do Direito 
Brasileiro LINDB) contém inúmeros dispositivos que trazem regras de direito internacional, 
quando estabelece, por exemplo, que nos que se referem aos bens, aplicar-se-á a lei do paísonde estes estiverem situados.
LEITURA COmPLEmENTAR
Para a complementação de seus estudos, recomendamos a leitura do texto a 
seguir. 
A REALIDADE CONTRATUAL À LUz DO NOVO CÓDIgO CIVIL 
Prof. Flávio Tartuce
Todos os institutos do Direito Civil vêm perdendo a estrutura abstrata e generalizante 
para, aos poucos, substituí-las por disciplinas legislativas cada vez mais concretas (1). 
Com o intervencionismo estatal consagrado pela Constituição de 1988, institucionaliza-se a 
interferência do Estado nas relações contratuais, “definindo limites, diminuindo os riscos do 
insucesso e protegendo camadas da população que, mercê daquela igualdade aparente e 
informal, ficavam à margem de todo o processo de desenvolvimento econômico, em situação 
de ostensiva desvantagem” (2).
Nessa nova estrutura, o contrato, típico instituto do Direito Privado, vem sofrendo uma 
série de alterações conceituais e a antiga visão de autonomia plena da vontade perde espaço 
para uma elaboração mais voltada para a realidade social dos envolvidos na relação contratual. 
Aqui, segundo aponta a melhor doutrina italiana, percebe-se que não se pode mais falar em 
Princípio da Autonomia da Vontade, mas em Autonomia Privada.
UNIDADE 3 TÓPICO 6 169
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Como se sabe, e tal fato constitui uma realidade social, dificilmente a parte consegue 
manifestar de forma plena e inequívoca a sua vontade no momento negocial. Esse elemento 
tão raro e inerente à própria dignidade da pessoa humana perdeu o papel orientador que tinha 
no passado, eis que vivemos sob a égide do “Impérios dos Contratos-Modelo”.
Sob esta ótica, muito se fala, no âmbito do Direito Civil, na socialização dos velhos 
conceitos herdados do Direito Romano, o que leva a um conflito na mente dos estudiosos 
da ciência jurídica, levando a conclusões erradas quanto às transformações no seu âmbito 
privado (3).
O contrato, cerne principal das relações privadas, como destacam vários doutrinadores, 
não poderia ficar alheio a tal fenômeno de evolução. Como bem observa Caio Mário da Silva 
Pereira, sendo o contrato conceito intimamente relacionado à vontade humana e suscetível de 
influência pelas transformações pelas quais passam os interesses da sociedade, não poderia 
ficar alheio às modificações sociais.
O nobre doutrinador menciona que várias são as facetas de evolução social, podendo- 
-se falar em evolução etimológica, em evolução biológica, em evolução linguística, em evolução 
antropológica e, claro, em evolução do contrato, uma “transformação temporal ou espacial ” 
pela qual passa o instituto (4).
Lembramos a importância do instituto “contrato” para o Direito Privado. No nosso 
caso, interessante auferir que vários livros do Código Civil em vigor, senão todos, são de vital 
importância para o instituto em análise.
Sendo o contrato negócio jurídico, não se pode olvidar a importância da Parte Geral 
do Novo Código Civil para a existência e validade dos pactos celebrados. Vital o estudo dos 
elementos essenciais, acidentais e naturais do negócio jurídico, eis que também são esses os 
elementos formadores e orientadores do contrato. Os defeitos ou vícios do negócio jurídico são 
de grande valia à matéria contratual, já que geram a anulabilidade ou nulidade do pacto em 
diversas situações. As situações em que se tem a nulidade e anulabilidade do negócio jurídico 
são plenamente aplicáveis aos contratos, hipóteses em que se tem a extinção dos contratos 
por ineficácia contratual.
O capítulo do Código Civil que trata da Teoria Geral das Obrigações também é de grande 
importância para a concepção dos contratos, já que os mesmos constituem a principal fonte do 
direito obrigacional. No contrato se tem uma relação jurídica transitória entre credor e devedor, 
várias obrigações de dar, fazer ou não fazer, solidariedade, obrigações divisíveis e indivisíveis, 
obrigações singulares e plurais. Os contratos têm extinção normal pelo cumprimento, pelo 
pagamento direto, mas também por consignação em pagamento, imputação, sub-rogação, 
dação em pagamento, novação, compensação, confusão e remissão de dívidas.
UNIDADE 3TÓPICO 6170
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Tem-se também no Código Civil um capítulo que trata da Teoria Geral dos Contratos, 
em que se propõe nova concepção do instituto, de acordo com o Princípio da Socialidade 
concebido pela nova codificação e muitas vezes mencionado pelo seu principal idealizador, que 
dispensa apresentações. Aqui, a função social do contrato e a boa-fé objetiva são concebidos 
como verdadeiros princípios orientadores da matéria contratual.
Na parte em que se estuda os contratos em espécie, o aplicador da norma terá à sua 
disposição os ditames naturais de cada instituto negocial. O Novo Código Civil inova trazendo 
outros contratos com institutos típicos, o que não é objeto central do nosso estudo, mas que 
merece realce. O jurista, desse modo, deve estar inteirado das regras previstas na codificação 
privada, aplicáveis a cada figura contratual, mas sem perder de vista também as leis especiais, 
caso, por exemplo, da Lei de Locação (Lei n. 8.245/91), da Lei de Direitos Autorais (Lei n. 
9.610/98) e do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), de grande valia para a 
figura jurídica em questão.
Sem prejuízo de outras leis especiais, percebe-se que quase todo o Código Civil está 
dedicado aos negócios jurídicos e aos contratos, lembrando também que mesmo os livros de 
Direito de Família e Direito das Sucessões também são relacionados com o instituto. Lembramos 
que muitos consideram o casamento como sendo um contrato “sui generis”, e o testamento, 
verdadeiro negócio jurídico unilateral.
Na realidade, o Novo Código Civil, em vários dos seus artigos, concebe de forma plena 
a conscientização normativa da alteração dos velhos institutos do Direito Civil, exprimindo a 
função social do contrato como fonte necessária para a harmonização dos interesses privativos 
dos contratantes com os interesses de toda a coletividade.
Percebe-se, em todo o Direito Privado, a compatibilização do princípio da liberdade 
com o da igualdade, a busca da expansão da personalidade individual de forma igualitária. 
Há a busca do desenvolvimento do conjunto da sociedade, mesmo que ao custo de diminuir 
a esfera de liberdade individual.
Em sua excelente obra traduzida para o português, “Fundamentos do Direito Privado”, 
o doutrinador Ricardo Luis Lorenzetti aponta todas as alterações pelas quais vêm passando 
os principais institutos do Direito Civil e Direito Privado. Critica o mesmo o chamado “big bang” 
legislativo demonstrando o surgimento de inúmeros microssistemas jurídicos. Procura Lorenzetti 
também afastar o pessimismo exagerado que circunda os institutos civis, principalmente o 
contrato: a concepção da chamada “crise dos contratos” (5).
Colocando a pessoa no centro do ordenamento jurídico, o mestre argentino procura 
uma nova concepção de contrato, de acordo com as principais alterações sociais sentidas 
nos últimos séculos. Lembra que “a ordem jurídica atual não deixa em mãos dos particulares 
a faculdade de criar ordenamentos contratuais, equiparáveis ao jurídico, sem um interventor” 
UNIDADE 3 TÓPICO 6 171
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
(6). Para tanto aponta a necessidade do intervencionismo estatal, do dirigismo estatal, com 
a concepção do princípio da autonomia privada. Chega a afirmar que “o Estado requer um 
Direito Privado, não um direito dos particulares. Trata-se de evitar que a autonomia privada 
imponha suas valorações particulares à sociedade; impedir-lhe que invada territórios socialmente 
sensíveis. Particularmente, trata-se de evitar a imposição a um grupo, de valores individuais 
que lhe são alheios. Aqui faz seu ingresso a ordem pública de coordenação, de direção” (7).
A necessidade da concepção de um direito social também em matéria contratual tornou-
-se crescente após a emergência dos Direitos da Personalidade, crescente principalmente após 
a Segunda Revolução Industriale que trouxe uma nova maneira de negociar, novos elementos 
subjetivos, em posições díspares no momento contratual.
Sob o enfoque social, tal realidade tem origem, segundo as palavras de Fernando 
Noronha, na relação entre direito e sociedade, que constitui uma “relação de interdependência, 
com dois atributos: é mútua e assimétrica. É interdependência, porque os acontecimentos 
registrados numa das esferas produzirão efeitos também na outra; é interdependência 
mútua, porque cada uma das esferas depende da outra, embora a dependência do direito em 
relação à sociedade seja bem maior do que a desta em relação ao primeiro; é uma relação 
de interdependência assimétrica, porque as partes não dependem uma da outra em medida 
igual” (8).
Instituto também presente no Direito Romano (9), não resta dúvidas que poucos 
conceitos evoluíram tanto quanto o contrato. Tal evolução foi objeto de um estudo clássico de 
San Thiago Dantas, para quem a doutrina contratual representa o “termo de uma evolução, 
através da qual foram sendo eliminadas normas e restrições sem fundamento racional, ao 
mesmo tempo em que se criavam princípios flexíveis, capazes de veicular as imposições do 
interesse público, sem quebra do sistema” (10).
Como já foi dito, atualmente, está em voga no Direito Comparado, e mesmo entre nós, 
afirmar sobre a “crise dos contratos”, chegando Savatier a profetizar que o contrato tende a 
desaparecer, surgindo outro instituto em seu lugar.
O Professor Titular de Direito Comercial da Universidade de São Paulo, Luiz Gastão Paes 
de Barros Leães, em prefácio da primeira edição de “Contratos Internacionais do Comércio”, 
de Irineu Strenger, comenta tal crise, ao elucidar que: “há alguns anos, a decadência do Direito 
Contratual é apregoada num tom fúnebre, que anuncia iminente desenlace. Há inclusive quem 
já tenha lavrado a sua certidão de óbito. Grant Gilmore, em 1.974, publicou um livro com título 
provocador – The Death of Contract (Columbus, Ohio) – onde assinalou a ação demolidora dos 
novos tempos no edifício conceitual do contrato. O fenômeno da padronização das transações, 
decorrente de uma economia de mass production, teria subvertido inteiramente o princípio da 
liberdade contratual, transformando o ‘contrato’ numa norma unilateral imposta pela empresa 
situada numa posição dominante. Teria ocorrido assim um retorno ao status” (11).
UNIDADE 3TÓPICO 6172
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Sobre tal profetização Fernando Noronha comenta que “para Gilmore, professor da 
Yale Law School, ‘contract is being reabsort into the mainstream of “tor”’: ‘A teoria clássica do 
contrato poderia bem ser descrita como uma tentativa para instituir um enclave dentro do domínio 
geral da responsabilidade civil (tort). Os diques foram erguidos para proteger o enclave, está 
bastante claro, têm vindo a derrocar a uma velocidade cada vez mais rápida” (12).
Na realidade, “crise” pode significar alteração na estrutura – e é realmente isto que 
entendemos estar ocorrendo quanto ao tema –, uma convulsiva transformação, uma renovação 
dos pressupostos e princípios da Teoria Geral dos Contratos, que tem por função redimensionar 
seus limites, e não extingui-los. Entendemos que o contrato não está em crise, mas sim em seu 
apogeu como instituto emergente e central do Direito Privado. Isso justifica porque o contrato 
é um dos primeiros temas a ser discutido na Parte Especial da Nova Codificação.
Conforme já defendemos, uma das principais alterações em matéria contratual se refere 
à autonomia da vontade das partes na avença. Discute-se muito atualmente, a possibilidade 
da revisão do contrato, a liberdade de extinguir o pacto e de se decidir a conclusão da relação 
entre as partes.
Não se pode mais aceitar o contrato com sua estrutura clássica, concebido sob a égide 
do “pacta sunt servanda” puro e simples, com a impossibilidade da revisão das cláusulas. O 
Direito do Consumidor trouxe inovações nesta matéria, inovações que constam agora no Novo 
Código Civil, como a proteção do aderente prevista nos artigos 423 e 434 da nova codificação, 
o que pode gerar a nulidade absoluta de cláusulas abusivas, diminuindo a amplitude da Força 
Obrigatória das Convenções.
Aqui, lembramos as palavras de Atílio Aníbal Alterini, emergente autor argentino 
que alerta ao fato de não estarmos vivenciando a chamada “crise dos contratos”, mas uma 
modificação nas suas estruturas principais:
“Ahora bien. Está en crisis el contrato? Se dice: ‘El contrato desaparece. Perece. Outra 
cosa se coloca en su lugar’. (Savatier). Se agrega: El contrato está en crise”.
Crisis puede significar cambio. En realidad, ‘lo que a veces se denomina crisis del 
contrato – afrima Larroumet – no es nada más que una crisis de la autonomia de la voluntad’, o 
sea, del “derecho de los contratantes de determinar como lo entendian su relacion contractual” 
(Weill- Terré). No se trata de declinatión o de crepúsculo del contrato, sino ‘de transformación 
y de renovación’ (Josserand)” (13).
Também repudiamos o conceito de “crise de contratos”, conforme construído pelo 
Direito Comparado, acreditando em um novo conceito emergente, dentro da nova realidade 
do Direito Social. Acreditamos nas antigas palavras de Manuel Inácio Carvalho de Mendonça, 
para quem “os contratos hão se ser sempre a fonte mais fecunda, mais comum e mais natural 
UNIDADE 3 TÓPICO 6 173
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
dos direitos de crédito” (14).
Não se pode falar em extinção do contrato, mas no renascimento de um novo instituto, 
como uma verdadeira “Fênix” que surge das cinzas. Importante revolução atingiu também os 
direitos pessoais puros e as relações privadas, devendo tais institutos ser interpretados de 
acordo com a sistemática lógica do meio social.
Somos adeptos de uma posição otimista na análise do Direito Privado, acreditando na 
emergência de novos institutos, renovando todo o Direito, afastando-nos dos cientistas que 
afirmam estar ocorrendo uma verdadeira crise do Direito Privado.
NOTAS
1 Nesse sentido, Tepedino, Gustavo. “As relações de Consumo e a Nova Teoria Contratual”. 
Rio de Janeiro: Renovar, 2001, In: Temas de Direito Civil. 
2 Tepedino, ob cit., p. 204. 
3 Sobre o tema, interessante notar os comentários do Professor Caio Mário da Silva Pereira, 
na introdução da sua recente obra Direito Civil – Alguns aspectos de sua evolução. Rio de 
Janeiro: Editora Forense, 2001, entre as páginas 1 e 15. 
4 Direito Civil. Alguns Aspectos da sua Evolução. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2001, p. 
226. 
5 Hoje se fala em “crise” de todos os institutos do Direito Privado: “crise da Parte Geral do Direito 
Civil” (cf. Lorenzetti. Ob. cit. p. 60 a 63), “crise da família” ou “crise do Direito de Família”, 
“crise do contrato”, conforme veremos, e assim suscessivamente. 
6 Fundamentos do Direito Privado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1998, p. 540. 
7 Ob. cit. p. 540. 
8 O Direito dos Contratos e seus Princípios Fundamentais. São Paulo: Editora Saraiva, 1994, 
p. 26. 
9 “Sentiu-se, entretanto, na sociedade romana, cuja vida se tornou cada vez mais complexa 
com o surgimento de maior pluralidade de negócios, a necessidade de dar uma certa 
materialidade aos contratos. E surgiram, então, as quatro modalidades mencionadas por 
Gaius. Primeiro, os contratos r, como uma espécie de contrato real, que se perfazia mediante 
a entrega de uma coisa; contrato litteris, que se completavam pela inscrição no codex do 
devedor; contrato verbis, que se realizavam mediante a troca de palavras sacramentais, 
dos quais o mais importante era a stipulatio. Somente mais tarde veio o contrato consensu, 
cujo nascimento foi lento e complexo, a que me referirei no segmento seguinte. Nem por isto 
perdeu sentido a afirmativa de Gaius: as obrigações ora nascem de um contrato ora do delito 
(vel ex contractu nascitur, vel ex delicto – Institutiones Commentarius, Vol. III, n. 88)” (Silva 
Pereira, Caio Mário Da,. Direito Civil – Alguns aspectos de sua evolução, Editora Forense,2.001, Rio de Janeiro, p. 228).
10 Evolução contemporânea do Direito Contratual. São Paulo: Revista dos Tribunais. RT, v. 
199, p. 144. 
11 Contratos Internacionais do Comércio. São Paulo: Editora LTR, 3. ed. p. 17. 
UNIDADE 3TÓPICO 6174
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
12 O Direito dos Contratos e seus Princípios Fundamentais. São Paulo: Editora Saraiva, 1994, 
p. 1. 
13 Vallespinos, Carlos Gustavo (Org.). Contratos. Presupuestos. Córdoba: Editora Advocatus, 
Sala de Derecho Civil, Colégio de Abogados de Córdoba,, p. 12 . 
14 “Contratos no Direito Brasileiro”. Tomo I. Rio de Janeiro: Editora Forense, 4ª Edição, 1957, 
p. 7. 
FONTE: TARTUCE, Flávio. A realidade contratual à luz do novo Código Civil . jus Navigandi, Teresina, 
ano 8, n. 190, 12 jan. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4389>. Acesso 
em: 12 set. 2008.
UNIDADE 3 TÓPICO 6 175
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Neste tópico você aprendeu, especialmente, que:
	O Direito Internacional Privado nasce do desenvolvimento tomado pelas relações de ordem 
privada entre os diferentes povos.
	Destas relações surgem conflitos sobre a aplicação da lei e que o Direito Internacional Privado 
busca justamente resolver estes conflitos.
REsUmO DO TÓPICO 6
UNIDADE 3TÓPICO 6176
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
Para realizar esta atividade, você terá que ter em mãos uma cópia da LICC. 
Caso não tenha cópia impressa, baixe-a da internet no link “legislação”. Responda às 
seguintes perguntas:
1 De acordo com a LICC, qual a lei aplicável quando se tratar de início e fim da 
personalidade?
2 Qual a legislação a ser observada para o regime de bens no casamento?
3 Qual a lei que regerá a sucessão de estrangeiro morto fora de seu domicílio?
4 Qual a lei aplicável a imóvel de estrangeiro situado no Brasil?
5 Como se regem as obrigações, ou seja, um contrato celebrado no Brasil entre 
estrangeiros será regido por qual legislação?
AUT
OAT
IVID
ADE �
UNIDADE 3 TÓPICO 6 177
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
AVA
LIAÇ
ÃO
Prezado(a) acadêmico(a), agora que chegamos ao final da 
Unidade 3, você deverá fazer a Avaliação.
UNIDADE 3TÓPICO 6178
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
179
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
REFERÊNCIAs
ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, Geraldo Eulálio do Nascimento e. manual de Direito 
Internacional Público. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
BRASIL. Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro LINDB Brasileiro, n. 10.406, de 
10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da] República Federativa do 
brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
L10406.htm>. Acesso em: 20 set. 2008. 
______. Art. 62 da Constituição Federal, de 1988. Título IV. Da Organização dos Poderes. 
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
Disponível em: <www.dji.com.br/constituicao_federal/cf061a069.htm>. Acesso em: 20 set. 
2008. 
______. Lei Federal nº 1.533/51. Altera disposições do Código do Processo Civil, relativas 
ao Mandado de Segurança. Disponível em: <www.dji.com.br/leis_ordinarias/1951-001533-
ms/1533-51.htm>. Acesso em: 20 set. 2008. 
______. Lei nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional 
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 out. 1966.
______. Lei nº 6.830, de 22 de Setembro de 1980. Dispõe sobre a cobrança judicial da 
Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República 
Federativa do brasil, Brasília, DF, 24 set. 1980.
 
______. Lei º 4.737 de 11 de Julho de 1965. Institui o Código Eleitoral. Diário Oficial [da] 
República Federativa do brasil, Brasília, DF, 19 jul. 1965.
 
______. Lei nº 10.406, de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial [da] República 
Federativa do brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002.
 
______. Lei n] 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jan. 1973.
 
______. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 out. 1941.
______. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do 
Trabalho. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 out. 1943.
 
______. Decreto-lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941. Lei das Contravenções Penais. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 out. 1941.
 
______. Lei nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e 
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 fev. 
1998.
180
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
______. Decreto-lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial [da] 
República Federativa do brasil, Brasília, DF, 31 dez.1940.
 
______. Lei n. 8.072, de 25 de Julho de 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos 
termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. 
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jul. 1990.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2006.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil. São 
Paulo: Saraiva, 2003.
_____. Curso de Direito Civil brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 
2008.
DIREITO AMBIENTAL. In: instituto Brasileiro de Produção Sustentável. Disponível em: 
<www.ibps.com.br>. Acesso em: 20 set. 2008.
FÜHRER, Maximilianus Cláudio Américo; MILARÉ, Edis. manual de direito público e 
privado. 15. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora dos Tribunais, 2005.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de Direito Civil. São 
Paulo: Saraiva, 2003. Parte Geral. vol. I.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 
2006.
______. Direito Civil brasileiro. Direito das Coisas. São Paulo: Saraiva, 2007.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 
2006.
HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Casamento e regime de bens. jus 
Navigandi, Teresina, ano 7, n. 65, maio 2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/
doutrina/texto.asp?id=4095>. Acesso em: 12 set. 2008.
JESUS, Damásio de. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 2006.
MARTINS, Eliezer Pereira. Direito Constitucional Militar. jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 
63, mar. 2003. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3854>. Acesso 
em: 12 ago. 2008. 
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2005. 
MEIRELLES, Hely. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2005.
MELLO, Celso Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 
2004.
MORAES, Alexandre. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2003.
NADER. Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. São Paulo: Forense, 2008.
181
N
O
Ç
Õ
E
S
 
D
E
 
D
I
R
E
I
T
O
NUNES, Rizzatto. Manual de Introdução ao estudo do Direito. São Paulo: Saraiva, 2003.
PRADO, Luiz Régis. Curso de Direito Penal brasileiro. Parte Geral. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2005.
RAPOSO, Alexandre T., HEINE, Cláudio. manual jurídico do Corretor de Imóveis. São 
Paulo: Editora Imã Produções, 2004.
REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2006. 
SILVA, Plácido e. Vocabulário jurídico. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. 4v.
SILVA, Fernando Borges da. O Código de Defesa do Consumidor: um microssistema 
normativo eficiente?. jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 873, 23 nov. 2005.Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7564>. Acesso em: 12 ago. 2008. 
STRENGER, Irineu. Direito internacional privado. São Paulo: LTr, 2003.

Mais conteúdos dessa disciplina