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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PROFESSOR MARCHELLI DE ALMEIDA CRISPIM (Curso Técnico em Segurança do Trabalho) RISCOS BIOLÓGICOS MANAUS-AM 2019 SIDNA ALVES DE BRITO BRENA NOGUEIRA RABELO MARGARIDA DOS SANTOS COSTA PAULO VITOR COSTA REBOUÇAS MARTA ALEXANDRE PACHECO IANN SILVA DOS SANTOS LEONARDO BATISTA THAINARA KRAMER RISCOS BIOLÓGICOS Trabalho apresentado à disciplina Medicina do trabalho e Biossegurança do curso Técnico em Segurança do Trabalho, Instituto de Educação Professor Marchelli de Almeida Crispim. Orientadora: Tatiana Roman Costa MANAUS-AM 2019 INTRODUÇÃO São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e bacilos. Os riscos biológicos ocorrem por meio de microrganismos que, em contato com o homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública (coleta de lixo), laboratórios, etc. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem-se: tuberculose, brucelose, malária, febre amarela. Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a estes microrganismos. São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança nos diversos setores de trabalho sejam adequadas. Há uma classificação dos agentes patogênicos que leva em consideração os riscos para o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do poder patogênico do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de imunidade do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficazes. CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS Classes de Riscos Compreende os agentes biológicos não incluídos nas classes de risco 2, 3 e 4 e que não demonstraram capacidade comprovada de causar doença no homem ou em animais sadios. A não classificação de agentes biológicos nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica na sua inclusão automática na classe de risco 1. Para isso deverá ser conduzida uma avaliação de risco, baseada nas propriedades conhecidas ou potenciais desses agentes e de outros representantes do mesmo gênero ou família. Os agentes biológicos que afetam o homem, os animais e as plantas são distribuídos em classes de risco assim definidas: Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): inclui os agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou animais adultos sadios. Exemplo: Lactobacillus sp. Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas eficazes. Exemplo: Schistosoma mansoni. Classe de risco 3 (alto risco individual moderado risco para a comunidade): inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente letais, para as quais existem usualmente medidas de tratamento ou de prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio ambiente, poden- do se propagar de pessoa a pessoa. Exemplo: Bacillus anthracis. Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui principal- mente os vírus. Exemplo: Vírus Ebola. Classe de risco especial (alto risco de causar doença animal grave e de disseminação no meio ambiente): inclui agentes biológicos de doença animal não existentes no País e que, embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. 2.1 Observações sobre a classificação dos agentes biológicos: No caso de mais de uma espécie de um determinado gênero ser patogênica, serão assinaladas as mais importantes, e as demais serão representadas pelo gênero seguido da denominação spp, indicando que outras espécies do gênero podem ser patogênicas. A classificação de parasitas e as respectivas medidas de contingenciamento se aplicam somente para os estágios de seu ciclo durante os quais sejam infecciosos para o homem ou animais. Os agentes incluídos na classe especial deverão ser manipulados em área NB-4, enquanto ainda não circularem no país, devendo ter sua importação restrita, sujeita à prévia autorização das autoridades competentes. Caso sejam diagnosticados no território nacional, de- verão ser tratados no NB determinado pelos critérios que norteiam a sua avaliação de risco. Nesta classificação reputou-se apenas os possíveis efeitos dos agentes biológicos aos indivíduos sadios. Os possíveis efeitos aos indivíduos com patologia prévia, em uso de medicação, portador de transtornos imunológicos, gravidez ou em lactação não foram considerados. Os agentes biológicos incluídos na classe especial estão identifica- dos com (*). RISCOS BIOLÓGICOS NA NR 32 A NR-32 e os programas específicos Considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. São eles: os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. A classificação dos agentes biológicos encontra-se no anexo I da NR-32. Nos serviços de saúde também é necessário elaborar PPRA e PCMSO. O PPRA, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, é estabelecido na NR-09. Já o PCMSO, Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, é caracterizado na NR-07. Estes programas deverão conter informações adequadas de acordo com os riscos existentes e os exames médicos necessários. A Norma Regulamentadora 32 tem como objetivo estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 3.1 MEDIDAS DE PROTEÇÃO ESTABELECIDAS NA NR-32 As medidas de proteção devem ser adotadas a partir do resultado da avaliação, previstas no PPRA. A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondentes aos respectivos microrganismos. Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos. E este deve ser provido de água corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual. Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior. O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas. Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. 3.2 ATRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR CONFORME NR-32 O empregador deve vetar: A utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; O ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; O consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; A guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; O uso de calçados abertos. Todos trabalhadorescom possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto. E estas deverão ser ofertadas pelo empregador sem ônus para o empregado. O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas. O empregador deve garantir a conservação e a higienização dos materiais e instrumentos de trabalho. Deve ainda providenciar recipientes e meios de transporte adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos. 3.3 CAPACITAÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE ACORDO COM A NR-32 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada, devendo ser ministrada: Sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos trabalhadores aos agentes biológicos; Durante a jornada de trabalho; Por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes aos agentes biológicos. A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à identificação de novos riscos biológicos. O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da capacitação através de documentos. Informando a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. Em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas. E estas em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. 3.4 COMUNICAÇÕES DE ACIDENTES CONFORME NR-32 Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao SESMT e à CIPA. O empregador deve informar, imediatamente, aos trabalhadores e aos seus representantes qualquer acidente ou incidente grave que possa provocar a disseminação de um agente biológico suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir a situação. 4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Óculos de proteção dos olhos contra radiação, respingos de secreções medicamentos e diversas outras substâncias; Máscaras de proteção respiratória contra fungos, bactérias e demais agentes contaminantes; Luvas: utilizada na proteção direta contra riscos físicos e biológicos; Toucas: proteção contra a absorção de partículas encontradas em locais de atendimento; Avental descartável: protege a pele contra respingos de sangue, secreções, fluidos corporais, entre outras partículas existentes nos locais de atendimento. Todos os equipamentos de proteção individual devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa e precisam estar em perfeitas condições de uso, atendendo todos os requisitos técnicos de segurança e funcionamento, conforme determina a legislação vigente. REFERÊNCIAS http://www.fundeci.com.br/ https://prolifeengenharia.com.br/treinamentos/nr-32-seguranca-em-servicos-de-saude/ http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr32.htm#32.2_Dos_Riscos_Biológicos https://www.epi-tuiuti.com.br/blog/epi/