Formas de Rochas Intrusivas

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As rochas intrusivas podem ocorrer de maneiras muito diversas, formando corpos de formas e tamanhos
variados e que apresentam relações variadas com as rochas encaixantes, ou seja, com as rochas
preexistentes dentro das quais eles se solidificaram.
Pode-se dizer que alguns desses corpos têm dimensões relativamente pequenas, associando-se a fenômenos
efusivos ou então ocorrendo nas bordas de corpos intrusivos maiores. Os mais comuns são os diques, sills e lacólitos
(Fig. 10.3).
As intrusões grandes mais comuns são os batólitos e os lapólitos.
Dentre essas intrusões, algumas são concordantes, ou seja, seus bordos (contatos) são paralelos à estratificação
ou xistosidade das encaixantes (sills, lacólitos, lopólitos), e outras são discordantes (diques, batólitos etc.).
Formas concordantes. Neste caso, a intrusão magmática intromete-se entre os planos de estratificação da rocha
encaixante em concordância com eles. Entre as formas concordantes, temos:
Sill – São corpos extensos, pouco espessos e de forma tabular quando vistos em corte. O magma deve ser pouco
viscoso para poder intrometer-se entre os planos de estratificação da rocha encaixante (Figs. 10.4 e 10.5). Na
bacia do Maranhão há grande ocorrência de sills de diabásio.
Lacólito – O magma, nesse caso, é mais viscoso, formando massas intrusivas de forma lenticular, plano-
convexas. A rocha situada acima do corpo intrusivo (capa) é dobrada, e as rochas situadas na parte inferior
(lapa) não são afetadas. Um lacólito (Fig. 10.6) pode ter 300 m de espessura e 5 km de comprimento.
Lapólito – Como o nome indica, tem a forma de uma bacia, de grandes dimensões, e ocorre sempre no fundo de
dobras do tipo sinclinal (Fig. 10.7).
Facólito – É o nome dado a um corpo intrusivo concordante, confinado nas cristas dos anticlinais ou no fundo
de sinclinais. Tem a forma de crescente porque está comumente associado a dobras mergulhantes (Fig. 10.8).
Formas discordantes. Esses corpos intrusivos independem da estratificação da rocha encaixante, pois a cortam
discordantemente. São mais frequentes perto da superfície da Terra, onde as pressões a serem vencidas são menores.
Figura 10.3 Desenho esquemático mostrando diversos corpos intrusivos. As efusões ocorrem em cones e em derrames.
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Figura 10.4 Intrusão de sill de diabásio com estrutura colunar entre sedimentos do Grupo Itararé. SC 470, Rio do Sul, SC.
(Foto do Autor.)
Figura 10.5 Sill. Formado quando o magma se aloja entre os estratos das rochas sedimentares. No exemplo, os estratos
estão inclinados.
Figura 10.6 Lacólito. Forma-se quando o magma é intrudido entre as camadas, produzindo uma convexidade nas camadas
superiores.
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Figura 10.7 Lapólito. A intrusão resulta numa bacia, geralmente preenchendo as depressões dos sinclinais.
Entre as formas discordantes, temos:
Dique – É uma massa magmática que preenche uma fenda em rocha preexistente (Figs. 10.9 e 10.11). Os diques
podem ser classificados em radiais, em anel (ring dikes) (Figs. 10.10-A e B) ou circulares, conforme se
apresentem em conjunto na superfície após a erosão. Muitas vezes os diques se formam a partir de um corpo
intrusivo maior. Nas bacias do Maranhão e do Paraná há grande incidência de diques de diabásio.
Figura 10.8 Facólito. É uma intrusão concordante, com as camadas dobradas geralmente assumindo a forma crescente.
Figura 10.9 Intrusão de diabásio em migmatitos. Curitiba, PR. (Foto: J. J. Bigarella.)
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Figura 10.10-A Bloco esquemático mostrando rochas vulcânicas residuais em forma de anel, um batólito e um dique normal.
Figura 10.10-B Vulcão em anel. Galápagos.
Veios – São massas produzidas pela injeção de magma em fraturas menores e menos regulares do que diques.
Medem de centímetros a metros de espessura e até centenas de metros de comprimento. Os veios podem ser
mineralizados e ter valor econômico a partir da cristalização de soluções minerais aquosas de alta temperatura.
Neck – São corpos discordantes, cilíndricos, verticais, que cortam as rochas preexistentes (Fig. 10.12). Pelo
estudo da litologia formadora dos necks, vê-se que eles são condutos de antigos vulcões cuja parte superior foi
erodida.
Batólitos e stocks – Os batólitos são massas enormes de material magmático (granítico) que afloram numa
extensão de, pelo menos, 100 km2 na superfície terrestre. Se o afloramento tiver menos de 100 km2, temos o
stock. Os batólitos não têm, aparentemente, delimitação em profundidade, passando gradualmente à zona das
rochas fundidas. Os batólitos formam grande parte dos escudos ditos Escudo Nordestino e Escudo Brasileiro,
entre outros. Eles são, normalmente, de composição granítica, e sua origem é ainda bastante discutível. Os
batólitos e stocks são corpos intrusivos discordantes que cortam as estruturas das rochas encaixantes. Nas
proximidades desses corpos podem ocorrer fragmentos da rocha encaixante que foram englobados pelo magma,
permanecendo como um corpo estranho no interior da rocha magmática, recebendo a denominação de xenólitos
(Figs. 10.3 e 10.13).
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Figura 10.11 Dique de diabásio cortando gneisse. Matinhos, PR. (Foto João Vianna.)
Figura 10.12 Neck. Rochas básicas em migmatitos. Pico Cabugi, Rio Grande do Norte. (Foto do Autor.)
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