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ÁguaÁgua • É a substância mais abundante nos sistemas vivos, perfazendo até 70% ou mais do peso da maioria dos organismos. • Permeia todas as porções de todas as células; • Nas células, o transporte de nutrientes, as reações metabólicas catalisadas por enzimas e a transferência de energia química ocorrem por ser o ambiente celular aquoso; • Todos os aspectos de estrutura celular e suas funções são adaptadas às propriedades físico-químicas da água; • As estruturas das moléculas nas quais a vida se baseia, proteínas, ácidos nucléicos, membranas lipídicas e carboidratos complexos, resultam diretamente de suas interações com o ambiente aquoso • Possui função termorreguladora; • A quantidade de água requerida no corpo é determinada pela quantidade necessária para fornecer o volume e a concentração osmótica apropriados aos fluidos corporais e para compensar a perda pela excreção através dos rins, pele, pulmões e intestino. A vida, tal como a conhecemos ocorre em solução aquosa! A água apresenta uma estrutura angular em “V”, com uma ângulo de 104,5° entre os 2 átomos de hidrogênio (pouco menor que o carbono) A diferença de eletronegatividade dá origem a uma molécula polar Cada átomo de hidrogênio de uma molécula de água compartilha um par de elétrons com o átomo central de oxigênio. O oxigênio é mais eletronegativo, atrai os elétrons mais fortemente que os hidrogênios, portanto, o compartilhamento de elétrons é desigual. Os elementos Flúor, Oxigênio, Cloro Nitrogênio, e Bromo são os mais eletronegativos, ou seja, possuem alta capacidade de atrair e/ou receber elétrons. Carga parcial negativa no O Cargas parciais positivas nos Hs O núcleo do átomo de oxigênio atrai elétrons mais fortemente que o núcleo de hidrogênio (um próton); ou seja, o oxigênio é mais eletronegativo. Isso significa que os elétrons compartilhados estão mais frequentemente nas vizinhanças do átomo de oxigênio que os de hidrogênio. O resultado desse compartilhamento desigual de elétrons é a formação de dois dipolos elétricos na molécula de água, um ao longo de cada ligação O-H: Cada Hidrogênio: carga parcial positiva (+) Oxigênio: carga parcial negativa (2) Água Água O resultado desta polaridade gera uma atração eletrostática entre o átomo de oxigênio de uma molécula com o átomo de hidrogênio de outra molécula (Ligação de hidrogênio). Ligação de hidrogênio (0,177nm) Ligação covalente (0,0965 nm) (ΔG ~ 23 kJ/mol) (ΔG ~ 470 kJ/mol) As ligações de hidrogênio isoladamente são fracas, mas a soma de todas as ligações de hidrogênio entre as moléculas de água confere à água líquida uma grande coesão interna. Representação da ligação de hidrogênio Ligações de hidrogênio na estrutura do gelo No gelo, cada molécula de água faz quatro ligações de hidrogênio, sendo, portanto, muito intensas as forças que as mantêm unidas; No estado líquido cada molécula está ligada, em média, a 3,4 outras moléculas de água, ou seja, a água líquida tem um alto grau de organização cuja estrutura se assemelha muito a do gelo; Na fusão do gelo são quebradas somente o mínimo de ligações de hidrogênio para que a água se torne líquida; Já na passagem para o estado gasoso a (quase) totalidade das ligações de hidrogênio são quebradas . A ligação de hidrogênio tem um caráter direcional Orbitais alinhados: Ligação forte Orbitais não alinhados: Não tão forte A força de atração entre as cargas elétricas parciais é maior quando os orbitais que a formam estão alinhados Quanto menos alinhados os orbitais estiverem mais fraca será a interação As pontes de hidrogênio são ligações direcionais A água é muitas vezes chamada de solvente universal Poucos solventes dissolvem tantas substâncias como a água, o que não significa que esta seja capaz de dissolver toda e qualquer substância A água dissolve melhor SUBSTÂNCIAS POLARES, também chamadas hidrofílicas Substâncias apolares, não solúveis em água, são chamadas de hidrofóbicas Há substâncias com parte apolar e outra polar: são chamadas de anfipáticas: sua solubilidade em água depende de vários fatores As biomoléculas polares se dissolvem facilmente em água porque elas podem substituir interações entre as moléculas de água (água-água) por interações energeticamente mais favoráveis entre a água e o soluto (água-soluto). As moléculas apolares são muito pouco solúveis porque elas interferem nas interações do tipo água-água mas são incapazes de formar interações do tipo água-soluto. A água forma ligações de hidrogênio com solutos polares Aceptor de hidrogênio Doador de hidrogênio Ligações de hidrogênio sempre se formam entre um átomo eletronegativo (aceptor de hidrogênio) e um átomo de H ligado covalentemente a outro átomo eletronegativo (doador de hidrogênio). O aceptor de hidrogênio é, geralmente, um oxigênio ou nitrogênio O hidrogênio doador está sempre ligado a um átomo eletronegativo A ligação C—H não é suficientemente polar para formar pontes de hidrogênio Alcoóis, aldeídos, cetonas e compostos que contenham o grupamento N—H formam ligações de hidrogênio com moléculas de água e tendem a ser solúveis Por quê a água dissolve sais? A estrutura cristalina dos sais é mantida por forças iônicas; O cristal de NaCl desfaz-se à medida que as moléculas de água se amontoam ao redor dos íons cloreto e sódio As cargas iônicas são parcialmente neutralizadas e as atrações eletrostáticas entre os íons de cargas opostas são enfraquecidas A dissolução de substâncias polares sem carga elétrica segue um esquema semelhante; neste caso a água enfraquece as interações não-iônicas entre as moléculas do soluto (pontes de hidrogênio, por exemplo) GÁS ESTRUTURA POLARIDADE SOLUBILIDADE EM ÁGUA (G/L) TEMPERA- TURA (OC) Nitrogênio N N Não-polar 0,018 40 Oxigênio O O Não-polar 0,035 50 Dióxido de Carbono O OC - - Não-polar 0,97 45 Amônia N H HH - Polar 900 10 Sulfeto de Hidrogênio H S H - Polar 1.860 40 A solubilidade dos gases em água A solubilidade dos gases em água é um bom exemplo do papel da é um bom exemplo do papel da polaridadepolaridade O SISTEMA FUNCIONA CONFORME ESQUEMATIZADO: Fase aquosa (sangue) Fase gasosa (pulmões e ar) CO2(g) CO2(d) H2CO3 H+ + HCO3- H2OH2O Os gases apolares são transformados reversivelmente em substâncias polares ou são ligados a outras moléculas que os transportam Alguns exemplos de biomoléculas polares, não-polares e anfipáticas (mostradas nas formas iônicas em pH=7) Polar Apolar Gicose Glicina Aspartato Lactato Cera típica Gicerol Fenilalanina Fofatidilcolina Grupo polar Grupo apolar Anfipática A água pode dissolver sais cristalinos, compostos orgânicos polares e anfipáticos A água tende a hidratar a porção polar; ao mesmo tempo tende a excluir a porção apolar (hidrofóbica) A porção apolar força as moléculas de água circundantes a assumir um estado altamente ordenado De um modo geral, no entanto, as estruturas lipídicas tendem a agrupar-se, reduzindo a superfície em contato com a água As porções apolares são estabilizadas por interações hidrofóbicas que resultam da tendência de excluir a água As micelas são um bom exemplo de estruturas que expõem à água apenas os grupos hidrofílicos (polares) e escondem completamente os grupos apolares Quatro tipos de interações não covalentes (“fracas”) entre biomoléculas em meio aquoso Ponte de Hidrogênio Interações iônicas AtrativaRepulsiva Interações hidrofóbicas Interações de van der Waals Quaisquer átomos não carregados em estreita proximidade As interações fracas são cruciais para a estrutura e a função macromoleculares As interações não-covalentes como pontes de hidrogênio, interações iônicas e de van der Waals, são muito mais fracas que as ligações covalentes; Uma adição de cerca de 350 kJ de energia é requerida para quebrar um mol de ligações simples como, C-C, e cerca de 410 kJ para quebrar um mol de ligações C-H, mas apenas 4 kJ é suficiente para romper um mol de interações típicas de van der Waals, por exemplo. Ligações fortes e fracas Tipo de ligação Energia Covalente (C—C ) 350 kJ/mol Covalente (C—H ) 410 kJ/mol van der Waals ~4 kJ/mol Interações hidrofóbicas Variam com a polaridade do solvente (kJ/mol) Interações eletrostáticas Variam com a polaridade do solvente (kJ/mol) Pontes de hidrogênio Variam com a polaridade do solvente e com o ângulo entre os orbitais (kJ/mol) Osmose é o movimento da água através de uma membrana semipermeável ocasionado por diferenças na pressão osmótica. As moléculas de água tendem a mover-se de uma região de grande concentração de água para regiões de baixa concentração de água Quando duas soluções são separadas por uma membrana que deixa passar apenas água, as moléculas de água irão fluir da região com maior concentração de água para aquela com menor concentração; isto cria uma pressão, que costuma ser chamada pressão osmótica. Força que resiste à osmose (pressão osmótica) Membrana semipermeável Soluto não permeante dissolvido em água Em geral a membrana das células é mais permeável à água do que aos íons e outros solutos. Quando a célula está num ambiente com osmolaridade igual à sua (meio isotônico), não há movimento líquido de água. Mas, ela pode perder or ganhar água, dependendo se o meio for hipertônico ou hipotônico Uma característica importante da água é que as suas moléculas estão constantemente reagindo entre si da seguinte maneira: H2O + H2O H3O+ + HO- Isto significa que em qualquer solução aquosa sempre haverá uma certa quantidade do íon hidrônio (H3O+) e do íon hidroxila (HO) Estes íons tem grande mobilidade, maior que a dos outros íons, pois os prótons saltam de uma molécula para outra. Salto protônico Pequenos “saltos” de prótons entre uma série de moléculas de água ligadas por hidrogênio resultam em um movimento líquido extremamente rápido de um próton em uma longa distância. Pode-se analisar a dissociação da água da seguinte maneira: Ou, na forma abreviada H2O H + HO+ - H2O + H2O H3O+ + HO- A expressão de equilíbrio: ]OH[ ]OH][H[K 2 Como [H2O] é constante e igual a 55,5 M, pode-se definir uma nova constante Kw (constante de ionização da água): ]OH][H[]OH[KK 2w A 25oC Kw é igual a 1014 M2 Na água pura MKHOH w 710][][ = [H+]2 = [OH-]2 pH=-log[H+] A escala de pH designa as concentrações de H+ e OH- pOH=-log[OH-] A escala de pH é prática e costuma ser usada entre 0 e 14 Na água pura pH = log[H+] = log(107)= 7 Também na água pura: pOH = 14 – pH = 14 – 7 = 7 pH+pOH = 14 Para determinar concentração de íons hidrogênio e íons hidroxila de determinada solução, usamos pH: pH= -log10[H+] MKHOH w 710][][ Água pura [ H+] = [OH-] , pH é neutro [H+] > 107 M solução ácida (neste caso HO < 107 M) [H+] < 107 M solução básica ou alcalina (neste caso HO > 107 M) Nos líquidos biológicos o valor de [H+] costuma estar próximo de 107 M Há exceções, no entanto, como o suco gástrico, por exemplo. A IONIZAÇÃO DA ÁGUA É EXPRESSA PELA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO • Água Pura: 1 em cada 107 moléculas de água está ionizada em cada instante = então: • A concentração da água em 1 litro de água a 250C é de 55,5M = gramas de água em 1 L/massa molecular grama: 1000/18 = 55,5 25 K e q [ H ] [ O H ] [ H 2 O ] K e q [ H ] [ O H ] [ 5 5 , 5 M ] K e q . 5 5 , 5 [ H ] [ O H ] K w 16 2 108,1 xOKeqH 1 , 8 x 1 0 1 6 M . 5 5 , 5 M [ H ] [ O H ] K w K w 9 9 , 9 x 1 0 1 6 M 2 [ H ] [ O H ] 1 x 1 0 1 4 M 2 [ H ] [ O H ] • Na água pura, a [H+]=[OH-], então: • Kw= [H+]. [H+] ou Kw=[H+]2 • [H+]= =[H+]= • P é dito como: “logarítimo negativo de” • 26 K w 1 x 1 0 1 4 M 2 1 0 7 p H l o g 1[ H ] l o g [ H ] p H l o g 1[ 1 x 1 0 7 ] l o g 1 l o g 7 0 7 , 0 7 , 0 p H 7 , 0 A IONIZAÇÃO DA ÁGUA É EXPRESSA PELA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO A escala de pH designa as concentrações de H+ e OH- Lembre-se que a escala do pH é logaritmica e não aritmética. Se duas soluções diferem em pH por 1 unidade, isso significa que a solução tem 10 vezes mais a [H+] que a outra. A escala de pH Progressi- vamente mais básico Progressi- vamente mais ácido Neutro 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 NaOH 1 M HCl 1 M Suco de tomate Alvejante doméstico Detergente amoniacal Suspensão de fermento químico Clara de ovos Sangue humano Lágrimas Leite, saliva Café preto Cerveja Vinho tinto Refrigerante vinagre Suco de limão Suco gástrico O pH de alguns fluidos aquosos Um refrigerante tem a [H+] 10.000 vezes maior que a do sangue O sistema tampão evita mudanças drásticas no pH A atividade enzimática é fortemente dependente do pH e uma pequena alteração no pH acarreta em grande alteração na velocidade da reacão catalisada. Em organismos sadios, estas variações não ocorrem porque seus fluidos internos são bem tamponados. Grandes variações na alimentação e na maneira de viver e também as doenças em geral, produzem mudanças internas consideráveis no nosso corpo, porém, alteram em quase nada o pH do sangue humano, isto porque ele é tamponado por uma série destes sistemas (ex: tampão fosfato H2PO4/HPO42-, proteínas, bicarbonatoH2CO3/HCO3-). O pH do plasma sanguíneo de pessoas com diabetes grave é comumente abaixo de 7,4 – acidose. pH na Saúde e Doença potencial hidrogeniônico pH importante para: Conformação de proteínas Catálise enzimática Transporte de O2 Dissociação de moléculas 30 Tamponamento contra as alterações de pH nos sistemas biológicos As células e os organismos mantêm um pH citosólico constante e específico, mantendo as biomoléculas no seu estado iônico ótimo próximo de 7,0. Esta constância do pH é alcançada principalmente pelos tampões biológicos: misturas de ácidos fracos e suas bases conjugadas que conseguem absorver H+ e OH- adicionados ao sistema; Estes tampões tendem a resistir as alterações no pH quando pequenas quantidades de ácido ou base são adicionados. TAMPÕES Soluções cujo pH varia pouco após a adição de ácido ou base. Consistem de misturas de ácido fraco e sua base conjugada. Relaciona o pH, pK do ácido fraco e as concentrações das formas doadora e aceptora de prótons (ácido e base conjugada). ÁCIDOS E BASES (Conceito Bronsted e Lowry) HCl H+ + Cl- Ácidos fracos (se ionizam fracamente) CH3COOH CH3COO- + H+ Par ácido conj. base conj. Ionização completa de um ácido forte HAc H+ + Ac- Ácido: composto capaz de doar H+ Base: composto capaz de receber H+ (Ácidose bases inorgânicas são geralmente eletrólitos fortes, dissociam-se completamente em meio aquoso, formando íons). Ácido (Lewis): receptor de um par de e- doador aceptor HA ácido A base conjugada do ácido HA A FORÇA DE UM ÁCIDO (TENDÊNCIA DE PERDER UM PRÓTON) É ESPECIFICADA PELA SUA CONSTANTE DE DISSOCIAÇÃO (KA): HA H + A+ - Ácidos e bases fracas têm constantes de dissociação ácidas características Na célula predominam ácidos e bases fracos A relação entre o pH e o grau de dissociação de um ácido ou base fraco pode ser melhor analisada em termos da equação de Henderson-Hasselbalch Consideremos novamente a equação simplificada da dissociação de um ácido fraco em solução aquosa ]HA[ ]A][H[Ka ]A[ ]HA[K]H[ a Tomando logaritmos negativos ]A[ ]HA[logKlog]Hlog[ a ou, rearranjando Equação de Henderson-Hasselbalch ]A[ ]HA[logKlog]Hlog[ a Como –log[H+] = pH, se definirmos –log Ka = pKa podemos escrever ]HA[ ]A[logpKpH a O pKa indica a força de um ácido (quanto menor valor mais forte o ácido): pKa= -log10Ka pKa É uma medida da tendência de um grupo de oferecer um próton, diminuindo, com essa tendência 10vezes à medida que o pKa aumenta em uma unidade. O pH em uma mistura de um ácido e sua base conjugada depende da razão das suas concentrações, porque pKa é uma constante. Calcula o pH de uma solução tampão e útil na determinação do pKa de um ácido fraco Equação de Henderson Hasselbach Útil na curva de titulação de um ácido fraco Se adicionarmos uma gota de 10 l de HCl 1 M a um litro de água pura, o pH desce de 7 para 5 Se fizermos a mesma coisa com um litro de sangue, no entanto, a variação será mínima Isto ocorre porque o sangue, assim como o interior das células, está TAMPONADO, isto é, possui um sistema de ácidos e bases fracas que tende a absorver excessos de prótons ou íons hidroxila CCUURRVVAASS DDEE TTIITTUULLAAÇÇÃÃOO DDEE ÁÁCCIIDDOOSS//BBAASSEESS FFRRAACCOOSS Para entender o fenômeno de tamponamento convém analisar as curvas de titulação de ácidos/bases fracos Soluções de ácidos fracos podem ser tituladas com uma base forte como a HO, por exemplo As curvas de titulação revelam o pKa dos ácidos fracos Percentagem titulada ) Região de tampona- mento Curva de Titulação do Ácido acético doador aceptorpKpH a log Nas extremidades das curvas o pH varia MUITO com POUCOS equivalentes de HO adicionados Na faixa média, com pH’s próximos aos dos pKa’s, no entanto, o pH varia POUCO com MUITOS equivalentes de HO adicionados A faixa que resiste a variações de pH é chamada de faixa tamponante; ela situa-se mais ou menos, entre pKa 1 e pKa + 1 No ponto inicial existe apenas HA; à medida que HO é adicionado forma-se A No ponto médio pH = pKa e [HA] = [A] No ponto final existe apenas A Durante a maior parte da curva, exceto nas extremidades, vale a equação HNHNH 34 HHPOPOH 2442 HCOOCHCOOHCH 33 Uma análise da equação de Henderson-Hasselbalch, pH = pKa + log([A–]/[AH]), revela que quando [aceptor de prótons] = [doador de prótons] pH = pKa Em pH’s abaixo do pKa, portanto [doador de prótons] > [aceptor de protons] Em pH’s acima do pKa, no entanto, [aceptor de protons] > [doador de prótons] A tabela abaixo a apresenta alguns ácidos fracos com os seus respectivos pKa’s a 25oC Ácido Ka (M) pKa HCOOH (ácido fórmico) 1,78 104 3,75 CH3COOH (ácido acético) 1,74 105 4,76 CH3CH2COOH (ácido propiônico) 1,35 105 4,87 CH3CH(OH)COOH (ácido lático) 1,38 104 3,86 H3PO4 (ácido fosfórico) 7,25 103 2,14 H2PO4 (dihidrogênio fosfato) 1,38 107 6,86 HPO42 (monohidrogênio fosfato) 3,98 1013 12,4 H2CO3 (ácido carbônico) 1,70 104 3,77 HCO3 (bicarbonato) 6,31 1011 10,2 NH4+ (amônio) 5,62 1010 9,25 pH = pKa + log([A–]/[AH]), revela que quando [aceptor de prótons] = [doador de prótons] pH = pKa Em pH’s abaixo do pKa, portanto [doador de prótons] > [aceptor de protons] Em pH’s acima do pKa, no entanto, [aceptor de protons] > [doador de prótons] =10-A SOLUÇÃO TAMPÃO é mais eficiente quando a relação entre as concentrações do ácido e da base conjugada é igual a 1. Quando pH = pK A eficiência de um A eficiência de um tampão é proporcional à tampão é proporcional à sua concentração e é sua concentração e é máxima no pH igual ao máxima no pH igual ao pKapKa Solução 0,1M será um tampão 10 vezes mais eficiente do que uma solução 0,01M do mesmo ácido nas mesmas condições. Os tampões fosfato e bicarbonato são tampões biológicos importantes Sistema tampão fosfato: importante no fluido intracelular (pH = 6,9-7,4) H2PO4- H+ + HPO42- pK = 6,86 Tampão bicarbonato: tampão importante do plasma e saliva CO2 + H2O H2CO3 H2CO3 H++ HCO3- pK = 6,35 Dois tampões especialmente importantes são os sistemas fosfato e bicarbonato O sistema do tampão fosfato atua no citoplasma de todas as células Já o plasma sanguíneo é tamponado em parte pelo sistema bicarbonato Consiste de H2PO4- como doador de próton e HPO42- como receptor de prótons Consiste de ácido carbônico (H2CO3) como doador de próton e bicarbonato (HCO3-) como receptor de próton Os fluidos extracelulares e a maioria dos compartimentos citoplasmáticos possuem um pH no intervalo de 6,9 a 7,4. O plasma sanguíneo humano normalmente possui um pH próximo a 7,4. Tampões • Sistema Tampão Bicarbonato – É um sistema tampão fisiológico efetivo – Principal tampão do espaço extracelular e da saliva: ácido carbônico (H2CO3)/Bicarbonato (HCO3-) – O ácido carbônico é formado a partir de CO2 e H2O e está em equilíbrio com o reservatório de CO2 localizado nos pulmões. – Os componentes do sistema-tampão do bicarbonato são produzidos metabolicamente em grande quantidade. Portanto, o corpo não depende da ingestão de compostos exógenos ou de sínteses complexas para a manutenção desse sistema-tampão. 46 Fase aquosa (sangue) Fase gasosa (espaço aéreo dos pulmões) Reação 1 Reação 2 Reação 3 REAÇÕES DE FORMAÇÃO E DISSOCIAÇÃO O SISTEMA FUNCIONA CONFORME ESQUEMATIZADO: Um aumento na concentração de H+ no sangue tira o sistema do equilíbrio e estimula as reações indicadas pelas setas amarelas, isto é, há no final um aumento na pressão parcial do CO2 nos pulmões, que deve ser eliminado; animais com acidose em geral apresentam hiperventilação (respiração acelerada) A introdução de HO também tira o sistema do equilíbrio pois estas reagem com os H+ para formar água havendo, portanto, uma diminuição na concentração dos H+ Este fenômeno, por sua vez, estimula as reações indicadas pelas setas vermelhas, o que implica numa absorção de CO2 dos pulmões (o que gera hipoventilação) Fase aquosa (sangue) Fase gasosa (pulmões e ar) CO2(g) CO2(d) H2CO3 H+ + HCO3- H2OH2O Esta reação ocorre sem catálise, mas na corrente sanguínea é apressada pela enzima anidrase carbônica O que acabamos de ver relativamente aos sistemas tampão do sangue vale também para a saliva. Neste fluido, o sistema HCO3-/H2CO3 se apresenta, também, em concentrações muito maiores do que os outros. De modo geral, esse sistema representa 50% de todo o sistema tampão da saliva. Capacidade tamponante da saliva • É a propriedade da saliva de manter o seu pH constante ( 6,9 a 7,0), devido aos tampões – bicarbonato/ac. Carbônico – mucinato/mucina (glicoproteína) – monofosfato/bifosfato • São os tampões que bloqueiamo excesso de ácidos e bases Capacidade tamponante da saliva A saliva protege a cavidade oral de duas maneiras: 1. evitando a colonização da boca por microrganismos potencialmente patogênicos, por negar-lhes as condições ambientais ideais, pois muitas bactérias necessitam de um pH específico para seu crescimento máximo; 2. os microrganismos da placa podem produzir ácido a partir de açúcares, os quais, não sendo rapidamente tamponados e limpos pela saliva, podem desmineralizar o esmalte. Fluxo Salivar e Capacidade Tamponante da Saliva como Indicadores de Susceptibilidade à Doença Cárie • Liza Porcaro BRETASI • Marcelo Esteves ROCHAI • Mariana Sant´Ana VIEIRAI • Ana Claudia Peres RODRIGUESII Utiliza-se o ácido láctico na concentração de 0,1 mol/L necessário para diminuir o pH de 100 mL de saliva de 6,9 até 3,7. O valor da CTS pode predizer se um indíduo apresenta maior ou menor susceptibilidade à cárie. Para a obtenção da CTS uma amostra de saliva é diluída com água e após a adição do indicador alaranjado de metila, realiza-se uma titulação com ácido lático. Classificação dos pacientes de acordo com a Capacidade Tampão da Saliva (CTS) • 1. CTS = 40 pacientes medianamente susceptíveis à cárie • 2. CTS > 40 pacientes pouco susceptíveis à cárie • 3. CTS < 40 pacientes muito susceptíveis à cárie Acidose e alcalose respiratória Resulta da hipoventilação pelo acúmulo do CO2 no sangue e diminuição do pH sanguíneo. Depressão do SNC (sedativos, doenças do SNC), drogas, doenças do pulmão (enfisema, pneumonia, bronquite, asma).. Resulta da hiperventilação, que é manifestada pelo excesso de eliminação de CO2 do sangue e um aumento no pH sanguíneo. Hemorragia do SNC, drogas, gravidez (3o trimestre), cirrose hepática, ansiedade, histeria, alpinismo Ajustando os níveis: Compensação • Os rins regulam a concentração de bicarbonato. Se existe muito pouco bicarbonato, os rins filtram e excretam H+, causando uma mudança no equilíbrio para aumentar a concentração de bicarbonato. Se tem muito bicarbonato, os rins o excretarão. • O CO2 é reposto pelo metabolismo (produto da respiração na oxidação de combustível; alimento H→ 2O e CO2) • Mudanças na respiração podem aumentar ou diminuir o CO2. • Respire muito rápido e veja o que acontece. Diminua a taxa de respiração e da mesma forma altere o pH! COMPENSAÇÃO Os desequilíbrios ácido-base são melhor atenuados pela correção do problema fisiológico subjacente. No curto prazo, a acidose é comumente tratada pela administração intravenosa de NaHCO3. A alcalose é mais difícil de ser tratada. A alcalose metabólica às vezes responde ao KCl ou NaCl (o Cl- adicional ajuda a minimizar a secreção de H+ pelos rins), e a alcalose respiratória pode ser melhorada em uma atmosfera rica em CO2. Exemplos cotidianos de alcalose respiratória Os atletas aprenderam a se beneficiar do aumento de pH do sangue causado pela hiperventilação (respiração excessivamente rápida e profunda). Séries curtas de exercícios intensos produzem altos níveis de ácido láctico no sangue devido à queima de glicose. A presença de tanto ácido láctico tende a reduzir o pH do sangue, mas um breve período (30 segundos) de hiperventilação antes de um evento de curta distância (ex: corrida de 100m) evita os efeitos do aumento de ácido láctico e mantém o equilíbrio do pH. A exposição a altas altitudes tem efeito semelhante à hiperventilação ao nível do mar. Em resposta à atmosfera rarefeita, a taxa de respiração aumenta . Assim como na hiperventilação, mais CO2 é removido dos pulmões, reduzindo o nível de H+ no sangue, aumentando, assim, o pH (alcalose respiratória). Exercícios: 1 – No que consiste o pKa? Como é obtido experimentalmente? Qual a importância de conhecer o valor de pKa de um ácido fraco? 2 – Explique como funciona o tampão bicarbonato do sangue. Água Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Ligações de hidrogênio na estrutura do gelo A ligação de hidrogênio tem um caráter direcional Slide 8 A água forma ligações de hidrogênio com solutos polares Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Quatro tipos de interações não covalentes (“fracas”) entre biomoléculas em meio aquoso Slide 17 Ligações fortes e fracas Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 A IONIZAÇÃO DA ÁGUA É EXPRESSA PELA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 pH na Saúde e Doença potencial hidrogeniônico Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Tampões Slide 47 Slide 48 Slide 49 Capacidade tamponante da saliva Fluxo Salivar e Capacidade Tamponante da Saliva como Indicadores de Susceptibilidade à Doença Cárie Classificação dos pacientes de acordo com a Capacidade Tampão da Saliva (CTS) Acidose e alcalose respiratória Ajustando os níveis: Compensação Slide 55 Exemplos cotidianos de alcalose respiratória Slide 57