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UNIP- Universidade Paulista APS- Atividades Prática Supervisionada Avaliação Interna e Avaliação Externa e sua Democratização Alunos: Ana Paula Florêncio RA: B786639 Meire Amaral Silvia RA: B7802h1 Vanessa Cristina dos Santos RA: B832525 Pedagogia- 6º Semestre Assis 2015 Introdução: Democratização do ensino e a avaliação do aluno vêm andando em conformidade para a permanência do aluno na escola, atualmente a avaliação tem reunido grupos de professores nas escolas para debaterem essa pratica, pois a intenção não é repetir os métodos tradicionais de avaliação, porem, compreender qual seu significado político e social dentro da escola e como essa pratica vai contribuir no processo ensino – aprendizagem. Segundo Luckesi (1995) a avaliação é “Um juízo de qualidade sobre dados revelantes para uma tomada de decisões” Haydt (1988) defende a idéia de que “A avaliação pode assumir uma dimensão orientadora permitindo que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades para continuar progredindo nesta construção.” Analisaremos, brevemente, aspectos referentes á pratica avaliativa, tais como a sua relação com a democratização do ensino e condições a ela associadas, bem como a proposta de avaliação diagnostica sugerida por Luckesi. Tal analise não se pretende conclusiva apenas procura focar alguns pontos referentes á temática que costumeiramente surge no desenvolver da vida acadêmica. Por varias vezes é questionado os métodos de ensino- aprendizagem utilizada nas instituições de ensino, aos quais somos submetidos enquanto integrantes de um processo avaliativo, tal, como vem ocorrendo, como causa do insucesso da pratica avaliativa, bem como um dos fatores antidemocráticos do ensino. Outros simplesmente dizem que é importante rever essa questão, porem não chegam clara e exatamente a sugerir uma alternativa viável. Justificativa: Do ponto de vista pedagógico não há como compreender a avaliação escolar sem fazer relação com a teoria ensino-aprendizagem, amparada com a democratização do ensino educacional. Sendo assim, percebe-se que educação e a pratica da avaliação não se dicotômicas, não são indissociáveis, ou seja, são concebidas como problematizarão, questionamento, reflexão sobre a ação. Haydt (1988) “Educar é fazer ato do sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo - se com esse mundo para reciclá-lo constantemente”. Diante disto o professor deve avaliar sempre a ação educativa no sentido de indagar, investigar o termo e não tornar sua docência em verdades absolutas, prontas e acabadas. Para Hoffmann (1994) “É necessário, isso sim, oportunizar a tomada de consciência sobre a contradição existente entre a ação de educar e a concepção de avaliação como resultado e como julgamento”. Percebe-se que, a avaliação da aprendizagem pode acontecer se forem relacionadas com as oportunidades oferecidas e analisando as adequações das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévio dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. Quando a criança se sente confiante para dizer o que pensa, se inibições ou medo de criticas, ela também se sente preparada para uma possível avaliação, isto é, o momento que o professor deve privilegiar para o aprendizado como para a avaliação e a identificação de procedimentos de ensino mais adequados. Objetivo: Compreender como a avaliação da aprendizagem escolar, vem a favorecer ou dificultar a Democratização do Ensino. Metodologia: Através de pesquisas Bibliográficas no primeiro momento, partiu de leituras de autores que estudam a temática para compreender como estes definem a pratica da avaliação e como a mesma vai interferir na vida do educando em relação à Democratização do Ensino. Desenvolvimento: Com a finalidade de compreender a relação existente entre esses dois pontos, a prática avaliativa e a democratização do ensino passaram agora a analisar em que eles consistem: 5.1- A Prática Avaliativa A avaliação compreende-se como fator de expoência consideravelmente significativo do processo de aprendizagem. Porém, o modelo comumente empregado para a avaliação da aprendizagem não passa de uma forma classificatória de enunciar o que cada aluno deveria, efetivamente, ter assimilado do conteúdo exposto pelo professor em um dado período letivo, a fim de concluir uma unidade do plano de ensino. Poderíamos dizer, então, que esse é um processo falho? Talvez seja melhor averiguarmos mais intensamente essa questão. Partindo do pressuposto do que diz Luckesi acerca da prática avaliava como partes integrantes do processo de democratização do ensino irão avaliar melhor o ponto central da discussão. Assim ele comenta: Discutiremos a questão da avaliação do aluno relacionada à questão da democratização do ensino, perguntando se a atual prática da avaliação da aprendizagem escolar está a favor ou contra a democratização do ensino (Luckesi, 1995, p. 60.). Conforme Luckesi, no ritual pedagógico podemos verificar a freqüente incidência de tais momentos: a prática avaliativa se dá a partir do momento que um determinado conteúdo é dado como encerrado, e o professor na sua ‘saga de mestre’ tende a medir os frutos dos seus últimos esforços em tentar ensinar o que lhe é cabível. É nesse momento que se prepara o que poderíamos denominar de ‘instrumento avaliativo’. É neste contexto que o professor acaba (muitas vezes, com ou sem intenção, talvez como reflexo de sua amargura/insatisfação com alunos indisciplinados e com todo o processo pedagógico) por se servir de critérios e conteúdos não claramente expostos para produzir a avaliação da disciplina. Certamente, tal atitude pode trazer conseqüências desagradáveis e talvez até, por assim dizer, injustas. Um outro ponto a ser questionado nesse âmbito, segundo o autor, é que nem todos os alunos assimilam aquilo que em específico está sendo cobrado na avaliação, o que força-nos, mais uma vez, a pôr em dúvida esse sistema avaliativo. Esses instrumentos de avaliação são cotidianamente construídos da seguinte maneira. Próximo do final da unidade de ensino, o professor formula o seu instrumento de avaliação, a partir de diversas variáveis: conteúdo que o professor ensinou efetivamente; conteúdos que o professor não ensinou, mas que deu por suposto ter ensinado; conteúdos “extras” que o professor inclui no momento da elaboração do teste, para torná-lo mais difícil; o humor do professor em relação à turma que ele tem pela frente; a disciplina ou a indisciplina social desses alunos (Haydt, 1988 p. 75). Com esse método aplicado o professor parte para um segundo passo, que por vezes pode ser considerado o mais perigoso. Trata-se do momento em que se avaliam os resultados a partir daquilo que fora produzido pelos alunos nas avaliações. O perigo se encontra em quais critérios o professor utilizará para ‘conceituar’ a aprendizagem do aluno, visto que, na verdade, o produto de um teste, prova ou ainda trabalho de pesquisa, nem sempre reflete o que realmente fora assimilado pelo aluno. Após recolhimento das respostas, os professores corrigem as mesmas e atribui-lhe um valor (em notas ou em conceitos), que deve corresponder ao nível qualitativo da aprendizagem manifestada pelo aluno (Luckesi, 1995, p. 68.). Ainda referente a esse ponto, outro problema surge quando há um acréscimo de notas concedido, ou pela disciplina mantida pelos alunos, ou pela simpatia que o professor tem por alguns, fato muito comum, porém nenhum pouco sadio, pois havemos de convir que esse método pode gerar um certo comodismo nos alunos, que mais adiante poderão enfrentar dificuldades por não terem alguém lhes dando o mesmo suporte, e muito pior do que isso é o fato de que essa ação violadora dos ‘verdadeiros’ resultados pode omitir necessidades de reforços em certas lacunas existentes na aprendizagem do conteúdo.Ainda, por vezes, se acrescentam ‘pontos a mais’ ou ‘pontos a menos’ ao aluno, a depender de sua conduta em sala de aula. Esses podem decorrer de condutas inteligentes em relação à matéria ensinada, podem decorrer de atitudes disciplinares, podem corresponder a condutas responsáveis ou não dos alunos etc. (Haydt, 1988 p. 85). Considerando que Luckesi compreende a avaliação como “juízo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão” (1995, p. 69), verificamos que, não necessariamente, estes elementos estejam sendo observados nas práticas educativas, ao contrário, parece-nos que, em geral, há um obscurecimento acerca do que realmente devemos intencionar com a avaliação da aprendizagem. 5.2. A Democratização do Ensino: Conforme a autor analisado, o processo de democratização do ensino passa por três pontos fundamentais: o acesso à educação escolar; a permanência do educando na instituição até certa terminalidade escolar; e a qualidade do ensino. Vejamos então, separadamente, no que consiste cada um desses pontos, sem perder de vista que eles estão, necessariamente, interligados. ‘O acesso à educação escolar’ é muito mais do que representa ser, pois, além de garantirmos a acessibilidade aos bancos escolares e garantirmos que os alunos estão ‘freqüentando’ a sala de aula, temos também de atentar para que os mesmos tenham acesso aos instrumentos básicos para uma boa aprendizagem, e mais, facilitar que os mesmos tenham as condições mínimas - sócio-econômicas - de desfrutar desse período de aprendizagem. Luckesi, ainda amplia esta idéia: ‘Acesso universal ao ensino’ é, pois, um elemento essencial da democratização e a porta de entrada para a realização desse desejo de todos nós, que clamamos por uma sociedade emancipada dos mecanismos de opressão (Luckesi, 1995, p. 62.). O aspecto da ‘permanência do educando na instituição até uma certa terminalidade escolar’ é essencial para uma boa educação, visto que, deve-se garantir que os alunos cumpram (pelo menos) o tempo mínimo de escolaridade determinado pela legislação. Porém, não devemos nos descuidar do fato de que o percurso mínimo de tempo de permanência do aluno deve garantir qualidade. O segundo elemento que define a democratização do ensino é a ‘permanência do educando na escola e a conseqüente terminalidade escolar’. Ou seja, o aluno que teve acesso à escola deve ter a possibilidade de permanecer nela até um nível de terminalidade que seja significativo [...] (Hoffmann, 1994 p.32). Quanto ao aspecto da ‘qualidade do ensino’, eis mais um ponto indispensável, pois é através da garantia de uma boa qualidade de ensino que veremos alunos capazes de apropriarem-se ativamente dos conteúdos escolares. Esse fato se dará quando for em oferecidas condições para que os mesmos possam apropriar-se daquilo que eles desejam e assim terem um crescimento no patamar intelectual. O terceiro fator que entendemos inferir no processo de democratização está afeto à ‘questão da qualidade do ensino’, o que significa estar relacionado à questão da transmissão e da apropriação ativa dos conteúdos escolares (Luckesi, 1995, p. 64.). Esses aspectos da democratização do ensino podem ou não estar ligados diretamente à questão da prática avaliativa. Vejamos: no caso do acesso à educação escolar não há nenhuma ligação que seja pelo menos considerável, porém no que toca à permanência do educando na instituição bem como até certa terminalidade escolar e a qualidade do ensino vemos que há, sim, nitidamente uma relação. Pois, de fato é verídico que a permanência dos discentes nas instituições educacionais se dá conforme o resultado de avaliações que muitas vezes trazem uma reprovação incoerente com os pontos salientados como democráticos. Então, que semelhança podemos encontrar no que ocorre realmente frente àquilo que seria o mais próximo de uma educação de qualidade? Talvez não encontremos nada de democrático como havíamos solicitado acima. A proposta que nos parece mais cabível seria a transposição do modelo atual, que utiliza a avaliação classificatória, por um modelo diagnóstico de avaliação. Ou seja, substituí-lo por um modelo que permita averiguar em que estágio encontra-se o desenvolvimento de aprendizagem do discente, para que seja possível acompanhar as suas dificuldades, ajudando-o então a superá-las. Mas, para que isso seja possível é indispensável que se tenha uma compreensão do que se trata realmente essa proposta, para que da sua aplicação não resultem conseqüências ainda maiores ou termine por ser ineficazes. Em primeiro lugar, há que partir para a perspectiva de uma ‘avaliação diagnóstica’. Com isso, queremos dizer que a primeira coisa a ser feita, para que a avaliação sirva à democratização do ensino, é mudar a sua utilização de ‘classificatória’ para ‘diagnóstica’ (Hoffmann, 1994 p.81). Conclusão: Conclui-se que o debate em torno da prática avaliativa é um esforço voltado para ajudar a afrentar os desafios da democratização do ensino em particular “avaliação”. Assim podemos entender a avaliação diagnóstica como um passo a ser dado para que se possa vencer o actual sistema avaliativo. Sabemos que muito há para ser reflectido sobre a problemática da avaliação da aprendizagem, bem como sua relação e função quanto a democratização do ensino. Do ponto de vista, educar é formar e aprender, a avaliação ganha dimensões mais abrangentes, não sendo apenas atribuição de notas, desde modo, verifica-se o aluno se está alcançando os objectivos propostos para o processo ensino-aprendizagem. Os objectivos buscados podem ser notados em mudanças ao se adquirir melhores resultados no comportamento motor, cognitivo, afectivo e social. Se o ensinar e aprender tenta-se realizar esses objectivos estão sendo alcançados pelo aluno para que ele avance na aprendizagem e na construção de seu valo. O objectivo deste trabalho, não era concluir a discussão sobre avaliação e democratização do ensino e sim destacar alguns elementos básicos que devem ser reflectidos nos cursos de formação docente, para que se possa ter atitudes diferentes em relação a esse assuntos. Referência Bibliografico: HAYDT, R.C. Avaliação do processo ensino aprendizagem. São Paulo: Ed. Ática, 1988. HOFFMANN, J. Avaliação: mito & desafio. Uma perspectiva construtivista. 13º Ed. Editora Educação & Realidade, Porto Alegre, 1994. LUCKSI, C. Avaliação e aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995. ENTREVISTA COM PROFESSOR Docente: Márcia Regina Cinto Ricieri, 5°Ano Escola: Emeif.Prof° Manoel Simões Qual a sua opinião sobre as avaliações externas aplicadas pelo governo? R: Em minha opinião, estas avaliações são muito extensas, muitas atividades fogem do contexto do que nós professores trabalhamos durante o ano letivo. Como essas avaliações vem contribuir para desenvolvimento da aprendizagem dos alunos em sala de aula? R: Na verdade, nada contribui, apenas cobram muito,como falei os alunos não estão preparados. Qual a reação dos alunos quando se é trabalhado os conteúdos requisitados nessas provas externas? R: Os alunos ficam tensos, são atividades repetitivas, temos que buscar em outros materiais, porque somente os livros do EMAI e LER, são muito fracos. O conteúdo lecionado em sala de aula é voltado para as avaliações aplicadas pelo governo ou é direcionado para o ensino /aprendizagem dos alunos? R: Direcionados para as provas do governo, e o ensino fica para a busca do professor. Porque é maçante e na verdade, o aluno sairá para outra serie com defasagem de informações Qual o critério de avaliação que você como docente atuante utiliza para saber em qual nível de aprendizagem o aluno esta? R:Faço sondagem bimestral, pesquisas, muitas redações, carta de leitor,jornais,buscando sempre o melhor para os meus alunos Você tem outros métodos de avaliar seus alunos?Quais R:sim,cartade leitor,pesquisas em grupo,roda de conversa e debates. Você como docente faz uso de avaliações diárias, como vistos no caderno, comportamento, participação? R: sim, faço No inicio do ano letivo você aplica avaliação diagnostica?E quais conteúdos são cobrados. R: Sim, conteúdos que eram para ser dados no ano anterior Você como docente tem o costume de aplicar provas ou algum método avaliativo em grupo?Se sim qual o motivo dessas pratica e como você divide esses grupos. R: Sim, muitas avaliações faço em grupos.Debates na roda de jornal, pesquisa de algum assunto. Sempre desfaço os grupos, e refaço para que todos se interajam. Na sua turma atual tem algum aluno com dificuldade?Como você o avalia e por que. R: Sim, na verdade tenho aluno especial e as avaliações não são diferentes dos outros, mas preciso fazer avaliações diferenciadas para que possa fazer se sentir importante e capaz. Qual a media geral da sua sala de aula em relação as avaliações aplicadas e elaboradas por você ?E as pelo governo R: A média é 7,0.Pelo governo é 6,0