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Sumário 
 
1. Ação de Representação 
2. Agravo de Execução 
3. Agravo de Instrumento 
4. Agravo Regimental 
5. Alegações Finais com Preliminar 
6. Alegações Finais - Crime de Ameaça 
7. Alegações Finais - Estelionato 
8. Alegações Finais - Furto 
9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma 
10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas 
11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado 
por Funcionário Público 
12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas 
da Autoria) 
13. Alegações Finais - Furto Qualificado 
14. Alegações Finais de in dubio pro reu - inexistência 
de provas 
15. Alegações Finais - Crime Ambiental 
16. Alegações Finais - Porte Ilegal de Armas 
17. Alegações Finais do Querelante 
18. Alegações Finais do Querelado 
19. Apelação 
20. Apelação 
21. Apelação com Preliminar de Prescrição Retroativa 
22. Apelação 
23. Arresto 
24. Arresto Prévio 
25. Arresto Prévio 
26. Arresto 
27. Arresto 
28. Auto de Prisão em Flagrante 
29. Carta Testemunhável 
30. Correição Parcial 
31. Defesa Preliminar 
32. Embargos Declaratórios 
33. Embargos Infringentes e de Nulidade 
34. Exceção da Verdade 
35. Exceção de Coisa Julgada 
36. Exceção de Ilegitimidade 
37. Exceção de Incompetência 
38. Exceção de Litispendência 
39. Exceção de Suspeição 
40. Extinção da Pena 
41. Habeas Corpus (Modelo 1) 
42. Habeas Corpus (Modelo 2) 
43. Habeas Corpus (Modelo 3) 
44. Habeas Corpus (Modelo 4) 
45. Habeas Corpus (Modelo 5) 
46. Habeas Corpus com Pedido de Liminar (Modelo 6) 
47. Habeas Corpus (Modelo 7) 
48. Incidente de Falsidade Documental 
49. Incidente de Insanidade Mental 
50. Indulto Natalino 
51. Levantamento de Fiança 
52. Liberdade provisória 
53. Liberdade provisória Mediante Fiança 
54. Liberdade provisória sem Fiança 
55. Liberdade provisória sem Fiança 
56. Liberdade provisória sem Fiança 
57. Pedido de Relaxamento de Flagrante e Liberdade 
provisória 
58. Liberdade provisória Com ou Sem Fiança c/c 
Relaxamento de Flagrante 
59. Pedido de Conversão de Liberdade provisória 
mediante Fiança para Liberdade provisória sem Fiança 
60. Livramento Condicional 
61. Memoriais 
62. Notitia Criminis 
63. Pedido de Diligência em Inquérito Policial 
64. Pedido para Aguardar o Recurso de Apelação em 
Liberdade 
65. Pedido de Extinção de Punibilidade 
66. Pedido de Nulidade do Auto de Prisão em Flagrante 
por Inexistência de Queixa 
67. Pedido de Prisão Albergue 
68. Pedido de Prisão Domiciliar 
69. Pedido de Prisão Especial 
70. Pedido de Prisão Especial 
71. Pedido para Preso Livrar-se Solto 
72. Pedido de Restituição de Fiança 
73. Prescrição Executória 
74. Petição de Renúncia 
75. Progressão de Regime 
76. Prescrição Penal 
77. Recurso em Sentido Estrito 
78. Recurso Extraordinário e Especial 
79. Recurso Ordinário de Habeas Corpus 
80. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
81. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
82. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
83. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
84. Perempção 
85. Queixa-Crime 
86. Queixa-Crime 
87. Queixa-Crime por Delito de Dano Qualificado 
88. Queixa-Crime Substitutiva da Denúncia 
89. Recurso em Sentido Estrito (Arbitramento de 
Fiança) 
90. Recurso em Sentido Estrito 
91. Recurso contra Sentença de Pronúncia - Artigos 
581, IV e 588 do CPP 
92. Recurso Endereçado ao Delegado Geral de Polícia 
para a Instauração de Inquérito Policial 
93. Recurso Ordinário ao STJ 
94. Requerimento de Diligências Feito pelo Indiciado 
95. Requerimento para Instauração do Inquérito Policial 
Feito pelo Ofendido 
96. Requerimento de Instauração de Inquérito Policial 
Feito por Procurador do Ofendido 
97. Requerimento para a Instauração do Inquérito 
Policial feito por Representante legal do Ofendido 
98. Resposta à Acusação 
99. Resposta à Acusação 
100. Resposta do Réu 
101. Revisão Criminal 
102. Revisão Criminal 
103. Revisão Criminal 
104. Revogação da Prisão Preventiva 
105. Revogação de Prisão Preventiva e Liberdade 
Provisória 
106. Revogação da Prisão Temporária 
107. Sequestro 
108. Sequestro (Embargos) 
109. Sequestro (Embargos) 
110. Sequestro (Pedido de Levantamento) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODELOS PRÁTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
1. Ação de Representação 
 
É a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal quanto ao 
interesse em que a ação penal seja iniciada. Está prevista no art. 39 do Código de 
Processo Penal Brasileiro. 
 
O direito de representação pode ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia 
em que o ofendido ou seu representante legal soube quem é o autor do crime. Não se 
conta o prazo a partir do crime, mas da descoberta de seu autor. 
 
De acordo com o art. 10 do Código Penal Brasileiro, na contagem do prazo inclui-se o dia 
do começo (ao contrário da regra comum no processo civil, onde a contagem começa no 
dia útil seguinte). 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ - ___. 
 
 
 
 
 
 
 
____________, brasileira, solteira, ____________, residente e domiciliada na Rua 
____________, nº ____, Bairro ____________, ____________ - ___, vem perante V. 
Exa., por seu procurador ao fim assinado, nos termos do incluso instrumento de mandato 
(Doc. 1), o qual recebe intimações a Rua ____________, n° ___, sala ___, bairro 
____________, CEP ______-___, Fone/Fax: (__) ___-______, na cidade de 
____________, UF, nos termos do art. 5º, inciso II do CPP e Lei nº 9.099/95, apresentar 
 
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL, contra 
 
____________, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, 
Bairro ____________, ____________ - ___, pelos seguintes fatos que passa a relatar: 
 
01 – A representante foi vítima do representado por delitos de ameaça e perturbação da 
tranquilidade, cujo Processo Criminal registrou o nº ____________, no Juizado Especial 
desta Comarca. 
 
02 – No dia ___ de __________ de ______, durante a audiência de transação penal, 
____________ aceitou a proposta do digno representante do MP, de aplicação de 03 
(três) meses de prestação de serviços à comunidade, consoante termo homologado pela 
Exma. Sra. Dra. Julgadora, cuja cópia segue nos autos. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
03 – Além da reprimenda imposta a ____________, o mesmo foi alertado para que não 
molestasse mais a representante, a qual exerce a atividade de ____________, na 
empresa ____________. 
 
04 – Também foi recomendado ao representado, como medida orientadora, para que 
procurasse um profissional da área psiquiátrica, a fim de submeter-se a uma avaliação e 
tratamento. 
 
05 - ____________ não tomou providência alguma para conter suas pretensões 
descabidas e perturbadoras e, para surpresa da representante, no dia ___ de 
____________ de ____, por volta das ______ horas, voltou a fazer ligações para a 
empresa ____________, local de trabalho da vítima, insistindo através de uma das 
telefonistas, para falar coma a representante. A situação só foi amenizada após a vítima 
conversar com o representado, ouvindo o seguinte: "Sou eu ____________, mas não te 
preocupe, o que eu quero agora é uma vaga para trabalhar aí....". Isto se repetiu por 
diversas vezes. 
 
06 - A vítima, Sra. Julgadora, está temerosa, amedrontada com esta situação. Em virtude 
do acontecimento ocorrido anteriormente, a representante está correndo risco de vida, 
pois a qualquer momento pode vir a sofrer um mal injusto e grave por parte de 
____________, que mesmo com passagem recente peloJuizado Especial Criminal, não 
teve sua intenção delitiva amenizada. 
 
07 - Pelo que se depreende da conduta do representado, no decorrer do Processo 
Criminal nº ____________ e pela brevidade com que voltou a perturbar a vítima em seu 
local de trabalho, não restam dúvidas de que ____________ é incapaz de controlar suas 
atitudes diante de uma situação, pois sua conduta causa riscos à vida não só da vítima, 
como também de qualquer pessoa da comunidade. 
 
Pelo exposto, requer o seguinte: 
 
a) o recebimento da presente representação criminal pelo delito do art. 65 da LCP; 
b) a instauração de processo criminal visando a condenação do representado; 
c) a determinação urgente de exame de insanidade mental, nos termos do art. 149 e 
seguintes do CPP, com o recolhimento de ____________, ao IPF, antes que cometa um 
fato mais grave contra a vítima. 
 
 
Nestes Termos 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado OAB n° 
 
 
Rol de Testemunhas 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
2. Agravo de Execução 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Execução criminal n° 00/10 
 
 
 
FULANO DE TAL qualificado nos autos que se acha preso e recolhido na Cadeia Pública 
desta cidade, à disposição da Justiça Pública, vem, por intermédio de seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado, instrumento de procuração anexo, fls... interpor o 
presente agravo de execução por não se conformar, data venia com a R. decisão de fls... 
do apenso de prisão-albergue e requerer, caso Vossa Excelência mantenha a decisão de 
indeferimento do pedido de concessão do regime aberto, sejam os autos encaminhados 
ao Egrégio Tribunal de Alçada Criminal, oferecendo, desde já, as razões de agravo 
conforme documento anexo. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Razões do agravo 
 
 
Egrégio Tribunal de Alçada Criminal 
 
Colenda Câmara 
 
 
 
O agravante pleiteou o benefício do regime aberto perante o MM. Juízo de primeira 
instância, sendo indeferido. 
 
Entretanto, o sentenciado preenche todos os requisitos para que cumpra o restante da 
pena privativa de liberdade sob o benefício do regime aberto, pelo seguinte: 
 
1. Atualmente, o sentenciado está cumprindo pena em regime semiaberto, benefício este 
a que fez jus quando cumpriu 1/3 da pena em estabelecimento prisional em regime 
fechado. 
 
2. No dia.../.../... cumpriu 1/6 do total da pena privativa de liberdade, o que é requisito 
essencial para que se dê a progressão de regime e uma vez que preenche todas as 
condições previstas no art. 114 da Lei de Execuções Penais (LEP), não pode ser negado 
tal benefício. 
 
3. O sentenciado tem emprego imediato e garantido na Construtora _____, estabelecida 
nesta Comarca de _____, consoante faz prova com a carta de oferecimento de emprego 
expedida pelo Departamento de Recursos Humanos daquela empresa fls...; sua folha de 
antecedentes criminais evidência a inexistência de qualquer outro crime, fls...; apresenta 
boa conduta carcerária, conforme atestado fornecido pela digna autoridade policial 
Diretora da Cadeia Pública desta comarca. Fls..., e os exames a que foi submetido dão 
evidência de que o mesmo apresenta condições de se reintegrar à sociedade, fls... 
 
Ex positis, é medida de justiça que se lhe conceda o benefício do regime aberto. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do advogado – OAB 
 
 
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3. Agravo de Instrumento 
 
O agravo de instrumento é cabível contra despacho do Presidente de Tribunal ao indeferir 
recurso para o STF ou STJ, ou quando esse despacho não for prolatado, sem justificativa, 
no prazo de 30 (trinta) dias, e quando a remessa de um processo para o Tribunal Superior 
for retardada sem justificação. 
 
O rito é o mesmo admitido ao antigo agravo no cível, devendo ser interposto no prazo de 
10 (dez) dias com a nova redação que a Lei nº 11.187/05 deu ao art. 522 do CPC e deve 
ser interposto por petição, podendo o presidente do tribunal receber e mandar processar 
para subir ao STF ou ao STJ ou retratar-se, acolhendo o recurso anteriormente negado e 
mandando processá-lo. 
 
Há, ainda, seguindo o mesmo rito, o recurso de agravo nos casos tratados nos incisos XII, 
XVII, XIX, XX, XXI, XII, XIII e XXIV do art. 581 do CPP, os quais, em virtude da Lei de 
Execução Penal, art. 197, deixaram de se elencar entre as situações que permitem o 
recurso em sentido estrito, por estarem na fase de execução, após o trânsito. 
 
Lei n° 7.210/84 
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito 
suspensivo. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Agravo de instrumento - Interposições contra despacho que inadmite recurso 
extraordinário - Pedido de vista dos autos para apresentação de memorial negado ao 
recorrente - Admissibilidade - Ato de deliberação do relator - Agravo regimental improvido 
(STF) - RT 614/408. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DE________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de________, portador (a) do CIRG 
nº ______e do CPF nº_______, residente e domiciliado (a) na Rua____, nº_________, 
Bairro_______, Cidade_______, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) 
e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito 
à Rua________, nº________, Bairro________, Cidade_________, Estado_____, onde 
recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de 
Recurso Especial Criminal nº____, em face da decisão de fls_________à presença de 
Vossa Excelência interpor 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
"Ex positis", requer seja reformada a decisão agravada na oportunidade do juízo da 
retratação, em assim não ocorrendo, após as formalidades de estilo, requer seja julgado o 
presente recurso ao tribunal ad quem. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de_______, portador (a) do CIRG 
nº__e do CPF nº_________, residente e domiciliado (a) na Rua______, nº____, 
Bairro____, Cidade_____, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e 
bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à 
Rua____, nº____, Bairro____, Cidade____, Estado_____, onde recebe notificações e 
intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de Recurso Especial Criminal 
nº____, em face da decisão de fls.____ à presença de Vossa Excelência interpor 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
COLENDA CORTEEMÉRITOS JULGADORES 
 
 
 
DOS FATOS 
 
A decisão agravada nega seguimento ao recurso com base na inexistência de transcrição 
integral de acórdãos que demonstrem a divergência jurisprudencial havida. 
 
Ocorre, porém, que o translado das ementas dos referidos acórdãos, por si só, já 
caracteriza a divergência como exigida, dispensando assim a transcrição na íntegra dos 
acórdãos, o que seria em demasiado formalista e não alteraria a essência de tal 
demonstração, conseguindo-se, desta forma, alcançar o objetivo desejado. 
 
DO DIREITO 
 
As ementas citadas cumpriram com o seu objetivo de demonstrar divergência 
jurisprudencial, visto que estas reproduziram fiel e inequivocamente os seus respectivos 
acórdãos em seus conteúdos fundamentais. Senão vejamos: 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Neste sentido, tem-se o pensamento de SAMUEL MONTEIRO: 
 
"Todavia, além da decisão sábia, contrária a esse formalismo, cabe aqui ponderar que: b) 
outras vezes, do paradigma só é relevante a própria ementa, quando traduz com precisão 
o tema relevante do acórdão; c) dentro desse contexto, que interesse há em obrigar-se o 
recorrente a longas infrutíferas transcrições de trechos do acórdão paradigma, se dele 
aproveita-se apenas a ementa? d) ademais, se o paradigma é reproduzido no repositório 
oficial ou no repositório autorizado, e a ementa do paradigma satisfaz o teor fundamental 
do acórdão, já não está na hora de se abandonar o formalismo burocrático exagerado que 
poda e tolhe a garantia constitucional do acesso ao STJ?" (RECURSO ESPECIAL E 
EXTRAORDINÁRIO, 1ª ed., Hemus Editora Limitada, 1992). 
 
Portanto, deve-se ter em mente o objetivo maior do recurso especial que é o de assegurar 
o cumprimento de um direito constitucional, para que através de uma análise mais 
profunda de uma determinada questão seja possível chegar a uma verdadeira Justiça. 
 
Assim, a recorrente, mesmo não tendo reproduzido os acórdãos na íntegra, não pode ter 
seu direito cerceado mais uma vez, mesmo porque, não se fugiu ao sentido real do 
recurso especial. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Em face das razões delineadas, comprovado restou que a decisão agravada deve ser 
integralmente reformada, dando-se provimento total ao recurso especial em tela. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado – OAB 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
4. Agravo Regimental 
 
O agravo regimental equivale ao agravo inominado quando os tribunais funcionam como 
instâncias superiores e não com competência originária. 
 
O rito é idêntico ao do agravo inominado, podendo ser interposto não só contra despacho 
do relator, como também do presidente. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Exceção de incompetência do tribunal - Agravo Regimental interposto pelo assistente do 
Ministério Público ao despacho do juiz - Legitimidade recursal - Hipótese em que a 
exceção pode até mesmo ser declarada de ofício pelo magistrado em qualquer fase do 
processo - Inteligência da Súmula 210 (STF)- RT 626/399. 
 
 
Excelentíssimo Senhor Desembargador ____, DD. Relator do Habeas Corpus 
nº____, do Egrégio Tribunal de Justiça de_____________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCIO, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art. 858 e seguintes do Regimento Interno do E. Tribunal de Justiça 
de________, opor 
 
AGRAVO REGIMENTAL 
 
contra a respeitável decisão de fls.____, pelos seguintes motivos: 
 
 
I. DA HIPÓTESE EM EXAME 
 
LUCIO, acusado da prática de estupro (art. 213, CP), ingressou com o Habeas Corpus 
nº____, no dia ____, distribuído e julgado pela ____.ª Câmara Criminal desse E. Tribunal, 
pleiteando a revogação de sua prisão preventiva, decretada pelo MM. Juiz da ____.ª Vara 
Criminal da Comarca de ____, por ocasião do recebimento da denúncia, baseado no fato 
de estar ele ameaçando testemunhas, durante a fase de investigação policial, logo, por 
conveniência da instrução criminal (art. 312, CPP). A ordem foi denegada, pois entendeu 
a Colenda Corte que a razão estava com o magistrado de primeira instância, uma vez que 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
havia relatos de testemunhas, colhidos no inquérito, no sentido de estar o indiciado 
buscando saber o que elas iriam dizer quando fossem ouvidas pela autoridade policial. 
O agravante entende, com a devida vênia, que o anterior habeas corpus foi injustamente 
denegado, uma vez que jamais ameaçou testemunha alguma, mas apenas conversou 
com algumas delas sobre os fatos que lhe foram imputados. E assim agiu por desespero, 
certo de que é inocente da acusação da prática de estupro, porém com ingenuidade, 
nunca supondo que tal situação fosse comprometer o seu direito constitucional de 
aguardar o julgamento em liberdade, em face da presunção de inocência. 
Ocorre que, ultrapassada grande parte da instrução em juízo, ouvidas as testemunhas de 
acusação e iniciando-se a colheita da prova de defesa, verificou-se que as mencionadas 
testemunhas arroladas pelo Ministério Público não confirmaram as eventuais ameaças 
que teriam sido feitas pelo réu, ora impetrante. 
Ademais, além de não terem sido ratificados, sob o crivo do contraditório em instrução 
judicial, os anteriores depoimentos colhidos na fase policial, pode-se constatar que a 
prova da acusação findou. Não subsiste, pois, motivo para a perpetuação da prisão 
preventiva do impetrante. 
Ingressando com novo pedido de habeas corpus, Vossa Excelência, entendendo tratar-se 
de mera reiteração do anterior, fundado no art. 202, XII, do Regimento Interno do Tribunal 
de Justiça, indeferiu, liminarmente, o processamento da ação. 
Com a devida vênia, equivocou-se Vossa Excelência, pois este habeas corpus cuida de 
tema novo, baseado em situação fática diversa. 
 
 
II. DOS MOTIVOS PARA A RETRATAÇÃO OU PARA A REFORMA DA DECISÃO PELA 
TURMA JULGADORA 
 
O impetrante não havia ameaçado nenhuma das testemunhas arroladas pela acusação, 
muito embora ele jamais tenha negado que as abordou, em lugar público, indagando-lhes, 
ingenuamente, o que iriam dizer quando fossem, oficialmente, ouvidas. Não deveria tê-lo 
feito, é verdade, guardando a devida distância de todos os que iriam depor. Atuou 
desorientado, mas sem qualquer agressividade ou tom ríspido. Dessa situação, pois, não 
se pode extrair a conclusão de que houve ameaça, colocando em risco a lisura da 
instrução criminal e prejudicando a colheita da prova. 
A prisão preventiva, decretada por ocasião do recebimento da denúncia, foi açodada e 
injustificada, porém mantida pela ____.ª Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça, 
decisão contra a qual não se insurgiu o impetrante. 
E não o fez aguardando o momento próprio para, novamente, pleitear sua liberdade, pois 
havia a certeza de que as testemunhas não confirmariam, diante do juiz, terem sido 
ameaçadas pelo réu. Foi exatamente o que se deu. Este é o fato novo, merecedor de 
apreciação por essa Colenda Corte. 
O impetrante, primário e sem antecedentes, com emprego e residência determinados, 
deve ser considerado inocente até o trânsito em julgado de eventual sentença 
condenatória, motivo pelo qual tem o direito de permanecer em liberdade, não havendo 
sentido manter-se a sua custódia cautelar. 
Não há o preenchimento das condições previstas no art. 312 do Código de Processo 
Penal para a decretação e manutenção da prisão preventiva. O único fundamento que foi 
invocado – a pretensa ameaça a testemunhas – desfez-se porcompleto. 
Por derradeiro, nunca é demais lembrar que a liberdade é a regra, constituindo a prisão 
cautelar, a exceção. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
III. DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, restando evidente o prejuízo para o impetrante na manutenção da prisão 
preventiva, bem como tendo ocorrido fato novo, ainda não apreciado pelo E. Tribunal de 
Justiça, aguarda-se a retratação de Vossa Excelência em relação ao indeferimento liminar 
do processamento do Habeas Corpus nº ____, para que seja julgado, quanto ao mérito, 
pelo Colegiado ou, se assim não for o entendimento adotado, espera-se seja o presente 
recurso submetido à apreciação da Douta Turma Julgadora, nos termos do art. 860 do 
Regimento Interno do Tribunal de Justiça, para que seja reformada a decisão de 
indeferimento liminar do habeas corpus impetrado. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
5. Alegações Finais com Preliminar 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _____________________ 
 
 
 
 
 
Processo n° 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a 
Justiça Pública, em tramite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número 
supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim 
de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, 
nos seguintes termos: 
 
 
PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. 
 
CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
 
 
 
Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto 
no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. 
 
Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito 
processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. 
 
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e 
julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração 
fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
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Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro 
do prazo de quinze dias. 
 
 
A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: 
 
“... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase 
essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato 
de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, 
efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta 
antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, 
interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente 
processados”. 
 
 
É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade 
absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, 
entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 
527/305, 551/342, 561/326. 
 
Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 
514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. 
 
Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas 
a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. 
 
O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades 
que sua condição de funcionário público lhe proporciona. 
 
Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, 
remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico 
do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta 
de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
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6. Alegações Finais - Crime de Ameaça 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ______________________________ 
 
 
 
 
 
________________, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ________, 
portador (a) do CIRG nº _________ e do CPF nº _________, residente e domiciliado (a) 
na Rua _________, nº _____, Bairro _________, Cidade _________, Estado _________, 
por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo 
- doc. 01), com escritório profissional sito à Rua __________, nº __________, Bairro 
__________, Cidade __________, Estado __________, onde recebe notificações e 
intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que responde pelo crime de ameaça, 
à presença de Vossa Excelência propor 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
DOS FATOS 
 
O acusado foi denunciado pelo suposto cometimento do delito previsto no artigo 147 do 
Código Penal, porque no dia ____ de ______ de ________, por volta das _____ horas e 
______ minutos, na rua __________, nº __________, nessa cidade, teria ameaçado sua 
amásia, a Sra. __________. 
 
Finda a colheita de provas, em suas Alegações Finais pugna a Ilustre Representante do 
Ministério Público pela condenação do réu na sanção do dispositivo citado. 
 
O pleito todavia, não merece acolhida, fazendo-se imperativa a absolvição do réu. De 
fato, a prática delitiva não restou comprovada, uma vez que a palavra da vítima no 
contexto soa contraditória e isolada, haja vista que sequer compareceu em Juízo para 
confirmar as alegadas ameaças, firmando a convicção de além de não desejar a 
condenação do acusado, ter se arrependido da representação para a ação penal. 
 
O acusado e sua amásia vivem em harmonia, não havendo razão para sua condenação. 
Pelo contrário, a aplicação de qualquer sanção penal a essa altura importa em punição 
não apenas a __________, mas também e sobretudo a sua amásia __________, de sorte 
que perde razão de ser (porque não dizer o objeto) a ação penal pelo crime de ameaça 
quando as partes não mais encontram-se em desavenças. 
 
Mesmo que assim não fosse, cabe asseverar que apenas a prova produzida no inquérito 
policial apresenta-se despicienda de força a ensejar a condenação, máxime quando ela 
está em total descompasso com os fatos processados em juízo. 
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Com efeito, no caso em análise restou isolada a declaração da testemunha __________ 
(única por sinal ouvida em Juízo) apresentando-se em realidade lacônico quando 
assevera: ainda vivem como se fossem marido e mulher. (...) ________ parece-me que os 
três filhos continuam na casa deseu pai __________ (fls. 51). 
 
DO DIREITO 
 
"Não se justifica decisão condenatória apoiada exclusivamente em inquérito policial pois 
se viola o princípio constitucional do contraditório - STF (RTJ 59/786 e 67/74). No mesmo 
sentido, TJSP: RT 666/274; RJTJERGS 152/150: TARS: JTAERGS 80/124" (Júlio Fabbrini 
Mirabete, Código de Processo Penal Interpretado, pág. 39, editora Atlas, 5ª edição, 1997). 
 
Sob outro enfoque, há que se levar em conta que o delito previsto no art. 147 do Código 
Penal exige, para sua efetiva perpetuação, que a ameaça seja concreta, idônea e de 
causar mal e a pessoa. 
 
No caso, os fatos vieram à tona porque houve uma discussão entre acusado e vítima, o 
que descaracteriza o delito de ameaça. Com efeito, a palavra da pretensa vítima, 
prestada na fase do inquérito é hialina "... houve uma discussão e foi para a casa da 
vizinha..." (fls. 05). 
 
Outra não é a versão apresentada pela testemunha ____________, que ao ser ouvida em 
Juízo declarou: "... Lembro-me que no dia dos fatos a vítima discutiu com o acusado e 
depois foi para minha casa..." (fls. 51). A despeito do tema e nesse sentido, a 
jurisprudência é iterativa: 
 
O crime de ameaça não se configura quando a afirmação é proferida no calor da 
discussão, pois não houve, com seriedade, com idoneidade, promessa de mal futuro 
(TACRIM-SP - AC - Rel. Jô Tatsumi - RJD 8/74) 
 
Proferida no auge de uma discussão, a pretensa ameaça não é idônea nem capaz de 
intimidar. Nesse sentido, RT 531/360, 536/383, 534/412 (TACRIM-SP - AC - Rel. 
Bonaventura Guglielmi - JUTACRIM 98/64) 
 
No contexto, cai por terra a alegação da vítima de que o acusado estava de porte de uma 
arma, simplesmente porque nenhum revólver foi encontrado e o acusado não possui 
arma. 
 
Por derradeiro, na remota hipótese de aplicação de qualquer sanção penal (o que se 
admite apenas para argumentar) o fato de acusado ostentar antecedentes não pode 
jamais servir de causa de aumento da pena, sob pena de violação do princípio 
constitucional da presunção de inocência. 
 
Isso porque "inquérito policial e ação penal em curso representam hipótese de trabalho. 
Não registram ainda definição da situação jurídica. Impossível só por isso configurarem 
maus antecedentes" (STJ - RHC - Rel. Luiz Vicente Cernicchiaro - RSTJ 76/51). 
 
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Há que se ressaltar por derradeiro, que o acusado tem três filhos com a pretensa vítima, 
vivendo em perfeita harmonia (fato comprovado pela declaração da testemunha ouvida 
em Juízo e pela inexistência de antecedentes criminais com relação aos menores) de 
modo que eventual condenação, ainda que a pena de multa ou no mínimo legal, viria a 
desagregar o convívio familiar. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Posto isso, espera e requer a absolvição do acusado, seja pela falta de provas, seja pela 
inexistência de crime, como medida da mais lídima Justiça. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado – OAB 
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7. Alegações Finais - Estelionato 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________________. 
 
 
 
 
Processo n° 00/13 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo epigrafado, por seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, a fim de, nos termos do art. 404, 
parágrafo único do CPP apresentar suas alegações finais, conforme adiante se segue: 
 
Não procede a denúncia de fls. 02 oferecida pelo ilustre representante do Ministério 
Público. 
 
Com efeito, consoante se depreende de tudo o que foi exposto, apurado e provado nos 
autos, é de se concluir, de forma indiscutível, pela não tipificação do delito previsto no art. 
171, § 2°, VI, do Código Penal, que se quer imputar ao réu, razão pela qual deve o 
presente pedido ser julgado improcedente, absolvendo-se o acusado. Senão, vejamos: 
 
1. DOS FATOS 
a) Consoante relato extraído da denúncia apresentada (fls...) em.../.../... o réu contraiu, 
com o Senhor BELTRANO, um empréstimo no valor de R$....... (por extenso) obrigando-
se a saldá-lo em data certa, razão pela qual emitiu, em garantia, um cheque pré-datado 
no valor total do débito (fls....); 
b) Vencido o prazo convencionado para o pagamento do empréstimo, o ofendido, de 
posse do cheque que lhe foi dado em garantia, dirigiu-se à instituição do sacado 
objetivando receber o valor constante daquele título, vez que, o réu não apresentou 
qualquer manifestação em sentido contrário; 
c) Todavia, o citado cheque foi devolvido pelo banco sacado, sob o fundamento de que o 
mesmo não dispunha de fundos suficientes para ser pago, ou seja, para a sua liquidação, 
frustrando, assim, o pagamento ao credor, configurando, pois, no entender do Ministério 
Público, a tipificação do delito previsto no art. 171, § 2°, VI do Código Penal; 
d) Em que pese à “aparente” razão lógica que procura impor o entendimento esposado 
pela acusação, deve-se concluir pelo vício do silogismo que, diante dos fatos apurados, 
não admitirá conclusão de que o réu tenha cometido o delito do qual se lhe imputa a 
autoria. 
 
2. CHEQUE COMO TÍTULO DE CRÉDITO. 
a) O cheque constitui um instituto de direito comercial, inserido no contexto mercantil 
entre os títulos de crédito como sendo uma de suas várias espécies; 
b) Deve caracterizar-se por alguns requisitos essenciais sem os quais não há se falar 
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propriamente em cheque, vez que, todos devem ser observados sob pena de, à falta de 
algum deles, não configurar o cheque, mas, outro título de crédito; 
Ex positis, nos ensinamentos de FÁBIO ULHOA COELHO: 
“O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacado contra um banco e com base em 
suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou 
decorrente de contrato de cobertura de crédito entre ambos” (In Manual de Direito 
Comercial, Saraiva, 2ª Ed., pág. 240) 
 
c) Como ensina RUBENS REQUIÃO que assim conceitua o cheque considerado título de 
crédito: 
“O cheque é também, como a letra de cambio, uma ordem de pagamento, mas à vista” (In 
Curso de Direito Comercial, Saraiva, 6ª ed., pág. 477) 
 
d) É de se ressaltar ainda, que a característica essencial para a configuração do título de 
crédito como sendo um cheque é ser ele uma ordem de pagamento à vista; 
e) Quando versa sobre cheque pré-datado RUBENS REQUIÃO assim se manifesta: 
“Constitui requisito essencial do cheque a indicação da data em que é passado (art. 1°, 
V). Essa data é importante, pois dela passa a correr o prazo de apresentação, de que 
resultam alguns efeitos. Por isso deve ser autentica, registrando o dia em que foi 
efetivamente emitido”. 
 
E conclui: 
“Não se admite, consequentemente, o cheque pós-datado, pois tira-lhe a natureza de 
meio de pagamento à vista, tornando-o um simples título de crédito, fazendo as vezes de 
letra de cambio” (In op. cit., pág. 503) 
f) No caso presente, provado nos autos está que o cheque, objeto de caracterização do 
estelionato, foi emitido como pré-datado (fls...) sendo tal condição confirmada pelo 
ofendido, em declarações prestadas às fls...., assim, quando ouvido e inquirido por esse 
DD. Juízo se o cheque havia sido emitido com data posterior à transação, respondeu: 
“O réu emitiu um cheque pré-datado para ser sacado após.... dias da data do empréstimo, 
pois que, à suaépoca não contava com fundos suficientes à cobertura do mesmo”. 
 
g) De se notar ainda, o fato de que a própria acusação reconheceu que o cheque fora 
emitido pré-datado, como garantia de dívida, consoante se depreende das razões finais 
apresentadas (fls...); 
h) Assim sendo, das provas documental e testemunhal constantes dos autos e, pelas 
doutrinas trazidas à colação, é de se concluir de forma indubitável, pela não 
caracterização do título de crédito emitido como sendo um cheque, vez que, lhe falta o 
requisito essencial à sua configuração que é “ordem de pagamento à vista”. 
 
3. DO DIREITO 
 
a) O Código Penal, no art. 171 define a conduta delituosa caracterizadora do estelionato. 
No mesmo sentido o § 2°, VI do citado artigo, dispõe que incorrerá nas mesmas penas 
quem: 
“Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou lhe frustra o 
pagamento” (meu grifo). 
 
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b) Assim sendo somente estará tipificado o delito em questão quando o acusado emite 
um cheque entendido como sendo ordem de pagamento à vista, sem provisão de fundos 
ou lhe frustra o pagamento. No caso presente, como demonstrado anteriormente, não há 
que se falar em cheque porque lhe faltam os requisitos essenciais à sua caracterização, 
assim, não há se falar na prática de crime de estelionato previsto no art. 171, § 2°, VI do 
Código Penal; 
c) Não havendo o cheque, não subsunção do fato ocorrido com a norma disposta no 
diploma penal, pela falta de adequação do primeiro ao segundo, vez que, o art. 171, § 2°, 
VI do Código Penal define como crime de estelionato aquele em que o cheque é emitido 
sem a devida provisão de fundos e, no caso sub judice, comprovado está que não houve 
a caracterização do título como sendo cheque, o que descaracteriza a prática do crime 
em pauta; 
d) A mais das vezes, este também é o ensinamento do professor JÚLIO FABRINI 
MIRABETE, embasado na jurisprudência: 
“Não se configura o delito, por saber a vítima da inexistência de fundos, quando o título é 
desvirtuado de sua finalidade específica de ordem de pagamento à vista, quando é dado 
em sem data ou pós-datado: quando é dado em garantia de dívida ou promessa de 
pagamento” (In Manual de Direito Penal, v. 2, Atlas, 6ª ed., pág. 292) (grifo meu). 
 
No mesmo sentido DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS que ensina: 
“O cheque é emitido para pagamento à vista. Não se trata de título como a nota 
promissória, em que o pagamento não é de pronto, mas a prazo. Em face disso, não há 
crime quando o cheque é dado como garantia de dívida. Neste caso, na verdade, não 
funciona como cheque, mas como título de efeitos idênticos à nota promissória, para 
garantia de pagamento futuro” (In Direito Penal, Saraiva) (grifo meu). 
 
4. DA JURISPRUDÊNCIA 
a) Não obstante a comprovação da falta de tipificação do delito de estelionato que se 
pretende imputar ao réu neste caso, pede venia o acusado para trazer à colação julgados 
que vêm sedimentar lapidarmente a tese ora esposada: 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não - configurado - Título dado em 
garantia de dívida - Descaracterização - Ausência de Justa Causa para Ação penal - 
Cheque emitido sob certa condição não é ordem de pagamento à vista, mas mero título 
de crédito - RT 567 /380. 
Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não-configurado - Título emitido 
para pagamento 12 dias após como garantia de obrigação - Desvirtuamento da natureza 
do instituto - RT 571/393. 
Tratando-se de cheque pós-datado, não se configura o crime do art. 171, § 2°, VI do CP, 
porque a pretensa vítima conhecia de antemão a inexistência de fundos no dia em que 
recebeu o título - RT 576/396. 
b) O Colendo Tribunal Regional Federal da Quinta Região decidiu em recurso de 
apelação criminal entre partes FULANO DE TAL, apelante e Justiça Pública Apelada, com 
o voto vencedor do relator Min. HUGO MACHADO, o seguinte: 
“... eu tenho como procedente o apelo porque a jurisprudência é tranquila no sentido de 
que estando o recebedor ciente de que o cheque, no momento em que o recebe, não tem 
suficiente provisão de fundos, não se configura o estelionato” (In JSTJ e TRF v. 12/414). 
 
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c) Por derradeiro, traz-se à colação a emenda do V. Acórdão proferido pelo Egrégio 
Supremo Tribunal Federal, in Recurso de Habeas corpus n° 61.353-5 PR, onde a 1ª 
Turma por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso interposto por FULANO DE 
TAL, contra o Tribunal de Alçada do Estado do Paraná: 
“Ementa - Cheque - Emissão sem fundos - Habeas Corpus - A vítima, aceitando o cheque 
pré-datado para descontá-lo no banco sacado dezessete dias depois de sua emissão, 
concorreu para que o cheque fosse desfigurado de ordem de pagamento à vista para 
processo de pagamento a prazo e, assim, o fato perdeu a tipicidade do crime previsto no 
artigo 171, § 2°, VI do Código Penal (In JSTF, Lex 62/380-382). 
 
5. CONCLUSÃO 
Ex positis requer a absolvição do réu, como medida da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do Advogado – OAB 
 
Obs. No caso de haver somente um defensor ele pode retirar os autos mediante carga 
para o oferecimento das alegações finais. 
 
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8. Alegações Finais - Furto 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _______________. 
 
 
 
 
 
Processo-crime nº 00/13. 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
Art. 404, parágrafo único do CPP 
PELO DENUNCIADO: ____________________ 
 
Meritíssimo Juiz: 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu 
advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo), vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência a fim de, nos termos do art. 404, parágrafo 
único do CPP, oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 
 
1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no 
art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 
 
2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso 
apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do 
acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 
 
3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas 
Alegações Finais de fls...: 
"No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais 
corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu 
desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à 
sua responsabilidade." 
 
4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu 
BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e 
visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu 
ato para o acusado FULANO DE TAL. 
 
5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de 
nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: 
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"... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse 
furto..."6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que 
demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: 
"... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., 
que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de 
duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 
 
7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, 
como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 
 
8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não 
pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do 
Denunciado. 
 
9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou 
provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do 
CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as 
responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do 
corréu BELTRANO DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 
 
10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são 
suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a 
sua materialidade. 
 
11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o 
réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. 
 
Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do 
Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do Advogado - OAB 
 
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9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ________________________ 
 
 
 
 
Ação Penal nº _____________ 
Assistência judiciária gratuita. 
 
_______________, já qualificado nos autos da AÇÃO PENAL, que lhe move a JUSTIÇA 
PÚBLICA de _____________, em trâmite por este R. Juízo vem, respeitosamente, 
oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS na forma seguinte. 
 
I – DA SÍNTESE DA DEMANDA CRIMINAL 
A persecução penal contra o acusado cinge-se a imputação do crime de porte ilegal de 
arma. Consta na peça acusatória que policiais militares aleatoriamente encontraram dois 
indivíduos em via pública (na companhia de duas garotas), que correram ao serem 
abordados pela polícia. 
(Fazer transcrição de for o caso dos depoimentos de policiais e do interrogatório do 
acusado). 
Após ser citado, o acusado, via defesa, apresentou sua resposta preliminar no sentido da 
negativa de autoria e de sua primariedade. Na fase de instrução criminal todas as 
testemunhas afirmaram que encontraram a arma num matagal próximo ao local onde o 
réu foi preso. Convém dizer que estava baleado na perda, que foi AMPUTADA face a 
agressão policial. Em seguida interrogado, o acusado negou qualquer porte de arma. 
Finda a audiência una, o MM Juiz deu vista as partes para apresentarem os memoriais 
por escrito. 
 
II – DO DIREITO. 
O delito de porte ilegal de arma de fogo está previsto na Lei nº 10.826/2003 no art. 14, 
que assim dispõe: (transcrever). 
Pois bem, no compulsar dos autos desde a fase do inquérito policial, percebe-se que a 
verdade dos fatos é no sentido de que a conduta do ora acusado não se compatibiliza 
com a figura típica do delito acima, posto que o mesmo não é proprietário de arma de 
fogo, bem como, pelo fato de que com ele não foi encontrado nada. 
Observa-se também que a presente acusação é temerária uma vez que os fatos se 
passaram no período noturno por volta das 00h50min horas em um bairro considerado de 
certa periculosidade e através de uma chamada via CIOPS, o que por si só gera uma 
certa insegurança jurídica a todo sistema constitucional. 
Acrescenta-se outra falha na persecução penal o fato de que constam nos presentes 
autos apenas depoimentos dos policiais militares, o que se questiona, haja vista que pelos 
relatos havia outras pessoas no local que poderiam contribuir para elucidação do presente 
caso. 
No depoimento do conduzido, conforme fls. 124/125, o mesmo afirma que já vinha 
sofrendo perseguição por parte da policia e ratificou que a arma encontrada era de seu 
colega ______________. 
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Na fase judicial o acusado ratifica a negativa do porte e acrescenta que havia outras 
pessoas e que estas saíram correndo do local no momento da abordagem policial. 
Destarte, a acusação é de todo improcedente, porque a instrução criminal não 
caracterizou a culpabilidade do réu, cuja acusação teve fulcro em declarações exclusivas 
do policial. Mais ainda, a acusação do policial Jânio busca na verdade maquiar o erro 
deste que efetuou a prisão de um indivíduo. Palavra por palavra, não há nada que 
fundamente uma condenação neste termo. O ônus é da acusação que se absteve em 
arrolar outras testemunhas que se encontravam no local. 
A simples suposição de que a arma apreendida pertencia ao defendente não autoriza 
uma condenação nos moldes requeridos pelo Parquet, isso porque não existem provas do 
que alegara na denúncia. 
Desta forma, Excelência sobrevindo uma condenação gerará uma completa 
insegurança em um Estado Democrático de Direito, pois será muito cômodo para 
sistema policial acusar uma pessoa forjando provas, e esta vir a ser injustiçada. 
Registra-se mais uma vez de que o aparelho estatal tinha total condições na 
utilização de outros meios para solução da lide penal, que não a exclusiva palavra 
policial. 
Zaffaroni desenvolveu a “teoria da vulnerabilidade” ao aparelho repressivo, que ele expõe 
no livro “En Busca de Las Penas Perdidas”. Diz ele que a pessoa em estado de 
vulnerabilidade é aquela que o sistema penal seleciona e usa para justificar o seu 
exercício de poder. E o estado de vulnerabilidade decorre ou da simples condição social 
ou biotipo, ou do comportamento pessoal em tornar-se vulnerável pela prática de crime. 
Para Zaffaroni, pessoas poderosas, bem vestidas, têm alto grau de invulnerabilidade ao 
aparelho repressivo penal. Precisariam esforçar-se muito (praticar muitos crimes) para 
entrarem no sistema. 
Seguem algumas decisões: (transcrever). 
Com efeito, a prova, no dizer de Mittemayer, é a soma dos meios produtores da certeza. 
Ademais, não se pode perder de vista que a condenação deve sempre resultar de prova 
tranquila, convincente e clara. Na dúvida é preferível a ABSOLVIÇÃO do acusado 
como ato de mais salutar justiça, visto que vige o princípio do “in dúbio pro reo” no nosso 
ordenamento jurídico. 
Além disso, de fato impende de ser ressaltado que os art. 30 e 32 da Lei nº 
10.826/2003, ao estabelecer prazo aos possuidores e proprietários de arma de fogo 
sem registro regularizasse a situação ou as entregassem a policia federal, criaram 
uma situação peculiar, pois, durante esse período (ano de 2008), a conduta de 
possuir de arma de fogo deixou de ser considerada típica. Evidencia-se que tal 
atipicidade por “abolitio criminis” diz respeito ao caso de posse de arma de fogo. 
 
III – DO PEDIDO 
Assim, requer alicerçado pela inexistência de prova processual suficiência para 
condenação, o decreto Absolutório (art. 386, VII, CPP) ao delito que lhe é imputado, por 
ser isto de inteira Justiça. Alternativamente, pede-se também absolvição do acusado em 
razão da “abolitio criminis” determinada pelo Estatuto do desarmamento. Por fim, na 
eventualidade de uma condenação pede-se aplicação no mínimo legal face 
potencialidade do delitoe primariedade do agente. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
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Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
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10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE________________. 
 
 
 
 
 
Processo nº _____________. 
Autor: Ministério Público. 
Denunciado:___________________ 
 
_________, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seus 
procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos 
do art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS 
Pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas. 
 
1. DOS FATOS 
 
Segundo denúncia do Ministério Público, o denunciado encontra-se incurso nas sanções 
do crime prescrito no art. 33 da Lei nº 11.343/06, posto que na data de (DATA) do 
corrente ano, foi preso em flagrante no endereço de fls. (Nº FOLHA DO BO) sob 
acusação de estar praticando traficância de substância conhecida como cocaína. 
No local do crime – já conhecido pelas autoridades policiais como sendo uma “boca de 
fumo” – foram encontrados materiais pertencentes ao tráfico, além de estar presente um 
usuário que havia adquirido a droga momentos antes da operação policial. 
Ocorre que, o denunciado é apenas um usuário de drogas que estava no local tão 
somente para comprar e consumir a substância entorpecente. Com o denunciado nada foi 
encontrado, já que a polícia o abordou antes da compra e, de igual forma, foi constatado 
que este não dispunha de condições para estar associado ao tráfico, uma vez que toda a 
droga foi encontrada em local inacessível para o denunciado. 
Durante audiência de instrução realizada por este Douto Magistrado, através dos 
depoimentos dos policiais, foi constatado que o denunciado foi encontrado no local 
destinado para usuários – fato conhecido pela polícia – e com ele nada foi encontrado 
além de R$ 1,50 (um real e cinquenta centavos), para adquirir um pouco de “pó”. 
Ainda alegaram que sempre que alguém tocava o interfone da residência o traficante 
gritava para quem estivesse do lado de fora abrir o portão, não sendo uma obrigação 
destinada a ninguém específico, mas apenas uma condição para permanência dos 
usuários no local. Este fato ocorreu outras vezes, segundo a polícia, e outros usuários 
foram encontrados no mesmo local onde o denunciado foi preso, fazendo a mesma coisa. 
Verifica-se que não há nenhuma prova capaz de imputar ao denunciado a prática do 
crime constante na denúncia. 
Em síntese, são os fatos. 
 
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MÉRITO 
DA ABSOLVIÇÃO NECESSÁRIA 
 
Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova que o 
denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida no local do crime. 
Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário 
habitual e jamais se envolveu na mercancia de qualquer entorpecente. 
Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a autoria pela 
prática de tráfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do CPP, o juiz 
deverá absolvê-lo. 
As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do denunciado somente 
como usuário, estando provado que este não concorreu de forma alguma para a prática 
do crime constante na denúncia. 
Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo, torna-se incontestável então a 
necessidade de aplicação do princípio do in dúbio pro réu, uma vez que certa é a dúvida 
acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tráfico de Drogas, pois o Réu 
não foi encontrado em atividade de traficância. 
Destarte, diante da insuficiência probatória, posto que a acusação não conseguiu 
demonstrar que os fatos efetivamente ocorreram para que pudessem imputar a prática 
delituosa ao denunciado, não conseguindo, consequentemente, demonstrar que fora a 
conduta do denunciado que causou a lesão ao bem juridicamente protegido, que ressai 
dos autos, a pretensão punitiva merece ser julgada improcedente. 
Nesse sentido, temos o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
1
: 
APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. 
ABSOLVIÇÃO. IN DUBIO PRO REO. ART. 386, VI, DO CPP. A condenação do réu exige 
prova robusta da autoria do fato delituoso que lhe é imputado. Remanescendo dúvida, 
impõe-se a absolvição, com fundamento no art. 386, VI, do CPP. 
Sendo assim, o denunciado deve ser ABSOLVIDO, com fundamento no art. 386, inciso V 
do Código de Processo Penal, por não haver qualquer prova de que o Sr. Jessé tenha 
concorrido para o tráfico de drogas. 
Se este não for o entendimento, que seja ABSOLVIDO nos termos do art. 386, inciso VII, 
do Código de Processo Penal, devida inexistência de provas suficientes que ensejem sua 
condenação pela figura do art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. 
 
DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA USUÁRIO 
 
Em seu interrogatório, o denunciado explica o motivo de estar no local onde foi preso. 
Trata-se de um usuário, que estava em local “destinado para usuários” definido pelos 
próprios traficantes, fato este de conhecimento da polícia. 
 
Numa simples análise do art. 28 e do art. 33 da Lei nº 11.343/06 é notório que a vontade 
do agente e a destinação para uso pessoal do denunciado, o simples indício de 
materialidade do crime de trafico de drogas não é argumento suficiente para a 
condenação pelo delito do art. 33 da referida lei. Para iniciar a ação penal bastam indícios 
mas, para condenar é necessário prova. Com ele nada foi encontrado, estando apenas no 
local onde usa a droga que compra, fato este comprovado pelo próprio Boletim de 
Ocorrência lavrado pela autoridade policial e confirmado em audiência. 
 
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Além do mais trata-se de um réu primário e com residência fixa, a sua primariedade é sim 
uma coisa que deve ser observada, pois o denunciado não ostenta a atividade criminosa. 
 
Conforme se observa do exposto, resta por comprovada a situação do denunciado como 
usuário de drogas, conduta elencada no art. 28 da Lei de Drogas, e não a de traficante, 
conforme aduzido na denúncia. Não há prova nos autos que, de acordo com a análise dos 
depoimentos, do local do fato, das condições em que se desenvolveu a ação, das 
circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do Réu, 
cheguem à certeza plena de que a prática do fato era realmente tráfico de drogas, razão 
que demonstra caso típico de desclassificação. 
Do exposto, caso Vossa Excelência não vislumbre a ideia da absolvição, requer que seja 
desclassificada a conduta prevista na denúncia para a conduta prevista no art. 28, da Lei 
nº 11.343/06. 
 
DOS POSÍVEIS CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA PENA 
 
Embora nítida a tese da absolvição por não estar comprovado o crime de tráfico, e ainda, 
a tese da desclassificação necessária para usuário, convêm demonstrar outras situações 
que devem ser observadas por Vossa Excelência. 
 
Verificando a situação do denunciado, é possível concluir que o réu é primário e de bons 
antecedentes e possui residência fixa. 
 
Nesse sentido entende o Supremo Tribunal Federal2, senão veja-se: 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. 
PENA FIXADA EM PATAMAR INFERIOR A DOIS ANOS. PEDIDODE CONCESSÃO 
DE SURSIS. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO 
PARA RECONHECER A POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA 
DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. 
1. O Supremo Tribunal Federal assentou serem inconstitucionais os arts. 33, § 4º, e 44, 
caput, da Lei nº 11.343/2006, na parte em que vedavam a substituição da pena privativa 
de liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo crime de tráfico de 
entorpecentes (HC 97.256, Rel. Min. Ayres Britto, sessão de julgamento de 1º.9.2010, 
Informativo/STF 598). 
(…) 
5. Concessão de ofício para reconhecer a possibilidade de se substituir a pena 
privativa de liberdade aplicada ao Paciente por restritiva de direitos, desde que 
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei, devendo a 
análise ser feita pelo juízo do processo de conhecimento ou, se tiver ocorrido o 
trânsito em julgado, pelo juízo da execução da pena. 
 
Ainda no que tange ao entendimento do STF3: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 33 DA LEI Nº 11.343/2006: 
IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA 
RESTRITIVA DE DIREITOS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM 
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PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
(…) 
3. As penas restritivas de direitos são, em essência, uma alternativa aos efeitos 
certamente traumáticos, estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que 
todas elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é mesmo a sua 
natureza: constituir-se num substitutivo ao encarceramento e suas sequelas. E o fato é 
que a pena privativa de liberdade corporal não é a única a cumprir a função 
retributivo-ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção penal. As demais 
penas também são vocacionadas para esse geminado papel da retribuição-
prevenção-ressocialização, e ninguém melhor do que o juiz natural da causa para 
saber, no caso concreto, qual o tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, 
ao mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo comportamentos do 
gênero. 
(…) 
 
Assim, ao denunciado deve ser deferida a conversão da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, conforme garantida pela lei penal; e ainda, que sua pena seja fixada 
no mínimo legal pelas circunstâncias já elencadas. 
 
DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE 
 
Com base no princípio da presunção de inocência, previsto na nossa Constituição Federal 
em seu art. 5º, inciso LVII, requer o denunciado que responda ao processo em liberdade, 
até o trânsito em julgado, pois as circunstâncias do fato e condições pessoais da acusada 
(art. 282, inciso II, CPP) lhe são favoráveis pelo fato de não haver reincidência e sua 
conduta social não ser em nenhum momento questionada. 
 
PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer de Vossa Excelência que: 
 
a) Absolver o denunciado, pela ausência de provas de que este concorreu para a prática 
do crime, nos termos do art. 386, V do CPP. 
 
b) Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por não existir prova suficiente 
para a condenação, com base no art. 386, VII, do CPP; 
 
c) Pelo princípio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prática do 
art. 28 da Lei nº 11.343/06, por existirem elementos suficientes para a afirmação de que o 
denunciado é usuário de drogas. 
 
d) Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência entenda pela condenação, 
requer que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em 
liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal 
benefício. 
 
Nestes termos, 
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Pede e aguarda Deferimento 
 
Local e Data. 
 
Advogado - OAB 
 
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11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado por Funcionário Público 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _____________________ 
 
 
 
 
 
Processo n° 00/10 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a 
Justiça Pública, em trâmite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número 
supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim 
de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, 
nos seguintes termos: 
 
PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. 
CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto 
no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. 
Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito 
processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. 
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e 
julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração 
fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro 
do prazo de quinze dias. 
 
A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: 
“... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase 
essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato 
de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, 
efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta 
antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, 
interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente 
processados”. 
 
É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade 
absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, 
entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 
527/305, 551/342, 561/326. 
 
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Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 
514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. 
Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas 
a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. 
O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades 
que sua condição de funcionário público lhe proporciona. 
Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, 
remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico 
do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta 
de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do advogado – OAB 
 
 
 
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12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas da Autoria) 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _______________. 
 
 
 
Processo-crime nº 00/10. 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
Art. 404, parágrafo único do CPP 
 
PELO DENUNCIADO:.. FULANO DE TAL.. 
 
 
 
Meritíssimo Juiz: 
 
 
FULANO DE TAL já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu 
advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo) vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência a fim de nos termos do art. 404, parágrafo único do CPP 
oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 
 
1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no 
art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 
 
2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso 
apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do 
acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 
 
3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas 
Alegações Finais de fls....: 
 
"No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais 
corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu 
desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à 
sua responsabilidade." 
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4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu 
BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e 
visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu 
ato para o acusado FULANO DE TAL. 
 
5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de 
nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: 
 
"... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse 
furto..." 
 
6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que 
demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: 
 
"... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., 
que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de 
duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 
 
7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, 
como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 
 
8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não 
pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do 
Denunciado. 
 
9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou 
provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do 
CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as 
responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do 
corréu BELTRAN O DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 
 
10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são 
suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a 
sua materialidade. 
 
11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o 
réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. 
 
Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do 
Código de Processo Penal. 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
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Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
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13. Alegações Finais – Furto Qualificado 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da_______Vara Criminal da Comarca 
de_______________, Estado de______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autos nº 0000000000000000 
 
 
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos supracitados, vem respeitosamente 
à presença de Vossa Excelência, através de seu patrono in fine assinado, com fulcro no 
art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos 
seguintes termos: 
 
Preambularmente, debita-se a não apresentação anterior da presente defesa a uma falha 
na leitura das publicações deste subscritor. 
 
I – DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL 
 
O acusado foi denunciado nestes autos pela prática, em tese, do crime de furto 
qualificado, incurso no artigo 155, § 4°, inciso III e IV, cumulado com o artigo 29 ambos do 
Código Penal. 
Devidamente instruído o processo, o douto representante do Ministério Público Estadual 
ofereceu suas Alegações Finais às fls. 497/512, onde postula a procedência da 
denúncia para condenar o acusado ao incurso nas do artigo 155, § 4º, incisos III (com 
emprego de chave falsa) e IV (concurso de pessoas) do Código Penal. 
 
II – DA DEFESA 
 
a) Da absolvição pela ausência de participação dos acusados 
 
Em sede de alegações finais, o ilustre promotor de Justiça pauta sua acusação por restar-
se plenamente demonstrada a “materialidade e autoria” em relação ao acusado, tendo em 
vista que permaneceram em silêncio na fase policial e negaram o cometimento do crime 
em juízo. 
 
Data máxima vênia, é necessário consignar que a fundamentação da peça do 
representante do parquet, nos permite concluir que o mesmo não se ateve às 
particularidades dos presentes autos, principalmente ao auto de prisão em flagrante. 
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Basta conferir os documentos de 33/35, e 37/39, em que os acusados, em ato contínuo 
de permanecer em silêncio, foram devidamente interrogados, dando todas as 
informações e esclarecendo como os fatos ocorreram (ainda em sede policial, no 
momento da lavratura do auto de prisão em flagrante). 
 
Os interrogatórios dos acusados SICRANO e FULANO DE TAL Turmina são uníssonos 
em afirmar que não estavam presentes no momento em que ocorrera o furto, bem 
como que ambos não sabiam da conduta praticada pelo motorista do caminhão 
NONONO, uma vez que enquanto estavam na lanchonete, o Sr. NONONO permaneceu 
no caminhão por algum tempo. Senão Vejamos: 
O interrogatório de SICRANO assim relata o ocorrido: 
 
“QUE quando chegaram na cidade de Caarapó/MS o interrogando foi o primeiro a 
descer do caminhão e foi para o banheiro, sendo que depois foi comer um lanche 
sendo que FULANO já estava lanchando e logo depois chegou NONONO vindo do 
caminhão; QUE depois todos voltaram para o caminhão e seguiram viagem.” (fls.____) 
 
Do mesmo modo, o interrogatório de FULANO relata: 
 
“Que quando chegaram em Caarapó/MS o interrogando e SICRANO desceram e foram 
lanchar sendo que Cleverson ficou no caminhão, sendo que após um pequeno tempo 
NONONO também foi lanchar sendo que depois retornaram ao caminhão e prosseguiram 
viagem;” 
 
Desde a investigação policial os acusados FULANO e SICRANO informaram que eram 
inocentes, explicando como os fatos ocorreram e eram tão vítimas no desenrolar daceleuma quanto qualquer pessoa, uma vez que estavam sem saber de nada. 
 
Tais afirmações permanecem as mesmas em juízo quando são interrogados. Senão 
vejamos: 
 
“Réu: (...) daí pediu carona daí o SICRANO conhece que o NONONO conhece que ele é 
daqui né, aí deu carona para ele, daí chegou em Caarapó a gente parou para jantar para 
lanchar né, era meio dia, e eu e o SICRANO fomos para o restaurante e o NONONO ficou 
no caminhão, aí de repente o NONONO foi lá e lanchou com a gente e foi embora chegou 
na Polícia eles cercaram nós e falaram que nós estava sendo acusado de roubo. 
JUIZ: Me conta uma coisa, (ininteligível) então vocês pararam nessa cidade de Caarapó e 
foram fazer um lanche, beleza? 
RÉU: Isso. 
JUIZ: O NONONO ficou sozinho? 
RÉU: Sim, ficou no caminhão, ficou ajeitando os negócio do caminhão, ficou no 
caminhão. 
JUIZ: Aí ele se encontrou com vocês lá dentro do restaurante? 
RÉU: Sim, daí ele foi lá dentro e... 
JUIZ: O que ele fez lá fora vocês não sabem? 
RÉU: Não.” (Depoimento do FULANO fls. 424/427) 
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“RÉU: E em Caarapó aconteceu que eles encostaram o caminhão, e eu fui no banheiro 
na hora do almoço, e fazer um lanche. Quando estava retornando do banheiro, o Rodrigo 
me acompanhou, e o NONONO veio e convidou nos para sair, para vim embora, e não 
notei nada de diferente no... (...) 
(...) JUIZ: E o senhor foi almoçar? 
RÉU: Eu saí... Eu fui no banheiro, e tinha acho que encostado uma Van com bastante, 
então, demorou um pouquinho, e eu fiquei no banheiro esperando uma fila. 
JUIZ: E enquanto o senhor estava no banheiro, eles arrombaram o caminhão? 
RÉU: É. Daí, quando eu vim, que achei que eles estavam no restaurante fazendo um 
lanche para... Aí, estava só o Rodrigo. Aí, o NONONO veio e falou: “Oh, vamos embora.”. 
Eu estava de carona, apenas vim embora com eles. 
JUIZ: Aham. 
(...)JUIZ: Quando o senhor foi no banheiro lá, que tinha para o lado da Van, e foi fazer um 
lanche, o FULANO estava onde? Estava com o senhor, ou ficou junto com o NONONO? 
RÉU: Eu saí do banheiro, aí fui no restaurante. O FULANO estava na porta do 
restaurante, e daí quando falei que ia fazer um lanche, o NONONO pegou, e veio e 
chamou, falou: “Oh, vamos sair, vamos embora.”. Eu falei: “Não. Vamos fazer um 
lanche.”. Ele falou: “Não. Vamos... O tempo está muito ruim, chovendo, vamos andar.”. 
Daí, como eu estava de carona, e tinha bastante gente no restaurante, fila no caixa a 
coisa, aí peguei e retornei para o caminhão, e viemos embora.” (fls. 428-432) 
 
Não há nos autos qualquer prova de participação do acusado no delito cometido por 
NONONO, uma vez que tudo aconteceu enquanto os acusados FULANO e SICRANO 
estavam na lanchonete do posto para comer. 
 
Ademais, se os interrogatórios uníssonos dos acusados não fossem o bastante o 
acusado NONONO ainda confessa no auto de prisão em flagrante QUE AGIU 
SOZINHO, sem qualquer ajuda dos demais que estavam apenas de carona. 
 
“(...) Que quando chegou na cidade de Caarapó/MS, o interrogando estacionou seu 
caminhão sendo que percebeu que no caminhão ao lado não havia ninguém em seu 
interior sendo que o interrogando viu que tinha sobre o sofá cama, um notebook, e o 
interrogando em um momento de besteira o interrogando pegou uma chave mixa que 
possui em seu caminhão e a usou para abrir a porta do outro caminhão e a usou para 
abrir a porta do outro caminhão de onde o interrogando pegou o notebook, uma bolsa a 
qual usou para guardar o computador e mais de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) 
os quais estavam sobre a cama (...)Que o interrogando quer deixar claro que resolveu 
contar os fatos para poder contribuir com a justiça e não ver seus companheiros 
responsabilizados pela conduta do interrogando” 
 
Em que pese o ilustre representante do Ministério público pautar suas alegações no 
depoimento dos Policiais____________ e _________________, utilizando-se apenas do 
fato de que no momento em que apreenderam o caminhão os três estavam dentro, bem 
como que cada um dos acusados apresentou versão diferente de como ocorreram os 
fatos, tal fundamentação não merece respaldo. 
 
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Primeiramente cumpre esclarecer que os depoimentos dos policiais juntados às fls. 13/14 
e às fls. 16/17 são idênticos pelo simples motivo de terem sido copiados e colados, 
alterando-se apenas os dados e a assinatura do depoente. 
 
Tal conclusão é possível consoante se nota pela apresentação dos mesmos erros de 
português, falta de acentuação, excesso de espaçamento entre as palavras, facilmente 
encontrado nas mesmas palavras, nos mesmos locais, bem como o mesmo tipo de erro. 
 
O ilustre promotor utiliza-se deste acontecimento a fim de dar maior credibilidade, 
tentando convencer Vossa Excelência sobre a verdade dos fatos, quando, na verdade, 
apenas demonstram a falta de prova da participação dos acusados FULANO e SICRANO 
no delito. 
 
Ora Excelência, não há nos autos qualquer prova de que os acusados Adelmo e 
Rodrigo participaram do delito uma vez que exaustivamente isso já foi demonstrado 
e assumido pelo acusado NONONO, provando, ao revés, que os acusados não 
concorreram para a infração penal. 
 
Dessa forma, consoante o disposto no artigo 386, inciso IV do Código de Processo Penal, 
quando tiver prova suficiente da não participação no evento a absolvição do acusado é 
medida que se impõe. 
 
b) De não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal 
 
A autoria do delito não ficou evidenciada conforme exaustivamente demonstrado 
acima. 
 
Caso Vossa Excelência não entenda pela aplicação do inciso IV, do art. 386, do CPP, em 
que tenha ficado demonstrada a não participação do acusado no delito, que seja 
entendido, no mínimo, por Vossa Excelência que não há prova que indique ser o 
acusado coautor da infração penal. 
 
A realidade probatória colhida no processo demonstra que merecerem os acusados 
FULANO e SICRANO a absolvição, uma vez que não é possível ser construído um 
elemento sólido o suficiente de provas, capaz de condená-los, de modo que se verifica a 
inexistência de indícios de autoria. 
 
“Apelação Criminal - Furto qualificado - Sentença absolutória com fundamento no 
artigo 386, inciso VI, do CPP - Recurso da defesa pretendendo que a absolvição do 
réu seja por negativa de autoria, com fundamento no artigo 386, inciso V, do mesmo 
Diploma Legal - Admissibilidade - O único indício apresentado contra o apelante sequer 
fora produzida na Delegacia de Policia (o depoimento do correu realizado na sindicância 
da empresa), razão pela qual o isenta totalmente de qualquer contribuição para o 
acontecimento, evidenciando-se claramente que ele não contribuiu para a infração penal. 
Recurso provido 386, VI, CPP 386, V.” (1171546420088260000 SP 0117154-
64.2008.8.26.0000, Relator: Borges Pereira, Data de Julgamento: 28/06/2011, 16ª 
Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 13/07/2011) 
 
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Assim, caso Vossa Excelência não entender demonstrada a prova de não participação do 
acusado no delito, que entenda a não existência de prova capaz de condená-lo, 
absolvendo-o com fundamento no artigo 386, inciso V do CPP. 
 
c) Da absolvição pela insuficiência de prova para a condenação 
 
Atendo ao princípio da ampla defesa, caso assim não entenda Vossa Excelência, deve 
ser aplicado o princípio do in dubio pro reo, com a absolvição do acusado na forma 
do inciso VII do artigo 386 do CPP, pela ausência de provas suficientespara 
condenação. 
 
Conforme se denota dos autos, as provas apresentadas se baseiam apenas nos 
depoimentos dos Policiais Rodoviários Federais e por estarem os acusados de carona 
com o NONONO, autor do delito. 
 
Ocorre Excelência, que não existem absolutamente nenhuma prova que sequer 
indique a participação dos acusados Rodrigo e Adelmo no furto, POIS NÃO HÁ 
NENHUMA TESTEMUNHA VISUAL DO DELITO. 
 
Salienta-se que a própria vítima informou que não presenciou o furto e, portanto, 
não tem condições afirmar qualquer coisa em relação a autoria do delito. 
 
Tais provas são um tanto quanto frágeis, bem como deixam dúvida quanto à participação 
dos acusados FULANO e SICRANO, de modo que não autorizam suas condenações pela 
falta de certeza quanto a sua autoria. 
 
Esse é o entendimento do jurisprudencial: 
 
E M E N T A – APELAÇÃO CRIMINAL – FURTO QUALIFICADO – SENTENÇA 
ABSOLUTÓRIA – RECURSO MINISTERIAL – PEDIDO DE CONDENAÇÃO – 
IMPOSSIBILIDADE ABSOLVIÇÃO COM FULCRO NO ART. 386, VII, DO CPP 
MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. 
Se o conjunto probatório não conduz à certeza necessária para a condenação, mantém-
se a sentença absolutória, em respeito ao princípio do in dubio pro reo. (TJMS – Apelação 
Criminal N. 2012.006444-1/0000-00 – Miranda, Segunda Câmara Criminal, Relator Exmo. 
Sr. Des. Romero Osme Dias Lopes. Julgamento 15/05/2012) 
 
“CRIME DE FURTO. PROVA INSUFICIENTE. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO 
PRO REO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. PENA ADEQUADA. APELAÇÃO DESPROVIDA.1. 
À falta de prova cabal, firme e segura, acerca da participação do acusado no fato 
típico imputado, impõe-se a absolvição com base no artigo 386, inciso VI, 
do Código de Processo Penal, porquanto deve prevalecer o princípio do in dubio pro 
reo.386VICódigo de Processo Penal.” (TJPR - 8218842 PR 821884-2 (Acórdão), 5ª 
Câmara Criminal, Relator: Rogério Etzel, Data de Julgamento: 14/06/2012) 
 
“APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO QUALIFICADO (ARTIGO 155, § 4º, INCISO VI, CP). 
SENTENÇA CONDENATÓRIA. PLEITO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO. 
PERÍODO PRESCRICIONAL DE DOIS ANOS. INOCORRÊNCIA. PEDIDO 
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ABSOLUTÓRIO. INEXISTÊNCIA DE PROVAS. PROVAS FRÁGEIS EM RELAÇÃO A 
AUTORIA POR PARTE DO RÉU. ACOLHIMENTO. PRINCÍPIO "IN DUBIO PRO REO". 
ARTIGO 386, INCISO VII, CPP. ABSOLVIÇÃO. RECURSO PROVIDO. "(.) AS 
ACUSAÇÕES PENAIS NÃO SE PRESUMEM PROVADAS: O ÔNUS DA PROVA 
INCUMBE, EXCLUSIVAMENTE, A QUEM ACUSA. APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO 
QUALIFICADO (ARTIGO 155, § 4º, INCISO VI, CP). RECURSO PROVIDO."(...) AS 
ACUSAÇÕES PENAIS NÃO SE PRESUMEM PROVADAS: O ÔNUS DA PROVA 
INCUMBE, EXCLUSIVAMENTE, A QUEM ACUSA. Os princípios constitucionais que 
regem o processo penal põem em evidência o nexo de indiscutível vinculação que existe 
entre a obrigação estatal de oferecer acusação formalmente precisa e juridicamente apta, 
de um lado, e o direito individual à ampla defesa, de que dispõe o acusado, de outro. É 
que, para o acusado exercer, em plenitude, a garantia do contraditório, torna-se 
indispensável que o órgão da acusação descreva, de modo preciso, os elementos 
estruturais ("essentialia delicti") que compõem o tipo penal, sob pena de se devolver, 
ilegitimamente, ao réu, o ônus (que sobre ele não incide) de provar que é inocente. É 
sempre importante reiterar - na linha do magistério jurisprudencial que o Supremo 
Tribunal Federal consagrou na matéria - que nenhuma acusação penal se presume 
provada. Não compete, ao réu, demonstrar a sua inocência. Cabe, ao contrário, ao 
Ministério Público, comprovar, de forma inequívoca, para além de qualquer dúvida 
razoável, a culpabilidade do acusado. (...)” (TJPR - 5322223 PR 0532222-3, Relator: 
Marques Cury, Data de Julgamento: 15/04/2010, 3ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 
DJ: 387) 
 
Ao que pese as alegações da acusação sobre a materialidade e autoria do delito, as 
provas não são suficientes para condenar os acusados FULANO e SICRANO, uma 
vez que demonstrado ainda na fase policial que desde o início não sabiam de nada. 
Assim não há outra medida a ser tomada que não sua absolvição. 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
1. A ABSOLVIÇÃO do acusado FULANO DE TAL, com fundamento no art. 386, IV, do 
Código de Processo Penal, haja vista estar provado que os mesmos não concorreu para a 
infração penal; 
 
2. Caso outro seja o entendimento, a ABSOLVIÇÃO do acusado FULANO DE TAL, com 
fundamento no art. 386, V, do Código de Processo Penal, uma vez que não existe prova 
suficiente de que o acusado tenha concorrido para infração penal; 
 
3. Com vista ao princípio da ampla defesa, em caso de não acolhimento dos pedidos 
anteriores, a ABSOLVIÇÃO do acusado FULANO DE TAL, com fundamento no art. 386, 
VII, do Código de Processo Penal, uma vez que não existem provas suficientes para 
condenação; 
 
4. Seja facultado ao acusado FULANO DE TAL apelar em liberdade. 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
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Local e data 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
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14. Alegações Finais de in dubio pro reo - inexistência de provas 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE __________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
_______________ (qualificação), por seu defensor, nos autos sob nº...., de AÇÃO 
PENAL, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA de...., em trâmite por este R. Juízo, vem, 
respeitosamente, oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS, na forma seguinte: 
 
O Réu encontra-se processado perante este R. Juízo, pelo cometimento do crime previsto 
no artigo 155, parágrafo 4º, inciso I e IV, c/c. artigo 29, Código Penal Brasileiro. 
 
Durante a instrução criminal, não foram colhidas provas que autorizem um decreto 
condenatório. 
 
Não existem testemunhas oculares da prática da infração, limitando-se as testemunhas 
de fls..... e...., a relatar fatos posteriores, que nada de relevante trouxeram ao processo. 
 
Resta, pois, a palavra do Réu, que, em casos tais, deve prevalecer, face a ausência de 
outros elementos de convicção, atendendo-se ao princípio do "in dúbio pro reo". 
 
Em seu interrogatório em Juízo, o Réu dá conta de sua participação no evento, que foi de 
menos importância, eis que limitou-se a observar os atos praticados pelo 
corréu...."...................". 
 
Depreende-se da leitura do presente caderno processual, que o Réu...., (qualificação), 
sem conforme antecedente, conforme se vê da Certidão de fls....., foi envolvido pela 
esperteza do corréu...., veterano na prática de crimes, conforme atesta a Certidão de 
fls..... dando conta de seus péssimos antecedentes, que, após os fatos, fugiu da comarca, 
estando atualmente em lugar incerto e não sabido. 
 
Em Alegações Finais, o ilustre Representante do Ministério Público pugna pela 
condenação do Réu, em virtude, principalmente, de a "res furtiva" ter sido encontrada em 
seu poder. 
 
Em seu interrogatório, o Réu esclareceu que seu cunhado, o corréu...., que havia ficado 
com todos os bens, temendo ser preso, fugiu para o Estado de...., deixando os bens em 
casa do Réu, quando este encontrava-se trabalhando. 
 
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Além da ausência de provas contra o Réu, existe no presente feito nulidade insanável, 
qual seja, a falta de avaliação dos bens apreendidos. 
 
A fase indiciária do presente processo é marcadapela confusão. 
 
Vejamos: 
A autoridade policial, nomeou peritos os Srs....., "para procederem à avaliação dos objeto 
apreendidos" (fls.....). 
 
Entretanto, conforme se pode inferir às fls..... e...., tais peritos prestaram compromisso 
para procederem ao "exame de arrombamento no hangar da Fazenda....", e assim o 
fizeram. 
 
A avaliação, contudo, não foi efetuada. 
 
Ademais, os bens que, segundo informam os autos, foram furtados, constavam de.... 
 
A vítima, ao lhe serem apresentados os objetos apreendidos, reconheceu a garrafa, não 
reconhecendo, entretanto,...., este nas cores.... e.... 
 
A avaliação, segundo preceitua o artigo 172, do Código de Processo Penal, será 
procedida sempre que necessário. 
"Art. 172. Proceder-se à, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, 
deterioradas ou que constituam produto do crime." 
 
No caso em tela, a avaliação dos bens apreendidos, mais do que necessária, é 
indispensável. 
 
É que, sendo o Réu primário, e em se constatando o pequeno valor da "res furtiva", Vossa 
Excelência poderá aplicar a regra estatuída no parágrafo 2º do artigo 155, do Código 
Penal, quando da fixação da pena, no caso de ser o Réu condenado. 
 
Isto posto, deve o Réu ser absolvido, tanto em face da precariedade das provas, 
aplicando-se, no caso, a regra do "in dubio pro reo", como em face da nulidade constante 
da falta de avaliação dos bens apreendidos. 
 
Não entendendo Vossa Excelência pela absolvição do Réu, deve ser aplicada a regra 
contida no artigo 29, § 1º, da nova Parte Geral do Código Penal, diminuindo-se a pena de 
um sexto a um terço, por ser medida de inteira JUSTIÇA! 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE __________________. 
 
 
 
Proc. n°0007/09 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL (qualificar), nos autos do processo-crime que a Justiça Pública desta 
Comarca move a BELTRANO, por infração ao art. 121, § 3° do CP, por seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, a fim de requer arresto prévio de 
imóvel, pelos motivos que adiante se passa a expor: 
 
1. O requerente é genitor de SICRANA DE TAL, falecida em data de.../.../.... nesta cidade 
cuja morte foi motivada por atropelamento causado por BELTRANO; 
 
2. O requerido e proprietário de um único imóvel localizado nesta cidade, sito à Rua 
_____, nº ___, bairro _____, nesta Comarca consoante consta descrito na certidão anexa; 
 
3. Sabedor de que lhe será proposta ação de indenização pelo evento, o requerido 
colocou à venda o citado imóvel consoante faz prova com o anúncio anexo, por preço 
inferior ao de mercado em inegável e clara atitude de quem pretende se furtar ao 
ressarcimento; 
 
4. O requerente providenciará o pedido de especialização da hipoteca legal sobre o citado 
bem imóvel com o objetivo de garantir futura reparação de dano, porém, por ser 
demorada tal ação, ou seja, a efetivação de tal medida, cautelosamente requer o arresto 
prévio do imóvel em questão nos termos do art. 136 do CPP, alterado pela Lei n° 
11.435/2006 para se evitar que ele seja alienado. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado – OAB 
 
 
 
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15. Alegações Finais – Crime Ambiental 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da___________ Vara Criminal da 
Comarca de____________ Estado_______ 
 
Autos nº 000000000000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos supracitados, vem respeitosamente 
à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus advogados que esta 
subscrevem, com fulcro no art. 403, § 3º, do CPP, apresentar MEMORIAIS, nos seguintes 
termos: 
 
I – DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL 
 
O acusado foi preso em flagrante no dia 26.03.2008, por policiais militares ambientais, 
pela prática, em tese, do crime previsto no artigo 34, incisos I e II, da Lei nº 9.605/98, sob 
o fundamento de que portada 04 (quatro) exemplares de peixes, dos quais 03 (três) 
estavam fora da medida legal e que havia de utilizado de petrechos de pesca não 
permitidos. 
 
Requisitado Exame Pericial nos peixes apreendidos às fl. 028, este veio aos autos às fls. 
037-040, tendo o douto Perito CONCLUÍDO que dos 04 (quatro) exemplares de 
peixes apreendidos, apenas 01 (UM) ESTAVA FORA DA MEDIDA LEGAL. 
Concluiu ainda, o douto perito que “não foram constatados vestígios de rede ou figa, 
não se podendo afirmar a forma que os mesmos foram capturados...” (fl. 039) 
 
Às fls. 041-043, consta o Relatório Final do inquérito policial, oportunidade em que a 
Autoridade Policial, consignou: 
 
“Verificou-se através de Laudo Pericial de fls. 33/36, elaborado pelo Núcleo de 
Criminalística, que o peixe da espécie Pintado mede 92,0 cm (noventa e dois 
centímetros) e não 88,0 cm (oitenta e oito centímetros), como apontado nos autos, 
bem como, os peixes da espécie Curimbatá medem 34 cm (trinta e quatro 
centímetros), 39,0 cm (trinta e nove centímetros) e 42,0 cm (quarenta e dois 
centímetros), ou seja, PODEMOS CONCLUIR QUE SOMENTE UM DOS PEIXES ESTÁ 
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FORA DE MEDIDA. Aduziu ainda que não foi possível verificar a forma que citados 
peixes foram capturados.” (destaque nosso) 
 
A ilustre representante do MPE ofereceu a denúncia de fls. 002-003, descreveu a conduta 
do acusado nos seguintes termos: 
 
“[...], o denunciado FULANO DE TAL, ciente da ilicitude e reprovabilidade de sua conduta, 
pescava espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos e mediante a utilização de 
petrechos não permitidos. 
Infere-se que, policiais militares ambientais realizavam patrulhamento no aludido rio, 
quando surpreenderam o denunciado no interior de uma embarcação de alumínio, 
encontrando em poder do mesmo 01 (uma) fisga tipo gancho com balança; 01 (uma) 
caixa de pesca contendo vários petrechos de pesca; 14 (quatorze) anzóis de galho e 01 
(uma) rede de pesca de aproximadamente 15 (quinze) metros (conforme Auto de 
Apreensão de fls. 21/22), cuja utilização é proibida pelo art. 3º, do Decreto Estadual nº 
5.646/90. 
Ainda em poder do denunciado, foram encontradas 03 (três) espécies de peixe conhecido 
como “Corimbatá”, medindo 34 cm, 39 cm e 42 cm, bem como 01 (uma) espécie de peixe 
conhecido como “Pintado”, medindo 92 cm, sendo que UM DELES ESTAVA FORA DA 
MEDIDA (conforme Auto de Apreensão de fls. 21-22 e Laudo de Exame em Pescado de 
fls. 33/36). [...].” (grifo nosso) 
 
A denúncia foi recebida pelo douto juízo às fl. 050, sendo que posteriormente, com a 
entrada em vigor da Lei nº 11.719/2008, o juízo determinou a citação do acusado para 
responder à acusação, por escrito (fl. 064). 
 
Às fls. 062-063 dos autos, constam as Certidões Negativas de Antecedentes Criminais do 
acusado. 
 
O processo foi devidamente instruído (fls. 123-124 e fls. 135-136, oitiva das testemunhas 
de acusação) e (fls. 143-146 e fls. 151-157, oitiva das testemunhas de defesa e 
interrogatório judicial do acusado). 
 
Às fls. 166-170, a douta representante do Ministério Público Estadual, postulou a 
improcedência da denúncia, com a absolvição do acusado FULANO DE TAL, das 
imputações contra si dirigidas, na forma do art. 386, inciso IV, do Código de ProcessoPenal. 
 
II – DO MEMORIAL 
 
Em que pese à douta representante do Ministério Público Estadual ter postulado a 
absolvição do acusado, na forma do art. 386, inciso IV, do CPP, tem-se que o mesmo 
deve ser absolvido com fundamento nos incisos I e III, do citado artigo. 
 
O artigo 386, do Código de Processo Penal assim dispõe: 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que 
reconheça: 
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I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV - estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; [...] 
Como será demonstrado a seguir o acusado deve ser absolvido da conduta prevista no 
art. 34, II, da Lei nº 9.605/98, na forma do art. 386, inciso I, do CPP e da conduta 
prevista no art. 34, I, da Lei nº 9.605/98, na forma do art. 386, inciso III, do CPP. 
 
 
a) Da absolvição da conduta prevista no art. 34, II, da Lei nº 9.605/98, pela 
comprovação da inexistência do fato 
 
Conforme se denota do Laudo Pericial de fls. 037-040, quando do exame nos exemplares 
dos peixes apreendidos com o acusado, NÃO FOI CONSTATADO SEQUER VESTÍGIOS 
DE UTILIZAÇÃO DE REDE OU FISGA, não sendo possível afirmar a forma que os 
mesmos foram capturados. 
Salienta-se, que o Laudo Pericial realizado pelo Núcleo de Criminalística foi acolhido tanto 
pela Autoridade Policial quando pela representante do MPE. 
 
Assim, existe prova material e produzida pelo Estado, inclusive acolhida pelo órgão 
acusador, informando que não foi constatada a utilização de petrechos não 
permitidos pelo acusado na captura dos peixes apreendidos, conduta típica prevista 
no art. 34, II, da Lei nº 9.605/98, imputada ao acusado. 
 
Desta forma, sem mais delongas, impõe-se a absolvição do acusado, na forma do art. 
386, I, do CPP, da imputação da prática do crime previsto do art. 34, II, da Lei nº 
9.605/98, em virtude de haver prova produzida pelo Núcleo de Criminalística, informando 
que não foi constatada a utilização de petrechos não permitidos pelo acusado na captura 
dos peixes apreendidos. 
 
 
b) Da aplicação do princípio da insignificância pela ausência de tipicidade material 
 
No que tange a conduta imputada ao acusado de pesca de espécies com tamanho inferior 
ao permitido, restou comprovado nos autos, inclusive ratificado pelo órgão acusador que 
SOMENTE 01 (UM) PEIXE apreendido com acusado ESTAVA APENAS 04 CM 
(QUATRO CENTÍMETROS), ABAIXO DA MEDIDA PERMITIDA. 
 
As condutas típicas imputadas ao acusados, estão previstas no art. 34, incisos I e II, da 
Lei nº 9.605/98, in verbis: 
“Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por 
órgão competente: 
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: 
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores 
aos permitidos; 
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II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, 
petrechos, técnicas e métodos não permitidos; [...].” 
 
Por tal motivo, a própria representante do Ministério Público Estadual reconheceu (fl. 168) 
a ausência de elemento subjetivo (dolo ou mesmo culpa) do acusado ao pescar espécime 
de tamanho não permitido, pois somente um peixe estava poucos centímetros abaixo da 
medida. 
 
Excelência, quando da prisão do acusado o mesmo portava 03 (três) espécies de peixe 
conhecido como “Corimbatá”, medindo 34 cm, 39 cm e 42 cm, bem como 01 (uma) 
espécie de peixe conhecido como “Pintado”, medindo 92 cm. 
 
Conforme o Decreto Estadual nº 12.039, de 08 de fevereiro de 2006, o tamanho mínimo 
para captura dos peixes das espécies conhecidas como “Curimbatá”, é de 38 cm e para o 
“Pintado” é de 85 cm. 
 
Assim Excelência, como confirmado tanto pela Autoridade Policial, como pela 
representante do MPE, somente UM peixe apreendido com o acusado estava abaixo 
da medida permitida por lei, e, apenas 04 cm (quatro centímetros). 
 
Desta forma, constata-se sem maiores percalços que a conduta praticada pelo acusado é 
penalmente IRRELEVANTE e, portanto, atípica materialmente, pela aplicação do princípio 
da insignificância, em razão de não ter provocado dano significativo ao meio 
ambiente, tendo em vista SOMENTE UM peixe capturado estava abaixo da medida 
permitida, e, frisa-se apenas 04 cm. 
 
O ministro do STJ Arnaldo Esteves Lima, ao proferir seu voto no HC 86.9131, lesionou 
com maestria o tema, nos seguintes termos: 
 
“A moderna doutrina (Teoria Constitucionalista do Delito) desmembra a tipicidade penal, 
necessária à caracterização do fato típico, em três aspectos: o formal ou objetivo, o 
subjetivo e o material ou normativo. 
A tipicidade formal consiste na perfeita subsunção da conduta do agente ao tipo (abstrato) 
previsto na lei penal, possuindo como elementos: a conduta humana voluntária, o 
resultado jurídico, o nexo de causalidade e a adequação formal. 
O aspecto subjetivo do fato típico expressa o caráter psicológico do agente, consistente 
no dolo. 
A tipicidade material, por sua vez, implica a verificação se a conduta – subjetiva e 
formalmente típica – possui relevância penal, em face da significância da lesão 
provocada no bem jurídico tutelado, observando-se o desvalor da conduta, o nexo 
de imputação e o desvalor do resultado, do qual se exige ser real, transcendental, 
intolerável e grave (significante). 
Nesse contexto, o princípio da insignificância, cuja análise deve ser feita à luz dos 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima, tem assento exatamente 
na análise da tipicidade material e implica, caso acolhido, a atipicidade da conduta. 
 
1
 BRASIL. STJ - Quinta Turma. HC 86.913; Proc. 2007/0162966-6 PR; Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima; Julg. 
28/05/2008; DJE 04/08/2008. 
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[...] 
Significa dizer que a intervenção do direito penal apenas se justifica quando o bem 
jurídico tutelado tenha sido exposto a um dano impregnado de significativa lesividade. 
Não havendo, outrossim, a tipicidade material, mas apenas a formal, a conduta não 
possui relevância jurídica, afastando-se, por consequência, a intervenção da tutela 
penal, em face do postulado da intervenção mínima.” (grifo nosso) 
 
 
Neste sentido, podemos asseverar que são duas as hipóteses de insignificância no direito 
penal: a insignificância da conduta (aceitação social) e a insignificância do resultado 
(lesão relevante), sendo que no caso em tela, é aplicada a insignificância do resultado, 
em respeito ao princípio da intervenção mínima, já que a lesão ao bem jurídico se revelou 
inexpressiva. 
 
Neste sentido é o entendimento do STJ e do STF: 
 
HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME AMBIENTAL. ART. 34 DA LEI Nº 9.605/98. 
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCIDÊNCIA. 
AUSÊNCIA DE TIPICIDADE MATERIAL. TEORIA CONSTITUCIONALISTA DO DELITO. 
INEXPRESSIVA LESÃO AO BEM JURÍDICO TUTELADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. O 
princípio da insignificância surge como instrumento de interpretação restritiva do tipo 
penal que, de acordo com a dogmática moderna, não deve ser considerado apenas em 
seu aspecto formal, de subsunção do fato à norma, mas, primordialmente, em seu 
conteúdo material, de cunho valorativo, no sentido da sua efetiva lesividade ao bem 
jurídico tutelado pelanorma penal, consagrando os postulados da fragmentariedade e da 
intervenção mínima. 
2. Indiscutível a sua relevância, na medida em que exclui da incidência da norma penal 
aquelas condutas cujo desvalor da ação e/ou do resultado (dependendo do tipo de injusto 
a ser considerado) impliquem uma ínfima afetação ao bem jurídico. 
3. A conduta dos pacientes, embora se subsuma à definição jurídica do crime ambiental e 
se amolde à tipicidade subjetiva, uma vez que presente o dolo, não ultrapassa a análise 
da tipicidade material, mostrando-se desproporcional a imposição de pena privativa 
de liberdade, uma vez que a ofensividade da conduta se mostrou mínima; não 
houve nenhuma periculosidade social da ação; a reprovabilidade do 
comportamento foi de grau reduzidíssimo e a lesão ao bem jurídico se revelou 
inexpressiva. 
4. Ordem concedida para determinar a extinção da ação penal instaurada contra os 
pacientes. Em consequência, torno sem efeito o termo de proposta e aceitação da 
suspensão condicional do processo, homologado pelo Juízo da 5ª Vara Criminal da 
Comarca de Londrina/PR. 
(STJ; HC 86.913; Proc. 2007/0162966-6; PR; Quinta Turma; Rel. Min. Arnaldo Esteves 
Lima; Julg. 28/05/2008; DJE 04/08/2008) 
 
[...]. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE 
DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL. - O princípio da 
insignificância - que deve ser analisado em conexão com os postulados da 
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de 
excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter 
material. Doutrina. Tal postulado - que considera necessária, na aferição do relevo 
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material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima 
ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o 
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da 
lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no 
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em 
função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público. 
O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: "DE 
MINIMIS, NON CURAT PRAETOR". - O sistema jurídico há de considerar a 
relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do 
indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das 
pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, 
notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se 
exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O 
direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado cujo desvalor - por 
não importar em lesão significativa a bens jurídicos relevantes - não represente, por isso 
mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da 
própria ordem social. 
Omssis 
(STF – Segunda Turma. HC 84.687/MS. Rel. Min. Celso de Mello. Jul. 26.10.2004) 
 
Ressalta-se que restou demonstrado no julgamento pelo STJ citado acima, que é 
plenamente aplicável o princípio da insignificância aos crimes ambientais, como no caso 
dos autos. 
 
Desta forma, requer o reconhecimento da atipicidade material da conduta imputada ao 
acusado, pela aplicação dos princípios da intervenção mínima e da fragmentariedade do 
direito penal, bem ainda o da insignificância, e por fim, pela ausência de elemento 
subjetivo, uma vez que somente um dos peixes apreendidos com o acusado estava 
abaixo da medida permitida, e, apenas 4 cm. 
 
Com o reconhecimento da atipicidade material da conduta imputada ao acusado, impõe-
se a absolvição do mesmo, na forma do art. 386, III, do CPP, da imputação da prática do 
crime previsto do art. 34, I, da Lei nº 9.605/98, uma vez que eventual lesão ao bem 
jurídico tutelado restou inexpressiva. 
 
III – DA RESTITUIÇÃO DOS BENS APREENDIDOS 
 
Com a absolvição do acusado na forma exposta no tópico anterior, respectivamente, deve 
ser deferida a liberação dos bens apreendidos às fls. 025-026, consistente em: 
 
 01 barco de alumínio; 
 01 motor de popa, 15 HP; e, 
 01 tanque para uso de motor de popa. 
 
A devolução dos bens indicados anteriormente é medida subsidiária e consequente ao 
acolhimento de pleito de absolvição do acusado, que inclusive foi postulado pela douta 
representante do MPE, até porque os bens são de terceiros de boa-fé, conforme já 
demonstrado ao douto juízo. 
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IV – DOS REQUERIMENTOS 
 
ISTO POSTO, requer a Vossa Excelência: 
 
1. A absolvição do acusado FULANO DE TAL, da imputação da prática do crime previsto 
do art. 34, II, da Lei nº 9.605/98, na forma do art. 386, I, do Código de Processo Penal, em 
virtude de haver prova produzida pelo Núcleo, informando que não foi constatada a 
utilização de petrechos não permitidos pelo acusado na captura dos peixes apreendidos; 
 
2. A absolvição do acusado FULANO DE TAL, da imputação da prática do crime previsto 
do art. 34, I, da Lei nº 9.605/98, na forma do art. 386, III, do Código de Processo Penal, 
pela ausência de elemento subjetivo do delito e pelo fato de que eventual lesão ao bem 
jurídico tutelado restou inexpressiva, o que resulta na atipicidade material da conduta, 
conforme precedentes do STJ e do STF; 
 
3. Com o acolhimento dos pedidos anteriores, seja deferida a RESTITUIÇÃO DOS BENS 
APREENDIDOS, conforme Auto de Apreensão de fls. 025-026, consistentes em: 01 barco 
de alumínio, 01 motor de popa, 15 HP e 01 tanque para uso de motor de popa, por ser 
medida subsidiária e consequente a absolvição do acusado; 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data 
 
 
 
 
Advogado-OAB 
 
Advogado-OAB 
 
 
 
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16. Alegações Finais - Porte Ilegal de Armas 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da______ Vara Criminal da Comarca 
de________ Estado_________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Autos nº 00000000000 
 
 
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos supracitados, vem respeitosamente 
à presença de Vossa Excelência, através de seus patronos in fine assinados, com fulcro 
no art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar MEMORIAIS, nos seguintes 
termos: 
 
I – DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL 
 
O acusado foi preso em flagrante e denunciado nestes autos delito pela prática, em tese, 
do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e de arma branca, previstos no 
art. 14, da Lei nº 10.826/2003 e art. 19, da Lei de Contravenções Penais. 
 
Devidamente instruído o processo, a douta representante do Ministério Público Estadual 
apresentou Alegações Finais às fls. 284-290, onde postula a procedência parcial da 
denúncia para condenar o acusado ao incurso nas sanções do artigo 14, da Lei nº 
10.826/2003 e absolve-lo do incurso nas sanções do art. 19, da Lei de Contravenções 
Penais. 
 
II – DA DEFESA 
 
a) Da absolvição do incurso no art. 19, da Lei de Contravenções Penais 
 
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In casu, a própria representante do Ministério Público Estadual postulou a absolvição do 
acusado incurso nas sanções do art.19, da Lei de Contravenções Penais, data a 
atipicidade da conduta do acusado em manter 04 facas em seu caminhão, pois 
necessárias para cozinhar no transcorrer das viagens. 
 
Neste ponto, postula-se a absolvição do acusado FULANO DE TAL, da incurso no 
art. 19, da Lei de Contravenções Penais, nos moldes do art. 386, inciso III, do 
Código de Processo Penal. 
 
b) Da emendatio libelli 
 
Sabe-se que o acusado deve defender-se dos fatos a ele imputados na persecução penal 
e não da tipificação feita na peça acusatória. 
 
Pois bem, na espécie, o acusado reconheceu os fatos descritos na denúncia, qual seja: 
de que transportava no interior de seu caminhão, arma de fogo em desacordo com 
determinação legal, sendo o acusado, caminhoneiro proprietário do caminhão onde a 
arma foi encontrada. 
Ocorre que o fato confesso pelo acusado merece enquadramento legal diverso do 
realizado na respeitável denúncia da douta representante do Ministério Público Estadual. 
 
O art. 383, do Código de Processo Penal trata do instituto da emendatio libelli dispondo 
que “O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, 
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de 
aplicar pena mais grave.” 
Na fatispécie, deve ser procedida a emendatio libelli da denúncia apresentada pela 
douta Promotoria de Justiça, uma vez que o fato praticado pelo acusado não se 
enquadra no tipo penal previsto no art. 14, da Lei nº 10.826/03, mas sim, no art. 12, 
do mesmo Diploma Legal, como será demonstrado: 
 
É fato incontroverso nos autos, que o acusado FULANO DE TAL é motorista 
profissional, inclusive pelo reconhecimento expresso da própria Promotoria de Justiça – 
quando assevera que “eis que o réu, por ser caminhoneiro” (fl. 298) –, ou seja, exerce 
o acusado atividade laborativa para sustento próprio e familiar de motorista de 
caminhão de cargas, de sua propriedade, como provam os documentos de fls. 24-27, 
37-38 e 97-99 dos autos. 
 
No dia da prisão do acusada o mesmo confessou ser proprietário da arma e munições 
apreendidas em um compartimento da cabine de seu caminhão, como se depreende 
de seus interrogatórios (fls. 24-27 e fl. 268). 
 
O Policial Rodoviário Federal________ condutor da prisão do ouvido à fl. 08-09 
extrajudicialmente e à fl. 178 judicialmente disse sobre os fatos que: 
 
“Seguindo a abordagem o depoente e seu colega, encontraram também uma pistola 
marca taurus, calibre 635, municiada e mais 14 munições, a qual estava em um 
compartimento no interior da cabine do caminhão.” (fls. 08-9 – destaquei). 
 
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O Policial Rodoviário Federal____________ na fase policial disse o mesmo a respeito da 
arma do acusado, sendo que judicialmente disse à fl. 236 que: 
 
“foi dado uma geral e encontrado essa arma em um compartimento do banco, é uma 
cama na verdade no interior do caminhão.” 
 
E continua mais adiante: 
 
“Essa arma ela tinha, ela estava em um local de difícil acesso, onde somente ele 
supostamente conhecia o acesso, era um, era uma cama onde o motorista geralmente 
dorme, e ela estava meio dura, então deu pra perceber que tinha um compartimento ali, aí 
foi tirado a cobertura, aquele tecido da cama e foi encontrado ali a arma, e juntamente 
com as munições.” 
 
Os artigos 14 e 12, da Lei nº 10.826/03, respectivamente, assim dispõem: 
 
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de 
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
 
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido 
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso 
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua 
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o 
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: Pena – detenção, de 1 
(um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
Pela análise dos tipos penais acima transcritos, verifica-se que o porte, pressupõe que a 
arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho. 
 
No caso sob análise, a pistola e as munições foram apreendidas no interior da cabine do 
caminhão do acusado, inclusive em compartimento de difícil acesso, que é o seu local de 
trabalho, configurando essa conduta o delito de posse e não de porte, já que, repita-se, o 
caminhão é o seu único local de trabalho. 
 
Sobre o tema, com propriedade, anota Guilherme de Souza Nucci2: 
 
"Local de trabalho: qualquer lugar onde alguém exerce, licitamente, uma profissão 
ou ofício. Ex.: escritório de empresa, consultório médico. Exige a lei, no entanto, que a 
mantença da arma no lugar de trabalho diga respeito ao seu proprietário, titular do 
estabelecimento ou responsável por ele. Ilustrando, o médico pode manter uma arma no 
seu consultório, mas não pode fazer o mesmo a sua secretária. O dono de uma empresa 
 
2
 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas, 1.ª ed., 2ª tiragem., São 
Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 252. 
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pode manter a arma no seu escritório, mas não tem aplicação a autorização aos 
funcionários do estabelecimento." (destaquei) 
 
Excelência, para o caminhoneiro, o caminhão é o seu local de trabalho e por muito, 
também sua casa, uma vez que fica mais tempo dentro do caminhão em viagem no 
transporte de cargas de que em sua residência com a família, sendo este fato notório a 
dispensar inclusive a produção de provas. 
 
Desse modo, encontrando-se o acusado no dia dos fatos no interior do seu caminhão, 
onde também se encontrava a arma e as munições apreendidas – que frisa-se, não 
estava junto ao corpo do acusado, mas sim em compartimento inacessível do 
caminhão em movimento, enquanto este tivesse em trafego (fl. 26) –, quando foi 
abordado pelos policiais, tal fato comporta, ainda que por analogia in bonam partem 
ser o caminhão considerado seu local de trabalho, segundo o estabelecido no art. 12 
da Lei nº 10.826/03. 
 
Nesse sentido, já deve oportunidade de se manifestar a Jurisprudência pátria em caso 
similar: 
 
"ARMA DE FOGO - POSSE E PROPRIEDADE - ARMA APREENDIDA NO INTERIOR 
DE VEÍCULO - TÁXI - ANALÓGIA - LOCAL DE TRABALHO - ARTIGO 12 DA LEI 
10.826/03 - ATIPICIDADE DA CONDUTA - TIPO PENAL ABRANGIDO PELA ANISTIA 
TEMPORÁRIA ("VACATIO LEGIS"). 
Ao Magistrado cabe interpretar a lei, invocando, inclusive, a figura da analogia, 
quando aplicável a determinado fato. Pela analogia, é possível considerar o táxi 
como local de trabalho do taxista, ou seja, um prolongamento de sua casa, 
mormente se ele, taxista, passa o dia inteiro - cerca de dez a doze horas - no interior 
do veículo. Por outro lado, é atípica a conduta, se ocorrida no período da "vacatio legis" a 
que se refere a Lei nº 10826/2003-Estatuto do Desarmamento, beneficiando aquele que é 
flagrado na posse de arma de fogo, de uso permitido ou não, mesmo em desacordo com 
a determinação legal." (TJMG, 2ª C.Crim., Ap 1.0702.04.138114-7/001, Rel. Des. Hyparco 
Immesi, j. 02.08.2007; in DOMG de 17.08.2007.) 
 
EMENTA: ESTATUTO DO DESARMAMENTO - PORTE ILEGAL - ARMA APRENDIDA 
NO INTERIOR DE VEÍCULO TÁXI - DESCLASSIFICAÇÃO PARA POSSE - 
POSSIBILIDADE - ATIPICIDADE DA CONDUTA- "VACATIO LEGIS INDIRETA" - 
ABSOLVIÇÃO. 
1. Sendo o local de trabalho qualquer lugar onde alguém exerce licitamente uma 
profissão ou ofício, ainda que analogicamente, deve ser considerado o táxi como 
local de trabalho do motorista que exerce essa profissão, desclassificando-se a 
conduta de porte para posse ilegal de arma de fogo. 2. A "vacatio legis indireta" 
instituída pelos arts. 30 a 32 do Estatuto do Desarmamento tornaram atípica a conduta da 
posse ilegal de arma de fogo, pois nesses períodos a arma poderia ser legalizada ou 
entregue à autoridade policial. 3. Recurso provido. (TJMG, 2ª C.Crim., Ap 
1.0322.06.000174-8/001, Rel. Des. Antônio Armando dos Anjos, j. 08.07.2008; in DOMG 
de 20/08/2008) 
 
Assim, sem mais delongas, com vistas aos princípios da simplicidade das formas e 
celeridade processual, evitando-se peças extensas sem efetiva necessidade, tem-se 
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deve ser procedida a emendatio libelli reconhecendo-se que o fato confessamente 
praticado pelo acusado se enquadra no tipo penal previsto no art. 12, da Lei nº 
10.826/03, pelos motivos ventilados anteriormente. 
 
c) Da fixação da pena no mínimo legal 
 
No caso dos autos, tem-se que a pena base deve ser fixada no mínimo legal, 
independentemente, do reconhecimento ou não da necessidade de emendatio libelli, 
diante da ausência absoluta de qualquer circunstancia que justifique a necessidade 
de exacerbação da pena, nos moldes do art. 59, do Código Penal. 
 
Analisando-se as circunstâncias judiciais podemos concluir, independentemente, do 
enquadramento legal da conduta do acusado, que deve ser fixada a pena-base no mínimo 
legal. 
 
A culpabilidade é comum ao crime da espécie, até porque na espécie trata-se de crime 
de perigo abstrato. 
 
Ademais, tem-se que a conduta social e a personalidade do acusado é boa conforme 
prova testemunhal de fls. 214-215, sendo o acusado pessoa trabalhadora e tendo o ilícito 
penal por ele praticado representando conduta isolada e não habitual de sua pessoa. 
 
Sendo assim, em caso de condenação, a pena-base deve ser fixada no mínimo legal, 
devendo-se atentar ainda para o fato de que a eventual fixação da pena-base acima do 
mínimo legal deverá arrimar em fatos concretos, que no caso inexistem, motivo pelo qual 
é plausível que a pena-base seja fixada no mínimo. 
 
De outra banda, tem-se que o acusado já na fase policial confessou que era o proprietário 
da arma apreendida no interior de seu caminhão, não oferecendo qualquer obstáculo para 
o trabalho da Justiça. 
 
Ressalta-se, que em caso de condenação, deve ser reconhecida a atenuante da 
confissão espontânea, nos termos do artigo 65, III, “d” do Código Penal. 
 
Assim, o réu contribuiu com a confissão, já que a autoria do crime restou facilmente 
demonstrada contra o mesmo, até porque, do contrário haveria dúvida sobre a 
propriedade da arma, uma vez que junto com o acusado estavam mais duas pessoas. 
 
Pelo exposto, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea, eis que se 
enquadra no caso em apreço, fixando-se a pela, em concreto, pela qualquer caso no 
MÍNIMO LEGAL. 
 
d) Da possibilidade de recorrer em liberdade 
 
Havendo condenação, seja facultado ao acusado apelar em liberdade, uma vez que não 
estão presentes os requisitos da prisão preventiva do mesmo. 
 
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e) Do regime de cumprimento da pena 
 
O regime inicial para cumprimento da reprimenda ou sua conversão, no caso, deve ser o 
ABERTO ex vi do art. 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal. 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
ANTE E EXPOSTO, requer a Vossa Excelência: 
 
a) A ABSOLVIÇÃO do acusado FULANO DE TAL, do incurso na sanção do art. 19, da 
Lei de Contravenções Penais, na forma do art. 386, inciso III, do CPP, inclusive conforme 
postulado pelo próprio Ministério Público Estadual em suas alegações finais 
 
b) Seja reconhecida à necessidade de EMENDATIO LIBELLI para o fim específico de 
enquadrar a conduta confessamente praticada pelo acusado FULANO DE TAL objeto a 
presente Ação Penal, no tipo penal previsto no art. 12, da Lei nº 10.826/2003, pelos 
motivos arguidos anteriormente; 
 
c) A fixação da pena em concreto aplicada ao acusado no MÍNIMO LEGAL, 
independentemente de qual o enquadramento legal de sua conduta, em virtude das 
circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal serem favoráveis ao 
acusado; 
 
d) Seja reconhecida a ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA com fincas no art. 
65, III, “d” do Código Penal; 
 
e) Seja facultado ao réu apelar em liberdade; 
 
f) Seja fixado o regime inicial para cumprimento da reprimenda ou sua conversão no 
ABERTO, com fulcro no art. 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal; 
 
g) Por fim, seja concedida a isenção do pagamento das custas e despesas do processo 
ao réu, por ser pobre na forma da lei. 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
Advogado - OAB 
 
 
 
 
 
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17. Alegações Finais do Querelante 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
Processo n. 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
 
 
FULANO DE TAL, nos autos da queixa-crime que promove a BELTRANO, perante esse 
DD. Juízo e respectivo Cartório, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, 
(instrumento de procuração anexo), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência a 
fim de oferecer suas alegações finais nos termos do art. 403 do CPP, conforme adiante se 
segue: 
 
1. Restou provado, pelos elementos constantes dos autos, bem como pelos depoimentos 
testemunhais, que o querelado BELTRANO, em data de.../.../.... atribuiu ao querelante a 
condição de traficante de drogas, Lei nº 11.343/2006, chegando a afirmar que o 
querelante respondia a vários processos por comercializar ilegalmente cocaína a 
estudantes do colégio; 
 
2. Restou provado também que tudo não passa de invenção, malícia e maldade do 
querelado, vez que em nenhum momento processual provou-se, mesmo em tese, a 
verdade dessa afirmação; 
 
3. Na realidade, o que resta provado é a excelente conduta social e familiar do querelante 
que é pessoa de posição invejável na sociedade, de excelentes antecedentes e ficha 
criminal limpa; 
 
4. O querelado perdeu-se em afirmações gratuitas, sem qualquer resquício de veracidade, 
atingindo e tentando denegrir a imagem de uma pessoa do comércio, sem máculas e que 
não pode deixar de ver punido quem agiu com tanta e incontestável leviandade. 
 
Ex positis, estando provada a inocência do querelante e estando provada integralmente a 
inicial deve o querelado ser condenado, para que se faça JUSTIÇA. 
 
Termos em que, j. esta aos autos. 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
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18. Alegações Finais do Querelado 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DE 
____________________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo n. 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
 
 
FULANO DE TAL, nos autos do processo-crime que lhe move BELTRANO, peranteesse 
DD. juízo e respectivo Cartório, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado 
(instrumento de procuração anexo), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência a 
fim de oferecer suas alegações finais, nos termos do art. 403 do CPP, consoante adiante 
se segue: 
 
1) Alegra BELTRANO em sua inicial que o querelado teria cometido o crime de injúria, ao 
dizer para os demais moradores do edifício, onde as partes residem que o querelante é 
“burro, ignorante, besta e que por esse motivo vive causando problemas com o elevador, 
já que devido a sua pouca inteligência não consegue conduzi-lo para onde deseja, 
fazendo com que venha parando de andar em andar”; 
 
2) Desde a audiência prévia de conciliação, negou o querelado qualquer dessas 
afirmações e, durante a instrução, não conseguiu o acusador provar, por qualquer forma, 
o que afirmava; 
 
3) As testemunhas de acusação afirmaram de forma unânime que ficaram sabendo dos 
fatos através do querelante, que lhes disse que o querelado falara tudo isso contra ele; 
(Vide art. 403 do CPP). 
 
4) “Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão 
oferecidas alegações finais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela 
defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença” (redação 
determinada pela Lei nº 11.719/2008). 
 
5) Na realidade, ninguém afirmou ter ouvido do querelado ou de outra pessoa além do 
querelante tais injúrias; 
 
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Ex positis, é de se concluir que a própria vítima injuriou-se a si mesma, vez que foi ela 
quem divulgou fatos que em nenhum momento foram ditos pelo querelado, ou por quem 
quer que seja. 
 
Assim sendo, provada a leviandade do querelante e a ausência de responsabilidade penal 
do querelado por não serem verdadeiros os fatos que lhe são atribuídos, a absolvição se 
impõe por ser da mais lidima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, j. esta aos autos 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
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19. Apelação 
 
Ao esgotar-se a função jurisdicional por meio de um exame de mérito, o juiz não pode 
rever sua decisão, cabendo, assim, à instância superior o reexame da matéria, com 
consequente alteração, se provido o recurso. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela Lei nº 263, de 
23.2.1948) 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular; 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos 
casos não previstos no Capítulo anterior; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: (Redação dada pela Lei nº 263, de 
23.2.1948) 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. (Redação dada 
pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas 
dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação. (Incluído pela Lei 
nº 263, de 23.2.1948) 
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se 
Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. (Incluído 
pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
§ 3º Se a apelação se fundar no nº III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer 
de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á 
provimento para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo 
motivo, segunda apelação. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda 
que somente de parte da decisão se recorra. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 
263, de 23.2.1948) 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA REJEITADA - Descabimento - Decisão irrecorrível - 
Não inclusão entre as apeláveis (artigo 593, II, do CPP), nem tampouco no rol das 
atacáveis por recuso em sentido estrito, só admissível se acolhida a exceção (art. 581, III) 
(TJRJ)- RT 644/308. 
 
 
A apelação é cabível nas seguintes hipóteses: 
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1) Das sentenças de mérito proferidas por juiz singular, absolvendo ou condenando; 
 
2) Das decisões definitivas ou com força de definitivas, que encerram a relação, julgam o 
mérito, mas não absolvem nem condenam, se para elas não estiver previsto o recurso em 
sentido estrito, como é o caso da decisão que indefere pedido de especialização da 
hipoteca legal. 
 
3) Das decisões do Tribunal do Júri, nos casos previstos no inciso III do art. 593. Havendo 
nulidade ou decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos, o tribunal 
pode, desde que provocado por meio de apelação, anular o julgamento para que o réu 
seja submetido a outro, não podendo em hipótese alguma alterar a decisão do Conselho 
de Sentença, consoante dispõe o art. 593, § 3°, do CPP. 
 
4) Cabe apelação, também, nos casos previstos nos arts. 82, caput, e 76, § 5° da Lei nº 
9.099/95, devendo ser interposta na forma e prazo previstos no art. 62 da citada lei. 
 
 
Nas situações expressas nas letras ‘b’ e ‘c’’, o Tribunal corrige o erro ou distorção, 
aplicando a pena correta, porém, não significa alterar a decisão do júri, mas, somente 
corrigir falhas na aplicação da pena, consoante dispõe os §§ 1° e 2º, do art. 593, 
 
De se observar por derradeiro que se a decisão impugnada ocorrer na sentença do juiz 
singular, o recurso cabível deve ser a apelação, ocorrendo o agravo se a irresignação for 
posterior ao transito, e não o recurso em sentido estrito. 
 
Se a acusação estiver satisfeita com uma condenação, mas se irresignar apenas no que 
concerne à suspensão condicional da pena, pretendendo recorrer para cancelar esse 
benefício exclusivamente, não deve ser usado o recurso em sentido estrito, nem o agravo, 
mas a apelação, consoante dispõe o § 4° do art. 593, do CPP. 
 
Nem toda sentença absolutória ou condenatória comporta apelação. 
 
O recurso cabível para a absolvição sumária, consoante dispõe o art. 415 do CPP que é 
decisão de mérito, é o recurso em sentido estrito, art. 581, VI, sendo novamente oportuna 
a observação, feita anteriormente, dando conta de que o recurso ex officio, em que pese 
estar previsto no CPP, deixou de existir, segundo entendimento geral dos renomados 
autores. 
 
O réu, condenado por um só crime, pelo Tribunal do Júri, a uma pena igual ou maior que 
vinte anos, podia recorrer por meio do protesto por novo júri que agora não mais existe no 
processo penal brasileiro porque o art. 607 do CPP foi revogado pela Lei nº 11.689/2008, 
portanto, o réu não mais pode protestar por novo júri devendo ser mantida a condenação 
que ele sofrer no Tribunal do Júri, vejamos: 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 607. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) 
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Por derradeiro, quando os tribunais decidem uma causa de sua competência originária, 
dessa decisão também não cabe apelação. 
 
 
A apelação é interposta por petição ou por termo nos autos, desacompanhada de razões 
que devem ser ofertadas futuramente, nos casos da Justiça Comum, sendo que no 
Juizado Especial Criminal, consoante dispõe a Lei nº 9.099/95, o prazo é de dez dias, 
devendo as Razões ser oferecidas já no ato de interposição, que será escrita, vez que, o 
legislador, nesse caso, não previu a possibilidade de apelação por termo. 
 
 
 
Termo de Recurso 
 
Comarca: _________ 
 
__ª Vara Criminal 
 
Cartório do 1° Ofício 
 
Processo n. 00/10 
 
 
Aos 16 dias do mês de maio de 2010, nesta cidade Cartório do 1° Ofício da COMARCA 
DE ___________, perante o Senhor Escrevente, lotado no Cartório do Primeiro Ofício, 
compareceu o réu FULANO DE TAL e por ele foi declarado que, não se conformando com 
a R. sentença proferida em 16 de março de 2010, pelo MM. Juiz de Direito da __ª Vara 
Criminal que o condenou como incurso nas penas do artigo 155, caput do CP, quer dela 
recorrer para a superior instância, requerendo que, recebido o recurso, seja o mesmo 
processado na forma da lei. Para constar, foi lavrado o presente termo que, lido e achado 
conforme, vai devidamente assinado, Eu, escrevente, digitei e subscrevi. 
 
______________________________ 
Assinatura do réu ou de seu defensor 
 
 
 
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20. Apelação 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
Processo n. 00/10. 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos de processo-crime que lhe move a Justiça 
Pública desta Comarca, perante esse DD. Juízo e respectivo Cartório, por sua advogada 
e bastante procuradora infra-assinada, instrumento de procuração anexo, não se 
conformando, data maxima venia, com os termos da R. decisão de fls... vem, 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, recorrer dela, 
requerendo seja o presente Apelo recebido e regularmente processado, para futuro 
oferecimento das razões. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura da advogada - OAB 
 
 
 
 
Razões da Apelação 
 
 
Processo-crime n. 00/10 
 
__ª Vara Criminal da Comarca de __________ 
 
Razões de apelação 
 
Apelante: FULANO DE TAL 
 
Apelada a Justiça Pública. 
 
Egrégio Tribunal 
 
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Colenda Câmara Criminal 
 
Eminentes Julgadores 
 
 
 
Processado como suposto infrator do disposto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (A Nova 
Lei de Drogas), foi o ora apelante condenado à pena de três anos de reclusão e cinquenta 
- dias multa, tudo conforme se verifica no decisório de fls.... 
 
PRELIMINAR 
 
A R. sentença condenatória padece de vício insanável, devendo, assim, ser anulada, e 
isso porque foi dada com base num mero laudo de constatação, vez que, o Exame 
Químico Toxicológico definitivo só foi juntado aos autos após a prolação da Sentença. 
 
Com efeito, foi a R. Sentença prolatada em 10/01 do corrente ano, sendo que o MM. juiz a 
qual só fez referência ao laudo de constatação, de fls. 08. Somente em data de 25/01, às 
fls.84, é que ocorreu a juntada do laudo definitivo, sobre o qual, aliás, a defesa não foi 
intimada a se manifestar. Assim sendo, não podia a R. sentença ter sido prolatada, 
enquanto não viesse para os autos a comprovação da materialidade delitiva, não sendo o 
auto de constatação suficiente para demonstrá-la, vez que como o próprio nome diz, trata-
se de mera constatação de caráter provisório. 
 
Assim sendo, nesse sentido, tem-se ampla orientação jurisprudencial, conforme adiante 
se segue: 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Nos crimes contra a saúde pública - tóxicos - as provas testemunhais e o laudo de 
constatação, por si só, não autorizam condenação. É indispensável a prova material, 
consubstanciada no competente laudo pericial (TJMT)- Rel. Des. Milton Figueiredo 
Mendes - RT 549/352. 
 
Nula é a sentença proferida em processo por infração ao art. 12 da Lei nº 6.368/76 sem 
ter presentes os laudos toxicológicos. (TACrim SP - HC 79.154 - Rel Juiz Roberto 
Martins). 
 
Nulidade - Prolação, em caso de posse de entorpecentes sem que dos autos constasse o 
exame químico toxicológico - Inadmissibilidade -(RT 547/326). 
 
Nulidade - Prolação sem que à Defesa fosse dado ciência do exame toxicológico - 
Concessão de habeas corpus. (RT 506/373). 
 
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Não se deve confundir o laudo de constatação da droga, art. 50, § 1° da Lei nº 
11.343/2006 que tem o escopo de levar a efeito uma prisão em flagrante e possibilitar o 
oferecimento da denúncia, com o laudo de exame toxicológico definitivo, do qual depende 
o Magistrado para a prolação da sentença, e que, de acordo com a Lei de Drogas, 
11.343/2006, deve ser encaminhado para os autos até a data da audiência de instrução e 
julgamento. 
 
LEI Nº 11.343/2006 
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, 
imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, 
do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da 
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da 
droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. 
 
 
Assim sendo, como hão de convir os doutos julgadores, deve ser a R. sentença anulada, 
para que outra seja proferida, observando-se, evidentemente, o disposto nos arts. 617 e 
626 do CPP, que impossibilita a reformatio in pejus indireta, em caso de anulação de 
sentença, pleiteada somente pelo réu. (Vide o entendimento do STF (RHC 53.933, DJU 
18/2/77, p. 887;RTJ 88/1018 e 95/1081; RT 548/418). 
 
MÉRITO 
 
O réu negou autoria e materialidade delitivas, tanto na esfera policial quanto na judicial 
(fls...) esclarecendo que a lanterna, em cujo interior teria sido encontrada a porção de 
droga, pertencia a seu irmão, mas que não tinha qualquer conhecimento acerca de seu 
conteúdo e que, igualmente não lhe pertencia a balança apresentada pelos policiais. 
 
Toda a prova dos autos leva à conclusão de que o ora apelante falou a verdade, em que 
pese a confissão ser divisível e retratável, art. 200 do CPP. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do 
juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 
 
 
Veja-se que os policiais estiveram no local diligenciando, com o objetivo de colher 
informações obtidas contra o indivíduo alcunhado por “Macarrão”, que é o irmão do réu. 
Enquanto realizavam busca no interior da residência de “Macarrão”, o ora apelante dirigiu-
se até lá para verificar o que estava acontecendo, momento em que os policiais 
solicitaram-lhe autorização para efetuar busca também em sua casa, tendo o acusado de 
imediato concordado permitindo que os policiais ali adentrassem. 
 
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Se o réu estivesse consciente acerca do conteúdo da lanterna, ou, mesmo, em tese, se 
fosse a droga desua propriedade e a estivesse traficando, jamais iria ao encontro dos 
policiais e permitiria que estes fizessem busca em sua residência. 
 
A inocência do apelante está, portanto devidamente comprovada e se acha espelhada 
nos autos, sendo que o mesmo deu uma evidente demonstração nesse sentido, indo ao 
encontro dos policiais e franqueando sua casa para a realização da busca domiciliar que 
estava autorizada judicialmente, estando os policiais munidos do competente mandado de 
busca e apreensão. 
 
Até os policiais que efetuaram a diligência se convenceram de que o réu, na verdade, 
nada sabia acerca da droga que teria sido encontrada em sua residência, e isso em vista 
das circunstâncias em que se deu a apreensão, consoante se comentou. 
 
E, nesse sentido, o policial, ouvido às fls... solidifica, ainda mais, a versão ofertada pelo 
ora apelante. 
 
“segundo informações... soube que um indivíduo, conhecido por “Macarrão” estaria 
vendendo drogas a viciados na cidade de............ que, enquanto prosseguiam nas buscas, 
chegou ao local o acusado, que é irmão de “Macarrão”; que então entabularam 
conversações no sentido de prosseguir-se com as buscas também na casa do acusado, 
que é irmão de “Macarrão”; que este franqueou aos policiais sua residência, dizendo 
apenas, em tom de brincadeira, que não fizessem muita bagunça. Disse também que seu 
irmão “Macarrão” havia deixado alguns objetos em seu poder, tais como Revistas e uma 
lanterna... Que o acusado demonstrou-se surpreso com a apreensão e disse que jamais 
havia imaginado que seu irmão pudesse fazer uma coisa dessas com ele;que o acusado 
negou que fizesse uso ou comercializasse a droga, sendo que, pelo contrário, o depoente 
reparou que haviam diversas medalhas no local indicando ser o denunciado um 
esportista; que a reação do acusado no momento em que os policiais encontraram a 
droga foi de indignação... 
 
O outro policial igualmente, às fls.... e.... declarou que 
 
... um individuo conhecido por “Macarrão”, traficava drogas... enquanto procediam buscas 
no interior daquela casa apareceu o irmão de “Macarrão”... foi dito que “Macarrão” 
guardara alguns objetos na casa do acusado. 
 
.... que o acusado mostrou-se surpreso quando os policiais encontraram a droga. Que 
segundo entende o depoente, talvez o acusado tenha entrado de “laranja” nesta história, 
pois franqueou sua casa de maneira espontânea aos policiais... 
 
... O acusado deu demonstração de que desconhecia as atividades ilícitas de seu irmão... 
 
Fulano, também investigador de Polícia, deu versão similar, às de fls... acrescentando 
que... 
 
... a busca destinava-se exclusiva e tão somente à residência do “Macarrão” e que se o 
acusado não tivesse se identificado não teriam procedido busca na sua casa. Que o 
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acusado demonstrou-se surpreso com a apreensão da droga e ao saber das atividades 
ilícitas de seu irmão. Que não é comum às pessoas envolvidas em atividades ilícitas 
apresentarem-se perante diligências policiais, posto que geralmente procuram fugir do 
local. 
 
 
Não restam dúvidas, quanto à inocência do acusado, que, até mesmo os policiais 
acabaram por reconhecer em seus depoimentos. E a mais das vezes, nenhuma razão 
teria o réu para incriminar falsamente o próprio irmão, depreendendo-se, pois, que falou a 
verdade. 
 
O ora apelante é primário, com bons antecedentes, honesto e bem quisto por todos, 
sendo que nada foi provado no sentido de desmerecer a sua versão, que se coaduna, 
com perfeição e logicidade, aos fatos narrados no processo em questão, devendo, pois, 
ser acreditado. 
 
Assim sendo, não obstante o MM Juiz a quo em sua R. sentença, tenha procurado 
justificar a injustificável condenação, afirmando que as testemunhas de acusação 
“prestigiam a peça denunciante, trazendo ao Juízo a certeza de que o acusado é um 
traficante de cocaína”, pode-se ver que, ao contrário, os próprios policiais acabaram 
reconhecendo que o ora apelante era inocente, inclusive afirmaram que ele “entrou como 
um verdadeiro laranja”. 
 
Nenhuma testemunha, ademais, afirmou que o réu traficava qualquer tipo de droga, ou 
que, sequer tivesse conhecimento de que seu irmão estava envolvido em delitos dessa 
natureza. 
 
Ora, já se tem sustentado que o simples encontro da droga com o suspeito não basta 
para erigir uma prova de autoria, pois esta deve estar definida em termos do dolo do 
agente. A posse deve estar, sempre ligada à vontade consciente deste em consumir ou 
traficar a droga. Daí, afirmar-se que o simples encontro pode configurar a materialidade 
do fato, mas este nem sempre é criminoso. A simples posse pode ser um elemento a 
solidificar a prova de autoria, mas esta deve ficar demonstrada, atendendo-se ao princípio 
da inocência presumida do acusado. E, por derradeiro, é preciso que as circunstâncias 
evidenciem o dolo do agente, para que se autorize um édito condenatório. Vide neste 
sentido, que: 
 
O encontro do tóxico escondido em veículo não basta, por si só, à condenação do 
respectivo motorista. Indispensável a tal desiderato é a existência de provas de ter sido 
ele consciente transportador da substância proibida ou usuário do entorpecente 
(TACrimSP - Rel Juiz Francis Davis - JUTACRIM 54/305). 
 
O mesmo ocorre no caso em questão, não tendo sido provado que o réu tinha 
conhecimento da droga ali ocultada (ficando, ao contrário, evidente que não o sabia), ou 
que a tinha ali para seu uso ou venda. Assim, ao contrário do que entendeu o Magistrado, 
a autoria não restou “induvidosa”, ausente qualquer prova quanto ao elemento subjetivo 
na espécie. 
 
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A prova da traficância, a mais das vezes, deve ser feita, amplamente, pelo órgão 
acusador, não bastando, para a condenação, presunções de natureza subjetiva, mas a 
demonstração clara de que o agente se enquadra no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006, 
quando alguma dúvida restar, o melhor é absolver pelo princípio in dubio pro reo. 
 
Nesse sentido também: 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Encontro de maconha em residência não basta para responsabilizar sua proprietária que, 
com visos de veracidade, alega ignorar a existência de tóxicos em sua casa, 
assiduamente frequentada por um seu companheiro, com antecedentes penais por 
envolvimento em caso semelhante - Rel. Juiz Azevedo Franceschini - JUTACRIM 25/214 
 
Em matéria criminal, tudo deve ser preciso e certo, sem que ocorra possibilidade de 
desencontro na apreciação da prova. Desde que o elemento probante não se apresenta 
com cunho de certeza, a absolvição do réu se impõe.. (TJSP-AC- Rel. Des. Hoeppner 
Dutra - RJTJSP 10/545). 
 
A prova deve ser, portanto, certa, indubitável e exata como a expressão algébrica, a 
sobrelevar a evidência da verdade e a tranquilizar o espírito do julgador, não sendo lícito 
forçá-la com artifícios e presunções de ordem subjetiva, sem qualquer cunho de 
veracidade. Existindo dúvida e incerteza, a absolvição do réu é, de rigor, pela absoluta 
necessidade de jamais se impor pena a um inocente. 
 
Ex positis, aguarda-se que esse Egrégio Tribunal em sua alta sapiência, haja por bem 
acolher o presente recurso, anulando a sentença condenatória ou absolvendo o apelante 
da presente imputação, com o que estará realizando a mais lidima JUSTIÇA. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
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21. Apelação com Preliminar de Prescrição Retroativa 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMOSENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
 
 
Proc. n° 000/09 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
 
 
FULANO DE TAL (qualificar), nos autos do processo-crime que lhe move a Justiça 
Pública desta Comarca, perante esse DD. Juízo e respectivo Cartório, por seu advogado 
e bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa excelência, a fim de oferecer as anexas Razões 
de apelação, requerendo sua juntada aos referidos autos. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Razões de apelação 
 
 
 
Apelante: FULANO DE TAL 
Apelada: Justiça Pública 
 
 
Juízo de Direito da __ª Vara Criminal - COMARCA DE ___________ 
 
 
 
Egrégio Tribunal 
Colenda Câmara 
 
 
 
Preliminarmente: extinção de punibilidade pela ocorrência da prescrição da pretensão 
punitiva. 
 
O recorrente encontra-se condenado a um ano de reclusão, com direito a sursis, mais 
multa, por crime de falsidade ideológica, de acordo com o art. 299 do Código Penal. 
 
Consoante consta dos autos a data do fato considerado delituoso,.../.../..., até o 
recebimento da denúncia, fls... ocorrido em.../.../... ocorreu lapso temporal superior a dois 
anos. 
 
Nos termos do art. 110, § 1° do CP, a prescrição, depois de transitada em julgado para o 
Ministério Público a sentença condenatória, calcula-se pela pena aplicada, i.e, sobre um 
ano de reclusão e multa. 
 
Assim sendo, neste caso, a prescrição da pretensão punitiva se verifica em quatro anos, 
consoante dispõe o art. 109, V do CP. 
 
No tempo em que ocorreu o fato, o apelante era menor de vinte um anos, o que foi 
admitido na sentença de fls... e o que significa afirmar que foi reduzido pela metade o 
prazo prescricional, consoante dispõe o art. 115 do CP, passando agora para o prazo de 
dois anos. 
 
Assim, calculado o prazo prescricional embasado na pena em concreto, uma vez que a 
referida sentença recorrida transitou para o Ministério Público, e considerando-se que o 
réu era menor de 21 anos à época do fato, a prescrição da pretensão punitiva verificou-se 
entre a sentença e o recebimento da denúncia porque ocorreu um lapso temporal superior 
a dois anos, estando, portanto, extinta a punibilidade. 
 
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A prescrição da pretensão punitiva é tida como causa extintiva de punibilidade, consoante 
dispõe o art. 107, IV do CP, e fulmina o fato praticado, suprimindo, de vez, a persecutio 
criminis, elidindo de vez, todos os efeitos secundários da sentença. 
 
A prescrição retroativa, atingido a punição, opera rescisão da sentença condenatória e de 
seus efeitos, principais ou acessórios. 
 
Assim sendo é pacífico o entendimento de nossos tribunais com relação ao exposto, e, 
nesse sentido assim se manifestam: 
 
Prescrição penal - Prescrição da pretensão punitiva - Artigo 110, § 1°, CP (Lei n° 
7.209/74). 
 
A prescrição, depois da sentença condenatória, com trânsito em julgado para a acusação, 
regula-se pela pena aplicada e alcança a pretensão punitiva ou a ação e não apenas a 
pretensão executória (STF-RE-SP. Rel. Min. Rafael Mayer, in. DJU 7/6/85). 
 
 
Ex positis, espera o recorrente que esse Egrégio Tribunal declare extinta a punibilidade, 
em decorrência da prescrição da pretensão punitiva, na modalidade retroativa. 
 
Se a preliminar arguida não for aceita, o que se admite apenas como argumentação, 
também no mérito não há como se manter a R. sentença condenatória, pelo que se passa 
a expor: 
 
Do mérito 
 
A condenação do réu por crime de falsidade ideológica, embasada que foi no art. 299 do 
CP, não pode prosperar e deve ser julgada improcedente porque não houve “conduta 
omissiva” e nem “inseriu declaração falsa” da que deveria ser consignada. Nesses casos 
há necessidade de que a falsidade seja capaz de enganar. Nos ensinamentos de 
MAGALHÃES NORONHA, vimos que: “uma simples mentira, mera irregularidade, simples 
preterição de formalidades etc., não constituirão falsidade”. (Direito Penal, 1979, IV /173). 
 
O falso ideológico deve ter (prejudicabilidade), i.e., a finalidade, o ânimo de prejudicar o 
direito de alguém, criar obrigação ou alterar a verdade, o que não ocorreu com a ação do 
recorrente. 
 
A desclassificação do crime “de falsidade ideológica”, para a “comunicação falsa de crime, 
tem amparo no art. 340 do CP e se enquadra no presente caso, vejamos: 
 
Incrimina-se o comportamento de quem provoca a ação de autoridade, comunicando-lhe 
a ocorrência de crime, que sabe não se ter verificado. 
 
Assim, indispensável é que o agente esteja consciente de que nenhum crime ocorreu. 
 
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Como Vossas Excelências podem observar, o recorrente, como demonstram as provas 
testemunhais contidas nos autos, não teve em nenhum momento a intenção de prejudicar 
direito alheio, porém, tão somente, o de resguardar seu direito. 
 
O pretenso ofendido não tem e não teve direito à importância constante do cheque em 
questão. Se tivesse esse direito, seria lógico tê-lo pleiteado no valor que lhe seria devido 
por meio da Justiça Trabalhista. 
 
Tentou o recorrente, ao comunicar o fato à polícia, coibir a ação de alguém que estava na 
iminência de colocá-lo em situação difícil no banco contra o qual o cheque foi emitido. 
 
Usou, assim, de forma ingênua e foi sugerido pelo gerente do banco em questão que 
fizesse um boletim de ocorrência objetivando a sustação do pagamento do cheque. 
 
Foi, indubitavelmente, a forma de defender o seu direito, pode-se, assim, dizer, que seria 
a forma incomum de legítima defesa, sendo o único meio de que dispunha, na 
oportunidade, por se tratar, na época de pouco mais que um garoto a se defender, 
orientado por alguém que presumia e entendia do assunto, o gerente do banco. 
 
Assim sendo, depreende-se dos fatos, comprovados pelas provas testemunhais 
constantes dos autos, que o caso se subsume mais ao art. 340 do CP que ao art. 299 do 
citado diploma penal, logo, mister se faz, por medida de justiça decrete-se a 
desclassificação que produza os benefícios da penalidade a ser aplicada 
alternativamente, ou seja, detenção de um a seis meses, ou multa. 
 
Em caso de essa Egrégia Câmara analisando o mérito entenda que cabe a 
desclassificação aqui defendida, espera seja também decretada a extinção da 
punibilidade, vez que, desta vez terá ocorrido a prescrição retroativa, tanto do fato ao 
recebimento da denúncia, como deste à sentença. 
 
Ex positis, espera o apelante que Vossas Excelências deem provimento ao presente 
recurso, para reformar a R. sentença de fls../... por ser da mais lidima JUSTIÇA. 
 
De______para_______ 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
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22. Apelação 
 
Recurso de apelação no processo penal constitui a apelação na atualidade recurso 
ordinário por excelência, previsto na quase totalidade das legislações modernas, 
caracterizada por ampla devolução cognitiva ao órgão ad quem. É eficaz instrumento 
processual para a atuação do princípio do duplo grau de Jurisdição. 
Cabe apelação contra:- Sentenças condenatórias; 
- Sentenças absolutórias; 
- Nos casos do artigo 593, II do CPP. 
 
A apelação deve sempre ser endereçada ao juízo ad quem competente. Apesar de ser 
interposta em 1º grau, em face do juiz prolator da sentença, a apelação não permite, ao 
contrário do recurso em sentido estrito, o juízo de retratação, ou seja, a sua apreciação 
pelo prolator da decisão. 
 
 
Excelentíssimo (a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) de Direito da__________ Vara Criminal da 
Comarca de___________ 
 
 
 
 
 
 
Processo 00000 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo crime que lhe move a Justiça 
Pública, por seu procurador infra-assinado, não se conformando, "data venia", com a 
sentença exarada por este juízo, respeitosamente, no quinquídio legal, vem interpor 
Recurso de Apelação, nos termos do art. 593, I, do Código de Processo Penal. 
 
Requer, destarte, que depois de recebido o presente recurso e atendidas as formalidades 
de estilo, se digne este juízo de determinar a remessa dos autos para a apreciação do 
Egrégio Tribunal, com as razões inclusas. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local e data 
 
Advogado – OAB 
 
 
 
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RAZÕES DA APELAÇÃO 
 
 
_____Vara Criminal da Comarca de____________ 
Processo número: 00000 
 
 
 
Eméritos Julgadores, 
FULANO DE TAL, (relatar a síntese do processo, com foco nos fatos e razões da defesa, 
finalizando com os destaques da decisão recorrida). 
Entretanto, data venia, entende o apelante que a veneranda sentença não expressou o 
melhor direito, senão vejamos: 
 
 
(expor os argumentos, doutrina e jurisprudência favoráveis à tese do apelante) 
 
 
Face ao exposto, espera o apelante que este Tribunal, analisando as peças que constam 
dos autos e considerando os argumentos expendidos, haja por bem de reformar a 
veneranda sentença de primeira instância, para___________(descrever o objetivo 
pretendido - absolver, reduzir pena, anular decisão, por insuficiência de provas, dúvida 
sobre a autoria do crime ou motivo diverso, etc.)..., como medida da mais lídima 
JUSTIÇA. 
 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
 
 
Local e data 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
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23. Arresto 
 
O art. 136 do CPP dispunha sobre o sequestro, mas foi alterado pela Lei n° 11.435, de 
2006, em cujo texto consta arresto e não sequestro. Além desse artigo que dispõe sobre 
arresto de imóvel, o arresto de bens móveis também é permitido nos termos do art. 137 
do CPP, que também sofreu alteração pela Lei n° 11.435/2006 cujo texto trata de arresto 
e não mais de sequestro como era antes da alteração sofrida, vejamos: 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente, 
poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é 
facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006). 
 
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na 
forma do § 5º do art. 120. 
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, 
para a manutenção do indiciado e de sua família. 
 
 
Podem ser arrestados todos os bens móveis que sejam penhoráveis, nos termos do art. 
649 do CPC, desde que não sejam produto de crime, caso em que serão sequestrados e 
não arrestados, vejamos: 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 
2006). 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de 
aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de 
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador 
autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3º deste 
artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens 
móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; (Redação dada pela Lei 
nº 11.382, de 2006). 
VI - o seguro de vida; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
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VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória 
em educação, saúde ou assistência social; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de 
poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido 
político. (Incluído pela Lei nº 11.694, de 2008) 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a 
aquisição do próprio bem. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 2º O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para 
pagamento de prestação alimentícia. (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006). 
 
 
O arresto e a hipoteca legal só podem ser requeridos depois de iniciada a ação penal uma 
vez que haja prova da materialidade e indícios suficientes de autoria do delito. 
 
Em ambos os casos, ou seja, as cautelares, o requerente deve estimar a 
responsabilidade do réu e o valor dos bens que o arresto requer. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ________________. 
 
 
 
 
 
Proc. n°.... 
 
Cartório do 1° Ofício 
 
 
 
FULANO DE TAL, (qualificar), nos autos do processo-crime que a Justiça Pública move a 
BELTRANO perante esse DD. Juízo e respectivo Cartório, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência a fim de requerer o arresto de bem móvel, pelos motivos e 
razões que adiante passa a expor: 
 
1. O requerente figura na qualidade de vítima do crime de apropriação indébita no 
processo-crime em epígrafe, cuja autoria do delito foi confessada pelo requerido; 
 
2. Consoante se depreende dos autos, o requerido apropriou-se de vários bens do 
estabelecimento de propriedade do requerente, onde exercia a função de vendedor; 
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3. O valor do prejuízo é de R$................. consoante as provas que constam dos 
documentos anexos; 
 
4. Com o objetivo de ser ver ressarcido, em que pese parcialmente, do ilícito sofrido, 
requer seja determinado por Vossa Excelênciao arresto do automóvel, (caracterizar o 
veículo) único bem de propriedade do requerido, cujo valor estimado em R$.......... 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
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24. Arresto Prévio 
 
EXCELENTSÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ______________________. 
 
 
 
Proc. n° 00709 apenso 
 
Cartório do 1° Ofício 
 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos da ação penal que a Justiça Pública desta 
Comarca move contra BELTRANO, na qualidade de vítima, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência, a fim de requerer o arresto prévio de bem imóvel pertence 
ao réu, pelos motivos que adiante passa a expor: 
 
1. Dos fatos. 
 
a) No dia.../.../..... por volta das..... horas ao sair de seu consultório, sito à Rua _____, nº 
___, bairro _____, nesta comarca, o requerente dirigiu-se ao seu veículo que estava 
estacionado nas imediações; 
 
b) Ao se aproximar do veículo foi surpreendido por um homem que, sob grave ameaça 
com arma de fogo, subtraiu-lhe as chaves do veículo e com este fugiu; 
 
c) Depois da ocorrência do delito o requerente dirigiu-se à Delegacia de Polícia local onde 
foi lavrado o competente Boletim de Ocorrência; 
 
d) Procedidas às diligências para a possível localização do autor apurou-se o paradeiro 
do criminoso e verificou-se que o bem, produto do crime de roubo, art. 157 do CP, não 
mais se encontrava na sua posse, tendo, assim, desaparecido; 
 
e) Pesquisando junto aos Cartórios de Registro de Imóveis desta comarca o requerente 
veio a constatar, consoante certidões anexas, que o réu é proprietário de dois imóveis: o 
primeiro deles situado na Rua _____, nº ___, bairro _____, nesta comarca onde o 
requerido reside e o segundo acha-se localizado na Rua _____, nº ___, bairro _____, 
nesta comarca, que se acha vazio e que foi adquirido em razão de partilha homologada 
no processo de inventário que tramitou perante a E. Vara Cível desta Comarca (doc. 
anexo) 
 
2. Do Direito. 
 
a) Consoante dispõe a legislação processual penal é permitido no seu art. 136 o arresto 
prévio de bem imóvel, de origem lícita, pertencente ao réu, quando ficar provada a 
materialidade do crime; 
 
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b) Assim, fica patente o direito do requerente em obter a medida sobre o bem, sito à Rua 
_____, nº ___, bairro _____, vez que, em razão da equivalência de valores (automóvel 
roubado e imóvel) aproximadamente R$..... pode ser assegurada a indenização, tendo em 
vista o prejuízo sofrido pelo requerente. 
 
3. Do pedido 
 
Ex positis, requer respeitosamente o arresto prévio do bem imóvel supracitado, embasado 
no art. 136 do CPP, a fim de garantir o direito à justa indenização. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
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25. Arresto Prévio 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE __________________. 
 
 
 
 
 
Proc. n°0007/09 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL (qualificar), nos autos do processo-crime que a Justiça Pública desta 
Comarca move a BELTRANO, por infração ao art. 121, § 3° do CP, por seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, a fim de requer arresto prévio de 
imóvel, pelos motivos que adiante se passa a expor: 
 
1. O requerente é genitor de SICRANA DE TAL, falecida em data de.../.../.... nesta cidade 
cuja morte foi motivada por atropelamento causado por BELTRANO; 
 
2. O requerido e proprietário de um único imóvel localizado nesta cidade, sito à Rua 
_____, nº ___, bairro _____, nesta Comarca consoante consta descrito na certidão anexa; 
 
3. Sabedor de que lhe será proposta ação de indenização pelo evento, o requerido 
colocou à venda o citado imóvel consoante faz prova com o anúncio anexo, por preço 
inferior ao de mercado em inegável e clara atitude de quem pretende se furtar ao 
ressarcimento; 
 
4. O requerente providenciará o pedido de especialização da hipoteca legal sobre o citado 
bem imóvel com o objetivo de garantir futura reparação de dano, porém, por ser 
demorada tal ação, ou seja, a efetivação de tal medida, cautelosamente requer o arresto 
prévio do imóvel em questão nos termos do art. 136 do CPP, alterado pela Lei n° 
11.435/2006 para se evitar que ele seja alienado. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
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26. Arresto 
 
O procedimento vem disciplinado no art. 135 do CPP, vejamos: 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor 
da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar 
especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da 
responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. 
§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a 
estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se 
outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios 
do domínio. 
§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados 
far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe 
facultada a consulta dos autos do processo respectivo. 
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório, poderá 
corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou 
deficiente. 
§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à 
garantia da responsabilidade. 
§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, 
podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o 
arbitramento anterior à sentença condenatória. 
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo 
valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da 
hipoteca legal. 
 
 
O interessado deve peticionar ao juiz criminal competente, mas deve provar a existência 
do delito, mencionando os indícios da autoria nos termos do art. 134 do CPP, bem como 
estimar o valor da responsabilidade do réu. Não há confundir indiciado com réu. Deve 
descrever o imóvel, atribuindo-lhe o valor e juntando os documentos relativos à 
responsabilidade e certidões de domínio do bem a ser hipotecado. 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ________________ 
 
 
 
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Processo n° 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos de Arresto Prévio apensados à Ação Penal 
Pública Incondicionada que a Justiça Pública move contra BELTRANO, tempestivamente,por seu advogado e bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração 
anexo), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência a fim de requerer a 
Especialização de Hipoteca Legal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
 
 
1. Dos fatos. 
 
a) Em data de..../..../.... o requerente interpôs, embasado no art. 136 do CPP, pedido de 
arresto prévio de bem imóvel de propriedade do réu, para que se resguardasse em favor 
do requerente o direito de indenização decorrente da prática do delito previsto no art. 163 
do CP; 
 
b) Decretado o arresto prévio, necessário se faz o decreto da especialização da hipoteca 
legal e respectiva inscrição, senão, vejamos: 
 
- segundo se depreende do apurado nos autos, a responsabilidade civil do acusado é 
estimada no valor de aproximadamente R$......... (colocar o valor por extenso) decorrente 
do prejuízo causado ao requerente pela destruição total do veículo (caracterizar), de sua 
propriedade (docs.....) 
 
- como já foi informado, no pedido anterior, o réu é proprietário de vários bens imóveis, 
porém com o intuito de fraudar a indenização ao requerente, vem se desfazendo 
gradualmente dos mesmos sem aparente justificativa. 
 
- assim, comprovada a má-fé foi decretado o arresto prévio do bem imóvel localizado na 
Rua _____, nº ___, bairro _____, nesta comarca, avaliado em R$........ (por extenso) 
 
-o imóvel é de propriedade do réu, estando devidamente registrado no Cartório de 
Registro de Imóveis e Anexos desta comarca, consoante se verifica na certidão anexa 
(Doc.....) 
 
2. Do direito. 
 
a) O art. 136 do CPP assim dispõe: “O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, 
revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de 
inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006). A inscrição da 
hipoteca legal tem por objetivo a garantia ao ofendido do direito à indenização decorrente 
de delito contra ele cometido; O art. 135 do CPP assim dispõe: “Pedida a especialização 
mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e 
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designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o 
juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do 
imóvel ou imóveis”; 
 
b) O entendimento doutrinário e da jurisprudência trazem o mesmo sentido. 
 
3. Do pedido 
 
Sendo a hipoteca legal medida cautelar, determinada por lei, através da qual se assegura 
o direito pessoal, por meio de um direito real sobre um determinado bem imóvel do réu, 
para que se possa ressarcir o ofendido dos prejuízos que ele teve com a prática do delito, 
e tendo em vista o caso presente, certa e inegável é a ocorrência da perfeita subsunção 
do fato à norma legal disciplinadora. 
 
Ex positis, requer seja julgado procedente o presente pedido de especialização para que 
se possa proceder à inscrição da hipoteca legal de modo que possa produzir seus efeitos 
legais. 
 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
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27. Arresto 
 
 
 
EXCELENTISISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE ________________. 
 
 
 
Processo n° 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL (qualificar) por seu advogado e bastante procurador infra-assinado 
(instrumento de procuração anexo) vem respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência expor e requerer o que adiante se segue: 
 
1. Dos fatos: 
 
a) O requerente teve seu automóvel (caracterizar o veículo) incendiado e totalmente 
destruído por ação delituosa praticada por BELTRANO, qualificado na qualidade de réu 
no processo-crime epigrafado; 
 
b) O automóvel que é do ano...... sofreu perda total consoante mostra o laudo pericial do 
IC (doc......) causando ao requerente prejuízo estimado em R$...... (por extenso), 
consoante levantamento dos valores de mercado automobilístico (doc.....) 
 
2. Do pedido 
 
O réu é proprietário de um imóvel tipo quitinete, unidade n°..... do edifício....... situado na 
Rua _____, nº ___, bairro _____, nesta comarca, consoante certidão anexa (doc.....) 
avaliado no mercado Imobiliário em R$......... (por extenso), consoante certidão expedida 
pelo Cartório de Registro de Imóveis e Anexos desta comarca que aponta como sendo o 
único imóvel registrado em nome do réu. 
 
Assim sendo, diante da certeza da autoria do delito, embasado nos arts. 134 e 135 do 
CPP requer a especialização da hipoteca legal do imóvel referido, com o objetivo de 
garantir o ressarcimento dos danos que lhe foram causados pela ação delituosa do réu. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
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28. Auto de Prisão em Flagrante 
 
Este seria o modelo de auto de prisão em flagrante que deveria ser lavrado contra autor 
do crime de ameaça, nos termos do parágrafo único do art. 147 do Código Penal, em 
atenção à representação do ofendido feita à autoridade policial. 
Esta infração deve ser apurada pela Lei nº 9.099/95 e não por meio de inquérito policial. 
(Vide Lei nº 10.259/2001) 
 
 
Aos 23 (vinte e três) dias do mês de novembro do ano de dois mil e nove, na cidade de 
____, na sede do 1° Distrito Policial, onde presente se achava o Dr. ___________, 
Delegado Titular, comigo escrivão de seu cargo ao final assinado, às 14 (catorze) horas, 
aí compareceu o Policial Militar Fulano de Tal, conduzindo presa Sicrana de Tal, pelos 
motivos que adiante passará a expor. QUALIFICAÇÃO DO CONDUTOR E PRIMEIRA 
TESTEMUNHA. Fulano de Tal, branco, brasileiro, solteiro, com 25 anos de idade, Policial 
Militar sediado na 1ª Companhia Policial Militar, desta cidade, filho de Fulano de Tal e de 
Sicrana de Tal, natural de _______, residente na Rua ______, nº __, bairro _____, nesta 
cidade, sabendo ler e escrever. Alega não ser parente de nenhuma das partes. 
Testemunha compromissada na forma da lei prometeu dizer a verdade do que soubesse 
e lhe fosse perguntado. Inquirida pela autoridade policial respondeu: Que hoje, por volta 
de 13h, estava em ronda pelo bairro _____, com a viatura de Rádio-Patrulha, cujo veículo 
era conduzido pelo Policial Militar Fulano de Tal, e ao passarem pela Rua ______, 
depararam com uma mulher no portão da casa de número 01, ameaçando com uma faca 
a senhora Sicrana de Tal que se mostrava desesperada e nervosa com aquela ameaça e 
procurava se esconder atrás do portão para não ser agredida. Pararam a viatura 
incontinenti e se dirigiram ao local onde prenderam em flagrante a agressora, que foi 
identificada por Sicrana de Tal, sendo ela desarmada, cuja faca foi apreendida pelo 
depoente que lhe deu voz de prisão por infração ao art. 147 do Código Penal, sendo ela 
conduzida para esta Distrital onde foi apresentada à autoridade policial; Que foram 
arroladas na qualidade de testemunhas as senhoras Sicrana de Tal e Beltrana de Tal que 
se achavam presentes ao local do fato, sendo testemunhas oculares; Que não conhece 
as partes, sendo esta a primeira vez que as viu; Que a conduzida não reagiu à voz de 
prisão e alegou que ameaçava a vítima porque ela estava falando mal de sua pessoa, 
para a testemunha Sicrana de Tal que é sua vizinha; Que a faca foi exibida nesta 
delegacia para ser apreendida formalmente e a vítima e as testemunhas acham-se 
presentes nesta repartição para serem ouvidase darem suas versões. Nada mais disse e 
nem lhe foi perguntado. Por determinação da autoridade policial o depoente recebe nesta 
oportunidade cópia do seu depoimento em cumprimento ao disposto no art. 304 do 
Código de Processo Penal alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
 
Autoridade Policial:________________ 
 
Depoente:_______________________ 
 
Escrivão:________________________ 
 
 
Em seguida a autoridade passou a ouvir a segunda testemunha que disse chamar-se 
Fulano de Tal, branco, brasileiro, com 30 anos de idade, Policial Militar sediado na 1ª 
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Companhia Policial Militar, situada nesta cidade, natural de __________, filho de 
SICRANO e de Beltrana de Tal, residente na Rua ____, nº __, nesta cidade, sabendo ler 
e escrever, alega não ter parentesco com nenhuma das partes. Testemunha 
compromissada na forma da lei prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse 
perguntado. Inquirida pela autoridade policial respondeu: Que hoje, por volta de 13h 
estava em ronda pelo bairro ______ com a viatura de Rádio-Patrulha, juntamente com o 
Policial Militar Fulano de Tal, e ao passarem pela Rua ______, próximo ao número 01, 
depararam com a conduzida presente ameaçando a vítima, também presente, com uma 
faca; Que o depoente dirigia a viatura, parou-a imediatamente e se dirigiram ao local para 
atenderem a ocorrência; Que a arma da conduzida foi apreendida pelo Policial Fulano que 
lhe deu voz de prisão, sendo ela trazida presa para esta Distrital para ser apresentada à 
autoridade policial; Que no local estavam presentes as testemunhas Sicrana de Tal e 
Beltrana de Tal que presenciaram o ocorrido e acham-se presentes nesta unidade policial 
para serem ouvidas nos autos; Que não conhece as partes, sendo esta a primeira vez 
que as viu; Que a conduzida não reagiu à voz de prisão que lhe foi dada e alegou que 
ameaçava a vítima porque ela estava falando mal de sua pessoa para a testemunha 
Sicrana de Tal; Que a faca foi exibida nesta delegacia para ser formalmente apreendida. 
Nada mais disse e não lhe foi perguntado. Por determinação da autoridade policial o 
depoente recebe nesta oportunidade cópia do seu depoimento em cumprimento ao 
disposto no art. 304 do Código de Processo Penal alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
 
Autoridade policial:_________________ 
 
Depoente:________________________ 
 
Escrivão:_________________________ 
 
 
Em seguida a autoridade policial passou a ouvir a terceira testemunha que disse chamar-
se Sicrana de Tal, branca, brasileira, casada, do lar, com 35 anos de idade, filha de 
Sicrano e de Beltrana de Tal, natural de __________, residente na Rua ______, 02, bairro 
__________, neste município. Sabendo ler e escrever, alega não ser parente de nenhuma 
das partes. Testemunha compromissada na forma da lei prometeu dizer a verdade do que 
soubesse e lhe fosse perguntado. Inquirida pela autoridade policial respondeu: Que hoje, 
por volta de 13h horas estava no portão da casa da vítima Sicrana de Tal conversando 
com ela e falavam sobre assuntos pessoais e particulares; Que a conduzida, Sicrana de 
Tal estava no portão da casa dela, vizinha da casa da vítima, e de repente veio para o 
lado da vítima, empunhando uma faca de cozinha e falava: “Sua sem-vergonha, cachorra, 
eu te mato para você calar de vez essa boca”; Que a conversa entre a depoente e a 
vítima não atingia a pessoa da conduzida, mas ela cismou que o assunto versava sobre a 
vida dela e assim sendo partiu para cima da vítima, com o ânimo de atingi-la, mas não 
conseguiu o seu intento porque a vítima se protegeu atrás do portão de ferro; Que de 
repente passou por ali uma viatura da Polícia Militar e dois policiais desceram, foram ao 
local e um deles prendeu em flagrante a conduzida, desarmando-a e os dois colocaram-
na na viatura, trazendo-a para esta delegacia onde ela foi apresentada à autoridade 
policial; Que a conduzida não reagiu à voz de prisão que lhe foi dada e falou aos policiais 
que fazia isso porque a vítima falava mal de sua vida para a depoente. Nada mais disse e 
não lhe foi perguntado. Por determinação da autoridade policial a depoente recebe nesta 
oportunidade cópia do seu depoimento em cumprimento ao disposto no art. 304 do 
Código de Processo Penal alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
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Autoridade:_________________ 
 
Depoente:__________________ 
 
Escrivão:___________________ 
 
 
Em seguida a autoridade passou a ouvir a quarta testemunha que disse chamar-se 
Beltrana de Tal, branca, brasileira, solteira, funcionária pública municipal, com 30 anos de 
idade, filha de Sicrano e de Beltrana de Tal, natural de __________, residente à Rua 
______, 02, bairro __________, neste município sabendo ler e escrever, alega não ter 
parentesco com nenhuma das partes. Testemunha compromissada na forma da lei 
prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado. Inquirida pela 
autoridade policial respondeu: Que hoje, por volta de 13h, a depoente estava defronte ao 
portão de sua casa, vizinha da casa da vítima e viu quando ela conversava com Fulana, 
irmã da depoente, dando para ouvir que o assunto era bem pessoal e particular, não 
envolvendo a pessoa da conduzida; Que de repente a depoente viu quando a conduzida 
se aproximou da vítima e passou a ameaçá-la com uma faca de cozinha e falava: “Vou te 
matar porque você está falando mal da minha vida, sua sem-vergonha”; Que a vítima se 
protegeu atrás do portão de ferro da casa dela para não ser agredida; Que logo apareceu 
no local uma viatura da Polícia Militar, dois policiais desceram e um deles apreendeu a 
faca da conduzida, prendendo-a em flagrante, conduzindo-a para esta delegacia; Que a 
conduzida chama-se Sicrana de Tal e não resistiu à prisão; Que a depoente e a outra 
testemunha foram arroladas pelos policiais e convidadas a acompanhá-los até esta 
unidade policial para serem ouvidas. Nada mais disse e não lhe foi perguntado Por 
determinação da autoridade policial a depoente recebe nesta oportunidade cópia do seu 
depoimento em cumprimento ao disposto no art. 304 do Código de Processo Penal 
alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
 
Autoridade:________________ 
 
Depoente:_________________ 
 
Escrivão:__________________ 
 
 
 
Em seguida a autoridade passou a ouvir a vítima que disse chamar-se Sicrana de Tal, 
branca, brasileira, casada, do lar, com 40 anos de idade, natural de _______, filha de 
Fulano de Tal e de Sicrana de Tal, residente na Rua ______, 01, bairro __________, 
neste município. Sabendo ler e escrever, alega que deseja neste ato representar à 
autoridade policial, nos termos do art. 147, parágrafo único, do Código Penal, c.c os art. 
5º, § 4º e 24 do Código de Processo Penal, no sentido de que seja instaurado o 
competente inquérito policial contra a senhora Sicrana de Tal, residente à Rua ______, 
03, bairro __________, nesta cidade, por infração ao art. 147 do Código Penal, praticada 
contra a declarante na data de hoje, por volta de 13h, defronte à sua residência. 
Formalizada a representação, a autoridade policial passou a inquirir a vítima que 
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respondeu: Que hoje por volta de 13h estava conversando com Sicrana de Tal, sua 
vizinha, defronte à casa da declarante e falavam sobre assunto pessoal e particular, sem, 
contudo envolver a pessoa da conduzida; Que a conduzida vive provocando a declarante, 
xingando-a por cima do muro, ofendendo-a verbalmente, sem razão, apenas por causa de 
criança que às vezes deixa abola cair no quintal dela; Que a declarante pede-lhe 
desculpas, mas ela não aceita e continua a provocá-la; Que de repente a conduzida 
apareceu munida de uma faca de cozinha e foi para cima da declarante dizendo que ia 
matá-la porque estava falando mal de sua vida; Que a declarante protegeu-se atrás do 
portão de ferro da sua casa para não ser agredida; Que de repente passou pelo local uma 
viatura da Polícia Militar, os policiais desceram e desarmaram a conduzida prendendo-a 
em flagrante, conduzindo-a para esta delegacia; Que a declarante e as testemunhas 
Fulana e Sicrana foram convidadas pelos policiais para acompanhá-los a esta delegacia 
para serem ouvidas; Que a conduzida chama-se Sicrana de Tal e faz pouco tempo que 
mora naquele endereço, motivo pelo qual a declarante não a conhece muito bem, não 
tendo com ela qualquer relação de amizade. Nada mais disse e não lhe foi perguntado. 
Por determinação da autoridade policial a declarante recebe nesta ocasião cópia de suas 
declarações em cumprimento ao disposto no art. 304 do Código de Processo Penal 
alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
 
Autoridade:___________________ 
 
Declarante:______________________ 
 
Escrivão:________________________ 
 
 
 
Em seguida a autoridade passou a perguntar à conduzida sobre a sua qualificação, nos 
termos do art. 188 do Código de Processo Penal vigente, tendo ela respondido chamar-se 
Sicrana de Tal, branca, brasileira, casada, do lar, com 25 anos de idade, natural de ___, 
filha de Sicrano e de Beltrana, residente na Rua ______, nº __, bairro __________, neste 
município. Sabendo ler e escrever. A interroganda foi informada dos seus direitos 
constitucionais: o de permanecer calada, assistência jurídica e de pessoa da família, bem 
como comunicação da sua prisão a pessoa da família. Interrogada pela autoridade policial 
respondeu: Que são verdadeiras as acusações que pesam sobre a sua pessoa; Que é 
vizinha da vítima; Que não goza de bom relacionamento com ela e de fato vem discutindo 
com ela frequentemente, porque os filhos dela jogam a bola no quintal da interroganda 
somente para provocá-la, por isso a interroganda a xinga mesmo; Que hoje a 
interroganda estava em sua casa, na janela da sala quando ouviu a vítima falar bem alto 
para Beltrana, sua outra vizinha: “Ela não presta mesmo...” e entendeu que falava da sua 
pessoa; Que não teve dúvida, armou-se com uma faca de cozinha, saiu para a frente da 
casa, dirigiu-se para a vítima e ameaçou-a com aquela arma, falando-lhe: “Vou te matar, 
para não falar mal da vida alheia... sua sem-vergonha”; Que a vítima protegeu-se atrás do 
portão de ferro da casa dela e por isso não foi agredida... mas a interroganda, na verdade 
não tinha o ânimo de matá-la, e sim de ameaçá-la como o fez; Que passou pelo local uma 
viatura da Polícia Militar e dela desceram dois policiais, sendo que um deles desarmou a 
interroganda e deu-lhe voz de prisão em flagrante, conduzindo-a para esta delegacia 
onde foi apresentada à autoridade policial; Que nunca foi presa ou processada. Nada 
mais disse e não lhe foi perguntado. Por determinação da autoridade policial a 
interroganda recebe nesta ocasião cópia do seu interrogatório em cumprimento ao 
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disposto no art. 304 do Código de Processo Penal alterado pela Lei n° 11.113/2005. 
Cumprindo as formalidades legais a autoridade determinou que se encerrasse o presente 
auto tendo cada parte assinado com a autoridade e comigo escrivão que o digitei e 
recebido cópia do termo. 
 
 
Nos termos do art. 304 do Código de Processo Penal, alterado pela Lei n° 11.113/2005, 
após as partes serem ouvidas a autoridade policial deve determinar ao seu escrivão que 
entregue a cada uma cópia do depoimento, declarações e interrogatório devidamente 
assinados. Depois de ter lavrado o auto de flagrante a autoridade deve fazer o despacho 
interlocutório, determinando ao seu escrivão providências, conforme modelo adiante: 
 
 
Cls. 
 
1. J. o boletim de ocorrência onde o fato acha-se registrado, bem como o auto de exibição 
e apreensão da arma utilizada pela indiciada; 
 
2. Expeça-se a nota de culpa à presa, devendo ela passar recibo nas respectivas cópias, 
nos termos do art. 306, § 2° do Código de Processo Penal, alterado pela Lei n° 
12.403/2011; 
 
3. Qualifique-se, identifique-se, inclusive fotograficamente e pregresse-se a presa, nos 
termos do art. 6º, VIII e IX, do Código de Processo Penal c.c a Lei Federal nº 12.037/09, 
juntando-se as peças aos autos, acatando-se o princípio constitucional previsto no art. 5º, 
LVIII, da CF vigente, devendo ser juntada cópia de sua identidade aos autos, se for 
identificada civilmente; 
 
4. Oficie-se ao Instituto de Criminalística enviando-se a faca apreendida àquele órgão, 
requisitando-se o competente exame pericial; 
 
5. Comunique-se o fato aos órgãos policiais competentes, via fax, telex ou internet, para 
as providências cabíveis; 
 
6. Oficie-se ao MM. Juiz de Direito da comarca comunicando-se-lhe sobre a prisão da 
indiciada e enviando-se-lhe cópia do auto de flagrante, bem como cópia da nota de culpa 
a ela entregue; 
 
7. Considerando-se a primariedade da indiciada, ter ela residência fixa neste município, 
em cujo endereço exerce suas atividades domésticas; considerando-se que a infração por 
ela praticada é punida com detenção, nos termos do art. 147, do Código Penal, sendo, 
portanto afiançável; considerando que a autoridade pode conceder a liberdade provisória 
mediante fiança, nos termos do art. 322 do Código de Processo Penal, arbitro em favor da 
autuada, a fiança no valor de R$ 100,00 (cem reais), para que ela se livre solta da 
imputação que lhe é atribuída, devendo exibir o valor da fiança, ou alguém que por ela o 
faça, registrando-se a quantia exibida em livro próprio, de tudo extraindo-se a competente 
certidão para que surta seus efeitos legais; 
 
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8. Depois de exibida e devidamente registrada a fiança, expeça-se em favor da presa o 
competente alvará de soltura, devendo ela ser posta incontinenti em liberdade. 
 
A seguir voltem-me os autos conclusos para outras deliberações. 
 
Local e data. 
 
Delegado de Polícia 
 
 
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29. Carta Testemunhável 
 
A carta testemunhal está descrita nos arts. 639 e 640 do CPP que assim dispõem: 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o 
juízo ad quem. 
 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, 
conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o 
recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. 
 
 
A carta testemunhável é cabível contra despachos que neguem o recurso em sentido 
estrito, agravo e antes também era cabível no protesto por novo júri que atualmente não 
mais existe porque foi abolido da legislação processual penal do nosso sistema 
processual pela Lei nº 11.689/2008. 
 
 
 
 
 
ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA __ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________. 
 
 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, (qualificar), por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, 
instrumento de procuração anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Senhoria 
requerer Carta Testemunhável, pelos motivos adiante expostos:1. Foi processado por essa E. Vara (autos n...) por infração ao artigo... do CP, com 
sentença condenatória prolatada aos.../.../.... 
 
2. Intimado aos..../..../.... e irresignado com a condenação, dela apelou aos.../.../... 
 
3. Entretanto, tal apelo foi denegado pelo DD. Magistrado dessa R. Vara Criminal, sob a 
alegação de intempestividade; 
 
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4. Entendendo que o recurso foi tempestivo, contra essa decisão se insurgiu o requerente, 
recorrendo em sentido estrito, conforme dispõe o art. 581, XV, do CPP; 
 
5. Mas, para maior surpresa sua, nova denegação ocorreu posto que S. Exa. também se 
recusou a receber esse segundo recurso. 
 
Assim sendo, outra alternativa não restou, senão a de, embasado no art. 639, I do CPP, 
requerer a presente carta testemunhável para que, formado o instrumento, seja 
encaminhado à Egrégia Superior Instância para decisão. 
 
Requer ainda o traslado das seguintes peças: 
 
1) Sentença de fls..., 
 
2) Intimação da sentença, fls... 
 
3) Termo de recurso, fls... 
 
4) Despacho de denegação do recurso, fls... 
 
5) Recurso em sentido estrito, fls... 
 
6) Denegação ao recurso, fls... 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
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30. Correição Parcial 
 
A correição parcial é cabível quando não houver recurso previsto em lei para atacar 
despachos de juízes que, por abuso ou erro, tumultuarem os atos processuais e deve ser 
interposta no prazo de cinco dias do despacho contra o qual se insurge. 
 
Havendo somente um pedido de reconsideração e o juiz não acolher, é provável que o 
interessado perca o prazo para interpor a correição parcial, vez que, os cinco dias são 
contados do primeiro despacho que indeferiu um pedido e não do segundo que não reviu 
a decisão anterior. 
 
Pode-se dar como exemplo para o pedido da carta testemunhável o indeferimento de 
requerimento feito na defesa prévia que é a resposta do réu. 
 
A competência para conhecer a carta testemunhável é do tribunal competente para a 
causa. Esse órgão corrige o erro e, se entender cabível, remete o caso para a apreciação 
do Conselho Superior da Magistratura. 
 
Assim, a correição parcial permite o juízo de retratação, de forma que, depois de 
oferecidas as razões e contrarrazões, os autos devem ser conclusos ao juiz, que poderá 
reformar sua decisão ou mantê-la remetendo o feito à instância superior. 
 
O rito a ser seguido para a correição parcial é o mesmo para o antigo agravo de 
instrumento no cível, de forma que, se for indeferida, caberá ao prejudicado interpor 
mandado de segurança, nos termos do art. 5°, LXIX da CF. 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
Art. 5°.. 
 
(...) 
 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _________________ 
 
 
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Processo n. 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício 
 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos de processo-crime em epígrafe que lhe move a 
Justiça Pública desta Comarca, perante esse DD. juízo e respectivo Cartório, por infração 
ao art. 121, § 3°, do CP, por sua advogada e bastante procuradora infra-assinada, 
instrumento de procuração anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência interpor correição parcial para conhecimento da E. Superior Instância, por não 
se conformar, data maxima venia com o R. despacho de fls.... que indeferiu pedido de 
expedição de ofício feito na defesa prévia de fls... 
 
Dessa forma, sendo mantido o R. despacho contra o qual se insurge, respeitosamente, 
requer o recebimento deste e seu regular processamento, indicando as peças que 
pretende sejam trasladadas e oferecendo, anexas suas razões. 
 
Peças a serem trasladadas: 
 
1) Defesa prévia, fls... 
 
2) Despacho de indeferimento, fls... 
 
3) Ciência do despacho, fls... 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
________________________ 
Assinatura da advogada OAB 
 
 
 
 
 
 
Correição Parcial (Razões) 
 
 
Egrégio Tribunal 
 
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Colenda Câmara 
 
 
 
FULANO DE TAL está sendo processado pela Justiça Pública da Comarca de 
___________ porque teria praticado o crime previsto no art. 121, § 3°, do CP. 
 
Ocorre que, por ocasião do acidente em que faleceu BELTRAN O DE TAL, o requerente, 
dirigindo o caminhão..... pela Rodovia ____ - ____, em razão do choque frontal com a 
perua ____, dirigida pela vítima que atravessando o canteiro da pista no sentido contrário 
do tráfego do acusado que não teve tempo para dela desviar, foi projetado violentamente 
pelo vidro dianteiro da cabine, caindo de cabeça no asfalto. 
 
Em vista do violento impacto, foi socorrido e atendido na Santa Casa de ________ sendo 
em seguida removido para o Hospital ________ onde permaneceu internado durante mais 
de vinte dias, com traumatismo craniano, vindo a óbito naquele nosocômio. 
 
Por ter sofrido graves lesões em consequência do acidente, procurou de todas as formas, 
obter cópias das fichas médico-hospitalares comprobatórias dos ferimentos sofridos, em 
que pese, sem nenhum sucesso, vez que, tanto os médicos como os hospitais que o 
atenderam recusaram-se a fornecer, sob a alegação de que só poderiam atender pedido 
oficial, ou seja, com requisição da autoridade policial ou judicial. 
 
Considerando-se que não consta dos autos qualquer referência a essas lesões sofridas e 
que sua comprovação é de fundamental importância à defesa, no tríduo legal após o 
interrogatório, foi requerida a expedição de ofícios à Santa Casa de ________, e ao 
Hospital Municipal de __________, para que, por meio de determinação judicial, 
fornecessem os indispensáveis documentos. 
 
Porém, S. Exa. de forma inexplicável, indeferiu o pedido, por entender que a prova da 
defesa deve ser providenciada por ela mesma e não pelo juízo. 
 
Se não há meios de se obter cópias dos prontuários médicos, vez que, sob a alegação de 
ética e sigilo, os hospitais recusam-se, terminantemente a atender a qualquer pedido que 
não seja oficial, ou seja, feito por autoridade policial ou pelo juiz deve-se recorrer ao juízo 
competente. 
 
Assim sendo, criado o impasse e sendo incontestavelmente relevante ao acusado provar 
nos autos que foi gravemente atingido pelo evento, outra alternativa não resta, diante da 
inexistência de recurso específico para o caso, senão a de impetrar a presente correição 
parcial, para que esse E. Tribunal, em sua costumeira sapiência e justiça, determine que 
sejam expedidos os ofícios tempestivamente requeridos, por ser da mais lidima JUSTIÇA. 
 
 
 
Local e data. 
 
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_________________________ 
Assinatura da advogada - OAB 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier31. Defesa Preliminar 
 
A defesa oferecida tempestivamente (dentro do prazo) é ato essencial para que se possa 
proceder a qualquer julgamento. A Justiça não pode ser parcial, e o juiz somente poderá 
deliberar a quem assiste a razão - em qualquer processo, de qualquer que seja a sua 
natureza - após ponderar sobre as alegações e provas apresentadas por ambas as 
partes. 
 
O juiz, portanto, que - assim como crê o vulgo - tenha formada uma opinião prévia - deve 
dar-se por suspeito e afastar-se do caso: a defesa não pode ser prejudicada, assim como 
os argumentos do autor. 
 
Nesta peça processual, o réu pode alegar diversas razões em seu favor. Desde negar a 
existência de provas, bem como sua insuficiência, falsidade etc., bem como apresentar as 
suas. 
 
Além de tudo, este é o momento processual em que pode o réu manifestar-se e expor 
todos os argumentos que julgar válidos para a formação da opinião do poder judicante. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __________VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _________________ 
 
 
 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: _________________ 
 
FULANO DE TAL, (qualificação), através de seu procurador ao final subscrito (ANEXO 1 
– PROCURAÇÃO), vem respeitosamente à presença de V. Exa., apresentar DEFESA 
PRÉVIA nos termos do art. 55 da Lei nº 11.343/06, em face da denúncia oferecida pelo 
Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
 
I - Do fato 
 
O Ministério Público, através de denúncia subscrita, imputa-lhe a prática do crime previsto 
no art. 33 da Lei nº 11.343/06, sob o argumento de que, no dia_______ mês 
_____________ ano__________, o acusado foi preso em flagrante nos termos do artigo 
33, caput da Lei nº 11.343/06, por manter sob guarda a quantia de 2 kg de drogas. 
 
Na cena do crime foram encontrados materiais pertencentes ao tráfico, além da presença 
de usuários, conforme Boletim de Ocorrência anexado aos autos. 
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O Auto de Prisão em Flagrante revela que os agentes policiais não encontraram nada em 
poder do denunciado. Pelo motivo do denunciado estar no local somente na intenção do 
uso de drogas, lugar este que era permitido por seu legítimo proprietário. 
 
Sendo assim a infração caracterizada está prescrita no art. 28 da Lei nº 11.343/2006, 
falecendo a este Juízo a competência para o processo e julgamento, devendo ser 
observada a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal. 
 
II – Do pedido 
 
Ante o exposto, requer-se que Vossa Excelência se digne: 
 
A acolher a presente defesa prévia, bem como rejeitar a denúncia, determinando a 
expedição do competente alvará de soltura; 
 
Que seja realizada a desclassificação do crime de tráfico de drogas para o crime prescrito 
do art. __________; 
 
Que seja feito e exame toxicológico no denunciado, a fim de comprovar sua dependência 
química; 
 
Que seja concedido o benefício da gratuidade da justiça, por ser o denunciado pobre na 
acepção jurídica, nos termos da Lei nº 1.060/50; 
 
 
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, 
especialmente pela oitiva de testemunhas cujo rol segue abaixo. 
 
Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
Rol de Testemunhas 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
32. Embargos Declaratórios 
 
Os embargos declaratórios estão regulamentados pelos arts. 619 e 620 do CPP. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, 
poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua 
publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou 
omissão. 
 
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem 
os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso. 
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de 
revisão, na primeira sessão. 
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde 
logo o requerimento. 
 
 
No Processo Penal Militar os embargos de declaração têm a função de apelação para o 
Ministro da Guerra (súmula 42 do Superior Tribunal Militar). 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ____________ - UF 
 
 
 
 
 
 
Processo nº ___________ 
 
 
 
 
_________________, já devidamente qualificado nos autos supra numerados, por seu 
advogado in fine assinado, que lhe move a Justiça Pública, vem à presença de Vossa 
Excelência, ingressar com: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fulcro no art. 382 do Código de Processo Penal, 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
contra à r. sentença de fls. 35/36, aduzindo o que entende como pertinente e cabível, para 
requerer ao final, na forma que segue: 
O requerente foi condenado em __/__/__ à pena de 5 (cinco) anos, por violação ao art. 
129 § 1º do Código Penal. 
 
Ora, quando Vossa Excelência, por ocasião da r. sentença de fls. 35/36, deixou de se 
manifestar acerca do regime para o cumprimento da pena, descumpriu o que determina a 
lei, faltando há uma das atribuições do magistrado, senão vejamos: 
 
O artigo 59, inciso III, do Código Penal, estabelece: 
 
"- Fixação da pena 
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do crime:"[...] 
"III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;"[...] 
O requerente tem o direito de saber, não apenas a quantidade de pena aplicável ao delito 
cometido, como também sob qual regime deverá cumprir a pena imposta, saldando ao 
final a sua dívida perante a sociedade. 
 
Ex Positis, requer: 
 
Que sejam os presentes embargos recebidos e que seja declarado qual o regime inicial 
de cumprimento da pena imposta ao requerente, assim procedendo, Vossa Excelência 
estará julgando de acordo com o direito, e, sobretudo, restabelecendo, perfazendo e 
restaurando, na gênese do verbo, o primado da JUSTIÇA! 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
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33. Embargos Infringentes e de Nulidade 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, 
câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de 
organização judiciária. (Redação dada pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952) 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável 
ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro 
de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o 
desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. 
(Incluído pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952). 
 
 
Além do protesto por novo júri que havia na legislação processual penal, sendo agora 
inexistente por ter sido revogado o art.607 do CPP, há também os embargos infringentes 
e os de nulidade que são recursos exclusivos da defesa. 
 
Assim sendo, destinando-se ao tribunal, só podem ser interpostos por petição dirigida ao 
relator do acórdão e entregues na secretaria do tribunal, em dez dias da publicação do 
acórdão. 
 
Cabem embargos infringentes da decisão de segunda instância não-unânime, relativa ao 
mérito da causa, com voto vencido favorável ao réu. 
 
Os embargos de nulidade são oponíveis de decisão de segunda instância não-unânime, 
relativa à matéria processual, como é o caso de incompetência, cujo voto vencido é 
favorável ao réu. 
 
Assim, em qualquer dos casos, se o voto vencido for desfavorável ao réu, não poderão 
ser opostos embargos, como é o caso: o tribunal dá provimento ao apelo da acusação e 
condena o réu, não unanimemente, a um ano e o voto vencido era no sentido de ser 
condenado a três anos. Neste caso não cabem embargos. Se o tribunal der provimento a 
um apelo da acusação não unanimemente, condena o réu a um ano e o voto vencido 
entender que ele deveria ser absolvido ou mesmo condenado a pena menor que um ano, 
cabem embargos. Se os membros da Câmara entenderem que o réu deve ser condenado 
sem sursis e o voto vencido entender que a condenação está correta, mas que o sursis 
deveria ser concedido, os embargos devem se restringir à concessão do sursis, 
consoante dispõe a parte final do art. 609 do CPP. 
 
As razões devem ser ofertadas junto com o pedido de recurso que uma vez aceito fará 
com que a Câmara, na sua totalidade ou grupo de Câmaras, reveja a matéria. 
 
Os Embargos Infringentes e de Nulidade devem ser endereçados ao Tribunal competente 
para conhecimento das apelações (TJ ou TACrim) e desaparecendo depois de criadas as 
Turmas Recursais, para os casos de competência da Lei nº 9.099/95. 
 
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É de se observar que na Justiça Militar tanto os embargos infringentes quanto os de 
nulidade deixam de ser exclusivos do réu, podendo ser opostos por qualquer das partes, 
desde que a decisão favorável ou desfavorável ao réu não seja unânime. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR - RELATOR - PRIMEIRA 
CÂMARA DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _________. 
 
 
 
 
FULANO DE TAL (qualificar), por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, 
instrumento de procuração anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência, nos autos de apelação n° 000/10, em que figura como apelante, sendo 
apelada a Justiça Pública, tempestivamente, opor embargos infringentes aos termos do V. 
Acórdão de fls... pelos fatos que adiante passa a expor: 
 
1. Condenado em primeira instância, pelo MM. Juiz de Direito da __ª Vara Criminal da 
COMARCA DE ___________, ao cumprimento da pena de.... anos de reclusão por 
infração ao art. 121, caput, do CP, foi concedido ao requerente o direito de apelar em 
liberdade; 
 
2. Regularmente processado o apelo, houve por bem esse E. Tribunal, por intermédio 
dessa DD. Câmara, por unanimidade negar provimento ao apelo; 
 
3. Entretanto, o eminente Desembargador.... em que pese entendendo justa a 
condenação, votou pela concessão do sursis ao réu, posto estarem preenchidos os 
requisitos legais; 
 
4. Mas, tal entendimento restou isolado, sendo voto vencido no benefício exposto. 
 
Assim sendo, pelos sábios e ponderados fundamentos do voto de Vossa Excelência e por 
ser da mais lídima Justiça, aguarda confiante o requerente pelo recebimento destes 
embargos para que julgados procedentes seja-lhe concedido o benefício da suspensão 
condicional da pena. JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
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34. Exceção da Verdade 
 
A exceção da verdade se processa nos termos do art. 523 do CPP, e deve ser oferecida 
no prazo da defesa prévia que de três dias. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, 
o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as 
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às 
primeiras, ou para completar o máximo legal. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Exceção da verdade - Oferecimento que se deve dar no prazo da defesa prévia de que 
trata o art. 395 do CPP (TJSP)- RT 664:255. 
 
Exceção da verdade - Oferecimento somente ao ensejo das razões de apelação na forma 
de produção de prova documental -Admissibilidade - Absolvição decretada - Voto vencido 
- Inteligência dos arts. 231, 400 e 523 do CPP (TACrimSP)- RT 607:307. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
Processo n. 000/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
 
 
Termos em que, juntando esta aos autos com os inclusos documentos. 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos da ação penal que lhe move BELTRANO, 
perante esse DD. Juízo e respectivo cartório, por seu advogado e bastante procurador 
infra-assinado (instrumento de procuração anexo) tempestivamente vem, respeitosamente 
à presença de Vossa Excelência, interpor exceção da verdade juntado, para tanto, 
certidões criminais e do Cartório do Distribuidor local, com probatórias de que o 
requerente foi processado e condenado pelo crime de tráfico de drogas, Lei nº 
11.343/2006, com sentença transitada em julgado. 
 
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Diante do exposto, esclarece o peticionário que não cometeu crime algum, motivo pelo 
qual requer a Vossa Excelência que decrete o arquivamento do presente feito, por ser 
medida da mais lídima JUSTIÇA. 
 
 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
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35. Exceção de Coisa Julgada 
 
A exceção de coisa julgada está prevista nos artigos 95 e 110 do Código de Processo 
Penal. 
 
Deve ser proposta quando a identidade de demanda entre a ação proposta e outra já 
decidida por sentença transitada em julgado. 
 
Para que seja acolhida a exceção de coisa julgada, é necessário que a mesma coisa seja 
novamente pedida pelo mesmo autor contra o mesmo réu. 
 
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: 
I - suspeição; 
II - incompetência de juízo; 
III - litispendência; 
IV - ilegitimidade de parte; 
V - coisa julgada. 
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, será 
observado, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do 
juízo. 
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-lo numa só 
petição ou articulado. 
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal, 
que tiver sido objeto da sentença. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: _________________ 
 
REQUERENTE, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado in fine assinado, 
com fundamento nos artigos 95, V e 110 do Código de Processo Penal, vem à presença 
de V.Exa. arguir exceção de coisa julgada nesta AÇÃO PENAL, sob o argumento de que 
a infraçãoimputada ao REQUERENTE, foi julgada pelo Juízo (xxx), conforme cópia de 
sentença em apenso fls. (xxx), através da qual o REQUERENTE foi absolvido. 
 
DOS FATOS 
 
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Narrar os fatos, os fundamentos e apresentar as provas materiais, que apontam e 
configuram a COISA JULGADA, isto é, deve ser provado que o fato (com mesmo pedido, 
parte e causa de pedir) já foi julgado pelo Poder Judiciário. O réu é o excipiente e o juiz o 
excepto. 
 
DO PEDIDO 
 
Diante do exposto requer: 
 
a) Seja recebida a presente exceção e reconhecida à coisa julgada, após ter ouvido o 
ilustre representante do Ministério Público; 
b) Seja declarado extinto o processo e processado o arquivamento do processo. 
 
Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
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36. Exceção de Ilegitimidade 
 
A ilegitimidade de parte poderá ser reconhecida ex officio pelo juiz ou através de 
provocação do acusado. 
 
Causas que justificam a arguição da exceção: 
 
l - Quando é oferecida a queixa-crime no caso de ação penal pública. 
ll - Quando é ofertada a denúncia no caso de ação penal privada; 
lll - Na hipótese de ser o querelante incapaz; 
lV - Se o querelante não for o representante legal do ofendido; 
V - No caso do artigo 236 do CPP, na ação privada personalíssima (a queixa é oferecida 
pelo sucessor da vítima). 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
 
Autos nº:_________ 
Réu: _________________ 
 
 
________________, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu 
procurador in fine assinado, com fundamento nos artigos 43, III e 95, IV do Código de 
Processo Penal, vem à presença de V. Exa. arguir exceção de ilegitimidade de parte, sob 
o argumento de que a queixa-crime foi apresentada por pessoa estranha à lide. 
 
 
_____________________ está sendo processado como incurso nas penas do art. 155, do 
CP, por ter, em data de_________ na cidade de______________, subtraído (objeto) de 
propriedade de___. 
 
 
Acontece que o fato já foi objeto do processo judicial n___, que correu nesta Comarca, 
resultando inclusive na absolvição de_____________, conforme comprovam a certidão do 
cartório judicial anexa e a inicial acusatória apresentada pelo Promotor de Justiça 
de_______ e a Sentença da lavra do Dr...., Exmo. Juiz que presidiu o feito prevento. 
 
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DO PEDIDO 
 
Diante do exposto requer: 
 
Seja recebida a presente exceção e julgada procedente para anular o processo por ser 
reconhecida a ilegitimidade, requer ainda, nessa oportunidade, o arquivamento do feito. 
 
Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
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37. Exceção de Incompetência 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA 
DE... 
Processo nº.:... 
 
 
 
 
____________________, já qualificado na inicial acusatória oferecida pelo Ministério 
Público do Estado de______________, por seu advogado abaixo assinado, mandato 
incluso, no prazo do art. 396, do CPP, vem, mui respeitosamente, perante V. Exa., opor 
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO, com fundamento no art. 95, inciso II, e 
seguintes do CPP, pelos fatos e fundamentos que se seguem: 
 
I – Dos fatos 
 
O excipiente foi processado como incurso nas penas do art. 155, do CP, por ter, em data 
de____, na cidade de_________, subtraído um veículo (marca, modelo, cor, placas), de 
propriedade de Beltrano de________________________. 
 
Acontece que, em sede de resposta preliminar, que segue junto com esta exceção ficará 
provado que não se tratou de furto, mas sim de retomada do veículo que era de sua 
propriedade e que havia sido fruto de desajuste comercial entre_________________ e o 
excipiente. 
 
Nada obstante, admitindo-se, ainda que em tese, a prática do furto é mister reconhecer 
que a retirada da coisa da esfera de proteção da pessoa a quem se atribuiu a qualidade 
de proprietária do veículo se deu na cidade de__________. 
 
Assim, o fato de o veículo ter sido apreendido em outra cidade, em nada modifica a 
competência do Juízo do local onde em tese foi consumado o delito. 
 
 
II – Dos fundamentos 
 
Conforme dita o art. 70, do CPP: 
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Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
 
 
Assim, tendo residência o pretenso proprietário no município de___________, cidade na 
qual o acusado excipiente recuperou a posse de seu veículo, mister reconhecer que o 
órgão da Justiça que exerce competência sobre a aquela cidade é o juízo competente 
para o processo e julgamento do feito principal. 
 
III – DO PEDIDO 
 
Pelas razões expostas, requer seja autuada em apartado esta exceção e, após oitiva do 
Representante do Ministério Público, julgada procedente para reconhecer a 
incompetência deste juízo, com a remessa do feito para a Comarca de___________, 
onde o processo deverá ter seu regular prosseguimento, nos termos do art. 108, 
parágrafo primeiro, do CPP. 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
 
Local e data 
Advogado - OAB 
 
 
 
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38. Exceção de Litispendência 
 
A exceção de Litispendência fundamentada nos artigos Arts. 95, III, 110 e 111 do CPP. 
 
A exceção de litispendência impede a duplicação da ação, ou seja, não poderá ser 
intentada ação com as mesmas partes e sobre o mesmo fato. Se houver denúncia ou 
queixa sobre o fato que já está sendo apurado em uma ação, basta a simples arguição de 
litispendência, pois não se concebe duplicidade de processo contra o mesmo réu pelo 
mesmo fato. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
Fulano de tal), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador 
signatário, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência opor EXCEÇÃO DE 
LITISPENDÊNCIA, com fulcro no artigo 110, do Código de Processo Penal, pelos 
seguintes motivos: 
 
 
O excipiente... (narrar os fatos). 
 
Entretanto, o acusado já está respondendo ao Processo Crime n. 0000000, perante a __ 
Vara Criminal da Comarca de ___________, que versa sobre os mesmos fatos que por 
ora se apura neste juízo (anexar cópias das peças mais importantes a fim de comprovar o 
alegado). 
 
Frente ao exposto, ouvido o ministério Público, requer seja julgado procedente a presente 
exceção, para o fim de extinguir este processo, evitando-se a possibilidade de bis in idem, 
dupla sanção pelo mesmo fato. 
 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
Local e data 
 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
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39. Exceção de Suspeição 
 
Esta exceção tem por finalidade a rejeição do dirigente processual quando existirem 
razões suficientes para que se infira por sua parcialidade diante do caso que lhe fora 
apresentado. Assim, havendo algum interesse ou sentimento pessoal capaz de interferir 
na solução da situação em deslinde, caso o magistrado não se dê por suspeito, poderá as 
partes recusá-lo (art. 254, CPP). 
 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer 
das partes: 
 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por 
fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, 
sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das 
partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: _________________ 
 
Autos nº: (xxx) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REQUERENTE, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado 
abaixo assinado, com fundamento nos artigos 95, I e 254, I do Código de Processo Penal, 
vem arguir exceção de suspeição de V Exa. por motivo da amizade íntima que V. Exa. 
estabelece com o autor desta ação. 
 
DO PEDIDO 
 
Diante do exposto requer: 
 
Que seja recebida a presente exceção e reconhecida e configurada a suspeição. 
A remessa dos autos do processo ao respectivo substituto legal. 
 
Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
 
 
 
 
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40. Extinção da Pena 
 
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA 
COMARCA DE__________________. 
 
Autos nº:________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fulano, (Nacionalidade), (Profissão), (Estado Civil), portador da Carteira de Identidade nº 
(xxx), inscrito no CPF sob o nº (xxx), atualmente recolhido à penitenciária (xxx), 
condenado pelo delito previsto no art. (xxx) do Código Penal, processo crime nº (xxx), por 
seu procurador infra-assinado, vem à presença de V. Exa., expor e requerer o que se 
segue: 
 
 
 
1. O Requerente foi condenado à pena de (xxx) anos, em razão da prática do delito 
previsto no artigo (xxx) do Código Penal. 
 
2. Em (xx/xx/xxxx), o Diário Oficial da União publicou o Decreto nº (xxx), o qual o Exmo. 
Sr. Presidente da República, como assim o faz anualmente, concede o indulto aos presos 
cujo período de detenção não ultrapassar (xxx) anos, conforme se verifica da cópia do 
referido Decreto em anexo. 
 
3. Tendo cumprido (xxx) anos de detenção, portanto, mais da metade de sua pena, é de 
se verificar que o Decreto nº (xxx) possui alcance sobre o Requerente. 
 
 
Pelo exposto, REQUER: 
 
 
 
Seja declarada extinta a pena imputada ao Requerente, com base no Decreto 
presidencial supra mencionado e nos termos do artigo 107 do Código Penal c/c artigo 193 
da Lei nº 7.210/84. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
 
 
Para instrução do presente pedido, a juntada dos atestados de antecedentes criminais, do 
tempo de cumprimento da sanção penal e relatórios de conduta na prisão. 
 
 
Termos que, 
 
 
Pede deferimento. 
 
 
Local e data. 
 
 
Advogado - OAB 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
41. Habeas Corpus (Modelo 1) 
 
 
Antonino Moura Borges em sua obra “Habeas corpus” leciona que: 
 
A finalidade do habeas corpus é garantir o direito fundamental de liberdade da pessoa 
humana, quando esta esteja ameaçada de ser presa, ou mesmo detida arbitrariamente 
por ato de autoridade, seja ela de que categoria for e sejam quais forem as funções que 
exerça. 
 
Consiste em garantir que a pessoa possa fazer tudo aquilo que as leis permitam ou não 
proíbem. 
 
Esta liberdade de que estamos referindo tem ampla concepção, sendo traduzida pelas 
expressões jurídicas, a saber: 
 
a) Direito de locomoção; 
b) Direito de ir e vir; 
c) Direito de liberdade de locomoção; 
d) Direito de não sofrer ameaça de violação do direito de liberdade. 
 
 
Este direito está capitulado no caput do art. 5º da CF/88, como fundamental de primeira 
ordem e por isso, em vários incisos existem princípios constitucionais limitadores da ação 
do Estado na repressão pelo uso da constrição da liberdade individual. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ____________ 
 
 
PROC. Nº 00000000 
 
 
________________, brasileira, casada, serviço do lar, RG n. 00000-0 SSP/__, residente e 
domiciliada na Instância do Longuinho, s/n, distrito de ________/___, por seu advogado e 
procurador que esta subscreve (m.j.) ____________________, inscrito na OAB/___ n. 
_____ e Advogado-OAB OAB/___, bem como o estagiário ______________, OAB Nº 
____, com escritório na Rua ________, nº ____, Bairro ________ em ____________/___ 
– fone _________ (onde receberá as intimações de estilo) vem, com o devido respeito 
perante V. Exª para impetrar necessária ordem de HABEAS CORPUS, nos autos de 
PROCESSO CRIME, que lhe promove o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, perante 
este digno Juízo e Cartório, processo em epígrafe, em face de indeferimento de liberdade 
provisória e relaxamento de prisão, tudo para o que passa a expor o quanto segue: 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
FUNDAMENTOS DO PEDIDO 
 
SÍNTESE DOS FATOS 
 
DA DENÚNCIA 
 
O Ministério Público do Estado denunciou a __________/___ como incursa no crime de 
associação de tráfico, enquadrando a conduta dela e do corréu como tipificada no art. 35 
da Lei nº 11.343, de 23.08.2006, porque no dia 13 de abril de 2011, por volta das 20:05 
horas, ao tomar o ônibus da empresa _____________, prefixo _____, na av. 
__________/___, destino __________/___, os denunciados transportavam 39.050,00 
gramas de maconha acondicionada em 56 tabletes conforme constou da apreensão. 
 
Constataram os policiais que a ora defendente e o corréu ____________ eram os donos 
das malas com tickets ______ e _______, de cor preta e marrom, descobriram a 
maconha e realizaram o exame toxicológico, portanto, incorreram na prática do crime 
apontado. 
 
A denúncia capitulou a infração no crime previsto no 33, caput, bem como, art. 40, inc. III 
e V, ambos da Lei Federal n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
 
Como fato, foi dito que ambos associaram para a prática do crime e por isso, 
denunciados. 
 
A ora paciente, ingressou com pedido de liberdade provisória e relaxamento da prisão, 
fundamentando o seguinte: 
 
Foi dito que a denúncia não descreveu os fatos tal como ocorreram naquele referidodia. 
 
As justificativas do pedido de liberdade provisória e do relaxamento foram as seguintes: 
 
DA DEFESA PRELIMINAR – ARGUMENTOS DE DEFESA 
 
A ora requerente apresentou defesa preliminar negando a autoria, alegando: 
 
O certo é que o corréu __________ que é o verdadeiro dono da droga conheceu a 
acusada naquele justo dia e lá na rodoviária, aproximou e fez amizade da acusada e 
ofereceu para comprar a passagem da ora defendente, que é uma pessoa ignorante, 
simples, de boa-fé, que mora no “sertão de ____________”, não acostumada com as 
investidas dos espertos e aproveitadores, aceitou a oferta por absoluta falta de malícia. 
 
___________ com a manobra de comprar as passagens colocou os “tickets” juntos e de 
números seguidos, portanto, melhor explicando, colocou na passagem dela (acusada) o 
canhoto dele, com a manobra de pagar a passagem, portanto, a mala com drogas ficou 
como se fosse dela. Por esse motivo, foi implicada no processo inocentemente e a mercê 
de uma manobra que a iludiu e implicou neste processo. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Não conhece droga, nunca uso e nem sabia desse mundo de negócio ilícito, é pessoa 
simples que leva uma vida de mãe de família, simples, mora numa cidadezinha simples 
de gente na maior parte sem cultura, de modo que não tinha conhecimento de tudo que 
aconteceu, simplesmente foi enganada. 
 
Por estas razões embarcaram juntos e os fatos ocorreram tal como exposto no auto de 
flagrante, a partir daí. 
 
DA NEGATIVA DE AUTORIA 
 
No que tange a autoria devido a causa que extingue ou modifica direitos não resta 
configurada neste caso. A paciente foi mais uma vítima do que uma criminosa. 
 
Isto se explica, porque a ora defendente jamais havia visto ou conhecido o corréu 
____________, antes do dia dos fatos apontados na denúncia. 
 
Se nunca havia visto ou conhecido o referido indivíduo, o corréu é mais certo do que a luz 
do dia que não existe crime de associação. 
 
O fato das malas, conforme foi relatado ut retro foi uma armadilha e uma enganação que 
levou a ré em erro substancial, de modo que simplesmente, também não existe o CRIME 
DE ASSOCIAÇÃO, porque faltam os elementos para caracterização do crime, mais 
especificamente a consciência do ilícito e convergência de vontade para isso. 
 
A defendente foi vítima de um golpe e iludida na boa-fé. 
 
Não há autoria e nem materialidade, portanto, não existe o dolo e este crime só se pune a 
título de dolo especifico. 
 
Quanto ao crime de tráfico, da mesma forma não existe autoria e nem muito menos dolo, 
ou elemento subjetivo para lastrear uma condenação. 
 
A cláusula excludente da criminalidade é a absoluta falta de consciência de que estava 
sendo iludida no caso dos canhotos da passagem, que foram colocados como se a mala 
da droga pertencesse à ora acusada. 
 
Foi vítima de uma manobra, de modo que a droga mencionada na denúncia nunca foi de 
sua propriedade, nem ela tinha conhecimento deste ilícito, de modo que fica afastada a 
imputação da autoria. 
 
Por estas razões, não existe autoria e nem materialidade. 
 
Verifica-se que o caso foi redigido na denúncia de modo superficial, quando desde o inicio 
a acusada explicou que não era dona da droga apreendida e que não tinha conhecimento 
dela. 
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Trata-se de pessoa humilde, mãe de família, reside em uma pequena vila de uma 
pequena cidade de ____________, desconhece sobre comércio de droga, não conhece o 
corréu, nunca o tinha visto antes. Finalmente, sempre teve endereço certo, sempre teve 
família e também, sempre exerceu as suas obrigações do lar preservando a dignidade da 
família, que é humilde, pobre e com recursos financeiros apenas, para sobreviver. 
 
Ressalta que foi a _________ para visitar pessoas da família. 
 
Por isso, espera que a Justiça apure a verdade e digne absolver a ora defendente dos 
crimes que lhe foram imputados. 
 
Em sendo a defendente primária e de bons antecedentes, bem como, justificando e 
alegando que foi vítima de uma enganação e que não cometeu autoria de crime algum, 
bem como, tendo endereço certo, espera que este juízo conceda a liberdade provisória 
para solta se defender. 
 
O Magistrado ad cautelam, para conceder esta medida, pode ouvir o corréu a 
respeito dos fatos como ocorreram e que a peticionaria está afirmando a mais pura 
realidade, para o efeito de deferir o direito de defender-se solta. 
 
 
DA LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
Deve a requerente ser posta em liberdade, em razão da inocorrência de qualquer das 
hipóteses autorizadoras da prisão preventiva, consoante o parágrafo único do art. 310 do 
CPP. 
 
O dispositivo citado contém a seguinte redação: 
 
Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o 
fato, nas condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o 
Ministério Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogação. 
 
Parágrafo único. Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de 
prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão 
preventiva (arts. 311 e 312). 
 
 
Do art. 312 do CPP infere-se que a prisão preventiva pode ser decretada para garantia da 
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de 
autoria (art. 312, CPP). 
 
No caso em tela, como exposto anteriormente, foi esclarecido a negativa de autoria 
apurado. 
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A isso alia-se o fato de que a requerente não possui antecedentes criminais, possui 
residência e emprego fixo, além de ser uma mãe de família, conforme documentos 
inclusos. 
 
Não bastasse o que foi dito, inexistem indícios suficientes da materialidade e da autoria 
do delito de tráfico de entorpecentes e associação, o que basta para descaracterizar a 
possibilidade de decretação da prisão preventiva, a requerente não oferece perigo à 
ordem pública nem à ordem econômica; não tentou obstar, em momento algum, a 
investigação policial, não constituindo embaraço à instrução criminal e não há perigo de 
fuga, vez que a requerente, embora resida em outro Estado da Federação, tem residência 
fixa, família e emprego lícito, não tendo, portanto, motivos para evadir-se a fim de evitar a 
aplicação da lei penal. 
 
Ainda que tenha ocorrido a presunção de cometimento de delito, mesmo porque não 
acredita que será condenada, por uma simples questão de não ter cometido crime 
algum e na apuração judicial a verdade há de vir à tona. 
 
Destarte, inexistentes os pressupostos autorizadores da decretação de prisão preventiva, 
a concessão de liberdade provisória a requerente era medida que se impõe. 
 
Apesar do crime de tráfico de drogas, o qual é equiparado a crime hediondo, ser 
insuscetível de fiança, conforme o art. 2º, inc. II, da Lei nº 8.072/90, isso não implica na 
vedação à concessão de liberdade provisória, vez que a Constituição Federal, no art. 5º, 
inc. XLIII, não contempla esta proibição, limitando-se a estatuir que: 
 
...a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como 
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executorese os que, podendo 
evitá-los, se omitiram. 
 
 
Em vista disso, não é possível ampliar o sentido do preceito constitucional para 
fundamentar a proibição da liberdade provisória a ré por crime de tráfico de drogas, em 
especial porque, em matéria penal, vige o princípio da legalidade, segundo o qual não é 
permitida a restrição de bens jurídicos, a exemplo da liberdade, sem a correspondente 
previsão legal. 
 
Comentando este assunto, Roberto Delmanto Júnior afirma que: 
 
...é cediço que a Magna Carta autoriza que a lei ordinária regule as hipóteses de 
concessão de liberdade provisória, restringindo-as ou ampliando-as: ‘Ninguém será 
levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança’ (art. 5º, LXVI). Ao tratar desses crimes, porém, a Constituição da República 
estipulou que a lei considerará ‘inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia’ (art. 5º, 
XLIII), não mencionando qualquer vedação à liberdade provisória sem fiança (in As 
modalidades de prisão provisória e seu prazo de duração. Rio de Janeiro: Renovar, 1998, 
p. 121-122). 
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Não é outro o entendimento jurisprudencial: 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL, PROCESSUAL PENAL E CONSTITUCIONAL. 
TRÁFICO DE ENTORPECENTES. SEGREGAÇÃO CAUTELAR. GARANTIA DA 
ORDEM PÚBLICA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE SITUAÇÃO FÁTICA. LIBERDADE 
PROVISÓRIA INDEFERIDA COM FUNDAMENTO NO ART. 44 DA LEI N. 11.343. 
INCONSTITUCIONALIDADE: NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DESSE PRECEITO 
AOS ARTIGOS 1º, INCISO III, E 5º, INCISOS LIV E LVII DA CONSTITUIÇÃO DO 
BRASIL. EXCEÇÃO À SÚMULA N. 691/STF. 
1. Liberdade provisória indeferida com fundamento na vedação contida no art. 44 da Lei 
nº 11.343/06, sem indicação de situação fática vinculada a qualquer das hipóteses do 
artigo 312 do Código de Processo Penal 
2. Entendimento respaldado na inafiançabilidade do crime de tráfico de 
entorpecentes, estabelecida no artigo 5º, inciso XLIII da Constituição do Brasil. 
Afronta escancarada aos princípios da presunção de inocência, do devido processo 
legal e da dignidade da pessoa humana. 
3. Inexistência de antinomias na Constituição. Necessidade de adequação, a esses 
princípios, da norma infraconstitucional e da veiculada no artigo 5º, inciso XLIII da 
Constituição do Brasil. A regra estabelecida na Constituição, bem assim na 
legislação infraconstitucional, é a liberdade. A prisão faz exceção a essa regra, de 
modo que, a admitir-se que o artigo 5º, inciso XLIII estabelece, além das restrições nele 
contidas, vedação à liberdade provisória, o conflito entre normas estaria instalado. 
4. A inafiançabilidade não pode e não deve --- considerados os princípios da 
presunção de inocência, da dignidade da pessoa humana, da ampla defesa e do 
devido processo legal --- constituir causa impeditiva da liberdade provisória. 5. Não 
se nega a acentuada nocividade da conduta do traficante de entorpecentes. Nocividade 
aferível pelos malefícios provocados no que concerne à saúde pública, exposta a 
sociedade a danos concretos e a riscos iminentes. Não obstante, a regra consagrada 
no ordenamento jurídico brasileiro é a liberdade; a prisão, a exceção. A regra cede a 
ela em situações marcadas pela demonstração cabal da necessidade da 
segregação ante tempus. Impõe-se porém ao Juiz o dever de explicitar as razões 
pelas quais alguém deva ser preso ou mantido preso cautelarmente. 
6. Situação de flagrante constrangimento ilegal a ensejar exceção à Súmula n. 691/STF. 
Ordem concedida a fim de que o paciente seja posto em liberdade, se por al não 
estiver preso. 
(HC 100745, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 09/03/2010, 
DJe-067 DIVULG 15-04-2010 PUBLIC 16-04-2010 EMENT VOL-02397-04 PP-01121) 
 
AINDA: 
 
1 - A vedação da liberdade provisória não pode estar fundamentada apenas na gravidade 
abstrata do crime. 
 
2 - A proibição da liberdade provisória com fiança não compreende a da liberdade 
provisória sem a fiança. 
 
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3 - A Lei nº 11.464/07 não impede a concessão da liberdade provisória nos crimes 
hediondos, sendo de natureza geral em relação a todos os crimes dessa natureza (STJ - 
HC 91775 / RS. Relatora Desembargadora Jane Silva. Julgado em 25/02/2008). 
 
 
RECURSO ESPECIAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. 
LIBERDADE PROVISÓRIA. DEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. 1. O entendimento 
firmado nesta Corte é de que o simples fato de se tratar de crime hediondo ou 
equiparado, in casu, tráfico de entorpecentes, não impede, por si só, a concessão da 
liberdade provisória, que só pode ser indeferida em decisão devidamente 
fundamentada, com a demonstração inequívoca de motivo justificado da 
necessidade de imposição da custódia antecipada, nos termos do artigo 93, IX, da 
Constituição Federal. 
 
2. Recurso especial desprovido” (STJ – REsp 932216 / RS. Relator Ministro Hamilton 
Carvalhido. Relator para o acórdão: Ministro Paulo Gallotti. Julgado em 17/12/2007). 
 
 
Possível, destarte, a concessão de liberdade provisória sem fiança, por inexistir vedação 
constitucional expressa, requer-se a concessão de liberdade provisória a requerente, com 
amparo no art. 310 do CPP. 
 
Nessa situação, tem oportunidade para aplicação in totum, s.m.j. do que dispõe o art. 
310, parágrafo único do Código de Processo Penal, ou seja, não estão presentes os 
requisitos para a prisão preventiva, portanto, pode defender-se solto. 
 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão ora formulada encontra fundamento nas normas do art. 647 e seguintes, do 
Código de Processo Penal, 310 e Parágrafo Único do Código de Processo Penal, ou seja, 
não estão presentes as hipóteses que autorizam a prisão preventiva, deve ser deferida a 
liberdade provisória. 
 
Por outro lado, não foram suficientemente fundamentados os pressupostos do art. 312 do 
CPP, até pelas condições pessoais da acusada. 
 
A afirmação de que a acusada reside em outro Estado não é motivo para justificar prisão 
preventiva, nem existe provas que possa justificar a custódia provisória sob o argumento 
de que põe em risco a ordem pública, nem que a acusada vai furtar-se à instrução penal, 
ou mesmo dificultar o cumprimento da pena. A sua simplicidade e sua própria condição 
pessoal é suficiente para se concluir que não estão demonstrados na fundamentação 
ditos requisitos. 
 
As provas são documentais e os argumentos retrorreferidos, autorizam a bem da justiça e 
do direito que seja deferida a liberdade provisória, por conter nos autos indícios de provas 
suficientes da não autoria do delito pela requerente e por consequência falta de 
materialidade, cuja capitulação se mostra indevida à prima facie. 
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VEIO A R. DECISÃO INDEFERITÓRIA 
 
Embora a r. decisão tenha reconhecido que a ré é primária e de bons antecedentes não 
lhe concede o direito subjetivo de revogação da prisão, sustentou que presentes estavam 
as condições de prisão preventiva e por isso, converteu o flagrante. 
 
Finalizando a decisão disse que a acusada não logrou comprovar que possui residência 
fixa, o que gera indícios de que pode se furtar à aplicação da lei penal, mormente por 
residir em outro Estado da Federação, em uma residência sem numeração. 
 
Apenas este argumento não é suficiente para justificar prisão preventiva, por outro lado, O 
ENDEREÇO ESTÁ PROVADO PELO COMPROVANTE DE CONTA DE LUZ QUE VAI 
NA CASA, QUE CASA DE POBRE NESTES CASOS É FEITA APENAS PELO NÚMERO 
DO LOTE.Fala de crime hediondo com pena superior a 4 (quatro) anos. No entanto, se fizermos a 
pergunta: E se ela é inocente (princípio constitucional de inocência presumida) como 
reparar o mal que a acusada está sofrendo? 
 
 
RAZÕES DA COAÇÃO ILEGAL 
 
A paciente comprovou todos os requisitos para obter o relaxamento da prisão, inclusive, 
via de liberdade provisória, porque trouxe aos autos, comprovante de pagamento de taxa 
de luz de sua residência, como também, o fato de ser primária e de bons antecedentes, 
que até o ilustre Juiz reconheceu. 
 
Trata-se no caso de mãe de família, pessoa simples, ignorante e humilde, que pelo 
simples fato de residir em uma pequena vila e ter casa sem numeração, é sinônimo de 
que é realmente pobre. 
 
Foi dito, que foi enganada na Rodoviária ocasião em que conheceu o outro acusado que 
se ofereceu comprar a passagem dela, oportunidade em que aproveitou e despacho a 
mala dele, no ticket da passagem dela. 
 
Foi mais uma ludibriada, ausente o dolo, de modo que inexiste autoria que mereça ser 
punida, como nunca antes conheceu referido indivíduo, o que afasta a acusação de 
associação, por faltar os elementos para isso. 
 
A transformação da prisão em flagrante em prisão preventiva, está contrária à lei, porque 
não estão presentes os requisitos legais para a prisão preventiva nos termos do art. 312 
do Código de Processo Penal. 
 
A r. decisão não fundamentou suficientemente os pressupostos para lastrear uma prisão 
preventiva. 
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A ILEGALIDADE NÃO FICA SÓ NO QUE FOI ALEGADO 
 
A requerente está sofrendo coação injusta suscetível de corrigir pela via do presente 
pedido de habeas corpus, PELO FATO DA PERDA DO PRAZO PARA A INSTRUÇÃO 
PENAL. 
 
Isso se justifica que a ora paciente FOI PRESA EM DATA DE 13 DE ABRIL DE 2011, até 
hoje, 29 DE JULHO DE 2011, portanto, já se passaram nada menos de 106 (cento e seis 
dias) e até agora, nem sequer foram ouvidas as testemunhas de acusação e nem mesmo 
interrogada a acusada. 
 
Nos termos do art. 5º, do inc. LXXVIII da CF/88, o Magistrado está obrigado a cumprir os 
prazos que a Lei Processual Penal estabelece para o andamento do processo. No 
entanto, neste caso não estão sendo cumpridos e a paciente está sofrendo coação ilegal 
em razão de positivamente haver violação dos prazos previstos para os atos processuais. 
 
Por estas razões, neste aspecto também, deve ser concedida a ordem pretendida, por 
falta de suficiente fundamentação do decreto da custódia provisória; pela negativa do 
pedido de relaxamento e ou liberdade provisória; pela falta dos pressupostos para a 
prisão preventiva e finalmente, por perda do prazo da instrução EM SE TRATANDO DE 
RÉ PRESA. 
 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Diante do exposto, pede e requer a V. Exª e ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de 
_____________, para que dele conheça do presente pedido de habeas corpus, 
processado na forma da lei, com a oitiva do ilustre Representante do Ministério Público, 
para finalmente ser concedida a ordem para relaxar a prisão e colocar a paciente 
_____________ em liberdade, expedindo-se o competente alvará de soltura em seu 
favor, como é de direito e de justiça. 
 
A prova é pré-constituída. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
Estagiário-OAB 
 
 
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42. Habeas Corpus (Modelo 2) 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ____________ 
 
 
 
 
 
 
REF. AO HC PROC. Nº ____________ 
 
 
____________________, brasileiro, investigador de Polícia da 3ª DP, portador do RG nº 
0000000 _____/__ e CPF n. 0000000, residente e domiciliado na Rua ____________, nº 
____, Jardim ____________ em ____________/___, por seu advogado e procurador que 
esta subscreve, (m.j.) ____________________, inscrito na OAB/___ sob o n. _____ e 
_________, inscrito na OAB_____/________, ambos com escritório profissional na Rua 
________, nº ____, Bairro ________ em ____________/___ – fone _________ (onde 
receberão as intimações de estilo), vem com o devido respeito perante V. Exª para 
impetrar necessária ORDEM DE HABEAS CORPUS contra ato ilegal contra o seu direito 
de ir e vir praticado pelo EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
____________ – REPRESENTADO PELA DOUTA 1ª TURMA CRIMINAL INTEGRADA 
PELOS EMINENTES DESEMBARGADORES – PRESIDENTE JOÃO BRANDES GARCIA 
– RELATOR DES. DORIVAL MOREIRA DOS SANTOS E PARTICIPANTE DO 
JULGAMENTO DES. FRANCISCO GERALDO DE SOUZA, tudo para o que passa a 
expor o quanto segue: 
 
FUNDAMENTOS DO PEDIDO 
 
O paciente via de seus advogados que esta subscreve, ingressou com pedido de habeas 
corpus em 21.07.2010, contra ato de ilegalidade do DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª 
VARA CRIMINAL DE ____________/____, na pessoa do DOUTOR ____________ em 
virtude de que referida autoridade baixou um Decreto de Prisão Preventiva sem atender 
os requisitos necessários, considerando os requisitos do art. 312, do Código de Processo 
Penal como letra morta. Inverteu pelo acórdão proferido, toda a mens legis que norteia 
este instituto processual e ainda, com absoluta insuficiência de fundamentação, inclusive, 
da mesma forma negou o pedido de liberdade provisória ao mesmo paciente, tudo pelo 
que foi exposto, o quanto segue: 
 
ÍNTEGRA DAS RAZÕES 
 
Consta dos inclusos documentos, que o ora peticionário foi indiciado em inquérito policial 
sob suspeita de cometimento de crime de prevaricação como crime meio e peculato, além 
de ser também, denunciado no crime de formação de associação criminosa. 
 
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Existe um princípio filosófico e muito aplicado no Direito, traduzido pela frase: Procure a 
causa das coisas, que a vossa razão vos responderá. Então, pergunta-se: Por que o ora 
paciente foi preso preventivamente? A resposta é porque foi indiciado em inquérito policial 
em virtude de delação de outro indiciado. 
 
Em razão disso, foi pedido que o suspeito fosse preso preventivamente porque o 
Ministério Público do (GAECO) pediu a prisão preventiva dizendo que o fundamento de tal 
medida se fazia necessária para garantir a ordem pública e por conveniência da instrução 
penal. 
 
Disse ainda o Magistrado, tido como autoridade coatora, que nos autos existiam 
elementos suficientes que os acusados se associaram permanentemente para cometer 
crimes. 
 
Depois na sua decisão empregou expressões absolutamente inadequadas na sua 
decisão, as quais sejam: 
 
a) é necessária a comprovação do fumus comissi delicti; 
 
b) e do periculum libertatis. 
 
APENAS PARA CONTRARIAR DESDE JÁ. A expressão fumus comissi, não é 
adequada para justificar prisão preventiva que é medida odiosa e de exceção, porque 
fumus significa FUMAÇA e fumaça é apenas uma expressão não existe nada de 
concreto, ou seja, leves indícios. Veja bem. 
 
Se o observar pode ver que fumus boni iuris, está dizendo fumaça de um bom direito. 
Então a palavra fumaça foi utilizada seguida da expressão boni. 
 
No caso retrorreferido fumus comissi, significa que se presume que se tem apenas 
fumaça de que o delito ocorreu. (No crime isso não é base para prender). 
 
O Direito Penal não trabalha com fumaça ou com leves indícios, nem muito menos com 
conjecturas ou presunção, porque a sua bússola é o PRINCÍPIO DA VERDADE REAL e 
neste caso em discussão é o próprio Juiz, autoridade coatora, quem afirma que existeapenas fumaça. 
 
Por outro lado, fala em periculum libertatis, o que na ótica do Processo Penal, o seu uso 
se circunscreve estritamente nas hipóteses previstas na lei, no art. 312, do referido 
Codex, que tem a seguinte redação: A prisão preventiva poderá ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, 
ou para assegurar a aplicação da Lei Penal, quando houver prova da existência do 
crime e indício suficiente da autoria. 
 
Veja bem.... existência do crime e indício suficiente da autoria. Portanto, tem que 
haver prova suficiente de autoria e materialidade, o que simplesmente não existe nada 
nestes autos contra ____________________. 
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Depois a decisão disse que na primeira expressão significa que deve haver indícios 
suficientes de autoria e, pela segunda expressão seria a decretação da prisão, como 
garantia da ordem pública, ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou 
para assegurar aplicação da lei penal. É necessário dizer o porquê do perigo à ordem 
pública e social. 
 
APENAS PARA CONTRARIAR DESDE JÁ: Prisão preventiva não basta repetir as 
palavras da lei, as quais são: para garantia da ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal. 
 
É indispensável que caracterize a conduta de cada um dos acusados, em que consistiu a 
sua participação, ou coautoria e, quais as provas que existem no bojo dos autos contra o 
acusado. 
 
Não serve fundamentação genérica e única para todos os acusados como ocorreu in 
casu sub judice. 
 
____________________ não foi reconhecido por ninguém como autor de ação delituosa, 
não foi objetivado qual o verbo do tipo por ele praticado, nem muito menos restou 
demonstrado de forma inequívoca que o mesmo tivesse praticado autoria e materialidade 
dos crimes imputados. 
 
Basta fazer apenas uma indagação: Objetivamente, o que existem nos autos que autoriza 
a decretação da prisão preventiva do acusado _________? A resposta é NADA DE 
IDÔNIO PARA ESTE FIM. 
 
Com referência fumus comissi delicti disse a decisão atacada que vieram aos autos 
declarações e termo de reconhecimento. Em seguida, fala de periculum libertatis, mas 
apenas em referências genéricas e globalizadas, o que peca contra a obrigação de 
fundamentar objetivamente para cada acusado. 
 
NOTE-SE QUE SÃO DECLARAÇÕES “FABRICADAS” (NA FASE POLICIAL) PELA 
PARTE “EX ADVERSA” O MINISTÉRIO PÚBLICO, agora num panorama mal colocado, 
ou seja, “fabricam” o inquérito no seu interesse, para o próprio MP acusar, de modo que 
tais declarações são imprestáveis para os fins que se destinam, justamente porque, NÃO 
PASSA PELO CRIVO DO CONTRADITÓRIO E NEM PERMITE A PARTE SER 
ACOMPANHADA DE ADVOGADO. 
 
A jurisprudência colocada no decreto de prisão preventiva é também, absolutamente 
inadequada e que não serve de paradigma para a hipótese vertente. 
 
Encerrado o período da prisão provisória, o ilustre e honrado Magistrado, a pedido do 
Ministério Público, transformou a prisão provisória em prisão preventiva, apenas para 
curvar-se à imposição inoportuna do dominus litis. 
 
CONTRARIANDO DESDE JÁ: 
 
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POR QUE O DECRETO DE PRISÃO PREVENTIVA É ILEGAL E ABUSIVO CONTRA O 
DIREITO DE LIBERDADE DO ORA PACIENTE 
 
A prisão preventiva há muito foi afastada do rótulo de prisão obrigatória, mas como disse 
Hélio Tornaghi: Seguindo o bom e correto entendimento, as legislações do mundo inteiro 
a recolhem, distinguem-na da pena de prisão e lhe disciplinam o uso partindo do princípio 
de que ela é um mal somente justificado pela necessidade. Por isso a reduzem ao mínimo 
de casos, exigem que ela se funde em razões graves e a cercam de todas as garantias 
jurisdicionais. 
 
Não se trata prisão preventiva de uma faculdade que o Juiz possa utilizar ao seu bel 
prazer, a seu arbítrio e sim de PODER DISCRICIONÁRIO, regulado por motivos de 
conveniência que devem ser levados em consideração que deve ser fundamentado 
quantum satis. 
 
Se o Juiz exerce esse poder sem que as razões consideradas por lei como determinantes 
da prisão, configura-se o abuso de poder. Por isso, é que a Lei Instrumental Penal 
determina que a prisão deva ser fundamentada justificando em que baseia para entender 
que ocorrem os requisitos impostos pelo art. 312 do Código de Processo Penal. 
 
O que a Ciência do Direito busca é o que é justo e bem fundamentado, não decretar a 
restrição da liberdade de forma genérica, sem individuar condutas, referir-se a provas no 
sentido de demonstrar a autoria e materialidade de forma inequívoca. 
 
No caso presente, a fundamentação divorciou completamente do que determina e 
pretende a Lei Processual Penal, principalmente no caso do acusado _________. 
 
A prisão preventiva é de natureza eminentemente cautelar, porque ela jamais pode ser 
considerada antecipação de cumprimento de pena. Por isso, ela se apega na 
instrumentalidade, ou seja, ela é apenas um meio e não um fim, como está pretendendo o 
Magistrado que a decretou neste processo. 
 
Segundo o art. 311 do Código de Processo Penal a Lei Brasileira se contenta com: 
 
1) Prova da existência do crime; é prova da existência de fato criminoso, ou seja, a sua 
materialidade. 
 
2) Indícios suficientes da autoria; que no Código de Processo Penal, considerando a 
relevância do direito fundamental de liberdade, exige prova não duvidosa, porque a 
expressão da lei diz INDÍCIOS SUFICIENTES PARA ADMITIR AUTORIA. 
 
Estes pressupostos fazem parte de sua própria natureza e para garantir o abuso do Juiz, 
exige despacho escrito e bem fundamentado. 
 
A fundamentação para a decretação da prisão preventiva tem que ser acompanhada das 
razões de fato e de direito. Por isso, deve ficar evidenciado de modo claro e cristalino 
segundo a evidência dos autos e os elementos do procedimento inquisitivo, a saber: 
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1. Quais as provas da existência do crime? No caso a materialidade que enquadra no 
elemento do tipo. 
 
2. Quais as provas da autoria? No caso a prova da participação, em que grau, de que 
forma e qual a ação física do acusado. 
 
Pedimos vênia par carrear a este caso as lições de Hélio Tornaghi in Manual do Processo 
Penal, Ed. Freitas Bastos, Rio de Janeiro, fls. 621/622, quando disse que: 
 
Por outro lado, sendo a prisão preventiva lesiva da liberdade, somente nos casos 
concretos em que se revelar estritamente necessária, mais que necessária, 
imprescindível, é que se deve ser usada. 
 
A Lei do Processo Penal nada mais é do que a fórmula salvadora, milagrosa até, que 
concilia a necessidade de segurança com o ideal de justiça. 
 
Quanto mais eficazmente ela conseguir esse desideratum, mais perfeita será e mais 
apreciável. 
 
Por isso mesmo ela não deve criar restrições a bens jurídicos a não ser quando 
absolutamente indispensáveis. Sob pena de falhar em sua função protetora, não pode ela 
admitir presunções que possivelmente falhem em casos concretos. 
 
Para evitar as abstrações, por vezes não condizentes com a realidade, par banir as 
generalizações nem sempre verazes, ela se socorre de um órgão do Estado soberano, o 
juiz, que, examinando caso por caso, está em condições de fazer o que convém e de 
impedir que em nome de uma presunção falível se sacrifiquem os mais sagrados bens, 
para cuja tutela a humanidade derramou sangue, suor e lágrimas.Por tudo isso, ainda o mesmo saudoso jurista disse op. cit. que: 
 
... o juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os fatos que o levam a considerar 
necessária a prisão par garantia da ordem pública ou par assegurar a instrução criminal, 
ou a aplicação da lei substantiva. 
 
Não basta de maneira alguma, não é fundamentação, frauda finalidade da lei e ilude as 
garantias da liberdade o fato de o juiz dizer apenas: considerando que a prisão é 
necessária para a garantia da ordem pública... Ou então: a prova dos autos revela que a 
prisão é conveniente par a instrução criminal... Fórmulas como essas são as mais 
rematadas expressões de prepotência, do arbítrio e da opressão. Revelam displicência, 
tirania, do arbítrio e da opressão. Revelam displicência, tirania ou ignorância, pois além de 
tudo envolve petição de princípio: com elas o juiz toma por base exatamente aquilo que 
deverias demonstrar. 
 
A decisão proferida da prisão preventiva não disse que ____________________ foi 
encontrado com qualquer prova material do crime; não disse nada se alguém o 
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reconheceu cometendo crimes; não disse qual a conduta praticada objetivamente 
por ele praticada, que possa ser tipificada na lei penal com referência aos crimes 
apontados; não disse em que consistiu objetivamente a sua participação ou autoria. 
 
Nada fundamentou a respeito, quais os motivos que colocaria a sociedade em risco e por 
quê? Se ele tem passado sujo; se ele tem antecedentes; se ele é vadio ou tem emprego; 
se tem ele ficha limpa no seu serviço público prestado ao Estado; se ele tem família; se 
ele tem endereço fixo; então, por que a prisão preventiva para garantia da ordem pública? 
 
Garantia da ordem pública só ocorre para segurança processual, ou seja, se o réu pode 
vir cometer outros crimes e, isso, é impossível de ocorrer, porque o mesmo é policial e 
de bons antecedentes, não se pode presumir que venha cometer crimes depois de 
tanto abuso e ilegalidades sofridos em seu direito de liberdade. 
 
Não fundamentou sobre necessidade de instrução penal, porque com todos os 
pressupostos retrorreferidos, não pode simplesmente o Magistrado presumir que o 
acusado não venha se defender. A sua própria condição de vida e familiar, não admite tal 
absurda presunção. 
 
Não fundamentou igualmente o que colocaria em risco a segurança de aplicação da pena, 
porque seria pretender levar o indivíduo à antecipação do cumprimento de pena, quando 
as condições do acusado não autoriza assim presumir e a ação penal, nem sequer 
iniciada a instrução penal foi. Como que no limiar da lide, o Magistrado, autoridade 
coatora possa presumir que o acusado iria fugir. 
 
Fugir do que? Deste inquérito “fabricado”, imprestável para lastrear uma condenação? Na 
verdade, estamos diante de uma decisão mal fundamentada e arbitrária por 
DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO AOS REQUISITOS PARA 
DEMONSTRAR NECESSIDADE DESSA PRISÃO, PODENDO O ORA PACIENTE, 
SOLTO SE DEFENDER. 
 
É UMA ILEGALIDADE NEGAR A LIBERDADE PROVISÓRIA. 
 
Primeiro Argumento: Não há autoria comprovada 
 
O ilustre e honrado Magistrado há de ver que tanto o inquérito policial, como a denúncia 
do ilustre representante do Ministério Público baseia em delação, pura e simplesmente, 
sem qualquer prova material que possa induzir à materialidade, ou autoria. 
 
A respeito disso a voz dos grandes juristas que militam na área criminal são unânimes em 
afirmar que é preciso ter muito cuidado com o depoimento em delação, porque muitas 
vezes mentem para pretender amenizar a sua própria situação. 
 
Recentemente a Folha de São Paulo do dia 24 de agosto do corrente ano, fls. A-11 do 
primeiro caderno publicou referência ao Advogado Paulista Sérgio de Moraes Pitombo 
quando disse: 
 
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É preciso cuidado com o depoimento em delação premiada, diz advogado. Segundo ele, 
há centenas de casos de delação premiada nos EUA em que os supostos colabores da 
Justiça mentiam para proteger clientes ou para colocar a polícia atrás de pistas falsas... 
 
 
Contra o ora paciente, só existiu um depoimento de um colega que referiu a 
_________, foi o único e, quando prestou declaração afirmou que tem problemas 
mentais e está em fase de tratamento, além do que, estava preso na Polícia Federal 
por outros motivos, portanto, nem é digno de fé. NADA MAIS EXISTE, nem prova 
material e nem autoria. Inclusive, numa fase do depoimento __________ acusou a 
sua própria mulher porque o tinha abandonado, o que é um absurdo, por tratar-se 
de uma funcionária do Conselho Regional de Medicina deste Estado. Assim, quem 
acusa as pessoas da família falsamente, não acusaria um colega também de modo 
falso? 
 
O relatório da promotora que está a disposição de um órgão criado em ____________, só 
para investigar crime organizado, ela que preside declarações, MENTIU 
ESCANDALOSAMENTE NO SEU RELATÓRIO, quando carreou afirmações referentes a 
um outro caso ocorrido em ____________, sobre veículo, quando naquela semana o 
próprio acusado ________ estava passando férias com a família na casa de um amigo na 
cidade de ____________ no Estado do ____________, doc. anexo. 
 
 
Segundo Argumento: Não há materialidade comprovada 
 
É do conhecimento dos operadores do Direito Penal que delação nem é meio de provas 
prevista na Legislação Processual Penal, TRATA-SE DE PROVA ANÔMALA, de modo 
que a mesma deve ser admitida com cuidados e reservas de praxe. 
 
Camargo Aranha na sua Obra “Da Prova no Processo Penal, Edição Saraiva, 1.983, pág. 
75, ensina que: Trata-se de uma prova anômala, admissível e sem qualquer previsão ou 
regulamentação lega. 
 
Em primeiro lugar, não pode ser entendida como confissão, pois esta exige, como um de 
seus pressupostos, que a firmação incriminadora atinja o próprio confitente e no caso está 
dirigida contra um terceiro. 
 
Depois não é testemunho, pois como testemunhante somente podem servir aqueles 
equidistantes das partes e sem interesse na solução da demanda, o que não acontece 
com o delator. 
 
...Contudo, se violadora do princípio do contraditório, tem sido admitida por nossos 
Tribunais, até com força condenatória, conforme será demonstrado. 
 
A respeito de tal prova a nossa legislação guarda total silencia, ao revés do que ocorre na 
Lei Processual Italiana, que não admite o testemunho do corréu (art. 384, inc. 3º). 
 
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Mittemayer renegou força condenatória à delação, afirmado expressamente: O 
depoimento do cúmplice apresenta também graves dificuldades. 
 
Têm-se visto criminosos que, desesperados por conhecerem que não podem escapar à 
pena, se esfo9rçam em arrastar outros cidadãos para o abismo em que caem; outros 
denunciam cúmplices, aliás inocentes, só para afastar a suspeita dos eu realmente 
tomaram parte no delito, ou para tornar o processo mais complicado ou mais difícil, ou 
porque,k esperam obter tratamento menos rigoroso, comprometendo pessoas colocadas 
em altas posições. 
 
 
O Direito Pretoriano já deixou precedentes que nos orienta e leva ao cuidado do seguinte 
modo: 
 
No processo criminal, a imputação do corréu somente tem valia probatória quando é 
confirmado por outros elementos de convicção. Não se pode reconhecer como prova 
plena a imputação isolada do corréu para suporte de um veredicto condenatório, porque 
seria instituir-se a insegurança no julgamento criminal, com possibilidade de erros 
judiciários. (RT 410:316).Terceiro Argumento: Foi ferido o princípio da verdade real e da ampla defesa 
 
Inúmeros exemplos de precedentes, as delações ocorrem quando o verdadeiro culpado 
delata outras pessoas conhecidas, ou de auditu e que tenham alguma qualificação social, 
com a finalidade de atenuar a sua situação. Assim o faz, sem qualquer certeza real de 
crime, violando frontalmente o princípio do contraditório e da ampla defesa, bem 
como, o devido processo legal, que são garantias constitucionais ex vi legis do art. 
5º, inciso LIV e LV da CF/88. Vejamos: 
 
A palavra acusatória do corréu que procura a exonerar-se da responsabilidade, por si só, 
não é suficiente para lastrear sentença condenatória (TA Crim. 55.600, TA Crim. SP, Rel. 
Azevedo Franceschini, RT 371/161. 
 
Havendo contradições entre os depoimentos policiais e judiciais des testemunha, há de 
prevalecer o último, que passou pelo crivo do contraditório. (A.Crim. N. 151.963, TA Crim. 
SP Rel. Lauro Malheiros). 
 
No caso destes autos nem testemunha é o delator. Apenas, trata-se de um delator, que 
se encontra preso junto à Polícia Federal. Por isso, justificar uma prisão preventiva com 
isso, não se justifica. Não há como afirmar que o fim é proteger terceiro (delator) que já se 
encontra preso. 
 
O caráter inquisitivo do Inquérito Policial e desprovido do contencioso é apenas uma peça 
informativa de investigação de fatos e, pela falta de absoluta contrariedade o seu valor 
deve ter ressonância na instrução judicial. 
 
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O inquérito policial não admite contrariedade, constituindo mera peça informativa à qual 
se deve dar valor de simples indício. Assim, não confirmados em juízo os fatos narrados 
na Policia, ainda que se trate de pessoa de maus antecedentes, impossível será a 
condenação. (A.Crim. n. 181.563, TA Crim. SP, Rel. Geraldo Ferrari). 
 
Não esquecer que a prova existente até agora, fere de morte o principio constitucional do 
contraditório (audiatur et altera pars), o qual exige que somente tem valia se produzida 
diante de quem suportará seus efeitos, com a possibilidade de contrariá-la. 
 
 
Quarto Argumento: Faltam os requisitos de ordem instrumental penal (CPP – art. 
311 e 312) 
 
No caso deste processo, o fato da prisão preventiva correu do alarde feito na fase do 
inquérito, que resultou uma denúncia com base apenas em conjecturas, presunções e 
indícios simples, que não são suficientes para lastrear um Decreto de Prisão Preventiva. 
 
Na fundamentação do decreto de prisão preventiva, a r. decisão proferida pelo ilustre e 
honrado Magistrado, referiu ao ora peticionário e acusado ____________________, 
apenas às fls. 533, como integrante da relação de pessoas acusadas. 
 
Depois estende a fundamentação generalizando prática de crime dizendo que assim o 
fazia, porque o GAECO estava investigando crimes e que haviam fortes indícios de que 
todos os acusados estavam implicados, pelo que justificava os requisitos de fumus 
comissi delicti et periculum libertatis. 
 
Passou a fundamentar tudo nasceu da representação de que uma pessoa de Ivan 
Alexandre Soares foi vítima em razão de estar guardando dois carros suspeitos. 
 
Daí passou a contar uma história envolvendo todos os acusados, exceto incluindo 
nesse histórico a participação efetiva do acusado ____________________, apenas, 
às fls. 537, dos autos disse: 
 
Narrou o requerimento, ainda, a suposta existência de outro fato delituoso, o qual se 
encontra sob investigação, qual seja, que no final do mês de fevereiro do corrente ano a 
indigitada quadrilha atuou novamente (NOTE-SE QUE ISSO SÃO PALAVRAS DA 
ACUSAÇÃO MAIS DE NINGUÉM), desta feita contando com a participação de ________ 
(o investigado colaborador), ___________ e __________, devidamente orientados pelo 
Chefe nos seguintes termos: 
 
Mais adiante diz:... havia dois homens com 24 kg de maconha em uma VW Saveiro 
branca, estacionados próximo ao seu bar, no bairro Los Angeles, de modo que se 
dirigiram até o local ________ E ________, ficando DEGHAICHE na cobertura da 
procuração. 
 
Quando da abordagem, constataram a existência da droga no interior do veículo, 
liberaram os traficantes e entregaram a Dora e o carro para DEGHAICHE. O veículo no 
dia seguinte foi abandonado por DEHAICHE... 
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NOTE-SE QUE SÃO APENAS PALAVRAS DA DECISÃO SEM DIZENDO QUE RETIROU 
DO REQUERIMENTO SEM SE REFERIR ÀS FLS. DO INQUÉRITO ONDE ISTO HAVIA 
SIDO DECLARADO POR TESTEMUNHAS. 
 
Podemos aqui tecer algumas lições de Hélio Tornaghi in Manual de Processo Penal, 
Livraria Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 1963, fls. 819, referindo-se ao despacho de prisão 
preventiva preleciona que: 
 
a) Exige ato formal e escrito, destinado a determiná-la, documentá-la e fundamentá-la. 
 
b) Fundamentação. A decretação da prisão preventiva tem de ser acompanhada das 
razões de fato e de direito que a fundamentam. É necessário que o juiz deixe claro 
sempre: quais as provas da existência do crime; quais as da autoria; 
 
E mais:... 
 
Na hipótese da prisão discricionária, o juiz deve mencionar de maneira clara e precisa os 
fatos, que o levam a considerar necessária a prisão para garantia da ordem pública ou par 
assegurar a instrução criminal ou aplicação da lei penal substantiva. Não basta de 
maneira alguma e não é fundamentação, frauda a finalidade da lei e ilude as garantias da 
liberdade, o fato de que o juiz dizer apenas: “considerando que a prisão é necessária para 
a garantia da ordem pública... 
Ou então: “a prova dos autos revela que a prisão é conveniente para instrução criminal...” 
Fórmulas como essas ao a mais rematada expressão da prepotência ou ignorância, pois 
além de tudo envolve petição de princípio: com elas o juiz toma por base exatamente 
aquilo que deveria demonstrar. 
 
Mais adiante: 
 
Mas uma coisa é o ato de fundamentar e outra cousa são os fatos que fundamentam. 
Uma fundamentação imperfeita é, não obstante é fundamentação e responde aos 
objetivos do art. 315. Mas pode deixar sem resposta as exigências dos art.. 311 e 313 
(prisão discricionária) 
 
Na verdade a fundamentação é de ser absoluta da necessidade e o Juiz deve tomar 
cuidado do uso deste poder cautelar, por que: 
 
a) O ideal de segurança da preventiva pode conflitar com o verdadeiro ideal de justiça. 
 
b) A prisão cautelar falha, levada a efeito por abstrações sem prova da autoria e 
materialidade, sacrifica o mais sagrado direito da humanidade que é a liberdade, ferindo 
de morte o princípio da inocência; 
 
c) A prisão preventiva sem provas seguras e demonstração da absoluta necessidade, 
agride a dignidade da pessoa, da família em todos os aspecto, transforma-se numa 
mancha que não se apaga, portanto, viola os direitos humanos. 
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A ordem pública no caso vertente, não pode ser colocada em perigo por 
____________________, porque o mesmo é servidor da Segurança Pública e tem um 
passado limpo e de bons serviços prestado ao Estado. 
 
Não põe em perigo a instrução criminal, porque o mesmo tem tanto interesse em 
esclarecer os fatos que quando foi decretado a prisão, apresentou-se espontaneamente. 
 
A segurança da aplicação da lei penal, da mesma forma e pelo fato de ser um servidor 
público, não vai furtar-se a submeter o que for decidido no processo, justamente porque, 
não fez um vez, não fará segunda. 
 
Não se trata de réu vadio e não existe nenhum fato que possa presumir ao contrário, 
justamenteporque tem família, é servidor público, além de ser primário e de bons 
antecedentes, tudo conforme consta da sua identificação. 
 
Os dispositivos do art. 311 do CPP dispõe que deve existir prova material do crime e 
também da autoria, quando para esses requisitos não existem nos autos, provas 
inequívocas ou cabais, para se iniciar por antecipação uma reprimenda corporal, sem que 
a instrução do processo tenha efetivado. 
 
Indícios podem ser indícios leves, meros indícios e fortes indícios. Na seara do Processo 
Penal tem que haver indícios fortes ou veementes de autoria e materialidade, porque para 
cercear o direito de liberdade que é fundamental, não pode valer-se de indícios leves para 
restringir o direito de liberdade de ninguém, porque estaria pecando contra o princípio da 
verdade real. 
 
No caso destes autos não se pode enquadrar contra _____________, o que conhecemos 
por indícios veementes e por isso, merece revogação para solto se defender. 
 
Da análise dos antecedentes e da situação pessoal do acusado, não existem elementos 
que levam à necessidade da prisão preventiva neste caso. 
 
 
Quinto Argumento: As condições pessoais do réu não faz presumir que o mesmo 
possa delinquir ou colocando em risco a segurança da sociedade. 
 
Isto se afirma, porque o acusado tem qualidades pessoais que de forma alguma põe em 
risco a instrução penal, nem a aplicação da Lei Penal, muito menos oferece qualquer 
periculosidade, porque isto está atestado por sua própria vida pública e familiar. 
 
Estas são qualidades que afastam a necessidade de prisão preventiva segundo as lições 
dos penalistas, os quais podemos referir aos seguintes: 
 
Os bons antecedentes são um conjunto de fatores da vida pessoal, familiar e social do 
acusado que devem ser considerados para avaliar a sua personalidade e a necessidade 
de manter-se preso e, quanto a isso BENTO DE FARIA já recomendava que se devesse 
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examinar: “o seu comportamento (do réu), a extensão de suas relações, a consideração e 
ao respeito que lhe são manifestados nesse ambiente, a atenção manifestada ao seu lar, 
a assistência e carinho dispensado à família, acrescentando como bem, observa 
NELSON HUNGRIA, também devem ser pesquisados os antecedentes judiciais(...) 
Código Penal, Rio, 1961, Vol. III, 7. 
 
Anibal Bruno, igualmente recomenda seja verificada “sua inclinação ou repugnância o 
trabalho, ou a outras atividades honestas. (Comentário ao Código Penal, rio, 1969, p. 95. 
 
No mesmo sentido é a lição de Costa E Silva, para quem, a conceituação de bons 
antecedentes seria extraída não só dos antecedentes penais e judiciais, mas também da 
vida anterior do mesmo réu, do procedimento contemporâneo ou posterior deste e das 
condições de vida individual, familiar e social do mesmo (Comentários do Código Penal 
Brasileiro, São Paulo, 1967 p. 188). 
 
Para finalizar, o festejado Nelson Hungria arremata quando diz que: Em primeiro lugar, a 
de que a ideia de bons antecedentes não corresponde à de pureza absoluta, apanágio 
dos santos e de uns poucos cidadãos virtuosos, mas sim de uma valoração positiva, 
numa escala que vai da apreciação de péssimos antecedentes a de ótimos antecedentes: 
havendo saldo credor, há bons antecedentes, por modesto que seja o saldo. Em segundo 
lugar a da relatividade dos antecedentes judiciários que verdadeiramente (até pelo 
princípio da presunção de inocência) só podem fornecer uma fração das informações 
necessárias à composição de um quadro geral da conduta do acusado, a partir do qual se 
procuraria definir e avaliar seus antecedentes. 
 
 
Sexto Argumento: Referência à personalidade do réu e o conceito social. 
 
Sendo o acusado um funcionário público, policial civil que já tem longo tempo de bons 
serviços prestados ao Estado, estando solto se defendendo estará sob chefia de seus 
superiores e sem condição mínima de deixar de atender as ordens judiciais quanto à 
instrução do processo. 
 
As análises do saldo positivo de que falamos no item anterior, justifica o pedido de 
liberdade provisória e também, diante da negativa do acusado de haver praticado crime. 
 
 
Sétimo Argumento: Comparecimento espontâneo do réu após o decreto de prisão 
preventiva. (Maior pecado da autoridade coatora é negar a liberdade provisória para 
este acusado). 
 
Não pode presumir que o acusado possa furtar-se à aplicação da lei penal, ou do 
cumprimento de pena, até porque, o ilustre e honrado Juiz, pode verificar que para ser 
preso provisoriamente, compareceu espontaneamente, apresentado por seu próprio pai 
que é advogado nesta capital, um dia antes de sua prisão, quando o delegado do 
inquérito o enganou, dizendo que não havia nada e que poderia aguardar em sua casa. 
 
No outro dia bem cedo, chegaram agentes para prendê-lo na sua própria residência. 
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Nos autos não existe provas convincentes, cabais ou inequívocas de que o acusado 
tenha praticado o referido crime, ou participado, ou mesmo qual o grau de participação. A 
acusação é remota e confusa, cujos ataques serão minuciosamente formulados na fase 
da defesa. 
 
 
Oitavo Argumento: Não existe periculosidade 
 
Não oferece nenhuma periculosidade, considerando que tem um passado limpo que 
atesta a sua personalidade, como bem aceita no meio social onde vive, tem família bem 
constituída, valendo dizer que é primário e de bons antecedentes, além de ter o emprego 
fixo, que a retenção pelo cumprimento de pena sem ser condenado, pode lhe trazer 
prejuízos de difícil e incerta reparação para a sua dignidade e de sua família. 
 
Imaginam os senhores julgadores que um policial que nunca cometeu qualquer ato ilícito, 
prestando bons serviços ao Estado, acusado por delação de um policial problemático do 
sistema psíquico, possa gerar um decreto de prisão preventiva, SEM MAIORES 
CONSIDERAÇÕES E CUIDADOS. 
 
A periculosidade é justamente o pressuposto mais relevante para o decreto de prisão 
preventiva e quanto a isso, resta descartado a existência para lastrear o decreto que se 
quer revogado. 
 
Quais as circunstâncias que faz a autoridade coatora presumir que o acusado é perigoso? 
Nenhuma. 
 
 
Nono Argumento: O réu pode defender-se solto. 
 
Diante deste quadro de antecedentes e situação social do acusado, pode ele defender-se 
solto, porque resta demonstrado que pode obter a liberdade provisória e solto se 
defender, quando no caso não estão presentes nenhum dos requisitos para a prisão 
preventiva, conforme ut retro demonstrado. 
 
 
Décimo Argumento: Fere o princípio da ampla defesa e do devido processo legal, 
inclusive, o da inocência 
 
Sabemos que a restrição da liberdade como medidas cautelares é a exceção da regra, 
considerando que a regra é a liberdade, direito esse fundamental e garantido pela 
Constituição Federal. 
 
O princípio da inocência foi considerado letra morta, porque a decisão não demonstrou 
em momento algum a necessidade de ato de abuso contra o direito do acusado de ir e vir. 
 
 
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Décimo Primeiro Argumento: Prisão preventiva é medida de exceção. 
 
Dentro dos princípios inerentes ao Direito Penal e ao Processo Penal, devemos salientar 
que a prisão preventiva não é mais obrigatória na Lei Brasileira. Em verdade, quando ela 
não se faz necessária, ou seja, quando o acusado não põe em risco a sociedade no meio 
onde vive, pode o Magistrado, em homenagem a este direito fundamental,relaxar a 
prisão. 
 
Neste aspecto, o art. 311 do Código de Processo Penal cria os requisitos de ordem 
instrumental civil que podemos resumir no seguinte: 
 
a) Prova cabal da autoria; 
 
b) Prova da materialidade do delito; 
 
c) Para garantia da ordem pública, ou seja, que se o acusado for solto poderá a criar a 
intranquilidade no meio social onde vive, devido o grau de sua periculosidade; 
 
d) Para garantia da instrução criminal, ou seja, que o acusado poderá fugir e deixar de 
atender os atos processuais, presunção de que neste caso é praticamente impossível; 
 
e) Para garantir aplicação da Lei penal, se condenado fosse, poderia evadir-se, o que 
também já foi demonstrado com argumentos lógicos. 
 
 
Para quem conhece a vida dos presídios no Brasil, melhor seria que só em casos 
indispensáveis e de provada necessidade se deveria prender provisoriamente, porque 
levar um suspeito ou acusado prematuramente à prisão, porque, isso seria incluir o 
acusado entre a desditosa população carcerária antes do tempo, onde milhares de 
indivíduos se definham, vítimas da insensibilidade e desprezo para com o mais 
fundamental direito da natureza humana que é a liberdade. 
 
A esse respeito pedimos vênia para transcrever as lições de Hélio in Manual de Processo 
Penal (Prisão e Liberdade) editora Freitas Bastos, 1.963, Rio de Janeiro, quando disse a 
prisão provisória tolhe a liberdade licitamente, mas tolhe, o que já um mal. Disse que 
atinge o preso o seu ânimo e nos seus negócios. 
 
Prossegue o jurista lembra que ela só deve ser deferida segundo o princípio da 
necessidade, ou seja, quando for estritamente necessária. Por esta razão a lei tem que 
regular cuidadosamente e por isso, exige fundamentação. 
 
Quanto se refere ao Juiz diz: O juiz deve ser prudente e mesmo avaro na decretação. Há 
alguns perigos contra os quais deveriam premunir-se todos os juízes, ao menos os de 
bem. Prossegue: o perigo do calo profissional, que insensibiliza. De tanto mandar 
prender, há juízes que terminam esquecendo os inconvenientes da prisão. Fazem aquilo 
como ato de rotina, como o caixeiro que vende mercadorias ou o menino que joga bola 
despreocupado com a sorte alheia. O juiz que cai no hábito é o caso do religioso que já 
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não atenta para o sentido das próprias orações e as vai repetindo mecanicamente. 
Naquele formoso livro que é “O ELOGIO DOS JUÍZES ESCRITO POR UM ADVOGADO”, 
afirma Calamandrei que A ORDEM JUDICIAL NÃO UM RAMO DA BUROCRACIA,MAS 
VERDADEIRA ORDEM RELIGIOSA. 
 
Arremata, que não se pode tratar pessoas como coisas. 
 
O mesmo jurista fala do perigo da precipitação, ou do açodamento, que impede o exame 
maduro das circunstâncias e conduz as erros. Fala da mesma forma o perigo do exagero 
que levam os juízes a verem fantasmas e temer danos imaginários, transformar suspeitas 
vagas em indícios veementes, supor que é zelo o que na verdade é exacerbação do 
escrúpulo. 
 
Os males que a prisão preventiva causa a um inocente, NUNCA MAIS PODEM SER 
REPARADOS, fica com aquela mancha pelo resto da vida e atinge a sua dignidade e 
também de sua família. 
 
 
Décimo Segundo Argumento: Prisão preventiva não é sinônimo de antecipação de 
cumprimento de penal 
 
Por outro lado, ninguém pode ser considerado culpado antes da sentença transitada em 
julgado, portanto, quando as provas que acompanham a denúncia são frágeis, e nesse 
caso é, é mais aconselhável que se relaxe a prisão e se revogue a preventiva. 
 
A respeito da aplicação desse princípio, já na década de 60, Hélio Tornaghi, op. Cit. Já 
dizia: Os escritores medievais fixaram a regra segundo a qual, a absolvição por falta de 
prova da culpabilidade trazia consigo uma presunção de inocência do réu. Esse devia 
considerar-se inocente a não ser que (nisi) se provasse o contrário. Em lugar de um non 
liquet, o juiz deveria decidir por um líber, absolvo e esta absolvição levava a presumir a 
inocência. Ninguém seria tido como culpado se não fosse provada culpa: omnis 
praesumitur bônus nisi probetur malus. Essa regra foi acolhida pela Ordenação 
Francesa de 1.870. 
 
Mas a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1.791 foi mais adiante e 
estatuiu no art. 9º - Devendo presumir-se que todo homem é inocente até que ele seja 
declarado culpado... (Tout homme étant presume inocent jusqu’à CE qu’il ait été 
declare coupable...” 
 
O mesmo dispositivo aparece no art. 13 do Ato constitucional de 1793. 
 
Com essa redação mudava-se inteiramente o sentido da antiga presunção de inocência 
dos absolvidos por falta de provas. Passava-se presumir inocente o acusado, antes da 
sentença. Em lugar de um nisi colocava-se um donec ou, um usque: Quilibet 
praesumitur bônus usque probetur contrarium. 
 
De qualquer modo, todos esses princípios têm como finalidade de contrabalançar os 
rigores das leis que tratavam o réu como objeto do processo e não um ser humano que 
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tem direito de ser respeitado em si mesmo, pela sua personalidade, sua dignidade que o 
difere dos outros animais. 
 
O saldo positivo de tudo isso é ligar o passado da vida do acusado com o que irá 
acontecer no futuro, porque tudo deve ser dosado, ou seja, o que sempre foi ruim, assim 
o deve ser considerado e o que sempre foi bom e cometeu um erro, exige do julgador 
prudência e análise dosada com referência ao decreto de prisão preventiva, até porque a 
atual ordem constitucional dentro do cânon do Direito Brasileiro, elegeu a presunção de 
inocência como princípio fundamental. 
 
Pelas coisas passadas presumem as futuras, da mesma forma, devemos observar que o 
princípio da presunção de inocência, tem grande nexo com a máxima de in dubio pro 
reo, que tem como classificação a praesunctio iuris tantum em face do Interesse 
Público, que tem o onus probandi. 
 
Florian in Le Prove Penali, vol. 1º, pág. 353, afirma que É muito natural que num sistema 
penal em que a própria lei determina o valor de cada prova, a presunção de inocência 
deva ser legalmente afirmada e regulada. 
 
 
Décimo Terceiro Argumento: Não há necessidade de prisão cautelar, não existem 
motivos de base para esse fim. 
 
Neste pedido de revogação se deve, considerar que não existe a periculosidade, levando 
em conta que o delator encontra-se preso o presídio federal. O acusado principal no 
processo pertencia ao 5º DP e o ora requerente é lotado no 3º DP. 
 
Hélio Tornaghi, op. Cit. Falando do cuidado e orientação do Juiz, teve a oportunidade de 
afirmar que: 
 
Desventuradamente – oh! Triste e desditosa humanidade – os ventos da prepotência 
conti8nua a soprar, frias, gelados, siberianos, e o urso polar sufoca com pés de erro 
multidões de desgraçados ao quais prometem tesouros, mas que não são livres nem para 
morrer. Infortunadamente, nos próprios países amantes da liberdade, gemem ainda os 
infelizes em prisões abjetas, indignas de vermes, quanto mais de pessoas criadas à 
imagem e à semelhança de Deus. 
 
 
Por isso, que a inteligência da Lei, criou a prisão preventiva, quando extremamente 
necessária. Liberdade é a regra como sendo aquela que Florentino definiu como: A 
faculdade natural de fazer cada um o que lhe apraz, ressalvado o que é defeso por lei e 
pela força. 
 
Sem analisar o Decreto da Preventiva e sua fundamentação, entende-se que não há mais 
necessidade de manter a custódia provisória, até porque a ninguém cumpre cumprir pena 
sem ser condenado e ainda mais sob privação de seu direito de ir e vir. 
 
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O acusado se apresentou espontaneamente um dia antes, quando soube indiretamente 
que havia decreto de prisão preventiva, mas o delegado dispensou mandando aguardar, 
depois no outro dia cedo mandou agentes na casa do ora paciente com a finalidade de 
causar humilhação, esquecendo que o que rege o Direito Penal é o princípio da 
presunção de inocência. 
 
CONSIDERANDO QUE O PACIENTE JÁ ESTÁ PRESO HÁ MAIS DE 90 DIAS E ATÉ 
HOJE, NEM INTERROGADO FOI, TEM O DIREITO LÍDIMO DE DEFENDER-SE SOLTO, 
JUSTIFICANDO O FATO DE QUE É POLICIAL CIVIL, PRESTOU SERVIÇOS A VIDA 
TODA AO ESTADO E AGORA PRECISA SER PRESO PREVENTIVAMENTE? ONDE 
FICAM O DIREITO DO ACUSADO PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES, BEM 
COMO, COM EMPREGO PÚBLICO? AINDA, O DECRETO DE DECRETO DE PRISÃO 
PREVENTIVA FOI FEITO NÃO PELO JUIZ A QUEM FOI DISTRIBUÍDO O PROCESSO, 
MAS POR UM JUIZ DE PLANTÃO NO TAL DE GAECO, AO QUAL NÃO FOI 
DISTRIBUÍDA A AÇÃO, FERINDO DE MORTE O PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. 
 
Por estas razões, além de inúmeros outros motivos, espera que este douto e honrado 
Magistrado digne conceder a prestação jurisdicional de revogar a prisão preventiva e 
deferir a liberdade provisória, como é de direito. 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão ora formulada encontra-se fundamento no que dispõe o art. 647, combinado 
com o art. 648, I, II, IV, VI, do Código de Processo Penal, que tem a seguinte redação: ou 
seja, cessados os motivos que levou ao decreto, bem como, quando cessados os 
motivos, pode o Magistrado, revogar a prisão preventiva e deferir a liberdade provisória 
para que solto possa o acusado defender-se. 
 
Preso para as investigações e permanece até hoje, quando já foi oferecida a denúncia, 
aliás inepta, portanto, não existe justa casa, bem como cessado os motivos da prisão, o 
processo padece de nulidades, enfim, os incisos do art. 648 do CPP, foram violentados 
pela manutenção do réu presto até hoje, COMO SE FOSSE UMA ANTECIPAÇÃO DE 
PENA QUE NÃO EXISTE EM NOSSO DIREITO, FACE AO PRINCÍPIO DA INOCÊNCIA. 
 
Os documentos acostados com o presente pedido, provam quantum satis a possibilidade 
da revogação de uma análise objetiva do caso. 
 
Para arrematar é de verificar que a própria decisão que decretou a prisão preventiva, fez 
fundamentação genérica, sem explicar o comportamento de cada acusado e o que ele 
praticou objetivamente para enquadrar na definição da Lei Penal como crime. 
 
Não existe individuação da fundamentação entre a extensão da ação física e o que 
constituiu o verbo do tipo inserido na denúncia. 
 
Nenhum dos crimes apontados restou quanto ao ora requerente ____________, maiores 
detalhes e circunstâncias individuais, porquanto cada crime capitulado rebate-se a 
expressão utilizada de FORTES INDÍCIOS, a saber: 
 
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O ilustre Doutrinador Eliézer Rosa, in Dicionário de Processo Penal, da Editora Rio, 1975, 
pág. 131, ao referir aos indícios, afirmou o seguinte: Indicio, no manejo dos indícios, o 
Juiz Criminal tem de ter cuidados extremos, porque de todas as provas, a mais 
desgraçada, a mais enganosa, a mais satânica é, sem dúvida, a prova indiciária. O indício 
na ironia das coisas é prova predileta da vida contra os inocentes. Toda inocência por isso 
mesmo que inocência é a vítima de eleição da prova indiciária. Com indícios se chega a 
qualquer conclusão; imprime-se ao raciocínio a direção que se quer. Condenar ou 
absolver é o que há de mais fácil e simples, quando o julgador aposta com os indícios o 
destino do processo. Julgar só mediante indícios e com eles condenar é o adultério da 
razão com o acaso, nos jardins de Júpiter. 
 
Antônio Felipe da Silva Neves, na sua obra Da Prova Indiciária, Editora Liber Juris, 1986, 
Rio de Janeiro, p. 18, teve a oportunidade de dizer que: Os indícios são meio de prova 
indireta, como já afirmado com unanimidade doutrinariam, pois surgem de um processo 
mental, explicado pelo raciocínio lógico, mesmo assim, exige a prova indiciária que o 
elemento já formado, tenha consistência, seja verdadeiro, sob pena de total 
imprestabilidade, podendo de tanto resultar iniquidade ensejadora de monstruosas 
indignidades, haja visto o que nos retrata Papillon: Não quero saber se você é culpado 
ou inocente, quero apenas utilizar tudo o que existe contra você: sua vida boêmia 
em Montmartre, os testemunhos forças pela polícia e as declarações dos próprios 
policiais. Com este monte de sujeiras acumuladas pelo Juiz da instrução, tenho que 
pintar o seu retrato tão repelente, que os juros o farão desaparecer da sociedade. 
 
O trabalho apresentado neste processo é pobre, confuso e sem tipificação clara e precisa, 
de modo a antecipar qualquer custódia provisória a infrator primário e de bons 
antecedentes. 
 
PARA FINALIZAR 
 
O crime de PREVARICAÇÃO, cujos verbos do tipo são retardar ou deixar de praticar, ato 
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal. 
 
Quanto aos elementos do crime, temos a dizer que o tipo subjetivo, que é o dolo, ou seja, 
a vontade livre e consciente de furtar-se ao cumprimento do dever exige o dolo específico, 
que no caso foi demonstrado e, nem muito menos para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal. 
 
O sentimento pessoal que deve ser demonstrado, conforme precedentes pretorianos do 
STF, que no caso destes autos, não resta configurado. 
 
O crime de PECULATO, não resta configurado porque o verbo do tipo e apropriar-se o 
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, 
de quem tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio. 
 
Neste caso não tirou nenhum valor ou dinheiro de propriedade do Poder Público, portanto, 
fica completamente afastada esta hipótese. 
 
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Não tirou bem particular, considerando que a própria decisão diz que o veículo foi 
abandonado. Se houvesse droga ou entorpecente, é bem cuja posse e propriedade são 
proibidas por lei, portanto, não pode ser considerado bem protegido pela Lei. 
 
Não existe prova alguma de que forma o acusado apropriou, nem foi explicado o modo, 
se houve apenas presença no local dos fatos, enfim, não existe nenhum objeto jurídico 
para caracterizar peculato que tivesse sido apropriado pelo ora acusado. 
 
Quanto a crime de formação de associação criminosa, simplesmente, nem sequer 
existem os requisitos do art. 288, do Código Penal Brasileiro, ou seja, uma associação 
criminosa, organizada e chefiada para praticar crimes. Não existem os elementos 
formadores a infração. QUEM É DENUNCIADO POR UM FATO IMPUTADO, PARTICIPA 
DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA? A LEI NÃO DIZ QUE A ASSOCIAÇÃO É PARA 
“COMETER CRIMES”? QUANTAS AÇÕES CRIMINOSAS ESTÃO IMPUTADAS? 
 
Capitular acusados nesta infração se transformou numa verdadeira síndrome por parte do 
Ministério Público de uma forma geral, porém, nunca apresentado provas e elementos 
que possam tipificar referida infração. 
 
Foi apenas referido de forma singela de que não estão provados a autoria de tais crimes, 
nem a materialidade, portanto, o pedido de prisão preventiva foi vazado apenas em 
indícios, que foi a base da decisão que se quer revogada. 
 
O Direito Penal não baseia em conjecturas, nem em indícios, nem muito menos 
presunção, considerando que o Estado como sendo o titular do monopólio da Justiça, 
objetiva apenas punir o réu certo, porque o princípio aplicável é o da VERDADE REAL, 
que não encontra fundamentos no caso sub judice. 
 
OBS. Paciente preso há mais de 90 dias e até hoje, nem interrogadofoi. 
 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Diante do exposto, pede e requer a V. Exª e ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça, seja 
recebido o presente pedido de HABEAS CORPUS, processado na forma da lei, para 
determinar o pedido de informação à autoridade coatora, ouvida a Douta Procuradoria 
Geral da República no prazo, para finalmente ser concedida a ordem em favor do 
acusado, para que ele possa defender-se solto, segundo as razões constantes in causa 
petendi, determinando o alvará de soltura em favor do paciente ____________________, 
como é de direito e de justiça. 
 
Se o ilustre e honrado Ministro a quem competir relatar este pedido entender cabível, 
deferir liminarmente a liberdade provisória. 
 
Informa que o HC, negado pelo Egrégio Tribunal, que foi negado, não houve recurso 
ordinário, motivo porque está sendo ingressado com HC a este Egrégio Superior Tribunal 
de Justiça. 
 
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Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
Advogado-OAB 
 
 
 
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43. Habeas Corpus (Modelo 3) 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ________________ 
 
 
 
 
____________, brasileiro, convivente, servente de pedreiro, titular do RG nº _________ 
_____/__, residente e domiciliado na rua _______, nº____, bairro ________ em 
__________/___, e ____________ brasileira, convivente, menor, titular do RG 
nº00.00.00, _____/__, residente e domiciliada no endereço supra mencionado, por seu 
advogado e procurador que esta subscreve (m.j)................., inscrito na OAB/___ sob o nº 
____________, com escritório na Rua ____________, nº ____, Bairro ____________ em 
____________/_____ (onde receberá as intimações de praxe), vem, com o devido 
respeito e acatamento perante V.Exa. para requerer necessário HABEAS CORPUS, em 
face do por ato ilegal do DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ____________/___ – na pessoa do DR _____________, com fundamento 
nas razões de fato e de direito que passa a expor o quanto segue: 
 
FUNDAMENTOS DE FATO 
 
Os peticionários foram presos em flagrante delito sob a acusação porte e tráfico de 
entorpecente, conforme redigido no teor da ocorrência, prisão esta que foi realizada no 
dia 16.03.08, às 22,30 horas, porém, o indiciamento e lavratura do auto de prisão em data 
de 17.03.08, às 10:50 horas. 
 
O paciente foi conduzido juntamente com a menor, ambos autuados no mesmo processo 
e mantidos na prisão, o que ensejou o pedido de relaxamento de flagrante e liberdade 
provisória. 
 
Foi alegado que o flagrante contém vícios insanáveis e merece ser relaxado, quando não 
foi nomeado por terno e nem tomado termo de compromisso de curador para a efetivação 
da prisão da menor. 
 
Ressalte-se o fato de que os policiais invadiram a residência dos pacientes, ora pacientes 
sem qualquer mandado de busca, cometendo violação de domicílio o que constitui prova 
ilícita e consequentemente, abuso de autoridade, portanto, os depoimentos destes 
mesmos policiais neste caso, na qualidade de condutores e testemunhas, devem ser 
recebidos com ressalvadas de não fazer nenhuma fé pública de veracidade. 
 
Quanto ao ____________ foi preso no dia 16.03.08 e só lavrado o auto em 17.03.08, 
portanto, um dia depois, cuja comunicação ao Juiz da Comarca só foi feita às 17:30 horas 
do mesmo dia 17.03.08. 
 
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Tudo isso conforme prova a nota de culpa, que inclusive, não constou a capitulação ao 
verbo do tipo, padecendo por isso de nulidade como determinada a Lei Processual Penal. 
 
O preso _______ prestou interrogatório na polícia sem a presença de advogado, porém, 
constou do termo que o mesmo disse que pretendia colaborar com a Polícia e com a 
Justiça. 
 
A menor por sua vez não poderia ter sido recolhida presa e nem permanecer detida nas 
grades da Delegacia, até porque é mãe de um filho de tenra idade, ou seja, menor de 1 
ano e 2 meses, que também ficou na Delegacia. 
 
O jovem _____ quando de seu depoimento alegou estado de necessidade como causa 
subjacente do delito. 
 
No entanto, ambos são primários e de bons antecedentes, tendo moradia fixa e vivendo 
em família, com endereço certo, de modo que têm o direito de defender-se solto. 
 
Nenhuma das hipóteses previstas para ensejar a prisão preventiva está comprovada 
neste caso, portanto, têm, s.m.j, o direito de liberdade provisória, inclusive, quanto a 
_______ milita a atenuante de haver pretendido colaborar com a polícia. 
 
Por tais motivos, conforme provam os inclusos documentos têm o direito de relaxamento 
do auto de prisão em flagrante e/ou liberdade provisória para soltos se defenderem. 
 
As nulidades não ficaram só no que foi alegado ut retro, porque a bem da verdade, ambos 
os acusados já tinham advogado constituído na pessoa de ________, o que, inclusive, foi 
quem requereu o pedido de liberdade provisória. 
 
No entanto, o Magistrado designou interrogatório para a menor E NÃO INTIMOU O 
ADVOGADO, TENDO APENAS NOMEADO DEFENSOR PARA A MESMA, inclusive 
aconselhou a menor que não dissesse ao advogado, perguntando na oportunidade 
quanto que o patrono teria cobrado de honorários. Também na mesma oportunidade o 
Doutor Juiz dava verdadeiros gritos com a menor, como que um tipo de coação moral 
para afirmar o que lhe seria perguntado, numa espécie de indução. 
 
Por mais este acontecimento a posteriori após o ingresso do pedido de relaxamento de 
flagrante e liberdade provisória, é suficiente para causar a nulidade do processo por 
manifesto cerceamento de defesa. 
 
Além do que foi dito ut retro, é certo também que a ilegalidade e a coação injusta ao 
direito de ir e vir dos pacientes se caracteriza, pelo fato de que se é certo que o acusado 
se prontificou a colaborar com a justiça e pelo fato de ser primário e de bons 
antecedentes, não merece manter o flagrante, considerando que não estão presentes 
nenhum dos requisitos exigidos pelo art. 312, do Código de Processo Penal. 
 
Nestes casos o flagrante deve ser relaxado, nos termos do art. 310, Parágrafo único do 
Código de Processo Penal. 
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Por tais razões, só resta bater às portas do Judiciário para pedir a medida de garantia 
individual de habeas corpus em favor do paciente para soltos se defenderem. 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão ora formulada encontra fundamento nas normas do art. 647 e 648 do Código 
de Processo Penal Brasileiro, os quais estão assim redigidos: 
 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de 
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição 
disciplinar. 
 
 
O art. 648 do mesmo Codex da mesma forma, elencando as hipóteses de cabimento de 
habeas corpus disse que a prisão é considerada ilegal quando não houver justa causa e 
quando o processo for manifestamente nulo. 
 
Note-se que a justa causa findou-se quando o acusado se comprometeu a colaborar com 
a justiça por ocasião de seu interrogatório na polícia, bem como, pelo fato de ser primário, 
de bons antecedentes, com endereço fixo e família. 
 
A negativa do relaxamento e da liberdade provisória afronta o que dispõem os arts. 310 e 
seu parágrafo único do Código de Processo Penal,bem como, no art. 321 do mesmo 
Codex quanto à liberdade provisória. 
 
Para a primeira hipótese não estão presentes os requisitos da prisão preventiva previstos 
nos arts. 311 e 312 do Código de Processo Penal, portanto, o flagrante pode ser relaxado. 
 
Quanto à segunda hipótese, todos requisitos, partindo da primariedade estão 
demonstrados com comprovantes de residência e certidões necessárias. 
 
A tudo que foi dito anteriormente, é certo também que depois do advogado dos pacientes 
haver peticionado o relaxamento e a liberdade provisória para ambos, os autuados foram 
submetidos pelo Juiz do processo, ora autoridade coatora, a submeterem em audiência 
de interrogatório, sem intimar o causídico, cometendo a nulidade do processo e 
ilegalidade manifesto cerceamento de defesa. 
 
A menor por sua vez não podia ter sido conservada na prisão, porque a autoridade policial 
não tem competência para isto, além do fato de que o seu processo deveria ter sido 
realizado em separado, jamais incluindo como coautora de crime no auto de prisão em 
flagrante. 
 
Assim, resta pedir seja relaxada a prisão em flagrante por manifestas ilegalidades e 
quando senão deferir a liberdade provisória para soltos se defenderem. 
 
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O Direito Penal e o Processo Penal Brasileiro são regidos pela garantia constitucional da 
presunção de inocência, portanto, aquele negro período da história jurídica brasileira de 
que em que a prisão preventiva era obrigatória, cedeu lugar ao abrandamento da prisão 
obrigatória. 
 
Toda custódia provisória só tem cabimento quando presentes os requisitos do art. 312 do 
Código de Processo Penal e ainda que para haver prisão há de ser fundamentada. 
 
A r. decisão que indeferiu o relaxamento preocupou apenas em inserir jurisprudência, 
porém, sendo deficiente de fundamento em face dos elementos dos autos, de modo que a 
resposta ao pedido não aceito, permaneceu apenas no terreno de alusões genéricas e 
sem objetividade. 
 
A menor é mãe e necessita cuidar de seu filho de tenra idade, ou seja, a justiça agiria 
dentro de seus princípios e de sua racionalidade lógica, se soltasse a mãe para cuidar do 
filho, porque caso contrário estará punindo mãe e filho. 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Diante do exposto, pede e requer ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de 
_______________, que receba o presente pedido de habeas corpus, processado na 
forma da lei com os documentos inclusos, para deferir a ordem determinando que os 
acusados sejam colocados em liberdade com o relaxamento da prisão, como é de direito 
e de justiça. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
 
 
 
 
 
 
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44. Habeas Corpus (Modelo 4) 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE 
_______________-__ VARA CRIMINAL 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, brasileiro, trabalhador do comércio, titular da Cédula de Identidade nº 
______ SSP/___ e do CPF nº ____, residente e domiciliado na Rua ____ nº _____ em 
_________/____, por seu advogado e procurador que esta subscreve (m.j) Dr _______, 
inscrito na OAB/____ nº....., com escritório profissional na Av.... Quadra.... Casa......, 
Parque _______/___– fone n........... (onde receberá as intimações de estilo), vem, com o 
devido respeito perante V. Exa para impetrar competente ORDEM DE HABEAS 
CORPUS, contra ato considerado ilegal do DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA 
CRIMINAL DE _______/___, MT, na pessoa do Dr........, tudo para o que passa a expor o 
quanto segue: 
 
FUNDAMENTOS DO PEDIDO 
 
O paciente retro qualificado foi indiciado em inquérito policial sob a acusação de furto, em 
coautoria com outros indiciados, estes autuados em flagrante pelo fato de que no dia 
______, teriam furtado da vítima _____, mercadoria esta que foi avaliada em R$ 
___________, tudo conforme consta do incluso documento. 
 
Ocorre que, como prova de que o indiciamento do ora paciente foi inusitado e apenas por 
conjecturas, porque não estava no local dos fatos, não participou de nenhuma ação física 
“furtar”, não foi encontrado nenhum produto de furto em seu poder, motivo porque a 
autoria e materialidade com referência à sua pessoa não resta comprovado, dando 
margem a dúvidas e incertezas. 
 
No entanto, o ilustre e honrado Magistrado, a pedido da Polícia, resolveu decretar a prisão 
preventiva do ora paciente e impetrante, alegando em sua decisão que: 
 
Basta analisar o processo e os fatos apurados até então, sem qualquer crivo de 
contraditório, ou seja, apenas por processo inquisitivo que o indiciamento do ora paciente 
é apenas uma armação policial tirada de conjecturas ou presunção. 
 
 
O decreto de prisão preventiva deve ser cassado pela via do habeas corpus, pelo fato de 
vícios de forma e de mérito, pelas seguintes razões: 
 
1. Não existe prova material de crime de furto contra o ora paciente, porque nenhum 
objeto ou produto de crime foi encontrado em seu poder. 
 
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2. Da mesma forma, não há prova de autoria, ou coautoria, porque no momento do crime 
o ora paciente não estava e nem esteve no local dos fatos, como não tinha qualquer 
ligação com os fatos. 
 
3. Está absolutamente ausente a vontade livre e consciente de participar dos fatos 
imputados no auto de prisão em flagrante dos demais indiciados. 
 
4. O auto de prisão em flagrante só trouxe como testemunhas, depoimentos de policiais 
encarregados da prisão são imprestáveis para lastrear decreto de prisão preventiva, 
porque pretendem colorir suas ações como não abusivas. 
 
5. A jurisprudência tem acolhido depoimento de policiais com certa reserva e se tiver 
ressonância com outras provas. 
 
6. O peticionário tem endereço certo, tem família e é radicado nesta Capital, inclusive, 
com emprego certo, embora tenha tido antecedentes, é certo que atendeu a justiça e 
cumpriu o que lhe foi imposto, cujo processo já foi extinto. 
 
7. No caso vertente, nenhum dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal 
estão presentes in casu sub judice, porque não tem a mínima possibilidade de trazer 
prejuízo para a instrução criminal, muito menos para a aplicação da lei penal, pois seus 
antecedentes demonstram que nunca trouxe qualquer prejuízo para a Justiça. 
 
8. Da mesma forma, não oferece qualquer periculosidade, considerando que tem 
emprego e trabalho, tem família para cuidar, inclusive, endereço fixo. 
 
9. A decisão que decretou a prisão preventiva não está devidamente fundamentada, 
porque apenas limitou reproduzir as palavras da Lei, sem justificar objetivamente com os 
elementos do processo, onde estariam as razões para que justificasse os requisitos do 
art. 312 do Código de Processo Penal. O decreto de prisão preventiva, não fundamentado 
ou fundamentado insuficientemente é nulo de pleno direito, já que a Lei exige motivação 
da autoria e materialidade, bem como o porquê, da necessidade da custódia provisória. 
 
10. Na ótica da melhor doutrina, tem entendido que custódia provisória nada mais é do 
que a antecipação da execução da pena. Então é necessário para que isso ocorra, justa 
causa da aplicação dos pressupostos do art. 312 do CPP, não apenas reproduzir 
representação da polícia e reproduzir o que diz a lei. 
 
11. O Nosso Direito na atualidade não adota mais a figura jurídica da prisão preventiva 
como obrigatória, aliás, é absolutamente incompatível com o Princípio da Inocência, da 
Ampla Defesa e do due process ofLaw. 
 
12. No caso dos presentes autos não existem elementos suficientes para decretar 
preventiva, nem muito menos existe fundamentação suficiente com referência ao ora 
paciente. 
 
13. Não existe certeza da criminalidade ou certeza real do crime, não contentando o 
Direito Processual Penal com conjecturas ou presunções. 
 
 
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Por tais motivos, só resta recorrer ao Estado Juiz para que acolha o pedido de habeas 
corpus e conceda a ordem ao paciente para que solto possa se defender como é de 
direito. 
 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão ora formulada encontra fundamento nas normas do art. 647 e seguintes do 
Código de Processo Penal, ou seja, que conceder-se-á habeas corpus, sempre que 
alguém sofrer ou estiver na iminência de sofrer coação injusta no seu direito de ir e vir por 
ilegalidade ou abuso de poder por parte de autoridade, seja ela de que categoria for e 
sejam quais forem as funções que exerça. 
 
Mutatis mutandi, da mesma forma dispõe como garantia individual o art. 5º, inc. LXVIII 
da CF/88. 
 
Da mesma forma, o art. 648, I do Código de Processo Penal dispõe que considera coação 
ilegal manter alguém preso sem motivo justo. No caso presente deve prevalecer o 
princípio da presunção de inocência. 
 
Estão presentes os requisitos para a concessão da ordem, s.m.j., ou seja, a coação 
injusta pelo decreto de prisão preventiva sem necessidade alguma, inclusive, pela falta de 
atendimento aos pressupostos do art. 312 do CPP, com também, pelas nulidades 
contidas na decisão insuficientemente fundamentada. 
 
Os defeitos de forma e de mérito estão visíveis ictu oculli, portanto, seria uma 
homenagem ao direito deferir a ordem para que o paciente solto possa se defender. 
 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Diante do exposto, pede e requer a V. Exa. seja recebido o presente habeas corpus, 
processado na forma da lei, para solicitar à autoridade coatora, as informações de praxe, 
em seguida, ouvido o ilustre representante do MP, digne conceder a ordem para que o 
paciente solto possa defender, inclusive, expedindo-se o competente alvará de soltura. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
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45. Habeas Corpus (Modelo 5) 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ______________ 
 
 
 
 
REF. AUTOS Nº 0000000000 
Comarca de ________/______ 
 
 
 
_____________, brasileiro, casado, trabalhador rural, portador do CPF nº ___________ e 
RG nº 000000 _____/__, residente e domiciliado na ________, nº ____, bairro ______, 
em _______/___, por seu advogado e procurador que esta subscreve (m.j.).........., inscrito 
na OAB/___ sob o nº ________, com escritório profissional na Rua _________, nº 
_______, centro em ________/____) onde receberá as intimações de estilo), vem, com o 
devido respeito e acatamento perante V. Exª para impetrar competente ordem de 
HABEAS CORPUS, contra ato ilegal da ilustre JUÍZA DE DIREITO DA COMARCA DE 
_________/____, na pessoa da DRA. ________________, tudo para o que passa a expor 
o quanto segue: 
 
 
FUDAMENTO DO PEDIDO 
 
O peticionário conforme se infere da cópia do processo incluso, o indiciado na presente 
ação penal é um dos proprietários de uma área rural de 3.200 has, denominada 
___________, situada no Município de __________/____, que é propriedade da família. 
 
Este processo nasceu de uma comunicação do próprio Juiz de direito para investigar um 
fogo que aconteceu no local da referida Fazenda, isto em data de 30.09.2002. 
 
O FATO TIDO COMO CRIMINOSO 
 
Em razão disso, foi feito um laudo de exame e vistoria assinado pelo Delegado de Polícia 
do Município, no qual o mesmo disse que: 
 
a) objetivo – constatar se houve incêndio; 
b) local – área de fundo da Fazenda _____ que dista 9 km de ______; 
c) área atingida – disse 15 has que sofreu desmate para plantio de banana; 
d) área previamente desmatada – sofreu queima de palhada para o solo ficar descoberto; 
e) a área possuía vegetação jovem; 
f) havia sido área de pastagens a 10 anos atrás vindo a reflorestar; 
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g) O sinistro causou danos no plantio adulto de bananas que margeiam a área incendiada 
que é separada por uma cerca e que havia acero; 
h) Vieram fotografias que mostram que a queimada foi acidente pelo tipo de vegetação. 
 
 
Depois foi feito outro lado complementar, datado de 23.05.2003, denominado de Exame 
do Local do Crime ao meio ambiente, que não discrepa do primeiro, sendo oportuno 
transcrever a parte que importa, a saber: 
 
O local é integrante de uma lavoura de banana maçã, tornando um quadrilátero com área 
superior a 35 hectares, cujo porte mais a oeste próximo ao centro se forma uma 
depressão, sendo que a área de interesse pericial do tamanho compreendido entre 5 e 6 
hectares com comprimento aproximado de 800 metros por 70 metros de largura, e fica 
compreendida entre a rodovia e a lavoura de banana, portanto uma área estreita e 
comprida que se posiciona em sentido norte-sul e se constatou topografia... topografia... 
declive... solo... terra preta...vegetação... ainda jovem... há uma construção... 
 
 
Depois as respostas dos quesitos que o próprio Delegado fez e ele mesmo respondeu. 
 
 
A DENÚNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Vem o ilustre Representante do Ministério Público e oferece denúncia contra 3 (três) 
pessoas, alegando em resumo que: 
 
1. Diz que os denunciados promoveu o desmatamento de 5 a 6 hectares considerado de 
preservação permanente cf laudo n.130/03. 
 
2. Disse mais eu o acusado _________ (dono) e ________(responsável pelo plantio) 
tinha a intenção de cultivar mandioca e promoveram o desmatamento. 
 
3. ____________ determinou __________ para proceder o desmate da área e este fez a 
derrubada das árvores. 
 
4. Por isso, denunciava todos no art. 38 da Lei9 n. 9.605/978, para responder nos termos 
da ação pena que estava propondo em 3.08.2004. 
 
 
A denúncia se apresenta manifestamente inepta, o que nulifica o processo ex radice, 
uma vez que ela não atendeu os requisitos do art. 41, do Código de Processo Penal, no 
que tange expor o fato com toda clareza e precisão para que os acusados possam saber 
porque estão sendo acusados e no que consiste a autoria e no que consiste a 
materialidade, segundo a tipificação contida no art. 38 da Lei nº 9.605/98, que define os 
crimes contra o meio ambiente. 
 
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INEXISTÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO 
 
Um proprietário rural cede um diminuto pedaço de terra, numa área de 5 ou 6 hectares 
para ser plantado mandioca ou banana (seja lá o que for), com o intuito simplesmente de 
prestar uma caridade e ajuda a um trabalhador pobre ou menos favorecido, para que este 
possa plantar e produzir para receber um rendimento para apoio e dignidade de sua 
família, ou seja, lhe dá um meio de garantia alimentar não está cometendo crime algum, 
pelo contrário, está atendendo o art. 1º, inc. II, III e IV, da CF/88, onde está claro que são 
fundamentos da República a cidadania, a dignidade da pessoa humana e a valorização 
do trabalho. 
 
Assim, numa propriedade de 3.200,00 hectares, o fato de ceder 5 ou 6 hectares de terras 
para um pobre matar a fome da família e ganhar renda para a sua dignidadenão pode ser 
considerado crime contra o meio ambiente e nem muito menos intenção de causar danos, 
ATÉ PORQUE QUE ANTES ERA PASTO (cf. laudo) VEGETAÇÃO ERA JOVEM, 
portanto, existia pasto NÃO É ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE SE COMETER 
CRIME. 
 
Aqueles que cuidam da defesa do meio ambiente, não pode chegar a extremos como 
esse, porque o País que tem por tradição a agricultura e a pecuária, tem o interesse 
público de que se produza o alimento que se coloca na mesa do brasileiro e com isso, o 
próprio Governo está proporcionando a política da garantia alimentar, bem como, de 
assegurar a dignidade humana. 
 
Qualquer pessoa que trabalha no ar condicionado não sabe o que é medir a dureza do 
trabalho braçal no campo e tudo mais. 
 
Só valoriza o trabalhador, quando vai no mercado comprar o que o sofrido trabalhador 
produz para por na mesa, como é o caso da banana e da mandioca. 
 
São culturas que ocupam pequenas áreas que não chega a ser crime ambiental, porque 
não existe o dolo, mas o estado de necessidade pura e simplesmente, que não pode 
gerar penalização daqueles cuja intenção é somente plantar e produzir. 
 
Diante do que foi exposto, faltando o elemento subjetivo do crime, NÃO EXISTE O 
CRIME, além do que a denúncia não explicou quando ocorreram os fatos, nem precisou 
data da ocorrência do fato criminoso; não explicou a autoria e em que consistiu a 
responsabilização de cada um, uma vez que em havendo concurso de pessoas qual o 
grau e forma de participação de cada acusado; não esclareceu ter havido ação do IBAMA 
ou da SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE na esfera administrativa; não fundamentou o 
concurso de pessoas e o liame subjetivo. 
 
Nos termos do art. 43, I do Código de Processo Penal, porque o fato narrado não constitui 
crime, quer pelo que já ficou demonstrado ut retro, que pela própria capitulação, a saber: 
 
A Lei nº 9.605/98, no seu art. 38 dispõe que: Destruir ou danificar floresta considerada de 
preservação permanente, mesmo que em formação ou utilizá-la com infringência das 
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normas de proteção. Detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. 
 
O que é floresta de preservação permanente? A resposta está no art. 3º e 4º da Lei nº 
12.651 de 25.05.12, que as define como sendo: 
 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: 
 
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por 
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, 
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; 
 
 
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para 
os efeitos desta Lei: 
 
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos 
os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído 
pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 
 
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) 
metros de largura; 
 
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 
(duzentos) metros de largura; 
 
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; 
 
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; 
 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
 
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) 
hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 
 
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; 
 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do 
empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
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IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja 
sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela 
Lei nº 12.727, de 2012). 
 
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% 
(cem por cento) na linha de maior declive; 
 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão; 
 
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa 
nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; 
 
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) 
metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível 
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à 
base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho 
d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da 
elevação; 
 
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a 
vegetação; 
 
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 
(cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. (Redação 
dada pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
 
Está mais do que evidente de que a área referida na denúncia, aliás, sem qualquer 
definição técnica, não foi descrita e nem provada pelo laudo que se trata de ÁREA DE 
PRESERVAÇÃO PERMANENTE, porque não enquadra em nenhuma das hipóteses 
tipificadas na lei, conforme demonstrado ut retro. 
 
Áreas de preservação permanente é única e exclusivamente aquelas que a Lei de Defesa 
Ambiental, especialmente o Código Florestal Brasileiro define como tal. 
 
Assim não enquadrando no elenco retro, não é área de preservação permanente na 
expressão técnica da palavra, como tal, sujeita apenas à fiscalização administrativa e 
NÃO CONSTITUI CRIME, porque ubi lex non distinguit nec nos distuinguere 
debemus, ou seja, onde a lei não distingue, o intérprete não pode distinguir. 
 
Não há autoria comprovada, não há tipificação correta, houve manifesto erro da denúncia 
em qualificar a área de preservação permanente, até porque já era área de pasto como o 
próprio laudo afirma, bem como, o que existia ali era apenas pasto sujo, como é chamado 
no meio rural. 
 
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O laudo errou e concluir de forma divorciada da lei que ali fosse área de preservação 
permanente, nem justificou onde fica a reserva legal e se esta área estava dentro da 
reserva legal. 
 
Por tudo isso, a denúncia é inepta, não existe o crime capitulado do art. 38 da Lei nº 
9.605/98, porque não tipifica área de vegetação natural de preservação permanente, 
enfim, a denúncia foi um excesso de zelo que resultou numa violência judiciária contra 
pessoas humildes, cuja intenção era apenas plantar para produzir em área que já havia 
sido utilizada anteriormente. 
 
Por tudo isso, a denúncia deve ser considerada inepta, além do fato não constituir crime e 
nem existir autoria comprovada, como nem indiciado foi o acusado no inquérito policial, 
motivo porque a ordem para trancar o processo deve ser concedida em homenagem à 
justiça. 
 
 
DO REQUERIMENTODiante do exposto, pede e requer ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de 
________________, para que receba o pedido de habeas corpus, processado na forma 
da lei, solicitadas as informações ao Juiz A Quo, como autoridade coatora, ouvido o 
representante do MP, para ser concedida a ordem para trancamento do processo, pelos 
motivos retro fundamentos, como é de direito e de justiça. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
 
 
 
 
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46. Habeas Corpus com Pedido de Liminar (Modelo 6) 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ___________________ 
 
 
 
 
 
 
___________, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/___ sob o nº ________, com 
escritório na rua ______________, nº _____ em _______/____, titular do CPF/MF sob o 
nº _________, por seu advogado e procurador que esta subscreve (m.j) _________, 
inscrito na OAB_____/___ sob o nº _____, com escritório profissional na rua _____, nº 
_____, centro em ________/___ (onde receberá as intimações de estilo), vem, com o 
devido respeito perante V. Exa. para impetrar competente ordem de HABEAS CORPUS, 
contra ato ilegal praticado pelo DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DA COMARCA 
DE __________ na pessoa do DOUTOR _____________, por ato considerado ilegal, tudo 
para o que passa a expor o quanto segue: 
 
 
FUNDAMENTOS DO PEDIDO 
 
Conforme se infere dos inclusos documentos, o ora paciente figura como advogado dos 
acusados _______________ e _____________, nos autos de Processo Crime que lhes 
promove o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL em _____________, juntamente com 
quase todos os funcionários do Município de _____________/___, sob a acusação de 
haver colaborado como subalternos do Prefeito e Secretário Municipal, vereadores, enfim, 
quase todas as autoridades municipais, em crime de corrupção e peculato. 
 
Não satisfeito, o Ministério Público ingressou com uma medida cautelar de 
indisponibilidade de bens contra todos os acusados e através da Polícia do Município fez 
apreensões de bens, dentre os quais veículos, como é o caso de uma caminhoneta 
financiada de propriedade do casal, documento incluso, além de dinheiro em conta de 
banco. 
 
Efetivada a medida suprarreferida, ingressou o Ministério Público com uma ação civil 
pública contra todos os acusados com a finalidade de objetivar reparação de pretensos 
danos decorrentes dos fatos que embasaram a denúncia criminal. 
 
Pois bem. Com todos os bens apreendidos, não deixando nada livre, sequer o necessário 
para o sustento da família dos ora pacientes (que são conviventes como marido e 
mulher), ficou retida a caminhoneta marca chevrolet, modelo GM/S-10, série colina 4x4, 
ano e modelo 2005, cor branca, diesel, placas HSE ______, de _____________. 
 
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Como não poderia deixar de ser, foi requerido a RESTITUIÇÃO DO VEÍCULO 
APREENDIDO, referente ao processo nº _______________, conforme consta os inclusos 
documentos, salientando para o conhecimento do Magistrado, que no Processo Crime da 
1ª Vara de _____________/____, QUE VERSA SOBRE OS MESMÍSSIMOS FATOS, o 
Magistrado daquela vara já havia deferido a restituição. 
 
O pedido de restituição foi fundamentado que não foi produto de crime, nem adquirido 
com proventos de infração, como não é necessário para instrução criminal, inclusive, 
porque trata-se de veículo adquirido por financiamento com alienação fiduciária perante a 
Empresa Rodobens, doc. Incluso. 
 
Como o paciente _____________, na qualidade de advogado constatou que a Polícia, 
especialmente na pessoa do Delegado da Cidade, estavam utilizando a caminhoneta a 
serviços deles na rua, TANTO É QUE TIROU UMA FOTOGRAFIA NUMA 
OPORTUNIDADE EM QUE ISSO OCORRIA, então requereu ao MP que fosse suspenso 
o uso da caminhoneta. O mesmo fez perante o Juiz do processo. 
 
Ao invés do Ministério Público diligenciar para apurar o fato narrado que é grave, ou seja, 
utilizar de bem apreendido em inquérito policial, permaneceu inerte e discordou da 
entrega. 
 
O Magistrado comprou as dores do Promotor e ex officio, ao invés de determinar a 
apuração da denúncia de uso do veiculo, virou contra o Advogado _____________ e 
depois de indeferir a restituição em despacho aleivoso, determinou que fosse 
encaminhado ofício à Delegacia de Polícia de _____________/___, para que fosse aberto 
um inquérito contra o advogado, entendendo que ele foi grosseiro com o Promotor e que 
sua atitude constituía crime. 
 
Vejamos as palavras da autoridade Judiciária, tida como coatora: 
 
Por tais razões, é manifestamente impertinente o pedido inicial, aparelhado de 
desarrazoados pedidos de providências, tanto o dirigido à 1ª Vara como o dirigido ao MP, 
conforme f. 06-07, nos quais se imputa conduta ilegal a um promotor de justiça e a um 
Delegado de Polícia. 
 
Como os fatos narrados caracterizam crime em tese, providências devem ser tomadas. 
 
Por isso, indefere-se o pedido de restituição, determina-se a remessa de cópia dos autos 
à DEPOL para a instauração de IP.... 
 
ASS _____________ – Magistrado. 
 
 
Ilustre Desembargador! 
 
_____________ apenas requereu diante das referidas autoridades providências por ilícito, 
porque o veículo apreendido estava sendo utilizado nas ruas, motivo porque tirou 
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fotografia do mesmo e isso é grave, porque não se concebe que a Polícia apreende bens 
referentes a processo e passe a utilizá-lo como se fosse coisa de ninguém. 
 
O Advogado estava apenas defendendo os interesses dos clientes e diante da reação do 
Juiz e do Ministério Público que nenhuma providência adotou para apurar se o pedido do 
causídico era verdade ou mentira, achou por bem virar contra o mesmo, 
DETERMINANDO QUE FOSSE ABERTO INQUÉRITO, cuja finalidade é somente de 
pretender humilhar o advogado perante a sociedade e seus clientes, só porque é 
combativo e diligente na defesa dos direitos que lhes foram confiados. 
 
Não cometeu crime algum, NEM SEQUER IN THESI, porque pelas vias oficiais, primeiro 
requereu às referidas autoridades, PORQUE A APREENSÃO SE DEU A PEDIDO DO MP 
E POR ORDEM JUDICIAL, de modo que tais autoridades têm o dever de velar pela boa 
guarda do que está sub judice. 
 
Por outro lado, numa pequena cidade do interior como é o caso de _____________, não 
é possível a polícia utilizar caminhoneta apreendida sem que nenhum munícipe tome 
conhecimento. 
 
Nisso configura o ato ilegal ou abusivo da autoridade Judiciária que determinou a abertura 
de um inquérito policial absolutamente desnecessário e sem justa causa, com finalidade 
de acobertar fatos denunciados e graves, ainda mandando a própria Polícia que cometeu 
o ato ilícito para atuar contra o advogado, numa manifesta atitude de humilhar e abusar 
do advogado. 
 
A ilegalidade ainda se evidencia porque, a bem da verdade, o advogado estava apenas 
exercendo as prerrogativas de sua profissão nos termos do art. 133 da CF/88, combinado 
com o art. 2º, § 3º da Lei nº 8.906/95, porque tem o direito lídimo de requerer o que for de 
direito no interesse dos clientes. 
 
A alusão do requerimento dirigido ao MP, sobre o uso do veículo, é porque o mesmo foi 
apreendido a pedido do Promotor, portanto, julgou o advogado que o mesmo tivesse 
conhecimento das ilegalidades do uso do veículo na cidade depois de apreendido. 
 
POR ISSO, O ADVOGADO QUE MILITA EM _____________HÁ MAIS DE 20 (VINTE) 
ANOS, TEM FAMÍLIA MUITO BEM CONSTITUÍDA, SEMPRE RESPEITOU JUÍZES E 
PROMOTORES, BEM COMO AS DEMAIS AUTORIDADES, TEM PAUTADO POR UMA 
VIDA DIGNA, NÃO PODE PASSAR PELO VEXAME DE SER INDICIADO EM 
INQUÉRITO SEM JUSTA CAUSA E POR FATO QUE NÃO CONSTITUI CRIME ALGUM. 
 
SABE-SE QUE CONTRA INQUÉRITO SÃO RAROS OS CASOS EM QUE SE DEFERE 
ORDEM DE HABEAS CORPUS, MAS A POSSIBILIDADE NÃO É INDIFERENTE AO 
DIREITO, PRINCIPALMENTE QUANDO NÃO EXISTE JUSTA CAUSA PARA 
SUBMETER O CAUSÍDIO DO VEXAME DE SER INDICIADO POR UM NADA, OU 
PORQUE ESTAVA EXERCENDO A PROFISSÃO E DEFENDENDO INTERESSE DE 
CLIENTES. 
 
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A FINALIDADE DA ORDEM PARA ABRIR INQUÉRITO É SÓ PARA HUMILHAR O 
ADVOGADO, PORQUE SE HOUVESSE CRIME NESTE CASO, O PRÓPRIO 
MINISTÉRIO PÚBLICO PODERIA TER OFERECIDO DENÚNCIA INDEPENDENTE DE 
INQUÉRITO, PORQUE A VEXATA QUAESTIO NO CASO É APENAS UM 
REQUERIMENTO DE PROVIDÊNCIA E NADA MAIS. 
 
Assim, pede ao Estado Juiz que defira a ordem de habeas corpus, para o trancamento 
da ordem de abertura de inquérito por um fato que não constitui crime algum, bem como, 
por ser de direito. 
 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão ora formulada encontra fundamento nas normas do art. 647 e 648, I do 
Código de Processo Penal, ou seja, dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer 
coação ilegal no seu direito de ir e vir, ou se achar na iminência de sofrê-la por ato de 
autoridade. 
 
A coação se considera injusta quando não houver justa causa e no caso, simplesmente 
não existe. 
 
A Constituição Federal defere a medida como um instrumento de preservação dos direitos 
individuais e fundamentais, especial a liberdade e no caso a própria dignidade do 
advogado no exercício da profissão. 
 
Pode ser relevado de passar por esta humilhação na cidade onde milita, porque 
simplesmente não existe justa causa. 
 
Todos os requisitos de ordem instrumental penal estão presentes, senão vejamos: 
 
 
COAÇÃO INJUSTA 
 
Ordem do Magistrado tido como autoridade coatora para instaurar inquérito policial por 
crime inexistente. 
 
 
IMINÊNCIA DE VIOLAÇÃO 
 
Devido a ordem expedida pelo Juiz e a intimação do Delegado de Polícia, que no caso é 
extremamente interessado em prejudicar o advogado para encobrir a ilicitude de utilizar o 
veículo a serviço da polícia, portanto é na realidade uma autoridade suspeita. 
 
 
CONCEITO DE AUTORIDADE 
 
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O juiz de direito no caso é a autoridade coatora, porque foi dele que saiu a inusitada 
ordem de abrir inquérito contra o paciente. 
 
Os documentos anexados falam por si só, dispensa maiores comentários, porque se o tal 
de requerimento fosse crime, então não precisava de inquérito, porque ele é a peça da 
discussão, mas a ideia do inquérito é apenas de humilhar. 
 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Diante do exposto, pede e requer a V. Exa. seja recebido o presente pedido de habeas 
corpus, processado na forma da lei, para in limine litis et inaudita altera pars, ser 
deferida a ordem para suspender a abertura de inquérito desnecessário e por não existir 
sequer crime in thesi. 
 
Em seguida, requer sejam requisitadas as informações, ouvido o ilustre representante do 
Ministério Público, integrante da Douta Procuradoria Geral da Justiça, para em seguida, 
ser a ordem de habeas corpus deferida pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de 
____________, para trancamento do inquérito policial, como é de direito e de justiça. 
 
O advogado que esta subscreve, atesta sob a fé de seu grau, que as fotocópias são fiéis 
à original. Junta também a fotografia da caminhoneta sendo usada pela polícia com 
colagem do emblema da polícia e com os dizeres USO CONFORME DECISÃO 
JUDICIAL. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
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47. Habeas Corpus (Modelo 7) 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ____________________ 
 
 
 
 
AUTOS Nº 000000000 
 
 
____________________, brasileiro, separado judicialmente, lavrador, filho de 
_____________ e de ____________, portador do RG nº ________ SSP/____ e do 
CPF/MF sob o nº _______, residente e domiciliado na rua _______, nº ___, bairro 
________ em __________/___, atualmente preso por ordem do Juiz da Vara do Tribunal 
do Júri em _______, por seu advogado e procurador que esta subscreve, (m.j) 
_________, inscrito na OAB_____/___ sob o nº ____, com escritório na rua _____, nº 
_____, centro em ________/____ (onde receberá as intimações de estilo), vem, com o 
devido respeito e acatamento perante V. Exa. para impetrar competente ORDEM DE 
HABEAS CORPUS, em face de ato considerado ilegal por parte do EXCELENTÍSSIMO 
DOUTOR JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DO JÚRI DE 
_______/____ - na pessoa do DOUTOR ZIDIEL INFANTINO COUTINHO, tudo para o que 
passa a expor o quanto segue: 
 
 
O FATO E OS FUNDAMENTOS 
 
 
O Ministério Público do Estado de _________, ofereceu denúncia contra o ora paciente 
por crime de homicídio contra as pessoas de ____________ e ____________, no dia 10 
de março de 2.002, na cidade de ________________. 
 
O paciente por ocasião do fato compareceu espontaneamente na Delegacia de 
Polícia de ___________ para ser indiciado em inquérito policial, ocasião em que 
confessou o crime e entregou a arma que era objeto dos disparos. 
 
Em decorrência disso foi decretada a prisão preventiva naquele exato momento em que 
era interrogado, MOTIVO PORQUE FOI OFERECIDO HABEAS CORPUS E 
CONSEQUENTEMENTE LIBERADO PARA DEFENDER-SE SOLTO, tendo comparecido 
em todos os atos processuais, sem dar qualquer prejuízo à instrução processual, tendo 
pedido para mudar-se para __________, porque na época estava sendo ameaçado em 
__________ e o Magistrado deferiu. 
 
De modo que saia de ____________ e se dirigia até ________ sem perder ou atrasar em 
nenhum ato processual. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Intimado em ____________ para comparecer perante o tribunal do júri, novamente dirigiu-
se para __________ e compareceu espontaneamente porque tinha plena consciência de 
sua responsabilidade perante a justiça conforme afirmou perante o juiz e queria submeter-
se ao julgamento. 
 
No entanto, encerrada a sessão de julgamento, ao proferir a sentença o ilustre e honrado 
Magistrado entendeu por bem decretar a prisão preventiva, NEGANDO NA SENTENÇA O 
DIREITO DE DEFENDER-SE SOLTO. 
 
O recurso de apelação foi oferecido no tempo e modo devido conforme provam os 
inclusos documentos, ou seja, a cópia integral do apelo, onde estão exaradas as suas 
razões, de nulidade do julgamento e da r. sentença proferida com argumentos relevantes 
pretendendo que seja submetido a novo julgamento pelo Tribunal do Júri. 
 
Assim entende que a negativa do seu direito de apelar em liberdade é uma coação 
injusta, até porque, entende que todos os requisitos estão presentes para alcançar este 
benefício da lei, porque é infrator primário e de bons antecedentes, não oferece nenhum 
perigo à ordem pública, à instrução criminal e nem ao cumprimento da lei penal, já que 
resta provado quantum satis, que jamais pretendeu fugir da ação da justiça, como 
também nunca pretendeu fugir da responsabilidade pelo fato, desde o início colaborado 
com o esclarecimentodo caso. 
 
Por tais motivos e restando provado o que retro restou articulado, bate às portas do 
Estado-Juiz para pedir a prestação jurisdicional no sentido de lhe ser deferido o direito de 
apelar em liberdade, já que entende injusto e contrário à evidência do direito e do 
processo a pena que lhe foi imposta. 
 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
 
A pretensão ora formulada encontra fundamento nas normas do art. 647 e 648 do 
Código de Processo Penal, cuja redação consiste no seguinte: 
 
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de 
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição 
disciplinar. 
 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
 
I – quando não houver justa causa: 
 
... ()... 
 
 
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Não há justa causa para a prisão cautelar do acusado que já vinha se defendendo 
solto e cumprindo todas as suas obrigações para com a justiça cujo retrospecto é o 
seguinte: 
 
1. Compareceu espontaneamente na fase policial; 
 
2. Compareceu em todos os atos processuais por intimação da justiça.. 
 
3. Quando quis mudar para fora da jurisdição do processo, pediu autorização ao Juiz; 
 
4. Compareceu do mesmo modo a sponte sua perante o Tribunal do Júri para ser 
julgado. 
 
 
Como entende que não foi feita a devida justiça no seu caso e ofereceu recurso de 
apelação, embora se encontre preso preventivamente. 
 
O direito de apelar em liberdade lhe pode ser facultado, porque preenche os pressupostos 
de ordem instrumental penal. 
 
Desde o vetusto Direito Romano já previa o direito de apelar em liberdade que era contido 
na seguinte expressão: Innocens praesumitur cujus nocentis non probatur. ou Omnis 
praesumitur bonus nisi probetur malus e para finalizar: Qui semel fuit malus semper, 
malus praesumitur enim eodem genere mail vel simili, todas para justificar os 
ensinamentos de Trajano que ensinava que na dúvida era preferível absolver um culpado 
do que condenar um inocente. 
 
Este pensamento de Trajano veio de encontro com a amenização do direito penal 
pregada pelo Cristianismo, seguido pela célebre obra de Marquês de Beccaria na 
humanização do direito, fez originar o célebre princípio de in dubio pro reo. 
 
Dentro dessa filosofia iniciou-se a evolução jurídica da história, adentrando na Bill of 
Rigths de João Sem Terra na Inglaterra em 1215, onde passou a reconhecer os direitos 
das pessoas, e de lá para cá a amenização do direito de punir vem sempre entendendo 
que a finalidade da prisão é reeducar o indivíduo para o convívio na sociedade, o que tem 
sido desvirtuado ultimamente pelas situações dos presídios no Brasil. 
 
Então a atual Constituição Federal elegeu como garantia individual o princípio da 
presunção de inocência encartado no inciso LVII, do art. 5º, assim redigido: Ninguém será 
considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
 
Assim, a jurisprudência e a doutrina já se firmaram no sentido de que se a pessoa estava 
em liberdade, tem o direito de apelar como tal, o que constituiria coação ilegal determinar 
o seu recolhimento para recorrer e foi isto que a r. sentença determinou com fundamento 
no art. 594 do Código de Processo Penal. 
 
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O ilustre e honrado Magistrado A Quo, não fundamentou quantum satis os requisitos do 
decreto da prisão cautelar conforme o estatuído no art. 312, do Código de Processo 
Penal, quando esta fundamentação é necessária e exigida conforme determinado pelo 
art. 315 do já referido Codex, o qual dispõe que: O despacho que decretar ou denegar a 
prisão preventiva será sempre fundamento. 
 
O que se deve fundamentar? 
 
A resposta é justificar a necessidade da custódia provisória, sobre a garantia da ordem 
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a 
aplicação da lei penal. 
 
Quanto à garantia da ordem pública numa boa compreensão, significa aquela ordem 
que reina a paz social e permita o desenvolvimento das relações sociais e econômicas 
dentro da normalidade sem por em risco a convivência social. 
 
Neste aspecto o réu, ora peticionário, demonstrando que não tem a índole nem o costume 
de perturbar a ordem pública, sendo o fato imputado no processo apenas um fato isolado, 
pediu ao juiz para residir em __________/___ onde passou a trabalhar com produção de 
hortaliças, o mesmo que fazia antes em ____________/____. 
 
Provou que é pai de família, com um passado limpo, pai de vários filhos que criou a mercê 
do trabalho braçal, além de ter endereço fixo e atividade própria. 
 
Diante deste aspecto não oferece nenhum perigo para a ordem pública. 
 
Quanto a conveniência da instrução criminal, também, está mais do que provado nos 
autos que o ora paciente sempre cumpriu espontaneamente com as obrigações do 
processo, comparecendo em todas elas no tempo e modo devidos, portanto, atendeu tudo 
conforme as lições de Carnelutti que: consistem precisamente em assegurar os meios e 
os resultados do processo, o que significa não trazer prejuízos para a apuração dos fatos 
e o resultado da causa. 
 
O paciente deu demonstração até de sobra que nunca teve a intenção de prejudicar a 
instrução penal, comparecendo deste espontaneamente desde o inquérito policial até a 
sessão do julgamento pelo tribunal do júri, o que fica descartado qualquer conjectura 
ou presunção de que iria furtar-se à ação da justiça. 
 
Quanto a segurança da aplicação da lei penal do mesmo modo o paciente deu 
demonstração de até de sobra que jamais pretendeu furtar-se ao cumprimento da lei, 
inclusive, sem qualquer condução obrigatória, sem qualquer necessidade de prisão, 
compareceu espontaneamente no Tribunal do Júri em ______________, mesmo sabendo 
que poderia ser condenado, levando toda a sua família em plenário para assistir e 
comungar as suas tristezas. 
 
Assim, a r. sentença quando decretou a prisão cautelar não fundamentou nada a esse 
respeito nem disse por que tivesse o receio de o acusado pudesse trazer prejuízos para a 
aplicação da lei penal. 
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O grande jurista brasileiro Hélio Tornaghi, quando falou da prisão preventiva teve a 
oportunidade de afirmar que esta só deve ocorrer quando há somente quando 
estritamente necessária, isto é, quando sem ela a instrução não se faria ou deturparia 
(Curso de Processo Penal, cit. Pág. 71). São as hipóteses de alguém estar influenciando 
testemunhas ou as atemorizando com ameaças, o mesmo podendo ocorrer com peritos. 
Se o réu, em liberdade, não comparece nos atos do processo, não se justifica, mesmo em 
se furtando a se apresentar, a imposição da prisão preventiva para conveniência da 
instrução criminal, pois não se entrevê, aí, a necessidade dessa medida já que há a 
condução forçada. 
 
Não bastasse tudo isso, cumpre ainda salientar que a prisão preventiva em Nossa 
Legislação Processual Penal há muito se deixou de ser obrigatória. 
 
O Prof. Tourinho Filho teve a oportunidade de prelecionar que: De observar-se, contudo, 
que nas hipóteses dos arts. 408, § 2º e 594, todas do CPP, presume-se, em face da vida 
anteacta do acusado, a necessidade da sua prisão provisória. Já na hipótese do art. 312 
do CPP, há necessidade de comprovação... nas hipóteses antes lembradas cuida-se de 
mera presunção; presume-se que ela vai fugir... A lei infraconstitucional, como ensina a 
doutrina. Não basta, pois,a mereada vida anteacta do réu. É preciso que se demonstre 
também a necessidade dessa prisão, com as vistas voltadas para o art. 312 do CPP, vale 
dizer, é preciso haja, nos autos, elementos que conduzam o Juiz ao temor de que o réu 
está querendo escapar à punição... não basta que o autor do crime inafiançável seja 
reincidente, ou tenha maus antecedentes, para que não possa apelar em liberdade, ou 
para que não possa aguardar em liberdade seu julgamento pelo Tribunal do Júri, Nesses 
casos, em face de sua vida pretérita, presume-se sua fuga. Todavia, se a Constituição 
proclama a presunção de inocência daquele não definitivamente condenado, não faz 
sentido possa a lei infraconstitucional ou o direito pretoriano estabelecer presunção 
contrária ao réu. Tal não quer dizer não possa o pronunciado ou condenado ser preso. 
Pode... mas é preciso decisão fundamentada e aqui está punctum saliens... é preciso 
que fique demonstrada a necessidade de encarceramento provisório, nos termos do art. 
5º LVII da CF, sob pena de se admitir, estupidamente, uma antecipação de pena ainda 
não definitivamente imposta, ou prisão processual obrigatória. 
 
Assim, diante da situação do ora paciente, e a prisão preventiva decretada conforme o art. 
594 do CPP resta bater às portas do Poder Judiciário para pedir a concessão da presente 
ordem de habeas corpus em favor de _____________, para continuar em liberdade até o 
julgamento do recurso de apelação já oferecido como é de direito. 
 
Como o paciente estava em liberdade, não demonstrou em momento algum que o senhor 
_____________ tivesse praticado qualquer ato que justificasse a sua prisão cautelar. 
 
A esse respeito o festejado Mirabete teve a oportunidade de prelecionar que: 
 
Em face do comando do art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal vigente, a culpabilidade 
reconhecida na sentença condenatória só poderá irradiar os seus efeitos após o trânsito 
em julgado no decisum. Se o réu responde solto ao processo, a prisão decorrente da 
sentença e que emana da execução pura e simples daquele ato já não mais poderá ser 
imposta na forma preconizada pelo art. 594 do CPP, cuja eficácia foi suprimida pelo 
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aludido dispositivo constitucional..., perdeu, pois, força jurídica a consequência axiomática 
da condenação, como previsto no art. 954 a prisão do réu antes do trânsito em julgado da 
condenação penal só pode ocorrer em razão de determinação fundamentada...assim não 
pode a sentença condenatória negar ao réu o direito de recorrer em liberdade com 
fundamento tão só no fato de ser reincidente, sendo necessário invocar o quadro dos 
requisitos previstos para a prisão preventiva, data a norma constitucional referida. 
 
 
_________________ não é reincidente, não é vadio, não leva vida errante, tem 
endereço certo e trabalho próprio, família, além de ser primário e de bons 
antecedentes. 
 
A jurisprudência não discrepa: 
 
AINDA QUE CONDENADO PELO JÚRI - Constrangimento ilegal – Direito de recorrer em 
liberdade negada a réu condenado pelo Júri – Sentenciado que solto estivera até o 
julgamento, mesmo após a pronúncia – Primariedade e bons antecedentes reconhecidos 
na sentença – Recurso de HABEAS CORPUS provido – Inteligência do art. 594 do CPP. 
Apelação em liberdade. Júri. Réu que teve bons antecedentes e primariedade 
reconhecida na sentença condenatória e que não vira decretada sua prisão quando da 
pronúncia tem o direito de apelar em liberdade. Recurso Ordinário provido STF, HC 
62.051-1, Rel. Min. Francisco Rezek – RT 599/446. 
 
 
Assim quando ausentes os requisitos para a prisão preventiva o réu tem direito de apelar 
em liberdade, especialmente se já vinha em liberdade até o dia do julgamento e não 
cometeu nenhum ato que justificasse os requisitos do art. 312, do Código de Processo 
Penal, sobre os quais o decreto de prisão nada fundamentou. 
 
As agravantes que levaram o homicídio ser qualificado não é o mesmo padrão de crimes 
hediondos como o de tráfico e outros, portanto, neste aspecto o direito de aguardar o 
desfecho do recurso em liberdade se configura na sub specie iuris. 
 
INDEPENDENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. Constrangimento ilegal – Direito 
de recorrer em liberdade – Pedido indeferido por terem os réus agido com dolo intenso – 
inadmissibilidade - Elementos que responderam à ação penal em liberdade – Recurso de 
Habeas Corpus provido – Inteligência do art. 594 do CPP. As circunstâncias do crime, 
tais como a personalidade dos acusados e a intensidade do dolo na prática do delito, são, 
decerto, influentes na fixação da pena, mas não desautorizam a concessão do direito de 
recorrer em liberdade da sentença, se atendidos os requisitos d do art. 594 do CPP- STF, 
HC 63.277-7, Rel. Min. Rafael Mayer – RT 603/464. 
 
 
Este acórdão reproduz ipsis litteris o caso de Cícero ora sub judice. 
 
DESDE QUE SE ENCONTRE LIVRE À ÉPÓCA DO JULGAMENTO – Direito negado a 
réu condenado pelo Júri, primário e sem antecedentes criminais – Apelação por ele 
interposta do veredicto – Indivíduo que já se achava em liberdade antes do julgamento – 
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Constrangimento ilegal caracterizado – Recurso de HABEAS CORPUS provido – 
Inteligência do art. 594 do CPP e da Lei nº 5.941 de 1.973. O STF tem interpretado o art. 
594 do CPP com a redação que lhe deu a Lei nº 5.942 de 1.973, como extensivo às 
decisões do Júri. Todavia, para se admitir o reconhecimento do direito subjetivo do réu, é 
mister, que se encontrasse livre antes do julgamento que originou a condenação, 
perdurando, ademais, os requisitos que proporcionaram a liberdade, mesmo após a 
pronúncia. STF, HC 57.793-3 Rel. Min. Thompson Flores, RT 545/460. 
 
 
Nesta ótica e sem maiores delongas, torna-se evidente que _________________ tem o 
direito de aguardar o seu julgamento em liberdade, porque assim estava antes de ser 
julgado, valendo dizer até o dia de julgamento quando apareceu espontaneamente sem 
qualquer coação, atendeu todos os autos do processo e jamais demonstrou qualquer 
intenção de furtar-se ao cumprimento da lei penal. 
 
Assim a justiça tem que privilegiar a boa-fé. 
 
 
DO REQUERIMENTO 
 
Ex positis, pede e requer ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ______________ 
que receba o presente habeas corpus, o qual, uma vez processado na forma da lei, 
obtidas as informações de estilo, bem como ouvida a douta Procuradoria Geral da Justiça, 
digne conceder a ordem para expedir o alvará de soltura em favor de ______________, 
reconhecendo-lhe o direito de apelar em liberdade, como é de justiça. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado-OAB 
 
 
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48. Incidente de Falsidade Documental 
 
O incidente de falsidade documental está estabelecido nos artigos 145 a 148 do Código 
de Processo Penal e tem como finalidade verificar a validade de um documento inserido 
nos autos do processo. Note que, o artigo 581, XVIII prescreve que julgada procedente a 
arguição, caberá recurso em sentido restrito. A perícia deve ser concluída no prazo de 45 
dias, ou em prazo maior que, ocorrerá no caso de necessidade técnica. (artigo 150, § 1° 
do CPP). 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: _________________ 
 
 
_________________, já qualificado nos autos da Ação Penal, quelhe move o Ministério 
Público desta comarca, vêm, respeitosamente, através de seu procurador judicial ao final 
assinado, perante vossa Excelência, com fundamento nos artigos 145 a 148 do CPP, 
apresentar o INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL, pelos fatos e fundamentos 
que seguem: 
 
DOS FATOS 
Narrar os fatos, os fundamentos que configura a falsidade documental. É importante pedir 
a nomeação de peritos para fazer a prova. 
 
DO PEDIDO 
Diante do exposto requer: 
 
a) a instauração do incidente de falsidade documental com autos em apartado e ouvido o 
ilustre representante do Ministério Público, como também, o assistente de acusação; 
b) Sejam nomeados os peritos para a realização do exame grafotécnico e demais que 
sejam necessários para reconhecer a falsidade documental. 
c) Finalmente, caso reconhecida a falsidade documental que, seja desentranhado o 
documento e enviado para o Ministério Público para a tomada das providências e a 
impetração da ação penal cabível. 
 
Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
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49. Incidente de Insanidade Mental 
 
O incidente de insanidade mental está descrito nos artigos 149 a 154 do CPP e será 
instaurado sempre que houver uma dúvida quanto à sanidade mental do acusado. Note 
que, é importante na hora da realização do exame verificar se tem alguma substância 
entorpecente ou algum remédio que transformou o comportamento da pessoa na 
audiência. Por exemplo, se for devido à influência do Álcool não será necessária qualquer 
medida de internação psíquica, mas apenas pode ser nomeado um curador e um instituto 
para acompanhamento da pessoa numa clínica de reabilitação de alcoólicos. O artigo 45 
da Lei nº 11.343/06 prescreve que existe uma isenção de pena ao agente que, em razão 
de dependência, ou sob efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, 
ao tempo da ação ou omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com 
este entendimento. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público Estadual 
Réu: _________________ 
 
 
_________________, já qualificado nos autos da Ação Penal, que lhe move o Ministério 
Público desta comarca, vêm, respeitosamente, através de seu procurador judicial ao final 
assinado, perante vossa Excelência, com fundamento nos artigos 149 a 154 do CPP, 
apresentar o INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL, pelos fatos e fundamentos que 
seguem: 
 
DOS FATOS 
Narrar os fatos, os fundamentos que configuram a insanidade mental do acusado. 
 
DO PEDIDO 
Diante do exposto requer: 
 
a) a instauração do incidente de insanidade mental com autos em apartado e a nomeação 
de curador para o réu; 
b) Seja nomeado os peritos para a realização do exame grafotécnico e demais que sejam 
necessários para reconhecer a falsidade documental. 
 
*Note que, se o réu adquiriu a doença após o início do processo deve ser pedida a 
suspensão do processo. 
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Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO – OAB 
 
 
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50. Indulto Natalino 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA DE 
EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE _________ 
 
 
 
 
 
Processo-crime nº _________ 
Objeto: Indulto 
 
 
 
____________, brasileiro, solteiro, soldador, portador do RG ____________, residente e 
domiciliado à Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, nesta cidade, 
condenado pelo delito do art. 171 caput (estelionato), processo-crime nº ____________, 
por seu procurador que esta subscreve, com escritório situado à Rua ____________, n° 
___, Bairro ____________, onde recebe intimações, vem respeitosamente perante Vossa 
Excelência expor e requerer o que segue: 
1. O requerente foi condenado à pena de 5 (cinco) anos de detenção. 
2. O Excelentíssimo Senhor Presidente da República, através de Decreto que tomou o nº 
4.495/02 publicado no Diário Oficial de 05/12/02, concedeu o benefício do INDULTO 
NATALINO aos presos cujo período de detenção não ultrapassar a 6 (seis) anos e já 
tenham cumprido mais da metade da pena se reincidente, tenha bom comportamento, 
não tenha sofrido quaisquer sanções disciplinares nos últimos 12 (doze) meses. 
3. O condenado, Sr. ____________, enquadra-se perfeitamente nesta categoria, via de 
consequência vem requerer à Vossa Excelência a abolição da pena, juntando-se a este 
pedido, os atestados de antecedentes criminais, bom comportamento e de tempo de pena 
já cumprido (docs. 01, 02 e 03). 
Nesses Termos 
Pede Deferimento 
Local e data 
 
Advogado - OAB 
 
 
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51. Levantamento de Fiança 
 
 
EXCLENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE_______________ 
 
 
 
 
Processo n° 0002/09 
 
Cartório do______ Ofício 
 
 
 
FULANO DE TAL qualificado nos autos do processo - crime em epígrafe que a Justiça 
Pública lhe move, por infração ao art. 138 do Código Penal, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência com o 
objetivo de requerer a expedição da competente guia para levantamento do valor 
correspondente a R$ 120,00 (cento e vinte reais), acrescido de juros e correção monetária 
a que fizer jus que está depositado na agência do Banco ________ desta comarca, a 
título de fiança que lhe foi arbitrada por esse E. Juízo e paga pelo requerente. 
 
O requerente esclarece que foi absolvido da acusação que lhe pesa, aos 09 de dezembro 
do ano em curso, conforme cópia da sentença absolutória transitada em julgado aos 11 
de dezembro do ano em curso, conforme publicação do DOJ da mesma data, cópia em 
anexo. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
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52. Liberdade Provisória 
 
O artigo 5°, LXVI da Constituição e os artigos 321 a 350 do Código de Processo Penal 
tratam, com efeito do instituto da liberdade provisória. O artigo 581, V do Código do CPP 
assevera que, cabe recurso em sentido estrito. A liberdade provisória é atemporal, isto é, 
não existe prazo para interposição. Segundo o artigo 312 do CPP a prisão preventiva só 
poderá ser decretada como garantia de ordem pública, da ordem econômica, por 
conveniência de instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando 
houver prova da existência do crime e indício suficiente da autoria. Assim, caso falte um 
destes requisitos pode ser pedida a liberdade provisória. Desta forma, poderá o indiciado 
aguardar o julgamento em liberdade com ou sem o pagamento de fiança. Assim, o 
indivíduo acusado de ter cometido a infração penal não será recolhido à prisão, e se for, 
será posto em liberdade em seguida. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _________ VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ 
 
 
 
 
 
Ação Penal nº: _______________________ 
Autor: Ministério Público EstadualRéu: _________________ 
 
_________________, já qualificado nos autos da Ação Penal, que lhe move o Ministério 
Público desta comarca, vêm, respeitosamente, através de seu procurador judicial ao final 
assinado, perante vossa Excelência, com fundamento nos artigos 5°, LXVI, CF e artigo 
310 do CPP, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA, pelos fatos e fundamentos que 
seguem: 
 
I. DOS FATOS 
Narrar os fatos que destacam a idoneidade do acusado e colocar todos os motivos pelos 
quais estariam errados os fatos narrados na inicial. 
 
II. DO DIREITO 
Colocar a fundamentação referente à análise dos fatos e no que concerne ao alegado na 
audiência deverá ser contraditado. Importante colocar a jurisprudência e a legislação 
pertinente à sua alegação. Também deve caracterizar uma violação ao artigo 312 do CPP. 
 
III. DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer, 
a) seja concedida a liberdade provisória pelos fatos e fundamentos de direito narrados na 
presente peça; 
b) a expedição do alvará de soltura como fundamento no artigo ________________ 
sendo congruente com o princípio da dignidade da pessoa humana e da justiça; 
 
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Nestes Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
ADVOGADO - OAB 
 
 
 
 
 
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53. Liberdade Provisória Mediante Fiança 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE 
____________ – VARA CRIMINAL (DE PLANTÃO) 
 
 
 
 
 
 
_____________________, brasileiro, solteiro, frentista, titular do RG nº 1.527.444 
_____/__, residente e domiciliado na Rua _________, nº ______, Jardim _________ em 
____________/____ – fone _______, por seus advogados e procuradores que esta 
subscreve (m.j.) __________, inscrito na OAB/___ n. _____ e _________, inscrito na 
OAB/__ n. ____, com escritório profissional na Rua _________, nº____, bairro ________, 
em ______________, (onde receberão as intimações de estilo), vem, com o devido 
respeito e acatamento perante V. Exª para requerer a V. Exª necessária LIBERDADE 
PROVISÓRIA MEDIANTE FIANÇA, em favor do ora peticionário, que foi autuado em 
flagrante, pelo DELEGADO DE POLÍCIA DO 3º DISTRITO – ____________, documento 
incluso, tudo para o que passa a expor o quanto segue: 
 
FUNDAMENTOS DO PEDIDO 
 
A Corregedoria Geral de Polícia, representada pelo delegado de nome ____________, 
que estava no dia 20 de junho de 2011, realizando uma audiência interna em 
procedimento de processo administrativo, ouvindo testemunhas quando ao interrogar a 
testemunha ____________________, um humilde frentista de Posto de Gasolina, queria 
que a testemunha afirmasse que viu o indiciado ___________, adentrar num recinto de 
hotel, quando a testemunha recusou a afirmar que havia visto a pessoa no referido dia e 
local. 
 
O Delegado que presidia o interrogatório no Processo Administrativo, colocou uma 
fotografia do indiciado na TELA DO COMPUTADOR e queria que o 
____________________ reconhecesse o investigado, o que este recusou a dizer, porque 
realmente afirmava que não o tinha visto no dia dos fatos praticando, o que o Delegado 
queria que a testemunha falasse. 
 
Houve tumulto no recinto devido o comportamento agressivo do Delegado, que chamou 
mais 5 (cinco) colegas Delegados para pressionar a testemunha e esta se calou e não 
quis mais responder a pergunta como desejava a autoridade. 
 
Por isso, a testemunha foi “algemada”, o Advogado ___________, que estava na defesa 
do indiciado, que é pai de um dos investigados, chamou os representantes da OAB/____, 
que foram no local e tomaram conhecimento da situação. 
 
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No entanto, disseram que nada podiam fazer exceto constatar o fato, dada a pressão 
criada no recinto, inclusive, as demais testemunhas que ali estavam, ASSUSTADAS, 
passaram a assinar o que o Delegado escrevia nos depoimentos do Procedimento 
Administrativo. 
 
O próprio Delegado ____________ foi quem pessoalmente levou o preso ao 3º Distrito 
Policial, para que o colega indiciasse o preso em flagrante como incurso nas penas do art. 
342, do Código Penal, como acusado de crime de falso testemunho, conforme nota de 
culpa inclusa. 
 
Entende-se, s.m.j. que ninguém pode ser preso ou cometer crime de falso testemunho, 
pelo fato de não querer mentir e nem compactuar com inverdade em fatos imputados 
como criminosos. 
 
Ao contrário, o preso foi coerente com os seus princípios morais e se negou a mentir 
como o Delegado queria. 
 
QUEM É O PRESO? 
 
Trata-se de pessoa humilde, o que se até pela sua assinatura, que trabalha como frentista 
de Posto de Gasolina, e pode perder o emprego se permanecer preso, o que vai 
desarticular a sua vida e o seu trabalho. 
 
É primário, porque nunca foi preso e nem processado. Tem bons antecedentes, tem 
família da qual o seu trabalho ajuda no sustento. 
 
Tem também, endereço certo e como já afirmado, tem trabalho próprio. 
 
Por isso, tem direito de solto se defender, por um fato que não se enquadra em crime de 
falso testemunho. 
 
FUNDAMENTOS DE DIREITO 
 
A pretensão tem fundamento nas normas do art. 322, 323, I do Código de Processo 
Penal, que quando o Delegado não conceder a fiança, o Juiz pode conceder fiança nos 
crimes cuja pena mínima seja de 1 (um) ano de prisão como soe acontecer in casu sub 
judice. Inclusive o art. 322, do referido Codex, deixa evidente que a autoridade policial 
poderá conceder fiança nos crimes apenados até 4 (quatro) anos de pena privativa de 
liberdade. 
 
O crime da nota de culpa é aquele previsto no art. 342 do Código Penal, ou seja, imputa o 
crime de falso testemunho, a pena é de 1 a 3 anos de reclusão, portanto perfeitamente 
afiançável, principalmente pelas condições pessoais do acusado que é primário e de bons 
antecedentes. 
 
Por outro lado, é certo que a Constituição Federal igualmente determina no art. 5º, inc. 
LXVI da CF/88, o qual dispõe que: 
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Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, 
com ou sem fiança. 
 
 
Este fundamento está plenamente aliado a outro princípio de relevância constitucional que 
é aquele previsto no art. 5º, inc. LVII da CF/88, ou seja, que ninguém será considerado 
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
 
Podemos considerar que o caso do ora requerente, tem permissibilidade de ser concedido 
pelo Magistrado de plantão, em face do que dispõe o art. 333, do Código de Processo 
Penal, o qual está assim redigido: 
 
Depois de prestada fiança, será concedida independentemente de audiência do Ministério 
Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente. 
 
 
A fiança pode ser concedida sem ouvir o MP. 
 
A jurisprudência nos traz grandes dúvidas sobre a imputação do auto de prisão em 
flagrante quanto à existência do crime no caso sub judice, senão vejamos: 
 
Simples contradição entre depoimentos não configura por si só, o crime deste art. 342. 
(TJ SP, RJTJ SP 99/461, 120/514, TJMg RT 650/318, TRF da 1ª Região, Apel. W37649, 
DJU 29.9.95 p. 66036, in RBCCr 13/362; TRF da 4ª Região, RT 780/727), já que o 
elemento do tipo exige dolo específico (TJSP, RT 753/597, TJMG RT 753/671). 
 
 
Para finalizar, lembramos que – a privação da liberdade só deve ocorrer em casos de

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