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DIÁRIO DE CAMPO – PRÁTICA DE SAÚDE COLETIVA I Turma 4 – Quinta-feira Acadêmicos: Enji Yano Mallmann 21206554 Juíle Yoshie Sarkis Hanada 21201748 Bloco 1 – Unidade Habitacional 11 A. Descrição A visita da semana transcorreu tranquilamente, sem problemas. Ao chegar, a casa estava trancada, mas logo Sra. A veio nos atender e colocou as cadeiras na varanda para conversarmos. Seguindo o planejamento, primeiro conversamos com ela sobre osteoporose: explicamos como e porque acontecia, como atividades físicas poderiam ajudar no seu bem-estar, falamos um pouco sobre o mecanismo biológico da doença e, por fim, enfatizamos a influência de bons hábitos alimentares. A senhora demonstrou bastante interesse enquanto falávamos e contou sobre as caminhadas que fazia no parque e até a casa de sua filha. Deixamos com ela a pesquisa sobre osteoporose que realizamos, para que pudesse ler mais tarde. Depois disso, conversamos sobre a influência de hábitos alimentares saudáveis na saúde. Nesse momento chamamos I para participar da conversa. Levamos uma pirâmide alimentar para a explicação. Falamos sobre a importância de beber água e comer frutas, verduras e outros alimentos ricos em fibras. Explicamos como a ingestão desses alimentos influencia positivamente no corpo humano. A família novamente demonstrou muito interesse. Por fim, deixamos a pirâmide com Sra. A e orientamos que colocasse em algum lugar que pudesse sempre estar consultando, como na geladeira. A seguir, segundo o proposto, levamos a pesquisa realizada sobre hipertensão para a Sra. A. Conversamos bastante e ela nos contou como descobriu, há aproximadamente cinco anos, após sentir dores agudas no peito, que era hipertensa. Perguntamos se ela já havia sido instruída sobre o que se tratava. Ela informou que apesar de tomar os medicamentos há muito tempo, ainda não sabia direito o que era a doença. Então, explicamos um pouco sobre o mecanismo biológico e perguntamos se ela conhecia as consequências da hipertensão mal controlada. Ela já conhecia alguns, como o AVC. Também medimos sua pressão em 130/80 mmHg, sendo classificada em normal limítrofe. Ela relatou que antes sua pressão sistólica chegava a 180 mmHg. Depois disso, exploramos outros fatores de risco aos quais ela poderia estar exposta através de um pequeno questionário (Tabela 1). Então orientamos sobre o tratamento não medicamentoso, composto por dieta e atividade física, e sua ação complementar a dos remédios. Realizamos outro breve questionário e verificamos que ela já havia eliminado de sua dieta grande parte dos alimentos que deveria evitar, como carne de porco e pele de frango. Então explicamos para ela sobre os riscos aos quais pessoas com sobrepeso estavam expostas e sobre a manutenção do peso saudável. Propusemos uma lista de alimentos a evitar e a consumir que seria entregue na próxima visita. Por fim, encerramos a conversa sobre a hipertensão e concluímos a visita. FATOR DE RISCO SIM NÃO Consome bebida alcoólica X Tem hipertenso na família X Está em excesso de peso X Utiliza muito sal na alimentação X É diabético X Não possui alimentação saudável X Tabela 1. Fatores de Risco para Hipertensão apresentados B. Interpretação do observado Sra. A conversou bastante conosco, sempre preocupada em demonstrar os hábitos que já realizava para melhorar sua saúde. Com base na entrevista, observamos que ela está exposta a um fator de risco que pode ser controlado, que é o excesso de peso. Através da pesquisa sobre sua dieta percebemos que apesar de evitar alimentos gordurosos, ela não come muitas coisas saudáveis. Em sua dieta faltam verduras e frutas. Neste ponto, também é importante averiguar o modo do preparo dos alimentos e ressaltar os riscos do sobrepeso. Ainda assim, como registrado no relatório anterior, a senhora possui um estilo de vida em grande parte saudável. De forma geral, Sra. A se mostra bastante preocupada com saúde e sua hipertensão está sendo controlada. Durante a visita, I, apesar de aparentar ser participativo, não demonstrou tanto interesse quanto à importância dos hábitos alimentares. Talvez seja necessário enfatizar os benefícios da alimentação saudável na adolescência. Outro ponto a ser trabalhado, juntamente com o modo de preparo dos alimentos, é a investigação de sua infecção intestinal e orientação sobre a mesma. Nesta visita não foi averiguada a qualidade da água como previsto, pois necessita de maior planejamento. Suspeitamos que a água do PROSAMIM já venha tratada, mas devemos buscar formas de atestar sua qualidade para consumo. C. Registro das conclusões preliminares A visita foi bastante proveitosa e pudemos trabalhar bem os tópicos propostos. A família foi, novamente, receptiva. Com base nas observações realizadas, estabelecemos os novos pontos a serem averiguados para possível intervenção: Causa da infecção intestinal de I; Modo de preparo e consumos dos alimentos; Verificação da qualidade da água no PROSAMIM. Também estabelecemos novos pontos a serem trabalhados: A importância da alimentação saudável na adolescência; Os sintomas das complicações da hipertensão; Os riscos do sobrepeso. Restaram ainda alguns tópicos pendentes, como a análise da higiene pessoal/bucal da família. D. Plano de Cuidado da Família (semana 2) 1. Descrição da necessidade: recente infecção intestinal de I. Proposta: investigar seus hábitos alimentares e outros fatores de risco aos quais ele esteja exposto. Se possível, orientar quando à infecção intestinal: por que ocorre e como evitá-la; 2. Descrição da necessidade: não há dados sobre o modo de preparo dos alimentos. Sugestão: Investigar o modo de preparo, consumo e armazenamento dos alimentos. 3. Descrição da necessidade: não há dados sobre a qualidade da água do PROSAMIM. Sugestão: verificar a existência de estudos sobre a qualidade da água no PROSAMIM e modos de atestar essa qualidade. 4. Descrição da necessidade: dieta pouco saudável, pobre em frutas e verduras. Sugestão: desenvolver uma lista de alimentos que devam ser consumidos com maior frequência e alimentos a serem evitados. Estabelecer metas e formas de verificar se a alimentação saudável proposta está sendo mantida. Se necessário, estabelecer metas e formas de avaliação para as atividades físicas e perda de peso, no caso da Sra. A. Orientar também, sobre os riscos do sobrepeso (Sra. A) e a importância da alimentação saudável na adolescência (I). 5. Descrição da necessidade: não há conhecimento dos sintomas de complicações da hipertensão arterial, como o AVC. Sugestão: Orientação sobre as complicações e emergências derivadas da hipertensão e como podem ser detectadas. E. Resultados Segundo os métodos de avaliação estabelecidos pela equipe, analisamos a aderência à intervenção e verificamos que os membros da família se mostram participativos. Em especial a Sra. A, que apresentou grande interesse durante a entrevista, sendo bastante comunicativa. Por não haver pontos específicos tratando da qualidade de vida de I, este demonstrou menor interesse. Outro ponto analisado foi a adaptação à mudança de hábitos. Nesse aspecto a família se mostrou tranquila e a mudança de hábitos deve ocorrer sem maiores complicações. Os resultados referentes ao controle metabólico não puderam medidos ainda, devido à visita ser de caráter introdutório à intervenção e as metas ainda não estarem definidas. Enfim, a conversa ocorreu de forma tranquila e durante todo o tempo da visita a família foi paciente e atenciosa, importante aspecto positivo no desenvolvimento do trabalho.F. Referências Portal da Saúde do SUS. “Pratique Saúde contra a Hipertensão Arterial”. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23616 Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão Arterial Sistêmica, Ministério da Saúde (Brasília – DF/2006). Disponível em: http://www.prosaude.org/publicacoes/diversos/cad_AB_hipertensao.pdf Tudo sobre osteoporose. Minha Vida: Saúde, Alimentação, Saúde e Bem-estar. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/osteoporose Alimentação. Vida plena e bem-estar. Disponível em: http://www.vidaplenaebemestar.com.br/bem-estar/alimentacao Cadernos de Atenção Básica: HAS e Diabetes Mellitus, Ministério da Saúde (Brasília – DF/2001). http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/geral/cartilha_pressao_fe_vida.pdf