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Mod01 Aula01 Processos históricos e a relação entre saúde e trabalho

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Saúde e
qualidade de
vida do servidor
penitenciário
Conceitos Iniciais
AULA 1: Processos históricos e a 
relação entre saúde e trabalho
MÓDULO 1
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
2.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Sumário
INTRODUÇÃO ______________________________________________________________________ 3
OBJETIVO DA AULA ________________________________________________________________ 5
RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E TRABALHO: BREVE HISTÓRICO ____________________ 5
O SURGIMENTO DA MEDICINA DO TRABALHO ________________________________ 8
O SURGIMENTO DA SAÚDE OCUPACIONAL ____________________________________ 9
MEDICINA DO TRABALHO X SAÚDE OCUPACIONAL _________________________ 10
A MEDICINA DO TRABALHO E A SAÚDE OCUPACIONAL NO BRASIL _______ 11
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE SAÚDE E TRABALHO ____________________________ 12
INTRODUÇÃO DA ERGONOMIA AO TRABALHO _______________________________ 14
PSICODINÂMICA NO TRABALHO _______________________________________________ 15
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO __________________________________________ 16
SAÚDE INTEGRAL: FÍSICA E MENTAL E AS DIMENSÕES DO TRABALHO ____ 17
ENCERRAMENTO _________________________________________________________________ 20
REFERÊNCIAS _____________________________________________________________________ 22
FICHA TÉCNICA ___________________________________________________________________ 24
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
3.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
INTRODUÇÃO
Caro cursista, 
Boas-vindas ao curso “Saúde e qualidade de vida do 
servidor penitenciário”. Se você está aqui é porque se 
interessa por esse assunto, seja profissionalmente, seja 
pessoalmente. Independentemente do motivo, esperamos 
contribuir para o seu crescimento e aprofundamento na 
temática em questão.
Antes de iniciar esta jornada, é importante contextualizar 
que esse curso faz parte de uma estratégia da Secretaria 
Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado 
ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Em 
2019, a Política de Valorização do Servidor Penitenciário 
(Eixo – Saúde e Qualidade de Vida) foi inserida na Carteira 
de Políticas Públicas do MJSP. Dessa forma, a Senappen, em 
conjunto com as Unidades da Federação, especialmente 
as Secretarias Estaduais de Administração Penitenciária 
ou Instituições congêneres, deverá implementar medidas de proteção e promoção da saúde dos servidores 
penitenciários.
Surge, então, a parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que, entre suas diversas atribuições, possui 
a expertise técnica de “promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico 
e tecnológico, ser um agente da cidadania” (Fiocruz, 2010). Isso posto, ao final de 2021, foi assinado o Termo de 
Execução Descentralizada (TED) entre a Senappen e a Fiocruz, com o objetivo de:
I. organizar e implementar ações e projetos de valorização, promoção da saúde e qualidade de vida 
dos trabalhadores e gestores do sistema penitenciário, em âmbito nacional;
II. desenvolver ações de educação, prevenção, promoção da saúde e qualidade de vida em unidades 
prisionais;
III. ofertar subsídios para ações de promoção da saúde e qualidade de vida voltadas à comunidade 
carcerária.
Entre as metas previstas pela parceria, encontra-se a qualificação da atuação de gestores e trabalhadores do 
sistema penitenciário, considerando que não é possível melhorar as condições de trabalho sem oportunizar 
ferramentas de qualificação e desenvolvimento pessoal e profissional a esses trabalhadores.
O curso Saúde e Qualidade de Vida do Servidor Penitenciário está estruturado em três módulos sequenciais 
de 40 horas cada, totalizando uma carga horária de 120 horas. A cada módulo concluído com aproveitamento 
mínimo de 60%, você poderá obter o certificado das 40h correspondentes ao módulo cursado. Com a conclusão 
dos três módulos, será disponibilizado ao cursista o certificado com a carga horária total do curso, isto é, o 
certificado de 120 horas.
Para que você possa conhecer o curso, apresentamos aqui, de forma resumida, a sua composição:
Módulo 1 – Conceitos iniciais
No primeiro módulo, serão apresentados os principais conceitos, as legislações e as iniciativas que versam 
sobre a saúde e qualidade de vida do trabalhador, relacionando-os com os dados referentes aos servidores 
penitenciários.
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
4.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Este módulo é composto de quatro aulas com os seguintes temas:
• Aula 1 – Processos históricos e a relação entre saúde e trabalho.
• Aula 2 – Caracterização do sistema penitenciário e de seus servidores.
• Aula 3 – Aspectos legais sobre a saúde dos servidores penitenciários.
• Aula 4 – Estratégias de atenção à saúde e qualidade de vida do servidor penitenciário.
Módulo 2 – Fatores de risco e proteção
No segundo módulo, o objetivo é identificar os fatores de adoecimento e proteção relacionados ao trabalho 
dos servidores penitenciários e compreender a importância da implementação de ações de promoção de saúde 
e qualidade de vida no trabalho.
Este módulo está estruturado em quatro aulas, nas quais serão discutidas estas temáticas:
• Aula 1 – Saúde e qualidade de vida no trabalho: fatores de riscos e proteção.
• Aula 2 – Cenários da saúde física e mental do servidor penitenciário brasileiro.
• Aula 3 – Iniciativas de promoção da saúde e qualidade de vida no sistema penitenciário e a 
articulação com a rede de saúde do trabalhador.
• Aula 4 – Estratégias individuais e coletivas para promover saúde mental no trabalho.
Modulo 3 – Estratégias e ferramentas
No terceiro módulo, será abordada a importância do planejamento das ações de promoção da saúde e 
qualidade de vida do servidor penitenciário, por meio do acompanhamento de dados, da obtenção de recursos 
financeiros e da aplicação de estratégias de inovação com base na apresentação de boas práticas.
Este módulo está distribuído em quatro aulas:
• Aula 1 – Produção e gestão de dados.
• Aula 2 – Fontes e formas de financiamento.
• Aula 3 – Possibilidades de aplicação de recursos públicos.
• Aula 4 – Ferramentas de inovação.
Agora que você já sabe que esse curso está sob a responsabilidade da Senappen; que é uma estratégia de 
efetivação da Política de Valorização do Servidor 
Penitenciário: Eixo – Saúde e Qualidade de Vida; que 
sua elaboração foi realizada pela Senappen em parceria 
com a Fiocruz, neste momento, depois desta breve 
apresentação da estrutura do curso, dos eixos temáticos 
dos módulos e dos temas de cada aula, vamos começar 
os estudos retomando a apresentação da Aula 1 do 
Módulo 1.
Nesta primeira aula, abordaremos o processo histórico 
da saúde e qualidade de vida no trabalho e seus 
principais conceitos. A partir dessa abordagem inicial, no 
decorrer dos módulos, aprofundaremos a temática para 
a questão central do curso: saúde e qualidade de vida do 
servidor penitenciário brasileiro.
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
5.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
De início, é importante compreender o surgimento e o desenvolvimento da relação entre saúde e trabalho até 
chegar ao conceito atual da Organização Mundial da Saúde (OMS) e ampliar os conceitos de saúde ocupacional 
e de qualidade de vida no trabalho.
Na sequência, abordaremos a saúde no Brasil e, mais em concreto, no Sistema Único de Saúde (SUS), 
apresentando brevemente suas características e as principais estratégias para o cuidado com a saúde dos 
trabalhadores e trabalhadoras.
Destacaremos algumas das principais causas de adoecimento e consequências para a saúde relacionadas ao 
trabalho e, por fim, faremos uma breve contextualização sobre os servidores do sistema penitenciário.
É umagrande satisfação tê-lo/a aqui conosco. Sua participação é essencial ao sucesso dessa empreitada. 
Portanto, queremos começar nossa primeira aula desejando que você aproveite ao máximo este curso e que a 
ampliação dos seus conhecimentos faça a diferença na sua carreira profissional, no ambiente de trabalho e na 
vida pessoal.
OBJETIVO DA AULA
Apresentar os processos históricos e conceitos acerca da saúde e qualidade de vida no trabalho. Ao final desta 
aula, o cursista será capaz de reconhecer os conceitos apresentados.
RELAÇÃO ENTRE SAÚDE E TRABALHO: BREVE HISTÓRICO
Ao longo da história, ocorreram diversas mudanças significativas na estrutura de trabalho, sobretudo as 
observadas na transição entre a Idade Média e a Modernidade. Tais mudanças estão fundadas na ruptura com 
o modelo preexistente e o desenvolvimento tecnológico, ou seja, de um modelo artesanal de produção para um 
modelo industrial, que resultou em acelerado desenvolvimento da industrialização e do emprego assalariado 
como consequência das transformações ocorridas. Essas transformações desencadearam modificações na 
estrutura econômica da sociedade, ocasionando o crescimento de pressões sobre os empregadores relacionadas 
às condições e formas de organização do trabalho. Assim, em meio à Revolução Industrial, surgem novas ideias 
de organização do trabalho (Mendonça et al., 2018; Minayo-Gomez; Thedim-Costa, 1997).
A Revolução Industrial começou pioneiramente na Inglaterra, em meados do século XVIII. O marco inicial é 
frequentemente associado à invenção da máquina a vapor no início do século XVII, e sua consolidação ocorreu 
na década de 1780.
IMPORTANTE
Fases da Revolução Industrial:
Primeira Revolução Industrial (1750-1850): iniciada na Inglaterra, 
caracterizou-se pela substituição da manufatura pela maquinofatura, pelo 
uso de novas tecnologias aplicadas à produção em série.
Segunda Revolução Industrial (1850-1945): foi marcada pelos avanços 
em eletricidade, aço e química.
Terceira Revolução Industrial (1950 - até os dias atuais): destacou-se 
pelo avanço no campo da tecnologia da informação e automação.
Fonte: Silva, 2021.
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
6.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
A Revolução Industrial, compreendida como a transição do trabalho manual para o mecanizado, da força 
humana para a força motora e da produção domiciliar para as fábricas, é amplamente reconhecida como um 
dos pontos de virada fundamentais no desenvolvimento econômico, tecnológico e social. 
No início desse período, a aglomeração de pessoas em espaços inadequados propiciou a propagação de doenças 
infectocontagiosas, e, além disso, era comum que o operariado, ou seja, os trabalhadores das fábricas, sofresse 
inúmeros acidentes graves no trabalho com as máquinas, causando mutilações e mortes. Também se observava 
a ampla exploração do trabalho feminino e infantil. Como a maioria dos homens estava ocupada nas minas de 
carvão, mulheres e crianças eram frequentemente submetidas a jornadas extenuantes que, constantemente, 
ocorriam por até dezesseis horas diárias. Esses eventos intensificaram o estudo de acidentes de trabalho, assim 
como a pressão para regulamentação do trabalho (Mendonça et al., 2018; Assis, 2021). 
Nesse período é que surgiram os primeiros movimentos organizados pelos trabalhadores. Era o princípio dos 
movimentos sindicais, em resposta às condições laborais insalubres e à inadequação dos espaços de trabalho. Os 
riscos decorrentes do exercício laboral eram conhecidos pelos empregadores, entretanto nada ou muito pouco 
era feito para mitigar os danos. Assim, após diversos conflitos, começaram a ser estabelecidas as primeiras 
regulamentações trabalhistas, inicialmente focadas na proteção de mulheres e crianças (Assis, 2021).
A “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, considerada a primeira lei de proteção aos trabalhadores, foi 
promulgada na Inglaterra em 1802. Essa lei objetivava assegurar que o expediente diário de trabalho de mulheres 
e crianças não ultrapassasse 12 horas, proibia o trabalho noturno para esse público e determinava a adequação 
da ventilação e a higienização dos espaços. Contudo, por falta de fiscalização, a lei não foi efetivamente cumprida 
(Mendonça et al., 2018; Assis, 2021).
Em 1833, surgiu a “Lei das Fábricas”, que estabeleceu o “Inspetoriado de Fábricas”, um órgão governamental 
encarregado de inspecionar as condições de saúde dos trabalhadores e protegê-los dos perigos do trabalho 
(Mendonça, et al., 2018; Assis, 2021). Essa lei demonstrava a preocupação com o desenvolvimento físico adequado 
à idade cronológica dos trabalhadores e trazia as seguintes determinações: proibia o trabalho noturno para 
menores de 18 anos; limitava as horas de trabalho para menores a 12 horas por dia e 69 horas por semana; exigia 
escolas dentro das fábricas para trabalhadores menores de 13 anos; proibia a contratação de trabalhadores 
menores de nove anos de idade (Rocha et al., 2019).
As mudanças trazidas pela Revolução Industrial se espalharam pelo mundo todo e trouxeram como destaque a 
implantação dos modelos taylorista e fordista nos Estados Unidos do início do século XX. Tais modelos reforçavam 
a prática da medicina do trabalho.
Segundo Freitas (2015), em 1911, Frederick Taylor propôs um modelo de organização industrial, posteriormente 
chamado de taylorismo, que visava aprimorar 
as operações nas empresas mediante a 
organização e a segmentação das funções 
dos trabalhadores. A premissa central era 
tratar cada processo de produção como uma 
ciência, substituindo práticas baseadas em 
experiência por métodos cientificamente 
comprovados.
O Fordismo é um modelo de produção em 
massa de um produto, criado por Henry Ford, 
em 1914, baseado no sistema de linhas de 
produção. O objetivo desse modelo consiste 
em reduzir ao máximo os custos de produção, 
tornando os produtos mais acessíveis para 
venda e alcançando um maior número de 
consumidores e, consequentemente, mais 
lucros para os donos das fábricas (Bondarik; 
Kovaleski; Pilatti, 2014).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
7.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
SAIBA MAIS!
Características do taylorismo e do fordismo
Taylorismo Fordismo
Princípio do planejamento: substitui o 
modelo pautado na experiência por um 
modelo planejado, estudado e testado. 
Todas as tarefas e processos de trabalho 
precisam ser testados previamente para 
que a sua execução ocorra com maior 
celeridade e precisão.
Produção em massa: evitando o 
desperdício, inclusive de tempo e 
reduzindo os custos de produção.
Princípio da preparação dos 
trabalhadores: visa à capacitação e à 
especialização dos trabalhadores e de 
seus instrumentos de trabalho.
Parcelamento/Divisão de tarefas: o 
trabalhador executava apenas uma tarefa 
repetidamente durante todo o trabalho, já 
não participava mais de todo o processo 
de elaboração de um produto, limitava-se 
à parte do processo e não mais ao todo.
Princípio do controle: propõe que 
o trabalho seja executado a partir de 
determinada metodologia e mediante 
supervisão.
Linha móvel/Esteira rolante: limita a 
ação dos trabalhadores, “permitindo uma 
produção fluida”.
Princípio da execução: propõe que 
a distribuição do trabalho e das 
responsabilidades sejam sistematizadas.
Padronização dos componentes: 
para reduzir o tempo e os custos, era 
necessário ter o controle de todo o 
processo de produção.
Princípio da seleção: propõe que a 
distribuição de atividades e tarefas 
considere as habilidades e aptidões dos 
trabalhadores.
Automação: uso de tecnologias como 
forma de controle da produção.
Princípio da remuneração: propõe 
que a remuneração seja proporcional à 
qualidade do trabalho desempenhado, 
estabelecendo premiações mediante o 
cumprimento de metas.
Princípio da exceção: propõe a 
observância constante dos desvios e 
exceções para que estaspossam ser 
reparadas.
Fonte: Introdução à gestão: passado, presente e futuro do Taylorismo. Universidade de 
Aveiro, Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Águeda, 2009. Disponível em: https://
pt.slideshare.net/madalenap/corpo-passado-presente-e-futuro-do-taylorismo-em-pdf1.
Fonte: Gounet, T. Fordismo e Toyotismo na civilização do automóvel. 
São Paulo: Boitempo, 1999.
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
8.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Silva (2023) corrobora com Gramsci e aponta que tanto o taylorismo quanto o fordismo inauguraram uma 
nova forma de controle e disciplina do trabalho e dos trabalhadores. Esses modelos, além de promoverem a 
desumanização, também cerceiam a liberdade dos sujeitos, relegando-os a atividades rotineiras e entediantes, 
prejudicando, dessa maneira, seu bem-estar e saúde.
No início do século XX, mediante a expansão e consolidação do processo industrial e a adoção de novos métodos 
de produção (taylorismo e o fordismo), juntamente com o crescimento da economia, surgiu a necessidade de 
regulamentar e organizar o trabalho. Assim, em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 
que, em suas primeiras reuniões, reconheceu a existência de doenças ocupacionais. Isso provocou uma mudança 
significativa no ritmo e no foco das normas e práticas de proteção à saúde dos trabalhadores, tornando a OIT, 
até os dias atuais, a principal autoridade internacional nesse campo (Mendonça et al., 2018).
Mendonça et al. (2018), citando Mendes e Dias (1991), apontam que, durante os anos da Segunda Guerra 
Mundial (1939-1945), os trabalhadores suportaram condições adversas e uma intensa carga de trabalho nas 
indústrias, com alguns enfrentando sacrifícios comparáveis aos da própria guerra. Após o conflito, o esforço 
industrial pós-guerra estava apenas começando. Tanto os empregadores, ávidos por mão de obra produtiva, 
quanto as companhias de seguro começaram a sentir o custo humano da perda de vidas no trabalho, seja por 
acidentes, seja por doenças ocupacionais, com o pagamento de pesadas indenizações por incapacidade. Nesse 
cenário, fica evidente a “relativa impotência da medicina do trabalho para intervir sobre os problemas de saúde 
causados pelos processos de produção” (Mendes; Dias, 1991, p. 343).
O SURGIMENTO DA MEDICINA DO TRABALHO
Em 1830, o proprietário de uma grande fábrica de tecidos na Inglaterra Robert Dernham, observando as in-
úmeras baixas de trabalhadores por motivo de doença e acidentes de trabalho, as quais tinham como conse-
quência a queda na produtividade da indústria, contratou um médico, Doutor Robert Baker, para atender aos 
trabalhadores dentro da fábrica, dando origem ao primeiro serviço de medicina do trabalho (Mendes; Dias, 
1991).
Esse modelo centrado na figura do médico foi rapidamente replicado por outras fábricas, espalhando-se pelo 
mundo contemporâneo. A adoção desse modelo privado de assistência evidenciava a ausência de um sistema de 
saúde como direito dos trabalhadores. Simultaneamente, colocava as fábricas em uma posição paternalista de 
modo que o trabalhador, e por vezes também seus familiares, tornava-se dependente do atendimento médico 
prestado pelo empregador. Assim, os donos das fábricas aumentavam sua força controladora em relação à força 
de trabalho (Mendes; Dias, 1991).
Mendes e Dias (1991) nos informam que a medicina do trabalho tinha como características:
• ser uma prática essencialmente médica;
• ter atuação médica limitada aos locais de trabalho, ainda que o serviço pudesse ser prestado 
nas proximidades;
• minimizar os riscos que pudessem acarretar prejuízo à saúde do trabalhador e impedi-lo de 
produzir;
• colaborar com os processos de alocação dos trabalhadores a partir do critério de aptidão;
• considerar a dimensão de saúde física e mental;
• promover o bem-estar físico e mental dos trabalhadores.
A partir de 1953, a preocupação com a saúde dos trabalhadores se refletiu internacionalmente na agenda da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Conferência Internacional do Trabalho, promovida pela OIT, 
elaborou a Recomendação 97, a qual tratou da “proteção da saúde dos trabalhadores” e instou os estados-
membros a promoverem a formação de médicos do trabalho e a organização de “serviços de medicina do 
trabalho” (Mendonça et al., 2018).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
9.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
O SURGIMENTO DA SAÚDE OCUPACIONAL
Em 1954, a OIT reuniu um painel de especialistas para elaborar diretrizes relacionadas aos serviços de me-
dicina do trabalho. Assim, surge uma crescente preocupação com a saúde ocupacional, cujos objetivos foram 
definidos em 1957 pela Comissão Conjunta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização 
Mundial da Saúde (OMS). Essa iniciativa buscava abordar o bem-estar dos trabalhadores em seus locais de tra-
balho, abrangendo três áreas principais: medicina, higiene e segurança (Mendonça et al., 2018; Assis, 2021). De 
acordo com Nogueira (1984), citando a Deliberação da Comissão Mista (OIT e OMS, 1957), a saúde ocupacional 
apresenta as seguintes finalidades: 
Incentivar e manter o mais elevado nível de bem-estar físico, mental e social dos tra-
balhadores em todas as profissões; prevenir todo o prejuízo causado à saúde destes pe-
las condições de seu trabalho; protegê-los em seu serviço contra os riscos resultantes da 
presença de agentes nocivos à sua saúde; colocar e manter o trabalhador em um emprego 
que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas e, em resumo, adaptar o trabalho 
ao homem e cada homem ao seu trabalho (OIT/OMS, 1957 apud Nogueira, 1984, p. 495).
Em 1958, o Conselho de Administração da OIT sub-
stituiu a denominação “Serviços Médicos do Trabalho” 
por “Serviços de Medicina do Trabalho”. No ano seguin-
te, em 1959, a Conferência Internacional do Trabalho 
aprovou a Recomendação 112, conhecida como 
“Recomendação para Serviços de Saúde Ocupacional”, 
que representou o primeiro instrumento normativo 
internacional no campo da saúde ocupacional. Essa 
recomendação abordou diversos aspectos: definição, 
métodos de aplicação, organização dos serviços, suas 
funções, pessoal, instalações e modos de atuação 
(Mendonça et al., 2018).
Segundo Mendonça et al. (2018), de acordo com a 
Recomendação 112, os serviços de saúde ocupacional 
são compreendidos como serviços médicos existentes 
no local de trabalho ou no seu entorno. O foco da saúde ocupacional consiste em:
• proteger os trabalhadores contra riscos à saúde decorrentes do trabalho;
• propiciar a adequação tanto física quanto mental dos trabalhadores às suas atividades na em-
presa, ajustando o trabalho às suas capacidades e habilidades;
• colaborar com o alcance e a manutenção do mais alto nível possível de bem-estar físico e men-
tal dos trabalhadores.
A nova abordagem em saúde e trabalho expande sua área de atuação, indo além do foco apenas no tra-
balhador para incluir também o ambiente. Tal transição requer a colaboração de uma equipe multidisciplinar 
e uma abordagem interdisciplinar, com o objetivo de intervir nos ambientes de trabalho para reduzir os riscos 
ambientais (Mendes; Dias, 1991).
Apesar dos avanços ocorridos, no que se refere às garantias de direitos trabalhistas, observa-se que algumas 
categorias profissionais, ainda que não tenham sido claramente excluídas de tais mudanças, foram negligencia-
das. O sistema penitenciário, no geral, e o brasileiro em particular, ainda hoje, conta com unidades prisionais em 
péssimas condições de infraestrutura, ambientes insalubres, propícios à proliferação de doenças. Geralmente, 
é um ambiente com pouca iluminação, pouca ventilação, precária higienização e com aglomeração de pessoas. 
Nesse contexto, tanto o indivíduo privado de liberdade quanto os trabalhadores enfrentam as mesmas mazelas. 
Apesar de tais condições seremconhecidas e constarem em diversos documentos oficiais, na prática, ainda care-
cem de empenho e fiscalização do poder público e do apoio social.
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
10.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
MEDICINA DO TRABALHO X SAÚDE OCUPACIONAL
Há uma distinção significativa entre a medicina do trabalho e a saúde ocupacional. Enquanto a medicina do 
trabalho concentra-se especificamente na saúde dos trabalhadores e na prevenção de doenças ocupacionais, 
a saúde ocupacional adota uma perspectiva mais ampla. Ela considera os impactos do trabalho não apenas no 
indivíduo, mas também na saúde geral da coletividade. Além disso, a saúde ocupacional aborda questões como 
ergonomia e políticas de saúde ocupacional (Mendonça et al., 2018).
No entanto, constatou-se que o modelo centrado unicamente no ambiente de trabalho revelou-se igualmente 
ineficaz. Ele se assemelha a uma forma de “higiene industrial”, enfatizando o uso de equipamentos de proteção 
individual (EPIs) em detrimentos dos equipamentos de uso coletivo e a realização de exames médicos nos tra-
balhadores. Todavia, essa abordagem não contemplava todas as dimensões essenciais para assegurar a saúde e 
o bem-estar dos trabalhadores (Minayo-Gomes et al., 1997). 
Dessa forma, apesar de a saúde ocupacional ter avançado em relação às práticas da medicina do trabalho, a 
sua proposta revelou-se insuficiente. René Mendes e Elizabeth Costa Dias (1991) listam alguns motivos:
- o modelo mantém o referencial da medicina do trabalho firmado no mecanicismo; 
- não concretiza o apelo à interdisciplinaridade: as atividades apenas se justapõem de 
maneira desarticulada e são dificultadas pelas lutas corporativas; 
- a capacitação de recursos humanos, a produção de conhecimento e de tecnologia de 
intervenção não acompanham o ritmo da transformação dos processos de trabalho; 
- o modelo, apesar de enfocar a questão no coletivo de trabalhadores, continua a 
abordá-los como “objeto” das ações de saúde; 
- a manutenção da saúde ocupacional no âmbito do trabalho, em detrimento do 
setor saúde (Mendes; Dias, 1991, p. 344).
Mendes e Dias (1991) reconhecem a necessidade de transcender as limitações do modelo tradicional de saúde 
ocupacional, que se mostra incapaz de responder às complexas demandas da relação entre trabalho e saúde. 
Para os autores, a inadequação desse modelo não se configura como um evento isolado e passageiro, mas sim 
como um reflexo de contextos políticos e sociais mais amplos e intrincados.
Ao longo do processo histórico, os avanços na saúde ocupacional resultaram das mudanças nos processos 
produtivos pela automação e informatização, que introduziram novos riscos à saúde dos trabalhadores, como 
estresse e fadiga. Isso demandou novas estratégias para modificar as condições de trabalho, incluindo a pro-
moção da saúde e mudanças nos estilos de vida dos trabalhadores. 
Com efeito, a saúde do trabalhador passou a ser vista como um processo mais amplo, envolvendo a relação en-
tre saúde e trabalho, e não apenas a presença de fatores de risco específicos. Organismos internacionais, como 
a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Comitê misto da OIT/OMS, de 1983, também influenciaram 
essa evolução, destacando a importância da abordagem multidimensional do trabalhador e da determinação 
social da saúde (Mendonça et al., 2018).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
11.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
IMPORTANTE
Medicina do trabalho: perspectiva mais restrita – saúde dos trabalhadores 
e prevenção de doenças ocupacionais.
Saúde ocupacional: perspectiva mais ampla – impacto do trabalho na vida 
do indivíduo e da coletividade no âmbito do trabalho, além de ergonomia 
e políticas de saúde ocupacional 
Fonte: Mendonça et al., 2018.
A MEDICINA DO TRABALHO E A SAÚDE OCUPACIONAL NO BRASIL
A história da saúde ocupacional no Brasil está intimamente ligada à evolução das leis trabalhistas e às mu-
danças sociais e econômicas. Inicialmente, em 1919, com o Decreto Legislativo nº 3.724, estabeleceu-se a primei-
ra legislação sobre acidentes de trabalho no país. Durante o governo de Getúlio Vargas, houve a transição para 
um modelo industrial, com a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio em 1931 e a instituição das 
Inspetorias Regionais de Higiene e Segurança do Trabalho em 1932 (Mendonça et al., 2018).
O desenvolvimento da saúde ocupacional continuou ao longo das décadas seguintes, com a criação das Del-
egacias Regionais do Trabalho em 1940 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, que abordava 
questões de higiene e segurança no trabalho. A Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (ABMT) foi funda-
da em 1945, destacando-se pelo estudo e divulgação da medicina do trabalho (Mendonça et al., 2018).
A partir de 1950, a medicina do trabalho e a saúde ocupacional no Brasil passaram por um período de intensas 
transformações, marcadas por avanços significativos e desafios persistentes. Esse período foi caracterizado por 
mudanças legislativas, desenvolvimento tecnológico e uma crescente conscientização sobre a importância da 
saúde e segurança no ambiente de trabalho (Assis, 2021).
O período de industrialização nas décadas de 1950 e 1960 trouxe desafios adicionais à saúde dos trabalhadores, 
com altos índices de acidentes e doenças ocupacionais. O governo militar, nos anos 1970, implementou a obrig-
atoriedade de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMTs), con-
forme recomendação da OIT (Mendonça et al., 2018).
A partir dos anos 1980, surgiu o Programa de Saúde do Trabalhador, influenciado pelos movimentos da reforma 
sanitária e sindical. A Constituição Federal de 1988 reconheceu a saúde como direito social e criou o Sistema Único 
de Saúde (SUS), com princípios de universalidade, equi-
dade e integralidade. Normas regulamentadoras foram 
elaboradas para garantir a saúde dos trabalhadores e 
prevenir doenças ocupacionais (Mendonça et al., 2018).
De forma resumida, pode-se dizer que, no Brasil, um 
dos principais avanços ocorreu com a promulgação 
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, 
que estabeleceu normas para a proteção dos direitos 
dos trabalhadores, incluindo questões relacionadas à 
saúde e segurança no trabalho, seguido pela criação 
do Ministério da Saúde em 1953 e criação do SUS na 
Constituição de 1988. Essa legislação foi fundamental 
para a formação de um ambiente de trabalho mais se-
guro e saudável (Mendonça et al., 2018; Minayo-Gomes 
et al., 2018).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
12.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Apesar dos avanços, desafios persistem na área da saúde ocupacional, com questões como violência no tra-
balho e doenças relacionadas a tecnologias obsoletas ainda demandando atenção (Mendonça et al., 2018).
No transcorrer do tempo, observa-se um aumento da conscientização sobre a importância da prevenção de 
acidentes e doenças ocupacionais. Isso levou à implementação de programas de segurança no trabalho e à 
adoção de medidas para reduzir os riscos ocupacionais e proteger a saúde dos trabalhadores, não só no Brasil, 
mas em todo o mundo, de modo geral (Mendonça et al., 2018).
Durante as décadas de 1970 e 1980, cresceu a preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho. 
Questões como estresse ocupacional e assédio moral passaram a receber mais atenção, resultando na imple-
mentação de políticas e programas para promover o bem-estar psicológico dos trabalhadores (Minayo et al., 
2018).
Apesar dos avanços, alguns desafios persistiram ao 
longo do tempo. Isso inclui a necessidade de garan-
tir a eficácia da implementação das leis trabalhistas, 
a adequação das condições de trabalho em diversos 
setores e a prevenção de novos riscos ocupacionais 
associadosao desenvolvimento tecnológico e às mu-
danças nos padrões de trabalho (Minayo et al., 2018).
Vale destacar que, apesar de a legislação brasileira 
nem sempre ser cumprida e ainda apresentar muita 
dificuldade para ser fiscalizada, ela insere o país como 
um dos mais desenvolvidos quanto às leis trabalhis-
tas de “proteção do trabalhador contra doenças e aci-
dentes do trabalho” (Mendonça et al., 2018, p. 14).
A despeito do avanço na garantia de direitos tra-
balhistas no Brasil, no que se refere aos trabalhadores 
do sistema penitenciário brasileiro, por muito tempo 
se constituiu por ações isoladas de alguns estados brasileiros com vistas à promoção, proteção, vigilância, pre-
venção e redução de agravos à saúde dos profissionais do sistema prisional.
Podemos, no entanto, citar ações realizadas no âmbito do governo federal nos últimos anos que objetivam 
a estruturação de uma política de atenção e valorização do servidor penitenciário. Como a Resolução nº 1, do 
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), de 4 de junho de 2016, que apresenta diretrizes 
nacionais para a criação, implantação e manutenção de programa e políticas de atenção à saúde e qualidade de 
vida dos servidores em serviços penais. 
Em 2018, a partir da criação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), a questão da saúde e qualidade de 
vida dos trabalhadores da segurança pública ganha destaque e, em 2019, o antigo Departamento Penitenciário 
Nacional insere na Carteira de Políticas Públicas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a Política de 
Valorização do Servidor Penitenciário – Eixo – Saúde e Qualidade de Vida, com o objetivo de fomentar a criação 
e estruturação de núcleos de atenção ao servidor penitenciário no âmbito das Secretarias Estaduais de Adminis-
tração Penitenciária e instituições congêneres.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE SAÚDE E TRABALHO
Até aqui discutimos o processo histórico da garantia de direitos trabalhistas e a relação do trabalho com a 
saúde dos seus trabalhadores. Agora vamos abordar os conceitos de saúde e trabalho. 
Saúde e trabalho são conceitos que permeiam a vida das pessoas e da sociedade. Geralmente, relacionamos 
saúde à falta de doença ou de mal-estar físico e mental. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
elaborou um conceito mais amplo de saúde e a definiu como “um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social e não somente ausência de afecções e enfermidades” (OMS, 1948).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
13.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Segundo Buss e Pellegrini (2007), a saúde de um indivíduo é determinada por diversos fatores, tais como estilo 
de vida, determinantes biológicos, sociais e psicológicos. Carvalho (2013) afirma que os fatores denominados 
“determinantes sociais da saúde” podem definir os quadros de saúde ou doença vivenciados pelos indivíduos. 
Os determinantes sociais de saúde (ambientais, políticos, econômicos e culturais) marcam a vida dos sujeitos de 
forma individualizada, mas todos somos atravessados por tais fatores em maior ou menor grau, como pode ser 
observado na figura a seguir:
Figura 1 - Determinantes sociais da saúde.
Fonte: Buss; Pellegrini, 2007.
Do mesmo modo, entendemos o trabalho como um conjunto de atividades realizadas, ou seja, como o esforço 
feito por indivíduos com o objetivo de atingir uma meta. O trabalho é uma atividade inerente à humanidade, 
sendo desde os primórdios um diferenciador da nossa espécie (Silveira, 2009). Ele tem o potencial de promover 
o bem-estar, porém também pode resultar em doenças, angústias e aflições na vida de um indivíduo. Isso ocorre 
devido às circunstâncias do ambiente físico, à configuração organizacional e à natureza das interações interpes-
soais no ambiente de trabalho, as quais exercem uma influência substancial na saúde física, mental e social do 
trabalhador (Mendonça et al., 2018).
CURIOSIDADE!
Saúde: a raiz etimológica de “saúde” provém do latim “salus”. Esse termo designava o atributo 
principal dos seres íntegros e intactos. Era associado à superação de ameaças à integridade 
física dos indivíduos (Almeida Filho, 2000).
Trabalho: deriva do latim “tripalium”. No latim vulgar, a palavra “tripaliāre” era interpretada 
como “torturar”. Essa interpretação se baseia no termo “tripalium”, que era um artefato de 
tortura usado pelos antigos romanos. O tripalium consistia em três paus (daí o prefixo “tri”, que 
significa três, e “palium”, que significa pau). Os criminosos eram amarrados a esse instrumento 
e submetidos a chicoteamento (Veschi, 2019).
Saúde e qualidade de vida
do servidor penitenciário
14.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Nesse contexto, podemos observar que há uma importante relação entre saúde e trabalho que é influenciada 
pela maneira como a sociedade se organiza. Como já foi dito, o trabalho pode afetar a saúde física e mental dos 
trabalhadores e pode ser percebido de forma diferente pelos indivíduos, sendo visto como fonte de sofrimento 
ou de realização.
INTRODUÇÃO DA ERGONOMIA AO TRABALHO
De acordo com a Associação Internacional de Ergonomia (IEA):
A ERGONOMIA (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao enten-
dimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas e à apli-
cação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar 
humano e o desempenho global do sistema (IEA, 2020).
SAIBA MAIS!
A palavra “ergonomia” vem da junção das palavras gregas “ergos” [trabalho] e “normos” 
[normas/lei] (IEA, 2020). 
Em outras palavras, a ergonomia é o campo científico que busca 
adaptar o ambiente de trabalho às necessidades e particularidades 
dos seres humanos. Seu objetivo é otimizar a interação entre as 
pessoas, máquinas, equipamentos e o ambiente de trabalho. Além 
disso, a ergonomia visa promover a saúde, segurança e bem-estar 
dos trabalhadores, contribuindo para melhorar a eficiência e produ-
tividade nas atividades laborais ao mesmo tempo que gera bem-es-
tar e promove qualidade de vida (IEA, 2020). 
Embora, oficialmente, a ergonomia só tenha sido reconhecida no 
século XX, segundo Oliveira (2021), ela tem sua origem em um pas-
sado longínquo, que se entrelaça com a própria história. Observa-se 
que já na pré-história o ser humano buscava adaptar o trabalho às 
suas condições, explorando técnicas rudimentares de ergonomia 
para aprimorar sua sobrevivência. A adaptação de armas para a 
caça, o afiar de lanças para facilitar a tarefa e a busca por ferramentas mais eficientes são exemplos dessa busca 
do ser humano por otimizar o trabalho, reduzir o esforço físico, garantir a sobrevivência, a saúde e a qualidade 
de vida.
Na antiguidade e no período colonial, apesar de que fossem evidentes os problemas de saúde decorrentes do 
trabalho, imperava a lógica da substituição do trabalhador, desconsiderando a dimensão humana do sujeito. A 
ergonomia, ainda em sua fase incipiente, começou a despontar no início da Revolução Industrial, impulsionada 
pelos desafios enfrentados pelos trabalhadores, os quais, conforme mencionado anteriormente, vivenciavam 
péssimas condições de trabalho, doenças e acidentes constantes, resultando na queda da produtividade e ex-
igindo medidas a fim de garantir a saúde e o bem-estar deles (Roberto, 2020).
A ergonomia, como disciplina, teve sua origem em 1949 com a fundação da Ergonomics Research Society na 
Inglaterra. Nos Estados Unidos, em 1959, surgiram a Human Factors Society (HFS) e a International Ergonomics 
Society (IES). Além disso, em 1963, na França, foi criada a Societé d’Ergonomie de Langue Française (SELF) (Abrahão 
et al., 2009).
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MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
No Brasil, apesar dos esforços anteriores, a ergonomia ganhou visibilidadea partir da década de 1980, quando 
vários pesquisadores brasileiros retornaram da França, após desenvolverem mestrado e doutorado na área. Na 
década de 1990, a ergonomia emergiu como uma disciplina fundamental na medicina do trabalho. Adaptações 
ergonômicas foram introduzidas para melhorar o design do local de trabalho e reduzir os riscos de lesões mus-
culoesqueléticas, promovendo assim a saúde e o conforto dos trabalhadores (Silva; Paschoarelli, 2010).
Vale destacar que a ergonomia é considerada uma ciência que integra diversos campos do saber, focando 
suas demandas no usuário. As questões tratadas pela ergonomia são, geralmente, de natureza sistêmica, recon-
hecendo a multiplicidade de fatores que influenciam a relação entre o indivíduo e seu entorno. Fatores físi-
cos, cognitivos, sociotécnicos, organizacionais e ambientais se entrelaçam em uma teia complexa que exige 
análise profunda. A ergonomia não se limita a cada um desses fatores, mas busca desvendar as interações 
entre eles, mapeando as nuances que moldam a experiência humana (IEA, 2020). A figura a seguir representa 
essa interação:
Figura 2 - Interação entre os diversos fatores humanos/ergonomia (HF/E) que constituem o 
estudo da ergonomia.
Fatores
Cognitivos
FH/E
Fatores
Físicos
Fatores
Organizacionais
Interação Humano-
computador
Comunicação
Trabalho em time
�
�
�
Participação
Cooperação
Sistema Sociotécnico
Ambiente Interno/
Externo
�
�
�
�
Anatomia 
Humana
Fisiologia
Antropometria 
Biomecânica
�
�
�
�
Percepção
Memória
Raciocínio
Resposta motora
�
�
�
�
Fonte: IEA, 2020.
Ao analisarmos essa figura, podemos observar que a execução das atividades laborais está intimamente rel-
acionada aos diversos fatores que permeiam o ambiente de trabalho e o trabalhador. Assim, ao pensarmos na 
ergonomia e na relação desse tema com o sistema prisional e ao considerarmos as recorrentes queixas dos 
trabalhadores que nele atuam no que se refere ao uso de alguns equipamentos de segurança, como o colete à 
prova de balas ou o coturno, e até mesmo o tipo de uniforme (tecido, cor, modelagem), podemos perceber que 
esse é um campo carente de pesquisas que possam dar conta de tais demandas, propondo soluções viáveis ou 
formas de mitigar os danos decorrentes de tal contexto de trabalho.
PSICODINÂMICA NO TRABALHO
A psicodinâmica do trabalho (PDT) é um conceito que se originou na psicopatologia do trabalho. Seu principal 
expoente é Christophe Dejours, um psiquiatra e psicanalista francês que iniciou sua obra nesse campo na déca-
da de 1980. Essa abordagem busca compreender as relações entre o trabalho, a subjetividade dos trabalhadores 
e os impactos psicológicos das condições laborais (Lancman; Sznelwar, 2005).
A princípio, buscava-se relacionar a psicopatologia com o trabalho, demonstrando como o trabalho poderia 
causar sofrimento para o sujeito. Depois de um tempo, o estudo da psicodinâmica passou a demonstrar como 
cada trabalhador pode lidar com o sofrimento, tendo potencial para utilizar de recursos internos e externos para 
transformá-lo em busca por prazer e realização. Nessa perspectiva, saúde e trabalho não significam ausência de 
sofrimento (Lancman; Sznelwar, 2005). 
Saúde e qualidade de vida
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16.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Segundo Giongo, Monteiro e Sobrosa (2015), a psicod-
inâmica busca estudar as estratégias defensivas, que po-
dem mobilizar os trabalhadores individual ou coletiva-
mente. Essas estratégias visam estabelecer uma relação 
mais gratificante com o trabalho e buscam o reconhecimen-
to, um fator essencial no processo de construção da iden-
tidade do trabalhador. Outro aspecto crucial na busca pelo 
prazer e na defesa contra o sofrimento no trabalho é a mo-
bilização subjetiva. Esse processo envolve o engajamento 
do trabalhador no seu ofício, utilizando sua subjetividade, 
inteligência prática e o coletivo de trabalho para transfor-
mar os fatores organizacionais que causam sofrimento. 
Nessa abordagem, a organização do trabalho desempenha 
um papel fundamental na saúde mental dos trabalhadores. 
Segundo Mendes (2007, p. 29), citado por Giongo, Monteiro e Sobrosa (2015, p. 805), no contexto do tra-
balho, há “atuação de forças, visíveis e invisíveis, objetivas e subjetivas, psíquicas, sociais, políticas e econômi-
cas que podem ou não deteriorar esse contexto, transformando-o em lugar de saúde e/ou de patologias e 
e adoecimento”.
Portanto, pode-se dizer que, em um mundo onde o trabalho assume um papel central na vida de muitos, a 
psicodinâmica do trabalho revela os impactos que a organização do trabalho pode ter na saúde mental dos 
trabalhadores. Essa área de estudo oferece ferramentas fundamentais para identificar e prevenir os efeitos neg-
ativos do trabalho sobre a saúde mental, promovendo um ambiente laboral mais saudável e produtivo (Giongo; 
Monteiro; Sobrosa, 2015).
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
O tema qualidade de vida no trabalho (QVT) tem sido 
bastante recorrente e emerge em diferentes contextos de 
trabalho. Em um esforço conjunto para compreender a com-
plexa natureza da qualidade de vida, a Organização Mundi-
al da Saúde (OMS) reuniu especialistas de diversas áreas do 
conhecimento e, por meio dessa colaboração internacional, 
definiu-a como “a percepção do indivíduo de sua posição na 
vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais 
ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, pa-
drões e preocupações” (The WHOQOL Group, 1995 apud 
Fleck, 2000).
Segundo Chiavenato (1999), a qualidade de vida no tra-
balho (QVT) indica o grau de satisfação dos trabalhadores 
no ambiente de trabalho. Conte (2003) aborda o conceito de 
QVT como um programa que busca facilitar e atender às ne-
cessidades dos trabalhadores durante o desempenho de suas atividades na organização. A ideia fundamental 
é que as pessoas se tornam mais produtivas quando obtêm satisfação e se sentem envolvidas com o trabalho 
realizado. Para isso, as empresas lançam mão de recursos para avaliar sistematicamente a percepção dos fun-
cionários quanto à execução do seu trabalho (ambiente, posto de trabalho, atividade realizada, organização do 
trabalho, relação chefia/subordinados etc.) para depois propor intervenções e mudanças com o objetivo de au-
mentar a qualidade do trabalho, combater o risco de adoecimento e absenteísmo. 
Esse autor afirma, ainda, que a QVT está diretamente relacionada a uma maior probabilidade de alcançar qual-
idade de vida pessoal, social e familiar e, nesse sentido, explica que “a meta principal do programa de QVT é a 
conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao melhorar a satisfação do trabalhador, 
melhora-se a produtividade da empresa” (Conte, 2023, p. 33).
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MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
SAÚDE INTEGRAL: FÍSICA E MENTAL E AS DIMENSÕES DO TRABALHO
A saúde integral compreende os cuidados que representam uma abordagem multifacetada e reconhece a 
complexidade do ser humano. Segundo Viegas e Penna (2015), essa perspectiva vai além da visão fragmentada 
do corpo e da mente, abrangendo as diversas dimensões do modo de vida humana, tais como:
• Espaços: o ambiente físico e social em que o indivíduo se insere, influenciando sua saúde e 
bem-estar.
• Condições: as características socioeconômicas, culturais e políticas que impactam a saúde da 
população.
• Expressões: as diversas formas pelas quais os indivíduos vivenciam e expressam sua saúde, 
incluindo seus valores, crenças e práticas.
Ao considerar essas dimensões interligadas, a integralidade e o cuidado na saúde propõem uma abordagem 
holística que valoriza os aspectos objetivos e subjetivos da saúde, ou seja, reconhece que a saúde não se resume 
à ausência de doenças, mas também engloba o bem-estar físico, mental, social e espiritual; respeita o livre-ar-
bítriodos sujeitos, o que equivale a dizer que é uma abordagem que enfatiza a autonomia dos indivíduos nas 
tomadas de decisão sobre sua saúde, reconhecendo-os como protagonistas de seus próprios processos de cui-
dado; promove a coprodução da saúde individual e coletiva, incentivando a participação ativa dos indivíduos e 
da comunidade na construção de uma saúde mais justa e equitativa (Viegas; Penna, 2015).
Segundo Reis et al. (2022), o trabalho transcende a mera necessidade de subsistência, pois assume um papel 
crucial no desenvolvimento individual e social, oferecendo mais do que funções sociais à medida que também 
apresenta funções psicológicas. Para melhor compreender as funções do trabalho, Yves Clot (2006) propõe um 
modelo fundado em quatro pilares ou dimensões: impessoal, pessoal, interpessoal e transpessoal.
A DIMENSÃO IMPESSOAL
A primeira dimensão refere-se à impessoalidade intrínseca ao trabalho, isto é, aos aspectos objetivos e técnicos 
do trabalho, como tarefas, procedimentos e metas. É a dimensão mais voltada para a organização e a estrutura 
do trabalho. Ela lida com aspectos formais e prescritos do trabalho que são determinados pela organização, tais 
como leis, regras, normas e procedimentos, garantindo a constância da função social do trabalho (Clot, 2006).
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18.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
A DIMENSÃO PESSOAL 
A segunda dimensão do trabalho é a pessoal. 
Nesta dimensão, o trabalhador é considerado 
como sujeito que pensa, sente e age para execu-
tar suas tarefas, ou seja, diz respeito à subjetivi-
dade do trabalhador, suas emoções, motivações 
e satisfação pessoal. Em suma, esta dimensão 
envolve a relação do indivíduo com seu próprio 
trabalho, que significa dizer que é a relação de 
pessoalidade que o trabalhador desenvolve com 
o trabalho e, nesse sentido, envolve os valores 
individuais do trabalhador, é como ele se sente 
em relação às tarefas que executa, ao ambiente 
em que trabalha e ao sentido que atribui à final-
idade do que produz. É o que o trabalhador “ver-
dadeiramente faz” além das prescrições formais 
(Clot, 2006).
A DIMENSÃO INTERPESSOAL
Esta dimensão versa sobre as interações sociais no ambiente de trabalho. Inclui a comunicação com colegas, 
chefes, clientes e demais pessoas com as quais o trabalhador se relaciona. Envolve também a colaboração e 
dinâmicas sociais no ambiente de trabalho. É uma dimensão fundamental para o bom funcionamento das equi-
pes e para a construção de um ambiente saudável e produtivo (Clot, 2006).
A DIMENSÃO TRANSPESSOAL
A dimensão transpessoal transcende o indivíduo e se conecta a algo maior, como valores, propósito e signifi-
cado. Envolve a busca por algo além do próprio benefício pessoal, como contribuir para a sociedade ou para um 
bem comum. Em outras palavras, esta dimensão reconhece que o trabalho não é apenas uma atividade individ-
ual, mas também está conectado a algo maior, podendo incluir sentido e propósito, valores compartilhados e 
impacto social (Clot, 2006).
SAIBA MAIS!
Saiba um pouco mais sobre as quatro dimensões do trabalho.
Dimensão impessoal 
De acordo com Pinheiro et al. (2016), esta dimensão reflete a (in)visível teia de normas no 
trabalho, entre obrigações e autonomia. No mundo do trabalho, a relação entre o indivíduo e 
as normas que o regem é complexa e multifacetada. De um lado, surge a questão da autonomia 
do trabalhador e sua capacidade de exercer sua individualidade e criatividade. De outro 
lado, a necessidade de seguir protocolos, técnicas e procedimentos garante a segurança, a 
eficiência e a padronização das atividades e serve como guia essencial ao bom funcionamento 
das empresas. Espíndola (2011), corroborando com essa proposta, afirma que, ao estabelecer 
regras padronizadas, claras e objetivas, garante-se:
Segurança: a padronização de procedimentos diminui os riscos de acidentes e garante a 
proteção dos trabalhadores.
Saúde e qualidade de vida
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19.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
Eficiência: a otimização dos processos contribui para o aumento da produtividade e da qualidade 
dos produtos ou serviços.
Padronização: a uniformidade na execução das tarefas facilita a comunicação e o trabalho em equipe.
Segundo Pinheiro et al. (2016), embora as normas sejam essenciais, é importante reconhecer que a 
rigidez excessiva pode sufocar a autonomia e a criatividade dos trabalhadores.
A chave para um ambiente de trabalho saudável reside no equilíbrio entre a necessidade de normas e 
a busca pela autonomia dos trabalhadores. De forma objetiva, as normas no trabalho são ferramentas 
importantes para garantir a organização, a segurança e a eficiência das atividades. No entanto, é 
fundamental buscar um equilíbrio que valorize a autonomia e a participação dos trabalhadores 
criando um ambiente mais saudável, motivador e produtivo (Clot, 2006; Reis et al., 2022).
Dimensão pessoal 
Esta dimensão trata da relação pessoal do trabalhador com seu trabalho. A partir das próprias 
vivências, o trabalhador desenvolve novos conhecimentos e abordagens para realizar suas atividades 
laborais. Ao apresentar constantemente novos desafios para os quais não existem regras ou protocolos 
predefinidos, o trabalhador transforma as atividades laborais em atividades próprias. Desse modo, as 
tarefas reguladas que realiza no dia a dia não acontecem exatamente como prescrito no contrato de 
trabalho ou nas regras da empresa, pois são moldadas pelos esforços personalizados do trabalhador, 
o que faz do trabalho uma prática passível de transformação e promotora de mudança social (Clot, 
2006).
O trabalho, entendido como uma constante confrontação entre valores individuais e variáveis da 
vida, é fundamental para a construção de sentidos na existência pessoal (Silva; Ramminger, 2014).
Por fim, o trabalho não se limita a uma mera atividade para gerar renda. Por meio da constante 
confrontação entre valores individuais e as variáveis da vida, o trabalho se configura como uma rica 
experiência de desenvolvimento pessoal e social, conferindo sentido à existência humana (Clot, 2006; 
Reis et al., 2022).
Dimensão interpessoal
Esta dimensão do trabalho transcende a mera execução de tarefas, mergulhando no âmbito social e 
interpessoal. Toda atividade laboral se desenrola em um cenário de interação entre pessoas, no qual 
a construção de relações sólidas é fundamental para o sucesso do trabalho em equipe (Pinheiro et 
al., 2016). 
É nesse contexto de interação que a equipe se consolida como um organismo vivo, por meio da qual 
a comunicação eficaz, o respeito mútuo e a colaboração genuína se tornam pilares para o alcance de 
metas e objetivos. A dimensão interpessoal do trabalho reconhece o valor inestimável das relações 
humanas no ambiente profissional. Mediante a construção de pontes entre os indivíduos, o trabalho 
se transforma em uma experiência socialmente rica e significativa, capaz de gerar resultados 
significativos e promover o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os envolvidos (Clot, 
2006; Reis et al., 2022).
Dimensão transpessoal
De acordo com Reis et al. (2022), transcendendo a individualidade e o imediatismo, a quarta dimensão 
do trabalho reconhece que cada ofício carrega consigo uma rica história e contribui para a construção 
de uma memória coletiva, com a seguinte característica: o gênero profissional (tecendo a memória 
do trabalho). Os modos de fazer e pensar, intrinsecamente ligados à linguagem, moldam o que o 
sociólogo Yves Clot (2006) denomina como “gênero profissional”. Essa ferramenta fundamental atua 
Saúde e qualidade de vida
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MÓDULO 1: Conceitos iniciais
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ENCERRAMENTO
Ao concluirmos nossa primeira aula, podemos re-
visitar os principais aprendizados que permearam 
nossajornada:
Relação entre saúde e trabalho – breve histórico:
• As condições de trabalho e de saúde na rev-
olução industrial.
• O surgimento da medicina do trabalho.
• O surgimento da saúde ocupacional.
• Medicina do trabalho e saúde ocupacional 
no Brasil.
• Medicina do trabalho X Saúde ocupacional.
Conceitos básicos:
• Conceito de saúde e trabalho.
• Conceitos de ergonomia.
• Conceito de psicodinâmica do trabalho.
• Conceito de qualidade de vida no trabalho.
As dimensões do trabalho:
• Dimensão impessoal.
• Dimensão pessoal.
• Dimensão interpessoal.
• Dimensão transpessoal. 
como um repositório de conhecimentos e práticas acumulados ao longo do tempo, servindo como 
guia para as ações presentes e futuras dos profissionais.
Um saber em constante evolução: o gênero profissional não se limita a um conjunto de regras 
estáticas e imutáveis. Ao contrário, ele se configura como um organismo vivo, em constante 
transformação e adaptação às novas demandas e realidades do mundo do trabalho. Por meio 
da interação entre as gerações de profissionais, o saber transpessoal se expande e se enriquece, 
garantindo a perpetuação e o aprimoramento das práticas laborais (Silva; Ramminger, 2014).
Simultaneamente restrição e libertação: é importante destacar que o gênero profissional, embora 
forneça um arcabouço de conhecimentos e práticas valiosas, também pode impor certas restrições 
à atuação dos indivíduos. Há atividades que são incentivadas pelos pares, enquanto outras podem 
ser consideradas inadequadas ou até mesmo proibidas (Pinheiro et al., 2016).
Um mapa para o futuro: compreender o gênero profissional é essencial para que os trabalhadores 
se situem no contexto histórico e social de sua profissão. Ao dominar esse saber transpessoal, 
os indivíduos se munem de ferramentas valiosas para navegar pelas complexas demandas do 
mercado de trabalho, projetando-se com segurança e confiança em direção ao futuro (Clot, 2006; 
Reis et al., 2022).
Saúde e qualidade de vida
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MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
UM CONVITE À REFLEXÃO
Ao longo da aula, fomos convidados a refletir sobre nossas próprias 
experiências com a saúde e o trabalho. Essa reflexão crítica nos permite 
compreender melhor a relação entre esses dois aspectos fundamentais 
da vida humana e nos motiva a buscar soluções para os desafios que 
 se apresentam. 
Próximos passos:
• caracterização do sistema penitenciário;
• perfil dos servidores.
Sobre as políticas voltadas à saúde e qualidade de vida dos servidores penitenciários, abordaremos: 
• legislações;
• políticas públicas;
• iniciativas de atenção à saúde e qualidade de vida;
• articulação em rede para implementação dessa política.
E muito mais! 
• Convidamos você a continuar explorando esse universo fascinante e a se engajar na construção 
de um ambiente de trabalho mais saudável e seguro para todos.
LEMBRE-SE!
Sua participação ativa é essencial para o sucesso da nossa jornada. Discuta 
os temas apresentados com os colegas, compartilhe suas experiências e 
conhecimentos, seja um multiplicador e fomentador de reflexões sobre 
a temática. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável para o 
mundo do trabalho!
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22.
MÓDULO 1: Conceitos iniciais
AULA 1: processos históricos e a relação entre saúde e trabalho
REFERÊNCIAS
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abr./jun. 2000.
ASSIS, M. Q. C. História da segurança e saúde no trabalho no Brasil e no mundo. Revista da Escola Nacional da 
Inspeção do Trabalho, Brasília, v. 1, ano 5, 2021. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/revista/index.php/
RevistaEnit/article/view/127. Acesso em: 17 mar. 2024.
BONDARIK, R.; KOVALESKI, J. L.; PILATTI, L. A. Origens e características do fordismo. In: Anais [...] IV Congresso 
Brasileiro de Engenharia de Produção. Ponta Grossa, PR, 2014. 
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Saúde e qualidade de vida
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CRÉDITOS 
	INTRODUÇÃO
	Objetivo da aula
	Relação entre saúde e trabalho: breve histórico
	O surgimento da medicina do trabalho
	O surgimento da saúde ocupacional
	Medicina do trabalho x Saúde ocupacional
	A medicina do trabalho e a saúde ocupacional no Brasil
	Conceitos básicos sobre saúde e trabalho
	Introdução da ergonomia ao trabalho
	Psicodinâmica no trabalho
	Qualidade de vida no trabalho
	Saúde integral: física e mental e as dimensões do trabalho
	ENCERRAMENTO
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Ficha técnica

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