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Hidrologia Capitulo III : Bacia Hidrografica LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL E DE TRANSPORTES Docente: Lizete Dias Definição de bacia hidrográfica ⚫ Bacia hidrográfica de um rio é a área de captação natural de água da precipitação que faz convergir os escoamentos superficiais para um unico ponto de saida marca o limite inferior de uma bacia hidrográfica, sendo o ponto de saída da água e constituida : ✓ por superficies vertentes(áreas inclinadas de terrenos ou estruturas, como encostas, telhados e paredes de contenção). ✓ rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar um leito unico no limite inferior de uma bacia hidrográfica, sendo o ponto de saída da água . ⚫ Bacia hidrográfica de um lago não drenado por nenhum curso de água é a área de captação natural de água da precipitação que faz convergir os escoamentos superficiais para o lago. ⚫ Limite dessa área de captação natural = limite da bacia hidrográfica, linha de separação de águas ou divisor de águas Bacia hidrográfica de um rio e de um lago Ponto alto, cume Linha de nível Curso de água Secção de referência Limite de bacia hidrográfica A B Lago A B Entradas e saidas de água em bacias hidrografica • Bacia hidrografica de um rio – única entrada de água – precipitação – saídas de água – evaporação e evapotranspiração + escoamento através da secção de referência da bacia hidrográfica • Bacia hidrografica de um lago – única entrada de água – precipitação – saídas de água – evaporação e evapotranspiração • Escoamento subterrâneo a entrar ou a sair da bacia é desprezável Bacia hidrografica como unidade de gestao de recursos hidricos • Bacia hidrográfica – unidade mais conveniente para a gestão dos recursos hídricos, é onde se verificam as relações mais estreitas entre: – recursos hídricos numa secção de um curso de água e noutra secção a jusante da primeira; – recursos de água superficiais e subterrâneas; – consumos de água e rejeição de efluentes a montante e disponibilidades de água a jusante, em termos de quantidade e qualidade. Bacia hidrografica como Gestão de Recursos Hídricos • Modificações na ocupação do solo ou obras hidráulicas no rio e nas margens e consequentes modificações morfológicas ou das características do escoamento de montante a jusante. • Difícil de identificar se os limites da bacia hidrográfica não coincidem com os limites administrativos do país ou quando bacias são partilhadas por dois ou mais países. • Institucionalização da gestão de recursos hídricos com base em regiões constituídas por uma bacia ou um conjunto de bacias hidrográficas contíguas; Principais bacias hidrográficas de Moç. Rovuma Messalo Lúrio Ligonha Licungo Zambeze Pungoé Búzi Save Limpopo Incomáti Umbelúzi Maputo 155.400101.20013 24.00024.00012 60.80060.80011 16.30016.30010 27.70027.7009 1.200.000140.0008 29.50028.0007 28.80025.8006 88.4004.6005 412.00079.6004 46.20014.4003 5.6002.4002 29.8001.5701 Totalem Moçam.Bacias Áreas (km²) Linha de separação freática Os limites das bacias hidrográficas são estabelecidos seguindo a linha de cumeada Características fisiográficas e Geometricas de bacias hidrográficas • Comportamento hidrológico da bacia depende de características climáticas e características fisiográficas. • Características fisiográficas – Geométricas – Sistema de drenagem – Relevo – Geologia, solos, vegetação, uso do solo • Características Geométricas – Área – Perímetro – Índice de Gravelius – Factor de forma – Rectângulo equivalente – Índice de alongamento Tempo de residência da água • Área de drenagem • Perímetro • Índice de compacidade ou de Gravelius: um valor de Kc mais próximo da unidade pode, em igualdade de outros factores, indicar uma maior tendência para pontas de cheia mais altas nessa bacia 10 A P 2820 = A 2 P = K c , Índice de Gravelius Valores de Kc: 1,41 / 1,20 / 1,13 / 1,51 Factor de forma e rectângulo equivalente • Factor de forma: para outros factores iguais, bacias com Kf baixos terão tendência para cheias com pontas menores do que bacias com Kf elevados. ℓ = A/L K f =ℓ/L = A/L2 • Rectângulo equivalente – área e perímetro iguais aos da bacia. A - 16 P + 4 P = L 2 e A - 16 P - 4 P = l 2 e AP 162 • Rectângulo equivalente da bacia do rio Malema Rectângulo equivalente A = 2600 km² P = 342 km Le cumprimento= 154 km le largura = 17 km 2 800700800700 340170,20 kmlXA e === −− Área da bacia entre as cotas 700 e 800 m: • Índice de alongamento: valores de KL próximos de 1 dão uma indicação preliminar de maior propensão para cheias, valores superiores a 2 indicam uma menor tendência para cheias K L = Le/le • Verifica-se com boa aproximação para o índice de Gravelius Índice de alongamento 0,1 l L 1K e e c += Características do sistema de drenagem • Constância do escoamento • Ordem dos cursos de água • Densidade de drenagem • Percurso sobre o terreno Constância do escoamento • Classificação dos rios quanto à constância do escoamento: – perenes – em condições naturais, têm sempre água; – intermitentes – em condições naturais, têm água durante a época húmida e secam na estiagem; – efémeros – apenas têm água durante e imediatamente a seguir aos períodos de precipitação. • Condições naturais: – consumos podem reduzir muito os caudais de estiagem; – barragens originam caudais de estiagem superiores aos naturais. 17 Ordem dos cursos de água – classificação para caracterizar o grau de ramificação da rede hidrográfica da bacia, determinada a partir dum mapa. Critério de Horton • confluência de duas linhas de água de ordem 1 origina a jusante uma linha de água de ordem 2; • genericamente, confluência de duas linhas de água de ordem n gera a jusante uma linha de água de ordem n+1; • processo inicia-se com as linhas de água mais pequenas, que não recebem afluentes, e progride de montante para jusante, até à secção de referência da bacia. Ordem dos cursos de água 18 • Após definição do rio principal, a mesma ordem é atribuída a toda a extensão do rio até à nascente. • Para determinar, em cada secção de confluência, qual o curso do rio principal para montante: ✓ Escolhe-se a linha de água, a montante da confluência, que faz o menor ângulo com o rio principal. ✓ Se ambas as linhas de água a montante da confluência fazem aproximadamente o mesmo ângulo com o rio principal, escolhe-se a de maior comprimento. ✓ Se ambas as linhas de água têm o mesmo comprimento, escolhe-se a linha de água com maior área de drenagem. • Actualmente, usam-se os critérios por ordem inversa Ordem dos cursos de água: Critério de Horton (cont.) 19 Ordem dos cursos de água • Critério de Strahler – simplificação do critério de Horton, eliminando a definição do rio principal até à nascente 20 Razão de bifurcação, Rbn − razão entre o número de linhas de água de ordem n, Nn, e o número de linhas de água de ordem n + 1, Nn + 1 Razão de bifurcação média, Rb – média geométrica dos valores de Rbn. Se k é a ordem do curso de água mais a jusante, Razão dos comprimentos, RL − razão entre o comprimento médio das linhas de água de ordem i e o comprimento médio das linhas de água de ordem i−1 Indicadores de Horton 21 Indicadores de Horton • Razão das áreas, RA − razão entre a área média das sub- bacias das linhas de água de ordem i e a área média das sub-bacias das linhas de água de ordem i−1 • Razão dos declives, RS − razão entre o declive médio das linhas de água de ordem i e o declive médio das linhas de água de ordem i+1 22 Relações de Horton • Mantêm-se relativamente constantes na bacia • Relação do número de linhas de água − relaciona o número de linhas de água de ordem i, Ni, com a razão de bifurcação média e com a ordem do rio, k: Ni = Rb k-i • Relação dos comprimentos − relaciona o comprimento médio das linhas de água de ordem i, Li, com a razãodos comprimentos, RL, e com o comprimento médio das linhas de água de ordem 1, L1: Li = L1 RL i-1 23 Relações de Horton • Relação das áreas − relaciona a área média das sub- bacias das linhas de água de ordem i, Ai, com a razão das áreas, RA, e a área média das sub-bacias das linhas de água de ordem 1, A1: Ai = A1 RA i-1 • Relação dos declives dos rios − relação do declive médio das linhas de água de ordem i, Si, com a razão dos declives, RS, e com o declive médio das linhas de água de ordem 1, S1: Si = S1 RS 1-i 24 Densidade de drenagem e percurso médio sobre o terreno • Densidade de drenagem • Percurso médio sobre o terreno • λ alto, L p baixo – propensão para cheias A l = i i 2 1 =pL 25 Características do relevo • Curva hipsométrica • Altitude média, altura média • Perfil e declives do leito • Declive médio da bacia • Índices de declive • Curva hidrodinâmica • Coeficientes de massividade e orográfico 26 Características do relevo • Curva hipsométrica – curva A (z), A – área da bacia acima da altitude z, em km2 ou % da área total da bacia, obtida a partir da carta hipsométrica. 27 Carta hipsométrica 28 Altitude e altura médias • Altitude média • Altura média 100zZH −= A daz =Z total A 0 total A dah = H total A 0 total 29 • Perfil do rio – representação gráfica da função z (L), z – cota duma dada secção do rio, L – respectiva distância à secção de referência (foz do rio ou secção de confluência) • Declives do leito – Declive médio – Declive 10;85 – Declive equivalente Perfil do rio e declives do leito 30 Declives do leito 31 • Método de Alvord – carta com curvas de nível espaçadas de D. A L D = L d L D = i n n nn n n A L D = A L D = A i A = I n n n nn Declive médio da bacia 32 • Obtidos a partir do rectângulo equivalente – Índice de declive médio – Índice de Roche – Índice de declive global Índices de declive 33 Curva hidrodinâmica • A curva hidrodinâmica representa as possibilidades energéticas da bacia, En = 2,722 V h MWh (V - hm3, h - m) 34 Curva hidrodinâmica 35 Coeficientes de massividade e orográfico • Coeficiente de massividade – quociente entre a altura média da bacia, em metros, e a sua área, em km2 • Coeficiente orográfico – produto da altura média pelo coeficiente de massividade • Coeficiente orográfico > 6 – relevo acentuado 36 Outras características relevantes • Geologia • Solos • Cobertura vegetal • Uso do solo 37 Geologia Existência de formações permeáveis; aquíferos – como são alimentados, interacção com rios e lagos. 38 Solos • Influenciam a infiltração e a recarga de aquíferos. • Geologia e solos estão estreitamente relacionados com erosão superficial. 39 Cobertura vegetal • Aumenta a intercepção, reduz e retarda o escoamento superficial; reduz a erosão devido à chuva 40 Uso do solo • Florestas e matas garantem maior infiltração, menor velocidade de escoamento superficial e menor erosão que terrenos cultivados. • O tipo de vegetação influencia a evapotranspiração. • A substituição do coberto vegetal original por floresta plantada (pinheiro, eucalipto) aumenta a evapotranspiração, reduz o escoamento subterrâneo e o escoamento superficial. 41 Uso do solo • Urbanização tem um enorme impacto na hidrologia da área: – Substitui áreas permeáveis por áreas impermeáveis. – Reduz a infiltração e a retenção superficial. – Aumenta o volume do escoamento superficial. – Reduz a resistência ao escoamento, faz com que a ponta de cheia ocorre mais rapidamente. – Piora a qualidade da água que escorre superficialmente. 42 Impacto da urbanização Prolong. da Av. Kim Il Sung (IFT/TDM) Edifício D1 Maputo, Moçambique www.facebook.com/isutc www.transcom.co.mz/isutc GARANTE O TEU FUTURO COM UMA FORMAÇÃO SÓLIDA Secção Predefinida Slide 1: Hidrologia Slide 2: Definição de bacia hidrográfica Slide 3: Bacia hidrográfica de um rio e de um lago Slide 4: Entradas e saidas de água em bacias hidrografica Slide 5: Bacia hidrografica como unidade de gestao de recursos hidricos Slide 6: Bacia hidrografica como Gestão de Recursos Hídricos Slide 7: Principais bacias hidrográficas de Moç. Slide 8: Linha de separação freática Slide 9: Características fisiográficas e Geometricas de bacias hidrográficas Slide 10: Tempo de residência da água Slide 11: Índice de Gravelius Slide 12: Factor de forma e rectângulo equivalente Slide 13 Slide 14: Índice de alongamento Slide 15: Características do sistema de drenagem Slide 16: Constância do escoamento Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43