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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE MEDICINA VETERINÁRIA BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA : GENÉTICA DOCENTE : PROF. DR. MOYSÉS MIRANDA DISCENTES : CÁSSIA CRISTINA DEMÉTRIO GONÇALVES E JOÃO LUCAS DE SOUZA CALDAS RELATÓRIO DE AULA SOBRE SEQUÊNCIA DE GENES NO GEN BANK RELATÓRIO DE AULA EM LABORATÓRIO CASSIA CRISTINA DEMÉTRIO GONÇALVES E JOÃO LUCAS DE S. CALDAS CAMETÁ 2025 CÁSSIA CRISTINA DEMÉTRIO GONÇALVES E JOÃO LUCAS DE SOUZA CALDAS RELATÓRIO DE AULA EM LABORATÓRIO RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA SOBRE SEQUENCIAS GENÉTICAS DISPONÍVEIS NO BANCO DE DADOS GENBANK. PROFESSOR DR. MOISÉS MIRANDA CAMETÁ 2025 INTRODUÇÃO O Panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca) foi escolhido para este estudo por ser uma espécie carismática e cientificamente fascinante, cujo genoma revela importantes adaptações evolutivas. Com 42 cromossomos (2n = 42) organizados em 21 pares, sua constituição genética permite investigar como um membro da ordem Carnivora desenvolveu hábitos predominantemente herbívoros, tendo o bambu como base alimentar. Dentro desse contexto genômico, foram selecionadas as proteínas Alanina e Isoleucina, ambos aminoácidos essenciais para funções metabólicas e estruturais no organismo. A Alanina atua diretamente no metabolismo energético, participando do ciclo da glicose-alanina e auxiliando no equilíbrio energético muscular. Já a Isoleucina é fundamental para o crescimento e reparo dos tecidos, além de contribuir para a regulação da glicemia e do metabolismo muscular. Em uma espécie que depende de grande ingestão alimentar para suprir suas necessidades energéticas, tais proteínas tornam-se relevantes para compreensão da fisiologia e do funcionamento metabólico do Panda-gigante. DESENVOLVIMENTO PRIMEIRA ESPÉCIE E A PROTEÍNA MIOSTATINA A primeira espécie escolhida foi o Ailuropoda melanoleuca (panda gigante), que foi escolhida é nativo das montanhas da China e símbolo de paz na cultura chinesa. Antigamente ameaçado pela caça e perda de habitat, hoje é protegido por programas de conservação que ajudaram na recuperação da espécie e isso nos despertou interesse em pesquisar esse animal. Essa espécie possui 42 cromossomos, ou seja, 21 pares e as proteínas escolhidas foram a alanina e a alfa-amilase 2B. Dessa forma, a proteína alanina pode ser encontrada nos cromossomos 2, 3, 5 e 10 desse animal, como indicada na figura abaixo. Figura 1- Cromossomos que pode ser encontrada a alanina Fonte: GENEBANK INFORMAÇÕES OBTIDAS PARA O PRIMEIRO ÉXON DA PROTEÍNA ALANINA No mRNA, há 14 éxons e 13 íntrons, como mostra a figura abaixo. Figura 2- Quantidade de éxons e íntrons presentes no mRNA. Fonte: GENEBANK No primeiro éxon do mRNA, observa-se que a tradução da alanina se inicia com o códon TAC (AUG no mRNA), que foi lido no sentido da esquerda para a direita, obedecendo o antiparalelíssimo no sentido 5´ > 3´ que tem como fita molde a fita inferior do DNA. Nesse caso não houve perda de nenhuma parte do éxon, pois o processo de tradução começa exatamente em seu início. Observe a imagem abaixo, que indica a posição do códon de Start (AUG - metionina). Além disso existe mais dois splicings alternativo como mostra a imagem a seguir. Figura 3- Localização do Códon AUG no 1º Éxon da Alanina. Fonte: GENEBANK Na imagem abaixo é possível constatar o fim da tradução da alfa-amilase 2B com o códon ATT (UAA em mRNA), também é possível notar que o mRNA continua e que a leitura do éxon não continuam após o códon ATT (UAA). Figura 4- Localização do Códon Stop (UAA) no 14º Éxon. Fonte: GENEBANK Proteína alfa-amilase 2B A proteína alfa-amilase 2B pode ser encontrada nos cromossomos: 2, 15 e 16. Como indicada na figura 5. Figura 5- Cromossomos que pode ser encontrada a alfa-amilase 2B. Fonte: GENEBANK INFORMAÇÕES OBTIDAS PARA O PRIMEIRO ÉXON DA PROTEÍNA ALFA-AMILASE 2B No mRNA, há 3 éxons indicados pela seta azul e 2 íntrons indicados pela seta vermelha, como mostra na imagem abaixo. Figura 6- Quantidade de éxons e íntrons presentes. Fonte: GENEBANK No primeiro éxon do mRNA, observa-se que a tradução da alfa-amilase 2B se inicia com o códon TAC (AUG no mRNA), que foi lido no sentido da esquerda para a direita, obedecendo o antiparalelíssimo no sentido 5´ > 3´ que tem como fita molde a fita inferior do DNA. Nesse caso o processo de tradução começa no início. Como pode ser observada na imagem abaixo, que indica a posição do códon de Start (AUG - metionina). Figura 7- Localização do Códon AUG no 1º Éxon da alfa-amilase 2B. Fonte: GENEBANK Na imagem abaixo é possível constatar o fim da tradução da alfa-amilase 2B com o códon ATC (UAG em mRNA), também é possível notar que o mRNA continua e que a tradução do éxon não continuam após o fim da tradução com o códon de Stop. Figura 8- Localização do Códon Stop (UAG) no 3º Éxon. Fonte: GENEBANK SEGUNDA ESPÉCIE PORCO E A PROTEÍNA ANIDRASE CARBÔNICA 3 A segunda espécie escolhida foi a Sus scrofa (porco), essa espécie possui 38 cromossomos, e as proteínas escolhidas foram à anidrase carbônica 3 (CA3) e a folistantina. Dessa forma, a proteína CA3 pode ser encontrada nos cromossomos 4, 8 e 15 desse animal, como indicada na figura abaixo. Figura 1- Cromossomos que pode ser encontrada a CA3. Fonte: GENEBANK INFORMAÇÕES OBTIDAS PARA O PRIMEIRO ÉXON DA PROTEÍNA ANIDRASE CARBÔNICA 3 No mRNA, há 7 éxons indicados pela seta azul e 6 íntrons indicados pela seta vermelha (Fig. 7). Figura 2- Quantidade de éxons e íntrons presentes no mRNA. Fonte: GENEBANK No primeiro éxon do mRNA, observa-se que a tradução da anidrase carbônica 3 se inicia com o códon TAC (AUG no mRNA), que foi lido no sentido da direita para a esquerda, obedecendo o antiparalelíssimo no sentido 5´ > 3´ que tem como fita molde a fita superior do DNA. Nesse caso não houve perda de nenhuma parte do éxon, pois o processo de tradução começa exatamente em seu início. Observe a imagem abaixo, que indica a posição do códon de Start (AUG - metionina). Figura 3- Localização do Códon AUG no 1º Éxon da CA3. Fonte: GENEBANK Na imagem abaixo é possível constatar o fim da tradução da anidrase carbônica 3 com o códon ACT (UGA em mRNA), também é possível notar que o mRNA e o éxon não continuam após o fim da tradução. Figura 4- Localização do Códon Stop (UGA) no 7º Éxon. Fonte: GENEBANK PROTEÍNA FOLISTATINA A proteína foliatatina pode ser encontrada nos cromossomos 1, 2, 3, 6, 7, 8, 12, 13, 14, 15 e 16. Como indicada na figura 5. Figura 5- Cromossomos que pode ser encontrada a Folistatina. Fonte: GENEBANK INFORMAÇÕES OBTIDAS PARA O PRIMEIRO ÉXON DA PROTEÍNA MIOSTANTINA No mRNA, há seis éxons indicados pela seta azul e cinco íntrons indicados pela seta vermelha, como mostra na imagem abaixo. Figura 6- Quantidade de éxons e íntrons presentes no mRNA. Fonte: GENEBANK No primeiro éxon do mRNA, observa-se que a tradução da folistatina se inicia com o códon TAC (AUG no mRNA), que foi lido no sentido da esquerda para a direita, obedecendo o antiparalelíssimo no sentido 5´ > 3´ que tem como fita molde a fita inferior do DNA. Nesse caso o processo de tradução começa um pouco depois do início. Como pode ser observada na imagem abaixo, que indica a posição do códon de Start (AUG - metionina). Figura 7- Localização do Códon AUG no 1º Éxon da folistatina. Fonte: GENEBANK Na imagem abaixo é possível constatar o fim da tradução da folistatina com o códon ATT (UAA em mRNA), também é possível notar que o mRNA e o éxon não continuam após o fim da tradução. Figura 8- Localização do Códon Stop (UAA) no 6º Éxon. Fonte: GENEBANK ESPÉCIES DESCONHECIDAS A espécie desconhecida escolhida foi O boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) é um golfinho de água doce encontrado principalmente na Amazônia, sendo comum nos rios do Brasil, Peru, Colômbia, Equador e Bolívia. É conhecido por sua coloração rosada, que pode variar conforme idade e atividade física. Vive em águas calmas de rios, lagos e igarapés, alimentando-se de peixes, crustáceos e pequenos mamíferos aquáticos. É considerado um animal importantepara a cultura amazônica, mas sofre ameaças como poluição, pesca e destruição de habitat. Apesar de a espécie ser objeto de investigação científica há longo período, a completa elucidação de seu genoma permanece inconclusa, como evidenciado nas imagens subsequentes. As figuras apresentam três iniciativas distintas voltadas à montagem das sequências genômicas de Inia geoffrensis; contudo, nenhuma delas obteve êxito em alcançar a totalidade do genoma. A versão, atualmente considerada mais abrangente, foi registrada em 2024. Embora o sequenciamento integral do genoma ainda não tenha sido concluído, a constituição cromossômica da espécie já é conhecida. O boto-do-rio-amazonas apresenta um total de 44 cromossomos, organizados em 22 pares. A imagem subsequente demonstra tanto o número de cromossomos quanto a extensão de cada um, expressa em pares de bases O macaco-prego (Sapajus apella), também chamado de macaco-prego-das-Guianas, é um primata neotropical da família Cebidae e amplamente encontrado na América do Sul, especialmente no Brasil, Venezuela, Guianas, Colômbia, Peru e Bolívia. Vive principalmente em florestas tropicais úmidas, mas também pode habitar cerrado e matas de galeria, destacando-se por sua grande capacidade de adaptação. Reconhecido por sua elevada inteligência, apresenta comportamento social complexo, vivendo em grupos organizados e cooperativos. Uma de suas características mais marcantes é o uso de ferramentas, como pedras e gravetos, para quebrar frutos e sementes, habilidade rara entre primatas do Novo Mundo. Geneticamente, possui 54 cromossomos, com genoma já sequenciado, o que permite estudos sobre genes ligados à aprendizagem, cognição e coordenação motora. Ecologicamente, é importante para a dispersão de sementes, contribuindo para a manutenção das florestas tropicais. Embora não esteja globalmente ameaçado, o macaco-prego sofre impactos da perda de habitat e do tráfico de animais silvestres, fatores que podem afetar suas populações. Apesar de Sapajus apella ser alvo de estudos científicos há décadas, a completa elucidação de seu genoma permanece em desenvolvimento. Como observado nas imagens apresentadas, diferentes iniciativas buscaram montar a sequência genômica dessa espécie; entretanto, nenhuma delas atingiu integralmente a totalidade do genoma. Entre os registros disponíveis, a versão atualmente considerada mais completa foi publicada em 2019, estando classificada em nível de andaime (scaffold), o que indica que sua montagem ainda carece de refinamento. Embora o sequenciamento definitivo do genoma não tenha sido finalizado, a constituição cromossômica da espécie já é bem estabelecida. O macaco-prego apresenta um total de 54 cromossomos, organizados em 27 pares. Esses cromossomos possuem tamanhos variados, informação que pode ser observada em representações citogenéticas específicas. CONCLUSÃO A utilização do banco de dados GenBank permitiu explorar a diversidade genética de organismos com destaque ecológico, evolutivo e científico. Entre eles, o panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca), o porco (Sus scrofa), o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) e o macaco-prego (Sapajus apella) se mostraram exemplos relevantes da aplicação da genômica no entendimento das espécies. A análise dos registros evidenciou diferenças na disponibilidade e qualidade das informações genéticas. O porco, espécie de grande interesse agropecuário, possui genoma amplamente sequenciado e bem anotado, favorecendo pesquisas biomédicas e zootécnicas. O panda-gigante, apesar de mais restrito geograficamente, também apresenta dados genômicos consolidados, auxiliando programas de conservação e estudos evolutivos. O boto-cor-de-rosa, por sua vez, ainda possui genoma parcialmente montado, embora seu número cromossômico já esteja esclarecido, apontando avanços na compreensão da espécie, importante para a biodiversidade amazônica. Já o macaco-prego apresenta cariótipo estabelecido e sequenciamento genômico disponível, o que favorece investigações sobre cognição, comportamento e evolução de primatas neotropicais. Assim, conclui-se que o GenBank é uma ferramenta essencial para integrar informações moleculares, auxiliar estudos comparativos e apoiar estratégias de conservação e pesquisa. A análise das quatro espécies reforça como o acesso aos dados genômicos contribui para a ampliação do conhecimento sobre a biologia, ecologia e evolução dos organismos, possibilitando novas perspectivas em genética aplicada, conservação ambiental e saúde animal. REFERÊNCIAS NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION (NCBI). Ailuropoda melanoleuca – Genome Data. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/. Acesso em: nov. 2025. NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION (NCBI). Sus scrofa – Genome Data. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/. Acesso em: nov. 2025. NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION (NCBI). Inia geoffrensis – Genome Data. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/. Acesso em: nov. 2025. NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION (NCBI). Sapajus apella – Genome Data. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/. Acesso em: nov. 2025. MARTINS, A. B. et al. A new assessment of robust capuchin monkey (Sapajus apella) genomics. Genes, v. 14, n. 5, p. 970, 2023. image4.wmf image5.wmf image6.wmf image7.wmf image8.wmf image9.wmf image10.wmf image11.wmf image12.wmf image13.wmf image14.wmf image15.wmf image16.wmf image17.wmf image18.wmf image19.wmf image20.wmf image21.wmf image1.jpeg image2.wmf image3.wmf