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Prof. Me. Justino Netto UNIDADE I Hermenêutica Hermenêutica Jurídica Interpretação ? Integração ?? Aplicação ??? Metodologia própria da ciência jurídica !! Aspectos Históricos e Filosóficos Origem: a palavra hermenêutica tem origem grega hermeneuein, tida como a filosofia da interpretação, sendo relacionada ao deus grego Hermes (Ἑρμής), o qual traduzia tudo o que a mente humana não compreendesse. Hermenêutica jurídica – aspectos históricos e filosóficos Fonte: Hermes – Wikipédia, a enciclopédia livre pt.wikipedia.org https://www.google.com/imgres?imgurl=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/84/Hermes_Logios_Altemps_Inv8624_n2bb.jpg/250px-Hermes_Logios_Altemps_Inv8624_n2bb.jpg&imgrefurl=https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes&docid=wlhespMQ1JLaaM&tbnid=USU0bLmgW0OGqM:&vet=10ahUKEwimvZvvyfTjAhVQI7kGHab8B_YQMwhRKAAwAA..i&w=250&h=358&bih=907&biw=1680&q=deus%20hermes%20imagens&ved=0ahUKEwimvZvvyfTjAhVQI7kGHab8B_YQMwhRKAAwAA&iact=mrc&uact=8 Nem sempre a importância da hermenêutica foi reconhecida como essencial !!! Plantão a colocava num segundo plano, pois as palavras estavam abaixo do plano das ideias. Já para Aristóteles a hermenêutica é amplamente estudada em sua obra Peri hemeneias com estudos sobre conceitos e realidade por meio de abstrações mentais. Logo, a hermenêutica é uma derivação da lógica preocupada com a relação entre a linguagem e o pensamento humano. Evolução histórica: hermenêutica possuiu alguns significados diferentes de acordo com o tempo, passando de “compreender o significado do mundo” até chegar à “teoria científica da arte de interpretar”. Da Roma antiga à Baviera do Século XIX !!!!! Na Roma antiga o Imperador Justiniano determinou que: “quem quer que seja que tenha a ousadia de aditar algum comentário a esta nossa coleção de leis ... Seja cientificado de que não só pelas leis seja considerado réu futuro de crime de falso, como também de que o que tenha leis seja escrito, se apreenda e de todos os modos se destrua” (Corpus Juris Civilis, par. 21) Fonte: Mosaico com imagem de Justiniano na Basílica de São Vital em Ravena in https://pt.wikipedia.org/wiki/Justiniano Romanos: passaram do conceito de hermenêutica para o conceito de interpretação (interpretatio). Prudentes: não se contentavam em entender o texto da lei, mas buscavam compreender o seu significado nos efeitos práticos produzidos na vida das pessoas, formando a jurisprudência (juris prudente). Comentadores: estudiosos que passaram a interpretar o Direito Romano de forma mais livre, buscando soluções para casos concretos baseados no conjunto da obra (Corpus Iuris Civilis), e não apenas em partes específicas de seu texto. Faziam interpretação com base filosófica, associando o Direito à ética e à justiça. Na Baviera do século XIX em plena “época das codificações” modernas tratava-se essa temática com taxativa clareza !!!! O então famoso “Código da Baviera de 1841” determinava a proibição expressa da interpretação de suas normas. Hoje o Direito como ciência e a própria Sociedade têm a necessidade de interpretação das normas jurídicas mesmo em relação às normas tidas por claras. Assim o antigo brocardo latino “in claris cessat interpretatio” (dispensa-se a interpretação quando o texto é claro) não deve ser utilizado hoje. Porque a interpretação é sempre necessária, sejam obscuras ou claras as palavras da lei ou de qualquer outra norma jurídica. In claris cessat interpretativo x interpretação obrigatória Para os romanos o conceito de hermenêutica passou para interpretatio, devido aos trabalhos dos Prudentes; que, por sua vez, não se contentavam em entender o texto de lei, mas buscavam compreender o seu significado nos efeitos práticos produzidos na vida das pessoas. No trecho acima, estamos nos referindo: a) À jurisprudência. b) À mitologia. c) Aos oráculos. d) Aos Comentadores. e) À lei. Interatividade Para os romanos o conceito de hermenêutica passou para interpretatio, devido aos trabalhos dos Prudentes; que, por sua vez, não se contentavam em entender o texto de lei, mas buscavam compreender o seu significado nos efeitos práticos produzidos na vida das pessoas. No trecho acima, estamos nos referindo: a) À jurisprudência. b) À mitologia. c) Aos oráculos. d) Aos Comentadores. e) À lei. Resposta Teólogos judeus, cristãos e islâmicos aplicavam constantemente a interpretação das questões religiosas. Portanto a hermenêutica mantém estrita ligação com a interpretação de textos religiosos ao se relacionar com a “Bíblia”, sendo aplicada desde a época dos patriarcas do judaísmo, passando pela teologia medieval, a reforma protestante, até a teologia moderna. Logo, as mais variadas escolas e correntes da exegese bíblica se preocupam com a temática da interpretação no presente momento. O campo teológico Campo jurídico: é usada para a interpretação fidedigna da ideia do legislador para que seja adequada a norma ao fato ocorrido e assim proporcione uma responsável aplicação do Direito. Hermenêutica contemporânea: surgiu com o movimento humanista, baseado na racionalidade, que se iniciou com os Comentadores, que foi reforçado não só pelo Humanismo, mas também pelo Iluminismo, com foco de estudo na razão, de base essencialmente filosófica. Filósofos: Friedrich Schleiermacher, Wilhelm Dilthey, Martin Heidegger e Hans-Georg Gadamer. O campo jurídico e a hermenêutica contemporânea Schleiermacher: Século XIX (pai da moderna hermenêutica) Formulou um sistema de cânones interpretativos que permitem uma prática de desenvolvimento. Permitiu ao intérprete ignorar o conteúdo específico de uma obra em apreço, inserindo-o em um contexto para sua interpretação. Seria necessário abandonar a literalidade da interpretação gramatical, uma vez que o intérprete deve considerar as circunstâncias concretas que influenciaram a elaboração do texto, recriando a mente do autor de acordo com os influxos sociais que marcaram a sua existência. Hermenêutica jurídica – aspectos históricos e filosóficos Dilthey: A experiência concreta, histórica e viva passa a ser o ponto de partida e o ponto de chegada do conhecimento humano. Logo no domínio das ciências do espírito, a historiografia tem um caráter individualizante e tende a ver o universal no particular. A filosofia se torna uma das estruturas que constituem uma civilização e o trabalho do historiador seria precisamente captar as relações que, em uma sociedade, ligam as diferentes manifestações do mundo cultural. Hermenêutica jurídica – aspectos históricos e filosóficos Heidegger: De suma importância para o seu método fenomenológico e hermenêutico os conceitos estudados. O método vai diretamente ao fenômeno, procedendo à sua análise, pondo a claro o modo da sua manifestação. Portanto a compreensão passa a ser visualizada não como um ato cognitivo de um sujeito dissociado do mundo, mas como um prolongamento essencial da existência humana. Compreender é um modo de estar, antes de configurar-se como um método científico. Hermenêutica jurídica – aspectos históricos e filosóficos Gadamer: A hermenêutica é uma teoria da compreensão em que o contexto histórico presente é sempre algo determinante na atividade interpretativa do objeto. Em sua obra Verdade e Método, assegura que a hermenêutica não é um método para se chegar à verdade e que o problema hermenêutico não é, por sua vez, um problema de método. A hermenêutica não seria uma metodologia das ciências humanas, mas uma tentativa de compreendê-las. Afirma que a compreensão das coisas e a correta interpretação não se restringem à ciência, mas à experiência humana. Hermenêutica jurídica – aspectos históricos e filosóficos Na interpretação pública administrativa a interpretação é realizada pelos membros do Poder ExecutivoPORQUE A interpretação pública administrativa é aquela decorrente do direito consuetudinário, ou seja, da prática reiterada dos costumes. Assinale a alternativa correta: a) As duas assertivas são falsas. b) A primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. Interatividade Na interpretação pública administrativa a interpretação é realizada pelos membros do Poder Executivo PORQUE A interpretação pública administrativa é aquela decorrente do direito consuetudinário, ou seja, da prática reiterada dos costumes. Assinale a alternativa correta: a) As duas assertivas são falsas. b) A primeira assertiva é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira assertiva é verdadeira e a segunda é falsa. d) As duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. e) As duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira Resposta A hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar princípios e regras. Por sua vez a interpretação é um processo de definição do sentido e alcance das normas jurídicas. Interpretar, dessa forma, é dar o verdadeiro significado da norma, ou seja, é buscar o seu sentido e alcance. De acordo com o artigo 5º da LINDB: “Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Aspectos Técnicos: Toda norma necessita ser interpretada, mesmo que seu conteúdo seja claro, não se aplicando, portanto, o princípio in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a norma for clara prescinde-se de interpretação. A interpretação se ocupa de: a) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais. b) estender o sentido da norma às relações novas. c) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades sociais. d) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido a um significado objetivamente válido. A interpretação e sua ocupação: Logo, a função do intérprete está em determinar o sentido exato e a extensão da forma normativa. Ocorre a denominada divisão das “espécies de interpretação”: a) quanto ao agente; b) quanto à natureza; c) quanto aos efeitos. No que toca ao agente que interpreta a lei temos as seguintes formas de interpretação: → Pública: a) autêntica; b) judicial; c) administrativa; d) casuística → Privada: a) jurisperito (doutrinária) Espécies de Interpretação: No que toca à natureza, temos as seguintes formas de interpretação: a) gramatical; b) lógica; c) histórica; d) sistemática; d) teleológica No que toca aos efeitos, temos as seguintes formas de interpretação: a) extensão: extensiva, declarativa e restritiva. b) interpretação modificativa c) interpretação ab-rogante Espécies de Interpretação: Função do intérprete: Importância do intérprete está em determinar o sentido exato e a extensão da forma normativa. Analise o trecho do seguinte julgado: Configura constrangimento ilegal a continuidade da persecução penal militar por fato julgado pelo Juizado Especial de Pequenas Causas, com decisão penal definitiva. A decisão que declarou extinta a punibilidade em favor do Paciente, ainda que prolatada com suposto vício de incompetência de juízo, é suscetível de trânsito em julgado e produz efeitos. A adoção do princípio do ne bis in idem pelo ordenamento jurídico penal complementa os direitos e as garantias individuais previstos pela Constituição da República, cuja interpretação [...] leva à conclusão de que o direito à liberdade, com apoio em coisa julgada material, prevalece sobre o dever estatal de acusar. (HC 86.606, Rel. Min. Carmen Lúcia, j. 22-5-07). Interatividade Verifica-se que a interpretação dada ao julgado concluiu pela supremacia da norma constitucional, examinando a norma não mais no seu aspecto intrínseco, mas sim, na sua relação com as demais normas do ordenamento jurídico que compõem um sistema de normas positivas. Assinale a alternativa correta: a) Trata-se da interpretação sistemática. b) Trata-se da interpretação lógico-jurídico. c) Trata-se da interpretação teleológica. d) Trata-se da interpretação extensiva. e) Trata-se da interpretação modificativa. Interatividade Verifica-se que a interpretação dada ao julgado concluiu pela supremacia da norma constitucional, examinando a norma não mais no seu aspecto intrínseco, mas sim, na sua relação com as demais normas do ordenamento jurídico que compõem um sistema de normas positivas. Assinale a alternativa correta: a) Trata-se da interpretação sistemática. b) Trata-se da interpretação lógico-jurídico. c) Trata-se da interpretação teleológica. d) Trata-se da interpretação extensiva. e) Trata-se da interpretação modificativa. Resposta No que toca ao agente que interpreta a lei, temos as seguintes formas de interpretação: Pública - - Privada Pública: poder ser autêntica, judicial, administrativa e casuística. Privada: jurisperito Assim temos: Pública autêntica: esse tipo de interpretação provém do próprio legislador, em que a norma interpretadora tem a mesma legitimação e o mesmo poder de incidência da norma interpretada. Interpretação quanto ao agente Pública judicial: é aquela realizada pelos próprios órgãos do Poder Judiciário, ou seja, pelos magistrados e pelos Tribunais (ex.: Supremo Tribunal Federal). Pública administrativa: é aquela realizada pelos membros do Poder Executivo ou, ainda, pelos membros da Administração Pública, por intermédio de regulamentações ou soluções de casos concretos (ex.: portarias). Pública casuística: é aquela proveniente do Direito consuetudinário (costumes). Privada: jusperito é também conhecida como interpretação doutrinária ou doutrinal. Materializa-se por meio de tratados, pareceres, comentários, preleções. Interpretação quanto ao agente No tocante à natureza, temos as seguintes formas de interpretação: Gramatical: o intérprete busca primeiramente verificar o sentido dos vocábulos e a sua correspondência com a realidade, priorizando sentido técnico. Esse tipo de interpretação diz respeito apenas a um primeiro momento do processo de interpretação e integração da norma. Lógica: interpretação que busca o sentido e o alcance da norma dentro do seu contexto, tal como o momento histórico em que foi criada, bem como a ideia de virtude normativa da norma (efetividade da norma). Interpretação quanto à natureza Histórica: tem por fim esclarecer e interpretar a norma mediante uma verdadeira reconstrução do seu conteúdo significativo de origem no momento em que foi criada, assim como circunstâncias que a precederam (projeto de lei). Sistemática: é aquela que procura examinar a norma, não mais no seu aspecto intrínseco, ou seja, interno, mas a sua relação com as demais normas do ordenamento jurídico que compõem um sistema de normas positivas. Teleológica: busca alcançar a finalidade para a qual a norma foi criada. Portanto, busca-se com a interpretação uma destinação que atenda à obtenção do bem comum, respeitando-se os valores sociais a que se destina a norma. Interpretação quanto à natureza No que toca aos efeitos, temos as seguintes formas de interpretação quanto à extensão: Extensiva: conclui-se que a norma sob análise disse menos do que deveria dizer, ou seja, estende-se a sua aplicação para outras situações não mencionadas na norma em análise. Declarativa: o intérprete dá à norma uma interpretação coincidente exatamente com o seu texto, nem ampliando e nem reduzindo a sua aplicação. Restritiva: atribui-se à norma um alcance menor do que aquele previsto originariamente no texto.Interpretação quanto aos efeitos Interpretação Modificativa: pode ser de duas espécies: atualizadora e corretiva Na interpretação modificativa atualizadora o intérprete se vê na necessidade de atualizar a norma diante de uma nova realidade que não foi prevista pelo legislador, quando da edição da norma. Decorre da interpretação teleológica! Na interpretação modificativa corretiva, a fim de evitar a antinomia, o sentido de uma das normas é alterado a fim de que ela possa compatibilizar-se no ordenamento jurídico. Decorre da interpretação sistemática! Interpretação quanto aos efeitos Interpretação Ab-rogante: se aplica quando o preceito normativo é mal construído e não se consegue aludir com clareza mínima as hipóteses que se pretende alcançar com a norma. Portanto em face da incompatibilidade absoluta e irredutível entre dois preceitos legais o operador deve decidir de imediato para sanar a contradição inclusive com a eliminação de uma das regras e aplicação da outra (ab-rogação simples) ou até mesmo a eliminação das duas em casos extremos e aplicação de uma terceira (dupla ab-rogação). Interpretação quanto aos efeitos A interpretação que busca alcançar a finalidade para a qual a norma foi criada, buscando uma destinação que atenda à obtenção do bem comum, respeitando-se os valores sociais a que se destina a norma, configura: a) Interpretação lógica. b) Interpretação histórica. c) Interpretação teleológica. d) Interpretação restritiva. e) Interpretação gramatical. Interatividade A interpretação que busca alcançar a finalidade para a qual a norma foi criada, buscando uma destinação que atenda à obtenção do bem comum, respeitando-se os valores sociais a que se destina a norma, configura: a) Interpretação lógica. b) Interpretação histórica. c) Interpretação teleológica. d) Interpretação restritiva. e) Interpretação gramatical. Resposta ATÉ A PRÓXIMA! Prof. Me. Justino Netto UNIDADE II Hermenêutica A hermenêutica jurídica relaciona-se com a ciência da interpretação da linguagem jurídica, a qual tem por objetivos sistematizar princípios e regras. Por sua vez, a interpretação é um processo de definição do sentido e alcance das normas jurídicas. Interpretar, dessa forma, é dar o verdadeiro significado da norma, ou seja, é buscar o seu sentido e alcance. De acordo com o artigo 5º da LINDB: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Aspectos técnicos Toda norma necessita ser interpretada, mesmo que seu conteúdo seja claro, não se aplicando, portanto, o princípio in claris cessat interpretatio, ou seja, quando a norma for clara prescinde-se de interpretação. A interpretação se ocupa de: a) conferir a aplicabilidade da norma jurídica às relações sociais; b) estender o sentido da norma às relações novas; c) dar o alcance do preceito normativo para que corresponda às necessidades sociais; d) garantir intersubjetividade, uma vez que o intérprete e o legislador dão sentido a um significado objetivamente válido. A interpretação e sua ocupação Intérpretes do Direito: pode-se afirmar que a interpretação das normas jurídicas diante do caso concreto tem como intérpretes os “operadores do Direito”, dentre os quais, estão os doutrinadores e os juízes, cabendo a estes últimos a concretização da jurisdição. Interpretação jurisdicional: decorre do princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal. Trata-se de regra cogente direcionada ao Poder Judiciário na busca por uma solução a todas as demandas, mesmo aquelas não regulamentadas pelo legislador. Hermenêutica jurídica – ciência da interpretação Jurisprudência: como decisões reiteradas num mesmo sentido, capazes de criar um padrão normativo tendente a influenciar futuras decisões judiciais. Quem produz jurisprudência no dia a dia forense? A jurisprudência é dinâmica? Sim. Ex.: reconhecimento do furto famélico. A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias, surge com particular evidência quando um tribunal recebe competência para produzir também normas gerais através de decisões com força de precedentes. Podemos dizer que a atividade dos tribunais de criar normas gerais se assemelha à atividade legislativa do Poder Legislativo, reforçando o princípio da segurança jurídica. A frase acima descrita é de: a) Miguel Reale. b) Hans Kelsen. c) Gadamer. d) Heidegger. e) Schleiermacher. Interatividade A função criadora de Direito dos tribunais, que existe em todas as circunstâncias, surge com particular evidência quando um tribunal recebe competência para produzir também normas gerais através de decisões com força de precedentes. Podemos dizer que a atividade dos tribunais de criar normas gerais se assemelha à atividade legislativa do Poder Legislativo, reforçando o princípio da segurança jurídica. A frase acima descrita é de: a) Miguel Reale. b) Hans Kelsen. c) Gadamer. d) Heidegger. e) Schleiermacher. Resposta Dogmática x Zetética Dogmática: pretende instaurar uma sociedade juridicamente segura, retirando parte da área de decisão do operador do Direito, que deve agir de maneira a respeitar os limites do que foi imposto pela legislação. A interpretação do jurista, dessa maneira, se submete à norma em vigor, sem muito questioná-la. Metodologia da Ciência da Hermenêutica Jurídica Dogmática x Zetética Zetética: coloca o questionamento como posição fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser investigado e indagado. Utiliza também fontes secundárias, como Sociologia, História, Geopolítica. (visão mais ampla e completa!) Máximas da experiência: juiz poderá socorrer-se do senso comum, valendo-se de conhecimentos que devem estar fundados naquilo que comumente ocorre na sociedade. Trata-se de recurso tradicional de controle da atividade jurisdicional, prevista no NCPC, artigo 375, que dispõe: “O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece.” Discricionariedade: está ligada ao poder que as autoridades judiciárias têm de agir com certa liberdade, optando pela melhor interpretação do texto legal, tendo em vista a realização de seus valores e fins, figurando tal opção hermenêutica como o resultado do exercício de um poder discricionário. Hermenêutica jurídica – ciência da interpretação Analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I. A Zetética é o método de observar, analisar e atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos anteriormente. II. A Zetética implica na oposição à teoria da Dogmática do Direito, o que significa que qualquer paradigma possa ser investigado e indagado. a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Interatividade Analise as assertivas e assinale a alternativa correta: I. A Zetética é o método de observar, analisar e atuar perante o Direito segundo orientações por casos concretos ocorridos anteriormente. II. A Zetética implica na oposição à teoria da Dogmática do Direito, o que significa que qualquer paradigma possa ser investigado e indagado. a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Resposta Integração do Direito: é um processo de preenchimento das lacunas das leis, a fim de que se possa dar sempre uma resposta jurídica àquele que procura o judiciário (jurisdicionado). Na autointegração, pode-se dizer que é o aproveitamento de elementos do próprio ordenamento jurídico. Já a heterointegraçãoé a aplicação das normas que não participam da legislação, como as regras estrangeiras. Modos de Integração do Direito No Brasil, de acordo com o artigo 4º da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), temos: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito.” Existe tal norma porque o legislador não tem como abarcar todos os tipos de conflito possíveis em uma sociedade, de modo que lacunas vão existir! O referido artigo de lei nos traz as formas de integração, quais sejam: a analogia; os costumes; os princípios gerais de Direito. Integração Normativa Considere as seguintes assertivas a respeito das lacunas: I. A lacuna caracteriza-se não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. II. Há uma lacuna na lei quando determinado caso é previsto na lei diretamente, porém com insuficiência verbal, através de uma impropriedade de linguagem. Assinale a alternativa correta: a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Interatividade Considere as seguintes assertivas a respeito das lacunas: I. A lacuna caracteriza-se não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. II. Há uma lacuna na lei quando determinado caso é previsto na lei diretamente, porém com insuficiência verbal, através de uma impropriedade de linguagem. Assinale a alternativa correta: a) I e II são falsas. b) Somente I é verdadeira. c) Somente II é verdadeira. d) I e II são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. e) I e II são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. Resposta É o processo no qual o julgador aplica a um caso não previsto aquilo que o legislador prévio definiu para outro semelhante em igualdade de razões. A integração ocorre por meio da comparação (paradigma). Espécies de Analogia Analogia legis: consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso semelhante, não previsto pelo legislador. Analogia juris: sugere um processo mais amplo, porque não encontrando regra jurídica que regulamente caso semelhante, ao julgador se permite, com suporte em diversas regras jurídicas, disciplinadoras de um instituto semelhante, descobrir o preceito aplicável ao caso não previsto, pela combinação de muitos outros. Analogia São postulados que norteiam o ordenamento jurídico! São enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração, ou mesmo para a elaboração de novas normas. Funções dos Princípios Gerais de Direito Informadora, ou seja, serve de inspiração ao legislador e de fundamento para o ordenamento jurídico; Normativa, atuando como fonte supletiva, na ausência da lei, nesse caso constituindo meio de integração do Direito; Interpretadora, para orientar o intérprete ou o julgador. Princípios Gerais de Direito Enquanto fontes do Direito, os costumes tratam de comportamentos reiterados dos quais podemos extrair normas. Podem ser normas secundum legem, praeter legem e contra legem. No secundum legem, o legislador não disciplina a matéria e remete aos costumes (verdadeira opção legislativa). Ex.: artigo 113 do Código Civil. Depois, como praeter legem, quando o costume não é previsto pela lei nem por ela proibido, pode ser utilizado enquanto mecanismo de preenchimento da lacuna, permitindo ao juiz redigir uma sentença em conformidade com ele. Verdadeiro método integrativo! Ex.: Súmula nº 370 do STJ que trata do cheque pré-datado. Finalmente, contra legem diz respeito a integrar contra a lei! Costumes Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição, sistematizada em ideias e princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de confecção, denomina-se: a) Flexível. b) Formal. c) Outorgada. d) Dogmática. e) Informal. Interatividade Quanto ao modo de sua elaboração, a Constituição, sistematizada em ideias e princípios fundamentais de teoria política e do Direito dominante no momento de confecção, denomina-se: a) Flexível. b) Formal. c) Outorgada. d) Dogmática. e) Informal. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!