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Tudão Samara e Sarah Estágio Neuro: Cerebelopatias INTRODUÇÃO ● Ataxia cerebelar → alteração da coordenação motora, equilíbrio e controle postural. ● Causada por lesão no cerebelo, tálamo ou vias cerebelares. ● Afeta marcha, fala, tônus muscular e AVDs. FUNÇÕES DO CEREBELO ● Receber grandes aferências, processá-las e enviar eferências ao corpo; ● Ajuste fino dos movimentos voluntários (precisão, ritmo, força) ● Coordenação motora ● Equilíbrio postural (manutenção do tônus +) ● O cerebelo não inicia o movimento, mas compara o movimento planejado com o executado e corrige erros de trajetória, força e tempo. ○ Por isso, as alterações cerebelares aparecem durante o movimento, não em repouso. ETIOLOGIA DAS ATAXIAS ● Congênitas/Genéticas: Ataxias hereditárias, Hipoplasia, abiotrofia, doenças lisossomais, ataxia de Friedreich ● Adquiridas: AVE cerebelar, tumores (meduloblastoma, hemangioblastoma), Esclerose múltipla (desmielinização), infecções virais, intoxicações (álcool, drogas) ● Degenerativas: Alzheimer avançado, paraparesias associadas SINAIS E SINTOMAS GERAIS ● Hipotonia generalizada → perda do controle facilitador sobre motoneurônios. ○ Reflexos tendíneos diminuídos. ○ Sensação de “peso” nos membros. ● Déficit de equilíbrio: ○ Erro no mecanismo reativo: Corrige de forma errada após desequilíbrio ○ Oscilações do tronco, quedas frequentes, instabilidade postural. ● Alterações da fala e deglutição: Disfasia, disartria e fala escandida (lenta, irregular, com pausas). ● Dificuldade em aprender movimentos complexos e motricidade fina. ● Ataxia de membros (movimentos incoordenados). CARACTERIZAÇÃO CONFORME A REGIÃO AFETADA Lobo flóculo-nodular (Vestibulocerebelo) - Aferências vestibulares e proprioceptivas de mm cervicais - Posição da cabeça em relação à gravidade; equilíbrio e controle ocular. ● Sintomas: ○ Tontura, vertigem, nistagmo + os outros anteriores ○ Alterações constantes e de baixa intensidade (origem central). ○ Déficit de equilíbrio em posturas mais difíceis. Região espinocerebelar ● Aferência medular → Propriocepção inconsciente do tronco e membros (mais axial); controle automático do tônus e da postura (inclusive em tarefas mais complexas). ● Quando lesada: informações proprioceptivas chegam, mas não são processadas corretamente → déficit de equilíbrio (diferença entre essa e o outro é o nistagmo). ○ Queixa típica: Paciente deixar objetos caírem da mão ao fazer outras tarefas → falha na manutenção do tônus da posição da mão → melhora ao olhar para o objeto (controle cortical consciente). Samara e Sarah Estágio Neuro: Cerebelopatias ● Dismetria: erro na medida do movimento (ultrapassa ou não alcança o alvo → ex.: teste dedo-nariz). ● Disdiadococinesia: dificuldade em movimentos rápidos e alternados (ex.: prono-supinação das mãos). ● Tremor de ação/intenção: aparece durante o movimento, piora próximo ao alvo (diferente do tremor de repouso). ● Rechaço: dificuldade em desacelerar o movimento (passos “incoordenados” na marcha). ● Ataxia de tronco, MM e marcha atáxica: base alargada, passos irregulares, instabilidade. ● Decomposição do movimento: divide o movimento em partes menores (compensação motora). Região cérebro-cerebelar ● Recebe o planejamento motor cortical do que será feito (movimento) ● Córtex cerebral: informações motoras e somatossensoriais → comparação entre o movimento planejado e o executado. ● Cerebelo → Tálamo → Córtex motor: Correção, planejamento e aprendizado motor. ● Sinais e sintomas: ○ Dificuldade em movimentos sequenciais e aprendizado motor (principalmente movimentos complexos) ○ Incoordenação de extremidades (movimentos grosseiros, imprecisos). DIAGNÓSTICO ● Avaliação neurológica: incluir histórico clínico (início súbito ou progressivo dos sinais e sintomas e histórico familiar) e exame físico ● Exames complementares: - Neuroimagem (RM ou TC): lesões vasculares, tumorais, traumáticas, malformações ou degenerativas por exemplo - Exames laboratoriais: investigar causas metabólicas ou tóxicas - Testes genéticos: se a história familiar for sugestiva, como em ataxias hereditárias por exemplo - Diagnóstico diferencial: como para Esclerose Múltipla (punção LCR) PROGNÓSTICO Variável, dependendo da causa, extensão da lesão e início do tratamento - Causas reversíveis: prognóstico favorável. - Degenerativas/genéticas: pior prognóstico, progressivo e sem cura. Fatores que influenciam: idade de início, progressão dos sintomas, função respiratória, reabilitação precoce e adesão ao tratamento. TRATAMENTO - Tratar a doença de base (ex.: AVE, intoxicação, EM) - Fisioterapia motora e respiratória - Terapia ocupacional e fonoaudiologia: quando há alterações funcionais, fala ou deglutição -> lesões cerebelares levam a incoordenação e dissincronia dos músculos envolvidos na articulação da fala e deglutição TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Devemos tratar a forma de evolução da doença e não a doença em si. Não progressivas: e se o pcte tem algum grau de incoordenação e déficit de equilíbrio, o foco é recuperação Progressivas: o foco é manter as capacidades do indivíduo Objetivos fisioterapêuticos ● Não progressivas: Samara e Sarah Estágio Neuro: Cerebelopatias Foco: Recuperação funcional e prevenção de complicações. - Melhorar a coordenação nos movimentos funcionais - Melhorar o controle postural e equilíbrio - Restaurar a funcionalidade e a independência nas AVDs - Desenvolver a capacidade psicomotora, com ênfase em consciência corporal (ex.: descarga de peso no membro afetado) e ritmicidade para tornar o movimento mais funcional, principalmente a marcha - Restabelecer a velocidade de movimento e de reação - Prevenir complicações respiratórias -> alterações na coordenação dos músculos respiratórios, dificuldade do sistema respiratório se adaptar às demandas do corpo como esforço físico - Prevenir complicações secundárias (como contraturas, fraqueza, desequilíbrios posturais) ● Progressivas: Foco: Manutenção funcional, lentificação da progressão e prevenção de complicações. - Manter a coordenação, equilíbrio e funcionalidade - Postergar a evolução da doença - Prevenir ou postergar as complicações secundárias - Compensar nas AVDs, promovendo independência - Prevenir complicações respiratórias - Orientar sobre a condição e suas complicações - Orientar sobre adaptações e uso de dispositivos, o uso de aditamentos como andador e muleta, para ajudar a distribuir o peso, não ser o local de suporte do peso; - Orientar a prática de exercícios em domicílio para manutenção funcional Estratégias ● Não progressivas: - Frequência, volume e intensidade altos - Recurso: Posturas neuroevolutivas; imagética motora (para ativação cortical) ● Progressivas: - Iniciar com resistência, depois força - Intensidade alta: se objetivo for força - Volumes altos: se o alvo for resistência - Resistência: elíptico, esteira, piscina etc. - Trabalho respiratório e postura (ex.: prevenção de hipercifose) A “evolução” da atividade com o tempo vai diminuindo de dificuldade, tentando sempre mantê-la na condição que ela consegue, ou seja, manter as condições que o indivíduo tem Exemplo: se ela tiver dificuldade de ficar sentada, não vamos colocá-la em pé, mas sim sentada e treinar isso. Condutas gerais - Cinesioterapia dentro do que o paciente apresenta - Treino resistido associado à tarefa funcional - Treino de tarefa funcional, com: exercícios conscientes (ativando o córtex motor); sequenciados; - Posturas neuroevolutivas, com evolução para posturas simples, seguido de tarefa combinada, uso de dois membros, e definindo um alvo externo; - Exercícios de coordenação simples e em posturas baixas, com evolução na dificuldade do exercícioe da postura. - Sempre evoluindo -> de estático para dinâmico, de olho aberto e depois olho fechado, unilateral para bilateral, sentado para em pé, superfície regular e depois irregular, tarefa única e dupla tarefa, etc - Treino cardiorrespiratório - Treino de equilíbrio e marcha em superfícies variadas, bases de apoio diferente, mudança Samara e Sarah Estágio Neuro: Cerebelopatias de direção e estimulando ajustes reativos e antecipatórios - Estratégias visuais e sensoriomotoras: uso de feedback visual ou auditivo como guia para compensar déficits proprioceptivos. - Simulação de AVDs, repetição e variação para reaprendizado motor, com foco em segurança e independência. Além disso deve-se atentar a localização da lesão para encontrar o foco do tratamento fisioterapêutico, como por exemplo: Tratamento focado na localização da lesão: - Vermis: equilíbrio e controle de tronco. - Hemisférios cerebelares: coordenação fina, ritmo e controle motor. - Lobo flóculo-nodular: treino vestibular e oculomotor. - Lesão global: abordagem combinada (coordenação + estabilidade). Tudão INTRODUÇÃO Lobo flóculo-nodular (Vestibulocerebelo) Região espinocerebelar Região cérebro-cerebelar DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO