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MINISTÉRIO DA SAÚDE 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
RISCO, VULNERABILIDADE E 
DANOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO 
E AO MEIO AMBIENTE
Brasília - DF
2025
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
Brasília - DF
2025
RISCO, VULNERABILIDADE E 
DANOS À SAÚDE DA POPULAÇÃO 
E AO MEIO AMBIENTE
Tiragem: 2ª edição –2025 – versão eletrônica
2025 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde
Departamento de Gestão da Educação na 
Saúde
Coordenação-Geral de Ações 
Estratégicas de Educação na Saúde 
Esplanada dos Ministérios Bloco O, 9º 
andar
CEP: 70052-900 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315-2596
E-mail: sgtes@saude.gov.br
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Saúde da Família
Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º 
andar
CEP: 70058-90 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315-9044/9096
E-mail: aps@saude.gov.br
Secretaria de Vigilância em Saúde e 
Ambiente (SVSA)
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Edifício PO 700, 7º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315.3874
E-mail: svsa@saude.gov.br
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS
MUNICIPAIS DE SAÚDE - CONASEMS
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo 
B, Sala 144
Zona Cívico-Administrativo
CEP: 70058-900 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3022-8900
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO 
SUL
Av. Paulo Gama, 110 - Bairro Farroupilha 
CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS
Tel.: (51) 3308-6000
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta 
obra, desde que citada a fonte.
Coordenação-geral:
Cristiane Martins Pantaleão – CONASEMS
Érika Rodrigues de Almeida – SGTES/MS
Fabiano Ribeiro dos Santos - SGTES/MS
Felipe Proenço de Oliveira - SGTES/MS
Hisham Mohamad Hamida – CONASEMS
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS
Organização:
Núcleo Pedagógico do Conasems
Coordenação técnica e pedagógica:
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Carmen Lucia Mottin Duro – UFRGS
Diego Gnatta - UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Fabiana Schneider Pires – UFRGS
Kelly Cristina Santana – CONASEMS
Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira – 
SGTES/MS
Marilise de Oliveira Mesquita – UFRGS
Marta de Sousa Lima – CONASEMS
Patricia da Silva Campos – CONASEMS
Valdívia França Marçal – CONASEMS
Elaboração de conteúdo – 1ª edição:
Luiz Almeida da Silva
Revisão de conteúdo – 2ª edição:
Luiz Almeida da Silva
Revisão técnica:
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira - 
SGTES/MS
Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
Patricia da Silva Campos – CONASEMS
Ranieri Flávio Viana de Sousa – SVSA/MS
Designer educacional:
Alexandra da Silva Gusmão – CONASEMS
Gustavo Henrique Faria Barra – 
CONASEMS
A coleção institucional do Programa Mais Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do 
Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br
Ficha Catalográfica
 Brasil. Ministério da Saúde.
 Risco, vulnerabilidade e danos à saúde da população e ao meio ambiente [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Conselho 
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: Ministério da Saúde, 2025.
xxxx p. : il. - (Programa Mais Saúde com Agente; E-book 28).
Modo de acesso: World Wide Web: 
Incluir link
ISBN xxxxxxxxxxxx
1. Sistema Único de Saúde - SUS. 2. PNAB e Redes de Atenção. 3. Política Nacional de Vigilância em Saúde. I. Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título. 
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS xxxxxxxxx
Título para indexação: 
Healthcare agent workers' Fundamentals
CDU xxx
Colaboração:
Daniela Riva Knauth – UFRGS
Diego Gnatta – UFRGS
Lanusa Gomes Ferreira – SGTES/MS
Rejane Teles Bastos – SGTES/MS
Rosângela Treichel S. Surita – CONASEMS 
Assessoria executiva:
Conexões Consultoria em Saúde Ltda
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Cristina Perrone – CONASEMS
Diagramação e projeto gráfico:
Aidan Bruno – CONASEMS 
Alexandre Itabayana – CONASEMS 
Caroline Boaventura – CONASEMS 
Icaro Duarte – CONASEMS
Lucas Mendonça – CONASEMS 
Ygor Baeta Lourenço – CONASEMS
Wellington Tadeu Aparecido Silva – 
CONASEMS
Revisão linguística:
Aline Ferreira de Almeida
Fotografias e ilustrações:
Biblioteca do Banco de Imagens do 
Conasems
Imagens:
Envato
Freepik
Normalização:
Luciana Cerqueira Brito – Editora MS/CGDI
Valéria Gameleira da Mota – Editora
MS/CGDI
4
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OLÁ, AGENTE!
 
Este é o seu e-book da disciplina Risco, Vulnerabilidade e Danos à Saúde da 
População e ao Meio Ambiente. 
Neste material, você verá que os danos causados por desastres naturais e/ou 
antropogênicos são, em sua maioria, irreparáveis, tanto para a sociedade 
quanto para o meio ambiente. A degradação da fauna e da flora, assim como 
as alterações físicas e psíquicas vivenciadas pelas comunidades próximas às 
áreas afetadas, são de difícil mensuração. 
Você também terá a oportunidade de compreender que, diante da comoção 
inicial provocada por um desastre, há um forte impacto midiático que 
influencia diretamente a percepção da comunidade e a forma como a 
assistência às vítimas é conduzida. No entanto, com o passar do tempo, esse 
acontecimento tende a cair no esquecimento, deixando à natureza e às 
pessoas o peso de lidar com as consequências do dano. 
No caso específico do rompimento de barragens construídas para 
armazenamento de rejeitos de extração de ferro, ainda não se conhecem, 
com precisão, os impactos na saúde da população a curto, médio e longo 
prazo, especialmente, considerando que esse rejeitos contêm substâncias 
tóxicas e prejudiciais ao organismo humano.
Embora existam legislações que definem níveis “aceitáveis” de exposição, 
sabe-se, na prática, que qualquer nível de contato com substâncias tóxicas, 
independente da intensidade/quantidade, representa um risco à saúde 
humana. Diante dessas reflexões, podemos questionar: 
onde estão os sobreviventes que foram afetados pelo rompimento das 
barragens, direta e/ou indiretamente? 
essas pessoas desenvolveram algum tipo de doença em decorrência 
da exposição à lama de rejeitos? 
como está a saúde mental daqueles que perderam seus bens materiais 
e, em muitos casos, familiares?
houve acompanhamento psicológico para essa população? 
a degradação ambiental causada pela lama de rejeitos está sendo 
reparada pelas empresas responsáveis? E mais: a ocorrência aumentou 
o risco de novos desastres na região? 
Somente por meio do empoderamento social 
e da participação de todos os atores que 
vivem e atuam no território será possível 
construir estratégias conjuntas para 
transformar a realidade local. Essa mudança 
deve começar no âmbito individual e se 
expandir para o coletivo, promovendo ações 
integradas e sustentáveis.
Nesse contexto, a proteção da natureza e 
prevenção de desastres, sejam eles naturais 
ou provocados pela ação humana, 
contribuem diretamente para a redução de 
riscos e danos, reforçando o papel do 
território como espaço de cuidado, 
prevenção e fortalecimento comunitário.
Além disso, essas e outras questões exigem respostasda temperatura ambiental 
(Brasil, 2025).
Você já sabe que as medidas de 
vigilância em saúde para prevenção 
de doenças causadas por arboviroses 
acontecem de forma ininterrupta, 
tendo como principal responsável 
o(a) ACE que, vinculado(a) à equipe 
da Atenção Primária, possui 
atribuições específicas para 
prevenção e controle de tais doenças.
Emergências em Saúde Pública (ESP) Surtos/epidemias
73
Em casos de Surtos e Endemias causadas pela ocorrência de Dengue, 
Chikungunya e Zika, a atuação da VS envolve uma sequência de ações 
diferenciadas, as quais são planejadas de acordo com a situação 
epidemiológica do município, do nível da infestação pelo Aedes e da circulação 
dos arbovírus em cada território (Brasil, 2021; 2025).
Pensando nesse cenário, o MS, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, 
construiu o Plano de Contingência para a Dengue, Chikungunya e Zika, o qual 
possui como objetivo orientar as ações de vigilância e a resposta a serem 
realizadas por todos os entes que compõe o SUS e o Sistema Nacional de 
Vigilância Epidemiológica (SNVE), cujas atribuições são associadas com o 
conjunto de políticas e estratégias de vigilância, prevenção e controle das 
arboviroses (Brasil, 2025).
Tendo em vista que as arboviroses citadas 
são endêmicas em algumas regiões e 
sazonais em outras, a depender das 
condições climáticas, como frio, calor, 
excesso de períodos chuvosos, tais situações 
podem elevar o risco de ocorrência de surtos 
e, caso não haja controle efetivo, esses 
podem evoluir para epidemias. 
Acesse o Plano de Contingência Nacional para a 
Dengue, Chikungunya e Zika. Para isto, clique aqui ou 
aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE.
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-manuais/2025/plano-de-contingencia-nacional-para-dengue-chikungunya-e-zika.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-e-manuais/2025/plano-de-contingencia-nacional-para-dengue-chikungunya-e-zika.pdf
• atuar de forma integrada e complementar nos domicílios e nos espaços da 
comunidade, junto aos(as) Agentes Comunitários de Saúde (ACS), 
fortalecendo o vínculo e a comunicação da população com os serviços de 
Atenção Primária;
• contribuir com as atividades de educação e comunicação em saúde para a 
população, informando/esclarecendo a biologia do vetor, os principais 
criadouros; 
• realizar ações em pontos estratégicos e áreas propensas a maior circulação 
de pessoas (áreas com grande fluxo de pessoas, como instituições de 
ensino públicas e privadas, unidades de saúde, clubes, centros comerciais, 
instituições religiosas e outros), podendo contar com o auxílio dos 
trabalhadores da VE e da ESF.
16
Para entender o contexto social e a realidade do seu e 
dos territórios circunvizinhos, acesse o InfoDengue, 
plataforma que traz alertas baseados em dados híbridos 
gerados por meio da análise integrada de dados 
minerados a partir da web social, de dados climáticos e 
epidemiológicos (Brasil, 2025). Clique aqui ou aponte a 
câmera de seu celular e escaneie o QR CODE.
Agora, reflita!
Quais ações o(a) ACE pode fazer para 
contribuir diante à ocorrência de surtos 
e endemias causadas por arbovírus?
74
https://info.dengue.mat.br/
https://info.dengue.mat.br/
Os desastres de origem tecnológica podem incluir a Radiação Ionizante (RI) e a 
Radiação Não Ionizante (RNI).
DESASTRES DE ORIGEM TECNOLÓGICA E ACIDENTES COM 
PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS
75
São ondas eletromagnéticas ou partículas que se propagam, 
podendo ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos 
construídos pelo homem. Com o advento tecnológico, a 
utilização de materiais com radiação se tornou corriqueiro, por 
exemplo, na área da saúde para utilização de raios X, 
ressonância magnética, tratamento de câncer, além de outras 
áreas que utilizam a luz, microondas, ondas de raios, radar, laser 
e radiação gama (Brasil, 2022b).
RADIAÇÃO IONIZANTE (RI) 
É conhecida por ter seu efeito na saúde humana menos 
deletérios do que a ionizante, ainda que a curto prazo, tendo em 
vista que os efeitos a médio e longo prazo ainda carecem de 
maiores estudos para comprovação. É uma das estruturas que 
mais cresce no mundo, tendo em vista que o uso da telefonia 
celular e as tecnologias de comunicação sem fio, todas utilizam a 
RNI como fonte (Brasil, 2022b).
RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE (RNI) 
Os casos como transporte de 
combustíveis, seja por via 
terrestre, aérea ou marítima são 
exemplos de situações de risco 
que estão suscetíveis à ocorrência 
de acidentes, bem como as 
indústrias que utilizam, fabricam 
e/ou armazenam produtos 
químicos (Brasil, 2022b). 
76
E OS ACIDENTES COM PRODUTOS QUÍMICOS 
PERIGOSOS?
São designados por compostos que podem 
causar agravos, desde explosão até 
queimaduras, intoxicações, contaminações do 
solo, da água e do ambiente como um todo. 
77
Acesse o site do Ministério da Saúde e saiba mais 
sobre as Emergências Radiológicas.. Clique aqui ou 
aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE.
Em acidentes e/ou exposições dessa 
magnitude, o que o(a) ACE pode fazer e 
ou contribuir com a equipe de saúde?
Com a evolução global, dentre elas do sistema de construção das cidades, 
redução de matas para o plantio, evolução dos meios tecnológicos e, 
consequentemente, as alterações realizadas no ambiente pelo homem, o 
mundo tem enfrentado o fenômeno de mudanças climáticas. Ocorrências 
como enchentes e secas vêm afetando cada vez mais as populações e têm 
agido diretamente na saúde das populações ao redor do mundo. Esses 
fenômenos naturais, embora opostos, compartilham a capacidade de causar 
danos significativos à saúde pública.
ENCHENTES E SECAS: IMPACTOS NA SAÚDE DA POPULAÇÃO
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/resposta-a-emergencias/qbrn/emergencias-radiologicas?form=MG0AV3
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/resposta-a-emergencias/qbrn/emergencias-radiologicas?form=MG0AV3
As enchentes, oriundas de situações ocasionadas por excessos de chuvas, 
as quais podem causar transbordamento de rios, rompimento de barragens e 
represas, são condicionantes que podem agravar a saúde humana, animal e 
do ecossistema, pois a depender de seu volume e intensidade gera alterações 
na estrutura e pode se configurar como veículo para ocorrência de acidentes, 
tais como afogamentos, ocorrência de doenças infecciosas por meio da 
contaminação da água e aumento de proliferação de doenças causadas por 
mosquitos, bem como pode alterar a saúde mental das pessoas que foram 
afetadas, tendo em vista que, em sua maioria, a população perde casas, bens 
materiais e familiares, tornando impossível a recuperação em muitos casos. 
Clique aqui ou aponte a câmera de seu celular e 
escaneie o QR CODE e fique por dentro sobre as 
Orientações à População em situação de enchentes.
78
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/enchentes/orientacoes-a-populacao-em-situacao-de-enchentes.pdf
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/enchentes/orientacoes-a-populacao-em-situacao-de-enchentes.pdf
Em condições opostas, outro aspecto configurado dentro das alterações 
climáticas que causam agravos ao ambiente e, consequentemente, à saúde 
humana é a seca, determinada pela ausência de chuva por longos períodos, o 
que causa redução da umidade relativa do ar, eleva as temperaturas, 
intensifica a seca da pastagem, aumentando o risco de focos de incêndio 
espontâneo e também os criminosos, situação vivenciada no ano de 2024 que 
tem se tornado o ano com maior número de focos de queimadas.
Dentre as variadas possibilidades de agravos que podem ser causados pela 
seca, destaca-se a produção agrícola, a qual leva à escassez de alimentos e 
em consequência temos o aumento dos preços ao consumidor, podendo levar 
a classe menos favorecida a situações como desnutrição e fome, o aumento e 
exacerbação de doenças respiratórias,tendo em vista a baixa umidade do ar, o 
aumento da emissão de poluentes em decorrência das queimadas, o excesso 
de poeira, névoa e material particulado suspenso no ar (Casemiro, 2024).
79
80
Quais medidas o(a) ACE 
pode realizar para 
contribuir com esse 
cenário? 
• juntamente com a equipe da APS, realizar conscientização e empoderamento 
social para que cada um faça a sua parte na proteção do ambiente, 
reforçando que ações individuais são precursoras para o sucesso coletivo;
• fomentar junto à equipe e orientar a população a cobrar junto ao poder 
público a construção de infraestrutura que seja resiliente, principalmente em 
áreas de risco para alagamento, com sistemas de drenagem compatíveis 
com o histórico de ocorrências e padrão das cidades;
• orientar a população em situações de enchentes a seguirem as 
recomendações gerais, tomando cuidado com a água, alimentos e com a 
higiene, evitando a propagação de doenças. 
capa capítulo
05
VULNERABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL 
E PREVENÇÃO DE 
DESASTRES
#SAIBA MAIS
A discussão sobre vulnerabilidade socioambiental no contexto da prevenção 
de desastres é intrinsecamente ligada aos Determinantes Sociais da Saúde 
(DSS), que englobam as condições econômicas, sociais, culturais e ambientais 
em que as pessoas vivem e trabalham. Fatores como acesso à educação, 
renda, moradia, saneamento básico, segurança alimentar e serviços de saúde 
influenciam diretamente a capacidade das populações de se prepararem para 
desastres e responderem a seus impactos. 
82
Entender o conceito de vulnerabilidade perpassa 
pelo entendimento das facetas que compõem a 
complexa arte de ser humano e viver em 
sociedade. 
A mera atribuição de questões sociais, de origem natural, econômica e modo 
de vida, por si só não é capaz de mensurar o que a população pensa do 
sistema e sua confiança em questões sociais, a política de articulação, bem 
como o entendimento individual dos riscos e perigos que permeiam a 
sociedade e que lhe impomos sem conhecermos suas percepções (Ojima, 
2012).
Comunidades em situação de maior 
vulnerabilidade social geralmente 
enfrentam maiores desafios, como residir 
em áreas de risco, menor acesso à 
informação e recursos para adaptação, 
além de barreiras para integrar políticas 
públicas de prevenção. 
Assim, compreender e abordar os DSS é 
essencial para promover equidade e 
resiliência, permitindo intervenções que 
reduzam os riscos de forma mais inclusiva e 
sustentável, enquanto fortalecem as 
capacidades locais de enfrentamento aos 
desastres.
83
Há uma intensa busca pela sustentabilidade, mas tais buscas têm levado em 
conta apenas aspectos inerentes ao ambiente, sem entender que o alcance da 
sustentabilidade não garante por si só a extinção da vulnerabilidade, nem das 
pessoas, nem das cidades, devendo para isso ter relações intrínsecas com 
todas as vertentes que compõem os DSS, haja vista que todos os fatores 
(animais, homem e natureza) estão intimamente ligados. 
A relação entre a saúde humana e os fatores do ambiente natural alterado pela 
ação humana é denominado de Saúde Ambiental. Tal articulação busca 
manter a sustentabilidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas, 
reduzindo o risco de vulnerabilidade, principalmente a vulnerabilidade 
socioambiental (Brasil, 2022b; Ojima, 2012).
#FIQUE POR DENTRO
O termo vulnerabilidade é comumente utilizado para designar a 
suscetibilidade das pessoas a problemas e danos de saúde, os quais estão 
relacionados a não garantia dos direitos individuais e coletivos relacionados 
aos DSS, bem como o grau de risco a que está exposta uma população em 
sofrer danos por desastres naturais e/ou antropogênicos. 
A vulnerabilidade às doenças, a exposição ambiental e seus efeitos sobre a 
saúde se distribuem de forma individualizada, levando em consideração 
aspectos como pobreza, grupos sociais específicos, cultura, escolaridade, 
saneamento, moradia digna, segurança, trabalho, renda, acesso efetivo aos 
serviços de saúde, dentre outros fatores que denominam o acesso aos 
equipamentos sociais (Bertolozzi et al., 2009; Ojima, 2012; Brasil, 2022b; Ribeiro et 
al., 2018). 
84
Ao se considerar todos esses aspectos e também as condições ambientais da 
cidade e suas particularidades, tais como instituição de programas de 
moradias, acesso à educação e serviços de saúde de qualidade, pode-se 
abordar e ampliar o termo para vulnerabilidade socioambiental, que leva em 
consideração os aspectos que estão relacionados à saúde humana e à saúde 
do ambiente, inclusos os animais, os quais podem agir no controle de riscos ou 
em outros casos podem gerar riscos, assumindo papel de hospedeiros de 
determinadas doenças que podem ser transmitidas ao homem (Bertolozzi et 
al., 2009; Ojima, 2012; Brasil, [s.d.]).
É válido lembrar que entre os fatores que aumentam a vulnerabilidade 
socioambiental, além dos condicionantes relacionados às pessoas, ainda 
estão as mudanças ambientais resultantes da degradação ambiental, 
ocupação de áreas de proteção ambiental, desmatamento ilegal, poluição de 
águas, solos e atmosfera, que tornam determinadas áreas mais vulneráveis, 
fazendo com que haja o fator resultante de vidas precárias e saúde ambiental 
inadequada (Brasil, 2022c).
85
86
Outro termo que tem sido discutido amplamente 
que se configura em elementos que podem 
aumentar a vulnerabilidade das pessoas são os 
determinantes comerciais da saúde. 
DETERMINANTES COMERCIAIS DA SAÚDE 
O termo se refere a “estratégias e abordagens utilizadas pelo 
setor privado para promover produtos e escolhas que são 
prejudiciais à saúde”. Interferindo em fatores como 
comportamentos e escolhas individuais relacionados a 
consumo e estilo de vida, e questões relacionadas a 
sociedade global, como riscos de consumo, economia 
política e globalização, podendo ser influenciados pelas 
dinâmicas: força motora, canais e resultados (Kickbusch, 
2015; Kickbusch; Allen; Franz, 2016; OPAS, 2022).
Nesse tocante, ao pensar na relação entre determinantes socioambientais 
e redução de riscos de desastres, há de se pensar:
Qual a estrutura que compõe o cenário da saúde e do ambiente do 
seu território? 
Como elas estão planejadas e quais as possibilidades de atuação da 
equipe multiprofissional que está mais próxima da comunidade que 
pode ser afetada?
Como as políticas públicas podem reduzir a vulnerabilidade 
socioambiental e prevenir desastres, considerando as desigualdades 
sociais, os impactos ambientais e a conscientização da população?
Na organização do SUS, os municípios têm a responsabilidade de executar as 
ações de saúde. Nessa perspectiva, cabe ao município a identificação, 
programação e ações efetivas para a construção de estratégias de proteção à 
saúde da população, devendo direcionar e buscar recursos adicionais quando 
necessário.
Quais são as estratégias para reduzir 
as vulnerabilidades, riscos e 
fortalecimento da população?
87
Segundo Ojima (2012), são várias as possibilidades para se reduzir a 
vulnerabilidade socioambiental das pessoas, a começar pela reestruturação e 
adequação dos equipamentos sociais dentro de cada território. A organização 
de serviços sociais e estruturas de oportunidades possibilitam o acesso de uma 
parcela mais ampla da sociedade, permitindo assim uma relativa redução de 
vulnerabilidades.
 88
A garantia do cumprimento de um dos preceitos essenciais do SUS, a equidade, 
que significa tratar com desigualdade os desiguais, pensando não apenas no 
acesso à saúde, mas na garantia de todos os aspectos que compõem o 
arcabouço necessário para se viver em sociedade, pensando minimamente 
nas recomendações dos DSS, pode ser um fator desencadeador para a 
redução da vulnerabilidade social e socioambiental, com potencial para 
redução de riscos de desastres, tendo em vista que também o desastre é um 
componente multifatorial e que em sua maioria pode ser prevenido, 
integralmenteou em partes (Bertolozzi et al., 2009; Ojima, 2012; Brasil, 2022b; 
Ribeiro et al., 2018).
Da mesma maneira, associações de bairro bem estruturadas, atividades 
escolares, atividades religiosas, festas, proximidade de familiares no entorno do 
domicílio/bairro, todas estas variáveis contextuais podem ser fundamentais 
para a redução da vulnerabilidade socioambiental em determinados contextos.
89
Ações como:
falta de vigilância da água 
para consumo humano;
exposição humana a solos 
contaminados;
exposição humana à 
poluição atmosférica;
exposição humana a 
substâncias químicas e a 
acidentes com produtos 
perigosos;
exposição humana à 
radiação ionizante e não 
ionizante; e
exposição humana a 
desastres.
Todas são condições que elevam 
a suscetibilidade humana e do 
ambiente, contribuindo para a 
redução do potencial de análise 
do risco, pois sem o entendimento 
da estrutura geral há uma grande 
dificuldade de contar com a 
participação social na análise das 
prioridades para se pensar 
estratégias de prevenção do risco.
Figura 9 – Procedimento para identificação, análise e redução do risco
90
Um esquema adaptado de Mata-Lima et al. (2013) mostra a possibilidade de 
atuação e gestão do risco para redução de desastres:
Fonte: adaptado de Mata-Lima et al., 2013.
C
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M
U
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IDENTIFICAÇÃO DO RISCO COM 
PARTICIPAÇÃO POPULAR
ANÁLISE DO RISCO 
HUMANO E AMBIENTAL
IMPORTÂNCIA DO 
RISCO
ENQUADRAMENTO
TRATAMENTO 
DO RISCO
AV
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LI
A
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D
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 R
IS
C
O
Observa-se que o processo inicia-se com o enquadramento sobre o que é a 
condição de risco e qual a vulnerabilidade socioambiental relacionada; 
posteriormente, há a identificação do risco, incluindo a participação popular 
para que haja priorização do risco e principalmente comprometimento popular 
na hora da fiscalização e monitorização. Após elencados os riscos, faz-se a 
priorização do risco; qual é mais importante e qual ameaça mais a vida nesse 
momento? Após essa definição, estratégias são traçadas para a contenção do 
risco. 
91
Observe que, independente da estrutura, em todas as etapas há uma 
comunicação entre toda a equipe multiprofissional, monitorando, revendo, 
comunicando e consultando aos órgãos competentes. Esse processo deve ser 
cíclico, ou seja, funcionar todo o tempo juntamente com as ações. Todos esses 
passos se juntam para a construção de um plano de Preparação e resposta do 
setor de saúde à ocorrência de desastres, conforme recomendado por Freitas, 
Mazoto e Rocha (2018).
A análise multiprofissional, com a contribuição 
particular do(a) ACE na identificação de aspectos 
de natureza econômica, social, ambiental, cultural, 
política e suas mediações, contribuem para que a 
vigilância em saúde tenha condições de identificar 
locais de maior impacto no território e priorizar 
ações de promoção, prevenção e recuperação da 
saúde do ambiente e da população (Brasil, 2022c).
capa capítulo
06
RETROSPECTIVA
93
Ao longo da disciplina, desafiamos você, ACE, a relacionar a teoria com a 
prática em seu cotidiano, refletindo sobre seu papel na garantia dos 
Determinantes Sociais da Saúde (DSS) e na promoção da abordagem "Uma Só 
Saúde" em seus territórios.
Exploramos temas relacionados à interação entre saúde, ambiente e animais, 
especialmente no contexto de desastres naturais e antropogênicos, buscando 
promover o acesso a informações de qualidade para um atuação estratégica 
e eficaz nas comunidades, fortalecendo sua atuação na redução das 
vulnerabilidades sociais e ambientais.
Abordamos também os desafios persistentes entre saúde e meio ambiente 
que exigem de você, ACE, uma postura consciente e contínua na promoção da 
educação em saúde e ambiental. Destacamos a importância de se construir 
uma bagagem sólida de informações e transformá-las em conhecimento 
aplicável na sua rotina de trabalho, favorecendo a transformação do cenário 
do seu território.
Além disso, ressaltamos a importância da integração entre toda a equipe da 
APS e os demais órgãos relacionados aos animais e ao ecossistema, com o 
objetivo de monitorar o desenvolvimento de ambos e controlar ocorrências que 
impactam a saúde coletiva.
Com este estudo, chegamos ao final do curso Técnico em Agente de Combate 
às Endemias (ACE)!
Esperamos que você possa aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo 
desta jornada para fazer a diferença na qualidade de vida das pessoas que 
você acompanha em seu território.
64
PARABÉNS PELA 
CONQUISTA!!!
SUCESSO EM SUA CARREIRA PROFISSIONAL!
94
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https://br.boell.org/sites/default/files/2023-12/atlas-do-agrotoxico-2023.pdf
102
TORRES, R. Agentes de combate de endemias: a construção de uma 
identidade sólida e a formação ampla em vigilância são desafios dessa 
categoria. Poli|jan./fev., p. 16-17, 2009. Disponível em: 
https://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/revista_poli_-_3.pdf. Acesso 
em: 06 out. 2025.
 
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and Development: annex 1: Rio Declaration on Environment and Development. 
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URRIOLA, P. E. Biossegurança, medidas de controle e prevenção em 
matérias-primas. 3Tress3, 31 mar. 2020. 
Disponível em: 
https://www.3tres3.com.br/artigos/biosseguranca-medidas-de-controle-e-
prevenc%C3%A3o-em-materias-primas_46/#img-1. Acesso em: 06 out. 
2025.
Material Complementar
BRASIL. GIRD+10: Caderno técnico de gestão integrada de riscos e 
desastres/coordenação Samia Nascimento Sulaiman. 1. ed. Brasília, DF: 
Ministério Desenvolvimento Regional: Secretaria Nacional de Proteção e 
Defesa Civil, 2021.
BUFFON, E. A. M. Vulnerabilidade socioambiental à leptospirose humana no 
aglomerado urbano metropolitano de Curitiba, Paraná, Brasil: proposta 
metodológica a partir da análise multicritério e álgebra de mapas. Saúde e 
Sociedade [online], v. 27, n. 2, p. 588-604, 2018. Disponível em: 
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contextos de promoção da saúde ambiental na comunidade rural do 
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[online], v. 37, n. 125, p. 143-148,2012. Disponível em: 
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Alagoas, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva [online], v. 19, n. 9, p. 3755-3762, 
2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232014199.07572014. Acesso 
em: 06 out. 2025.
https://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/revista_poli_-_3.pdf
https://www.un.org/esa/dsd/agenda21/Agenda%2021.pdf
https://www.3tres3.com.br/autores/pedro-e-urriola_829/
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https://www.3tres3.com.br/artigos/biosseguranca-medidas-de-controle-e-prevenc%C3%A3o-em-materias-primas_46/#img-1
https://www.3tres3.com.br/artigos/biosseguranca-medidas-de-controle-e-prevenc%C3%A3o-em-materias-primas_46/#img-1
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https://doi.org/10.1590/S0303-76572012000100016
https://doi.org/10.1590/1413-81232014199.07572014
103
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Acesso em: 06 out. 2025.
https://customervoice.microsoft.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=00pVmiu1Ykijb4TYkeXHBcuyUSjBpEtCq8T0cY9k8jBUN0NRS0FYWVhDWjBKT1FUUUM5OFRLOVNPMS4u
https://doi.org/10.1590/1413-81232014198.08262014
https://doi.org/10.1590/0103-11042020E211
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2015-0033
https://doi.org/10.1590/0103-11042020E222
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.brurgentes, inclusive para 
que possamos pensar em formas eficazes de inserção das equipes 
multidisciplinares, incluindo os(as) Agentes Comunitários(as) de Saúde e 
os(as) Agentes de Combate às Endemias (ACE), bem como dos órgãos da 
proteção civil no âmbito local, municipal, estadual e federal. O objetivo é 
contribuir para a criação de Planos de Preparação de respostas aos desastres 
do setor saúde, nos quais cada ator envolvido tenha sua parcela de 
contribuição, possibilitando que as ações coletivas contemplem as diversas 
realidades e necessidades dos territórios.
Vale destacar que, em muitos casos, a identificação e priorização dos fatores 
de risco, a conscientização social sobre o perigo, bem como a capacidade de 
diagnóstico rápido e eficiente, com informações acessíveis e de qualidade, 
são elementos fundamentais para minimizar os danos causados por 
desastres.
Diante dessas reflexões, estude este material com atenção e consulte-o 
sempre que necessário! 
Acompanhe também as teleaulas, participe da aula interativa e realize as 
atividades propostas para aprofundar sua compreensão sobre o tema.
Bons estudos!
ACE | Agente de Combate às Endemias
ACS | Agente Comunitário de Saúde
APS | Atenção Primária à Saúde
CEREST | Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador
CNUC | Cadastro Nacional de Unidades de 
Conservação
DSS | Determinantes Sociais da Saúde
EPI | Equipamento de Proteção Individual
ESP | Emergências em Saúde Pública 
PNLA | Portal Nacional de Licenciamento Ambiental 
PNRS | Política Nacional dos Resíduos Sólidos
LISTA DE SIGLAS 
E ABREVIATURAS
PNVS | Política Nacional de Vigilância em Saúde 
PP | Princípio da Precaução 
PV | Princípio da Prevenção
RENAST | Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e da 
Trabalhadora
RI | Radiação Ionizante
RIN | Radiação Não Ionizante
Sigercom | Sistema de Informações do 
Gerenciamento Costeiro e Marinho 
Sinvas | Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em 
Saúde 
SI | Sistemas de Informação 
LISTA DE SIGLAS 
E ABREVIATURAS
Siam | Sistema de Informações Ambientais no 
Mercosul 
SisFran | Sistema de Informações do Rio São Francisco
SNVE | Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica 
SUS | Sistema Único de Saúde
VA | Vigilância Ambiental 
VE | Vigilância Epidemiológica 
VISA| Vigilância Sanitária
VISAT| Vigilância em Saúde do Trabalhador 
LISTA DE SIGLAS 
E ABREVIATURAS
LISTA DE 
FIGURAS
FOTO DE LIXÃO (DEPÓSITO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS A CÉU ABERTO), 
COM PESSOAS CATANDO MATERIAIS DE 
VALOR
ILUSTRAÇÃO DE COMO O 
COMPORTAMENTO HUMANO PREDIZ 
DESASTRES
FIGURA 03
LANÇAMENTO DE FUMAÇA TÓXICA NO 
AMBIENTE
FIGURA 04
39
A DIFERENÇA ENTRE PERIGO E RISCO
FIGURA 01
18
FIGURA 02
23
27
DIFERENTES POSSIBILIDADES DE 
INTEGRAÇÃO DAS VIGILÂNCIAS EM 
SAÚDE
FIGURA 05
47
LISTA DE 
FIGURAS
PROTEJA AS NOSSAS MATAS: QUEM É 
O VILÃO?
AÇÕES A SEREM TOMADAS POR TODA 
A EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NA 
OCORRÊNCIA DE EVENTOS DE 
DESASTRE
FIGURA 08
PROCEDIMENTO PARA 
IDENTIFICAÇÃO, ANÁLISE E REDUÇÃO 
DO RISCO
FIGURA 09 90
IDENTIFICANDO OS AGRESSORES DO 
AMBIENTE
FIGURA 06
53
FIGURA 07
55
65
LISTA DE 
QUADROS
IDENTIFICAÇÃO DE SITUAÇÕES E 
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO(A) 
ACE A CURTO PRAZO EM CASOS DE 
DESASTRES
IDENTIFICAÇÃO DE SITUAÇÕES E 
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO(A) 
ACE A MÉDIO PRAZO EM CASOS DE 
DESASTRES
QUADRO 03
PRINCIPAIS SISTEMAS DE 
INFORMAÇÕES AMBIENTAIS 
DISPONÍVEIS PARA ACESSO DA 
POPULAÇÃO
QUADRO 01 51
QUADRO 02
66
68
IDENTIFICAÇÃO DE SITUAÇÕES E 
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO(A) 
ACE A LONGO PRAZO EM CASOS DE 
DESASTRES
QUADRO 04
70
SU
M
ÁR
IO
RISCO E PERIGO: DIÁLOGO E 
REFLEXÕES POSSÍVEIS
01
15
RISCO À SAÚDE DA POPULAÇÃO: 
AVALIAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DE 
RISCOS EM VIGILÂNCIA
02
28
INFORMAÇÕES AMBIENTAIS E 
SISTEMAS COMO FERRAMENTAS 
PARA MONITORAMENTO
03
49
RISCOS E DESASTRES AMBIENTAIS 
NA APS: AVALIAR, AGIR E RECUPERAR
04
61
VULNERABILIDADE 
SOCIOAMBIENTAL E 
PREVENÇÃO DE DESASTRES
05
81
SU
M
ÁR
IO
RETROSPECTIVA
06
92
REFERÊNCIAS
07
95
01
RISCO E PERIGO: 
DIÁLOGO E 
REFLEXÕES 
POSSÍVEIS
16
Qual a diferença 
entre risco e 
perigo?
O conceito de risco é variável, pois possui múltiplas possibilidades, a depender 
do ponto de vista que se pretende abordar. Nesse material abordaremos o risco 
e o perigo relacionados ao ambiente e à saúde, fatores que estão diretamente 
ligados ao objetivo proposto.
Entender o que é risco e perigo, bem como saber diferenciá-los, 
torna-se uma necessidade constante, uma vez que o 
conhecimento permite que os(as) ACE aprimorem seus olhares no 
território para as estratégias de precaução e prevenção de riscos e 
manutenção da saúde da população, por meio de estratégias de 
orientação e participação, identificando e reduzindo potenciais 
riscos e danos à saúde da população no território.
Embora o risco possa, em alguns contextos, estar associado a aspectos 
positivos, na maioria das vezes ele é entendido como a possibilidade de 
ocorrência de danos. Vamos entender melhor esse contexto!
Porto (2000) classifica o risco como qualquer possibilidade de evento, podendo 
ser oriundo de diversificadas fontes e com potencial de causar danos à saúde, 
reversíveis ou não. Vale ressaltar que o dano pode ser abordado de diferentes 
formas, podendo ser em decorrência de atividades de trabalho e/ou doenças 
relacionadas ao trabalho (risco ocupacional), poluição ambiental, desastres 
naturais, desastres de origem tecnológica, desastres com material químico 
perigoso, desastres antropogênicos, acidentes, dentre outras possibilidades.
Para Kolluru, (1996, p. 113), “Um perigo é um agente químico, biológico ou físico 
(incluindo-se a radiação eletromagnética) ou um conjunto de condições que 
apresentam uma fonte de risco, mas não o risco em si”.
18
EXEMPLO
Um agente químico perigoso, porém muito 
utilizado nas residências para limpeza de 
superfícies, é o álcool 70%, que, se for 
utilizado para essa finalidade, não tem risco 
de queimaduras. Logo, embora seja perigoso, 
o risco é pequeno, mas se for utilizado para 
acender fogo, churrasqueira, o risco aumenta 
e pode causar danos à saúde humana.
17
Já para Shinar, Gurion e Flascher (1991, p. 1095), “ (…) risco é um resultado 
medido do efeito potencial do perigo” . 
De posse das observações conclui-se que riscos e perigos permeiam o 
cotidiano da sociedade, pois todos estão expostos às questões ambientais, 
ainda que em diferentes proporções. O perigo, por si só, possui apenas a 
possibilidade de ocorrência do dano, se for somado ao fator exposição, haverá 
uma certa probabilidade de que a situação de perigo ocorra e tenha o 
potencial de causar dano. A Figura 1 ilustra bem a diferenciação descrita.
Figura 1 - A diferença entre perigo e risco
Fonte: EFSA [s.d.] apud Urriola, 2020. 
 
18
https://www.3tres3.com.br/autores/pedro-e-urriola_829/
 
25
Observe que no exemplo da Figura 1, vemos que o tubarão no mar é 
considerado um perigo, pois se trata de um animal de grande porte, agressivo 
e, se o homem for agredido por ele, poderá ter lesões que podem ser graves ou 
até mesmo provocar a morte. Então, nesse caso, o perigo existe, mas se o 
homem não entrar no mar, que é considerada a exposição, ele não terá o risco 
de ser atacado pelo tubarão.
No ambiente de trabalho, muitas vezes não há a possibilidade de se evitar a 
exposição, fator esse que contribui diretamente para que o perigo esteja cada 
vez mais provável de acontecer.
Uma situação real que aconteceu e ainda acontece no Brasil, com o advento 
da pandemia causada pelo Sars-cov-2 (COVID-19), é que todo ambiente de 
trabalho passou a ser um local perigoso para contaminação pelo vírus, tendo 
em vista que se trata de uma doença com transmissão por vias aéreas e 
aerossois. 
Com as visitas domiciliares para 
identificação de focos endêmicos, 
limpeza de calhas e caixas d'água, 
dentre outras atividades realizadas, 
os(as) ACE se expõem a diferentes 
ambientes,correm o risco de se 
contaminarem e também colocam as 
pessoas que moram naquela 
residência em risco de se 
contaminarem, caso o trabalhador 
esteja com a doença.
19
Em suas atividades laborais, os(as) ACE realizam vistoria de residências, 
depósitos, terrenos baldios e estabelecimentos comerciais para buscar focos 
endêmicos; inspeção cuidadosa de caixas d’água, calhas e telhados; aplicação 
de larvicidas e inseticidas; orientações quanto à prevenção e tratamento de 
doenças infecciosas; e recenseamento de animais (Torres, 2009, p. 16).
Nesse contexto, os(as) ACE contribuem na 
promoção e prevenção da saúde, proporcionando a 
integração entre as diferentes vigilâncias. 
Pelo seu contato direto com a comunidade onde 
atua, deve conhecer os principais problemas locais, 
bem como os determinantes e condicionantes da 
saúde da população no território onde trabalha. 
Observe que o(a) ACE está exposto, no ambiente de trabalho, a diversos riscos 
de acidentes, tais como:
• queda;
• agressão por cães e gatos;
• agressão por animais peçonhentos;
• intoxicação por larvicidas e inseticidas;
• além de outros riscos químicos, físicos, biológicos e psicossociais. 
Todas essas situações representam perigos, que se transformam em riscos 
reais, uma vez que no exercício de suas atividades, o(a) ACE está 
constantemente sujeito(a) a diferentes exposições ambientais.
 
20
21
Tendo em vista a diversidade de atividades realizadas pelo(a) ACE, em todas as 
situações de risco há a necessidade de utilização de Equipamento de Proteção 
Individual (EPI), fator que protege o trabalhador e reduz possibilidades de danos 
à saúde em decorrência de contato com substâncias nocivas, tais como os 
larvicidas (inseticidas para controle de larvas) e adulticidas (inseticidas para 
controle de insetos adultos) (Brasil, 2018a).
Na vida e no trabalho do(a) ACE, a exposição a agentes nocivos à saúde 
assemelha-se à da sua comunidade, razão pela qual deve sempre atuar na 
contribuição para redução dos riscos que causem danos à população.
Ainda no ambiente de trabalho, mas pensando pelo lado da exposição da 
população, no território, há possíveis riscos dentre os citados desastres, naturais 
ou antropogênicos, como o desabamento de estruturas, alagamento por 
excessos de chuvas e/ou por acúmulo de resíduos sólidos, ventos fortes com 
destruição de estruturas, altas ou baixas temperaturas, rompimento de 
barragens, contaminação por rejeitos, secas intensas, queimadas, dentre 
outros. 
 
22
Que tal uma Situação-Problema?
Em uma determinada cidade, não há a 
estrutura correta de coleta, armazenamento 
(tratamento) e destino final dos resíduos 
sólidos, chamado de resíduo sólido, como 
requer as recomendações da Política Nacional 
dos Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecidas 
pelo Decreto nº 10.936/2022 (Brasil, 2022a). 
Embora haja legislação específica, em vários 
locais o resíduo sólido é jogado a “céu aberto” e 
a cada dia cresce a quantidade dos ditos 
“lixões” e também de resíduos armazenados 
nesses locais, fator que facilita a proliferação 
de insetos e roedores, podendo ocasionar 
doenças, bem como aumento da possibilidade 
de alagamentos (Montesanti, [s.d.]).
Esses riscos precisam ser identificados e monitorados para que a possibilidade 
de causar impactos à saúde da comunidade seja reduzida, a partir de ações 
eficazes que podem ser realizadas pelo(a) ACE e por toda a equipe da Atenção 
Primária à Saúde (APS) assim como ações realizadas pela própria população.
 
23
Figura 2 - Foto de lixão (depósito de resíduos sólidos a céu aberto), com pessoas catando 
materiais de valor
Fonte: Montesanti, [s.d.].
Vamos observar na Figura 2 o cenário de um dos “lixões” ainda existentes no 
país e refletirmos sobre os impactos ambientais que tal ação pode causar.
Analisando a Figura 2, vê-se que esse cenário já nos é familiar, pois temos 
informações do problema e sabemos os danos à saúde ambiental e à saúde 
humana que ele pode causar. O perigo existe, pois há no território um agente 
(resíduo sólido) que pode causar danos de várias origens e/ou favorecer a 
ocorrência de danos de outras ordens, por exemplo, o acúmulo de larvas e 
insetos transmissores de doenças. 
 
Com o aumento da utilização de materiais descartáveis, tais 
como materiais de plásticos, embalagens de vidro, e também 
a evolução dos modelos de telefones celulares e 
computadores, sendo esses materiais utilizados uma única 
vez ou por pouco tempo, vê-se aumento na quantidade de 
resíduos produzidos. Isso acarreta necessidade de proposição 
de ações para que estes tenham um destino final adequado, 
conforme as recomendações da PNRS (Brasil, 2022a) e para 
não constituírem problemas ambientais que geram riscos à 
saúde.
24
Embora exista um marco regulatório estabelecido, 
temos um país tão grande em termos territoriais, que 
impõe grandes desafios à fiscalização eficaz por parte 
dos órgãos de controle. 
Diante disso, torna-se indispensável a contribuição 
coletiva, em que a mudança de comportamento 
individual serve como ponto de partida para 
transformações em nível coletivo. 
A adoção de atitudes conscientes e sustentáveis por 
parte da população é, portanto, um fator essencial para 
que as leis produzam os efeitos esperados.
 
Na busca de implementação satisfatória da PNRS, foi publicado o Decreto nº 
10.936, de 12 de janeiro de 2022, que detalha instrumentos para efetiva gestão 
de resíduos sólidos no país (Brasil, 2022a). 
Ações como a segregação do 
resíduo sólido, o descarte correto de 
eletrônicos, a redução de consumo 
de materiais que são de difícil 
degradação pela natureza, tais 
como plásticos, vidros, são 
situações que merecem uma 
reflexão mais aprofundada e uma 
mudança de atitude tanto nas 
ações individuais como no 
posicionamento social, cobrando da 
sociedade e do Estado o 
cumprimento da legislação e a 
proteção ambiental para o 
cumprimento da PNRS.
25
O território apresenta um cenário com potenciais riscos, incluindo:
contaminação do solo e dos cursos d'água;
atração de animais peçonhentos.
acidentes envolvendo materiais perfurocortantes;
odores desagradáveis;
aumento da presença de roedores e insetos; 
Mas… Quais as possibilidades de 
ações do(a) ACE frente a esse 
cenário?
Algumas sugestões para orientar suas ações:
1. Fomentar na sociedade o desenvolvimento de ações alinhadas à PNRS, 
sobretudo para a correta destinação de resíduos sólidos;
2. Conscientizar a população sobre os riscos de doenças, acidentes e 
intoxicações que as comunidades estão expostas pela deposição irregular 
de resíduos sólidos na comunidade;
3. Sensibilizar os moradores do território quanto à importância do 
acondicionamento e descarte adequado dos resíduos;
4. Discutir com os órgãos de gestão local e com a equipe da UBS sobre ações 
para melhorar a gestão ambiental, visando ao cumprimento da legislação e 
à redução do risco, por meio do estímulo à compostagem, reciclagem, 
reuso e coleta seletiva.
26
27
Figura 3 - Ilustração de como o comportamento humano prediz desastres
Fonte: Projetos, 2012.
Observa-se que são várias as possibilidades de atuação do(a) ACE no cenário 
de identificação de risco e perigo no território, a depender da realidade local, 
da capacidade de ação e da articulação com a comunidade e poder público.
Com o entendimento das reais necessidades individuais e coletivas do seu 
território, o(a) ACE deve buscar e discutir com a comunidade o que é prioridade, 
tanto do ponto de vista da opinião popular, quanto do ponto de vista da análise 
profissional, pois inserir a população como articuladora ou até protagonista de 
mudança é um fator primordial para o sucesso de qualquer ação proposta. A 
mudança de comportamento e de cultura requer que o sujeito assuma a 
responsabilidade individual e coletiva, entendendo-se como agente da 
mudança e, consciente da necessidade de promoção e proteção da saúde 
humana e do ambiente,reflita sobre as diferentes responsabilidades, as quais 
devem ser compartilhadas entre toda a sociedade.
capa capítulo
02
RISCO À SAÚDE 
DA POPULAÇÃO: 
AVALIAÇÃO E 
PRIORIZAÇÃO DE 
RISCOS EM 
VIGILÂNCIA
29
Para compreender os potenciais riscos à saúde da população e para que o(a) 
ACE possa atuar de forma eficaz na proteção e promoção da saúde, 
precisamos conhecer os conceitos que envolvem o tema do risco, 
especialmente o Princípio da Precaução (PP) e Princípio da Prevenção (PV).
Você deve estar se 
perguntando... 
Quais são os riscos 
para a saúde da 
população?
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO (PP) 
O PP foi formulado pela primeira vez pelo direito Germânico, na década de 70. 
Embora possa ser pensado para diversos aspectos da vida cotidiana, sua 
origem foi relacionada com o pensamento de que a sociedade poderia 
contribuir para a redução da degradação ambiental se, ao se empoderar de 
informações, ainda que pelo senso comum, conseguisse identificar a possível 
relação entre a degradação e a ocorrência de risco à saúde da população. 
Ainda que não tivessem estudos científicos que comprovem a relação existente, 
mas fossem identificadas situações de ameaça de danos sérios ou irreversíveis 
poderia ser utilizado o PP (Cezar; Abrantes, 2003).
No Princípio 15 da Declaração RIO/92 (United Nations, 1992, p. 6), fica 
estabelecido que:
“De modo a proteger o meio ambiente, a abordagem precautória deve 
ser largamente aplicada pelos Estados de acordo com suas 
capacidades. Onde houver ameaça de dano sério ou irreversível, a 
ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como uma 
razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para 
prevenir a degradação ambiental”.
Passadas mais de três décadas desde a 
Rio-92, a luta pela preservação ambiental 
permanece urgente. Continuamos 
enfrentando desafios, como a redução do 
desmatamento, a poluição ambiental e a 
recuperação da camada de ozônio. 
Paralelamente, interesses do mercado 
financeiro seguem predominando, 
resultando em concessões que viabilizam 
a construção de usinas hidrelétricas, 
barragens, desmatamentos e queimadas, 
muitas vezes sem a devida fiscalização ou 
análise dos impactos potenciais sobre o 
ambiente e a saúde humana. 
Com o processo de globalização e advento da tecnologia, o descarte de 
materiais oriundos, tais como baterias, computadores, celulares, os ditos lixos 
eletrônicos também se configuram em questões que precisam ser reguladas, 
pois as empresas realizam a degradação do ambiente, pela extração de 
matéria-prima e geração de resíduos, e não se responsabilizam pelo 
gerenciamento e nem pelo destino final de forma correta. 
 
30
31
Sabe-se que o tratamento eficaz dos resíduos eletrônicos passa por 
desmontagem por empresas específicas e/ou a reciclagem desses materiais 
de forma correta, evitando assim a contaminação ambiental. Existem diversas 
alternativas para descarte correto, dentre elas os pontos de coleta e 
reciclagem especializados, recebimento dos materiais pelas lojas fabricantes, 
trocas ou doações por empresas especializadas, dentre outras.
No ano de 2020, foi editado no Brasil o Decreto nº 10.240 e reforçado no Decreto 
nº 10.396/2022 as normas para implementação da logística reversa, que 
obriga indústrias fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de 
produtos a promoverem de forma sustentável o descarte correto e reciclagem 
dos materiais, resíduos e embalagens. Essa é mais uma forma de podermos 
cobrar a mudança do cenário ambiental relacionado ao descarte e destino 
final (Brasil, 2022a; Brasil, 2020).
Qual o impacto ambiental e para a 
saúde humana que esses materiais 
provocam a curto, médio e longo prazo 
quando descartados sem o devido 
tratamento específico?
Imobilização de membros superiores 
(braços) ou inferiores (pernas)
32
No caso dos resíduos sólidos eletrônicos, ainda há diversas discussões 
sobre as possibilidades de agravos à saúde e ao ambiente, logo, 
faz-se necessário invocar o PP, pois, embora não saibamos os efeitos 
diretos à saúde, tem-se o conhecimento dos agravos que o resíduo 
não tratado e armazenado de forma inadequada pode causar ao 
ambiente, estando entre eles a contaminação do solo e das águas.
FIQUE ATENTO!
Ainda pensando no caráter coletivo 
que a prevenção precisa permear, no 
Brasil, o Ministério da Saúde tem se 
desdobrado para seguir a tendência 
denominada “One Health” (Uma Só 
Saúde). 
Este termo surgiu no início dos anos 2000 e é 
visto como uma estratégia internacional que 
visa equilibrar e otimizar de forma 
sustentável a saúde das pessoas, dos 
animais e do ecossistema, considerando 
interdependência entre todas essas 
vertentes. 
Situações de difícil controle, como a resistência antimicrobiana, o surgimento 
de novas doenças infecciosas e a segurança alimentar são vertentes que 
necessitam de esforços multidisciplinar e multiprofissional, incluindo aqui o(a) 
ACE, o qual pode contribuir especificamente na orientação da população para 
não tomar antibióticos sem prescrição médica e, quando prescrito, fazer o 
tratamento completo (tomando todos os medicamentos prescritos), a 
importância da lavagem e processamento dos alimentos de forma adequada, 
o diálogo individual e coletivo para que sejam realizadas refeições saudáveis, o 
estímulo à realização de hortas comunitárias em locais com dificuldade ao 
acesso de alimentos. 
O dia 3 de novembro é considerado o Dia Mundial da Uma Só Saúde, 
a qual foi regulamentada no Brasil pela Lei nº 14.792, de 5 de janeiro 
de 2024, a qual institui o Dia Nacional da Saúde Única (Brasil, 2024). 
Embora não sejam atribuições 
regulamentares da profissão, o(a) 
ACE é o(a) agente de mudança 
que tem acesso às residências em 
seu cotidiano, podendo ser uma 
ponte entre a equipe 
multiprofissional e os usuários.
33
Discutindo agora o princípio dos efeitos que já são corriqueiros em nosso 
cotidiano, o princípio da prevenção (PV) é definido por situações onde a relação 
causa e efeito já é conhecida, por exemplo: inalação da poeira da sílica que 
causa a silicose (doença pulmonar), a relação da exposição ao chumbo sobre 
a saúde das crianças, o uso do tabaco na causa do câncer de pulmão, a 
exposição ao asbesto (amianto) na asbestose, todas são questões já 
conhecidas que nos dão possibilidades de pensar em como promover a saúde 
das pessoas expostas por meio da integração entre humanos, animais e 
ecossistema, com o intuito de promover Uma Só Saúde, evitando que ocorra o 
dano para todos os seres vivos do planeta (Capelozzi, 2001; Padula et al., 2006).
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO (PV)
34
Eventos, tais como o uso de agrotóxicos no Brasil, 
têm sido também uma das questões ambientais 
mais discutidas nos últimos tempos, tendo em 
vista as inúmeras possibilidades de agravos à 
saúde humana, degradação do ambiente, 
contaminação do solo e dos leitos dos rios, extinção 
de espécies de animais e plantações, pois as 
dosagens e os tipos de agrotóxicos utilizados são 
prejudiciais à saúde humana e ambiental, o que 
torna esse fator um sério problema de saúde 
pública. 
35
A amplitude da população exposta nas fábricas e em seus entornos, 
no combate às endemias, nas áreas agrícolas, no consumo dos 
alimentos, eleva em grande monta a exposição ao agrotóxico direta 
ou indiretamente, estando as pessoas e o ambiente sujeitos aos 
efeitos danosos à saúde (Rigotto; Vasconcelos; Rocha, 2014).
VALE LEMBRAR!
É sabido que a relação entre a 
exposição ao agrotóxico e ocorrência 
de doenças se tornou um problema de 
saúde pública, desenvolvendo agravos 
como câncer, doenças respiratórias, 
doenças mentais, malformação fetal, 
intoxicações agudas, dentre outras. 
De acordo com o Mapa de Agrotóxicos, em relação à utilização de agrotóxicos, 
a América do Sul foi o continente que mais utilizou agrotóxico no ano de 2020, 
representando um aumento de 119,4% em comparaçãocom o ano de 1999. O 
Brasil se tornou um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo, tendo 
em vista a extensa flexibilização das leis no país. No ano de 2010, o volume total 
de agrotóxicos consumidos no país, os quais são utilizados principalmente nas 
sojas, cana-de-açúcar, milho e algodão, somaram 384.501 toneladas. Já em 
2021, o consumo aumentou para 720.870 toneladas, com aumento de 87% em 12 
anos. É válido ressaltar que, dentre os agrotóxicos vendidos no Brasil, quatro são 
proibidos na União Europeia, que tem leis mais duras e diferentes com base nos 
compromissos sociais com a saúde da população, sendo eles: Mancozebe, 
Clorotalonil, Atrazina e Acefato (Tygel et al., 2023).
Ainda não existe o posicionamento do Ministério da Saúde pela extinção dos 
agrotóxicos no controle de vetores, mantendo-se o discurso pelo uso racional e 
pelo Manejo Integrado de Vetores, que prioriza outras formas de controle, como 
a remoção e eliminação de criadouros, o controle biológico e ações de 
educação em saúde.
É imprescindível, entretanto, o fortalecimento de ações 
intersetoriais, como a destinação adequada de 
resíduos sólidos, educação em saúde e mobilização da 
sociedade, para a redução da necessidade de controle 
vetorial por meio da aplicação de inseticidas.
36
Embora haja na legislação os ditos 
limites de concentração de 
agrotóxicos que são toleráveis pelos 
seres humanos, do ponto de vista 
fisiológico não há uma garantia de 
que a exposição não afetará a saúde 
humana a médio e longo prazo, logo, 
para que se tenha segurança, a 
iniciativa é criar a cultura de 
tolerância zero para exposição a 
agrotóxicos, seja no ambiente, na 
água ou nos alimentos, assim 
protegendo a sociedade. 
Por se tratar de um problema que 
pode agravar a saúde pública, há 
estudos que ponderam em invocar o 
PP e cobrar a extinção do uso de 
agrotóxicos nas atividades 
alimentícias e ao ambiente, utilizando 
para o controle de pragas estratégias 
alternativas disponíveis e 
comprovadamente eficazes (Barcellos; 
Quitério, 2006).
Para que o risco seja avaliado de forma eficaz, há de se ter um modo 
sistematizado para saber quais são as prioridades de monitoramento e ações, 
assim, Cezar e Abrantes (2003) propõe três fases distintas para orientar os 
agentes na tomada de decisão, sendo elas:
• Fase inicial, compreendida como a observação;
• Análise do risco, compreendida como a relação existente entre agentes 
que podem causar e/ou potencializar um dano;
• Gestão do risco, que após identificar os pontos-chave na etapa inicial e 
análise do risco, a equipe multidisciplinar deve delimitar ações 
estratégicas para atuação, com foco na redução dos potenciais danos.
Diante dos fatos, há que se refletir: os 
fatores de comportamento de risco 
individual refletem a ocorrência de danos 
na coletividade e consequentemente na 
saúde comunitária?
37
Que tal uma Situação-Problema?
Em seu território, localizado na região próxima à 
Amazônia, instalou-se uma empresa de extração 
de minério e uma usina de cana-de-açúcar. Um 
ano após o início das atividades, iniciou-se o 
aumento das consultas na Unidade Básica de 
Saúde por doenças respiratórias, fato que se 
intensificou no inverno, chegando a um aumento 
de 200% no número de atendimentos. 
As pessoas se queixam do mau cheiro que as 
indústrias provocam na cidade, além da fumaça 
e das fuligens que ficam suspensas no ar em 
decorrência da queima da palha da 
cana-de-açúcar. Os trabalhadores das duas 
empresas também se queixam das altas 
exigências e horas excessivas na jornada de 
trabalho, bem como do baixo salário que as 
empresas pagam.
Na sua avaliação, no cenário ambiental 
descrito, há risco para a saúde da população? 
Como avaliar o risco à saúde da população local 
e priorizar estratégias para redução das 
ocorrências de doenças respiratórias? 
Esses riscos precisam ser identificados e monitorados para que a possibilidade 
de causar impactos à saúde da comunidade seja reduzida, a partir de ações 
eficazes que podem ser realizadas pelo(a) ACE e por toda a equipe da Atenção 
Primária à Saúde (APS) assim como ações realizadas pela própria população.
 
38
39
Em todos os possíveis casos de contaminação, há 
potencial risco à vida e à saúde da população, dos 
animais e do ecossistema, por isso deve ser 
considerado o PP, tendo em vista que nesse caso o 
risco de agravos à saúde humana tende a aumentar. 
Cabe a todos os profissionais que trabalham no 
campo da prevenção, sejam diretamente ligados à 
saúde ou não, atuar na prevenção de situações de 
risco, trabalhando de forma integrada com a 
vigilância em saúde.
Os agravos à saúde decorrentes da exposição ambiental podem ter difícil 
definição de causa e efeito, logo, as vigilâncias devem permanecer sempre 
atentas a sinais que se façam presentes em grande parte da população sem 
causa aparente e que possam estar relacionadas a um novo fator que se 
instalou no território, como no exemplo, o caso das indústrias.
Figura 4 - Lançamento de fumaça tóxica no ambiente
Fonte: 123 Ecos Redação, 2024.
Em todos os possíveis casos de contaminação, há potencial risco à vida e à 
saúde da população, dos animais e do ecossistema, por isso deve ser 
considerado o PP, tendo em vista que, nesse caso, o risco de agravos à saúde 
humana tende a aumentar. Cabe a todos os profissionais que trabalham no 
campo da prevenção, sejam diretamente ligados à saúde ou não, atuar na 
prevenção de situações de risco, trabalhando de forma integrada com a 
vigilância em saúde.
O sistema de vigilância em saúde é um dos principais pilares do Sistema Único 
de Saúde (SUS), instituído no ano de 2003 por meio da Secretaria de Vigilância 
em Saúde que, ligada ao Ministério da Saúde e de forma descentralizada, faz 
com que os preceitos estabelecidos pela legislação sejam cumpridos, atuando 
com ações educativas, fiscalizações, criação de normas e regras para o 
funcionamento de estabelecimentos. Trabalhando de forma independente, as 
vigilâncias estão distribuídas em: Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Saúde 
do Trabalhador.
Na Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), publicada em 2018, é 
explícito o papel de contribuir para a integralidade na atenção à saúde, o que 
pressupõe a inserção de ações de vigilância em saúde em todas as instâncias 
e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e 
construção conjunta, com o intuito de promover uma Só Saúde.
Que tal falarmos 
agora sobre a 
integração da 
Vigilância em 
Saúde?
40
Um dos principais desafios encontrados em nosso cotidiano é a possibilidade 
de integração das vigilâncias com a APS, tendo em vista suas dificuldades de 
articulação e da proposta individualizada de atuação em cada setor. 
controle da água para consumo humano;
controle de vetores, hospedeiros, reservatórios, 
animais peçonhentos;
Das diferentes particularidades, o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental 
em Saúde (Sinvas) tem como principais responsabilidades (Barcellos; 
Quitério, 2006):
desastres naturais e acidentes com produtos 
perigosos.
41
42
Suas ações, como a busca ativa por 
focos de vetores, limpeza de locais 
com acúmulo de água e aplicação 
de controle químico, contribuem 
para o controle imediato de riscos à 
saúde e para a preservação 
ambiental, promovendo a 
sustentabilidade e minimizando o 
impacto de resíduos. 
Além disso, ao identificar áreas com 
condições ambientais inadequadas, 
como acúmulo de resíduos sólidos, 
descarte irregular de materiais ou 
degradação de corpos d’água, o(a) 
ACE fornece informações 
estratégicas para intervenções 
ambientais que podem prevenir a 
proliferação de vetores e outros 
riscos ambientais.
Quais são as atribuições do(a) ACE?
As atribuições do(a) ACE estão diretamente relacionadas à Vigilância 
Ambiental (VA) em saúde, envolvendo tanto o controle de vetores 
quanto questões ambientais que impactam a saúde das 
comunidades. 
O(a)ACE fornece dados importantes 
para ações preventivas, reforçando 
a importância de sua atuação tanto 
no nível municipal quanto estadual e 
nacional, visando à promoção de 
um ambiente mais saudável e 
equilibrado para a população.
VIGILÂNCIA AMBIENTAL (VA)
43
Quais são as atividades desenvolvidas pela VISA?
Quanto às atividades desenvolvidas pela Vigilância Sanitária (VISA), 
observa-se que todos os processos relacionados com a saúde 
humana estão sob sua responsabilidade, cabendo à VISA fiscalizar o 
controle sanitário, bem como emitir alvarás de autorização para 
funcionamento e controlar a comercialização de produtos 
alimentícios, produção e distribuição de medicamentos, fiscalização 
de portos, sendo a única dentre as vigilâncias que possui poder de 
polícia, dentre eles a de interditar e fechar estabelecimentos que não 
estejam em consonância com as recomendações estabelecidas pela 
vigilância (Oliveira; Cruz, 2015).
VIGILÂNCIA SANITÁRIA (VISA)
Embora a VISA tenha o poder coercitivo, esse só é utilizado em casos 
específicos e de extrema necessidade, pois o seu principal 
fundamento é trabalhar de forma educativa, orientando a população 
quanto às formas corretas de trabalho com foco na proteção da 
saúde humana, logo, configura-se como um órgão parceiro da 
sociedade na promoção da saúde e prevenção de doenças. 
VALE RESSALTAR!
Ainda que indiretamente, quando o(a) ACE 
identifica questões em seu território que 
ameaçam a saúde da população e/ou têm 
o potencial de degradar o ambiente, este 
está contribuindo para o cumprimento das 
ações da VISA, como identificar má 
qualidade de produtos relacionados à 
alimentação, a ineficácia de um agrotóxico 
no controle de insetos vetores de doenças, 
comercialização clandestina de produtos 
alimentícios e/ou relacionados à saúde. Em 
todos esses casos, tanto o(a) ACE (embora 
não seja uma atribuição oficial) como 
qualquer pessoa da comunidade que tomar 
conhecimento, preocupado com o bem 
estar de seu território, pode acionar a VISA 
para que essa faça a investigação e dê os 
devidos encaminhamentos necessários.
44
Qual é a função da VE?
Quanto à Vigilância Epidemiológica (VE), observa-se que esta possui 
estruturas específicas de funcionamento, atuando na prevenção e 
controle de doenças evitáveis. Tem como foco de trabalho a proteção 
de fatores de agravos coletivos, em detrimento a problemas 
individuais. Entre suas ações, estão a coleta, análise, interpretação e 
divulgação de informações sobre problemas de saúde específicos, 
desenvolvidas de maneira sistemática e rotineira (Cavalcante; Luna; 
Araújo, 2018; Brasil, 2021).
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (VE)
A VE possui papel mundialmente 
reconhecido, tendo em vista que 
atua e já atuou diretamente no 
caso de erradicação de doenças, 
como a Varíola, Poliomielite, 
Rubéola, Difteria, além do controle 
de outras, como Tétano, 
Coqueluche, Sarampo, AIDS. 
Ademais, atua também nas 
notificações de doenças 
compulsórias, construindo 
importantes indicadores, como 
taxas de mortalidade, morbidade, 
taxa de natalidade, coeficiente de 
mortalidade infantil, expectativa 
de vida ao nascer, dentre outros. 
O cenário epidemiológico 
mostra-nos que a VE atua de 
forma eficaz, protegendo a saúde 
da população (Leite; Assis; 
Cerqueira, 2003).
O trabalho do(a) ACE também 
integra importantes ações do 
ponto de vista estratégico na VE, 
pois contribui cotidianamente 
para construção de indicadores e 
controle do cenário 
epidemiológico. 
As ações de controle de vetores e 
consequente redução de casos de 
Dengue, Chikungunya, Malária, 
Raiva, mordeduras de animais, 
agressão por animais 
peçonhentos são quesitos 
primordiais para se ter um cenário 
epidemiológico controlado, 
reduzindo a possibilidade de 
danos à saúde da população.
Cumpre destacar que, para 
efetivo diagnóstico e controle 
das situações de risco que 
permeiam o território, há a 
necessidade de fortalecimento 
do diálogo entre o(a) ACE, APS 
e todas as vigilâncias que 
compõe a vigilância em saúde, 
pois o diálogo estreita as 
relações e aumenta a 
confiança da comunidade com 
a equipe (Brasil, 2018b).
45
46
Qual o principal objetivo da VISAT?
A Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) tem como principal 
objetivo promover saúde e reduzir os riscos decorrentes do trabalho 
em seus diferentes níveis, identificando vulnerabilidades 
socioambientais e intervindo de maneira eficaz em consonância com 
as demais vigilâncias para proteção da saúde dentro e fora dos 
ambientes laborais (Brasil, 2021).
Desde a reforma sanitária, o movimento 
para a proteção da saúde do trabalhador 
tem sido discutido, havendo grandes 
avanços nas conferências de saúde do 
trabalhador, posteriormente com a criação 
da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador 
e da Trabalhadora (RENAST), a criação dos 
Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador (CEREST), bem como a 
instituição da Política Nacional de Saúde do 
Trabalhador e da Trabalhadora, por meio da 
portaria nº 1.823/2012 (Brasil, 2012).
Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) 
O(A) ACE deve vislumbrar a VISAT por dois cenários, reconhecendo-se como 
trabalhador, estando dessa forma exposto a todas as intempéries do ambiente 
de trabalho e os riscos de adoecimento, bem como reconhecendo as 
condições para outros trabalhadores de seu território. A descoberta de 
condições de trabalho análogas à escravidão, empresas que trabalham em 
situações clandestinas, que expõem seus trabalhadores a condições insalubres 
e indignas, são elementos que os(as) ACE podem atuar para contribuir na 
vigilância desses cenários, seja nas denúncias ou nas discussões com as 
equipes da estratégia de saúde da família.
Figura 5 - Diferentes possibilidades de integração das vigilâncias em saúde
VIGILÂNCIA 
EM SAÚDE
IMUNIZAÇÃO
ENDEMIAS
SISTEMA DE 
INFORMAÇÃO
CONTROLE 
DA ÁGUA
VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA
PROMOÇÃO À 
SAÚDE
EPIDEMIOLOGIA
LABORATÓRIOS 
DE SAÚDE 
PÚBLICA
EDUCAÇÃO EM 
SAÚDE 
CAPACITAÇÃO
ZOONOSES
Fonte: Adaptado de IFNMG, 2023.
47
Observa-se que são variadas as 
possibilidades de integração das 
vigilâncias e também das unidades 
de Atenção Primária sendo, nesse 
caso e em outros similares, de 
fundamental importância a 
atuação do(a) ACE para contribuir 
no trabalho conjunto dos atores que 
possuem o mesmo objetivo, que é 
proteger e promover a saúde da 
população. 
48
As ações individualizadas são 
sempre importantes, ainda mais em 
condições de subdimensionamento 
de pessoal de trabalho, mas o 
trabalho em equipe, interdisciplinar 
e intersetorial enriquece as 
possibilidades de sucesso para o 
alcance do objetivo proposto e, 
consequentemente, faz com que a 
população do seu território tenha 
melhoria da qualidade de vida e 
saúde, logo, entender a realidade do 
local onde vive e trabalha por meio 
de informações que sejam 
confiáveis deve ser um dos fatores a 
considerar.
Por que é importante a 
integração das vigilâncias e 
também das unidades de 
Atenção Primária?
 
capa capítulo
03
INFORMAÇÕES 
AMBIENTAIS E 
SISTEMAS COMO 
FERRAMENTAS 
PARA 
MONITORAMENTO
Do ponto de vista da gestão do risco, as informações ambientais e os sistemas 
de informação existentes assumem importante papel no tocante à 
consolidação dos dados, realização e divulgação de relatórios que 
demonstrem a realidade e, a partir daí, a equipe multidisciplinar tenha 
condições de pensar nas questões prioritárias que ameaçam a vida em 
comunidade.
O acesso a informações confiáveis e de qualidade é um fator primordial para 
que sejam realizados o diagnóstico situacional e a gestão de risco efetiva. 
Quanto à questão ambiental, os Sistemas de Informação (SI) específicos são 
disponibilizados gratuitamente e permitem que as equipes multidisciplinares 
tenham em mãos dados já analisados sobre as condições ambientais e riscos 
dos territórios. Dentre os SI podemos citar:Sistema de Informações do 
Gerenciamento Costeiro e Marinho – Sigercom, Portal Nacional de 
Licenciamento Ambiental – PNLA, dentre outros apresentados no Quadro 1.
Para que qualquer ação de intervenção no 
território seja planejada e efetivamente 
realizada, é essencial o acesso a informações 
confiáveis e atualizadas, que revelem com 
precisão a realidade do cenário local.
50
Quadro 1 - Principais sistemas de informações ambientais 
disponíveis para acesso da população
Portal Nacional de 
Licenciamento
Ambiental – PNLA
https://pnla.mma.gov.br/ 
Portal da Biodiversidade 
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/pro
gramas-e-projetos/portal-da-biodiversidade 
Serviço Florestal Brasileiro https://www.gov.br/florestal/pt-br
Gestão Territorial, 
Gerenciamento Costeiro e 
Gestão de Substâncias 
Químicas
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agen
daambientalurbana/gestao-territorial-gerenci
amento-costeiro-e-gestao-de-substancias-qu
imicas 
Sistema de Informações do 
Rio São Francisco – SisFran http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/sisfran 
Educação e cidadania 
ambiental
https://www.gov.br/mma/pt-br/composicao/s
ecex/dea 
Sistema de Informações 
Ambientais no Mercosul – 
Siam
https://www.mercosur.int/pt-br/sistema-de-inf
ormacao-ambiental-do-mercosul-siam/
 
Observação da terra http://www.obt.inpe.br/prodes/ 
Cadastro Nacional de 
Unidades de Conservação – 
CNUC
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/area
sprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1
 
Para que o(a) ACE possa contribuir na construção de indicadores ambientais, 
precisa primeiro refletir quais são as possibilidades de agravos, quem os faz e, 
posteriormente, ter um local específico para que possa buscar informações e 
assim identificar a evolução do agravo ambiental. Caminhando nessa lógica, 
iremos refletir sobre as possibilidades de agravos para, em seguida, identificar 
quais são os principais sistemas de informações disponíveis, a fim de que 
possamos consultar a realidade dos indicadores ambientais.
51
Fonte: Adaptado de Brasil, 2011 e atualizado em 11/02/2023.
https://pnla.mma.gov.br/
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/programas-e-projetos/portal-da-biodiversidade
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/programas-e-projetos/portal-da-biodiversidade
https://www.gov.br/florestal/pt-br
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/gestao-territorial-gerenciamento-costeiro-e-gestao-de-substancias-quimicas
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/gestao-territorial-gerenciamento-costeiro-e-gestao-de-substancias-quimicas
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/gestao-territorial-gerenciamento-costeiro-e-gestao-de-substancias-quimicas
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/agendaambientalurbana/gestao-territorial-gerenciamento-costeiro-e-gestao-de-substancias-quimicas
http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/sisfran
https://www.gov.br/mma/pt-br/composicao/secex/dea
https://www.gov.br/mma/pt-br/composicao/secex/dea
https://www.mercosur.int/pt-br/sistema-de-informacao-ambiental-do-mercosul-siam/
https://www.mercosur.int/pt-br/sistema-de-informacao-ambiental-do-mercosul-siam/
http://www.obt.inpe.br/prodes/
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/areasprotegidasecoturismo/plataforma-cnuc-1
Quem realmente são os agressores do ambiente? 
52
Então, reflita...
Você, como ACE, conhece os agentes ambientais presentes no seu 
território que causam impactos no ambiente, como o desmatamento, o 
uso inadequado de agrotóxicos ou a poluição hídrica?
Sabe as razões por trás desses problemas e como eles afetam o 
ecossistema local? 
Você realiza ou já realizou alguma ação/atividade para reduzir danos ao 
ambiente?
As políticas públicas de saúde, ambiente, prevenção de desastres 
(naturais ou antropogênicos) existem e funcionam com efetividade no seu 
território?
53
Figura 6 - Identificando os agressores do ambiente
Fonte: Bonater, 2012.
A Figura 6 traz a demonstração de possibilidades de agravos à natureza, ações 
que, em nosso cotidiano, muitas vezes tendem a ser normalizadas por não 
possuir um impacto imediato, mas que, com o passar do tempo, o acúmulo 
dessas ações causa danos ao ambiente. 
A Figura 6 permite a identificação de diversos agressores ao ambiente, mostra 
que de nove (A até I) possibilidades, apenas duas estão protegendo a 
natureza. O restante, poluição de automóvel, contaminação dos rios com 
resíduos sólidos afetando os peixes, desperdício de água, derrubada de 
árvores, caça de animais, poluição sonora, todas são situações que 
degradam o ambiente, enquanto uma delas planta uma muda de árvore e 
outra faz reciclagem dos resíduos sólidos. A tirinha tem todo o seu conteúdo 
voltado para a Educação Ambiental (EA). 
54
Por apresentar imagens ilustrativas, serve como impulsionador do aprendizado 
e estimula a mudança comportamental individual e coletiva, pois mostra que 
em variadas possibilidades diversos comportamentos infelizmente têm se 
tornado “naturais” por parte da população, mas que individualmente estão 
degradando as principais fontes de subsistência na terra.
E por que não o(a) ACE utilizar essa estratégia de tirinhas para refletir com a 
sociedade os agravos causados em nosso cotidiano?
O desmatamento, a luta por terras indígenas, as queimadas 
propositais com grande enfoque no ano de 2024, também se 
configuram em questões ambientais complexas, pois envolvem 
interesses capitalistas, tanto para a utilização da área territorial para 
plantações diversas, com foco no agronegócio, como para a 
comercialização ilegal de madeiras. Caso específico disso temos a 
degradação da floresta amazônica, que tem sofrido com os 
ataques, aumentando assim as ondas de calor e reduzindo o 
volume de água e, consequentemente, a oxigenação do nosso 
planeta, fazendo com que a natureza fique mais propensa a 
desenvolver desastres naturais (Marques, 2022).
PARA REFLETIR!
55
Figura 7 - Proteja as nossas matas: quem é o vilão?
Fonte: Pinterest, [s.d.]. 
A Figura 7 nos ajuda a refletir sobre a questão do desmatamento ilegal.
tem uma ligação direta com a EA, pois demonstra o papel de protagonistas das 
crianças, bem como a possibilidade para que o(a) ACE, juntamente com a 
equipe multiprofissional, possa começar o trabalho de conscientização popular 
pelas crianças, na tentativa de desenvolver cidadãos com espírito crítico de 
proteção ambiental para as próximas gerações.
mostra que cada um de nós, a começar pelas crianças, pode e tem o dever de 
cuidar da proteção ambiental. Dá a entender que as crianças chamaram a 
atenção do adulto e ele se conscientizou e decidiu não mais cortar árvores. 
Essa tirinha…
56
Frente a essa discussão, faz-se os seguintes questionamentos: 
• no seu território, existem dados ambientais disponíveis e acessíveis? 
• em quais locais o(a) ACE pode buscar informações para entender o 
cenário do seu território, para realizar suas atividades de rotina e, 
principalmente, orientar a sua população? 
• como as condições climáticas do seu território, tais como: tempo quente, 
tempo frio, vento, poeira, chuvas, têm interferido no aumento do número de 
casos de doenças/atendimentos na unidade de saúde? 
• as políticas públicas de saúde, ambiente, prevenção de desastres 
(naturais ou antropogênicos) existem e funcionam com efetividade no seu 
território?
O trabalho realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil para prevenção e 
controle das arboviroses – Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela – 
ganhou destaque, em 2022, na reunião Global Integrated Arboviruses Initiative, 
promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leia a publicação Saúde Ambiental: guia básico para 
construção de indicadores (2011). Este guia mostra quais 
são as informações necessárias para alimentar o 
sistema e quais são as formas de se realizar o cálculo. 
Para isto, clique aqui ou aponte a câmera de seu celulare escaneie o QR CODE.
Para se pensar na construção de informações, deve-se levar em 
consideração as diferenças entre dado, indicador e índice. Compreender as 
diferenças faz com que tenhamos maior familiaridade na coleta dos dados e 
posteriormente na interpretação do indicador e do índice.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_ambiental_guia_basico.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_ambiental_guia_basico.pdf
Refere-se a um valor quantitativo referente a um fato ou 
circunstância, por exemplo, a temperatura do ambiente em um 
determinado momento, a quantidade de chuva no final de semana, 
o número de pessoas mortas com o desmoronamento ocorrido, 
número de internações por envenenamento ou exposição a 
agrotóxicos, concentração de poluentes na qualidade do ar, número 
de mortes de crianças menores de cinco anos por infecção 
respiratória aguda, entre outras possibilidades que foram 
observadas, mas que ainda não sofreram nenhuma análise (Brasil, 
2011). 
DADO COLETADO 
Tem a finalidade de sintetizar os dados que foram coletados e 
que, isolados, não nos dão informações precisas. 
INDICADOR
57
Com o auxílio da estatística, os dados são analisados e 
transformados em informações, por exemplo, com o dado de 
número de mortes de crianças menores de cinco anos por 
infecção respiratória aguda, eu posso ter a informação do número 
de internações e verificar se existe relação com a concentração de 
poluentes (Brasil, 2011).
ÍNDICE
Essa abordagem estimula que o(a) ACE compreenda a dinâmica da inserção 
de dados nos sistemas de informação, assim como das possibilidades de uso 
desses dados para conhecimento do cenário epidemiológico. Não só o 
conhecimento sobre informações ambientais, mas faz-se necessário também o 
acesso às informações sobre a saúde, que possui uma grande quantidade de 
sistemas, principalmente com o apoio do DATASUS que compila e divulga 
diversas informações sobre a situação de saúde de todas as regiões do país, 
pelos sistemas oficiais do Ministério da Saúde.
É importante ressaltar que, para construção de indicadores, há a necessidade 
de ter participação de toda a equipe multiprofissional, para que juntos 
possam decidir quais pontos podem ser considerados mais relevantes. 
58
Corvalán, Briggs e Kjellstrom (2000) 
trouxeram uma denominação de que 
para se construir um indicador é 
necessário que as informações sejam 
cientificamente válidas, isto é, haja 
relações conhecidas entre seres 
humanos, animais, ecossistema e 
saúde, seja representativo da 
realidade, seja construído com dados 
confiáveis e acessíveis. 
A construção e efetiva divulgação de indicadores é um dos fatores 
essenciais para diagnosticar o estado de vulnerabilidades na 
comunidade e buscar subsídios para planejar intervenções.
IMPORTANTE!
59
Outro ponto é que seja também socialmente relevante, com a utilização 
de dados disponíveis a baixo custo, esteja relacionado a uma questão 
específica da temática ambiental e que tenha capacidade de ser 
entendida e interpretada por diferentes tipos de usuários.
 
Que tal uma Situação-Problema?
Em um território X, o(a) ACE foi abordado(a) 
por moradores e esses relatam que têm 
observado uma grande movimentação nas 
áreas mais afastadas, com a presença de 
caminhões com madeiras de grande porte. 
Eles suspeitam de desmatamento ilegal e 
tráfico de madeira de lei, mas como não 
possuem conhecimento sobre, resolveram 
solicitar ajuda ao ACE.
Quais as possibilidades de ações do(a) ACE 
frente a esse cenário?
Sugestões para orientar suas ações:
comunicar a equipe para que a situação seja conhecida por 
todos, e as medidas sejam tomadas;
1
orientar aos moradores o que fazer caso aumente a presença 
de insetos e outros animais que possam implicar riscos à 
saúde e, caso identifiquem, comunicar ao Meio Ambiente 
(Limpeza urbana) e à Vigilância Ambiental.
2
Há de se observar que, em muitos casos, a ação ilegal do homem na 
degradação da natureza contribui para a emergência ou re-emergência de 
doenças e/ou ocorrência de desastres naturais e antropogênicos. Portanto, a 
vigília, identificação e informação deve ser constante para que consigamos 
mensurar os indicadores de vulnerabilidade social, ambiental e de aumento do 
risco à saúde, devendo para isso termos fontes e informações confiáveis.
60
capa capítulo
04
RISCOS E 
DESASTRES 
AMBIENTAIS NA 
APS: AVALIAR, AGIR 
E RECUPERAR
62
O que é um desastre?
Um desastre, independente da sua origem, não acontece sem que haja 
ameaças/sinais, logo, a estratégia de conhecimento das realidades do território 
é um fator primordial para que as equipes de saúde e a comunidade possam 
pensar estratégias e monitorar os riscos, evitando assim que o desastre ocorra 
ou que a magnitude dos impactos seja reduzida em seu território adjacente 
(Freitas; Mazoto; Rocha, 2018).
Segundo o Vigidesastres, os desastres podem ser classificados segundo as 
origens natural, tecnológica e acidentes com produtos químicos perigosos 
(Brasil, 2022b).
DESASTRES NATURAIS 
Entre os desastres naturais que 
comumente acontecem em nosso 
país, podemos citar os geológicos que 
incluem eventos como deslizamentos, 
erosão e terremotos, sendo o último o 
de menor probabilidade em nosso 
país. Há, no Brasil, locais montanhosos 
que possuem estrutura irregular e que 
se tornam áreas de risco quando são 
explorados e/ou habitados.
Os desastres de origem hidrológicas 
incluem inundações, enxurradas e 
alagamentos. Os extremos sempre 
causam prejuízos à população, longos 
períodos de chuva, em cidades que 
não há planejamento correto para 
drenagem, as inundações e 
alagamentos são problemas 
recorrentes, ocasionando perdas para 
a população, desabastecimento das 
cidades, agravos à saúde e até 
mesmo a morte de pessoas.
Os desastres de origem climatológicos 
estão ligados a longos períodos de 
seca, estiagem e incêndio florestal. O 
clima é uma das principais 
preocupações da era atual, pois o 
comportamento humano tende a 
contribuir para situações que 
estimulem a seca, estiagem e o 
incêndio florestal, levando ao aumento 
da poluição ambiental e ao aumento 
das temperaturas. 
DESASTRES DE ORIGEM CLIMATOLÓGICOS 
DESASTRES DE ORIGEM HIDROLÓGICAS 
63
É válido observar que as situações de desastres causam agravos a curto, médio 
e longo prazo, sendo o setor saúde um dos que mais demandam tempo e 
recursos para o atendimento das vítimas, o que reforça a necessidade de 
construção de planos de ação para prevenção e atendimento a desastres. A 
Figura 8 mostra as possibilidades de agravos e sua relação com o tempo, bem 
como o direcionamento para atendimento e monitoramento da comunidade, 
visando à reabilitação das pessoas e das cidades que foram afetadas com o 
desastre.
O clima mais quente e seco resseca as florestas e faz 
com que a possibilidade de incêndio florestal aumente 
em grandes proporções. 
O MS, juntamente com a Fiocruz, construiu o Guia de preparação e 
respostas do setor saúde aos desastres, um instrumento suporte para 
que os municípios se organizem e, em conjunto com os órgãos 
competentes, construam seus próprios Planos de Preparação e 
Respostas do setor saúde para a ocorrência de desastres (Freitas; 
Mazoto; Rocha, 2018). 
VALE DESTACAR!
64
IM
PA
C
TO
S
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Fonte: Adaptado de Freitas et al., 2018.
Figura 8 - Ações a serem tomadas por toda a equipe 
multiprofissional na ocorrência de eventos de desastre
ESCALA TEMPORAL
HORAS - DIAS SEMANAS-MESES MESES-ANOS
● Resgate e 
Socorro;
● Traumas 
Agudos;
● Óbitos
• Atendimentos a 
casos de doenças 
transmissíveis e não 
transmissíveis.
• Vigilância de doenças 
transmissíveis.
• Vigilância de doenças 
não transmissíveis.
• Reabilitação de 
serviços essenciais.
● Atenção e 
vigilância de 
doenças 
crônicas.
● Vigilância de 
doenças não 
transmissíveis.
● Reabilitação e 
reconstrução.
Na situação de ocorrência deum desastre, independente da sua origem, o(a) 
ACE pode contribuir no fortalecimento das relações entre as vigilâncias, 
Atenção Primária e outros órgãos, como defesa civil, orientando a população 
quanto aos fatores que devem ser observados no decorrer dos dias, tais como o 
desenvolvimento de sintomas característicos de contaminação, bem como 
estimular a sociedade quanto a sua participação no monitoramento das 
condições do ambiente.
Pensando em cenários diversificados e 
levando em consideração as 
ações/situações propostas na Figura 8, 
vamos pensar em possibilidades de 
contribuições do (a)ACE?
Quadro 2 - Identificação de situações e possibilidades de atuação do(a) ACE a curto 
prazo em casos de desastres
Fonte: Elaboração própria.
ORIGEM CENÁRIO AÇÕES DO(A) ACE
HIDROLÓGICO Inundação da 
cidade por 
excesso de 
chuva.
✔ Intensificar a busca por focos 
de água parada, bem como 
locais com criadouros de 
transmissores de arboviroses;
✔ Realizar a fiscalização das 
casas afetadas com maior 
frequência;
✔ Identificar a ocorrência de 
sintomas como diarreia, 
fraqueza, mal estar geral, dor 
nas articulações e caso seja 
detectado, sugerir à equipe de 
saúde avaliação clínica.
GEOLÓGICO Escorregamento 
de terra com 
soterramento de 
casas e pessoas.
✔ Permanecer vigilante para os 
relatos de doenças, sejam 
transmissíveis ou não 
transmissíveis;
✔ Auxiliar a equipe de saúde no 
resgate às vítimas, juntamente 
com os profissionais da UBS de 
referência e dar os devidos 
encaminhamentos. 
CLIMATOLÓGICO Incêndio na 
região com 
aumento da 
temperatura, 
fuligem e fumaça 
em grande 
intensidade.
✔ Utilizar-se dos princípios de 
primeiros socorros e auxiliar na 
demarcação de áreas de calor 
intenso;
✔ Auxiliar na retirada de vítimas e 
transporte para locais seguros 
determinados pelo poder 
público;
✔ Identificar casos de 
suscetibilidade e auxiliar no 
encaminhamento para o 
serviço de apoio.
CONTRIBUIÇÕES A CURTO PRAZO: HORAS – DIAS
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Se você, ACE, identificar riscos de incêndio florestal na sua 
comunidade, quais orientações poderia dar para as pessoas com o 
intuito de evitar tal ocorrência?
E se o incêndio já tiver iniciado, quais ações você, enquanto ACE, 
poderá fazer para proteger a sua população e contribuir com a 
equipe?
Dentre as variadas possibilidades, quando 
ocorrem as queimadas, além dos agravos à 
natureza, há a ocorrência de agravos à saúde 
humana, pela liberação de grande quantidade 
de fuligem, emissão de monóxido de carbono e 
também a elevação das temperaturas.
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Quadro 3 - Identificação de situações e possibilidades de 
atuação do(a) ACE a médio prazo em casos de desastres
Fonte: Elaboração própria.
CONTRIBUIÇÕES A MÉDIO PRAZO: SEMANAS – MESES
ORIGEM CENÁRIO AÇÕES DO(A) ACE
HIDROLÓGICO Inundação da 
cidade por 
excesso de 
chuva.
✔ Prestar socorro até a chegada 
da equipe especializada; 
✔ Auxiliar a equipe de resgate 
com o socorro às vítimas;
✔ Auxiliar as famílias na 
evacuação do local e 
transporte para um local 
seguro.
GEOLÓGICO Escorregamento 
de terra com 
soterramento de 
casas e pessoas.
✔ Identificar áreas de risco e 
auxiliar na demarcação das 
áreas;
✔ Manter atenção em possíveis 
doenças transmissíveis, tendo 
em vista que nos casos de 
soterramentos podem ser 
encontrados animais mortos, 
inclusive pessoas sob os 
escombros em estado de 
decomposição.
 
CLIMATOLÓGICO Incêndio na 
região com 
aumento da 
temperatura, 
fuligem e 
fumaça em 
grande 
intensidade.
✔ Auxiliar na identificação de 
novos focos de calor, 
solicitando auxílio à 
comunidade e mantendo 
constante diálogo;
✔ Atentar-se à ocorrência de 
aumento de doenças 
respiratórias relatadas e 
atendidas na UBS, discutindo 
com a equipe a possibilidade 
de relação entre o desastre e o 
aumento de casos.
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Ei, ACE!
As inundações e deslizamentos de terra podem causar a 
destruição de casas e, consequentemente, aumentar o risco de 
desenvolvimento de doenças como Dengue, Zika, Chikungunya e 
Leptospirose, casos que, se não controlados, podem evoluir para a 
ocorrência de uma epidemia.
Você já vivenciou, pessoal ou profissionalmente, um desastre natural dessa 
magnitude? Se sim, qual foi o seu sentimento?
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Quadro 4 - Identificação de situações e possibilidades de 
atuação do(a) ACE a longo prazo em casos de desastres
Fonte: Elaboração própria. 
ORIGEM CENÁRIO AÇÕES DO(A) ACE
HIDROLÓGICO Inundação da 
cidade por 
excesso de 
chuva.
✔ As áreas estão sendo 
reconstruídas de forma eficaz 
e segura do ponto de vista 
epidemiológico?
✔ Houve e ainda há casos de 
doenças transmissíveis no 
local?
✔ Houve o aumento de casos de 
arboviroses? Se sim, há 
necessidade de intensificação 
de ações nesse território, para 
que o restabelecimento seja 
seguro para toda a 
comunidade.
GEOLÓGICO Escorregamento 
de terra com 
soterramento de 
casas e pessoas.
✔ As áreas atingidas foram 
limpas corretamente? 
✔ A comunidade conseguiu voltar 
com segurança e os locais 
estão livres de acúmulo de 
resíduos sólidos, com sistema 
sanitário em perfeito 
funcionamento?
✔ Orientar a população quanto a 
todos esses aspectos que 
precisam ser revistos para um 
retorno seguro.
CLIMATOLÓGICO Incêndio na 
região com 
aumento da 
temperatura, 
fuligem e 
fumaça em 
grande 
intensidade.
✔ Houve em sua unidade 
aumento de doenças crônicas 
relacionadas ao aparelho 
circulatório e respiratório? Em 
suas visitas às casas, as 
pessoas relatam isso?
✔ Se sim para o item anterior, 
dialogar com a equipe de 
saúde da unidade e alertar 
para ocorrências similares em 
grande parte da população.
CONTRIBUIÇÕES A LONGO PRAZO: MESES – ANOS
70
Para consultar o site do Centro Nacional de 
Monitoramento e Alertas de desastres Naturais – 
Cemaden/MCTI, clique aqui ou aponte a câmera de seu 
celular e escaneie o QR CODE.
Para conhecer outras informações, visite o site do 
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de 
Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).
Tenha sempre em mente a seguinte reflexão:
Diante da ocorrência de desastres, qual é o papel 
do(a) (ACE)? O que pode ser feito?
Amplie seu conhecimento! Clique aqui ou aponte a 
câmera de seu celular e escaneie o QR CODE para 
consultar o Boletim de Impactos de Extremos de Origem 
Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o 
Brasil – 16/01/2025 ANO 07 nº 74. 
Quando se está de posse de indicadores que demonstrem vulnerabilidade, 
tanto de pessoas como da cidade como um todo, estes certamente estão 
mais expostos, devendo-se, assim, levar em conta suas particularidades e 
potenciais de enfrentamento tanto da comunidade como dos serviços de 
saúde, pois a exposição é diferenciada pelas condições individuais de 
vulnerabilidade (Freitas; Mazoto; Rocha, 2018).
71
https://www.gov.br/cemaden/pt-br
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/monitoramento/boletim-de-impactos/boletim-de-impactos-de-extremos-de-origem-hidro-geo-climatico-em-atividades-estrategicas-para-o-brasil-2013-16-01-2025-ano-07-no-74?form=MG0AV3
https://www.gov.br/cemaden/pt-br
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/monitoramento/boletim-de-impactos/boletim-de-impactos-de-extremos-de-origem-hidro-geo-climatico-em-atividades-estrategicas-para-o-brasil-2013-16-01-2025-ano-07-no-74?form=MG0AV3
Uma emergência em saúde pública caracteriza-se como uma situação que 
demande o emprego urgente de medidas de prevenção, de controle e de 
contenção de riscos, de danos e de agravos à saúde pública em situações que 
podem ser epidemiológicas (surtos e epidemias), de desastres, ou de 
desassistência à população (Brasil, 2014).
DESASTRE DE ORIGEM BIOLÓGICA:
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No caso específico de surtos e 
endemias causadas pelas arboviroses, 
dentre as de elevada incidência e 
prevalência no Brasil, podemos citar a 
Dengue, a Chikungunya e a Zika. 
Embora o processo de transmissão 
seja o mesmo para todas as citadas, 
os períodos de incubação dependem 
de fatores como o tipo de vírus e, no 
caso do período de incubação 
extrínseco,

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