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Professor: Almir Chalegre de Freitas Disciplinas: Avicultura/Zoot. Especial I MANEJO DE FRANGOS DE CORTE 2ª PARTE A alimentação é um fator de grande importância na produção animal. Na criação de frangos de corte a alimentação representa mais de 70% dos custos de produção. Manejo de Arraçoamento ou de Alimentação é o fornecimento de ração de acordo com a faixa etária da ave, em quantidade e qualidade. A ração deve ser ofertada à vontade Ad libitum no comedouro, e deve ser composta de ingredientes de alta digestibilidade e com boa disponibilidade de nutrientes. COMPONENTES DOS ALIMENTOS Água Alimento Matéria Seca ● Matéria Orgânica Carboidratos, Lipídeos, Proteínas e Vitaminas ● Matéria Inorgânica Microelementos e Macroelementos CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS Volumosos (+ 18% Fibra Bruta / – 60% NDT) Alimentos Concentrados (– 18% Fibra Bruta/Níveis PB e EM) ● Alimentos Concentrados Protéicos (+ 20% PB): Farelo de Soja ● Alimentos Concentrados Energéticos (- 20% PB): Milho/Sorgo Tabela 1 - Composição química e valores energéticos dos alimentos para aves (na matéria natural) Fonte: Adaptada de ROSTAGNO et al. (2011/2017). Nutriente (%) Milho (7,88%) Farelo de Soja (45%) Soja Integral Extrusada Soja Integral Tostada Óleo de Soja Matéria Seca 87,48 88,75 89,94 89,94 99,60 Proteína Bruta (PB) 7,88 45,22 36,42 36,42 - Gordura 3,65 1,69 18,32 18,32 99,60 Ácido Linoléico 1,91 0,89 9,67 9,67 52,57 Amido 62,66 12,38 6,70 6,70 - Fibra Bruta (FB) 1,73 5,30 6,03 6,03 - Matéria Mineral 1,27 5,83 4,60 4,60 - Potássio 0,29 1,83 1,64 1,64 - Sódio 0,02 0,02 0,01 0,01 - Cloro 0,06 0,05 0,02 0,02 - Energia Bruta (kcal/kg) 3940 4090 5032 5032 9333 Energia Metab. Aves (kcal/kg) 3381 2254 3409 3263 8790 Tabela 2 - Conteúdo de aminoácido digestível verdadeiro dos alimentos para aves (na matéria natural) Fonte: Adaptada de ROSTAGNO et al. (2011). Nutriente (%) Milho (7,88%) Farelo de Soja (45%) Soja Integral Extrusada Soja Integral Tostada Proteína Bruta 7,88 45,22 36,42 36,42 Lisina 0,19 2,57 2,04 1,96 Metionina 0,15 0,55 0,46 0,45 Met + Cis 0,29 1,13 0,90 0,87 Treonina 0,27 1,57 1,27 1,22 Triptofano 0,05 0,58 0,50 O,47 ALIMENTO Considerado como ingrediente que ao ser ingerido pelo animal tenha a capacidade de ser digerido em nutrientes essenciais, e que após absorvido pela vilosidades intestinais seja utilizados para diversos fins. PRÉ-REQUISITOS PARA USO: ● FATORES ANTINUTRICIONAIS ● Disponibilidade na região ● Preços/custos ● Porcentagem de inclusão na dieta DIETA Quantidade de alimento que deve ser fornecido para um animal e possa atender a exigência nutricional/categoria. RAÇÃO Alimento fornecido e consumido em 24 horas. SOJA in natura Contém substâncias que inibem o aproveitamento das proteínas, e demais nutrientes da dieta para as aves - monogástricos: Tripsina, hemaglutinas, bociogênicos, saponinas e lectinas. ● SOJA INTEGRAL (grão da soja) Extração óleo (DEGOMADO) – 18% FARELO DE SOJA – 82% ● SOJA INTEGRAL Análises Laboratoriais ● TESTE Atividade Ureática/Solubilidade da Proteína em KOH a 0,2% ● DIETA O grão de soja antes de ser fornecido ao animal deve passar por um processamento térmico entre 110 a 120 °C, umidade de 16-18% num intervalo de 15 minutos em média para que se possam inativar os fatores antinutricionais, contanto que a qualidade da proteína seja mantida. FATORES ANTINUTRICIONAIS DOS ALIMENTOS - SOJA ● PROCESSAMENTO Melhorar o valor nutricional da soja ◆ Tostagem por tambor rotativo (grão no fogo mais antigo) ◆ TOSTAGEM POR VAPOR ÚMIDO (caldeira) Grão deve ser moído ◆ TOSTAGEM POR VAPOR SECO (chama de gás, ar quente) ◆ Tostagem por Jet-exploder (tubo com ar aquecido a 315ºC) ◆ EXTRUSÃO ÚMIDA (vapor úmido e energia elétrica) ◆ EXTRUSÃO SECA (energia elétrica) ◆ Micronização ou “infrared” – Raios infravermelhos ● SOJA INTEGRAL Soja Integral Tostada versus Soja Integral Extrusada ● Extrusão Proporciona valores de EM mais altos Fonte: Jorge Neto (1992). ● O índice de atividade ureática (IAU) está baseado na liberação de AMÔNIA da ureia, pela ação da enzima urease presente na soja. Isso causa uma mudança no pH da solução, que é expresso como um índice (WARD, 1996). Níveis recomendados: 0,05 a 0,30 – ANFAR (1985). pH abaixo e acima indesejados. ● O IAU se baseia no princípio de que o tratamento térmico, quando feito adequadamente, desnatura a enzima urease presente no grão de soja, servindo como indicativo de que os inibidores de tripsina também foram desativados (BORGES et al., 2003). ● No entanto, a atividade ureática avalia apenas a qualidade da inativação dos fatores antinutricionais, não tendo valor para determinar se o processamento prejudicou ou não a qualidade da proteína da soja (BUTOLO, 2002). Solubilidade da proteína em KOH a 0,2% (Maior 80%). SOJA Presença da Uréase ● Quando na amostra não ocorre a presença da urease, dizemos que deu negativo – à esquerda, ● A amostra é positiva, quando se caracteriza pela presença da uréase, e vemos incidência de esferas de cor vermelhas após a análise – à direita. Basicamente, são três as formas de obtenção das rações: 1. RAÇÕES DE ORIGEM INDUSTRIAL já vêm prontas para uso não havendo necessidade de adição de qualquer outro produto. Manejo mais prático; entretanto, com custo mais elevado. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.prdagente.pr.gov.br/arquivos/Image/c2_festasgastronomicas/fest_milho.a.jpg&imgrefurl=http://www.prdagente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=419&h=1772&w=1329&sz=400&hl=pt-BR&start=1&usg=__eV6BocMVrblaHYULoD94c027efc=&tbnid=tIV4moWtmLTQBM:&tbnh=150&tbnw=113&prev=/images?q=milho&gbv=2&hl=pt-BR&sa=G http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com/_nLwxvIpksCo/RyffkZoeigI/AAAAAAAAAC4/Weh80XrTqPw/s320/sorgo3.jpg&imgrefurl=http://blogmadrugador.blogspot.com/2007_10_01_archive.html&h=240&w=320&sz=28&hl=pt-BR&start=17&usg=__4pcJbmZgqU4yYLvZY0k4ssXU8eU=&tbnid=3loxvcOp7VXAGM:&tbnh=89&tbnw=118&prev=/images?q=sorgo&gbv=2&hl=pt-BR Diferenças entre concentrado e núcleo: 2.1CONCENTRADO Caracteriza-se pela presença da fonte protéica (farelo de soja) além dos minerais e vitaminas essenciais. Resta ao produtor incluir uma fonte energética. 2.2 NÚCLEO É um composto de minerais, vitaminas, antimicrobiano, sal e aminoácidos sintéticos utilizados na mistura com os demais ingredientes. O núcleo permite uma formulação mais personalizada da ração para atender às necessidades específicas dos animais em diferentes estágios de produção e saúde. 3. PREMIX É uma mistura pré-dosada de vitaminas, minerais e outros aditivos nutricionais. 3. RAÇÕES FABRICADAS NA PRÓPRIA GRANJA, a partir de ingredientes simples: ● Milho ● Farelo de soja Soja Integral (Tostada e Extrusada) ● Calcário calcítico ● Fosfato bicálcico ● Farinha de carne ● Metionina ● Lisina ● Sal ● PREMIX VITAMÍNICO E MINERAL ● Óleo ● ADITIVOS 3. RAÇÕES FABRICADAS NA PRÓPRIA GRANJA Pode ser em muitos casos uma operação rentável, desde que haja um dimensionamento adequado do consumo da granja e o criador possua estrutura técnica para tal. Nesta alternativa o produtor pode formular as rações: ● ADQUIRIR o premix junto a uma empresa especializada. Premix pode vir separado ou não para cada fase de criação mineral + vitamínico 0,3 a 0,5%. ● FABRICAR seu próprio premix São substâncias não nutritivas utilizadas nas rações para modificar beneficamente as características químicas, físicas, microbiológicas e sensoriais das rações, tendo como objetivo geral a melhoria do desempenho dos animais. Atualmente, esses microingredientes são classificados de acordo com a sua natureza e função nas rações e podem ser divididas em quatro categorias: I – Promotores de absorção II – Substâncias profiláticas III – Substâncias auxiliares IV – Enzimas exógenas Fonte: BERTECHINI (2012). I – PROMOTORES DE ABSORÇÃO: Antibióticos: Tylosina, Lincomicina, Penicilina,Gentamicina, Enrofloxacin, Tetraciclinas, Oxitetraciclina, Sulfonamidas, Virginiamicina, Bacitracina e Tiamulina. ■ Probióticos/Prebióticos/Simbióticos/Ácidos Orgânicos e Fitoterápicos. (Nitrofuranos uso restrito). II – SUBSTÂNCIAS PROFILÁTICAS: Tratamento de enfermidades parasitárias/Antibióticos III – SUBSTÂNCIAS AUXILIARES: Antioxidantes, flavorizantes, emulsificantes, aglutinantes, pigmentantes IV – Enzimas exógenas: Fitases Fonte: BERTECHINI (2012). Para se elaborar rações na propriedade é necessário levar em consideração: ● Composição química dos alimentos a serem utilizados ● Exigências nutricionais das aves em cada fase de criação EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS pode ser definida como o somatório da quantidade de nutrientes necessários para o crescimento, manutenção e produção dos animais, seja qual for a categoria ou função produtiva destes. As exigências variam de acordo Espécie, Idade, Sexo, Raça, Tamanho, Aptidão, Fase de Produção e as Condições Ambientais. ● Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos: Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais da Universidade Federal de Viçosa - UFV (Rostagno et al., 2011; 2017). ● Tabela de Alimentos e Exigências do CNPSA Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves, Concórdia - SC (Tabelas da EMBRAPA, 1991). ● NRC (National Research Council (1994... ) ● Trabalhos Científicos Publicados ● Recomendações dos diversos Manuais de Alimentação e manejo das linhagens comerciais de aves. Tabela 4 - Exigências nutricionais de frangos de corte machos de desempenho superior Fonte: Adaptada de ROSTAGNO et al. (2011/2017). Idade/dias 1 - 7 8 - 21 22 - 33 34 - 42 43 - 46 Faixa de Peso (kg) 0,040 0,190 0,220 1,000 1,080 2,120 2,220 3,040 3,140 3,430 Peso Médio (kg) 0,111 0,563 1,583 2,628 3,285 Energia Metabolizável 2.960 3.050 3.150 3.200 3.250 Proteína Bruta 22,40 21,20 19,80 18,40 17,60 Cálcio 0,920 0,841 0,758 0,663 0,614 Fósforo Digestível 0,395 0,352 0,324 0,284 0,263 Potássio 0,590 0,585 0,580 0,580 0,580 Sódio 0,220 0,210 0,200 0,195 0,190 Cloro 0,200 0,190 0,180 0,170 0,165 Ácido Linoléico 1,090 1,060 1,040 1,020 1,000 Lisina Digestível 1,324 1,217 1,131 1,060 1,006 Metionina 0,516 0,475 0,452 0,424 0,402 Metionina + Cistina 0,953 0,876 0,826 0,774 0,734 Treonina 0,861 0,791 0,735 0,689 0,654 Triptofano 0,225 0,207 0,204 0,191 0,181 Métodos Manuais e Software (Planilhas Eletrônicas) ● Métodos Manuais Quadrado de Pearson Algébrico ou Equações Tentativa ● Software Super CRAC® Custo mínimo (Brasil em 1983) ● Software Optimal WindDiet® Mais acessíveis produtores Entende-se como PROGRAMA ALIMENTAR a utilização de diferentes práticas de manejo do arraçoamento na alimentação das aves em diferentes fases ou períodos de desenvolvimento. As exigências nutricionais dos frangos de corte são constantemente modificadas em função de sua idade fisiológica, o que exigiria uma alteração diária do aporte de nutrientes para atender suas necessidades específicas para crescimento e manutenção. Dada a impossibilidade dessa operação, convencionou-se dividir o período de criação dos frangos de corte em fases (idade), de modo a adequar as exigências nutricionais da ave à praticidade de arraçoamento. FASES/ÉPOCAS 60 - 70 70 - 80 80 - 85 85 - 90 Inicial 01 - 35 01 - 28 01 - 21 01 - 18 Crescimento 36 - 70 29 - 56 22 - 42 19 - 35 Final - - 43 - 49 36 - 42 Retirada - - - 43... Tabela 5 - Evolução do arraçoamento em frangos de corte Fonte: CAFÉ & LEANDRO (1994). Segundo o Manual da Linhagem ROSS (2014), a elaboração do programa de alimentação de frangos de corte se divide em três fases, a saber: FASE INICIAL que compreende o período de cria 0 a 10 dias podendo se estender até os 14 dias de idade; FASE DE CRESCIMENTO período que vai de 14 a 24 ou 30 dias e a FASE FINAL após os 25 dias de idade de criação das aves. A COBB (2009), relata que as exigências nutricionais dos frangos corte diminuem com a idade, e a limitação de ração para fase inicial, crescimento e terminação geram mudanças abruptas; quando na verdade essa necessidade vai alterando ao longo do tempo, e para contornar isso muitas empresas aumentam os tipos de rações oferecidas para as aves para que o produto tenha uma maior probabilidade de atender as suas necessidades. Normalmente é usado um programa alimentar com rações para 4 fases do frango de corte: 1. Ração pré-inicial 1 a 7 dias de idade 2. Ração inicial 8 a 21 dias de idade 3. Ração de crescimento/engorda 22 a 37 dias de idade 4. Ração final/abate na última semana do abate Depois de 1985, evoluiu-se de 3 fases para 4, 5 e até 7 fases (Tabela 4), com programas alimentares diferenciados em função de: Densidade nutricional da ração Condições de criação Criação de sexos separados Programas de controle de problemas metabólicos e coccidiose Tabela 6 - Programas de alimentação em frangos de corte (misto) Fonte: CAFÉ & LEANDRO (1994). FASE IDADE/DIAS ALTA ENERGIA MÉDIA ENERGIA 7 FASES Pré-inicial 01-07 2950 2920 Inicial 08-14 3000 2940 Crescimento 1 15-21 3050 2945 Crescimento 2 22-28 3100 2995 Engorda 1 29-35 3150 3020 Engorda 2 36-42 3200 3045 Final 43... 3240 3070 Tabela 7 - Tipos de rações de frangos de corte usados na Granja Victória PROGRAMA ALIMENTAR Tabela 8 - Composição percentual (Premix Tectron) Tabela 9 - Composição percentual (Premix Poli Nutri) A) RAÇÕES FARELADAS São as rações cujos ingredientes foram moídos, prensados e misturados. Os ingredientes são apenas misturados, sem nenhum PROCESSAMENTO, posterior. As RAÇÕES PROCESSADAS, incluem: elevadas variações de temperatura e pressão, com presença ou ausência de água, por um curto espaço de tempo. Processamento: peletização, extrusão e expansão. Tipos de rações: peletizadas, extrusadas, expandidas, expandida extrusadas ou simplesmente desestruturada. B) RAÇÕES PELETIZADAS ou GRANULADAS São feitas em máquinas especiais após serem moídas e misturadas, com tratamento de vapor e compressão. Peletes com diâmetros: de 3 a 5mm por 8 a 12mm. A peletização é o processamento de menor custo de equipamento comparada com extrusoras e expanders. VANTAGENS DA RAÇÃO PELETIZADA: Menor desperdício de ração Maior consumo Evita a separação dos ingredientes (em comedouros automáticos) Melhora a C.A Evita poeira na fábrica de ração e no galpão Diminui o volume e facilita o transporte Diminui a ação de agentes contaminantes que possam existir na matéria-prima devido à pressão na esterilização, e pela GELATINIZAÇÃO do amido que favorece a digestibilidade dos carboidratos. IMPLICAÇÕES DA RAÇÃO PELETIZADA: Equipamentos caros Custo da ração mais elevado Reação de MAILLARD indisponibilidade de lisina; oxidação das vitaminas A, E e K (necessita de uso de antioxidante). RAÇÕES TRITURADAS OU DESINTEGRADAS Após a peletização a ração é triturada em fragmentos menores em cilindros conjugados. Por ser de custo mais elevado, seu uso é reduzido usada para fase pré-inicial de criação. Denominadas micropeletes. C) RAÇÕES EXTRUSADAS Rações que após a peletização, sofreram o processo de extrusão; isto é, logo após que o pelete passar pelo crivo sob alta pressão, o que lhe dá o formato, cai numa espécie de câmara de baixa pressão, com o pelete inteiramente explodindo. É um processo em que materiais úmidos, amiláceos (gelatinização do amido) e proteinosos, são plasticizados e cozidos através de uma combinação de pressão, calor e cisalhamento mecânico dentro do cilindro extrusor. Durante a extrusão os tocoferóis naturais existentes no seu grão se libertam e atuam como antioxidantes naturais, além do que a enzima lipoxigenase responsável pela rancidez oxidativa é destruída. Diferencia da ração peletizada pela alta temperatura; sendo portanto, mais cara. Observa-se que o processo gelatiniza em parte os grânulos do amido, e dessa forma, aumentando a sua digestibilidade e da ração comoum todo. Outro sistema de fabricação consiste em extrusar primeiro os grãos, e depois fazer a mistura. D) RAÇÕES EXPANDIDAS Combinação de umidade, temperatura e pressão em curto período de tempo sem alterar a forma física. Estes processos: peletização, extrusão e expansão implicam em perdas de nutrientes, particularmente aqueles sensíveis ao calor. A Tabela 5 apresenta combinações de utilização de tipos de rações. PROGRAMA TIPO DE RAÇÃO 01 Farelada em todas as fases (PI-I-C-E-F) 02 Farelada (PI), Triturada (I), Peletizada (C-E-F) 03 Triturada (PI-I), Peletizada (C-E-F) 04 Triturada (PI-I), Peletizada (C-E), Farelada (F) Tabela 10 - Exemplo de programas de arraçoamento utilizando combinações de rações fareladas, trituradas, peletizadas Pré-inicial (PI) Inicial (I) Crescimento (C) Engorda (E) Final (F) Fonte: FACTA (2015). Tabela 11 - Tipos de rações para frangos corte de acordo com a idade (dias) e a forma física de apresentação e consumo esperado na fase Fonte: Empresa (2019) utilizava na prática 5 tipos diferentes de rações, sendo a primeira a ração denominada Pré-Inicial que era dividia em 2 tipos de rações que foram oriundas de fábricas diferentes. Sendo a primeira ração desintegrada ou triturada, denominada comercialmente como “Galdus” da empresa de Nutrição Animal De Heus, para uso nos três primeiros dias de vida da ave. Tipos de Rações Pré-Inicial Pré-Inicial Inicial Cresc. Engorda Abate 1º ao 3º 4º ao 7º 8º ao 14º 15º ao 28º 29º ao 40º 41º/Saída Forma Desintegrada Farelada Farelada Farelada Farelada Farelada Consumo 110 g 110 g 1 kg 1 kg 2 a 2,5 kg 1,5 a 2 kg A criação de frangos de corte com separação de sexo, propicia o máximo aproveitamento do desempenho e retorno econômico que machos e fêmeas individualmente oferecem. As características de desempenho diferenciadas entre machos e fêmeas que possibilitam a criação de sexos separados podem ser assim, sumarizadas: Velocidade de crescimento Consumo de ração e conversão alimentar Deposição de gordura Rendimento e composição de carcaça Requerimentos de espaço físico de criação e equipamentos Características de empenamento inicial Necessidades nutricionais. MachosFêmeas Fonte: SIEWERDT (2014). Machos Fêmeas As vantagens desse sistema de criação altamente rentável, são: 1. Uniformidade do lote, que oferece ao abatedouro frangos uniformes exigidos para cada segmento de mercado, permitindo que os abatedouros regulem suas máquinas com maior rendimento de abate. 2. Rações específicas para machos e fêmeas nas diferentes fases de criação, o que possibilita uma redução nos custos. 3. Melhor aproveitamento instalações maior densidade fêmeas. 4. Maior eficiência na produção de carne. 5. Idade de abate diferenciada. As desvantagens desse tipo de criação são: 1. Dobra o número de rações a produzir, exigindo uma fábrica de ração mais moderna e aparelhada. 1. Necessidade de maior células de armazenamento de rações. 2. Maior possibilidade de erros de formulação e/ou preparo das rações. 3. Necessidade de sexagem, que mesmo sendo feita pela asa, que é fácil, rápida (1.500 aves/hora/sexador) e segura, aumenta em 8 a 10% o custo do pinto de um dia. Normalmente neste tipo de criação: Os machos necessitam de uma ração com maiores níveis de proteína e energia, ingerem mais ração e apresentam uma melhor conversão alimentar e maior peso vivo na idade de abate; As fêmeas podem ser alojadas em maior densidade de criação e apresentam menores taxas de mortalidade. Há uma tendência cada vez maior em nosso meio em se criar frangos com separação de sexos; exigindo-se com isso, um uso mais eficiente da ração. Machos após duas semanas de idade apresentam melhor desempenho que as fêmeas, por isso requerem níveis nutricionais diferenciados. A eficiência no desempenho das fêmeas diminui rapidamente a partir de 30 dias de idade e o rendimento de carcaça, assim como, o aumento na deposição de gordura abdominal, é influenciada negativamente pela maior idade da fêmea. O que se recomenda é o uso de rações específicas para cada sexo e/ou um manejo alimentar diferenciado para cada sexo. O INRA (1984), estabelece que as exigências das fêmeas são 4% inferiores às dos machos na fase inicial, e 8% menor na fase de crescimento. Na década de 90 a busca desenfreada de melhores desempenhos dos frangos de corte praticada pelos melhoristas, levou ao surgimento de alguns DISTÚRBIOS METABÓLICOS, tais como: ■ Síndrome da Morte Súbita (SMS) ■ Ascite ■ Problemas de Pernas ■ Aumento na Gordura Abdominal das aves. A restrição alimentar JÁ FOI USADA anteriormente em frangos de corte como uma tentativa de solucionar tais problemas metabólicos. A mortalidade pela SÍNDROME DA MORTE SÚBITA SMS e SÍNDROME ASCÍTICA SA tem sido registrada no Brasil em lotes de frangos de corte criados sob condições de manejo e sanidade bem controladas. Cerca de 50% da mortalidade em lotes de frangos com bom desempenho na década de 90 foi atribuído a SMS. A maior ocorrência das mortes se deu em machos, com um pico de incidência entre a 2ª e a 4ª semana de criação, no inverno. As aves morrem repentinamente e com bom desenvolvimento para a idade, com o TRATO DIGESTIVO CHEIO de alimento e a VESÍCULA BILIAR pequena ou VAZIA. A SÍNDROME ASCÍTICA SA se caracteriza pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal, e sua maior ocorrência se verifica em machos e no período de inverno, e se dá a partir da 3ª semana de idade. Em curto prazo, assim como a mortalidade total, a ocorrência de (SMS) e de (AS) FOI CONTROLADA com o uso de programas de alimentação que consideraram a herança genética, e desse modo foi trabalhada, possibilitando: ■ Uma deposição muscular mais tardia. ■ Baixa taxa metabólica, com redução do requerimento de oxigênio durante a fase inicial. ● Fatores que afetam o conforto térmico das aves: Temperatura Ambiente Umidade Relativa do Ar Velocidade do Ar Radiação Solar Luminosidade Densidade de Criação Produção de Gases ● Estresse térmico por calor pode causar grandes prejuízos zootécnicos e econômicos para o lote: Redução do consumo de alimento Aumento do gasto energético Prejuízo da conversão alimentar Queda da imunidade Altas taxas de mortalidade Redução na produção kg de carne/m2 ● Diferentes níveis de estresse térmico sobre desempenho de frangos de corte (22 a 42 dias de idade): Conforto (25°C) Calor leve (28ºC) Calor moderado (31ºC) Calor acentuado (34ºC) Calor severo (37ºC) Observou-se os melhores resultados em ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar na faixa de 28°C. E, morte nas faixas de 34° a 37°C. Fonte: ARCILA (2014). ● Frangos de corte submetidos a 2 (duas) temperaturas: Zona Termoneutra = 26ºC versus Estresse Calórico = 31ºC Diminuição no consumo de alimento Peso corporal 6,96% menor Menor rendimento de carcaça Menor desempenho produtivo Fonte: OLIVEIRA (2005). O frango de corte precisa dissipar calor uma vez que a sua eficiência em converter a energia alimentar em músculo é baixa menor que 20%. Um mecanismo utilizado pelas aves para evitar a hipertemia é a diminuição de ingestão alimentar baixa produção de calor metabólico. Algumas medidas que podem ser consideradas e utilizadas em condições de calor, são: ● Utilizar ração de alta densidade nutricional. Calcula-se que para cada 1,1ºC de aumento de temperatura ambiente acima de 27ºC, o consumo de alimento diminui de 1,5 a 2 %. ● Utilizar uma parte da fonte de energia da ração com os óleos ou gordura animal; pois, contém mais energia com um menor incremento calórico. ● O incremento calórico produzido por lipídios representa 1/2 dos glicídios e 1/3 dos protídeos e melhoram o odor, a textura e a digestibilidade da ração. ● Não utilizar anticoccidiano nicarbazina após 21 dias de idade. A nicarbazina interfere nos processos de dissipação de calor. ● Os requerimentos nutricionaisem aminoácidos essenciais têm sido, geralmente, estabelecidos para aves mantidas na faixa térmica da zona de conforto (16 a 24ºC). Portanto, devemos aumentar os níveis dos aminoácidos essenciais no verão, já que o consumo de ração diminui. ● Diminuir a Proteína Bruta (PB) da ração, mantendo os aminoácidos essenciais em níveis adequados; pois, o catabolismo da proteína produz elevado incremento calórico. ● Aumentar Vitamina C nas rações de engorda, visando compensar a maior demanda durante o calor, bem como a menor síntese. ● Utilizar Bicarbonato de Sódio e cloreto de (amônio, cálcio ou potássio). O 1º atua pelo aumento no consumo de água; os demais, interferem na relação ácido-base pela compensação da alcalose respiratória. ● Deve-se utilizar um Programa de Luz para estimular o consumo da ave durante a noite. ● Outras medidas que podem ser adotadas: Proteção da fonte de água Caixa de água na sombra Canos dentro do aviário enterrados Torneira no final do aviário para trocar a água do encanamento Troca de água dos bebedouros Manter a cama seca e não revolver a mesma Retirar os obstáculos que impedem a circulação de ar aviário Não cultivar plantas forrageiras altas ao redor do aviário Utilizar ventiladores e nebulizadores Não permitir a incidência direta de sol no interior do aviário Plantar gramíneas ao redor do aviário Diminuir a lotação por metro quadrado no verão Pintar de branco os telhados de cimento Forro sob o telhado Molhar o telhado TRATAMENTOS PC (kg) GP (kg) CR (kg) CA (kg) MORT (%) ICP (%) Aviário convencional 2,72b 2.67b 5,16b 1,78b 2,98a 22,8a Aviário dark house 2,96a 2,92a 4,96a 1,73ª 3,58a 36,9b CV 3,53 3,46 7,46 3,19 35,90 76,09 Tabela 6 - Médias de peso corporal aos 42 dias de idade (PC), ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA), mortalidade (MORT) e incidência de calo de pata (ICP) em frangos de corte, de acordo com os diferentes tratamentos Fonte: ROVARIS et al. (2014). O acompanhamento do desempenho produtivo de cada lote permite ao produtor quantificar a eficiência das técnicas utilizadas, independente do sistema de criação adotado. Normalmente o desempenho zootécnico das aves é um parâmetro importante para avaliar todo o sistema de produção. Assim, o Peso Médio Vivo das Aves (LOTE), a Idade Média ao Abate, o Ganho de Peso Médio, o Ganho de Peso Diário, a Conversão Alimentar Média, o Consumo Médio de Ração, a Mortalidade, etc. são dados que deverão ser escriturados e analisados para se fazer uma avaliação do desempenho zootécnico do lote. A avaliação da Eficiência de Produção entre Lotes pode ser medida de uma maneira prática, através do ÍNDICE DE EFICIÊNCIA PRODUTIVO (IEP) ou FATOR DE PRODUÇÃO (FP). Esse índice varia em função: Viabilidade (VB) / Mortalidade (MO) Idade Média de Abate – IMA (IA) Peso Vivo Médio - PVM (PM) Consumo Médio de Ração - CMR (CR) Conversão Alimentar Média – CAM (CA) Ganho de Peso Diário (GPD) Ganho de Peso Médio (GPM) Pode ser calculado pela seguinte fórmula, na retirada do lote: IEP = [ PM(kg) x VB IA(dias) x CA ] x 100 FP = [GPD (kg) x VB CA ] x 100 Viabilidade (VB) / Mortalidade (MO) Exemplo: Alojadas 12.000 aves (Hipotético) Sobreviveram/apanhadas: 11.500 X = 11.500 = 95,83% (VB) 12.000 Exemplo: Alojadas 12.000 aves Morreram: 500 (Mortes + Descartes) Y = 500 = 4,17% (MO) 12.000 Mortalidade = 100 – (% Viabilidade) Idade Média de Abate (IA) Exemplo 1: Despovoamento no mesmo dia = 42 dias Exemplo 2: Saída das aves em dias diferentes Alojadas : 12.000 aves 9.000 aves saíram com 42 dias x 378.000 1.500 aves saíram com 43 dias x 64.500 1.000 aves saíram com 44 dias x 44.000 486.500 11.500 42,30 dias Peso Vivo Médio (PM) Pesagem aos 42 dias (Lote Misto) Aves sobreviventes: 11.500 = 33.350 kg 33.350 kg 11.500 = 2,9 kg 2900 gramas Consumo Médio de Ração (CR) Pesagem da ração consumida aos 42 dias = 58.650 kg 58.650 kg 11.500 aves = 5,1 kg 5100 gramas Conversão Alimentar Média (CA) CA = Consumo Médio de Ração = 58.650 kg Peso Vivo Médio 33.350 kg CA = 1,75 1,75 kg de Ração/1,00 kg de PV (72%) Ganho de Peso Diário (GPD) GPD = 2,900 kg = 0,069 kg 42 dias GPD = 2900 g = 69 g 42 dias Ganho de Peso Médio (GPM) GPM = Peso Final (g) – Peso Inicial (g) GPM = 2900 g (Peso Final/42 dias) – 42 g (Peso Inicial/Pintinho) GPM = 2858 g Pode ser calculado pela seguinte fórmula, na retirada do lote: IEP = [ PM(kg) x VB IA(dias) x CA ] x 100 IEP = 2,9 kg x 95,83 x 100 = 0,069 x 54,76 x 100 = 377,84 42 d 1,75 FP = [GPD (kg) x VB CA ] x 100 FP = 0,069 x 95,83 1,75 x 100 = 377,84 Fator de Produção Obtido Conceito: ■ 320 = RUIM* ■ 330 = ACEITÁVEL ■ 350 = BOM ■ 380 = MUITO BOM ■ 400 = EXCELENTE ■ 500 = RECORDE Esses índices são PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO ZOOTÉCNICA e não econômicos; assim, além da avaliação de desempenho zootécnico do lote é recomendado fazer uma análise econômica; pois, nem sempre os melhores índices zootécnicos correspondem ao melhor retorno financeiro. Todos os dados zootécnicos, sanitários, econômicos e outros devem ser registrados a fim de se avaliar o empreendimento avícola nos seus aspectos globais. Dados e Variáveis de Desempenho de um Lote Fechado: Exemplo ■ Linhagem: Ross Misto ■ Nº Aves alojadas no início: 18.000 ■ Nº Aves vivas apanhadas: 17.402 ■ Nº Aves mortas + descartes (Refugos): 598 ■ Mortalidade (%): 3,32% ■ Viabilidade (%): 96,68% ■ Viabilidade (%): 100 – 3,32 = 96,68% ■ Idade média de abate: 45 dias ■ Peso bruto das aves apanhadas: 54.930 kg ■ Consumo de ração total: 91.255 kg ■ Conversão alimentar média: 1,661 ■ Peso vivo médio: 3,157 g ■ Ganho de peso diário: 70,16 g 1) No Setor de Produção de Frangos de Corte de uma Integração no Nordeste, foram alojados inicialmente 18.000 pintos da Linhagem Ross (Misto) de um dia de idade, sendo que a mortalidade total registrada foram de 598 aves aos 45 dias de idade, apresentando estas aves consumo médio de ração de 5,244 kg e ganho de peso diário de 70,16 g, respectivamente. Portanto calcule o FP = ? AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO LOTE Cálculos do 1º Exercício: Ganho de Peso Diário = 3,157 kg (3157 g 45 dias) = 70,16 g Viabilidade = 18.000 – 598 = 17.402 18.000 x 100 = 96,68 % Conversão Alimentar = 5,244 3,157 = 1,661 kg/kg FP = [GPD (kg) x VB CA ] x 100 FP = 0,070 x 96,68 1,661 x 100 = 407,44 2) No Setor de Produção de Frangos de Corte de uma Integração no Nordeste, foram alojados inicialmente 18.000 pintos da Linhagem Ross (Misto) de um dia de idade; infelizmente, na primeira semana de idade a mortalidade registrada foi de 500 aves, e do 8º ao 45º dia, apenas 98 aves; entretanto, no final da criação do lote, cada ave, apresentou consumo médio e peso médio de 5243 g e 3157 g, respectivamente. Portanto, calcule o FP deste lote: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO LOTE Cálculos do 2º Exercício: Ganho de Peso Diário = 3157 g 45 dias = 70,16 g Viabilidade = 18.000 – (500+98) = 17.402 18.000 x 100 = 96,68 % Conversão Alimentar = 5244 3157 = 1,661 g/g FP = [GPD (kg) x VB CA ] x 100 FP = 0,070 x 96,68 1,661 x 100 = 407,44 Slide 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AGRESTE DE PERNAMBUCO Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72:MANEJO DE FRANGOS DE CORTE Slide 73 Slide 74: MANEJO DE FRANGOS DE CORTE Slide 75