Prévia do material em texto
FEBRE AFTOSA Prof. MV. Me. João Estevão Sebben 30 de julho de 2025 FEBRE AFTOSA • AULA 2 – história, apresentação, etiologia, receptividade, epidemiologia, patogenia, sintomas clínicos, prognósticos e perdas econômicas, patologia, diagnóstico, diagnóstico diferencial, tratamento, profilaxia e combate. • Fonte de referências: 1- BEER, Joachim. Doenças Infecciosas em Animais domésticos. 2- CORREA, W. M; CORREA, C. N. M. Enfermidades infecciosas (Mamíferos Domésticos) 3- FERREIRA, A. S. Febre Aftosa: Estratégias, desafios e soluções. Campinas, 2005. 4- RADOSTITS et al. Clínica Veterinária – Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos •A Febre Aftosa é uma doença de notificação obrigatória conforme o Código Sanitário para Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e a Instrução Normativa nº 50/2013 do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) https://www.woah.org/en/what-we-do/standards/codes-and-manuals/terrestrial-code-online-access/?id=169&L=1&htmfile=chapitre_fmd.htm https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/febre-aftosa/arquivos/copy_of_IN50.pdf • Febre aftosa • Doença infecciosa causada por um vírus • Atinge animais de cascos bipartidos bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. • Zoonose • Caracteriza-se por febre e formação de vesículas na cavidade bucal e espaços interdigitais. (PITUCO, 2001). • Os humanos são ligeiramente suscetíveis à infecção pelo vírus, e as vesículas podem-se desenvolver na boca ou nas mãos. Contudo, os humanos podem ser um veículo de transmissão para os animais. (RADOSTITS et. al, 2002, p 953) ➢Causada por um Aphtovirus da família Picornaviridae. ➢Apresenta sete sorotipos: A, O, C, território da África do Sul (TAS) 1, TAS 2, TAS 3 e Ásia 1. •No Brasil foram identificados 03 tipos: A, O e C Enfermidade infectocontagiosa, epidêmica, febril, aguda, com formação de vesículas na mucosa bucal e sialorréia. • Ocorre com frequência em bovinos e suínos, com menos frequência caprinos e ovinos e raramente carnívoros domésticos. • Os eqüinos são completamente refratários aos vírus. • PAÍSES LIVRES DE FEBRE AFTOSA, SEM VACINAÇÃO • PAÍSES LIVRES DE FEBRE AFTOSA, COM VACINAÇÃO ➢ ZONA LIVRE DE FEBRE AFTOSA COM VACINAÇÃO • ZONA LIVRE DE FEBRE AFTOSA SEM VACINAÇÃO • PAÍSES OU ZONAS INFECTADOS PELA FEBRE AFTOSA CLASSIFICAÇÃO DA OIE DOS PAÍSES QUANTO AO STATUS SANITÁRIO RELATIVO À FEBRE AFTOSA O reconhecimento internacional do status sanitário de livre de febre aftosa sem vacinação ao país é feito pela OMSA. Para isso, a Organização exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil obteve o reconhecimento junto à Organização Mundial de Saúde Animal em agosto de 2024. CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA • DOENÇA De NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA: • Doença transmissível que possui potencial para uma disseminação séria e rápida, ultrapassando fronteiras nacionais e que causa sérios prejuízos sócio econômicos ou de saúde pública, afetando fortemente o comércio internacional de animais ou produtos de origem animal Artigo 10 – Todas as notificações de casos suspeitos ou ocorrência de doença vesicular devem ser registradas pela CDA, que deverá atendê- las dentro do prazo de 12 (doze) horas contadas a partir de sua apresentação. Artigo 11 – A constatação de caso provável de doença vesicular, deve ser baseada na definição publicada pelo Departamento de Saúde Animal do MAPA, elaborada com base nas diretrizes do Código Sanitário para os Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). §1º - É de responsabilidade do médico-veterinário da CDA que realizar a investigação do caso suspeito e fazer a constatação de caso provável de doença vesicular baseada na existência de animais suscetíveis à Febre Aftosa, apresentando sinais clínicos compatíveis com doença vesicular; ou com indício de vínculo epidemiológico com caso/foco confirmado de Febre Aftosa. Pirbright – Surrey - InglaterraPlum Island – EUA Panaftosa – RJ IMPORTÂNCIA ECONÔMICA • Baixa mortalidade • Alta morbidade • Queda produção: Leite e Carne • RESTRIÇÕES MERCADOS INTERNACIONAIS Sinais clínicos Os sinais clínicos iniciam com diminuição na ingestão de alimentos, claudicação, febre e salivação intensa principalmente devido à dificuldades na deglutição. Muitas vezes os animais abrem e fecham a boca com estalar dos lábios e apresentam diminuição na produção de leite. Quando os animais são examinados é comum o desprendimento da camada epitelial da língua. • Em suínos, a claudicação é o primeiro sinal clínico observado, seguida do aparecimento de vesículas no focinho que rompem-se facilmente • Em animais que estão amamentando as lesões nos tetos são comuns e pode ocorrer a transmissão da doença para os bezerros. As vesículas aparecem também nos espaços interdigitais e bandas coronárias das patas. PATOGENIA Infecção via trato respiratório : mais frequente Multiplicação do vírus na faringe e disseminação após 24-48 hs via linfática e sanguínea para vários tecidos e órgãos, aparecendo as lesões características. Possível entrada via pulmões-alvéolos-macrófagos e Multiplicação em sítios indeterminados. Período de incubação de 2 a 7 dias TRANSMISSÃO Saliva Aerosóis Leite Sêmen Lesões Embriões Vias de Transmissão: Aerógena Fômites Vetores mecânicos IA Transferência de Embriões Carcassas Diagnóstico DIAGNÓSTICO DIRETO IDENTIFICAÇÃO SOROLÓGICA DO ISOLADO RFC ELISA Identificação genotípica do isolado Fingerprinting Rastreamento da origem teste imunoenzimátic o anticorpos plasma sanguíneo http://pt.wikipedia.org/wiki/Teste http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Imunoenzim%C3%A1tico&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Anticorpo http://pt.wikipedia.org/wiki/Plasma http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sangu%C3%ADneo&action=edit&redlink=1 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/ba/Microtiter_plate.JPG PROF. DR. LEONARDO J. RICHTZENHAIN VPS/FMVZ/USP Infectante Vetor Hospedeiro CONTROLE Animais doentes Portadores? Domésticos e Silvestres Segregação Aerosóis contato Direto e a Distância Água e Alimentos Fômites Sêmen, embriões Vacinação Segregação Vacinação No momento não se vacina mais no Brasil Quais as ações recomendadas em caso de foco confirmado de febre aftosa? Artigo 12 - A constatação de caso provável de doença vesicular ou confirmado de Febre Aftosa implica na adoção de medidas sanitárias para identificação e contenção do agente etiológico, conforme previsto em manuais e planos disponibilizados pelo Departamento de Saúde Animal no endereço eletrônico do MAPA.8 de abr. de 2024 PROF. DR. LEONARDO J. RICHTZENHAIN VPS/FMVZ/USP CONTROLE VACINAS: AQUOSA PROFILAXIA E CUIDADOS Nos países livres de febre aftosa o método geralmente empregado consiste no sacrifício dos animais doentes e suspeitos, destruição dos cadáveres e indenização dos proprietários. Vacinação regular do gado de 6 em 6 meses a partir do 3º mês de idade ou quando o Médico Veterinário recomendar. DOENÇAS DIFERENCIAIS DA FEBRE AFTOSA • Continuação... • Aula 2 – repassar as principais doenças com sintomatologia semelhantes ou parecidas a febre aftosa e como é possível ser feito os seus diagnósticos diferenciais. Estomatite vesicularesicular • Agente etiológico ➢ Vírus da família Rhabdoviridae, ➢ Gênero Vesiculovirus. ➢ Sorotipos: New Jersey, Indiana, Cocal e Alagoas. Susceptibilidade: • cavalos •burros •mulas •bovinos • suínos •Camelídeos da América do Sul; Transmissão: •A infecção No final do verão e início do outono •Sinais Clínicos – A EV caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculares (bolhas e úlceras) na língua, boca, narinas, úbere e banda coronária docasco. •Os sinais clínicos são: salivação excessiva e claudicação. •Febre, vesículas e subsequente erosões no epitélio da boca, das tetas e no espaço digital das patas. •Os surtos associam-se normalmente ao movimento de animais de uma área a outra. •Alguns estudos demonstraram a presença de anticorpos em diversas espécies de animais silvestres, sugerindo que possam servir como reservatório natural . Prevenção e controle •Quarentena dos animais suspeitos e isolamento dos comprovadamente afetados. Os órgãos oficiais do governo devem sempre ser comunicados. •A alimentação deve ser macia e fina para que as lesões cicatrizem rapidamente evitando a disseminação prolongada do vírus. •O que sobra nos cochos deve ser retirado frequentemente e estes precisam ser desinfetados. •A desinfecção pode ser feita com formalina 1%, soluções iodadas, exaclorofeno ou preparados fenólicos. Tratamento: • Controle o deslocamento dos animais - não deve haver nenhum deslocamento de um local infectado, com exceção do abate, por 30 dias após a última lesão tenha cicatrizada. • Separe animais infectados dos saudáveis. • Animais estáveis se possível. • Controle de insetos. • Vacinas comerciais são disponíveis, mas a eficácia não foi testada ainda. • Desinfetantes eficientes são 4% carbonato de sódio, 2% hidróxido de sódio, desifetantes a base de iodo e desinfetantes a base de dióxido de cloro. Doença da Língua azul •língua azul é causada por um Orbivírus da família Reoviridae, e possui 24 sorotipos. •Afeta ovinos, bovinos e diversas espécies de ruminantes selvagens.. •O vírus é transmitido por mosquitos do gênero Culicoides. A infecção em bovinos é geralmente subclínica. •A doença geralmente ocorre em forma de surto quando há maior população de vetores, na época de maior precipitação pluviométrica •O vírus da BT pode também ser transmitido através do sêmen, quando o touro estiver em processo de viremia. •É uma doença de ocorrência sazonal, ocorrendo nos meses de verão e outono. •O vírus é transmitido por mosquitos do gênero Culicoides. •A doença geralmente ocorre em forma de surto quando há maior população de vetores, na época de maior precipitação pluviométrica Mamilite herpética •Esta doença é causada pelo herpesvírus bovino tipo 2 (BHV-2), um Alphaherpesvirus, da família Herpesviridae. http://www.vet.uga.edu/vpp/nsep/fmd/Port/mamilite_herpetica_bovina.htm A maior receptividade é verificada em bovinos, mas existe a possibilidade de infecção de bubalinos, ovinos e suínos. A morbidade pode chegar a 100%, mas não ocorrem mortes. A transmissão dentro do rebanho se dá na sua maioria pela ordenha, e apresenta-se como regra geral em regiões de solo úmido e pantanoso (geralmente após chuvas prolongadas. Em terneiros lactantes a transmissão é imediata com formação de uma estomatite localizada. •Não existe tratamento conhecido nem vacinas com ação comprovada. Febre catarral maligna •A febre catarral maligna (FCM) é uma doença herpética de bovinos que apresenta- se com morbidade baixa mas com alta mortalidade. •A febre Catarral Maligna é uma enfermidade vírica, aguda e altamente fatal de bovinos e cervídeos IMPORTÂNCIA •Morbidade 5 a 10% •Mortalidade 100 % •Retardo do crescimento •Medicação •Perda de produtividade •Uma característica epidemiológica importante da doença é que ela ocorre somente se há ovinos e em contato com bovinos. •Tratamento: Não existe tratamento •Positivando-se novas ocorrências, o abate de rebanhos poderá vir a ser inevitável, já que os tratamentos não são eficazes e aparentemente não interferem no curso clínico da doença. •Profilaxia: isolamento e segregação. Exantema Vesicular de Suínos http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.vet.uga.edu/VPP/ivm/port/VDS/images/introd10.jpg&imgrefurl=http://www.vet.uga.edu/VPP/ivm/port/VDS/index.htm&h=317&w=338&sz=24&hl=pt-BR&start=4&um=1&tbnid=rSkDxtFL10ep4M:&tbnh=112&tbnw=119&prev=/images%3Fq%3DExantema%2Bvesicular%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN •Etiologia: O vírus do exantema vesicular de suínos (VESV), é um membros do Gênero Calicivirus, Família Caliciviridae. Desde a sua descoberta, muitos calicivírus marinhos têm sido identificados e descritos, sendo o mais próximo deles chamado San Miguel Sea Lion Vírus (SMSV). Susceptibilidade: Os suínos são a única espécie conhecida susceptível a VES. • Transmissão: • Uma vez estabelecida no rebanho, a transmissão entre porcos é por contato direto. http://www.vet.uga.edu/vpp/ivm/port/VDS/contact.htm Diagnóstico: Deve ser diferenciada da Febre Aftosa, Estomatite Vesicular, e a doença vesicular dos suína. Não tente fazer um diagnóstico diferencial definitivo no campo!Comunique o veterinário da DSA do estado e/ou veterinário federal!! •Tratamento e controle: •O abate e o descarte adequado de animais infectados e animais que entraram em contato, e a desinfecção das instalações. Bons estudos