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1 Introdução Objetivos: Neste capítulo serão abordadas as unidades, teoria e equações fundamentais utilizadas na espectroscopia. Experimentos importantes que levaram ao conhecimento atual, ao desenvolvimento da quântica serão utilizados para iniciar os estudos de espectroscopia. De modo geral, podemos dizer que a espectroscopia trata especificamente da interação da radiação com a matéria, mas também de como os fenômenos físico-químicos podem ser tratados. Enquanto que, a espectrometria é a ferramenta utilizada, em diversas áreas do conhecimento, para caracterização e reconhecimento da natureza de espécies e materiais. Por isto, é importante primeiro conhecer o chamado espectro eletromagnético e as unidades utilizadas para descrevê-los. O uso e a implicação de métodos espectrométricos são fundamentais para uma lista imensa de aplicações. Na química, de imediato podemos citar o uso da espectroscopia de infravermelho e infravermelho por transformada de Fourier na caracterização de funções orgânicas, que talvez seja o primeiro contato do estudante de Química com a espectroscopia e a espectrometria na análise de estruturas. Mas como não falar de experimentos simples de caracterização de sólidos inorgânicos como a espectroscopia de absorção de chamas, que nos lembra um exemplo trivial do bico de Bunsen. Podemos citar alguns exemplos de aplicações de espectrometria: caracterizar fluidos biológicos e outras aplicações clínicas, na astronomia para detectar espectros de estrelas, na indústria, em aplicações ambientais, conservação de materiais e obras, ciência forense e arqueologia, são alguns exemplos de uma lista extensa. Das técnicas, qualquer lista é sempre desatualizada, espectroscopia de impedância eletroquímica, espectroscopia de absorção de raios X, Ressonância Magnética, Mössbauer, Micro-ondas, Raman, Fluorescência, Auger, Laser, Ultravioleta, dentre outros. Bom, então vamos primeiro a palavra, espectroscopia, o termo vem do latim, “espectro” do latim “spectru”. Historicamente, possamos nos remeter ao primeiro experimento publicado como sendo o de Isaac Newton, por volta de 1865 mostrando a dispersão da luz solar em um prisma. Mas muito antes, outros experimentos contribuíram para o nascer da espectroscopia. A descoberta das linhas escuras do espectro solar também foi uma fonte histórica do desenvolvimento da espectroscopia. No século XIX, William Hyde Wollaston, Joseph Ritter von Fraunhofer foram os descobridores destas linhas escuras do espectro solar que somaram 574 em 1820. Gustav Robert Kirchhoff identificou algumas destas linhas, as espécies eram oxigênio (vermelho), hidrogênio, sódio (amarelo), dentre outros. O elemento hidrogênio fora identificado em 1766 por Henry Cavendish. Inventor do bico de Bunsen, Robert Wilhelm Eberhard Bunsen, trouxe uma forma simples de caracterização de elementos pela chama, técnica que está localizada na região do ultravioleta, de modo geral. Esses são alguns poucos exemplos dos princípios da história da espectroscopia. No caso específico de radiação luminosa na região do infravermelho e ultravioleta, falamos de espectrofotômetros (fóton). Em geral, os espectros podem ser agrupados em espectros de absorção e espectros de emissão. 2 Nosso estudo versa principalmente de como determinar as equações e fenômenos físico-químicos de cada região do espectro, indo do micro-ondas ao ultravioleta. O estudo da espectroscopia relacionado a átomos e moléculas. Tentaremos buscar as informações fundamentais de como são construídos estes espectros a partir do conhecimento da química quântica. Grandezas e Unidades fundamentais Comprimento de onda () – tem dimensão de distância, unidade SI é o metro, a unidade usual em algumas regiões do espectro é o nm (10-9 m), Å (ångstrom, 10-10 m) ou o pm (10-12 m). A região do espectro visível se estende do violeta (0,4.10-6m) ao vermelho (0,8.10-6m) Número de ondas (�� �� �̅) – é o recíproco do comprimento de ondas: �� = 1/�. A unidade usual é o cm-1, para algumas regiões do espectro. É usual utilizar o número de ondas para representar a frequência. Natureza da Radiação Figura 1.1 – Radiação eletromagnética A propagação da radiação eletromagnética no vácuo é constante para todas as regiões do espectro (= velocidade da luz): c = × 1 Å = 10 –10 m 1 nm = 10 –9 m 1 m = 10 –6 m Comprimento de onda (), frequência (v) e número de onda (�̅) 3 c=2,997925x108 m.s-1 Radiação: Luz visível, ondas de rádio, infravermelho, raios-X, raios gama*; A onda viaja na direção Z com a velocidade da luz; A intensidade da radiação, de comprimento de onda λ, é proporcional a amplitude da onda; Se a radiação consiste de apenas um comprimento de onda, então diz-se que é um feixe monocromático; A radiação consiste de um pacote de energia denominado de fóton; *“A distinção entre raios X e raios gama não é tão simples e mudou nas últimas décadas. Ambos são fótons de alta energia (radiação eletromagnética) com comprimentos de onda muito curtos e, portanto, frequência muito alta. De acordo com a definição atualmente válida, os raios X são emitidos por elétrons fora do núcleo, enquanto os raios gama são emitidos pelo núcleo ” (traduzido de www.radiation-dosimetry.org). Figura 1.2 – Radiação eletromagnética, Fonte: Introduction to the electromagnetic spectrum, www.nasa.gov 4 Tabela 1.1 - Regiões do Espectro electromagnético Região (nm) (Hz) �̅ (cm-1) E (eV) E (kJmol-1) Microondas 105-107 109-1011 0.03-16 1000 15,0.1014 >5.104 >6,20 >598 Raios X 1-10-3 >1016 >107 >250 >106 Frequência () – A frequência e o comprimento de onda de uma radiação eletromagnética, atravessando o vácuo são relacionados por: = c, onde c é a velocidade da luz no vácuo. A frequência de uma onda periódica é o número de ondas que passa por um dado ponto por segundo. A unidade da frequência é o Hz, ou s-1. Usando o número de ondas teremos como converter Hz em cm-1: cv /~ Exemplo: A luz amarela tem comprimento de onda próximo a 5800 Å, logo a frequência é: = c/=(2,998x108ms-1)/(5,8x10-7m) = 5,2x1014s-1, multiplicando pela constante de Planck teremos a energia de 3,4x10-19J. 5 Figura 1.3 – Espectro electromagnético Joule kJ.mol-1 eV Joule 1 6,022137.1020 6,241506.1018 kJ.mol-1 1,660540.10-21 1 1,036427.10-2 eV 1,602177.10-19 96,4853 1 Hartree 4,359748.10-18 2625,500 27,2114 cm-1 1,986447.10-23 1,196266.10-2 1,239842.10-4 Hz 6,626076.10-34 3,990313.10-13 4,135669.10-15 Hartree cm-1 Hz Joule 2,293710.1017 5,03411.1022 1,509189.1033 kJ.mol-1 3,808798.10-4 83,5935 2,506069.1012 eV 3,674931.10-2 8065,54 2,417988.1014 Hartree 1 2,1947463.105 6,579684.1015 cm-1 4,556335.106 1 2,997925.1010 Hz 1,519830.10-16 3,33564.10-11 1 Tabela de Conversões de Unidades 6 1cal 4,184J Constante de Avogadro (NA) = 6,0221367.1023mol-1 Constante de Plank (h) = 6,6260755.10-34J.s h/2 = 1,05457266.10-34J.s Constante de Rydberg(RH) = 109677,581cm-1 Constante de Boltzmann(k) = 1,380649*10-23 J/K Exercício: Calcule a energia em joules, eletronvolts e joules por mol de fótons de um comprimento de onda de 300 nm Figura 1.4 – Evolução da mecânica quântica 1eV = (1,602x10-19 C) (1V) = 1,602x10-19 J 7 Radiação do Corpo negro Vamos considerar agora um material que absorva calor e transforme em radiação. Kirchhoff provou em 1859 que: “um corpo emite radiação a umadada temperatura e frequência exatamente da mesma forma que ele absorve a mesma radiação.” Se um corpo absorvesse mais que emitisse então num dado momento o corpo estaria mais e mais quente, enquanto que o ambiente ficaria mais frio. Podemos considerar que isto violaria o princípio da entropia (uma máquina de calor que extrai trabalho e o ambiente se torna cada vez mais frio). Acima do zero absoluto, cada corpo irá emitir a frequência e intensidade da radiação dependente da natureza do corpo. Sabemos que o espectro exato de frequência emitida depende do corpo. Então vamos ao corpo negro: um corpo que emite perfeitamente e absorve também perfeitamente. Concluindo, denomina-se corpo negro aquele que absorve toda a radiação que nele incide, independente da frequência, é um corpo ideal de um material radiante. Na radiação de estrelas, há uma temperatura associada a um corpo negro que emitiria o mesmo fluxo de energia. Como construir o corpo negro? Um pequeno orifício em uma caixa de um material de boa absorção. Neste caso, ao passar pelo orifício a radiação ficará oscilando dentro do material e com pouca chance de sair. Figura 1.5 – Um corpo fechado com um pequeno orifício seria um exemplo de um corpo negro, no qual toda a radiação que entra ficaria confinada dentro deste corpo. E se o corpo for aquecido? 1º Lei do deslocamento de Wien, 1893, a frequência é diretamente proporcional a temperatura. Ou, o comprimento de onda é inversamente proporcional a temperatura: 3 max 2,8977685.10 . ( ) m K T K 8 Figura 1.6 – Objetos mais quentes emitem mais energia que objetos mais frios: P = T4 Como é a forma do gráfico da densidade da radiação espectral versus a frequência? 2º Lei de Stefan, 1879, a potência total irradiada, P, de um metro quadrado de superfície preta à temperatura T varia com a quarta potência da temperatura absoluta (também chamada de Stefen- Boltzmann): 4 8 2 4, 5,67.10 . wattsP T m K A expressão clássica para descrever a densidade de radiação foi primeiro descrita pela lei de Rayleigh- Jeans (Lord Rayleigh e J. H. Jeans): Figura 1.7 – O espectro de um corpo negro em função da frequência para várias temperaturas (D.A. McQuarrie). v(T)dv é a densidade de energia radiante entre as frequências v e v+dv. 9 Esta é a conhecida “catástrofe do ultravioleta”. Figura 1.8 – Potencia da radiação mostrando as regiões do espectro. Teoria de Planck Em 1900, Max Planck propôs que a energia total de qualquer entidade física, executando oscilações harmônicas simples, pode assumir valores discretos para a energia, na forma da relação: n = nh. Onde n é um inteiro e a frequência. A constante h é denominada de constante de Planck, onde h=6,626068.10-34 J.s. Daí a diferença de energia entre dois níveis permitidos é = h, ou, = hc/. hnhhnE nhE )1( E é o quantum de energia O que Planck fez foi restringir os modos com os quais a energia da radiação poderia ser distribuída em modos de movimentos de onda dentro da cavidade. Planck visualizou que para responder a 10 questão do corpo negro não poderia ser dividida infinitamente. Ele chamou os modos de movimento das ondas de osciladores. E disse que estes estariam quantizados, ou seja, as energias dos osciladores precisariam estar separadas por quantidades finitas, quanta. Ao fazer isto Planck conseguiu prever com grande precisão a distribuição de energia do corpo negro. Vamos comparar a unidade da constante de Planck, J.s: A constante de Planck tem dimensão de energia x tempo. Mas podemos entender o valor de J da constante. Para aquecer um grama de água em 1oC, são necessários 4,184 J. Um mol de água são 18g e contém o número de Avogadro de moléculas de água, então será necessário: (4,184 J/g) x (18g/mol) x (1mol/6,02.1023moleculas) = 1,3.10-22J/molécula, para aquecer em 1oC. Por molécula! É fácil verificar a relação entre as duas equações para a distribuição da densidade de energia radiante, podemos escrever a relação de Rayleigh- Jeans através de uma equação cúbica, enquanto que a de Planck leva em conta a forma de um exponencial: Figura 1.9 – Relação de Rayleigh-Jeans e de Max Planck. Louis De Broglie 11 De Broglie propôs que uma partícula de massa m e velocidade v, terá um comprimento de onda de: = h /mv p (momento) Para um elétron de massa 9,1x10-34 kg movendo-se a 1,0.106 m/s terá: nmAm smkgx sJ 707107 10011019 1066 10 634 34 ,. )/.,)(,( .., Lembrem-se que: 1m=1010 Å e 1m=109 nm. Resumindo: �̄ = � � Número de ondas, unidade cm-1 �̅ = � � λ é o comprimento de onda DE = h v (Lei da radiação de Planck), h=6,626x10-34 J.s (constante de Planck) = c, onde c é a velocidade da luz no vácuo: 299 792 458 m.s-1 ou c=2,998x108 m/s v frequência Unidade: Hz ou s-1 Efeito Fotoelétrico Entre 1886 e 1887 Heinrich Hertz descobriu que a luz ultravioleta causa a emissão de elétrons de uma superfície metálica. Os trabalhos experimentais de Lennard, em 1900, mostravam que: a) Elétrons eram emitidos somente quando a freqüência da luz excedia um certo mínimo, denominada de v0, uma freqüência mínima. b) O valor de v0 varia com o metal e está na faixa do ultravioleta c) Aumentando a frequência da radiação aumenta a energia cinética dos elétrons emitidos d) Aumentando a intensidade da luz aumenta o número de elétrons emitidos, mas não afeta a energia cinética dos elétrons emitidos. Como a física clássica descrevia o efeito fotoelétrico? 12 Usando a visão clássica da luz como onda: a) A energia numa onda é proporcional a sua intensidade. • Então esperaríamos que a energia cinética dos elétrons emitidos aumentaria com o aumento da intensidade da luz. b) A energia é independente de sua frequência • Então esperaríamos que a energia cinética fosse independente da frequência da luz • A visão clássica da luz prevê que o efeito fotoelétrico ocorreria em qualquer frequência, desde que a luz seja suficientemente intensa. Portanto temos uma contradição com o observado experimentalmente. Efeito Fotoelétrico (resumindo): Quando luz ultravioleta atinge uma superfície de um metal alcalino, elétrons são ejetados da superfície, somente quando a frequência da radiação atinge a frequência limite do metal. O que é observado é que com o aumento da frequência, a energia cinética do elétron ejetado, o fotoelétron, aumenta linearmente com n. Figura 1.10 – Fonte: physics.info A explicação veio de uma relação proposta por Planck, em 1900, a famosa relação E=nhn. Einstein usou, em 1905, a teoria de Planck para explicar o efeito fotoelétrico. Planck aplicou o conceito da quantização da energia para o processo de emissão, mas considerou que a energia luminosa emitida se comportava como onda. 13 Einstein propôs que a radiação existia como pequenos pacotes de energia, Efótons=hv, agora conhecidos como fótons. A energia cinética (KE) do elétron emitido é igual a energia do fóton incidente (hv) menos a energia mínima necessária para remover o elétron da superfície de um determinado metal (, função trabalho). O efeito fotoelétrico ocorre quando o elétron no metal é atingido pelo fóton. O fóton desaparece e a energia, hv, é transferida para o elétron. Parte da energia absorvida pelo elétron é usada para sobrepor as forças que o mantêm no metal, e o restante aparece como energia cinética do elétron emitido. Portanto: 21 2h mv Exercício: A energia cinética de elétrons ejetados foi determinada para uma superfície de sódio metálica, em função do comprimento de onda de uma radiação incidente. Os valores obtidos encontram-se na tabela abaixo. Trace o gráfico da energia cinética (em J) versus a frequência (Hz). /nm 100 200 300 400 500 KE/eV 10,1 3,94 1,880,842 0,222 1.8 Espectro do Átomo de Hidrogênio No início do século XX, era conhecido que cada átomo tem um espectro de emissão característico, quando submetido a altas temperaturas ou a descarga elétrica. Esses são os espectros de linha, já que o espectro de emissão dos átomos consiste de apenas algumas frequências. l Figura 1.13 Um espectro da luz branca, produzido pela refração em um prisma. A luz é observada com um espectroscópio, passando através um obturador e depois por um prisma, o qual separa os componentes da luz. Figura 1.12 - Espectro de linha de átomos de hidrogênio excitado. 14 Se uma alta voltagem é aplicada a um elemento em fase gás a baixa pressão, átomos absorvem energia e são ditos “excitados”, somente algumas linhas são vistas, esse é o espectro de emissão de linhas. Os átomos excitados emitem luz. Um exemplo são os tubos de néon. Como o espectro atômico é característico do átomo, é razoável pensar que depende também da distribuição dos elétrons no átomo. Portando, a elucidação da estrutura eletrônica dos átomos poderia ser feita via uma análise completa do espectro de emissão. Assim, por muito tempo cientistas tentaram encontrar um padrão para as frequências. Daí surgiu, por exemplo a série de Balmer (Johann Jakob Balmer, Físico Suíço) Espectro de emissão do átomo de hidrogênio. Tabela 1.2 - Linhas espectrais observadas do hidrogênio no visível e ultravioleta Linha λ (nm) Cor H 656,285 Vermelha Hbeta 486,133 Ciano(esverdeado) Hgama 434,047 Azul Hdelta 410,174 Violeta Hepsilon 397,007 Ultravioleta Limite(H) 364,56 Ultravioleta Figura 1.14 – Anders Ångström, um físico Sueco, mediu acuradamente as quatro linhas de emissão do hidrogênio. Balmer observou regularidade matemática e em 1885 alcançou o que muitos buscavam na época. Ajustou o comprimento de onda, , espectro de emissão do hidrogênio atômico, através da seguinte equação: H Hg Ne 15 Onde G é uma constante (limite da série) e n’ é um inteiro, n’=3,4,5,… Tabela – série de Balmer ��� ��� �� � ∗ ��� ��� �� λ �� ���� = 9 5 364,56* � � = 656,208 �� ���� = 16 12 364,56* �� �� = 486,080 �� ���� = 25 21 364,56* �� �� = 434,000 �� ���� = 36 32 364,56* �� �� = 410,130 �� ���� = 49 45 364,56* �� �� = 396,965 Como se pode ver a relação linear é escrita com uma série: � � , �� �� , �� �� , �� �� , �� �� , que levam a valores bastante próximos aos observados no espectro experimental, ou seja, Balmer resolveu o espectro do hidrogênio. O número de ondas, ��, é dado por �� = � � sabendo que � = � � Reescrevendo em termos de frequência, , RH é a constante de Rydberg para o hidrogênio. Nesta equação está claro o comportamento discreto e não contínuo do espectro, diferentemente do clássico. Em geral, os dados são escritos em termo de “número de ondas”, 1/l ao invés de n, o recíproco do comprimento de onda, cuja unidade SI é o m-1, apesar do uso comum ser o cm-1: 1 22 1 21 1 4 1 2 1 1 0 9 6 8 0 1 1 1 0 0 1 . 2 9 9 7 9 2 4 5 8 1 02 2 0 2,841 cm n s ncm m m s xx c v v 16 1 109680 1 2 1 2 2 1 n cm n=3,4,... A equação prevê uma série de linhas com o aumento de n, com n aumentando 1/n2 diminui, até desaparecer do termo, dando o limite de 1/=2,742x104cm-1 (=365nm), em excelente concordância com o experimental, este é o último termo da série de Balmer (região do visível), o limite da série. Com esta fórmula é possível então calcular as três linhas de maior comprimento de onda do átomo de hidrogênio. Se n=3, calculando o comprimento de onda, obteremos o valor de 6,561x10-7m ou 656,1nm, o qual corresponde a linha vermelha do espectro do hidrogênio. Com n=4, obteremos a linha verde. 1.9 Equação de Rydberg A equação de Rydberg leva em consideração todos as linhas do espectro de hidrogênio, generalizando a equação de Balmer: 1 109680 1 1 1 2 2 2 1 n n cm com n2 > n1 A constante aparecendo na fórmula é chamada de constante de Rydberg, RH=109677,57 cm-1. Outras séries foram desenvolvidas, para diferentes regiões do espectro. O espectro de emissão de outros átomos também constitui uma série. Rydberg encontrou leis empíricas aproximadas para muitos deles, expressas em termos como o da equação acima. 17 Niels Bohr Em 1913, Bohr chegava na relação da variação da energia para as transições do átomo de hidrogênio, explicando assim o espectro de emissão do hidrogênio: Chegando a constante de Rydberg: Figura 1.16 Níveis de energia para o átomo de hidrogênio, calculados pela teoria de Bohr. Figura 1.15 - Representação esquemática das diversas séries no espectro do 18 Chegando a constante de Rydberg: Exercício: Usando as expressões acima calcule, com seis algarismos significativos, o número de ondas, em cm-1, para os dois primeiros (n”) membros da série Balmer do átomo de hidrogénio. Em seguida, converta estes para comprimentos de onda, em nm. Resumo A relação entre comprimento de onda (), frequência (v) e número de onda (�̅) é dada por: A contribuição de Planck, permite obter a energia de uma determinada frequência de radiação: = h, Os espectros podem ser deduzidos pela relação geral de Rydberg: 1 109680 1 1 1 2 2 2 1 n n cm com n2 > n1 Sugestões bibliográficas Alguns textos sobre a história do desenvolvimento da espectroscopia: QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Espectroscopia e Química N° 3, MAIO 1996 https://alfacrucis.org/artigos/uma-pequena-historia-da-espectroscopia/, acessado em 16/032023. http://astro.if.ufrgs.br/rad/espec/espec.htm, acessado em 16/032023.