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Unidade 1 
Conceitos e fundamentos 
da análise financeira 
 
Abertura 
Apresentação 
Olá, prezados discentes! Sejam bem-vindos à disciplina de Gestão financeira! 
É um prazer ter a oportunidade de transmitir a vocês a importância da gestão financeira 
nas empresas e negócios em geral. A gestão financeira é, sem dúvida alguma, o setor 
mais relevante dentro da administração de uma empresa. É ela que valida a 
administração de todos os recursos do negócio, promovendo assim o seu 
fortalecimento. É função do gestor financeiro reduzir custos, desperdícios, identificar 
pontos de melhoria, captação de recursos e as mais diversas e importantes tomadas de 
decisão. Hoje dispomos também da tecnologia a favor dos negócios, auxiliando no 
controle, otimizando ações, fornecendo relatórios. Sendo assim, estudaremos aqui o 
papel do analista financeiro, como ele atua nos negócios buscando soluções, 
alternativas, administrando o capital de giro, tomando decisões. Estudaremos também 
cálculos financeiros, como juros, financiamento e amortização, ferramentas 
importantes para o planejamento e controle dos negócios. 
Bom estudo! 
 
 
 
Apresentação do Professor 
Suzana Rezende Lemanski 
 Doutora em Engenharia Química (Universidade Estadual de Maringá); 
Videoaula Apresentação da Disciplina 
Assista! 
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 Mestre em Ciências de Alimentos (Universidade Estadual de Londrina); 
 Graduada em Engenharia Química (Universidade Estadual de Maringá); 
 Credenciada pelo MEC – Avaliadora de cursos; 
 Docente UniFil (Centro Universitário Filadélfia). 
 
 
 
Objetivos 
 Apresentação do ambiente da gestão financeira, a relação risco retorno; 
 Aplicação dos cálculos financeiros na gestão dos negócios; 
 Interpretação de técnicas de gestão financeira: ponto de equilíbrio, capital de 
giro e tomadas de decisões; 
 Apresentação de aplicativos informatizados para a administração financeira das 
organizações. 
 
 
 
Videoaula Minicurrículo 
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Introdução da Unidade 
Caros discentes, sejam bem-vindos à Unidade 1, em que iremos abordar conceitos e 
fundamentos da análise financeira. Ao se administrar um negócio, existem alguns princípios 
básicos que devem ser criteriosamente seguidos e que irão certamente impactar os diversos 
setores da organização. 
O primeiro deles é o planejamento, em que será avaliado de antemão e de forma minuciosa os 
possíveis riscos. Outro aspecto fundamental é o entendimento do estoque, ou seja, ter o 
controle de que se dispõe da quantidade certa de produtos para que a empresa possa atender 
prontamente as possíveis demandas de mercado, evitando perdas de negócio e, 
consequentemente, prejuízo. 
É também essencial participar do controle do fluxo de caixa, garantindo o acompanhamento das 
entradas e saídas financeiras, o que contribui para a redução de erros. Além disso, é necessário 
que todas as receitas e despesas sejam devidamente registradas, independentemente de seus 
valores — tarefa que exige um trabalho conjunto com a contabilidade para assegurar a precisão 
das informações. 
Para integrar e interpretar essas informações de forma eficaz, a análise financeira surge como 
uma ferramenta indispensável, apoiando diretamente o processo de gestão e fortalecendo a 
capacidade de tomar decisões mais seguras e fundamentadas. Assim, nesta primeira unidade, 
nosso objetivo é apresentar os aspectos introdutórios da gestão financeira, proporcionando 
uma visão geral do ambiente financeiro, das funções do gestor e das áreas onde a atuação da 
gestão financeira é mais relevante. Veremos também como o gestor financeiro utiliza 
conhecimentos interdisciplinares, como a economia e contabilidade, para embasar suas 
decisões. 
Objetivos 
● Apresentação do ambiente da gestão financeira. 
● Demonstração da tributação nos resultados financeiros. 
 
Conteúdo programático 
Aula 1 — Conceitos e fundamentos da análise financeira 
Aula 2 — A relação risco retorno 
 
Conceitos e fundamentos da análise 
financeira 
 
A análise financeira pode ser realizada de diversas maneiras, mas sempre com o objetivo de se 
levar à tomada de decisão necessária, de forma a se ter o mínimo de risco e, ao mesmo tempo, 
o máximo de eficiência. As empresas, independentemente de serem pequenas, médias ou 
grandes, sabem da importância de uma análise financeira bem elaborada, uma vez que toda 
decisão tomada na gestão de uma empresa implica custos, perdas, ganhos e gastos. Isso mostra 
que toda decisão tomada com relação a uma empresa é, sem dúvida, uma decisão financeira. 
Como se sabe, é inegável que a utilização de demonstrativos de análise financeira das empresas, 
seja qual for seu porte, é de grande importância para a correspondente sobrevivência em meio 
a um mercado cada vez mais competitivo, em que a eficiência e a eficácia das decisões tomadas 
são fatores que determinam o sucesso ou o fracasso das empresas, principalmente pelo fato de 
que o índice de mortalidade das pequenas empresas brasileiras é, infelizmente, muito alto. 
O orçamento financeiro também desempenha um papel fundamental na gestão de uma 
organização. Ele possui diversos objetivos que contribuem para o planejamento, controle e 
tomada de decisões financeiras, porém é importante ressaltar que monitorar e controlar as 
despesas, e garantir que elas não ultrapassem as receitas, é o principal. 
Levando-se em conta também, que temos um mercado extremamente competitivo e dinâmico, 
e que a todo momento surgem novos produtos, portanto, novos concorrentes, novas 
tendências, e principalmente, novas tecnologias, as tomadas de decisões rápidas e assertivas 
podem selar o destino dessas empresas, evitando o acúmulo de despesas desnecessárias que 
podem levá-las inevitavelmente à falência. 
Os projetos financeiros são importantes para o planejamento de como e quando captar 
recursos, administrar pagamentos por clientes, diminuir custos de compras e de despesas e, 
sobretudo, se adaptar às inevitáveis mudanças do mercado. Muitas empresas não conhecem 
suas condições financeiras, o que pode fatalmente resultar em descuidos com informações 
importantes. 
 
 
 
 
A análise das demonstrações financeiras é de fundamental importância para a administração 
financeira, uma vez que fornece uma série de dados e informações sobre a empresa, de acordo 
com regras contábeis, partindo-se do princípio de que a administração financeira se baseia 
principalmente em dados e informações. O objetivo da análise financeira é transformar dados 
em informações confiáveis, por isso deve haver uma afinidade entre a contabilidade e a gestão 
financeira. 
O administrador financeiro é responsável por orientar as decisões de investimentos e 
financiamentos a serem tomadas pelos dirigentes da empresa, ou seja, definir onde e quando 
buscar recursos para alcançar resultados lucrativos. Para isso, é necessário também considerar 
o ambiente econômico, incluindo mudanças políticas, a análise da oferta e da demanda, os 
custos dos juros e as estimativas de inflação — fatores que influenciam diretamente os preços 
dos produtos e as estratégias empresariais. 
A gestão financeira está igualmente relacionada com a área contábil, uma vez que é a partir da 
movimentação financeira que ocorrem os registros contábeis, os quais fornecem informações 
essenciais para o acompanhamento do fluxo de caixa e para decisões fundamentadas. Além 
disso, é da contabilidade que se originam os dados utilizados nas demonstrações que embasam 
a análise financeira. 
As empresas precisam fazer com que o dinheiro renda, e essa ação geralmente está associada 
à gestão financeira, como a maximização doslucros, levando-se em conta o tempo, os fluxos de 
caixa e, naturalmente, os riscos. Isso envolve a adoção de hábitos cotidianos que, embora 
modestos e aparentemente irrelevantes, quando somados, contribuem para a organização das 
finanças e a eliminação de custos desnecessários. 
 
 
Videoaula 1 
Agora assista a uma videoaula que 
aborda a importância da análise 
financeira da empresa. 
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Como fazer uma análise financeira 
Devemos, em primeiro lugar, saber se o negócio em questão é viável, além de dar atenção ao 
fato de que as despesas não estão sendo superiores à receita. Para ser feita uma análise inicial 
deve-se, primeiramente, identificar quem é o provável público consumidor, ou seja, faixa etária, 
sexo, poder de compra, etc., o que, dependendo do negócio, é imprescindível. 
Outra análise importante é como a concorrência atua, especialmente se está crescendo. 
Portanto, nesse caso, deixar claro qual será o seu diferencial oferecido. É fundamental ter inteiro 
conhecimento da legislação geral, além da legislação do setor em que pretende atuar. E, 
finalmente, é muito importante, ter certeza, de que suas condições financeiras estão de acordo 
com o necessário para se iniciar o negócio. 
Feito todos esses estudos e iniciando então o negócio, temos as demais recomendações para o 
gestor financeiro. Deve ser feita a análise do faturamento periódico, acompanhando assim as 
vendas efetuadas, quais são os custos fixos e os variáveis, o fluxo de caixa, o preço de venda, 
além do lucro operacional. 
Um indicador de extrema importância na análise financeira é o índice de estrutura de capital, 
ou de endividamento, que mede a proporção de recursos de terceiros (dívidas) utilizados pela 
empresa em relação ao total de seus ativos. Esse índice permite avaliar de que forma o 
endividamento pode impactar a saúde financeira e a capacidade de pagamento da organização. 
É incontestável que finanças fazem parte do dia a dia de qualquer tipo de empresa ou negócio, 
uma vez que está inserida no controle dos recursos para compras e aquisições, no 
gerenciamento dos recursos utilizados em vários setores da empresa, como produção e venda, 
além da contabilidade em atividades de gestão de uma maneira geral. 
A gestão financeira é uma ferramenta essencial no controle dos meios que podem viabilizar, ou 
não, a obtenção de recursos para financiar operações e projetos da empresa. Veja que é nesse 
meio empresarial que é feita a busca por captação de recursos, onde deverão ser aplicados, 
como reduzir gastos desnecessários, além da observação dos melhores caminhos para a 
condução financeira da empresa. O setor administrativo é vital para a empresa, pois é ele que 
garante o seu bom funcionamento, sendo o objetivo principal obter lucro além da maximização 
dos investimentos, realizando um controle rigoroso da entrada e saída de dinheiro. 
 
 
 
Indicação de Leitura 
Leia o seguinte artigo: ANDRIETTA, Lucas Salvador; MONTE-CARDOSO, Artur. Análise de 
demonstrações financeiras de empresas do setor de saúde brasileiro (2009-2015): 
concentração, centralização de capital e expressões da financeirização. Cad. Saúde Pública, 
2020. Disponível em: . Acesso em 
22 jan. 2024. 
 
Finanças e seu papel nas empresas 
Já se comentou que as questões financeiras fazem parte do dia a dia das empresas, uma vez que 
operacionalizam os recursos para compras e aquisições, promovendo, assim, o seu 
funcionamento ativo. Ou seja, o bom gerenciamento dessas questões financeiras são pré-
requisitos para o seu próprio funcionamento, nas suas respectivas áreas, independentemente 
de serem áreas de contabilidade, produção, vendas ou simplesmente no auxílio da 
administração geral de nível gerencial e estratégico. 
É natural que todas as atividades empresariais, sem exceção, se utilizem dos dados e 
informações financeiras para a tomada de decisão na condução da sua empresa, uma vez que, 
sem o recurso financeiro bem administrado, é difícil uma empresa não cair fatalmente na 
insolvência (situação financeira desafiadora em que uma empresa se encontra incapaz de pagar 
suas dívidas). 
Logo a gestão financeira é uma ferramenta utilizada para controlar, da forma mais eficaz 
possível, os meios viáveis para a captação de recursos com o fim de financiar operações e 
atividades. Para exemplificar o setor financeiro dentro do ambiente empresarial e na sociedade, 
temos a seguir algumas de suas principais áreas de atuação, entre muitas outras, dentre as quais 
podemos destacar: 
● Atuação junto a bancos e instituições afins; 
● Atuação na economia familiar, auxiliando na gestão das finanças pessoais; 
● Atuação nas análises de investimentos, constatando a viabilidade de investir e os 
possíveis retornos desses investimentos; 
● Atuação nas análises de aquisição de imóveis, quais são as melhores opções, se é um 
bom momento para comprar ou se é mais interessante locar. 
 
Agora, conduzindo o olhar para as divisões do setor financeiro, mais internamente para as 
empresas, observamos as seguintes divisões: 
● Tesouraria: investimento de capital, de crédito, de planejamento financeiro e obtenção 
de fundos, de caixa e de fundo de pensão; 
● Controle: tributos, contabilidade financeira e contabilidade de custos. 
 
A administração financeira e a economia 
É importante destacar o papel da economia no desenvolvimento do ambiente financeiro, que é 
melhor detalhado por intermédio da macroeconomia e da microeconomia. Observe que a 
macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a empresa deve 
operar, e a microeconomia estuda a determinação de boas estratégias operacionais, tanto para 
empresas quanto para indivíduos. Vamos detalhar melhor como funcionam a macroeconomia e 
a microeconomia. 
 
Macroeconomia 
Faz o controle da estrutura institucional do sistema bancário como um todo, intermediários 
financeiros, o Tesouro Nacional e as políticas econômicas de que o Governo Federal dispõe para 
que se viabilize administrar de forma adequada o nível de atividade econômica dentro da 
economia. A teoria e a política macroeconômica, como o título indica, visam estabelecer uma 
estrutura internacional em que os recursos fluem entre as instituições e os países, com o 
objetivo de que a economia seja estabilizada e o desemprego controlado. 
É importante lembrar que as empresas devem funcionar no âmbito macroeconômico, portanto 
é imprescindível que o gestor financeiro esteja ciente de sua estrutura institucional, além das 
possíveis e prováveis mudanças na política econômica, que podem, sem dúvida, interferir na 
sua capacidade de decisão. É importante salientar que a compreensão e entendimento do 
funcionamento do amplo ambiente econômico não é garantia de o gestor financeiro obter 
sucesso financeiro para a empresa, uma vez que existem muitos outros fatores intrínsecos! 
É crucial estar constantemente atento às possíveis consequências de uma política monetária 
mais restritiva sobre a capacidade da empresa de obter recursos, e assim ser capaz de gerar 
receitas, além de conhecer as várias instituições financeiras e de que forma operam, para que 
seja possível aliar os potenciais canais de investimento e financiamento. 
 
Microeconomia 
O foco da microeconomia difere do foco da macroeconomia, uma vez que analisa as relações 
mais próximas da realidade da empresa, ou seja, relação com outras empresas, clientes, 
fornecedores, entre outros. Vejamos quais são esses focos: 
● A base para a operação eficiente da empresa ao definir as ações que levarão à empresa 
obter sucesso; 
● Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e procura, além, é claro, das estratégias 
de maximização do lucro; 
● As questões relacionadas à composição de fatores produtivos, níveis “ótimos” de 
vendas e estratégias de preço do produto; 
● A mensuração depreferências através do conceito de utilidade, risco e determinação 
de valor; 
● E, finalmente, as razões para depreciar ativos. 
 
 
 
Tributação das empresas 
Como se sabe, as empresas tem a obrigatoriedade de pagar ao governo impostos, taxas 
e tributos. É fato que, ao adquirirmos um bem, seja ele móvel ou imóvel, estamos 
pagando impostos que podem ou não já estarem embutidos no preço. Muito se discute 
e, muitas vezes, se atribui ao produtor rural os preços dos produtos alimentícios. Porém 
é crucial lembrar que, no preço dos alimentos que adquirimos no supermercado, estão 
embutidos os custos, o lucro e os impostos que o supermercado também tem que pagar 
ao governo! 
Videoaula 2 
Agora assista à videoaula que aborda 
como fazer uma boa análise financeira. 
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Da mesma forma funciona com a comercialização de automóveis, em que parte do valor 
pago pelo consumidor é correspondente aos impostos devidos pela montadora e 
concessionária ao governo. Também é importante salientar que os impostos oscilam 
entre os diferentes municípios, além de ter uma variação também quando se trata de 
impostos estaduais e federais. Além dessa oscilação, os impostos também podem 
diferir, dependendo do porte e da atividade que a empresa desenvolve. 
 
 
Videoaula 3 
Assista agora à videoaula sobre a relação 
entre a administração financeira e a 
economia. 
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A relação risco retorno 
Antes de falarmos sobre essa relação (risco-retorno), vamos estudar um pouco sobre a gestão 
de fluxo de fundos. 
Gestão de fluxo de fundos 
Partindo-se do princípio de que a função financeira está relacionada com uma série de 
atividades ligadas à gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa, ela 
também é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela otimização do uso desses 
fundos, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento em questão. 
Vamos entender, então, o que é fluxo de fundos: se trata da movimentação de numerário 
existente na empresa para que ela possa funcionar, assim como os créditos obtidos e 
concedidos. Vejamos um exemplo prático para entender melhor! Para que finalidade uma 
empresa (por exemplo, uma indústria) necessita de fundos? 
● Compra de bens (meios de produção, que irão gerar produtos), ou seja, imóveis, 
instalações, equipamentos, entre outros (ativos fixos); 
● Necessidade de sanear capital de giro (gastos com mão de obra, matéria-prima e outros 
custos de fabricação), além de recursos para manter as demais atividades, como 
pagamentos de salários, fornecedores, energia elétrica, operadora de internet, 
impostos e demais despesas; 
● Necessidade de fundos para a estocagem de materiais e de produtos; 
● Necessidade de recursos disponíveis em caixa e nas contas bancárias para realização das 
despesas diárias. 
Como podemos verificar, essas são apenas as despesas essenciais, sem contar possíveis e 
eventuais imprevistos. Para a empresa financiar todas essas operações relacionadas ao fluxo de 
fundos, são necessários recursos, e estes são provenientes de: 
● Capital próprio: são os recursos investidos pelos sócios ou acionistas da empresa; 
● Capital de terceiro: são os recursos obtidos junto a entidades externas, como 
instituições financeiras (bancos), fornecedores, investidores, órgãos públicos ou outras 
organizações, geralmente por meio de empréstimos, financiamentos, créditos ou 
compras a prazo. 
 
Logo, para a provisão dos fundos, a empresa poderá se valer das seguintes opções: 
● Inicialmente com integralização de capital dos sócios; 
● Empréstimos de curto prazo para necessidades momentâneas de caixa; 
● Financiamentos a médio e longo prazo para compra de ativos fixos; 
● Lançamento de títulos de dívida a longo prazo; 
● Leasing (posse e uso de ativos fixos); 
● Créditos concedidos por terceiros, como fornecedores (prazo de pagamento), governo 
(adiamento de tributos) e prazos legais para pagamento de salários. 
Após adquiridos os recursos de forma geral eles terão as seguintes destinações: 
● Liquidação dos compromissos; 
● Remuneração dos sócios (dividendos); e 
● Reinvestimento de recursos próprios (lucro não distribuído). 
 
 
 
Levantamento e aplicação dos recursos 
Os recursos podem ter as seguintes origens e ter as seguintes características, conforme já visto 
anteriormente: 
● Recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) além de recursos de 
terceiros (compromissos assumidos e dívidas contraídas); 
● Recursos permanentes (recursos próprios e dívidas a longo prazo) e recursos 
temporários (compromissos e dívidas a curto prazo); 
Videoaula 1 
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gestão de fluxo de fundos. 
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● Recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos; 
 
A utilização dos recursos também deve levar em consideração prazos e custos, como, por 
exemplo, a compra de uma máquina deverá ser financiada com recursos permanentes, uma vez 
que o valor investido deverá ser recuperado em alguns anos. 
Certas nomenclaturas fazem parte do cotidiano do financeiro e elas diferenciam algumas 
situações relacionadas aos custos do dinheiro na sua aquisição: 
● Custo explícito: são juros e demais encargos sobre empréstimos, financiamentos e 
fornecedores que reduzem a parcela de lucro que restará aos acionistas; 
● Custo implícito: corresponde à expectativa de lucros dos acionistas que não deve ser 
frustrada, sob risco de haver desinteresse em continuar participando do negócio; 
● Custo de oportunidade para os acionistas: corresponde ao retorno que os acionistas 
obteriam com tais recursos em outras aplicações com o mesmo grau de risco suportado 
por seus investimentos na empresa (lembrando que a lucratividade deve ser maior que 
o custo de oportunidade). 
 
Aplicação de recursos 
É a busca frequente pela potencialização do uso dos fundos de forma a alcançar a melhor 
rentabilidade, resguardando assim a capacidade da empresa pagar seus compromissos nos 
vencimentos, evitando dessa forma o pagamento de multas e juros. Os gestores da área 
financeira precisam conhecer todas as etapas de funcionamento da empresa e analisar 
profundamente os novos projetos de investimento. 
Dentro do ambiente empresarial a aplicação de recursos é essencial para o desenvolvimento 
das operações, e eles são aplicados em ativos operacionais (sejam fixos ou circulantes), e demais 
ativos de natureza não operacional (aluguéis, aplicações, entre outros). 
É importante salientar que cada ativo contribui, direta ou indiretamente, para a geração de 
lucro. Ou seja, se for necessário paralisar uma linha de produção — independentemente do 
motivo — isso fatalmente resultará em queda nas vendas, além de prejuízos com mão de obra 
e máquinas ociosas, mantendo-se custos fixos mesmo com recursos inoperantes. 
 
Além disso, o excesso de estoques e de duplicatas a receber costuma gerar conflitos de interesse 
entre o setor financeiro e outras áreas. Estoques elevados, por exemplo, favorecem os setores 
de suprimentos, produção e, consequentemente, vendas. Já prazos extensos de faturamento 
beneficiam o desempenho da equipe comercial, mas pressionam o fluxo de caixa. 
Cabe à administração financeira acabar com excessos de estoques e duplicatas a receber. No 
caso das duplicatas a receber, o administrador deve acompanhar prazos, identificar atrasos e 
propor políticas de cobrança mais eficientes, evitando a perda do poder de compra — 
especialmente em cenários inflacionários. Quanto aos estoques em excesso, se o custo médio 
unitário dos produtos demonstrado pela contabilidade estiver defasado, os preços de venda 
devem ser ajustados com base nos custos de reposição. 
 
Liquidez 
A liquidez é uma meta do departamento financeiro que não pode ser esquecida, sendo esta, a 
capacidade de a empresa pagar suasobrigações no prazo certo, utilizando os recursos que 
possui no curto prazo. Em outras palavras, é a facilidade com que uma empresa consegue 
transformar seus ativos em dinheiro para honrar compromissos imediatos. 
É importante que a empresa liquide seus compromissos pontualmente, caso contrário terá, com 
certeza, restrições de crédito, resultando em prejuízos operacionais. Portanto a consequência 
de uma empresa não ter liquidez é a insolvência! 
Mas o que é insolvência? 
Insolvência ocorre quando a empresa já não consegue pagar suas dívidas, mesmo que possua 
patrimônio. Ou seja, ela tem bens e direitos, mas não tem dinheiro suficiente (ou recursos 
líquidos) para saldar seus compromissos no curto prazo. 
Vejamos, então, como pode surgir essa insolvência: 
● Excesso de ativo imobilizado ou excesso de estoques; 
● Vendas com prazos muito longos para pagamento; 
● Financiamentos realizados de forma inadequada ou com fontes inadequadas, ou seja, 
fora dos padrões utilizados de financiamento; utilização de fontes de financiamento 
inadequadas. 
 
 
 
 
Importante salientar que o potencial para o pagamento é afetado pela composição das fontes 
de fundos e pela composição dos ativos. Surgem, portanto, irregularidades nos fluxos de caixa 
que devem ser previstos com certa exatidão para que possam ser tomadas, em tempo hábil, as 
decisões pertinentes. O orçamento de caixa é o instrumento fundamental para esse fim. 
Afinal, de que forma podemos verificar a boa liquidez em uma empresa? Analisemos as 
características a seguir: 
● Ativos e passivos administrados de forma apropriada; 
● Evitar dinheiro parado em caixa, é desnecessário; 
● Manter os fluxos de entradas e saídas de caixa sob controle e saber com antecipação as 
épocas em que irá faltar numerário. 
 
Relação risco-retorno 
Todo negócio tem por objetivo ser rentável. Mas como verificar se o seu negócio realmente está 
sendo rentável? Sabendo-se que o lucro ou o prejuízo de cada período é igual à receita menos 
custos e despesas do período. É possível comparar o lucro de um ano com o do ano anterior e 
verificar como foi sua evolução (análise horizontal). Pode-se também, e talvez seja o mais 
conveniente, comparar o lucro com o investimento realizado para a sua obtenção, que mostra 
a taxa de rentabilidade, ou taxa de retorno. 
A rentabilidade representa o grau de êxito econômico obtido por uma empresa em relação ao 
capital nela investido. É alcançada pelos proprietários de uma empresa durante o exercício, 
encontrada pela relação entre o lucro líquido e o capital próprio. Para avaliar a taxa de retorno, 
é necessário compará-la com a expectativa dos acionistas da empresa, levando-se em 
Videoaula 2 
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insolvência das empresas. 
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consideração o risco assumido e outras oportunidades de ganho existentes no mercado para o 
mesmo grau de risco (custo de oportunidade). 
Agora vamos, de fato, falar sobre a relação risco-retorno introduzida no início dessa unidade. 
Devemos começar investigando a que pode estar associado o risco. Existe sempre a chance de 
as vendas caírem em função de uma mudança na economia e/ou mudança dos governantes, o 
que pode provocar uma retração do mercado ou o surgimento de marcas concorrentes. 
Outro fator importante é a diferença entre a rentabilidade das operações e o custo dos 
empréstimos e financiamentos. Quando a taxa de retorno dos investimentos é inferior ao custo 
dos empréstimos, a empresa sofre uma redução no lucro, o que caracteriza um risco financeiro 
— afinal, está pagando mais juros do que consegue ganhar com os recursos obtidos. 
Além disso, existe o risco operacional, que está relacionado às despesas fixas da empresa. Parte 
dessas despesas permanece constante, mesmo quando há uma queda nas vendas. Nesse 
cenário, o lucro operacional tende a diminuir em proporção maior do que a queda da receita, 
pois os custos fixos continuam pressionando os resultados. 
É responsabilidade do contador gerencial a preocupação com a rentabilidade das operações e 
com os efeitos dos custos financeiros sobre o retorno dos proprietários. O administrador 
financeiro deve sempre pautar-se pelo tripé dos investimentos, que é a rentabilidade, a 
segurança e a liquidez. A rentabilidade é de fato importante nos negócios, porém não se pode 
minimizar segurança e liquidez. Embora muitos gestores e empresários acreditem que a 
rentabilidade é o fator mais importante ao investir, deixar de lado a análise da segurança e da 
liquidez pode gerar frustrações, prejuízos, ou mesmo inviabilizar o negócio. 
É, portanto, com base nesse tripé dos investimentos (rentabilidade, segurança e liquidez) que o 
investidor deve tomar decisões de forma a atender suas expectativas e não menos importante, 
respeitar a sua tolerância ao risco. Porém, é importante entender que é praticamente impossível 
conseguir um investimento com essas três características, ou seja, um investimento muito 
seguro, com alta liquidez e ótima rentabilidade. 
Os investidores normalmente priorizam um, ou no máximo dois dos elementos em detrimento 
dos outros. Por exemplo, investimentos seguros e com alta liquidez costumam ser menos 
rentáveis. Por outro lado, as probabilidades de maior lucro estão nos investimentos mais 
arriscados. Independente das prioridades de cada investidor, é fundamental estar atento ao fato 
de que os recursos adquiridos devem estar associados às condições da empresa para honrá-
 
los, algo essencial para se conseguir e manter credibilidade com fornecedores, funcionários e 
bancos, o que particularmente está associado à rentabilidade. 
Além disso, é fundamental não perder o foco, ou seja, esses recursos devem ser administrados 
de maneira a gerar mais recursos e, obviamente, superiores aos captados, para que se consiga 
manter no mercado, além de possibilitar a ampliação do seu negócio. Finalmente, são desafios 
constantes dos administradores financeiros conciliar retornos com os possíveis riscos. Após 
certo período de investimento, através da análise do administrador financeiro, é possível a 
constatação de criação ou potencialização de riqueza para a empresa e seus acionistas, que era 
certamente o objetivo inicial. Esse é, sem dúvida, o grande desafio: manter liquidez e ter 
rentabilidade. 
 
Indicação de Leitura 
Leia o seguinte artigo: 
MOTA, J. H.; NOCE, R.; YURI, J. E.; RESENDE, G. M.; SOUZA, R. J.. Análise da evolução da produção 
e relação risco-retorno para a cultura do alho, no Brasil e regiões (1991 a 2000). Horticultura 
Brasileira, Brasília, v. 23, n. 2, p. 238-241, abr./jun. 2005. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/hb/a/rWycMRHQDcd4VqSF9zRw78J/. Acesso em 22 jan. 2024. 
 
 
 
 
 
 
Videoaula 3 
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relação risco-retorno. 
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https://www.scielo.br/j/hb/a/rWycMRHQDcd4VqSF9zRw78J/
 
Encerramento da Unidade 
Nesta aula estudamos o quão crucial é o papel do administrador financeiro nas análises para 
tomada de decisão dentro do universo de investimento e empresarial. Destacou-se as principais 
metas do administrador financeiro, incluindo principalmente seu compromisso na busca pela 
maximização das riquezas, o que significa renunciar ao lucro em certos momentos. Vimos que é 
também compromisso do administrador financeiro a gestão dos fundos (recursos), seu controle, 
além da captação de novos recursos. Estudamos sobre fontes de recursos, e suas aplicações e 
rentabilidades, além de questões voltadas à liquidez e rentabilidade que são certamente os 
maiores desafios do administrador financeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Capítulo I: Introdução às finanças 
corporativas. In: ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração 
financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas,2011. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2014. 
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira 
aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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