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Elementos de Cartografia 
NÚCLEO COMUM 
 
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS 
Núcleo de Ensino a Distância 
 
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S237e SANTOS, Clézio dos. 
 
Elementos de Cartografia / Clézio dos Santos. Atualizado por Erika Megumy 
Tsukada – Santos, 2023. 
79 fls. 
Universidade Metropolitana de Santos, Licenciatura em Geografia, 2006. 
1. Cartografia. 2. Ensino de Geografia. 3. Escala Cartográfica. 
 
CDD: 526.8 
 
 
 
Créditos e Copyright 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vanessa Laurentina Maia 
Crb8 71/97 
Bibliotecária Unimes 
 
Este curso foi concebido e produzido pela UNIMES Virtual. Eventuais marcas aqui 
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários. 
A UNIMES Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso 
oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em 
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos. 
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato. 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
Aula 01_A Relação entre a Geografia e a Cartografia ........................................................ 4 
Aula 02_Conceito de Cartografia ............................................................................. 7 
Aula 03_História da Cartografia ..............................................................................11 
Aula 04_Cartografia no Brasil ..................................................................................16 
Aula 05_Cartografia Sistemática .............................................................................20 
Aula 06_Escala Cartográfica ...................................................................................26 
Aula 07_Generalização e Simbolização Cartográfica..............................................31 
Aula 08_Séries Cartográficas ..................................................................................36 
Aula 09_Rede Geográfica .......................................................................................41 
Aula 10_Projeção Cartográfica ................................................................................45 
Aula 11_Bases Teóricas e Metodológicas da Cartografia .......................................52 
Aula 12_Representação Gráfica .............................................................................57 
Aula 13_Cartografia Temática .................................................................................62 
Aula 14_Cartografia Escolar ....................................................................................67 
Aula 15_Cartografia e as Novas Tecnologias .........................................................72 
Aula 16_Cartografia Multimídia no Ensino da Geografia .........................................76 
 
 
 
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Aula 01_A Relação entre a Geografia e a Cartografia 
 
Palavras-chave: Cartografia; geografia; mapa. 
 
 O representar sempre foi uma necessidade do homem. Raisz (1953) defende 
que a Cartografia é a mais antiga forma de expressão humana como uma atividade 
imprescindível pela necessidade de reconhecer e dominar o território. O homem 
representa graficamente seu esforço, o seu lugar. 
 Para Harley (1991, p. 5): 
 
Os mapas sempre existiram, ou, pelo menos, o desejo de balizar o espaço 
sempre esteve presente na mente humana. A apreensão do meio ambiente 
e a elaboração de estruturas abstratas para representá-lo foram uma 
constante da vida em sociedade, desde os primórdios da humanidade até 
os nossos dias. 
 
 A necessidade de balizar o espaço geográfico na mente humana levou o 
homem ao desenvolvimento da representação gráfica e cartográfica por meio do 
mapa. O mapa é importante na produção do conhecimento geográfico como 
representação da realidade. Ao longo do tempo, a importância do mapa ganha novas 
conotações e interpretações, impulsionadas pela constante necessidade da 
sociedade em representar axiomas, aflições, precisões, ideologias e interpretações 
do mundo. 
 Portanto, a concepção da relação entre a Geografia e a Cartografia é 
essencial para entender como se desenvolveram esses ramos do conhecimento. Se 
as atividades de registro, inventário e representação gráfica dos lugares foram 
denominadas de Geografia, desde os tempos antigos, em determinado momento 
histórico, a Cartografia separa-se da Geografia, tornando uma disciplina específica. 
 Harley (1991), abordou a história da Cartografia como uma linguagem visual 
presente em todas as civilizações e procurou evitar uma visão eurocêntrica. 
 Desde os primeiros mapas, como o esquema interpretativo da placa de argila 
de GA-SUR, na Babilônia (3.800 a.C.), um dos mais antigos do mundo, o relevo já é 
representado, como podemos ver no esquema interpretativo, na forma de “escamas 
sobrepostas”. Mesmo em mapas com datas mais antigas como o de Çatal Höyük, na 
Turquia (6.000 a.C.), há a representação de um elemento do relevo: o vulcão Hasan 
Dag. Isso evidencia que a realidade relevo está presa ao pensamento humano, 
inserido na vida cotidiana. 
 
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 Durante a antiguidade, Cartografia e Geografia se confundiam: 
Se considerarmos a origem etimológica da palavra GEO (terra) GRAPHEIM 
(desenho, gravura), Geografia perdurou por séculos como representação 
da terra, representações estas resultantes do conhecimento que se foi 
adquirindo paulatinamente (Girardi, 1992). 
 
 No período Greco Romano houve intensa produção de material gráfico-
cartográfico. O “desenho” da Terra se tornou mais claro e preciso com o 
desenvolvimento de cálculos matemáticos. 
 Durante a idade média, na Europa, toda a produção científica sobre o mundo 
e, especialmente, as representações gráficas do espaço declinam. A igreja é 
dominante, o clero assume todas as indagações humanas, por meio de 
interpretações bíblicas temos um contexto social, econômico e religioso distinto onde 
se sobressai o isolamento. É possível perceber nos chamados mapas “T em O”, com 
Jerusalém no meio, o Paraíso na parte superior (Oriente), além de marcar o mundo 
conhecido até o momento: Europa, Ásia e África divididas pelo Mediterrâneo, o Nilo 
e Tanais. 
 Neste período, contudo, a Cartografia se desenvolve e, consequentemente, a 
representação gráfica em outros lugares, principalmente com povos que 
desempenhavam intensa atividade econômica, como os Árabes. 
 A partir do século XVI o comércio se intensifica entre a Europa e o Oriente, e 
as peregrinações aos lugares santos são decisivas para a retomada das 
representações gráficas do território. 
Segundo Ferreira & Simões (1990) “A concepção Geográfica do mundo 
aumenta mais rapidamente no primeiro quartel no século XVI do que em qualquer 
outra época”. Entretanto, podemos notar que a representação gráfica do relevo não 
se altera muito. Ainda temos o “Grafismo” tomando conta, o “desenho” da costa se 
aperfeiçoa, porém, o conteúdo e o volume não. 
O período que marca a desarticulação do feudalismo, a transição para o 
capitalismo e a formação de impérios coloniais, trazem profundas 
mudanças na economia e na organização política que refletiam também nas 
transformações no plano científico e filosófico (Girardi, 1992). 
 
No início do século XIX, com as especializações dentro dos ramos científicos, 
a Geografia passa a assumir sua posição enquanto ciência. “Era necessário haver 
possibilidade. Popularizou as cartas e os Atlas” (Moraes, 1985). 
 
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Com a necessidade cada vez maior das espacializações florescem as 
ciências especializadas, produzindo obras únicas, os primeiros censos, necessidade 
de reconhecimento e domínio dos%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf. Acesso em: 26 de 
mar. 2023. 
 
Exemplo: o retângulo maior representa alguma folha do CIM que está dividida 
em 16 retângulos pequenos, ou seja, 16 folhas de 1: 250.000. E estas são divididas 
em 6 quadrados, portanto, 6 folhas de 1:100.000. Cada folha é novamente dividida 
em 4 outros quadrados, isto é, 4 folhas de 1:50.000. 
 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
 
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REFERÊNCIA 
 
IBGE. Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro. 1999. Disponível 
em:https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-
%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf. 
Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
 
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Aula 09_Rede Geográfica 
 
Palavras-chave: Latitude; longitude; rede geográfica. 
 
A rede geográfica é idealizada como o conjunto composto por paralelos e 
meridianos, isto é, pelas linhas de referência que cobrem o globo terrestre a fim de 
ter uma localização precisa de qualquer ponto sobre a superfície e orientar a 
construção de mapas. 
Paralelos e Meridianos 
O conjunto de linhas dispostas no sentido Norte-Sul (vertical) recebem o nome 
de meridianos e o conjunto das linhas dispostas no sentido Leste-Oeste (horizontal) 
recebem o nome de paralelos. 
Meridianos 
 Trata-se de semicircunferências de círculos máximos. Suas extremidades são 
os polos geográficos do planeta. O plano de cada meridiano contém o eixo da Terra 
e todos eles possuem como produto os polos. A Terra é dividida por dois hemisférios: 
um a leste e outro a oeste, porém uma convenção internacional adotou o que passa 
por Greenwich, em Londres, como o meridiano base para determinar os hemisférios 
e ainda para apurar a longitude. 
Meridiano superior: trata-se da linha norte-sul da rede geográfica, passando 
pelo local no qual se faz qualquer referência; é o que possui o zênite de um lugar. É, 
na realidade, a linha que chamamos de meridiano. 
Meridiano inferior: é o meridiano que se localiza diametralmente oposto ao 
meridiano superior e é o que possui o nadir. Atualmente, prefere-se chamá-lo 
antimeridiano. Sempre está no hemisfério inverso ao do meridiano superior. 
Meridiano origem: é o meridiano adotado como base para determinar os 
hemisférios oriental e ocidental da Terra. A partir dele temos 180 graus para leste e 
180 graus para oeste. O seu antimeridiano (180 graus) é usado como base para o 
traçado da Linha Internacional da Mudança de Data. 
Zênite: ponto que está na esfera celeste na posição vertical da nossa cabeça. 
Nadir: ponto da esfera terrestre que está abaixo do observador e oposto ao 
zênite. 
 
 
 
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Paralelos 
São circunferências que possuem seus planos, em toda sua extensão, a igual 
equidistância do plano do equador, sempre perpendiculares ao eixo da Terra. Há 
paralelos que recebem nomes específicos, sendo determinados a partir de ocasiões 
estratégicas como o movimento de rotação da Terra (determina a posição do eixo) e 
o movimento de translação (que delimita o plano da eclíptica). 
 A Linha do Equador é o paralelo perpendicular ao eixo da Terra e fica 
equidistante dos polos geográficos, repartindo o globo terrestre em dois hemisférios, 
sul e norte. Existem outros paralelos que estão em posições geograficamente 
estratégicas igualmente com nomes particulares. São eles: Trópico de Câncer, 
Trópico de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico. 
 O critério para determinar a posição desses paralelos possui relação com o 
movimento de rotação da Terra, com a inclinação do eixo do planeta e também com 
o movimento de translação, que determina o plano de eclíptica. O movimento de 
rotação causa o aparecimento do eixo cujos extremos são os polos geográficos. Por 
sua vez, a inclinação do eixo relacionada ao plano da eclíptica permanece conectada 
a um dos movimentos da Terra que faz variar esta inclinação em 40 mil anos, 
originando a posição dos paralelos específicos. 
 Podemos notar que o eixo da Terra (diâmetro em torno do qual nosso planeta 
gira cujas extremidades são os polos norte e sul) é perpendicular ao plano do 
equador e que o eixo da eclíptica é também perpendicular ao plano da eclíptica. Os 
dois eixos constituem um ângulo de 23 graus e 27 minutos entre si, o mesmo 
sucedendo com os planos do equador e da eclíptica. O plano da eclíptica é aquele 
que possui o círculo da esfera celeste demarcado pela eclíptica (círculo máximo da 
esfera celeste que corresponde à órbita da Terra ao redor do Sol), sendo que o ponto 
em que ele toca a superfície terrestre origina a posição dos trópicos de Câncer e de 
Capricórnio. O ponto em que o eixo da eclíptica toca a superfície terrestre origina a 
posição dos círculos polares Ártico e Antártico. 
Coordenadas Geográficas 
A partir da rede geográfica, conseguimos determinar as coordenadas, isto é, 
a latitude e a longitude de qualquer ponto estabelecido na superfície terrestre. Para 
determinar a latitude, é preciso considerar os paralelos e para determinar a longitude, 
consideram-se os meridianos. 
 
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Latitude 
 É o valor angular do arco de meridiano abrangido entre o equador e o paralelo 
do lugar de referência. Será sempre Sul (S) ou norte (N). 
 
Figura 8 - Latitude. 
 
 
 
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-
gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
Longitude 
 É o valor angular, acoplado ao eixo da Terra, do plano constituído pelo 
prolongamento das extremidades do arco de paralelo abrangido entre o meridiano 
de Greenwich e o meridiano do lugar de referência, considerando-se este plano 
sempre o paralelo ao plano do equador. A longitude será sempre oeste (W) ou leste 
(E). 
 
 
 
 
 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
 
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Figura 9 - Longitude. 
 
 
 
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-
gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
 
As coordenadas geográficas de determinado ponto sobre a superfície 
terrestre correspondem ao conjunto de latitude e longitude. 
Latitude e Longitude formam o que se chama de Coordenadas Geográficas e 
indicam precisamente a posição de um ponto qualquer sobre a superfície terrestre. 
 
REFERÊNCIA 
 
IBGE. Atlas escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-
gerais/o-que-e-cartografia/coordenadas-geogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 
2023. 
 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/coordenadas-geogra-ficas.html
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Aula 10_Projeção Cartográfica 
 
Palavras-chave: Projeção equivalente; projeção equivalente; projeção conforme. 
 
A história dos mapas reflete a preocupação que a sociedade sempre 
apresentou em representar a superfície terrestre, usando técnicas de acordo com o 
estágio de seus conhecimentos. Com o tempo, estabeleceu-se a necessidade de 
obter resultados cartográficos com o mais rigor científico, apresentando duas formas 
principais de representar a superfície terrestre: mapas e globos. 
Os globos geográficos são o modo mais fiel de representar a Terra, ainda que 
se saiba que o planeta não é uma esfera perfeita. Todavia, a diferença entre os eixos 
polar e equatorial é tão pequena que seria praticamente impraticável representá-la 
em escala tão reduzida nos globos de mesa. Desta forma, tais globos são os 
exemplos mais parecidos com a superfície da Terra. Contudo, os globos têm 
determinadas vantagens e desvantagens que fazem com que a cartografia dê 
preferência para o uso de mapas, os quais, por sua vez, também não são perfeitos. 
Os mapas, ao reproduzirem numa superfície plana (o papel) o que na 
realidade é curvo (a superfície terrestre), sempre exibem distorções. Por isso, é 
preciso estudar as projeções cartográficas para que se possa compreender sua 
relação com os mapas e o importante papel que elas representam na Cartografia. 
A projeção cartográfica procura retratar a superfície terrestre, ou parte dela 
sobre uma superfície plana. Toda projeção é uma forma de representação de 
coordenadas sobre um plano (Menezes & Fernandes, 2013). 
 
Figura 10 - Projeção cartográfica. 
 
 
MENEZES, P. M. L.; FERNANDES, M. C. Roteiro de cartografia. 
São Paulo: Oficina de Textos, 2013. 
 
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As projeções visam cobrir partes da esfera terrestre que em outra posição não 
se cobriria, assim cada projeção pode conservar a esfera ou a superfície terrestre 
que foi projetada (Padovesi & Oliva, 2013). 
Assim, às projeções são denominadas de equivalente, equidistante, conforme 
e afiláticas. 
Projeção Equivalente 
A projeção equivalente que, na nomenclatura inglesa, é chamada "de área 
igual" tem como característica a não deformação de áreas, preservando, assim, 
quanto à área, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície 
da Terra. O termo em português denota que, seja qual for à porção concebida num 
mapa, ela mantém a mesma relação com a área de todo o mapa. 
 As quadrículas de um mapa, constituídas por paralelos e meridianos, só 
podem guardar entre si a relação de tamanho se transformar a forma das 
quadrículas. Se estas quadrículas são, na esfera terrestre, compostas de paralelos 
e meridianos que se cruzam em ângulos retos, a deformação é logo percebida pela 
modificação dos ângulos. Ainda aqui se pode afirmar que nem sempre uma 
quadrícula em ângulos retos deixa de ser alterada. 
 
Figura 11 - Projeção Equivalente. 
 
 
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101627.pdf. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
A figura explana o mapa-mundi ilustrado sobre a projeção de Aitoff. É uma 
projeção equivalente confinada numa elipse, na qual a linha que representa o 
equador (o eixo maior) é o dobro da linha que supre o meridiano central (o eixo 
menor). Pode-se observar claramente que qualquer quadrícula deste mapa, embora 
altere de forma, guarda, por latitude, a mesma área. 
Projeções Conformes 
Ao contrário da projeção anterior, a conforme é aquela que não deforma os 
ângulos e, por isso, não deforma, também, a forma de áreas pequenas. Outra 
característica desse tipo de projeção é a escala que em qualquer ponto é a mesma. 
Ela continuará a ser a mesma se duas direções no terreno, em ângulos retos entre 
si, forem desenhadas em duas direções que, também, fiquem em ângulos retos e ao 
longo das quais a escala for a mesma. 
A imagem exibe o mapa traçado por Mercator na projeção conforme. Ao 
analisar o mapa percebe-se que as quadrículas não possuem proporção em relação 
às áreas, entretanto a conformidade está garantida porque essas quadrículas são 
representadas por ângulos retos. As formas permanecem próximas da realidade, 
enquanto os tamanhos estão distorcidos. 
 
Figura 12 - Projeção Conforme. 
 
 
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Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
Projeções Equidistantes 
A projeção equidistante não expõe deformações lineares, sendo que os 
comprimentos ficam em escala uniforme. Porém, a condição de equidistância é 
obtida apenas em certa direção e, de acordo com essa direção, a projeção 
equidistante é classificada, em meridiana, transversal e azimutal ou ortodrômica. 
 
Figura 13 - Projeção Equidistante. 
 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
Projeções Afiláticas 
A projeção afilática, também conhecida como arbitrária nos Estados Unidos, 
não têm qualquer das demais propriedades das outras projeções, isto é, as projeções 
em que áreas, ângulos e comprimentos não são conservados. Mas este modelo de 
projeção pode ter uma ou outra propriedade que explique a sua construção. Por 
exemplo, a gnômica, ainda que apresente todas as deformações, têm a propriedade 
de representar as ortodrômicas retas. 
 
 
 
 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
 
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Figura 14 - Projeção Afilática. 
 
 
Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
cartogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
 
Sistema UTM 
Na verdade, a conhecida UTM não é uma projeção, e sim um sistema da 
projeção transversa de Mercator (conforme de Gauss). Apareceu em 1947 para 
definir as coordenadas retangulares nas cartas militares, em grande escala, de todo 
o planeta. 
Constitui o sistema que a Terra seja repartida em 60 fusos de seis graus de 
longitude, os quais têm princípio no antimeridiano de Greenwich (180º), e que 
seguem de oeste para leste até o encerramento neste mesmo ponto de origem. 
Quanto à expansão em latitude, os fusos se originam no paralelo de 80ºS até o 
paralelo 84ºN. 
Os fusos decorrem da precisão de se diminuírem as deformações. Além dos 
paralelos extremos (80ºS e 84ºN), a projeção escolhida, mundialmente, é a 
estereográfica polar universal. Quando fixamos nossa atenção em qualquer uma 
dessas 1.200 quadrículas, verificamos que os 6 graus de longitude apresentam as 
características: “dois meridianos laterais são múltiplos de seis, assim como o 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html
 
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meridiano central é de seis mais três”. A figura aponta duas quadrículas fixadas na 
região Sudeste: a primeira, com o meridiano central de 51º e os dois meridianos 
laterais de, simultaneamente, 54º e 48º; a segunda, com o meridiano central de 45º 
e osdois laterais de, concomitantemente, 48º e 42º. Para os limites em latitude, 
temos, para as quadrículas, os paralelos de 28º e 20º. 
Para designar o sistema, utilizou-se uma superfície de projeção 60 cilindros 
transversos e secantes à superfície de referência (elipsoide), cada uma com 
amplitude de 6º em longitude. O uso é limitado entre os paralelos 80º S e 84º N. 
Os cilindros são distribuídos na superfície de referência de modo a incluir 
fusos de 6º de amplitude, envolvidos entre as longitudes múltiplas de 6º + 3º (..., 57º, 
51º, 45º ...). A propósito do meridiano central (M.C.), há uma deformação dos 
cilindros com a superfície de referência - as linhas de secância - o coeficiente de 
deformação linear é unitário. Não têm deformações lineares nestas regiões. 
Cada um dos fusos, chamados de fusos UTM, se origina na intersecção do 
seu meridiano central com a linha do Equador. As coordenadas UTM destes pontos 
são x=E (Este)=500.000,00 m e y=N (Norte)=10.000.000,00m, no Hemisfério Sul, e 
y=N=0,0m, no Hemisfério Norte. 
As coordenadas UTM são conseguidas a partir de coordenadas geográficas, 
latitude e longitude de pontos de interesse, usando fórmulas complexas. O 
coeficiente de deformação linear (k), que varia de 0,9996 sobre o M.C. a 1,001 nos 
extremos do fuso, incidindo pelo valor unitário sobre as linhas de secância é 
igualmente alcançado a partir de fórmulas, sendo função das coordenadas E e N dos 
pontos em questão. 
O sistema UTM é conforme as distâncias e áreas que proporcionam 
deformações. A deformação de área é papel da posição ocupada pelos pontos 
dentro de um fuso UTM. Esta variável é conhecida como coeficiente de deformação 
linear e é representada pela letra grega kapa (k). A orientação das figuras ainda pode 
ser considerada pseudo deformação, a não ser no meridiano central de cada fuso, 
em que o Norte da quadrícula UTM (NQ) coincide com o Norte Verdadeiro (NV). Em 
todas as outras regiões dos fusos, esses dois eixos constituem entre si um ângulo 
denominado Convergência Meridiana, representado pela letra grega gama (y). 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
IBGE. Atlas escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-
gerais/o-que-e-cartografia/coordenadas-geogra-ficas.html. Acesso em: 26 de mar. 
2023. 
 
MENEZES, Paulo Márcio Leal de. FERNANDES, Manoel do Couto. Roteiro de 
Cartografia. São Paulo: Oficina de textos, 2013. 
 
PADOVESI, Fernanda Fonseca; OLIVA, Jaime. Cartografia. São Paulo: 
Melhoramentos, 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/coordenadas-geogra-ficas.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/coordenadas-geogra-ficas.html
 
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Aula 11_Bases Teóricas e Metodológicas da Cartografia 
 
Palavras-chave: Cartografia; geografia; relevo. 
 
A relação entre a Cartografia e a Geografia não é algo recente, pelo contrário, 
é uma relação antiga e já foram consideradas quase como sinônimas. Hoje guardam 
grandes diferenças, mas também não escondem suas semelhanças como pudemos 
comprovar na Unidade anterior. 
A utilização da imagem e toda a sua potencialidade sempre foram admitidas. 
A imagem antecedeu a escrita no sistema de comunicação e intercâmbio entre os 
seres humanos. A linguagem gráfica é conduzida aos olhos e a linguagem falada se 
dirige aos ouvidos e ambos são meios de obter, debater e difundir a informação. 
Sempre lidamos com os fatos reais e com a informação. 
Pretende-se discutir a Cartografia no contexto escolar brasileiro e 
especificamente sua presença como uma metodologia de ensino - aprendizagem de 
noções espaciais dentro da disciplina escolar denominada de Geografia. Para tanto, 
lidamos inicialmente a Cartografia e a Geografia como ciências autônomas com 
desenvolvimentos diferenciados, mas muito próximas e interligadas no ensino formal 
- principalmente no denominado Ensino Fundamental. 
Entendemos a Cartografia pertencente ao mundo das representações 
gráficas e para nossa pesquisa escolhemos a representação gráfica do relevo. 
Primeiramente, devemos perceber o relevo como realidade e depois por sua 
representação gráfica. Casseti (1994) busca chamar atenção para o sentido do 
relevo, principalmente como suporte das derivações ambientais observadas durante 
o processo de apropriação e transformação realizado pela sociedade. 
Para compreender melhor, é imprescindível partir do princípio de que o relevo 
é resultado do antagonismo das forças endógenas (forças tecto genéticas) e 
exógenas (mecanismo morfodinâmico), registrado ao longo do tempo geológico e 
responsável pelo equilíbrio ecológico. É, assim, por meio do jogo dos dois elementos 
anteriores que se estruturam o solo e sua cobertura vegetal, os quais, unidos às 
riquezas minerais, formam a maior parte dos recursos responsáveis pela 
materialização da produção. Apenas o recurso não poderia se materializar em 
produção sem a presença do ser social na paisagem geográfica, assim como não 
poderia inventar o próprio espaço. 
 
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Ainda Casseti (op.cit.) evidencia o relevo como componente do estrato 
geográfico que reflete o jogo das interações naturais e sociais. Demonstra-se a 
importância da ciência geográfica nos estudos ecológicos e ambientais, uma vez que 
dispõe dos métodos necessários e informações científicas sobre o meio natural e 
seus recursos, bem como o seu aproveitamento econômico pelo homem. 
Dessa maneira, o relevo, como configuração sensível à superfície terrestre, é 
um componente básico da realidade social concreta, da natureza e da sociedade. 
Exprime a concretude do estrato geográfico e está presente na construção e 
reconstrução do espaço geográfico. A sociedade sempre representou graficamente 
formas diferenciadas do relevo. Esses desenhos incidiram em diversas mudanças 
ligadas a uma durável procura de sua captação, associada a uma crescente 
disponibilidade de técnicas. 
Hoje em dia, o relevo surge representado de várias formas nos livros didáticos 
do Ensino Básico: mapas, blocos-diagrama, fotografias, imagens de satélite, perfis, 
dentre outros. Segundo Bertin (1988), os mapas precisam ser construídos para que 
sejam vistos e não para que se leia. Assim, devemos caminhar sempre para a 
constituição de uma Cartografia destinada à visão e não a leitura, principalmente na 
escola. 
O mundo contemporâneo passa por mudanças imensamente numerosas que 
implicam em diversos aspectos, uns visíveis, outros invisíveis aos olhares da 
sociedade e, nesta, aos olhos das Ciências. Na Geografia, e especialmente na 
Cartografia, estas modificações têm indicado desafios no plano metodológico. A 
Geografia precisa atender a realidade atual. 
Segundo Santos (1997): 
 
Nunca o espaço do homem foi tão importante para o destino da História. 
Se, como diz Sartre, ‘compreender é mudar’, fazer um passo adiante é ‘ir 
além de mim mesmo’, uma geografia refundada, inspirada nas realidades 
do presente, o de ser um instrumento eficaz, teórico e prático para a 
refundação do Planeta. 
 
A Geografia e a Cartografia, atualmente, permanecem envolvidas com a 
realidade presente na sociedade, não podemos desconhecer, temos de conhecer 
mais. Para George (1994): 
 
 
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A sabedoria não consiste em fazer um balanço do presente em relação ao 
passado mais recente e intitulá-lo ‘o novo mapa do mundo’, sabendo-se 
bem que desde já é preciso preparar o próximo. A geografia e a cartografia 
são responsáveis pelo empreendimento humano de seu tempo. 
 
A geografia possui como trabalho descrever, analisar e predizer eventos 
terrestres. A descrição,análise ou predição geográfica dos fenômenos é 
sucessivamente concretizada tendo em vista suas coordenadas espaciais. Como o 
conceito geográfico de espaço coincide com o de toda a Terra, tornou-se necessário 
que o geógrafo recorresse à representação da superfície terrestre para concretizar 
seus estudos (Oliveira, 1978). 
Acerca da definição exposta por Oliveira (op.cit.) sobre a Geografia, 
precisamos adicionar e progredir, trazendo para junto da Geografia e da Cartografia 
a realidade e a cotidianidade do mundo em nossas elucubrações. Segundo Souza 
(1994:35) “Não há dúvidas que temos futuro. Precisamos ter coragem para viver e 
entender o mundo. Mais que nunca a geografia é uma disciplina e uma prática 
coletiva”. Vinculamos a cartografia ainda como conhecimento e prática social. 
Concordamos com Martinelli (1990), quando afirma que os mapas sempre 
foram associados à Geografia. Pode-se falar que de todas as ciências ligadas à 
Cartografia, a Geografia é uma das mais importantes, à medida que os fatos e 
fenômenos se originam de diversos ramos da Geografia, quer física, humana, 
econômica etc (Oliveira, 1978). 
Seria irrealizável a constituição de um mapa econômico sem o conhecimento 
da Geografia Econômica ou a elaboração de um mapa da distribuição da fauna 
brasileira, sem o influxo da zoogeografia. Os dados alcançados que a Cartografia 
usa para a reprodução da realidade, seja por levantamentos tradicionais ou por 
técnicas de sensoriamento remoto, são preparados sistematicamente para revelar, 
com fidelidade, fatos e fenômenos tais como são no momento da coleta de dados. 
Lacoste (1980), ressalta que a Geografia é um amplo conjunto de saberes 
que existe há muito tempo e que se conduz, sobretudo, aos que possuem domínio 
sobre o espaço e as pessoas que aí se encontram – esta Geografia abrange 
fundamentalmente o estabelecimento de cartas. Essencialmente, e não apenas 
etimologicamente, a Geografia é, em parte, representação por cartas do inventário 
das diferenças de todo tipo, tanto físicas quanto humanas, que se pode recensear 
na superfície terrestre no seu conjunto ou sobre espaços de pequena extensão e, de 
 
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outra, a partir de muitas informações cartografadas formadas de estratégias e 
interações entre diversos elementos da variedade dos fenômenos físicos e humanos. 
Este trabalho essencial da Geografia, que é o estabelecimento das cartas, 
será dissociado dela sob o nome de Cartografia, no século XIX. É neste período, em 
Estados cada vez mais numerosos e por causas econômicas e militares, que se 
desenvolveu muito a produção de cartas em ampla escala, estabelecendo um grande 
número de especialistas. Ainda é nesta época que os pesquisadores das diferentes 
ciências naturais e sociais deram início ao estabelecimento de cartas especializadas, 
como as geológicas, botânicas etc. Poderíamos descrever que o desenvolvimento 
da Cartografia, desde momentos remotos até a atualidade, seguiu o próprio avanço 
da civilização. 
Podemos observar que a Cartografia tem se preocupado com a superfície da 
Terra. O espaço terrestre é seu campo de ação tanto quanto a Geografia. Embora o 
conceito de espaço para a Geografia seja mais amplo, há uma base ou mesmo uma 
concepção física a considerar. Também devemos alertar que não se pode pensar, 
mesmo em termos dessa base física, que a Geografia plena, com a apresentação 
da carta ou do mapa. Podemos falar que em relação à Geografia não basta tecer 
relações socioespaciais se ela não conseguir revelar nenhuma informação. É nesse 
sentido que temos a maior contribuição da Cartografia fundamentada na teoria da 
representação gráfica. 
O trabalho com cartografia e representação gráfica ainda está muito distante 
das escolas brasileiras. Grande parte das habilidades de leitura, escrita e 
visualização através de meios gráficos é desconhecida por professores e, 
consequentemente, por alunos. Necessitamos de alterar essa condição de 
“analfabetos” em relação ao mundo das representações gráficas e especialmente da 
Cartografia. Essa constatação reafirma a necessidade de pesquisa e reforça o ramo 
da Cartografia escolar dentro da Cartografia. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BERTIN. J. Ver ou Ler: Um novo olhar sobre a cartografia. Seleção de textos - 
Cartografia Temática (18). São Paulo, 1988. 
 
CASSETI, Valter. O relevo no contexto ideológico da natureza: uma nota. In: 
Boletim Goiano de Geografia, Departamento de Geografia – Instituto de Química 
 
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e Geociências. Universidade Federal de Goiás – vol. 14, nº 1 – Goiás: Editora UFG, 
1994. 
 
GEORGE. P. A. A geografia no encalço da história. In: SOUZA, M. A. A. et.ali 
(org.). Natureza e sociedade de hoje: uma leitura geográfica. São Paulo: 
Hucitec/Anpur, 1994. 
 
LACOSTE, Yves. A geografia - isso serve em primeiro lugar para fazer a 
guerra. 9. ed. Campinas: Papirus, 1980. 
 
OLIVEIRA, L. Estudo Metodológico e Cognitivo do Mapa. Tese de livre 
docência, Série teses e monografias (32), IGEOG/USP. São Paulo, 1978. 
 
SANTOS, Milton de Almeida. Técnicas, Espaço, tempo, globalização e meio 
técnico científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 12_Representação Gráfica 
 
Palavras-chave: Variável visual; percepção; cores. 
 
Segundo Martinelli (1991), as representações gráficas fazem parte do sistema 
de sinais que o homem construiu para se comunicar com os outros, compondo, 
portanto, uma linguagem gráfica, bidimensional, atemporal, destinada à vista. Estas 
representações têm supremacia sobre as demais, pois demandam apenas um 
instante de percepção, a qual se expressa mediante a construção da IMAGEM - 
forma de conjunto captada em um instante mínimo de percepção, porém distinta 
daquela figurativa, como a fotografia, de características polissêmicas. Integra, ao 
contrário, o sistema semiológico monossêmico. 
A semiologia gráfica foi considerada como a gramática da cartografia 
temática, sistematizada por Jacques Bertin nos anos de 1960, e fundamenta-se na 
ciência denominada semiótica. 
 Cria-se a imagem visual modulando as duas dimensões do plano (X, Y). As 
duas dimensões da folha de papel que se tem disponível para desenhar, variando 
visualmente manchas em terceira dimensão visual (Z) que atraem a atenção do 
leitor, cada uma delas inscrita em dada posição no referido plano. Portanto X, Y e Z 
são os três componentes da imagem. 
Sendo (X, Y) as duas dimensões do plano da folha de papel, definem a 
posição (Xi, Yi) da mancha elementar no papel e (Z) é a variação visível da mancha 
inscrita na posição (Xi, Yi). 
 
• A significação do signo sucede à observação. A leitura se dá entre o 
significante e o significado. É o domínio dos códigos. Exemplo: os sinais de trânsito; 
• A definição do signo precede sua transcrição. A leitura se dá entre 
significados e não possibilita ambiguidades. Exemplo: a equação matemática; 
• A mancha visível que se inscreve no plano e que chama a atenção de 
quem observa pode assumir três significados distintos em relação ao plano: ponto, 
linha e superfície. 
 
Uma mancha visível de determinado significado pontual, por exemplo, além 
de possuir uma dada posição em relação às dimensões do plano (como por exemplo, 
 
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um pequeno retângulo colocado à direita e embaixo, sobre uma folha de papel 
branco) pode assumir modulações visuais (Z). De acordo com Martinelli (1991), as 
variáveis assumidas são denominadas variáveis visuais, que são: tamanho, valor, 
granulação, cor, orientação e forma: 
Tamanho: nesta variável visual vale-se do estímulo sensível resultante da 
variação da superfície, pois como se pode observaro retângulo pode ser pequeno, 
médio e grande, sendo que o grande é o quádruplo do médio e este o quádruplo do 
pequeno. 
 
Figura 15 - Variável visual Tamanho 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
Valor: é o valor sensível à intensidade que vai do claro para o escuro. 
 
Figura 16 - Variável visual Valor 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
Granulação: nesta variável visual o retângulo pode comportar texturas 
variando da mais fina a mais grosseira sem, entretanto, alterar sua intensidade 
visual. 
 
 Figura 17 - Variável visual Granulação 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
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Cor: nesta variável o retângulo pode assumir várias cores: vermelho, verde, 
azul etc (Figura 3.4). 
 
 Figura 18 - Variável visual Cor 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
Orientação: o retângulo, nesta variável, pode dispor-se horizontalmente, 
verticalmente ou obliquamente. 
 
 Figura 19 - Variável visual Orientação 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
Forma: o retângulo pode modular sua forma, ou seja, passar para um círculo 
ou para um triângulo estrelado. Ao que a forma se assemelha, constitui, portanto, o 
estímulo desta variável. 
 Figura 20 - Variável visual Forma 
 
 Fonte: MARTINELLI, M. 1991. 
 
Segundo Martinelli (1991), estas seis variáveis visuais apresentadas mais as 
duas dimensões do plano, num total de oito, têm propriedades perceptivas que toda 
transcrição gráfica deve levar em consideração para traduzir de maneira adequada 
as três relações fundamentais existentes entre objetos, que são: relações de 
similaridade/diversidade (≠), de ordem (O) e de proporcionalidade (Q): 
 
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• Percepção Dissociativa (≠): a visibilidade é variável: afastando da vista 
tamanhos diferentes, eles somem sucessivamente; 
• Percepção Associativa (≡): a visibilidade é constante: as categorias se 
confundem, mas, neste caso, quando se afastam da vista não somem; 
• Percepção Seletiva (≠): o olho é capaz de isolar os elementos; 
• Percepção Ordenada (O): as categorias se ordenam de maneira 
espontânea; 
• Percepção Quantitativa (Q): a relação de proporção é imediata. 
 
Portanto, é possível se observar, a partir do que foi apresentado, que as duas 
dimensões do plano, do tamanho e do valor são ditos Variáveis da Imagem, pois 
constroem a imagem; porém, em contrapartida, a granulação, a cor, a orientação e 
a forma são ditas Variáveis de Separação, pois separam apenas os elementos da 
imagem. 
Ainda, para Martinelli (1991), a cor é uma realidade sensorial sempre presente 
e, com certeza, tem grande poder na comunicação visual, além de atuar sobre a 
emotividade humana. No conjunto do espectro eletromagnético, as radiações 
visíveis, isto é, aquelas que apresentam sensibilidade ao olho humano, têm 
comprimentos de onda que vão desde 380 a 760 nanômetros. Cada faixa dessas 
radiações corresponde a uma luz de determinada cor, assim categorizadas: 
Cores e suas respectivas faixas no espectro eletromagnético 
Violeta 380 – 450 nm 
Azul 450 – 500 nm 
Verde 500 – 570 nm 
Amarelo 570 – 590 nm 
Laranja 590 – 610 nm 
Vermelho 610 – 760 nm 
Fonte: Martinelli (1991) 
 
Para se explicar a visão da cor, pode-se destacar a de Young-Helmholtz, na 
qual o olho humano obteria a sensação da cor mediante a excitação de três tipos de 
cones retinianos sensíveis às três principais regiões da porção visível do espectro 
 
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de radiações eletromagnéticas: as regiões do azul-violeta, do verde e do vermelho. 
Já quando ocorre a excitação de apenas um cone formam-se, de forma alternada, 
as cores fundamentais: azul-violeta, verde e vermelho-alaranjado e, quando ocorre 
a excitação simultânea de dois cones, formam-se, de forma alternada, as cores 
primárias: ciano (cyan), amarelo (yellow) e vermelho (magenta). 
Na percepção das cores, devem-se levar em consideração três fatores que 
intervêm de forma conjugada, que são chamados, também, de as três dimensões 
das cores: matiz, saturação e valor. 
O Matiz é uma nuança cromática na sequência espectral, a qual está 
associada, portanto, a uma radiação espectral pura. É a cor pura, ou seja, 
corresponde a um único comprimento de onda bem definido na faixa do visível. 
 A Saturação é a variação que assume um mesmo matiz, indo desde o neutro 
absoluto (cinza) até a cor pura espectral. 
O Valor é a quantidade de energia refletida, ou seja, uma série de valores 
pode ser comparada a uma sequência de cinzas, indo desde o preto até o branco, 
organizados em equidistâncias perceptivas. 
 
REFERÊNCIA 
 
MARTINELLI, Marcelo. Curso de Cartografia Temática. 1 ed. São Paulo: Editora 
Contexto, 1991. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 13_Cartografia Temática 
 
Palavras-chave: Cartografia temática; representação; comunicação. 
 
Veremos que no campo da Cartografia Temática a Cartografia coloca à 
disposição das ciências que a requisitam uma série de modos de representação para 
mostrar aspectos qualitativos, ordenados e quantitativos de seus objetos de estudo 
com dimensão espacial. Acompanhe! 
Pode-se empreender uma apreciação do ponto de vista estático ou dinâmico, 
sendo que a manifestação dos fenômenos pode se dar de forma pontual, linear ou 
zonal (Martinelli, 1991). 
Conforme Martinelli (1991) sugere agrupar os métodos de representação 
da Cartografia Temática como: representações qualitativas, representações 
ordenadas, representações quantitativas e representações dinâmicas. 
As Representações Qualitativas são empregadas para expressar a 
existência, a localização e a extensão das ocorrências dos fenômenos ou de suas 
categorias que se diferenciam pela sua natureza ou tipo, podendo ser classificadas 
por determinados critérios. 
Abordam a ocorrência sem considerar a intensidade da manifestação, no 
entanto podem ser colocadas, se for de interesse, em uma ordem lógica. Por 
exemplo, o mapa de uso do solo em que a variável visual "cor" poderia ser 
empregada. 
Transcrever muitos caracteres num mapa poderá torná-lo exaustivo. Existem 
duas soluções para este problema: a) para responder a questão "tal caráter, onde 
está?" É preciso fazer um mapa por caráter. Sugere-se então a coleção de mapas 
para o caso onde é necessário definir os grupos; b) quando o mapa serve para 
indicação especial, a questão pertinente é "o que existe em tal lugar?" É preciso 
então sobrepor os caracteres num mapa e utilizar as variáveis visuais de separação. 
Para responder a todas as questões, é preciso construir a e b. 
As Representações Ordenadas (O) são indicadas quando as categorias dos 
fenômenos se inscrevem numa sequência única e universalmente admitida. A 
relação entre objetos é de ordem. Uma variável visual adequada para o caso é o 
"valor". 
 
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 As Representações Quantitativas (Q) são empregadas para evidenciar a 
relação de proporcionalidade entre objetos. Esta relação deve ser transcrita por 
relações visuais de mesma natureza. A única variação visual que transcreve 
corretamente esta noção é a de "tamanho". Por exemplo, em uma implantação 
pontual, círculos de tamanhos proporcionais às quantidades de habitantes de uma 
região. Em uma implantação zonal ou de área, sugere-se conforme Martinelli (1991) 
um dos seguintes métodos: 
1 - "Método dos pontos de contagem" - expresso por uma variação do número 
de pontos iguais distribuídos regularmente ou não pela área de ocorrência; 
2 - "Método da distribuição regular de pontos de tamanho crescentes" - 
expresso por uma variação de tamanho de pontos regularmente distribuídos pela 
unidade observacional; 
3 - "Método das figuras geométricas proporcionais"- onde ocorre a variação 
de tamanho de um único símbolo centrado na área de ocorrência; 
4 -"Método isarítmico" - onde ocorrem curvas de igual valor (isolinhas) com 
valor visual preenchendo o espaço intercalar; 
5 -"Método coroplético" - apresenta uma série de valores visuais 
preestabelecidos (Q/A, onde A= Área). 
 
Nas Representações Dinâmicas, a prática mais comum para se construir a 
noção de dinamismo é a de confrontarmos várias edições de um mesmo tipo de 
mapa, numa sequência temporal. O tempo e o espaço são dois aspectos impossíveis 
de serem dissociados e fundamentais da existência humana. As representações 
dinâmicas devem traduzir a dinâmica social que produz o espaço geográfico ao longo 
do tempo. 
Esse dinamismo dos fenômenos pode ser transcrito pelas variações 
quantitativas ou pelas transformações dos estados de um fenômeno, que se 
sucedem no tempo para um mesmo lugar; no espaço, o fenômeno se manifesta 
através de um movimento, deslocando certa quantidade de elementos através de 
certo percurso dotado de certo sentido e direção, empregando para isso um 
determinado tempo (Martinelli, 1991). 
 
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 64 
Os mapas temáticos gerais são entendidos como veículos de comunicação, 
que é particularmente denominada de comunicação cartográfica por Salichtchev, 
1973. Fazer um mapa significa desempenhar esse processo de comunicação. 
O processo de comunicação idealizado por Kolacny se realiza em etapas. 
Reúne a confecção e o uso. O seu entendimento reforça nossa posição como 
realizadores de mapas diante da sociedade; não somos neutros e sim cidadãos. 
Podemos e devemos nos aproximar das pessoas que direta ou indiretamente fazem 
parte das representações cartográficas e conscientizá-las sobre a importância do 
mapa, enquanto veículo de comunicação para a vida dessas pessoas. 
Martinelli (1991, p. 38), salienta que o processo de comunicação cartográfica 
não deveria ficar apenas preso à teoria da informação, a qual considera somente as 
perdas de informação em cada etapa de comunicação, preocupando-se 
essencialmente com a minimização destes extravios. Precisamos considerar o valor 
cognitivo dos mapas. 
No uso dos mapas estimula-se uma operação mental. Há uma interação entre 
o mapa como mero produto concreto e os processos mentais do usuário. Esse 
processo não se limita somente à percepção imediata dos estímulos, envolve 
também a memória, a reflexão, a motivação e a atenção. Temos uma aproximação 
da Cartografia às Ciências Cognitivas. 
Podemos ver em Petchenik (1977) um trabalho que leva em conta não apenas 
os elementos próprios dos mapas, mas principalmente os mecanismos que levam 
os usuários a entendê-los. Trabalha com os processos cognitivos pelos quais os 
usuários de mapas concebem e compreendem o espaço e suas representações. 
Aproxima muito a cartografia da psicologia, da comunicação e da própria geografia. 
 Trabalhar com os processos mentais que a cartografia pode incitar é 
importante para o processo de ensino/aprendizagem da geografia; temos, portanto, 
que avançar para além da percepção dos estímulos. Quando acrescentamos a 
questão da memória, da motivação e da atenção, estamos enriquecendo o processo 
de comunicação cartográfica. 
 Taylor (1991), comenta sobre três conceitos que podem informar e melhorar 
o formalismo tecnológico e o positivismo da cartografia moderna: cognição, 
visualização e comunicação. Juntos eles podem proporcionar uma base teórica e 
http://campus20162.unimesvirtual.com.br/mod/book/view.php?id=35803
 
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conceitual forte para a disciplina. O autor apresenta as relações básicas no campo 
da cartografia na era da informação. 
 A cognição e a comunicação não são conceitos novos para a cartografia, mas 
ganham novos significados na era em que vivemos, denominada era da informação. 
 A revolução da informação tem propiciado uma enorme gama de dados e tem 
tornado acessível inúmeras possibilidades de tópicos a serem mapeados. A 
necessidade de transformar dados em informação útil ganha proporção antes nunca 
vista e o mapa como todas as demais representações gráficas de informação 
espacial são meios importantes para a organização, apresentação, comunicação e 
utilização do volume crescente de informação que está sendo disponibilizado. 
A cognição da realidade tem sido sempre um objetivo da cartografia e como 
Vary (1989 apud Taylor, op.cit.) destacou, é difícil separar a forma (representação 
cartográfica) do conteúdo (a representação da realidade). Não é a forma, tanto 
gráfica quanto digital, cientificamente objetiva que muitos cartógrafos pensam. 
A complexidade da sociedade atual é grande e exige respostas mais 
elaboradas e a Cartografia é uma das disciplinas que pode responder a essa 
demanda de indagações. O mapa continua sendo um meio de comunicação em meio 
ao grande número de novos dados e informações que assolam a sociedade do 
presente. 
Taylor (1991), reforça que a cartografia precisa suplementar e completar seus 
produtos topográficos e locacionais com produtos temáticos que aumentarão nossa 
compreensão do mundo em que vivemos, juntamente com uma aceitação da 
especificidade cultural e do contexto cultural de ambos os produtos e processos 
cartográficos. 
O apelo de Taylor procura avançar o papel da cartografia ao longo do tempo, 
inclusive podemos dizer também o papel da cartografia nas escolas. Os mapas têm 
sempre respondido a pergunta “Onde?”, mas na era atual da informação eles 
precisam mais do nunca também responder a uma variedade de outras questões 
como “Por quê?” e “Para que finalidade?” 
Para Bertin (1973), a Cartografia, bem como seu ramo temático, integra a 
representação gráfica, uma linguagem dentre outras, constituída pelos homens para 
reter, compreender e comunicar observações indispensáveis à sobrevivência. É uma 
linguagem bidimensional atemporal e destinada à vista. Tem supremacia sobre as 
 
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 66 
demais, pois demanda apenas um instante de percepção, constituindo um sistema 
semiológico monossêmico e não polissêmico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BERTIN, J. Sémiologie graphique: les diagrammes, les réseaux, les cartes. 
Paris: Gauthier-Villars, 1973. 
 
MARTINELLI, Marcelo. Curso de Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 
1991. 
 
PETCHENIK, B. B. Cartographia: the nature of Cartographic communication. 
University Toronto Press, Monograph, n.14, 1977. 
 
SALICHTCHEV, K. A. Some reflections on the subject and method of cartography 
after the sixth international cartographic conference. The Canadian Cartographer, 
v. 10, n.2, dez. 1973, p. 106-111. 
 
TAYLOR, D. R. F. A conceptual basis for cartography: new directions for the 
information era. Cartoghaphica. v. 28, n. 4, pp.1 a 8, Toronto. 1991. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 67 
Aula 14_Cartografia Escolar 
 
Palavras-chave: Cartografia escolar; ensino de Geografia; alfabetização 
cartográfica. 
 
Compromisso com a cidadania, que cada ramo do conhecimento humano 
deve ter, poderia estar também diretamente relacionado com o seu meio social; 
dessa forma a Cartografia e a Geografia estão diretamente presentes na sociedade, 
tanto no dia a dia como em setores específicos. A escola é um desses locais cuja 
presença desses conhecimentos é importante na tarefa de formar e informar nossos 
cidadãos. Temos no ensino de Geografia a necessidade de conteúdos de Cartografia 
para cumprir seu papel junto às disciplinas escolares. Por essa perspectiva é que 
vemos a relação muito próxima entre Cartografia e Geografia. 
Trazer a Cartografia para escolares, como tema de análise de pesquisas 
educacionais, pode elucidar melhor como produzir mapas cartograficamente 
adequadosaos usuários das escolas. Isto significa que ensinar mapas para crianças 
e jovens nas escolas é uma questão que vai além da Cartografia. 
Na verdade, os mapas, assim como todos os demais meios de produção de 
conhecimento escolar, criam significado para a aprendizagem quando vistos no 
contexto de uma epistemologia escolar. Isto quer dizer que a aprendizagem não se 
faz em separado dos meios e dos modos de pensar que eles possibilitam e que as 
relações de aprendizagem são também mediadas pelas relações pessoais entre os 
alunos e o professor e entre os próprios alunos. Assim, não basta produzir mapas 
cartograficamente adequados, se estes não forem devidamente apropriados pelos 
"usuários" da escola. 
 Reafirmamos as ideias de Anderson & Vasconcellos (1995) e Almeida (1999), 
torna-se imprescindível que tanto os cartógrafos que se interessam pela educação, 
quanto os educadores que lidam com o ensino de Geografia e de outras áreas que 
usam representação cartográfica, busquem trabalhar juntos no desenvolvimento 
desta área que começa a se estabelecer no quadro educacional brasileiro. 
Reforçando, a Cartografia enquanto ramo do conhecimento científico 
está sempre atrelada ao Ensino de Geografia. Essa relação fez com que inúmeros 
geógrafos e professores de Geografia se dedicassem à área de Cartografia e em 
 
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 68 
especial a Cartografia direcionada às crianças e jovens no contexto escolar. Algumas 
dessas preocupações acabaram reunindo um grupo cada vez maior de 
pesquisadores preocupados com essa temática. 
Simielli (2012) propôs um método de inserção da cartografia no ensino de 
Geografia, considerando que o ideal é trabalhar com diferentes mapas para inúmeros 
usuários, principalmente nas várias faixas etárias, para tanto propõe (adaptado): 
- Estudantes de 1ª a 5ª anos do Ensino Fundamental – devem basicamente 
trabalhar com a “alfabetização cartográfica”, pois este é o momento em que o aluno 
tem que iniciar-se nos elementos de representação gráfica para posteriormente 
trabalhar efetivamente com a representação cartográfica. 
- Estudantes de 6ª a 9ª anos do Ensino Fundamental – os alunos ainda 
eventualmente devem trabalhar com a alfabetização cartográfica na 6ª e 7ª anos, 
mas, já têm condições de trabalhar com análise/localização e com a correlação. 
 - Alunos do Ensino Médio – os alunos têm condições de trabalhar com 
análise-localização, com a correlação e com a síntese. 
 Estes níveis apontados por Simielli foram trabalhados mais detalhadamente 
por Rimbert (1964) e Libault (1971) e os encontramos resumidos em Simielli (1981). 
A Cartografia, além de se constituir em um recurso visual muito utilizado, 
oferece aos geógrafos um triplo instrumento de estudo (Rimbert, op.cit.): 
1) Instrumento analítico – cartas de análise ou distribuição ou repartição que 
analisam o fenômeno isoladamente; 
2) Instrumento de experimentação – que permite a combinação de duas ou 
mais cartas de análise; 
3) Instrumento de síntese – que mostra a relação entre os vários temas 
abordados em nível analítico, apresentando-se em uma carta-síntese. 
A proposta feita por Rimbert (op.cit.) foi complementada por Libault (1971). 
Esta nova proposta foi e ainda é muito utilizada para o entendimento dos 
instrumentos de estudo que a Cartografia oferece aos geógrafos. A proposta de 
Libault é estruturada em quatro níveis: 
1) Nível compilatório – é a fase inicial da pesquisa, com a coleta de dados e 
sua respectiva compilação. Para o geógrafo, temos que considerar que uma maneira 
usual de apresentar o registro dos dados é a carta geográfica, portanto a coleta 
desse material, já existente, está enquadrada neste nível. 
 
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 69 
O passo seguinte é o da hierarquização dos dados para uma organização 
mais racional da pesquisa, onde, primeiramente, serão selecionados os dados 
realmente significativos para o desenvolvimento do trabalho, ou seja, as variáveis 
essenciais; em seguida, os dados complementares que aparecerão após uma 
análise mais detalhada. 
Este nível muitas vezes chega a ser negligenciado pelo fato de ser 
considerado muito elementar, esquecendo–se o pesquisador que desta etapa 
depende todo o desenvolvimento do seu trabalho, inclusive as conclusões e/ou 
proposições a que poderá chegar. 
2) Nível correlatório – trabalhamos agora a partir dos dados coletados (nível 
1), onde se coloca toda a problemática da confiabilidade dos mesmos. Temos a 
ordenação das variáveis selecionadas, conforme uma sistemática, resultante do 
objetivo do nosso trabalho. 
Podemos consequentemente chegar aos primeiros ensaios para correlações 
parciais. 
3) Nível semântico – os níveis precedentes apenas significam uma 
determinação dos fatos (de preferência objetiva) até uma primeira percepção das 
relações dos fatos entre si. Mas não podem atingir a abordagem do raciocínio 
geográfico, que utiliza não as variáveis elementares, mas sim uma combinação já 
sintética dessas variáveis. As relações de correspondência obtidas constituirão pelo 
menos uma ajuda à concepção, senão uma concepção completa. Em outras 
palavras, trata-se de localizar exatamente os problemas parciais, de modo a 
organizar seus elementos dentro de um problema global. 
Nesta etapa já se torna mais evidente a importância da generalização e, 
consequentemente, os cuidados decorrentes de sua utilização. Merece uma 
elaboração toda especial, pois implica a passagem da etapa de análise para a de 
síntese. Realiza, assim, uma abordagem racional e esquematizada das variáveis 
entre si. 
4) Nível normativo – temos agora a resultante da síntese do trabalho, ou seja, 
sua tipologia expressa, em geral, por meio de uma modelo, que é consequência da 
seleção e correlação das variáveis estudadas. 
Este modelo apresenta a possibilidade de ser aplicada em outras áreas, a 
partir do momento que se tenha o “modelo padrão”. 
 
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 70 
Assim, notamos que a abordagem final do trabalho poderá se concretizar por 
suas vias: aquela que apenas trata de verificar uma hipótese pré-formulada ou a que 
apresenta uma hipótese nova. 
A estruturação proposta por Rimbert (1964) e o complemento de Libault 
(1971) formam a base das ideias desenvolvidas por Simielli (1996), quando discorre 
acerca de sua proposta da cartografia no ensino. A proposta de Giolitto (1992) é 
acrescida nesta discussão, quando evidencia a passagem da carta topográfica ao 
modelo gráfico, demonstrando os níveis de constatação, correlação e conceituação. 
Para Simielli (2012), o fato de o aluno trabalhar de 1ª a 5ª anos do Ensino 
Fundamental com alfabetização cartográfica, de 6ª ao 9ª anos com análise – 
localização e raciocínio lógico e no Ensino Médio com análise-localização, 
correlação e síntese de uma maneira mais efetiva, não exclui um imbricamento em 
diferentes momentos nestas etapas de trabalho. 
Esta constatação nos permite lidar não com um etapismo fechado e linear de 
níveis de complexidade na relação cartografia e ensino, mas sim com um 
encadeamento de ideias em que cada faixa etária pode ser trabalhada de uma forma 
diferenciada. A cartografia deve oferecer várias possibilidades com suas 
representações gráficas para um melhor desenvolvimento do processo de 
ensino/aprendizagem da linguagem gráfica. 
É necessário fazer uma ressalva quanto à ideia de alfabetização cartográfica 
proposta por Simielli, pois um alfabeto predispõe de uma variedade de signos, 
necessita de uma leitura e o alfabeto citado pela autora está calcado muito nos três 
elementos básicos da geometria plana (ponto, linha e área). 
Dessa forma, as preocupações da Cartografia para Crianças e Jovens, ou 
Cartografia para Escolares, debruçam-se na questão pertinente aos mapas 
escolares e de que modo essesmapas devem ser gerados e desenvolvidos a partir 
das relações entre os usuários (professores e alunos). Lembramos, para 
exemplificar, a tese pioneira de Oliveira (1978) que concluiu: "o mapa é usado como 
recurso audiovisual e até agora não se considerou devidamente o ensino do mapa, 
e sim o ensino pelo mapa". 
 
 
 
 
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 71 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Regina Araújo. Mapping Memories and Places: A Cartography for and 
by the Elderly, 19th International Cartographic Conference - ICA. Ottawa, 
Canadá. Proceedings, 1999. v. 1, p. 429-435. 
 
ANDERSON, J. VASCONCELLOS, R. Maps for and by children: possible 
contributions by cartographers. In: XVII International Cartographic Conference - 
ICA - ACI, 1995. v. 01, p. 384-392. 
 
GIOLITTO. P. Enseigner la Géographie á L´École. Hachette, Paris. 1992. 
 
LIBAULT, C. O. A. Os quatros níveis da pesquisa geográfica. São Paulo: 
IGEOG/USP, 1971. 
 
OLIVEIRA, L. Estudo Metodológico e Cognitivo do Mapa. Tese de livre 
docência, Série teses e monografias (32), IGEOG/USP. São Paulo, 1978. 
 
RIMBERT, S. Cartes e Graphiques. Paris: Sedes, 1964. 
 
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia e ensino: proposta e contraponto de 
uma obra didática. 1996. 178 p. Tese (Livre-docência). Faculdade de Filosofia, 
Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia. Universidade de São 
Paulo. São Paulo. 1996. 
 
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: A 
Geografia na sala de aula. Ana Fani Alessandri Carlos (org.). 9. ed. São Paulo: 
Contexto, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 72 
Aula 15_Cartografia e as Novas Tecnologias 
 
Palavras-chave: Sensoriamento remoto; estudos urbanos e ambientais; satélites. 
 
A produção de mapas esteve, historicamente, submetida ao avanço dos 
instrumentos e das técnicas para determinar com precisão pontos, contornos, 
altitudes etc., bem como para desenhar os mapas. Atualmente, as avançadas 
tecnologias para obtenção, armazenamento e apresentação de produtos 
cartográficos tornaram a Cartografia Digital um instrumento valioso nos estudos 
geográficos e ambientais. O professor de Geografia também pode dispor desses 
recursos em suas aulas, tornando-as mais eficazes e atualizadas. 
O uso de sensoriamento remoto para estudos de recursos naturais 
Sensoriamento remoto é um termo utilizado na área de recursos naturais 
que se refere à obtenção de imagens à distância, sobre a superfície terrestre, ou 
seja, é a obtenção de informação de um alvo qualquer (rio, cidade, floresta, lago) 
existente sobre a superfície terrestre, sem que seja necessário tocar neste alvo. A 
informação é obtida a distância – remotamente. 
Estas imagens são adquiridas por meio de aparelhos, 
denominados sensores; como estes aparelhos estão sempre distantes dos alvos de 
interesse, eles são chamados de sensores remotos. Todos nós carregamos 
conosco um sensor remoto - os nossos olhos – e, baseando-se no mecanismo da 
visão, foram construídos os primeiros sensores remotos, como: as câmeras 
fotográficas utilizadas pela primeira vez para estudos dos recursos naturais em 
1822, quando o francês Niepa gerou a primeira imagem fotográfica, fazendo uso de 
uma câmera primitiva e papel quimicamente sensibilizado. 
Por sua vez, estes sensores ou câmeras são colocados a bordo de aeronaves 
ou de satélites de sensoriamento remoto – também chamados de satélites de 
observação da Terra. Um sensor a bordo do satélite gera um produto de 
sensoriamento remoto denominado de imagem ao passo que uma 
câmera aerofotográfica, a bordo de uma aeronave, gera um produto de 
sensoriamento remoto denominado de fotografia aérea. 
Todo sensor remoto necessita de uma fonte de energia para poder operar; a 
maioria deles opera com a luz do sol, ou seja, eles só podem coletar informações 
sobre os alvos na superfície terrestre durante o dia. Como as câmeras fotográficas 
 
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 73 
só podem ser utilizadas onde há luz, seja a luz do sol, seja a de um flash, o mesmo 
acontece com a maioria dos sensores a bordo de satélites. 
O primeiro satélite de sensoriamento remoto foi construído pelos norte-
americanos e foi lançado em junho de 1972, com o nome de LANDSAT. Atualmente 
existe uma infinidade, tais como o francês SPOT, o europeu ERS, o americano 
NOAA, o canadense RADARSAT, o japonês JERS, o indiano IRS e o argentino SAC-
C. O Brasil também desenvolveu e lançou um satélite em parceria com a China em 
outubro de 2000, o CBERS-Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres. 
Antes do advento dos satélites de sensoriamento remoto na década de 1970, 
o uso de fotografias aéreas era muito comum e até hoje estas fotografias são 
insubstituíveis para muitas aplicações. Entretanto, notamos que com o avanço 
tecnológico, as imagens dos sensores de satélites estão se aproximando da 
qualidade das fotografias aéreas, sendo geradas pelos satélites chamados de alta 
resolução espacial, como o Quickbird (0,60m), Plêiades (0,50m), Worldview-2 
(0,46m), Geoeye-1 (0,41m) e Worldview-4 (0,30). 
Desde o lançamento do primeiro satélite de recursos terrestres, o 
LANDSAT, em junho de 1972, houve grandes progressos e várias pesquisas foram 
feitas na área de meio ambiente e levantamento de recursos naturais, fazendo uso 
de imagens de satélite. Muitas empresas brasileiras comercializam imagens de alta 
resolução espacial, que subsidiam segmentos de mercado, como o agronegócio, 
energia, óleo e gás, mineração, telecomunicações, além de governos e a área de 
defesa e segurança. 
Os estudos urbanos ambientais deram um salto enorme em termos de 
qualidade, agilidade e número de dados disponíveis para análise, assim é possível: 
- atualizar a cartografia digital existente; 
- produzir mapas e obter dados sobre áreas minerais, bacias de drenagem, 
agricultura, florestas; 
- monitorar desastres ambientais, tais como: enchentes e inundações em áreas 
urbanas, poluição de rios e reservatórios, erosão, deslizamentos de terras, 
secas; 
- monitorar desmatamentos e obter a estimativa da taxa de desflorestamento 
da Amazônia Legal, por exemplo; 
 
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- realizar estudos sobre correntes oceânicas e movimentação de cardumes, 
aumentando assim a produtividade na pesca; 
- apoiar Planos Diretores Municipais e Lei de Uso e Ocupação do Solo; 
- realizar Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e Relatórios de Impacto sobre 
Meio Ambiente (RIMA); 
- identificar áreas de preservação ambiental permanente e avaliação do uso do 
solo; 
- fazer o levantamento de áreas favoráveis para exploração de mananciais 
hídricos subterrâneos; 
- monitorar mananciais e corpos hídricos superficiais; 
- monitorar o lançamento e dispersão de efluentes em domínios costeiros ou 
em barragens; 
- monitorar e acompanhar o desempenho da agricultura; 
- estimar a área plantada em propriedades rurais para fins de fiscalização do 
crédito agrícola; 
- auxiliar na implantação de polos turísticos ou industriais; 
- avaliar o impacto causado pela instalação de rodovias, ferrovias ou de 
reservatórios. 
 Situações em que dados de sensoriamento remoto podem ser utilizados como 
material didático em sala de aula: 
- traçado de áreas urbanas e rede viária que comunica a cidade onde o aluno 
vive com o seu entorno imediato; 
- formas de crescimento das áreas urbanas e progressiva invasão do espaço 
agrícola; 
- estudo geográfico do espaço imediato ao aluno; 
- tipo de ocupação humana com os aspectos físicos, econômicos e sociais da 
região onde o aluno vive; 
- distribuição do uso do solo no tempo (escala temporal) e no espaço e sua 
relação com os aspectos econômicos da região onde o aluno vive; 
- explicação dos aspectos mais complexoscomo relevo, bacias de drenagem, 
correntes oceânicas, uso e ocupação do solo e áreas agrícolas de uma região, 
áreas sujeitas a inundações, etc.; 
 
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 75 
- identificação das áreas de preservação de mananciais e sua forma de 
ocupação; 
- caracterização de áreas de preservação, tais como áreas alagadas, planícies 
fluviais, áreas costeiras, áreas de mangue, florestas naturais; 
- correlação das altitudes do local com as formas do relevo, uso do solo e 
quantidades de precipitação; 
- correlação do tipo de ocupação humana com os aspectos físicos, econômicos 
e sociais da região onde o aluno vive. 
 
 Há ainda, o Sistema de Informações Geográficas (SIG) que trabalha, de 
acordo com Fitz (2008), com um número infinito de informações de cunho geográfico 
e o contextualiza como 
 
O desenvolvimento dos SIGs deve-se, entre outros fatores, à evolução do 
computador (hardware) e de programas específicos (software) que 
conseguem resolver os problemas de quantificação de maneira mais rápida 
e eficaz que outrora. Assim, o uso maciço desses sistemas está vinculado 
ao aparelhamento de órgãos públicos e privados. Nessas condições, além 
da necessidade de uso do meio computacional, faz-se necessária a 
existência de uma base de dados georreferenciados, que são dados que 
estão associados a um sistema de coordenadas conhecido, ou seja, 
vinculam-se a pontos reais dispostos no terreno, caracterizados, em geral, 
pelas suas coordenadas de latitude e longitude. Dessa forma, o SIG é um 
sistema constituído por um conjunto de programas computacionais, o qual 
integra dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de coletar, 
armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente 
referenciados a um sistema de coordenadas conhecido. 
 
Assim, muitos mapas temáticos são produzidos em ambientes de SIG, ao 
sobrepor dados que compõem o mapa. Temos também o geoprocessamento que 
pode ser conceituado, segundo Fitz (2008), como a tecnologia, ou um conjunto de 
tecnologias, que possibilita a manipulação, a análise, a simulação de modelagem e 
a visualização de dados georreferenciados. 
 
REFERÊNCIAS 
FITZ, Paulo Roberto. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2008. 
 
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Landsat. Disponível em: 
http://www.dgi.inpe.br/documentacao/satelites/landsat. Acesso em: 26 de mar. 
2023. 
http://www.dgi.inpe.br/documentacao/satelites/landsat
 
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 76 
Aula 16_Cartografia Multimídia no Ensino da Geografia 
 
Palavras-chave: Multimídia; INPE; informática. 
 
O termo multimídia está relacionado à integração de várias formas de 
comunicação para a transmissão de informações. Em meio digital, pode-se entender 
multimídia como a integração de texto, vídeo, áudio, animações, desenhos ou 
mesmo realidade virtual com o objetivo de transmitir informação. 
Uma aplicação multimídia não precisa, necessariamente, ser interativa, no 
entanto, sempre que possível, recomenda-se o uso de multimídia interativa na 
escola, uma vez que a interatividade é um ponto chave na construção do 
conhecimento. 
 Muitos pesquisadores no mundo e no Brasil têm se dedicado ao estudo da 
Cartografia, utilizando recursos multimídia ou Cartografia Multimídia, e sua aplicação 
com fins didáticos. 
No Brasil há o Projeto GEODEN - Geotecnologias Digitais no Ensino que 
permite, por meio da internet, a interação do usuário com esse projeto educativo. O 
GEODEN foi estruturado em módulos, contendo textos, exercícios que foram 
desenvolvidos para o uso do Sistema de Informação Geográfica (SIG), curiosidades, 
indicação de leitura complementar e sugestões de sítios. http://geoden.uff.br/. 
O Projeto GEODEN é dividido em GEODEM - GEOtecnologias Digitais no 
Ensino Médio e o GEODEF - GEOtecnologias Digitais no Ensino Fundamental, 
baseado pelo SPRING - Sistema de Processamento de Informações 
Georreferenciadas, de domínio público e desenvolvido pelo INPE - Instituto Nacional 
de Pesquisas Espaciais, e possui apoio de outras instituições públicas brasileiras. 
Apresenta-se alguns sites que contém dados e informações de uso escolar e 
que podem ser utilizados pelos professores nas aulas de geografia. 
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Centro de Previsão 
do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). http://www.cptec.inpe.br/ - 
Disponibiliza imagens de diversos satélites inclusive do satélite GOES, 
bastante utilizadas nas animações de previsão do tempo na TV. O professor 
pode obter imagens do dia da aula ou mesmo buscar imagens no arquivo, 
além disso, pode-se criar animações no próprio site. Além disso, disponibiliza 
http://geoden.uff.br/
 
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 77 
em seu sítio aplicativos como o CPTEC - previsão do tempo, MapSAT e o 
SOS Chuva. 
 
Ainda pelo INPE, há a disponibilidade de material didático destinado ao uso 
escolar que envolve o Sensoriamento Remoto para Estudo do Meio Ambiente, 
são apostilas em formato PDF e tratam de temas como o sensoriamento remoto 
aplicado ao estudo oceanográfico, agricultura, dentre outros e uma apostila 
específica de geoprocessamento. http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-
escolar-sensoriamento-remoto/material-didatico-anos-anteriores/apostilas. 
 
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Suínos e Aves 
https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/mapas. - A Central de inteligência de 
aves e suínos disponibiliza mapas e infográficos para download e de uso livre. Além 
disso, é possível criar mapas temáticos específicos no sítio: 
http://www.cnpsa.embrapa.br/cias/dados/mapa.php. 
 
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE educa 
https://educa.ibge.gov.br/professores. - Esse sítio traz sugestões de atividades 
pedagógicas para os professores e que se baseiam em dados produzidos pelo IBGE. 
Conta ainda, com recursos didáticos como vídeos, mapas, gráficos, jogos e materiais 
explicativos. 
 
 - Servidor de Mapas (IBGE) 
 https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#homepage - Portal de mapas 
onde o professor poderá encontrar aproximadamente 33.000 mapas disponíveis, 
assim como informações ambientais, organização do território, cartas e mapas, atlas 
nacional e temáticos, dentre outros assuntos. Recomenda-se a utilização de 
interface básica para usuários que não tenham conhecimento em 
geoprocessamento. 
 
O IBGE também disponibiliza um sítio interativo contendo dados do 
Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil 2000-2018. 
http://mapasinterativos.ibge.gov.br/monitoramento_uso/. Este trabalho vislumbra a 
http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-escolar-sensoriamento-remoto/material-didatico-anos-anteriores/apostilas
http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-escolar-sensoriamento-remoto/material-didatico-anos-anteriores/apostilas
https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/mapas
http://www.cnpsa.embrapa.br/cias/dados/mapa.php
https://educa.ibge.gov.br/professores
http://mapasinterativos.ibge.gov.br/monitoramento_uso/
 
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importância do conhecimento do modo e ritmo das ocupações do território nacional, 
tornando-se como apoio ao gerenciamento dos recursos naturais, fundamental para 
o desenvolvimento das políticas públicas. 
O projeto MapBiomas https://brasil.mapbiomas.org/ - tem o objetivo de 
mostrar as transformações que ocorrem no território brasileiro, por meio do 
monitoramento e mapeamento da cobertura e uso do solo, da superfície das águas 
e ocorrências de incêndios, buscando a conservação e o manejo sustentável dos 
recursos naturais de forma a combater as mudanças climáticas. O infográfico abaixo 
está disponível no site do MapBiomas. 
 
Figura 21 - Uso e cobertura do solo (1985-2021). 
 
Disponívelem: https://brasil.mapbiomas.org/. Acesso em 26 de mar. 2023. 
 
A informática traz consigo novas possibilidades para o desenvolvimento de 
aplicações direcionadas ao ensino e, no caso aqui retratado, ao ensino de Geografia. 
No caso da internet, embora o seu acesso seja deficitário em muitos locais do país, 
a utilização dos recursos já existentes abrirá caminho para a reflexão, análise e o 
desenvolvimento de novas aplicações mais adequadas às reais necessidades das 
instituições de ensino, bem como de professores e estudantes. 
https://brasil.mapbiomas.org/
https://brasil.mapbiomas.org/
 
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 79 
REFERÊNCIAS 
 
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa Suínos e 
Aves. Disponível em: https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/mapas>. Acesso 
em: 26 de mar. 2023. 
 
IBGE. Servidor de Mapas. Disponível em: 
https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#homepage. Acesso em: 26 de mar. 
2023. 
 
IBGE. Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil 2000-2018. 
Disponível em: http://mapasinterativos.ibge.gov.br/monitoramento_uso/. Acesso 
em: 26 de mar. 2023. 
 
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – Centro de Previsão 
do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Disponível em: 
http://www.cptec.inpe.br/. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Sensoriamento 
Remoto para Estudo do Meio Ambiente. Disponível em: 
http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-escolar-sensoriamento-remoto/material-
didatico-anos-anteriores/apostilas. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
MAPBIOMAS. Disponível em: https://brasil.mapbiomas.org/. Acesso em: 23 de 
mar. 2023. 
 
UFF. Projeto GEODEN - Geotecnologias Digitais no Ensino. Disponível em: 
https://geoden.uff.br/. Acesso em 26 mar. 2023 
 
 
https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/mapas
https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#homepage
http://mapasinterativos.ibge.gov.br/monitoramento_uso/
http://www.cptec.inpe.br/
http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-escolar-sensoriamento-remoto/material-didatico-anos-anteriores/apostilas
http://www.dsr.inpe.br/DSR/educacao/uso-escolar-sensoriamento-remoto/material-didatico-anos-anteriores/apostilas
https://brasil.mapbiomas.org/territórios refletido no aparecimento dos primeiros 
mapas temáticos e a Cartografia enquanto Ciência, desvinculada da Geografia, no 
fim do século XIX. 
A Cartografia se estabelece enquanto Ciência e, por outro lado, como 
instrumento técnico às Ciências que tem no espaço seu campo de estudo, em 
especial, a Geografia. 
No início do século XX, de acordo com Eckert (1921 apud Martinelli, 2011, p. 
251), a Cartografia se mesclava entre ciência e arte, desvinculada da Geografia. Ele 
considerou a Cartografia como uma ciência preocupada com a exatidão, segundo às 
leis da matemática e da geometria, é uma arte em razão do seu aspecto visual. 
A primeira metade do século XX marcou profundas mudanças mundiais no 
campo científico, das artes e da política. 
REFERÊNCIAS 
FERREIRA, C.C.; SIMÕES, N. N. A evolução do pensamento geográfico. 
Lisboa: Gradiva, 1990. 
 
GIRARDI, Gisele. Do outro lado do mapa - eixos de pesquisa em comunicação 
cartográfica aplicados à Cartografia Temática. Monografia. São Paulo, 
DG/FFLCH/USP, 1992. 
 
HARLEY, J. B. A nova história da cartografia. Correio da UNESCO - Mapas e 
cartógrafos. Edição em português, 19 (8). São Paulo: FGV, 1991. 
 
MARTINELLI, Marcelo. Às cartografias e os atlas geográficos escolares. Revista 
da ANPEGE, v. 7, n. 1, número especial, p. 251-260, out. 2011. 
 
MORAES. Antônio Carlos Robert. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: 
Hucitec, 1985. 
 
RAISZ, Erwin. Cartografia General. Barcelona: Ediciones Omega, 1953. 
 
 
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Aula 02_Conceito de Cartografia 
 
Palavras-chave: Cartografia; ciência; representação. 
 
O que é cartografia? 
A palavra CARTOGRAFIA, etimologicamente (descrição de cartas), foi criada 
em 1839 por Manoel Francisco de Barros e Souza de Mesquita de Macedo Leitão, 
inicialmente continha a ideia de traçado de mapas e posteriormente passou a ser 
tratado como a ciência, a técnica e a arte de representar a superfície terrestre. IBGE 
(1999). 
Inúmeros autores procuram definir o que é cartografia, porém encontramos 
desde definições que defendem a cartografia como um conhecimento apenas 
técnico e outras que as consideram apenas como resultado da produção artística. 
Para Salichtchev (1954 apud Salichtchev 1973): 
 
Cartografia é a ciência dos mapas geográficos com um método especial de 
representação da realidade, incluindo nas suas metas tanto o estudo 
completo de mapas geográficos como a formulação de métodos e 
processos da sua confecção e uso. 
 
 
O autor já nota, desde 1954, o contexto da realidade, presença fundamental 
na definição da Cartografia. 
 A definição da ASSOCIAÇÃO CARTOGRÁFICA INTERNACIONAL (1966): 
 
Cartografia é o conjunto de estudos e das operações científicas, artísticas 
e técnicas que, a partir dos resultados das observações diretas ou de 
exploração de uma documentação, intervém na elaboração de cartas, 
plantas e outros modos de expressão, como também sua utilização. 
 
Na acepção da Associação Cartográfica Internacional (ACI) de 1966, a 
Cartografia não é uma ciência, mas um conjunto de estudos e de operações 
científicas, artísticas e técnicas. Na definição de 1991 mantém-se esta concepção 
de Cartografia, além de fixar a Cartografia como uma disciplina. É interessante que 
a maior associação científica desse campo não considere a Cartografia como 
Ciência. 
 Para Salichtchev (1973): 
 
A Cartografia é a ciência da representação e do estudo da distribuição 
espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas 
 
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 8 
transformações ao longo do tempo, por meio de representações 
cartográficas – modelos icônicos – que reproduzem este ou aquele aspecto 
da realidade de forma gráfica e generalizada. 
 
 Nessa acepção, percebemos a conservação da reprodução da realidade 
graficamente e generalizada, abarcando visivelmente as distribuições espaciais dos 
fenômenos sociais e naturais. Definição que se aproxima muito da Geografia, temos 
presentes dois elementos essenciais para essa Ciência - a relação Natureza-
Sociedade. 
 Já para Taylor (1991): 
 
cartografia seria a organização, apresentação, comunicação e utilização da 
informação georreferenciadas nas formas visual, digital ou táctil, que inclui 
todos os processos de preparação de dados no emprego de todo e qualquer 
tipo de mapa. 
 
Na acepção de Taylor as formas de representação recebem conotações 
distintas, como as formas, a visual, a digital ou a tátil. Nesta concepção, a função de 
destaque do mapa na Cartografia fica evidente. 
As diversas definições explanam os distintos enfoques pelos quais esta 
Ciência tem passado nos últimos tempos. A preocupação com os usuários passa a 
ser crucial. A Cartografia não é mais algo concluído e inalterado, pode ter uma 
interlocução entre o produtor do mapa e o usuário. Essas acepções assinalam 
posições teóricas e metodológicas evidentes frente ao contexto social que os autores 
ou instituições permaneceram envolvidos. 
A definição de Salichtchev (op.cit) é importante, porque a Cartografia não é 
puramente uma técnica insensível ao conteúdo transmitido. Ela almeja representar 
e pesquisar conteúdos espaciais por meio de modelos icônicos e não pode fazê-lo 
sem conhecimento da essência dos fenômenos que são representados, nem sem o 
apoio das Ciências que os pesquisam. 
Já na definição de Taylor (op.cit), vemos a inquietação com a informática e o 
desempenho relevante do procedimento de preparo do mapa nesse momento. 
Seguimos essa última acepção de Cartografia neste trabalho por evidenciar o mapa 
e referir muitas linguagens como visual, digital e táctil como formas de expressar a 
organização, representação e utilização da informação notadamente referenciada. 
Taylor (1991) deixa claro que a Cartografia progride na discussão para além 
da técnica e arte, reforçando sua função estruturadora, organizadora e 
 
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 9 
comunicadora de informações em distintas mídias, abrangendo ainda os processos 
de elaboração de dados na constituição de todos os modelos de mapas envolvidos 
inteiramente com seu conteúdo. Se a cartografia almeja abarcar os processos 
relacionados à preparação de informações para apontar seus conteúdos, deve 
utilizar o conhecimento da essência dos fenômenos que são representados com o 
apoio das ciências que analisam. 
Em Lacoste (1976), podemos notar um esquema capaz de explanar como a 
pluralidade dos mapas temáticos para um único território pode compartilhar da 
abordagem geográfica, para a qual não só conjugamos as intersecções dos distintos 
conjuntos espaciais que cada tema delineia como também articulamos os vários 
níveis escalares de representação combinados com a ordem de grandeza da 
manifestação dos fenômenos analisados naqueles temas. 
 Um mapa (Mapa 1) pode ser conceituado como (IBGE, 1999): 
 
É a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos 
aspectos geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na 
superfície de uma figura planetária, delimitada por elementos físicos, 
político- administrativos, destinada aos mais variados usos, temáticos, 
culturais e ilustrativos. 
 
 
Mapa 1 - Divisões políticas e regionais. 
 
 
 
Fonte: Atlas geográficos escolar. IBGE. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101627.pdf. 
Acesso em: 08 de abril 2023. 
 
 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101627.pdf
 
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Para o IBGE (1999), uma carta e uma planta se conceituam da seguinte 
forma: 
 
É a representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos 
artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, 
subdividida em folhas delimitadas por linhas convencionais - paralelose 
meridianos - com a finalidade de possibilitar a avaliação de pormenores, 
com grau de precisão compatível com a escala. A planta é um caso 
particular de carta. A representação se restringe a uma área muito limitada 
e a escala é grande, consequentemente o número de detalhes é bem maior. 
 
 
 Há ainda outros produtos cartográficos com o globo terrestre, mosaico, 
fotocarta, ortofotocarta, ortofotomapa, fotoíndice e carta imagem, que representam 
dados da superfície terrestre. 
 Ressaltamos ainda, os elementos constituintes de um mapa, como o título 
que deve informar o assunto, local e o ano que trata do seu tema. A orientação que 
indica a direção cardeal de forma a nos orientarmos no espaço, a legenda que 
contém os dados representados e tem a função de tornar a leitura clara do mapa, a 
escala cartográfica que informa a redução da representação da superfície terrestre 
no mapa, a fonte que apresenta a origem dos dados que constam no mapa e as 
coordenadas geográficas que indicam a latitude e a longitude, definidas pelos 
paralelos e meridianos. 
 
REFERÊNCIAS 
LACOSTE, Yves. A geografia - isso serve em primeiro lugar para fazer a 
guerra. 9. ed. Campinas: Papirus, 1980. (1976) 
 
SALICHTCHEV. K. A. Some reflections on the subjetc and method of cartography 
after the sixth international cartographic conference. The Canadian Cartoghapher, 
v. 10, n. 2, dez. 1973, p. 106-111. 
 
TAYLOR, D. R. F. A conceptual basis for cartography: new directions for the 
information era. Cartoghaphica. v. 28, n. 4, pp.1 a 8, Toronto. 1991. 
 
 
 
 
 
 
 
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 11 
Aula 03_História da Cartografia 
 
Palavras-chave: Cartografia; história; geografia. 
 
A confecção de mapas parece ser anterior à escrita. Há muitos registros que 
comprovam que os mais variados povos nos legaram mapas, tais como: babilônios, 
egípcios, astecas, chineses, além de outros, cada qual refletindo aspectos culturais 
próprios de sua sociedade. 
Os mapas concebem uma configuração do saber, um fruto cultural dos povos, 
e não um mero efeito de uma propagação tecnológica a partir de um foco europeu. 
Cada cultura manifesta sua particularidade cartográfica, pouco a pouco se torna uma 
linguagem visual mais genérica do que se imaginava antes. Até os produtos 
cartográficos atuais, com o uso de imagens de satélites e do suporte da informática, 
são construções sociais. 
É necessário refletir sobre o fato de cada cultura ter percepções do espaço e 
do tempo diferenciadas, que não devem ser depreciadas e, ainda menos, 
confrontadas ou avaliadas segundo modelos europeus ocidentais (Duarte, 2006). 
Confecção de mapas pelos povos chineses e gregos 
A China pode ser mencionada como mais uma região em que a Cartografia 
oriental deixou marcas de amplo valor histórico. A cartografia chinesa era muito 
desenvolvida bem antes que na Europa principiava a se sobressair nas primeiras 
produções nesta área de conhecimento. Em vários lugares da China foram 
descobertos documentos muito remotos que confirmam a apreensão dos 
governantes em mapear riquezas naturais de diversas áreas daquele país. 
Na China antiga, vários mapas apresentavam desígnios cadastrais, 
demarcação de fronteiras, como documentos burocráticos, projetos para 
preservação das águas, meios para sujeição de impostos, estratégia militar, 
reconstrução da Geografia, testemunhos de seguimento cultural confirmada pela 
presença de sepulturas, instrumentos de adivinhação, presságio astrológico de 
fenômenos celestes e também amparo contra forças sobrenaturais. 
Os gregos foram extremamente importantes no desenvolvimento da 
Cartografia ocidental, conferindo a eles o estabelecimento das bases científicas da 
Cartografia moderna. Diversos estudiosos gregos tiveram trabalhos que marcaram 
o processo de desenvolvimento das técnicas da cartografia. Podemos citar 
 
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 12 
Anaximandro de Mileto (611 a 547 a.C.), criador do reconhecido mapa que concebia 
o mundo então conhecido - regiões da Europa e Mar Mediterrâneo, e de Hecateu de 
Mileto, seu contemporâneo, que aprimorou o mapa. 
 Neste período, aproximadamente no século IV a.C., havia muitas 
especulações sobre o formato da Terra. Uma delas expunha que o planeta, como 
criação divina, precisaria ser esférico, uma vez que a esfera era a forma geométrica 
mais perfeita. É claro que essa posição iria influenciar a confecção 
de mapas. Constituíram também as acepções das linhas da rede geográfica: 
Equador, Trópicos, Meridianos, Círculos Polares. 
Eratóstenes de Cirene (276 a 196 a.C.), que também foi deveras importante, 
chegou a conduzir a biblioteca do museu de Alexandrina. Por meio do que conhecia 
sobre geometria, aferiu a circunferência da Terra, alcançando um resultado próximo 
dos 46 mil quilômetros. 
Os franceses e portugueses 
 A Cartografia francesa igualmente registrou pessoas famosas na história dos 
mapas, como a família Sanson, em que principalmente Nicolau Sanson (1600-1667) 
foi a maior expressão. Por eles foi publicado grande número de mapas e atlas, 
percebendo, entretanto, a influência da cartografia dos países baixos, sobretudo de 
Mercator. 
A Cartografia brasileira foi bastante influenciada pela portuguesa desde o 
início da história colonial. A extensão ultramarina e a navegação marcaram 
fortemente o modo prático da cartografia de Portugal do período dessa política, 
sendo intensa a produção de mapas marítimos apontando o desenho das costas e 
o delineamento de continentes e ilhas. 
Com a fundação da Imprensa Régia, principiam os trabalhos de publicação 
de mapas nacionais, enquanto que o Real Arquivo Militar ficaria responsável pela 
conservação de nosso acervo, assim, apoiando a impressão de mapas novos, como 
o da planta da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1812. 
Embora necessite de estudos mais aprofundados, sabemos que os povos 
maias e astecas no México tinham uma tradição cartográfica rica. Refere-se ao 
explorador Hernán Cortés, espanhol, aproximadamente em 1522, que requereu a 
Montezuma (Imperador asteca) notícia sobre algum lugar em que pudessem aportar 
seus navios em segurança. Chegou-lhe um mapa, projetado em um pano, que 
 
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 13 
identificava toda a área litorânea com seus diversos acidentes geográficos. A 
agilidade com que a notícia foi levada a Cortés mostra que os astecas conservavam 
seus manuscritos preservados de modo que pudessem ser consultados e copiados 
facilmente. 
Os árabes 
Os árabes igualmente se sobressaíram, no passado, especialmente como 
geógrafos, tendo muitos trabalhos dessa natureza muito importantes, principalmente 
na Idade Média, quando no ocidente, de controle cristão, ocorreu um processo 
retrógrado nas ciências em geral. 
Apreendendo a importância dos conhecimentos remotos, sobretudo dos 
gregos e, de modo peculiar, das obras de Cláudio Ptolomeu, objetivando integrá-los 
à cultura muçulmana, os árabes foram estimulados a traduzir tesouros científicos da 
antiguidade, resguardando esses conhecimentos e enriquecendo com seus próprios 
estudos. 
Alguns estudiosos afirmam que Bagdá e Damasco se formaram em 
verdadeiros polos de saber, durante séculos VII e XII, aproximadamente. Os árabes, 
envolvidos em conquistas territoriais, necessitam estimar os recursos das novas 
terras, assim como inserir um sistema fiscal e tributário mais competente, o que 
favoreceu o desenvolvimento da Cartografia e também da Matemática, Astronomia 
e Geografia. 
 A decadência da cartografia na Idade Média 
A partir de Ptolomeu, há um período de declínio marcado pela Idade Média 
no qual até sua grande obra foi vedada no mundo ocidental de controle da igreja 
católica romana, pois representava uma espécie de enciclopédia científica que em 
muitas feições não condiziacom essa religião. 
 A Cartografia da Baixa Idade Média, cristianizada, foi uma das mais pobres, 
tendo como exemplo a obra chamada de "Topografia Cristã", do frade Cosmas 
Indicopleustes, editada aproximadamente em 535. A obra nega a existência de 
antípodas (lugar diametralmente oposto a outro no globo terrestre) e a ideia da 
esfericidade dos céus e da Terra. Outro retrocesso cartográfico encontra-se nos 
mapas que apresentavam a simplicidade e a simetria da distribuição das terras, o 
que igualmente interessava à igreja romana, principalmente no momento em que a 
terra santa era posta no centro das representações. 
 
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 14 
 Podemos ver, nesta breve incursão pela história da Cartografia, que a 
realidade o relevo esteve presente e foi representada de formas diferentes. Em 
poucos momentos podemos falar de uma história do pensamento cartográfico, 
diferente da história do pensamento geográfico e é fundamental essa reflexão para 
conhecer mais profundamente a Cartografia. 
 Vidal de La Blache, geógrafo francês, introduziu a escola regional no final do 
século XIX, que foi uma importante matriz de inspiração para a Geografia brasileira. 
A cartografia nesta escola do pensamento geográfico utilizava nos mapas, a 
identidade da região, por meio do mapa do relevo. Posteriormente, no período de 
renovação da Geografia, a cartografia teve papéis diferentes nas correntes da 
Geografia Pragmática e da Geografia Crítica. 
 Dentro da chamada Geografia Pragmática, encontra-se a Cartografia como 
apoio para a construção de modelos matemáticos. Essa tendência se confirma no 
momento com o uso maciço dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). Para 
Girardi (2000), a fixação da cartografia como base de modelos matemáticos para 
utilização dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) é na essência uma 
aproximação com a escola vidalina, com maior sofisticação tecnológica, porém com 
menor vinculação a um método geográfico, muito mais evidente na escola 
francesa/vidalina quanto na proposta de hartshorniana. 
 Na Geografia Crítica, deparamos com uma situação bem diferenciada. Uma 
obra clássica dessa linha, o livro de Lacoste (1988), originalmente publicado em 
1976, A Geografia – serve, em primeiro lugar, para fazer guerra - teve incontáveis 
críticas aos métodos, procedimentos e atitudes políticas da Geografia até o 
momento. Incidem sobre as atividades cartográficas e, principalmente, os mapas nos 
trabalhos geográficos, as relações de poder e opressão. A cartografia passou a ser 
uma ferramenta a mais de opressão, tanto nas mãos dos professores como na do 
Estado. Nas palavras do autor, tanto para a “geografia dos professores” como para 
a “geografia dos estados maiores”. Devemos destacar o único grande projeto dentro 
da Geografia Crítica, que foi a Semiologie Graphique, de Jacques Bertin (1967). 
Atualmente, mencionar a Cartografia no ensino de Geografia, especialmente 
com o predomínio das novas tecnologias na conjuntura educacional. A relação da 
Cartografia com a tecnologia, pela infocartografia (a cartografia na era da 
informação), continua como um amplo ramo ambicionado por numerosos 
 
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 15 
profissionais. Estudar Cartografia, para a Geografia, é instruir-se de normas de 
construção de mapas, suas diferenças e a utilização de cada tipo de produto. 
 
REFERÊNCIAS 
BERTIN, J. Sémiologie graphique: les diagrammes, les réseaux, les cartes. Paris: 
Gauthier-Villars, 1973 (1967). 
 
DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de Cartografia. EDUSC, 2006. 
 
GIRARDI. Gisele. Leitura de mitos em mapas: um caminho para repensar as 
relações entre Geografia e Cartografia. Geografares. Vitória, v. 1, nº 1, jun. 2000. 
 
SALICHTCHEV. K. A. Some reflections on the subject and method of cartography 
after the sixth international cartographic conference. The Canadian Cartographer, 
v. 10, n. 2, dez. 1973, p. 106-111. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 04_Cartografia no Brasil 
 
Palavras-chave: Cartografia; Brasil; IBGE. 
 
O desenvolvimento da Cartografia no Brasil, a partir da Segunda Guerra 
Mundial em função dos interesses militares. Instituições como os atuais: Instituto 
Cartográfico da Aeronáutica (ICA), Diretoria do Serviço Geográfico do Exército 
(DSG) e Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) foram as principais 
responsáveis pela execução da Cartografia Sistemática do País, objetivando mapear 
todo o território nacional, em escalas de 1: 50.000 a 1: 250.000. 
Origem e evolução da Cartografia no Brasil 
- 1890 – 31 de maio – Criou-se o Serviço Geográfico Militar, anexo ao 
Observatório Astronômico, "para a execução dos trabalhos geodésicos e geográficos 
da República dos Estados Unidos do Brasil". 
- 1896 – O Estado Maior do Exército incumbiu-se da elaboração da Carta 
Geral da República. 
- 1903 – Na cidade de Porto Alegre, instalou-se a Comissão da Carta 
Geral do Brasil. Também foi instituído o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, 
sob a direção do geólogo norte-americano Orville A. Derby – Função: Produção da 
Carta Geológica. 
- 1922 – Foi constituído o Serviço Geográfico do Exército e eliminada a 
Comissão da Carta Geral com as responsabilidades desta, absorvidas por aquela. 
Este ano também marca o começo da Carta do Brasil ao Milionésimo (primeiro 
"retrato cartográfico de corpo inteiro" do país), editada pelo Clube de Engenharia, em 
celebração ao centenário da Independência. 
- 1935 – A Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) foi a primeira, 
dentre as organizações cartográficas brasileiras, a oferecer um plano cartográfico, o 
Plano Cartográfico Náutico. 
- 1936 – Foi instalado o Instituto Nacional de Estatística e Cartografia. 
- 1937 – Nasce a primeira empresa privada, no mercado brasileiro, 
destinada à execução de levantamentos aerofotogramétricos cujas apreensões 
básicas eram voltadas para a prestação de serviços em cartografia. 
- 1938 – Instituto Nacional de Estatística e o Conselho Brasileiro de 
Geografia foram agrupados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 
 
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 17 
IBGE. O primeiro projeto do IBGE: "Determinação das Coordenadas das Cidades e 
Vilas". 
- 1940 – Pela primeira vez na história da Estatística Brasileira, os dados 
de coleta e tabulação do censo foram referenciados a uma base cartográfica 
sistematizada, pelo menos quanto às categorias administrativas: Municipais e 
Distritais – Cidades e Vilas. A partir deste momento era assegurado o 
georreferenciamento das estatísticas brasileiras. 
- 1945 – O Secretário Geral do Conselho Nacional de Geografia, 
Cristóvão Leite de Castro, expôs um Plano Cartográfico de abrangência nacional 
subdividido em programas diferentes cuja composição era determinada em termos 
do grau de evolução dos procedimentos de ocupação territorial. 
- 1946 – O Conselho de Segurança Nacional constitui comissão para 
fixar "normas para a uniformização da cartografia brasileira" e metodologias para a 
coordenação dos trabalhos cartográficos. Ainda, ao IBGE é atribuída a Coordenação 
da Cartografia Brasileira. Iniciam-se os trabalhos de mapeamento, na escala 
topográfica de 1: 250.000, do vale do Rio São Francisco, em território da Bahia. 
- 1961 – O Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA) forma um grupo 
de trabalho com a finalidade de constituir as "Bases e Diretrizes de uma Política de 
Coordenação e Planejamento do Levantamento Cartográfico Brasileiro". 
- 1962 – O IBGE passa a operar nas escalas maiores de 1:250.000, ou 
seja, em paralelo aos trabalhos nas escalas ao milionésimo; 1:500.000 e 1:250.000. 
Passou a reger as atividades necessárias à produção dos documentos nas escalas 
de 1:50. 000 e 1:100. 000, antes restritosà atuação do Serviço Geográfico do 
Exército. 
- 1964 – O IBGE estrutura e concretiza a linha de instrumentos 
fotogramétricos e expande a atuação de suas unidades de levantamentos 
geodésicos, de modo a atender ao apoio terrestre para as operações 
fotogramétricas. 
- 1966/1967 – O Presidente Castelo Branco funda outro grupo de 
trabalho para determinar as Diretrizes e Bases da Política Cartográfica Nacional. 
Conserva a atuação descentralizada das instituições cartográficas do governo 
federal e específica a coordenação da Política Cartográfica Nacional como atribuição 
da Comissão de Cartografia (COCAR) inserida na estrutura do IBGE. A COCAR foi 
 
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estruturada de modo a que todos os Ministérios que ampliassem ou demandassem 
serviços cartográficos lá permanecessem representados, pois o objetivo principal do 
Decreto se resumia em Organizar o Sistema Cartográfico Nacional no que dizia 
respeito a União. O elenco de representantes era complementado por assentos 
conferidos à iniciativa privada, através da atual Associação Nacional das Empresas 
de Levantamentos Aeroespaciais (ANEA) e ao IBGE, que compuseram exceção à 
representação ministerial. 
- 1972 – Projeto RADAM – Radar da Amazônia - aplicação pioneira de 
sensores aerotransportados radargramétricos. Posteriormente, o projeto foi 
desdobrado a todo território nacional – RADAMBRASIL. Em 1985 o projeto foi 
eliminado. 
- 1975 – Expediu-se um decreto para retirar a COCAR da estrutura da 
Fundação e posicioná-la na Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral da 
Presidência da República – SEPLAN. 
- 1978 a 1981 – Intensificaram as atividades cartográficas sob a 
organização do Programa de Dinamização da Cartografia – PDC, ressaltando o 
mapeamento em escalas topográficas de vastas regiões da Amazônia Legal e o 
complemento das folhas das cartas nas escalas de 1:50. 000 e 1:100. 000 das 
regiões centro-sul e nordeste. 
- 1975 a 1985 - Pode-se assegurar que foi o momento de mais intensa 
produção cartográfica, produto da modernização dos equipamentos e processos de 
produção. 
- 1985 – Criou-se o Ministério da Ciência e Tecnologia ao qual ficou 
submetida a COCAR na condição de órgão autônomo. 
- 1988. Lançamento do PRODES - Programa de Cálculo do 
Desflorestamento da Amazônia que realiza o monitoramento do desmatamento por 
corte raso na Amazônia Legal por meio de imagens de satélites. 
- 1990 – Desativou-se a COCAR. Consequência de protestos da 
comunidade cartográfica preocupada com a manutenção da COCAR junto à 
SEPLAN. 
- 1994 – O Governo Federal designa a Comissão Nacional de 
Cartografia (CONCAR) em moldes semelhantes àqueles dos anos de 1960. 
Conserva a estrutura da representação ministerial com as mesmas exceções, IBGE, 
 
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 19 
como provedor de apoio administrativo, e ANEA. E a subordinação regressa à área 
do planejamento agora no Ministério do Planejamento e Orçamento. 
- 2004 - Criação da divulgação dos dados do monitoramento do estado 
da floresta adotada pelo INPE, que permite o acesso a todos os dados gerados pelos 
sistemas de monitoramento. 
- 2007 - Lançamento do satélite CBERS 2B, o terceiro satélite da 
cooperação espacial Brasil-China. 
- 2008 - Instituída a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE. 
Tem por objetivo catalogar, integrar e harmonizar dados geoespaciais produzidos 
pelas instituições de governo brasileiras. 
- 2015 - Adoção do Sistema de Referência Geocêntrico para as 
Américas (SIRGAS 2000), como novo sistema de referência geodésico para o 
Sistema Geodésico Brasileiro e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN). 
- 2019 - Lançamento do satélite CBERS 04A pela cooperação espacial 
Brasil-China. As imagens podem ser aplicadas para as áreas da agricultura, meio 
ambiente, vegetação, água, cartografia, geologia e educação (geração de material 
de apoio a atividades educacionais em geografia, meio ambiente e outras disciplinas. 
Diante do desenvolvimento de diversas tecnologias espaciais, Santos e 
Castiglione (2014) discutem a importância e os desafios do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) e os níveis de governos em estabelecer uma 
política de gestão dos dados e de disponibilização e disseminação ao público. 
Ainda, em promover o desenvolvimento de infraestrutura de informações 
imprescindíveis nas áreas da saúde, educação, energia, transportes, dentre 
outras que dependem da infraestrutura geoespacial. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARCHELA. Rosely Sampaio. Síntese cronológica da Cartografia do Brasil. 
Portal da Cartografia. Londrina, v. 1, n. 1, maio/ago., p. 93 - 110, 2008. Disponível 
em: 
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/teses_ge
ografia2008/artigouelroseliarchekaedison.pdf. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
INPE. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Usos e Aplicações. CBERS1, 
2B, 3, 4 E 04A. Disponível em: 
http://www.cbers.inpe.br/sobre/usos_aplicacoes.php. Acesso em: 25 de mar. 2023. 
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/teses_geografia2008/artigouelroseliarchekaedison.pdf
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/teses_geografia2008/artigouelroseliarchekaedison.pdf
http://www.cbers.inpe.br/sobre/usos_aplicacoes.php
 
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Aula 05_Cartografia Sistemática 
 
Palavras-chave: Cartografia; relevo; curva de nível. 
 
A História da Cartografia e da representação gráfica do relevo tem uma 
relação direta entre a História da Geografia e da Cartografia. Podemos identificar 
como um corte cronológico que fizemos para chegar à Cartografia Moderna. 
Quanto à representação gráfica do relevo, o momento que antecede ao da 
chamada “Cartografia Moderna” marca a representação perspectiva, sem precisão 
qualquer, somente visualizando os acidentes topográficos em termos de alturas 
abstratas. 
Joly (1982) comenta que um dos papéis essenciais da Cartografia Moderna é 
a representação objetiva, exata e precisa das formas materiais e dos objetos reais 
que se localizam na superfície da terra, ou seja, das características concretas do 
espaço geográfico. 
Por ser um dos papéis primordiais da Cartografia, igualmente é uma das 
grandes dificuldades para se representar o relevo do terreno. Raisz (1953) fala que 
a dificuldade principal é de que estamos habituados a ver as montanhas de baixo e 
resulta estranheza sua visão vertical; mesmo não se tratando de montanhas e sim 
de pequenas elevações, sempre temos o campo de visão preso à escala humana (a 
escala do homem) e à visão horizontal (presa na linha do horizonte). 
As dificuldades e necessidades levam-nos à elaboração de mapas e outras 
representações gráficas do relevo. 
A elaboração de mapas deve ser antecedida de medidas precisas, destinadas 
a estabelecer sobre o território analisado uma rede de pontos de referência cuja 
posição está rigorosamente determinada sobre um Geoide. Estas medidas 
constituem as operações da Geodésia. Depois, o estabelecimento das 
operações topográficas de levantamento sobre o terreno, fotografias aéreas ou 
imagens de satélites e operações cartográficas propriamente proferidas. 
A representação gráfica do relevo deve respeitar os dados essenciais: o valor 
geométrico e volumétrico das massas e vertentes e o modelado topográfico. 
O valor geométrico é proporcionado em parte pelas cotas de altitude que são 
“assimiladas” para observação dos distintos pontos das redes Geodésica e 
Topográfica, com a precisão própria no método de levantamento. 
 
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 21 
O volume e as vertentes representam-se através das curvas de nível, traçadas 
a uma equidistância conveniente e reduzidas quanto maior for a escala cartográfica.O modelado topográfico ou modelado de detalhe é representado de diversas 
formas, por meio das várias técnicas, desde a forma artística em perspectiva até 
sistemas mais precisos privilegiando a técnica. 
O relevo de uma região pode ser concebido por meio de diversas técnicas, 
das mais simples às mais complexas, empregando desde instrumentais simples no 
campo até aparelhos elaborados tanto no campo como no gabinete. 
Dentre as várias técnicas de representação gráfica do relevo podemos 
destacar: o desenho da paisagem, sistemas Lehman, Hachuras, sombreamento 
plástico, iluminação vertical e oblíqua, o sombreamento com traços normais, curva 
de nível, cores hipsométricas, curvas de nível com iluminação oblíqua, curvas 
horizontais de croquização, métodos estereográfico, método Tanaka Kitiro, mapas 
morfográficos ou fisiográficos, cartografia, perfil topográfico, bloco diagrama, método 
tracográfico, modelo digital de terreno, dentre outros. 
O campo das técnicas de representação gráfica do relevo é vasto, razão pela 
qual optamos por delimitar algumas representações para melhor trabalhá-las e 
refletir sobre sua representação. 
O sistema mais utilizado para representar o relevo do terreno nos mapas e 
cartas topográficas são as curvas de nível, que são isolinhas de valores de uma carta 
que exprime alturas de pontos relacionados a uma mesma superfície de referência 
(“Datum vertical”). As curvas de nível estão mais próximas entre si quanto mais 
íngreme é o terreno, aparecendo deste modo mais obscuro nas zonas íngremes do 
mapa. Todas as curvas de nível são horizontais e normais na direção em que corre 
a água. Entre as curvas de nível pode-se encontrar a cota de um ponto qualquer e o 
ângulo da vertente também é facilmente determinado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 22 
Figura 1 - Perfil Topográfico 
 
Fonte: Noções Básicas de cartografia. Disponível em: 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-
%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf. Acesso em: 26 de 
mar. 2023. 
 
Na imagem acima, podemos perceber que as curvas de nível foram 
demarcadas com a equidistância de 50 metros para que fosse traçado o perfil 
topográfico. 
O espaçamento entre as curvas de nível é chamado de equidistância e sua 
fixação depende da escala do mapa, da importância do relevo e da precisão do 
levantamento. Em termos gerais, as curvas de nível estão menos próximas nos 
terrenos planos e mais próximas nos terrenos montanhosos. As curvas de nível com 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
 
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 23 
equidistâncias menores dão maior plasticidade e precisão aos mapas, porém 
requerem maior trabalho de campo e de gabinete. 
Várias técnicas de representação do relevo se prendem ao sistema das 
curvas de nível, funcionando como base para inúmeras representações. 
O emprego da curva de nível, segundo De Biasi (1972), começa com os 
arquitetos que trabalhavam nas construções das antigas embarcações utilizando um 
sistema de “curvas de nível” para mostrar as carenas de um navio. 
As notícias mais remotas que se conhecem sobre as curvas de nível dizem 
respeito ao engenheiro holandês N. Cruquius (1728) apud Martinelli (2009), que 
empregou as curvas de nível pela primeira vez para representar o fundo do rio 
Merwede, voltado para a navegação. Buache (1737) apud Martinelli (2009), 
empregou as curvas de nível para indicar as diferentes profundidades do canal da 
mancha, bem antes de as curvas serem empregadas nos mapas terrestres. 
Na primeira metade do séc. XVIII foi feita menção à “primeira carta da França 
em curva de nível”, confeccionada por Dupain-Triel (1791) apud Martinelli (2009). 
Por bastante tempo, estudiosos da representação gráfica do relevo não 
fizeram senão anotar sobre uma carta muitos pontos sem a preocupação de ligar os 
de igual cota. Esta técnica foi posteriormente compreendida e, com isso, analisamos 
melhor o relevo de uma região que antes era representada sem qualquer 
continuidade. 
O relevo é a única superfície estatística que é materializada na natureza, ao 
passo que as outras superfícies estatísticas não podem ser conhecidas 
senão por intermédio de métodos de sondagem (De Biasi 1972). 
 
Uma isolinha perde todo o seu valor se não for parte de um conjunto maior, 
pois isoladamente nada constitui. Ressaltamos que qualquer fenômeno só terá 
validade quando tiver justaposição de várias curvas. À medida que temos a 
continuidade do fenômeno que será representado, a própria representação gráfica 
deve consentir a sucessão da informação. A curva de nível força uma visualização 
corrente unida a uma sucessão de curvas de nível. A criação da imagem do relevo 
primeiramente passaria pela criação da imagem topográfica local e posteriormente 
correlacionada à superposição de informação. 
A cartografia do período moderno começou com as grandes realizações do 
séc. XIX e caracteriza-se pela progressiva divergência das duas grandes tendências 
 
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 24 
cartográficas que se estruturaram durante os séculos XVII e XVIII: a cartografia 
topográfica e a temática. Segundo Joly (1982), 
 
Essa dualidade normalmente admitida obedece a um abuso de linguagem 
e ao mesmo tempo uma deficiência da linguagem corrente, pois o adjetivo 
‘topográfico’ tem o sentido preciso de representação exata e detalhada de 
um lugar e ‘temático’, tem o significado vago e bastante polêmico. 
 
Essa confusão prende-se ao fato de que todo mapa, até mesmo o topográfico, 
elucida um ‘tema”, porém o vocábulo “temático” considera todo o mapa cuja intenção 
seja distinta da puramente topográfica. 
Para Oliveira (1993), a cartografia topográfica é a “parte da cartografia relativa 
ao planejamento, execução e impressão de cartas topográficas”. 
O que diferencia a cartografia topográfica da temática são os objetivos 
particulares, os métodos e técnicas aplicadas na construção e a formação e 
qualificação dos profissionais encarregados de realizá-las. 
Para Raisz (op.cit), o mapa é uma percepção mais elementar, uma 
representação convencional da superfície da Terra vista de cima e reúne elementos 
para identificação dos detalhes mais importantes. Contudo, ao ponderar sobre 
mapas topográficos, estamos nos referindo a elementos específicos de identificação 
a serem representados. Joly (1982) define mapas topográficos como “uma 
representação exata e detalhada da superfície terrestre, referente à posição, forma, 
dimensões e identificações dos acidentes do terreno, assim como dos objetos 
concretos que se encontram permanentemente sobre ela”. 
Os mapas topográficos são mapas utilitários no qual podemos identificar 
todos os elementos imediatamente visíveis na paisagem e realizar medidas precisas 
de ângulos, distâncias, diferentes níveis e áreas. A exatidão das medidas varia com 
a escala. A linguagem técnica cartográfica só considera mapas topográficos os que 
possuem escala entre 1:10.000 e 1:100.000. 
Quando confrontamos a definição de Joly e as características de um mapa 
topográfico, podemos apreender a fala de Moreira (1996) “a Geografia leu o mundo 
frente a paisagem, através da representação”. Este mesmo autor nos faz refletir e 
nos questionar se a Geografia leu e/ou lê o mundo como se estivesse lendo uma 
carta topográfica. Moreira também nos chama a atenção para o sentido descritivo e 
geometrismo de nossa cartografia, do nosso instrumental geográfico de análise do 
http://campus20162.unimesvirtual.com.br/mod/page/view.php?id=35728
 
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 25 
mundo, resultando na redução do espaço ao espaço do tempo, um espaço estático 
e preso a cronologias. 
 
REFERÊNCIAS 
 
DE BIASI, Mário. Tipologia de sítios urbanos do Vale do Paraíba (SP). Estudos 
de Cartografia Geográfica por cartas de declividade. Tese (Doutorado em 
Geografia). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de 
São Paulo, 1972. 
 
IBGE. Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro. 1999. Disponível em 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-
%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf. 
Acesso em: 25 de mar. 2023. 
 
JOLY, F. La cartografia. Barcelona: Editora Ariel S/A, 1982. 
 
MARTINELLI, Marcello. Relevo do Estado de São Paulo. Revista Franco 
Brasileira de Geografia. n. 7. 2009. Disponível em: 
https://journals.openedition.org/confins/6168?lang=fr. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
MOREIRA, R. Repensando a Geografia. In: SANTOS, M. (Org.). Novos Rumos da 
Geografia Brasileira. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1996, pp.35 a 49. 
 
OLIVEIRA, Cêurio de. Dicionário Cartográfico. 4. ed., IBGE, Rio de Janeiro, 
1993. 
 
RAISZ. Erwin. Cartografia General. Barcelona: Ediciones Omega, 1953. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/ManuaisdeGeociencias/Nocoes%20basicas%20de%20cartografia.pdf
https://journals.openedition.org/confins/6168?lang=fr
 
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 26 
Aula 06_Escala Cartográfica 
 
Palavras-chave: Escala cartográfica; escala numérica; escala gráfica. 
 
A escala cartográfica é a relação que existe entre a distância de dois pontos 
quaisquer do mapa com a correspondente distância na superfície da Terra. 
Explanada, em geral, por fração, constitui que essa fração representa a relação entre 
as distâncias lineares da carta e as mesmas distâncias da natureza, ou melhor, é 
uma fração em que o numerador (sempre a unidade) representa uma distância no 
mapa e o denominador a distância correspondente no terreno, tantas vezes maior, 
na realidade, quanto indica o valor representado no denominador. 
Se, por exemplo, a escala é de 1: 50.000, determinamos que qualquer medida 
linear na carta é, no terreno, 50.000 vezes maior. Se, na mesma carta, tomarmos 
uma distância de dois centímetros, esta corresponderá, no terreno, a 100.000 
centímetros, que são iguais a 1000 metros, ou seja, 1 km. 
Classificação das escalas 
As escalas podem ser classificadas em numéricas e gráficas e podem ser 
diferenciadas pela denominação de escala grande e escala pequena: 
a) Escala numérica 
A numérica vem representada pelo enunciado da própria fração, utilizando a 
linguagem matemática. A forma de representação no Brasil e na maioria dos países 
é, por exemplo, 1: 100.000. 
Uma escala numérica tem a grande vantagem de informar imediatamente o 
número de reduções que a superfície real sofreu. Por sua vez, é imprópria para 
reproduções de mapas através de processos fotocopiadores quando há uma 
ampliação ou uma redução do original (Figura 2). 
b) Escala gráfica 
A escala gráfica utiliza-se da linguagem gráfica e é representada por um 
segmento de reta graduado. Usando-se a escala gráfica, poderemos medir 
diretamente no mapa quaisquer distâncias no terreno na medida representada. 
Ainda poderá existir, além das divisões da parte direita do zero, subdivisões ao lado 
esquerdo do zero a fim de realizar aproximações. 
 
 
 
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 27 
 
Figura 2 - Diferentes escalas gráficas e numéricas. 
 
 
Fonte: Atlas geográfico escolar. IBGE. 
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101627.pdf. Acesso em: 26 de 
mar. 2023. 
 
 c) Escala maior ou escala menor? 
As diferentes escalas cartográficas indicam maior ou menor redução. Em 
razão disso, são usadas as expressões Escala Maior e Escala Menor para fazer 
comparações entre várias escalas. Uma escala será maior quando indicar menor 
redução. Por sua vez, uma escala será menor quando indicar mais redução. 
Na relação de escalas a seguir, a maior será 1:5.000 e a menor será 
 
1:5.000.000: 
1:5.000 (maior) 
1:50.000 
1:500.000 
1:5.000.000 (menor) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 28 
 
Figura 3 - Exemplos de mapeamentos em escalas diferentes de uma mesma região. 
 
 
Fonte: Atlas geográfico escolar. IBGE. 
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101627.pdf. Acesso em: 26 de 
mar. 2023. 
 
 d) Entendendo a escala cartográfica 
Na utilização de mapas, surgem alguns problemas. Em geral, eles se aludem 
a três elementos: a medida do terreno (D), a medida no mapa (d) e o denominador 
da escala (E). Eis as relações: 
a) Conhecidas a distância no terreno (D) e a escala (E), determinar a distância 
no mapa (d). 
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou seja, d = D / E; 
Exemplo: Dada uma situação hipotética em que a escala utilizada no mapa é 
de 1:100.000 e a distância real, 10 km, é possível encontrar a distância no mapa em 
cm. 
Primeiro, devemos fazer a transformação na mesma unidade de medida. Se 
for medido em cm, transformar 10 km em cm, utilizando a tabela que segue abaixo. 
10 km é o mesmo que 1.000.000 cm. 
d = D / E 
d = 1.000.000 / 100.000 
d = 10 cm 
 
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 29 
Portanto, é preciso traçar uma reta de 10 cm no mapa para representar 10 
km. 
b) conhecidas a distância no mapa (d) e a escala (E), determinar a distância 
no terreno (D). 
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou seja, D = E x d; 
Exemplo: Dada a suposição que temos um mapa com escala 1: 100.000 e 
com distância entre dois pontos medindo 8 cm, é preciso saber qual a distância real 
em km. 
D = E x d 
D = 100.000 x 8 
D = 800.000 
Como foi medido em Km, devemos transformar, utilizando a tabela que segue 
abaixo, sendo que o resultado será de 8 km, portanto a distância real do terreno é 
de 8 km. 
c) conhecidas a distância no terreno (D) e a distância no mapa (d), determinar 
a escala (E). 
Partindo da fórmula básica, temos: E = D / d, ou se preferir E = D: d. 
Exemplo: Partindo de uma situação em que a distância linear, entre uma 
cidade e outra, é de 100 km e ela foi representada no mapa por 10 cm, temos que 
encontrar a escala utilizada. 
O primeiro passo é, portanto, transformar na mesma unidade 100 km em cm, 
o que, utilizando a tabela abaixo, resultará em 10.000.000 cm. 
O segundo passo é aplicar a fórmula: 
E = D / d 
E = 10.000.000 / 10 
E = 1.000.000 
Portanto, a escala é de 1: 1.000.000 
 
Quando é preciso transformar as unidades de medida, temos que ter em 
mente a tabela abaixo: 
 
 
 
 
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Figura 4 - Unidades de medida. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
IBGE. Atlas Escolar. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-
gerais/o-que-e-cartografia/escala.html. Acesso em: 26 de mar. 2023. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/escala.html
https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/escala.html
 
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 31 
Aula 07_Generalização e Simbolização Cartográfica 
 
Palavras-chave: Generalização cartográfica; simbolização cartográfica; símbolos. 
 
Keates (1989) comenta que a generalização toma lugar no contexto do projeto 
do mapa ao reunir as necessidades do usuário. A generalização cartográfica consiste 
em simplificar os dados contidos no mapa para torná-lo mais legível ecompreensível. 
 O processo de seleção na operação de generalização é fundamental na 
produção do mapa, pois devemos considerar as variáveis mais apropriadas para a 
representação do espaço geográfico desejado. O processo de seleção é crítico e 
pode envolver o trabalho com o autor do mapa ou o usuário. A atividade de seleção 
requer do cartógrafo o mínimo de familiaridade com o conteúdo do mapa. Por 
exemplo, o mapa topográfico visa dar uma representação completa do terreno, 
incluindo detalhes culturais e naturais; já no caso do mapa temático (ex.: mapa 
geológico), os detalhes culturais são menos importantes e somente aqueles 
necessários à orientação deverão ser mostrados. 
 Um dos processos mais importantes da generalização é a aplicação da 
simplificação, quando as feições precisam ser mostradas, contudo as que são muito 
pequenas ou muito complexas para aparecerem em amplo detalhe devem ser 
simplificadas. A escala é o principal fator envolvido. Este processo é muito usado em 
linhas e bordas, por exemplo, uma linha reta permanecerá reta, porém poderá 
diminuir seu tamanho; já uma linha altamente irregular sofrerá uma redução 
progressiva no comprimento e suas pequenas irregularidades serão removidas. 
 Bos (1984) argumenta que um mapa representa feições ou fenômenos por 
símbolos, que é uma categoria particular dos signos. A representação humana, a 
expressão e a comunicação são concretizadas por meio do uso de signos. Com 
signos é possível referir, descrever e organizar conceitos. O mais desenvolvido e 
universalmente empregado sistema de signos é aquele da linguagem que parece ser 
básico para todas as formas de expressão humana e comunicação. Signos que são 
utilizados graficamente em um espaço bidimensional preparado operam de modo 
distinto da usada na linguagem verbal. Embora o termo "linguagem" seja comumente 
empregado para se referir a qualquer sistema de signos, as diversidades entre 
descrição verbal e gráfica são mais importantes do que suas similaridades. 
 
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 32 
Tais símbolos, também mencionados como signos convencionais, agem por 
classificação, isto é, eles juntam ocorrências individuais ou feições dentro dos grupos 
de acordo com determinadas características que eles todos participam. 
 O grupo de símbolos representando distintos tipos e classes de rodovias 
podem distinguir entre rodovias em tempo regular e rodovias para qualquer tempo 
(uma diferença física na construção e na superfície), pela colocação em uma 
hierarquia de rodovias (uma classificação de valor), pelo número de pistas (uma taxa 
numérica) ou pela largura da rodovia (uma classificação por dimensão física), ou 
geralmente um ajuste de todos estes fatores. É importante que os fatores 
empregados na classificação sejam adequados para a informação e função; não se 
são qualitativos ou quantitativos. 
De acordo com suas características dimensionais, os símbolos cartográficos 
podem ser classificados como: 
• Símbolos Pontuais: utilizados para indicar a localização e identificação ou 
outra característica da feição de pequenas extensões territoriais com relação à 
escala do mapa; o aspecto da escala é importante; 
• Símbolos Lineares: usados sempre que a feição a ser apresentada tenha 
característica linear, tais como ruas, estradas de ferro e rios; outros casos são as 
linhas usadas como limite, que podem ser consideradas como parte de uma área e 
incluem, por exemplo, limites de florestas, linhas costeiras de lagos; 
• Símbolos de Área: utilizados para representar feições de áreas 
admiravelmente amplas, novamente, em relação à escala do mapa. A forma e 
superfície do símbolo área são, é claro, determinados pelas propriedades da feição 
no terreno e a escala do mapa. 
 De acordo com a forma, os símbolos cartográficos são comumente agrupados 
em 3 categorias principais: 
• Símbolos Pictóricos ou Descritivos: de acordo com Bos (1984), os 
símbolos pictóricos são símbolos que de um modo realista ou simplificado, estilizado, 
representam o que devem significar. A Figura 5., mostra vários exemplos de 
símbolos pictóricos que podem ser utilizados para representação cartográfica. 
Comparado com os símbolos de uma simples forma circular ou quadrada, os 
símbolos pictóricos são antes espaciais, isto é, eles ocupam usualmente um espaço 
grande no mapa. 
 
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 33 
Em geral, pode-se dizer que quão menos os símbolos pictóricos são 
generalizados, mais espaço ele ocupa. Em um mapa de escala 1:100.000 um 
símbolo de 5 x 5 mm ocupa na realidade uma área de 500 x 500 m, que é 
possivelmente maior que a dimensão da feição real. Consequentemente, outros 
detalhes não podem ser mostrados no lugar, pois devem ser cobertos pelo símbolo 
pictorial e isso não deve fundamentalmente ser qualificado como uma desvantagem 
do símbolo pictorial. 
 
Figura 5 - Símbolos Pictóricos 
 
 
Fonte: Bos (1984) 
 
• Símbolos Geométricos ou Abstratos: segundo Bos (1984), os símbolos 
geométricos possuem formato regular tal como um círculo, um quadrado, um 
triângulo, um hexágono etc. 
A Figura 6 mostra exemplos de símbolos formados geometricamente. Quando 
olhamos esses símbolos, fica nítido que nenhum sentido claro pode estar ligado a 
eles. Contrariamente aos símbolos pictóricos, não há similaridade com a feição, um 
círculo pode representar uma cidade no mapa, em outros pode representar uma 
torre, uma parada, um buraco, o lugar de uma indústria etc. 
Por conseguinte, símbolos geométricos geralmente têm que ser explicados 
na legenda do mapa. Muitos símbolos geométricos são relativamente fáceis de 
desenhar e geralmente vários tipos estão disponíveis como símbolos de 
transferência em folhas feitas comercialmente, podem existir nos templates ou são 
incorporados nos instrumentos de marcação de fototipo. Com respeito à localização 
deles no mapa, pode ser dito que símbolos geométricos têm exatidão relativamente 
adequada na posição deles, até o ponto em que o centro dos símbolos concorda 
com a localização exata. Por causa da sua forma geométrica, é simples para o 
usuário idealizar o ponto central e deste modo a sua localização. Inversamente dos 
 
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 34 
símbolos pictóricos, os símbolos geométricos, devido a sua forma irregular e simples, 
não ocupam grande espaço no mapa e, assim, não cobrem outros detalhes (depende 
da escala do mapa). Símbolos geométricos podem ser aplicados para informação de 
localização de pontos, de uma extensão em forma de linha ou uma distribuição de 
área. 
 
 Figura 6 - Símbolos Geométricos 
 
 
Fonte: Bos (1984) 
 
• Símbolos Alfanuméricos: o terceiro grupo de símbolos são aqueles 
compostos de letras e números. Frequentemente, abreviaturas são empregadas 
para dar a identificação das feições peculiares. Uns destes podem ser localizados 
em mapas topográficos e em plantas de cidades. Códigos de letras e números são 
comumente utilizados nos mapas de recursos naturais, por exemplo, mapas de solo, 
mapas geológicos, mapas de vegetação para explicar símbolos de áreas complexas 
ou até dar informações adicionais. Muitas vezes, letras e números são coloridos, 
entretanto, às vezes, diversas cores são utilizadas nos mapas, portanto as diferenças 
entre eles serão muito pequenas e o usuário terá que conferir a legenda sempre. 
Uma letra ou um número pode ajudar na leitura do mapa. Quando aplicado a áreas, 
a localização de símbolos alfanuméricos não necessita ser extremamente exata. Em 
amplas áreas o símbolo pode ser repetido; em pequenas áreas não há muito espaço 
para símbolos, logo este tem que ser posto fora da área indicado por uma reta ou 
uma linha fina. Quando aplicado à informação pontual, a localização do símbolo letra 
ou número não é exato e na maioria das vezes é o própriosímbolo pontual. 
Exemplo: Um símbolo em forma de um círculo pequeno ou triângulo marca 
sua própria posição. Na observação anteriormente feita com respeito aos símbolos 
alfanuméricos interessa de fato que estes não sejam os únicos elementos compostos 
 
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 35 
por letras e números no mapa. As letras são amplamente aplicadas na maioria dos 
mapas geográficos como nomes de cidades, vilas, montanhas, rios etc. 
Considerando os prós e os contras dos símbolos alfanuméricos, podemos 
dizer: 
• são na maioria fáceis de entender; 
• são fáceis de produzir; 
• a legibilidade pode ser afetada por outro texto no mapa; 
• a qualidade da localização nem sempre é boa. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BOS, E. S. Cartographic symbol design. 1984. 
 
KEATES, J. S. Cartographic Design and Production. 2 ed. London: Longman, 
1989. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 36 
Aula 08_Séries Cartográficas 
 
Palavras-chave: Séries cartográficas; escala cartográfica; carta. 
 
Uma série cartográfica se constitui como a sistematização de um conjunto de 
mapas, objetivando definir a padronização de sua representação. Essa 
sistematização é necessária quando a escala utilizada não é capaz de abarcar toda 
a região a ser mapeada, seja um estado, um país ou até o mundo todo, quando então 
a área será coberta por várias folhas. 
Do dicionário cartográfico temos: "Série (cartográfica). Conjunto de folhas de 
formato uniforme e na mesma escala, com título e índice de referência, cobrindo uma 
região, um Estado, um País, um continente ou o globo terrestre. Em geral, usa-se, 
abreviadamente, série”. 
Sistematização das séries cartográficas pelo IBGE 
a) Mapeamento topográfico. 
Mapeamento sistemático de caráter permanente atualizado periodicamente 
em diferentes escalas. A coletânea de cartas abrange ampla parte do território 
nacional. 
 Neste mapeamento foram concebidas as informações relativas tanto aos 
aspectos físicos do terreno, como hidrografia, vegetação e relevo, como aos 
aspectos culturais, como obras públicas e edificações, rodovias, ferrovias e 
aeroportos. Contém, também, a toponímia dos acidentes geográficos e pontos de 
controle geodésicos usados no mapeamento. 
b) Carta internacional do mundo ao milionésimo - Projeção policônica. 
Editada pela primeira vez em 1909 pelo Clube de Engenharia, passando em 
1939 para a responsabilidade do IBGE. A edição da primeira folha ocorreu em 1948. 
A coleção de 46 folhas abrange todo o território nacional e é editada decenalmente. 
c) Cartas topográficas 
Escala 1: 250.000. Projeção Universal Transversa de Mercator - UTM. 
Editada a partir de 1949. Interrompida na década de 1950, sua edição foi reiniciada 
em 1972. A coleção de folhas abrange 80,72% do território nacional. 
Escala 1: 100.000. Projeção UTM. Principiada em 1908 pela Comissão da 
Carta Geral do Brasil. Foi editada a partir de 1965 pelo IBGE. A coleção de folhas 
abrange 75,39% do território nacional. 
 
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Escala 1:50.000. Projeção UTM. Teve início em 1922 pela Diretoria do 
Serviço Geográfico do Ministério do Exército. Editada a partir de 1963 pelo IBGE. A 
coleção de folhas abrange 13,9% do território nacional. 
Escala 1: 25.000. Projeção UTM. Editada a partir de 1984 pelo IBGE. A 
coleção de folhas abrange o Distrito Federal e parte do Estado de Goiás e das 
regiões Nordeste e Sul. 
d) Carta planimétrica 
Escala 1:250.000. Projeção UTM. 1973-1978. Criada pelo extinto Projeto 
RADAMBRASIL, com apoio em interpretação de mosaicos semicontrolados de 
imagem de radar, na escala 1: 250 000 fotos multiespectrais e trabalhos de campo. 
O conjunto de folhas abrange parte das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 
e) Carta imagem de radar 
Escala 1: 250.000. Projeção UTM. 1978-1983. Preparada pelo extinto Projeto 
RADAMBRASIL e impressa pela Diretoria do Serviço Geográfico do Ministério do 
Exército, com base em interpretação de mosaicos semicontrolados de imagem de 
radar, na escala 1: 250 000 fotos multiespectrais e trabalhos de campo. 
Conjuga elementos cartográficos planimétricos com a imagem de radar, o que 
ressalta o relevo. Algumas folhas oferecem altimetria. A coleção de folhas 
compreende parte das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. 
 A Carta internacional ao milionésimo 
Uma das séries mais empregadas pelos geógrafos é a da Carta Internacional 
do Mundo (CIM) ou Carta do Mundo ao Milionésimo, da qual se derivou a Carta do 
Brasil ao Milionésimo. Faz parte de um plano mundial que teve origem numa 
convenção internacional, realizada em Londres, Inglaterra, no mês de novembro de 
1909, quando se estabelece padrões técnicos para a confecção de folhas na escala 
de 1:1.000.000 (daí a expressão milionésimo), cobrindo boa parte da superfície 
terrestre. As dimensões das folhas foram fixadas em 6 graus de longitude por 4 graus 
de latitude. 
Padronização da CIM 
A Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo instituiu o seguinte para 
organização padrão das folhas: 
1) Forma das folhas com 6 graus de longitude por 4 graus de latitude; 
2) Código para designação e localização das folhas composto por um conjunto de 
 
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letras e números. As letras são S e N para indicar a localização da folha, 
simultaneamente, no hemisfério sul ou norte. Depois, decorrem as letras maiúsculas 
de A até V para sugerir a faixa de quadrículas por latitude. A letra A, por exemplo, 
recomenda a primeira faixa, ou seja, aquela que fica após o equador, entre 0 e 4 
graus de latitude, seja para norte ou para sul. A letra B indica a faixa dois, que vai de 
4 a 8 graus de latitude e assim por diante. Quanto aos números, que vão de 1 a 60, 
advertem as zonas de longitude de 6 graus que partem do meridiano de 180 graus 
(antimeridiano de Greenwich) na direção oeste-leste; zonas da carta internacional do 
mundo (carta do mundo ao milionésimo). 
3) O país criador da folha nomeia uma identificação, que é, normalmente, de 
um acidente geográfico considerado importante dentro da quadrícula; 
4) Os meridianos e paralelos são traçados de grau em grau; 
5) A moldura interior precisará ter uma subdivisão com equidistância de 5 
minutos abrangendo cada folha; 
6) Do ângulo noroeste para leste, são implantados números romanos de 1 a 
12, no interior de um círculo, com espaçamento de 30 minutos; na direção da latitude, 
são colocadas letras de "a" a "h". No indicador dos Topônimos da Carta do Brasil ao 
Milionésimo são indicados os acidentes geográficos de acordo com as coordenadas 
compostas por essas letras e números. 
Desdobramento das folhas 
A Carta do Brasil ao Milionésimo é desdobrada em folhas com outras escalas 
que igualmente são consideradas oficiais. Uma folha na escala de 1: 1.000.000, com 
dimensões de 4 graus de latitude por 6 graus de longitude, desdobrando em outras 
quatro folhas de 2 graus de latitude por 3 graus de longitude, na escala de 1:500.000. 
Qualquer uma dessas últimas quatro folhas desdobra-se novamente em 
outras quatro de 1 grau de latitude por 1 grau e 30 minutos de longitude na escala 
de 1: 250.000. E estas se desdobram em outras seis na escala de 1:100.000, 
denominadas em algarismos romanos. 
Essas seis folhas podem ser desdobradas em outras quatro, cada uma, na 
escala de 1: 50.000 e ainda podem desdobrar em outras quatro na escala de 1: 
25.000. Finalmente, estas folhas são divididas em outras seis na escala de 1:10.000. 
 
 
 
 
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Figura 7 - Nomenclatura das cartas do mapeamento sistemático. 
 
Fonte: Noções Básicas de Cartografia. IBGE. Disponível em 

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