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Professora Dra. Mariana Volpato Junqueira
FARMACOLOGIAFARMACOLOGIA
CLÍNICA E TERAPÊUTICACLÍNICA E TERAPÊUTICA
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Eduardo Alves de Oliveira 
 Jéssica Eugênio Azevedo
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Firmino de Oliveira
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 André Oliveira
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Kauê Berto
 Thassiane da Silva Jacinto
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
J95f Junqueira, Mariana Volpato
 Farmacologia clínica e terapêutica / Mariana Volpato
 Junqueira. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 143 p.: il. Color.
 1.Farmacologia clínica. 2. Farmacologia. 3. Terapêutica.
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância. III. Título
 
 CDD: 23 ed. 615.1
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens
ShutterStock.
2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/
Professora Dra. Mariana Volpato Junqueira
 
● Bacharela em Farmácia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Especialista em Farmacologia aplicada a clínica (UniCesumar);
● Mestra em Ciências Farmacêuticas (UEM);
● Doutora em Ciências Farmacêuticas (UEM) com mobilidade internacional na 
Centre de Recherches sur les Macromolécules Végétales (Grenoble, França);
● Docente dos cursos de Biomedicina, Farmácia, Odontologia e Psicologia na Unifamma;
● Professora conteudista para disciplinas do EAD na área da saúde, com elabora-
ção de material de apoio e vídeo aulas.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/2039883420312504
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/2039883420312504
4
Olá, estudante! Seja bem-vindo (a) à disciplina de Farmacologia Clínica e Terapêutica. 
No início do curso você teve um primeiro contato com a farmacologia e, por isso 
mesmo, você pode estar se perguntando: Mas porque terei outra disciplina de farmacologia? 
Pois bem, lá no início você aprendeu conceitos básicos sobre farmacocinética e farmaco-
dinâmica, interação entre receptores, agonistas plenos, agonistas parciais e antagonistas, 
alguns mecanismos de ação e algumas classes terapêuticas.
Agora iremos nos aprofundar no assunto, ver a relação entre determinadas patolo-
gias e a farmacoterapia, pois, como veremos adiante, para uma mesma doença podemos 
utilizar classes terapêuticas distintas para o controle e/ou tratamento, dependendo de fato-
res inerentes ao paciente. Com esses conceitos você terá base para oferecer uma atenção 
farmacêutica adequada ao paciente que te procurar futuramente.
Na primeira unidade, você será introduzido aos fundamentos e métodos utilizados 
na farmacologia clínica, e continuaremos a unidade conversando sobre a farmacologia do 
sistema nervoso central.
Já na Unidade II, falaremos sobre a farmacologia da dor e dos processos inflamató-
rios, alérgicos e infecciosos, em cada tópico será abordado um pouco da fisiopatologia para 
melhorar a compreensão de como cada fármaco atua e os motivos de seus efeitos adversos.
Na sequência, daremos início à farmacologia dos grandes sistemas. Aqui na Unida-
de III, você irá conhecer mais sobre a farmacoterapêutica do sistema cardiovascular, com 
enfoque em doenças como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias e doenças 
tromboembólicas.
O sistema respiratório, o trato gastrointestinal e o sistema endócrino serão discu-
tidos na Unidade IV. Para cada um, foram selecionadas as doenças e casos mais comuns 
de ocorrerem na sua atuação profissional. 
Ao final de cada uma dessas unidades você encontra uma lista com algumas das 
principais interações medicamentosas, que poderão encontrar na prática clínica. Espero 
que você aproveite ao máximo todo esse material. Bons estudos.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
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Plano de Estudos
 ● Fundamentos e métodos em farmacologia clínica;
 ● Transtornos do sono e da ansiedade;
 ● Transtornos do humor; 
 ● Antiepilépticos: tratamento da epilepsia;
 ● Antipsicóticos;
 ● Principais interações medicamentosas.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Conceituar o que é farmacologia clínica;
 ● Mostrar os principais tipos de metodologia de pesquisa em farmacologia 
clínica;
 ● Compreender os modelos de farmacocinética clínica;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no tratamento e controle dos 
principais transtornos do sistema nervoso central;
 ● Citar as principais interações medicamentosas.
1UNIDADEUNIDADE
Professora Doutora Mariana Volpato Junqueira
FUNDAMENTOS DAFUNDAMENTOS DA
FARMACOLOGIA CLÍNICAFARMACOLOGIA CLÍNICA
E FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA 
DO SISTEMA NERVOSODO SISTEMA NERVOSO
7UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
INTRODUÇÃO
Bem-vindo(a) aluno(a) à unidade I da disciplina de Farmacologia Clínica e Terapêutica.ALERGIA
TÓPICO
UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
A dor, inflamação e a alergia são processos que ocorrem no nosso organismo frente 
a situações de estresse, lesões ou invasão de microrganismos, ou agentes infecciosos, por 
exemplo, sendo, portanto, mecanismos de defesa do corpo. Além disso, esses processos 
não estão restritos a um sistema ou órgão, e ocorrem de forma sistêmica com a liberação 
de substâncias específicas, como prostaglandinas, citocinas e histaminas, nos locais mais 
afetados. As substâncias usadas para aliviar ou mediar essas situações podem ser utiliza-
das em outros tipos de quadros (como veremos mais adiante nas próximas unidades).
1.1 Farmacologia da dor
Antes de falarmos dos fármacos utilizados para amenizar os processos dolorosos, 
você sabe me falar o que é dor? Já ouvimos várias vezes pessoas dizendo que cada 
indivíduo tem mais ou tem menos sensibilidade à dor, que sentiu dor só de ouvir um deter-
minado relato ou de ver uma situação, mas sem ter um trauma/lesão física real. Pois bem, 
a definição de dor é complexa mesmo, segundo a Associação Internacional para o Estudo 
da Dor (IASP, 1986 - p. S217), “dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável 
associada a dano tecidual potencial ou real, ou descrita em termos que sugerem tal dano”. 
Dessa forma, nós temos 3 tipos principais de dor: (a) dor neuropática, que é 
aquela provocada por uma lesão ou patologia no sistema nervoso; (b) dor psicológica, 
43UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
que tem origem emocional e é mais rara de ocorrer; e (c) dor nociceptiva, originada nos 
nociceptores (receptores dolorosos), e é desta que falaremos (RANG, et al., 2016).
Quando ocorre um estímulo, que pode ser químico, físico ou mecânico, e ele é forte 
o suficiente para atingir o limiar dos nociceptores, sinais são enviados, por via aferente, 
até o SNC onde será processado e transmitirá, por via eferente, respostas apropriadas 
impedindo danos maiores ao corpo (olha a fisiologia aqui de novo) (Figura 1).
FIGURA 1. RESUMO DOS MECANISMOS DE MODULAÇÃO DA VIA NOCICEPTIVA
5-HT: serotonina; BK: bradicinina; CGRP: peptídeo relacionado com o gene calcitonina; NE: norepinefrina 
ou noradrenalina; NGF: fator de crescimento neural; NO: óxido nítrico; AINE: anti-inflamatório não esteroidal; 
PE: prostaglandina; SP: substância P.
 
Fonte: Rang et al. (2016, p. 1195).
 
Além do componente nervoso, o processo da dor pode ser exacerbado (ou seja, 
ser aumentado) na presença de agentes químicos endógenos, como a histamina, prosta-
glandinas, bradicinina, serotonina, íon potássio e substância P. A isso dá-se o nome 
de hiperalgesia primária. Essas substâncias reduzem o limiar de ativação de nociceptores 
próximos e que não haviam sido estimulados inicialmente, essa redução aumenta a sensi-
bilização do local da lesão e a sensação de dor. 
A bradicinina, por exemplo, induz a liberação de peptídeos neuroativos (substância 
P) pelos próprios nociceptores, que por sua vez provocam vasodilatação do local, aumento 
do edema e indução de mastócitos, esses levam a liberação de histamina que ativa novos 
receptores (Figura 2) (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012; BALDO, REGATÃO, 
2013). Importante lembrar que a ativação desses receptores pela histamina é responsável 
pela sensação resultante, será de prurido ou coceira e não de dor (BRUNTON, CHABNER, 
KNOLLMANN, 2012).
44UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
FIGURA 2. RESPOSTA INFLAMATÓRIA ESTIMULANDO NOCICEPTORES APÓS LESÃO TECIDUAL
 
Fonte: Baldo, Regatão (2013).
A dor pode ser subdividida em (a) dor rápida, sendo aguda, localizada e rapida-
mente transmitida ao SNC por fibras mielinizadas, e (b) dor lenta, surda, difusa e transmi-
tida por fibras não mielinizadas (RANG, et al., 2016). Vamos a um exemplo para facilitar o 
entendimento: quando você bate o dedinho do pé em uma quina, a primeira sensação que 
temos é uma dor aguda de fincada (dor rápida), com o passar do tempo essa dor vai se 
alterando e se torna mais pulsátil, latejante (dor lenta). 
Agora que sabemos o que é dor, os tipos e um pouco da sua fisiopatologia, preciso 
que você saiba diferenciar analgesia de anestesia. Anestesia bloqueia a sensação de dor, 
levando ou não a perda da consciência pelo paciente dependendo do tipo (local e regional 
não há perda da consciência, em geral, ocorre a perda reversível e controlada dela) e de 
algumas funções fisiológicas essenciais. Os anestésicos são restritos ao uso em hospitais 
e clínicas, portanto, não serão abordados aqui.
Enquanto a analgesia é o alívio da dor, sem perda da consciência, pode ser cau-
sada por medicamentos opióides (narcóticos) e não opióides (não narcóticos), conhecidos 
como anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) e esteroidais (AIE). 
Os fármacos para analgesia podem agir ao nível de SNC, ou seja, na modulação 
da dor e em suas transmissões, quanto ao nível das substâncias responsáveis pela hiperal-
gesia primária, como a prostaglandina.
45UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
1.2 Fármacos opióides
A morfina é o fármaco modelo desse grupo, ou seja, todas as características re-
lacionadas aos demais fármacos são feitas em comparação à morfina (lembre-se disso 
quando for ler/estudar os fármacos separadamente). São considerados opióides quaisquer 
substâncias que produzam efeitos semelhantes ao da morfina e que sejam bloqueados 
com a administração de naloxona, independente da substância ser endógena (endorfinas) 
ou exógena (heroína, codeína, oxicodona) (RANG, et al., 2016). 
Morfina, fentanil, metadona pertencem à classe A1, codeína, tramadol, oxicodo-
na, são da classe A2 de medicamentos controlados e devem ser prescritos em receituário 
de cor amarela, enquanto a naloxona, naltrexona pertence à classe C1 e devem ser pres-
critos em receituário de controle especial em duas vias. Adendo especial para a heroína 
que faz parte da lista F de substâncias proscritas, ou seja, proibidas (BRASIL, 1998).
Todas elas agem ligando-se a receptores opióides encontrados no cérebro e na 
medula espinhal, atualmente os cientistas descobriram quatro subtipos: μ, δ, κ e ORL1.
De forma geral todas as substâncias conseguem se ligar em todos esses recep-
tores, o que altera é a afinidade maior ou menor para determinado subtipo, resultando em 
efeitos/intensidades diferentes de analgesia e dos efeitos colaterais, como a depressão 
respiratória, euforia, sedação, capacidade convulsivante, imobilidade, dificuldade de apren-
dizado. As substâncias podem, inclusive, agir como agonista para determinado subtipo e 
agonista parcial ou antagonista para outro (RANG, et al., 2016).
● Receptor μ: efeito analgésico, depressão respiratória, euforia, sedação, consti-
pação, dependência;
● Receptor δ: efeito analgésico, pró-convulsivante;
● Receptor κ: efeito analgésico (ao nível da medula espinhal), disfonia, sedação, 
alucinação; 
● Receptor ORL1: efeito analgésico (ao nível da medula espinhal), efeito anti-o-
pioide (ao nível supraespinhal), dificuldade de aprendizado, imobilidade.
Uma vez que ocorre a ligação entre receptor e opioide, iniciam-se uma série de 
alterações celulares que geram a inibição celular. Por estarem acoplados a proteínas G, 
esses efeitos são respostas diretas de abertura e/ou fechamento de canais iônicos das 
membranas plasmáticas. A ativação da proteína G inibe a adenil ciclase e consequente-
mente, reduz a concentração de AMP cíclico no interior celular (Figura 3-1). Por sua vez, 
46UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
essa redução é responsável pela abertura de canais de potássio (Figura 3-5) deixando a 
célula hiperpolarizada. Essa hiperpolarização impede a abertura de canais de cálcio depen-
dentes de voltagem (Figura 3-2) diminuindo a entradadesse íon (Figura 3-3), como efeito 
há redução da liberação de neurotransmissores (Figura 3-4). De forma geral, o efeito dos 
opióides é inibitório nas células (RANG, et al., 2016). 
FIGURA 3. MECANISMO DE AÇÃO DOS OPIÓIDES SOBRE OS RECEPTORES OPIÓIDES ENDÓGENOS
(1) redução da concentração de AMPc, (2) bloqueio dos receptores iônicos voltagem dependente de cálcio, (3) redução da 
concentração intracelular de cálcio, (4) redução da liberação de neurotransmissores, (5) abertura de canais de potássio
 
Fonte: A Autora (2022). 
As respostas geradas no organismo são diversas, indo da analgesia até a supres-
são de tosse.
● Analgesia: analgesia e alívio da dor por aumentar o limiar ao nível medular, o 
que altera a percepção de dor no cérebro, portanto, o paciente ainda tem consciência da 
presença da dor, mas ela não se torna desagradável. 
● Euforia: potente sensação de bem-estar e contentamento, importante para dimi-
nuir a ansiedade e a agitação. Quando administrada IV, o resultado será um “ímpeto súbito” 
47UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
que se assemelha a um “orgasmo abdominal”. A intensidade dessa euforia depende muito 
do estado do paciente, assim, aqueles que já estão acostumados com a dor crônica relatam 
pouca ou nenhuma euforia. 
● Depressão respiratória: ocorre em decorrência da redução da sensibilização 
(dessensibilização) ao dióxido de carbono no centro da respiração por neurônios quimios-
sensíveis. Essa é a principal causa de morte em superdose aguda, contudo esse efeito 
acaba sumindo daqueles pacientes que fazem uso rotineiro devido à tolerância. 
● Depressão do reflexo da tosse: mecanismo não esclarecido.
● Miose (pupila puntiforme): a constrição da pupila é característica importante 
para o diagnóstico em casos de intoxicação, ocorre pela estimulação do nervo oculomotor.
● Náuseas e vômitos: estimulação da região quimiorreceptora no bulbo.
● Trato gastrointestinal: aumento do tônus muscular liso circular e do esfíncter 
anal e diminuição da motilidade, causando, portanto, constipação.
● Sistema cardiovascular: hipotensão e bradicardia em altas doses.
● Liberação de histamina: urticária, sudorese, vasodilatação e broncodilatação, 
portanto deve ser usada com cautela em pacientes asmáticos.
● Ações hormonais: aumenta a liberação de hormônio, do crescimento e antidiu-
rético e aumenta a secreção de prolactina. 
● Parto: reduz a força, a duração e a frequência das contrações uterinas durante a 
segunda parte do parto (RANG, et al., 2016; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
1.2.1 Morfina
A morfina é o principal representante dos opioides, podendo ser extraída direta-
mente do ópio bruto, apresenta potente ação agonista em receptores μ e por isso é usada 
nas comparações entre as substâncias. Por isso vou descrevê-la com mais detalhes e 
pontuar as diferenças entre os outros fármacos. 
Farmacocinética: 
● Absorção e distribuição: por via oral, é lenta e ocorre de forma irregular, por 
isso comumente costuma ser usada no tratamento de dor crônica (especialmente as for-
mulações de liberação lenta). Para o tratamento de dor aguda é administrada na forma 
injetável por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Rapidamente distribuída pelo 
corpo, passando facilmente a placenta, por isso não deve ser utilizada durante a gestação 
48UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
ou o parto, pois pequenas doses levam a uma depressão respiratória profunda do feto. 
Diferentemente dos demais opióides têm baixa capacidade de entrar no SNC.
● Biotransformação: a principal via de metabolização é a hepática através da ina-
tivação da substância por conjugação de glicuronídeos, sendo que um desses metabólitos 
(morfina-6-glicuronídeo) apresenta-se mais ativa que a própria morfina. Os efeitos duram 
de 4 a 5 horas (por IV) em indivíduos que nunca fizeram uso de opióides.
● Excreção: renal, assim pacientes com insuficiência renal devem ter sua dosa-
gem reduzida. 
Desenvolvimento de tolerância/dependência: a tolerância é desenvolvida após 
poucos dias de uso do fármaco, ocorrendo para os efeitos analgésico, sedativos, depressor 
do aparelho respiratório e euforia, mas não sendo verificado para a midríase e constipação. 
Ela é resultado da adaptação dos receptores μ. Comumente, é feita a alternância do uso 
de opióides que atuam em diferentes receptores, a fim de evitar essa situação. A retirada 
abrupta ou o uso de um antagonista (p. ex. naloxona) causa perda de peso, diarreia, padrões 
anômalos de comportamento, como estremecimentos do corpo (fibrilações musculares), 
contorções, saltos, irritabilidade e sinais de agressividade, esses dois últimos sintomas 
duram por semanas, enquanto os demais somem em poucos dias. 
Efeitos adversos: depressão respiratória, náusea, retenção urinária, constipação, 
sedação, disforia (caracterizada por ansiedade, depressão e mal-estar), hipotensão, midríase. 
Interação medicamentosa: raras, porém os efeitos depressivos são potencializa-
dos em associação com inibidores da monoaminoxidase (IMAO), antidepressivo tricíclico e 
fenotiazínicos. 
Antagonistas: naloxona, sua administração é usada como teste de diagnóstico, 
pois, só haverá melhora no quadro se esse foi resultado de intoxicação por opióide. 
Observação: deve ser utilizada com cuidado em pacientes com disfunção hepática, 
asma e disfunção renal (RANG, et al., 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017). 
1.2.2 Codeína
Opióide natural com potencial analgésico menor que o da morfina, sendo assim 
utilizado em casos de dor moderada. Apresenta melhor absorção VO. No fígado é me-
tabolizada em morfina, contudo estima-se que cerca de 10% da população mundial seja 
resistência a seus efeitos pela falta da enzima responsável pela sua metabolização. Não 
49UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
causa euforia, mas apresenta atividade antitussígena elevada em doses inferiores às res-
ponsáveis pelo efeito analgésico. Pode ser associada ao paracetamol (WHALEN, FINKEL, 
PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.2.3 Oxicodona
Derivado da morfina, com boa absorção por VO (efeito analgésico é o dobro do 
apresentado pela morfina por essa via). O uso de formas farmacêuticas de liberação lenta 
está associado a diversos casos de óbitos por opioides (KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.2.4 Oximorfona
Derivado semissintético da morfina, com potência analgésica dez vezes maior que 
a morfina por via parenteral e três vezes mais potente por via oral. Não apresenta interação 
medicamentosa importante (KATZUNG, TREVOR, 2017). 
1.2.5 Hidromorfona e hidrocodona
Análogos semissintéticos da morfina, ativos por VO, a hidromorfina apresenta po-
tência dez vezes maior que a morfina e a hidrocodona é um pouco mais fraca que a anterior 
e costuma ser associado ao ibuprofeno ou ao paracetamol em casos de dores intensas. 
São os fármacos de escolha em pacientes com disfunção renal, pois tendem a acumular 
menor concentração de metabólitos ativos (KATZUNG, TREVOR, 2017). 
1.2.6 Fentanila
Opióide sintético com potência 100 vezes maior que a morfina, comumente utili-
zado em anestesias devido ao efeito analgésico e sedativo, altamente lipofílica, apresenta 
início de ação rápida e curta duração (de 15 até 30 minutos), pode ser administrada com 
anestésicos locais em casos de analgesia epidural e no pós-cirúrgico, em pacientes com 
câncer com tolerância aos opióides pode ser utilizada em preparações intramucosa, sendo 
contraindicado o uso em indivíduos que nunca fizeram o uso de outros opióides (KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
50UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
1.2.7 Metadona
Opióide sintético com potência semelhante à morfina, duração mais longa e menor 
capacidade de desenvolver euforia. Além de atuar nos receptores opioides, ela é antagonis-
ta do receptor N-metil-D-aspartatoe inibe a recaptação de 5-HT e NOR, podendo ser usada 
no tratamento de dores neuropáticas. Usada em casos de retirada controlada de viciados 
em morfina e heroína, sendo retirada lentamente posteriormente, visto que a síndrome de 
abstinência é mais suave. Devido à alta lipossolubilidade pode ser acumulada nos tecidos 
de gordura, seu tempo de meia-vida varia de 12 a 40 horas, enquanto o efeito pode durar 
até 150 horas (o efeito analgésico varia entre 4 e 8 horas) (KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.2.8 Tramadol
Analgésico de ação central, seu metabólito ativo apresenta maior afinidade pelos 
receptores μ, conseguem inibir a captação de NOR e 5-HT de forma fraca. Utilizado em 
casos de dores moderadas ou levemente intensas, apresenta menor efeito depressor do 
sistema respiratório, além disso, a naloxona só consegue reverter de forma parcial o efei-
to analgésico. Administrado com IMAO, antidepressivo tricíclico e inibidores seletivos de 
captação de serotonina (ISCS), pode resultar em toxicidade do SNC causando convulsões 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017). 
1.2.9 Naloxona e naltrexona
São os antagonistas dessa classe, portanto, mesmo apresentando alta afinidade 
pelos receptores opióides, não promovem as respostas celulares. Sua administração 
em pessoas que não fazem o uso de opioides não apresentam efeitos, contudo, quando 
utilizados em pacientes dependentes, conseguem reverter os efeitos dos agonistas pelo 
deslocamento dessas opioides dos receptores, iniciando os sintomas da abstinência. A 
abstinência de opióides apresenta três estágios de acordo com o tempo após a remoção 
das substâncias: (a) estágio I, caracterizado por ansiedade e súplica pela substância; (b) 
estágio II, ansiedade, insônia, distúrbios GI, midríase, diaforese (transpiração excessiva, 
devida a uma hiperatividade do sistema nervoso simpático) e rinorreia (corrimento excessivo 
de muco nasal); e (c) estágio III, taquicardia, náusea, êmese, hipertensão, diarreia, febre, 
convulsões, espasmos musculares, calafrios e tremores. A naloxona quando administrada 
51UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
IV, reverte quadros comatosos e de depressão respiratória causada por opioides em 30 
segundos, enquanto a naltrexona (VO) pode bloquear o efeito da heroína injetada por até 
24 horas (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.3 Anti-inflamatórios não esteroidais (AINE)
Como mencionado, outra forma de amenizar o processo doloroso é pelo controle 
das substâncias endógenas envolvidas nesse processo. Mas você deve estar pensando, 
“acho que a professora confundiu a classe, porque ali está escrito anti-inflamatório e não 
analgésico, porque essa classe está aqui?”. Mas está tudo certinho, essa classe tem três 
efeitos principais, e um deles é a analgesia, os outros são a anti-inflamatória (jura?) e 
antipirética, e por isso antes de falar dos fármacos vou entrar um pouco na fisiopatologia 
desses dois processos.
Processos inflamatórios são respostas normais que o organismo promove para o 
combate de agentes nocivos, desde microrganismos, anticorpos ou ferimentos, assim que 
o reparo do tecido é finalizado esse processo termina. Contudo, em certas circunstâncias 
esse processo ocorre de forma exacerbada e/ou prolongada, causando diversos descon-
fortos como vermelhidão (rubor), dor, calor, edema e perda da função (sinais cardinais da 
inflamação), todos eles sendo decorrência da vasodilatação local, aumento da permeabili-
dade capilar, migração de leucócitos e células fagocíticas, e degeneração celular (FUCHS, 
WANNMACHER, 2017).
Os leucócitos estimulam os linfócitos T a recrutarem e ativarem macrófagos e mo-
nócitos, estes por sua vez secretam citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose 
tumoral α (FNT- α) e intercelucina-1 (IL-1). Essas citocinas geram: (a) aumento da infiltração 
celular para o epitélio, em virtude da liberação de histamina, cininas e prostaglandinas (PG) 
vasodilatadoras (VD); (b) aumento da produção de proteínas C reativas pelos hepatócitos; 
e (c) aumento da produção e liberação de enzimas proteolíticas. 
Já o controle da temperatura corporal varia entre a produção e a perda de calor, 
comandada pelo hipotálamo. Em casos de infecção, lesão, inflamação, por exemplo, esse 
equilíbrio acaba-se perdendo e as citocinas formadas, atuam como pirogênios endógenos, 
ou seja, substâncias produzidas por nós mesmos e que promovem o aumento da tempera-
tura (RANG, et al., 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
Esses três processos têm um fator em comum: a presença de prostaglandinas 
(PG), e é justamente sobre essas substâncias que os anti-inflamatórios não esteroidais 
52UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
(AINE) atuam. As PG são sintetizadas a partir do ácido araquidônico, presente na membra-
na celular. Na presença da enzima fosfolipase A, esse ácido fica livre para seguir por duas 
vias biossintéticas diferentes: (a) via da 5-lipoxigenase, que dá origem aos leucotrienos 
(falaremos deles lá na asma), e (b) via da cicloxigenase (COX), que gera PG, tromboxa-
nos (TX) e prostaciclinas.
 Nessa via temos três subtipos de enzimas. A COX-3 ainda está em estudos e 
suas funções ainda são desconhecidas. A COX-1, é uma enzima construtiva produzida de 
forma contínua, ou seja, que atua nos processos fisiológicos do corpo, como na agregação 
plaquetária, na função reprodutiva e indutora do parto, na homeostase vascular, na função 
renal, na produção de muco e secreção de ácido gástrico. Aqui já podemos começar a 
perceber a origem dos efeitos adversos dessa classe, pois o bloqueio desta enzima altera 
todos esses locais e processos. 
A COX-2 é produzida em concentrações mínimas pelo cérebro, rins e ossos, tendo 
a síntese aumentada em casos de inflamação e determinadas doenças, e reduzida na 
presença de glicocorticóides (RANG, et al., 2016; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; 
KATZUNG, TREVOR, 2017).
Esses fármacos inibem de forma reversível (exceto o ácido acetilsalicílico e os 
COX-2 seletivos que são irreversíveis) a ação da COX e, portanto, a produção de PG 
(mecanismo de ação tranquilo, né?). Quanto maior a inespecificidade do ativo, maior o 
número e o grau dos efeitos adversos percebidos pelo paciente, os principais são:
● Distúrbios gastrointestinais: desconforto gástrico, constipação, náuseas, vômi-
tos, hemorragia e ulceração gástricas.
● Reações cutâneas: rashes cutâneos, sendo mais pronunciado durante a admi-
nistração do ácido mefenâmico. Incluem reações eritematosas leves, urticária, fotossensibi-
lidade e doenças mais graves e potencialmente fatais, como a síndrome de Stevens-John-
son e a necrólise epidérmica tóxica.
● Efeitos renais: insuficiência renal aguda reversível em pacientes suscetíveis.
● Efeitos cardiovasculares: aumento da pressão arterial, AVE (acidente vascular 
encefálico), infarto do miocárdio.
● Outros: efeitos no SNC, distúrbios na medula óssea e alterações hepáticas, 
impedem a agregação plaquetária, asma sensível ao ácido acetilsalicílico.
Com essas informações seria lógico pensar que o fármaco ideal seria aquele que 
agiria seletivamente sobre COX-2, contudo esses fármacos seletivos apresentam alto risco 
cardiovascular, e por esse motivo a maioria dos fármacos age em ambos. Outra informação 
53UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
importante, alguns deles podem ser administrados juntos com os opióides, o que permite 
uma redução de até 1/3 das dosagens. A seguir, serão detalhados alguns fármacos dessa 
classe. Outros como diclofenaco, flurbiprofeno, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, 
piroxicam tem suas características semelhantes às que já foram descritas (RANG, et al., 
2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.3.1 Ácido acetilsalicílico
Para a ação anti-inflamatória são necessárias dosagens elevadas (entre 500 a 650 
mg) e poresse motivo tem sido pouco utilizado com essa finalidade, seu uso tem ficado 
mais restrito aos efeitos cardiovasculares, em doses de 40 a 100 mg, que contribuem com 
a prevenção de infarto do miocárdio e acidentes vasculares encefálicos (AVE).
Farmacocinética: 
● Absorção e distribuição: boa absorção por VO ocorrendo particularmente no íleo.
● Biotransformação: rapidamente desacetilado originando salicilato (com ação 
anti-inflamatória).
● Excreção: renal, podendo influenciar na excreção do ácido úrico (doses baixas 
reduzem a excreção, em doses altas ela fica inalterada ou aumentada), dessa forma deve 
ser evitado em pacientes com gota.
Efeitos adversos: sangramento gástrico, tontura, surdez, alcalose respiratória, 
acidose respiratória não compensada com acidose metabólica (especialmente em crianças 
e em altas concentrações).
Interação medicamentosa: varfarina (aumento do risco de hemorragia) (RANG et al., 
2016).
1.3.2 Coxibes
Inibidores seletivos da COX-2, poucos continuam no mercado devido a toxicidade 
cardiovascular e aumento na predisposição a infartos do miocárdio e AVE. Devem ser 
utilizados com cautela nos pacientes que potencialmente apresentariam elevados efeitos 
gastrointestinais com os AINEs convencionais. São bem absorvidos VO, atingindo concen-
tração plasmática máxima em 3 horas, apresentam alta afinidade com proteínas plasmática 
54UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
(99%) e são metabolizados no fígado. Dentre os efeitos adversos mais comuns estão ce-
faléia, tonturas, rashes cutâneos e edema periférico causado por retenção hídrica.
Exemplos de fármacos: celecoxibe, meloxicam (RANG et al., 2016).
1.3.3 Paracetamol
Também denominado de acetaminofeno, apresenta atividade analgésica e anti-
pirética pela inibição de PG no SNC, e não apresenta os efeitos colaterais no estômago 
nem ação antiplaquetária, e por esses motivos geralmente não é incluído/considerado um 
AINEs. Com boa absorção por VO, atinge concentração plasmática máxima entre 30 e 60 
minutos, seu tempo de meia-vida varia entre 2 e 4 horas. É inativado no fígado. Os efeitos 
colaterais raramente são observados em doses terapêuticas, já em doses tóxicas (10 a 
15 g) causa desde náuseas e vômitos, até lesão hepática que destroem as células deste 
órgão, podendo ser fatal. Esse quadro pode ser revertido com a administração intravenosa 
de acetilcisteína ou oral de metionina até 12 horas após o uso do paracetamol. Seu uso é 
indicado em casos de infecções virais e quando há maior risco de hemorragia (RANG et 
al., 2016).
1.4 Glicocorticóides
Os corticoides são muito utilizados no tratamento e controle de distúrbios imuno-
lógicos e inflamatórios. A secreção dessas substâncias no organismo é controlada pelo 
hormônio adrenocorticotrófico, secretado na hipófise, que estimula sua produção pelo 
córtex da suprarrenal (rins). Dependendo do efeito no corpo esses esteroides podem ser 
classificados em: (a) glicocorticóides, aqueles com função imune (p. ex. cortisol); (b) mine-
ralocorticóides, agem na retenção de sal principalmente (p. ex. aldosterona); e (c) os que 
apresentam ação estrogênica ou androgênica. 
A hidrocortisona, como também pode ser chamado o cortisol, apresenta além da 
função imunológica, ações cardiovasculares e no crescimento. Em condições normais são 
secretados diariamente entre 10 e 20 mg, de acordo com o ritmo circadiano. Na circulação 
sanguínea, ele liga-se fortemente a globulina de ligação dos corticosteróides (90%) ou fra-
camente a albumina (5%). Seu tempo de meia-vida é entre 60 e 90 minutos e pode ter um 
aumento em casos de estresse, doença hepática, hipotireoidismo ou quando se administra 
hidrocortisona. Sofre extenso metabolismo hepático e por fim é excretado na urina. 
55UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
Os efeitos são ocasionados pela interação com receptores de glicocorticóides que 
regulam a transcrição gênica no núcleo das células. 
● Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores: esse efeito está relacionado 
ao aumento de neutrófilos na circulação sanguínea e a redução de linfócitos, eosinófilos, 
basófilos e monócitos. Também inibe a ação de macrófagos portanto, a liberação das subs-
tâncias que provocam a inflamação como já conversamos. Inibe a ação da fosfolipase e 
consequentemente, a produção de PG, leucotrienos e TX.
● Efeitos metabólicos: estimula gliconeogênese, síntese de glicogênio em jejum, 
liberação de aminoácidos durante o catabolismo muscular, eleva os níveis de glicose, esti-
mula a liberação de insulina, inibe a captação de glicose pelas células, estimula a lipólise, 
estimula a lipogênese (pela influência da insulina), aumento da deposição de gordura.
● Efeitos catabólicos e antianabólicos: redução da massa muscular, fraqueza, 
osteoporose em indivíduos com síndrome de Cushing, redução de crescimento em crianças. 
Os fármacos administrados são obtidos de forma sintética, partindo de sapogeninas 
esteroides ou do ácido cólico. Após administração oral são rapidamente absorvidos, a distri-
buição, biotransformação e excreção segue o mesmo padrão para o corticoide endógeno.
A utilização a longo prazo resulta na síndrome de Cushing iatrogênica, lembrando 
que tratamento de até duas semanas, tais efeitos não são vistos. Em pacientes que fazem 
o uso crônico pode ser observado casos de hipertensão, osteoporose, infecções, glicosúria, 
retenção de sódio associado a edema e hiperglicemia. Também pode ser relatada altera-
ções no comportamento, úlceras pépticas agudas e insônia. Seu uso é contraindicado em 
pacientes com psicose, diabetes, osteoporose, glaucoma, tuberculose, varicela, hiperten-
são associada a insuficiência cardíaca e com úlceras pépticas.
Exemplos de fármacos: hidrocortisona, prednisolona, prednisona (pró-fármaco), 
dexametasona (KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.5 Alergia e os Anti-histamínicos
A histamina é uma das substâncias presentes no nosso corpo, que funciona como 
mensageiro químico, sendo produzida por diversas células e com funções distintas. No 
cérebro, por exemplo, ela age como um neurotransmissor, enquanto nos mastócitos e 
basófilos ela fica armazenada na forma de grânulos e é liberada como resposta a deter-
minados estímulos, como uma lesão mecânica. Ela é encontrada principalmente no trato 
gastrointestinal (TGI), pele, vasos sanguíneos e nos pulmões. 
56UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
Uma vez liberada, a histamina se liga à receptores de histamina (H1, H2, H3 e H4), 
desses quatro somente os dois primeiros apresentam importância clínica. 
● H1: aumento da permeabilidade capilar, produção de contração da musculatura 
lisa, aumento da secreção de citocinas pró-inflamatórias, vasodilatação de pequenos vasos 
(associado a liberação de óxido nítrico).
● H2: aumento da secreção ácida no estômago.
Em processos alérgicos ocorre a contração da musculatura lisa das vias aéreas 
superiores, dilatação e aumento da permeabilidade capilar, aumento de secreções, estí-
mulo de terminações nervosas sensitivas. Além da histamina, outros mediadores também 
contribuem para esses efeitos, como os leucotrienos, a serotonina e o fator quimiotático 
dos eosinófilos da anafilaxia. Essas ações podem ser locais ou generalizadas (KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
1.5.1 Anti-histamínicos H1
Aqui os fármacos podem ser divididos em primeira e segunda geração, e diferem-se 
especialmente quanto à ação sedativa. Os de primeira geração apresentam menor seleti-
vidade ao receptor histamínico, podendo agir em receptores serotoninérgicos, colinérgicos 
e α-adrenérgicos, o que resulta nos principais efeitos adversos, como a sedação (já men-
cionada), fadiga, falta de coordenação, tremores, tontura, xerostomia, retenção urinária, 
visão turva, taquicardia e hipotensão. A cefaleia é o efeito mais frequente nos fármacos de 
segunda geração.O uso abusivo e em altas concentrações causa alucinações, excitação, 
ataxia, convulsões, coma profundo e colapso cardiorrespiratório. 
Seus efeitos estão ligados ao bloqueio dos receptores, sem alterar a produção ou 
liberação da histamina. Podem ser utilizados em quadros inflamatórios, alérgicos, enjoos, 
náusea causada por movimento e como sedativos leves.
Farmacocinética: com ampla distribuição no corpo e início de ação entre 1 e 3 
horas mantendo o efeito por 24 horas, o que permite dosificação única por dia. 
Interação com outros medicamentos: associação com depressores do SNC pode 
potencializar os efeitos desses, uso com IMAO aumenta os efeitos, diminuem a eficácia de 
inibidores da colinesterase no tratamento do Alzheimer.
Exemplos de fármacos: bronfeniramina, clorfeniramina, difenidramina, dimenidrina-
to, prometazina (primeira geração), de loratadina, loratadina (segunda geração) (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016).
57
 2 PROCESSOS INFECCIOSOS: 
ANTIMICROBIANOS
TÓPICO
UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
Os antimicrobianos fazem parte de uma classe denominada de quimioterápicos. 
“Mas professora, quimioterápicos não são usados no tratamento do câncer?”. Então, o 
termo “quimioterápicos” inicialmente, foi utilizado para os fármacos seletivamente tóxicos 
para microrganismos invasores (antimicrobianos), e só depois que os antineoplásicos foram 
incluídos (esses não serão abordados aqui). Portanto, quimioterápicos são substâncias que 
devem ser tóxicas para os invasores e, ao mesmo tempo inócuas ao hospedeiro.
 O termo antimicrobiano refere-se ao todo, ou seja, qualquer substância que irá 
agir em microrganismos, sejam eles bactérias, vírus, fungos, entre outros. Mas podemos 
ser mais específicos, e aí utilizamos a denominação de acordo com o público-alvo, ou 
microrganismo alvo. Nessa unidade focaremos nos dois primeiros.
● Antibiótico: bactérias;
● Antifúngicos: fungos;
● Antivirais: vírus;
● Antiprotozoário: protozoários;
● Anti-helmínticos: helmintos.
2. 1 Antibiótico
De uma forma geral, a escolha do fármaco mais adequado para o tratamento deve 
ser feita com base: 
58UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
(a) Identificação do microrganismo: pode ser feita de forma simples com a colo-
ração de Gram (gram-positivo ou gram-negativo), contudo em certos casos é preciso fazer 
a cultura para determinar a suscetibilidade, o ideal seria que essa cultura fosse realizada 
antes do início da antibioticoterapia, mas sabemos que isso não ocorre na prática.
(b) Suscetibilidade do microrganismo ao fármaco: alguns microrganismos têm 
padrões bem estabelecidos quanto a suscetibilidade para um ou para outro fármacos, 
porém bacilos gram-negativos, estafilococos, enterococos, por exemplos, não seguem um 
padrão e por esses motivos é importante a determinação da concentração inibitória mínima 
(CIM) e da concentração bactericida mínima (CBM). Essas substâncias podem agir como 
bacteriostáticos, quando inibem o crescimento e a multiplicação das bactérias, ou bacte-
ricidas, quando ele é capaz de matar as bactérias nas concentrações séricas do fármaco 
alcançadas no organismo do paciente. No primeiro caso, quando o tratamento é descon-
tinuado antes do prazo final há ocorrência de um segundo ciclo de infecção. Lembrando 
que um fármaco pode agir como bacteriostático para uma determinada bactéria e como 
bactericida para outra. Dessa forma, CIM é a menor concentração que limita o crescimento 
visível do microrganismo, e CBM é a menor concentração de fármaco que reduz em 100% 
a contagem de colônias (conteúdo de microbiologia pessoal).
(c) local da infecção: características como lipo ou hidrossolúveis do tecido, per-
meabilidade dos capilares sanguíneos, ligação a proteínas plasmáticas, capacidade de 
ultrapassar barreira hematoencefálica ou placentária.
(d) fatores relacionados ao paciente: como idade, sistema imune, disfunção renal 
e/ou hepática, redução da circulação sanguínea, gestante, lactante, interações com outros 
fármacos. 
(e) segurança do fármaco, e (f) custo do tratamento (WHALEN, FINKEL, PANA-
VELLI, 2016).
Os antibióticos bactericidas apresentam certas propriedades que devem ser leva-
das em consideração no momento da escolha: (a) bactericida concentração dependente, 
quanto maior a concentração do fármaco mais rápido será o efeito; (b) bactericida tempo 
dependente, quanto maior o tempo de exposição da bactéria ao fármaco maior será o 
efeito; e (c) efeito pós-antimicrobiano, quando é observada uma supressão do crescimento 
microbiano mesmo após uma redução da concentração do fármaco abaixo da CIM (WHA-
LEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
As bactérias de importância médica podem ser agrupadas em 8 grupos, de acordo 
com a coloração de gram, morfologia e características bioquímicas. Essa divisão é útil 
59UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
quando nos referimos ao espectro de ação dos antibióticos. Aqueles fármacos que agem 
em somente um grupo ou limitado a poucos microrganismos são denominados de anti-
microbianos de espectro estreito, como a isoniazida que age somente em micobactérias, 
antimicrobianos de espectro estendido, como a ampicilina, pois atua em gram-positivos e 
algumas gram-negativos, e antimicrobianos de amplo espectro, como a tetraciclina, fluoro-
quinolonas e carbapenemos (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
A maior preocupação com relação ao uso de antimicrobianos é a resistência que os 
microrganismos vêm apresentando a alguns desses fármacos. Por se tratar de seres vivos 
é normal que existam variações entre eles e entre suas cepas, assim existem alguns que 
são naturalmente resistentes e passam esse gene para seus descendentes, mas não apre-
sentam um risco para a terapêutica visto que são previsíveis, por exemplo, uma bactéria 
que não apresenta um alvo de ação para determinado antibiótico. 
Contudo, a resistência adquirida é o que preocupa, pois trata-se de um micror-
ganismo que era suscetível a um determinado fármaco e que passou a ter essa nova 
característica de resistência, isso faz com que os medicamentos disponíveis no mercado 
percam sua efetividade. Alterações genéticas e expressão alterada de proteínas, como 
a produção de enzimas inativadoras, a redução da capacidade permeante do fármaco, 
o aumento do efluxo do fármaco, a alteração de receptores são as principais causas de 
resistência (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
Antes de entrarmos nos mecanismos de ação (Figura 1), vale lembrar que os 
antibióticos não conseguem fazer distinção entre as bactérias patogênicas e aquelas que 
pertencem a nossa microbiota.
FIGURA 4. LOCAL DE AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS E ALGUNS EXEMPLOS DE FÁRMACOS
 
Fonte: Whalen; Finkel; Panavelil (2016).
60UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2. 1.1 Inibidores da parede celular
A parede celular é uma estrutura que não está presente nas células dos mamíferos, 
o que confere ainda mais seletividade a essa classe. Ela está localizada acima da membrana 
plasmática, sendo formada por peptidoglicano, e é justamente essa estrutura que permite 
a diferenciação das bactérias em gram-positivas (mais simples) e gram-negativas (mais 
complexa). Os fármacos pertencentes a essa classe atuam melhor durante o processo de 
proliferação bacteriana, e a grande maioria deles possuem um anel beta-lactâmico, útil para 
a divisão dos grupos.
2.1.1.2 Penicilinas
As penicilinas são os fármacos antimicrobianos com menor toxicidade para o 
hospedeiro e um dos mais eficazes, contudo o aumento no número de microrganismos 
resistentes têm restringido o seu uso.
Farmacocinética:
● Absorção e distribuição: administração deve ser intravenosa ou intramuscular (am-
picilina com sulbactam, ticarcilina com ácido clavulânico, piperacilina com tazobactam), ouvia 
oral (fenoximetilpenicilina, amoxicilina e dicloxacilina). Já a benzilpenicilina procaína e benzil-
penicilina benzatina formam depósitos quando administrada por via intramuscular. A absorção 
por VO é incompleta, chegando ao intestino em quantidades suficientes para agir na microbiota 
intestinal, e a presença de alimentos interfere negativamente, portanto sua administração deve 
ser feita em jejum. Quanto à distribuição, passam a barreira placentária, mas sem demonstrar 
efeitos teratogênicos, não alcançam ossos, líquido cerebrospinal e a próstata.
● Biotransformação: praticamente inexistente no hospedeiro.
● Excreção: renal, com poucas exceções.
Mecanismo de ação: bloqueia a síntese da parede celular agindo na etapa de 
transpeptidação, esse bloqueio pode ser por inativação das proteínas ligadoras de penici-
lina (PLPs), inibição da reação catalisada pelas transpeptidases, a falta da parede celular 
expõe a membrana celular tornando-a mais suscetível a lise celular (rompimento da célula). 
Mecanismo de resistência: por inativação do fármaco pela β-lactamase, enzi-
ma que hidrolisa a ligação amina cíclica do anel beta-lactâmico, fazendo com que esses 
fármacos percam sua atividade. Ela pode ser passada entre bactérias pelos plasmídeos, 
61UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
modificação das PLP-alvo, penetração reduzida do fármaco até as PLP-alvo, e efluxo (saí-
da) do antibiótico da célula.
Espectro de ação: como depende da capacidade em atravessar a parede celular 
para chegar em seus locais de ação, características como carga, tamanho, hidrofilicidade 
alteram o espectro de ação. 
● Penicilinas naturais (benzilpenicilina ou penicilina G; fenoximetilpenicilina ou 
penicilina V) e semissintéticas (amoxicilina, ampicilina): cocos gram-positivos e gram-nega-
tivos, bacilos gram-positivos e espiroquetas, Clostridium perfringens e Treponema pallidum.
● Penicilinas antiestafilocócicas (meticilina, nafcilina, oxacilina, dicloxacilina): 
estafilococos produtores de penicilinase, incluindo o S. aureus sensível à meticilina.
● Penicilinas de espectro estendido (amoxicilina e ampicilina): bacilos gram-ne-
gativos, bacilo gram-positivo Listeria monocytogenes e espécies de enterococos suscetíveis 
(além dos citados anteriormente).
● Penicilinas antipseudomonas (piperacilina e ticarcilina): Pseudomonas aeruginosa.
Efeitos adversos: no geral são bem toleradas, mas podem causar hipersensi-
bilidade, diarreia, nefrite, neurotoxicidade e toxicidade hematológica (WHALEN, FINKEL, 
PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2. 2 Cefalosporinas
São semelhantes às penicilinas, inclusive o mecanismo de ação e de resistência, 
contudo são mais estáveis na presença da β-lactamase, o que aumenta o espectro de 
ação. Os efeitos adversos mais comuns são: hipersensibilidade, tromboflebite após ad-
ministração intravenosa, irritação local após administração intramuscular, nefrotoxicidade, 
distúrbios hemorrágicos, hipoproteinemia, reações do tipo dissulfiram.
● Cefalosporina de primeira geração:
Farmacocinética: por via oral a absorção ocorre de forma irregular pelo intestino e 
sua excreção é principalmente renal. A cefazolina pode ser administrada por via parenteral.
Espectro de ação: cocos gram-positivos como substitutas da benzilpenicilina (es-
treptococos e estafilococos), Proteus mirabilis, E. coli e K. pneumoniae.
Exemplos de fármacos: cefazolina, cefadroxila, cefalexina, cefalotina, cefapirina, 
cefradina.
62UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
● Cefalosporina de segunda geração:
Farmacocinética: por via oral ou intravenosa, a excreção ocorre pelos rins e pa-
cientes com insuficiência renal, devem ter as doses reduzidas.
Espectro de ação: anaeróbios, maior atividade contra três microrganismos 
gram-negativos adicionais (H. influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas espécies de 
Neisseria), porém a atividade contra gram-positiva é reduzida.
Exemplos de fármacos: cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima, cefprozila, 
loracarbefe, ceforamida, cefamicina, cefoxitina, cefmetazol e cefotetana.
● Cefalosporina de terceira geração:
Farmacocinética: administração intravenosa, intramuscular ou oral, elas conse-
guem se distribuir bem nos tecidos e líquidos do corpo, a excreção é renal, exceto para 
cefoperazona e ceftriaxona que ocorre pelo fígado.
Espectro de ação: maior atividade contra bacilos gram-negativos, Serratia mar-
cescens, P. aeruginosa.
Exemplos de fármacos: cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima, ceftizoxima, 
ceftriaxona, cefixima, cefpodoxima proxetila, cefdinir, cefditoreno pivoxila, ceftibuteno, 
moxalactam.
 ● Cefalosporina de quarta geração:
Espectro de ação: amplo espectro de ação, estreptococos, estafilococos, gram-ne-
gativos, como espécies de Enterobacter, E. coli, K. pneumoniae, P. mirabilis e P. aeruginosa.
Exemplos de fármacos: cefepima (KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.2.1 Monobactamos: atuam exclusivamente em gram-negativos aeróbicos, 
incluindo as Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. Pode ser administrado intravenoso ou 
intramuscular, alcançando líquido cerebrospinal e excreção renal. É uma alternativa para 
pacientes alérgicos a penicilinas, cefalosporinas e carbapenêmicos. Os pacientes podem 
apresentar flebite, erupções cutâneas. 
Exemplos de fármacos: aztreonam (KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.2.1.1 Inibidores da beta-lactamase: Mesmo possuindo anel beta-lactâmico não 
apresentam atividade antimicrobiana por si só, ao invés disso ligam-se às beta-lactamases 
inativando-as, portanto, protegendo os demais fármacos dessa classe.
Exemplos de fármacos: ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016).
63UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2.3 Carbapenemos
Administração intravenosa, alcançando diversos tecidos e fluidos, inclusive o líquido 
cerebrospinal, a excreção é renal. O imipenem é clivado por uma enzima renal, formando 
um metabólito nefrotóxico, por isso é comum a associação com cilastatina para evitar a 
formação dele. São usados em microrganismos produtores de β-lactamase gram-positivos 
e gram-negativos, anaeróbios e P. aeruginosa. Podem causar náusea, êmese, diarreia, 
eosinofilia, neutropenia, convulsões. 
Exemplos de fármacos: imipenem, meropenem, doripenem, ertapenem (TREVOR, 2017).
2.4 Vancomicina
Por conta das cepas resistentes às penicilinas, o uso da vancomicina tem ficado 
cada vez mais restrito às infecções graves causadas por gram-positivos resistentes aos 
β-lactâmico e em infecções gram-positivas em pacientes alérgicos aos β-lactâmicos. Os 
efeitos colaterais são frequentes (1 a cada 10 pacientes) e podem ir desde irritação no local 
de aplicação, calafrios, síndrome do “homem vermelho” até ototoxicidade e nefrotoxicidade 
(especialmente se associado com vancomicina, nesses dois últimos casos) (KATZUNG, 
TREVOR, 2017). 
2.5 Bacitracina:
Administrada somente por via tópica pela sua nefrotoxicidade, é pouco absorvida, 
causando ação local. É indicada em lesões superficiais da pele ou mucosa (KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
2.6 Inibidores da síntese proteica
Agem nos ribossomos bacterianos e, consequentemente, inibem a síntese pro-
teica. A seletividade dessa classe se dá pelo fato de que os ribossomos bacterianos são 
compostos pelas subunidades 30S e 50S, enquanto que os ribossomos dos mamíferos são 
formados pelas subunidades 40S e 60S. Contudo, o aumento da concentração plasmática 
de forma significativa resulta na perda dessa seletividade.
64UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2.7 Tetraciclinas
Farmacocinética: após administração oral a absorção varia de 30 a 100% de-
pendendo do fármaco, e é prejudicada na presença de derivados do leite e substâncias 
contendo cátions di- e trivalentes que reduzem a absorção devido a formação de quelatos 
não absorvíveis. Se distribuemextensamente nos tecidos e fluidos, atravessando a placen-
ta, se fixam em ossos e dentes (pela formação de quelatos nesses tecidos). A excreção é 
renal e biliar.
Mecanismo de ação: entram por difusão passiva e/ou por transporte ativo, uma 
vez no interior liga-se de forma reversível às subunidades 30S, impedindo a ligação do RNA 
transportador ao RNA mensageiro e, consequentemente, a síntese proteica. 
Mecanismos de resistência: por influxo comprometido ou efluxo aumentado por 
meio de uma bomba proteica transportadora ativa, por proteção do ribossomo devido a 
presença de proteínas que interferem na ligação da tetraciclina com o ribossomo, e por 
inativação enzimática.
Espectro de ação: bactérias gram-positivas e gram-negativas, clamídias, riquét-
sias, micobactérias, espiroquetas, micoplasmas, protozoários.
Efeitos adversos: desconforto gastrointestinal (náusea, vômitos e diarreia) de-
formidade e inibição do crescimento pelo depósito em tecidos ósseos, hepatotoxicidade, 
fototoxicidade, disfunção vestibular, pseudotumor cerebral.
Contraindicações: gestantes, lactantes, crianças abaixo de 8 anos (devido a ação 
nos tecidos ósseos e nos dentes).
Exemplos de fármacos: demeclociclina, doxiciclina, minociclina e tetraciclina 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.8 Macrolídeos
Farmacocinética: a administração oral deve ser feita com comprimidos com 
revestimento entérico, pois a eritromicina é destruída em pH ácido. Alimentos interferem 
com a absorção da eritromicina, azitromicina, e aumento da claritromicina. Com relação à 
distribuição, podem ser encontrados em todos os líquidos, exceto no líquido cerebrospinal. 
Já a excreção é renal com biotransformação hepática.
65UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
Mecanismo de ação: ligação irreversível à subunidade 50S, o que impede a trans-
locação durante a síntese proteica.
Mecanismo de resistência: por permeabilidade reduzida da membrana celular ou 
efluxo ativo, por produção (por enterobactérias) de enzimas esterases que hidrolisam os 
macrolídeos, e por modificação do sítio de ligação ribossomal pela mutação cromossomal.
Espectro de ação: gram-positivos (pneumococos, estreptococos, estafilococos 
e corinebactérias), Mycoplasma pneumoniae, L. pneumophila, Chlamydia trachomatis, 
Chlamydia psittaci, Chlamydia pneumoniae, H. pylori, Listeria monocytogenes, micobacté-
rias, gram-negativos (Neisseria sp., Bordetella pertussis, Bartonella henselae, e Bartonella 
quintana, algumas Rickettsia, Treponema pallidum).
Efeitos adversos: irritação gástrica, náusea, vômito, diarreia, anorexia, hepatite 
colestática aguda, ototoxicidade.
Interação com outros medicamentos: digoxina.
Exemplos de fármacos: eritromicina, claritromicina, azitromicina (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.9 Aminoglicosídeos
Farmacocinética: administração parenteral, exceto neomicina que pode ser 
administrada por via oral ou tópica. Eliminado pelos rins de forma quase que totalmente 
inalterado.
Mecanismo de ação: entram na célula pelas porinas, uma vez no interior celular 
se ligam à subunidade 30S atrapalhando a montagem do ribossomo ou causando a leitura 
incorreta do código genético. 
Mecanismo de resistência: por produção de enzima transferase ou de enzimas 
que inativam o aminoglicosídeo, por impedir a entrada do aminoglicosídeo na célula, e pela 
alteração ou remoção da proteína receptora na subunidade ribossomal 30S.
Espectro de ação: bacilos gram-negativos aeróbicos.
Efeitos adversos: nefrotoxicidade (neomicina se administrada por via parenteral), 
ototoxicidade, paralisia neuromuscular, reações alérgicas.
Exemplos de fármacos: neomicina, gentamicina, tobramicina, amicacina, estrep-
tomicina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
66UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2.10 Fármacos anti-folato:
Sulfonamidas: 
Farmacocinética: podem ou não serem absorvidos por via oral, ou serem admi-
nistradas topicamente. Nos dois primeiros casos, alcançam todos os tecidos e líquidos 
corporais, inclusive SNC e placenta. Uma parte dos compostos são metabolizados no 
fígado e a eliminação ocorre pelos rins, portanto, pacientes com insuficiência renal devem 
ter sua dose diminuída. 
Mecanismo de ação: bactérias gram-positivas e negativas, Nocardia sp., Chlamy-
dia trachomatis, protozoários e certas enterobactérias, como Escherichia coli, Klebsiella 
pneumoniae, Salmonella, Shigella, e Enterobacter sp precisam sintetizar o folato a partir 
do PABA, como as sulfonamidas são estruturalmente semelhantes ao PABA acabam com-
petindo pelo seu sítio de ligação, o que diminuiu a quantidade de folato disponível para o 
metabolismo bacteriano. 
Mecanismo de resistência: pode surgir pelo aumento da produção de enzimas de 
baixa afinidade com o fármaco, pelo aumento da concentração de PABA, ou pela alteração 
da permeabilidade da célula ao fármaco. 
Efeitos adversos: erupção cutânea, fotossensibilidade, urticária, febre, náusea, 
vômito, síndrome de Stevens-Johnson, distúrbios hematopoiéticos, estomatite, artrite, con-
juntivite (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.11 Trimetoprima
Age inibindo de forma seletiva a enzima dihidrofólico redutase, responsável por 
converter o ácido diidrofólico em ácido tetrahidrofólico, envolvido na produção do DNA. A 
redução da permeabilidade celular, o aumento da síntese de dihidrofólico redutase são os 
principais mecanismos de resistência. Já os efeitos adversos mais comuns são anemia 
megaloblástica, leucopenia e granulocitopenia (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
2.12 Inibidores da DNA-girase: Fluoroquinolonas
Farmacocinética: por administração oral apresentam alta biodisponibilidade, contu-
do pode ser prejudicada na presença de cátions bi- e trivalentes devendo ser administradas 
67UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2 horas antes ou 4 horas após essas substâncias. Podem ser administradas, também, por 
via intravenosa ou oftálmica. Apresentam baixa taxa de ligação às proteínas plasmáticas, e 
se distribuem para todos os líquidos corporais. Sua excreção é através dos rins.
Mecanismo de ação: entram na célula pelas porinas, agindo na DNA-girase (pro-
move a quebra da fita do DNA) e na topoisomerase bacteriana IV (interfere na separação 
das fitas de DNA)
Mecanismo de resistência: mutações na enzima alvo ou por alteração na per-
meabilidade celular. 
Espectro de ação: gram-negativos, microrganismos atípicos, estreptococos gram-
-positivos e algumas micobactérias.
Efeitos adversos: náusea, êmese, diarreia, cefaléia, tontura, epilepsia, fototoxicidade.
Contraindicação: gestante, lactante, pacientes até 18 anos.
Exemplos de fármacos: norfloxacino, ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.13 Antifúngico sistêmico para infecções sistêmicas 
Anfotericina B
Farmacocinética: não é absorvida pelo trato gastrintestinal, dessa forma as pre-
parações orais são usadas em casos de infecção restrita a esse local. As administrações 
intravenosas são usadas para infecções sistêmicas e apresentam alta taxa de ligação as 
proteínas plasmáticas (90%) e se distribuem amplamente nos tecidos, exceto líquido cere-
brospinal. Excreção renal.
Mecanismo de ação: ocorre uma ligação ao ergosterol (daqui a seletividade para 
fungos visto que mamíferos não apresentam este esterol), localizado na membrana, geran-
do a formação de poros que altera a permeabilidade celular, permitindo a saída de íons e 
de macromoléculas, o que leva a morte do fungo. 
Mecanismo de resistência: diminuição da concentração de ergosterol na mem-
brana do fungo.
Efeitos adversos: espasmos musculares, calafrio, hipotensão, vômito, febre, ce-
faleia (reações imediatas), lesão renal, alteração na função hepática, anemia,convulsões 
(toxicidade cumulativa) (KATZUNG, TREVOR, 2017).
68UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
2. 14 Azóis
Farmacocinética: o itraconazol pode ser administrado por via intravenosa ou oral, 
nesse último caso alimentos e pH mais baixos favorecem sua absorção. Já o fluconazol 
apresenta alta biodisponibilidade e capacidade de alcançar o líquido cerebrospinal.
Mecanismo de ação: interfere na síntese do ergosterol devido a inibição de enzi-
mas da família P450 dos fungos, sem esse esterol a membrana fica desestruturada e perde 
sua função impedindo o crescimento fúngico. 
Mecanismo de resistência: mutações que reduzem a ligação do fármaco ao sítio 
de ação e desenvolvimento de bombas de efluxo que o retiram da célula.
Efeitos adversos: apresentam baixo índice de efeitos, dentre eles desconforto 
gastrintestinal e alterações em enzimas do fígado. 
Exemplos de fármacos: cetoconazol, miconazol, clotrimazol, itraconazol, flu-
conazol, voriconazol e posaconazol (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
2.15 Flucitosina
Farmacocinética: após administração oral, pouco se liga às proteínas plasmáticas, 
contudo consegue alcançar todos os tecidos organismo, incluindo o líquido cerebrospinal. 
Sua eliminação ocorre pelos rins, e alteração da função renal pode gerar efeitos tóxicos. 
Mecanismo de ação: é um análogo da 5-fluoruracila (5-FU), dessa forma ao entrar 
nas células, passa por uma série de conversões que impede a síntese de DNA e de RNA.
Mecanismo de resistência: redução das enzimas conversoras associadas ao 
mecanismo de ação.
Efeitos adversos: anemia, leucopenia, trombocitopenia, alterações de enzimas 
hepáticas, náuseas, vômito e diarreia (KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.16 Antifúngicos sistêmicos orais para infecções mucocutâneas:
A griseofulvina é utilizada exclusivamente no tratamento sistêmico da dermato-
fitose. A administração oral com alimentos ricos em gordura aumenta sua absorção. Não 
69UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
se sabe ao certo o seu mecanismo de ação, e seus efeitos adversos mais frequentes são 
síndrome alérgica e hepatite, além de interagir com fenobarbital e varfarina. A terbinafina 
também é usada em casos de dermatofitoses, particularmente em onicomicoses, e age de 
forma semelhante aos azóis (interferindo na síntese do ergosterol). Pode causar cefaléia e 
desconfortos gastrintestinais (KATZUNG, TREVOR, 2017). 
Terapia antifúngica tópica: 
A nistatina, encontrada nas formas de pomadas, cremes e supositórios, é utilizada 
topicamente contra Candida sp. Devido a sua toxicidade sistêmica, outras formas de admi-
nistração não são usadas. O miconazol e clotrimazol, dois fármacos da classe dos azóis, 
também são comumente administrados no tratamento de candidíase vulvovaginal e oral. Já 
o cetoconazol é empregado no tratamento da pitiríase versicolor e de dermatite seborreica 
(KATZUNG, TREVOR, 2017).
70
 3 PRINCIPAIS
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
TÓPICO
UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
1. AAS [AINE] + atenolol = redução da efetividade do atenolol. 
2. AAS [AINE] + clopidogrel = aumento do risco de sangramento. 
3.AAS [AINE] + varfarina = aumento do risco de sangramento. 
4. AINE + alendronato = aumento do risco de desconforto estomacal e de úlcera 
péptica.
5. AINE + clopidogrel = aumento do risco de sangramento.
6. AINE + IECA/BRA = diminuição da eficácia dos anti-hipertensivos.
7. AINE + lítio = aumento da concentração plasmática do lítio em até 5 vezes.
8. AINE + ômega-3 = aumento do risco de sangramento.
9. AINE + rivaroxabana = aumento do risco de sangramento.
10. Antibióticos em geral + contraceptivos hormonais = possível redução da efi-
cácia contraceptiva. 
11. Antibióticos em geral + varfarina = aumento do risco de sangramento.
12. Antifúngicos azólicos + contraceptivos hormonais = aumento na concentração 
plasmática do estrógeno.
13. Anti-H1 de 1ª geração + álcool = aumento do risco de depressão do SNC.
14. Azitromicina [antibiótico] + hidroxicloroquina = risco de prolongamento do 
intervalo QT.
15. Azitromicina [antibiótico] + tramadol = risco de prolongamento do intervalo QT.
16. Azitromicina [antibiótico] + trazodona = risco de prolongamento do intervalo QT.
17.Cefalexina [antibiótico] + zinco = redução da absorção da cefalexina.
71UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
18. Cetoconazol [antifúngico] + alprazolam [BDZ – ansiolítico] = aumento da con-
centração plasmática do alprazolam.
19. Cetoconazol [antifúngico] + omeprazol = redução da efetividade do antifúngico.
20. Claritromicina [antibiótico] + clonazepam [BDZ – ansiolítico] = aumentos dos 
efeitos depressores do BDZ.
21. Claritromicina [antibiótico] + sinvastatina = aumento do risco de miopatia e 
rabdomiólise.
22. Fluconazol [antifúngico] + diazepam [BDZ – ansiolítico] + = aumento da con-
centração plasmática do BDZ.
23. Fluoroquinolona [antibiótico] + amiodarona = risco de prolongamento do inter-
valo QT e morte súbita.
24. Naproxeno [AINE] + ciclosporina = aumento do risco de nefrotoxicidade.
25. Opioides [analgésico] + BDZ [ansiolítico] + = aumento do risco de depressão do SNC.
26. Tetraciclinas [antibiótico] + antiácidos = diminuição da absorção do antimicrobiano.
27. Tramadol [opioide - analgésico] + gabapentina = risco aumentado de depressão 
respiratória (BOTTACIN et al., 2021).
72UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
Para gestantes os fármacos são agrupados em categorias de acordo com os possíveis riscos ao feto:
Categoria A: sem risco;
Categoria B: sem evidência de risco;
Categoria C: benefícios superam riscos potenciais;
Categoria D: evidência de risco fetal (necessidade pode justificar uso);
Categoria X: alterações fetais documentadas; riscos superam os benefícios.
Fonte: CLASSIFICAÇÃO de risco dos medicamentos para uso na gravidez. Farmacêutico Digital, 2019. 
Disponível em: https://farmaceuticodigital.com/2019/12/classificacao-de-risco-dos-medicamentos-para-uso-
-na-gravidez.html Acesso em: 10 set. 2022.
Todos os anos, no mês de novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) promove um evento 
chamado “Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana” para a conscientização quanto ao uso de an-
timicrobianos, alertar sobre o aumento de resistência microbiana e incentivar o uso adequado de profissionais 
da área da saúde e da população. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde são algumas das instituições parti-
cipantes, além delas a participação da sociedade como um todo também é incentivada.
Fonte: O FUTURO dos antibióticos depende de todos nós”: Semana Mundial de Conscientização Sobre o Uso de 
Antibióticos. Biblioteca Virtual em Saúde, 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/18-a-24-11-o-futuro-dos-
-antibioticos-depende-de-todos-nos-semana-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-antibioticos/#:~:text=Bole-
tins%20Tem%C3%A1ticos-,18%20a%2024%2F11%20%E2%80%93%20%E2%80%9CO%20futuro%20dos%20antibi%-
C3%B3ticos%20depende,Sobre%20o%20Uso%20de%20Antibi%C3%B3ticos Acesso em: 10 set. 2022.
https://farmaceuticodigital.com/2019/12/classificacao-de-risco-dos-medicamentos-para-uso-na-gravidez.html
https://farmaceuticodigital.com/2019/12/classificacao-de-risco-dos-medicamentos-para-uso-na-gravidez.html
https://bvsms.saude.gov.br/18-a-24-11-o-futuro-dos-antibioticos-depende-de-todos-nos-semana-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-antibioticos/#:~:text=Boletins%20Tem%C3%A1ticos-,18%20a%2024%2F11%20%E2%80%93%20%E2%80%9CO%20futuro%20dos%20antibi%C3%B3t
https://bvsms.saude.gov.br/18-a-24-11-o-futuro-dos-antibioticos-depende-de-todos-nos-semana-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-antibioticos/#:~:text=Boletins%20Tem%C3%A1ticos-,18%20a%2024%2F11%20%E2%80%93%20%E2%80%9CO%20futuro%20dos%20antibi%C3%B3thttps://bvsms.saude.gov.br/18-a-24-11-o-futuro-dos-antibioticos-depende-de-todos-nos-semana-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-antibioticos/#:~:text=Boletins%20Tem%C3%A1ticos-,18%20a%2024%2F11%20%E2%80%93%20%E2%80%9CO%20futuro%20dos%20antibi%C3%B3t
https://bvsms.saude.gov.br/18-a-24-11-o-futuro-dos-antibioticos-depende-de-todos-nos-semana-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-uso-de-antibioticos/#:~:text=Boletins%20Tem%C3%A1ticos-,18%20a%2024%2F11%20%E2%80%93%20%E2%80%9CO%20futuro%20dos%20antibi%C3%B3t
73UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a), 
 
E finalizamos mais uma unidade. Essa unidade, em especial, foi voltada à fármacos 
que agem ou que podem agir de forma generalizada no corpo, pois afinal processos doloro-
sos, inflamatórios e alérgicos podem ou não ficarem restritos à uma parte do organismo. E 
como essas substâncias agem em receptores e enzimas encontrados em diversas células 
fica fácil de imaginar que seus efeitos são sentidos de uma ou outra forma. Espero que 
agora você tenha entendido o motivo daquele desconforto gástrico quando usamos um 
anti-inflamatório não esteroidal, ou o porquê de termos tanto sono depois de uma dose de 
anti-histamínico.
Quanto aos antimicrobianos, o que eu realmente espero que você tenha compreen-
dido é o motivo de tanto cuidado com relação a sua utilização. O aumento da resistência, 
especialmente com os antibióticos, é assunto sério, preocupante, um verdadeiro problema 
de saúde pública, e não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
Te vejo na próxima unidade.
74
LEITURA COMPLEMENTAR
Resistência a Antimicrobianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global
A Resistência a Antimicrobianos (AMR,) tem se revelado como um dos maiores 
problemas para a saúde pública no nível global. O objetivo deste artigo foi analisar a formu-
lação da resposta à AMR negociada no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS) 
por seus Estados-Membros. Foram analisados os relatórios e resoluções produzidos na 
Assembleia Mundial da Saúde no período de 1998 a 2019. Os achados indicam que, a 
partir de 2014, foram estabelecidas condições de possibilidade para a aprovação do Plano 
de Ação Global em AMR de forma mais robusta, abrangendo o conceito de Saúde Única 
e envolvendo outras instâncias internacionais (FAO, OIE, OMC e PNUMA). A análise dos 
conteúdos e o uso de diferentes referenciais analíticos, considerando dois setores econô-
micos – agropecuária e indústria farmacêutica –, mostraram-se relevantes para ilustrar a 
complexidade da temática, reforçando sua relevância global, reconhecendo a dimensão 
do uso de antibióticos em animais e as lacunas em inovação tecnológica. Como a OMS, 
além de ser um importante agente mobilizador para a resposta à AMR no nível global, tem 
garantido orçamento para ações nessa área mesmo em um contexto de desfinanciamento, 
conclui-se que a perspectiva da saúde pública deve prevalecer na resposta à AMR.
Fonte: SILVA, R. A.; OLIVEIRA, B. N. L.; SILVA, L. P. A.; OLIVEIRA, M. A.; CHAVES, G. C. Resistência a Antimicro-
bianos: a formulação da resposta no âmbito da saúde global. Saúde Debate, 44(126), 607-623. 2020. Disponível em: 
https://scielosp.org/pdf/sdeb/2020.v44n126/607-623/pt. Acesso em: 29 ago. 2022.
UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS
https://scielosp.org/pdf/sdeb/2020.v44n126/607-623/pt
75UNIDADE 2 FARMACOLOGIA DA DOR, INFLAMAÇÃO E ALERGIA, E DOS PROCESSOS INFECCIOSOS 75
MATERIAL COMPLEMENTAR
 ● Título: Diretriz Nacional para elaboração de programa de gerenciamento do uso 
de antimicrobianos.
 ● Autor: Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Ministério da Saúde.
 ● Sinopse: A resistência microbiana aos antimicrobianos atualmente é uma das 
maiores preocupações globais em saúde pública, uma vez que antimicrobianos 
muito usados estão se tornando ineficazes, gerando uma série de consequências 
diretas e indiretas como, por exemplo, o prolongamento da doença, o aumento 
da taxa de mortalidade, a permanência prolongada no ambiente hospitalar e a 
ineficácia dos tratamentos preventivos que comprometem toda a população. O 
combate à emergência e à propagação de bactérias resistentes aos antimicro-
bianos e ao desenvolvimento de novos mecanismos de resistência exige uma 
abordagem conjunta e articulada de vários segmentos governamentais, dos 
profissionais de saúde e de toda sociedade. Nesse sentido, a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa) publica essa Diretriz, que tem como principal 
finalidade orientar os profissionais dos serviços de saúde (hospitais e atenção 
básica) para elaboração e implementação de seus programas de gerenciamento 
do uso de antimicrobianos. A publicação desta Diretriz é uma das ações do Plano 
Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência Microbiana em Serviços 
de Saúde que, por sua vez, faz parte do Plano de Ação da Vigilância Sanitária 
em Resistência aos Antimicrobianos elaborado pela Anvisa, seguindo as reco-
mendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), e que demarca o papel da 
vigilância sanitária nos esforços brasileiros de enfrentamento à resistência aos 
antimicrobianos.
 ● Título: Prescrição Fatal (The pharmacist).
 ● Ano: 2020.
 ● Sinopse: Após a morte trágica de seu filho, um farmacêutico chega às últimas 
consequências para denunciar a corrupção que sustenta a indústria dos opioi-
des nos EUA.
 ● Título: O crime do século (The crime of the century).
 ● Ano: 2021.
 ● Sinopse: Alex Gibney dirige este documentário da HBO em duas partes que 
apresenta uma acusação mordaz contra a indústria farmacêutica e as regula-
mentações governamentais que permitem a superprodução, distribuição impru-
dente e abuso de opiáceos sintéticos. Com testemunhas-chave, o filme explora 
as origens de uma das maiores tragédias de saúde pública da atualidade.
 ● Página do site da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) destinada a 
fornecer informações de forma simples e objetiva sobre resistência antimicro-
biana.
 ● Link do site: https://www.paho.org/pt/topicos/resistencia-antimicrobiana
https://www.paho.org/pt/topicos/resistencia-antimicrobiana
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Plano de Estudo
 ● Farmacologia da hipertensão arterial;
 ● Farmacologia da insuficiência cardíaca;
 ● Farmacologia das dislipidemias;
 ● Farmacologia das doenças tromboembólicas: Anticoagulantes, Antilaquetários ;
 ● Principais interações medicamentosas.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Compreender os mecanismos fisiopatológicos da hipertensão arterial, da insufi-
ciência cardíaca e das arritmias cardíacas;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no tratamento e controle da hiperten-
são arterial, insuficiência cardíaca e arritmias cardíacas;
 ● Estabelecer as principais doenças tromboembólicas e seus principais fármacos;
 ● Citar as principais interações medicamentosas.
3UNIDADEUNIDADE
FARMACOLOGIAFARMACOLOGIA
CLÍNICA DO SISTEMA CLÍNICA DO SISTEMA 
CARDIOVASCULARCARDIOVASCULAR
Professora Doutora Mariana Volpato Junqueira
77UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICADO SISTEMA CARDIOVASCULAR
INTRODUÇÃO
Fico feliz em ter a sua companhia em mais uma unidade da disciplina de Farmaco-
logia Clínica e Terapêutica. 
O foco dessa terceira parte será o sistema cardiovascular, e como você já sabe 
(olha a anatomia de volta) ele é composto pelo coração e por vasos sanguíneos, formados 
basicamente de músculo cardíaco e músculo liso vascular, respectivamente, ambos de 
controle involuntário e comandados pelo sistema nervoso autônomo (SNA). 
Aqui conversaremos sobre quatro grupos de fármacos que atuam direta ou indi-
retamente nesse sistema, os anti-hipertensivos utilizados no controle da pressão arterial 
elevada, os fármacos que atuam na insuficiência cardíaca, aqueles ativos usados como 
anti-hiperlipêmicos e, por fim, os utilizados nas doenças tromboembólicas, como os anti-
coagulantes e antiplaquetários.
Para uma melhor compreensão das informações passadas aqui você precisará 
lembrar da fisiologia desse sistema, então em casos de dúvidas dê uma conferida no seu 
material e nas suas anotações.
Preparado (a)? Então vamos nessa.
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78
FARMACOLOGIA
DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL 1
TÓPICO
UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
A hipertensão arterial é a doença vascular mais comum e estima-se que cerca 
de 25% da população brasileira possui. Essa doença provoca uma hipertrofia do ventrículo 
esquerdo e alterações na vasculatura, e dessa forma acaba sendo responsável pelo sur-
gimento de outros quadros como o AVE, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca (IC), 
doença arterial coronariana e morte súbita cardíaca. 
Mas o que é hipertensão? Hipertensão é quando há o aumento na pressão arterial 
(PA) de forma contínua, permanecendo acima de 140/90 mmHg (estágio I de 140-159/90-99 
e estágio II acima de 160/100 mmHg). Lembrando que a PA é considerada normal quando 
fica até 120/80 mmHg e quadros de pré-hipertensão quando está entre 120 e 139/80, e 89 
mmHg. 
Mas antes de falar dos medicamentos propriamente ditos é preciso entender como 
a PA é controlada normalmente, pois são nesses processos que os fármacos irão atuar. É 
comum ocorrer oscilações da PA ao longo do dia, quando isso ocorre mecanismos homeos-
táticos fazem com que ela retorne ao estado normal, esses mecanismos estão relacionados 
débito cardíaco e a resistência vascular periférica, ambos controlados por barorreceptores 
(na aorta e nos rins) e pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona.
Quando há uma redução da PA o sistema nervoso simpático é acionado, provocando 
a ativação de adrenoceptores β1 no coração, de adrenoceptores α1 nos músculos lisos e 
de β1 nos rins, levando ao aumento do débito cardíaco, do retorno venoso e da resistência 
periférica, respectivamente. Ao mesmo tempo, essa pressão reduzida reduz o fluxo sanguí-
neo renal, que pode levar ao aumento da concentração de renina ou à redução da filtração 
glomerular. Essa, por sua vez, eleva a retenção de água e sódio e, consequentemente, 
79UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
aumenta o volume sanguíneo, que eleva o débito cardíaco. A renina aumenta a produção 
de angiotensina II, que também eleva a resistência periférica (BRUNTON, CHABNER, 
KNOLLMANN, 2012). Todos esses efeitos fazem com que a PA seja elevada (Figura 1). 
FIGURA 1. RESPOSTA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E DO SISTEMA RENINA-ANGIO-
TENSINA-ALDOSTERONA EM CASOS DE REDUÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Fonte: Whalen; Finkel; Panavelli (2016).
Relembrando um pouquinho do funcionamento do sistema renina-angiotensina-
-aldosterona. A liberação da renina, uma enzima, permite a conversão do angiotensino-
gênio em angiotensina I e deste em angiotensina II, pela ação da enzima conversora de 
angiotensina (ECA). A angiotensina II atua na vasoconstrição (VC) de forma significativa, 
contraindo arteríolas e veias, levando ao aumento da PA. Ela também estimula a secreção 
de aldosterona, que promove o aumento da reabsorção de sódio, e consequentemente 
do volume sanguíneo (lembrem-se que sódio e água geralmente “andam” juntos) e da PA 
(BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
FIGURA 2. LOCAIS DE AÇÃO DE DIVERSAS CLASSES DE FÁRMACOS SOBRE O SISTEMA RENI-
NA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA
Fonte: Whalen; Finkel; Panavelli (2016).
80UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Entendido essa parte? Então vamos às formas de controle da PA? A primeira forma 
de controlar esse aumento descontrolado é com medidas educativas, especialmente em 
pré-hipertensos. A efetividade dessas ações retarda a necessidade da administração de 
fármacos. A redução de cloreto de sódio da dieta, do peso corporal, a prática regular de 
atividade física e o consumo moderado de álcool são algumas dessas medidas.
Em quadros de hipertensão moderada monoterapias são a escolha, especialmente 
com diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), blo-
queadores do receptor de angiotensina II (BRA) e bloqueadores dos canais de cálcio. Já 
em pacientes graves é normal a terapia combinada. Agora vamos ver sobre cada uma 
dessas classes (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
1.1 Diuréticos 
São os fármacos de primeira escolha no início do tratamento. Eles são divididos em: 
(a) tiazídicos, (b) de alça e (c), poupadores de potássio que agem como antagonistas 
da aldosterona ou por inibição do influxo de Na+ dos canais iônicos. Todos eles agem au-
mentando o volume urinário em consequência da redução da reabsorção de sódio e pelo 
bloqueio de transportadores renais iônicos, esse excesso de íons no lúmen glomerular atrai 
água, de forma que a osmolaridade seja mantida, a resposta final é a redução do volume 
sanguíneo. Por conta dessa grande quantidade de íons que são eliminados é preciso fazer 
o monitoramento de eletrólitos séricos, especialmente de sódio e potássio. 
Além da hipertensão, os tiazídicos podem ser utilizados na IC, nefrolitíase devido 
à hipercalciúria idiopática e na diabetes insípido, já os de alça em quadros de edema pul-
monar agudo, outras condições edematosas, hipercalcemia aguda, hiperpotassemia, in-
suficiência renal aguda e superdosagem de ânions, e os poupadores de potássio em pa-
cientes com IC, hiperaldosteronismo secundário, ascites, síndrome do ovário policístico 
(KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.1.1 Diuréticos tiazídicos
Farmacocinética: administração pode ser parenteral (clorotiazida) ou oral, todas 
apresentam tempo de meia-vida prolongado e são excretados pelos rins.
Mecanismo de ação: atuam na alça de Henle e no túbulo contorcido distal, sendo 
capazes de reduzir a reabsorção do sódio pela inibição do transportador de Na+/Cl– da 
membrana celular.
Efeitos adversos: alcalose metabólica hipopotassêmica, hiperuricemia, depleção 
de potássio, hiponatremia, hiperuricemia (aumento do ácido úrico), diminuição do volume, 
hipercalcemia, hiperglicemia (decorrente de intolerância à glicose) e hiperlipidemia.
Exemplos de fármacos: hidroclorotiazida e clorotiazida.
81UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
1.1.2 Diuréticos de alça
Farmacocinética: absorção ocorre de forma rápida (entre 1 e 3 horas) e quase que 
completamente, os efeitos duram de 2 a 3 horas para a furosemida e de 4 a 6 horas para a 
torsemida. A excreção é renal e pode sofrer influência de AINE.
Mecanismo de ação: atuam no ramo ascendente da alça de Henle bloqueando o 
transportador Na+/K+/2Cl–, o que reduz a reabsorção desses íons.
Efeitos adversos: alcalose metabólica hipopotassemia, hipomagnesemia, hipe-
ruricemia, ototoxicidade com perda auditiva reversível ou permanente, desidratação grave.
Interação com outros medicamentos: AINE reduz a eficácia, antimicrobianos 
aminoglicosídeos aumentam a chance de ototoxicidade.
Exemplos de fármacos: bumetanida, furosemida (mais utilizada), torsemida e 
ácido etacrínico (raramenteHoje daremos início a essa jornada juntos. E por onde começamos essa jornada 
você pode estar se perguntando. Ora começamos pelo início. 
Brincadeirinha a parte, não podemos iniciar sem que você saiba o que é a farma-
cologia clínica, não é mesmo? Que a indicação do tratamento é o seu ponto de partida, e 
para que esse tratamento seja efetivo é importantíssimo que o paciente tenha o máximo de 
informações possível sobre ele, e que você como futuro(a) farmacêutico(a) é o(a) profissio-
nal mais próximo(a) para sanar todas as suas dúvidas.
Iremos conhecer os tipos de pesquisa que podem ser feitas nessa área, como, 
por exemplo, a pesquisa clínica (que também é uma área de atuação sua, você sabia?), 
e perceber a importância da atuação dentro de hospitais para evitar erros de prescrição, 
interações medicamentosas, entre outras reações adversas.
E por último, mas não menos importante, começaremos a falar dos sistemas do 
corpo humano, e o escolhido (por mim) para ser o primeiro é o Sistema Nervoso Central 
(que na minha modesta opinião é um dos mais fascinantes). Ah, no final você encontrará 
uma lista com algumas interações medicamentosas dos fármacos que iremos conversar.
Preparado(a)? Então vamos nessa.
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8
FUNDAMENTOS E MÉTODOS 
EM FARMACOLOGIA CLÍNICA 1
TÓPICO
UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
A farmacologia é a ciência responsável por estudar como as substâncias, não 
produzidas pelo nosso organismo, agem nele alterando uma ou mais funções biológicas. 
Contudo, muitas dessas substâncias não são apropriadas para o uso clínico, ficando res-
tritas às pesquisas. E é nesse ponto que começaremos a diferenciar a farmacologia da 
farmacologia clínica. Aqui conversaremos sobre as substâncias usadas clinicamente, ou 
seja, sobre os fármacos e seus efeitos intrínsecos na terapia. 
1.1 Métodos 
Aí você pode me perguntar: Mas o que são efeitos intrínsecos da terapia? E eu te 
respondo que são os efeitos que acontecem em decorrência do uso do fármaco. Ué, mas to-
dos os efeitos não estão relacionados ao fármaco? Não, existem dois efeitos que não podem 
ser explicados dessa forma e que denominamos de placebo e nocebo, quando as reações 
são positivas/desejáveis ou negativas/indesejáveis/efeitos adversos, respectivamente.
A determinação de quanto uma substância gera de efeito intrínseco é realizada por 
métodos experimentais que podem ser farmacológicos ou farmacológico-clínico. O método far-
macológico é usado para verificar o efeito, segurança (as concentrações capazes de ocasionar 
o efeito sem causar dano ao indivíduo), farmacodinâmica, farmacocinética, sempre comparan-
do com um grupo-controle. Esses resultados servem de ponto de partida para os experimentos 
clínicos, que irão comprovar ou não tais efeitos, portanto, são realizados em animais. 
9UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Já o método farmacológico-clínico é composto de experimentos realizados em 
seres humanos, pois se sabe que nem sempre os resultados obtidos em uma espécie 
podem ser extrapolados para outra (como a talidomida que só apresenta teratogenicidade 
na nossa espécie). O mais utilizado é o ensaio clínico randomizado no qual os voluntários 
são distribuídos de forma aleatória nos grupos teste ou controle (placebo ou tratamento já 
em uso). O objetivo é determinar se o fármaco ou procedimento testado é melhor, ou igual 
ao que já vem sendo utilizado, e se apresenta menos efeitos adversos, o que o torna mais 
seguro (FUCHS, WANNMACHER, 2017). Ele é subdividido em quatro etapas:
TABELA 1: CARACTERÍSTICAS DAS ETAPAS DO ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO.
Fonte: O que é pesquisa clínica. Oncoguia, 2022. Disponivel em: http://www.oncoguia.org.br/conteu-
do/o-que-e-pesquisa-clinica/138/1291/#:~:text=A%20taxa%20de%20resposta%20para,%C3%A9%20de%20
aproximadamente%20800%20pacientes. Acesso em: 13/07/2022
Métodos observacionais também podem ser utilizados quando não há evidência 
experimental dos efeitos do fármaco em questão. Nesses casos não há intervenção do 
pesquisador, somente a observação de comportamentos, hábitos e desfechos (respostas). 
Podem ser descritivos, como a fase IV descrita anteriormente, ou analítico; anterógrado, 
retrógrado ou não direcional; prospectivo/contemporâneo ou retrospectivo/histórico. Os 
métodos mais utilizados são estudos de coorte, estudos de caso-coorte, estudos de 
casos e controles, estudo transversal, estudo ecológico e estudos de série de casos 
(o detalhamento de cada um desses estudos pode ser encontrado em materiais de Epide-
miologia Clínica).
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-pesquisa-clinica/138/1291/#:~:text=A%20taxa%20de%20resposta%20para,%C3%A9%20de%20aproximadamente%20800%20pacientes
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-pesquisa-clinica/138/1291/#:~:text=A%20taxa%20de%20resposta%20para,%C3%A9%20de%20aproximadamente%20800%20pacientes
http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-pesquisa-clinica/138/1291/#:~:text=A%20taxa%20de%20resposta%20para,%C3%A9%20de%20aproximadamente%20800%20pacientes
10UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
A indicação do tratamento é o ponto de partida da farmacologia clínica, contudo 
para que a prescrição medicamentosa tenha efeito é imprescindível a adesão do paciente, 
e para isso o profissional deve repassar as informações necessárias para que o indivíduo 
entenda a importância do tratamento. Tais informações vão desde modo de usar, interações 
com alimentos e/ou medicamentos, como o fármaco age até possíveis efeitos colaterais 
que podem acontecer (FUCHS, WANNMACHER, 2017).
Além disso, o farmacêutico, ao dispensar um medicamento, deve garantir uma 
terapia medicamentosa efetiva e segura avaliando se a dosagem está correta, o tempo 
do tratamento é adequado e se existe alguma interação com fármacos e/ou alimentos já 
utilizados pelos pacientes, e caso seja necessário entrar em contato com o profissional 
prescritor para realizar as correções. Também é de sua responsabilidade monitorar o uso e 
os resultados terapêuticos, e repassar as informações às agências regulatórias (Anvisa, no 
caso do Brasil) caso necessário (FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.2 Farmacocinética clínica
Compreender a farmacocinética permite que sejam feitas alterações no esquema 
posológico para evitar que as concentrações dos fármacos fiquem abaixo ou acima da 
recomendada. Essas correções são comumente aplicadas em ambientes hospitalares para 
pacientes com pluriterapia que têm maiores chances de apresentarem interações entre os 
fármacos, ou que apresentam insuficiência renal ou hepática, por exemplo. 
Nesses estudos o corpo humano é dividido em compartimentos (Figura 1): 
(A) Modelo de um compartimento (unicompartimental): organismo homogêneo, 
assim o fármaco se distribui instantaneamente para todo o corpo, e o final da ação ocorre 
pela sua eliminação. Após uma administração intravenosa única e rápida, a concentração 
inicial do fármaco no organismo será igual à concentração administrada.
Onde: C0 é a concentração inicial; Q a concentração de fármaco administrada; VD 
o volume de distribuição.
11UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Em muitos casos o tempo de meia-vida (t1/2) é dependente da concentração do 
fármaco, dessa forma após a interrupção da administração sua concentração cairá de 
forma exponencial até 0 (cinética de primeira ordem), por exemplo, após 1 t1/2 reduzirá à 
metade, após 2 t1/2 reduzirá à ¼; após 3 t1/2 reduzirá à 1/8.
(B) Modelo de dois compartimentos (bicompartimental): compartimento central 
(tecidos de alta perfusão, como coração, pulmão, cérebro, fígado e sangue) e comparti-
mento periféricoutilizado).
1.1.3 Diuréticos poupadores de potássio
Farmacocinética: A absorção ocorre pela VO, se liga extensivamente às proteínas 
plasmáticas, que são biotransformadas pelo fígado. A espironolactona apresenta início de 
ação muito lento, sendo necessários alguns dias para apresentar efeito.
Mecanismo de ação: espironolactona e a eplerenona ligam-se aos receptores da 
aldosterona reduzindo a sua atividade, já a amilorida e o triantereno interferem na entrada 
de Na+, por meio dos canais iônicos específicos para o sódio.
Efeitos adversos: hiperpotassemia, acidose metabólica hiperclorêmica, letargia, 
confusão mental, distúrbios gástricos, náuseas, ginecomastia em homens, irregularidades 
menstruais em mulheres, insuficiência renal aguda e cálculos renais.
Exemplos de fármacos: espironolactona, eplerenona (antagonista da aldostero-
na), amilorida e triantereno (inibidores do influxo de Na+ nos canais iônicos) (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.1	 β -bloqueadores
São os fármacos de escolha para pacientes que, além da hipertensão, tenham 
insuficiência cardíaca ou após infarto do miocárdio, eles evitam a taquicardia reflexa co-
mum durante a administração de vasodilatadores diretos, e podem ser utilizados desde a 
hipertensão leve até a grave. 
Farmacocinética: podem ser administrados VO, o esmolol, metoprolol e propra-
nolol também apresentam formulações IV. Sofrem biotransformação hepática, o metoprolol 
82UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
possui ainda, metabolização de primeira passagem, e são eliminados pelos rins. podem 
demorar semanas para desenvolverem o efeito. 
Mecanismo de ação: esses fármacos bloqueiam os receptores β-adrenérgicos de 
forma seletiva (somente β1) ou não seletiva (β1	e β2). A redução da PA ocorre pela redução 
do débito cardíaco e/ou da resistência vascular periférica. O propranolol, ainda inibe a 
produção de renina, mediada pelos receptores β. 
Efeitos adversos: bradicardia, hipotensão, fadiga, letargia, insônia, redução da libi-
do, disfunção erétil, desregulação do metabolismo lipídico com redução do HDL e aumento 
dos triglicerídeos (não seletivos). Se retirados de forma abrupta podem causar angina, 
infarto do miocárdio e morte súbita. Os não seletivos devem ser evitados em pacientes 
asmáticos pela broncoconstrição causada pelo bloqueio de β2.
Exemplos de fármacos: propranolol, nadolol (β1 e β2), metoprolol, atenolol (β1), 
labetalol (hipertensão gestacional) e carvedilol (não seletivos que agem como vasodilata-
dores) (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.2 Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA)
Farmacocinética: são administrados por VO ou por IV (enalaprilato), algumas 
substâncias desta classe são pró-fármacos sendo convertidos nos fármacos ativos no 
fígado, como o enalapril e o fosinopril, a eliminação é renal, sendo necessária o ajuste de 
dose em pacientes com insuficiência renal. 
Mecanismo de ação: inibição da enzima ECA e bloqueio da inativação da bra-
dicinina (ou seja, a bradicinina continua presente), o primeiro age como vasoconstritor 
e o segundo é responsável pelo aumento da produção de óxido nítrico e PG nos vasos 
sanguíneos que fazem vasodilatação. Com a redução da concentração de angiotensina II e 
aumento de bradicinina ocorre vasodilatação em artérias e arteríolas.
Efeitos adversos: tosse seca com sibilos, exantema, febre, alteração do paladar, 
hipotensão grave, hiperpotassemia, insuficiência renal aguda, angioedema (raro e fatal) 
e podem induzir malformações fetais. São contraindicados nos dois últimos trimestres de 
gestação, pois podem causar hipotensão fetal, malformação e até morte fetal, o uso no 
primeiro é controverso, devido a potencial teratogenicidade.
Interação com outros medicamentos: suplementos de potássio e diuréticos 
poupadores de potássio aumentam o risco de hiperpotasemia, enquanto AINEs alteram a 
eficácia em virtude do bloqueio da produção de PG.
83UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Exemplos de fármacos: lisinopril, enalapril, captopril, enalaprilato, fosinopril 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.3 Bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA)
Losartana, valsartana, irbesartana, candesartana, eprosartana, telmisartana 
são alguns dos representantes dessa classe. Eles agem bloqueando de forma seletiva os 
receptores de angiotensina II, não agindo na bradicinina, como os IECA. Esse bloqueio 
reduz a ação da angiotensina II circulante, levando a vasodilatação arteriolar e venosa, 
bloqueio da secreção de aldosterona, redução da PA e da retenção de sódio e água. Os 
efeitos adversos são similares aos vistos nos IECA, mas com menor risco de tosse seca 
e angioedema, teratogênicos, e por esse motivo não devem ser associados à essa classe 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017). 
1.4 Inibidor da renina
O alisquireno inibe de forma direta a renina, ou seja, age em uma etapa anterior 
aos IECA e BRA, contudo os mecanismos que levam a redução da PA ocorrem de forma 
similar a essas classes e aos diuréticos tiazídicos, não sendo indicado a associação com 
eles. Podem ocasionar diarreia, tosse, angioedema, sendo contraindicado na gestação 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.5 Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) 
Podem ser divididos em 3 classes de acordo com as características químicas, o 
que confere propriedades farmacocinéticas e usos terapêuticos diferentes: (a) difenilal-
quilaminas, são menos seletivos e com efeitos pronunciados na musculatura lisa vascular 
e cardíaca; (b) benzotiazepínico (não confundir com os BDZ), apresentam efeitos seme-
lhantes ao anterior, mas, com efeito, inotrópico negativo (redução da força de contração, 
diminuindo o débito cardíaco) menos significativo; (c) di-hidropiridinas, têm maior afinida-
de pelos canais de cálcio dos vasos sanguíneos em comparação aos do coração, e podem 
ser associadas a varfarina e digoxina. São muito utilizados em hipertensão associada a 
diabetes ou angina (di-hidropiridinas), angina e taquiarritmias supraventriculares, fibrilação 
arterial, enxaqueca e cefaleia (difenilaquilaminas e benzotiazepínico).
Farmacocinética: possuem, de forma geral, administração VO com tempo de meia 
vida curto entre 3 e 8 horas, exceto formulações de liberação sustentada que aumentam 
esse tempo e permite uma dose única ao dia e o anlodipino que tem tempo de meia vida 
longa naturalmente.
84UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Mecanismo de ação: você se lembra, lá da fisiologia, que para ocorrer a contra-
ção muscular é necessária a entrada de cálcio nas células? Pois bem, essa classe age 
justamente nesse ponto, bloqueando os canais de cálcio dependente de voltagem, o que 
impede a entrada de cálcio nas células impedindo a contração muscular lisa das artérias.
Efeitos adversos: os BCC de curta duração em altas dosagens tendem a au-
mentar o risco de infarto do miocárdio por excessiva vasodilatação e estimulação cardíaca 
reflexa, o verapamil causa constipação, enquanto os di-hidropiridinas podem gerar tontura, 
cefaleia, sensação de fadiga e hiperplasia gengival, todos eles comumente apresentam 
edema periférico.
Interação com outros medicamentos:
Exemplos de fármacos: verapamil (difenilalquilaminas), diltiazem (benzotiazepíni-
cos), nifedipino, anlodipino, felodipino, isradipino, nicardipino, nisoldipino (di-hidropiridinas) 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.7 α	-bloqueadores
Bloqueio seletivo de receptores adrenérgicos tipo α,		especialmente em arteríolas 
e vênulas, causando redução da resistência vascular periférica e a PA, e relaxamento da 
musculatura lisa arterial e venosa. Comumente são administrados junto com diuréticos para 
evitar a retenção hídrica e de sódio, ou com β-bloqueadores, o que aumenta sua eficácia. 
Taquicardiareflexa, hipotensão postural são comuns de ocorrer no início do tratamento. 
Exemplos de fármacos: prazosina, doxazosina, terazosina (WHALEN, FINKEL, 
PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.6 Adrenérgicos de ação central
Esses fármacos são esporadicamente utilizados nesses casos, exceto a clonidina. 
Eles funcionam inibindo os centros vasomotores simpáticos e diminuindo a estimulação sim-
pática em direção a periférica, o resultado é a redução da resistência periférica total e da PA. 
A clonidina além de reduzir a PA, reduz a resistência vascular renal e mantém o 
fluxo sanguíneo renal, deve ser administrada 2 vezes/dia por via oral ou a cada 7 dias se for 
utilizada a forma transdérmica. Pode causar xerostomia, sedação, se administrados com 
ADT há um bloqueio dos efeitos anti-hipertensivos. Importante saber que, a remoção deve 
ser feita de forma gradual enquanto outro medicamento é introduzido na terapia. A metil-
dopa é mais utilizada durante as gestações e seu efeito anti-hipertensivo entre 4 e 6 horas 
após a administração sendo mantido por até 24 horas, ela pode causar hipotensão postural, 
85UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
sedação, sonolência, lactação associada a elevação da secreção de prolactina devido a 
sua ação no hipotálamo, teste de Coombs positivos (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; 
FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.7 Vasodilatadores
Hidralazina e o minoxidil são administrados por VO na terapia a longo prazo, 
enquanto nitroprusseto, diazóxido e fenoldopam são utilizados em quadros emergen-
ciais. É comum a ocorrência de estimulação reflexa cardíaca (aumento da frequência, 
contratilidade cardíaca e do consumo de oxigênio), infarto do miocárdio e IC, aumento da 
concentração de renina plasmática e retenção de água e sódio, podendo ser revertidos 
quando associados a um diurético e β-bloqueador. O minoxidil também pode ser usado 
topicamente para o tratamento de calvície masculina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 
2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.9 Adrenérgicos de ação central
Esses fármacos são esporadicamente utilizados nesses casos, exceto a clonidina. 
Eles funcionam inibindo os centros vasomotores simpáticos e diminuindo a estimulação 
simpática em direção a periférica, o resultado é a redução da resistência periférica total e 
da PA. 
A clonidina além de reduzir a PA, reduz a resistência vascular renal e mantém o 
fluxo sanguíneo renal, deve ser administrada 2 vezes/dia por via oral ou a cada 7 dias se for 
utilizada a forma transdérmica. Pode causar xerostomia, sedação, se administrados com 
ADT há um bloqueio dos efeitos anti-hipertensivos. Importante saber que, a remoção deve 
ser feita de forma gradual enquanto outro medicamento é introduzido na terapia. A metil-
dopa é mais utilizada durante as gestações e seu efeito anti-hipertensivo entre 4 e 6 horas 
após a administração sendo mantido por até 24 horas, ela pode causar hipotensão postural, 
sedação, sonolência, lactação associada a elevação da secreção de prolactina devido a 
sua ação no hipotálamo, teste de Coombs positivos (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; 
FUCHS, WANNMACHER, 2017).
1.8 Vasodilatadores
Hidralazina e o minoxidil são administrados por VO na terapia a longo prazo, en-
quanto nitroprusseto, diazóxido e fenoldopam são utilizados em quadros emergenciais. 
É comum a ocorrência de estimulação reflexa cardíaca (aumento da frequência, contratili-
dade cardíaca e do consumo de oxigênio), infarto do miocárdio e IC, aumento da concen-
86UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
tração de renina plasmática e retenção de água e sódio, podendo ser revertidos quando 
associados a um diurético e β-bloqueador. O minoxidil também pode ser usado topicamente 
para o tratamento de calvície masculina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, 
WANNMACHER, 2017).
1.9 Vasodilatadores
Hidralazina e o minoxidil são administrados por VO na terapia a longo prazo, 
enquanto nitroprusseto, diazóxido e fenoldopam são utilizados em quadros emergen-
ciais. É comum a ocorrência de estimulação reflexa cardíaca (aumento da frequência, 
contratilidade cardíaca e do consumo de oxigênio), infarto do miocárdio e IC, aumento da 
concentração de renina plasmática e retenção de água e sódio, podendo ser revertidos 
quando associados a um diurético e β-bloqueador. O minoxidil também pode ser usado 
topicamente para o tratamento de calvície masculina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 
2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
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87UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
 2 FARMACOLOGIA DA 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
TÓPICO
A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela incapacidade do coração em 
bombear, de forma suficiente, o sangue para o corpo, seja por uma limitação da capacidade 
de enchimento do coração ou de conseguir ejetar o sangue de forma correta. Os pacientes 
apresentam um volume sanguíneo aumentado, retenção hídrica, dispneia e fadiga. Ela 
pode ser decorrente de infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, doença cardíaca 
congênita, doença cardíaca aterosclerótica ou doença valvar cardíaca.
O bombeamento cardíaco nada mais é que a contração da musculatura do coração 
de forma rítmica, portanto, é importante que você se lembre bem da fisiologia da contração 
muscular. A seguir vou explicar de forma bem breve e superficial, só para facilitar a com-
preensão dos mecanismos de ação dos fármacos. 
A contração do músculo cardíaco ocorre frente a um estímulo despolarizante na 
membrana plasmática que irá liberar cálcio no citosol, resultando no encurtamento das 
proteínas de miosina e actina, e depois no retorno delas às posições de origem. A força 
de contração do músculo é diretamente proporcional à quantidade ou concentração desse 
cálcio livre que está presente no citosol, assim, fármacos que aumentam essa concentração 
irão aumentar a força de contração, ou seja, possuem efeito inotrópico positivo.
Em casos de IC o organismo apresenta 3 formas para compensar essa deficiência 
na contração permitindo, assim, o débito cardíaco. A princípio, esses mecanismos apre-
sentam efeito benéfico, contudo a longo prazo compromete ainda mais o funcionamento do 
coração, devido ao maior esforço que está sendo exigido a esse órgão.
88UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Aumento da atividade simpática: a redução da PA ativa os barorreceptores e, 
consequentemente, o sistema nervoso autônomo simpático. A ativação de receptores do 
tipo β provoca o aumento da frequência e da força de contração cardíaca. Também ocorre 
vasoconstrição, com aumento do retorno venoso e estiramento do coração (pré-carga car-
díaca), que por sua vez aumenta o volume sistólico e o débito cardíaco. 
Ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona: a redução do débito 
cardíaco reduz o volume sanguíneo que chega aos rins, o que estimula a liberação de 
renina e, consequentemente, de angiotensina II e aldosterona. O resultado dessa ativação 
é o aumento da resistência periférica, ou pós-carga, e a retenção de água e de sódio. Essa 
retenção faz com que o volume sanguíneo aumente levando mais sangue ao coração, que 
é incapaz de realizar o bombeamento desse sangue extra, e com isso a pressão venosa se 
eleva causando edema periférico e pulmonar. 
hipertrofia cardíaca: a princípio o aumento do estiramento muscular leva a uma 
contração mais forte, contudo o excesso leva ao enfraquecimento das fibras cardíacas e a 
sua contração. O espessamento da parede atrial e ventricular também reduz a quantidade 
de sangue que pode ser alojada no interior das câmaras cardíacas, ao mesmo tempo que 
impede que o relaxamento ocorra de forma correta, dessa forma sempre restará um pouco 
de sangue nesses compartimentos.
Nesse caso, o tratamento farmacológiconão visa a cura do quadro (ou seja, o 
tratamento da doença), e sim tratar e controlar os sintomas, reduzindo a velocidade de pro-
gressão da IC e aumentando a sobrevida do paciente. A utilização de um ou outro fármaco, 
bem como a associação entre eles dependerá da gravidade da doença e das características 
de cada indivíduo. Contudo, o que se espera deles é: (a) a redução do volume de líquido 
extracelular, (b) redução da carga de trabalho do miocárdio, (c) redução da velocidade de 
remodelamento cardíaco, e (d) a melhora da contratilidade cardíaca (BRUNTON, CHAB-
NER, KNOLLMANN, 2012).
Muitos dos fármacos utilizados aqui já foram apresentados anteriormente, como 
os IECA, BRA, antagonistas da aldosterona, β-bloqueadores, diuréticos e vasodilata-
dores [ver: farmacologia da hipertensão arterial]. Agora veremos um pouco mais sobre os 
vasodilatadores diretos, bem como os venodilatadores e os fármacos inotrópicos.
89UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
2.1 Fármacos inotrópicos:
Os fármacos dessa classe aumentam a contratilidade do miocárdio e o débito 
cardíaco, em virtude do aumento de cálcio intracelular nos músculos cardíacos permitindo 
a sua contração. Todos eles estão ligados à redução da sobrevida do paciente e não são 
utilizados de forma rotineira, ficando restritos para uso hospitalar e por períodos curtos, 
exceto a digoxina.
2.1.1 Glicosídeos digitálicos (digitálicos ou glicosídeos cardíacos):
São substâncias com índice terapêutico extremamente baixo e uma mínima altera-
ção da concentração plasmática pode ser fatal.
Farmacocinética: apresentação e absorção entre 65 e 80% após administração 
oral, são amplamente distribuídos no corpo alcançando inclusive o SNC. Não sofre grandes 
biotransformações, sendo eliminada pelos rins quase que totalmente inalterada. O tempo 
de meia-vida é longo, variando de 36 a 40 horas.
Mecanismo de ação: inibe a Na+/K+-ATPase, ou bomba de sódio-potássio, elevan-
do as concentrações intracelulares de sódio, que consequentemente reduz a eliminação 
do cálcio para fora das células (pelo transportador de sódio-cálcio). Todo esse processo 
resulta no aumento do cálcio livre e no aumento da contratilidade cardíaca. 
Efeitos adversos: anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, desorientação, alucina-
ções, visão turva, xantopsia (visão amarelada) e arritmias cardíacas. 
Interação com outros medicamentos: claritromicina, verapamil e amiodarona 
aumentam a concentração de digoxina.
Exemplos de fármacos: digoxina.
Antagonistas: o potássio é usado para reverter quadros de intoxicação (FUCHS, 
WANNMACHER, 2017; KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.1.2 Agonistas β-adrenérgicos:
Causam efeito inotrópico positivo e vasodilatação, pelo aumento do AMPc intrace-
lular o que leva à ativação da proteinocinase. Ela, por sua vez, fosforila os canais lentos 
de cálcio, aumentando o influxo desse íon nas células cardíacas promovendo a contração. 
Devem ser administrados na forma de infusão intravenosa no tratamento na fase aguda.
Exemplos de medicamentos: dobutamina, dopamina (FUCHS, WANNMACHER, 2017).
90UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
2.1.3 Inibidor da fosfodiesterase:
É um inibidor da fosfodiesterase-3, que também aumenta a concentração de AMPc 
intracelular, da mesma forma como os agonistas β-adrenérgicos. Pode ser administrado 
somente de forma parenteral, com meia-vida de eliminação variando de 3 a 6 horas. Po-
dem ser utilizados por curtos períodos em pacientes sem histórico de doença coronariana 
arterial, devido ao aumento substancial do risco de morte em uso prolongado. Além disso, 
também já foi observada a ocorrência de arritmias.
Exemplos de medicamentos: milrinona (FUCHS, WANNMACHER, 2017)
2.2 Vaso e venodilatadores diretos:
Reduzem a pré-carga pela dilatação dos vasos sanguíneos (artérias e veias). Os 
nitratos, exemplos de venodilatadores, sendo utilizados em casos de IC crônica, enquanto 
a hidralazina (vasodilatador), a resistência arteriolar sistêmica a pós-carga. Muito utilizado 
em pacientes que não respondem aos IECAs e BRAs. Os efeitos adversos mais comuns 
são cefaléia, hipotensão e taquicardia.
Exemplos de medicamentos: hidralazina, nitratos (WHALEN, FINKEL, PANA-
VELLI, 2016).
2.3 Ordem do tratamento
O tratamento se inicia com a redução de fatores de risco e controle de doenças 
adjacentes, como a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e administração de IECA 
ou BRA conforme necessidade. β-bloqueadores podem ser utilizados em certos pacientes 
ainda no estágio B, quando a doença ainda não apresenta sintomas. Com o avanço da IC 
a politerapia começa a ser uma realidade, especialmente com a combinação entre IECA e 
β-bloqueadores, ou antagonista da aldosterona e combinações de doses fixas de hidralazina 
e dinitrato de isossorbida em pacientes selecionados. Com a evolução ocorre a restrição de 
sódio na dieta, uso de diuréticos e de digoxina. As dosagens são tituladas e aumentadas de 
forma progressiva, conforme a necessidade de cada paciente, até atingir o débito cardíaco 
ideal ou a dosagem máxima tolerada do fármaco (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
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91UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
 3 FARMACOLOGIA
DAS DISLIPIDEMIAS
TÓPICO
A formação de ateromas é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimen-
to de doenças como AVE, IC, infarto do miocárdio e doença cardíaca coronariana. É uma 
doença na qual ocorre o depósito de gordura em vasos sanguíneos de médio a grande porte, 
restringindo a circulação sanguínea, e por muitas vezes de difícil detecção. A placa atero-
matosa em muitos casos pode se soltar e desencadear as doenças citadas anteriormente.
É caracterizada por elevados níveis de lipoproteína de baixa densidade colesterol 
(LDL) e de colesterol, e baixos níveis de lipoproteína de alta densidade colesterol (HDL). 
Contudo, clinicamente quatro lipoproteínas (esferas compostas de lipídios e proteínas que 
permitem o transporte dos lipídios na circulação sanguínea) são mais importantes, e se 
diferenciam com relação ao tamanho, densidade e funcionalidade.
lipoproteína de alta densidade (HDL): ela é responsável por proteger a homeos-
tasia do colesterol, dessa forma adquire colesterol livre dos tecidos periféricos.
lipoproteína de baixa densidade (LDL): catalisadas especialmente pelo fígado 
e servem como base para a produção de colesterol livre, que por sua vez é utilizado na 
síntese da membrana celular. A produção de HMG-CoA redutase (enzima envolvida na 
formação do colesterol livre por outro mecanismo) e dos receptores de LDL nas células, é 
regulada pela quantidade de colesterol presente dentro das células.
lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL): responsável pelo transporte de 
triglicerídeos para os tecidos periféricos, esses são hidrolisados gerando ácido graxo livre 
que vai para o tecido adiposo ou é utilizado nos músculos estriados (esquelético e cardía-
co), o restante é convertido em LDL.
92UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
quilomícrons: responsável pelo transporte de triglicerídeos (proveniente da ali-
mentação), colesterol não esterificado e ésteres de colesterol.
As dislipidemias podem ser secundárias (decorrente de outros fatores, como 
diabetes melito, doença hepática, insuficiência renal crônica e uso de medicamentos), ou 
primárias (combinação de dieta e genética) como as patologias citadas abaixo.
• Tipo I (hiperquilomicronemia familiar);
• Tipo IIA (hipercolesterolemia familiar)
• Tipo IIB (hiperlipidemia familiar combinada [mista]);
• Tipo III (disbetalipoproteinemia familiar);
• Tipo IV (hipertrigliceridemia familiar);
• Tipo V (hipertrigliceridemia familiar mista).
Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, tabagismo, sedentarismo e consumo 
exageradode alimentos ricos em gordura, são os principais fatores de risco para o seu 
surgimento. O quadro pode ser revertido e prevenido com alteração no estilo de vida e 
mudanças de hábitos, além do uso de medicamentos, lógico. A associação de ambos re-
duz de forma eficaz de 30 a 40% o risco de mortalidade. Esse tratamento farmacológico 
baseia-se no controle e normalização das concentrações das lipoproteínas: inibidores da 
HMG-CoA redutase (redução de LDL), fibratos (redução de VLDL e em menor grau de 
LDL), niacina (redução de LDL e triglicerídeos), resinas ligadoras de ácidos biliares 
(redução de LDL, usado em casos isolados de elevação dessa lipoproteína) e inibidor da 
absorção de colesterol (redução de LDL) (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012; 
FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.1 Inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas)
São os fármacos de primeira escolha em doenças cardiovasculares ateroscleróti-
cas, eles têm a vantagem de estabilizar as placas, melhorar a função endotelial coronariana, 
inibir a formação do trombo plaquetário e a atividade anti-inflamatória. 
Farmacocinética: podem ser administrados na forma de pró-fármacos (sinvastati-
na, lovastatina e pravastatina) ou na forma ativa, após uso por VO a absorção varia de 40 
a 75% (fluvastatina é a exceção sendo quase totalmente absorvida). Sofrem biotransfor-
mação hepática de primeira passagem, e a excreção ocorre em grande parte pela bile, a 
eliminação renal fica entre 5 e 20%.
93UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Mecanismo de ação: inibição competitiva com a enzima HMG-CoA redutase, o que 
limita a produção de colesterol pelas células, consequentemente os estoques intracelulares 
de colesterol reduzem, obrigando as células a aumentar o número de receptores de LDL na 
membrana plasmática, a fim de captar e internalizar mais LDL.
Efeitos adversos: aumento da atividade da aminotransferase sérica, anorexia, mal-estar, 
diminuição abrupta de LDL, miopatia, rabdomiólise, e são contraindicados durante a gestação.
Interação com outros medicamentos: inibidores da CYP3A4 como antibióticos 
macrólidos, ciclosporina, cetoconazol, fibratos, paroxetina, o uso de amiodarona e verapa-
mil aumentam o risco de rabdomiólise, varfarina (efeito da varfarina elevado).
Exemplos de fármacos: lovastatina, sinvastatina, pravastatina, atorvastatina, 
fluvastatina, pitavastatina, rosuvastatina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, 
WANNMACHER, 2017).
3.2 Fibratos
Farmacocinética: absorção completa após administração VO. A genfibrozila apre-
senta alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas e pode atravessar a placenta, e a elimina-
ção acontece pelos rins de forma inalterada. Já o fenofibrato é biotransformado e eliminado 
pela urina na forma de glicuronídeo, apresenta tempo de meia-vida longo (20 horas).
Mecanismo de ação: ativação de receptores proliferador de peroxissomo (regulam o 
metabolismo dos lipídios), esses fármacos promovem a quebra de triglicerídeos das lipoproteínas.
Efeitos adversos: exantemas, distúrbios gastrintestinais, miopatia, arritmias, hipopo-
tassemia, cálculos biliares, miosite (inflamação de um músculo esquelético), não podem ser 
utilizados em pacientes com disfunção renal, disfunção hepática, doença biliar pré-existente.
Interação com outros medicamentos: estatinas (aumento o risco de rabdomiólise 
e miopatia), varfarina (efeito da varfarina é aumentado), genfibrozila não pode ser adminis-
trado com sinvastatina.
Exemplos de fármacos: fenofibrato, genfibrozila (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 
2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.3 Niacina (ácido nicotínico)
Farmacocinética: após administração oral pode ou não ser biotransformada pelo 
fígado, sendo eliminada pelos rins.
Mecanismo de ação: inibe a secreção de VLDL e, consequentemente, a produção 
de LDL, os mecanismos pelos quais ocorre ainda são desconhecidos, mas acredita-se que 
ela inibe a lipólise intracelular através de sinalização mediada por receptores.
94UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Efeitos adversos: intenso rubor cutâneo com sensação desconfortável de calor e 
prurido (ambos podem ser reduzidos com a administração de AAS previamente), náusea, 
dor abdominal, hiperuricemia, gota, hepatotoxicidade, intolerância à glicose deve ser evitada 
em doenças hepáticas (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 
2017).
3.4 Resinas ligadoras de ácidos biliares
Farmacocinética: são substâncias insolúveis em água, como se ligam aos ácidos 
biliares ao longo do intestino não são absorvidos para organismo, dessa forma sua ação é 
local e a eliminação ocorre pelas fezes. 
Mecanismo de ação: os ácidos biliares são, normalmente, reabsorvidos no jejuno 
e no íleo, quando as resinas são administradas ocorre a formação de um complexo por meio 
de suas cargas iônicas. O complexo formado é, então, excretado nas fezes fazendo com 
que a concentração de ácidos biliares se reduza. Dessa forma, o fígado inicia a conversão 
de colesterol em novos ácidos biliares, aumentando a captação de LDL circulante.
Efeitos adversos: constipação, náuseas, flatulência, compromete a absorção das 
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e de outros fármacos como glicosídeos digitálicos, 
diuréticos tiazídicos, varfarina, tetraciclina, tiroxina, sais de ferro, pravastatina, fluvastatina, 
ezetimiba, ácido fólico, fenilbutazona, ácido acetilsalicílico e ácido ascórbico (administração 
nesses casos deve ocorrer de 1 a 2 horas antes ou de 4 a 6 horas após o uso das resinas). 
E são contraindicados em pacientes com hipertrigliceridemia.
Exemplos de fármacos: colestiramina, colestipol, colesevelam (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.5 Inibidor da absorção de colesterol
Farmacocinética: absorvido oralmente de forma rápida, tem seu nível plasmático 
atingido entre 12 e 14 horas, e apresenta tempo de meia-vida de 22 horas. Quase que 
totalmente é eliminado pelas fezes.
Mecanismo de ação: inibe de forma seletiva a absorção de colesterol proveniente 
da dieta e da bile pelo intestino delgado, diminuindo as reservas de colesterol hepático 
e aumentando a captação de colesterol circulante. A redução dos níveis de LDH-C pode 
alcançar 17% e por isso comumente é administrado junto com estatinas ou em pacientes 
que não respondem às estatinas.
Interação com outros medicamentos: fibratos (aumenta a concentração plasmá-
tica de ezetimiba) e colestiramina (reduz a concentração plasmática de ezetimiba).
95UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Exemplos de fármacos: ezetimiba (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FU-
CHS, WANNMACHER, 2017).
3.6 Tratamento combinado
É comum a administração de duas classes para obter os níveis plasmáticos adequa-
dos. Lembrando que a associação pode aumentar as chances de aparecer efeitos adver-
sos, especialmente os relacionados à toxicidade hepática e muscular.
● Inibidor da HMG-CoA redutase + resina ligadora de ácidos biliares;
● Inibidor da HMG-CoA redutase (sinvastatina) + ezetimiba;
Inibidor da HMG-CoA redutase (sinvastatina) + niacina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
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96UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
 4 FARMACOLOGIA DAS 
DOENÇAS TROMBOMBÓLICAS: 
ANTICOAGULANTES,
ANTIPLAQUETÁRIOS
TÓPICO
A resposta normal do corpo para a prevenção e/ou interrupção de sangramentos e 
hemorragias é denominada de hemostasia. Dessa forma, ocorre o bloqueio de qualquer 
vaso sanguíneo e o sistema garante a manutenção dos tecidos e a fluidez do sangue. O 
bloqueio natural de qualquer vaso ocorre por meio de vasoconstrição (VC) e é acompanhado 
por: (a) adesão e ativação de plaquetas, que promovem a formação do tampão hemostático 
interrompendo o sangramento, (b) coagulação, (c) e formação de fibrina.
Quando há formação do tampãoe da coagulação sem a presença de uma lesão 
nos tecidos essa é denominada de trombose. E quando ele está aderido à parede do vaso 
é chamado de trombo, que pode ser arterial ou venoso.
Trombo arterial: ocorre com maior frequência em vasos tamanho médio, é rico 
em plaquetas, por isso é conhecido como trombo branco, e comumente está associado à 
aterosclerose.
Trombo venoso: rico em fibrina (trombo vermelho).
Quando o trombo se desprende e fica vagando pela corrente circulatória passa a 
ser considerado êmbolo. Êmbolos arteriais ficam propensos a se alojarem em artérias e 
órgãos, como o cérebro, causando a morte desses órgãos. Já os êmbolos venosos costu-
mam se alojar na artéria pulmonar, resultando em embolia pulmonar.
Vale lembrar, que trombo é o nome que se dá quando o tampão é formado in vivo, 
ou seja, dentro do organismo, e coágulo ocorre in vitro, por exemplo, em tubos de ensaio 
(RANG et al., 2016; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
Os fármacos utilizados para a prevenção ou tratamento de trombose atuam de três 
formas: (a) na coagulação sanguínea, (b) na função plaquetária, e (c) na remoção da fibrina 
(Figura 3).
97UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
FIGURA 3. O ESQUEMA MOSTRA AS INTERAÇÕES DAS VIAS DE COAGULAÇÃO E PLAQUETÁRIA 
E OS PONTOS PARA A ATUAÇÃO DE FÁRMACOS QUE MODIFICAM ESSES SISTEMAS
Fonte: Rang et al. (2016, p. 726).
4.1 Anticoagulantes
A coagulação do sangue gira em torno, principalmente, da conversão de fibrinogê-
nio solúvel em fibras insolúveis de fibrina por ação da trombina, em decorrência de uma 
complexa cascata enzimática. Pode ocorrer por duas vias: (a) via extrínseca, que se inicia 
pela ativação do fator de coagulação VII pela tromboplastina (fator tecidual) exposta durante 
a lesão, e (b) via intrínseca, que começa com a ativação do fator de coagulação XII quando 
o sangue entra em contato com fibras de colágeno na parede lesionada. O resultado de 
ambas é a conversão da protrombina (fator II) em trombina (fator IIa), sua forma ativa 
responsável pela produção de fibrina na matriz do trombo.
É extremamente importante que esse processo fique localizado somente na região 
da lesão, e para isso existem substâncias endógenas que atuam como inibidores des-
ses fatores, como proteína C, proteína S, antitrombina III e inibidor da via do fator tissular 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
98UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
4.1.1 Heparina e heparinas de baixo peso molecular:
Farmacocinética:
Absorção e distribuição: administração subcutânea ou IV (devido ao tamanho 
grande e carga negativa não atravessam facilmente membranas), com o efeito ocorrendo 
entre 1 e 2 horas no primeiro caso, e em poucos minutos no segundo.
Biotransformação e excreção: é captada pelo sistema monócitos/macrófagos e sofre 
despolimerização e dessulfatação formando produtos inativos que são excretados pelos rins.
Mecanismo de ação: se ligam a antitrombina III, que é responsável pela inibição 
do fator IIa e do fator Xa, essa ligação acelera a reação de inibição em cerca de mil vezes. 
As heparinas de baixo peso molecular (HBPM) atuam da mesma forma, contudo não ligam 
tão fortemente a antitrombina III.
Efeitos adversos: sangramento (pacientes com insuficiência renal e mulheres 
idosas são mais propensas), hipersensibilidade, trombocitopenia, calafrios, febre, urticária e 
choque anafilático, queda de cabelo e alopecia reversível, osteoporose (em uso prolongado).
Contraindicações: hipersensibilidade ao fármaco, sangramento ativo, hemofilia, 
trombocitopenia significativa, hipertensão grave, hemorragia intracraniana, púrpura, lesões 
ulcerativas do trato gastrintestinal, endocardite infecciosa, tuberculose ativa, carcinoma 
visceral, doença hepática, doença renal avançada, ameaça de aborto.
Antagonista: a reversão pode ocorrer com a interrupção do uso e com a adminis-
tração de sulfato de protamina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMA-
CHER, 2017).
4.1.2 Varfarina
Farmacocinética: administrada na forma oral, apresenta biodisponibilidade de 
quase 100% e alta taxa de ligação à albumina plasmática (cerca de 99%), seu tempo de 
meia-vida é de 36 horas, e atravessa a placenta. O pico máximo de efeito demora em torno 
de 72 a 96 horas para acontecer, pois é necessário acabar com os estoques endógenos 
dos fatores II, VII, IX e X já produzidos. É biotransformada pelo fígado (citocromo P450) e 
eliminada pela urina e fezes.
Mecanismo de ação: inibe a ação da enzima vitamina K epóxido redutase, res-
ponsável pela regeneração da vitamina K do epóxido. Para que a formação dos fatores II, 
VII, IX e X aconteça, é preciso que os seus precursores sejam modificados, e essa reação 
depende da presença da vitamina K. A vitamina, portanto, atua como um cofator e após 
a reação se encontra na forma de epóxidos de vitamina K, que é regenerada para ser 
utilizada de novo.
99UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Efeitos adversos: hemorragia (necessidade de constante monitoramento para 
ajuste de dose), síndrome do dedo roxo, lesões de pele e necrose são raras, teratogênicas, 
distúrbios hemorrágicos no feto, formação anormal dos ossos.
Interação com outros medicamentos: é um dos fármacos que mais interage com 
outros medicamentos, a seguir você encontra algumas classes desses medicamentos.
Agentes que inibem o metabolismo hepático de fármacos: cotrimoxazol, cipro-
floxacino, metronidazol, amiodarona, antifúngicos azois. 
Fármacos que inibem a função plaquetária: AAS, antibióticos como moxalactam 
e a carbenicilina.
Fármacos que deslocam a varfarina de seus pontos de ligação na albumina 
plasmática: hidrato de cloral, fenilbutazona.
Fármacos que inibem a redução da vitamina K: cefalosporinas.
Fármacos que diminuem a disponibilidade de vitamina K: sulfonaminas.
Fármacos que induzem enzimas P450 hepáticas: rifampicina, carbamazepina, 
barbitúricos.
Fármacos que reduzem a absorção: colestiramina.
Antagonistas: administração de vitamina K anula o efeito da varfarina, plasma 
congelado e concentrados plasmáticos dos fatores sanguíneos (WHALEN, FINKEL, PANA-
VELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
4.1.3 Inibidores diretos orais do fator Xa
Administração ocorre por VO, a biodisponibilidade é variável entre os representan-
tes indo de 50% (apixabana) até quase total (rivaroxabana), apresentam alta taxa de liga-
ção proteína, podem ou não ser biotransformados e a excreção ocorre pelos rins e pelas 
fezes. Eles atuam inibindo diretamente o fator Xa, e não existe nenhum antagonista que 
possa ser utilizado para reverter seus efeitos caso seja necessário.
Exemplos de fármacos: rivaroxabana, apixabana, edoxabana.
4.1.4 Inibidores diretos da tombina
O etexilato de dabigatrana é um inibidor direto de trombina ativo por VO, por ser um 
pró-fármaco precisa ser convertido em dabigatrana. Com rápido início de ação pode ser admi-
nistrada 1 hora após cirurgias, com doses de manutenção a cada mês. Se for voltado para a 
prevenção de AVE a administração deve ocorrer duas vezes ao dia. Pode causar hemorragias, 
dispepsia, dor abdominal, esofagite, sangramento GI e a interrupção abrupta pode aumentar 
os riscos de eventos trombóticos, deve ser utilizado com cautela em pacientes acima de 75 
anos ou com distúrbios renais. A argatrobana e bivalirudina são outros representantes dessa 
classe, mas sua administração é via parenteral, e pode ser utilizado preventivamente no trata-
mento da trombose (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
100UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
4.1.5 Vitamina K:
A vitamina K é uma vitamina lipossolúvel que participa da formação dos fatores de 
coagulação II, VII, IX e X. Pode ser administrada por VO ou parenteral (vitamina K1 ou fi-
tomenadiona), oralmente ela precisa de sais biliares para ser absorvida. Também pode ser 
encontrada na forma de um sal hidrossolúvel (fosfato sódico de menadiol),que demanda de 
um maior período para iniciar sua ação no organismo. Pode ser utilizada no tratamento e/
ou prevenção de sangramento, e em casos de deficiência em adultos (WHALEN, FINKEL, 
PANAVELLI, 2016).
4.2 Adesão e ativação de plaquetas
Como vimos, após uma lesão tecidual o organismo inicia uma complexa reação 
para evitar a perda de sangue, iniciando com vasoespasmo no vaso sanguíneo seguido da 
formação do tampão de fibrina e plaquetas.
As plaquetas são estruturas circulantes no sangue, a presença de substâncias 
como PG e óxido nítrico impede sua agregação, assim são considerados inibidores da 
aglutinação das plaquetas. As células lesadas produzem menos PG, permitindo que a 
aglutinação ocorra. Ao mesmo tempo, os níveis de trombina, tromboxano e colágeno estão 
baixas e não se ligam as plaquetas, quando essa ligação acontece tem início uma série de 
reações, no qual leva à liberação de grânulos intracelulares pelas plaquetas na circulação, 
que estimulam sua aglutinação.
Em um tecido lesado, as plaquetas cobrem o colágeno exposto iniciando a ativa-
ção plaquetária. As plaquetas ativadas liberam mediadores químicos, como tromboxano 
A2, 5-HT, ADP e fator de ativação plaquetária, que por sua vez irão ativar plaquetas que 
estavam em repouso na circulação sanguínea. Essas por sua vez, ativam mais plaquetas. 
O fibrinogênio se liga em duas plaquetas vizinhas, permitindo a aglutinação. Nesse ponto 
temos um aumento dos níveis de cálcio citosólico e redução do AMPc citosólico. Com a pre-
sença dos fatores de coagulação e dos mediadores na superfície plaquetária há formação 
de trombina, que catalisa a hidrólise do fibrinogênio em fibrina, incorporando-se ao trombo. 
Após sua estabilização há formação do tampão fibrina-plaquetas hemostático.
Para evitar o crescimento excessivo desse trombo, o plasminogênio é convertido em 
plasmina pela via fibrinolítica dissolvendo a rede de fibrina conforme a cicatrização acontece.
Os fármacos antiplaquetários reduzem a formação dos trombos ou a ação de dos 
mediadores responsáveis pela aglutinação. Como os mecanismos de ação dessa classe 
são diferentes, é possível a administração de mais de um fármaco para aumentar o efeito 
esperado (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
101UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
4.2.1 Ácido acetilsalicílico
Inibe a síntese de tromboxano A2, devido a uma ligação irreversível na enzima 
COX-1 [ver: farmacologia da dor, da inflamação e da alergia]. Dessa forma favorece os 
efeitos antiaglutinantes da prostaciclinas, sendo utilizado tratamento profilático da isquemia 
cerebral transitória e na redução da incidência de infarto agudo do miocárdio. Seu uso 
pode ocasionar sangramento gástrico, tontura, surdez, alcalose respiratória, acidose res-
piratória não compensada com acidose metabólica (especialmente em crianças e em altas 
concentrações). Se associado com a varfarina aumenta o risco de hemorragia. O efeito 
sobre a síntese do tromboxano é rápido e dura de 7 a 10 dias, tendo efeito cumulativo se 
utilizado de forma contínua (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
4.2.2 Ticlopidina, clopidogrel, prasugrel e ticagrelor
Farmacocinética: os alimentos interferem com a absorção, se ligam extensamen-
te nas proteínas plasmáticas, são metabolizados hepáticamente nas substâncias ativas, a 
eliminação ocorre tanto pelos rins quanto pelas fezes.
Mecanismo de ação: atuam em um receptor específico, denominado de P2Y12 
ADP, que permite a ligação do ADP nas plaquetas, impedindo a aglutinação.
Efeitos adversos: tempo de sangramento prolongado (sem possibilidade de reversão), 
reações hematológicas graves (ticlopidina), púrpura trombocitopênica (clopidogrel e prasugrel).
Interação com outros medicamentos: omeprazol e esomeprazol reduzem a 
biotransformação (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
4.2.3 Abciximabe, eptifibatida e tirofibana
São administrados IV, com máximo efeito inibitório em 30 minutos que dura de 24 
a 48 horas após a interrupção do medicamento. A ação ocorre pelo bloqueio da ligação do 
fibrinogênio do fator de von Willebrand, como resultado da ligação com o receptor GP IIb/
IIIa. O uso pode causar sangramentos e deve ser evitada a associação com anticoagulante 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
4.2.4 Dipiridamol
É um vasodilatador coronário, que aumenta os níveis intracelulares de AMPc, o 
que reduz a síntese de tromboxano A2 e reduz a aderência das plaquetas no tecido lesado. 
Comumente é administrado VO associado com o AAS para prevenção de AVC, possui 
alta afinidade às proteínas plasmáticas, sofre biotransformação hepática e é eliminado nas 
fezes. É contraindicado para pacientes com angina instável, pode causar cefaléia e hipoten-
são ortostática devido a atividade vasodilatadora (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
102UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
4.3 Fibrinólise (trombólise)
Após ativação do processo de coagulação, entra em cena o sistema fibrinolítico 
em virtude da ativação de diversos ativadores do plasminogênio endógenos. Essas subs-
tâncias fazem com que o plasminogênio, depositado nas fibrinas no interior dos trombos, 
seja quebrado e liberado na forma de plasmina, que possui a função de digerir a fibrina e 
remover o trombo da circulação.
Os fármacos fibrinolíticos agem estimulando/aumentando esse processo, sendo 
mais efetivos logo que o trombo é formado, já que ele se torna mais rígido com o passar do 
tempo. Como é comum o surgimento de novos trombos à medida que o primeiro é quebra-
do, comumente se faz uma farmacologia associada com antiplaquetários e antitrombóticos, 
como o AAS e heparina, respectivamente. A hemorragia é o efeito adverso comum a todos 
os representantes dessa classe, e são contraindicados em gestantes, pacientes com feri-
mentos em processo de cicatrização, com histórico de AVE, tumor cerebral, traumatismo 
craniano, sangramento intracranial e câncer metastático.
A alteplase é obtida através de tecnologia de DNA recombinante, é uma serinopro-
tease que hidrolisa fibrina, estudos mostram que ela é mais ativa sobre o plasminogênio que 
já está ligado à fibrina do que ao plasminogênio plasmático sendo considerada “seletivas 
para o coágulo”. O seu uso é aprovado para casos de infarto agudo do miocárdio, AVE 
agudo. Apresenta meia vida de 5 a 30 minutos, sendo assim sua administração IV ocorre 
com 10% da dose inicialmente e o restante injetado ao longo de 60 minutos. Pode causar 
angioedema orolingual, especialmente quando associado a IECA.
A estreptoquinase é obtida por meios de culturas celulares, atua formando um 
complexo enzimático ativo com o plasminogênio, o plasminogênio não complexado é então 
convertido em plasmina. Além da quebra do tampão de fibrina, auxilia na degradação do 
fibrinogênio e dos fatores de coagulação V e VII. Raramente utilizada atualmente. E por fim, 
a uroquinase hidrolisa diretamente a ligação arginina-valina do plasminogênio, levando a 
formação da plasmina, podendo ser utilizada para a lise de êmbolos pulmonares (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016).
4.4 Anti-hemorrágicos
O sangramento descontrolado pode ocorrer em virtude de quadros de hemofilia, 
de situações fibrinolíticas pós-cirurgias ou do uso de anticoagulantes. O ácido aminoca-
próico e ácido tranexâmico são administrados VO, sendo eliminados pela urina, eles 
inibem a ativação do plasminogênio, sendo o ácido tranexâmico dez vezes mais potente, 
seu uso pode causar trombose intravascular. O sulfato de protamina antagoniza o efeito 
anticoagulante da heparina, se a administração intravenosa ocorrer de forma rápida pode 
causar hipersensibilidade, dispneia, rubor, bradicardia e hipotensão. A vitamina K, trans-
fusão sanguínea e de plasma congelado são outras formas de controlar sangramentos 
(WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
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103UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
 5 PRINCIPAIS
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
TÓPICO
1. Anti-hipertensivos + torsilax®/cimegrip® = diminuição da eficácia dos anti-hipertensivos.
2. Antiplaquetários + ISRS = aumento no risco de sangramento.
3. Atenolol + AAS = redução da efetividade do atenolol.
4. β-bloqueadores + clonidina = aumento no risco de bradicardia, hipotensão e bloqueio 
AV.
5. β-bloqueadores + verapamil, diltiazem = aumento no risco de bradicardia.
6. Captopril + alimentos no geral = diminuição da absorção do IECA.
7. Clopidogrel + AAS [AINE] + = aumento do risco de sangramento. 
8. Clopidogrel + AINES = aumento no risco de sangramento (geral) e gastrointestinal alto.
9. Clopidogrel + omeprazol = redução do efeito antiplaquetário.
10. Colestiramina + levotiroxina = redução da absorção da levotiroxina.
11. Espironolactona + lítio = redução da concentração plasmática do lítio.
12. Estatinas + fibratos = aumento no risco de miopatia e rabdomiólise.
13. Hidroclorotiazida + glibenclamida = diminuição do efeito hipoglicemiante da glibencla-
mida.
14. IECA + inibidor da DPP-4 = aumento no risco de angioedema.
15. IECA/BRA + AINES = diminuição da eficácia dos anti-hipertensivos.
16. IECA/BRA + espironolactona = aumento do risco de hiperpotasemia.
17. IECA/BRA + lítio = aumento na concentração plasmática de lítio.
18. Metoprolol + rivastigmina = aumento no risco de bradicardia e bloqueio cardíaco.
19. Nifedipino + toranja = aumento nas concentrações plasmáticas de nifedipino.
20. Propranolol + fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina = aumento nas concentrações séri-
cas do β-bloqueador.
21. Propranolol + glibenclamida = aumento do risco de perda da sensibilidade à percepção 
de hipoglicemia. 
22. Rivaboxabana + AINE = aumento do risco de sangramento 
23. Rivaboxabana + amiodarona = aumento do risco de sangramento.
24. Sinvastatina + anlodipino = aumento no risco de miopatia e rabdomiólise.
104UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
25. Sinvastatina + claritromicina = aumento no risco de miopatia e rabdomiólise.
26. Sinvastatina, lovastatina, atrovastatina + álcool [uso crônico] = redução na contração 
plasmática de estatinas.
27. Varfarina + AAS [AINE] = aumento do risco de sangramento. 
28. Varfarina + alimentos ricos em vitamina K = redução da efetividade da varfarina.
29. Varfarina + alopurinol = aumento no risco de sangramento.
30. Varfarina + antibióticos em geral = aumento no risco de sangramento.
31. Varfarina + ginseng = redução dos efeitos antitrombóticos do anticoagulante.
32. Varfarina + levotiroxina = aumento no risco de sangramento.
33. Varfarina + metronidazol = aumento no risco de sangramento.
34. Varfarina + omeprazol = aumento no risco de sangramento.
35. Varfarina + suplementos vitamínicos = aumento ou diminuição da efetividade da varfarina.
36. Varfarina + tamoxifeno = aumento no risco de sangramento (BOTTACIN et al., 2021).
105UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença herdada dos pais em 90% dos casos, 
mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do 
indivíduo. De acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) de 2017, a prevalência de hipertensão autorreferida 
passou de 22,6% em 2006 para 24,3% em 2017, ela tende a aumentar com a idade, chegando, em 
2017, a 60,9% entre os adultos com 65 anos e mais.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Hipertensão (pressão alta) Brasília, 2020. Disponível em: ht-
tps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao-pressao-alta-1 Acesso em: 01 ago. 2022.
Um dos fatores de risco das doenças cardiovasculares que têm se tornado prevalentes 
nos últimos anos é o excesso de peso. Das seis principais causas de morte no Brasil, quatro estão 
diretamente ligadas à obesidade: acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, diabetes 
e hipertensão. Indicadores do Ministério da Saúde mostram o avanço do problema com o aumento 
de 60% da prevalência da obesidade no Brasil nos últimos dez anos, passando de 11,8% em 2006 
para 18,9% em 2016. O sobrepeso na população também subiu de 42,6% para 53,8% no período. 
Ou seja, a maioria dos brasileiros está acima do peso ideal. 
Fonte: AVANÇO da obesidade aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Revista Hcor Saúde, 
ed. Nº 20, 2020. Disponível em: https://www.hcor.com.br/materia/avanco-da-obesidade-aumenta-risco-de-
-doencas-cardiovasculares/ Acesso em: 10 set. 2022.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao-pressao-alta-1
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao-pressao-alta-1
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hipertensao-pressao-alta-1
https://www.hcor.com.br/materia/avanco-da-obesidade-aumenta-risco-de-doencas-cardiovasculares/
https://www.hcor.com.br/materia/avanco-da-obesidade-aumenta-risco-de-doencas-cardiovasculares/
https://www.hcor.com.br/materia/avanco-da-obesidade-aumenta-risco-de-doencas-cardiovasculares/
106UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de mais uma unidade. Aqui demos uma volta pela farmacologia 
dos fármacos cardiovasculares e daqueles utilizados no tratamento de doenças do sangue. 
Lógico que algumas classes tiveram que ficar de fora, pois o assunto é bem extenso.
É importante que você tenha compreendido que as patologias mostradas, como a 
hipertensão arterial e a insuficiência cardíaca, são decorrentes de outras comorbidades, 
portanto, não devem ser tratadas de forma isolada. O tratamento não farmacológico é tão 
ou mais importante que o próprio tratamento farmacológico, dependendo do estágio que a 
doença se encontra. Muitas vezes focamos só nas orientações voltadas aos fármacos que 
esquecemos das orientações não farmacológicas, e que como farmacêuticos (as) temos a 
obrigação de informar ao paciente.
Te vejo na próxima unidade.
107UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
LEITURA COMPLEMENTAR
Tratamento das dislipidemias: como e quando indicar a combinação de medicamen-
tos hipolipemiantes
Hiperlipidemia combinada familiar (HCF) é a forma mais comum de hiperlipidemia 
familiar e se caracteriza por resistência à insulina, níveis baixos de HDL-C, níveis altos 
de triglicérides (TGC) e colesterol total associados a vários fenótipos dentro da mesma 
família. HCF associa-se, também, a um alto risco cardiovascular (RCV), e os níveis-alvo 
de tratamento das anormalidades lipídicas têm se modificado recentemente. Reduzir os 
níveis de LDL-C e não HDL-C devem ser os alvos da terapia. Níveis de LDL-C abaixo de 
70 mg/dl têm se mostrado benéficos na RCV em pacientes de alto risco. Várias estatinas 
com diferentes potências e interações medicamentosas estão disponíveis no mercado. A 
terapia combinada de estatinas com sequestradores de ácidos biliares ou ezetimiba pode 
ser necessária para se alcançar os valores-alvo de LDL-C estabelecidos pelas diretrizes. 
Níveis altos de TGC e baixos de HDL-C devem ser também considerados no tratamento, 
e frequentemente somente o uso das estatinas se mostra insuficiente para normalizá-los. 
A combinação de estatinas com fibratos pode auxiliar para reduzir os níveis de colesterol 
e aumentar os de HDL-C, mas está associada à maior frequência de miopatia e toxicidade 
hepática. Assim, a avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios da terapia é recomendável. 
A associação de estatina e niacina parece ser útil para pacientes com HCF, particularmente 
por aumentar os níveis de HDL-C, uma vez que tem sido menos relacionada à alta frequên-
cia de miopatia. A niacina pode ser causa de flushings que podem ser reduzidos com o uso 
de aspirina. O efeito pode também ser minimizado com o uso de formas de liberação lenta 
(Niaspan). A niacina pode também elevar os níveis de glicemia e ácidoúrico. Assim, os 
riscos e benefícios da associação devem ser avaliados. 
Fonte: SCHULZ, I. Tratamento das dislipidemias: como e quando indicar a combinação de medicamentos 
hipolipemiantes. Arq Bras Endocrinol Metab, 50(2), p. 344-359. 2006.
108UNIDADE 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
MATERIAL COMPLEMENTAR
Título: Farmacologia cardiovascular 
Autor: Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
Editora: Rubio.
Sinopse: De maneira prática e atualizada, este livro aborda os prin-
cipais fármacos ligados ao tratamento de doenças cardiovasculares. 
Estruturado de forma concisa e clara, é acessível aos iniciantes no 
estudo da Farmacologia e fonte de atualização para os médicos en-
volvidos com a terapêutica cardiovascular.
Título: O Escafandro e a Borboleta
Ano: 2007.
Sinopse: Aos 43 anos de idade, o editor-chefe da revista Elle, Jean-Do-
minique Bauby, tem um derrame devastador que o deixa paralisado 
e dependente, algo frustrante para um homem conhecido por apro-
veitar demasiadamente a vida. A única coisa capaz de mover é o olho 
esquerdo. Então ele aprende a se comunicar piscando e escreve um 
livro de memórias.
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Plano de Estudos
 ● Farmacologia clínica do sistema respiratório;
 ● Farmacologia clínica do trato gastrointestinal;
 ● Farmacologia clínica do sistema endócrino;
 ● Principais interações medicamentosas.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Apresentar, de forma resumida, os mecanismos fisiopatológicos da asma, 
tosse, doença da úlcera péptica e do refluxo gastroesofágico, constipação 
intestinal, diarreia, diabetes mellitus;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no tratamento, controle e pre-
venção da asma e da tosse;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no tratamento, controle e pre-
venção de quadros que acometem o trato gastrointestinal superior e inferior;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no tratamento, controle e pre-
venção da diabetes mellitus e das doenças da tireoide;
 ● Demonstrar os mecanismos atuação de contraceptivos hormonais;
 ● Citar as principais interações medicamentosas.
4UNIDADEUNIDADE
FARMACOLOGIA DOS FARMACOLOGIA DOS 
GRANDES SISTEMASGRANDES SISTEMAS
Professora Doutora Mariana Volpato Junqueira
110UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
INTRODUÇÃO
Chegamos a última unidade da disciplina de Farmacologia Clínica e Terapêutica, 
aqui conversaremos sobre os fármacos utilizados nos grandes sistemas que não foram 
abordados até o momento: sistema respiratório, trato gastrointestinal e sistema endócrino. 
O nosso foco será os quadros e patologias mais recorrentes de serem encontrados 
no dia a dia na atenção farmacêutica, por exemplo do sistema respiratório falaremos sobre 
a asma e a tosse.
Do trato gastrointestinal terá tanto assunto da porção superior (doença da úlcera 
péptica e do refluxo gastroesofágico) quanto da porção inferior (constipação intestinal e 
diarreia). E por fim, mas não menos importante, o sistema endócrino, e aqui focaremos três 
frentes: a primeira será sobre a diabetes mellitus, essa doença que vem acometendo um 
número cada vez maior de indivíduos, depois sobre os contraceptivos hormonais orais, e 
finalizaremos sobre as alterações da tireoide.
Preparado (a)? Então vamos nessa.
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111UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 1
TÓPICO
O sistema respiratório é uma via de administração importante de medicamentos, 
especialmente quando não é pretendido uma ação sistêmica e quando o foco do tratamento 
são justamente os órgãos que o formam. Aqui falaremos brevemente sobre a asma e os 
medicamentos utilizados no tratamento da tosse.
1.1 Farmacologia da asma
Antes de falar da farmacologia em si, vou apresentar um pouco da fisiopatologia da 
asma, pois dessa forma fica mais fácil compreender os medicamentos que são utilizados 
em cada caso.
A asma é classificada como uma doença inflamatória crônica que atinge as vias 
aéreas levando a broncoconstrição, dificuldade de respirar, tosse e sibilo. Essas altera-
ções são decorrentes da ativação de mastócitos, eosinófilos e linfócitos T auxiliares por 
alergênicos e/ou estímulos físicos. Uma vez ativados, os mastócitos promovem a liberação 
de substâncias broncoconstritoras como histamina, leucotrienos e prostaglandinas (BRUN-
TON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
As crises asmáticas agudas são reversíveis, contudo, à medida que esses episó-
dios acontecem o estado crônico resulta no remodelamento das vias aéreas (aumento do 
tamanho e número das células lisas tanto das vias aéreas, quanto de vasos sanguíneos 
adjacentes e daquelas que produzem muco), se assemelhando a doença pulmonar obstru-
tiva crônica (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012). 
Dessa forma o objetivo dessa farmacologia, é reduzir a frequência e a intensidade 
das crises/sintomas e as limitações que a asma gera no cotidiano do indivíduo. Todo o con-
trole é feito com duas classes: broncodilatadores (agonistas dos receptores adrenérgicos) e 
112UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
anti-inflamatórios (corticosteroides), que são adicionados ao longo das etapas terapêuticas 
(BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
1.1.1 Broncodilatadores
Usados para reverter o broncoespasmo imediato, pois relaxam a musculatura lisa 
das vias aéreas, três grupos podem ser utilizados para esse propósito: agonistas β2-adre-
nérgicos, teofilina e agentes anticolinérgicos. 
Os agonistas β2-adrenérgicos são os mais eficazes e os que apresentam efeitos 
colaterais mais brandos. A via de administração preferível é a inalatória para que o efeito 
aconteça o mais rápido possível. São divididos em curta ação atingindo efeito máximo em 
15 minutos, sendo mantido por até 4 horas (salbutamol e terbutalina) e de longa ação na 
qual o efeito continua por cerca de 12 horas (salmeterol e formoterol). Os primeiros devem 
ser utilizados conforme a necessidade do paciente, enquanto os demais são administrados 
como terapia complementar 2 vezes ao dia. Os efeitos adversos mais comuns são tremor, 
taquicardia, arritmia cardíaca (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012; KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
A teofilina é uma metilxantina (mesma família da cafeína e teobromina), tem sido 
deixada de lado em virtude da estreita janela terapêutica, das potenciais interações me-
dicamentosas, dos efeitos adversos (convulsões ou arritmias potencialmente fatais) e da 
necessidade de monitoramento dos níveis séricos. 
Já os agentes anticolinérgicos, em especial os antimuscarínicos, são utilizados em 
pacientes incapazes de tolerar os efeitos dos agonistas β2-adrenérgicos. O ipatrópio é 
o representante encontrado comercialmente e apresenta menor toxicidade por absorção 
sistêmica que a atropina, mas podem ser relatados gosto amargo e boca seca (BRUNTON, 
CHABNER, KNOLLMANN, 2012; KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.1.2 Corticosteroides
Os corticosteroides são utilizados para inibir e prevenira ativação dos componentes 
inflamatórios da asma, e impedem a progressão da doença. Eles podem ser administrados 
pela via inalatória (primeira escolha devido redução de efeitos adversos sistêmicos) ou via 
oral (em pacientes com asma mal controlada). Os fármacos utilizados pela via inalatória, 
tendem a causar candidíase orofaríngea e rouquidão pela deposição deles nas partes 
superiores do sistema respiratório, que podem ser minimizados com o uso de espaçadores 
acoplados. 
113UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Exemplos de fármacos: beclometasona, budesonida, ciclesonida, fluticasona, 
mometasona, triancinolona (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012; KATZUNG, 
TREVOR, 2017).
Importante saber que os AINES não podem ser utilizados em pacientes asmáticos, 
mesmo apresentando ação anti-inflamatória. Isso ocorre por conta do mecanismo de ação 
deles. O bloqueio da enzima cicloxigenase, que leva a redução da produção de prostaglan-
dinas, aumenta a produção de leucotrienos (lembra que o ácido araquidônico é usado em 
ambas as vias? Se eu reduzo uma, consequentemente eu tenho o aumento da outra). 
1.1.3 Outros fármacos 
Cromoglicato: foi muito utilizado em crianças devido a baixa toxicidade, contudo 
vem sendo substituído pelos corticosteroides inalatórios. Agem como anti-inflamatórios 
podendo ser usado em casos de asma leve persistente.
Inibidores da via dos leucotrienos: promovem a contração da musculatura lisa 
bronquiolar, aumento da permeabilidade endotelial e melhoram a secreção de muco. O 
montelucaste pode ser utilizado em pacientes acima de 12 anos. Outros dois represen-
tantes são zafirlucaste e zileutona, todos eles não podem ser utilizados em situações que 
exigem broncodilatação imediata. Podem causar aumento de enzimas hepáticas, cefaléia 
e dispepsia (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012; KATZUNG, TREVOR, 2017).
1.2 Fármacos usados no tratamento da tosse
A tosse não é uma patologia e sim um mecanismo de defesa do organismo contra 
a entrada de partículas, substâncias irritantes e/ou microrganismos, por exemplo, e dessa 
forma não devemos tratar esse sintoma sem antes saber o que está causando-a, para tratar 
a origem do problema. 
A codeína, vista na Unidade 02, apresenta capacidade antitussígena em concen-
trações menores da necessária para causar analgesia e é normalmente encontrada em 
xaropes. O efeito antitussígeno é causado pela ação central do fármaco no centro da tosse, 
localizado na medula espinhal. Contudo, como se trata de um opióide continua apresentando 
potencial de gerar dependência, outros efeitos correlacionados são: constipação, náusea, 
vômito, fadiga, sonolência, boca seca, vertigem, dor de cabeça (BRUNTON, CHABNER, 
KNOLLMANN, 2012; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
O benzonatato também reprime o reflexo da tosse, contudo sua ação é periférica, 
em decorrência da anestesia de receptores localizados nas vias aéreas, podendo causar 
dormência na boca, língua e garganta, e tontura (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012). 
114UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Tosses com origens alérgicas podem ser tratadas com anti-histamínicos [ver Unidade 
02] como a loratadina e a dexclorfeniramina. Para as tosses secas podem ser utilizados 
antitussígenos não-opióides que agem centralmente em receptores	μ não opioides, levodro-
propizina, clobutinol, dextrometorfano são alguns representantes dessa classe. Já em 
casos de tosse produtiva ou com catarro, podem ser administradas substâncias para deixá-lo 
mais fluido (mucolíticos: acetilcisteina, bromexina) ou que promovam sua expectoração 
(expectorantes: ambroxol, guaifenesina) (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
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115UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
 2 FARMACOLOGIA CLÍNICA DO 
TRATO GASTROINTESTINAL
TÓPICO
O trato gastrointestinal pode ser dividido em porção superior (boca, esôfago, estôma-
go e seus anexos) e porção inferior (intestino delgado, intestino grosso e ânus). Essa parte 
abordará duas situações de cada uma dessas porções: doença do refluxo gastresofágico e 
úlcera péptica que acometem o estômago, e constipação e diarreia voltados à parte inferior.
2.1 Doença do refluxo gastresofágico e úlcera péptica
O refluxo gastresofágico (DRGE) é caracterizada pelo retorno do material gástrico 
para o esôfago e pode causar irritabilidade, problemas respiratórios e déficit de crescimento 
nos pacientes. Já a úlcera péptica é a erosão de uma parte do tecido gástrico, podendo 
ficar superficialmente na camada mucosa ou atingir a camada muscular, se acometer as 
paredes do estômago é denominada de úlcera gástrica e se for localizada nos primeiros 
centímetros do duodeno é chamada de úlcera duodenal. Praticamente todas as úlceras 
são provocadas pelo uso de anti-inflamatórios não esteroides ou pela presença da bactéria 
Helicobacter pylori (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
O tratamento pode ser voltado para a erradicação da bactéria, (b) redução da se-
creção ácida ou (c) a utilização de substâncias protetoras da mucosa gástrica.
• Erradicação bacteriana: antimicrobianos;
• Redução da secreção ácida: anti-histamínicos H2, inibidores da bomba de 
prótons, antiácidos; 
• Protetores da mucosa gástrica (citoprotetores): prostaglandinas, sucralfato e 
subsalicilato de bismuto (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
116UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
2.1.1 Antimicrobianos
O uso de antimicrobianos é restrito a pacientes com úlceras pépticas, visto que a 
DRGE não é causada por bactérias. A presença da H. pylori deve ser confirmada antes 
do início do tratamento, que deve ser realizado com associações de antimicrobianos para 
reduzir a probabilidade de resistência aos fármacos disponíveis.
• Tratamento de escolha: inibidor de bomba de prótons + amoxicilina (pode ser 
utilizado metronidazol em pacientes alérgicos às penicilinas) + claritromicina.
• Tratamento quádruplo (regiões com elevada taxa de resistência à claritromici-
na): inibidor de bomba de prótons + subsalicilato de bismuto + metronidazol + 
tetraciclina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
2.1.2 Anti-histamínicos H2
Apresentam rápida absorção intestinal após administração via oral, todos sofrem 
biotransformação de primeira passagem o que reduz a biodisponibilidade em 50% (exceto 
nizatidina). O t1/2 fica entre 1 e 4 horas, contudo a duração dos efeitos depende da dose 
utilizada. Como são eliminados pelos rins precisa-se ajustar as doses em pacientes com 
insuficiência renal e/ou idosos.
Inibem de forma competitiva os receptores H2 localizados nas células parietais do 
estômago, o que resulta no bloqueio da secreção ácida estimulada pela histamina, particu-
larmente no período noturno.
Essa classe é considerada segura, pois somente uma minoria dos pacientes relata 
efeitos adversos e mesmo assim, esses são leves como diarreia, cefaléia, fadiga, mialgias 
e constipação intestinal. Eles atravessando tanto a placenta como podem ser secretados 
no leite, assim são contraindicados durante a gestação e lactação.
Exemplos de fármacos: cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina (BRUNTON, 
CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
2.1.3 Inibidores de bomba de prótons
Todos os representantes dessa classe são administrados na forma de pró-fárma-
cos, devendo ser ativados posteriormente pelas células parietais. Além disso, são sensíveis 
a ambientes ácidos, e, portanto, devem ser formulados com revestimentos entéricos ou 
liberação tardia como comprimidos, ou na forma de cápsulas.
Administração concomitantemente com alimentos, reduz em 50% a biodisponi-
bilidade dessas substâncias, é recomendado que sejam administrados 1 hora antes das 
117UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
refeições para que a concentração sérica esteja no máximo no momento da alimentação, e 
consequentemente da máximaativação das bombas de prótons. Mesmo tendo um t1/2 curto 
(90 minutos), a ação dura por mais de 24 formas, pois a inibição no sítio de ação ocorre de 
forma irreversível. Após a interrupção do tratamento, são necessários de 3 a 4 dias para 
que o organismo retorne com a produção de ácido.
Como alterar a quantidade de ácido no estômago pode interferir na absorção e 
biodisponibilidade de fármacos, como cetoconazol, itraconazol e digoxina. Devido a meta-
bolização hepática podem reduzir a eficácia do clopidogrel (antiplaquetário), além de já ter 
sido relatado um potencial elevado de risco cardiovascular com essa associação.
Exemplos de fármacos: omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol, 
rabeprazol, pantoprazol (KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.1.4 Antiácidos
Os antiácidos são especialmente utilizados para aliviar a queimação (pirose) e 
dispepsia intermitente. Quimicamente falando são bases fracas e como tais, reagem com 
o ácido clorídrico no estômago por meio de um processo de neutralização formando sal e 
água, o que reduz a quantidade de ácido presente. A capacidade neutralizante depende da 
base utilizada na preparação, sua hidrossolubilidade, taxa de reação, da forma farmacêutica 
e da taxa de esvaziamento gástrico. As bases mais utilizadas são bicarbonato de sódio, 
carbonato de sódio, hidróxido de magnésio e hidróxido de alumínio. 
Os dois primeiros levam a formação de dióxido de carbono que causa distensão ab-
dominal, eructações (arrotos) e alcalose metabólica (em pacientes com insuficiência renal 
ou em altas doses). Os sais de magnésio podem causar diarreia osmótica, pois o composto 
não é absorvido pelo organismo, enquanto os sais de alumínio podem gerar constipação 
intestinal, e por esses motivos é comum encontrá-los em associação. 
Todos eles podem alterar a absorção de outros medicamentos, especialmente 
daqueles que precisam de um meio ácido para que a absorção ocorra, nesses casos é 
recomendado a utilização cerca de 2 horas após a administração de ferro, fluoroquinolonas, 
itraconazol e tetraciclinas, por exemplo (KATZUNG, TREVOR, 2017).
2.1.5 Citoprotetores
Quando conversamos sobre os AINEs, comentei com você que uma das funções 
das prostaglandinas era a proteção da mucosa gástrica, dessa forma a administração de 
análogos dessa substância terão o mesmo efeito. O misoprostol é rapidamente absorvido 
após administração por via oral, biotransformado em uma substância que mantém a ati-
118UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
vidade, contudo apresenta t1/2 extremamente curto (30 minutos) o que faz ser necessária 
a administração de 3 a 4 vezes ao dia. Ele age tanto como citoprotetor como inibindo a 
secreção de ácido.
O sucralfato é um composto formado por hidróxido de alumínio e sacarose que, 
ao entrar em contato com água e/ou soluções ácidas forma um gel firme, se liga a grupos 
carregados positivamente em proteínas da mucosa, tanto normal quanto necrótica. Este 
gel forma uma barreira física sobre as células protegendo do ácido e dando tempo para 
que o tecido possa cicatrizar-se. Quase que 100% do composto não é absorvido, ou seja, 
seu efeito é local praticamente sem efeitos adversos sistêmicos, contudo pode interferir 
na absorção de outros fármacos e substâncias ao se ligar a elas. Já o subsalicilato de 
bismuto, presente no tratamento quádruplo, inibe a atividade da pepsina e aumenta a se-
creção de muco, auxiliando na cicatrização de úlceras pépticas, além de apresentar efeito 
antimicrobiano (KATZUNG, TREVOR, 2017; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
2.2 Constipação
A constipação pode ser evitada com uma alimentação rica em fibras insolúveis, alto 
consumo de água e a prática regular de atividade física. O uso de laxantes deve ser feito 
sempre com orientação (KATZUNG, TREVOR, 2017; WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
2.2.1 Laxativos formadores de massa ou aumentadores de volume
Essas substâncias têm a capacidade de absorver água levando a formação de 
um gel de grande volume, o que resulta na distensão da região do cólon estimulando o 
peristaltismo, ou seja, apresentam ação local e não são absorvidos pelo TGI. Podem ser 
de origem natural, como phyllium (semente de linho) e metilcelulose, ou sintética como a 
policarbofila.
2.2.3 Laxativos surfactantes ou emolientes
Fazem o amolecimento das fezes, deixando com que a água e lipídeos penetrem 
no material fecal. Podem ser administrados por via oral (docusato, óleo mineral) ou retal 
(enema: docusato, supositório: glicerina). O uso prolongado pode levar a alterações na 
absorção de vitaminas lipídicas (A, D, E e K). 
119UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
2.2.4 Laxativos osmóticos e salinos
A ação desses compostos está fundamentada na regulação osmótica do organismo 
(lembra de osmose e isotonicidade?). Como essas substâncias não são absorvidas ao lon-
go do TGI, mesmo sendo hidrossolúveis, elas fazem com que mais água seja direcionada 
para o lúmen do cólon, resultando na diluição das fezes. 
Podem ser açúcares ou sais não absorvíveis, como o (que não deve ser utilizado 
em pacientes com insuficiência hidróxido de alumínio renal por períodos prolongados), 
lactulose, sorbitol (ambos sofrem metabolização pela microbiota intestinal gerando gases 
e cólica), solução de sulfato, citrato de magnésio (ambos usados para casos agudos 
ou para limpezas antes de procedimentos cirúrgicos). Também é comum a utilização de 
soluções com polietilenoglicol na composição.
2.2.5 Laxativos estimulantes e irritantes
Os derivados da antraquinona, como sene, aloe e cáscara sagrada, são pouco 
absorvidos pelo organismo, levando ao processo evacuativo entre 6 e 12 horas após a 
administração por via oral, ou em 2 horas por via retal. O uso prolongado provoca uma 
pigmentação chamada de melanose colônica, e estudos mostram possíveis relações de 
dependência e de destruição do plexo miontérico (cadeia de neurônios e células da glia 
interconectados que controlam a contração muscular do TGI). O bisacodil, um derivado do 
definilmetano, apresenta tempo de ação semelhante aos demais.
2.2.5 Ativadores de canais de cloreto
O mecanismo de ação consiste na abertura de canais de cloreto no intestino delga-
do, com isso tem um incremento na secreção de líquido no lúmen intestinal estimulando a 
motilidade. Mesmo a lubiprostona sofrendo absorção mínima não é indicado em gestantes 
(categoria C), também pode ocorrer náusea em quase metade dos pacientes.
2.3 Diarreia 
Os medicamentos utilizados no controle da diarreia devem ser administrados com 
cautela, pois, esse processo é um dos mecanismos de defesa do organismo para sinalizar que 
algo não está ocorrendo de maneira adequada e podem mascarar uma doença mais grave.
Os opioides apresentam ação antidiarreica, mas devido aos efeitos no SNC não são 
administrados com essa finalidade, exceto o difenoxilado, que só promove ação central e 
de dependência em doses elevadas (é comum sua associação com a atropia que também 
120UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
apresenta efeito contra a diarreia), e a loperamida, que não consegue ultrapassar a barreira 
hematoencefálica e por isso não tem efeito no SNC.
Em diarreias causadas pelo excesso de sais biliares pode ser utilizada as resinas 
ligadoras de ácidos biliares (colestiramina, colestipol, colesevelam) [ver: Unidade 3]. 
Nesses casos deve ter um cuidado especial com pacientes que possuem baixas reservas 
de ácidos biliares circulantes, pois pode resultar em uma má absorção de lipídeos.
Os compostos formados por bismuto (subsalicilato de bismuto) [ver: Item an-
terior] reduzem a quantidade de líquido secretado no intestino. O hidróxido de alumínio 
e a metilcelulose também agem na proteção da mucosa e apresentam capacidade de 
absorver toxinas e microrganismos (ilustrada).
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. . . .(tecido adiposo e músculo esquelético), o fármaco se movimenta de forma 
livre entre esses dois compartimentos, e o final da ação no compartimento central ocorre 
pela sua eliminação ou metabolização. Portanto, alterações de fluxo ou nos processos de 
eliminação e metabolização podem acumular fármaco nos tecidos. Em alguns casos, a 
eliminação do fármaco do plasma não pode ser explicada pela cinética de primeira ordem, 
pois ocorre de forma linear independente da sua concentração. Por exemplo, a metabo-
lização/eliminação do etanol depende da ação da enzima álcool desidrogenase, e como 
toda enzima é saturável, sendo assim vai sempre ocorrer na velocidade de 4 mmol/L/h. A 
fenitoína e os salicilatos também apresentam cinética de saturação ou de ordem zero 
(RANG, et al., 2016).
FIGURA 1. MODELO (A) UNICOMPARTIMENTAL: ANTES DA ADMINISTRAÇÃO (1) E APÓS A 
ADMINISTRAÇÃO (2); E (B) BICOMPARTIMENTAL: ANTES DA ADMINISTRAÇÃO (3), IMEDIA-
TAMENTE APÓS A ADMINISTRAÇÃO (4) E APÓS O EQUILÍBRIO DA DISTRIBUIÇÃO (5)
 
Fonte: A Autora (2022).
12UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
(C) Modelos não lineares e Modelos não compartimentais ou fisiológicos: 
mais complexos e pouco utilizados. 
Quando há administração de múltiplas doses, ou doses repetidas, é comum o acú-
mulo do fármaco no organismo, a menos que ocorra eliminação total entre as dosagens. 
Esse acúmulo ocorre até que se atinja a concentração plasmática de equilíbrio, ou seja, a 
quantidade de fármaco que está sendo administrada é a mesma que está sendo metabo-
lizada/eliminada, em casos de cinética de primeira ordem isso ocorrer por volta do 4º t1/2 
(RANG, et al., 2016).
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 2 TRANSTORNOS DO
SONO E DA ANSIEDADE
TÓPICO
UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
A farmacologia do Sistema Nervoso Central (SNC) é extremamente importante, 
pois não consideramos somente os fármacos com ação terapêutica ali, mas os efeitos 
decorrentes do uso de fármacos com atividade em outros sistemas (p.ex. corticoides) e, 
também, substâncias que interferem nas suas funções (p. ex. cafeína, cocaína, LDS). Aqui 
focaremos no primeiro grupo.
De acordo com Brunton, Chabner e Knollmann (2012) a neurofarmacologia atua 
“aumentando ou atenuando a eficácia de um transmissor e canal ou de uma combinação 
deles” com o objetivo de melhorar o comportamento e/ou estado funcionar de doenças 
neurológicas ou psiquiátricas.
Portanto, você terá que puxar da memória algumas informações lá da fisiologia, 
como: o que são neurotransmissores (NT), os principais NT, ações da noradrenalina, sero-
tonina (5-HT), dopamina e do ácido gama aminobutírico (GABA).
Muitas classes podem ser administradas em diferentes transtornos e patologias, 
então vamos combinar assim: ela terá seu mecanismo de ação, farmacocinética, efeitos 
adversos, exemplos de fármacos, entre outras informações, bem descritivos onde ela foi 
primeiramente utilizada (indicações primárias), por exemplo, antidepressivos podem ser uti-
lizados no transtorno de ansiedade, mas eles foram originalmente pensados para tratamen-
to da depressão, então suas informações estarão em tratamento da depressão, ok? Mas 
não se preocupe, eu vou indicar onde você poderá encontrá-las. Ah, outra consideração, a 
fitoterapia entrará em tratamento não farmacológico, não se assustem.
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14UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
2.1 Transtornos do sono e da ansiedade
Os tratamentos dos transtornos da ansiedade e do sono comumente são apresen-
tados juntos na farmacologia, pois grande parte dos fármacos, aqui utilizados, causam certo 
grau de sedação e de sonolência. Os ansiolíticos são utilizados em casos de transtornos 
da ansiedade, podendo, também, ser administrados em casos de depressão e epilepsia. 
Eles conseguem reduzir a ansiedade devido ao efeito calmante, sem interferir, de forma 
acentuada nas funções motoras ou mentais. Em casos de doses descompensadas pode 
ser visto relaxamento da musculatura esquelética (efeito miorrelaxante) e alterações men-
tais, como confusão. Lembrando que aqui estamos falando da ansiedade patológica, ou 
seja, quando começa a interferir no bem-estar, na rotina e no rendimento do indivíduo. Já 
os hipnóticos são administrados em casos de insônia, pela capacidade de induzir ou manter 
o sono de forma semelhante ao sono natural (BRUTON; CHABNER; KNOLLMANN, 2012).
Por muito tempo os benzodiazepínicos foram os fármacos de primeira escolha, 
contudo, devido aos efeitos adversos recorrentes e dependência vêm sendo substituídos 
pelos antidepressivos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e inibidores 
de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Antipsicóticos e anticonvulsivantes 
também podem ser utilizados especialmente em associação com antidepressivos em de-
terminados tipos de transtornos de ansiedade.
No caso dos distúrbios do sono, mais especificamente a insônia, também podem 
ser utilizados anti-histamínicos, antidepressivos e melatonina em casos específicos, além 
de tratamentos não farmacológicos (FUCHS; WANNMACHER, 2017).
2.2 Benzodiazepínicos (BDZ)
Farmacocinética: 
● Absorção e distribuição: variável dependendo de inúmeros fatores, como a li-
possolubilidade. Todos atravessam a barreira placentária e podem ser encontrados no leite 
materno.
● Biotransformação: hepática (isoenzima CYP3A4), na reação de fase I são oxida-
dos e na reação de fase II sofrem conjugação formando glicuronídeo. Diversos metabólitos 
da fase I continuam ativos e em muitos casos com t1/2 longos (o que dificulta os estudos 
farmacocinéticos).
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15UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
● Excreção: metabólitos hidrossolúveis são excretados pelos rins.
● Fatores que afetam a biodisposição: alterações hepáticas, uso de medicamen-
tos que afetam a atividade enzimática (KATZUNG; TREVOR, 2017).
Mecanismo de ação: se ligam em receptores pós-sinápticos gabaérgicos, em um 
local distinto do GABA, resultando na abertura do canal iônico, por tempo prolongado, o 
que permite um influxo maior de cloreto no interior da célula. A hiperpolarização da célula 
dificulta a despolarização (aumenta a distância até o limiar a ser atingido para a geração do 
potencial de ação no neurônio), e consequentemente reduz a condução neuronal inibindo 
o SNC. Dessa forma, os BDZ potencializam os efeitos fisiológicos do GABA. Vale salientar 
que os efeitos dos BZD só ocorrem na presença do GABA (Figura 2) (WHALEN; FINKEL; 
PAVANELLI, 2016).
FIGURA 2. MODELO DO RECEPTOR GABAÉRGICOS SEM A LIGAÇÃO DE AGONISTAS (1), COM A 
LIGAÇÃO DO GABA (2) E COM A LIGAÇÃO DO GABA E DE BENZODIAZEPÍNICOS - BDZ (3)
Fonte: Adaptado de Whalen; Finkel; Panavelil (2016).
Desenvolvimento de tolerância/dependência: ambos, a retirada deve ser gradual.
Efeitos adversos: sonolência diurna, agravamento de apneia e ronco, má-for-
mação congênita, queda, fratura, problemas de memória (curto e longo prazo), síndrome 
de abstinência (ansiedade, tonturas, tremores, perda de peso, sono perturbado, agitação, 
confusão mental), reação paradoxal, depressão respiratória e cardiovascular grave.
Interação com outros medicamentos: álcool ou opióides potencializam o efeito 
depressor sobre o SNC podendo ser fatal.
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . . .. 
. . . . . 
. 
121UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
 3 FARMACOLOGIA CLÍNICA
DO SISTEMA ENDÓCRINO
TÓPICO
No nosso corpo temos 2 sistemas que funcionam como reguladores e mensageiros 
para os demais sistemas, o SNC e o sistema endócrino. O primeiro atua por meio dos 
neurotransmissores, enquanto o segundo utiliza hormônios para comandar o organismo. O 
sistema endócrino é responsável pela produção dos mais variados tipos de hormônios (ao 
menos já 50 são conhecidos), que irão exercer suas funções ao se ligarem em receptores 
específicos nas mais diferentes células, ou seja, um mesmo hormônio pode gerar respostas 
distintas dependendo da célula que ele está agindo (SILVERTHORN, 2017).
Essas substâncias são produzidas por órgãos que fazem parte desse sistema, como 
hipotálamo, hipófise, pâncreas, tireoide, suprarrenais e as glândulas sexuais femininas e 
masculinas (GRAAFF, 2003). 
3.1 Fármacos antidiabéticos 
As ilhotas pancreáticas, localizadas no pâncreas, são responsáveis pela produção 
de alguns dos principais hormônios do nosso organismo.
TABELA 1. CÉLULAS PANCREÁTICAS E SEUS RESPECTIVOS HORMÔNIOS
Fonte: Adaptado de Katsung, Trevor (2017, p. 150).
122UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
A secreção dessas substâncias está relacionada com a concentração de glicose no 
sangue. Lembrando que a glicose é a principal fonte energética do corpo humano, sendo 
que para alguns tecidos (por exemplo, o cérebro) a fonte é obrigatória. Dessa forma o 
controle da sua concentração é imprescindível para o bom funcionamento do corpo. De 
forma geral, as refeições fornecem uma quantidade excessiva de glicose, que acaba sendo 
armazenada e estocada na forma de glicogênio ou de lipídeos, que serão utilizadas em 
períodos de jejum. Assim, elevadas concentrações de glicose provocam a secreção de 
insulina, enquanto a redução de glicose reduz essa secreção.
A insulina é composta de duas cadeias peptídicas (uma com 21 resíduos e ou-
tra com 30 resíduos), ligadas entre si por ponte de dissulfeto. Sua produção e secreção 
é controlada pela quantidade de glicose na corrente sanguínea, visto que as células B 
respondem a esse açúcar. A presença dos aminoácidos arginina e leucina, e de ácidos 
graxos, bem como a ativação do sistema nervoso parassimpático também são estímulos 
fisiológicos para a sua liberação.
A sua liberação ocorre em duas fases: liberação imediata e liberação tardia. 
Liberação imediata é a liberação da insulina armazenada, e vai ocorrer quando 
a elevação da concentração de glicose circulante estimula a sua captação pelas células B 
pancreáticas (a entrada ocorre por um transportador denominado de GLUT-2 que não é 
dependente de insulina). Uma vez dentro das células dá-se início a glicólise para a geração 
de ATP, que por sua vez inibe canais de potássio sensíveis ao ATP, gerando uma despo-
larização da membrana e permite a entrada de cálcio nessa célula (abertura de canais de 
cálcio dependente de voltagem). O aumento intracelular de cálcio estimula a secreção de 
insulina que estava armazenada dentro das células (Figura 1). 
Já a liberação tardia é a liberação contínua do hormônio armazenado e novas 
sínteses de insulinas, ela acontece quando o estímulo não é pausado, e dá-se continuidade 
a resposta tardia e prolongada, envolvendo a síntese de novas moléculas de insulina para 
serem utilizadas (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016). 
FIGURA 1. SECREÇÃO IMEDIATA DE INSULINA
Fonte: BORON, W. BOULPAEP. Fisiologia Médica. GEN Guanabara Koogan; 1º ed, 2015.
123UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
A insulina é considerada um hormônio anabólico, ou seja, de forma geral suas ações 
têm por finalidade conservar as reservas energéticas, facilitando a captação e o armazena-
mento de glicose, aminoácidos e lipídios. A Tabela 2 mostra os efeitos sobre o metabolismo 
dessas substâncias.
TABELA 2. EFEITOS DA INSULINA NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, DE LIPÍDIOS E DE PROTEÍNAS
Fonte: Adaptado de Graaff (2003).
Mas qual a ligação do pâncreas e desses hormônios com a diabetes melitos? Então 
vamos lá, a diabetes mellitus é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose na circu-
lação sanguínea, em virtude da deficiência de insulina, podendo ou não estar associada à 
resistência à insulina. Seus portadores têm uma liberação descontrolada de glicose pelo 
fígado, acompanhada pela redução da sua captação pelos músculos esqueléticos e da 
diminuição da síntese de glicogênio. A deficiência de insulina pode ser absoluta, no caso 
da DM tipo I ou diabetes melito insulino-dependente, ou relativa na DM tipo II ou diabetes 
melito não insulinodependente, na diabetes melitos gestacional e nos outros tipos (cau-
sada por outras causas como pancreatite, uso de medicamentos) (RANG, et al., 2016).
3.1.1 Análogos da insulina
Até poucos anos, a insulina comercializada era proveniente de pâncreas de animais 
suínos e/ou bovinos recém-abatidos, mas com o avanço da tecnologia de DNA recombi-
nado ela passou a ser produzida em laboratório, sendo quase que inteiramente de origem 
humana, o que reduz o número de reações adversas e efeitos colaterais.
Modificações estruturais permitem a obtenção de formas com diferentes farmaco-
cinéticas, como início e duração de efeitos distintos, o que permite uma adaptação melhor 
às necessidades de cada paciente. Hoje podem ser encontradas no mercado 4 tipos de 
insulina, todas administradas de forma injetável (subcutânea) (Figura 2): (a) de ação rá-
124UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
pida, (b) de ação curta, (c) de ação intermediária, e (d) de ação prolongada. Essa via de 
administração é preferível, pois, por se tratar de uma proteína ela seria degradada no trato 
gastrointestinal (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
FIGURA 2. INÍCIO E DURAÇÃO DE AÇÃO DA INSULINA HUMANA E DOS SEUS ANÁLOGOS
Fonte: Whalen, Finkel, Panavelli (2016).
O uso da insulina em pacientes diabéticos tem por finalidade reproduzir/mimetizar a 
secreção fisiológica, ou seja, o que deveria estar sendo secretado pelo organismo durante 
as refeições, além de garantir os níveis basais dela (concentrações em períodos de jejum). 
De forma geral as formulações de ação rápida e curta são utilizadas no primeiro caso, 
enquanto as de ação longa para o segundo caso.
• Insulina de ação rápida: são preparações que apresentam pH neutro e zinco 
em sua formulação, para garantir uma melhor estabilidade do produto. Apre-
sentam início de ação (pico de insulina entre 30 e 90 minutos) e ação máxima 
rápida (de 4 a 5 horas), simulando a liberação em situações prandiais, podendo 
ser administradas imediatamente antes das refeições, 15 minutos antes ou de 
15 a 20 minutos após, o que não exige do paciente um rígido planejamento e 
controle dos horários de refeições e administração do medicamento.
Exemplos de análogos: insulina lispro, insulina asparte e insulina glulisina
• Insulina de ação curta: também conhecida como insulina regular, também 
possui zinco em sua formulação (com a mesma função anteriormente citada). 
Seu efeito já pode ser observado em 30 minutos após administração, com pico 
de concentração entre 2 e 3 horas e duração máxima de efeito de 5 a 8 horas, 
sendo assim são reservadas para momentos de refeições. Pode causar hiper-
glicemia precoce pós-prandial e aumento da glicemia pós-prandial de forma 
tardia, e por isso é recomendada a injeção em um intervalo de 30 a 45 minutos 
antes da alimentação. Por ser a única que pode ser administrada de forma 
intravenosa, pode ser usada em quadros de cetoacidose diabética.
• Insulina de ação intermediária: A insulina neutra com protamina Hagedorn, 
conhecida como NPH, tem sua ação retardada justamente pela presença da 
125UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
protamina, que precisa ser degradada por enzimas proteolíticas liberando a 
insulina que estava associada a ela. Dessa forma o início de ação começa entre 
2 e 5 horas, e pode durar até 12 horas.Pode ser usada em combinação com as 
anteriores. Por apresentar uma taxa de absorção bem irregular e com isso perfis 
de ação variados, seu uso clínico está diminuindo. 
• Insulina de ação longa: A insulina glargina não apresenta pico de concen-
tração, ou seja, sua liberação e absorção permanece constante durante todo o 
período, remetendo a secreção basal do hormônio. O início da ação ocorre em 
até 90 minutos após a administração, apresentando o seu máximo entre 4 e 6 
horas, e se mantendo dessa forma por até 24 horas, o que permite que seja inje-
tado somente 1 vez ao dia. Outro exemplo é a insulina detemir, que apresenta 
ação intermediária entre a NPH e a glargina, com efeito, durando em torno de 
12 horas (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
Importante mencionar, que as insulinas de ação prolongada não devem ser ad-
ministradas na mesma seringa que as insulinas das outras classes para evitar alterações 
do perfil farmacodinâmico. Contudo, existem misturas de insulinas disponíveis que visam 
diminuir o número de injeções por dia nos pacientes, mas que, por outro lado, dificultam o 
ajuste de dose nesses indivíduos.
A reposição desse hormônio pode causar hipoglicemia (dosagens acima do ne-
cessário, consumo baixo de carboidratos e/ou esforço físico fora do comum ao paciente), 
sendo caracterizada pela ocorrência de cefaleia, ansiedade, taquicardia, confusão mental, 
vertigens, diaforese, tremores, aumento do apetite, visão turva, fraqueza e fadiga. Os pa-
cientes também podem produzir anticorpos anti-insulina gerando processos alérgicos à 
insulina e/ou resistência imune à insulina. A resistência à insulina já foi relacionada com o 
aumento do risco do paciente em desenvolver câncer. 
3.1.2 Sulfonilureias
Farmacocinética: boa absorção por via oral, t1/2 relativamente curtos, biotransfor-
mação hepática com metabólitos que raramente apresentam atividade, excreção renal.
Mecanismo de ação: Promovem a liberação de insulina (e por isso são denomi-
nados de secretagogos de insulina) por meio de estimulação das células B pancreáticas e 
bloqueio dos canais de potássio sensíveis ao ATP, essa despolarização causada resulta na 
abertura de canais de cálcio, que por sua vez promove a liberação da insulina pronta.
Efeitos adversos: hipoglicemia
126UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Interação com outros medicamentos:
Exemplos de fármacos: tolazamida, tolbutamida, clorpropamida (raramente utili-
zados), glibenclamida, glipizida, glimepirida.
Observações: deve ser usado de forma cautelosa em pacientes idosos e/ou com 
doenças cardiovasculares, contraindicados em pacientes com insuficiência hepática e/ou 
renal (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.3 Glinidas
Farmacocinética: devem ser administradas antes das refeições, apresenta dura-
ção de efeitos de cerca de 2 horas, são eliminadas pela bile.
Mecanismo de ação: estimula a secreção de insulina devido ao fechamento dos 
canais de potássio dependente de ATP, com início de ação mais rápido e duração de efeito 
mais curto que a sulfonilureias.
Efeitos adversos: aumento da massa corporal, hipoglicemia. 
Exemplos de fármacos: repaglinida, nateglinida.
Interação medicamentosa: não podem ser associados às Sulfonilureias (WHA-
LEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.4 Biguanidas
Mecanismo de ação: considerados sensibilizadores de insulina, pois elevam a 
captação e a utilização de glicose pelos tecidos do corpo, resultando na diminuição da re-
sistência à insulina. Isso ocorre pelo bloqueio do processo de gliconeogênese pelo fígado, 
retardamento da absorção intestinal de glicose.
Efeitos adversos: deficiência de vitamina B12, acidose láctica, gastrintestinais, 
como anorexia, náuseas, vômito, desconforto abdominal e diarreia. 
Exemplos de fármacos: metformina (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; 
KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.5 Tiazolidinadionas
Mecanismo de ação: agonistas dos receptores γ ativado por proliferador pero-
xissoma (PPARγ), que promovem a redução da resistência à insulina, especialmente nos 
tecidos musculares, adiposo e hepático. 
Efeitos adversos: monitorização da função hepática por possível caso de hepa-
totoxicidade, aumento da massa corporal, osteopenia, aumento do risco de câncer vesi-
cal. Devem ser evitados em lactantes.
127UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Exemplos de fármacos: pioglitazona, rosiglitazona (WHALEN, FINKEL, PANA-
VELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.6 Inibidores da α-glicosidade
São pouco absorvidos, sendo biotransformada pelas bactérias intestinais. A ação 
ocorre pela inibição reversível da enzima α-glicosidade, responsável pela hidrólise dos 
carboidratos em glicose. Os efeitos mais comuns são a ocorrência de flatulência, diarreia e 
cólicas intestinais.
Exemplos de fármacos: acarbose e miglitol (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 
2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.7 Incretinomiméticos
A exenatida e a liraglutida são fármacos que mimetiza, ou seja, que agem da 
mesma forma que as incretinas (peptídeos semelhantes ao glucagon), essas são as res-
ponsáveis pela liberação de 60 a 70% de insulina pós-prandial (dependente de glicose). 
Além de reduzir a secreção de glucagon, induzem a proliferação de células beta, reduzem 
o ganho de massa corporal, a hiperglicemia pós refeições e os níveis de hemoglobina 
glicada. Também devem ser administrados via subcutânea. A primeira apresenta meia-vida 
curta e por isso deve ser administrada duas vezes ao dia (uma hora antes do desjejum e do 
jantar), já a segunda pode ser injetada uma vez/dia.
Efeitos adversos: náusea, êmese, diarreia, constipação e pancreatite (WHALEN, 
FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.8 Inibidores da dipeptidilpeptidase-4
Atuam inibindo a enzima dipeptidilpeptidase-4, responsável pela inativação da 
incretina. A presença da incretina aumenta a liberação de insulina e reduz a secreção do 
glucagon. Os efeitos colaterais mais comuns são nasofaringite, cefaleia, pancreatite
Exemplos de fármacos: alogliptina, linagliptina, saxagliptina e sitagliptina (WHA-
LEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.9 Inibidores do cotransportador 2 sódio-glicose
Devem ser administrados antes da primeira refeição, sendo majoritariamente eli-
minados pelas fezes. Agem inibindo o cotransportador-2-sodio-glicose, responsável pela 
reabsorção de glicose nos rins, o que promove o aumento da sua eliminação. Podem 
facilitar o surgimento de infecções do trato geniturinário.
128UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Exemplos de fármacos: canagliflozina, dapagliflozina (WHALEN, FINKEL, PANA-
VELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.1.10 Análogo sintético da amilina
A prandilina auxilia a insulina durante as refeições dos pacientes, e deve ser ad-
ministrada via subcutânea antes desses momentos. Com ela, a dose de insulina deve ser 
reduzida pela metade. Os efeitos colaterais mais comuns são hipoglicemia grave, anorexia, 
náusea e êmese. Essa substância deve ser evitada em pacientes com gastroparesia diabé-
tica e pacientes sensíveis ao cresol (KATZUNG, TREVOR, 2017).
3.2 Fármacos tireoidianos
Outra glândula importante desse sistema é a tireoide. Ela é responsável pela sín-
tese e secreção dos hormônios tireoidianos, a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4 
ou tiroxina) que são fundamentais para o crescimento e manutenção dos tecidos, além de 
auxiliar na regulação da temperatura corpórea e no metabolismo energético. Outro hormô-
nio sintetizado é a calcitonina, imprescindível para a manutenção do metabolismo do cálcio. 
Aqui focaremos nos primeiros (rang).
Tanto a T3 quanto a T4 apresentam em suas estruturas químicas um micronutrien-
te, o iodo. A Figura 3 apresenta esquematicamente a rota sintética e de liberação desses 
hormônios (RANG, et al., 2016). 
FIGURA 3. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA SÍNTESE E LIBERAÇÃO DE TRIIODOTIRONINA 
(T3) E A TETRAIODOTIRONINA(T4 OU TIROXINA)
Fonte: Whalen, Finkel, Panavelli (2016).
129UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
A deficiência desses hormônios leva a uma condição chamada de hipotireoidismo, 
caracterizada por bradicardia, baixa resistência ao frio, pele e cabelo secos, irritabilidade, 
cansaço, retardo físico e mental em adultos, e retardo mental e nanismo em crianças. Já 
o excesso, ou hipertireoidismo, apresenta-se como taquicardia, arritmias cardíacas, debili-
tação corporal, nervosismo, tremores, produção excessiva de calor, perda de peso, olhos 
salientes e pescoço inchado (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
A reposição hormonal, com levotiroxina (T4), liotironina (T3) ou liotrix (com-
binação dos dois), ocorre por formulações para administração por via oral, sendo bem 
absorvidos, exceto na presença de alimentos e medicamentos que tenham cálcio e alumí-
nio. Fármacos indutores enzimáticos (como a carbamazepina, fenobarbital e rifampicina) 
aumentam a metabolização. Eles agem em diversos tecidos e para isso precisam entrar 
nas células, por meio de transportadores específicos, a alcançar o núcleo para ativar re-
ceptores que promovam a formação de RNA e a síntese proteica. Efeitos tóxicos, como 
nervosismo, palpitações, taquicardia, perda de massa corporal e intolerância ao calor, são 
dose dependente (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016; KATZUNG, TREVOR, 2017). 
3.3 Contraceptivos hormonais 
O ovário é a gônada feminina responsável pela produção dos hormônios sexuais, 
em especial o estrogênio e a progesterona, que podem ser utilizados durante a reposição 
hormonal, controle da menopausa e para contracepção, que será o foco dessa parte do 
material. Ao longo do ciclo menstrual a concentração desses hormônios variam, bem como 
do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH) (produzidos pela 
hipófise), permitindo a liberação do óvulo, descamação do endométrio (menstruação) ou 
a manutenção da gestação, caso ocorra a fecundação (Figura 4) (BRUNTON, CHABNER, 
KNOLLMANN, 2012).
130UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
FIGURA 4. FASES DO CICLO MENSTRUAL
Fonte: PERCEPÇÃO da fertilidade. Lado oculto da Lua, 2015. Disponível em: http://www.ladoocultodalua.
com/2015/05/08/ciclo-menstrual/ Acesso em: 10 set. 2022.
3.3.1 Estrogênio
A mulher secreta 3 tipos de estrogênio: estradiol ou 17β-estradiol (principal), es-
trona e estrinol. Ao longo da gestação é produzido em altas concentrações pela placenta. 
O etinilestradiol é um dos representantes dos estrogênios sintéticos, que se diferenciam 
dos anteriores por apresentarem menor biotransformação de primeira passagem, o que os 
tornam mais eficazes após administração por via oral. 
Uma vez na circulação sanguínea, se ligam a proteínas plasmáticas (α2-globulina) 
e são biotransformados no fígado e excretados na bile. Contudo, podem sofrer hidroxilação 
ao longo do intestino (metabólitos ativos) e são reabsorvidos. Esses hormônios ligam-se a 
receptores nucleares nas células, levando a síntese de RNA hormônio-específico, respon-
sável por diversas funções fisiológicas. 
http://www.ladoocultodalua.com/2015/05/08/ciclo-menstrual/
http://www.ladoocultodalua.com/2015/05/08/ciclo-menstrual/
http://www.ladoocultodalua.com/2015/05/08/ciclo-menstrual/
131UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
O uso dessas substâncias pode provocar náusea, sensibilidade mamária, san-
gramento uterino em período pós-menopausa, hiperpigmentação, enxaqueca, elevar os 
riscos cardiovasculares e de câncer de mama. Não devem ser utilizados em pacientes com 
carcinomas que respondam ao estrogênio, e deve ser evitado em pacientes com distúrbio 
tromboembólico e doença hepática (BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012). 
3.3.2 Progestinas
A progesterona é o representante natural desse grupo, sendo produzido na 
última metade do ciclo menstrual e ao longo da gestação, pela placenta. Os sintéticos 
(desogestrel, dienogeste, drospirenona, levonorgestrel, noretisterona, acetato de 
noretisterona, norgestimato, norgestrel) são mais estáveis a biotransformação hepática, 
podendo ser administrados em doses menores em administração por via oral. O acetato de 
medroxiprogesterona é utilizado em preparações injetáveis, com t1/2 de 30 dias, assegu-
rando atividade por 90 dias. Eles agem de forma similar ao estrogênio. Pode haver relatos 
de enxaqueca, aumento do peso corporal, alteração na libido, depressão, acne, hirsutismo 
(BRUNTON, CHABNER, KNOLLMANN, 2012).
3.3.3 Contraceptivos hormonais orais
Os contraceptivos hormonais disponíveis no mercado são formados por progesti-
nas ou pela combinação dessas com os estrogênios. Essas associações podem apresentar 
uma concentração única ao longo do ciclo, sendo denominadas de monofásicos. Quando 
há alteração das concentrações hormonais de um ou dos dois compostos, são chamados 
de bifásicos ou trifásicos dependendo do número de mudanças, esses geralmente apre-
sentam doses constantes de estrogênios e doses crescentes de progestinas, de forma a 
mimetizar o ciclo menstrual.
A ação dessas substâncias está relacionada com a inibição da função hipofisária 
levando a inibição do processo ovulatório, além disso, as progestinas espessam o muco 
cervical, dificultando o deslocamento dos espermatozoides. Em contrapartida, são comuns 
relatos de inchaço devido à retenção hídrica, náuseas, cefaleia, ingurgitamento mamário, 
depressão, alteração da libido, hirsutismo e acne, menos frequente são as ocorrências de 
tromboembolismo, tromboflebite, infarto do miocárdio e AVE, especialmente em fumantes e 
mulheres com idade superior a 35 anos. 
Antimicrobianos, em especial os antibióticos, alteram a microbiota intestinal e con-
sequentemente reduzem o ciclo êntero-hepático dos contraceptivos levando a diminuição 
da biodisponibilidade e efetividade. Indutores enzimáticos, como a rifampicina, também 
reduzem a eficácia (KATZUNG, TREVOR, 2017).
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132UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
 4 PRINCIPAIS INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
TÓPICO
1. Antiácidos + tetraciclinas = diminuição da absorção do antimicrobiano.
2. Canaglifozina + digoxina = aumento das concentrações plasmáticas da digoxina.
3. Canaglifozina + ritonavir = redução da eficácia da canaglifozina.
4. Contraceptivos hormonais + antibióticos em geral = possível redução da 
eficácia contraceptiva.
5. Contraceptivos hormonais + antifúngicos azólicos = aumento na concentra-
ção plasmática do estrógeno.
6. Contraceptivos hormonais + fenitoína ou topirmanato = redução da efetivida-
de do contraceptivo.
7. Contraceptivos hormonais + griseofulvina = redução da efetividade do contraceptivo.
8. Contraceptivos hormonais + lamotrigina = redução da efetividade do anti-
convulsivante.
9. Contraceptivos hormonais + levotiroxina = redução da efetividade da levotiroxina.
10. Contraceptivos hormonais + rifampicina = redução da efetividade do contraceptivo.
11. Glibenclamida + alimentos em geral = diminuição da absorção do hipoglicemiante.
12. Glibenclamida + hidroclorotiazida = diminuição do efeito hipoglicemiante da gli-
benclamida.
13. Glibenclamida + propranolol = aumenta o risco de perda da sensibilidade à 
percepção de hipoglicemia.
14. Hidróxido de alumínio + levotiroxina = diminuição da absorção do hormônio.
15. Inibidores de DPP-4 + IECA = aumento no risco de angioedema.
16. Levotiroxina + alimentos em geral = diminuição da absorção da levotiroxina 
[administração deve ocorrer 1 hora antes do café da manhã ou 2 horas após].
133UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
17. Levotiroxina + colestiramina = redução da absorção da levotiroxina.
18. Levotiroxina + orlistat = diminuição da absorção da levotiroxina.
19. Levotiroxina + sulfato ferroso = diminuição da absorção da levotiroxina.
20. Levotiroxina + varfarina = aumentono risco de sangramento.
21. Metformina + álcool (sobrecarga aguda) = aumento no risco de acidose lática 
e hipoglicemia.
22. Metformina + alimentos em geral = menor possibilidade de reação adversa 
gastrointestinal por pico de absorção mais lento.
23. Metformina + cefalexina = aumento no risco de reações adversas da metformina.
24. Metformina + cimetidina = aumento na concentração plasmática da metformina.
25. Metformina + dolutegravir = aumento nas concentrações de metformina.
26. Metformina + topiramato = risco aumentado de acidose lática (BOTTACIN et al., 2021).
134UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer grau de intolerância à gli-
cose, com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação. Esta definição se aplica indepen-
dentemente do uso de insulina ou se a condição persiste após o parto e não exclui a possibilidade 
de a intolerância à glicose ter antecedido a gravidez. 
Fonte: BOLOGNANI, C. V.; SOUZA, S. S.; CALDERON, I. M. P. Diabetes mellitus gestacional - 
enfoque nos novos critérios diagnósticos. Com. Ciências Saúde, v. 22, p. 31-42. 2011.
No entanto, é necessário lembrar que o uso repetitivo ou frequente da AE [anticon-
cepção de emergência, isto é pílula do dia seguinte] compromete sua eficácia, que será 
sempre menor do que aquela obtida com o uso regular do método anticonceptivo de rotina.
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações 
Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Anticoncepção de Emergência: perguntas 
e respostas para profissionais de saúde/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departa-
mento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno3_saude_mulher.pdf. Acesso em: 25 ago. 2022.
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135UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Terminamos a unidade final dessa disciplina. Viu como não foi tão difícil como pare-
cia no início? Nessa última parte abordamos três grandes sistemas: respiratório, digestório 
e endócrino, que são justamente os mais encontraremos no dia a dia de quem seguir o 
caminho da atenção farmacêutica e da dispensação. 
Portanto, espero que você termine essa unidade sabendo das principais caracterís-
ticas das classes mais utilizadas em cada patologia e situação que foi apresentada, e que 
você consiga passar essas informações para os seus pacientes.
 Quem sabe nos vemos em uma outra oportunidade!
136UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
LEITURA COMPLEMENTAR
LEITURA 1: Faça você mesmo: espaçador artesanal para inalador pressurizado (bombinha)
Folder explicativo para a produção de espaçadores inalatórios caseiros que podem 
ser acoplados em bombinhas (tratamento da asma).
 
Fonte: SILVA, H. M; FRADE, J. C. Q. P. Faça você mesmo: espaçador artesanal para inalador pressurizado 
(bombinha). Conselho Federal de Farmácia. Brasília. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%-
C3%A7adores.pdf Acesso em: 10 set. 2022.
LEITURA 2: Como usar inalador pressurizado (bombinha) com espaçador
Folder explicativo com as formas corretas para a utilização de espaçadores acopla-
dos em bombinhas (tratamento da asma).
Fonte: SILVA, H. M; FRADE, J. C. Q. P. Como usar inalador pressurizado (bombinha) com espaçador. 
Conselho Federal de Farmácia. Brasília. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7ado-
res%20acoplados.pdf Acesso em: 10 set. 2022.
https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7adores.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7adores.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7adores acoplados.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7adores acoplados.pdf
https://www.cff.org.br/userfiles/Espa%C3%A7adores acoplados.pdf
137UNIDADE 4 FARMACOLOGIA DOS GRANDES SISTEMAS
• Título: Cadernos de atenção básica: diabetes mellitus
• Autor: Ministério da Saúde.
• Sinopse: Este Caderno de Atenção Básica traz o protocolo 
atualizado baseado em evidências científicas mundiais, diri-
gido aos profissionais de saúde da Atenção Básica, sobretudo 
os das equipes Saúde da Família, que poderão, com ações 
comunitárias e individuais, informar a comunidade sobre 
como prevenir a doença, identificar grupos de risco, fazer 
o diagnóstico precoce e a abordagem terapêutica inclusive 
a medicamentosa, manter o cuidado continuado, educar e 
preparar portadores e famílias a terem autonomia no au-
tocuidado, monitorar o controle, prevenir complicações e 
gerenciar o cuidado nos diferentes níveis de complexidade, 
buscando a melhoria da qualidade de vida da população.
MATERIAL COMPLEMENTAR
• Título: Continência ao amor
• Ano: 2022.
• Sinopse: Uma cantora se casa por conveniência com um 
militar que está prestes a ir para a guerra, mas uma tragédia 
transforma esse relacionamento de fachada em realida-
de. A história se passa na Califórnia (EUA), a protagonista 
Cassandra Salazar tem diabetes tipo 1, e o filme mostra os 
problemas enfrentados para ela conseguir a indispensável 
insulina para sobreviver.
• Título: Quebrado (Broken)
• Ano: 2012.
• Sinopse: Um filme independente tem arrebatado as plateias 
europeias. “Broken”, uma produção inglesa e que conta com 
grandes nomes como Tim Roth e Cillian Murphy no elenco, 
conta uma impactante história de sobrevivência em meio 
à violência e pobreza. O roteiro é uma versão moderna e 
mais sombria do clássico livro “To Kill a Mockingbird” (“O Sol 
é para Todos”, no Brasil), da autora Harper Lee. De especial 
interesse para nós é que, em diversas partes do filme, po-
demos acompanhar as dificuldades e aprendizados de uma 
garotinha de 11 anos (interpretada pela estreante Eloise 
Laurence) que tem de conviver com seu diabetes tipo 1.
138
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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São Paulo: Santos, 2013.
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o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. 
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WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELLI, T. A. Farmacologia Ilustrada. 6 ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.
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Artmed, 2016.
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CONCLUSÃO GERAL
E não é que chegamos ao final da disciplina? Sei que o conteúdo não é dos mais fáceis 
e que você precisou relembrar conteúdos de outras disciplinas, mas tentei deixar o entendimen-
to dos mecanismos de ação o mais tranquilo possível, sendo bem direta nos acontecimentos.
O mesmo eu fiz com as principais interações, ao final de cada unidade você en-
controu uma lista com os fármacos relacionados àquela unidade em específico, e com 
a consequência de cada interação, para ficar mais fácil e rápido de localizar caso você 
precise futuramente.
A escolha de cada classe de medicamento e das patologias abordadas também foi 
pensada com muito cuidado, levando em consideração o que você pode encontrar com maior 
frequência no dia a dia da dispensação e da atenção farmacêutica, assim você terá emba-
samento para orientar de forma correta os pacientes, pois sim, são pacientes e não clientes!
Cada unidade focamos em sistemas específicos, e dessa forma conseguimos ver 
o corpo humano como um todo, iniciando com a farmacocinética clínica e partindo para a 
farmacodinâmica nas demais unidades. A unidade 2 foi um pouco mais abrangente, pois 
falamos da dor, do processo inflamatório e alérgico, mas você pode perceber que eles se 
interligam e por isso estavam agrupados.
O mesmo ocorreu na unidade 3, mesmo o ponto focal sendo a parte cardiovascular, 
tivemos que entrar um pouco no renal, pois, o controle da pressão arterial também ocorre ali.
Espero ter contribuído para o seu aprendizado e te desejo muito sucesso nessa jornada
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
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16UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Exemplos de fármacos: alprazolam, clonazepam, diazepam, lorazepam, midazo-
lam, triazolam.
Antagonista: flumazenil (administrado em casos de intoxicação ou pequenas cirurgias).
Observações: devem ser administrados por curto período, especialmente em 
pacientes geriátricos. Podem ser utilizados como pré-medicação ansiolítica antes de ci-
rurgias e procedimentos odontológicos (FUCHS; WANNMACHER, 2017). Classe B1 de 
medicamentos controlados, receituário de cor azul (BRASIL, 1998).
2.3 Imidazopiridinas (hipnóticos não benzodiazepínicos ou 
agonistas de receptores de benzodiazepínicos)
Farmacocinética:
● Absorção e distribuição: rápida absorção após administração oral. Todos atra-
vessam a barreira placentária e podem ser encontrados no leite materno.
● Biotransformação: A formação de metabólitos inativos ocorre de forma rápida, 
por reações de oxidação seguida de hidroxilação (isoenzima CYP3A4). Dose deve ser 
reduzida em pacientes com problemas hepáticos e em idosos. 
● Excreção: renal.
● Fatores que afetam a biotransformação: alterações hepáticas e uso de medi-
camentos que afetam a atividade enzimática (KATZUNG; TREVOR, 2017).
Mecanismo de ação: agonistas gabaérgicos no receptor GABAA (Figura 3).
Desenvolvimento de tolerância/dependência: sim (tolerância).
Efeitos adversos: sonolência, quedas, perda de memória, comportamentos auto-
máticos (p.ex. sonambulismo), síndrome de abstinência, reação paradoxal.
Interação com outros medicamentos: outros depressores do SNC (efeito aditivo).
Exemplos de fármacos: zolpidem e zopiclona.
Antagonista: flumazenil.
Observações: Classe B1 de medicamentos controlados, receituário de cor azul 
(BRASIL, 1998).
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17UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
FIGURA 3. MODELO DO RECEPTOR DE GABAA-CANAL IÔNICO CLORETO DEMONSTRANDO OS 
SÍTIOS DE LIGAÇÃO PARA O GABA, BENZODIAZEPÍNICOS (BZD), FLUMAZENIL, IMIDAZOPIRI-
DINAS E BARBITÚRICOS 
 
Fonte: Adaptado de Katzung, Trevor (2017).
2.4 Barbitúricos
Farmacocinética:
● Absorção e distribuição: rápida absorção após administração oral. Todos atra-
vessam a barreira placentária e podem ser encontrados no leite materno.
● Biotransformação: fenobarbital não sofre biotransformação, os demais sofrem 
oxidação por enzimas hepáticas originando conjugados glicuronídeos. A taxa de metaboli-
zação hepática é lenta, por isso os t1/2 de eliminação são longos (variando de 18 a 48 para 
o pentobarbital e de 4 a 5 dias para o fenobarbital).
● Excreção: renal, urinas alcalinas e alteração da taxa de eliminação do fenobar-
bital (aumento da ionização nesse pH).
● Fatores que afetam a biotransformação: alterações hepáticas e uso de medi-
camentos que afetam a atividade enzimática (KATZUNG, TREVOR, 2017).
Mecanismo de ação: atuam em receptores gabaérgicos, em um local diferente do 
GABA, dos BZD e do álcool (Figura 3).
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18UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Desenvolvimento de tolerância/dependência: ambos
Efeitos adversos: depressão respiratória, depressão cardiovascular, depressão 
medular, coma, morte, síndrome de abstinência (ansiedade, insônia, excitabilidade do SNC 
e convulsões).
Interação com outros medicamentos: outros depressores do SNC (efeito aditivo).
Exemplos de fármacos: fenobarbital, pentobarbital (usado como anticonvulsivan-
te) e tiopental (usado em anestesias gerais).
Observações: em desuso pelo baixo índice terapêutico, efeitos adversos recorren-
tes, dependência física e tolerância. Classe B1 de medicamentos controlados, receituário 
de cor azul (BRASIL, 1998).
2.5 Buspirona
Ao contrário dos anteriores, a buspirona não age nos receptores gabaérgicos e 
dessa forma não atua de forma sinérgica com outros depressores do SNC. É um ansiolí-
tico seletivo que atua em receptores serotoninérgicos, reduzindo a síntese e liberação de 
serotonina. Seu efeito demora de 3 a 4 semanas para ser visto, e por isso não pode ser 
administrado em casos agudos. Não apresenta efeito sedativo, hipnótico, anticonvulsivante, 
miorrelaxante ou antidepressivo.
Farmacocinética:
• Biotransformação: metabolização hepática (citocromo P450) extensa formando 
metabólitos ativos.
• Fatores que afetam a biotransformação: disfunção hepática reduz a sua eliminação.
Efeitos adversos: tontura, náusea, cefaléia, dor torácica inespecífica, taquicardia, 
palpitações, nervosismo, zumbido, desconforto gastrintestinal e parestesias.
Interação com outros medicamentos: inibidores da monoaminooxidase (IMAO) 
desencadeando crises hipertensivas. Indutores do citocromo P450, como a rifampicina, re-
duz o t1/2, então inibidores do citocromo P450, como cetoconazol, eritromicina, nefazodona 
e suco de toranja, aumentam a concentração plasmática (KATZUNG; TREVOR, 2017).
Observações: classe C1 de medicamentos controlados, receituário de controle 
especial em duas vias (BRASIL, 1998). Categoria B para gestantes.
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19UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
2.6 Antidepressivos [ver maiores informações: transtornos do humor - trans-
tornos depressivos]
● Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
● Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN)
● Antidepressivo tricíclico
Administrados em doses menores que as usadas clinicamente para o tratamento 
da depressão. Contudo, deve ser observada a ocorrência de sonolência diurna, efeitos 
anticolinérgicos (efeitos semelhantes aos da ativação do sistema nervoso autônomo simpá-
tico), aumento do risco de desenvolvimento de demência em uso prolongado.
2.7 Anti-histamínicos 
Especialmente em pacientes idosos com insônia leve ou intermitente (que vai e 
volta), contudo pode resultar em sonolência diurna, xerostomia e constipação intestinal.
2.8 Melatonina
Hormônio produzido pela glândula pineal, atuando no ciclo/ritmo circadiano, foi 
liberada para comercialização no território nacional em outubro de 2021.
2.9 Tratamento não medicamentoso
a) Terapia cognitivo-comportamental.
b) Fitoterapia nos transtornos da ansiedade: Piper methysticum (kava), Matricaria 
recutita (camomila), Ginkgo biloba, Scutellaria lateriflora (escutelária), Silybum marianum 
(silimarina), Passiflora incarnata (flor-da-paixão), Withania somnifera (ashwagandha), Gal-
phimia glauca (triális), Centella asiática (cetela), Rhodiola rósea (raiz de ouro), Echinacea 
spp. e Melissa officinalis (melissa, erva-cidreira).
c)Higiene do sono (para insônia).
d)Atividade física regular (para insônia): exceto em horários próximos ao dormir, 
devido a redução da liberação de melatonina pelo aumento da temperatura corporal (FU-
CHS, WANNMACHER, 2017).
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 3 TRANSTORNOS
DO HUMOR
TÓPICO
20UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Nos transtornos do humor estão inclusos a depressão e suas variações como a dis-
timia (transtorno depressivo persistente ou de longa duração), depressão maior, oscilação 
de humor crônico (crianças e adolescentes), e a doença bipolar.
3.1 Transtornos depressivos
Caracterizados pela presença de umatristeza persistente, sentimento de culpa, 
desesperança, falta de vontade/desinteresse pelas atividades cotidianas, baixa autoestima, 
dificuldade de concentração, transtornos de sono e de apetite, irritabilidade, pensamentos 
suicidas e alterações somáticas e cognitivas. Biologicamente/fisiologicamente acredita-se 
que esses indivíduos apresentem menores concentrações de dopamina, noradrenalina e 
serotonina, e que a falta de cada um desses NT estaria relacionada a sintomas específicos, 
como:
● Dopamina: redução de atenção, de motivação, de prazer e de interesse;
● Noradrenalina: falta de energia, de atenção e de interesses;
● Serotonina: ansiedade, compulsão, obsessão.
E são nesses NT que as diferentes classes de antidepressivos irão atuar, seja no 
metabolismo ou na recaptação, de forma seletiva ou não. As terapias podem ocorrer com 
ou sem associação de mais de uma classe, e vai depender da resposta clínica do paciente 
e dos efeitos adversos relatados (FUCHS; WANNMACHER, 2017). 
21UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Os fármacos antidepressivos apresentam período de latência de 2 a 3 semanas, ou 
seja, período necessário para se verificar o efeito do medicamento. Além disso, apresentam 
efeitos neuropsíquicos (sintomas de ansiedade ou delírios, mudança rápida de humor, como 
hipomania ou mania), pode haver piora no estado de humor inicial aumentando o risco de 
suicídio, confusão mental que tende a melhoras com a redução da dosagem, e efeitos en-
dócrinos (redução da libido e problemas de ereção, hiperprolactinemia, aumento de peso).
Consumo de álcool e outros depressores do SNC potencializam os efeitos dos 
antidepressivos, e o uso concomitante com clonidina bloqueia o seu efeito anti-hiperten-
sivo. Independente da classe, todos os fármacos apresentam absorção oral rápida, com 
níveis plasmáticos entre 2 e 3 horas, e alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, a 
metabolização é hepática e a excreção é renal (KATZUNG; TREVOR, 2017).
Todos os fármacos pertencem à classe C1 de medicamentos controlados, e devem 
ser prescritos em receituário de controle especial em duas vias (BRASIL, 1998). E são 
categorias C para gestantes, exceto a paroxetina que é categoria D (evidência de defeito 
do septo cardíaco no primeiro trimestre de gestação).
3.1.1 Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
Farmacocinética: metabolização hepática, sendo a fluoxetina e a paroxetina 
potentes inibidores da CYP2D6, e a fluvoxamina é inibidor da CYP3A4. Fluoxetina é meta-
bolizada em fármaco ativo (norfluoxetina) que apresenta t1/2 longo, e por esse motivo seu 
uso é descontinuado, cerca de 2 semanas, antes da administração de IMAO quando há 
necessidade da alteração de antidepressivos.
Mecanismo de ação: inibem a recaptação de serotonina pelo neurônio pré-sináp-
tico, aumentando a sua concentração na fenda sináptica.
Efeitos adversos: menos efeitos adversos quando comparados com os ADT, es-
pecialmente os anticolinérgicos e cardíacos. Insônia, náusea, disfunção sexual, ansiedade, 
sonolência. Síndrome serotoninérgica quando associada aos IMAO (rigidez muscular, 
tremor, alteração do estado mental e dos sinais vitais, colapso cardiovascular, sudorese, 
hipertermia). Síndrome da interrupção (nervosismo, agitação, irritabilidade, cefaléia, altera-
ção do sono, mal-estar, sintomas de gripe).
Interação com outros medicamentos: ADT, BDZ, fenitoína, carbamazepina.
22UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Exemplos de fármacos: citalopram, dotiepina, escitalopram, fluoxetina, fluvoxa-
mina, mianserina, norcitalopram, paroxetina, sertralina, tianeptina, trazodona (KATZUNG; 
TREVOR, 2017; FUCHS; WANNMACHER, 2017)
Observações: podem ser administrados na dose máxima, com 1 ou 2 dias de 
administração de doses menores. Primeira linha de tratamento, especialmente em idosos. 
3.1.2 Inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) 
Farmacocinética: desvenlafaxina apresenta baixa taxa de ligação às proteínas plas-
máticas, não sofre oxidação, portanto, é excretada de forma inalterada pelos rins (cerca de 
50%). A venlafaxina e a duloxetina são metabolizadas pelas CYP2D6 de maneira significativa.
Mecanismo de ação: inibem a recaptação de serotonina e de noradrenalina pelo 
neurônio pré-sináptico, aumentando suas concentrações na fenda sináptica.
Efeitos adversos: aumento da pressão arterial, hepatotoxicidade em pacientes 
com lesão no fígado, síndrome da interrupção (semelhante ao ISRS).
Exemplos de fármacos: desvenlafaxina, duloxetina, levomilnaciprana, venlafaxina 
(KATZUNG; TREVOR, 2017; FUCHS; WANNMACHER, 2017).
3.1.3 Antidepressivos tricíclicos (ADT)
Farmacocinética: apresentam t1/2 longos, podendo ser administrados 1 vez ao 
dia, de preferência no período noturno devido ao efeito sedativo. Todos sofrem extenso me-
tabolismo hepático (desmetilação, hidroxilação aromática, conjugação com glicuronídeo). 
Mecanismo de ação: inibem a recaptação de serotonina e de noradrenalina pelo 
neurônio pré-sináptico, aumentando suas concentrações na fenda sináptica. Contudo, 
conseguem interagir com receptores muscarínicos, histamínicos e β-adrenérgicos, respon-
sáveis pelos efeitos adversos.
Efeitos adversos: hipotensão postural ou ortostática, sonolência, ganho de peso, 
efeitos anticolinérgicos (xerostomia, midríase, retenção urinária, diminuição da motilidade 
gastrointestinal, taquicardia, delírio).
Interação: antipsicóticos, dissulfiram, metilfenidato, contraceptivos orais, fenitoína, 
fenilbutazona, ácido acetilsalicílico, escopolamina, fenotiazinas aumentam os níveis plas-
23UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
máticos dos ADT. Barbitúricos e cigarro aumentam o metabolismo hepático. Anticolinérgicos 
possuem efeito sinérgico. 
Exemplos de fármacos: amitriptilina, amoxapina, clomipramina, desipramina, 
dotiepina, doxepina, imipramina, norclomipramina, nortriptilina, protriptilina, trimipramina 
(KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
Observações: O aumento da dosagem deve ser feito de forma gradual, da mesma 
forma a sua retirada.
3.1.4 Antidepressivos atípicos
Farmacocinética: metabolização extensa e t1/2 curto, assim são necessárias 
várias dosagens ao dia, a biotransformação resulta em substâncias ativas. A nefazodona é 
um potente inibidor da CYP3A4. A absorção da vilazodona aumenta quando administrada 
concomitantemente a uma refeição rica em lipídeos.
Mecanismo de ação: não possuem um mecanismo de ação em comum.
Efeitos adversos: sedação, distúrbios gastrintestinais, disfunção sexual, anorexia, 
insônia, agitação.
Exemplos de fármacos: bupropiona, maprotilina, mianserina, mirtazapina, nefa-
zodona, trazodona, viloxazina.
Observações: Podem ser subdivididos em moduladores dos receptores de seroto-
nina, e agentes tetracíclicos e unicíclicos. Trazodona pode ser administrada em dose mais 
baixa como hipnótico (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.1.5 Inibidor da monoaminooxidase (IMAO) 
Farmacocinética: apresentam baixa biodisponibilidade devido ao efeito de pri-
meira passagem.
Mecanismo de ação: inibe a ação da enzima monoaminooxidase, responsável pela 
degradação de serotonina e noradrenalina, que estão em excesso, no neurônio pré-sináptico.
Efeitos adversos: hipotensão postural, tonturas, hiperpirexia, agitação e insônia, 
retenção urinária, tremores, cãibras, parestesias, distúrbios sexuais, xerostomia, náuseas, 
constipação intestinal, anorexia, ganho de peso e edema. Síndrome da interrupção súbita 
(delírio, psicose, confusão, excitação).
24UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Interação: triptofano, ISRS, alimentos ricos em tiramina (queijos envelhecidos, 
cerveja, vinhos) causam crise hipertensiva.
Exemplos de fármacos: moclobemida (reversível), clorgilina,fenelzina, iproniazi-
da, pragilina, selegilina, tranilcipromina (irreversível).
Observações: raramente utilizados na clínica devido à toxicidade e grande número de 
interações com medicamentos e alimentos, sendo administrados em pacientes que não respon-
der a outros antidepressivos (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.1.6 Tratamento não medicamentoso
a) Intervenções psicológicas: terapia cognitivo-comportamental, aconselhamento, 
terapia interpessoal.
b) Atividade física regular.
c) Fitoterapia: extrato da Erva-de-São-João (Hypericum perforatum) [depressão 
leve e moderada]. (FUCHS, WANNMACHER, 2017).
3.2 Transtorno bipolar e outros associados
Caracterizado pela mudança de humor, que podem ir de mania (euforia, irritabilida-
de, expansividade, realização de atividades de risco sem avaliar as consequências dessas 
ações, redução da necessidade do sono), hipomania e depressão. Importante que você 
saiba que quadros de mania raramente ocorrem sozinhos, estando quase sempre ligados 
à depressão. 
Estabilizadores de humor, como o lítio e o ácido valpróico, e antipsicóticos (aripi-
prazol, haloperidol, olanzapina, quetiapina, risperidona) podem ser utilizados de forma isola-
da ou associados. Todos os fármacos pertencem à classe C1 de medicamentos controlados, 
e devem ser prescritos em receituário de controle especial em duas vias (BRASIL, 1998). 
Tratamentos de longo prazo para a manutenção do tratamento não são recomen-
dados, pois os pacientes podem desenvolver dependência, e sintomas de abstinências po-
dem surgir, tais sintomas não ocorrem normalmente e por isso não é necessária a redução 
gradual da dosagem (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017). 
25UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
3.2.1 Lítio
Farmacocinética: rápida absorção oral sem influência do conteúdo do estômago, a 
concentração plasmática atinge o máximo entre 60 e 90 minutos, e não se liga às proteínas 
plasmáticas. Ultrapassa a barreira placentária e pode ser detectado no leite materno. Ele 
não sofre metabolização e é excretado pelos rins.
Mecanismo de ação: não desvendado completamente.
Interação: diuréticos tiazídicos, AINES, antipsicóticos, IECA.
Efeitos adversos: tremor, sonolência, fraqueza muscular, alteração da memória, 
perda do apetite, gosto metálico na boca, náusea, vômito, poliúria, incontinência, diabetes 
insípido nefrogênica, hipotensão, bradicardia, edema, leucocitose, hiper e hipotireoidismo, 
hiperglicemia, visão borrada, perda de cabelo, rash cutâneo, acne.
Intoxicação: confusão mental, fraqueza muscular, sonolência, membros pesados, 
tremores, dos epigástrica, diarreia, náuseas, vômito (até 1,5 mEq/L), ataxia, convulsão, 
coma (acima de 2,0 mEq/L), dano cerebral irreversível e morte (acima de 3,0 mEq/L).
Remoção do lítio do corpo: hemodiálise, lavagem gástrica.
Contraindicação: pacientes com distúrbios renais graves, insuficiência cardiovas-
cular, distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico, 1º trimestre de gestação.
Observações: primeira escolha para prevenir quadros de recorrência. Período de 
latência entre 1 e 3 semanas para início dos efeitos. As dosagens devem ser monitoradas 
em cada aumento de dose (em um intervalo de 3 a 7 dias), devido à estreita janela terapêu-
tica. Pacientes idosos e com disfunção renal devem ter sua dose reduzida, já para crianças 
com mais de 25 Kg a dose deve ser a mesma que para os adultos (KATZUNG, TREVOR, 
2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017). 
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 4 ANTIEPILÉPTICOS: 
TRATAMENTO DA 
EPILEPSIA
TÓPICO
26UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
O termo epilepsia é utilizado para diversos distúrbios da função que se caracterizam 
pela recorrência de convulsões. As convulsões são os episódios de disfunção cerebral que 
geram disparos elétricos anormais pelos neurônios, e tem duração limitada. O tratamento 
medicamentoso é possui dois objetivos (o controle das crises, e a manutenção para evitar 
a novas ocorrências) e deve ser feito de forma específica para cada tipo de crise, pois a 
escolha errada pode piorar o quadro do paciente (FUCHS, WANNMACHER, 2017). 
Fenitoína, carbamazepina, fenobarbital, gabapentina, lagotrigina são usados 
em crises parciais e em crises tônicas-clônicas generalizadas, enquanto o ácido valpróico, 
valproato de sódio e os BDZ são administrados em emergências e crises agudas.
Falando um pouco da farmacocinética, de forma geral, a maioria é administrada por 
via oral, com absorções acima de 80% e uma vez na corrente sanguínea pouco se ligam às 
proteínas plasmáticas. A biotransformação é hepática, sendo muitos deles transformados 
em metabólitos ativos, e os t1/2 ficam acima de 12 horas permitindo administrações 1 ou 2 
vezes ao dia (KATZUNG, TREVOR, 2017).
A ação desses fármacos ocorre principalmente por (Figura 4) (WHALEN, FINKEL, 
PANAVELLI, 2016): 
(a) bloqueio de canais de sódio voltagem-dependente: o bloqueio desses canais 
impede a entrada de sódio nos neurônios pré-sinápticos durante a fase de polarização do 
potencial de ação (PA), além disso, impedem que esses canais retornem ao estado de re-
pouso, o que diminui o número disponível para ser usado em novos PA, inibindo a geração 
27UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
desses potenciais de forma repetitiva. Exemplos: fenitoína, carbamazepina, lamotrigina, 
topiramato, ácido valpróico, valproato de sódio.
(b) bloqueio de canais de cálcio voltagem-dependente: reduz a entrada de cálcio 
em neurônios pré-sinápticos e consequentemente reduzindo a liberação de glutamato. 
Exemplos: gabapentina, lamotrigina, topiramato.
(c) potencialização dos efeitos gabaérgicos: facilita a abertura dos canais de cloreto 
em receptores GABA resultando em uma hiperpolarização do neurônio pós-sináptico, e efei-
tos inibitórios. Exemplos: fenobarbital e BDZ. ácido valproico, valproato de sódio inibe a 
GABA transaminase responsável pela degradação do GABA no neurônio pré-sináptico. 
(d) interferindo na transmissão excitatória do glutamato: Exemplos: lamotrigina, 
gabapentina, topiramato, ácido valpróico, valproato de sódio.
 Os fármacos pertencem à classe C1 de medicamentos controlados, e devem ser 
prescritos em receituário de controle especial em duas vias, exceto o fenobarbital e os BDZ 
que são B1 (BRASIL, 1998). Como existem diversos fármacos, não seria viável falar de 
cada, assim escolhi alguns para conversarmos.
FIGURA 4. LOCAIS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS ANTIEPILÉPTICOS, O SINAL (+) SIMBOLIZA 
AUMENTO DA LIBERAÇÃO E O (-) REDUÇÃO DA LIBERAÇÃO
Fonte: A Autora (2022).
4. 1 Fenitoína 
Farmacocinética: possui alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, tem a capaci-
dade de se acumular em órgãos como fígado e cérebro, e nos tecidos muscular e adiposo. Seus 
metabólitos inativos são excretados via renal proporcionalmente à concentração plasmática.
28UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Efeitos adversos: nistagmo (movimentos involuntários e repetitivos dos olhos), 
diplopia (“visão-dupla”), ataxia, hiperplasia gengival, hirsutismo (aumento de pelos em 
mulheres), alteração do metabolismo da vitamina D, anemia megaloblástica.
Interação: fármacos com alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas (fenilbuta-
zona e sulfonamidas) aumentam a concentração da fenitoína.
Observações: Antiepiléptico não sedativo. Pode gerar resultados inespecíficos em 
testes que avaliam a função da tireoide, pois apresenta afinidade pela globulina de ligação 
dos hormônios tireoidianos (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, WANNMACHER, 2017).
4.2 Carbamazepina
Farmacocinética: administração após uma refeição retarda a absorção, o que 
pode ser útil em casosde doses extremamente altas, e a distribuição ocorre de forma lenta. 
Possui grande capacidade de indução enzimática. 
Efeitos adversos: ataxia, distúrbios cognitivos, hiperexcitabilidade, sonolência 
(efeitos agudos), diplopia, visão turva, fadiga, náuseas, sedação, anemia, disfunção hepá-
tica, alterações hormonais, hiponatremia, retenção hídrica (efeitos crônicos).
Interação: fenitoína, ácido valproico, clonazepam, contraceptivos orais, varfa-
rina, corticóides têm seu metabolismo acelerado (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, 
WANNMACHER, 2017).
4.3 Ácido valpróico e valproato de sódio
Farmacocinética: administração conjunta com alimentos retarda a absorção e 
também diminuiu sua toxicidade, pelo fato que ser altamente ionizável, sua distribuição fica 
restrita a áreas com água extracelular.
Efeitos adversos: anorexia, náuseas, vômitos, sedação, ataxia, tremores, distúr-
bios cognitivos (efeitos agudos), disfunções cognitivas, alopecia, hepatotoxicidade, obesi-
dade, hirsutismo, teratogenicidade (anormalidades cardiovasculares, orofaciais e digitais) 
(efeitos crônicos).
Interação: desloca a fenitoína das proteínas plasmáticas, inibe o metabolismo 
da carbamazepina, do fenobarbital, da fenitoína (KATZUNG, TREVOR, 2017; FUCHS, 
WANNMACHER, 2017).
29UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
4.4 Gabapentina: Sofre reações de metabolização e não apresenta interações 
significativas, e justamente por isso é uma opção para pacientes idosos.
4.5 Lamotrigina: apresenta baixa taxa de ligação plasmática, cerca de 50%, o uso 
combinado com o ácido valpróico aumenta seu t1/2 e por isso é necessária a redução da dose.
4.6 Topiramato: reduz a efetividade de contraceptivos orais, tendo que ser aumen-
tada a concentração de estrogênio.
4.7 Fenobarbital [ver: barbitúricos – transtornos do sono e da ansiedade]: 
utilizado em lactantes. 
4.8 BDZ [ver: transtornos do sono e da ansiedade]
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 5 ANTIPSICÓTICOS
TÓPICO
30UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Psicoses são alterações de comportamento, pensamento caracterizados pela 
presença de alucinações ou delírios. Podem ocorrer em quadros de tumores no SNC, epi-
lepsia, reações alérgicas, em pacientes com Alzheimer, mania esquizofrênica, depressão e 
até mesmo pelo uso de drogas, especialmente as psicoativas. 
A esquizofrenia é o principal transtorno psicótico e não tem causas definidas, ela 
pode ter início na adolescência ou nos primeiros anos da fase adulta. Por ser uma doença 
crônica que necessita de tratamento a longo prazo, reduz a qualidade de vida e a produti-
vidade desses pacientes (RANG, et al., 2016).
O tratamento fundamenta-se na hipótese dopaminérgica. Essa teoria diz que o 
excesso de dopamina subcortical causa uma hiperestimulação dos receptores resultando 
nos sintomas positivos (delírios, alucinações com vozes, distúrbios do pensamento, alte-
rações afetivas, alterações psicomotoras como movimentos estereotipados e agressivos), 
enquanto o excesso na região pré-frontal estaria relacionado com os sintomas negativos 
(retraimento afetivo/contatos sociais, pobreza do discurso e seu conteúdo, empobrecimento 
funcional, distractibilidade, isolamento social, ansiedade, depressão, déficit de memória e 
anedonia) e cognitivos (RANG, et al., 2016, FUCHS, WANNMACHER, 2017).
Assim o tratamento baseia-se em fármacos antagonistas de receptores dopaminér-
gicos, existindo os fármacos de primeira geração (agentes tradicionais ou típicos) e os de 
segunda geração (atípicos), que têm menor chance de produzir efeitos extrapiramidais. 
Aqui, o objetivo da terapêutica não é o tratamento e sim o controle dos sintomas, prevenção 
de surtos e evitar a evolução dos sintomas negativos.
31UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Derivados da fenotiazina (clorpromazina, tioridazina, trifluoperazina, perfenazi-
na, flufenazina), derivados do tioxanteno (tiotixeno) e o grupo da butirofenona (haloperi-
dol) são os representantes da primeira geração. Além de serem antagonistas de receptores 
dopaminérgicos fazem o bloqueio de outros receptores, como os muscarínicos, α-adre-
nérgicos, histamínicos-H1 e serotoninérgicos. E são justamente essas outras ligações as 
responsáveis pelos efeitos adversos, especialmente o extrapiramidal. A seguir vou colocar 
quais fármacos ligam-se a quais receptores:
● Colinérgicos muscarínicos: tioridazina, clorpromazina;
● α-adrenérgicos: clorpromazina;
● Histamínicos-H1: clorpromazina, clozapina;
● Serotoninérgicos: risperidona, clozapina;
● Dopaminérgico: todos, mais fortemente o haloperidol, flufenazina, tiotexeno.
Já aripiprazol, clozapina, loxapina, molindona, olanzapina, pimozida, quetiapi-
na, risperidona, ziprasidona pertencem a segunda geração (KATZUNG, TREVOR, 2017). 
Como suas características são muito semelhantes, irei apresentar elas juntas e 
não separadas por grupos ou fármacos, como fiz anteriormente. Os fármacos pertencem à 
classe C1 de medicamentos controlados, e devem ser prescritos em receituário de controle 
especial em duas vias (BRASIL, 1998).
Farmacocinética:
● Absorção e distribuição: absorção rápida, porém incompleta, com extenso 
metabolismo de primeira passagem, dessa forma a biodisponibilidade é baixa (entre 25 e 
35%, com exceção do haloperidol que chega a 65%). Apresentam alta lipossolubilidade e 
taxa de ligação plasmática acima de 90%. 
● Biotransformação: sofrem reações de desmetilação e/ou oxidação pela CYP450, 
especialmente pelas CYP2D6, CYP1A2 e CYP3A4 (KATZUNG, TREVOR, 2017). 
Mecanismo de ação:
● Antagonista de receptor de dopamina: bloqueio de receptores D2 no corpo. 
Para alcançar a efetividade esse bloqueio deve ser de no mínimo 60%, exceto para a 
clozapina e olanzapina (entre 30 e 50%). A diferença de intensidade entre os fármacos está 
relacionada à afinidade pelos outros receptores já citados, por exemplo, a clorpromazina 
tem maior afinidade pelos α-adrenérgicos e serotoninérgicos do que pelos dopaminérgicos 
D2, já para a aripiprazol é maior para os D2 ficando os α-adrenérgicos em último lugar.
32UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
● Antagonista de receptor de serotonina (5-HT2): possivelmente são responsáveis 
por parte da ação dos fármacos de segunda geração (WHALEN, FINKEL, PANAVELLI, 2016).
Indicações:
● Psiquiátricas: esquizofrenia, catatônia, transtornos esquizoafetivos, transtorno 
afetivo bipolar, depressão bipolar aguda, depressão unipolar, agitação, síndrome de Toure-
tte, doença de Alzheimer;
● Não psiquiátricas: antiemético (primeira geração, usado em doença do movimen-
to, quimioterapia de câncer e vertigens) [proclorperazina e benzquinamida], sedativo pré-ope-
ratório [proclorperazina], alívio de prurido, neuroleptanestesia (KATZUNG, TREVOR, 2017).
Efeitos adversos:
● SNC: sedação, tolerância, convulsão (por redução do limiar convulsivante), esta-
do de tóxico-confusional (relacionado ao bloqueio de receptores muscarínicos);
● Efeitos extrapiramidais: distonia aguda (espasmo muscular sustentado, com 
movimentos lentos e anormais), sintomas de doença de Parkinson, acatisia (sensação de 
tremor muscular, agitação e incapacidade de ficar parado), discinesias tardias (movimentos 
involuntários, especialmente da face, língua, tronco e extremidades) (relacionados ao blo-
queio de receptores dopaminérgicos);
● SNA: xerostomia, constipação intestinal, dificuldade de urinar (relacionados ao 
bloqueio de receptores muscarínicos), impotência, falha na ejaculação, hipotensão ortostá-
tica (bloqueio de receptores α-adrenérgicos);
● Síndrome neuroléptica maligna: rigidez muscular, febre, alteração do estado 
mental e estupor,pressão arterial instável, potencialmente fatal;
● Sistema cardiovascular: taquicardia, prolongamento do intervalo QT (aumento do 
risco de arritmias), hipertensão, acidente vascular encefálico (AVE), alteração no perfil lipídico;
● Sistema endócrino: infertilidade, impotência, galactorreia, amenorreia, aumento 
da prolactina, ganho de peso (relacionados ao bloqueio de receptores);
● Reações tóxicas ou alérgicas: icterícia colestática, leucopenia, agranulocitose, 
alergia, fotossensibilidade;
● Ocular: pigmentação córnea, glaucoma, catarata (FUCHS, WANNMACHER, 
2017; KATZUNG, TREVOR, 2017). 
Interação: fármacos que inibem a P450, como outros agentes psicóticos e cetoconazol.
Observações: A interrupção abrupta de clozapina causa recidiva rápida e grave, e 
não deve ser feita (exceto casos específicos de efeitos colaterais graves).
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 6 PRINCIPAIS
INTERAÇÕES 
MEDICAMENTOSAS
TÓPICO
33UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Aqui você encontrará as principais interações medicamentosas, as mais encontra-
das na prática clínica, e que envolvem os fármacos discutidos até então. Lembre-se que 
interações são eventos clínicos, onde os efeitos de um fármaco se alteram na presença de 
outro fármaco, bebida, alimentos ou substâncias químicas ambientais (BOTTACIN et al., 
2021). Preste atenção que algumas interações ocorrem com todos os representantes da 
classe, outras são específicas de um ou outro representante.
1. Alprazolam [BDZ – ansiolítico] + azólicos (fluconazol/itraconazol) [antifúngico] = au-
mento do risco de ocorrer toxicidade do alprazolam: Sinais/sintomas: ataxia, sedação profunda 
e depressão respiratória. 
2. Alprazolam [BDZ – ansiolítico] + cetoconazol [antifúngico] = aumento da concentra-
ção plasmática do alprazolam.
3. BDZ [ansiolítico] + álcool [sobrecarga aguda] = aumento do risco de depressão do 
SNC e de depressão respiratória.
4. BDZ [ansiolítico] + opióides [analgésico/sedativo] = aumento do risco de depressão 
do SNC.
5. Citalopram [ISRS - antidepressivo] + omeprazol [inibidor de bomba de próton] = risco 
de prolongamento do intervalo QT. Sinais/sintomas: tontura, taquicardia, desmaios.
6. Clonazepam [BDZ – ansiolítico] + claritromicina [antibiótico] = aumentos dos efeitos 
depressores do BDZ.
34UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
7. Clozapina [antipsicótico] + parar de fumar = tabagismo é um indutor enzimático, 
caso o hábito de fumar seja descontinuado de forma abrupta e sem orientação aumenta as 
concentrações plasmáticas do alprazolam, podendo ocasionar convulsão.
8. Diazepam [BDZ – ansiolítico] + fluconazol [antifúngico] = aumento da concentração 
plasmática do BDZ.
9. Duloxetina [antidepressivo] + álcool [sobrecarga aguda] = aumento do risco de lesão 
hepática.
10. Fenitoína [antiepiléptico] + nifedipino [antagonista do cálcio] = redução dos efeitos 
do nifedipino, ou seja, maior predisposição a eventos tromboembólicos.
11. Fenitoína/topiramato [antiepiléptico] + contraceptivos hormonais = redução da 
efetividade dos contraceptivos. Orientar quanto ao uso de outro método contraceptivo.
12. Fluoxetina/fluvoxamina/paroxetina [ISRS - antidepressivo] + codeína [analgésico] 
= redução da efetividade da codeína. 
13. Fluoxetina/fluvoxamina/paroxetina [ISRS - antidepressivo] + propranolol [anti-hi-
pertensivo] = aumento da concentração plasmática de propranolol.
14. Fluoxetina/fluvoxamina/paroxetina [ISRS - antidepressivo] + tamoxifeno [antineo-
plásico] = redução da efetividade do tamoxifeno
15. Gabapentina [antiepiléptico] + tramadol [analgésico] = aumento do risco de depres-
são respiratória. 
16. ISRS [antidepressivo] + amiodarona [antiarrítmico] = risco de prolongamento do 
intervalo QT (lembrar da fisiologia do coração) e de morte súbita.
17. ISRS [antidepressivo] + amitriptilina [antidepressivo] = aumento dos níveis plasmá-
ticos de serotonina. Sinais/sintomas: síndrome serotoninérgica (ansiedade, agitação, vômito, 
tremor, rigidez muscular, taquicardia, hipertensão, inquietação).
18. ISRS [antidepressivo] + antiplaquetário = aumento do risco de sangramento.
19. ISRS [antidepressivo] + bromoprida [antiemético] = aumento do risco de síndrome 
extrapiramidal e de síndrome neuroléptica maligna. Sinais/sintomas: rigidez muscular, confusão 
mental, discinesia tardia, acatisia, parkinsonismo.
20. ISRS/IRSN/duloxetina [antidepressivo] + sumatriptana [analgésico] = aumento do 
risco de síndrome serotoninérgica. Sinais/sintomas: irritabilidade sem causa aparente, consciên-
cia alterada, alucinações.
21. Lamotrigina [antiepiléptico] + contraceptivos hormonais [antagonista do cálcio] = 
redução da concentração plasmática da lamotrigina.
22. Lítio [estabilizador de humor] + AINES [anti-inflamatório] = aumento da concentra-
ção plasmática do lítio em até 5 vezes.
35UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
23. Lítio [estabilizador de humor] + diurético tiazídico = aumento da concentração plas-
mática do lítio.
24. Lítio [estabilizador de humor] + espironolactona [diurético] = redução da concentra-
ção plasmática do lítio. Sinais/sintomas: hipersexualização, movimentos repetitivos, agressivi-
dade e impulsividade.
25. Lítio [estabilizador de humor] + IECA/BRA [anti-hipertensivo] = aumento da concen-
tração plasmática de lítio.
26. Mirtazarpina [antidepressivo] + álcool = aumento do risco de depressão respiratória.
27. Nortriptilina [antidepressivo tricíclico] + terbinafina [antifúngico] = redução da con-
centração plasmática de nortriptilina.
28. Paroxetina [ISRS - antidepressivo] + aripiprazol [antipsicótico atípico] = aumento da 
concentração plasmática de aripiprazol.
29. Sertralina [ISRS - antidepressivo] + ginko biloba = aumento do risco de convulsões.
30. Topiramato [antiepiléptico] + metformina [antidiabético] = aumento do risco de 
acidose lática. Sinais/sintomas: náusea, vômito, confusão mental.
31. Trazodona [antidepressivo] + azitromizina [antibitico] = risco de prolongamento do 
intervalo QT. Sinais/sintomas: batimentos acelerados, desmaios, falta de ar, taquicardia.
 
36UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Efeito ou reação paradoxal é o nome que se dá quando os efeitos terapêuticos vistos 
são o oposto ao esperado, estando crianças e idosos mais propensos. São comuns durante o 
uso de ansiolíticos, como benzodiazepínicos e barbitúricos, resultando em agitação, agressividade, 
comportamentos violentos, mas podem ocorrer com antipsicóticos (agravamento dos sintomas 
psicóticos, excitação, agitação), antidepressivos (automutilação, mais propensos ao suicídio) e até 
anfetaminas (sonolência).
Fonte: BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; KNOLLMANN, B. C. As bases farmacológicas da terapêutica de 
Goodman & Gilman: Seção II - Neurofarmacologia. 12 ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
Um estudo recente indica que as mulheres podem ter depressão e ansiedade pós-parto a 
qualquer momento, até três anos após o parto. Segundo os especialistas, a depressão pós-parto 
pode durar mais do que o esperado e começar mais tarde.
Fonte: DEPRESSÃO pós-parto pode começar até 3 anos após o nascimento, revela nova pesquisa. Revis-
ta Crescer, 2020. Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2020/11/depressao-pos-par-
to-pode-comecar-ate-3-anos-apos-o-nascimento-revela-nova-pesquisa.html Acesso em: 15 jul. 2022.
https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2020/11/depressao-pos-parto-pode-comecar-ate-3-anos-apos-o-nascimento-revela-nova-pesquisa.html 
https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2020/11/depressao-pos-parto-pode-comecar-ate-3-anos-apos-o-nascimento-revela-nova-pesquisa.html 
37UNIDADE 1 FUNDAMENTOSDA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E chegamos ao final da primeira Unidade e espero que você não tenha se assusta-
do com o conteúdo, muito pelo contrário, que ele tenha te fascinado. Sim, eu sei que não é 
fácil, pois precisamos lembrar de conteúdos de outras disciplinas como anatomia, fisiologia, 
patologia e bioquímica, mas com o tempo e muita leitura você conseguirá absorver as 
informações. E é justamente por isso, que é importante que você busque informações fora 
deste material (até porque é impossível passar todas as particularidades de cada fármaco, 
e nem mesmo todos os fármacos de cada classe). Mas agora você já sabe como as demais 
Unidades serão apresentadas e isso facilitará o seu estudo. 
Aqui vemos um pouco mais sobre aspectos da farmacocinética, pontos importantes 
especialmente para quem vai adentrar a área clínica em hospitais. Depois focamos nos 
principais transtornos do sistema nervoso central, seus tratamentos e/ou formas de controle 
e as particularidades de cada classe e seus fármacos.
Te vejo na próxima unidade.
38UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
LEITURA COMPLEMENTAR
Reações Adversas a Medicamentos e Farmacovigilância: Conhecimentos e 
Condutas de Profissionais de Saúde de um Hospital da Rede Sentinela
As reações adversas a medicamentos são objeto de estudo da farmacovigilância, ciência que 
utiliza, sobretudo, as notificações espontâneas feitas por profissionais de saúde. Há dificuldade de 
reconhecimento dos profissionais quanto a sua importância na segurança do paciente. As causas da 
subnotificação são atribuídas a falta de conhecimentos, percepção e compreensão dos incidentes. 
Objetivo: Identificar o conhecimento e as condutas dos profissionais de saúde de um hospital de en-
sino em relação às reações adversas a medicamentos e à farmacovigilância e se há associação com 
o seu perfil profissiográfico. Métodos: Estudo transversal, utilizando-se um instrumento validado que 
aborda questões sobre caracterização da população estudada, conhecimentos e condutas. Resulta-
dos: Os médicos demonstraram maior conhecimento sobre reações adversas a medicamentos, e os 
técnicos em enfermagem, menor. No entanto, o entendimento sobre farmacovigilância foi maior entre 
os farmacêuticos. O tempo de formação e atuação na instituição está associado ao conhecimento 
sobre as reações adversas a medicamentos. Conclusão: Os resultados deste estudo evidenciaram 
que a formação do profissional influência seu conhecimento e condutas frente às reações adversas a 
medicamentos.
Fonte: MODESTO, A. C. F.; FERREIRA, T. X. A. M.; PROVIN, M. P.; AMARAL, R. G.; LIMA, D. M. Reações 
Adversas a Medicamentos e Farmacovigilância: Conhecimentos e Condutas de Profissionais de Saúde de um 
Hospital da Rede Sentinela. Revista Brasileira de Educação Médica, 40(3), 401-410. 2016. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/rbem/a/vDghsCcrxz53RSVkD8wSYpF/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 15 jul. 2022.
https://www.scielo.br/j/rbem/a/vDghsCcrxz53RSVkD8wSYpF/?format=pdf&lang=pt
39UNIDADE 1 FUNDAMENTOS DA FARMACOLOGIA CLÍNICA E FARMACOLOGIA CLÍNICA DO SISTEMA NERVOSO
Título: Psicofarmacologia | Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas
Autor: Stephen M. Stahl.
Editora: Guanabara Koogan.
Sinopse: Nesta quarta edição totalmente revisada de Psicofarmacolo-
gia | Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas, o Dr. Stahl retorna 
às raízes da psicofarmacologia, orientando, de maneira brilhante, a 
seleção e a combinação de tratamentos individualizados na prática 
diária. Abrangendo temas unificadores como “endofenótipos sintomá-
ticos” – dimensões da psicopatologia que transpassam as síndromes 
estabelecidas – e “sintomas e circuitos”, o conteúdo desta edição foi 
totalmente atualizado com base nas mais recentes pesquisas na área, 
com a clareza que apenas o Dr. Stahl seria capaz de proporcionar. A 
integração da neurociência básica aos capítulos clínicos, com os im-
portantes acréscimos nas áreas de psicose, antipsicóticos, antidepres-
sivos, impulsividade, compulsividade e adição, torna esta obra fonte 
de referência sobre doenças e mecanismos dos fármacos. Essencial 
a todos os estudantes e profissionais da área da saúde mental, este 
livro é fundamental para a compreensão e a utilização da terapêutica 
atual, além de discutir sobre o futuro de medicamentos inovadores.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Título: O óleo de Lorenzo
Ano: 1993.
Sinopse: Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha 
seis anos, estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter di-
versos problemas de ordem mental que foram diagnosticados como 
ALD, uma doença extremamente rara que provoca uma incurável 
degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no máximo 
dois anos. Os pais do menino ficam frustrados com o fracasso dos 
médicos e a falta de medicamento para uma doença desta natureza. 
Assim, começam a estudar e a pesquisar sozinhos, na esperança de 
descobrir algo que possa deter o avanço da doença.
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Plano de Estudos
 ● Farmacologia da dor, da inflamação e da alergia;
 ● Processos infecciosos: antimicrobianos;
 ● Principais interações medicamentosas.
Objetivos da Aprendizagem
 ● Mostrar a relação entre os processos dolorosos, inflamatórios e alérgicos;
 ● Estabelecer os principais fármacos utilizados no controle da dor, inflamação 
e alergia;
 ● Compreender os mecanismos de seletividade dos fármacos antimicrobianos;
 ● Citar as principais interações medicamentosas.
2UNIDADEUNIDADE
FARMACOLOGIAFARMACOLOGIA
DA DOR, INFLAMAÇÃODA DOR, INFLAMAÇÃO
E ALERGIA, E DOSE ALERGIA, E DOS
PROCESSOSPROCESSOS
INFECCIOSOSINFECCIOSOS
Professora Doutora Mariana Volpato Junqueira
41
INTRODUÇÃO
Olá aluno (a), vamos dar início à Unidade II da disciplina de Farmacologia Clínica 
e Terapêutica?
Agora que você já sabe o que é a farmacologia clínica, já viu as principais classes 
de fármacos utilizados na prevenção, controle e/ou tratamento de certas patológicos que 
envolvem o sistema nervoso central, e o mais importante, já teve uma ideia de como será 
a disciplina, vamos continuar esse processo de aprendizagem.
Agora vamos conversar sobre alguns processos que envolvem o corpo como um 
todo, e não somente um sistema de forma isolada. Abordaremos o processo da dor, da 
inflamação e da alergia, em cada um deles vamos falar um pouco sobre a fisiopatologia, 
pois, compreender como esses processos ocorrem é fundamental para entender como os 
fármacos irão atuar e o porquê de termos certos efeitos adversos.
Já a segunda parte será voltada para os fármacos quimioterápicos utilizados no 
tratamento de infecções microbianas, ah você achou que quimioterápicos eram só os me-
dicamentos usados no tratamento do câncer? Então vai aprender que não.
Preparado (a)? Então vamos nessa.
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 1 FARMACOLOGIA DA DOR, DA 
INFLAMAÇÃO E DA

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