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Tecnologia têxtil Michelle Grumiche Victória Premoli Os tecidos passam por basicamente 3 etapas desde a extração da matéria- prima até seu formato final: a) seleção das fibras; b) fiação; e c) tecelagem. As fibras têxteis são caracterizadas por sua espessura, comprimento e flexibilidade, essas características irão definir a capacidade da fibra torna-se fio, o qual irá compor o tecido. O primeiro processo de seleção das fibras do tecido influencia diretamente no formato final do tecido, nas suas características e propriedades, os quais são quesitos fundamentais na escolha do tecido para compor determinada peça de roupa. Dessa forma, é importante compreender as diferenças entre características e propriedades. As características são aspectos que diferenciam os tecidos dos outros, os quais podem estar associados à aparência estética do tecido. Já as propriedades são atributos imateriais do tecido, a forma como o material se comporta em determinadas situações. Por exemplo, uma das características de um tecido de lã é o toque macio e uma das propriedades é a capacidade de atuar como isolante térmico. As características e propriedades dos tecidos podem variar de acordo com a seleção e combinação das fibras, na próxima seção iremos esclarecer as diferenças entre fibras naturais e químicas. Tipos de fibras 2 - 44 Fibras Naturais: Vegetal e Animal Vegetais As fibras naturais podem ser subdivididas em origem vegetal e animal. As fibras vegetais podem ser extraídas de sementes e frutos, como, por exemplo, as fibras de algodão e coco, de caules, como no caso do linho e do rami, e das folhas, como o sisal. Dessa forma, as fibras naturais são ricas em celulose, que é um componente básico dos tecidos vegetais e proporciona firmeza e rigidez às plantas. Todas as fibras têm em sua composição molecular, as estruturas: amorfas e cristalinas. As estruturas amorfas são consideradas mais “frouxas”, mais irregulares, com mais espaços vazios entre elas, já as estruturas cristalinas são estruturas mais “densas”, mais organizadas, com menos espaços entre elas. As fibras vegetais, de origem celulósica tem em sua composição molecular mais estruturas cristalinas que amorfas, tornando assim mais difícil a penetração de tingimentos geralmente, por isso é comum tecidos com composição 100% algodão desbotarem com facilidade. 3 - 44 As fibras de origem vegetal podem ser extraídas das sementes, dos caules e das folhas de determinadas plantas. FIBRAS DE SEMENTES FIBRAS DE CAULES FIBRAS DE FOLHAS Algodão (CO) Linho (CL) Sisal 4 - 44 Algodão As fibras de algodão crescem ao redor da semente da planta e dependendo do clima da região do cultivo, pode configurar fibras longas, médias ou curtas. As fibras longas são mais valorizadas e resultam em tecidos de qualidade superior. O algodão egípcio é reconhecido por sua excelente qualidade, isto é resultado das condições climáticas favoráveis para o cultivo do algodão no Egito, resultando em fibras longas e finas. Após a colheita, separação das fibras das sementes e limpeza, o algodão passa pelo processo de mercerização, onde as fibras tensionadas são imersas em soda cáustica. Este processo aumenta o brilho das fibras e a resistência, melhora o desempenho quando são tingidas e diminui a porcentagem de encolhimento. Em seguida da fiação das fibras, os fios de algodão são chamuscados. Esse processo limpa as pontas das fibras soltas, diminuindo a probabilidade de formar pilling (bolinhas) no tecido final, assim como aprimoram o brilho do fio e a intensidade da cor. No geral, os tecidos que tenham em suas composições algodão possuem propriedades e características como: toque suave, confortável, rápida secagem, hipoalergênico, permite boa transpiração corporal, bom isolante térmico, etc. 5 - 44 Saiba mais Acesse o link a seguir e confira a história do algodão. https://www.youtube.com/ watch?v=1x_4TqNJXm0 O caimento dos tecidos de algodão vai depender das estruturas escolhidas para tecelagem e quantos fios compõem o tecido, variando de caimentos mais fluidos até mais estruturados. Quanto mais fios a trama tiver, mais macio e nobre será o tecido, por isso comercialmente é comum sinalizar a qualidade dos tecidos ou produtos feitos de algodão avisando a quantidade de fios em que a trama é composta. No vestuário, o algodão está na maioria das composições, servindo de matéria-prima para roupas de inúmeros segmentos e faixa etárias. 6 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=1x_4TqNJXm0 https://www.youtube.com/watch?v=1x_4TqNJXm0 Linho O linho é uma herbácea em quedo caule é possível extrair fibras lenhosas e fibras têxteis. As fibras de linho após serem selecionadas, passam por pouco ou nenhum processo químico, fazendo com que o tecido de linho seja consideravelmente sustentável, devido também a pouca necessidade de irrigação no plantio e baixo volume de resíduos gerados. Há métodos de cultivo artesanal do linho em que a seleção das fibras é realizada de forma manual, em que apenas as fibras longas são selecionadas e passam pelo processo de sedagem. Os tecidos compostos por linho possuem características como resistência, conforto, fácil limpeza, resistência ao calor, boa absorção de umidade, etc. Dependendo do tipo de tecelagem o linho pode obter aspecto mais refinado ou mais rústico. As suas propriedades versáteis possibilitam a sua aplicação no vestuário, mobiliários e decoração. 7 - 44 Animais As fibras de origem animal podem ser obtidas por meio dos pelos, no caso da lã, ou de secreções, como a seda. As fibras animais são ricas em proteínas, por isso possuem estrutura molecular amorfa, isto é, não possui forma definida, são irregulares, possuem mais espaços vazios entre as fibras o que confiram mais maleabilidade, frouxidão e durabilidade de tingimento. PELOS SECREÇÕES Lã (Wo) Seda (Sk) 8 - 44 Lã A lã é extraída da pelagem de ovelhas, comumente associa-se a utilização da lã em peças de vestuário confeccionadas para climas frios, entretanto, a lã é um excelente isolante térmico, isto é, mantém a temperatura corporal evitando a perda ou ganho de calor. Por isso, pode ser uma opção de matérias-primas para vestuário de verão. Além disso, a lã possui alta resistência em ambientes úmidos, não amassa, possui toque suave, macio e confortável. Dependendo da estrutura da tecelagem, os tecidos de lã podem configurar desde tecidos mais maleáveis e naturalmente elásticos, até tecidos estruturados e resistentes. Seda As fibras de seda são filamentos proteicos que formam o casulo de lagartas que se alimentam de folhas de amoreiras. Atualmente, há dois formatos de cultivo das mariposas que produzem as fibras de seda: a seda cultivada e a silvestre. A produção da seda cultivada é realizada em cativeiro, onde se tem maior controle da qualidade das fibras, quanto à espessura, comprimento, cor, textura e brilho. Por outro lado, há o processo silvestre em que a seda é cultivada na natureza, respeitando o ciclo natural das lagartas, o que acarreta a produção em menor escala em relação às cultivadas, geralmente a qualidade das fibras pode ser danificada devido à interferência de fatores naturais. Os tecidos de seda são reconhecidos por seu toque agradável, acetinado, aspecto brilhoso e macio, o que configura significados de elegância, luxo e sofisticação às peças feitas com esses tecidos. 9 - 44 Saiba mais Como é um bicho-da-seda? Acesse o link e entenda como ele cria seu próprio casulo. https://www.youtube. com/watch?v=Xey7zXnSyQE 10 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=Xey7zXnSyQE https://www.youtube.com/watch?v=Xey7zXnSyQE Fibras Químicas: Artificiais e Sintéticas As fibras de origem química podem ser divididas em artificiais e sintéticas. O que diferencia uma fibra artificial de uma sintética é que, as fibras artificiais possuem origem natural, mas sofreram alteraçõesquímicas em laboratório, esse processo chama-se extrusão. Na extrusão as fibras naturais são colocadas em um recipiente com pequenos furos, semelhante a uma peneira, a qual são misturadas com químicos e ao serem pressionados resultam na pasta da fibra que saem pelos furos formando os fios. Já as fibras sintéticas são desenvolvidas em sua totalidade em laboratórios, sendo a maioria derivado do petróleo. Em suma, as fibras sintéticas derivam do petróleo e as artificiais possuem base de celulose, porém manipuladas quimicamente. A interferência química nas fibras está ligada ao fato de poder manipular as propriedades e características finais do tecido. Quimicamente é possível modificar o brilho, elasticidade, durabilidade, maciez, resistência, textura, entre outras características, de acordo com a necessidade e desejo dos aspectos do tecido final. Dessa forma, é possível aproveitar fibras existentes na natureza e alterá-las no intuito de agregar propriedades, como no caso da viscose, do tecido de Liocel e Modal, bem como criar fibras a partir de polímeros com características totalmente direcionadas como tecidos de poliéster e poliamida. 11 - 44 ARTIFICIAIS Viscose (CV) Liocel (CLY) Modal (CMO) Características do tecido de Viscose: Características do tecido de Liocel: Características do tecido de Modal: A Viscose possui origem nas fibras de algodão, é conhecida por suas características como: frescor, leveza, toque suave, caimento fluido, boa absorção de água, fácil manutenção, baixo custo, semelhante ao algodão. As fibras que compõem o tecido de Liocel são de origem celulósica, geralmente extraídas da polpa do eucalipto. Por ter origem vegetal é considerado sustentável, além disso é reconhecido por sua facilidade de retenção de tingimentos, suavidade, resistência e brilho. As fibras Modal possuem características semelhantes às outras fibras de celulose, porém, possui maior absorção de água em relação ao algodão, assim como mantém a qualidade do tingimento por mais tempo. O tecido de Modal permite excelente respiração corporal, possui toque agradável e sedoso. 12 - 44 SINTÉTICOS Poliéster (PES) Poliamida (PA) Por pertencerem ao mesmo grupo das fibras sintéticas é comum confundir o poliéster e a poliamida. As fibras de poliéster são originadas do petróleo, dessa forma, possuem como características físicas toque mais firme, possui ótima durabilidade, rápida secagem, não amassa, boa retenção de cor e pode ser submetida a processos de estamparia por sublimação. Já a poliamida, possui fibras originadas de polímeros criados por intervenção humana, assim sua produção possui valores mais altos quando comparados com tecidos de poliéster. Os tecidos de poliamida são elásticos, possuem conforto térmico, são resistentes, e de toque suave e macio, assim como não amassam facilmente. No vestuário é comum encontrar peças do segmento fitness e beachwear compostos por poliamida. 13 - 44 Macro grupos de tecido Existem 3 grandes grupos que diferem entre si quanto ao formato da junção dos fios para a construção do tecido. As propriedades e características diferenciam-se conforme o formato do tecido. Um tecido pode ser composto por fios de ourela, geralmente são mais grossos, configurando as extremidades do comprimento do tecido, fios do urdume que acompanham paralelamente o sentido da ourela, ou seja, o comprimento do tecido, são fios mais torcidos e mais resistentes. Além da ourela e do urdume, os tecidos podem contar com os fios de trama que ficam posicionados na largura do tecido, isso é, ao contrário dos fios de urdume, os fios de trama são menos torcidos e mais flexíveis. Por outro lado, existe a possibilidade de construir tecidos apenas com um único fio, bem como a junção de fios ou fibras por métodos que não envolvem tecelagem. Essas diferenças serão abordadas nas próximas seções. 14 - 44 Saiba mais Conheça a história por trás da invenção da máquina de fiar e tear mecânico, invenções que deram origem a primeira revolução industrial. https://www.youtube.com/ watch?v=B9gf1D-WcYs Tecido plano Os tecidos planos são feitos em teares os quais contam com um fio de urdume e um fio de trama. A ordenação entre trama e urdume configura o fio do tecido. Os teares de tecido plano são estruturas mais complexas, com mais peças e preparação, demandando uma manutenção com um custo mais alto que outros teares. 15 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=B9gf1D-WcYs https://www.youtube.com/watch?v=B9gf1D-WcYs A compreensão da disposição dos fios que compõem os tecidos é essencial para a elaboração dos moldes dos modelos. Todos os moldes devem conter a indicação do sentido do fio em que a peça deve ser cortada. O sentido do fio indica o posicionamento do molde em relação à ourela do tecido. Conforme a disposição dos fios de urdume e trama, viu-se que o sentido da trama é mais flexível horizontalmente e o sentido do urdume é mais rígido. A seguir as imagens exemplificam a combinação dos fios de urdume e trama. Fio do Urdume Fio da Trama 16 - 44 Pensando na ergonomia das peças de vestuário, na maioria dos casos, é mais interessante que as peças possuam mais elasticidade no sentido horizontal, para acompanhar de forma confortável as movimentações do corpo. No quesito comprimento é necessário que a peça seja estável, isso é, não altere o comprimento para maior ou menor, evitando a formação de irregulares ou bicos das peças. A imagem abaixo ilustra o plano de corte de uma camiseta, observe que o comprimento da camiseta acompanha paralelamente o comprimento do tecido, cortar a peça nesse sentido garante que a maior mobilidade será para os lados, proporcionando maior conforto para o usuário e maior estabilidade no comprimento, evitando que bicos sejam formados na barra da camiseta. Tr am a = La rg ur a do te ci do Urdume do tecido = Comprimento do tecido 17 - 44 Dessa forma, na modelagem é imprescindível que o sentido do fio seja sinalizado e respeitado na hora do corte. A torção do molde no plano de corte pode danificar o caimento da peça, proporcionando efeitos diferentes dos planejados. Todavia, pode haver exceções quanto ao posicionamento do fio, mas isso deve ser uma tomada de decisão consciente para atingir algum efeito esperado com a mudança do posicionamento do fio. Existe a possibilidade de posicionar o molde no sentido contrário do fio, ou seja, acompanhando o sentido da trama. Esta é uma opção em partes da peça que precisão ser mais rígidas e menos elásticas. Outra opção é cortar o molde no sentido do viés, isto é, 45 graus a partir da ourela. O sentido do viés, no caso de tecidos planos, é a direção que possui mais elasticidade e é utilizado em modelos que necessitam de alto grau de ajuste ao corpo ou caimento. Ao lado na imagem é possível observar as possibilidades de posicionamento dos moldes em relação ao fio do tecido. Fi o de tr am a Fio de urdume/ fio preto Dobra do tecido Viés Ourela 1- Fio reto 2- Fio atravessado 3- Viés 45° 18 - 44 Saiba mais Você sabe como cortar uma roupa no fio reto, no fio atravessado e no viés? Acesse o link a seguir e fique por dentro. https://www.youtube. com/watch?v=C3HzPvUcL9I Como exemplos de tecidos planos temos: tricoline, crepe, denim/brim, jacquard, chita/ chitão/, cetim, fallete, Oxford, etc. Acesse o link a seguir e conheça as principais características dos tecidos. https://www.maximustecidos.com. br/dicionario-de-tecidos-h21/. 19 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=C3HzPvUcL9I https://www.youtube.com/watch?v=C3HzPvUcL9I https://www.maximustecidos.com.br/dicionario-de-tecidos-h21/ https://www.maximustecidos.com.br/dicionario-de-tecidos-h21/ Malha Ao contrário dos tecidos planos que necessitam de um fio de trama e de um fio de urdume, os tecidos de malha são compostos por apenas um fio entrelaçado como um tricô. Conformeo desenho abaixado, cada laçada do fio se entrelaça na laçada anterior e assim vai compondo o tecido. Devido aos espaços entre os entrelaçamentos, os tecidos de malha possuem propriedades como elasticidade e maleabilidade. Nas imagens a seguir é possível ver a dinâmica dos entrelaçamentos feitos com um único fio. A técnica de tricô resulta em tecidos de malha, mas na indústria esses tecidos são fabricados em teares tubulares. Dentro do grande grupo das malhas existem outros grupos como: 20 - 44 A) Malha circular: produzida em teares circulares, temos como exemplo o moletom, a meia malha e o piquet. B) Malha retilínea ou malha de trama: possui muita semelhança ao tricô artesanal, entretanto é produzida em maquinários eletrônicos, o entrelaçamento do fio se dá no sentido da trama. O tecido é conhecido pelas propriedades de resistência e durabilidade, exemplos de malhas para golas e punhos. C) Malha de urdume ou teia: os entrelaçamentos são feitos no sentido do urdume, o processo possui semelhança na tecelagem de tecidos planos. Como exemplo temos as rendas para lingerie. 21 - 44 Tecido não tecido Os tecidos não tecidos, como o próprio nome relata, não passam por processos de tecelagem, as fibras ou fios são agrupadas em uma máquina de compactar. As fibras dispostas aleatoriamente podem ser compactadas por processos químicos (coladas) ou físicos (pressão). Temos como exemplo o feltro e o TNT, apesar de possuírem toque e mobilidade semelhante aos tecidos, não possuem entrelaçamento entre os fios. 22 - 44 Tipos de ligamentos Na tecelagem dos tecidos planos, existem possibilidades de disposições entre os fios de urdume e trama. A forma como os fios de urdume entrelaçam-se nos fios de trama chama-se ligamento. As variações dos ligamentos diferenciam os tipos de tecido quanto ao seu caimento, brilho, resistência, textura, entre outras características e propriedades. Dessa forma, os ligamentos são escolhidos de acordo com o tecido que deseja ser confeccionado. Ligamento tela/tafetá A dinâmica do ligamento tela é considerada uma das mais simples, visto que os fios de urdume entrelaçam nos fios de trama alternadamente, isto é, ora o fio de urdume passa por cima do fio de trama e ora por baixo, e assim sucessivamente durante todo o comprimento do tecido. Na imagem a seguir é possível visualizar os entrelaçamentos entre os fios de urdume e trama. 23 - 44 A distância entre os ligamentos pode ser planejada de acordo com as características desejadas para o tecido. Dessa forma, o ligamento tela ou tafetá pode compor desde tecidos mais rígidos até tecidos mais maleáveis. Por seguir um mesmo padrão de ligamento, o lado direito e avesso do tecido geralmente é igual, em casos que o tecido não contenha beneficiamento, estampa ou aplicação sinalizando o lado direito. Como exemplos de tecidos com ligamento tela temos: tricoline, cambraia, chiffon, organza, chita, etc. 24 - 44 Ligamento sarja O ligamento é reconhecido por formar linhas diagonais no tecido, as fileiras como são chamadas acontecem porque a trama passa por cima de pelo menos dois fios de urdume para em seguida passar por baixo de um fio. Nas imagens a seguir é possível visualizar as diagonais formadas no tecido. Além das diagonais contínuas, o ligamento sarja pode proporcionar o efeito de espinha de peixe como na segunda imagem, esse efeito é causado quando as fileiras são proporcionalmente invertidas. Na terceira imagem é possível observar como a combinação dos ligamentos sarja e as cores dos fios podem formar desenhos no tecido, na imagem é ilustrada a padronagem Pied de Poule. Uma das propriedades de tecidos com ligamento sarja é a resistência em sujar, entretanto, sua limpeza pode ser mais difícil. Esse tipo de entrelaçamento torna o tecido mais resistente do que no caso de tecidos com ligamento tela. Como exemplo de tecido com ligamento sarja temos o brim, denim, a sarja, o tweed, etc. 25 - 44 Ligamento cetim O ligamento cetim é bastante semelhante ao ligamento sarja, entretanto os espaçamentos entre os ligamentos são maiores, por isso visualmente fica difícil observar a semelhança. Uma das principais características adquiridas com os longos espaçamentos entre os entrelaçamentos, é o brilho e toque acetinado no tecido, todavia, são tecidos mais frágeis. Como é possível observar na segunda imagem, o ligamento cetim difere visivelmente o lado direito e avesso do tecido. Como exemplos de tecidos com ligamento cetim temos o próprio cetim, alguns crepes e veludo de seda. No vestuário são opções para vestidos de festa, trajes de alfaiataria, roupas sociais e também muito utilizados para forros. 26 - 44 Saiba mais Cetim: descubra o luxo e a versatilidade deste tecido milenar. https://audaces. com/o-que-e-tecido-cetim/ Beneficiamento: definição e exemplos Após o processo de tecelagem os tecidos podem ser submetidos a processos de beneficiamento, isso é, agregar características à superfície, sendo elas tanto estéticas quanto sensoriais, modificando o visual do tecido e o toque. Dessa forma, o beneficiamento pode incluir processos de tingimento, estamparia, alvejamento, purga, flanelagem, desengomagem, etc. Nem todos os processos de coloração são feitos após o tecido ser tramado. Há a técnica de fio-tinto, onde o fio é tingido e depois tramado. Em casos de o tecido ser tingido após a tecelagem, chama-se tecidos unicolores. Dentre os beneficiamentos mais comuns nos tecidos está a estamparia que pode ser feita de variadas formas, na seção seguinte iremos estudar os tipos e características dos principais tipos de estamparia. 27 - 44 https://audaces.com/o-que-e-tecido-cetim/ https://audaces.com/o-que-e-tecido-cetim/ Estampados Rotativo/Cilindro A estamparia rotativa é feita através de desenhos gravados a laser em cilindros passados em uma esteira rotativa. As estampas possuem seus motivos com repetições corridas, visto que o formato cilindro facilita no encaixe do rapport. Evita-se que os desenhos das estampas rotativas tenham muitos detalhes, no intuito de não prejudicar a qualidade da estamparia. Além disso, existem limitações na quantidade de cores a serem utilizadas, uma vez que em cada cor e parte do desenho é gravado um cilindro diferente. Por ser um processo automatizado é possível ser confeccionado em larga escala, comercialmente são produzidos no mínimo mil metros de estampa. Quanto à durabilidade da estampa rotativa, esta pode desbotar com mais facilidade e o custo, quando comparado com o processo de estamparia digital, é aproximadamente metade. 28 - 44 Esta estamparia permite fazer a impressão em tecidos com diferentes fibras, entretanto, por questão de custo- benefício, a maior parte é feita em tecidos de origem natural e artificial, já que os tecidos sintéticos no sistema de calandra, que será abordado a seguir no processo de sublimação, são mais rentáveis. Na imagem a seguir é possível observar que em cada cilindro é gravado uma parte do desenho, em cada cilindro também terá uma cor da estampa, a soma de todas as partes de cada cilindro resulta na estampa final. 29 - 44 Saiba mais Estamparia Rotativa: O que é um cilindro? https://www.youtube.com/ watch?v=UVuR9NMfIao Processo Estamparia Rotativa. https://www.youtube.com/ watch?v=SfHD45bJfLI 30 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=UVuR9NMfIao https://www.youtube.com/watch?v=UVuR9NMfIao https://www.youtube.com/watch?v=SfHD45bJfLI https://www.youtube.com/watch?v=SfHD45bJfLI Sublimação A estamparia por sublimação é uma das mais comuns, visto seu baixo custo. Como o próprio nome relata a estampa passa do estado sólido para o estado gasoso, esse fenômeno chama-se sublimação. A estampa é impressa por meio de uma calandra que pressiona o papel sublimático sob a base do tecido, submetendo-o a elevadas temperaturas, que irão fazer a tinta do papel sublimare gravar o tecido. Ligada ao fato de a sublimação ser muito semelhante a um adesivo, a técnica é possível apenas em tecidos de poliéster, quando realizada em tecidos de fibras naturais, por exemplo, algodão, apresenta pouca adesão e durabilidade. Além disso, além da base de poliéster, é necessário que seja de fundo claro para que as cores da estampa não sejam alteradas. Não há limitações para detalhamentos de cores ou formas da estampa, o resultado obtido é fiel ao desenho e intensidade de cores desejadas. É um processo rápido e barato de ser executado, comercialmente pode ser feito em pequenas quantidades, como no mínimo 1 metro de tecido estampado. 31 - 44 Saiba mais A sublimação é uma técnica de estamparia que possibilita personalizações rápidas e sem limites de cor! Acesse o link a seguir e conheça melhor essa técnica. https://www.youtube.com/ watch?v=6MYfOOpg98I&t=19s Digital A estamparia digital é umas das técnicas mais modernas atualmente, permite inúmeras variações de cores e seu processo se assemelha muito com o de uma impressora, porém no caso a impressão é feita no tecido. É considerada a mais sustentável entre as técnicas de estamparia, visto que nesta técnica há redução no uso de água, energia e diminuição no descarte de resíduos químicos e físicos. 32 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=6MYfOOpg98I&t=19s https://www.youtube.com/watch?v=6MYfOOpg98I&t=19s https://www.youtube.com/watch?v=6MYfOOpg98I&t=19s A estamparia é realizada a jato de maneira que agiliza o processo, tornando-se uma boa opção para empresas que desejam reduzir leadtime e otimizar a produção. Quanto à durabilidade, é conhecida por ser uma das mais duradouras, além disso, recomenda-se que a estamparia seja feita em tecidos de composições de origens naturais, como o algodão e a viscose. Por contar com o processo do início ao fim de forma digital, comercialmente ainda é umas das técnicas com custos mais altos, sendo necessário a estamparia de no mínimo 300 metros de tecido. 33 - 44 Saiba mais Estamparia Digital: Como a máquina de estampar funciona? https://www.youtube.com/ watch?v=IE3BBvJyLmY 34 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=IE3BBvJyLmY https://www.youtube.com/watch?v=IE3BBvJyLmY Inovação têxtil Os materiais têxteis no formato que conhecemos hoje são resultados de anos de estudos que buscam constantemente aprimorar seu desempenho e funcionalidades. Com o objetivo de sanar as necessidades humanas, produtivas e ambientais, quanto ao uso, custos, fonte de matéria-prima, de vida do produto, entre outros pontos, as tecnologias trabalham nas estruturas têxteis a fim de gerar vantagens em relação aos têxteis comuns. As inovações tecnológicas aliadas aos processos têxteis têm mudado o relacionamento entre consumidor, marca e produto. Sobretudo, a indústria de confecção de vestuário que se defronta com novas demandas a serem implementadas na criação de seus produtos. É válido ressaltar que, além de matéria-prima para o setor de vestuário, os têxteis possuem forte papel nas indústrias de cama, mesa e banho, uniformes, tanto para indústria quanto para profissionais da saúde, assim como na área gastronômica. Assim, este assunto apesar de novo, mostra-se relevante a abordagem de tecidos inteligentes nos mais variados setores e indústrias. 35 - 44 Nanotecnologia As inovações tecnológicas de forma geral são um grande alerta de tendência, dessa forma, por ser um assunto relativamente novo, envolve custos e investimos superiores aos comuns realizados na indústria têxtil convencional. Entretanto, há a grande necessidade de agregar funcionalidades e propriedades além das que já são obtidas com os têxteis comuns. Nesse sentido, a nanotecnologia atua no nível molecular das estruturas têxteis, seja nas fibras ou em acabamentos de beneficiamento dos tecidos, modificando estruturas, adicionando dispositivos, fracionando moléculas, entre outras intervenções. Na maioria das vezes as pessoas optam por tecidos de composição natural em relação aos tecidos com origem química, conhecendo as propriedades de usabilidade e conforto que as fibras naturais proporcionam. A nanotecnologia possibilita que sejam agregados aos tecidos comuns artifícios que solucionem problemas relacionados à qualidade do tecido, estética, resistência, proteção antibacteriana, proteção contra raios UV, impermeabilidade, propriedades antissujeiras, hipoalergênica etc. A experiência do consumidor com peças de vestuário envolve o conforto físico e psicológico, que estão intrinsecamente relacionados, por exemplo, uma peça de roupa com toque macio e suave, que possui bom caimento, boa durabilidade, não amassa e não suja com facilidade e causam sensações para o usuário além da satisfação de estar vestido uma roupa com a estética agradável. Dessa forma, a nanotecnologia eleva o nível de valor agregado ao produto. 36 - 44 O vestuário protege o corpo humano de interferências externas, como calor, frio, umidade, doenças, etc. Com o advento da pandemia o assunto sobre tecidos com nanotecnologia capazes de implementar a profilaxia de doenças causadas por microrganismos tornou- se mais popular. Visto a necessidade de proteção contra a disseminação de um vírus altamente contagioso. Os tecidos de composição natural por terem propriedades como controle de umidade, podem ocasionar ambientes propícios para fungos e bactérias. Por outro lado, os tecidos de fibras sintéticas podem dificultar a transpiração corporal, fazendo com que a umidade fique retida na pele do usuário, propiciando também a proliferação de microrganismos que podem gerar alergias e doenças. Além de doenças, os microrganismos podem causar odores e manchas nos tecidos, nanopartículas de zinco ou prata quando misturadas com fibras têxteis naturais podem agregar propriedades que controlam a proliferação de fungos e bactérias, evitando o contágio de doenças, alergias e odores. 37 - 44 Nanopartícula de prata Bactéria viva (com parede celular) Bactéria morta (parede celular danificada) Tecido Na imagem a seguir é possível visualizar a ação bactericida das nanopartículas de prata nos tecidos. Apesar do vestuário atuar como barreira protetora contra agentes externos, os tecidos convencionais não possuem propriedades que garantem a proteção completa contra raios UV, por exemplo. A adição de nanopartículas de dióxido de titânio em têxteis acrescentam propriedades protetoras contra a radiação solar, impedindo que os raios atravessem o tecido e entrem em contato com a pele. Na imagem a seguir é ilustrado como as nanopartículas de titânio absorvem a radiação. Além da adição de nanotecnologia, outros fatores influenciam no potencial de proteção dos materiais, como o espaçamento da trama, espessura do tecido, controle de umidade, tingimento, etc. 38 - 44 Estes foram alguns exemplos para demonstrar como a nanotecnologia adicionada aos têxteis convencionais pode potencializar e criar propriedades necessárias ao bem-estar do usuário, assim como visam otimizar a sustentabilidade do ciclo de vida do produto, uma vez que a preocupação sobre o tempo de degradação dos tecidos é algo em questão nos ativos tecnológicos. Os têxteis inteligentes cada vez mais farão parte do processo de tomada de decisão dos estilistas em suas criações. Tecido puro (sem proteção UV) Pele Radiação UV (solar) Tecido tratado (com proteção UV) Nanopartícula de TiO2 Radiação UV (solar) Pele 39 - 44 Saiba mais Você sabe o que é a Nanotecnologia na Indústria Têxtil? Assista ao vídeo e fique por dentro. https://www.youtube.com/ watch?v=TA7_jPGDVnI Tecnologia vestível: a nanotecnologia na moda e indústria têxtil. https://heloisatolipan. com.br/moda/senai-cetiqt-a-nanotecnologia- na-industria-textil-e-uma-reflexao-sobre-a- revolucao-das-roupas-inteligentes/ 40 - 44 https://www.youtube.com/watch?v=TA7_jPGDVnI https://www.youtube.com/watch?v=TA7_jPGDVnIhttps://heloisatolipan.com.br/moda/senai-cetiqt-a-nanotecnologia-na-industria-textil-e-uma-reflexao-sobre-a-revolucao-das-roupas-inteligentes/ https://heloisatolipan.com.br/moda/senai-cetiqt-a-nanotecnologia-na-industria-textil-e-uma-reflexao-sobre-a-revolucao-das-roupas-inteligentes/ https://heloisatolipan.com.br/moda/senai-cetiqt-a-nanotecnologia-na-industria-textil-e-uma-reflexao-sobre-a-revolucao-das-roupas-inteligentes/ https://heloisatolipan.com.br/moda/senai-cetiqt-a-nanotecnologia-na-industria-textil-e-uma-reflexao-sobre-a-revolucao-das-roupas-inteligentes/ Referências DINO. A história dos tecidos e curiosidades sobre os que possuem a melhor manufatura do mercado. ESTADÃO, 15 de abril de 2021. Disponível em: http:// patrocinados.estadao.com.br/medialab/releaseonline/releasegeral-releasegeral/geral- a-historia-dos-tecidos-e-curiosidades-sobre-os-que-possuem-a-melhor-manufatura-do- mercado/. Acesso em: 01 dez. 2021. EEEP. Fibras Têxteis. SEDUC CE. Disponível em: https://educacaoprofissional.seduc. ce.gov.br/images/material_didatico/textil/textil_fibras_texteis.pdf. Acesso em: 01 dez. 2021. GOMES, Anne Velloso Sarmento; COSTA, Ney Róblis Versiani; MOHALLEM, Nelcy Della Santina. Os Tecidos e a Nanotecnologia. Química Nova na Escola, [S.L.], v. 34, n. 4, p. 288-296, 23 abr. 2016. Sociedade Brasileira de Química (SBQ). http://dx.doi. org/10.21577/0104-8899.20160040. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/ qnesc38_4/03-QS-43-15.pdf. Acesso em: 28 out. 2021. OLIVEIRA, Cris. Malharia: descubra os tipos existentes. Elo7, 06 de outubro de 2016. 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