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FACULDADE DA SAÚDE E ECOLOGIA HUMANA CURSO DE ENFERMAGEM GABRIELA VIEGAS DE OLIVEIRA MACHADO RAYELY FLORIANO CASSIMIRO TRANSTORNOS MENTAIS EM TRABALHADORES DA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DA LITERATURA Vespasiano/MG 2024 GABRIELA VIEGAS DE OLIVEIRA MACHADO RAYELY FLORIANO CASSIMIRO TRANSTORNO MENTAIS EM TRABALHADORES DA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DA LITERATURA Trabalho de conclusão do curso com requisito obrigatório para obtenção de título de Bacharel em Enfermagem pela Faculdade de Saúde e Ecologia Humana – FASEH. Orientador(a): Raphaella Coelho Michel Vespasiano/MG 2024 RESUMO Este trabalho tem como objetivo examinar a literatura disponível que trata da saúde mental dos profissionais de enfermagem, analisar os principais determinantes que afetam a saúde mental dos profissionais de enfermagem e investigar estratégias empregadas para promover o seu bem-estar psicológico. Trata-se de uma revisão da literatura por meio de um levantamento retrospectivo das pesquisas publicadas no período de 2003 a 2023. A coleta de dados ocorreu entre Março e Abril de 2024 em artigos publicados nos últimos vinte e um anos. A busca foi realizada por meio de pesquisas nas bases Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-BIREME), e PUBMED. Foram selecionados 16 artigos que obedeceram aos critérios de inclusão. Esses foram divididos em duas categorias: estudos com foco nos transtornos mentais adquiridos durante a jornada da enfermagem; e estudos com foco no ambiente de trabalho. Foi constatado nos estudos que a saúde mental desses profissionais pode estar relacionada a fatores internos e externos ao trabalho. Desta forma, é preciso que as instituições implementem estratégias de intervenção para conter problemas e situações emocionalmente estressantes, propor estratégias de autocuidado, planos de capacitação para saúde e melhoria da qualidade de vida desses profissionais. Palavras-chave: Transtornos mentais; Profissionais de enfermagem; Saúde mental; Jornada de trabalho; Enfermagem; SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 6 3. OBJETIVO GERAL………………………………………………………………..7 4. METODOLOGIA…………………………………………………………………….8 5. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................7 5.1 Transtornos mentais............................................................................... 13 5.2 Transtornos mentais relacionados ao trabalho.......................................14 5.2.1 Principais transtornos mentais e riscos ocupacionais relacionados ao trabalho.........................................................................................................15 5.2.1.1 Síndrome de Burnout....................................................................... 15 5.2.1.2 Depressão........................................................................................ 16 5.2.1.3 Transtorno de Ansiedade................................................................. 18 5.3 Perfil e comportamento de risco.............................................................19 5.3.2 Prevenção dos transtornos mentais na equipe de enfermagem......... 19 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................23 7. CONCLUSÕES..............................................................................................27 8. REFERÊNCIAS............................................................................................. 28 5 1. INTRODUÇÃO A afirmação de que a saúde mental é essencial para o bem-estar geral, expressa pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com a frase "não pode haver saúde sem saúde mental", foi corroborada por várias instituições influentes em saúde global. Entre elas estão a Organização Pan-Americana da Saúde, o Conselho de Ministros da União Europeia, a Federação Mundial de Saúde Mental e o Royal College of Psychiatrists do Reino Unido. Essas organizações destacam a importância da saúde mental como parte integral da saúde e do desenvolvimento humano, enfatizando sua relevância em políticas e práticas de saúde em escala internacional. (PRINCE et al., 2007). No contexto da saúde global, os profissionais de enfermagem desempenham um papel fundamental, servindo como pilares dos sistemas de saúde em todo o mundo. A enfermagem se configura como uma profissão essencial para o bem-estar da sociedade. Os enfermeiros fornecem cuidados compassivos e de alta qualidade aos pacientes, defendem seus direitos e trabalham incansavelmente para melhorar a saúde global (ICN, 2023). Apesar da missão fundamental da enfermagem, seus profissionais frequentemente se veem imersos em um ambiente desafiador, que impacta significativamente sua saúde mental. De acordo com a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN, 2023), a sobrecarga de trabalho, a escassez de recursos humanos e materiais e a exposição frequente a situações de sofrimento e morte são alguns dos principais fatores que contribuem para o adoecimento mental dos profissionais de enfermagem. Estudos recentes comprovam que os trabalhadores de enfermagem apresentam maior susceptibilidade a transtornos mentais comuns (TMCs), como ansiedade, depressão e síndrome de burnout. A prevalência desses transtornos nesse grupo profissional é alarmante, superando significativamente a média da população geral, com estimativas que variam entre 20% e 40%" (Câmara & Santos, 2022) 6 2. JUSTIFICATIVA A relevância deste trabalho se fundamenta na necessidade imperiosa de compreender e mitigar os fatores que contribuem para o esgotamento profissional e a deterioração da saúde mental entre os profissionais de enfermagem. Estes indivíduos desempenham um papel primordial na prestação de cuidados de saúde, estando na linha de frente do atendimento a pacientes em diversos contextos hospitalares e clínicos. No entanto, são frequentemente submetidos a condições de trabalho adversas, que incluem instalações inadequadas, falta de recursos materiais e humanos, jornadas extenuantes e um ambiente de trabalho emocionalmente desgastante. A escolha por investigar esses aspectos se justifica pela necessidade de propor soluções e intervenções que possam melhorar as condições de trabalho dos enfermeiros, promovendo um ambiente mais saudável e seguro. A identificação dos fatores que levam ao esgotamento profissional e à insatisfação no trabalho é um passo essencial para a implementação de políticas e práticas que valorizem e cuidem desses profissionais. Ademais, este trabalho visa contribuir para a literatura existente, oferecendo dados e análises que possam subsidiar a formulação de estratégias de gestão e intervenção, focadas na promoção da saúde mental e no bem-estar dos profissionais de enfermagem. A pertinência deste estudo se torna ainda mais evidente diante das constantes transformações nos contextos laborais e nas exigências do mercado de trabalho. Compreender as nuances e particularidades das condições de trabalho dos enfermeiros é crucial para a criação de um sistema de saúde mais eficiente, humano e sustentável. Portanto, este trabalho se justifica pela urgência de abordar e solucionar os problemas enfrentados por esses profissionais, assegurando que possam exercer suas funções com dignidade, segurança e satisfação. 7 3. OBJETIVO GERAL O objetivo deste estudo é realizar uma revisão abrangente da literatura disponível sobre a saúde mental dos profissionais de enfermagem, com o intuito de identificar e analisar os principais determinantes que afetam seu bem-estar psicológico.Além disso, busca-se investigar as estratégias atualmente empregadas para promover a saúde mental desses profissionais, considerando tanto os fatores individuais quanto os contextuais que influenciam sua qualidade de vida e desempenho no ambiente de trabalho. Por meio desta análise, espera-se fornecer uma visão detalhada e fundamentada que possa contribuir para o desenvolvimento de políticas e práticas mais eficazes na promoção da saúde mental no campo da enfermagem. 8 4. METODOLOGIA O presente estudo caracteriza-se por uma revisão narrativa da literatura. A busca dos artigos foi realizada por meio das seguintes palavras-chave: transtornos mentais; profissionais de enfermagem; saúde mental; jornada de trabalho; enfermagem. As bases científicas utilizadas para busca dos artigos foram: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS-BIREME), e PUBMED. Para a realização deste estudo foram selecionados 16 artigos que foram divididos em duas categorias: estudos com foco nos transtornos mentais adquiridos durante a jornada da enfermagem; e estudos com foco no ambiente de trabalho. As palavras-chave e descritores foram escolhidos a partir da leitura de artigos abordando a mesma temática, e os estudos selecionados deveriam compreender o período entre 2003 até 2023. 9 5. REVISÃO DA LITERATURA. No Quadro 1 estão reunidos os artigos conforme a seleção. Estão organizados de acordo com as seguintes variáveis: Número do artigo, Título do estudo, Autores, Revista, e Ano de publicação e Objetivo. Quadro 1. Identificação dos artigos selecionados na revisão integrativa da literatura. ATG TÍTULO AUTORES REVISTA/ANO OBJETIVO CONCLUSÃO 01 Estresse e sofrimento em enfermeiros hospitalares: relação com variáveis pessoais, laborais e hábitos de vida. Lorenzi E, et al. Rev. Enferm. 32. 2023 Identificar as possíveis associações entre o estresse e o sofrimento com as variáveis pessoais, laborais e hábitos de vida. O estresse vivenciado na atividade laboral do enfermeiro recebe forte influência da baixa remuneração, levando-o a desejar mudar de emprego e profissão. O esgotamento profissional e a falta de reconhecimento são estressores que impulsionam mecanismos de defesa, dentre eles, o desejo de mudar de emprego. 02 Fatores associados ao estresse, ansiedade e depressão em profissionais de enfermagem no contexto hospitalar. Assis et al. Rev. Brasil. Enferm. 2022 Determinar os fatores associados ao estresse, ansiedade e depressão, concomitantemente, em profissionais de enfermagem que atuam no contexto hospitalar. fatores demográficos, fisiológicos, sociais e laborais impactam os níveis de estresse, ansiedade e depressão nos profissionais de enfermagem. A adoção de estratégias de enfrentamento dos fatores modificáveis deve ser considerada, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida desses profissionais 10 03 Análise dos fatores que levam enfermeiros a depressão COSTA, Victor Hugo dos Santos, GONÇALVES, Jonas Rodrigo Rev. JRG, 2020 Identificar fatores que levam enfermeiros a depressão Acredita-se que a relação conflituosa, a falta de reconhecimento no trabalho, as cargas horárias exaustivas e remuneração baixa são os fatores que acarretam odesenvolvimento da Depressão em enfermeiros. 04 Doenças mentais relacionadas ao trabalho: um levantamento sobre a saúde da equipe de enfermagem VENEU et al Rev. Pró Universus, 2020 Descrever as principais doenças relacionadas ao trabalho que afetam a equipe de enfermagem no Brasil. O quadro de adoecimento coletivo de enfermagem é alarmante, por conseguinte urge modificá-lo através de estudos que busquem medidas de prevenção, enfrentamento dos agravos e riscos à saúde dos trabalhadores da equipe de enfermagem 05 Ocorrência de doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho em enfermagem SILVA S.S., et al, Research, Society and Development, 2020 Este estudo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre as doenças mais frequentes que acometem os enfermeiros no exercício de sua profissão, bem como, apontar os fatores associados. Este estudo evidenciou que as principais doenças que acometem os enfermeiros são sobrepeso, fatigabilidade, dor lombar, síndrome de Burnout, distúrbios osteomusculares e infecções transmissíveis. As condições que levam ao surgimento desses agravos estão relacionadas ao cargo que o profissional ocupa, setor de trabalho com nível de exigência maior e jornadas diárias e semanais de trabalho prolongadas. 06 Afastamento do trabalho por transtornos mentais e comportamentais OLIVEIRA et al. Rev. Cuid., 2019 Descrever as causas dos afastamentos do trabalho por transtornos mentais e Estratégias de promoção da saúde, reorganização das condições de trabalho e adequada atenção à saúde mental 11 entre profissionais da enfermagem comportamentais entre profissionais de enfermagem desses trabalhadores constituem-se em importantes medidas para a redução dos afastamentos do trabalho. 07 Ansiedade dos Enfermeiros da estratégia saúde da família SANGALETTI, Juliana, CERETTA, Luciane B., SORATTO, Maria Tereza Rev. Interdisciplinar de estudos em saúde, 2018 Identificar fatores associados à Ansiedade do enfermeiro da Estratégia Saúde da Família (ESF) Os fatores associados à ocorrência de ansiedade nos enfermeiros da ESF vinculam-se principalmente ao excesso de trabalho, seguido da falta de valorização profissional; pressão exercida no processo de trabalho; preocupação e agitação no cotidiano do trabalho. Sendo assim, sugere-se um aprofundamento da pesquisa em relação aos fatores determinantes da ansiedade e as formas de melhor combatê-la no cotidiano do exercício da profissão. 08 trabalho em turnos de profissionais de enfermagem e a pressão arterial, burnout e transtornos mentais comuns Nascimento, et al Rev. Esc. Enferm. USP, 2018 Para analisar a influência do trabalho por turnos na pressão sanguínea, na presença de burnout e transtornos mentais comuns em profissionais de enfermagem. O trabalho por turnos foi associado a uma maior prevalência de fatores negativos relacionados ao trabalho, hábitos e estilos de vida inadequados e alteração no sangue do sono e pressão. 09 Sintomas depressivos e uso de drogas entre profissionais da JUNQUEIRA et al Escola Anna Nery: Rev. de Enfermagem, 2018 Avaliar possíveis relações entre o abuso de drogas, sintomas sugestivos de depressão e gênero em profissionais da equipe de enfermagem Uso abusivo de drogas e sintomas de depressão estão associados e manifestam-se diferentemente, de acordo com o gênero entre os profissionais da equipe de enfermagem. https://repositorio.usp.br/result.php?filter[]=isPartOf.name:%22Escola%20Anna%20Nery:%20Revista%20de%20Enfermagem%22 https://repositorio.usp.br/result.php?filter[]=isPartOf.name:%22Escola%20Anna%20Nery:%20Revista%20de%20Enfermagem%22 https://repositorio.usp.br/result.php?filter[]=isPartOf.name:%22Escola%20Anna%20Nery:%20Revista%20de%20Enfermagem%22 12 equipe de enfermagem 10 Estudos sobre os principais Estressores em profissionais de Enfermagem: Algumas possibilidades de Intervenção SILVEIRA et al. Rev. Portuguesa de saúde ocupacional, 2016 Identificar os principais fatores que favorecem a presença do estresse ocupacional em profissionais da enfermagem e aponta para possíveis estratégias de intervenção apresentadas pela literatura pesquisada. A literatura apresentou possibilidades de intervenção para a melhoria das condições de trabalho que variaram desde promover ações de prevenção e promoção de saúde (que visem à qualidade de vida), até realizar um trabalho de valorização do discurso desses trabalhadores e de oferecimento da possibilidade de partilha de experiências dos profissionais do setor de enfermagem como forma de criar estratégias para lidarcom o estresse ocupacional. 11 Relação entre capacidade para trabalho na enfermagem e distúrbios psíquicos menores MAGNAGO et al Texto Contexto Enferm., 2015 Este estudo avalia a associação entre demanda psicológica e controle no trabalho e ocorrência de distúrbios psíquicos menores entre trabalhadores de enfermagem. Conclui-se que há associação positiva entre distúrbios psíquicos menores e redução da capacidade para o trabalho nos trabalhadores pesquisados. São necessárias medidas que minimizem as exigências mentais e que potencializam a capacidade para o trabalho 12 Cargas de trabalho e condições de trabalho da enfermagem: revisão integrativa SCHOMOELLE R et al. Rev. Gaúcha Enferm., 2011 Conhecer a produção teórica sobre cargas de trabalho e condições de trabalho dos profissionais de enfermagem Os resultados indicaram as cargas de trabalho como responsáveis pelo desgaste dos profissionais, influenciando a ocorrência de acidentes e os problemas de saúde. Para amenizar tais cargas de 13 trabalho, os estudos apontam algumas estratégias, como adequação do quantitativo de pessoal, educação continuada e melhores condições de trabalho 13 Yoga for Self-Care and Burnout Prevention Among Nurses ALEXANDER, G. K. et al Workplace Health & Safety, 2015 Avaliar a eficácia do yoga na melhoria do autocuidado e na redução do esgotamento entre os Enfermeiros Os participantes relataram um autocuidado significativamente maior, bem como menos exaustão emocional e despersonalização após a conclusão de uma intervenção de yoga de 8 semanas. 14 Condições de trabalho e características sócio-demográficas relacionadas à presença de distúrbios psíquicos menores em trabalhadores de enfermagem KIRCHHOF et al Texto Contexto Enferm., 2009 Este estudo avalia a associação entre demanda psicológica e controle no trabalho e ocorrência de distúrbios psíquicos menores entre trabalhadores de enfermagem Considera-se necessária uma gestão organizacional participativa que inclua os trabalhadores no processo de mudanças e melhorias do ambiente laboral, principalmente no que tange às demandas e ao controle no trabalho 15 Fatores associados à depressão relacionada ao trabalho de enfermagem MANETTI; MARZIALE. Estudos de Psicologia (Natal), 2007 Identificar evidências científicas sobre a ocorrência de depressão relacionada ao trabalho de enfermagem e caracterizar fatores desencadeantes e estratégias utilizadas para a prevenção da doença Constatou-se que a saúde mental desses profissionais pode ser influenciada por fatores internos e externos ao trabalho. As estratégias propostas enfatizam o suporte administrativo, o relacionamento interpessoal e a divisão adequada do trabalho entre um número suficiente de profissionais. Estas estratégias devem 14 estar apoiadas no gerenciamento da depressão, na redução do estresse laboral e na implantação de programas de atenção à Saúde do Trabalhador. 16 Situações geradoras de ansiedade e estratégias para seu controle entre enfermeiras: estudo preliminar BARROS, et al. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2003 identificar situações que são consideradas fontes geradoras de ansiedade, na atuação cotidiana das enfermeiras, e identificar estratégias conscientes utilizadas pelas mesmas para diminuir os níveis de ansiedade. Embora as profissionais estejam realmente sujeitas a situações ansiogênicas, elas também se utilizam de estratégias de enfrentamento adequadas.Verifica-se a necessidade de realização de outros estudos sobre o assunto, a fim de se proporem novas alternativas que possam melhorar a qualidade de vida das enfermeiras. 15 3.1 Transtornos mentais Parafraseando a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), os determinantes da saúde mental e dos transtornos mentais são multifacetados, envolvendo não apenas características individuais, como a habilidade de gerenciar pensamentos, emoções, comportamentos e interações sociais, mas também uma ampla gama de fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais. Isso inclui políticas nacionais, sistemas de proteção social, padrões de vida, condições de trabalho e apoio comunitário. Além disso, o estresse, a genética, a nutrição, as infecções perinatais e a exposição a riscos ambientais são elementos adicionais que desempenham papéis significativos na manifestação dos transtornos mentais. Esses fatores interagem de maneiras complexas e podem influenciar tanto o desenvolvimento quanto a gravidade dos transtornos mentais em diferentes indivíduos. (OPAS, 2014) Os Transtornos Mentais Comuns (TMC), de acordo com a Secretaria de Política de Atenção à Saúde (SPAH, 2014), se manifestam por meio de sintomas como insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Estes podem ser duradouros, transitórios ou recorrentes, impactando significativamente as atividades diárias do indivíduo. Os Transtornos Mentais Graves (TMG), conforme o estudo de Dalgalarrondo (2019), causam grande sofrimento aos indivíduos acometidos, exigindo, em alguns casos, tratamento especializado. Observa-se nesses casos uma diminuição da capacidade de lidar com as adversidades do ambiente, além das dificuldades intrínsecas às alterações psicopatológicas. A compreensão multifacetada dos determinantes da saúde mental e dos transtornos mentais exige uma abordagem multidisciplinar que considere os diversos fatores envolvidos. Políticas públicas eficazes, sistemas de saúde robustos, ambientes de trabalho saudáveis, apoio social e familiar, acesso a serviços de saúde mental de qualidade e ações de promoção da saúde mental são elementos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde o bem-estar mental seja um direito fundamental de todos (Dalgalarrondo, 2019). 16 3.2 Transtornos mentais relacionados ao trabalho Os transtornos mentais no trabalho surgem quando as demandas do ambiente e da função profissional excedem a capacidade de adaptação do indivíduo. Essa situação pode gerar sentimentos de desvalorização e inabilidade, alimentando a percepção de esgotamento intelectual e falta de criatividade, impactando negativamente o desempenho profissional. Os fatores que contribuem para que ocorram transtornos mentais relacionados ao trabalho, são eles: sobrecarga e jornadas excessivas de trabalho, padrão de sono e vigília comprometidos, baixa remuneração, mais de um vínculo e processos de trabalho (FERNANDES et al., 2018). De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho (OSST), em 2021, os transtornos mentais foram a terceira maior motivação para afastamento do trabalho no Brasil, mais de 13 mil brasileiros tiveram como motivos para a concessão de benefícios previdenciários acidentários causas mentais e comportamentais. Se relacionados com os transtornos osteomusculares, os mentais podem ser considerados a segunda maior causa de afastamento no país. Um estudo recente realizado por Centeno et al. (2022) demonstra a elevada prevalência de TMC entre profissionais da saúde. Os autores identificaram que esses trabalhadores apresentam um risco aumentado de desenvolver TMC, quando comparados a outros grupos profissionais. Fatores como a alta carga de trabalho, longas jornadas, exposição a situações traumáticas e falta de apoio social contribuem significativamente para o aparecimento e a progressão dos TMC neste grupo. Os trabalhadores acometidos por esses transtornos podem apresentar absenteísmo frequente, queda na produtividade, deterioração da qualidade do trabalho e aumento do risco de acidentes. Além disso, o estresse crônico associado aos TMC pode levar ao desenvolvimento de doenças físicas, como problemas cardiovasculares, gastrointestinais e musculoesqueléticos (Centeno et al. 2022). 17 3.2.1 Principais transtornos mentais e riscos ocupacionais relacionadosao trabalho Conforme Vasconcelos (2019), o sofrimento e o mal-estar no ambiente do trabalho, causa o adoecimento psíquico dos que vivem em prol do trabalho. Posto isso, enfermidades relacionadas com estresse como a síndrome de Burnout; a depressão e a ansiedade, dentre outros distúrbios mentais, passam a fazer parte da rotina da classe trabalhadora. No cenário hospitalar, os profissionais de enfermagem assumem um papel preponderante, representando a maior parcela da força de trabalho. No entanto, essa posição de destaque não vem isenta de desafios, pois estão constantemente expostos e vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos mentais. Tal vulnerabilidade decorre do contato frequente com situações de sofrimento, perdas e da carga de trabalho intensa a que são submetidos (OLIVEIRA DM, 2019). 3.2.1.1 Síndrome de Burnout A Síndrome de Burnout (SB), descrita pela primeira vez por Herbert Freudenberger em 1974, atualmente se encontra inserida na Classificação Internacional de Doenças CID-11 sob o código QD 85 (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2019). Caracterizada por um estado de exaustão física, emocional e mental decorrente do estresse crônico no trabalho, a SB se configura como um problema de saúde pública de crescente relevância, afetando significativamente a saúde individual e coletiva. O início de um tratamento adequado para a SB depende de um diagnóstico preciso e detalhado. É fundamental que a avaliação profissional seja realizada por um psicólogo ou psiquiatra qualificado, a fim de diferenciar a SB de outros distúrbios como depressão, transtornos de humor e ansiedade (Cândido, 2017). No Brasil, na categoria dos profissionais de enfermagem, observou-se uma prevalência significativa de transtornos mentais comuns (TMC), atingindo 35,0% do grupo estudado. Especificamente entre os que desempenham suas 18 funções diretamente em unidades de terapia intensiva (UTIs), notou-se uma associação alarmante, com 80,6% dos casos de TMC relacionados à síndrome de Burnout. Essa elevada incidência pode estar relacionada com a complexidade e gravidade dos pacientes tratados nessas unidades (NASCIMENTO et al., 2019). Os profissionais de enfermagem são incumbidos de executar tarefas exigentes, como manobras de ressuscitação, curativos, aspiração de secreções, além de zelar pela higiene e conforto dos pacientes. Adicionalmente, lidam com a manipulação de ferramentas e equipamentos frequentemente inadequados ou danificados. Tais atividades são realizadas em meio a movimentos repetitivos, em espaços muitas vezes restritos e sob iluminação inadequada. Essas circunstâncias adversas têm o potencial de ampliar consideravelmente a carga de trabalho enfrentada por esses profissionais. (SCHMOELLER et al., 2011). Considerando que a enfermagem é predominantemente feminina e que as profissionais frequentemente enfrentam uma dupla jornada de trabalho devido à baixa remuneração, o que muitas vezes as leva a assumir múltiplos empregos e a trabalhar longas horas, é plausível admitir uma maior exposição ao risco de adoecimento (NASCIMENTO et al., 2019). Os diversos turnos de trabalho na área da enfermagem implicam em distintas cargas laborais. Embora o turno noturno possa aparentar uma redução nas atividades, é importante ressaltar que o número de profissionais disponíveis também é menor durante esse período. Essa combinação de fatores, aliada às cargas fisiológicas inerentes ao trabalho noturno, contribui para um aumento das demandas laborais (MAGNAGO et al., 2015). A sobrecarga de trabalho e as condições laborais enfrentadas pelos profissionais de enfermagem exercem uma influência significativa no processo de desgaste laboral. Esses elementos têm sido apontados como determinantes do esgotamento emocional dos profissionais, o que, por sua vez, resulta na redução da capacidade de trabalho nessa área (SCHMOELLER et al., 2011). 19 3.2.1.2 Depressão A depressão é um transtorno afetivo que tem sido uma constante ao longo da história da humanidade. Clinicamente, manifesta-se por meio de sintomas como tristeza persistente, pessimismo, baixa autoestima e sentimentos de vazio. Os sintomas característicos da depressão incluem humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia, além de desânimo, cansaço excessivo e falta de prazer em atividades anteriormente apreciadas. A pessoa pode apresentar interpretação distorcida da realidade, raciocínio mais lento, dificuldade de concentração e esquecimento. Além disso, a depressão pode afetar o sono, causando insônia, despertar matinal precoce ou aumento do sono. Alterações no apetite e no peso, bem como sintomas físicos como dores corporais, também são frequentes. (JÚNIOR A et al., 1998) De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023), a depressão mantém sua posição proeminente como um dos transtornos mentais mais prevalentes, sendo diagnosticada com maior frequência em comparação a outros transtornos. Além disso, é notável a disparidade de gênero nesse contexto, pois é duas vezes mais prevalente em mulheres do que em homens. Estatísticas indicam que entre 10 e 15% das mulheres em países industrializados e de 20 a 40% em nações em desenvolvimento enfrentam episódios depressivos durante a gestação ou no período pós-parto (OMS, 2023). Na pesquisa envolvendo profissionais de enfermagem, a literatura indica que os elementos precipitadores podem estar associados a fatores intrínsecos ao contexto e às operações laborais, tais como: as áreas de atuação profissional, os horários de trabalho, as relações interpessoais, a carga de trabalho, a gestão do serviço, as discrepâncias na alocação de horários, a autonomia na execução das tarefas, o cuidado aos pacientes, a exaustão, o apoio social, a sensação de insegurança, os conflitos de interesses e as estratégias de adaptação empregadas; bem como a fatores externos à esfera laboral, como gênero, idade, responsabilidades domésticas, apoio e renda familiar, estado de saúde geral do trabalhador e traços individuais (MANETTI, MARZIALE, 2007). 20 A profissão de enfermagem, na qual a presença constante do profissional junto ao paciente é indispensável, apresenta o trabalho noturno como um fator de risco consideravelmente elevado para o desenvolvimento da depressão. Os enfermeiros que atuam durante a noite enfrentam desafios únicos, pois muitas vezes não têm horários regulares de descanso e, quando o têm, muitas vezes é insuficiente (HUGO, JONAS RODRIGO GONÇALVES, 2020). 3.2.1.3 Transtorno de Ansiedade Em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, um total estimado de 301 milhões de pessoas em todo o mundo conviviam com transtornos de ansiedade, abrangendo uma parcela significativa de 58 milhões de crianças e adolescentes. Os sintomas associados a esses transtornos são frequentemente graves o bastante para causar sofrimento significativo ou prejudicar o funcionamento diário dos indivíduos afetados. (OMS, 2022) Segundo o World Health Organization (WHO), em 2020, houve um aumento significativo no número de indivíduos afetados por transtornos de ansiedade e depressão devido à pandemia de COVID-19. Estimativas iniciais indicam um incremento de 26% e 28%, respectivamente, para ansiedade e transtornos depressivos maiores em apenas um ano. Apesar da disponibilidade de opções eficazes de prevenção e tratamento, a grande maioria dos afetados por transtornos mentais não consegue acessar cuidados adequados. Além disso, muitos enfrentam estigma, discriminação e violações de direitos humanos. (WHO, 2022) A sensação de ansiedade é uma resposta comum e natural do organismo diante de situações percebidas como desafiadoras ou ameaçadoras. Este estado emocional, caracterizado por nervosismo, preocupação ou desconforto, é uma experiência inerente à condição humana. Além disso, é frequentemente associado a uma variedadede transtornos mentais, tais como o transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do pânico e fobias. Embora cada uma dessas condições apresente suas 21 particularidades, todas compartilham a presença de angústia e disfunção relacionadas especificamente à ansiedade e ao medo. É comum que manifestações físicas acompanhem esse estado emocional, incluindo falta de ar, tontura, sudorese, taquicardia e tremores. Ademais, os transtornos de ansiedade podem ter um impacto significativo no cotidiano das pessoas afetadas, levando a modificações comportamentais, como a evitação de determinadas situações ou atividades (BARNHILL, 2023). De acordo com uma pesquisa feita por Barros et al. (2003), no Hospital São Paulo, destacou-se como fonte de ansiedade a escassez de recursos materiais e humanos, as interações interpessoais e procedimentos de elevada complexidade. Situações inesperadas relacionadas tanto à prestação de assistência quanto ao gerenciamento hospitalar tendem a desencadear níveis moderados e elevados de ansiedade, ao passo que eventos cotidianos geralmente se associam a níveis mais baixos, indicando uma possível adaptação a um estresse contínuo. Os achados da pesquisa apontam para a existência de um desconforto emocional relevante entre as enfermeiras em suas atividades diárias. (BARROS et al., 2003). 3.3 Perfil e comportamento de risco Para além dos impactos no adoecimento e no bem-estar mental, atribuídos à sobrecarga e ao excesso de trabalho, estudos revelam uma série de consequências adversas adicionais. Entre elas, destacam-se a ocorrência frequente de acidentes envolvendo materiais perfurocortantes ou fluidos e secreções corporais, contusões, hipertensão arterial, alergias, epigastralgias e problemas musculoesqueléticos. Esses agravos à saúde representam uma preocupação significativa, impondo desafios adicionais à segurança e à qualidade de vida dos profissionais de enfermagem (SCHMOELLER et al., 2011). Essa situação tem conduzido os profissionais de enfermagem a adotar hábitos e comportamentos prejudiciais à saúde, tais como o consumo excessivo de café e alimentos fritos, além da falta de atividade física. Essas práticas têm sido associadas a uma maior incidência de obesidade, uma vez 22 que não há tempo disponível para repouso, lazer e, consequentemente, recuperação após o trabalho (SILVA S et al., 2020). 3.3.2 Prevenção dos transtornos mentais na equipe de enfermagem A equipe de enfermagem desempenha um papel essencial na prestação de cuidados de saúde, e é indispensável que esses profissionais estejam em condições físicas e mentais adequadas para garantir a entrega de cuidados eficientes e seguros aos pacientes. Os enfermeiros, frequentemente avaliados por sua produtividade e muitas vezes exigidos ao máximo durante sua jornada de trabalho, é indiscutível reconhecer que tais circunstâncias podem causar estresse, levando com frequência ao sofrimento e insatisfação dos profissionais. Esses fatores podem desencadear, em muitos casos, distúrbios mentais. (VENEU et al., 2020). No que se refere às estratégias potenciais para lidar com esse problema, podemos destacar a importância de condições laborais adequadas; o incremento do número de profissionais qualificados para evitar sobrecarga de trabalho; a implementação de planos de ação voltados para a promoção da saúde, qualidade de vida e segurança no ambiente de trabalho; programas de capacitação em áreas sensíveis, como o manejo de situações de óbito, e o reconhecimento do valor do discurso desses profissionais, proporcionando canais formais e informais de comunicação para expressarem suas necessidades e resolverem conflitos (SILVEIRA et al., 2016). É necessário que os profissionais de enfermagem compreendam a importância do autocuidado, reconheçam situações estressantes e desenvolvam estratégias para reduzir o esgotamento e prevenir o adoecimento. Esse reconhecimento pode ser facilitado com o auxílio dos profissionais da área de saúde mental (VENEU et al., 2020). Além disso, é fundamental capacitar os trabalhadores dos serviços de saúde sobre os sinais e sintomas dos distúrbios psíquicos, para que reconheçam a importância das condições de trabalho como um dos fatores determinantes no processo saúde/doença (KIRCHHOF et al., 2009). 23 Segundo o estudo de Kirchhof et al. (2009), é essencial implementar uma gestão organizacional inclusiva, na qual os trabalhadores possam participar ativamente do processo de mudanças e melhorias no ambiente de trabalho, juntamente com medidas de promoção da saúde do colaborador. É indispensável incluir medidas preventivas que comecem já nos cursos profissionalizantes e de formação superior. As melhorias alcançadas no ambiente de trabalho da equipe de enfermagem não apenas beneficiarão a saúde dos profissionais, mas também terão um impacto direto no serviço. Com menos afastamentos, o cuidado oferecido aos pacientes será aprimorado, refletindo em uma assistência mais eficiente e de maior qualidade (MAGNAGO et al., 2015). Para restaurar o equilíbrio após o desgaste da carga de trabalho, é imprescindível tecer uma rede de estratégias de prevenção que envolvam o ambiente de trabalho. Isso inclui intervalos revigorantes para descanso e refeições, a busca incessante por condições laborais mais favoráveis, a valorização salarial dos profissionais, a ampliação de benefícios e um compromisso sólido com a educação contínua (SCHMOELLER et al., 2011). De acordo com Alexander et al. (2015), em seu estudo exploratório os resultados apresentam indícios preliminares, em uma fase inicial, sobre a eficácia do yoga na promoção do autocuidado e da atenção plena, enquanto reduz o esgotamento entre enfermeiros que trabalham em uma rede de saúde urbana financiada por impostos. Os participantes do grupo de yoga relataram um aumento significativo no autocuidado, juntamente com uma diminuição na exaustão emocional e despersonalização, após a conclusão de um programa de yoga de 8 semanas. Ao destacar o potencial benéfico do yoga para promover o autocuidado e mitigar o esgotamento, os enfermeiros no ambiente de trabalho podem optar por uma abordagem não invasiva e não farmacêutica na prevenção de problemas de saúde mental em uma população vulnerável no mercado de trabalho. (ALEXANDER et al., 2015). 24 Ademais, urge uma reavaliação das políticas de saúde do trabalhador, direcionando-as de maneira mais eficaz aos profissionais de enfermagem, o que resultará em seu bem-estar geral (OLIVEIRA et al., 2019). 6. DISCUSSÃO Os determinantes da saúde mental são multifacetados, abrangendo fatores individuais, sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais. Transtornos mentais comuns (TMC), como insônia e irritabilidade, e graves (TMG), que causam grande sofrimento, exigem abordagens multidisciplinares. No ambiente de trabalho, especialmente entre profissionais de saúde, a sobrecarga e as longas jornadas aumentam a prevalência de TMC e a Síndrome de Burnout, afetando negativamente o desempenho e a qualidade de vida. A depressão, mais comum em mulheres, e os transtornos de ansiedade, exacerbados pela pandemia de COVID-19, destacam a necessidade de políticas públicas robustas e apoio social para a promoção da saúde mental. Comportamentos de risco, como consumo excessivo de café, álcool e tabaco, além da falta de atividade física, agravam o quadro, sublinhando a urgência de intervenções eficazes para reduzir o impacto dos transtornos mentais no bem-estar individual e coletivo. Os achados do estudo de Lorenzi et al. (2023) corroboram com o estudo de Assis et al. (2022), os quais mostram alta prevalência de depressão, ansiedade e estresse entre enfermeiros, associadas a fatores como gênero feminino, má qualidade do sono, falta de apoio, ausência de reconhecimento, excesso de trabalho e insegurança laboral, reforçando a necessidadede melhores condições de trabalho e apoio para esses profissionais. Em contrapartida, um estudo feito por Oliveira et al. (2019) revelou que o sexo masculino foi o mais afetado por transtornos ansiosos, um achado que contrasta com outras pesquisas que indicam uma maior prevalência desses transtornos entre o sexo feminino. Foram identificados diversos elementos de risco que podem predispor os enfermeiros à depressão, incluindo sobrecarga laboral, níveis elevados de estresse, conflitos interpessoais, condições 25 inadequadas de trabalho, remuneração insuficiente e ausência de reconhecimento profissional (KAROLLINY; TELES; MARTINS DA COSTA, 2021). Os fatores que contribuíram para a ansiedade entre os enfermeiros da ESF numa pesquisa feita por Sangaletti (2018), revelou que 85,72% dos enfermeiros apresentaram níveis leves de ansiedade, enquanto 14,28% demonstraram níveis moderados. Foram principalmente o excesso de trabalho, seguido pela falta de valorização profissional, a pressão no ambiente de trabalho, e a preocupação e agitação no dia a dia. Para Nascimento et al. (2018), no que concerne aos hábitos e estilos de vida, a maioria relatou inatividade física e indicou possuir algum tipo de lazer. Em conformidade com os autores acima, Fernandes et al. (2013) observou que, em comparação com as enfermeiras, os enfermeiros apresentaram comportamentos de saúde menos saudáveis. Especificamente, os enfermeiros relataram uma menor prática de exercícios físicos de lazer, maior frequência de tabagismo e maior consumo de bebidas alcoólicas, café e alimentos fritos. Além disso, os enfermeiros mostraram um menor consumo de frutas e verduras e apresentaram uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade. Em concordância, o estudo de Mattioda. (2022) afirma que a ausência de hábitos alimentares saudáveis e a falta de prática regular de exercícios físicos demonstraram uma forte associação com o aumento dos sintomas de ansiedade e níveis de estresse. Esses fatores contribuem para o desenvolvimento de transtornos mentais comuns (TMC). Essa observação vai de encontro com as ideias de Andrade et al. (2019), pois o sofrimento psicológico e o ônus emocional decorrentes das condições laborais estão associados ao uso de substâncias como álcool e drogas psicoativas como uma estratégia de enfrentamento e busca de alívio da carga de trabalho físico e emocional, afetando negativamente a qualidade de vida dos profissionais. Em consonância com os autores acima, uma pesquisa feita por Junqueira et al. (2018), o sexo masculino mostrou maior consumo de álcool e maconha. Cerca de 21,3% dos profissionais apresentaram sintomas sugestivos de depressão, sendo mais prevalentes entre as mulheres. As mulheres tinham menor 26 probabilidade de consumir álcool e maconha, mas maior probabilidade de apresentar sintomas de desinteresse e falta de prazer em relação aos homens. O uso de sedativos foi predominante entre os profissionais com sintomas sugestivos de depressão, com um risco potencialmente aumentado para seu uso. A elevada prevalência de estresse e burnout entre os enfermeiros é uma preocupação significativa. No estudo de Nascimento et al. (2018) quase metade dos enfermeiros considerou-se estressada, com uma prevalência de burnout de 39,0%, e 57,6% apresentaram transtornos mentais comuns. De maneira congruente, outro estudo encontrou que o alto nível de estresse ocupacional esteve presente na maioria dos enfermeiros investigados, corroborando a gravidade do problema de saúde mental nessa profissão (COUTO, DOS SANTOS, PALERMO, 2021). Os resultados de um estudo feito por Borges et al (2021) evidenciam uma alta prevalência de burnout entre enfermeiros de hospital de alta complexidade, com 42% dos profissionais em Portugal, 43% na Espanha e 42% no Brasil apresentando níveis moderados a elevados dessa condição. Ademais, as pontuações de Exaustão Emocional foram particularmente elevadas, refletindo um desgaste significativo e generalizado entre esses profissionais de saúde. Em contrapartida, o sofrimento psíquico não se limita apenas nas redes de alta complexidade, um estudo feito na atenção primária revelou que as condições de trabalho inadequadas desempenham um papel significativo no surgimento de sintomas depressivos entre os enfermeiros, evidenciando a dura realidade enfrentada na Estratégia de Saúde da Família (ESF). A maioria dos enfermeiros indicou que essas condições de trabalho promovem o adoecimento, destacando fatores como o excesso de atribuições, sobrecarga de trabalho, falta de estrutura organizacional, carência de recursos humanos, cobrança excessiva e desvalorização profissional (FERNANDES, MARCOLAN, 2017). Cabe ressaltar ainda, que neste mesmo estudo profissionais enfermeiros não perceberam ou não quiseram admitir a sintomatologia. Essa informação evidencia a existência de uma possível falta de consciência ou de relutância por parte dos enfermeiros em reconhecerem ou admitirem os 27 sintomas que estão experimentando. Isso pode indicar uma tendência à negação ou minimização dos problemas de saúde mental, o que pode dificultar a busca por ajuda e tratamento adequado. A revisão da literatura evidencia uma lacuna na pesquisa que concerne à saúde mental dos enfermeiros, salientando a carência de estudos mais abrangentes. A ausência de investigações mais profundas e complexas impede uma compreensão integral dos determinantes do bem-estar psicológico dos profissionais de enfermagem, bem como a formulação de intervenções eficazes. Esses estudos revelam algumas limitações significativas que podem afetar a generalização e a validade dos resultados. Muitos deles foram conduzidos em um único local ou contexto específico, o que limita a representatividade dos achados para outras populações de enfermeiros em diferentes ambientes de trabalho. Além disso, não existe um controle rigoroso acerca de possíveis omissões de informações por parte dos enfermeiros participantes. Essa falta de monitoramento de confiabilidade pode introduzir vieses nos resultados e afetar a precisão das conclusões alcançadas. A relevância deste estudo para a literatura reside na contribuição para o avanço do conhecimento no campo da saúde mental dos profissionais de enfermagem e evidenciar a saúde psicológica dos mesmos como uma questão de magnitude considerável devido ao seu impacto direto na qualidade do cuidado oferecido aos pacientes. As elevadas taxas de prevalência de depressão, ansiedade e estresse destacadas nesta revisão de literatura ressaltam a urgência de uma avaliação clínica contínua dos profissionais de enfermagem atuantes. Adicionalmente, a análise dos elementos que influenciam a saúde mental desses profissionais é vital para o desenvolvimento de políticas e práticas de apoio adequadas no contexto laboral, visando instaurar um ambiente propício à saúde e ao bem-estar dos trabalhadores. Pesquisas longitudinais poderiam oferecer insights repletos sobre os determinantes do estado mental dos enfermeiros ao longo do tempo, possibilitando uma análise mais precisa dos padrões associados aos transtornos mentais nessa população. Além disso, é primordial reconhecer a 28 necessidade de entrevistas e acompanhamento com profissionais da área da saúde mental, dado que os enfermeiros podem subestimar ou normalizar os sintomas de ansiedade e estresse no ambiente de trabalho. Dessa forma, é decisivo que estudos futuros adotem uma abordagem longitudinal e multidimensional para apurar de maneira abrangente os complexos inter-relacionamentos entre a prática da enfermagem e a saúde mental, visando aprimorar as condições laborais e promover o bem-estar global dos enfermeiros. 7. CONCLUSÃO Diante o embasamento científico apresentado pela presente revisão de literatura, constata-seum panorama preocupante na saúde mental dos enfermeiros, afetada principalmente por sobrecarga laboral, falta de reconhecimento, condições inadequadas de trabalho, conflitos interpessoais e insegurança no emprego. A ausência de apoio no ambiente de trabalho e em questões pessoais, além de hábitos de vida pouco saudáveis, agrava o sofrimento mental e aumenta os comportamentos de risco. Promover a saúde mental desses profissionais é essencial, demandando medidas como a redução da sobrecarga laboral, a criação de um ambiente seguro e acolhedor, e programas de apoio psicológico e gerenciamento de estresse. Investir na saúde mental dos enfermeiros é valioso para assegurar um cuidado eficaz e compassivo aos pacientes. 29 8. REFERÊNCIAS 1. Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN). (2023). Saúde mental do profissional de enfermagem: desafios e perspectivas. Brasília: ABEN. 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