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A INTERAÇÃO ENTRE 
OPERANTES E RESPONDENTES: 
ANALISANDO EVENTOS 
CLINICAMENTE
UNIDADE I
A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES 
E RESPONDENTES: PERSPETIVA 
CLÍNICA
Elaboração
Taisa Borges Grün
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................4
UNIDADE I
A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA ...............................7
CAPÍTULO 1 
O ESTUDO DO COMPORTAMENTO NA PSICOLOGIA CLÍNICA .............................................. 7
CAPÍTULO 2 
O QUE É E O QUE NÃO É TERAPIA COMPORTAMENTAL ..................................................... 13
CAPÍTULO 3 
CONDICIONAMENTO OPERANTE – CONDICIONAMENTO RESPONDENTE: 
CASOS CLÍNICOS .............................................................................................................. 17
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................33
4
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, tentamos modificar nosso próprio comportamento e o de 
nossos pares, de tal forma que, em sentido estrito, é arbitrário situar o início da 
terapia comportamental em determinado momento da história.
Mas como disciplina científica aplicada à compreensão e tratamento de problemas 
psicológicos, o início da terapia comportamental remonta ao início do século 20, 
com o trabalho de Watson. John B. Watson (1878-1958), o primeiro pesquisador a 
trabalhar no que chamou de behaviorismo.
No behaviorismo watsoniano, tradicionalmente se distinguem duas facetas: 
por um lado, o chamado behaviorismo metafísico, que se baseava na negação 
ontológica da mente e de toda atividade humana, incluindo pensamentos, 
emoções e outros fenômenos subjetivos, que podiam ser explicados em termos de 
movimentos musculares ou secreções glandulares. Por outro lado, negou o papel 
da hereditariedade como determinante do comportamento e argumentou que o 
comportamento é adquirido quase que exclusivamente pela aprendizagem e propôs 
o abandono da noção de instinto.
A segunda fase lançou as bases para o que hoje é conhecido como behaviorismo 
metodológico, baseado no método que ele propôs para a análise e modificação do 
comportamento. Em essência, ele considerava que o único objeto de estudo válido 
para a psicologia era o comportamento observável. Ele rejeitou a introspecção como 
fonte de informação e defendeu a aplicação do método objetivo das ciências naturais 
ao estudo do comportamento humano.
Embora hoje o behaviorismo não se limite ao estudo de fenômenos observáveis, e 
as formulações teóricas incluam eventos privados, como pensamentos e imagens, 
mantém-se o critério de relacionar postulados teóricos ao comportamento manifesto 
por meio de uma abordagem experimental.
A terapia comportamental se caracteriza, atualmente, pelo uso do método experimental 
na tarefa clínica e na pesquisa psicológica, de modo que o legado que Watson nos 
deixou não é tanto o conteúdo de suas concepções teóricas, mas a maneira como ele 
abordou o estudo do indivíduo.
A verdadeira decolagem da terapia comportamental ocorreu após a Segunda 
Guerra Mundial, desenvolvendo o que é conhecido como neobehaviorismo ou 
behaviorismo do pós-guerra, tomando muitos elementos de teóricos da aprendizagem 
anteriores, como Pavlov e Thorndike, e da década de 1930, o desenvolvimento do 
5
INTRODUÇÃO
condicionamento operante ocorreu nos Estados Unidos, como resultado do trabalho 
realizado por Skinner e colaboradores. 
Esse trabalho continuou a se desenvolver com muitos outros autores, como Wolpe, que 
utilizou o modelo de condicionamento clássico ou pavloviano, Hull, Eysenck, Bandura, 
Ellis, entre tantos outros que contribuíram para que as estratégias terapêuticas se 
combinem e possam ser utilizadas na prática clínica.
Na atualidade, a literatura em psicologia clínica tem apontado a importância da 
regulação emocional como um elemento psicológico que as pessoas que frequentam 
a terapia buscam. 
Objetivos
 » Apresentar os fundamentos do estudo do comportamento na clínica. 
 » Conhecer a relação da emoção e do comportamento na perspectiva 
comportamental. 
 » Apresentar elementos sobre análise comportamental das emoções. 
 » Analisar as características da abordagem do comportamento e das emoções. 
Bem-vindo e aproveite a disciplina!!
7
UNIDADE I
A INTERAÇÃO 
ENTRE OPERANTES 
E RESPONDENTES: 
PERSPETIVA CLÍNICA
Figura 1. Perspectiva.
Fonte: https://www.psyciencia.com/?s=navidad+arena+y+playa Acesso em: 29/3/2022.
CAPÍTULO 1 
O ESTUDO DO COMPORTAMENTO NA PSICOLOGIA 
CLÍNICA
A terapia consiste justamente em ajudar outras pessoas a mudarem seu próprio 
comportamento (em sentido amplo). Nos próximos parágrafos, veremos quais são 
as causas do nosso comportamento e como é possível modificá-lo, considerando 
a noção de comportamentos operantes e respondentes, bem como a aplicação na 
psicoterapia clínica comportamental (CHERTOK, 2006).
Portanto, será útil definir precisamente o termo em questão: o que exatamente 
queremos dizer com comportamento? É provável que o leitor esteja inclinado a 
responder citando exemplos da vida cotidiana: caminhar, correr, falar, escrever etc. 
Em poucas palavras, quando falamos de conduta ou comportamento na linguagem 
usual, nos referimos à ação voluntária e visível de um ser vivo.
Na psicologia comportamental, no entanto, o termo tem um escopo muito mais 
amplo. Falamos aqui de comportamento para nos referirmos a qualquer atividade 
realizada por um organismo vivo. De fato, inclui todas e cada uma das mudanças 
que podem ocorrer em um organismo ou em qualquer parte dele (CHERTOK, 2006).
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
Comportamentos podem ser óbvios para o observador, como os que acabamos de 
mencionar. Podemos verificar que um indivíduo anda, fala ou escreve simplesmente 
usando os sentidos, por exemplo, visão ou audição. Além disso, esses comportamentos 
são intencionais: perseguem um fim e o sujeito os vivencia como voluntários.
Outro grupo de comportamentos inclui as respostas reflexas ou automáticas do 
corpo a certos estímulos ou situações. Se um carro freia repentinamente perto 
de nós (estímulo), reagimos com uma descarga de adrenalina e uma aceleração 
dos batimentos cardíacos (respostas), e sentimos medo ou surpresa. Embora não 
seja possível observar essas respostas diretamente, elas podem ser reveladas 
usando meios apropriados, por exemplo, medindo a frequência cardíaca com um 
estetoscópio ou outra ferramenta, a adrenalina etc.
Um estetoscópio permite apreciar a existência de taquicardia, e estudos laboratoriais 
podem confirmar a liberação de adrenalina na corrente sanguínea ou os chamados 
comportamentos privados.
O método experimental que caracteriza a psicologia comportamental aplica-se tanto à 
investigação quanto à modificação de comportamentos, como hábitos prejudiciais ou 
inconvenientes.
Por exemplo, um psicólogo escolar é chamado para analisar e tratar o “mau 
comportamento” de um aluno. Com o objetivo de coletar informações, ele entrevista 
o professor, o aluno e seus pais e observa diretamente o comportamento da criança 
em sala de aula. Ele observa que o menino recebe considerável atenção por perturbar 
a ordem, pois sua professora repetidamente o exorta a calar a boca e ficar quieto, 
explicando-lhe várias vezes como ele deve se comportar. Ele conclui que é justamente 
essa atenção que está mantendo o comportamento estudado, e desenvolve uma 
estratégia para modificar a situação (CHERTOK, 2006).
Ele instrui a professora a ignorar o menino sempre que ele interromper a ordem 
e, em vez disso, dar-lhe atenção e interesse quando ele exibir um comportamento 
apropriado.
Nesse exemplo, a variável dependente (VD) é o comportamento a ser modificado. 
No entanto, definir essa variável como “mau comportamento” é ambíguo e pouco 
operacional.Para implementar o programa, é necessário descrever com precisão o 
comportamento para que o professor saiba exatamente quando atender a criança e 
quando ignorá-la.
Além disso, é conveniente definir o comportamento em termos mensuráveis para 
registrar os aumentos e diminuições em sua frequência e, assim, avaliar o andamento 
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A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
do programa. Nesse caso, o comportamento problemático consiste em levantar-se, 
vaguear pela sala ou falar alto sem autorização (CHERTOK, 2006).
Essa definição permite registrar o número de vezes que o aluno emite o 
comportamento durante um determinado período, por exemplo, no decorrer de uma 
aula.
As mesmas precisões podem ser feitas em relação à variável independente: o que 
exatamente significa prestar atenção? Nesse caso, qualquer resposta do professor 
parece efetiva na manutenção do comportamento. Consequentemente, o professor 
deve abster-se de falar ou olhar para o menino sempre que ele se levanta, vagueia ou 
interrompe a aula. Em vez disso, deve dirigir-se a ele e até mesmo elogiá-lo quando ele 
se sentar ou pedir para falar.
Antes de implementar o programa, o psicólogo registra com que frequência o 
comportamento ocorre sem tratamento. Esse dado, que corresponde ao primeiro setor 
(A) do gráfico (ver figura 2), é conhecido como linha de base. O tratamento é então 
introduzido, e as mudanças de comportamento são registradas (B). Se variar na direção 
esperada – no nosso caso, diminuir –, o programa provavelmente será o responsável 
pela mudança (CHERTOK, 2006).
No entanto, a mudança também pode ser atribuída a fatores não relacionados ao 
tratamento, por exemplo, a eventos fortuitos na vida do sujeito que coincidiram com 
a aplicação do programa. Para comprovar que o tratamento foi o responsável pela 
mudança, poderíamos removê-lo temporariamente, voltando a prestar atenção aos 
comportamentos que buscamos modificar.
Como pode ser visto no terceiro setor do gráfico (A), esses comportamentos devem 
retornar aos seus valores basais. Ao reintroduzir o tratamento – último setor B – o 
comportamento diminui novamente, o que nos dá uma segurança adicional de que a 
modificação do comportamento foi produzida pelo programa utilizado.
Esse programa é conhecido como ABAB e é um dos modelos experimentais usados na 
modificação do comportamento. O exemplo acima pretende dar uma ideia geral da 
metodologia utilizada para explicar e modificar o comportamento. Abaixo resumimos 
os passos que devem ser cobertos ao usar o método científico para modificar o 
comportamento para fins terapêuticos.
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
Figura 2. Programa ABAB: número de comportamentos x tempo (dias).
A B A B
Fonte: adaptada de Chertok, 2006.
O primeiro passo é definir com precisão o comportamento que você deseja mudar. 
Na primeira fase da terapia, paciente e terapeuta estabelecem metas específicas para 
a mudança. Quando as queixas do paciente são vagas ou muito gerais, é necessário 
reformulá-las em termos comportamentais.
No curso da terapia de casais, por exemplo, a esposa (ou esposo) pode pedir que seu 
cônjuge seja “mais amoroso”. Para resolver esse problema, devemos primeiro definir o 
que o paciente quer dizer com “mais amoroso”.
Se ela quer que seu marido lhe dê um beijo de despedida todas as manhãs e a abrace 
ou acaricie na hora de dormir, mesmo que você não faça sexo, já estamos definindo 
seus objetivos em termos comportamentais e podemos trabalhar neles.
Se, como resultado da terapia, seu marido concordar em atender estas necessidades 
nesse momento, a formulação comportamental nos permitirá avaliar se o acordo foi 
cumprido ou não, e continuar o tratamento a partir daí. Sem essa definição precisa de 
metas, seria muito difícil avaliar mais tarde se seu marido se comportou de maneira 
“mais amorosa” (CHERTOK, 2006).
Isso não significa que comportamentos isolados ou focais, como demonstrar afeto, 
fobia ou disfunção sexual, sejam sempre trabalhados. A maioria dos pacientes chega à 
terapia com problemas complexos e sem metas definidas de mudança.
Afirmam, por exemplo, que estão passando por uma crise existencial, que têm dúvidas 
sobre seus próprios sentimentos, que não estão satisfeitos com sua vida conjugal 
ou profissional etc. A reformulação dessas queixas em termos de comportamento 
não simplifica o problema, mas permite analisá-lo e definir objetivos específicos de 
mudança.
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A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
Se concordamos em trabalhar com um paciente para modificar seu comportamento 
depressivo, devemos estabelecer precisamente quais são esses comportamentos 
e se é possível quantificá-los. Em outras palavras, precisamos obter os dados 
de linha de base, descrevendo o estado atual dos comportamentos a serem 
modificados: o número de horas passadas na cama, as atividades realizadas durante 
o dia – um registro semanal é mantido –, seu comportamento verbal, reclamações, 
autorrecriminações, conversas informais, comentários otimistas etc. (CHERTOK, 2006).
Também podemos registrar a pontuação que o sujeito atinge em uma escala ou 
inventário de depressão. Uma vez definido o problema nesses termos, estamos em 
condições de analisá-lo e formular uma hipótese sobre a origem e a manutenção 
do comportamento depressivo. Essa etapa é conhecida como análise funcional do 
comportamento e permite identificar os fatores responsáveis pela persistência do 
problema.
A metodologia experimental exige que as variáveis sejam definidas operacionalmente, 
especificando as operações que são realizadas para medi-las ou registrar sua 
ocorrência. Se nossa hipótese propõe que a ansiedade que um paciente experimenta 
ao tentar falar em público (VD) se deve às ideias ou pensamentos que ele evoca 
naquele momento (VI), devemos esclarecer como iremos objetivar essas variáveis.
Por exemplo, a ansiedade pode ser definida como uma alteração na resistência elétrica 
da pele (RPG), um aumento da frequência cardíaca ou o escore estimado pelo sujeito 
em uma escala de avaliação subjetiva. A escolha dependerá da utilidade prática 
que essas ou outras medidas nos proporcionam na situação específica que estamos 
considerando.
As ideias podem ser definidas como o relato verbal que o sujeito dá sobre o que 
diz para si mesmo na situação, por exemplo: “vão rir de mim”, ou as imagens que 
evoca naquele momento. Ao objetivar as variáveis em jogo, é possível projetar um 
experimento para testar a validade da hipótese.
Além disso, a definição operacional permite que outros pesquisadores repliquem os 
experimentos, confirmando ou questionando as primeiras conclusões.
O próximo passo é elaborar uma estratégia para mudar o comportamento na 
direção estabelecida. A estratégia é elaborada a partir da hipótese explicativa 
que formulamos anteriormente. Por exemplo, realizando um treino específico de 
habilidades de oratória ou uma hierarquia de enfrentamentos para testar a hipótese 
do paciente. 
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
Se assumirmos que o reforço familiar desempenha um papel importante na 
persistência do comportamento depressivo, tentaremos modificar a resposta do 
ambiente familiar. Muitas vezes, a estratégia inclui diferentes procedimentos ou 
técnicas em uma determinada sequência (CHERTOK, 2006).
Por fim, a eficácia do tratamento é avaliada à luz dos resultados obtidos. Como a 
definição dos objetivos terapêuticos é muito precisa, é relativamente fácil avaliar 
em que medida os objetivos estabelecidos foram alcançados. Se o paciente baixou 
a pontuação no inventário de depressão e essa diminuição se mantém, se ele 
reduziu o número de horas que passa na cama, se aumentou sua participação em 
outras atividades etc., podemos dizer que os objetivos foram alcançados, total ou 
parcialmente. Se isso não aconteceu, por mais conhecimento que o paciente tenha 
adquiridode seu problema, não podemos falar em sucesso terapêutico.
Em relação aos procedimentos terapêuticos, um critério semelhante foi aplicado. Antes 
de considerar uma técnica eficaz, as seguintes questões devem ser respondidas: 
 » É possível obter um percentual maior de melhoras ou remissões do que com uma 
simples relação médico-paciente, sem psicoterapia específica? 
 » O número de sucessos terapêuticos é superior ao registrado para recuperações 
espontâneas, sem qualquer tipo de tratamento, durante o mesmo período?
 » Os resultados são mantidos ao longo do tempo? 
Mesmo quando se reconhece a eficácia de uma técnica, cabe perguntar quais 
são os seus ingredientes realmente terapêuticos, o que nos leva a propor novos 
trabalhos. Em um procedimento de eficácia comprovada como a dessensibilização 
sistemática, por exemplo, investigou-se se o relaxamento muscular é essencial, se o 
confronto imaginário com as cenas temidas deve necessariamente ser feito em ordem 
hierárquica etc. (CHERTOK, 2006).
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CAPÍTULO 2 
O QUE É E O QUE NÃO É TERAPIA 
COMPORTAMENTAL
Figura 3. Psicoterapia.
Fonte: https://www.psyciencia.com/analisis-funcional-de-un-caso-de-trastorno-obsesivo-compulsivo-
toc/. 
Infelizmente, os preconceitos e equívocos que existem sobre a terapia comportamental 
nos obrigam a explicar o que a terapia comportamental não é, e confrontá-los com o 
que essa disciplina realmente é.
A análise experimental do comportamento não se limita a comportamentos 
observáveis, e o alcance do termo comportamento precisa ser esclarecido. Poderíamos 
acrescentar aqui alguns esclarecimentos terminológicos. Conduta, comportamento e 
resposta são usados de forma intercambiável, como sinônimos (CHERTOK, 2006).
A abordagem comportamental se caracteriza pela metodologia utilizada para estudar 
o indivíduo, o método científico-experimental. A aplicação desse método ao estudo 
do comportamento animal e humano deu origem ao enunciado dos princípios que 
compõem o corpo teórico do behaviorismo: as leis da aprendizagem.
Esses postulados, no entanto, não são imutáveis, eles são válidos apenas na medida 
em que são consistentes com os fatos clínicos e experimentais. Assim, o essencial do 
behaviorismo é o respeito aos dados objetivos, ou seja, sua modalidade específica 
de estudar o comportamento (metodologia), e não o conteúdo de suas concepções 
teóricas.
A terapia comportamental é a aplicação de metodologia experimental e princípios 
de aprendizagem à situação terapêutica. Os termos terapia e modificação de 
comportamento são frequentemente usados de forma intercambiável, embora o 
último às vezes seja usado em um contexto mais skinneriano, ou seja, em termos de 
condicionamento operante.
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
De fato, Skinner (1970, 1991, 1989, 1999) fala principalmente sobre modificação 
de comportamento. Muitos autores consideram, provavelmente com razão, que a 
modificação de comportamento tem um significado mais amplo, pois inclui a mudança 
de comportamentos em contextos não terapêuticos.
Por exemplo, a aplicação de princípios comportamentais para a melhoria da 
aprendizagem do aluno é um exemplo de aplicação não terapêutica. Nesse caso, 
seria mais apropriado falar de modificação de comportamento do que de terapia 
comportamental (CHERTOK, 2006).
Outro conceito muito importante é o problema das “causas ou sintomas” na 
psicoterapia comportamental. Um equívoco amplamente difundido é que a terapia 
comportamental é “sintomática” porque trata o “sintoma” e não lida com as causas 
subjacentes.
Esse talvez seja o questionamento que temos ouvido com mais frequência na terapia 
comportamental, porém, na concepção comportamental, os fenômenos não constituem 
sintomas de um conflito inconsciente, por exemplo, e, sobretudo, e isso é muito 
importante, não se pensa que estejam cumprindo uma função defensiva. Em vez disso, 
pensa-se que os transtornos, ou seja, comportamentos problemáticos para o sujeito, 
são o resultado de um processo de aprendizagem bastante complexo, mas que pode 
ser objetivado e estudado experimentalmente.
Portanto, o objetivo da terapia é primeiro analisar o transtorno para ver quais fatores 
o mantêm e, em seguida, aprender formas mais saudáveis de se comportar e hábitos 
mais convenientes.
Se o problema é uma “inibição social” (dificuldade de estabelecer vínculos interpessoais, 
ansiedade e insegurança em situações sociais), para citar um caso específico, não 
assumimos que o transtorno seja resultado do deslocamento de um medo inconsciente 
ou que o sujeito vai se defendendo com ele contra a angústia gerada por um conflito. 
Partimos da perspectiva que o paciente adquiriu sua inibição por meio de um processo 
de aprendizado, e que atualmente existem alguns fatores que estão mantendo o 
problema.
A análise dos fatores responsáveis pela atual subsistência do transtorno é um processo 
complexo de grande importância e que já mencionamos neste capítulo: a análise 
funcional do comportamento.
Como resultado dessa análise, desenvolve-se uma estratégia terapêutica que 
se pretende eficaz. Se a análise comportamental revelar que há uma ansiedade 
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A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
social, é provável que usemos procedimentos para enfrentar a ansiedade, como 
dessensibilização sistemática ou outros, como parte da estratégia.
Se verificarmos que o paciente não adquiriu as habilidades necessárias para estabelecer 
um relacionamento adequado com seus pares, a terapia deve ser vista como uma 
experiência que lhe permite aprender a se comunicar com os outros em um plano 
de igualdade, defender seus direitos, expressar seus desejos e sentimentos, tomar a 
iniciativa de estabelecer novos vínculos etc. – um treinamento de habilidades sociais 
(CHERTOK, 2006).
Se descobrirmos que sua inibição social se deve a equívocos sobre relacionamentos 
interpessoais, nós o ajudaremos a reavaliar suas regras e expectativas. Ao conceber 
a “inibição social” como resultado de um processo de aprendizagem, a maneira de 
modificá-la é desenvolver habilidades sociais mais convenientes e gratificantes.
Outro conceito que costuma gerar confusão e que está intimamente ligado ao que 
temos vindo a desenvolver são as condições “superficial” e “profunda” da terapia 
comportamental.
O conceito de profundidade é relativo. Em um contexto psicanalítico, aprofundamento 
refere-se a vincular os problemas atuais do paciente com conflitos que supostamente 
ocorreram em algum estágio do desenvolvimento psicossexual.
Como o terapeuta de orientação comportamental entende que os transtornos 
psicológicos são o resultado de um processo de aprendizagem que persiste no 
presente, não se propõe um aprofundamento biográfico, embora o estudo da 
biografia seja relevante. Em vez disso, realiza-se um aprofundamento “transversal”, 
a análise funcional do comportamento, que supõe um estudo exaustivo e detalhado 
do problema no aqui e agora, incluindo sua evolução até o presente. Não faz sentido, 
portanto, afirmar que uma modalidade é superficial a partir de uma concepção 
psicopatológica diferente.
É bom ter em mente que há mais de uma explicação para o comportamento 
alterado, e que lidar com um esquema psicopatológico fechado acarreta o perigo 
de ficar confinado a uma certa linha de pensamento que está constantemente se 
“confirmando”.
A referência à análise funcional do comportamento que acabamos de fazer permite 
esclarecer que a terapia comportamental não é um conjunto de técnicas utilizadas 
indiscriminadamente.
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
Como vimos anteriormente, a estratégia terapêutica é elaborada uma vez 
estabelecidos quais são os fatores responsáveis pela subsistência do problema e 
como esses fatores interagem atualmente. Em outras palavras, as técnicas não são 
selecionadas com base no diagnóstico. Um paciente com “disfunção sexual erétil” 
pode necessitar deterapia sexual, treinamento em habilidades sociais, procedimentos 
para manejo da ansiedade etc., ou o que é mais provável, uma combinação de várias 
técnicas em uma sequência definida. Assim, na terapia comportamental, não são 
tratadas entidades clínicas, mas indivíduos que apresentam problemas específicos e 
um histórico de aprendizagem particular (CHERTOK, 2006).
A análise comportamental permite que cada caso seja investigado detalhadamente 
para propor uma estratégia específica para aquele paciente.
À luz desses conceitos, fica claro que a terapia comportamental não se trata apenas 
de “aplicar técnicas comportamentais”. A sua prática exige o conhecimento profundo 
dos passos aos quais nos referimos. Tanto a análise comportamental quanto o 
desenho de uma estratégia terapêutica são processos complexos que devem levar 
em conta inúmeras variáveis.
A coleta de dados é realizada principalmente por meio de entrevistas e aplicação 
de questionários, inventários de auto-observação e autorregistro, entrevistas com 
familiares e até mesmo medidas fisiológicas.
A aplicação específica das técnicas exige, naturalmente, treino suficiente, conhecimento 
dos obstáculos que podem surgir e a flexibilidade necessária para adaptar o 
procedimento à evolução do paciente (CHERTOK, 2006).
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CAPÍTULO 3 
CONDICIONAMENTO OPERANTE – 
CONDICIONAMENTO RESPONDENTE: CASOS 
CLÍNICOS
Figura 4. Casos.
Fonte: https://www.psyciencia.com/evaluacion-neuropsicologica-infantil-cumanin-2/.
O modelo comportamental se baseia no modelo de aprendizagem, que é um conjunto 
articulado de princípios ou leis que explicam em que condições determinados 
comportamentos são adquiridos, mantidos ou desaparecem.
O condicionamento operante se refere a comportamentos emitidos com uma 
finalidade ou propósito. Por exemplo, quando abrimos a janela para deixar entrar o 
ar ou bebemos água para aliviar a sede, nosso comportamento visa promover uma 
mudança no ambiente ao nosso redor ou em nosso próprio organismo. Diz-se que 
esses comportamentos operam no ambiente e, portanto, são conhecidos como 
comportamentos operantes.
A maioria dos comportamentos emitidos no cotidiano pertence a essa categoria: falar, 
andar, escrever, trabalhar, realizar atividades em geral.
As mudanças que esses comportamentos promovem em seu ambiente são chamadas 
de consequências. Nos exemplos anteriores, a entrada de ar e o alívio da sede são 
consequências aos comportamentos correspondentes: abrir a janela e beber água.
O princípio básico do condicionamento operante afirma que a emissão de um 
comportamento sempre depende de seus resultados. Em outras palavras, o 
comportamento é controlado por suas consequências imediatas. Ler esse capítulo 
é um comportamento que gera certas consequências: desperta interesse, fornece 
informações, aborrece etc. Continuar ou não a ler depende das consequências 
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
específicas que produzem ou da interferência de outro comportamento incompatível 
com a leitura, por exemplo, atender o telefone, que por sua vez é emitido porque 
produz determinadas consequências.
Como o comportamento já emitido não pode ser alterado, neste caso o fato de ter 
lido, as consequências realmente alteram a probabilidade futura do comportamento 
ocorrer (o fato de continuar lendo). Em outras palavras, a emissão atual de um 
comportamento depende das consequências que ele gerou no passado (CHERTOK, 
2006).
O comportamento operante é frequentemente experimentado como voluntário. Em 
outros casos, pode ser emitido de forma mais ou menos automática, como ocorre ao 
olhar para alguém que menciona nosso nome. Geralmente, estamos cientes de nosso 
comportamento e de seus resultados.
Outras vezes, agimos sem total consciência, por exemplo, virando na cama enquanto 
dormimos procurando uma posição mais confortável. Em todos os casos, entretanto, o 
comportamento é controlado por suas consequências (CHERTOK, 2006).
O conceito de condicionamento operante, também conhecido como aprendizado 
instrumental, foi desenvolvido por Skinner (1970, 1991), quando publicou seu 
primeiro trabalho, e deu continuidade aos trabalhos anteriores de Thorndike (1874-
1949), que desenvolveu um conceito semelhante ao reforço em sua “lei do efeito”.
3.1. Reforço
Dizemos que um comportamento é reforçado quando as consequências que ele gera 
aumentam sua probabilidade de ocorrência futura. O comportamento de pressionar 
o botão do elevador normalmente produz a sua chegada. Essa consequência 
determina que apertemos o botão novamente toda vez que precisarmos do 
elevador. Esse processo é conhecido como reforço. 
Existem dois tipos de reforço: o reforço positivo e o reforço negativo.
3.1.1. Reforço positivo
Quando o sujeito obtém algo após emitir a resposta, como no exemplo que acabamos 
de apresentar, falamos em reforço positivo.
O que você obtém como resultado do comportamento (o elevador) é conhecido 
como reforço positivo. O salário é um reforçador positivo para o comportamento 
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A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
de trabalhar, embora esse comportamento também possa ser mantido por outros 
reforçadores: a satisfação do dever cumprido, manter-se ocupado, o prazer que uma 
tarefa desperta etc. Isso varia, é claro, de acordo com a pessoa, a situação e sua 
história de aprendizagem.
O reforço positivo também é conhecido como reforço por apresentação de um 
reforçador, pois o aumento da probabilidade do comportamento pela apresentação 
de um evento como consequência dele.
O reforço positivo às vezes é confundido com uma recompensa. O prêmio é definido 
como algo valioso ou agradável que é dado a alguém que atinge um objetivo ou 
realiza uma tarefa com sucesso. Embora os reforçadores positivos sejam geralmente 
considerados agradáveis, isso nem sempre é o caso. De fato, um reforçador 
positivo não é definido pelo valor atribuído a ele, mas pelo efeito que tem sobre o 
comportamento em um caso específico.
Qualquer evento que segue um comportamento e aumenta a frequência do 
comportamento é um reforçador positivo, mesmo que a maioria das pessoas não o 
ache agradável. Se as broncas da mãe, por exemplo, fazem com que o menino continue 
pendurado nas cortinas, eles estão funcionando como reforçadores positivos, embora 
ninguém qualifique as broncas como recompensas (SKINNER, 1991).
Por outro lado, se um evento não aumenta a probabilidade de emitir um 
comportamento, ele não pode ser considerado um reforçador para esse 
comportamento, mesmo que seja algo geralmente valorizado. A permissão para 
assistir televisão pode ou não servir para reforçar o comportamento do dever 
de casa. A única maneira de verificar isso é observar o efeito que isso tem no 
comportamento da criança.
3.1.2. Reforço negativo
Um segundo tipo de reforço consiste em remover algo como consequência do 
comportamento emitido. Um exemplo disso seria um pai acendendo a luz do quarto 
do filho para impedir que ele chore, ou uma pessoa aplicando repelente para evitar 
que os insetos a mordam. 
Figura 5. Reforço negativo.
Conduta →→ Suprime →→ Reforço negativo 
Acender a luz 
Aplicar repelente 
Choro 
Picada de mosquito 
 Fonte: adaptado de Chertok, 2006.
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UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
O processo é chamado de reforço negativo ou reforço de retirada de um evento 
aversivo, e os eventos que são suprimidos (chorar em um caso, e morder em outro) 
são reforçadores negativos para os comportamentos correspondentes.
Quadro 1. Perguntas para compreender o comportamento e as consequências reforçadoras 
positivas ou negativas.
Para validar a compreensão, o leitor pode achar útil fazer as seguintes perguntas:
1. Qual é o comportamento que está sendo analisado?
No exemplo do elevador, o comportamento é pressionar o botão. No caso de picadas de insetos, 
consiste na aplicação de repelente.
2. O comportamento tende a aumentar ou diminuir a partirde suas consequências?
Nos dois exemplos citados, o comportamento aumenta: o sujeito aperta o botão ou o repelente é 
aplicado. Portanto, em ambos os casos é um processo de reforço.
3. Qual é o resultado do comportamento?
Se algo é obtido como consequência disso (o elevador chega) é reforço positivo. Se, em vez disso, 
algo é suprimido (as picadas) é um caso de reforço negativo. Observe que tanto o reforço positivo 
quanto o negativo aumentam a probabilidade futura de um comportamento.
Fonte: adaptado de Chertok, 2006.
Uma visão mais ampla do processo de reforço é obtida a partir das contribuições 
de Premack (1938 in CHERTOK, 2006), que fez uma reavaliação do conceito de 
reforço. Premack observou que, quando um indivíduo tem livre acesso a uma série 
de atividades, o tempo que ele dedica a cada uma delas é variável. Isso define a 
preferência ou valor que o sujeito atribui a cada atividade, o que pode ser expresso 
dizendo que as atividades diferem em sua probabilidade.
O princípio de Premack afirma que comportamentos ou respostas de maior 
probabilidade podem ser usados para reforçar comportamentos de menor 
probabilidade. Se exercitar-se para alguém é um comportamento menos provável 
do que ouvir um determinado programa de rádio pela manhã, eles podem tornar 
o segundo comportamento contingente ao primeiro para aumentar seus exercícios 
matinais. Isso significa que você ouvirá o programa de rádio após realizar a atividade 
física. Observe que estamos falando de comportamentos de maior ou menor 
probabilidade, e não de maior ou menor frequência. Comportamentos de alta 
probabilidade são autorreforçadores e tendem a ser emitidos sem a necessidade de 
serem apoiados por outros reforçadores. Ir ao dentista pode ser um comportamento 
de alta frequência, mas dificilmente serve para reforçar outro comportamento.
O princípio de Premack é frequentemente usado em uma intervenção clínica para 
desenvolver procedimentos de automonitoramento, e um caminho a seguir é fazer 
uma pequena lista de comportamentos que são mais ou menos prováveis (SKINNER, 
1970, 1991, 1999).
21
A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
Quadro 2. Lista de comportamentos mais e menos prováveis no repertório de um paciente.
Menor probabilidades Maior probabilidade
Fonte: adaptado de Chertok, 2006.
Finalmente, existem outras duas formas de classificar os reforçadores. Aqueles cuja 
qualidade reforçadora é natural e não deve ser aprendida porque satisfaz nossas 
necessidades biológicas são os reforçadores primários, ou incondicionados. Eles 
incluem comida, água, atividade sexual, calor etc. E eventos cuja qualidade reforçadora 
é resultado do aprendizado, como dinheiro, são conhecidos como reforçadores 
secundários ou condicionados. Entre esses, destacam-se a atenção, o interesse e a 
preocupação de outras pessoas, bem como elogios, sinais de aprovação (reforço social) 
que possuem alto poder de reforço e podem até ser utilizados para fins terapêuticos.
3.1.3. Motivação, reforço, privação e saciedade
O princípio básico do condicionamento operante afirma que o comportamento 
é mantido por suas consequências. É comum, porém, invocar outros fatores como 
supostas causas do comportamento. Uma explicação popular do comportamento 
é a motivação. Dizemos, por exemplo, que um jovem está muito motivado para 
praticar esportes ou que não está muito motivado para estudar. No entanto, o 
comportamento não é emitido porque o sujeito está “motivado”, mas porque tem 
alta probabilidade de ser reforçado (SKINNER, 1999).
O termo motivação tem um significado descritivo, mas na verdade não explica o 
comportamento. Quando dizemos que o jovem está altamente motivado para praticar 
esportes, estamos apenas indicando que tal comportamento é muito provável. Por 
sua vez, o comportamento é altamente provável porque está sob o controle de um 
reforçador muito poderoso. Assim, “alta motivação” descreve uma situação em que 
o comportamento está sendo fortemente reforçado.
A potência de um reforçador, ou seja, sua capacidade de controlar o comportamento, 
nem sempre é a mesma para o mesmo indivíduo. Se o sujeito foi privado de comida, 
água ou exercício por muito tempo, esses eventos se tornam poderosos reforçadores. 
Dizemos, nesses casos, que o sujeito está ansioso para comer, beber ou mover-se. 
Tecnicamente, essa situação é conhecida como privação, e é um dos fatores que 
aumentam a motivação, ou seja, a probabilidade de o comportamento acontecer 
visando obter tais reforçadores.
22
UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
O fenômeno inverso é conhecido como saciedade, ou seja, um evento perde 
sua capacidade de reforço se for fornecido em excesso. Quando isso ocorre, o 
comportamento pode diminuir em frequência. Podemos reforçar nossos filhos cada 
vez que eles tomam suas próprias decisões e resolvem suas dificuldades sozinhos, para 
aumentar sua independência e autonomia. Mas se elogiarmos com muita frequência, e 
sempre com as mesmas palavras, corremos o risco de perder a eficácia.
Portanto, o elogio deve ser feito de maneira comedida e modificada. Normalmente, 
no entanto, pouco reforço é fornecido para comportamentos desejados. A privação 
e a saciedade não são características intrínsecas dos reforçadores, referem-se ao 
estado em que o organismo se encontra. Em outras palavras, a qualidade reforçadora 
de um evento é variável e depende da situação em que o sujeito se encontra.
3.1.4. Extinção, reforço contínuo e intermitente
Quando um comportamento deixa de ser reforçado, sua frequência diminui 
até desaparecer, ou seja, se extingue. No exemplo do elevador, citado acima, o 
comportamento de pressionar o botão vai desaparecer se não produzir a consequência 
esperada (a chegada do elevador) depois de um período de tempo. Como vimos 
no capítulo anterior, uma professora pode ignorar um menino que constantemente 
perturba a aula, a quem ela inadvertidamente reforça com suas reprimendas. O 
comportamento do menino cessará se não estiver sendo mantido pela atenção do 
professor. Deve-se ter em mente que, quando um programa de extinção é iniciado, 
ocorre primeiro um aumento no comportamento, que depois diminui em frequência. 
Portanto, é provável que, a princípio, pressionemos repetidamente o botão do elevador 
até termos certeza de que não funciona, e que a criança fale mais do que antes no 
início da extinção na tentativa de obter o reforçador (SKINNER, 1991).
Figura 6. Extinção.
Conduta →→ Extinção →→ Reforço negativo 
Interromper a aula 
Aplicar repelente 
Aprovação do professor 
Picada de mosquito 
 Fonte: adaptado de Chertok, 2006.
Comportamentos que são mantidos pelo reforço negativo também se extinguem 
quando param de suprimir o evento aversivo. Se os mosquitos nos picarem apesar do 
repelente, provavelmente deixaremos de usá-lo.
A resistência à extinção, ou seja, o tempo durante o qual o comportamento continua 
a ser emitido após cessar o reforço, varia de acordo com o “esquema de reforço” 
23
A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
utilizado. Se cada resposta do sujeito for seguida pelo reforçador, estaremos diante de 
um programa de reforço contínuo. O comportamento de ligar o rádio pertence a essa 
categoria, pois toda vez que giramos o botão, o receptor liga. Em outros casos, apenas 
algumas tentativas do sujeito são reforçadas. Falamos, então, de reforço intermitente. 
Por exemplo, os vendedores ambulantes oferecem suas mercadorias para muitas 
pessoas, mas nem todas as suas tentativas são bem-sucedidas. As vendas esporádicas 
que realizam de forma intermitente reforçam seu comportamento de oferta da 
mercadoria.
O reforço contínuo é útil para aumentar a emissão daqueles comportamentos que 
ocorrem com pouca frequência. Em combinação com outros procedimentos, como, 
por exemplo, a imitação, serve para consolidar novos comportamentos. No entanto, 
os comportamentos que são reforçados dessa maneira desaparecemsignificado semelhante ao conceito usual de fadiga. A 
inibição reativa (fadiga) determina a cessação da atividade (repouso).
A cessação da atividade constitui uma resposta valiosa para o organismo, pois reduz a 
fadiga e, como tal, pode ser condicionada a outros estímulos. Como o EC, por exemplo, 
o som do sino, ainda está presente no momento em que ocorre a inibição reativa, pode 
ser condicionada à cessação da atividade e, assim, desenvolver a capacidade de inibir 
a resposta que anteriormente produzia, no caso a salivação.
Esse processo é conhecido como “inibição condicionada” e, juntamente com a inibição 
reativa, explica a extinção de respostas que não são seguidas a EIs. Wolpe raciocinou 
que o EC também poderia desenvolver qualidades inibitórias se associado à inibição 
de resposta diferente da inibição reativa. De fato, quando o EC é apresentado em 
conjunto com outro estímulo inibitório da RC, o EC perde sua capacidade de evocar a 
resposta. Esse é o princípio da inibição recíproca. Wolpe resumiu nos seguintes termos, 
aplicando-o especificamente à resposta de ansiedade. Ele aponta que se, na presença 
de um estímulo evocador de ansiedade, pode ser alcançada uma resposta antagônica 
que total ou parcialmente suprime a ansiedade, então a ligação entre esse estímulo e 
a resposta de ansiedade será enfraquecida.
A resposta antagônica à ansiedade que Wolpe mais utilizou foi o relaxamento muscular, 
que é incompatível com a excitação ansiosa. Em outras palavras, se fosse possível 
confrontar o sujeito com o estímulo provocador de ansiedade, por exemplo um cão, 
e simultaneamente inibir a ansiedade pelo relaxamento muscular profundo, ele previu 
que a capacidade do cão de gerar ansiedade seria enfraquecida.
31
A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
Isso foi verificado experimentalmente induzindo ansiedade condicionada em gatos, 
que desenvolveram uma fobia de uma gaiola onde recebiam um choque elétrico e, em 
seguida, suprimindo o medo usando comida como supressor de ansiedade. A partir 
dessas observações, Wolpe desenvolveu uma técnica para o tratamento de ansiedades 
condicionadas em humanos, a dessensibilização sistemática, que tem uma alta 
porcentagem de sucessos terapêuticos, além de outras técnicas, como raiva induzida 
etc. (CHERTOK, 2006).
3.7. Exercício de caso clínico
Um garoto de 17 anos desenvolveu fobia de elevador depois de ficar preso por vários 
minutos. Naquela ocasião, ele estava intensamente angustiado, pensando que o 
oxigênio acabaria e que ele poderia morrer de asfixia. Viajando com ele estava uma 
pessoa que também experimentava grande ansiedade.
A partir de então, ele usa apenas as escadas, até mesmo para subir aos andares 
superiores. Por duas ou três vezes ele tentou subir de elevador, mas sua ansiedade o 
obrigou a descer na primeira parada e ele teve que continuar subindo as escadas.
Em uma ocasião ele chegou ao seu destino (5º andar), mas à custa de grande 
ansiedade. Ele relata que desde criança tem sido muito “nervoso e impressionável”, 
com tendência a chorar com facilidade e tem vários medos: do escuro, de ficar sozinho 
etc. Socialmente, é considerado tímido e evita grandes grupos. É difícil para ele falar em 
público, por exemplo, falando em sala de aula, e embora tenha frequentado algumas 
festas, ele não se atreve a convidar uma garota para dançar. Como entretenimento, ele 
prefere xadrez e leitura a esportes em grupo.
1. Quais são os fatores predisponentes que favoreceram, nesse caso, a aquisição da 
fobia?
2. Como ocorreu o condicionamento da fobia? Explique o processo que ocorreu 
durante o episódio inicial.
3. Como o medo foi mantido após o episódio inicial?
Possíveis respostas:
1. Parece haver fatores biológicos predisponentes, como alto neuroticismo e 
introversão. O jovem também desenvolveu um comportamento de evitação 
generalizada. Ele evita grandes grupos, conversar em sala de aula, convidar uma 
garota para sair, o que é um fator predisponente aprendido.
32
UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
2. A aquisição da fobia é explicada por um processo de condicionamento clássico:
 › EI. Elevação → EI aprisionamento (real) asfixia (imaginada) → RI ansiedade.
 › EC. Elevador → RC alta ansiedade.
Um processo de “modelagem” também pode ter desempenhado um papel, já 
que seu companheiro ocasional exibia uma angústia considerável. 
3. A fobia foi mantida pelo comportamento de evitação (o paciente usa as escadas), 
que, por sua vez, é mantido pelo reforço negativo, pois evitar elevadores reduz a 
ansiedade (CHERTOK, 2006).
33
REFERÊNCIAS
ABREU, P. R.; ABREU, J. H. S. S. Ativação comportamental: Apresentando um protocolo integrador no 
tratamento da depressão. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 19, n. 3, 
pp. 246-267, 2017.
BRITTO, I. A. G. S.; ELIAS, P. V. O. Análise comportamental das emoções. Psicologia para América Latina, 
v. 16, n. 2, pp. 177-197, 2009.
BUENO, R. Los eventos privados: del conductismo metodológico al interconductismo. Universitas 
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2006.
KAHOLOKULA, J. K.; GODOY, A.; HAYNES, S. N.; GAVINO, A. Análisis funcional en evaluación conductual 
y formulación de casos clínicos. Clínica y Salud, v. 24, n. 2, pp. 117-127, 2013.
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Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis de Comportamiento, v. 27, n. 4, 2019.
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. Brasília: FUNBEC, 1970.
______. Questões Recentes na Análise Comportamental. São Paulo: Papirus, 1991. (trabalho original 
publicado em 1989). 
______. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1999.
STAATS, A. W. Human Learning. Studies Extending Conditioning Principles to Complex Behavior. 
New York: Holt, Rinehart and Winston, Inc., 1964.
STAATS, A. W.; STAATS, C. K. Comportamento Humano Complexo. São Paulo: EPU, 1973.
GUTIÉRREZ, R. M. V.; MUÑOZ-MARTÍNEZ, A. M. La regulación emocional: precisiones y avances 
conceptuales desde la perspectiva conductual. Psicologia USP, v. 24, n. 2, pp. 225-240, 2013.
VEGA, I.; QUINTERO, S. S. Terapia dialéctico conductual para el trastorno de personalidad límite. Acción 
Psicológica, v. 10, n. 1, pp. 45-56, 2013.
Imagens
Figura 1. Perspectiva. Fonte: https://www.psyciencia.com/?s=navidad+arena+y+playa. Acesso em: 
29/3/2022.
Figura 2. Programa ABAB: Numero de conductas x Tiempo (días). Fonte: adaptada de Chertok, 2006.
Figura 3. Psicoterapia. Fonte: https://www.psyciencia.com/analisis-funcional-de-um-caso-de-trastorno-
obsesivo-compulsivo-toc/. Acesso em: 29/3/2022.
Figura 4. Casos. Fonte: https://www.psyciencia.com/evaluacion-neuropsicologica-infantil-cumanin-2/. 
Acesso em: 29/3/2022.
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REFERÊNCIAS
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Figura 6. Extinção. Fonte: adaptada de Chertok, 2006.
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Figura 8. Skinner. Fonte: https://www.menteasombrosa.com/wp-content/uploads/2019/08/biografia-
Burrhus-Frederic-Skinner.jpg. Acesso em: 29/3/2022.
Figura 9. Processos. Fonte: https://www.psyciencia.com/que-es-la-psicosis-y-un-brote-psicotico/. Acesso 
em: 29/3/2022.
Figura 10. Regulação. Fonte: https://www.psyciencia.com/neurociencia-cognitiva-y-regulacion-
emocional/. Acesso em: 29/3/2022.
Figura 11. Análise. Fonte: https://www.psyciencia.com/hoja-de-automonitoreo-para-consultantes-pdf//. 
Acesso em: 29/3/2022.
Figura 12. Análise funcional. Fonte: https://www.psyciencia.com/guia-elaboracion-analisis-funcional-de-
la-conducta/. Acesso em: 29/3/2022.
Figura 13. Diagrama. Fonte: https://www.psyciencia.com/protocolo-para-la-evaluacion-integradora-del-
tdah/. Acesso em: 29/3/2022.
Figura14. FACCD do caso: Sebastián. Fonte: adaptada de Kaholokulaa et al., 2013.
Figura 15. Estudo. Fonte: https://www.psyciencia.com/los-recursos-de-autoayuda-que-no-se-basan-
en-evidencia-fomentarian-la-culpabilizacion-de-las-victimas-respecto-de-su-situacion//. Acesso em: 
29/3/2022.
Figura 16. Fonte: https://www.psyciencia.com/como-la-cafeina-y-el-alcohol-afectan-el-sueno/. Acesso 
em: 29/3/2022.
Figura 17. Desregulação. Fonte: https://www.psyciencia.com/cultivando-empatia/. Acesso em: 29/3/2022.
	_Hlk105678752
	_Hlk106026974
	_Hlk105678545
	Introdução
	UNIDADE i
	A interação entre operantes e respondentes: perspetiva clínica
	Capítulo 1 
	O estudo do comportamento na psicologia clínica
	Capítulo 2 
	O que é e o que não é terapia comportamental
	Capítulo 3 
	Condicionamento operante – condicionamento respondente: casos clínicos
	Referênciassignificado semelhante ao conceito usual de fadiga. A 
inibição reativa (fadiga) determina a cessação da atividade (repouso).
A cessação da atividade constitui uma resposta valiosa para o organismo, pois reduz a 
fadiga e, como tal, pode ser condicionada a outros estímulos. Como o EC, por exemplo, 
o som do sino, ainda está presente no momento em que ocorre a inibição reativa, pode 
ser condicionada à cessação da atividade e, assim, desenvolver a capacidade de inibir 
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Esse processo é conhecido como “inibição condicionada” e, juntamente com a inibição 
reativa, explica a extinção de respostas que não são seguidas a EIs. Wolpe raciocinou 
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aplicando-o especificamente à resposta de ansiedade. Ele aponta que se, na presença 
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a resposta de ansiedade será enfraquecida.
A resposta antagônica à ansiedade que Wolpe mais utilizou foi o relaxamento muscular, 
que é incompatível com a excitação ansiosa. Em outras palavras, se fosse possível 
confrontar o sujeito com o estímulo provocador de ansiedade, por exemplo um cão, 
e simultaneamente inibir a ansiedade pelo relaxamento muscular profundo, ele previu 
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A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA | UNIDADE I
Isso foi verificado experimentalmente induzindo ansiedade condicionada em gatos, 
que desenvolveram uma fobia de uma gaiola onde recebiam um choque elétrico e, em 
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dessas observações, Wolpe desenvolveu uma técnica para o tratamento de ansiedades 
condicionadas em humanos, a dessensibilização sistemática, que tem uma alta 
porcentagem de sucessos terapêuticos, além de outras técnicas, como raiva induzida 
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3.7. Exercício de caso clínico
Um garoto de 17 anos desenvolveu fobia de elevador depois de ficar preso por vários 
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A partir de então, ele usa apenas as escadas, até mesmo para subir aos andares 
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1. Quais são os fatores predisponentes que favoreceram, nesse caso, a aquisição da 
fobia?
2. Como ocorreu o condicionamento da fobia? Explique o processo que ocorreu 
durante o episódio inicial.
3. Como o medo foi mantido após o episódio inicial?
Possíveis respostas:
1. Parece haver fatores biológicos predisponentes, como alto neuroticismo e 
introversão. O jovem também desenvolveu um comportamento de evitação 
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32
UNIDADE I | A INTERAÇÃO ENTRE OPERANTES E RESPONDENTES: PERSPETIVA CLÍNICA
2. A aquisição da fobia é explicada por um processo de condicionamento clássico:
 › EI. Elevação → EI aprisionamento (real) asfixia (imaginada) → RI ansiedade.
 › EC. Elevador → RC alta ansiedade.
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3. A fobia foi mantida pelo comportamento de evitação (o paciente usa as escadas), 
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REFERÊNCIAS
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York: The Guilford Press, 1993.
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Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis de Comportamiento, v. 27, n. 4, 2019.
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Figura 17. Desregulação. Fonte: https://www.psyciencia.com/cultivando-empatia/. Acesso em: 29/3/2022.
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	_Hlk105678545
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	UNIDADE i
	A interação entre operantes e respondentes: perspetiva clínica
	Capítulo 1 
	O estudo do comportamento na psicologia clínica
	Capítulo 2 
	O que é e o que não é terapia comportamental
	Capítulo 3 
	Condicionamento operante – condicionamento respondente: casos clínicos
	Referências

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