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EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
CONTROLE DE PROCESSOS
Material de Apoio
Prof. Flávio Vasconcelos da Silva
Profa. Ana Maria Frattini Fileti
DESQ/FEQ/UNICAMP
1
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
1
Introdução
A obtenção de energia através da
matéria não era dominada pelo homem
no início da sua evolução, assim toda a
energia necessária para sua
sobrevivência era fornecida por seu
próprio trabalho ou pelo trabalho de
animais domésticos. Com o advento das
máquinas a vapor (século XVIII), essa
realidade foi alterada drasticamente
pondo o homem em uma nova posição
de executor “mental” das tarefas.
Nesse novo contexto, surgiu a
necessidade natural de um esforço em
tentar “controlar” esta nova fonte de
energia, exigindo dele então muita
intuição e experiência, além de expô-lo
constantemente ao perigo devido à falta
de segurança.
Devido à baixa demanda,
inicialmente esta nova tarefa foi
satisfatoriamente executada.
Entretanto, com o aumento acentuado
da demanda, o homem viu-se obrigado
a desenvolver técnicas e equipamentos
capazes de substituí-lo, libertando-o de
grande parte deste esforço braçal e
mental. Surgindo, finalmente o conceito
de controle automático.
2
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
NECESSIDADE
DO CONTROLE
AUTOMÁTICO
Incapacidade de
manter as condições
de controle
Aumentar a
Produtividade
- Quantidade elevada
- Rapidez da operação
- Confiabilidade
- Segurança
- Menor mão-de-obra.
- Maior eficiência.
- Redução de Custos.
1.1.2 – Sinais de Processo
Sinais analógicos e sinais digitais
A transmissão analógica de
informações é caracterizada por uma
contínua variação na amplitude do
sinal transmitido. Os órgãos sensoriais
humanos registram os estímulos do
ambiente, tais como: luz, som, sabor,
etc., essencialmente sob a forma de
sinais analógicos.
Na engenharia de processos o sinal de
4-20 mA é transmitido de forma
analógica pura. Uma corrente
proporcional ao valor medido de uma
grandeza percorre o circuito entre o
transmissor e o controlador. Mudanças
na intensidade da corrente são
imediatamente registradas por
qualquer dispositivo presente no
circuito.
Um sinal analógico pode transportar
muitas informações, como em um
sinal acústico, onde se pode
reconhecer o tom, a intensidade e o
timbre. No caso do sinal de corrente
de 4-20 mA, entretanto, somente a
intensidade do sinal ou a sua presença
ou ausência pode ser determinada.
O sinal digital não varia
continuamente, mas é transmitido em
pacotes discretos de informação. A
informação não é imediatamente
interpretada devendo ser primeiro
decodificada pelo receptor. Existem
diferentes maneiras de transmiti-la;
como pulsos elétricos que saltam entre
dois diferentes níveis de tensão, em
computadores e em barramento de
campo, ou, como uma série de pulsos
ópticos ou acústicos de diferentes
durações, como ocorre no Código
1.1 – Controle de Processos
1.1.1 – Definição de Processo
Processo pode ser definido como um
conjunto de elementos, ativos e/ou
passivos, organizados de forma tal a
executar uma função determinada.
Geralmente os processos realizam
transformações físicas e/ou químicas
em matérias ou objetos (matérias
primas) para a obtenção de produtos,
porém também existem processos de
natureza biológica e econômica.
Pode ser observado na Figura 1.1 que
o processo (sistema) interage com o
meio ambiente que o circunda
através de sinais de entrada (ações)
e saída (reações).
Figura 1.1 – Processo e Meio Ambiente
3
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Morse.
Não há limitação quanto ao conteúdo
do sinal, podendo este transmitir além
do valor da variável medida, outras
informações a respeito do sensor.
Uma das vantagens da transmissão
digital é a economia de uma conversão
A/D no início da linha e uma D/A no
final. A conversão A/D é feita através
de uma amostragem do sinal
analógico a intervalos regulares. A
taxa de amostragem influencia na
resolução da conversão, mas os custos
de conversão aumentam, havendo um
compromisso entre a precisão e custo
na determinação da qualidade da
conversão.
Comunicação digital
Na comunicação digital o sinal,
composto de uma série de pulsos de
tensão é enviado do transmissor para
o receptor através de um meio de
transmissão. Este pode ser um fio,
fibra ótica ou ondas eletromagnéticas.
A informação está contida nas
mudanças entre dois níveis de tensão.
Convencionalmente o nível alto de
tensão representa o nível lógico 1 e a
tensão baixo o nível lógico 0. Na Fig.
1.2 é ilustrado este conceito.
Figura 1.2 – Informação representada por
uma série de níveis de tensão
A unidade de informação,
representada pelos valores 0 e 1, é
denominada bit-binary digit. O sistema
de numeração binário, que utiliza
estes dois algarismos na sua
representação, é usado nos
microprocessadores. Um bit somente
não é suficiente para o processamento
de números e textos. Por isto se utiliza
o byte, o bloco construtivo dos
caracteres alfanuméricos (letras,
números e outros símbolos),
constituído de 8 bits, que possibilita a
comunicação entre operador e o
microprocessador. A comunicação,
envolvendo dois parceiros, exige que
ambos sejam capazes de interpretar o
sinal. Para isto se utiliza os códigos de
controle e de dados, que informam o
que está sento transmitido e de que
modo. Exemplos de códigos são: o
ASCII (Americana Standard Code of.
Informativo Interchange) , o ANSI
(American National Standard Institute)
e o RTU (Remote Terminal Unit). O
código hexadecimal é principalmente
utilizado no endereçamento de bancos
de memória, tendo a vantagem de
encurtar a representação numérica
facilitando a programação.
1.1.3 - Sistema de Controle
Os Sistemas de Controle estão
presentes nos mais variados
segmentos da sociedade moderna.
Aplicações cotidianas tais como:
controle de temperatura, controle de
níveis de iluminação, controle de
níveis de líquidos, controle de
velocidades, controle de fluxo de
fluidos nas mais diversas aplicações,
controle de posição de satélites,
direcionamento de navios e aeronaves,
direcionamento automático de mísseis
e sistemas de rastreamento de alvos e
4
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
controles industriais (indústria
química, siderúrgica, eletrônica,
farmacêutica, etc.). Além de sistemas
de controle naturais, como por
exemplo, o equilíbrio da vida em
ecossistemas.
Definição do sistema de controle
Um sistema de controle consiste de
subsistemas reunidos com o propósito
de controlar as saídas dos processos.
Por exemplo, um forno produz calor
como resultado do fluxo de
combustível.
Neste processo, subsistemas
chamados de válvulas de combustíveis
e atuadores de válvulas de
combustíveis são usados para regular
a temperatura de um ambiente,
controlando a produção de calor do
forno. Outros subsistemas tais como
termostatos, que agem como
sensores, medem a temperatura do
ambiente.
Na sua forma mais simples, o sistema
de controle leva a uma saída ou
reposta para um dado estímulo ou
entrada.
Por que controlar os processos?
Os princípios e as leis científicas que
regem o controle de processos não
têm sido alterados. O que tem sofrido
muitas mudanças e evolução é o
hardware disponívelprocesso que eles
controlam. Assim, este é um tipo de
resposta bastante freqüente.
Características de uma resposta
sub amortecida.
Utilizando a figura de uma resposta
subamortecida apresentada a seguir
serão definidos as características
importantes deste tipo de resposta.
1-Overshoot: é a razão A/B, onde B é
o valor final da resposta e A é o valor
máximo em que a resposta excede o
seu valor máximo. O overshoot é uma
função de ξ, e pode-se demonstrar
que ele pode ser calculado por:
−
−=
21
exp
ξ
πξ
overshoot
2- Taxa de decaimento: É a razão
C/A, a razão entre o valor acima da
resposta final atingida por dois picos
sucessivos. Ela é descrita por:
2
2
)(
1
2
exp overshoot=
−
−=
ξ
πξ
decaimentodetaxa
3-Período de oscilação: w fornece o
valor da freqüência das oscilações
(rad/tempo) de um sistema sub
amortecido.
O período de oscilação T (ou seja, o
tempo passado entre dois picos
sucessivos), é calculado pela relação
fw π2= e f=1/T, onde f é a freqüência
cíclica. Então:
21
2
ξ
πτ
−
=T
4- Período natural de oscilação:
um sistema de segunda ordem com
ξ=0 é um sistema sem
amortecimento. Sua função de
transferência é:
)
1
)(
1
(
/
1
)(
2
2
ττ
τ
τ jsjs
K
s
K
sG pp
+−
=
+
=
ou seja, tem dois pólos imaginários
puros e vai oscilar continuamente com
amplitude constante e freqüência
natural igual a:
τ
1=nw
Assim, considerando Kp=1 teremos:
22
2
2
)(
nn
n
wsws
w
sG
++
=
ξ
Temos também a definição de
freqüência natural amortecida dada
por:
21 ξ−= nd ww .
O período cíclico correspondente Tn é
dado por: πτ2=nT
42
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
5- Tempo de Estabilização ou
Tempo de Resposta: a resposta de
um sistema sub amortecido atingirá o
seu valor final de forma oscilatória
quando t→∞. Para questões práticas
considera-se que a resposta atingiu o
valor final quando está dentro da faixa
de ± 5% ou ± 2% do valor final. O
tempo de estabilização ou tempo de
resposta pode ser dado diretamente
pela equação:
5%) (para 3 e 2%) (para 4 ττ=st
6-Tempo de pico: É definido como o
tempo onde ocorre o maior valor de
sobressinal, dado por:
d
p w
t
π=
7-Tempo de subida: É definido como
o tempo transcorrido para a resposta
ir de 10% a 90% do seu valor final. O
tempo de subida é um indicativo de
quão rápido reaje o sistema a
aplicação de um salto em sua entrada.
Muitas vezes a redução excessiva do
tempo de subida de um sistema a
partir da sintonia dos parâmetros de
um controlador pode provocar o
aparecimento de um alto overshoot.
Isto explica-se intuitivamente pelo fato
que o sistema é "acelerado" de tal
maneira que é difícil de "freiá-lo" o
que leva a saída a ultrapassar de
maneira significante o valor da
entrada. O tempo de subida é dado
por:
d
n
d
r w
w
w
tg
t
−
=
−
ξ
π 1
8-Constante de Tempo – A
constante de tempo de um sistema de
segunda ordem pode ser encontrada
com a seguinte relação:
nwξ
1
RAMPA UNITÁRIA.
Como a transformada de Laplace da
função rampa unitária é 2
1
s
, obtém-
se a saída do sistema:
12
1
)( 222 ++
=
ss
K
s
sy p
ξττ
A curva de resposta para perturbação
rampa unitária em Sistemas de 2ª
Ordem é apresentada na figura
abaixo.
Sistemas de 2ª Ordem
provenientes de Sistemas
Multicapacitivos.
Observe as figuras abaixo:
Fin
h1
h2
Tanque 1
Tanque 2
R1
R2
F1
F2
h2
Tanque 2
R2 F2
Fin
h1
Tanque 1
R1 F1
(a) Tanques Não Interativos
(b) Tanques Interativos
43
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Sistemas Não Interativos
Sistemas capacitivos não interativos
são descritos por um conjunto de
equações diferenciais como
apresentadas a seguir:
)(
)(
122
2
2
111
1
1
tyKy
dt
dy
tfKy
dt
dy
pp
pp
=+
=+
τ
τ
O primeiro sistema afeta o segundo,
mas não é afetado por ele.
Temos, portanto, um conjunto de
sistemas em série correspondentes às
funções de transferência de primeira
ordem:
1)(
)(
)(
1
1
1
1
1 +
==
s
K
sF
sY
sG
p
p
τ
1)(
)(
)(
2
2
1
2
2 +
==
s
K
sY
sY
sG
p
p
τ
A função de transferência global é
dada por:
)()()( 21 sGsGsGp =
( )
( )
21
'
2121
2
'22'
'
2
2
1
1
e
''2 '
onde
1'2
)(
11
)(
ppP
pppp
P
p
p
p
p
p
p
KKK
ss
K
sG
s
K
s
K
sG
=
+==
++
=
++
=
τττζτττ
τζτ
ττ
A função de transferência global é
dada por:
)()()( 21 sGsGsGp =
( )
( )
21
'
2121
2
'22'
'
2
2
1
1
e
''2 '
onde
1'2
)(
11
)(
ppP
pppp
P
p
p
p
p
p
p
KKK
ss
K
sG
s
K
s
K
sG
=
+==
++
=
++
=
τττζτττ
τζτ
ττ
Indicando que a resposta geral é um
sistema de segunda ordem com raízes
reais e distintas, apresentando sempre
uma resposta superamortecida ou
criticamente amortecida.
Sistemas Interativos
Considerando o sistema na figura b
acima e realizando o balanço de
massa, teremos:
2 Tanque
1 Tanque
21
2
2
1
1
1
FF
dt
dh
A
FF
dt
dh
A in
−=
−=
Assumindo que as resistências são
lineares:
2
2
2
1
21
1 e
R
h
F
R
hh
F =
−
=
01 1
1
2
2
1
22
22
121
1
11
=−
++
=−+
h
R
R
h
R
R
dt
dh
RA
FRhh
dt
dh
RA in
As equações devem ser solucionadas
simultaneamente, caracterizando a
interatividade.
Em regime permanente teremos:
44
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
01 1
1
2
2
1
2
121
=−
+
=−
RPRP
inRPRPRP
h
R
R
h
R
R
FRhh
Sendo
inRPininRPRP FFhhhhhh −=−=−= '
22
'
211
'
1 F
( )
( ) ( )
( )
( )
222111
'
2121
2
21
2'
2
'
2121
2
21
2111'
1
'
2
1
2
22
'
1
1
2
'
1
'
2
'
111
'
1
1
2'
2
1
2
'
2
22
'
1
'
2
'
1
'
1
11
e onde
)(
1
)(
)(
1
)(
0)(1)(
)()()(1
Laplace de Tranf. as Aplicando
01
RARA
sF
sRAs
R
sH
sF
sRAs
RRsR
sH
sH
R
R
sRAsH
R
R
sFRsHsHsRA
h
R
R
h
R
R
dt
dh
RA
FRhh
dt
dh
RA
pp
in
pppp
in
pppp
p
in
in
==
++++
=
++++
++
=
=
+++−
=−+
=−
++
=−+
ττ
ττττ
ττττ
τ
Também apresenta uma resposta
superamortecida
Proc. inerentemente de 2ª Ordem.
Processos que apresentam inércia e
são sujeitos à aceleração. Ocorrem
raramente em processos químicos,
normalmente são associados a
movimento de sólidos e fluidos.
Exemplo: Massa-Mola-Amortecedor
Três elementos mecânicos envolvidos:
Elemento de Inércia (massa)
dt
tyd
mtF
tmatF
)(
)(
)()(
2
=
=
Elemento de Elasticidade (mola)
)()( tKytF =
Elemento de Amortecimento
dt
tdy
BtF
tBvtF
)(
)(
)()(
=
=
∑ = amForças .
Equilíbrio de forças: mola ↑ F(t) ↓
Amortecedor ↑
A função de transferência global é
)()(
)(
)(
)()(
2
2
2
2
tFtKy
dt
dy
B
dt
tyd
m
dt
tyd
m
dt
dy
BtKytF
=++
=−−
45
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
m
K
s
m
B
sKBsmssF
sY
sG
sFsKYsBsYsYms
++
=
++
==
=++
2
2
2
11
)(
)(
)(
)()()()(
Processos de 1ª Ordem com
dinâmica de 2ª Ordem devido a
presença de um sistema de
controle.
Os sistemas de segunda ordem, e de
ordens maiores podem decorrer da
presença de controladores. Como
exemplo se pode utilizar um tanque
com um controlador que mantém o
nível agindo sobre a vazão de saída.
Controlador
PI
h
Fin
V
Fo
h
Equação que representa a dinâmica
deste sistema:
'''
oin FF
dt
dh
A −=
Para o controle da variável h podemos
utilizar um controlador PI para
manipular a variávelde entrada Fo:
dtth
K
hKFF
t
I
c
cRPoo ∫++=
0, )(''
τ
sendo RPhhh −=' Substituindo Fo
na equação da dinâmica:
'
0
)(''
'
in
t
I
c
c Fdtth
K
hK
dt
dh
A =++ ∫τ
Aplicando TL teremos:
A
K
K
A
K
K
K
A
ss
sK
ss
K
A
s
K
sG
sF
sH
ssF
K
sHss
K
A
sFsH
s
K
sHKsAsH
Ic
c
I
I
c
I
p
c
I
p
I
c
I
c
I
p
in
in
c
I
I
c
I
in
I
c
c
τξττ
τξττττ
ξττ
ττ
τ
τττ
τ
2
1
e
2 e onde
12
1
)(
)(
)('
)()('1
)()('
1
)(')('
2
22
2
'
'2
'
==
===
++
=
++
==
=
++
=++
A resposta apresentada depende dos
valores de τI e Kc.
5.4 – Sistemas de Ordem
Superior
Os processos com dinâmica maior que
segunda ordem são freqüentes na
indústria. Podem ser encontrados nas
seguintes classes:
• Processos de 1ª Ordem em série.
• Processos com tempo morto.
• Processo com Resposta Inversa
Dinâmica de Sistemas com tempo
Morto.
Até o momento, foi considerado que
os efeitos das alterações na variável
de entrada eram observadas
instantaneamente na variável de saída
dos sistemas. Em sistemas reais esta
consideração não é verdadeira, pois
“todos” os sistemas possuem algum
tempo morto entre a entrada e a
saída.
46
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Para processos de 1a ordem com
tempo morto:
1
)('
)(
)(
+
==
ps
Kp
spG
sf
sy
τ
e
( )[ ]
[ ]
stde
tyL
tdtyL .
)(
−=−
Juntando em um bloco só:
( )[ ]
[ ] 1
.
)(
)(
.
1 +
==− −
ps
eKp
sGp
tfL
tdtyL std
τ
Para processos de 2a ordem com
tempo morto:
( )[ ]
[ ] 12
.
)(
)( 22
.
2 ++
==− −
ss
eKp
sGp
tfL
tdtyL std
ξττ
Os sistemas com tempo morto são
difíceis de controlar pois a saída do
processo (valor medido da variável
controlada) não contém informação
sobre as variações ocorridas no
instante atual!!! Processo “demora a
sentir a perturbação”.Para facilitar
cálculos da análise das raízes da
função de transferência, podem-se
fazer as seguintes aproximações
(Padé):
1a ordem:
s
t
s
t
e
d
d
std
.
2
1
.
2
1
.
+
−
=−
2a ordem: 126
126
22
22
.
++
+−≈−
stst
stst
e
dd
ddstd
Dinâmica de Sistemas com Resposta
Inversa.
A figura abaixo apresenta o
comportamento de um sistema que
apresenta resposta inversa.
Controlador
V
Fin, Tin
h
h
Q
Vapor
Fout , P
Considerando uma perturbação degrau
na vazão de alimentação de água
(fria) do sistema teremos:
A alimentação de água fria causa uma
redução da temperatura e
conseqüentemente do volume de
líquido na caldeira. A redução do nível
ocorre de acordo com um sistema de
1ª ordem. Com o fornecimento
constante de calor, a produção de
vapor permanece constante e o nível
de líquido aumentará constantemente
(integral)
47
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
O resultados dos dois efeitos opostos é
dado por:
( )
( )11 1
2112
1
12
+
+−=
+
−
ss
KsKK
s
K
s
K
τ
τ
τ
Se 12τK ) ⇒ força a resposta final do
processo na direção oposta da inicial,
ou seja:
Baseado no diagrama de blocos, a
resposta global é:
( ) ( )
( )( ) )(.
11
)(
)(.
11
)(
21
211221
2
2
1
1
sf
ss
KKsKK
sy
sf
s
K
s
K
sy
++
−+−=
+
−
+
=
ττ
ττ
ττ
quando há a resposta inversa (ou seja,
12 ττ −
−=
÷
−
−
−=
=−+−
2
1
21
2
21
2
1221
21
211221
0
)(
0
τ
τ
τ
τ
ττ
ττ
KK
KK
s
KK
KK
s
KKsKK
e se
2
1
21 τ
τ
KK > ⇒ 0
2
1
21
−
−=
τ
τ
τ
KK
KK
s ⇒ s (zero) tem
parte real positiva ⇒ resposta inversa.
zero > 0 não afeta estabilidade do
sistema em malha aberta. Processo
pode ser levado ã instabilidade pela
presença deste zero, quando for
colocado sob controle
“feedback”!!!Esse tipo de sistema
requer atenção especial para projeto
de controle
48
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
6
Controle
Feedback
(Realimentação)
6.1 – Estrutura da Malha de
Controle por Realimentação
(Feedback)
Estrutura da malha de controle SISO:
Processo em Malha aberta:
PROCESSO
m(s) y(s)
d(s)
Processo em Malha Fechada:
Objetivo de Controle: manter o valor da
variável controlada y em seu valor de
referência (“set point”).
Forma de agir do controle por
realimentação:
Medição da variável controlada, usando
instrumentação apropriada (sensores e
transmissores), ym.
49
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Comparação do valor medido com
valor de referência, ySP, resultando no
valor do erro: e= ySP – ym.
O valor do erro é alimentado ao
controlador, que ajusta o valor da
variável manipulada (u ou c) de modo
a reduzir o erro. Este ajuste é
implementado através do elemento
final de controle (instrumento
atuador).
Exemplo:
AT
01
AC
I/P
x, V
x, F
x2, F2x1, F1
AT=sensor+transmissor de
concentração de saída do tanque
AC = Controlador da concentração de
saída com manipulação da vazão de
entrada 2.
6.2 – Função de
Transferência e Resposta de
um Sistema em Malha
Fechada
Variável Dependente )(sy
Variáveis Independentes )(sd e )(sySP
Processo: )()()()()( sdsGdsmsGpsy += (1)
Sensor: )()()( sysGmsym = (2)
Controlador: )()()( sysyse mSP −= (3)
e )()()( sesGcsc = (4)
Elemento Final de Controle:
)()()( scsGfsm = (5)
Resposta da malha fechada no
Domínio de Laplace
A resposta da malha fechada no
domímio de Laplace é representada
por:
)(
)()()()(1
)(
)(
)()()()(1
)()()(
)(
sd
sGmsGcsGfsGp
sGd
sy
sGmsGcsGfsGp
sGcsGfsGp
sy SP
+
+
+
+
=
Dois termos envolvidos:
)(
)()()()(1
)()()(
sy
sGmsGcsGfsGp
sGcsGfsGp
SP+
é o termo
de controle supervisório, pois mostra o
efeito de uma modificação no “set
point” sobre a variável controlada;
)(
)()()()(1
)(
sd
sGmsGcsGfsGp
sGd
+
é o termo
de controle regulatório, pois mostra o
efeito de uma modificação na carga
(ou distúrbio) sobre a variável
controlada )(sy .
50
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
1) O denominador dos dois termos
envolvidos é o mesmo:
)()()()(1 sGmsGcsGfsGp+ , ou seja,
produto de todas as funções de
transferências da malha;
2) O numerador é o produto das
funções de transferências do caminho
direto entre a variável controlada )(sy
e a variável que sofre a modificação
)(sd ou )(sySP .
Exercício) Encontre a resposta em
malha fechada do tanque de
aquecimento abaixo esquematizado e
construa seu diagrama de blocos.
Dados:
- Perturbações ocorrem somente na
temperatura da corrente de entrada
(Ti);
- Controlador é do tipo Proporcional;
- A válvula, o processo e a carga têm
dinâmica de 1a ordem:
as
K
sGp
+
=)(
1
)(
+
=
s
Kv
sGf
Vτas
sGd
+
= τ1
)(
Solução:
Diagrama de blocos da malha fechada
por controlador por realimentação:
)()()( smTsTse SP −=
Resposta em malha fechada:
)(
1
1
1
)(
1
1
1
)(
sT
as
K
s
Kv
Kc
as
sT
as
K
s
Kv
Kc
as
K
s
Kv
Kc
sT
i
V
SP
V
V
++
+
++
++
+
++
=
τ
τ
τ
τ
OBS: não havendo perspectiva de
mudança no “set point” o problema se
torna regulatório e a resposta pode ser
simplificada para:
)(
1
1
1
)( sT
as
K
s
Kv
Kc
assT i
V ++
+
+=
τ
τ
6.3 – Ações de Básicas de
Controle
A busca da qualidade, eficiência e
precisão nos processos industriais
exige sistemas de controle em malha
fechada sem a presença do operador
humano, os quais são chamados de
Controladores Automáticos.
Os controladores industriais
convencionais são classificados de
51
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
acordo com a ação de controle que
executam:
• Controladores ON-OFF;
• Controladores Proporcionais;
• Controladores Integrais;
• Controladores Proporcionais-
Integrais;
• Controladores Proporcionais-
Derivativos;
• Controladores Proporcionais-
Integrais-Derivativos.
AÇÃO DE CONTROLE ON-OFF
PROCESSO
r(t)
u(t) y(t)
realimentação
e(t)
U1
U2
relé
Na ação de controle On-Off, o atuador
tem somente duas posições fixas, isto
é, Ligado/Desligado. Em outras
palavras tem-se:
=
0)( se
0)( se
)(
2
1
teU
teU
tu
Por esta razão apresenta um custo
relativamente baixo, aliado a
simplicidade.
Este tipo de função pode ser
implementada como um simples
comparador ou mesmo um relé físico.
Nota-se que neste caso tem-se uma
inconsistência em zero e, na presença
de ruídos, tem-se chaveamentos
espúrios quando o sinal e(t) for
próximo de zero.
Para evitar este tipo de problema,
utiliza-se na prática o que chamamos
de controlador liga-desliga com
histerese mostrado na figura abaixo:
Sendo o sinal de saída do controlador
u(t) e a entrada o sinal de erro
atuante. Nesta ação de controle a
saída u(t) permanece num valor
máximo ou num valor mínimo,
dependendo do sinal do erro atuante,
isto é, positivo ou negativo. O valor
mínimo U2, ou é zero ou é U1.
Na prática, deve-se implementar este
controlador, considerando-se uma
pequena diferença entre os valores
positivos e negativos de erro. Isto
significa que na transição do sinal de
erro atuante, de um valor positivo (E1)
para um valor negativo (E2), o
controlador não será acionado
exatamente no ponto e(t) = 0. Da
mesma forma, o controlador será
acionado na transição do sinal de erro
atuante de um valor negativo para
positivo. Isto cria um intervalo
diferencial, conhecido como histerese,
cuja finalidade é diminuir a freqüência
de abertura e fechamento do
controlador e, portanto aumentar a
sua vida útil.
O gráfico da figura abaixo mostra a
curva de resposta em malha fechada e
o respectivo sinal de controle para um
sistema com controlador liga-desliga
com histerese. Note que, em regime
permanente, a saída do sistema
apresenta uma oscilação em torno do
valor de referência. Este fato denota
52
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
a baixa precisão obtida com este tipo
de controlador. A amplitude e a
freqüência da oscilação são funções do
intervalo [E1, E2]. A determinação do
intervalo [E1, E2] deve ser feito
levando-se em consideração a
precisão desejada, os níveis de ruído e
a vida útil dos componentes.
u(t)
y(t)
0
1
0.5
-0.5
A ação de controle liga-desliga pode
assim ser considerada a ação de
controle mais simples e mais
econômica. Entretanto, este tipo de
ação possui limitações no que diz
respeito ao comportamento dinâmico e
em regime permanente do sistema em
malha fechada. Suas aplicações
restringem-se a sistemas onde não é
necessário precisão nem um bom
desempenho dinâmico. Como
exemplos corriqueiros de aplicação
deste tipo de controle temos:
termostato da geladeira, controle de
nível d'água a partir de "bóias".
AÇÃO DE CONTROLE PROPORCIONAL
Neste tipo de ação o sinal de controle
aplicado a cada instante à planta é
proporcional à amplitude do valor do
sinal de erro: )()( teKtu C=
Assim se, em um dado instante, o
valor da saída do processo é menor
(maior) que o valor da referência, i.e.
e(t) >0 (e(t)Figura 6.3 – Ação integral com
diferentes valores de τI.
54
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
erro. A ação derivativa é então dita
antecipatória ou preditiva e tende a
fazer com que o sistema reaja mais
rapidamente. Este fato faz com que a
ação derivativa seja utilizada para a
obtenção de respostas transitórias
mais rápidas, ou seja, para a melhora
do comportamento dinâmico do
sistema em malha fechada. Observe
que no caso em que, em regime
permanente, o sinal de erro é
constante a ação derivativa será igual
a zero, ou seja, esta ação atua apenas
durante a resposta transitória.
CONTROLADOR PID
A combinação das ações proporcional,
integral e derivativa apresentadas
anteriormente para gerar um só sinal
de controle, dá origem ao que
chamamos de controlador
proporcional-integral-derivativo ou
simplesmente PID. O objetivo é
aproveitar as características
particulares de cada uma destas ações
a fim de se obter uma melhora
significativa do comportamento
transitório e em regime permanente
do sistema controlado. O sinal de
controle gerado pelo controlador PID é
assim genericamente dado como:
]
)(
)(
1
)([)(
0 dt
tde
dtteteKtu D
t
I
C τ
τ
++= ∫ Eq. 1
Desta forma tem-se três parâmetros
de sintonia no controlador: o ganho
proporcional KC(ação proporcional), o
tempo integral τI (ação integral) e o
tempo derivativo τD (ação derivativa).
Apesar de termos a disponibilidade das
três ações básicas, dependendo da
aplicação não será necessário a
utilização de uma ou mais destas
ações. Basicamente temos quatro
configurações possíveis de
controladores a partir de uma
estrutura PID:
• proporcional (P)
• proporcional-integral (PI)
• proporcional-derivativo (PD)
• proporcional-integral-derivativo
(PID)
A Banda Proporcional
Na prática, por restrições de ordem
física ou de segurança, não é possível
a aplicação de sinais controle de
amplitudes ilimitadas. Tem-se assim
um limite máximo uMAX e um limite
mínimo uMIN para a variável de
controle. Assim, o sinal de controle
pode ser genericamente definido
como:
)()]([)( twKtefKtu CC ==
Considerando-se os limites do
controle, tem-se que o sinal que será
efetivamente aplicado é descrito da
seguinte forma:
=
min
maxmin
max
min
max
)(
)(
)(
)()(
utw
utwu
utw
se
se
se
u
twK
u
tu C
Assim, se max)( utwKC > ou se
min)( utwKCa estabilidade relativa do sistema ao
mesmo tempo que torna a resposta do
sistema mais rápida devido ao seu
efeito antecipatório. Considerando-se
o mesmo sistema das figuras
anteriores e fixando-se KC=1 e τI=2, a
influência da ação derivativa na
resposta do sistema pode ser
observada na figura 6.8.
É importante ressaltar que a equação
1 constitui a versão clássica do
controlador PID. Outras versões e
variações existem, mas a filosofia de
funcionamento, a partir da combinação
dos efeitos das três ações básicas, é a
mesma.
6.3 – Efeito das Ações P,I e D
na Resposta em Malha
Fechada
O que acontece com um processo de
1a ou de 2a ordens quando se insere
um controlador por retroalimentação?
Qual a resposta )(sy frente a
perturbação em degrau unitário?
Análise matemática baseada na
resposta do processo em malha
fechada:
)(
)()()()(1
)(
)(
)()()()(1
)()()(
)(
sd
sGmsGcsGfsGp
sGd
sy
sGmsGcsGfsGp
sGcsfsGp
sy SP
+
+
+
+
=
Simplificações: Dinâmicas da válvula e
do sensor não influenciam a resposta:
Gf(s)=1 e Gm(s)=1.
)(
)()(1
)(
)(
)()(1
)()(
)( sd
sGcsGp
sGd
sy
sGcsGp
sGcsGp
sy SP +
+
+
=
Efeito da Ação Proporcional:
Função de transferência da Ação de
Controle P: Gc(s)=Kc
Processo de 1a ordem:
)(
1
)(
1
)( sd
s
Kd
sm
s
Kp
sy
pp +
+
+
=
ττ
sendo
1
)(
+
=
s
Kp
sGp
pτ
e
1
)(
+
=
s
Kd
sGd
pτ
Substituindo-se na equação geral
simplificada, tem-se:
)(
1
1
1
)(
1
1
1
)( sd
s
KpKc
s
Kd
sy
s
KpKc
s
KpKc
sy
p
p
SP
p
p
+
+
+
+
+
+
+
=
τ
τ
τ
τ
Figura 6.8 – PID - KC=4; Ti=1.5; Td=0.1
(tracejado), 0.4(pontilhado), 2(contínuo)
58
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Multiplicando-se o numerador e o
denominador por (τp s+1), tem-se:
)(
1
)(
1
)( sd
KpKcs
Kd
sy
KpKcs
KpKc
sy
p
SP
p ++
+
++
=
ττ
Dividindo-se o numerador e o
denominador por (1+KpKc), tem-se:
)(
1
1
1
)(
1
1
1
)( sd
KpKc
KpKcs
KpKc
Kd
sy
KpKc
KpKcs
KpKc
KpKc
sy
p
SP
p
+
++
++
+
++
+= ττ
Definindo-se:
KpKc
Kd
Kd
KpKcKpKc
KpKc
Kp p
p +
=
+
=
+
=
1
'
1
'
1
'
τ
τ
Obtém-se como resposta do processo
de 1a ordem com controle
proporcional:
)(
1'
'
)(
1'
'
)( sd
s
Kd
sy
s
Kp
sy
p
SP
p +
+
+
=
ττ
Observações tiradas da equação
obtida:
Resposta em malha fechada continua
sendo de 1a ordem em relação ao set-
point e ao distúrbio:
Kp’1) pode passar a
ser sub-amortecido (fator de
amortecimento1,
fator de amortecimentoaumentando-se Kc e
diminuindo-se τi), a resposta do
sistema sob controle passa a ser mais
rápida, porém com maior overshoot e
mais oscilações ⇒ cuidado na sintonia
do controlador!
61
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Efeito da ação derivativa:
dt
tde
Kctu D
)(
)(' τ=
Função de Transferência da Ação de
Controle Integral: sKcsGc Dτ=)(
Processos de 1a ordem:
1
)(
)(
)(
+
==
s
Kp
SGp
sm
sy
Pτ e
1
)(
)(
)(
+
==
s
Kd
SGd
sd
sy
Pτ
Resposta a problema supervisório:
)(
)()()()(1
)()()(
)( sy
sGmsGcsGfsGp
sGcsGfsGp
sy SP+
=
com
sKcsGc Dτ=)(
Considerando Gf(s) = Gm(s) = 1 e
substituindo Gp(s) e Gc(s), tem-se:
)(
1
1
1
)( sy
sKc
s
Kp
sKc
s
Kp
sy SP
D
p
D
p
τ
τ
τ
τ
+
+
+
=
Rearranjando, obtem-se:
)(
1)(
)( sy
sKpKcp
sKpKc
sy SP
D
D
++
=
ττ
τ
Observações:
A ação derivativa sozinha não muda a
ordem da resposta do sistema;
Considerando-se a constante de tempo
da malha fechada τ = (τp+KpKcτD),
verifica-se que esta é maior que a
constante de tempo da malha aberta
τp ⇒ a resposta da malha fechada é
mais lenta;
Aumentando-se o ganho do
controlador Kc ou a constante de
tempo derivativa τD , a constante de
tempo da malha fechada τ aumenta,
tornando mais lenta a resposta da
malha fechada.
Processos de 2a ordem:
12
)(
12
)(
22
22
++
=
++
=
ss
Kd
sGd
ss
Kp
sGp
pp
pp
ξττ
ξττ
Resposta a Problema Supervisório:
)(
)()()()(1
)()()(
)( sy
sGmsGcsGfsGp
sGcsGfsGp
sy SP+
=
com sKcsGc Dτ=)(
)(.
12
1
12
)(
22
22
sy
sKc
ss
Kp
sKc
ss
Kp
sy SP
D
pp
D
pp
τ
ξττ
τ
ξττ
++
+
++
=
Rearranjando, obtém-se:
( ) )(
12
)(
22
sy
sKpKcs
sKpKc
sy SP
Dpp
D
+++
=
+ τξττ
τ
onde Dp KpKcτξτξ += +2' =fator de
amortecimento da malha fechada.
Observações:
Ação derivativa não altera ordem do
processo.
ξ’> ξ ⇒ o controlador com ação
derivativa diminui a oscilação do
sistema, pois com o aumento do
ganho Kc ou da constante de tempo
derivativa τD, aumenta-se ξ’ e portanto
o sistema em malha fechada tende a
se tornar sobreamortecido.
62
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Efeitos da junção das ações P,I e D:
Junção das ações P e I (Controle PI):
A ação P apresenta desvio final,
porém, no controlador PI o desvio é
eliminado pela ação I;
A ordem da resposta é aumentada em
relação à ordem do processo em
malha aberta (efeito ação I);
Conforme o ganho do controlador Kc
aumenta, a resposta em malha
fechada se torna mais rápida (efeito
ação P), porém mais oscilatória (efeito
ação I). Tomar cuidado com a
sintonia!
Para um mesmo ganho Kc, se a
constante de tempo integral τi
decresce, a resposta se torna mais
rápida, porém mais oscilatória (efeito
ação I).
Junção das ações P, I e D
(Controlador PID):
Qualitativamente o controlador PID
tem as mesmas características
dinâmicas do PI (listadas acima);
A presença do termo derivativo traz
um efeito estabilizador ao sistema. Ex:
Quando se aumenta o ganho Kc para
agilizar a resposta, haveria aumento
de oscilação (efeito ação I), porém
com a ação D a amplitude das
oscilações não aumenta.
63
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
7
Análise de
Estabilidade de
Sistemas em
Malha Fechada
É facilmente observado que a presença
de controladores e instrumentos muda a
dinâmica do processo original. Por
exemplo: um processo de 1a ordem
pode adquirir comportamento oscilatório
com controlador PI ou mesmo um
processo de 2a ordem pode se tornar
instável com controle PI se não for
adequadamente sintonizado (Kc e τi).
Seleção dos parâmetros de sintonia dos
controladores deve ser realizada com
base em análise de estabilidade.
Há várias definições de estabilidade de
um sistema dinâmico, uma muito
utilizada é a de estabilidade BIBO
(Bounded Input Bounded Output), isto
é, um sistema dinâmico é dito ESTÁVEL
se uma perturbação finita produz uma
saída finita, independente do seu estado
inicial.
Uma perturbação finita é aquela que
sempre permanece entre um limite
superior e um limite inferior (e.g.
senóide e degrau).
64
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Se a função de transferência de um
sistema tem pelo menos 1 pólo com
parte real positiva, o sistema é
instável.
Exemplo - Estabilização de um
processo instável através de
controlador P:
Elaborar diagrama da malha fechada e
encontrar a função de transferência
desta malha fechada. Baseado na
resposta da malha fechada, encontrar
a faixa de ganho do controlador, Kc,
para qual o sistema em malha fechada
se torna estável.
Dado: Processo em malha aberta:
)(
1
5
)(
1
10
)( sd
s
sm
s
sy
−
+
−
=
Solução:
Análise dos pólos: s-1=0 ou seja
s=1⇒ pólo do sistema em malha
aberta é positivo
⇒ Sistema é instável.
Comparando-se com função de
transferência padrão de 1a ordem:
1
)(
+
=
s
Kp
SGp
Pτ
Kp = -10, Kd = -5 → respostas opostas
às entradas
τp= -1 → processo instável.
Resposta em malha fechada:
)(
1
10
1
1
5
)(
1
10
1
1
10
)( sd
s
Kc
ssy
s
Kc
s
Kc
sy SP
−
+
−+
−
+
−=
Multiplicando-se numerador e
denominador por (s-1), obtém-se a
função de transferência em malha
fechada:
( ) ( ) )(
101
5
)(
101
10
)( sd
Kcs
sy
Kcs
Kc
sy SP −−
+
−−
=
Baseado na resposta em malha
fechada, encontrar a faixa de Kc para
qual o sistema em malha fechada se
torna estável:
Pólo da Função de transferência em
malha fechada:
( )
Kcp
Kcs
101
0101
−=
=−−
Sistema Estável se pólo
10
1
65
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Exemplo - Desestabilização de
processo pela implementação de
controlador PI:
Processo de 2a ordem:
125,0,5,0
22
1
)()(
2
2
===
++
==
pp eKp
ss
sGdsGp
ξττ
Achando os pólos:
jpejp −−=+−= 11 21
A resposta em malha aberta é
oscilatória pois tem parte complexa e
é estável pois a parte real é negativa
Função de Transferência do
controlador PI:
( )
s
sKc
sGc
i
i
τ
τ 1
)(
+
=
Sensor e elemento final de controle
não têm dinâmica própria:
Gm(s) = Gv(s) = 1
Resposta em malha fechada (baseada
no diagrama de blocos):
( )
( )
( )
( )
( )
)(
22
1
1
22
1
)(
22
1
1
22
11
)(
2
2
2
2
sd
sss
s
Kc
ss
sy
sss
s
Kc
sss
sKc
sy
i
i
SP
i
i
i
i
++
+
+
+++
++
+
+
++
+
=
τ
τ
τ
τ
τ
τ
Rearranjando-se e fazendo problema
supervisório (degrau no set-point):
( )
)(
)2(2
1
)(
23
sy
Kc
sKcss
sKc
sy SP
i
i
i
τ
τ
τ
++++
+
=
Equação característica (raízes do
denominador):
0)2(2 23 =++++
i
Kc
sKcss
τ
sendo valores aleatórios (sem sintonia
adequada) para os parâmetros do
controlador: Kc=100 e iτ =0,1
E analisando os pólos:
p1 =-7,185
p2 =2,59+11,5j;
p3 =2,59-11,5j
p2 e p3 tem parte real positiva ⇒
sistema passa a ser instável com o
controlador PI mal sintonizado ⇒ p2 e
p3 tem parte complexa ⇒ oscila.
Resposta da malha fechada frente a
perturbação no set-point:
Conclusão: Tem que haver critérios
para a sintonia correta do controlador.
Este não pode ser projetado na base
do “chute”!
7.1 – Análise de Estabilidade
Através do Método da
Substituição Direta
66
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoios = jω
Método da substituição direta: eixo
imaginário divide o plano complexo em
regiões Estável e Instável. Sobre o
eixo imaginário tem-se a parte real=0
e portanto s = jω.
Substituindo-se s = jω na equação
característica e resolvendo, encontra-
se o valor crítico de ganho do
controlador (Kccrit) para o qual o
sistema se encontra no limite de
estabilidade. Isto ocorre pois conforme
o valor do ganho é alterado pelo
projetista, os pólos da malha fechada
se movem ao longo do plano
complexo.
Lembrete: ( )
( ) 33
22
1
ωω
ωω
jj
j
j
−=
−=
−=
Exemplo - Usando o método da
substituição direta, determine o ganho
crítico do sistema em malha fechada
com a seguinte equação característica
(polinômio do denominador igualado a
zero):
10s3+17s2+8s+1+Kc=0
Solução:
Substituindo-se s= jω na equação
característica, tem-se:
-10 jω3 - 17ω2 + 8jω + 1 + Kccrit = 0
⇒ (1+ Kccrit - 17ω2) + j(8ω - 10ω3) = 0
parte real parte imaginária
A equação acima é satisfeita se: parte
real = 0 e parte imag.=0
1+ Kccrit - 17ω2 = 0 e 8ω - 10ω3 = 0
ω(8-10ω2) = 0 ⇒ ω = ± 8,0
substituindo-se na parte real = 0,
obtém-se: 1+ Kccrit – 17.0,8 = 0 ⇒
Kccrit = 12,6
Portanto, Kc (ganho do controlador)
tem que ser menor que 12,6 para que
o sistema em malha fechada seja
estável!
7.2 – Critério de Estabilidade
de Routh
A estabilidade do processo pode ser
testada sem que seja necessário
resolver a equação característica para
obtenção dos pólos.
O método de Routh indicará a
existente de pólos positivos, e é
aplicável tanto a malhas fechadas
quanto abertas, bastando, apenas,
utilizar a equação característica
apropriada.
Para um processo de ordem N, tem-se
a seguinte equação característica:
nn
nn asasasa ++++ −
−
1
1
10 ...
onde N é positivo. Uma condição
necessária (mas não suficiente) para
estabilidade do processo é que todos
os coeficientes na equação
característica sejam positivos e não
nulos.
Caso esta condição seja obedecida,
constrói-se a MATRIZ DE ROUTH:
Considere a função característica:
01
2
2
3
3
4
4
5
5
6
6 aaaasasa assss ++++++
67
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Se todos os elementos da primeira coluna forem positivos o sistema é declarado
estável.
O número de mudanças de sinal nos elementos da primeira coluna indica a
quantidade de raízes positivas da equação característica.
Acima temos um pequeno procedimento de escolha do método de análise de
estabilidade sugerido por Seborg.
68
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
7.3 – Análise de Estabilidade
através do Método do Lugar
das Raízes (Root Locus)
Os exemplos anteriores mostram a
dependência direta de estabilidade do
processo, em malha fechada, com o
valor do ganho do controlador (Kc).
Isto ocorre porque conforme o
projetista altera o valor de Kc, ele
automaticamente altera a localização
dos pólos no plano complexo.
Na figura acima é apresenta respostas
da malha fechada frente a perturbação
em degrau, em conseqüência da
localização dos pólos no plano
complexo.
Pólos localizados à esquerda do eixo
imaginário ⇒ resposta é estável;
Pólos localizados à direita do eixo
imaginário ⇒ (parte real > 0) ⇒
resposta é sempre instável;
Pólos localizados sobre o eixo
imaginário ⇒ ganho crítico, limite de
estabilidade;
Raízes com parte complexa ⇒
resposta é oscilatória;
Raízes com parte complexa e parte
real >0 ⇒ oscilatória e instável.
“O lugar das raízes é um método
gráfico, no qual as raízes da equação
característica da malha fechada
(1+Gp(s)Gc(s)Gm(s)Gf(s)=0) são
graficadas no plano complexo, em
função da variação de ganho do
controlador (Kc).”
Exercício:(Ex 15.6 Stephanopoulos)
Encontre qualitativamente o gráfico do
lugar das raízes de um processo de 2a
ordem (ex: 2 tanques em série) com
controle P:
( )( )
1)()(
)(
11
)(
21
==
=
++
=
sGcsGm
KcsGc
ss
Kp
sGp
pp ττ
Solução:
Eq. Característica:
1+Gp(s)Gc(s)Gm(s)Gf(s)=0
( )( ) 0
11
.
1
21
=
++
+
ss
KcKp
pp ττ
( )( ) 011 21 =+++ KpKcss pp ττ
Análise:
Quando Kc=0, a Eq. Característica.
tem como raízes os pólos do processo
em malha aberta: p1=-1/τp1 e
p2=-1/τp2
Quando Kc aumenta a partir do zero,
as raízes da eq. caract. são dadas por:
( ) ( )
21
21
2
2121
2,1 2
)1(4
pp
pppppp KpKc
p
ττ
ττττττ +−+±+−
=
69
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
que serão reais e negativos se
( ) 0)1(4 21
2
21 〉+−+ KpKcpppp ττττ
ou seja
( )
−
+
〈 1
4
1
21
2
21
pp
pp
Kp
Kc
ττ
ττ
Quando
( )
−
+
= 1
4
1
21
2
21
pp
pp
Kp
Kc
ττ
ττ
, tem-se
duas raízes iguais:
( )
21
21
2,1 2 pp
ppp
ττ
ττ +
−=
Quando
( )
−
+
〉 1
4
1
21
2
21
pp
pp
Kp
Kc
ττ
ττ
, as duas
raízes serão distintas e complexas
conjugadas:
( ) ( )
21
21
2
2121
2,1 2
)1(4
pp
pppppp KpKcj
p
ττ
ττττττ +++−±+−
=
Verifica-se que a parte real é sempre
negativa, porém a parte complexa
depende do valor do ganho do
controlador (Kc) e esta tende a infinito
quanto
Construir o gráfico do Lugar das Raízes
baseado nesta análise:
Raízes com parte complexa ⇒
resposta é oscilatória;
Kc→ ∞.
re
im
p2=-1/τp2 p1= -1/τp1
Kc→ ∞.
Exercício: 15.7 Stephanopoulos
Construa o gráfico do Lugar das Raízes
do reator, que possui Gp(s) como
função de transferência, com controle
proporcional.
( )
( )( ) ( )35,485,245,1
25,298,2
)(
)(
)(
2 +++
+==
sss
s
sm
sy
sGp
Solução:
Equação característica da malha
fechada: 1 + Gp(s)Gf(s)Gc(s)Gm(s)=0
( )
( )( ) ( ) 0
35,485,245,1
25,298,2
1 2 =
+++
++ Kc
sss
s
Kc p1 p2 p3 p4
0 -1,45 -2,85 -2,85 -4,35
1 -1,71 -2,30+j0,9 -2,30-j0,9 -4,74
5 -1,98 -1,71+j1,83 -1,71-j1,83 -5,87
20 -2,15 -1,09+j3,12 -1,09-j3,12 -7,20
50 -2,20 -0,48+j4,35 -0,48-j4,35 -8,61
100 -2,24 +0,35+j5,40 +0,35-j5,40 -9,75
Graficamente:
re
im
70
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
8
Métodos de
Sintonia de
Controladores
PID
8.1 – Projeto de Sistemas de
Controle
Projetar um sistema de controle
significa encontrar um que realize uma
dada tarefa. Se a característica da
resposta dinâmica e/ou da resposta
estacionária não é satisfatória deve-se
adicionar um controlador ao sistema.
Geralmente, o projeto de um sistema de
controle não é direto e imediato, mas
requer métodos de tentativas e erros.
De uma maneira geral, a função de um
sistema de controle realimentado é a de
garantir que a resposta em malha
fechada apresente um comportamento
conforme o desejado, tanto em estado
estacionário quanto em regime
transiente.
Algumas características comumente
procuradas são:
O sistema deve apresentar um
comportamento estável em malha
fechada. Tal característica pode ser
avaliada através de procedimentos,
71
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
como o critério de Routh ou o método
do Lugar das Raízes;
O sistema deve ter apresentar
alterações mínimas quando submetido
a perturbações na carga, ou seja, deve
apresentar um desvio mínimo ou nulo
com relação ao valor desejado (set-
point);
A resposta a alterações de set-point
devem ser rápidas e suaves,
garantindo uma estabilização rápida e
sem muitas oscilações;
O offset, quando desejado, deve ser
eliminado. Esta característica é obtida
através da introdução do termo
integral no controlador;
Deve-se evitar umaação de controle
excessiva, ou seja, deve-se obter uma
resposta com pouco ou nenhum sobre-
sinal (overshoot);
Em outras palavras, procura-se um
sistema de controle que seja robusto,
isto é, que seja insensível a alterações
nas condições de processo e a erros
no modelo admitido para o processo.
Tipicamente, é impossível atingir todos
os critérios ao mesmo tempo, pois
algumas especificações de controle são
conflitantes. Por exemplo, um
controlador PID que é utilizado para
minimizar os efeitos de perturbações
tendem a ter grandes overshoots para
variações de set-point. Ainda, para se
ter um sistema de controle robusto, é
necessário um conjunto de parâmetros
mais conservativo (menor valor de
ganho proporcional, para evitar
oscilações excessivas), mas em
contrapartida pode-se piorar a
performance do controlador em
termos de tempo de resposta.
Todo e qualquer sistema de controle
em malha fechada necessita de
sintonia, sendo este sistema de
controle servo ou regulador. Ao
processo de ajuste das características
do controlador ou sistema para atingir
a resposta desejada dá-se o nome de
sintonia.
Tendo-se o modelo matemático do
sistema físico completo (incluindo-se
sensores e atuadores) projeta-se um
sistema de controle em malha
fechada, tal que as especificações de
projeto, previamente definidas, sejam
alcançadas. O método de projeto
consiste em se fazer simulações
computacionais com o modelo
matemático para testar o
comportamento do sistema resultante
em relação a vários sinais de teste e
distúrbios. Geralmente, a primeira
configuração obtida para o sistema de
controle não é satisfatória e o sistema
deve ser reprojetado e novamente
analisado.
Este processo de projeto e analise
deve ser repetido até que obtenha um
sistema de controle satisfatório.
Obtido o sistema satisfatório, pode-se
construir o protótipo do sistema físico
com o controlador incorporado. Este
processo de construção do protótipo é
o inverso da modelagem matemática.
O protótipo é um sistema físico que
representa o modelo matemático com
razoável precisão.
Tendo-se o protótipo do sistema físico,
deve-se realizar testes experimentais
para verificar se é adequado. Caso não
seja, o protótipo deve ser modificado e
novamente testado. Este processo
deve ser repetido até que se obtenha
sucesso.
72
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
8.2 – Métodos de Sintonia de
Controladores PID
Existem diversos métodos para projeto
de controladores PID. Geralmente, os
métodos baseiam-se em processos de
otimização, através de simulação,
minimizando parâmetros de
desempenho previamente definidos
(como discutido em tópico anterior).
Entre os métodos propostos, podem
ser citados:
Relações de sintonia: são métodos
desenvolvidos empiricamente, e
encontram larga aplicação, devido à
grande facilidade e rapidez de
sintonia;
Técnicas baseadas em resposta
freqüencial: estes métodos, em geral,
utilizam-se de recursos como o
Diagrama de Bode ou Diagrama de
Nyquist para obtenção da sintonia do
controlador;
Simulação computacional: uma vez
conhecido o modelo matemático, quer
seja através de modelamento físico-
matemático ou através da
identificação do sistema, é possível,
através do uso de softwares, simular e
observar o comportamento do sistema
de controle em diversas condições.
Este procedimento vem sendo
bastante adotado para se obter um
conjunto de parâmetros inicial para a
sintonia do controlador.
Sintonia em campo.
Destes métodos, os três primeiros
necessitam de algum modelo
matemático (identificado ou
determinado). Através destes
métodos, é possível encontrar
parâmetros convenientes para o
controlador, antes da implementação
em campo. Vale lembrar que muitas
vezes estes valores obtidos são tidos
como primeira estimativa, devendo-se
considerar tentativa e erro
posteriormente para refinar a resposta
do processo (ajuste fino).
Entretanto, esta restrição não invalida
os procedimentos, uma vez que é
melhor ter uma boa estimativa inicial
do que nenhuma. Desta forma, reduz-
se razoavelmente o tempo necessário
para a obtenção da sintonia da malha.
Regra geral para projeto de PID
De uma forma geral, para a sintonia
em campo, ou ajuste fino dos
controladores (projeto de
controladores do tipo PID), visando-se
obter a característica de resposta
desejada, deve-se observar as
seguintes regras:
• Obter a resposta do sistema em
malha aberta e definir o quê deve
ser melhorado;
• Adicionar um controlador
proporcional para melhorar o tempo
de subida rt (quanto maior o ganho
proporcional, menor o tempo de
subida, e maior a velocidade da
resposta);
• Adicionar um controlador derivativo
para melhorar o sobre-sinal
máximo;
• Adicionar um controlador integral
para eliminar o erro em regime;
• Ajustar cada um das ações de
controle Kc, τI e τD até que se
obtenha a resposta geral desejada.
Deve-se ter em mente que pode não
73
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
ser necessário implementar todas as
três ações de controles (proporcional,
integral e derivativa) para se obter a
resposta desejada do sistema.
Existem, como mencionado
anteriormente, diversos métodos
baseados em diferentes condições e
considerações. Dentre os métodos,
serão apresentados aqui os métodos
mais difundidos para sintonia através
das relações de sintonia.
8.3 – Relações de Sintonia
Existem diversas relações de sintonia
propostas na literatura. Em geral,
utilizam um modelo de primeira ordem
com tempo morto na identificação do
processo, e são procedimentos simples
e muitas vezes eficazes para a sintonia
dos controladores.
Os métodos mais comumente
aplicados são:
• Métodos baseados na curva de
reação do processo;
• Métodos baseados em critérios de
integração do erro;
• Método “Ultimate Gain” ou
“Continuous Cycling” (Ziegler-
Nichols);
• Método de Aström e Hägglund, ou
método de autosintonia ou
autotuning
Métodos baseados na curva de
reação de processo
Estes métodos baseiam-se em um
único experimento, com o sistema em
modo manual, para a sintonia do
controlador. São aplicáveis a
processos estáveis e que não se
tornam instáveis (não oscilatórios) em
malha aberta.
O objetivo do método é o de obter
experimentalmente a resposta da
planta a uma entrada do tipo degrau,
para posterior identificação do modelo
de primeira ordem com tempo morto:
st
p
p de
s
K
sG −
+
=
1
)(
τ
(FOPDT)
Assim, aplica-se uma pequena
perturbação degrau na saída do
controlador, registrando-se a resposta
y(t), conforme apresentado na figura
abaixo.
Vale ressaltar que se a resposta não
exibe uma curva do tipo “S”, este
método não se aplica. A curva tipo “S”
pode ser caracterizada por três
constantes: ganho, tempo de atraso
(tempo morto) td e constante de
tempo τ, de acordo com o modelo de
primeira ordem com tempo morto.
Desta maneira, os métodos propostos
utilizam os métodos de identificação,
utilizando modelos de primeira ordem
com tempo morto, para a sintonia de
controladores.
Dentre os métodos baseados na curva
de reação de processo, merecem
destaque:
74
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Método de Ziegler-Nichols:
Este método utiliza o procedimento de
identificação de sistemas proposto por
Ziegler-Nichols para a obtenção dos
parâmetros do modelo de primeira
ordem com tempo morto:
A partir do traçado da reta tangente
ao ponto de inflexão, obtém-se o
tempo morto e a constante de tempo,
conforme apresentado na figura
acima. O ganho é dado pela relação:
Kp = (valor finalatingido pela
resposta) / (amplitude do degrau
aplicado)
A partir da identificação do modelo de
primeira ordem com tempo morto,
Ziegler e Nichols sugeriram um
conjunto de equações para
determinação dos parâmetros Kc, τI e
τD de acordo com a tabela 8.1.
As relações são válidas para a função
de transferência do controlador
++= s
s
KsG D
I
Cc .
.
1
1.)( τ
τ
As equações são válidas para:
0,1longo do tempo, apresenta
menor valor de overshoot e
estabilização mais rápida. Já o critério
IAE seria um critério de parâmetros
intermediários, e conseqüentemente
resposta também intermediária aos
dois outros critérios.
• Tipo de entrada (perturbação na
carga ou no set-point)
78
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Dependendo da função principal do
controlador, o conjunto de parâmetros
obtido pode ser diferente.
Desta maneira, deve-se inicialmente
definir a função do controlador, se é
controle regulatório, sendo ajustado
para, independentemente das
perturbações na carga, manter uma
condição fixa, ou se é controle servo,
que deve ser ajustado para ter uma
resposta satisfatória para alterações
de set-point.
A maioria das relações de sintonia
apresentadas na literatura baseia-se
na consideração de que o processo
ajusta-se bem a um modelo de
primeira ordem com tempo morto.
Dependendo da função do controlador,
diferentes relações são propostas. As
relações para controle regulador e
servo são apresentadas abaixo.
Controlador para controle
regulador (perturbações na carga)
Controlador Proporcional (P)
b
d
c
t
K
a
K
=
τ
.
ISE IAE ITAE
a 1,411 0,902 0,49
b -0,917 -0,985 -1,084
Controlador Proporcional-Integral (PI)
1
.1
b
d
c
t
K
a
K
=
τ
2
.
2
b
d
I
t
a
=
τ
ττ
ISE IAE ITAE
a1 1,305 0,984 0,859
b1 -0,959 -0,986 -0,977
a2 0,492 0,608 0,674
b2 0,739 0,707 0,68
Controlador Proporcional-Integral-
Derivativo (PID)
1
.1
b
d
c
t
K
a
K
=
τ
2
.
2
b
d
I
t
a
=
τ
ττ
3
..3
b
d
D
t
a
=
τ
ττ
ISE IAE ITAE
a1 1,495 1,435 1,357
b1 -0,945 -0,921 -0,947
a2 1,101 0,878 0,842
b2 0,771 0,749 0,738
a3 0,56 0,482 0,381
b3 1,006 1,137 0,995
Controlador para controle servo
(perturbações no set-point)
Para a obtenção das relações de
sintonia para perturbações no set-
point, foram feitas as seguintes
considerações: o critério ISE não é
adequado, uma vez que, para
alterações no set-point, é indesejável
que a resposta seja oscilatória demais
(como por exemplo, na mudança de
posição de um braço manipulador);
O controlador proporcional, uma vez
que apresenta offset, não é adequado
para utilizar critérios de minimização
de erros neste tipo de controle.
79
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Assim, as relações de sintonia
propostas encontram-se abaixo.
Controlador Proporcional-Integral (PI)
1
.1
b
d
c
t
K
a
K
=
τ
+
=
τ
ττ
d
I tba .22
IAE ITAE
a1 0,758 0,586
b1 -0,861 -0,916
a2 1,02 1,03
b2 -0,323 -0,165
Controlador PID
1
.1
b
d
c
t
K
a
K
=
τ
+
=
τ
ττ
d
I tba .22
3
..3
b
d
D
t
a
=
τ
ττ
IAE ITAE
a1 1,086 0,965
b1 -0,869 -0,855
a2 0,74 0,796
b2 -0,13 -0,147
a3 0,348 0,308
b3 0,914 0,9292
Algumas observações devem ser feitas
quanto à utilização dos métodos
baseados em critérios de integração
do erro:
1) As relações são válidas para a
função de transferência do controlador
++= sKcsG Dc .
1
1.)( τ
τ
2) As equações são válidas para
0,1para executar as
funções de medição e controle.
Dentro dos objetivos específicos do
controle de processos, destacam-se:
• Aumento da produtividade
• Aumento da qualidade dos produtos
• Redução do consumo de energia
• Redução de rejeitos (poluição)
• Redução de produtos fora da
especificação
• Aumento da Segurança Operacional
• Aumento do tempo de vida útil dos
equipamentos
• Aumento da Operabilidade da Planta
Todos os motivos são vinculados à:
qualidade, economia e segurança.
O engenheiro de sistemas de
controle
Engenharia de sistemas de controle é
um campo excitante onde o
engenheiro se defronta com questões
interdisciplinares e pode exercitar os
seus talentos. O engenheiro de
controle vai estar no topo de grandes
projetos, engajado na fase conceitual
de determinação ou implementação do
desempenho total do sistema, funções
de subsistemas, e a interconexão
dessas funções, incluindo
interfaceamentos, projetos de
hardware e de software bem como
testes das plantas e procedimentos.
Muitos engenheiros estão engajados
em uma área específica, como por
exemplo, projeto de circuitos ou
desenvolvimento de software.
Entretanto, o engenheiro de sistemas
de controle vai interagir com pessoas
de inúmeras especialidades de
engenharia e ciências relacionando-se
em todos os níveis, desde a concepção
do projeto até a instalação, testes e
operação. O engenheiro de controle
pode estar trabalhando com sensores
e motores, mas também com sistemas
5
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
eletrônicos, pneumáticos e hidráulicos.
O veículo espacial é outro exemplo da
diversidade requerida do engenheiro
de sistemas. Os conceitos de mecânica
orbital, propulsão, aerodinâmica,
engenharia elétrica e engenharia
mecânica estão todos envolvidos e
entrelaçados. De forma que o
engenheiro atuando na área de
sistemas de controle vai ter a
oportunidade de expandir o seu
horizonte de conhecimentos e
experiências bem além do currículo
universitário.
Terminologia utilizada em
sistemas de controle
Para facilitar o entendimento de
alguns termos que a partir de agora
serão utilizados, apresenta-se a
seguir, de forma sucinta, suas
definições:
Variável do Processo (PV)
Qualquer quantidade, propriedade ou
condição física medida a fim de que se
possa efetuar a indicação e/ou
controle do processo (também
chamada de variável controlada).
Variável Manipulada (MV)
É a grandeza que é operada com a
finalidade de manter a variável
controlada no valor desejado (também
chamada de variável de controle).
Set Point (SP) ou Referência
É um valor desejado estabelecido
previamente como referência de
controle no qual o valor controlado
deve permanecer.
Distúrbio (Ruído)
É um sinal que tende a afetar
adversamente o valor da variável
controlada (também chamado de
Perturbação). O distúrbio pode ser:
Distúrbio de set-point – utilizado para
mudanças as condições de operação.
O sinal de set-point é alterado e a
variável manipulada é ajustada
apropriadamente para alcançar a nova
condição de operação. Tipo de
perturbação freqüente no controle de
servomecanismo (controle "servo").
Distúrbio na Carga – alterações
inerentes ao comportamento dinâmico
do processo. Perturbação freqüente no
controle regulatório. O sistema de
controle deve ser capaz de retornar o
valor da variável controlado ao seu
valor de referência.
Desvio
Representa o valor resultante da
diferença entre o valor desejado e o
valor da variável controlada (também
chamado de Erro).
Ganho
Representa o valor resultante do
quociente entre a taxa de mudança na
saída e a taxa de mudança na entrada
que a causou.
1.1.4 - Tipos de Controle
Controle manual
A figura simplificada a seguir
representa um tipo de controle
intuitivo realizado diariamente na
grande maioria de nossas casas
(Controle de temperatura do
chuveiro). Todo ser humano possui
uma temperatura ideal da água
6
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
utilizada no banho (set point). Para se
atingir e manter a temperatura
(variável controlada) no valor
desejado manipula-se a vazão de
água. Este tipo de controle é, sem
dúvida simples, e só é utilizado em
operações rotineiras. Na indústria, de
um modo geral, os controles são
automáticos e o operador é substituído
por um controlador que toma as
decisões.
Figura 1.3 – Controle Manual
Controle automático
O controle automático é caracterizado
pela presença de três elementos:
Sensor: dispositivo que transforma
parte da energia contida num
determinado ponto do processo num
sinal representativo (geralmente
proporcional) da variável que se mede
(ou de outra relacionada com ela).
Controlador: dispositivo que
determina o sinal de controle a ser
aplicado ao processo em função do
sinal atuante (erro).
Atuador: elemento final de controle
transforma o sinal de controle (baixa
potência) na variável manipulada
(potência elevada) que age
diretamente sobre o processo.
Controle Auto-operado
O controle auto-operado utiliza a
energia necessária para movimentar a
parte operacional diretamente do
sistema controlado, através de uma
região de detecção. Deste modo, este
controle obtém toda a energia
necessária ao seu funcionamento do
próprio meio controlado. Este controle
é largamente utilizado em aplicações
de controle de pressão e menos
comumente no controle de
temperatura, nível, etc.
Controle em Malha Aberta
O controle em malha aberta consiste
em aplicar um sinal de controle pré-
determinado ao sistema com o
objetivo de se provocar na saída um
determinado valor ou comportamento
esperado.
Como exemplo, podemos considerar
um operador experiente manipulando
uma resistência de aquecimento de
um tanque. O tempo de
funcionamento da resistência para que
a temperatura da água do tanque
alcance o valor estipulado, é
determinado intuitivamente pelo
operador. Apenas com muita sorte, a
temperatura da água ao final do
tempo pré-determinado será
exatamente a desejada. Em geral, a
temperatura da água ficará acima ou
abaixo do valor desejado. Além das
possíveis variações devido às
oscilações na temperatura ambiente,
na corrente elétrica, etc.
A característica que distingue os
sistemas de malha aberta é a sua
inabilidade de compensar qualquer
distúrbio que eventualmente se some
ao sinal de acionamento do
7
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
DESVANTAGENS VANTAGENS
• Imprecisão
• Nenhuma adaptação
• Variações externas
• Dependência humana
• Simples
• Baratos
DESVANTAGENS VANTAGENS
Maior complexidade
Mais caro
Maior instrumentação
Maior conhecimento do
processo
Maior a precisão do
sistema
Menor efeito de
perturbações externas
Maior estabilidade
controlador ou à saída do processo.
Sistemas em malha aberta são,
portanto, simples, incapazes de
promover compensação e são
acionados somente pelo sinal de
referência. Uma torradeira é um
exemplo de sistema de controle em
malha aberta, onde a variável de saída
é a cor da torrada. O dispositivo é
projetado pressupondo que a torrada
será tão mais escura quanto mais
tempo permaneça sob ação do calor.
Mas a torradeira não mede a cor da
torrada, e nem considera a espessura
da fatia de pão.
Controle em Malha Fechada
Na figura 1.4 é apresentada a
configuração básica de uma malha
fechada.
Figura 1.4 – Controle em malha fechada
No controle em malha fechada,
informações sobre o sinal de saída são
utilizadas na determinação do sinal de
controle, realizado a partir de uma
realimentação da saída para a
entrada.
Para que ocorrapropuseram que, a
partir dos valores da amplitude
medida da oscilação do processo (a) e
da amplitude da entrada do atuador,
ou saída do controlador (d), ajustado
pelo operador, é possível determinar o
ganho crítico do processo modificado:
a
d
Kcr .
.4
π
=
Assim, a partir do ganho crítico e do
período crítico, obtidos da maneira
apresentada acima, é possível
sintonizar o controlador PID, utilizando
as mesmas relações de sintonia
propostas no método “continuous
cycling”.
Como vantagens, o método apresenta:
Um único experimento é necessário
para a sintonia da malha, acelerando a
obtenção dos parâmetros;
Não é necessário atingir a situação
extrema de se chegar ao limite de
estabilidade. Característica importante
para a segurança do processo.
82
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
9.1 – Controlador em Cascata
Uma das técnicas para melhorar a
estabilidade de um circuito complexo é
o emprego do controle tipo cascata.
Sua utilização é muito conveniente
quando a variável controlada não pode
manter-se no valor desejado, pôr
melhores que sejam os ajustes do
controlador, devido`as perturbações
que se produzem em virtude das
condições do processo.
Como exemplo, considera-se o
controle de temperatura de um forno à
gás que é utilizado para aquecer uma
corrente fria proveniente de um
processo. A vazão de gás combustível
é a variável manipulada e é sujeita à
perturbações (oscilações) devido a
variações de pressão.
Em um sistema SISO mede-se a
temperatura de saída e o controlador
de temperatura (TC) envia um sinal
para regular a válvula de controle. Se
existir flutuações na pressão do gás
combustível, a estratégia SISO não
consegue detectá-las até que ocorra
uma variação na variável controlada
desviando-a do seu set-point (Tsp ).
Um controlador em cascata pode ser
projetado neste caso para compensar
mais efetivamente as perturbações
observadas na variável de controle
(Figura 9.1).
9
Controladores
Avançados
Multi-Malhas
83
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Nesta estratégia a malha secundária
(também chamada de malha escrava
“slave”) é usada para ajustar a válvula
de controle e assim manipular a vazão
de gás combustível. O TC Controlador
de Temperatura (malha primária ou
mestre, “master”) envia um sinal, em
termos de vazão de gás combustível
desejada, para a malha secundária.
Este sinal torna-se o set-point de
vazão da malha secundária (FC).
Na malha secundária, o controlador de
vazão compara a vazão de gás
combustível desejada com a vazão
medida pelo transdutor de vazão (FT)
e ajusta a abertura da válvula de
controle adequadamente.
A malha de controle interna (“slave”)
pode responder imediatamente a
flutuações na pressão de gás
combustível assegurando que a
quantidade apropriada de combustível
seja utilizada.
Para ser eficiente, a malha secundária
deve ser rápida (apresentar pequeno
tempo de resposta). Geralmente, usa-
se um ganho proporcional para a
malha interna tão grande quanto
possível.
Na Figura 9.2 é apresentado o
diagrama de blocos de uma malha de
controle cascata.
A implementação de uma estratégia
de controle cascata requer dois
controladores e dois sensores (no
exemplo, vazão de gás combustível e
temperatura). A temperatura é a
variável controlada e a vazão de gás
combustível é a variável de controle.
O controle cascata pode melhorar o
desempenho quando comparado a
controle feedback convencional
quando a perturbação afeta uma
variável secundária que, por sua vez,
afeta diretamente a saída primária que
se deseja controlar no processo; ou se
o ganho do processo secundário,
incluindo o atuador, é não-linear.
No primeiro caso, o controle cascata
pode limitar o efeito sobre a variável
primária da perturbação que entra na
malha escrava. No segundo caso, a
malha escrava pode limitar o efeito da
variação de ganhos do processo
secundário sobre a variável primária.
Os modos de controle utilizados
na estratégia em cascata são os
mesmos de um feedback
convencional. A princípio, a malha
secundária não requer a ação integral,
Figura 9.1 – Representação esquemática de
um Controlador em Cascata.
Figura 9.2 – Representação em Diagrama
de Blocos de um controlador em Cascata.
84
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
apesar de ser desejável.
Observando o diagrama de blocos
apresentado na figura 9.2 pode-se
deduzir a resposta dinâmica da malha
de controle cascata:
Resposta de um Controlador em Malha
Feedback Convencional
= 0 (pólos do
sistema feedback normal)
Diagrama Cascata
(pólos do sistema em cascata)
Fazendo d1(s)=d2(s)=0
Fazendo ySP1(s)=d1(s)=0
Fazendo ySP1(s)=d2(s)=0
Assim a resposta final em malha
fechada é dada por:
1
12121222
2221
2
12121222
22221
12121222
2121
1
)1(
1
)1(
1
d
GGGGGGGGGG
GGGGGd
d
GGGGGGGGGG
GGGGGdG
y
GGGGGGGGGG
GGGGG
y
mPPVCCmPVC
mPVC
mPPVCCmPVC
mPVCP
SP
mPPVCCmPVC
PPVCC
++
+
+
+
++
+
+
+
++
=
Alguns exemplos de controladores
cascata aplicados em processos
químicos são apresentados a seguir:
85
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
COLUNA DE DESTILAÇÃO
Na coluna de destilação, os
controladores de temperatura mantêm
a vazão de vapor desejada para o
refervedor e a vazão de refluxo
desejada para o topo da coluna,
independente de flutuações na pressão
de suprimento.
TROCADOR DE CALOR
9.2 – Sintonia de Controlador
em Cascata
Considere uma metodologia de
sintonia do sistema controlado em
cascata mostrado na Figura 9.2.
Aconselha-se sintonizar as malhas em
separado seguindo as recomendações
abaixo:
1. Manter os controladores no manual.
2. Sintonizar inicialmente a malha
secundária.
3. Identificar a função de transferência
da malha secundária através da
obtenção da sua resposta dinâmica
frente a modificações na variável
manipulada.
4. Utilizar a metodologia de Ziegler
Nichols para obter os parâmetros de
sintonia do controlador secundário.
86
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
“Lembre-se que geralmente as malhas
internas são mais rápidas, assim a
ação derivativa não é necessária.
Desta forma, os controladores PI são
os mais apropriados para esta
aplicação. A ação derivativa pode
tornar a malha secundária
demasiadamente sensível a ruídos de
medição levando a malha a um
comportamento oscilatório ou errado.”
5. Realizar testes de desempenho e
sintonia fina na malha secundária
colocando-a em automático e
realizando perturbações no set-point
remoto (saída da malha de controle
primária). A variável secundária deve
responder suave e rapidamente a
estas mudanças.
6. Sintonizar a malha de controle
primária.
7. Manter a malha de controle
secundária em automático. Realizar
perturbações no set-point remoto
(saída do controlador primário) para
obter a dinâmica. Obter a função de
transferência entre a saída do
controlador primário e a variável
primária. Verifique se a constante de
tempo e o tempo morto são maiores
que os valores encontrados para a
malha de controle secundária. Se não
forem maiores o controlador cascata
não é adequado para este caso.
Proponha outra estrutura e cascata ou
considere o controlador feedforward.
8. Utilizar as técnicas de sintoniaestudadas para determinar os
parâmetros de sintonia do controlador
primário, normalmente um controlador
PID é utilizado.
9. Ponha o controlador primário
também em automático e teste seu
desempenho para perturbações na
carga
9.3 – Estabilidade de
Controladores Cascata
Analisaremos aqui como a
implementação de controladores
cascata afeta a estabilidade e o
desempenho de um sistema de
controle. Assim considere um sistema
cascata como mostrado na figura
abaixo com controladores nas malhas
master e slave.
Pede-se para este sistema:
1) Desenhar o diagrama de blocos de
uma malha feedback para este
processo;
2) Determinar o ganho crítico deste
sistema e sintonizar o controlador PI;
3) Desenhar o diagrama de blocos de
uma malha de controle cascata para
este processo;
4) Determinar o ganho crítico (se
existir) para a malha secundária;
5) Determinar o ganho crítico para a
malha primária usando KC2=100.
Baseado no ganho crítico, sintonizar o
controlador PI da malha primária;
87
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Resposta:
Análise das malhas separadas:
Malha secundária: Equação característica:
Como Kc tem o mesmo sinal que Kp, este termo sempre será negativo
independente do valor de Kc;
Controle feedback sem cascata:
Kc s1 s2 s3 s4
0 0 -10 -2 -1
1 -1 -10,23 -0,88+1,08i -0,88-1,08i
5 -1 -11 -0,49+2,97i -0,49-2,97i
10 -1 -11,74 -0,12+4,17i -0,12+4,12i
Kc
Limite
12 -1 -12 0+4,47i 0-4,47i
Controle feedback com cascata:
88
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Estimando Kc =10 (a estimativa é alta porque a malha secundária não se torna
instável)
Kc s1 s2 s3 s4
0 0 -110 -2 -1
1 -1,1 -0,0099+0,009i -0,009-0,009i -0,01
10 -1,1 -0,0092+0,04i -0,0092-0,044i -0,01
50 -1,11 -0,006+0,09i -0,006-0,09i -0,01
100 -1,11 -0,0018+0,138 -0,0018-0,13i -0,01
Kc crítico 1000 -1,2 0,05+0,78 0,05-0,4i -0,01
**Kc crítico é bem maior no esquema cascata
Conclusão: O controle cascata, desde que bem projetado, agrega estabilidade ao
processo em malha fechada.
9.4 – Controladores Seletivos
Frequentemente são encontradas
situações em que duas ou mais
variáveis possuem limitações de
operação por razões de economia,
eficiência ou segurança. Em outras
situações, os sistemas de controle
envolvem uma variável manipulada e
várias variáveis controladas. Levando-
se em consideração um sistema SISO,
a ação de controle seletiva é
empregada de maneira adequada
nestas situações utilizando seletores
automáticos. As estratégias de seleção
são empregadas nos seguintes casos:
1. Proteção de equipamentos;
2. Auctioneering (controle leiloeiro);
3. Instrumentação redundante;
4. Funções de controle não-lineares.
Existem vários tipos de controladores
seletivos. Segue-se a descrição de dois
tipos mais populares:
1. Controle Overrride
(proteção dos equipamentos)
2. Controle Auctioneering
(controlador leiloeiro)
Controle Override
Durante a operação normal de uma
planta, durante a partida ou parada de
um processo é possível que situações
de alto risco operacional ocorram
podendo submeter os equipamentos a
danos irreparáveis. Nestes casos é
necessário mudar a ação normal de
controle e prevenir que a variável de
processo ultrapasse limites mínimo e
máximo estipulados.
89
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Nestas situações, utilizam-se as
chaves seletoras (HSS – High Selector
Switch e LSS – Low Selector Switch)
para a seleção de sinal de controle
entre controladores, como
representado nos sistemas a seguir,
definidos como controles override.
a) Sist. de controle de uma caldeira
Normalmente, a pressão do vapor de
uma caldeira é controlada através da
manipulação da vazão de descarga da
mesma. Ao mesmo tempo, ao nível de
água na caldeira não deve cair abaixo
de um limite mínimo necessário para
manter a serpentina de aquecimento
imersa. De acordo com o sistema a
seguir um controlador override,
usando uma chave seletora de baixa,
mantém a pressão da caldeira
controlada em condições normais.
Caso o nível caia abaixo do valor
mínimo especificado a válvula da linha
de descarga passa a ser comandada
pelo controlador de nível.
Figura 9.2 – Controle Override de uma
Caldeira.
b) Sistema de controle de uma
unidade de compressão
A descarga do compressor é
controlada através de um sistema se
controle de vazão. Para prevenir um
aumento da pressão de descarga
acima do valor máximo permitido
utiliza-se um controlador override. A
ação de controle é transferida da
malha de vazão para a malha de
pressão quando a pressão de descarga
excede o valor máximo.
Controle Auctioneering (Leiloeiro)
Auctioneering é o termo usado para
descrever a seleção do maior valor
entre um conjunto de entradas em um
sistema de controle. Um exemplo
clássico de aplicação desta estratégia
é o controle de temperatura de um
reator catalítico tubular onde se
processa uma reação altamente
exotérmica de oxidação do o-xileno
para produzir anidrido ftálico. Esta
reação produz um perfil de
temperatura ao longo do reator onde o
maior valor de temperatura é
conhecido como hot spot. O local onde
ocorre o hot spot depende das
condições da linha de alimentação do
Figura 9.3 – Controlador Override de um
Sistema de Compressão.
90
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
reator (temperatura, vazão,
concentração, etc) e da atividade
catalítica. Além disso, a temperatura
hot spot também depende da
temperatura e da vazão do fluido
refrigerante utilizado para resfriar o
reator.
O principal objetivo de controle deste
sistema é manter a temperatura de
hot spot abaixo do limite crítico
definido. Portanto, é necessária uma
estratégia que localize o hot spot e
forneça a ação de controle apropriada.
Isto é efetuado através da instalação
de diversos sensores de temperatura
ao logo do leito catalítico e utilizado
um controlador Auctioneering para
selecionar a temperatura mais alta que
será usada para a malha de controle
da vazão de refrigerante do reator.
CONTROLADORES SPLIT-RANGE
O controle split-range é uma
montagem particular que utiliza no
mínimo dois elementos finais de
controle comandados simultaneamente
pelo mesmo sinal. No split-range o
sinal de saída do controlador é dividido
normalmente entre duas válvulas de
controle. Tais sistemas não são muito
comuns em processos químicos, mas
fornecem uma segurança adicional e
uma otimização operacional.
Neste tipo de controle têm-se
basicamente as condições descritas a
seguir:
A primeira, quando se tem uma malha
de controle com uma variável atuando
dentro de uma faixa prefixada, a saída
da variável desta faixa provocando a
intervenção de uma segunda variável.
Este tipo de controle pode ser aplicado
na manutenção da temperatura do
fluxo de saída de dois trocadores de
calor ligados em serie (Figura 9.5). O
processo é utiliza para aquecer um
produto cuja vazão sofre muita
variação. Quando houver vazão baixa,
basta apenas um trocador de calor
para aquecer o produto, e quando
houver vazão alta, tem-se a
necessidade de utilizar os dois
trocadores de calor.
Supondo que, do ponto de vista de
segurança, as válvula devam fechar
em caso de falta de ar; tem-se então o
controlador de ação reversa (ao se
aumentar a temperatura, diminui-se o
sinal de saída). Se a vazãodo produto
é baixa , atuara a válvula de vapor
TCV-101B porque tem-se o sinal de
saída do controlador compreendido
entre 50 e 100% ( 9 - 15 PSI ). A
medida que aumenta a vazão, o
controlador de temperatura diminui o
seu sinal de saída, até que, quando
Figura 9.4 – Controlador Auctioneering de
um reator catalítico. Figura 9.5 – Controlador Split-range
aplicado em um sistema de trocadores de
calor em série.
91
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
tivermos o sinal menor que 50% (9
PSI), a válvula TCV-101B permanecera
totalmente aberta; tem-se, então o
primeiro trocador trabalhando no
máximo de seu rendimento, e tem-se
a válvula TCV-101A começando a abrir
e iniciando o funcionamento do
segundo trocador. Quando ocorrer o
máximo de vazão determinada,
teremos duas válvulas totalmente
abertas e os dois trocadores
trabalhando no máximo de sua
potência.
Outra aplicação bastante
representativa de uso de controlador
split-range é o controle de pressão de
um tanque através de uma injeção de
N2 (Figura 9.6).
Caso houvesse a necessidade de
reduzir a pressão no tanque e o
simples fechamento total da válvula de
N2 não fosse suficiente para baixá-la,
o controlador de pressão atuaria em
uma válvula de purga para a
atmosfera, baixando a pressão do
vaso.
Se a pressão estiver acima do seu set-
point, o controlador (PIC) reduzirá a
admissão de N2. Quando PCV-101B
estiver totalmente fechada, a pressão
será reduzida pela abertura da válvula
de purga PCV-101A. Esta ação sobre
as válvulas é obtida dividindo-se a
faixa do sinal de saída do controlador.
Por exemplo, o sinal pneumático
representado atuará em PCV-101B de
3 a 9 psig, e em PCV-101A de 9 a 15
psig, como apresentado na Figura 9.7.
Figura 9.6 – Controlador Split-range
aplicado em um vaso de pressão
Figura 9.7 - Controlador Split-range
aplicado em um vaso de pressão.uma ação frente às
perturbações no sistema, o sinal de
saída é comparado com um sinal de
referência (set-point) e o desvio (erro)
entre estes dois sinais é utilizado para
determinar o sinal de controle que
deve efetivamente ser aplicado ao
processo. O controlador utiliza o sinal
de erro para determinar ou calcular o
sinal de controle a ser aplicado à
planta.
Considerando o mesmo exemplo da
resistência, supõe-se que a
temperatura desejada água no tanque
é medida e o seu valor é comparado
com uma referência pré-estabelecida.
Se a temperatura for menor que a
referência, então se aplica à
resistência uma potência proporcional
a esta diferença. Neste sentido, a
temperatura da água tenderá a
crescer diminuindo a diferença com
relação à referência, tendendo a
estabilizar no valor de referência ou
em um valor muito próximo desta,
garantindo ao sistema de controle uma
boa precisão.
Variações da temperatura ambiente
(que fariam variar a temperatura da
água dentro do tanque) seriam
compensadas pelo efeito da
realimentação, garantindo ao sistema
capacidade de adaptação a
perturbações externas.
A realimentação é a característica do
sistema de malha fechada que permite
a saída ser comparada com a entrada.
Geralmente a realimentação é
produzida num sistema, quando existe
uma seqüência fechada de relações de
causa e efeito entre variáveis do
sistema.
8
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Quando a realimentação se processa
no sentido de eliminar a defasagem
entre o valor desejado e o valor do
processo, esta recebe o nome de
realimentação negativa.
1.1.5 - Diagrama de Blocos
Um sistema de controle pode consistir
de vários componentes, o que o torna
bastante difícil de ser analisado. Para
facilitar o seu entendimento e a fim de
mostrar as funções desempenhadas
por seus componentes, a engenharia
de controle utiliza sempre um
diagrama denominado “Diagrama de
Blocos”.
Diagrama de blocos de um sistema é
uma representação das funções
desempenhadas por cada componente
e do fluxo de sinais. Assim, conforme
pôde ser visto na figura 4, os
componentes principais de um sistema
são representados por blocos e são
integrados por meio de linhas que
indicam os sentidos de fluxos de sinais
entre os blocos. Estes diagramas são,
então, utilizados para representar as
relações de dependência entre as
variáveis que interessam à cadeia de
controle.
1.1.6 - Controle Feedback e
Controle Feedforward
Um controlador feedback realiza a
ação de controle a partir da medição
da variável controlada (ou da
inferência desta) fazendo uma
comparação com o valor de “set
point”. Com base nesta diferença
(erro) é calculado o valor dos sinais da
variável manipulada. A variável
manipulada é normalmente ajustada
por válvulas de controle.
Um aspecto relevante do controle em
feedback é que não se necessita
conhecer antecipadamente os
distúrbios que afetam o processo e
nem se precisa estabelecer as relações
entre os distúrbios e seus efeitos sobre
o processo. é que se tomam as
atitudes de controle.
O controle em feedback é o mais
comum e o mais utilizado na prática.
Enquanto o controle em feedback
responde ao efeito de uma
perturbação, o controle em feed
forward responde diretamente às
perturbações, proporcionando um
controle antecipado.
A partir da medição de distúrbios é
que se encontra a melhor atitude de
controle sobre a variável manipulada.
Em geral esta técnica é mais complexa
e cara do que a de controle feedback.
Além disso, requer maior
conhecimento sobre o processo, sendo
utilizado para aplicações complexas e
críticas.
O controle feedforward apresenta as
seguintes características:
• Age antes que o distúrbio chegue ao
sistema (vantagem)
• Não introduz instabilidade ao
sistema em malha fechada
(vantagem)
• Requerem identificação das
possíveis variáveis distúrbios
(desvantagem)
• Requer o conhecimento do modelo
do processo (relação entre distúrbio
e o desvio) (desvantagem).
9
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
O controle feedback apresenta as
seguintes características:
• Não necessita reconhecimento dos
possíveis distúrbios (vantagem)
• Não requer modelo do processo
(vantagem)
• Pode introduzir instabilidade ao
sistema (desvantagem)
• Ação sobre a manipulada só é
tomada depois que o sistema sai do
“set point” (desvantagem)
• Mais usado industrialmente.
1.1.7 - Análise de Resposta de
Sistemas de Controle
Os sistemas de controle são
dinâmicos, respondendo a um estímulo
de entrada passando por uma resposta
transitória até alcançar a resposta de
regime permanente, que geralmente
assemelha-se à referência. Os três
objetivos principais da análise e
projeto de sistemas de controle são:
produzir uma resposta transitória
desejada, reduzir o erro em regime
permanente e alcançar a estabilidade
do controle. Questões inerentes ao
projeto de um sistema de controle,
tais como custo, sensibilidade de
desempenho do sistema e variações
de parâmetros são também
relevantes.
Resposta transitória.
A resposta transitória é muito
importante no desempenho global do
sistema de controle. Características
relacionadas à rapidez e oscilação
devem ser bem definidas para que
uma resposta transitória satisfatória
seja alcaçada.
Resposta de regime permanente
A análise e projeto de sistemas de
controle estão extremamente focados
na reposta de regime permanente. A
resposta do sistema deve retratar a
referência, portanto a precisão da
resposta de regime permanente é uma
preocupação. De forma que a
capacidade de identificar
quantitativamente o erro em regime
permanente, bem como de impor
ações corretivas para a sua redução
são aspectos importantes.
1.2 – Projeto de um Sistema
de Controle
Normalmente, em um projeto de
Sistema de Controle Realimentado,
uma seqüência de procedimentos é
realizada:
1) Obter um sistema físico que
corresponda aos requerimentos do
projeto.
Uma descrição qualitativa das diversas
funções necessárias para que a planta
realize os requerimentos do projeto.
2) Desenhar um diagrama de blocos
funcional.
A descrição qualitativa é convertida
em um diagrama de blocos que
descreve as partes componentes do
sistema, explicitando suas funções
e/ou hardware requerido para o
desempenho das etapas
intermediárias. A interconexão dos
blocos funcionais também é prevista.
10
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
3) Desenhar um esquema do sistema.
Tendo definido os elementos
necessários ao sistema, deve-se
desenhar um esquema explicitando as
características físicas de cada
componente e de suas interconexões.
4) Desenvolver o modelo matemático.
Obtido pela aplicação das leis que
governam os sistemas físicos. Três
formas distintas de representação
matemática das funções dos diversos
elementos que compõem o projeto são
normalmente utilizadas: equações
diferenciais, funções de transferência e
variáveis de estado.
5) Reduzir o diagrama de blocos.
A descrição da planta em diversos
subsistemas leva a um diagrama com
grande número de blocos. O próximo
passo então é promover a redução do
diagrama de blocos, onde o sistema
como um todo passa a ser
representado por um número reduzido
de blocos.
6) Proceder a análise e desenvolver o
projeto.
Com o diagrama de blocos reduzido a
próxima fase é então de análise do
projeto, onde se verifica se as
especificações e o desempenho
requeridos no projeto estão sendo
atendidos. Nesta fase ajuste dos
parâmetros do sistema são realizados,
e se as especificações não são
atendidas, entãohardware adicional
deve ser incorporado ao projeto de
forma a se alcançar o desempenho
desejado.
Sinais de teste são utilizados como
referência, tanto na simulação
matemática, como na fase de testes
experimentais. Não é prática a escolha
de sinais complicados de entrada para
analisar o desempenho do sistema.
Sinais de teste são normalmente
simples tais como impulso, degrau,
rampa, parábola e senóides.
Objetivos
de
controle
Modelo
do
Processo
Estratégia
de
Controle
Seleção
de
Equipamentos
Instalação
do
Sistema
Ajuste
das
Configurações
Informação
dos
Processos
Teoria de
Controle de Processos
Princípios
Físicos e Químicos
Experiência de
processos existentes
Gerenciamento
dos Objetivos
Dados do
Processo
Informação dos
Vendedores
Simulação
Simulação
Base de Informação
Ativ. do Engenheiro
SUCESSO
?
Figura 1.6 – Etapas do Desenvolvimento de um Sistema de Controle
11
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
1.3 – Modelo Matemático de
um Sistema
O método de experimentação é
baseado em um princípio científico,
entretanto apresenta limitações:
• muito caro;
• muito perigoso. O treinamento de
operadores de plantas nucleares
para reagir a situações perigosas
em plantas nucleares reais pode ser
inapropriado;
• o sistema pode (ainda) não existir.
Em vista destas limitações pode-se
utilizar uma ferramenta bastante útil:
A Modelagem de Sistemas.
Um modelo de um sistema é uma
ferramenta utilizada para responder
questões sobre o sistema sem a
necessidade da realização de um
experimento.
A palavra “modelo” é derivada do
Latim e significa originalmente mold
ou padrão. Os modelos tratados neste
estudo são os modelos matemáticos.
No caso de modelos matemáticos, as
relações entre quantidades (distâncias,
correntes, fluxos e outras) que podem
ser observadas no sistema são
descritas como relações matemáticas
no modelo. Muitas das leis da natureza
são modelos matemáticos neste
sentido.
Assim, o modelo pode ser utilizado
para calcular ou decidir como o
sistema terá reagido. Isto pode ser
realizado analiticamente, por exemplo,
pela resolução de equações
matematicamente que descrevem o
sistema e estudando uma resposta.
Esta é a forma que tipicamente os
modelos são utilizados, por exemplo,
em mecânica e eletrônica.
Com um poder computacional efetivo,
um experimento numérico pode ser
realizado no modelo. Isto é
denominado de simulação. A
simulação é então uma forma barata
de experimentar o sistema.
Entretanto, o valor dos resultados de
simulação depende completamente na
qualidade do modelo do sistema.
Existem dois tipos básicos e diferentes
para construção de modelos:
(i) Modelagem física
Baseia-se em dividir as propriedades
do sistema em subsistemas que
possuem comportamentos conhecidos.
Para sistemas técnicos, isto significa
que as leis da natureza que descrevem
os subsistemas são utilizadas, em
geral.
(ii) Identificação
Baseia-se em utilizar observações do
sistema visando adequar as
propriedades do modelo para as do
sistema. Este princípio é
freqüentemente utilizado como um
complemento da modelagem física.
Uma observação válida é que os
modelos e simulação nunca podem
substituir observações e experimentos,
mas constituem-se em um importante
e útil complemento.
1.3.1 - Classificação de modelos
matemáticos
Os modelos matemáticos têm sido
desenvolvidos para diferentes
sistemas que podem apresentar
12
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
diferentes características dependendo
das propriedades do
sistema e das ferramentas utilizadas.
Os modelos matemáticos podem ser
classificados como:
• Parâmetros concentrados x
distribuídos
Com parâmetros concentrados
(lumped) as variações espaciais são
desprezadas, as propriedades/estado
do sistema são consideradas
homogêneas em todo volume de
controle e geram sistema de equações
diferenciais ordinárias. Com
parâmetros distribuídos, consideram-
se variações espaciais no
comportamento das variáveis gerando
um sistema de equações diferenciais
parciais.
Todo sistema real é distribuído. Se as
variações espaciais são pequenas,
aproxima-se por modelo a parâmetros
concentrados. Para incluir
características temporais e espaciais
devem-se usar equações diferenciais
parciais ou série de estágios com
parâmetros concentrados.
• Linear x não-linear
Equações (e, portanto, modelos) são
lineares se variáveis dependentes ou
suas derivadas aparecem apenas no 1°
grau. A manipulação de modelos
lineares é muito mais simples. Um
sistema é linear se a regra da
superposição é aplicável.
)()()( 2121 xJxJxxJ +=+ ou
)()( 11 xkJkxJ =
onde J é qualquer operador contido no
modelo.
• Contínuo x discreto
Um modelo matemático que descreve
a relação entre sinais de tempo
continuo é denominado de contínuo no
tempo. As equações diferenciais são
freqüentemente utilizadas para
descrever tal relação. Na prática, os
sinais de interesse são mais
freqüentemente obtidos na forma
discreta, que é resultante de medidas
de tempo discreto. Um modelo que
expressa diretamente as relações
entre os valores dos sinais dos
instantes de amostragem é
denominado de um modelo amostrado
ou discreto.
• Estático x dinâmico
Estático (ou estacionário ou invariante
no tempo): processo cujo valor das
variáveis permanece constante no
tempo (se as entradas permanecem as
mesmas, as saídas permanecem
inalteradas). O modelo é um sistema
de equações algébricas.
Dinâmico (ou transiente ou
transitório): as variáveis variam no
tempo, que é a variável independente.
A solução completa consiste nos
regimes permanente e transitório. O
modelo é um sistema de equações
diferenciais.
• Determinístico x estocástico
Denomina-se de modelo
determinístico, um modelo que
trabalha com relações exatas entre
variáveis medidas e derivadas e
expressas sem incerteza.
Um modelo é estocástico se o modelo
pode trabalhar também com conceitos
de incerteza e probabilidade.
13
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
1.3.2 - Métodos para obtenção das
equações de um modelo
Dependendo de como um modelo é
obtido, ele pode ser enquadrado
como:
-teórico ou analítico: desenvolvido
utilizando os princípios da Física e da
Química;
-empírico ou heurístico: utiliza
observação direta dos dados
operacionais do processo (relações de
causa/efeito correlacionando dados de
entrada/saída do processo);
-por analogia: utiliza equações que
descrevem um sistema análogo, com
as variáveis identificadas por analogia
em base individual.
Para se poder empregar um modelo
teórico há necessidade de ser
conhecer certos parâmetros do
processo, os quais usualmente devem
ser avaliados a partir de experimentos
físicos realizados no processo ou então
obtidos de dados operacionais do
processo.
Os modelos teóricos possuem diversas
vantagens sobre os empíricos: eles
freqüentemente podem ser
extrapolados sobre uma faixa maior de
condições operacionais, além de
permitirem inferir o valor de variáveis
de processo não-medidas ou
incomensuráveis. Por outro lado, os
modelos empíricos são normalmente
mais fáceis de gerar, muito embora,
caso o processo seja não-linear, sejam
válidos em uma faixa estreita, próxima
ao ponto onde foram obtidos.
1.4 – Referência Bibliográfica
1. Lennart Ljung: System Identification
- Theory for the User, 2nd ed, PTR
Prentice Hall, Upper Saddle River,
N.J., 1999.
2. Stephanopoulos, G. Chemical
process control: An introduction
to theory and practice. 1.ed. New
Jersey: Prentice-Hall International
Inc, 1984. 696p.
3. Seborg,D., Thomas, F. E., Duncan,
A. M. Process Dynamics and Control.
J. Wiley., New York, 1989.
4. Coelho, L. S. Apostila do Curso de
Controle de Processos, PUC-PR.
14
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
2
Modelagem
Matemática e
Linearização de
Modelos
2.1 – Desenvolvimento de
Modelos Dinâmicos
Objetivos da modelagem matemática:
• Projeto de equipamentos
• Simulação de Processos
• Adaptação das condições operacionais
da planta a novas especificações de
mercado e novas leis ambientais
• Projeto de sistema de Controle
• Referência interna de controladores
digitais
• Otimização de processos
• Detecção de falhas
Tipos de representação de modelos
matemáticos:
a) Modelos de equações diferenciais
b)Modelos de entrada saída (Modelos de
função de transferência)
15
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Modelos de equações diferenciais
• São baseados nos Princípios de
conservação de massa e energia.
• Dão origem a equações diferenciais
ordinárias e/ou parciais
• Combinadas com uma ou mais
equações algébricas que podem
descrever relações termodinâmicas
(equilíbrio), equações de estado (lei
dos gases ideais ou a equação de
Van der Waals), equações de taxa
de transporte (taxas de
transferência de massa, energia
etc.), equações de taxas cinéticas
(taxas de reações químicas), etc.
As formas mais usadas de equações
de balanço:
Balanço de massa total:
∑ ∑−=
entradasi saídasj
jjii FF
dt
Vd
: :
)( ρρρ
Balanço de massa para o componente
A:
rVFCFC
dt
VCd
dt
dn
j
saídasj
Aji
entradasi
Ai
AA ±−== ∑∑
::
)(
Balanço total de energia:
WsQ
hFhF
dt
PKUd
dt
dE
saídasj
jjj
entradasi
iii
±±
±−=++= ∑∑
)(
::
ρρ
As variáveis que aparecem acima são:
ρ:densidade
V:volume do sistema
F:vazão volumétrica de alimentação
nA:número de moles do componente A
CA:concentração molar de A
(moles/volume)
r:taxa de reação por unidade de
volume para o componente A
h:entalpia específica
U, K, P:energias interna, cinética e
potencial do sistema
Q:quantidade de calor trocada pelo
sistema com o meio ambiente por
unidade de tempo (por condução,
radiação ou reação)
Ws:trabalho realizado por unidade de
tempo
Por convenção, uma quantidade é
considerada positiva se entra no
sistema e negativa se sai.
Ordem do modelo:
Sistema de ordem N → sistema
descrito por equações diferenciais
ordinárias com derivadas de ordem N.
)t(fxa
dt
dx
a...
dt
xd
a
dt
xd
a 011N
1N
1NN
N
N =++++ −
−
−
ai = constantes do sistema
f(t) = função distúrbio
Casos Especiais muito freqüentes na
Engenharia Química:
1a ordem: (80% dos casos)
)t(f.bxa
dt
dx
a 01 =+
Representação Padrão:
)t(f.Kx
dt
dx
PP =+τ
16
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
τP=a1/a0 constante de tempo do
processo
KP=b/a0 ganho estático do processo
2a ordem:
)t(f.bxa
dt
dx
a
dt
xd
a 012
2
2 =++
Representação Padrão de 2a ordem:
)t(f.Kx
dt
dx
..2
dt
xd
P2
2
2 =+τξ+τ
τP = a2/a0
ξ = fator de amortecimento
Kp=b/a0 ganho estático do processo
2ξτ=a1/a0
Exemplo 1 - Sistema de Aquecimento
Existe um fluxo de massa de um fluxo
e energia neste sistema.
Balanço Total de Massa do sistema:
−
=
tempo
saída na massa
de Quantidade
tempo
entrada na massa
de Quantidade
tempo
massa
de Acúmulo
Considere Vm ρ= hAV =
Considere Vm ρ= hAV =
t
V
F =
( )
FF
dt
hAd
in ρρρ −=
FF
dt
dh
A in −=
(1)
Balanço de Energia:
O total de energia no tanque é dão
pela expressão termodinâmica:
PKUE ++=
Como não há movimento e as
influências devido ao desnível são
desprezíveis temos:
0==
dt
dP
dt
dK
Assim:
dt
dU
dt
dE =
Mas a entalpia é definida como
VPUH += Para líquidos o termo VP é
desprezível e
dt
dH
dt
dU ≅
H é a entalpia total do líquido no
tanque:
)( refp TTAhCH −= ρ
onde Cp é a capacidade calorífica do
líquido no tanque e Tref é a
temperatura de referência onde a
entalpia específica do líquido é
assumida igual a zero.
Temos a equação de balanço de
energia:
17
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
−
−
−
=
tempo
forecida
de Quantidade
tempo
sai que Energia
de Quantidade
tempo
entra que Energia
de Quantidade
tempo
Energia
de Acúmulo
( )
Q
TTFC
TTCF
dt
TTAhCd
refp
refinpin
refp
+
+−−
−=
−
)(
)(
(
ρ
ρ
ρ
( )
QTFCTCF
dt
hTd
AC pinpinp +−= ρρρ
( )
p
inin C
Q
FTTF
dt
hTd
A
ρ
+−=
p
inin C
Q
FTTF
dt
dh
AT
dt
dT
Ah
ρ
+−=+
Usando a equação 1
p
ininin C
Q
FTTFFFT
dt
dT
Ah
ρ
+−=−+ )(
p
ininin C
Q
TFTFFTTF
dt
dT
Ah
ρ
++−−=
p
inin C
Q
TTF
dt
dT
Ah
ρ
+−= )( Equação 2
Encontramos as equações de estado:
FF
dt
dh
A in −=
e
p
inin C
Q
TTF
dt
dT
Ah
ρ
+−= )(
Resumo:
Variáveis medidas (saída ou estado): T
e h (controladas)
Variáveis de entrada:
Distúrbios: Tin e Fin
Variáveis de controle: Q e F
Parâmetros: A, ρ e Cp.
Elementos adicionais dos modelos
matemáticos
• Equações de taxas de transporte
Descrevem as taxas de transferência
de massa, energia e momento. São
estudadas em cursos de fenômenos de
transporte. Por exemplo, o calor
fornecido pelo vapor no exemplo
anterior é dado pela seguinte equação
de transferência de calor:
)( TTUAQ Vt −=
Onde U = coeficiente global de
transferência de calor
At = área total de transferência de
calor
TV = temperatura do vapor
• Equações de taxas cinéticas
Usadas para descrever as taxas de
reação química. A
RT
E
Cekr
−
= 0
Onde:
k0 = constante cinética
E = energia de ativação da reação
18
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
R = constante dos gases ideais
T,CA = Temperatura e concentração de
A no líquido reacional.
• Relações de equilíbrio de fase e
reação
Descrevem situações de equilíbrio
alcançadas durante uma reação
química por duas ou mais fases.
(Termodinâmica)
• Equações de estado
Descrevem as relações entre as
variáveis que descrevem o estado
termodinâmico de um sistema.
(Equação dos gases ideais e a equação
de Van der Walls).
Graus de Liberdade (f)
f = V – E
V = n°. de variáveis independentes do
processo
E = n°. de equações independentes do
processo
“Um processo será efetivamente
controlado quando todos os graus de
liberdade forem especificados”.
Se f=0 (V=E) ⇒ o sistema já está
definido ou totalmente especificado
(não há como inserir controle)
Se f0 (V>E) ⇒ o sistema tem
soluções múltiplas e, portanto pode
haver tantas malhas de controle
quantos forem os graus de liberdade.
Exemplo 2 – Reator CSTR
Considere o reator CSTR abaixo:
Suponha a reação exotérmica A→ B
(1ª Ordem)
Balanço Total de Massa do sistema:
( )
FF
dt
Vd
in ρρρ −=
sendo ρ = constante
FF
dt
dV
in −=
(1)
Balanços de massa dos componentes
A e B do sistema:
( ) ( )
rVFCFC
dt
VCd
dt
nd
AinAin
AA −−==(2)
( ) ( )
rVFC
dt
VCd
dt
nd
B
BB +−== 0 (3)
19
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Usando a equação 2 temos:
VCek
FCFC
dt
dV
C
dt
dC
V
A
RT
E
AinAinA
A
−
−
−=+
0
VCekFC
FCFFC
dt
dC
V
A
RT
E
A
inAininA
A
−
−−
+−−=
0
)(
A
RT
E
AAin
inA CekCC
V
F
dt
dC −
−−= 0)(
(4)
Balanço Total de Energia
QFh
hF
dt
dH
dt
PKUd
dt
dE
ininin
−−
=≅++=
ρ
ρ)(
(5)
Da termodinâmica temos que:
),,( BA nnTHH = . Assim temos que:
dt
dn
n
H
dt
dn
n
H
dt
dT
T
H
dt
dH B
B
A
A ∂
∂+
∂
∂+
∂
∂=
e
pVC
T
H ρ=
∂
∂
A
A
H
n
H ~
=
∂
∂
B
B
H
n
H ~
=
∂
∂
BA HH
~~
e são as entalpias parciais
molares de A e B respectivamente.
)(
)(
~
~
rVFCH
rVFCFCH
dt
dT
VC
dt
dH
BB
AinAinAp
+−+
−−+= ρ
Substituindo as eq. acima na eq. 5
teremos:
QFhhFrVFCH
rVFCFCH
dt
dT
VC
inininBB
AinAinAp
−−++−−
−−−=
ρρ
ρ
)(
)(
~
~
Sabe-se que:
)(
)()()(
~
TTCFHCF
TTCFThFThF
inpinininAAin
inpinininininininininin
−+=
−+=
ρ
ρρρ
)()(
~~
BBAA HCHCFTFh +=ρ
Substituindo na equação anterior e
cancelando diversos termos temos:
QrVHH
TTCF
dt
dT
VC
BA
inpinininp
−−
+−=
)(
)(
~~
ρρ
Sendo
ppin
BAr
CC
HHH
=
=−=∆−
e
e )()( i
~~
ρρ
tem-se:
VC
Q
Cek
C
H
TT
V
F
dt
dT
p
A
RT
E
p
r
in
in
ρ
ρ
−
∆−+−=
−
0)(
(6)
20
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Resumo
Variáveis de saída: V, CA, T
Variáveis de entrada: CAin, Fin, Tin, Q, F
Variáveis de controle: Q, F
Distúrbios: CAin, Fin, Tin
Parâmetros: ρ, Cp, (-∆Hr), k0, E, R
Equações de estado:
FF
dt
dV
in −=
A
RT
E
AAin
inA CekCC
V
F
dt
dC −
−−= 0)(
VC
Q
Cek
C
H
TT
V
F
dt
dT
p
A
RT
E
p
r
in
in
ρ
ρ
−
∆−+−=
−
0)(
Graus de liberdade:
F = V – E = 8 – 3 = 5
Três equações: BM, BMC, BE
Dois controladores: F = f(CA) e Q =
f(T)
Três distúrbios.
Exemplo 3 - Processo de Mistura
Um balanço de massa total de um
sistema de mistura será dado por:
−
=
tempo
saída na massa
de Quantidade
tempo
entrada na massa
de Quantidade
tempo
massa
de Acúmulo
( )
www
dt
Vd −+= 21
ρ
(1)
onde w1, w2 e w são as vazões
mássicas.
O Balanço de massa do componente A
é dado por:
( )
wxxwxw
dt
xVd −+= 2211
ρ
(2)
Que correspondem às equações no
regime permanente:
www −+= 210
e
xwxwxw −+= 22110
Considerando ρ constante:
( )
www
dt
Vd −+= 21ρ e
( )
wxxwxw
dt
Vxd −+= 2211ρ (4)
21
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Aplicando a propriedade de derivadas
em
( ) ( ) ( )
dt
xd
V
dt
Vd
x
dt
Vxd ρρρ +=
Substituindo em 4 tem-se:
( ) ( )
wxxwxw
dt
xd
V
dt
Vd
x −+=+ 2211ρρ
(5)
Substituindo 3 em 5 obtem-se:
( ) ( )
xwxw
dt
xd
Vwwwx +=+−+ 221121 ρ
(6)
Rearranjando as eq. 6 e 1 temos o
seguinte sistema:
Rearranjo de 6
( ) ( )wwwxwxxwxw
dt
xd
V −+−−+= 212211ρ
( )
)()( 2211 xxwxxw
dt
xd
V −+−=ρ
)(
1
)(
1
2211 xxw
V
xxw
Vdt
dx −+−=
ρρ
)(
1
21 www
dt
dV −+=
ρ
2.2 – Metodologia de
Linearização de Modelos
Linearização
Procedimento que consiste na
aproximação do sistema não-linear ao
comportamento linear.
Considere e equação diferencial não
linear apresentada:
)(xf
dt
dx = onde f(x) é uma função não
linear.
Expandindo a função f(x) em Série de
Taylor no ponto x(0) teremos:
( )
( )
...
!
...
!2
!1
)()(
0
2
0
2
2
0
0
0
0
0
+−
+
+−
+
−
+=
n
xx
dt
fd
xx
dt
fd
xx
dt
df
xfxf
n
x
n
n
x
x
A partir dos termos de segunda ordem
poderemos negligenciar a ação, pois
estaremos adotando um valor x muito
próximo do valor x0. Assim:
00
0
)()( xx
dt
df
xfxf
x
−
+=
Exemplo: Considere o tanque:
Considerando F0=h/R teremos a
equação linear:
oin FF
dt
dh
A −= inFh
Rdt
dh
A =+ 1
22
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Realisticamente se F0 for manipulada
por uma válvula teremos: hF β=0 .
Daí teremos:
inFh
dt
dh
A =+ β
Equação não linear devido ao termo
em raiz.
Aplicando A Série de Taylor temos:
( ) ( )00
0
hh
dt
hd
hh
x
−
+=
Substituindo na equação diferencial:
0
0
0
0
0
0
0
0
00
0
22
22
22
hFh
h
h
dt
dh
A
h
hFh
h
h
dt
dh
A
Fh
h
h
h
h
dt
dh
A
in
in
in
ββ
β
β
β
βββ
−=+
+−=+
=−++
Considere um sistema com as
seguintes condições:
1/R=3 Fin = 10 m3/h h0 = 4m
β = 6 portanto:
2
3
2
3
4)1(
3
10
)(
)2
3(
4
)2
3(
5
32
8
)32(
10
)(
10
)(3]4)([2
1032
tt
eeth
ssssss
sH
s
sHssH
h
dt
dh
−−
+−=
+
+
+
=
+
+
+
=
=+−
=+
4
3
4
3
0
0
0
4)1(
3
8
)(
)4
3(
4
)4
3(
2
)(
2
)(
4
3
4)(
2
4
3
610
2
3
2
4
2
6
10
4.2
46
2
22
tt
in
eeth
sss
sH
s
sHssH
h
dt
dh
h
dt
dh
h
dt
dh
hFh
h
h
dt
dh
A
−−
+−=
+
+
+
=
=+−
=+
−=+
−=+
−=+ ββ
2,5
2,7
2,9
3,1
3,3
3,5
3,7
3,9
4,1
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Tempo (h)
A
ltu
ra
(
m
et
ro
s)
Hlinear
Hnlinear
2.3 – Linearização de
Sistemas Multivariáveis
Sejam as equações abaixo não-
lineares:
)x,x(f
dt
dx
)x,x(f
dt
dx
212
2
211
1
=
=
Ponto estacionário: (x1(0), x2(0))
Expansão por Série de Taylor
truncada:
23
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
))0((
))0(())0(),0((),(
))0((
))0(())0(),0((),(
22
)0(),0(2
2
11
)0(),0(1
1
212212
22
)0(),0(2
2
11
)0(),0(1
1
211211
21
21
21
21
xx
x
f
xx
x
f
xxfxxf
xx
x
f
xx
x
f
xxfxxf
xx
xx
xx
xx
−
∂
∂
+
−
∂
∂
+≅
−
∂
∂
+
−
∂
∂
+≅
Substituindo no Sistema não linear:
))0((
))0(())0(),0((
))0((
))0(())0(),0((
22
)0(),0(2
2
11
)0(),0(1
1
212
2
22
)0(),0(2
2
11
)0(),0(1
1
211
1
21
21
21
21
xx
x
f
xx
x
f
xxf
dt
dx
xx
x
f
xx
x
f
xxf
dt
dx
xx
xx
xx
xx
−
∂
∂+
−
∂
∂+≅
−
∂
∂+
−
∂
∂+≅
em termos de variáveis desvio:
,
212
,
111
,
1 xaxa
dt
dx +=
,
222
,
121
,
2 xaxa
dt
dx +=
onde:
)0(),0(2
1
12
)0(),0(1
1
11
21
21
xx
xx
x
f
a
x
f
a
∂
∂=
∂
∂=
)0(),0(2
2
22
)0(),0(1
2
21
21
21
xx
xx
x
f
a
x
f
a
∂
∂
=
∂
∂
=
Para sistemas dinâmicos com duas
variáveis de estado (x1, x2) e que sofre
a influência de mais variáveis
independentes, como as manipuladas,
m1 e m2 e a variável distúrbio, d:
),,,,(
),,,,(
21212
2
21211
1
dmmxxf
dt
dx
dmmxxf
dt
dx
=
=
Fazendo-se o mesmo desenvolvimento
anterior, obtém-se a aproximação
linear dada por:
,
1
,
212
,
111
,
212
,
111
,
1 dcmbmbxaxa
dt
dx ++++=
,
2
,
222
,
121
,
222
,
121
,
2 dcmbmbxaxa
dt
dx ++++=
Ponto estacionário = (x1(0), x2(0),
m1(0), m2(0), d(0)) → representado
por 0, onde:
0
1
1
02
1
12
01
1
11
02
1
12
01
1
11
d
f
c
m
f
b
m
f
b
x
f
a
x
f
a
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
0
2
2
02
2
22
01
2
21
02
2
22
01
2
21
d
f
c
m
f
b
m
f
b
x
f
a
x
f
a
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
∂
∂=
24
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
3
Transformadas
de Laplace3.1 – Definição
É um método matemático utilizado para
realizar a transformação de equações
diferenciais em equações algébricas
mais facilmente solucionáveis.
[ ] ∫
∞
−⋅==
0
)()()( dtetfsFtfL st
onde:
f(t) é a função no domínio do tempo
f(t)=0 para t→
==== uyyy
28
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Encontrar a resposta transiente de y(t)
para um degrau unitário em u(t).
[ ]
[ ]
ttt eeety
s
L
s
L
s
L
s
Lty
aaaaa
sasasasasasasa
sasaasasasas
s
a
s
a
s
a
s
a
ssss
s
adordenodoRaízes
ssss
s
sY
s
sU
Sendo
sUssU
sYssYsYssYs
uL
dt
du
L
yL
dt
dy
L
dt
yd
L
dt
yd
L
32
1
111
11111
4
2
4
3
43
2
3
3
32
2
2
3
211
2
1
3
1
4321
23
23
23
2
2
3
3
3
5
3
3
1
)(
3
3/5
2
3
1
13/1
)(
3
5
3 1
3
1
26
23346
5611624
321)6116(
24
3,2,1,0:min
1
)6116(
24
)(
1
)(
unitáriodegrau em operturbaçã
)(2)(4
)(6)(11)(6)(
24
6116
−−−
−
−−−
+−+=
+
+
+
+
−
+
+
=
=−====
+++++++
+++++=+
+
+
+
+
+
+=
+++
+
−−−
+++
+=
=
+=
=+++
+
=
=+
+
+
Aplicação do Teorema do Valor
Final
Encontrar o valor final da função x(t)
que possui a seguinte transformada de
Laplace.
[ ] [ ]
+++
=
+++
=
→
→∞→
ssss
s
ssFtf
ssss
sX
s
st
2340
0
234
33
1
lim
)(lim)(lim
33
1
)(
[ ] 1)(lim
133
1
lim
33
1
lim
230
2340
==
+++
+++
∞→→
→
tf
sss
ssss
s
ts
s
Exemplo 2 – Encontrar o valor final da
função:
[ ] [ ]
[ ] ∞=
−=
−−++
−+−
=
−−+−
−+−=
∞→
→
→∞→
)(lim
4.0
1
)2)(1)(2)(1(
896
lim
)(lim)(lim
)22)(2(
896
)(
2
24
0
0
232
24
tf
sssss
sss
s
ssFtf
sssss
sss
sX
t
s
st
29
EQ817 – Controlede Processos Material de Apoio
4
Função de
Transferência e
Diagrama de
Blocos
4.1 – Função de Transferência
Considere um sistema SISO-Single
input Single Output, apresentado
abaixo. O seu comportamento dinâmico
pode ser convenientemente descrito por
uma equação diferencial linear ou
linearizada de ordem n.
)(..... 011
1
1 tbfya
dt
dy
a
dt
yd
a
dt
yd
a
n
n
nn
n
n =++++ −
−
−
equação 1
onde f(t) e y(t) são as variáveis de
entrada e saída do processo,
respectivamente.
As duas são descritas como variáveis
desvio e estando o sistema inicialmente
em regime permanente teremos:
0...)0(
0
1
1
0
2
2
0
=
==
=
=
=
−
−
== t
n
n
tt dt
yd
dt
yd
dt
dy
y
30
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Assim, aplicando a Transformada de
Laplace na eq. 1 teremos:
)()()(
...)()(
01
1
1
sbfsyassya
sysasysa n
n
n
n
=++
+++ −
−
A função de transferência, G(s),
relaciona a entrada com a saída da
seguinte forma:
01
1
1 ...
)(
)(
)(
)(
asasasa
b
sG
sf
sy
sG
n
n
n
n ++++
=
=
−
−
Se o processo possuir duas entradas, o
modelo dinâmico é dado por:
)()(
...
22110
11
1
1
tfbtfbya
dt
dy
a
dt
yd
a
dt
yd
a
n
n
nn
n
n
+=+
++++ −
−
−
Assim com as mesmas condições
iniciais, teremos:
)(
......
)(
......
)(
2
01
1
1
2
1
01
1
1
1
sf
asasasa
b
sf
asasasa
b
sy
n
n
n
n
n
n
n
n
++++
+
+
++++
=
−
−
−
−
ou
)()()()()( 2211 sfsGsfsGsy +=
A função de transferência pode assim
ser diretamente definida:
desvio variaveisem
entrada da Laplace de datransforma
desvio variaveisem
saida da Laplace de datransforma
)( =sG
Exemplo: Tanque de Aquecimento:
pin
in
in
p
ininin
p
inin
CF
Q
TT
dt
dT
F
Ah
C
Q
TFTF
dt
dT
Ah
C
Q
TTF
dt
dT
Ah
ρ
ρ
ρ
+−=
+−=
+−=
:equaçãoda Partindo
)(
''
'
1
Sendo 0
0
: temospermanente regime o doConsideran
Desvio Variável
'
''''
KQTT
dt
dT
CF
K
F
Ah
e
QQQTTTTTT
CF
Q
TT
dt
dT
in
pinin
RPinRPininRP
pin
RP
RPinRP
+−=
==
−=−=−=
+−=
=
τ
ρ
τ
ρ
)('
1
)(
1
1
)('
)(')()1)(('
)(')()(')('
Laplace de daTransforma a Aplicando
'
'
'
sQ
s
K
sT
s
sT
sKQsTssT
sKQsTsTssT
in
in
in
+
+
+
=
+=+
+=+
ττ
τ
τ
O diagrama de blocos deste sistema é
assim definido:
31
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Algumas das propriedades da função
de transferência são:
• a função de transferência é definida
somente para sistemas lineares
invariantes no tempo. A função de
transferência não é definida para
sistemas não-lineares;
• todas as condições iniciais são
selecionadas em zero;
• a função de transferência é
independente da entrada do
sistema;
• Como foi visto anteriormente, os
efeitos ocorridos com as alterações
de Q e Tin têm efeito acumulativo.
Isto sempre ocorrerá para sistemas
lineares devido ao Princípio da
Superposição.
• O modelo de FT nos habilita a
determinar a resposta de saída para
quaisquer mudanças nas variáveis
de entrada de um processo.
Exemplo: Voltando ao sistema de
aquecimento, considere as seguintes
condições:
A=2 m2 h=5 m Fin=F=10 m3/h
Tin = 25ºC U=200 kcal/m2ºC
ρ=800 kg/m3 At=6,4 m2
Cp = 0,8 kcal/kgºC.
Apresentar a resposta transiente T(t)
quando a Q(t) muda em perturbação
degrau de 100 kcal/h para 150 kcal/h.
2,0
8,0.800.5.2
4,6.200 ===
p
t
CAh
UA
K
ρ
h
F
Ah
in
1
10
5.2 ===τ
)1(10
]
)1(
1
[10)(')]('[
)1(
1050
)1(
2,0
)(
)('
)1(
)('
: temos0)( sendo
)('
)1(
)('
)1(
1
)('
'
'
t
i
i
e
ss
tTsT
ssss
sT
sQ
s
K
sT
sT
sQ
s
K
sT
s
sT
−−=
+
==
+
=
+
=
+
=
=
+
+
+
=
ll
τ
ττ
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (h)
T
em
pe
ra
tu
ra
(º
C
)
4.2 – Pólos e Zeros de uma
Função de Transferência
De acordo com a definição de função
de transferência, temos:
)(
)(
)(
sf
sy
sG =
Em geral, a função de transferência
G(s) será a razão de dois polinômios:
)(
)(
)(
sP
sQ
sG =
Para sistemas fisicamente realizáveis,
o polinômio Q(s) será sempre de
ordem menor do que o P(s).
As raízes do polinômio Q(s) são
chamadas de zeros da função de
transferência ou zeros do sistema cuja
dinâmica é descrita pela função de
transferência G(s).
32
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Quando a variável s assume os valores
dos zeros de Q(s), a função de
transferência é igual a zero.
As raízes do polinômio P(s) são
chamadas de pólos da função de
transferência, ou equivalentemente de
pólos do sistema. Nos pólos de um
sistema a função de transferência
tende ao infinito.
Se sabemos onde os pólos de um
sistema estão localizados, podemos
determinar as características
qualitativas da resposta do sistema a
uma entrada em particular sem
cálculos adicionais.
4.3 – Diagrama de Blocos
Considere a representação:
O diagrama de blocos pode ser
utilizado para representar sistemas e
subsistemas agrupados e conectados.
Representação:
• Setas – utilizadas para representar
direções de fluxos de sinais.
• Ponto de soma: local onde o sinal é
somado algebricamente:
• Ponto de bifurcação (Nó): local onde
o sinal é compartilhado.
• Ramo direto – definido pela direção
Entrada-Saída passando pelo bloco
G(s).
• Ramo de Realimentação – definido
pelo direção Saída-Entrada.
• Ramo de Alimentação – Definido por
um sinal paralelo ao ramo direto.
33
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
• Blocos em Cascata
Exemplo:
( ) ( ) ( ) 795
3
32
3
1
1
)(
23
2
+++
=
+++
=
sss
s
s
s
s
s
s
sGp
• Blocos com Realimentação
Considere o sistema com
realimentação negativa:
Para o ramo de realimentação a
entrada é dada pelo sinal S(s) e a
saída por S(s).H(s). Assim o ramo
direto torna-se:
Entrada = E(s) – S(s).H(s) e a Saída =
S(s)
Assim:
)()(1
)(
)(
)(
)(
))()(1)(()()(
)()()()()()(
)()()()()()(
)()()(
)(
)(
1
1
11
11
11
1
sHsG
sG
sE
sS
sG
sHsGsSsEsG
sHsSsGsSsEsG
sSsHsSsGsEsG
sHsSsE
sS
sG
p +
==
+=
+=
=−
−
=
Exemplo:
11
2
10)1(
2
)(
)]
1
2
(5[1
1
2
)(
)()(1
)(
)(
)(
)(
1
1
+
=
++
=
+
+
+=
+
==
ss
sG
s
s
ssG
sHsG
sG
sE
sS
sG
p
p
p
• Blocos em Cascata com ramos de
realimentação
)()]()()([1
)()()(
)(
)(
)(
321
321
sHsGsGsG
sGsGsG
sE
sS
sGp +
==
• Blocos em Paralelo
Suponha o sistema de Alimentação:
A Função de Transferência Global é
dada por:
)()(
)(
)(
)( 21 sGsG
sE
sS
sGp +==
34
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
4.4 – Simplificação de Sistemas
Consiste em reduzir blocos em cascata e realimentação a um único bloco
Exemplo: Simplificar a conjunto abaixo:
)())()()(()()()()(1
))()()(()(
)(
)()
)()()(1
))()()(()(
(1
)()()(1
))()()(()(
)(
)(
)(
24321121
4321
2
121
4321
121
4321
sHsGsGsGsGsHsGsG
sGsGsGsG
sG
sH
sHsGsG
sGsGsGsG
sHsGsG
sGsGsGsG
sE
sS
sG
p
p
++−
+
=
−
+
+
−
+
==
Para um sistema com entradas múltiplas (sinais e referência e distúrbios) temos:
Fazendo Ed(s) = 0 teremos:
onde
)()]()([1
)()(
)(
121
21
sHsGsG
sGsG
sGp +
= (I)35
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Fazendo E(s) = 0 teremos:
onde
)()]()([1
)(
)(
121
2
sHsGsG
sG
sGp −
= (II)
A saída o sistema é definida pela soma as equações I e II.
)(
)()]()([1
)(
)(
)()]()([1
)()(
)(S
121
2
121
21 sE
sHsGsG
sG
sE
sHsGsG
sGsG
s d+
+
+
=
36
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
5
Dinâmica de
Processos
5.1 – Comportamento
Dinâmico de um Sistema
MODELO
MATEMÁTICO
Gp(s)
E(s)
Sinais
Padronizados
S(s)
?????
Sinais de testes:
• Função Degrau
• Função Rampa
• Função Parábola
• Função Impulso
• Função Senoidal
Resposta Transiente e Resposta
Permanente.
Resposta Transiente: estado inicial até o
estado final
Resposta Permanente: quando t → ∞.
37
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
5.2 – Sistemas de 1ª Ordem
Um sistema de 1ª Ordem é definido
como um sistema em que a saída é
modelada por uma equação diferencial
de 1ª Ordem:
)(01 tbfya
dt
dy
a =+ Onde f(t) é a variável
de entrada do sistema.
Se a0≠0 tem-se: )(
00
1 tf
a
b
y
dt
dy
a
a
=+
Definindo:
Constante de tempo (τp) =
0
1
a
a
e
Ganho (Kp) =
0a
b
A equação torna-se: )(tfKy
dt
dy
pp =+τ
Em variáveis-desvio teremos:
1)(
)(
)(
'
'
+
==
s
K
sF
sY
sG
p
p
τ Eq. 1.
A equação 1 é conhecida como atraso
de primeira ordem (first-order lag) ou
atraso linear (linear lag) e possui uma
característica autoregulatória.
Entretanto, se na equação diferencial
de 1ª ordem a0 = 0 teremos:
)()( '
1
tfKtf
a
b
dt
dy
p==
s
K
sF
sY
sG p
'
'
'
)(
)(
)( == Eq. 2
Neste caso o processo é chamado de
puramente capacitivo ou integrador.
Os processos de 1ª ordem têm as
seguintes características:
• Capacidade de armazenamento de
massa e energia.
• Resistência associada ao fluxo de
massa, energia e momento.
• Em plantas químicas são os
sistemas mais comuns.
Será analisada, a seguir, a resposta do
sistema a entradas do tipo degrau
unitário e rampa unitária com
amplitudes diversas para condições
iniciais nulas.
Resposta Dinâmica de sistemas de
primeira ordem.
DEGRAU UNITÁRIO.
Como a transformada de Laplace da
função degrau unitário é s
1 ,
substituindo ssF 1)(' = na equação 2,
obtém-se:
ss
K
sY
p
p 1
1
)('
+
=
τ
Expandindo-se )(' sY em frações
parciais, tem-se:
1
)('
+
−=
s
K
s
K
sY
p
ppp
τ
τ
38
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Tomando a transformada inversa de
Laplace, obtém-se:
( )01)( ≥
−=
−
teKty p
t
p
τ
(Eq. 3) para
degrau unitário e
( )01)( ≥
−=
−
teAKty p
t
p
τ
(Eq.4) para
degrau de amplitude A
Observa-se na equação 3 que y(t) é
inicialmente nula e torna-se igual a
AKp em t → ∞.
Curva de resposta para perturbação
degrau unitário em Sistemas de 1ª
Ordem.
Exemplo 1: Seja o sistema abaixo:
Q
Tvapor
T
1
1
)(
)(
)(
)()()(
)(
+
==
=+
=+
=+
−=
=
ssT
sT
sG
sTsTssT
TT
dt
dT
UA
CV
UATUAT
dt
dT
CV
TTUA
dt
dT
CV
QQ
vapor
p
vapor
vapor
p
vaporp
vaporp
vaporlíquido
τ
τ
ρ
ρ
ρ
Constante de tempo → VELOCIDADE
Ganho → SENSIBILIDADE
RAMPA UNITÁRIA
Como a transformada de Laplace da
função rampa unitária é 2
1
s
, obtém-
se a saída do sistema:
2
1
1
)(
ss
K
sY p
+τ
Expandindo Y(s) em frações parciais,
tem-se:
1
1
)(
2
2 +
+−=
Ts
T
s
T
s
sY
Tomando a transformada inversa de
Laplace, obtém-se:
τττ
t
etty
−+−=)(
Eq. 5
O sinal de erro e(t) é dado por então:
)1()()()( ττ
t
etytfte
−−=−= Eq. 6.
Quando t tende a infinito, τ
t
e
−
tende a
zero, e portanto o sinal de erro e(t)
tende a τ ou e(∞) = τ.
39
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
A curva de resposta para perturbação
rampa unitária em Sistemas de 1ª
Ordem é representada na figura
acima.
5.3 – Sistemas de 2ª Ordem
Um sistema de 2ª Ordem é definido
como um sistema em que a saída é
modelada por uma equação diferencial
de 2ª Ordem:
)(012
2
2 tbfya
dt
dy
a
dt
yd
a =++ Onde f(t)
é a variável de entrada do sistema.
Se a0≠0 tem-se:
)(
00
1
2
2
0
2 tf
a
b
y
dt
dy
a
a
dt
yd
a
a
=++
Definindo
τ2 =
0
2
a
a
, 2ξτ =
0
1
a
a
e Kp =
0a
b
Onde:
τ = período natural de oscilação do
sistema.
ξ = fator de amortecimento.
Kp = ganho do sistema.
A equação torna-se:
)(2
2
2
2 tfKy
dt
dy
dt
yd
p=++ ζττ
Em variáveis-desvio teremos:
12)(
)(
)(
22'
'
++
==
ss
K
sF
sY
sG p
ζττ
Eq. 7
DEGRAU UNITÁRIO
Quando submetido a uma perturbação
do tipo degrau unitário o sistema de
segunda ordem torna-se:
)12(
)(
22 ++
=
sss
K
sy p
ξττ Eq. 8.
Os dois pólos da função de
transferência são dadas pelas duas
raízes do polinômio característico
01222 =++ ss ξττ
τ
ξ
τ
ξ 1
1
2 −
+−=p e τ
ξ
τ
ξ 1
2
2 −
−−=p
Assim a equação 8 torna-se:
)2)(1(
/
)(
2
pspss
K
sy p
−−
=
τ
Eq. 9
A forma da resposta y(t) vai depender
da localização dos dois pólos, p1 e p2,
no plano complexo.
Pode-se distinguir três casos distintos:
40
EQ817 – Controle de Processos Material de Apoio
Caso A: Sistema super amortecido
(ξ > 1, dois pólos distintos e reais)
Neste caso a inversão da eq. 9 por
expansão por frações parciais leva a:
−
−
+−−= −
τ
ξ
ξ
ξ
τ
ξτξ t
senh
t
eKty t
p 1
1
1cosh1)( 2
2
2/
(Eq.10)
onde cosh(.) e senh(.) são as funções
trigonométricas hiperbólicas definidas
por:
2
αα
α
−−= ee
senh e
2
cosh
αα
α
−+= ee
Como no caso do sistema de 1ª ordem
o ganho é dado por:
)(
)(
entradadaioestacionárestado
saídadaioestacionárestado
K p ∆
∆
=
Caso B: Sistema criticamente
amortecido (ξ = 1, dois pólos iguais).
Neste caso, a inversão da eq. 9 resulta
em:
+−= − τ
τ
/11)( t
p e
t
Kty Eq. 11
Caso C: Resposta sub amortecida
(ξ