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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Sérgio Hiroshi Furuya de Carvalho
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Marcel da Rocha Chehuen 
Ergonomia e 
Ginástica Laboral
Professor conteudista: Sérgio Hiroshi Furuya de Carvalho 
Graduado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (1990) e especialista em Educação a Distância pela 
UNIP (2014). Possui mestrado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (1995). 
Estuda ginástica laboral desde 1990. De início, como assunto de sua dissertação de mestrado, depois trabalhando 
na área e escrevendo artigos e livros sobre o tema. Atualmente, é o responsável pela disciplina Ergonomia e Ginástica 
Laboral na UNIP. Empreende projetos de ginástica laboral em empresas privadas e em convênios da UNIP com o TJSP 
(Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) e OMS/Opas (Organização Mundial/Pan-Americana da Saúde).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C331e Carvalho, Sérgio Hiroshi de.
Ergonomia e Ginástica Laboral / Sérgio Hiroshi Furuya de 
Carvalho. – São Paulo: Editora Sol, 2025.
154 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Ergonomia. 2. Lesões. 3. Ginástica laboral. I. Título.
CDU 331.827
U521.12 –25
Prof. João Carlos Di Genio
Fundador
Profa. Sandra Rejane Gomes Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Renata Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Material Didático
Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
Projeto gráfico: Revisão:
 Prof. Alexandre Ponzetto Vitor Andrade
 Ricardo Duarte
Ergonomia e Ginástica Laboral
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO TRABALHO, DAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS 
E DA GINÁSTICA LABORAL .............................................................................................................................. 11
1.1 História e evolução do trabalho e das organizações empresariais ................................. 11
1.2 Evolução da administração moderna........................................................................................... 15
1.3 História da ginástica laboral ............................................................................................................ 18
1.4 Definições e benefícios da ginástica laboral ............................................................................. 19
1.4.1 Benefícios da ginástica laboral para os colaboradores............................................................ 20
1.4.2 Benefícios da ginástica laboral para as empresas ..................................................................... 24
2 CARACTERÍSTICAS E EXIGÊNCIAS TÍPICAS DO TRABALHO ............................................................. 27
2.1 Tipificação do trabalho braçal, suas características e demandas ..................................... 27
2.1.1 Atividades que requerem grande aplicação de força ............................................................... 28
2.1.2 Movimentos repetitivos no trabalho braçal ................................................................................. 29
2.1.3 Desproporção entre exigências unilaterais .................................................................................. 30
2.1.4 Muito tempo na posição em pé ........................................................................................................ 31
2.1.5 Trabalho em posições forçadas ......................................................................................................... 32
2.1.6 Outras características do trabalho braçal ..................................................................................... 33
2.2 Tipificação do trabalho administrativo, suas características e demandas .................... 33
2.2.1 Trabalho sentado e sedentarismo .................................................................................................... 34
2.2.2 Movimentos repetitivos ....................................................................................................................... 35
2.2.3 Estresse e sobrecargas diversas ......................................................................................................... 36
3 ERGONOMIA ...................................................................................................................................................... 36
3.1 Ergonomia do trabalho sentado..................................................................................................... 43
3.1.1 Posição de trabalho em terminais de computadores ............................................................... 45
3.2 Ergonomia do trabalho em pé ........................................................................................................ 48
3.3 Trabalho muscular estático e dinâmico ...................................................................................... 49
3.4 Trabalho pesado e manuseio de cargas ....................................................................................... 50
3.5 Norma Regulamentadora 17 (NR 17) .......................................................................................... 52
3.6 Verificação ergonômica ..................................................................................................................... 61
4 LER/DORT: LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS/DISTÚRBIOS OS 
TEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO ............................................................................... 64
4.1 Definições ................................................................................................................................................ 64
4.2 Prejuízos para as empresas ............................................................................................................... 67
Sumário
4.3 Principais quadros de LER/Dort ...................................................................................................... 68
4.3.1 Tendinites ................................................................................................................................................... 70
4.3.2 Tenossinovites .......................................................................................................................................... 70
4.3.3 Estrangulamento ou compressão de nervos ............................................................................... 70
4.3.4 Bursites........................................................................................................................................................ 71
4.3.5 Lombalgias e cervicalgias ....................................................................................................................laboral. A palavra vem do 
grego ergon (trabalho) e nomia (normatização, regras). Segundo a International Ergonomics Association (IEA), 
a ergonomia (fatores humanos) pode ser definida como 
37
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
disciplina científica que trata do entendimento da interação entre humanos e 
outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica a teoria, princípios, 
dados e métodos a projetos, a fim de otimizar o bem-estar humano e a 
performance geral do sistema (IEA, 2018).
Para Gonçalves (2008, p. 466 apud Calasans, 2014), ergonomia é “a ciência que estuda a adaptação 
do trabalho ao homem, visando propiciar uma solicitação adequada do trabalho, evitando desgaste 
prematuro de suas potencialidades profissionais e objetivando alcançar a otimização do sistema 
de trabalho”.
A origem da ergonomia, do ponto de vista moderno, voltado à produtividade, vem da área militar 
em razão da Segunda Guerra Mundial, quando se verificou que uma maior adaptação do homem e de 
suas ferramentas/ambiente de trabalho pode otimizar a eficiência. Acesso aos comandos das armas e 
posição de trabalho em aviões, por exemplo, foram sendo estudados e gradualmente adaptados para 
uma melhor interação homem-máquina.
A partir dessa origem mais moderna, a ergonomia foi sendo utilizada nas mais diversas áreas. 
Hoje em dia, desde a culinária e a escrita, até os painéis de instrumentos dos carros e os cabos dos 
secadores de cabelo são desenhados pensando em seu uso facilitado. Produtos tão diferentes como 
teclados e mouses de computador e canetas ganham benefícios na usabilidade quando levam em conta 
as questões ergonômicas em seu design. A questão se mostra sedimentada em parte da população, 
pois as áreas de marketing das empresas fazem menção à questão ergonômica para comprovar a 
superioridade de seu produto. Até mesmo a área de software vai usar os recursos da ergonomia para 
adequar programas de computador e aplicativos de celulares para uma melhor utilização.
 Saiba mais
Os sites a seguir destacam a abrangência da ergonomia, uma vez que 
neste livro estão concentradas informações sobre a questão da posição e dos 
movimentos relacionados ao corpo humano durante o trabalho.
Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em: http://www.abergo.org.br. 
Acesso em: 19 nov. 2024.
International Ergonomics Association. Disponível em: https://iea.cc/. 
Acesso em: 19 nov. 2024.
O trabalho da ergonomia deve iniciar-se conhecendo o ser humano, que, além de não ser completamente 
entendido, apresenta variações pessoais muito importantes. Vejamos algumas características psicofisiológicas 
do ser humano que devem ser consideradas no enfoque da ergonomia:
Prefere escolher livremente sua postura, dependendo da exigência das 
tarefas e do estado de seu meio interno.
38
Unidade I
Prefere utilizar alternadamente toda a musculatura corporal, e não 
apenas determinados segmentos corporais.
Tolera mal tarefas segmentadas com tempo exíguo (especialmente quando 
o tempo é externamente determinado).
É compelido a acelerar sua cadência quando estimulado pecuniariamente 
ou por outros meios, não levando em conta os limites de resistência de seu 
sistema musculoesquelético (Brasil, 2002). 
Enquanto isso, no trabalho, a intenção é utilizar a ergonomia de forma a adaptar ferramentas, 
postos de trabalho, organizações e processo produtivo ao homem, no intuito de proporcionar maior 
conforto, segurança e produtividade.
A) 
B) 
Figura 24 – A evolução das máquinas com enfoque na ergonomia visa uma maior 
produtividade do trabalho, partindo da colheita manual para máquinas rudimentares 
e, como mostrado nas duas imagens, uma condição de trabalho melhorada, desde 
uma colheitadeira mais simples e mecânica (A) até sua evolução, computadorizada (B) 
Disponível em: A) https://bit.ly/3c59JR5; B) https://bit.ly/3HbIT8l. Acesso em: 12 nov. 2021
39
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Moraes e Soares (apud Figueiredo; Mont’Alvão, 2008) afirmam que a ergonomia possibilita:
Maximizar conforto, satisfação e bem-estar.
Garantir a segurança.
Minimizar constrangimentos, custos humanos e carga cognitiva, psíquica e 
física do operador e/ou usuário.
Evitar doenças profissionais, lesões e mutilações do trabalhador.
Otimizar o desempenho da tarefa, o rendimento do trabalho e a produtividade 
do sistema homem-máquina.
O entendimento de ergonomia pelo profissional de ginástica laboral vai levá-lo a interpretar 
corretamente as necessidades dos trabalhadores. A abordagem neste livro destacará o enfoque 
de avaliação e colaboração, pois para atuar no desenvolvimento de sistemas e alterações maiores o 
profissional precisará buscar maior especialização nessa área.
As especializações possíveis segundo a International Ergonomics Association (IEA, 2018) são: 
• Ergonomia física: relacionada a anatomia, fisiologia, biomecânica e antropometria, incluindo 
posturas, movimentos executados, cargas movimentadas e leiaute do posto de trabalho.
• Ergonomia cognitiva: trata dos processos mentais e de como estes afetam a relação do homem 
com os outros elementos do sistema. Percepção, memória, julgamento, tomada de decisão, 
estresse e interação com o computador são alguns dos temas desta área.
• Ergonomia organizacional: a otimização dos processos sociotécnicos faz parte desta área. 
Estrutura, políticas, processos, comunicação, organização do trabalho, horários, equipes, trabalho 
a distância e administração da qualidade são tarefas tipicamente desenvolvidas, entre outras.
Figura 25 – Sistemas de interação para computadores devem ter um design que 
facilite a interação com o trabalhador, gerando economia de tempo e de movimentos 
Disponível em: https://bit.ly/3kshGo7. Acesso em: 12 nov. 2021.
40
Unidade I
A atuação em ergonomia do profissional de ginástica laboral terá, então, objetivos coadjuvantes na 
busca de melhores condições através da aplicação do conhecimento de ergonomia deste profissional 
na análise das condições de trabalho encontradas e, em especial, no posicionamento dos segmentos 
corporais e na conscientização preventiva. Eventualmente, a pedido da empresa contratante, o conceito 
de ergonomia poderá ainda ser aplicado para pequenas orientações, como postura para sentar-se, 
para levantar uma carga, ou organização e posicionamento do teclado, monitor etc. À medida que o 
profissional se especialize nas áreas acentuadas, poderá assumir um papel de maior intervenção.
Quando um posto de trabalho ou a organização da execução da tarefa já tiver passado por análise 
de um ergonomista ou indivíduo designado para tal, o profissional de ginástica laboral não deverá fazer 
intervenções, para não afetar o planejamento que foi realizado.
Figura 26 – A natureza da tarefa e o ambiente para realizá-la são componentes 
importantes na avaliação da ergonomia. Uma simples anteriorização 
da cabeça aumenta a força necessária para sustentá-la 
Disponível em: https://bit.ly/30kFx1S. Acesso em: 12 nov. 2021.
O profissional de ginástica laboral deve ser cauteloso, pois mesmo pequenas intervenções, como 
a sugestão de usar o mouse na mão menos habilidosa para dividir a carga de trabalho, podem causar 
interferências negativas, apesar da boa intenção da mudança. Para um trabalho que requer precisão 
na interação com o sistema através do mouse, por exemplo, sofrer alteração não planejada através de 
uma sugestão descompromissada pode ocasionar erros no processamento dos pedidos de compras, 
ou de despacho de mercadorias. Pode haver prejuízos financeiros e de imagem da empresa, que são 
indesejáveis. Qualquer alteração que possa causar interferência no trabalho deve ser autorizada pela 
gestão da empresa e fazer parte de um planejamento cuidadoso.
O planejamento do espaço e da relação homem-máquina é altamente relacionado com a ginástica 
laboral, pois a localização dos comandos em uma máquina, por exemplo, vai determinar os ângulos de 
trabalho dos segmentos (ombros, cabeça, coluna etc.) e a posição corporal (em pé, sentado,inclinado 
etc.), provocando as demandas associadas ao desgaste e à saúde do trabalhador.
41
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 27 – O correto design do posicionamento, dos controles e dos instrumentos 
pode fazer uma grande diferença quando se analisa o desgaste humano 
para observar e interagir com a máquina de forma segura e eficiente 
Disponível em: https://bit.ly/3quu6Qd. Acesso em: 12 nov. 2021.
Hendrik (apud Figueiredo; Mont’Alvão, 2008) acrescenta o conceito de macroergonomia, como a 
interface homem-organização-máquina, observando a empresa como um todo, englobando organização, 
gerenciamento, objetivos, métodos, tecnologias, características psicossociais dos trabalhadores etc. É um 
conceito mais amplo, necessário para tomar as decisões nas esferas mais específicas de forma coerente. 
Além da macroergonomia, o autor considera como as demais partes desse complexo a ergonomia 
cognitiva ou ergonomia de software, parte na qual devem ser estudadas as relações do usuário com 
o sistema de computador, por exemplo, a ergonomia de hardware ou interface homem-máquina, com a 
interação do homem com a máquina por ele operada do ponto de vista mecânico (posicionamento, 
comandos, alavancas etc.), e a ergonomia ambiental, na qual entram componentes como temperatura, 
umidade, vibração, iluminação, ruído e ventilação.
A vibração, especialmente advinda do uso de ferramentas ou da permanência em plataformas de 
grandes máquinas, afeta diretamente a solicitação física e a fadiga causadas pelo trabalho, bem como 
aumenta a ocorrência de LER/Dort. Assim, a ginástica laboral bem planejada pode auxiliar a minimizar 
tais efeitos.
42
Unidade I
Figura 28 – Trabalhos que envolvem vibração desgastam aceleradamente a musculatura e 
as articulações, necessitando de atenção especial do programa de ginástica laboral 
Disponível em: https://bit.ly/3HhGDwh. Acesso em: 12 nov. 2021.
Nos demais aspectos ambientais, como temperatura, ventilação, iluminação etc., a ginástica laboral 
poderá colaborar do ponto de vista fisiológico, tanto pelo planejamento, para que ocorra em um 
local com menor incidência desses fatores, como também por atividades que combatam esses agentes 
com relaxamento, consciência corporal, trabalhos de respiração etc.
Figura 29 – Trabalhos em ambientes aquecidos demais geram uma sobrecarga no sistema fisiológico do trabalhador. 
O mesmo ocorre em sentido inverso, quando se trabalha em ambientes frios ou expostos ao vento ou à chuva 
Disponível em: https://bit.ly/3FeMxfA. Acesso em: 12 nov. 2021.
Utilizando essas primeiras noções, o profissional de ginástica laboral poderá entender os caminhos 
para estudos mais aprofundados e buscar uma maior compreensão dos inúmeros panoramas que possam 
se apresentar, para identificar as principais sobrecargas sofridas pelos trabalhadores que irá atender.
Apesar de cada função ter exigências diferentes na sua relação com o equipamento e com as tarefas 
sendo executadas, exigindo análises específicas, pode-se começar a entender o problema a partir 
da análise de duas interações gerais, que envolvem grandes grupos musculares, que são as posições de 
trabalho em pé e sentado, e também interações que utilizem o trabalho muscular estático e o trabalho 
muscular dinâmico.
43
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
3.1 Ergonomia do trabalho sentado
O trabalho sentado diminui parte da solicitação muscular estática do corpo, justamente as 
contrações musculares para se manter na posição ereta, em pé. Mas o trabalho sentado também provoca 
sobrecargas, e a própria NR 17, que será analisada mais adiante, prevê que “Sempre que o trabalho 
puder ser executado alternando a posição de pé com a posição sentada, o posto de trabalho deve ser 
planejado ou adaptado para favorecer a alternância das posições.” (Brasil, 2021).
De acordo com Marano (2007), a posição sentada divide a carga transmitindo cerca de 50% do 
peso corporal para as tuberosidades isquiáticas, 34% para a face posterior das coxas e 16% para as 
plantas dos pés.
A posição sentada, entretanto, também impõe exigências físicas. Assim, é importante estudar a 
postura e as funções desempenhadas na posição sentada. Algumas considerações podem ser feitas 
sobre a frequente constatação de se assumir uma postura errada ao sentar-se.
A altura do assento deve permitir o acesso à mesa de trabalho sem necessitar de contração muscular 
estática para elevação dos ombros ou abdução dos braços. Os pés devem estar apoiados e com espaço 
para ajustes de posição. Pode ser necessário e recomendável a utilização de apoio para os pés para 
garantir que estes não fiquem sem contato com o solo, o que iria provocar um aumento da pressão da 
parte posterior da coxa contra o assento.
Também é essencial verificar o que ocorre com a sobrecarga na coluna vertebral durante o trabalho 
na posição sentada. Na figura seguinte, pode-se comparar a pressão de disco intervertebral (entre L3 
e L4), considerando como referência de 100% a pressão na posição em pé. Nota-se que na posição 
sentada com o tronco reto a 90º da coxa a pressão chega a 140%, e com curvatura do tronco à frente 
pode atingir 190% da pressão existente na posição em pé.
 
100%
140% 190%
24%
Figura 30 – Relação proporcional da pressão do disco 
intervertebral (L3/L4) em quatro diferentes posturas 
Fonte: Kroemer e Grandjean (2005, p. 61).
Mobile User
Mobile User
44
Unidade I
Se for comparada a postura sentada com o tronco na vertical com a postura inclinada à frente, 
pode-se verificar que há uma menor pressão dos discos na postura reta. Porém, para manter as costas 
eretas, é necessária uma maior ativação muscular, sobrecarregando os músculos ao aliviar os discos.
Assim, a ergonomia no desenho de cadeiras e poltronas precisou evoluir para diminuir essa 
sobrecarga. O trabalho dos profissionais envolvidos, como ergonomistas e profissionais de ginástica 
laboral, torna-se um importante fator de manutenção da consciência e das condições de correta 
utilização da posição sentada.
A) B) 
Figura 31 – Diferentes cadeiras possibilitam posições variadas no trabalho sentado. Regulagens de 
altura, apoios para braços, encostos, dimensões, presença de rodízios e outras características as 
diferenciam, e o profissional de ginástica laboral deve verificar a sua forma de utilização 
As conclusões dos estudos existentes sobre cadeiras são muito variadas, pois tratam de situações 
e realidades diferentes. Em pesquisa específica sobre o desenho de uma cadeira ideal, Kroemer e 
Grandjean (2005) detectaram a preferência de usuários por cadeira com assento reclinado a cerca de 
20º da horizontal para trás, e encosto de 20º a 30º da vertical para trás, proporcionando apoio das costas 
e coxas de maneira a diminuir as sobrecargas musculares e discais. A existência de um apoio lombar 
também é desejável.
Os profissionais de ginástica laboral não atuarão no desenho do mobiliário, mas o conhecimento 
dessas recomendações é importante para:
• A constatação das sobrecargas existentes e de qual é o desvio da posição ideal, para poder planejar 
as atividades compensatórias.
• O auxílio na orientação das regulagens e nas orientações posturais, quando previsto no planejamento.
Mobile User
Mobile User
45
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
• A participação eventual em comitês de ações ou grupos de estudo de ergonomia no trabalho, 
podendo aprofundar seus estudos para recomendar determinadas características quando houver 
a decisão de aquisição de novo mobiliário.
a) 48-50 cm
b) 38-54 cm
c) mín. 17 cm
d) 10-25º
a
b
c
d
Figura 32 – Recomendações para projeto de cadeiras e mesas. Vale ressaltar 
que diferentes funções podem exigir arranjo diferenciado 
Fonte: Kroemer e Grandjean (2005, p. 68).
Além das características das solicitações por permanecer na posição sentada, deve-se considerar 
ainda as funções executadas, como digitação, leitura, telefonia, controle de máquinas etc.
3.1.1 Posição de trabalho em terminais de computadores
Uma das funções executadasna posição sentada que merecerá destaque pela grande abrangência 
em nossa sociedade de serviços é o trabalho em computadores, também presente, faça-se menção, em 
ambientes de produção automatizada.
O trabalho em computadores exige uma integração, a partir da posição sentada, com elementos da 
postura, como posição da cabeça, posicionamento de membros superiores para acesso ao teclado e ao 
mouse, e movimentos repetitivos no uso desses equipamentos. Também envolve a questão ambiental, 
como a iluminação e os reflexos na tela.
A posição da cabeça é a primeira a ser examinada: utilizando como referência a linha OO (linha 
ouvido-olho), esta linha não deve estar mais de 15º abaixo da horizontal, ou seja, a cabeça não 
deve estar mais inclinada que 30º para a frente (Kroemer; Grandjean, 2005). A posição do monitor 
de computador deve estar dentro de 0º a 15º da horizontal para baixo, para que a visão seja 
utilizada sem esforço.
Mobile User
Mobile User
Mobile User
46
Unidade I
Figura 33 – Pode-se notar que a tela de um notebook fica muito baixa em relação à linha 
da visão horizontal. Olhar para baixo gera uma sobrecarga estática na região cervical, sendo 
importante considerá-la para planejamento da ginástica laboral. Existem suportes para elevar 
o notebook e deixar a tela mais próxima à linha da visão, devendo ser acoplado um teclado à parte 
Disponível em: https://bit.ly/3ncIJoY. Acesso em: 12 nov. 2021.
 Observação
Linha OO (linha ouvido-olho) é uma linha imaginária que liga o orifício 
do ouvido à extremidade lateral do olho, na junção das pálpebras. É fácil de ser 
visualizada, e por isso é muito usada em referências sobre posição da cabeça.
Na tabela a seguir, pode-se comparar o número de estudos avaliados por Couto et al. (1998), que 
relacionaram alguns parâmetros ergonômicos com o acometimento por LER/Dort de trabalhadores em 
terminais de computadores. Muitos dos problemas ligados ao aparecimento de LER/Dort estão associados 
com o posicionamento de cabeça e membros superiores.
É interessante notar ainda que a percepção de desconforto parece ser um indicador relevante em 
três estudos em que houve o aparecimento de LER/Dort, mostrando que o indivíduo pode ter alguma 
capacidade de detecção através de seu conhecimento corporal e sensibilidade para um problema 
presente, para que possa ser prevenido.
47
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Tabela 2 – Número de estudos demonstrando fatores de posição assumida no trabalho com 
terminais de computadores comprovando (“Sim”) ou não comprovando (“Não”) 
relação com ocorrência de LER/Dort 
Fator Sim Não
Ângulos forçados/articulações 4 2
Posição da tela/documento 3 1
Posição do teclado/mesa 2+1- 2
Cadeira inadequada 1 3
Falta de espaço para pernas 1 –
Leiaute do teclado 1 –
Falta de suporte para punho 1 –
Percepção de desconforto 3 1
Tempo na profissão (digitação) 1 2
Força excessiva com mãos 1 –
Adaptado de: Couto et al. (1998).
Para a ergonomia, a posição de membros superiores durante o trabalho sentado é especialmente 
importante na digitação, além da questão dos movimentos repetitivos. 
Alguns teclados de computadores possuem um ângulo interno entre as teclas utilizadas pela mão 
direita e as que são usadas pela mão esquerda, diminuindo o desvio ulnar necessário para assumir a 
posição de trabalho. Dessa forma, buscam diminuir a quebra de neutralidade da articulação do punho, 
melhorando a ergonomia.
Figura 34 – Note o desvio ulnar do antebraço esquerdo. Os teclados convencionais, 
sobretudo os menores modelos, exigem uma adaptação dos punhos em relação 
à largura dos ombros, causando uma quebra da neutralidade desse segmento e 
expondo a região a um maior desgaste devido à repetição dos movimentos 
Disponível em: https://bit.ly/3kwTKA6. Acesso em: 12 nov. 2021.
48
Unidade I
Figura 35 – Alguns modelos de teclado são curvos ou angulados, permitindo 
que os dedos acessem as teclas necessitando de menor desvio ulnar 
Disponível em: https://bit.ly/3kwTMYK. Acesso em: 12 nov. 2021.
3.2 Ergonomia do trabalho em pé
A manutenção da posição em pé repercute no organismo e gera demandas energéticas e desgastes 
posturais. Pode-se fazer subdivisões nesta categoria, para quando o trabalho em pé é realizado com 
deslocamentos ou em posição parada.
Considerações sobre o trabalho em pé estático levam à preocupação com o acúmulo sanguíneo 
no sistema vascular venoso dos membros inferiores. Sem movimentação, a musculatura não consegue 
auxiliar com o efeito de bombeamento sanguíneo no retorno venoso, aumentando a propensão a 
varizes, por exemplo, e outras consequências. Caberá ao profissional de ginástica laboral proporcionar 
as atividades necessárias para amenizar o quadro, inclusive medidas educativas para estimular a 
movimentação de membros inferiores periodicamente.
Figura 36 – O trabalho parado na posição em pé requer contrações musculares estáticas 
dos membros inferiores e do tronco para manutenção da postura, e pode ser altamente desgastante 
Disponível em: https://bit.ly/3ktL8Kb. Acesso em: 12 nov. 2021.
49
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Segundo Kroemer e Grandjean (2005), a pressão nas veias é aumentada em 80 mmHg nos pés e 
40 mmHg nas coxas, quando se fica parado em pé.
Já o trabalho em pé com movimentação (andar, subir escadas, acionar pedais) gera um acionamento 
muscular relevante e desgastante, necessitando também da intervenção do profissional de ginástica 
laboral para contrapor tais solicitações. O trabalho de garçom, carteiro, lixeiro ou entregador de pizzas 
ilustra que, além do trabalho na posição em pé, pode ser significativo o número de passos realizados 
durante a jornada.
Para Marano (2007), o trabalho predominantemente em pé é contraindicado para casos de alterações 
físicas, articulares ou circulatórias, obesidade ou outras características que são agravadas pela posição. 
3.3 Trabalho muscular estático e dinâmico
O trabalho muscular dinâmico é caracterizado por alternância de contração muscular e relaxamento, 
enquanto o trabalho estático é marcado pela manutenção da contração isométrica, muitas vezes para 
manter a postura necessária.
O trabalho estático é mais desgastante do ponto de vista laboral. A necessidade de irrigação sanguínea 
para manter a contração muscular nem sempre é suprida de forma satisfatória, resultando em fadiga 
mais rápido, pois, sobretudo em maiores tensões, a pressão interna do músculo dificultará a circulação 
sanguínea. Para o profissional de ginástica laboral, deve ser fator de consideração no momento da 
avaliação das atividades laborativas e de planejamento de sua proposta.
Figura 37 – Observe o trabalho desta dentista, em um ambiente confortável, sentada 
em uma cadeira com apoios, mas a necessidade da carga estática muscular dorsal, 
sustentando sua cabeça com flexão cervical e tronco inclinado à frente, é desgastante 
Disponível em: https://bit.ly/3qBWDDk. Acesso em: 12 nov. 2021.
Durante o trabalho dinâmico, a cadência de contração e relaxamento auxiliará na circulação sanguínea 
e, dependendo da intensidade, o trabalho poderá ser mantido por um longo tempo sem fadiga.
50
Unidade I
Deve-se notar que em algumas situações é possível existir uma região corporal executando trabalho 
estático (segurar uma caixa pesada com os braços, por exemplo), enquanto outra região executa 
trabalho dinâmico (caminhar). Em outras situações pode ocorrer repouso em uma região (posição sentada), 
enquanto os membros superiores trabalham intensamente na montagem de uma peça, por exemplo.
3.4 Trabalho pesado e manuseio de cargas
Atualmente, grande parte do trabalho nos países industrializados é realizado na posição sentada 
e em muitas indústrias há uma diminuição na necessidade de trabalho pesado devido à mecanização e 
automação, mas ainda é uma frequente solicitação nas mais variadas funções.
O trabalho pesado também é um grande desafio para o organismo. Mesmo sendo dinâmico, 
a requisição de grande parte da musculatura, em alta tensão, gera umanecessidade de pausas de 
recuperação, que podem ser maximizadas com o trabalho de ginástica laboral. Portanto, o profissional 
deve estar atento às solicitações existentes na rotina do trabalhador. A alta exigência muscular local 
ainda pode refletir na sobrecarga cardiopulmonar.
O trabalho não deveria exigir de forma contínua ou repetitiva mais de 30% da capacidade de 
um grupo muscular, evitando utilização aguda, mesmo ocasional, de mais de 50% da capacidade 
(Couto et al., 1998). A redução da força necessária pode ser alcançada com diversas ações, como reduzir 
o peso de objetos ou caixas, melhorar a “pega” de ferramentas para ter atrito adequado, e evitar o uso 
de força além do necessário.
A tabela a seguir indica o dispêndio de energia considerando um homem e uma mulher médios, 
em várias funções laborativas:
Tabela 3 – Demandas energéticas de algumas atividades
Tipo de trabalho Exemplo Demanda do homem Demanda da mulher
Leve, sentado Guarda-livros 9.600 kJ/dia 8.400 kJ/dia
Manual, pesado Tratorista 12.500 kJ/dia 9.800 kJ/dia
Moderado, todo o corpo Açougueiro 15.000 kJ/dia 12.000 kJ/dia
Pesado, todo o corpo Comutador de ferrovia 16.500 kJ/dia 13.500 kJ/dia
Extremo Madeireiro 19.000 kJ/dia –
Metabolismo basal Imobilidade 7.000 kJ/dia 5.900 kJ/dia
Adaptado de: Kroemer e Grandjean (2005, p. 83).
Comparando com a demanda energética basal, os trabalhos pesados são considerados muito 
significativos no que diz respeito à saúde do trabalhador.
Estudos avaliam que uma média diária para trabalho pesado na Europa e nos Estados Unidos é de 
cerca de 20.000 kJ/dia, sendo aceitável ultrapassar este valor em alguns períodos, desde que a média se 
mantenha ao longo do ano (Kroemer; Grandjean, 2005).
51
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
O carregamento de peso é uma das formas mais comuns de trabalho pesado, devendo se considerar 
tanto o gasto energético quanto as estruturas solicitadas.
Figura 38 – O trabalho pesado de carregamento de cargas é extremamente penoso, 
tanto do ponto de vista energético quanto do desgaste muscular e articular 
Disponível em: https://bit.ly/30pL2wv. Acesso em: 21 nov. 2024.
Sempre que possível, deve-se utilizar equipamentos e acessórios que diminuam a carga carregada, 
dividindo-a em partes ou ainda a transportando em carrinhos. O profissional de ginástica laboral deve 
observar qual a disponibilidade desses equipamentos na rotina de trabalho e verificar a sobrecarga 
sofrida pelo colaborador, para equacionar seu programa de acordo com as necessidades verificadas.
Figura 39 – Quando a carga a ser carregada for muito pesada, devem ser usados carrinhos para diminuir a sobrecarga no corpo. 
O profissional de ginástica laboral deve considerar que a sobrecarga que incide sobre o trabalhador é muito significativa 
Disponível em: https://bit.ly/3F8tdkk. Acesso em: 12 nov. 2021.
52
Unidade I
O carregamento e o manuseio de cargas são demandas essenciais no trabalho braçal, e sua importância 
pode ser verificada na Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que dispõe especificamente sobre este tópico.
3.5 Norma Regulamentadora 17 (NR 17)
As normas regulamentadoras são um conjunto de instruções sobre segurança e saúde no trabalho 
visando a preservação e a melhoria da segurança do trabalhador por meio da especificação das diversas 
situações de condições de trabalho. 
A NR 17 aborda especificamente os aspectos ergonômicos relacionados ao trabalho. Será 
feita a seguir uma breve análise de partes dessa norma, conforme disponível até a data da edição 
deste material.
 Saiba mais
Informe-se sobre a Norma Regulamentadora 17, suas atualizações e as 
demais normas diretamente no site do Ministério do Trabalho: 
Disponível em: https://tinyurl.com/4h8t685j. Acesso em: 21 nov. 2024.
A primeira parte da NR 17 trata de disposições gerais, seguidas por considerações específicas para 
diversas tarefas. O profissional de ginástica laboral deve conhecer as normas, não para fiscalizar sua 
aplicação ou gerar conflitos entre trabalhadores e a empresa, mas para ter argumentação teórica 
quando fizer proposições de programas que visam diminuir as sobrecargas sofridas, ou participação de 
seu parecer ao contratante quando solicitado.
Em caso de observação de desvios da norma que possam causar problemas físicos aos trabalhadores, 
o agente deve entrar em contato com o responsável por sua contratação, passando as informações 
necessárias para que seja possível tomar as providências.
Considerações iniciais da NR 17:
17.1.1 Esta Norma Regulamentadora - NR visa estabelecer as diretrizes 
e os requisitos que permitam a adaptação das condições de trabalho 
às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a 
proporcionar conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente no 
trabalho (Brasil, 2021).
Pode-se verificar que a NR 17 é definida como norteadora para decisões de adaptação das condições 
de trabalho em favor da característica dos trabalhadores para seu conforto, segurança e desempenho 
eficiente de suas funções. No item 17.3.1.2 da NR 17, é previsto que seja realizada a avaliação ergonômica 
53
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
preliminar, que pode ser contemplada nas etapas do processo de identificação de perigos e de avaliação 
dos riscos descritos no item 1.5.4 da NR 1 - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais 
(Brasil, 2021).
No item 17.5 da NR 17 - Levantamento, transporte e descarga individual de cargas –, definem-se os 
parâmetros para trabalho de transporte de materiais. Especialmente, há um cuidado com a necessidade da 
diminuição da carga para trabalhadores jovens e trabalhadoras do sexo feminino.
17.5.1 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas 
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde 
ou sua segurança. 
17.5.1.1 A carga suportada deve ser reduzida quando se tratar de trabalhadora 
mulher e de trabalhador menor nas atividades permitidas por lei (Brasil, 2021).
A Norma atribui ao empregador a responsabilidade sobre qualquer problema relacionado à designação 
de transporte de carga a um trabalhador, mesmo quando utilizados meios auxiliares de transporte: 
17.5.3 O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração 
de vagonetes, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico devem 
observar a carga, a frequência, a pega e a distância percorrida, para que não 
comprometam a saúde ou a segurança do trabalhador (Brasil, 2021).
 
Figura 40 – O uso de carrinhos de carga atenua a exigência da tensão muscular necessária para carregar 
os objetos na mão, e pode diminuir a quantidade de deslocamentos ao exigir menos viagens. 
Entretanto, gera uma maior intensidade de força de membros inferiores necessária para tracioná-lo. 
A NR 17 fixa que mesmo com o uso de carrinhos o esforço deve ser compatível com a capacidade do trabalhador 
Disponível em: https://bit.ly/3Dfc2wR. Acesso em: 12 nov. 2021.
54
Unidade I
O item 17.6 da NR 17 trata especificamente do mobiliário: 
17.6.1 O conjunto do mobiliário do posto de trabalho deve apresentar 
regulagens em um ou mais de seus elementos que permitam adaptá-lo às 
características antropométricas que atendam ao conjunto dos trabalhadores 
envolvidos e à natureza do trabalho a ser desenvolvido.
Para o profissional de Ginástica Laboral, é imprescindível se atentar às 
características das condições preconizadas para o trabalho em pé e sentado, 
constantes da NR 17:
17.6.3 Para trabalho manual, os planos de trabalho devem proporcionar 
ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem 
atender aos seguintes requisitos mínimos: 
a) características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação 
dos segmentos corporais de forma a não comprometer a saúde e não 
ocasionar amplitudes articulares excessivas ou posturas nocivas de trabalho; 
b) altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo 
de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalhoe 
com a altura do assento; 
c) área de trabalho dentro da zona de alcance manual e de fácil visualização 
pelo trabalhador; 
d) para o trabalho sentado, espaço suficiente para pernas e pés na base do 
plano de trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo 
possível do ponto de operação e possa posicionar completamente a região 
plantar, podendo utilizar apoio para os pés, nos termos do item 17.6.4; e 
e) para o trabalho em pé, espaço suficiente para os pés na base do plano de 
trabalho, para permitir que o trabalhador se aproxime o máximo possível 
do ponto de operação e possa posicionar completamente a região plantar 
(Brasil, 2021). 
Pode-se notar que a condição de boa postura não é especificada quanto a altura, distância e 
proporções, mas sim nos termos “boa postura”, “fácil visualização”, “compatíveis” etc., de certa forma 
necessitando referência externa.
Ainda sobre o trabalho sentado, a NR 17 dispõe um padrão para ser seguido para os assentos de 
cadeiras de trabalho: 
55
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
17.6.6 Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos 
seguintes requisitos mínimos: 
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; 
b) sistemas de ajustes e manuseio acessíveis; 
c) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; 
d) borda frontal arredondada; e 
e) encosto com forma adaptada ao corpo para proteção da região lombar 
(Brasil, 2021).
A NR 17 também estabelece a preocupação com o apoio dos pés, quando determina que: 
“17.6.4 Para adaptação do mobiliário às dimensões antropométricas do 
trabalhador, pode ser utilizado apoio para os pés sempre que o trabalhador 
não puder manter a planta dos pés completamente apoiada no piso” 
(Brasil, 2021). 
Figura 41 – O trabalho sentado é uma preocupação da norma, tanto nas especificações mínimas da 
cadeira (assento, encosto etc.) como na posição da visão do documento e na alternância 
de posições. Dependendo do tempo despendido nesta posição, a trabalhadora terá dores 
na região cervical, possíveis problemas circulatórios nas pernas e dores na região 
da coluna devido à assimetria da distribuição de peso no quadril 
Disponível em: https://bit.ly/3c8t83G. Acesso em: 12 nov. 2021.
56
Unidade I
Já no caso de trabalho em pé, a NR 17 especifica a disponibilização de assentos para que sejam 
utilizados durante as pausas: “17.6.7 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados em pé, 
devem ser colocados assentos com encosto para descanso em locais em que possam ser utilizados pelos 
trabalhadores durante as pausas” (Brasil, 2021). 
Sobre a utilização de telas de equipamentos no trabalho, a NR 17 dispõe que: 
17.7.3 Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados 
com terminais de vídeo devem permitir ao trabalhador ajustá-lo de 
acordo com as tarefas a serem executadas. 
17.7.3.1 Os equipamentos devem ter condições de mobilidade suficiente 
para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, 
protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade 
ao trabalhador. 
17.7.3.2 Nas atividades com uso de computador portátil de forma não 
eventual em posto de trabalho, devem ser previstas formas de adaptação 
do teclado, do mouse ou da tela a fim de permitir o ajuste às características 
antropométricas do trabalhador e à natureza das tarefas a serem 
executadas (Brasil, 2021).
Sobre a realização do trabalho (operação), deve-se observar o que determina a NR 17: 
17.4.1 A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em 
consideração: 
a) as normas de produção; 
b) o modo operatório, quando aplicável; 
c) a exigência de tempo; 
d) o ritmo de trabalho; 
e) o conteúdo das tarefas e os instrumentos e meios técnicos disponíveis; e 
f) os aspectos cognitivos que possam comprometer a segurança e a saúde 
do trabalhador (Brasil, 2021).
 
Ou seja, o trabalho a ser executado deve ser adequado às características do trabalhador, e os subitens 
“a” a “f” do item 17.6.2 devem ser observados para essa adequação.
Ainda sobre a execução das tarefas no trabalho, pode-se destacar que a NR 17 estipula que, 
se houver a presença de algumas sobrecargas musculares, os sistemas de avaliação de desempenho 
visando recompensas deverão considerar as consequências no trabalhador e a necessidade de pausas: 
57
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
17.4.2 Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou 
dinâmica do tronco, do pescoço, da cabeça, dos membros superiores e dos 
membros inferiores, devem ser adotadas medidas técnicas de engenharia, 
organizacionais e/ou administrativas, com o objetivo de eliminar ou reduzir 
essas sobrecargas, a partir da avaliação ergonômica preliminar ou da 
AET (Brasil, 2021).
O profissional de Ginástica Laboral deve estar atento às características do trabalho realizado pelos 
colaboradores da empresa, a fim de identificar as sobrecargas impostas ao trabalhador. Sobre essas 
condições, a NR 17 estabelece: 
17.4.3 Devem ser implementadas medidas de prevenção, a partir da avaliação 
ergonômica preliminar ou da AET, que evitem que os trabalhadores, ao realizar 
suas atividades, sejam obrigados a efetuar de forma contínua e repetitiva: 
a) posturas extremas ou nocivas do tronco, do pescoço, da cabeça, dos 
membros superiores e/ou dos membros inferiores; 
b) movimentos bruscos de impacto dos membros superiores; 
c) uso excessivo de força muscular; 
d) frequência de movimentos dos membros superiores ou inferiores que 
possam comprometer a segurança e a saúde do trabalhador; 
e) exposição a vibrações, nos termos do Anexo I da Norma Regulamentadora 
n. 9 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, 
Químicos e Biológicos; ou 
f) exigência cognitiva que possa comprometer a segurança e saúde do 
trabalhador (Brasil, 2021).
Após esses itens, a Norma prossegue com a inclusão do Anexo I, que trata do trabalho de operadores de 
checkout, como são conhecidos os serviços de caixa (supermercados, lojas de conveniência, lojas 
de departamentos etc.). Na análise, cabe ressaltar as seguintes informações constantes do item 3.1 do 
Anexo I da NR 17, que trata do posto de trabalho do operador de checkout:
a) atender às características antropométricas de 90% (noventa por cento) 
dos trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, ou seja, 
compatibilizando as áreas de visão com a manipulação; 
b) assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, e as posições 
confortáveis dos membros superiores e inferiores nessas duas situações; 
58
Unidade I
c) respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante 
a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; 
d) garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e 
colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição 
em pé com o trabalho na posição sentada; 
e) manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio 
lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do 
trabalhador e à natureza da tarefa; 
f) colocar apoio para os pés, independente da cadeira; (Brasil, 2021).
Se o profissional de ginástica laboral constata que alguns dos aspectos não são atendidos na 
empresa em que irá atuar, deve verificar qual a sobrecarga adicional imposta ao trabalhador, para 
poder amenizar a influência em sua saúde e prevenir as lesões decorrentes da não observação completa 
da NR 17, que pode estar presente no trabalho.
Vale ainda destacar o item 3.2 do Anexo I da NR 17, que analisa os equipamentos do posto de 
checkout, visando diminuir as solicitações físicas decorrentes da função: 
a) escolhê-los de modo a favorecer os movimentos e ações próprias da 
função, sem exigência acentuada de força, pressão, preensão, flexão, 
extensão ou torção dos segmentos corporais; 
b) posicioná-los no posto de trabalho dentro dos limites de alcance manual 
evisual do operador, permitindo a movimentação dos membros superiores e 
inferiores e respeitando a natureza da tarefa; (Brasil, 2021).
As tarefas de ensacamento e de pesagem de mercadorias concomitantes ao trabalho de operador de 
checkout são tratadas nos itens 4.3 e 4.4, respectivamente, estipulando limites que devem ser conhecidos 
pelo profissional de ginástica laboral no sentido da compreensão dos fatores agravantes a seu trabalho, 
ou seja, quando presentes em maior grau, haverá dentro do programa a ser definido um planejamento 
para poder compensar essas solicitações agregadas.
Interessante notar que o item 7 do Anexo I da NR 17 delega à empresa a educação do trabalhador para 
exercer a função de operador de checkout no que tange à preservação da saúde, sendo necessário obsservar:
7.1 Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho de operador de checkout 
devem receber treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da 
relação entre o seu trabalho e a promoção à saúde. 
7.2 O treinamento deve conter noções sobre as medidas de prevenção e os 
fatores de risco para a saúde, decorrentes da modalidade de trabalho de 
operador de checkout, levando em consideração os aspectos relacionados a: 
59
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
a) posto de trabalho; 
b) manipulação de mercadorias; 
c) organização do trabalho; 
d) aspectos psicossociais do trabalho; e 
e) lesões ou agravos à saúde mais encontrados entre operadores de checkout 
(Brasil, 2021). 
A última seção da NR 17 é o Anexo II, que estuda a função de operador de telemarketing ou central de 
atendimento, nos chamados call centers. Esses profissionais, pela natureza de seu trabalho, precisam 
de considerações especiais, das quais algumas são destacadas a seguir. No seu segundo item, define-se 
o escopo do que trata o Anexo II: 
2.1 As disposições deste Anexo aplicam-se a todas as organizações que 
mantêm serviço de teleatendimento/telemarketing, nas modalidades 
ativo ou receptivo, em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais 
de relacionamento com clientes (call centers), para prestação de serviços, 
informações e comercialização de produtos. 
2.1.1 Entende-se como call center o ambiente de trabalho no qual a principal 
atividade é conduzida via telefone e/ou rádio com utilização simultânea de 
terminais de computador (Brasil, 2021).
Algumas necessidades específicas sobre o posto de trabalho são tratadas no item 3 do Anexo II da 
NR 17, podendo-se dar destaque ao item 3.1: 
a) o monitor de vídeo e o teclado devem estar apoiados em superfícies com 
mecanismos de regulagem independentes; 
b) será aceita superfície regulável única para teclado e monitor quando este 
for dotado de regulagem independente de, no mínimo, 26 cm (vinte e seis 
centímetros) no plano vertical; 
c) a bancada sem material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade de 
75 cm, e largura de 90 cm (…) 
d) a bancada com material de consulta deve ter, no mínimo, profundidade 
de 90 cm e largura de 100 cm; 
[…] 
f) as superfícies de trabalho devem ser reguláveis em altura em um intervalo 
mínimo de 13 cm (treze centímetros), permitindo o apoio das plantas 
dos pés no piso; 
60
Unidade I
g) o dispositivo de apontamento na tela (mouse) deve estar apoiado na 
mesma superfície do teclado, colocado em área de fácil alcance e com 
espaço suficiente para sua livre utilização; 
[…] 
i) nos casos em que os pés do operador não alcancem o piso, mesmo após a 
regulagem do assento, deve ser fornecido apoio para os pés […] (Brasil, 2021).
Já o item 6 do Anexo II da NR 17 discorre sobre a organização do trabalho do operador de 
teleatendimento. Diz respeito a diversas necessidades, e podem-se destacar como vitais para o 
conhecimento do profissional de ginástica laboral: 
6.3 O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/
telemarketing é de, no máximo, 6 (seis) horas diárias. 
6.4 Para prevenir sobrecarga psíquica e muscular estática de pescoço, ombros, 
dorso e membros superiores, a organização deve permitir a fruição de pausas 
de descanso e intervalos para repouso e alimentação aos trabalhadores. 
[…]
6.4.5 Devem ser garantidas pausas no trabalho imediatamente após operação 
em que tenham ocorrido ameaças, abuso verbal ou agressões, ou que tenha 
sido especialmente desgastante, que permitam ao operador recuperar-se e 
socializar conflitos e dificuldades com colegas, supervisores ou profissionais 
de saúde ocupacional especialmente capacitados para tal acolhimento. 
6.5 O tempo necessário para a atualização do conhecimento do operador 
e para o ajuste do posto de trabalho é considerado como parte da 
jornada normal. 
6.6 A participação em quaisquer modalidades de atividade física, quando 
adotadas pela organização, não é obrigatória, e a recusa do trabalhador 
em praticá-la não poderá ser utilizada para efeito de qualquer 
punição (Brasil, 2021).
 Saiba mais
Para verificar todos os itens e especificações da NR 17, leia:
BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Norma Regulamentadora 
n.  17 (NR-17). Brasília, 2021. https://tinyurl.com/2p99xkkn. Acesso em: 
21 nov. 2024.
61
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
3.6 Verificação ergonômica
Uma verificação ergonômica deve ser realizada para avaliação inicial das necessidades, conforme 
acentuamos.
A verificação ergonômica, dentro da abrangência dos programas de ginástica laboral, não visa 
necessariamente elaborar um laudo ergonômico ou destacar a obrigatoriedade da contratação de 
um ergonomista. Caso não haja esses recursos de pessoal qualificado estritamente para a ergonomia, 
o profissional de ginástica laboral deve fazer as suas observações in loco, considerando as queixas 
relatadas pelos trabalhadores e as observações dos gestores ou responsáveis para poder traçar um perfil 
da exigência de cada posto de trabalho. 
Com experiência, o profissional poderá perceber e deve anotar posições forçadas, repetições, 
ângulos excessivos, tensões presentes nas ações e, principalmente, encontrar soluções para os 
problemas constatados.
Para iniciar o contato prático do profissional de ginástica laboral com a avaliação da ergonomia no 
trabalho, pode-se utilizar a proposta da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em colaboração 
com a International Ergonomics Association (IEA), que resultou na publicação Pontos de Verificação 
Ergonômica (OIT, 2018).
De uma forma simplificada, o documento estimula empresas e gestores interessados a melhorar as 
condições ergonômicas do trabalho cumprindo uma rotina de verificação e intervenções em prol da 
discussão de melhorias viáveis para diminuir acidentes de trabalho relativos à ergonomia, particularmente 
em pequenas e médias empresas. Para tal, avaliam-se as necessidades reais encontradas pela OIT em 
diversos locais do mundo.
Esse manual tem 132 questões para as situações de trabalho mais diversas, e propõe que a 
implementação de melhorias siga uma filosofia, incluindo:
As soluções imediatas precisam ser desenvolvidas com a participação ativa 
dos empregados e trabalhadores.
O trabalho em grupo é uma vantagem para planificar e aplicar melhorias práticas.
O uso do material e dos peritos locais disponíveis resulta em muitas vantagens.
Uma atuação em muitas direções pode assegurar que as melhorias permaneçam 
com o tempo.
Para elaborar melhorias ajustadas localmente, são necessários programas 
de ação contínua (OIT, 2018, p. 13).
Um ponto interessante na proposta de verificação e nas sugestões resultantes é o incentivo ao 
trabalho em grupo na análise e solução dos problemas ergonômicos, como se pode verificar no quadro 
de proposição de trabalho a seguir:
62
Unidade I
Quadro 4 – Processo de trabalho em grupo para concepção de uma lista 
de verificação localmente adaptada
Concordar sobre as áreas principais que exigem melhorias imediatas 
(aprendizagem de boas práticas locais)
Selecionar um número limitado (30-50) de títulos de pontos de 
verificação (vários por área)
Testar um rascunho de lista de verificação e formulara lista de 
verificação localmente ajustada (foco nas melhorias de baixo custo)
Complementar com uma brochura de páginas correspondentes 
(como material de referência para usuários)
Usar o conjunto (lista de verificação e brochura) para o trabalho em 
grupo de gerentes e trabalhadores
Fonte: OIT (2018, p. 15). 
Uma lista de pontos de verificação é então proposta e pode ser seguida de modo bastante didático, 
nas seguintes áreas de atenção: 
• manipulação e armazenagem de materiais;
• ferramentas manuais;
• segurança do maquinário;
• design do posto de trabalho;
• iluminação e ventilação;
• substâncias e agentes perigosos;
• instalações de bem-estar;
• organização do trabalho.
Para o profissional de ginástica laboral sem especialização em ergonomia, propostas simples devem 
ser consideradas para entender as situações de exigências em que os trabalhadores se encontram em 
comparação a um quadro ideal, e assim poder implementar ações para tornar as atividades do programa 
em soluções para as necessidades dos trabalhadores.
À medida que os profissionais de ginástica laboral se tornam experientes e buscam formação 
complementar em ergonomia, mais recursos podem ser utilizados para projetos, sugestões e 
adequações, sempre com a participação do corpo gestor da empresa, para que não haja qualquer 
modificação do ambiente, das tarefas ou dos procedimentos da empresa sem que tenham sido 
discutidos os parâmetros para tais decisões.
63
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Para ilustração dos questionamentos referentes aos pontos de verificação ergonômica, veja o 
quadro a seguir:
Quadro 5 
106. Resolver os problemas do trabalho envolvendo os trabalhadores em grupos. Propõe alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
107. Consultar os trabalhadores sobre como melhorar a organização do tempo de trabalho. Propõe 
alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
108. Envolver os trabalhadores no design melhorado dos seus próprios postos de trabalho. Propõe 
alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
109. Consultar os trabalhadores sobre as mudanças a serem feitas na produção e sobre as melhorias 
necessárias para tornar o trabalho mais seguro, fácil e eficiente. Propõe alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
110. Informar e premiar os trabalhadores sobre os resultados de seu trabalho. Propõe alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
111. Dar treinamento aos trabalhadores para que assumam responsabilidades e fornecer-lhes os meios 
para que tragam melhorias nas suas tarefas. Propõe alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________ 
112. Dar treinamento aos trabalhadores para operação segura e eficiente. Propõe alguma ação? 
 NÃO SIM PRIORITÁRIO 
Observações___________________________________________________
Fonte: OIT (2018, p. 38). 
64
Unidade I
Com as imagens a seguir, é possível analisar as orientações para a aplicação da verificação ergonômica. 
Uma cábrea móvel é confiável, segura 
e fácil de manejar para o transporte de 
carga pesada a uma distância curta com 
mínima elevação 
Uma grua hidráulica de solo com 
braço telescópico
Um dispositivo mecânico acionado 
manualmente para levantar peças de 
fundição até a altura de trabalho 
Certifique-se de que a máxima carga 
segura esteja claramente marcada
A)
C) D)
B)
Figura 42 
Fonte: OIT (2018, p. 60).
4 LER/DORT: LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS/DISTÚRBIOS 
OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO
4.1 Definições
Bernardino Ramazzini, médico italiano (1633-1714), publicou De Morbis Artificum Diatriba 
[Doenças do Trabalho], relacionando as afecções que na sua época atingiam os trabalhadores. 
Os casos mais notáveis foram designados como “doença dos escribas e notários”, que eram aqueles 
que tinham a função de tomar notas e escrever diversos documentos, e “doença dos mineiros”, devido 
a posturas forçadas.
65
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Historicamente, o primeiro termo usado no Brasil para designar os problemas ocasionados pelo 
acúmulo de repetições foi LER (lesões por esforços repetitivos), sendo uma tradução de repetition strain 
injuries, definida por Couto et al. (1998, p. 17) como:
doenças musculotendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, 
causadas pela sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso 
repetitivo ou pela manutenção de posturas contraídas, que resultam em dor, 
fadiga e declínio do desempenho profissional.
Entretanto, esse conceito evoluiu em diversas vertentes. Em primeiro lugar, apesar de a maioria dos 
quadros existentes e estudos realizados serem nos membros superiores, a repetição de movimentos 
também pode desencadear processos semelhantes nos membros inferiores, como em motoristas 
profissionais, por exemplo. 
Pode-se, ainda, citar quadros importantes que não acometem diretamente um grupo muscular, 
como as bursites, os desgastes de discos intervertebrais etc.
Outra análise pode ser realizada, pois o prejuízo não é apenas o declínio profissional, mas também o da 
vida familiar e social do trabalhador. Ademais, nem sempre a configuração como doença será apropriada. 
A origem de quadros semelhantes nem sempre é de natureza profissional. Uma criança jogando 
video game ou uma pessoa fazendo tricô também podem apresentar sintomas devido aos movimentos 
repetitivos, não ligados a qualquer atuação profissional.
Há referência na literatura internacional como CTD (cumulative trauma disorders), havendo tradução 
para o português como lesões por traumas cumulativos. Note que se usou uma tradução inapropriada 
de disorders, “lesões” em vez de “desordens”, que não têm o mesmo significado. Outros termos utilizados 
são síndrome ocupacional por overuse, síndrome da sobrecarga ocupacional e distúrbios cervicobraquiais 
ocupacionais (um quadro mais específico). Assim, a terminologia foi evoluindo com o tempo e com a 
realidade encontrada em pesquisas sobre o assunto.
De qualquer modo, o nome LER (lesões por esforços repetitivos) tornou-se insuficiente para abranger 
o problema, sendo hoje unido ao termo Dort (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho), como 
LER/Dort. Essa denominação é mais apropriada, pois nem sempre um quadro apresenta uma lesão clara – 
às vezes, pode ser uma dor, ou incapacitação. Assim, um quadro incapacitante sem lesão que ocorra com 
um trabalhador não deixa de ser considerado em um processo trabalhista, por exemplo, por não ter como 
comprovar uma lesão. Ao declarar um quadro de LER/Dort e o respectivo CID do acometimento específico, 
o médico atestará o nexo com a função exercida, caso tenha como definir essa comprovação.
Os termos LER e Dort não são considerados o quadro clínico em si, mas a ocorrência específica 
identificada como adquirida nessas condições. As LER/Dort têm sido as mais frequentes entre as doenças 
ocupacionais na população trabalhadora segurada. Em 2013, 3.568.095 trabalhadores disseram ter sido 
diagnosticados com LER/Dort, cerca de 2,29% da população pesquisada pelo IBGE na PNS – Pesquisa 
Nacional da Saúde (Fundacentro, 2013).
66
Unidade I
Dos indivíduos afetados pelas LER/Dort, ainda segundo a PNS, cerca de 25% realizavam 
exercícios/fisioterapia para minimizar os efeitos delas, e 35% recorriam a recursos medicamentosos. 
Segundo Barbosa et al. (2014), em 2006 foram registrados 26.645 casos de doenças ocupacionais na 
Previdência Social, com uma estimativa de 45% de ocorrência de LER/Dort, o que mostra quanto é 
grande seu potencial de prejuízo econômico e social.
Em dados do INSS de 2003 (Barbosa et al., 2014), as LER/Dort são consideradas como um dos 
principais problemas de saúde pública, responsável por quase 90% dos afastamentos de trabalho.As limitações sofridas pelos trabalhadores afetados por LER/Dort podem ser discretas ou muito 
significativas, não só nas tarefas do trabalho, mas também na vida diária, como destacado a seguir:
Tabela 4 – Grau de limitação de atividades diárias devido a LER/Dort 
Respostas Pessoas %
Não limita 1.492.716 41,84 
Um pouco 993.812 27,85 
Moderadamente 520.404 14,58 
Intensamente 468.184 13,12 
Muito intensamente 92.979 2,61
Fonte: Fundacentro (2013, p. 8).
Como ilustração dos quadros de LER/Dort devidos a alguns agentes ou fatores de risco de natureza 
ocupacional, é esclarecedora a análise do quadro a seguir, que destaca os acometimentos específicos e 
seus prováveis agentes. 
Quadro 6 
Doenças Agentes etiológicos ou fatores de risco 
de natureza ocupacional
Grupo VI da CID-10
VIII – Transtornos do plexo braquial (síndrome da saída do 
tórax, síndrome do desfiladeiro torácico) (G54.0) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
IX – Mononeuropatias dos membros superiores (G56.-): 
síndrome do túnel do carpo (G56.0). Outras lesões do nervo 
mediano: síndrome do pronador redondo (G56.1); síndrome 
do canal de Guyon (G56.2); lesão do nervo cubital (ulnar): 
síndrome do túnel cubital (G56.2); lesão do nervo radial 
(G56.3). Outras mononeuropatias dos membros superiores: 
compressão do nervo supraescapular (G56.8); posições 
forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
X – Mononeuropatias do membro inferior (G57.-): lesão do 
nervo poplíteo lateral (G57.3) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
67
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Doenças Agentes etiológicos ou fatores de risco 
de natureza ocupacional
Grupo XIII da CID-10
III – Outras artroses (M19.-) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8)
IV – Outros transtornos articulares não classificados em 
outra parte: dor articular (M25.5)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
V – Síndrome cervicobraquial (M53.1)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
VI – Dorsalgia (M54.-): cervicalgia (M54.2); ciática (M54.3); 
lumbago com ciática (M54.4)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 
Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
VII – Sinovites e tenossinovites (M65.-): dedo em gatilho 
(M65.3); tenossinovite do estiloide radial (De Quervain) 
(M65.4); outras sinovites e tenossinovites (M65.8); sinovites 
e tenossinovites, não especificadas (M65.9)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 
Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
VIII – Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, 
o uso excessivo e a pressão, de origem ocupacional (M70.-): 
sinovite crepitante crônica da mão e do punho (M70.0); bursite 
da mão (M70.1); bursite do olécrano (M70.2); outras bursites do 
cotovelo (M70.3); outras bursites pré-rotulianas (M70.4); outras 
bursites do joelho (M70.5); outros transtornos dos tecidos moles 
relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.8); 
transtorno não especificado dos tecidos moles, relacionado com 
o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.9)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 
Condições difíceis de trabalho (Z56.5)
IX – Fibromatose da fáscia palmar: contratura ou moléstia 
de Dupuytren (M72.0)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
X – Lesões do ombro (M75.-): capsulite adesiva do ombro 
(ombro congelado, periartrite do ombro) (M75.0); síndrome 
do manguito rotatório ou síndrome do supraespinhoso 
(M75.1); tendinite bicipital (M75.2); tendinite calcificante do 
ombro (M75.3); bursite do ombro (M75.5); outras lesões do 
ombro (M75.8); lesões do ombro, não especificadas (M75.9)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Ritmo de trabalho penoso (Z56) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
XI – Outras entesopatias (M77.-): epicondilite medial (M77.0); 
epicondilite lateral (“cotovelo de tenista”); mialgia (M79.1)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
XII – Outros transtornos especificados dos tecidos moles 
(M79.8)
Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
XVIII – Doença de Kienböck do adulto (osteocondrose 
do adulto do semilunar do carpo) (M93.1) e outras 
osteocondropatias especificadas (M93.8)
Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII)
Adaptado de: Brasil (2016, p. 57- 71).
4.2 Prejuízos para as empresas
Muitos estudos tentam relatar os prejuízos gerados pelos afastamentos médicos para as empresas. 
Um deles especifica os quadros de LER/Dort (Couto et al., 1998) e estipula que em apenas uma 
instituição bancária à época do estudo (1995) houve 152 trabalhadores afastados por LER/Dort em 
todo o Brasil, gerando um gasto de cerca de R$ 621.952,53 (correspondentes a mais de R$ 3,5 milhões 
corrigidos pelo IGP-M para julho/2018), o que significa cerca de R$ 23.200,00 por trabalhador 
afastado, em valores corrigidos.
68
Unidade I
Além desse montante, apenas na região de Contagem e Belo Horizonte, em Minas Gerais, foram 
levantados 650 processos trabalhistas de indenização por dano físico em diversas instituições. 
Cada processo, na época do estudo, foi estimado em média de R$ 70.000,00 (mais de R$ 396.000,00, 
corrigidos pelo IGP-M para julho/2018). Esse valor mostra o potencial passivo de prejuízo para empresas 
que não administram e não implantam prevenção dos casos de LER/Dort. Certamente, nem todos os 
casos serão julgados favoráveis ao autor da reclamação, mas é possível estimar o montante envolvido 
na disputa (Couto et al., 1998).
Por fim, deve-se considerar um impacto não menos importante, que é a perda de produtividade. 
Mesmo que um trabalhador não se afaste, quando trabalha sujeito a dor ou desconforto, vai diminuir 
sua produtividade, ou mesmo faltar ao trabalho para atendimento médico, afetando o custo de produção 
e a competitividade, ficando a empresa atrás de outras que administram melhor esse fator de custo. 
“Em algumas empresas, estimou-se que a prevalência de LER atinge cerca de 25% da população trabalhadora”, 
podendo calcular qual proporção de perda de produção e consequente impacto financeiro devem ser 
esperados (Brasil, 2000).
4.3 Principais quadros de LER/Dort
A ocorrência de LER/Dort está estritamente ligada à natureza e à característica das tarefas e 
condições de realização do trabalho, além de fatores pessoais, sem a intenção de esgotar a análise das 
possibilidades dos acometimentos relacionados. Um quadro que é comum em determinada empresa ou 
função pode não ser usual em outra realidade funcional.
O profissional de ginástica laboral deve ter conhecimento dos principais quadros para entender seus 
mecanismos de instalação, identificar problemas e elaborar programas que visam prevenir ou amenizar 
as cargas presentes, uma vez que seu papel não é trabalhar no tratamento das afecções. A análise não 
tem a intenção de indicar tratamento ou acompanhamento da evolução.
De maneira geral, alguns quadros são mais frequentes ou típicos, e serão expostos a seguir. 
Segundo Kroemer e Grandjean (2005), os esforços estáticos excessivos e os esforços repetitivos 
podem gerar problemas reversíveis ou persistentes, e estão associados a:
• inflamação nas articulações;
• inflamações nos tendões ou extremidades;
• inflamações nas bainhas dos tendões;
• processos degenerativos nas articulações;
• espasmos musculares (cãibras);
• doenças dos discos intervertebrais.
69
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 43 – A adoção de postura forçada é característica de muitas funções especializadas 
de trabalho e gera uma sobrecarga estática importante no desenvolvimento de quadros de LER/Dort 
Disponível em: https://bit.ly/3kyagzE. Acesso em: 12 nov. 2021.
Couto et al. (1998) enumeramos principais distúrbios dos membros superiores, dos quais 
pode-se destacar:
• Fadiga de qualquer grupamento muscular envolvido em esforços estáticos.
• Tendinite e tenossinovite dos músculos do antebraço.
• Miosite dos músculos lumbricais (mão), pronador redondo e fascite da mão.
• Tendinite do bíceps, supraespinoso, tendões dos flexores dos dedos.
• Cisto gangliônico no punho ou flexores dos dedos (dedo em gatilho).
• Síndrome do túnel do carpo (compressão do nervo mediano).
• Síndrome de De Quervain (abdutor longo e extensor curto do polegar – próximo ao processo 
estiloide do rádio).
• Síndrome do desfiladeiro torácico (compressão do conjunto artéria-veia-nervo do tórax 
para o braço).
• Compressão do nervo ulnar (no cotovelo ou no túnel de Guyon – junto da mão).
• Compressão do nervo radial (terço superior do antebraço).
• Epicondilite medial e lateral.
• Bursite do cotovelo e do ombro.
• Síndrome da tensão cervical (dor miofascial na cintura escapular e pescoço).
70
Unidade I
4.3.1 Tendinites
Sob solicitação intensa ou repetitiva, os tendões podem se inflamar devido ao seu tracionamento. 
Couto et al. (1998) consideram que as principais fontes de sobrecarga tendínea são: tensão abrupta, 
tensão oblíqua, tensão contínua, movimentação repetitiva, falta de pausa, atrito e instabilidade articular. 
4.3.2 Tenossinovites
Couto et al. (1998) citam o estudo de Hammer (1934), que notou que as funções de empacotar 
cigarros, repetições de movimentos de dedos com mais de 30 a 40 movimentos por minuto, eram 
acompanhadas de casos de tenossinovites. Trata-se de inflamações não dos tendões em si, mas das 
bainhas sinoviais, que os recobrem. Os principais sintomas são: dor, edema, crepitação e perda funcional.
De acordo com Mendes (1995), quando há esforços repetitivos, o tendão ou a própria bainha sinovial 
pode sofrer espessamento, e o líquido sinovial adquire aspecto inflamatório. Outra hipótese é que esse 
espessamento possa causar uma má nutrição tecidual, a depender da intensidade, frequência ou duração 
do movimento realizado localmente (Armstrong et al. apud Mendes, 1995).
A tenossinovite estenosante ou “dedo em gatilho” é mais frequente em trabalhadores que usam 
ferramentas manuais, representando uma inflamação e dificuldade do tendão de um dedo passar pela 
bainha na região da junção com a palma da mão. O nódulo que se forma na região distal da mão 
dificulta a passagem do tendão, gerando um “travamento do dedo” em flexão, e um ressalto no ato 
da extensão, que pode ser dificultada ou dolorosa. Pacientes com algumas disfunções hormonais e o 
sexo feminino apresentam maior incidência (Mattar JR., 2008). A dor pode concentrar-se no trajeto 
do tendão flexor longo do polegar e dos flexores profundos dos dedos, concentrando-se na cabeça do 
metacarpo e na palma da mão (Mendes, 1995).
Também típica é a ocorrência da enfermidade de De Quervain, ou tenossinovite estilorradial, 
na região do punho, quando é aumentado o atrito dos tendões do músculo extensor curto do polegar 
e abdutor longo do polegar, que dividem a mesma bainha sinovial. A dor inicia-se agudamente na 
região dorsal do polegar e pode irradiar-se para o ombro, causando dificuldade de segurar objetos com 
a posição em garra (por exemplo, uma xícara). Tipicamente, ocorre em trabalhos com uso de chave 
de fendas, de alicates, digitação com desvio ulnar ou movimento de torção (por isso, a síndrome era 
conhecida como síndrome das lavadeiras).
4.3.3 Estrangulamento ou compressão de nervos
Os nervos distribuem-se pelo corpo passando por entre músculos, polias, sulcos ósseos e articulações, 
podendo ser comprimidos e ter diminuída ou alterada a capacidade de transmissão de impulsos. 
Uma compressão contínua pode levar a edema e alterações locais ou periféricas. Dependendo do local 
afetado, o nervo atingido irá causar efeitos em regiões diversas, como dor, formigamento, perda de força 
e dormência.
71
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
 Na estrutura da coluna cervical, é possível ocorrer a epicondilose, por exemplo, devido ao transporte 
de cargas na cabeça, podendo causar degeneração local e lesão de uma ou várias raízes nervosas 
(Waris apud Mendes, 1995). 
Como exemplo, pode-se citar a compressão do nervo ulnar, na região do cotovelo, causada pelo 
apoio do cotovelo em superfícies duras (Couto et al., 1998). Chamada de “doença das telefonistas”, 
acarreta formigamentos como manifestação inicial, podendo ser prevenida por uso de almofada sob 
o cotovelo. Se a compressão do nervo ulnar ocorrer no canal de Guyon (punho), gerando a síndrome 
do canal de Guyon, haverá queixas de alteração de sensibilidade no 4º e no 5º dedo, perda de força de 
preensão e dificuldades de movimentação da mão.
Outro caso é a compressão do nervo mediano, que pode ocorrer na base da mão (por uso de 
ferramentas e vibração) ou no túnel do carpo (devido ao trabalho em extensão ou flexão de punho, 
ou ainda tenossinovite dos tendões dos flexores). Nessa afecção, o nervo mediano é pressionado pelo 
engrossamento de algum dos tendões e bainhas sinoviais que passam pela estreita região do túnel do 
carpo, causando dor, parestesia, adormecimento, fadiga muscular, alterações sensitivas ou motoras, 
podendo evoluir para fibrose neural, degeneração e atrofia muscular. A dor em queimação na região, 
geralmente no período noturno, é típica deste quadro (Couto et al., 1998).
Também pode ser citada a compressão nos dedos por objetos como cabos de ferramentas, 
tesouras e alicates.
4.3.4 Bursites
As bolsas sinoviais são submetidas a maior tensão na elevação dos braços acima do nível dos ombros 
(90º), e a inflamação devido a esta sobrecarga, se reincidente, pode gerar calcificação e perpetuação do 
quadro (Couto et al., 1998).
Além dos membros superiores, são citadas a bursite isquiática, adquirida em posição sentada 
por longos períodos (popularmente chamada de “nádega do tecelão”), e a bursite infra ou 
pré-patelar, em trabalhadores que assumem a posição ajoelhada com frequência (“joelho da empregada 
doméstica”) (Zilli, 2002).
4.3.5 Lombalgias e cervicalgias
Os problemas de coluna são mais frequentes em trabalhadores que exercem muita atividade física 
do que em sedentários. Em geral, é o desgaste da coluna o responsável pelas faltas ao trabalho, e não a 
carga muscular em ofícios pesados (Kroemer; Grandjean, 2005).
Na lombalgia aguda os sintomas podem desaparecer em trinta dias mesmo sem tratamento, 
em 90% dos casos. Mas a recidiva é de cerca de 60% no mesmo ano ou no máximo em dois anos 
se não houver uma educação preventiva (Kesley; Golden apud Mendes, 1995). São fatores que 
aumentam a recidiva: idade, posturas não adequadas e fadiga (Bergquist-Ulmann; Larsson apud 
Mendes, 1995).
72
Unidade I
É considerada lombalgia crônica a dor persistente durante três meses no mínimo, o que 
corresponde a 10% dos pacientes com lombalgia aguda ou recidivante (Mendes, 1995). Este mesmo 
autor cita que Nachemson (1982) enumerou como fatores de cronicidade das dores de coluna o 
trabalho pesado e o levantamento de pesos, o baixo nível de escolaridade, a falta de exercícios, 
o trabalho sentado e fatores psicológicos.
Entretanto, as cargas musculares estáticas em musculaturas associadas à manutenção da posição da 
cabeça e da posição do tronco, sobretudo a musculatura cervical e lombar, são importantes fontes de dores 
e preocupação de profissionais da ginástica laboral em ações de conscientização, verificação ergonômica, 
análise de queixas álgicas e ações de prevenção com exercícios e educação postural. Síndrome da tensão 
cervical e lombalgia estão entre as principais LER/Dort, segundo Zilli (2002).
A) B) 
Figura 44 – Lombalgias e cervicalgias são queixas frequentes de trabalhadores
Disponível em: A) https://bit.ly/3Ddhh08; B) https://bit.ly/3c9wDXI. Acesso em: 12 nov. 2021.
4.4 Fatores contribuintes para desenvolvimento de LER/Dort
Vejamos a seguir os fatores que aumentam a propensão à ocorrência de LER/Dort:
Quadro 7 
Fatores biomecânicosMovimentos repetitivos
Movimentos manuais com uso da força
Postura inadequada
Uso de ferramentas manuais
Fatores administrativos
Ineficácia da empresa em eliminar riscos potenciais
Método de trabalho inadequado, uso de ferramentas e 
equipamentos impróprios
Fatores psicossociais
Pressões no trabalho
Inexistência de autonomia e controle sobre o trabalho
Inexistência de ajuda ou apoio de colegas de trabalho
Pouca variabilidade no conteúdo da atividade
Fonte: Polito (2002, p. 44 apud Poletto, 2002, p. 9). 
73
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Para Couto et al. (1998), os principais fatores biomecânicos contribuintes para LER/Dort são: 
utilização de força, postura incorreta, repetitividade e vibração. Para Santos et al. (2007), acrescenta-se 
ainda a possibilidade de existência de compressão mecânica nas estruturas musculares. A compressão 
de estruturas musculotendíneas ocorre quando, por exemplo, executam-se movimentos de digitação 
com o antebraço apoiado na quina da mesa, provocando restrição adicional a cada movimento de 
contração muscular.
Pode-se notar na tabela seguinte, analisando estudos sobre a relação de fatores biomecânicos 
com a incidência de LER/Dort, que, dependendo da região corporal, maior evidência da causa já foi 
estabelecida, e em outras regiões a relação parece ter menor significância. Por exemplo, constata-se um 
alto número de trabalhos com evidências para a postura como causa relacionada a problemas na região 
de pescoço e cintura escapular, razoável evidência de que repetitividade está ligada a problemas em 
todas as regiões, exceto cotovelos, e que a força está associada a disfunções em todas as regiões, exceto 
ombros. A vibração foi associada a índice razoável de evidência somente para a síndrome do túnel do 
carpo, e para as regiões de cotovelo e punho/mão são fortes as evidências de que é a combinação entre 
os fatores que desencadeia os problemas.
Tabela 5 
Fator de risco Pescoço e 
cintura escapular Ombro Cotovelo
Punho/mão
S. túnel carpo Tendinite
Repetitividade ++ ++ + / - ++ ++
Força ++ + / - ++ ++ ++
Postura +++ ++ + / - + / - ++
Vibração + / - + / - ++
Combinação +++ +++ +++
+++ evidência forte ++ evidência razoável + / - evidência suficiente
Fonte: Niosh (1997 apud Couto et al., 1998, p. 80).
Para Mendes (2012), a hipótese biomecânica é que há reações graves do organismo às exigências do 
trabalho quando estas são maiores que as capacidades funcionais individuais. 
4.4.1 Presença de vibração nas atividades realizadas
Uma das causas frequentemente relacionadas à incidência de LER/Dort é a presença de vibração na 
operação. De fato, a vibração requer uma resposta corporal para estabilização, muitas vezes insuficiente 
e desgastante. A vibração é um alto estímulo para a musculatura agir na busca de manutenção da 
postura, da posição ou precisão e do posicionamento de membros manuseando ferramentas que vibram, 
como marteletes, serras elétricas e lixadeiras. 
74
Unidade I
Figura 45 – A presença de vibração é um dos fatores que podem 
causar predisposição à ocorrência de LER/Dort 
Disponível em: https://bit.ly/3FcJtAN. Acesso em: 12 nov. 2021.
4.4.2 Alta repetitividade de movimentos
A repetitividade é um dos fatores mais citados entre os desencadeadores de LER/Dort, fazendo parte 
inclusive da nomenclatura LER (lesões por esforços repetitivos). Couto et al. (1998) acentuam que mais 
de 25 a 33 movimentos por minuto devem ser evitados para proteger tendões, fixando um limite de 
12 mil movimentos de digitação por hora, e que, se o trabalho fosse desenvolvido em parte do dia, não 
traria lesões, apenas se ocorresse durante todo o dia de trabalho. 
Estudos mostram que há uma grande relação entre os fatores de realização da tarefa de digitação e 
a ocorrência de LER/Dort, como podemos observar na tabela a seguir:
Tabela 6 – Número de estudos demonstrando problemas relacionados 
à execução da tarefa comprovando (“Sim”) ou não 
comprovando (“Não”) a relação com LER/Dort
Fator Sim Não
Falta de variedade de tarefa 8 1
Trabalho em teclado 6 3
Horas de uso em teclado 11+1- 3
Ausência de pausas 2
Velocidade de trabalho 2 1
Carga de trabalho inapropriada 1
Pressão no trabalho 8 -
Falta de autonomia 8 1
Insatisfação com o trabalho 2 2
Insegurança 1 -
Fonte: Couto et al. (1998 apud Rodrigues, 2003, p. 47).
75
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Como se pode verificar nos resultados, a grande maioria dos trabalhos relacionou positivamente 
a falta de variedade, o uso do teclado, o tempo prolongado de trabalho, a velocidade e a ausência de 
pausas como fatores predisponentes a LER/Dort. 
Figura 46 – A digitação é uma das formas características de atividades 
repetitivas, realizada através de milhares de movimentos por hora
Disponível em: https://bit.ly/30iagwZ. Acesso em: 12 nov. 2021.
4.4.3 Postura incorreta ou forçada
A má postura ou necessidade de permanecer em posição forçada é um fator relevante quando 
mantida ao longo do dia de trabalho. Assumir uma posição menos neutra durante pouco tempo não 
deve ser preocupante, mas a necessidade de sua repetição ou da sua manutenção por mais tempo é 
que deve alertar o profissional de ginástica laboral sobre a necessidade de compensação. 
Figura 47 – Se o trabalhador assume postura inadequada ou posição forçada, está sujeito a 
uma maior predisposição em adquirir LER/Dort. Note neste caso que, adicionalmente, há o risco 
de queda pelo fato de o trabalho ser executado em altura, e o risco de trabalhar com eletricidade, 
mas estes não fazem parte do escopo da ginástica laboral, sendo pertencentes a outros grupos de NRs 
Disponível em: https://bit.ly/3wItFD1. Acesso em: 12 nov. 2021.
76
Unidade I
A manutenção da postura forçada incorre na necessidade de manter uma contração muscular 
estática para suportar a quebra da neutralidade, e essa exigência é penosa para o trabalhador. Além da 
contração muscular, algumas articulações podem estar sendo solicitadas por longos períodos de tempo 
em amplitudes diversas da neutralidade, o que gera uma sobrecarga em toda a estrutura articular.
Figura 48 – Posições forçadas mantidas por muito tempo ou assumidas repetidamente ao longo 
da jornada de trabalho causam solicitações importantes ao sistema musculoesquelético e articular 
Disponível em: https://bit.ly/3kt4hfq. Acesso em: 12 nov. 2021.
4.4.4 Necessidade de emprego de força para realizar as tarefas
O fator força como determinante para ocorrência de LER/Dort também é bastante difundido na 
literatura. Nos movimentos da mão, por exemplo, Couto et al. (1998) propõem que baixa aplicação 
de força manual equivale a menos de 4 kg, e alta força significa valores maiores que 6 kg, aplicados 
em média ao longo do ciclo de trabalho. Ainda segundo os autores, valores de 10 a 15 kg, se em baixa 
frequência e por pouco tempo, não precisam ser considerados preocupantes, pois sua incidência dentro 
do valor médio da jornada não é relevante (considere-se que há variações entre os indivíduos e esses 
valores não são uma referência única).
O trabalho pesado pode ser caracterizado como moderado ou severo. Mendes (1995) considera na 
primeira categoria critérios como postura fixa por mais de 20% do tempo de trabalho, coluna cervical para 
cima ou para os lados (menos de 45º), ou em rotação por mais de 2h/dia, trabalho com braços acima do 
ombro por até 40% do tempo ou acima de 30º por mais de 10% do tempo, e ainda uso de ferramentas 
pesadas, ou uso de ferramentas com cabo em más condições ou com peso de cerca de 0,6 kg por mão.
Já o trabalho pesado considerado como severo por Mendes (1995) envolve elementos de carga como 
postura fixa por mais de 40% do tempo, coluna cervical em posição de mais de 45º de desvio, braços 
elevados acima do ombro por mais de 40% do tempo, ou mais de 1/3 do período de trabalho com 
braços acima de 30º, ou ainda peso de ferramentas de mais de 1,5 kg por mão.
Também são sobrecarregadas as estruturas articulares, uma vez que a maior aplicação de força 
requer esforço de toda71
4.4 Fatores contribuintes para desenvolvimento de LER/Dort .................................................. 72
4.4.1 Presença de vibração nas atividades realizadas ......................................................................... 73
4.4.2 Alta repetitividade de movimentos ................................................................................................. 74
4.4.3 Postura incorreta ou forçada ............................................................................................................. 75
4.4.4 Necessidade de emprego de força para realizar as tarefas ................................................... 76
4.4.5 Fatores coadjuvantes ............................................................................................................................. 77
Unidade II
5 PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL ..................................................................................................... 82
5.1 Definição dos objetivos do programa .......................................................................................... 82
5.2 Avaliação inicial .................................................................................................................................... 84
5.2.1 Reunião com os gestores ..................................................................................................................... 84
5.2.2 Reunião com o médico do trabalho/departamento médico ................................................. 84
5.2.3 Reunião com os membros da Cipa .................................................................................................. 84
5.2.4 Reunião com o setor de RH .............................................................................................................. 85
5.2.5 Contatos com os departamentos interessados .......................................................................... 85
5.2.6 Aplicação de questionários ou entrevistas ................................................................................... 86
5.2.7 Observação in loco ................................................................................................................................. 88
5.3 Duração das sessões de ginástica laboral ................................................................................... 88
5.4 Locais para realização da ginástica laboral................................................................................ 90
5.5 Possibilidades de integração da ginástica laboral com outros 
programas de incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador ................................... 91
5.5.1 Programas de ergonomia .................................................................................................................... 93
5.5.2 Academia in loco..................................................................................................................................... 93
5.5.3 Grupos de caminhada, ginástica ou corrida ................................................................................ 94
5.5.4 Programa de nutrição ou combate à obesidade ........................................................................ 94
5.5.5 Possibilidades de integração com outros programas de qualidade 
de vida e saúde no trabalho .......................................................................................................................... 95
5.6 Planejamento do programa de ginástica laboral .................................................................... 97
6 PLANEJAMENTO DAS SESSÕES DE GINÁSTICA LABORAL .............................................................100
6.1 Característica dos clientes ..............................................................................................................100
6.2 Planejamento do conteúdo da sessão de ginástica laboral ..............................................103
6.3 Classificações da ginástica laboral ..............................................................................................106
6.3.1 Ginástica de aquecimento ou preparatória ...............................................................................106
6.3.2 Ginástica de pausa ...............................................................................................................................107
6.3.3 Ginástica de fim de expediente ......................................................................................................107
7 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL ............................................................108
7.1 Sensibilização .......................................................................................................................................108
7.2 Condução das sessões de ginástica laboral .............................................................................108
7.2.1 Organização pré-sessão .....................................................................................................................108
7.2.2 Durante a sessão ..................................................................................................................................109
7.3 Avaliação e controle das atividades ...........................................................................................113
7.3.1 Controle de frequência ....................................................................................................................... 113
7.3.2 Adesão ao programa .......................................................................................................................... 114
7.3.3 Questionário de adequação das atividades ...............................................................................116
7.3.4 Verificações periódicas de resultados ........................................................................................... 118
8 EMPREENDEDORISMO ................................................................................................................................120
8.1 Definições de empreendedorismo ...............................................................................................120
8.2 Características do perfil empreendedor ....................................................................................122
8.3 Intraempreendedorismo ..................................................................................................................124
8.4 Plano de negócio ................................................................................................................................124
8.4.1 Sumário executivo ............................................................................................................................. 125
8.4.2 Descrição geral do empreendimento ........................................................................................... 125
8.4.3 Descrição dos produtos e serviços ................................................................................................ 127
8.4.4 Análise de mercado ............................................................................................................................. 127
8.4.5 Plano de marketing ............................................................................................................................. 128
8.4.6 Plano financeiro ................................................................................................................................... 129
9
APRESENTAÇÃO
As empresas modernas precisam otimizar seus recursos e produzir com mais eficiência. 
Desde a Revolução Industrial até hoje, a situação modifica-se, impondo cada vez mais sobrecargas ao 
trabalhador e gerando uma necessidade de cuidado com o fator humano na empresa, que é primordial 
para as operações. Assim, a saúde dos trabalhadores torna-se uma preocupação constante.
A ergonomia e a ginástica laboral passam a ser ferramentas para amenizar tais sobrecargas, e cabe 
ao profissionala estrutura. A sobrecarga de força também é transferida aos tendões e às bainhas 
sinoviais, por exemplo, no punho, para manter uma ferramenta sob controle, podendo desencadear 
processos inflamatórios não apenas na porção contrátil do músculo.
77
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 49 – Trabalhos que exigem a aplicação de força excessiva 
também são predisponentes à ocorrência de LER/Dort 
Disponível em: https://tinyurl.com/2waya863. Acesso em: 21 nov. 2024.
4.4.5 Fatores coadjuvantes
Há fatores que podem ser considerados deletérios à condição de saúde no trabalho e com potencial 
para contribuir para a ocorrência de LER/Dort.
Alguns desses fatores são de ordem individual, como disfunções hormonais e psíquicas, problemas 
já instalados e maior sensibilidade à dor. Outros estão presentes no local de trabalho, como ambiente 
estressante e más relações com chefia e colegas de trabalho.
Figura 50 – Acúmulo de trabalho em atividades cujo ritmo é compassado 
externamente gera um ambiente estressante, no qual o trabalhador não se 
sente confortável, pois não tem o controle sobre o ritmo 
Disponível em: https://bit.ly/30nN7c8. Acesso em: 12 nov. 2021.
78
Unidade I
 Resumo
Nesta unidade, destacamos inicialmente o panorama em que se insere 
o trabalho moderno. Partindo de caça, pesca e manufaturas simples, o 
homem inseriu mudanças no processo de produção enquanto passava por 
grandes transformações sociais, o que levou ao quadro atual de produção 
em larga escala da economia.
Essa necessidade de produzir, vender e entregar causou a especialização 
dos postos de trabalho em todas as indústrias. Em uma avaliação simplificada, 
os trabalhadores braçais realizam movimentos corporais significativos em 
sua jornada, com desgastes físicos e fisiológicos importantes. Por outro 
lado, os funcionários administrativos representam a forma de trabalho 
mais sedentária, muitas vezes na posição sentada e em grande parte das 
funções usando computadores.
A ergonomia lida com essa preocupação, estudando as exigências dos 
ambientes e das tarefas que são impostas ao trabalhador. Uma boa visão 
da ergonomia ajudará o profissional de ginástica laboral a entender as 
sobrecargas sofridas pelo trabalhador que deverão ser consideradas em um 
programa de exercícios.
A ginástica laboral surgiu como uma das ferramentas modernas para 
combater os malefícios causados pelo trabalho. Buscando preservar e 
melhorar as condições de saúde para o trabalhador através de programas de 
exercícios e atividades diversas, espera-se diminuir as perdas relacionadas 
a problemas de saúde, dores, faltas ao trabalho e outras intercorrências 
negativas ao processo de produção.
Por fim, foram analisadas as LER/Dort (lesões por esforços repetitivos/
distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) e os fatores mais 
importantes que contribuem para sua ocorrência. Vimos que o profissional 
de ginástica laboral não trata de lesões durante as sessões, mas precisa ter 
um entendimento dos quadros principais para, ao analisar as situações de 
trabalho encontradas, ter um panorama do quadro a ser evitado e de como 
planejar atividades preventivas por meio do programa de ginástica laboral.
79
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2010, adaptada) A postura, ou alinhamento corporal, refere-se à posição do corpo, 
parado ou em movimento, e envolve o estado de equilíbrio das diversas partes corporais sob a ação da 
gravidade. [...] Bons hábitos posturais conduzem a boa aparência, eficiência mecânica nos movimentos e menor 
risco de lesões, sendo dependentes da força e da flexibilidade, aliadas à prática consciente e inconsciente que 
produzem esses hábitos.
Nahas, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 
Londrina: Midiograf, 2001. p. 68-69. 
Diversos estudos demonstram que o avanço tecnológico decorrente do uso de computadores tem 
contribuído para o aumento de lombalgias, seja no ambiente de trabalho, seja no ambiente doméstico. 
Nessa perspectiva, entre as orientações que devem ser transmitidas por profissionais de educação física 
aos usuários de computador, incluem-se:
I – Manter a região lombar apoiada no encosto da cadeira.
II – Posicionar os joelhos e o quadril mantendo ângulo de 45º quando sentado.
III – Sustentar a cabeça e o pescoço em posição reta e manter ombros e braços relaxados.
IV – Ajustar o topo da tela ao nível dos olhos e posicionar-se a um comprimento de braço de 
distância do teclado do computador.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e IV.
D) I, III e IV.
E) I, II, III e IV.
Resposta correta: alternativa D.
80
Unidade I
Análise das afirmativas 
I – Afirmativa correta. 
Justificativa: manter a região lombar apoiada no encosto da cadeira para aliviar a força de 
compressão sobre essa região.
II – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: posicionar os joelhos e o quadril mantendo ângulo de 90° a fim de não prejudicar o 
retorno venoso e manter as articulações em posição neutra.
III – Afirmativa correta. 
Justificativa: sustentar a cabeça e o pescoço em posição reta para não aumentar a pressão intradiscal 
na cervical e manter ombros e braços relaxados a fim de não tensionar os músculos elevadores dos ombros.
IV – Afirmativa correta. 
Justificativa: ajustar o topo da tela ao nível dos olhos e posicionar-se a um comprimento de 
braço de distância do teclado do computador, a fim de manter a postura da região cervical e ombros 
sem tensão exagerada.
Questão 2. (Enade 2010, adaptada) Em um ambiente de trabalho em que empregados exercem 
atividades que provocam dores articulares intensas, o profissional de educação física deve orientar 
a adoção de posturas corporais adequadas, a prática da ginástica compensatória, o respeito pelas 
horas estabelecidas na jornada de trabalho de cada um dos trabalhadores e a prática de exercícios 
físicos regulares.
porque
As doenças crônico-degenerativas, as doenças psicossomáticas e as psicocinéticas são essencialmente 
oriundas do trabalho excessivo e repetitivo.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta.
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E) As duas asserções são proposições falsas.
Resposta correta: alternativa C.
81
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Análise da questão
A primeira asserção é verdadeira, pois a adoção de uma postura adequada, a prática da ginástica 
compensatória, o respeito pelas horas estabelecidas na jornada de trabalho de cada um dos trabalhadores e 
a prática de exercícios físicos regulares podem evitar dores articulares. Já a segunda asserção é falsa, pois 
as doenças crônico-degenerativas, as doenças psicossomáticas e as psicocinéticas não são essencialmente 
oriundas do trabalho excessivo e repetitivo. Principalmente as doenças crônico-degenerativas são 
relacionadas ao estilo de vida, que incluem a falta de atividade física regular, os hábitos alimentares, 
as horas inadequadas de sono e o estresse emocional.
82
Unidade II
Unidade II
5 PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
Será preciso para nortear os esforços frente à realidade de cada empresa. Necessidades serão 
identificadas, objetivos serão traçados e as estratégias para atingi-los podem ser variadas.
A seguir serão analisadas as etapas para planejar um programa de ginástica laboral.
5.1 Definição dos objetivos do programa
A primeira necessidade para planejamento de um programa de ginástica laboral será a definição 
dos objetivos. Parte dos objetivos pode ser conhecida somente após uma avaliação ser realizada pelo 
profissional, mas em algumas situações a própria empresa define as metasimportantes a serem buscadas 
com a proposição do programa, devendo estas ser analisadas pelo profissional de ginástica laboral.
Para Berté Júnior (2006, p. 6), alguns dos objetivos da ginástica laboral são:
Reduzir a fadiga muscular.
Promover consciência corporal, saúde e bem-estar.
Promover integração entre os trabalhadores.
Reduzir o número de acidentes de trabalho.
Aumentar a motivação e disposição para o trabalho.
Prevenir doenças ocupacionais.
Quando os objetivos de implantação da ginástica laboral não são apenas a melhoria da produtividade 
relacionada aos casos de LER/Dort ou outras questões de saúde, setores internos podem se unir para 
justificar a contratação de um serviço de ginástica laboral em conjunto com objetivos institucionais 
diversos. Por exemplo:
• melhor entrosamento entre os trabalhadores do mesmo setor;
• melhor entrosamento entre trabalhadores de setores diferentes;
• melhoria na imagem interna e externa da empresa;
83
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Apesar de alguns desses fatores estarem relacionados com a produtividade, estão fora do escopo dos 
problemas de saúde. Nesses casos, o profissional de ginástica laboral não tem condições de avaliá-los 
como necessidades, mas pode levá-los em consideração ao programar as atividades que serão propostas 
ao longo do programa.
Importante ressaltar o critério do profissional quanto à definição dos objetivos e propostas do 
programa. Tomando como exemplo um trabalhador de descarga de caminhão que falta ao trabalho 
por dor lombar, certamente seria beneficiado por um treinamento para fortalecimento muscular. 
Todavia, pela curta duração da sessão de ginástica laboral – poucos minutos –, não é possível obter 
resultados de fortalecimento em comparação à carga de trabalho já exercida em uma jornada 
de oito horas, pois não há condição de submetê-lo a cargas ainda maiores em tão pouco tempo de 
duração. Assim, uma estratégia mais plausível para subtrair o absenteísmo neste caso poderia incluir 
relaxamento, compensação ou alongamentos para diminuir a sobrecarga e compensá-la em vez de 
propor mais situações de aumento de carga.
Figura 51 – Atividades de ginástica laboral no pátio em frente à empresa podem 
mostrar à população que passa pelo local que a entidade se preocupa 
com os trabalhadores, com sua saúde ou com boas práticas 
Disponível em: https://bit.ly/30iSUzk. Acesso em: 12 nov. 2021.
Alguns dos objetivos relacionados à saúde e à produtividade podem estar predefinidos em verificações 
anteriores da própria empresa, antes mesmo de o profissional de ginástica laboral ter sido contratado, 
pois relatórios internos podem revelar quais setores estão sofrendo mais com o número de faltas ao 
trabalho por motivo médico, ou a queda na produtividade por fatores humanos, ou ainda um número 
elevado de afastamentos do trabalho.
Nessa realidade, o profissional de ginástica laboral pode solicitar reuniões com os agentes 
envolvidos para tomar conhecimento sobre o diagnóstico já realizado, planejar avaliações 
complementares que sejam importantes em sua proposta e entender as manifestações do problema 
em questão. 
84
Unidade II
 Observação
Se uma empresa tem o objetivo de diminuir o índice de faltas ao trabalho, 
o profissional de ginástica laboral deve pesquisar quais os principais motivos 
de faltas, para depois poder traçar os objetivos do programa.
5.2 Avaliação inicial
O planejamento de um programa de ginástica laboral deve iniciar-se com uma avaliação para 
diagnosticar o quadro em que se encontram os trabalhadores. Também será importante levantar 
informações sobre como o programa poderá ser implantado.
Essa avaliação pode ser feita conjugando-se diversas fontes de informação que estiverem 
disponíveis. A seguir estudaremos algumas delas. 
5.2.1 Reunião com os gestores
Uma entrevista com os gestores de diversos níveis hierárquicos permite, além dos dados concretos de 
problemas identificados por eles, descobrir o que os gestores esperam do programa. Contudo, nem sempre 
essa visão é condizente com a realidade, podendo a entrevista proporcionar um alinhamento de expectativas.
Como exemplo de dados a serem obtidos nessa reunião, estão as informações sobre tarefas 
desenvolvidas pelos trabalhadores, estrutura local, característica do departamento, necessidades 
especiais, definição de prazos etc.
Com os gestores, pode-se avaliar os horários, a frequência, a duração e os locais para a prática da 
ginástica laboral, o agrupamento de setores, a ponderação sobre as atividades etc.
5.2.2 Reunião com o médico do trabalho/departamento médico
O médico do trabalho, quando presente na empresa, pode passar dados importantes sobre os casos 
mais frequentes de necessidade de atendimento, de condução para tratamento, de acidentes, tipos 
de problemas que atualmente estão sob sua atenção, dores relatadas mais frequentemente pelos 
trabalhadores etc. Pode ainda ajudar a entender a dinâmica da incidência de questões de saúde na 
empresa. A relação com o departamento médico deve persistir, proporcionando ao profissional de 
ginástica laboral acesso a informações que contribuam com o programa. 
5.2.3 Reunião com os membros da Cipa
Quando instalada e atuante, a Cipa (NR 5) tem papel vital na prevenção de acidentes, e um olhar 
crítico dos trabalhadores que integram a Cipa pode proporcionar ao profissional de ginástica laboral um 
panorama na visão deles, que talvez inclua fatores diferentes da ótica médica. A Cipa também deve estar 
integrada com o programa, pois é em favor dos trabalhadores que este será executado.
85
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 52 – Reunir-se com os gestores e instâncias internas de uma empresa 
pode trazer informações importantes para o projeto de ginástica laboral 
Disponível em: https://bit.ly/3kwCElL. Acesso em: 12 nov. 2021.
 Lembrete
O planejamento de um programa de ginástica laboral deve iniciar-se 
com uma avaliação para diagnosticar o quadro em que se encontram 
os trabalhadores.
5.2.4 Reunião com o setor de RH 
O contato com o setor de gestão de pessoas, benefícios ou departamento pessoal visa obter 
dados sobre a situação atual da empresa no que se refere a faltas, afastamentos, problemas de saúde, 
necessidades de acompanhamento, melhorias, relações humanas na empresa etc.
Com atribuições variadas, setores que atuam nessa esfera possuem dados que podem ser valiosos 
para o profissional de ginástica laboral poder planejar o programa a ser implantado.
5.2.5 Contatos com os departamentos interessados
Dependendo dos processos internos da empresa, pode haver mais interessados em participar da 
implantação da ginástica laboral. O responsável pelo contato com o profissional pode ser um elo 
importante para o levantamento de dados em diferentes setores. Por exemplo, até o departamento 
jurídico pode ter interesse de que seja executada a ginástica laboral em um setor com muitos litígios ou 
casos em andamento. O profissional de ginástica laboral deve investigar as melhores possibilidades de 
obter informações relevantes para que o programa consiga atingir os objetivos propostos.
86
Unidade II
5.2.6 Aplicação de questionários ou entrevistas
A verificação de necessidades diretamente com os colaboradores pode ser feita por questionários 
ou através de entrevistas. Com o consentimento da empresa, é possível realizar conversas informais ou 
entrevistas estruturadas para obter entendimento das tarefas e sobrecargas sentidas pelos trabalhadores 
no dia a dia. Alguns questionários que já foram validados em pesquisas podem ser adaptados, 
ou pode-se criar um questionário próprio. 
Os questionários permitem avaliar regiões corporais com dor, grau de satisfação com o trabalho, 
dificuldades encontradas durante o trabalho, relacionamento interpessoal e com a chefia imediata, 
estresse, entre outros parâmetros.
Dependendo do nível educacional dos trabalhadores, alguns questionários podem ser mais 
simples, usando figuras e espaços para marcar X, enquanto outros podem ser bastantecomplexos, 
até mesmo para trabalhadores com nível educacional superior preencherem sozinhos, devendo ser 
entrevistados para que seja possível completá-los.
Uma forma simples de identificar desconfortos musculares é o mapa corporal, no qual o 
próprio trabalhador assinala com um X ou com uma graduação (1 a 5, por exemplo) a região 
onde sente desconforto.
Um dos questionários utilizados em pesquisas sobre queixas de dores é o Questionário Nórdico de 
Sintomas Osteomusculares (QNSO, ou Nordic Musculoskeletal Questionnaire – NMQ), traduzido para o 
português e apresentado no trabalho de Machado Jr. et al. (2012), que concluiu que as queixas cervicais 
mostraram resultados positivos através da ginástica laboral, comparando indivíduos praticantes e não 
praticantes de ginástica laboral em uma instituição financeira.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a aplicação do Questionário Nórdico, leia:
SANTOS, V. M. dos et al. Aplicação do Questionário Nórdico 
Musculoesquelético para estimar a prevalência de distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho em operárias sob pressão temporal. In: ENCONTRO 
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 35., 2015, Fortaleza. Anais [...]
Fortaleza: Abepro, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3kJE3oZ. Acesso em: 
24 nov. 2024.
Em alguns casos de diagnóstico, que não necessitam de comparação na literatura científica, 
questionários podem ser criados para investigar situações específicas. Em outros casos, deve-se 
utilizá-los quando já foram validados em estudos. A seguir, destacamos a reprodução de questionário 
diagnóstico utilizado para detectar dores e postura usual em trabalhadores para um estudo de Candotti, 
Stroschein e Noll (2011):
87
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Quadro 8 
NOME:____________________________________________________________________
IDADE:_____________________________ MASSA CORPORAL:____________________
ESTATURA:_________________________________________________________________
SETOR:________________________________________________________________
TEMPO NESTE CARGO:________________________________________________________
1) Você sente dor? 
( ) sim ( ) não
2) Em que horário esta dor se manifesta?
a) antes do trabalho ( ) b) durante o trabalho ( ) c) após o trabalho ( )
3) Qual a frequência em que você sente esta dor?
a) 1 vez por semana ( ) b) 2 vezes por semana ( ) c) todos os dias ( )
4) Esta dor interfere em suas atividades diárias (lazer, afazeres domésticos, estudos, trabalho)?
( ) sim ( ) não ( ) às vezes
5) Circule nas escalas abaixo a intensidade da sua dor, referente a cada segmento do corpo:
e) referente ao braço: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
f) referente a punho/mão: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
g) referente ao pescoço: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
h) referente às costas: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10.
i) referente às pernas: 0 – 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7 – 8 – 9 – 10. 
6) Você pratica atividade física regularmente, além da ginástica laboral?
( ) sim ( ) não
7) Marque a figura abaixo que melhor representa sua postura durante o trabalho:
A)
C)
B)
D)
Figura 53 
Fonte: Candotti, Stroschein e Noll (2011, p. 713-714).
88
Unidade II
Realizando pesquisas mais aprofundadas, encontram-se na literatura diversos instrumentos 
aplicáveis que podem suprir a necessidade de conhecimento do problema nos trabalhadores que se 
quer avaliar.Por exemplo, é possível citar a avaliação simplificada do risco de lombalgia de Silva Jr., 
Buzzoni e Morrone (2016), composta de 13 perguntas com resposta dicotômica (sim/não), e ainda a 
avaliação simplificada do risco de ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos de membros superiores 
relacionados ao trabalho, com 26 perguntas com resposta dicotômica (sim/não).
 Lembrete
O profissional de ginástica laboral deve investigar as melhores 
possibilidades de obter informações relevantes para que o programa 
consiga atingir os objetivos propostos.
5.2.7 Observação in loco
Aliada às formas anteriores de obtenção de dados e informações, a observação in loco possibilitará 
ao profissional de ginástica laboral conhecer: dinâmica do trabalho, fontes estressoras do ambiente, 
condições ambientais, questões ergonômicas, efetividade das pausas existentes, setores com 
dificuldades de quaisquer naturezas etc. 
Além das características da realização das tarefas e do reconhecimento dos ambientes, a observação 
in loco permitirá uma análise para o planejamento da proposição das atividades de ginástica laboral, 
identificando a quantidade de trabalhadores em cada setor, a proximidade entre os setores, a existência 
de local adequado e com espaço suficiente próximo ao posto de trabalho em que se possa reunir os 
indivíduos, a área no próprio departamento no caso de realização da ginástica laboral lá, a existência de 
risco (máquinas funcionando, áreas perigosas, ruído excessivo), a impossibilidade técnica para aplicação 
(atividades que exigem silêncio ou que são perigosas) etc.
5.3 Duração das sessões de ginástica laboral
O conceito de pausas durante o trabalho é bem estudado e, dependendo da natureza das tarefas, 
existem propostas de pausas que tornam mais produtivo o período de trabalho como um todo. 
Tabela 7 – Indicação de pausas de acordo com a situação de trabalho 
Situação de trabalho Indicação de pausas
Trabalho com movimentos repetitivos 
Pausas curtas de 3 a 5 minutos por 
hora trabalhada, reduzindo a fadiga e 
aumentando o potencial de atenção 
prolongada
Trabalho pesado ou em ambientes 
quentes ou frios 
Pausas dosadas pare que a carga horária 
máxima suportável não seja ultrapassada
89
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Situação de trabalho Indicação de pausas
Trabalho físico ou mental médio Pausa de 10 a 15 minutos durante a manhã 
e outra à tarde
Trabalhos corn elevada exigência mental
Além das pausas maiores de 10 a 15 
minutos, prever uma a duas pausas curtas 
por turno, 
de 3 a 5 minutos
No aprendizado de habilidades ou 
trabalho de aprendizes
Dosar as pausas conforme a dificuldade 
das habilidades a serem aprendidas
Fonte: Grandjean (1998, p. 176).
A pausa, em si, já é um alívio à sobrecarga das tarefas cumpridas pelo trabalhador. Uma justificativa 
à implantação da ginástica laboral passa a ter sentido, pois tornará a pausa simples em uma atividade 
especificamente benéfica ao organismo.
Tabela 8 – Tempo de pausa por hora trabalhada de acordo com a situação de trabalho
Pausa por hora trabalhada Situação de trabalho
5 minutos Repetitividade, sem possibilidade de rodízio
10 minutos Repetitividade e alta intensidade de força ou desvios posturais
15 minutos Repetitividade, alta intensidade de força e desvios posturais
Fonte: Couto et al. (1998, p. 334).
Pode-se, nesse momento de quantificação e análise das pausas, fazer menção aos estudos de Kroemer e 
Grandjean (2005) sobre a natureza das pausas do trabalho, classificadas como: pausas voluntárias – decisão 
do trabalhador para recuperação rápida; pausas mascaradas – trabalhos colaterais que desviam a atuação 
da repetitividade, embora se continue trabalhando: limpeza da mesa, buscar um papel na impressora; 
pausas necessárias – induzidas pela dinâmica externa, como aguardar o término de uma impressão, tempo 
de espera na linha telefônica; e pausas obrigatórias – determinadas pela legislação ou pela empresa.
Autores acentuam diversas possibilidades de duração da sessão de ginástica laboral, muitas vezes 
definida pela disponibilidade de tempo frente à rotina do trabalho exercido. A diferença de abordagens 
tem sido relatada como um desafio para comparação da efetividade de programas.
Grande, Silva e Parra (2014, p. 56) ilustram diferenças entre os programas por eles analisados:
• Japão: 10-15 minutos, antes da jornada.
• EUA: em média 30 minutos de duração.
• Brasil: 10 a 15 minutos, no início, no meio ou no fim da jornada.
90
Unidade II
Em significativa incidência nos programas de ginástica laboral, as sessões variam entre 10 e 15minutos, 
chegando em alguns casos a 20 minutos. Muitas vezes, as empresas desejam limitar o tempo de sessão 
a poucos minutos, visando despender menor tempo a esta atividade, o que nem sempre é positivo. 
Há também o problema de que a dinâmica do trabalho sendo executado não permite um intervalo 
suficiente para realização de uma sessão com uma duração adequada, possibilitando apenas uma 
pequena pausa, que pode caracterizar-se como pouco produtiva para provocar resultados através da 
ginástica laboral.
As sessões de ginástica laboral muito curtas têm uma efetividade limitada devido ao baixo número 
de repetições, à pouca quantidade de exercícios e ao menor tempo para correções ou orientações. 
Assim, deve-se esperar uma menor eficiência no programa que tenha uma limitação importante no 
seu tempo de execução, embora parte dessa desvantagem possa ser amenizada pela frequência diária 
de aplicação da ginástica laboral. Deve-se estar atento, pois o gasto de tempo para mobilização dos 
trabalhadores para uma sessão curta é o mesmo do que em uma sessão mais longa, ou seja, o tempo 
investido menos aproveitado é proporcional.
Por outro lado, as sessões de ginástica laboral muito longas tendem a influenciar negativamente na 
adesão. Um tempo muito longo de sessão pode confrontar o trabalhador com a decisão entre participar 
da sessão e atrasar seus afazeres, ou simplesmente não participar. Assim, o evento passa a ter menor 
efetividade para o programa, pois não vai garantir participação significativa dos trabalhadores. O efeito 
prático que se poderia esperar seria de bons resultados para os trabalhadores que participam de uma 
sessão longa, mas pouca influência na produtividade total, pela baixa adesão.
Em sua pesquisa, Dishman (1988) destaca trabalhadores que iniciavam programas de atividades 
físicas com durações diferentes. Os grupos foram avaliados quanto à permanência do indivíduo na 
atividade, comparando-se as diferentes durações de sessões. Notou-se que durações longas de sessão 
tendem a ter maior evasão, provavelmente porque os funcionários passavam a se preocupar com as 
tarefas de seu trabalho que não estavam sendo cumpridas.
O profissional de ginástica laboral deverá conhecer o comportamento dos colaboradores e 
a dinâmica da empresa para buscar o melhor equilíbrio possível entre o tempo disponibilizado e a 
efetividade do programa.
5.4 Locais para realização da ginástica laboral
As áreas onde ocorrerão as sessões de ginástica laboral devem ser definidas com antecedência, 
na fase de avaliação inicial. Esses espaços podem ser sugeridos pela empresa, visando fluxo dos 
trabalhadores, segurança, menor interferência naqueles que continuarão trabalhando etc. Também é 
importante o profissional de ginástica laboral fazer sugestões sobre o local para a prática, para verificar 
se há objeções da entidade.
Normalmente, procura-se optar por um local de fácil acesso, muitas vezes no posto de trabalho, 
na própria sala ou ambiente por falta de área próxima em condições superiores. Quando possível, 
91
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
pode-se planejar usar um ambiente aberto, permitindo ao indivíduo respirar ar puro, ou isolar-se um 
pouco mais de onde trabalha.
Nesse contexto, avalia-se o percurso a realizar dentro da empresa, levando em conta os locais a 
serem atendidos, os horários e o número de colaboradores em cada espaço, para traçar a melhor opção 
de rota para atendimentos sucessivos. Depois, define-se junto com a organização onde cada tarefa 
pode ser mais bem realizada. Em alguns casos, repetições de sessão no mesmo lugar, revezando os 
colaboradores; em outros casos, uma sequência de locais diferentes escolhidos apropriadamente.
5.5 Possibilidades de integração da ginástica laboral com outros programas 
de incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador
No planejamento de um programa de ginástica laboral, deve-se levar em conta outras ações 
concomitantes, que já ocorreram ou que possam vir a ser executadas, dentro de um contexto geral de 
incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador. Estudos mostram que a qualidade de vida tem 
importante relação com o domínio físico (Silva et al., 2010).
Por conta dessa possibilidade de atuação em conjunto com outras ações, em muitas empresas 
podem ser formadas equipes multidisciplinares, com professores de educação física, fisioterapeutas, 
ergonomistas, nutricionistas, psicólogos, médicos, engenheiros do trabalho etc.
Qualidade de vida geral, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1995 apud Fernandes et al., 
2011, p. 1), envolve a “autopercepção do indivíduo no contexto da cultura e nos sistemas de valores em que 
ele vive, relacionando com seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Lipp (2004) identifica 
os seguintes tópicos para determinação da qualidade de vida geral: 
• trabalho/condições de trabalho;
• recursos econômicos;
• escolaridade;
• saúde/acesso aos serviços de saúde;
• relações familiares;
• habitação;
• nutrição;
• lazer.
Uma área específica de interesse é a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS), em inglês 
Health-Related Quality of Life (HRQOL-QVS-80), que é menos direcionada aos fatores sociológicos 
92
Unidade II
e diretamente ligada a saúde, sintomas físicos, toxicidade, funções físicas, emocionais, cognitivas e 
sexuais, aspectos sociais, estado funcional e possíveis consequências desses fatores (Diniz, 2013).
 Saiba mais
O QVS-80 é um instrumento que permite avaliar parâmetros da qualidade 
de vida no trabalho (QVT) segundo quatro domínios: saúde, atividade 
física, ambiente ocupacional e percepção da qualidade de vida.Leia sobre 
o QVS-80 e os fatores envolvidos com a saúde e a qualidade de vida no 
ambiente corporativo: 
VILARTA, R.; GUTIERREZ, G. L. (Org.). Qualidade de vida no ambiente 
corporativo. Campinas: Ipes, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3HntMJ3. 
Acesso em: 24 nov. 2024.
A qualidade de vida no trabalho é um tema cada vez mais importante quando gestores e empresas 
se preocupam com produtividade. E a saúde do funcionário pode ser incrementada por meio de ações 
que atendam a necessidades de sua vida também fora da organização, pois um indivíduo com hábito de 
praticar atividades físicas regulares fora da empresa terá, também em sua vida profissional, os efeitos 
benéficos de uma saúde melhor. 
Saúde corporativa, segundo Silva e De Marchi (1997), é a “soma das áreas assistencial, ocupacional, 
preventiva e de promoção da saúde”, buscando por meios educativos a conscientização dos indivíduos 
para gerenciar “seu estilo de vida, tornando-o mais saudável, feliz e produtivo”. Para os autores, 
um programa de qualidade de vida e promoção da saúde deve melhorar saúde e estilo de vida, disposição 
geral, nutrição e diminuir os riscos cardíacos.
Assim, ilustraremos a seguir algumas iniciativas que podem ser realizadas com alguma proximidade 
ao programa de ginástica laboral de forma a enriquecer o resultado final, em comum, que é a boa 
condição de saúde do trabalhador.
 Saiba mais
O texto a seguir destaca valiosas informações a respeito dos participantes do 
programa de ginástica laboral.
BRITO, E. C. O.; MARTINS, C. O. Percepções dos participantes de programa 
de ginástica laboral sobre flexibilidade e fatores relacionados a um estilo 
de vida saudável. Revista Brasileira de Promoção da Saúde, v. 25, n. 4, 
p. 445-454, 2012.
93
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
5.5.1 Programas de ergonomia
Programas de ergonomia e de ginástica laboral se complementam claramente em busca de um 
ambiente de trabalho e uma execução de tarefas que não agridam o indivíduo. Muitas vezes, a empresa 
implantará os dois programas ao mesmo tempo, e os profissionais envolvidos devem estabelecer um 
canal de comunicação facilitador de resultados positivos. Pode-se atuar em conjunto na análise das 
tarefas, na correção de posturas, na definição de pausas e atividades etc.
Para Martins e Duarte (2000, p. 12), o programa ergonômico é absolutamente necessário, poissem 
ele as sessões de ginástica laboral seriam apenas um
paliativo momentâneo, já que alguns minutos de alongamento e relaxamento 
não seriam capazes de atuar com eficácia sobre a má postura ocasionada 
por um mobiliário antiergonômico ou tarefas deficientemente prescritas, 
realizadas durante seis ou oito horas.
Os profissionais de ginástica laboral devem, ainda, ter precaução para não interferir negativamente 
no trabalho do profissional de ergonomia, pois nem sempre as ações podem ter o mesmo ritmo de 
implantação. Por exemplo, ele não deve criticar a não existência ou cobrar a aquisição de apoios para 
os punhos dos digitadores, pois a ênfase do programa de ergonomia pode ser outra naquele momento. 
5.5.2 Academia in loco
Algumas organizações ou centros empresariais conjugados oferecem um serviço de academia, 
implantado no próprio local, podendo ser utilizado por trabalhadores antes ou após o expediente. 
Os custos podem ser cobertos pela empresa, mas muitas vezes podem ser compartilhados com 
o trabalhador, que paga parte da mensalidade, enquanto a empresa paga o restante, gerando uma 
percepção de benefício e responsabilidade.
O profissional de ginástica laboral deve tomar conhecimento sobre tal iniciativa, assimilando as 
indicações e limitações de seu uso, podendo recomendar sempre que necessário a participação 
complementar em casos como obesidade, limitações físicas e necessidades particulares não atendidas 
pela ginástica laboral.
Do mesmo modo, ao buscar integração, o profissional da academia pode passar a recomendar aos 
seus matriculados a participação na ginástica laboral, de modo a aumentar a adesão ao programa.
94
Unidade II
Figura 54 – Uma academia in loco pode ser forte aliada de um 
programa de ginástica laboral, embora tenha diferentes objetivos 
Disponível em: https://bit.ly/3HleZOP. Acesso em: 12 nov. 2021.
5.5.3 Grupos de caminhada, ginástica ou corrida
Algumas empresas executam diversas práticas de atividades físicas e de lazer também com o 
objetivo de proporcionar boas condições de saúde a seus trabalhadores. O programa de ginástica laboral 
pode incentivar a adesão a esses programas, que, por sua vez, podem aumentar a conscientização para 
participação dos trabalhadores na ginástica laboral.
5.5.4 Programa de nutrição ou combate à obesidade
De modo similar ao caso anterior, é possível integrar ações como educação nutricional ou combate 
à obesidade em busca do objetivo da saúde integrada. A ginástica laboral não provoca perda calórica 
suficiente para redução de peso, mas seu caráter educacional pode contribuir para que o indivíduo se 
conscientize da importância de cuidar de sua saúde, e haja maior adesão ao programa nutricional ou 
de perda de peso.
Por outro lado, ao buscar uma convergência de atuações, o programa de combate à obesidade ou 
de educação nutricional pode contribuir para a conscientização do trabalhador em participar de outras 
ações de saúde, como a ginástica laboral.
95
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 55 – A qualidade (e a quantidade) dos alimentos nas refeições realizadas na empresa e os hábitos 
alimentares em casa são alvo de campanhas de conscientização nutricional e combate à obesidade, 
em busca da saúde dos trabalhadores. A integração dos programas pode ser benéfica para os resultados de ambos 
Disponível em: https://bit.ly/3kt4ZcA. Acesso em: 12 nov. 2021.
5.5.5 Possibilidades de integração com outros programas de qualidade de vida e saúde 
no trabalho
Programas de promoção de saúde e qualidade de vida abrangentes ou específicos estão sendo 
utilizados nas empresas para preservar o capital humano. A ginástica laboral comumente faz parte dessa 
estrutura, embora às vezes seja aplicada separadamente.
Há uma grande diversidade de iniciativas que podem ser implementadas nas organizações, muitas 
vezes sendo escolhidas devido a área de atuação da empresa, faixa etária ou interesses dos trabalhadores, 
objetivos estratégicos ou outras decisões.
Algumas das ações podem visar sobretudo o relaxamento, como salas de descompressão com TV ou 
video games, redes de descanso ou almofadas para leitura, jardim ou espaço zen. Em uma empresa de 
tecnologia de São Paulo, foi instalado um local para pequenos cochilos, com privacidade e iluminação 
controlada. Algumas iniciativas podem, por exemplo, premiar os mais assíduos participantes da ginástica 
laboral com uma sessão de quick massage (massagem expressa na qual não é necessário retirar a roupa 
ou deitar-se na maca).
Sobre essa atribuição de espaço durante uma pausa, a OIT (2018) propõe que o local seja separado, longe 
do barulho ou de perturbações, para que o trabalhador possa se recuperar, não somente descansando, mas 
se preparando para em seguida voltar a produzir em melhores condições. Outras sugestões são que haja 
mobília confortável e atmosfera relaxante, utilização de plantas e boa ventilação, água e instalações sanitárias 
adequadas e soluções de baixo custo, como um toldo permitindo acesso à área externa e sombra.
96
Unidade II
Quando além do relaxamento a empresa deseja provocar alguma movimentação ou até mesmo 
o combate ao sedentarismo, pode-se instalar bicicletas para empréstimo, jogo de dardos, bicicleta 
ergométrica, cesta de basquete (bolas de espuma), máquina de remada ou até bonecos próprios para 
golpear com socos. 
Figura 56 – Para extravasar a tensão, algumas empresas possuem salas de descompressão, possibilitando 
um local para sentar-se e ouvir música, ou mesmo para praticar dardos ou golpear um objeto 
Disponível em: https://bit.ly/3wEqex3. Acesso em: 12 nov. 2021.
Se houver integração dentro de uma filosofia convidativa, todas essas ações vão gerar diferentes 
estímulos à saúde física e psicossocial dos indivíduos no trabalho, podendo ser valorizadas pelo programa 
de ginástica laboral, aumentando sua adesão.
A integração mostra-se importante, pois muitos dos gastos das empresas podem vir de situações 
não diretamente impactadas pela ginástica laboral, mas de relevância coadjuvante ao programa. 
Silva e De Marchi (1997) sintetizam um exemplo dos gastos com saúde dependendo do estilo de vida 
do trabalhador:
Tabela 9 – Aumento de despesas em grupos específicos 
relacionado a hábitos e condições de saúde 
Sedentários
36% Maiores as despesas com saúde
54% Maior o tempo de internação
Obesos
8% Maiores as despesas com saúde
85% Maior o tempo de internação
Fumantes
40% Maior a taxa de absenteísmo
25% Maiores as despesas de saúde
114% Maior o tempo de internação
Fonte: Silva e De Marchi (1997, p. 138).
97
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
5.6 Planejamento do programa de ginástica laboral
Não há uma única forma de planejar o programa de ginástica laboral para obter sucesso. As 
diversas realidades nas empresas vão determinar quais os fatores mais críticos em cada caso, 
cabendo ao profissional de ginástica laboral entender as necessidades e a melhor forma de atuação 
naquele caso. 
É importante haver um processo de abordagem que permita orquestrar todas essas variáveis. 
Cañete (2001) propõe uma divisão em cinco fases: levantamento de necessidades (diagnóstico), 
informação (sensibilização), implementação (projeto piloto), desenvolvimento e consolidação (todos os 
setores), e comprometimento (interiorização).
Mendes e Leite (2012) fazem uma proposta de quatro fases do projeto de ginástica laboral:
• Fase 1 – estruturação: engloba a composição do grupo de trabalho e a obtenção de levantamentos, 
com dados de cada setor, traçando-se um perfil do público-alvo, das tarefas realizadas no trabalho 
(espaço físico).
• Fase 2 – planejamento: envolve o planejamento em si, quando é feita a seleção das atividades, 
a escolha dos exercícios, a determinação de horários e a tarefa de sensibilização e divulgação.
• Fase 3 – execução: refere-se à implantação do programa de exercícios, cabendo ao profissional 
de ginástica laboral não apenas ministrar os exercícios, mas também trabalhar continuamente 
para a motivação. Deve-se preverum período para aplicar o projeto piloto no grupo escolhido, em 
geral com a duração de 3 a 6 meses.
• Fase 4 – avaliação do programa: realizada após a implantação do projeto piloto ou em 
continuidade a cada 3 ou 6 meses, mensura os parâmetros conquistados e não conquistados para 
estudar as alterações necessárias no programa. 
O planejamento tem a seguinte proposta de divisão: geral, mensal (segmentação em períodos), 
semanal e da sessão. 
Os três primeiros níveis são realizados como planejamento de longo prazo, prevendo e estudando 
o que ocorrerá no andamento do projeto, enquanto o último passo é o planejamento da sessão em 
si, que também deve ser avaliado com antecedência e ser integrado ao restante do programa, como 
veremos adiante.
Planejamento geral
É uma visão do programa como um todo. Nele estarão contidas as ideias gerais, considerando 
as necessidades da empresa. Deve prever a aplicação de uma avaliação inicial e a determinação dos 
objetivos para cada setor.
98
Unidade II
O planejamento geral pode prever no início da implantação a possibilidade de um projeto piloto, que é 
a execução de maneira controlada em uma parte do escopo, por exemplo, em apenas um turno, ou alguns 
departamentos menos conturbados, ou mais participativos etc. Assim, conhecendo as consequências da 
introdução, as demandas geradas, as repercussões perante os trabalhadores e qualquer interferência na 
dinâmica diária daquele setor, em seguida é possível estabelecer o projeto nos demais departamentos 
ou no restante da empresa, já prevendo as ações testadas para facilitar o processo.
Vejamos um exemplo de um projeto piloto. 
Considere que uma empresa queira implantar um grande projeto de ginástica laboral em diversas 
cidades. Ao programar um projeto piloto em uma unidade que se deseja testar como modelo, 
pode-se entender as variáveis não previstas, como o tempo de deslocamento entre dois setores, a demora 
entre a chegada do profissional e o início da atividade em si, a necessidade de alguma adaptação de 
abordagem etc. 
Se o responsável pela ginástica laboral e o(s) seu(s) interlocutor(es) na empresa puderem avaliar a 
experiência da implantação do projeto piloto, a sequência com a introdução nas demais cidades será 
feita já abrangendo os ajustes necessários, minimizando as ocorrências indesejáveis nessa fase final.
Planejamento mensal
Em um segundo nível, o planejamento seguirá prevendo a segmentação do período total em partes 
ou ciclos. Pode variar dependendo da exigência do projeto. Assim, é possível usar essa divisão em 
planejamento mensal, semestral ou trimestral – ou mesmo uma combinação entre estes. Exemplificando 
em ciclos mensais, um planejamento pode determinar que o primeiro mês deve ter como objetivo 
adicional a melhor integração entre os trabalhadores, e o ciclo seguinte pode ter intenção de desenvolver 
uma melhor consciência corporal, com objetivos definidos para tais ciclos. Isso permitirá que nos ciclos 
subsequentes possam ser aproveitados ao máximo os esforços do programa com as preocupações iniciais 
de integração e consciência corporal.
Sem se afastar dos objetivos gerais fixados pelo programa, os ciclos podem incluir algumas metas 
momentâneas, ou somente usar estratégias diferenciadas para a sua realização. Poderia, no exemplo 
citado, usar atividades em duplas e trios no início do programa, promovendo interação social, enquanto 
trabalha os movimentos necessários para alcançar os objetivos físicos já definidos como importantes.
Pensando em diversos setores ao mesmo tempo, um planejamento diferenciado pode prever um 
ciclo do programa no qual haverá mais frequência de atuação em um departamento crítico, em que se 
deseja diminuir emergencialmente o número de ocorrências de dor, do que em outro setor, já deixando 
estipulado que no ciclo seguinte, quando já se tiver conseguido alguma estabilização no quadro, 
poder-se-á adotar uma frequência menor, permitindo o deslocamento do profissional de ginástica 
laboral para um setor que até então não havia sido atendido por ser menos emergencial.
99
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Planejamento semanal
O terceiro nível de planejamento segue também a possibilidade de flexibilidade. Aqui servirá 
como referência para a variabilidade do programa, não pela exata frequência necessária ser semanal, 
mas como base de comparação. Alguns planejamentos usam como referência um mês; outros, cada 
sessão separadamente. 
Um programa de ginástica laboral deve perseguir seus objetivos principais constantemente, mas não 
deve propor atividades repetitivas, com o risco de tornar-se desmotivador. Ao propor a base semanal 
como referência, espera-se que o profissional de ginástica laboral implemente alterações em suas rotinas 
de exercícios com certa frequência – a elaboração de cada sessão será estudada depois.
O profissional de ginástica laboral que usar a referência semanal pode prever um mesmo exercício em 
todas as sessões daquela semana – ou então definir que seja vital realizar sempre exercícios diferentes. 
O que mais importa é ter controle sobre a dinâmica, perseguindo os objetivos e estipulando uma rotina 
de variações que o grupo aceite como motivadora.
A decisão de repetir o mesmo exercício ao longo de uma semana pode ser justificada 
alegando-se que o trabalhador pode assimilar melhor a sua execução, perceber a posição do corpo 
e as sensações da realização, dominando algum movimento específico, o que não ocorreria sem a 
possibilidade de repetição. 
Não há necessidade, entretanto, que todos os exercícios da sessão sejam repetidos. Pode-se decidir 
repetir um exercício complexo ao longo de todas as sessões da semana, enquanto outro exercício 
pode ser alterado. O profissional de ginástica laboral vai encontrar a melhor organização do programa 
conforme as necessidades locais.
Tomando como exemplo a importância da flexibilidade da região lombar para diminuir as queixas 
de dores como um dos objetivos principais do programa de ginástica laboral, se a decisão é pela maior 
variedade de exercícios, o plano da semana deve prever, por exemplo, três diferentes realizações de 
flexão da coluna lombar. O primeiro exercício poderia ser na posição em pé, com os pés juntos e os 
joelhos estendidos, flexionando o tronco à frente até onde for confortável para cada trabalhador. 
Na sessão seguinte, a flexão do tronco à frente com as pernas afastadas lateralmente uma da outra, e 
como terceira opção de variação do exercício em outra sessão, a realização da flexão do tronco à frente 
a partir da posição sentada, na própria cadeira de trabalho.
Desse modo, o objetivo estaria sempre sendo buscado, mas com o planejamento semanal prevendo 
a variabilidade de exercícios para a região corporal trabalhada.
100
Unidade II
Planejamento da sessão 
É o quarto nível do planejamento dessa abordagem, descrevendo cada sessão de ginástica 
laboral quanto a objetivos específicos, exercícios a serem realizados e sua respectiva quantificação 
(amplitude, número de repetições, tempo de execução, tempo de permanência em posição estática etc.), 
possibilitando a planificação do tempo de sessão, como será visto no tópico a seguir.
 Lembrete
Apesar de a monotonia não ser desejável, pode ser que em algumas 
situações a possibilidade de repetição de um movimento seja proveitosa. 
Cabe ao profissional de ginástica laboral decidir conforme cada realidade. 
6 PLANEJAMENTO DAS SESSÕES DE GINÁSTICA LABORAL
As sessões de ginástica laboral são a menor unidade desse programa de implementação, e são a 
instrumentalização para o alcance dos objetivos.
O planejamento das sessões deve prever as características dos clientes e os conteúdos a abranger, 
de acordo com os objetivos propostos e as estratégias a serem utilizadas.
6.1 Característica dos clientes
Os trabalhadores de uma empresa nem sempre realizam atividades físicas regulares ou diversificadas. 
Por isso, o profissional de ginástica laboral deve avaliar com cuidado a vivência dos seus clientes e aspossibilidades de realização de movimentos por eles, de forma a preservar os participantes, evitando que 
se machuquem e utilizando movimentos que sejam compreensíveis e executáveis inicialmente dentro 
de seu repertório motor, e ao longo do programa aumentar gradativamente as possibilidades.
A fim de dar meios de análise ao profissional de ginástica laboral sobre a realidade do cliente, pode-se 
analisar alguns gráficos elaborados pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), 
em sua publicação sobre atividades físicas e esportivas para todas as pessoas (PNUD, 2017).
No primeiro gráfico a seguir, quando analisada a prática de atividades físicas e esportivas por faixa 
etária e sexo, nota-se em primeiro lugar a grande diferença entre o sexo masculino e o feminino nos 
primeiros 40 anos, com gradativo declínio do percentual de prática do sexo masculino até ambos 
igualarem-se (em níveis baixos) de 50 anos em diante. Ao planejar atividades de ginástica laboral, 
o profissional deve estar ciente dessa característica populacional, levando em conta, logicamente, a 
atividade física exercida em alguns tipos de funções laborais.
101
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
80
70
60
50
40
30
20
% 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou +
Homens Mulheres
Figura 57 – Proporção de praticantes de atividades físicas e esportivas no Brasil segundo faixa etária e sexo
Fonte: PNUD (2017, p. 102).
Em seguida, ainda avaliando a clientela populacional, pode-se verificar como ocorre a prática de 
atividades físicas e esportivas segundo a renda domiciliar, comparando-se as realidades encontradas 
entre as pessoas com baixa renda e sem renda e as que estão na faixa de cinco salários mínimos ou 
mais, o que sugere uma graduação desse comportamento segundo a faixa salarial. Essa visão pode 
auxiliar o profissional de ginástica laboral a entender os hábitos e necessidades de diferentes setores 
nas empresas:
80
70
60
50
40
30
20
10
% 15 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 59 anos 60 anos ou +
Sem rendimentos a menos de ½ salário mínimo 5 salários mínimos ou mais
Figura 58 – Proporção de praticantes de atividades físicas e esportivas no Brasil segundo as faixas 
de rendimento mensal domiciliar per capita e a idade 
Fonte: PNUD (2017, p. 103).
Outra análise que pode ser realizada é quanto aos motivos da busca da prática de atividades físicas e 
esportes pela população, dividindo essa procura em faixas etárias. O profissional de ginástica laboral pode 
examinar na tabela a seguir as características dessa procura diferenciada e tentar entender em relação 
a seu público local os gostos ou as necessidades de adequação a faixa etária e interesses específicos.
102
Unidade II
Tabela 10 – Percentual da população segundo o motivo para prática 
de atividades físicas e esportivas, por idade, no Brasil
Motivo 15 a 17 
anos
18 a 24 
anos
25 a 39 
anos
40 a 59 
anos
60 anos 
ou mais Total
Para melhorar a qualidade de vida 
ou o bem-estar 14,2 23,9 34,0 39,7 38,9 32,7
Para relaxar ou se divertir 40,8 31,4 23,0 15,5 10,0 22,2
Para melhorar ou manter o 
desempenho físico 17,2 26,7 26,9 19,5 13,1 22,0
Por indicação médica 2,3 3,0 6,6 19,6 34,8 13,0
Por gostar de competir 16,5 9,9 5,7 3,0 1,5 6,1
Para socializar, encontrando com 
amigos ou fazendo novas amizades 7,3 4,4 2,9 2,0 1,3 3,1
Outro 1,7 0,8 0,8 0,8 0,4 0,8
Fonte: PNUD (2017, p. 121).
Não se pode deixar de analisar a vestimenta dos clientes que participam de programas de ginástica 
laboral. Diferentemente do que ocorre em uma academia ou um programa de ginástica ou corridas, 
os participantes de um programa de ginástica laboral utilizam sua própria roupa de trabalho para 
realizar os exercícios. Os calçados usados também são um fator a ser levado em conta no planejamento 
das atividades, e eventualmente equipamentos de proteção individual (EPIs) que sejam obrigatórios em 
determinado local, inclusive para o profissional de ginástica laboral.
Figura 59 – Vestimentas pesadas, como as de operários da construção, podem causar restrições 
de movimentos em alguns exercícios. Também é importante considerar a troca de calor corporal 
em relação ao clima, aos calçados e aos EPIs usados pelos trabalhadores 
Disponível em: https://bit.ly/3qwmJHM. Acesso em: 12 nov. 2021.
Não há necessidade de roupa especial para a prática da ginástica laboral, mas para evitar que 
os trabalhadores não consigam realizar movimentos planejados, o profissional deverá considerar as 
limitações de cada vestimenta (Tuloni; Moro, 2010).
103
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Concebendo que a ginástica laboral não deve provocar sudorese, no estudo de Sjögren et al. 
(apud Tuloni; Moro, 2010), os autores concordam que treinamentos físicos realizados por trabalhadores 
com baixa intensidade (30% de 1RM) não causariam suor e por isso não necessitariam de vestimenta 
própria nem de banho após a sessão.
Nesse mesmo estudo, foi executado um teste com sete exercícios físicos predeterminados, 
e verificou-se que em 78% dos movimentos dos trabalhadores avaliados a amplitude de movimento foi 
menor com o uniforme oficial de trabalho da empresa do que com um agasalho próprio para realizar 
atividades físicas em alguns dos exercícios, enquanto em outros a amplitude alcançada foi equivalente 
nas duas vestimentas. Treze dos vinte indivíduos descreveram sentir limitação de movimento com o 
uniforme da empresa, embora não tenha havido objeção em participar ou insatisfação com o programa 
no grupo designado quanto ao uso do uniforme da empresa durante o estudo.
Considerando não ser razoável a exigência de troca de roupa para realização da ginástica laboral, 
tampouco a confecção de uniformes para trabalhar que sejam necessariamente adequados à ginástica 
laboral em todas as entidades, caberá ao profissional que ministra os exercícios ter a precaução de 
planejá-los para que possam ser feitos com a roupa usual de trabalho de cada departamento. 
Em locais com condições rústicas, uniformes grossos de proteção, muitas vezes com calçados 
reforçados, como botas de segurança, podem exigir uma adequação vital das atividades, em especial 
por limitarem a amplitude de alguns dos movimentos.
Em ambientes formais administrativos, trajes típicos de trabalho, como calça social, gravata, 
vestidos e blazers, podem requerer atenção da mesma forma. Além de algumas roupas limitarem os 
movimentos, é necessário atenção para que não haja desestruturação das roupas utilizadas nem exposição 
corporal indesejada, o que, certamente, terá o efeito de diminuição da frequência de participação dos 
trabalhadores que se ressentirem mais desses aspectos. Nesse ambiente, o salto alto para as mulheres 
também pode ser um fator limitante em algumas atividades. Em locais com um piso adequado, como 
carpete, possibilita-se a retirada dos sapatos para execução de exercícios. Todavia, essa opção deve ser 
do trabalhador, e não uma imposição do programa, para evitar constrangimentos desnecessários.
Portanto, para a questão da análise dos clientes, o profissional de ginástica laboral terá que adequar 
as atividades para seus diferentes públicos. Sua experiência facilitará a análise e sugestões ao grupo de 
participantes, tanto no planejamento como na condução da sessão visando a adequação necessária.
6.2 Planejamento do conteúdo da sessão de ginástica laboral
Uma vez identificados os objetivos pretendidos com o programa e os fatores característicos dos 
clientes e das sessões, pode-se iniciar a definição das atividades a serem realizadas.
De modo geral, as atividades possíveis de envolver conteúdos no programa de ginástica laboral 
são citadas por Brasil (2000), que afirma que uma equipe multidisciplinar pode trazer benefícios na 
prevenção aos quadros de LER/Dort. Para tal, Brasil (2000, p. 13-14) destaca alguns exemplos de 
atividades a serem desenvolvidas: 
104
Unidade II
• Núcleo informativo acoplado ao trabalho corporal, informações sobre anatomia e fisiologia, 
fisiopatologiade LER/Dort, atividades da vida diária, noções de limite.
• Abordagem de aspectos psicossociais, instrumentalizando o paciente a superar dificuldades rotineiras.
• Técnicas variadas de alongamento, automassagem, relaxamento, fortalecimento muscular e correção 
de postura.
• Cinesioterapia, massoterapia.
• Estímulo a atividades lúdico-sociais.
• Condicionamento físico.
Quanto ao proposto como núcleo informativo de um programa de ginástica laboral, Brito e Martins 
(2012, p. 448) complementam com informações a respeito da ergonomia, dizendo que “tais atitudes 
devem ser frequentemente salientadas durante a ginástica laboral, perpetuando e solidificando o 
bem-estar que essas aulas podem gerar”. Continuam as autoras:
A abrangência da ginástica laboral pode ir além dos minutos que ela 
compreende, pois, dependendo do que o professor repassa, seja sob forma 
de exercício físico ou de informação sobre saúde, os trabalhadores podem 
apropriar-se de tais conhecimentos e aplicá-los em qualquer momento do 
dia, dentro ou fora da jornada de trabalho (Brito; Martins, 2012, p. 448).
De fato, Kallas e Batista (2009) defendem uma metodologia de inserção do conhecimento nas sessões 
de ginástica laboral para que, em vez de serem somente de caráter procedimental, também gerem 
benefícios conceituais e atitudinais, por exemplo, ao reconhecer os benefícios de uma determinada 
prática física ou a adoção de hábitos de atividade física como modificação de sua atitude.
Figura 60 – A ginástica laboral pode ser planejada para fornecer informação para o trabalhador sobre hábitos 
audáveis e prática de atividade física regular, trazendo benefícios para sua saúde 
Disponível em: https://bit.ly/3c59l4X. Acesso em: 12 nov. 2021.
Achour Junior (apud Lima, 2008), por exemplo, propõe que um trabalhador “simplesmente alongue-se, 
independentemente do horário”. Para isso, é preciso haver o reconhecimento da região corporal e da tensão 
muscular, a identificação da necessidade de distensionamento ou aquecimento local, e o conhecimento de 
105
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
uma técnica de alongamento para a qual tenha sido instruído e que passou a fazer parte de seu repertório 
de defesa contra a tensão, ações que devem ter sido desenvolvidas pelo profissional no programa de ginástica 
laboral, empoderando o trabalhador na manutenção de suas condições de conforto e saúde.
Couto et al. (1998) sugerem que profissionais de fisioterapia e educação física atuem em atividades 
de aquecimento, de distensionamento e compensatórias. As primeiras são indicadas quando o 
trabalhador realizará ação repetitiva ou vigorosa, permitindo o aumento da temperatura muscular. 
O distensionamento sugerido pelo autor é executado através de alongamentos, de acordo com a 
musculatura mais utilizada, enquanto a atividade compensatória visa combater as posturas forçadas 
durante a jornada de trabalho.
Seguindo essa linha de pensamento, atividades com potencial benéfico ao quadro de necessidades 
encontrado e objetivos propostos devem ser escalonados dentro do programa permanentemente para 
seu sucesso. Quando os objetivos do programa enumeram, por exemplo, diminuição da fadiga 
dos flexores do punho e dedos (digitação) e diminuição no absenteísmo por dor lombar (postura), 
os grupos das atividades a serem propostas devem ser elencados entre as necessidades levantadas 
(relaxamento, fortalecimento, alongamento, massageamento etc.). Então, na etapa do planejamento 
das sessões, os exercícios serão escolhidos.
Uma sessão de ginástica laboral irá respeitar o planejamento realizado, e seu conteúdo deverá estar 
de acordo com a proposta para aquela data. Ao planejar determinada sessão, o profissional irá consultar 
o programa para aquele período e verificar os conteúdos a serem executados nas sessões e as regiões 
corporais a serem trabalhadas.
A variabilidade deve ser assegurada, devendo o profissional consultar as sessões anteriores para 
propor exercícios diferentes com uma periodicidade de variação, considerando o planejamento semanal 
analisado previamente. Assim, além de variar em certo grau as exigências para determinada região 
corporal, como amplitude, intensidade, repetições etc., irá provocar uma variação motivacional e elevar 
a conscientização corporal através da aquisição de maior repertório motor.
Há várias possibilidades para trabalhar o alongamento dos flexores dos dedos e do carpo. Em uma 
sessão, o profissional pode fazer uma extensão de punho com a palma da mão virada para a frente; 
na sessão seguinte, apoiando a palma da mão sobre a mesa; depois, pode realizar o exercício em duplas; 
a seguir, apoiando a mão na parede, e assim por diante. 
Pode-se cumprir o objetivo, sessão após sessão, sem ser repetitivo. Isso valoriza o profissional, 
dinamiza o programa e aumenta o repertório motor dos clientes e a adesão ao programa.
O ordenamento e adequação do conteúdo também se torna vital. Atividades um pouco mais 
vigorosas ou exigentes podem ser deixadas para a segunda metade da sessão, após a realização de 
alguns movimentos que prepararem o trabalhador para o gesto mais vigoroso a seguir.
Por exemplo, se o objetivo planejado é a mobilização de punho, pode-se fazer primeiramente no 
sentido anteroposterior (flexão e extensão), preparando a região com movimentos simples antes de um 
movimento mais complexo, como a circundução. 
106
Unidade II
6.3 Classificações da ginástica laboral
Muitas são as possibilidades de classificação da ginástica laboral conforme os objetivos e as 
propostas. Neste livro-texto, vamos usar uma classificação simples, de acordo com o horário de 
aplicação da sessão.
6.3.1 Ginástica de aquecimento ou preparatória
Conforme proposto por Couto et al. (1998), exercícios de aquecimento são indicados quando houver 
alta repetitividade, como no computador, ou em atividades fisicamente pesadas.
Nos dois casos, a ginástica laboral, se realizada antes do expediente, pode colaborar na preparação do 
organismo para as solicitações da jornada de trabalho, através de adaptações físicas e fisiológicas, como 
preparação postural, aquecimento muscular, aumento da irrigação sanguínea e frequência cardíaca, 
bem como de preparo psicoemocional para iniciar as funções de trabalho.
A literatura concorda em atribuir à ginástica laboral preparatória benefícios e consequente melhor 
preparação para enfrentar a carga de trabalho, em especial em atividades pesadas. No entanto, Lafetá 
et al. (2012) pesquisaram a repercussão de uma sessão de ginástica laboral preparatória contendo 
exercícios de aquecimento, massagem e alongamento balístico. Contrariando o senso comum e estudos 
consolidados sobre os benefícios da ginástica laboral preparatória, os autores não observaram alterações 
na avaliação eletromiográfica na porção anterior dos deltoides direito e esquerdo na avaliação de 
exercício isométrico de força máxima logo após a ginástica laboral. Ademais, o grupo experimental (que 
realizou a ginástica laboral preparatória) teve uma diminuição de torque no teste de força isométrica no 
protocolo do teste para o membro superior direito, que não se repetiu no membro superior esquerdo. 
No grupo de controle (não fez a ginástica laboral preparatória), não houve alterações significativas.
Tabela 11 
Análise da RMS normalizada (%CIVM) e torque máximo (kgf) no pré e pós-teste do grupo experimental
Variável n Pré-teste / DP Pós-teste / DP
RMS dir. 10 29.27+/-4.48 29.29+/-6.09
RMS esq. 10 31.65+/-3.37 31.81+/-5.07
Torque máx. dir. 10 5.01+/-3.29 3.94+/-2.67
Torque máx. esq. 10 4.17+/-2.79 3.87+/-1.27
Análise da RMS normalizada (%CIVM) e torque máximo (kgf) no pré e pós-teste do grupo de controle
Variável n Pré-teste / DP Pós-teste / DP
RMS dir. 9 29.97+/-4.33 28.48+/-6.83
RMS esq. 9 29.49+/-4.32 30.7+/-6.47
Torque máx. dir. 9 5.18+/-1.64 4.97+/-1.76
Torque máx. esq. 9 4.19+/-9.52 4.28+/-1.48
Fonte: Lafetá et al. (2012, p. 326).
107
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
A tabela apresenta os valores de pré-teste e pós-testeda eletromiografia do deltoide anterior e 
de torque máximo para o grupo experimental (GE – parte superior da tabela) e o grupo de controle 
(GC – parte inferior da tabela). Note no torque máximo D (direito) do GE que se apresentou um 
decréscimo do valor no pós-teste (Lafetá et al., 2012).
Tal fato pode indicar que a sessão de ginástica laboral preparatória realizada, não sendo específica 
para aumento de força, logicamente não causa repercussão neuromuscular e incremento da força. 
Mais pesquisas são necessárias para demonstrar a diferença entre protocolos de ginástica laboral 
preparatória e suas exatas repercussões musculares, o que não invalida todas as pesquisas feitas sobre 
os benefícios do caráter de aquecimento ou proteção da ginástica laboral preparatória.
6.3.2 Ginástica de pausa
Ocorre com o intuito de provocar uma interrupção no ritmo de trabalho e, mais do que permitir o 
descanso, executar uma sessão de ginástica laboral no meio do expediente, retornando logo a seguir ao 
trabalho. Couto et al. (1998) indicam para essa categoria uma ginástica de distensionamento, devendo 
o profissional analisar os movimentos mais realizados no trabalho e propor exercícios compensatórios 
adequados àqueles grupos musculares ou estruturas corporais.
A ginástica de pausa é chamada de ginástica compensatória por alguns autores. Para fins didáticos, 
aqui será aplicado o termo ginástica de pausa, pois a compensação das estruturas solicitadas ao longo 
da jornada pode estar incluída também nos objetivos da ginástica praticada no fim do expediente, não 
sendo exclusiva sua busca apenas durante a pausa.
6.3.3 Ginástica de fim de expediente
Tem como característica principal o objetivo de fazer uma finalização da jornada, provocando um 
relaxamento do trabalho realizado, preparando o indivíduo para terminar seu turno e retornar a sua 
casa em condições confortáveis.
Segundo Lima (2008), um dos objetivos da ginástica de fim de expediente é propor atividades para 
que o trabalhador possa relaxar, meditando e fazendo uma autoavaliação, através de exercícios de 
alongamento e consciência corporal.
Essa aplicação ao fim do expediente é chamada de ginástica de relaxamento por alguns autores, 
mas como alguma forma de relaxamento também pode fazer parte dos objetivos da categoria anterior, 
preferimos o termo ginástica de fim de expediente. Essa ginástica de fim de expediente pode prevalecer 
como relaxante na maioria de suas propostas, mas não de forma exclusiva, pois em outros momentos da 
jornada de trabalho podem ser usados exercícios de relaxamento de determinados segmentos ou grupos 
musculares, mesmo que em proporção menor.
108
Unidade II
7 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
A implantação deve ser planejada de modo a aumentar sua aceitação, sua adesão e seus resultados. 
Considerando a diversidade de condições, culturas organizacionais e outros parâmetros, não existe um 
único modo de introdução que seja ideal para todas as realidades empresariais.
7.1 Sensibilização
Parte essencial do programa de ginástica laboral é a sensibilização dos trabalhadores e gestores.
Inicialmente, em grandes empresas, os gestores serão um importante elemento de ligação e 
alavancagem do programa. Líderes que não acreditam no processo chegam a fazer campanha contrária 
entre os trabalhadores para que não interrompam o serviço e não participem da atividade.
Para superar essa dificuldade, o profissional de ginástica laboral deve traçar estratégias a fim de 
combater a indiferença e aumentar a sensibilização. Pode ser necessária uma reunião com a equipe 
de gestores para dar credibilidade à execução do projeto – se preciso, requisitando a participação da 
diretoria. Em algumas empresas, o próprio presidente faz questão de participar das atividades para 
estimular e dar o exemplo aos colaboradores.
Reuniões, palestras, boletins e outros meios podem ser usados para elevar o conhecimento e a 
sensibilização sobre o programa. Palestras são elementos vitais, esclarecendo dúvidas e elucidando 
conceitos e objetivos específicos (Martins, 2011 apud Figueiredo; Mont’Alvão, 2008).
Cañete (2001) sugere que o aumento da produtividade não seja o maior motivo de incentivo ao 
programa. Essa percepção poderia levar à impressão de ser a empresa a única favorecida pela iniciativa. 
Certamente, os benefícios de saúde individuais devem ser evidenciados para que os trabalhadores possam 
assimilar os ganhos individuais antes de pensarem que a ginástica laboral é boa apenas para o patrão.
7.2 Condução das sessões de ginástica laboral
7.2.1 Organização pré-sessão
Uma vez definida a duração e o horário de início da ginástica laboral, deve-se cumpri-los para que 
a ação atinja sua finalidade. 
Algumas vezes, em trocas de turno, o horário da sessão é planejado para poder atender a alguns 
trabalhadores que irão sair do serviço logo em seguida, ao mesmo tempo que serão atendidos aqueles 
que acabaram de iniciar seu turno.
Outro exemplo de como o horário é crítico é quando se estabelece uma pausa para a ginástica laboral 
dentro de sistemas de teleatendimento, intercalando com as pausas previstas na NR 17 até mesmo em 
outras localidades unificadas sob a mesma central. O tempo também é essencial nos intervalos com 
parada de máquinas ou deslocamento dos trabalhadores. 
109
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Por isso, é importante que o horário estipulado seja cumprido pelo profissional de ginástica laboral, 
tanto o horário de início como a duração da aula prevista, não interferindo no retorno imediato dos 
trabalhadores aos seus postos. Portanto, deve-se organizar conteúdos, repetições, tempo de permanência 
em alongamentos etc. de forma cuidadosa, acompanhando a sessão, e fazer as devidas adaptações 
necessárias em cenários mais críticos de controle de tempo. 
Analisando a atuação em um setor, normalmente a sessão de ginástica laboral é realizada com 
horário determinado, ou seja, os colaboradores não são surpreendidos por uma atividade inesperada. 
Ao chegar ao departamento onde ocorrerá a sessão, em geral o profissional pede licença para entrar 
e gentilmente se mostra presente, com cuidado para não interromper reuniões, conversas de trabalho 
ou telefonemas em andamento. Então, convida os trabalhadores a participar. Em alguns departamentos, 
pode ocorrer de o responsável local solicitar que o profissional de ginástica laboral aguarde até que o 
chamado seja feito e a interrupção seja permitida oficialmente – por exemplo, pelo supervisor.
Quando a atividade é feita na própria área de trabalho, basta se posicionar no ponto já 
predeterminado e incentivar a vinda ou aguardar a aproximação dos participantes, permitindo algum 
tempo de mobilização, até que cada trabalhador possa terminar a tarefa que estava executando ou 
se organizar para retomá-la assim que retornar, minimizando os efeitos da interrupção.
Durante a espera pelos participantes, pode-se preparar o local com música em volume baixo (quando 
permitido), recepcionando-se os primeiros a se apresentarem, podendo, inclusive, passar atividade 
preliminar, como espreguiçar-se ou movimentar alguma região corporal para aproveitar o tempo de 
espera de modo ativo, enquanto os demais trabalhadores estão se dirigindo ao encontro.
Quando a sessão é realizada em um espaço que reúne os trabalhadores fora do departamento, 
o profissional irá ao local determinado verificar se está pronto a ser utilizado. Caso necessário, fará 
ajustes, e depois vai contatar os setores na ordem que tiver sido definida.
 Lembrete
A implantação de um programa de ginástica laboral deve ser planejada 
de modo a aumentar sua aceitação, sua adesão e seus resultados. 
Considerando a diversidade de condições, culturas organizacionais e 
outros parâmetros, não existe um único modo de introdução que seja 
ideal para todas as realidades empresariais.
7.2.2 Durante a sessão 
Os procedimentos de condução da sessão de ginástica laboral podem variar de uma realidade 
empresarial para outra, masem geral se deve adotar uma condução tranquila, às vezes mais intensa, 
dependendo das características da empresa, do setor e dos objetivos.
110
Unidade II
Em grande parte das sessões, pode-se esperar que haja trabalhadores que continuem suas tarefas 
enquanto a atividade estiver sendo ministrada. Às vezes, é necessário dividir o grupo para que o 
serviço não seja interrompido, não sendo possível que todos os colaboradores executem a sessão no 
mesmo momento. Em outras situações, embora conseguindo, é possível que alguns prefiram continuar 
trabalhando e optem por não participar.
Assim, a proposição dos exercícios e as interações devem ser cuidadosas quanto ao ruído gerado, 
para que clientes em atendimento telefônico, por exemplo, não fiquem com a percepção de que a 
empresa tem um ambiente bagunçado ou com barulho indevido.
A explicação dos exercícios escolhidos deve ser realizada com clareza e simplicidade. No início do 
programa, é comum os participantes não terem conhecimento sobre a prática de atividades físicas, e o 
profissional de ginástica laboral deve estar atento a dúvidas, que, usualmente, são percebidas pela não 
execução ou demora na execução dos exercícios.
Outro problema comum é a pouca consciência corporal de parte dos trabalhadores, que pode até 
ter entendido a proposta do exercício, mas não consegue repetir o gesto por não ter vivência corporal 
à altura do que foi proposto. Nesse caso, o agente deve perceber a falta de coordenação ou o mal 
posicionamento corporal, por exemplo, e proceder adequadamente. 
A explicação verbal é muito beneficiada pela demonstração clara. Em geral, explica-se e demonstra-se o 
exercício para que a execução seja feita dentro da proposta idealizada. Deve-se lembrar, sempre que possível, 
de indicar como se fosse uma imagem em um espelho, ou seja, ao pedir que um movimento seja feito com 
o braço direito levantado, o profissional irá elevar seu braço esquerdo; se estiver de frente para os 
trabalhadores, estes o enxergarão como se estivessem olhando um espelho, o que facilita a execução 
do gesto. Essa técnica organiza o movimento em espaços menores e melhora a visualização do profissional.
 Observação
A demonstração espelhada requer treinamento do profissional de 
ginástica laboral. Ao pedir para executar um movimento como uma flexão 
do tronco para a direita, ele deve flexionar-se à esquerda se estiver de 
frente para o grupo, ou seja, passará o efeito de estar inclinando-se para o 
mesmo lado deles.
Se houver dificuldade no início, o agente poderá usar uma referência 
externa – por exemplo, dizendo “inclinem-se para o lado da janela”, e assim 
todos irão fazer o exercício como o profissional, para o mesmo lado.
A utilização de termos técnicos na explicação deve ser cuidadosa, para que os trabalhadores aos 
poucos possam entendê-los, evitando que o uso de termos muito difíceis comprometa a assimilação 
dos exercícios, provocando menor eficiência do movimento ou perda de tempo. Uma boa orientação é 
utilizar nomenclatura correta, desde que os trabalhadores entendam.
111
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Por exemplo, em um alongamento de tríceps braquial, o agente deve explicar, além da posição 
desejada com o ombro em flexão e o cotovelo acima da cabeça, que a mão do lado oposto ao do 
cotovelo elevado deve tracioná-lo no sentido medial. Se a instrução for apenas “segure o cotovelo e faça 
força”, vários movimentos errôneos podem ser tentados, como forçar o cotovelo através do retorno do 
braço para baixo (extensão do ombro).
Objeções e dificuldades na realização de exercícios
Alguns trabalhadores podem apresentar limitações na execução, dificuldades motoras, dores ou até 
mesmo questões médicas ou pessoais na realização de alguns movimentos.
O planejamento e a escolha dos exercícios devem ser cuidadosos para que estes sejam executáveis, 
e não gerem desânimo ou dores. Estimular e educar os trabalhadores para que cada um conheça melhor 
seus próprios limites traz benefícios ao programa.
Exercícios em duplas são interessantes, mas alguns indivíduos, ou mesmo grupos, não gostam de 
tocar e serem tocados por colegas, podendo evitar a ginástica laboral por esse motivo. Manter a atenção 
quando se propuserem exercícios em duplas pode ajudar o profissional de ginástica laboral a ter uma 
medida mais real do comportamento daquele grupo. Em linhas gerais, recomenda-se limitar o toque 
no colega a um apoio de equilíbrio ou ao toque das mãos em atividades em duplas, verificando com 
cuidado a adequação ou não de propor ações em que o toque das mãos de um colega de trabalho possa 
ser considerado indesejável pela falta de intimidade ou pelo excesso de força.
À medida que se construa confiança no grupo, no profissional e no programa, pode-se propor 
atividades com maior interação, mas sempre com o cuidado de não possibilitar a rejeição de participação 
devido à insistência constante do trabalho em duplas ou grupos.
Postura do profissional de ginástica laboral
A intervenção deverá ser pautada no profissionalismo. A demonstração, a explicação e a estimulação 
à prática devem ocorrer de forma natural, alegre e participativa, sem que os trabalhadores se sintam 
pressionados ou menosprezados por optarem em não participar.
A motivação é um fator importante. Além da programação variada de exercícios vista no 
planejamento das sessões, a postura motivadora do profissional deve estar sempre presente, de modo 
que os participantes possam se informar e perceber os benefícios da prática, convidando os colegas a 
experimentar o programa.
O profissional deve estar atento aos participantes, orientando sobre execução do exercício, posição 
inicial, postura recomendada, velocidade de execução, força a ser aplicada, amplitude, musculatura 
trabalhada, tempo de permanência, número de repetições etc. Quando atuando em grupos pequenos, 
é possível fazer considerações e correções no momento da execução. Se o grupo que está realizando a 
112
Unidade II
sessão for muito numeroso, cuidado extra deve ser tomado na explicação e na demonstração, para que 
eventuais movimentos prejudiciais possam ser evitados.
Como em outras áreas de atuação profissional, o agente deve ter muita cautela na utilização 
de brincadeiras para animar a sessão. As brincadeiras nunca devem ter cunho sexual, racista, 
discriminatório, machista, homofóbico etc. Sendo o ambiente de trabalho um local onde a diversidade 
deve ser respeitada, assim também deve agir o profissional de ginástica laboral. O conhecimento dos 
valores e do código de ética ou conduta da empresa em que está agindo pode auxiliar o profissional a ter 
amplo entendimento das premissas para sua atuação.
Figueiredo e Mont’Alvão (2008) lamentam que os cursos superiores no Brasil não abordem a 
ginástica laboral como parte da possibilidade de atuação profissional. Certamente, quem possui tal 
formação terá um diferencial competitivo, uma vantagem interessante para ser protagonista em um 
mercado crescente.
Correção de execução de exercícios
Há uma diferença significativa entre sessões em que participa um pequeno número de trabalhadores 
e quando a ginástica laboral é ministrada para grandes grupos.
Quando poucos trabalhadores realizam uma sessão, o agente pode fazer correções verbais e até 
cinestésicas, posicionando o corpo ou tocando o segmento a ser corrigido para mostrar um problema 
postural, por exemplo. Essa interação enriquece a qualidade da atividade e a eficácia dos exercícios.
Por outro lado, quando a turma realizando a sessão é muito numerosa, fica impossível para o 
profissional corrigir o movimento individualmente, por não ter acesso a todos os executantes nem 
tempo para fazer muitas intervenções. Nesse caso, é importante escolher movimentos que sejam de 
fácil compreensão pelos participantes, realizar uma explicação clara e ao longo do tempo de execução 
visualizar os principais erros que estão sendo cometidos, para fazer uma instrução corretiva a tempo de 
que a execução seja retificada.
A verificaçãohabilitado a atuar nessas áreas abrir portas para o exercício e o crescimento profissional 
por meio do domínio técnico e do comportamento empreendedor.
INTRODUÇÃO
Com a modernização da sociedade e das condições de trabalho, aumentou a necessidade de 
intervenções que amenizassem a alta exigência laboral e ajudassem na diminuição dos malefícios 
causados pelo trabalho.
Como resposta a tal premência, inúmeras ações estão sendo tomadas, entre elas a aplicação 
dos conceitos da ergonomia e da ginástica laboral. Essas iniciativas tornam mais aceitáveis as 
exigências provenientes do trabalho, uma vez que buscam equilibrá-las e amenizá-las. Para Silva e 
De Marchi (1997, p. 11):
o novo modelo empresarial do século XXI está baseado em indivíduos 
saudáveis, dentro de organizações saudáveis, que respeitam e contribuem 
para uma comunidade e meio ambiente saudáveis [...] representando 
negócios saudáveis, com melhores lucros e maior retorno do investimento. 
O grande capital da empresa é representado por pessoas capazes, aptas, 
sadias, equilibradas, criativas, íntegras e motivadas.
Os profissionais da área da saúde habilitados para trabalhar com esses clientes têm a responsabilidade 
de preparar-se para cumprir esse papel.
Serão estudados nesta disciplina os principais pontos que vão permitir o desenvolvimento 
profissional: o conhecimento sobre as características das diversas condições de trabalho, os processos 
deletérios advindos dessa necessidade humana e as possíveis intervenções profissionais para beneficiar 
os trabalhadores.
Segundo Zilli (2002, p. 27): 
a ginástica laboral, aliada à ergonomia, vem se apresentando como a 
solução encontrada pelas empresas para lidar com as graves consequências 
desse contexto, pois elas perceberam que a melhor saída para evitar 
doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, gastos com licenças e baixa 
10
produtividade decorrentes de fadiga e desmotivação dos trabalhadores é a 
prevenção [...] mediante a educação no trabalho, que envolve a segurança 
e a boa qualidade de vida, associadas aos objetivos da empresa, bem como a 
atividade física orientada por profissionais qualificados.
Ao fim da disciplina, além do conhecimento adquirido, o aluno será confrontado com um desafio 
maior: o desenvolvimento de projetos e de uma visão empreendedora, características desejadas pelo 
mercado de trabalho, com as quais poderá aprender a diferenciar-se.
11
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Unidade I
1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO TRABALHO, DAS ORGANIZAÇÕES 
EMPRESARIAIS E DA GINÁSTICA LABORAL
A história revela as necessidades do passado que moldaram o panorama atual do trabalho e de suas 
repercussões na saúde. É importante conhecer a evolução desse processo para entender a realidade do 
presente e as carências e possibilidades do futuro.
1.1 História e evolução do trabalho e das organizações empresariais 
O trabalho é uma necessidade humana. Mas a organização do trabalho nem sempre foi da forma 
como é conhecida hoje. Pessoa, Cárdia e Santos, citados por Candotti, Stroschein e Noll (2011, p. 700), 
enfatizam que as “mudanças e atualizações exigidas aos trabalhadores ocorrem em um ritmo muito 
elevado, geralmente maior que a própria capacidade humana pode suportar”.
O sucesso na busca de alimentação e proteção era proporcional às melhores condições de sobrevivência 
humana na Pré-História. Aqueles que conseguiam proteção das ameaças e meios de obtenção da 
alimentação através da coleta e da caça eram mais bem-sucedidos. Os indivíduos preparados fisicamente 
e com competência intelectual para resolver as questões que se impunham conseguiam sobreviver. 
Os demais, nem sempre. A boa condição física já era um dos determinantes nessa conjuntura.
Figura 1 – A evolução das habilidades humanas foi um processo de especialização 
que culminou no panorama atual do trabalho em uma sociedade evoluída 
Disponível em: https://bit.ly/3F2NdES. Acesso em: 11 nov. 2021.
Com a evolução da espécie humana e de seus relacionamentos sociais, suas técnicas de cultivo 
e criação de animais, foi possível assentar comunidades em locais férteis, e o aumento populacional 
gerou novas demandas.
12
Unidade I
A especialização tornou-se uma forma de aumentar a eficiência do esforço de cada indivíduo em 
busca do bem comum. Indivíduos mais aptos a lutar e defender a comunidade responsabilizavam-se 
por essa tarefa, enquanto aqueles com maior sensibilidade para o cultivo de alimentos, ou para a 
confecção de mantas para o frio, por exemplo, especializavam-se, cada um na sua melhor função. 
A manufatura de alguns itens tornar-se-ia importante de diversas formas. Em uma comunidade 
isolada de pescadores, por exemplo, um membro que fosse capaz de fazer uma canoa a partir de um 
tronco de árvore era encarregado de buscar a árvore correta, na época do ano em que a madeira 
estivesse pronta, para então cortar a árvore, transportá-la e preparar o tronco. Somente depois fazia a 
escavação com ferramentas apropriadas, por meio da técnica ensinada por seus antepassados. Assim, 
sua comunidade, que vivia isolada, seria capaz de ter um meio de transporte que lhe possibilitaria 
buscar a sobrevivência pela pesca. Uma maior população local precisaria de mais alimentos, portanto, 
de mais canoas.
Aquele indivíduo, que antes era responsável por todo o longo processo, agora precisará produzir 
diversas canoas para a população aumentada. Ele não terá mais o ano inteiro para fazer apenas 
uma canoa em todas as suas etapas, mas vai se aperfeiçoar no conhecimento que apenas ele detém, 
e deverá então designar a outras pessoas a tarefa de procurar árvores apropriadas, cortá-las e 
carregá-las pela mata. Assim, o indivíduo qualificado vai receber vários troncos ao longo do ano 
e poderá fazer várias canoas.
Figura 2 – Canoa rudimentar. Algum membro dessa comunidade detém a 
técnica ancestral e é capaz de confeccioná-la a partir de um tronco
Disponível em: https://bit.ly/3DbqFkJ. Acesso em: 12 nov. 2021.
Portanto, apesar de não precisar mais fazer todo o trabalho sozinho (deixando de executar boa parte 
do trabalho pesado), um indivíduo especializado vai realizar mais vezes a mesma tarefa (no exemplo 
anterior, escavar o tronco para virar uma canoa). Ao fazer apenas o que domina melhor, vai repetir 
os mesmos gestos com uma frequência elevada. O uso de ferramentas apropriadas à tarefa também 
direciona o gesto (e suas repetições) de forma a buscar a eficiência, gerando, por sua vez, desgaste 
muscular, articular e fisiológico repetidos.
13
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 3 – Cada função a ser executada possui uma característica que exigirá do corpo determinada força, 
resistência, flexibilidade, potência etc. A chave da ginástica laboral é identificar as solicitações mais 
importantes e agir para preparar o organismo e amenizar as sobrecargas
Disponível em: https://bit.ly/3FdeKU6. Acesso em: 12 nov. 2021.
O uso de inovações tecnológicas também faz parte desse processo de especialização e evolução do 
trabalho. Por exemplo, se um escravo precisava moer cana-de-açúcar em um engenho manual, que usava 
força humana para prensar a cana, ao passar a utilizar uma moenda com tração animal, será possível 
moer a cana em um tempo menor. Entretanto, certamente não será permitido que descanse durante 
o tempo economizado. Ele irá, sim, moer uma quantidade de cana muitas vezes maior, multiplicando o 
carregamento de fardos pesados em busca de uma maior produtividade.
Figura 4 – Nessa máquina de moer cana com tração animal, espera-se maior produtividade 
do que no engenho manual, pois o ser humano não precisará fazer força para rodar a máquina, 
mas passará a carregar muitos fardos de cana por dia, mais tonéis com o caldo da cana, 
e haverá maior quantidade de bagaço a ser descartada etc. 
Disponível em: https://bit.ly/3DiWoAQ. Acesso em: 12 nov. 2021.
A escravatura termina com a Lei Áurea (1888) e a industrialização prospera, com o advento da 
máquina a vapor. Surgem as grandes indústrias,pelo profissional de que algum praticante esteja se desviando da proposição do 
exercício deve ensejar prontamente uma nova informação na explicação, corretivamente, visando 
prevenir a má execução não só desse trabalhador, mas também eventualmente daqueles que estão 
experimentando a mesma dificuldade.
Deve-se evitar, quando não for possível ter assistentes entre os praticantes, a realização de 
movimentos que causem dor, desequilíbrio ou lesão por mau posicionamento, que requeiram uma 
correção pessoal durante a execução do exercício, prevenindo assim qualquer malefício da prática.
113
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
7.3 Avaliação e controle das atividades
7.3.1 Controle de frequência
É uma ferramenta para o profissional de ginástica laboral verificar e documentar a presença, a não 
participação ou a ausência dos trabalhadores. Também é usada para constatar a adesão dos trabalhadores 
ao programa e as alterações na adesão com mudanças implementadas. Podem ser utilizadas listas de 
chamada ou controle numérico dos participantes.
Alto índice de trabalhadores participantes significa que estes estão sendo influenciados pelas 
atividades do programa. Assim, pode-se esperar obter os resultados benéficos projetados nos objetivos 
com uma boa abrangência. A baixa frequência pode indicar falta de motivação ou falta de possibilidade 
de participar. Então, pode-se inferir que haverá pouca modificação no quadro atual e que provavelmente 
será preciso fazer ajustes no programa.
Esse índice, embora simples, pode auxiliar a comparação entre a participação esperada no 
planejamento antes da implantação e a participação real; ou entre a participação antes de uma ação de 
sensibilização e após; ou a comparação dos diferentes índices de participação entre os setores mesma 
empresa. Desse modo, é possível analisar a necessidade de alterações no programa.
Em programas de ginástica laboral com muitos participantes em que o controle individual seja 
dificultado, pode-se fazer o controle por número de presentes na sessão para cada setor. 
Índice de participação = Número de trabalhadores participantes da sessão 
 Número total de trabalhadores do setor
Por exemplo, em um setor com 45 trabalhadores fixos, dos quais 30 fizeram a sessão de ginástica 
laboral, o índice de participação será calculado assim: 
Índice de participação = 30/45 = 0,66 (66%)
O número de trabalhadores do setor é um número total, considerando os presentes e os ausentes. 
O índice obtido neste caso é impactado por faltas, sobretudo em setores com poucos trabalhadores, 
em que haverá grande influência no resultado. Se vários estiverem ausentes por motivo de reunião, 
treinamento etc., o índice de participação averiguado vai sofrer uma diminuição anormal.
Em setores menores, ou quando for possível fazer um controle de chamada dos participantes e saber 
o número de trabalhadores presentes em cada setor, pode-se obter o índice de participação apenas 
contando os trabalhadores presentes:
Índice de participação = Número de trabalhadores participantes da sessão 
 Número de trabalhadores presentes no setor
114
Unidade II
Essa forma de cálculo, avaliando a razão entre o número de participantes e o de trabalhadores 
presentes, mostrará o índice de participação do setor, deixando de considerar como perda de adesão a 
parcela de trabalhadores ausentes. 
No exemplo anterior, do setor com 30 trabalhadores participantes na sessão de ginástica laboral, 
caso houvesse 5 ausências do total de 45 trabalhadores, o novo cálculo seria:
Índice de participação = 30/40 = 0,75 (75%)
O uso dessa segunda forma de cálculo do índice possibilita saber a adesão dos presentes 
naquele dia, sem considerar os faltantes como trabalhadores que não querem participar da sessão 
de ginástica laboral.
7.3.2 Adesão ao programa 
A não participação de um trabalhador na sessão de ginástica laboral pode ser uma opção voluntária 
ou involuntária. O primeiro caso ocorre quando o indivíduo decide não participar da atividade. 
Essa decisão pode ser por motivos pessoais (falta de motivação ou sensibilização) ou por questões do 
trabalho (necessidade de entrega de um relatório em prazo específico).
A não participação involuntária ocorre quando algum motivo alheio à vontade do trabalhador o 
impediu de estar presente no horário da sessão. A alteração da rotina de parada de uma máquina, 
o acúmulo inesperado de ligações no horário definido para a ginástica laboral, ou um contato telefônico 
com cliente que não pode ser interrompido podem impossibilitar sua participação naquele dia.
Ressalva deve ser anotada quando um trabalhador que não tem interesse em participar da ginástica 
laboral usa o argumento da impossibilidade de deixar sua tarefa para justificar sua ausência. 
Seria interessante ao profissional de ginástica laboral ter ferramentas para analisar a não participação 
dos trabalhadores, como diálogos com os chefes dos setores e com aqueles que não participam ou 
anotações pessoais sobre a rotina de trabalho que impede a participação deles. Caso encontre causas 
frequentes que podem ser administradas para melhorar a adesão, é preciso tratá-las em reuniões para 
o avanço do programa.
A utilização de música durante a sessão, tão útil por ajudar a relaxar e animar os trabalhadores, pode 
em alguns casos, em vez de atrair, causar a evasão do programa por motivos religiosos ou mesmo pelo 
não compartilhamento do mesmo gosto musical. O profissional de ginástica laboral deve ser cuidadoso 
na escolha da música, e ter aprovação previamente, para que o choque cultural não seja um motivo de 
diminuição de frequência nas sessões.
O exagero de brincadeiras entre os membros participantes também podem ser um fator de 
afastamento do programa. Não devem ser estimuladas brincadeiras sobre a limitação de algum colega. 
Outro fator vital sobre o grupo é planejar os exercícios de modo a não expor regiões corporais como 
115
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
seios, nádegas, púbis etc. Os trabalhadores não possuem a mesma cultura corporal dos esportistas ou 
frequentadores de academias, e o ambiente é muito mais formal.
Em sua obra, Dishman (1988) demonstra uma série de razões acentuadas por trabalhadores para não 
participarem do programa de atividades físicas.
Pode-se analisar as respostas e os dados de sua pesquisa sob diversos prismas. Em primeiro 
lugar, nem sempre o motivo justificado é a real causa da não participação, pois às vezes o próprio 
trabalhador pode ter uma percepção errônea de seu sentimento ou limitação. Mas todas as respostas 
são de importância para o profissional de ginástica laboral avaliar e verificar quais ações podem ser 
tomadas para aumentar a adesão ao programa.
As razões físicas apresentadas (cansaço, problemas de saúde) talvez indiquem que o trabalhador 
possui uma carga de trabalho extenuante. O indivíduo pode alegar alguma questão que julgue (ou tenha 
tido indicação médica) que seja limitante. 
Se o cansaço é acentuado como empecilho, um programa de ginástica laboral pode ser difundido 
como uma pausa no trabalho, aliviando a rotina atual. Quanto à apresentação de problemas de saúde como 
razão para a ausência no programa, é importante considerar no roteiro que alguns movimentos podem 
ter restrições de execução por indivíduos que possuem alguma condição física. Assim, deve fazer parte 
das instruções diárias a execução cuidadosa e dentro dos limites próprios conhecidos individualmente 
pelo participante, a fim de não provocar desconforto, dor ou lesão. 
Algumas questões, como a gestação, requerem cuidados especiais em certos movimentos, devendo 
ser consideradas no planejamento das atividades, uma vez que nem sempre há aviso prévio da condição 
de gestante para o profissional de ginástica laboral. As características físicas de idade avançada, suas 
limitações e os cuidados associados também requerem atenção no cronograma para não afastar os 
trabalhadores por proposições inapropriadas de atividades ou pela chance de colocá-losem risco.
Ainda analisando a pesquisa de Dishman (1988), os motivos alegados relacionados ao trabalho para não 
participar de um programa (sem tempo, muito trabalho, muito exercício em casa/trabalho) podem ser 
considerados importantes, pois a sobrecarga de trabalho parece embutir a percepção de que o programa 
é uma obrigação a mais a ser realizada. O profissional de ginástica laboral deve examinar as formas 
possíveis de sensibilizar os trabalhadores para que a percepção seja de que o programa tem a intenção de 
aliviar, diminuir a sobrecarga e elevar a sua busca individual pela saúde por meio dos exercícios propostos.
 Saiba mais
Para obter mais informações sobre a obra em questão, leia:
DISHMAN, R. K. (org.) Exercise adherence: its impact on public health. 
Champaign (USA): Human Kinetics, 1988.
116
Unidade II
Por outro lado, busca-se saber as maneiras de aumentar a adesão a um programa de ginástica 
laboral. Incentivos, apoio da chefia imediata e da diretoria, capacidade do profissional de ginástica laboral 
(Figueiredo; Mont’Alvão, 2008), recursos do programa, perfil do trabalhador, carga de trabalho, entre 
outros fatores, devem ser avaliados de modo a buscar maior participação. Martins (2011) enfatiza que, 
quando os chefes participam da ginástica laboral, a aderência dos trabalhadores é ampliada. 
Em um estudo de Rongen, Robroek e Burdorf (2014), verificou-se a aderência a programas de 
promoção à saúde e um fator intrínseco ao indivíduo, o locus de controle da saúde (health locus of 
control – HLOC), que significa o quanto o indivíduo sente-se dono das decisões que afetam sua própria 
saúde. Acentuou-se maior aderência ao programa daqueles cuja internalidade do sentimento de 
controle da saúde era mais elevada, sugerindo que esta abordagem devia ser integrada aos programas 
para aumentar os índices de participação.
Em outra pesquisa sobre uma central de teleatendimento, Soares, Assunção e Lima (2006) quiseram 
avaliar o motivo da baixa adesão dos trabalhadores ao programa de ginástica laboral. Então, propuseram 
um questionário às pessoas para levantar possibilidades sobre o problema. Assim, verificou-se que a 
grande demanda dos atendimentos telefônicos estava diminuindo a participação dos trabalhadores 
no programa, pois a meta em vigor visava melhorar o critério “tempo de atendimento”, preenchendo 
todos os horários possíveis com as ligações telefônicas, “tornando meramente formal o incentivo para se 
fazer ginástica” (Soares; Assunção; Lima, 2006, p. 159). A sugestão final a que chegou o trabalho foi de 
encaminhar a última chamada ao atendente em tempo não menor do que 3 minutos antes do início da 
sessão de ginástica laboral, pois com esse tempo médio era esperado que a última ligação se encerrasse 
a tempo de poder participar da atividade.
Por fim, alguns motivos para a não participação em um programa de atividade física são de ordem 
psíquica, cognitiva ou motivacional, como a preguiça, a falta de interesse, o uso da idade como desculpa 
e a negação da importância do exercício físico para a saúde. Essa classe de negativa muitas vezes não é 
assumida pelo trabalhador e fica disfarçada em uma alegação de motivos físicos ou associados a sua 
função. Todavia, o profissional de ginástica laboral deve reconhecê-los como razões relevantes para a 
ausência e usar estratégias para sensibilização quanto ao valor do exercício para a saúde não somente 
no trabalho, mas também em sua vida social. Assim, eleva-se a percepção da importância de cada um 
apoderar-se de conhecimentos e ações para manter sua saúde. 
7.3.3 Questionário de adequação das atividades
As observações anteriores sobre adesão e frequência podem fornecer uma perspectiva quantitativa 
sobre a participação dos trabalhadores na ginástica laboral, mas é vital determinar os motivos pelos 
quais a adesão é afetada.
Um questionário pode ser elaborado para ter uma avaliação qualitativa da situação e verificar quais 
os pontos do programa podem ser aprimorados na visão dos respondentes. Deve-se lembrar que nem 
todas as sugestões constatadas em uma pesquisa dessa natureza podem ou devem ser seguidas, pois 
corre-se o risco de algumas delas afastarem o programa de seus objetivos principais.
117
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Portanto, uma pesquisa pode ser realizada com os gestores para tentar obter dados quanto à 
adequação durante o andamento do programa em relação aos seguintes itens:
• Duração das sessões.
• Frequência das sessões.
• Linguagem do profissional/compreensão dos exercícios.
• Grau de dificuldade dos exercícios (motor/coordenação).
• Grau de intensidade dos exercícios (fisiológico/cansaço).
• Local onde se realiza a prática (tranquilidade/exposição).
• Horário de execução da atividade.
• Compreensão dos objetivos e benefícios do programa pelos trabalhadores.
O questionário a seguir, usado para o levantamento pela empresa de ginástica laboral contratada e 
analisada no estudo de Soares, Assunção e Lima (2006), tenta verificar alguns parâmetros que podem 
ser tratados em alterações do programa: 
Quadro 9 – Questionário de avaliação da ginástica 
laboral utilizado pela empresa responsável
Avaliação do Programa Ginástica na Empresa
Questões: 
1. Você participa da ginástica?
( ) sim ( ) não
2. A ginástica para você é:
( ) necessária ( ) desnecessária
3. Você pratica alguma atividade física regulamente?
( ) sim ( ) não
4. Você acredita que o Programa pode proporcionar benefícios?
( ) sim ( ) não
5. A ginástica significa para você:
( ) lazer
( ) relaxamento
( ) prazer
( ) tarefa
( ) união com colegas
( ) obrigação
( ) estímulo
( ) prevenção
Sugestões:
Fonte: Soares, Assunção e Lima (2006, p. 156).
118
Unidade II
7.3.4 Verificações periódicas de resultados
Para avaliar o processo, são vitais algumas questões: Os objetivos do programa de ginástica laboral 
estão sendo alcançados? Sua determinação foi adequada à necessidade do programa? Como traçar 
novos objetivos?
Deve haver uma definição no planejamento sobre qual a frequência de apuração dos resultados do 
programa, visando ajustes das atividades, do investimento, das expectativas e do programa como um 
todo. Isso é essencial para justificar o investimento, consolidar os benefícios e propor novas metas.
O tempo de uma verificação de resultados não pode ser muito curto, pois um programa de ginástica 
laboral não entrega resultados mensuráveis no curto prazo. Contudo, não pode ser muito demorado, 
pois a contratação do programa na base de contratos renováveis, muitas vezes semestrais ou anuais, 
precisa de alimentação de resultados positivos para ser justificada, o que também pode ser uma das 
funções da avaliação.
O exame de resultados não é uma tarefa simples. Assim como na avaliação diagnóstica, uma série de 
fatores devem ser ponderados para definir os objetivos, e diversos fatores interligados vão possibilitar 
considerações para eventuais necessidades de ajustes no programa.
É essencial notar que os resultados devem ser esperados na parcela de trabalhadores que aderiu 
ao programa. Portanto, o controle da frequência é importante, e as medidas para aumentá-la devem 
ser permanentes.
Entre os participantes do programa de ginástica laboral, os parâmetros já avaliados inicialmente 
podem ser novamente testados, como investigação do quadro de dores, faltas ao trabalho, acidentes, 
afastamentos e consultas realizadas em serviços médicos.
À medida que o programa se consolida, os índices mais relevantes devem ser analisados com a 
tranquilidade do enfoque em ajustes, tentando afastar qualquer sensação de alarmismo quando os 
resultados esperados não forem alcançados. 
Ilustrando alguns casos de resultados obtidos, pode-se citar Figueiredo e Mont’Alvão (2008, p. 78-79), 
que relatam um acompanhamento a um projeto de ginástica laboral implantado na Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC). Destacam que 100% dos trabalhadores respondentes disseram que o 
programa os ajudou a aumentar o bem-estar diário e o relacionamentopessoal; 88,5% relataram que 
puderam melhorar seu estilo de vida, dos quais 34,6% passaram a exercitar-se com mais frequência; 
38,5% realizavam exercícios mesmo quando não havia sessão programada; 61,5% passaram a se alongar 
fora do trabalho; 46,2% utilizavam as dicas de saúde ensinadas para melhorar sua qualidade de vida; 
11,5% acharam que o programa os auxiliou de outras maneiras.
Outro estudo, feito em indústrias de Marechal Cândido Rondon (PR), indicou respostas dos 
trabalhadores sobre os programas. Veja a tabela a seguir: 
119
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Tabela 12 
Perguntas Respostas (%) 
Você acha que a ginástica laboral: Sim Não
01 Melhora sua disposição no trabalho 92 8
02 Melhora sua postura no trabalho 89 11
03 Reduz a ansiedade 67 33
04 Aumenta a concentração no trabalho 74 26
05 Ajuda a diminuir as dores no corpo 87 13
06 Ajuda a melhorar o entusiasmo no trabalho 86 14
07 Traz benefícios ao seu dia de trabalho 87 13
08 Melhora seu relacionamento com colegas 80 20
09 Diminui as tensões acumuladas durante o dia 86 14
10 Ajuda a prevenir doenças relacionadas ao trabalho 83 17
Fonte: Figueiredo e Mont’Alvão (2008, p. 50).
Pode-se verificar que na opinião dos participantes a percepção de melhoria é prevalente. 
Certamente, se a pesquisa pudesse também analisar os motivos da não adesão dos trabalhadores ausentes 
no programa, seria possível fornecer um panorama das opiniões de natureza contrária ao programa.
Os resultados devem ser tabulados e apresentados ao contratante periodicamente para 
acompanhamento e prestação de informações. Zilli (2002) sugere uma periodicidade mensal, bimestral 
ou trimestral, podendo o profissional acrescentar sugestões de melhoria e revisões de objetivos.
Tabela 13 
Empresa Principais resultados obtidos
Embaré Número de afastamentos por acidentes de trabalho em 2002 foi 40% inferior ao de 1999
Cervejaria Coors Estimativa de retorno de USD $6,15 para cada USD $1,00 investido no bem-estar dos trabalhadores
Tintas Renner
Diminuição da procura ambulatorial, do índice de absenteísmo, dos problemas com o sindicato 
decorrentes de reclamações sobre doenças profissionais, aumento da disposição para o trabalho, 
melhoria das dores articulares/musculares e do relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho
Xerox Aumento de 39% nos índices médios de produtividade, melhoria na saúde dos funcionários, redução 
da procura do ambulatório médico por problemas de hipertensão e dores nas costas
Siemens do Brasil As reclamações de dores foram reduzidas
Dana-Albarus Diminuição de 46% dos acidentes ocorridos no primeiro turno do setor de forjaria, diminuição de 
54% da procura ambulatorial traumato-ortopédica 
Selenium O índice de absenteísmo diminuiu em 38% e os acidentes em 86,67%, as dores de 64% dos 
trabalhadores diminuíram, 57% afirmaram que o relacionamento melhorou entre os colegas
Univ. Fed. de Santa 
Catarina
Queda nos índices de afastamentos por doenças ocupacionais, aumento do bem-estar diário 
e melhoria do relacionamento interpessoal, 34,6% dos trabalhadores afirmaram que passaram 
a exercitar-se com mais frequência, alterações no estilo de vida dos funcionários, 46,2% dos 
funcionários passaram a vivenciar os ensinamentos difundidos nas palestras e aplicar as “dicas 
semanais” para melhorar a qualidade de vida
Fonte: Figueiredo e Mont’Alvão (2008, p. 80).
 
120
Unidade II
8 EMPREENDEDORISMO
Ademais da atuação na implantação e condução dos programas, há possibilidades de atuação além 
das sessões de ginástica laboral. A elaboração de projetos requer conhecimentos avançados e um senso 
de organização superiores. 
Para um profissional que esteja perseguindo um objetivo além de colocação na área, o empreendedorismo 
permite chances de realizar um voo solo. Antes de uma empreitada, é desejável conhecer a área, as 
dificuldades e oportunidades, podendo desenvolver uma boa noção das questões envolvidas.
Outra importante ação a considerar é o desenvolvimento de uma postura empreendedora, 
iniciando-se, muitas vezes, com a possibilidade de intraempreendedorismo. Como inúmeras outras 
áreas, a ginástica laboral permite que um profissional devidamente preparado possa enveredar para o 
ramo de empreendedorismo. Para tal, é preciso conhecer os conceitos e planejamentos necessários para, 
inicialmente, avaliar as chances de tornar uma ideia em um plano concreto.
Desse modo, será feita uma análise dos principais pontos para que se produza um projeto de ginástica 
laboral que crie uma visão de referência a um profissional. Além da realização das sessões de ginástica laboral, 
será vital conhecer os principais pontos sobre a opção de empreender na área.
 Lembrete
Diferentemente do absenteísmo (falta ao trabalho), o presenteísmo 
ocorre quando o trabalhador está presente, mas seu pensamento não está 
focado na atividade requerida. Ao contrário, ele pode estar pensando em 
problemas financeiros, jogos de futebol, discussões conjugais etc.
Assim, propõe-se um exercício de presenteísmo consciente: serão utilizados exemplos da ginástica 
laboral para construir os conceitos de projetos e empreendedorismo, convidando paralelamente o leitor a 
deixar seu pensamento viajar por outras oportunidades que possa enxergar para empreender. 
8.1 Definições de empreendedorismo
É uma palavra derivada do termo empreendedor (do francês entrepreneur), que significa “assumir riscos”.
Para Schumpeter (apud Degen, 1989, p. 1), o empreendedor é 
o impulso fundamental que aciona e mantém a marcha do motor capitalista, 
constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, 
novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos 
menos eficientes e mais caros.
121
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Tabela 14 – Conceitos da evolução histórica do empreendedorismo
Ano Principal conceito Autor
1725 Disposição para assumir riscos Richard Cantillon
1814 Transferência de recursos para alta produtividade Jean-Baptiste Say
1871 Aquele que antecipa necessidades futuras Carl Menger
1949 Tomador de decisões Ludwig von Mises
1959 Processo de descoberta de oportunidades e risco Friedrich von Hayek
Adaptado de: Chiavenato (2012). 
Criar negócios a partir de ideias ou inovar, revitalizar ou reinventar negócios já existentes são desafios 
do empreendedorismo.
A criação de um novo negócio, segundo Degen (1989), passa por diversas fases. Vejamos:
(2) coletar 
informações
(9) elaborar plano 
do negócio
(3) desenvolver 
conceito
(8) definir estratégia 
competitiva
(4) identificar 
riscos
(7) avaliar potencial de 
lucro e crescimento
(1) identificar a 
oportunidade
(10) operacionalizar 
o negócio
(5) procurar 
experiências similares (6) reduzir riscos
I. Identificar a oportunidade de negócio III. Implementar o empreendimento
II. Desenvolver o conceito do negócio 
Curto-circuito 
criativo
Figura 61 – Três etapas da criação de um negócio próprio
Adaptada de: Degen (1989).
122
Unidade II
O empreendedorismo busca soluções para problemas ou lacunas no atendimento das necessidades 
de empresas, pessoas e governos, encontrando áreas de atuação inexploradas e melhores soluções para 
problemas que ainda não foram implementadas, organizando melhor os recursos humanos, tecnológicos, 
financeiros, naturais etc., de modo a otimizar e dinamizar as questões existentes.
O empreendedor não precisa necessariamente ser dono do capital para empreender. Descobrir a 
melhor forma de obter os recursos financeiros faz parte de sua jornada. Também não importa se ele 
ainda não é um profissional formado, pois saberá que precisa contratar alguém para se responsabilizar 
legalmente pelas atividades. Basta selecionar um bom profissional.
8.2 Características do perfil empreendedor
O empreendedorismo é movido por um espírito próprio, personificado pelo seu protagonista, 
o empreendedor.
A literatura costuma destacar os aspectos da personalidade ou o modo de agir do empreendedor 
como fatores de sucesso. 
Segundo Chiavenato (2012, p. 6), as principaiscaracterísticas do empreendedor são: 
• autoconfiança;
• disposição para assumir riscos;
• necessidade de realização.
Outras características notadas em empreendedores de sucesso são:
• Sensibilidade para enxergar oportunidades.
• Criatividade, que possibilita ver soluções ainda não encontradas.
• Perseverança na busca de respostas.
• Espírito de inovação e liderança.
• Energia e entusiasmo, orgulho do que realiza.
• Disposição para lidar com incertezas e desafios.
• Assunção de responsabilidades.
• Iniciativa e comprometimento.
• Busca de conhecimento e capacitação.
• Definição de metas e tomada de decisões.
123
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
• Planejamento e controle de tarefas, eficiência.
• Capacidade de comunicação e persuasão.
Exemplo de aplicação
1. Com base no que foi apresentado, cite ao menos duas características diferenciadas de um 
empreendedor e explique sucintamente sua resposta.
Além dos atributos acentuados, deve-se fazer uma autoavaliação dos aspectos pessoais que 
também podem colaborar no desenvolvimento do espírito empreendedor, o que permitirá ao indivíduo 
entender onde se pode melhor confiar nas habilidades existentes e onde se deve buscar fortalecimento.
2. Como está sua habilidade para resolver problemas de forma criativa? Inúmeros obstáculos 
se apresentarão ao empreendedor, e este deverá encontrar uma maneira de resolvê-los criativa e 
economicamente, tornando sua ideia competitiva e vencedora.
Tente resolver um problema simples e verifique suas ações em busca da solução.
Você tem somente dois baldes: um com capacidade para 5 litros, e outro para 3 litros, além de 
suprimento infinito de água. É possível separar exatamente 4 litros para um cliente? Como?
Resolução 
A resposta de problemas de forma criativa remonta à Antiguidade. Charadas e desafios são importante 
fonte de estímulo e podem ampliar sua visão na resolução de incógnitas. Poundstone (2005) compilou 
uma série de problemas, charadas e perguntas utilizadas por entrevistadores da Microsoft para tentar 
encontrar “mentes brilhantes” e os explicou em um interessante livro chamado Como Mover o Monte 
Fuji? (2005), cujo título inclusive é um dos exercícios propostos.
Há diferentes modos de solução para a questão em foco. O mais simples: encha o balde de 5 litros 
(o grande), despeje-o cuidadosamente no de 3 litros (o pequeno). Quando completar o pequeno, sobrarão 
2 litros no balde grande. Jogue fora a água do balde pequeno e transporte para ele aqueles 2  litros 
separados anteriormente. Agora, encha de novo o balde de 5 litros e despeje lentamente no balde de 
3 litros até preenchê-lo. Caberá apenas 1 litro a mais no balde pequeno. Portanto, sobrarão 4 litros no 
balde grande.
Você conseguiu achar a resposta em menos de 5 minutos? Observou outras formas de chegar ao 
resultado? Qual das soluções desperdiçaria menos água? Você tentou resolver o problema ou procurou 
a resposta imediatamente?
124
Unidade II
 Saiba mais
Leia a obra em questão:
POUNDSTONE, W. Como mover o Monte Fuji? São Paulo: Ediouro, 2005.
8.3 Intraempreendedorismo
O empreendedor é uma figura tão valorizada que até mesmo uma empresa estabelecida reconhece 
sua importância internamente, inclusive estimulando o desenvolvimento de suas características.
O intraempreendedorismo é a ação de empreender dentro de um emprego formal. A empresa tem muito 
a ganhar, cultivando entre seus talentos ninhos de empreendedorismo interno. O intraempreendedor 
é aquele trabalhador que age além da característica de cumprimento de obrigações preestabelecidas e 
acomodadas, pois está em busca de novas soluções, negócios e possibilidades para a entidade em 
que trabalha.
Uma boa forma de treinar as capacidades empreendedoras é encontrar espaço para empreender 
na organização em que se trabalha. Muitas instituições não oferecem essa possibilidade, por não fazer 
parte de sua cultura ou por não ter características estruturais ou gerenciais que permitam tal ação. 
Ao procurar soluções para a empresa, o intraempreendedor pode encontrar barreiras internas e tentar 
ultrapassá-las, o que não é visto como chance de desenvolvimento em muitas culturas organizacionais.
Todavia, nas empresas que conseguem criar um ambiente facilitador ao intraempreendedorismo, 
pode-se esperar uma ebulição de ideias e projetos que, se devidamente ordenados, filtrados e 
acompanhados, podem ser a diferenciação para a sobrevivência nos negócios e no crescimento.
Como exemplo, podemos citar o profissional de uma academia de ginástica. Este, para aproveitar 
horários ociosos de sua equipe, e levando em conta a existência de grandes concorrentes em seu bairro, 
tem a ideia de treinar os funcionários mais interessados para investir na ginástica laboral em sua região 
de influência, gerando renda e lucro.
8.4 Plano de negócio
Para conseguir transformar uma visão de ideia de negócio em um empreendimento real, é vital 
organizar todos os elementos em torno de um eixo norteador para verificar se temos os elementos 
necessários para o sucesso.
Essa organização e formalização da ideia pode ser chamada de plano de negócio. De fato, há uma 
grande variedade de proposições para montá-lo, e serão analisadas a seguir algumas das principais 
características pautando-se em diferentes autores, sem a necessidade de aderir a apenas uma proposta, 
para não ter que desconsiderar elementos das demais ideias.
125
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Para Biagio e Batocchio (2012, p. 4), o plano de negócios permite, entre outras atribuições:
avaliar os riscos e identificar soluções; definir os pontos fracos e fortes da 
empresa em relação aos concorrentes; conhecer as vantagens competitivas; 
identificar o que agrega valor para o cliente; planejar uma estratégia de 
marketing; estabelecer metas de desempenho; avaliar investimentos; 
identificar as necessidades de absorção de novas tecnologias; calcular o 
retorno, a lucratividade e a produtividade. 
O plano de negócios não garante o sucesso. Ele tentará otimizar os recursos, prever obstáculos, 
antever possibilidades e preparar as ações para que, quando colocadas em prática, tenham maior 
chance de se aproximarem do cenário real. Quanto melhor elaborado e mais completo ele puder ser, 
maior a possibilidade de que o que foi programado em teoria possa ser realizado na prática com maior 
chance de acerto.
Não há uma receita pronta para elaborar um plano de negócio. Dependendo da área, do objetivo, 
da magnitude e de outros fatores, ele pode ter variações em sua base e em seu conteúdo. Uma estrutura 
mínima para um plano de negócio deve conter:
• sumário executivo;
• descrição da empresa;
• produtos e serviços;
• análise de mercado;
• plano de marketing;
• plano operacional;
• plano financeiro.
8.4.1 Sumário executivo 
Deve-se deixar para escrever essa parte por último, pois ela será um resumo de toda a pesquisa e 
proposta. Sugere-se que contenha duas páginas no máximo, incluindo, como referência de conteúdo: 
quais os produtos/serviços, quem é o cliente, o que o empreendimento pretende tornar-se no futuro 
etc. Se estiver em busca de fundos, deve especificar quanto, como será utilizado e como o dinheiro irá 
fazer do empreendimento um negócio viável, portanto, creditável, que vale o investimento pleiteado e 
que este terá retorno.
8.4.2 Descrição geral do empreendimento
Nessa parte, deve-se pesquisar e encontrar respostas para descrever o que é o empreendimento, 
como irá funcionar, quais as necessidades de instalações, mão de obra, tecnologia etc.
126
Unidade II
Muitas informações ajudarão a descrevê-lo. Qual o tamanho do espaço físico necessário? Qual o 
número de trabalhadores? Qual a melhor estrutura legal? Sua localização é importante? Quais os fatores 
de localização a considerar? É necessário ter acesso público facilitado ou meios de transporte próximos?
Definições de missão, visão e valores do empreendimento devem ser realizadas o mais claramente 
possível, pois essas premissas orientam o direcionamentodos esforços. Qual a imagem desejada 
para o negócio?
A missão de uma empresa é a definição do seu propósito, ou seja, para que ela existe. Deve ser 
definida de maneira concisa, interessante e verdadeira. O conhecimento da missão de uma entidade 
por todos os seus trabalhadores, por exemplo, pode colaborar para a sinergia dos esforços em um 
mesmo sentido.
 Saiba mais
Um exemplo de como uma empresa pode destacar sua missão, acesse: 
DANONE. Nossa missão. [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3kI6hAF. 
Acesso em: 21 nov. 2024.
A definição de visão de uma empresa pode variar bastante, mas em geral reflete o panorama 
desejado em seu planejamento estratégico para médio e longo prazos. Tal atitude fará que os esforços 
dos trabalhadores e dos departamentos sejam realizados com afinco. 
No tocante a valores, esse é um quesito que uma organização bem estruturada precisa definir, 
destacando o que está em seu DNA. Considerando a missão da empresa, o ramo do negócio, o ambiente e 
o mercado, os clientes, os colaboradores, os desejos refletidos na visão e outros fatores, quais valores não 
poderiam deixar de estar no centro da personalidade de atuação do negócio pretendido?
Exemplo de aplicação
Avalie as definições a seguir para uma empresa de ginástica laboral:
• Missão: aumentar a produtividade dos clientes, pela melhoria da saúde de seus colaboradores.
• Visão: tornar-se referência no mercado de saúde do trabalhador, oferecendo os mais completos 
serviços de ginástica laboral.
• Valores: produtividade, saúde e espírito de equipe vencedora.
A partir desses conceitos, como eles poderiam ser modificados para que um empreendimento nessa 
área tivesse melhores definições de missão, visão e valores?
127
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Nessa parte do plano de negócio, pode-se optar também por descrever o plano operacional, com 
o funcionamento da ideia do negócio em todas as suas fases até chegar à aquisição pelo cliente e 
aspectos pós-venda, como assistência técnica, garantias ou avaliações.
Quanto ao seu funcionamento, algumas questões devem ser respondidas: Quem estará à frente das 
operações? Quais seus papéis principais e atribuições? Como funciona todo o procedimento, desde a 
aquisição/contratação até a entrega e satisfação do cliente? Qual o perfil desejado daqueles a serem 
escolhidos como trabalhadores? Qual faixa etária, competências, faixa salarial? Quantos funcionários 
serão necessários? Quantas horas cada um vai trabalhar e qual o custo associado, com impostos? 
Quais os cargos a serem preenchidos? Deve-se descrever com detalhes as funções de cada cargo que 
fará parte da estrutura do empreendimento.
8.4.3 Descrição dos produtos e serviços
Deve-se destacar em detalhes qual é a ideia dos produtos ou serviços a serem oferecidos, comparando-os 
com os que atualmente estão disponíveis no mercado. Quais suas vantagens competitivas? Quais suas 
desvantagens? Quais os principais benefícios e características?
No caso da ginástica laboral, o empreendedor irá oferecer um serviço. Serviço é considerado como 
atividade cuja realização, aquisição ou contratação objetiva a satisfação de uma necessidade, pessoal 
ou empresarial. 
Em geral, por não precisar adquirir ou alugar instalações para produção (fábricas) ou manutenção de 
estoque, oportunidades de prestação de serviços como a ginástica laboral requerem, proporcionalmente, 
menor investimento inicial.
Parte do serviço a ser ofertado pode ser a avaliação inicial, que vai auxiliar a diagnosticar as 
necessidades que não estavam especificadas pela empresa ou não eram conhecidas. Uma avaliação pelo 
profissional deve ser incluída sempre que possível na prestação do serviço de ginástica laboral.
Um profissional ou empresa de ginástica laboral pode trazer diferentes opções de serviço. 
Abrangência da atenção a aspectos de ergonomia, incentivo à prática de atividades físicas ou outros 
itens podem criar possibilidade de escolha pelo cliente e agregar valor aos serviços acentuados.
8.4.4 Análise de mercado
Nessa etapa, tenta-se pesquisar e entender: contexto da economia local, economia global 
(se aplicável), tamanho da indústria, amplitude do mercado, concorrência, barreiras de custos, exposição 
a mudanças de tecnologia, políticas existentes, decisões de governos, comportamentos dos clientes etc.
Hoje, citando um conceito ainda pouco explorado na literatura acadêmica, mas muito cogitado nas 
incubadoras de negócios, pode-se perguntar: O negócio é escalável? Ou seja, com o uso da tecnologia, 
consegue ganhar uma larga escala de abrangência? 
128
Unidade II
Para a ginástica laboral, é importante entender como o mercado se comporta, desde as regiões da 
cidade onde existe um maior número de empresas potenciais até alguma área específica de negócio em 
que a ginástica laboral possa ter maior procura.
Figura 62 – Tomando como exemplo esta região da cidade, qual o número de clientes 
potenciais para um profissional de ginástica laboral? Como entrar em contato com eles? 
Disponível em: https://bit.ly/3CbnMPC. Acesso em: 12 nov. 2021.
8.4.5 Plano de marketing
No plano de negócio, será necessário elaborar um plano de marketing, sobre como serão feitas 
as relações com o mercado. Pode ser analisado sob diversos aspectos, conforme os especialistas e 
estudiosos do assunto. 
Simplificando a abordagem para o universo de experiências do profissional de ginástica laboral, 
pode-se usar a visão de Kotler e Keller (2013), um perito em marketing. Segundo os autores, o 
marketing pode ter sua atuação classificada em quatro diferentes áreas, o chamado mix de marketing, 
ou seja, as decisões que precisam ser tomadas para posicionar seu produto ou serviço no mercado.
129
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Mercado-alvo
Produto
Variedade de 
produtos
Qualidade
Design
Características
Nome de 
marcas
Embalagem
Tamanhos
Serviços
Garantias
Devoluções
Promoção
Propaganda
Promoção de 
vendas
Publicidade
Força de vendas
Relações públicas
Marketing direto
Preço
Preço de tabela
Descontos
Concessões
Prazo de 
pagamento
Condições de 
financiamento
Praça
Canais
Cobertura
Variedades
Locais
Estoque
Transporte
Mix de marketing
Figura 63 – O mix de marketing é uma abordagem bastante ilustrativa para o profissional 
de ginástica laboral entender as variáveis em cada decisão do marketing 
Fonte: Kotler (2005, p. 18).
8.4.6 Plano financeiro
Um plano financeiro bem elaborado é vital para uma perspectiva de sobrevivência do empreendimento. 
Nessa etapa, o empreendedor irá estudar e descrever qual deve ser o comportamento esperado do dia a 
dia financeiro do negócio, desde a sua concepção e os investimentos iniciais até o pleno funcionamento. 
Assim, será possível verificar se os aportes estão planejados corretamente e qual o montante total de 
investimento necessário, bem como planejar os custos financeiros de empréstimos ou outras despesas e 
as receitas estipuladas para examinar a viabilidade do negócio e possibilitar a identificação de qualquer 
adaptação que precise ser feita para que haja condições de crescimento.
Necessidades de ajustes podem ser constatadas ainda durante o planejamento, o que minimizará a 
ocorrência de surpresas após a implantação do negócio e certamente aumentará a chance de sucesso, 
pois os fatores já foram previstos.
130
Unidade II
Figura 64 – Reformar o veículo e comprar o estoque inicial não é o suficiente para a sobrevivência de um 
 empreendimento. É vital ter reservas para manter o negócio funcionando mesmo enquanto ainda não há lucro 
Disponível em: https://bit.ly/30fSTfG. Acesso em: 12 nov. 2021.
131
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
 Resumo
Nesta unidade foram avaliadas as etapas para o planejamento de um 
programa de ginástica laboral.
Destacamos ao aluno as necessidades de antecipação para que o programa 
atenda às necessidades diagnosticadas, fator vital para sua execução.
Assim, foi possível verificar a estruturação de uma sessão de ginástica 
laboral, suas variações e como nortear as atividades comfoco nos objetivos.
Vimos que o profissional de ginástica laboral pode analisar os motivos da 
busca da prática de atividades físicas e esportes pela população, dividindo 
essa procura em faixas etárias. Desse modo, poderá entender em relação a 
seu público local os gostos ou as exigências de adequação a faixa etária 
e interesses específicos.
Também foram abordados os tópicos inerentes à implantação de 
um programa de ginástica laboral, desde o trabalho de sensibilização e 
convencimento até a postura durante a aplicação das sessões.
Vital para o processo, a avaliação da adesão e das atividades realizadas 
auxilia a verificar o sucesso do programa ou a necessidade de ajustes para 
atingir os objetivos.
Em seguida, foram analisadas as possibilidades de utilizar a capacidade 
do profissional de ginástica laboral em tarefas além do planejamento e 
aplicação das sessões. A elaboração de projetos é um passo adiante no 
desenvolvimento profissional, exigindo maior dedicação a pontos até 
então inexplorados.
Por fim, destacamos o empreendedorismo, com toda a amplitude que o 
tema merece, pois, ao alçar o pensamento a novas propostas de atendimento 
a problemas existentes na sociedade, o profissional de ginástica laboral pode 
realmente “pensar grande”, usando as técnicas discutidas e se aprofundando 
em conhecimentos que irão capacitá-lo tanto no empreendedorismo como 
no intraempreendedorismo.
Assim, atinge-se o objetivo deste livro-texto, de preparar profissionais 
com visão para trabalhar na área de ginástica laboral com o cuidado que 
a atividade com seres humanos requer e com a eficiência que o mercado 
exige. A ginástica laboral poderá cumprir o seu papel, aumentando a 
produtividade das empresas por meio da melhoria das condições para o 
homem no trabalho.
132
Unidade II
 Exercícios
Questão 1. No planejamento de um programa de ginástica laboral, deve-se levar em conta outras 
ações concomitantes, que já ocorreram ou que possam vir a ser implementadas futuramente, dentro de 
um contexto geral de incentivo à saúde e qualidade de vida do trabalhador.
porque
As empresas podem ter outras ações, que podem ser realizadas por equipes multidisciplinares, 
com professores de educação física, fisioterapeutas, ergonomistas, nutricionistas, psicólogos, médicos, 
engenheiros do trabalho etc.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta:
A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta 
da primeira.
C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
E) As duas asserções são proposições falsas.
Resposta correta: alternativa A.
Análise da questão
Ambas as asserções são verdadeiras, pois a adoção de ações concomitantes mostra organização e 
engajamento da equipe multiprofissional, atingindo o trabalhador da melhor maneira possível. A segunda 
asserção justifica a primeira, pois as empresas podem possuir outras ações e outros profissionais.
133
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Questão 2. (Enade 2010, adaptada) Um profissional de educação física é coordenador técnico de 
um centro de atividades físicas em uma empresa industrial de pequeno porte. Segundo os resultados 
das avaliações físico-funcionais, 40% dos empregados apresentam queixas relacionadas a lombalgias 
e cansaço nos membros inferiores. Esses resultados demonstram, ainda, que os referidos empregados 
atuam na área administrativa e trabalham, na maior parte do tempo, sentados, além de serem sedentários.
Incumbido de elaborar, para a área de medicina do trabalho, uma síntese dos resultados dessas 
avaliações e propostas de ações preventivas, o profissional precisa:
I – Apresentar detalhadamente os resultados das avaliações de cada empregado da empresa.
II – Apresentar os resultados globais das avaliações com um tratamento estatístico adequado.
III – Buscar referências na literatura científica sobre o problema em empresas do mesmo segmento.
IV – Propor obrigatoriedade para todos os empregados frequentarem o estúdio regularmente.
V – Buscar dados atualizados sobre os custos desses acometimentos em empresas semelhantes.
Tomando como base essa situação hipotética, assinale a alternativa que congrega as decisões que 
aumentariam a credibilidade das informações apresentadas pelo profissional.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, IV e V.
D) II, III e V.
E) III, IV e V.
Resposta correta: alternativa D.
134
Análise das afirmativas 
I – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: essa afirmação refere-se ao detalhamento dos resultados envolvendo cada empregado 
individualmente. Entretanto, a questão afirma que deve ser apresentada uma síntese dos resultados.
II – Afirmativa correta. 
Justificativa: o importante é conhecermos o padrão do grupo, e não a realidade de cada um.
III – Afirmativa correta. 
Justificativa: é importante o aprofundamento dos aspectos pertinentes ao estudo em questão 
baseando-se na literatura. 
IV – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: a obrigatoriedade da participação nas atividades fere o estatuto do trabalho, que não 
prevê em nenhuma lei a obrigatoriedade de ações que não fazem parte das atividades de trabalho.
V – Afirmativa correta. 
Justificativa: essa ação pode ser encaixada nas referências ou até mesmo nas discussões dos resultados.
135
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São Paulo, v. 31, n. 114, p. 149-160, 2006.
TULONI, A. S.; MORO, A. R. P. Interferência do vestuário no desempenho, na amplitude de movimento 
e no conforto da ginástica laboral. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 
v. 12, n. 6, p. 443-450, 2010.
UOL. De cada dez empresas, seis fecham antes de completar 5 anos, aponta IBGE. UOL, 14 set. 2016. 
Disponível em: https://tinyurl.com/mr4xt46n. Acesso em: 21 nov. 2024.
VILARTA, R.; GUTIERREZ, G. L. (org.). Qualidade de vida no ambiente corporativo. Campinas: Ipes, 2008. 
Disponível em: https://bit.ly/3HntMJ3. Acesso em: 21 nov. 2024.
140
VILELA Júnior, G.; LEITE, N. Qualidade de vida e saúde: avaliação pelo QVS-80. Qualidade de vida no 
ambiente corporativo. Campinas: Ipes Editorial, 2008.
ZILLI, C. M. Manual de cinesioterapia/ginástica laboral: uma tarefa interdisciplinar com ação 
multiprofissional. São Paulo: Lovise, 2002. 
141
ANEXO: EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE GINÁSTICA LABORAL
Em geral, os exercícios realizados em sessões de ginástica laboral são escolhidos entre atividades 
de fortalecimento, alongamento, mobilização, equilíbrio, coordenação, relaxamento, respiração, 
automassagem ou alguma outra linha de atuação objetivada.
O repertório do profissional de ginástica laboral deve ser enriquecido permanentemente, com novas 
ideias e proposições variadas. Não é a intenção deste livro-texto ser uma base de retirada de exercícios, 
mas sim ilustrar algumas possibilidades para que o aluno possa pesquisar exercícios na literatura e até 
criar seus próprios exercícios.
Pode-se ainda modificar exercícios que pertençam às categorias citadas, realizando-os em duplas, 
com materiais (fitas, bexigas, bastões, bolinhas de tênis), em grupos ou em outra forma de organização. 
Vamos destacar a seguir exemplos e variações de atividades.
Mobilizações
Podem ser usadas preferencialmente sempre antes dos alongamentos, para aquecer uma região 
que estava sendo pouco utilizada ou para relaxar um ponto que estava submetido à carga estática 
ou dinâmica. Também é recomendado, quando possível, fazer mobilização em um dos eixos (flexão e 
extensão, por exemplo) antes da mobilização em vários eixos (circundução).
• Mobilização cervical: lentamente, realizar cinco movimentos de rotação da cabeça para a 
esquerda e para a direita (movimento de “não”), cinco de flexão e extensão cervical (“sim”), cinco 
de flexões laterais (orelha em direção ao ombro), e em seguida efetuar cinco circunduções para 
cada lado, que são mais complexas (giros para a esquerda, depois para a direita).
Figura 65 – Mobilizações cervicais são importantes para distensionar a musculatura 
e também são usadas como exercícios preparatórios antes dos alongamentos
142
• Mobilização de ombros e membros superiores: circundução alternada dos braços à frente (como 
se estivesse nadando crawl), para trás (nadando costas) e, finalmente, um braço girando para a 
frente e outro para trás (como desafio). Durará 20 segundos cada variação. Antes das circunduções, 
pode-se pedir para fazer flexões e extensões de ombro como ação preparatória.
• Mobilização de membros inferiores: andar sem sair do lugar, primeiramente em amplitude normal, 
depois elevando os joelhos, e uma última variação subindo os calcanhares alternadamente e 
próximos aos glúteos. Tempo aproximado de 15 ou 30 segundos para cada variação, podendo 
repetir a série se houver disponibilidade.
Figura 66 – Caminhadas sem sair do lugar ou quando possível caminhadas 
pelos corredores ou área externa são uma boa maneira de mobilizar membros 
 inferiores quando se trabalha sentado. O profissional de ginástica laboral pode 
 estimular a prática frequente deste exercício
Alongamentos
Podem ser realizados entre 15 e 30 segundos, devendo o profissional orientar sempre para que os 
trabalhadores façam até o seu limite confortável (sentir alongar, mas não sentir dor). Como geralmente 
os indivíduos possuem baixa consciência corporal, sobretudo no início do programa, evitar exercícios 
que usem o peso do corpo para alongamento previne lesões ou dores.
• Alongamento de flexores do carpo e dos dedos: “rezar” – em pé ou sentado, unir as palmas 
das mãos em frente ao rosto, abaixando-as até que se sinta a musculatura flexora alongada. 
Não separar as palmas das mãos.
143
Figura 67 – O alongamento dos flexores dos punhos pode ser executado de muitas maneiras 
para variações no programa. É possível fazê-lo na parede, na mesa, em duplas, unilateralmente etc. 
Fortalecimentos
• Fortalecimento da musculatura flexora e extensora de punhos e dedos: em posição de garra, 
efetuar contração isométrica de flexores e extensores de punho e dedos por 10 segundos.
Figura 68 – Isometria pode ser utilizada para alguns exercícios de fortalecimento
• Fortalecimento de musculatura extensora do quadril: em pé, mãos apoiadas na parede na largura 
dos ombros, tronco ereto, um dos pés apoiado no chão a cerca de 40-50 cm da parede. O outro 
pé será levado para trás e para cima, com o joelho em extensão até a amplitude possível e trazido 
para a frente novamente, até chegar próximo à parede. Haverá dez repetições de cada lado.
144
Figura 69 – O uso da parede como apoio pode auxiliar no equilíbrio e posicionamento. Deve-se evitar 
 exercícios nos quais o pé tenha que ser apoiado para não danificar a pintura e limpeza do local
Terapias manuais
• Automassagem no braço e antebraço: em pé ou sentado, um dos braços com cotovelo flexionado 
à frente do corpo, usar a mão oposta para massagear com os dedos a musculatura do braço e do 
antebraço, em movimentos dos dedos pressionando e soltando, iniciando do deltoide em direção 
ao punho e finalizando do punho em direção ao deltoide. Realizar também para o outro lado, com 
20 segundos cada lado.
Figura 70 – Automassagem é uma possibilidade para regiões corporais acessíveis
145
• Automassagem cervical e trapézio: em pé ou sentado, entrelaçar os dedos das mãos em frente 
ao tronco. Sem soltar as mãos, levá-las para a região dorsal da cervical, realizando movimentos 
circulares e lentos com os polegares na região cervical, descendo para a parte superior do trapézio. 
Fazer o movimento por 15 segundos.
Figura 71 – Exercícios de automassagem podem ser utilizados, aumentando a 
consciência corporal e o conhecimento das regiões sensíveis à dor
Ginástica sentada
• Alongamento de região lombar: sentado, em uma cadeira, com os pés na largura dos quadris, os 
joelhos levemente flexionados, deixar a coluna curvar-se à frente, enfatizando a curvatura na 
região lombar (manter por 20 segundos). Deve-se tomar cuidado em cadeiras de rodízio para não 
correr risco de queda.
Figura 72 – Exercícios sentados podem ser executados para quase todas as regiões corporais. Entretanto, deve-se 
ter cuidado quando usar cadeiras com rodízios, que podem desequilibrar as pessoas em alguns exercícios
146
• Relaxamento e compensação da musculatura dorsal: sentado em um colchonete, deitar-se em 
decúbito dorsal flexionando o quadril, de modo a trazer os joelhos para cima do tronco. Pode-se 
abraçar os joelhos caso o trabalhador consiga e permanecer na posição por 20 segundos.
Figura 73 – Quando a roupa não é formal – por exemplo, emtrabalhadores da limpeza 
 e chão de fábrica –, pode-se aplicar exercícios em colchonetes no chão, sobretudo para 
 relaxamento e distensionamento de coluna e membros inferiores
Respiração
Alguns exercícios podem incluir respiração como parte da proposta, como exercícios de espreguiçar-se 
ou circundução de braços, enquanto se faz inspirações amplas e profundas. 
Outros exercícios podem buscar consciência respiratória. Vejamos um exemplo: 
• Na posição sentada, de olhos fechados, inspirar lentamente, contando até 3, depois fazer uma 
pausa, contando até 3, finalmente expirar ainda mais lentamente, contando até 6. Realizar quatro 
ciclos de respiração.
Exercícios com materiais
Materiais são ótimos recursos para manter as sessões variadas. O uso equilibrado de artigos torna o 
programa interessante, além de oferecer recursos diversificados para atingir os objetivos. Entretanto, 
o profissional de ginástica laboral deve conter a tentação de usá-los excessivamente, o que poderia 
tornar a explicação confusa, o uso incorreto e a eficácia da sessão menor.
147
Figura 74 – Elementos diversos, como bolinhas, podem trazer variação aos exercícios
Materiais facilmente transportados entre os locais das sessões podem incluir: bolinhas de tênis, 
cordas, faixas elásticas, bexigas infantis, rolos de espuma. Ainda, é possível usar itens encontrados em 
artigos de escritório, como elásticos de borracha, canetas, bolas de papel amassado e copos plásticos. 
Deve-se evitar desperdício de itens de papelaria.
• Segurando uma bexiga com os braços em extensão em frente aos ombros, pressioná-la com as 
mãos dez vezes.
Figura 75 – Exemplo de exercício usando bexigas de festa
• Segurando uma bola de borracha na mão, apertá-la por 10 segundos e depois relaxar, 
para fortalecimento da musculatura flexora do carpo. Executar duas séries para cada lado. 
Depois, pressionando com a mão a bola contra o antebraço do lado oposto, fazer movimentos 
circulares para massageamento dos músculos do antebraço por 30 segundos de cada lado.
148
Figura 76 – Massageamento da musculatura do antebraço com uso de uma bolinha de borracha
• Com as pernas em extensão e afastadas, flexionar o tronco à frente e manusear uma bexiga 
fazendo um movimento circular em formato de “oito”, passando a bexiga por entre as pernas, 
e depois pela lateral externa da perna de um dos lados, retornando por entre as pernas e 
assim sucessivamente.
• Segurando uma fita elástica nas mãos à frente do corpo, com os cotovelos estendidos, afastar 
as mãos uma da outra até sentir a resistência do elástico e aproximá-las novamente (abdução 
e adução). Fazer dez repetições com os dois braços simultaneamente e depois mais dez com um 
braço de cada vez, mantendo o outro à frente do ombro.
Para dar uma visão mais completa da ampla possibilidade de utilização de diversos exercícios, 
pode-se analisar alguns exercícios de diferentes autores. 
Schantz (1992 apud Silva, 2010, p. 37-38) propõe uma rotina de exercícios para realizar sentado: 
Primeiro, tenha certeza de que a cadeira suporta seu peso quando você se 
apoia para trás.
Depois, empurre-se para longe da escrivaninha e apoie suas costas no 
encosto da cadeira.
Estenda seus cotovelos, levando os braços acima da cabeça.
Junte suas pernas estendidas e erga seus pés acima do chão, apontando 
para a frente com os dedos dos pés.
Arqueie a região lombar.
Feche então seus olhos e inspire profundamente três vezes, relaxadamente.
149
Vejamos a sequência proposta por Couto (1998) com o objetivo de distensionamento:
Figura 77 – Empurre o cotovelo levemente para trás, de forma a alongar a musculatura 
da parte posterior dos ombros e parte superior das costas
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Figura 78 – Apoie o braço sobre a cabeça e incline lentamente o tronco para o lado, 
sentindo o alongamento da parte lateral do tronco
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Figura 79 – Afaste as mãos por trás do tronco, de forma a alongar a região peitoral
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
150
Figura 80 – Incline a cabeça lentamente para o lado e, ao mesmo tempo, puxe o braço na mesma 
direção a fim de sentir o alongamento da parte lateral do pescoço e do alto dos ombros
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Figura 81 – Lentamente, incline o tronco à frente, sentindo o alongamento da 
região posterior das coxas. Vá estendendo os joelhos de forma gradual
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Figura 82 – Gire lentamente o pescoço e, caso sinta tensão maior 
 em alguma região, mantenha-a por 15 segundos
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
151
Figura 83 – Sentado, apoie a palma da mão no assento da cadeira, com o polegar voltado para 
 fora, e incline o braço para trás, sentindo o alongamento da região anterior do antebraço
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Figura 84 – Flexione o tronco à frente a fim de alongar a 
musculatura das costas. Retorne lentamente à posição inicial
Fonte: Couto (1998, p. 332-333).
Zilli (2002) acentua o que é possível fazer em uma aula usando bexigas de festa:
Figura 85 – Em pé, com o quadril encaixado, joelhos 
semiflexionados e pernas afastadas. Apertar o balão vinte 
vezes em frente ao peito com os braços estendidos
Fonte: Zilli (2002, p. 72-73).
Figura 86 – Mesma posição anterior. Apertar o balão vinte 
vezes com os cotovelos flexionados a 90º em frente ao peito 
Fonte: Zilli (2002, p. 72-73).
152
Figura 87 – Mesma posição inicial. Apertar o balão vinte 
vezes acima da cabeça com os braços estendidos
 
Fonte: Zilli (2002, p. 72-73).
Figura 88 – Manter a posição inicial e apertar o balão 
vinte vezes atrás (nas costas) com os braços estendidos
 
Fonte: Zilli (2002, p. 72-73)
Figura 89 – Mesma posição inicial, com as palmas das mãos bem coladas ao 
 balão. Girá-lo ao redor da cabeça dez vezes para cada lado
 
Fonte: Zilli (2002, p. 72-73)
153
Martins (2011) destaca uma sequência de exercícios de alongamento dos flexores do carpo e 
glúteos/lombar: 
Exercício 5c. Antebraço.
Sequência de alongamento na cadeira.
Exercício 6a. Glúteos e costas (região lombar).
Sequência de alongamento na cadeira.
Exercício 6b. Glúteos e costas (região lombar).
Sequência de alongamento na cadeira.
Exercício 5a. Antebraço.
Sequência de alongamento na cadeira.
Exercício 5b. Antebraço.
Sequência de alongamento na cadeira.
Figura 90 
Fonte: Martins (2011, p. 126-127).
154
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000necessitando de mais mão de obra, porque a velocidade 
de produção aumenta cada vez mais. A Revolução Industrial mudou para sempre a organização do 
trabalho, tornando a produção em larga escala uma forma predominante de beneficiamento.
14
Unidade I
A Revolução Industrial iniciou-se na Inglaterra no fim do século XVIII e concentrou o poder da 
industrialização nas mãos dos detentores de capital, uma vez que o investimento nessa nova tecnologia 
era alto e não disponível a pequenos produtores. Essa concentração gerou o adensamento das vilas 
urbanas, caracterizando a mudança do modo de produção artesanal para o trabalho assalariado, inclusive 
nos demais países da Europa e depois no Brasil. Ainda hoje é possível reconhecer algumas indústrias que 
nasceram nessa época em diversas regiões de nosso país.
Figura 5 – Ainda utilizando o exemplo da cana-de-açúcar, observa-se que a prensa 
manual ou por animais foi substituída pela máquina a vapor, e posteriormente pelo diesel 
e pela eletricidade. Com isso, apesar da diminuição do esforço nessa tarefa, a sobrecarga 
humana passa a ocorrer nas fases de colheita, carregamento, manejo dos tonéis, retirada 
dos bagaços etc., tornando-se muito mais volumosa e repetitiva 
Disponível em: https://bit.ly/31YjPBB. Acesso em: 12 nov. 2021.
Figura 6 – Maquinário a vapor, utilizado a partir da Revolução Industrial 
em indústrias têxteis, adaptado depois ao transporte (trens a vapor e automóveis) 
e a muitas outras aplicações
Disponível em: https://bit.ly/3D6RoyZ. Acesso em: 12 nov. 2021.
15
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
As diversas fases da Revolução Industrial compreenderam o início do uso da máquina a vapor, 
os motores elétricos e à combustão interna, a indústria química fina e, por fim, a robotização e a 
informatização, junto com os avanços aeroespaciais. Sempre progredindo com as tecnologias de 
transporte, de comunicação e bélica, a Revolução Industrial transformou a vida das populações e sua 
relação de consumo e de trabalho.
 Saiba mais
O inigualável Charles Chaplin registrou em um de seus trabalhos 
a questão da opressão do trabalho e da repetitividade das tarefas sobre a 
saúde do trabalhador em um filme da época do cinema preto e branco que 
vale ser assistido: 
TEMPOS modernos. Dir. Charlie Chaplin. EUA: United Artists, 1936. 
87 minutos. 
Figura 7 – A tecnologia está presente na vida diária das pessoas e no ambiente 
de trabalho, às vezes com grande carga de repetição 
Disponível em: https://bit.ly/3naBCh9. Acesso em: 12 nov. 2021.
1.2 Evolução da administração moderna
Como consequência da maior e mais complexa organização da produção, evoluíram também as 
ciências para torná-la mais produtiva. Os princípios da administração e economia modernas foram em 
grande parte desenvolvidos juntamente com a nova organização da produção.
Em um conceito simplificado, podemos dividir a administração em quatro grandes funções: 
planejamento, organização, direção e controle. Cada uma dessas funções terá como visão norteadora 
o melhor funcionamento da empresa. Em tempos de pequenas produções, organizações familiares 
rudimentares e trabalho pouco ordenado, o hábito gerencial de cumprir as necessidades era suficiente 
para manter o funcionamento da empresa, mas com o maior porte das grandes empresas que foram 
surgindo, a profissionalização da administração foi vital para garantir a sobrevivência frente à 
concorrência que se estabeleceu.
16
Unidade I
Estudar a evolução do pensamento administrativo vai ajudar o profissional de ginástica laboral a 
entender as imposições de solicitações existentes na organização e as possibilidades de resolução que 
se encontram ao alcance dessa atividade de cuidado com a saúde. Limitaremos a nossa análise a alguns 
aspectos, apenas para promover uma visão inicial sobre o assunto.
Na evolução da administração, podemos citar autores importantes, como: Jules Henri Fayol (teoria 
clássica da administração), Frederick Winslow Taylor (administração científica), Henry Ford (fordismo) e 
Elton Mayo (relações humanas no trabalho).
Fayol (1841-1925), um engenheiro francês, foi um dos pioneiros em definir a administração como 
forma de condução dos processos na empresa. Ele formulou os 14 princípios conhecidos como a base 
da administração clássica:
• Divisão do trabalho em tarefas específicas para cada indivíduo.
• Princípio da autoridade e da responsabilidade devem estar bem definidas.
• Disciplina como forma de conduzir os objetivos.
• Na unidade de comando cada indivíduo responde a apenas um superior direto.
• Na unidade de direção as ações devem buscar um objetivo comum.
• Subordinação do interesse particular em favor do interesse comum.
• Princípio de remuneração do pessoal.
• Centralização.
• Hierarquia é uma sequência determinada de autoridades, do primeiro nível até o nível mais inferior.
• Princípio da ordem.
• Equidade é tratar pessoas com benevolência e justiça no trabalho, mas usar o rigor e a disciplina 
quando necessários.
• Estabilidade pessoal.
• Princípio de iniciativa.
• Princípio de união do pessoal com espírito de equipe.
Para Couto et al. (1998), o fordismo, implementado na década de 1920 e persistindo como modo 
característico de trabalho por cerca de seis décadas, reuniu fatores que caracterizam sobrecarga 
ao trabalhador: 
17
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
(i) esteira de produção, eliminando a movimentação ativa do trabalhador; 
(ii) ritmo do trabalho ditado pelo ritmo da esteira, com o tempo para 
realização da tarefa alocado pelo engenheiro de tempos e métodos; 
(iii) superespecialização do trabalhador naquela tarefa.
Figueiredo e Mont’Alvão (2008) sugerem um quadro-resumo dos principais movimentos históricos 
da administração, adaptado a seguir com foco nos pontos que podem interessar ao profissional de 
ginástica laboral:
Quadro 1 
Período Movimento/autor Principais características
Início do século XX
Henri Fayol
(administração clássica)
14 princípios da administração
Disciplina e ordem
Administração como planejamento, 
organização, direção e controle
Início do século XX
Frederick Taylor
(taylorismo)
Automatização do homem
Tempo ótimo: o ritmo é determinado 
pela gerência para completar cada 
tarefa
Mecanização na realização do trabalho 
humano
Início do século XX
Henry Ford
(fordismo)
Conceito linha de montagem
Ritmo determinado pela esteira
O trabalhador não se desloca, as peças 
são trazidas a ele
Basta repetir movimentos 
determinados e especializados para seu 
posto de trabalho
Fim da década 1920
Elton Mayo
(relações humanas no trabalho)
Valorização dos fatores psicológicos 
para a produtividade
Necessidades sociais a serem satisfeitas
Necessidade de trabalho em grupo
Década de 1940
Abraham Maslow
(teoria das necessidades)
Hierarquia de necessidades
Sentido do trabalho relacionado à 
satisfação das necessidades pessoais
Década de 1950
Dr. Armand V. Feigenbaum
(controle de qualidade total)
Qualidade como percepção do cliente
Atingir padrões de qualidade é 
responsabilidade de todos
Década de 1990 Administração participativa
Consideração com pessoas e 
equipamentos
Satisfação e necessidades dos 
envolvidos no trabalho
Adaptado de: Figueiredo e Mont’Alvão (2008, p. 34-35).
18
Unidade I
 Lembrete
Estudar a evolução do pensamento administrativo vai ajudar o 
profissional de ginástica laboral a entender as imposições de solicitações 
existentes na organização e as possibilidades de resolução que se encontram 
ao alcance dessa atividade de cuidado com a saúde.
1.3 História da ginástica laboral
A ginástica laboral tem seu início relacionado às alterações das condições de trabalho advindas 
da Revolução Industrial. Uma de suas referências mais antigas é sua realização na Polônia em 1925 
(Carvalho, 2007), como uma pausa no trabalho para a execução de exercícios. 
Há relatos da ginástica laboral no Japão em 1928 (Sampaio; Oliveira, 2008), como forma de ginástica 
preparatória para diminuir o estresse dos trabalhadores dos correiose promover qualidade de vida a 
eles (Rimoli apud Ferreira; Santos, 2013). Após alguns anos, há registros na Rússia e na Holanda, que 
usam exercícios diferenciados para cada necessidade dos trabalhadores (Lima, 2008 apud Ferreira; 
Santos, 2013).
A Rádio Taissô foi uma das manifestações de ginástica coletiva praticada desde o início do século 
passado no Japão, não só nas empresas, mas também nas escolas e pela população. Havia música tocada 
em alto-falantes enquanto se repetiam exercícios básicos, movimentando-se todos os segmentos corporais. 
Pode-se observar em algumas sequências gravadas que há um crescente de mobilização corporal até 
culminar em algumas repetições de polichinelos, e em seguida exercícios mais calmos para relaxar.
No Brasil, a prática foi trazida pelos imigrantes japoneses (Lima, 2008 apud Ferreira; Santos, 2013). 
Na cidade e no estado de São Paulo, instituiu-se o dia 18 de junho como o Dia da Rádio Taissô para 
preservar essa cultura.
 Observação
A Rádio Taissô é uma prática instituída em comemoração à posse do 
Imperador Hirohito, em 1º de novembro de 1928. Hoje conta com 30 milhões de 
praticantes, e são atribuídos à pratica expansão de produtividade, redução 
de acidentes e doenças profissionais, aumento de aprovação nas escolas e 
diminuição de acidentes de trânsito (Ferreira; Santos, 2013).
No Brasil, os primeiros relatos de prática da ginástica laboral são em indústrias e no Banco do Brasil, 
e registra-se no ano de 1969 a realização da ginástica laboral na indústria japonesa Ishikawajima, 
de construção naval, no Rio de Janeiro (Deutsch apud Ferreira, Santos, 2013). A primeira publicação 
acadêmica do tema no Brasil foi realizada pela Feevale, em 1978 (Carvalho, 2007).
19
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Hoje a ginástica laboral é um mercado em crescimento, mostrando que as empresas estão 
tentando melhorar a produtividade e diminuir os problemas de saúde associados ao trabalho. No Brasil, 
os conselhos federais de Educação Física e de Fisioterapia advogam desenvolvimento da capacitação 
para que seus profissionais ministrem a ginástica laboral. Antigamente era comum que um trabalhador 
de uma empresa ficasse responsável por conduzi-la, mas a prática caiu em desuso e ilegalidade com a 
regulamentação das profissões, caracterizando, atualmente, desvio de função e exercício ilegal da profissão.
Paralelamente, a área de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) evolui, e as empresas buscam outras 
ações complementares à ginástica laboral, com a finalidade de diminuir o estresse físico e psicológico do 
trabalho. Ações como quick massage, salas de descompressão, sala de jogos, ioga empresarial, academia 
in company, meditação e outras iniciativas são encontradas, dependendo das necessidades diagnosticadas.
Figura 8 – Além da ginástica laboral, as empresas buscam outras estratégias para melhorar a condição física 
do trabalhador em favor da produtividade – por exemplo, montar uma academia dentro da própria empresa 
Disponível em: https://bit.ly/3kvK7Bs. Acesso em: 12 nov. 2021.
1.4 Definições e benefícios da ginástica laboral
A ginástica laboral é a atividade física específica realizada no horário de trabalho, proporcionada 
pelo empregador e de prática facultada aos colaboradores, visando melhorias em sua condição física e 
psicossocial (benefícios individuais), geralmente planejadas para que provoquem benefícios empresariais. 
Para Lima (2008 apud Figueiredo; Mont’Alvão, 2008), a ginástica laboral é um conjunto de práticas 
físicas elaboradas a partir da atividade profissional, visando compensar as estruturas mais usadas 
durante o trabalho e ativar as que não são requeridas.
Na visão de Martins (2011, p. 57), a ginástica laboral pode ser considerada 
uma pausa ativa realizada no ambiente de trabalho, composta de atividades 
específicas como alongamentos, massagens, atividades lúdicas e exercícios 
respiratórios, primariamente direcionada para as exigências psicofisiológicas 
do trabalhador e passível de implantação em qualquer local de trabalho.
20
Unidade I
Para realizar uma sessão, pode-se utilizar o próprio espaço de trabalho dos funcionários quando 
possível, ou fazer um deslocamento pequeno para usar uma área mais apropriada à prática, sem, 
contudo, necessitar de instalação especializada, como uma quadra ou uma sala de ginástica.
Ginástica laboral não é o mesmo que ginástica em academia ou sessão de fisioterapia. Os objetivos 
são mais específicos, voltados aos trabalhadores e a aspectos de prevenção, e a estratégia deve preservar 
a possibilidade de retornar à rotina do trabalho logo após a sessão.
Para Dishman, O’Neal e Shephard (apud Grande; Silva; Parra, 2014, p. 55), a ginástica laboral 
é uma 
intervenção com exercícios físicos específicos para trabalhadores desenvolvida 
no local de trabalho e que visa melhorar desfechos gerais, como qualidade de 
vida e ambiente ocupacional, e desfechos específicos, como força muscular 
e flexibilidade.
Normalmente, a procura e a oferta da ginástica laboral visam suprir alguma necessidade identificada 
pela empresa, que seja alcançável através da diminuição de problemas relacionados às sobrecargas 
impostas ao trabalhador.
A ginástica laboral não pode ter caráter obrigatório. Portanto, os colaboradores da empresa devem 
ser constantemente conscientizados sobre os benefícios que pode trazer a eles individualmente, para 
que tenham sua percepção e sua participação incentivadas. Não pode ser oferecida fora do horário de 
trabalho, para que não configure legalmente que o funcionário está à disposição da empresa, tampouco 
subtrair o tempo de suas pausas estabelecidas.
Pode-se dividir os benefícios da prática da ginástica laboral em dois grupos: os benefícios aos 
colaboradores (trabalhadores) e à empresa.
 Lembrete
A ginástica laboral tem seu início relacionado às alterações das condições 
de trabalho advindas da Revolução Industrial. Uma de suas referências mais 
antigas é sua realização na Polônia em 1925, como uma pausa no trabalho 
para a realização de exercícios. 
1.4.1 Benefícios da ginástica laboral para os colaboradores
A ginástica laboral tem sido utilizada para atingir objetivos diversos, em geral atuando em processos 
fisiológicos ou psicossociais, que beneficiem a saúde do trabalhador. Pode-se compor um quadro com 
os benefícios mais procurados:
21
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Quadro 2 – Benefícios da ginástica laboral ao trabalhador
- Diminuição de dores
- Melhor saúde geral
- Melhor postura
- Melhor qualidade de vida
- Melhora na resistência
- Menor fadiga
- Melhor relacionamento interpessoal
- Melhor flexibilidade
- Maior felicidade
- Diminuição do sedentarismo
- Aumento do bem-estar
- Melhora na força
- Melhor disposição
- Melhor condicionamento físico
- Diminuição de lesões
- Mais ânimo
- Melhora da autoestima
- Maior satisfação
- Melhora no humor
- Maior reconhecimento
- Diminuição do estresse
- Diminuição da ansiedade
- Aumento da motivação
Pode-se agrupar os benefícios aos trabalhadores listados como benefícios físicos gerais, 
específicos (ligados ao trabalho) e benefícios psicológicos e sociais. Geralmente, cada um 
deles está relacionado a condições que acabarão por auxiliar o rendimento do trabalhador e, 
consequentemente, trazer vantagens às empresas.
Os benefícios físicos gerais estão associados à condição de saúde do trabalhador. Entre eles, 
pode-se citar a sensação de melhor saúde geral e a possibilidade de melhor condicionamento 
físico, muitas vezes aliada à mudança do comportamento sedentário para uma preocupação maior 
com atividade física regular e aspectos de saúde. 
O combate ao sedentarismo não é o foco da ginástica laboral na maioria dos programas, pois 
não depende de exercícios específicos relacionados ao trabalho, mas sim de uma mudança no 
comportamento também no tempo fora do trabalho e da empresa, e uma simples sessão de ginástica 
laboral não é capaz de alterar esse quadro. Dependendo do programa, parte da comunicação 
pode ser dedicada àsensibilização, orientação e compreensão das mudanças de comportamento 
benéficas à saúde geral.
Os benefícios físicos específicos (ligados à execução do trabalho) são possibilitados conforme as 
características de cada função, a partir de seu entendimento e verificação das exigências físicas utilizadas. 
 Observação
A diminuição de dores nas costas em trabalhadores que possuem 
sobrecarga notável na região dorsal será buscada através de exercícios de 
relaxamento, alongamento e às vezes até massageamento. Dessa forma, 
o efeito da sobrecarga será combatido ou amenizado e haverá menor 
chance de desconforto, dor, falta ao trabalho ou até afastamento por 
esse motivo.
22
Unidade I
10%
10%
29%
41%
57%
25%
19%
13%
50%
47%
60%
47%
25%
25%
44%
69%
54%
25%
7%
7%
Pescoço
Ombros
Cotovelos
Punhos e mãos
Coluna dorsal
Coluna lombar
Coxas e quadris
Joelhos
Pernas
Tornozelos e pés
Se
gm
en
to
 co
rp
or
al
Porcentagem
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Funcionárias que relataram 
dor antes da GL
Funcionárias que relataram 
melhora da dor após a GL 
Figura 9 – Incidência de queixas de dor e desconforto físico em trabalhadores 
por regiões corporais antes e após a implantação da ginástica laboral, 
segundo uma pesquisa de Santos et al. (2007)
Fonte: Santos et al. (2007, p. 103).
Outro exemplo interessante é a postura, que é uma característica de conhecimento e 
comportamento. Um programa de ginástica laboral pode ser esclarecedor ao trabalhador para 
conscientizá-lo da importância em assumir uma postura correta ao longo da jornada de trabalho, 
promovendo menor fadiga pela adequação do uso da musculatura e melhoria ergonômica da posição 
assumida, diminuindo a chance de dor, as faltas ao trabalho e a frequência ou duração de afastamentos.
O aumento de força também é um parâmetro a ser compreendido. O desenvolvimento de força em 
musculatura muito utilizada é desejável – por exemplo, o fortalecimento dos flexores e extensores do 
punho e dos dedos em usuários de computadores. Como a musculatura é muito usada em alta repetição 
e baixa carga, é possível trabalhar o fortalecimento ao longo das sessões de ginástica laboral.
23
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 10 – Altas taxas de repetitividade na digitação expõem os trabalhadores 
a sobrecargas que devem ser amenizadas e problemas que devem ser prevenidos
Disponível em: https://bit.ly/3ks9vYX. Acesso em: 12 nov. 2021.
Por outro lado, poder-se-ia presumir que a ginástica laboral contribui para aumento de força em um 
operário que precisa carregar sacos de 50 kg de cimento em sua jornada de trabalho, mas devido ao grande 
volume (intensidade e duração) já suportado, o trabalhador terá melhor aproveitamento do tempo de pausa 
com exercícios de alongamento, compensação e relaxamento. Adicionar mais sobrecarga é indesejável, pois a 
ginástica laboral não conseguirá produzir aumento de força devido à sua curta duração.
Flexibilidade e resistência também contribuem com benefícios físicos específicos ao possibilitar ao 
organismo uma maior proteção na execução do trabalho durante o dia. Musculaturas utilizadas por 
longo tempo em contração estática tendem a ser uma grande causa de queixa de dores – por exemplo, 
a musculatura lombar, que é uma das maiores causas de afastamento do trabalho.
Deve-se notar que os benefícios não são automáticos nem estão sempre todos presentes. Dependendo 
da característica do programa, dos objetivos, das estratégias de trabalho e do comportamento e 
comprometimento dos próprios participantes, o programa pode apresentar variações nos resultados.
Os benefícios psicossociais advindos da prática da ginástica laboral podem ser associados aos 
benefícios da prática de uma atividade física em grupo e à diminuição do desconforto provocado por 
dores. Muito citados na literatura e ligados à prática de atividade física regular, podem estar presentes 
em maior ou menor grau dependendo dos objetivos, da configuração do programa de ginástica laboral, 
da interação do grupo e de outros fatores. Assim, podemos mencionar: melhor disposição, diminuição 
do estresse, mais ânimo, maior satisfação, melhora do humor, aumento da autoestima, felicidade, 
bem-estar e motivação e diminuição da ansiedade.
Tabela 1 – Nível de satisfação antes e após o programa de ginástica laboral
Nível de satisfação Antes Após
Motivação 65% 97%
Disposição 58% 95%
Humor 72% 95%
Fonte: Santos et al. (2007, p. 111).
24
Unidade I
Os agentes estressores nas empresas podem ser externos (pressões conjunturais ou diretamente 
relacionadas ao exercício da função) ou internos (como cobranças internas, competições ou 
frustrações relacionadas ao trabalho ou colegas etc.), resultando no estresse ocupacional, como 
insatisfação, desajuste ao trabalho e problemas de relacionamento (com colegas, clientes, chefias e 
subordinados). Parte dessa carga estressora pode ser aliviada através de atividades do programa de 
ginástica laboral planejadas para esse objetivo.
1.4.2 Benefícios da ginástica laboral para as empresas
Paralelamente aos benefícios gerados ao trabalhador, pode-se ainda enumerar os benefícios 
para a empresa:
Quadro 3 – Possibilidades de benefícios empresariais mediante 
a ginástica laboral e outros programas de produção de saúde
- Diminuição de gastos com saúde
- Maior satisfação com o emprego
- Diminuição de LER/Dort
- Diminuição de afastamentos
- Diminuição do tempo de afastamento
- Diminuição de estresse no trabalho
- Melhor trabalho em equipe
- Melhor imagem externa
- Aumento da produtividade
- Diminuição do absenteísmo
- Diminuição do presenteísmo
- Menos acidentes
- Aumento do lucro
- Maior qualidade
- Melhor imagem interna
- Diminuição de turnover
- Diminuição de processos trabalhistas
Todas as implicações da prática de ginástica laboral relatadas podem ter impacto positivo na 
produtividade e lucratividade.
Os benefícios às empresas podem ser analisados sob alguns parâmetros. O primeiro poderia 
ser a produtividade gerada por diminuição do absenteísmo (faltas ao trabalho), diminuição nos 
afastamentos do trabalho e na duração dos afastamentos, menos acidentes de trabalho, diminuição 
de ocorrência de LER/Dort (lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados 
ao trabalho).
O próximo fator que se pode analisar é um grupo de benefícios que tem a característica 
comportamental de melhorar a produtividade e a qualidade, como diminuição do presenteísmo 
(quando o trabalhador está presente, mas não se concentra no trabalho por estar com algo tirando 
sua atenção – baixa concentração), melhoria do trabalho em equipe (melhor entrosamento, 
promovendo melhor resultado), maior satisfação no trabalho, diminuição do turnover (taxa de 
saída e reposição de funcionários e custos associados de treinamento) por estarem mais satisfeitos 
no trabalho. A taxa de turnover alta significa altos custos de reposição de mão de obra, assim 
como uma diminuição do tempo médio de experiência profissional do grupo, repercutindo na 
qualidade de atendimento ou realização do serviço. Segundo Silva e De Marchi (1997), a instituição 
de programas de promoção de saúde nas empresas contribui para que os indivíduos passem “a 
gostar do trabalho [...] e a vestir a camisa da empresa”.
25
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Algumas empresas se beneficiam ainda da imagem interna ou externa com seu investimento 
em ginástica laboral. Trabalhadores percebem que a entidade cuida da sua saúde, e isso gera uma 
imagem favorável para instituições que mostram respeito e preocupação (Jonash; Sommerlatte 
apud Figueiredo; Mont’Alvão, 2008). Já os concorrentes, fornecedores, clientes, público externo em 
geral (população), profissionais da área, entre outros, irão enxergar a empresa que investe na saúde 
dos trabalhadores como uma organização diferenciada do ponto de vista social e de qualidade. 
Assim, essa visão externa torna-se um capital intangível de boas práticas adotadas no mercado. 
Outra categoria que se pode analisaré a de menor gasto financeiro. Os motivos? Despesas 
associadas a remuneração dos dias parados (afastamentos), gastos médicos, honorários advocatícios, 
acordos e indenizações em processos trabalhistas etc. Caso seja alvo de uma ação trabalhista, a empresa 
poderá alegar que, apesar de ter havido um dano, investe na prevenção através da ginástica laboral, na 
tentativa de que sua atuação para proporcionar atividades preventivas possa de alguma forma amenizar 
a gravidade de um caso tão delicado.
Ryan et al. (2018) estudaram a economia gerada por um programa de cuidado com a saúde realizado 
em um hospital com 1.400 trabalhadores na Austrália. Nele, a ação principal era uma sessão diária de 
6 minutos no início do turno de trabalho, permitindo que cada trabalhador tivesse um tempo para 
si, realizando exercícios de alongamento, equilíbrio, fortalecimento, relaxamento, trabalho postural e 
educação para a saúde, em um ambiente de interação social com outros trabalhadores. 
Prevenção
Trabalhadores sentem-se 
valorizados pela organização 
e melhoram sua saúde e sua 
aptidão física
Suporte à saúde na empresa
Atividades diárias em grupo 
durante o período do trabalho
Intervenção precoce
Alterações identificadas 
e manejo proativo
Reabilitação
No local de trabalho, mantém 
relações pessoais e identifica 
funções adequadas
Figura 11 – Plano conceitual do programa estudado por Ryan et al. (2018). Em torno do triângulo central, 
representando o programa diário de exercícios e educação, acoplam-se a prevenção e a valorização 
da saúde, as melhoras no reconhecimento precoce e no manejo do problema e um trabalho 
de reabilitação mantendo as relações no próprio ambiente
Fonte: Ryan et al. (2018, p. 58).
26
Unidade I
Os principais resultados do estudo foram a diminuição de 30% em reivindicações por lesões, 57,5% 
de diminuição em gastos e tratamentos médicos e 68% de redução nos dias perdidos até o retorno ao 
trabalho, sendo o tratamento realizado com equipe e em ambiente conhecido um fator adicional de 
acolhimento e manutenção das relações sociais durante esse período.
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Período
Pré 3 Pré 2 Pré 1 Pós 1 Pós 2 Pós 3
Nú
m
er
o 
de
 re
ivi
nd
ica
çõ
es
Figura 12 – Número total de reivindicações de compensação por problemas de saúde relacionados 
ao trabalho nos períodos pré e pós-implantação do programa de cuidado com a saúde 
Fonte: Ryan et al. (2018, p. 59).
Ainda no estudo de Ryan et al. (2018), notou-se que o desenvolvimento do conhecimento corporal, 
a sensibilização dos trabalhadores e a identificação precoce de problemas possibilitada por esses fatores 
fizeram crescer 45% o número de incidentes reportados ou indicadores de problemas de saúde, mas foi 
totalizada uma queda real de 46% nos custos de gastos com saúde considerados.
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
Período
Pré 3 Pré 2 Pré 1 Pós 1 Pós 2
Di
as
 d
e 
tra
ba
lh
o 
pe
rd
id
os
Figura 13 – Total anual de dias de trabalho perdidos por problemas de saúde no período 
pré e pós-implantação do programa de cuidado com a saúde 
Fonte: Ryan et al. (2018, p. 60).
27
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
A ginástica laboral torna-se, como parte do esforço para a saúde no trabalho e quando bem 
implementada, um investimento, e não apenas um gasto. De fato, pode reverter o capital investido 
em ganhos para as empresas, em um círculo virtuoso, através da geração de benefícios de saúde a 
seus trabalhadores.
Conforme Figueiredo e Mont’Alvão (2008), um programa de qualidade de vida instituído por uma 
empresa de Washington (EUA) forneceu prêmios a 52% dos 2.700 trabalhadores participantes, de 
US$ 250 a US$ 300 por ano. Então, obteve o retorno de US$ 3.00 para cada US$ 1.00 investido nos 
nove anos do levantamento. Alguns estudos mostram que o impacto financeiro da ginástica laboral pode 
ser medido, como o que destacamos, no qual a empresa verificou uma economia de US$ 6.00 para cada 
dólar investido, em redução de gastos com saúde e de afastamentos por doenças e em aumento de 
produtividade (Carvalho, 2007).
Para Kallas e Batista (2009), as sessões de ginástica laboral podem ser uma ferramenta para propagar 
importantes conceitos sobre saúde, assumindo um papel não só compensatório, mas de contribuição 
para mudança de comportamentos e melhoria da qualidade de vida.
2 CARACTERÍSTICAS E EXIGÊNCIAS TÍPICAS DO TRABALHO
O processo de evolução pelo qual passou (e passa) a relação homem versus trabalho gera novas 
situações, exigindo adaptações e soluções. No entanto, muitas das antigas solicitações do trabalho não 
deixaram de existir, apenas se tornaram menos frequentes. 
Para analisar as exigências típicas envolvidas nesses casos, faz-se uma divisão didática, categorizando-se 
os sujeitos como trabalhadores típicos de produção, por um lado, e, no outro extremo, típicos administrativos.
Deve-se lembrar que as diferentes funções exercidas pelos indivíduos não estão necessariamente nos 
dois extremos distintos, mas sim em uma gradual mescla entre esses extremos, que são os funcionários 
administrativos e os da produção.
O profissional de ginástica laboral deve ter essa visão clara e, a partir dela, assimilar as reais solicitações 
encontradas em cada ambiente para entender as sobrecargas sofridas e programar as atividades a 
serem propostas.
2.1 Tipificação do trabalho braçal, suas características e demandas
O trabalhador braçal também é conhecido como trabalhador de chão de fábrica, ou seja, geralmente 
envolvido em situação de produção, manejo, transporte e beneficiamento físico.
A principal característica desse ofício é o desgaste físico envolvido em sua realização. Tipicamente, 
essa categoria de trabalho requer o uso de grandes grupos musculares para fazer as tarefas. Movimentos que 
envolvem múltiplas articulações, com grande dispêndio de energia, são frequentes.
São amplas as possibilidades de qualificação dessa realidade. Serão discutidas a seguir algumas das 
situações de trabalho do ponto de vista das exigências físicas e cognitivas/psicológicas.
28
Unidade I
2.1.1 Atividades que requerem grande aplicação de força
Força muscular é necessária em muitas funções laborais, e é definida como a capacidade de um 
músculo ou grupo muscular gerar torque em uma articulação específica (Haeffner et al. apud Eichinger 
et al., 2016). Segundo os autores, a dor lombar afeta de 70 a 85% dos adultos em algum momento da 
vida, e pode ocorrer devido às atividades laborais, com sobrecarga de força, além de por outros fatores, 
como a permanência em posição estática e a repetição de movimentos.
A função de um pedreiro pode ser muito ilustrativa nessa análise. É grande o envolvimento físico 
nas tarefas a serem cumpridas: carregar sacos de areia e cimento, preparar a massa, transportar a massa 
até o local etc.
A maior parte dessas ações motoras exige alta mobilização muscular, o que fisiologicamente irá 
requerer compensações, que poderão ser atendidas por pausas e pelo programa de ginástica laboral.
Funções típicas com essa característica podem ser citadas, como carregadores, estivadores, 
trabalhadores em indústrias etc.
Uma subdivisão dessa análise pode ser feita quando, além de grande intensidade, a força é aplicada 
subitamente, muitas vezes em situações de necessidade imediata. Por exemplo, uma peça grande de 
construção sendo içada por um guindaste, ao ser colocada no solo, sofre uma movimentação pendular, 
que precisa ser desacelerada pelos homens encarregados de auxiliar a colocação da carga no chão, sob 
o risco de lesões caso haja problemas na operação.
Segundo Dul e Weerdmeester (2012), movimentos bruscos geram picos de tensão, que podem produzir 
dores, e pausas são necessárias para recuperação quando a tarefa exceder 250 W de energia gasta 
(o metabolismo basal equivale a cerca de 80 W (1 W = 0,06 Kj/min = 0,0143 kcal/min). Para os autores, 
o peso máximo para alguém levantar deveria ser de 23 kg, em condições ideais, que seriam a carga 
próximado corpo, com as duas mãos por meio de alças ou furos laterais, sem torcer o tronco, permitindo 
escolher uma boa postura e sem exceder um levantamento por minuto e no máximo uma hora de duração, 
ofertando em seguida 120% de tempo de repouso em relação ao tempo gasto no levantamento. 
Figura 14 – Movimentos pendulares da carga no guindaste exigem dos trabalhadores não apenas a aplicação de força, mas que tais 
ações sejam realizadas em um curto espaço de tempo (alta potência) para estabilizar a colocação da carga no solo. Essa característica 
é importante para o andamento da tarefa do trabalhador braçal e até para a segurança dele
Disponível em: https://bit.ly/3DbBnbb. Acesso em: 12 nov. 2021.
29
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
2.1.2 Movimentos repetitivos no trabalho braçal
Utilizando-se novamente o ofício de um pedreiro, o trabalho braçal pode ser caracterizado quando 
este profissional lida com cargas menores, mas repetidamente, executando movimentos. Assentar a 
massa em uma parede pode ser um bom exemplo de repetição e força. Vejamos a tarefa de um dos 
braços: pegar a massa com a colher, elevando-a sempre com o mesmo braço, e fazendo movimentos de 
vaivém na parede, com ajustes no ombro, cotovelo e punho, além da força de preensão da mão, para 
que o peso não seja derrubado.
Essa tarefa requer certos movimentos repetidos de flexão e abdução do ombro, flexão e extensão do 
cotovelo, pronação e supinação do antebraço, flexão e extensão do punho, sempre exercendo força na 
musculatura flexora dos dedos para manter o peso da massa em sua mão.
Outro caso típico nessa categoria de solicitação é o de um montador de móveis. Em uma conta 
simples, se um armário a ser montado utilizar 50 parafusos, entre a montagem das suas paredes, 
prateleiras, gavetas, portas etc., e se cada parafuso exigir cerca de 15 movimentos de supinação e 
pronação do antebraço, enquanto o montador ainda realiza força de preensão na mão, para que a chave 
de fendas não “escorregue” entre seus dedos, são necessários cerca de 750 movimentos repetidos de 
supinação e pronação do antebraço para montá-lo, sem contar as demais solicitações, como carregar as 
partes, encaixá-las e parafusá-las.
Mesmo com o uso de parafusadeiras automáticas, haverá exigências musculares e articulares 
significativas, pela ferramenta ter um peso considerável, por ter que ser segurada firmemente, por passar a 
existir algum nível de vibração, ou mesmo pelo fato de que, ao usar um artefato que facilita o trabalho 
ao diminuir o tempo de montagem de um móvel, é muito possível que se passe a exigir do trabalhador 
a montagem de dois ou mais móveis no tempo que for economizado pelo uso da ferramenta.
Ao longo de muitas horas de trabalho, essas solicitações de repetição de movimentos com alguma 
aplicação de força vão causar desgaste muscular e articular significativo. Muitos outros exemplos podem 
ser citados, como trabalhadores em linha de produção, auxiliares de limpeza e padeiros.
Figura 15 – Muitas profissões exigem o emprego de força moderada em repetições durante muitas 
horas de trabalho. Essa disposição é um dos alvos de programas de ginástica laboral 
Disponível em: https://bit.ly/3CdiIds. Acesso em: 12 nov. 2021.
30
Unidade I
2.1.3 Desproporção entre exigências unilaterais
Essa característica do trabalho braçal diz respeito ao desequilíbrio entre os lados do corpo. 
Muitas funções são executadas predominantemente apenas de um lado, devido à posição assumida, 
tipo de ferramenta, destreza do trabalhador, segurança etc. 
Não se deve abordar nessa análise apenas o uso de um dos lados do corpo, que ficará mais forte ou 
mais fatigado, fato já tratado nos itens anteriores, mas também o desequilíbrio que pode ser gerado no 
corpo humano.
Quando o desequilíbrio de utilização é grande, poderá causar dores que a médio prazo irão 
comprometer o rendimento no trabalho e a vida social. Com essa solicitação permanente, ao usar sempre 
os mesmos grupos musculares unilateralmente, estes serão exigidos desproporcionalmente, afetando 
muitas vezes o alinhamento da coluna vertebral.
Figura 16 – Quando o esforço físico é repetidamente muito maior de um lado do que do outro, 
gera um desequilíbrio muscular com o passar do tempo de trabalho, que pode ocasionar 
comprometimento muscular e até desvios posturais 
Disponível em: https://bit.ly/3wIezNu. Acesso em: 12 nov. 2021.
Ainda considerando o exemplo do pedreiro, os gestos citados de assentamento da massa na parede 
em geral são unilaterais, usando o braço dominante, seja na característica de força, para que suporte 
a necessidade de sustentar o peso, seja no aspecto da habilidade e destreza, quando se exige um 
acabamento uniforme.
Entre esportistas profissionais, é possível encontrar tais desequilíbrios, e o seu treinamento é 
planejado para que malefícios não sejam sentidos. É notável a carga diferenciada de trabalho entre o 
braço dominante e o outro braço de um tenista. Modernamente, a ciência já mostrou o valor de um 
trabalho equilibrado.
31
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Analisando novamente o trabalhador braçal comum, pode-se citar outras funções que possuem 
a característica de força unilateral importante, como um caixa de supermercado, que transpõe os 
produtos de um lado para o outro, um trabalhador de limpeza, ao limpar as janelas ou varrer o piso, 
e um repositor de estoques, que usa uma das mãos para retirar o produto da caixa e a outra mão 
para erguer o produto até a prateleira.
A) B) 
Figura 17 – Muitos equipamentos são utilizados forçando um lado do corpo, seja pelo posicionamento 
mais favorável (painel lateral), seja pelo manuseio unilateral (materiais de limpeza)
2.1.4 Muito tempo na posição em pé
Trabalhadores de produção muitas vezes realizam funções nas quais o deslocamento é importante, 
como carregadores, varredores e entregadores, ao passo que outras funções são executadas na posição 
em pé com membros inferiores estáticos, enquanto os membros superiores fazem alguma tarefa ou há 
pequenos deslocamentos para pegar uma peça ou ajustar a posição do corpo frente a uma peça.
Essa necessidade pode ter desdobramentos diversos: no caso de se trabalhar em pé parado, haverá 
uma sobrecarga na musculatura dorsal, especialmente lombar, e uma possível diminuição de retorno 
venoso dos membros inferiores, pela falta de ação muscular na posição parada. Se o trabalho for 
realizado em pé e em movimento, haverá grande demanda energética e fadiga na musculatura de 
membros inferiores devido à grande distância percorrida.
Para Dul e Weerdmeester (2012), é essencial intercalar a posição em pé com a posição sentada ou 
andando para aliviar a sobrecarga. 
32
Unidade I
2.1.5 Trabalho em posições forçadas
Outra característica presente em diversas funções consideradas como trabalho braçal é a 
possibilidade de o trabalho ser realizado em posição não anatômica.
Figura 18 – O trabalho em posição forçada, mesmo aquele em que não seja necessário executar 
força, causará uma demanda estática importante para ser compensada por um programa de ginástica laboral 
Disponível em: https://bit.ly/3c4W0K2. Acesso em: 12 nov. 2021.
Certas tarefas obrigam o trabalhador a assumir uma posição forçada, muitas vezes necessária para 
conseguir alcançar uma peça, ou encontrar uma posição em que seja possível aplicar força etc.
Quando se necessita assumir uma posição pouco natural, a musculatura precisa sustentar o peso 
corporal, ao contrário de uma postura equilibrada. Dessa forma, haverá um desgaste por conta da força 
empregada para assumir essa posição e, se for preciso manter tal postura por muito tempo, haverá uma 
fadiga por causa dessa solicitação.
É importante considerar a variação de posturas, e o estresse de permanecer com o tronco inclinado 
pode gerar dores no pescoço e nas costas (Dul; Weerdmeester, 2012).
O programa de ginástica laboral deve considerar esse aspecto e providenciar a devida compensação 
ou relaxamento das estruturas envolvidas.
Figura 19 – Parececômodo trabalhar deitado, mas essa posição de abdução dos braços 
forçará o mecânico a realizar trabalho muscular para adução dos braços por tempo prolongado, 
fatigando a musculatura peitoral, tríceps e deltoides. Se houver necessidade de elevar a cabeça do chão, 
para poder enxergar o acesso às peças, ainda mais desgastante será a posição 
Disponível em: https://bit.ly/3wH70H4. Acesso em: 12 nov. 2021.
33
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
2.1.6 Outras características do trabalho braçal
Além das características citadas, é possível identificar outros fatores típicos de trabalhadores 
braçais. Assim, o profissional de ginástica laboral deve estar atento a quais aspectos são os mais 
importantes para aquele grupo para o qual pretende montar o programa, e então será possível 
atender às suas necessidades.
Deve-se, ainda, estar preparado para verificar as exceções. Alguns trabalhos, apesar de serem 
realizados na linha de produção, em vez de requererem força, podem se assemelhar a trabalhos de 
controle, portanto, em muito se aproximando das características do trabalho administrativo, que serão 
analisadas a seguir.
Figura 20 – Apesar de estar na linha de produção, este operário tem característica 
de trabalhador administrativo, observando um painel e pressionando os controles. 
É importante considerar, ainda, a posição do trabalho em pé e a presença de ruídos e vibrações 
Disponível em: https://bit.ly/30cdQIp. Acesso em: 12 nov. 2021.
2.2 Tipificação do trabalho administrativo, suas características e demandas
No outro extremo dos aspectos típicos de trabalho está o chamado trabalho administrativo. 
Também há uma série de fatores que o destacam para poder identificar quais solicitações são as mais 
comuns nesse tipo de função.
O trabalhador administrativo é definido como aquele que cumpre tarefas ligadas a decisões ou 
procedimentos diversos com mais atuação cognitiva do que uso de grandes grupos musculares. 
Logicamente, ele utilizará movimentos sempre que necessário, pois muitas tarefas exigem algum 
tipo de interação, como falar ao telefone, escrever, digitar, bem como pequenos deslocamentos, às 
vezes apresentações em reuniões ou atividades em grupo. Entretanto, esses movimentos são pouco 
significativos em relação ao dispêndio energético, sendo que muitos trabalhadores administrativos 
passam a maior parte do tempo sentados.
34
Unidade I
Figura 21 – O trabalho administrativo é marcado pelo intenso envolvimento 
cognitivo, com pouca ação muscular. Escrita, digitação, comunicação e discussões 
são algumas das principais atividades exercidas 
Disponível em: https://bit.ly/31YsJPx. Acesso em: 12 nov. 2021.
Acentuaremos agora alguns dos atributos típicos do trabalho administrativo.
2.2.1 Trabalho sentado e sedentarismo
Muitas das funções do trabalho administrativo podem ser realizadas na posição sentada, o que, 
de certo modo, é interessante para evitar o cansaço provocado pela posição em pé, típica do grupo de 
trabalhadores anteriormente estudado.
Todavia, muitas horas por dia de jornada de trabalho na posição sentada também não trazem 
benefícios ao organismo, podendo gerar, além da condição sistêmica de sedentarismo, problemas 
relacionados à posição assumida. Um traço importante do trabalho sentado é a diminuição da circulação 
sanguínea nos membros inferiores. 
Outra influência da posição sentada é a sobrecarga da coluna, especialmente na região lombar, 
e muitas vezes na região cervical, podendo ser associada a problemas ergonômicos, que serão analisados 
adiante. Um programa de ginástica laboral pode abordar essas objeções, ao realizar atividades para 
membros inferiores e coluna.
Adicionalmente aos prejuízos à saúde causados por muito tempo na posição sentada, não se pode 
deixar de considerar que muitos trabalhadores não se sentam corretamente, acarretando problemas 
ainda maiores. Assim, a integração da ginástica laboral com a ergonomia poderá trazer resultados 
favoráveis para os trabalhadores.
35
ERGONOMIA E GINÁSTICA LABORAL
Figura 22 – Trabalhar sentado também gera sobrecarga física na coluna 
e nos membros inferiores, e isso deve ser compensado para não 
causar prejuízos físicos permanentes 
Disponível em: https://bit.ly/3oiXxBY. Acesso em: 12 nov. 2021.
O sedentarismo não pode ser totalmente combatido em uma sessão de ginástica laboral do ponto de 
vista fisiológico, pois, pela duração curta que a sessão possui, não será capaz de reverter o quadro. Por isso, 
será visto mais adiante que um dos componentes do programa pode ser educacional, complementando 
o pouco tempo de sessão com o incentivo à mudança de hábitos em outros horários do dia.
2.2.2 Movimentos repetitivos
Uma das características mais presentes e típicas do trabalhador administrativo é a realização de 
movimentos repetitivos de pequenos grupos musculares, como na escrita ou na digitação.
Movimentos repetitivos diversos, como escrita manual, uso constante de carimbos, mouse, calculadora, 
manuseio de botões ou painéis, são a demonstração da presença de repetições na rotina. Sem dúvida, 
são pontos de atenção no estudo das funções executadas pelo trabalhador, mesmo com baixa força 
envolvida. A repetição deve ser considerada, e o profissional de ginástica laboral deve observar em 
quais condições o trabalhador realiza os movimentos, bem como sua intensidade e frequência. Assim, 
terá a informação da relevância do movimento em relação ao desgaste do trabalhador, bem como das 
necessidades a serem consideradas para o planejamento do programa de ginástica laboral.
A digitação, em especial, tornou-se uma grande preocupação das empresas, pela sobrecarga na 
musculatura flexora e extensora dos dedos e estruturas anatômicas envolvidas. Trata-se de uma 
demanda muito importante, típica de trabalhadores administrativos, e sua relevância será verificada na 
Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que dispõe especificamente sobre este tópico.
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Unidade I
2.2.3 Estresse e sobrecargas diversas
O setor administrativo possui uma dinâmica que, muitas vezes, pode ser considerada demasiadamente 
estressora. Realização de muitas atividades ao mesmo tempo, cobrança por prazos, hierarquia rígida, 
relações interpessoais não favoráveis, entre outras causas, podem fazer com que o indivíduo trabalhe 
em condição de estresse emocional constante.
O estresse ocasional faz parte de diversas funções administrativas, mas quando os agentes estressores 
são permanentes os prejuízos aos trabalhadores são consideráveis. Em geral, as empresas reconhecem 
tal carga negativa e adotam a ginástica laboral como forma de combater parte das causas de estresse. 
A responsabilidade assumida no trabalho administrativo pode ser muito estressora, e a concentração 
de responsabilidades também se torna um fator estressante muito grave, chegando a prejudicar as 
relações interpessoais no trabalho.
Figura 23 – Trabalhadores do setor administrativo lidam com uma 
série de fatores estressores típicos da sua atuação 
Disponível em: https://bit.ly/3DdFvHF. Acesso em: 12 nov. 2021.
Ao finalizar a análise das características dos trabalhadores da produção e da administração, deve-se 
lembrar que esses mundos extremos não são isolados. Muitos trabalhadores administrativos, por exemplo, 
deparam-se com a tarefa de ter que “transportar” os documentos burocráticos. Carregar os documentos 
remete a um traço do trabalhador braçal, apesar de estar em um ambiente administrativo. Da mesma 
forma, um operário de uma linha de produção pode passar parte do tempo conduzindo uma máquina 
ou computador que controla o processo. Ele está exercendo uma função tipicamente administrativa, 
embora trabalhe diretamente no chão de fábrica. Assim, o profissional de ginástica laboral deve ter 
a clareza para analisar as funções desempenhadas em cada departamento, para poder conhecer as 
principais demandas do trabalho e programar a melhor forma de ação.
3 ERGONOMIA
A ergonomia é uma valiosa ferramenta para o profissional de ginástica

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