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Direito do Trabalho I Prof. Anderson Lindoso VEREMOS NA AULA DE HOJE: - Contratos de Trabalho. - Condições. - Atividades ilícitas. - Formas. - Duração. Prof. Anderson Lindoso Classificação. • Contratos comuns dizem respeito a qualquer empregado e é aplicada a CLT. Contratos especiais compreendem algumas particularidades que lhes são aplicáveis. Muitas vezes, são regidos por legislação especial ou estão numa parte específica da CLT. Nessa categoria, é possível incluir o contrato de trabalho dos professores, que percebem por aula dada e não por hora; dos marítimos, que ficam no interior da embarcação por longo período, durante o qual podem ser exigidos serviços por até 24 horas; de menores, que não podem prestar serviços em atividades insalubres ou perigosas. • Muitos contratos de trabalho têm certas regras especiais decorrentes da política legislativa ou de vantagens que foram asseguradas à categoria. É o que ocorre com os bancários, que conquistaram a jornada de trabalho de 6 horas; mas, retirada essa peculiaridade, as demais regras são as mesmas que em relação a outros empregados. Classificação contrato de Trabalho • Classifica-se o contrato de trabalho, quanto à jornada, em: (a) tempo total, em que o empregado trabalha 8 horas por dia; (b) tempo parcial, em que o obreiro presta serviços, por exemplo, por 4 ou 5 horas por dia, sendo que a duração do trabalho não pode exceder a 30 horas na semana, podendo ser de 26 horas na semana com prestação de até 6 horas extras semanais. • Quanto à manifestação da vontade, o contrato de trabalho pode ser expresso ou tácito. Quanto à duração, pode ser de prazo determinado ou indeterminado. • Nos contratos de trabalho mistos, parte deles tem característica de contrato de trabalho e parte de outro tipo de contrato. Exemplo pode ser a coexistência de contrato de trabalho e parceria ao mesmo tempo. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO • Classifica-se o contrato de trabalho, quanto à jornada, em: (a) tempo total, em que o empregado trabalha 8 horas por dia; (b) tempo parcial, em que o obreiro presta serviços, por exemplo, por 4 ou 5 horas por dia, sendo que a duração do trabalho não pode exceder a 30 horas na semana, podendo ser de 26 horas na semana com prestação de até 6 horas extras semanais. • Quanto à manifestação da vontade, o contrato de trabalho pode ser expresso ou tácito. Quanto à duração, pode ser de prazo determinado ou indeterminado. • Nos contratos de trabalho mistos, parte deles tem característica de contrato de trabalho e parte de outro tipo de contrato. Exemplo pode ser a coexistência de contrato de trabalho e parceria ao mesmo tempo. • O Código Civil de 2002 faz referência a negócio jurídico e não mais a ato jurídico. • Fato jurídico é o acontecimento em que a relação jurídica nasce, se modifica e se extingue. Exemplos seriam o nascimento, a morte etc. • Ato jurídico é o fato proveniente da ação humana, de forma voluntária e lícita, com o objetivo de adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Ato jurídico é, portanto, espécie de fato jurídico. São exemplos o casamento, os contratos etc. • O fato jurídico independe da vontade do homem, enquanto o ato jurídico depende de sua vontade. • Negócio jurídico é a declaração de vontade da pessoa para adquirir, modificar, alterar ou extinguir uma relação jurídica. A pessoa adquire quando compra um bem; modifica quando cede direitos; altera quando faz novação; extingue quando faz pagamento, faz distrato de sociedade etc. • Representa o negócio jurídico espécie de ato jurídico lícito, como um contrato. • O contrato de trabalho é espécie de negócio jurídico. • Não se fala mais em nulidade dos atos jurídicos, mas em invalidade do negócio jurídico. CLASSIFICAÇÃO CONTRATO DE TRABALHO • Afirma Clóvis Bevilácqua que “a nulidade é a declaração legal de que a determinados atos se não prendem os efeitos jurídicos, normalmente produzidos por atos semelhantes. É uma reação da ordem jurídica para restabelecer o equilíbrio perturbado pela violação da Lei”.6 • Nulidade é a sanção estabelecida em lei pelo descumprimento de regras previstas na norma jurídica. • O negócio jurídico não é exatamente nulo, pois só pode ser considerado nulo se assim for declarado. Antes disso, produz efeitos jurídicos. • Assim, a denominação mais correta é invalidade do negócio jurídico. • A nulidade no Código Civil diz respeito a negócio jurídico. Se a manifestação de vontade não visa a determinados efeitos, não há que se falar em nulidade. • Elementos essenciais do contrato de trabalho são os contidos no art. 104 do Código Civil. • O contrato de trabalho é normalmente estabelecido por prazo indeterminado. A exceção é o contrato de trabalho de prazo determinado. É o elemento acidental. CLASSIFICAÇÃO CONTRATO DE TRABALHO • A validade do negócio jurídico requer: (a) agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável; (b) forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104 do Código Civil). • Como qualquer negócio jurídico, o contrato de trabalho deve respeitar as condições determinadas pelo art. 104 do Código Civil, que exige para sua validade agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei. De acordo com o art. 1o do Código Civil, capacidade é a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. O art. 3o do Código Civil estabelece que são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos. São relativamente incapazes para certos atos ou à maneira de os exercer: (a) os maiores de 16 e menores de 18 anos; (b) os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; (c) aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (d) os pródigos (art. 4o do Código Civil). A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Aos 18 anos cessa a menoridade, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil (art. 5o do Código Civil). No Direito do Trabalho, o inciso XXXIII do art. 7o da Constituição proíbe o trabalho do menor de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. É permitido o trabalho do menor aprendiz de 14 a 24 anos (art. 428 da CLT). Assim, o menor de 16 anos não tem capacidade para o trabalho, exceto se for aprendiz e a partir dos 14 anos. A capacidade absoluta só ocorre com 18 anos completos. Entre 16 e 18, os menores são relativamente capazes. O responsável legal do menor tem a faculdade de pleitear a extinção de seu contrato de trabalho, desde que o serviço possa acarretar a ele prejuízos de ordem física ou moral (art. 408 da CLT). O menor, entretanto, poderá firmar recibo de salários; porém, na rescisão de seu contrato de trabalho, há necessidade da assistência dos responsáveis legais para efeito de dar quitação ao empregador pelo recebimento das verbas que lhe são devidas (art. 439 da CLT). O trabalho proibido pela lei pode ser exemplificado como o do estrangeiro que está no Brasil como turista, que não pode exercer atividade remunerada. É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao menor de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos (art. 7o, XXXIII, da Constituição). O menor adquire capacidade plena com o estabelecimento civil ou comercial ou pela existência da relação de emprego, desde que, em razão deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria (art. 5o, parágrafo único, V, do Código Civil). Se o menor trabalha, mas não tem economia própria, não adquire a capacidade civil. A economia própria é adquirida quando o menor tem remuneração suficiente para seu sustento ou de sua família. A capacidade trabalhista está regulada na CLT. O fato de o menor passar a ter economia própria não o torna maior para fins trabalhistas, pois aplica-se a CLT, que não é omissa sobre o tema. A lei geral civil não revoga a lei especial trabalhista. Objeto determinado é o especificado, como comprar um veículo Volkswagen, modelo Gol, motor 1.0. A prestação será determinávelquando no momento do cumprimento ela for especificada. Será vedado também o trabalho em atividades que tenham objetos ilícitos. Distingue-se a atividade proibida, como a do menor de 18 anos em atividades insalubres, que lhe prejudicam a saúde, da atividade ilícita, que é contrária à moral e aos bons costumes. CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • Haveria objeto ilícito quando fosse contratado um empregado para fazer apostas de jogo do bicho, trabalhar num prostíbulo ou para vender drogas etc. • Não é possível retornar ao estado anterior, devolvendo ao empregado a energia de trabalho. Assim, deve haver pagamento de salário se existe a prestação de serviços. • É nulo o negócio jurídico quando: • É nulo o negócio jurídico quando: • I –celebrado por pessoa absolutamente incapaz, que são os menores de 16 anos, os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. O contrato de trabalho celebrado com menor de 16 anos é válido, pois a regra contida na legislação não pode ser interpretada contra o menor. Assim, mesmo não podendo o menor de 16 anos trabalhar, existe contrato de trabalho se estiverem presentes os requisitos para a configuração do vínculo de emprego; • no 6.001/73); CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • II –for ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto. É ilícita a prestação de serviços em que o empregado vende drogas. É impossível o negócio jurídico no contrato que previr a entrega da Lua; • III –o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito. É o que ocorre com empregada que mantiver contrato de trabalho com empregador que explore a prostituição, em que a primeira tivesse de manter relações sexuais com os clientes do segundo. Se uma das partes não sabe da ilicitude, não se pode falar em nulidade do negócio jurídico; • IV –não revestir a forma prescrita em lei. É a hipótese em que o empregado é contratado pela Administração Pública, porém não presta concurso público (art. 37, II, da Constituição). Se o órgão público estava proibido de contratar pessoas sem concurso público, o trabalhador também deveria ter conhecimento de que, para ser admitido, deveria prestar concurso, pois não pode alegar a ignorância da lei (art. 3o do Decreto-Lei no 4.657/42). Os contratos de trabalho celebrados com índios em processo de integração ou habitantes de parques ou colônias agrícolas dependerão de prévia aprovação do órgão de proteção ao índio (art. 16 da Lei no 6.001/73); CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO • V –for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade. É o exemplo da inscrição no Cartório de Registro de Imóveis para validar venda e compra perante terceiros. No âmbito do Direito do Trabalho, é a hipótese de se contratar aprendiz sem contrato escrito (art. 428 da CLT); • VI –tiver por objetivo fraudar lei imperativa; • VII –a lei taxativamente o declarar nulo (art. 9o CLT), ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. • Os incisos III e VI do art. 166 do Código Civil não tinham previsão no Código anterior. • O Código Civil de 2002 classificou a simulação como caso de nulidade do negócio jurídico. No Código Civil de 1916, a simulação era hipótese de anulabilidade do ato jurídico. • É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma (art. 167 do Código Civil). CLASSIFICÃÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO • O Código Civil de 2002 classificou a simulação como caso de nulidade do negócio jurídico. No Código Civil de 1916, a simulação era hipótese de anulabilidade do ato jurídico. • É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma (art. 167 do Código Civil). • Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: (a) aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; (b) contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; (c) os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. • Ficam ressalvados os direitos de terceiros de boa-fé em relação aos contraentes do negócio jurídico simulado. • O objetivo da simulação é fraudar a lei ou causar prejuízo a outrem. CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO • Antônio de Lemos Monteiro Fernandes (1976) afirma que o contrato de trabalho é o fato gerador da relação de trabalho. O contrato faz nascer a relação entre as partes. É a dinâmica dessa relação. • Outros entendem que o contrato não é a fonte que produz a relação de emprego. O contrato e a relação de emprego podem dar origem ao vínculo entre as partes. Quando as partes estabelecem o contrato, há ajuste de vontades. Quando o vínculo decorre de um fato, que é a prestação dos serviços, há relação de emprego, mesmo que não tenha havido o ajuste de vontades. • O contrato de trabalho compreende obrigação de fazer por parte do empregado, de prestar serviços. • As teorias mais modernas que pretendem explicar a natureza jurídica do contrato de trabalho são a teoria contratualista e a teoria anticontratualista. - Se o negócio jurídico nulo tiver conexão com outro negócio, subsistirá este se demonstrado que era o desejo dos contratantes (art. 170 do Código Civil). - É anulável o negócio jurídico: - a)por incapacidade relativa do agente. São relativamente incapazes os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais; os viciados em tóxicos; os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo, e os pródigos; - b)por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171 do Código Civil). - A anulabilidade do negócio jurídico só pode ser arguida pelas partes. Não pode ser arguida de ofício pelo juiz, mas deve ser declarada na sentença (art. 177 do Código Civil). - O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro (art. 172 do Código Civil). - É anulável o negócio jurídico: - O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo (art. 173 do Código Civil). Exemplo pode ser a celebração de contrato de trabalho de menor entre 16 e 18 anos, sem a anuência dos pais. Estes podem convalidar posteriormente o ato do menor. - Quando a anulabilidade do ato resultar de falta de autorização de terceiro, será validado se este a der posteriormente (art. 176 do Código Civil). É a mesma hipótese em que o pai dá validade posteriormente ao contrato de trabalho celebrado por menor de 18 anos. - A nulidade dos negócios jurídicos do Direito do Trabalho é diferente da nulidade dos negócios jurídicos no Direito Civil. Somente no Direito do Trabalho há situações específicas nesse sentido.). - Não será nulo todo o contrato de trabalho, caso uma ou algumas de suas cláusulas contrariem o ordenamento jurídico, mas apenas as cláusulas que não observarem as prescrições legais. A cláusula contrária ao ordenamento jurídico estatal é substituída por este, deixando de ser aplicada. É como se não estivesse escrita. Aproveita-se, portanto, a parte válida do ato. - No contrato de trabalho não há como repor as partes ao estado anterior (art. 182 do Código Civil), pois é impossível devolver a energia de trabalho ao empregado. Assim, muitas vezes o correto é o pagamento da indenização respectiva. - Preenchidos os requisitos do art. 3o da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto da Polícia Militar (S. 386 do TST). No caso, o negócio jurídico não é ilícito, mas proibido. - Nos contratos com o Estado, em que não há prestação de concurso público (art. 37, II, da Constituição), o contrato é considerado nulo. Não produz efeitos entre as partes. O TST entende que devem ser pagos apenas os saláriosao empregado com incidência do FGTS (S. 363 do TST). - A contratação de pessoal para prestação de serviços nas campanhas eleitorais não gera vínculo empregatício com o candidato ou partido contratantes (art. 100 da Lei no 9.504/97). - As relações decorrentes de transporte de cargas “são sempre de natureza comercial, não ensejando, em nenhuma hipótese, a caracterização de vínculo de emprego” (art. 5o da Lei no 11.442/2007). A natureza da relação entre o transportador rodoviário e a empresa é comercial. O STF considerou constitucional o dispositivo (STF, Rcl 43.544-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, DJe 3-3-2021). - O contrato de trabalho entre cônjuges é possível, desde que o prestador de serviços receba remuneração e tenha subordinação. Se a relação é decorrente da comunhão do casamento, é afetiva ou familiar, não existe vínculo de emprego. Será mais difícil existir contrato de trabalho doméstico entre cônjuges, em razão da comunhão familiar entre eles. ATIVIDADES ILÍCITAS: O parágrafo único do art. 2.035 do Código Civil prevê que nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública. Essa regra se aplica tanto ao contrato de trabalho, que tem correspondente mais específico no art. 444 da CLT, como às convenções e aos acordos coletivos. São nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio (art. 424 do Código Civil). No plano de demissão voluntária ou na aposentadoria do empregado não pode renunciar o trabalhador às verbas rescisórias em troca de qualquer pagamento. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio (art. 424 do Código Civil). O art. 429 do Código Civil é aplicado no Direito do Trabalho quando o empregador faz anúncio em jornal procurando empregado e especificando salário. Por se tratar de oferta ao público, vincula o salário do empregado ao que foi ofertado. ATIVIDADES ILÍCITAS: - A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: - I –for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio. É o que pode se verificar se o comportamento das partes é ou não é de contrato de trabalho, apesar de ser celebrado contrato de prestação de serviços, inclusive por pessoa jurídica. Deve ser observada a realidade verificada no comportamento das partes no desenvolvimento do contrato; - II –corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; - III –corresponder à boa-fé. Mesmo no contrato de trabalho, as partes devem proceder com boa-fé; - IV –for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável. Como o contrato de trabalho geralmente é de adesão, deve-se analisar quem redigiu o contrato ou a cláusula, que normalmente não é o empregado; - V –corresponder à qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração (§ 1o do art. 113 do Código Civil). - A CLT não se aplica às atividades de direção e assessoramento nos órgãos, institutos e fundações dos partidos, assim definidas em normas internas de organização partidária (art. 7o, f, da CLT). - Há necessidade de serem tecidas algumas considerações sobre os trabalhadores que prestam serviços a empresas ou pessoas que têm por objeto atividades ilícitas, para verificar se existe contrato de trabalho entre essas pessoas. - A Constituição garante o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas, porém, as determinações legais (art. 5o, XIII), remetendo o intérprete, inclusive, às prescrições do art. 104 do Código Civil, para a validade do negócio jurídico que for praticado. - Inexistirá contrato de trabalho entre trabalhador e cambista de jogo do bicho ou de outras atividades ilícitas previstas em lei, como contravenções penais, e é nulo de pleno direito o ato praticado que não produz nenhum efeito no mundo jurídico. O próprio trabalhador não poderá dizer que desconhecia a ilicitude da atividade do tomador dos serviços, pois “ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece” (art. 3o do Decreto-Lei no 4.657/42). ATIVIDADES ILÍCITAS: - Há, contudo, que se distinguir entre contrato de trabalho cujo objeto é ilícito e aquele que é apenas proibido. É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos (art. 7o, XXXIII, da Constituição), o trabalho da mulher em serviços que demandem força muscular além de certo parâmetro (art. 390 da CLT). Mesmo havendo proibição de o policial militar fazer atividades privadas, a Súmula 386 do TST reconhece o vínculo de emprego entre o policial militar e o tomador dos serviços, desde que presentes os requisitos do art. 3o da CLT. Será ilícito o contrato de trabalho se não atendidos os requisitos do art. 104 do Código Civil. - A Lei do Contrato de Trabalho da Argentina bem demonstra a diferença entre objeto ilícito, que é o contrário à moral e aos bons costumes, não tendo nenhuma validade (art. 39), e trabalho proibido, em que é vedado o emprego de determinadas pessoas ou determinadas tarefas, épocas ou condições (art. 40). Ensina Ramírez Gronda (1945:222) que “se a locação tiver por objeto a prestação de serviços impossíveis, ilícitos ou imorais, aquele a quem tais serviços sejam prestados não terá direito de demandar a outra parte pela prestação desses serviços, nem para exigir a restituição do preço que tenha pago”. ATIVIDADES ILÍCITAS: ATIVIDADES ILÍCITAS: O jogo do bicho é considerado atividade ilícita, contravenção penal (art. 58 do Decreto-Lei no 3.668/41). Logo, não pode ser considerado válido o contrato de trabalho, pois é ilícito o objeto do contrato. Se é ilícito, não gera efeitos jurídicos. De outro modo, se o empregado tem ciência da atividade ilícita do empregador e com ela contribui diretamente, ou não existe nenhuma razão para ignorá-la, não se pode dizer que há contrato de trabalho. É o que ocorre com o cambista do jogo do bicho, que sabe que a atividade do tomador de serviços é ilícita, assim como o é sua própria atividade, de recolher as apostas do referido jogo. Nesse caso, nenhum direito nascerá para as partes envolvidas. Não se diga que o empregador vai enriquecer com a prestação de serviços ilícitos, pois o próprio trabalhador sabia que também prestava serviços ilícitos. • Mesmo que as autoridades sejam complacentes com o jogo do bicho, deve-se aplicar a lei e considerar inexistente a relação de emprego, pois é impossível transformar um ato considerado pela legislação como ilícito, sob pena de subverter a ordem jurídica. • A ineficiência do Estado em coibir atividades ilícitas não as torna lícitas. O fato de o Estado acabar tolerando a atividade não a torna lícita. • A nulidade é absoluta em relação à prestação de serviços em atividades ilícitas, e independe de provocação das partes. É certo que, se o salário já foi pago ao obreiro, não pode ser devolvido. No entanto, se ele não foi pago, não será devido, nem as verbas rescisórias, porque inexiste relação de emprego. O TST entende de forma contrária, no que diz respeito à falta de concurso público para admissão de empregado em órgão público, afirmando que o trabalhador tem direito ao salário pelo serviço prestado e aos valores referentes aos depósitos do FGTS (S. 363). ATIVIDADES ILÍCITAS: • A Orientação Jurisprudencial 199 da SBDI-1 do TST mostra que o contrato de trabalho abrangendo jogo do bicho é nulo, por conter objeto ilícito. • Proposta ação trabalhista para reconhecimento de relação de emprego em atividade ilícita, principalmente em casos que abrangem jogo do bicho, o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito, por falta de interesse processual do autor de postular em juízo (art. 17 do CPC), em virtude da ilicitude do objeto do contrato de trabalho, pois este deve observar a moral,a ordem pública e os bons costumes, como deve ocorrer em qualquer negócio jurídico. ATIVIDADES ILICITAS: • O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente (art. 443 da CLT). • O contrato de trabalho não tem necessariamente uma forma para ser realizado. Pode tanto ser feito por escrito como verbalmente (art. 443 da CLT). Lembre-se que qualquer contrato pode ser feito verbalmente, bastando haver o ajuste entre as partes. • Algumas normas estabelecem que o contrato de trabalho tem que ser necessariamente escrito, como o do atleta profissional de futebol, o de artistas (art. 9o da Lei no 6.533/78), o de aprendizagem (art. 428 da CLT) e o contrato de trabalho temporário (art. 11 da Lei no 6.019/74). O contrato entre a empresa tomadora de serviços e a empresa de trabalho temporário também tem de ser feito, necessariamente, por escrito. FORMA: • O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente (art. 443 da CLT). • O contrato de trabalho não tem necessariamente uma forma para ser realizado. Pode tanto ser feito por escrito como verbalmente (art. 443 da CLT). Lembre-se que qualquer contrato pode ser feito verbalmente, bastando haver o ajuste entre as partes. • Algumas normas estabelecem que o contrato de trabalho tem que ser necessariamente escrito, como o do atleta profissional de futebol, o de artistas (art. 9o da Lei no 6.533/78), o de aprendizagem (art. 428 da CLT) e o contrato de trabalho temporário (art. 11 da Lei no 6.019/74). O contrato entre a empresa tomadora de serviços e a empresa de trabalho temporário também tem de ser feito, necessariamente, por escrito. FORMA: • O ajuste das disposições contratuais pode ser tácito (art. 443 da CLT), mesmo que as partes não façam nenhum arranjo claro, inequívoco, nenhum entendimento direto e taxativo. O acordo tácito mostra que o contrato de trabalho pode ser decorrente dos fatos, sem que exista nenhum ajuste entre as partes. Com a continuidade da prestação de serviços, revela-se a vontade, a concordância na pactuação do contrato de trabalho. Quando o empregador não se opõe à prestação de serviços feita pelo empregado e utiliza-se do serviço deste, pagando-lhe salário, está evidenciado o contrato de trabalho acordado tacitamente (Russomano, 1990, v. 1:394). A frase popular “quem cala consente” bem revela a existência do acordo tácito, que pode ser transposto para o contrato de trabalho. • É possível que haja a contratação de um grupo de empregados ao mesmo tempo. É o que se denomina contrato de equipe e que costuma ocorrer com a contratação de uma banda, em que o grupo todo é contratado para prestar serviços. O contrato de equipe não deixa de ser um contrato individual. FORMA: - DURAÇÃO Os contratos de trabalho podem ser por prazo determinado (exceção) ou indeterminado (regra) (art. 443 da CLT). No contrato de prazo determinado, as partes ajustam antecipadamente seu termo, enquanto no contrato de prazo indeterminado não há prazo para a terminação do pacto laboral. Na prática, predomina o ajuste por prazo indeterminado. Quando as partes nada mencionam quanto a prazo, presume-se que o contrato seja por prazo indeterminado, que é o mais empregado. O contrato de trabalho de prazo indeterminado não é, porém, um contrato eterno, mas apenas que dura no tempo. Leitura do artigo: NELSON, Rocco Antonio Rangel Rosso. “ESCRAVIDÃO MODERNA”: UM ILÍCITO IMPRESCRITÍVEL. Atividade complementar Prof. Anderson Lindoso Bibliografia Recomendada GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. 17. São Paulo: Saraiva Jur, 2022. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 15. São Paulo: Saraiva Jur, 2023. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 39. São Paulo: Saraiva Jur, 2023. CISNEIROS, Gustavo. Direito do trabalho sintetizado. 2. Rio de Janeiro: Método, 2018. PORTO, Noemia; LOURENÇO FILHO, Ricardo. Direito individual do trabalho. Rio de Janeiro: Método, 2022. RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho. 8. Rio de Janeiro: Método, 2020 ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho. 8. São Paulo: Saraiva Jur, 2023. SANDES, Fagner; RENZETTI, Rogério. Direito do trabalho e processo do trabalho. 2. São Paulo: Saraiva, 2020.