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Filo Mollusca 
 
 O filo Mollusca é um dos maiores grupos de invertebrados, com uma 
diversidade impressionante de formas e adaptações. Este filo inclui animais como 
caracóis, ostras, mexilhões, polvos, lulas, entre outros. A principal característica 
dos moluscos é a presença de uma estrutura denominada manto, que secreta uma 
concha (em muitos grupos), além de um sistema digestivo completo, um sistema 
nervoso variado, e, frequentemente, um sistema circulatório aberto. 
 
 
Estruturas de alimentação e digestão 
 
 Um dos aspectos mais distintivos de muitos moluscos é a rádula, uma 
estrutura que funciona como uma espécie de língua áspera. A rádula é coberta 
por fileiras de dentes e serve para raspar ou cortar alimentos. Caracóis 
herbívoros, por exemplo, usam a rádula para raspar algas de superfícies, 
enquanto moluscos carnívoros, como o caracol cone, usam dentes especializados 
para capturar presas. Nos caracóis cone, a rádula se adapta a uma função mais 
especializada, sendo modificada em dentes longos e ocos que são usados para 
perfurar suas presas e injetar veneno. Esse veneno é uma neurotoxina que pode 
paralisar suas presas e até representar um perigo para os seres humanos. Além 
da rádula, os moluscos possuem um sistema digestivo completo que inclui boca, 
esôfago, estômago e intestinos, além de uma cavidade celomática que ajuda na 
digestão e absorção de nutrientes. 
 
 
Respiração 
 
 A maioria dos moluscos respira por meio de ctenídeos (guelras), que ficam 
localizados na cavidade do manto. Os ctenídeos são estruturas responsáveis pela 
troca gasosa, permitindo que o oxigênio seja absorvido e o dióxido de carbono 
seja expelido. Alguns moluscos bivalves, como ostras e mexilhões, também 
utilizam seus ctenídeos para filtrar alimentos particulados da água enquanto 
respiram. 
 
 
Sistema Circulatório 
 
 Os moluscos apresentam um sistema circulatório aberto, o que significa 
que o sangue circula livremente em cavidades do corpo, ao contrário do sistema 
fechado, encontrado em vertebrados, onde o sangue circula por vasos 
sanguíneos. Em alguns moluscos, como os cefalópodes (polvos e lulas), o sistema 
circulatório é mais avançado, com um coração mais desenvolvido e um controle 
maior sobre a circulação sanguínea. Já em outros grupos, como os bivalves, o 
sistema circulatório é mais simples. 
 
 
Sistema Nervoso 
 
 O sistema nervoso dos moluscos é extremamente variável. Enquanto os 
bivalves têm um sistema nervoso muito simples, composto por cordas nervosas e 
alguns gânglios (não tendo um cérebro bem desenvolvido), os cefalópodes, como 
polvos e lulas, possuem cérebros altamente desenvolvidos, sendo considerados os 
moluscos mais inteligentes. Eles apresentam habilidades cognitivas 
impressionantes, como resolução de problemas, uso de ferramentas e 
aprendizado. 
 
Reprodução e Desenvolvimento 
 
 A reprodução dos moluscos pode ser sexual ou assexuada, dependendo da 
espécie. A maioria dos moluscos têm órgãos sexuais separados, embora algumas 
espécies sejam hermafroditas. Em muitas espécies de moluscos, a fecundação é 
externa, ocorrendo na água, onde os espermatozóides e os óvulos se encontram. 
O desenvolvimento dos moluscos pode ser direto ou envolver estágios larvais, 
como a larva trocófora ou velígero, que mais tarde se desenvolvem nas formas 
adultas. 
 
Impacto Ecológico 
 
 Os moluscos desempenham papéis essenciais em vários ecossistemas, 
especialmente no controle de algas e na reciclagem de nutrientes. Bivalves como 
mexilhões e ostras são fundamentais para a filtragem da água, ajudando a 
manter o ambiente aquático saudável. Outros, como os caracóis e as lesmas, 
ajudam no controle de plantas e na decomposição de matéria orgânica. Além 
disso, os moluscos são parte importante da cadeia alimentar, servindo de 
alimento para vários predadores, incluindo aves, peixes e outros invertebrados. 
 
 
Ameaças e Conservação 
 
 Embora os moluscos desempenhem papéis importantes em muitos 
ecossistemas, eles estão sendo ameaçados por vários fatores, incluindo a 
poluição, a destruição de habitats e as mudanças climáticas. Muitos moluscos 
bivalves, como as ostras, estão em declínio devido ao aumento da temperatura da 
água e à acidificação dos oceanos, que afetam a formação de conchas calcárias. 
A introdução de espécies invasoras também pode ter impactos negativos sobre 
as populações nativas, como exemplificado com o caracol canibal terrestre 
(Euglandina rosea), que foi introduzido nas Ilhas Havaí para controlar uma praga, 
mas acabou predando as espécies nativas. 
 
 
Classe Polyplacophora (Quítons) 
 
 A classe Polyplacophora é um dos grupos mais primitivos dentro do filo 
Mollusca, composta por moluscos marinhos que apresentam conchas compostas 
por várias placas sobrepostas. Esses moluscos são conhecidos popularmente 
como quítons, e a principal característica dessa classe é a presença de uma 
concha dividida em oito placas dorsais, que proporcionam proteção ao corpo e 
permitem uma flexibilidade notável. 
 
Anatomia e Estrutura: A anatomia dos quítons é notavelmente distinta de outros 
moluscos. Eles possuem um corpo alongado e plano, com uma concha composta por 
placas calcárias que são sobrepostas como escamas. A concha é articulada na 
parte lateral e, ao contrário de outras conchas, é flexível. Essa flexibilidade 
permite que o quito se ajuste ao formato das superfícies rochosas, onde ele 
costuma habitar. 
 
 O manto, que cobre a maior parte do corpo do quíto, é uma estrutura 
responsável pela secreção da concha. A concha é revestida por uma camada de 
tecido manto, que também pode ter uma função sensorial, além de fornecer 
proteção. A cavidade do manto contém os órgãos responsáveis pela troca gasosa, 
como as ctenídeas (guelras), que permitem a respiração. Além disso, o pé do 
quito, que é musculoso e expandido, é utilizado para se fixar a superfícies 
rochosas e também para locomoção. 
 
Locomoção e Comportamento: A locomoção dos quítons é realizada por meio de 
um movimento de deslizar sobre superfícies rochosas, usando a região do pé, que 
secreta muco para facilitar o movimento. O pé também serve como uma área de 
fixação, permitindo que os quítons se prendam firmemente às rochas, o que é 
crucial para evitar a ação das ondas do mar ou predadores. 
 
 Durante períodos de alta maré ou quando se sentem ameaçados, os quítons 
se fixam com grande força às superfícies rochosas, utilizando uma adesão que 
pode ser muito forte, até mesmo mais forte que a capacidade de aderência de 
outros moluscos. 
 
Ecologia e Alimentação: Os quítons são herbívoros e se alimentam principalmente 
de algas que crescem em superfícies rochosas, utilizando sua rádula para raspar 
o material vegetal. Sua alimentação pode ser influenciada pela disponibilidade de 
algas, e eles podem se mover para outras áreas se os recursos se tornarem 
escassos. Essa adaptação de herbívoros filtradores é importante para a 
manutenção da saúde dos ecossistemas marinhos, já que contribuem para o 
controle das algas em ambientes intermareais. 
 
Reprodução: A reprodução dos quítons é sexual e ocorre em grande parte de 
maneira externa. A fecundação é geralmente externa, com os gametas sendo 
liberados para a água, onde ocorre a fertilização. O desenvolvimento das larvas 
dos quítons passa por estágios de vida inicial, como a larva trocófora, que 
eventualmente se transforma em uma larva velígera, antes de se desenvolver 
completamente em um adulto. 
 
Diversidade e Distribuição: Os quítons são encontrados principalmente em 
ambientes marinhos, em regiões rochosas e expostas, como as zonas 
intermareais. Eles são comuns em áreas de alta energia, onde as ondas são 
fortes, o que torna sua adesão às rochas crucial para sua sobrevivência. A classe 
é distribuída globalmente,com uma maior concentração em águas temperadas e 
tropicais. 
 
 
 Classe Gastropoda (Caracóis e Lesmas) 
 
 A classe Gastropoda é a maior e mais diversificada do filo Mollusca, 
representando uma grande variedade de formas, tamanhos e ecologias. Inclui 
desde os caracóis marinhos e terrestres até as lesmas, com algumas espécies 
adaptadas para viver em ambientes aquáticos e outras adaptadas para a vida em 
terra. 
 
Anatomia e Estrutura: A anatomia dos gastrópodes é altamente variável, mas 
todos compartilham algumas características comuns. O corpo dos gastrópodes é 
geralmente alongado e simétrico, e a concha, quando presente, é espiralada. A 
concha é secretada pelo manto e serve como proteção para o corpo. Nos caracóis 
marinhos, a concha pode ser bastante elaborada, enquanto nas lesmas, a concha é 
reduzida ou ausente, o que permite maior flexibilidade e mobilidade. 
 
 O pé é uma parte importante da anatomia dos gastrópodes e é usado para 
locomoção. O pé secreta uma substância mucosa que facilita o deslize sobre as 
superfícies, sendo fundamental para sua movimentação. A rádula, outra 
característica importante dos gastrópodes, é uma estrutura especializada para a 
alimentação, composta por dentes raspadores que ajudam a alimentar os animais, 
seja com algas, vegetação ou outros animais. 
 
Locomoção e Comportamento: A locomoção dos gastrópodes é realizada através 
de contrações musculares no pé, que se movem em ondas. Essa movimentação é 
acompanhada pela secreção de muco, que facilita o deslizamento e serve como 
proteção contra abrasões. Gastrópodes marinhos, como o caracol, podem se 
mover lentamente, mas são bastante eficientes em sua busca por alimentos. Já 
as lesmas terrestres podem ser mais rápidas, usando seu muco para deslizar em 
superfícies secas. 
 
Ecologia e Alimentação: Gastrópodes possuem uma ampla gama de dietas, que vão 
desde herbívoros até carnívoros e detritívoros. Os caracóis marinhos 
geralmente se alimentam de algas e plantas aquáticas, usando sua rádula para 
raspar as superfícies. Algumas lesmas terrestres, como as lesmas do jardim, se 
alimentam de matéria vegetal em decomposição, enquanto outros, como o caracol 
cone, são carnívoros e caçam suas presas. As lesmas marinhas, como as 
nudibrânquias, são famosas por sua capacidade de se alimentar de cnidários 
(como as águas-vivas) e utilizar suas toxinas para se defender de predadores. 
 
Reprodução: A reprodução nos gastrópodes pode ser sexual ou assexuada, 
dependendo da espécie. Muitos gastrópodes são hermafroditas, possuindo tanto 
órgãos sexuais masculinos quanto femininos, e podem trocar esperma com outros 
indivíduos. A fecundação pode ser interna ou externa, dependendo da espécie, e 
a produção de ovos é comum em muitas espécies. O desenvolvimento das larvas 
pode ser direto ou envolver estágios larvais complexos, como a larva trocófora 
ou velígera. 
 
Diversidade e Distribuição: A classe Gastropoda é amplamente distribuída, com 
representantes encontrados em praticamente todos os habitats, desde oceanos 
profundos até ambientes terrestres e de água doce. Essa classe inclui algumas 
das mais conhecidas espécies de moluscos, como o caracol-do-mar, os caracóis 
terrestres e as lesmas. 
 
 
 Classe Bivalvia (Mexilhões, Ostras, Amêijoas) 
 
 A classe Bivalvia é composta por moluscos que possuem duas conchas, 
geralmente simétricas, unidas por uma dobradiça. Essa classe inclui mexilhões, 
ostras, amêijoas, vieiras, entre outros. 
 
Anatomia e Estrutura: Os bivalves possuem uma concha dividida em duas partes, 
chamadas de valvas. As valvas são conectadas por uma dobradiça e podem ser 
abertas ou fechadas por um músculo adutor. Ao contrário de outros moluscos, a 
maioria dos bivalves não tem uma cabeça definida nem uma rádula. O corpo dos 
bivalves é protegido pela concha, e o manto cobre a maior parte do corpo, com as 
ctenídeas (guelras) localizadas na cavidade do manto. 
 
 O sistema circulatório dos bivalves é aberto, e eles têm uma circulação 
sanguínea simples, com um coração que bombeia sangue para cavidades abertas. 
O sistema digestivo é completo e a alimentação é feita por filtração de 
partículas suspensas na água, utilizando as ctenídeas. 
 
Locomoção e Comportamento: A locomoção dos bivalves pode ocorrer de maneira 
ativa, como no caso das vieiras, que podem nadar ao bater rapidamente suas 
valvas, ou de maneira passiva, como em mexilhões e ostras, que permanecem 
fixados ao substrato por meio de filamentos de byssus. Mesmo muitos bivalves 
sendo filtradores sésseis, alguns podem se mover para locais mais favoráveis, 
usando seus pés para se arrastar ou se enterrar no substrato. 
 
Ecologia e alimentação: A maioria dos bivalves são filtradores, alimentando-se de 
plâncton e outras partículas suspensas na água. Eles desempenham um papel 
ecológico crucial na filtragem da água e na manutenção da qualidade dos 
ecossistemas aquáticos. Os bivalves marinhos também têm um papel importante 
na formação de recifes de ostras e outros ecossistemas. 
 
Reprodução: A reprodução nos bivalves pode ser tanto sexual quanto assexuada. 
Muitos bivalves têm fecundação externa, com os gametas sendo liberados para a 
água. Alguns bivalves são hermafroditas, mas na maioria das espécies, os sexos 
são separados. 
 
Diversidade e distribuição: Os bivalves são encontrados em uma grande 
variedade de ambientes aquáticos, desde águas rasas até profundas. Eles são 
comuns em habitats de fundo duro, como rochas e corais, e em substratos mais 
moles, como o lodo e a areia. Os bivalves têm uma enorme importância econômica 
e ecológica devido ao seu papel na filtragem da água e como alimento para várias 
espécies. 
 
 
Classe Cephalopoda (Polvos, Lulas, Náutilos, Chocos) 
 
 A classe Cephalopoda é composta pelos moluscos mais avançados, incluindo 
polvos, lulas, náutilos e chocos. Esses animais são conhecidos pela sua 
inteligência, habilidades motoras e capacidades sensoriais altamente 
desenvolvidas. 
 
Anatomia e Estrutura: Os cefalópodes possuem uma anatomia altamente 
especializada. Eles têm uma cabeça bem desenvolvida, com grandes olhos e 
tentáculos altamente sensíveis. Os tentáculos são usados para capturar presas, 
defender-se e se mover no ambiente. Em algumas espécies, como os polvos, os 
tentáculos são altamente flexíveis e podem ser usados para manipular objetos e 
realizar tarefas complexas. 
 
 O corpo dos cefalópodes é mais flexível do que o dos outros moluscos, e 
muitos possuem uma concha interna ou externa reduzida. O náutilo, por exemplo, 
possui uma concha externa espiralada, enquanto os polvos não têm concha visível. 
O sistema circulatório dos cefalópodes é fechado, o que é uma adaptação que 
permite um controle mais preciso sobre a circulação sanguínea e a entrega de 
oxigênio aos músculos. 
 
Locomoção e Comportamento: Os cefalópodes possuem um método único de 
locomoção. Eles podem nadar rapidamente através de um mecanismo chamado 
propulsão a jato, no qual a água é expelida rapidamente de uma cavidade interna, 
permitindo que o animal se mova para frente. Além disso, eles são extremamente 
ágeis e podem mudar de direção rapidamente. 
 
 Os polvos, em particular, têm habilidades motoras finas e podem manipular 
objetos com precisão. A inteligência dos cefalópodes é bem documentada, com 
algumas espécies sendo capazes de resolver problemas complexos, aprender por 
observação e até usar ferramentas. 
 
Ecologia e Alimentação: Os cefalópodes são predadores carnívoros, 
alimentando-se de uma ampla gama de presas, incluindo peixes, crustáceos e 
outros moluscos. Eles são hábeis caçadores, usando seus tentáculos para 
capturar presas e suas mandíbulas fortes para rasgar a carne. 
 
Reprodução: A reprodução dos cefalópodes é sexual, com as fêmeas depositando 
ovos fertilizados externamente. Em muitas espécies,o macho utiliza um 
tentáculo especializado para transferir esperma para a fêmea. 
 
Diversidade e Distribuição: Os cefalópodes são encontrados em uma ampla gama 
de habitats marinhos, desde águas rasas até grandes profundidades. Eles são 
especialmente comuns em águas temperadas e tropicais, onde a biodiversidade é 
alta.