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1 ODONTOPEDIATRIA Sumário Promoção de saúde na odontopediatria ...................................................................................................................... 3 Educação em saúde bucal ........................................................................................................................................... 4 Literacia em saúde ...................................................................................................................................................... 5 Conhecendo o paciente .............................................................................................................................................. 5 Anamnese ............................................................................................................................................................... 6 Exame clinico extra-oral .......................................................................................................................................... 8 Exame clinico intra-oral. .......................................................................................................................................... 8 Exames complementares: ....................................................................................................................................... 9 Definições em cariologia ............................................................................................................................................. 9 Cárie→ ...................................................................................................................................................................... 9 Biofilme→ ................................................................................................................................................................. 9 Lesão de cárie ......................................................................................................................................................... 9 Lesão de cárie inicial ............................................................................................................................................... 9 Lesão de mancha branca ......................................................................................................................................... 9 Carie primária ......................................................................................................................................................... 9 Cárie secundaria/ recorrente ................................................................................................................................. 10 Cárie oculta ........................................................................................................................................................... 10 Cárie rampante ..................................................................................................................................................... 10 Cárie de primeira infância ..................................................................................................................................... 10 ART (tratamento restaurador atraumático) ............................................................................................................ 10 Cariologia em odontopediatria .................................................................................................................................. 10 Desenvolvimento dentário: ....................................................................................................................................... 12 Estudo do dentes decíduos ....................................................................................................................................... 12 2 Cronologia de erupção dos dentes decíduos.......................................................................................................... 13 CIV na odontopediatria ......................................................................................................................................... 16 Desenvolvimento dental ........................................................................................................................................... 16 Anestesiologia em odontopediatria. .......................................................................................................................... 20 Estomatologia em odontopediatria ........................................................................................................................... 23 Terapia pulpar em dentes decíduos ........................................................................................................................... 36 Capeamento pulpar indireto. ................................................................................................................................ 38 Capeamento pulpar direto 1mm de exposição pulpar ................................................................................................................ 39 Pulpectomia .......................................................................................................................................................... 39 Tratamento endodôntico não instrumental ........................................................................................................... 41 Conclusões finais:.................................................................................................................................................. 42 Promoção de saúde: visa informar e incorporar a ideia na população de autocuidado e bem- estar, incluindo vários setores e aspectos da vida, como praticar atividade física regularmente, boa alimentação, cuidado com a saúde no âmbito preventivo a fim de se evitar surgimento de doenças... 3 Figura 1- principais marcos da promoção de saúde no Brasil. Prevenção de saúde: visa informar por meio de dados epidemiológicos sobre a prevalência de uma doença específica e como evita-la, com práticas de hábitos específicos. A exemplo, podemos citar a doença cárie, a mais prevalente da cavidade oral, por meio de boa higienização, evitar o consumo de carboidratos fermentáveis 1990→ observou-se que a abordagem educativa de promoção de saúde focada apenas no indivíduo não estava sendo suficientes. A partir daí passou-se a falar mais sobre os determinantes de saúde, moradia, lazer, educação, acesso a saneamento básico, condições socioeconômicas e políticas. Promoção de saúde na odontopediatria A promoção de saúde no âmbito da odontopediatria, visa atingir pais, familiares responsáveis e crianças em ambientes de convívio social como escolas, UBS, com o objetivo de evitar o surgimento de cárie e outros agravos na cavidade oral das crianças. Essa promoção visa agir sobre os determinantes de saúde logo no início da vida do indivíduo, evitando complicações futuras, ressaltando orientações para com a correta alimentação e higienização oral. Promoção de saúde: o que devo abordar? -Uso de dentifrícios fluoretados com no mínimo 1.100ppm de flúor; 4 - Acesso água de abastecimento fluoretada (acima de 0,54ppm.); - Início de escovação a partir da erupção do primeiro dente decíduo; - Alimentação saudável, evitando o consumo de açúcares e carboidratos fermentáveis tanto nas escolas como em casa; - Acesso a áreas de lazer seguras; -Conhecimento em saúde por parte da família; - Reorientação para os serviços de saúde (médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas); - Incentivar a vacinação; - Abordar sobre a relevância da amamentação para a criança. Amamentação deve ser interrompida definitivamenteem tais casos: uso de medicamentos que sejam incompatíveis com esse período, portadoras de HIV, HTLV-1, HTLV-2, galactosemia. Amamentação deve ser interrompida temporariamente em tais casos: consumo de drogas, herpes, vesículas na mama, mãe com varicela que apresentam vesículas nos dias que antecedem ou sucedem o parto, doença de chagas em fase aguda • É válido salientar que os cirurgiões-dentistas são a porta de entrada para a detecção de violência sexual em crianças. Cabendo ao mesmo identificar e denunciar: disque 100, aplicativo proteja brasil, ouvidoria online. Educação em saúde bucal Compreende um conjunto de saberes e práticas que são orientados, afim de se realizar promoção de saúde e prevenção de doenças. Atualmente, não existe uma “fórmula mágica” para a realização de tais ações. Não foram feitos estudos científicos que puderam comprovar que determinada ação foi mais ou menos eficaz para determinada população. Mas há, portanto, na atualidade, que as práticas pedagógicas não sejam pautadas apenas em uma visão comportamentista, individualista e higienista. Para essa superação vem sendo empregados práticas de melhores fatores interpessoais- paciente/ dentista, fatores institucionais e fatores ambientais e sociais Mas podemos garantir que as experiências educativas visando a proteção da saúde bucal nas crianças devem ser feitas durante a gestação e após a mesma aos pais, familiares responsáveis e depois até mesmo para as crianças. 5 O acesso as informações atualmente se encontram muito facilitado, mas nem sempre as práticas dessas informações levam a resultados positivos de em saúde bucal Literacia em saúde Leva em consideração o fato de que os indivíduos de um grupo social exercem influência sobre outros indivíduos, determinando suas ações e decisões em saúde. Conhecendo o paciente A primeira consulta é o momento de conhecer o paciente, entender em que meio familiar está inserido, hábitos e costumes. Como sabemos, é muito desafiador lidarmos com pacientes pediátricos, pois a maioria ainda não passou pela experiência com um profissional ou tiveram experiências desagradáveis. Para isso, é recomendado que no momento do agendamento da consulta com os pais já seja abordado se a o paciente tem algum apelido pelo qual gosta de ser chamado, qual desenho ou música gosta, brinquedos... tudo isso com o objetivo de criar um ambiente mais agradável e acolhedor para a criança. A odontopediatria é uma área que acabará atuando em um pouco de cada área de odontologia, e como temos contato com o paciente desde cedo, há uma facilidade em criarmos um vínculo e conhecermos melhor o mesmo. 6 É aconselhável que as consultas ao dentista bem como as orientações iniciem desde a gestação, pois é um período que também ocorrem mudanças na cavidade oral da mulher, assim como no restante do corpo. Nessa fase é comum a gengiva ficar mais sensível, susceptível a inflamações exigindo maior controle de biofilme. O granuloma piogênico é um exemplo comum de alteração de ocorre na gravidez. Após o nascimento do bebe é aconselhável leva-lo ao dentista com 1 ano de vida. Para fazer o acompanhamento sobre a correto irrompimento dos dentes decíduos, informar sobre os hábitos de higiene bucal, bem como tratar alguma patologia ou continuar a manutenção. Anamnese Identificação do paciente: nome completo, data de nascimento, idade, gênero, filiação, telefone dos responsáveis para contato, número e nome do médico responsável. É importante questionar a mãe sobre a gestação, tipo de aleitamento, alimentação, uso de medicamento, hábitos, higiene, alterações de saúde, comportamento da criança com outros profissionais ou na escola. Todas essas informações serão relevantes para nos nortear no diagnostico, plano de tratamento e prevenções. Alimentação rica em açúcar: 7 Odontologia preventiva Como ensinar a correta escovação: O diário dietético é algo também bem funcional para detectarmos a origem de algumas patologias. Nele podemos observar quais os hábitos e comportamentos alimentares das crianças, já que muitas vezes, há o consumo exagerado de açucares ocultos, ou seja, aqueles alimentos que os pais não sabem que existem açucares. “a cárie é uma doença multifatorial e comportamental” 8 Sem açúcar – sem cárie. O histórico odontológico pregresso e atual é de extrema relevância, uma vez que, traumatismos e sintomatologias dolorosas podem causar danos futuros. ➢ Selantes de fóssulas e fissuras Indicação: pacientes com alto risco/ incidência de cárie. Resinosos → pouco utilizado atualmente, atuam mais como uma barreira física. CIV → barreira física + capacidade terapêutica. São os mesmos que utilizamos naturalmente. ➢ Aplicação tópica de flúor Indicação: pacientes com alto risco de desenvolvimento a cárie. Dentes com cárie ativa em esmalte. Flúor é um mineral que se liga ao cálcio da hidroxiapatita, forma os glóbulos de fluoreto de cálcio, controlando a desmineralização do dente. - deixa agir por 1min a 4min Hábitos ruins podem interferir no correto desenvolvimento do sistema estomatognático, alteração de desenvolvimento normais de dentes ossos, músculos Exame clinico extra-oral Pode ser feito de joelhos com o paciente fora da cadeira odontológica, se for menor de 3 anos ou na cadeira odontológica. A avaliação da região nasal: nos indica se o paciente tem alguma obstrução nasal, caso tenha pode ser um respirador bucal acarretando em maloclusões. O teste pode ser feito com um espelho de dupla face colocado sob o nariz do paciente. Herpes vírus tipo I: presença de ulceras no lábio. Linfonodos inchados ou doloridos: infecção oral ou sistêmica. Parótida dolorida ou edemaciada: infecção como caxumba. Exame clinico intra-oral. Feito após profilaxia. Palato atrésico e profundo: indicador de respirador bucal. Inserção do freio lingual: pode prejudicar na fala e amamentação. 9 Rânula: geralmente causado por algum tipo de trauma, deve ser removida a glândula ou parte dela quando for grande, ou Marsupialização da lesão. Despapilação da região central da língua: anemia ferropriva. Alterações dentais quanto ao aspecto, número, forma, caries... Doença periodontal agressiva: acometem jovens abaixo dos 30 anos, pode ser generalizada ou localizada. Pode ter caráter hereditário e deve ir se estabilizando com o passar do tempo. Tratada com amoxicilina + metronidazol + raspagem e alisamento radicular. Exames complementares: O mais comum e rotineiro no dia a dia é a panorâmica, para avaliar contagem e irrompimento adequado dos dentes. Definições em cariologia Cárie→ é uma doença, não transmissível, multifatorial, disbiose mediada pelo biofilme e modulada pela dieta. Responsável pela perda de minerais líquidos dos tecidos duros dos dentes. Hoje sabemos que tais fatores multifatoriais englobam os determinantes de saúde, que incluem questão socioeconômica, acesso a saneamento básico, a educação de qualidade, etc. Biofilme→ conjunto de microrganismos aderidos ao dente, mergulhados em uma matriz de polímeros extracelulares. Lesão de cárie→ são características/ sinais clínicos. Que podem ser categorizadas quanto a sua localização, atividade, gravidade, profundidade. Lesão de cárie inicial→ cárie em esmalte, não cavitada. Lesão de mancha branca→ é uma lesão não cavitada causada pelo hipomineralizaão do esmalte, pode ser confundida com outras patologias como Fluorose. Carie primária→ quando atinge um dente previamente hígido 10 Cárie secundaria/ recorrente→ desenvolvida adjacente a uma restauração. Cárie oculta→ lesão não detectada na inspeção visual, mas detectada radiograficamente. Cárie rampante→ quando ocorre múltiplas lesões de cáries no mesmo paciente, geralmente associada a cárie de primeira infância. Cáriede primeira infância → múltiplas lesões de cárie acometem crianças e tem progressão rápida, podendo levar a perda precoce dos dentes decíduos. Geralmente ocorre em indivíduos com menos de 6 anos. ART (tratamento restaurador atraumático) → consiste na remoção da dentina cariada com instrumentos manuais e o selamento da cavidade com civ de alta viscosidade. Cariologia em odontopediatria Sabe-se que a cavidade oral é um ambiente repleto de microrganismos benéficos, que garantem a homeostasia, e patogênicos, que desregulam a microbiota normal levando as duas principais doenças mais prevalentes na boca, a cárie e periodontite/ gengivite. 11 O biofilme é uma película que recobre os dentes e existe normalmente sobre a superfície deles, servindo de abrigo/ retenção para os microrganismos inseridos na matriz de polímeros extracelular, derivada do metabolismo bacteriano. Quando há a ingestão de carboidratos fermentáveis, glicose, sacarose, amido e frutose, estes servem como substrato para o metabolismo dos microrganismos e produção de energia. Porém como produto dessa reação os microrganismos produzem ácidos (acidogênicos), ácido lático, alterando o ph bucal. Essa alteração gera uma seleção do microbioma oral, selecionando os microrganismos acidúricos e acidogênicos. Selecionados: streptococos mutans. Biofilme (películas formadas por PEC, microbioma normal e patogênico) Ingestão de carboidratos fermentáveis (servem de substrato para prod. Energia e metabolismo bacteriano). Consequência: produção de ác. Lático. Alteração do ph bucal e seleção dos microrganismos acidúricos e acidogênicos Desmineralização da superfície dental e início da atividade cariosa. 12 Desenvolvimento dentário: Passam por dois períodos. Pré-natal: ocorre a formação crânio facial e odontogênese. Pós-natal: crescimento e desenvolvimento da maxila e da mandíbula, bem como a erupção dentária decídua. Estudo do dentes decíduos - São dentes mais brancos; -Menores em todas as dimensões - Câmara e cornos pulpares maiores; -Raízes mais delgadas, menores e divergentes -Possui superfície de contato; -Menor quantidade de dentina intertubular (condicionamento em dentina é por menor tempo) - Esmalte mais permeável e fino; (favorece progressão de cárie) - Fóssulas e fissuras mais rasas e estreitas. 13 - Não possuem convergência e divergência no plano oclusal, criando um plano reto, com ausência de curva de spee e wilson. Com 1 ano e 4 meses até os 3 anos a dentição decídua estará completa, se estendendo até os 6 anos de vida, que é quando se inicia a troca para os dentes permanentes. Início de dentadura mista. Cronologia de erupção dos dentes decíduos É mais importante estarmos atentos as ordens do que o tempo de erupção do dente, pois pode variar de criança para criança. Incisivos centrais inferiores: 4 a 14 meses. Incisivos centrais superiores: 6 a 16 meses. Incisivos laterais superiores: 8 a 18 meses. Incisivos laterais inferiores: 10 a 20 meses. 1° molar sup e inf: 12 a 22 meses. Caninos: 14 a 24 meses 2° molar sup e inf. :16 a 36 meses. 14 Aplicado apenas para os dentes PERMANENTES ➢ Qual a importância dos dentes decíduos? - Desenvolvimento correto dos músculos da mastigação e fala; - Alimentação; - Alinhamento e oclusão dos dentes permanentes; - Fonação, estética e socialização. ➢ Alguns fatores podem interferir na dentição primária/permanente: Sistêmicos - Endócrinos -Nutricionais; - Distúrbios nutricionais na gravidez; - Síndromes como a síndrome de down e cleidocraniana. 15 A síndrome de down pode causar erupção tardia dos dentes. A cleidocraniana pode causar retardo na erupção ou dentes supranumerários. ➢ Sintomas do irrompimento dos dentes permanentes em bebês: - Irritabilidade -Aumento da salivação; - Sono agitado; febre não é sintoma de irrompimento dos - Coriza; dentes. NO DIA, pode haver um leve aumento da -Falta de apetite; temperatura corporal. - Leve diarreia como aliviar os sintomas? Com mordedores gelados, dedeiras e uso de analgésicos quando necessário. 16 Nenê dent NÃO deve utilizado para este fim. CIV na odontopediatria Desenvolvimento dental Divide-se em período em 2 períodos: Pré-natal: formação do complexo craniofacial e início da odontogênese. Didaticamente a formação dentária se divide em fase de: Broto→ 7° semana de vida intrauterina. Há um espessamento epitelial onde as células do epitélio oral formam tumefações, 10, correspondente aos dentes decíduos. 17 Capuz→ fase de proliferação celular heterogênea, aonde moléculas se ligam a receptores das células e sinalizam para a mesma se multiplicar. Forma-se uma concavidade semelhante a um capuz. No interior do capuz as células se diferenciam em esmalte, papila dentária e ectomensênquima que será responsável por originar os componentes do periodonto. Campânula→ morfodiferenciação. Células ectomesenquimais se diferenciam em pré-dentina e polpa. Células do epitélio interno se diferenciam em ameloblastos 18 O desenvolvimento dental inicia-se na 5° semana de gestação intrauterina, quando as células basais derivadas do ectoderma se dividem em uma lâmina vestibular e uma lâmina dentária Pós-natal: desenvolvimento da maxila, mandíbula e erupção dos dentes decíduos. A presença dos arcos dentários é muito importante para o desenvolvimento facial e para sobrevivência do indivíduo, ligada a sucção, deglutição e fonação. O bebe ao nascer, possui os roletes gengivais, que corresponde aos processos alveolares recobertos por mucosa gengival. Essa fase antecede o irrompimento dos dentes decíduos. Os roletes também são responsáveis por dar forma as arcadas superiores e inferiores. Se tocam apenas posteriormente, sendo que anteriormente a língua se repousa preenchendo esse espaço. Os sulcos transversais presentes no rolete gengival, delimitam cada um dos dentes ainda não irrompidos. O palato do bebe é raso, com as rugosidades palatinas bem definidas. Além disso a mucosa labial é altamente vascularizada. Entre as bordas incisais e oclusais dos dentes decíduos ainda não irrompidos e dos contornos gengivais, NÃO há presença de osso alveolar. DVO reduzida. Traumas nessa região nesta fase, podem levar a danos nos dentes decíduos Cordão de robin e magitot estão presentes entre incisivos e caninos superiores e inferiores. Eles atuam de forma a auxiliar o fechamento maxilar durante a amamentação. Ele tende a desaparecer totalmente ou parcialmente quando os dentes decíduos irrompem. 19 Qual a importância de se amamentar naturalmente? - Estimula a criança a aprender a respirar pelo nariz; - Crescimento mandibular anteroposterior A amamentação por meio de mamadeiras e chupetas podem interferir em um trabalho excessivo do musculo orbicular da boca, fonação, mastigação e em um palato mais estreito. Dente natal→ nasce com ele. Dente neonatal→ nasce com 1 mês de vida. Dente pré- erupcionado→ nasce no 2° ou 3° mês de vida. Como avaliar a necessidade de extração? - Está com mobilidade e corre risco de aspiração? Se sim, extrair. -Está interferindo negativamente na alimentação? Se sim, extrair. - é um supranumerário? Se sim, extrair. - é da cronologia natural, mas está com risco de aspiração e atrapalhando a amamentação? Extrair. - Está causando lesão na língua, conhecida como riga fede? Podemos tentar lixar, caso seja da cronologia normal, se nãopode avaliar sua extração. 20 Anestesiologia em odontopediatria. Compreende a perda temporária e reversível da sensação dolorosa, sem perder o nível de consciência. Causa a depressão das excitações nervosas pela inibição da condução os nervos periféricos. Objetivo: prevenir ou interromper uma dor. Dor = algo subjetivo Avaliar beneficio de se anestesiar de acordo com a criança e o procedimento. ➢ As agulhas mais utilizadas na odontopediatria são -Curtas (21mm); - Extra curtas (12mm), com 30G calibre. Não é indicada sua total inserção, pois em caso de fatura da mesma no interior de algum tecido, é mais difícil retirá-la. Agulha curta: bloqueio de mandíbula e maxila Agulha longa: bloqueio mandibular em crianças acimas de 10 anos. ➢ Tubete de anestésicos Tipo éster → maior parte da metabolização ocorre no plasma Tipo amida→ metabolização no fígado. É uma base fraca que atravessa facilmente o SNC, além disso, são vasodilatadores, para isso, são acrescentados vasoconstritores (epinefrina, norepinefrina, Felipressina). 21 Além disso, os vasoconstritores garantem hemostasia, maior duração do efeito anestésico. A escolha do anestésico assim como em adultos irá depender das condições de saúde geral do paciente. Padrão ouro: lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 Pode ser utilizada também Articaína. Reduz a dor pós operatória. Não é indicado uso de Bupivacaína. Alergia a um anestésico tipo amida não impede o uso de outro do tipo amida, mas alergia a um anestésico do tipo éster impede o uso de outro do tipo éster. Regra básica: ½ a 1 tubete é suficiente para fazer anestesia em odontopediatria ➢ Cálculo de dose máxima de anestésico Criança de 20kg que irá fazer uso de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 DMR/KG = 4,4mg/kg 20x 4,4= 88 mg 88/36=2.4 tubetes. ➢ Técnicas anestésicas: A anestesia infiltrativas em maxila e mandíbula em crianças até 6 anos está indicada, pois nesta fase a cortical óssea é menos espessa, facilitando a disseminação do anestésico. As orientações anatômicas são as mesmas que a dos adultos, alterando-se um pouco apenas em relação ao BNAI. Quando não há a presença dos molares, a agulha é posicionada inclinada levemente para baixo. Quando já se tem a presença desses dentes, passa a ser na altura do plano oclusal. 22 Técnica: - Localização da fossa retromolar e apalpa-la; - Seringa ligeiramente inclinada para baixo; - Centro da unha como referência para inserção da agulha • Reiterar aos pais sobre a importância da observação da criança após a anestesia, para evitar automutilação. 23 Anestésicos tópicos mais utilizados atualmente: Indicação: -Extração de dentes com rizólise avançada. -Anestesia gengival para isolamento absoluto e colocação de grampo. DICAS ➢ Boa anamnese, entendendo as experiencias anteriores; ➢ Preparo psicológico dos pais e crianças, visto que é muito comum que os próprios pais tenham medo de dentista. Ou para que possam entender o porque de determinadas atitudes nossa. ➢ Nunca mentir; ➢ Utilizar anestésico tópico; ➢ Manejo da carpule fora da visão da criança; ➢ Explicar as sensações pós anestesia. Estomatologia em odontopediatria O cirurgião-dentista, de modo geral, deve estar apto a saber detectar possíveis alterações na cavidade oral de uma criança, para isso é necessário saber diferenciar as estruturas bucais saudáveis daquelas que possuem alterações da normalidade e das patológicas. 24 Para um bom diagnóstico: Anamnese + exame clinico + exames complementares quando necessário. Lembrando que todo e qualquer procedimento, assim como as alterações observadas devem ser anotadas na ficha clínica do paciente. ➢ Variações da normalidade: 1- Anquiloglossia É uma alteração de origem congênita, em que o bebe nasce com a língua fusionada no assoalho bucal parcialmente ou totalmente. Há a presença de uma brida curta, com inserção na ponta da língua. Consequências dessa condição: - Dificuldade para amamentação; - Dificuldade em elevar a língua em direção aos dentes superiores; - Dificuldade de movimentar a língua para os lados ou para fora; - Língua em formato de coração. - Problemas de fonação, porém NÃO causa atraso no desenvolvimento da fala. Sinais iniciais: - Morde o mamilo ao amamentar e consequentemente gera uma alimentação insatisfatória; - Baixo peso e crescimento lento NÃO associação com: - Atraso no desenvolvimento da fala e motor -Apneia do sono 25 O tratamento pode envolver: Frenotomia: pique no freio soltando-o Frenectomia: retirada do freio lingual 2- Língua geográfica É uma doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida. Perdura por toda vida. Lesão fundamental: erosão avermelhada com atrofia das papilas filiformes, circundada por um alo elevado de coloração branco-amarelada. Estão presentes em dorso de língua, sendo que as lesões podem mudar de lugar na língua. Geralmente é indolor, porém, assim como toda doença crônica, pode haver momentos de incômodos, presença de sensibilidade. Nesses casos devemos recomendar: - Não consumo de alimentos ácidos; -Higienização da língua com raspadores; - Para crianças acima de 3 anos, Ad-muc 3x ao dia. 3- Grânulos de fordyce 26 Glândulas sebáceas que acometem a mucosa jugal e semimucosa dos lábios. Não causam dor, e duram a vida toda. 4- Cistos gengivais ou palatinos. São pápulas únicas ou múltiplas, que irão acometer gengiva e palato devido a deposição de queratina e tecido epitelial. Nódulos de bohn- gengiva Perolas de Epstein – palato Regridem naturalmente. Caso interfira na amamentação pode indicar excisão. Massagem digital também pode ser indicada. 5- Cistos ou hematoma de erupção: Geralmente ocorrem na erupção dos incisivos centrais decíduos e dos primeiros molares decíduos permanentes. A mucosa nessa região se apresenta inchada, com aspecto flutuante ao toque, de cor azulada/ arroxeada ou igual a mucosa. 27 A cor mais roxa é devido a indução de um sangramento induzido pelo trauma mastigatório. Regride espontaneamente, ou em alguns casos é necessário a realização da: Ulectomia: corte em meia lua Ulotomia: pique Esse tipo de cirurgia permite extravasamento do liquido e ajuda no irrompimento dos dentes. 6- Mucocele Lesão benigna, causada por trauma, que acometem as glândulas salivares menores. No momento da lesão há o extravasamento de muco formando uma lesão bolhosa ou vesicular de cor semelhante a mucosa ou azulada, é flutuante a palpação. Ela se resolve espontaneamente, podendo haver casos de recidiva, pela presença de preenchimento e esvaziamento da lesão. Tratamento: Caso não regrida e cause incomodo ao paciente, deve ser feita a remoção da lesão juntamente com a glândula salivar menor. 28 7- Rânula Lesão benigna causada pela lesão dos ductos excretores da glândula sublingual ou submandibular. Forma-se uma lesão bolhosa em assoalho de boca, de cor azulada ou arroxeada flutuante à palpação. É indolor, mas pode prejudicar a fala ou mastigação. Tratamento: Enucleação→ várias minis suturas são feitas. Marsupialização → retira-se uma parte da lesão, a mantém aberta, e após alguns dias a fecha. 8- Fendas orofaciais De origem congênita, é uma malformação craniofacial. Afeta: Lábio + palato ou isolados. Fusão frontonasal com o processo maxilar. Ela pode estar associada a alguma síndrome ou não. Geralmente são feitas cirurgias estéticas reparadoras com o objetivo de melhorar a estética mesmo do paciente. Nós como odontopediatras vamos avaliar o que? Se há alguma alteração no número de dentes, agenesia, problemas oclusais, anomalias dentais... ➢ Doenças infecciosas FÚNGICAS 1- Candidíase 29É uma doença fúngica oportunista, ou seja, acomete crianças e bebês que estão ainda com o sistema imunológico não maturado. Candida albicans e candida tropicalis Se apresenta em forma de pseudomembrana branco-amarelada que são removidas facilmente com raspagem. Ou de forma eritematosa, com mancha vermelha restrita ao dorso de língua que pode provocar sensação de queimação. Tratamento: Menores de 2 anos- nistatina suspensão oral 100.000ui ------------- 1 a 2ml de 6/6 horas por 14 dias. Crianças maiores – bochecho com 5ml da suspensão por 1min, podendo deglutir ou não, por 15 dias. VIRAIS 2- Herpes vírus simples o primeiro contato com o vírus HSV-1, geralmente, ocorre na infância, entre os 6 meses aos 4/5 anos; e é conhecida como Gengivoestomatite herpética primaria aguda. Ela pode ser assintomática ou sintomática. Quando associada a sintomas são: febre, mal- estar, linfadenopatia dolorosa, gengiva eritematosa, sangrante e dolorosa. Erupção de vesículas que ao se romperem ulcerações dolorosas, recobertas por uma pseudomembrana esbranquiçada com halo-eritematoso. Tratamento: uso de antitérmicos e analgésicos. Limpeza da área com clorexidina 0,12%. Anestésico tópico. 30 Essa doença possui recidivas durante toda a vida, porém se apresenta de forma mais branda. Tratamento: fotobiomodulação e aciclovir pomada. Ruptura da vesícula com agulha estéril → azul de metileno 0,01% → laser vermelho ao redor da lesão 4x por 30s. depois após 24h e depois de 48/48h até remissão total da lesão. 3- Doença mão-pé-boca Causada pelos enterovírus coxsackie, afeta muito crianças em fase escolar e é altamente contagiosa. Sua transmissão ocorre por meio de fezes, saliva... Sintomas: febre alta, dor de garganta, vômitos, vesículas no palato, úvula e língua que se transformam em úlceras. Tratamento: autorremissão dentro de 5 a 7 dias. Durante esse tempo podem ser utilizados antitérmicos e analgésicos para alivio do desconforto. Alimentação mais gelada e pastosa e anestésicos tópicos. BACTERIANAS 31 4- Escarlatina É uma doença bacteriana contagiosa, em que a transmissão ocorre por meio tosse, espirros e ar com pessoas contaminada. Acometem crianças de 5 as 12 anos. Sintomas: febre, calafrios, mal-estar, garganta inflamada, língua inchada e vermelha (fator patognomonicos) Tratamento: antibiótico 32 5- Impetigo É uma doença causada pela bactéria streptococcus aureus, altamente contagiosa. Transmitida por contato com lesões, trauma na pele, picada mosquito ou vias respiratórias. Acometem regiões de face e mãos. Lesão: vesículas → rompimento → úlcera com aspecto amarelado com exsudato. Sintomas: coceira, adenopatia. Tratamento: lavar as lesões com água e sabão e deixa-las secar ao sol. Uso de antibióticos. LESÕES ULCERATIVAS 6- Estomatite aftosa recorrente Conhecida como aftas. Causa: é desconhecida, mas associada a fatores autoimunes, deficiências nutricionais, deficiência de ác. Fólico, estresse, trauma, intolerância ao glúten, tendencia familiar... Pode ser uma lesão única ou múltipla que cicatriza entre 7 a 10 dias. 7 Língua de riga-fede Lesão de ulceração ventral da língua associada a dentes natais e neonatal. Tratamento: lixar a parte do dente que está causando a lesão, ou extração do mesmo. PROLIFERAÇÕES NÃO NEOPLÁSICAS 1- Hiperplasia fibrosa É uma lesão traumática, geralmente, causada por mordidas, aparelhos ortodônticos... Lesão: pápula ou nódulo, rósea ou esbranquiçada, superfície lisa, séssil ou pediculada. Tratamento: excisão cirúrgica. 33 2- Hiperplasia gengival medicamentosa Crescimento anormal de tecido gengival devido ao uso de alguns fármacos, como: ciclosporina, imunossupressores. A piora deste quadro também pode estar associado há má higienização e acúmulo de placa bacteriana. 3- Papiloma escamoso oral Lesão benigna causada pelo HPV, com aspecto de couve-flor. Tratamento: excisão cirúrgica. LESÕES ÓSSEAS BENIGNAS 1- Abcesso, granuloma e cistos periapicais, são resultantes de uma resposta do sistema imunológico frente a um patógeno (geralmente bactérias) e liberam toxinas e através delas passam a lesar a polpa do dente até sua necrose, para evitar a progressão da infecção para o osso, geralmente o organismo responde por meio dessas lesões. 34 2- Cisto ósseo simples Não se sabe exatamente sua causa, mas compreende radiograficamente uma imagem radiolúcida no ápice dos dentes, abrangendo geralmente mais de 1. Essa cavidade pode estar vazia ou preenchida por fluido. Mais comum na região posterior de mandíbula e sem sintomatologia. Tratamento: punção e biópsia. Caso seja comprovado um cisto ósseo simples, sua tendencia é regredir espontaneamente. 3- Odontoma Tumor mais diagnosticado em crianças e adolescentes. Causa: é uma má – formação dos tecidos dentários. Subtipo composto- formato de pequenos dentículos. Subtipo complexo- sem formato de dente. Localização: Maxila: entre raízes ou acima da coroa de dentes anteriores. Mandíbula: entre raízes ou acima da coroa de dentes posteriores. Tratamento: enucleação. 4- Ameloblastoma Tumor odontogênico benigno que afeta mais a 2° década de vida das crianças. Causa: proliferação de remanescentes epiteliais da lâmina dentária. 35 Diagnóstico diferencial: imagem radiográfica se apresenta com formato de bolhas de sabão ou favos de mel. Tratamento: exame histopatológico + completa remoção Ou Marsupialização em crianças + acompanhamento devido a chance de recidiva. Crescimento lento e indolor. Pode evoluir para volume mais evidente, dor e parestesia. 36 Terapia pulpar em dentes decíduos A terapia pulpar ainda é um tratamento muito questionado pelos pais, pois devido à falta de informações acreditam ser desnecessário tal procedimento. “se esse dente vai cair, porque fazer endo? Já não pode extrair de uma vez?” e a resposta é NÃO. Pois como sabemos, o dente decíduo detém uma importância significante quanto ao desenvolvimento correto da dentição permanente, oclusão, músculos faciais e da mastigação, estética, e funcional para uma correta alimentação. Sempre que possível, também devemos optar por manter a vitalidade pulpar, com tratamentos conservadores. Iniciamos sempre nosso atendimento com anamnese e exame clinico intra e extra oral. Nessa parte é que também vamos saber se há presença de dor... Entendendo a dor... - Qual dente dói? Sabe me indicar aonde dói? -Há quanto tempo? - A dor é espontânea ou provocada? Constante ou passa em alguns momentos? - Piora ao deitar? - Tomou algum medicamento para aliviar? - Algum dente já doeu alguma vez e depois parou espontaneamente? Entender a característica da dor é fundamental para um bom diagnóstico. NÃO ESTÁ INDICADO O USO DE TESTES TÉRMICOS E DE PERCUSSÃO EM CRIANÇAS. Podemos usar a inspeção, palpação e auscultação. Na inspeção podemos notar alguns sinais que podem nos dar alguns indícios: • Presença de edema, eritema, linfadenopatia submandibular → ABCESSO AGUDO • Dor facial, inchaço do olho, trismo, dificuldade de amamentação, febre e prostração → CELULITE, exige internação hospitalar com aplicação de antibiótico via endovenosa. Além disso, a história de saúde geral do paciente também irá interferir na possibilidade ou não de se realizar um tratamento endodôntico: 37 - Possibilidade de endocardite infecciosa; -Leucemia; -Tumores sólidos; -Nefrite (doenças que causam inflamação nos glomérulos renais); - Neutropenia idiopática (produção ou maturação insuficiente de neutrófilos). Demais contraindicações: - Rizólise avançada; - Alveólise – reabsorção da tabua óssea alveolar e exposição das raízes do dente permanente antes de completar a rizólise; - Coroa muito destruída, com incapacidadede restaurá-la; - Rompimento do folículo do germe dente permanente; -Estágio de nolla; -Rompimento do assoalho da câmara pulpar; - Presença de lesão de furca; -Comportamento do paciente Essas características podem ser melhores interpretadas com o uso de exames complementares, como radiografia periapical e interproximal. 38 Em casos de: -Pulpite reversível; - Ausência de dor espontânea; -Ausência de abcesso e fístula; -Ausência de lesão periapical e espessamento do ligamento periodontal; - Polpa com sangramento vivo e que cessa em até 5min; -Ausência de reabsorção radicular (ex: dente em formato de teto de capela) Podemos indicar uma odontologia conservadora, com tais técnicas: Capeamento pulpar indireto. Há a remoção da dentina infectada e manutenção da afetada. Técnica: 1-remoção da dentina infectada e amolecida com preservação da dentina afetada nas paredes pulpares. 2-aplicação de hidróxido de cálcio apenas nos pontos mais profundos da parede pulpar 3-aplicação do civ 4-acompanhamento radiográfico. Capeamento pulpar direto 1mm de exposição pulpar Técnica em que apenas a polpa coronária é removida, mantendo a polpa radicular vital e assintomática. Técnica: 1- Remoção do tecido cariado com broca esférica em baixa rotação; 2- Remoção da câmara pulpar com broca endo-z. 3- Remoção da polpa coronária com cureta ou colher de dentina afiada e estéril. 4- Lavagem da cavidade com soro fisiológico 5- Secar a cavidade com bolinha de algodão estéril seco. 6- Aplicação de hidróxido de cálcio PA ou MTA + soro fisiológico 7- Civ podendo mantê-lo como uma restauração definitiva. 8- Acompanhamento radiográfico por 3, 6 e 12 meses. Mta é o produto que vem se observando melhores resultados. Caso o tratamento conservador não surta efeito, o tratamento endodôntico radical ou extração pode ser indicado. Pulpectomia Em casos de pulpite irreversível ou necrose, o tratamento endodôntico radical poderá ser indicado. É feita a limpeza e desinfecção do canal radicular com uso de instrumentos manuais ou rotatórios, que fazem a modelagem e ampliação do canal. Irrigação com hipoclorito de sódio 2,5%, clorexidina 2% ou soro fisiológico estéril + ácido cítrico 6% para remoção da smear layer (substitui o EDTA). Obturação com pastas obturadoras que vão sendo reabsorvidas juntamente com a raiz. Pastas comuns: OZE – a base de óxido de zinco e eugenol Manipulação 62,5mg de cloranfenicol+ 62,5 mg tetraciclina+125mg de óxido de zinco+ 1 gota de eugenol. Tri- antibiótica Manipulação: metronidazol+ ciprofloxacino + minociclina+ veículos farmacêuticos. Estas podem deixar o dente mais amarelado. RX inicial: vamos notar a presença de lesão periapical ou não, e com isso também definir o número de sessões do tratamento. 40 Sessão única: pulpite irreversível e necrose sem presença de lesão periapical Duas sessões: necrose com presença de lesão periapical. Avaliar CDR e CT. Na radiografia inicial, se o ápice da raiz do germe decíduo estiver sobreposto a borda incisal do permanente = medida é da borda incisal do decíduo o início do germe permanente. Espaço presente entre o ápice do decíduo e a incisal do germe do permanente = medida total do dente decíduo -1mm. Não há espaço = medida até a incisal do permanente Há espaço = medida da raiz do decíduo – 1mm. Limas tipo #K 21mm 1° série: dentes posteriores Técnica em sessão única: 2° série: dentes anteriores 1- Odontometria 2- Anestesia e isolamento absoluto 3- Remoção do tecido cariado com brocas em alta e baixa rotação; 4- Abertura da coronária, remoção do teto da câmara pulpar com endo Z 5- Irrigação com hipoclorito de sódio 2,5% a cada troca de lima. 6- Instrumentação com as limas 41 7- Irrigação com ácido cítrico 6% por 1min 8- Irrigação final com hipoclorito ou soro fisiológico 9- Secagem com cones de papel absorvente, compatíveis. 10- Obturação com pastas obturadoras 11- Limpeza da cavidade com bolina de algodão 12- Restauração 13- Rx final 14- Controle radiográfico Na técnica com 2 sessões, na primeira será colocado um curativo de demora de 7-15 dias Pode ser: hidróxido de cálcio PA + soro fisiológico Callen Ultracal Civ Passando-se os dias, será feita a remoção da medicação com irrigação com hipoclorito de sódio+ ultima lima que entrou no canal. Colocação da pasta obturadora e restauração final. Tratamento endodôntico não instrumental Está indicado para casos de pulpite irreversível e necrose. É uma técnica eficaz e mais rápida, quando se tratando de crianças, que precisam de um tempo de cadeira menor. Reparo tecidual a partir da desinfecção por meio da aplicação de pasta antibiótica na entrada dos canais radiculares, sem a instrumentação dos mesmos. A pasta mais utilizada é a CTZ com eugenol. Pode deixar o dente amarelado. Importante saber se o paciente tem alergia a algum medicamento presente na composição da pasta. Dentes que apresentam obliteração do canal radicular, calcificação e lesão de furca não é indicada a técnica. Técnica: 1- Anestesia local; 2- Isolamento absoluto; 42 3- Remoção da lesão de cárie se houver e abertura coronária com brocas em alta rotação; 4- Remoção da polpa coronária com cureta estéril + irrigação 5- Irrigação com hipoclorito de sódio 2,5% 6- Limpeza da câmara pulpar com soro estéril, 7- Aplicação da pasta CTZ após espatulação + 4 gotas de eugenol 8- Inserção na entrada dos canais radiculares; 9- Cobertura da pasta 10- Restauração final com CIV ou resina. 11- Acompanhamento radiográfico Conclusões finais: Todos os tipos de terapia pulpar devem ser acompanhados de perto. Avaliação clínica 1° e 3° mês após o tratamento (podemos notar se há presença de dor, edema, fistula, mau odor). Exame radiográfico a cada 6 meses: se houve regressão da lesão periapical, ou surgimento de alguma. A pulpotomia e o tratamento endodôntico não instrumental pode ter insucessos, nesse caso, notamos pela presença de uma reabsorção interna. Neste caso, o que fazer? - RETRATAMENTO OU EXTRAÇÃO +MANTENEDOR DE ESPAÇO. Nos casos de sucesso, pode haver retenção prolongada (devido a demora na reabsorção da pasta obturadora); Esfoliação precoce do permanente, devido a atividade inflamatória ali presente acelerar o processo de reabsorção. A esfoliação precoce pode causar desvio e opacidade demarcada. URGÊNCIAS ENDODONTICAS EM CRIANÇAS Entender a dor...provocada/espontânea/ há quantos dias/ localizada/difusa/piora ao deitar/tomou alguma mediação? Raio X para avaliação, em caso de: Biopulpectomia: abertura coronária+ irrigação+ bolinha de algodão estéril com otosporin. Necropulpectomia: abertura coronária+ irrigação+ bolinha de algodão estéril com paramono. 43 ART Tratamento restaurador atraumático. É um tratamento no qual não se utiliza brocas, canetas de alta e baixa rotação, apenas instrumentais manuais. Ele surgiu na África, como uma forma de atender uma população necessitada aonde não haviam recursos suficientes. É uma alternativa ao tratamento convencional, que acaba sendo muito utilizado na odontopediatria em crianças que possuem um comportamento mais negativo. Mas pode ser utilizado em qualquer faixa etária, incluindo idosos. Não há tamanho ideal da cavidade para que essa técnica seja aplicada. • Só pode ser utilizada essa técnica em dentes assintomáticos ou com pulpite reversível. • Indicados em restaurações classe I, aonde o material restaurador possui maior apoio para se manter no dente. • Material restaurador utilizado é o CIV. ➢ Como é feito? 1- Isolamento relativo com rolete de algodão. 2- A abertura do dente é feita com recortadoresde margem gengival; 3- Remoção da dentina cariada (infectada- amolecida) com colheres de dentina; 4- Manter a dentina afetada (em lascas). 5- Na junção amelodentinária deve estar presente dentina sadia, não sendo indicado manter dentina afetada, pois interfere na adesão do material restaurador. Podemos utilizar o evidenciador de cárie para auxilia na remoção pela coloração, ou, a papacarie também é um material que auxilia na remoção do tecido cariado, nos ajudando a identificar a dentina infectada pelo seu aspecto. O que ele causa na dentina infectada? Amolecimento dessa dentina, por meio de agentes químicos. Qual a sua base? Papaína, enzima proveniente da casca do mamão. Propriedade anti- inflamatória e antibactericida. Cloramina – propriedade bactericida, desinfetante e amolece a dentina afetada. Vantagens → não necessita o uso de anestesia, instrumentos rotatórios, é seguro para polpa, evita a exposição pulpar. Em casos de cavidades profundas, pode ser que seja necessário o uso de anteésicos. 44 ➢ Propriedades do CIV: - Libera flúor; - Coeficiente de expansão semelhantes ao dos tecidos dentários; - Menos sensível a umidade; -Adesividade Manipulação: por aglutinação, para ficar com aspecto de massa de vidraceiro. Defeitos no desenvolvimento de esmalte (DDE) O que é? É uma sequela de um distúrbio que pode ter ocorrido durante a formação do esmalte (amelogênese). Os ameloblastos são altamente sensíveis a variações nutricionais, genéticos, sistêmicos e ambientais. Como a esmalte é um tecido que não se regenera, essas sequelas ficam permanentemente do dente. 45 Esse distúrbio pode afetar tanto os dentes decíduos quanto os permanentes. Se esse distúrbio afeta o dente decíduo ele pode afetar ou não o permanente e vice-versa. Pois tudo irá depender do período em que houve algum distúrbio e se afetou a maturação de esmalte de uma ou ambas as dentições. Os defeitos podem se dividir em: 1- Quantitativos – hipoplasias 2- Qualitativos – opacidades Consequências: - Dor/ sensibilidade - Estética Geralmente os defeitos de esmalte são conhecidos como lesões de mancha branca. Para que possamos enxergar de maneira eficaz um objeto, ocorre uma interação da onda de luz com o objeto (absorção/ transmissão/ reflexão). Sabemos que a velocidade da luz se modifica de acordo com o meio que ela se interage, o que modifica também a forma como enxergamos (índice de refração). Sendo assim, quando temos uma alteração no esmalte dental, para que possamos visualizar de maneira correta, o dente deve ser seco com jato de ar tirando toda a saliva que interfere na observação. ➢ Além disso, vemos a mancha branca por que? O esmalte hipomineralizado possui prismas de esmaltes “poros”, ou pequenas cavidades, que interferem na maneira que a luz vai interagir com o meio. O esmalte é mais poroso devido a baixa mineralização, consequentemente ele se torna mais friável e susceptível a fraturas, onde podemos notar presença de bordas irregulares e propícias ao acumulo de biofilme → lesão de cárie. 1- Fluorose: defeito qualitativo do esmalte. É causada pela exposição excessiva aos fluoretos durantes a maturação do esmalte dental. Essa exposição, geralmente é pelo uso de cremes dentais de forma inadequada e excesso de flúor na água de abastecimento. Característica clínica: opacidades difusas esbranquiçadas/ estriadas que atinge dentes homólogos. Em alguns casos também pode ter coloração mais amarronzada. Geralmente estão concentradas nas bordas incisais e pontas de cúspides. Tratamento: clareamento dental + micro abrasão de esmalte (ácido fosfórico + pedra pomes + taça de borracha para aplicação). 46 A principal queixa inclui a estética, mas em alguns casos pode se ter hipersensibilidade dentinária. SCORE DA FLUOROSE: 0 → ausência 1→ manchas brancas em pontas de cúspides de molares 2→ pergaminhos envolvendo – 2/3 da coroa 3→ pergaminhos envolvendo + 2/3 da coroa. 4→ manchas amarronzadas e escurecidas 2- Hipomineralização molar -incisivo Esta condição pode afetar tanto dentes decíduos quanto os permanentes, é caracterizada pela presença de uma opacidade demarcada em região de 1 ° molar e incisivos, ou apenas em 1° molar. dente mais susceptível à fraturas. Muito comum sintomatologia dolorosa. Laser muito utilizado para tratamento de hipersensibilidade. Controle de dor em pulpite: anti- inflamatório ou analgésico 1 dia antes da pulpectomia de 8h em 8h. 47 3- Hipoplasias Perda quantitativa do esmalte, em exames radiográficos podemos perceber que a região radiopaca que aparece o esmalte está mais delgada. Se apresentam como sulco, fóssulas e fissuras de bordas regulares ou lisas. Isso indica que não houve uma fratura ali, mas sim um defeito de desenvolvimento que deixou a dente ali com ausência de esmalte. Causas: infecção ou trauma nos dentes decíduos, incubação neonatal, laringoscopias. 4- Amelogênese imperfeita - Hipocalcificada → espessura normal de esmalte, porém ele é mais enfraquecido/ amolecido. Na radiografia o esmalte é menos radiopaco que a dentina. -Hipomaturada → esmalte de espessura normal, com manchas por sua superfície. Radiograficamente a radiopacidade é semelhante à da dentina. -Hipoplásica→ esmalte na espessura normal, porém com ranhuras. Radiograficamente o esmalte contrasta normal com a dentina. 48 Como fazer o tratamento de bruxismo em vigília? Está muito relacionado com a hiper estimulação da criança (telas em excesso). O odontopediatra irá atuando mais na consequência. Tratamento: cuidado e higiene do sono + estabilizador miofascial (plaquinha de bruxismo). Problemas respiratórios tendem a ter respiração bucal → causa ativação errada do cérebro levando a movimentos musculares involuntários (bruxismo). Como evitar a soltura do CIV? Condicionamento com ácido poli acrílico prévio da cavidade. As vezes o próprio liquido do CIV poderá fazer esse trabalho. Controle correto de umidade. Uso de um bom CIV. Tratamento endodôntico: medicação Biopulpectomia 1 (sem lesão): hidróxido de cálcio necropulpectomia (com lesão periapical): pasta calen (hidróxido de cálcio + PMCC) 49 Verniz de flúor Nitrato de prata – cariostático Deixa a lesão de cárie bem escurecida. Opérculo gengival → gengiva que recobre um dente semi erupcionado ICDAS (sistema internacional de avaliação e detecção de cáries) Código 0 – nenhuma alteração visível após 5 segundos de secagem ou múltiplas pigmentações não compatíveis com lesões cariosas Código 1 – opacidade branca ou descolorações visualizadas após 5 segundos de secagem; Código 2 – opacidade branca ou descolorações visualizadas mesmo em superfície molhada; Código 3 – quebra do esmalte por cárie associada à opacidade branca ou pigmentada, sem dentina visível e sem sombra por cárie dentinária; Código 4 – sombra decorrente da descoloração da dentina sob esmalte íntegro ou sob quebra localizada de esmalte; Código 5 – cavidade óbvia com exposição dentinária apresentando esmalte opaco ou com descoloração; Código 6 – cavidade extensa com exposição dentinária tanto em relação à profundidade quanto em relação à largura, envolvendo pelo menos metade da superfície dentária