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O sistema cardiovascular é formado pelos vasos sanguíneos, artérias, veias, capilares e pelo coração, que realiza dois movimentos básicos: sístole (contração) e diástole (relaxamento). Também é responsável por transportar oxigênio e nutrientes para todas as células do corpo, recolher resíduos metabólicos para serem eliminados, regulação da temperatura corporal e defesa do organismo (através do aumento do fluxo sanguíneo e consequentemente aumento de leucócitos). • Base: é formada pelos átrios direito e esquerdo. • Ápice: é formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo • Face Anterior (Esternocostal): formada pelo ventrículo direito. • Face Diafragmática (Inferior): formada pelo ventrículo esquerdo e ventrículo direito • Face Pulmonar (Esquerda): formada pelo ventrículo esquerdo; ela ocupa a impressão cárdica do pulmão esquerdo. O coração possui quatro câmaras: • Átrio Direito: recebe o sangue de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. O sangue passa do átrio direito para ventrículo direito através de uma válvula chamada Tricúspide. • Átrio Esquerdo: recebe o sangue por meio de quatro veias pulmonares. O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, através da Válvula Bicúspide (mitral). Introdução Anatomia do coração Sistema Cardiovascular 1 • Ventrículo Direito: bombeia sangue desoxigenado para os pulmões através da artéria pulmonar. • Ventrículo Esquerdo: bombeia sangue oxigenado para o corpo através da artéria aorta. A parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Essa diferença se deve à maior força necessária para bombear sangue para a circulação sistêmica. O pericárdio é uma membrana fibroserosa em forma de bolsa, que recobre e protege o coração e raízes dos grandes vasos. Ele possui duas membranas: Miocárdio: é a camada muscular média e a mais espessa do coração e é responsável pelas contrações. Endocárdio: é a camada interna do coração e A sua superfície lisa permite que o sangue corra facilmente sobre ela. Após oxigenar os tecidos, o sangue chega no átrio direito, através das veias cavas. Depois, o sangue passa para o ventrículo direito e é encaminhado para os pulmões por meio da artéria pulmonar. Ao chegar nos pulmões, o sangue recebe oxigênio (pelo processo chamado hematose) e volta para o coração por meio das veias pulmonares, no átrio esquerdo. Válvulas: Têm como função impedir o retorno do sangue, por meio da pressão que determina a abertura ou fechamento. São constituídas por anel fibroso, cúspides, cordas tendíneas e músculos papilares. Pericárdio (epicárdio) Pericárdio fibroso Pericárdio seroso (interno) Parietal Visceral Lado direito: pobre em oxigênio e rico em gás carbônico. Circulação 2 Chegando no ventrículo esquerdo, através de uma contração, o sangue é enviado para a artéria aorta., que se ramifica em artérias menores até chegar nos capilares, local onde ocorre a difusão do oxigênio para os tecidos. Esses capilares vão se reunindo em vasos maiores para formar as veias e retomar o ciclo da circulação. São os eventos que ocorrem desde o início de um batimento cardíaco até o seguinte, tem o objetivo de garantir o fluxo sanguíneo. Cerca de 80% do enchimento ventricular ocorre de forma passiva, sem que ocorra contração. A sístole atrial, portanto, é responsável por apenas 20% do enchimento dos ventrículos. Durante a sístole atrial, as valvas atrioventriculares se abrem e permitem que o sangue flua dos átrios para os ventrículos. Nessa etapa as valvas semilunares permanecem fechadas. Na contração isovolumétrica do ventrículo as valvas atrioventriculares e semilunares estão fechadas. O ventrículo inicia sua contração, porém ainda não tem nenhuma alteração no volume sanguíneo. Com relação à ejeção ventricular, quando os ventrículos se contraem, eles geram pressão suficiente para abrir as valvas semilunares e o sangue é conduzido para as artérias. Conforme o sangue vai Lado esquerdo: rico em oxigênio e pobre em gás carbônico. Pequena circulação ou pulmonar Grande circulação ou sistêmica ou pulmonar Sístole atrial Contração ventricular isovolumétrica Relaxamento ventricular Ejeção ventricular relaxamento isovolumétrico Ciclo Cardíaco 3 sendo ejetado, a pressão do ventrículo fica inferior e as valvas semilunares se fecham Durante o relaxamento isovolumétrico, os ventrículos estão relaxando, mas ainda não existe entrada de sangue. Conforme a pressão continua caindo, a pressão atrial supera a dos ventrículos, e as valvas atrioventriculares se abrem. As artérias são vasos responsáveis por levar o sangue pra fora do coração. • Grande calibre: possui maior quantidade de fibras elásticas; • Pequeno calibre e arteríolas: possui maior quantidade de músculo liso Já as veias, são responsáveis por levar o sangue de volta ao coração por meio de um mecanismo chamado Bomba muscular esquelética, no qual, com a contração dos músculos esqueléticos, eles pressionam as veias e empurram o sangue no sentido do coração. As paredes das veias são mais finas e a pressão interna é bem menor do que nas artérias. Elas possuem valvas que têm como função garantir que não haja refluxo do sangue. Os capilares são vasos com uma única camada de células e eles chegam aos tecidos permitindo as trocas de substancias. Estrutura veias e artérias Túnica externa Túnica média Túnica interna Tecido conjuntivo Músculo liso Endotélio vascular Lâmina basal Lâmina elástica interna Sangue oxigenado, com exceção do tronco da artéria pulmonar. Sangue pobre em oxigênio, com exceção das veias pulmonares. Vasos sanguíneos Conceitos importantes: • Vasoconstrição: contração – diminui o espaço interno do vaso • Vasodilatação: relaxamento – aumenta o espaço interno do vaso 4 O coração possui um sistema próprio capaz de gerar impulsos elétrico para que haja o controle da frequência cardíaca. O nó sinusal ou sinoatrial, é considerado como marcapasso natural e ele inicia um impulso elétrico que flui sobre os átrios direito e esquerdo, fazendo que estes se contraiam. Ao chegar no nó atrioventricular, o impulso sofre um pequeno retardo, isso é necessário para garantir que os ventrículos se contraiam depois dos átrios. Em seguida, o impulso elétrico passa ao longo do feixe de His, o qual divide-se em ramo direito e esquerdo. Na sequência o impulso elétrico atinge as fibras de purkinje, fazendo com que os ventrículos se contraiam. O sistema nervoso é conectado com o coração através de dois grupos diferentes de nervos do sistema nervoso autônomo: parassimpáticos e simpáticos. A estimulação dos nervos parassimpáticos diminui todas as atividades do coração. Enquanto o simpático aumenta a atividade cardíaca, esse efeito é necessário quando um indivíduo é submetido a situações de estresse. As artérias coronárias são os primeiros ramos da aorta e são responsáveis pela irrigação e oxigenação do coração. O coração só recebe irrigação sanguínea durante a diástole. Artéria coronária esquerda • ramo circunflexo • ramo interventricular anterior • ramo diagonal Artéria coronária direita • ramo interventricular posterior • ramo do cone arterial • Ramos atrioventriculares anteriores e posteriores • ramo do nó sinoatrial • ramo marginal direito Atividade elétrica Controle nervoso Coronárias 5 • ramo do nó atrioventricularO coração é drenado por veias que desembocam direto no seio coronário, que por sua vez drena no átrio direito, por meio do óstio do seio coronário. • Veia cardíaca magna: drena o átrio e ventrículo esquerdo • Veia cardíaca parva: drena o átrio e ventrículo direito • Veia cardíaca posterior • Veia cardíaca interventricular posterior Os barorreceptores são mecanismos para a regulação rápida da pressão arterial e estão no arco aórtico e no seio carotídeo. Eles funcionam como mecanorreceptores, que percebem a variação da pressão arterial por meio do estiramento. As informações captadas pelos barorreceptores do seio carotídeo são transportadas para o tronco encefálico por meio do nervo glossofaríngeo e as informações oriundas do arco aórtico são transportadas por meio do nervo vago. Após ascender ao tronco encefálico, as informações são integradas no bulbo, no núcleo do trato solitário. • Se a pressão estiver baixa: ativação do sistema simpático que atua aumentando a frequência cardíaca e produzindo vasoconstrição nas arteríolas (aumentando a resistência vascular periférica). • Se a pressão estiver alta: ativação do parassimpático que exercerá a diminuição da frequência cardíaca e vasodilatação (diminuindo a resistência vascular periférica). 1° A diminuição da pressão arterial causa diminuição da perfusão renal, que é percebida pelos mecanorreceptores nas arteríolas aferentes do rim. 2° Secreção de renina pelas células justaglomerulares 3° A renina é uma enzina que converte angiotensinogênio em angiotensina I 4° Nos pulmões a angiotensina I é convertida em angiotensina II pela Enzima conversora de angiotensina (ECA). 5° A angiotensina II atua sobre o córtex suprarrenal, estimulando a síntese e a secreção de aldosterona. 6° A aldosterona, atua sobre as células principais do túbulo renal distal e ducto coletor aumentando a reabsorção de Na⁺. Drenagem Regulação da pressão arterial Sistema Renina- Angiotensina-Aldosterona 6 7° A angiotensina II atua sobre o hipotálamo, aumentando a sede, a ingestão de água e estimula a secreção do hormônio antidiurético, que aumenta a reabsorção de água nos ductos coletores, levando o aumento do volume sanguíneo. 8° Por fim, a angiotensina II atua diretamente sobre as arteríolas, levando a vasoconstrição. É a capacidade intrínseca do coração de se adaptar às variações do retorno venoso. Quanto maior for o estiramento do músculo durante o enchimento cardíaco, maior será à força de contração e a quantidade de sangue bombeado pelo corpo. É uma alteração no fluxo do sangue dentro do coração provocada por problemas em uma ou mais válvulas cardíacas ou por lesões nas paredes das câmaras. Algumas pessoas já nascem com válvulas anormais. Outras vão apresentar esse tipo de alteração por causa de males como a febre reumática, a insuficiência cardíaca e o infarto, que podem modificar as válvulas. É a morte de uma área do músculo cardíaco (miocárdio), cujas células ficaram sem receber sangue com oxigênio e nutrientes; A interrupção do fluxo sanguíneo para o coração pode acontecer de várias maneiras, uma delas é devido a aterosclerose Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio, chamados artérias coronárias, podem apresentar depósito de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração. Doença decorrente do aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos de gordura. A gordura vai se acumulando nas paredes das artérias coronárias e, com o passar do tempo, formam-se placas, denominadas placas de ateroma e isso impede que o sangue flua livremente. É quando o coração sai do ritmo certo, ela ocorre tanto em indivíduos saudáveis quanto em doentes. Várias doenças podem dispará-la, assim como fatores emocionais. • O débito cardíaco é o volume de sangue ejetado a cada minuto. DC = FC X DS FC= batimentos por minutos DS= quantidade de volume ejetado a cada batimento Distúrbios cardíacos 7 Fase 0: Despolarização rápida - Aumento da condutância de sódio pela abertura de canais rápidos. Fase 1: Repolarização inicial - Fechamento dos canais de sódio; - Abertura de canais de potássio (efluxo de potássio). Fase 2: Platô - A repolarização mantém um equilíbrio; - Aumento da condutância de cálcio. Fase 3: Repolarização final - Diminuição da condutância de cálcio; - Abertura de canais de potássio. Fase 4: Repouso - O potencial da membrana se mantém em torno de – 90 mV, e se mantem assim até receber um novo estímulo externo. Potencial de ação nos músculos cardíacos O platô tem objetivo de equilibrar a saída de potássio e ele evita a soma de estímulos e a tetania. Durante toda a fase 2 a célula permanece em estado de contração e ela está em período refratário absoluta, ou seja, não pode receber um novo estimulo. 8 É responsável pela captação de oxigênio do ambiente e eliminação do gás carbônico, ele trabalha juntamente com o sistema cardiovascular para garantir o transporte desses gases entre as células e os pulmões. Além disso, ele auxilia no controle do pH sanguíneo, filtra e aquece o ar inspirado por meio dos pêlos e muco nasal, possui receptores para olfato e emite sons para a fala. ✓ A ventilação pulmonar é o processo mecânico que move o ar para dentro ou para fora dos pulmões. ✓ A respiração pulmonar ou respiração externa é a troca de gases entre o pulmão e o sangue, ou seja, a hematose nos alvéolos. ✓ Já a respiração tecidual ou respiração interna é a troca de gases entre o sangue e as células e os tecidos do corpo. Zona de condução: nariz, faringe, laringe, traqueia, os brônquios e os bronquíolos. Zona respiratória: é a região onde acontece as trocas respiratórias e ela é composta bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e pelos alvéolos. ✓ Logo que o ar entra, ele se depara com os pêlos nasais que ajudam na filtração. ✓ O ar passa pelas conchas nasais e por serem estruturas vascularizadas, o ar pode ser aquecido. ✓ As células ciliadas ajudam no processo de limpeza do ar e elas produzem muco que retém as partículas menores e umidificam o ar. Sïßtëmå Rëßpïråtørïø 9 ✓ A faringe funciona como uma passagem de ar e alimentos e possui as tonsilas. ✓ A laringe possui a cartilagem tireoide, a epiglote que fecha a passagem da traqueia durante a deglutição e a cartilagem cricoide. Na laringe também tem as pregas vocais que emitem sons quando elas são vibradas pela passagem do ar. ✓ A traqueia começa a partir da cartilagem cricoide e é formada por musculo liso. Contém anéis de cartilagem em formato de C, pois evita o seu colabamento e permite que ela fique aberta o tempo todo. ✓ Os brônquios principais surgem da traqueia e se dividem em brônquios lobares. Os brônquios lobares se dividem em brônquios segmentares. ✓ As menores ramificações são os bronquíolos, que não possuem mais cartilagem e conforme eles vão se dividindo, surgem os bronquíolos terminais. ✓ Os alvéolos são bolsas de ar formadas por um epitélio fino que faz contato com os capilares sanguíneos. Eles são revestidos por células denominadas pneumócito tipo I e tipo II. ✓ O pulmão esquerdo é menor do que o direito, sendo o direito mais largo e mais espesso ✓ O pulmão direito é mais curto devido a presença do fígado embaixo dele. Os pneumócitos tipo II produzem o surfactante, que é um líquido que reduz a tensão superficial dentro dos alvéolos e assim permite que eles fiquem abertos durante a respiração. 10 ✓ Na região medial existe o hilo pulmonar que é uma região onde vasos sanguíneos, linfáticos,nervos e os brônquios entram e saem dos pulmões. ✓ O pulmão esquerdo possui a impressão cardíaca. ✓ A pleura é uma dupla membrana que protege e auxilia na mecânica pulmonar. ✓ A cavidade pleural fica entre as duas pleuras e possui um líquido que é importante para a membrana pulmonar, pois ele diminui o atrito entre as pleuras. ✓ A inspiração é a entrada de ar, enquanto a expiração é a saída. ✓ O ar vai sempre em direção ao local com menor pressão. Com a contração do diafragma, ele se movimenta para baixo e ao mesmo tempo traciona os pulmões devido a sua conexão com a pleura parietal. Com isso a pressão alveolar se torna menor do que na atmosfera, então o ar é puxado para o meio de menor pressão. A inspiração tranquila é realizada pelo diafragma, mas os músculos intercostais também podem ajudar elevando as costelas. Na expiração passiva o diafragma relaxa e com isso os pulmões se comprimem, aumentando a pressão dos alvéolos. Na inspiração forçada, alguns músculos auxiliam: os intercostais externos, serráteis anteriores, os escalenos e os esternocleidomastóideos. Já na expiração forçada, como na tosse ou espirro os músculos que auxiliam são os abdominais e intercostais internos. Depois que o ar entrou no sistema respiratório, ocorre a troca de gases por difusão, ou seja, do meio de maior concentração para o de menor. Com isso temos o processo de hematose, que é a transformação de sangue rico em gás carbônico para sangue rico em oxigênio. ✓ Volume Corrente (VC): é a quantidade de ar inspirado e expirado durante a respiração normal. → Corresponde a 500 ml. ✓ Volume de reserva inspiratório (VRI): o quanto de ar entra nos pulmões depois de uma inspiração normal, ou seja, depois de um volume corrente. Acontece em uma inspiração forçada. → Pode chegar a 3 litros. Como os pulmões ficam sempre abertos? Entre as pleuras existe o líquido pleural e com isso existe uma leve pressão negativa entre elas, que mantem os pulmões sempre abertos quando eles estão em repouso. 11 ✓ Volume de reserva expiratório (VRE): quantidade de ar expirado em uma expiração forçada. → Corresponde a 1,1 L. ✓ Volume Residual (VR): é o ar que permanece nos pulmões mesmo após uma expiração forçada. Isso é importante para evitar o colapso dos alvéolos. → Corresponde a 1,2 L. ✓ Volume do Espaço Morto: não é todo o volume de ar que entra no pulmão que vai participar da hematose, pois o ar fica contido nas vias aéreas superiores. → Corresponde a 150 ml. ✓ Capacidade Inspiratória (CI): VC + VRI ✓ Capacidade Residual Funcional (CRF): VRE + VR ✓ Capacidade Vital (CV): VRI + VRE + VC ✓ Capacidade Pulmonar Total (CPT): é a soma de todos os volumes. Ventilação pulmonar é o ato de inspirar e expirar, ou seja, entrada e saída de ar dos pulmões. É importante não confundir com respiração pulmonar, pois esse conceito se refere a troca de gases que acontece nos alvéolos. Complacência é a relação entre a variação de volume e a pressão necessária para mantê-lo insuflado. Frequência respiratória (FR) é a quantidade de vezes que os pulmões fazem o ciclo ventilatório em 1 minuto. Nós fazemos esse ciclo cerca de 12 a 16 vezes. → A unidade de medida é RPM. Volume Minuto (VM) é a quantidade em litros de ar que entra e sai dos pulmões em 1 minuto. É dependente da frequência respiratória e do volume corrente. VM = FR X VC Bradipneia é frequência respiratória abaixo de 10 RPM. Taquipneia é a frequência respiratória acima de 22 RPM. 12 O controle respiratório é realizado pelo centro respiratório, que é um grupo de neurônios que se localizam no bulbo e na ponte do tronco encefálico. Grupo respiratório dorsal É responsável pela inspiração, seja ela tranquila ou forçada. Quando ele trabalha na inspiração forçada ele necessita de ajuda do grupo ventral. Encontra-se no núcleo do trato solitário, recebem os aferentes dos pares dos nervos cranianos IX e X (glossofaríngeo e vago) e enviam eferentes para o diafragma. Grupo respiratório ventral É responsável pela inspiração e expiração forçadas e recebe informações do grupo respiratório dorsal. Enviam neurônios inspiratórios para os músculos intercostais e escalenos, e neurônios expiratórios para os músculos abdominais. Centro Pneumotáxico O centro pneumotáxico controla a frequência e amplitude respiratória modulando a interrupção da inspiração. Essa interrupção acontece por fatores estimuladores químicos ou mecânicos. Já o centro apnêustico ainda não tem uma função bem definida, mas acredita-se eu ele trabalhe com o centro pneumotáxico, controlando a profundidade da inspiração. O centro apnéustico envia sinais para o centro respiratório dorsal da medula para retardar a inibição do estímulo inspiratório fornecido pelo centro pneumotáxico de ponte. Controle central da respiração ✓ Controle cortical: apesar de ser um ato involuntário, a respiração pode ser controlada pelo córtex, tornando-se uma atividade consciente. ✓ Quimiorreceptores centrais: devido ao aumento de CO₂, há liberação de íons H+ que por sua vez estimula o centro respiratório central. Então, quando a concentração alveolar de CO₂ aumenta, a ventilação tem sua frequência aumentada. Controle periférico da respiração ✓ Quimiorreceptores periféricos: os corpúsculos carotídeos e aórticos, que são estimulados na presença de maior quantidade de CO₂. Os nervos glossofaríngeo e vago enviam esse estímulo para o grupo dorsal. ✓ Mecanorreceptores: os alvéolos possuem mecanorreceptores que são estirados na inspiração. Reflexo de Hering-Breuer: Possui comunicação com o centro pneumotáxico e inibe a inspiração quando ocorre a distensão pulmonar. 13 Centro Pneumotáxico Quimiorreceptores centrais Núcleo Dorsal Quimiorreceptores periféricos Núcleo Ventral Estimula os músculos diafragma e intercostal externo. Estimula esses músculos em uma inspiração forçada. Controle reflexo por mecanorreceptores nos alvéolos 14 A ventilação é a entrada e saída de ar nos pulmões, enquanto a perfusão é a passagem de sangue pelo capilar pulmonar, levando o oxigênio para a nutrição do corpo. Existe uma relação fisiológica entre ventilação/perfusão (V/P) que é 0,8. Qualquer desequilíbrio nessa relação gera uma condição de hipoxemia no indivíduo. ✓ Curiosidade: a ventilação é maior na base pulmonar e vai decrescendo em direção ao ápice. Após a entrada de ar nos alvéolos, o próximo passo é a difusão do O₂ dos alvéolos para o sangue e do CO₂ do sangue para os alvéolos. A diferença de pressão é que causa a difusão, onde o gás passa do meio de maior concentração para o de menor. Lei de Fick Essa lei diz que a difusão é diretamente proporcional à área de troca e inversamente proporcional à espessura da membrana alveolar. Ou seja, quanto maior a área de contato entre alvéolo e capilar, mais fácil será a difusão. Já quando a espessura da membrana for maior, terá uma dificuldade na difusão. Fatores que afetam a difusão ✓ Doença fibrótica no pulmão: espessamento da membrana alveolar que reduz a velocidade de difusão dos gases. ✓ Enfisema: destruição dos alvéolos que reduz a área para a troca gasosa. ✓ Asma: aumento da resistência das vias aéreas que diminui a ventilação alveolar. ✓ Edema pulmonar: líquido no espaço intersticial que aumenta a distância de difusão. 15 Trocas gasosas ✓ No ar a pressão parcial deO₂ é de 160 mmHg e de CO₂ é de 0,3 mmHg. ✓ Nos alvéolos a pressão parcial de O₂ é de105 mmHg e de CO₂ é de 40 mmHg. Devido essa diferença de pressão, o gás passa para o meio de menor concentração. ✓ No sangue arterial a pressão parcial de O₂ é de100 mmHg e de CO₂ é de 40 mmHg. Essa pressão acompanha o sangue nos tecidos. ✓ Com o processo de troca nos tecidos a pressão muda, sendo 40 mmHg de O₂ e 46 mmHg de CO₂. ✓ O sangue volta para os alvéolos por meio das artérias pulmonares e devido a diferença de pressão acontece a saída de CO₂ e a entrada de O₂. Transporte de O₂ Devido à baixa solubilidade plasmática do oxigênio, o seu transporte no sangue ocorre por meio das hemoglobinas que são proteínas presentes nas hemácias. Dentro da hemoglobina é possível transportar até 4 moléculas de oxigênio. Para que ocorra a entrega do oxigênio para os tecidos é necessário que ele seja dissociado da hemoglobina e para isso alguns fatores são importantes: ✓ Saturação de hemoglobina com O₂: a hemoglobina pode transportar até 4 moléculas de oxigênio e com isso pode acontecer a dissociação em diversos locais do nosso organismo. ✓ Aumento da temperatura = aumento da dissociação, pois o corpo percebe que é necessário a liberação de mais O₂ devido a metabolização alta. ✓ Diminuição do pH = aumento da dissociação, pois com o aumento de íons H+ a hemoglobina perde sua afinidade com o oxigênio. ✓ Aumento de CO₂ = aumento da dissociação. ✓ Molécula 2,3 Difosfoglicerato (2,3 – DPG): faz com que a dissociação seja mais rápida. Efeito Bohr: descreve a tendência da hemoglobina a perder afinidade pelo oxigênio quando o local está mais ácido e a ganhar afinidade quando o ambiente está mais alcalino. 16 Transporte de CO₂ Não é transportado no mesmo lugar que o oxigênio e a solubilidade no plasma é muito maior do que na hemácia. Então o transporte mais eficiente é dissolvido no plasma em forma de bicarbonato Quando chega nos pulmões, a anidrase carbônica também faz o processo de conversão de volta para CO₂ e água para a liberação dele na expiração. Anotações 17 É responsável por degradar o alimento e prepará-lo para que ele possa ser utilizado por nossas células. Funções do sistema: ✓ Ingestão ✓ Mistura e movimentação do alimento ✓ Digestão ✓ Absorção ✓ Defecação O sistema digestório é composto pelo trato gastrointestinal e por estruturas acessórias. Outras estruturas acessórias são: dentes, língua e vesícula biliar. O trato gastrointestinal ainda pode ser dividido em superior (boca, faringe, esôfago e estômago) e inferior (intestino delgado e intestino grosso). A túnica mucosa é a mais interna e é composta por tecido epitelial simples, exceto no esôfago onde o epitélio é estratificado. Também é composta por tecido conjuntivo frouxo e uma camada de músculo liso. A túnica submucosa é formada por tecido conjuntivo frouxo e é responsável por unir a túnica mucosa e a túnica muscular. A túnica muscular é uma camada espessa de musculo. Na boca, faringe e parte superior do esôfago essa túnica também contém musculo estriado esquelético que é responsável pela deglutição. A túnica serosa (peritônio visceral) reveste as estruturas intra abdominais, ela tem tecido epitelial, conjuntivo e secreta um líquido seroso que permite que as estruturas do trato gastrointestinal deslizem contra outros órgão do abdômen. 18 A boca contém estruturas que auxiliam no processo digestivo ✓ Os dentes auxiliam na mastigação e trituração ✓ A língua ajuda na movimentação e na mistura do alimento com a saliva. Ela também é importante na deglutição e no paladar. ✓ As glândulas salivares produzem e secretam a saliva, que tem como função lubrificar e umidificar o bolo alimentar e possui atividade antimicrobiana. O controle da secreção salivar é totalmente neural e tanto o parassimpático como o simpático vão estimular a secreção. ✓ A saliva também possui uma enzima denominada de amilase salivar (ptialina) que catalisa a digestão parcial dos amidos, ou seja, o processo de digestão dos amidos já se inicia na boca. Após a deglutição o alimento passa pela orofaringe e pela laringofaringe. Nesse momento a epiglote é uma estrutura importante, pois evita a comunicação do aparelho respiratório com o digestório. Assim, durante a deglutição ela fecha a passagem da laringe. O esôfago é um tubo que faz a conexão da faringe com o estômago e ele está localizado posteriormente a traqueia. O terço superior possui músculos estriado esquelético, já o terço médio e terço inferior possuem musculatura lisa. Por meio das contrações musculares em ondas (peristaltismo) o esôfago consegue empurrar o alimento até o estômago. ✓ Existe um esfíncter esofágico inferior que impede o refluxo dos alimentos de volta para o esôfago. ✓ Fase oral: a língua empurra o alimento para trás em direção a faringe, então estímulos 19 tácteis iniciam o reflexo da deglutição → Fase voluntária. ✓ Fase faríngea e fase esofágica: são involuntárias e controladas pelo centro da deglutição. O estômago fica abaixo do diafragma e encaminha o alimento para o duodeno. Ele possui pregas gástricas e a superfície da túnica mucosa do estomago possui diversas células que secretam substâncias que juntas formam o suco gástrico. Ao misturar o alimento com o suco gástrico por meio de contrações musculares se origina o quimo. ✓ O muco é secretado para a proteção do estômago. ✓ O ácido clorídrico (HCl) junto com o pepsinogênio são responsáveis pelo início da digestão das proteínas no estômago. ✓ O fator intrínseco é importante para absorção da vitamina B12. ✓ A gastrina é um hormônio que estimula a secreção do suco gástrico, aumenta a motilidade do trato gastrointestinal e relaxa o esfíncter pilórico, que fica na passagem do estômago para o duodeno. Fase cefálica: acontece antes que o alimento chega no estômago e é estimulada por estímulos sensoriais, como visão e olfato. ✓ O nervo vago vai estimular as células parietais e as células G, por consequência, ocorre mais secreção de HCl e fator intrínseco. 20 Fase gástrica: está relacionada com a presença do alimento no estômago e ocorre por estímulo mecânico. ✓ Estimulação das células G → Produção de gastrina → Gastrina na circulação → Estimulação das células parietais e secreção de HCl e fator intrínseco. ✓ Liberação de histamina por estimulação da gastrina e da acetilcolina → Estimulação de HCl. Fase intestinal: devido a acidez do quimo no duodeno ocorre a estimulação da secreção de peptídeo gástrico inibidor, que vai inibir a secreção e a motilidade do estômago. O estômago possui uma região oral (primeiro terço) que tem como função receber o bolo alimentar que vem do esôfago. ✓ Reflexo do relaxamento recptivo gástrico: esse reflexo se inicia com a deglutição e tem como função preparar o estômago para receber o alimento, então ocorre um relaxamento da região oral. ✓ Esse reflexo ocorre por meio da ativação de mecanorreceptores que percebem a distensão do estômago devido a passagem de alimento. No entanto, a região caudal do estômago possui uma musculatura lisa mais grossa que tem como função misturar e digerir o alimento. ✓ As ondas de contrações no estômago vão se intensificando da região oral para a caudal. O esvaziamento gástrico vai depender do conteúdo do quimo, então apenas uma pequena quantidade de alimentoque já estiver bem fracionado vai conseguir passar pelo esfíncter pilórico. O reflexo enterogástrico regula o esvaziamento do estômago por meio de alguns fatores presentes no duodeno, como a acidez do quimo, presença lipídios e carboidratos. ✓ A presença de gordura no duodeno vai estimular a secreção da colecistocinina, que provaoca retardamento do esvaziamento gástrico. ✓ A presença de H+ também vai retardar o esvaziamento, para que haja tempo do bicarbonato de sódio secretado pelo pâncreas poder neutralizar o pH no duodeno. No intestino delgado acontece o processo de digestão e absorção e ele é dividido em duodeno, jejuno e íleo. ✓ É pelo duodeno que as secreções do pâncreas e do fígado penetram no trato gastrointestinal. A superfície interna é coberta por vilosidades que aumentam a área de digestão e principalmente de absorção de nutrientes. 21 Além disso, as células que revestem o epitélio do intestino delgado possuem microvilosidades que também auxiliam na absorção. ✓ Células caliciformes: produzem muco. ✓ Células de Paneth: produzem uma enzima antibactericida e realizam fagocitose. ✓ Células granulares basais oui enteroendócrinas: secretam três hormônios. Secretina Inibe a secreção do suco gástrico e estimula a secreção do suco pancreático. Estímulo: pH ácido do quimo Colecistoquinina Inibe o esvaziamento gástrico e também estimula a secreção do suco pancreático e da bile. Estímulo: presença de gordura no duodeno Peptídeo inibitório gástrico Estimula a liberação de insulina e deixa o esvaziamento gástrico mais lento. Estímulo: presença de gordura, glicose e aminoácidos O suco entérico são as secreções produzidas pelo intestino delgado e ele é formado por água, muco e enzimas. ✓ Peptidases: finalizam a digestão das proteínas. ✓ Maltase: digere a maltose. ✓ Sacarase e lactase: atuam sobre a sacarose e lactose. O intestino grosso é dividido em ceco, colo, reto e canal anal. Sua parede interna não possui vilosidades e sim muitas células absorvnentes. 22 ✓ O ceco é a primeira porção e nele possui o apêndice vermiforme. ✓ Principalmente no colo acontece a absorção de água e sais minerais , formando o bolo fecal. O colo ainda se divide em quatro partes: colo ascendente, colo transversal, colo descendente e colo sigmóide. A presença de fezes no reto provoca o reflexo de defecação, no qual contrai a musculatura do reto e relaxa o esfíncter anal interno. No entanto, ainda não acontece a defecação, pois ainda existe o esfíncter anal externo que possui controle voluntário. O trato gastrointestinal será regulado pelo sistema nervoso autônomo (extrínseco) e pelo sistema nervoso entérico (intrínseco). O sistema nervoso entérico que são grupos de neurônios organizados em plexos na parede do trato gastrointestinal. ✓ Controle das funções motoras e secretoras; ✓ Controle do calibre dos vasos da parede do tratogastrointestinal; ✓ Controle de secreções de hormônios. O plexo submucoso está na camada submucosa e o plexo mioentérico está na camada muscular. Os neurônios do plexo podem receber informações do sistema nervoso simpático e parassimpático, como também de neurônios sensoriais. A inervação parassimpática acontece por meio do nervo vago para o trato gastrointestinal superior e do nervo pélvico para o trato gastrointestinal inferior. ✓ Estimula a motilidade e a secreção. A inervação simpática acontece por quatro gânglios (celíaco, mesentérico superior, mesentérico inferior e hipogástrico). ✓ Inibição da motilidade e da secreção. As ondas lentas são oscilações de despolarização e repolarização das células musculares lisas sem atingir o potencial de ação para gerar a contração efetiva. Isso permite que o alimento siga uma direção única. Quando atinge o limiar acontece o disparo do potencial de ação e uma contração efetiva. ✓ Células intersticiais de Cajal: responsáveis por disparar e transmitir as ondas. 23 ✓ Contração fásica: contração e relaxamento periódicos. ✓ Contração tônica: contração mantida e sustentada. ✓ Contrações peristálticas: contração de um segmento e relaxamento do segmento posterior, com intenção de encaminhar o alimento. ✓ Contrações segmentares: segmentos se contraem ao mesmo tempo, com intenção de misturar o alimento. No momento em que o alimento passa do íleo para o intestino grosso acontece a contração do esfíncter ileocecal, impedindo o refluxo do alimento. ✓ O intestino grosso também possui as contrações peristálticas. As células exócrinas do pâncreas produzem uma série de enzimas digestivas, chamadas de suco pancreático e esse suco será liberado no duodeno por meio do ducto pancreático. Antes de chegar ao duodeno, o ducto pancreático se une ao ducto colédoco, este traz a bile da vesícula biliar. → A união dos dois forma a ampola hepatopancreática. As células acinares do pâncreas são responsáveis pela secreção de enzimas proteolíticas na forma inativa, que por proteção, só serão ativadas no duodeno. As células ductais secretam o bicarbonato e sua principal função é neutralizar a acidez proveniente do estômago. A regulação da secreção pancreática é realizada por estímulos neurais por meio do nervo vago (semelhante a fase cefálica do controle da secreção gástrica). Porém a maior parte da secreção pancreática é controlada por homônios, como a secretina e a colecistocinina. ✓ A presença de H+ no quimo estimula a secretina, que retarda o esvaziamento gástrico e estimula as células ductais a secretarem bicarbonato com a intenção de neutralizar o pH. Suco pancreático Enzimas proteolíticas HCO₃ 24 ✓ A presença de proteínas e gorduras no duodeno vai estimular a colecistocinina, que também retarda o esvaziamento gástrico e estimula as células acinares. A bile é produzida pelo fígado e é armazenada na vesícula biliar. Os principais componentes da bile são os sais biliares que tem função de emulsificar as gorduras do intestino, ou seja, transformar as moleculas de gordura em partes menores. Além disso a bile também tem os pigmentos biliares, que são produtos de excreção da hemoglobina. Quando não tem alimento no trato gastrointestinal, o esfíncter de Oddi está fechado e isso garante que a bile não caia no duodeno. A colecistocinina é responsável por contrair a vesícula biliar e relaxar o esfíncter de Oddi, permitindo a passagem da bili para o duodeno. Anotações 25 As principais funções dos rins são: ✓ Regulação do volume de líquido extracelular e da pressão sanguínea; ✓ Regulação da osmolaridade; ✓ Manutenção do equilíbrio iônico; ✓ Regulação do pH; ✓ Excreção de resíduos; ✓ Produção de hormônios (eritropoetina e renina). O rim é dividido em duas camadas: o córtex (camada externa) e a medula, que é composta pelas pirâmides renais. Essas camadas são formadas pelo arranjo de pequenos túbulos, ou seja, os néfrons, que são as unidades funcionais dos rins. ✓ O ducto coletor leva a urina para a pelve renal e para o ureter. ✓ Na Cápsula de Bowman é onde chega os vasos sanguíneos para começar o processo de filtração renal. ✓ O glomérulo é uma rede de capilares sanguíneo dentro da Cápsula de Bowman. Em toda a extensão do néfron existe uma rede de capilares peritubulares que participam do processo de reabsorção (néfron → sangue) e secreção (sangue → néfron). Sistema urinário Ducto coletor 26 A quantidade de soluto excretada depende da seguinte equação: Quant. filtrada – Quant. reabsorvida + Quant. Secretada Filtração É o primeiropasso para a formação da urina e é um processo inespecífico, ou seja, de maneira não seletiva uma parte do plasma que está passando no glomérulo vai cair na Cápsula de Bowman. A filtração acontece quando o sangue passa por esses pequenos capilares dentro do glomérulo. Então acontece a passagem de solutos e líquidos de dentro dos vasos para a Cápsula de Bowman. Somente 20% do plasma é filtrado, o restante segue por meio da arteríola eferente passando pelos capilares peritubulares. A substância que será filtrada está no lúmen do capilar glomerular e ela tem que atravessar três barreiras: o endotélio do capilar, uma lâmina basal e uma parede da Cápsula de Bowman (podócitos). ✓ O endotélio não permite a passagem das células do sangue. ✓ A membrana basal e os podócitos não permitem a passagem das proteínas plasmáticas. As forças que atuam no processo de filtração ✓ Pressão hidrostática do sangue no capilar: força que o sangue faz na parede quando ele passa por ela → É a favor da filtração. ✓ Pressão coloidosmótica do plasma no capilar: gera um gradiente de concentração que promove a passagem do solvente do meio que está menos concentrado para o local mais concentrado. Favorece a volta do líquido de dentro da cápsula para dentro do capilar, devido as proteínas plasmáticas que estão dentro do capilar. ✓ Pressão do líquido nas paredes da Cápsula de Bowman: se opõem a chegada de mais líquidos → contra a filtração. O volume de líquido que sai de dentro do capilar para a Cápsula de Bowman é a taxa de filtração glomerular (TFG), que é cerca de180 litros por dia. As pressões e o coeficiente de filtração vão influenciar nessa taxa. ✓ Coeficiente de filtração: depende da área total de superfície de troca e permeabilidade dos capilares. Quanto maior esses fatores, maior será a taxa de filtração. 27 Controle da taxa de filtração O controle é realizado pelo fluxo sanguíneo que chega no glomérulo, por meio das arteríolas aferentes e eferentes. ✓ Resistência na arteríola Aferente: redução do fluxo sanguíneo renal e da TFG. ✓ Resistência na arteríola Eferente: aumento do fluxo sanguíneo no glomérulo e da TFG. ✓ Dilatação na arteríola Aferente: aumento do fluxo sanguíneo no glomérulo e da TFG. ✓ Dilatação na arteríola Eferente: diminuição do fluxo sanguíneo no glomérulo e da TFG. A resposta miogênica é a capacidade de resistência dos vasos sanguíneos ao estiramento provocado pelo aumento da pressão. ✓ Quando se tem um aumento da pressão sanguínea, o músculo liso da arteríola estira e com isso ocorre uma despolarização da musculatura, provocando a contração do músculo e consequentemente uma menor taxa de filtração. ✓ Quando se tem uma diminuição da pressão sanguínea, ocorre uma dilatação do músculo liso da arteríola e isso promove uma maior passagem de sangue e uma maior TFG. A retroalimentação tubuloglomerular é quando a mácula densa controla a resistência da arteríola aferente por meio do NaCl. ✓ Aumento de NaCl: as células da mácula densa vão enviar um sinal parácrino para a arteríola aferente, causando uma vasoconstrição e diminuindo a filtração. ✓ Diminuição de NaCl: redução da resistência na arteríola aferente e aumento da filtração glomerular. 28 ✓ Essa diminuição também estimula a mácula densa, que por sua vez aumenta a produção de renina pelas células justaglomerulares. Como resultado, temos o aumento da angiotensina II e uma resistência na arteríola eferente. Reabsorção Após passar pela cápsula glomerular, o filtrado vai em direção aos túbulos renais. Nesse local ocorre a reabsorção, que é o retorno ao sangue das substâncias úteis ao organismo presentes no filtrado. ✓ Estima-se que 65% do total de sódio e água presentes no filtrado sejam reabsorvidos no túbulo proximal. ✓ Em condições normais, a glicose e os aminoácidos são quase que completamente reabsorvidos. ✓ Já o túbulo distal apresenta alta capacidade de reabsorção de íons. Para atravessar a célula epitelial do túbulo, a substância pode fazer dois caminhos: a via transcelular e paracelular. Na via transcelular, o soluto vai atravessar as duas membranas da célula. Já na via paracelular, as substâncias passam através das junções que estão entre uma célula e outra, sem precisar passar por dentro da célula epitelial. A reabsorção pode acontecer por transporte ativo (primário ou secundário) ou passivo (por difusão simples ou facilitada). REABSORÇÃO DE SÓDIO A reabsorção de sódio acontece por duas etapas: ✓ O sódio entra na célula tubular por meio de canais de sódio abertos ou proteínas transportadoras que realizam o cotransporte do sódio com outra substância. ✓ Depois a bomba de sódio e potássio vai transportar, de maneira ativa, o sódio para o interstício renal. 29 REABSORÇÃO DE GLICOSE A concentração de glicose dentro do túbulo é menor do que a concentração dentro da célula tubular e por isso a glicose não pode ser transportada pela membrana plasmática de forma livre. Então acontece um cotransporte com o sódio e com isso a glicose consegue passar de um meio menos concentrado para mais concentrado. Após isso, a glicose passa para o interstício renal por meio de difusão facilitada, no qual uma proteína de membrana funciona como transportador da glicose. REABSORÇÃO DE proteínas Mesmo com a barreira que não permite a filtração das proteínas, algumas proteínas menores vão conseguir atingir o túbulo. Elas serão reabsorvidas por pinocitose, por meio de receptores de membranas nas células tubulares que vão captar essas proteínas e elas serão degradadas em aminoácidos O processo de reabsorção causa um desequilíbrio na osmolaridade e isso acaba promovendo a reabsorção de outras substâncias. Essa mudança é causada principalmente pelo sódio. A reabsorção de água acontece por osmose, pois ela passa do meio que está menos concentrado para o que está mais concentrado. Como resultado da reabsorção de água, a concentração de ureia e cloreto aumentam no filtrado, então acontece uma reabsorção passiva de cloreto e ureia. Mecanismos de controle da reabsorção ✓ Secreção de aldosterona: é estimulada pela baixa concentração de sódio no sangue e age no túbulo coletor, aumentando a expressão de canais de sódio e aumentando a atuação da bomba de sódio e potássio. Com isso, é possível ter uma maior reabsorção. ✓ Angiotensina II: causa retenção de sódio por meio da estimulação da aldosterona e quando se liga ao seu receptor AT1, estimula a reabsorção de sódio do lúmen tubular. Também estimula a passagem do sódio para o interstício por meio da bomba de sódio e potássio. ✓ ADH: é secretado em resposta da diminuição da pressão arterial e é responsável por aumentar a permeabilidade do epitélio, com isso acontece uma maior reabsorção de água para o plasma sanguíneo. 30 Secreção É o processo de transferência de moléculas do sangue para dentro do néfron, como fármacos, toxinas e H+. A secreção é responsável por eliminar todas as substâncias que não são necessárias para o organismo. ✓ A secreção de potássio e íons hidrogênio acontece por meio de cotransporte com o sódio. Após os processos de filtração, reabsorção e secreção ao decorrer de todo o néfron, ocorre a formação da urina que por meio dos ureteres chega na bexiga urinária. Reflexo da micção A bexiga possui um esfíncter interno formado por músculo liso e um esfíncter externo formado por músculo esquelético. No momento em que a bexiga começa a encher ela se estira e isso estimula neurônios sensoriais que vão até a medula, dando origem a um reflexo.✓ O esfíncter externo tem um controle voluntário vindo do córtex cerebral. Anotações 31 A hipófise possui importantes funções, além do controle de outras glândulas, ela também contribui para o bom funcionamento do metabolismo e produção de hormônios. Localiza-se na sela turca, na base do cérebro e se liga ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário; É dividida em hipófise anterior (Adenohipófise) e hipófise posterior (Neurohipófise). Quando estimulada pelo hipotálamo, produz e secreta diversos hormônios, como: • GH hormônio do crescimento, que promove a captação de aminoácidos para a formação de proteínas. • TSH hormônio estimulador da tireoide, ele regula a atividade da tireoide na produção dos hormônios T3 e T4; • ACTH hormônio adrenocortical, controla a atividade do córtex da glândula suprarrenal; • LH hormônio luteinizante, regula as atividades das gônadas masculinas e femininas, como a produção de testosterona nos testículos, indução da ovulação e formação do corpo lúteo. • FSH hormônio foliculoestimulante, hormônio que atua na produção dos folículos, nos ovários; e dos espermatozoides, nos testículos. Não produz hormônios, somente armazena e secreta. • ADH hormônio antidiurético, atua no controle da eliminação de água pelos rins, portanto tem efeito antidiurético, ou seja, é liberado quando a quantidade de água no sangue diminui, provocando uma maior absorção de água no túbulo renal e diminuindo a urina. • Ocitocina, atua nas contrações uterinas durante o parto e promove a liberação de leite durante a amamentação. A conexão do Hipotálamo com a adenohipófise se dá por meio do sistema porta hipofisário, no qual os hormônios liberadores, produzidos no hipotálamo, são conduzidos pela veia porta hipofisária até a hipófise anterior. Hormônios liberadores tem “R” no nome, eles trabalham com feedback negativo, ou seja, a quantidade de hormônio circulante na corrente sanguínea vai determinar maior ou menor liberação. EX: GHRH – GH TRH – TSH GNRH – FSH e LH PRH – Prolactina CRH – ACTH Já a conexão com a neurohipófise é feita por neurônios especializados, que são células neurossecretoras, com capacidade de sintetizar e secretar hormônios. Sistema Endócrino @ re su m in do af isi o_ 32 • Glândulas exócrinas: lançam os hormônios dentro de uma cavidade ou ducto; • Glândulas endócrinas: liberam os hormônios direto no sangue; • Glândula mista: são exócrinas e endócrinas, exemplo o pâncreas. Também pode ser chamada de suprarrenais e cada glândula possui duas porções: Córtex (externo): é subdividido em três zonas e produz hormônios corticosteroides: • A zona glomerulosa, mais externa, secreta um hormônio mineralocorticoide conhecido como aldosterona, que é responsável pela regulação do balanço de sódio e potássio no sangue e também faz parte de um sistema importante de controle da pressão arterial. • A zona fasciculada vem logo a seguir e produz o cortisol, estimula a gliconeogênese e lipólise, também é antiinflamatório e antialérgico. A síntese desse hormônio é estimulada pelo ACTH • A zona reticular que produz os hormônios sexuais ou esteroides androgênicos, que suplementam os esteroides sexuais secretados pelas gônadas. Medula (interna): produz hormônios que são chamados catecolaminas: • Adrenalina e noradrenalina, tem efeitos parecidos com o do sistema nervoso simpático. A unidade funcional da tireoide é o folículo tireoidiano, que são células cuboides que envolvem um lúmen preenchido por um coloide (constituído por grande concentração da proteína tireoglobulina – TGB). As células parafoliculares secretam calcitonina, que é um hormônio que tem como função diminuir a concentração de cálcio no sangue, diminuir a absorção de cálcio pelos intestinos e impedir a atividade dos osteoclastos. A função da tireoide é a produção e secreção dos hormônios T3 e T4, para isso ela utiliza iodo e um aminoácido chamado Tirosina. O feedback negativo é um meio para controlar a produção, no qual uma grande quantidade do hormônio tireoidiano no corpo reduz a secreção de TSH pela hipófise anterior. Esses hormônios controlam a velocidade do metabolismo celular, a manutenção do peso e do calor corporal, o crescimento e o ritmo cardíaco. • Hipertireoidismo: Altos níveis de T3 e T4 • Hipotireoidismo: baixos níveis de T3 e T4 Primário: é em nível da glândula tireoide • Hipertireoidismo: elevada concentração de T3 e T4, mas o TSH está em taxas menores. @ re su m in do af isi o_ 33 • Hipotireoidismo: T3 e T4 baixos e TSH alto. Secundário: é em nível da hipófise • Hipertireoidismo: grandes concentrações de T3 e T4 e também de TSH. • Hipotireoidismo: não há produção de TSH, levando uma baixa concentração do mesmo e de T3 e T4. Terciário: é em nível do hipotálamo, mesmo com níveis normais de T3 e T4, o TSH está alterado. • Hipertireoidismo • Hipotireoidismo O bócio endêmico é o grande aumento da glândula tireoide, devido ao alto nível de TSH. Está relacionado à deficiência de iodo na alimentação. Geralmente, são 4 e ficam fixadas na face posterior do tireoide, são responsáveis por sintetizar o Paratormônio (PTH) que possui efeito contrário da calcitonina: • Libera cálcio dos ossos para o sangue; • Diminui a eliminação de cálcio pelos rins; • Estimula a absorção de cálcio pelo intestino. Parte exócrina: Vários ductos pancreáticos se estendem por todo o pâncreas e esvaziam o suco pancreático dentro do duodeno. As células acinares que são responsáveis por produzir esse suco. A presença do quimo ácido, gorduras e proteínas no duodeno, estimula as células do intestino delgado a liberar secretina e colecistoquinina (CCK). Estes hormônios intestinais são os principais reguladores das secreções pancreáticas. Parte endócrina: é representado pelas ilhotas de Langerhans e existe três tipos principais: Células B (beta): secretam Insulina. Células A (alfa): secretam glucagon. Células D (delta): secretam somatostatina. Os hormônios do pâncreas endócrino são os principais reguladores do metabolismo da glicose, dos lipídeos e das proteínas. O glucagon é secretado em resposta da diminuição de glicose. De maneira geral, ele age no fígado e causa um aumento da glicemia, através de vários mecanismos: • Estimula a síntese de glicose ao promover a gliconeogênese • Estimula a liberação da glicose armazenada ao promover a glicogenólise • Lipólise • Estimula a proteólise Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 Hipotálamo Hipófise Tireoide TRH TSH T3 e T4 @ re su m in do af isi o_ 34 A insulina tem efeitos na maioria das células do corpo, principalmente no fígado, músculos e no tecido adiposo. A principal função da insulina está relacionada ao metabolismo da glicose, reduzindo a glicemia: • Estimula a absorção da glicose nos tecidos dependentes de insulina via canais GLUT4 • Estimula a utilização da glicose pela ativação do glicólise intracelular • Estimula o armazenamento da glicose na forma de glicogênio e inibe a glicogenólise • Estimula a síntese de glicerol e a lipogênese • Estimula a síntese proteica nas células musculares esqueléticas e nos hepatócitos A somatostatina é estimuladapor glicose, aminoácidos, hormônios intestinais, etc. Ela inibe a liberação de insulina, glucagon e GH. É uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, existem dois tipos: • tipo 1: células betas pancreáticas não produzem insulina ou produzem de forma insuficiente, com isso a glicemia aumenta. Nesse caso, as injeções de insulina são necessárias. • Tipo 2: o pâncreas funciona normalmente, mas a insulina não consegue fazer sua função (resistência à insulina), esse tipo está associado aos maus hábitos de vida. Os óvulos ficam inativos durante a infância, e somente após o início da puberdade que começa sua maturação. O início da puberdade ocorre quando o hipotálamo começa a secretar o GnRH, que estimula as células gonadotróficas da hipófise anterior a produzirem LH e FSH. Antes disso, durante a infância, não há liberação do hormônio pelo hipotálamo. Gonadotrofina (GnRH): é liberado pelo hipotálamo com a função de estimular a adenohipófise a secretar FSH e LH. FSH: estimula o crescimento de vários folículos, mas apenas um se destaca e ao se romper libera o óvulo. LH: é responsável pelo amadurecimento dos folículos, pela ovulação e pela produção de progesterona. Estrógeno ou Estrogênio: é o hormônio responsável pelos caracteres sexuais femininos e ele é produzido durante todo o ciclo menstrual. Progesterona: função de tornar as células que revestem a parede do útero ativas, alterar e irrigar os vasos sanguíneos do endométrio e com isso preparar o útero para receber o embrião. @ re su m in do af isi o_ 35 1° dia do ciclo: é o primeiro dia da menstruação; • Os hormônios estão em baixa concentração; • A partir desse dia ocorre aumento na concentração do FSH. 6° - 7° dia do ciclo: o sangramento cessa; • O folículo em amadurecimento libera estrógeno; • O folículo também atua sobre o útero estimulando o desenvolvimento do endométrio. 10° dia do ciclo: começa a liberação de LH 14° dia do ciclo: ocorre o pico de LH e, portanto, a ovulação 15° dia do ciclo: o corpo lúteo passa a liberar progesterona, que vai atuar na continuação do desenvolvimento do endométrio. 16° - 19° dia do ciclo: o LH e o FSH estão em queda enquanto estrógeno e progesterona em alta. O estrogênio é responsável pelo feedback positivo com o LH. Porém, quando ocorre a ovulação o estrogênio promove um feedback negativo com o FSH Já a progesterona promove feedback negativo com o LH, pois a ovulação não se torna mais necessária para uma mulher que, teoricamente, já teria engravidado. Também existe o feedback realizado pela Inibina, que é uma proteína cuja função principal é a inibição do FSH pela hipófise. Se não houver gravidez, a inibina apresenta queda ao final do ciclo, possibilitando a produção de FSH novamente. Existe um controle oposto entre estrogênio e progesterona, enquanto um promove feedback positivo com LH o outro promove feedback negativo. Porém, é importante ressaltar que a progesterona sempre vai predominar nesse caso. Gonadatrofina coriônica humana (HCG): logo após a implantação no endométrio, as células trofoblásticas sinciciais secretam o HCG. Sua produção se inicia com a formação da placenta e seus níveis são detectáveia de 8 a 9 dias após a ovulação. O HCG é responsável por impedir a morte do corpo lúteo, com isso ele induz uma secreção ainda maior de estrógeno e progesterona. Isso é necessário para impedir a descamação do útero e para que o endométrio continue crescendo. Com o declínio da taxa de HCG, em torno de 16 a 20 semanas de gestação, a placenta é responsavel por secretar os hormonios sexuais. Estrogênio: aumento do útero e da genitália externa; • Aumento das mamas e crescimento dos ductos da mama; • Relaxamento dos ligamentos pélvicos; • Desencadeia receptores de ocitocina no útero. Sem fecundação Com fecundação Acontece a cicatrização do corpo lúteo, os hormônios estão em baixa concentração, ocorre a menstruação e inicia-se um novo ciclo. O corpo lúteo é estimulado a não cicatrizar e passa a secretar estrogênio e progesterona para manter a gravidez. A combinação de hormônios da pílula (progesterona e estrogênio) induz o organismo a interpretar que há concentração suficiente de hormônios. Com isso o hipotálamo não produz GnRH e consequentemente não existe ovulação @ re su m in do af isi o_ 36 Progesterona: desenvolvimento das células do endométrio uterino; • Auxilia o estrogênio a preparar as mamas para a lactação; • Contribui para o desenvolvimento fetal. Lactogênio placentário: semelhante à prolactina; • Aumenta a resistência à insulina da mãe, disponibilizando quantidades maiores de glicose para o feto; Este mecanismo de aumentar a resistência a insulina pode se tornar nocivo para a mãe, uma vez que a placenta passa a secretar muitos hormônios contra- insulínicos e caso o pãncreas não desenvolva mecanismos para compensar essa situação, a mãe pode apresentar diabetes gestacional. Relaxina: é secretada pelo corpo lúteo e pela placenta; • Diminuir a contratilidade uteria, para evitar o trabalho de parto prematuro; • Relaxamento dos ligamentos as sínfise pubiana; • Amolece o colo uterino no momento do parto. No momento do parto, a ocitonia é um dos hormônios mais importantes e é responsável pelas contrações uterinas. A lactação é inibida pelos homônios sexuais, então esse momento so ocorre após a expulsão da placenta, uma vez que ela é responsável pela secração de progesterona e estrogênio. Com a sucção dos mamilos ocorre a liberação de ocitocina pela neurohipófise e quando esse hormônio chega nas mamas ele promove a ejeção do leite materno. Ao mesmo tempo esse reflexo vai aos centros encefálicos superiores e estimula a secreção de prolactina pela adenohipófise e isso estimula a produção do leite. Fatores emocionais e psicológicos (choro da criança, horário de amamentação, etc) também são estimulos para a ejeção do leite. Por outro lado, o estresse e a depressão também são fatores que podem inibir esse processo. LH: é responável por estimular as células de Leydig a produzir e secretar a testosterona. Testostetona: hormõnio responsável pelas características sexuais masculinas e importante para crescimento e divisão de células germinativas. Quando os níveis desse hormônio estão elevados ocorre o feedback negativo, impedindo a secreção de LH. FSH: estimula a espermatogênese (conversão de espermátides em espermatozoides), estimula as células de Sertoli a secretar ABP (Hormônio que capta a testosterona para uso no testículo) e inibina que é responsável por controlar a secreção de FSH. Feto desce para a parte inferior do útero Secreção de ocitocina Contrações uterinas Distensão do colo uterino Prostaglandinas das paredes do útero @ re su m in do af isi o_ 37 O potencial de ação é a troca de íons Na+ e K+ ao longo de uma fibra nervosa, que tem como função gerar um estímulo que vai ativar outro neurônio ou tecido. Antes da chegada do potencial de ação, o neurônio está polarizado, ou seja, tem mais íons Na+ do lado de fora. ✓ Esse momento é denominado de potencial de repouso. O potencial de ação acontece com a chegada do estímulo, dando início a despolarização. Quando alcançar a despolarização máxima os canais dependentes de Na+ se fecham e os de K+ se abrem. ✓ Esse momento é denominado de repolarização. ✓ Inicialmente a célula está em repouso e os canais de Na+ estão fechados. ✓ Com o estímulo, os canais de Na+ se abrem e ocorre um influxo de sódio para dentro da célula. ✓ Esse influxo acontece devido ao gradiente de concentração e ao gradiente elétrico. ✓ Paraocorrer a despolarização é preciso atingir o limiar de excitabilidade, que é cerca de -55 mV. ✓ Ao chegar no pico de despolarização, os gradientes de concentração e elétrico se igualam e com isso os canais de sódio se inativam. ✓ Os canais de potássio começam a abrir e a célula entra no processo de repolarização. ✓ Os canais de K+ são lentos e com isso a célula hiperpolariza, ficando mais negativa do que no potencial de repouso. ✓ A bomba de sódio-potássio começa atuar e ela mantem o potencial de repouso da célula, por meio do transporte de 3 Na+ para fora e 2 K+ para dentro. NEUROFISIOLOGIA NEUROFISIOLOGIA NEUROFISIOLOGIA 38 No período refratário absoluto a célula não consegue receber um segundo estímulo, pois os canais de Na+ estão fechados. Já no período refratário relativo a célula pode receber um segundo estímulo, porém ele precisa ter uma intensidade maior. A sinapse é a transmissão de um impulso nervoso por meio da conexão entre o terminal axônico de um neurônio pré-sináptico e um dendrito de um neurônio pós-sináptico. Existem dois tipos de sinapses, a elétrica e a química: As células possuem contato íntimo através de junções abertas e isso garante o fluxo livre de íons dos dois lados da membrana. ✓ É uma transmissão mais rápida e não pode ser bloqueada. O potencial de ação ativa canais de cálcio voltagem dependentes e isso permite a entrada de cálcio na célula. As vesículas sinápticas se fundem na membrana terminal do axônio, liberando neurotransmissores excitatórios ou inibitórios na fenda sináptica. Por fim, ocorre a ativação de receptores pós- sinápticos que podem abrir ou fechar os canais iônicos. Os canais iônicos podem ser do tipo catiônios, que conduzem íons de sódio, ou do tipo aniônico, que passam íons cloreto. ✓ Os canais catiônicos permitem a entrada de cargas positivas, promovendo a excitação do neurônio. ✓ Os canais aniônicos permitem a entrada de cargas negativas, promovendo a inibição do neurônio. 39 É uma sinapse química entre o neurônio motor e a fibra muscular. ✓ O potencial de ação percorre até o terminal axonal do neurônio; ✓ Canais de cálcio voltagem dependentes se abrem e ele se difunde para dentro do neurônio; ✓ A entrada de cálcio estimula as vesículas sinápticas a liberarem acetilcolina; ✓ A acetilcolina se funde para a fenda sináptica e se liga a seus receptores; ✓ Com a abertura desses canais, o Na+ entra e o K+ sai da fibra muscular. ✓ Por fim, o potencial de ação é propagado pela fibra muscular. É a membrana da fibra (sarcolema) que toca o neurônio motor. É composta por um neurônio motor e todas as fibras musculares que ele inerva. 40 O sarcômero é a unidade funcional contrátil da fibra muscular. Eles são constituídos por proteínas que se agrupam e formam os filamentos actina (filamento finos) e miosina (filamento grosso). No repouso a actina e a miosina não se tocam devido ao complexo proteíco troponina e tropomiosina que recobrem o local de ligação da miosina. Com o potencial de ação, o receptor DHP Diidropiridina é ativado e abre o canal de cálcio do retículo sarcoplasmático. Com o cálcio se ligando a troponina, é possível o deslocamento do complexo liberando o sítio de ligação. A cabeça da miosina se liga na actina, que desliza o filamento em direção à linha M. 41