Logo Passei Direto
Buscar
Material
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

1
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
2
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
3
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Águyda Beatriz Teles
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
4
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
5
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
6
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Ludmila Douettes
7
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
8
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Esta unidade analisará a execução no direito processual civil, 
tanto como ação autônoma quanto como fase processual. No primeiro 
capítulo, será estudada a teoria geral da execução, conferindo aten-
ção a aspectos comuns das execuções processuais civis e apontando 
os principais traços distintivos das modalidades executivas. No segun-
do capítulo, serão estudados os procedimentos de cumprimento de 
sentença e de ação de execução para as modalidades de obrigação 
previstas no CPC – de pagar quantia certa, de fazer ou não fazer, de 
entregar coisa, de pagar prestação de alimentos e contra a Fazenda 
Pública –, bem como a defesa nas vias executivas, analisando a im-
pugnação ao cumprimento de sentença, os embargos à execução e as 
exceções de pré-executividade. No terceiro capítulo, volta-se para a 
análise da penhora, da avaliação e da expropriação de bens, inclusive 
no que se refere às impenhorabilidades. O objetivo desta unidade é 
permitir ao profissional do direito uma ampla compreensão da execu-
ção no direito processual civil e, especialmente, de sua importância 
para a efetividade processual.
Direito Processual Civil. Cumprimento de Sentença. Processo de Execução.
Defesa em Vias de Execução. Penhora e Expropriação de Bens.
9
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
 CAPÍTULO 01
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
12
49
14
A Fase Executória ______________________________________________
Disposições Gerais sobre o Processo Autônomo de Execução ____
Evolução do Processo de Execução _______________________________
 CAPÍTULO 02
EXECUÇÕES EM ESPÉCIE E DEFESA NAS VIAS EXECUTIVAS
Disposições Gerais sobre o Cumprimento de Sentença __________ 46
39Recapitulando ________________________________________________
15Técnicas de Execução e Poderes do Magistrado _________________
53Execução de Obrigação de Pagar Quantia Certa ________________
16
19
29
Princípios Gerais da Execução _________________________________
Institutos Fundamentais do Processo e Competência na Execução _
Partes na Execução _____________________________________________
20
32
34
Requisitos para a Execução _____________________________________
Fraude à Execução e Fraude contra Credores ___________________
Responsabilidade Patrimonial __________________________________
10
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Execução de Obrigação de Fazer e de Não Fazer _________________ 61
Execução de Obrigação de Entregar Coisa _______________________ 66
Execução de Obrigação de Prestar Alimentos ____________________ 69
 CAPÍTULO 03
PENHORA, AVALIAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO DE BENS
Penhora ______________________________________________________
Considerações Finais _________________________________________
Expropriação _________________________________________________
Referências __________________________________________________
99
141
123
145
Avaliação ______________________________________________________
Fechando a Unidade ___________________________________________
Recapitulando _________________________________________________
121
142
137
Execução de Obrigação de Pagar Quantia Certa contra a Fazenda 
Pública _________________________________________________________ 74
Defesa de Devedor nas Vias Executivas ___________________________ 81
Recapitulando __________________________________________________ 95
11
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O ponto de partida deste módulo reside na compreensãoem dívida contraída por um deles, a res-
ponsabilidade é conjunta apenas se a dívida foi convertida em proveito 
do casal, cabendo ao cônjuge que pretenda livrar a sua meação com-
provar que não o foi. 
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da perso-
nalidade jurídica.
Quando for acolhido o pedido de desconsideração da persona-
lidade jurídica, feito em incidente próprio, podem ser atingidos os bens 
dos sócios. Nota-se que o inciso VII complementa o inciso II, ao men-
cionar que, apenas nos casos previstos em lei, os bens dos sócios po-
37
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
derão ser atingidos. Pois bem, uma das hipóteses legais que permitem 
a afetação dos bens dos sócios é justamente a aplicação da teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas 
dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dí-
vida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos 
os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear 
quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e de-
sembargados, bastem para pagar o débito.
§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade 
nos autos do mesmo processo.
§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obri-
gatória a observância do incidente previsto neste Código.
Se a empresa for solvente, os bens dos sócios não poderão ser 
atingidos, garantindo-se ao sócio o direito de exigir que primeiro sejam 
excutidos os bens da sociedade, antes de seus bens particulares. Geral-
mente, quando ocorre a desconsideração da personalidade jurídica, já 
foram feitas buscas no patrimônio da pessoa jurídica e nada foi encontra-
do. Até por isso, a desconsideração surgirá como incidente na execução. 
Contudo, o artigo 795 não se aplica apenas no caso de desconsideração, 
mas sempre que houver responsabilidade empresarial ilimitada. 
No mais, há sub-rogação nos direitos do credor por parte do 
sócio, cujo patrimônio for atingido pela execução, afinal, há solidarieda-
de entre os sócios da pessoa jurídica e a responsabilidade pelo paga-
mento deve ser compartilhada.
Responsabilidade Patrimonial do Fiador
Somente será possível que a execução seja movida exclusiva-
mente em relação ao fiador nos seguintes casos: fiança judicial, consis-
tente com aquela determinada pelo juízo; fiança convencional cobrada 
judicialmente em fase de conhecimento, isto é, no caso de ação de 
conhecimento ajuizada contra o fiador para condená-lo ao pagamento, 
não havendo, por parte dele, o exercício de benefício de ordem; fian-
ça convencional fixada extrajudicialmente, diante de cláusula contratual 
que fixe renúncia ao benefício de ordem (se houver renúncia, não se 
aplica o artigo 794). Noutros casos, o fiador poderá estar com o devedor 
em litisconsórcio passivo, quando terá direito de exigir o benefício de 
ordem, que consiste no direito de ver primeiro executados os bens do 
38
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
devedor principal, antes dos seus próprios.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que 
primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comar-
ca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do 
devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes 
à satisfação do direito do credor.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado 
nos autos do mesmo processo.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver re-
nunciado ao benefício de ordem.
39
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - PGE-ES - Procurador do Estado
No curso de ação de execução, o credor requereu a penhora de 
dois motores de retroescavadeiras que se encontravam no depó-
sito da empresa executada, avaliados em R$ 350.000. O juízo da 
causa deferiu a penhora dos motores e determinou sua remoção 
bem como a entrega ao exequente, que ficaria como seu fiel de-
positário. Todavia, os referidos motores tinham sido adquiridos 
pelo poder público estadual (DER/ES), com o objetivo de recuperar 
duas máquinas de sua propriedade, que estavam danificadas.
Nessa situação hipotética, o estado do Espírito Santo
a) tem interesse jurídico e possui legitimidade ativa para proposição 
de embargos de terceiro com o objetivo de liberar a constrição judicial 
recaída sobre os objetos penhorados. 
b) tem interesse jurídico e possui legitimidade ativa para propor ação 
de embargos à penhora com o objetivo de liberar a constrição judicial 
recaída sobre os objetos penhorados.
c) em interesse jurídico e possui legitimidade ativa para propor embar-
gos do devedor com o objetivo de liberar a constrição judicial recaída 
sobre os objetos penhorados.
d) poderá habilitar-se como assistente litisconsorcial da empresa exe-
cutada com o objetivo de liberar a constrição judicial recaída sobre os 
objetos penhorados.
e) tem interesse jurídico e possui legitimidade ativa para propor ação de 
reintegração de posse com o objetivo de haver os objetos penhorados.
QUESTÃO 2
Prova: Ibest - 2023 - CRF-SC - Advogado
Denomina-se "execução”, no processo civil, o conjunto de meios 
materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando à satisfa-
ção do direito (Neves, 2018).
Quanto às normas do processo de execução no direito processual 
civil, assinale a alternativa correta.
a) Quando por mais de um modo puder ser realizada a execução, cabe-
rá ao juiz indicar a espécie mais pertinente ao caso.
b) Nas obrigações de não fazer, se o executado praticar ato a cuja abs-
tenção estava obrigado por lei ou por contrato, o procedimento deverá 
ser convertido automaticamente para execução por quantia certa.
c) Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o 
juiz mandará que se faça pelo modo mais célere, em respeito ao tempo 
40
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
razoável do processo. 
d) Quando se tratar de execução por quantia certa, incumbe ao exequen-
te a demonstração do débito atualizado até a data da propositura da ação
e) A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do 
executado, a qual pode consistir em adjudicação, alienação ou preempção.
QUESTÃO 3
Prova: IDECAN - 2022 - TJ-PI - Oficial de Justiça e Avaliador
Com referência aos princípios da execução, é correto afirmar que 
a) aquele que se diz credor de outra pessoa deve comprovar a veraci-
dade de sua própria situação jurídica, com a apresentação de um título, 
com todas as formalidades exigidas em lei. 
b) a execução deve se realizar apenas no interesse exclusivo do credor; 
em outras palavras, por força do título executivo, apenas o credor deve 
iniciar e impulsionar o andamento do processo. 
c) quando se fala em paridade de armas, não se está referindo à fase 
de execução, pois nesta já existe um título executivo, seja judicial ou 
extrajudicial, não se assegurando às partes a plena igualdade técnica 
processual, já que o convencimento do juiz virá do título apresentado. 
d) quando houver vários meios de satisfazer o credor, a determinação 
será para que a execução ocorra de forma mais célere e ajustada aos 
interesses do credor, não importando, nesse aspecto, a onerosidade 
sofrida pelo devedor. 
e) a busca do melhor meio para a execução do crédito é prerrogativa do 
exequente; caso contrário, haveria ofensa ao princípio da inércia, uma 
vez que, se ao juiz coubesse a escolha do meio executório, estaria agin-
do de ofício, o que é vedado em qualquer fase do processo.
QUESTÃO 4
Prova:FGV - 2021 - FUNSAÚDE - CE - Advogado
O Código de Processo Civil elenca diversas regras sobre o a exe-
cução. Acerca de tais regras, assinale a alternativa correta. 
a) Havendo título executivo extrajudicial em favor de um credor, o uso 
de ação de conhecimento por este para a cobrança da obrigação incor-
re em falta de interesse de agir.
b) Na execução por quantia certa, ao despachar o inicial, o juiz fixará, 
de plano, os honorários advocatícios de cinco por cento, a serem pagos 
pelo executado.
c) A quantia depositada em caderneta de poupança, qualquer que seja 
seu valor, é impenhorável.
d) O Código de Processo Civil não admite a prescrição intercorrente no 
processo de execução, sendo tal figura admitida apenas na legislação 
41
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
especial. 
e) Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será 
citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
QUESTÃO 5
Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2022 - MPE-MG - Promo-
tor de Justiça Substituto - Edital nº LIX
Quanto ao adimplemento e inadimplemento na legislação proces-
sual civil, é INCORRETO afirmar:
a) O depósito consignatório insuficiente pode ser complementado, no 
prazo de 10 (dez) dias, desde que corresponda a prestação cujo inadim-
plemento acarrete a rescisão do contrato.
b) A impossibilidade absoluta no pagamento de obrigação alimentícia é 
causa justificadora do inadimplemento.
c) O arrematante inadimplente poderá ser executado pelo valor devido 
em caso de não cumprimento da proposta que tramita em conjunto aos 
autos da execução principal.
d) A exceptio non adimpleti contractus alinha-se entre as hipóteses de 
excesso de execução.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Em que consiste o princípio do exato adimplemento? Qual providência 
pode ser tomada quando ele não é viabilizado, apesar das tentativas 
neste sentido, por exemplo, quando se torna inviável ou inútil a execu-
ção específica? 
TREINO INÉDITO
Acerca dos requisitos do título executivo, assinale a alternativa in-
correta:
a) a ausência de liquidez de título executivo judicial pode ser suprida em 
fase de liquidação de sentença.
b) são requisitos do título executivo a certeza, a liquidez e a exigibilidade.
c) para a exigibilidade do título executivo, o devedor precisa ser consti-
tuído em mora.
d) um título executivo judicial, formado em sentença transitada em jul-
gado, não pode se tornar inexigível por declaração posterior de incons-
titucionalidade da lei em que se baseou.
e) a ausência de requisitos essenciais do título executivo é matéria de 
ordem pública e pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado.
NA MÍDIA
FRAUDE À EXECUÇÃO – INEFICÁCIA DA ALIENAÇÃO
42
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à 
execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com 
pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha 
sido averbada no respectivo registro público, se houver; 
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do pro-
cesso de execução, na forma do art. 828 ; 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária 
ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi argui-
da a fraude; 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o 
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; 
V - nos demais casos expressos em lei. 
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exe-
quente.
Correspondente CPC /73 – Art. 615-A, § 3º. 
Julgado do TJDFT 
“2. Segundo o Art. 792, II e IV, do CPC, a alienação do bem será ineficaz 
e considerada fraude à execução se, ao tempo da aquisição, tiver sido 
averbado, no registro do bem, eventual constrição ou mesmo se trami-
tava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência. 2.2. No 
mesmo sentido é a súmula 375 do STJ: ‘O reconhecimento da fraude à 
execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova 
de má-fé do terceiro adquirente’.”
Fonte: TJDFT
Data: 13/6/2022.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-te-
mas/novo-codigo-de-processo-civil/fraude-a-execucao-2013-ineficacia-
-da-alienacao
NA PRÁTICA
O Código de Processo Civil de 2015 inova a disciplina das intervenções de 
terceiros ao instituir formalmente a primeira modalidade interventiva que 
pode ser invocada no processo de execução e no cumprimento de senten-
ça, qual seja, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Há 
coerência por parte do legislador, em especial, se considerado que muitas 
vezes é apenas na fase executiva que se toma conhecimento da ausência 
de patrimônio do devedor executado para arcar com a obrigação devida, 
a qual pode se fundamentar em práticas de confusão patrimonial ou de 
abuso de direito com proveito da blindagem conferida à pessoa jurídica. 
A instauração do incidente de desconsideração clássico chamará ao polo 
43
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
passivo da execução os sócios da empresa executada que não tenha con-
dições de arcar com os valores devidos, permitindo que seja atingido o 
patrimônio pessoal destes. Já no caso da desconsideração inversa, muito 
comumente invocada em execuções de alimentos, será terceira integrante 
do polo passivo, juntamente ao executado, a empresa da qual é sócio e 
que tem patrimônio para arcar com os valores devidos.
44
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O CPC trata de diversas espécies de execução, todas elas po-
dendo se dar tanto por processo autônomo quanto por cumprimento de 
sentença, a depender da natureza do título executivo, sendo elas:
a) Execução para entrega de coisa certa
Coisa certa se refere a um objeto específico e individualizada, 
que é determinado desde o início. Quando a entrega da coisa se tornar 
impossível, o credor pode exigir o seu valor, além das perdas e danos, 
apurados em liquidação por arbitramento incidente.
EXECUÇÕES EM ESPÉCIE E DEFESA
NAS VIAS EXECUTIVAS
44
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
45
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
b) Execução para entrega de coisa incerta
Coisa incerta se refere a um objeto não determinável de iní-
cio, que se descreve apenas em gênero e quantidade. O que muda em 
relação ao procedimento da execução para entrega de coisa certa é a 
possibilidade de escolha.
c) Execução de obrigação de fazer e de não fazer
Na obrigação de fazer o devedor compromete-se a uma pres-
tação, consistente em atos ou serviços. Difere-se da obrigação de dar, 
porque o interesse do credor recai sobre a conduta do devedor e não 
sobre a coisa em si. Contudo, as obrigações poderão ser fungíveis (com 
possibilidade de cumprimento por um terceiro, que não o devedor) ou 
infungíveis (somente podendo ser cumpridas pelo devedor). Nas fungí-
veis, é possível usar meios de coerção e de sub-rogação; nas infungíveis, 
somente meios de coerção. Se a obrigação é personalíssima (infungível) 
e os meios falharem, nada resta senão a conversão em perdas e danos.
São específicas as execuções que envolvem obrigações de 
fazer, não fazer e entregar coisa. Por meio delas, busca-se fazer com 
que o credor obtenha o mesmo resultado que teria se o devedor 
satisfizesse voluntariamente a sua obrigação. A conversão de uma 
obrigação específica em não específica (chamada conversão em 
perdas e danos) somente ocorrerá em último caso. Antes disso, a 
lei fornece mecanismos para obtenção de resultado equivalente que 
podem ser utilizados pelojuiz – meios de coerção e sub-rogação. 
Os meios de coerção influenciam a vontade do devedor, pres-
sionando-o, como as multas diárias (também denominadas astrein-
tes). Já os de sub-rogação, são aqueles em que o Estado se substitui 
ao devedor no cumprimento da obrigação, como é o caso da busca e 
apreensão, da remoção de pessoas e do desfazimento de obras. 
Se estes meios não forem eficazes e a obrigação for infun-
gível, nada resta senão a conversão em perdas e danos. Com efei-
to, a conversão em perdas e danos somente deve ocorrer quando 
não for possível a tutela específica ou a providência prática equi-
valente (cumprimento de obrigação diversa, porém semelhante, 
46
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
que satisfaça o credor) ou quando o credor, após o insucesso na 
execução específica, o requerer (não pode fazer essa preferência 
desde logo e sem justificar).
d) Execução de obrigação de pagar quantia certa
Na obrigação de pagar quantia certa, o devedor tem que pagar ao 
credor um valor determinado em dinheiro. O pagamento de quantia certa 
não é obrigação específica, classificando-se então em obrigação não es-
pecífica, sendo que a conversão em perdas e danos de execução específi-
ca implica na realização da execução de obrigação de pagar quantia certa.
e) Execução contra a Fazenda Pública
Na execução contra a Fazenda Pública, há obrigação de pa-
gar quantia certa que se sujeita a procedimento específico, devido ao 
sistema de precatórios e de requisições de pequeno valor, com fulcro 
constitucional.
f) Execução de alimentos
Na execução de alimentos, também há obrigação de pagar 
quantia certa que se sujeita a procedimento específico, devido à possi-
bilidade de medidas como a expedição de ofício para desconto em folha 
e a prisão civil.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
Inicialmente, poucas ações admitiam a execução após o trân-
sito em julgado sem a necessidade de um processo autônomo. Após 
alterações relevantes na legislação, passou a ser possível a utilização 
da execução nos mesmos autos com relação à grande maioria dos tí-
tulos executivos judiciais, fundados em obrigações de fazer, não fazer, 
entregar coisa e pagar. 
Fundou-se a regra do processo sincrético, em que a execução 
assume o papel de fase processual, sendo assim uma execução ime-
diata, denominada cumprimento de sentença. Tal regra fica bem clara 
no novo CPC, que disciplina o cumprimento de sentença do artigo 513 
ao 538, aplicando-se subsidiariamente as regras gerais da execução 
47
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
autônoma. Nesta disciplina legal, do artigo 513 ao 519 se colacionam 
as disposições gerais.
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as re-
gras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza 
da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pa-
gar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
É indispensável o requerimento do exequente para que se pro-
mova o cumprimento da sentença. Logo, não se cumpre de ofício. Após 
requerimento do exequente, será providenciada a intimação do execu-
tado para cumprir a sentença.
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado consti-
tuído nos autos;
II – por carta com aviso de recebimento, quando representado 
pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos 
autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III – por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, 
não tiver procurador constituído nos autos (pela via do cadastro eletrô-
nico de empresas);
IV – por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido 
revel na fase de conhecimento.
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a 
intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia co-
municação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 
1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita 
na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de recebimento 
encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto 
no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo.
A intimação pode ser direcionada ao advogado, em regra. 
Caberá, excepcionalmente, intimação pessoal por carta com AR (no-
tadamente se for representado pela Defensoria, não tiver procurador 
constituído ou já tiver se passado um ano da decisão sem nenhuma 
providência do credor), por meio eletrônico (no caso de empresa cadas-
trada que não tenha procurador constituído nos autos) ou por edital (no 
caso de réu revel na fase de conhecimento).
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido 
em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver 
participado da fase de conhecimento.
Não significa que não é cabível a execução, mas será necessá-
rio promover, antes dela, processo de conhecimento autônomo, sempre 
48
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
que o fiador, o coobrigado ou o corresponsável não tiverem participado 
da fase de conhecimento.
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condi-
ção ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração 
de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
Se somente é possível executar após condição ou termo, é 
preciso provar que ocorreu.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-
-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: [...] 
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX (sentença penal condena-
tória, sentença arbitral, sentença estrangeira ou decisão interlocutória 
estrangeira devidamente homologada), o devedor será citado no juízo 
cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 
15 (quinze) dias. [...]
Quando o título judicial se originar de instância ou esfera diversa, 
como a criminal, arbitral ou estrangeira, ainda será caso de cumprimento 
de sentença, mas será preciso citação, não bastando intimação. É a única 
distinção em relação ao procedimento do cumprimento de sentença, que 
em regra começa com a intimação do devedor, conforme o artigo 513.
[...] Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá 
ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo 
para pagamento voluntário previsto no art. 523.
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresen-
tar certidão de teor da decisão.
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no pra-
zo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do 
executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso 
do prazo para pagamento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para im-
pugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob 
sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do 
título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado 
por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no 
prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, 
desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
O artigo 517 disciplina a possibilidade de protesto do título exe-
cutivo judicial, sendo mais uma forma de constranger o devedor a arcar 
com a sua obrigação.
Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedi-
mento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequen-
tes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes 
49
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
serão decididaspelo juiz.
É possível interpor petições nos autos arguindo sobre seu fun-
cionamento, de modo a propor objeções e exceções.
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento 
da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às 
decisões que concederem tutela provisória.
O cumprimento provisório das decisões que concedam tutela 
provisória também se dá nos termos destes dispositivos.
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE O PROCESSO AUTÔNOMO DE 
EXECUÇÃO
Havendo título executivo extrajudicial, a execução deve ser 
promovida em processo autônomo, notadamente, ação de execução. 
As espécies de execução autônoma são as mesmas – obrigação de pa-
gar quantia, entregar coisa, fazer, não fazer, contra a Fazenda Pública 
e sobre alimentos. Entretanto, no processo de execução autônomo se 
funda a relação jurídico-processual, eis que a formação do título extraju-
dicial não passou em nenhum momento anterior pelo crivo do Judiciário.
As disposições gerais sobre o processo de execução autôno-
mo se encontram do artigo 797 ao 805, sendo que estes dispositivos 
também se aplicam, no que couberem, ao cumprimento de sentença.
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que 
tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do 
exequente que adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os 
bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mes-
mo bem, cada exequente conservará o seu título de preferência.
A penhora fixa a preferência, isto é, sempre que um bem é pe-
nhorado, o credor passa a ter preferência pelo recebimento do produto 
de sua expropriação, como forma de adimplemento da dívida. Contudo, 
se houver insolvência, ou seja, se o devedor tiver menos patrimônio do 
que dívidas, haverá concurso entre os credores.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I – instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de proposi-
tura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, 
se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação 
50
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o execu-
tado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a 
contraprestação do exequente;
II – indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais 
de um modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus 
números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:
I – o índice de correção monetária adotado;
II – a taxa de juros aplicada;
III – os termos inicial e final de incidência do índice de correção 
monetária e da taxa de juros utilizados;
IV – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V – a especificação de desconto obrigatório realizado.
Considerando que se está diante de uma ação de execução, 
não haveria outra forma dela começar que não a petição inicial. Entre-
tanto, a petição inicial deve conter termos específicos, conforme des-
creve o artigo 798, sem prejuízo de nela constarem os requerimentos 
descritos no artigo 799, quando for o caso.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I – requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, an-
ticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por 
penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;
II – requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habita-
ção, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou 
habitação;
III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a 
penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra 
e venda registrada;
IV – requerer a intimação do promitente vendedor, quando a 
penhora recair sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra 
e venda registrada;
V – requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou conces-
sionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso 
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quan-
do a penhora recair sobre imóvel submetido ao regime do direito de 
superfície, enfiteuse ou concessão;
VI – requerer a intimação do proprietário de terreno com regi-
me de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para 
51
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora 
recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta ou do concessionário;
Dos incisos I a VI se depreende que sempre que a penhora 
recair sobre bem gravado com direito real sobre coisa alheia, seja ele 
de garantia ou de fruição, exige-se a intimação de seu titular. A ausên-
cia de intimação gera ineficácia em relação ao titular do direito real não 
intimado, conforme o artigo 804, CPC.
VII - requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora 
de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o fim 
previsto no art. 876, § 7o;
Basicamente, para assegurar o direito de preferência dos só-
cios, deve a sociedade ser intimada em caso de penhora de quota so-
cial ou ação de sociedade anônima fechada.
VIII – pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
É possível requerer medidas cautelares, com vistas a assegu-
rar a satisfação do crédito ou o adimplemento da obrigação.
IX – proceder à averbação em registro público do ato de pro-
positura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhe-
cimento de terceiros.
Ao requerer que possa efetuar a averbação em registro público, 
o credor exequente confere publicidade à execução, de tal forma que atos 
de alienação e disposição que recaiam sobre o bem penhorado sejam con-
siderados em fraude à execução e, como tais, sem eficácia perante ele.
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha cou-
ber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a pres-
tação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado 
em lei ou em contrato.
§ 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a 
exercer no prazo determinado.
§ 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução 
quando couber ao credor exercê-la.
Em se tratando de título executivo que preveja obrigação al-
ternativa, haverá variação do rito conforme quem seja competente para 
efetuar a escolha da coisa.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou 
que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à proposi-
tura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo 
de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento.
Sendo assim, há possibilidade de emenda à petição inicial no 
processo de execução.
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, des-
de que realizada em observância ao disposto no § 2o do art. 240, inter-
52
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
rompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente.
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data 
de propositura da ação.
O devedor será citado para pagar, entregar a coisa, cumprir a 
obrigação de fazer ou não fazer. A citação pode ocorrer tanto por man-
dado (pessoal ou hora certa) quanto por edital. A citação válida produz 
os seguintes efeitos na execução: a) torna litigiosa a coisa, ou seja, as 
alienações capazes de reduzir o devedor à insolvência são ineficazes 
perante o credor; b) constitui o devedor em mora, se ele já não estiver an-
teriormente (por termo ou notificação), incidindo a partir de então os juros 
moratórios; c) interrompe a prescrição,sendo que a data da interrupção 
retroage à data da propositura da ação, desde o exequente adote, no pra-
zo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação.
Art. 803. É nula a execução se:
I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação 
certa, líquida e exigível;
II – o executado não for regularmente citado;
III – for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocor-
rer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pro-
nunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independente-
mente de embargos à execução.
Se o título não descrever obrigação certa, líquida e exigível, 
se o executado não for citado e se a execução se instaurar antes de 
ocorrer condição ou termo haverá nulidade da execução. Tal nulidade é 
matéria de ordem pública e não depende de interposição dos embargos 
à execução, podendo ser reconhecida de ofício.
[...] Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder pro-
mover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gra-
voso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida execu-
tiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos 
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados.
O princípio da menor onerosidade é uma regra geral que deve 
ser observada tanto na execução autônoma quanto no cumprimento de 
sentença. É preciso buscar o meio menos gravoso ao executado para 
promover a execução. Contudo, este princípio exige a possibilidade de 
escolha – entre um meio e outro, dentre os quais um é menos gravoso. 
Se apenas existir um meio de promover a execução, ele será utilizado, 
independentemente de sua onerosidade. Em razão disso, não basta 
que o devedor alegue onerosidade do meio apresentado pelo credor, 
exigindo-se que apresente alternativa menos onerosa.
53
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 
A obrigação de pagar quantia certa é aquela que se quantifica 
em dinheiro, que é devido pelo devedor ao credor. Se o título executivo 
for judicial, caberá o cumprimento de sentença, que pode ser provisório 
ou definitivo. Se o título executivo for extrajudicial, caberá a ação de 
execução. É importante frisar que embora existam distinções entre os 
procedimentos, os atos essenciais da execução por quantia certa – pe-
nhora, avaliação e expropriação – seguem as mesmas regras, as quais 
serão estudadas no capítulo 3 deste módulo.
Em suma, o objetivo da execução por quantia certa, tanto feita 
em ação autônoma, quanto em cumprimento de sentença é a expro-
priação de bens do executado, com vistas a pagar o crédito devido. Há 
outras formas de execução por quantia, como as de prestação de ali-
mentos e contra a Fazenda Pública, mas nelas o pagamento do crédito 
se sujeita a regras próprias.
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expro-
priação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.
A expropriação consiste na retirada do bem ou de frutos e ren-
dimentos de tal bem da propriedade do devedor, podendo ocorrer por 
adjudicação (transferência do bem do patrimônio do devedor para o patri-
mônio do credor), por alienação (venda do bem em particular ou em hasta 
pública e utilização do valor obtido na venda para pagamento do credor) e 
por apropriação de frutos e rendimentos (frutos e rendimentos que seriam 
devidos ao devedor vão para o credor até que satisfeito esteja o débito).
Art. 825. A expropriação consiste em:
I – adjudicação;
II – alienação;
III – apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de 
estabelecimentos e de outros bens.
A expropriação apenas irá ocorrer se o executado não remir a 
execução, isto é, se não efetuar o pagamento ou consignar a importân-
cia devida ao credor, devidamente atualizada.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o execu-
tado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a 
importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorá-
rios advocatícios.
54
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Cumprimento de Sentença Provisório
O cumprimento de sentença provisório é baseado em senten-
ça/acórdão não transitado em julgado, do qual ainda pende recurso e ao 
qual não foi atribuído efeito suspensivo (se houvesse o efeito suspen-
sivo da decisão, a sentença/acórdão não poderia ser executada, nem 
mesmo provisoriamente), ou ainda em decisão concessiva de tutela an-
tecipada de mérito e de tutela cautelar, cujo cumprimento poderá se dar 
desde logo devido à natureza jurídica da tutela. 
No cumprimento provisório, o credor é obrigado a indenizar pe-
los danos que causar, isto porque aquele que a promove está ciente 
da possibilidade de reversão dos resultados e deve se comprometer 
a reparar eventuais danos causados ao executado – a responsabilida-
de, no caso, é objetiva, pois não depende da demonstração de culpa. 
Até mesmo em razão da responsabilidade objetiva do exequente que o 
cumprimento provisório deverá, em regra, ser garantido (embora a exi-
gência de caução não possa ser obstáculo à efetivação do direito, em 
especial diante de situação de necessidade ou de créditos de alimentos, 
ou diante de consonância com entendimento jurisprudencial uniforme).
Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada 
por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma 
forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se 
obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executa-
do haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule 
a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado ante-
rior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modi-
ficada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a 
execução;
IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos 
que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou 
de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao execu-
tado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo 
juiz e prestada nos próprios autos.
§ 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado po-
derá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525.
§ 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 
são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao 
pagamento de quantia certa.
55
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar 
o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido 
como incompatível com o recurso por ele interposto.
§ 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II 
não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de 
propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalva-
do, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça 
obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que cou-
ber, o disposto neste Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser 
dispensada nos casos em que:
I – o crédito for de natureza alimentar, independentemente de 
sua origem;
II – o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo do art. 1.042; (negativa de admissibilida-
de de REsp/RExt) 
IV – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em 
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Fede-
ral ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão 
proferido no julgamento de casosrepetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando 
da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou 
incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido 
por petição dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição 
será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja 
autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal:
I – decisão exequenda;
II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito 
suspensivo;
III – procurações outorgadas pelas partes;
IV – decisão de habilitação, se for o caso;
V – facultativamente, outras peças processuais consideradas 
necessárias para demonstrar a existência do crédito.
Cumprimento de Sentença Definitivo
No cumprimento de sentença definitivo referente à obrigação de 
56
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
pagar quantia certa, há um devedor que foi condenado a pagar a um credor 
uma quantia certa e, mesmo com uma condenação transitada em julgado 
o determinando, não o fez no prazo de quinze dias (em regra, por depósi-
to judicial). Afinal, com o trânsito em julgado da decisão se forma o título 
executivo judicial definitivo e a partir dele é devido ao seu pagamento. De 
tal modo, a partir do trânsito em julgado o exequente pode apresentar o 
requerimento para que se inicie o cumprimento de sentença definitivo.
Feito o requerimento, o devedor será intimado para cumprir a obri-
gação no prazo de 15 dias. A intimação do devedor diante do requerimento 
do credor, em regra, será feita apenas ao advogado pela imprensa oficial, 
sendo dever dele comunicar o seu cliente, respondendo se não o fizer. 
Após o prazo de 15 dias, incidirá multa de 10% (tanto sob o 
valor devido quanto sob os honorários), sem prejuízo do acréscimo de 
juros e correção monetária, caso não seja feito o pagamento voluntá-
rio. Destaca-se que no requerimento feito pelo credor já deve constar, 
desde logo, o cálculo da multa que será descontada pelo devedor, caso 
efetue o pagamento no prazo. O cálculo da multa e outros elementos 
obrigatórios constam do demonstrativo de cálculo, cuja apresentação é 
de exclusiva responsabilidade do exequente. Em caso de pagamento 
parcial, também haverá desconto parcial da multa e dos juros.
Não havendo pagamento voluntário, há possibilidade de apre-
sentação de defesa, consistente em impugnação à execução. O prazo 
para a impugnação é de 15 dias, contados do fim do prazo para paga-
mento voluntário. Contudo, a apresentação da impugnação não impede 
que sejam praticados os atos de constrição dos bens do devedor, a 
partir do momento em que falhe com o pagamento voluntário. Assim, 
será feita a penhora, que segue o mesmo rito independente da natureza 
do título (se judicial ou extrajudicial). Destaca-se que no requerimento 
do credor para que seja dado início ao cumprimento já deve constar, se 
possível, a indicação de bens à penhora.
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixa-
da em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, 
o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exe-
quente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 
15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o 
débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorá-
rios de advogado de dez por cento.
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, 
a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante.
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, 
será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguin-
57
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
do-se os atos de expropriação.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído 
com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a pe-
tição conter:
I – o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exe-
quente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção mo-
netária utilizados;
V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – especificação dos eventuais descontos obrigatórios reali-
zados;
VII – indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que 
possível.
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemen-
te exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo 
valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz 
entender adequada.
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de 
contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para 
efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado.
§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender de da-
dos em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, 
sob cominação do crime de desobediência.
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender 
de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requeri-
mento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias 
para o cumprimento da diligência.
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem 
apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, re-
putar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas 
com base nos dados de que dispõe.
[...] (art. 525 = impugnação à execução, vista no final deste 
capítulo)
Além do requerimento do credor para que seja dado início ao 
cumprimento de sentença, também é possível que antes dele o réu 
compareça em juízo e ofereça pagamento no valor que entender devi-
do, juntando memória discriminada do cálculo. O autor será ouvido no 
prazo de 5 dias e poderá impugnar o valor depositado, sem prejuízo de 
levantar-se desde logo tal valor, por ser incontroverso. Se o autor não 
58
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
impugnar, o juiz declarará satisfeita a obrigação. Se impugnar e o juiz 
entender que o depósito, de fato, foi insuficiente, determinará o paga-
mento do valor remanescente sobre o qual se acrescerá a multa de 10% 
sobre o valor e honorários.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimen-
to da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor 
que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo 
impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito 
a título de parcela incontroversa.
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a 
diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, 
também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penho-
ra e atos subsequentes.
§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obri-
gação e extinguirá o processo.
Com efeito, as disposições de procedimento do cumprimento 
de sentença definitivo se aplicam ao cumprimento de sentença provisó-
rio, inclusive quanto à forma de requerimento, com as diferenças quanto 
ao regime de responsabilidade e quanto à necessidade de autos aparta-
dos (afinal, no cumprimento provisório, o processo ainda está em curso, 
não havendo trânsito em julgado).
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumpri-
mento provisório da sentença, no que couber.
Ação de Execução 
A ação de execução por quantia certa de devedor solvente de 
título extrajudicial começa com uma petição inicial, acompanhada do tí-
tulo, comprovante de custas, memorial de cálculo e procuração. O valor 
da causaserá o do débito atualizado. Devem ser requeridas as intima-
ções do cônjuge e do credor com garantia real, se for o caso.
Se estiver em termos, o juiz despachará a inicial e fixará desde 
logo os honorários advocatícios no montante de 10% sob o valor da causa, 
determinando a citação para pagamento, no prazo de 3 (três) dias. Se o 
devedor pagar neste prazo, extingue-se a execução e os honorários são 
reduzidos pela metade; se não o fizer, seus bens serão penhorados desde 
logo, sendo que o credor também poderá indicar os bens a serem penhora-
dos na inicial. Aliás, no próprio mandado de citação já consta a autorização 
para que o oficial de justiça proceda com a penhora e avaliação, lavrando 
auto, passado o prazo de 3 (três) dias para pagamento voluntário.
59
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O devedor será intimado da penhora na pessoa do advogado, 
a não ser que ainda não o tenha. Sem prejuízo da penhora, fluirá o pra-
zo de 15 (quinze) dias para interposição de embargos a partir da juntada 
do mandado de citação na execução.
Ao final da execução, o juiz pode majorar os honorários advo-
catícios em até 20%, analisando o trabalho depreendido pelo advogado, 
em especial diante de embargos à execução rejeitados, mas não ape-
nas assim.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os ho-
norários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, 
o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cen-
to, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, 
caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executi-
vo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
[...]
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo 
de 3 (três) dias, contado da citação.
§ 1o Do mandado de citação constarão, também, a ordem de 
penhora e a avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo 
verificado o não pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se 
auto, com intimação do executado.
§ 2o A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequen-
te, salvo se outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, 
mediante demonstração de que a constrição proposta lhe será menos 
onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
Sem prejuízo da penhora de bens após o prazo de pagamen-
to voluntário, é permitido que o oficial de justiça tome uma espécie de 
providência cautelar, denominada arresto, quando se conduzir para pro-
mover a citação e não encontrar o executado. O arresto funciona como 
uma espécie de penhora provisória, assegurando que o executado não 
irá dilapidar seu patrimônio enquanto não for citado, levando-se em con-
ta a possibilidade de que esteja se ocultando propositalmente. 
Se houver suspeita de ocultação do executado, o oficial de jus-
tiça promoverá a citação por hora certa e, caso esta reste infrutífera, o 
exequente poderá solicitar a citação por edital. Após a citação, o arresto 
se converterá em penhora.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, ar-
restar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o 
oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos 
60
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, 
certificando pormenorizadamente o ocorrido.
§ 2o Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma 
vez frustradas a pessoal e a com hora certa.
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamen-
to, o arresto converter-se-á em penhora, independentemente de termo.
Com vistas a prevenir alienações e onerações fraudulentas 
do bem, uma das medidas que o exequente pode tomar é a de provi-
denciar a averbação em registro dos bens sujeitos à penhora, arres-
to ou indisponibilidade. Feita tal averbação, a alienação ou oneração 
será tida em fraude à execução e será ineficaz em relação ao exe-
quente. Para tanto, basta o exequente requerer certidão da execução 
e comunicar ao juízo que efetuou tal averbação, no prazo de 10 (dez) 
dias. Feita a penhora suficiente, se houver bens averbados não pe-
nhorados, será cancelada a averbação. O exequente tem o dever de 
indenizar o executado por averbações indevidas ou por omissão ao 
dever de cancelar as averbações quando houver penhora suficiente.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execu-
ção foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da 
causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de 
outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1o No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exe-
quente deverá comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2o Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o 
valor da dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o 
cancelamento das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3o O juiz determinará o cancelamento das averbações, de 
ofício ou a requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a one-
ração de bens efetuada após a averbação.
§ 5o O exequente que promover averbação manifestamente 
indevida ou não cancelar as averbações nos termos do § 2o indenizará 
a parte contrária, processando-se o incidente em autos apartados.
61
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE NÃO FAZER
No caso das obrigações específicas de fazer ou não fazer, a 
execução poderá ser mediata ou imediata, mas sempre será específica 
devido à natureza da obrigação. A propósito, na obrigação de fazer, o 
devedor compromete-se a uma prestação, consistente em atos ou ser-
viços. Difere-se da obrigação de dar, porque o interesse do credor recai 
sobre a conduta do devedor e não sobre a coisa em si. Deste modo, 
havendo diferença, as obrigações de fazer ou não fazer são tratadas de 
forma separada das obrigações de entrega de coisa no CPC.
Cumprimento de Sentença
A seção que aborda o cumprimento de sentença das obriga-
ções de fazer ou não fazer se inicia no artigo 536, CPC.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigi-
bilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício 
ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção 
de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas ne-
cessárias à satisfação do exequente.
A começar pela primeira seção, voltada ao cumprimento de obriga-
ções de fazer e não fazer, se destaca desde logo uma distinção essencial: 
as obrigações poderão ser fungíveis (com possibilidade de cumprimento 
por um terceiro, que não o devedor) ou infungíveis (somente podendo ser 
cumpridas pelo devedor). Nas fungíveis, é possível usar meios de coerção 
e de sub-rogação; nas infungíveis, somente meios de coerção. 
Se a obrigação é personalíssima (infungível) e os meios falha-
rem, nada resta senão a conversão em perdas e danos. Logo, quan-
do no artigo 536 se menciona que o juiz pode conceder “tutela pelo 
resultado prático equivalente” isso não se aplica nos casos em que a 
obrigação for infungível – nestas situações apenas caberá a obrigação 
propriamente devida ou a conversão em perdas e danos.
Se o devedor é condenado a uma obrigação de fazer o não fa-
zer, não cumprindo a obrigação específica, o juiz determinará providên-
cias que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemen-
to. Eventualmente, caberá conversão em perdas e danos, que somente 
ocorrerá se não for possível o cumprimento nos moldes específicos ou 
de forma equivalente, emborao credor não precise esgotar os meios de 
coerção/sub-rogação. 
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determi-
nar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, 
62
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedi-
mento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o au-
xílio de força policial.
§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas 
será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto 
no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento.
Além da multa, outras medidas poderão ser adotadas pelo juiz 
para assegurar o exato adimplemento da obrigação: busca e apreensão, 
remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de 
atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.
§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé 
quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de 
sua responsabilização por crime de desobediência.
O descumprimento de ordem judicial para cumprir a obrigação 
acarreta pena de litigância de má-fé (sanção processual) e em crime de 
desobediência (sanção penal).
§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade 
de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber.
Quanto ao exercício do direito de defesa no cumprimento de obri-
gação de fazer ou não fazer, vale a mesma regra sobre a impugnação à 
execução, mecanismo de defesa que será estudado no final deste capítulo.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cum-
primento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer 
de natureza não obrigacional.
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá 
ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, 
ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obri-
gação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor 
ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I – se tornou insuficiente ou excessiva;
II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente 
da obrigação ou justa causa para o descumprimento.
§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento pro-
visório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do 
valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte.
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o 
descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a de-
cisão que a tiver cominado.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cum-
primento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer 
63
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
de natureza não obrigacional.
Quanto à multa, será devida mesmo quando ocorrer a conver-
são em perdas e danos pelo tempo que perdurou; que poderá ser de-
terminada em tutela antecipada, na sentença ou no curso da execução. 
Exige-se da multa que ela seja: necessária e compatível. O juiz não 
deve então determinar caso não haja necessidade e ela deve guardar 
compatibilidade e proporcionalidade com a obrigação a ser cumprida. 
Como a multa pode se tornar desnecessária, excessiva ou incompatível 
no curso de sua vigência, o juiz poderá revogá-la. Não sendo revoga-
da, a multa incide do momento em que a decisão for descumprida até 
o momento em que é cumprida. No caso da multa excessiva, é muito 
importante a possibilidade de revogação para evitar o enriquecimento 
ilícito do exequente, afinal, a multa é paga a ele. 
Ação de Execução
A disciplina da ação de execução autônoma de obrigação de 
fazer ou não fazer se inicia no artigo 814, CPC.
Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer 
fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa 
por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da 
qual será devida.
Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e 
for excessivo, o juiz poderá reduzi-lo.
Especificamente quanto à multa, sua fixação é obrigatória des-
de o despacho da petição inicial nas obrigações de fazer ou não fazer 
quando se tratar de execução autônoma de título extrajudicial. Caso a 
multa esteja prevista no próprio título, o juiz deverá segui-la, salvo se o 
valor for excessivo, quando poderá reduzi-la.
Quanto ao cumprimento das sentenças que fixam obrigações 
de fazer ou não fazer se aplica em matéria de defesa o mesmo rito do 
cumprimento de sentença de obrigação de pagar quantia e quanto às 
demais questões as regras acima; quanto às execuções de título extra-
judicial, segue-se o rito a seguir discriminado, que consta no capítulo III 
do título destinado às execuções de título extrajudicial.
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, 
o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe desig-
nar, se outro não estiver determinado no título executivo.
Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o devedor 
será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se outro não 
estiver determinado no título executivo. Então, o devedor é citado para 
64
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
cumprir a obrigação no prazo do título ou, se ele não existir, no que o juiz 
achar razoável. Da juntada do mandado citatório aos autos, o devedor 
terá 15 (quinze) dias para embargar, sem prejuízo do prazo para cumprir 
a obrigação. Logo, os embargos à execução são o mecanismo de defesa.
Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no pra-
zo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, 
requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e 
danos, hipótese em que se converterá em indenização. 
Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em 
liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.
Não sendo eficazes os meios coativos, o credor poderá optar 
pela sub-rogação ou requerer a conversão em perdas e danos: se, no 
prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos 
próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do 
devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em in-
denização. Se houver conversão em perdas e danos, há liquidação inci-
dente, seguindo-se para a execução por quantia certa do valor apurado.
Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito 
ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a satisfaça 
à custa do executado.
Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas 
na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.
Na obrigação infungível, não é possível o cumprimento da obri-
gação às custas do devedor, que é um meio de sub-rogação. Somente 
resta a conversão em perdas e danos se o meio de coerção for ineficaz 
(multa diária).
Se o credor optar pelo cumprimento da obrigação por terceiro 
às custas do devedor, deverá efetuar o adiantamento das despesas. 
Apresentada a proposta pelo terceiro, as partes se manifestarão e o juiz 
a examinará. 
Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no pra-
zo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita 
a obrigação.
Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.
Prestado o serviço, as partes serão ouvidas. Não havendo ou não 
sendo pertinentes as impugnações, o juiz dará por cumprida a obrigação. 
Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no 
prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exe-
quente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorizea 
concluí-la ou a repará-la à custa do contratante.
Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze) 
dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o con-
65
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
denará a pagá-lo.
Se o terceiro não cumprir a obrigação contratada ou o fizer de 
forma incompleta ou defeituosa, o exequente pode pedir ao juiz que 
autorize que ele mesmo a conclua ou a repare à custa dele. O juiz de-
terminará as despesas necessárias e condenará o terceiro a arcar com 
elas. Da mesma forma, se o devedor cumprir, mas a prestação for ina-
dequada, o credor poderá concluir ou reparar a obra às suas custas. 
Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, 
sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à re-
alização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições de 
oferta, em relação ao terceiro.
Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido 
no prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro.
O exequente tem preferência em relação ao terceiro para con-
tratar e executar a obrigação a ser adimplida, podendo fazê-lo pessoal-
mente ou coordenar uma equipe sob sua direção e vigilância para tanto. 
Para exercer a preferência, tem um prazo de 5 dias após aprovação da 
proposta do terceiro.
Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que 
o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao 
juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua 
obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se 
observará o procedimento de execução por quantia certa.
Assinalado prazo para cumprimento da obrigação, não o fa-
zendo o devedor, e inviabilizando-se o exato adimplemento, haverá 
conversão em perdas e danos.
Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava 
obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que as-
sine prazo ao executado para desfazê-lo.
Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente 
requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que res-
ponderá por perdas e danos.
Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obri-
gação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, 
se observará o procedimento de execução por quantia certa.
O mesmo vale para as obrigações de não fazer, só que o de-
vedor será citado para desfazer o ato praticado em contrariedade com 
uma abstenção assumida. Se não o desfizer, o credor pode exigir que 
o ato seja desfeito por terceiro às custas do devedor. Se isso não for 
possível, a obrigação resolve-se em perdas e danos.
66
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA
No caso de obrigações específicas entregar coisa, a execução 
poderá ser mediata ou imediata. Entretanto, sempre será específica de-
vido à natureza da obrigação, que envolve uma coisa específica. 
Na obrigação de entregar coisa, também conhecida como obri-
gação de dar, o devedor se compromete a uma prestação consistente 
na entrega de determinado objeto. Não importam os atos e serviços por 
trás da confecção ou criação da coisa, nem a conduta do devedor, mas 
sim a entrega da coisa em si. 
Cumprimento de Sentença
A disciplina sobre o cumprimento de sentença de obrigação de 
entregar coisa é bastante sumária, sendo complementada, no que cou-
ber, pelas disposições sobre o cumprimento de sentença de obrigação 
de fazer ou não fazer. Tal disciplina está descrita no artigo 538, CPC.
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo 
estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreen-
são ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de 
coisa móvel ou imóvel.
§ 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de 
conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribui-
ção, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na 
contestação, na fase de conhecimento.
§ 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que 
couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou 
de não fazer.
Neste sentido, não havendo o cumprimento da obrigação de 
entregar coisa no prazo assinalado, cabe a expedição de mandado de 
busca e apreensão para bens móveis e de imissão na posse para bens 
imóveis em favor do credor. 
Não é possível neste momento apresentar defesa quanto a 
eventuais benfeitorias realizadas, questão que deveria ter sido discutida 
na fase de conhecimento – o mesmo quanto ao direito de retenção que 
pode eventualmente ser exercido pelo possuidor de boa-fé. 
67
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Ação de Execução
O capítulo II do título II sobre as diversas espécies de execu-
ção no livro II, voltado ao processo de execução autônomo, aprofunda 
questões sobre a execução para a entrega de coisa quando tal entrega 
for prevista em título extrajudicial. No caso, o capítulo é dividido em 
duas seções, uma sobre o procedimento na entrega de coisa certa e 
outro sobre o procedimento na entrega de coisa incerta.
Seção I
Da Entrega de Coisa Certa
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, 
constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quin-
ze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de 
atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito 
a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.
§ 2o Do mandado de citação constará ordem para imissão na 
posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou mó-
vel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfi-
zer a obrigação no prazo que lhe foi designado.
Na entrega de coisa certa, o procedimento se inicia com a ci-
tação para satisfação da obrigação, entregando-se a coisa, no prazo 
de 15 dias. Também aqui, o juiz já fixará multa diária para cada dia de 
atraso no cumprimento da obrigação (lembrando que o valor da multa 
pode ser alterado quando se tornar insuficiente ou excessivo). 
Já no mandado de citação constará ordem para que ocorra 
imissão na posse (bem imóvel) ou busca e apreensão (bem móvel) caso 
não ocorra cumprimento no prazo assinalado.
Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o ter-
mo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a 
execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, 
se houver.
Havendo entrega, não há que se discutir mais sobre a obri-
gação principal, lavrando-se o termo. Contudo, pode haver questões 
sobre obrigações acessórias que necessitem de apuração, como frutos 
devidos e perdas e danos.
Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido 
mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após 
depositá-la.
Trata-se de hipótese de evicção decorrente de alienação de 
coisa litigiosa. O terceiro adquirente terá direito de regresso contra o 
68
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
alienante.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e 
danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, 
não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
§ 1o Não constando do título o valor da coisa e sendo impossí-
vel sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao 
arbitramento judicial.
§ 2o Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os pre-
juízos.
Não sendo possível encontrar a coisa a ser entregue, cabe o 
pagamento de seu valor (não constando do título, terá que ser arbitrado 
após estimativaapresentada pelo exequente) mais perdas e danos. 
Art. 810. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo 
executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liqui-
dação prévia é obrigatória.
Parágrafo único. Havendo saldo:
I – em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depo-
sitará ao requerer a entrega da coisa;
II – em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do 
mesmo processo.
É possível que, em decorrência de benfeitorias indenizáveis 
ocorra sobra de saldo positivo para o devedor; tal como é possível que 
em decorrência de apuração de frutos ou perdas em danos se confi-
gure sobra de saldo positivo para o credor. No primeiro caso, o credor 
fará depósito do valor quando requerer a entrega da coisa; no segundo 
caso, o credor poderá cobrar o valor nos autos em trâmite.
Seção II
Da Entrega de Coisa Incerta
Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada 
pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la 
individualizada, se lhe couber a escolha.
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse de-
verá indicá-la na petição inicial.
Coisa incerta é aquela que embora determinada em gênero e 
qualidade não é individualizada. A individualização será feita por quem 
tiver direito de escolha, previsto no título. Se couber ao credor, deve fa-
zer na inicial; se couber ao devedor, será citado para já escolher quando 
for entregar.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) 
dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, 
se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.
A escolha pode ser impugnada, caso que será decidida pelo juiz, 
69
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
que ouvirá perito quando necessário para formar seu convencimento.
Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incer-
ta, no que couber, as disposições da Seção I deste Capítulo.
Subsidiariamente, seguem-se as regras para entrega da coisa 
certa. Em verdade, a única grande distinção aqui se refere à necessida-
de de escolha na hipótese de coisa incerta a ser entregue.
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS
A execução de alimentos é outra espécie de execução sujeita 
a regime especial. O credor de alimentos tem duas possibilidades: a de 
promover a execução por quantia certa comum e a de executar pelo 
rito da prisão civil. O CPC aborda uma terceira forma de execução da 
pensão alimentícia, mediante expedição de ofício ao empregador para 
efetuar o desconto na folha de pagamento do alimentante. 
Diferente do CPC/1973, o CPC/2015 distingue os ritos de cum-
primento de sentença e execução autônoma que tenham por objeto 
prestação de alimentos. 
Cumprimento de Sentença
O quarto capítulo do título que trata do cumprimento de senten-
ça aborda o cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
prestar alimentos. 
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao paga-
mento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe 
alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o exe-
cutado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que 
o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue 
o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da 
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento 
judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
Nota-se que o procedimento é o mesmo para alimentos defini-
tivos, determinados em sentença, e provisórios, determinados em deci-
são interlocutória. Se o devedor, uma vez intimado (não há citação, pois 
anteriormente já foi citado), não pagar e nem justificar a impossibilidade 
de fazê-lo, o juiz determinará o protesto judicial da dívida e decretará a 
prisão civil.
Atenção: Os únicos alimentos que serão executados por esta 
70
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
modalidade são os de direito de família, não os decorrentes de atos 
ilícitos. Quanto aos últimos cabem os outros ritos.
Contra a decisão que determina a prisão cabe agravo de ins-
trumento (sem o efeito suspensivo, o devedor pode ser preso até o jul-
gamento do recurso) ou “habeas corpus” se houver ilicitude no decreto 
(ilegalidade da prisão ou ausência de contraditório). 
§ 2o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilida-
de absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
No tocante à justificativa do devedor, se plausível, ela não exi-
me o devedor do pagamento, mas da prisão, prosseguindo à execução 
pelo rito de penhora. Se necessário, o juiz pode determinar a produção 
de provas no bojo da execução, como a audiência de instrução. De-
ve-se buscar a verdade sobre a situação do devedor, de modo a não 
decretar uma prisão injusta.
§ 3o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresen-
tada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento 
judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) 
a 3 (três) meses.
Quanto ao prazo, nos termos do CPC, é de 1 a 3 meses; nos 
termos da Lei de Alimentos é de até 60 dias. Na prática, é comum o 
decreto por 30 dias.
§ 4o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o 
preso ficar separado dos presos comuns.
A prisão não pode ser domiciliar, em regra, mas o devedor não 
pode ficar com os presos comuns.
§ 5o O cumprimento da pena não exime o executado do paga-
mento das prestações vencidas e vincendas.
§ 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumpri-
mento da ordem de prisão.
Esta prisão civil não é uma pena, mas um meio de coerção, 
de modo que será suspenso o cumprimento da ordem de prisão assim 
que o devedor pagar o débito. Também por isso que o cumprimento da 
prisão não exime o devedor de pagar pela dívida, apesar de não ser 
possível novo decreto de prisão pelas mesmas prestações.
§ 7o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentan-
te é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuiza-
mento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Sobre as prestações abrangidas, sempre deve ser observado 
o teor da súmula 309, STJ: “o débito alimentar que autoriza a prisão civil 
do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores à ci-
tação e as que vencerem no curso do processo”. As demais prestações 
devem ser executadas pelo rito de penhora.
71
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da 
sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Tí-
tulo II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do execu-
tado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspen-
sivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente 
a importância da prestação.
É possível optar desde logo pelo rito da penhora, previsto no 
capítulo anterior sobre cumprimento definitivo de sentença que reconhe-
ce a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa. Feita a escolha, 
não se admitirá a prisão civil. Ainda que se suspenda o cumprimento por 
impugnação, caberá o levantamento mensal das prestações que forem 
vencendo no curso da suspensão. 
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o 
exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que 
condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Quanto ao local da propositura, a competência é do juízo da 
sentença, do domicílio do credor ou, no caso da execução por penhora, 
do local dos bens, conforme opção do credor. O fato de o credor optar 
por cumprir a sentença em juízo diverso, em seu domicílio, não gera 
mudanças no rito de cumprimento de sentença – exceto pelo fato de ser 
preciso citar o devedor.da exe-
cução como um aspecto essencial do direito processual civil, corolário da 
efetividade processual. Afinal, a satisfação das pretensões jurídicas devi-
das ao sujeito de direitos é determinante para que a resposta processual 
se consubstancie em direito material, especialmente diante da formação 
de títulos executivos judiciais, quando está em jogo não apenas a satisfa-
ção do credor, mas a própria credibilidade do Poder Judiciário.
Inicialmente, aborda-se a teoria geral da execução. Dentre ou-
tros aspectos, aponta-se como se deu a evolução jurídica que permitiu 
distinguir as formas de processamento da execução, conforme a natu-
reza do título executivo, servindo o cumprimento de sentença para a co-
brança de títulos executivos judiciais e a ação de execução para a co-
brança de títulos executivos extrajudiciais. Sem prejuízo, são analisados 
os princípios, as técnicas de execução no processo civil e questões sobre 
a responsabilidade patrimonial e a legitimidade processual na execução.
Na segunda parte do módulo, a mais extensa, o estudo se vol-
ta às execuções em espécie, passando pelos procedimentos de cumpri-
mento de sentença e ação de execução aplicável a cada uma das obri-
gações descritas no Código de Processo Civil, notadamente, de pagar 
quantia certa, provisória ou definitiva, de fazer ou não fazer, de entregar 
coisa, de pagar prestação de alimentos e contra a Fazenda Pública. Além 
disso, são expostas às questões inerentes à defesa nas vias executi-
vas, com estudo de mecanismos como a impugnação ao cumprimento de 
sentença, os embargos à execução e as exceções de pré-executividade.
Ao final do módulo, se aprofundam temas correlatos à execu-
ção de quantia certa, que pode se dar tanto de forma principal quanto 
de forma substitutiva às execuções específicas diante de conversão em 
perdas e danos. Temas sobre a penhora e as impenhorabilidades pre-
vistas em lei – além dos requisitos para a avaliação e expropriação de 
bens – são analisados neste último capítulo.
Com efeito, o propósito deste módulo é permitir ao profissional 
do direito uma ampla compreensão da execução no direito processual 
civil e, especialmente, de sua importância para a efetividade processual.
12
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
A FASE EXECUTÓRIA
O processo possui diversas fases: a postulatória, na qual a par-
te traz os fatos e o direito a serem discutidos no Poder Judiciário; a do 
saneamento, na qual o magistrado fixa os pontos controvertidos da lide 
e determina ou não seu prosseguimento; a instrutória, na qual são pro-
duzidas as provas; a decisória, na qual é proferida a decisão; a recursal, 
caso a parte sucumbente interponha algum recurso; e a executória, na 
qual se busca coativamente a satisfação da pretensão objeto da lide.
A execução só é necessária em caso de inadimplemento de 
uma obrigação, ou seja, somente quando o obrigado não cumpre volun-
tariamente a obrigação que lhe cabe, é que tem lugar a intervenção do 
órgão judicial executivo.
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
12
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
13
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Assim, a sentença (ou o acórdão) é o título executivo por exce-
lência, isto é, o título que melhor exterioriza as finalidades do processo 
de execução, pois demonstra que, mesmo que o Judiciário diga o direi-
to, a parte condenada poderá não o obedecer, caso no qual será preciso 
um instrumento para efetivar a condenação. Contudo, existem diversas 
espécies de títulos executivos.
O que embasa a execução é o título executivo, que se divide 
em: judicial, quando emanado do Poder Judiciário; e extrajudicial, que é 
um documento ao qual a lei (CPC ou outra lei) dá o status de título exe-
cutivo (cheque, nota promissória, letra de câmbio, etc.). Evidencia-se a 
importância da execução porque ele torna efetiva a justiça declarada no 
título e não deixa o cumprimento da decisão à mercê da vontade das 
partes. Logo, a execução ocorre pela busca da efetividade do direito.
Cintra, Dinamarco e Grinover descrevem a execução como 
sendo: “conjunto de atos estatais com que, com ou sem o concurso da 
vontade do devedor (e até contra ela), invade-se seu patrimônio para, à 
custa dele, realizar-se o resultado prático desejado concretamente pelo 
direito objetivo material”. 
Vale destacar que, conforme o título executivo e a natureza da 
sentença, o processo executivo adotará um rumo ou outro, isto é, terá 
procedimentos variados conforme a obrigação discutida. Por exemplo, 
se meu título executivo é um cheque, irei promover uma execução de 
título extrajudicial por quantia certa; se meu título é uma sentença con-
denando meu vizinho a retirar uma cerca, a execução será de título 
judicial – cumprimento de sentença – para efetivar uma obrigação de fa-
zer. No caso da sentença, Gonçalves aponta que não constituem títulos 
executivos judiciais as sentenças declaratórias e constitutivas, afinal, 
sozinhas elas exaurem toda a pretensão do autor. 
Apesar do Código do Processo Civil fixar uma disciplina sepa-
rada entre cumprimento de sentença e processo de execução, as regras 
do livro sobre o processo de execução se aplicam de forma subsidiária 
ao cumprimento de sentença, motivo pelo qual é possível estudar uma 
teoria geral da execução aplicada a ambos, conforme o artigo 771, CPC:
Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em título 
extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber, aos 
procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no 
procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos 
ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições do 
Livro I da Parte Especial.
14
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Em determinado momento da história, a execução deixou de ser 
pessoal, isto é, de recair sobre o corpo do devedor, e passou a ser patrimo-
nial. Consta que no direito romano, o devedor respondia por suas dívidas 
com o próprio corpo: seu corpo era dividido em partes conforme o número 
de credores que este tinha e não se falava em restrição do patrimônio. Não 
havia qualquer intervenção do Estado, os próprios credores são quem fa-
ziam a divisão do corpo do devedor e, assim, a dívida era saldada. 
No direito quiritário, a fase mais primitiva do direito romano, 
que antecede a Lei das XII Tábuas, o devedor insolvente era entregue 
ao credor que, por sessenta dias, podia mantê-lo como seu servo; e 
caso a dívida não fosse quitada, este poderia ser vendido como escravo 
para estrangeiros ou até mesmo ser morto, tendo seu corpo dividido em 
quantas partes fossem necessárias para a quitação da dívida.
Essa ideia de execução pelo próprio corpo do devedor perdu-
rou até 428 a.C., sendo substituída pela promulgação da Lex Poetelia 
Papiria, mediante a qual foi deixada de lado a ideia do direito quiritário 
e ficou proibida a execução da dívida com o corpo do devedor, pois era 
considerada uma atitude desumana.
Dentro da história recente do processo executivo brasileiro, duas 
leis merecem destaque: a Lei n° 11.232/05 e a Lei n° 11.382/06. Tais di-
plomas legais promoveram alterações sensíveis em relação ao processo 
executório brasileiro. Basicamente, destaca-se que o legislador do CPC, 
de 1973, considerou o processo de execução como autônomo, ainda que 
fundado em título judicial. Com o advento da Lei n° 11.232/05, que fundou 
as fases de liquidação e cumprimento de sentença, deixou de existir um 
processo autônomo de execução de título judicial. 
A sistemática criada com a alteração de 2005 foi transcrita para 
o Código de ProcessoArt. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, 
diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do tra-
balho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento 
da importância da prestação alimentícia.
§ 1o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à em-
presa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de deso-
bediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do 
executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Ca-
dastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância 
a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na 
qual deve ser feito o depósito.
§ 3o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o 
débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou 
rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste 
artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquen-
ta por cento de seus ganhos líquidos.
Esta modalidade é utilizada sempre que possível, pois assegu-
ra o adimplemento da pensão alimentícia de maneira eficaz. Há grande 
inovação do CPC neste ponto ao permitir que mesmo os alimentos que 
estão sendo cobrados judicialmente já vencidos possam ser desconta-
72
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
dos em folha. 
Ex.: se um alimentante tem desconto em folha de 30%, mas 
tem dívidas pretéritas com relação ao alimentado, é possível descontar 
o débito de forma parcelada, limitado a 50% dos ganhos líquidos do 
devedor empregado (isto é, 20% naquele mês).
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto 
nos arts. 831 e seguintes.
Não cumprida a obrigação, mesmo adotado o rito de prisão, 
converte-se o rito para penhora com relação às parcelas em que houve 
decreto de prisão.
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos de-
finitivos ou provisórios.
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos 
alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se pro-
cessa em autos apartados.
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimen-
tos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a 
sentença.
Cabe execução provisória dos alimentos, caso em que o pro-
cessamento deve se dar em separado dos autos principais para não ser 
prejudicado o andamento regular destes. No cumprimento definitivo, o 
procedimento é fase nos mesmos autos.
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o 
juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios 
da prática do crime de abandono material.
Disciplina o Código Penal:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do 
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, 
ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes pro-
porcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão 
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa 
causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma 
a dez vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo sol-
vente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono in-
justificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia 
judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
A responsabilidade penal não excluirá o dever de pagar os ali-
mentos.
Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação 
de alimentos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, consti-
73
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
tuir capital cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.
§ 1o O capital a que se refere o caput, representado por imó-
veis ou por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos 
da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalie-
nável e impenhorável enquanto durar a obrigação do executado, além 
de constituir-se em patrimônio de afetação.
§ 2o O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclu-
são do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notó-
ria capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança 
bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
§ 3o Se sobrevier modificação nas condições econômicas, po-
derá a parte requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento 
da prestação.
§ 4o A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por 
base o salário-mínimo.
§ 5o Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará 
liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias 
prestadas.
A constituição de capital pode ser representada por imóveis, 
títulos da dívida pública ou aplicações financeiras em banco oficial, cuja 
renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão. Estes bens 
permanecerão no domínio do alimentante, mas se tornarão impenhorá-
veis e inalienáveis para os demais credores.
A referida técnica pode ser substituída pela inclusão do benefi-
ciário em folha de pagamento de entidade de direito público ou empre-
sa de notória capacidade econômica, ou ainda, por fiança bancária ou 
garantia real. 
O valor pode sofrer alterações, tanto para majoração quan-
to para redução, sendo ainda permitida a utilização do salário-mínimo 
como indexador. Uma vez extinta a obrigação alimentar, o juiz mandará, 
a requerimento ou de ofício, liberar o capital, fazendo cessar a sua ina-
lienabilidade e impenhorabilidade. 
Ação de Execução
O capítulo VI do título II que aborda as diversas espécies de 
execução traz disciplina específica sobre a execução de alimentos fun-
dada em título extrajudicial.
Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudi-
cial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado 
para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao 
74
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o 
fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo.
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2o a 7o do 
art. 528.
Basicamente, segue-se o mesmo procedimento para o rito da 
prisão civil. A diferença é que aqui ocorrerá citação. Destaca-se que 
como o título é extrajudicial, há mudanças quanto ao mecanismo de 
defesa, cabendo embargos e não impugnação à execução. 
Art. 912. Quando o executado for funcionário público, militar, 
diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legisla-
ção do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de 
pagamento de pessoal da importância da prestação alimentícia.
§ 1o Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à em-
presa ou ao empregador, determinando, sob pena de crime de deso-
bediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do 
executado, a contar do protocolo do ofício.
§ 2o O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a impor-
tância a ser descontada mensalmente, a conta na qual deve ser feito o 
depósito e, se for o caso, o tempo de sua duração.
Repete-se a previsão do artigo 533, exceto quanto ao desconto 
em folha de valores pretéritos vencidos de forma parcelada no limite de 
50%. 
Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, 
observar-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de 
que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo 
aos embargos à execução não obsta a que o exequente levante men-
salmente a importância da prestação.
Não se optando pelo rito da prisão ou restando este inócuo, 
segue-se o rito da penhora. Destaca-seque se for apresentada defesa, 
consistente em embargos à execução, atribuindo-se a estes o efeito 
suspensivo tal efeito não atingirá as prestações que vencerem mensal-
mente no curso da suspensão, que deverão ser pagas. 
EXECUÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA CON-
TRA A FAZENDA PÚBLICA
A execução contra a Fazenda Pública tem no polo passivo pes-
soa jurídica de direito público (autarquias, fundações públicas, UED-
FM...). Um aspecto essencial desta modalidade de execução é o de que 
não é possível a penhora de bens, considerada a natureza pública do 
75
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
débito (artigo 100, CF). 
Nas execuções de maior valor, a execução é feita por meio de 
precatórios judiciais, sem a prática de atos de constrição e expropriação 
de bens. Assim, precatório é o instrumento pelo qual o Poder Judiciário 
requisita, à Fazenda Pública, o pagamento a que esta tenha sido con-
denada em processo judicial. Grosso modo, é o documento pelo qual 
o Presidente de Tribunal, por solicitação do Juiz da causa, determina o 
pagamento de dívida da União, de Estado, Distrito Federal ou do Mu-
nicípio, por meio da inclusão do valor do débito no orçamento público.
Os créditos alimentícios têm preferência (súmula 144, STJ). As-
sim, existem os precatórios ordinários para as dívidas comuns e os extraor-
dinários para as alimentares. O desrespeito a esta ordem autoriza o judici-
ário a tomar providências para a efetiva execução. O artigo 100 da CF trata 
de maneira pormenorizada da matéria, esclarecendo que o Presidente do 
Tribunal só atuará nas questões relacionadas à expedição do precatório, 
à ordem cronológica, ao sequestro e à eventual proposta de intervenção.
Artigo 100, CF. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públi-
cas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença 
judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a de-
signação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos 
créditos adicionais abertos para este fim. 
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles 
decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas com-
plementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou 
por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença 
judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos 
os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. 
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originá-
rios ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, 
ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, as-
sim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos 
os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para 
os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para 
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica 
de apresentação do precatório. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedi-
ção de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações defini-
das em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam 
fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por 
leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo 
76
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor 
do maior benefício do regime geral de previdência social. 
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de di-
reito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos 
de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários 
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exer-
cício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. 
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão 
consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente 
do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento 
integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para 
os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alo-
cação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o 
sequestro da quantia respectiva. 
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comis-
sivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de pre-
catórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, 
perante o Conselho Nacional de Justiça. 
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou 
suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou 
quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do 
total ao que dispõe o § 3º deste artigo. 
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independen-
temente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de com-
pensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos 
ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fa-
zenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamen-
tos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de 
contestação administrativa ou judicial. 
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à 
Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena 
de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preen-
cham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. 
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da 
entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para 
compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. 
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, 
a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o 
efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo 
índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para 
fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo per-
centual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando ex-
77
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
cluída a incidência de juros compensatórios. 
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus cré-
ditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância 
do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. 
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após 
comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem 
e à entidade devedora. 
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar 
a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para 
pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma 
e prazo de liquidação. 
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá 
assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e 
Municípios, refinanciando-os diretamente. 
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas res-
pectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e 
obrigações de pequeno valor.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins 
de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, 
industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transfe-
rências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do 
§ 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compre-
endidopelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 
11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios por determinação constitucional; 
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por 
determinação constitucional;
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Muni-
cípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de 
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compen-
sação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. 
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condena-
ções judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período 
de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual 
da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, 
a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada 
dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 
da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento 
previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vincula-
78
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
ção de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. 
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze 
por cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 
5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão 
pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais 
nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e cor-
reção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxilia-
res de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (qua-
renta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação 
ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados 
os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado.
Há casos em que os precatórios são dispensados, conside-
rando-se de baixo valor a execução contra a Fazenda Pública (art. 100, 
§§3º e 4º, CF), assim sendo:
a) 60 (sessenta) salários mínimos, perante a Fazenda Federal 
(art. 17, § 1º, da Lei nº 10.259/2001);
b) 40 (quarenta) salários mínimos, ou outro valor definido em 
lei local, perante a Fazenda dos Estados ou do Distrito Federal (art. 87, 
I, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias); e
c) 30 (trinta) salários mínimos, ou outro valor definido em lei 
local, perante a Fazenda dos Municípios (art. 87, II, do Ato das Disposi-
ções Constitucionais Transitórias).
Nestas situações, é feita requisição de pequeno valor – RPV, 
que se trata de uma requisição de pagamento de quantia que a Fazen-
da Pública, condenada em processo judicial, é obrigada a realizar em 
prazo de 60 (sessenta) dias. O objetivo foi conferir maior celeridade e 
efetividade às execuções contra o poder público, ao menos quando o 
valor tem baixo impacto financeiro aos cofres públicos. 
Embora a disciplina aqui introduzida não esteja prevista no Có-
digo de Processo Civil, é essencial conhecê-la para compreender a for-
ma como as execuções contra a Fazenda Pública são instrumentaliza-
das no CPC. Afinal, estes aspectos influenciam muito no procedimento 
adotado nesta modalidade executiva.
Especificamente quanto à sistemática processual, diferente-
mente do CPC/1973, o CPC/2015 se preocupa em distinguir os casos 
de cumprimento de sentença, atribuídos aos títulos judiciais contra a 
Fazenda Pública, dos casos de execução autônoma, atribuídos aos tí-
tulos extrajudiciais contra a Fazenda Pública.
79
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Cumprimento de Sentença
O quinto capítulo do título que trata do cumprimento de senten-
ça aborda o cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública. 
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda 
Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará de-
monstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo:
I – o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pes-
soas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção mo-
netária utilizados;
V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – a especificação dos eventuais descontos obrigatórios re-
alizados.
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá 
apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for 
o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113.
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fa-
zenda Pública.
A primeira exigência no procedimento é que o exequente apre-
sente demonstrativo do crédito com todos os elementos especificados 
nos incisos do artigo 534. Tal demonstrativo deve ser individual mesmo 
quando houver litisconsórcio. 
Não se aplica multa de 10%, típica das demais formas de cum-
primento de sentença que determina pagamento de quantia.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, 
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a 
execução, podendo arguir:
[...] (a impugnação à execução será tratada ao final do capítulo)
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da 
executada:
I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal com-
petente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto 
na Constituição Federal;
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem 
o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de 
pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da 
80
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial 
mais próxima da residência do exequente.
O CPC traz aqui as duas situações introduzidas na explicação: 
precatórios e RPV.
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questio-
nada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento.
Havendo parte incontroversa, será desde logo processado o 
pagamento.
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste arti-
go, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título 
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado incons-
titucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Fe-
deral como incompatível com a Constituição Federal, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tri-
bunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer 
a segurança jurídica.
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve 
ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito 
em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo 
será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal.
Do 5º ao 8º repete-se a disciplina dos §§ 12 a 15 do artigo 525, 
CPC, aplicável ao procedimento geral de cumprimento de sentença de 
obrigação de pagar quantia. 
Ação de Execução
O capítulo V do título II que aborda as diversas espécies de 
execução traz disciplina específica sobre a execução contra a Fazenda 
Pública fundada em título extrajudicial.
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazen-
da Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a deci-
são que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno 
valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da 
Constituição Federal.
§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer 
matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhe-
81
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
cimento.
§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos 
artigos 534 e 535.
No caso de execução contra a Fazenda baseada em título ex-
trajudicial, caberão embargos à execução, processados com o prazo 
dobrado (30 dias), nos quais toda matéria de defesa poderá ser alegada 
devido à natureza de processo autônomo. A disciplina do cumprimento 
de sentença contra a Fazenda Pública se aplica subsidiariamente às 
execuções autônomas. 
DEFESA DE DEVEDOR NAS VIAS EXECUTIVAS
Embora nas vias executivas não exista propriamente um direito 
de defesa que se equipare ao assegurado nos processos de conheci-
mento, é necessário garantir o mínimo de contraditório. Sendo assim, o 
devedor tem acesso a mecanismos de defesa, tanto por meios próprios, 
como a impugnação e os embargos, quanto por petições incidentais 
nos autos. Neste ponto, parece seguro dizer que existe contraditório na 
execução, ainda que este seja mitigado.
Prova disso é a observação do rol taxativo de matérias que podem 
ser alegadas na impugnação à execução (artigo 525, § 1o, CPC). Basica-
mente, embora o executado possa se opor ao requerimento do exequente 
para dar início ao cumprimento de sentença, tal oposição encontra limite 
cognitivo, isto é, não é qualquer matéria que pode ser alegada. O motivo é 
claro, se há cumprimento de sentença significa que se formou título execu-
tivo judicial, o qual passou pelo crivo do Poder Judiciário, que já examinou 
as matérias de fato e de direitos inerentes à sua formação.
De outro lado, o contraditório será bastante amplo nos casos 
em que o título executivo não passou, em nenhum momento, pelo crivo 
do Judiciário. O legislador viu por bem assegurar que diante de título 
executivo extrajudicial, a defesa na execução poderá se dar mediante 
ajuizamento de ação de conhecimento autônoma distribuída por depen-
dência, na qual poderá ser alegada “qualquer matéria que lhe seria lícito 
deduzir como defesa em processo de conhecimento” (artigo 917, VI, 
CPC). Tal ação se denomina embargos à execução.
Com efeito, a natureza do título executivo não apenas deter-
mina se haverá ou não caráter autônomo à execução, como também 
gera restrição ou ampliação do contraditório por meio do mecanismo de 
defesa fixado no CPC. Se o título executivo for judicial, o contraditório 
será reduzido devido à taxatividade do rol de matérias alegáveis na im-
pugnação à execução. Se o título executivo for extrajudicial, o contradi-
82
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
tório será mais amplo, conduzido por uma tradicional via cognitiva, não 
havendo rol taxativo de matérias alegáveis nos embargos à execução. 
Impugnação à Execução nos Cumprimentos de Sentença em Geral
A impugnação ao cumprimento de sentença, que popularmen-
te se denomina impugnação à execução, é o meio de defesa do execu-
tado para obstar o cumprimento da sentença, ainda que tal óbice seja 
limitado devido à restrição de matérias que podem ser debatidas. Tal 
restrição se justifica pelo fato de que o título executivo se formou judi-
cialmente, já se apurando questões de fato e de direito relevantes ante-
riormente no processo de conhecimento.
Embora a previsão legal se encontre no artigo 525, CPC, isto 
é, entre os dispositivos que abordam o cumprimento de sentença de-
finitivo de obrigação de pagar quantia certa, a impugnação é cabível 
no cumprimento de sentença provisório de obrigação de pagar quantia 
certa, conforme o artigo 520, § 1o, CPC. Além disso, o artigo 536, § 4o, 
CPC, estabelece que: “no cumprimento de sentença que reconheça a 
exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, 
no que couber”, sendo que por força do artigo 538, § 3o, CPC, pode-
-se entender que a impugnação também é cabível no cumprimento de 
sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de entregar coisa. 
Como particularidades devidas, aplicáveis na obrigação de fa-
zer, não fazer e entregar coisa, pode-se destacar a impossibilidade de 
aplicação da multa de 10% sob o quantum debeatur. Quanto à conta-
gem de prazo para impugnação, será de 15 (quinze) dias a partir do final 
do prazo para cumprimento voluntário da obrigação de fazer, não fazer 
ou entregar coisa, o qual é fixado no próprio título ou pelo juízo. 
No caso de cumprimento de sentença de obrigação de pagar 
prestação de alimentos pelo rito da prisão civil, a impugnação não é o 
meio adequado de defesa, sendo substituída pela justificativa do deve-
dor. Já se o cumprimento de sentença de obrigação de pagar prestação 
de alimentos correr pelo rito da penhora, também é a impugnação o 
meio adequado para a defesa (artigo 528, § 8o, CPC), sendo que a 
concessão de efeito suspensivo à impugnação não impede que o exe-
quente alimentando levante mensalmente a importância da prestação.
Em todos os casos, ultrapassado o prazo para cumprimento 
voluntário, automaticamente começa a correr o prazo para a impugna-
ção à execução, em todas as modalidades de obrigação, não sendo 
necessária nova intimação do executado.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o paga-
83
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
mento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o exe-
cutado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, 
nos próprios autos, sua impugnação.
Além disso, no caso específico do cumprimento de sentença 
para obrigação de pagar quantia certa, a apresentação da impugnação 
à execução não impede que os atos de penhora prossigam. 
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o 
processo correu à revelia;
Se o executado não foi citado no processo de conhecimento 
ou se a citação foi nula e, em razão disso, foi revel, poderá alegar na 
impugnação à execução. Como consequência, se acolhida a alegação 
teria faltado pressuposto de existência do processo e devem ser retor-
nados os atos processuais para que o réu possa apresentar sua defesa, 
garantindo o contraditório.
II – ilegitimidade de parte;
É uma alegação comum nos casos em que o executado não te-
nha participado do processo de conhecimento, por exemplo, um fiador.
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
O título executivo deve conter obrigação certa, líquida e exigível.
O CPC/2015 inova ao considerar que a inexigibilidade pode se 
fazer presente sempre que a obrigação reconhecida no título executivo 
judicial for fundada em lei ou ato normativo declarado inconstitucional 
ou reinterpretado como incompatível com a CF em controle de constitu-
cionalidade difuso ou concentrado pelo STF. Destaca-se que se o STF 
modular os efeitos da decisão no tempo, o título executivo fora dos mol-
des temporais não será atingido. Se o título executivo judicial for apenas 
provisório, isto é, se não tiver ainda transitado em julgado a decisão, 
basta a alegação de inexigibilidade do título no cumprimento. Contudo, 
se o título executivo judicial for definitivo, tendo transitado em julgado a 
decisão que o formou, será preciso propor ação rescisória para, então, 
questionar a inexigibilidade do título.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste arti-
go, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título 
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado incons-
titucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundadoem aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Fe-
deral como incompatível com a Constituição Federal, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo 
Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segu-
rança jurídica.
84
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 
deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito 
em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo 
será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal.
IV – penhora incorreta ou avaliação errônea;
A penhora pode já ter acontecido no momento da impugnação, 
bem como da avaliação do bem penhorado. Neste caso, o executado 
deve aproveitar a impugnação para questionar os atos. Contudo, se os 
atos de penhora e avaliação forem posteriores à impugnação, será pos-
sível questionar mediante exceção de pré-executividade, isto é, petição 
simples nos autos.
V – excesso de execução ou cumulação indevida de execu-
ções;
Uma das mais comuns alegações na impugnação à execução 
é justamente a de excesso de execução, isto é, a de que o valor apre-
sentado pelo credor no demonstrativo anexo ao seu requerimento está 
incorreto, acima do devido. Sobre esta alegação, os §§ 4o e 5o do artigo 
destacam que deve ser acompanhada de demonstrativo que declare o 
valor que pensa o executado ser o devido.
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso 
de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cum-
prir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentan-
do demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não 
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeita-
da, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se hou-
ver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a 
alegação de excesso de execução.
Se o executado não juntar à impugnação o demonstrativo de 
cálculo, apontando especificamente qual valor entende ser excessivo, 
haverá rejeição liminar da impugnação em caso de impugnação funda-
da apenas no excesso de execução ou então não será examinada tal 
alegação se houverem outros fundamentos na impugnação.
VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, 
como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, 
desde que supervenientes à sentença.
§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o dis-
posto nos arts. 146 e 148.
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
85
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Para alegação de impedimento ou suspeição do juiz e dos auxi-
liares da justiça será seguida a regra geral. É válida a regra do prazo em 
dobro para litisconsortes com advogados diversos, de escritórios distintos.
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática 
dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a 
requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, 
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus 
fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for 
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil 
ou incerta reparação.
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o 
não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de 
redução da penhora e de avaliação dos bens 
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação dis-
ser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá 
quanto à parte restante.
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida 
por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não 
impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusi-
vamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é 
lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecen-
do e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser 
arbitrada pelo juiz.
A impugnação, em regra, não tem efeito suspensivo. Tal efeito 
pode ser atribuído pelo juiz se ficar provado que o prosseguimento da exe-
cução pode gerar grave dano de difícil reparação ao executado. O efeito 
pode ser concedido total ou parcialmente. Atos de substituição, reforço 
ou redução da penhora não são afetados pelo efeito suspensivo, mas 
apenas os atos de expropriação. Se for concedido o efeito suspensivo, a 
impugnação será autuada nos próprios autos. Ainda que seja concedido, 
o exequente poderá optar por garantir a execução mediante caução e dar 
seguimento. Se não for concedido, será autuada em autos apartados, 
prosseguindo o cumprimento simultaneamente à impugnação. 
Impugnação à Execução no Cumprimento de Sentença por Obriga-
ção de Pagar Quantia Contra a Fazenda Pública
No caso de cumprimento de sentença de obrigação de pagar 
quantia contra a Fazenda Pública, o mecanismo de defesa também é 
a impugnação à execução, sendo idênticos os argumentos que podem 
86
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
ser levantados, exceto quanto à penhora incorreta ou avaliação errô-
nea, eis que o sistema de cumprimento contra a Fazenda não tem tais 
atos, substituídos por precatórios e requisições de pequeno valor. 
Também devido à natureza específica do cumprimento contra 
a Fazenda Pública não há possibilidade de rejeição liminar da impug-
nação, caso o único argumento levantado pela Fazenda seja excesso 
de execução. 
Enquanto pendente a impugnação, atos executivos não poderão 
ser praticados. Noutras palavras, não será expedido o precatório e nem 
ordenado o pagamento de obrigação de pequeno valor enquanto pen-
dente de julgamento a impugnação apresentada pela Fazenda Pública.
Em que pese a permanência de certas prerrogativas, nota-se 
uma evolução na disciplina. A maior inovação nas execuções contra a 
Fazenda Pública está na vedação à apresentação de embargos quando 
houver título executivo judicial. 
A impugnação à execução, cujo rol de matérias alegáveis é 
limitado, será interposta pela Fazenda Pública com respeito à regra do 
prazo processual em dobro (terá 30 dias, em vez de 15 dias).
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, 
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a 
execução, podendo arguir:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o 
processo correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – excesso de execução ou cumulação indevida de execu-
ções;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, 
como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, 
desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença.
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o dis-
posto nos arts. 146 e 148 (regra geral).
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de exe-
cução, pleiteia quantia superior à resultante do título, cumprirá à execu-
tada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não 
conhecimento da arguição.
87
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Embargos à Execução
A defesa do executado em processo autônomo de execução 
se dá por embargos à execução, cuja natureza é de ação autônoma/
processo de conhecimento.Por isso mesmo, neles podem ser aduzidas 
todas as matérias alegáveis pela via do conhecimento. A disciplina so-
bre os embargos à execução se encontra no título III do livro II da parte 
especial, voltado ao processo de execução.
O prazo para oposição de embargos corre a partir da citação 
do executado, sendo que atos praticados nesse meio tempo na ação de 
execução não influenciam no curso do prazo. 
Embora os embargos sejam ação autônoma, formando autos 
processuais em apartado, serão distribuídos por dependência em rela-
ção à ação de execução. 
Em caso de carta rogatória, precatória ou de ordem, a com-
petência para julgamento é do juízo deprecante (o que enviou a carta), 
embora possam ser os embargos opostos tanto no juízo deprecante 
quanto no juízo deprecado. O juízo deprecado poderá, contudo, julgar 
embargos que versem apenas sobre vícios ou defeitos na penhora, ava-
liação ou alienação).
Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depó-
sito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos.
§ 1o Os embargos à execução serão distribuídos por depen-
dência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças pro-
cessuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo pró-
prio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
§ 2o Na execução por carta, os embargos serão oferecidos 
no juízo deprecante ou no juízo deprecado, mas a competência para 
julgá-los é do juízo deprecante, salvo se versarem unicamente sobre 
vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens 
efetuadas no juízo deprecado.
Os embargos à execução são oferecidos no prazo de 15 (quinze) 
dias da juntada aos autos do aviso de recebimento ou do mandado de cita-
ção cumprido na ação de execução. O prazo conta da juntada do mandado 
de citação para cada litisconsorte, salvo no caso de cônjuges/companhei-
ros, em que o prazo conta da juntada do último mandado cumprido.
Caso a execução se dê por carta precatória, rogatória ou de 
ordem, o prazo para embargos contará da juntada da certificação da 
citação na própria carta (para embargos que versem apenas sobre ví-
cios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação, posto que 
estes podem ser julgados pelo juízo deprecado) ou da juntada do co-
88
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
municado eletrônico de realização da citação na ação de execução, no 
caso de processo eletrônico, ou da juntada da carta cumprida na ação 
de execução, no caso de processo físico (para embargos que versem 
sobre outras matérias, além de vícios e defeitos na penhora, avaliação 
ou alienação, uma vez que o julgamento necessariamente caberá ao 
juízo deprecante).
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quin-
ze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada 
um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo compro-
vante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quan-
do será contado a partir da juntada do último.
§ 2o Nas execuções por carta, o prazo para embargos será 
contado:
I – da juntada, na carta, da certificação da citação, quando ver-
sarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou 
da alienação dos bens;
II – da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que 
trata o § 4o deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta 
devidamente cumprida, quando versarem sobre questões diversas da 
prevista no inciso I deste parágrafo.
§ 3o Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à 
execução, não se aplica o disposto no art. 229.
§ 4o Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória 
ou de ordem, a realização da citação será imediatamente informada, 
por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
[...] VI – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como de-
fesa em processo de conhecimento.
Considerando que os embargos à execução possuem natureza 
de ação de conhecimento, não há limitação cognitiva. Sendo assim, além 
das matérias que tipicamente podem ser alegadas na defesa em vias 
executivas, pode ser deduzida “qualquer matéria que lhe seria lícito de-
duzir como defesa em processo de conhecimento” (artigo 917, VI, CPC). 
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
[...] IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos 
casos de execução para entrega de coisa certa; [...]
§ 5o Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente po-
derá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos 
considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração 
dos respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464.
§ 6o O exequente poderá a qualquer tempo ser imitido na pos-
89
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
se da coisa, prestando caução ou depositando o valor devido pelas ben-
feitorias ou resultante da compensação. [...]
Além disso, uma matéria que também pode ser alegada nos 
embargos é retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos 
de execução para entrega de coisa certa (artigo 917, IV, CPC). Pres-
tando caução ou depositando o valor devido pelas benfeitorias, o exe-
quente poderá, a qualquer tempo, ser imitido na posse (artigo 917, § 
6o, CPC). Claro, se o executado pode alegar o direito à retenção por 
benfeitorias necessárias ou úteis, sem prejuízo, o exequente poderá 
requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos 
considerados devidos pelo executado, conforme § 5o do artigo 917.
A alegação de benfeitorias é matéria que, se o título executivo 
formado fosse judicial, deveria ter sido alegada na ação de conhecimen-
to, não na impugnação ao cumprimento de sentença, conforme prevê 
o artigo 538, § 2º, CPC: “o direito de retenção por benfeitorias deve ser 
exercido na contestação, na fase de conhecimento”. Contudo, como o 
título executivo é extrajudicial e não se formou sob o crivo do Poder Ju-
diciário, a matéria poderá ser alegada nos embargos à execução.
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II – penhora incorreta ou avaliação errônea;
III – excesso de execução ou cumulação indevida de execu-
ções;
[...] V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execu-
ção; [...]
§ 2o Há excesso de execução quando:
I – o exequente pleiteia quantia superior à do título;
II – ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
III – ela se processa de modo diferente do que foi determinado 
no título;
IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe correspon-
de, exige o adimplemento da prestação do executado;
V – o exequente não prova que a condição se realizou.
§ 3o Quando alegar que o exequente, em excesso de execu-
ção, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na 
petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo 
discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 4o Não apontado o valor correto ou não apresentado o de-
monstrativo, os embargos à execução:
I – serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se 
o excesso de execução for o seu único fundamento;
II – serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz 
90
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
não examinará a alegação de excesso de execução. [...]
Não obstante, dos incisos III a VI do artigo 525, § 1o, CPC, se 
evidenciam típicas matérias de ordem exclusivamente executiva que 
podem ser alegadas tanto na impugnação ao cumprimento de sentença 
quanto nos embargos à execução, conforme se denota no artigo 917, 
I, II, III e V, sendo elas: inexequibilidade do título ou inexigibilidade da 
obrigação, penhora incorreta ou avaliaçãoerrônea, excesso de execu-
ção ou cumulação indevida de execuções e incompetência absoluta ou 
relativa do juízo da execução. 
Especificamente sobre o excesso à execução por pleitear o exe-
quente uma quantia superior à do título (obrigação de pagar quantia certa), 
exigem-se os mesmos requisitos tanto na impugnação ao cumprimento de 
sentença quanto nos embargos à execução – apresentação do valor que o 
executado entende ser o correto, com demonstrativo de cálculo juntado – 
sob pena de rejeição liminar (no caso de embargos que apenas contenham 
este fundamento do excesso à execução) ou de não apreciação da alega-
ção de excesso (no caso de embargos com outros fundamentos).
 [...] § 7o A arguição de impedimento e suspeição observará o 
disposto nos arts. 146 e 148 (regra geral).
O artigo 917, § 2o, CPC, permite perceber que o excesso 
à execução também pode ser alegado quando a execução versar 
sobre obrigações específicas: no caso de obrigação de entrega de 
coisa, se a execução recair sobre coisa diversa da declarada no tí-
tulo (artigo 917, § 2o, II, CPC); no caso de obrigação de fazer ou não 
fazer, se a execução se processa de modo diferente do que foi deter-
minado no título (artigo 917, § 2o, III, CPC); no caso de obrigações 
recíprocas (contratos bilaterais), a aplicação da regra da exceção 
do contrato não cumprido – exceptio non adimpleti contractus, não 
podendo o exequente exigir cumprimento de obrigação pelo exe-
cutado sem antes ter cumprido a obrigação que lhe corresponde 
(artigo 917, § 2o, IV, CPC); no caso de obrigação vinculada à condi-
ção, se não houve prova de que a condição se realizou (artigo 917, 
§ 2o, V, CPC). Tais matérias podem, sem problemas, ser deduzidas 
também em eventual impugnação ao cumprimento de sentença de 
obrigações específicas, enquanto excesso de execução.
Caberá rejeição liminar dos embargos à execução: se forem 
91
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
apresentados fora do prazo de 15 (quinze) dias (intempestividade), se 
for indeferida a petição inicial ou julgado improcedente de forma liminar 
o pedido (basicamente, aplicação dos artigos 331 e 332, CPC, devido à 
natureza cognitiva dos embargos) e se forem manifestamente protelató-
rios, com o intuito único de postergar a execução para obstar o adimple-
mento obrigacional (há também ato atentatório à dignidade da justiça).
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I – quando intempestivos;
II – nos casos de indeferimento da petição inicial e de improce-
dência liminar do pedido;
III – manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade 
da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.
Em regra, não há efeito suspensivo. Contudo, o embargante/
executado poderá pedir que seja atribuído o efeito suspensivo, desde 
que garanta a execução por penhora, depósito ou caução. Concedido 
o efeito suspensivo, fica suspensa a execução, total ou parcialmente 
conforme a extensão do efeito (artigo 921, II, CPC).
A decisão sobre a concessão ou não do efeito suspensivo pode 
ser modificada a qualquer tempo. A suspensão pode ser parcial e pode 
também recair contra apenas um litisconsorte, o embargante, desde 
que o fundamento por ele alegado não afete os demais executados. 
A suspensão apenas afeta atos de expropriação dos bens, não os de 
penhora e avaliação. 
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir 
efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para 
a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja ga-
rantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 2o Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão 
relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser 
modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos dis-
ser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá 
quanto à parte restante.
§ 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos ofere-
cidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os 
que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito 
exclusivamente ao embargante.
§ 5o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetiva-
ção dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de 
avaliação dos bens.
92
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Após receber os embargos, o exequente/embargado será ou-
vido em 15 (quinze) dias, apresentando sua contestação. Depois dessa 
manifestação do executado, o juiz julgará o pedido ou designará audi-
ência de instrução, ao final da qual proferirá sentença.
Art. 920. Recebidos os embargos:
I – o exequente será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias;
II – a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designa-
rá audiência;
III – encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença.
De forma alternativa à apresentação dos embargos à execu-
ção, o executado tem o direito de solicitar o parcelamento do crédito 
do exequente, no mesmo prazo dos embargos, isto é, de 15 (quinze) 
dias. O executado não pode embargar e solicitar o parcelamento, 
pois ao requerê-lo concorda com a obrigação consignada no título 
executivo, renunciando ao direito de opor os embargos à execução.
No requerimento de parcelamento, o executado deve apre-
sentar comprovante de depósito de 30% do valor devido, acrescido 
de custas e honorários advocatícios. O restante do valor poderá 
ser pago em até 6 (seis) parcelas mensais, conforme proposta do 
executado. 
O exequente será ouvido sobre a proposta em 5 (cinco) 
dias, podendo se opor ao valor apresentado ou à forma como será 
processado o parcelamento, mas não podendo ir contra a possi-
bilidade de parcelamento, que é direito do executado. Se houver 
irregularidade e o requerimento de parcelamento for indeferido, o 
depósito será convertido em penhora.
Enquanto vigente o parcelamento, ficam suspensos os atos 
executivos, que prosseguirão normalmente em caso de não paga-
mento de uma das parcelas, sem prejuízo do vencimento de todas 
as parcelas vincendas com acréscimo de multa de 10% sobre elas. 
É importante atentar ao fato de que a possibilidade de par-
celamento se aplica apenas para a execução de títulos extrajudi-
ciais, não sendo possível invocá-lo no cumprimento de sentença 
de título judicial. 
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do 
exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em 
93
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o execu-
tado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 
(seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros 
de um por cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o 
preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requeri-
mento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá 
de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levan-
tamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia de-
positada, e serão suspensos os atos executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, 
mantido o depósito, que será convertido em penhora.
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará 
cumulativamente:
I – o vencimento das prestações subsequentes e o prossegui-
mento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos;
II – a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre 
o valor das prestações não pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo impor-
ta renúncia ao direito de opor embargos.
§ 7o O disposto neste artigo nãose aplica ao cumprimento da 
sentença.
Exceções de Pré-Executividade
Tanto a impugnação ao cumprimento de sentença quanto os 
embargos à execução possuem prazo determinado para serem apre-
sentados e apenas podem ser apresentados uma única vez, não sen-
do possível a complementação deles. Entretanto, muitos são os atos 
executivos que podem ser praticados depois de exaurido o prazo ou já 
apresentadas estas petições, especialmente atos de penhora, avalia-
ção e expropriação de bens. 
Sem prejuízo, o questionamento de atos propriamente execu-
tivos não precisa depreender um incidente processual complexo, em 
respeito à simplicidade processual, bastando a apresentação de petição 
simples. Logo, deve ser facultado ao executado optar por não apresen-
tar impugnação ou embargos se a sua única pretensão é questionar 
atos executivos já praticados.
Por isso mesmo, as exceções de pré-executividade ainda pos-
94
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
suem espaço no sistema processual, correspondendo a petições simples 
que podem ser apresentadas no bojo da execução com o propósito de 
questionar atos relativos à penhora e à avaliação e outros atos executivos. 
O prazo para apresentação da petição é de 15 (quinze) dias a 
contar da intimação do ato que se pretende impugnar. O fundamento legal 
se encontra no artigo 525, § 11, CPC para as impugnações ao cumprimen-
to de sentença e no artigo 917, § 1o, CPC, para os embargos à execução.
Art. 525, § 11. As questões relativas a fato superveniente ao 
término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aque-
las relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos 
atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, 
tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias 
para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou 
da intimação do ato.
Art. 917, § 1o A incorreção da penhora ou da avaliação poderá 
ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, con-
tado da ciência do ato.
95
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: VUNESP - 2021 - Prefeitura de Várzea Paulista - SP - Procu-
rador Municipal
Em relação à sentença proferida como julgamento das ações re-
lativas às prestações de fazer, de não fazer e de entregar coisa, 
assinale a alternativa correta.
a) Na ação que tenha por objeto a prestação de dar, o juiz, se proce-
dente o pedido, determinará providências que assegurem a obtenção 
de tutela pelo resultado prático equivalente.
b) Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a 
reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é relevante 
a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
c) Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder 
a tutela específica, deverá deixar para fixar o prazo para satisfação da 
obrigação, em sede de cumprimento. 
d) Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela 
quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a 
escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualiza-
da, no prazo fixado pelo juiz.
e) Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer, a sentença que 
julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, permitirá 
que o ganhador promova diretamente e de imediato a prestação, sem 
necessidade de cumprimento.
QUESTÃO 2
Prova: FAUEL - 2022 - Prefeitura de Apucarana - PR - Advogado
Com base nas disposições do Código de Processo Civil a respeito 
da execução por quantia certa, assinale a alternativa CORRETA.
a) Não podem ser penhorados, ainda que à falta de outros bens, os 
frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
b) O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida 
pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de 
averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujei-
tos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
c) Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito 
dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas 
em dias distintos.
d) Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao 
oficial de justiça providenciar a averbação do arresto ou da penhora no 
registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do 
96
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
termo, independentemente de mandado judicial.
e) Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios 
de dez por cento, a serem pagos pelo executado, que poderão ser reduzi-
dos em um terço, no caso de integral pagamento da dívida no tríduo legal.
QUESTÃO 3
Prova: FGV - 2022 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto
São títulos executivos judiciais:
I. sentença homologatória de autocomposição extrajudicial.
II. formal e certidão de partilha em relação a terceiros.
III. formal e certidão de partilha em relação ao inventariante e aos 
herdeiros ou sucessores.
IV. sentença penal condenatória transitada em julgado.
Está correto o que se afirma em
a) I, III e IV, somente.
b) I, II e IV, somente.
c) II, III e IV, somente.
d) I, II e III, somente.
QUESTÃO 4
Prova: IPEFAE - 2022 - Câmara de Espírito Santo do Pinhal - SP - 
Assessor Jurídico
Sobre o tema cumprimento de sentença, assinale a alternativa que 
contempla erro: 
a) Decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, 
nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento vo-
luntário.
b) Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o 
cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se reali-
zou a condição ou de que correu o termo.
c) A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à 
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça é título executivo judicial.
d) O caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, 
ou no caso de decisão sobre parcela controversa, o cumprimento defini-
tivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o execu-
tado citado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido 
de custas, se houver.
QUESTÃO 5
Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2022 - TJM-MG - Juiz de 
Direito Substituto
A respeito do cumprimento de sentença e da execução, assinale a 
97
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
alternativa correta.
a) No caso de requerimento de cumprimento de sentença depois de um 
ano e meio do trânsito em julgado, o devedor será intimado para cum-
pri-la por publicação no Diário Oficial.
b) No caso de não pagamento de cheque emitido pela fazenda pública, 
não cabe o ajuizamento de ação de execução para cobrança do crédito.
c) No caso de multa processual a ser fixada contra a fazenda pública 
para cumprimento de obrigação de fazer, exige-se o requerimento da 
parte interessada. 
d) No caso de obrigação reconhecida em título executivo judicial fun-
dado em lei declarada inconstitucional pelo STF, em ação direta de in-
constitucionalidade, após o trânsito em julgado da decisão exequenda, 
caberá ação rescisória.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Estabeleça as distinções mais notórias da execução por quantia certa 
em processo autônomo e em cumprimento de sentença.
TREINO INÉDITO
Acerca do procedimento dos embargos à execução, assinale a as-
sertiva incorreta:
a) a apresentação dos embargos à execução independe de penhora, 
depósito ou caução.
b) no caso de execução por carta precatória, a competência para jul-
gamento de embargos que versem unicamente sobre vício da penhora 
praticada no juízo deprecado é do juízo deprecante.
c) os embargos à execução são distribuídos por dependência, formando 
autos processuaisem apartado.
d) o requerimento de parcelamento do débito obsta a propositura de 
embargos à execução.
e) nos embargos à execução pode ser alegada qualquer matéria que 
seria lícito ao embargante deduzir como defesa em processo de conhe-
cimento.
NA MÍDIA
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA NO NOVO CPC: COMO FUNCIONA, 
REQUISITOS E HONORÁRIOS
Quando um indivíduo não consegue resolver um conflito por vias ex-
trajudiciais, este se vê obrigado a submeter o caso para apreciação 
do Estado, mais especificamente de seu poder Judiciário, por meio do 
exercício da jurisdição do magistrado.
Isto decorre do princípio constitucional de acesso à justiça, manifestado 
98
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
no chamado “direito de ação”, que permite que os cidadãos provoquem 
os órgãos jurisdicionais para análise de qualquer lesão ou ameaça de 
direito, obtendo sua tutela.
A pretensão materializa-se no ajuizamento de ação judicial, que seguirá 
determinado procedimento regulamentado em lei processual específi-
ca, de acordo com a matéria do objeto da ação.
No contexto deste texto, é importante esclarecer que as ações judiciais 
serão cíveis quando o direito ofendido for previsto no Código Civil, e por 
assim serem classificadas, deverão seguir o procedimento especificado 
em legislação processual própria: o Código de Processo Civil – “CPC”, 
alterado em 2015.
Não obstante, é comum à parte autora pensar que o processo se encer-
ra quando o juiz profere sentença favorável, condenando a parte adver-
sa ao cumprimento de determinada obrigação – como pagamento de 
quantia certa nos casos de indenização.
Entretanto, apesar da sentença ter o condão de resolver o mérito da de-
manda, ela – por si só – não conclui o procedimento, o qual se encerra 
com a satisfação da obrigação pelo condenado, não sendo incomum o 
seu descumprimento, total ou parcial.
A estes casos poderá ser utilizado o procedimento do cumprimento de 
sentença, previsto no CPC.
Fonte: 3MIND
Data: 24/09/2022.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.3mind.com.br/blog/cumprimento-de-sentenca-no-novo-cpc/
NA PRÁTICA
O Código de Processo Civil de 2015 deixa claro que a natureza do título 
executivo que determina o rito processual a ser empregado: para o título 
judicial, utiliza-se o cumprimento de sentença, com reduzidos mecanis-
mos de defesa; para o título extrajudicial, utiliza-se a ação de execução, 
na qual cabe a oposição de embargos, com ampla matéria de defesa. 
Sendo assim, retira a impressão de que não é possível que o cumprimen-
to de sentença seja o rito adotado em um novo processo judicial, desde 
que exista vínculo com processo judicial anterior em que se formou o títu-
lo. A diferença é que, nestes casos, em vez de ocorrer intimação do exe-
cutado, haverá citação. O CPC/2015, expressamente, assim admite nos 
casos de sentença arbitral, estrangeira e penal, mas podemos estender a 
compreensão para a sentença condenatória de alimentos, nos casos em 
que o alimentando pretender promover o cumprimento em novo domicí-
lio, e não onde a ação de alimentos tramitou originalmente.
99
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
PENHORA
A seção III do capítulo IV sobre a execução por quantia certa, 
inserida no título II sobre as execuções em espécie no livro II da parte 
especial sobre o processo de execução, volta-se à penhora, ao depósito 
e à avaliação de bens. Basicamente, sempre que se está diante de uma 
execução por quantia certa – seja porque assim começou, seja devido a 
uma conversão em perdas e danos de obrigação específica – a penhora 
assume um papel essencial, por ser o primeiro ato executivo e coativo 
na execução por quantia certa.
A penhora é o primeiro ato por meio do qual o Estado põe em 
prática o processo de expropriação executiva. Sua função é individualizar 
o bem, ou os bens do devedor, mediante apreensão física, direta ou in-
PENHORA, AVALIAÇÃO E EXPROPRIAÇÃO
99
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
100
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
direta. Tais bens serão executados e transferidos coativamente para dar 
satisfação ao credor. Por isso, diz que a penhora é um ato de afetação.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos 
bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas 
e dos honorários advocatícios.
Serão afetados tantos bens quantos necessários para que seja 
pago não apenas o valor devido do credor ao devedor, atualizado com 
juros e correções, mas também o valor dos honorários advocatícios e 
das custas e despesas processuais. 
Acerca da natureza jurídica da penhora, há três correntes que 
procuram defini-la: a primeira seria de medida cautelar; a segunda seria 
de ato executivo; a terceira seria de ato executivo com efeitos conserva-
tivos. Não há como negar que a penhora possui um certo papel de con-
servação do bem penhorado, impedindo que outros atos de constrição 
sejam praticados em relação a ele, o que justifica os posicionamentos 
que defendem uma natureza cautelar, pura ou mista. Contudo, o enten-
dimento de Carnelutti parece ser o mais adequado, no sentido de que a 
penhora é puramente um ato executivo, pois sua finalidade é a individu-
alização e a preservação dos bens a serem submetidos ao processo de 
execução, ou seja, sua finalidade é executiva, não cautelar.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei con-
sidera impenhoráveis ou inalienáveis.
O objeto da penhora é o patrimônio do devedor (ou de alguém 
que tenha assumido responsabilidade pelo pagamento da dívida) que 
deve ser atingido pela penhora, nunca o de terceiros estranhos à obri-
gação ou à responsabilidade. Além disso, somente os bens alienáveis 
podem ser transmitidos e, consequentemente, penhorados. Contudo, 
na lei que regula a execução por quantia certa há a enumeração de 
bens que, mesmo sendo disponíveis por sua natureza, não se conside-
ram passíveis de penhora, isto é, são impenhoráveis. 
O Código de Processo Civil fixa dois limites claros à penhora: 
- A penhora deve atingir apenas os bens que bastem à satisfação 
do valor atualizado monetariamente do crédito exequendo, com seus aces-
sórios (juros, custas e honorários advocatícios) (arts. 831 e 874, CPC); 
- A penhora não deve ser realizada, nem mantida, quando evi-
dente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente 
absorvido pelo pagamento das custas da execução (art. 836, caput, CPC).
Com efeito, a penhora não pode ser excessiva nem inútil.
101
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Impenhorabilidades
Diante do princípio da menor onerosidade do devedor, existe 
uma preocupação de manter um patrimônio mínimo do devedor frente 
aos seus credores. Assim, o artigo 833 do Código de Processo Civil 
enumera casos de bens patrimoniais disponíveis que são impenhorá-
veis, como os vestuários e pertences de uso pessoal, os vencimentos 
e salários, os livros, máquinas, utensílios e ferramentas necessários ao 
exercício da profissão, as pensões e montepios, o seguro de vida etc. 
Essa limitação à penhorabilidade encontra explicação em ra-
zões diversas, de origem ético-social, humanitária, política ou técnico-
-econômica. A razão mais comum para a impenhorabilidade de certos 
bens é a preocupação do Código em preservar as receitas alimentares 
do devedor e de sua família, ou seja, os bens patrimoniais dos quais o 
devedor e sua família dependem para sobreviver. 
Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não 
sujeitos à execução;
Atos unilaterais ou bilaterais podem tornar bens inalienáveis. 
A respeito, nos termos do artigo 1.711 do Código Civil, um terçodo pa-
trimônio dos cônjuges ao tempo do estabelecimento pode ser instituído 
como bem de família, mediante escritura pública ou testamento, sendo 
que necessariamente será abrangido imóvel de residência, efetuando-
-se o respectivo registro.
II – os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem 
a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem 
as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
Deve se evitar a penhora sobre bens que geralmente não en-
contram preços significativos na expropriação judicial e cuja privação 
pode acarretar grandes sacrifícios de ordem pessoal e familiar para o 
executado. Deve ser analisado o médio padrão do povo da região, mas 
o excesso não é protegido.
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; 
Roupas e pertences pessoais não são penhoráveis, exceto se 
de elevado valor. Por exemplo, joias podem ser penhoradas, tal como 
roupas de luxo.
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios 
e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de 
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ga-
102
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
nhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, 
ressalvado o §2º;
Basicamente, a penhora não pode afetar a quantia mensal ou 
periódica destinada ao sustento do devedor e de sua família. Contudo, a 
impenhorabilidade não se aplica à hipótese de penhora para pagamen-
to de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem 
como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos 
mensais. Fora disso, não é possível penhorá-lo antes ou depois do pa-
gamento. Se a penhora ocorrer depois, cabe ao devedor provar que 
aquela quantia era o seu salário.
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício 
de qualquer profissão;
Não se penhoram objetos de trabalho da pessoa física, sendo 
que tais objetos representam a fonte principal de renda desta. O esto-
que e a matéria-prima podem ser penhorados conforme o caso.
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do 
caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas per-
tencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, ex-
ceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam 
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por 
dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
A regra que beneficia o produtor rural com a impenhorabilida-
de das máquinas e equipamentos agrícolas refere-se expressamente 
às pessoas físicas e às empresas individuais, não alcança as pessoas 
jurídicas organizadas empresarialmente para a exploração do agrone-
gócio. Porém, conforme entendimento do STJ, pequenas sociedades 
em que os próprios sócios desempenham a atividade rural merecem o 
tratamento da impenhorabilidade relativa aos instrumentos de trabalho 
tal como se passa com a pessoa física.
VI – o seguro de vida;
O seguro de vida é garantia do sustento dos herdeiros, pois 
cria uma espécie de “fundo alimentar” diante da morte daquele que era 
essencial ao sustento da família. Assim, a morte do devedor beneficiará 
os herdeiros e, se a penhora do seguro de vida ocorresse, passaria a 
beneficiar o credor.
VII – os materiais necessários para obras em andamento, sal-
vo se essas forem penhoradas;
Os materiais necessários para obras em andamento são, por 
antecipação, parte integrante da obra. Logo, só podem ser penhorados 
se o todo for.
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
103
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
de que trabalhada pela família; 
Não são as grandes fazendas que são impenhoráveis, mas as 
propriedades rurais familiares. O entendimento do que seria uma pro-
priedade pequena varia conforme a região. Firmou-se a jurisprudência 
do STJ no sentido de que a impenhorabilidade incide sobre a proprieda-
de rural cujo tamanho vai até quatro módulos fiscais, e que seja neces-
sariamente trabalhada pela família.
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas 
para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
Se uma instituição privada recebe verba pública para fins de 
educação, saúde ou assistência social, a verba não pode ser penhorada.
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o 
limite de 40 (quarenta) salários mínimos; 
Atribui-se ao depósito em caderneta de poupança uma função 
de segurança alimentícia ou de previdência pessoal e familiar. Logo, a 
poupança é uma garantia de estabilidade do devedor, mas se ultrapas-
sar o valor de 40 salários mínimos pode ser penhorada. Os fundos de 
investimento não são protegidos.
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por par-
tido político, nos termos da lei; 
Tal hipótese assegura o caráter democrático do processo elei-
toral. Restringe-se aos recursos públicos transferidos, na forma da lei, a 
partir do fundo partidário, sendo que os demais bens integrantes do pa-
trimônio dos partidos políticos continuam respondendo executivamente 
por suas dívidas.
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, 
sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra; 
As unidades imobiliárias adquiridas de empreendimento em cons-
trução não são penhoráveis por dívidas do próprio empreendimento, ape-
nas podendo recair eventual penhora sobre as unidades não alienadas.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida 
relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
Seria injusto que o credor que propiciou ao atual titular do bem 
sua própria aquisição não tivesse como haver o respectivo preço em 
caso de inadimplemento. Por isso, um imóvel residencial objeto de alie-
nação fiduciária em garantia pode ser penhorado por não pagamento 
das prestações mensais à concessionária.
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os 
frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.
São, assim, relativamente impenhoráveis os frutos e rendimen-
tos dos bens inalienáveis. Seguem os frutos e os rendimentos, a princí-
pio, o destino do principal, ou seja, são também impenhoráveis. Contu-
104
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
do, na falta de bens livres do executado, cessará a impenhorabilidade e 
os frutos e rendimentos serão submetidos à penhora.
Uma vez elaborada a lista dos bens penhoráveis, o executado 
será nomeado depositário provisório dos bens, até que eventualmente 
o juiz determine de forma diversa (artigo 836, § 2o, CPC).
A legislação especial também traz hipóteses de impenhorabilida-
de. A Lei nº 8.009/90 trata da impenhorabilidade do bem de família, que 
é o imóvel residencial do casal ou da entidade familiar e tudo que nele 
se agregar (equipamentos, construções, benfeitorias, plantações e móveis 
quitados). Nos termos da súmula 364 do STJ, os solteiros e viúvos também 
estão protegidos. Contudo, o bem de família deixará de ser impenhorável 
se o devedor, na execução, oferecê-lo voluntariamente à penhora.
Se um quarto do bem é alugado ou se constrói uma oficina na 
frente, a impenhorabilidade permanece. Se o bem é alugado, mas o 
aluguel paga a residência em outro local, a impenhorabilidade também 
permanece. A impenhorabilidade atinge os móveis de uma casa alu-
gada, ainda que o locatário não possua residência própria. Se o casal 
residir em vários imóveis, somente o de menor valor será considerado 
impenhorável. Não se protege a conduta maliciosa de aquisição de imó-
vel residencial mais caro para ampliar a proteçãoCivil de 2015, que melhor sistematizou-a, deixan-
do clara a divisão entre cumprimento de sentença para títulos judiciais 
e execução autônoma para títulos extrajudiciais, conforme se estuda no 
curso deste módulo.
Em suma, a execução pode se aperfeiçoar de duas maneiras: 
de forma mediata, com a instauração de processo próprio e a citação do 
executado (processo de execução), e de forma imediata, quando não 
há um novo processo e a execução se dá em sequência ao processo de 
conhecimento (cumprimento de sentença).
Para a execução de título extrajudicial sempre é exigido pro-
cesso autônomo. Nas execuções de títulos judiciais, desde 2005, se 
tornou possível a execução imediata do título, não se exigindo processo 
15
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
autônomo, mas sim uma fase processual.
O nome que se dá ao processo que une as fases cognitiva 
(de conhecimento) e executória (de cumprimento de sentença) é 
processo sincrético. Basicamente, sincrético é o processo único 
que reúne diferentes fases processuais – de forma antecedente 
(como o caso da tutela antecipada ou cautelar requeridas anteci-
padamente), de forma incidental (como o caso de tutela antecipada 
ou cautelar requeridas no curso do processo ou o caso do cumpri-
mento provisório de sentença), ou de forma posterior (como o caso 
do cumprimento de sentença definitivo) –, cada qual com objetivos 
diversos – notadamente, proteção do bem jurídico pretendido (tu-
tela provisória), prestação da tutela jurisdicional propriamente dita 
(tutela cognitiva) ou satisfação do credor (tutela executória).
TÉCNICAS DE EXECUÇÃO E PODERES DO MAGISTRADO
Tanto no processo de execução autônomo quanto no cumpri-
mento de sentença podem ser aplicadas como técnicas de execução a 
sub-rogação e a coerção. Na sub-rogação, o Estado substitui o deve-
dor no cumprimento da obrigação, sem a sua participação; na coerção, 
o Estado impõe multas ou utiliza outros instrumentos para compelir o 
cumprimento da obrigação. Em uma mesma execução, as duas formas 
podem ser utilizadas conforme a circunstância. Para tanto, são assegu-
rados poderes ao juiz:
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I - ordenar o comparecimento das partes;
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à 
dignidade da justiça;
III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações 
em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e da-
dos que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável.
Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas 
necessárias ao cumprimento da ordem de entrega de documentos e dados.
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo 
receber dados sigilosos para os fins da execução, o juiz adotará as medidas 
necessárias para assegurar a confidencialidade.
[...]
16
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos 
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo 
juiz também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se 
situem na mesma região metropolitana.
§ 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de 
força policial, o juiz a requisitará.
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do 
executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se 
for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título ju-
dicial.
Dentre os dispositivos que fixam os poderes do juiz, o que mais 
inova em relação ao Código anterior é justamente o artigo 782, em seus 
parágrafos §3º a §5º, nos quais se autoriza o juiz a inscrever o devedor 
em cadastro de inadimplentes (SPC/SERASA), retirando-se a inscrição 
com o adimplemento, sempre que se estiver diante de execução defini-
tiva (não pode ser provisória) de título judicial (não cabe quanto ao título 
extrajudicial).
PRINCÍPIOS GERAIS DA EXECUÇÃO
a) Princípio da autonomia do processo de execução tradicional 
e princípio da vinculação do cumprimento de sentença: é a natureza do 
título executivo que determinará se a execução será autônoma (fun-
dando novos autos processuais com amplas possibilidades de defesa) 
ou se estará vinculada a processo judicial anterior. Sempre que o título 
executivo for extrajudicial, haverá processo de execução autônomo. Já 
se o título executivo for judicial, a execução não terá autonomia e será 
uma fase processual, havendo cumprimento de sentença.
b) Princípio da patrimonialidade: o devedor responde com os 
seus bens, não com a pessoa. Não se admite mais a coação física, a pes-
soa do devedor é intangível, à exceção do devedor de alimentos (antes, 
o depositário infiel também era uma exceção, não é mais desde a súmula 
vinculante n.º 25, STF). Equivale a dizer que toda execução é real.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presen-
tes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restri-
ções estabelecidas em lei.
c) Princípio do exato adimplemento: o objetivo da execução é 
atribuir ao credor a mesma vantagem ou utilidade que ele lograria se a 
prestação tivesse sido cumprida voluntariamente pelo devedor. Em razão 
17
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
disso, o CPC divide as execuções conforme a espécie da obrigação a 
ser cumprida, categorizando execuções específicas (realização daquilo 
que é objeto do título, isto é, fazer, não fazer ou restituir coisa) e não-es-
pecíficas (mero pagamento em dinheiro, isto é, pagar quantia) e fixando 
o privilégio pela execução específica. De tal forma, o magistrado deve 
empregar todos os esforços para ser cumprida exatamente a obrigação 
colacionada no título e, apenas em último caso, converterá a obrigação 
específica para uma obrigação não específica – ou seja, substituirá a obri-
gação de dar, fazer e não fazer por obrigação de pagar quantia, fixando 
uma espécie de indenização por perdas e danos. A conversão em perdas 
e danos deve ocorrer somente se não for possível cumprir a obrigação 
assegurando o mesmo resultado, ou resultado semelhante, ou quando 
o credor preferir (e com ressalvas). Além disso, a execução não pode se 
estender além do que seja suficiente para o cumprimento da obrigação. 
Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que 
o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer 
ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la. Parágrafo único. Havendo 
recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida 
em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de exe-
cução por quantia certa.
d) Princípio da disponibilidade do processo pelo credor: na exe-
cução, a desistência pode ser feita a qualquer tempo, desde que não 
seja embargada. Assim, ela pode ocorrer após a citação, sem que seja 
necessária a anuência do devedor. Isto porque o interesse é apenas do 
credor, ao menos até que sejam interpostos os embargos, quando o réu 
pode passar a ter interesse pela improcedência. 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execu-
ção ou de apenas alguma medida executiva.
e) Princípio da utilidade: a execução só se justifica se trouxer 
alguma vantagem para o credor. Neste sentido, não se levará a efei-
to a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens 
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da 
execução. Da mesma forma, não se aceitará lance a preço vil, uma vez 
que não é útil para o credor receber um valor insignificante pelo bem do 
devedor, além de ser prejudicialdo bem de família.
Vale destacar que a impenhorabilidade do bem de família não é 
absoluta, se aceitando a penhora para pagamento de pensão alimentí-
cia, para arcar com despesas inerentes ao próprio imóvel (seja de finan-
ciamento ou de hipoteca, seja de impostos e outros custos), para cum-
prir determinação de perdimento em sentença penal condenatória e, 
ainda que criticável seja, para dívida decorrente de fiança em locação.
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade 
familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida 
civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída 
pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e 
nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel 
sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias 
de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso pro-
fissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de trans-
porte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade 
aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que 
sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo 
de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra nature-
105
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
za, salvo se movido:
I – (Revogado);
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento desti-
nado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e 
acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os di-
reitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre 
união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos res-
ponderão pela dívida;
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e 
contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V – para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como 
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI – por ter sido adquirido com produto de crime ou para exe-
cução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou 
perdimento de bens.
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contra-
to de locação.
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sa-
bendo-se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transfe-
rir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, 
transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anu-
lar-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, 
conforme a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, 
a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respec-
tivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da Constituição, 
à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta 
lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela 
entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser 
possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilida-
de recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para 
esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil.
Ordem Preferencial
O CPC fixa uma ordem preferencial de penhora, para o caso 
de serem encontrados diversos bens penhoráveis. A preferência é pela 
106
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
realização da penhora em dinheiro e em títulos e valores, cuja liquidez é 
maior e, por consequência, o quantum será mais facilmente expropria-
do. Após, são buscados outros bens.
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte 
ordem:
I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em insti-
tuição financeira;
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito 
Federal com cotação em mercado;
III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV – veículos de via terrestre;
V – bens imóveis;
VI – bens móveis em geral;
VII – semoventes;
VIII – navios e aeronaves;
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X – percentual do faturamento de empresa devedora;
XI – pedras e metais preciosos;
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e 
venda e de alienação fiduciária em garantia;
XIII – outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas 
demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as 
circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a di-
nheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor 
não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora re-
cairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro 
garantidor, este também será intimado da penhora.
O devedor poderá impugnar a nomeação, se ela não obedecer 
à gradação legal, prevista no art. 835, ou não respeitar a forma menos 
gravosa para o executado. 
Ausência de Bens Penhoráveis e Prescrição Intercorrente
É bastante comum, infelizmente, que não sejam encontrados 
bens penhoráveis. Neste tipo de situação, o oficial de justiça deve fazer 
uma certidão completa relatando os bens que guarnecem a residência da 
pessoa física ou o estabelecimento da pessoa jurídica. O objetivo é permi-
tir ao exequente e ao juiz observarem a situação patrimonial do devedor 
107
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
e verificarem se, de fato, não existem bens que possam ser penhorados.
Art. 836, § 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, inde-
pendentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça 
descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o esta-
belecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
Verificado que, de fato, não há bens penhoráveis, a única pro-
vidência possível é determinar a suspensão da execução. A suspensão 
se dará, inicialmente, pelo prazo de 1 (um) ano e, dentro desse, ficará 
também suspensa a prescrição. Findo tal prazo, o exequente terá que 
se manifestar, se possível requerendo novas medidas que possam ser 
tomadas para encontrar bens penhoráveis. 
Havendo falha numa nova tentativa de achar bens penhoráveis 
ou em caso de ausência de manifestação do exequente, o juiz determi-
nará o arquivamento dos autos. Enquanto os autos estiverem em arquivo, 
corre a prescrição intercorrente, cujo termo inicial será o fim do prazo de 
1 (um) ano de suspensão em caso de não manifestação do exequente 
ou a determinação de arquivamento pelo juiz, apesar da manifestação do 
exequente, caso não sejam novamente encontrados bens penhoráveis.
Os autos podem ser retirados do arquivo a qualquer momento 
para a prática de atos de penhora, caso surjam bens penhoráveis, a 
requerimento do exequente. Contudo, não haverá nova suspensão do 
prazo prescricional, independentemente do número de tentativas frus-
tradas de penhora. Sendo assim, a prescrição irá correr nesse período 
de arquivamento, ainda que ocorram desarquivamentos incidentais, e, 
uma vez prescrita a obrigação, deverá ser extinta a execução.
O executado pode solicitar, se for o caso, o desarquivamento 
do processo para apresentar petição nos autos requerendo o reconhe-
cimento da prescrição intercorrente e, após ouvir o exequente no prazo 
de 15 (quinze) dias, o juiz decidirá sobre a matéria.Também é possível 
que o juiz reconheça a prescrição de ofício, desde que confira prazo de 
15 (quinze) dias para as partes se manifestarem antes. Reconhecida a 
prescrição intercorrente, será extinta a execução.
Art. 921. Suspende-se a execução: [...] III – quando o executa-
do não possuir bens penhoráveis; [...]
§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução 
pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja 
localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o 
juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da 
execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do 
108
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quin-
ze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º 
e extinguir o processo. [...]
Art. 924. Extingue-se a execução quando: [...]
V – ocorrer a prescrição intercorrente.
Documentação, Registro e Depósito da Penhora
Se o credor exerceu a faculdade de indicar na petição inicial 
os bens a serem penhorados (artigo 798, II, “c”, CPC; artigo 524, VII, 
CPC), o oficial de justiça fará que a constrição recaia sobre ditos bens. 
Não havendo tal nomeação, penhorará os que encontrar, em volume 
suficiente para garantir a satisfação do crédito e acessórios.
No viés de informatização do Poder Judiciário, se possível, a 
penhora em dinheiro e as averbações de penhoras de bens móveis e 
imóveis se realizarão por meio eletrônico, conforme as normas do CNJ 
(artigo 837, CPC).
A penhora implica retirada dos bens da posse direta e livre 
disposição do devedor. Por isso, será feita mediante a apreensão e o 
depósito dos bens, seguindo-se a lavratura de um só auto, redigido e 
assinado pelo oficial de justiça (salvo se a apreensão e o depósito se 
derem em dias diferentes, redigindo-se mais de um auto). Naturalmen-
te, também o depositário terá de assiná-lo. 
O auto de penhora elaborado pelo oficial de justiça, deverá 
conter as informações previstas no artigo 838. Quando a nomeação dos 
bens é feita em juízo, por petição deferida pelo juiz, não há a diligência 
do oficial de justiça para realizar a penhora, e então há termo de penho-
ra, redigido pelo escrivão, no bojo do processo.
Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que 
conterá:
I – a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi 
feita;
II – os nomes do exequente e do executado;
III – a descrição dos bens penhorados, com as suas caracte-
rísticas;
IV – a nomeação do depositário dos bens.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreen-
são e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências 
forem concluídas no mesmo dia.
Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavra-
109
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
dos autos individuais.
O depósito dos bens e valores penhorados deve seguir uma 
regra preferencial, geralmente se indicando uma instituição de crédito 
ou um depositário judicial, embora o magistrado possa determinar o de-
pósito de forma diversa, até mesmo designando ao próprio executado 
ou ao exequente.
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I – as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e 
os metais preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal 
ou em banco do qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da 
metade do capital social integralizado, ou, na falta desses estabeleci-
mentos, em qualquer instituição de crédito designada pelo juiz;
II – os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos 
aquisitivos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial;
III – os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis ru-
rais, as máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis 
à atividade agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado.
§ 1o No caso do inciso II do caput, se não houver depositário 
judicial, os bens ficarão em poder do exequente.
§ 2o Os bens poderão ser depositados em poder do executado 
nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.
§ 3o As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser 
depositados com registro do valor estimado de resgate.
O executado será intimado da penhora. Se já tiver advogado 
constituído nos autos, será feita a ele; se não, será feita pessoalmente 
ao executado, de preferência por via postal. Caso o executado esteja 
presente no ato da penhora, não será preciso intimá-lo, considerando-
-se intimado no ato. 
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios le-
gais, dela será imediatamente intimado o executado.
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do execu-
tado ou à sociedade de advogados a que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o execu-
tado será intimado pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora 
realizada na presença do executado, que se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2o 
quando o executado houver mudado de endereço sem prévia comuni-
cação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.
O cônjuge do executado será intimado caso a penhora recaia 
sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, salvo se casados em sepa-
ração absoluta de bens. Poderá, se for o caso, utilizar-se de embargos de 
110
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
terceiro para questionar o ato, cujo prazo correrá a partir desta intimação.
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real 
sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se 
forem casados em regime de separação absoluta de bens.
Cabe a penhora de bem indivisível sobre o qual exista copro-
priedade. O bem será penhorado e o valor da quota-parte será passado 
ao coproprietário alheio à execução, que terá direito de preferência em 
adquirir a quota-parte sujeita à execução e que não será afetado pela 
venda em valor inferior ao da avaliação. 
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equiva-
lente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução 
recairá sobre o produto da alienação do bem.
§ 1o É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não execu-
tado a preferência na arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2o Não será levada a efeito expropriação por preço inferior 
ao da avaliação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao 
coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua 
quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
Se o bem sobre o qual recair a penhora for passível de registro, 
a penhora poderá ser averbada. A averbação dá publicidade à constri-
ção do bem e presume a má-fé as condutas de alienação e oneração, 
que configuram fraude à execução.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por ter-
ceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da 
penhora no registro competente, mediante apresentação de cópia do 
auto ou do termo, independentemente de mandado judicial.
Lugar de Realização da Penhora
A penhora deverá ser efetuada no local em que se encontrem 
os bens, ainda que sob a posse, detenção ou guarda de terceiros. Quan-
do o executado não tiver bens no foro do processo, a execução deverá 
ser feita por meio de carta precatória. A essa regra, porém, o § 1o do 
art. 845 abre exceção, em determinadas situações, para a penhora de 
imóveis e de veículos automotores, mediante termo nos autos.
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontremos bens, 
ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros.
§ 1o A penhora de imóveis, independentemente de onde se 
localizem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a 
penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que 
ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos.
111
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§ 2o Se o executado não tiver bens no foro do processo, não 
sendo possível a realização da penhora nos termos do § 1o, a execu-
ção será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os 
bens no foro da situação.
Ordem de Arrombamento
É possível ao oficial pedir ao juiz ordem de arrombamento.
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de 
obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, 
solicitando-lhe ordem de arrombamento.
§ 1o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o 
mandado, arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem 
os bens, e lavrarão de tudo auto circunstanciado, que será assinado por 
2 (duas) testemunhas presentes à diligência.
§ 2o Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a 
fim de auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens.
§ 3o Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocor-
rência, entregando uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser 
juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a quem couber a apura-
ção criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de resistência.
§ 4o Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com 
a respectiva qualificação.
Modificações da Penhora
Apreendido o bem e entregue ao depositário, lavrado o auto ou 
termo e intimado o devedor, tem-se por perfeita a penhora, que, via de 
regra, é irretratável. Admite-se, contudo, em casos especiais, que a pe-
nhora possa sofrer modificações, particularmente, depois da avaliação, 
sob as formas de substituição de bens, ampliação e redução de seu 
alcance ou, ainda, por sua renovação.
A substituição é uma faculdade que o Código confere, ora ao 
executado, ora ao exequente, de trocar o bem penhorado por dinheiro 
ou outros bens, liberando aqueles originariamente constritos. O art. 847 
trata de situações em que o executado pode requerer a substituição, 
sendo seu dever apresentar provas de propriedade, certidões negativas 
de ônus e encargos, indicando o local onde se encontra o bem que de-
seja ver penhorado em substituição. O fundamento, no caso, é apenas 
a menor onerosidade, garantindo ao devedor o direito de oferecer bem 
112
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
diverso à penhora, desde que lhe seja menos oneroso e o credor não 
seja prejudicado. 
Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado 
da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, 
desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo 
ao exequente.
§ 1o O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I – comprovar as respectivas matrículas e os registros por cer-
tidão do correspondente ofício, quanto aos bens imóveis;
II – descrever os bens móveis, com todas as suas proprieda-
des e características, bem como o estado deles e o lugar onde se en-
contram;
III – descrever os semoventes, com indicação de espécie, de 
número, de marca ou sinal e do local onde se encontram;
IV – identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual 
a origem da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e
V – atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à pe-
nhora, além de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2o Requerida a substituição do bem penhorado, o executado 
deve indicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a 
prova de sua propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, 
bem como abster-se de qualquer atitude que dificulte ou embarace a 
realização da penhora.
§ 3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em 
substituição caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, sal-
vo se o regime for o de separação absoluta de bens.
§ 4o O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o 
requerimento de substituição do bem penhorado.
Já o art. 848 trata de situações em que ambos podem pedir a 
substituição, em especial diante de algum tipo de vício ou irregularidade, ou 
então para facilitar a realização da penhora de modo a satisfazer o credor. 
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora 
se:
I – ela não obedecer à ordem legal;
II – ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou 
ato judicial para o pagamento;
III – havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido 
penhorados;
IV – havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penho-
rados ou objeto de gravame;
V – ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI – fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
113
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
VII – o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qual-
quer das indicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança 
bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do 
débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Em todo caso de substituição, se lavra novo termo (artigo 849, 
CPC).
A ampliação da penhora pode ocorrer quando, após a avalia-
ção, verificar-se que os bens apreendidos são insuficientes para res-
gate integral do direito do credor. Pode compreender a apreensão de 
novos bens para reforço dos já penhorados ou a substituição destes por 
outros mais valiosos.
A redução da penhora também é possível após a avaliação, 
tendo lugar quando se apura que o valor dos bens penhorados é ex-
cessivamente superior ao crédito do exequente e acessórios. A redução 
pode consistir em liberação parcial dos bens avaliados ou em total subs-
tituição por outros de menor valor.
Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, 
bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, 
o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração significativa.
A renovação da penhora é medida de feição extraordinária, 
que consiste em realizar nova penhora na mesma execução, fato que 
é possível, quando: for anulada a primeira penhora (inciso I); executa-
dos os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do 
exequente (inciso II); o exequente desistir da primeira penhora, atitude 
que será lícita por: serem litigiosos os bens ou estarem submetidos a 
constrição judicial (inciso III). Outro caso de nova penhora, não indicado 
pelo Código, mas cuja admissão é irrecusável, é o do perecimento, des-
truição ou subtração do bem primitivamente penhorado.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I – a primeira for anulada;
II – executados os bens, o produto da alienação não bastar 
para o pagamento do exequente;
III – o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigio-
sos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial.
Em regra, os bens penhorados somente serão alienados de-
pois que passados atos de impugnação ou embargos e quando não 
pender mais nenhum questionamento nos autos. Contudo, se os bens 
se sujeitarem à depreciação ou à deterioração, ou se houver manifesta 
vantagem, o juiz pode determinar a alienação antecipada. Se for o caso, 
o valor obtido ficará depositado em juízo até que se resolvam todas as 
controvérsias processuais.
114
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens 
penhorados quando:
I – se tratar de veículos automotores, de pedras e metais precio-
sos e de outros bens móveis sujeitos à depreciaçãoou à deterioração;
II – houver manifesta vantagem.
Em todas as hipóteses de requerimento referente à modifica-
ção de penhora a parte contrária será ouvida, no prazo de 3 (três) dias, 
antes do juiz decidir.
Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medi-
das previstas nesta Subseção, o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 
3 (três) dias, antes de decidir.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão 
suscitada.
Penhora de Dinheiro em Depósito ou em Aplicação Financeira
O art. 835, I e § 1º, CPC, coloca o dinheiro como bem prefe-
rencial e prioritário de penhora, para fins de garantir a execução. Neste 
aspecto, a penhora on-line, usualmente realizada pelo sistema conve-
niado BACEN-JUD, mostra-se como o meio mais eficaz de realizar a 
execução no interesse do exequente. 
O CPC/2015 alterou o procedimento previsto no CPC/1973 ao 
determinar, no caput do art. 854, que o juiz determine às instituições 
financeiras que tornem indisponíveis ativos financeiros existentes em 
nome do executado, dispensando o anteriormente exigido requerimento 
de informações prévias.
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou 
em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar 
ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financei-
ras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora 
do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financei-
ros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade 
ao valor indicado na execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da respos-
ta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibi-
lidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira 
em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executa-
do, este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, 
pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, com-
115
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
provar que:
I – as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II – ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos fi-
nanceiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, 
o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregu-
lar ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte 
e quatro) horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executa-
do, converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade de 
lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição 
financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, trans-
fira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz 
determinará, imediatamente, por sistema eletrônico gerido pela autori-
dade supervisora do sistema financeiro nacional, a notificação da insti-
tuição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a 
indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu 
cancelamento e de determinação de penhora previstas neste artigo far-
-se-ão por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade superviso-
ra do sistema financeiro nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos 
causados ao executado em decorrência da indisponibilidade de ativos 
financeiros em valor superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem 
como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no prazo 
de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o 
juiz, a requerimento do exequente, determinará às instituições financei-
ras, por meio de sistema eletrônico gerido por autoridade supervisora do 
sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos financeiros somente 
em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou 
que tenha dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe ex-
clusivamente a responsabilidade pelos atos praticados, na forma da lei.
Penhora de Créditos
A penhora sobre crédito do devedor é feita, normalmente, por 
intimação ao terceiro obrigado (art. 855, I, CPC) para que não satisfaça 
a obrigação senão por ordem judicial, tornando-se ele, deste momento 
em diante, depositário judicial da coisa ou quantia devida, com todas 
116
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
as responsabilidades inerentes ao cargo. O credor do terceiro, isto é, 
o executado também deve ser intimado para que não pratique ato de 
disposição do crédito. 
Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto 
não ocorrer a hipótese prevista no art. 856, considerar-se-á feita a pe-
nhora pela intimação:
I – ao terceiro devedor para que não pague ao executado, seu 
credor;
II – ao executado, credor do terceiro, para que não pratique ato 
de disposição do crédito.
No caso de o crédito ser representado por um título de crédito, 
em especial letra de câmbio, nota promissória, duplicata ou cheque, 
será feita a apreensão do documento. Afinal, um título de crédito so-
mente se cumpre pela sua apresentação física. Se o terceiro confessar 
dever ao executado em razão de título de crédito, mesmo que o docu-
mento não seja apreendido, somente se exonerará da obrigação pelo 
depósito em juízo do valor.
Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câm-
bio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela 
apreensão do documento, esteja ou não este em poder do executado.
§ 1o Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a 
dívida, será este tido como depositário da importância.
§ 2o O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em 
juízo a importância da dívida.
§ 3o Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, 
a quitação que este lhe der caracterizará fraude à execução.
§ 4o A requerimento do exequente, o juiz determinará o compa-
recimento, em audiência especialmente designada, do executado e do 
terceiro, a fim de lhes tomar os depoimentos.
Se o crédito do executado decorrer de outro processo em fase 
executiva, haverá sub-rogação dos direitos de recebê-lo para o exe-
quente.
Art. 857. Feita a penhora em direito e ação do executado, e não 
tendo ele oferecido embargos ou sendo estes rejeitados, o exequente fica-
rá sub-rogado nos direitos do executado até a concorrência de seu crédito.
§ 1o O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a alie-
nação judicial do direito penhorado, caso em que declarará sua vontade 
no prazo de 10 (dez) dias contado da realização da penhora.
§ 2o A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber 
o crédito do executado, de prosseguir na execução, nos mesmos autos, 
penhorando outros bens.
Se o crédito decorrer de dívidas pagas com juros, rendas ou 
117
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
prestações periódicas (claro, aquelas que não sejam abrangidas por im-
penhorabilidade) será possível que o exequente levante periodicamente 
os valores.
Art. 858. Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro 
a juros, de direito a rendas ou de prestações periódicas, o exequente 
poderá levantar os juros, os rendimentos ou as prestações à medida 
que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as importâncias 
recebidas, conforme as regras de imputação do pagamento.
Se o crédito decorrer do direito de receber uma prestação qual-
quer (fazer ou não fazer) ou a restituição de uma coisa, o executado 
deverá depositá-la em juízo.
Art. 859. Recaindo a penhora sobre direito a prestação ou a 
restituição de coisa determinada, o executado será intimado para, no 
vencimento, depositá-la, correndo sobre ela a execução.
Se o executado estiverpleiteando direito em juízo, a penhora 
pode ser averbada em destaque nos autos. Caso receba sua pretensão, 
será usada para pagar o credor exequente.
Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a 
penhora que recair sobre ele será averbada, com destaque, nos autos 
pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a fim de que 
esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a 
caber ao executado.
Penhora das Quotas ou das Ações de Sociedades Personificadas
As ações de sociedades anônimas sempre foram havidas como 
bens patrimoniais comerciáveis e, como tal, passíveis de penhora. Dis-
cutiu-se, no passado, sobre a penhorabilidade, ou não, das quotas de 
outras sociedades empresárias. A polêmica restou superada depois que 
a Lei nº 11.382/2006, deu nova redação ao CPC/1973 para prever, ex-
pressamente, a penhora sobre “ações e quotas de sociedades empre-
sárias”. O CPC/2015 manteve-se na mesma linha do Código anterior e 
trouxe como novidade o estabelecimento de procedimento específico 
para a realização dessa penhora.
Art. 861. Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em so-
ciedade simples ou empresária, o juiz assinará prazo razoável, não su-
perior a 3 (três) meses, para que a sociedade:
I – apresente balanço especial, na forma da lei;
II – ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observa-
do o direito de preferência legal ou contratual;
III – não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, 
118
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
proceda à liquidação das quotas ou das ações, depositando em juízo o 
valor apurado, em dinheiro.
§ 1o Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a socie-
dade poderá adquiri-las sem redução do capital social e com utilização 
de reservas, para manutenção em tesouraria.
§ 2o O disposto no caput e no § 1o não se aplica à sociedade 
anônima de capital aberto, cujas ações serão adjudicadas ao exequente 
ou alienadas em bolsa de valores, conforme o caso.
§ 3o Para os fins da liquidação de que trata o inciso III do caput, o 
juiz poderá, a requerimento do exequente ou da sociedade, nomear admi-
nistrador, que deverá submeter à aprovação judicial a forma de liquidação.
§ 4o O prazo previsto no caput poderá ser ampliado pelo juiz, 
se o pagamento das quotas ou das ações liquidadas:
I – superar o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a 
legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação; ou
II – colocar em risco a estabilidade financeira da sociedade 
simples ou empresária.
§ 5o Caso não haja interesse dos demais sócios no exercício 
de direito de preferência, não ocorra a aquisição das quotas ou das 
ações pela sociedade e a liquidação do inciso III do caput seja exces-
sivamente onerosa para a sociedade, o juiz poderá determinar o leilão 
judicial das quotas ou das ações.
Penhora de Empresa, de Outros Estabelecimentos e de Semoventes
Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, indus-
trial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifício em 
construção, o depositário será um administrador nomeado pelo juiz. A 
preocupação do legislador aqui é com a continuidade da exploração eco-
nômica, que não deve ser tolhida pela penhora, em face da função social 
que desempenham as empresas comerciais, industriais e agropastoris. 
A este administrador incumbe organizar o plano de administra-
ção, no prazo de dez dias após a investidura na função. Sobre tal plano 
serão ouvidas as partes da execução, cabendo ao juiz decidir sobre as 
dúvidas e divergências suscitadas. Podem as partes, outrossim, ajustar 
entre si a forma de administração, escolhendo depositário de sua con-
fiança. Esta solução, naturalmente, só tem cabimento quando haja in-
teiro e expresso acordo de ambas as partes, caso em que o juiz apenas 
homologará por despacho a deliberação dos interessados. 
O Código vigente foi omisso a respeito dos emolumentos do 
administrador, mas é crucial que haja uma remuneração para sua quase 
119
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
sempre pesada e onerosa função, a qual, à falta de regulamentação, 
deverá ser arbitrada pelo juiz.
Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comer-
cial, industrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edi-
fícios em construção, o juiz nomeará administrador-depositário, determi-
nando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de administração.
§ 1o Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2o É lícito às partes ajustar a forma de administração e es-
colher o depositário, hipótese em que o juiz homologará por despacho 
a indicação.
§ 3o Em relação aos edifícios em construção sob regime de 
incorporação imobiliária, a penhora somente poderá recair sobre as uni-
dades imobiliárias ainda não comercializadas pelo incorporador.
§ 4o Sendo necessário afastar o incorporador da administração 
da incorporação, será ela exercida pela comissão de representantes 
dos adquirentes ou, se se tratar de construção financiada, por empresa 
ou profissional indicado pela instituição fornecedora dos recursos para 
a obra, devendo ser ouvida, neste último caso, a comissão de represen-
tantes dos adquirentes.
Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante con-
cessão ou autorização far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a 
renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, e o juiz 
nomeará como depositário, de preferência, um de seus diretores.
§ 1o Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determi-
nados bens, o administrador-depositário apresentará a forma de admi-
nistração e o esquema de pagamento, observando-se, quanto ao mais, 
o disposto em relação ao regime de penhora de frutos e rendimentos de 
coisa móvel e imóvel.
§ 2o Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a 
execução em seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação 
ou da adjudicação, o ente público que houver outorgado a concessão.
Entre os bens empresariais que podem ser penhorados estão 
os navios e as aeronaves, que poderão operar até a alienação, desde 
que segurados.
Art. 864. A penhora de navio ou de aeronave não obsta que 
continuem navegando ou operando até a alienação, mas o juiz, ao con-
ceder a autorização para tanto, não permitirá que saiam do porto ou do 
aeroporto antes que o executado faça o seguro usual contra riscos.
De toda forma, a penhora de empresa, de outros estabeleci-
mentos e de semoventes é excepcional, devendo ser determinada em 
último caso.
Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será 
120
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
determinada se não houver outro meio eficaz para a efetivação do crédito.
Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa
A penhora sobre parte do faturamento da empresa devedora é 
permitida, desde que, cumulativamente, se cumpram os seguintes re-
quisitos: inexistência de outros bens penhoráveis, ou, se existirem, se-
jam eles de difícil execução ou insuficientes a saldar o crédito exequen-
do; nomeação de administrador-depositário com função de estabelecer 
um esquema de pagamento; o percentual fixado sobre o faturamento 
não pode inviabilizar o exercício da atividade empresarial.
A penhora de percentual do faturamento figura em décimo lu-
gar na ordem de preferência do art. 835, de sorte que, havendo bens 
livres de menor gradação, não será o caso de recorrer à constrição da 
receita da empresa, que, sem maiores cautelas, pode comprometer o 
seu capital de giro e inviabilizar a continuidade de sua normal atividade 
econômica. É por isso que se impõe a nomeação de um depositário 
administrador que haverá de elaborar o plano de pagamento a ser sub-
metido à apreciação e aprovação do juiz da execução. 
Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou 
se, tendo-os, essesforem de difícil alienação ou insuficientes para sal-
dar o crédito executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual 
de faturamento de empresa.
§ 1o O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédi-
to exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercí-
cio da atividade empresarial.
§ 2o O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submete-
rá à aprovação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensal-
mente, entregando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos 
balancetes mensais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.
§ 3o Na penhora de percentual de faturamento de empresa, 
observar-se-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora 
de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
Penhora de Frutos e Rendimentos de Coisa Móvel ou Imóvel
O Código prevê a possibilidade de o juiz, em vez de ordenar a 
penhora sobre bem móvel ou imóvel, determinar que a constrição recaia 
sobre os frutos ou rendimentos desses bens, como forma de conciliar 
a efetividade da execução com o princípio da menor onerosidade ao 
121
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
devedor. 
Essa penhora consiste num ato de expropriação executiva em 
que se institui direito pessoal temporário sobre o bem penhorado em fa-
vor do exequente, a fim de que este possa receber seu crédito por meio 
das rendas decorrentes deste bem.
Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimen-
tos de coisa móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para o 
recebimento do crédito e menos gravosa ao executado.
Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz no-
meará administrador-depositário, que será investido de todos os poderes 
que concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilida-
des, perdendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente 
seja pago do principal, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
§ 1o A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da 
publicação da decisão que a conceda ou de sua averbação no ofício 
imobiliário, em caso de imóveis.
§ 2o O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliá-
rio mediante a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, indepen-
dentemente de mandado judicial.
Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o 
exequente ou o executado, ouvida a parte contrária, e, não havendo 
acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho da função.
§ 1o O administrador submeterá à aprovação judicial a forma 
de administração e a de prestar contas periodicamente.
§ 2o Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o 
administrador, o juiz decidirá a melhor forma de administração do bem.
§ 3o Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel 
diretamente ao exequente, salvo se houver administrador.
§ 4o O exequente ou o administrador poderá celebrar locação 
do móvel ou do imóvel, ouvido o executado.
§ 5o As quantias recebidas pelo administrador serão entregues 
ao exequente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida.
§ 6o O exequente dará ao executado, por termo nos autos, 
quitação das quantias recebidas.
AVALIAÇÃO
A avaliação corresponde à estimativa pecuniária do bem pe-
nhorado, isto é, é o ato em que se atribui ao bem penhorado valor es-
timado, de forma a verificar se a penhora foi suficiente e partir para a 
expropriação com vistas a satisfazer o credor. Entre outros motivos, a 
122
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
avaliação é indispensável porque seu valor determina o valor mínimo da 
1ª hasta do leilão, tal como o valor da adjudicação.
Em regra, a avaliação é feita pelo próprio oficial de justiça, se 
possível, no mesmo auto que conste a penhora. O juiz apenas nomeará 
avaliador se forem necessários conhecimentos especializados, fixando 
prazo de 10 (dez) dias para a entrega do laudo. Neste caso, as partes 
poderão valer-se de assistentes técnicos.
Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.
Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos espe-
cializados e o valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, 
fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.
Considerando que as partes podem apresentar bens à penhora 
com valor relacionado, se a outra não questionar, não é preciso fazer 
avaliação (embora o juiz possa optar por ela de toda forma). Também se 
dispensa se os títulos ou mercadorias tiverem cotação em bolsa; em se 
tratando de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos 
de crédito negociáveis em bolsa; veículos ou outros bens cujo preço de 
mercado seja conhecido (ex.: tabela FIPE para preço de veículo usado).
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
I – uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II – se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação 
em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
III – se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades 
e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação 
oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
IV – se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo 
preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas 
realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em 
meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação 
o encargo de comprovar a cotação de mercado.
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, 
a avaliação poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz 
quanto ao real valor do bem.
Como dito, se possível, a penhora e a avaliação se dão em con-
junto, anexando o oficial de justiça ao auto os laudos e as vistorias efetu-
ados. Se possível a divisão, o oficial poderá fazer proposta de desmem-
bramento e indicar o valor de cada quota-parte, sendo as partes ouvidas.
Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará 
de vistoria e de laudo anexados ao auto de penhora ou, em caso de pe-
rícia realizada por avaliador, de laudo apresentado no prazo fixado pelo 
juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especificar:
I – os bens, com as suas características, e o estado em que se 
123
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
encontram;
II - o valor dos bens.
§ 1o Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a ava-
liação, tendo em conta o crédito reclamado, será realizada em partes, 
sugerindo-se, com a apresentação de memorial descritivo, os possíveis 
desmembramentos para alienação.
§ 2o Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a 
proposta de desmembramento, as partes serão ouvidas no prazo de 5 
(cinco) dias.
A regra é que a avaliação se dê uma única vez, mas é possível 
nova avaliação se arguido erro ou dolo do avaliador, se o valor do bem 
aumentar ou diminuir ou se o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor. A 
nova avaliação não substitui a primeira avaliação e ambas devem ser 
analisadas em conjunto no caso de dúvida do juiz.
Art. 873. É admitida nova avaliação quando:
I – qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrên-
cia de erro na avaliação ou dolo do avaliador;
II – se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majora-
ção ou diminuição no valor do bem;
III – o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem 
na primeira avaliação.
Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista 
no inciso III do caput deste artigo.
A principal finalidade da avaliação é verificar se há insuficiência 
ou excesso de penhora, efetuando-se ampliação ou redução se for o caso. 
Por isso, as partes terão oportunidade para se manifestarem sobre a ava-
liação e o juiz poderá fazer sua majoração ou redução se necessário. Após 
isso, partem-separa os atos de expropriação dos bens penhorados.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do 
interessado e ouvida a parte contrária, mandar:
I – reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para 
outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior 
ao crédito do exequente e dos acessórios;
II – ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valio-
sos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início 
aos atos de expropriação do bem.
EXPROPRIAÇÃO
Encerrada a avaliação, inicia-se a expropriação. Nesta fase, é 
124
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
promovida a satisfação do credor pela entrega de bens do devedor, pela 
venda particular ou pública deles ou pelo usufruto dos mesmos.
A ordem de preferência prevista no CPC é a seguinte: adjudi-
cação, alienação por iniciativa particular e alienação em hasta pública 
(artigo 881, CPC). A ideia é não apenas conferir maior agilidade e eco-
nomicidade à execução, pois a hasta pública tem muitas formalidades e 
gera muitas despesas processuais, mas também a de evitar, o máximo 
possível, a venda do bem por valor menor que o devido. 
Adjudicação
A adjudicação se realiza com a transferência do bem penhorado, 
móvel ou imóvel, ao credor. O bem não tem seu valor convertido em di-
nheiro, mas transferido diretamente ao credor ou aos demais legitimados, 
que são: credor hipotecário; credores concorrentes que penhoraram o 
mesmo bem; cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente do exe-
cutado; sócios, no caso de penhora de quotas da sociedade empresária. 
Se houver mais de um requerente, será feita licitação entre 
eles e, sendo idêntica a proposta, haverá preferência nesta ordem: côn-
juge/companheiro, descendente, ascendente.
A adjudicação deve ser feita a requerimento do interessado e 
não ter valor inferior ao da avaliação. O executado será intimado do re-
querimento, em regra, na pessoa de seu advogado. Pode ser requerida 
a adjudicação da avaliação até a alienação do bem. 
Quando o adjudicante for o credor, se o valor do bem for infe-
rior ao da dívida, a execução prossegue; se for superior, o credor de-
positará o saldo remanescente. Quando for um terceiro, o valor total do 
bem deverá ser depositado. 
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao 
da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1o Requerida a adjudicação, o executado será intimado do 
pedido:
I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado consti-
tuído nos autos;
II – por carta com aviso de recebimento, quando representado 
pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos 
autos;
III – por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 
246, não tiver procurador constituído nos autos.
§ 2o Considera-se realizada a intimação quando o executado 
houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, obser-
125
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
vado o disposto no art. 274, parágrafo único.
§ 3o Se o executado, citado por edital, não tiver procurador 
constituído nos autos, é dispensável a intimação prevista no § 1o.
§ 4o Se o valor do crédito for:
I – inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação deposita-
rá de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado;
II – superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo 
remanescente.
§ 5o Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados 
no art. 889, incisos II a VIII, pelos credores concorrentes que hajam 
penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos des-
cendentes ou pelos ascendentes do executado.
§ 6o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a lici-
tação entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o 
cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem.
§ 7o No caso de penhora de quota social ou de ação de socie-
dade anônima fechada realizada em favor de exequente alheio à socie-
dade, esta será intimada, ficando responsável por informar aos sócios a 
ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência.
As partes serão intimadas e, passados 5 (cinco) dias, após de-
cididas eventuais questões, o juiz decidirá. Se deferir a adjudicação, será 
firmado auto de adjudicação, expedindo-se carta de adjudicação e manda-
do de imissão na posse (bem imóvel) ou ordem de entrega (bem móvel).
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da 
última intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a la-
vratura do auto de adjudicação.
§ 1o Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavra-
tura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou 
chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
I – a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, 
quando se tratar de bem imóvel;
II – a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de 
bem móvel.
§ 2o A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com 
remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adju-
dicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
§ 3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado po-
derá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço 
igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior 
lance oferecido.
§ 4o Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hi-
potecário, o direito de remição previsto no § 3o será deferido à massa 
126
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o pre-
ço da avaliação do imóvel.
Se as tentativas de alienação do bem não forem frutíferas, é 
possível reabrir a oportunidade para a adjudicação, inclusive se pleite-
ando nova avaliação.
Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será 
reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que 
também se poderá pleitear a realização de nova avaliação.
Alienação
Basicamente, a alienação ocorre quando o bem penhorado é ven-
dido e o valor obtido com tal venda é utilizado para pagar o débito exequen-
do. A preferência é pela alienação por iniciativa particular, que tem menores 
chances de desvalorização e é menos burocrática. Se não for possível, 
será feita em hasta pública, por leilão judicial eletrônico ou presencial.
Art. 879. A alienação far-se-á:
I – por iniciativa particular;
II – em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Na alienação por iniciativa particular, a venda pode ser reali-
zada por iniciativa do credor (corretor de sua escolha se não houver 
nenhum credenciado na localidade) ou por intermédio de corretores 
credenciados perante a autoridade judiciária (com exercício profissio-
nal não inferior a 3 anos). O juiz estabelecerá as regras para a venda 
(preço, publicidade, condições de pagamento, comissões da correta-
gem). O valor nunca poderá ser inferior ao da avaliação. Consumada 
a alienação, o negócio será formalizado por meio de termo nos autos, 
expedindo-se carta de alienação e mandado de imissão na posse (bem 
imóvel) ou ordem de entrega (bem móvel).
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá re-
querer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corre-
tor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.
§ 1o O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetiva-
da, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamen-
to, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
§ 2o A alienação será formalizada por termo nos autos, com a 
assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, 
do executado, expedindo-se:
I – a carta de alienação eo mandado de imissão na posse, 
quando se tratar de bem imóvel;
II – a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem 
127
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
móvel.
§ 3o Os tribunais poderão editar disposições complementares 
sobre o procedimento da alienação prevista neste artigo, admitindo, 
quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o 
credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão 
estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos.
§ 4o Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro 
público credenciado nos termos do § 3o, a indicação será de livre esco-
lha do exequente.
Não ocorrendo nenhuma das hipóteses anteriores, será de-
signado leilão judicial para a alienação forçada dos bens penhorados. 
Assim, os bens penhorados são transformados em pecúnia para a satis-
fação da dívida. Salvo no caso de bens alienáveis em bolsa de valores, 
o leilão judicial será conduzido por leiloeiro público.
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada 
a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
§ 1o O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro 
público.
§ 2o Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de 
bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público.
A preferência é a realização do leilão judicial por meio eletrô-
nico, em detrimento do presencial, por seu menor custo e maior abran-
gência de interessados.
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrô-
nico, o leilão será presencial.
§ 1o A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, 
observando-se as garantias processuais das partes, de acordo com re-
gulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos 
requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com obser-
vância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo 
juiz.
O juiz designará o leiloeiro público, mas o exequente poderá 
fazer indicação. Este leiloeiro terá atribuições, conforme descritas no ar-
tigo 884, recebendo comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que 
poderá ser indicado pelo exequente.
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público:
I – publicar o edital, anunciando a alienação;
II – realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar 
designado pelo juiz;
128
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
III – expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mer-
cadorias;
IV – receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, 
o produto da alienação;
V – prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrema-
tante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
No ato de determinação do leilão judicial, o juiz deve fixar o preço 
mínimo, as condições de pagamento e as garantias a serem prestadas pelo 
arrematante, sendo que o leiloeiro deverá se guiar por tais delimitações.
Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as 
condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo 
arrematante.
O leilão é precedido da publicação de edital, tornando pública 
a venda forçada, buscando interessados na arrematação. O edital deve 
conter, sob pena de nulidade: descrição completa do bem, local do bem 
ou explicitação do processo no qual o bem foi penhorado, data e local 
da praça, ou leilão, ou site em que acontecerá, além da menção de ônus 
eventuais existentes quanto ao bem. 
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que 
conterá:
I – a descrição do bem penhorado, com suas características, 
e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à 
matrícula e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo 
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, 
a comissão do leiloeiro designado;
III – o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semo-
ventes e, tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos 
do processo em que foram penhorados;
IV – o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em 
que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipó-
tese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presen-
cial, para a hipótese de não haver interessado no primeiro;
VI – menção da existência de ônus, recurso ou processo pen-
dente sobre os bens a serem leiloados.
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títu-
los negociados em bolsa, constará do edital o valor da última cotação.
A publicação deve ocorrer com antecedência mínima de 5 dias, 
de preferência na rede mundial de computadores em sítio oficial. Não 
sendo possível, o edital pode ser afixado no local de costume e publica-
129
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
do em jornal de grande circulação local, sem prejuízo de divulgação em 
rádio e TV, se possível. Devem ser tomadas providências para a mais 
ampla divulgação, conforme os usos e costumes locais.
Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências 
para a ampla divulgação da alienação.
§ 1o A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) 
dias antes da data marcada para o leilão.
§ 2o O edital será publicado na rede mundial de computadores, 
em sítio designado pelo juízo da execução, e conterá descrição deta-
lhada e, sempre que possível, ilustrada dos bens, informando expressa-
mente se o leilão se realizará de forma eletrônica ou presencial.
§ 3o Não sendo possível a publicação na rede mundial de com-
putadores ou considerando o juiz, em atenção às condições da sede 
do juízo, que esse modo de divulgação é insuficiente ou inadequado, o 
edital será afixado em local de costume e publicado, em resumo, pelo 
menos uma vez em jornal de ampla circulação local.
§ 4o Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede 
do juízo, o juiz poderá alterar a forma e a frequência da publicidade 
na imprensa, mandar publicar o edital em local de ampla circulação de 
pessoas e divulgar avisos em emissora de rádio ou televisão local, bem 
como em sítios distintos do indicado no § 2o.
§ 5o Os editais de leilão de imóveis e de veículos automoto-
res serão publicados pela imprensa ou por outros meios de divulgação, 
preferencialmente na seção ou no local reservados à publicidade dos 
respectivos negócios.
§ 6o O juiz poderá determinar a reunião de publicações em 
listas referentes a mais de uma execução.
Será publicada a transferência do leilão que não se realize. Se 
não ocorrer por culpa do escrivão, do chefe da secretaria ou do leiloeiro, 
o juiz poderá aplicar pena de suspensão em procedimento administrativo.
Art. 888. Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz 
mandará publicar a transferência, observando-se o disposto no art. 887.
Parágrafo único. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro 
que culposamente der causa à transferência responde pelas despesas 
da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de suspensão por 
5 (cinco) dias a 3 (três) meses, em procedimento administrativo regular.
Embora seja direito do executado ser intimado da alienação 
judicial, sua intimação não pode ser óbice à realização do ato. Em regra, 
será dirigida ao advogado, mas, em situações que isso não seja possí-
vel, o próprio edital do leilão pode ser considerado como intimação. 
Também devem ser intimados os proprietários quando a penho-
ra recair sobre direito real sobre coisa alheia em sua propriedade, os titu-
130
E
XEC
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
lares de direitos reais sobre a coisa alheia, quando a penhora recair sobre 
a propriedade alheia onde se detém o direito, o coproprietário do bem 
indivisível, os credores com garantia real, os promitentes compradores e 
vendedores, além do poder público no caso de bem tombado. Em todos 
os casos, a intimação se dá com antecedência de 5 (cinco) dias.
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo 
menos 5 (cinco) dias de antecedência:
I – o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver 
procurador constituído nos autos, por carta registrada, mandado, edital 
ou outro meio idôneo;
II – o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido pe-
nhorada fração ideal;
III – o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de 
superfície, concessão de uso especial para fins de moradia ou conces-
são de direito real de uso, quando a penhora recair sobre bem gravado 
com tais direitos reais;
IV – o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de 
superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia 
ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre tais 
direitos reais;
V – o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou 
com penhora anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre 
bens com tais gravames, caso não seja o credor, de qualquer modo, 
parte na execução;
VI – o promitente comprador, quando a penhora recair sobre 
bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
VII – o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre 
direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
VIII – a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de 
bem tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado 
constituído, não constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não 
sendo ele encontrado no endereço constante do processo, a intimação 
considerar-se-á feita por meio do próprio edital de leilão.
Podem ser licitantes todas as pessoas, físicas (maiores e capa-
zes) ou jurídicas, que tenham interesse na aquisição da coisa. Contudo, 
há situações nas quais, devido a conflitos de interesses, determinados 
sujeitos não podem licitar: os tutores, curadores, testamenteiros, adminis-
tradores, síndicos ou liquidantes, quanto aos bens confiados a sua guar-
da e responsabilidade; os mandatários, quanto aos bens de cuja admi-
nistração ou alienação estejam encarregados; juiz, membro do Ministério 
Público e da Defensoria Pública, escrivão e demais servidores e auxilia-
131
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
res da Justiça; servidores públicos quanto aos bens vinculados à unidade 
federativa da qual seja serventuário; leiloeiros e advogados das partes. 
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administra-
ção de seus bens, com exceção:
I – dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos admi-
nistradores ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda 
e à sua responsabilidade;
II – dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração 
ou alienação estejam encarregados;
III – do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria 
Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e 
auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação 
na localidade onde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV – dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos 
direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua ad-
ministração direta ou indireta;
V – dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja 
venda estejam encarregados;
VI – dos advogados de qualquer das partes.
O bem não pode ser arrematado por preço vil, considerando-se 
vil o preço abaixo do mínimo fixado pelo juiz ou, se não fixado, inferior 
a 50% do valor avaliado.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo 
estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço 
mínimo, considera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor 
da avaliação.
A regra é do pagamento imediato do bem pelo arrematante. O 
exequente pode arrematar os bens (às vezes, não teve interesse na ad-
judicação porque não haveria redução do preço, mas pode ter interesse 
na arrematação no leilão) e não terá que depositar o valor em juízo, 
salvo se o valor dos bens exceder o do seu crédito.
Se houver mais de um interessado, se fará licitação. Havendo 
proposta idêntica, terá preferência, nesta ordem: cônjuge/companheiro, 
descendente, ascendente. A União, o Estado e o Município, nesta or-
dem, terão preferência pela arrematação de bem tombado.
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o 
pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por de-
pósito judicial ou por meio eletrônico.
§ 1o Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, 
não estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exce-
der ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob 
132
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-
-á novo leilão, à custa do exequente.
§ 2o Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles 
à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o 
companheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem.
§ 3o No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e 
os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arremata-
ção, em igualdade de oferta.
Em se tratando de vários bens, a prioridade é de quem preferir 
arrematar todos (pelo preço da avaliação ou, se houver, o de maior lance).
Art. 893. Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um 
lançador, terá preferência aquele que se propuser a arrematá-los todos, 
em conjunto, oferecendo, para os bens que não tiverem lance, preço igual 
ao da avaliação e, para os demais, preço igual ao do maior lance que, na 
tentativa de arrematação individualizada, tenha sido oferecido para eles.
É possível a divisão de bem imóvel do executado para leilão 
judicial de parcela suficiente para arcar com o débito e as despesas da 
execução. 
Art. 894. Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a 
requerimento do executado, ordenará a alienação judicial de parte dele, 
desde que suficiente para o pagamento do exequente e para a satisfa-
ção das despesas da execução.
§ 1o Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em 
sua integridade.
§ 2o A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de 
permitir a avaliação das glebas destacadas e sua inclusão no edital, e, 
nesse caso, caberá ao executado instruir o requerimento com planta e 
memorial descritivo subscritos por profissional habilitado.
A regra é a de pagamento total imediato após a arrematação, 
mas é possível que o interessado, antes do leilão, apresente propos-
ta de parcelamento. Se for primeiro leilão, a proposta não poderá ser 
menor que o preço da avaliação. Se for segundo leilão, a proposta não 
poderá ofertar preço vil.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em pres-
tações poderá apresentar, por escrito:
I – até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem 
por valor não inferior ao da avaliação;
II – até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do 
bem por valor que não seja considerado vil.
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de paga-
mento de pelo menos vinte e cinco por cento do valor do lance à vista 
e o restante parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução 
133
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
ÇA
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, 
quando se tratar de imóveis.
§ 2o As propostas para aquisição em prestações indicarão o 
prazo, a modalidade, o indexador de correção monetária e as condições 
de pagamento do saldo.
§ 3o (VETADO).
§ 4o No caso de atraso no pagamento de qualquer das presta-
ções, incidirá multa de dez por cento sobre a soma da parcela inadim-
plida com as parcelas vincendas.
§ 5o O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolu-
ção da arrematação ou promover, em face do arrematante, a execução 
do valor devido, devendo ambos os pedidos ser formulados nos autos 
da execução em que se deu a arrematação.
§ 6o A apresentação da proposta prevista neste artigo não sus-
pende o leilão.
§ 7o A proposta de pagamento do lance à vista sempre preva-
lecerá sobre as propostas de pagamento parcelado.
§ 8o Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I – em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajo-
sa, assim compreendida, sempre, a de maior valor;
II – em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em pri-
meiro lugar.
§ 9o No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos 
pelo arrematante pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, 
e os subsequentes, ao executado.
Se o imóvel pertencer a incapaz deve ser arrematado por no 
mínimo 80% do valor da avaliação, sob pena de adiamento do leilão ju-
dicial por até 1 (um) ano, mas é possível a prestação de caução idônea 
nesse intervalo por parte de interessado em arrematar o bem (se não 
arrematar, será multado – 20% do valor da avaliação).
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão 
pelo menos oitenta por cento do valor da avaliação, o juiz o confiará à 
guarda e à administração de depositário idôneo, adiando a alienação 
por prazo não superior a 1 (um) ano.
§ 1o Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, 
mediante caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará a alie-
nação em leilão.
§ 2o Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz im-
por-lhe-á multa de vinte por cento sobre o valor da avaliação, em bene-
fício do incapaz, valendo a decisão como título executivo.
§ 3o Sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o, o juiz poderá 
autorizar a locação do imóvel no prazo do adiamento.
134
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
§ 4o Findo o prazo do adiamento, o imóvel será submetido a 
novo leilão.
São proibidos de fazer lances o arrematante e o fiador remis-
sos, isto é, os que não pagarem pelo bem adquirido na hasta pública no 
prazo estabelecido, sem prejuízo da perda da caução.
Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no 
prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exequente, a perda 
da caução, voltando os bens a novo leilão, do qual não serão admitidos 
a participar o arrematante e o fiador remissos.
O fiador do arrematante pode requerer para si a arrematação se 
pagar o valor do lance e a multa. É justo, afinal, ele pagou o preço e deve fi-
car com o bem, sob pena de enriquecimento ilícito do arrematante remisso.
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e 
a multa poderá requerer que a arrematação lhe seja transferida.
Supondo que haja vários bens penhorados, suspende-se a ar-
rematação quando já se obtiver valor suficiente para pagar o credor e 
as despesas da execução.
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da 
alienação dos bens for suficiente para o pagamento do credor e para a 
satisfação das despesas da execução.
O leilão não pode exceder o horário do expediente forense.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma 
hora em que teve início, independentemente de novo edital, se for ultra-
passado o horário de expediente forense.
Após o leilão, expede-se o auto de arrematação. 
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de 
imediato e poderá abranger bens penhorados em mais de uma execu-
ção, nele mencionadas as condições nas quais foi alienado o bem.
§ 1o A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrema-
tação do bem imóvel, com o respectivo mandado de imissão na posse, 
será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias 
pelo arrematante, bem como realizado o pagamento da comissão do 
leiloeiro e das demais despesas da execução.
§ 2o A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com 
remissão à sua matrícula ou individuação e aos seus registros, a cópia do 
auto de arrematação e a prova de pagamento do imposto de transmissão, 
além da indicação da existência de eventual ônus real ou gravame.
É assegurado ao devedor o direito de remir seu bem hipoteca-
do que seja arrematado em leilão, por igual preço.
Art. 902. No caso de leilão de bem hipotecado, o executado 
poderá remi-lo até a assinatura do auto de arrematação, oferecendo 
preço igual ao do maior lance oferecido.
135
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Parágrafo único. No caso de falência ou insolvência do deve-
dor hipotecário, o direito de remição previsto no caput defere-se à mas-
sa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o 
preço da avaliação do imóvel.
A assinatura do auto de arrematação pelo juiz, pelo arrematan-
te e pelo leiloeiro torna a arrematação perfeita, acabada e irretratável. 
Se após a arrematação forem julgados procedentes embargos à exe-
cução, o embargante/executado poderá haver do exequente o produto 
recebido, bem como eventual diferença entre o produto e o valor da 
avaliação. Ou seja, nem mesmo o julgamento dos embargos favorável 
ao executado pode desfazer a arrematação. Contudo, poderá ser in-
validada por vícios, devidamente invocados nos autos. A alegação de 
vício para obstar a arrematação é ato atentatório à dignidade da justiça 
(multa – 20% – a favor do exequente).
Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado 
o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será 
considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser 
julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma 
de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de repara-
ção pelos prejuízos sofridos.
§ 1o Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a 
arrematação poderá, no entanto, ser:
I – invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II – considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 
804 (credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado);
III – resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada 
a caução.
§ 2o O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1o, se for 
provocado em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3o Passado o prazo previsto no § 2o sem que tenha havido 
alegação de qualquer das situações previstas no § 1o, será expedida a 
carta de arrematação e, conforme o caso, a ordem de entrega ou man-
dado de imissão na posse.
§ 4o Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem 
de entrega, a invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação 
autônoma, em cujo processo o arrematante figurará como litisconsorte 
necessário.
§ 5o O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe 
imediatamente devolvido o depósito que tiver feito:
I – se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus 
real ou gravame não mencionado no edital;
II – se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem 
136
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
de entrega, o executado alegar alguma das situações previstas no § 1o;
III – uma vez citado para responder a ação autônoma de que 
trata o § 4o deste artigo, desde que apresente a desistência no prazo de 
que dispõe para responder a essa ação.
§ 6o Considera-se ato atentatórioao devedor a perda de seu patrimônio.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar eviden-
te que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente 
absorvido pelo pagamento das custas da execução. 
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
f) Princípio da menor onerosidade: quando por vários meios, 
o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo 
modo menos gravoso para o devedor, isto é, a execução deve onerar 
18
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
o mínimo possível o devedor. Contudo, não se pode perder de vista 
que a execução busca satisfazer o credor e, de qualquer modo, será 
incômoda e onerosa para o devedor. O que a execução não pode é ser 
gravosa, atentar contra o exato adimplemento ou incomodar desneces-
sariamente o devedor, humilhá-lo ou ofendê-lo.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promo-
ver a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso 
para o executado. 
Há que se considerar que no atual modelo de Estado, a saber, 
Estado-social, o legislador – pretendendo estabelecer uma justiça mais 
humanista possível – excluiu o quanto pode os simulacros da justiça 
imbuídos de antinomias, de forma que a aplicabilidade do direito se re-
vestisse das equidades da justiça. Com base no princípio da menor 
onerosidade, se garante inclusive ao devedor, o direito de escolher qual 
de seus bens será atingido para fins da execução. Por exemplo, se o 
devedor tem dois bens que podem satisfazer a dívida, mas por alguma 
razão lhe é menos gravoso que o bem A seja atingido, não há porquê 
se alienar o bem B.
g) Princípio do contraditório mitigado: muito se discutiu sobre 
sua aplicabilidade na execução, porque o devedor não tem oportunidade 
de contestar o pedido inicial. No entanto, há que se reconhecer que o 
devedor tem meios de defesa, que são os embargos e as impugnações, 
principalmente, além das oitivas do devedor, motivo pelo qual há contra-
ditório. Frisa-se que a natureza do título executivo determina a amplitude 
do contraditório, uma vez que nos títulos executivos extrajudiciais é pos-
sível utilizar como defesa os embargos à execução, que não possuem 
limitação cognitiva; ao passo que nos títulos executivos judiciais, a defesa 
é limitada a certas matérias, pela via da impugnação à execução.
h) Princípio da dignidade do devedor: a execução jamais pode-
rá ser um instrumento que leve o executado a uma situação de ruína, à 
fome, ao desabrigo juntamente com toda sua família, gerando situações 
paradoxais com o denominado Estado Democrático de Direito. Nesse 
sentido, determina o código que alguns bens são impenhoráveis, por 
exemplo: as provisões de alimento, salários, instrumentos de trabalho, 
pensões, seguro de vida, imóvel no qual reside o executado com sua 
família, entre outros (artigo 833, CPC). Também há bens que são inalie-
náveis e, como tais, também não se sujeitam à execução.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei con-
sidera impenhoráveis ou inalienáveis.
i) Princípio da satisfatividade: o processo executório tende ape-
nas à satisfação do direito do credor. Não há dúvidas que será um pro-
cesso oneroso para o devedor e que surgirão incômodos e inconveni-
19
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
ências. Contudo, a observância de princípios para garantir a dignidade 
do devedor e sua menor onerosidade não devem servir de obstáculo à 
finalidade executiva, que é satisfazer o credor. É direito do credor ter 
seu direito satisfeito e ver a obrigação consignada no título executivo 
devidamente cumprida pelo devedor.
INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO E COMPETÊNCIA 
NA EXECUÇÃO
São 4 os institutos fundamentais do processo: jurisdição, ação, 
defesa e processo. Já dissemos que a defesa existe, embora não nos 
moldes do processo de conhecimento. O processo também existirá, na 
modalidade sincrética (fase de cumprimento de sentença) ou autônoma 
(processo de execução), a depender da natureza do título executivo (judi-
cial ou extrajudicial). Há também a ação, ainda que esta não seja própria, 
ou seja, mesmo que a execução faça parte do processo sincrético – afi-
nal, haverá uma resposta de mérito, apesar de não ser uma sentença. 
Também se faz presente a jurisdição, uma vez que existe um 
conflito de interesses devido ao inadimplemento, sendo o Estado invo-
cado para fazer valer o direito do credor, que é impedido de utilizar a 
autotutela. Se existe jurisdição, existe competência, pois esta define as 
parcelas da jurisdição.
A competência pode ser absoluta ou relativa, isto é, o foro po-
derá ou não ser eleito livremente pelas partes. Na competência relativa, 
ainda que a ação seja proposta em foro diverso do previsto na legis-
lação, a execução será válida se a parte contrária não questionar a 
eleição. O artigo 516 traz as regras da competência no cumprimento de 
sentença e o artigo 781 traz as regras no processo autônomo.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença 
penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de 
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente 
poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do lo-
cal onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local 
onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em 
que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
A competência do título judicial, em regra, será absoluta – tri-
bunais nas causas de competência originária, juízo que processou a 
20
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
causa em 1ª instância (embora o parágrafo único estabeleça a opção de 
três foros concorrentes, há opção e não eleição), sentença homologada 
pelo STJ (competência absoluta da justiça federal, embora não exista 
processo cível anterior) (artigo 516, CPC). Excepcionalmente, a compe-
tência será relativa – quando se tratar de sentença penal condenatória 
e de sentença arbitral, pois não houve processo cível anterior.
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será pro-
cessada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do exe-
cutado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens 
a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser de-
mandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a 
execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro 
de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, 
a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exe-
quente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se 
praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mes-
mo que nele não mais resida o executado.
A competência do título extrajudicial segue as regras gerais 
do CPC. Quanto ao território, em regra, é relativa. Quanto à matéria, é 
absoluta.
REQUISITOS PARA A EXECUÇÃO
São dois os requisitos para a execução: o inadimplemento do 
devedor e a existência de título executivo. 
Inadimplemento Diante de Obrigação Certa, Líquida e Exigível
Enquanto não houver inadimplemento do devedor, faltará ao 
credor interesse para promover a execução. 
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela pros-
seguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebi-
mento da prestação se ela não corresponder ao direito ou à obrigação 
estabelecidos no títuloà dignidade da justiça a sus-
citação infundada de vício com o objetivo de ensejar a desistência do 
arrematante, devendo o suscitante ser condenado, sem prejuízo da res-
ponsabilidade por perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada 
pelo juiz e devida ao exequente, em montante não superior a vinte por 
cento do valor atualizado do bem.
A entrega do dinheiro ou a adjudicação dos bens penhora-
dos faz com que o crédito seja considerado satisfeito (art. 904, CPC). 
O exequente levantará os valores depositados ou o produto dos bens 
até o limite da satisfação de seu crédito (art. 905, CPC). Mediante ter-
mo nos autos, quando receber o mandado de levantamento, o exe-
quente dará quitação da quantia paga (art. 906, CPC). O executado 
poderá levantar eventuais valores remanescentes, depois de pagar a 
dívida e as despesas da execução (art. 907, CPC). Poderão ser susci-
tadas questões sobre o direito de preferência e a anterioridade da pe-
nhora, nos casos em que houver mais de um legitimado para levantar 
quantias e produtos depositados em juízo (arts. 908 e 909, CPC). 
Após a satisfação do crédito, considera-se a obrigação 
adimplida e, em razão disso, deve ser extinta a execução (art. 924, 
II, CPC). Há, contudo, outras causas que podem gerar a extinção 
da execução além do cumprimento da obrigação, como a extinção 
da dívida, a renúncia ao crédito e o reconhecimento de prescrição 
intercorrente (art. 924, CPC). A natureza da decisão que extingue a 
ação de execução é de sentença, prevendo o art. 925, CPC que “a 
extinção só produz efeito quando declarada por sentença”.
https://professoragiseleleite.jusbrasil.com.br/arti-
gos/422343059/extincao-do-processo-de-execucao-na-vigente-sis-
tematica-processual-civil-brasileira
137
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Prova: FGV - 2021 - TJ-PR - Juiz Substituto
Sobre a penhora na execução por quantia certa, é correto afirmar que:
a) é admissível a penhora de faturamento de sociedade devedora, des-
de que não ultrapasse 5% do referido faturamento;
b) o executado possui direito subjetivo à substituição da penhora, caso 
a requeira em até dez dias da intimação da penhora;
c) não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto 
da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido por par-
cela do objeto da execução;
d) na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre 
a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, 
este também será intimado da penhora;
e) são impenhoráveis os valores depositados em caderneta de poupan-
ça, até o limite de cem salários-mínimos.
QUESTÃO 2
Prova: MPM - 2021 - MPM - Promotor de Justiça Militar
Sobre o processo de execução e a penhora, assinale a alternativa 
correta.
a) Na execução contra devedor solvente, não há preferência de ordem 
entre os bens e direitos que integram o patrimônio do executado, com 
exceção de dinheiro em espécie ou aplicação em instituição financeira. 
b) Qualquer tipo de vestuário ou pertença de uso pessoal encontrado por 
oficial de justiça que cumpra mandado na casa do devedor é impenhorável.
c) O soldo percebido por um militar é impenhorável quando alvejado por 
execução fundada nas regras do Processo Civil, embora admita hipóte-
ses de penhorabilidade. 
d) Nenhum tipo de mobiliário que guarneça a residência do executa-
do, quando encontrado por oficial de justiça que cumpra ordem judicial, 
pode ser penhorado.
QUESTÃO 3
Prova: INSTITUTO AOCP - 2022 - DPE-PR - Defensor Público
Em relação à possibilidade de penhora de bens, assinale a alterna-
tiva INCORRETA.
a) É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja lo-
cado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida 
para a subsistência ou a moradia da sua família.
b) O direito real de aquisição do devedor fiduciante, em regra, é penho-
138
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
rável, nos termos da Lei n.° 8.009/90.
c) O crédito oriundo de contrato de empreitada para a construção, ainda 
que parcial, de imóvel residencial encontra-se nas exceções legais à 
impenhorabilidade do bem de família.
d) O proprietário de imóvel gerador de débitos condominiais pode ter o seu 
bem penhorado em ação de cobrança ajuizada em face de locatário, já em 
fase de cumprimento de sentença, da qual não figurou no polo passivo.
e) Não é possível a penhora de percentual do auxílio emergencial para 
pagamento de crédito constituído em favor de instituição financeira.
QUESTÃO 4
Prova: FCC - 2022 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Área 
Judiciária - Especialidade: Oficial de Justiça Avaliador Federal
De acordo com o Código de Processo Civil, o oficial de justiça, no 
cumprimento de mandado de penhora, 
a) deverá se abster de penhorar bens do executado que estejam sob a 
posse, detenção ou guarda de terceiro, devendo, ao verificar tal circuns-
tância, devolver o mandado sem cumprimento, descrevendo circunstan-
ciadamente o ocorrido ao juiz. 
b) tem autoridade, independentemente de prévia autorização do juiz, 
para realizar o arrombamento de portas e janelas, se o executado as 
fechar para obstar o cumprimento da ordem de penhora. 
c) tem autoridade para autorizar o executado a alienar bens fungíveis 
sempre que houver risco de perecimento. 
d) quando não encontrar bens penhoráveis, descreverá na certidão os 
bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, 
quando este for pessoa jurídica, independentemente de determinação 
judicial expressa. 
e) se não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos 
bastem para garantir a execução, desde que essa medida conste ex-
pressamente do mandado. 
QUESTÃO 5
Prova: FGV - 2023 - TJ-RN - Analista Judiciário - Judiciária – Direito
Tendo em vista que o executado não foi encontrado e que os bens 
penhoráveis eram insuficientes até para o pagamento das custas, 
o juiz suspendeu o processo de execução.
Nesse cenário, o juiz agiu de forma:
a) equivocada, pois deveria ter extinguido o processo de execução, pela 
falta de bens penhoráveis;
b) equivocada, pois deveria prosseguir com o processo, sem a suspen-
são do curso do prazo prescricional;
139
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
c) correta, e esta suspensão deverá durar no máximo um ano, durante o 
qual também ficará suspenso o curso do prazo prescricional;
d) correta, e esta suspensão deverá durar no máximo dois anos, du-
rante os quais também ficará suspenso o curso do prazo prescricional;
e) correta, e esta suspensão não terá prazo máximo, devendo ficar sus-
penso o prazo prescricional por um ano.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Quais as distinções entre o bem de família de instituição voluntária e o 
bem de família legal? Cite o fundamento jurídico na legislação.
TREINO INÉDITO
Acerca da penhora e da expropriação de bens, assinale a alterna-
tiva correta:
a) a alienação através de leilão judicial é prioritária.
b) o leilão judicial será preferencialmente realizado de forma física.
c) a penhora em dinheiro é prioritária.
d) o exequente não poderá indicar o leiloeiro público.
e) o cancelamento de indisponibilidade excessiva não pode ser deter-
minado de ofício.
NA MÍDIA
TRIBUNAL CONFIRMA VALIDADE DE PENHORA DO BEM DE FAMÍ-
LIA DADO POR FIADOR EM GARANTIA DE LOCAÇÃO COMERCIAL 
OU RESIDENCIAL
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a sistemá-
tica dos recursos especiais repetitivos (Tema 1.091), estabeleceu a tese 
de que é válida a penhora do bem de família de fiador dado em garantia 
em contrato de locação de imóvel – seja residencial ou comercial –, nos 
termos do artigo 3º, inciso VII, Lei 8.009/1990.
Com o julgamento – que teve como base o entendimento firmado pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF) no Tema 1.127 –, osjuízes e tribunais 
de todo país poderão aplicar o precedente qualificado em processos 
semelhantes.
"O fiador, no pleno exercício de seu direito de propriedade de usar, go-
zar e dispor da coisa (Código Civil, artigo 1.228), pode afiançar, por es-
crito (CC, artigo 819), o contrato de locação (residencial ou comercial), 
abrindo mão da impenhorabilidade do seu bem de família, por sua livre 
e espontânea vontade, no âmbito de sua autonomia privada, de sua 
autodeterminação", afirmou o ministro Luis Felipe Salomão, relator dos 
recursos especiais analisados pela seção.
O magistrado explicou que a afetação do tema como repetitivo se deu 
140
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
pela necessidade de reanálise do precedente fixado no REsp 1.363.368 
e do enunciado 549 da Súmula do STJ, segundo os quais é válida a pe-
nhora do bem de família de propriedade de fiador em contrato de locação.
Fonte: Supremo Tribunal Federal
Data: 21 jun. 2022.
Leia a notícia na íntegra:
https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/
21062022-Tribunal-confirma-validade-de-penhora-do-bem-de-familia-
-dado-por-fiador-em-garantia-de-locacao-comercial-ou.aspx#:~:tex-
t=Ap%C3%B3s%20v%C3%A1rios%20julgamentos%2C%20em%20
maio,seja%20comercial%20(Tema%201.127).
NA PRÁTICA
A penhora de dinheiro é prioritária, isto é, deve tomar lugar em detrimento 
da penhora de bens. As razões disso são muitas, celeridade, baixo custo, 
ausência de perda de valor, entre outras. Essencialmente, na penhora 
de dinheiro se torna indisponível um valor que se encontra depositado 
em conta do devedor executado. Na prática, isso se tornou possível a 
partir de 2001, quando foi celebrado o convênio entre o Banco Central e 
o Poder Judiciário denominado BACEN-JUD, cuja regulamentação fica 
a cargo do Conselho Nacional de Justiça. Por ele, os juízes cadastrados 
podem efetuar o bloqueio judicial de conta bancária, enviando a ordem de 
bloqueio pelo sistema unificado a todas as instituições da rede bancária. 
Encontrados valores, serão bloqueados e depositados em conta judicial 
vinculada à execução. Se houver excesso na penhora, o juiz determinará 
de imediato a liberação dos valores excessivos, podendo agir de ofício. 
141
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
A perspectiva constitucionalizada do direito processual civil faz 
com que ele seja visto não apenas como um instrumento para o exercício 
de pretensões, mas sim como o caminho para a realização de direitos 
fundamentais. Em razão disso, cada vez mais se percebe a insuficiência 
da resposta jurisdicional às pretensões levantadas e às formas jurídicas 
de consubstanciação das obrigações. Afinal, é preciso ir além do que está 
escrito e transformar a pretensão jurídica válida em bem da vida.
Ao credor, interessa muito menos a resposta jurisdicional e mui-
to mais a satisfação de seu crédito. Sendo assim, a efetividade processu-
al depende da realização de atos que transformem o direito garantido em 
adimplemento obrigacional. É pelo adimplemento das obrigações que se 
constrói uma cultura de segurança jurídica e respeito às leis na socieda-
de. Por isso, é determinante que o Estado utilize de seu poder de forçar 
a aplicação da lei, inerente à jurisdição, para fazer com que obrigações 
sejam cumpridas e não apenas para reconhecer tais obrigações.
As vias executivas verdadeiramente possibilitam a realização 
concreta da justiça. Ciente disso, o legislador conferiu atenção especial 
a elas no CPC/2015, reproduzindo, em muitos aspectos, a recente evolu-
ção jurídica na matéria que veio com a reforma do CPC/1973 pela Lei nº 
11.232/2005. A concepção da execução do título executivo judicial como 
fase processual, consolidando a noção de processo sincrético, é um dos 
principais pontos de ruptura com a cultura do formalismo jurídico em prol da 
acepção de efetividade processual, tida como a concretização de direitos. 
Com efeito, ainda que o conteúdo formalista e excessivamente 
dogmático desperte poucas paixões aos operadores do direito, não há 
como negar que saber manejar as vias executivas é habilidade essencial 
àquele que trabalha na área e pretende assistir cada jurisdicionado da 
melhor forma possível, seja o exequente na busca de satisfação de seu 
crédito, seja o executado em prol da preservação de sua dignidade pela 
garantia da menor onerosidade e da preservação de bens essenciais.
142
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Segundo o princípio do exato adimplemento, o objetivo da execução é 
atribuir ao credor a mesma vantagem ou utilidade que ele lograria se 
a prestação tivesse sido cumprida voluntariamente pelo devedor. Se 
o título executivo descrever uma obrigação específica (fazer, não fa-
zer ou restituir coisa), deve ser a execução voltada ao cumprimento de 
tal obrigação. Ou seja, não é possível alterar a natureza da obrigação 
devida, optando por cumprimento diverso do entabulado. De tal forma, 
o magistrado deve empregar todos os esforços para que seja cumpri-
da exatamente a obrigação colacionada no título. Contudo, em último 
caso, poderá a obrigação específica ser convertida em uma obrigação 
não específica – ou seja, a obrigação de dar, fazer e não fazer pode 
ser substituída por obrigação de pagar quantia, fixando uma espécie de 
indenização por perdas e danos. Isso apenas ocorrerá se não for possí-
vel cumprir a obrigação assegurando o mesmo resultado, ou resultado 
semelhante, ou quando o credor preferir, de forma justificada, por exem-
plo, demonstrando que o cumprimento da obrigação não mais lhe é útil. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
143
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
No cumprimento de sentença por quantia certa há fase processual, se-
guinte à fase de conhecimento em que se formou o título executivo ju-
dicial. Assim, em regra, o cumprimento de sentença se dá nos mesmos 
autos processuais e o seu início depende de simples requerimento do 
exequente apresentado com demonstrativo de cálculos, após o qual ha-
verá intimação do executado na pessoa de seu advogado (tais regras 
comportam exceções, sendo possível que o cumprimento de senten-
ça inaugure novos autos processuais e comece com citação, como no 
caso de sentença arbitral, penal e estrangeira). Já na ação de execução 
por quantia certa se fundam novos autos processuais, eis que o título 
executivo extrajudicial se forma sem o crivo do Poder Judiciário, ha-
vendo apresentação de petição inicial com o demonstrativo de cálculo 
e comprovante de recolhimento de custas, após a qual o executado 
será citado. Não obstante, há uma diferença sensível quanto à defesa 
do executado nestas vias, pois no cumprimento de sentença caberá a 
apresentação de impugnação, a qual conta com limitação cognitiva, e 
na ação de execução caberão os embargos à execução, que fundam 
nova ação de conhecimento na qual não existe limitação cognitiva. De 
tal modo, no cumprimento de sentença por quantia certa o contraditório 
é mais reduzido do que na ação de execução por quantia certa.
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
144
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O bem de família por instituição voluntária se fundamenta no artigo 1.711, 
CC, segundo o qual “podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante 
escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para 
instituir bemde família, desde que não ultrapasse um terço do patrimô-
nio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a 
impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial”. 
Basicamente, há prática de um ato jurídico escriturado ou testado de 
destinação de patrimônio líquido, que pode abranger 1/3 do patrimônio 
líquido total, nele incluso o imóvel residencial. Já o bem de família legal 
se fundamenta na Lei nº 8.009/1990 e independe da prática de qualquer 
ato jurídico, considerando que o artigo 1o da lei prevê que “o imóvel re-
sidencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não 
responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previden-
ciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou 
filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei”. O bem de família legal abrange o imóvel residencial 
da entidade familiar, inclusive a construção, as plantações, as benfeito-
rias de qualquer natureza e todos os equipamentos e móveis que o guar-
necem. Não precisa a entidade familiar tomar qualquer providência para 
assegurar tal proteção, que decorre diretamente da lei. Além disso, não 
existe um limite com base no patrimônio líquido, inclusive, pode ser que o 
imóvel seja o único patrimônio da entidade e será protegido.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
145
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. 
São Paulo: Saraiva, 2015.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINA-
MARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 21. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2005.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; PEIXOTO, Ravi Medeiros. Novo Código de 
Processo Civil de 2015: Comparativo com o Código de 1973. Salvador: 
JusPodivm, 2015.
FRANZÉ, Luís Henrique Bastante; SILVA, Nelson Finotti; GARCIA, Bru-
na Pinotti. (Org.) Reflexões sobre o Projeto do Novo Código de Proces-
so Civil. Curitiba: CRV, 2013. 
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Direito Processual Civil Esquema-
tizado. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
LUCCA, Rodrigo Ramina de. Liquidação de títulos executivos extrajudi-
ciais. Revista Brasileira de Direito Processual, Belo Horizonte, v. 20, n. 
78, abr./jun. 2012. 
146
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
Sexecutivo, caso em que poderá requerer a exe-
cução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la.
21
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Vale destacar que o adimplemento do devedor deve ser pleno, 
cumprindo a obrigação descrita no título de forma integral e exata, in-
clusive quanto a termos, condições, prazos e local de recebimento. É 
garantido ao credor o direito de recusar o recebimento de obrigação que 
não corresponda ao direito ou à obrigação descritas no título. O credor 
não precisa aceitar o cumprimento da obrigação de forma diversa, pois 
ela deve ser cumprida no tempo, lugar e forma previstos no título. Por 
isso, é tão importante que o título descreva com precisão uma obriga-
ção certa, líquida e exigível. A ausência de liquidez, certeza ou exigibili-
dade do título é matéria de ordem pública, que pode ser reconhecida de 
ofício pelo juiz. Logo, é inadimplente aquele devedor que não satisfaz 
obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. 
Para ser certa, exige-se certeza sobre a obrigação descrita no tí-
tulo, com relação à qual devem constar todos seus componentes, possibili-
tando sua individualização. Não se aceita imprecisão na obrigação descrita 
no título. Além disso, não deve haver dúvidas sobre a existência do título.
Para ser líquida, a obrigação descrita no título deve conter todos 
os dados e acessórios necessários para que seja exigida, exigindo-se, no 
máximo, meros cálculos para apuração específica. Sendo assim, a liqui-
dez corresponde ao quantum debeatur. Se não houver dados suficientes 
de liquidez do título, é preciso promover a liquidação da sentença, que 
será uma espécie de fase anterior ao cumprimento da sentença.
Vale destacar que “apenas as obrigações relativas a coisas 
‘suscetíveis de quantificação’ podem ser líquidas ou ilíquidas. Obriga-
ções de dar coisa certa, de fazer ou de não fazer prescindem do requi-
sito da liquidez, pois têm seus contornos e limitações definidos pela 
certeza”. Neste sentido, apenas obrigações de dar coisa incerta e de 
pagar quantia certa podem se sujeitar à liquidação.
A liquidação de sentença é uma fase processual que ante-
cede à fase do cumprimento de sentença e que é posterior à fase de 
conhecimento, a qual tem por objetivo não mais determinar se exis-
te uma obrigação do devedor em relação ao credor, mas sim fixar 
quais são os limites de tal obrigação, precisamente determinando 
o valor devido pelo devedor ao credor. Basicamente, a liquidação é 
necessária quando é proferida sentença ilíquida na qual se reconhe-
ce o dever de pagar quantia certa por parte do devedor (que poderá 
ser o autor ou o réu do processo, conforme o caso concreto).
22
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quan-
tia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou 
do devedor:
I – por arbitramento, quando determinado pela sentença, con-
vencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de 
alegar e provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilí-
quida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela 
e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da 
sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar 
a sentença que a julgou.
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as par-
tes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no 
prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, 
observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz deter-
minará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da so-
ciedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresen-
tar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no 
que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de 
recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cum-
prindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais 
pertinentes.
A obrigação é líquida quando pela sua leitura ou pela realiza-
ção de cálculos aritméticos simples seja possível apurar a quantidade 
de bens devidos. Neste sentido, não atinge a liquidez a cobrança de 
juros e correção monetária, que é feita por simples cálculos. Falta liqui-
dez se precisarem ser comprovados fatos externos à obrigação, isto é, 
que não possam ser percebidos pelos simples cálculos sobre informa-
ções dos autos processuais, e a forma necessária para tal prova que 
determina a modalidade de liquidação, podendo ser por arbitramento 
(meras provas documentais adicionais, como documentos ou parece-
res, e/ou perícia) ou por procedimento comum (outras provas, inclusive 
testemunhais, sendo possível a realização de audiência de instrução, 
funcionando como uma fase de conhecimento com cognição limitada 
23
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
cujo único propósito é conferir liquidez ao título).
O Código de Processo Civil utiliza a expressão liquidação de 
sentença, não liquidação de título, e situa os mencionados dispositivos 
como componentes da fase processual de liquidação, em meio à fase 
de conhecimento e à fase de cumprimento de sentença, no curso de 
processo judicial. De tal forma, o legislador apenas aceita a possibili-
dade de liquidação quando o título executivo for judicial – e a doutrina 
majoritária assim defende.
Logo, no caso de títulos executivos extrajudiciais, a liquidez 
deve se fazer presente no título, sob pena de não caber o ajuizamento 
do processo de execução, e sim o do processo de conhecimento. Luc-
ca, autor do artigo cujo link segue adiante, defende que não há razoa-
bilidade neste critério distintivo e que, em determinados casos, deveria, 
sim, ser aceita a liquidação de títulos executivos extrajudiciais.
https://www.academia.edu/1857790/Liquida%C3%A7%-
C3%A3o_de_t%C3%ADtulos_executivos_extrajudiciais
Para ser exigível, o devedor deve ser constituído em mora, seja 
pelo vencimento do prazo estabelecido no título, seja pelo envio de notifi-
cação com tal finalidade ou pela própria citação/intimação do devedor (o 
mais adequado é considerar que a citação/intimação constitui o devedor em 
mora). Civilistas distinguem a mora do inadimplemento absoluto, sendo que 
a primeira ocorre quando ainda há interesse no cumprimento da obrigação, 
e o segundo quando este deixa de existir, sendo necessária a conversão em 
perdas e danos. Mas o inadimplemento do CPC não é o absoluto, a mora 
basta para que se promova a execução. Não cabe ao credor comprovar o 
inadimplemento, mas, sim, ao devedor comprovar o adimplemento. 
Título Executivo
Além do inadimplemento do devedor, também é requisito es-
sencial para a execução a existência de título executivo. Nele, estará 
descrita a obrigação certa, líquida e exigível em relação à qual houve 
inadimplemento.
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á 
sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. [...]
24
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não 
satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título 
executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméti-
cas paraapurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação 
constante do título.
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua presta-
ção senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que 
a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, 
depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não per-
mitirá que o credor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
O título executivo deve ser apresentado aos autos executivos 
em sua versão original, salvo exceções expressas na lei, por uma ques-
tão de segurança jurídica, buscando evitar que o credor replique os títu-
los. A doutrina controverte sobre a natureza jurídica do título executivo. 
Em suma, são três as principais correntes: a primeira diz que o título é um 
documento que constitui prova do débito, isto é, que tem função exclu-
sivamente probatória (Carnelutti); a segunda diz que é um ato capaz de 
desencadear a sanção executiva, pois o título é ato constitutivo da con-
creta vontade sancionadora do Estado (Liebman, Dinamarco); a terceira, 
majoritária, que busca conciliar as duas teorias, diz que é um ato e um do-
cumento (Costa Silva, Shimura, Theodoro Júnior, Araken de Assis etc.).
Os títulos executivos se caracterizam por sua taxatividade e ti-
picidade. Há taxatividade porque não há título executivo que não esteja 
previsto em lei (CPC ou leis específicas). Além disso, há tipicidade porque 
os títulos devem obedecer aos modelos, padrões e tipos previstos na lei.
Outra característica do título é sua eficácia, porque não é preciso 
existência ou prova do crédito, matéria que deverá ser discutida em em-
bargos ou impugnação, de modo que a eficácia do título pode ser retirada.
Não há óbice à pluralidade de títulos, ou seja, que uma mesma 
execução esteja fundada em dois ou mais títulos, desde que o devedor, 
a competência e o procedimento sejam os mesmos. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda 
que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e 
desde que para todas elas sejam competentes o mesmo juízo e idêntico 
o procedimento.
Títulos Executivos Judiciais em Espécie
Os títulos executivos judiciais são enumerados no artigo 515, 
25
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
CPC, mas nada impede que o próprio CPC e leis especiais ampliem 
este rol:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou 
de entregar coisa;
Pode ser uma sentença judicial, um acórdão, uma decisão mo-
nocrática ou mesmo uma decisão interlocutória. O importante não é a 
natureza da decisão, mas o conteúdo: deve descrever uma obrigação 
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial 
de qualquer natureza;
§ 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho 
ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzi-
da em juízo.
São exemplos de títulos desta modalidade: a sentença que homo-
loga a conciliação feita em juízo (p. ex., em audiência de mediação ou con-
ciliação) e a transação fora dele levada a juízo para homologação (p. ex., 
petição das partes). Este acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homo-
logado judicialmente, não precisa estar assinado por duas testemunhas.
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em rela-
ção ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular 
ou universal;
São espécies de cartas de sentenças extraídas após o inven-
tário e o arrolamento, indicando os herdeiros, os bens e a divisão de-
les. É título executivo contra alguém envolvido na ação que obsta o 
cumprimento da divisão, como um herdeiro ou um inventariante. Contra 
terceiros deve ser proposta ação ordinária. Assim, a eficácia executiva 
é limitada ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores.
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolu-
mentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
Se enquadram aqui as decisões que arbitram honorários de 
peritos, administradores judiciais etc.
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
Para que a sentença penal condenatória seja título executivo, é 
preciso o trânsito em julgado. Assim, a vítima tem a opção de entrar com 
o processo de conhecimento se o crime não foi julgado ou de aguardar 
o resultado da esfera criminal, obtendo o título executivo. O juízo cível 
tem a opção de suspender a ação para aguardar o julgamento na es-
fera penal. Se a condenação criminal ocorrer durante o processo de 
conhecimento cível, ele se extingue ou prossegue apenas para apurar 
o quantum, pois o título executivo já se formou. 
26
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
VII – a sentença arbitral;
Sentença arbitral é a proferida por tribunal ou juízo de arbi-
tragem. Não é preciso homologar a sentença arbitral em juízo, mas é 
preciso promover a sua execução em juízo (pois o Tribunal arbitral não 
tem competência para executar seus atos e decisões). A execução se 
dá em processo autônomo, com citação do devedor, embora siga o rito 
de cumprimento de sentença. 
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribu-
nal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
Compete ao Superior Tribunal de Justiça homologar a senten-
ça estrangeira e conferir exequatur à carta rogatória para cumprimento 
de decisão interlocutória estrangeira, conforme procedimento descrito 
nos artigos 960 a 965.
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX (sentença penal condena-
tória, sentença arbitral, sentença estrangeira ou decisão interlocutória 
estrangeira devidamente homologada), o devedor será citado no juízo 
cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 
15 (quinze) dias.
Como se estudará no momento oportuno, o cumprimento de 
sentença se caracteriza, em regra, como fase processual nos mesmos 
autos, não inaugurando novos autos processuais, razão pela qual se dis-
pensa a citação do executado. Contudo, há casos em que o título judicial, 
que será objeto do cumprimento de sentença, se formou perante juízo 
diverso (juízo penal, juízo arbitral ou STJ) e o seu cumprimento gerará 
a inauguração de novos autos processuais no juízo competente. De tal 
forma, haverá citação do executado, embora o rito permaneça sendo o do 
cumprimento de sentença, mais simples que o da execução autônoma.
Títulos Executivos Extrajudiciais em Espécie
Os títulos executivos extrajudiciais são enumerados no artigo 
784, CPC, mas, nada impede que o próprio CPC e leis especiais am-
pliem este rol:
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debên-
ture e o cheque;
São os títulos de crédito com força executiva, os quais devem 
conter todos os requisitos essenciais.
II – a escritura pública ou outro documento público assinado 
pelo devedor;
27
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Escritura é o documento lavrado pelo funcionário público ou 
por tabelião no exercício de suas funções. Documento público é aquele 
emitido por órgão público e assinado pelo devedor. 
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 
(duas) testemunhas;
Não há forma prescrita além da exigência de assinatura por 2 
testemunhas. Qualquer obrigação pode ser abrangida pelo documento 
particular. 
IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Pú-
blico, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados 
dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
Trata-se detransação extrajudicial não homologada pelo juiz, 
usualmente firmada na forma de termo de compromisso, no âmbito de 
inquéritos civis e procedimentos administrativos.
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou ou-
tro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
O contrato com garantia é aquele firmado com fixação de um ob-
jeto destinado ou outra forma de garantia com vistas a assegurar o paga-
mento de uma dívida. A garantia pode ser real e recair sobre um bem (pelos 
chamados direitos reais de garantia, que são: penhor, que recai sobre bens 
móveis; hipoteca ou anticrese, que recaem sobre bens imóveis; alienação 
fiduciária em garantia, popularmente chamada de financiamento, recaindo 
sobre móveis ou imóveis) ou fidejussória (é a fiança, que pode ser conven-
cional, legal ou judicial, sendo que o fiador será executado se a obrigação 
principal não for paga, respeitado o benefício de ordem, se for o caso). 
VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte;
Apenas o seguro de vida é título executivo extrajudicial, não 
possuindo tal natureza os demais seguros. O motivo é facilitar o recebi-
mento de indenização para os beneficiários do falecido.
VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio;
A enfiteuse é um extinto direito real de fruição pelo qual se esta-
belece entre o enfiteuta e o senhor um vínculo permanente quanto a um 
determinado bem imóvel. O CC/2002 extinguiu a possibilidade de novas 
enfiteuses, mas manteve as já constituídas até então (um bom exemplo 
se vê na cidade de Petrópolis/RJ, na qual parte dos imóveis são enfi-
teuses constituídas em favor da família real brasileira). O enfiteuta tem 
poderes sobre a coisa imóvel como se proprietário fosse, tem a posse 
direta, além dos poderes de dispor e reaver, mas tem obrigações para 
com o senhorio de forma perpétua (ou até que ambos acordem com a 
extinção da enfiteuse). Tais deveres consistem no pagamento de foro 
(prestação anual calculada com base no valor do imóvel) e no paga-
mento de laudêmio (parcela do valor obtido com atos de disposição 
28
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
sobre o bem, como a venda da enfiteuse). 
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de 
aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas 
e despesas de condomínio;
Caso o objetivo seja cobrança de taxas, despesas de condomí-
nio, água, luz, IPTU, rateios e aluguéis sem o propósito de cumular com 
despejo, basta o ajuizamento de processo de execução.
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos 
créditos inscritos na forma da lei;
O objeto da certidão de dívida ativa é a dívida ativa tributária, 
proveniente de crédito tributário, regularmente inscrita na repartição ad-
ministrativa competente, depois de esgotado o prazo para pagamento. 
A Fazenda Pública inscreve os contribuintes inadimplentes na dívida 
ativa e emite certidão para a cobrança dos valores devidos. Tal certidão 
tem natureza de título executivo extrajudicial. O rito será o da execução 
fiscal, nos termos da Leiº 6.830/1980.
X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordiná-
rias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprova-
das em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
Havendo condomínio em edifícios (que são os condomínios 
em prédios, com unidades denominadas apartamentos) serão votadas 
despesas ordinárias e extraordinárias em assembleia geral. O voto da 
assembleia constitui a obrigação de pagamento e, em caso de inadim-
plemento do condômino, forma-se título executivo extrajudicial para a 
cobrança dos valores devidos.
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro re-
lativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos 
por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
Os registros de notas e de imóveis podem expedir certidão 
com valores referentes a emolumentos e outras despesas devidas pelo 
contribuinte quanto a atos por ela praticados, conforme as tabelas que 
fixam tais emolumentos e despesas.
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expres-
sa, a lei atribuir força executiva.
A legislação pode atribuir força executiva a outros títulos, sen-
do exemplos: cédulas hipotecárias, contrato de alienação fiduciária em 
garantia, prêmios de seguro, decisões do Tribunal de Contas etc. Tam-
bém se enquadra como título extrajudicial especificado em lei o corres-
pondente ao contrato de honorários advocatícios (nos termos do artigo 
24, Lei n. 8.906/94, além do contrato devem ser juntadas provas da 
prestação do serviço). 
29
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Se for proposta ação de conhecimento que verse sobre o débi-
to constante no título executivo, nada impede a propositura da ação de 
execução (artigo 784, § 1o, CPC), ainda que seja possível a determina-
ção de suspensão da execução. 
Além disso, embora as decisões estrangeiras precisem de ho-
mologação, os títulos executivos extrajudiciais estrangeiros dispensam 
homologação (artigo 784, § 2o, CPC). Contudo, o juízo da execução 
terá que analisar se foram satisfeitos os requisitos de formação exigidos 
pela lei do lugar de sua celebração e se o Brasil é indicado como o lugar 
de cumprimento da obrigação (artigo 784, § 3o, CPC).
Com efeito, merece destaque a previsão do legislador no senti-
do de que a propositura da execução autônoma fundada por título extra-
judicial não é obrigatória, podendo a parte optar por propor a respectiva 
ação de conhecimento, visando obter um título executivo mais forte, de 
natureza judicial.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não im-
pede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter 
título executivo judicial.
PARTES NA EXECUÇÃO
Os legitimados ordinários na execução são o credor e o deve-
dor, mas há situações de legitimidade de outros sujeitos processuais.
Legitimidade Ativa e Passiva
A legitimidade, na execução, pode ser ordinária ou extraordi-
nária. Na ordinária, se encontram o credor e o devedor, as figuras que 
se encontram no título como titulares da relação jurídica. Também são 
legitimados ordinários os titulares das obrigações previstas no título. 
Na extraordinária, a lei atribui a terceiro a legitimidade para 
buscar, em nome próprio, a satisfação de direito alheio (Ministério Pú-
blico pode executar condenação em benefício da vítima).
a) Credor e devedor: legitimados ordinários e primários, pois 
constam no título.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem 
a lei confere título executivo. [...]
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I – o devedor, 
reconhecido como tal no título executivo; [...]
b) Sucessor: sucessores do credor, quando a legitimidade dei-
30
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
xa de ser do espólio, ou seja, quando houver a partilha; sucessores 
do devedor, pelo espólio ou pelos herdeiros (se houve partilha), com o 
cuidado de não ultrapassar o patrimônio do falecido. Também é possível 
a sucessão intervivos, pela cessão (artigo 286 e s., CC), que é a trans-
ferência a um terceiro do crédito/débito.
Art. 778, § 1o Podem promover a execução forçada ou nela 
prosseguir, em sucessão ao exequente originário: [...] II – o espólio, os 
herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, 
lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III – o cessio-
nário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido 
por ato entre vivos; [...]
A sucessão prevista independe de consentimento do executa-
do (artigo 778, § 2o, CPC).
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [...] II – o es-
pólio, os herdeiros ou ossucessores do devedor; [...]
c) Sub-rogado: aquele que satisfaz obrigação alheia e assume 
a posição do credor (artigos 346 e s., CC).
Art. 778, § 1o Podem promover a execução forçada ou nela 
prosseguir, em sucessão ao exequente originário: [...] IV – o sub-roga-
do, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
Aqui também, a sub-rogação independe de consentimento do 
executado (artigo 778, § 2o, CPC).
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [...] III – o 
novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obriga-
ção resultante do título executivo; [...]
d) Fiador: fiador é o terceiro interessado que se obriga, no todo 
ou em parte, pelo pagamento da dívida. Se ele pagar a dívida do deve-
dor, ocupará o lugar do credor, passará a ter direito de cobrar o crédito 
do afiançado. Além disso, o fiador poderá estar no polo passivo, mas 
nem sempre a execução poderá ser dirigida diretamente contra o fiador. 
A fiança pode ser convencional, legal ou judicial. Na judicial, que é a 
determinada pelo juízo, a execução pode ser dirigida exclusivamente 
contra o fiador. Na convencional, que tem por base o título executivo, só 
é possível a execução direta se, na extrajudicial, o fiador tiver renuncia-
do ao benefício de ordem, e na judicial, se ele tiver sido condenado na 
fase cognitiva (na qual não exerceu o benefício de ordem).
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [...] IV – o 
fiador do débito constante em título extrajudicial; [...]
e) Responsável titular de bem vinculado a garantia real: se de-
terminado bem é dado em garantia ao cumprimento de uma obrigação, 
ainda que o titular do bem não faça parte da obrigação principal, tendo 
consentido ou se beneficiado do negócio jurídico, poderá constar no 
31
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
polo passivo da execução. 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [...] V – o res-
ponsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do 
débito; [...]
f) Responsável tributário: é a pessoa ligada ao fato gerador que 
responde pelo pagamento caso o devedor não pague.
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [...] VI – o 
responsável tributário, assim definido em lei.
g) Avalista: aquele que presta garantia do pagamento de um 
título de crédito. Se pagar a dívida, assume o lugar do credor, podendo 
se voltar, nos mesmos autos, contra o devedor principal, mas não há 
benefício de ordem.
h) Advogado: execução dos honorários (artigo 23, Lei n. 
8.906/94). A legitimidade é ordinária porque os honorários pertencem 
ao advogado. Se refere aos judiciais e aos contratos com força executi-
va. Mas a parte também tem legitimidade de executar, em seu nome, a 
verba honorária, caso no qual há legitimidade extraordinária. 
i) Ministério Público: promove a execução, mas a sua legitimi-
dade é extraordinária, já que não defende um interesse próprio, mas 
alheio. A sucessão prevista independe de consentimento do executado 
(artigo 778, § 2o, CPC).
Litisconsórcio e Intervenção de Terceiros
Na execução é possível a formação de litisconsórcio em qual-
quer título, podendo ser ativo, passivo ou misto. Será necessário se 
envolver obrigação indivisível; e será facultativo se envolver obrigação 
divisível ou quantia certa.
Já a intervenção de terceiros, somente é admitida na execução 
em uma modalidade: incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica. Outras modalidades podem ocorrer nos embargos do devedor 
(que são o meio de defesa na execução de título extrajudicial) ou pela 
via dos embargos de terceiro.
Deveres Inerentes à Boa-Fé Processual e à Dignidade Da Justiça
É essencial que as partes se movam no processo de acordo 
com a boa-fé processual, tanto com relação à parte adversa quanto em 
relação ao juízo. Quando viola o dever de boa-fé em relação à parte con-
trária, se configura litigância de má-fé. Quando viola o dever de forma 
32
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
ampla contra o juízo, se configura ato atentatório à dignidade da justiça.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a con-
duta comissiva ou omissiva do executado que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e 
meios artificiosos;
III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V – intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens 
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua 
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará 
multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado 
do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, 
exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras san-
ções de natureza processual ou material.
Embora não exista previsão específica de atos de litigância de má-
-fé na execução, aplica-se integralmente o artigo 80, CPC (inclusive quanto à 
multa de 1% a 10% sobre o valor do débito ou 10x o salário-mínimo). 
No caso de ato atentatório à dignidade da justiça, a multa será 
de até 20% do valor do débito. As multas e as indenizações que decor-
ram da litigância de má-fé ou de ato atentatório à dignidade da justiça 
serão cobradas nos próprios autos e, em ambos os casos, o destinatá-
rio do valor será a parte.
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes 
de litigância de má-fé ou de prática de ato atentatório à dignidade da 
justiça será promovida nos próprios autos do processo.
Sem prejuízo de eventual caracterização da litigância de má-fé, 
há responsabilização do exequente por danos que causar ao executado 
quando a sentença transitada em julgado declarar inexistente, no todo ou 
em parte, a obrigação que levou à execução. Isso pode ocorrer quando 
uma decisão é executada provisoriamente e não toma forma na senten-
ça, tal como em eventual rescisão de sentença anteriormente proferida.
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que 
este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexis-
tente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução.
FRAUDE À EXECUÇÃO E FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude à execução e a fraude contra credores são exemplos 
de condutas que violam o dever de boa-fé processual. Tais práticas se 
33
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
aproximam, uma vez que em ambas ocorre a alienação (venda do bem) 
ou o gravame com ônus real (inserção do bem como garantia de paga-
mento de outro débito) de forma fraudulenta, com vistas a prejudicar o 
direito do credor de recebimento do crédito. 
Em razão disso, se sujeitam para fins de execução os bens 
alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução ou em 
fraude contra credores, exigindo-se para a fraude contra credores que 
a fraude tenha sido reconhecida em ação autônoma, qual seja, ação 
pauliana ou revocatória (não há prejuízo na arguição da matéria em 
questão prejudicial em ação de conhecimento diversa).
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: [...]
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anu-
lada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra 
credores;
Na fraude contra credores não existe ação em curso ajuizada 
pelo credor, ocorrendo quando houve um ato capaz de diminuir ou one-
rar o patrimônio do devedor a ponto de não ser possível cobrar a dívida, 
isto é, deixa de existir o patrimônio, que é a garantia do pagamento. 
Para a sua caracterização, é preciso provar o prejuízo do credor, de-
corrente da insolvência do devedor, e também a má-fé do adquirente, 
pela demonstração de que ele sabia da insolvência do devedor quando 
adquiriu o bem (excetono caso do artigo 159, CC, que trata da insolvên-
cia notória, que deveria ser de conhecimento geral ou especificamente 
da pessoa favorecida). Não há, na fraude contra credores, a presunção 
de má-fé do adquirente, salvo no caso de remissão ou perdão da dívida 
(artigo 163, CC). Como efeito, o negócio jurídico será anulável.
Já a fraude à execução pressupõe um processo pendente, ain-
da que de conhecimento, porque embora só na fase de execução a 
insolvência possa ser detectada, poderão ser atingidos todos os bens 
vendidos a partir da citação no processo de conhecimento. Além disso, 
se exige a publicização da existência de tal processo mediante averba-
ção no registro do bem. 
Na fraude à execução, a má-fé do adquirente é presumida, até 
mesmo diante da publicidade notória da informação. Se a publicidade 
não for possível, cabe ao terceiro provar que adotou as providências 
necessárias de cautela.
A fraude à execução é reconhecida na própria execução, em 
decisão interlocutória. Como efeito, há ineficácia do negócio jurídico em 
relação ao exequente.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada 
fraude à execução:
34
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real 
ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo 
tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver;
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendên-
cia do processo de execução, na forma do art. 828;
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca 
judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde 
foi arguida a fraude;
IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava 
contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V – nos demais casos expressos em lei.
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação 
ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o 
terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas neces-
sárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, 
obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, 
a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja perso-
nalidade se pretende desconsiderar.
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá in-
timar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de 
terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
O terceiro que tiver adquirido bem em fraude à execução po-
derá utilizar dos embargos de terceiro como mecanismo de defesa, no 
prazo de 15 (quinze) dias da ciência da constrição do bem.
RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Responsabilidade patrimonial é a obrigação de responder a dí-
vidas com o patrimônio. Em regra, ela é atribuída ao devedor – isto é, 
quem deve, responde com seu patrimônio. Contudo, há casos de res-
ponsabilidade patrimonial de terceiros.
Responsabilidade Patrimonial do Devedor 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presen-
tes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restri-
ções estabelecidas em lei.
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, 
35
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da 
herança e na proporção da parte que lhe coube.
Em regra, o devedor tem responsabilidade patrimonial pelo 
pagamento de suas dívidas. Enquanto não houver o inadimplemento, 
a responsabilidade patrimonial encontra-se em estado latente ou po-
tencial. Quando ele ocorrer, a responsabilidade patrimonial vai gerar 
a sujeição do bem ou do patrimônio de uma determinada pessoa ao 
cumprimento da obrigação inadimplida.
O devedor responde pela dívida com todos os seus bens, pre-
sentes e futuros, isto é, tanto os que existiam no patrimônio do devedor 
quando contraiu a obrigação, quanto os que passaram a existir após 
ela. Isso inclui os bens alienados, se reconhecida judicialmente a in-
validade da alienação. Contudo, existem determinados bens que são 
impenhoráveis. No caso de o devedor falecer, o espólio arcará com as 
dívidas e os herdeiros responderão por ela nos limites da herança.
Se a responsabilidade pessoal recair sobre direito de superfí-
cie do devedor, disciplina o artigo 791 que se limitará aos poderes con-
feridos por tal direito ao titular, isto é, havendo direito real de fruição, há 
separação dos poderes sobre a coisa por certo prazo, o que implica que 
a constrição apenas pode recair sobre a parcela de direitos do devedor 
e não sobre os demais titulares de direitos sobre o bem:
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja 
sujeito passivo o proprietário de terreno submetido ao regime do direito 
de superfície, ou o superficiário, responderá pela dívida, exclusivamen-
te, o direito real do qual é titular o executado, recaindo a penhora ou 
outros atos de constrição exclusivamente sobre o terreno, no primeiro 
caso, ou sobre a construção ou a plantação, no segundo caso.
§ 1o Os atos de constrição a que se refere o caput serão aver-
bados separadamente na matrícula do imóvel, com a identificação do 
executado, do valor do crédito e do objeto sobre o qual recai o gravame, 
devendo o oficial destacar o bem que responde pela dívida, se o terre-
no, a construção ou a plantação, de modo a assegurar a publicidade da 
responsabilidade patrimonial de cada um deles pelas dívidas e pelas 
obrigações que a eles estão vinculadas.
§ 2o Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à enfi-
teuse, à concessão de uso especial para fins de moradia e à concessão 
de direito real de uso.
No caso de exequente exercendo direito de retenção sobre 
bem do devedor, disciplina o artigo 793:
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na 
posse de coisa pertencente ao devedor não poderá promover a execu-
ção sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se achar 
36
E
XE
C
U
Ç
Ã
O
 C
IV
IL
 E
 C
U
M
P
R
IM
E
N
TO
 D
E
 S
E
N
TE
N
Ç
A
 -
 G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
em seu poder.
Responsabilidade Patrimonial de Terceiros
 
Eventualmente, estão sujeitos à execução bens de terceiros. 
Neste sentido, o artigo 790, CPC, traz as hipóteses de responsabilidade 
patrimonial de terceiros, que deverão prevalecer se a responsabilização 
do devedor for insuficiente.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução funda-
da em direito real ou obrigação reipersecutória;
O sucessor singular é aquele que adquiriu bem do devedor quan-
do ele já era litigioso, respondendo em se tratando de sentença proferida 
em ação fundada em direito real. É um caso em que há fraude à execução. 
Se a coisa litigiosa é alienada, a legitimidade das partes no litígio permane-
ce a mesma e a sentença atinge o adquirente, ou seja, a alienação é ine-
ficaz perante o credor, que pode buscar a coisa nas mãos do adquirente.
II - do sócio, nos termos da lei;
Enquanto a empresa for solvente, os bens dos sócios não po-
derão ser atingidos. Ainda que insolvente, os bens dos sócios só pode-
rão o ser se o tipo de sociedade permitir (sociedade ilimitada) ou se for 
aplicada a teoria da desconsideração da personalidade jurídica (utiliza-
ção fraudulenta da empresa, comprovada por atos que demonstrem a 
confusão patrimonial).
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
Não é propriamente hipótese de responsabilidade de terceiro, 
mas do próprio devedor, pois o bem lhe pertence, mas apenas está em 
poder de terceiro, por exemplo, em razão de comodato ou depósito.
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens 
próprios ou de sua meação respondem pela dívida; [...]
Em dívida contraída por ambos os cônjuges/companheiros, a 
responsabilidade é conjunta;

Mais conteúdos dessa disciplina